A Rio Branco Que Vivemos - PMRB

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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO

Marcus Alexandre
Prefeito

Márcio Batista
Vice Prefeito e Secretário de Educação

Rodrigo Cunha Forneck


Diretor-Presidente da Fundação
Municipal de Cultura Garibaldi Brasil

Andréia Oliveira
Diretora do departamento de comunicação

SENADO FEDERAL

Jorge Viana
Senador

Aníbal Diniz
Senador

GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Tião Viana
Governador do Estado do Acre

César Messias
Vice-Governador

Francis Mary Alves de Lima


Diretora-Presidente da Fundação
Elias Mansour
Rio Branco, Acre
2013
O
lhar para trás com reconheci- ram, e foram muitos, das mais diversas
mento e gratidão e para frente regiões do Brasil e do Mundo. Aqui fo-
com esperança. Foi assim que ram acolhidos, com carinho, nordesti-

A Rio Branco iniciamos 2013, quando comemoramos


os 100 anos da instalação da Prefeitura
Municipal de Rio Branco.
nos, gaúchos, paulistas, paranaenses,
árabes, portugueses, japoneses, etc. A

que vivemos
grande maioria que veio, em diferentes
Nesta publicação contaremos a histó- épocas, ficou e se multiplicou. Mas, até
ria de uma cidade que leva o nome de um aqueles que não permaneceram, certa-

nestes 100 anos


ícone da nossa diplomacia: Barão do Rio mente, levaram na memória a recepção
Branco, da capital de um Estado que fez alegre e calorosa que tiveram.
uma revolução para ser brasileiro e que, Rio Branco já nasceu à frente do seu
por alguns meses, foi até um país inde- tempo, globalizada como falamos hoje.
pendente. Um cantinho da Amazônia que Os seringais daqui abasteciam os Esta-
se orgulha de seu povo e suas conquistas. dos Unidos e a Europa, pois seu principal
Tendo o privilégio de ser prefeito produto, a borracha, era matéria-prima
exatamente quando fazemos 100 anos valiosíssima no final do século XIX. Em
de Prefeitura Municipal, em conversa contrapartida, os portugueses e árabes
com o senador Jorge Viana que também que chegaram nesta época comerciali-
foi prefeito, decidi fazer essa publicação zavam produtos e especiarias do mundo
que faz o registro desse século de his- todo. As trocas comerciais e o movimen-
tória do munícipio. Para isso, foi funda- to migratório miscigenaram os diversos
mental o apoio do gabinete do senador povos e deram origem à nossa cultura e
através do trabalho do historiador Mar- costumes. Por isso, já nascemos cosmo-
cos Vinicius Neves. politas ou cidadãos do mundo.
Através das fotos desse álbum revisi- Diante de tamanha influência regio-
taremos a cidade que foi o palco princi- nal e global, em um processo de for-
pal dos acontecimentos que marcaram mação único, surge a Prefeitura, com a
a formação do nosso Acre. Lugar que missão de organizar, administrar, cui-
viveu o ciclo virtuoso da borracha, mas dar e planejar esta cidade tão peculiar.
sofreu com seu declínio. Povoado que Temos um grande compromisso com
abrigou os revolucionários e lutou por as futuras gerações, por isso deve-
sua independência e o reconhecimento mos olhar para trás e aprender com
brasileiro. Vila que conspirou desde os erros e acertos. Desde 1913, muitos
primórdios dos movimentos autonomis- prefeitos estiveram à frente dos des-
tas. Cidade que comemorou a criação do tinos desta terra, história que vamos
Estado do Acre em 1962. Capital que contar um a um.
sempre ocupou o centro das disputas Agora, convido você para mergu-
políticas acreanas. lhar neste registro secular e conhecer
Uma cidade que sempre recebeu de ainda mais a cidade que amamos e que
braços abertos todos que aqui chega- tanto nos inspira.

Seja bem vindo a Rio Branco, capital do Acre.

Marcus Alexandre

7
A Rio Branco que vivemos
A Cidade
A
cidade de Rio Branco é o nosso em valores, culturas e identidades que

do Futuro
cantinho no mundo. Nasci, moro nos são próprias. Uma cidade que prio-
e convivo com suas culturas e rize o respeito, a valorização e o culto às
valores e espero que seja assim para nossas histórias e de nossos antepassa-
sempre. Desde cedo, aprendi a valorizar dos; que oportunize aos que alcançaram
as histórias da cidade e de nosso povo. a terceira idade, as condições necessá-
Presenciei o tempo das cadeiras na cal- rias para uma melhor qualidade de vida
çada para uma boa conversa entre vizi- e uma longevidade saudável; que cuide
nhos, ou para receber conhecidos que de suas crianças e lhes ofereça uma
há tempos não víamos. O rádio era nos- educação inclusiva e de qualidade; que
so único veículo de comunicação com veja na juventude, não só a esperança
o mundo. Os estudos estavam restritos de um futuro melhor, mas entenda que
às escolas públicas, com exceção do os jovens são os protagonistas de um
Colégio N. S. das Dores e dos Institutos novo tempo.
São José e Imaculada Conceição. Cursar Rio Branco detém as ferramentas
uma Faculdade, só para aquelas famílias de planejamento que apontam cami-
que tinham condições de mandar seus nhos e permitem que se vislumbre os
filhos para outras cidades. Mas, não é anos vindouros, com os problemas e
sobre essa Rio Branco, de que tanto gos- avanços inerentes ao crescimento eco-
to, que devo escrever aqui. É sobre a Rio nômico e populacional, próprios de uma
Branco do futuro. cidade de porte médio.
Tive o privilégio de ter recebido a Todos nós que amamos essa ci-
confiança da população de minha ci- dade, podemos e devemos ser fazedo-
dade, que me elegeu para o cargo de res de uma cidade sustentável, criativa,
Prefeito por dois mandatos consecu- geradora de riquezas, inclusiva, onde
tivos (2005/2012). Tenho a honra, todos tenham iguais oportunidades de
portanto, de ter me tornado o primei- acesso à educação e saúde, ao trabalho
ro Prefeito reeleito da história, agora e ao lazer.
secular, do nosso Município. E pude, Desejo, portanto, que todos nós,
assim, sentir todo o peso da imensa moradores dessa cidade, não perca-
responsabilidade que é administrar a mos a capacidade de nos indignar
maior cidade do Acre. diante das injustiças, nem de sonhar
Penso que nossa cidade precisa cres- e construir utopias, essenciais a convi-
cer e se desenvolver. Mas, sem perder vência harmoniosa e a uma cultura de
suas características que são fundadas paz e felicidade.

Raimundo Angelim

9
A Rio Branco que vivemos
C
idade é coisa antiga... Passam e os problemas só aumentaram. O des-
de 5000 anos as notícias sobre tino me deu o privilégio de ser prefeito

Uma cidade
o surgimento das primeiras. A de Rio Branco, entre 93 e 97, meu pai
grande maioria delas nasceu em função Wildy Viana, já tinha sido prefeito na
de atividades comerciais, em torno de década de 60. Quando assumi, nossa ci-

da Amazônia
mercados e do comércio de especiarias. dade tentava sair do que podemos cha-
Com a nossa Rio Branco não foi dife- mar de tempos muito difíceis, com caos
rente. No final do século XIX o mundo urbano, violência e precariedade nos
descobria a borracha e estabelecia com serviços públicos. Com uma boa equipe,
ela uma relação de dependência para o ousamos criar um programa de governo
progresso das cidades e dos negócios chamado “Vida Nova na Cidade”, prio-
do mundo. rizando educação, organizando e dando
O Acre era a possibilidade de pro- eficiência aos serviços públicos, criando
dução da “acre-fina”, a melhor entre parques, enfim, cuidando de Rio Branco.
as melhores borrachas. A ocupação da Assim, trouxemos de volta a autoestima
região na busca desse “ouro negro” foi para os moradores daqui. Tempos bons.
assustadora. Nossos rios atraíram gente Mas, apenas como governador, exata-
do mundo inteiro, árabes, portugueses mente em decorrência do caos implan-
espanhóis, italianos, ingleses, e, espe- tado após a nossa saída da prefeitura,
cialmente, brasileiros do nordeste. Rio pudemos fazer as mudanças urbanísti-
Branco nasceu assim, como entreposto cas mais significativas, que trouxeram
comercial de uma das regiões que mais de volta a ideia de uma cidade da flores-
produzia borracha e mais arrecadava ta. Uma cidade de frente para o rio, com
impostos para os governos do Amazo- a recuperação de nossas memórias histó-
nas, do Pará e do Brasil. ricas e a incorporação do conceito de ci-
O lamentável é que a riqueza era ge- dade sustentável, por meio de ações como
rada aqui e os investimentos eram feitos a construção ou recuperação de calçadas,
lá, na Belle Époque amazônica, nos ca- praças, ciclovias, grandes vias estruturan-
sarões, nas ruas, praças, cafés e teatros tes, museus, monumentos e parques.
de Belém e de Manaus, onde ficavam as Assim, nas duas últimas décadas, Rio
matrizes das casas de aviamento. Nossa Branco reencontrou seu destino, ga-
cidade já nasceu vinculada à floresta, na nhou de volta o amor dos que aqui vi-
beira do rio Acre, como seringal Volta vem e é tida como uma das mais belas e
da Empreza, depois Villa Rio Branco, Pe- bem estruturadas cidades da Amazônia
nápolis e, juntando o 1º com o 2º Distri- brasileira. Que bom que, junto com mui-
to, definitivamente, Rio Branco. tos que me ajudaram, como o ex-prefeito
Nasci e me criei aqui, vendo os na- Raimundo Angelim e o atual Marcus Ale-
vios, o desembarque de mercadorias e xandre, pude dar minha contribuição nes-
o embarque da produção de borracha sa história, que agora celebra cem anos.
e de castanha, ali, na Mesa de Rendas, Repito aqui um trecho da música que
perto do Colégio Acreano e do Mercado. usei na minha campanha de prefeito:
Era impressionante, no final de ano, o “Uma cidade parece pequena se com-
vai e vem de navios e chatas. A cidade parada com um país, mais é na tua, na
era arrumada, as casas bem feitas com minha cidade, que se começa a ser feliz“.
muitos chalés de madeira, cujas plantas
vinham da Europa.
O tempo passou, Rio Branco se des-
vinculou da floresta, começou a se
transformar numa cidade convencional Jorge Viana

11
A Rio Branco que vivemos
Colônia agrícola fundada nas proximidades de Rio Branco,
para produção de alimentos, dezembro de 1912.

Sumário

A Rio Branco que vivemos nestes 100 anos...................6

A cidade do futuro...........................................................8

Uma cidade da Amazônia............................................. 10

Introdução..................................................................... 14

De seringal a cidade - 1882/1912................................. 16

A formação do município - 1913/1945.......................... 34

A expansão da cidade - 1946/1970............................... 70

Tempos difíceis - 1971/1998....................................... 108

Novos tempos - 1999/2013........................................ 138

Mensagem do Governador......................................... 166


Introdução
A
pesar da aparência, saiba: Esse significados e importâncias, segundo tória difícil de ser compreendida, por- que nunca mais voltaria a ser a mesma.
não é um livro, são três. É, si- nos contam os livros de história. que é quase inacreditável. Ainda assim os moradores de Rio Bran-
multaneamente, um álbum de Portanto, esse é um álbum de recor- A final, dá pra acreditar num municí- co encontraram meios e caminhos pra
fotografias, um livro sobre os cem anos dações da cidade dos nossos avós, pais pio que em um século de história só teve continuar fazendo dessa cidade, nossa
da prefeitura municipal de Rio Branco e daqueles que vieram antes deles e, oito prefeitos eleitos pela população. aldeia. O lugar onde podemos ver o cor-
e um livro sobre as pessoas e persona- por isso, nem nos vem mais à lembran- Enquanto todos os outros 91 prefeitos- rer manso das aguas do rio Acre.
gens que construíram essa cidade às ça. Como que um álbum de família onde foram nomeados, de um ou de outro jei- Nas páginas a seguir percorreremos
margens do rio Acre. as imagens das fotografias revelam mais to, para governar a cidade. Isso mesmo, os mais de cem anos de história de Rio
Por isso, ele contem uma extensa ga- do que a história foi capaz de registrar. vocês não calcularam errado. Foram 99 Branco. Uma longa sucessão de momen-
leria de fotos, a sequencia dos prefeitos Memórias afetivas que pertencem ape- prefeitos em cem anos de história! Isto tos de crise e de vitória. Porque assim é
nomeados ou eleitos neste cem anos e nas a quem lembra. é, se não nos escapou nenhum prefei- a existência das cidades: contraditória,
uma linha do tempo repleta de notícias Assim, como toda recordação, as fo- to que tenha ficado um ou dos dias no sem deixar de fazer sentido. Mas, se nos
e causos narrados ou inventados nos tografias aqui reunidas guardam certa cargo. O que nem é de todo impossível, permitimos olhar mais de longe, pode-
jornais, livros ou ruas da cidade em tem- imprecisão. É possível que nem sempre enfim. remos começar a ver com maior clare-
pos diversos. as identificações delas estejam cem por Ou seja, não se pretende aqui mais za o que a cidade nos quer mostrar: a
Assim, não estranhem. Não é mesmo cento corretas. Especialmente no que do que dar o passo inicial para contar direção de onde viemos e o caminho
um livro, são três. diz respeito às datas. Dai porque muitas essa história, que ainda vai precisa ser por onde haveremos de seguir. Assim
* * * estão identificadas por décadas e não escrita com maior profundidade e pre- se pode dizer que esse é um livro sobre
No álbum de fotografias veremos as por anos, diminuindo nossa margem de cisão. essa cidade e sobre as pessoas reais, ou
paisagens de nossa memória enquanto erro. * * * imaginárias, que aqui viveram ou vivem
povo. Esse ser coletivo que é cada um * * * A prefeitura municipal de Rio Bran- até hoje.
e, ao mesmo tempo, todos nós. Afinal, É um livro sobre a história política do co foi instalada em 1913, mesmo ano * * *
nossas memórias de meninos foram munícipio de Rio Branco. Uma história em que terminou o Primeiro Ciclo da Três livros para nos olharmos no es-
muito mais preenchidas pelas ruas, que nunca foi contada antes porque é Borracha. Fim da época do fausto e da pelho da cidade e contar a história do
praças e quintais onde crescemos, do tortuosa e fragmentária como só a his- fortuna amazônica e inicio da cruel e único lugar do mundo em que podemos
que pelos grandes eventos repletos de tória política acreana consegue ser. His- longa crise da economia seringalista, ser verdadeiramente felizes.
Vapor Seringueiro com capacidade de 103
toneladas. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907.

De seringal a cidade
1882-1912

N
as últimas décadas do sé-
culo XIX uma caudalosa
correnteza humana subiu
os rios amazônicos e invadiu to-
dos os cantos da floresta. A imen-
sa riqueza do látex abundante
das seringueiras faria surgir, en-
tão, novos lugares e povos des-
conhecidos por todo o mundo.

16 17
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
Até o inicio do século XX, os mapas
mostravam os rios acreanos como se ima-
ginava que podiam ser, porque ainda não
eram conhecidos de verdade. A frontei-
Antes o Acre não existia
ra entre Brasil, Peru e Bolívia era, então,

E
apenas uma lenda. (Map of South America, 1890). sse território milenar povoa- cos foram, repentinamente, invadidos
do por mais de 50 diferentes por milhares de homens e mulheres
etnias - falantes das línguas vindos de todas as partes do Brasil e
Aruak, Pano, Takana, Catuquina, do mundo: cearenses, gaúchos, cario-
entre outras – só começou a ser co- cas, maranhenses, paraenses, sírios,
nhecido a partir de 1850, com as libaneses, portugueses, espanhóis,
explorações de Manuel Urbano da italianos, ingleses, entre outros. O
Encarnação, que foi logo seguido que, até então, era exclusivamente
pelo inglês William Chandless e bra- território indígena logo se tornaria Vapor Indio do Brasil, fundeado na
sileiros como Serafim Salgado, Silva um resumo do mundo e foco central villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre,
1906 - 1907
Coutinho, Antônio Pereira Labre, etc. da cobiça internacional.
Desde o princípio exploradores A ocupação dos rios amazônicos,
perceberam que as florestas do oci- através da abertura de seringais, foi
dente amazônico eram muito ricas extremamente rápida. Já em 1878, o
em seringueiras, castanheiras, salsa- povoamento do rio Purus alcançava
parrilha, tabaco, entre outras “drogas a boca do rio Aquiri (como era, na
do sertão” e produtos diversos, que época, chamado pelos povos indíge-
tinham alto valor no mercado inter- nas do rio Acre); onde João Gabriel
nacional. A partir de 1870, o início de Carvalho e Melo, com a ajuda dos
do 1º Ciclo da Borracha tornou o lá- valentes índios Apurinã, abriu diver-
tex da seringueira uma matéria-pri- sos seringais e estabeleceu uma rota
ma estratégica para a Revolução In- de navegação que possibilitou a rápi-
dustrial, que estava transformando a da exploração de todo o rio Acre, que
economia mundial. logo se revelou um dos mais ricos em Seringueiro cortando com
machadinha. Exploração da Hévea,
Com isso, todos os rios amazôni- seringueiras de todo o vale do Purus. 1913

Boca do rio Acre, confluência com o rio Purus, na época do povoamento. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

18 19
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
A Fundação
da Volta da
Empreza

C
onta-se que o cearense Neu-
tel Maia veio para o Acre
embarcado no vapor Apihy
com mais duas famílias, os Leite e
os Girão. No final de dezembro de
1882, o vapor ancorou no local do
seringal Bagaço, onde desembarcou
a família de Barbosa Leite.
Depois do natal, prosseguindo via-
gem rio acima, Neutel Maia escolheu
Neutel Maia, fundador da Volta da Empreza uma curva do rio, ao final de um longo
estirão que era ótimo porto para em- Casa comercial do Sr. N. Maia & Cia. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
barcações, onde havia uma frondosa
gameleira, para abrir seu seringal que denominou Volta da Empreza. Segun- povoado Volta da Empreza. Uma rua
do algumas informações isso aconte- formada na margem direita do rio - a
Flotilha de Neutel Maia e diversos
ceu no dia 28 de dezembro de 1882. partir da histórica Gameleira, seguin-
barcos de negociantes ambulantes O vapor Apihy seguiu viagem para do o traçado do estirão - que se tor-
no porto de desembarque na vila.
Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907 deixar Damasceno Girão na confluên- nou um dos portos economicamente
cia do rio Xapuri com o rio Acre. Co- mais movimentados e importantes de
meçava assim, com a abertura destes todo vale do rio Acre.
três seringais, o povoamento do mé-
dio e do alto rio Acre.
Logo, Neutel Maia percebeu que
podia lucrar mais com o comércio
do que com o funcionamento do se-
ringal Volta da Empreza, que tinha
muitas terras alagadiças. Por isso, já
em 1884, abriu a Casa N. Maia & Cia
e – além de aviar pequenos seringais
e negociar com gado que era trazido
da Bolívia - começou a vender terre-
nos para o estabelecimento de outros
comerciantes.
Assim, aos poucos, o que era pra
ser um seringal transformou-se em
povoado. O alinhamento de casas co-
merciais de diferentes proprietários
deu origem a um logradouro públi-
co e se constituiu na primeira rua do Casa comercial N. Maia & Cia situada na primeira rua da cidade. Álbum cidade de Rio Branco

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A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
do Acre para o Bolivian Syndicate
leva, em 1902, à guerra de Plácido
de Castro e seu exército de serin-
gueiros contra os bolivianos. E a
vitória de Plácido obriga o governo
Exercito Boliviano em exercício durante
brasileiro a rever sua posição e ne-
o periodo revolucionário, Porto Acre. gociar sua anexação ao Brasil.
Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

Os combates da
Volta da Empreza.

O
povoado da Volta da Empreza
foi palco de dois dos princi-
pais combates da Revolução.

Revolução Acreana O primeiro aconteceu no dia 18 de


setembro de 1902 e foi marcado pela
vitória dos militares bolivianos, que

R
apidamente o Acre, pela alta qua- emboscaram os brasileiros, em local
lidade de sua borracha, havia se próximo à Gameleira.
tornado fonte de grandes fortu- O segundo combate deu-se entre
nas, não só na região, mas também, em os dias 05 e 15 de outubro e mar-
Exército de seringueiros durante a Revolução Acreana. J. Plácido de Castro e o Estado Independente do Acre, 1930
Belém e Manaus. Essa imensa riqueza cou o primeiro grande êxito do Cel.
fez com que a Bolívia passasse a reivin- Plácido de Castro, já entrincheirado
dicar essas terras que eram suas, por e fortificado, sobre o exército bolivia- Mapa do território do Acre, 1904, Plácido de Castro
força dos tratados de limites. no sobre o exército boliviano. Depois
Assim, em 02 de janeiro de 1899, disso, os acreanos não foram mais
autoridades bolivianas se estabele- derrotados até a vitória final, em 24
cem em Puerto Alonso (atual Porto de janeiro de 1903.
Acre), passando a cobrar impostos
e a legislar sobre as terras acreanas.
Mas os brasileiros, que eram a maio-
ria na região, não aceitaram o domí-
nio estrangeiro e realizaram vários
movimentos de resistência.
Já em 1º de maio de 1899, co-
mandados por José Carvalho, os bra-
sileiros expulsaram os bolivianos, na
Primeira Insurreição Acreana. Com
a descoberta de um acordo secreto
para o arrendamento do Acre para
norte-americanos e ingleses, o es-
panhol Luiz Galvez vem ao Acre e
proclama a criação do Estado Inde-
pendente do Acre; mas, a expulsão
de Galvez e a devolução do Acre aos
bolivianos pelo governo brasileiro
Piquete revolucionário comandado por Plácido de Castro (a cavalo). J. Plácido de
desencadeia a Expedição dos Poetas.
Castro e o Estado Independente do Acre, 1930 A confirmação do arrendamento

22 23
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
A Padroeira
do Acre
D
urante a Revolução Acreana, os
brasileiros aprisionaram um qua-
dro que retrata a Nossa Senho-
ra da Seringueira, feito por bolivianos.
Até hoje, a origem do quadro e as cir-
cunstâncias em que foi capturado estão
cercadas de mistério, havendo versões
contraditórias a esse respeito. O certo é
Seringal Forte de Veneza, margem esquerda do Rio Acre, onde Angelina enfrentou os Bolivianos. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907 que, 110 anos depois, o quadro ainda
está aqui, bem guardado numa capela

Mulheres
no Parque Capitão Ciríaco.
E, como que confirmando o espiri-
to feminino que guia essa cidade desde
Acreanas seus primórdios, a primeira capela aqui
erguida foi dedicada à Nossa Senhora da

A
pesar das dificuldades da vida nos Conceição, que, desde então, passou a ser
seringais e das agruras da guerra considerada padroeira do Acre. Décadas
que conflagrou o Acre na passa- mais tarde, a capela construída por deci-
gem do século XIX para o XX, as mulheres são e esforço dos moradores da Villa Rio
também estavam aqui presentes. Como Branco, deu lugar à Igreja da Imaculada
atesta a lendária participação de Angelina Conceição, defronte à histórica Gameleira.
Gonçalves, na Revolução Acreana.
Logo após o primeiro combate da Vol- Quadro de Nossa Senhora da Seringueira capiturada dos bolivianos durante a revolução

ta da Empreza, os bolivianos invadiram Angelina Gonçalves Souza. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

diversas casas do povoado. Ao entrar no


seringal Forte de Veneza (localizado no Normalmente, diz-se que nos pri-
atual bairro Cidade Nova) os soldados bo- meiros tempos acreanos havia poucas
livianos atiraram no marido de Angelina, mulheres na região. Mas, nossa história
que nada tinha a ver com o combate. An- está repleta da presença de mulheres
gelina tomou então a arma de um deles, com diferentes funções e posições na
atirou e atingiu o comandante boliviano sociedade da borracha. Eram mulhe-
que, reconhecendo a injustiça de seus sol- res trabalhadoras que ajudavam seus
dados, mandou soltá-la. maridos no corte da seringa, enquanto
Desde então, Angelina tornou-se um criavam filhos e cuidavam da casa e do
dos mais destemidos soldados do exér- roçado, numa labuta diária muito dura
cito de Plácido de Castro que, em diver- e desgastante. Profissionais liberais,
sas ocasiões teve dificuldade para contê que atuavam nos centros urbanos como
-la, tamanha era sua ousadia, de modo dentistas, donas de restaurante, etc. Ou
que acabou se tornando exemplo para ainda, mulheres que, por circunstâncias
muitos dos soldados revolucionários diversas tornaram-se seringalistas e to-
que não tinham tanta coragem assim. cavam seus negócios com grande êxito.
Levantamento do primeiro esteio para a construção de uma capela na Villa Rio Branco, com a assistência de autoridades e pessoas gradas da localidade. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

24 25
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
Villa Rio Branco

C
omo era o povoado mais po-
puloso e importante do vale
do Acre, o Volta da Empreza
foi escolhido para ser a sede do go-
verno departamental. Na verdade,
Cunha Mattos preferia Xapury, por
causa das alagações que afligiam o
povoado situado em terras baixas e
alagadiças, mas não conseguiu tirar
do Departamento do Alto Acre, a pri-
mazia de ser capital.
Assim, Cunha Mattos, que assu-
miu o governo departamental em Cel. Raphael da Cunha Mattos. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
agosto de 1904, não teve alternati-

C
Barracão do Seringal Empreza, margem
esquerda do rio Acre, em frente da
om a anexação do Acre ao para o Acre, então dividido em três va senão promover, em 7 de setem- dois Departamentos, Alto Purus e
Volta da Empreza, que serviu como
hospital de sangue durante o período Brasil através do Tratado de Prefeituras Departamentais. Para bro de 1904, o povoado da Volta da Alto Juruá, o Gen. Cunha Mattos ficou
revolucionário. Álbum do Rio Acre,
1906 - 1907 Petrópolis, de 17 de novem- governar o Departamento do Alto Empreza à condição de Villa, com o pouco tempo no Acre. Ainda assim,
bro de 1903, era preciso organizar Acre, que havia sido palco central nome de Rio Branco, numa justa ho- criou nossos dois primeiros municí-
o governo da região. Para tanto, em da Revolução, foi nomeado pelo menagem ao Barão, então Ministro pios: Rio Branco e Xapury. No entan-
abril de 1904, foi criado, o Terri- Presidente da República, o coman- das Relações Exteriores, que nego- to, tão logo foi embora, em abril de
tório Federal do Acre, um regime dante da ocupação militar, Gen. Ra- ciou a anexação do Acre ao Brasil. 1905, o Prefeito Departamental se-
político novo forjado especialmente phael da Cunha Mattos. Tal como os generais Siqueira de guinte anulou sua decisão, de modo
Mapa dos Departamentos do Acre em 1904. Atlas do Estado do Acre, 2008
Menezes e Thaumaturgo de Azevedo, que as leis de criação dos municípios,
nomeados para governar os outros não tiveram nenhuma efetividade.

Residência do Prefeito do Alto Acre,


onde funcionou a primeira sessão do
júri. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

26 27
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
Centro Político
e Econômico
O
Departamento do Alto Acre era,
sem dúvida, o mais importante do
Território Federal. Havia sido o
primeiro a ser povoado, possuía a maior
produção de borracha e, como palco da
Revolução Acreana, tornou-se o centro
político de toda região onde estavam os
Jurados na primeira sessão do Júri, Villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
mais influentes líderes políticos, entre
os coronéis seringalistas. Mas, além disso, a Villa Rio Branco
Entre os três núcleos urbanos exis- possuía ainda um diferencial econômi-
tentes no vale do Acre: Xapury, Por- co muito importante. Era o lugar para
to Acre e Rio Branco, era este último onde afluía o gado trazido por Amadeo
Hotel da Villa Rio branco, da Senhora D. Maria. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
que concentrava o maior número de Barbosa, um português que possuía fa-

A
o ser criada, a Villa Rio Branco já sas comerciais; Bairro Canudos, também casas comerciais e de serviços (hotéis, zendas nos campos do Llano de Mojos.
era o centro urbano mais conso- ocupado por trabalhadores, na área restaurantes, dentistas, cassinos, mé- Esse gado vinha da Bolívia, via terrestre,
lidado de todo Território Federal. baixa da volta do rio; Bairro Quinze, no dicos, bordéis, cinemas, etc.). Assim, atravessando florestas e rios. A famosa
O relatório do Gen. Cunha Mattos revela outro estirão acima da volta do rio, as- era muito comum que, no período das “carne verde” (fresca), um produto de
que já existiam quatro “bairros”: Bairro sim chamado porque ali havia ficado o chuvas, durante a entressafra da bor- alto valor para os seringais, onde nor-
África, onde moravam os negros e tra- 15º Batalhão de Infantaria do Exército, racha, muitos seringueiros e seringa- malmente se consumia carne enlatada,
balhadores em geral; Bairro Comercial, durante a ocupação militar de 1903, o listas viessem para a Villa gastar seus importada da Inglaterra, ou mesmo
constituído pela primeira e mais impor- que havia atraído diversos comerciantes saldos e esquecer um pouco das agru- charque gaúcho, a fim de que não se
tante rua, onde se concentravam as ca- para se estabelecerem ali. ras de viver a solidão e o isolamento roubasse tempo do corte do precioso
do interior da floresta. látex, com a caça de animais na floresta.
Quartel do Batalhão de Segurança do Departamento do Alto Acre, Villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907 Mapa do Território do Acre, de João Alberto Maso,1917

29
A Rio Branco que vivemos
Prefeito Gabino Besouro acompanhado de
seringalistas, 1908. Deptº de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM

Adaptado do mapa de Rio Branco. Estudo


A fundação
de Penápolis
Geográfico do Território do Acre, 1955

A
pesar da importância política e
econômica da Villa Rio Branco,
os sucessivos governantes do
Alto Acre não desistiam de tentar mu-
dar a sede administrativa de lugar. A
fama insalubre da Vila, devida às ala-
gações, colaborava para isso. Mas, cer-
tamente, a criação de um novo núcleo
urbano poderia criar novas formas de
domínio político.
Com o engenheiro do exército, Cel.
Gabino Besouro, empossado como Pre-
feito Departamental em janeiro de 1908,
não foi diferente. Ele decidiu transferir a
sede do governo para a outra margem
Companhia Regional em formatura
na Villa Rio Branco,1909. Deptº de
do rio, no seringal Empreza, constituído
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM por terras altas não alagáveis. Entretan-
to, a viúva Parente, dona do seringal, pe-
diu pela área um valor muito alto, o que
levou à desapropriação compulsória de
uma parte das terras do seringal.
Assim, no dia 13 de junho de 1909,
Gabino Besouro fundou Penápolis, em
homenagem ao então Presidente Afon-
so Pena. Um núcleo urbano destinado a
ser a nova sede do Departamento, com
traçado planejado em ruas regulares e
orientadas pelos pontos cardeais, entre
a margem esquerda do rio e a (atual)
Avenida Ceará. Bem distinto, portanto,
da Villa Rio Branco, cujo traçado era ir-
regular e determinado pelo curso do rio Adaptado do mapa de Rio Branco. Estudo Geográfico do Território do Acre, 1955
e a presença de igapós.

30 31
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
A unificação de Rio Branco

Q
uando criou Penápolis, Gabino Be- Rio Branco, [...] pelo rio Acre; considerando
souro pretendia que fosse uma que estes três nomes trazem a idéia de três
nova cidade. Mas, a Villa Rio Bran- logares distinctos, quando não passam de
co já estava consolidada demais para um mesmo povoado, [...] creando [...] con-
ser ignorada. E como o Cel. Gabino, a fusão na [...] correspondência destinada à
exemplo de seus antecessores, logo foi mesma; Decreta: A fusão dos dois povoados
embora do Acre, essa situação seria mo- em um só, constituindo ambos a sede da
dificada rapidamente. Prefeitura do Alto Acre, com a antiga deno-
Assim, menos de um ano depois, em 10 minação de Empreza.” (FOLHA OFFICIAL –
de junho de 1910, o Prefeito Departamental 24/06/1910). Entretanto, em 03 de outubro
Leonidas Benicio de Mello “Considerando de 1912, uma nova mudança promovida pelo
que o antigo seringal [...] ‘Empreza’, sede da Prefeito Deocleciano Coelho de Souza alterou
prefeitura do Alto Acre, com a denominação novamente o nome de Empreza para Rio Posto de alojamento de soldados da Villa Penápolis, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

de Pennapolis, está apenas separado da villa Branco, que desde então, se tornou definitivo.
Criação do Município
Vista parcial do 1º Distrito da cidade de Rio Branco, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

A
ocorrência das Revoltas Auto- 1904 e 1912, passaram pelo governo
nomistas de Cruzeiro do Sul, em 15 diferentes Prefeitos Departamentais.
1910, e de Sena Madureira, em O Decreto Federal nº 9831, de 23-
1912, levou o governo brasileiro a pro- 10-1912, criou um quarto Departa-
mover uma reforma administrativa no mento no Alto Tarauacá, desmembra-
Território. Na verdade, a instabilidade do da área do Alto Juruá, e criou cinco
política no Acre era imensa, resultado municípios: Cruzeiro do Sul, Seabra,
do sistema territorial que muitos afir- Sena Madureira, Xapuri e Rio Branco.
mavam ser inconstitucional e que ain- Como sede dessa última Intendência
da estava sendo organizado. Para se Municipal foi escolhida Rio Branco
ter uma ideia: só no Departamento do que, então, foi oficialmente elevada à
Alto Acre, no período de oito anos, entre condição de cidade.

Vista parcial do 2º Distrito de Rio Branco, onde se concentram os comerciantes Sírio-libaneses, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

32 33
A Rio Branco que vivemos A Rio Branco que vivemos
Avião Taquari após aquatizar no rio Acre
e ao fundo o vapor Benjamin, década de
30. Acervo de José Chalub Leite

A formação do Município

1913-1945

H
á cem anos surgiu o prin-
cipal e maior município
acreano. Desde então, In-
tendentes Municipais passaram
a administrar a cidade junto aos
Prefeitos Departamentais. E, sete
anos depois, Rio Branco consoli-
daria sua posição política ao se
tornar a Capital do Território.

34 35
O Município
de Rio Branco

C
ostuma causar certa confusão o
fato de que, entre 1904 e 1920, o
Acre era governado por Prefeitos
Departamentais, que faziam o papel de
governadores em cada Departamento. Por
isso, quando foram criados os municípios
do Território, seus gestores receberam a
denominação de Intendentes Municipais.
João de Oliveira Rola. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
O Decreto Federal nº 9831, de 23 de
outubro de 1912 criou os primeiros cin- do movimento revolucionário contra os
co municípios, que só foram instalados bolivianos, ao lado de seu amigo Cel.
tempos depois (e em diferentes datas), Plácido de Castro.
após a posse dos Intendentes nomeados Era dono do Seringal Benfica e, por
pelo Presidente da República. consequência, tinha o domínio de toda
No caso de Rio Branco, o primeiro In- a movimentação do Riozinho, cuja foz
tendente Municipal, Cel. João de Oliveira ficava em frente a sede do seringal,
Rola, foi nomeado em 18 de dezembro de e que por isso acabou recebendo seu
1912, mas só tomou posse, de fato, em nome: Riozinho do Rola. Durante o
Mapa dos Departamentos e Municípios em 1913. Atlas do Estado do Acre, 2008
15 de fevereiro de 1913. breve tempo em que exerceu a função

O
Na mesma ocasião, foram também do Acre. Eram eles: o Cel. Joaquim Vic- Cel. João de Oliveira Rola, primei- de Intendente Municipal, procurou es-
empossados os primeiros Vogaes (o equi- tor da Silva e os Ten. Cel. Carlos Tristão ro Intendente de Rio Branco, era tabelecer toda organização necessária
valente aos vereadores de hoje) nomea- Norberto Júnior, Juvenal Coelho, Antônio o que se costumava chamar de para o funcionamento da municipali-
dos para compor o Conselho Municipal Evangelista Wanderley, Francisco Manoel “Acreano Histórico”. Cearense de nasci- dade, mas as dificuldades que encon-
que foi, na prática, o primeiro esboço de d'Âvila Sobrinho, Adolpho Barboza Leite mento, conquistou o direito de se auto- trou foram imensas. Talvez por isso,
poder legislativo no Território Federal e Porfirio da Purificação Sá. denominar acreano por ter participado ficou no cargo menos de um ano.

João de Oliveira Rola Joaquim Domingues Carneiro Epaminondas Jácome Teófilo Maia de Lima Ramiro Afonso Guerreiro J.r Edson Mendes de Oliveira

15.02.1913 a 07.01.1914 07.01.1914 a 11.06.1915 11.06.1915 a 11.06.1918 11.06.1918 a 01.07.1919 01.07.1919 a 18.10.1919 18.10.1919 a 09.05.1920

Intendente - 11 meses Intendente - 1 ano e 5 meses Intendente - 3 anos Intendente - 1 ano Intendente - 3 meses Intendente - 7 meses

20/02/1913 22/01/1916 01/09/1916 03/01/1920


INTENDÊNCIA - Installou-se no sabbado último, NOTICIÁRIO - Consta que a Intendência Municipal Achão-se concluido os serviços definitivos para PELA INTENDÊNCIA - Estamos autorizados pelo chefe
nesta cidade a Intendência Municipal. Compareceram a passará a funcionar no lado da Empreza, onde se acha transmissão de energia elétrica para 2º Districto desta do poder executivo do Município a avizar aos nossos leitores
esse solemnissimo acto, as autoridades civis e militares, a maior porção de vida da cidade. Além disso, com a cidade. A torre de madeira e ferro construida á margem e a quem interessar possa, que os que quizerem explorar o
diversas famílias e crescido número de pessoas de mudança, o município realizará uma avultada economia direita do rio deu os bons resultados que se esperava. serviço de transporte de um bairro para outro, desta cidade
todas as classes sociaes. nos alugueis do edifício em que funciona a Intêndencia. Como medida de precaução collocaram-se estaes poderão fazel-o independente de licença, continuando,
A todos foi servido uma taça de champagne, JORNAL DO ACRE - Orgam independente. que garantem uma perfeita segurança. A altura em entretanto, a canôa da Intendência o fazer o serviço de
ouvindo-se diversos oradores, os quaes foram que ficaram os fios de transmissão de uma para outra transporte gratuitamente, como tem feito até agora.
delirantemente applaudidos. A banda de música tocou margem, afasta qualquer receio de servir de obstaculo á Jornal FOLHA DO ACRE - Orgão do Partido Constructor
diversos trechos do seu vasto repertorio. passagem dos navios mesmo na enchente máxima. Acreano.
36 Jornal O PIUM - Jornal Humoristico Inofensivo. Jornal REFORMA 37
Unificação do
Território

À
exemplo da curta permanência do
primeiro intendente no cargo, im-
portante ressaltar que essa foi uma
constante na maior parte da história do
município de Rio Branco. Para se ter uma
ideia, só neste período inicial, entre fe-
vereiro de 1913 e janeiro de 1921, oito
anos, foram 10 diferentes intendentes.
Um quadro de instabilidade política e ad-
ministrativa que ficaria ainda pior, poste-
riormente, como veremos adiante.
Ou seja, a criação de municípios no Terri-
tório Federal teve pouca efetividade na me-
lhoria das condições políticas e sociais locais.
E o que foi ainda pior, a situação geral do A sede da Prefeitura Departamental do Alto Acre, construída em Penápolis, era um grande casarão de madeira
situado no mesmo local onde depois seria construído o palácio Rio Branco, 1912. Fundação Oswaldo Cruz
Acre, do ponto de vista econômico, acabaria
se tornando alarmante, nessa mesma época, economia da borracha amazônica entrou Depois das revoltas de Cruzeiro do na arrecadação dos impostos sobre a
em razão do fim do 1º Ciclo da Borracha. numa crise extremamente grave e prolon- Sul e Sena Madureira, foi a vez de Rio borracha. Assim, o governo decidiu
Afinal, em 1913 as plantações racio- gada que, gradativamente, levou à falência Branco passar por uma revolta autono- realizar uma nova reforma, em 1920,
nais de seringueiras criadas pelos ingle- a grande maioria dos seringais acreanos. mista, mas sem maiores consequências. extinguindo as quatro prefeituras de-
ses no Sudoeste Asiático, superaram toda Ao mesmo tempo, os autonomistas Além do cenário político contur- partamentais e instituindo um gover-
produção amazônica, fazendo despen- acreanos não aceitavam a situação de tu- bado, o Acre passou a dar prejuízo no unificado para o Território, man-
car os preços internacionais. Com isso, a tela politica do Território. para o governo federal com a queda tendo os cinco municípios.

Antonio Ferreira Brasil Eduardo Freire de Carvalho J.r Antonio Ferreira Brasil João Donato de Oliveira Manuel Duarte de Menezes João Donato de Oliveira

09.05.1920 a 05.06.1920 05.06.1920 a 02.09.1920 02.09.1920 a 03.01.1921 03.01.1921 a 23.06.1922 23.06.1922 a 27.06.1922 27.06.1922 a 04.09.1922

Intendente - 1 mês Intendente - 3 meses Intendente - 4 meses Intendente - 1 ano e 6 meses Intendente - 5 dias Intendente - 3 meses

15/02/1920 24/06/1920 20/01/1921 Agosto/1921


A ENCHENTE DE 1920 - (...) Em vários pontos de PELA INTENDENCIA - O sr. dr. Intendente CEL. FERREIRA BRASIL - (...) Está na consciencia REVISTA DE COSTUMES LOCAES - Os nossos
Rio Branco, o rio sangrou: defronte do hotel Madrid e Municipal, considerando que o urubu é um grande de todos o estado lamentavel, a que o governo da União collegas Francisco Pereira e dr. Augusto Pamplona estão
nas immediações da casa Ingleza e pharmacia Acreana. transmissor de tuberculose, tetano e outras molestias, condemnou os municipios do Acre, creados pelo dec. n. escrevendo uma revista de costumes locaes, afim de ser
A municipalidade improvisou pontes sobre caixões para que se transmittem não só aos animaes como ao 9.831, de 23 de octubro de 1912. Tendo terminado o levada a effeito no THEATRINHO do novo "Grupo Escolar
normalizações do transito. A rua Abunã casas comerciais homem, resolveu annular a parte do Cod. de posturas mandato dos primeiros vogaes nomeados, foram, contra 7 de Setembro" durante as festas de centenario. Sabemos
treparam as suas mercadorias e na rua Portugal os que protegia a esse animal e aconselhou o exterminio a lei, nomeados outros, cujo mandato expirou, sem que que os diversos papeis serão confiados a pessoas da nossa
moradores fizeram os mesmo com os moveis e utensílios do mesmo, estabelecendo o premio de 500 réis por o governo providenciasse no sentido de normalizar alta sociedade.
de suas casas. (...) Hontem á noite, faltavam mais de 50 cm cada cabeça, apresentada na Intendencia. a situação, fazendo os municipios funccionarem Jornal A CAPITAL
para a marca da excepcional allagação de 1918. Jornal FOLHA DO ACRE regularmente providos dos seus orgãos legislativos.
Jornal O FUTURO Jornal FOLHA DO ACRE
38 39
A
ideia da unificação do governo entre eles: Sede do Correios e Telégrafos, comércio do gado trazido da Bolívia para Reforma de 1920. Assim, Rio Branco
territorial impunha a definição de do Tribunal de Apelação, da Coletoria de Rio Branco se constituía uma estratégica passou a ter mais investimentos gover-
uma única cidade como capital. O Impostos Federais, etc. fonte de recursos, ainda mais importan- namentais em relação aos outros povo-
governo brasileiro deu mostras de sua Entretanto, não era possível ignorar a te com a crise da economia da borracha, ados, cidades ou municípios acreanos.
preferência por Sena Madureira, para importância econômica e política do Vale que impôs a diminuição da importação de Por outro lado, como capital do Ter-
essa função. Provavelmente em razão de do Acre. Afinal de contas, por ter sido o produtos europeus e norte-americanos ritório e sede do município, a cidade
seu posicionamento mais central, em re- palco principal das lutas de anexação do para abastecer os seringais. sempre esteve sujeita à ação simultânea
lação às outras cidades acreanas. Acre ao Brasil, reunia as principais lide- Na hora da decisão, por conseguinte, a do governo e da Intendência. Uma si-
Assim, foram instalados em Sena uma ranças políticas da região. Além disso, era balança pesou para o lado de Rio Branco, tuação que muitas vezes foi favorável,
série de órgãos que sugeriam que ela se- dos seringais do rio Acre a maior parte que foi consagrada como a primeira ca- mas também deu origem a inúmeros
ria a capital do Território Federal do Acre, da borracha produzida no Território, e o pital do Território Federal do Acre, pela conflitos políticos.

Chatas e navios navegando no Rio Acre, anos 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Quartel da Polícia Militar, anos 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Ramiro Afonso Guerreiro J.r Adolpho Barbosa Leite Antonio Ferreira Brasil José Augusto Maria Filho Antonio Ferreira Brasil Adolpho Barbosa Leite

04.09.1922 a 03.02.1923 03.02.1923 a 17.02.1923 17.02.1923 a 20.03.1924 20.03.1924 a 22.03.1924 22.03.1924 a 22.03.1926 19.05.1926 a 21.06.1926

Intendente - 5 meses Intendente - 14 dias Intendente - 1 ano Intendente - 2 dias Intendente - 2 anos Intendente - 1 mês

22/06/1922 25/11/1923 01/03/1925 07/02/1926


GOVERNO DO TERRITORIO - No dia 24 deve deixar Intendencia Municipal de Rio Branco - CARNAVAL - A nata elegante e "chic", durante "Quero Cazá" - Essa interessante revista, cheia de

o cargo de governador do Territorio, o sr. dr. Epaminondas Administração do Exmo. Sr. Coronel Antonio Ferreira a quadra da folia, foi levantada pela "SOCIEDADE verve e hilariante, será brevemente levada a scena, nesta

Jacome, que resolveu, de Manáos, onde se acha de Brasil. RESOLUÇÃO N. 35 - Art. 1º - Fica denominada TENTAMEN", em sua séde propria á rua Placido de capital, no " Eden Cinema" por um grupo de amadores

passagem, entrar em goso de licença. Na falta dos vice- ARTHUR BERNARDES a antiga PRAÇA MUNICIPAL, no 2º Castro, que apresentava bizarra decoração. Essa novel paraenses. A troupe encarregada da representação do

governadores, assumirá o governo o Intendente desta Districto desta cidade. RESOLUÇÃO N. 36 - Art. 1º - Dar associação constituida por elementos de nossa alta "Quero cazá", apresenta se para bem servir o público, com

capital. nova denominação de rua JOÃO LUIZ ALVES, á actual rua sociedade, levou a effeito duas "soirées" a fantasia e grande variedade de canções, cançonetas, chôros, samba

Jornal FOLHA DO ACRE ABUNÃ, no 2º Districto desta cidade. uma "matinée" infantil. e catteretês.

Jorrnal CORREIO DO ACRE Jornal OFFICIAL

40 41
A Transformação Urbana
de Hugo Carneiro

Vista panorâmica do centro de Rio Branco. Á direita o Palácio em madeira e à esquerda o grupo escolar 7 de Setembro, Década de 20. Revista 104 anos de Rio Branco, 1986

C
om o passar do tempo, consolida- Em outras palavras, uma cidade dividi-
se, na capital acreana, a divisão en- da entre o lado oficial e o lado comercial,
tre os dois lados do rio. Na margem unidos pelas catraias, que transportavam
direita (o lado mais antigo), da Villa Rio os moradores de um lado ao outro. Mas,
Branco, o lado comercial, onde se con- apesar das diferenças funcionais, havia
centram os negócios e a movimentação muitas semelhanças entre as casas e
social da cidade, que passou a ser deno- construções, de ambos os lados.
minado 2º Distrito. Na margem esquerda,
Penápolis, o lado oficial, onde moravam o
governador e o bispo, que logo passou a
ser chamado de 1º Distrito.
Governador Hugo Carneiro em frente à sede do Governo, década de 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

E
m 1927, foi nomeado governador
Flávio Flaviano Baptista Alvaro Arnoso de Mello Leitão
do Acre o paraense Hugo Carnei-
21.06.1926 a 28.07.1926 28.07.1926 a 01.07.1927 ro, advogado que havia trabalha-
do em Seabra, onde foi Juiz. Em seu
Intendente - 1 mês Time do Atlético Acreano, 1926. Jornal O Rio Branco. Intendente - 1 ano governo, Carneiro transformou a paisa-
gem de Rio Branco.

25/03/1926 17/10/1926 10/07/1927


A INUNDAÇÃO - O Acre, que ha muitos dias vinha O sr. João Macedo, O dr. Paula Ribeiro, a modista "O ALFINETE" - A imprensa local vem de ser O NOVO INTENDENTE DE RIO BRANCO - Foi
enchendo vertiginosamente, transbordou afinal nos dias d. Lalá Lagos e a viuva do coronel João Donato de enriquecida com "O ALFINETE", orgam litterario, nomeado para o cargo de Intendente deste municipio,
16 a 20 submergindo todo o bairro Empreza, causando Oliveira tiveram suas habitações invadidas pelas águas humoristico e noticioso, aparecido a 12 do corrente. por acto de 1 do corrente, o sr. dr. Marcilio Fernandes
incalculaveis prejuizos materiaes e de vida, quer na cidade enfurecidas. O predio da casa N. Maia e Comp., onde Bem coradinho e enfeitado com producções de gentis Basto, laborioso e competente advogado, residente entre
quer no seio da população ribeirinha. Esta enchente funcciona o Banco do Acre, edificado na parte mais alta collaboradores, conduzido pelo Tenente Salustiano nós desde 1919, tendo exercido até 1921 o cargo de
ultrapassou a do ano passado, deixando no bairro do todo o bairro, também foi alcançado pelas águas que Baptista, director; e Bom Américo, gerente; três Juiz Municipal e posteriormente o cargo de Secretario
Empreza, fora d'água apenas uma restinga de terra entre tomaram totalmente a rua Portugal attingindo altura legitimos representantes da mocidade riobranquense, Geral do Governo do territorio. O Banco do Acre, este
a Praça Arthur Bernardes e o Pavilhão Rio Branco, a parte superior a 6 palmos, sendo as casas abandonadas pelos "O ALFINETE" vem preencher uma lacuna e preparar estabelecimento de credito que ahi está victorioso, da
mais alta do trecho que medeia entre a Pensão Portugueza respectivos moradores. jornalistas (...). exclusiva idealisação do nosso novo Intendente (...).
e a esquina do antigo hotel Cicarelli. Jornal FOLHA DO ACRE Jornal FOLHA DO ACRE Jornal FOLHA DO ACRE
42 43
Vista externa do Mercado Municipal em construção, década de 30 . Vista do interior do Mercado Municipal, no período de sua População na inauguração do Mercado Municipal de Rio Branco, no 2º ano de administração do governador Hugo Carneiro, 15 de junho de
Relatório de Governo de Hugo Carneiro construção, década de 30. Relatório de Governo de Hugo Carneiro 1929. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930

Mercado Municipal de Rio Branco. É dividido em doze amplos compartimentos, com água encanada. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930 Almoço no interior do Mercado Municipal, por ocasião de sua Inauguração do Mercado Municipal. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930
inauguração. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930

R H
io Branco era uma cidade de madeira. avia no Acre a crença de que era mais barata. Mas Hugo Carneiro pôs-se a
Marcilio Fernandes Basto
As casas eram construídas com esse impossível construir com alvena- construir um grande prédio de alvenaria,
01.07.1927 a 26.12.1927 material e muitas delas parede com pa- ria, porque o solo argiloso, sem pe- bem na beira do rio: o Mercado Munici-
rede, especialmente no 2º Distrito, de modo dras, não suportaria o peso dos prédios. pal. E o sucesso dessa construção o fez
Intendente - 5 meses que um incêndio poderia destruir a cidade. Além disso, a madeira era abundante e ousar ainda mais.

24/07/1927 18/09/1927 16/10/1927


EDEN CINEMA - Graças ao bom gosto do seu co- Radiotelegramas - O sr.Coronel Neutel Maia fez á CORONEL JOÃO CANCIO - A 20 do corrente o Territorio em 1926 e 1927, sempre com applausos

proprietario Sr. Avelino Esteves, ha pouco chegado do intendencia municipal doação de um terreno da largura acatado acreano sr. Coronel João Cancio Fernandes, geraes. Nasceu o Coronel João Cancio Fernandes aos 20

passeio feito á Hespanha, o Eden Cinema hontem reabbriu de 1o metros, entre as ruas portugal e 6 de Agosto para a vence mais um anno de existencia, toda dedicada ao de outubro de 1876, na fazenda João Gomes municipio

o seu salão ao público, completamente remodelado construção de uma outra rua que as ligue diretamente. trabalho dignificante nesta região aonde chegou como de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte. Contando

conseguindo, por isso, uma assistencia selecta numerosa. Jornal FOLHA DO ACRE hospede em 1897. Ao sr. João Cancio Fernandes, apenas 18 annos de idade veio para o Amazonas,

Agora o Eden está parecendo um cinema de cidade. ha pouco, com muita justiça, promovido de 2º a 1º fixando-se definitivamente em o seringal Natal, no

Parabens aos Srs. Moleiro e Esteves. vice-governador, deve o Acre inestimaveis serviços, rio Yaco, em 1897. Hoje, aqui no Acre, s. s. tem sob a

Jornal FOLHA DO ACRE quer politicos, quer financeiros; pois s. s. tem por mais direcção e gerencia de sua firma individual, diversos
de uma vez exercido cargos importantes como o de seringaes no Yaco, no Riosinho e no Acre.
Prefeito do Alto Purus, em 1920, e de governador do Jornal FOLHA DO ACRE
44 45
D
urante os três anos do governo
Hugo Carneiro, Rio Branco teve
três diferentes Intendentes, evi-
denciando que a instabilidade munici-
pal se mantinha constante. Ademais,
as verbas municipais eram sempre in-
suficientes para ações de grande vulto.
Mas, enquanto o 1º Distrito, o lado ofi- Inauguração do hospital Augusto Monteiro, 1928. década de 20. Dept° Inauguração do hospital para tuberculosos, Acampamento de escoteiros na colônia Cunha Vasconcelos, 1929. Stadium Rio Branco, 1929. Dept°de Patrimônio
de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM 07/09/1929. Deptº de Pat. Hist. e Cult. - FEM Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Histórico e Cultural - FEM
cial, recebia as obras do governo terri-
torial, a cidade não deixava de pulsar

A
intensamente no 2º Distrito. inauguração do Mercado Munici-
A rua Seis de Agosto, por exemplo, pal ocorreu no dia 15 de junho de
já era a mais populosa da cidade. Ali se 1929, no 2º aniversário da gestão
encontravam a sede da União Operária, de Hugo Carneiro, que iniciou também a
a escola Barbosa Lima, a escola noturna construção do quartel da Policia Militar.
Sete de Setembro, casas de jogos, restau- Além disso, Carneiro trouxe para o
rantes, escritórios diversos, consultórios Acre a primeira agência do Banco do Bra-
médicos e dentários, casas aviadoras, car- sil, cuja sede ficava na rua Epaminondas
tório, atelier fotográfico, a marchantaria Jácome. No outro extremo da cidade, que
de Honório Alves, até mesmo o intenden- terminava na Avenida Ceará, construiu o
te municipal morava ali. Cacimbão da Capoeira e o Stadium do Rio
A praça Municipal, agora chamada Ar- Branco. Também inaugurou a primeira
tur Bernardes, ainda recebia boa parte da Maternidade e fundou o Instituto Históri-
programação social, com retretas da ban- co e Geográfico Acreano.
da militar em seu coreto, aos domingos. Vista da praça Eurico Dutra, 1930. década de 20. Dept°de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM
Mas, já tinha um rival na praça Tavares
de Lyra, em frente ao palácio do gover-
no. A fim de contentar a todos, os eventos
mais importantes, as festas cívicas, por
exemplo, começavam nas ruas do 2º Dis-
trito e terminavam no 1º Distrito.

Virgiliio Esteves de Lima

26.12.1927 a 20.04.1928

Intendente - 4 meses
Praça Municipal, 2º Distrito de Rio Branco, década de 20. Dept° Vista da praça municipal no 2º distrito, década de 20. Dept°de Vista do início da rua 6 de agosto a partir da praça municipal, 1930.
de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

07/11/1927 20/11/1927 03/05/1928 03/06/1928


QUEIXAS DO POVO - Os moradores da 6 de Agosto No Palacio do Governo - S.exmo. O Sr. governador SPORTS & ARTES FOGO DE BENGALA - Já REQUERIMENTOS DESPACHADOS - Dia 4 de Março.

queixam se que aquela via publica está na posse de mandou pelo seu ajudante de ordens apresentar se encontram bastante adeantadas os ensaios da Nº 381 - Joaquim Fialho Marinho, requerendo matricula

uma manada de gado vaccum, que alli pasta noite e dia, congratulações pela data de 17 de novembro os seguintes espectaculosa féeire "FOGO DE BENGALA", arranjo de para exercer a profissão de vendedor d`água, nesta cidade,

ameaçando crianças e adultos. senhores: Coronel João de Oliveira Rôla e Capitões Clynio Juca Mulato, com saltitante partitura dos mais insignes no corrente exercício.- Submetta se a inspecção de saúde.

Jornal FOLHA DO ACRE Brandão, Manoel Bruno de Cerqueira e Cyriaco Joaquim musicistas patricios. "FOGO DE BENGALA"que é uma peça Concedo a matricula.

de oliveira, veteranos da revolução de 1902. fadada e exito seguro,A scenografia é simples, porém, de Jornal FOLHA DO ACRE

Jornal FOLHA DO ACRE grande effeito, pelo seu colorido e combinação de côres.
Os figurinos estão sendo desenhados especialmente pelo
jovem academico Ruy Barreto.
Jornal FOLHA DO ACRE
46 47
Quartel da Polícia Militar, década de 20. Deptº de Patrimônio Inauguração do prédio do Banco do Brasil, década de 20. Relatório de
Histórico e Cultural - FEM Governo de Hugo Carneiro
Projeto Original do Palácio Rio Branco, em estilo eclético, década de 20. Relatório de Lançamento da pedra fundamental do novo Palácio do Governo, 15 de junho de 1929.
Governo de Hugo Carneiro Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Alnos das escolas territoriais durante festejos da independência, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro Solenidade de inauguração das colunas do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°de Solenidade de inauguração da parte térrea do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

M
as a grande ousadia de Carneiro
foi a construção do novo Palá-
cio Rio Branco, mesmo sem ter
conseguido concluir a obra antes do fim
de seu governo. O Palácio, desde então,
tornou-se parte da paisagem da cidade,
e marca definitiva da passagem de Hugo
Carneiro pelo governo do Acre.

Alberto José Martin

20.04.1928 a 01.11.1930
Central Elétrica, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro Trabalhadores preenchendo a lage do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°de Fase de construção avançada do Palácio Rio Branco. década de 20. Dept°de Patrimônio
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Histórico e Cultural - FEM
Intendente - 2 anos e 7 meses

07/06/1928 13/01/1929 23/11/1930 31/11/1930


"FILHOS DE THALMA" - Está de parabens a capital do O EDEN-CINEMA-THEATRO PASSA A NOVA DÍVIDA NACIONAL - Seguindo a vitoriosa corrente O INTERVENTOR DO ACRE - Está confirmada a
Acre, com a construção de uma companhia de amadores DIREÇÃO. Estão de parabens os afans da maravilhosa de opinião que se está formando em todo o país, o alviçareira notícia de haver sido nomeado para o cargo
locaes - "FILHOS DE THALMA", creação do applaudido arte muda. Desde de ante-hontem o EDEN-CINEMA- exmo. Sr. Des. Sousa Ramos, D. D. Governador do de Interventor deste Território o distinto advogado
theatrologo dr. Grijalva Antony. Aquelle novel conjuncto THEATRO passou á direção de Boulivar M. Leite, o activo Território, abriu uma patriótica subscrição popular Dr. Francisco de Paula Assis Vasconcelos, grande
de senhorinhas e rapazes de escol social riobranquense e diligente propagandista de nossa praça, que arrendou- para o nobre fim de angariar donativos destinados ao proprietário de seringais nesta região, onde tem
venceu logo na primeira representação, pela excellencia se da Empreza Moleiro & Esteves a elegante casa de pagamento da dívida nacional. residência efetiva desde 1913.
do elenco e escolha do repertorio, resolveu, numa idéa só espectaculos, propondo-se a fazer verdadeira Revolução Jornal O ACRE - Orgão Official. Nomeação feita sob indicação do invicto
merecedora de applausos, sob a directriz do dr. Grijalva Theatral em nosso meio. revolucionário General Juarez Távora(...)
Antony, fundir-se em Companhia. Jornal FOLHA DO ACRE Jornal O ACRE - Orgão Official
Jornal FOLHA DO ACRE
48 49
ALalagação do Rio Acre, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Alagação na rua Cunha Matos, década de 30. Dept°de Patrimônio Rua Primeiro de Maio, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico
Histórico e Cultural - FEM e Cultural - FEM

P
or ser Território Federal, o Acre Curiosamente, este foi um dos perío-
estava completamente submetido dos de maior estabilidade do governo ter-
às mudanças da política nacional. ritorial, uma vez que o Interventor Fran-
Entretanto, no caso da Revolução de 30, cisco de Paula Assis Vasconcelos acabaria
as mudanças foram drásticas em todo o ficando no cargo durante quatro anos, o
país. Desde a Reforma Constitucional de que era uma raridade no Território do
1926, os estados vinham perdendo força Acre. Em contrapartida, os conselhos
diante do governo federal. Com o golpe municipais foram dissolvidos, tal como
de 30, os governadores foram substituí- no resto do país, e Rio Branco voltou à
dos por interventores. Desse modo, neste situação de instabilidade política e admi-
período diminuiu a diferença entre o Acre nistrativa uma vez que, em seis anos, teve
e os outros estados da federação, infeliz- sete diferentes prefeitos (como passaram
mente, pelo caminho inverso do que seria a ser chamados a partir de então).
desejável. Ao invés de o Acre se demo-
cratizar, foi o restante do país que entrou
num regime de exceção.

Hélio Abreu Amaro Theodoro Damasceno J.r

01.11.1930 a 16.09.1931 16.09.1931 a 13.06.1932

Vista parcial do Segundo Distrito de Rio Branco durante a alagação. Deptº de Patrimônio
Prefeito - 10 meses Prefeito - 9 meses
Histórico e Cultural - FEM Alagação no 2º distrito, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

15/02/1931 01/03/ 1931 17/09/1931 05/06/1932


SOCIEDADE RECREATIVA TENTAMEN QUADRA ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACREANA SEU TERCEIRO O NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO - Tomou TEATRO RECREIO - Por iniciativa da Diretoria
CARNAVALESCA DE 1931 - Iniciou-se, hontem á noite, ANNIVERSARIO - O sympathico e valoroso gremio posse, ontem, 16 de setembro de 1931, no edifício de Instrução pública, auxiliada eficientemente pelas
a ultima quadra carnavalesca do corrente anno, na rubro azul commemora, hoje, a passagem do terceiro da Prefeitura Municipal, do alto cargo de Prefeito professoras dos Grupos Escolares, realizou-se na noite
TENTAMEN, que teve seus elegantes salões plenos de anniversario de sua fundação, constituindo essa do Município de Rio Branco, o Dr. Amaro Theodoro de 29 de maio p. passado, no TEATRO-RECREIO, um
vida e esfusiante animação, em homenagem a Momo, o ephemeride, para os esforçados e incansáveis "pipiras" Damasceno Júnior, nomeado pôr portaria datada de Festival Infantil com o concurso dos respectivos alunos,
impenitente rei da folia. "Tristezas não pagam dividas, um grato acontecimento social. (...) Hoje, assignalando sua 15 do corrente, em substituição ao Dr. Hélio Abreu em benefício da “Caixa” dos dois estabelecimentos,
nem botam ninguem para deante" - é o velho e tradicional data anniversaria, a Ässociação", promove um encontro que ocupara o cargo de Secretário Geral do Governo. O destinada a proporcionar determinados auxilios às
lemma dos veteranos "TENTAMISTAS", que vão encarando amistoso, de fot-ball, com o valoroso quadro da "Atlética novo Prefeito da capital não fez nenhuma modificação creanças pobres neles matriculadas.
as coisas e a crise com um communicativo riso folgazão. Militar", campeã de 1930, ás 16 horas, no desta ultima. no quadro dos funcionários municipais. Jornal O ACRE - Órgão Official
Jornal FOLHA DO ACRE Jornal FOLHA DO ACRE Jornal O ACRE - Órgão Official
50 51
Carnaval na Tentamem, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e
Cultural - FEM

Regata comemorativa do Rio Acre, década de 30.


Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A
década de 30 foi marcada pela
grave crise econômica mundial. A Desfile da Força Policial do território do Acre na rua 17 de Novembro, 05/09/1936. Museu da Borracha
Europa ainda tentava se recuperar

M
da 1º Guerra Mundial. O “Crash” da Bolsa Brincantes do bloco Embaixadores do Condor, carnaval na Sociedade esmo durante os piores anos da
Recreativa Tentamen,1937. Memorial dos Autonomistas
de Nova York, de 24 de outubro de 1929, crise da borracha os sírios e libane-
empobrecera os Estados Unidos. No Bra- ses “acreanos” conseguiram man-
sil, a falência da cafeicultura e a crise da ter certa prosperidade. Suas presenças no
República Velha haviam se estabelecido, comércio do 2º Distrito eram tão fortes, ao
como comprovou a Revolução de 30. ponto de se dizer que ali não era Brasil, mas
No Acre, a longa crise da borracha já Beirute e que, por isso, era necessário pas-
havia se estabelecido definitivamente, saporte para atravessar o rio Acre.
deixando poucas perspectivas de mu- Ao mesmo tempo, para além da ave-
danças positivas, em curto prazo. Ainda nida Ceará, nas terras do antigo Seringal Volei no Stadium do R.B.F.C década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico
e Cultural - FEM
assim, os moradores da capital tentavam O Bloco Dragões do Momo. Década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Empreza, agora arrendadas para diversos
Cultural - FEM
manter a normalidade da vida, em meio a produtores rurais, próximo ao Igarapé
animados bailes de carnaval na Tentamen Fundo, o maranhense Raimundo Irineu
e no Rio Branco, acirradas disputas de fu- Serra começava a formar sua comunida-
tebol, corridas de cavalo e jogos de vôlei, de e a consolidar uma doutrina espiritual
no Stadium Rio Branco. baseada no uso do Daime.

Hélio Abreu Nathalino da Silveira Brito

13.06.1932 a 02.05.1933 02.05.1933 a 01.03.1935


Mestre Irineu Serra e seus discípulos década de 30. Dept°de Patrimônio
Prefeito - 11 meses Solenidade de funcionamento do Ginasio Acreano 1934 . Dept°de Patrimônio Prefeito - 1 ano e 10 meses Histórico e Cultural - FEM
Histórico e Cultural - FEM

18/08/1932 20/07/ 1933 10/12/1933 27/05/1934


NOSSO ANIVERSARIO - O ACRE completa hoje o seu O ATO SOLENE DA FUNDAÇÃO DO “GINÁSIO O TERCEIRO ANIVERSÁRIO DO GOVERNO ASSIS EDITAL Nº 10 - De ordem do Exm. Sr. Prefeito,
3º ano de publicidade. Jornal de carater puramente oficial, ACREANO”. Solenemente, abrilhantado com a presença VASCONCELOS - Construção do belo e sólido edifício faço saber a quem interessar possa, que pela fiscalização
sem envolver-se em polemicas de qualquer naturesa, numerosa de autoridades, famílias e cavalheiros da da Penitenciária erguido ali na praça Rodrigues Alves, e municipal foi multado o senhor Muchim Duck, sirio,
alheio ás paixões malsãs inspiradas pela politicalha, que nossa elite social, teve logar no dia 17 do corrente, as este outro prédio destinado à localização na antiga Vila comerciante, estabelecido á rua "6 de agosto", no segundo
envenena as almas, simples repositorio dos atos oficiais 16 horas, a cerimônia oficial da fundação do Ginásio Militar, da Usina Elétrica (...) distrito desta cidade, por ter sido encontrado, no dia 20
dos governos, federal, territorial e municipais, figurando, Acreano, estabelecimento destinado a ministrar as Jornal O ACRE - Órgão Official do corrente mês, fazendo venda de bebidas alcoolicas
na imprensa indigena, como um catalago imparcial, onde disciplinas do curso secundário á juventude deste inferiores, a retalho, em seu referido estabelecimento, sem
ficará registrada, para conhecimento do presente e do recanto do Brasil. achar-se munido da necessaria licença desta prefeitura.
futuro, a história administrativa do Acre. Jornal O ACRE - Órgão Official Jornal O ACRE - Órgão Official
Jornal O ACRE - Órgão Official
52 53
Praça Eurico Dutra e fachada do Palácio
Rio Branco, década de 30. C.D.I.H.

continuou governado por interventores e Antigo Presídio de Rio Branco, década de 30. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

N
os prefeitos sendo nomeados por estes. O o início de 35 foi nomeado o Inter-
único avanço real constituiu-se no fato de ventor Martiniano Prado, irmão de
que os acreanos passaram a eleger dois Newton Prado, um dos tenentes da
deputados federais, para representá-los Revolta dos 18 do Forte de Copacabana,
no Congresso Nacional. de 1922. Por isso, Martiniano tinha certo
Por outro lado, a abertura política e o prestígio junto ao governo federal. Assim,
fortalecimento do governo federal con- pode se dar ao luxo de governar, à parte
solidaram no Acre um forte assistencia- dos partidos políticos que haviam se or-
lismo que, por vezes, chegou a assumir ganizado para as eleições de deputados
Terraplanagem para a construção da Praça Eurico Dutra, década de 30. Deptº de caráter quase messiânico. federais. Concluiu a construção da Peni-
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
tenciária “Ministro Vicente Rao” e fez a

A
Revolução de 30 havia trazido a ampliação da rede de iluminação pública
esperança de mudanças no siste- de Rio Branco, entre outras obras. Apesar
ma territorial. Voltavam a fermen- de ficar apenas 2 anos no governo, tor-
tar, então, anseios autonomistas. Entre- nou-se um Interventor popular, ou, talvez
tanto, a Constituição de 1934 acabou não seja mais apropriado dizer, folclórico.
trazendo mudanças significativas. O Acre

Nilo Bezerra de Oliveira José de Matos Barros

01.03.1935 a 15.04.1935 15.04.1935 a 11.12.1935


Construção da penitenciária, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Prefeito - 1 mês e 15 dias Dia da bandeira, cerimônia em frente o palácio Rio Branco, 19/11/ 1934. Deptº de Prefeito - 8 meses
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

10/03/1935 31/03/1935 21/04/1935 25/08/1935


ATOS OFICIAIS - PORTARIAS: 1º de março. REQUERIMENTOS - Mês de Março. O NOVO PREFEITO MUNICIPAL - Na tarde de 15 PENITENCIÁRIA “MINISTRO VICENTE RÁO”
Exonerando: do cargo de Prefeito do Município de Rio N. 129. Angelina Fecury. Requerendo Cancelamento da do corrente, perante numerosa assistência, assumiu as Será inaugurada no dia 29 do corrente às 12 horas, a
Branco, o cidadão Nathalino da Silveira Brito. taxa sanitaria lançada sobre sua casa á rua 1º de maio, funções de prefeito deste Município o Sr. Dr. José de Penitenciária modelo “Ministro Vicente Ráo”, construída
Nomeando: o pharmaceutico Nilo Bezerra de desta cidade. Á 1º secção. Matos Barros, recém chegado de São Paulo como membro nesta capital pelo Governo do Território (...)
Oliveira, prefeito do Município de Rio Branco. N. 143. Joaquim Alves Pinto. Requerendo redução da comitiva de S. Ex. o Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, Jornal O ACRE - Órgão Official
Jornal O ACRE - Órgão Official do imposto predial de sua casa á rua 1º de maio, desta Interventor Federal. Empossado no cargo de governador
cidade, para base de 1.200$. Á 1º secção. do Município, compremetendo-se a corresponder a
Jornal O ACRE - Órgão Official confiança do Exmo. Sr. Interventor, trabalhando pelo
progresso da comuna sem liames políticos partidários.
Jornal O ACRE - Órgão Official
54 55
Avião aquatizando no Rio Acre, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Decolagem de um avião com referências de série PP
– CAO, década de 30. José Chalub Leite

M
artiniano Prado passou à posteri-
dade por sua decisão de trazer a
aviação para o Acre. Para tanto,
no memorável dia 1º de maio de 1935,
o interventor convocou toda população Taquary - Primeiro Avião que chegou no Acre, 1936. José Chalub Leite

para frente do Palácio Rio Branco, onde

A
anunciou a construção de um campo de pesar das ironias e brincadeiras
aviação, em regime de mutirão. Em segui- que a ação do interventor causou
da, fez o sorteio de lotes de 20 X 20 me- entre a população, havia de fato
tros entre as famílias, para que cada uma interesse da Syndicato Condor S/A, em-
fizesse o destocamento e a terraplenagem Chegada do avião Taquary no Bairro do XV, 05 de maio de 1936. José Chalub Leite
presa aérea de origem alemã, em estabe-
de seu lote. lecer uma linha aérea para o Acre.
O jornal O Acre, na coluna "O NOSSO Na verdade, estava em curso uma dis-
PRIMEIRO CAMPO DE AVIAÇÃO" divul- puta entre a Condor e a Panair, de origem
gava semanalmente o andamento dos norte-americana, pelo domínio do espaço
trabalhos nos lotes, aclamando os que es- aéreo brasileiro. Tratava-se já das disputas
tavam adiantados e denunciando os que políticas e econômicas que antecederam o Avião “aquatizado“ no segundo distrito, década de 30. José
Chalub Leite
haviam abandonado o trabalho. início da 2º Guerra Mundial. Assim, um ano
depois da iniciativa do Interventor, chegava Pouco depois, Martiniano, já apelidado
Virgilio Esteves de Lima
ao Acre o hidroavião Taquary, que pousou de "O Bandeirante do Ar", envia João Dona-
11.12.1935 a 15.06.1936 no estirão do Bagé (onde hoje se encontra to Filho para o Rio de Janeiro, a fim de que
Avião Taquary PP-CAP década de 30. José Chalub Leite o Bairro Taquari), para delírio da multidão. se formasse como piloto.
Prefeito - 6 meses

10/05/1936 10/05/1936
É REALIDADE A LINHA AÉREA CORUMBÁ - ACRE Para esse estraordinario acontecimento contribuiu mixto de admiração e enthusiasmo, quando, cortando O movimento da cidade era indescriptivel; verdadeiro
Até que afinal tornou-se uma explendida realidade a decisivamente a energia moça e forte do Exmo. Sr. Dr. os ares virgens do céo acreano, evoluia sobre a cidade o borborinho de uma multidão em azáfama, dominava o
aspiração dos habitantes deste Territorio, que sempre Manoel Martiniano Prado, preclaro Interventor Federal, que, hydro-avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, que, em ambiente. Não exaggeremos affirmando que cerca de
ardentemente almejaram a sua ligação aérea com os grandes com a sua proverbial operosidade administrativa, trabalhou viagem de exploração e estudos para estabelecimento da duas mil pessoas enchiam as ruas da nossa metropole
centros civilizados do paiz. Após varios dias de espera, em intensamente junto às altas auctoridades da Republica e das navegação aérea neste Território, chegava a esta Capital. demandando ao local escolhido para a aquatisagem do
que por successivas vezes foi transferido por motivos varios, companhias de navegação aèrea, para a concretização desse Momentos antes, ás 10 e 30 minutos, hora local, apparelho. Ás 13 horas, mais ou menos, descortinava-se no
eis em fim realizado o vôo victoroso do hidro-avião "Taquary" anceio acreano. a sereia da "Usina Central Electrica" e o espoucar de horizonte o "TAQUARY" rumando em direcção á cidade e
da Syndicato Condor, enchendo de legitimo enthusiasmo a A CHEGADA foguetões, annunciavam a alviçareira nova da decollagem depois ao estirão do "Bagé", onde airosamente aquatisou e
população desta capital e inscrevendo na historia do Acre o Terça-feira ultima, 5 do corrente, a população do "TAQUARY" em Porto Velho, com destino ás paragens veio deslisando até o porto do Aprendizado Agricola.
nome dos seus arrojados e competentes conductores. riobranquense viveu instantes de um sentimento novo, acreanas. Jornal O ACRE - Órgão Official
56 57
E
m razão do Decreto-lei federal n.º
968 de 21 de dezembro de 1938 fo-
ram criados dois novos municípios
no Acre: Feijó e Brasília (atual Brasiléia),
desmembrados de Tarauacá e Xapuri,
respectivamente. Esta nova organização
não alterou o território do município de
Rio Branco.

Mapa do Território e Municípios em 1938. Atlas do Estado do Acre, 2008

58 59
Homens trabalhando na construção de bueiro, década de 40.
Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

Inauguração da estátua de João Pessoa na Praça da Bandeira, na Avenida Epaminondas Jácome, 24 de outubro de 1932. José Chalub Leite

E
m 1937, com o início do Estado Novo
e a Ditadura Vargas, os sonhos de de-
mocratização do Território caem por
terra. Com a nova Constituição, conheci-
da como A Polaca, as Câmaras Municipais
foram novamente dissolvidas e o novo In-
terventor, Epaminondas Martins, foi de-
clarado “executor do Estado de Guerra”.

Construção da Ponte 19 de Abril, localizada na Rua Benjamin Constant, década de 40. Relatório
do governador Luís Silvestre G. Coelho

Palácio Rio Branco, Obelisco e do lado direito a Escola 07 de


Setembro, década de 30. C.D.I.H.

Nilo Bezerra de Oliveira

15.06.1936 a 01.03.1941

Ponte 19 de Abril já concluída, localizada na Rua Benjamin Constant, década de 40. Relatório
Prefeito - 4 anos e 9 meses
do governador Luís Silvestre G. Coelho

10/01/1937 21/03/1937 04/07/1937 03/10/1937


CRÉDITO PARA AUXÍLIO ÀS PREFEITURAS ACREANAS. Os amigos correligionarios e admiradores de s. excia. o USINA CENTRAL ELECTRICA - A manutenção do serviço de HONESTA APLICAÇÃO DOS DINHEIROS PÚBLICOS.
(...) Consta na Lei Orçamentária para 1937, na verba sr. dr. Epaminondas Martins, estão preparando grandes illuminação publica da Usina, que custeada pelo municipio, O Prefeito Nilo Bezerra seguindo na tarefa que se propôs
referente a essa administração geral, o crédito de festas comemorativas da sua ascensão á governança do absorve uma vultosa somma, não é compensada por sua de marcar a sua passagem pelo governo deste município
460:000$000, destinado às prefeituras desse Território, Territorio, festas que serão realizadas depois da semana renda, que não chega a metade das despezas indispensaveis. com operosidade inimitável, verá terminadas pôr esses
como auxílio da União. santa.Já na semana passada tiveram logar duas festas Não é possivel ao gestor do municipio manter esse serviço dias as obras de embelezamento da praça Tavares de Lyra,
Jornal O ACRE - Orgão Official populares, sendo uma sessão cinematographica ao ar livre sem o auxilio do governo do Território. Apesar da crise de com um obelisco à memória dos heroicos soldados que
e um baile publico offerecido pelo prefeito Nilo Bezerra ás braços que difficulta a acquisição de lenha, e falta conducção tombaram sob a bandeira de Plácido de Castro e de um
classes trabalhadoras desta capital em um dos pavilhões em virtude da febre aphtosa que atacou os bois de carro, a coreto, com capacidade para cincoenta músicos.
do Quartel da F.P.T.A. Usina tem funccionado sem interrupção. Jornal O ACRE - Orgão Official
Jornal O ACRE - Orgão Official Jornal O ACRE - Orgão Official
60 61
Chegada do Governador Oscar Passos, 1941. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM

N
o final dos anos 30, o clima polí- ra, que provoca um princípio de repovoa-
tico no Brasil era de maior autori- mento dos seringais. Além disso, inaugura
tarismo e centralização. No Acre, o prédio dos Correios e Telégrafos, come-
vivia-se um período de intensos choques ça a construção de um Jardim de Infân-
partidários e posições violentas. Epami- cia e cria o Departamento de Geografia e
nondas Martins começou a perseguir Estatística - DGE. Assim, conquista certa
pessoas, mandando prender e torturar simpatia da população.
aqueles que julgava inimigos do Regime. Em julho de 1941, Oscar Passos, militar Antiga Prefeitura Municipal de Rio Branco, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

Mantendo-se alinhado com a Ditadura, gaúcho, foi nomeado no lugar de Epaminon-


em 1940 participa do Congresso de In- das Martins, e criou o Programa de Desen-
terventores, no Catete, sob a presidência volvimento da Agricultura, que seria muito
de Getúlio e, logo depois, realiza no Acre importante no pós-guerra. Apesar do curto
o Congresso das Municipalidades, reu- período em que ficou à frente do governo do Panorâmica da antiga Penitenciária e do
Quartel da Polícia Militar, década de 40. Deptº
nindo todos os prefeitos. Território, Passos desempenhou importante de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

De certa forma, Epaminondas benefi- papel político nos anos seguintes.


cia-se da crise gerada pela Segunda Guer- No fim de 42, Silvestre Gomes Coelho
assumiu o governo e permaneceu no posto,
até o pós-guerra. Propôs executar o “Pro-
Manoel Fontenelle de Castro Francisco Ângelo da Silva
grama de Soerguimento da Região” e dar
01.03.1941 a 13.03.1942 amparo imediato e decisivo à Batalha da 13.03.1942 a 18.04.1942
Borracha, em razão dos resultados positi-
Prefeito - 1 ano vos que esta trouxe para a economia local. Prefeito - 1 mês

02/02/1941 25/11/1941
Sobrevoou Rio Branco o Avião Escola, aparelho de instrução A "Decollage" teve lugar no campo "Santos Dumont", Nesse dia aconteceu uma tragédia que marcou para Um amigo do prisioneiro, Praxedes, escrevia cartas
do A.C.A. - O Governador Epaminondas Martins participou da ocupando a "Nacelle" de comando o Tenente Sérvulo de sempre a história de Rio Branco: o assassinato da jovem de amor de Lázaro para a professora mas não as enviava
Revoada - Está Aberta a Inscrição à Escola de Pilotos. Paula Machado, que efetuou o vôo de experiência sob os professora Rosalina da Silveira. e escrevia falsas cartas de resposta da professora para
Semana passada chegou a Rio Branco, enviado pelo Aero aplausos dos circunstantes e completo êxito. A seguir, o Dr. O autor do assassinato da professora, de apenas 19 Lázaro. Certo dia, ao circular na cidade a noticia do breve
Clube do Brasil, um avião escola destinado ao Aero Clube do Epaminondas Martins cruzou os céus de Rio Branco, em anos, chamava-se Lázaro e estava preso na Penitenciária, casamento de Rosalina, Lázaro, que trabalhava na capina
Acre, a fim de preparar a juventude acreana para formar na companhia daquele oficial aviador, inaugurando, assim, as que nessa época ficava no local da atual Prefeitura de Rio da rua junto com outros presos, tomado de ciúmes,
reserva aérea brasileira. atividades praticas da nossa Escola de Pilotos Civis. S. Excia. Branco. Ele tinha se apaixonado pela professora ao vê-la assassinou a professorinha com várias facadas na porta de
Trata-se de um aparelho de fabricação norte-americana teve otima impressão de vôo, considerando a estabilidade e todos os dias descendo a rua Getúlio Vargas, onde ela sua casa. Desde então o tumulo da Professora Rosalina é o
marca Potterfield, de dois lugares e duplo comando, próprio segurança oferecida pelo pequeno aeroplano. morava, em direção ao Grupo Escolar 7 de Setembro, ao mais visitado no cemitério da cidade.
para treinamento inicial. Jornal O ACRE - Orgão do Govêrno do Território. lado do Palácio Rio Branco.
62 63
A Batalha da
Borracha

D
urante a segunda guerra mundial
nenhuma matéria prima era mais
preocupante que a borracha. As re-
servas estavam tão baixas que o governo
americano decidiu que toda borracha dis-
ponível seria usada apenas pela máquina
de guerra. E a entrada do Japão no con-
Soldados da Borracha à caminho da Amazônia década de 40. Deptº de
flito significou o bloqueio definitivo dos Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

produtores de borracha asiáticos.


Esses acontecimentos levaram à assi-
natura dos Acordos de Washington, nos
quais cabia ao governo americano finan-
ciar a produção de borracha amazônica
e, ao governo brasileiro, encaminhar tra-
balhadores para os seringais. Tinha início
assim, em 1942, a Batalha da Borracha.
Aliciadores convenciam trabalhado-
Mapa ilustrativo das fontes de abastecimento de borracha, durante a II Guerra Mundial, Pierre Chabloz, década de 40
res a se alistar como soldados da bor-

D
racha, em todo país. Muitos jovens nor- as 60.000 pessoas que vieram
destinos tinham somente duas opções: para a Batalha da Borracha, nos
os seringais ou o front, para lutar con- Transportes de Soldados da Borracha à caminho da Amazônia década seringais amazônicos, de 1942 e
de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
tra os italianos e alemães. 1945, metade morreu. Enquanto que dos
Os que optavam pelos seringais, enfrenta- dições de alimentação e higiene destruíam a 20.000 brasileiros que lutaram na Itália
vam as péssimas condições dos alojamentos saúde dos trabalhadores. Os que chegavam morreram 454 combatentes. Ainda assim,
(verdadeiros campos de concentração) ao aos seringais já tinham uma dívida com o pa- os pracinhas viraram heróis, enquanto os
longo do caminho, uma vez que as más con- trão e não podiam sair se não a saldassem. soldados da borracha foram esquecidos.
Ainda assim, o aumento da produção
de borracha foi muito menor que o espe-
Adolfo Barbosa Leite Manoel Fontenele de Castro
rado. E, tão logo a guerra chegou ao fim,
18.04.1942 a 13.11.1942 os Estados Unidos cancelaram os acor- 13.11.1942 a 09.1944
dos, abandonando os Soldados da Borra-
Prefeito - 7 meses cha à própria sorte. Soldados da Borracha de partida para Amazônia, década de 40. Deptº Prefeito - 1 ano e 10 meses
de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Entre 15 e 19 de agosto de 1942 04/04/1943 14/05/1944


Qualquer americano já ouviu falar do bombardeio- Atlântico, e cerca de 1.500 mortes. Mas o "Pearl Harbor A LINHA AÉREA CUIABÁ - PORTO VELHO - RIO CASA “1º DE MAIO”. - No dia primeiro do corrente,
surpresa à base naval de Pearl Harbor, trauma nacional brasileiro" ocorreu entre 15 e 19 de agosto, quando BRANCO - CRUZEIRO DO SUL - Da diretoria dos Serviços foi inaugurada no bairro operário desta cidade, um
que jogou os EUA na 2ª Guerra Mundial. Mas poucos 7 embarcações brasileiras foram afundadas na costa Aéreos Cruzeiro do Sul, ex-Serviços Aéreos Condor, estabelecimento comercial de propriedade da Srª. A. M.
brasileiros sabem que, em 1942 o Brasil também entrou do Nordeste pelo mesmo submarino alemão, o U-507. recebeu o Sr. governador, a comunicação: Rio, 1º - Cel. Tinôco, esposa do Sr. Lauro Tinôco, diretor da Autarquia
no conflito por causa de ataques em alto-mar. Apesar No dia 17, os nazistas chegaram a afundar um navio e Luiz Silvestre Gomes Coêlho, governador do Acre, Rio Administrativa, serviço de produção industrial.
de oficialmente neutro, o Brasil fornecia borracha para também o cargueiro que veio prestar socorro. "Houve Branco. Temos satisfação de comunicar a vossência haver A doação, á cidade, de mais esse estabelecimento
a indústria bélica americana. As retaliações alemãs campanha nacional para que o presidente Getúlio Vargas sido assinado ontem o contrato para a execução da linha comercial vem demonstrar o desenvolvimento que a
começaram em 15/02/1942, quando o navio mercante respondesse aos ataques." Cinco dias depois, o Brasil aérea Cuiabá - Porto Velho - Rio Branco - Cruzeiro do Sul. capital está tomando nestes últimos tempos.
Buarque foi afundado perto da Flórida. Até o fim da declarava guerra à Alemanha e seus aliados. Atenciosas saudações - Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul Ltda. Jornal O ACRE - órgão Oficial do Governo do Território.
guerra, em 1945, seriam mais 36 afundamentos no Revista SUPER INTERESSANTE Jornal O ACRE - Órgão Oficial
64 65
portanto, de um grande momento de eu-
foria e acabava com o secular isolamento
em que viviam as populações das cidades e
florestas. Agora, até os seringueiros podiam
acompanhar, tal como os moradores do Rio
de Janeiro, as novidades da Grande Guerra.
Essa nova realidade era tão avassala-
dora, que logo foi instalada em Rio Branco
a primeira estação radiofônica: a pioneira
ZYD-9, Rádio Difusora Acreana, que logo
ficou conhecida como a “Voz das Selvas”. Grupo de moças na Praça João Pessoa,1942. Deptº de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM
O trabalho empreendido para a insta-
lação da rádio foi grande, mas concluído
Inauguração da Rádio Difusora Acreana em 1944. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM rapidamente, pois em 07 de agosto de
1944, o Acre já testemunhava a primei-

A
década de 40 estava começando, ra transmissão experimental da Rádio
quando os primeiros rádios recep- Difusora Acreana. No dia 25, pouco tem-
tores chegaram às cidades e se- po depois, a Voz das Selvas iniciava seu
ringais mais importantes do Acre. E essa funcionamento regular, passando a trans-
não era uma época qualquer. A Segunda mitir diariamente, entre outras coisas, as
Guerra Mundial atingia duramente os ali- últimas notícias da Força Expedicionária
cerces do mundo civilizado. A Amazônia Brasileira no front da Guerra Mundial, e a
voltava a ter papel estratégico no forneci- cotação internacional da borracha.
Procissão em frente a igreja de São Sebastião. Década de 40. FGB - PMRB
mento de borracha para o esforço de guer- Apesar desse bom início, dificuldades
ra. Mais uma vez, o Acre conhecia o desen- técnicas fizeram com que a Rádio Difu-
Lancha A Limitada no Rio Acre, década de 40. Museu da Borracha
volvimento econômico e social, depois de sora ficasse algum tempo fora do ar. Fo-
trinta anos de abandono e decadência. ram necessários, então, alguns trabalhos
A Batalha da Borracha trouxe para o de remodelação técnica da ZYD-9 que,
Acre milhares de nordestinos, vultosos in- em maio de 1947, voltou a preencher os
vestimentos e, principalmente, esperança céus amazônicos com suas transmissões.
no futuro. A chegada dos rádios fazia parte, O que possibilitou uma inédita integração
de todo Acre, a partir de Rio Branco.

Adolfo Barbosa Leite Ismael Gomes de Carvalho

09.1944 a 08.1945 08.1945 a 20.11.1945


Alunos do Grupo Escolar 24 de Janeiro. Isnard Leite
Lancha A Limitada, ancorada nas margens do Rio Acre, vendo-se
Prefeito - 1 ano ao seu lado direito a Rua Eduardo Assmar, década de 40. Museu da Prefeito - 3 meses
Borracha

21/01/1945 11/03/1945 11/03/1945 19/04/1945


SOCIEDADE RECREATIVA TENTAMEN - INTEGRAÇÃO RIO BRANCO DE PARABÉNS - Dentro de poucos dias, Cont. COMISSÃO DA CRUZEIRO DO SUL VEIO VER CAMPOS
DE QUOTAS - De ordem do sr. Presidente, convidam-se os deverá circular nesta cidade, O PRIMEIRO AUTO-ÔNIBUS. coveiculos dessa natureza venham aparecer posteriormente DE POUSO DO ACRE - A direção-geral dos Serviços Aéreos
srs. signatários do LIVRO DE INSCRIÇÃO para admissão Rio Branco já reclamava uma medida deste jaez, dada a para que então sintamos melhormente servidos e a par Cruzeiro do Sul Ltda, attendendo a solicitação do Governador
ao quadro de sócios PRIVILEGIADOS desta SOCIEDADE, sua evolução, e mesmo, por que as zonas mais habitadas da marcha progressiva da nossa capital. O povo confiam do Território, no sentido de serem restabelecidos os voos
a integralizar suas respectivas QUOTAS DE PRIVILÉGIO, da capital, se acham encravadas nos bairros longinquos que não se trate de uma coisa efemera, e sim duradoira. regulares dos aviões, interrompidos há pouco tempo,
nos têrmos do art. 12 dos vigentes Estatutos, sob pena do perimetro urbano. O ônibus deverá ter como itinerário Parabéns, povo de Rio Branco: concretiza-se mais uma das mandou ao Acre uma comissão de Técnicos e Funcionários,
de caducidade das contribuições já efetuadas, ex-VI do viagens cujo PONTO DE PARTIDA SERÁ A RUA 6 DE tuas aspirações. que, em avião especial, fêz a vistoria dos campos de pouso
paragrapho único do mesmo artigo. AGOSTO e PONTO TERMINAL, O BAIRRO 15. Destarte, Jornal FOLHA DO ACRE de todos os municípios acreanos. O comandante do avião da
Jornal FOLHA DO ACRE - Periódico independente - Porta- resta-nos esperar que essa medida louvavel da FIRMA J. Cruzeiro deu como praticáveis todos os campos da rota.
Voz das aspirações coletivas P. SANTOS & CIA, não se limite a um ônibus e que vários Jornal O ACRE.
66 67
A
década de 40, não foi um perío-
do de grandes investimentos em
Rio Branco, ou nas outras cidades
acreanas. Por um motivo óbvio: todos
os olhares e investimentos estavam vol-
tados para os seringais, que voltaram a
ser objeto de cobiça e fortuna rápida. De
qualquer modo, Rio Branco beneficiou-
se com o clima geral de otimismo, maior
circulação de dinheiro e de gente. Nessa
época, houve até aumento de salário para
os funcionários públicos.
Usina de beneficiamento de castanha no Bairro XV, década de 40. Revista Comemorativa do Centenário de Rio Branco Mestre Daniel Pereira de Mattos, década de 40. Deptº de
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Bairro da Empresa, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A
repentina e inesperada prosperi-
dade que atingiu todo Acre, mo-
vimentou as cidades acreanas. A
Usina de Castanha do bairro 15 transfor-
mou-se em alojamento para soldados da
borracha, em trânsito para os seringais.
Muitos nem chegaram a ir, permanecen-
do na cidade, para trabalhar.

Jayme de Mendonça

20.11.1945 a 03.12.1945
Antiga Rua 24 de Janeiro, no 2º Distrito, década de 40. Deptº de Panorâmica do Palácio Rio Branco, década de 40. Deptº de Vista da Penitenciária e do lado direito o Quartel da Policia Militar,
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Patrimônio Histórico e Cultural - FEM década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Prefeito - 13 dias

07/05/1945 06/08/1945 30/09/1945 18/11/1945


ACABOU A GUERRA À espera de “Little Boy” - Hiroshima. Início de mais um INICIADOS OS ESTUDOS PRELIMINARES PARA A AVISO:
Anunciada oficialmente a rendição de todos os exércitos dia de incerteza na cidade. Programas de evacuação já INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO EM RIO BRANCO. Aiache & Irmão, ex-arrendatários do "HOTEL MADRID",
alemães. Doenitz ordenou a cessação da luta. A emissora haviam reduzido o número de habitantes da cidade de No dia 24 do corrente, ás 15 horas, teve logar á Praça informam a quem interessar possa que extinguiram sua
de Fiensburgo anunciou que a Alemanha capitulou, e que 380 mil para cerca de 245 mil. Em poucas horas, o local da Bandeira a fixação das bases de triangulação desta capital, firma e todo aquele que se julgar credor da mesma, pode
o novo Fuchrer, o Grande Almirante Doenitz, ordenou “a será cenário da tragédia que marcará para sempre a em serviço preliminar para a instalação de água e esgoto. A procurar o senhor Assem Aiache, Vila Carmélia, á rua 24
rendição incondicional de todas as forças alemães” História. O bombardeiro americano Enola Gay está voando solenidade foi presidida pelo Gov. Silvestre Coelho e contou de janeiro, nesta cidade.
para lá carregando “Little Boy” (Garotinho), primeira com a presença de autoridades, funcionalismo e muitos Jornal FOLHA DO ACRE - Periódico Independente - Porta
Jornal O GLOBO bomba atômica a ser despejada sobre seres humanos. representantes de classes, que deu aspecto impressionante a Voz das Aspirações Coletivas.
mais essa iniciativa da atual administração territórial.
Jornal O GLOBO FOLHA DO ACRE
68 69
Vista da Ponte Metálica em construção,
catraia e vapor, década de 60

A expansão da cidade

1946-1970

U
ma vez terminada a Grande
Guerra e a Batalha da Bor-
racha, era hora de encon-
trar novos rumos. A longa crise
da borracha bem poderia voltar
novamente, e Rio Branco não ca-
bia mais no estreito espaço dos
1º e 2º Distritos. Tempo de gran-
des transformações, portanto.

70 71
O
Governador Oscar Passos havia
efetivado, em 1942, a compra das
terras remanescentes do antigo
Seringal Empreza, ao norte da Avenida
Ceará, onde a cidade acabava então. O
plano era implantar colônias agrícolas no
entorno da cidade. Entretanto, até 1945
todas as atenções estavam voltadas para
os seringais. Por isso, o novo projeto de
colonização, organizado pelo Engenhei-
ro Pimentel Gomes, teve que esperar um
momento mais propício para sua efetiva
implantação, ficando restrito a duas colô-
nias instaladas em 1943: São Francisco e
José Guiomard Santos, na sua posse como Governador do Território
Apolônio Sales, esta última ainda esteve do Acre,1946. C.D.I.H.
por alguns anos abandonada.
Só com o fim da Batalha da Borracha e
o princípio do Governo Guiomard Santos,
em 1946, teve início a implantação das di-
versas colônias agrícolas em terras do an-
tigo Seringal Empreza, num processo que
se estendeu do final dos anos 40 à década
de 50. Mas, não apenas isso ocorreu. Nes-
se mesmo período, uma parte das terras do
Seringal Empreza, ao norte da atual Aveni-
da Ceará, foi definida como “Zona Amplia- Governador Guiomard Santos e autoridades em um jantar no Palácio Rio Branco em comemoração à Sagração do Bispo Dom Julio Mattioli, década de 40.
Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
da”, incluindo uma “área suburbana”, e divi-
dida em lotes, para o futuro crescimento da Festividade em frente ao Palácio Rio Branco, posse do Gov. José
Guiomard Santos, 14/02/1946. C.D.I.H.
área urbana da cidade.
Com isso, o governo do Território Fede- trabalhadores, motivados pelo fim da Bata-
ral do Acre tentava estancar a partida de lha da Borracha, e evitar uma nova crise de
despovoamento. Por isso, em diversas colô-
nias agrícolas foi instalada uma infraestru-
Francisco Custódio Freire
tura básica, com escolas, núcleos mecani-
13.05.1946 a 02.01.1948 zados para beneficiamento da produção e
postos de saúde, a fim de dar suporte aos
Prefeito - 1 ano e 8 meses colonos e suas famílias. O governador Tenente-Coronel José Guiomard Santos, assinando com
o Ministro da Educação e Saúde, Dr. Clemente Mariani, o primeiro
Visita do Gov. de São Paulo Ademar de Barros, década de 40. C.D.I.H.

acordo para construções rurais no Território, década de 40. C.D.I.H.

03/11/1946 03/11/1946 de todos os tempos


ATENÇÃO!!! ATENÇÃO - Quereis descobrir alguma coisa que vos Cont. Miserabilidade - Era quando Rio Branco tinha só duas
Acabam de chegar a esta cidade Madames Maruja e Flora. preocupa? Quereis fazer voltar para vossa companhia MARUJA - também beneficia campos de pastagens farmácias, uma no 1º e outra no 2º Distrito, esta do Nilo
Procurem pois, homens e mulheres, ricos e pobres, as quem de vós se tenha separado? Quereis destruir algum afugentando cobras venenosas, fazendo a cura em pessoas Bezerra. O manipulador dos produtos era o Nilson Bezerra.
madames. Os Misterios da vida humana em cartomancia e mal que vos perturba? Quereis alcançar bom emprego e mordidas, aplicando o tratamento completo. Duma feita, entra na Farmácia Acreana um seringalista com
chiromancia. Madame Maruja é vidente e fala ingles, francês, prosperidade? Quereis facilitar algum casamento difícil? Rua 6 de Agosto, Nº 451. uma receita onde previa-se estricnina em miligramas de
holandez e castelhano. Quereis curar alguém do vício da embriaguez? E outras que Jornal O ACRE - órgão Oficial do Governo do Território peso. Nilson pesava o alcalóide letal com uma meticulosidade
INTERESSANDO PORTANTO A TODOS! estiverem em desejo de obter e também tratar de qualquer de enfadar, sob as vistas do seringalista que não se conteve
Procurem hoje mesmo a Mme. Maruja: assunto. Nada de Charlatanismo! e reclamou: Não seja miserável, seu Nilson, ponha mais um
Todos á casa de Mme. Maruja que ela responderá com Procure imediatamente Mme. Maruja que lhe facilitará tudo pouco, isto é para um pobre coitado do meu seringal.
precisão a qualquer de suas perguntas. É diplomada. isto, dada a sua inteligência e a sua moral individual. Tão Acre – Zé Leite
72 73
Vapor desembarcando máquinas, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico Frota fluvial do governo acreano, doada pela União em 1946. Relatório fotográfico do
e Cultural - FEM governo de Guiomard Santos

G
uiomard Santos transformou Rio posteriormente cresceria em importância.
Branco, tão ou mais profundamen- Por outro lado, a quantidade e varieda-
te do que Gabino Besouro e Hugo de de máquinas e veículos adquiridos nesse
Avião Douglas C – 47, década de 40. FGB - PMRB
Carneiro, tornando-se um dos maiores período foi muito importante para a reali-
responsáveis pela cidade que conhece- zação dos planos de desenvolvimento local.

O
governador Guiomard Santos foi mos. Foi na gestão de Guiomard Santos, Aviões para transportar a produção acrea-
responsável também por um gran- por exemplo, que se construiu o “Ipase”, o na, tratores e máquinas agrícolas, diversas
de programa de obras públicas, primeiro conjunto residencial da cidade, lanchas e barcos para carregar a produção
que alterou mais uma vez a paisagem de inaugurando os conjuntos residenciais, agrícola do campo para as cidades, além de
Rio Branco, bem como de outras cidades um modelo de intervenção urbana, que automóveis e caminhões.
acreanas. O Aeroporto Salgado Filho (Ae-
roporto Velho), a Maternidade Bárbara
Frota de carros, adquiridos no governo de Guiomard Santos, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Heliodora, o Colégio Presidente Dutra,
foram algumas das novas realizações de
Avião na pista de pouso da Estação do Aeroporto Salgado Filho 1948. FGB - PMRB
Guiomard Santos, além da conclusão das
obras do Palácio Rio Branco e da reforma
do prédio da antiga Penitenciária, que foi
transformado no Hotel Chuí.
A isso tudo se somava a implantação
de infraestrutura voltada para a produção,
como a “Cerâmica” que produzia telhas, ti-
jolos e pisos para a construção civil; a “Esta-
ção Experimental”, que produzia sementes,
mudas e repassava técnicas de cultivo; o
“Aviário” que produzia e distribuía aves, suí-
nos e até abelhas para os colonos; a “Fazen-
Batismo do Avião bimotor Barão de Mauá, à direita do Governador Guiomard Santos o
da Sobral” responsável pelo fornecimento
Deputado Hugo Carneiro, 1948. C.D.I.H. de matrizes bovinas e equinas.

01/12/1946 18/05/1947 03/08/1947 20/07/1948


TEATRO ESCOLA DO ACRE - Sob o patrocinio do A SEMANA MAIS UM AVIÃO PARA O ACRE - Noticias de Brasília UM "PAULISTINHA" PARA O AÉRO CLUBE DE RIO
Departamento de Educação e Cultura, por estes dias o Estão ultimados os serviços de remodelação técnica da transmitiram o batismo, em solenidade, mais 1 avião BRANCO - Depois de alguns dias de permanência em
TEATRO ESCOLA DO ACRE encenará a grande peça de rádio-difusora ZYD-9, que de treinamento que acaba de aquinhoar o Aéro Clube Brasília , a tripulação da F.A.B. que trouxe as 1ª cabeças
Florence Barclay, em quatro atos, O ROSÁRIO, com um voltou ao ar, há dias para gaudio de seus numerosos do Acre. É um aparelho do tipo dos já empregados de gado Zebú, voltou a Uberaba afim de transportar o
elenco de primeira ordem. ouvintes. no preparo dos aéro-pilotos, que recebeu o nome de restante dos bois que lá estavam. Anteontem aterrizou
Aguardem esse grande sucesso do TEATRO ESCOLA DO Jornal O ACRE – Orgão Official. "Guatemalá". Desta forma, conta o Aéro Club com mais de novo em Rio Branco o ten. Pedro Melo, no gigantesco
ACRE. um avião que irá dispor da habilitação de aviadores de C-46 além de 8 cabeças de gado, mais 2 aviões
Jornal O ACRE - Orgão Official que necessita o Acre para a solução do problema de "Paulistinhas" sendo 1 para o aero-clube de Porto Velho e
transporte. outro para o aero-clube de Rio Branco.
Jornal O ACRE – Orgão Official. Jornal O ACRE – Orgão Official.
74 75
E
ntre 1946 e 1950, Rio Branco pas-
sou a ter muitas características que
seriam desenvolvidas e fortalecidas
nas décadas subsequentes. As colônias
agrícolas e os novos órgãos instalados pelo
governo territorial serviram como novos
pontos de atração e fixação urbana. A Ce- Sede da colônia agrícola Estação Experimental, 1946-1948. Relatório
fotográfico do governo de Guiomard Santos
râmica, o Aviário, a Estação Experimental,
o Aeroporto Velho, a Fazenda Sobral, as
colônias São Francisco, Apolônio Sales,
Solenidade cívica em frente ao Palácio Rio Branco, década de 40.Deptº de Patrimônio
Dias Martins, entre outras, deram origem a Histórico e Cultural - FEM

alguns dos atuais bairros da cidade, reve-


lando os fluxos e processos sociais, a que a
cidade esteve sujeita, desde então.
Do ponto de vista da ordenação territo-
rial, pode-se dizer que, a partir desse perío-
do, o 2º Distrito começou a ser finalmente Rodovia Rio Branco - Abunã, 1946/1948. Album do Território Federal do
Acre
Verdura das hortas do Departamento de Produção, 1946-1948. Relatório
fotográfico do governo de Guiomard Santos
superado, em importância, pelo 1º Distrito.
Ao mesmo tempo, a cidade passou a ter vá-
rios pontos de expansão simultâneos. Cada
colônia agrícola tornou-se um “centro de
expansão” e, entre esses centros, permane-
ceram espaços não ocupados, recentemen- Colonos e seringueiros juntos com o governador Guiomard Santos, 1946-1948. Relatório
fotográfico do governo de Guiomard Santos
te denominados “vazios urbanos”.

Máquinas do governo do território realizando abertura de estrada, década Campo Experimental Agrícola José Guiomard Santos, década de 40. Deptº
de 40. C.D.I.H. de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Sede administrativa do aviário de Rio Branco, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo Aviário de Rio Branco, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos Embarque de borracha laminada pelo processo Arantes para São Paulo, Criação de gado da Fazenda Sobral, 1946-1948. Relatório fotográfico do de
de Guiomard Santos 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos Guiomard Santos

Em 1948 Em 1949
REPRIMENDA - O Inspetor de ensino Clio Rodrigues para a faixa “Salve a Profª. ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS - Para ter acesso Preenchida a ficha, fica registrado o seu nome e
Leite dirigia-se ao 2º Distrito onde seria inaugurado Maria Angélica de Castro”. a um lote o colono se apresenta diretamente ao a composição de sua família. Uma vez cumpridas as
o Grupo Escolar “Profª Maria Angélica de Castro”, administrador do seringal Empresa, ou a seção de exigências preliminares, o colono fica assistido pelo
educadora mineira que o governador territorial José - Mande tirar daí. Não admito que chamem a Colonização e manifesta o seu desejo, pedindo administrador do núcleo, pelo enfermeiro e pelos
Guiomard Santos trouxe para o Acre. professora Maria Angélica de Castro terras para a agricultura e para a extração da borracha. agrônomos do Fomento da Produção Vegetal e da Seção
Era o dia 15 de outubro de 1948. Muitas faixas, de Profa! Não admito desrespeito! O requisito solicitado é que o colono prove a sua de Colonização.
alunos uniformizados. identidade. Uma vez aceito, ele obtém o seu lote e um
Recebido pela diretora do novo estabelecimento Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite ano depois é verificada a sua produção, sendo-lhe então Estudo Geográfico do Território do Acre
escolar, belíssimo prédio em alvenaria, a Profª concedido o título provisório. O colono tem direito de
Clarisse Fecury, o inspetor recriminou-a, apontando escolher a colônia do núcleo em que deseja trabalhar.
76 77
Usina mecânica, do General Gabino Bezouro ao ser fundado o Território, Usina mecânica, 1948. Dept°de Patrimônio Histórico e Complexo industrial produz: cerâmica telhas planas, ladrilhos e manilhas, Amostra de ladrilhos coloridos fabricados na cerâmica do governo, 1946-
1948. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Cultural - FEM 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos 1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Departamento de Saúde Publica, 1948. Deptº de Patrimônio S.E.S.P – construída e inaugurada em 1948. Relatório fotográfico do Maternidade e Clínica de Mulheres Bárbara Heliodora inaugurada em 07
Histórico e Cultural - FEM governo de Guiomard Santos Mulheres em um dos corredores daMaternidade Bárbara Heliodora,1950.
de setembro de 1950. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Antigo prédio da Imprensa Oficial, construído primeiramente em madeira,


Sede da Imprensa Oficial, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo Aeroporto Salgado Filho à direita o conjunto de luz e água 1948. Dept°de Aeroporto Salgado Filho, no período de alagação, década de 40. Deptº de
1948. Museu da Borracha
de Guiomard Santos Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Central Elétrica de Rio Branco, década de 40. C.D.I.H. Delegacia do 2°Distrito de Rio Branco, década de 40. Deptº de Colônia Penal, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico
Central Elétrica ampliada, década de 40. Deptº de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM Patrimônio Histórico e Cultural - FEM e Cultural - FEM

de todos os tempos Em 1948 01/08/1948


SURREALISMO VIAJANTES - Visitou esta capital, na semana finda, a LANÇADA A PEDRA FUNDAMENTAL DA FUTURA onde foi lançada a primeira pedra do majestoso templo
Padre José encontra-se com o pintor primitivista Hélio senhora Eunice Weaver, presidente da Federação das CATEDRAL DE RIO BRANCO que se erguerá nesta cidade, ao lado do Palácio Rio
Melo, puxam papo, entram em terreno de amplo domínio da Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra O tempo, que até estão foi absolutamente favorável á Branco, ali teve lugar esse auspicioso acontecimento, que
dupla: a Lepra, que veio inspecionar as obras da construção do realização de todo o programa traçado por um instante encheu de júbilo todos os acreanos.
PADRE JOSÉ – Hélio, eu minto muito mais do você. Preventório para filhos de hansenianos, que está sendo quase prejudicou o lançamento da pedra fundamental da Na ocasião discursaram em alusão ao acontecimento,
HÉLIO – Mas você fez curso, eu não fiz! realizada nesta capital por aquela Federação. A ilustre futura Catedral da cidade de Rio Branco, levada a efeito às d. Bertoldo Büchi, bispo de Cochabamba, que oficiou a
dama que foi hóspede do casal major José Guiomard dos 17 horas do último domingo, perante enorme multidão. cerimônia da benção da pedra fundamental, e o dr. Mário
Santos, regressou pelo mesmo avião à capital do país. Contudo, apesar da chuva iminente, o brilho dessa de Oliveira, ilustre procurador regional da República em
Jornal O ACRE – Orgão Official cerimônia não foi diminuído. nosso Território.
Conduzido, em procissão, o SS. Sacramento, até o local Jornal O ACRE
78 79
Gabinete dentário Grupo Escolar Presidente Gaspar Eurico Dutra, década de 40. Alunos do Ginásio Acreano, em classe. Sala de ciências Grupo Escolar Presidente Eurico Gaspar Dutra, década de 50. Instituto de Instituto Getúlio Vargas, localizado na Avenida Benjamin Constant,
C.D.I.H. naturais, década de 40. C.D.I.H. Geografia e Estatística década de 40. C.D.I.H

Alunos perfilados em frente ao Grupo Escolar 24 de Janeiro, Escola Maria Angélica de Castro, localizada na rua 24 de Janeiro
1948. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM no 2º Distrito, década de 40. C.D.I.H.
Escola Rural Pimentel Gomes, na Colônia São Francisco. década de 40. Escola rural Pimentel Gomes, na Colônia São Francisco, década de 40.
C.D.I.H C.D.I.H

Alunos da Escola Infantil Menino Jesus, no refeitório, década de Escola Infantil Menino Jesus, inaugurada em novembro de
40. C.D.I.H. 1949. C.D.I.H.
Escola rural Clinio Brandão na Colônia Gabino Bezouro, 1948. C.D.I.H Escola rural Clinio Brandão na Colônia Gabino Bezouro, década de 40.
C.D.I.H
Prof. Maria Angélica de Castro, década de 40. C.D.I.H.

O
utro aspecto importante desse
período foi o enorme avanço na
Jorge Félix Lavocat
educação pública, que se expandiu
02.01.1948 a 23.09.1952 tanto na quantidade de escolas, quanto
na qualidade do ensino oferecido aos es-
Prefeito - 4 anos e 8 meses tudantes. Escola rural Dom Bosco, Engenho Independência. Escola Monte Castelo, na Colônia Apolônio Sales, década Colônia Riozinho, escola rural Afrânio Peixoto, década de 50.
década de 40. C.D.I.H de 40. C.D.I.H. C.D.I.H.

26/12/1948 23/01/1949 28/08/1949


CINE - TEATRO RECREIO. EM VESPERAL: O maravilhoso CARTAZES DE HOJE CINE BIRIBINHA - No cartaz Beneficiada a Capital do Território com Importante uma coleção de 14 plantas do conjunto da cidade de Rio
e emocionante filme EVOCAÇÃO, com Irene Dunne e Alan desta popular casa de diversões está o filme O MUNDO Serviço. A Planta Topográfica e Cadastral da Cidade de Branco, com todos os seus detalhes, e uma planta geral
Marshall. É MEU, um colossal drama estrelado por Ida Lupino e Rio Branco entregue à Prefeitura. Valiosa doação vem de da cidade em secções, e onze pastas contendo o fichário
EM SOIRÉE: - Estréia da celebrada comédia O FANTASMA DE Léo Carrilho. No decorrer da semana será focalizado ser feita pelo governo do território à Prefeitura municipal completo de todos os imóveis existentes nas quarenta
CANTERVILLE, com Charles Laughton, Robert Younge e a a sensacional pelicula ANJO PERDIDO com Margaret de Rio branco, com a entrega da documentação completa e duas avenidas, ruas, praças e estradas que dividem a
famosa garota Margaret O’Brien. O'Brien e grande estrelinha da tela. relativa ao levantamento topográfico e cadastral da Cidade. Fica por essa forma a Prefeitura de Rio Branco
DURANTE A SEMANA: - Revesamento dos filmes em Aguardam o lançamento no mês de fevereiro, do cidade de Rio Branco, efetuado por iniciativa da atual tecnicamente aparelhada para um perfeito conhecimento
andamento. empolgante seriado O FANTASMA, exclusivamente no administração e cujos serviços especializados foram dos imóveis existentes na Cidade com os característicos de
Jornal O ACRE - Órgão Oficial BIRIBINHA. contratados com o escritório de serviços de Engenharia cada um em todos os seus detalhes.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial Ltda. do Rio de Janeiro. Essa documentação consta de Jornal O ACRE - Órgão Oficial
80 81
Centro de Rio Branco, ao fundo Hotel Chuí, década de 40. Deptº de Avenida Getúlio Vargas, ao fundo o Hotel Chuí em construção e do lado
patrimônio Histórico e Cultural - FEM direito o Quartel da PM. década de 40. C.D.I.H

Palácio Rio Branco durante obras de reforma no governo de José Guiomard Santos, Palácio Rio Branco, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
década de 40.Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista da área onde hoje é a Praça Rodrigues Alves, ao fundo o Grupo Destaque da Fachada do Hotel Chuí, década de 40. Deptº de patrimônio
Escolar Presidente Dutra, década de 40. Washington Luiz de Freitas Histórico e Cultural - FEM

Praça Eurico Dutra, Bar Municipal e ao fundo o Palácio Rio Branco,


década de 40. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Bar Municipal, localizado na Praça Eurico Dutra, década de 50. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas - IBGE

Maternidade Barbara Heliodora inaugurada no dia 07 de Setembro Sede social do Rio Branco Futebol, localizada na Avenida Getúlio Vargas,
de1950. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM no centro de Rio Branco. IBGE

Jardim localizado atrás do Palácio Rio Branco. Deptº de patrimônio Histórico Vista frontal do Palácio Rio Branco, do Obelisco e da Fonte Luminosa, década de 50.
e Cultural - FEM Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Conjunto residencial, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Hospedaria do Governo, construída para instalar os técnicos e
Cultural - FEM funcionários, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

02/10/1949 de todos os tempos


INAUGURADA A PRAÇA RODRIGUES ALVES. a colaboração do tenor Rosalvo Giugni e da Banda de Música Propaganda funérea - Aviso pregado na parede do boteco Padre José - E aquela do macaco duro de morrer?
Constituiu um belo espetáculo, a inauguração, no último da Guarda Territorial que esteve num de seus melhores dias, Cabana da Vovó – nem sei se ainda existe –, no bairro Quinze: Um macaco levou um tiro na cabeça e despencou ao
sábado, da praça Rodrigues Alves, recentemente ajardinada e executando magnificos números de seu repertório. "Faleceu nesta casa o Companheiro Fiado, deixando viúva chão, com a caixa craniana inteirinha e fugiu velozmente
que se transformou no mais belo logradouro público da capital Às 23 horas teve inicio o baile oferecido à sociedade acreana Dona Conta e seus três filhos Toma Nota, Bota no Prego e trepando numa árvore. Ao sentir um frio terrível na
acreana. O ato inaugural constou da benção da nova praça, nos salões da Guarda Territorial e que terminou somente às Pago Depois. A família enlutada pede não falar no nome cabeça e ao passar as mãos nela percebeu que estava
tendo em seguida discursado o Exmo. Sr. Major Raimundo primeiras horas do dia seguinte. do falecido, que apesar de bem enterrado ainda ronda este sem o cocuruto. Imediatamente voltou ao local onde fora
Pinheiro Filho, Secretario Geral do Governo e a quem estiveram A todas as solenidades estiveram presentes o Exmo. Sr. boteco". baleado, catou ligeiro pelo chão, recolheu o tampo, passou
entregues os serviços ali realizados. Foi oferecido ao público um Governador do Território e sua Exma. Esposa e todas Tão Acre – Zé Leite cuspo e colou no crânio, sumindo imediatamente. Não
magnifico programa de cantos, recitativos e bailados, alusivos à autoridades locais. sofreu nada mais, só o susto.
primavera e do qual participaram os escolares da cidade, com Jornal O ACRE - Órgão Oficial Tão Acre – Zé Leite
82 83
Bar Vitória, localizado próximo à antiga Praça Plácida de Castro, no 2º Distrito ao lado da descida do porto do Jabuti, década de 50. Agnaldo Moreno Carnarua, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

I O
mportante lembrar que o pós-guerra Acre conheceu então uma época de
foi caracterizado pela redemocratiza- polarização entre dois grandes parti-
ção do país. O fim da Ditadura Vargas dos políticos. De um lado, o PTB de
e a Constituição de 1946 garantiram a Oscar Passos; do outro, o PSD de Guiomard
volta das liberdades democráticas, com a Santos. Estes dois ex-governadores domi-
reorganização dos partidos e a ocorrên- navam, então, o cenário político acreano.
cia de eleições, em diversos níveis. Entre Ambos foram eleitos, sucessivas vezes, De-
1948 e 1952, Rio Branco viveu tempos putados Federais. Por outro lado, os novos
de relativa estabilidade na administração governadores nomeados começaram a de-
municipal, de modo que o Prefeito Jorge monstrar maior preocupação com a neces-
Félix Lavocat foi o primeiro a ficar à fren- sidade da abertura de estradas, que interli-
te do município durante quatro anos. Catraias no porto do jabuti, ao fundo o barracão do Seringal Empreza (seu último
morador foi o Sr. Mariano), década de 50. Agnaldo Moreno
gassem as cidades e vilas acreanas. Barco com propaganda eleitoral de José Guiomard Santos, 1946. C.D.I.H

Igreja São Sebastião, década de 50. Carneiro de Lima Lanc. Da pedra fundamental da igreja N.S. da Conceição, Palco para a cerimônia de Sagração do Bispo Dom Julio Porto das tamarineiras, Rex Bar alagado, 1950. Deptº de Casas Comerciais do Segundo Distrito de Rio Branco, década Beiruth Futebol Clube, década de 40. Deptº de patrimônio
década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Mattioli, década de 40. Deptº de pat. His. e Cultural - FEM patrimônio Histórico e Cultural - FEM de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Histórico e Cultural - FEM

09/07/1950 28/01/1951 13/05/1951 19/08/1951


ATOS DO GOVERNO DO TERRITÓRIO DECRETA: VERBAS PARA IMPORTANTES OBRAS NESTA CAPITAL. ESPORTES ACREANOS - A terceira partida foi entre ABASTECIMENTO D' ÁGUA NA CIDADE. - S. Excia. O
Art. 1º - Fica denominado para todos os efeitos "Hotel Chui" Por interferencia do deputado José Guiomar dos Santos "Bangú x "6 de Agosto", dois novatos no futebol acreano. Sr. Governador Amilcar Dutra de Menezes reuniu, em seu
O próprio territorial sito à praça Rodrigues Alves, nesta veem de ser consignadas e aprovadas no orçamento As duas equipes se apresentaram de igual para igual e não Gabinete, os Srs. Major Dehork de Paula, Secretário Geral
capital, reconstruido e aparelhado recentemente por esta de 1951 as verbas iniciais para a construção de varias houve superioridade de um sobre o outro, apenas o Bangú do Governo; Sr. Jorge Lavocat, Prefeito Municipal de Rio
administração para o fim especial de servir de hotel da importantes obras nesta capital, entre elas os serviços lutou muito e soube aproveitar melhor as oportunidades, Branco e o Dr. Otacilio Gonçalves, Diretor do D.O.V., afim
cidade. de abastecimento d' água de Rio Branco, o inicio da tanto assim que conseguiu os tentos que lhe valeram de examinarem solução inadiável e urgente do problema
Jornal O ACRE - Órgão Oficial construção da ponte sobre o rio acre, ligando o 1º ao 2º a vitória. O "6 de Agosto" esforçou-se muito, reagiu e do fornecimento de água, em nossa capital. Procuram,
distrito da cidade e a continuação da abertura e estrada de consegui o seu tento de honra, terminando a peleja com a assim, o Governo e a Prefeitura, solucionar esse problema
rodagem entre as cidades de Tarauacá e Feijó. vitória do esquadrão do "Bangú", pela contagem de 2x1. que reclama, atualmente, a nossa população.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial
84 85
M
antendo a tradição dos últimos
anos, mais uma vez, um militar
do exército foi nomeado para go-
vernar o Acre: o Tenente Coronel Amílcar
Dutra de Menezes, conhecido por trazer
de fora todos os seus auxiliares diretos
na administração. Pouco tempo depois, foi
substituído pelo engenheiro João Kubits-
chek de Figueiredo, que realizou um traba- Escola Técnica Lourenço Filho. Atualmente é o Colégio Estadual Barão do Rio Serviço de Pavimentação da Avenida Getúlio Vargas, década de 50. Deptº de
Branco, década de 50. Relatório de obras do governo de Valério Magalhães patrimônio Histórico e Cultural - FEM
lho de amplo planejamento para solução de
todos os problemas do Acre, mas resolveu
poucos desses problemas, de modo que fi-
cou conhecido como “o homem dos planos”.

Jose Farias e Luiz Vieira, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Avenida Gatúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Boiada destinada à Sena Madureira, atravessando o Rio Acre (em Rio Branco), década de
50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

João Batista Stehling Rubens Lameira de Carvalho

23.09.1952 a18.04.1953 18.04.1953 a 03.04.1954


Casamento da filha do governador Amilcar Dutra no Palácio Rio Branco, década de 50. Avenida Gatúlio Vargas, década de 50. Deptº de Foliões no baile carnavalesco no Clube Sociedade Recreativa
Prefeito - 7 meses Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Prefeito - 1 ano patrimônio Histórico e Cultural - FEM Tentamen, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e
Cultural - FEM

28/05/1952 21/12/1952 19/04/1953 26/05/1953


ASSINADO UM ACORDO COM O SESP. Está assegurado CINE RECREIO. MATINÉE: FLASH GORDON NO PLANETA RÁDIO DIFUSORA ACREANA AVISO AO PÚBLICO SURGE UM NOVO JORNAL CIRCULOU NO DIA 22
um importante empreendimento que vem beneficiar os MONGO 7º, 8º, 9º e 10º episódios deste seriado, além de Avisamos aos interessados que as irradiações de "O BANDEIRANTE" Circulou nesta capital, no dia 22
habitantes da capital acreana, proporcionando-lhes esse variedades e complementos. SOIRÉE: CAMINHO DO CÉU “Mensagens e Melodias para Você” somente serão aceitas do corrente, um novo jornal - "O BANDEIRANTE" - que
notável melhoramento público, que são os serviços de água - uma produção nacional que tem sido aclamada em todas dentro do expediente normal da emissora, nos horários obedece à orientação do Dr. Octaviano Bonfim de Oliveira
e esgotos. Ainda este ano terão inicio, segundo obteve o as telas, na qual se salientam os trabalhos de Grande Otelo, de 8,00 às 16,00. Só serão aceitas, fora do expediente as e do Cel. João Donato de Oliveira Filho. Impresso na
esforçado Gov. João Kubistschek de Figueiredo, os trabalhos Elvira Pagã e do genial Celso Guimarães.BREVE: PIF-PAF - a noticias ou “Mensagens” de caráter urgente. Capital da República, é "O BANDEIRANTE" de órgão ligado
para a rápida execução desses serviços e no próximo ano, bomba atômica do Cinema Nacional que marcará época em A GERENCIA ao Partido Social Progressista e se propõe a desfraldar,
no cinquentenário da incorporação do Acre ao patrimônio Rio Branco, com os embaixadores do riso, Jararaca e Ratinho, Jornal O ACRE - Órgão Oficial no Território, a bandeira acreanista, "propugnando pela
brasileiro, a sua capital terá tão importantes melhoramentos. Trio de Ouro, Marlene e muitos outros. valorização do homem e da terra acreanos".
Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial
86 87
Estrada do Abunã. Dr. Valério Magalhães, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e
Estrada do Abunã no período de inverno, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre Recuperação da estrada do Abunã, década Cultural - FEM
de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre

M
esmo tendo permanecido pouco
tempo no governo, João Kubits-
chek conseguiu concluir uma obra
já iniciada por governos anteriores: a rodo-
via que conectaria Rio Branco ao Abunã. Governador João Kubitschek na inauguração da Escola Rural Rosalina
de Souza Silveira no Km 18 da Rodovia Plácido de Castro. Dept°de
Uma verdadeira saga de trabalhadores, en- Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

frentando igarapés e árvores gigantescas,

N
com machados e enxadas, para implantar essa época, o Acre começou a vi-
uma rodovia no meio da floresta. Mas, mes- ver um novo processo histórico
mo com todas as dificuldades, a abertura que dominaria as movimentações Inauguração da rodovia Plácida de Castro, 24 de outubro de 1952. José Chalub Leite
dessa estrada acabou dando origem à Vila políticas nos próximos dez anos. A apre-
Quinari, atual município de Senador Guio- Turma de trabalhadores do empreiteiro Francisco Paes, em serviço no
trecho 49 ao 59 kms. Arquivo Geral do Estado do Acre
sentação de um Projeto de Lei, pelo De-
mar, e viabilizou o desenvolvimento da Vila putado Federal Guiomard Santos, para
Plácido de Castro. Além disso, Kubitschek transformação do Território em Estado,
procurou aplicar a verba do Imposto de movimentou todos os segmentos da po-
Renda nas prefeituras, no que foi ajuda- pulação, porque representava um de seus
do pelo Prefeito de Rio Branco, Dr. Batista mais antigos e importantes anseios: a au-
Stehling, que era um bom administrador. tonomia acreana.

Manoel Vargues Matoso Manoel Fontenele de Castro

03.04.1954 a 06.11.1954 06.11.1954 a 12.04.1955


Governador João Kubitschek e outras autoridades no km 84 da Rodovia Plácido de Castro,
Prefeito - 7 meses Construção da rodovia Rio Branco-Abunã, década de 50. Arquivo
Prefeito - 5 meses década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Geral do Estado do Acre

18/07/1954 18/07/1954 07/11/1954 23/01/1955


EM PROJETO: ELEVAR O ACRE À CATEGORIA DE ESTADO EMPREENDIMENTOS DO PREFEITO DA CAPITAL NOMEADO PREFEITO DE RIO BRANCO O TEN. CEL. O ESPORTIVO - Orgão Noticioso e propugnador dos
O sr. José Guiomard Apresentou à Câmara dos Deputados Na manhã de quinta feira última, dia 15, foram lançadas MANOEL FONTENELE DE CASTRO. O ato do Sr. Gov. do Esportes Acreanos, dentro de poucos dias, estará novamente
projeto destinado a elevar o Território do Acre à categoria as bases do Novo Pavilhão do Mercado Municipal, com o Território foi recebido com alegria pelo povo. Pôr Decreto em circulação, conforme nos informou o Diretor daquele
de Estado. Diz também o projeto que “A Justiça Eleitoral nome de “Pavilhão Governador Abel Pinheiro”, solenidade nomeou para o cargo de Prefeito do Município de Rio orgão, e que para tal já conta com um novo corpo de
promoverá eleições no Território do Acre, a fim de que uma que contou com a presença de elevado número de pessoas, Branco, o Tenente Cel. Manoel Fontenele de Castro, uma das redatores, para melhor servir ao público leitor.
Assembléia Legislativa composta de 20 representantes, destacando-se o Prefeito Municipal, Dr. Manoel Vargues figuras de maior relevo do cenário político administrativo É preciso, agora nessa fase em que O ESPORTIVO
promulgue a Constituição do Estado, dentro do prazo”, etc., ( Matoso; O novo prédio público vem preencher uma lacuna acreano. Após a posse, o Sr. governador afirmou necessitar, reaparece, que ele conte com o apoio da FAD, dos clubes
um ano depois de promulgada a lei ). há muito existente, visto que o antigo Mercado, construido de um braço forte, que foi encontrar na pessoa do seu amigo e do público esportivo acreano, para que ele prossiga
Jornal O ACRE - Órgão Oficial há 35 anos, não corresponde mais as necessidades da capital. de longos anos. sempre na luta pelo ideal que abraçou.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial
88 89
Inauguração do Palácio da Justiça, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

C
om o governador Valério Caldas
Magalhães voltou ao cargo de Pre-
feito Jorge Félix Lavocat. Ambos
permaneceram 2 anos e meio, num raro
Governador Valério Magalhães inspecionando os trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
momento de estabilidade.

Chegada do Gov. Valério Magalhães e autoridades. Deptº de patrimônio


Histórico e Cultural - FEM

Oficina de carpintaria do departamento de obras e aviação,1957. Governador Valério Magalhães - trabalhos do S.E.S.P, década de Governador Valério Magalhães - trabalhos do S.E.S.P, década
Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Detalhe do funcionamento do Tribunal de Júri, após sua inauguração,
década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

L
ogo que tomou posse, o governador Cel.
Fernando Paulo Pessoa Andrade Gesner Maciel de Lemos
Paulo Francisco Torres, nomeou Prefei-
12.04.1955 a 05.04.1956 to o eng. agrônomo Fernando Andrade. 05.04.1956 a 07.05.1956
Nesse período, foi concluída a pavimentação
Governador assinando o contrato, com o Dr. Sansão Campos Pereira, da
Prefeito - 1 ano da rodovia de acesso ao aeroporto da capital. Prefeito - 1 mês firma Serva Ribeiro, para instalação da Usina de Luz de Rio Branco. Deptº de
patrimônio Histórico e Cultural - FEM

27/03/1955 03/04/1955 14/01/1956 21/10/1956


1.500.000 CRUZEIROS PARA O MONUMENTO A QUASE CONCLUÍDA A ORGANIZAÇÃO DO PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO DECRETO O APARECIMENTO DE "O LIBERAL"
PLÁCIDO DE CASTRO - RIO, 21 (Do Correspondente) - SECRETARIADO DO GOVERNADOR PAULO TORRES. N. 459 - Considerando que por esta Municipalidade foram, Sob a direção do confrade Foch Jardim, circulou na
O Presidente da República sancionou lei do Congresso Continuam os diretores do DOV, do DP, do DEC, do DS, do a título precário, expedidas licenças para construções em cidade, a 16 do corrente, o primeiro número de "O
mandando abrir crédito de 1.500.000 cruzeiros para DGE e do DIR - Mantidos também os Prefeitos do Interior. terrenos marginais do rio Acre, no segundo distrito; LIBERAL", que se apresenta como "a voz do direito, de
construção, nessa cidade, de um monumento ao Coronel No dia 12 no Gabinete do Governador, tomaram posse DECRETA: Art. 1º - A Prefeitura Municipal de Rio Branco justiça, do poder constituido...", principios que constituem,
José Plácido de Castro e demais chefes dos movimentos dois novos auxiliares da administração acreana: o deixará de expedir ou conceder licenças a particulares nas não padece dúvida, um grande programa.
irredentistas acreanos. Estatístico Raul Arantes Meira, e o Dr. Fernando Paula margens do rio Acre, entre o inicio da rua 1º de Maio e a Ao novel semanário formulamos votos de vida longa e
A Lei agora sancionada resultou de um Projeto de autoria do Pessoa de Andrade - Prefeito Municipal de Rio Branco. rua "N. S. da Conceição". Rio Branco, 10/01/1956. Édison fidelidade aos principios democráticos do povo brasileiro.
Deputado José Guiomard dos Santos. Jornal O ACRE - Órgão Oficial Rodrigues Martins. Prefeito, em exercicio Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial
90 91
feitura Geraldo Gurgel de Mesquita, que
viria a ser nomeado governador tempos
depois, e Milton Matos Rocha.
O próprio Brasil vivia tempos bastante
movimentados com a presidência de Jus-
celino Kubitschek, seu lema de realizar 50
anos em 5 e a construção da nova capital,
Brasília, em pleno planalto central.

Construção da Capela do atual colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Governador Fontelenede Castro com o Presidente Juscelino Kubitschek,


década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

O
Acre vivia tempos muito animados
pelo funcionamento dos comitês Pró
-Autonomia, em todos os municípios.
A perspectiva de transformar o Território
Federal em Estado, e assim conquistar a Autoridades recebendo a benção de Dom Giocondo Maria Grotti, década de 50.Deptº
de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
tão sonhada autonomia, acirrou os ânimos
políticos, já que o PTB do Deputado Oscar Freiras durante a Construção do Colégio São José, década de 60. Deptº de Construção do Colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio
Passos havia se colocado contra o projeto patrimônio Histórico e Cultural - FEM Histórico e Cultural - FEM

do Deputado Guiomard Santos, do PSD.


Logo, foi nomeado Manoel Fontenele
de Castro, que já tinha sido Prefeito de
Rio Branco três vezes, além de Secretá-
rio Geral, no governo de Valério Caldas
Magalhães. Ficava cada vez mais evidente
que ser prefeito da capital era um passo
importante para chegar ao governo ter-
Missa na Catedral N.Srª Nazaré em construção, década de 50. Deptº de patrimônio
ritorial. Nesse período, ocuparam a pre- Histórico e Cultural - FEM
Foliões no baile carnavalesco no Clube Sociedade Recreativa Tentamen. Desfile de blocos carnavalescos na rua 17 de Novembro. Dept°de Patrimônio
Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Histórico e Cultural - FEM

Jorge Félix Lavocat Geraldo Gurgel de Mesquita


Milton de Mattos Rocha Goldwasser Ferreira Santos
07.05.1956 a 15.12.1958 15.12.1958 a 27.06.1960 27.06.1960 a 28.01.1961 28.01.1961 a 08.11.1961

Prefeito - 1 ano e 5 meses Prefeito - 1 ano e 6 meses


Prefeito - 6 meses Prefeito - 3 meses

07/04/1957 26/05/1957 08/06/1960 30/06/1960


VÃO-SE REUNIR EM RIO BRANCO OS PREFEITOS DO INAUGURADO O GRUPO ESCOLAR “NEUTEL MAIA” MAIS DE DUAS MIL PESSOAS ASSISTIRAM AO TOMARAM POSSE OS NOVOS AUXILIARES IMEDIATOS
INTERIOR - SERÁ ORGANIZADA A ASSOCIAÇÃO ACREANA O novo estabelecimento de ensino primário tem capacidade PROGRAMA “RÁDIO ATRAÇÕES DIFUSORA” Domingo, DO GOVERNADOR FONTENELE.
DE MUNICÍPIOS - Estamos informados de que se realizará, para atender 840 crianças em dois turnos - Dispõe de 12 no arraial do Rio Branco, de onde a Difusora transmitiu, São os seguintes:
nesta Capital, de 21 a 24 do corrente, como parte das salas mobiliadas - Está funcionando desde o dia 21 - Cumpriu mais de duas mil pessoas assistiram ao animado programa Sr. Milton de Matos Rocha, Prefeito de Rio
comemorações do 1º aniversário da adm. Valério Caldas de sua promessa o Dep. José Guiomard dos Santos - Coube de auditório denominado “RÁDIO ATRAÇÕES DIFUSORA”, Branco, Prof. Geraldo Gurgel de Mesquita, Diretor do
Magalhães, a reunião de todos os Prefeitos do Território, para ao atual Governo executar a maior parte da obra. Pelo produzido e dirigido pelo radialista Índio do Brasil com Departamento de Educação e Cultura; Jornalista Édson
debater assuntos de interesse dos municípios. A iniciativa de Governador Valério Magalhães, foi inaugurado, no dia 20 a participação do Conjunto Regional “DIFUSORA”, sob a Rodrigues Martins, Chefe do Gabinete da Governadoria, e
convocação que poderá resultar a organização da Associação do corrente, às 16 horas, o Grupo Escolar “Neutel Maia” regência do maestro Neves, e de cantores acreanos que se Dr. Roberto Uchôa, Diretor do Departamento da Produção.
Acreana de Municípios, partiu do Prefeito Jorge Felix Lavocat. (Bosque), construído com recursos da SPVEA. vêm projetando no cenário artístico do território. jornal O ACRE - Orgão Official
Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE - Órgão Oficial Jornal O ACRE
92 93
Assinatura da Lei Nº 4.070, que criou o Estado do Acre; 1ºMinistro Tancredo Neves, o Pres. Governador José Augusto de Araújo em revista à tropa de guarda na
João Goulart, Sen. José Guiomard dos Santos e Lydia H. dos Santos. Dept°de Patrimônio Avenida Getúlio Vargas, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico
Histórico e Cultural - FEM e Cultural - FEM

Vista aérea do centro de Rio Branco. Do lado direito o Palácio Rio Branco, na esquerda o Tribunal de Justiça, ao fundo a Catedral N.Srª de Nazaré
e Casa do Bispo. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A
té o início da década de 60, o pre-
feito de Rio Branco era considera-
do um auxiliar do governador, o
que decorria de sua nomeação por par-
te deste. Mas, o cenário iria se modificar
temporariamente com a aprovação da
Lei 4.070, pelo Congresso Nacional, que
Posse do Governador na Assembléia Legislativa com a presença de Discurso do Gov. José Augusto, década de 60. Dept°de Patrimônio transformou o Território Federal do Acre Panorâmica do 1°Distrito de Rio Branco, década de 60. Deptº de
autoridades e deputados constituintes, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Histórico e Cultural - FEM
em Estado, em 15 de junho de 1962. patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Solenidade no Palácio Rio Branco, no dia da assinatura do projeto para a Distribuição de brinquedos as crianças carentes, em frente ao Palácio de
Vista aérea da Catedral e a direita Palácio do Bispo, década de 60. Praia da Base na década de 60. Deptº de patrimônio Histórico
criação do Banco do Estado do Acre, década de 60. Dept°de Patrimônio Rio Branco, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM e Cultural - FEM
Histórico e Cultural - FEM

Milton de Mattos Rocha Raimundo Herminio de Melo Alfredo Arantes Meira Filho Annibal Miranda Ferreira da Cunha João Rodrigues de Souza Annibal Miranda Ferreira da Cunha

08.11.1961 a 19.10.1962 19.10.1962 a 31.07.1963 31.07.1963 a 07.10.1963 07.10.1963 a 14.05.1964 14.05.1964 a 21.05.1964 21.05.1964 a 23.01.1965

Prefeito - 11 meses Prefeito - 9 meses Prefeito - 3 meses Prefeito - 7 meses Prefeito - 1 semana Prefeito - 7 meses

27/08/1961 29/06/1962 16/02/1963 11/02/1965


POSSE DO NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO. Em solenidade ACRE: 22º ESTADO DA FEDERAÇÃO - Por Lei do Congresso A CIDADE JÁ SE MOVIMENTA PARA A POSSE DO PRESIDÊNCIA DO IPASE AUTORIZA 50 CASAS PARA
realizada na manhã de segunda-feira, no salão nobre do Nacional, sancionada pelo Presidente da República em GOVERNADOR ELEITO. Em todos os recantos da cidade RIO BRANCO.
Palácio Rio Branco, tomou posse de cargo de Prefeito de Rio solenidade realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, a já se observam os movimentos para a posse do prof. José O Governador Cerqueira Filho, em sua estada no Rio,
Branco, para qual vem a ser nomeado pelo Governador José 15 de junho corrente, o Acre foi declarado “Maior”, obtendo Augusto de Araújo, 1º Governador Constitucional do ultimou os entendimentos para a autorização imediata,
Altino Machado, o Dr. Goldwasser Pereira Santos, Engenheiro- sua independência política. Grandes lutas, no Congresso, na Estado do Acre. A comissão organizadora do programa pela presidência do IPASE, da construção de 50 unidades
Agrônomo dos mais competentes. imprensa e em praça pública, antecederam o advento de tão de festividades está em atividade constante, mobilizando residenciais prometidas pelo Dr. marcos Botelho, em sua
O ato contou com a presença de autoridades locais, funcionários defendida e tão combatida LIBERDADE. Vencedoras as forças todos os setores de nossos meios sociais, políticos e visita ao Acre, quando inaugurou a delegacia da autarquia.
da Municipalidade e da Administração Territorial e de grande progressistas, resta aos acreanos a grande responsabilidade administrativos. Todo o Acre se prepara para viver êsse A iniciativa teve a participação do governo estadual que
número de amigos e admiradores do novo Prefeito da capital. da consolidação dos seus ideais. grande dia tão desejado por todos. doou ao IPASE o terreno onde elas serão construídas.
Jornal O ACRE Jornal O ACRE Jornal O ACRE Jornal O ACRE
94 95
A
primeira Constituição acreana pre-
viu a criação de diversos novos mu-
nicípios. Mas, na prática, limitou-se
à criação dos municípios Plácido de Castro
e Quinari, cujo nome depois seria trocado
por Senador Guiomard. Desse modo, ocor-
reu o desmembramento de parte do terri-
tório original do município de Rio Branco.

Mapa do Estado e Municípios em 1963. Atlas do Estado do Acre, 2008

96 97
Material para serviço de pavimentação em frente ao Mercado Público de
Rio Branco, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Avião momento antes de decolar - Aeroporto Salgado Filho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A
transformação do Acre em esta-
do possibilitou a primeira elei-
ção para governador, a criação
da Assembleia Legislativa e a elabora-
ção da Constituição Estadual. Em 1962,
foi eleito o acreano José Augusto de
Araújo, cuja posse deu-se em março do Mercado Público com o serviço de pavimentação concluído década de 60.
ano seguinte, com deputados estaduais Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

constituintes, que tinham 100 dias para


Avião no Aeroporto Salgado Filho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico
redigir a Constituição. e Cultural - FEM

Em 1°de setembro de 1963, pela pri- Grupo de pessoas na entrada do Mercado Municipal, década de 60.
Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
meira vez em sua história, Rio Branco rea-
lizou eleição para prefeito. Aníbal Miranda

D
(PTB), governador provisório até a posse de urante sua breve gestão, Aníbal Mi-
José Augusto, ganhou do médico Ary Ro- randa conseguiu elaborar a Lei Orgâ-
drigues (PSD), por uma diferença de 526 nica do Município, mas encontrou a
votos, e tomou posse em 7 de outubro, no Prefeitura com uma dívida de dez milhões
Cine Rio Branco, diante do governador José de cruzeiros. Com o Código Tributário Mu-
Augusto de Araújo, de outras autoridades nicipal, Miranda ativou a arrecadação e
e da população. O presidente da Câmara iniciou obras de calçamento e drenagem,
Municipal, vereador Raimundo Melo, em- Parte da Rua Floriano Peixoto, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico orientado por um plano de urbanização e Escadaria do porto de catraia do 1°Distrito de Rio Branco, localizado ao lado do
e Cultural - FEM
possou o prefeito da capital. arborização da cidade. Mercado Velho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Claúdio Teixeira de Albuquerque Raimundo Herminio de Melo Annibal Miranda Ferreira da Cunha Raimundo Herminio de Melo Wildy Viana das Neves Antonio Rodrigues Barbosa

23.01.1965 a 23.01.1965 23.01.1965 a 31.07.1965 31.07.1965 a 31.08.1965 31.08.1965 a 31.01.1966 31.01.1966 a 11.03.1966 11.03.1966 a 14.03.1966

Prefeito - 1 dia Prefeito - 6 meses Prefeito - 1 mês Prefeito - 5 meses Prefeito - 2 meses Prefeito - 3 dias

de todos os tempos 19/12/1965 06/01/1966


O laudo técnico do Detran DERACRE - INAUGUROU, ONTEM, SUA SEDE. WILDY VIANA É O NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO. De início, o Prefeito Dico Viana já deu começo ao
Numa dessas estradas que só são boas de avião, um maltratado Com a presença do Gov. Cerqueira Filho, o Departamento A Câmara Municipal de Rio Branco, em sessão especial cumprimento das posturas municipais, entre elas a que
e combalido caminhão trombou violentamente com uma de Estradas de rodagem do Estado do Acre (DERACRE) realizada dia 31 de janeiro p. findo, elegeu, por manda apreender animais soltos na cidade. Vai contratar
carroça de boi, resultando a destruição da carroça, a morte inaugurou a sua moderna sede localizada no quilômetro zero unanimidade (8x0) seu Presidente e vereador Wildy (dico) com especialistas, mediante concorrência, a execução
imediata do boi e graves ferimentos no infeliz carroceiro. O da Rodovia AC. (Rio Branco-Abunã). Viana das Neves. do Plano Diretor do Município, inclusive criar e designar
laudo técnico e pericial emitido pelo Departamento Estadual Ao ato que foi solene, compareceram todas as altas Perdurando ainda o afastamento do titular da Prefeitura vários Distritos (Prefeitinhos) Administrativos, a fim de
de Trânsito: "O acidente foi causado pela imprudência do boi e autoridades locais, ocasião em que o Engenheiro Manoel de nossa Capital - Aníbal Miranda - logo a seguir a sua descentralizar a burocracia municipal.
seu respectivo condutor, que a altas horas da noite trafegava na Nogueira, Diretor da autarquia estadual foi pródigo em eleição foi Dico Viana empossado no Governo da Cidade, CORREIO DO ACRE
contramão, sem freio, sem luz, sem buzina". atenções e gentilezas com os seus convidados. substituindo, assim o seu colega vereador Raimundo
Tão Acre – Zé Leite CORREIO DO ACRE Hermínio de Melo.
98 99
Construção da Ponte Metálica, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Vista das Chatas e navios no Rio Acre , década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico Construção da ponte metálica, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico Populares prestigiando a inauguração da Ponte Juscelino Kubitschek (mais conhecida como Ponte
e Cultural – FEM e Cultural – FEM Metálica), década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

O
Golpe Militar de 64 complicou o
processo político municipal. A ges-
tão do prefeito de Rio Branco seria
muito curta, um ano apenas, já que em
novembro de 1964 o governador Edgar
Pedreira de Cerqueira Filho determinaria
(Decreto Nº 75) a intervenção estadu-
al no município, alegando “situação de
insolvência da Prefeitura, sem contar o
apoio moral e material que o Prefeito Aní-
bal Miranda vinha dando aos comunistas
da Capital, que ganhavam polpudos orde-
nados pagos pela Prefeitura”. O interven-
tor de Cerqueira (truculento governador
do Regime Militar que impôs renúncia ao
governador José Augusto), foi o advogado
Cláudio Teixeira de Albuquerque, que nada
Construção da ponte Juscelino Kubitschek, década de 60. Deptº de Vista da Ponte Juscelino Kubitschek, década de 60. Deptº de Patrimônio
encontrou de irregular na Prefeitura. Patrimônio Histórico – FEM Histórico e Cultural – FEM

Wildy Viana das Neves João Rodrigues de Souza Adauto Brito da Frota Geraldo Madeira de Matos Alberto Barbosa da Costa Adauto Brito da Frota

14.03.1966 a 16.08.1966 16.08.1966 a 30.09.1966 30.09.1966 a 05.10.1966 05.10.1966 a 05.12.1966 05.12.1966 a 17.01.1967 17.01.1967 a 30.01.1967

Prefeito - 5 meses Prefeito - 1 mês e 15 dias Prefeito - 5 dias Prefeito - 2 meses Prefeito - 1 mês Prefeito - 13 dias

Em 1966 Em 1966 Em 1966 Em 1967


ANTIGUIDADE - O Governo pagar o funcionalismo com AFAMADO - O visionário Mustapha Zacour El-Hindi – HISTORINHA - O capitão Edgard Pedreira de Cerqueira HORA CERTA - Um dos melhores programas esportivos
atraso é tão velho quanto andar pra frente. No “Correio Alah o guarde – pioneiramente instalou em Rio Branco Filho era governador do Acre mas não dos acreanos. de audiência comprovada era o da Rádio Novo Andirá.
do Oeste”, de Garibaldi Brasil, nº 13, de 6 de março uma fábrica de guaraná, produzindo o saboroso e Um dia o carro oficial preto, o JK, apareceu com Em 1967, quem estava ligado ouviu quando o radialista
de 1966, a Bola do Dia, de autoria do mestre, trata altamente consumido Guaraná Libertador. excrementos humanos no banco dianteiro. (hoje advogado) José de Sousa Lopes deu a hora certa:
do assunto. - O Secretário de Finanças solucionou o Os linguarudos diziam: “Guaraná Libertador, cada Hoje se pode revelar o autor da brincadeira “Rádio Novo Andirá, um marco de progresso na
pagamento do funcionalismo. - Como? garrafa um sabor, cada gole uma dor”. escatológica: o Josias Farias, então meninão danado vida do Acre. Na capital acreana são pontualmente doze
- Vai mandar distribuir entre os funcionários do e peralta. A cidade inteira divertiu-se com o ódio do horas e sessenta minutos”.
Estado, para cantar, a letra daquele conhecido samba: Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite Cerqueira e sua ordem de descobrir o autor da graça
“Sei que vou morrer, Não sei o dia...” dessa obra-prima, aliás, inutilmente. Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
100 101
Jorge Kalume com grupo de senhores e ao fundo o Mercado dos Ônibus para transporte coletivo de Rio Branco, década de 60. Deptº
Colonos, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

E
nquanto isso tudo acontecia na Mas, sua principal ação foi mesmo a
gestão municipal, o governador construção da Ponte Juscelino Kubitschek,
Jorge Kalume realizava várias ou Ponte Metálica, como se tornou mais co-
obras e intervenções em Rio Branco, mo- nhecida. Depois de uma longa saga, as pe-
dificando substancialmente a paisagem ças fabricadas pela Companhia Siderúrgica
e a dinâmica da cidade. A construção do Nacional chegaram a Rio Branco e, final-
Mercado dos Colonos, do Mercado do mente, o 1º e o 2º Distritos integraram-se
Bosque e do Palácio das Secretarias - fo- de forma mais efetiva. Era o fim das muitas
ram algumas das obras mais importan- aventuras provocadas pela travessia de ca-
tes do governo Kalume. traia no rio Acre, na área central da cidade.

Secretários de Governo no Palácio Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

C
omo já vimos, a história do municí-
pio de Rio Branco caracterizou-se,
em sua maior parte, pela instabilida-
de política e pela breve duração dos man-
datos dos prefeitos, com raras exceções. A
década de 61 a 71 foi, sem dúvida, a mais
instável de toda história municipal, porque
Gov. Jorge Kalume, Presidente Castelo Branco e Ernesto Geisel
a prefeitura mudou de gestor 36 vezes! caminhando na Avenida Getúlio Vargas. Memorial dos Autonomistas
Figura folclórica, Camaleão Ovado, década de 60. Deptº de
patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Inauguração do Mercado dos Colonos. Deptº de Patrimônio Histórico
e Cultural – FEM

Alberto Barbosa da Costa Antonio Madeira de Matos Adauto Brito da Frota Antonio Madeira de Matos Adauto Brito da Frota Antonio Madeira de Matos

30.01.1967 a 01.02.1967 01.02.1967 a 15.02.1967 15.02.1967 a 21.06.1967 21.06.1967 a 10.07.1967 10.07.1967 a 14.07.1967 14.07.1967 a 03.08.1967

Prefeito - 2 dias Prefeito - 15 dias Prefeito - 4 meses Prefeito - 20 dias Prefeito - 4 dias Prefeito - 20 dias

12/07/1967 30/12/1967 Em 1967 Em 1967


VAI SAIR MESMO A PONTE! - Conforme haviamos noticiado, GOVERNO INAUGURA INUMERAS OBRAS PÚBLICAS. IMPEDIMENTO - Pres. da Assembléia Legislativa, o GOLPE DE MESTRE - Garibaldi Brasil tinha comprado
chegaram a esta capital os Engenheiros ROLAND RUBSTEIN, Ne semana que hoje finda , o governo Jorge Kalume cumpriu dep. Carlos Meixeira Afonso (PSD) sugeriu que uma qualquer bagulho e como não tinha dinheiro datilografou
JAN MIHALIH E FUAD BAARINI, O 1º Diretor Regional da um extenso programa de inaugurações de inúmeras obras comissão parlamentar integrada pelos deputados Omar recibo para o incauto, recomendando que no final do mês o
“Construtora “MENDES JUNIOR S/A”, de Belo Horizonte (MG) públicas construidas pela atual adminitração. Sabino de Paula, Adonay Barbosa dos Santos, Joaquim procurasse em seu gab. no Palácio Rio Branco para receber.
e dois técnicos da mesma organização, especializada na Foram inauguradas e entregues à serventia pública: Falcão Macedo e Aluísio Queiroz fosse tratar da questão Passavam os dias e nada. Um dia desalentado, bate na porta
construção de pontes em concreto armado, os quais atendendo 01 Mercado Público no bairro do Bosque (obra de vulto há do trânsito de Rio Branco no Detran. O dep. Aluísio do Gari, estende-lhe o estropiado recibo já em petição de
convite do Governo do Estado vieram para assinar o contrato muito reclamada); Queiroz pediu dispensa da comissão e da missão: Eu e miséria. O mestre pega o papel, pede pra esperar, bate outro
dos estudos de localização e o projeto da construção imediata da 23 Bueiros, em várias ruas da capital; o meu colega Macedo estamos impedidos de tratar do velozmente e volta dando-o: - Pronto, bati novo recibo, aquele
ponte sobre o rio Acre, ligando o 1°ao 2°distrito da capital. 01 Ponte, na rua Epaminondas Jácome ... caso, porque nossos carros ainda estão emplacados. estava todo rasgado. Volte no fim do outro mês pra receber.
CORREIO DO OESTE CORREIO DO OESTE Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
102 103
Alunos marchando na Avenida Getúlio Vargas em comemoração Marcha de Policiais na Av. Brasil em comemoração ao 07 de
ao 07 de Setembro, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico Setembro, ao fundo a Catedral N.Srª de Nazaré, década de 60. Deptº
e Cultural – FEM de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

K
alume melhorou ainda o abasteci- marcado a vida em Rio Branco.
mento de água na capital, um pro- Ao final de seu mandato como governador,
blema grave para a cidade, cons- Kalume conseguiu ainda implantar a UFAC,
truiu o hospital infantil e instalou dois inicialmente com cinco cursos universitários,
novos motores de energia elétrica, aca- que funcionavam onde hoje está o Colégio de
bando com a famosa “hora do pisca”, mo- Aplicação. Com tantos avanços em sua ges-
mento em que, numa determinada hora tão como governador, não surpreende que
da noite, a luz de toda cidade piscava, Kalume tenha sido eleito Senador da Repú-
Centro de Rio Branco. Colégio Nossa Senhora das Dores, Igreja de São Sebastião e convento, Igreja Batista, Ponto de táxi, Mercado Velho. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
anunciando a interrupção do fornecimen- blica, em 1978, e, em 1988, prefeito de Rio
to de energia. Esse “rito” até então havia Branco, como veremos adiante.

Avião Búfalo. Desembarque de uma máquina escavadeira, Professores do Primário do Colégio Imaculada Conceição, Nova frota de carros, adquiridos pela PM, década de 60
década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
t Alunos marchando na Avenida Getúlio Vargas em comemoração Grupo de alunas passeando na Avenida Getúlio Vargas, década de 60.
ao 07 de Setembro, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
e Cultural – FEM

Adauto Brito da Frota Antonio Madeira de Matos Adauto Brito da Frota Raimundo Pinto Marques Adauto Brito da Frota Raimundo Pinto Marques

03.08.1967 a 20.08.1967 20.08.1967 a 20.08.1967 20.08.1967 a 22.03.1968 22.03.1968 a 05.1968 05.1968 a 18.07.1968 18.07.1968 a 23.07.1968

Prefeito - 17 dias Prefeito - 1 dia Prefeito - 7 meses Prefeito - 2 meses Prefeito - 2 meses e 15 dias Prefeito - 5 dias

Em 1968 22/09/1968 Em 1968


O SORTEIO - No tempo em que o Acre era Território, o Dr. - Com assim, Doutor Garibaldi? Que é que ouve? – perguntou Governo inaugurou ontem o Palácio Valério Caldas UNB E COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA
Garibaldi Brasil tinha uma coleção de quase duas dezenas o homem, transido de preocupação. Magalhães. (Assembléia legislativa) Mª LÚCIA ASSINA MANIFESTO - A Dep. Mª Lúcia Araújo
de cobradores chatos, que não largavam do seu pé. Fim de - Vou lhe explicar, meu filho, disse o Gari, baforando a cara CORREIO DO OESTE cumpre fielmente o seu mandato, sendo um dos mais
mês, era delicioso de ver aquele batalhão de cobradores, mas do gajo com seu cheiroso e caro havana, vou lhe explicar. assíduos componentes da bancada acreana em plenário e na
um era o calo, marcava em cima. Sabendo que Gari tinha Todo fim de mês coloco dez papelotes os nomes dos meus Comissão de Educação e Cultura. Encabeçada pelo Dep. Brito
recebido grudou em cima pior que carrapato. Gari não estava credores. Depois, boto tudo no meu chapéu, fecho os olhos, Velho da ARENA do R. G. do Sul, a Comissão de Educação
nem aí para o sujeito que queria o seu de qualquer jeito. misturo e tiro um. Esse recebe o dinheiro que lhe devo e Cultura, deu a público, o documento de protesto sobre os
Perdeu a paciência, porém. imediatamente. Mas seu nome, para o seu azar, nunca sai, e últimos acontecimentos que enlutaram o Brasil, nos quais
- Olha, meu caro, eu lhe quero um bem enorme, mas você é olha que você está no sorteio há dois anos! foram brutalizados os estudantes da Universidade de Brasília.
decididamente um azarado, nasceu sem sorte. Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite Jornal Tribuna do Povo
104 105
Desfile de motos na Alameda da Velha Guarda, década de 70. Deptº de
patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista do “Palácio das Secretarias”, década de 70. Deptº de Patrimônio Antiga Poupança Banacre, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Histórico e Cultural – FEM

C
om a compra de um ônibus, em
1968, pelos Irmãos Ribeiro, os La-
meira ficaram com o 1º Distrito e
os Ribeiro com o 2º, iniciando assim a es-
truturação do transporte coletivo em Rio
Branco e a definição de linhas permanen-
Escola Técnica Lourenço Filho. Atual Colégio Estadual Barão do Rio Branco, década de 60. Deptº Centro comercial de Rio Branco, localizado na avenida Epaminondas
de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Jácome, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM tes. Logo, os negócios se expandiram com
linhas intermunicipais, distribuídas entre

N
essa época, toma forma também o as duas empresas: de Rio Branco a Boca
transporte público em Rio Branco, do Acre, a Plácido de Castro e a Brasiléia.
que se deve, em especial, a uma fa-
mília portuguesa que tinha dois ramos: os
Ribeiro e os Lameira. Tudo começou com
o patriarca da família, o Sr. Francisco Al-
ves Ribeiro, que começou a trabalhar com
um caminhão chevrolet “Cara Branca” fa-
zendo lotação no 1º Distrito da cidade, a
famosa “Palmerinda”. Em 1964, os sobri-
nhos do Sr. Ribeiro fundaram a Empresa
Irmãos Lameira e trouxeram seu primeiro
ônibus, marca Gracy, numa penosa via- Vista da Praça Eurico Dutra, Bar Municipal e ao fundo o Palácio Rio Branco, década de 70.
Casa Baptista, fundada em 03 de abril de 1941. Deptº de patrimônio Vista aérea do Mercado Municipal, rua Epaminondas Jácome, década de 70. Dept°de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM Histórico e Cultural – FEM
gem de 39 dias. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Adauto Brito da Frota Raimundo Pinto Marques Adauto Brito da Frota Raimundo Pinto Martins Adauto Brito da Frota

23.07.1968 a 30.11.1968 30.11.1968 a 08.01.1969 08.01.1969 a 23.01.1969 23.01.1969 a 29.01.1969 29.01.1969 a 08.06.1971

Prefeito - 4 mês Prefeito - 1 mês Prefeito - 15 dias Prefeito - 5 dias Prefeito - 2 anos e 5 meses

20/04/1969 20/04/1969 13/06/1969 Fevereiro de1971


INGRESSOS NÃO SERÃO MAJORADOS - Os preços dos Caixa d' água com capacidade para 500 m3, localizada O GOVERNO - PONTE AVANÇA - Nova fase de RIO ACRE AUMENTA NÍVEL DAS ÁGUAS
ingressos para os jogos da Taça “Cidade de Rio Branco” e do no bairro 6 de agosto. Forma o grandioso complexo trabalho vem registrar-se nos serviços de construção GOVERNO DECRETA CALAMIDADE PÚBLICA PARA RIO
Torneio “Fontenele de Castro”, serão os mesmos do ano passado, do fornecimento do precioso líquido á população, da ponte sobre o Rio Acre, quando da operação de BRANCO - O nível assustador das águas do rio Acre, que
assim decidiu o Presidente da Federação Acreana de Desportos, empreendimento realizado em convênio com o SESP e levantamento da primeira viga treliçada sobre o vão já inundaram inúmeros bairros da cidade, deixando ao
sr. Edmir Borges Gadelha, na reunião realizada segunda-feira, SUDAM. Na última Quinta Feira foi realizado teste com 13/14, que parte do 2°rumo ao 1°distrito de Rio Branco. desamparo várias famílias, sem se contar o drama sofrido
na sede da mentora. Justificando a medida, o Presidente da FAD absoluto êxito, tendo a água, limpida e saudável, jorrado das Governador Jorge Kalume esteve pessoalmente ao local pelos ribeirinhos, acaba de fazer com que o govêrno do
declarou ser contrário ao sacrifício que acarretaria à bolsa do torneiras, trazendo imensa alegria ao povo. Uma das mais dos trabalhos, verificando a marcha dos serviços, tendo Estado decrete estado de calamidade pública para Rio
povo, já bastante minguada pelo elevado custo de vida vigorante discutidas realizações da administração. apresentado cumprimentos ao engenheiro construtor Branco e ainda a abertura de crédito extraordinário de 50 mil
na região, além de privá-lo do seu esporte predileto, o futebol. Jornal O Rio Branco Lauro Sodré Neto e operários pelo êxito alcançado. cruzeiros para atender aos casos mais urgentes.
Jornal O RIO BRANCO Jornal O RIO BRANCO Jornal O RIO BRANCO
106 107
Parte da ponte Juscelino Kubitschek que
desabou devido o acumulo de balseiros nos
pilares e foi provisóriamente substituida
pela "Balança Mas Não Cai". Deptº de
Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Tempos difíceis

1971-1998

A
gestão do município
passou a ter maior es-
tabilidade político-admi-
nistrativa. Porém, nessa época,
mudanças feitas pelos gover-
nos federal e estadual transfor-
maram radicalmente a cidade
Rio Branco com a migração de
milhares de famílias e o agrava-
mento dos problemas urbanos.
Vista do Palácio Rio Branco, Casa do Bispo e Catedral N.Srª de Nazaré,
década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Gameleira, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e


Cultural – FEM

O
s novos donos da terra, chamados
regionalmente de “paulistas”, faziam
Vista de um trecho da Rua Benjamin Constant. Mais ou menos na década Palácio das secretarias fevereiro de1972. Maria Adízia Mesquista parte da frente de expansão da fron-
de 70. Fundação Municipal Garibaldi Brasil
teira agrícola que atingiu os estados do
centro-oeste, antes de atingir Rondônia e

N
o princípio dos anos 70, a união da Acre. Os programas POLONOROESTE e
crise do extrativismo da borracha POLAMAZÔNIA previam várias medidas,
(que voltava a esvaziar os seringais), como a abertura da BR-364. A frente era
e dos “Anos de Chumbo” da Ditadura Mili- composta não só por fazendeiros, mas tam-
tar teve efeito devastador sobre o Acre. bém por grileiros de terras, madeireiros e
Barcos ancorados na margem do rio Acre, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico
O governo Wanderley Dantas, orienta- trabalhadores rurais do sul do país. e Cultural – FEM
do pela nova política de desenvolvimento
agropecuário para a Amazônia, modifi-
cou as bases de sustentação da economia
regional. A vinda para o Acre de grandes
empresas, fazendeiros e especuladores de
terras, passou a ser fortemente estimulada.
Praça Rodrigues Alves, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico
Os seringalistas, falidos e sem crédito, e Cultural – FEM

não tinham como resistir e acabaram


José Durval Wanderlei Dantas
vendendo enormes áreas de terra por
08.06.1971 a 23.04.1975 preços muito baixos. Com isso, em pou-
cos anos, um terço de todas as terras Autoridades em solenidade nas escadarias do Palácio Rio Branco, Trabalhadores rurais em solenidade no Palácio Rio Branco, década de 70. Dept°de
Prefeito - 3 anos e 10 meses acreanas havia mudado de dono. década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Em 1971 24/03/1973 08/04/1973


Quebra-cabeça PAVIMENTAÇÃO DAS RUAS FOI INICIADA PELA SANACRE PROMETE DEZ MILHÕES DE ÁGUA TRATADA
O trepidante governador Francisco Wanderley Dantas assumiu "Enclausurado no palácio PREFEITURA - A Prefeitura Municipal de Rio Branco dentro PARA O POVO - A imprensa acreana, compareceu na
em 1971 com uma legião estrangeira ocupando todos os E divorciado do povo do organograma de obras e serviços públicos, iniciou a manhã de ontem a fazenda Sobral, a convite da cia de
cargos de primeiro e segundo escalão, distanciado do povo, Desmontou todo o Estado recuperação e pavimentação da Rua 6 de Agosto, no 2º saneamento do Acre - Aanacre, para conhecer o local
entocado no Palácio Rio Branco, rodeado de áulicos e já talando E não sabe montar de novo". distrito, e está recuperando a Rua Benjamin Constant (trecho onde será construido o novo sistema de abastecimento de
os seringais decadentes para os boiadeiros de toda parte do País. entre a Rua Acre e Floriano Peixoto).A prefeitura executa água de Rio Branco, capaz de atender, quando pronto, o
Entrou o Édison Martins na parada quando o estarrecimento Tão Acre – Zé Leite terraplanagem e aplicação de proteção asfáltica na estrada consumo de 50 por cento da cidade. Na lancha "Valério
era geral, com uma quadrinha publicada no jornal O Rio Branco da Bela Vista, no trecho do projeto Rondon, até o núcleo Magalhães", seguiram representantes de O Rio Branco, " O
que eu dirigia: residencial "Mascarenhas de Morais", no Bairro da Floresta. Acre", Assessoria de Imprensa, entre outros.
Jornal O Rio Branco Jornal O Rio Branco
110 111
Moradias das invasões nos bairros de Rio Branco, década de 70.

A
o atingir o Acre, a frente de expansão dela dependendo para seu sustento - a migrar
agropecuária desestruturou comple- para as cidades.
tamente a sociedade acreana na área Esse fluxo migratório campo-cidade
florestal. O intenso desmatamento de gran- promoveu uma verdadeira explosão das
des áreas, promovido pelas madeireiras, e a cidades acreanas. Rio Branco, por sua con-
transformação de seringais em fazendas para dição de capital, atraiu a maioria dos serin-
criação de gado, obrigaram milhares de fa- gueiros, castanheiros e ribeirinhos expulsos
mílias - que há décadas habitavam a floresta, de suas colocações, em todo o estado.
Vista aérea do centro de Rio Branco, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Rua Epaminondas Jácome, ponte Juscelino Kubitschek e Vista da Coronel Sebastião Dantas, em construção, década de Vista aérea, da ponte Coronel Sebastião Dantas concluída, Invasão da área conhecida como “Bostal”, no bairro 6 de Agosto, Moradias das invasões nos bairros de Rio Branco, década de 70.
Ponte Sebastião Dantas, em construção, década de 70. Deptº 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM FGB - PMRB
de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

17/06/1973 07/11/1973 28/02/1974 24/07/1974


PRAÇA EURICO DUTRA - As obras de construção da nova "A cidade em revista " - FALTA DE ÁGUA - A água falta na Cheia - O Rio Acre encheu mesmo. BRASIL SURRA 6 DE AGOSTO - No Estádio da Rua 6 de
praça Eurico Dutra iniciaram-se ontem pela manhã, com a cidade, dizem queixosos. Falte ou não, consagrado humorista Lembra a alagação, que alcançou as casas da rua 1º Agosto, domingo, o Brasil Esporte Clube, do Bairro da
terraplanagem da área. A praça, uma vez pronta, disporá acreano, bolou a seguinte quadrinha, diz ele dirigida ao Edmir de Maio, no 2º distrito, a de 1949. Dezenas de famílias Base, derroutou o Ferroviário, por 3 a 1, conquistando a
de três cascatas artificiais, parque de estacionamento para Gadelha, diretoradministrativo da Sanacre: retiram se para casas de parentes ou para locais taça "Joselito". Moisés, Raimundinho e Gilmar apontaram
carros, além de poder contar com cerca de 2000 pessoas nas Roupa suja se lava em casa determinados pelo governo. As zonas mais atingidas os tentos brasileiros, marcando Ari o dos agostenses.
grandes concentrações cívicas. No 1º distrito da capital, as ruas Esse ditado já era ? pelas águas são Bairro 15, Rua 6 de Agosto, Cadeia Edmundo foi juiz da pugna, com bom trabalho.
continuam a receber melhoramentos, sendo que amanhã a rua Lá pra casa só vai água Velha e Cidade Nova. Recomenda se ás crianças que não O Brasil somou mais outra vitória, e formou com Alberto,
Isaura Parente, importante pela extensão, será aberta, dotada de Quando chuva se espera. bebam da água do rio e evitar nadar. O perigo é grande, Abrantes, Moisés, Gilmar, Orriquinho e Raimundinho.
meio-fios, preparada para receber pavimentação. justamente para evitar uma epidemia. Jornal O Rio Branco
Jornal O Rio Branco Jornal O Rio Branco Jornal O Rio Branco
112 113
E
m relação à configuração urbana
de Rio Branco, duas características
desse período são muito evidentes.
A primeira: apesar das “invasões” serem
ações espontâneas e desordenadas de
abertura de novos bairros, orientavam-se
pela localização das colônias agrícolas e
dos bairros que já estavam em organiza-
ção, desde o período anterior de formação
da cidade. Os bairros mais antigos conti-
nuaram sendo focos de atração e fixação Local onde será construída a Biblioteca Pública de Rio Branco, década 70. Deptº de
Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
dos moradores na periferia da cidade. A
Rei Momo Luizão, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico Diversas autoridades, dentre elas o Padre José e Geraldo Mesquita, atravessando o rio Acre de catraia durante uma
e Cultural - FEM festividade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM segunda: muitos dos fenômenos sociais
que estavam ocorrendo na área florestal

N
as cidades acreanas começaram a do estado passaram a acontecer também
ocorrer as “invasões”, nome local em Rio Branco. Enquanto na floresta os
usado para designar terrenos pú- trabalhadores organizaram-se em Sindi-
blicos ou privados ocupados por trabalha- catos Rurais e começaram a “empatar”
dores, para construção de moradias. Estas a derrubada da mata para formação de
invasões faziam surgir, do dia para noite, pastagens, na cidade, as Comunidades
novos bairros populares na periferia da ci- Eclesiais de Base e lideranças populares
dade, sem nenhuma infraestrutura básica. procuraram organizar as “invasões” para
As tentativas de reverter a política de evitar a atuação dos proprietários dos ter-
Obras da construção da Biblioteca Pública de Rio Branco, década de 70. Deptº de Patrimônio
atração dos “paulistas” não conseguiram renos invadidos, ou dos grileiros de terras Histórico e Cultural – FEM

deter o movimento migratório do campo e Assembléia Legislativa, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM que, por vezes, utilizavam a violência con-
o inchamento acelerado das cidades. Além tra os trabalhadores.
disso, as políticas de habitação popular efe-
tivadas dos anos 70 a 90, não atendiam as
famílias mais pobres, sem profissão ou ren-
da fixa, uma vez que eram voltadas para as
camadas médias da população.

Adauto Brito da Frota

23.04.1975 a 17.06.1977
Vista do Palácio da Justiça, Palácio Rio Branco e Palácio das Secretarias, década de 70. Hospital de Clínicas. Ampliação e remodelação, década de 70. Deptº Vista da Rua 1º de Maio após a construção das duas pontes, década de 70. Deptº de
Prefeito - 2 anos e 2 meses Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

12/03/1976 Em 1976 14/04/1976 09/07/1976


GOVERNO RELATA SUA AÇÃO EM BRASÍLIA. Sábia natureza - A Vasp deu muitas dores de cabeça ao MESQUITA PODE ELEVAR PARA DEZ OS MUNICÍPIOS MESQUITA: “BANACRE FINANCIARÁ CULTURA
Governador Geral Mesquita postulou recursos do seu gerente de base em Rio Branco, principalmente quando ACREANOS. CAFEEIRA”. - O Governador Geraldo Mesquita afirmou
Polamazônia para projeto de implantação da bacia problemas na pista do Aeroporto Internacional Presidente Os municípios acreanos poderão ser acrescidos de sete aos colonos reunidos no grupo escolar do Núcleo Agrícola
leiteira, questão fundiária do estado, e do programa de Médici impediam o pouso e decolagem do Samurai, avião para dez, segundo parecer da Consultoria do Ministério da Rural Integrado (NARI) da Jarbas Passarinho de que o
saneamento básico do DNOS em Rio Branco, notadamente turbo-hélice, forçando o Sebastião Melo de Alencar a opções Justiça, em atendimento ao pleito do governador Geraldo Banacre financiará o plantio de café no Acre, de forma a
o projeto de canalização do igarapé da Maternidade. emergenciais para não perder a freguesia.Condoído da aflição Mesquita ... colocar o Estado como produtor destacado da rubiácea.
Jornal O Rio Branco do gerente, observamos no jornal O Rio Branco, na seção "A Jornal O RIO BRANCO O secretário do Fomento Econômico, Sr. José Fernandes
Cidade em Revista": "O Dr. Alencar, por causa da VASP, só não do Rêgo, explica que existe projeto para o plantio racional
está de cabelos brancos porque usa peruca". ainda em 1976, de 500 hectares de café.
Tão Acre – Zé Leite Jornal O RIO BRANCO
114 115
Festival acreano de música popular - FAMP, início da década de 80. FGB - PMRB

N
ovos bairros formados a partir de Nova, Taquari, Santa Terezinha/“Bostal”,
ocupações, sem infraestrutura mí- etc.); ou ainda, formados a partir de lote-
nima de água, saneamento, luz e amentos clandestinos e conjuntos residen-
acesso. Além disso, na maior parte das ve- ciais mal implantados. Uma nova realidade,
zes esses novos bairros estavam situados que estabeleceu enormes desafios a serem
em locais alagáveis ou impróprios, como enfrentados para a conquista de qualidade
Vista aérea parcial do centro da cidade, década de 70.
Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM nas áreas ocupadas no 2º Distrito (Cidade de vida para os cidadãos de Rio Branco.

População no porto de Catraia prestigiando uma corrida de canoas, década de 70.


Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Fernando Inácio dos Santos

17.06.1977 a 01.03.1981
Desabamento de uma parte da ponte Juscelino Kubitschek. Orlando Testi, década de 70. A partir da esquerda - Nilson Mourão, Carlos Simão, Keilah Diniz e Anselmo Forneck, Mane Garrincha em ocasião de visita ao Estado, conhecendo as dependências do Instituto
Prefeito
Prefeito
- 3 anos
- 4 eanos
9 meses Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM década de 70. FGB - PMRB Imaculada Conceição, década 70. FGB - PMRB

06/03/1978 09/06/1978
PROBLEMAS DE UMA CIDADE- FERNANDO INÁCIO, O rigoroso e a topografia da cidade - capital, Fernando Inácio diz Desapropriados da Capoeira reclamam contra moradores à reportagem. Alegam eles que a medida que
PREFEITO, RECONHECE O PROBLEMA DOS BURACOS E que o tráfego de veículos em Rio Branco é intenso, contribuindo Aeroporto - Ontem, moradores do Bairro do Aeroporto implicou em sua remoção do Bairro da Capoeira, na Zona
ANALISA A SITUAÇÃO - Logo que o prefeito Fernando Inácio para agravar a situação. Nada menos de seis mil veículos entram que para lá foram removidos por terem sofrido Ampliada, não foi má, posto que objetivava zelar pela
dos Santos assumiu a Prefeitura, em julho passado, tratou mensalmente nesta cidade, cujas ruas não foram preparadas desapropriação do Bairro da Capoeira onde habitavam, sua própria saúde, todavia, o que não aceitam é os terem
de executar a chamada operação - buraco, com resultado para o carro. estiveram na redação de a Gazeta para reclamar contra assentado num local sem nenhum benefício," como se
satisfatórios. O problema de Rio Branco, no entanto é de base. O governador da cidade tem a segurança de que técnicos da a total falta de infra estrutura naquele bairro, que não estivessem exilados "." É por isso que nós queremos apelar
Dezenas de prefeitos sofreram ás críticas violentas do povo e UNICAMP possam revelar após análise do solo acreano uns dispõe ,sequer de água e luz na área onde estão alojadas para as autoridades, principalmente para a ELETROACRE
da imprensa pôr causa dos buracos, principalmente quando as sistema adequado à pavimentação asfáltica duradoura e capaz cerca de 400 famílias. para ver se pelo menos luz elétrica chega por lá", finalizaram.
chuvas desabam intensamente como agora. de resistir ao tráfego intenso e às intempéries. "É como se a gente morasse num seringal e dos piores. Jornal A GAZETA DO ACRE.
Além dos problemas que atravessa, lutando contra o inverno O JORNAL É tudo na base da lamparina e do balde", disse um dos
116 117
Moradores do bairro 6 de Agosto durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Alagação no Santa Terezinha, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Histórico e Cultural - FEM

Mutirão contra jagunçada. Empate que aconteceu na estrada de Boca do Acre, em


setembro de 1979, fotografada por José Maria Barbosa, um dos heróis contra o
desmatamento da floresta acreana. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Mutirão contra a jagunçada. Seringueiros armados com terçados e foices, rumo a um empate no Km
38 da BR-317, em Boca do Acre, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A
situação das cidades acreanas, e de
Rio Branco em especial, tornou-se
então, causa de forte degradação
das condições de vida em todos os setores.
O nível de tensão social, tanto nas florestas
quanto nas cidades acreanas, era extrema- Cortejo fúnebre de Wilson Pinheiro, 1980 . Dept°de Patrimônio Histórico
e Cultural - FEM
mente alto, situação que levou a aconteci-
mentos tais como a morte de João Eduar-
do, em 1981, assassinado por um grileiro, Vista aérea do bairro 6 de Agosto, durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
como já tinha ocorrido com o assassinato
de Wilson Pinheiro, em 1980, e levaria ao
de Chico Mendes, em 1988.
Não é exagero dizer que, nessa época,
Rio Branco não cresceu, explodiu. Se ao
longo de 90 anos de sua história as dinâmi-
cas da cidade tinham dado origem a pouco
mais de uma dezena de bairros, entre 1970
e 1999, esse número passaria de 150. Bairro João Eduardo, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Invasão do Bostal durante alagação, década de 80. Dept°de Mudança de moradores durante alagação no bairro 6 de Alagação no Santa Terezinha , década de 80. Dept°de
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Agosto, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Cultural - FEM

29/10/1978 Em 1978 27/01 a 03/02/1980


MESQUITA INAUGURA NÚCLEO DE APOIO. Ah, essa cultura! Um decreto muito oportuno. na volta da água ao nível normal, os ribeirinhos de pronto
Mais um Núcleo de Apoio Rural Integrado será inaugurado pelo No vestibular, prova de redação, o tema proposto versou Um decreto do Prefeito municipal de Rio Branco, retornarem ao mesmo local. Em contra partida oferece-se
governador no dia 4 na Colônia Calafate. O Nari, no entanto, sobre a migração nordestina para o Acre. Duas pérolas Fernando Inácio dos Santos, endossado pelo Governador a essas pessoas programas habitacionais para famílias
já vem funcionando e prestando serviços aos colonos e a sua preciosas extraídas das ostras da sabença de dois Joaquim Macêdo, considera Margem áreas localizadas a de baixa renda como o Profilurb - lotes urbanizados e
inauguração oficial só será agora porque a área de 7 mil e 500 candidatos: distância de 30 metros do rio coibindo as construções às outros como o Projeto Tangará, com boa infraestrutura. O
hectares onde está situada a colônia, recentemente passou do "Quando os cearenses viajaram no navio Anajás foram margens dos rios. decreto constitui-se num passo fundamental para o fim da
domínio privado para o público. atacados por um submarino alemão". O Governo do estado acertou no alvo ao proibir pôr “industria da alagação”, cujos tentáculos se ampliam cada
Jornal O RIO BRANCO "A penetração nordestina no Acre deveu-se aos meio de decreto a construção de residências em áreas vez mais com o decorrer dos anos.
nordestinos". costumeiramente alagáveis, cujo condão principal é evitar O JORNAL
Tão Acre – Zé Leite o ciclo vicioso de todo o ano após o período das chuvas
118 119
Abertura de ruas no Bairro Conquista, década de 80. FGB - PMRB Vista de uma das ruas do Bairro Taquari. Data década de 80. FGB - PMRB

Parada de ônibus, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e


Cultural - FEM

E
ssa série de acontecimentos, modifi-
cou não só o espaço físico da cidade,
mas a vida das pessoas. Por exemplo,
a construção das duas pontes sobre o rio
Acre - a metálica, em 1971 e a de concre- Bairro das Placas, década de 80. FGB - PMRB Entrada da rua principal do bairro Tropical, década de 80. FGB - PMRB

Avenida ceará, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM


to, em 1974 - provocou o fim da área da
antiga Praça Municipal, que foi cedida ao
Posto São Francisco, e de parte da rua 1º de
Maio, que desabou em função do balseiro
acumulado nas pontes. A situação piorou
ainda mais em decorrência das alagações,
que ocorreram em 1971/72, 1974/75 (a
maior de todas) e 1978/79.
Em 1978, o bairro Triângulo Novo já
Primeiras casas do Conjunto Tucumã, década de 80. FGB - PMRB Vista da Estrada Vila Ivonete. década de 80. FGB - PMRB
estava consolidado, seguido pela forma-
ção do bairro João Eduardo, em 1979.
Logo, o movimento das ocupações es-
palhou-se por toda a cidade: Tancredo
Parada de ônibus na Avenida Getúlio Vargas, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e
Cultural - FEM
Neves, Placas, Aeroporto Velho, Sobral,
Cidade Nova, Invernada e São Francisco.
A ocupação do bairro Taquari deu-se em
Flaviano Flávio Baptista de Melo
1981 e, apenas cinco anos depois, em
01.03.1981 a 01.03.1985 1986, já era uma das principais áreas de
ocupação da cidade, apesar de constante- Obras de pavimentação asfáltica da Rua Isaura Parente, década de 80. Obras de pavimentação asfáltica da Avenida Nações Unidas, década de 80.
Prefeito - 4 anos mente atingido pelas alagações. FGB - PMRB FGB - PMRB

Em 1980 14/05/1981 19/05/1981


Homenagem remunerada - Bruno "Couro Velho", glória Os donos do Acre - Em sessão de 1980, na Câmara de 14 de maio de 1981 - Nº 1216 PREFEITURA FAZ LEVANTAMENTO HISTÓRICO
maior do Rio Branco Football Club, símbolo da raça estrelada, Vereadores o debate decorria aceso por motivo de questão TEATRO HORTA COMEMORA 1º ANIVERSÁRIO Sem dispor de projetos, o Secretário Municipal Antonio
pendurou as chuteiras, depois de presentear o clube do coração pertinente à propriedade das terras do Estado do Acre – se O TEATRO HORTA implantado por um grupo de jovens José, já contou razoável acervo histórico, com vistas à
e de sua carreira de craque com um golaço dentro do Estádio do próprio Estado, da União ou dos índios. O falecido Omar idealistas completará o seu primeiro ano de existência comemoração do primeiro centenário da Fundação da
Aluísio Ferreira, em Porto Velho, que garantiu o bicampeonato Marques, então do PMDB, irritado com o inútil debate que no próximo dia 17, que será comemorado com extensa cidade de Rio Branco, no próximo ano.
do Copão da Amazônia aos acreanos. mais dava trabalho aos garçons e engordava vendedor de programação cultural. Surgido na Estação Experimental, A festa terá início este ano, por ocasião dos 99 anos de
O presidente Sebastião Melo de Alencar resolveu realizar uma café em pó e açúcar, aparteou para encerrar a pendenga: o TEATRO HORTA já apresentou várias peças teatrais de fundação do município, ocasião em que será exposta ao
homenagem ao veterano artilheiro, Bruno avisou: Doutor, – Os verdadeiros donos das terras acreanas são as minhocas. autores locais, constituindo-se hoje no mais importante público uma série de documentos referentes às histórias
prefiro as homenagens em dinheiro vivo. Tão Acre – Zé Leite passo dado no setor de artes cênicas em nosso Estado. plítica - sócio - econômica do município.
Tão Acre – Zé Leite Jornal O RIO BRANCO Jornal O RIO BRANCO
120 121
N
os anos 70, aconteceram outros
movimentos pela cidade. Um de-
les foi o surgimento das Escolas
de Samba em Rio Branco. Influencia-
dos pelo desfile das Escolas de Samba
do Rio de Janeiro, alguns dos blocos
carnavalescos de bairros da cidade tor-
naram-se Escolas de Samba. Em 1972,
Equipe participante da regata de catraias, década de 80. Dept°de Vista parcial da rua Eduardo Assmar, durante uma competição de
começaram a ocorrer acirradas dispu- Festival do Amapá, década de 80. FGB - PMRB
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM catraias, década de 80. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM

tas entre a Escola de Samba Unidos da

A
Cadeia Velha, sob o comando de João chegada da televisão ao Acre foi a
Aguiar, recém chegado do Rio, e a Es- grande novidade da década de 70,
cola de Samba Unidos do Bairro Quinze, mais precisamente de 1974, ano
comandada pelo baiano-carioca San- de Copa do Mundo, facilitando a integra-
tinho. Durante as festas de Momo, as ção com o restante do país. A TV passou
disputas tinham como palco principal a a transmitir atividades consagradas por
Avenida Getúlio Vargas, e se estendiam aqui, como os programas de auditório,
às rádios, que executavam as músicas porém, provocou mudanças nos costu-
das escolas, movimentando o cenário mes locais, como a diminuição do antigo Da Costa e Grupo musical Bararu, década de 80. FGB - PMRB

cultural de Rio Branco. hábito de reunir na calçada, ao fim do dia,


Praia do Amapá, década de 80. FGB - PMRB para conversar.

Bateristas de escola de samba, década de 80. FGB - PMRB Carnaval na rua, década de 80. FGB - PMRB Inauguração do Cacimbão da Capoeira. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

15/02/1982 17/03/1983 17/03/1983 20/03/1983


PMRB ENFRENTA MAIOR CRISE FINANCEIRA. PDS FAZ PREFEITO DE RIO BRANCO. cont. PREFEITO DEVOLVE OCIOSOS E NOMEIA SEUS
A Prefeitura de Rio Branco, a exemplo das outras 4423 Rio Branco desde terça-feira tem um novo prefeito. permanência à frente da municipalidade vai perdurar AUXILIARES.
do Brasil vive hoje, uma das maiores crises financeiras de É o presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, até que a Assembléia Legislativa aprove a indicação O primeiro movimento do prefeito Flaviano Flávio Batista
sua história. Segundo o secretário de Planejamento, Renato vereador José Augusto Araújo de faria, do PDS, do Engenheiro Flaviano Flávio Batista de Melo, feita de Melo, após sua posse na sexta-feira, foi se reunir
Nunes, tudo isso é conseqüência da redução do FPM - Fundo empossado no cargo após a exoneração do prefeito diretamente pelo governador, cuja mensagem começou ontem com seus auxiliares diretos em seu gabinete e fazer
de Participação dos Municípios que nos últimos 90 dias, Fernando Inácio dos Santos, e por força de legislação a tramitar ontem nas comissões parlamentares do um estudo detalhado da programação orçamentaria da
foi superior a 60%, sem falar no alto índice inflacionário. constitucional que regula a matéria. legislativo. Prefeitura Municipal de Rio Branco para o ano de 83, e
A redução do FPM é causada em função da recessão A posse de José Augusto criou uma situação nova, então traçar o seu plano de ação para os diversos setores
econômica que impera no país, explicou Renato Nunes. porquanto o governo do Estado é ocupado pelo ex- Jornal O RIO BRANCO da PMRB.
Jornal O RIO BRANCO deputado federal Nabor Júnior, do PMDB, e sua Jornal O RIO BRANCO
122 123
Palácio das Secretarias, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico Edíficio Ibrahim, avenida Getúlio Vargas com Benjamin Constant,
e Cultural - FEM década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A
democratização em curso chegou e da multiplicação de demandas de urbani-
também aos municípios. A eleição zação, limpeza e ordenamento territorial de
para prefeitos ocorreu em 1984, Rio Branco, desse período – dificultou muito
quando foi eleito Adalberto Aragão, empos- a ação dos prefeitos da capital.
Prefeitura Municipal, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
sado em 1985. Mas, o fato dos prefeitos Essa nova relação entre governador e
serem eleitos diretamente pela população prefeito foi verificada já no período do Ara-

E
m relação à administração munici- Praça Rodrigues Alves, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico mudou a relação entre eles e os governa- gão, que teve dificuldades com a falta de
pal, depois dos dez anos (1961-71) e Cultural - FEM
dores, porque os prefeitos passaram a ter repasse de recursos do governo, para man-
de rápida alternância no cargo de relativa independência. ter serviços básicos, como a coleta de lixo e
Prefeito, começou uma fase mais regu- Relativa apenas porque, como sempre, a manutenção de ruas da cidade. Foi mais
lar. Entretanto, depois da deposição do Ex eos ulla in ratiisquis nonsed continuava existindo enorme diferença en- sentida ainda pelo prefeito seguinte: Jorge
primeiro prefeito eleito Aníbal Miranda, tre a capacidade de investimento do governo Kalume. Já que, no inicio de seu mandato, o
em 1965, os prefeitos continuaram indi- estadual, em comparação com as reduzidas governador era de outro partido, e só me-
cados pelos governadores nomeados pela verbas do orçamento municipal. O que – lhorou quando foi eleito um governador do
Ditadura Militar. Só em 1982, o proces- diante do aumento vertiginoso da população mesmo partido.
so de “abertura lenta e gradual”, imposto Mercado do 15, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e
Cultural - FEM
pelos generais no poder, permitiu que os
brasileiros voltassem a eleger governa-
dores. No caso do Acre, foi apenas a se-
gunda eleição para governador, em toda
a história acreana.

Adalberto Aragão

01.03.1985 a 01.03.1989
Praça Eurico Dutra, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Rua Epaminondas Jácome, década de 80. Dept°de Patrimônio
Prefeito - 4 anos INPA, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Cultural - FEM Histórico e Cultural - FEM

13/07/1983 04/01/1984 05/11/1985 02/10/1986


O ESPIRITO DA COISA DEU NO QUE DEU - A fórmula é MACISTE BAGUNÇOU COM O CORETO DA POLICIA ARTISTAS TEATRAIS QUEREM TER A SEDE (PICOLLI PREFEITURA PODERÁ PARAR POR FALTA DE RECURSOS.
simples: coloque num lugar fechado e calorento mais de mil O comerciante Osmarino, conhecido vulgarmente RECUSA) Entidades ligadas ao teatro e ao cinema reuniram “Se o Estado não repassar imediatamente recursos já
pessoas, sirva bastante bebida alcóolica e coloque prêmios pela alcunha de "Maciste", proprietário de um bar nas quinta com o pres. da Fundação Cultural, Jacó Picolli, autorizados pela Governadora na ordem de Cz$ 5 milhões,
em dinheiro para atiçar a competição. Serve para as lutas de proximidades do mercado do bairro Seis de Agosto, vem se discutindo a questão do espaço físico para a acomodação a Prefeitura de Rio Branco vai parar totalmente inclusive
boxe e para a finalíssima do Famp. Deu no que deu... Mas tornando um sério problema para o pessoal do 5º distrito dos artistas do Estado. O pres. da FETAC, Dinho Gonçalves, a coleta de lixo”. O desabafo foi feito ontem pelo prefeito
valeu o trabalho musical de Damião, o espetáculo de Pia e policial, chegando á faltar com o respeito a alguns agentes. colocou a real situação em que se encontram, e exigiu uma Adalberto Aragão, adiantado que o município já “não tem
Felipe, a coragem de Francis Mary denunciando a repressão O citado elemento deixa de cumprir a ordem do delegado sala para a FETAC uma vez que há mais de 30 dias sua condições de criar débitos na praça”.
e o esforço dos demais. Agora, rumo ao festival de praia do Américo Carneiro Paes, que mandou que todos os bares em diretoria vem se reunindo nos bancos da praça, devido ao Jornal O RIO BRANCO
Amapá, onde quem esquentar a cabeça leva um caldo. sua jurisdição fechassem as portas antes da zero hora. despejo que sofrem por parte do pres. Jacó Picolli.
Jornal O RIO BRANCO DIÁRIO DO ACRE. Jornal O RIO BRANCO
124 125
Velório de Chico Mendes no Salão Paroquial de Xapuri, década de 80. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

N
Repressão policial no"Dia D", década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM esta época, tanto surgiram músicas
que cantavam os modos de vida ur-

P
or outro lado, a luta contra a nova bana dos filhos da burguesia e dos
realidade imposta aos acreanos es- marginalizados pela sociedade, quanto mú-
palhou-se por diversos setores da sicas que falavam do duro cotidiano serin-
sociedade. Na floresta, os trabalhadores gueiro. Entre a melancolia da extinção e a
organizados em sindicatos empatavam o esperança de um improvável futuro foram
desmatamento, criavam cooperativas e feitas músicas que denunciavam a desfaça-
rompiam os laços com patrões e marre- tez da política e do autoritarismo. Músicas,
teiros. Na capital, os professores estadu- enfim, que recuperaram a importância dos
ais faziam sua primeira greve, tomando seringueiros, dos povos indígenas e dos
as ruas da cidade e começou a circular o modos de ser acreano. Protesto realizado em frente ao Serviço de Divulgação do Estado do Acre. Deptº de patrimônio
Histórico e Cultural - FEM
jornal Varadouro, que reunia jornalistas e
intelectuais de diferentes formações. Manifestação popular: O famoso "Dia D", década de 80. Dept°de
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Clenilson fazendo sua apresentação no FAMP. Dept°de Fest Amapá, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Casa do Seringueiro, com pintura em homenagem ao sindicalista Chico Mendes, década Lula em reunião com os trabalhadores rurais de Xapuri. Deptº de patrimônio Histórico e
Carnaval na rua, década de 80. Dept°de Patrimônio
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Cultural - FEM de 80. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Cultural - FEM
Histórico e Cultural - FEM

Em 1987 02/08/1987 13/11/1987 08/01 a 25/01/1988


Tão acre CHICO MENDES COMEMORA A CRIAÇÃO DE RESERVA ROUBARAM A PLACA DA GAMELEIRA - Um Governador ARAGÃO FAZ A FESTA DO POVO.
O folclórico Abrahim Farhat Neto, o Lhé ou Brachula, editou EXTRATIVISTA - O presidente do S.T.R de Xapuri disse que do Acre demoliu o Obelisco e sacou a Fonte Luminosa da O carnaval/88, promete ser um dos mais organizados e
um jornalzinho acreanissimamente rotulado Arigó. Relação com a aprovação das RESEX pelo Incra, “os seringueiros de esplanada do Palácio. Com o exemplo de cima, nada mais concorridos os últimos tempos. Tendo como ponto de
dos brasileiríssimos nordestinos do expediente: Klein De Xapuri começarão a viver um novo horizonte”. A aprovação “é natural que os vândalos emulem os maiores. Faz alguns partida a criação da Liga de Blocos e Escolas de Samba do
Lucca, Th. Frederich, Zwetsch, Scholla, Klander, Parra, Farhat. uma grande vitória dos seringueiros, talvez a mais importante anos a Prefeitura inaugurou na Gameleira uma placa de Acre. A liga juntamente com a Prefeitura Municipal de Rio
da história da Amazônia”. Francisco palestrou no auditório da bronze, assentada num tronco, registrando a data em que Branco estão traçando as diretrizes do Carnaval, o qual
Tão Acre – Zé Leite UFAC-Centro sobre a destruição da floresta Amazônica e a luta Neutel Maia estabeleceu o seringal Empresa, “abovo” da promete ser um sucesso.
dos seringueiros, defendendo a união dos trabalhadores do hoje Rio Branco. Foi roubada. O CACIMBÃO está destruido Jornal O ESTADO DO ACRE
campo e da cidade. pelos marginais, entupido de lixo e abandonado.
Jornal Gazeta do Acre Jornal O RIO BRANCO
126 127
A
lém disso, artistas da poesia e
do teatro montavam peças como
“Toda noite tem pichação” e “Rio
Branco Total Radiante”. Enquanto jovens
estudantes universitários e profissionais
liberais uniam-se aos trabalhadores da
floresta para defender suas causas e de-
senvolver projetos em diferentes áreas.
Tudo isso, desembocou na retomada
do Festival Acreano de Música Popular -
FAMP. O de 1980 aconteceu na sede do Da Costa e Paulinho da Viola no Teatrão, década de 90. FGB - PMRB

Vasco da Gama e teve enorme repercus-


são. Mas, a realização dos Festivais não se
deu de forma contínua: aconteceu em 80 Rodoviária de Rio Branco, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

e 81, parou em 82, voltou em 83, dando


uma nova parada até 1985, e assim por
diante. A partir de 1983, todo esse movi-
mento cultural engrossou com os Festi-
vais do Amapá, de modo que os anos 80
foram efervescentes para o movimento
de resistência cultural.
Biblioteca Pública Estadual, década de Biblioteca Pública Estadual, década
90. Dept°de Patrimônio Histórico e de 90. Dept°de Patrimônio Histórico
Festival do Amapá, década de 90. FGB - PMRB
Cultural – FEM e Cultural – FEM

Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e


Cultural – FEM

Jorge Kalume

01.03.1989 a 31.12.1992
Inauguração do Espaço Cultural de Belas Artes, com a presença do governador Romildo Apresentação de grupo musical no FAMP. FGB - PMRB Chico Pop, década de 90. FGB - PMRB
Prefeito - 4 anos Magalhães e Prefeito Jorge Kalume. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Em 1991 Em 1992
Helicóptero Antiga novidade - O primeiro assalto a mão armada em O terreno baldio do Ceará - Final do governo do prefeito – É lá num terreno baldio da Avenida Brasil, prefeito.
Um helicóptero em Rio Branco deu força à Secretaria Rio Branco aconteceu em abril de 1991, na agência do Jorge Kalume, o fotógrafo Francisco Genésio, o popular Envolto com mil e uma coisas a resolver, JK disse que
da Saúde no combate à cólera que ameaçava assolar o Banacre na Avenida Nações Unidas, no bairro da Estação sempre boquirroto e borbulhante Ceará encosta no ia estudar, Ceará entendeu que estava autorizado e
Acre. Quem muito usufruiu da traquitana foi o falecido Experimental. Três agentes de plantão no 3º Distrito Policial tarimbado político e propõe: imediatamente mandou baixar da noite para o dia tijolos,
governador Edmundo Pinto. Um dia convidou o deputado viram chegar um sujeito de olhos arregalados e língua de – Prefeito, resolvi voltar com meu Foto Ceará e quero que cimento, areia e ferros no "terreno baldio" da Avenida
Chico Sombra para um sobrevôo. O parlamentar fora, arquejante, com um pedido de socorro urgente. o senhor me deixe construir o prédio. Brasil, justo na Praça Plácido de Castro, ao lado do Bar
agradeceu: – Corram, por favor, estão assaltando a agência do Banacre! – Tudo bem, Ceará, mas onde é o local? Amarelinho. Quando JK viu o prédio futuro do Foto Ceará
- Obrigado, governador, eu não ando em avião de rosca. Um dos tiras, na maior pachorra, total indiferença: O esperto cearense que jura ter sido ponta-direita do já com as paredes levantadas, mandou dar última forma
– Cadê carro? Ceará Sporting com o apelido de Chiclete, apressa-se a na construção.
Tão Acre – Zé Leite Tão Acre – Zé Leite informar: Tão Acre – Zé Leite
128 129
E
m 1992, foram criados novos municí-
pios no estado do Acre. Dessa vez, Rio
Branco teve uma perda significativa
de território para os municípios de Capixa-
ba, Acrelândia, Porto Acre e Bujari.

Mapa do Estado e Municípios em 1992. Atlas do Estado do Acre, 2008

130 131
Pref. Jorge Viana visitando obras da cidade, década de 90. Dept°de Mercado do Bosque em 1995. Dept°de Patrimônio Histórico e
Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Cultural – FEM

N
a década de 90, teve início uma mu- querda, agora já sem as amarras e repres-
dança radical no cenário político do são da Ditadura Militar.
Terminal Urbano em fase de conclusão, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Acre. Como resultado da profunda Esse novo momento político concre-

C
crise social vivida pelos acreanos, desde o tizou-se com a eleição de 1992, quando om o lema “Vida Nova na Cidade” o
início da década de 70 e da democratização o jovem engenheiro florestal Jorge Viana prefeito Jorge Viana definiu novos pa-
dos anos 80 - aconteceu um realinhamento disputou e ganhou a eleição para prefeito râmetros para a gestão do município,
das forças políticas do estado. Novas lide- da capital. A partir de março de 1993, co- entre eles: recuperar a importância do rio
ranças surgiram nos movimentos sociais da meçou uma nova experiência política e ad- Acre para Rio Branco e virar de novo a cidade
floresta e da cidade e passaram a disputar ministrativa, que mudaria completamente a de frente para o rio; trocar a ideia de adminis-
as eleições por partidos como o Partido dos história de Rio Branco e do Acre. trar a cidade, por cuidar coletivamente dela
Trabalhadores - PT e outros partidos de es- Logo de início, a Prefeitura envolveu como cada um cuida de sua casa; orientar o
a população em ações de reorganização, desenvolvimento da capital pelos princípios
Box do Terminal Urbano em fase de conclusão, década de 90. Dept°de
limpeza e recuperação da cidade. A admi- da sustentabilidade ambiental e social. Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

nistração municipal passou a utilizar ferra-


mentas de gestão mais modernas, como o
planejamento estratégico.

Centro Cultural Lídya Hammes, década de 90. Dept°de Patrimônio


Histórico e Cultural – FEM

Jorge Viana

01.01.1993 a 31.12.1996
Centro Cultural Lídya Hammes, década de 90. Dept°de Patrimônio
Prefeito - 4 anos Histórico e Cultural – FEM

Primeiros dias de funcionamento do Terminal Urbano, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

10/03/1993 11/08/1993 10/06/1994 07/02/1995


CINE TEATRO RECREIO VAI VOLTAR À CENA CAPOEIRA. CHÁCARA CAPITÃO CIRÍACO - A cidade de Rio Branco CACIMBÃO MERECIA MELHOR SORTE
Após meses fechado, o CINE TEATRO RECREIO voltará a No próximo dia 15, a Associação do bairro Capoeira estará ganhará mais uma área de preservação. Trata-se da reforma O legendário Cacimbão da Capoeira se encontra
abrir suas portas ao público provavelmente no dia 21 de promovendo um campeonato de futebol, entre clubes do que a Prefeitura vai desenvolver na antiga Chácara Capitão abandonado. Durante décadas abasteceu às famílias mais
Maio, disse o Pres. da Fundação Cultural do Estado, Profº próprio bairro e adjacências. Os ganhadores irão ganhar Ciríaco, localizada no Segundo Distrito e que tem lembranças nobres de Rio Branco com suas águas puras e cristalinas.
Félix de Souza, com a recuperação das partes deterioradas. valiosos tróféus entre eles, o mais valioso (do Campeão), será históricas, além da vegetação típica dos seringais. As obras Uma fonte natural que mesmo sufocada pelo fluxo do
Para isso, foi firmado um acordo entre o Município e o denominado Mac Wesley, em homenagem ao jovem Mac, iniciam este mês e devem ser concluídas até o ano que progresso consegue manter-se livre da poluição. Os
Estado. Segundo o Secretário de Cultura do Município, filho do jornalista Campos Pereira. As inscrições poderão ser vem. O presidente da Fund. Mun. de Cultura, Antônio Alves, moradores afirmam que o último benefício que foi feito no
Antônio Alves, a recuperação do prédio visa incentivar a feitas na própria Associação, com o Presidente Raimundo ressaltou que o 2º Distrito tem grande significado na história Cacimbão aconteceu durante as administrações de Adalberto
produção artística e resgatar a memória cultural do Acre. Maia. acreana, não tem opções de lazer para os moradores. Aragão e Jorge Kalume. De lá para cá nada mais foi feito.
Jornal O RIO BRANCO A GAZETA. Jornal O Rio Branco Jornal O RIO BRANCO
132 133
R A
io Branco passou a ter, então, ruas educação municipal também avan-
e praças mais limpas e bem cuida- çou significativamente com a re-
das, com jardins floridos que muda- cuperação das escolas e a adoção
ram a relação dos moradores com esses de programas inovadores, como o Pro-
espaços. A cidade ganhou novos parques jeto Seringueiro que havia sido iniciado
que preservavam importantes áreas ver- por Chico Mendes e outros, nas escolas
des, como o Parque Capitão Ciriaco e o rurais. Além disso, foi adotada uma me-
Parque Chico Mendes e ofereciam novas renda escolar regionalizada que potencia-
opções de lazer, além da recuperação do lizou o aproveitamento da produção agrí-
Horto Florestal. cola local e melhorou muito a qualidade
O transporte coletivo foi organizado da alimentação oferecida às crianças.
com a criação do Terminal Urbano. Ações As artes e a cultura local também fo-
de urbanização de bairros, especialmen- ram impulsionadas pela Fundação Mu-
te nas áreas das invasões, foram feitas nicipal de Cultura Garibaldi Brasil que
através do programa Habitar-Brasil e ou- criou um Setor de Patrimônio Histórico
tros projetos com recursos externos. Os que atuou na recuperação do Cacimbão
mercados públicos foram reformados ga- da Capoeira e do prédio do Aeroporto Ve-
nhando melhores condições para venda lho, que se tornou o Centro Cultural Lydia
da produção agrícola que cresceu com Hammes. Foi criado também o Centro de
a implantação dos polos agroflorestais Multimeios, com uma Escola de Musica
no entorno da cidade. Todas essas ações anexa, e um ousado Programa de Leitu-
contavam com a participação ativa dos ra nos bairros. Projetos como o “Boca da
Projeto Boca da Noite no Coreto da Praça Rodrigues Alves, década de 90. Dept°de Patrimônio moradores e lideranças comunitárias, Noite” e outras ações movimentaram o
Histórico e Cultural – FEM
através do Orçamento Participativo. cenário cultural da cidade.

Visita do Pref. Jorge Viana ao DERACRE , década de 90. Acervo Edgarde de Deus Discurso do Pref. Jorge Viana em solenidade no Horto Florestal, década de 90. Apresentação de grupo musical no Parque Capitão Ciríaco, década de 90. Dept°de Recorte de matéria do jornal A GAZETA, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e
Acervo Edgarde de Deus Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Cultural – FEM

07/10/1995 11/10/1996 Em 1996 de todos os tempos


Cacimbão PREFEITURA INSPECIONA OBRAS NO 15. Dieta da derrota - O técnico J. Alves, de apelido Maluco OS SANTOS MILAGROSOS
Será hoje a inauguração do Cacimbão da Capoeira, O prefeito Jorge Viana voltou a inspecionar obras, ontem de Beleza, do Rio Branco, pelas loucuras e presepadas fazia O conhecimento de causa do seringalista Birroque é
recuperado pela prefeitura e tombado pelo patrimônio manhã nos bairros da pista, Ivete Vargas e no Quinze. jus ao codinome. Em 12 de julho, na partida decisiva do fora de série, como a descoberta dos santos mais queridos e
histórico do município. A inauguração começa às 10 horas Depois da visita ao bairro da Pista, Jorge Viana inspecionou returno com o Juventus, estabeleceu inusitado cardápio populares
e deve reunir toda a população do bairro que durante anos o trabalho de urbanização que está sendo realizado no bairro para os jogadores concentrados no almoço e no jantar, nos seringais acreanos: São João da Barra e São Risal.
sonhou com a obra. Ivete Vargas e a implantação de bueiro na rua 16 de outubro, sem direito a reclamação: guaraná em pó, rapadura, caldo
Jornal A GAZETA no bairro 15, uma das reivindicações da comunidade, e a de cana, mamão, suco de laranja. Deu no que deu, pois
prefeitura só está conseguindo atendê-la agora devido ao os jogadores demonstraram excelente preparo físico na
financiamento conseguido junto a Caixa Econômica Federal. contínua corrida aos sanitários. O RBFC perdeu o jogo.
Jornal O RIO BRANCO Tão Acre – Zé Leite
134 135
Balsas no rio Acre , década de 90. Marcos Vinicius Neves

Rua Eduardo Assmar, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

A
partir de 1997, o município pas-
sou a ter problemas semelhantes
aos que o governo do estado en-
frentava: má gestão dos recursos públi-
cos, fragilização dos órgãos públicos,
atraso de pagamentos dos funcionários e
Vista lateral do Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
sucateamento da máquina estatal.

Porto do Mercado Elias Mansour, década de 90.


Barranco da rua Eduardo Assmar, década de 90. Dept°de Patrimônio
Marcos Vinicius Neves
Histórico e Cultural – FEM

R
io Branco viveu, portanto, um perí-
odo de muitos avanços e de ações
inovadoras que deram maior qua-
lidade de vida a população. Infelizmente,
após a gestão de Jorge Viana, os três pre-
feitos seguintes não deram continuidade
Vista interna do Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
a essas ações e a cidade voltou a enfrentar
problemas. Além disso, o governo estadu-
Mauri Sérgio
al também estava passando por grandes
01.01.1997 a 31.12.2000 dificuldades com a morte do governador
Edmundo Pinto e a posse do vice-gover-
Prefeito - 4 anos nador Romildo Magalhães.

03/05/1997
DEPUTADO ADMITE SONDAGEM, MAS NEGA TER emenda, por estar insatisfeita com o governo.
TROCADO VOTO POR DINHEIRO Acabou mudando seu voto na última hora, porque
A Folha tentou localizar o deputado Ronivon foi recebida pelo presidente Fernando Henrique
Santiago (PFL-AC) durante toda a tarde de ontem. Cardoso no Palácio do Planalto e expôs suas queixas.
Em seu gabinete, os assessores disseram que ele Quanto à conversa telefônica na qual o deputado
estava viajando, mas não informaram para onde. Ronivon Santiago (PFL-AC) diz que os deputados
A deputada Zila Bezerra (PFL-AC) disse que a acreanos receberam R$ 200 mil para aprovar a
denúncia envolvendo seu nome com a negociação reeleição, Zila diz não ter "fundamento".
de votos "não tem fundamento". A deputada
afirmou que estava disposta a votar contra a Jornal FOLHA DE SÃO PAULO
136 137
Vista aérea da 4ª ponte de Rio Branco. Dept°de
Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Novos tempos

1999-2013

A
capital acreana recebeu
uma série de ações de
reestruturação em sua
malha urbana e de revitaliza-
ção de seu patrimônio históri-
co e paisagístico. Com isso Rio
Branco experimentou transfor-
mações profundas que a torna-
ram uma das mais belas cida-
des brasileiras.

138 139
Passeata de abertura do Encontro de Culturas Indígenas no centro da cidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

M
antendo os princípios norteadores antiga da cidade, com a recuperação do
de seu trabalho na prefeitura de barranco da Rua da Gameleira que estava
Rio Branco, as ações de recupera- se desfazendo. Ao mesmo tempo que teve
ção da cidade promovidas pelo governador inicio também um intenso trabalho de va-
Jorge Viana começaram pela área mais lorização dos povos e culturas tradicionais.
Vista panorâmica do Calçadão da Gameleira em fase de construção. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

C
omo vimos anteriormente, ao lon-
go de toda sua história, as grandes
transformações urbanísticas de Rio
Branco aconteceram pela ação de governa-
dores. Em razão da reduzida capacidade de
investimento da prefeitura municipal.
Depois das profundas modificações ur-
banas realizadas pelos governadores Hugo
Carneiro (1927-29) e Guiomard Santos
(46-50), coube ao governador Jorge Viana
(1999-2006), promover uma verdadeira
revolução urbanística na cidade. Apresentação do grupo da Marujada. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Calçadão da Gameleira em fase de


construção. Dept°de Patrimônio
Histórico e Cultural – FEM

Palácio das Secretarias.


Dept°de Patrimônio
Histórico e Cultural – FEM

140 141
O
processo de recuperação da cidade
de Rio Branco, bem como do esta-
do do Acre como um todo, passava
necessariamente, então, não apenas pela
recuperação física das estruturas públi-
cas, mas pela recuperação simbólica e
cultural dos valores acreanos. Só assim se
poderia recuperar também a autoestima
do povo acreano, tão combalida depois de
anos de crise politica e econômica.
Para tanto, o governo da floresta, Fonte Luminosa e ao fundo o Palácio Rio Branco, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Palácio Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Memorial dos Autonomistas, . Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
como se chamou a gestão liderada por Cultural – FEM

Jorge Viana, baseou suas ações em duas


frentes de trabalho simultâneas: o respei-
to e a valorização dos bens culturais mais
tradicionais e queridos pela população
acreana e, ao mesmo tempo, a busca de
soluções inovadoras baseadas nos prin-
cípios da sustentabilidade. A composição
entre o antigo e o novo, o tradicional e o
contemporâneo, tornaram-se os eixos do
trabalho que estava começando.
Enquanto se fazia a recuperação da en-
costa da rua da Gameleira - a primeira da Memorial dos Autonomistas, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
cidade, formada ainda nos idos do povoa-
do da Volta da Empreza – e do seu casario
antigo, tinha inicio também a restauração
do Palácio Rio Branco que, apesar de sua
importância histórica, estava completa-
mente destruído. Assim como a Fonte Lu-
minosa, tão marcante para a memória de
várias gerações de riobranquenses, tinha
sido levada para a Praça Rodrigues Alves
e estava há anos sem funcionar.
A partir da revitalização, esse núcleo
central do sítio histórico da cidade rece-
beu novos usos. O Palácio Rio Branco foi Vista aérea do Palácio Rio Branco, 2002. Deptº de Patrimônio
Histórico e Cultural – FEM
Teatro Hélio Melo, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

aberto à visitação publica como museu, o


prédio da Radional se tornou o Memorial
dos Autonomistas/Teatro Hélio Melo e a
Fonte Luminosa voltou a funcionar no
seu lugar original.

Flaviano Flávio Baptista de Melo

01.01.2001 a 05.04.2002

142 Prefeito - 1 anos e 3 meses Visitação do público ao Palácio Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico Museu da Borracha. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Casa dos Povos da Floresta, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM
143
e Cultural - FEM
O
crescimento da cidade impunha
também novos desafios que preci-
savam ser enfrentados. As vias pú-
blicas começavam a ficar apertadas para
o fluxo de tantos veículos, especialmente
na ligação entre os diversos bairros e o
centro da cidade. A solução encontrada Ciclovia e pista para pedestres no Parque da Maternidade. Dept°de Hospital da Criança. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
foi a duplicação e redefinição das cha-
madas “vias estruturantes” da cidade. A
Rua Antônio da Rocha Viana e a Via Chi-
co Mendes foram as primeiras a receber
esse novo tratamento.
Isso implicou também numa mudan-
ça radical de concepção dessas vias que,
além de duplicadas, foram dotadas de cal-
çadas e, especialmente, de ciclovias que
melhoraram seu fluxo e diminuíram mui- Praça Povos da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Estátua do Chico Mendes na Praça Povos da Floresta. Dept°de Patrimônio

to a violência no transito entre veículos, Histórico e Cultural - FEM

bicicletas e pedestres.
Outra ação estruturante de grande im-
pacto na cidade foi a urbanização do Canal
da Maternidade, que já havia provocado
tantos problemas sociais e políticos ante-
riormente. Essa obra se tornou estratégica
ao definir um novo e adequado tratamento
aos fundos de vale que cortam dezenas de
bairros da cidade e sempre foram perma- Calçadão da Gameleira com mastro da bandeira ao fundo. Dept°de Patrimônio Calçadão da Gameleira. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
nente fonte de problemas de urbanização Histórico e Cultural - FEM

e de saúde publica pela transformação dos Vista aérea do Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM
igarapés em esgotos à céu aberto. Via Chico Mendes 2º Distrito. Dept°de
A construção do Parque da Materni- Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

dade transformou uma das áreas mais


degradadas e desvalorizadas da cidade
num parque repleto de equipamentos
esportivos, culturais e de lazer. Com
isso, os imóveis de seu entorno foram
muito valorizados e a população de Rio
Branco passou a dispor de um belo par-
que que serviu de modelo para inter- Portal de entrada do Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio

venções em outros bairros da cidade, Histórico e Cultural - FEM

como o Parque do Tucumã, e também


em outras cidades acreanas.

Isnard Leite

05.04.2002 a 31.12.2004

Prefeito - 2 ano e 8 meses Concha Acústica no Parque da Maternidade, 2002. Dept°de


144 Patrimônio Histórico e Cultural - FEM 145
A
té 2005, o trabalho de recupera-
ção de Rio Branco foi realizado
pelo governo estadual. Enquanto
isso, a prefeitura continuava se debaten-
do com dificuldades criadas por gestões
distanciadas da população e com pouca
efetividade na administração dos proble-
mas da cidade. Com a eleição de Raimun-
do Angelim como prefeito, em 2004, esse
cenário começou a mudar com a possi-
bilidade de governo e prefeitura traba- Escola de Meio Ambiente localizada no Horto Florestal.

lharem em sintonia para a melhoria das ASCOM - PMRB

condições de vida da população.


A educação, por exemplo, foi extrema-
mente beneficiada por essa parceria. A
partir de então o trabalho de recupera-
Av. Antônio da Rocha Viana e a ponte sobre o igarapé São Francisco. Deptº de Patrimônio Histórico – FEM
ção das condições físicas das escolas, ca-
pacitação de professores e de busca pela
melhoria do ensino e do aprendizado em
geral teve um salto qualitativo.
Enquanto o governo estadual dava
prosseguimento ao trabalho nas vias es-
truturantes como a duplicação da Aveni-
da Ceará, implantação do anel rodoviário Casa Rosa Mulher. ASCOM - PMRB

através da Via Verde e a construção da


terceira ponte. A prefeitura se dedicava
a cuidar da limpeza da cidade, da organi- Inauguração do Parque Tucumã. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Portal do Parque do Tucumã. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
zação do transporte coletivo, da reforma
e adequação das unidades de saúde, da
iluminação pública, da urbanização de
bairros, como o Mocinha Magalhães. Sem
descuidar também de nossos parques
como o Horto Florestal, que foi dotado de
diversos novos equipamentos, o Parque
Chico Mendes e o Parque Capitão Ciriaco.
Para melhorar ainda mais a adminis- CRAS da Sobral. ASCOM - PMRB

tração municipal, a cidade foi dividida em


sete regionais que passaram a ter conse-
lhos comunitários encarregados de deba-
ter os problemas de seus bairros e então
definir a aplicação de recursos alocados
no orçamento participativo.

Raimundo Angelim

01.01.2005 a 31.12.2008

Prefeito - 4 anos Vista do Parque Infantil localizada na Praça do Juventus.


146 ASCOM - PMRB 147
Mercado Elias Mansour. ASCOM - PMRB
A
reforma do Museu da Borracha, da
Tentamen, do Cine Teatro Recreio,
do Teatrão e da Biblioteca Publica
Estadual. Junto com a implantação de no-
vos equipamentos culturais como a Casa
dos Povos da Floresta, a Usina de Artes,
a Biblioteca da Floresta e várias casas de
leitura pelo governo. E mais a criação do
Centro Cultural Nenen Sombra e do Qua-
drilhódromo pela prefeitura , dinamiza-
ram a cultura da cidade.
Biblioteca da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Vista panoramica da 3ª Ponte. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Passarela Joaquim Macedo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Novo Mercado Velho. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Apresentação de Quadrilha no Arraial Cultural da Arena da Floresta. Apresentação de Quadrilha no Arraial Cultural da Arena da Floresta. Val Fernandes
Val Fernandes

Vista panoramica da Passarela


Joaquim Macedo. Dept°de Patrimônio
Histórico e Cultural - FEM

Arraial Cultural no
Arena da Floresta.
Val Fernandes

148 149
Biblioteca Pública Estadual em Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico Av. Ceará. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
e Cultural - FEM

M
as as mudanças verificadas nes-
se período não se restringiram
aos espaços físicos. Pelo con-
trario, foram ainda maiores no fortale-
cimento da cultura imaterial, no finan-
ciamento das atividades artísticas e na
criação e efetivação de políticas públi-
cas na área cultural.
A lei de incentivo à cultura de Rio Bran-
co criada ainda na gestão do Prefeito Jor-
Av. Ceará duplicada. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
ge Viana, se somou ao Fundo Municipal
de Cultura criado pelo prefeito Angelim.
Além disso, Rio Branco foi o primeiro mu-
nícipio brasileiro a criar e implantar um
inovador Sistema Municipal de Cultura
que se tornou referência em todo o país.

Trapiche de acesso ao Parque Capitão Ciríaco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Usina de Arte João Donato. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

150 151
A
gestão de Raimundo Angelim foi
tão bem sucedida em seus resulta-
dos para a população que o levou
a ser reeleito em 2008. O prefeito Ange-
lim tornou-se assim o primeiro de toda a
história de cem anos do município de Rio
Branco a permanecer durante oito anos
consecutivos à frente da capital acreana.
A exemplo do que já havia acontecido no
governo do estado quando Jorge Viana se
tornou o primeiro a governar o Acre duran-
te dois mandatos consecutivos. Se levarmos
em consideração a extrema e absurda ins-
Reinauguração do Posto de Saúde Augusto Hidalgo de Lima.
tabilidade politica e administrativa que ca- ASCOM - PMRB
racterizou a maior parte da história de Rio
Branco, como vimos anteriormente nesse
livro, fica claro então o amadurecimento
politico que o nosso município verificou
nos últimos anos.
O prefeito Angelim soube então retri-
buir o carinho da população de Rio Bran- Reinauguração da Praça do bairro
co fazendo uma administração que foi Adalberto Sena. ASCOM - PMRB

premiada e reconhecida em todo o país.


Mas não só. Angelim dotou o munícipio
de novos equipamentos essenciais para a
solução de velhos problemas. Foi o caso
da implantação da Unidade de Tratamen-
to de Resíduos Sólidos (UTRE) que aca-
bou com o insalubre e perigoso lixão da
cidade. Criou a Central de Abastecimento
(CEASA) que dinamizou muito a produção
agrícola do município, além de oferecer
produtos de maior qualidade por preços
mais baixos para a população.
Completando o trabalho feito pelo go-
verno do estado no centro histórico de
Rio Branco, Angelim remodelou comple- Parque Chico Mendes. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

tamente a antiga Praça Rodrigues Alves/


Plácido de Castro, que se tornou a bela
Praça da Revolução. Isso tudo sem des-
cuidar das escolas e postos de saúde nos
bairros e na área rural.

Raimundo Angelim

01.01.2009 a 31.12.2012

Prefeito - 4 anos
152 Vista frontal da OCA. Sérgio Vale 153
Entrega do caminhão Jardinagem Comunitária realizada no Horto Florestal. ASCOM - PMRB Hospital da Criança. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista aérea do Estádio Arena da Floresta. Governo do Acre.

C
om as gestões de Jorge Viana e Binho
Marques no governo e de Raimundo
Angelim na prefeitura, nossa cidade
se transformou completamente, tornando-
Reinauguração do Mercado do Colonos. Gleilson Miranda Inauguração da CEASA Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
se uma das mais organizadas, limpas e be-
las cidades da Amazônia e do Brasil.

CEASA Rio Branco. Marcos Vicentti,


ASCOM - PMRB Apresentação dos bonecos gigantes no carnaval 2010. Val Fernandes

154 Vista aérea do carnaval no Arena da 155


Floresta. Gleilson Miranda
Inauguração da pista de caminhada do Parque São Francisco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB Ponte da av. Getúlio Vargas sobre o Igarapé São Francisco. Agência AC.GOV

Vista do monumento da Praça da Revolução. Governo do Acre

A
ntes de terminar seu mandato his- da Prefeitura reformado. Provou assim
tórico Angelim entregou à popula- que, com uma gestão séria e ética, a pre-
ção a nova Rodoviária Internacio- feitura também pode realizar investimen-
Solenidade de inauguração do Cacimbão da Capoeira. Diana Dantas Prefeito Angelim visita obras da operação verão. Marcos Vicentti, nal, o Parque do São Francisco e o prédio tos importantes para nossos cidadãos.
ASCOM - PMRB

Parque São Francisco. Marcos


Prefeitura de Rio Branco reformada.
Vicentti, ASCOM - PMRB
Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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Vista panorâmica da Rodoviária Internacional de Rio Branco. Marcos Vicentti,
ASCOM - PMRB

Vista Aérea da Rodoviária Internacional. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB Vista interna da Rodoviária Internacional. Diana Dantas

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15 de fevereiro de 1913, 1º de janeiro Prefeito Marcus Alexandre inspecionando
os serviços de limpeza após a cheia do rio
de 2013. Cem anos depois da posse do pri- Acre. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

meiro prefeito do município de Rio Branco,


assume a responsabilidade de gerir a maior
cidade acreana o jovem Marcus Alexandre.
E o desafio é imenso.
Mesmo com todos os avanços e trans-
formações que Rio Branco experimentou
desde 1999, ainda há muitas coisas por
fazer. Não se pode desconhecer que cerca
de 50% da população do estado do Acre
mora no município de Rio Branco. Ao
mesmo tempo a prefeitura dispõe um or-
çamento equivalente a 10% do orçamen-
to do governo estadual. Ou seja, metade
da população e apenas um décimo de re-
cursos disponíveis.
E já no inicio da gestão de Marcus
Alexandre foi necessário enfrentar uma
alagação do rio Acre que desabrigou mi-
lhares de famílias, como que para com-
provar que as dificuldades de administrar
uma capital nunca são, ou serão, peque-
nas. Afinal de contas, as alagações são
tão antigas quanto nossa cidade, como
é o problema da construção de mora-
dias em áreas alagadiças e, apesar de ter
sido enfrentado por praticamente todos
os prefeitos, como pudemos ver ao longo
das páginas desse álbum, ainda não foi
solucionado. Aliás, como diversos outros
problemas históricos e estruturais do mu-
nicípio e da cidade de Rio Branco.
Mas, o prefeito Marcus Alexandre en-
frentou com determinação e organização
a alagação buscando minimizar o sofri-
mento das famílias desabrigadas e ao
mesmo tempo oferecer serviços de saú-
de, lazer, cultura, esporte, cidadania, en-
fim, aos que estavam alojados no Parque
de Exposições esperando que as aguas do
rio Acre voltassem ao normal.

Marcus Alexandre

02.01.2013
Recreação no Parque de Exposições para os desabrigados da alagacão do Prefeito visita abrigados no Parque Exposição .Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB Novos ônibus de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Prefeito rio Acre. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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Feira do Peixe realizada na CEASA Rio Branco.Marcos Projeto Cinema no bairro. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Vicentti, ASCOM - PMRB

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om o propósito de estar com os cida- abrigos de ônibus em toda a cidade. In-
dãos no “dia a dia” da cidade, Marcus tensificou a fiscalização para reduzir o
Alexandre em pouco tempo mostrou transporte clandestino e recuperou ra-
a que veio. Logo nos primeiros dias de tra- mais para possibilitar o escoamento da
balho fez a “Operação Inverno” através da produção agrícola.
qual removeu mais de 16 mil toneladas de Ainda nos 60 primeiros dias de gestão
lixo e entulho de ruas e quintais, o que aju- criou o Instituto de Previdência do Muni-
dou muito no combate à dengue. cípio de Rio Branco (RBPREV), a Secreta-
Conseguiu ampliar a oferta de médi- ria de Esportes e a Secretaria de Articula-
cos, consultas e exames nas unidades de ção Comunitária para valorizar e ampliar
atenção básica. Fez manutenção em 340 o diálogo com o movimento comunitário.

Vista da Praça Elzo Rodrigues, bairro do Bosque. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Feira de Artesanato de Economia Solidária.Marcos Vicentti, Nova sinalização do Terminal Urbano de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
ASCOM - PMRB

Vista aérea do rio Acre cortando


Rio Branco.Marcos Vicentti,
ASCOM - PMRB

Vista da Praça Elzo Rodrigues, localizada no bairro do Bosque. Largada da corrida de rua Volta da Empresa. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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Inauguração do Posto de Saúde do Bairro Tancredo
Neves. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Atendimento do Saúde Intinerante. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB Moradora com o título definitivo de lote de terra do bairro João Eduardo II. Marcos Vicentti,
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uem diria que a pequena Volta da
Empreza iria se tornar essa cidade
que soube ser grande. Mais do que
de seus moradores, Rio Branco é a capital
de todos os acreanos.
Imensa responsabilidade porque se tor-
nou exemplo para os outros municípios do
Acre, bem como para muitas cidades do
Brasil e do mundo, por ensinar como har-
monizar a floresta com a vida na cidade.
É que Rio Branco tem rumo. Com seus
quintais, parques, ciclovias, praças e monu-
mentos históricos nos enche de orgulho e
Equipes formadas que disputão o Copão Comunitário no Arena da Floresta. Marcos Vicentti,
aponta pro futuro. ASCOM - PMRB

Abertura oficial do Copão Comunitário no Arena da Floresta. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Lançamento do Projeto do Terminal de Integração. Marcos Vicentti, Vista interna do Mercado do Bosque reformado. Marcos Vicentti,

O
ASCOM - PMRB ASCOM - PMRB

Prefeito Marcus Alexandre traçou


metas ousadas para sua gestão.
Como a abertura de 5 mil vagas em
creches e pré-escolas em quatro anos e a
emissão de, pelo menos, 2 mil títulos de
regularização fundiária, que é outro pro-
blema secular da cidade, em 2013. Além
de dar especial atenção à prevenção e
controle do risco de enchentes e desliza-
mentos, transporte e gestão municipal do Inauguração do Posto de Saúde Mariano Gonzaga de Oliveira. Marcos Vicentti,
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trânsito, problemas que afetam o dia a dia
de nossos cidadãos.
Mostra, assim, que tem os pés no chão
e está disposto a usá-los para caminhar
por todas as ruas e bairros, ramais e colô-
nias, praças e logradouros desse município.
Pronto pra encarar todos os desafios que
nos foram legados por nossa secular histó-
ria. Mas, sem perder de vista a Rio Branco Entrega da Praça do residencial Edson Cadaxo. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
que queremos deixar para nossos filhos.
164 165
N
este momento em que a prefei- O prefeito Marcus Alexandre está à
tura de Rio Branco festeja 100 altura de grandes gestores, assim como
anos de instalação, quero reafir- foram Jorge Viana e Raimundo Angelim,
mar nosso compromisso com o desen- que tiveram gestões marcadas por ousa-
volvimento da cidade das nossas vidas, dia e compromisso, assim como nosso
das nossas histórias. herói Plácido de Castro, que foi autor do PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO GOVERNO DO ESTADO DO ACRE SENADO FEDERAL

Nas curvas e barrancos do nosso rio primeiro Plano Diretor do município.


é possível visualizar o heroísmo dos Vivemos um momento novo. Com
desbravadores que, no fim do século parcerias, estamos fazendo investimen- A Rio Branco que vivemos
XIX, avançaram pelas florestas e regi- tos nos setores produtivo e de infraes- Registro histório de 100 anos de Prefeitura
ões inóspitas na busca de conquistar um trutura para que nossa população viva
local especial para todos os brasileiros. num ambiente à altura do nosso tempo, Publicação da Prefeitura Municipal de Rio Branco
Foram muitas as lutas e conquistas do século XXI. e Gabinete do senador Jorge Viana.
até aqui. Diversas foram as pessoas Temos a consciência de que é neces-
que dedicaram suas vidas para que a sário continuar avançando, para que, ORGANIZAÇÃO E TEXTOS - Marcos Vinicius Neves
nossa capital alcançasse o patamar de nos próximos 100 anos, haja mais e no- PESQUISA DE IMAGENS - Diana Dantas, Davi Barroso Jr. e Roberta Marisa
uma das cidades mais bonitas e pro- vos motivos para que a nossa e as futu- REVISÃO DE TEXTOS - Eurilinda Figueiredo
missoras da Amazônia. ras gerações possam comemorar. LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO - MX Design | Raylson Pinguim

Tião Viana
Governador

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