Filosofia Da Arte

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Filosofia da Arte - O objeto, situado no mundo sensível, é uma

imitação da sua essência.


 Estética – Ocupa-se de todos os problemas e - Um objeto é arte se e só se é produzido pelo
experiências ligados à nossa relação com Homem e imita/representa algo por isso, a
objetos belos (incluindo também o sublime e essência da arte está na sua capacidade de imitar.
outras categorias estéticas), sejam naturais, - Ao imitar a natureza (reproduzindo os objetos),
sejam artísticos. o artista está a imitar uma imitação.
- Uma condição necessária (mas não suficiente)
 Filosofia da Arte – Sendo por uns encarada da arte é imitar e reproduzir os objetos, as
como uma subdivisão da estética, por outros pessoas e as ações tal como eles existem.
como uma disciplina diferente, embora com
elementos comuns àquela, ocupa-se do Aspetos a favor:
âmbito artístico. - Incontestável que muitas obras de arte imitam
algo: paisagem, pessoas, objetos, etc.
 Arte – Distingue-se, em geral, das demais - A teoria dá-nos um critério para classificar
atividades humanas enquanto é: um modo de aquilo que pode ser considerado arte.
produção de beleza ou, pelo menos, de algo - Dá-nos um critério para valorar as obras de arte.
que possa fixar a nossa atenção e a nossa As melhores obras de arte serão aquelas que
sensibilidade estética, seja isso considerado melhor imitam o objeto representado
belo ou não.
A arte pode ter duas formas: Críticas:
- Classificativo ou descritivo – podemos ter - Muitos dos objetos e das criações humanas
um objeto que diz em que gênero de obra de reconhecidos como arte não são imitações. Há
arte este está quadros, peças musicais, poemas, etc., que não
- Avaliativo – reconhecer se esse objeto é um copiam ou imitam o real. – falha quanto ao
bom exemplo para aquele gênero/classe. critério de classificação
- Por isso, ou os excluímos da arte ou, se estamos
O que é a arte? dispostos a considerá-los arte, teremos de
recusar a teoria da arte como imitação.
o Teorias essencialistas
- Defendem a existência de propriedades
Teoria da arte como expressão
essenciais ou intrínsecas comuns a todas as obras
- Muitas obras de arte desencadeiam em nós a
de arte.
chamada “emoção estética”.
Ex: teoria da arte como imitação; teoria da arte
- A arte está ligada à expressão de emoções: se,
como representação; teoria da arte como como
por um lado, a criação traduz o sentimento do
expressão; teoria da arte como forma.
artista, a contemplação da obra desencadeia
emoção no espectador.
o Teorias não essencialistas
- O valor da arte reside no prazer que ela
- Defendem a impossibilidade de definir a arte a
proporciona e a sua natureza reside na expressão
partir de um conjunto de propriedades essenciais
da emoção.
ou intrínsecas, apresentando definições que
- Esta forma de encarar a arte como expressão de
assentam em propriedades extrínsecas e
emoções designa-se por expressivismo.
relacionais.
Tolstoi: foi um dos autores que defendia que a
Ex: teoria institucional; teoria histórica
arte representa uma atividade em que se
exprimem sentimentos/emoções.
Teoria da arte como imitação (mimética)
Segundo Tolstoi existem três condições:
- Defendida por Platão e Aristóteles
- A maior ou menor particularidade do
- Platão considerava que o artista produz algo
sentimento;
que copia um determinado objeto, o qual, por
- A maior ou menor clareza com a qual esse
sua vez, é uma aparência.
sentimento é transmitido;
- A verdadeira essência do objeto encontra-se no
- A sinceridade do artista.
mundo inteligível – o mundo das Ideias ou
Formas.
Para Tolstoi a arte: A forma significante desperta o interesse do
- É um meio de transmitir emoções, pelo que espectador, tendo as obras de arte sido
pressupõe que elas estejam presentes no artista: concebidas com o propósito principal de exibirem
o artista tem de sentir algo. essa forma significante, o que lhes confere um
- É um meio das pessoas comunicarem e se determinado estatuto. Apesar do que já dissemos
relacionarem entre si, levando o espectador a sobre ela, esta propriedade das obras de arte (a
experimentar sentimentos e emoções idênticos forma significante) é indefinível. Ela pode, no
àqueles que o artista experimentou e transmite: entanto, ser reconhecida, de modo intuitivo,
une as pessoas nos mesmos sentimentos. pelos críticos mais sensíveis.
- Exige que o artista apresente clareza de Aspetos a favor:
expressão na transmissão de sentimentos e - Pode incluir todo o tipo de obras de arte
emoções, transmitindo-os de forma adequada e - Tudo o que provoque emoção estética é arte.
não aleatória ou confusa. Esta é condição necessária e suficiente para
- Transmite a singularidade do sentimento do atribuir a designação de arte a um objeto.
artista (trata-se de sentimentos individuais e não
gerais ou coletivos), contagiando assim o recetor. Críticas:
O artista deverá ter a intenção de transmitir e - Há quem não sinta nenhuma emoção perante
provocar sentimentos, sendo-lhe exigida obras que são consideradas arte.
autenticidade e sinceridade. - Centra a sua teoria nas artes visuais e extrapola
as suas conclusões para todas as formas de arte.
Críticas: - Tem dificuldade em explicar de forma
- Há obras que não exprimem qualquer emoção convincente o critério de forma significante.
ou sentimento; - É uma teoria circular, já que define a forma
- O critério de valoração falha, pois como significante em função da emoção estética e esta
podemos saber se uma obra exprime exatamente é definida como resultado da forma significante.
as emoções do artista quando ele já morreu ou - É uma teoria elitista, pois, segundo Bell, nem
decide ocultá-las? todos conseguem sentir a emoção estética que
- Não há qualquer garantia que aquilo que uma obra de arte transmite. Acredita que apenas
sentimos perante uma obra de arte corresponda um pequeno número de pessoas a poderá sentir.
ao sentimento do seu criador. A sua condição - Esta teoria pressupõe a existência da chamada
necessária não se verifica. “emoção estética” e estabelece que ela só pode
ser provocada por obras de arte. Mas talvez a
Teoria da arte como forma emoção estética também possa ser provocada
- Para o crítico de arte Clive Bell, a emoção por outras coisas (como uma paisagem). Assim, a
estética desencadeada no espectador pelas forma significante deixa de ser uma condição
verdadeiras obras de arte decorre de uma suficiente para algo ser considerado arte.
qualidade que tais obras possuem: - Dois objetos não sendo distintos pela forma,
- Forma significante – Diz respeito à relação não se percebe que um seja arte e outro não, tal
existente entre as partes, o que é sobretudo como não se percebe como se pode distinguir
notório nas artes visuais, embora se aplique a uma obra de arte genuína de uma falsificação
qualquer outro tipo de artes. Assim, algo é arte (que é formalmente semelhante ao original).
se, e somente se, provocar emoção estética, - Não podemos ignorar que o conteúdo pode ser
sendo esta o resultado da forma significante. importante para o significado da obra.
- Esta teoria não pode ser refutada ora uma
- Obras de arte visuais – A forma significante teoria assim é desprovida de significado.
consiste num conjunto de relações e
combinações de linhas, formas e cores. Isto Segundo Weitz, não existe definição da arte. Diz
significa que aquilo que é representado e o que é impossível encontrar uma característica
objetivo e/ou função com que a obra foi feita são intrínseca a todas as obras de arte – assume uma
irrelevantes para a apreciação da obra de arte. posição sética na definição da arte.
o Teorias não essencialistas Críticas:
Teoria institucional - Esta teoria é acusada de elitismo, uma vez que
- Destaca o contexto em que surgem e são considera que apenas um grupo de privilegiados,
apreciadas as obras de arte. Esta teoria foi formado pelos membros do mundo da arte, tem
defendida por George Dickie. Este autor o poder de conferir o estatuto de obra de arte
considera que existem dois aspetos comuns a aos artefactos.
todas as obras de arte, no sentido classificatório e - De acordo com esta teoria, quase tudo – ou
não valorativo: mesmo tudo – se pode transformar numa obra de
1. Todas as obras de arte são artefactos. arte, bastando para tal o parecer de pessoas
- Todas as obras de arte são artefactos. Em geral, avalizadas nessa matéria. Assim, esta teoria não
«artefacto» equivale a qualquer objeto que, de permite distinguir a boa da má arte: dizer que
algum modo, tenha sido trabalhado ou algo é arte é apenas classificá-lo como tal, sem
modificado através da intervenção humana. avançar qualquer apreciação valorativa a respeito
- No entanto, para Dickie, a artefactualidade do facto de essa obra ser boa, má ou indiferente.
constitui algo que pode ser atribuído aos objetos - Esta teoria inviabiliza a possibilidade de se falar
naturais, sem que estes tenham sido modificados. numa arte primitiva, visto que é muito
- Assim, a simples exposição intencional de um implausível que nos tempos primitivos existisse o
qualquer objeto (uma pedra, um vaso) numa mundo da arte, pondo igualmente em causa a
galeria de arte é já um passo para que esse existência da arte criada por artistas solitários,
objeto seja tido como um artefacto e venha a ser isto é, criada à margem da instituição social que é
considerado uma obra de arte. o mundo da arte.
2. Toda a obra de arte possui o estatuto de obra de - Esta teoria é viciosamente circular: uma obra de
arte que lhe foi atribuído por alguém. arte é um artefacto a que o mundo da arte
- Toda a obra de arte possui o estatuto de obra conferiu estatuto, sendo o mundo da arte um
de arte – mais precisamente, o estatuto de conjunto de pessoas com poder de conferir a um
candidato à apreciação (não é obrigatório que o artefacto o estatuto de obra de arte.
artefacto venha a ser apreciado) – porque este - No caso do mundo da arte, ao invés do que
lhe é conferido por uma ou várias pessoas, acontece com outras instituições sociais, não
ligadas à instituição social que é o mundo da arte, existe uma organização suficiente nem
que detêm autoridade para o fazer. procedimentos reconhecidos para conferir a algo
- Tais pessoas transformam objetos e artefactos o estatuto de obra de arte, havendo, muitas
em obras de arte, através de processos como a vezes, grandes discordâncias quando se trata de o
exibição, a representação e a publicação dessas fazer.
obras, e até o simples facto de lhes chamarem - Como observa Wollheim, ainda que se admita
arte. que as pessoas ligadas ao mundo da arte têm o
- O estatuto não é conferido ao artefacto no seu dom de converter qualquer artefacto numa obra
todo, mas apenas a um conjunto dos seus de arte, deve haver razões para escolherem uns e
aspetos, pois há características do objeto que não não outros. Se há razões, então são essas a fixar o
são relevantes para o seu estatuto de obra de que é arte e o que o não é, tornando-se
arte. desnecessária a teoria institucional. Se não há
- Assim, ser um artefacto é uma condição razões, se isso é feito de forma extravagante e
necessária para que algo seja considerado obra arbitrária, então a arte também será vista como
de arte, mas não uma condição suficiente (caso arbitrária, não possuindo propriamente interesse.
contrário, todo o artefacto seria obra de arte). Só
satisfazendo as condições de artefactualidade e
de atribuição de estatuto é que algo pode ser
considerado obra de arte.
4 critérios:
- Agir em nome de uma instituição (galeristas)
- Atribuir um estatuto(qnd recebe nunca o perde)
- Transformar o objeto
- Avaliação da obra
Teoria histórica da arte
- Sublinham que a arte é um fenómeno
inteiramente dependente da sua história.
- Apresentada pelo filósofo Jerrold Levinson
- Levinson pretende dar uma definição de arte
suficientemente ampla para englobar tudo o que
seja considerado obra de arte.
- Essa definição, tal como sucede na teoria de
Dickie, é feita com base nas propriedades não
visíveis que todas as obras de arte partilham.
- Levinson destaca não o «mundo da arte», mas
sim as intenções de quem cria a arte.
- De acordo com este autor, são as seguintes as
condições – condições necessárias e suficientes –
para que algo seja considerado uma obra de arte,
aplicando-se a toda a arte possível:
- O direito de propriedade sobre o objeto – o
objeto é nosso ou temos o direito de o usar como
tal. Assim, o artista não pode transformar em arte
qualquer coisa que queira.
- A intenção séria ou não passageira de que o
objeto seja visto ou perspetivado como uma
obra de arte, isto é, que seja visto como
corretamente foram ou são vistas as obras de
arte do passado. Assim, as obras de arte têm um
tipo especial de relação com as práticas do
presente e do passado, tanto de artistas como de
observadores, sendo caracterizadas pela
historicidade.

Críticas:
- É discutível que a condição do direito de
propriedade seja uma condição necessária, se
admitirmos, por exemplo, que um artista
consagrado pintou um quadro usando uma tela e
tintas que não pagou, mas devia ter pagado. Será
que não estamos perante uma obra de arte?
- A condição relativa à intenção também pode
não ser necessária. Basta pensarmos, por
exemplo, nos artistas que não tiveram a intenção
de que as suas obras fossem vistas como obras de
arte, sendo que só após a sua morte elas foram
publicadas e consideradas como tal.
- Se admitirmos que o que faz de algo uma obra
de arte é a sua relação com a arte anterior, então
levanta-se um problema ao considerar-se a
primeira obra de arte a surgir no mundo. Esta não
pode ser arte, por não haver arte anterior. Nesse
caso, as obras seguintes também não o podem
ser.
- Inexistência de uma definição explicita de uma
obra de arte

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