Penal - Parte Especial

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PENAL – PARTE ESPECIAL

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

1) FURTO – ART. 155, CP

FUTO SIMPLES – CAPUT – 1 a 4 anos

FURTO MAJORADO – PAR. 1 – 1/3

FURTO PRIVILEGIADO – PAR. 2 – redução de 1/3 a 2/3

FURTO QUALIFICADO – PAR. 4, 4-A, 4-B, 5, 6 E 7 – 2 a 8 anos; 4 a 10


anos; 4 a 8 anos; 3 a 8 anos; 2 a 5 anos; 4 a 10 anos.

FURTO QUALIFICADO DO PAR. 4-B COM PENA MAJORADA – PAR. 4-C


– 1/3 ao dobro ou 1/3 a 2/3.

 MAJORA de 1/3 o furto cometido durante o repouso noturno.

 PRIVILEGIA o furto quando cometido por réu primário e o bem é de


pequeno valor, podendo, nesse caso, o juiz substituir a pena de reclusão por
detenção ou diminui-la de 1/3 a 2/3 ou, ainda, aplicar somente a multa.

 QUALIFICA o furto, passando a pena a ser de 2 a 8 anos, quando cometido


mediante destruição ou rompimento de obstáculo; abuso de confiança, fraude,
escalada ou destreza; emprego de chave falsa; concurso de duas ou mais
pessoas;

 QUALIFICA o furto, passando a pena a ser de 4 a 10 anos, quando há


emprego de explosivo ou artefato análogo que cause perigo comum;

 QUALIFICA o furto mediante fraude, passando a pena a ser de 4 a 8 anos,


quando cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático ou por
qualquer outro meio fraudulento análogo;

 MAJORA, considerando a relevância do resultado gravoso, o furto


qualificado pela fraude cometida por meio de dispositivo eletrônico quando a
vítima for idosa ou vulnerável (1/3 ao dobro) OU quando o crime é praticado
mediante uso de servidor mantido fora do território nacional (1/3 a 2/3).
 QUALIFICA o furto, passando a pena a ser de 3 a 8 anos, quando o bem
furtado é veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou
país;

 QUALIFICA o furto, passando a pena a ser de 2 a 5 anos, quando o bem


furtado é semovente domesticado de produção;

 QUALIFICA o furto, passando a pena a ser de 4 a 10 anos, quando o bem


furtado é substância explosiva ou de acessórios que permitam a sua
fabricação, montagem ou emprego.

TEMAS RELEVANTES

 Furto de uso é fato atípico; subtrair bem alheio e devolvê-lo sem danos não
configura furto por ausência do animus furandi.

 Existem 4 teorias sobre o momento da consumação do crime de furto (e


de roubo): teoria da contrectacio; teoria da apprehension (amotio); teoria da
ablatio; teoria da ilatio. Prevalece no STJ e STF a teoria da apprehension
(amotion), segundo a qual basta a inversão da posse para que o crime esteja
consumado, sendo prescindível a posse mansa, pacífica e desvigiada do
mesmo. SUMULA 582-STJ.

 Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por


existência de segurança no interior do estabelecimento, por si só, NÃO torna
impossível a configuração do crime de furto – SÚMULA 567-STJ.

 No crime de furto não deve ser reconhecida a qualificadora da destreza caso


inexista comprovação de que o agente tenha se valido de
excepcional/incomum habilidade para subtrair a coisa que se encontrava na
posse da vítima. Ou seja, destreza, para fins de qualificação do furto, é a
especial habilidade física ou manual que permite ao agente subtrair bens
em poder direto da vítima sem que ela perceba; é o chamado “punguista”.

LEGISLAÇÃO

FURTO SIMPLES
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

FURTO MAJORADO
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.

FURTO PRIVILEGIADO
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha


valor econômico.

FURTO QUALIFICADO
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é
cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver


emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto


mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático,
conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por
qualquer outro meio fraudulento análogo.      (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021)

§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do


resultado gravoso:      (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado
mediante a utilização de servidor mantido fora do território
nacional;      (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso
ou vulnerável.   (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de


veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior.           (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 6o  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de


semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes
no local da subtração.         (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

§ 7º  A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a


subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

2) ROUBO – ART. 157, CP

ROUBO SIMPLES – CAPUT – 4 A 10 ANOS

ROUBO EQUIPARADO – PAR. 1 – 4 A 10 ANOS

ROUBO MAJORADO DE 1/3 A ½ – PAR. 2

ROUBO MAJORADO DE 2/3 – PAR. 2-A

ROUBO QUALIFICADO – PAR. 2-B

ROUBO QUALIFICADO – PAR. 3

 MAJORA o roubo de 1/3 a ½ quando há concurso de 2 ou mais pessoas;


quando a vítima está em serviço de transporte de valores; se o bem roubado é
veículo automotor e este é transferido para outro Estado ou para o exterior; se
o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; se o bem
roubado é substância explosiva ou acessórios; se a grave ameaça ou violência
é exercida com emprego de arma branca.

 MAJORA o roubo de 2/3 se é cometido com uso de arma de fogo OU se há


destruição ou rompimento de obstáculo com emprego de explosive ou artefato
análogo.

 QUALIFICA o roubo, que passa a ter pena em dobro, se a violência ou


grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso proibido ou
restrito.

QUALIFICA o roubo, que a passa a ter pena de 7 a 18 anos ou 20 a 30


anos, se da violência resulta lesão corporal grave ou morte, respectivamente.

LEGISLAÇAO

Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, OU depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
ROUBO EQUIPARADO
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime OU a detenção da coisa para si ou para terceiro.

ROUBO MAJORADO DE 1/3 A 1/2


§ 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela
Lei nº 13.654, de 2018)
I – (revogado);  (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior;                   (Incluído pela Lei nº 9.426,
de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade.                   (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca;            (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

ROUBO MAJORADO DE 2/3


§ 2º-A  A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):                 (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
        I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo;                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

ROUBO QUALIFICADO – PENA EM DOBRO


§ 2º-B.  Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo.            (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL GRAVE OU MORTE


§ 3º  Se da violência resulta:                 (Redação dada pela Lei nº 13.654, de
2018)
        I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18
(dezoito) anos, e multa;                  (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e
multa.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
3) EXTORSÃO – ART. 158, CP

EXTORSÃO SILPMES – CAPUT – 4 A 10 ANOS


EXTORSÃO MAJORADA DE 1/3 A ½ - PAR. 1
EXTORSÃO QUALIFICADA – PAR. 2
EXTORSÃO QUALIFICADA – PAR. 3

Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

EXTORSÃO MAJORADA DE 1/3 A 1/2


§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, OU com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.

EXTORSÃO QUALIFICADA PELA LESÃO GRAVE OU MORTE


§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do
artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

EXTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA


VÍTIMA; E QUANDO DA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE RESULTADA LESÃO
CORPORAL GRAVE OU MORTE
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e
3o, respectivamente.                  (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
4) EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO

Extorsão mediante sequestro


Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:                 Vide Lei
nº 8.072, de 25.7.90                  (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.                 (Redação dada pela Lei nº
8.072, de 25.7.1990)

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA


§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o
seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou
se o crime é cometido por bando ou quadrilha.                Vide Lei nº 8.072,
de 25.7.90                  (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.              (Redação dada pela Lei nº
8.072, de 25.7.1990)

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA


§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:               Vide Lei
nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.                (Redação
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA


§ 3º - Se resulta a morte:                Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.                  (Redação dada
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

EXTORSÃO PRIVILEGIADA – REDUÇÃO DE 1/3 A 2/3


§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à
autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de
um a dois terços.                   (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

       

Apropriação indébita

        Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção:

        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

       

Aumento de pena

        § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a


coisa:

        I - em depósito necessário;

        II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,


testamenteiro ou depositário judicial;

        III - em razão de ofício, emprego ou profissão.


Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

        Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições


recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei


nº 9.983, de 2000)

        § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

        I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância


destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento
efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;  (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)

        II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham


integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à
prestação de serviços;  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

        III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou


valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência
social.  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

EXTINÇAO DA PUNIBILIDADE – PAGAMENTO ANTES DO INÍCIO DA


AÇAO FISCAL       

§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara,


confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou
valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

POSSIBILIDADE DE NÃO APLICAÇÃO DA PENA OU APLICAÇÃO APENAS


DA MULTA

§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de


multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que:  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

        I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a


denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive
acessórios; ou  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 4o  A faculdade prevista no § 3 o deste artigo não se aplica aos casos de


parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja
superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais.   (Incluído pela Lei nº 13.606, de
2018)
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

        Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:

        Pena - detenção, de um mês a um ano, OU multa.

        Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

        Apropriação de tesouro

        I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em


parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

        Apropriação de coisa achada

        II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou


parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de
entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155,
§ 2º.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a


coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

     

   Estelionato

        Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil,
ou qualquer outro meio fraudulento:

       Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a


dez contos de réis.    (Vide Lei nº 7.209, de 1984)

AGENTE PRIMÁRIO E PREJUÍZO DE PEQUENO VALOR – JUIZ PODE


SUBSTITUIR A PENA DE RECLUSÃO POR DETENÇÃO, DIMINUIR DE 1/3 A
2/3 OU APLICAR SOMENTE A MULTA.

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz


pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a


coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

 Disposição de coisa alheia como própria

        I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia


coisa alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

     II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

       III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro
modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa

        IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve


entregar a alguém;       

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

        V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o


próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou
doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

        VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do


sacado, OU lhe frustra o pagamento.

QUALIFICADORA

Fraude eletrônica

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a


fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima
ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer
outro meio fraudulento análogo.      (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do


resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território
nacional.     (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)       

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento


de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência.

CAUSA DE AUMENTO DE PENA     - 1/3 AO DOBRO – IDOSO OU


VULNERÁVEL    

Estelionato contra idoso ou vulnerável        (Redação dada pela Lei nº


14.155, de 2021)

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido


contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado
gravoso.        (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
AÇÃO PENAL

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima


for:           (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

 I - a Administração Pública, direta ou indireta;           (Incluído pela Lei nº


13.964, de 2019)

 II - criança ou adolescente;           (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

 III - pessoa com deficiência mental; ou           (Incluído pela Lei nº


13.964, de 2019)

 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.           (Incluído


pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

   

     Receptação

        Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em


proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, OU influir
para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:            (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.            (Redação dada


pela Lei nº 9.426, de 1996)

       

Receptação qualificada          (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

        § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de
crime:           (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

        Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.          (Redação dada pela


Lei nº 9.426, de 1996)

        § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo


anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercício em residência.          (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

       

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela


desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:         (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996)

        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as


penas.           (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

       

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o


autor do crime de que proveio a coisa.            (Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.             (Incluído pela Lei nº
9.426, de 1996)

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a


coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.

RECEPTAÇÃO QUALIFICADA – PENA EM DOBRO – 2 A 8 ANOS.

§ 6o  Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito


Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo.                 (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

       

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo:            (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

        I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

        II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou


ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto


neste título é cometido em prejuízo:          (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

        I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

        II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

        III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

        I - se o crime é de roubo ou de extorsão, OU, em geral, quando haja


emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;

        II - ao estranho que participa do crime.

        III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior


a 60 (sessenta) anos.           (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

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