04.08 11.08 Crimes Patrimoniais

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Direito Penal

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crimes patrimoniais //
Introdução //
Arts 155 a 183 CP

04/08 – AULA XX
Introdução Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
Conceito de patrimônio: distinção de qualquer natureza,
Patrimônio é um complexo de relações jurídicas que pertencem a garantindo-se aos brasileiros e aos
alguém e tem valor econômico e/ou valor sentimental. estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
Principais diferenças entre os crimes propriedade, nos termos seguintes:

patrimoniais XXII - é garantido o direito de


O furto (art. 155 CP) é o crime base dos crimes patrimoniais. propriedade;

1. Furto: subtrair.

Roubo: subtrair com ameaça, violência.

2. Furto: subtrair. – Aqui a natureza da posse é ilícita desde o início.



Apropriação indébita: posse legal que se torna ilegal, passar a usar objeto como se fosse próprio. –
Natureza da posse inicia licita e termina ilícita.

3. Furto mediante fraude: engana e depois subtrai, a consumação depende do sujeito ativo. Quanto ao
objeto, neste, somente objetos MÓVEIS.

Estelionato: enganar através de falsificação, o sujeito ativo engana e aguarda a vítima entregar algo
para que se beneficie. Quanto ao objeto, neste, podem ser objetos MÓVEIS e IMÓVEIS.
*em nenhum destes ocorre violência.

4. Furto

Extorsão: presença de violência física e grave ameaça com intuito de obter vantagem, o objeto pode
ser móvel ou imóvel.

5. Roubo qualificado com privação da liberdade de locomoção da vítima: já roubou, mas não
permite que a vitima vá embora, a privação vem DEPOIS do roubo.

Sequestro relâmpago: privar a liberdade da vítima e levá-la até o patrimônio (ao caixa eletrônico,
normalmente), a privação se dá desde o início.

6. Apropriação indébita: posse legal que se torna ilegal, passar a usar objeto como se fosse próprio.

Peculato: É o crime de apropriação indébita praticado pelo funcionário público.

7. Extorsão: constranger alguém para obter vantagem econômica.



Concussão: exige, impõe, por meio de constrangimento, em dupla, grupos etc. – nunca sozinho, tem
que ter um funcionário público.
1
8. Furto:

Furto de coisa comum: requisitos: sujeito ativo só pode ser o condômino, o herdeiro que furta algo
pertencente a herança, o sócio, o objeto de

9. Sequestro relâmpago: a vítima tem sua liberdade cerceada, mas é conduzida até o local do
patrimônio para que o entregue.

Extorsão mediante sequestro: a vítima é levada para cativeiro e sua liberdade passa a ser objeto de
‘troca’.

10. Apropriação Indébita: crime só pode ser cometido sob coisa móvel.

Usurpação: faz marcação em cerca/rio (algo que dívida 2 áreas) e invade espaço que não lhe
pertence, essa só ocorre em coisa IMOVEL.

11. Furto qualificado pelo dano: sujeito provoca danos na porta para roubar o notebook, seu dolo é
furtar, não praticar dano, o objeto só pode ser móvel, mas o dano pode ser em imóvel.

Dano: o dolo é danificar o objeto alheio, o objeto pode ser móvel e imóvel.

12. Receptação - ocultação: adquirir objeto roubado, doloso e culposo. Aqui oculta-se o objeto para uso
próprio

Favorecimento real: Ajuda o ladrão a ocultar o objeto de origem ilícita. O objeto adquirido é de crime
anterior – roubo, furto, estelionato, etc.
13. Receptação qualificada: quem o pratica, exerce uma atividade industrial e comercial – vende os
objetos.

Descaminho: importar/exportar produto legal sem recolhimento de tributos. O objeto adquirido é
lícito, de importação ou exportação.

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Furto //
Arts 155 CP

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04/08 – AULA XX
Furto
Furto simples:
A consumação se dá enquanto o agente tiver a posse tranquila. A tentativa é possível (ao ser
interrompido por alguém, por exemplo). – E é punida.

Crime impossível: estagiário acostumado a andar pelo


Art. 155 - Subtrair, para si ou para centro de SP em todos os fóruns, convida seu namorado que
outrem, coisa alheia móvel: não é da área do direito para um passeio, fica combinado
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
que você pagará o passeio e o namorado o almoço.
Portanto, você não leva carteira. Aí, vem um sujeito que
tenta subtrair sua carteira de seu bolso. A carteira não
estava lá porque foi deixada em casa. Neste caso, não há crime e nem tentativa, foi crime impossível e,
portanto, não se pune a tentativa.

Repouso noturno não é a mesma coisa que noite. Se dá §1º - A pena aumenta-se de um terço,
quando as pessoas já não estão mais nas ruas/trabalhando. se o crime é praticado durante o repouso
Comércios fechados, prestação de serviço público fechados, a noturno.
cidade vai adormecendo.

§2º - Se o criminoso é primário (1º requisito), e é de


pequeno valor a coisa furtada (2º requisito), o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção (1º Pequeno valor = objeto que não ultrapassa
benefício), diminuí-la de um a dois terços (2º beneficio), o valor de 1 salário-mínimo.
ou aplicar somente a pena de multa (3º beneficio).

§3º - Equipara-se à coisa móvel a energia


elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
Energia pode ser objeto de furto, seja ela de qualquer
tipo.

Furto qualificado:
É preciso fazer uma perícia para provar que foi
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e qualificado. Não se deve mandar consertar antes
multa, se o crime for cometido:
I - Com destruição ou rompimento de obstáculo à
de o fazer.
subtração da coisa;
A confiança é estabelecida ao longo do tempo. 1
II - Com abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza; semana não caracteriza.
III - com emprego de chave falsa;
IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Escalada/destreza: não há destruição.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa,


se houver emprego de explosivo ou de artefato
análogo que cause perigo comum.

§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e


multa, se o furto mediante fraude é cometido
por meio de dispositivo eletrônico ou
informático, conectado ou não à rede de
computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de
programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo. § 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso:

I – Aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), 3


se o crime é praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional;

II – Aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o


§ 5º - A pena é de reclusão de 3 a 8 anos, se a
subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o
exterior.

§ 7º A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa,


se a subtração for de substâncias explosivas ou
de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego

§ 6o A pena é de reclusão de 2 a 5 anos se a


subtração for de semovente domesticável de
produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração.

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crimes patrimoniais //
Roubo //
Arts 157 CP

11/08 – AULA XX Art. 157 Subtrair coisa móvel alheia, para si ou


Roubo para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
Definição: qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
É o furto somado à violência.
O caput é a definição de roubo próprio. Pena reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.

§1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de 4


subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si
ou para terceiro.
O §1º trata do roubo impróprio, os efeitos de punição são os mesmos.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:

II - Se há o concurso de duas ou mais pessoas;


Arma
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal branca:
circunstância. todo
IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para material
outro Estado ou para o exterior; que possa
causar
V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído lesão, desde
pela Lei nº 9.426, de 1996)
que não
VI – Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou seja arma
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. de fogo.
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): Se há concurso de pessoas e apenas um porte de
arma e se todos tiverem conhecimento,
I – Se a violência ou ameaça é exercida com respondem pelo agravante de pena. Se for
emprego de arma de fogo; provado que não sabiam, somente quem estiver
II – Se há destruição ou rompimento de portando responde.
obstáculo mediante o emprego de explosivo ou
de artefato análogo que cause perigo comum.

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida


com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no
caput deste artigo.

§ 3º Se da violência resulta:

I – Lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7


(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;

II – Morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30


(trinta) anos, e multa.

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Extorsão //
Arts 158 CP

11/08 – AULA XX
Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
Aqui podem ser bem móveis e imóveis. indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
Se cometido por funcionário público deixa ou deixar de fazer alguma coisa:
de ser extorsão e passa a ser
Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.

A vítima pode ser mais de uma pessoa mesmo que o objeto seja único, e deve fazer, não fazer ou permitir que faça
para que haja consumação.

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§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

§ 1º - Se o crime for cometido por duas ou mais


pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
pena de um terço até metade.

§ 3º Se o crime for cometido mediante a restrição da


liberdade da vítima, e essa condição é necessária
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é
de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
respectivamente.

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