Aula 06 - Direito Penal (155 AO 180)

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 66

DIREITO PENAL

Módulo 1
Unidade 09 – Dos Crimes contra o
patrimônio
CFSd – 2017
Coordenador: 2º Ten PM Cristiano José SOARES
Produção do material: 2º Ten Soares e 2º Ten Apoitia
Adaptação CFSD 5º BPM – TC Lisboa
1
Dos Crimes Contra o
Patrimônio

Furto, Roubo, Extorsão

AULA DE
HOJE Dano, Apropriação Indébita

Estelionato, Receptação e
outros 2
Furto
(Página 121)

• Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,


coisa alheia móvel:
• Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Obs: Furto simples!

3
Furto
• § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
praticado durante o repouso noturno. (furto
noturno).
• § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa. (furto
privilegiado)
• § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico. (furto de
energia)
4
Furto Qualificado
• § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito
anos, e multa, se o crime é cometido:
• I - com destruição ou rompimento de
obstáculo à subtração da coisa;
• II - com abuso de confiança, ou mediante
fraude, escalada ou destreza;
• III - com emprego de chave falsa;
• IV - mediante concurso de duas ou mais
pessoas.
5
Furto

• § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8


(oito) anos, se a subtração for de veículo
automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior. (furto de
veículos)

6
Furto Qualificado
• § 6o  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a
subtração for de semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
O dispositivo legal visa combater o abigeato (ou abacto) que consiste no furto de
animais no campo, tanto gado bovino quanto equino, que é muito comum em zonas
de fronteiras “secas” entre dois países, como Brasil e Uruguai ou Paraguai.
Semovente (aquele que anda ou se move por si) são animais de bando, tais como:
bovinos (boi, bisonte, búfalo), ovinos (carneiro, ovelha, cordeiro), suínos (porco
doméstico, leitão, javali), equinos (cavalo, burro, jumento) etc.;
Domesticável é aquele que se pode domesticar (elemento passível de divergência de
entendimentos);
De produção é aquele cuja finalidade da criação é a obtenção de produtos com
objetivo comercial. (Fonte: .jusbrasil.com.br)

7
Furto
• O chamado furto de uso (furto transitório, o
agente devolve o bem no mesmo modo que
pegou no mesmo local) não configura o delito.
Ex: automóvel...

• Consumação: quando a coisa é retirada da


esfera de disponibilidade do ofendido e fica, em
poder tranqüilo, mesmo que passageiro, do
agente.
8
Furto
• Se o autor é condômino da coisa, o crime é o
do artigo 156. (furto de coisa comum).

• Se o furto é praticado para ressarcir-se, o


crime é o de exercício arbitrário das próprias
razões (art. 345).

9
Furto
• Há isenção de pena se o agente for cônjuge,
ascendente ou descendente do ofendido
(artigo 181).

• Ação penal é publica incondicionada, salvo


artigo 182.

10
11
Roubo (Página 125)
• Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
• Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

OBS: Roubo próprio!

12
Roubo

• § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo


depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a
fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.

OBS: Roubo impróprio!!

13
Roubo

• Crime complexo, pois deriva de dois fatos:


furto + constrangimento ilegal e/ou + lesão
corporal.
• O roubo distingue-se do furto qualificado
porquanto nele a violência é praticada contra
pessoa, e no furto qualificado é contra a coisa.

14
Roubo

• Consumação: no roubo próprio, é semelhante


à do furto (Material). No impróprio, com o
emprego da violência contra pessoa, após a
subtração (Formal).

15
Roubo
• § 2º - A pena aumenta-se de um terço até
metade:
• I - se a violência ou ameaça é exercida com
emprego de arma;
• II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
• III - se a vítima está em serviço de transporte
de valores e o agente conhece tal
circunstância.

16
Roubo

• IV - se a subtração for de veículo automotor


que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;

• V - se o agente mantém a vítima em seu


poder, restringindo sua liberdade.

17
Roubo Qualificado
• § 3º Se da violência resulta lesão corporal
grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; ....

LATROCÍNIO OU ROUBO QUALIFICADO.


....se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa. (Crime
hediondo)

18
i da s ?
Dúv

19
20
Extorsão
(Página 127)
• Art. 158 - Constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, e com o intuito
de obter para si ou para outrem indevida
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e
multa.

21
Extorsão
• § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-
se a pena de um terço até metade.

• § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante


violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
(se morte=hediondo)

22
Extorsão
Sequestro relâmpago:
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição
da liberdade da vítima, e essa condição é
necessária para a obtenção da vantagem
econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.

23
Extorsão
• A conduta é constranger, e deve ser praticada
mediante violência ou grave ameaça, e a
vantagem a ser obtida deve ser indevida.

• Trata-se de crime formal, de acordo com a


maioria da doutrina e jurisprudência.

24
Extorsão
• A extorsão qualificada pela morte é crime
hediondo.

• Se a vantagem for devida, artigo 345


(exercício arbitrário das próprias razões).

25
Extorsão
• Se a vítima entrega a coisa iludida, e não
coagida, artigo 171.

• Na extorsão, é necessário o comportamento


da vítima. No roubo, este é dispensável.

26
27
Extorsão mediante seqüestro
(Página 129)

• Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de


obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do
resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

28
Extorsão mediante seqüestro
• § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha.
• Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

• § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


• Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

• § 3º - Se resulta a morte:
• Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

29
Extorsão mediante seqüestro
DELATOR!!!!!!

•§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o


concorrente que o denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua
pena reduzida de um a dois terços.

30
Extorsão mediante seqüestro
• Consumação: Com o seqüestro, ou seja, com
a privação da liberdade do ofendido por
espaço de tempo que tenha alguma
relevância jurídica; a consumação independe
da efetiva obtenção da vantagem desejada
pelo agente, sendo então crime formal.

31
à O!! !
UM
RES

32
• Roubo é subtrair um bem móvel de alguém usando violência ou grave ameaça. O
marginal que coloca uma arma na cabeça do motorista para pegar a bolsa está
cometendo um roubo.

Já na extorsão, o marginal precisa da colaboração da vítima para alcançar seu


objetivo. Por exemplo: sacar dinheiro no caixa eletrônico. Não há como o
marginal retirar o dinheiro sem saber a senha, que só a vítima conhece.

Sequestro, por outro lado, é um crime contra a liberdade pessoal. Sequestro não
é mais do que, ilegalmente, impedir que alguém exerça sua liberdade de ir e vir.
A extorsão mediante sequestro é um crime contra o patrimônio, e se origina da
junção de dois crimes: a extorsão (forçar a família a entregar um valor/dinheiro),
utilizando-se da privação de liberdade como meio para alcançar aquele objetivo.

O que chamamos normalmente de sequestros-relâmpagos nos jornais são, do


ponto de vista jurídico, classificados como roubos qualificados (inciso V do §2º:
“se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade”) ou
extorsão, dependendo da interpretação do magistrado se havia ou não
necessidade da cooperação da vítima. (Fonte:http://direito.folha.uol.com.br)

33
VID AS

34
Dano
(Página 131)

• Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar


coisa alheia:
• Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa.

35
Dano
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva,
se o fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município,
empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de
economia mista;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além
da pena correspondente à violência.

36
Dano
• Trata-se aqui de crime doloso.
• Requer-se o dolo específico de prejudicar ou causar
prejuízo.

• Art. 165 – Revogado tacitamente - Tratando-se de


dano em bem especialmente protegido por lei, em
razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico,
artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico,
etnográfico ou monumental, art. 63 da Lei 9.605/98.

37
Dano

• Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV


do seu parágrafo e do art. 164, somente se
procede mediante queixa.

38
Outros danos

• Artigos 165 e 166 tacitamente revogados


pelos artigos 62 e 63 da Lei 9605/98 (Lei de
Crimes ambientais.)

39
VID AS

40
Apropriação indébita
(Página 134)

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel,


de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

41
Apropriação indébita

• Ao contrário do furto e do estelionato, aqui


inexiste subtração ou fraude. O agente tem
anterior posse da coisa alheia, que lhe foi
confiada pelo ofendido, e passa a agir como se
fosse dono da coisa.

42
Apropriação indébita
§ 1º - A pena é aumentada de um terço,
quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou
profissão.

43
• Se recebeu em função da condição de
funcionário público, o crime é de peculato.
• Se tratar-se verbas previdenciárias, o crime é
o do artigo 168- A (apropriação indébita
previdenciária).
• Se a apropriação é de coisa havida por erro,
caso fortuito ou força da natureza, o delito é o
do artigo 169. (Neste casos, há amplo
entendimento pela possibilidade de
ocorrência de erro sobre a ilicitude do fato).

44
Apropriação indébita

• Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo,


aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
• § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. (furto privilegiado)

45
VID AS

46
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem,
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante
artifício ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e


multa.

47
Estelionato
• Se o sujeito passivo é incapaz de
discernimento, artigo 173 do CP.

• A diferença entre o estelionato e a extorsão


está no ânimo da vítima.

• Consuma-se o crime com a efetiva vantagem


ilícita.
48
Estelionato

• § 1º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

49
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação
ou em garantia coisa alheia como própria;
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em
garantia coisa própria inalienável, gravada de
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações,
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;

50
• III - defrauda, mediante alienação não consentida
pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia (penhora), quando tem a posse do
objeto empenhado;
• IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
coisa que deve entregar a alguém;
• V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou
agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o
intuito de haver indenização ou valor de seguro;

51
Estelionato
VI - emite cheque, sem suficiente provisão
de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se
o crime é cometido em detrimento de entidade
de direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.

52
Outras Fraudes
• Duplicata Simulada

• Abuso de incapazes

• Induzimento à especulação

• Fraude no comércio

53
Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-
se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem
dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação, e o juiz pode, conforme as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

54
Outras Fraudes

• Se o agente tem meios de pagar, mas está


questionando os valores, não há crime, e sim
litígio civil.

55
Outras fraudes
• Fraudes em fundações

• Emissão irregular de conhecimento de


depósito ou warrant

• Fraude à execução

56
VID AS

57
Receptação
• Art. 180 - Adquirir, receber, transportar,
conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou
alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte:

• Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

58
Receptação
• É necessário que o objeto material seja
produto de crime, e não de contravenção.

• Consumação: Na receptação própria, o crime


é material, no caso da receptação imprópria, o
crime é formal

59
Receptação
• § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
que deve saber ser produto de crime:
• Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. §

60
Receptação

• 2º - Equipara-se à atividade comercial, para


efeito do parágrafo anterior, qualquer forma
de comércio irregular ou clandestino, inclusive
o exercício em residência.

61
Receptação
• Aqui se trata de receptação qualificada.

• A diferença com relação à receptação simples


é o uso do produto de crime em atividade
comercial.

• Inconstitucionalidade do parágrafo 1º.

62
Receptação
• § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
natureza ou pela desproporção entre o valor e
o preço, ou pela condição de quem a oferece,
deve presumir-se obtida por meio criminoso:

• Pena - detenção, de um mês a um ano, ou


multa, ou ambas as penas.

63
Receptação
• § 4º - A receptação é punível, ainda que
desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.

• § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é


primário, pode o juiz, tendo em consideração
as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na
receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º
do art. 155.

64
Receptação
• § 6º - Tratando-se de bens e instalações do
patrimônio da União, Estado, Município,
empresa concessionária de serviços públicos
ou sociedade de economia mista, a pena
prevista no caput deste artigo aplica-se em
dobro.

65
DIREITO PENAL 6ª AULA.

VALEU A
ATENÇÃO!!

66

Você também pode gostar