FM Romano-Germânica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Ap.

8/10 - 29/10
Sunday, 10 October 2021 19:20

Família Jurídica romano-germânica

Traços Gerais
 O direito é um elemento estruturante da vida em sociedade- as nossas relações pautam-se maioritariamente por normas jurídicas. No entanto, este dado não é adquirido em todos os sistemas, p.e a sociedade
chinesa encara o direito como uma espécie de ultima ratio- só quando não é possivel regular as relações recorrendo a costume, regra não escrita, etc., é que se recorre ao direito
• A aplicação dessas normas despoleta o reconhecimento de direitos subjetivos, que se traduzem no poder de exigir de outrem certa conduta ou de produzir certos efeitos na esfera jurídica alheia, e na
correlativa imposição de deveres jurídicos- Há nesta família jurídica uma cultura de Direitos, patente na ideia segundo a qual a “luta pelo direito subjetivo” constitui um dever do seu titular para consigo
próprio e de todos para com a sociedade.
• Por outro lado, o funcionamento dos poderes constituídos subordina-se nesta família jurídica a regras jurídicas que visam impedir o arbítrio e a prepotência, algo que se reflete nos princípios de Estado de
Direito e da separação de poderes e nos corolários da soberania popular, da salvaguarda dos direitos fundamentais da pessoa humana, da independência dos tribunais, da vinculação da administração pública
à lei e à proteção da confiança individual nas suas diferentes expressões.
 O nome (Família Romano-Germânica) é uma homenagem às suas origens-
• Direito romano- até aos meados do séc. XIX, o direito romano era considerado subsidiário ao estatal
• Direito germânico- povos germânicos que no séc. IV/ V invadiram o império romano, instalaram se ao longo deste, incluindo a Península Ibérica, e trouxeram o seu direito
 A familia foi essencialmente forjada após a revolução francesa, antes da qual não havia uma ideia de separação de poderes- executivo, judicial e legislativo, segundo a qual a produção de leis compete a assembleias
eleitas pelo povo- parlamento, ao governo executá-las e aos tribunais aplicá-la, embora também o possam criar- apenas- por aplicação jurisprudencial.
 O Direito consta essencialmente de fontes legais, embora não seja a única, p.e jurisprudência, costume, doutrina- a lei é a fonte de direito por excelência
 Além desta preocupação, há a preocupação de codificar as normas jurídicas- os códigos são os ex-libris desta família jurídica
 Ideais e valores fundamentais- os 3 grandes ideais definidos na revolução francesa- liberdade, igualdade e solidariedade- fraternidade trazidos pelas tropas de napoleão para Portugal,

Origem-
• Grécia antiga:
○ Grécia da antiguidade clássica considerada berço da civilização europeia- costas e ilhas do Mar Egeu, entre 800 e 300 a.C.
○ O direito grego era maioritariamente de fonte consuetudinária, sem qualquer indício do que se pode chamar hoje de ciência jurídica. O direito de todos os povos na altura confundia-se com a religião, e
as regras jurídicas tinham associadas sanções naturais.
○ Os gregos, porém, tentaram fundamentar racionalmente o dever de obediência à lei e separaram o direito da religião, marcando imenso o Direito Romano e posteriormente toda a cultura jurídica
europeia- deles adveio o primado da razão humana e a superação do misticismo
○ Os gregos tinham uma propensão racionalista, que se revelaria na Ética e no conhecimento científico em geral, mas também no reconhecimento de uma esfera de autonomia à pessoa humana e na
subordinação voluntária à lei, encarnada pelo filósofo ateniense Sócrates
○ Pela primeira vez afirma-se a ideia de que o Direito é obra humana, por natureza mutável em razão do tempo e do lugar, e de que por conseguinte a subordinação às regras que o integram
corresponde a um ato de vontade- Secularização do Direito
○ Ideal Helénico de Estado (segundo Platão)- Essencialmente autoritário e aristocrático, não havendo nele espaço para os direitos fundamentais, nem para a separação de poderes. No entanto, encontra-
se limitado por uma Constituição, e não por um qualquer poder divino, e está colocado ao serviço de um fim ético- a realização da justiça.
○ Há todo um pensamento sobre o conceito de Direito e Justiça(Aristóteles):
 Direito- Realização Objetiva da Justiça
 Justiça- visa igualdade. Pode ser:
□ Distributiva- repartição de bens comuns- proporção em que cada um contribui para os mesmos; Corretiva- transações particulares, voluntárias ou involuntárias
□ Natural- tem a mesma validade em toda a parte, incontestável; Legal- Admite diferentes formulações, não é global
○ É na Grécia que nasce o direito comparado- Havia cidades-estado, cada uma com a sua Constituição, Aristóteles comparou-as entre si, tornando-se no primeiro comparatista
○ Esboça-se uma conceção particular do Direito, de cariz secular e racional, e constitui fundamento principal da autonomização da família jurídica romano-germânica.

• Direito romano(razões para o seu sucesso)- começou a formar se no séc. VII a.C., consolida-se a partir do séc. II d.C.
○ Conjunto de normas e dos princípios jurídicos que vigoraram em Roma e nos territórios por esta administrados desde a sua fundação, no séc. VIII a.C. até pelo menos à queda do Império, ocorrida no
séc. V. no Ocidente, e no séc. XV, no Oriente.
○ O acesso às fontes de Direito Romano só é possível graças a Justiniano (Séc. VI), que mandou compilar o direito romano tal como ele existia naquele tempo- Corpus Iuris Civilis- agregado de fontes de
natureza heterogénea, compreende um manual de direito (Institutas); o digesto/ pandectas- coletânea dos escritos dos jurisconsultos da época clássica da civilização romana, que chegaram aos
nossos dias graças a esta compilação; códex; Novellae- institutiones.net
○ Características-
 Reconhecimento de uma certa esfera de liberdade individual, que permite ao cidadão romano reger com autonomia a sua pessoa e os seus bens
 Certeza, precisão e racionalidade dos preceitos:
□ Direito v Religião
 Flexibilidade e abertura à inovação possibilitadas pela admissão da criação jurisprudencial (séc. II) e pela presença de jurisconsultos no aparelho judicial que orientou os litigantes e magistrados e
fez o Direito evoluir a partir de casos concretos.
○ Processo Civil- subordinado a um princípio da tipicidade (só tinha tutela judiciária a pretensão que correspondesse a uma actio.
○ Eram contra codificações
 Porque:
□ Tornava suscetível interpretações literais, distraindo o jurista do caso concreto
□ Dava a ilusão de um todo acabado e completo
□ A formulação abstrata de regras jurídicas era demasiado rígida e arriscada
○ Redescoberta e estudo em Itália (Bolonha-península ibérica e Portugal- lisboa primeiro) no séc. XI.
○ Séc. XII- receção/ renascimento do Direito Romano
 O Corpus Iuris Civilis é tomado como razão escrita
 Itália> França, Espanha, Portugal> Holanda> Alemanha
 Alemanha- maior receção, devido:
□ Sacro Império Romano-Germânico apresentou-se como sucessor do antigo império romano
□ A falta de poder político centralizado e de um Direito Civil unificado
 França- O direito costumeiro do séc XVI atenuou muito a necessidade de recorrer ao Direito Romano
○ Nas Universidades entre séc. XII e XVIII, estudava-se não o Direito local, mas o Direito Comum à Europa Ocidental- o direito romano tal como compilado no Corpus Iuris Justinianeu e no Direito
Canónico, por vezes miscigenado com outras culturas jurídicas e adaptado às necessidades da época.
○ A partir do renascimento o direito romano começa a ser recebido por diferentes fontes legais-primeiro a doutrina. Os autores como Savigny que estudaram o direito romano e construíram a base para o
BGB são chamados de pandectistas- é a eles que se deve, p.e a sistematização do CC em 5 parte
○ Escolas
 Itália- Glosadores v Comentadores
 França- Humanistas
 Alemanha- Usus modernus pandectarum
○ Receções nos códigos do séc. XVIII e XIX
 França- Matéria dos contratos, classificação das fontes das obrigações
 Alemanha- Enriquecimento sem causa
○ A diferença entre a aversão à codificação romana e o amor à letra da lei atual nos países influenciados pelo Direito Romano pode-se justificar pelo facto de o Direito Romano recebido na Europa a
partir do séc. XII não ser direito vivo, mas sim o corpus normativo que entretanto se cristalizara na compilação feita no Império de Justiniano.

• Componente germânica- Oriunda dos povos germânicos (visigodos, Francos, Lombardos, etc.) que ocuparam a Europa após provocarem a queda do Império Romano do Ocidente
○ Séc. V/VI a.C.- Tinham Direito costumeiro, próprio, mas o direito romano continuou a aplicar-se às terras romanizadas, pelo que houve uma pluralidade de ordens jurídicas de base pessoal. O
princípio da personalidade permitia a quem se apresentasse perante o juiz declarar sob que lei viviam, e seria essa a aplicada.

Página 1 de 2º ano 1º sem. Teóricas


princípio da personalidade permitia a quem se apresentasse perante o juiz declarar sob que lei viviam, e seria essa a aplicada.
○ Séc X-
 Unificação do Direito Privado- substituição dos Direitos de base pessoal por costumes de âmbito regional, portadores de elementos de Direito romano vulgarizado- Princípio da Territorialidade
○ Características:
 Espírito Comunitário
○ A França teve a sua primeira codificação em 1804, mas até então era um país basicamente dividido- Norte vivia de costumes, que à época já tinham sido traduzidos a escrito, mas que tinham na sua
origem o direito germânico- sul foi muito mais influenciado pelo Direito Romano, e era isso que se aplicava essencialmente.
○ O direito trazido por estes povos deu ao longo do tempo origem a uma mistura de tradições jurídicas que está na base de muitos sistemas. P.e direito da família e sucessões

• Influência Cristã- com particular relevância-


○ O cristianismo afirma se na Europa como religião oficial no império romano, e as ideias cristãs influenciaram a formação desta família jurídica-
 p.e a ideia de personalidade- todo o ser humano é criado à imagem de Deus, e por isso é um fim em si mesmo, não um meio para se conseguir algo- isto permitiu a afirmação dos direitos de
personalidade, inexistentes no direito romano, bem como o principio de igualdade de tratamento- a sociedade romana era esclavagista, incompatível com este postulado do pensamento cristão.
Daqui deriva toda uma conceção acerca do modo como as pessoas devem ser tratadas pela ordem jurídica que não tem nada a ver com as influências romanas.
 Direito da família também foi influenciado- p.e o casamento visto como um laço sagrado.
 Obrigações- em matéria contratual um princípio basilar, princípio da equivalência de prestações- há uma preocupação em assegurar um equilíbrio entre as prestações- ideia trabalhada por S.
Tomás de Aquino que a tentou fundamentar no pensamento cristão e no pensamento de Aristóteles. Essa ideia de justiça comutativa pode ser encontrada em “a soma biológica”, e não existe nos
sistemas de Common Law. Manifesta-se em conceitos como a usura.

• Influência do Jusracionalismo e Codificações-Séc. XVIII, surge associada ao Iluminismo = época das luzes vs. Idade média (Idade das trevas)
○ Princípios fundamentais podem se deduzir regras jurídicas
○ Racionalismo jurídico é a quinta componente formativa desta família jurídica- tenta fundar o direito exclusivamente na razão- não estamos a pensar em fundamentos filosóficos ou teleológicos, o
homem através da razão chega aos princípios jurídicos, que se encontram representados nas leis, em especial nas codificações- Este ideal exprime se na Alemanha no séc. XVIII. Na Prússia surgem as
primeiras codificações, mas a que mais influencia esta família em matéria civil foi a codificação francesa apos a revolução.
○ A ordem jurídica francesa elaborou 5 códigos que são a expressão política dos ideais revolucionários- a afirmação do código é uma afirmação também do ideal político da época, que se vai expandido ao
longo do sec. Com as invasões veio o ideal, que se expandiu em 1867 no código de Seabra- não é uma replica do CC francês, mas a ideia de que ele devia existir e substituir quer as leis quer o direito
romano tem influência francesa. No entanto isto não aconteceu na Alemanha, que não tinha as condições políticas necessárias para adotar o ideal francês- não era um estado unitário, só no séc. XIX é
que se podia ter um código aplicável em todo o país. Para alem disso, e justamente por causa de Savigny que era contra esta ideia- o direito devia será a expressão do espírito do povo, e a forma de
adotar as regras jurídicas seria através a codificação dos costumes e usos vigentes, não codificação de leis elaboradas por um legislador. A sua oposição foi ultrapassada e em ? foi redigido um código,
que foi feito em cerca de 6 meses porque já existia de certa maneira sob forma de obras doutrinarias. Na Alemanha o código demorou anos a fazer, e era completamente diferente do francês- o primeiro
era redigido em linguagem acessível, na Alemanha foi feita tendo em mente os próprios juristas, tem um cariz técnico muito mais acentuada, que se caracteriza pelo facto de ter uma parte geral.
○ O BGB marcou esta família jurídica e pode se dizer que esta na base da ramificação do mesmo- diferença entre técnicas jurídicas tao acentuada no direito privado
○ Os códigos são ex-líbris- não há codificações em Common Law, nem em sentido próprio noutras famílias. Este ideal tem mais de 200 anos de existência

Fenómenos de aculturação jurídica- Assimilação por um grupo humano dos valores jurídicos e modos de organização da vida em sociedade próprios de uma cultura diferente da sua
• A familia romano-germânica, não obstante as suas origens, expandiu-se para outros continentes no período da expansão e colonização.
○ Os territórios asiáticos ocupados pelas forças portuguesas ainda demonstram traços largos da nossa influência jurídica- Goa, Damão e Índia
○ PALOP- todos independentes a partir de 1975- têm a vigorar ou tiveram leis a vigorar portuguesas, até que fossem substituídos por leis nacionais
○ Este fenómeno passou-se também com a cultura jurídica francesa, e com a legislação de outros países europeus- Espanha e Itália- que tinham colónias- a colonização promoveu uma adaptação destes
países colonizados a outros sistemas jurídicas que não eram deles.
• Estes fenómenos não foram forçados, toda a legislação que ainda permanece é bem vista na cultura
• No entanto, nem sempre a colonização foi o motivo para a aculturação- há países sul africanos que adotaram legislação francesa, sem serem colonizados pelo país em questão; O direito alemão foi replicado
na china em 1911 e no Japão (1898- o código entrou em vigor ainda antes de ter entrado em vigor na Alemanha- 1900)
• Quando o Brasil se tornou independente, as ordenações portuguesas permaneceram, e vigoraram até depois de deixarem de vigorar no nosso país. Mesmo os códigos brasileiros refletem fortemente a
influência portuguesa. No entanto, não pertence à família jurídica Romano-Germânica, porque apesar de ter uma base histórica e cultural nacional, grande parte do seu sistema jurídico segue os padrões de
Common Law.
• Na Turquia igual, devido à qualidade das codificações e porque ao tempo havia um período de laicização do direito

Sistemas da familia romano-germânica-


• Praticamente todos os paises do sistema europeu continental + países nórdicos têm influência na codificação
• Fora da europa- sistemas de toda a américa latina; africa- ?; ásia- Índia (influência da codificação portuguesa), indonésia (codificação holandesa)
• É muito vasta, quer em numero de pessoas, quer em numero de países
• Timor-Leste- na independencia, 2002, teve de optar que língua queria, e que direito queria adotar. Matriz romanística mas muito influenciado pelo direito holandês. Mas estava muito próximo da Austrália e
dos sistemas de Common law. Escolheu o PT como língua oficial e o modelo constitucional semipresidencial- = portugues para o seu sistema jurídico. A opção de aderir a Common Law tmb n era propriamente
viável, porque é muito baseada em decisões jurisprudenciais, tornando-se por isso muito complexa- é mais fácil aderir ao nosso sistema porque nos guiamos maioritariamente pelas fontes legais

Codificação
• Os códigos civis surgem no séc. XVII ligados à ideia do jusracionalismo, que teve influencia no âmbito cientifico do direito, que demonstrou uma intenção de organizar e sistematizar
• A familia romano-germânica dá muito valor à codificação de leis.
• Em Portugal o primeiro sinal de codificação foi a lei da boa razão
• O primeiro código civil foi o código napoleónico- CC francês
• Desde o séc. XII até ao XVII o que está a ser estudado é o direito romano- não há uma lógica nem preocupação em organizar o direito
• CC francês- 1804
○ Consagra as ideias revolucionarias de 1789, e para o fazerem rápido, vao recuperar o direito romano para a sistematização do código. Ideia tripartida de gaio (.!) A ideia era tripla:
 Eliminar o antigo regime- limitação do poder dos juízes, que têm de utilizar o código civil para resolver todos os litígios.
 Tinha de ser acessível a toda a gente- preocupação não existente em PT ou na Alemanha- mas não tem tanto rigor cientifico.
 É marcado pela importância da propriedade, da familia patriarcal e ?
○ Foi imitado e quase de forma igual ao longo da europa, e inicia discussões por todos os cantos do mundo
○ São 5- comercial, civil, de processo civil, penal, processo penal
○ Exerce influencia alem fronteiras, inclusive influencia o CC de Seabra- ao contrario do que aconteceu em Espanha, etc. o nosso código é modernizado, não exatamente copiado- é aparentemente mais
fácil de aplicar
○ A seguir a sua feitura a jurisprudência vai maturar algumas ideias que não existiam no direito romano no qual este foi baseado.
○ Um código é insuficiente, vai sempre haver desenvolvimento jurisprudencial para lá da lei
○ É considerado um código machista, devido à influencia da familia patriarcal que não era tao acentuada no Direito Romano
• 1814- A Alemanha NÃO estava unificada- havia a ideia de Alemanha como nação, apenas.
○ Savigny vs. Thibaut?- o ultimo dizia que para unificar a Alemanha, os alemães tinham de fazer uma versão alemã do CC francês. Savigny entendia que o codigo ia apenas cristalizar alguns dos problemas,
não ia resolver nenhum e que a Alemanha não estava preparada para isso.
 Nos USA- Davis Dudley Field II vs. Jim Coolidge Carter
○ Savigny de certa forma ganhou, embora muitos anos mais tarde, com a promulgação do BGB foi redigido
 Tem uma parte geral e 4 partes especiais
 Exige que o aplicador procure uma regra especial, antes de aplicar as gerais.
○ Escolas do pensamento jurídico ao longo do séc. XX- Escola do Direito livre (vinculação do juiz a lei), jurisprudência dos interesses e jurisprudência dos valores
○ O CC alemao era omisso quanto a certos institutos que hoje aplicamos no nosso sistema jurídico e que são associados ao direito alemao, p.e Boa fé, responsabilidade civil, etc., que foram desenvolvidos
posteriormente
○ Vai sendo desenvolvido e principalmente a partir dos anos 50 foi sujeito a várias revisões- aguentou desde 1900, ao longo das varias fases drásticas da Alemanha no ultimo século
○ Era um CC coerente, sistematizado e muito mais preparado para ser utilizado
• Código Civil portugues-
○ 1867
 Tivemos mais inspiração francesa do que alemã, mas não foi uma cópia do mesmo.
 Marcado pelo individualismo da época

Página 2 de 2º ano 1º sem. Teóricas


 Marcado pelo individualismo da época
 Desde a aquisição dos direitos subjetivos até à defesa do mesmo
 Tem varias marcas de originalidade, e na realidade ainda está em vigor nas antigas colónias portuguesas, como Goa.
○ CC de 1966
 Marca uma certa rutura- quem coordenou o código foi Antunes Varela
 Não é uma replica alema, houve um grande desenvolvimento, no âmbito dos direitos de personalidade
 Traços Fundamentais
□ Reação
□ Critica ao coletivismo nacionalista
□ ?
 Influência outros códigos civis- CC brasileiro de 2002
• Há quem discuta que a codificação característica desta familia jurídica está a ser desrespeitado, e que estamos a fazer exatamente o contrário (descodificação)- evolução jurisprudencial fora dos CC,
transposições de normas da EU.
○ Descodificação- final do séc. XX; Recodificação- inícios do séc. XXI
○ Na Alemanha e França tem havido uma ideia de recodificação- houve tentativa de recodificação e agrupamento de materias dispersas no CC alemão, e reforma desde 2016 na França. Portugal não fez
grandes mudanças
○ Em Portugal há discussão sobre fazer um codigo de estado bancário. Nos usa- existe o direito federal e direito especifico de outros estados
• Vantagens do CC- Acesso a um grande numero de materias, unidade e coerência do sistema jurídica
• A ideia mais acabada de codificação é o CC chinês (publicado a 1 de janeiro de 2021)- é altamente baseado nos códigos característicos da família romano-germânica, mas isto não quer dizer que faz parte da
familia jurídica em questão-

Conceitos da Familia romano germânica

• Direito constituído vs. Equidade


○ Direito constituído- pré-existe à decisão judicial, sobre forma de lei escrita, decisões judiciais ou costume
 Há uma clara preferência pelo direito constituído como meio de decisão do caso concreto, por várias razões- arbitrariedade da decisão porque nunca se sabe o que é que ele entende como justo no
caso concreto.
○ Equidade- definida por Aristóteles como a justiça do caso concreto, tendo em conta as circunstâncias do mesmo.
 Tem um caráter excecional- ART. 4º do CC
 A posição maioritária quanto é a de que a equidade deve partir sempre do direito constituído, podendo o julgador de equidade aplicar uma sanção diversa da prevista, mas só justificadamente e
fundamentadamente- a decisão visa apenas adaptar a solução do caso estipulada na lei ao caso real, não é totalmente arbitrária. Razao histórica- revolução francesa, princípio da separação de
poderes- se cabe aos tribunais "criar" leis através da equidade, estes interferem no poder legislativo. No entanto, a lei foi pensada para um caso tipificado, pode muito bem surgir casos não
tipificados que necessitam de uma regulação igualmente justa
 França- Fala-se em "Composição amigável"- o árbitro a quem hajam sido conferidos poderes para decidir pode julgar segundo equidade, mas deve procurar uma solução aceitável para ambas as
partes= ART. 35º da Lei nº 31/86, de 29 de agosto, relativa à arbitragem (internacional) voluntária em Portugal
□ Composição amigável não é sinónimo de equidade em Portugal (ART. 22º da mesma lei)
 Em Portugal e França, tanto os tribunais judiciais como os arbitrais podem decidir segundo a equidade, mas apenas por força de disposição legal nesse sentido ou acordo entre as partes, e
contando que o litígio verse sobre direitos disponíveis,
 No Direito alemão, só em determinadas hipóteses tipificadas por lei se pode recorrer à equidade, a não ser nos litígios submetidos a árbitros as partes podem acordar o recurso à mesma.
 Em praticamente todas as familias a decisão segundo critérios de justiça feito pelo legislador á luz do caso concreto tem muito mais discricionariedade e é mais importante
○ O direito constituído não é, assim, o critério exclusivo de regulação da vida social, embora detenha primazia.
• Direito Público vs. Privado- distinção importante, quer quanto aos órgãos competência quer devido às soluções de um e outro ordenamento
○ Direito Público-
 Compreende as normas e princípios que disciplinam as relações jurídicas em que uma ou ambas as partes exercem poderes de soberania
 Princípio da Legalidade
 Designadamente no D. administrativo
○ Direito Privado-
 Compreende as normas e princípios que têm em vista relações entre particulares ou entre particulares e entes públicos, mas em que estes intervém despojados desses poderes- Princípio da
igualdade
 O princípio prevalecente é o da liberdade contratual e da autonomia privada.
 Cabem na ordem dos tribunais comuns
○ Influência tmb do princípio da separação de poderes
○ Dificuldades-
 Há disciplinas e ramos que não podem ser incluídas com segurança em nenhuma das categorias
○ Alemanha- O poder legislativo sobre certas matérias de Direito Público pertencem fundamentalmente aos Estados federados; mas a competência para legislar em matéria de Direito Privado é dos órgãos
federais
○ Esta dicotomia não é nem um pouco tao influente em sistemas de Common Law- direito comum (aplicável a todos, monarca incluido) logo não era necessário criar tribunais específicos para tratar dos
problemas atribuídos aos direito público;
• Direito Processual vs. Direito Material
○ Direito Material - Compreende o Conjunto de regras e princípios em que se contém a disciplina substantiva das relações e situações jurídicas, frequentemente traduzida na atribuição a alguém de um
direito subjetivo e a outrem a imposição correlativa de um dever jurídico.
○ Direito Processual- Regras e princípios atinentes aos pressupostos, formas e trâmites das ações judiciais e outras providencias de tutela jurisdicional destinadas a obter reconhecimento ou a realização
coativa daqueles direitos, bem como a definir/ reparar a sua violação.
 O processo é, de certa forma, subserviente, instrumental, ao direito material.
□ Serve para prosseguir em juizo pretensões materiais, não dá nem tira direitos- vertente negativa
□ ubi ius, ibi remedium- onde há direito há um meio processual para o prosseguir- ART. 2º/2 d CPC. Vertente Positiva
○ Common Law- se algum direito não está expresso em processo, não pode ser prosseguido
• Direito Objetivo vs. subjetivo
○ Direito objetivo- Designa a própria ordem jurídica. É o conjunto de normas e princípios que integram a norma jurídica; é o sistema jurídico tomado na sua globalidade
○ Direito subjetivo- poder atribuído pela ordem jurídica a um sujeito para que este possa prosseguir os seus interesses juridicamente protegidos. Poder de exigir de outrem certas condutas ou abstenções,
ou de produzir na esfera jurídica alheia certos efeitos jurídicos (Savigny).
○ Esta distinção é produto dos sistemas jurídicos ocidentais, não tento sido reconhecida no Direito Romano. Nos sistemas de base consuetudinária e religiosos não há a ideia de que cada um seja titular de
direitos subjetivos, há antes a ideia de que da pertença de o indivíduo a um dado grupo, deriva para o indivíduo um status, que lhe dá uma condição jurídica, determinando o que pode ou não fazer.
Mesmo nos sistemas de Common Law, esta ideia é relativamente recente, uma vez que durante muito tempo havia uma tipicidade de ações judiciais, através das quais os particulares podiam fazer as
suas pretensões- se estas não se reconduzissem a uma das formas de ação existentes, a pessoa não podia recorrer ao tribunal.

Fontes do Direito na família romano-germânica


• Fonte em aceção lata- serve para produzir E revelar normas
○ Há fontes que são fontes em sentido pleno e há fontes de revelação do direito apenas
• A lei é a principal fonte- Esta característica é relativamente comum aos sistemas da familia romano germânico
○ No entanto, acima dela, e segundo alguma doutrina, temos os tratados, que vigoram diretamente na ordem interna- ART 8º
• DI
○ Sistema de Receção- regras metodológicas sobre a integração, interpretação, etc. vigoram sobre estes instrumentos
 Automática- valem imediatamente, independentemente de ato de transposição, com alguns condicionalismos
□ França- nos tratados a receção sujeita-se a uma cláusula de reciprocidade
□ Alemanha- Apenas quanto a DI geral
 Condicionada- direito internacional é transformado em nacional
□ Alemanha- ART. 59º/2 da Lei Fundamental- quanto aos tratados que regulam relações políticas ou se refiram a matérias que devam ser objeto de legislação Federal
 Direito alemão
□ ART. 25º e 59º da Lei Fundamental alemã

Página 3 de 2º ano 1º sem. Teóricas


□ ART. 25º e 59º da Lei Fundamental alemã
□ As normas do DI fazem parte do direito federal- têm precedência sobre as leis e aplicam-se diretamente
 Direito francês
□ ART. 55º da Constituição Francesa
□ Os tratados tem aplicabilidade dependente do principio de reciprocidade
 Portugal- ART. 8º CRP
○ DI Geral v DI convencional
 O DI geral está acima da constituição
□ segundo algumas teses há um monismo moderado em PT- há a receção, a partir da qual a norma vale acima do direito nacional
 DI convencional subordina-se a esta

○ Direito supranacional- surge de entidades supranacionais- uniao europeia, etc. que emitem normas, quer sobre o seu funcionamento, quer sobre o estado membro- funcionam numa logica de princípio
de solidariedade e de transferência de competências, atraves da qual estes podem regular os estados membros
• Atos de Direito Comunitário
○ Principio do primado do DUE- afirmado em vários acórdãos, como o Acórdão Costa ENEL, e na Declaração 17º anexa ao Tratado de Lisboa de 2007
 O Direito nacional deve respeitar os preceitos do direito da União Europeia-
 PT- ART. 8º CRP- não afirma expressamente, mas devolve ao DUE a competência para regular a sua eficácia na ordem interna
 Principio do Acervo- um novo estado membro da EU tem de aceitar o acervo de normas
○ Regulamentos- Aplicabilidade direta
○ Acórdão de Van gend en loos
 Estabeleceu que o disposto no Tratado Constitutivo da Comunidade Económica Europeia atribuí direitos aos particulares, capazes de por estes serem exercidos perante os tribunais dos estados
membros
 Se forem suficientemente claras, diretas, precisas e incondicionais podem ser dotadas de efeito direto- os nacionais dos Estados-Membros podem invocá-las perante os órgãos nacionais de
aplicação do Direito independentemente de transposição
□ O Tribunal de Justiça tem no entanto entendido que só nos litígios que oponham particulares aos Estados-Membros (efeito direto vertical)
○ Importância destas fontes supranacionais para o DC
 É através delas que se tem havido nas últimas décadas um esforço pela harmonização do Direito na Europa
 A União Europeia tem Ordenamentos jurídicos de várias tradições jurídicas
 Servem de meio de receção de conceitos como a boa fé em outros Estados-Membros
• Lei
○ Séc. XVIII o iluminismo começou por identificar a lei como principal fonte de direito- Exemplo da Lei da Boa razão- numa forma fácil e segura de concentração de poder.
 Em França esta era entendida como a vontade geral- o desejo que todos temos do bem comum, que por vezes colide com o interesse individual.
□ CC francês- 1804- tem a pretensão de ser o direito único e comum
○ A primazia da lei sobre todas as fontes de direito nacionais é um fator comum a todos os sistemas jurídicos da família jurídica romano-germânica
○ Os Códigos assumem uma relevância particular - são as leis mais estruturadas e sistematizadas, que permitem aos destinatários apreenderem as regras fundamentais de cada ramo do Direito.
 O Direito português é o mais ambicioso ao regular num texto legal a eficácia jurídica de todos os factos normativos, incluindo aqueles que têm o mesmo valor que a lei. Considera a lei como a
principal fonte imediata de Direito, definindo-a como "todas as disposições genéricas provindas dos órgãos estaduais competentes", algo extraído dos ART. 1º e 2º do CC. No entanto,
especialmente no nosso país, as legislações avulsas têm incitado um movimento de descodificação, e as chamadas leis-medidas retiram o característico caráter geral das leis.
○ Tradicionalmente, o poder legislativo cabia apenas às assembleias legislativas, mas atualmente assiste-se a uma proliferação da competência legislativa, atribuída aos governos e também às RA e aos
estados federados na Alemanha, embora nestes casos apenas possam legislar sobre matérias que apenas a eles digam respeito. Isto põe em causa as vantagens da codificação- o código torna-se mais
vazio com o aumento de leis extravagantes- acontece em Portugal com o direito comercial europeu. Na Alemanha foi feita uma revisão profunda no direito das obrigações, em 2002- artigo de MC.
 Art. 37º/38º Constituição francesa confere ao Governo poderes legislativos
 Art. 82º Constituição Alemã confere ao Governo federal e regional poderes legislativos (mas não poder regulamentar autónomo nem poder de emitir DL)
 Art. 198º CRP relativamente ao Governo, Estatutos das RA versam sobre as matérias sobre as quais as assembleias legislativas regionais podem legislar
○ Capacidade regulamentar-Formalmente, podemos distinguir a lei de regulamento - fonte de normas jurídicas que se encontra subordinada à lei; não a pode contrariar e esta pode revogá-lo.
 Há a importação de um fenómeno americano- Agências Reguladoras
□ Entidades especificadas num setor, que podem também emitir normas relativas a ele, o que torna muito dificil reunir a codificação
 Os sistemas jurídicos da nossa familia, segundo estudos de economistas, são mais propensos a corrupção, porque a lei é demasiado complexa
□ Estes estudos padecem de rigor comparatístico- há paises de legislação de Common law que são muito dados a corrupção
○ Encontramos uma Constituição escrita no topo da hierarquia das leis
 consequências:
 Lei ordinária é sempre limitada pela lei constitucional;
 De forma a assegurar a primazia das Constituições, existem mecanismos de fiscalização da constitucionalidade das leis, concentrados em Tribunais Constitucionais.
 A fiscalização pode ser:
□ Concentrada (da competência de um órgão ad hoc criado para o efeito); vs. Difusa (cabe a quaisquer tribunais perante os quais haja sido suscitada a questão de constitucionalidade de uma
norma
□ Abstrata (Independentemente de qualquer caso concreto que a fundamente) vs. Concreta (Aquando da decisão de um caso);
□ Preventiva vs. Sucessiva (posterior à entrada em vigor da norma)
 Sistemas de fiscalização da constitucionalidade-
□ França- Concentrada, abstrata, a título principal e preventiva, compete em regra ao Conselho Constitucional (Órgão Político); quando envolva princípios gerais constantes de p.e DUDH, pode
caber ao Conselho de Estado, e os tribunais comuns podem recusar aplicar normas que contrariem DI
□ Alemanha- Concentrada, abstrata ou concreta, podendo ser feita a título principal ou incidental, a cargo de órgãos jurisdicionais
□ PT- híbrido, porque comporta componentes dos outros sistemas, e porque admite fiscalização judicial difusa. Cada juiz é juiz constitucional- este pode determinar a não aplicação de uma
norma com força na sua inconstitucionalidade, embora não tenha força obrigatória geral- este fenómeno foi importado dos USA, e existe também na União Europeia)
• Costume
○ Pratica reiterada com convicção de obrigatoriedade
○ Fonte de direito histórica-
 Em frança, o país dividia-se em país da lei e do costume. Acrescenta também que a língua não era uniforme- não era um país unitário. Com a constituição o costume foi controlado, mas com
salvaguarda para os costumes secundo legem.
□ Fonte de direito secundária, não pode ser apelada em tribunal
 Alemanha- o costume tinha grande relevância, e influenciou a feitura do BGB, teoricamente tem o mesmo valor que a lei
□ Lei é qualquer norma jurídica para eles, e conseguem muito bem manipular o conceito para abarcar o costume como fonte de direito
□ Costume jurisprudencial é importantíssimo
 Portugal- a lei faz referencia a usos (importantes no direito comercial)
□ O ART. 1º e 3º proibir-nos-ia de ter o costume como fonte de direito, no entanto, ART. 348º-
• Jurisprudência
○ Na França temos um fenómeno paralelo com uma amplitude maior, em virtude dos códigos franceses serem ainda mais antigos que o alemão. No caso da responsabilidade civil extracontratual, foi
necessário um desenvolvimento jurisprudencial dessas regras no sentido de precisar o seu alcance. Este desenvolvimento é feito a partir da lei; toma como base as normas legais e procura encontrar a
partir delas soluções para casos concretos. Não se trata de permitir aos tribunais a correção de normas legais tidas como inadequadas. França- há aversão a fonte de direito que não a lei- o principio da
separação de poderes que decorre do principio da igualdade implica que o aplicador da norma não possa ser o seu feitor, o que faz com que a jurisprudência não possa ser considerada como fonte- a
argumentação das decisões é muito seca e curta
 Eficácia relativa do caso julgado- em casos semelhantes os tribunais devem-se pronunciar de forma semelhante
 Tribunal francês tem 2 tipos de acórdãos:
□ Fundamentados na lei
□ Fundamentados em doutrina e jurisprudência- Princípio do abuso de direito (caso da chaminé do ano passado- tgdc I) e da responsabilidade civil
○ Alemanha- é fonte em alguns casos
 Constitucional- é
 Dos tribunais- é reveladora de norma jurídicas, mas não formadora
 Costume jurisprudencial
 O princípio da separação de poderes não se opõe ao desenvolvimento jurisprudencial do direito dentro dos parâmetros definidos por uma regra geral. como observou o tribunal federal alemão
para dizer que proferiu em 1953 sobre a aplicabilidade direta do art. 3º/2 da lei fundamental ao direito da família, embora a Constituição confira ao poder legislativo uma posição dominante na
criação do direito ela não lhe atribui em exclusivo essa função, Como demonstra o art. 20º/3 da Constituição alemã- o poder judicial está vinculado à lei e ao Direito- geralmente estes coincidem,

Página 4 de 2º ano 1º sem. Teóricas


criação do direito ela não lhe atribui em exclusivo essa função, Como demonstra o art. 20º/3 da Constituição alemã- o poder judicial está vinculado à lei e ao Direito- geralmente estes coincidem,
mas o direito não é idêntico ao conjunto das leis escritas. Cabe à jurisprudência descobri-lo e concretizá-lo em decisões.
 Caso Soraya acórdão - o tribunal federal admitiu que seria possível aos tribunais alemães conceder indemnizações por danos não patrimoniais em caso de violações graves dos direitos de
personalidade, apesar de o BGB não consentir
 às limitações do CC relativamente à responsabilidade civil extracontratual. O caráter restritivo do Direito alemão teve como consequência o aparecimento de figuras que embora não integrem um
contexto contratual, não eram adequadamente reguladas pelo direito delitual alemão - culpa in contrahendo.
 desenvolvimento do Direito praeter legem- estaria apenas subordinado aos limites decorrentes da proibição da analogia vigente em certos domínios
 desenvolvimento do Direito superador da lei (extra ou contra legem) - teria de se conformar com o princípio democrático, do qual resultaria a inadmissibilidade da correção pelos tribunais das
opções jurídico-políticas efetuadas pelo legislador: o parlamento teria legitimidade para o efeito. Ou seja, o limite deste desenvolvimento do Direito encontrar-se-ia onde já não fosse possível uma
resposta a questões jurídicas baseada em considerações especificamente jurídicas, em especial quando se tratasse de questões de oportunidade, que reclamassem uma decisão política ou fosse
necessária uma regulamentação pormenorizada, que só o legislador tivesse em condições de definir. - excetua-se a correção do Direito legislado levada a cabo pelos tribunais quando, devido a uma
recusa do legislador, sobreviesse um estado de necessidade jurídico.
○ Portugal
 Assentos- decisões do STJ com força obrigatória geral, art.2 considerado inconstitucional, substituídos por acórdãos uniformizadores de jurisprudência- não forma jurisprudência, mas servem para
que, se os tribunais desrespeitarem um acórdão, há possibilidade de recurso extra, mesmo que o caso em situações normais não tenha direito a recurso
 A jurisprudência tem um papel argumentativo muito forte no nosso ordenamento- um tribunal pode decidir contra jurisprudência
• Doutrina- serve para tentar prever a decisão e para tentar convencer os juizes
○ Alemanha- o Direito é de grande elaboração doutrinal
○ Portugal- a doutrina é fonte de direito mediata, na medida em que revela normas jurídicas, mas não as cria, não atualmente
• Princípios juridicos- linhas de orientação da norma juridca, vetores orientadores do sistema
○ São fontes?
 No CC espanhol sim- os princípios estao citados em muita legislação
 Direito francês- os principios são sobretudo usados para colmatar lacunas
 Alemanha- direitos de personalidade são, devido ao principio da dignidade humana e do livre desenvolvimento da personalidade, grandes principios para o direito constitucional alemão, muito
trabalhados, apesar de não virem regulados no BGB
 PT- a constituição apenas reflete os princípios
□ CC- ART.9º- "unidade de sistema" e 10º "espirito do sistema"; princípio da autonomia privada, etc. e são

Integração e interpretação da lei


 Em França durante quase um século após a publicação do código civil, como método de interpretação foi predominantemente exegético- procurava se determinar a vontade subjetiva do legislador, a partir do texto
da lei e dos seus trabalhos preparatórios. Este método foi posto em causa no final do século XIX, por François Geny, que demonstrou os limites do texto na interpretação da lei e a necessidade de, quando esta se
mostrassem suficiente recorrer a outras fontes, como costume a fim de determinar a solução do caso concreto. Caso as Fontes formais não apresentassem uma solução aplicável caberia ao juiz achar essa solução
segundo os mesmos objetivos que seriam prosseguidos pelo legislador caso este se propusesse regular a questão- livre pesquisa científica- Escola Científica. Modernamente preconiza se em França um pluralismo
de métodos de elementos atendíveis na interpretação- a letra da lei continua a relevar, mas a finalidade ao fim social desta têm uma importância crescente. perante lacunas é permitido ao juiz elaborar uma
solução tal como legislador elaboraria caso estivesse a preencher a lacuna
 Na doutrina alemã, apontam-se hoje como elementos ou cânones de interpretação da lei- o elemento gramatical, o elemento genético, o elemento sistemático, o elemento histórico, o elemento comparativo e o
elemento teleológico.
○ Elemento Gramatical- ex.: Conteúdo semântico e a estrutura sintática da norma legal
○ Elemento genético- Intenção do legislador histórico
○ Elemento sistemático- no sentido das relações entre a norma em aplicação e as demais que compõem a ordem jurídica. há uma necessidade de interpretação conforme a Constituição-constitucionalização da
interpretação de normas.
○ Este critério assume Na Alemanha uma relevância claramente superior à que tem em França- por via dele, os valores constitucionais têm influenciado poderosamente a conformação jurídica das
situações da vida privada, o que está longe de ser o caso em França. Tal não é mais do que um corolário da circunstância de o controle da constitucionalidade das leis apenas ser admitido na França
dentro de pressupostos muito mais apertados do que os existentes na Alemanha (Embora a técnica da interpretação conforme a Constituição tenha sido mais frequentemente adotada por diversos
tribunais administrativos) .
○ A chamada constitucionalização do direito privado deu-se na Alemanha também por via do reconhecimento da eficácia reflexa ou em relação a terceiros dos direitos fundamentais. de acordo com a
decisão proferida pelo Tribunal constitucional federal no caso Luth, os direitos fundamentais formam na verdade uma ordem objetiva de valores e as regras de Direito Privado não podem contrariar e à
luz da qual estas devem ser interpretadas.
○ Eficácia reflexa dos direitos fundamentais- estes podem ser invocados entre os estados e entre privados também
○ Elemento Histórico- Antecedentes dos conceitos institutos ou doutrinas em causa
○ Elemento comparativo- soluções consagradas em normas ou institutos comparáveis de outros sistemas jurídicos
○ Elemento teleológico- finalidades visadas pela lei ao propor-se resolver certo conflito de interesses. Particularmente valorizado na doutrina e jurisprudência alemãs desde o advento da jurisprudência dos
interesses. admite-se Hoje com certa largueza e chamadas redução e extensão teleológicas, ou seja, restrição à ampliação do âmbito de aplicação da regra legal concebida demasiado amplo ou restritamente
que segundo o seu sentido literal, aquilo que lhe corresponde segundo o fim da regulação ou conexão de sentido da lei. Estas operações constituem, no entanto, formas de desenvolvimento do direito, e não
formas de interpretação, pois excedem os limites dispostos pelo sentido literal possível do texto cujo sentido de procura determinar.
 Em Portugal- temos normas legais sobre a interpretação da lei- ART.9º do CC, ao contrário da maioria dos países. ART. 9º manda ter em conta o elemento teleológico, sistemático ("unidade do sistema””), histórico
("circunstâncias””) e elemento histórico.
 Não há precedentes vinculativos na família romano germânica, estes podem apenas ter alguma relevância nas decisões posteriores, o que assegura alguma uniformidade jurisprudencial

Meio de resolução de litígios


 Silogismo jurídico
• Premissa maior- previsão da norma
• Premissa menor- factos que são subsumidos
• Conclusão- resolução do caso
 Positivismo normativista- Isto esteve mais presente na jurisprudência francesa. O modelo que subjaz à sentença judicial francês é um modelo dedutivo. Encontramos na fundamentação da solução do caso a
citação de autores, ou de sentenças anteriores. Isto justifica-se pelo princípio da separação de poderes, mencionado nomeadamente por Montesquieu e concretizado nos ideais revolucionários- aos tribunais não
pode ser permitido criar direito, só assim se consegue salvaguardar a liberdade dos cidadãos. Esta solução é utópica e irrealista, porque pressupõe que a lei tem solução para todos os casos, o que já se sabe não ser
verdade, dado o carater inerentemente lacunoso do direito. Assim, a partir do sec. XX começou-se a notar um afastamento do positivismo normativista pelos teóricos, que foi “substituído” pela escola do direito
livre, que defendia uma maior liberdade ao juiz. Esta corrente não teve muita difusão, foi substituída por uma escola alemã fundada por Philipp Heck- jurisprudência dos interesses- o juiz tem de atender à norma e
a valoração de interesses presentes no caso. Em todas as matérias há interesses conflituosos. Foi superada porque os interesses materiais não são tudo para o direito, e foi substituída por outra escola alemã-
jurisprudência dos valores- o juiz ta vinculado à norma e aos valores que o legislador pretende consagrar e aos princípios que concretizam esses mesmo valores. As várias correntes ideológicas que se seguiram ao
positivismo normativista permitiram chegar à conclusão de que a aplicação da lei, a obtenção do direito no caso singular, não é uma pura e simples operação lógica, mas antes a adequação ou adaptação de um
comando geral ao caso singular, havendo que atender a critérios supralegais.
• O Código de processo Civil francês, depois de estabelecer que "O juiz decide o litígio em conformidade com as regras de direito que são aplicáveis" e deve "dar ou restituir aos fatos e atos litigiosos a sua
exata qualificação sem se ater a denominação que as partes para ela houverem proposto", dispõe que "a sentença deve expor sucintamente as pretensões das partes e os respetivos fundamentos"- a
sentença deve ser fundamentada. A sentença enuncia a decisão sobre a forma do dispositivo.
○ França é o país no qual os tribunais se mantêm mais fiéis, no plano formal, ao modelo silogístico da sentença. Na fundamentação das suas decisões os tribunais superiores franceses incluem, sempre sob
a forma de considerandos, a menção da norma aplicável e dos factos ela subsumíveis, ao que se segue a conclusão, representada pelo "dispositivo". O raciocínio em que assenta a decisão é estritamente
dedutivo. Diversamente do que ocorre em Portugal e Alemanha, não se encontram nas sentenças francesas citações de obras doutrinárias ou de outras decisões jurisprudenciais nem se incluem nelas
votos de vencido. Todas as considerações valorativas são omitidas. Isto constitui um corolário de uma determinada ideia de separação de poderes, fundada por Montesquieu, conforme a qual ao
legislador competiria criar o Direito e aos tribunais exclusivamente aplicá-lo.
• Em Portugal a superação do positivismo normativista tem acolhimento expresso na lei- ART. 4º/2 da Lei da Organização do Sistema Judiciário
○ O CPC Português prevê que o tribunal deve, na fundamentação da sentença, discriminar os factos que considera provados e indicar interpretar e aplicar as normas jurídicas correspondentes concluindo
pela decisão final. A própria seleção da matéria de facto relevante para a decisão da causa deve ser feita, segundo o mesmo diploma, tendo em conta as várias soluções plausíveis da questão de direito,
que deva considerar-se controvertida

Página 5 de 2º ano 1º sem. Teóricas


que deva considerar-se controvertida
 Alemanha- Constituição, art.º 20/3- isto apos a 2ª guerra
• Os juízes não estão unicamente vinculados à lei, embora esta deva ser o ponto de partida da resolução do caso concreto na família romano-germânica
• No Código de processo Civil alemão exige-se que a sentença inclua o relatório contendo a identificação das partes e do tribunal-enunciado do Tatbestand- situação de facto descrita atraves de pretensões do
autor e dos meios de defesa aduzidos pelo réu- e os fundamentos fácticos e de direito da decisão tomada.
 O juiz está vinculado à lei e aos juízos de valor legais e extralegais

Resolução de Litígios
 Organização judiciária
 Sistema de Recursos
 Meios de resolução de litigios extrajudiciais

Organização judiciária e composição dos tribunais


 Direito francês
o Distinguem-se 2 ordens jurisdicionais-
○ Judiciária- falamos em vários tipos de tribunais
 Em matéria de civil- jurisdições de proximidade- julgam causas ou litigios de valor inferior a 4000€
 1ª instância- 4000 e 10 000€
□ Tribunal de comércio
□ Em matéria criminal
 Jurisdições de proximidade
 "" de policia
 "" de justiça
 2ª instância- tem como função julgar as decisões dos tribunais de 1a instância, num periodo de 3 dias
 Supremo tribunal francês (Cour de Cassation)- decisões proferidas pela ordem de 2ª instância e pelos tribunais de matéria criminal
 De grande instância- julga causas de valor superior a 10 000€
○ Administrativa- em 1953 surgem os primeiros tribunais de 1º instância
 Direito alemão- caracteriza-se por um alto grau de divisão dos tribunais, e descentralização do sistema judiciário
o Ordem ordinária- competente em matéria civil, criminal e matéria involuntária. Tem 3 graus
○ 1ª instancia- tribunais de comarca
○ 2ª
○ Tribunal Supremo da federação- dividido em 15 secções especializadas
○ Tribunal federal constitucional, espalhados pelos Estados Federados alemães
o Ordem administrativa
o Ordem Financeira
o Ordem Laboral
o Ordem Social
 Portugal
o Tribunais judiciais- civil, criminal e matérias residuais
○ 1ª instância- centrais e locais
○ 2ª-4 tribunais da relação ao longo do pais (Lisboa, Porto, Coimbra e Guimarães)
○ STJ- Órgão superior dos tribunais judiciais. Só julga questões de direito, não questões de facto
o Tribunais Administrativos
o Tribunais Fiscais
o Tribunal de contas

Sistema de recursos
 Princípio do duplo grau de jurisdição- Existente no direito francês, português e alemao. o principio assegura aos sujeitos de direito um reexame da decisão levada a cabo por uma instância superior a que a emitiu.
Esta possibilidade funda-se no seguinte- a administração da justiça é levada a cabo pelo ser humano, que é inerentemente falível. O fundamento é a proteção do erro judiciário e para evitar abusos de poder por
parte do julgador- não por erro, mas por abuso, pode proferir uma sentença abusiva por qualquer razão. Tem limites- não é absoluto nem universal:
o Principio da celeridade
o "" da ?
 O sistema francês consagra este principio de forma mais vincada:
o O recurso pode ser de matéria de direito ou de facto
o O recurso não depende de a causa ter um valor mínimo, salvo algumas exceções
o Acaba por não ser tao abrangente- sistema da Cassação? - o tribunal só julga a sentença recorrida pela parte vitimada, e este pode apenas anular a sentença. À jurisdição suprema cabe apenas controlar a
observância da lei das outras instâncias, e não julgar em 3ª instância as decisões de mérito das outras instâncias. Não decide sobre a matéria, tenta apenas perceber se a sentença pode ser anulada ou não,
isto ainda com base nos ideais e desconfiança do poder legislativo caracteristicos da revolução francesa.
o O litígio tem de ser julgado num tribunal da mesma natureza.
 Sistema Português
o Só pode ser admissível no processo penal
o Em matéria civil- a causa tem de ter um valor superior à alçada- valor compreendidos entre determinada escala do tribunal a que se está a recorrer
○ Também é necessário que a sentença tenha sido impugnada pela parte prejudicada, mas o recorrente tem de estar a enfrentar prejuizos de valor superior a metade da alçada

Meios extrajudiciais de resolução de litígios


 Os sistemas referidos admitem a resolução de litigios por meios extrajudiciais por

Página 6 de 2º ano 1º sem. Teóricas


o Arbitragem- atribuição de competência a particulares que vão julgar o caso e são escolhidas pelas partes envolvidas
○ Bom para pessoas que queiram resolver os seus litígios de forma mais rápida
○ Todos os litigios são suscetíveis de resolução arbitral?- não
 (O dto. Francês tem como ideia geral a disponibilidade dos direitos- se a pessoa poder dispor desse direito, o litígio pode ser decidido por árbitros)
 Alemanha- Critério da patrimonialidade da pretensão- se a pretensão das partes se tornar numa relação patrimonial, há possibilidade de recurso a tribunais arbitrais
 Portugal- ART. 202º/4 da CRP e Lei da arbitragem. Critério da patrimonialidade. Só pode ser sujeito a decisão arbitral os interesses que envolvam interesses patrimoniais
○ Os tribunais arbitrais elegidos têm jurisdição exclusiva?
 Direito Francês- a arbitragem está subordinada a um regime especial, pelo que as regras respeitantes a arbitragem têm um carater supletivo
□ Conceção unitária da arbitragem
 Alemanha- Criterio da patrimonialidade da pretensão- se a pretensão das partes se tornar numa relação patrimonial, há possibilidade de recurso a tribunais arbitrais
○ A arbitragem internacional está vinculada a um regime internacional diferente do regime de arbitragem da ordem interna?
o Mediação
○ Facilitação da intervenção de um terceiro- resolução de litígio por um terceiro que ouve as partes e posteriormente propõe um acordo entre elas. O terceiro pode propor, mas as partes tem liberdade de
a aceitar ou recusar- Lei 29º/2013 de 19 de Abril. As partes podem pôr termo de forma unilateral ao meio de mediação, e o litígio não fica resolvido. É um meio de composição autónoma de litígios.
Composição heterónima de litígios.
○ O que está na base é a predisposição das partes para concordarem entre si, sem a qual a resolução do litigio não é possivel. Esta ideia é muito mais intensa em certos OJ-
 Ásia, China Japão- o recurso aos tribunais é visto com maus olhos e desconfiança, pelo que estes meios de resolução de litigios extra judiciais são muito utilizados e tidos em conta.

Ensino do direito

○ Em cada sistema jurídico o pensamento jurídico o pensamento é distinto, não obstante as semelhanças. Encontra-se ligado à formação de juristas e às pessoas que administram a justiça.
○ O que caracteriza o ensino nos 3 sistemas em estudo- Monopólio das universidades- não se pode exercer direito sem licenciatura.
○ Alemanha- para se exercer certas profissões jurídicas, é necessária a licenciatura (no mínimo 3,5 anos), e depois o primeiro exame de estado, e o estágio, e no final é feito um segundo exame de Estado
para determinar se a pessoa está ou não apta a exercer
○ Razões para este regime
○ Os juristas estao constantemente a trabalhar com normas. Antes de ingressar neste curso, nem sequer conseguíamos interpretar o que está escrito no código civil- as normas têm um caráter abstrato e
geral, e um jurista tem de perceber que os processos de interpretação podem ser muito elaborados.
○ Na família jurídica romano germanica há muito o desenvolvimento do espírito crítico do jurista. Em 2/3 anos não conseguiríamos perceber de facto o que é o direito e como é que este se aplica, como se
interpretam as normas, etc. mesmo com 4 já é difícil
○ O ensino do direito é pré-graduado ou pós graduado- os alunos entram muito novos, e não sabem o que querem realmente exercer
○ Nos sistemas de Common law existe um ensino muito mais profissionalizado- não há um curso de direito no geral, mas sim uma área, na qual estes se especializam. Existe uma espécie de orientação prévia, e
quando vao fazer a especialização já sabem o que querem
○ Acordo de Bolonha- O ensino do direito dividido em 3 fases- licenciatura, mestrado e doutoramento.
○ Críticas
 O prolongamento do curso justifica-se pela complexidade do curso, e por outro lado para melhorar o espírito crítico dos juristas. Reduzir o tempo do curso implica prejudicar os alunos
○ Apesar de estarmos a falar dos sistemas jurídicos que se integram na mesma família, não há uma unidade quanto à estrutura do curso nestes sistemas- conteúdo dado, etc.
○ Quem define os programas das cadeiras é a universidade- Alemanha e PT, sistemas descentralizados. Em frança, é um sistema centralizado, e esse papel cabe ao estado.

Profissões jurídicas concretas


○ Advocacia, magistratura, conservador do registo civil/ predial
○ Magistratura
○ Judicial- são dependentes, irresponsáveis pelas suas decisões e amovíveis. É uma carreira do Estado
○ Do MP- Julgam as causas submetidas ao tribunal. Têm objetivo de defender o Estado. É autónoma face à judicial. Encontram-se vinculados às objetivas e instruções previstas na lei
 Em França- existem os juízes administrativos, á parte dos magistrados
○ Os juristas que querem ser magistrados têm de fazem um estágio no CEJ, e têm de estar integrados numa Ordem dos magistrados
○ Advogados
○ Independentemente do escritório para que vao, em que área se especializam, a carreira ou as etapas são as mesmas- licenciatura, estágio na Ordem, e vao para um escritório- normalmente são feitos
percorrer 3 departamentos
 França- não existem uma classe unitária, há 2 tipos
□ Gerais- representam perante os tribunais
□ Do concelho Estado- têm de passar por determinadas provas de admissão, são os únicos com competência para poderem arguir perante o tribunal da cassação e do conselho de estado
○ Solicitadoria/ Procuradoria
○ Muitas das cadeiras que estes cursos, relativamente recentes, têm, são cadeiras jurídicas. Há uma duplicação dos programas?
○ São profissionais, não juristas, em regra independentes, que exercem na administração da justiça
○ Assistem e praticam atos a pedido dos juízes
○ Jurisconsultos
○ Maioritariamente universitários, de forma independente exercem uma atividade através de elaboração de pareceres jurídicos
○ Fundamentam detalhadamente perante os juízes, têm um papel persuasivo
○ Dependendo da "fama" jurídica, têm mais ou menos poder persuasivo
○ Notários
○ Oficiais publicos nomeados pelo estado, cuja função é autenticar determinados atos ou negócios jurídicos- são depositários da fé pública- conferem validade aos negócios. Devem auferir se determinado
documento ou escritura tem os requisitos preenchidos para poder ser autenticado
○ A autenticação faz com que os atos possam ser válidos.
○ Por serem nomeados pelo Estado, o exercício e a fiscalização desta profissão é feita pelo Estado
○ Conservador do registo predial, civil ou comercial
○ Na Alemanha não basta a licenciatura para o exercicio destas funções. A atividade é gerida por juizes
○ Em Portugal basta licenciatura
○ Oficiais de justiça
○ Funcionários públicos que auxiliam os magistrados, praticando vários atos processuais, não resolvendo questões jurídicas, apenas executam as ordens que lhes dão

Página 7 de 2º ano 1º sem. Teóricas

Você também pode gostar