Ufcd4268 - Corpo e Gesto

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UFCD 4268

Corpo e Gesto

Formadora: Cristina Magalhães


Objetivos

Analisar o gesto na ação e reação em


grupo.
Utilizar o corpo como meio de expressão,
comunicação e criação.
O corpo no relacionamento com os
outros
Podemos definir relacionamento interpessoal
com a Relação estabelecida entre dois ou
mais intervenientes num processo de
comunicação.
Neste âmbito podemos distinguir duas
formas de relação:
Relação convencionais
Relações não convencionais
Relações convencionais

São mais ou menos prescritas por normas


sociais hierárquicas

É o caso das relações profissionais, onde a


relação não é escolhida livremente
Relações não convencionais

Têm uma dimensão mais pessoal.

A relação traduz-se por uma escolha livre e


uma grande implicação pessoal.
O homem relaciona-se com os outras
através de:

Relações formais (a de um cidadão com uma


repartição administrativa)
Relações informais (grupo de amigos)
Íntimas (relações familiares)
O homem relaciona-se com os outras
através de:

Públicas (participação num concerto)


Ocasionais (pedido de informação a um
transeunte desconhecido)
Sistemáticas (relações de trabalho e de
vizinhança)
Fatores que influenciam as relações
interpessoais:

Os contextos
Os papéis
O conteúdo da relação
Os intervenientes
A autoconsciência da expressão pessoal é a
chave das relações pessoais e, por conseguinte
humanas, e pode ser o segredo que permita a
tantas pessoas controlar e manipular outras.

A linguagem corporal é um dos componentes


importantes para Despertar o Talento da
Expressão Pessoal, e é conveniente desenvolver
esta e outras habilidades para nos expressarmos
melhor e sermos bons comunicadores.
A questão da comunicação e da partilha com
o Outro vem no seguimento de coisas como o
sentido de cooperação, o contacto, a
confiança e a relação empática entre pessoas.

Nós estamos eminentemente a comunicar,


mesmo que permaneçamos em silêncio. As
outras pessoas lêem todos os sinais que nós
emitidos: a nossa expressão corporal e facial, o
nosso tom de voz, o nosso olhar, os silêncios…
Estar na presença de outra pessoa, mesmo que
não se diga uma palavra nem se faça qualquer
gesto é já, por si só, um ato de comunicação,
na medida em que ambas as pessoas se
observarão e lerão sinais uma na outra.

A comunicação entre pessoas nem sempre é


fácil e transparente. Vivemos num mundo com
diferentes raças, valores, culturas, educações…
não podemos esperar que o Outro seja igual a
nós, nem sinta como nós ou, tão-pouco, tenha
as nossas prioridades, ideias e valores.
De resto, não é isso que importa. O que interessa é
que, ainda que diferentes, consigamos contactar e
comunicar com o Outro sobre tudo aquilo de que
necessitemos e / ou desejemos.

Para isso, devemos respeitar o Outro e valorizá-lo,


tal como desejamos que façam connosco. Só entre
duas pessoas que se respeitem poderá existir uma
comunicação saudável.
 Não somos obrigados a gostar de todas as pessoas
nem a aceitar todas as suas opiniões ou ideias.
Devemos, isso sim, respeitar as ideias e opiniões dos
outros, mesmo que elas não coincidam com as
nossas… Existe espaço para todas as pessoas, desde
que exista respeito pela sua individualidade e
liberdade.

 Aprender a tocar no Outro sem complexos nem


constrangimentos, mas mantendo o nível de respeito e
de sensibilidade necessários para que esse toque seja
agradável e saudável para ambas as partes, nem
sempre é instantâneo e/ou inato para todos.
 O caminho que vai do Eu ao Outro é um caminho
complexo e longo, que temos de caminhar passo a
passo, com respeito e muita atenção. Mas o
contacto é, também, uma coisa que se pode
trabalhar através de exercícios.

 Como em tudo, o contacto é mais fácil para umas


pessoas do que para outras, mas há que ter a
consciência que a vida obriga a que contactemos
com variadas pessoas em variadas situações e
quanto mais confiantes estivermos nessa
aproximação ao Outro, mais segurança suscitaremos
na outra pessoa e mais fácil será o estabelecimento
de uma relação (independentemente do carácter
da mesma).
 Em vez de nos fecharmos na nossa “casinha”,
de tentarmos fugir do Outro, devemos tentar
lidar com esse Outro e estabelecer um
contacto com que nos sintamos confortáveis.

Para que possa existir contacto, tem de haver


confiança e empatia. E um grupo onde exista
contacto, confiança e empatia é um grupo
que, seguramente, trabalhará bem e com
sucesso.
 Não podemos, no entanto, deixar de ter mente
que a empatia e confiança que se estabelece
entre pessoas está dependente das atitudes dessas
mesmas pessoas. Temos de tentar ser aquilo que
desejamos que o nosso colega seja para nós.

 Se nós não confiarmos na pessoa A, ela nunca


confiará em nós. Por outro lado, se a pessoa A
confiar em nós e nós quebrarmos essa confiança,
estaremos a destruir completamente a
possibilidade futura de cooperar com essa pessoa
e de estabelecer uma relação forte e saudável
com ela.
A “linguagem do corpo”
 O corpo, segundo os especialistas em comunicação não
verbal, fala uma linguagem que é mais sincera do que as
palavras. Através do nosso olhar, da nossa postura corporal,
dos nossos gestos o nosso corpo transmite muito mais do que
através de meras palavras.

 Vários estudos concluíram que a relevância das palavras


numa interação entre pessoas é apenas indireta, pois grande
parte da comunicação processa-se num nível abaixo da
consciência: apenas 35% do significado social de uma
conversa corresponde às palavras pronunciadas, os outros
65% seriam correspondentes aos canais de comunicação
não verbal.
 Os especialistas no estudo da comunicação não verbal
concordam especialmente no seguinte ponto, não é
possível comunicar fingindo a linguagem corporal,
podemos mentir através das palavras contudo os nossos
gestos corporais serão o nosso maior incriminador.

 Em algumas ocasiões aprende-se a submeter a


expressividade para conseguir obter uma sensação
concreta, por exemplo num concurso de beleza, numa
prova de xadrez, num discurso político, nestes casos muitas
das vezes as palavras, os nossos gestos ou as nossas
posturas são utilizados para transmitir determinados
indicadores, com uma determinada finalidade específica,
contudo podem não demonstrar verdadeiramente os
sentimentos íntimos.
 Assim, estudos e pesquisas desenvolvidos por
investigadores de diferentes áreas colocam em
destaque a importância e o interesse com que a
expressividade humana tem vindo a ser estudada.

 Enviar, receber e perceber sinais não-verbais são


processos independentes, que ocorrem sem que se
tenha, na maioria destes comportamentos, a
consciência da sua causa ou do que está a
acontecer, estes processos são naturais, mas podem
tornar-se habilidades.
 Estas habilidades associadas ao conhecimento de conteúdos da
área de comunicação não-verbal são importantes para o
crescimento da competência social dos indivíduos, na sua
atuação profissional e na sua vida.

 Se as palavras podem ser ambíguas a nossa linguagem corporal


raramente o é. Conhecer a linguagem não-verbal é conhecer-se a
si próprio como ser humano, conhecer o que expressa a linguagem
corporal, ajuda a percecionar mais sobre si mesmo e sobre as
relações com os outros.

 De uma forma ou de outra, é certo que em qualquer


situação comunicativa, a comunicação não-verbal é
inevitável, por isso enquanto nos basearmos em padrões e
estereótipos sociais, não conheceremos verdadeiramente os
outros.
Dez códigos apresentativos, como sendo os
mais importantes:

 Contato corporal
 Proximidade
 Orientação
 Aparência
 Movimentos da cabeça
 Expressão facial
 Gestos (ou quinese)
 Postura
 Movimento dos olhos e contato visual
Contato corporal

 O contacto corporal é a forma mais primitiva de ação social


e pode traduzir os mais diversos gestos; abraços, carícias,
beijos, apertos, pancadas, etc. Tem duas vertentes: o ato de
tocar e o ato de ser tocado. No ato ativo predomina a
dimensão exploratória, ao passo que no ato passivo
predomina a receção dos sinais provenientes de um agente
exterior.
Proximidade ou distancia interpessoal
Algumas teorias defendem que existe um grau
ótimo de distância física entre as pessoas. É o
caso da teoria do equilíbrio, que defende que o
espaço pessoal varia com a intimidade entre os
indivíduos e que quanto mais íntimos, mais os
indivíduos tendem a aproximar-se.

Considerando esta variação "territorial", de


distância pessoal, podemos falar, em quatro
tipos de distâncias: intima, pessoal, social e
pública.
Distância íntima

 Refere-se a uma relação de compromisso com outra


pessoa. A presença do outro causa um impacto
sobre o sistema percetivo, estendendo-se até cerca
dos cinquenta centímetros para lá do corpo físico e
"é uma verdadeira zona interdita”, onde o nosso odor
e a nossa temperatura estabelecem os limites. Nessa
zona "perigosa" deixamos entrar os seres dos nossos
afetos e defendemo-nos das ofensivas por uma
rigidez muscular e um olhar vago e longínquo.
Distância pessoal

 Varia até aos cento e cinquenta centímetros. É uma


distância não esférica, que exige maior comprimento
para a frente do que para os lados ou para trás.
Talvez porque, inconscientemente, a distância "cara
a cara" seja mais inibidora e potencialmente mais
perigosa que a "lado a lado".
Distância social

 Rege sobretudo o nosso comportamento profissional


e varia entre os cento e vinte e os trezentos e sessenta
centímetros. Pode situar-se na distância das
negociações impessoais e no carácter formal das
relações sociais.

 Inconscientemente, gerimos esta distância segundo a


cultura do local de trabalho, segundo o estatuto
social dos interlocutores. Essa distância social pode
variar.
Distância pública

 Situa-se fora do circuito imediato de referência do indivíduo e implica


diversas transformações sociais. Para além dos três metros e meio. Usa-se
um estilo formal no vocabulário. Muito frequente nas personalidades
oficiais importantes, tom de voz elevado e muitos gestos. Revela
igualmente o nosso medo das multidões.
Orientação

O ângulo em que nos colocamos relativamente


aos outros é uma forma de emitir mensagens
sobre o relacionamento. Olhar alguém de
frente pode ser indicador de intimidade ou
intimidação.

Em relação à orientação, podemos explicar


que é o ângulo em que as pessoas se situam no
espaço uma em relação à outra, e comunicam
assim as suas atitudes interpessoais.
Aparência

Este código é dividido em duas partes: os


aspetos de controlo voluntário (cabelo,
vestuário, pele) e os menos controláveis (altura,
peso). A aparência é utilizada para enviar
mensagens sobre a personalidade e o estatuto
social.
Movimentos da cabeça

Estes têm a ver, principalmente, com a gestão


da interação.

Um assentimento pode dar licença para se


continuar a falar enquanto movimentos rápidos
da cabeça podem significar desejo de falar.
Expressão facial

Esta pode dividir-se em subcódigos de posição


das sobrancelhas, formato dos olhos, formato
da boca e tamanho das narinas. Estes
elementos, em diferentes combinações,
determinam a expressão do rosto. A expressão
facial revela menos variações interculturais do
que a maioria dos códigos apresentativos.
Comportamento mímico do rosto

O rosto é o canal privilegiado da comunicação e da expressão


das emoções. A mímica facial desempenha, por isso, diversas
funções:
 Expressa as emoções e as atitudes interpessoais;
 Envia sinais inerentes à interação em curso;
 Manifesta aspetos típicos da personalidade do individuo.

As seis emoções básicas serão: a felicidade, a surpresa, a


tristeza, o receio, o desgosto e a raiva que se associam
aos movimentos musculares do rosto, constituindo os sinais
inatos, e compreendidos universalmente.
Gestos (ou quinese) - Comportamento
motor-gestual
 A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos
gestuais e de postura que fazem com que a comunicação seja
mais efetiva. A gesticulação foi a primeira forma de
comunicação. Com o aparecimento da palavra falada os gestos
foram tornando-se secundários, contudo eles constituem o
complemento da expressão, devendo ser coerentes com o
conteúdo da mensagem.

 A mão e o braço são os principais transmissores do gesto, sendo os


gestos dos pés e cabeça também importantes.

Obs: O gesto intermitente, enfático, para cima e para baixo, indica frequentemente
uma tentativa de domínio, enquanto gestos mais fluidos, contínuos e circulares
indicam o desejo de explicar ou de conquistar simpatia.
Postura

A postura é um sinal que participa no processo


comunicativo. Vários tipos de posturas existem
nas diversas culturas, havendo determinadas
posturas que estão ligadas a situações
específicas de interação. Por exemplo, numa
cerimónia religiosa as pessoas ajoelham-se.
Movimento dos olhos e contacto visual - O
comportamento visual

O poder do olhar pode assumir diversas formas e sugestões:


 Inicia o estabelecimento de relações;
 Comunica atitudes interpessoais,
 Complementa a comunicação verbal.

 Neste contexto destacam-se três peculiaridades do olhar: a


sua evidência, o seu poder ativante e a sua capacidade de
envolver o interlocutor. Além da proximidade física, do tom
de voz, da expressão sorridente do rosto e do carácter
pessoal do tema da conversação, a comunicação visual é
também uma componente da intimidade.
O corpo e o espaço

 Quer seja a nível pessoal, quer seja a nível profissional, a


nossa atenção e a nossa coordenação motora são
essenciais para o nosso sucesso nas mais diversas tarefas.

 Uma pessoa que não consiga estar atenta e concentrada,


nunca conseguirá executar uma tarefa de forma bem-
sucedida, desde o seu início até ao seu final. E quando
falamos de tarefa falamos das mais variadas atividades… vai
desde um cozinhado até à execução de alguma tarefa
administrativa numa grande empresa.
Áreas da psicomotricidade:

1. Coordenação Global
 A coordenação global diz respeito à atividade dos grandes
músculos e depende da capacidade de equilíbrio postural
do indivíduo.

 Através da movimentação e da experimentação, o indivíduo


procura o seu eixo corporal, vai se adaptando na busca de
um equilíbrio cada vez melhor. Consequentemente, vai
coordenando os seus movimentos, vai-se consciencializando
do seu corpo e das posturas.
Áreas da psicomotricidade:

2. Coordenação Fina e Óculo-Manual


 A coordenação fina diz respeito à habilidade e
destreza manual e constitui um aspeto particular da
coordenação global.

 Só possuir uma coordenação fina não é suficiente. É


necessário que haja também um controle ocular, isto é,
a visão acompanhando os gestos da mão. Chamamos
isto de coordenação óculo-manual ou viso-motora.
Áreas da psicomotricidade:
3. Esquema Corporal
 A criança percebe-se e percebe as coisas que a cercam em
função do seu próprio corpo. Portanto, o desenvolvimento
da criança é o resultado da interação de seu corpo com os
objetos do seu meio, com as pessoas com quem convive e
com o mundo onde estabelece ligações afetivas e
emocionais.

 Um esquema corporal organizado, portanto, permite a uma


criança se sentir bem, na medida em que seu corpo lhe
obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o
conhece bem, em que pode utilizá-lo para alcançar um
maior poder cognitivo.
Áreas da psicomotricidade:
4. Lateralidade
 A lateralidade é a propensão que o ser humano possui
de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo
que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa
que existe um predomínio motor, ou melhor, uma
dominância de um dos lados.

 Podemos observar a dominância dos membros


inferiores quando pedimos à criança que brinque de
amarelinha com um pé e depois com o outro.
Verificamos então, qual o lado que teve mais
facilidade, isto é, qual apresentou mais precisão, mais
força, mais rapidez e também mais equilíbrio.
O corpo e o tempo

 A relação entre corpo e tempo é uma imposição da


natureza, sob a qual construímos valores culturais.

 Aprendemos com o corpo, mas não um corpo instrumental,


e sim com o corpo que somos e que constrói o mundo a
cada momento, que flui no tempo e que se abre para um
horizonte de possibilidades.

 A relação do indivíduo com o seu próprio corpo está sujeita


aos diversos estádios de desenvolvimento temporal.
Principais etapas de desenvolvimento
temporal do corpo:

1ª etapa: corpo vivido (até 3 anos de idade)


 Corresponde à fase de inteligência sensória motora de Piaget.
 O bebé sente o meio ambiente como fazendo parte dele
mesma. À medida que cresce, com um maior amadurecimento
de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e
passa, pouco a pouco a diferenciar de seu meio ambiente.
 Nesse período a criança tem uma necessidade muito grande
de movimentação e através desta vai enriquecendo a
experiência subjetiva do seu corpo e ampliando a sua
experiência motora.
 As suas atividades iniciais são espontâneas.
2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto (3
a 7 anos)

 Corresponde à organização do esquema corporal devido à


maturação da "função de interiorização" que é definida
como a possibilidade de deslocar a sua atenção do meio
ambiente para seu próprio corpo a fim de levar à tomada
de consciência.
 Descobre sua dominância e com ela seu eixo corporal.
 No final dessa fase, a criança pode ser caracterizada como
pré-operatória, porque está submetida à perceção num
espaço em parte representado, mas ainda centralizado
sobre o próprio corpo.
3ª Etapa: corpo representado (7 a 12 anos)

 Nesta etapa observa-se a estruturação do esquema corporal.


 No início desta fase a representação mental da imagem do corpo
consiste numa simples imagem reprodutora e é uma imagem de
corpo estática.
 A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em
movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu uma
representação mental de uma sucessão motora, com a introdução
do fator temporal.
 Porém, a evolução psicológica não acompanha esta evolução do
corpo. O desequilíbrio resultante origina um certo “infantilismo”,
uma imaturidade afetiva muito forte. Outro fator gerador de
desequilíbrio são as expectativas e ambiguidades de atribuição de
papel social.
Gesto espontâneo e gesto convencional
 Um dos aspetos mais importantes do comportamento não verbal é
o da gestualidade. O comportamento motor de um indivíduo
possuiu uma grande expressividade.

 A expressão gestual é mais natural à perceção humana. A língua


oral tem por fator principal o desenvolvimento da fonética.

 Às vezes muitos gestos possuem um carácter abusivo e instrutivo,


mas evidentemente podem não ser compreendidos, mas
provavelmente explicados.
 Conforme o que se considera como gestos originais determina-se a
posição de “eficácia absoluta”, e da “eficácia relativa”, ou seja, a
contradição dos gestos com a comunicação humana
parafraseando-se alguma prosa.
Podemos caracterizar os gestos em cinco
categorias, que são:
 Gestos simbólicos ou emblemas,
 Gestos ilustrativos,
 Gestos indicadores de estado emocional,
 Gestos reguladores,
 Gestos de adaptação.

Como gestos de simbólicos, podemos entender todos os sinais


que são emitidos intencionalmente, e que possuem um
significado específico capaz de ser traduzido diretamente por
palavras. Ao apontarmos para alguma coisa. É um exemplo
ilustrativo.
 Existem gestos que são universais, como, abraçar, estender a
mão para cumprimentar, rosto com um sorriso, triste ou
irritado, os gestos acompanham-nos ao longo da vida, por
exemplo, quando vemos um jogador de futebol realizar
aquele gesto simbólico, como se estivesse embalando uma
criança, é claro que todos entendem do que se trata.

 Não há dúvida que existem gestos inatos, gestos que são


próprios da sociedade em que nos encontramos, e outros
que adoptamos por imitação. Mas nem sempre isto ocorre
desta forma, existem vários estudos que constatam que os
bebés quando nascem, já sorriem, mesmo os bebés que
nascem cegos esboçam um sorriso que não poderia ser
apreendido.
Mímica, gesto, movimento
 O que é a mímica? A mímica é uma técnica corporal de
representação de ações sem recurso à palavra. Quando se
pratica mímica, esquecemo-nos do universo das palavras
(que tantas vezes nos complicam a vida!) e tentamos
representar o Mundo e a Vida através do nosso corpo e da
nossa cara… através da expressão física.

 O sucesso da comunicação depende da qualidade do


gesto. Se o nosso corpo estiver disponível e treinado,
conseguimos, através de um gesto, comunicar com outras
pessoas as coisas mais complexas e profundas que possamos
imaginar!
Teatro de mímica

 Estrava do céu e estrela do mar


A respiração

 A maior parte das pessoas vive toda a sua vida sem


conceder especial atenção à respiração. Respiramos desde
que nascemos até que morremos e, por isso, estamos por
demais habituados a fazê-lo e nem nos lembramos disso.

 No entanto, as pessoas que utilizam o seu corpo e a sua voz


em termos profissionais e artísticos, cedo percebem que a
respiração dita “normal”, ou seja, aquela que a maior parte
das pessoas faz – respiração peitoral – não é, de todo, a mais
apropriada, para quem necessite de falar por muito tempo,
falar alto, brincar com a voz ou movimentar-se com alguma
intensidade e ritmo.
A respiração

 A respiração que nos faz sentir confortáveis e mais resistentes


a nível físico e vocal é a respiração abdominal e a
respiração diafragmática. Através delas, não prejudicamos
as nossas cordas vocais, conseguimos reter muito mais ar
durante muito mais tempo, e movimentamo-nos com
intensidade sem ficar com as famosas “dores de burro”.

 Para que consigamos respirar assim temos de aumentar e


“deslocar” a nossa ”caixa respiratória”, para a zona
abdominal e do diafragma, sendo, por isso, obrigados a
treinar diferentes zonas e músculos do nosso corpo.
O espaço como elemento a explorar
 Na vida quotidiana, quando entramos num espaço, esse espaço tem uma
ressonância emocional e física em nós.

 Comportamo-nos em conformidade com o espaço em que estamos, e,


com certeza, de forma diferente da que nos comportaríamos se
estivéssemos num outro espaço.

 Quando estamos no nosso quarto reagimos e comportamo-nos de uma


forma, provavelmente se estivermos na sede de um Banco, reagiremos e
comportar-nos-emos de forma bastante diferente. Entrar numa sala
pintada de preto causa-nos determinadas sensações e pensamentos,
bastante diferentes dos que nos são causados quando entramos numa
sala pintada de cor-de-rosa.
O espaço emocional
 O Teatro e a Expressão Dramática são áreas onde, de uma forma lúdica
e não constrangedora, podemos lidar com a nossas emoções,
exteriorizá-las e trabalhá-las. Aprender a conhecermo-nos melhor, a
perceber o que sentimos e o que é que nos pode levar a sentir
determinado tipo de coisas são experiências extremamente valiosas
para o nosso crescimento e amadurecimento como pessoas.

 Assim, sem ter a pretensão de ser Psicologia, o Teatro é uma forma


criativa e imaginativa de nos conhecermos melhor a nós e aos Outros.
Inclusivamente, apesar de não ser esse (regra geral) o objetivo da
criação teatral, a verdade é que esta pode ser bastante terapêutica no
que diz respeito ao lidar com os nossos sentimentos, memórias, desejos,
medos, etc.
Os sentidos e a escuta
 Não é novidade para nenhuma pessoa que é detentora de
cinco poderosíssimos sentidos: o olfato, a visão, o paladar, o
tato e a audição. É através dos nossos sentidos que
“recebemos” o Mundo e com ele interagimos.

 No entanto, na vida quotidiana, muitas vezes não temos


oportunidade de testar os nossos sentidos e aprofundá-los,
de modo a sentir o que nos rodeia de forma mais intensa e
global.
Dinâmicas
Dinâmica de apresentação: Nome e Gesto!

 Descrição
 Cada formando diz o seu nome acompanho com o gesto.
Dinâmica de apresentação: Trocar de
nomes

 Descrição
 Os formandos trocam de nome com o colega do lado, assumindo esse
nome como seu. Começa por um formando que diz um nome de outro
colega, que assumiu esse nome e tem que responder rapidamente com
outro nome e assim sucessivamente.
Dinâmica de formação de Grupos:
Laranja, Verde e Azul
 Material
 15 Papeis; marcadores: azul, verde e laranja; fita-cola.

 Descrição
 Colocam-se os papéis nas costas dos formandos pintados previamente
com três cores diferentes. (neste caso a intenção é dividir a turma em três
grupos, se quisermos mais grupos colocamos mais cores). Os três grupos
têm que se formar, sem que os formandos falem entre si, só podem
agrupar-se uns aos outros.
 Exercício em grupo Laranja, Verde e Azul
 Material
 Leitor de CDS
 Descrição
 Os grupos espalham-se pela sala e os elementos dos grupos
movem-se livremente ao som de música. Quando o formador diz:
“O grupo laranja senta-se no chão”, ou “ o Grupo verde bate as
palmas!” ou “ o grupo azul dá as mãos!” os grupos têm que se
juntar novamente e realizar os movimentos que lhe sugerem.
 Exemplos:
 -O grupo laranja… …posa para a fotografia;
 …dá as mão; …diz o seu nome;
 …senta no chão; …bate palmas;
 …bate os pés; …dança;
 …dá um chi-coração; …pões a mão na cintura;
 …põe a mão na cabeça …etc.
Mímica
 Descrição:
 Cada formando pensa num desporto e profissão e exemplifica
através de gestos e movimentos, o resto do grupo tenta adivinhar.

 Mímica do desporto exemplos:


 Nadador; bailarina; judoca; patinador; tenista; golfista; pugilista;
halterofilista; futebolista; andebolista; ciclista; basquetebolista; etc.

 Mímica das profissões exemplos:


 Cozinheiro; sapateiro; costureira; jardineiro; lenhador; lavadeira;
taxista; agricultor; pescador; padeiro; etc.
Referências Visuais no Espaço

 Material
 10 objetos diferentes e um lenço.

 Descrição
 Vendam-se os olhos a um formando. Os outros formandos
espalham pelo espaço, 9 dos 10 objetos. O formando que tem a
venda nos olhos tenta descobrir qual foi o objeto que não foi
colocado no espaço.
Movimentos livres – Individual

 Descrição
 Os formandos movimentam-se pelo espaço livremente:
 - Caminhando apressados; -em câmara lenta
 - Saltando; - Rebolando;
 - Rastejando; - Ao pé-coxinho;
 - Em bicos de pés; - De cócoras;
 - Andando para trás; - com passos curtos e
compridos;
 - Calcanhares; -de gatas;
 - de lado; - etc.…
Movimentos livres – Aos pares

 Descrição
 Os formandos movimentam-se pelo espaço livremente aos pares:
 - Pegando nos pés do outro, como se fosse um carrinho de mão;
 - Saltando de mãos dadas;
 - Com as costas juntas;
 - Caminhando lado a lado;
 - Sobre os calcanhares;
 - Sem desviarem o olhar;
 - Em bicos de pés etc.
Jogo do espelho – Aos pares

 Descrição
 Os formandos colocam-se frente a frente. Um dos elementos, faz
movimentos com os braços, pernas, movimentam-se pelo espaço
e o outro elemento imita-o como se fosse um espelho onde reflecte
os seus movimentos.

 Variante
 Um formando faz os movimentos e o resto do grupo imita os seus
movimentos.
Utilizar espontaneamente atitudes, gestos e
movimentos

 Descrição
 Cada formando pensa numa situação/momento que tenta
explicar só através do gesto. Por exemplo: tem fome; tem frio;
sonha acordado; é estrangeiro e tem que comunicar; vai ao
cabeleireiro; vai as compras; vai à praia; está constipado; tem
sono; ta doente etc.
Reações espontâneas (com gestos) a
palavras

 Descrição:
 Um formando diz uma palavra (por exemplo: contente) e os outros
reagem como se estivessem muito contentes. A seguir, é a vez de
outro formando dizer outra palavra, os restantes reagem a essa
palavra através do gesto.

 Exemplos: triste; admirado; pensativo; envergonhado; assustado;


pânico; desconfiado; apaixonado; ensonado; pessimista; etc.
Reações espontâneas (com gestos) a
ilustrações

 Material
 Revistas

 Descrição
 Cada formando arranja várias ilustrações (revistas, fotografias,
etc.). Um, de cada vez, mostra as ilustrações aos outros e este tem
que reagir de acordo com ela.
Fila dos gestos

 Descrição
 Organizam-se numa fila virados para a parede. O último pensa
numa sequência de gestos (exemplo: coçar a cabeça, levantar o
dedo; piscar os olhos…).

 Em seguida toca no ombro do penúltimo, que se volta para ele, a
quem mostra os gestos em que pensou. Este, por sua vez, toca no
ombro do seguinte, que se vira para ele, transmitindo-lhe os gestos
que acaba de ver ao colega anterior. E assim sucessivamente, até
ao primeiro, que mostra os gestos a todo o grupo.

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