7º PT Ficha 4

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PORTUGUÊS 7.

O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO Nº 2

ESCOLA________________________________________________ D ATA ___/ ___/


20__

NOME________________________________________________ N. O____ TURMA_____

GRUPO I
Texto A

Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

A amizade
Ter amigos e a amizade é algo extraordinário nos tempos que correm, em que o
egoísmo impera1. A vida separa as pessoas, assim como a crise e a política. Todavia,
há muita culpa em cada um de nós. Se fizermos uma lista dos amigos que víamos há
uns anos, quantos vemos atualmente? Quantos deixamos de ver definitivamente?
5 Pouco fazemos, ou nada, para voltar a vê-los e encontrá-los. Parece que custa
pegar no telemóvel e ligar a perguntar como estão e têm passado. A sociedade do
paradoxo2: tanta facilidade com as novas tecnologias para contactar pessoas e tanto
afastamento e indiferença. Parece que os amigos são os do Facebook, mas não são.
Não há nada como estar tête-à-tête3 com um amigo, ver o seu olhar, as suas
10 expressões, abraçá-lo e sentir o seu cheiro.
Custa-me deixar de ver e de estar com alguns amigos e amigas que tive ao
longo da vida. Se calhar não eram amigos, mas como diz Javier Marias, passaram a
ser “os conhecidos esquecidos”. Querelas4, deceções, ingratidão, doenças são algo
que ninguém escapa ao longo de uma vida com algumas amizades. A amizade é algo
15 que tem que ver com lealdade, cumplicidade e um passado comum, que houve.
Muitas vezes não sabemos porque se desvanece uma amizade, sem explicação
plausível5 e de uma forma abrupta 6. Então se for uma “verdadeira” amizade causa
maior incompreensão e perplexidade7. Porém, é quase impossível que essa antiga
amizade saia da nossa mente. As coisas mudam, vai-se lá saber porquê, mas não se
20 pode apagar o passado.
A verdadeira amizade não é receber, é dar. Não é magoar, é incentivar. Não é
descrer, é crer. Não é criticar, é apoiar. Não é ofender, é compreender. Não é
humilhar, é defender. Não é julgar, é aceitar. Não é esquecer, é perdoar. Mas também

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AVALIAÇÃO Nº 2
é respeitar um passado com momentos marcantes na nossa vida e nunca deixar de
25 falar.
As amizades desaparecidas causam perplexidade e nostalgia8 quando damos
conta de que já não estão na nossa vida, mas que já fizeram parte dela. Na verdade,
quem deixou de ser amigo nunca foi amigo. A verdadeira amizade não se quebra, em
qualquer circunstância da vida, deve ser sempre a mesma.
Joaquim Jorge, in JN, edição online de 22 de outubro de 2016
(acedido em outubro de 2019, texto adaptado).
VOCABULÁRIO
1
governa, domina; 2contradição, oposição; 3 frente-a-frente, juntos; 4discussões, disputas; 5aceitável,
razoável; 6repentina, súbita; 7perturbação, confusão; 8tristeza, saudade.

1. Numera as frases de A. a E., de acordo com a ordem pela qual as


informações são apresentadas no texto. A primeira frase já se encontra
numerada.
A. Ao longo do tempo, as pessoas vão perdendo contacto com os amigos.
B. Nem sempre há uma justificação para o afastamento dos amigos.
1 C. Atualmente, é difícil manter as amizades antigas.
D. Os verdadeiros amigos nunca se afastam uns dos outros.
E. Muitas vezes, perdem-se amigos devido a desentendimentos.

2. Para cada item (2.1. a 2.3.), assinala com um X a alínea que completa cada
afirmação de acordo com o sentido do texto.
2.1. O autor afirma que esta é a “sociedade do paradoxo” (linhas 7-8) porque,
apesar das novas tecnologias,
A. dá muito trabalho contactar os amigos.
B. os verdadeiros amigos não são os do Facebook.
C. as pessoas não comunicam com os amigos.
D. é mais agradável estar na presença dos amigos.

2.2. Para definir a “verdadeira amizade” (linhas 21-25), o autor serve-se da


A. anáfora.
B. comparação.
C. metáfora.
D. personificação.

2.3. Na opinião do autor, os verdadeiros amigos

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AVALIAÇÃO Nº 2

A. por vezes, afastam-se da nossa vida.


B. nem sempre estão na nossa vida.
C. nunca discutem uns com os outros.
D. mantêm-se durante toda a vida.

Texto B
Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Um pai tinha um filho muito travesso1 e estroina2, e sabia que a grande fortuna que
lhe deixava ele a espatifaria toda, pela sua má cabeça. Quando morreu, deixou-
-lhe um falcão, dizendo que ainda que se visse muito necessitado nunca o vendesse; mas
se acontecesse de o vender, que lhe deixava uma carta fechada e que a não abrisse
5 senão depois de ter perdido todas as suas esperanças de melhorar de fortuna3. O velho
morreu, e o filho começou logo a gastar; vendeu quintas, casas, fez dívidas, ficou por
fiador4 dos amigos, meteu-se em empresas5, e quando menos se precatou6 achou-se sem
nada. Restava-lhe ainda o falcão, que o pai recomendou que nunca o vendesse; como ele
se achava em grandes apuros, não fez caso da vontade do pai, e mandou oferecer o
10 falcão ao rei que lho comprou. Mas o dinheiro do falcão não chegou senão para alguns
dias, acabando por gastá-lo no jogo, onde tinha ficado a melhor parte da sua fortuna.
O rapaz, atrapalhado da sua vida, e não tendo a que se socorrer, começou a procurar
todos os amigos com quem tinha gastado, e todos lhe viraram as costas. Foram tantas as
ingratidões e o descaramento dos que lhe tinham ajudado a desbaratar 7 a fortuna, que o
15 rapaz perdeu o gosto da vida e entendeu que o único remédio que lhe restava era matar-
-se. Foi então que se lembrou que tinha uma carta do pai, que ainda estava fechada, e
antes de morrer lembrou-se de querer ver o que nela dizia. Abriu a carta, e dentro estava
uma chave; e dizia-lhe a rua a que ele devia ir, e a casa em que aquela chave servia para
abrir a porta, e que lá acharia pendurada numa trave uma corda, e já que estava sem
20 esperanças nenhumas, que se enforcasse ali. Como o rapaz já pensava assim, aceitou o
conselho do pai pela primeira vez, e foi logo à tal rua, deu com a casa, abriu a porta e
fechou-se por dentro. Subiu a escada, e chegou a uma sala velha, onde encontrou a
corda pendurada; não se pôs com mais reflexões, e quando começou a puxar a corda
para ver se estava segura, a corda abriu um falso 8, que estava no teto, e começaram a
25 cair muitas peças9 de ouro. Ficou o rapaz admirado, ajuntou o dinheiro e já se não
quis matar; mas também dali em diante nunca mais gastou à matroca 10, viveu com juízo,
e desprezou os amigos que na sua desgraça lhe tinham virado as costas.

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PORTUGUÊS 7.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO Nº 2
(Porto)
In Contos Tradicionais do Povo Português, seleção de Teófilo Braga, Texto Editora, 2000

VOCABULÁRIO
1
irriquieto, traquinas; 2gastador; 3destino, sorte; 4pessoa que fica com a responsabilidade de cumprir a
obrigação de pagamento do dinheiro emprestado a alguém, caso este não cumpra; 5projetos; 6se
preveniu; 7esbanjar; 8local oculto; 9moedas; 10à toa, sem cuidado.

3. “Um pai tinha um filho muito travesso e estroina, e sabia que a grande fortuna que
lhe deixava ele a espatifaria toda, pela sua má cabeça”. (linhas 1-2)
3.1. Comprova que o pai tinha razão ao considerar que o filho esbanjaria toda a
fortuna “pela sua má cabeça”.

4. O filho “não fez caso da vontade do pai”. (linha 9)


4.1. Esclarece de que “vontade” se trata e o motivo da desobediência do filho.

5. Transcreve do conto a expressão que comprova que o filho não tinha verdadeiros
amigos.

6. “Foi então que se lembrou que tinha uma carta do pai”. (linha 16)
6.1. Explica de que forma esta carta foi a salvação do filho.

7. “dali em diante nunca mais gastou à matroca, viveu com juízo, e desprezou os
amigos que na sua desgraça lhe tinham virado as costas.” (linhas 26-27)
7.1. Apresenta as razões que levaram a esta mudança de comportamento do filho.

8. Atribui um título sugestivo ao conto que acabaste de ler e justifica devidamente a


tua resposta.

GRUPO II

1. Assinala com um X a frase em que a palavra “para” é uma conjunção


subordinativa final.
A. O filho herdou uma grande fortuna para a sua subsistência.
B. O pai deixou-lhe uma carta para uma eventual emergência.
C. A herança do pai chegou apenas para algum tempo.
D. O filho desanimado dirigiu-se à casa para se enforcar.

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2. O filho esbanjara toda a fortuna com os amigos.


2.1. Classifica o verbo na frase quanto à subclasse. Justifica a tua resposta.
2.2. Classifica a forma verbal, indicando pessoa, número, tempo e modo.

3. Assinala com um X a frase em que a expressão sublinhada não desempenha a


função sintática de modificador do nome.
A. Um pai tinha um filho muito travesso e gastador.
B. Restava-lhe ainda o falcão que o pai lhe deixara.
C. O rapaz, atrapalhado da vida, pediu ajuda aos amigos.
D. O filho nunca mais gastou, viveu com juízo e desprezou os amigos.

4. Reescreve as frases seguintes, substituindo a expressão sublinhada pelo


pronome pessoal adequado. Faz apenas as alterações necessárias.
a) O pai recomendou ao filho que não vendesse o falcão.
b) O filho quis vender o falcão ao rei.
c) O rapaz vendeu o falcão ao rei.

5. Assinala com um X a única opção que completa corretamente a afirmação.


Na frase “O rapaz mandou oferecer o falcão ao rei que lho comprou.” o pronome
“lho” refere-se
A. apenas ao falcão.
B. ao falcão e ao rei.
C. ao falcão e ao rapaz.
D. ao rapaz e ao rei.

GRUPO III

É na infelicidade que se conhecem os verdadeiros amigos.

Baseando-te no conto popular que acabaste de ler, escreve um texto de


opinião bem estruturado, entre 150 a 240 palavras, em que defendas a afirmação
anterior.

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O teu texto deve incluir:
 a indicação do teu ponto de vista;
 a apresentação de, pelo menos, duas razões que justifiquem a tua
posição;
 uma conclusão adequada.

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