Curso 189690 Aula 05 41a2 Completo
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PETROBRAS (Engenharia de
Equipamento - Elétrica) Conhecimentos
Específicos - 2021 (Pós-Edital)
Autor:
Mariana Moronari
03 de Janeiro de 2022
Sumário
2. Equipotencialização .............................................................................................................................. 24
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Aula 05
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INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, vamos continuar com o estudo relacionado a instalações elétricas, com o nosso olhar
voltado para a segurança. Portanto, o nosso foco será o estudo correlacionado desses dois temas: Segurança
em instalações elétricas!
Essa aula vai abranger basicamente os assuntos relacionados a proteção contra choques elétricos
(conforme a ABNT NBR 5410- Instalações elétricas de baixa tensão) e uma parte mais geral sobre sistemas
de aterramento (que aprofundaremos em uma próxima aula). Você não pode deixar de estudá-la devido à
sua relevância e devido ao fato desse contexto envolver vários assuntos e subtemas que podem ser
cobrados.
A importância que a NBR 5410 dá para a proteção contra choques elétricos é plenamente justificável
devido à quantidade de equipamentos elétricos, que nós (usuários da instalação) estamos em frequente
contato.
Embora a proteção contra choques e a sua relação com os sistemas de aterramento não apresente
grandes dificuldades com relação ao seu entendimento e à sua aplicação, esses temas ainda geram muitas
dúvidas que, por vezes, podem resultar em graves erros no projeto de instalações elétricas, colocando em
risco o funcionamento da instalação e a segurança das pessoas.
Ou seja, o estudo desse assunto é indiscutivelmente essencial tanto para o estudo direcionado à
concursos públicos quanto para a aplicação dos conhecimentos da área Engenharia Elétrica (e profissões
correlacionadas, obviamente).
No capítulo 1 desta aula, será introduzida uma abordagem mais geral relacionada à proteção contra
choques elétricos prevista na NBR 5410. No capítulo 2 e 3, estudaremos efetivamente sobre as principais
medidas de proteção supletiva contra contatos indiretos e a sua relação com outros temas importantes.
Observe que, analogamente à aula anterior, continuaremos contando com o suporte de outras
normas que possam complementar e se relacionar com os assuntos dessa aula. Muitas vezes, é necessário
fornecer definições e explicações provenientes de outras normas para que, de fato, o assunto seja
compreendido! Então, deixarei a especificação das normas utilizadas no capítulo referente à Referências
Bibliográficas.
Ressalto que, como algumas questões de concursos cobram um conhecimento mais específico e
detalhado da norma NBR 5410, é de extrema importância a sua leitura na íntegra. Nessa aula, vou destacar
os aspectos mais importante que devem ser essenciais ao seu estudo, tentando atingir o maior alcance
possível sobre o que pode cair em prova. Certo?!
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No entanto, ressalto que, além da proteção contra choques elétricos, a norma também prevê a
proteção contra efeitos térmicos e sobrecorrentes.
É muito importante que você entenda que qualquer instalação elétrica, mesmo que muito bem
planejada e executada, está sujeita a defeitos que podem ocasionar a circulação de "altas correntes elétricas"
nos circuitos. Essas correntes indesejadas são chamadas de correntes de falta ou simplesmente podemos
dizer que a instalação está sob a ocorrência de uma falta (defeito). Nessa situação, os dispositivos de
proteção devem atuar com segurança.
O primeiro ponto a ser comentado na aula é o perigo que pode existir quando ocorrem contatos
diretos ou indiretos entre pessoas (ou animais) com os elementos elétricos da instalação. Este perigo não se
limita a apenas tocar um elemento energizado, mas também tocar elementos que estão sob diferentes
potenciais.
O risco de choque elétrico é proveniente da diferença de potencial entre elementos. E perceba que
nós estamos sempre em contato, por exemplo, com o chão ou paredes que possuem como referencial o
potencial da terra. Assim, qualquer contato com um elemento que possua um potencial diferente é perigoso.
-O contato direto pode ser caracterizado pelo contato com uma parte viva da instalação
(como por exemplo, a parte metálica de um plug de tomada).
-O contato indireto pode ser caracterizado pelo contato com uma massa sob tensão (por
exemplo, a carcaça metálica de um aparelho elétrico).
Os contatos diretos são mais difíceis de acontecer, pois são provenientes de um contato
acidental, que pode ocorrer por falta e ruptura de isolação elétrica ou por imprudência do
usuário. Já os indiretos são mais perigosos devido à sua frequência e imprevisibilidade!
Portanto, requerem um maior cuidado.
A NBR 5410:2004 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão) prevê duas formas de proteção contra
choques elétricos, as quais estão diretamente ligadas ao tipo de contato que pode ocorrer com os elementos
energizados da instalação. Elas são a proteção básica e supletiva!
Vamos falar de forma mais aprofundada sobre elas nas próximas seções deste capítulo.
Algumas seções da norma NBR 5410 trazem especificamente considerações sobre a proteção contra
choques elétricos. Então, eu vou destacar algumas...
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A seção 3.2 introduz algumas definições relacionadas à proteção contra choques elétricos. A seção
4.1.1 estabelece os princípios e características gerais que orientam os objetivos e as prescrições
fundamentais sobre a proteção contra choques. E a seção 5.1 apresenta, de forma mais aprofundada, as
medidas de proteção que devem ser adotadas bem como algumas condições que devem ser satisfeitas.
Basicamente, comentaremos de forma mais geral sobre as medidas de proteção contra choques
elétricos previstas na NBR 5410, neste capítulo. No próximo, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre
equipotencialização e seccionamento automático da alimentação, que são as medidas de proteção supletiva
contra choques elétricos mais cobradas em prova.
Vamos iniciar o nosso estudo entendendo os princípios fundamentais e as definições que a NBR
5410:2004 traz com relação à proteção contra choques elétricos.
O princípio fundamental1 que orienta o objetivo e a prescrição da norma para a proteção contra
choques elétricos é o seguinte:
As pessoas e os animais devem ser protegidos contra choques elétricos, seja o risco
associado a contato acidental com parte viva perigosa (contato direto), seja a falhas que
possam colocar uma massa acidentalmente sob tensão (contato indireto).
De uma forma mais detalhada, o princípio que fundamenta2 as medidas de proteção contra choques
especificadas na norma pode ser resumido da seguinte forma:
Perceba que a norma traz uma abordagem diferenciada sobre os princípios fundamentais em
diferentes seções da norma. Então, na sua prova, pode ser cobrado o conhecimento sobre eles dessas duas
maneiras. O que importa é a mensagem que está sendo passada!
Algumas definições sobre proteção contra choques elétricos3 apresentadas na norma são
importantes para o entendimento desse tema no decorrer da nossa aula. Portanto, vou apresentá-los de
forma resumida para você.
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Elemento ou parte condutiva: Elemento ou parte constituída de material condutor, pertencente ou não à
instalação, mas que não é destinada a conduzir corrente elétrica.
Proteção básica: Meio destinado a impedir contato com partes vivas perigosas em condições normais.
Proteção supletiva: Meio destinado a suprir a proteção contra choques elétricos quando massas ou partes
condutivas tornam-se acidentalmente vivas.
Proteção adicional: Meio destinado a garantir a proteção contra choques elétricos em situações de maior
risco de perda ou anulação das medidas normalmente aplicáveis, de dificuldade no atendimento das
condições de segurança e em situações ou locais que os perigos do choque elétrico são graves.
Ou seja, as medidas de proteção podem ser classificadas em medidas de proteção básica ou medidas
de proteção supletiva, as quais devem atuar de forma conjunta para promover uma proteção completa a
pessoas e animais.
A proteção contra choques elétricos compreende dois tipos de proteção: proteção básica
e proteção supletiva.
Nesta norma, fala-se muito em massas condutoras. Então, vou adiantar essa explicação para que você
não fique confuso(a).
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Seção 5.1.1.2 da norma NBR 5410:2004- Regra geral da proteção contra choques elétricos.
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(Perito Criminal- Polícia Federal-Engenheiro eletricista- Cespe-2004) Julgue o item que se segue,
relativo ao projeto de instalações elétricas prediais.
Na elaboração do projeto de uma instalação elétrica de baixa tensão no Brasil, o projetista deve
observar o disposto na NBR 5410, que, entre suas prescrições fundamentais, inclui a proteção das
pessoas e dos animais domésticos contra choques elétricos.
Resolução e comentários:
Conforme o princípio fundamental (Seção 4.1.1 da NBR 5410:2004), as pessoas e os animais devem
ser protegidos contra choques elétricos, seja o risco associado a contato acidental com parte viva
perigosa (contato direto), seja a falhas que possam colocar uma massa acidentalmente sob tensão
(contato indireto).
Portanto,
O item está CERTO, pois a norma NBR 5410:2004 prevê a proteção contra choques elétricos tanto
de pessoas quanto de animais.
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A proteção básica (proteção contra contatos diretos) é o meio destinado a impedir contato
com partes vivas perigosas em condições normais.
Como vimos na definição, a proteção básica pode ser entendida como o conjunto de medidas adotas
para impedir o contato com as partes vivas da instalação elétrica, ou seja, impedir o contato direto.
Podemos citar como exemplos de medidas de proteção básica completa prevista na norma:
Ainda podemos citar algumas medidas previstas na norma que promovem também a proteção contra
contatos diretos mesmo que de forma parcial ou adicional. Elas são:
A precondição de proteção básica5 deve ser assegurada por meio da isolação das partes
vivas e/ ou pelo uso de barreiras ou invólucros. Ou seja, apenas pela proteção completa
contra contatos diretos.
Por tudo que já foi estudado em instalações elétricas, devemos nos atentar ao fato de que a proteção
básica depende diretamente da qualidade dos componentes elétricos e de como a instalação elétrica foi
projetada.
A NBR 5410 considera que a proteção básica (contra contatos diretos) seja realizada de três maneiras.
Isto é, de maneira completa, parcial ou adicional. Vamos estudar as características de cada uma delas na
sequência da aula.
A proteção básica completa deve ser garantida em locais acessíveis para qualquer pessoa. Ela pode
ser realizada por meio da isolação das partes vivas, de invólucros ou de barreiras.
Isolação básica é definida como a isolação aplicada às partes vivas para prover proteção
básica.
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Seção 5.1.2.2.1 da norma NBR 5410:2004.
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-Barreira é definida como um elemento que assegura a proteção contra contatos, em todas
as direções habituais de acesso.
A proteção parcial pode ser realizada por meio do uso de obstáculos e da colocação fora de alcance.
Essas duas medidas são classificadas como meio de proteção básica (contra contatos diretos),
proporcionando apenas uma proteção parcial.
O uso dessas medidas é admitido6 em locais acessíveis somente a pessoas advertidas ou qualificadas.
Ainda sim, é necessário que a tensão nominal dos circuitos desses locais não seja superior a uma faixa de
tensões (especificada no anexo A da norma) e que os locais sejam sinalizados de forma clara e visível.
Conforme a NBR IEC 60050(826), obstáculo é definido como um elemento que impede um
contato direto acidental, mas não impede o contato direto por ação deliberada. Por isso é
considerado um meio de proteção básica parcial. A colocação fora de alcance consiste
basicamente em impedir contatos fortuitos com partes vivas.
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Seção 5.1.5.2 da norma NBR 5410:2004- Casos em que se admite proteção parcial contra choques elétricos.
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A omissão da proteção contra choques elétricos é admitida somente nos locais acessíveis a pessoas
advertidas ou qualificadas e se algumas condições7 forem simultaneamente satisfeitas. Elas são:
➢ Essas pessoas devem estar devidamente instruídas com relação às condições do local e às tarefas a
serem neles executadas;
➢ Os locais devem ser sinalizados de forma clara e visível através de indicações apropriadas;
➢ As portas de acesso aos locais devem permitir a livre e fácil passagem das pessoas, abrindo para fora.
E a abertura de portas pelo lado interno deve ser possível sem o uso de chaves.
➢ As passagens que possuírem uma extensão maior que 20 m devem ser acessíveis nas duas
extremidades. As passagens que forem menores, mas extensão maior que 6 m, também devem ser
acessíveis nas duas extremidades.
Agora, vamos iniciar o nosso estudo sobre a proteção supletiva. Nessa seção, vamos adquirir apenas
uma noção superficial sobre ela, pois os próximos capítulos serão destinados ao estudo aprofundados apenas
das principais medidas de proteção supletiva: a equipotencialização e o seccionamento automático da
alimentação.
Podemos concluir então que a proteção supletiva tem como objetivo a proteção contra choques
elétricos provenientes dos contatos indiretos. Ou seja, quando as massas ou partes condutivas,
eventualmente, tornam-se vivas.
➢ Equipotencialização;
➢ Seccionamento automático;
➢ Isolação suplementar;
➢ Separação elétrica.
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Seção 5.1.6.2 a 5.1.6.7 da norma NBR 5410:2004.
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O interessante é perceber que a norma trata essas suas medidas de proteção como complementares
e indissociáveis!
Ou seja, essas duas medidas são as mais importantes e, portanto, devem receber uma atenção
especial, pois são as medidas de proteção contra choques elétricos que são mais recorrentes nas provas. O
capítulo 2 desta aula vai tratar especificamente sobre equipotencialização e capítulo 3 sobre o
seccionamento automático da alimentação.
Nas próximas subseções eu vou apenas comentar superficialmente sobre as outras medidas de
proteção supletiva (isolação suplementar e separação elétrica), pois não encontrei questões específicas
sobre elas nas questões de concurso. No entanto, é importante que você tenha um conhecimento mínimo
sobre elas para complementar seu estudo e para não se deparar com eventuais "surpresas" em sua prova,
OK?
C) Limitação da tensão.
D) Isolação suplementar.
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Seção 5.1.2.2.2 da norma NBR 5410:2004.
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E) Separação elétrica
Resolução e comentários:
A questão solicita que você determine qual medida de proteção não é considerada como um
exemplo de proteção supletiva conforme a NBR 5410.
De acordo com o que foi estudado nessa seção, a proteção supletiva prevista pela norma inclui: a
equipotencialização, o seccionamento automático, a isolação suplementar e a separação elétrica. Ou
seja, a limitação da tensão não constitui uma medida de proteção supletiva e sim uma medida de
proteção básica.
Portanto,
Observe que não foi cobrado um entendimento aprofundado sobre cada medida de proteção e sim
apenas a classificação entre proteção básica e supletiva.
Isolação independente e adicional à isolação básica, a qual tem como objetivo assegurar a
proteção contra choques elétricos em caso de falha da isolação básica.
Vamos comentar um pouco sobre a isolação suplementar no meio em que ela está inserida na norma.
A norma comenta sobre a isolação suplementar quando trata sobre as prescrições referentes à medida de
isolação dupla ou reforçada9.
A isolação dupla ou reforçada é uma medida de proteção que proporciona uma proteção básica (por
meio da isolação básica) e uma proteção supletiva (por meio da isolação suplementar). Dessa forma, a
proteção básica e a proteção supletiva são providas simultaneamente pela isolação reforçada entre as partes
vivas e acessíveis da instalação elétrica.
Já que essa medida provê os dois tipos de proteção, podemos utilizá-la como a única medida de
proteção contra choques elétricos?
Sim, podemos! Segundo a regra geral, a proteção básica e a proteção supletiva devem ser garantidas
por meios independentes ou medida capaz de prover ambas as proteções de forma simultânea.
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Seção 5.1.2.3 da norma NBR 5410:2004.
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Também devemos nos atentar ao fato de que a isolação dupla ou reforçada, como único meio de
proteção, só pode ser utilizada se todas as providências forem tomadas para garantir que qualquer alteração
posterior não coloque em risco a efetividade da medida. No entanto, temos uma exceção:
A aplicação da isolação dupla ou reforçada não pode ser utilizada como única medida de
proteção em linhas elétricas que possuam pontos de tomada10. Obviamente, porque
podemos ter um contato com a parte condutiva do plug da tomada.
A proteção contra choques elétricos por separação elétrica consiste na alimentação de um circuito
por meio de uma fonte de separação. Conforme a norma, essa fonte pode ser fixa ou móvel e temos como
exemplos:
➢ Transformador de separação;
➢ Fonte de corrente;
Basicamente, essa medida de proteção impossibilita o "fechamento" da corrente pela terra no caso
de contato com uma parte energizada.
Com relação a separação elétrica, a norma prescreve que a proteção supletiva deve ser assegurada
satisfazendo três requisitos:
➢ Separação entre o circuito objeto da medida e qualquer outro da instalação, inclusive separado do
circuito primário que o alimenta, na forma de separação de proteção;
➢ Isolação(básica) entre o circuito separado e a terra;
➢ Limitação da carga alimentada (do circuito separado) a um único equipamento;
Com relação aos circuitos separados, podemos destacar que as partes vivas do circuito
separado não devem ser conectadas a outro circuito, à terra ou a um condutor de proteção.
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Seção 5.1.2.3.1.2 da norma NBR 5410:2004.
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Quando o circuito separado alimentar um único equipamento, suas massas não devem
ligadas a condutores de proteção, a massas de outros circuitos ou elementos estranhos à
instalação.
(Perícia Forense- CE- Engenharia Elétrica- Cespe-2012) Em relação à segurança das instalações
elétricas, julgue o item subsecutivo à luz da norma pertinente da ABNT.
Uma medida de proteção prescrita pela ABNT para a segurança de instalações elétricas é o
seccionamento automático da alimentação.
Resolução e comentários:
Conforme o princípio fundamental (Seção 5.1.1.5 da NBR 5410:2004), são exemplos de proteção
supletiva a equipotencialização, o seccionamento automático da alimentação, a isolação suplementar
e a separação elétrica.
Portanto,
O item está CERTO, pois o seccionamento automático da alimentação é uma medida de proteção
prevista na norma NBR 5410:2004.
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Seção 5.1.1.3 da NBR 5410:2004- Nota.
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A proteção adicional promovida pelo uso de DRs de alta sensibilidade tem como objetivo assegurar
uma proteção contra contatos diretos, no caso de falha das outras medidas de proteção aplicadas ou por
descuido e imprudência dos usuários.
A proteção adicional básica (contra contato direto) é realizada por meio do uso de dispositivo de
proteção diferencial-residual de alta sensibilidade, quando a corrente diferencial-residual nominal nesse
dispositivo é igual ou inferior a 30 mA.
A utilização da proteção adicional não é reconhecida12 pela norma como uma medida de
proteção completa. Dessa forma, não dispensa o emprego das medidas de proteção
completa ou parcial, conforme o caso.
➢ os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo banheira ou chuveiro;
➢ os circuitos que alimentem tomadas de corrente (cada tomada até 32 A) situadas em áreas externas
à edificação;
➢ os circuitos de tomadas de corrente (cada tomada até 32 A) situadas em áreas internas que possam
vir a alimentar equipamentos no exterior;
➢ os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas-
cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em uso
12
Seção 5.1.3.2.1.2 da NBR 5410:2004.
13 Seção 3.2.5 da NBR 5410:2004.
14 Seção 5.1.3.2.2 da NBR 5410:2004.
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normal ou sujeitas a lavagens. Exclui-se dessa exigência os pontos que alimentam aparelhos de
iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50 m;
➢ os circuitos que, em edificações não-residenciais ( por exemplo, edificações comerciais), sirvam a
pontos de tomada (cada tomada até 32 A) situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas
de serviço, garagens e, no geral, em áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.
Ou seja, qualquer lugar que possa vir a ficar molhado precisa de ter DR, pois resulta em uma situação
de maior risco para o usuário.
Ressalto que a proteção dos circuitos pode ser realizada individualmente, por equipamento, por
ponto de utilização, por circuito ou por grupo de circuitos.
Indo mais fundo para complementar os comentários sobre DRs de alta sensibilidade...
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Já vi caindo essa prescrição em prova, por isso a coloquei aqui. Vai que caia de novo, não é
mesmo?
Quando for necessário limitar os riscos de incêndio suscitados pela circulação de correntes
de falta, o circuito correspondente deve ser protegido por dispositivo a corrente
diferencial-residual (dispositivo DR) com corrente diferencial-residual de no máximo 500
mA.
Ou seja, a seleção do dispositivo DR, por meio da sua sensibilidade, depende do objetivo para o qual
ele será utilizado!
Portanto, quando for necessário limitar o risco de incêndio, não é necessário a utilização de um DR
de alta sensibilidade, pois um DR com corrente diferencial-residual menor ou igual a 500 mA já é suficiente!
O que vai determinar a aplicação é a sua sensibilidade, que no caso precisa ser alta
para a proteção adicional básica (contatos diretos).
Conforme discutimos nessa seção, os DRs de alta sensibilidade podem ser utilizados
como medida de proteção adicional em "situações" mais perigosas (como por exemplo,
lugares molhados ou sujeitos à lavagens, como a norma prescreve e, em determinadas
situações, obriga).
Mas entenda que eles também podem promover a proteção contra contatos
indiretos, quando estamos nos referenciando ao seccionamento automático da
alimentação (medida de proteção supletiva estudada no capítulo 3 da aula).
Perceba então que sensibilidade desse dispositivo de proteção pode ser considerada
um fator para ditar se um DR pode ser utilizado para uma determinada finalidade e
aplicação.
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A utilização de DRs como medida de proteção supletiva deve ser compatível com as
condições de proteção para cada esquema de aterramento (mas, não vamos entrar agora
nesse mérito). No entanto, é importante esclarecer que, nesse caso, eles irão promover
apenas a proteção contra contatos indiretos.
Ressalto que os DRs de sensibilidade mais baixa (como por exemplo, os de 500mA)
também podem ser implementados em outros contextos, como por exemplo, para evitar
o risco de incêndio (conforme a própria norma prescreve).
Como foi ressaltado anteriormente, nós iremos aprofundar o nosso conhecimento sobre
equipotencialização e aterramento no próximo capítulo. No entanto, vou especificar aqui algumas
prescrições da norma com relação à equipotencialização suplementar como medida de proteção adicional.
Observa-se que nenhuma ligação visando a equipotencialização ou aterramento deve ser utilizada no
lugar dos condutores de proteção dos circuitos, pois todo circuito deve possuir condutor de proteção,
conforme a norma!
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Seção 5.1.3.1.2 da norma NBR 5410:2004.
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Com base nessa situação, é correto afirmar que a instalação desse chuveiro tem apenas proteção
básica contra choque elétrico.
Resolução e comentários:
Portanto,
O item está ERRADO, pois a instalação do chuveiro possui o dispositivo DR de alta sensibilidade,
que corresponde a uma proteção adicional contra choques elétricos.
Aqui, vamos apenas comentar, de maneira mais geral, sobre a proteção básica e supletiva combinada,
dado que esse assunto não foi cobrado nas provas analisadas. No entanto, é importante que você tenha uma
perspectiva geral sobre as medidas citadas na norma, para não ter nenhuma surpresa caso elas sejam
exigidas em sua prova.
A proteção básica e a proteção supletiva podem ser combinadas em medidas que tenham como base
o uso de:
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O termo PELV17 é definido como o sistema de extrabaixa tensão que não é eletricamente
separado da terra, mas preenche todos os requisitos de um sistema SELV.
Esses dois sistemas são considerados pela norma como uma medida de proteção contra contatos
diretos e indiretos e depende da forma de alimentação e de instalação dos circuitos.
Segundo a definição de cada sistema, a principal diferença está no uso da separação elétrica. O
sistema SELV é eletricamente separado da terra e de outros sistemas, enquanto o PELV não (ou seja, é
aterrado!). 9
Mas qual é o objetivo de utilizar esses sistemas como medida de proteção contra choques elétricos?
O objetivo é limitar a tensão dos circuitos alimentados de forma que essa tensão não seja superior
à tensão de contato limite. Dessa forma, essas medidas evitam riscos de choques elétricos quando ocorrem
contatos diretos ou indiretos em caso de falta.
Tensão de contato é definida18 como a tensão que aparece entre partes simultaneamente
acessíveis, quando ocorre uma falha de isolamento.
A tensão de contato limite é o valor máximo da tensão de contato que pode ser mantida
indefinidamente, em condições especificadas de influências externas.
Por vezes, vamos nos referir à tensão de contato na aula. Portanto, guarde esse conceito!
Comentaremos novamente sobre ele mais à frente.
Nesses sistemas, a proteção básica é proporcionada19 pela limitação da tensão ou pelo uso de
isolação básica, barreiras ou invólucros.
Portanto, as partes vivas de um sistema SELV e PELV não precisam, necessariamente, ser inacessíveis,
dispensando o uso de isolação básica, barreira ou invólucros em casos específicos20 citados na norma onde
16
Seção 3.2.6 da norma NBR 5410:2004.
17
Seção 3.2.7 da norma NBR 5410:2004.
18 NBR IEC 60050(826).
19 Seção 5.1.2.5.1 da norma NBR 5410:2004.
20 Seção 5.1.2.5.1 da norma NBR 5410:2004.
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seja possível limitar a tensão. Se as devidas condições não forem satisfeitas, então as partes vivas deverão
ser inacessíveis para evitar o contato direto, por meio de isolação básica, barreiras ou invólucros.
A tensão nominal do sistema SELV ou PELV não pode exceder 50 V em corrente alternada
ou 120 V em corrente contínua sem ondulação.
➢ pela separação de proteção entre o sistema SELV ou PELV e quaisquer outros circuitos que não sejam
SELV ou PELV, incluindo o circuito primário da fonte SELV ou PELV;
➢ pela isolação básica entre o sistema SELV ou PELV e outros sistemas SELV ou PELV;
➢ pela isolação básica entre o sistema SELV e a terra, somente no caso do sistema SELV.
5
Essas são as principais características que podemos ressaltar sobre os sistemas de proteção
combinada. Você pode olhar diretamente na norma algumas prescrições mais específicas acerca das fontes
e dos circuitos SELV e PELV. De qualquer forma, ressalto que não foram verificadas questões sobre o assunto
no conjunto de provas analisadas.
No esquema abaixo, podemos visualizar as medidas de proteção contra choques elétricos prescritas
na norma de forma resumida.
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Seção 5.1.2.5.2 da norma NBR 5410:2004.
22
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Isolação básica e
Proteção completa Uso de barreiras ou
invólucros
Obstáculos e
Proteção parcial Colocação fora de
alcance
Proteção Básica
(contatos diretos)
DR de alta
Proteção adicional
sensibilidade
b
Equipotencialização
e seccionamento
automático
Isolação
suplementar
Proteção Supletiva
Separação elétrica
(contatos indiretos)
Equipotencialização
Proteção adicional
suplementar
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2. EQUIPOTENCIALIZAÇÃO
Conforme eu havia comentado, a equipotencialização e o seccionamento automático da alimentação
são as medidas de proteção contra choques elétricos mais importantes, tanto devido à sua incidência nas
provas quanto pela sua aplicação prática.
A proteção supletiva deve ser assegurada pela atuação dessas duas medidas de forma conjunta, pois,
quando a equipotencialização não for suficiente, o seccionamento automático deverá atuar para promover
a proteção contra choques elétricos.
Mas porque elas recebem este destaque? Porque a própria norma as considera como medida geral
de proteção, onde uma complementa a outra de forma indissociável.
De acordo com a norma NBR 5410:2004, diferentes medidas podem ser utilizadas e coexistir em uma
instalação. No entanto, ela deixa bem claro que:
Outras medidas de proteção podem ser permitidas ou exigidas em situações mais específicas com o
intuito de compensar a efetividade da medida de caráter geral, como por exemplo, em locais onde o risco
de choque elétrico é maior (piscinas, banheiros etc.). Os requisitos complementares para instalações em
locais específicos estão detalhados na seção 9 da norma.
Caso você já possua um conhecimento geral sobre essa medida de proteção e sobre as prescrições
da NBR 5410 (relacionadas), você pode fazer uma leitura mais dinâmica e passar para o próximo capítulo.
Apenas não deixe de dar uma olhada mais carinhosa na seção relativa aos condutores de proteção, pois esse
é um assunto que as provas gostam de cobrar, principalmente, sobre a seção mínima prescrita pela norma.
24
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Aula 05
A ligação equipotencial pode ser entendida como uma ligação elétrica que tem como
objetivo colocar as massas e os elementos condutores praticamente sob o mesmo
potencial.
O aterramento pode ser considerado como uma ligação elétrica proposital de baixa
impedância com a terra (ou solo).
Com essas duas medidas, nós fazemos com que todas as massas e elementos condutores estejam, de
forma interligada, sob o mesmo potencial (por meio da equipotencialização) e que este potencial esteja o
mais próximo do potencial da terra (por meio do aterramento). O que demonstra ainda mais o quanto a
equipotencialização e o aterramento são complementares!
Uma pergunta:
Poderíamos ter dois sistemas de aterramento distintos em uma mesma instalação elétrica para
massas simultaneamente acessíveis?
25
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Aula 05
Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal23 reunindo os seguintes
elementos:
22
Seção 5.1.2.2.3.7 da NBR 5410:2004.
23
Seção 6.4.2.1.1. da NBR 5410:2004.
26
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O BEP deve fornecer uma conexão mecânica e elétrica confiável, onde seja possível desconectar os
condutores de forma individual.
24
Seção 3.3.2 da NBR 5410:2004.
27
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Aula 05
Condutor de aterramento
Condutores de equipotencialização
principais
Barramento de equipotencialiação
funcional (se necessário)
Condutores de equipotencialização
ligados a eletrodos de aterramentos de
outros sistemas ( como o SPDA)
Nessa seção, vamos aprofundar nosso estudo sobre os condutores de proteção, porque, além da sua
importância essencial para a proteção das instalações elétricas, muitas questões de concurso exigem esse
conhecimento.
Basicamente, os condutores de proteção juntamente com sistema de aterramento têm por função a
equipotencialização e o aterramento das massas metálicas de equipamentos elétricos. O seu
dimensionamento visa à proteção de pessoas contra choques elétricos devido a contatos indiretos. Ou seja,
o toque na estrutura metálica de um equipamento que ficou sob tensão devido a uma falha de isolamento.
28
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Dando uma olhada na definição de condutor de proteção dessa norma, temos que:
Conforme estudamos na seção 2.2 desse livro, na equipotencialização aplicada à proteção contra
choques elétricos,
Ou seja, os condutores energizados dos circuitos terminais devem ser acompanhados por condutores
de proteção.
25
NBR IEC 60060(826):1997.
29
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Professora, de forma prática, como é realizada a ligação dos condutores de proteção com os
equipamentos?
Pode ser realizada de forma direta (ligando-se às massas dos equipamentos de utilização) ou por meio
do terminal "terra" das tomadas de corrente.
➢ tubulações de água;
➢ tubulações de gases ou líquidos combustíveis ou inflamáveis;
➢ elementos de construção sujeitos a esforços mecânicos em serviço normal;
➢ eletrodutos flexíveis, exceto quando concebidos para esse fim;
➢ partes metálicas flexíveis;
➢ armadura do concreto (ver nota);
➢ estruturas e elementos metálicos da edificação;
➢ ligação visando a equipotencialização ou o aterramento.
26
Seção 6.4.3.2.1 da NBR 5410:2004.
27
Seção 6.4.3.2.3 da NBR 5410:2004.
30
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Com relação ao dimensionamento dos condutores PE, podemos dizer que a sua seção pode ser
calculada por meio de uma expressão ou selecionada de acordo com uma tabela 58 da norma.
A expressão28 a seguir é aplicável apenas para tempos de atuação de dispositivos de proteção que
não excedam 5 segundos. Ou seja, a seção dos condutores não deve ser inferior ao valor determinado pela
seguinte expressão:
√𝐼 2 𝑡
𝑆= 𝑘
Onde:
-k é um fator que depende do material do condutor de proteção, de sua isolação e outras partes, e das
temperaturas inicial e final do condutor. As tabelas 53 a 57 da norma indicam valores de k para diferentes
tipos de condutores;
Como temos seções padronizadas e caso o cálculo da seção resulte em um valor não padronizado,
devemos escolher um valor imediatamente superior!
De forma prática, é mais usual utilizar tabela 58 da norma, pois ela fornece a seção mínima dos
condutores de proteção em função dos condutores de fase. Então, após dimensionarmos os condutores de
fase, precisamos apenas utilizar essa tabela para determinar a seção dos condutores de proteção.
O esquema abaixo representa essa tabela indicando a seção mínima do condutor de proteção em
função da seção dos condutores de fase.
Seção mínima do
Seção dos condutores
condutor de proteção
de fase S mm2
correspondente mm2
S≤16 S
16<S≤35 16
28
Seção 6.4.3.1.2 da NBR 5410:2004.
31
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S>35 S/2
A seção de qualquer condutor de proteção, que não faça parte do mesmo cabo ou não esteja contido
no mesmo conduto fechado que os condutores de fase, não deve ser inferior a:
➢ 2,5 mm2 em cobre ou 16 mm2 em alumínio, se for provido de proteção contra danos mecânicos;
➢ 4 mm2 em cobre ou 16 mm2 em alumínio, se não for provida contra danos mecânicos.
Sim!
A NBR 5410:20014 prevê essa possibilidade, desde que ele esteja instalado no mesmo
conduto que os respectivos condutores de fase e sua seção seja dimensionada por meio:
da expressão fornecida para a mais severa corrente de falta e o mais longo tempo de
atuação do dispositivo de proteção ou selecionada pela tabela 58 com base na maior seção
do condutor de fase desses circuitos.
O condutor de proteção (PE) deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de
identificação por cor, deve ser usada a dupla coloração verde-amarela ou a cor verde (cores exclusivas
da função de proteção), na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura
do cabo unipolar.
32
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(Pref. Governador Valadares- FUMARC- 2009) Dimensionar a seção de um condutor de proteção (PE)
para suportar uma corrente de falta de 30kA. O tempo de atuação do dispositivo de proteção é de t
= 0,07 segundos. O condutor de proteção (PE) nu, de cobre, tem o fator K=159.
a) 100,0mm2
b) 49,9mm2
c) 75,0mm2
d) 18,0mm2
Resolução e comentários:
A questão solicita que você determine a seção em mm2 do condutor de proteção em função dos
dados fornecidos pelo enunciado. O procedimento para resolver essa questão consiste em aplicar
diretamente a fórmula fornecida pela NBR 5410.
√𝐼 2 𝑡
𝑆= 𝑘
Devemos lembrar que a corrente deve estar em ampères e o tempo em segundos. Com os dados
fornecidos pelo enunciado, temos que:
√(30∙103 )2 ∙7∙−2
𝑆= 159
𝑆 = 49,9 𝑚𝑚2
Portanto,
Perceba que apenas aplicamos a fórmula da seção dos condutores de proteção. Como o tempo de
seccionamento fornecido pelo enunciado foi inferior a 5 s, a fórmula é aplicável segundo à condição
prescrita pela norma.
33
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Ou seja, é o condutor responsável por garantir que as canalizações metálicas de água, gás e outras
utilidades, as colunas de sistemas de aquecimento central ou de ar condicionado, os elementos metálicos da
construção e outras estruturas metálica, os cabos de telecomunicações (listados na seção 2.2.1) sejam
ligados ao BEP.
Com relação à seção do condutor de equipotencialização principal30, a norma exige que ela não seja
inferior à metade da seção do condutor de proteção que possui a maior seção na instalação e deve ser, no
mínimo, igual a 6mm2 em cobre, 16 mm2 em alumínio ou 50 mm2 em aço. Ou seja, sua seção depende da
seção do condutor de proteção. No entanto, a seção pode ser limitada à 25 mm2, caso o condutor seja de
cobre, ou à seção equivalente, se ele for de outro metal.
➢ Tubulação de água;
➢ Tubulação de gases ou líquidos combustíveis inflamáveis;
➢ elementos de construção sujeitos a esforços mecânicos em serviço normal;
➢ eletrodutos flexíveis, exceto quando concebidos para esse fim;
➢ partes metálicas flexíveis.
29
NBR IEC 60050(826):1997.
30
Seção 6.4.4.1.1 da NBR 5410:2004.
34
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Conforme a norma, o barramento de equipotencialização principal pode até ser utilizado diretamente
para fins de aterramento funcional. Caso isso não ocorra, qualquer elemento que for usado como via comum
de aterramento ou equipotencialização funcional deve ser obrigatoriamente interligado ao BEP. Ok?
No decorrer do próximo capítulo, você entenderá alguns conceitos e procedimentos (que talvez você
não tenha compreendido completamente até então) de forma mais aprofundada. Isso acontece porque
muitos deles possuem uma grande correlação e aparecem juntos na norma. Vamos com calma para entender
uma parte de cada vez...
31
Seção 6.4.5.2 da NBR 5410:2004.
35
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➢ Existência de um percurso para a corrente de falta fase-massa, sendo que sua composição depende
do tipo de esquema de aterramento adotado (TN, TT ou IT). O que implica na existência de uma
infraestrutura de aterramento;
➢ Seccionamento da corrente de falta por um dispositivo de proteção apropriado. O que implica na
instalação de dispositivos de proteção compatíveis com cada tipo de esquema.
Antes de estudar esses dois princípios, vamos estudar primeiramente sobre aterramento.
Nesta seção, vou comentar sobre alguns fundamentos e termos importantes relacionados ao
aterramento para uma melhor compreensão sobre o assunto e sua correlação com o seccionamento
automático da alimentação.
Ressalto que estudaremos de forma mais aprofundada sobre os sistemas de aterramento e suas
diferentes configurações em outra aula.
3.1.1. Aterramento
Um dos pontos mais importantes do projeto e execução de uma instalação elétrica é (sem dúvidas) o
aterramento, pois ele é o responsável por assegurar o funcionamento adequado e a segurança da instalação.
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O aterramento pode ser realizado de forma direta (aterramento direto) ou por meio de utilização de
uma impedância (aterramento indireto com o uso de resistor ou reator). Também pode ser classificado em
aterramento funcional e de proteção.
O aterramento de proteção é caracterizado pela ligação das massas e dos elementos condutores
estranhos à instalação ao solo, visando especificamente a proteção contra choques elétricos por contato
indireto (medida de proteção supletiva). Ele tem como objetivos:
➢ Limitar o potencial entre massas, entre as massas e os elementos estranhos à instalação, e entre
esses dois e a terra, a um valor seguro sob condições normais e anormais de funcionamento;
➢ Proporcionar um caminho de baixa impedância para a terra às correntes de falta, de modo que o
dispositivo de proteção atue adequadamente.
O caminho à terra deve ser de baixa impedância, pois a corrente elétrica vai sempre
procurar o caminho de menor resistência. Ou seja, o caminho mais fácil para circular!
De acordo com a NBR 5410:2004, também podemos ter um aterramento combinado. Ou seja, um
aterramento que ao mesmo tempo é funcional e de proteção (esquema TN!). Iremos falar mais para frente
sobre esse tipo de esquema, o qual utiliza o aterramento combinado.
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A) O aterramento deve escoar cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças dos
equipamentos em geral.
B) A conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir que, caso ocorra
uma falha na isolação dos equipamentos, a corrente de falta passe através do condutor de aterramento
ao invés de percorrer o corpo de uma pessoa que eventualmente esteja tocando o equipamento.
D) O sistema de aterramento deve oferecer um percurso de alta impedância de retorno para a terra
da corrente de falta, permitindo assim, que haja a operação automática, rápida e segura do sistema de
proteção.
Resolução e comentários:
Conforme estudamos nessa seção, o caminho à terra deve ser de baixa impedância, pois a corrente
elétrica vai sempre procurar o caminho de menor resistência. Dessa forma, o sistema de aterramento
deve fornecer um percurso de baixa impedância para as correntes de faltas e não de alta impedância
como está afirmado na letra D.
Portanto,
Achar um erro em uma alternativa incorreta é muita mais fácil (devido à sua visibilidade) do que
analisar questões que estão corretas. Então, por mais que você ainda tenha dúvidas sobre alguns
trechos das questões corretas, facilmente você notará o erro nas incorretas, pois isso te causará
estranheza. Como uma dica, quando você não souber avaliar pontos específicos de uma alternativa
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aparentemente correta, passe para as outras. Se você estudou sobre o assunto, provavelmente vai
conseguir notar o erro.
3.1.2. Solos
A corrente elétrica pode fluir por meio do solo. Logo, é considerado um condutor de eletricidade, o
qual podemos tirar vantagens para dispersar as correntes elétricas indesejadas provenientes de uma
instalação elétrica.
Nos solos, a condução de corrente ocorre por meio da ionização de sais. Consequentemente, sua
resistividade depende de alguns fatores que podem variar de local para local, pois dependem das condições
as quais estão submetidos. Podemos citar como exemplos:
➢ Composição química;
➢ Umidade;
➢ Temperatura;
Geralmente, os solos não são homogêneos, então a sua resistividade também depende da
profundidade. Os solos com camadas de diferentes resistividades são chamados de solos estratificados.
Com relação aos sistemas de aterramento, solos com baixa resistividade são mais
adequados, pois influenciam diretamente na obtenção de uma baixa resistência de
aterramento. Até mesmo alguns processos químicos podem ser realizados para diminuir a
resistividade do solo.
Segundo Cotrim (2009), os solos com resistividade entre 50 e 100 Ωm são considerados
bons condutores. Podemos citar como exemplos: a argila plástica (50Ωm), os solos
alagadiços e pantanosos (30 a 50 Ωm) e o lodo (20 e 100Ωm). Como dependem
essencialmente da composição, essa faixa pode variar muito.
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Para medições mais precisas de resistividade elétrica do solo, o método de medição usualmente
utilizado é o método de Wenner ( ou método dos quatro pontos). A medição da resistividade do solo é
extremamente importante, pois permite que você projete um sistema de aterramento mais adequado para
um determinado local, com cálculos mais precisos.
-O local de medição deverá estar longe de áreas sujeitas a interferências, tais como torres
metálicas de transmissão e comunicações, condutores ou canalizações metálicas;
-Se houver interferência, haverá oscilação do ponteiro de medição. Então devemos estar
atentos a esse ponto;
4𝜋𝑎𝑅
𝜌= 2𝑎 2𝑎
1+ −
√𝑎2 +(2𝑝)2 √(2𝑎)2 +(2𝑝)2
Onde:
40
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Segundo Kindermann e Campagnolo ( 1995), quando a distância entre as hastes for 20 vezes maior
do que a profundidade (ou seja, a> 20p), a fórmula de Palmer se reduz e , portanto, podemos utilizar uma
expressão mais simples. A fórmula de Palmer simplificada é dada por:
𝜌 = 2𝜋𝑎𝑅
O valor da resistividade do solo calculado será utilizado diretamente na equação que vai determinar
a resistência de aterramento do tipo de eletrodo utilizado para verificar se o sistema de aterramento atende
às prescrições das normas.
Com as medidas de resistividade obtidas pelo método de Wenner, é possível utilizar modelos
matemáticos para obter a estratificação do solo. Ou seja, um modelo que representa o solo em camadas
horizontais que possuem uma dada resistividade elétrica para um respectivo comprimento.
Questões relacionadas ao método de Wenner possui uma grande incidência nas provas de concurso.
Não é nada muito aprofundado, no máximo, será exigido que você saiba sobre sua aplicação, sobre os
cuidados tomados e como aplicar os dados na fórmula de Palmer para determinar a resistividade do solo.
Existem outros métodos de medição, como por exemplo, o método de Lee e o método de
Schlumbeger- Palmer. Contudo, o método de Wenner é o mais usual. Independentemente
41
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de qual seja, os métodos são resultados da análise das equações de Maxwell aplicadas ao
solo.
(Pref. São José dos Campos- VUNESP-2012) O método de Wenner é utilizado para a medição da
resistividade do solo. Esse método consiste na utilização de quatro hastes cravadas no solo à mesma
profundidade (p = 2 [m]), alinhadas e igualmente espaçadas (a = 3 [m]). A resistência elétrica do solo
é obtida a partir da medição da tensão (V= 100 [V]) entre as duas hastes intermediárias, quando as
hastes externas são percorridas por uma corrente (I = 10 [A]) e a resistividade (rho) é obtida a partir
da expressão apresentada a seguir:
Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor da resistividade do solo,
nas condições do ensaio em questão. (Obs.: adote √52 = 7)
Resolução e comentários:
A questão solicita que você calcule a resistividade do solo. O procedimento para resolver essa
questão consiste em aplicar a expressão fornecida pelo enunciado.
Essa expressão é justamente a fórmula de Palmer que apresentamos nessa seção. Ela apenas está
com o R isolado e como o valor de 4π aproximado.
Voltando a isolar o rho (que é o termo exigido pela questão) e considerando o termo entre
colchetes igual a β, temos que:
𝜌 = 12𝑅/𝛽
42
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Por meio da tensão entre as hastes intermediárias e da corrente, podemos calcular o valor da
resistência elétrica do solo.
𝑉 = 𝑅𝐼
𝑉 100
𝑅= = = 10𝛺
𝐼 10
O valor de β equivale a:
1 2 2
𝛽 =𝑎+ −
√𝑎2 +(2𝑝)2 √(2𝑎)2 +(2𝑝)2
1 2 2 1 2 2 47
𝛽 =3+ − =3+ − = 105 ≅ 0,4476
√32 +(2∙2)2 √(2∙3)2 +(2∙2)2 √25 √52
1 2 2 47
𝛽 = 3 + 5 − 7 = 105
12𝑅 12∙10
𝜌= = 47 = 268,08 [𝛺 ∙ 𝑚]
𝛽 ( )
105
Portanto,
Na lista de questões tem uma questão resolvida que utiliza a expressão simplificada: ρ=2πaR.
Como o enunciado não forneceu a profundidade, apenas poderíamos resolver a questão pela
expressão simplificada.
Esse termo se aplica a diversos tipos de condutores em diferentes configurações. A norma NBR
5460:1992 também define o termo "eletrodos de aterramento independentes". Caso você se depare com
essa denominação, saiba que esses eletrodos são caracterizados por serem instalados a uma distância, em
que a corrente que flui por um não afeta o potencial dos outros.
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Eletrodos localizados a uma distância entre si, uma vez que, quando um deles é percorrido
pela corrente máxima para ele prevista, a variação do potencial dos demais não ultrapassa
um valor específico.
Ou seja, é necessário que não haja tensão elétrica induzida em um eletrodo pela passagem de
corrente no outro. Cotrim (2009) ressalta em seu livro que, para verificar a independência entre dois
eletrodos, 50 V é adotado como valor específico!
O eletrodo de aterramento tem como função: assegurar a ligação elétrica com a terra! Ele
deve oferecer um caminho de baixa impedância.
À luz da norma NBR 5410:2004, toda edificação32 deve possuir uma infraestrutura de aterramento,
denominada eletrodo de aterramento. Algumas opções de infraestrutura são admitidas e apresentadas em
ordem de prioridade, como se segue:
➢ preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das fundações (opção ideal!); ou
➢ fitas, cabos, barras ou cabos metálicos, especialmente previsto, (ou seja, especialmente programados
com a função de servir de aterramento) imersos no concreto das fundações; ou
➢ uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área da edificação e
complementadas, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente (“pés de
galinha”); ou
➢ no mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o perímetro da edificação e
complementado, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente (“pés-de-
galinha”).
32
Seção 6.4.1.1.1 da NBR 5410:2004.
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Como as opções de eletrodos de aterramento indicadas acima também são reconhecidas pela NBR
5419, elas podem e devem ser usadas conjuntamente pelo sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA) da edificação, seguindo as devidas prescrições.
Ressalto que a norma dá uma ênfase para o uso das armaduras de concreto armado como eletrodos
de aterramento. Neste caso, podemos considerar que as interligações existentes entre seus elementos
(como por exemplo: armaduras de aço das estacas, dos blocos de fundação e vigas) já são suficientes para
caracterizar o eletrodo de aterramento como adequado, sem a necessidade de outra medida suplementar.
Um bom aterramento depende também de outros fatores como a resistividade do solo, configuração
e número de eletrodos ligados entre si.
Evidencio que o uso de canalizações metálicas de água (nem de outras utilidades, por
exemplo, como gás e esgoto) não é admitido como eletrodo de aterramento na NBR
5410:2004. No entanto, ele ainda sim pode ser utilizado nas medidas de
equipotencialização.
Conforme foi comentado, existem diversos tipos de condutores e diferentes configurações para o
eletrodo de aterramento (infraestrutura de aterramento). Na prática, os seguintes tipos de eletrodos são
utilizados em instalações elétricas:
33
Seção 6.4.1.1.2 da NBR 5410:2004
45
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➢ hastes de aterramento;
➢ eletrodo em anel;
➢ eletrodo em malha.
Vamos falar de forma introdutória sobre as características de cada tipo, pois em outra aula
estudaremos de forma mais profunda sobre os sistemas de aterramento.
A haste de aterramento é o tipo de eletrodo mais simples e comum. Ela pode ser definida34 como
um eletrodo de aterramento constituído por uma haste metálica vertical cravada no solo. Possui um
formato alongado e geralmente é introduzida verticalmente de modo que apresente a menor resistência e
menor perigo para as tensões de passo (falaremos sobre isso mais à frente) produzidas na superfície.
Sua resistência de aterramento é influenciada pelo seu comprimento, ou seja, quanto mais comprida,
menor será sua resistência de aterramento. Logo, elas são usadas principalmente quando as camadas mais
profundas do solo têm menor resistividade, para que seja possível obter uma menor resistência de
aterramento.
O eletrodo em malha (malha de aterramento ou, simplesmente, malha de terra) é formado pela
combinação de hastes e condutores, por isso é um pouco mais complexo. Ele é definido35 como um eletrodo
constituído por um conjunto de cabos interligados, de modo a formar uma malha quadriculada enterrada no
solo. Esse tipo de eletrodo possui uma forma poligonal fechada para equalizar a superfície do terreno, ou
seja, para minimizar ao máximo as tensões de passo e contato.
34
NBR 5460:1992.
35
NBR 5460:1992.
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Ressalto que a norma NBR 5419:2005 foi cancelada e atualizada pela versão de 2015
(compostas por 4 partes). No entanto, algumas questões podem se referir à versão antiga
e por isso devemos fazer essas considerações, OK?
Em uma outra aula, eu irei apresentar, de forma mais aprofundada, as características mais
importantes de alguns tipos de eletrodos, principalmente, no que que tange ao cálculo da resistividade
elétrica de cada um.
I. Haste vertical
IV. Malha
A) II e IV apenas.
B) I, III e IV apenas.
C) III e IV apenas.
D) I e III apenas.
E) I, II, II e IV apenas.
Resolução e comentários:
Portanto,
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Perceba que a questão não entra no mérito de descrever as características de cada tipo. No
entanto, após essa aula, você estaria preparado(a) para avaliar as características de cada um caso fosse
necessário.
A eficiência do eletrodo de aterramento é caracterizada por uma baixa resistência elétrica. Assim, a
resistência de aterramento (que depende do tipo de eletrodo utilizado) deve ser a menor possível. No
entanto, a combinação de um solo com elevada resistividade e de uma pequena área disponível para o
aterramento dificulta a obtenção de uma baixa resistência de aterramento.
Para que você tenha uma noção, a norma NBR 5419:2005 recomendava uma resistência de
aproximadamente 10 Ω, com o objetivo de reduzir os gradientes de potencial no solo e a chance de
centelhamento perigo. Caso não seja possível atingir esse valor, a solução adotada deverá ser justificada no
projeto elétrico. Ressalto que essa norma já foi substituída por uma versão mais recente (2015) onde não é
mais especificado esse valor de 10 ohms e sim que devemos priorizar a obtenção da menor resistência
possível, compatível com o arranjo do eletrodo, a topologia e a resistividade do solo no local.
Aproveitando a “deixa”...
Volto a comentar que nós iremos estudar a norma NBR 5419:2015 de forma mais aprofundada em
outra aula, tendo em vista a sua importância e a sua incidência nas provas de concurso.
Em outra aula, aprenderemos como calcular a resistência de aterramento para os tipos mais comuns
de eletrodos de acordo com as possíveis configurações existentes.
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O condutor de aterramento36 pode ser definido como o condutor de proteção que liga o
barramento de equipotencialização principal (BEP) ao eletrodo de aterramento.
A seção transversal dos condutores de aterramento deve ser dimensionada conforme os mesmos
critérios prescritos para as seções mínimas dos condutores de proteção (seção 2.3 da aula!). Para os
enterrados no solo, a seção não deve ser inferior aos da tabela 52 da NBR 5410:2004 (vide norma caso
necessário).
Nas normas e na literatura, nos deparamos frequentemente com as seguintes expressões: tensão de
contato, tensão de falta e tensão de passo. Isso ocorre, porque as prescrições práticas de segurança (muito
comuns e úteis para projetistas) são fornecidas em termos de tensão elétrica. Por isso, devemos entender
alguns termos relacionados à tensão. Vamos utilizar as definições da NBR 60050(826): 1997.
A tensão de contato é definida como a tensão que aparece entre partes simultaneamente
acessíveis, quando ocorre uma falha de isolamento.
Basicamente, ela pode ser entendida como a tensão que surge entre a mão e o pé da pessoa durante
a passagem de corrente, quando a pessoa toca duas partes em potenciais diferentes. Em certas situações, o
valor atingido na tensão de contato pode ser substancialmente influenciado pela impedância da pessoa.
A tensão de falta é definida como a tensão que aparece entre a massa e a terra de
referência, quando ocorre uma falha de isolamento. Ou seja, ela só aparece quando a
instalação possui um ponto aterrado.
Conforme podemos observar na Figura (1), a tensão de falta é composta pela soma da tensão de
contato UB (tensão gerada acidentalmente entre duas partes ao mesmo tempo acessíveis, quando há fala de
isolamento) e a tensão UR entre o elemento condutor e a terra. Assim,
36
NBR IEC 60050(826):1997.
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𝑈𝐹 = 𝑈𝐵 + 𝑈𝑅
As prescrições da NBR 5410 levam em consideração a tensão de falta e não a de contato, por
considerar o pior caso e, assim, estar sempre a favor da segurança. No caso em que o elemento condutor
estiver no potencial da terra, R será igual a 0 e, consequentemente, UR =0. Então, a tensão de falta será igual
a tensão de contato. Podemos dizer que essa situação será mais extrema pois vai oferecer à pessoa uma
tensão de contato maior, equivalente à tensão de falta.
A tensão de passo é definida como a tensão produzida por uma corrente que circula pela
terra entre dois pontos de sua superfície, separados por uma distância correspondente à
largura do passo de uma pessoa.
Geralmente, a distância de 1 metro é considerada para efeitos de projeto. A tensão de passo depende
da posição da pessoa em relação ao ponto de aterramento. Ou seja, ela diminui à medida que a pessoas se
afasta, por exemplo, da haste de aterramento e será máxima quando a pessoa tem um pé junto a ela e o
outro afastado.
Com o conhecimento adquirido até agora, entramos no assunto relacionado à proteção da instalação
elétrica que mais cai em provas. E qual seria esse assunto?
A NBR 5410:2004 considera três esquemas principais de aterramento para as instalações elétricas, os
quais são:
➢ esquema TN;
➢ esquema TT;
➢ esquema IT;
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Para cada tipo de esquema, algumas observações sobre a simbologia e nomenclatura devem ser
apresentadas. Nas figuras que ilustram os esquemas de aterramento, são utilizados os símbolos da Figura
(2).
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LETRA SIGNIFICADO
As massas indicadas nos esquemas não simbolizam um único, mas sim qualquer número
de equipamentos. Quando uma mesma instalação possuir mais de uma edificação, as
massas pertencentes a uma mesma edificação devem necessariamente compartilhar o
mesmo eletrodo de aterramento.
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Vamos falar das características de cada esquema separadamente nas próximas subseções.
3.2.1. Esquema TN
A meu ver, esse é um dos tipos que mais caem em prova, por isso não deixe de estudá-lo!
Dentro dessa configuração, ainda é possível termos as variantes TN-S, TN-C e TN-C-S devido à
possibilidade de utilização em comum de um mesmo condutor para realizar a função de neutro e de condutor
de proteção.
O esquema TN-S ("s" de separado) é caracterizado quando as funções de neutro e de proteção são
feitas por condutores distintos (um N e um PE), segundo podemos visualizar na Figura (3).
Já no esquema TN-C ("C" de conjunto), as funções de neutro e de proteção são realizadas de forma
conjunta pelo mesmo condutor, o qual é chamado de condutor PEN. A Figura (4) representa esse esquema.
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A norma ainda prevê o esquema TN-C-S (Figura 5), o qual combina as duas outras configurações.
Evidencio que, pelo fato do condutor PEN ser, antes de mais nada, um condutor de proteção, ele deve
possuir todas as características e obedecer a todas condições exigidas para condutores de proteção!
São três subtipos: o TN-S, em que os condutores neutro e de proteção são separados; o TN-
C, em que o condutor PEN exerce a função de neutro e de proteção; o TN-C-S, que combina
essas duas possibilidades.
O esquema TN é concebido de modo que o percurso de uma corrente de falta fase-massa seja
constituído por elementos condutores metálico e, assim, possua baixa impedância e alta corrente de curto-
circuito.
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A corrente de curto-circuito, no sistema TN, não depende do valor do aterramento da fonte (Rf ), mas
somente das impedâncias dos condutores que constituem o sistema. Por esse motivo, ela é elevada e a
proteção é fortemente sensibilizada, o que provoca a atuação do dispositivo de proteção.
― Por quê?
― Mas, pelo fato do condutor PEN também utilizar o mesmo aterramento da fonte, isso também não deveria
ocorrer com o esquema TN-C?
Não. Pois, ao funcionar como condutor neutro e condutor de proteção, o condutor PEN não possuirá
tensão igual a zero.
― Por quê?
Outro risco, que podemos citar, está relacionado à possibilidade de rompimento do condutor PEN.
Mas por quê? Porque, caso isso ocorra, um equipamento alimentado por fase e neutro ficará com a massa
em um potencial igual ao da fase em relação à terra. Ou seja, se a pessoa tocar o equipamento, a diferença
de potencial será alta.
Uma forma da NBR 5410:2004 minimizar os ricos associados à utilização do esquema TN-C é que ela
só admite o uso desse esquema em instalações fixas, nas quais os condutores tenham seção mínima de 10
mm2 em cobre e 16 mm2 em alumínio.
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Adianto (e repetirei quantas vezes necessário, pois as provas amam cobrar essa exceção!)
que:
No esquema TN-C, não é admitido o uso de dispositivo DR, pois o dispositivo não seria
capaz de funcionar adequadamente!
Isso ocorre por que o circuito magnético de um DR, para poder detectar a corrente diferencial
residual (que será diferente de zero em caso de correntes de falta ou fuga), deve envolver todos os
condutores vivos do circuito (fase e neutro) e o condutor de proteção PE deve ser exterior ao circuito
magnético. Assim, em instalações com o esquema TN-C, não é possível utilizar o dispositivo DR!
Para o esquema TN-S, não existe restrição. Como o condutor de proteção PE é separado do neutro, é
possível a utilização do DR ou de outro dispositivo de proteção. Portanto, ele pode ser usado como proteção
contra contatos indiretos e proteção adicional contra contatos diretos dependendo d sua sensibilidade
(conforme vimos na seção 1.4.1 desse livro).
No esquema TN em geral, a proteção contra contatos indiretos deve ser realizada por meio
do uso do DR ou de dispositivos de proteção contra sobrecorrentes, excluindo-se o
esquema TN-C que não possibilita a utilização do DR.
3.2.2. Esquema TT
Note que o sistema de alimentação e as massas da instalação não compartilham o mesmo eletrodo
de aterramento, portanto, utilizam eletrodos de aterramento eletricamente independentes.
De forma prática, esse esquema é utilizado quando a fonte e a carga estiverem muito distantes.
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O esquema TT está representado na Figura (6), onde podemos visualizar o uso de eletrodos de
aterramento independentes para o sistema de alimentação e para as massas (que, por sua vez, podem ser
aterradas coletivamente ou não).
Figura 6-Esquema TT. (a) massas aterradas coletivamente por meio do mesmo eletrodo de aterramento. (b) massas aterradas
separadamente por meio de eletrodos de aterramento diferentes. Fonte: NBR 5410:2004.
Note que, apesar da possibilidade de diferentes conjuntos de massas serem aterradas por eletrodos
distintos, massas simultaneamente acessíveis deverão ser aterradas no mesmo eletrodo para evitar o
surgimento de eventuais tensões perigosas.
Esse esquema é caracterizado por possuir um percurso para a corrente de falta que inclui a terra.
Assim, a elevada impedância desse percurso limita o valor da corrente de curto-circuito, pois, quanto maior
a resistência total de percurso, menor será o valor da corrente de falta. No entanto, essa corrente de falta
ainda apresenta magnitude suficiente para produzir tensões de contato perigosas!
De acordo com o esquema de aterramento, temos como analisar um valor aproximado da tensão de
contato em função da tensão de alimentação para verificar se ela será perigosa.
Mesmo no caso do esquema TT em que a corrente de falta é reduzida (não se comparando a um valor
de corrente de curto-circuito, como ocorre no esquema TN), ainda podemos ter uma tensão de contato
perigosa.
Pela configuração do circuito formado por esse esquema, ou seja, considerando o caminho
que a corrente de falta irá percorrer. Poderíamos fazer essa análise aqui para cada tipo de
esquema? Sim, mas não seria adequado, pois as provas de concurso não cobram um
conhecimento tão aprofundado e perderíamos o foco! (Mas sei que, como eu, você
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também deve ter ficado curioso(a)! Em outra ocasião, podemos discutir sobre essas
análises...)
O fato da corrente de falta ser baixa ainda pode ser considerado um agravante, pois o seu valor
poderia impossibilitar a atuação adequada do dispositivo de proteção!
Por exemplo: se utilizássemos um dispositivo automático de proteção contra sobrecorrente (que tem
uma sensibilidade menor que os DRs), ele poderia não ser acionado. Dessa forma, não seria possível garantir
a sua atuação.
Devido a esse motivo, a NBR 5410:2004 obriga o uso dos dispositivos DR em esquemas TT!
No esquema TT, a proteção contra contatos indiretos deve ser garantida por meio do DR.
A eficiência desse esquema depende do funcionamento adequado desse dispositivo!
Ressalto que apenas um aterramento de massas bem executado (onde se procura ter a menor
resistência de aterramento possível dentro dos limites práticos) não é condição suficiente para garantir
baixas tensões de contato. Surgindo, então, a necessidade de um seccionamento automático da alimentação
através de um dispositivo capaz de atuar em um tempo adequado.
3.2.3. Esquema IT
Conforme a norma NBR 5410:2004, podem ocorrer duas formas de aterramento direto das massas:
➢ as massas podem ser aterradas por meio de eletrodos de aterramento próprios, seja porque não
existe eletrodo de aterramento da alimentação (Fig. 6-a), seja porque o eletrodo de aterramento das
massas é independente do eletrodo de aterramento da alimentação (Fig. 7-b);
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➢ as massas podem ser aterradas por meio do mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se
existente (Fig. 7-c);
A Figura 7(c) representa o aterramento das massas (ou conjunto de massas) por meio do mesmo
eletrodo de aterramento da alimentação. Quando o sistema de alimentação é aterrado por meio de
impedância (ou seja, indiretamente aterrado), o eletrodo de aterramento existente pode ser compartilhado
para o aterramento direto das massas (desconsiderando a impedância).
Figura 7- Esquema de aterramento IT com massas aterradas por meio de eletrodos próprios. (a) sistema de alimentação isolado
da terra. (b) sistema de alimentação aterrado por meio de impedância. (c )massas aterradas pelo mesmo eletrodo de aterramento
da alimentação. Fonte: NBR 5410:2004.
Para esse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase-massa não atinge valores que
possam gerar uma tensão de contato perigosas.
Porque as capacitâncias das linhas em relação à terra e a eventual impedância de alimentação limitam
o valor da corrente de falta.
― Quer dizer então que não vamos precisar do seccionamento automático da alimentação?
Precisamos sim! Pois, uma dupla falta em fases diferentes pode elevar o valor da corrente de falta o
suficiente para provocar tensões de contato perigosas e, assim, será necessário o acionamento do dispositivo
de proteção.
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Quando uma primeira falta fase-massa ocorre, a corrente de falta é limitada de forma suficiente para
que não surja nenhuma tensão de contato perigosa (superior à tensão de contato-limite). Assim, não é
imperativo o seccionamento automático da alimentação devido à uma primeira falta, desde que o problema
seja resolvido rapidamente antes que ocorra uma possível segunda falta.
Se a primeira falta não for eliminada e ocorrer uma segunda (envolvendo outra fase), vai circular uma
corrente de falta entre duas fases (chamada de dupla falta). Aí sim o seccionamento automático deverá atuar
para eliminá-la!
Como o primeiro defeito precisa ser rapidamente resolvido, então deve existir um sistema de alerta
(visual ou sonoro) para avisar a ocorrência de uma primeira falta. Isso é realizado por meio de um dispositivo
supervisor de isolamento (DSI), para que a equipe de manutenção corrija o problema.
Perceba que o simples fato da tensão de contato não ser perigosa (na primeira falta) não exclui a
necessidade de adotarmos critérios de proteção para garantir que, caso seja preciso, o dispositivo de
proteção atue prontamente.
No esquema IT, a proteção contra contatos indiretos pode ser garantida por meio da
utilização de dispositivos de proteção à sobrecorrente e dispositivos DR.
Vamos resolver uma questão relacionada aos tipos de esquemas de aterramento previstos pela NBR
5410:2004 para entender como suas características gerais são cobradas em prova.
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(Pref. Salvador- FGV-2019) De acordo com a norma Brasileira NBR 5410, os esquemas de aterramento
de uma instalação podem ser classificados em função da situação da alimentação e das massas em
relação à terra e da disposição do condutor neutro e do condutor de proteção.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você determine qual a denominação do esquema de aterramento utilizado
em cada figura.
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Figura 1:
Logo de cara, podemos verificar a existência de um condutor PEN. A pergunta a ser feita é: qual o
esquema de aterramento que prevê essa possibilidade?
Perceba que ainda podemos ter diferentes conjuntos de massas em uma instalação. Para um
determinado conjunto, a função do neutro e a função de proteção são realizadas por condutores
separados. Para o outro conjunto, a função do neutro e de proteção são realizadas pelo mesmo
condutor (PEN). Esse esquema é dominado TN-C-S e a Figura 1 ilustra justamente esse tipo de
esquema.
-Figura 2:
Por meio da Figura 2, perceba que o sistema de alimentação e as massas são aterradas por meio
de diferentes pontos de aterramento. Ou seja, as massas não compartilham o mesmo eletrodo de
aterramento da alimentação.
Conforme estudamos na seção 2.3.2, o esquema TT é caracterizado pelo fato de que o ponto de
alimentação é diretamente aterrado, sendo as massas da instalação ligadas a outro ponto de
aterramento.
-Figura 3
Por meio da Figura 2, podemos verificar o sistema de alimentação e as massas são aterradas no
mesmo ponto. Conforme estudamos, isso caracteriza o esquema de aterramento TN como ocorre no
caso da Figura 1. Perceba que, neste caso, a função do condutor neutro e a função do condutor de
proteção são realizadas por diferentes condutores. Dessa forma, estamos diante de um esquema TN-
S.
Portanto,
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Perceba que essa questão não exige o conhecimento relacionado ao tipo de dispositivo de
proteção que pode ser utilizado em cada esquema. Ela apenas exige que você saiba suas principais
características.
Esta seção do livro será destinada ao estudo das prescrições da norma NBR 5410:2004 relacionadas
ao seccionamento automático da alimentação para cada tipo de esquema de aterramento. Aqui,
basicamente, serão especificados quais dispositivos de proteção podem ou não ser utilizados e quais as
condições devem ser verificadas para satisfazer os requisitos de proteção de cada esquema.
Ressalto que a falta pode ocorrer tanto entre a parte viva e a massa, como entre a parte viva e o
condutor de proteção.
As tensões de contato limite para diferentes situações são dadas no anexo C da norma. Não fique
preocupado(a), pois não verifiquei, em nossas análises, questões cobrando esses valores. No entanto,
quando você tiver um tempo livre, dê uma olha apenas para complementar o seu entendimento.
37
Seção 5.1.2.2.4.1 da NBR 5410:2004.
38
Seção 5.1.2.2.4.1-c) da NBR 5410:2004.
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3.3.1. Esquema TN
Conforme a norma,
➢ A equipotencialização via condutores de proteção deve ser única e geral, evolvendo todas as massas
da instalação e deve ser interligada com o ponto da alimentação aterrado (característica essencial
desse esquema, em que se utiliza o mesmo ponto de aterramento para alimentação e massas);
➢ Recomenda-se o aterramento dos condutores em tantos pontos quanto possível. Em construções de
grande porte, a equipotencialização local entre condutores de proteção e elementos condutivos da
edificação, cumpre o papel de aterramento múltiplo do condutor de proteção;
➢ O uso do condutor PEN está sujeito à algumas prescrições mais específicas. Com o objetivo de
contribuir para a redução dos efeitos das sobretensões induzidas e das interferências
eletromagnéticas, deve-se evitar o esquema TN-C. Neste caso, o condutor PEN deve ser separado em
condutores de funções distintas ( de neutro e de proteção) em toda edificação alimentada por linha
elétrica em esquema TN-C de forma a prevenir a influência eletromagnética.
A norma admite o uso do condutor PEN apenas em instalações fixas, desde que sua seção
não seja inferior a 10 mm2 em cobre ou 16 mm2 em alumínio. A seção mínima é ditada
por razões térmicas, elétricas e mecânicas.
➢ Para o esquema TN, o seccionamento automático deve ocorrer em um tempo no máximo igual
ao especificado na tabela 25 da norma39.
➢ A condição a ser satisfeita para verificar se a prescrição foi atendida é a seguinte:
𝑍𝑠 ∙ 𝐼𝑎 ≤ 𝑈0
39
NBR 5410: 2004-Tabela 25- Tempos de seccionamento máximos no esquema TN.
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Onde:
-Zs é a impedância do percurso da corrente de falta, composto da fonte, do condutor vivo(até o ponto de
ocorrência da falta, e do condutor de proteção (do ponto de ocorrência da falta até a fonte);
-Ia é a corrente que assegura a atuação dos dispositivos de proteção no tempo máximo igual ao
especificado na tabela 25;
A prescrição da norma que mais cai em prova sobre esquemas de aterramento está relacionada aos
tipos de dispositivos de proteção permitidos ou não em cada caso. Então fique sempre atento!
Para a variante TN-C, no entanto, não é admitido o uso do dispositivo DR para exercer a
função de seccionamento automático.
Conforme comentei anteriormente, não é possível utilizar o DR em um esquema TN-C por uma
questão prática. O funcionamento do DR se baseia na detecção da correte diferencial residual no circuito.
Dessa forma, o dispositivo precisa envolver todos os condutores vivos40. Ou seja, apenas fase e neutro. No
entanto, quando temos um esquema TN-C, um mesmo condutor exerce a função de neutro e de proteção.
Logo, temos uma restrição para o uso do DR neste caso.
― Mas a norma prevê alguma forma de utilizar o dispositivo DR quando se tem um esquema de aterramento
TN-C?
40
Seção 6.3.3.2.5 da NBR 5410:2004.
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Para tornar possível o uso do dispositivo DR, o esquema TN-C deve ser convertido,
imediatamente a montante do ponto de instalação do dispositivo, em esquema TN-C-S.
Isto é, o condutor PEN deve ser desmembrado em dois condutores distintos para as
funções de neutro e de PE, sendo esta separação feita do lado fonte do dispositivo DR,
passando então o condutor neutro internamente e o condutor PE externamente ao
dispositivo.
Devo evidenciar que, com o uso dos dispositivos DR (logicamente, nos casos em que é possível sua
utilização), a condição de proteção nem precisa ser verificada na prática.
A impedância do percurso da corrente de falta é baixa para esse esquema, porque ela depende
exclusivamente de valores relacionados à impedância de condutores metálicos (da fonte, do condutor vivo
e dos condutores de proteção). Já a corrente de atuação do DR é baixa porque, de fato, o DR é um dispositivo
mais sensível.
Dessa forma, teremos todos os valores para verificar se a condição de proteção foi ou não satisfeita.
Caso não tenha sido, deve-se escolher outro dispositivo e verificar novamente a condição.
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Conforme foi abordado na seção 2.3.1, a corrente de falta fase-massa (no esquema TN) é
caracterizada por ser alta devido à baixa impedância do seu percurso. Neste caso, toda corrente de falta
direta fase-massa pode ser considerada uma corrente de curto-circuito.
Basicamente, deve ser feita uma análise de como a tensão de contato vai se comportar para cada
esquema de aterramento, o que depende do caminho da corrente de falta e dos valores das impedâncias
encontradas nesse caminho.
Ou seja, o critério depende da análise do circuito formado. A corrente que vai garantir a atuação do
dispositivo de proteção deve ser tal que, para aquele esquema, gere uma tensão de contato inferior à tensão
de contato limite. Dessa forma, tensões de contato perigosas podem ser controladas e a atuação do
dispositivo de proteção adequado irá garantir a proteção contra contatos indiretos!
Veremos na próxima seção, que, dependendo do esquema de aterramento, até mesmo baixas
correntes de falta podem gerar tensões de contato perigosas.
Portanto, não fique achando que tensões de contato perigosas são geradas apenas para valores altos
da corrente de falta (quando seu valor se aproxima de uma corrente de curto-circuito).
Assim, somente uma análise mais aprofundada das possibilidades encontradas para
cada esquema poderia mostrar matematicamente como presumir a tensão de contato e,
consequentemente, como estabelecer os critérios de proteção.
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3.3.2. Esquema TT
Com relação a esse esquema, a norma é simples e direta! Segundo à NBR 5410:2004,
➢ Para o esquema TT, o seccionamento automático visando proteção contra choques elétricos deve
ser realizado, única e exclusivamente, por meio de dispositivos de proteção a corrente diferencial
residual (DR);
➢ A condição a ser satisfeita para verificar se a prescrição foi atendida é a seguinte:
𝑅𝐴 ∙ 𝐼𝛥𝑛 ≤ 𝑈𝐿
Onde:
-RA é a soma das resistências do eletrodo de aterramento e dos condutores de proteção das massas;
Conforme foi abordado na seção 3.2.2, a corrente de falta no esquema TT é limitada pela elevada
impedância do percurso. Nesse esquema, o percurso da corrente de falta envolve a terra, pois as massas
são aterradas em um ponto de aterramento independente do aterramento da alimentação. Ou seja, a
impedância do percurso é mais alta, em comparação à do esquema TN, pois ela também depende da
resistência de aterramento das massas e não apenas da resistência dos condutores de proteção!
Mesmo assim, como a corrente de falta ainda apresenta um valor suficiente alto para produzir
tensões de contato perigosas, devemos utilizar o seccionamento automático da alimentação para assegurar
a proteção contra choques elétricos.
Dessa maneira, o dispositivo de proteção deve ter uma alta sensibilidade para que possa atuar
adequadamente e no momento certo, mesmo com baixas correntes de falta.
Analisando a condição de proteção, note também que o valor de IΔn ( corrente nominal do DR) é
geralmente muito baixo (da ordem de miliampères a poucos ampères), o que permite que as resistências de
aterramento sejam maiores e mais compatíveis com o caso prático (real).
41
As tensões de contato limite são dadas no anexo da NBR 5410:2004.
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Por esse motivo, a norma exige, clara e objetivamente, que o seccionamento automático da
alimentação deve ser realizado por meio do DR em esquemas de aterramento TT!
3.3.3. Esquema IT
➢ Em uma instalação IT, a corrente de falta, no caso de uma única falta à massa ou à terra, é de
pequena intensidade, não sendo imperativo o seccionamento automático da alimentação. Para que
não seja imperativo o seccionamento automático, no caso de uma primeira falta, a seguinte condição
deve ser satisfeita:
𝑅𝐴 ∙ 𝐼𝑑 ≤ 𝑈𝐿
Onde:
-Id é a corrente de falta, resultante da primeira falta direta entre um condutor de fase e uma massa. O
valor de id leva em consideração as correntes de fuga e a impedância global de aterramento da instalação.
➢ Um dispositivo supervisor de isolamento deve ser previsto para indicar a ocorrência de uma
primeira falta à massa ou à terra. O dispositivo deve acionar um sinal sonoro ou visual, que deve
continuar em operação enquanto a falta persistir. No caso de atuação conjunta de alarme visual e
sonoro, apenas o sinal sonoro pode ser cancelado.
Entretanto, providências devem ser tomadas no caso de uma segunda falta, envolvendo outro
condutor vivo. Dessa forma, o seccionamento automático visando a proteção contra choques elétricos na
ocorrência de uma segunda falta deve ser equacionado seguindo as condições prescritas para o esquema
TN ou TT, dependendo de como como as massas serão aterradas.
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➢ Quando a proteção envolver massas ou grupo de massas que estejam vinculadas a eletrodos de
aterramento distintos, as condições aplicáveis são aquelas prescritas para o esquema TT.
➢ Quando a proteção envolver massas ou grupos de massas que esteja todas interligadas por condutor
de proteção (vinculadas todas ao mesmo eletrodo de aterramento), as considerações aplicáveis são
aquelas do esquema TN, devendo ser atendida a seguinte condição:
𝑈
𝑍𝑠 ≤ 2𝐼
𝑎
-Neutro distribuído:
𝑈
𝑍𝑠 ′ ≤ 2𝐼0
𝑎
Onde,
-Zs é a impedância do percurso da corrente de falta quando o neutro não é distribuído, composto do
condutor de fase e do condutor de proteção do circuito;
-Zs’ é a impedância do percurso da corrente de falta quando o neutro é distribuído, composto do condutor
neutro e doo condutor de proteção do circuito;
-U0 é a tensão nominal entre fase e neutro, valor eficaz em corrente alternada;
-Ia é a corrente que assegura a atuação do dispositivo de proteção para um tempo no máximo igual ao
especificado na tabela 26 42 da norma.
42
NBR 5410:2004-Tabela 26- Tempos de seccionamento máximos no esquema IT (segunda falta).
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Lembre-se que as tensões entre fase U e tensões entre fase e neutro U0 se relacionam da seguinte
forma:
𝑈 = √3𝑈0
Com relação aos dispositivos de proteção utilizado no esquema IT, a norma prescreve que:
Por fim, podemos concluir que para qualquer que seja o esquema de aterramento:
O importante não é o valor que a corrente de falta pode atingir, pois, até mesmo, baixas
correntes de falta podem gerar tensões de contato perigosas para um determinado
esquema de aterramento. O ponto principal é se a tensão de contato gerada será
considerada perigosa, o que, por sua vez, depende do percurso que a corrente de falta
percorre em um dado esquema.
O esquema abaixo resume quando o uso do dispositivo DR (no seccionamento automático visando a
proteção contra choques elétricos) é permitido, obrigatório ou proibido de acordo com o tipo de
aterramento.
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Uso do DR
TN-S; TN-C-
TT TN-C
S;TT; IT
Observe que, quando ele é permitido, significa dizer que os dispositivos de proteção a sobrecorrente
também são. E quando ele é obrigatório, apenas o DR pode ser utilizado.
Isto é, não basta as massas estarem sob a mesma tensão, ainda sim temos que prever um
caminho para as correntes indesejadas (por meio do aterramento) e o seccionamento
automático da alimentação (por meio dos dispositivos de proteção) para que não fiquemos
expostos a tensões de contato perigosas.
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Com o objetivo de estabelecer proteção contra choques elétricos, é obrigatório o uso de dispositivos
diferencial-residual (DR) em instalações dotadas de esquema de aterramento do tipo TN-C.
Resolução e comentários:
O item está ERRADO. Conforme estudamos nesse capítulo da aula, o dispositivo DR é terminantemente
proibido na variante TN-C, pois o dispositivo precisa envolver os condutores de fase e o condutor
neutro. No entanto, quando temos um esquema TN-C, um mesmo condutor exerce a função de neutro
e de proteção. Logo, temos uma restrição para o uso do DR neste caso.
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4. LISTA DE QUESTÕES
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D) Veias de cabos multipolares, armações, coberturas metálicas ou blindagens de cabos não podem ser
utilizadas como condutores de proteção.
E) O esquema de aterramento TN-C-S é uma variante do esquema TN, no qual o condutor neutro e o
condutor de proteção são distintos.
A) 1
B) 2
C) 4
D) 5
E) 10
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13. (Pref. Cuiabá-SELECON-2018) Em uma instalação elétrica, o sistema de aterramento deve proteger,
contra um choque elétrico, uma pessoa em contato com:
A) uma parte metálica acidentalmente energizada.
B) o eletrodo de uma máquina de solda.
C) um barramento destinado a conduzir corrente.
D) a conexão elétrica do disjuntor geral.
15. (BANPARÁ-FADESP-Engenheiro Eletricista-2018) A NBR 5410 preconiza como regra fundamental para
proteção contra choque elétrico que as partes vivas perigosas não devem ser acessíveis e os pontos
condutíveis acessíveis não devem oferecer perigo mesmo que, em caso de falha, se torne
acidentalmente viva. Portanto deve-se adotar uma proteção suplementar no caso de falha da proteção
básica (isolação). A proteção supletiva é garantida pela equipotencialização da proteção associada ao
seccionamento automático da alimentação. A respeito dos dispositivos de seccionamento automático
e sua instalação, descritos em na NBR 5410, é correto afirmar o seguinte:
A) o dispositivo de sobrecorrente não é um dispositivo de proteção automática contra choque elétrico.
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19. (Pref. Lagoa Santa-FUNDEP-Engenheiro Eletricista-2012) De acordo com a NR 5410, qualquer que seja
o esquema de aterramento, deve ser objeto de proteção complementar contra contatos diretos por
dispositivos a corrente diferencial residual (dispositivos DR) de alta sensibilidade, isto é, com corrente
diferencial-residual nominal IΔn igual ou inferior a 30 mA. A esse respeito, analise as seguintes
afirmativas e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
I- A proteção dos circuitos não pode ser realizada individualmente, mas sim por grupos de circuitos.
II- Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação.
III- Os circuitos que alimentem aparelhos de iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50
m.
IV- Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos
no exterior.
V- Os circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens
e, no geral, a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
A) (V) (F) (V) (F) (V)
B) (F) (V) (F) (V) (V)
C) (F) (F) (V) (V) (F)
D) (V) (V) (F) (V) (F)
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21. (Pref. Caxias do Sul-Objetiva-2014) De acordo com a NBR 5410, analisar os itens abaixo:
I - Para tornar possível o uso do dispositivo DR, o esquema TN-C deve ser convertido, imediatamente a
montante do ponto de instalação do dispositivo, em esquema TN-C-S. Isto é, o condutor PEN deve ser
desmembrado em dois condutores distintos para as funções de neutro e de PE, sendo essa separação feita
do lado fonte do dispositivo DR, passando então o condutor neutro externamente e o condutor PE
internamente ao dispositivo.
II - Admite-se que, na separação entre neutro e PE, o condutor responsável pela função PE não seja ligado
ao PEN, do lado fonte do dispositivo DR, mas a um eletrodo de aterramento qualquer cuja resistência seja
compatível com a corrente de atuação do dispositivo. Nesse caso, porém, o circuito assim protegido deve
ser então considerado como conforme o esquema TT.
A) Os itens I e II estão corretos.
B) Somente o item I está correto.
C) Somente o item II está correto.
D) Os itens I e II estão incorretos.
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distância entre as hastes adjacentes de seus eletrodos é de 16 metros. Considere π=3,14. O valor, em
Ωm, da resistividade desse solo é
(A) 2009,6
(B) 1004,8
(C) 502,5
(D) 251,0
(E) 120,8
24. (CEDAE-CEPERJ-Engenheiro Eletricista-2012) Uma medição de aterramento para uma SE, através de 2
eletrodos de potencial e 2 de corrente, com afastamento de 2m entre os mesmos indicou uma
resistência de 3 Ohm. Dessa forma, a resistividade do solo, em Ohm m, para essa medição é
aproximadamente igual a:
A) 38
B) 63
C) 252
D) 189
E) 95
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A) 502,40 Ωm.
B) 164,80 Ωm.
C) 251,20 Ωm.
D) 393,64 Ωm.
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5. QUESTÕES COMENTADAS
Resolução e comentários:
A questão solicita que você determine a alternativa correta com relação aos sistemas de
aterramento definidos pela NBR-5410:2004. O procedimento para resolver essa questão consiste em
analisar cada alternativa separadamente, de acordo com o que foi estudado sobre as características
dos esquemas na seção 3.2 da aula e conforme a seção 4.2.2.2 da NBR 5410:2004.
A) A alternativa está errada. O esquema TN-C-S é caracterizado por combinar as configurações TN-C e
TN-S. Logo, as funções de neutro e de proteção são separadas em uma parte da instalação e são
realizadas em conjunto em outra.
B) A alternativa está errada. No esquema IT, as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da
alimentação é aterrado através de uma impedância de valor elevado. Perceba que é uma situação ou
outra.
C) A alternativa está errada. Para o esquema TT, não há previsão de utilização de um mesmo condutor
funcionar como neutro ou de proteção, pois o ponto de alimentação e as massas são aterrados em
ponto de aterramento diferentes. Ou seja, não compartilham o mesmo eletrodo de aterramento.
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Portanto,
Muitas questões exigem o conhecimento sobre as principais características dos esquemas. E essa
questão não se concentra em apenas um. Portanto, é uma questão importante, pois reúne informações
sobre os três tipos. No geral, é mais comum tratarem sobre o esquema TN devido às variantes e à
utilização do DR. Então, estude com afinco essa parte da matéria. Ok?
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue e determine a sequência correta dos itens, tendo como base o
seccionamento automático da alimentação para o esquema TN (seção 5.1.2.2.4 da NBR 5410:2004.
Vamos julgar cada item separadamente.
3- O item é falso segundo a seção 5.1.2.2.4.2-c) da NBR 5410:2004. O uso de um mesmo e único
condutor para as funções de condutor proteção e de condutor neutro está sujeito a outras prescrições
relacionadas à prevenção de interferências eletromagnéticas e à precaução de corrosão eletrolítica
quando da condução de corrente contínua. Além disso, seu uso é admitido apenas em instalações fixas.
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Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você determine a alternativa correta, em relação aos sistemas de
aterramento. Vamos analisar cada alternativa separadamente.
(A) A alternativa está errada. Esta é a definição de tensão de passo e não de contato.
(B) A alternativa está errada. Segundo à seção 5.4.3.5 da NBR 5410, a separação adequada das linhas
de energia e de sinal em relação aos condutores de descida do sistema de proteção contra descargas
atmosféricas é um exemplo de medida necessária para reduzir os efeitos das sobretensões induzidas
e das interferências.
(C) A alternativa está certa. Esse é o modelo de estratificação do solo em camadas horizontais, que
pode ser obtido pelo conjunto de medições do método de Wenner e modelos matemáticos. Nesse
modelo, cada camada possui uma resistividade para uma dada espessura ( ou profundidade).
(D) A alternativa está errada. Conforme o anexo J da NBR 5410 (Medição da resistência de
aterramento), a medição da resistência de aterramento é realizada por meio de eletrodos auxiliares,
onde é levada em consideração a queda de tensão. Nesse processo, presume-se que não haja
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influência mútua entre os eletrodos. Logo, a distância entre eles deve ser levada em consideração para
que não haja interferência.
(E) A alternativa está errada. O método de Wenner é justamente o método utilizado para o
levantamento da resistividade do solo, independentemente de ser aplicado em solos homogêneos ou
heterogêneos. Com ele, é possível determinar o valor da resistividade para um dado espaçamento
entre os eletrodos utilizados na medição. Esse espaçamento corresponde à profundidade do solo cuja
resistividade se deseja medir. Por meio dessas medições e de modelos matemáticos, é possível obter
a estratificação do solo ( em camadas horizontais, cada uma com sua respectiva resistividade).
Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue o item relacionado aos fatores que influenciam na resistividade
elétrica do solo.
Conforme estudamos na seção 3.1.2, a resistividade do solo depende de alguns fatores que
dependem do local, como por exemplo, a composição química, a temperatura e a umidade do solo.
Como alguns solos são heterogêneos, a resistividade também vai depender da profundidade.
Portanto,
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1- Em um esquema TN, é admitido o uso de um mesmo e único condutor para as funções de condutor de
proteção e de condutor neutro, procedimento correto a ser adotado somente se as instalações forem fixas
(não eventuais).
2- A equipotencialização e o secionamento automático da alimentação em uma instalação elétrica são
exemplos de proteção básica.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue os itens relacionados à proteção contra choques elétricas.
1- Em um esquema TN, é possível termos a variante TN-C, onde um único condutor é usado para
exercer a função de neutro e de proteção (condutor PEN). Conforme estudamos na seção 3.3.1 da aula
e a seção 5.1.2.2.4.2-c da NBR 5410, o uso do condutor PEN só é admitido em instalações fixas.
Portanto,
2- Conforme estudamos na seção 1.3 da aula e a seção 5.1.1.1 da NBR 5410, a equipotencialização e o
seccionamento automático da alimentação são exemplos de proteção supletiva e não proteção básica.
Ou seja, são medidas de proteção contra contatos indiretos, quando massas ou partes condutivas
eventualmente tornam-se vivas.
Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você assinale a alternativa correta, em relação às características do esquema
de aterramento TN. Vamos julgar cada alternativa separadamente, conforme estudamos na seção 3.2
e 3.3 da aula.
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A) A alternativa está errada, pois, para o esquema de aterramento TN, não é prevista a necessidade de
instalação de DR em todos os circuitos. Inclusive, na variante TN-C, nem é possível a utilização desse
dispositivo.
B) A alternativa está certa. Conforme a seção 5.1.2.2.4.2 da NBR 5410, no esquema TN, o
seccionamento automático da alimentação (proteção contra contatos indiretos) pode ser realizado por
meio de dispositivos de proteção a sobrecorrente e a corrente diferencial residual (excetuando-se a
variante TN-C para este último.) Logo, como o disjuntor é um dispositivo de proteção à sobrecorrente,
a proteção contra contatos indiretos pode ser realizada por meio de disjuntores em conformidade com
a norma.
D) A alternativa está errada, pois, no esquema TN, as massas e a alimentação compartilham o mesmo
ponto de aterramento. Assim, é possível (dentro de uma análise de viabilidade técnico-financeira)
economizar nos custos em comparação ao caso de haver um sistema de aterramento exclusivo para as
massas.
E) A alternativa está errada, pois a resistência de aterramento deve ser a menor possível
independentemente do tipo de esquema utilizado e deve ser compatível com o arranjo do eletrodo e
a resistividade do solo, com a finalidade de reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade
de centelhamento perigoso (segundo a NBR 5419). Assim, não é possível fazer essa afirmação, pois
cada esquema de aterramento possui características próprias, podendo ser implementados em
diferentes situações.
Portanto,
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Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue as afirmativas com relação aos sistemas de aterramento e
determine a alternativa correta. Vamos analisar cada afirmativa separadamente.
II- A afirmativa está errada, pois, nessa situação, o corpo humano estará sujeito à tensão de contato e
não tensão de passo.
III- A afirmativa está errada, pois a malha de terra é formada essencialmente por eletrodos de
aterramento (cabos horizontais e/ou hastes verticais). É claro que existem outros componentes como
cabos de ligação, conexões, etc. No entanto, os captores, os condutores de aterramento, os condutores
de proteção e os eletrodos de aterramento ( seja qual for o tipo, como por exemplo, malha ou hastes
verticais)) fazem parte de um sistema muito mais abrangente e complexo que tem como objetivo a
proteção contra choques elétricos e descargas atmosféricas.
Portanto,
Resolução e comentários:
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A questão solicita que você assinale a alternativa correta com relação ao aterramento. Vamos
julgar cada alternativa por vez.
A) A alternativa está certa, pois o aterramento funcional consiste na ligação à terra de um dos
condutores do sistema (aterramento da alimentação), geralmente o neutro, e está relacionado ao
correto, seguro e confiável funcionamento da instalação.
B) A alternativa está errada, pois a resistência de aterramento é dada pela relação entre o valor da
tensão resultante no eletrodo e o valor da corrente injetada nele. Ou seja, leva em consideração a
diferença de potencial entre o eletrodo e a referência da terra (potencial 0).
C) A alternativa está errada, pois, conforme estudamos na seção 3.1.2, tanto a umidade quanto a
temperatura influenciam na resistividade do solo.
D) A alternativa está errada, pois, os solos que contêm resíduos vegetais, os pantanosos e os situados
==795b==
no fundo de vales e nas margens dos rios apresentam baixa resistividade, principalmente devido à
ionização de sais e presença de água na composição.
E) A alternativa está errada, pois os solos arenosos e rochosos possuem elevada resistividade elétrica.
Ou seja, resistem mais a passagem de corrente elétrica.
Portanto,
Note que a questão cobrou conhecimentos mais específicos tendo como referência o livro do
Cotrim (2009).
Resolução e comentários:
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A questão solicita que você assinale a alternativa correta tendo como base o aterramento e a
equipotencialização previstos na NBR 5410. Vamos analisar cada alternativa separadamente.
A) A alternativa está errada, pois, conforme estudamos na seção 3.1.3 da aula e a seção 6.4.1.1 da
norma, o uso de malhas metálica enterradas no nível das fundações é prevista norma como uma
infraestrutura de aterramento (eletrodo de aterramento).
B) A alternativa está correta, conforme estudamos na seção 3.1.3 da aula e a seção 6.4.1.1.2 da NBR
5410.
C) A alternativa está errada, pois, mesmo que o condutor PEN seja admitido apenas em instalações
fixas, a sua seção não deve ser inferior a 10 mm2 em cobre ou 16 mm2 em alumínio (conforme a seção
6.4.3.4.1 da NBR 5410). A seção mínima é ditada por razões mecânicas.
D) A alternativa está errada, pois, conforme estudamos na seção 2.3 da aula e a seção 6.4.3.2.1 da NBR
5410, esses elementos podem ser utilizados como condutores de proteção.
E) A alterativa está errada, pois, na variante TN-C-S, o condutor neutro e o condutor e proteção são
distintos apenas em parte do esquema. Ou seja, é uma combinação entre o esquema TN-C e o TN-S. A
característica informada na alternativa se refere ao esquema TN-S.
Portanto,
A) 1
B) 2
C) 4
D) 5
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E) 10
Resolução e comentários:
A questão solicita que você calcule a corrente de falta If que irá percorrer a massa de um
equipamento que está sob uma falha de isolamento.
O procedimento para resolver essa questão consiste em montar o circuito composto pelos
elementos apresentados na figura. Podemos verificar que a alimentação e a massa estão aterradas em
pontos diferentes. Ou seja, elas não compartilham do mesmo eletrodo de aterramento e, assim,
possuem resistências de aterramento diferentes.
Para montar o circuito equivalente, vamos considerar que a corrente de falta vai percorrer 2
caminhos diferentes quando, na ocorrência da falha, uma pessoa tocar a massa sob tensão. Um
caminho será o próprio percurso do aterramento da massa, que possui uma resistência de aterramento
Rm, e o outro será o corpo da pessoa, que possui uma resistência Rh.
Para determinar o valor da corrente de falta, vamos aplicar a lei de Kirchhoff das tensões. Temos
então que:
O enunciado da questão nos fornece os valores de Rm, Rh, Rt e Us. Assim, basta calcular a resistência
equivalente obtida por meio do paralelismo entre as resistências Rm e Rh, para podermos determinar
IF. A resistência equivalente é dada por:
𝑅 𝑅 40∙40
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅 𝑚+𝑅ℎ = 40+40 = 20Ω
𝑚 ℎ
𝑈𝑆 220
𝐼𝐹 = 𝑅 = 20+90
𝑒𝑞 +𝑅𝑇
220
𝐼𝐹 = 110 = 2 𝐴
Portanto,
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Perceba que apenas aplicamos uma simples análise de circuito para resolver a questão. Essa
questão é muito interessante, pois reúne conhecimentos de diferentes temas dentro da engenharia
elétrica.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue os itens a respeito de aterramento elétrico segundo a NBR 5410.
1- O item está errado, pois, no esquema TN-C, as funções de neutro r de proteção são combinadas em
um único condutor (condutor PEN), conforme a seção 4.2.2.2.1-c) da NBR 5410.
2- O item está errado, pois o condutor denominado PE é o condutor que deempenha a função de
proteção. O condutor PEN é o condutor o qual desempenha a função de neutro e proteção de forma
combinada.
3- O item está certo, pois o aterramento funcional visa o correto, seguro e confiável funcionamento de
toda a instalação, possibilitando o retorno de correntes. O aterramento de proteção visa
especificamente a proteção contra choques elétricos por contato indireto.
4- O item está certo. Como a resistência de aterramento deve ser a menor possível,
consequentemente, a resistência de contato entre o eletrodo e o solo também deve ser.
Independentemente de qual seja o tipo de eletrodo utilizado, o sistema de aterramento deve garantir
a melhor ligação com a terra, pois a eficiência do aterramento é caracterizada, em princípio, por uma
baixa resistência.
Portanto,
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circuito é o TN-S, e o padrão de tensão do local é trifásico na configuração estrela com tensão de fase
igual a 127 V. Uma das fases que alimenta esse equipamento entra em contato direto com a carcaça
do equipamento, provocando um choque elétrico no operador. Desprezando qualquer resistência de
contato, a intensidade desse choque, em volts, para o operador do equipamento é de
A) 220
B) 127
C) 110
D) 63,5
E) 31,5
Resolução e comentários:
A questão solicita que você calcule a intensidade do choque ( em volts) para o operador de um
equipamento que está sob falta elétrica por falha de isolamento.
Essa é uma questão que merece uma análise mais aprofundada do esquema de aterramento
apresentado no enunciado, para que seja possível o entendimento da sua resolução.
Segundo o enunciado, uma das fases que alimenta o equipamento entra em contato direto com a
sua carcaça, deixando-o sobre tensão e consequentemente provocando um choque elétrico no
operador. Ou seja, a corrente de falta deveria ser limitada por um dispositivo de proteção para
proteger o operador contra o choque elétrico.
Ou seja, qual a tensão de contato que o operador será submetido nessa situação, considerando
uma situação de falta fase-massa em um esquema TN?
Para responder tal pergunta, devemos analisar o circuito abaixo que representa uma situação de
falta fase-massa para o esquema TN. Basicamente, vamos proceder conforme Cotrim(2009) faz em seu
livro.
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Na figura (Fonte: Cotrim, 2009) acima , podemos visualizar que duas malhas formarão o circuito
equivalente dessa situação. Uma malha é composta pela fonte de tensão de fase U 0, pela impedância
do condutor de fase ZL (RL +jXL ) e pela impedância do condutor de proteção ZPE (RPE +jXPE). A outra
malha é composta pela impedância ZH do corpo do operador, pela resistência R entre a pessoa e a terra
e pela resistência RB de aterramento da fonte.
No entanto, tendo em vista que o valor da impedância do corpo ZH, R e RB ( da ordem de muitos
ohms) são muito superiores em relação à impedância dos condutores de fase e de proteção ( na ordem
de miliohms), podemos considerar que a malha superior é o único caminho para a corrente de falta.
Para essa situação, veja que a tensão de falta UF e a tensão de contato UB são iguais, pois elas estão
se referindo a uma mesma diferença de potencial (entre a carcaça do equipamento e a terra). Ou seja,
podemos mensurar o valor da tensão de contato UB apenas analisando a primeira malha, que
basicamente está em função das impedâncias dos condutores de fase e de proteção.
𝑈0 = 𝐼𝐹 (𝑍𝐿 + 𝑍𝑃𝐸 )
Perceba que nós não vamos entrar no mérito de calcular corrente de falta, pois o único dado
fornecido foi a tensão de fase! Então, nós vamos comparar a tensão de contato UB (que é igual à tensão
de falta) com a tensão de uma das fases que entra em contato com a massa, independentemente se
o equipamento é alimentado por um circuito elétrico mono, bi ou trifásico.
𝑈𝐹 = 𝐼𝐹 𝑍𝑃𝐸 = 𝑈𝐵
Considerando que os condutores de proteção são do mesmo tipo, seção e comprimento dos
condutores de fase ZPE=ZL (garantindo uma situação mais segura), ainda sim teremos uma tensão de
contato considerada perigosa que pode ser dada em função da tensão de fase. Como podemos afirmar
isso? Apenas comparando as duas. Dessa forma, temos que:
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𝑈0
=2
𝑈𝐵
Isto é, a tensão de contato é no mínimo igual à metade da tensão de fase sob a qual a falta fase-
massa ocorreu. Se os condutores de proteção fossem mais "finos", teríamos uma tensão de contato
ainda maior!
𝑈0 127
𝑈𝐵 = =
2 2
𝑈𝐵 = 63,5 𝑉
Portanto,
Para chegar nessa resposta, tivemos que fazer algumas considerações. Na minha opinião, a banca
deveria ter tido um "maior cuidado" ao escrever o enunciado da questão para não dar brecha para
possíveis recursos. No entanto, essa questão é de grande relevância para que você entenda como
podemos analisar o percurso da corrente de falta, a tensão de falta e a tensão de contanto para um
dado esquema de aterramento.
13. (Pref. Cuiabá-SELECON-2018) Em uma instalação elétrica, o sistema de aterramento deve proteger,
contra um choque elétrico, uma pessoa em contato com:
A) uma parte metálica acidentalmente energizada.
B) o eletrodo de uma máquina de solda.
C) um barramento destinado a conduzir corrente.
D) a conexão elétrica do disjuntor geral.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você assinale a alternativa correta relacionada à função do sistema de
aterramento.
Conforme estudamos, o sistema de aterramento deve proteger, contra choque elétrico uma
pessoa em contato com uma parte metálica acidentalmente energizada. Ou seja, uma massa que está
eventualmente sob tensão devido a uma falta (defeito).
Portanto,
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Resolução e comentários:
A questão solicita que você avalie algumas medidas que possam dar segurança ao usuário em uma
instalação elétrica, cujo aterramento é realizado por meio de um esquema TN.
Vamos avaliar cada medida analisando como poderíamos satisfazer a condição prescrita para esse
esquema. Segundo estudamos na seção 3.3.1 da aula, a condição a ser satisfeita é a seguinte:
𝑍𝑠 ∙ 𝐼𝑎 ≤ 𝑈0
I- O item está errado. Se bitola (seção) do circuito for reduzida, ainda teremos uma mesma corrente Ia
de atuação do dispositivo de proteção. Ou seja, não poderemos garantir que a condição de proteção
seja atendida por meio dessa medida. Ainda devemos considerar que a resistência dos condutores
desse circuito vai aumentar, pois a resistência e a seção transversal do condutor são inversamente
proporcionais.
Sabemos que a diminuição da seção dificulta a passagem de corrente, então, a potência dissipada
no condutor também será maior. Dessa forma, o condutor pode aquecer por ser solicitado além da sua
capacidade de condução colocando em risco a segurança da instalação e das pessoas. Ou seja, essa
opção não é viável de forma alguma.
II- O item está certo. Como foi constatado que o usuário não está protegido contra contatos indiretos,
é possível que seja utilizado um dispositivo de maior sensibilidade como o DR. Dessa forma, poderemos
diminuir a corrente Ia de atuação do dispositivo para satisfazer a condição de proteção. Essa medida
permitirá que o dispositivo de proteção atue no seccionamento automático da alimentação de forma
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mais eficiente, pois a corrente de atuação de dispositivo será menor e, assim, limitará a tensão de
contato, a qual o usuário poderá ficar exposto na ocorrência de uma falta.
Conforme foi comentado na aula, como a corrente de atuação nos dispositivos DR é da ordem de
mA, a condição de proteção é facilmente satisfeita, pois o produto entre ZS e Ia é significativamente
inferior a U0. Já, no caso do emprego de dispositivos de proteção a sobrecorrente, a aplicação da
condição é sempre necessária.
III- O item está errado. Com a troca de um disjuntor por outro de menor amperagem, a corrente de
atuação do dispositivo também vai diminuir. Mas não podemos garantir que diminua o suficiente para
satisfazer a condição de proteção, dado que esse dispositivo não é tão sensibilizado quando o DR para
baixos valores da corrente de falta. Dessa forma, simplesmente trocar o disjuntor por outro de menor
amperagem não pode garantir a segurança do usuário, sendo sempre necessária a aplicação da
condição de proteção.
Portanto,
Lembre-se que, para o esquema TN, tanto dispositivos a sobrecorrente quanto a corrente
diferencial residual são permitidos. No caso do esquema TT, apenas o DR é permitido!
15. (BANPARÁ-FADESP-Engenheiro Eletricista-2018) A NBR 5410 preconiza como regra fundamental para
proteção contra choque elétrico que as partes vivas perigosas não devem ser acessíveis e os pontos
condutíveis acessíveis não devem oferecer perigo mesmo que, em caso de falha, se torne
acidentalmente viva. Portanto deve-se adotar uma proteção suplementar no caso de falha da proteção
básica (isolação). A proteção supletiva é garantida pela equipotencialização da proteção associada ao
seccionamento automático da alimentação. A respeito dos dispositivos de seccionamento automático
e sua instalação, descritos em na NBR 5410, é correto afirmar o seguinte:
A) o dispositivo de sobrecorrente não é um dispositivo de proteção automática contra choque elétrico.
B) no esquema de aterramento TN-C o dispositivo capaz de garantir a proteção por seccionamento
automático é o diferencial residual.
C) o uso do dispositivo diferencial residual é obrigatório em circuitos que alimentam tomadas de corrente
destinadas a alimentar refrigeradores e congeladores.
D) no esquema de aterramento TN-S é garantida atuação do dispositivo diferencial residual, mesmo que seja
de baixa sensibilidade.
E) o uso do dispositivo diferencial residual com sensibilidade menor ou igual a 500mA atende à proteção
contra choque elétrico em circuitos de tomadas de garagens.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você avalie algumas afirmativas sobre o secionamento automático da
alimentação, para determinar a correta. Vamos analisar cada uma separadamente.
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C) A alternativa está errada, pois apenas o uso de dispositivo diferencia-residual com corrente
diferencial-residual nominal igual ou inferior a 30 mA é obrigatório para os circuitos especificados na
afirmativa. Ou seja, não é qualquer DR! Ele deve ser de alta sensibilidade com 𝐼∆𝑁 ≤ 30 𝑚𝐴.
Para complementar o comentário da questão, a norma prescreve que seu uso é obrigatório para
qualquer que seja o esquema de aterramento em algumas situações listadas na seção 5.1.3.2.2 da
NBR5410.
Dentre elas, estão os circuitos, em locais de habitação, que sirvam a pontos de utilização (por
ligação direta ou tomada de corrente) situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens. Ou
seja, são áreas que podem englobar circuitos que alimentam tomadas de corrente destinadas a
alimentar refrigeradores e congeladores.
D) A alternativa está correta. Conforme estudamos na seção 3.3.1, a corrente de atuação do dispositivo
DR é da ordem de mA, mesmo que ele não seja de alta sensibilidade. Dessa forma, a condição de
proteção para o esquema TN-S é facilmente satisfeita (𝑍𝑠 ∙ 𝐼𝑎 ≤ 𝑈0 ), pois o produto entre ZS e Ia é
significativamente inferior a U0. Consequentemente, a atuação do dispositivo DR é garantida mesmo
que o dispositivo seja de baixa sensibilidade.
E) A alternativa está errada, pois os pontos de utilização situados em garagens (área que pode ficar
molhada) devem ser objeto de proteção adicional por dispositivos a corrente diferencial-residual com
corrente diferencial-residual nominal IN igual ou inferior a 30 mA. E não igual a 500 mA como a
alternativa ressalta. Portanto, o uso do DR com sensibilidade menor ou igual a 500 mA não atende à
proteção contra choque elétrico em circuitos de tomadas de garagens. Segundo a seção 5.2.2.3.10,
quando for necessário limitar os riscos de incêndio suscitados pela circulação de correntes de falta, o
circuito correspondente deve ser protegido por dispositivo a corrente diferencial-residual (dispositivo
DR) com corrente diferencial-residual nominal de atuação de no máximo 500 mA. Ou seja, a seleção
do dispositivo DR, por meio da sua sensibilidade, depende do objetivo para o qual ele será utilizado!
Portanto,
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Resolução e comentários:
A questão solicita que você assinale alternativa correta em relação aos esquemas de aterramento
previstos pela NBR 5410. Vamos julgar uma alternativa de cada vez.
A) A alternativa está errada. No esquema TT, a alimentação é diretamente aterrada, estando as massas
da instalação ligadas a eletrodos eletricamente distintos do eletrodo de aterramento da alimentação.
Dessa forma, as massas podem estar aterradas de forma coletiva por meio de um único eletrodo de
aterramento ou podem estar aterradas em "blocos" por meio de eletrodos separados. Não existe a
condição das massas estarem aterradas em dois pontos distintos.
B) A alternativa está errada, pois, no esquema TN-C, o aterramento das massas se dá através do
condutor PEN que exerce a função de condutor neutro e condutor de proteção. Dessa forma, as massas
são ligadas ao ponto da alimentação(diretamente aterrado), o que caracteriza o esquema de
aterramento TN.
D) A alternativa está errada, pois, no esquema IT, a massa não é de forma alguma isolada. Nesse
esquema, as partes vivas são isoladas da terra ou aterrado por meio de impedância e as massas podem:
ser aterradas por meio do mesmo eletrodo de aterramento da alimentação ou aterradas em eletrodos
de aterramento próprios.
E) A alternativa está errada, pois, no esquema TN, as massas sempre vão compartilhar o mesmo ponto
de aterramento da alimentação, independentemente da variante. A única diferença é que no esquema
TN-C-S, parte do esquema vai utilizar o condutor PEN para exercer, de forma conjunta, a função de
neutro e de proteção.
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Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você assinale a alternativa correta com relação à proteção contra choques
elétricos. Vamos julgar cada alternativa separadamente.
A) A alternativa está errada, pois a detecção de corrente diferencial residual no neutro é a forma pelo
qual o dispositivo DR atua e não o disjuntor.
B) A alternativa está errada. Foi colocada uma informação sem pé nem cabeça. A proteção contra
choques elétricos e realizada por meio de diferentes medidas que se complementam dependendo se
o contato é direto ou indireto. Conforme estudamos nessa aula, a proteção pode ser básica ou
supletiva e dentro de cada tipo a NBR 5410 prevê diferentes medidas.
C) A alternativa está errada, pois esse não é o princípio de funcionamento do DR. O DR é um dispositivo
destinado a provocar a abertura do circuito de alimentação quando há corrente diferencial residual no
neutro.
E) A alternativa está correta, pois essa é a definição do DR conforme a seção 3.2.5 da NBR 5410. Dessa
forma, entende-se que DR irá provocar a abertura do circuito de alimentação quando existir corrente
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diferencial residual circulando no neutro. É claro que o valor da corrente para o qual o circuito será
seccionado vai depender da sensibilidade de cada dispositivo.
Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você determine a alternativa correta com relação ao aterramento e à
equipotencialização segundo à NBR 5410.
A) A alternativa está errada, pois a tensão de passo diminui à medida que a pessoa se afasta do
aterramento.
B) A alternativa está certa, pois essas são as características desses esquemas de aterramento conforme
a seção 4.2.2.2.1 e 4.2.2.2.2 da NBR 5410.
C) A alterativa está errada, pois não há essa previsão específica na norma NBR 5410, mesmo que
existam esquemas mais recomendados para uma dada situação. Os esquemas de aterramento
oferecem o mesmo grau de proteção com relação à proteção contra choques elétricos aos usuários.
No entanto, podem apresentar aplicações diferentes, por exemplo, dependendo da forma de
alimentação. Cotrim (2009) traz uma análise mais aprofundada sobre a aplicação dos esquemas de
aterramento segundo algumas características das instalações.
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Portanto,
19. (Pref. Lagoa Santa-FUNDEP-Engenheiro Eletricista-2012) De acordo com a NR 5410, qualquer que seja
o esquema de aterramento, deve ser objeto de proteção complementar contra contatos diretos por
dispositivos a corrente diferencial residual (dispositivos DR) de alta sensibilidade, isto é, com corrente
diferencial-residual nominal IΔn igual ou inferior a 30 mA. A esse respeito, analise as seguintes
afirmativas e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
I- A proteção dos circuitos não pode ser realizada individualmente, mas sim por grupos de circuitos.
II- Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação.
III- Os circuitos que alimentem aparelhos de iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50
m.
IV- Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos
no exterior.
V- Os circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens
e, no geral, a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
A) (V) (F) (V) (F) (V)
B) (F) (V) (F) (V) (V)
C) (F) (F) (V) (V) (F)
D) (V) (V) (F) (V) (F)
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue os itens relacionados ao uso do dispositivo diferencial residual
de alta sensibilidade como proteção adicional previsto na NBR5410.
I- A afirmativa é Falsa. Conforme a seção 5.1.3.2.2- Nota 5 da NBR 5410, a proteção dos circuitos pode
ser realizada individualmente, por ponto de utilização ou por circuito ou por grupo de circuitos.
III- A afirmativa é Falsa, pois essa é justamente a exceção. Conforme a 5.1.3.2.2- Nota 3 da NBR 5410,
admite-se a exclusão dos circuitos que em locais de habitação sirvam a pontos que alimentem
aparelhos de iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50m.
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Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue as alternativas relativas ao uso do dispositivo diferencial-
residual de alta sensibilidade como proteção adicional previsto na NBR 5410.
A) A alternativa está errada, pois o DR de alta sensibilidade também promove a proteção contra
contato direto. Ou seja, é uma proteção adicional implementada em situações que fornecem mais
riscos aos usuários, como por exemplo, em lugares molhados ou sujeitos à lavagens. Além do mais, o
aterramento faz parte das medidas de proteção destinadas à proteção supletiva contra contatos
indiretos!
C) A alternativa está errada, pois, como ele é de alta sensibilidade, além de poder promover a proteção
contra contatos indiretos, também promove a proteção contra contatos diretos. Para essa última
finalidade, são usados apenas dispositivos de alta sensibilidade!
D) A alternativa está errada, pois, além de promover a proteção contra contatos diretos devido à sua
alta sensibilidade, esse dispositivo também promove a proteção contra contatos indiretos, garantindo
uma proteção mais ampla para os usuários da instalação. Ressalto que não é apenas o aterramento
que fornece a proteção contra choques por contato indireto! Na verdade, o aterramento faz parte de
um sistema que promove proteção contra contatos indiretos, formado pela equipotencialização e pelo
seccionamento automático da alimentação.
Relembre que: a precondição de proteção supletiva deve ser assegurada de forma conjunta por
equipotencialização e pelo seccionamento automático da alimentação. Ou seja, essas duas medidas de
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E) A alternativa (E) está correta, pois os DRs de alta sensibilidade (com corrente diferencial residual
menor ou igual a 30 mA) promovem a proteção contra contatos diretos bem como contra contatos
indiretos, o que garante uma proteção mais ampla para os usuários da instalação.
Conforme estudamos na seção 1.4.1 dessa aula, a sensibilidade desse dispositivo de proteção pode
ser utilizada como meio para definir a sua aplicação. Assim, os DRs de alta sensibilidade podem ser
utilizados como medida de proteção adicional em "situações" mais perigosas (como por exemplo,
lugares molhados ou sujeitos à lavagens) promovendo também a proteção contra contatos indiretos.
Já os DR de sensibilidade mais baixa (como por exemplo os de 500mA) podem ser implementados em
locais para evitar o risco de incêndio. Temos também a utilização de DRs, compatíveis com as condições
de proteção para cada esquema de aterramento, destinados apenas à proteção supletiva (contra
contatos indiretos).
Portanto,
21. (Pref. Caxias do Sul-Objetiva-2014) De acordo com a NBR 5410, analisar os itens abaixo:
I - Para tornar possível o uso do dispositivo DR, o esquema TN-C deve ser convertido, imediatamente a
montante do ponto de instalação do dispositivo, em esquema TN-C-S. Isto é, o condutor PEN deve ser
desmembrado em dois condutores distintos para as funções de neutro e de PE, sendo essa separação feita
do lado fonte do dispositivo DR, passando então o condutor neutro externamente e o condutor PE
internamente ao dispositivo.
II - Admite-se que, na separação entre neutro e PE, o condutor responsável pela função PE não seja ligado
ao PEN, do lado fonte do dispositivo DR, mas a um eletrodo de aterramento qualquer cuja resistência seja
compatível com a corrente de atuação do dispositivo. Nesse caso, porém, o circuito assim protegido deve
ser então considerado como conforme o esquema TT.
A) Os itens I e II estão corretos.
B) Somente o item I está correto.
C) Somente o item II está correto.
D) Os itens I e II estão incorretos.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você julgue os itens a seguir conforme as prescrições da NBR 5410
relacionados ao esquema de aterramento TN.
I- O item está incorreto, pois o condutor neutro deve passar internamente e o condutor PE
externamente ao dispositivo, conforme a seção 5.1.2.2.4.2 - Nota 1 da NBR 5410. Como estudamos na
seção 3.3.1 dessa aula, o funcionamento do DR se baseia na detecção da correte diferencial residual
no circuito. Dessa forma, o dispositivo precisa envolver todos os condutores vivos.
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II- O item está correto, conforme a seção 5.1.2.2.4.2 - Nota 2 da NBR 5410.
Portanto,
Essa questão trouxe termos mais específicos e aprofundados da norma relacionados à utilização
do DR No esquema de aterramento TN.
Resolução e comentários:
A questão solicita que você assinale a alternativa incorreta sobre as características dos esquemas
de aterramento previstos na NBR 5410.
A) A alternativa está correta, conforme estudamos na seção 3.3.1 dessa aula e a seção 4.2.2.2.1-a) da
NBR 5410.
B) A alternativa está correta, pois mesmo que seja em parte do sistema e não em sua totalidade, no
esquema TN-C-S, a função de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor. Ou seja, a
alternativa não deixa de estar correta.
C) A alternativa está incorreta, pois o esquema TN-C é caracterizado pelo fato das funções de neutro e
de proteção serem combinadas em um único condutor ( PEN).
D) A alternativa está correta, pois essa é a característica do esquema TT conforme estudamos na seção
3.2.2 dessa aula e a seção 4.2.2.2.2 da NBR 5410.
D) A alternativa está correta, pois essa é a característica esse essencial do esquema IT conforme
estudamos na seção 3.2.3 dessa aula e a seção 4.2.2.2.3 da NBR 5410.
Portanto,
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(A) 2009,6
(B) 1004,8
(C) 502,5
(D) 251,0
(E) 120,8
Resolução e comentários:
A questão solicita que você calcule a resistividade do solo. O procedimento para resolver essa
questão consiste em aplicar a fórmula de Palmer simplificada, desconsiderando a profundidade com
que as hastes estão cravadas. A expressão simplificada é dada por:
𝜌 = 2𝜋𝑎𝑅
O enunciado da questão fornece tanto o espaçamento (a) entre as hastes quanto a resistência ( R)
medida pelo terrômetro. Substituindo esses valores na expressão, temos:
𝜌 = 2 ∙ 3,14 ∙ 16 ∙ 20 = 2009,6 Ω𝑚
Portanto,
Perceba que, como a questão não nos fornece a profundidade com que as hastes são enterradas,
não há o que se pensar em utilizar a fórmula de Palmer completa.
24. (CEDAE-CEPERJ-Engenheiro Eletricista-2012) Uma medição de aterramento para uma SE, através de 2
eletrodos de potencial e 2 de corrente, com afastamento de 2m entre os mesmos indicou uma
resistência de 3 Ohm. Dessa forma, a resistividade do solo, em Ohm m, para essa medição é
aproximadamente igual a:
A) 38
B) 63
C) 252
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D) 189
E) 95
Resolução e comentários:
A questão solicita que você calcule a resistividade do solo. O procedimento para resolver essa
questão consiste em aplicar a fórmula de Palmer simplificada, desconsiderando a profundidade com
que as hastes estão cravadas, afinal o enunciado da questão nem toca nesse assunto. A expressão
simplificada é dada por:
𝜌 = 2𝜋𝑎𝑅
O enunciado da questão fornece tanto o espaçamento (a) entre as hastes quanto a resistência ( R)
medida. Substituindo esses valores na expressão, temos:
𝜌 = 2 ∙ 3,14 ∙ 2 ∙ 3 ≅ 38 Ω𝑚
Portanto,
Novamente, observe que, como a questão não nos fornece a profundidade com que as hastes são
enterradas, não há o que se pensar em utilizar a fórmula de Palmer completa.
Ressalto que a fórmula simplificada é a mais cobrada em questões de concurso devido à sua
simplicidade.
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A questão solicita que você calcule o valor da resistência do solo medido pelo terrômetro,
considerando um valor de resistividade média do solo. O procedimento para resolver essa questão
consiste em aplicar a fórmula de Palmer simplificada, que é dada por:
𝜌 = 2𝜋𝑎𝑅
Isolando R, temos:
𝜌
𝑅 = 2𝜋𝑎
315
𝑅 = 2∙3,15∙2 = 25Ω
Portanto,
A) 502,40 Ωm.
B) 164,80 Ωm.
C) 251,20 Ωm.
D) 393,64 Ωm.
Resolução e comentários:
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A questão solicita que você calcule a resistividade do solo. O procedimento para resolver essa
questão consiste em aplicar a fórmula de Palmer simplificada, desconsiderando a profundidade com
que as hastes estão cravadas. A expressão simplificada é dada por:
𝜌 = 2𝜋𝑎𝑅
O enunciado da questão fornece tanto o espaçamento (a) entre as hastes quanto a resistência (
R) medida. Substituindo esses valores na expressão, temos:
𝜌 = 2 ∙ 3,14 ∙ 4 ∙ 20 = 502,40Ω𝑚
Portanto,
Resolução e comentários:
A questão solicita que você calcule a resistividade do solo. O procedimento para resolver essa
questão consiste em aplicar a fórmula de Palmer simplificada. A expressão simplificada é dada por:
𝜌 = 2𝜋𝑎𝑅
O enunciado da questão fornece tanto o espaçamento (a) entre as hastes quanto a resistência (R)
medida. Substituindo esses valores na expressão, temos:
𝜌 = 2 ∙ 3,14 ∙ 10 ∙ 10 = 502,40Ω𝑚
Portanto,
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Veja o quanto é cobrado o método de Wenner e o cálculo da resistividade do solo por meio da
fórmula simplificada de Palmer.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de
Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção de Estruturas Contra Descargas
Atmosféricas. Rio de Janeiro, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5460: Sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro,
1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 50: Vocabulário eletrotécnico internacional-
Capítulo 826- Instalações elétricas em edificações. Rio de Janeiro, 1997.
CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais. 13a edição. São Paulo: Érica, 2005.
COTRIM, Ademaro. Instalações elétricas. 5a edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 16a edição. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 9a edição. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
KINDERMANN, Geraldo; CAMPAGNOLO, Jorge Mário. Aterramento elétrico. 3a edição. Porto alegre: Sagra-
DC Luzzato, 1995
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7. GABARITO
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