Feliz No Trabalho
Feliz No Trabalho
Feliz No Trabalho
Olá,
Você fez uma boa escolha! Apenas o fato de ter comprado este livro,
mostra que você quer mais com o seu trabalho do que passar o tempo e
ganhar dinheiro. Você tomou a decisão que onde você passa uma grande
parte do seu tempo – na empresa onde trabalha – você quer estar feliz!
Isso só pode ser a decisão certa.
Neste livro, o Alexander vai te ajudar a mostrar o que é felicidade no
trabalho mesmo, e como obtê-la. É para todo mundo – e Alexander
escreveu para todo mundo.
A decisão de trazer esse livro pro Brasil através de uma tradução para
português foi a minha (pode ficar tranqüilo – não fui eu que traduzi!). O
brasileiro já sabe muito bem se divertir e criar um ótimo ambiente – e eu
queria fazer a minha parte em levar isso para as empresas brasileiras
também; é importante para cada pessoa, mas também é importante para
as empresas serem ainda mais competitivos.
Diverte-se bem com o seu livro, lembra de participar no
www.positivesharing.com – e te desejo toda a felicidade no seu trabalho!
Felicidades,
Anders S. Vaerge
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“Este livro estará sempre em minha mesa, ocupando uma posição
especial, para que eu nunca me esqueça de criar o ambiente de trabalho
feliz de que todos precisamos.”
–Phil Gerbyshak, autor de Make it Great
“Você é o único responsável por sua própria felicidade, por isso, é tarefa
sua ler Alexander Kjerulf e seu “Happy Hour no Horário do Trabalho”
para descobrir o que é preciso para ser feliz e espalhar felicidade a seus
colegas e funcionários. A teoria, as sugestões e os estudos de casos reais
irão equipá-lo e inspirá-lo a mudar sua vida profissional para melhor.”
- Angela Beesley, co-fundadora da Wikia
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Happy Hour é no Horário de
Trabalho
- como amar o seu emprego e arrasar na sua empresa
de
www.positivesharing.com
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Feliz no Trabalho by Alexander Kjerulf is licensed under a Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
Based on a work at positivesharing.com.
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Para Alexandra, minha mãe, com amor.
Uma mulher fantástica.
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Agradecimentos
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Conteúdo
Agradecimentos........................................................................................ 6
Conteúdo.................................................................................................. 7
Prefácio .................................................................................................... 8
1Um significado que venha antes do lucro............................................... 8
2Uma parceria entre a empresa, seus funcionários e outras partes. ........8
3Uma organização colaborativa................................................................ 8
4Liderança baseada em valor.................................................................... 8
Apenas imagine........................................................................................ 9
Sobre este livro....................................................................................... 12
5O que é felicidade no trabalho?............................................................ 14
6O que nos faz felizes no trabalho?........................................................ 18
7Ser positivo........................................................................................... 18
8Aprender.............................................................................................. 18
9Estar aberto.......................................................................................... 18
10Participar............................................................................................ 18
11Buscar significado............................................................................... 18
12Amar................................................................................................... 19
1ser mais criativo e trabalhar com projetos mais variados, em vez de
apenas manter os programas internos do banco;.................................. 22
2divertir-me mais no trabalho. O ambiente no meu departamento era
sério e profissional demais; ................................................................... 22
3melhorar meus conhecimentos técnicos..............................................22
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1O que funcionou nesta reunião?.......................................................... 23
2O que poderia ter sido melhor?............................................................ 24
3Atingimos o objetivo da reunião?......................................................... 24
4O que podemos fazer de modo diferente na próxima vez? ..................24
1Mostra claramente quem está de bom ou de mau-humor, permitindo
que os mau-humorados tenham um pouco mais de espaço. Se alguém
colocar a marca vermelha todos os dias por uma semana, fica claro que
algo precisa ser feito a fim de ajudar aquela pessoa. .............................26
2Permite que os funcionários tenham maus dias. Todos temos, mas se
tivermos que esconder isso e fingir estarmos alegres e contentes, é mais
difícil se animar....................................................................................... 26
1As pessoas possuem vidas profissionais interiorizadas muito ricas e
intensas; as emoções, motivações e percepções relativas ao ambiente de
trabalho permeiam sua experiência profissional diária. .........................26
2Esses sentimentos afetam intensamente o desempenho diário dos
trabalhadores......................................................................................... 26
3Esses sentimentos, tão importantes para o desempenho, são
fortemente influenciados por eventos do dia-a-dia. ...............................26
1O sentimento se torna mais forte, pois a situação não é resolvida e
você não pode se expressar.................................................................... 26
2O sentimento é armazenado e liberado em outra situação; em vez de
demonstrar sua raiva no momento oportuno, você acaba sendo
grosseiro com um colega, com o garçom que o atender na hora do
almoço ou com sua família ao chegar em casa....................................... 26
3O efeito ketchup. Os sentimentos vão se acumulando por um longo
período de tempo, até que são liberados todos de uma vez, geralmente
a partir de algo insignificante................................................................. 26
1Nenhum. O trabalho não faz sentido.................................................... 29
2O trabalho tem significado pois sustenta você e sua família. ...............29
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3O trabalho tem significado em si mesmo, pois por meio dele se está
contribuindo com algo maior ou fazendo do mundo um lugar melhor. ..29
1Espalhar felicidade é por si só um prazer.............................................. 32
2A felicidade é contagiosa, então mais pessoas felizes ao seu redor
significa mais felicidade para você.......................................................... 32
3Se você agrada aos outros, possivelmente haverá retribuição.............32
1Ser positivo........................................................................................... 34
2Aprender.............................................................................................. 34
3Estar sempre aberto............................................................................. 34
4Participar.............................................................................................. 34
5Buscar significado................................................................................. 34
6Amar..................................................................................................... 34
13Procurando a felicidade nos lugares errados...................................... 35
1Dinheiro (altos salários, aumentos, bônus e incentivos).......................35
2Status (promoções e cargos importantes)............................................ 35
3Estabilidade.......................................................................................... 35
14Cuidado: pode causar infelicidade aguda........................................... 37
1Ele não sabe que é ruim....................................................................... 37
2Ele sabe que é ruim, mas deseja melhorar...........................................37
3Não quer nem saber se é bom ou ruim, muito menos melhorar. .........37
15O Corpo no Trabalho........................................................................... 46
16Por que a felicidade no trabalho é importante................................... 50
17A felicidade é boa para os negócios ................................................... 52
18Quem é responsável pela felicidade no trabalho?..............................58
1Saber o que o faz feliz ou infeliz no trabalho........................................60
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2Dizer a outras pessoas como você se sente e o que o faz feliz ou infeliz.
................................................................................................................ 60
3Tomar iniciativa para conseguir ser feliz............................................... 60
4Ajudar a criar um ambiente de trabalho em que seja fácil para outras
pessoas serem felizes............................................................................. 60
19Como trazer a felicidade no trabalho até você................................... 61
1Qual seu nível de felicidade no trabalho? .............................................61
2O que o faz feliz no trabalho?............................................................... 61
3Visualize seu objetivo........................................................................... 61
4Conheça os seus próprios motivos....................................................... 61
5Decida-se pela felicidade...................................................................... 61
6Devo ir ou devo ficar?........................................................................... 61
7Prepare um plano de felicidade............................................................ 61
20O que os gerentes podem fazer.......................................................... 66
1Faça uma lista de todas as pessoas que se reportam diretamente a
você. Caso não consiga fazer a lista por não saber de cor os nomes de
todos os seus funcionários, esse é um bom ponto de partida. ...............67
2Ao lado de cada nome, escreva o quão feliz com relação ao trabalho
você acha que essa pessoa se sente: Argh, Ah... ou U-hu (conforme
definido na página xx)............................................................................. 68
21Ao lado de cada avaliação, explique suas razões. O que o faz pensar
que determinada pessoa se sente de tal maneira?................................ 68
1Um de seus funcionários realizou um trabalho espetacular. Qual sua
reação? Como o funcionário a recebe?.................................................. 69
2Você precisa dar um feedback negativo a um funcionário. Como você
aborda a situação? Qual a reação do funcionário? .................................69
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3Sua organização realizou um trabalho excelente. Como você celebra a
conquista? Como você se sente? Como as pessoas reagem durante a
celebração? Elas parecem felizes?.......................................................... 69
4Sua organização não conseguiu atingir um determinado objetivo. Qual
sua reação? Qual a reação dos seus funcionários?.................................69
5Você anda pela sua organização e vê seus funcionários trabalhando.
Como eles parecem se sentir? Que expressões você vê em seus rostos?
Que sensação você tem ao ouvir as vozes deles? Que sons dominam o
ambiente?............................................................................................... 69
6Você chega em casa após um dia de trabalho e ouve a indefectível
pergunta: “Como foi o seu dia?”. O que você responde? Como soa a sua
voz? Como você se sente ao responder à pergunta?..............................69
1Visualizar o seu objetivo e, imaginar como as coisas serão quando esse
objetivo for atingido lhe dá um alvo específico no qual mirar. ...............69
2Saber como você se sentirá ao atingir seu objetivo lhe dá a energia para
tomar as atitudes necessárias para chegar lá......................................... 69
3Você se concentra naquilo que deseja atingir e não naquilo que deseja
evitar, o que programa o seu subconsciente para tal..............................69
22Desenvolva um plano para a felicidade..............................................72
1Traçar um plano ambicioso demais...................................................... 72
2Traçar um plano de 50 etapas, com gráficos complicados e prazos
específicos.............................................................................................. 72
3Comprometer-se com o plano de maneira absoluta, haja o que houver.
................................................................................................................ 72
4Atrasar-se com o cronograma estabelecido por que é difícil achar
tempo para a realização das 50 etapas planejadas, já que há “trabalho
real” a ser feito....................................................................................... 72
5Perder o ânimo e abandonar a empreitada pois “se fosse importante de
verdade você a teria conseguido levar a cabo”....................................... 72
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1Trace um plano que, em vez de ambicioso, seja divertido. ...................72
2Realize algo pequeno todos os dias...................................................... 72
3Siga o plano sem pressão...................................................................... 72
4Celebre seus resultados........................................................................ 72
5Compartilhe suas realizações............................................................... 72
1 ............................................................................................................. 73
23Chegue lá............................................................................................ 76
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Prefácio
Por Lars Kolind
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Apenas imagine
Feliz no trabalho.
Feliz? No trabalho?
Feliz… no trabalho?
Pense estar acordando cedo numa segunda-feira de manhã. Imagine-se
deitado na cama por alguns instantes antes de se levantar, logo após ter
desligado o despertador. Sua cama é confortável e quentinha e você daria
tudo para permanecer ali um pouco mais. Contudo, mas só de pensar na
semana que o espera, você abre um sorriso o faz sorrir e pular da cama
em um segundo.
Você sabe que esta será uma ótima semana. Você irá realizar um trabalho
excelente, do qual sentirá muito orgulho. Você vai fazer a diferença, da
mesma maneira que fez na semana passada e na retrasada. Você mal pode
esperar pelos momentos de diversão que passará com seus colegas. Você
os ajudará sempre que puder, e eles o ajudarão sempre que você precisar.
Você sabe que passará seu dia na companhia de pessoas agradáveis, com
as quais pode conversar; pessoas que o apreciam por quem você é e por
aquilo que você faz.Você está ansioso por trabalhar com seu chefe, a
quem você admira por suas habilidades, simpatia e talento para extrair o
que as pessoas têm de melhor. Você também não vê a hora de interagir
com seus clientes; tantas vezes você ouviu o quanto sua atitude positiva e
sua competência são uma inspiração para eles, muitos dos quais retornam
apenas por sua causa. Acima de tudo, você anseia por fazer uma
diferença positiva. Você sabe que sendo quem você é e tendo as
habilidades que você tem, realizará um trabalho do qual irá se orgulhar.
Também é difícil esperar pelo momento de voltar para casa à noite, todo
animado; embora. Embora passe o dia todo concentrado no que está
fazendo, você tem tanto prazer ao realizar seu trabalho que ao fim do dia
tem ainda mais energia do que tinha pela manhã, e você deseja
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compartilhar essa energia e essa alegria com seus amigos e sua família
depois de um maravilhoso dia de trabalho.
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Este livro está aqui para dizer que sim, você pode ser feliz no trabalho, e
que quando isso acontece, é ótimo para você, para o seu trabalho, sua
empresa e sua carreira, pelas seguintes razões:
você fica mais motivado;
seu relacionamento com os colegas melhora;
você obtém sucesso;
criatividade e boas idéias ganham mais espaço;
você tem mais energia;
sua saúde melhora;
seu nível de estresse diminui e
você se diverte muito mais.
Sua vida pessoal também melhora, pois o trabalho vira uma fonte de
energia e boas experiências, em vez de ser apenas uma obrigação
estressante, penosa e frustrante.
E as vantagens não se resumem só às pessoas. Mais e mais empresas
estão se dando conta de que tudo funciona melhor se houver alegria e de
que empresas felizes apresentam:
maior produtividade – pessoas felizes atingem melhores resultados;
melhor qualidade – funcionários felizes se importam com a
qualidade;
funcionários com menos faltas – as pessoas querem ir para o
trabalho;
menos estresse e fadiga entre os funcionários – pessoas felizes têm
menos tendência a sofrer de estresse;
os melhores funcionários – as pessoas querem trabalhar para
empresas felizes;
mais vendas – pessoas felizes são os melhores vendedores;
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nível mais alto de satisfação dos clientes – funcionários felizes são a
base para um bom serviço;
mais criatividade e inovação – pessoas felizes são mais criativas;
mais adaptabilidade – pessoas felizes se adaptam com mais
facilidade e são mais abertas a mudanças e
melhor giro e lucros mais altos – devido a todas as razões listadas
acima.
Resumindo: empresas felizes são mais eficientes e mais lucrativas. Além
disso, fazem as pessoas felizes, o que por si só já é um objetivo.
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dávamos atenção especial a treinamento e educação;
todos estavam envolvidos na liderança da empresa;
todos estavam motivados e engajados;
ninguém trabalhava demais – no máximo 40 horas semanais – e
nos divertíamos o tempo todo.
Mesmo com todo esse sucesso, depois de aproximadamente três anos eu
comecei a me sentir limitado e preso. Eu desejava fazer algo novo, e não
havia espaço para isso em nossa empresa. Por muito tempo eu pensei em
sair, mas nunca conseguia coragem, o que foi um erro.
Durante meu último ano na empresa, eu estava desesperadamente infeliz.
Na maioria dos dias eu acordava de manhã tentando achar um motivo
para ficar em casa. No trabalho, eu produzia pouco; na maior parte do
tempo eu apenas contava as horas restantes para o horário de ir embora.
A parte pior de tudo isso era que eu não me reconhecia. Sou geralmente
ativo, cheio de energia, pra cima, e naquela época eu vivia. Eu havia me
tornado cansado, negativo e amargo, e não apenas no trabalho, mas
também fora dele. Sentia-me deprimido e tudo e todos me irritavam.
Normalmente, sou uma pessoa bastante criativa, gosto de estar sempre
inventado algo novo. Naquele período, contudo, minha criatividade se
esgotou; eu. Eu não conseguia sequer inventar um idéia para salvar
minha vida e todas as idéias que as outras pessoas me davam me
pareciam horríveis. Meu estado era de pessimismo constante.
Finalmente, em junho de 2002, eu saí. Decidi não procurar por um novo
emprego logo de cara. Eu precisava de um tempo para mim. Aqueles
meses de verão com tempo excepcionalmente bom (para os padrões da
Dinamarca) gradativamente me trouxeram de volta a mim mesmo. Não
gastei nem um minuto pensando em meu próximo trabalho, lendo o
caderno de empregos do jornal ou abrindo um novo negócio.
Até que num belo dia de verão, na praia, a idéia surgiu: felicidade no
trabalho. É isso! É isso que me apaixona. É com isso que quero trabalhar.
Essa idéia se tornou o “projeto felicidade no trabalho”, o qual tem feito
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as pessoas felizes no trabalho desde o início de 2003. Líderes e
funcionários de empresas como IBM, Lego, DaimlerChrysler,
PriceWaterhouseCoopers, Pfizer e muitas outras tornaram-se mais felizes
no trabalho depois de experimentarem nossos métodos.
Eu posso dizer sem medo que não há melhor trabalho do que fazer outras
pessoas felizes! É sempre divertido, emocionante e recompensador.
Quando se pensa a respeito, não é esse o verdadeiro objetivo da maioria
dos empregos: fazer as pessoas felizes? É preciso deixar os clientes
felizes. Ou nossos colegas. Ou o chefe. Ou os acionistas. Uma enfermeira
que faz felizes e saudáveis seus pacientes é melhor do que uma
enfermeira que apenas os faz mais saudáveis. Um patrão que faz seus
funcionários felizes e eficientes é melhor do que aquele que apenas se
preocupa com a eficiência. Um professor que ajuda seus alunos a se
tornarem mais inteligentes e mais felizes é melhor do que aquele que
apenas passa adiante seu conhecimento.
Escolha esta abordagem para o trabalho e os negócios: fazer as pessoas
felizes. Todas as pessoas que for possível agradar, sempre que for
possível agradá-las, dentro e fora de sua empresa. Você irá se divertir
fazendo isso e será muito bem-sucedido!
O futuro é feliz
Tenho boas notícias: a felicidade no trabalho está chegando a quase todas
as empresas. É inevitável, pois há uma grande tendência no mundo dos
negócios para tornar o trabalho uma experiência positiva, o que embora
ainda não seja sentido em todos os países logo o será. A razão disso é
simples, mas poderosa: hoje em dia, o serviço ao cliente, a eficiência e a
inovação são os principais fatores que levam uma empresa ao sucesso.
Não importa quão eficientemente seja uma empresa na fabricação dos
produtos de ontem se essa empresa não for criativa o suficiente para
inventar os produtos de amanhã. Da mesma maneira, ninguém se importa
com o quanto um processo de negócios é eficiente se este não oferecer a
seus clientes uma boa experiência.
Estudos mostram repetidamente que empresas felizes são muito mais
produtivas, criativas e concentradas no serviço do que as empresas
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infelizes. Por isso, as empresas felizes ganharão o mercado, deixando as
infelizes muito para trás. O futuro dos negócios é inevitavelmente feliz!
Assim, se escolhermos fazer algo construtivo a respeito disso já,
podemos nos tornar felizes no trabalho mais cedo, e não mais tarde.
Nosso local de trabalho pode colher os benefícios – humanos e
financeiros – este ano, e não em cinco ou dez anos.
Esse é o pensamento que me tira da cama, alegre e sorridente, toda
segunda-feira de manhã!
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Sobre este livro
Este livro destina-se a todos que têm um trabalho e a todos que desejam
um. Seja você empregado, gerente ou executivo, este livro tem dicas de
seu interesse. Não importa se você trabalha no setor primário, secundário
ou terciário, aqui há ferramentas úteis para você. Tanto faz se você é um
estudante procurando seu primeiro emprego ou um executivo com uma
longa e bem-sucedida carreira, há sempre mais a aprender sobre a
felicidade no trabalho.
O objetivo deste livro é convencê-lo de que:
todos nós podemos ser felizes no trabalho;
ser feliz no trabalho não apenas fará seu trabalho mais divertido,
como também irá melhorar sua qualidade de vida fora do
trabalho, além de ajudá-lo a ser mais bem-sucedido;
negócios felizes são muito mais eficientes do que os infelizes – a
felicidade tem tudo a ver com os negócios;
a felicidade no trabalho não é um bicho de sete cabeças – é fácil
ajudar a si mesmo e a seu ambiente de trabalho a ser feliz.
Obviamente, não é suficiente saber de tudo isso, é preciso também
fazer algo a respeito. Assim, este livro lhe oferece o necessário
para que você se torne feliz e faça outras pessoas felizes no
trabalho:
Conhecimento – teoria básica da felicidade no trabalho, baseada em
experiências reais.
Ferramentas – sugestões simples e práticas para que você atinja
resultados rapidamente.
Energia – este livro irá tentar motivá-lo a ser feliz no trabalho e
encorajá-lo a fazer algo a respeito.
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Planejamento – um plano específico, personalizado para a sua
situação.
Histórias e casos
Este livro relata diversos casos reais de empresas que obtiveram sucesso
devido à felicidade. Livros de administração geralmente resumem os
business cases com uma lista das realizações da empresa. Algo mais ou
menos assim:
A Acme Inc. é a única empresa do mundo que atingiu um
crescimento de três dígitos em 58 anos de funcionamento.
O preço das ações da Acme subiu de 10 centavos para 452 dólares e
ainda é uma boa recomendação para os investidores.
A empresa cresceu, deixando seu humilde começo no quintal da casa
de seu fundador em 1938 para trás. Hoje, a Acme é dona de
metade dos prédios de Manhattan, bairro financeiro de Nova
York.
Seu fundador é atualmente mais rico que Bill Gates e três entre
quatro funcionários da empresa se aposentam com salários
milionários.
Não apenas esses relatos de realizações maravilhosas ficam entediantes
com o tempo, eles pintam um quadro irreal. A empresa pode ser bem-
sucedida, mas quem sabe o verdadeiro motivo desse sucesso? O motivo
pode ser inovação, timing, felicidade, bons investimentos ou
simplesmente sorte. Quem sabe?
Quando uma empresa é usada como exemplo neste livro, um destes dois
motivos ocorre: 1) ela está tendo um sucesso fenomenal 1 ou 2) essa
empresa acredita que seu sucesso se deve à felicidade no trabalho.
Certo? Certo.
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Todas as histórias relatadas neste livro são reais. Nomes e outros detalhes
foram modificados a fim de proteger os “inocentes”, mas todos os
eventos aconteceram exatamente como descritos.
Visite o website
Este livro é acompanhado de um website neste endereço:
livro.feliznotrabalho.com.br.
No website você encontra:
outros artigos relacionados à felicidade no trabalho;
planilhas com exercícios;
vários conteúdos para download, incluindo arquivos em mp3 com
exercícios e
uma lista com outros livros sobre felicidade no trabalho.
E o mais importante, você pode dizer para mim e para o resto do mundo
o que achou do livro, além de trocar idéias e experiências com outros
leitores.
Você também pode conseguir mais inspiração visitando o meu blog, onde
eu escrevo sobre felicidade no trabalho todos os dias. O endereço é
www.positivesharing.com – e temos um blog especial para o Brasil no
www.positivesharing.com.
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5 O que é felicidade no trabalho?
Arbejdsglæde
Nós escandinavos temos uma vantagem sobre o resto do mundo quando
se trata de felicidade no trabalho: enquanto a maioria dos outros países
ainda está se familiarizando com o conceito, nós temos uma palavra para
ele. Em dinamarquês, minha língua pátria, essa palavra é arbejdsglæde, e
embora pareça indecifrável para muita gente, é um conceito
profundamente enraizado na cultura escandinava e muitas empresas
nórdicas levam-no em séria consideração.
Conseqüentemente, os trabalhadores escandinavos são os mais felizes do
mundo. Segundo um estudo conduzido em 2005, 68% deles são felizes
ou muito felizes com seu trabalho, contra 47% de trabalhadores ingleses
e 35% belgas2. Esse é um fator importantíssimo por trás do sucesso de
empresas nórdicas como Nokia, IKEA, Oticon (maior produtora de
2 Fonte: money.guardian.co.uk/work/story/0,1456,1501125,00.html
«CodeReference»
aparelhos de audição do mundo), Carlsberg, Ericsson, Lego e muitas
outras.
Arbejde significa trabalho e glæde significa felicidade, então a palavra
arbejdsglæde literalmente pode ser traduzida como trabalho-felicidade.
Caso você esteja se perguntando como pronunciar “isso”, aqui vai: ah-
bites-gleh-the.baids-glé-de. Fácil, não é?
A boa notícia é que essa idéia está se espalhando por todo o mundo.
Empresas felizes existem em todos os segmentos e em todos os países e,
embora a felicidade ainda não seja o foco principal da maioria dos
negócios, mais e mais empresas decidiram se alegrar.
Então, o que é?
O que exatamente é felicidade no trabalho? Acho que
fazer essa pergunta é um bom começo. Venho
trabalhando há muito tempo na elaboração de uma
boa definição para o conceito, pois muitas pessoas
me dirigem essa pergunta.
O trabalho com meus clientes, pequenos e grandes,
públicos e privados, me aproximou da resposta e,
depois de longa deliberação, cheguei a uma definição
que considero concisa e precisa. Prepare-se, pois
você vai ficar pasmo. Aqui vai:
Felicidade no trabalho é...
um sentimento de felicidade causado pelo trabalho.
Chega a dar um nó no cérebro, não é?
Viu só? Felicidade no trabalho é uma emoção. Vem de dentro de você e,
como todas as outras emoções, é difícil definir, mas fácil reconhecer
quando se faz presente. Ou quando não se faz presente. Você é capaz de
definir o amor? Poetas vêm tentando fazê-lo há milênios e nenhum ainda
chegou muito perto. Contudo, quando você ama, você sabe que ama,
mesmo sem ter uma definição formal.
«CodeReference»
Da mesma forma, apesar de não haver na maioria das línguas uma
definição dicionarizada para a felicidade no trabalho, todos sabemos
quando estamos felizes e, principalmente, quando estamos infelizes. A
felicidade no trabalho é um sentimento que temos quando:
realmente gostamos do que fazemos;
realizamos trabalho do qual nos orgulhamos;
trabalhamos com pessoas incríveis;
sabemos que aquilo que fazemos é importante;
somos reconhecidos por nosso trabalho;
temos responsabilidades;
nos divertimos enquanto trabalhamos;
aprendemos e crescemos com o trabalho;
fazemos uma diferença;
nos sentimos motivados, cheios de energia e
sabemos o quanto somos bons.
A maioria de nós já sentiu isso. A questão é: como podemos senti-los
com mais freqüência?
Enquanto a definição de felicidade no trabalho é difícil de elaborar, os
efeitos são facilmente reconhecíveis: estar feliz ou infeliz com o trabalho
tem grande impacto em nossas vidas. Pessoas felizes com seu trabalho
não apenas apreciam mais o trabalho e o fazem melhor, mas também têm
melhor qualidade de vida em geral. Pessoas infelizes, por sua vez, não
apenas sofrem mentalmente, mas também possuem mais tendência ao
estresse, à depressão e a uma variedade de doenças, incluindo problemas
cardíacos e até câncer. Não se engane: nos piores casos, trabalhos que
causam infelicidade podem matar.
Você terá a oportunidade de descobrir mais a fundo o que a felicidade no
trabalho pode fazer por você, tanto no trabalho quanto fora dele, no
capítulo 6. Antes disso, porém, vamos analisar um pouco a teoria. A
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seguir estão alguns pontos dos quais coisas que você precisa estar ciente
sobre a felicidade no trabalho.
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cada um. O que traz felicidade para uma pessoa pode ser o inferno na
terra para outra. Por isso, felicidade no trabalho significa tratar cada
pessoa de uma maneira diferente, já que tratar a todos do mesmo modo
fará muito poucas pessoas felizes.
3 Fonte: en.wikipedia.org/wiki/Mirror_cells
«CodeReference»
uma organização. Para algumas partes do nosso cérebro, não há diferença
entre sermos felizes nós mesmos e vermos uma outra pessoa feliz.
«CodeReference»
É por isso que a felicidade no trabalho precisa sempre ser um convite.
Abra a porta e convide as pessoas a entrarem, mas não as empurre porta
adentro. Quanto mais você forçar a barra, mais elas se agarrarão ao
batente da porta, gritando e esperneando para não entrarem.
«CodeReference»
existirem, de desenvolver suas habilidades e sua motivação para
enfrentar esses problemas e de criar cada vez mais experiências positivas.
«CodeReference»
Enquanto algumas pessoas acreditam que os funcionários
«CodeReference»
A felicidade no trabalho é possível em quase todos os
empregos
Algumas pessoas imaginam que apenas pode ser feliz no trabalho quem
desenvolve certos tipos de atividade, mais especificamente aquelas
divertidas e criativas, o que absolutamente não é verdade. Vemos muitas
pessoas infelizes em profissões supostamente divertidas, e muitas pessoas
felizes em empregos supostamente desagradáveis, como por exemplo
agentes funerários e limpadores de esgoto.
Mesmo que você não seja apaixonado por aquilo que faz, ainda assim é
possível ser feliz no trabalho, desde que seu trabalho o faça feliz de
outras maneiras – falaremos delas no capítulo 2.
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Você conhece alguém que pareça ter desistido de ser feliz no trabalho?
Alguém que aceitou o fato de que trabalho é algo ruim e que escolheu
simplesmente sobreviver em vez de tentar melhorar sua situação?
A trilha para a felicidade no trabalho começa com uma decisão simples: é
preciso querer ser feliz. Se você não se comprometer a ser feliz no
trabalho, você não vai ser, você não vai fazer as escolhas que o tornam
feliz, não tomará as iniciativas necessárias para alcançar a felicidade e
não mudará aquilo que precisa de mudança.
Por outro lado, se você disser “Sim, escolho ser feliz no trabalho e fazer
o que for necessário para chegar lá”, as coisas vão começar a acontecer. É
claro que apenas tomar a decisão não o fará feliz em um passe de mágica,
mas ela tem de ser o ponto de partida.
Algo interessante acontece quando se decide pela felicidade: você se
torna dono da situação. Ao decidir tornar-se feliz no trabalho e fazer o
necessário para se conseguir tal felicidade, você se torna o responsável
pela sua carreia e sua vida profissional, não mais dependendo dos
caprichos do seu gerente, seus colegas ou seu local de trabalho.
Você não precisa tomar essa decisão já. Leia o livro, depois pense em
como sua vida seria diferente se você fosse feliz no trabalho... Vamos
começar dando uma olhada no que é preciso para ser feliz no trabalho.
«CodeReference»
6 O que nos faz felizes no trabalho?
«CodeReference»
Algumas das coisas pelas quais brigamos – título, salário, benefícios – na
verdade não são aquelas que nos fazem felizes. Não estou dizendo que
um bom salário gera infelicidade, pelo menos, nunca aconteceu comigo!
Por outro lado, porém, não é garantia de felicidade.
O que nos torna felizes, então? Bem, antes de tudo, o trabalho
propriamente dito.
«CodeReference»
Além disso, mesmo que você saiba do que você gostaria de ter para ser
feliz no trabalho, ainda precisará enfrentar a pergunta óbvia: “O que eu
preciso fazer para conseguir tudo isso?”.
Outro ponto importante a ser considerado aqui é que concentrar-se no
que é preciso ter é um exercício passivo, enquanto que focar no que você
faz é ativo e o coloca como responsável pela criação do futuro que você
deseja. É por isso que qualquer teoria útil a respeito daquilo que nos faz
felizes no trabalho necessita concentrar-se no que fazemos, e não no que
possuímos. Por uma estranha coincidência, a teoria apresentada neste
capítulo faz exatamente isso!
«CodeReference»
Essas iniciativas podem ser colocadas em prática em quase qualquer
trabalho e empresa do mundo, não estando limitadas a alguns setores ou a
certos tipos de emprego ou de funcionários.
Observe que não é a empresa que é positiva, que aprende, está sempre
aberta, participa, busca significado e ama – é você! Somos nós! Embora a
empresa precise nos oferecer um ambiente em que seja possível colocar
tais ações em prática, nós é que temos de agarrar as oportunidades de
praticá-las todos os dias.
Você prioriza aquilo que o faz feliz no trabalho ou seus esforços se
concentram em algo diferente? O problema geralmente advém do fato de
que muitas pessoas não têm uma idéia clara do que as faz felizes no
trabalho e, embora tenham ótimas intenções, acabam não realizando as
ações corretas.
Vamos dar uma olhada mais aprofundada em cada uma das seis ações
que nos fazem felizes no trabalho.
«CodeReference»
Ação feliz #1: Ser positivo
“Tenho um colega de trabalho que está sempre
animado”, diz Paul, um professor de 28 anos.
“Não importa o quanto estejamos atrasados
com o trabalho, quantos problemas estejam
acontecendo ou que esteja chovendo sem parar há dias, lá está ele,
animado, relaxado, positivo e otimista, vendo o lado bom de qualquer
situação ou pessoa. Ele é um salva-vidas. Ao redor dele, a atmosfera é
sempre calma e pra cima, as pessoas relaxam a olhos vistos e assumem
uma atitude construtiva e aberta. Seu otimismo afeta a todos e isso faz
com que nos voltemos mais para as soluções do que para os problemas.
Embora não trabalhe mais do que as outras pessoas, acredito que ele é
responsável por grande parte do sucesso de nossa escola, pois sua
alegria contagia e afeta a todos.”
Ser positivo é uma habilidade importante a ser aprendida, fundamental
tanto para a felicidade quanto para o sucesso no trabalho. As pessoas e os
locais de trabalho positivos dão atenção às possibilidades, soluções,
vantagens e diversão. Não que ignorem problemas, desvantagens e
ameaças, longe disso, o que acontece é que essas pessoas descobriram
que sendo positivas elas se sentem mais felizes e trabalham de forma
mais eficiente. Pesquisas no campo da psicologia comprovam essa tese:
Nos anos sessenta, Martin Seligman, então um jovem estudante de
psicologia na Universidade da Pensilvânia, vivia um dilema. Seligman
havia planejado um experimento que envolvia submeter cães a leves
choques elétricos, – incômodos mas inócuos –, porém estava em dúvida
quanto a colocá-lo em prática. O estudante perguntava-se se os
benefícios do experimento compensariam o desconforto causado aos
cães. Após conversar com seu orientador, Seligman seguiu adiante,
realizou a experiência e os resultados obtidos chocaram (sem trocadilho)
o mundo da psicologia.
Três cães foram submetidos ao estudo. O primeiro era colocado em uma
gaiola especial e recebia choques elétricos pelo chão, os quais cessavam
assim que o cão pressionava um painel com seu nariz, ou seja, o animal
tinha poder para acabar com os choques e aprendeu rapidamente a fazê-
«CodeReference»
lo. Toda vez que esse primeiro cão recebia choques, o mesmo acontecia
ao segundo cão. Isso significa que o segundo cão recebia a mesma
quantidade de choques, na mesma duração; a diferença era que o
segundo cão não tinha controle algum sobre a situação. O terceiro cão,
por sua vez, não levava choques.
Num segundo momento, cada um dos cães foi colocado em um outro tipo
de compartimento. Ali, o cão recebia um choque elétrico também pelo
chão, mas podia escapar saltando sobre uma pequena barreira, indo
para uma outra parte da caixa. O cão número um (que havia recebido
choques e os podia desligar com seu focinho) rapidamente saltou sobre
a barreira, assim como o fez o terceiro cão (que não havia tomado
choques). O cão número dois, contudo, permaneceu ali, sentindo-se
impotente para mudar suas condições; ele havia aprendido a ser
indefeso.
Se você deseja ser feliz no trabalho, é importante ser positivo. Mas como
fazer isso? Não se pode andar pelo escritório o dia inteiro murmurando
“tenho que ser positivo, tenho que ser positivo”. Acho que isso irritaria
seus colegas um pouco...
A verdade é que muitos locais de trabalho têm um foco muito grande na
negatividade. Tudo que se faz de bom é ignorado, as reuniões giram em
torno dos problemas, os e-mails são utilizados para apontar erros,
telefonemas significam clientes insatisfeitos e as conversas são sempre
conflituosas. Isso reforça constantemente o sentimento de que as coisas
vão mal e de que não há nada que possa ser feito para mudar a situação;
como resultado, as pessoas sentem-se tão impotentes quanto o segundo
cão do experimento de Seligman e acabam desistindo.
A pesquisa de Seligman na área que ele mesmo chama de psicologia
positiva mostra claramente que pessoas positivas e otimistas se saem
muito melhor do que as negativas. Por exemplo, pessoas positivas:
têm melhor qualidade de vida;
têm mais longevidade;
são mais saudáveis;
«CodeReference»
trabalham melhor;
sofrem menos de depressão;
têm mais amigos e vida social mais agitada;
E mais:
nove entre dez eleições presidenciais americanas entre 1948 e 1984
foram ganhas pelo candidato mais otimista;
e times esportivos otimistas apresentam melhores resultados do que
os pessimistas.
Essas são razões concretas para se ser otimista. A pesquisa de Seligman
não apenas comprova que é fácil aprender a ser negativo, mas também
demonstra que é possível condicionar-se a ser positivo.
Em um outro experimento, Seligman convenceu uma companhia de
seguros a contratar um grupo de pessoas que inicialmente não se
mostraram qualificadas para trabalhar na empresa, mas que haviam
obtido ótimos resultados em termos de positividade e otimismo. O
resultado foi que esse grupo de funcionários trouxe melhores resultados
para a empresa do que seus colegas altamente qualificados, mas menos
positivos.
Pense nisso: que tipo de pessoa você deseja ser no trabalho? Aquele tipo
positivo, pra cima, alegre, sorridente e que trabalha ativamente para
melhorar as coisas ou você quer ser uma pessoa negativa, pessimista,
“reclamona”, que já desistiu de tentar melhorar alguma coisa e aceitou o
fato de que o trabalho é ruim e nada nunca vai mudar?
A seguir estão descritas algumas ações simples para tornar você e as
pessoas ao seu redor mais positivas.
Elogie
Kjaer Group, uma companhia dinamarquesa que vende carros em países
em desenvolvimento, há alguns anos introduziu a “Ordem do Elefante”,
prática que funciona da seguinte maneira: qualquer funcionário pode
premiar um colega que mereça a “ordem” com um gigantesco elefante
«CodeReference»
de pelúcia. O funcionário indicado ao prêmio hospeda o elefante por
alguns dias sobre sua mesa. Outros funcionários que passam pelo local
imediatamente vêem o brinquedo e invariavelmente param para
perguntar: “Ei, você ganhou o elefante! O que você fez?”, o que
obviamente significa que as melhores práticas acabam sendo conhecidas
e comentadas por todos. Essa é uma maneira simples e barata de
promover aprendizado e felicidade no trabalho.
O elogio talvez seja o método mais eficiente de fazer as pessoas felizes
no trabalho, pois:
todos podem fazê-lo;
é fácil;
funciona e
não consome tempo nem dinheiro.
Tenha sempre em mente que um bom elogio deve ser:
relevante – não elogie por elogiar, busque sempre uma razão para
fazê-lo;
oportuno – elogie assim que houver uma razão;
pessoal – personalize o elogio de acordo com quem o estiver
recebendo;
Outros pontos importantes:
elogie alguém com quem você não conversa muito. Essa é uma ótima
maneira de iniciar um contato;
elogie seu chefe. Chefes geralmente não ouvem muitos elogios de
seus funcionários. Porém apenas elogios sinceros contam; não
seja puxa-saco;
se estiver pronto para encarar um desafio, elogie alguém de quem você
não goste ou com quem você esteja em conflito. Essa pode ser uma ótima
maneira de ajeitar a situação. Não há nada positivo sobre essa pessoa?
Reflita mais um pouco, sempre há algo positivo.
«CodeReference»
Lembre-se ainda de que não é possível apenas elogiar as pessoas por
aquilo que elas fazem, mas também por quem elas são. Os ambientes de
trabalho mais felizes utilizam essa técnica a fim de criar uma “cultura do
elogio”, para que bons trabalhos e bons funcionários sejam
rotineiramente notados e reconhecidos.
Que filosofia é mais capaz de trazer felicidade ao trabalho:
flagrar o funcionário cometendo um erro e puni-lo
ou
flagrar o funcionário realizando algo bom e elogiá-lo?
Embora eu definitivamente opte pela segunda, isso não significa não
haver lugar para críticas no ambiente de trabalho. Na verdade, quando as
pessoas são rotineiramente reconhecidas por seus esforços, elas se
tornam mais abertas a críticas.
Aqui estão algumas ótimas maneiras de se fazer elogios:
Pessoalmente – não precisa ser uma superprodução, apenas dirija-se a seu
colega, elogie-o e volte ao trabalho, não fique parado esperando
«CodeReference»
retribuição. Também não é uma boa idéia complementar o elogio com um
“...mas você precisa melhorar alguns pontos...”.
Utilize um símbolo, como o elefante do Kjaer Group – um símbolo
reconhecido por toda a empresa ajuda a promover a cultura do elogio. Se
for algo relevante para a empresa, ainda melhor.
Use as paredes – a agência ?What If!, com sede em Londres, tem elogios
aos seus funcionários pintados nas paredes da recepção. Qualquer
funcionário pode indicar um colega por boas práticas, e os melhores são
imortalizados em letras grandes e coloridas pintadas não só nas paredes,
mas também no teto da área mais movimentada do escritório, para que
todos vejam.
Poncho – esse é um exercício desenvolvido para nossos workshops. O
“poncho”, que dura cerca de 15 minutos e é adequado para grupos de até
quarenta pessoas, nunca falha. São necessárias folhas para flipchart e
pinceis atômicos para todos os envolvidos no exercício. Dê uma folha
para cada funcionário e peça que façam um buraco no meio dela e a
vistam como um poncho. Depois distribua os pincéis e instrua os
funcionários a escreverem, nas costas de seus colegas, aquilo que
apreciam naquela pessoa ou aquilo que essa pessoa faz bem. Estimule os
envolvidos a escreveram no maior número possível de pessoas. Minha
parte favorita desse exercício é quando se formam “trenzinhos”, com 5-
10 pessoas, cada uma escrevendo nas costas da pessoa seguinte. Por fim,
instrua as pessoas para que se sentem, tirem os ponchos e leiam-nos em
silêncio, saboreando os elogios recebidos. Dê um minuto ou dois para
que todos possam ler seus ponchos e finalize o exercício agradecendo a
participação de todos. Já realizamos esse exercício com diretores,
funcionários, servidores públicos, professores, assistentes sociais,
secretárias, pesquisadores, agentes penitenciários, pessoal de cozinha e
muitos outros grupos – sempre funcionou. Os participantes apreciam
especialmente o fato de o exercício tornar a prática do elogio fácil, assim
como fica fácil receber o elogio sem precisar responder a ele, e gostam
também de descobrir o que os outros admiram nelas. Além de tudo,
podem ficar com os ponchos e lê-los sempre que precisarem de estímulo.
Vale a pena, não deixe de experimentar.
«CodeReference»
Mantenha um registro “felicidade no trabalho”
Ao fim de cada dia de trabalho, antes de ir embora, despenda alguns
minutos para anotar cinco coisas que o deixaram feliz no trabalho
naquele dia. Digite a lista em seu computador antes de desligá-lo ou
anote-a em papel. Escreva aquilo que fez do seu dia um dia melhor, não
importa se foi algo importante ou não (um cumprimento de prazo, uma
conversa com um colega simpático, um prato especial servido no almoço,
qualquer coisa!).
Se você não conseguir pensar em cinco itens para a sua lista, escreva
quantos itens puder. Caso nada venha à mente, das duas uma: ou esse foi
um dia ruim ou você simplesmente não está acostumado a pensar nas
coisas boas que acontecem ao longo do dia.
Digamos que você tenha dez boas experiências e uma ruim. Ir para casa
pensando na experiência ruim o fará sentir esse dia como um dia ruim.
Como a maioria das pessoas tende a se lembrar-se das experiências
negativas mais facilmente do que das positivas, é uma boa idéia fazer o
exercício de pensar naquilo que foi bom. O registro “felicidade no
trabalho” é uma maneira simples e efetiva de se conseguir isso.
No website do livro (www.positivesharing.com/happyhouris9to5) você
encontra um exemplo de registro.
Reuniões positivas
Experimentos psicológicos podem ser capciosos, e este não foi uma
exceção. O formato era simples: reuniram-se grupos de pessoas, as quais
foram instruídas a chegarem a um acordo com relação a um assunto
polêmico. Aqui está a parte capciosa: um dos membros do grupo era um
ator contratado pelos pesquisadores, fato esse ignorado pelo resto do
grupo. O trabalho do ator era iniciar as discussões. Em metade dos
encontros, ele iniciava a reunião dizendo algo positivo; na outra metade,
ele começava com uma crítica. Depois, tomava parte da discussão como
qualquer outro participante.
O experimento demonstrou que, quando o primeiro comentário da
reunião era positivo, a discussão transcorria de modo construtivo, com as
«CodeReference»
pessoas ouvindo-se mais e mais propensas a atingirem um consenso.
Quando o primeiro comentário era uma crítica, porém, a atmosfera
tornava-se mais hostil, as pessoas mais agressivas e o consenso mais
difícil de ocorrer.
Ah, reuniões! Essas são as atividades mais estimulantes, criativas e
divertidas no trabalho. Como? Você não acha? Bem, elas poderiam ser.
Na verdade, deveriam ser. Aqui vai uma dica para ajudar a sua equipe a
dar um passo na direção correta.
Muitas equipes, projetos ou departamentos iniciam suas reuniões com
uma rodada em que cada participante diz onde ou no quê está
trabalhando, o que muito freqüentemente acaba virando um rosário de
reclamações e problemas. Como mostra o experimento mencionado, isso
irá afetar toda a reunião negativamente.
Assim, abra a reunião com uma rodada em que cada pessoa responde
uma dessas questões:
Desde a última reunião, o que você fez de que sente orgulho?
Diga o nome de uma pessoa que o ajudou no último mês.
Qual foi a coisa mais engraçada que você ouviu na última semana?
Escolha uma nova pergunta para cada reunião (invente suas próprias
perguntas, mas sempre com foco positivo). Não gaste muito tempo nesse
exercício, apenas dê cerca um meio minuto a cada participante para que
compartilhe algo positivo. Isso pode estabelecer o bom-humor em uma
reunião, ao contrário da tradicional rodada de lamentações.
Divirta-se
Uma executiva sênior da Southwest Airlines passou o dia trabalhando no
aeroporto com a equipe a fim de entender melhor a função de cada um.
Enquanto ajudava a encaminhar uma aeronave ao portão, um dos
funcionários disse a ela que girasse os pulsos em círculo. Quando fez
isso, o avião girou 360 graus na pista! Ela começou a gritar, pensando
ter enviado um sinal que confundira o piloto. Na verdade, a equipe havia
combinado um “trote”.
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A diversão é importante, e todo e qualquer trabalho pode ser divertido.
Até mesmo a nas situações mais sérias, a diversão pode ser uma maneira
de tornar o trabalho suportável.
Mantenha um espaço aberto para a diversão em seu trabalho. Deixe para
trás a idéia de que a diversão não é profissional. Mesmo que você não
esteja a fim de se divertir-se em um certo dia, deixe que os outros se
divirtam, não seja estraga-prazeres. Por outro lado, não force ninguém a
participar da sua brincadeira; alguns estão com vontade, outros não.
Não se preocupe muito com o que é próprio ou impróprio. Seja
espontâneo e aberto. Experimente e veja como você se sai.
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essa informação junto com seu gerente para a criação de uma atmosfera
leve e descontraída em seu departamento.
Quando deixamos de aprender, tudo se torna menos divertido.
Quando trabalhei para o governo canadense, tentei sugerir que todos os
empréstimos destinados a treinamento fossem utilizados livremente.
Gaste seus $700 (!) anuais em um curso de marcenaria se você desejar,
desde que aprenda algo.
A resposta foi: “A Rainha não paga por aulas de tricô”.
Deixei meu emprego logo depois disso.
– Comentário postado em positivesharing.com
«CodeReference»
Faça algum curso – qualquer curso!
A Pixar, empresa famosa e amada pela produção de filmes como Toy
Story e Procurando Nemo, criou a Pixar University, por meio da qual os
funcionários tomam aulas de produção de cinema (claro!), cerâmica,
improvisação teatral, escultura, desenho e outras.
Como um curso de cerâmica faz uma pessoa ser um funcionário melhor
para a Pixar? Randy S. Nelson, o diretor da Pixar University, explica:
“Deixamos de ser uma empresa centrada em idéias para nos tornarmos
uma empresa centrada em pessoas. Em vez de desenvolvermos idéias,
desenvolvemos pessoas. Em vez de investir em idéias, investimos em
pessoas. Estamos tentando criar uma cultura voltada ao aprendizado, na
qual somos todos estudantes por toda a vida. Pessoas talentosas são
geralmente interessantes, mas o difícil é que sejam interessadas.
Queremos que nossa empresa seja repleta de pessoas interessadas”.4
Eu já fiz cursos de pintura, escrita criativa, improvisação teatral e canto e,
embora nada disso se relacione diretamente ao meu trabalho, tais cursos
me ajudaram a crescer e a me desenvolver. Nunca se sabe se algo
aparentemente irrelevante não virá a ocasionar um surto criativo,
justamente por não ter conexão direta com sua área de trabalho.
A Pixar sabe que pessoas felizes produzem filmes melhores e que
aprender é fundamental para fazê-las felizes. Não importa o que
aprendam, contanto que estejam sempre aprendendo, crescendo e se
desenvolvendo, de preferência divertindo-se ao longo do processo.
4 www.wired.com/wired/archive/12.06/pixar.html
«CodeReference»
fica criar um ambiente de trabalho positivo, com melhor comunicação,
mais compreensão e menos conflitos.
«CodeReference»
Se você não gastar um pouco de tempo para aprender com o que está
fazendo, como espera resolver problemas?
Fazer essas perguntas levará cinco minutos, os quais podem vir a
economizar dez10 minutos da próxima reunião e suas reuniões podem
tornar-se divertidas, ao contrário daqueles encontros chatíssimos dos
quais todos saem desanimados e irritados.
Ensine
Quando estava apenas começando em meu emprego, eu tinha muitas
dúvidas sobre a utilização dos sistemas de TI. Um dia, então, eu
perguntei a uma de minhas colegas como realizar uma determinada
tarefa; ela prontamente, ela largou tudo o que estava fazendo e passou a
tarde toda ensinando-me a usar o sistema. Isso me deixou muito feliz,
pois passei a me sentir muito melhor em meu trabalho e principalmente
porque percebi que meus colegas estavam dispostos a ajudarem uns aos
outros e a compartilhar conhecimento.
Uma das melhores maneiras de aprender é ensinando. Como mostra a
história acima, é também um bom modo de fazer as pessoas felizes no
trabalho. O que você pode ensinar? Que dicas e truques pode passar
adiante?
Experimente
Na abertura de seu curso, um professor de cerâmica disse que dividiria
a classe em dois grupos. Os alunos da direita seriam avaliados apenas
pela quantidade de trabalho produzido e os da esquerda, pela qualidade
O procedimento de avaliação seria simples: ao fim do curso, ele traria
uma balança para pesar o trabalho do grupo da quantidade: 25 quilos
equivaleriam a “A”, 20 equivaleriam a “B” e assim por diante. Aqueles
avaliados pela qualidade, porém, teriam de produzir apenas um pote,
porém este teria de ser perfeito para conseguir uma nota “A”.
O dia da avaliação chegou e um fato curioso ocorreu: os trabalhos de
mais alta qualidade foram produzidos pelo grupo avaliado pela
quantidade. Ao que parece, o grupo da quantidade, tentando produzir
muito, aprendeu com seus erros; o grupo da qualidade, contudo, passou
tempo demais teorizando sobre a perfeição e, ao fim do curso, não
tinham muito que mostrar além de seus esforços baseados em teorias
grandiosas e uma enorme pilha de argila disforme.
– Tirado do livro Art & Fear, de David Bayles e Ted Orland
Se você sempre faz tudo do mesmo jeito, como irá encontrar uma
maneira melhor? Experimente novas abordagens e observe o que
«CodeReference»
acontece. Sim, você irá falhar algumas vezes, mas falhar é um ótimo
modo – às vezes o único – de aprender.
«CodeReference»
Como era a mais nova funcionária, Ana estava em uma posição difícil,
pois qual via o que estava errado, mas se sentia impossibilitada de fazer
qualquer coisa a respeito.
Finalmente, depois que a supervisora acabara de humilhar um colega
mais uma vez, Ana decidiu tomar uma atitude e agendou uma reunião
com a chefe. Durante a reunião, explicou com todo o tato possível como
o comportamento da supervisora afetava a todos no departamento e
como Ana acreditava que as coisas deveriam ocorrer.
Para sua surpresa, a supervisora a ouviu e aos poucos foi mudando seu
comportamento. Com a ajuda de Ana, passou a elogiar seus
funcionários, ouvir suas sugestões e pedir, em vez de mandar. Acima de
tudo, descobriu que esse novo comportamento exigia menos esforço e
era mais agradável e muito mais eficiente do que seu estilo autocrático
anterior.
Embora pareça difícil, a única maneira de criarmos abertura é dizermos o
que pensamos. Sem agressividade, temos de expressar o que realmente
temos em mente, especialmente em se tratando de algo difícil de dizer. Se
você não consegue expor o que pensa, provavelmente será infeliz no
trabalho.
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em seus crachás, sendo verde para “estou num bom dia” e vermelho
para “estou num mau dia”.
Quando alguém irrompe escritório adentro sem cumprimentar os
colegas, coloca um cartão vermelho em seu crachá e senta-se à sua
mesa resmungando, não há dúvidas pairando no ar.
Essa é uma ótima prática que:
1 Mostra claramente quem está de bom ou de mau-humor,
permitindo que os mau-humorados tenham um pouco mais de
espaço. Se alguém colocar a marca vermelha todos os dias por
uma semana, fica claro que algo precisa ser feito a fim de
ajudar aquela pessoa.
2 Permite que os funcionários tenham maus dias. Todos temos,
mas se tivermos que esconder isso e fingir estarmos alegres e
contentes, é mais difícil se animar.
O que geralmente acontece na Leo é que um funcionário coloca um
cartão vermelho de manhã e depois o troca para verde. Quando há
permissão para que as pessoas mostrem como se sentem, elas se
recuperam mais rápido e as chances de que contagiem os outros com
negatividade diminuem.
É interessante notar como algumas emoções naturais ao ser humano não
são bem-vindas no local de trabalho. Parece haver uma crença
generalizada de que somos profissionais no trabalho e que profissionais
realizam suas tarefas de maneira racional, completamente esprovidos de
emoções. As empresas gostariam que agíssemos como Spock, o famoso
personagem de Jornada nas Estrelas, que disse: “Desconheço emoções.
Sou um cientista”.
A professora e pesquisadora Teresa M. Amibile pesquisa a influência do
ambiente de trabalho na motivação, criatividade e desempenho de
indivíduos e equipes. Em entrevista ao website da Harvard Business
School, Amibile identificou três fatores principais:
1 As pessoas possuem vidas profissionais interiorizadas muito
ricas e intensas; as emoções, motivações e percepções relativas
«CodeReference»
ao ambiente de trabalho permeiam sua experiência profissional
diária.
2 Esses sentimentos afetam intensamente o desempenho diário dos
trabalhadores.
3 Esses sentimentos, tão importantes para o desempenho, são
fortemente influenciados por eventos do dia-a-dia.
Resumindo, experimentamos fortes emoções no trabalho, as quais são
afetadas pelo que acontece no ambiente de trabalho e que causam
impacto profundo sobre nosso desempenho. É claro que temos emoções
no trabalho! Somos seres humanos, não importa onde estejamos, e seres
humanos sentem emoções. “Desconheço emoções. Trabalho para a
Empresa XYZ.”. Nada disso!
É importante mostrarmos nossas emoções positivas, pois esse é um bom
meio de espalharmos felicidade a nossos colegas, como vimos no
capítulo 2. Se você estiver muito feliz e não demonstrar, o sentimento irá
morrer rapidinho. Da mesma forma, também é importante demonstrar
emoções negativas. Se algo no trabalho nos deixa irritados, desanimados
ou tristes e não tivermos abertura para expressarmos nossos sentimentos,
três podem vir a ser os resultados:
1 O sentimento se torna mais forte, pois a situação não é resolvida
e você não pode se expressar.
2 O sentimento é armazenado e liberado em outra situação; em vez
de demonstrar sua raiva no momento oportuno, você acaba
sendo grosseiro com um colega, com o garçom que o atender
na hora do almoço ou com sua família ao chegar em casa.
3 O efeito ketchup. Os sentimentos vão se acumulando por um
longo período de tempo, até que são liberados todos de uma
vez, geralmente a partir de algo insignificante.
É sempre mais saudável expressar as emoções negativas quando elas
surgem. Não estou sugerindo que sejamos todos hipersensíveis – há
maneiras e maneiras de se lidar com emoções negativas no trabalho.
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Caso você esteja descontente com alguma coisa, demonstre seu
sentimento de maneira construtiva.
Reclame construtivamente
Reclamações podem ser ótimas ferramentas para iniciar mudanças. Ser
positivo é uma boa idéia, mas banir a reclamação completamente, como
algumas empresas parecem tentar fazer, faz com que qualquer simples
discordância se torne algo muito maior. É importante aceitar que as
reclamações desempenham um papel importante no mundo dos negócios.
A chave é saber diferenciar as reclamações construtivas das reclamações
não-construtivas. Aqui estão as diferenças:
Reclamação não-construtiva: reclamar para quem quiser ouvir.
Reclamação construtiva: reclamar para quem pode fazer algo a respeito.
Se o problema for o seu chefe, reclamar para seus colegas, embora
divertido, não fará nenhuma diferença. Reclame diretamente para o seu
chefe ou para quem estiver acima dele.
Reclamação não-construtiva: reclamar num momento de raiva.
Reclamação construtiva: reclamar na hora certa.
Escolha um momento em que haja tempo suficiente, vontade e disposição
para lidar construtivamente com o problema, ou seja, cinco minutos antes
de uma reunião importante não é um bom momento.
Reclamação não-construtiva: dedurar.
Reclamação construtiva: olhe para si antes de tudo.
Antes de reclamar, examine a situação e avalie se não é você quem tem
um problema. Tente reconhecer as situações em que tudo está bem e você
se sente irritado sem motivo. Até que ponto você não faz parte do
problema? O quanto você contribui para solucioná-lo? Antes de reclamar
dos outros, procure descobrir qual a sua porção na história.
Reclamação não-construtiva: reclamar daquilo que mais o irrita.
Reclamação construtiva: reclamar de um problema real.
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O problema é realmente problemático? Ou há algo ainda maior?
Certifique-se de estar reclamando do problema, e não dos sintomas.
Reclamação não-construtiva: procurar culpados.
Reclamação construtiva: procurar soluções.
Não é produtivo abordar uma situação com o intuito de fazer alguém
admitir a culpa. De que importa apontar culpados? Esqueça o jogo da
culpa e concentre-se na solução do problema.
Reclamação não-construtiva: só reclamar.
Reclamação construtiva: reclamar, mas notar também o que é bom.
Reclame quando houver razão, mas não se esqueça de apreciar as coisas
boas. Não fique o tempo todo só reclamando.
Fundamentalmente, reclamações construtivas levam a mudanças,
enquanto as não-construtivas mantêm o status quo, já que minam a
energia, o otimismo e a motivação de todos.
Parte da atração exercida pelas reclamações não-construtivas reside no
fato de que elas reforçam uma situação ruim, mas conhecida, com a qual
todos já sabem como lidar. Mantém-se o status quo é mantido e não se
corre o risco de passar por mudanças que podem vir a trazer novos
problemas, que ainda não sabemos como enfrentar. O ser humano
geralmente sente-se seguro e confortável com as situações conhecidas.
Entretanto, reclamações não-construtivas são como areia movediça, onde
até a mais otimista das pessoas pode afundar em descontentamento e de
onde jamais conseguirá sair.
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Os clientes e fornecedores da Motek também têm acesso a essa lista de
tarefas e oferecem ajuda regularmente. Qualquer funcionário pode se
responsabilizar por um item da lista e estabelecer um prazo para
realizá-lo. Caso complete a tarefa dentro do prazo, recebe 100 dólares
em suas próximas férias, mesmo que tenha de pedir ajuda de um colega
para se manter-se dentro do prazo. Essa é uma ótima maneira de
estimular bons comportamentos: a mensagem é a de que não importa se
o funcionário não consegue manter seu prazo, desde que se
responsabilize por isso e peça ajuda.
Livros abertos
Ricardo Semler é meu ídolo no mundo dos negócios. Li todos os seus
livros, conheço seu trabalho e sou seu fã, sem reservas, provavelmente do
mesmo modo como meninas de 14 anos são fãs de Justin Timberlake. Se
algum dia Semler vier a Copenhague fazer um discurso, estarei na
primeira fileira, gritando histericamente como qualquer tiete!
Quer dizer, deixe-me explicar melhor...
Eu admiro o senhor Ricardo Semler. Sua visão de liderança tem sido a
mola mestra de uma organização tão diferente, tão inovadora e tão bem-
sucedida que o mundo dos negócios foi forçado a se sentar-se e prestar
atenção.
Quando Ricardo Semler assumiu a liderança da Semco, uma pequena
empresa com 100 funcionários sediada em São Paulo, ele era o
estereótipo do homem de negócios durão e ambicioso. Trabalhava 14
horas por dia, comia o fígado dos seus funcionários ao menor sinal de
erro e seu objetivo era apenas um: lucro. Até que um certo dia, Semler
teve um colapso causado por excesso de trabalho. Segundo os médicos
que consultou, o empresário estava no caminho certo para um ataque
cardíaco – uma previsão assustadora para um jovem de 21 anos. Esse
foi um momento de decisão para Semler, que dali em diante concentrou-
se em fazer de sua empresa o melhor lugar possível para se trabalhar. A
Semco hoje emprega 3.000 pessoas em diversas áreas, e está mais feliz
do que nunca.
«CodeReference»
Uma das práticas da Semco é a abertura. A companhia deseja que seus
funcionários saibam tudo quanto possível sobre o que ocorre ali, por isso
publicam relatórios financeiros acessíveis a todos, acompanhados de um
manual explicativo. Além disso, as reuniões de diretoria são abertas, para
que qualquer empregado que deseje participar sinta-se à vontade para
tanto e saiba como as grandes decisões são tomadas. O resultado são
funcionários mais responsáveis em suas próprias decisões dentro da
empresa, já que sabem como e quanto tais decisões afetam a saúde da
empresa. Acima de tudo, as pessoas sentem-se valorizadas por estarem a
par da situação.
«CodeReference»
Qual sua paixão? Você trabalha nessa área? O que é possível fazer para
unir seu trabalho a sua paixão? Você assume muitas tarefas pelas quais
você não tem tesão? Há alguma outra coisa rolando na sua empresa que o
deixaria muito mais motivado caso pudesse estar envolvido? Se houver,
não fique aí sentado – siga seu coração!
No capítulo 9 há um ótimo exercício para descobrir o que lhe dá tesão.
Dê uma olhada.
«CodeReference»
É claro que isso apenas funciona se sua empresa reconhece que os
funcionários são pessoas adultas capazes de tomarem tais decisões. Na
Motek, por exemplo, todo funcionário tem um “backup” preestabelecido,
um colega que cobre quem estiver fora. Funcionários podem tirar um dia
de folga, ou mesmo uma semana, quando bem entenderem, desde que
verifiquem se seu backup estará disponível.
A Semco permite que todo e qualquer funcionário escolha suas horas de
trabalho. Alguns preferem iniciar o dia bem cedinho para fugirem do
transito caótico da hora do rush em São Paulo. Outros preferem acordar
mais tarde e começar a trabalhar um pouco antes da hora do almoço.
Cada um decide o que é melhor para si. Quando o conceito foi
introduzido, houve certa preocupação, pois uma fábrica precisa de todos
os funcionários trabalhando ao mesmo tempo na linha de produção. O
que aconteceria se cada um decidisse optar por um horário diferente?
Mas o que aconteceu foi um simples acordo: os funcionários se olharam
e um perguntou ao outro: “vamos começar às 6:30h?” e a resposta foi: “tá
bom!”. Problema resolvido.
«CodeReference»
do tipo “escuta, Spencer, quem é que vai comprar um bloquinho colorido
de notas autocolantes? Por que você não desiste desse projeto e usa sua
energia em algo mais útil, mais lucrativo para a empresa?”.
Se você tiver uma boa idéia, coloque-a para fora. Repita-a até que
alguém a ouça. As empresas estão aprendendo que vale a pena escutar.
Na American Airlines, por exemplo, dois mecânicos desenvolveram uma
idéia que economiza à empresa 300 mil dólares anualmente6.
6 Source: www.csmonitor.com/2005/0725/p01s03-usec.html
«CodeReference»
– Estou quebrando pedras para ganhar dinheiro e assim poder alimentar
minha família, responde o segundo homem.
O terceiro trabalhador tem um ar radiante em seu semblante. Devota-se
completamente às pedras, as quais quebra com precisão e energia. O
andarilho, ao fazer uma breve pausa, o trabalhador,andarilho se dirige-se
a ele e pergunta:
– O que você está fazendo?
Com orgulho em sua voz, o terceiro homem responde:
– Estou construindo uma catedral.
Há três níveis de significado passíveis de serem encontrados no trabalho:
1 Nenhum. O trabalho não faz sentido.
2 O trabalho tem significado pois sustenta você e sua família.
3 O trabalho tem significado em si mesmo, pois por meio dele se
está contribuindo com algo maior ou fazendo do mundo um
lugar melhor.
Isso não quer dizer que todo trabalho tenha significado ou que o seu
trabalho tenha significado. Alguns trabalhos têm, outros não. O que
importa aqui é que algumas pessoas entendem o significado de seus
trabalhos enquanto outras, não.
É muito mais fácil ser feliz se o seu trabalho tiver significado para você.
Saber como e quanto o seu trabalho contribui para o sucesso da empresa,
para sua comunidade ou para o mundo o faz sentir orgulho daquilo que
produz.
Quase qualquer trabalho tem significado:
Você limpa um hospital? Sem uma limpeza eficiente, os pacientes
não se recuperam, contraem doenças e podem até morrer nos
hospitais.
Você leciona? Você está formando a próxima geração dos cidadãos
do seu país.
«CodeReference»
Você desenvolve softwares? Você está ajudando seus clientes a serem
mais eficientes.
Você é uma secretária? Seus colegas produzem mais e melhor graças
a você.
É verdade que é difícil achar significado em alguns trabalhos. Se você
trabalha em uma fábrica de minas terrestres, dificilmente vai ver
significado naquilo que faz e, dificilmente, vai achar felicidade no seu
trabalho.
A seguir estão algumas maneiras de descobrir ou mesmo criar significado
no seu trabalho.
«CodeReference»
Faça seus resultados aparecerem
Atingir resultados nos deixa orgulhosos e dá significado ao trabalho.
Imagine ir ao trabalho todos os dias e nunca ter o que mostrar, o que
comprovar. Por isso, é importante fazer com que seus resultados sejam
visíveis, para que você mesmo veja o que atingiu com seu trabalho. Saiba
como:
Mantenha uma lista de tarefas, para que você possa riscar as tarefas
realizadas e ver quanto trabalho foi realizado em um dia ou uma
semana.
Imprima uma lista de tarefas realizadas por todos e a pendure no
mural do departamento, para compartilhar os progressos e as
conquistas de todos.
Escreva seus resultados em uma lousa, para que todos vejam.
Publique estatísticas na intranet da empresa.
Pendure um sino no escritório e bata-o sempre que alguém completar
uma tarefa.
Para aqueles gerentes que ainda acreditam que funcionários felizes não
trabalham duro: ei, você está redondamente enganado! A maioria das
pessoas sente-se feliz apenas quando realiza um bom trabalho e consegue
bons resultados.
Em setembro de 2006 eu perguntei aos leitores do meu blog o que os
deixava felizes no trabalho. A resposta vencedora, de longe, foi obter
resultados. Aqui estão alguns outros fatores mencionados:
acompanhar uma tarefa do início até o fim;
«CodeReference»
ver uma mudança positiva;
ser responsável pela solução de um problema complexo;
criar soluções simples para problemas aparentemente insolúveis;
terminar tarefas;
resolver problemas e ajudar pessoas;
ver minhas propostas produzindo bons resultados.
Torne-se verde
No excelente documentário “A Corporação,”, Ray Anderson, o CEO da
Interface, maior produtora de carpetes do mundo, explica como acordou
para o fato de que sua empresa não podia continuar a desperdiçar
recursos naturais:
Um dia percebi estar conduzindo a Interface como um pirata. Eu estava
pilhando bens que não me pertenciam, mas que pertenciam a todas as
criaturas da Terra. E eu pensei comigo mesmo “Meu Deus, vai chegar o
dia em que isso se tornará ilegal. Esse dia tem que chegar!”. E pensei
ainda “Meu Deus, vai chegar o dia em que pessoas como eu irão parar
na prisão".
A Interface criou, então, um novo tipo de carpete, completamente
ecológico, que, embora mais caro que a linha comum, se tornou-se um
sucesso de vendas e rendeu uma fortuna à empresa.
Mais e mais empresas todos os dias passam a se preocupar com o meio
ambiente, e essa é uma área com a qual todos podemos contribuir. Você
pode tentar fazer sua empresa começar a reciclar papel, gastar menos
eletricidade ou água, gastar menos com combustível e outros recursos e
«CodeReference»
passar a comprar produtos reciclados. Faça-se ouvir, inicie uma
campanha, procure colaboradores. Torne-se verde!
«CodeReference»
Um bom chefe.
Boa comunicação.
Senso de humor no ambiente de trabalho.
Tudo isso é sinal de bons relacionamentos, cuidado e, sim, amor –
simples indícios de que as pessoas gostam umas das outras e se
comunicam bem. Tais bons relacionamentos não precisam limitar-se a
gerentes e colegas, mas podem chegar aos clientes, fornecedores,
acionistas e a todos os envolvidos com a empresa.
Uma empresa que compreende a importância do amor é a Southwest
Airlines, que até mesmo se auto-apelida de “A Linha Aérea do Amor”. A
Southwest Airlines prioriza personalidade nas contratações, e não
experiência ou habilidade. O lema é: “contrate pela atitude, treine para a
habilidade”. Para a Southwest, uma disposição positiva e sociável vale
mais do que anos de experiência. Como resultado, a empresa não apenas
é um local de trabalho feliz, como também é uma companhia eficiente e
lucrativa.
Conheça as pessoas que trabalham com você. Não é necessário ser amigo
de todos, mas manter bons relacionamentos é um dos fatores mais
importantes para garantir a felicidade no ambiente de trabalho.
Relacionamentos positivos podem ocorrer entre colegas, subordinados,
clientes, fornecedores e até concorrentes.
Não é difícil construir e manter bons relacionamentos, por issomas algum
esforço é necessário. Tente sempre manter a comunicação, do contrário o
relacionamento se atrofia e as pessoas se tornam estranhas
compartilhando um escritório. Para sugestões, leia as seções a seguir.
«CodeReference»
Antes de sair do escritório, Patrícia foi até a cozinha para lavar sua
caneca. Viu que a caneca de sua colega Lisa estava suja e resolveu lavá-
la também, deixando um bilhete colado na caneca, com o desenho de um
sorriso e as seguintes palavras: “Tenha um ótimo dia!”. Depois foi para
casa.
Na manhã seguinte, Lisa percorreu todo o departamento com sua caneca
nas mãos e um largo sorriso em seu rosto, procurando pelo responsável
pelo bilhete. Quando Patrícia admitiu a “culpa”, Lisa agradeceu o gesto
profusamente e continuou sorrindo pelo resto do dia.
O bom da felicidade é que não há um limite para ela acontecer, ou seja,
não é porque alguns se sentem muito felizes que não vai sobrar felicidade
para outros, pelo contrário. Uma das melhores maneiras de encontrar a
felicidade no trabalho é fazer seus colegas felizes, pois:
1 Espalhar felicidade é por si só um prazer.
2 A felicidade é contagiosa, então mais pessoas felizes ao seu redor
significa mais felicidade para você.
3 Se você agrada aos outros, possivelmente haverá retribuição.
Além de tudo, é fácil!
Traga uma xícara de café para alguém, sem que essa pessoa tenha
pedido.
Escreva um bilhete gentil para um colega.
Ofereça ajuda.
Distribua balas.
Deixe uma flor na mesa de alguém.
Escreva um cartão.
Bata um pouco de papo.
Pergunte a seus colegas como foi o fim de semana.
«CodeReference»
Há muitos gestos de gentileza possíveis, e todos trazem resultados
maravilhosos.
«CodeReference»
Como o resultado foi tão bom, incorporei a prática ao meu dia-a-dia e
tento dar um sorriso sincero a todas as pessoas que encontro.
É muito desagradável chegar no trabalho feliz, desejar bom dia
calorosamente aos seus colegas e receber um resmungo quase
incompreensível como resposta.
Ao chegar ao escritório de manhã, cumprimente todos os seus colegas,
sempre:
olhando-os nos olhos;
dando atenção a cada um deles;
mostrando-se animado.
Quando outras pessoas chegarem depois de você, cumprimente-as
também. Repita o procedimento ao fim do dia despedindo-se de todos.
Tão simples, mas faz uma diferença tão grande nos relacionamentos de
trabalho. As pessoas se sentem mais ligadas umas às outras e a
comunicação flui melhor ao longo do dia.
«CodeReference»
Ajude
Michael, um consultor em seus 40 anos, queria animar seus colegas e
teve uma grande idéia: disponibilizou um dia inteiro de trabalho para
ajudar quem precisasse. Aquelas tarefas para as quais não havia tempo
ou as que estavam sendo adiadas dia após dia ou ainda as simplesmente
“chatas”, ele realizaria.
Durante aquele dia, Michael trabalhou para muitos colegas. Todos
apreciaram sua ajuda e, acima de tudo, se divertiram trabalhando juntos
e aprenderam muito uns sobre os outros.
Locais de trabalho em que as pessoas estão dispostas a se ajudarem são
com certeza mais felizes do que aqueles em que cada um é por si. Ajudar
mostra que você dá valor a seus colegas e que você quer vê-los bem-
sucedidos. Além disso, ajudar significa contribuir ativamente, o que
sempre traz um resultado e um sentimento positivo.
Sempre ouço pessoas dizerem “Não tenho tempo de ajudar, mal tenho
tempo para o meu trabalho!”. Contudo, quando todos aderem ao
individualismo, a eficiência cai e o tempo se torna ainda mais escasso.
Do contrário, se você oferece meia hora a um colega, fazendo-o
economizar talvez uma hora, e esse colega um outro dia retribui esse
favor, e isso se torna uma constante, todos ganham. Na verdade, não
temos tempo de não fazer isso!
Alguém tem de começar essa corrente de cooperação mútua, e esse
alguém pode muito bem ser você!
Socialize-se
Kirsten Gehl, gerente de RH da Accenture, na Dinamarca, e sua equipe
foram forçadas a desenvolver uma solução criativa. Dois mil e três foi
um ano difícil para a empresa, que teve de reformular sua festa anual de
verão. Normalmente, a comemoração era realizada em um restaurante
sofisticado, mas naquele ano o orçamento não comportava tamanho
luxo. Como, então, Kirsten poderia oferecer aos funcionários da
Accenture uma experiência positiva com gastos muitos menores?
«CodeReference»
A equipe, então, decidiu realizar a festa em um local mais barato e
aconchegante, e teve a excelente idéia de colocar os sócios para
trabalharem no bar. Os sócios – profissionais sérios em seus ternos
escuros – ficaram um tanto apreensivos, mas terminaram cedendo. A
festa veio a ser a melhor de todas que a Accenture já havia promovido.
Não apenas foi mais divertida do que as celebrações tradicionais, mas
colocou os sócios em um local acessível a todos. Os funcionários
adoraram e, surpreendentemente, os sócios também. E o efeito
sobreviveu à festa: a partir daquela noite, a comunicação entre os sócios
e os funcionários melhorou consideravelmente.
Faça algum esporte coletivo com seus colegas, vá tomar uma cerveja,
jantar na casa de alguém, ao parque, faça uma festinha no escritório,
qualquer coisa que possibilite a interação fora do trabalho. Seja qual for o
evento escolhido, aproveite a oportunidade de conhecer seus colegas
como pessoas.
Imagine se seu trabalho fosse a expressão de seu amor pelo mundo, pelo
próximo, por sua comunidade e por si mesmo. Imagine-se trabalhando
não porque você tem uma família para sustentar, não para crescer, não
pelo dinheiro, o título, o status ou o poder, mas porque o seu trabalho é
um ato de amor e porque você deseja fazer uma diferença positiva no
mundo. Tudo isso pode parecer utópico, mas aqueles que seguem tal
abordagem realizam-se plenamente por meio de seu trabalho. Tudo o que
fazem tem significado e propósito, e seus dias de trabalho são gastos para
melhorar a vida de outras pessoas – e isso os faz muito felizes.
«CodeReference»
Utilizando as seis ações felizes
Sim, é assim fácil trazer felicidade ao trabalho. Não se esqueça de:
1 Ser positivo
2 Aprender
3 Estar sempre aberto
4 Participar
5 Buscar significado
6 Amar
Essas seis ações podem ser adicionadas a qualquer atividade no ambiente
de trabalho. Quer melhorar a qualidade de suas reuniões? Quer
desenvolver um projeto excelente? Quer fazer do seu departamento um
local de trabalho feliz? Pergunte a si mesmo como ajudar a si mesmo e às
pessoas a seu redor a serem positivas, aprenderem, estarem abertas etc.
Essa é uma ótima notícia! Significa que qualquer empresa pode se tornar
um lugar feliz. Todo o necessário já existe ou pode ser encontrado com
facilidade.
Infelizmente, muitas empresas e pessoas não concentram sua atenção no
que realmente importa, voltando-se para meios mais tradicionais para a
criação de felicidade no trabalho, meios esses que, infelizmente, não
funcionam. Vamos discuti-los no capítulo a seguir.
«CodeReference»
13 Procurando a felicidade nos lugares
errados
«CodeReference»
Porém, para contradizer a história, altos salários não trazem felicidade,
bem como aumentos, bônus, prêmios ou qualquer outro tipo de
recompensa financeira. Quando um funcionário recebe um aumento, há
um breve momento de pico de felicidade, que rapidamente volta ao
normal.
«CodeReference»
25% para o grupo de funcionários com o salário mais baixo da empresa é
um aumento substancial.
Em segundo lugar, o aumento mostrou que os funcionários eram
reconhecidos por seu trabalho. A IKEA na verdade declarou que a razão
para o aumento era a importância desse grupo de funcionários para a
empresa. Embora haja vendedores nas lojas, a maioria dos clientes se
serve sem a ajuda deles, o que significa que os caixas podem ser os
únicos elos com o cliente. Isso fez esses funcionários se sentirem
valorizados, o que por sua vez os deixou felizes.
Finalmente, trata-se de justiça. Estudos psicológicos mostram que as
pessoas não julgam seus salários com base no número em si, mas por
comparação (com o salário dos colegas e do mercado em geral). Os
caixas da IKEA passaram a receber tão bem quanto outros funcionários
da empresa e bem acima da média do mercado.
Resumindo, a verdade é que:
O salário apenas possibilita que apareçamos ao trabalho todos os dias,
mas não tem efeito duradouro sobre o quão felizes, motivados ou
produtivos nos sentimos.
«CodeReference»
“recompensas têm efeitos que interferem no desempenho, efeitos esses
que estamos apenas começando a entender”.
O livro de Kohn apresenta pesquisa meticulosa e agrega resultados de
centenas de estudos psicológicos. Essa abrangência é fundamental para
que Kohn possa comunicar sua mensagem, a qual vai contra os métodos
tradicionais utilizados pela maioria das empresas.
Uma pequena cidade dos Estados Unidos, buscando promover a leitura
entre suas crianças em idade escolar, estabeleceu um programa pelo
qual as crianças acumulavam pontos ao emprestarem livros da
biblioteca municipal, os quais podiam ser trocados por pizza em uma
famosa pizzaria da cidade.
Enquanto o programa estava em vigência, as crianças leram muitos
livros e, provavelmente, engordaram bastante. Após o término do
programa, porém, as crianças passaram a ler menos. A motivação
natural pela leitura havia sido substituída por uma motivação externa –
a pizza – e, quando a pizza se foi, se foi-se também toda a motivação.
A pesquisa realizada por Kohn descobriu que a recompensa reduz a
motivação, o que a princípio parece estranho. Kohn explica: toda vez que
se recompensa alguém por um determinado trabalho, a motivação é
externa, e a motivação externa inevitavelmente reduz a motivação
interna. A motivação interna, por sua vez, é a única garantia de qualidade
e desempenho em longo prazo.
Executivos e líderes lutam com todas as forças para motivarem seu
pessoal, utilizando a promessa de recompensas como cargos, promoções,
escritórios maiores, status, mas na verdade tudo isso diminui a
motivação.
Se as recompensas não funcionam, qual é a alternativa? O conselho de
Kohn é oferecer um salário justo e não oferecer recompensas. Empresas
precisam parar de oferecer recompensas e funcionários precisam parar de
buscá-las.
«CodeReference»
Estabilidade
Sou servidor público na Dinamarca, o que faz de mim praticamente
imune a ser despedido. Não importa o quão incompetente ou
desagradável eu seja ou me torne, não posso ser mandado embora sem
criar enormes problemas para o meu patrão – o governo. Embora o setor
público dinamarquês não esteja mais contratando pessoal nesses termos,
muitos dos funcionários antigos ainda têm estabilidade garantida. Não
importa o que façam, não perderão seus empregos. Trabalhar para o
governo é o supra-sumo da segurança.
Essa situação é terrível! As pessoas se acomodam e seus horizontes não
se expandem. Por isso, resistem a quaisquer mudanças, mesmo que
pequenas ou sem importância. Odeio ter de dizer isso, mas muitas vezes
eu sinto que mandar algumas daquelas pessoas embora lhes faria bem,
pois as forçaria a progredir.
Em resultados de pesquisas relacionadas à felicidade no trabalho, a
estabilidade geralmente aparece entre os primeiros lugares da lista. É
óbvio que passar todos os seus dias de trabalho temendo ser despedido o
fará desesperadamente infeliz. Contudo, ter tanta estabilidade quanto a
oferecida por cargos públicos também causa infelicidade.
A Rosenbluth International, uma agência de turismo norte-americana que
emprega 6.000 pessoas, deparou-se com esse dilema. Como organização,
a empresa havia decidido colocar seus funcionários em primeiro lugar,
estabelecendo a felicidade destes como prioridade número um. Se você
coloca as pessoas em primeiro lugar, porém, como é possível despedi-
las?
Hal Rosenbluth, presidente da empresa, não encara a situação dessa
maneira. Para ele, valorizar os funcionários acarreta a responsabilidade
de despedir aqueles que não se ajustam. Ninguém deve ser despedido ao
primeiro sinal de problema – treinamento, monitoramento,
aconselhamento ou mesmo outra função podem ajudar na motivação.
Entretanto, quando nada disso funciona, estar comprometido com a
felicidade de seus funcionários significa ter de mandar embora aqueles
que não se encaixam.
«CodeReference»
Muita estabilidade, na verdade, faz da organização um lugar menos feliz
para se trabalhar. Quando as pessoas continuam a trabalhar em empregos
nos quais não se encaixam, o resultado é:
pior desempenho;
mais trabalho para os outros;
mais conflitos;
apatia.
Permitir que um funcionário permaneça em um emprego que não o faz
feliz não é apenas ruim para essa pessoa, e sim mas para todos que o
rodeiam. Não apenas o funcionário infeliz terá baixo desempenho, mas
como também sua infelicidade se espalhará como uma doença
contagiosa.
Muita instabilidade no emprego nos torna infelizes pois gera medo, faz
com que evitemos conflitos às vezes necessários e aumenta nossos níveis
de estresse. Muita estabilidade, por sua vez, também é ruim, pois causa
apatia, cinismo e resistência a mudanças.
«CodeReference»
14 Cuidado: pode causar infelicidade
aguda
Chefes ruins
Eu trabalhei como coordenador de relações públicas e editor de uma
fundação. Dois meses antes de pedir demissão, minha avó ficou
seriamente doente. Recebi o telefonema de um parente, pedindo que eu
fosse à casa dela, pois sua morte era iminente. Expliquei a situação a meu
chefe e contei-lhe o quanto era próximo de minha avó, ao que ele
respondeu: “Bem, ela ainda não morreu, então eu não tenho que te dar
licença para sair. Termine sua jornada de trabalho”. Obviamente, não
obedeci.11
Incontestavelmente, a principal razão da infelicidade das pessoas no
trabalho advém de mau gerenciamento. Nada tem mais poder parade
«CodeReference»
arruinar uma situação profissional do que um chefe ruim. Infelizmente,
há muitos deles por aí. Um estudo recente realizado na Inglaterra acusou
a existência de um chefe ruim em cada quatro; um estudo similar na
Noruega acusou um para cinco.
Segundo os pesquisadores Sharon Jordan-Evans e Beverly Kaye, quando
um funcionário se demite, ele não deixa a empresa, e simele deixa o
chefe ruim. Estudos mostram que até 75% dos funcionários que pedem
demissão o fazem, ao menos em parte, por causa do gerenciamento. Em
entrevistas de demissão às vezes realizadas pelo departamento de RH das
empresas, os funcionários geralmente dizem que conseguiram um salário
mais alto em outra companhia ou encontraram um emprego mais
próximo de sua residência, mas em entrevistas anônimas a verdade vem à
tona: “decidi sair por causa do meu chefe”.
Ter um chefe ruim é terrível devido ao poder que os chefes exercem
sobre nós. Eles podem mudar nossa situação no trabalho, nos delegar
tarefas interessantes ou desinteressantes e, sobretudo, podem nos demitir.
Esse desequilíbrio de poder é a razão pela qual ter um bom
relacionamento com o chefe é tão importante.
Que tipo de chefe causa infelicidade? Antes de tudo, um mau gerente não
pratica as seis ações felizes das quais falamos no capítulo 2, ou seja:
são negativos;
não aprendem;
são fechados;
não permitem que seus funcionários participem;
trabalham sem buscar significado naquilo que realizam e
não expressam amor.
Conhece alguém assim? Ou você é esse tipo de chefe, pelo menos em
parte do tempo?
Os gerentes sofrem pressão para a criação de um ambiente inovador e
criativo, que permita aos funcionários utilizarem suas habilidades ao
máximo. Um bom gerente deve motivar em vez de comandar, guiar em
«CodeReference»
vez de controlar. Tudo isso é possível, desde que os funcionários se
sintam felizes no trabalho, o que significa que os gerentes precisam
aprender a aplicar o novo estilo de liderança. Contudo, não há muita
literatura sobre esse novo estilo de liderança. Por isso, vamos dar um
pouco de crédito a nossos gerentes, pois muitos deles estão se esforçando
para aprender uma maneira de trabalhar que é nova para todos.
Converse com seu chefe sobre o que você considera que ele
poderia fazer melhor
Supondo que seu chefe se enquadre na categoria 1 ou 2, você pode e deve
dizer a ele que há espaço para melhorias. Sim, isso é um pouco
«CodeReference»
assustador por causa daquele desequilíbrio de poder mencionado
anteriormente, mas precisa acontecer. Seu chefe não lê mentes e merece
receber feedback honesto e construtivo.
Sugira alternativas
Se for possível, sugira outras maneiras de se lidar com determinadas
situações. Oferecer alternativas específicas facilita a ocorrência de
mudanças positivas.
Colegas difíceis
Outra causa típica de infelicidade no trabalho são colegas difíceis. Gente
grosseira, irritante, briguenta existe em toda parte, inclusive no trabalho.
As dicas apresentadas para se lidar com chefes ruins funcionam
igualmente aqui. O ponto principal continua sendo: faça algo a respeito, e
faça agora, não espere o problema desaparecer por si sóir embora
sozinho, mesmo que essa pareça a solução mais fácil.
O culto ao trabalho
Em um artigo sobre profissionais modelo, a CNN perguntou a 12 líderes
famosos – incluindo Carlos Ghosn, da Nissan, Marissa Mayer, do
Google, e o músico Wynton Marsalis – como administravam seu tempo
de maneira eficiente.7 Minha resposta favorita é esta:
“Sei que é de praxe para os executivos iniciar o dia extremamente cedo,
mas, francamente, sinto que tomo decisões melhores e me relaciono
melhor com as pessoas quando estou descansado. Por isso, acordo
geralmente por volta das oito horas, depois de uma boa noite de sono.
Também faço questão de não trabalhar mais do que 40 horas semanais e
jamais trabalho nos fins de semana. Isso é importante para mim por dois
motivos. O primeiro é que tenho vida pessoal. Tenho uma família que
gosta de me ter presente, além de amigos e atividades de que gosto de
fazer e para as quais dedico certo tempo. Acho que o tempo que passo
longe do escritório recarrega minhas baterias, expande meus horizontes
e, na verdade, me torna mais eficiente no trabalho.
O segundo motivo é que se eu for visto chegando ao escritório todos os
dias às seis da manhã e saindo às nove da noite, além de receber
7
money.cnn.com/2006/03/02/news/newsmakers/howiwork_fortune_03200
6/index.htm
«CodeReference»
telefonemas de trabalho e mandar e-mails tarde da noite e nos fins de
semana, estarei dando um exemplo a meus funcionários, mandando-lhes
a mensagem de que é isso que a empresa espera deles, quando não é.
É fato inegável que, para a maioria dos líderes e funcionários, as
primeiras 40 horas semanais de seu trabalho são muito mais valiosas
para a empresa do que eventuais outras 20, 30 ou 40 horas extras. Além
disso, essas horas extras podem prejudicar sua vida pessoal, sua família
e sua saúde, o que por sua vez prejudica a empresa.
Honestamente, se você não consegue organizar seu tempo de maneira a
fazer seu trabalho caber em uma semana de 40 horas, é preciso
melhorar sua capacidade de priorizar e de delegar.”
Sábias palavras. Adivinhe qual dos
gerentes deu essa resposta?
NINGUÉM. Na verdade, houve
muitas respostas do tipo “acordo
às cinco da manhã e chego ao
escritório às seis”, “trabalho 16
horas por dia”, “resolvo muitas
questões por telefone enquanto
dirijo para o trabalho” e
“geralmente saio do escritório às
sete e ainda trabalho mais algumas
horas em casa”. Juro que eu achei que alguém fosse dizer “me levanto às
quatro da madrugada, após ter dormido meia hora, e trabalho por 27
horas, parando apenas por três minutos para o almoço, quando minha
secretária coloca comida na minha garganta com um funil, como se eu
fosse um ganso criado para virar foie-grass”.
Esse é o culto ao trabalho, a crença de que quanto mais horas de trabalho,
melhor. Em casos extremos o resultado é o que os japoneses, campeões
mundiais de longas horas passadas no trabalho, chamam de “karoshi’” –
morte por excesso de trabalho.
Quando se está atrasado com as tarefas, raramente trabalhar mais é a
solução. A maioria de nós – salvo alguns super-homens e mulheres – não
«CodeReference»
é capar de realizar mais em 60, 80 ou 100 horas semanais do que
podemos realizar em uma semana de 40 horas. Embora inicialmente, por
um curto período, consigamos cumprir mais tarefas em 80 horas do que
em 40, há um custo quando essa situação vira regra:
menos criatividade, pois é mais fácil ser criativo quando se está
relaxado;
piora no relacionamento com os colegas, pois todos estão ocupados
demais para se preocuparem uns com os outros;
menos tempo com a família e os amigos;
menos aceitação com relação a novas idéias – não há tempo!;
menos energia e motivação;
produtividade mais baixa e
menos felicidade no trabalho, devido a todo o exposto acima.
Como diz Carisa Bianchi, diretora de estratégia da agência de
publicidade TBWA\Chiat\Day:
Sempre haverá razões para trabalharmos mais. Sempre haverá algo a
mais para ser feito. Entretanto, quando as pessoas não gastam tempo
consigo mesmas, deixam de ser produtivas e ficam infelizes, o que afeta
o moral de todos a seu redor.
Em muitas empresas sempre há mais trabalho, não importa quantos
projetos cheguem ao fim. Todos os funcionários estão ocupadíssimos e,
mesmo que um deles consiga realizar todas as tarefas de sua lista, novas
tarefas lhe serão delegadas. Não é possível mudar isso com mais
trabalho, mais esforço, mais eficiência ou priorizando isso ou aquilo. É
claro que tudo isso deve acontecer, mas nada disso é solução para a
quantidade de trabalho a ser realizado.
Eu costumava trabalhar para uma empresa com uma forte cultura de
trabalho em excesso. Depois de dois anos de obsessão (começar às sete
da manhã, parar às sete da noite e continuar trabalhando ao chegar em
casa), minha esposa teve um bebê. Tirei uma semana de licença, depois
justificadamente reduzi minha jornada de trabalho para 40 horas
«CodeReference»
semanais pelos dois meses seguintes devido às poucas horas de sono e a
toda a ajuda que precisava prestar em casa.
Naqueles dois meses, percebi que eu conseguia fazer tanto quanto fazia
trabalhando 60 horas semanais. A partir de então, passei a chegar às
oito horas e a sair às cinco, a menos que houvesse algum projeto muito
importante, e parei completamente de trabalhar em casa. Nunca me senti
mais feliz, mais organizado e mais bem-sucedido naquele emprego. Tudo
que aprendi nesse período me permitiu encontrar um novo emprego e
ganhar um salário significativamente mais alto.
Ao mesmo tempo, quando encontro com meus ex-colegas, eles sempre se
gabam de trabalhar 75 horas semanais e discutem entre si quais anti-
ansiolíticos são os melhores.
–Comentário postado em positivesharing.com
Fadiga e estresse
Era uma vez um urso e uma abelha que viviam na floresta e eram
melhores amigos. Durante todo o verão a abelha coletou néctar, de
manhã à noite, enquanto o urso relaxava sobre a grama fresca.
Quando chegou o inverno, o urso percebeu que não havia alimento e
pensou: “Espero que minha amiguinha trabalhadeira compartilhe um
pouco de mel comigo”. A abelhinha, todavia, não foi encontrada em
lugar algum – havia falecido devido a um problema coronário causado
por estresse.
–De um grafite feito pelo artista guerrilheiro inglês Banksy8
«CodeReference»
enfraquece o sistema imunológico;
pode causar dores musculares e enxaquecas crônicas.
O custo para as empresas também é alto. De acordo com a Secretaria de
Saúde e Segurança Britânica:
o estresse causado pelo trabalho é responsável por mais de um terço
de todas as novas incidências relacionadas a problemas de saúde;
cada caso de licença médica causada por estresse leva a uma média
de 30,9 dias de ausência do funcionário;
um total de 12,8 milhões de dias de trabalho foram perdidos devido a
estresse, depressão e ansiedade em 2004/2005;
uma ema cada cinco pessoas consideram seu trabalho “muito” ou
“extremamente” estressante.
Entretanto, engana-se quem pensa que o estresse advém do trabalho em
excesso. Na verdade, há pouca relação entre horas trabalhadas e nível de
estresse, pois não importa o quando se trabalha, e sim como a pessoa se
sente durante o trabalho.
Sentir-se constantemente atrasado ou negligenciado, ser tratado de
maneira injusta ou passar por mudanças profundas que ameaçam sua
estabilidade podem causar estresse mesmo que sua semana de trabalho
tenha 40 horas. Ou mesmo 20. Nesses casos, trabalhar menos não resolve
o problema. Além disso, não é possível lutar contra o estresse, pois isso
só causa mais estresse.
O médico dinamarquês Bo Netterstrom, que vem pesquisando o estresse
no ambiente de trabalho há 30 anos, afirma que “a felicidade no trabalho
é a única cura duradoura para o estresse”. Em vez de se estressar com o
estresse, concentre-se naquilo que o deixa calmo, relaxado e feliz no
trabalho. Como conseguir tornar isso mais freqüente? É impossível ser
feliz e ao mesmo tempo estressado. O capítulo 5 traz um exercício que
pode ajudá-lo a esse respeito.
«CodeReference»
Comemore o trabalho feito
Se você se sente estressado por estar atrasado com relação a um prazo no
trabalho, pense nisso:
Estressar-se por estar atrasado o torna menos eficiente e desperdiça
recursos. Por isso, tenho de comemorar o trabalho realizado em vez de
me preocuparnos preocuparmos com o trabalho por terminar.
Não é que você não deva se preocupar sobre o trabalho a ser feito, pelo
contrário, mas não se deixe estressar. É preciso sempre ter em mente o
que já foi realizado, e não se lamentar-se pelo que ainda não foi feito. E
nunca se esqueça: trabalhar mais não equivale a realizar mais.
Se você que está lendo este livro ocupa algum cargo de gerência, ainda
mais atenção! Preocupar- Se você se apenas preocupe com o que o seu
departamento ainda não fez, levará o seu pessoal ao estresse, o que
conseqüentemente acarretará menos eficiência. Valorize o trabalho
realizado, faça as pessoas felizes e, assim, maximize os resultados.
Conflitos no trabalho
Não sei você, mas eu odeio conflitos no trabalho. Passar um dia inteiro
com raiva de um colega, fazendo de tudo para evitar essa pessoa e
inconscientemente vendo defeitos em tudo o que ela faz ou diz não é
minha idéia de diversão.
Eu costumava ser especialista em evitar conflitos no trabalho e, por
experiência, posso dizer que isso é uma péssima idéia! O que funciona é
pegar o touro pelo chifre aqui e agora. Já vi conflitos aparentemente
insolúveis se dissiparem completamente quando tratados de maneira
construtiva e, por outro lado, presenciei pequenos desentendimentos
transformarem-se em tempestades de proporções catastróficas.
Não se pode ganhar um conflito no trabalho. Ao ganhar um conflito, você
consegue o resultado desejado, não importa o que o outro lado deseje.
Pode até ser prazeroso, mas na verdade, quando isso acontece, a questão
básica não foi resolvida e voltará a aparecer mais tarde. Assim, melhor
que ganhar uma briga é resolvê-la, e resolvê-la agora – o preço da
omissão é caro. Conflitos mal-resolvidos e prolongados resultam em
«CodeReference»
antagonismo, corte na comunicação, equipes ineficientes, estresse e
produtividade baixa. Resumindo, conflitos mal- resolvidos trazem muita
infelicidade ao ambiente de trabalho.
Com tudo isso em mente, a seguir estão descritas cinco iniciativas que
podem ajudar na solução construtiva dos conflitos.
1. Aceite que conflitos são inevitáveis
Mostre-me um ambiente de trabalho sem conflitos e eu lhe mostrar um
ambiente de trabalho em que ninguém se importa. Conflitos não
significam que os envolvidos sejam más pessoas, significam que elas
estão envolvidas o suficiente para que se importem. Os ambientes de
trabalho mais eficientes não são aqueles em constante calmaria, e sim
aqueles que sabem como lidar com os conflitos.
2. Enfrente os conflitos o quanto antes
Esse é o conselho mais útil para a resolução de qualquer
desentendimento. Pode parecer fácil esperar que os conflitos se dissipem
com o tempo, mas isso raramente acontece. Na maioria dos casos, ao
contrário, os conflitos pioram com o tempo.
3. Pergunte!
Quando surgir um conflito, a maneira mais prática de resolvê-lo é
simples: em vez de ficar irritado com alguém, enfrente essa pessoa e
pergunte o que aconteceu ou por quê. Mas use de tato. Diga, por
exemplo, “desculpe ser tão direto, mas por que ontem você tomou a
última xícara de café e não colocou mais pó na cafeteira para preparar
outro bule?mais café? ou “reparei que você nunca atende seu celular.
Desculpe perguntar, mas por quê?”. Menos construtivo seria “por que
você sempre tem que falar tão alto no telefone?”.
4. Use a linguagem das girafas
Para lidar com conflitos mais sérios e mais antigos, utilize a linguagem
das girafas. Essa é a melhor ferramenta para fazer críticas construtivas e
resolver conflitos. Não se preocupe: ruídos animais não fazem parte do
«CodeReference»
método. A linguagem das girafas, também conhecida como comunicação
não-violenta, funciona bem, pois:
Oferece uma estrutura sólida às conversas difíceis;
Minimiza acusações;
Concentra-se nos problemas reais, não apenas nos sintomas;
Resulta em um plano de ação, não apenas em promessas de tentativas.
Não entrarei a fundo na questão da linguagem das girafas neste livro.
Para maiores esclarecimentos, mas o website traz uma explicação
detalhada.
5. Utilize mediação
Alguns conflitos tornam-se tão intricados que não podem ser resolvidos
pelos próprios envolvidos. Assim, a ajuda de um mediador, que pode ser
um gerente, um funcionário do RH, o chefe ou mesmo um colega, faz-se
necessária.
Burocracia
A empresa onde trabalho é administrada por pessoas competentes, cujo
objetivo profissional não é serem burocratas, mas que não conseguem
entender algo muito simples: eles me pagam para que eu faça um
trabalho que eu amo – não precisam me controlar com horários e regras
para que eu produza. Vou estar lá, dando duro, porque *eu quero estar
lá dando duro*.
Eu tento não me deixar irritar pelos memorandos que recebo e pelos
inúteis relatórios que preciso preencher, tendo sempre em mente que
essas coisas não alteram o meu trabalho propriamente dito, mas, que
raiva! Cada vez que a burocracia atrapalha meu caminho eu me sinto
desmotivado e perco a vontade de construir qualquer coisa que seja.
–Comentário postado em positivesharing.com
«CodeReference»
normas corporativas o impedem de desenvolver seu trabalho,
contrariando o bom senso e tudo aquilo que você julga correto.
Em uma pesquisa realizada em agosto de 2000, 1.100 trabalhadores
norte-americanos concluíram que a burocracia corporativa, regras
organizacionais inconvenientes e processos intricados consomem tempo
de maneira absurda. Em média, a burocracia no ambiente de trabalho
rouba 9,4 horas semanais. Para uma ema cada cinco pessoas, mais de 16
horas por semana se perdem nos caminhos tortuosos da burocracia.
Além disso, há uma clara correlação entre empresas com mais burocracia
e empresas das quais os funcionários desejam desligar-se. Em outras
palavras, as pessoas fogem das organizações burocráticas. 9
Como presidente da Oticon, Lars Kolind travou uma dura batalha contra
a burocracia em sua empresa, o que virou a Oticon de cabeça para baixo,
transformando-a em líder mundial na produção de aparelhos auditivos.
Trata-se de um case extraordinário no mundo dos negócios, tendo até
mesmo se tornado leitura obrigatória em grande parte das faculdades de
administração ao redor do globo.
Em seu ótimo livro The Second Cycle – Winning the War against
Burocracy, Kolind escreve:
Conforme as organizações se tornam maiores, mais velhas e mais bem-
sucedidas, elas introduzem mais camadas administrativas, mais
departamentos, mais procedimentos, planos, orçamentos, relatórios,
reuniões, tradições e por aí afora. Isso acarreta uma administração que
desenvolve seus próprios planos cada vez mais desvinculada dos
funcionários e clientes. Torna-se mais importante ganhar prêmios do que
se preocupar com essas pessoas. O gerenciamento perde o contato com o
negócio em si, que acaba se tornando complacente e até arrogante.
Tudo isso leva a menos ação, desaceleração da ação e falta de ação fora
dos padrões testados e aprovados.
9 www.meaningfulworkplace.com/survey/page4.html
«CodeReference»
Esse tipo de coisa traz muita infelicidade às empresas, afinal de contas,
todos queremos desenvolver um excelente trabalho! Ser restringido por
regras estúpidas e normas irracionais não faz sentido e complica as
tarefas diárias. Leia Lars para conhecer sua cura para a burocracia – e
também para agradecê-lo por ter escrito um prefácio tão maravilhoso
para este livro!
Perseguição
Era como se uma nuvem de terror pairasse sobre a fábrica; todos
estavam amedrontados. Eu tinha consciência da perseguição e da
intimidação, e sentia estar sendo forçada a me demitir. Todas as
iniciativas que tomei para resolver minha situação foram reprimidas ou,
pior, completamente ignoradas. A cada dia o tratamento a mim
reservado parecia piorar; as tarefas que recebia não tinham nenhum
propósito e, quando eu reclamava, recebia tarefas fisicamente
impossíveis. Resumindo, acabei tendo um colapso nervoso, o qual não
apenas devastou a mim, mas a toda a minha.10
Nós seres humanos somos criaturas altamente sociáveis e sentir que
fazemos parte de um grupo talvez seja nossa necessidade mais profunda e
primitiva. Perseguir alguém significa excluir essa pessoa da comunidade,
apontando-a como motivo de escárnio e provocação. Um tratamento
assim pode parecer algo sem grandes conseqüências para quem vê de
fora, mas na verdade não são as ações dos “inquisidores” que criam
danos, e sim o fato de que a pessoa perseguida está sendo excluída do
grupo. A perseguição geralmente é devastadora para o perseguido, que
pode vir a ter um colapso nervoso ou mesmo físico e cuja recuperação
pode levar anos. Caso você esteja sendo perseguido, aja imediatamente.
Fale com alguém. Vá até o chefe. Peça transferência. Saia. Não importa
que iniciativa você ache melhor, faça alguma coisa.
Uma pesquisa com 2.000 funcionários do Chartered Institute of
Personnel and Development, na Inglaterra, descobriu que 20% deles já
10 www.bullyonline.org/cases/case12.htm
«CodeReference»
tinha passado por alguma forma de perseguição ou intimidação nos dois
anos anteriores.
Não posso enfatizar o bastante o quão perigoso isso pode ser e a
importância da tomada de ação. Se você ou alguém que você conhece
estiver sendo perseguido no trabalho, aja imediatamente.
Pessoas negativas
Você tem algum colega que reclama sem parar? Aparentemente, em todos
os lugares há pessoas para quem o tempo sempre está frio demais ou
quente demais, o chefe é um idiota, a comida é péssima, o trabalho não
deveria existir... Não importa se tudo está ótimo, essas pessoas ainda
conseguem ver o lado ruim e nunca deixam de compartilhar suas
opiniões amargas coma todos a sua volta.
Não estou sugerindo que as reclamações sejam banidas; como vimos na
página 61, é possível reclamar de forma construtiva. Contudo, algo
precisa ser feito a respeito dos “reclamações” crônicos, pois eles tendem
a afetar seus colegas negativamente. Pessoas negativas são altamente
contagiosas; basta apenas uma delas para derrubar o moral de um
departamento inteiro.
Há várias estratégias comumente utilizadas contra reclamações, mas que
na realidade não funcionam:
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Os problemas da pessoa negativa são muito complexos e não podem ser
resolvidos por simples sugestões suas – pelo menos, é assim que eles
pensam. Quanto mais você tentar, mais duro a pessoa negativa dará para
convencê-lo de que tais sugestões nunca funcionariam.
3. Dizer à pessoa que ela precisa reagir não funciona
“Pare de reclamar e faça algo a respeito” ou, uma de minhas favoritas,
“Ou você quer o problema ou você quer a solução”.
Isso demonstra à pessoa que os problemas dela são triviais e a solução é
apenas animar-se. Péssima idéia.
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Tarefas chatas
Não existe trabalho em que todas as tarefas envolvidas sejam divertidas e
empolgantes. Todo trabalho oferece momentos de tédio, tarefas
rotineiras, deveres desagradáveis e contato com pessoas irritantes. Claro,
se seu trabalho consiste majoritariamente de tarefas detestáveis, talvez
seja a hora de mudar de emprego. Mas, se seu trabalho ocasionalmente
possui tarefas chatas, então sua abordagem a tais tarefas é importante.
Trabalhar recitando um mantra do tipo “isso é muito chato, odeio fazer
isso, por que eu tenho que fazer isso?” é garantia de dor de cabeça. Em
vez disso, brinque. A tarefa se torna menos desagradável e, às vezes, até
divertida. Aqui vão algumas atitudes que você pode tentar:
Vamos fazer um trabalho excelente com isso!
Vamos fazer isso 10% mais rápido do que da última vez.
Vamos ver se isso pode ser divertido.
Vamos fazer isso com toda atenção, em vez de ficar reclamando.
E ainda há uma outra opção: não fazer. Lembre-se de que as pessoas são
diferentes e uma tarefa que é chata para você pode ser muito divertida
para um de seus colegas. Nesse caso, seria uma pena privá-lo de uma
oportunidade, não seria? Assim, tente descobrir se alguma outra pessoa
gostaria de fazer as tarefas que lhe desagradam.
Injustiça
É fato comprovado que um desejo por justiça e igualdade se desenvolve
nos seres humanos em um nível biológico. Não acredita? Tente fazer o
seguinte experimento: treine um grupo de macacos capuchinho para que
eles lhe dêem uma pequena pedra de granito polido em troca de uma fatia
de pepino. Pode ser complicado, mas é possível, e os macacos aprendem
rapidamente que, ao entregarem a pedra, ganham uma recompensa.
Depois faça algo diferente: dê uma recompensa melhor a dois dos
macacos. Eles gostam de pepino, mas gostam ainda mais de uvas, pois
são doces. Se um macaco vi-lo recompensando um outro com uvas, ele
se recusará a cooperar e não mais lhe dará a pedra caso o pagamento
continue sendo o pepino. “Olha, amigo”, ele parece dizer, “você está
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pagando aquele cara ali em uvas, e o meu trabalho é tão bom quanto o
dele. Ou você me paga em uvas também ou eu entro em greve”. 11
Em outro experimento, dessa vez com humanos, utilizando um
equipamento para mapeamento cerebral, pesquisadores encontraram um
centro no cérebro humano que “se acende” sempre que nos sentimos
tratados injustamente. Aparentemente, a justiça não é apenas um ideal
pelo qual lutamos, mas, mais que isso, é uma necessidade biológica. 12
Isso explica porque um dos fatores mais desmotivantes no ambiente de
trabalho é a injustiça. As pessoas reagem imediatamente quando se
sentem injustiçadas, especialmente quando já não se sentem felizes no
trabalho. Jack Welch, ex-presidente da General Electric, conta a seguinte
história:
Eu não gostava muito dos métodos do meu primeiro chefe, mas eu estava
me saindo bem, e passei a receber US$ 1.000 a mais, um aumento de
10%, o que me deixou muito feliz. Eu pensava estar ganhando mais que
todos os meus colegas, acreditava estar fazendo um trabalho superior,
mas acabei descobrindo que todos haviam recebido o mesmo aumento.
Então, o aumento que antes me deixara feliz passou a me irritar, e eu
decidi abandonar o emprego. Eu tinha um bebê e nada de dinheiro.
Emprestei US$ 1.000 da minha mãe. Me demiti.
Seu salário, cargo, bônus e seus benefícios não importam tanto. O que
realmente importa é que você acredite que tudo isso seja justo. E embora
somente o senso de justiça não seja suficiente para nos fazer felizes no
ambiente de trabalho, o senso de injustiça pode nos fazer
desesperadamente infelizes. O que me faz lembrar de uma tirinha na
revista New Yorker, na qual um funcionário cujo pedido de aumento foi
11 news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/3116678.stm
12 Fonte: newscientist.com/article/dn10239-sense-of-justice-discovered-
in-the-brain.html
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recusado pede a seu chefe: “Bom, se você não pode me dar um aumento,
será que poderia ao menos fazer um corte no salário do Peterson?”.
«CodeReference»
demitido/mandado embora/cortado – e todos esses termos têm um gosto
amargo.
Tradicionalmente, aprendemos que perder um emprego é algo terrível
que deve ser evitado a todo custo, noção essa que explica por que muitos
de nós aceitaríamos trabalhar sob condições ruins apenas para manter um
emprego. As pessoas que vivem sob o fantasma da perda do emprego
tendem a:
tolerar tratamento ruim por parte da administração;
cumprir ordens antiéticas ou imorais;
suportar perseguições ou humilhações;
comportar-se de uma determinada maneira apenas para manter um
bom relacionamento com a empresa;
mascarar sua verdadeira personalidade;
esconder suas opiniões;
aceitar salários baixos ou injustos;
puxar saco e
evitar reclamações, mesmo que vejam problemas.
É tempo de revermos nossos conceitos. Se você consegue se livrar do
medo da demissão, obtém muito mais espaço em seu ambiente de
trabalho. Pensando bem, o que tem de tão embaraçoso em ser demitido?
Aqui estão algumas das razões mais comuns pelas quais as pessoas são
demitidas e comentários que explicam por que tais razões não refletem de
maneira tão negativa quanto se imagina:
Instabilidade econômica
Esse talvez seja o principal problema quando se perde um emprego.
Como pagar as contas da casa, o financiamento do carro, a escola das
crianças?
Há duas maneiras de se lidar com os problemas financeiros que resultam
da perda do emprego. A primeira é aumentar suas chances de ser
contratado e facilitar as coisas para que você consiga um novo emprego.
Para tanto, atualize seus conhecimentos e mantenha-se em contato com
amigos e conhecidos que podem servir de ponte entre você e um novo
emprego. A segunda maneira é reduzir ao máximo as suas despesas
pessoais, para que você não precise depender inteiramente do seu salário
todo mês. Quando você depende completamente do seu salário, você está
preso em uma armadilha, o que torna tudo muito complicado. Viver uma
situação ruim é desagradável, mas não conseguir sair de uma situação
ruim é incrivelmente doloroso.
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Se você puder reduzir seus gastos a um nível que lhe possibilite ficar sem
trabalhar por um tempo, você se colocará em uma posição muito mais
livre e se sentirá muito mais feliz no trabalho. É claro que isso pode
significar viver em uma casa menor do que você gostaria, não comprar
aquela TV que parece um quadro e nada de ter um segundo carro. Mas
você precisa perguntar a si mesmo se vale mesmo a pena possuir todas
essas coisas. Vale mesmo a pena. Se seu trabalho o faz infeliz é difícil
aproveitar aquilo que seu salário compra. Faz mais sentido reduzir suas
despesas a um nível que lhe dê mais liberdade para fazer escolhas
profissionais.
Vergonha
Muitas pessoas se sentem envergonhadas por terem sido demitidas e por
estarem desempregadas. Uma perda de emprego não é um bom assunto
para um jantar divertido com os amigos, por exemplo. Mas por que tanta
vergonha? Não há do que sentir vergonha, por isso não permita que
outras pessoas o façam sentir-se envergonhado.
Perda de relacionamentos
Para muitos, os relacionamentos mais próximos acontecem dentro do
ambiente de trabalho e para essas pessoas perder seus colegas pode ser
bastante doloroso. A melhor maneira de evitar esse problema é fazer
amigos fora do ambiente de trabalho. Faça também. E faça algo pela sua
carreira para encontrar outro emprego o quanto antes e, assim,
estabelecer novos vínculos afetivos.
Reduzir o medo da perda do emprego aumenta sua liberdade e felicidade
no trabalho. No mínimo, o que você pode fazer é deixar de se sentir
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envergonhado por algo que acontece a milhares de pessoas todos os anos,
faz parte da vida profissional e que, afinal, pode nem ter sido sua culpa.
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15 O Corpo no Trabalho
Coma bem
Em um estudo realizado na Dinamarca em 2005, dois grupos de
caminhoneiros tiveram suas dietas controladas por dois dias. Um grupo
comia alimentos saudáveis, os quais estabilizariam seus níveis de açúcar.
O outro grupo comia “junk food” – aquilo que carinhosamente
chamamos de “porcaria”. Ah, os sacrifícios realizados em nome da
ciência!
Os caminhoneiros então tiveram de dirigir um simulador de caminhões
que iria testar-lhes a sua habilidade. O estudo concluiu que os
caminhoneiros mantidos na base da “porcaria” tinham reações mais
lentas. Quando dirigindo a 70 quilômetros por hora em uma auto-estrada,
precisavam de 30 metros a mais do que os colegas alimentados de
maneira saudável para avistar um bloqueio na pista e parar o caminhão
do que os colegas alimentados de maneira saudável.. Quem diria... os que
hambúrgueres podempoderiam ser um perigo no trânsito!... 18
O que você come é muito importante para a sua energia, produtividade e
felicidade no trabalho. Ao contrário do que muita gente pensa, uma das
melhores coisas a fazer é comer entre as refeições. Quando o açúcar no
sangue cai a um determinado nível, a pessoa se sente cansada e mal-
humorada. Sempre noto isso em mim mesmo – começo a resmungar,
pequenas coisas me irritam e eu acabo sendo grosso com outras pessoas.
Depois de uma maçã, fico bem novamente.
Em vez de almoçar uma quantidade que o deixará satisfeito até a hora do
jantar, coma um pouco menos e, à tarde, faça uma boquinha, ou mesmo
1818 Source:
www.tsu.dk/download/trafiksikkerhedtrafikkerhed_og_kost.pdf
«CodeReference»
duas. Tente fazer seu lanchinho com alimentos digeríveis lentamente. Um
chocolatezinho lhe dá muita energia rapidamente, mas logo o deixa com
um baixo nível de açúcar e você se sente ainda mais cansado do que
antes. Maçãs, grãos (nozes e afins), barrinhas de cereais ou cenouras
proporcionam energia muito mais duradoura. Coma bem e coma sempre.
«CodeReference»
Energia Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5
8:00 hs
9:00 hs
10:00 hs
11:00 hs
Meio-dia
13:00 hs
14:00 hs
15:00 hs
16:00 hs
17:00 hs
18:00 hs
Toda hora, anote seu nível de energia naquele momento, segundo uma
escala de 1 a 5, sendo 1 = quase em estado de coma e 5 = ligado na
tomada.
Depois de uma semana, faça um gráfico e analise o padrão, respondendo
às seguintes perguntas:
Há momentos de pico e quedas?
Sua energia cai depois das refeições? Se a resposta for sim, tente
comer menos.
Sua energia cai entre as refeições? Um lanchinho o ajudaria.
Qual a relação entre seus níveis de energia e carga de trabalho? Você
tem energia nos momentos em que esta é necessária?
Sua energia é geralmente baixa? Um pouco de exercício pode ser a
solução.
Há uma maneira melhor de programar seu dia de trabalho? Talvez
seja possível dar início a seu dia um pouco mais tarde. Outra
sugestão é modificar o seu café da manhã.
No website do livro você encontra uma planilha para este exercício.
«CodeReference»
Movimente-se
Como enfatiza Claus Hyldahl, nossos corpos não foram desenhados para
a inércia. Felizmente, há muitas maneiras de incluir movimento a um dia
de trabalho.
Reuniões em pé – uma ótima idéia, já que além de tudo duram menos
tempo.
Trabalhe em pé – desde que sua mesa possa ser ajustada.
Use uma bola em vez de uma cadeira – sabe aquelas bolas de
academia? Funcionam muito bem como cadeira de escritório.
Faça uma caminhada – alongue suas pernas e tome um pouco de ar
puro.
Brinque – uma brincadeira de pega-pega é sempre divertida.
Há ainda muitos conselhos sobre sua postura quando sentado: costas
retas, pescoço reto, correto apoio da lombar... e a lista continua. Na
verdade, é mais importante mudar sempre de posição do que se sentar de
uma maneira ou outra. Não que aqueles conselhos estejam errados, mas
mesmo que sua postura seja linda, ficar em apenas uma posição o dia
inteiro faz mal. Mude sempre: coloque os pés para cima, levante-se,
sente-se, sente-se com a cadeira ao contrário, coloque a cadeira de lado,
deite no chão, encoste-se na parede. Enfim, movimente-se!
Durma bem
Conforme a vida se torna mais cheia de afazeres, seja no trabalho ou fora
dele, muitas pessoas passam a dormir menos, o que é uma péssima idéia.
De acordo com a Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos (eu
nem sabia que isso existia!), nos Estados Unidos, a maioria dos adultos
precisa de sete a nove horas de sono por noite, embora a grande maioria
afirme dormir menos do que isso. Sem as horas de sono necessárias, as
pessoas pensam e agem mais lentamente, cometem mais erros e têm
problemas de memória19.
«CodeReference»
Aquela reunião às sete da manhã pode parecer uma boa idéia para
aproveitar melhor o dia, mas se todos os participantes estiverem
cansados, mal-humorados e sem criatividade devido à falta de sono, a
boa idéia passa a ser uma grande perda de tempo.
Você pode até mesmo dormir no trabalho. Para alguns, uma soneca de 15
minutos depois do almoço é o segredo para continuar o dia cheio de
energia. Segundo o Instituto Americano de Saúde Mental, uma soneca
melhora o aprendizado e o processamento de informações. Além disso,
novos experimentos realizados em Harvard mostram que uma soneca no
meio do dia reverte o excesso de informações e que quando as pessoas
atingem um estágio de sono mais profundo, elas têm sua capacidade de
aprender uma atividade motora aumentada em 20%, algo que aqueles que
cedo madrugam podem estar perdendo20perdendo20.
Certifique-se de estar dormindo todas as sua horas e, assim, com certeza
o tempo gasto no trabalho será muito mais produtivo.
Aquilo de sempre
Sim, se você está acima do peso, precisa emagrecer. Se você fuma,
precisa parar. Se bebe demais, modere. Se bebe muito café, tente beber
um pouco menos. Se não faz exercício, passe a fazer.
Além de todos os efeitos prejudiciais à sua saúde, cada um desses vícios
afeta seu nível de energia negativamente. Menos energia é igual a menos
motivação, vontade, produtividade e felicidade no trabalho. Quando seu
corpo está cansado, sua mente não consegue funcionar com força total.
Cinco minutinhos
É importante prestar atenção ao que acontece em seu corpo. Despenda
um tempinho diariamente para reduzir o estresse e limpar sua mente
diariamente. Aqui está um exercício que pode ajudar. O exercício
«CodeReference»
também está disponível para download em arquivo mp3 no website do
livro.
«CodeReference»
No que estou pensando? O que ocupa meus pensamentos?
Não é preciso fazer nada a respeito das suas respostas – apenas continue
ali sentado e responda às perguntas. Não há certo ou errado, apenas
escute o seu corpo.
5. Respire um pouco mais
Mais um minuto para você ficar ali com seus olhos fechados, respirando
calma e profundamente. Então, abra os olhos devagar e volte ao trabalho.
Esse simples exercício demora apenas cinco minutos e reduz o estresse,
aumenta asua criatividade e lhe dá mais energia. Acima de tudo, funciona
como um sinalizador. Quando o trabalho se torna muito intenso e a
pressão aumenta, é difícil perceber que algo não está indo bem. Sinais
como tensão muscular nos ombros e pescoço, dores de cabeça, coceiras,
irritação, respiração curta ou raiva podem ser sintomas de estresse. O
exercício da respiração o ajudará a perceber tais sintomas antes que se
tornem mais sérios e se transformem em enxaquecas, depressão, dor
muscular crônica, estafa ou algo pior.
«CodeReference»
16 Por que a felicidade no trabalho é
importante
«CodeReference»
Em cerca de um ano, minha vida mudou da água para o vinho. Antes,
minhas noites eram constituídas de fast food e televisão. Depois da
mudança, eu tinha amigos, passatempos e estava em ótima forma física;
na verdade, nunca havia estado em melhor forma.
A felicidade no trabalho não é um luxo e não deveria estar em quinto
lugar em sua lista de prioridades (depois de salário, cargo, uma sala só
sua e benefícios). Para gostar de seu trabalho, obter sucesso e ter uma boa
qualidade de vida fora do trabalho, a felicidade é o mais importante de
tudo.
Esse nunca foi o pensamento tradicional, porém.
«CodeReference»
O Velho Testamento apóia o trabalho, mas não porque nele exista algum
tipo de satisfação, mas simplesmente por ser necessário para evitar a
pobreza e a miséria.
No grego antigo, a palavra para trabalho era ponos, originada do latim
poena, cujo significado é “pena, punição”. O trabalho manual era
destinado aos escravos, enquanto que os homens livres eram incentivados
a seguir o caminho da guerra, do comércio e das artes, especialmente
arquitetura ou escultura21escultura21.
Assim, conforme nossas raízes culturais, o trabalho é uma maldição, uma
punição pelo pecado original e destinado apenas a escravos. Resumindo,
a vida é um inferno – ou, como diz Hobbes, “suja, cruel e curta”, como
diz Hobbes – e o trabalho é um inferno, e nós temos de suportar tudo isso
pois somos pecadores. Mas não se preocupe, teremos nossa recompensa
ao morrermos. Alguma pergunta?
É hora de deixar essa visão para trás. Em seu excelente livro Segundas-
Feiras Felizes, Richard Reeves diz:
2121 Source: Historical Context of the Work Ethic by Roger B. Hill, Ph.D.
– www.coe.uga.edu/~rhill/workethic/hist.htm .
«CodeReference»
Alguém que acredita que o trabalho causa infelicidade simplesmente por
ser trabalho e que deveria haver um cordão de isolamento entre
“trabalho” e “vida pessoal” precisa encontrar uma máquina do tempo e
voltar ao ano 1543, para se juntar ao pessoal do Calvino e se sentir em
casa. Enquanto isso, nós continuaremos encontrando prazer em nossos
trabalhos.
A parte mais assustadora da história de Patrícia, relatada no início deste
capítulo, é o tempo desperdiçado em um emprego que a fazia infeliz.
Isso, porém, acontece freqüentemente, em parte por estarmos
acostumados com a idéia de que o trabalho é em si desagradável e em
parte porque os efeitos de um trabalho do qual não gostamos não se
mostram de uma hora para outra. Pense nisto: você costuma ser feliz, sair
com os amigos e sentir-se animado, mas hoje em dia sente-se de outra
forma? Talvez seu trabalho esteja sugando sua alegria de viver. Talvez
seja a hora de virar a mesa e começar a passar suas horas de trabalho
realizando algo que lhe dê vida, e não algo que aosas poucos lhe rouba a
energia, a paixão e a motivação.
Aqui estão as razões principais para buscarmos a felicidade no trabalho
«CodeReference»
– Benjamin Hunnicutt, historiador e professor da Universidade de Iowa,
Estados Unidos
«CodeReference»
nível de satisfação profissional pode levar a problemas de considerável
gravidade clínica.
Um estudo recente com mais de 20 mil enfermeiras nos Estados Unidos,
realizado ao longo de um período de quatro anos, descobriu que a
infelicidade no trabalho é tão prejudicial à sua saúde quanto o tabaco.
Não apenas as pessoas felizes são mais felizes, elas também são mais
saudáveis.
«CodeReference»
Isso pede uma pergunta: de que vale o sucesso se ele não traz felicidade?
Como disse o Dalai Lama:
Acredito que o grande objetivo da vida é a busca pela felicidade. Isso é
óbvio. Não importa se você acredita em religião ou não, se você segue
esta ou aquela religião, todos buscamos algo melhor em nossas vidas.
Então acredito que a força que nos move nos leva em direção à
felicidade...
Ele falava sobre felicidade na vida, mas o argumento se aplica
igualmente à felicidade no trabalho. Que motivo leva uma pessoa a
passar a maior parte de sua vida dedicando-se afazendo algo que a deixa
infeliz? Como você se sentiria em seu leito de morte, tendo conquistado
todos os sinais tradicionais do o sucesso, como tradicionalmente o vemos
– uma linda casa, uma TV de plasma em cada cômodo, muitos carros,
salário alto e cargo importante – se sua carreira nunca o tivesse feito
feliz?
Felizmente, estamos presenciando o surgimento de uma nova abordagem
ao trabalho. O que antes era apenas um meio de ganhar a vida, mais e
mais se torna uma maneira de atingir a felicidade.
«CodeReference»
Deveríamos, então, tentar apenas ser felizes, sem preocupação com
sucesso? Aqui é que as coisas ficam ainda mais interessantes: em
dezembro de 2005, um grupo de pesquisadores publicou os resultados de
um meta-estudo que combinava os resultados de outras 225 pesquisas no
campo da felicidade, as quais somadas haviam examinado as vidas de
225 mil pessoas. Os pesquisadores concluíram que, embora o sucesso
não traga felicidade, a relação inversa é diferente, ou seja, a felicidade
traz sucesso. O estudo também concluiu que pessoas felizes são mais
otimista, sociáveis, agradáveis, motivadas e cheias de energia – todas
essas, qualidades essenciais para atingirmos o sucesso profissional.
Isso significa que não devemos sacrificar a felicidade em nome do
sucesso, o que infelizmente é uma crença comum. Na verdade, acontece
o oposto: quanto mais feliz, mais bem-sucedido.
«CodeReference»
17 A felicidade é boa para os negócios
«CodeReference»
treinamento de liderança – todos os líderes tiveram de passar por um
treinamento de liderança com foco em desenvolvimento de
pessoal;
comunicações abertas – Josefsen passou a enviar newsletters
semanais aos funcionários da empresa, com conteúdo pessoal e
carinhoso, o que ajudou a cultivar um sentimento de confiança e
cumplicidade entre os funcionários e a administração;
celebração de bons resultados – sempre que a empresa tivesse algo a
celebrar, todos os funcionários seriam convidados a uma grande
festa, o que realmente passou a acontecer. Algumas dessas
celebrações costumam envolver os gerentes subirem ao palco
para cantar o hino da empresa!
Os resultados não demoraram a aparecer e a Irma voltou a ser lucrativa
no período de um ano do reinado de Josefsen. Hoje, é o quinto melhor
local de trabalho na Dinamarca e a melhor rede varejista em
funcionamento na Europa. Aqui estão os testemunhos de alguns de seus
funcionários:
“Trabalhar para a Irma é uma honra.”
“Tomamos conta uns dos outros. Se uma pessoa parece não estar bem, o
fato não é ignorado.”
“A administração tem fé nos funcionários e acredita que possamos
trabalhar bem com independência.”
“A Irma é a melhor empresa para a qual já trabalhei.”
Além de tudo isso, em fevereiro de 2006 a empresa orgulhosamente
anunciou o seu melhor resultado financeiro em mais de 130 anos de
negócios. Pessoas felizes realizando um excelente trabalho: essa é a
receita para o sucesso.
Alfred Josefsen descreve a jornada em seu ótimo livro Dear Irma – It’s
All About People, o qual infelizmente só existe na versão original, em
dinamarquês.
«CodeReference»
O fator sucesso
Aqui está uma breve lista com alguns dos fatores cruciais para o sucesso
dos negócios hoje em dia:
Inovação, confiança, produtividade, motivação, senso de humor, foco na
qualidade, ótimo serviço ao consumidor, mudanças rápidas, criatividade,
iniciativa, energia, determinação, comunicação, eficiência de custos,
clareza de pensamento, boas vendas, comprometimento, coragem,
relacionamento com o cliente, liderança, excelência, novas idéias,
resolução de conflitos, diálogo, bons relacionamentos no trabalho, bons
relacionamentos com os fornecedores, vontade de ir além e muito, muito,
muito mais...
Soa familiar? Sua empresa tem algumas dessas demandas?
Agora, pergunte-se de onde tudo isso vem. Máquinas? Não. Melhorias
nos processos de negócios? Nã-nã-ni-na-não. Consultores caros?
Provavelmente não. Novos sistemas de TI? Esquece. Tudo isso pode
ajudar, mas nada disso é fonte de inovação, serviço ao cliente, motivação
ou qualquer outro item da lista acima. Tudo isso vem de pessoas – aliás,
vem de pessoas felizes!
Alfred Josefsen precisou melhorar a Irma em cada uma dessas áreas. A
empresa necessitava de inovação, tinha de cortar custos, precisava atrair
clientes e melhorar seu serviço. Josefsen, porém, não tinha dúvidas
quanto ao principal ponto a ser trabalhado: se pudesse fazer os
funcionários da empresa felizes, todo o resto melhoraria.
Mesmo que você acredite que o único objetivo de um negócio é o lucro,
ainda assim será preciso buscar a felicidade de seus funcionários,
simplesmente porque estudos científicos mostram que funcionários
felizes dão mais lucro!
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Ótimo Lugar para se
Trabalhar, que anualmente classifica os melhores locais de trabalho do
mundo, empresas felizes são um investimento melhor. De 1998 a 2005, o
índice de ações S&P 500 subiu em 4,81%. Os 100 melhores ambientes de
«CodeReference»
trabalho viram o preço de suas ações aumentar em 14,75% no mesmo
período, ou seja, três vezes mais.13
De acordo com estudo realizado pela Denison Consulting, empresas
infelizes tiveram um crescimento anual de 0,1% em suas vendas, de 1996
a 2004. Empresas felizes apresentaram um crescimento de 15,1% no
mesmo período.14
Segundo o especialista em RH David Maister, as empresas que
aumentam o nível de satisfação de seus funcionários em 20% podem
experimentar uma melhoria de 42% em seu desempenho financeiro. 15
De acordo com o Instituo Gallup, empresas felizes têm troca de pessoal
muito menor, lealdade dos clientes muito maior, bem como margens de
lucro e vendas mais altas.16
Esses e muitos outros estudos comprovam que as vantagens principais
conquistadas pelas empresas que cultivam a felicidade são:
maior produtividade – pessoas felizes trabalham mais rápida e
eficientemente;
melhor qualidade – funcionários felizes se importam com a
qualidade;
13 Fonte: www.greatplacetowork.com/great/graphs.php
14 Fonte: www.denisonconsulting.com/de/Home/tabid/32/Default.aspx
15 Fonte: www.careerjournal.com/hrcenter/briefs/20010611-
kennedy.html
16 Fonte: gmj.gallup.com/content/814/Taking-Feedback-to-the-Bottom-
Line.aspx
«CodeReference»
funcionários com menos faltas – as pessoas querem ir para o
trabalho;
menos estresse e fadiga entre os funcionários – pessoas felizes têm
menos tendência a sofrer de estresse;
os melhores funcionários – as pessoas querem trabalhar para
empresas felizes;
menor giro de pessoal – o que economiza enormes esforços no
recrutamento de novo pessoal;
mais vendas – pessoas felizes são os melhores vendedores;
nível mais alto de satisfação dos clientes – funcionários felizes são a
base para um bom serviço;
mais criatividade e inovação – pessoas felizes são mais criativas;
mais adaptabilidade – pessoas felizes se adaptam com mais
facilidade e são mais abertas a mudanças;
melhor desempenho de estoque – por todas as razões expostas acima
e
melhores resultados – por todas as razões expostas acima.
Basicamente, empresas felizes ganham das infelizes em todas as áreas,
fato comprovado por inúmeros estudos.
«CodeReference»
Sempre que faço palestras sobre felicidade no trabalho com grupos de
líderes, proponho essa reflexão. As respostas variam de 30 (ou seja, o
departamento B precisa do triplo de gente) a 8 (o departamento B é mais
eficiente pois não perde tempo tentando ser feliz). As respostas mais
comuns são 11, 12 ou 13. Como comprovam os estudos mencionados no
capítulo 7, a diferença é maior do que isso, pois o desempenho de
funcionários felizes supera em muito o desempenho dos infelizes.
Aqui vai mais uma pergunta aos gerentes e diretores: como é liderar o
departamento A em comparação com o B? Onde seria mais fácil para
você, como líder:
Motivar as pessoas?
Iniciar e implementar mudanças?
Criar um bom canal de comunicação?
Fazer com que todos compreendam os objetivos da empresa e os
atinjam?
Estabelecer uma cultura inovadora e criativa?
«CodeReference»
Qual dos departamentos você preferiria liderar? Reflita.
17 Fonte: news.ufl.edu/2006/04/06/employee-misbehavior
«CodeReference»
Se uma pessoa está de bom humor, tem mais chances de criar idéias
novas naquele dia e também no dia seguinte, não importa qual seja seu
estado de espírito nesse segundo dia.
Parece haver um processo cognitivo iniciado quando a pessoa se sente
bem e que leva a pensamento mais flexível, fluído e original, e tudo isso
se mantém até o dia seguinte.
O Gallup Management Journal concorda e adiciona que:
Cinqüenta e nove por cento dos empregados felizes concordam que seu
trabalho atual lhes inspira idéias muito criativas, número comparado a
apenas 3% dos funcionários infelizes.18
Assim, se inovação e criatividade são importantes para o seu negócio,
você precisa de pessoas felizes.
18 Fonte: gmj.gallup.com/content/24880/Gallup-Study-Engaged-
Employees-Inspire-Company.aspx
«CodeReference»
Motivar os funcionários não é trabalho do gerente. Isso é impossível. O
trabalho do gerente é criar uma atmosfera agradável na qual seus
funcionários encontrem motivação naturalmente.
Imagine o quanto é difícil motivar pessoas insatisfeitas, desapontadas,
desconfiadas, não-comprometidas com a empresa e infelizes no trabalho.
Seria uma batalha. Um artigo da Faculdade de Administração de Harvard
fez uma observação interessante:
Muitas empresas têm uma noção completamente errada. Na verdade, não
é seu papel motivar os funcionários. Seu papel é parar de desmotivá-los.19
Funcionários felizes não necessitam de motivação externa – eles se auto-
motivam e motivam uns aos outros, e tal motivação intrínseca é mais
eficiente e duradoura que a motivação externa (como por exemplo
recompensas) à qual os gerentes de funcionários infelizes geralmente
recorrem.
Se o que você deseja em seu ambiente de trabalho é uma motivação
verdadeira, então crie um ambiente de trabalho feliz. Simples assim!
19 Fonte: hbswk.hbs.edu/archive/5289.html
20 Fonte: cqmextra.cqm.org/cqmjournal.nsf/reprints/rp05800rpo5800
«CodeReference»
São motivados.
Preocupam-se com os clientes.
Lidam melhor com situações difíceis.
Preocupam-se com a qualidade.
Têm mais energia.
Para que o serviço ao cliente seja bom, funcionários felizes são
imprescindíveis. Os infelizes podem até tentar fingir, mas o resultado
será exatamente um serviço que soa falso.
A matemática aqui é um pouco estranha: um funcionário feliz pode
oferecer uma boa experiência a dez clientes. Dez funcionários infelizes
não conseguem oferecer uma boa experiência a um único cliente – e
ainda podem oferecer uma experiência ruim a 100 clientes.
Lucros
Não há relação de exclusão entre a felicidade no trabalho e os lucros; não
se trata de sacrificar uma coisa pela outra; não se trata de uma coisa OU
outra, e sim de ambas ou nenhuma. A escolha, na realidade, é a seguinte:
Você deseja que seu negócio seja rico e feliz ou pobre e infeliz?
Decisão difícil, hein?
«CodeReference»
Vamos adiante: tornar uma sua empresa feliz não é apenas algo uma
coisa boa, é na verdade a melhor coisa que se pode fazer por qualquer
tipo de negócio, pois influencia positivamente todas as áreas da empresa.
Funcionários felizes aprendem mais depressa, comunicam-se melhor,
trabalham melhor em equipe, são mais motivados, têm mais energia e
criatividade. Além de tudo isso, importam-se com a empresa.
Funcionários infelizes não estão nem aí ou até mesmo, ativamente,
desejam o mal para a empresa em que trabalham.
«CodeReference»
18 Quem é responsável pela felicidade
no trabalho?
A responsabilidade do gerente
Talvez você se pergunte se os grandes filósofos, como Sartre, Camus e
Heidegger, podem nos ensinar algo sobre o mundo dos negócios na
atualidade. O excelente livro Freedom and Accountability at Work,
escrito por Peter Koestenbaum e Peter Block, mostra que a sabedoria
desses pensadores ainda é relevante. O trecho a seguir fala sobre
motivação, mas o mesmo argumento vale para a felicidade no trabalho:
Agimos como se as pessoas não possuíssem motivação intrínseca, como
se fossem para o trabalho todos os dias esperando que alguém lhes
acendesse uma chama. Essa crença é comum tanto entre líderes quanto
entre funcionários...
E essa crença não tem fundamento. Não podemos ir trabalhar esperando
que alguém nos motive, a coisa não funciona assim. A chama tem de
estar dentro de você e só você pode acendê-la ou apagá-la.
Opa, peraí! Não é responsabilidade do chefe fazer os seus funcionários
felizes? Afinal, o chefe é um filho da ..., uma pessoa muito desagradável,
com certeza seus funcionários se sentirão infelizes. É claro que seu chefe
tem uma forte influência sobre a sua felicidade no trabalho, mas a grande
responsabilidade é sua. Os gerentes têm três responsabilidades no que diz
respeito à felicidade no trabalho, a saber:
Assumir a responsabilidade de se sentirem, eles próprios, felizes.
Conhecer e importar-se com seus funcionários.
Criar uma atmosfera que facilite o trabalho das pessoas.
Como gerente, sua maior responsabilidade é sentir-se feliz no trabalho.
Um líder feliz é um modelo para seus funcionários e espalha o bom
«CodeReference»
humor sem esforço. Um líder infeliz, não importa o quão bem-
intencionado, não consegue criar um ambiente de felicidade, necessário
para que as pessoas dêem o melhor de si.
Em segundo lugar, os gerentes devem conhecer e importar-se com seus
subordinados. Não é possível liderar sem que haja interesse sincero e um
certo conhecimento sobre as pessoas lideradas. Elas se sentem felizes no
trabalho? O que as faz felizes? Quais são seus objetivos e sonhos? Bons
líderes sabem a reposta a cada uma dessas perguntas.
Finalmente, bons gerentes utilizam o conhecimento adquirido para criar
uma atmosfera que possibilite um sentimento de felicidade. Aproveitar
essa oportunidade depende dos funcionários; não é possível forçar
ninguém a ser feliz, como já vimos no capítulo 1.
Obviamente, alguns gerentes fracassam nessas tarefas e, ao contrário,
conseguem criar uma atmosfera de desconfiança, apatia, desespero e
competição acirrada. Tais gerentes falham em sua responsabilidade de
possibilitar a felicidade no ambiente de trabalho. Outros, por sua vez,
criam uma atmosfera alegre, positiva, aberta e cooperativa, mas mesmo
assim descobrem que alguns de seus funcionários continuam infelizes.
Essa responsabilidade, contudo, não lhes cabe.
Analisaremos mais a fundo o papel dos gerentes na felicidade de seus
funcionários no capítulo 10.
A responsabilidade da empresa
Certa vez conversei com um grupo de funcionários de uma das maiores
empresas dinamarquesas, conhecida por ser um ótimo local de trabalho.
Quase não há limites para atingirem seu objetivo de agradar os
funcionários, o que inclui academia na empresa, boa comida, educação,
frutas à vontade e muito mais.
Contudo, esse grupo de funcionários tinha uma reclamação muito séria e
não se sentia satisfeito. “Por que", perguntavam eles, “o presente de
Natal da empresa sempre tem que conter uma garrafa de vinho tinto?.
Algumas pessoas preferem branco!”.
«CodeReference»
A responsabilidade da cúpula de uma empresa é possibilitar aos gerentes
a criação de uma atmosfera na qual seja fácil sentir-se feliz no trabalho.
Como mostra a história acima, porém, não importa o quanto se tente, não
há como forçar as pessoas a se sentirem satisfeitas – isso ainda é
responsabilidade delas próprias.
A empresa tem a responsabilidade de priorizar, valorizar e recompensar a
felicidade no trabalho. Não adianta a empresa afirmar: “Queremos que
nossos funcionários se sintam felizes no trabalho” e depois virar as costas
e incentivar o trabalho em excesso, o desrespeito e o autoritarismo.
Veja o que não fazer. Tom Markert, diretor global de marketing e serviço
ao cliente da AC Nielsen, diz o seguinte em seu horrível livro You Can’t
Win a Fight with your Boss:
Esqueça o intervalo de almoço. Não há como trazer lucro à empresa
enquanto você está almoçando... se você não ficar trabalhando no
horário de almoço, alguém tão inteligente quanto você ficará. É fato: os
fortes sobrevivem.
[Se você ignorar esse fato,] irá acabar como um animal morto na beira
da estrada; você será um corpo caído no acostamento corporativo
enquanto seus colegas passarão por você a 120 km/h com seus carros.
Eu tenho o hábito de percorrer a empresa bem cedo e bem tarde a fim de
verificar quem está dando duro. Aqueles que conseguem resultados e
trabalham mais duro que todos os outros são promovidos.
Lembre-me de nunca trabalhar para esse cara!
Essa abordagem selvagem é dura, exaustiva e, no fim das contas, um
fracasso. Gerentes que assumem tal postura criam um ambiente de
estresse, trabalho em excesso e competição, o que é ruim para as pessoas
e para os negócios.
Em vez disso, faça o seguinte:
Comecei a trabalhar para a minha atual empresa cerca de um mês atrás
e durante a primeira reunião com minha equipe informei a todos que
«CodeReference»
preferiria que ninguém trabalhasse mais de 40 horas semanais e que
todos deveriam fazer uma hora de almoço.
Semana passada tivemos uma reunião na qual pedi que cada um
escrevesse todas as suas tarefas em notas de post-it e as pendurassem de
acordo com um escala de três pontos (1 = odeio, 2 = não me importo e 3
= adoro). Então rearranjamos as tarefas, de modo que cada um ficasse
com aquelas mais interessantes para si e assim as pessoas passaram a
realizar as tarefas mais rapidamente e a ir embora para casa no horário.
A produtividade da minha equipe aumentou de maneira fenomenal. As
pessoas chegam às 8:00h da manhã, prontas para o trabalho e
entusiasmadas, cheias de novas idéias. Todos saímos às 17:00h na maior
parte dos dias (geralmente quatro em cinco dias) e o resto da empresa
parece ofendido com nossa performance e sucesso. Com as prioridades
realinhadas, profissionais mais animados para o trabalho e com mais
tempo para aproveitarem sua vida pessoal, nosso trabalho está atingindo
um patamar mais alto e os resultados mostram-se melhores.
–Comentário de Sarah Schroeder, de Chicago, em positivesharing.com
A sua responsabilidade
Como resultado pelas simples iniciativas tomadas por Helle e suas
colegas, H4 é hoje um lugar feliz para se trabalhar, e as quatro
enfermeiras responsáveis pelo pontapé inicial agora ensinam outras alas
do hospital a fazer o mesmo. As moças são conhecidas no hospital como
“as meninas felizes”.
«CodeReference»
Elas sentem a diferença, assim como os médicos e as crianças admitidas
no hospital e suas famílias. O humor e a qualidade da atenção oferecida
aos pacientes melhoraram muito.
Aqui estão suas quatro responsabilidades principais com relação à
felicidade no trabalho:
1 Saber o que o faz feliz ou infeliz no trabalho.
2 Dizer a outras pessoas como você se sente e o que o faz feliz ou
infeliz.
3 Tomar iniciativa para conseguir ser feliz.
4 Ajudar a criar um ambiente de trabalho em que seja fácil para
outras pessoas serem felizes.
Enquanto você ficar sentado esperando que seus colegas, gerentes e
empresa o façam feliz, nada irá acontecer. As coisas começarão a
melhorar no momento em que você tomar as rédeas.
Tome a iniciativa e faça uma grande diferença em sua vida e na vida de
seus colegas. A história da H4 mostra que não são necessários grandes
recursos, apoio da administração, consultores externos ou muito tempo.
Todo o necessário é disposição para assumir a responsabilidade e agir.
Nada disso significa que você deva agir sozinho. Como Helle, recrute
seus colegas interessados na felicidade no trabalho. Com ajuda, tudo fica
mais fácil. Só não espere que outros façam por você. Como disse Jerry
Garcia, do The Grateful Dead:
“Alguém precisa fazer alguma coisa, e é tão patético que tenha que ser a
gente”..
«CodeReference»
19 Como trazer a felicidade no
trabalho até você
Com certeza, há muita escolha. Que tal ler um dos livros de Steven
Covey? Ou de David Allen, como por exemplo A Arte de Fazer
Acontecer? Deixando de lado a leitura, talvez o que você precise seja de
um mentor. Quem sabe um treinamento anti-estresse? Ou mediação de
conflitos. Aconselhamento de carreira? Você pode também aprimorar seu
estilo de comunicação, a forma como você se apresenta ou ...
A verdade é que as opções são ilimitadas e muitas delas são realmente
boas. O melhor, porém, seria partir de outro ponto: comece fazendo-se
feliz no trabalho. Este capítulo o guiará nessa tarefa. As ferramentas aqui
oferecidas foram desenvolvidas para os meus workshops e vêem sendo
utilizadas por muitos profissionais, em diversas empresas. Os exercícios
funcionam de verdade se você os fizer conforme indicado. Apenas dar
uma olhada nas perguntas propostas e formular respostas em sua cabeça
não dá certo. Se você despender um pouco do seu tempo para refletir e
escrever as respostas, novas idéias e conceitos terão mais chances de
florescer.
Aqui estão as etapas:
1 Qual seu nível de felicidade no trabalho?
2 O que o faz feliz no trabalho?
3 Visualize seu objetivo.
4 Conheça os seus próprios motivos.
5 Decida-se pela felicidade.
6 Devo ir ou devo ficar?
7 Prepare um plano de felicidade.
«CodeReference»
Você pode encontrar folhas para os exercícios no website do livro
(www.positivesharing.com/happyhouris9to5).
Este é o ponto no qual o livro poderia ter incluído um teste com 200
perguntas, cujas respostas, fornecidas por você, indicariam seu nível
exato de felicidade. Mas, seja sincero, você já sabe como se sente com
relação a seu trabalho, não é mesmo?
Ao considerar tudo o que é bom e tudo o que é ruim em seu trabalho,
aposto que você sabe bem em qual das três categorias abaixo você se
encaixa:
Argh! Odeio meu emprego e preferiria andar um quilômetro sobre carvão
em brasa do que ter que voltar para mais um dia de trabalho.
Ah... Meu trabalho é mais ou menos. Eu posso continuar lá ou sair. Não é
nem bom nem ruim.
U-hu! Adoro meu trabalho. É tão legal que eu pagaria para continuar
naquela empresa. Mas, por favor, não comente essa última parte...
Reflita um pouco e avalie seu emprego. Onde você se encontra neste
momento? Na maioria das pesquisas, 10% dos funcionários afirmam
odiar o trabalho e de 10 a 20% das pessoas dizem adorá-lo. O restante,
entre 70 e 80%, encontram-se em algum ponto entre esses extremos.
Caso você se encaixe no grupo do “argh”, tudo que posso lhe dizer é que
algo precisa ser feito a respeito urgentemente. Se você está no grupo do
«CodeReference»
“u-hu”, é possível fazer de seu trabalho algo ainda mais prazeroso; ou.
Ou, o que seria melhor, sugiro que você espalhe sua felicidade a seus
colegas de trabalho.
“Ah...” é uma situação perigosa, pois é cômoda. É fácil aceitar um
trabalho satisfatório, seguro, razoavelmente divertido, razoavelmente
chato, mais ou menos desagradável. Não aceite! Estou falando sério. Não
aceite essa situação – melhore-a para “u-hu”. Quando você está no “mais
ou menos”, você se torna apenas uma sombra de si mesmo; você está
utilizando apenas uma pequena fração de seu potencial. Além disso, você
não afeta ninguém ao seu redor com sua energia positiva e sua felicidade,
e não volta para casa com a sensação de ter deixado a sua marca.
Não se acomode, opte pela felicidade e então descubra o que é necessário
para alcançá-la.
«CodeReference»
junte-se a um amigo e entrevistem-se utilizando as perguntas. O
entrevistador deve escrever as respostas obtidas.
Aqui estão as perguntas:
O que aconteceu? Quais eram as circunstâncias? Quem estava
envolvido? O que você fez?
Como foi? Como você se sentiu? Foi uma boa experiência?
Como essa experiência afetou a qualidade do seu trabalho?
Como era o seu relacionamento com seus colegas, clientes,
fornecedores e outros no trabalho?
Como a experiência o afetou fora do ambiente de trabalho?
Escreva pelo menos cinco fatores que possibilitaram essa experiência.
Que pessoas, valores, práticas, ferramentas etc. estavam envolvidas e
ajudaram a fazer tal experiência acontecer?
Escreva pelo menos cinco coisas relacionadas a essa experiência que
você gostaria de vivenciar mais no futuro.
O que você acaba de fazer é um exercício baseado em investigação
apreciativa, uma técnica excelente fundamentada na idéia de que a
melhor maneira de se criar mudanças positivas é levar em conta o que
funcionou no passado e que você gostaria de repetir no futuro, em vez de
se concentrar nos problemas vividos para que estes sejam evitados. Essa
técnica é ótima por uma série de razões:
«CodeReference»
Você se concentra em experiências da vida real
Ao examinar a pergunta “O que me faz feliz no trabalho?”, é tentador
listar: aumento de salário, promoção, bônus e outras coisas do tipo, pelas
quais fomos ensinados a lutar, mas não necessariamente aquelas que
realmente nos fazem felizes. Com o exercício proposto acima, você não
cai nessa armadilha, já que é preciso pensar em situações específicas. As
experiências positivas pelas quais você passou provavelmente terão o
mesmo efeito no futuro.
É divertido e animador
Pode ser difícil no início, mas, quando você consegue, lembrar-se de
boas experiências é muito divertido. Pensar apenas no que não deu certo
deprime e enfraquece. Pensar no que foi bom dá energia e confiança num
futuro positivo.
Você se concentra naquilo que quer e não naquilo que não quer
Não é possível desenvolver uma vida profissional saudável com base
naquilo que se deseja evitar, pois:
Geralmente obtemos mais daquilo em que nos concentramos. Se
focarmos nos problemas a serem evitados, infelizmente a tendência é de
que o contrário aconteça.
Há um número quase infinito de coisas a serem evitadas no trabalho.
Sempre é possível adicionar um item à lista. Descobrir o que o faz feliz é
muito mais simples e administrável.
Mesmo que conseguisse evitar tudo que o faz infeliz no trabalho, isso não
significaria exatamente a sua felicidade – apenas significaria que você
não seria infeliz. Em outras palavras, evitar problemas o ajuda a se
encaixar no grupo do “Ah...”, nada, além disso. Para chegar ao “u-hu”, é
preciso concentrar-se no que o faz feliz.
O próximo passo é descobrir como o trabalho e a vida pessoal ficarão
uma vez atingido o objetivo da felicidade profissional.
«CodeReference»
Visualize seu objetivo
Neste exercício você irá visualizar como seria um dia de trabalho em que
você estivesse muito feliz. Isso é importante por três motivos:
Saber como o seu objetivo se traduziria em realidade lhe oferece um alvo
específico no qual apontar sua mira.
Saber como seria bom atingir seu objetivo lhe dá energia para tomar
atitudes.
Você se concentra no que deseja atingir (e não no que deseja evitar), o
que programa seu subconsciente para a consecução desse objetivo.
Imagine-se no grupo “u-hu”, adorando seu trabalho, o qual lhe dá
oportunidades de crescimento, aprendizado, conquistas e desafios. Você
acorda de manhã completamente animado para o trabalho. Nada de ficar
mais cinco minutinhos na cama, e mais cinco, e mais cinco. Você pula da
cama, pois mal pode esperar pelo seu dia de trabalho.
Seu chefe é excelente e seus colegas são fantásticos. Seu trabalho é
interessante e divertido. Todas as manhãs você chega animado; todas as
tarde você vai embora com orgulho. Seu trabalho tem significado, você
ajuda as pessoas a seu redor, você é reconhecido pelo que faz e pela
pessoa que é, seus clientes o adoram e falam maravilhas a seu respeito.
Imagine sentir-se assim tão bem com relação a seu trabalho. Realmente
coloque-se nesse lugar e procure sentir o que sentiria nessa situação.
Agora responda às seguintes questões, como se estivesse completamente
feliz com seu trabalho:
Quando você acorda, o que sente? Que emoções você tem?
No que você pensa quando vai para o trabalho?
Ao chegar à empresa, o que você sente?
Ao cumprimentar seus colegas, como é sua voz? Como é a voz
deles?
Qual a expressão facial de seus colegas? E a sua?
O que você ouve? Que sons dominam o lugar?
«CodeReference»
Você enfrenta um problema no trabalho. Qual sua reação?
Você se desentende com um colega. Como você lida com a situação?
Seu chefe vem até você cumprimentá-lo. Como é a voz dele? E sua
expressão facial? Como você se sente por seu chefe ter ido até
você?
Um colega pede sua ajuda. Como você reage?
Sua equipe faz um trabalho maravilhoso. Como você se sente? Como
você comemora?
Ao chegar em casa depois do trabalho, como você se sente? Como
está seu corpo?
O que você imagina para o próximo dia de trabalho?
Há uma folha para este exercício no website do livro, além de uma
versão em mp3 para download.
«CodeReference»
Não me entenda mal – decidir-se pela felicidade não o fará feliz num
passe de mágica. A decisão é o primeiro passo de uma caminhada.
Lembre-se também de que a decisão não é pela satisfação. Seu objetivo
não é uma vida profissional satisfatória, razoável. Seu objetivo é atingir
níveis inacreditáveis, magníficos e exuberantes de felicidade no trabalho.
Sua opção é “u-hu” e não “ah...”.
Essa é a opção possível. Agora que você já sabe o quanto está feliz ou
infeliz com seu atual trabalho, o que o faz ou faria feliz e como será sua
vida quando você for muito feliz no trabalho – você tomará a decisão de
ser feliz?
Antes de responder, lembre-se de que toda decisão traz conseqüências.
Escolher ser feliz acarreta ter de tomar as iniciativas necessárias para
tanto.
Caso sua situação atual não seja boa, você terá de enfrentar uma decisão
mais difícil...
«CodeReference»
possível manter a casa na qual moravam. Terminaram, então, por vendê-
la e mudaram-se para um apartamento bem menor.
Um ano mais tarde, Michael olhou para trás e analisou sua situação da
seguinte forma: “Ter abandonado aquele emprego foi a melhor decisão
que tomei, tanto para mim quanto para minha família. Meu único
arrependimento é não tê-la tomado muito tempo antes. É verdade que eu
vinha do trabalho para uma ótima casa, num bairro privilegiado, mas
também é verdade que eu geralmente chegava cansado demais para
brincar com meus filhos e estressado demais para conversar com minha
mulher. Hoje eu chego em casa razoavelmente cedo, sentindo-me feliz,
relaxado e pronto para apreciar minha família. Talvez as crianças não
gostem de ter de dividir um quarto, mas posso dizer com toda a certeza
que ninguém em minha família trocaria nossa atual situação pela vida
que levávamos um ano atrás”.
Uma vez tomada sua decisão de ser feliz no trabalho, aqui está uma
decisão mais básica a ser tomada: você deve tentar ser feliz no seu
trabalho atual ou será melhor mudar de emprego? Você pode melhorar
sua situação na empresa para a qual trabalha no momento? Você já
tentou? Que resultados obteve? Há duas opções possíveis:
A mudança pode ser real, embora não seja fácil ou rápida, mas você
acredita que a situação em seu trabalho atual pode melhorar.
Acreditar numa mudança não é realista. A cultura de sua empresa é muito
engessada ou simplesmente uma mudança seria muito difícil.
Não estou tentando convencê-lo a mudar de emprego nem estou tentando
fazer o contrário. O que desejo é convencê-lo a escolher. Opte por ficar
onde está e transformar a realidade em uma situação profissional feliz ou
escolha sair e buscar sua felicidade. Como dizem os filósofos, a maior
dor não é tomar uma decisão em detrimento de outra, e sim não tomar
uma decisão.
É possível imprimir mudanças a seu trabalho atual? Lembre que:
Não é necessário mudar toda a empresa. Melhorar o humor de sua equipe
ou departamento pode ser suficiente.
«CodeReference»
Temos tendência a pensar que mudanças são impossíveis, mas ao
acreditarmos nisso, subestimamos nossa própria habilidade de fazer a
diferença. Lembre-se da história das enfermeiras, descrita no capítulo 8.
Não existe trabalho dos sonhos. Qualquer trabalho é tão bom quanto a
sua capacidade de torná-lo bom.
Apenas você conhece a realidade da sua situação. O importante é dar
uma chance a seu trabalho atual de fazer você feliz, mas sem que você se
acabe tentando mudar o imutável.
Trocar de emprego pode parecer assustador, mas para muitos é a única
chance de encontrar a felicidade no trabalho. Se esse for o seu caso, por
favor, tome uma atitude o quanto antes. Essa é uma decisão com
conseqüências sérias, que incluem perda de identidade, prestígio e
segurança financeira. Insisto em dizer: essa é uma decisão que cabe
apenas a você.
Caso você se decida por mudar de emprego, os outros exercícios
propostos neste capítulo oferecem uma lista de fatores a serem buscados
em seu próximo emprego e uma lista de razões para fazê-lo. Utilize os
resultados dos exercícios a fim de conseguir a motivação para ir em
busca de uma nova situação de trabalho, a qual certamente oferecerá
muito mais chances de felicidade.
É cômodo e fácil continuar em um emprego do qual não gostamos apenas
pelo salário e a estabilidade. Muitas pessoas vivem essa situação. O pior
de tudo é que, quanto mais adiamento, mais fácil se torna lidar com a
situação, mais difícil se torna acreditar que o trabalho pode ser divertido
e mais difícil fica partir para outra.
Ao perceber que a felicidade não pode ser atingida em seu trabalho atual,
tome uma atitude com urgência. Na página 111 há algumas sugestões de
como reduzir o medo do fantasma do desemprego.
«CodeReference»
Busque sua própria felicidade
Um estudo realizado em 2005 por pesquisadores da Universidade de
Minnesota com trabalhadores da área de saúde chegou às seguintes
conclusões:
Gerentes entusiasmados afetam positivamente as emoções de seus
subordinados.
Funcionários cujos gerentes são infelizes são eles próprios menos
felizes, entusiasmados e otimistas, e mais irritados e ansiosos.
O comportamento de um líder afeta o humor dos funcionários, mesmo
que não haja interação direta.21
Quando todas as ações de um líder sinalizam “Gente, odeio meu
trabalho”, essa atitude contagia os funcionários. Por quê? Porque os
gerentes têm a atenção de seus funcionários voltada para si. Tudo que
façam ou digam certamente será visto e ouvido. O gerente estabelece o
tom da organização.
Como gerente, você precisa começar buscando sua própria felicidade.
Não à custa dos outros, mas em consonância com eles. Todas as
sugestões apresentadas nos capítulos anteriores se aplicam igualmente a
funcionários e gerentes. Comece por ali.
Enquanto você estiver trabalhando para conquistar sua própria felicidade
no trabalho, também é possível começar a espalhar um boa atmosfera em
sua organização e possibilitar que as pessoas a seu redor sejam felizes.
21 Fonte:
twincities.bizjournal.com/twincities/stories/2006/02/20/daily30.html
«CodeReference»
sua agenda de Marissa, além de sofás e tomadas para laptop na ante-
sala de seu escritório, para aqueles que tiverem de esperar.
Muitos líderes se preocupam apenas com seu trabalho, chegando ao
ponto de não terem tempo para seus funcionários. Tais líderes ignoram o
fato mais importante quando o assunto é felicidade no trabalho: a
interação diária com as pessoas. Isso, sobretudo, significa que os líderes
precisam estar dispostos a despender tempo com seus funcionários.
Aqueles que não o fazem sacrificam a eficiência de seu pessoal a fim de
aumentar a sua própria e enviam uma mensagem clara: os funcionários
não são valorizados. Aqui está um exemplo:
Meu novo gerente parece esforçar-se em fazer infelizes os seus
subordinados. Durante nossa reunião semanal, um de meus colegas
pediu uma reunião pessoal com ele a fim de conversar sobre seu
trabalho. Esse colega se sente infeliz no trabalho, seu cargo pode vir a
ser extinto e ele gostaria de discutir essas questões. Nosso gerente
respondeu: não terei espaço na minha agenda nas próximas quatro
semanas, tenho outras prioridades. Todos nós nos sentimos como se
houvéssemos levado um soco no estômago.
–Comentário postado em positivesharing.com
Por outro lado, gerentes que oferecem um pouco de seu tempo a seus
funcionários os fazem sentir-se valorizados, compreendidos e motivados,
além de criarem uma relação de confiança. Veja como conseguir isso:
Eu trabalhei para um banco onde meu chefe costumava celebrar cada
conquista de maneira especial; um almoço ou uma conversa, sempre
mostrando apreciação. O melhor de tudo, porém, era que ele me
explicava o quão importante para o banco era o que eu havia realizado.
Por exemplo, sou administrador de network e, quando reconstruímos a
network do banco e eu otimizei a comunicação com os escritórios
remotos, ele me disse: “Graças a você, o número de créditos que o
banco pode gerenciar a distância aumentou em 200%”. Senti-me muito
orgulhoso, pois meu trabalho fazia diferença para aquela instituição.
–Comentário postado em positivesharing.com
«CodeReference»
Esse gerente despendia tempo para agradecer seus funcionários
pessoalmente e o impacto causado na motivação e felicidade do pessoal
mostrou-se enorme. É impossível que um gerente não tenha tempo para
isso.
Ademais, gastar tempo com seus funcionários o seu pessoal é a única
solução viável para saber como se sentem com relação ao trabalho. Você
sabe se seu pessoal seus funcionários se sente sentem felizes ou infelizes?
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clientes o elogiam muito.
«CodeReference»
Você chega ao escritório e encontra alguns de seus funcionários. Como
eles o cumprimentam? Como você os cumprimenta?
Você está em uma reunião com alguns de seus funcionários. Como são
suas vozes? E a sua?
Um novo funcionário está iniciando hoje. Como você o recebe? Qual é a
primeira impressão que essa pessoa tem de você, do ambiente de trabalho
e dos colegas?
1 Um de seus funcionários realizou um trabalho espetacular. Qual
sua reação? Como o funcionário a recebe?
2 Você precisa dar um feedback negativo a um funcionário. Como
você aborda a situação? Qual a reação do funcionário?
3 Sua organização realizou um trabalho excelente. Como você
celebra a conquista? Como você se sente? Como as pessoas
reagem durante a celebração? Elas parecem felizes?
4 Sua organização não conseguiu atingir um determinado objetivo.
Qual sua reação? Qual a reação dos seus funcionários?
5 Você anda pela sua organização e vê seus funcionários
trabalhando. Como eles parecem se sentir? Que expressões
você vê em seus rostos? Que sensação você tem ao ouvir as
vozes deles? Que sons dominam o ambiente?
6 Você chega em casa após um dia de trabalho e ouve a
indefectível pergunta: “Como foi o seu dia?”. O que você
responde? Como soa a sua voz? Como você se sente ao
responder à pergunta?
Uma folha de exercícios e um arquivo em mp3 estão disponíveis para
download no site www.positivesharing.com/happyhouris9to5.
Fazer esse exercício é ótimo por três motivos:
1 Visualizar o seu objetivo e, imaginar como as coisas serão
quando esse objetivo for atingido lhe dá um alvo específico no
qual mirar.
«CodeReference»
2 Saber como você se sentirá ao atingir seu objetivo lhe dá a
energia para tomar as atitudes necessárias para chegar lá.
3 Você se concentra naquilo que deseja atingir e não naquilo que
deseja evitar, o que programa o seu subconsciente para tal.
O próximo passo é desenvolver as práticas para atingir seu objetivo.
22 Fonte: www.mccombs.utexas.edu/news/magazine/03s/keller.asp
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uma semana típica
Produtividade e
eficiência
Satisfação e lealdade
dos clientes
Giro de pessoal e
custos de
recrutamento
Faltas
Comunicação
Qualidade e erros
Vendas
Iniciativas de
mudança
Criatividade e
inovação
Resultados financeiros
Em cada área, tente ser o mais específico possível com relação aos
efeitos da felicidade em seu departamento. Caso haja economia de tempo
ou dinheiro envolvidos, tente estimar um valor.
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Você pode baixar uma folha para esse exercício no website do livro –
www.positivesharing.com/happyhouris9to5www.positivesharing.com/ha
ppyhouris9to5.
Observe seus resultados e adicione as economias de tempo e dinheiro;
pronto, você já tem um business case para a felicidade. Agora é hora de
se comprometer com a felicidade no trabalho. Sem isso, qualquer
iniciativa tomada irá por água abaixo.
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funcionários trocando sua empresa por uma que efetivamente viva essa
filosofia?
As maneiras tradicionais de se motivar e engajar os funcionários –
aumentos, promoções, bônus, incentivos e cargos – simplesmente não
funcionam, como vimos no capítulo 3. Ao contrário, podem até ser
prejudiciais e desmotivar as pessoas.
O que é preciso fazer é ao mesmo tempo simples e difícil. Simples, pois
não requer sistemas complexos de premiação e verificação de resultados.
Difícil, pois requer mais de você como ser humano. Antes de tudo, seu
objetivo deve ser estabelecer relacionamentos positivos com seus
funcionários. É necessário desejar a felicidade deles.
Colocar a felicidade como prioridade é uma afirmação audaciosa que
pode não encontrar aceitação por parte dos executivos, da presidência ou
dos investidores. Pior para eles. É aqui que os líderes precisam interferir
e mostrar sua convicção nos resultados da felicidade no trabalho.
Southwest Airlines, Rosenbluth, Irma, Google, Middelfart Sparekasse e
muitas outras excelentes organizações conseguem seus ótimos resultados
assim, e têm-no feito seguindo os três passos abaixo:
1. Colocar a felicidade no trabalho em primeiro lugar
Qual dessas duas afirmações, segundo sua opinião, inspirariam e
motivariam seus funcionários:
Nossos objetivos mais importantes são aumentar os lucros em 15%, os
preços em 12%, nossa fatia de mercado em 8% e nossa participação no
mercado internacional em 20%, além de criar três novas divisões. E,
claro, fazer nossos funcionários felizes.
ou
Nosso objetivo mais importante é fazer nossos funcionários felizes no
trabalho. Nada é mais importante do que isso e é assim que nós, como
empresa, alcançaremos nossos objetivos juntos.
Não é difícil adivinhar, é? Líderes não podem fazer uma empresa feliz
sozinhos. É preciso que todos estejam envolvidos nesse projeto e a única
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maneira de envolver os funcionários é demonstrando um
comprometimento genuíno com a felicidade no trabalho. Por isso,
coloque a felicidade em primeiro lugar, não em um quinto lugar distante
dos outros objetivos de negócios.
2. Anunciar as prioridades à organização
Não há motivo para manter suas intenções em segredo, muito pelo
contrário. As pessoas precisam saber, ou não se envolverão na
empreitada. Divulgar as prioridades cria responsabilidade.
3. Manter-se fiel às prioridades
Esta é a parte mais difícil. Anunciar que a felicidade é prioridade e depois
voltar atrás quando a situação fica difícil é pior do que não fazer nada
pela felicidade na empresa. Tal atitude resultaria em ceticismo e a triste
noção de que a administração se importa com os funcionários apenas da
boca para fora.
Uma idéia clara do seu objetivo e o conhecimento das razões pelas quais
atingir tal objetivo é bom para você, para seus funcionários e para a
empresa o ajudará a manter seu comprometimento. Periodicamente,
reveja suas respostas aos exercícios a fim de não perder sua fé.
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22 Desenvolva um plano para a felicidade
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Esse processo soa familiar? Sugiro uma outra abordagem:
1 Trace um plano que, em vez de ambicioso, seja divertido.
2 Realize algo pequeno todos os dias.
3 Siga o plano sem pressão.
4 Celebre seus resultados.
5 Compartilhe suas realizações.
Resumindo, tente colher as frutas que estão nos galhos mais baixos.
Consiga vitórias fáceis e rápidas, e a partir delas siga em frente.
Complete a tabela abaixo. Você irá perceber que há espaço apenas para
cinco ações; não é permitido planejar mais do que isso. Apenas cinco
ações, cada uma delas:
rápida – algo que possa ser realizado em no máximo uma semana;
fácil – você deve ter certeza absoluta de que pode realizar essa ação;
divertida – algo cuja realização lhe dará prazer.
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E, claro, deve ser algo que trará felicidade a você e àqueles que
trabalham com você.
Cinco ações rápidas, fáceis e divertidas que colocarei em prática a fim de
criar mais felicidade em meu trabalho:
1
2
3
4
5
Então, acrescente uma ação um pouco mais desafiadora ao seu plano. Por
exemplo, uma conversa difícil com um colega, uma decisão a ser tomada
ou mesmo trocar de emprego, caso isso seja o que deseja.
Uma ação um pouco mais desafiadora que realizarei a fim de trazer
felicidade ao trabalho:
1
A seguir estão algumas dicas para a escolha de suas ações.
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Quais dessas ações já estão presentes em seu trabalho atual? Quais
poderiam receber mais atenção? O que você poderia fazer para torná-las
mais freqüentes?
Procure o contágio
Se conseguir inventar uma idéia que se auto-reproduza, ou seja, que corra
pelo local de trabalho com suas próprias pernas, melhor. Você poderia
fazer uma lista tipo “razões pelas quais nosso departamento é 10”.
Escreva a primeira razão no topo, depois passe a lista a um colega, que
por sua vez deve passá-la adiante. Quando todos tiverem contribuído,
pendure a lista em um mural, visível a todos.
Outra possibilidade é fabricar cartõezinhos de agradecimento a fim de
dizer obrigado por um trabalho bem feito, os quais podem ser entregues
de colega para colega.
Procure algo que exija pouco esforço inicial, mas que envolva muitas
pessoas, de modo que todas tenham de contribuir.
Divirta-se e brinque
A diversão é fundamental no modo como conduzo meus negócios e tem
sido a chave para todas as minhas vitórias. Mais do que qualquer outro
elemento, a diversão é o segredo do sucesso da Virgin.
–Richard Branson, CEO da Virgin
Experimente!
Você pode passar dias ou semanas tentando formular o plano perfeito –
ou pode simplesmente inventar algumas idéias que podem ser divertidas.
Experimente. Se funcionar, ótimo! Se não, tente outra coisa.
Confie em seus instintos. Se há algo lhe dizendo que você deveria
experimentar uma certa idéia, vá em frente!
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Planeje tempo para a felicidade
Se seu objetivo é ser mais feliz no trabalho, é preciso despender tempo
para tanto. Isso pode ser difícil nos dias atuais e você pode pensar que
não há espaço em sua agenda. Na verdade, você não tempo para não
fazer isso.
Conversar com um colega, ajudar alguém, aprender algo novo ou
contribuir fora da empresa podem tomar tempo, mas é tempo bem gasto,
pois ao encontrar sua felicidade, você se torna mais eficiente.
Digamos que você venha a despender 10% da sua semana de trabalho à
procura da felicidade e isso o torne 20% mais eficiente. Francamente,
você não seria muito esperto se não arranjasse tempo...
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Celebre
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Distribua presentes – nada caro ou sofisticado, mas criativo e
divertido.
Encha o escritório de balões coloridos.
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23 Chegue lá
Se este livro atingiu meu objetivo, você agora sabe o que é a felicidade
no trabalho. Você tem uma boa idéia do que a felicidade no trabalho faz
pelas pessoas, como é possível atingi-la, o que normalmente nos faz
infelizes e como lidar com tudo isso.
Você também leu muitas histórias sobre profissionais e empresas felizes.
Você ficou sabendo das ações simples e efetivas tomadas por essas
pessoas e empresas, e espero que tenha se inspirado a tentar algumas
dessas ações.
Acima de tudo, porém, espero que você esteja entusiasmado com a idéia
de felicidade no trabalho da mesma maneira que eu. Por meio do meu
trabalho, vejo empresas para as quais os funcionários adoram trabalhar e
vejo pessoas se responsabilizando por sua situação profissional e fazendo
uma grande diferença em suas vidas e nas vidas de seus colegas. Eu vejo
o que a felicidade faz por essas pessoas, vejo como se transformam de
vítimas de uma situação ruim em arquitetos de um futuro melhor.
Testemunhei a energia, a criatividade, a animação, a paixão e a diversão
advindos da felicidade no trabalho. Vi o quanto as pessoas crescem,
aprendem e se tornam mais elas mesmas. Vi pessoas descobrindo novos
talentos e habilidades. Vi o brilho em seus olhos por serem sinceramente
reconhecidas.
Sei que a felicidade é a força motriz dos negócios e que ser feliz no
trabalho é a melhor maneira de utilizar todo o potencial humano, alcançar
o sucesso e fazer uma diferença positiva. Sei que quantos mais de nós
nos unirmos na filosofia de tornar o trabalho uma grande experiência
mais fácil será fazer com que esse nível de felicidade se torne a regra,
não a exceção.
Fico louco só de imaginar um futuro no qual poucos aceitarão empregos
que causem infelicidade, pois os ambientes de trabalho vibrantes e cheios
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de vida serão o padrão. O melhor de tudo é que sei que esse futuro
chegará, haja o que houver. O mundo do trabalho está seguindo um
caminho que inevitavelmente leva à felicidade. O futuro pertence aos
felizes, simplesmente porque os felizes são os melhores.
Para fazer uma diferença positiva e trazer felicidade a você e a seu
ambiente de trabalho, não é preciso diploma em psicologia, conceitos
administrativos complexos ou os super-poderes de um CEO. É preciso
apenas uma coisa: entusiasmo. Não serão aqueles com MBA, os
consultores ou os gurus do mundo dos negócios os agentes dessa
transformação. Será você, serei eu e serão todas as outras pessoas que
compartilham da mesma crença de que a felicidade no trabalho é
fantástica. Agora!
Se você concorda comigo que a felicidade no trabalho é um objetivo
inspirador que vale a pena ser alcançado, há uma maneira simples de
mostrar: assine o manifesto! No site
www.positivesharing.com/manifesto, você pode ler o Manifesto
Felicidade no Trabalho e, concordando com ele, assine-o e mostre seu
comprometimento com a criação da felicidade no trabalho para si e seus
colegas. Façamos do manifesto o trampolim para um movimento
mundial. Aprendamos uns com os outros, ofereçamos apoio e
encorajamento e celebremos juntos as nossas conquistas rumo a
ambientes de trabalho melhores, mais eficientes, humanos e felizes.
A felicidade no trabalho vem daquilo que você e eu realizamos, aqui e
agora. Há muito a ser feito – o importante é tomar a iniciativa.
Vamos lá? Divirta-se muito em seu caminho...
Desejo a você toda a felicidade no trabalho – e fora dele!
Alex Kjerulf
Chief Happiness Officer
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Sobre o autor
Alexander Kjerulf vive, respira, pesquisa e realiza palestras sobre a
felicidade no trabalho há dez anos e nos últimos quatro fez disso seu
meio de vida, trabalhando como consultor em todo o mundo para
empresas como IBM, PriceWaterhouseCoopers e DaimlerChrysler.
Seu blog, The Chief Happiness Officer, é lido por 100 mil pessoas.
Alexander se orgulha muito disso!
Este é seu primeiro livro, mas escrevê-lo foi tão divertido que,
certamente, não será o último.
Entre em contato com o autor pelo e-mail
[email protected]ários sobre …
“Você é o único responsável por sua própria felicidade, por isso, é tarefa
sua ler Alexander Kjerulf e seu ... para descobrir o que é preciso para ser
feliz e espalhar felicidade a seus colegas e funcionários. A teoria, as
sugestões e os estudos de casos reais irão equipá-lo e inspirá-lo a mudar
sua vida profissional para melhor.”
–Ângela Beesley, co-fundadora da Wikia
«CodeReference»
“De longe um dos livros mais inovadores relacionados à cultura do
trabalho que eu já li.”
–Sheldon Cooke, profissional de serviço ao cliente, Califórnia
“Não sentia vontade de fechar o livro; queria lê-lo de uma tacada só.”
– Nirmala Palaniappan, consultora de gerenciamento de conhecimento,
Índia
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2020 Fonte: www.nih.gov/news/pr/jul2002/nimh-02.htm