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Licenciatura em enfermagem

Miguel Ângelo Preguiça Cravo

Entrevista a um(a) enfermeiro(a)

Coimbra,2021
Licenciatura em enfermagem

Miguel Ângelo Preguiça Cravo

Entrevista a um(a) enfermeiro(a)

Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade


curricular de pesquisa e organização do conhecimento,
cujo professores responsáveis são: Irma da Silva Brito,
Manuel Carlos Rodrigues Fernandes Chaves e Pedro
Miguel Lopes da Sousa

Coimbra,2021
Sumário
Introdução 1

Reflexão critica: Abandono dos idosos em hospitais 2

Relato de Entrevista 3

Conclusão 5

Referências bibliográficas 6
Introdução
No âmbito da disciplina de Pesquisa e organização de conhecimento foi entrevistada
uma enfermeira que exerce a sua profissão há 28 anos e que trabalha no hospital de
Cantanhede. Nesta entrevista a enfermeira foi questionada sobre a sua profissão, onde se
formou, o que pensava sobre ser enfermeira, os aspetos positivos e negativos da
enfermagem, o que mudou ao longo da sua carreira até aos dias de hoje. A enfermeira
entrou no curso com uma ideia inicial, como todos nós tivemos ou temos em relação a
ser enfermeiro. Como a enfermeira já exerce a sua profissão desde 1994, ela passou por
várias mudanças, principalmente a nível profissional, o que para ela ajudou a tornar-se
numa profissional melhor. Nesta entrevista foi referenciado um assunto importante e
que ainda permanece nos dias de hoje que é o abandono dos idosos dos hospitais, tema
vai ser abordado neste trabalho, este problema já existe a algum tempo nos hospitais,
mas tem vindo a agravar-se com o envelhecimento da população o que tem levado a que
as autoridades competentes verifiquem este assunto. Como, atualmente estamos a passar
por uma situação pandémica, os enfermeiros tiveram na linha da frente tendo um
trabalho árduo e tiveram de usar fatos, que eram desconfortáveis, para a sua proteção.
Devido a esta pandemia, uns dos problemas dos enfermeiros tiveram de passar, foi pelo
isolamento, que os levava a afastar dos seus familiares para os proteger devido a
estarem na linha da frente. Sendo neste assunto que a entrevistada pôde expressar como
se sentiu ao trabalhar como enfermeira nesta época de pandemia.
Reflexão critica: Abandono dos idosos em hospitais
A população em Portugal está a ser cada vez mais idosa e com isto existe mais idosos
nos hospitais portugueses. Quando eles têm alta muito idosos saem do hospital, mas
existe uma percentagem que fica abandonada. Devido a esta percentagem os hospitais
portugueses tem camas a serem ocupadas indevidamente porque estas pessoas estão
curadas e estão a tirar um lugar a doente que precise. Estes idosos que ficam
abandonados depende de vários motivos, por exemplo, os familiares não tem condições
para tratar dos doentes tanto pode ser por ter poder económico, devido ao trabalho não
terem tempo para estar ao pé deles e tratá-los, ou dizem onde habitam não tem
condições para o receber, mas como vários familiares utilizam esta desculpa, o hospital
fica forçado a chamar os serviços sociais para avaliar se e verdade o que dizem.
Segundo a enfermeira Sara, ela considera estes casos como abandonos mascarados,
também diz que existe mais abandonos em certas doenças como o AVC (acidente
Vascular cerebral). Segundo o enfermeiro Manuel existe duas épocas em que ficam
mais idosos abandonados, que é no verão e no inverno, onde diz que acredita que isto
pode não depender das ferias que os familiares planeiam, mas sim as doenças que essas
duas épocas trazem devido às temperaturas. Existe uma percentagem de pessoas idosas
que ficam abandonadas no hospital por não saberem da existência de nenhum familiar e
que apos ter alta precisam de ser vigiadas. Mesmo havendo vários casos de abandono de
idosos já existe hospitais em que esse número tem vindo a diminuir. Mas como existe
ainda alguns casos de abandono o governo foi forçado a criar uma lei que punia quem
abandonasse os familiares sem ter motivos
Relato de Entrevista
No dia 25 de outubro de 2021 realizei uma entrevista com uma enfermeira que exerce
esta profissão há 28 anos. Esta enfermeira tirou o curso de enfermagem em França, mas
para ingressar teve de realizar testes psicotécnicos, cultura geral e de saúde e também
obteve a pós-graduação em feridas. Inicialmente queria ingressar em enfermeira
pediátrica, mas ao longo dos anos decidiu se enfermeira médico-cirúrgica. Aproveitando
este tema, perguntei o que ela achava o que era ser enfermeira, antes de se ter
licenciado, no qual respondeu que, para ela, ser enfermeira, era ser como os enfermeiros
das urgências e também referiu que não sabia que era preciso, conviver com os doentes,
pensava que era so falar sobre o que tinha de fazer com doente. Em 1994 veio para
Portugal e começou a trabalhar no hospital universitário de Coimbra, posteriormente
veio trabalhar para o hospital de Cantanhede na unidade de convalescença onde
reabilitavam doentes. Em 2012 foi trabalhar como enfermeira médico-cirúrgica no
bloco operatório de cirurgias ambulatórias neste mesmo hospital até aos dias de hoje
demostrando uma felicidade pelo trabalho que esta a fazer atualmente. Foi aqui que
percebeu que devia conviver os doentes, prestar atenção ao doente e não só à doença.
Questionei-a sobre a diferença entre estes dois hospitais, onde referiu que uma grande
diferença que sentiu foi que no hospital de Coimbra ela só conhecia as colegas de
equipa devido a ser um hospital de grandes dimensões e que no hospital de Cantanhede,
onde trabalha, por ser um edifício de menores dimensões, conhece todos os
profissionais que nele trabalham, referindo que é a sua segunda família. A enfermeira
mencionou que esta profissão é muito gratificante e que sente uma enorme alegria
depois de conseguir tratar um doente e no final agradecer-lhe pelo serviço que fez,
como aspetos positivos. Em relação aos aspetos negativos, ela mencionou que é muito
difícil esclarecer e comunicar com a família sobre as doenças que os seus familiares
têm, expressando que, quando esteve na unidade de convalescença, teve um doente que
infelizmente não podia andar mais, foi comunicar com os familiares na qual eles não
queriam aceitar esta verdade e diziam que ela não fez nada, como exemplo e também
referiu que esta profissão não é valorizada pelo governo. Nesta entrevista perguntei se
conhecia ou vivencia alguma situação que parece ser escondida da sociedade e que deve
ser revelada. A enfermeira aceitou em responder, revelando que já passou por situações
em que o idoso apresentava agressões por parte dos familiares e depois reportavam este
episódio aos serviços sociais e depois este processo não é resolvido e também referiu no
abandono ao idoso nos hospitais, em que os familiares davam uma desculpa para não ir
buscar, mas havia outros que não podiam ir buscar por não ter dinheiro, ou não ter
tempo para os cuidar com a devida responsabilidade perante a sua doença. Como
passamos por uma situação pandémica em que os enfermeiros estiveram na linha da
frente, questionei a enfermeira sobre este tema. Ela demonstrou uma tristeza, e disse que
o motivo desta maior tristeza foi ter de se afastar da família devido ao hospital onde
trabalha ter tido casos de covid-19, mas também mencionou que no concelho onde vive
a câmara municipal proporcionou casas para os profissionais de saúde estarem nestes
momentos que tinham de estar isolados da família. No fim da entrevista perguntei se ela
tinha ido a alguma missão humanitária e se tem orgulho em ser enfermeira, no qual
disse que nunca tinha feito nenhuma missão humanitária, mas gostava de ir para
experimentar e depois falou que tem orgulho no trabalho que faz e de ser enfermeira
apesar de ter aspetos negativos, principalmente a sua profissão não ser valorizada em
Portugal pelo governo.
Conclusão
A entrevista com esta enfermeira veio salientar que ser enfermeiro(a) não é só tratar do
doente, como uma pessoa que tem uma doença, mas tratá-la como uma verdadeira
pessoa, conviver um pouco com ela, comunicar com ela. Também referiu as mudanças
que teve ao longo dos anos na sua carreira veio ajudá-la a tornar-se numa profissional
melhor. Além disto demonstrou que para ser enfermeiro tem de se ter orgulho na
profissão, apesar de ter aspetos negativos que possam levar a não o ter.

Com esta entrevista consegui compreender um pouco como é o trabalho de um


enfermeiro no dia a dia, o os aspetos que a enfermeira e muito outros enfermeiros
consideram como positivos e negativos.
Referências bibliográficas
(Abandono. Idosos Continuam a Ser Deixados Em Hospitais, n.d.)

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