Atividade - ESTUDO DE CASO - CASA DOS 20

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REALIZAR PTS EM ESTUDO DE CASO – A CASA DOS 20

ATIVIDADE – SEGUNDO SEMESTRE

Professora Dra. Marlene Bueno Zola

Psicologia em instituições de saúde

Adriele Cristina Cruz Barizao Pulcino - RA: 735150

Alexandre Rodrigues Silva - RA: 736858

Marcelo Alves Pinto - RA: 736478

Vanessa Lemes Azevedo - RA: 737037

SANTO ANDRÉ
2021
ESTUDO DE CASO - A CASA DOS 20

ESTUDO DE CASO - A CASA DOS 20 (BRASIL. Cadernos de Atenção Básica, n. 34 –


Saúde Mental. Brasília : Ministério da Saúde, 2013 p. 41. adaptado)

ATIVIDADE – VALOR 0 - 7: Realizar o PTS da família apresentada. Seguir o Roteiro


Norteador: 1. o diagnóstico situacional (3.0); 2. a definição de objetivos e metas;
( 2.0) 3. a divisão de tarefas e responsabilidades; (1.0) 4. a reavaliação do PTS (1.0).

Hortência começou a procurar a unidade de Saúde com queixas ginecológicas e, após os


primeiros atendimentos, foi detectada uma gravidez. Ela tem 16 anos, solteira, primigesta. A
equipe da unidade tinha informações de que ela havia se mudado com toda família
recentemente para aquela comunidade, pouco se sabia da situação na qual estava vivendo. De
comportamento desconfiado e arredio, Hortência pouco falava e a equipe não havia
conseguido até então acesso à residência da família. Aos poucos foi se estabelecendo uma
relação de confiança até que ela relatou as dificuldades que passavam e a necessidade
premente de ajuda inclusive para se alimentarem. Trouxe a mãe para conversar com a gerente
da unidade, ocasião em que se acordou fazer uma visita domiciliar da equipe à residência. A
equipe da unidade vinha, há algum tempo, tentando acesso a este domicílio e agora chegou o
momento de fazer o contato, compreender as vidas existentes naquela residência e dar
sequência aos cuidados, que começaram com Hortência, mas deveriam se estender a toda
família. Vale registrar que esta unidade de Saúde está situada em uma comunidade que é
originária de uma intensa luta pela posse da terra. Essa luta criou nos moradores um forte
sentimento de vizinhança, solidariedade, e sendo os membros da equipe de Saúde quase
todos originários deste lugar, estão eles também marcados pelos mesmos sentimentos. Fazem
vínculo com os usuários, importam-se com o sofrimento alheio, acompanham os projetos
terapêuticos, desenvolvendo uma importante implicação com o cuidado, ou seja, eles
trabalham segundo um código simbólico que os coloca em total envolvimento e compromisso
com o trabalho na Saúde. A visita domiciliar contou com a participação da gerente da unidade
de Saúde. Na ocasião depararam com o seguinte quadro: Morando em uma casa de dois
quartos havia vinte pessoas, três gerações de uma mesma família se apertavam no pequeno
espaço com infiltrações, mofo, pouca comida e drogas, tráfico e desesperança. Crisântemo a
mais velha, quarenta e poucos anos, usuária de drogas, vivendo de pequeno tráfico, mãe de
quatorze filhos, dos quais uma parte deles mora nessa casa. Desses destacam-se Hortência de
16 anos, já citada, e Bougainville de 19 anos com dois filhos pequenos e grávida do terceiro;
havia ainda quatro adolescentes sem atividades como escola ou trabalho, e supõe-se prestes a
serem aliciados para o tráfico; e crianças. A equipe de Saúde neste caso se viu diante de duas
questões desafiadoras: a primeira refere-se ao cenário socioafetivo encontrado na então
denominada “casa dos 20”, e que demandava o cuidado sobre muitos aspectos da vida
daquelas pessoas, ou seja, um projeto terapêutico singular a ser construído necessariamente
envolveria uma análise do risco social considerando as três gerações presentes, os cuidados
clínicos, os afetos circulantes nas relações entre eles e nos encontros que tinham com os
diversos cenários externos ao domicílio. Tudo isso só teria viabilidade mediante uma
competente e implicada gestão do cuidado, entendendo-o como o conjunto de questões que
seriam pactuadas na relação da equipe com os usuários, em um processo de permanente
negociação do próprio projeto terapêutico. A segunda questão diz respeito às possibilidades
da equipe para o complexo cuidado necessário, pois, o projeto terapêutico para as pessoas
que moravam na “casa dos 20” teria que envolver programas sociais diversos.

1. O diagnóstico situacional

Inicialmente observarmos uma adolescente que procura ajuda na unidade de saúde


por questões ginecológicas, descobrindo uma gravidez aos 16 anos de idade.
Possibilidade para a equipe de saúde adentrar na sua história de vida e de sua família,
já que os mesmos, até então não haviam liberado acesso a equipe.

Chegando no local, observou-se que Hortência divide dois cômodos pequenos com
infiltrações, mofo, pouca comida e drogas com 20 pessoas (três gerações, entre
adultos, adolescentes e crianças).

Mãe de Hortência, Crisântemo, em torno de 40 anos, usuária e traficante de drogas,


possui 14 filhos no total, dentre os quais, além de Hortênsia, uma outra jovem de 19
anos já com dois filhos e grávida do terceiro, e mais 4 adolescentes que não estudam
ou trabalham e já estão sendo aliciados para o tráfico.

Percebe-se uma falta de perspectiva de vida, de possibilidades e de esperança.

Toda família, antes da procura de Hortência por assistência à saúde, não tinha tido
contato com os profissionais da saúde. Viviam em situação precária, sem assistência.

Cenário denominado como “casa dos 20”.

2. A definição de objetivos e metas

Projeto terapêutico singular, levando em conta os riscos das três gerações.


Atuar com uma equipe multidisciplinar para atender as diversas necessidades
dessa família.
Eleger um profissional de referência para promover uma dinâmica de
continuidade do PTS.
Estabelecer uma conexão de confiança entre os profissionais e a família.
Cuidados com a saúde física e emocional de todo o núcleo familiar.
Encaminhar os adolescentes para as escolas e projetos sociais para
desenvolvimento dos mesmos.
Realizar acompanhamento pré natal de Hortênsia.
Explicar e oferecer métodos contraceptivos para a família.
Acompanhar a relação dos familiares entres os diversos cenários
extrafamiliares.
Trabalhar os pontos fortes de união da comunidade em favor dessa família.
3. A divisão de tarefas e responsabilidades

Para que todo processo de assistência seja efetivo, é preciso que todas as partes
estejam envolvidas (os profissionais da saúde, sendo uma equipe multidisciplinar e
os assistidos em questão), para que sejam acompanhados com constância de
maneira singular.
Neste caso, a equipe de saúde pôde ter acesso ao complexo através de
apresentação da verdadeira intenção, que é cuidar da saúde de forma integral dos
envolvidos, e ainda, para criar uma relação de confiança com os usuários, atender
dentro de pactos e negociações, criando vínculos de confiança para poder então,
aplicar o programa de tratamento a saúde, dentro desta família e ainda aos
arredores.
O profissional que estabelecer o maior vínculo com o usuário ou sua família, será o
profissional de referência.
Os demais devem fazer um trabalho em conjunto de acordo com a necessidade e
situações apresentadas.
A própria comunidade pode também atuar como um fator positivo e de
colaboração nesse processo.

4. A reavaliação do PTS

O PTS, buscando o tratamento singular do sujeito em conjunto com equipe


multidisciplinar, estabelece a frequência de acordo com suas necessidades e
demandas.
Discussão constante da trajetória do processo, mantendo sempre o encorajamento
e o apoio para evitar uma atitude passiva do usuário.
Considerar em cada a reavaliação a motivação, articulação, recursos,
corresponsabilidade, diálogo, pactuação e equipe.
Com uma reavaliação continua, podemos estabelecer maior efetividade à ação e às
necessidades do usuário.
Estabelecer uma rotina de discussões e revisões conforme a necessidade do grupo
de profissionais envolvidos como dos usuários.

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