Roteiro Plano de Comunicação Social

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ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A

COMUNIDADE - USINAS DE COMPOSTAGEM


LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE USINAS DE COMPOSTAGEM - RESOLUÇÃO SMA 75/08

CRITÉRIO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A COMUNIDADE


O Plano de Comunicação deve ser implantado na seguinte situação:

• Quando houver qualquer ocupação (residencial, comercial, institucional, de lazer,


outras) nas áreas do entorno do empreendimento, considerando também as rotas
de acesso dos caminhões. (Considerar uma área tampão de, no mínimo, 1km no
entorno do empreendimento; incluir outras áreas, se pertinente).

OBJETIVOS DA ELABORAÇÃO DO PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A COMUNIDADE


O Plano de Comunicação para a Comunidade deverá atender aos seguintes objetivos:

• Esclarecer a população sobre a necessidade de implantação da Unidade de Com-


postagem e o motivo da seleção do local;

• Esclarecer todos os problemas decorrentes da implantação e operação do empre-


endimento, e todas as medidas que serão implantadas para minimizá-los;

• Identificar se há rejeição à implantação da Unidade no local e suas causas;

• Estabelecer canais permanentes de comunicação com a população, ao longo de to-


das as fases do licenciamento e enquanto houver necessidade de monitoramento.
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE COMUNICAÇÃO
1. IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DA POPULAÇÃO AFETADA PELO EMPREENDIMENTO

Esta etapa de “Diagnóstico” é muito importante, pois servirá de base para a


elaboração posterior do Plano de Comunicação. Este é o momento em que
o empreendedor estabelecerá um primeiro contato com a população nas
áreas de influência do empreendimento. A relação entre o empreendedor e
esta comunidade durará enquanto existir a necessidade de monitoramento
do empreendimento (por isso, ele deve ter um Plano de Comunicação
permanente).
A presente etapa já é uma primeira ação de comunicação entre as partes.
Quanto melhor for o diagnóstico – gerando um bom conhecimento das
características desta população e já iniciando um diálogo com ela a respeito
do empreendimento – , mais subsídios o empreendedor terá para elaborar
um Plano de Comunicação adequado ao contexto em que está inserido o
empreendimento.

1.1. Caracterizar as diferentes ocupações nas áreas de influência do empreendimento.


Esta caracterização deve incluir:

• Formas de uso e ocupação (se residência permanente, chácaras de lazer, comércio,


igrejas, escolas, creches, postos de saúde, dentre outros) com a respectiva infraes-
trutura existente (fornecimento de água, coleta de esgoto, entre outros);

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• Descrição do perfil socioeconômico dos diferentes grupos da população local, com
base na procedência, grau de escolaridade, trabalho, renda, entre outros; informar
o período que essa população (ou os diferentes grupos identificados) vive no local;

• Outras formas de uso e ocupação da área e suas especificidades.

ATENÇÃO!
As informações solicitadas no item 1.1 devem ser obtidas por meio de
levantamento amostral realizado em campo (não devem se limitar aos
dados secundários do IBGE, Fundação SEADE, EMPLASA, etc.)

Plotar a informação de caracterização da ocupação em planta georreferenciada em es-


cala 1:2.000 ou 1:10.000, contendo a delimitação do empreendimento, a rota dos cami-
nhões de transporte dos resíduos sólidos e demais usos e ocupação do solo, conforme o
exemplo abaixo. (Entregar arquivo digital, em formato “shapefile” ou “kmz”).

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1.2. Identificar as lideranças e organizações, formais e não formais: informar se há
associações de moradores constituídas, líderes comunitários e, também, outras
lideranças e organizações externas que atuam na região.
1.3. Identificar os meios de comunicação (mídia local e redes sociais) mais utilizados
pela população da área de abrangência do empreendimento.
1.4. Realizar levantamento sobre a percepção da população em relação às condições
de vida e ambientais da região (identidade e pertencimento ao local; avaliar seu
grau e potencial de mobilização; conhecer as demandas e principais propostas
para melhorar a situação; recolher testemunhos e histórias sobre o local).
1.5. Realizar levantamento da percepção da população em relação à implantação e
operação de Unidades de Compostagem, considerando os seguintes aspectos:

• Qual o conhecimento dessa população quanto à implantação e operação de uma


Unidade de Compostagem;

• Quais os problemas principais que acreditam que possam ocorrer;

• Qual o nível de informação sobre as medidas preventivas, corretivas e com-


pensatórias que poderiam ser adotadas durante o processo de licenciamento de
Unidades de Compostagem;

• Qual o potencial de conflito que tal empreendimento pode ocasionar e as possí-


veis ações que possam minimizá-lo;

• Qual o nível de rejeição à implantação de uma Unidade de Compostagem nas ime-


diações (aceitável, aceitável mediante medidas adicionais, inaceitável).
1.6. Apresentar Relatório conclusivo sobre as informações obtidas:

Na apresentação dos resultados do “Diagnóstico”, deverão ser incluídas as análises e


conclusões, assim como a tabulação completa dos dados levantados.
Deverão ser sistematizados os dados obtidos, informando o percentual da comunida-
de que aceita e que rejeita o empreendimento.
Dentre o percentual que rejeita o empreendimento, esclarecer se a rejeição se dá por:
• Desconhecimento;
• Receio de surgimento de problemas, que poderão ser mitigados por medidas de
controle ambiental ou por medidas de compensação;
• Receio da má operação;
• Opinião formada sobre a atividade;
• Outros.

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ATENÇÃO!
A realização dos levantamentos de campo deve seguir as técnicas das
ciências humanas e sociais para a elaboração e aplicação de questionários
e/ou roteiros de entrevista e/ou outros instrumentos (Anexo 1).
Sobre a distribuição da amostra: é importante que o empreendedor
distribua as entrevistas, ou outra forma de abordagem da população,
de modo a contemplar e garantir a diversidade de situações, devendo a
amostra ser comprovadamente representativa da população das áreas de
influência do empreendimento.

Apresentar uma síntese dos dados levantados nos itens 1.2 a 1.5, indicando os pontos
numerados das entrevistas e/ou abordagens realizadas no levantamento de campo e
síntese dos principais aspectos e percepções, conforme exemplo abaixo. (Entregar
arquivo digital, em formato “shapefile” ou “kmz”).

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2. PLANO DE COMUNICAÇÃO

Nesta segunda etapa, o empreendedor deve elaborar o Plano de


Comunicação, com ações para envolver a população das áreas de
influência do empreendimento, e não somente a “amostra” que fez parte
do Diagnóstico.
O Plano de Comunicação deve definir as estratégias de comunicação e
qual a linguagem mais adequada para interagir com os diferentes grupos
da população afetada; as informações consideradas importantes a
serem trabalhadas junto à população; a área de abrangência geográfica,
institucional e das organizações sociais.

Elaborar o Plano de Comunicação para a Comunidade, contemplando:


2.1.Criação de canais de comunicação permanentes em locais de fácil acesso, no
site institucional do empreendimento e/ou outros meios de comunicação da
empresa com a população, destinados a receber ocorrências de incômodos para
encaminhamento das providências cabíveis por parte do empreendedor e fornecer
informações atualizadas sobre a implantação e operação do empreendimento.

2.2.Comunicação presencial com a comunidade, que poderá ser realizada das seguintes
formas:

• Reuniões técnicas participativas com a população, eventos, workshops, cursos,


oficinas, entre outros;

• Instalação de Fóruns Participativos;

• Esclarecimento por meio de abordagens junto à população afetada;

• Outras formas ou técnicas de participação.


Obs. A CETESB deverá ser comunicada da agenda dessas atividades, nas diferentes
etapas do licenciamento (após emissão da LP).
2.3. Conteúdo:

• Esclarecer a população sobre a necessidade de implantação da unidade de com-


postagem, as alternativas locacionais estudadas e os motivos que levaram à seleção
desse local;

• Informar quais incômodos são esperados com a implantação e operação do empre-


endimento; diferenciar problemas novos dos problemas existentes, os temporários
e os definitivos; informar todas as medidas que serão adotadas para minimizá-los;

• Informar os demais impactos ambientais esperados com a implantação e operação


do empreendimento e as medidas que serão adotadas para mitigá- los;

• Informar todos os benefícios que serão oferecidos para a região (aumento da área
verde por medida de compensação ou averbação de reserva legal, se couber; criação
de praça ou de área de lazer, se couber; emprego da mão de obra local, informando
quantas vagas de emprego serão abertas e a qualificação necessária, se couber);

• Divulgar os canais de comunicação que foram criados.

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2.4. Recursos alocados para o Plano de Comunicação: financeiro, humano, material e
institucional.

2.5. Equipe técnica


Apresentar o(s) nome(s) da equipe responsável pela elaboração e condução do Plano de
Comunicação para a Comunidade, indicando área de formação profissional e atuação na
empresa.

COMPROVAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE COMUNICAÇÃO

Fase 1 – Diagnóstico
A comprovação da realização será feita pela apresentação de:

• Resultados da pesquisa de diagnóstico da população afetada, especificando o mo-


delo de instrumento utilizado (questionário, roteiro, outros);

• Quadro com a identificação de todos que participaram da pesquisa (contendo


nome, endereço e telefone/e-mail para contato);

• Questionários preenchidos, se houver.

Fase 2 – Início da Implementação do Plano de Comunicação propriamente dito


A comprovação de implementação será feita pela apresentação de:

• A
tas das reuniões (neste caso, a ata deverá relatar o ocorrido na(s) reunião(ões),
inclusive com a lista de presença, contendo nome, endereço e telefone/e-mail para
contato);

• Relatórios dos eventos, workshops, cursos, oficinas, Fóruns Participativos, entre ou-
tros (inclusive com fotos e filmagens e com lista de presença contendo nome, en-
dereço e telefone/e-mail para contato);

• Se forem utilizadas redes sociais, informar o(s) endereço(s);

• Outras formas de comprovação.


Fase 3 – Continuidade do Plano de Comunicação
Ao longo de todas as fases do licenciamento e, caso obtenha a licença, enquanto durar a
operação do empreendimento e enquanto houver necessidade de monitoramento am-
biental.

• O empreendedor deverá demonstrar que:


- Mantem os canais de comunicação permanentes, através dos quais a população
poderá informar sobre a ocorrência de incômodos, para encaminhamento das pro-
vidências cabíveis por parte do empreendedor;
- Atualiza o Plano de Comunicação sempre que necessário (p. ex, se houver modifi-
cações significativas no empreendimento, que possam causar novos incômodos à
população).

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ATENÇÃO!
Os relatórios deverão ser apresentados de acordo com a periodicidade a
ser definida pela CETESB.
Mais informações a respeito podem ser obtidas na Agência Ambiental
responsável pelo licenciamento do empreendimento.

LINHA DO TEMPO DO PLANO DE COMUNICAÇÃO

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