Apostila Topografia Mod-1
Apostila Topografia Mod-1
Apostila Topografia Mod-1
APOSTILA DE TOPOGRAFIA
CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES
Barreiras
2011
1 – INTRODUÇÃO
2 – MODELOS DE REPRESENTAÇÃO
Em diversas aplicações a Terra pode ser considerada uma esfera, como no caso da
Astronomia. Um ponto pode ser localizado sobre esta esfera através de sua latitude e
longitude. Tratando-se de Astronomia, estas coordenadas são denominadas de latitude e
longitude astronômicas. A figura 2.1 ilustra estas coordenadas.
(2.1)
Latitude Geodésica (φ): ângulo que a normal forma com sua projeção no plano do equador,
sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul.
Greenwich (origem) e do ponto P, sendo positivo para Leste e negativo para Oeste.
A normal é uma reta ortogonal ao elipsóide que passa pelo ponto P na superfície física.
a = 6.378.137,00 m
f = 1/298,257222101
nível, sendo utilizado como referência para as altitudes ortométricas (distância contada
sobre a vertical, do geóide até a superfície física) no ponto considerado.
Isto quer dizer que, não só os limites desta superfície, bem como todas as suas
particularidades naturais ou artificiais, serão projetadas sobre um plano considerado
horizontal.
Denomina-se campo topográfico a área limitada da superfície terrestre que pode ser
representada topograficamente, tal que seja admissível a abstração da sua curvatura. O
limite da grandeza dessa área é função da precisão exigida na planta, de modo que seja
possível admiti-la como plana com erros aceitáveis.
Como exemplo, seja AB o arco que representa a superfície curva do terreno com centro em
C, ab é a tangente no ponto médio do arco AB e OC é o raio médio da Terra, igual 6.367
km.
a O b
A
B
aOb = 2.R.tgα
A diferença entre a distância curva (AO) e a distancia no plano (aO) é dada por:
𝜟 = R.tgα – R.α
𝜟 = R(tgα – α)(2.2)
tgα = α + α3/3
R α3
Δ=
3
Denominando AO de D, e considerando α = D/R, teremos:
D3
Δ=
3 R2
Supondo que a planta deverá ser representada na escala 1/N com um erro de graficismo
(eg) de 0,2 mm, o qual determina a precisão da escala (Pe) de acordo com a expressão:
Pe = eg.N
Podemos calcular a maior extensão de superfície curva admitida como plana de modo que
𝜟 não seja superior ao erro de graficismo. Seja por exemplo uma planta na escala 1/1000
D3 = 3.R2.eg.N = 3x6.367.0002x0,0002x1000
D3 = 2,43232134 x 107 m
D = 28.973 m ≌ 29 km
Esse resultado indica que uma extensão de terreno de até 29 km desenhada na escala
1/1000, o erro cometido ao considerar esse comprimento como plano é menor do que o
erro de graficismo (comentado adiante), sendo, portanto, possível essa abstração.
3 – UNIDADES DE MEDIDAS
A unidade padrão adotada no Brasil é o metro (m), determinada pelo sistema métrico
decimal, correspondente à décima milionésima parte do quadrante do meridiano terrestre,
definida na França em 1871. Em 1983, a Conferência Geral de Pesos e Medidas
estabeleceu a definição atual do “metro” como a distância percorrida pela luz no vácuo
durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 s
Além do metro, são usados comumente os múltiplos:
Decâmetro = 10 metros
E os submúltiplos:
1 palmo = 22 cm
1 pé = 30,48 cm
1 jarda = 91,44 cm
1 braça = 2,20 m
E como submúltiplos:
1 dm2 = 0,01 m2
1 cm2 = 0,0001 m2
1 mm2 = 0,000001 m2
1 tarefa = 4.356 m2
As unidades de medidas dos ângulos e arcos são: o grau ou unidade sexagesimal, o grado
ou unidade centesimal , o radiano e o milésimo, todas referidas ao desenvolvimento da
circunferência.
3.3.1 – EXERCICIOS
1) Transformação de ângulos:
Transforme os seguintes ângulos em graus, minutos e segundos para graus e frações
decimais de grau.
a) 32º 28’ 59” = 32 = 32, 48305556º
b) 17º 34’ 18,3” = 17 = 17,57175º
c) 125º 59’ 57” = 125 = 125,9991667º
Utilizando a calculadora:
+
20,52 →DEG = 20,86666667
=
51,20000 2ndF →DEG = 51º 12’
calculadora, o ângulo deve estar em graus e frações de graus ou radianos, sendo que neste
último caso, a calculadora deve estar configurada para radianos. Por exemplo:
Para o ângulo 22º 09’ 04”, calcular o valor do seno, cosseno e tangente:
sen(22,1511111º) = 0,377050629
cos(22,1511111º) = 0,926192648
tg(22,1511111º) = 0,407097411
Exercicios Propostos:
1) Calcule as somas
2) Determine as diferenças
Na ilustração, o conjunto de medidas “a” apresenta alta precisão, pois seus resultados
apresentam baixa variabilidade, mas, por outro lado, nenhuma das medidas acertou o alvo,
não apresentando exatidão.
4 – ESCALAS
1 d
E=
M
= D
1 d
=
M D
Onde:
M = Denominador da escala
d = Distancia no desenho
D = Distancia no terreno
Por exemplo, se uma feição é representada no desenho com cinco centímetros de
comprimento e sabe-se que seu comprimento no terreno é de 500 metros, então a escala de
representação utilizada é de 1:10.000. Ao utilizar a fórmula acima para o cálculo da escala
deve-se ter o cuidado de transformar as distâncias para a mesma unidade.
5 cm 5 cm 1
E= = =
500 m 50.000 cm 10.000
Ad = 4u2 (4.1)
At = Ad . M2 (4.3)
As escalas mais usadas em Topografia são aquelas que tem o denominador múltiplo de 10,
20 e 50, tais como:
Pe = eg . M
A tabela a seguir, ilustra o valor da precisão da escala (pe) para diferentes escalas.
Escala Pe
1/10.000 2m
1/2.000 40 cm
1/1.000 20 cm
1/500 10 cm
1/250 5 cm
A escala gráfica é formada por uma linha graduada dividida em partes iguais, cada uma
delas representando a unidade de comprimento escolhida para o terreno ou um dos seus
múltiplos.
Por exemplo, seja um mapa na escala 1:4000. Deseja-se desenhar um retângulo no mapa
que corresponda a 100 metros no terreno. Aplicando os conhecimentos mostrados
anteriormente deve-se desenhar um retângulo com 2,5 centímetros de comprimento.
1 d 1 d
M
= D
=
4000 10.000
d = 2,5 cm
Isto já seria uma escala gráfica, embora bastante simples. É comum desenhar-se mais que
um segmento (retângulo), bem como indicar qual o comprimento no terreno que este
segmento representa, conforme mostra a figura a seguir.
No caso anterior determinou-se que a escala gráfica seria graduada de 100 em 100 metros.
Também é possível definir o tamanho do retângulo no desenho, como por exemplo:
1/4000 1cm = 40 m
Existe também uma parte denominada de talão, que consiste em intervalos menores,
conforme mostra a figura abaixo.
Uma forma para apresentação final da escala gráfica é apresentada a seguir.
Escala 1:4000
EXERCÍCIOS:
4) Determinar qual a escala de uma carta sabendo-se que distâncias homólogas na carta e
no terreno são, respectivamente, 225 mm e 4,5 km.
5) Com qual comprimento uma estrada de 2500 m será representada na escala 1:10000?
6) Um lote urbano tem a forma de um retângulo, sendo que o seu comprimento é duas
vezes maior que a sua altura e sua área é de 16.722,54 m2. Calcular os comprimentos dos
lados se esta área fosse representada na escala 1:10560.
9) Construa uma escala gráfica para a escala nominal 1:600. Desenhar com retângulos com
1 cm de comprimento.
10) Construa uma escala gráfica para a escala nominal 1:25.000 graduada de500 m em 500
m.
11) Qual o formato do papel necessário para representar uma superfície de 350m x 280m,
na escala 1:500? Considere os seguintes formatos A4 (210x297)mm, A3(297x420)mm,
A2(420x594)mm, A1(594x840)mm e A0(840x1188)mm.
5 – MEDIDAS DE DISTANCIAS
Para a obtenção desta distância, existem alguns processos, os quais veremos a seguir.
O comprimento das de bolso varia de 1 a 7,50 metros (as de 5 metros são as mais
utilizadas);
Por serem leves e praticamente indeformáveis, os levantamentos realizados com este tipo
de dispositivo nos fornecem uma maior precisão nas medidas, ou seja, estas medidas são
mais confiáveis;
b) Trena de lona
É feita de pano oleado ao qual estão ligados fios de arame muito finos que lhe dão alguma
consistência e invariabilidade de comprimento;
Não é um dispositivo preciso, pois deforma com a temperatura, tensão e umidade (encolhe
e mofa);
É feita de material bastante resistente (produto inorgânico obtido do próprio vidro por
processos especiais);
Conforme figura a seguir, pode ser encontrada com ou sem envólucro e, este, se presente,
tem o formato de uma cruzeta; sempre apresentam distensores (manoplas) nas suas
extremidades;
5.1.1 - ACESSÓRIOS
a) PIQUETES
- assinalados (marcados) na sua parte superior com tachinhas de cobre, pregos ou outras
formas de marcações que sejam permanentes;
- é cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5cm) deve permanecer visível, sendo
que sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.
b) ESTACAS TESTEMUNHAS
São utilizadas para facilitar a localização dos piquetes, indicando a sua posição
aproximada. Estas normalmente obedecem as seguintes características:
Cravadas próximas ao piquete, cerca de 30 a 50cm;
Comprimento variável de 15 a 40cm;
Diâmetro variável de 3 a 5cm;
Chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição, indicando o nome
ou número do piquete. Normalmente a parte chanfrada é cravada voltada para o piquete,
figura 5.2.
c) FICHAS
São utilizadas na marcação dos lances efetuados com o diastímetro quando a
distância a ser medida é superior ao comprimento deste;
São hastes de ferro ou aço;
Seu comprimento é de 35 ou 55cm;
Seu diâmetro é de 6mm;
Conforme figura 5.3, uma das extremidades é pontiaguda e a outra é em formato de
argola, cujo diâmetro varia de 5 a 8cm.
Figura 5.3 - Fichas
d) BALIZAS
Características:
Devem ser mantidas na posição vertical, sobre o ponto marcado no piquete, com
auxílio de um nível de cantoneira.
e) NÍVEL DE CANTONEIRA
Aparelho em forma de cantoneira e dotado de bolha circular que permite à pessoa
que segura a baliza posicioná-la corretamente (verticalmente) sobre o piquete ou sobre o
alinhamento a medir. (figura 5.5)
Acessórios;
Cuidados tomados durante a operação, tais como:
horizontalidade da trena;