01 Textos Calculo Diferencial em R
01 Textos Calculo Diferencial em R
01 Textos Calculo Diferencial em R
Textos de Apoio de
Cálculo I
Módulo 01
Cálculo Diferencial em IR
Textos elaborados por: Aldina Correia, Isabel Cristina Lopes, Maria Paula Nunes.
Engenharia Mecânica
Engenharia e Gestão Industrial
Engenharia Biomédica
Sumário
Definição 1:
Sejam A e B subconjuntos de IR. Uma função f : A → B é uma lei ou regra que a
cada elemento de A faz corresponder um único elemento de B.
A B
• x1 • f(x1)
• x2 • f(x2)
F
Figura 1
Definição 2:
Seja f : A → B uma função. Chamamos objecto a todo o x ∈ A e ao elemento
f ( x) ∈ B chamamos o valor da função f no ponto x ou a imagem de x por f.
Definição 3:
O conjunto A diz-se o domínio de f e denota-se por Df .
B diz-se conjunto de chegada.
O conjunto de elementos de B que são imagem por f dos elementos de A diz-se
contradomínio ou conjunto imagem de f e denota-se por D’f .
Definição 4:
Uma função f diz-se função real se o conjunto de chegada for um subconjunto de IR.
Uma função f diz-se função de variável real se o domínio for um conjunto de IR.
Assim, uma função real de variável real (f.r.v.r.) é uma função cujo domínio e
conjunto de chegada são subconjuntos de IR.
Considere-se uma f.r.v.r. f.
O domínio de f é definido por D f = {x ∈ ℝ : f ( x) está bem definida}
{
O contradomínio de f é definido por D’f = f ( D f ) = y ∈ IR : y = f ( x), com x ∈ D f }
Exemplo 1:
A função definida por y = x tem domínio e contradomínio ℝ +0 .
Exemplo 2:
1 − x se x < 1
A função f ( x) = tem como domínio IR, visto que está bem definida
x − 1 se x ≥ 1
quer para x < 1 , quer para x ≥ 1 . O contradomínio desta função é o intervalo [ 0, +∞[ .
y
x
−3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
Figura 2
Exercício 1:
A partir da representação gráfica da função f, complete as afirmações:
a) f ( −1) = ___
y b) f (0) = ___
2 c) f (2) = ___
y=f(x)
1 d) f (__) = −2
-1 2 x e) f ( x) = ____ se x ≥ 2
-1 f) f ( x) = ____ se x ≤ 0
g) D f =
h) D′f =
Figura 3
( f g ) ( x) = ( gf ) ( x) = g ( x) ,
f ( x)
f/g, quociente entre f e g como cujo domínio é
D = D f ∩ Dg \ { x ∈ Dg : g ( x) = 0} ;
fog, função composta, lê-se “f após g”, como ( f g ) ( x) = f ( g ( x) ) , cujo domínio é
D = { x ∈ Dg : g ( x) ∈ D f } .
Definição 7:
Sejam f e g duas f.r.v.r., injectivas, com domínios D f , Dg , respectivamente.
Exemplo 3:
1
Seja f ( x) = .
x
O domínio de f é definido por
{ }
D’f = f ( D f ) = y ∈ IR : y = f ( x), com x ∈ D f = y ∈ IR : y =
1
, x ≠ 0 = IR\{0}
x
O gráfico de f é
{ }
Gr ( f ) = ( x, y ) ∈ IR 2 : y = f ( x) ∧ x ∈ D f = ( x, y ) ∈ IR 2 : y = ∧ x ∈ IR \ {0}
1
x
Figura 4
Definição 9:
Seja f uma função real de variável real e A ⊆ D f . Diz-se que:
Exemplo 4:
1
Ainda relativamente à função definida por f ( x) = , podemos verificar que é
x
estritamente decrescente no intervalo ]−∞, 0[ e em ]0, +∞[ .
Note-se que não podemos dizer que é estritamente decrescente em ]−∞,0[ ∪ ]0, +∞[ ,
visto que existem exemplos que contrariam a definição: por exemplo, considerando
x1 = −2 < 2 = x2 , tem-se f ( x1 ) = − 12 >/ 12 = f ( x2 ) .
Definição 10:
Seja f uma função real de variável real e A⊆Df.
Definição 11:
Seja x0 ∈ ℝ , δ > 0 . Chama-se vizinhança de x0 com raio δ ao intervalo ]x0 − δ , x0 + δ [
e representa-se por Vδ ( x0 ) .
Definição 12:
Seja f uma função real de variável real e x0 ∈ D f . Diz-se que:
Definição 13:
Seja f uma função real de variável real.
i) f é uma função par se ∀x ∈ D f ⇒ − x ∈ D f ∧ f (− x) = f ( x) . Graficamente f é
Exemplo 5:
1
Sejam f ( x) = (cuja representação gráfica é a figura 4) e g ( x) = x 2 − 1 , cuja
x
representação gráfica é a seguinte:
Figura 5
1
A função f não tem zeros, uma vez que f ( x) = 0 ⇔ = 0 (Equação impossível) e a
x
função g tem dois zeros, pois g ( x) = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1 .
1
A função f é uma função ímpar, uma vez que f (− x) = − = − f ( x ) e a função g é uma
x
função par, pois g (− x) = (− x) 2 − 1 = x 2 − 1 = g ( x) . Efectivamente, a representação de f
Definição 14:
Seja f uma função real de variável real. f é uma função periódica se
∃p ∈ ℝ \{0}: f ( x + p ) = f ( x) . Ao menor número positivo p que satisfaz esta condição
chamamos período da função f.
Exemplo 6:
Um exemplo de função periódica é a função seno. Como podemos ver na sua
representação gráfica (Figura 6) o comportamento da função no intervalo ]− π ,π [
Figura 6
Se f é uma f.r.v.r., então dizemos que lim f ( x) = L, onde L < ∞ , se o valor de f(x) se
x →a
Depois de ε ter sido escolhido (ou seja, depois de ter sido escolhido o intervalo B no
eixo yy), então δ pode ser encontrado (ou seja, o intervalo A no eixo xx pode ser
determinado) de modo que, quando x ≠ a está no intervalo A (por exemplo em x0)
então f(x) está no intervalo B (em f(x0)).
δ δ
A
a x0 x
a-δ a+δ
f
ε ε
B
L f(x0) y
L-ε L+ε
Figura 7
Exemplo 7:
Usemos a definição para mostrar que lim( x 2 + 3 x) = 10 .
x→2
Pretendemos obter δ > 0 tal que, quando 0 <| x − 2 |< δ , então | ( x 2 + 3 x) − 10 |< ε .
Nota: O valor de f(x) quando x=a pode nem existir e, mesmo assim, existir o limite
lim f ( x) . De facto, f pode nem estar definida para x=a.
x →a
Exemplo 8:
x2 − 4 x2 − 4
Temos que lim = 4 , apesar de não estar definido em x=2.
x→2 x−2 x−2
0
x2 − 4 0 ( x − 2)( x + 2) x2 − 4
Efectivamente, lim = lim = lim ( x + 2 ) = 4 . Então tende para 4
x→2 x − 2 x →2 x−2 x →2 x−2
quando x tende para 2.
Limites laterais
Definição 16:
O limite lim− f ( x) = L, onde L < ∞ , diz-se limite à esquerda de a e significa que f(x) se
x→a
forem iguais.
Nota:
A existência de limite à esquerda não implica a existência de limite à direita e vice-
versa. No entanto, se o limite lim f ( x) existir e lim f ( x) = L, onde L < ∞ , então existem
x →a x →a
Teorema
Para qualquer f.r.v.r. f tem-se que:
Exemplo 9:
Considere a função f representada graficamente ao lado.
y
x +1 se x≤0
− x + 2 se 0 < x < 2
y=f(x)
2
f ( x) =
1 se x=2 1
x − 2 se x>2
x
Tem-se que lim− f ( x) = 1 e lim+ f ( x) = 2 ;
2
x →0 x →0
c ∀a ∈ IR.
Sejam a∈IR, f e g f.r.v.r. tais que lim f ( x) = A, lim g ( x) = B, onde A, B < ∞ . Então, desde
x →a x →a
Propriedade 3:
lim ( f ( x) ± g ( x) ) = lim f ( x) ± lim g ( x) = A ± B
x →a x→a x →a
Propriedade 4:
lim ( f ( x) ⋅ g ( x) ) = lim f ( x) ⋅ lim g ( x) = A ⋅ B
x →a x→a x→a
Propriedade 5:
f ( x) lim f ( x) A
lim = x→a = , desde que B ≠ 0 .
x →a g ( x) lim g ( x) B
x→a
Propriedade 6:
Propriedade 7:
k
lim [ f ( x) ] = lim f ( x ) , ∀k ∈ R .
k
x →a x →a
Propriedade 8:
lim g ( x )
lim [ f ( x)] = lim f ( x) x→a
g ( x)
.
x →a x→a
Propriedade 9:
lim f [ g ( x) ] = f lim g ( x ) .
x →a x →a
Definição 17:
Uma função f diz-se contínua num ponto x0 ∈ D f , se se verificarem simultaneamente
as condições:
lim f ( x) = f ( x0 )
x → x0
Uma função diz-se contínua se for contínua em todos os pontos do seu domínio.
Uma função diz-se contínua num intervalo [a,b] se for contínua em todos os pontos
do intervalo ]a,b[ e se for contínua à direita de a e à esquerda de b.
Uma função diz-se descontínua num ponto x0 se falharem uma ou mais condições
que definem continuidade num ponto.
A função também não é contínua em 0, pois nem sequer existe limite nesse ponto;
porém, é contínua à esquerda de 0.
Concluindo: a função é contínua nos intervalos ]− ∞,0] , ]0,2[ e ]2,+∞[ .
f ( x ) ± g ( x) ;
f ( x).g ( x) ;
f ( x)
, desde que g (a ) ≠ 0 .
g ( x)
Definição 18:
Uma função constante é uma função do tipo f ( x) = c, ∀x ∈ R , ou seja uma função
A representação gráfica deste tipo de funções é uma recta paralela ao eixo dos xx,
definida pela equação y=c.
Exemplo 10:
A função definida por f(x)=2 é um exemplo de uma função constante:
Figura 9
Definição 19:
Uma função identidade é uma função do tipo f ( x) = x, ∀x ∈ R .
Figura 10
O domínio da função é IR e o conjunto das imagens é IR. A função é contínua em
todo o seu domínio.
Definição 20:
Uma função polinomial de 1º grau é toda a função que associa a cada número real
x o número real ax + b, a ≠ 0 .
O gráfico deste tipo de funções é uma recta não paralela aos eixos coordenados.
Exemplo 11:
A função definida por f(x)=3x-1, cuja representação gráfica está na figura 9, é um
exemplo deste tipo de função.
Figura 11
Exemplo 12:
No movimento rectilíneo e uniforme, o espaço percorrido varia em função do tempo
de acordo com a fórmula s=s0 +vt, onde s0 e v são constantes e v ≠ 0 . Esta função é
uma função do 1º grau.
Propriedades
As quantidades a e b na expressão y=ax+b podem ser vistas como parâmetros, que
condicionam o aspecto do gráfico da função. Se mantivermos b fixo e fizermos variar
o parâmetro a, iremos obter uma família de rectas com declives diferentes mas todas
com ordenada na origem b; se mantivermos fixo o valor a e fizermos variar o
parâmetro b, obter-se-á uma família de rectas paralelas com declive a.
6 y 6 y
4 4
2 2
0 x 0 x
-4 -2 0 2 4 -4 -2 0 2 4
-2 -2
-4 -4
y=ax+2 y=x+b
Figura 12 Figura 13
Definição 21:
Uma função polinomial de 2º grau ou função quadrática é toda a função que
O gráfico duma função quadrática é uma parábola com eixo de simetria paralelo
ao eixo dos yy.
Quando a > 0 , a parábola tem a concavidade voltada para cima; quando a < 0 , a
parábola tem a concavidade voltada para baixo.
Exemplo 13:
y
2 y=-x^2+2x+3
0 x
-4 -2 0 2 4 6
-2
x=1
-4
Figura 14
−2 ± 4 + 12
Dado que f ( x) = 0 ⇔ − x 2 + 2 x + 3 = 0 ⇔ x = ⇔ x = −1 ∨ x = 3 , neste caso
−2
existem dois zeros. Para achar o vértice da parábola, que é o ponto (1,4), podemos
−1 + 3
calcular a abcissa fazendo o ponto médio entre os zeros da parábola x = =1 e
2
a ordenada correspondente será f (1) = 4 . O eixo de simetria da parábola é portanto
a recta x=1. Como a = −1 < 0 a parábola tem a concavidade voltada para baixo.
Definição 22:
Uma função polinomial é uma função f :R → R definida
Uma função polinomial pode ter máximos e/ou mínimos. (Para encontrar estes
máximos e mínimos podemos recorrer às derivadas – ver capítulo 2.12.2)
O domínio das funções polinomiais é sempre o conjunto dos números reais, IR.
Exemplo 14:
A função f ( x) = 5 x5 − 6 x + 7 é uma função polinomial de grau 5, cuja representação
gráfica é a seguinte:
Figura 15
A função constante f ( x) = 5 é uma função polinomial de grau 0.
Definição 23:
x se x ≥ 0
A função f ( x) = x diz-se função módulo. Note-se que x =
− x se x < 0
Figura 16
Definição 24:
Uma função racional é uma função definida como o quociente de duas funções
p( x)
polinomiais, isto é, f ( x) = , onde p ( x) e q ( x) são polinómios e q ( x) ≠ 0 .
q ( x)
O domínio da função racional é o conjunto dos números reais excluindo os valores
de x para os quais q ( x) = 0 , ou seja, D f = { x ∈ ℝ : q ( x) ≠ 0} .
Exemplo 15:
x −1
A função f ( x) = é uma função racional, cuja representação gráfica é a
x +1
seguinte:
x −1
f ( x) =
x +1
Figura 17
Por observação do gráfico da função, vemos que existem duas assímptotas (conceito
x −1
abordado mais à frente), que o domínio da função f ( x) = é D f = R \ {−1} e que o
x +1
conjunto das imagens é Im f = R \ {1} .
Definição 25:
Diz-se que uma função é uma função algébrica, se é uma f.r.v.r. que pode ser
construída com polinómios, aplicando-se um número finito de operações algébricas
(adição, subtracção, multiplicação, divisão e extracção de raízes).
Exemplos
a) f ( x) = x 2 − 1, g ( s ) = 2( s + 1) 3 s , v(t ) = t 3 (t + 2)3 são funções algébricas.
2
Definição 26:
Diz-se que uma função é uma função exponencial de base a, se é uma f.r.v.r. que a
cada valor real x faz corresponder um número real ax, com a ∈ R, 0 < a ≠ 1 , ou seja
f :R → R
x → y = ax
Figura 18
Sejam a, b ∈ ℝ, m, n ∈ ℕ . Tem-se:
am.an=am+n
am.bm=(ab)m
am
n
= a m− n , a≠0
a
m
am a
= , b≠0
bm b
(a )
m n
= a mn
a0 = 1
1
a −x =
ax
m
an = n a m ; n ∈ IN
A função exponencial natural, por vezes denotada por exp, é definida como
y = exp(x) = ex
onde e é o número de Neper e x ∈ ℝ .
logarítmica:
Definição 27:
Assim, uma vez que a inversa da função exponencial é a função logarítmica (com a
mesma base) e vice versa, podemos escrever:
x
log ( x)
loga(a ) = x se x ∈ IR a a = x se x ∈ IR +
Figura 19 Figura 20
Definição 28:
A função logarítmica natural, denotada por ln, é definida como
y
y = ln(x) se e só se x = e
Observação:
Assim como para indicar o logaritmo natural escrevemos ln, para indicar um
logaritmo de base 10 escreve-se usualmente log (sem qualquer referência à base).
Todos os outros valores da base da função logarítmica, que não o 10, deverão ser
numericamente assinalados, caso contrário estando apenas log, em geral,
considera-se a base decimal. Esta forma de representação deve-se, essencialmente
à generalização do uso da máquina de calcular que apenas possui as funções LOG
e LN. LOG representa, assim, a função logarítmica de base 10 e LN representa a
função de base e (logaritmo natural ou Neperiano).
Se quisermos calcular log 2 5 usando a calculadora, devemos calcular:
ln 5 log 5
log 2 5 = ≈ 2.321928 ou .
ln 2 log 2
ln x n = n ln x
t
P=(a,b) •
b
A=(1,0)
•
a x
Figura 21
Note-se que, se t > 2π, torna-se necessário mais do que uma revolução ao longo de U
de modo a atingir o ponto desejado. Como o comprimento de U é 2π, o ponto
correspondente a t é o mesmo que o ponto correspondente a t +2π , t +4π , t – 2π e,
em geral, a t + 2kπ , onde k é um número inteiro.
O círculo unitário pode ser usado para definir as funções trigonométricas. Essas
funções são o seno, o cosseno, a tangente, a cotangente, a secante e a cosecante,
que se denotam por sen, cos, tg, cotg, sec e cosec, respectivamente. Se t é um
número real (ou um ângulo), então denotamos por sen(t) o número que a função
seno associa a t. Para as outras cinco funções a notação é análoga.
Definição 29:
Se t é um número real (ou um ângulo) e P(a,b) é o ponto do círculo unitário U
correspondente a t, então
sen(t ) = b cos(t ) = a
b a
tg(t ) = (a ≠ 0) cotg(t ) = (b ≠ 0)
a b
1 1
sec(t ) = (a ≠ 0) cosec(t ) = (b ≠ 0)
a b
Desta definição decorre que:
1 1
cosec(t) = sec(t) =
sen( t ) cos( t )
sen( t ) cos( t )
tg(t) = cotg(t) =
cos( t ) sen( t )
1
cotg(t) =
tg( t )
Uma vez que P(a,b) está em U tem-se que a2 + b2 = 1 o que dá origem às fórmulas:
Fórmulas de Adição
sen(u ± v) = sen(u)cos(v) ± cos(u)sen(v)
cos(u ± v) = cos(u)cos(v) ∓ sen(u)sen(v)
tg( u ) ± tg( v )
tg(u ± v) =
1 ± tg( u )tg( v )
Fórmulas de Duplicação
sen(2u) = 2sen(u)cos(u)
cos(2u) = cos2(u) - sen2 (u) = 1 - 2 sen2 (u) = 2cos2(u) - 1
2tg(u)
tg(2u) =
1 − tg 2 (u)
Fórmulas de Bissecção
1−cos( u )
sen2( u ) =
2 2
1+cos( u )
cos2( u ) =
2 2
1−cos( u )
tg2( u ) =
2 1+cos( u )
Na tabela seguinte estão representados os valores destas funções nas abcissas mais
comuns.
π π π π 3π
T 0 6 4 3 2 π 2
1 2 3
sen(t) 0 2 2 2
1 0 -1
3 2 1
cos(t) 1 2 2 2 0 -1 0
3
tg(t) 0 3
1 3 ∞ 0 ∞
cotg(t) ∞ 3 1 3
3
0 ∞ 0
2 3
sec(t) 1 3
2 2 ∞ -1 ∞
Cosec(t) ∞ 2 2
2 3
3
1 ∞ -1
Função Seno
Definição 30:
Definimos a função seno como a função f.r.v.r. f que a cada x real faz corresponder
o número real y = sin x , isto é:
f :R → R
x → y = sin x
π 3
exemplo, nos intervalos 0, e π , 2π é crescente, enquanto que no intervalo
2 2
π 3
2 , 2 π é decrescente.
Figura 22
[ π , 3π ].
2 2
π π
A restrição mais usada (restrição canónica ou principal) é o intervalo − , .
2 2
y
1
y = sen(x)
x
_π π
2 2
-1
Figura 23
Assim, a nova função que se obtém pela restrição do domínio da função seno ao
intervalo (ver segmento a carregado na figura 23) é injectiva logo tem inversa.
A função inversa do seno costuma designar-se por função arco seno e representa-se
usualmente por arcsen ou sen -1 (não se deve confundir este –1 com expoente, é
apenas um meio de denotar a função inversa).
Definição 31:
A função inversa do seno, denotada por arcsen, é definida como
y = arcsen(x) se e só se x = sen(y)
onde -1 ≤ x ≤ 1 e - π ≤ y ≤ π
2 2
Função Cosseno
Definição 32:
Definimos a função cosseno como a função f.r.v.r. f que a cada x real faz
corresponder o número real y = cos x , isto é:
f : IR → IR
x → cos x
O domínio da função cosseno é o conjunto dos números reais e o conjunto imagem
é o intervalo [− 1, 1].
Figura 25
y
y = cos(x)
1
0 π x
-1
Figura 26
A função inversa do cosseno costuma designar-se por função arco cosseno e
representa-se usualmente por arccos ou cos-1 (mais uma vez não se deve confundir
o –1 com expoente, é apenas um meio de denotar a função inversa).
Definição 33:
A função inversa do cosseno, que se denota por arccos e se lê “arco cujo cosseno”,
é definida por:
y = arccos x ⇔ x = cos y
onde −1 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ π .
x
-1 0 1
Figura 27
D(cot) = D(cosec) = { x ∈ R : x ≠ nπ , n ∈ Z}
y = tg(x) y = cotg(x)
y y
_π π π
x 0 x
2 2
Figura 28 Figura 29
y = cosec(x) y = sec(x)
y y
1
1
_ 5π -2π _ 3π - π _π π π 3π 2π 5π x _ 5π -2π _ 3π - π _π π π 3π 2π 5π x
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
-1 -1
Figura 30 Figura 31
designada por função arco tangente e que se representa usualmente por arctg ou
Definição 35:
A função inversa da tangente, que se denota por arctan e se lê “arco cuja
tangente”, é definida por:
y = arctan x se e só se x = tan y
π π
onde x ∈ R e − < y< .
2 2
π y
y = arctg(x) 2
_π
2
Figura 32
y
y = arccotg (x)
π
π
2
0 x
Figura 33
π
onde x ∈ ℝ \ ]−1,1[ e y ∈ [0, π ] \ .
2
π π
onde x ∈ ℝ \ ]−1,1[ e y ∈ − , \ {0} .
2 2
A
Arrccoo SSeennoo A
Arrccoo C
Coosssseennoo A
Arrccoo TTa
annggeennttee
A
Arrccoo C
Cootta
annggeennttee A
Arrccoo SSeecca
annttee A
Arrccoo C
Coosssseecca
annttee
y
π
π
2
-3 -2 -1 0 1 2 3 x
Figura 34
e x − e− x
Seno Hiperbólico sinh( x) =
2
e + e− x
x
Cosseno Hiperbólico cosh( x) =
2
sinh x e x − e − x
Tangente hiperbólica tanh( x) = =
cosh x e x + e− x
cosh x e x + e − x
Cotangente Hiperbólica coth( x) = =
sinh x e x − e − x
1 2
Secante Hiperbólica sech(x) = = x −x
cosh( x) e + e
1 2
Cossecante Hiperbólica cosech( x) = = x −x
sinh( x) e − e
cosh 2 ( x) − sinh 2 ( x) = 1
basta notar que:
2 2
e x + e−x e x − e−x e 2 x + 2 + e −2 x e 2 x − 2 + e −2 x 4
cosh ( x) − sinh ( x) =
2 2
− = − = =1
2 2 4 4 4
Existem outras relações da trigonometria hiperbólica que se podem deduzir de forma
análoga, como por exemplo:
Quadro resumo
Propriedades
Função Representação Gráfica Domínio
relevantes
Recta
Função constante D = IR horizontal
f ( x) = c, ∀x ∈ R D’={c} Contínua em
IR
Bissectriz dos
quadrantes
Função identidade D = IR
ímpares
f ( x) = x, ∀x ∈ R D’ = IR
Contínua em
IR
a é o declive
Função polinomial de 1º D = IR b é ordenada
grau na origem
D’ = IR
f ( x) = ax + b Contínua em
IR
Parábola
Função quadrática
D = IR Contínua em
f ( x) = ax 2 + bx + c, a ≠ 0
IR
Grau ímpar
Função polinomial
de grau n
Contínua em
Grau par D = IR
IR
f ( x) = a0 x n + a1 x n −1 + ... + an −1 x + an ,
onde a0 , a1 ,..., an −1 , an , a0 ≠ 0
Propriedades
Função Representação Gráfica Domínio
relevantes
Função racional
Possui
p ( x)
f ( x) = assímptotas
q( x) D = { x ∈ ℝ : q( x) ≠ 0}
Contínua no
onde p ( x) e q ( x) são
seu domínio
polinómios e q ( x ) ≠ 0
Simétrica da
parábola
relativ/ à
D = ℝ +0 bissectriz dos
Função raiz quadrada
quadrantes
f ( x) = x D ' = ℝ +0
ímpares
Contínua no
seu domínio
Descontínua
Função característica D = IR
f ( x) = [ x ] D' = ℤ Contínua por
pedaços
Simétrica da
exponencial
relativ/ à
Função logarítmica D = ℝ+ bissectriz dos
f ( x) = ln( x) quadrantes
D' = ℝ
ímpares
Contínua no
seu domínio
Propriedades
Função Representação Gráfica Domínio
relevantes
Sinusóide
D = IR Periódica de
Função seno período 2 π
f ( x) = sen x D’=[-1,1]
Contínua em
IR
Sinusóide
D = IR Periódica de
Função cosseno período 2 π
f ( x) = cos x D’=[-1,1]
Contínua em
IR
Periódica de
Função tangente π período π
x ∈ ℝ : x ≠ + nπ , n ∈ ℤ
f ( x) = tan x 2
Contínua no
seu domínio
Periódica de
Função cotangente período π
{ x ∈ ℝ : x ≠ nπ , n ∈ ℤ}
f ( x) = cot x Contínua no
seu domínio
Periódica de
Função secante π período 2 π
x ∈ ℝ : x ≠ + nπ , n ∈ ℤ
f ( x) = sec x 2
Contínua no
seu domínio
Periódica de
Função cossecante período 2 π
{ x ∈ ℝ : x ≠ nπ , n ∈ ℤ}
f ( x) = cosec x Contínua no
seu domínio
Propriedades
Função Representação Gráfica Domínio
relevantes
Simétrica da
D= [-1,1] função seno
relativamente
Função arco seno
π π à bissectriz
f ( x) = arcsen x D’= − 2 , 2 . dos
quadrantes
ímpares
Simétrica da
função
cosseno
Função arco cosseno D=[-1,1] relativamente
f ( x) = arccos x D’=[0, π] à bissectriz
dos
quadrantes
ímpares
Simétrica da
função
D=IR tangente
Função arco tangente relativamente
π π
f ( x) = arctan x D’= − 2 , 2 .
à bissectriz
dos
quadrantes
ímpares
y
Simétrica da
π
função
cotangente
Função arco cotangente
D=IR relativamente
f ( x) = arccot x π D ' = ]0, π [ à bissectriz
2
dos
quadrantes
ímpares
-3 -2 -1 0 1 2 3 x
Simétrica da
função
D = ]−∞, −1] ∪ [1, +∞[ secante
Função arco secante relativamente
π π
f ( x) = arcsec x D ' = 0, ∪ , π à bissectriz
2 2 dos
quadrantes
ímpares
Simétrica da
função
D = ]−∞, −1] ∪ [1, +∞[ cossecante
Função arco cossecante relativamente
π π
f ( x) = arccosec x D ' = − , 0 ∪ 0, à bissectriz
2 2 dos
quadrantes
ímpares
Propriedades
Função Representação Gráfica Domínio
relevantes
2. Cálculo diferencial em IR
Podemos distinguir dois tipos de taxas de variação: a taxa de variação média, que é
uma forma de medir a variação de uma função durante um intervalo do domínio, e
a taxa de variação instantânea, que nos dá a tendência de crescimento da função
num determinado ponto do domínio.
∆y f ( x2 ) − f ( x1 ) f ( x1 + ∆x) − f ( x1 )
TVM]x1 , x2 [ = = = .
∆x x2 − x1 ∆x
Exemplo 1:
Considere uma viagem de automóvel em que a distância percorrida (em km) é
dada pela função f(t) = 16 t2 + 16 t, onde 0 ≤ t ≤ 5 é o tempo gasto (em horas).
A distância percorrida ao fim de uma hora é f(1) = 32 km; a taxa de variação média
da distância percorrida relativamente ao tempo (velocidade média) nesse intervalo
de tempo é dada por
∆y f (1) − f (0) 32 − 0
TVM ]0,1[ = = = = 32 km/h
∆t 1− 0 1
Ao fim de duas horas a distância percorrida é f(2) = 16x22+16x2 = 96 km. Logo, na
segunda hora,
∆y f (2) − f (1) 96 − 32
TVM ]1, 2[ = = = = 64 km/h
∆t 2 −1 2 −1
a) Qual a velocidade média durante as duas primeiras horas de viagem?
b) Qual a velocidade média do total da viagem?
c) Qual a velocidade média num qualquer intervalo de tempo iniciado em t =
3h?
Definição 2
Sendo y=f(x) uma f.r.v.r., a derivada de y em relação a x no ponto x0 é dada por
f ( x) − f ( x0 ) f ( x 0 + ∆x) − f ( x0 )
f ′( x0 ) = lim = lim , Notação alternativa:
x → x0 x − x0 ∆ x → 0 ∆x
dy
caso este limite exista e seja finito. = f ′( x0 )
dx x = x0
Exemplo 2:
Calcule, pela definição, a derivada da função h(x)= x no ponto x=4.
h ( x ) − h ( 4) x− 4 x −2 x +2 x−4 1 1
h ′( 4) = lim = lim = lim ⋅ = lim = lim =
x →4 x−4 x →4 x−4 x→ 4 x − 4 (
x + 2 x→4 ( x − 4) x + 2 x→4 x + 2 4 )
2.1.2. Função derivada
Definição 3
Sendo y=f(x) uma f.r.v.r., a função derivada de y em relação a x é a função
f ′ : D → IR
f ( x + ∆x) − f ( x)
x ֏ f ′( x) = lim
∆x →0 ∆x
onde D é o subconjunto do domínio de f onde este limite existe e é finito.
Dizemos que uma função é diferenciável quando existe derivada em todos os
pontos do seu domínio.
Toda a função diferenciável num ponto é contínua nesse ponto, mas nem todas as
funções contínuas são deriváveis. Vejamos alguns exemplos de tipos de pontos onde
uma função não é derivável:
Figura 35
Figura 36
Exemplo 3:
Considerando ainda a função h(x)= x , escreva as equações da recta tangente e
da recta normal ao gráfico da função no ponto x=4.
y – y0 = h’(x0) (x – x0)
A recta normal ao gráfico num ponto é a recta perpendicular à tangente que passa
nesse ponto:
1
y − y0 = − ( x − x0 )
h ′( x0 )
Nota:
Se a derivada no ponto de tangência (x0,y0) for nula, significa que o declive da recta
tangente é nulo, logo a recta tangente é uma recta horizontal de equação y = y0.
Portanto, a recta normal será uma recta vertical de equação x = x0.
y y=f(x) y normal
x=x0
tangente y=f(x)
y0 tangente
y0
y=y0
x0 x x0 x
normal
Figura 37 Figura 38
Sejam u = f(x), v = g(x) funções diferenciáveis, c constante real, a constante real positiva e n real.
Exemplo 4:
Utilizando as regras de derivação, derive a função f(t) = 6t2/3 +e1-t+ 25/t.
−1 4 25
f’(t) = 6 [t2/3]’ + [e1-t]’ + 25 [t-1]’ = 6 × 23 t 3
+ (−1)e1−t + 25 × (−1)t − 2 = − e1−t −
3
t t2
Se possível, evite a
regra do quociente
Exemplo 5:
Escreva as equações da recta tangente e da recta normal ao gráfico da função
f(t) = 6t2/3 +e1-t + 25/t, no ponto t = 1.
Exemplo 6:
Estima-se que, dentro de t anos, a população de um certo centro suburbano seja
6
P (t ) = 20 − milhares de indivíduos.
t +1
a) Escreva uma fórmula para a taxa a que a população estará a variar
relativamente ao tempo daqui a t anos.
6
P ′(t ) =
(t + 1)2
c) Qual será a variação efectiva que se estima que ocorra durante o segundo
ano?
X U Y
x g u f y
fog
Figura 39
Exemplo 7:
Sendo w = 2cos(x) e x = 3t3 – t, calcule dw .
dt
Temos t → x → w logo dw dw dx
= ⋅
dt dx dt
Exemplo 8:
Seja y = 13
2 x . A sua inversa é x = 8 y3, cuja derivada é x’ = 24 y2.
Como para x = 0 temos y = 0 e portanto x’ = 0, não podemos aplicar o teorema neste
ponto.
dy 1 1 1 −2
= = = = 16 x ∀x∈IR\{0}.
( )
3
Como x’ ≠ 0 para x ≠ 0, temos 2 2 2
dx 24 y 24 12 3 x 6x 3
d2 f d df
Assim, f’’(x) = (f’(x))’ ou, na outra notação, 2
=
dx dx dx
d3 f d d2 f d d df
f’’’(x) = (f’’(x))’=((f’(x))’)’ = =
dx 3 dx dx 2 dx dx dx
d4 f d d3 f d d d df
f(4)(x) = (f’’’(x))’=(((f’(x))’)’)’ = =
dx 4 dx dx 3 dx dx dx dx
… …
dn f d d n −1 f d d d df
f(n)(x)= (f(n-1)(x))’ = = ⋯ …
dx n dx dx n −1 dx dx dx dx
Exemplo 9:
Se f(x) = 5x3 + 8x2 – ex, então f’(x) = 15x2 + 16x – ex,
f’’(x) = 30x + 16 – ex,
f’’’(x) = 30 – ex,
f(4)(x) = – ex,
f(5)(x) = – ex,
…
f(n)(x) = – ex ∀n≥4
Definição 7
Diz-se que a equação F(x,y)=0 define y como função implícita de x se existe uma
função y=f(x), cuja substituição na equação F(x,y)=0 a transforme numa proposição
verdadeira.
Exemplo 10:
a) A equação x2+y2-a2=0 define implicitamente duas funções elementares:
y1 = a 2 − x 2 e y1 = − a 2 − x 2
b) A equação x2+y2+5=0 não define implicitamente qualquer função em IR pois é
uma equação impossível em IR.
Exemplo 11:
Suponha que y=f(x) é uma função definida implicitamente por y4 + 3y - 4x3 = 5x +1.
Calcule y’(x).
y 4 + 3y - 4x 3 = 5x + 1
5 + 12 x 2
obtém-se ⇔ y'= , 4 y3 + 3 ≠ 0
4y + 3
3
Definição 40:
Podemos definir uma função paramétrica y em função de x através das equações
paramétricas
x = f (t )
, t ∈ [T1 , T2 ]
y = g (t )
onde f e g são funções reais de variável real no parâmetro t e T1 , T2 ∈ ℝ .
Exemplo 12:
x = t − sen t
A expressão define parametricamente uma curva chamada ciclóide,
y = 2 − cos t
representada no gráfico seguinte:
Figura 40
Teorema 8
Seja y uma função de x dada pelas equações paramétricas
x = f (t )
, t ∈ [T1 , T2 ] T1 , T2 ∈ ℝ
y = g (t )
onde f e g são diferenciáveis e a função f admite inversa, isto é, existe φ tal que
φ ( x) = t , também diferenciável; então a derivada de y em ordem a x é dada por:
dy g ' (t )
y' = =
dx f ' (t )
Exemplo 13:
x = 3sin t
Seja y uma função de x dada pelas equações paramétricas
y = 2 + cos t
a) Calcule o valor da derivada da função y=f(x) para t=π/4.
b) Escreva a equação das rectas tangente e normal ao gráfico da função y=f(x)
para t=π/4.
Resolução
f (t ) = 3sin t
a) Sejam .
g (t ) = 2 + cos t
f '(t ) = 3cos t
As funções f e g são diferenciáveis porque
g '(t ) = − sin t
Vejamos se f admite inversa:
x x π π
x = 3sin t ⇔ = sin t ⇔ t = arcsin logo f admite inversa para − ≤ t ≤ .
3 3 2 2
Vejamos se f −1 é diferenciável:
1
′
x 3 1
t ′ = arcsin = = , se 9 – x2 >0 ⇔ x∈]-3,3[
3 x2
9− x 2
1−
9
Em t=π/4, tem-se x= f ( π4 ) = 3sin π4 = 3 22 ∈]-3,3[, logo f −1 é diferenciável em π/4.
Assim, a derivada de y=f(x) para t=π/4 é:
g '(t ) − sin t 1 1 π 1
y ' t =π = = = − tan t = − tan = −
4 f '(t ) t = π 3cos t t=
π 3 t=
π 3 4 3
4 4 4
y − y0 = mtg ( x − x0 ) ⇔ y − 2 + ( 2
2
)=− 1
3 ( x − 3 2 2 ) ⇔ y = − 13 x + 2 + 2 .
A recta normal é:
y − y0 = −
1
mn
( x − x0 ) ⇔ y − 2 +( 2
2
) = 3( x − 3 2
2 ) ⇔ y = 3x + 2 − 4 2 .
∆y
Assim, ≈ f ′(x) para ∆x ≈ 0
∆x
∆y ≈ f ′( x) ⋅ ∆x para ∆x ≈ 0
dy dx
Exemplo 14:
Suponha que o custo (em euros) de produzir q unidades de um certo bem é
C(q)=3q2+5q+10. Se o nível de produção actual for de 40 unidades, estime como irá
variar o custo total C se forem produzidas 40,5 unidades.
Resolução
Temos actualmente q = 40 e a variação do nível de produção q é ∆q=0,5.
A variação correspondente do custo total C será ∆C ≈ dC = C’(40) ∆q.
Como C’(q) = 6q + 5,
então C’(40) = 245
e portanto ∆C ≈ dC = 245 × 0,5 = 122,50 €.
y=f(x)
f(a)=f(b)
a c1 c2 bx
Figura 42
y
y=f(x)
f(b)
Geometricamente, se uma curva é contínua e
tangente
diferenciável num intervalo, então existe um ponto no
f(a)
interior do intervalo com tangente paralela à recta que
a c b x
une os pontos (a,f(a)) e (b, f(b)).
Figura 43
Teorema de Cauchy
Se f e g são funções contínuas num intervalo [a,b], diferenciáveis em ]a,b[ e g’(x)≠0
f ′(c) f (b) − f (a )
∀x∈]a,b[, então existe pelo menos um ponto c∈]a,b[ tal que = .
g ′(c) g (b) − g (a )
f ′( x) f ( x) f ′( x)
Se lim = L , com L∈IR ou +∞ ou -∞, então lim = lim =L
g ′( x) g ( x) g ′( x)
Por vezes é útil aplicar a Regra de L’Hôpital mais do que uma vez ao mesmo limite
até levantar a indeterminação, ou mesmo combinar com outras técnicas já
conhecidas.
Exemplo 15:
x2 − 4x + 4 0.
lim é uma indeterminação
x→2 x−2 0
Exemplo 16:
2x + 1 1 não há indeterminação 0 nem ∞ , logo não se pode aplicar o teorema!
lim =−
x →0 x−3 3 0 ∞
Indeterminações do tipo ∞ – ∞
Se lim f(x) = ∞ e lim g(x) = ∞ então lim f(x) – g(x) = ∞ – ∞. Mas:
1 1 1 1
lim f ( x) − g ( x) = lim f ( x) g ( x) − = ∞ ⋅ ∞ ⋅ − = ∞ × 0
g ( x ) f ( x ) ∞ ∞
Portanto
x →a
[ ]
lim[ln y ] = L ⇔ ln lim y = L ⇔ lim y = e L
x →a x →a
Teorema 10
Seja f uma função contínua em [a,b] ⊆ D f e derivável em ]a,b[.
Considere a função f ( x) = 3 2 x 2 − x 3 .
Df = IR
′ 1 4 − 3x
( ) ( ) (4 x − 3x ) =
2
f’(x) = 2 x 2 − x 3 3 = 2 x 2 − x 3
1
− 2
3
3 3 ⋅ 3 x( x − 2) 2
Df’ = IR\{0,2}.
Como f’(x) = 0 para x = 4/3, temos o seguinte quadro:
-∞ 0 4/3 2 +∞
4 – 3x + + + 0 - - -
3 ⋅ 3 x(2 − x )
2
- 0 + + + 0 +
f’(x) - s.s. + 0 - s.s. -
f(x)
∴ f é estritamente crescente em ]0, 4/3[ e estritamente decrescente em ]- ∞, 0[ e em
]4/3, +∞[\{2}
Definição 11
Seja f uma f.r.v.r. Os pontos críticos de f são os zeros da sua primeira derivada (pontos
estacionários) e os pontos pertencentes ao Df onde a primeira derivada não está
definida.
Teorema 12
Se f tiver extremos relativos, estes ocorrem nos seus pontos críticos.
No entanto, num ponto crítico nem sempre ocorre um extremo; pode ocorrer aquilo
a que se chamará um ponto de inflexão.
y y y y
y=f(x) y=f(x)
y=f(x)
y=f(x)
x0 x x0 x x0 x x0 x
f’(x)<0 para x<x0 e f’(x)>0 para x>x0, então f(x0) é um mínimo relativo de f
f’(x)>0 para x<x0 e f’(x)<0 para x>x0, então f(x0) é um máximo relativo de f
f’(x) tem o mesmo sinal à esquerda e à direita de x0, então f(x0) não é um extremo
relativo de f.
Ainda o Exemplo 17
Neste exemplo já encontrámos três pontos críticos: 0, 4/3 e 2.
Analisando a anterior tabela de sinais da derivada de f em torno destes pontos
críticos, podemos usar o teste da 1ª derivada para garantir que a função tem um
mínimo em 0, sendo esse valor mínimo f(0)=0, que tem um máximo em x = 43 , sendo
23
esse valor máximo f ( 43 ) = 3 2 ( 43 ) − ( 43 ) =
2 3
4 , e que não atinge um extremo em x=2,
3
visto que f’(x) tem o mesmo sinal à esquerda e à direita de 2.
Definição 14
Definição 15
Seja f uma f.r.v.r. contínua num intervalo aberto I ⊆ D f e seja x0∈I. Se f muda o
sentido da concavidade em x0, então dizemos que f tem um ponto de inflexão em x0.
Teorema 16
Ainda o Exemplo 17
4 − 3x 8
Já vimos que f '( x) = e podemos mostrar que f ''( x) = − .
3 ⋅ 3 x(2 − x) 2 9 ⋅ 3 x 4 (2 − x)5
A segunda derivada nunca se anula mas o seu domínio é IR\{0,2}. Para estudar a
variação do sinal de f’’ basta reparar que este depende apenas do sinal de (2-x):
-∞ 0 2 +∞
f’’(x) - s.s. - s.s. +
∩ ∩ ∪
P.I
f(x)
0 0.
Teorema 17
Seja f uma f.r.v.r. que admite derivadas de 1ª e 2ª ordem num ponto x0.
Se f'(x)=0 e se f'’(x)>0 então f tem um mínimo relativo em x0.
Se f'(x)=0 e se f'’(x)<0 então f tem um máximo relativo em x0.
Se f'(x)=0 e se f'’(x)=0 então o teste é inconclusivo (é necessário efectuar o teste
da 1ª derivada).
2.12.6. Assímptotas
Assímptotas verticais
Definição 18
Seja f uma f.r.v.r. tal que lim± f ( x) = ∞ , então a recta x=x0 é uma assímptota vertical
x → x0
do gráfico de f.
Assímptotas horizontais
Definição 19
Seja f uma f.r.v.r. tal que lim f ( x) = L1 e lim f ( x) = L2 ; então as rectas y=L1 e y=L2 são
x →+∞ x →−∞
Nota
P( x)
No caso de uma função racional f ( x) = , as assímptotas podem ser calculadas
Q( x)
em função do grau dos polinómios P e Q.
Se grau(P) < grau(Q), então y=0 é assímptota horizontal.
Assímptotas oblíquas
Definição 20
f ( x)
Seja f uma f.r.v.r. tal que lim = m e lim [ f ( x) − mx ] = b ; então a recta y=mx+b é
x →±∞ x x →±∞
Nota
f (x )
f (x)
Rn(x)
Pn(x) P n( x)
a x
x
Figura 48
Exemplo 18:
Considere a função f(x)=ex.
a) Obtenha um valor aproximado de e-0,75 utilizando o polinómio de MacLaurin de
4º grau de f.
b) Calcule o erro cometido com essa aproximação.
x2
P2 ( x) = 1 + x + 2
2!
x 2 x3 x 4 1
P4 ( x) = 1 + x + + +
2! 3! 4!
0
f(x) = ex -2 -1 0 1 2
x 2 x3 P1(x) = 1+x
P3 ( x) = 1 + x + +
2! 3!
Figura 49
x 2 x3 x 4
Logo P4(x)= 1 + x + + +
2! 3! 4!
e portanto
2 3 4
e-0,75 ≈ P4 ( −0,75) = 1 − 0,75 + 0,75 − 0,75 + 0,75 ≈ 0,474
2 6 24
O erro é dado pelo Resto de Lagrange:
e −0, 75θ
R4 (−0,75) = (−0,75) 5 <0 para 0 < θ < 1 logo podemos dizer que 0,474 é um valor
5!
aproximado de e-0,75 por excesso.
1
Quando 0 < θ < 1, então 0 < e-0,75θ < 1, logo R4 (−0,75) ≤ (0,75) 5 ≈ 0,002 .
5!
Portanto o erro máximo cometido é de 0,002.