Lei N 11 343 2006 Lei de Drogas
Lei N 11 343 2006 Lei de Drogas
Lei N 11 343 2006 Lei de Drogas
ESPECIAL
Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
Péricles Mendonça
Lei n. 11.343/2006..........................................................................................................4
1. Introdução...................................................................................................................4
2. Conceito de Droga.......................................................................................................5
3. Ressalvas....................................................................................................................6
4. Finalidade do Sisnad. ...................................................................................................6
5. Internação................................................................................................................. 10
6. Plano Individual de Atendimento................................................................................ 11
7. Dos Tipos Penais....................................................................................................... 13
7.1. Porte de Drogas para Consumo Pessoal................................................................. 13
7.2. Da Repressão à Produção Não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas................ 16
7.3. Prescrição Culposa de Drogas................................................................................26
7.4. Condução de Embarcação ou Aeronave sob a Influência de Drogas. . ...................... 27
8. Causas de Aumento de Pena.................................................................................... 28
9. Colaboração Premiada..............................................................................................29
10. Princípio da Insignificância.......................................................................................29
11. Liberdade Provisória e Conversão da Pena.. ..............................................................29
12. Procedimentos Processuais.................................................................................... 30
13. Procedimento de Destruição das Drogas................................................................ 30
14. Prazos do Inquérito Policial. ..................................................................................... 31
15. A Lei n. 11.343/2006 e a Lei n. 9.099/1995............................................................. 31
16. Infiltração e Ação Controlada...................................................................................32
17. Providências do MP..................................................................................................33
18. Medidas Assecuratórias...........................................................................................33
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Resumo.........................................................................................................................43
Questões de Concurso...................................................................................................46
Gabarito....................................................................................................................... 68
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 69
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LEI N. 11.343/2006
Vamos lá, meu(minha) querido(a)! Iniciaremos falando sobre a Lei de Drogas, uma das le-
gislações especiais mais cobradas nos concursos públicos.
Junto com a Lei de Abuso de Autoridade, Tortura e Estatuto do Desarmamento, essa é a lei
mais cobrada em nossas provas.
Antes de iniciar a aula, é importante lembrar que recentemente tivemos a publicação do
Pacote Anticrime do Governo Federal (Lei n. 13.964/2019), e a Lei n. 11.343/2006 sofreu uma
pequena alteração.
Outro ponto que cabe destacar é sobre as questões que resolveremos no fim da aula. Nem
sempre encontraremos questões da mesma banca que fará a nossa prova, e nesse caso trarei
outras questões para auxiliar na fixação do conteúdo.
Dito isso, vamos iniciar logo nossa aula sobre essa lei que é muito boa para estudarmos.
1. Introdução
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas
e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos
capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Ah, professor, eu já ouvi dizer que o uso de drogas não é mais crime. É por isso?
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Não vamos cometer esse erro que muitas pessoas ainda cometem.
O “uso” de drogas não deixou de ser crime, continua sendo tipificado no artigo 28 da Lei n.
11.343/2006 (que estudaremos em nossa aula), porém não possui uma medida que restrinja a
liberdade do usuário, certo? “Usar” drogas é, sim, crime.
O artigo 1º da Lei n. 11.343/2006 deixa claro que o principal objetivo da Lei de Drogas é
trazer um tratamento diferenciado ao usuário e ao traficante de drogas.
Como disse anteriormente, a pena privativa de liberdade não contribuirá em nada com o proble-
ma social, que é o uso indevido de drogas, que é encarado como um problema de saúde pública.
2. Conceito de Droga
Durante o estudo de nossa lei, utilizaremos diversas vezes o termo “droga”, porém o legis-
lador não trouxe, na Lei n. 11.343/2006, a definição do que seriam essas drogas.
Para o nosso estudo, vamos considerar como sendo drogas as substâncias ou produtos
capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atuali-
zadas periodicamente pela União (por meio da Portaria n. 344/Anvisa).
Temos aqui uma Norma Penal em Branco, que é aquela cuja compreensão de um preceito
primário depende de uma complementação.
No nosso caso, essa complementação não vem da mesma fonte legislativa, ou seja, não
vem de uma lei, e, sim, da Portaria de n. 344 da Anvisa. Portanto, temos uma normal penal em
branco heterogênea.
Assim, é a Portaria n. 344 da Anvisa que define quais são as drogas que devem ser repri-
midas pelo Estado.
A título de curiosidade, uma alteração nessa portaria retirou o cloreto de etila (“Lança
Perfume”) da relação das drogas, causando um abolitio criminis temporária, conforme entendi-
mento da nossa Corte Suprema.
Nesse caso específico, o cloreto de etila ficou de fora da portaria por apenas oito dias.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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3. Ressalvas
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura,
a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a
Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no
caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeter-
minados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
Veja que o legislador proibiu em todo o território nacional o uso de drogas, porém trouxe
uma ressalva, que seria para a utilização das plantas em uso estritamente religioso.
Mas não é assim: “eu uso essa droga na minha religião, então não posso ser preso”. É
necessário que ocorra uma autorização legal ou regulamentar por parte do Estado.
Um exemplo bem conhecido é o que ocorre com o chá de ayahuasca, que é utilizado nos
rituais religiosos do Santo Daime.
A lei autorizou ainda o plantio e cultura para fins exclusivamente medicinais ou científicos
e afirmou que essa autorização deverá ser dada pela União.
4. Finalidade do Sisnad
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades
relacionadas com:
I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de
drogas;
II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e
humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se
nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde – SUS, e com o Sistema Único
de Assistência Social – SUAS.
Agora em 2019 tivemos a edição da Lei n. 13.840/2019, que alterou a Lei de Drogas, e um
dos pontos alterados foi exatamente aqui no artigo 3º, definindo o que seria o Sisnad (§ 1º) e
a previsão de uma atuação conjunta com o SUS e com o SUAS.
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Nos artigos seguintes, nos deparamos com outras definições, como o Plano Nacional de
Políticas sobre Drogas, dos Conselhos de Políticas sobre Drogas, das Diretrizes, enfim, temos
enumeradas diversas ações de prevenção ao combate às drogas.
Ainda não temos doutrinas e jurisprudências que tratem sobre o assunto, então não temos
outra forma de estudar que não lendo a lei seca, lendo o disposto pelo nosso legislador.
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros: (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
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I – promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos dos
órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social,
previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, aten-
ção e reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das políticas
sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de ensi-
no, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
IV – ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas,
promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos; (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das políticas
sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações para
apoio aos usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para o tra-
balho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano indi-
vidual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o coope-
rativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas egresso de trata-
mento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e princípios
previstos no art. 22; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XI – articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso de
drogas; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XII – promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Devemos ficar atentos à duração do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, que,
conforme previsto pela lei, terá duração de 5 anos contados a partir de sua aprovação.
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políti-
cas sobre Drogas.
Temos ainda a criação dos Conselhos de Políticas sobre Drogas, que deverão ser constituídos
por estados, DF e municípios, que terão como objetivos os previstos no artigo 8º-E.
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Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios, terão os seguintes objetivos: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas sobre
drogas, visando à efetividade das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas, ações,
atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica
e repressão ao tráfico ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das políticas
sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou dependente
de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente federado; e (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com o
Sisnad e com os respectivos planos. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Outra novidade é a determinação de uma semana nacional de política sobre drogas, que
deverá ser comemorada anualmente, na quarta semana de junho.
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente,
na quarta semana de junho. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de: (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
I – difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
II – promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
III – difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e econômi-
ca de usuários de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas; (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento às
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na realização de atividades de prevenção ao uso de
drogas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Entre todas as alterações, as mais comentadas pela mídia e demais veículos de comunica-
ção foram as referentes ao tratamento e acolhimento dos usuários e dependentes de drogas.
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O tratamento do usuário deverá ser realizado em uma rede de atenção à saúde, sendo que
de forma prioritária esse tratamento será ambulatorial.
Temos a previsão ainda que esses tratamentos deverão ser orientados por protocolos
técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas.
No âmbito nacional, caberá à União dispor sobre esses protocolos.
5. Internação
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TIPOS DE INTERNAÇÃO
Serão possíveis 2 tipos de internação do dependente em droga
1) Internação VOLUNTÁRIA 2) Internação INVOLUNTÁRIA
É aquela que se dá sem o consentimento do dependente.
Neste caso, será necessário:
• pedido de familiar ou do responsável legal; ou
• na absoluta falta deste, será necessário pedido de
É aquela que se dá com
servidor público da área de saúde, da assistência social ou
o consentimento do
dos órgãos públicos integrantes do Sisnad.
dependente de drogas.
No pedido deverão ser demonstrados motivos que
justificam a medida.
Atenção: servidores da área de segurança pública não
podem fazer pedido de internação involuntária.
A internação involuntária:
A internação voluntária
• deve ser realizada após a formalização da decisão por
deverá ser precedida de
médico responsável;
declaração escrita da
• será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga
pessoa solicitante de que
utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada
optou por este regime de
da impossibilidade de utilização de outras alternativas
tratamento.
terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde.
Seu término se dará:
A internação involuntária perdurará apenas pelo tempo
• por determinação do
necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 dias,
médico responsável ou
tendo seu término determinado pelo médico responsável.
• por solicitação escrita
A família ou o representante legal poderá, a qualquer
da pessoa que deseja
tempo, requerer ao médico a interrupção do tratamento.
interromper o tratamento.
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§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico
individual a ser adotado, levantando no mínimo: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as
quais convive. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o dever
de contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis de res-
ponsabilização civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990
– Estatuto da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto
terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das diversas
fases do atendimento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional; (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
IV – atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual; (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
VI – designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no plano; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no atendimento.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de atendimento
são consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Por fim, entre as novidades trazidas sobre tratamento e acolhimento, temos a previsão do
acolhimento em comunidade terapêutica acolhedora.
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Meu(minha) querido(a), vamos dar início agora ao estudo dos tipos penais propriamente
dito, que são os maiores alvos das cobranças em provas.
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II – multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, esta-
belecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Esse é o tipo penal que trata sobre o porte de drogas para consumo pessoal, e veja que o
legislador trouxe diversos verbos para identificar a conduta. Temos o que a doutrina chama de
tipo penal complexo, ou misto.
O que isso quer dizer? Que, se o agente praticar qualquer uma dessas condutas, responderá
pelo artigo 28 da Lei n. 11.343/2006, porém, caso ele pratique mais de uma, isso não quer dizer
que ele praticará mais de um crime, certo?
Fique atento(a) à necessidade do dolo específico presente neste artigo. É necessário
que o agente adquira, guarde, tenha em depósito, transporte ou traga consigo substância
entorpecente para consumo pessoal. É o que a doutrina chama de elemento subjetivo do
injusto (dolo específico).
Lembra que no início de nossa aula eu fiz um comentário sobre o “uso” de droga não ter
deixado de ser crime?
Então, são duas as considerações que devemos fazer sobre esse assunto. A primeira delas
que podemos observar é que o legislador trouxe um preceito secundário do tipo penal, ou seja,
uma pena, na verdade, trouxe três possibilidades de sanção penal.
O que houve com o porte de drogas para consumo pessoal foi a despenalização, ou seja,
não temos a cominação de uma pena privativa de liberdade.
Outro ponto que devemos ter bastante atenção em nossa prova é que o legislador tipificou
o “porte para uso”, e não o “uso” propriamente dito, certo?
Veja bem, imagine que, em uma abordagem policial, a equipe policial perceba a presença
do odor típico da droga vulgarmente conhecida como maconha e perceba que os abordados
estão visivelmente alterados.
Caso não seja localizado o cigarro de maconha ou qualquer outra substância, a equipe
policial não poderá conduzir essas pessoas à Delegacia para a lavratura do Termo Circunstan-
ciado, até mesmo porque é necessária a apreensão da substância para a realização da perícia.
Temos que ficar atentos a isso para não sermos enganados pelo examinador. Foi por
isso que no início da aula eu coloquei o uso entre as aspas, já que o crime na verdade é o
porte para consumo.
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Então, já que o artigo 28 não traz mais a pena restritiva de direitos, o que ele traz como
forma de punição?
• Advertência: o magistrado faz um esclarecimento sobre os malefícios do uso da droga.
• Prestação de serviços à comunidade: tem a preferência de que esse serviço seja pres-
tado em uma instituição que trabalhe com a prevenção do consumo de entorpecentes e
se dará num prazo máximo de 5 meses ou 10 meses, em caso de reincidência.
• Medida socioeducativa: consiste no comparecimento a cursos ou programas educa-
tivos, não necessariamente voltados à temática das drogas; tem o mesmo prazo da
medida anterior.
Essa reincidência de que trata o parágrafo 4º, conforme a doutrina, é específica, ou seja, deve-
rá o autor ser reincidente na prática da conduta descrita no artigo 28 da lei.
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O STJ tinha um entendimento até considerado recente, já que era de 2017, que considerava o
condenado pelo artigo 28 como reincidente, nas palavras do Min. Félix Fischer:
Porém, num entendimento mais atual, agora de 2018, a Min. Thereza de Assis Moura entendeu
que seria desproporcional considerar a reincidência para aqueles indivíduos condenados pelo
artigo 28 da Lei de Drogas. Nas palavras da Ministra:
Se a contravenção penal, punível com pena de prisão simples, não configura reincidência, resta
inequivocamente desproporcional a consideração, para fins de reincidência, da posse de droga para
consumo próprio, que conquanto seja crime, é punida apenas com “advertência sobre os efeitos das
drogas”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa de comparecimento a progra-
ma ou curso educativo”, mormente se se considerar que em casos tais não há qualquer possibili-
dade de conversão em pena privativa de liberdade pelo descumprimento, como no caso das penas
substitutivas.
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Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma
do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de
levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas
necessárias para a preservação da prova.
Esse é um artigo que gerava um entendimento controverso pela doutrina, sendo que uma
parte dela afirmava que a autoridade policial não precisaria de autorização judicial enquanto
outra parte defendia a necessidade de autorização judicial.
Perceba, que o legislador afirma que as plantações ilícitas serão imediatamente destruídas
pelo delegado de polícia, devendo apenas recolher uma “amostra” para a realização de exame
pericial.
Esse inclusive me parece o entendimento de bancas como o CESPE, que no concurso de
Delegado de Polícia Federal de 2018 considerou a seguinte questão como correta:
Para a sua prova objetiva eu acredito que esse seja o posicionamento mais seguro a ser
adotado, porém, julgo interessante conhecer o posicionamento de doutrinadores relevantes,
como Renato Brasileiro, que em sua obra Legislação Especial Criminal, 2020, afirma que:
“Em sua redação original , nada dizia a Lei de Drogas - pelo menos expressamente - acerca
da necessidade de prévia autorização judicial para a destruição das plantações ilícitas.
De fato, a antiga redação do art. 32, caput, da Lei nº 11.343/06, fazia menção apenas à
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destruição imediata das plantações ilícitas pelas autoridades de polícia judiciária , sem
fazer qualquer referência à necessidade de prévia determinação judicial. Por isso, de um
lado, parte da doutrina sustentava que a destruição das plantações ilícitas poderia ser
levada adiante pelo Delegado de Polícia independentemente de prévia autorização judi-
cial. Outros, no entanto, advogavam que a prévia autorização judicial era condição sine
qua non para a destruição das plantações ilícitas.
Com o advento da Lei nº 12.961/14, parece não haver mais controvérsias acerca do
assunto . Doravante , a imediata destruição das plantações ilícitas passa a depender de
prévia autorização judicial. Conquanto a Lei nº 12.961/14 não tenha disposto explicita-
mente acerca da matéria , alterando , por exemplo, o caput do art. 32 da Lei de Drogas,
para fazer menção expressa à necessidade de prévia autorização judicial, interpretação
sistemática - e conforme à Constituição - das mudanças produzidas pelo advento da
referida Lei autoriza a conclusão nesse sentido .
Inicialmente, é importante perceber que a nova redação conferida ao caput do art. 32 da
Lei de Drogas prevê expressamente que a destruição imediata das plantações ilícitas
deve ser executada pelo Delegado de Polícia na forma do art. 50-A. Este, por sua vez,
dispõe que a destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante
será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apre-
ensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-se ,
no que couber, o procedimento dos §§ 3° a 5° do art. 50.
E é exatamente o art. 50, § 3°, da Lei de Drogas, que dispõe que a destruição das drogas
apreendidas deve ser determinada pela autoridade judiciária competente. Logo, sujeita
que está a destruição das plantações ilícitas ao quanto disposto no art. 50-A e, conse-
quentemente, ao procedimento dos §§ 3° a 5° do art. 50, não restam dúvidas quanto à
necessidade de prévia determinação judicial.
Por mais que se queira objetar que a Polícia Judiciária não dispõe de aparato humano e
material para a preservação do local, quase sempre em locais inóspitos, de difícil acesso
e de oneroso deslocamento, daí não se pode permitir que uma autoridade administrativa
leve adiante a destruição da propriedade de alguém - ainda que ilícita - sem prévia auto-
rização judicial, notadamente se considerarmos que, em hipóteses raríssimas (arts. 2° e
31), a própria Lei de Drogas dispõe quanto à possibilidade de haver autorização para o
cultivo de plantas destinadas à produção de substâncias entorpecentes. De se concluir,
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portanto, que essa exigência de determinação judicial prévia para fins de destruição das
plantações ilícitas vem ao encontro do devido processo legal (CF, art. 5°, LIV), evitando
que alguém seja privado de seus bens sem a observância do devido processo legal”
Tráfico de Drogas
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
Esse é o artigo mais recorrente em nossas provas, até mesmo porque ele que trata do trá-
fico de drogas propriamente dito.
A primeira observação que faço sobre esse artigo é de que não existe a previsão do tráfico
na modalidade culposa.
Conforme o STJ o tráfico de drogas é um crime de ação múltipla e a prática de um dos
verbos contidos no artigo 33 é suficiente para a sua consumação, sendo desnecessária a re-
alização dos atos de venda.
Temos 18 verbos no caput do artigo 33 e, portanto, o agente que pratica qualquer um des-
ses verbos praticará o tráfico de drogas.
Como eu já havia frisado quando estudamos o artigo 28, é necessária a materialidade do
crime. É necessário um laudo que comprove que a substância é entorpecente e está presente
na Portaria n. 344 da Anvisa; sem isso, não teremos materialidade.
Na prática funciona da seguinte forma (vou falar sobre o DF, que é a realidade que vivencio).
A equipe policial conduz o agente até uma Delegacia de Polícia, e a substância apreendida é
submetida a exame pericial, sendo juntada ao Flagrante (ou TC no caso do artigo 28) uma
cópia do laudo preliminar da droga.
Feito isso, o Instituto de Criminalística tem mais tempo para realizar o laudo definitivo
daquela substância. Grosso modo, é dessa maneira que ocorre no DF.
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Matéria-prima
O parágrafo primeiro traz as condutas que, quando praticadas, ensejarão a mesma pena
do caput.
O primeiro inciso trata sobre a matéria-prima ou insumo para a preparação do tráfico de drogas.
Para um melhor entendimento, vamos tirar como exemplo a “cocaína”. O que os traficantes
fazem para aumentar a sua lucratividade? Eles misturam a “pasta base” da cocaína com
diversas substâncias para “dar volume”, por exemplo, transformando um quilo da droga “pura”
em até três quilos.
Misturam, por exemplo, a lidocaína, cafeína, taurina, enfim, existem diversas substâncias
que são misturadas às drogas, e essas substâncias são tratadas como insumo.
Porém, não é porque a pessoa foi encontrada com um quilo de lidocaína que será presa
por tráfico. É necessária a comprovação de que essa substância era destinada à preparação
das drogas.
Plantio de Insumos
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
Não podemos confundir essa conduta com a prevista no artigo 28. Naquela o agente realiza
o plantio para consumo próprio, já aqui a finalidade do agente é a circulação dessa substância
entorpecente.
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guar-
da ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
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Meu(minha) querido(a), veja que o simples fato de uma pessoa ceder o local para que outro
realize o tráfico de drogas fará com que ele responda igualmente pelo tráfico de drogas.
Veja como isso é sério. Mesmo uma pessoa que não tocou em nenhum entorpecente,
se consentiu para que outro realizasse a traficância em seu estabelecimento, por exemplo,
responderá nas mesmas penas.
A Lei n. 13.964/1919 inseriu, no § 1º do artigo 33, o inciso IV, que traz a seguinte previsão:
IV – vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente poli-
cial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
Essa alteração veio para esclarecer um fato amplamente discutido na doutrina, que era
quando o indivíduo entregava drogas para um policial disfarçado, se configuraria o crime de
tráfico ou se estaríamos diante de um flagrante preparado.
Agora, tendo elementos razoáveis da conduta preexistente, o indivíduo responderá por
tráfico de drogas ao entregar drogas para um policial disfarçado.
É claro que esse dispositivo ainda será amplamente discutido pela doutrina e jurisprudência,
mas, por enquanto, o que temos que levar para nossa prova é o texto da lei.
A indução nesse caso é interpretada como sendo aquela conduta de “colocar” a ideia na
cabeça da pessoa, o agente nunca tinha pensado em utilizar drogas, mas um terceiro vem e o
induz a utilizar.
A instigação já é mais um reforço positivo, e o auxílio diz respeito à participação material
do agente, sempre permitindo que a pessoa satisfaça a sua vontade de utilizar o entorpecente.
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Bom, eu não vou entrar no mérito se concordo ou não, mas trouxe essa temática, porque o
STF já decidiu sobre o assunto.
No julgamento da ADI 4247, o STF afirmou que:
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem:
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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Essa é aquela conduta da “rodinha de maconha”, que possui uma menor censurabilidade
por parte do legislador, sendo considerado pela doutrina como sendo o tráfico de menor
potencial ofensivo.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa.
Esse é o tipo penal que a doutrina chama de “tráfico privilegiado”. Conforme a jurisprudência
do STJ, a causa de diminuição de pena prevista no § 4º do artigo 33 da Lei de Drogas só poderá
ser aplicada se todos os requisitos estiverem presentes (cumulativamente):
• primariedade;
• bons antecedentes;
• não se dedicar às atividades criminosas;
• não integrar organização criminosa.
Meu(minha) querido(a), a reincidência de que trata esse parágrafo não precisa ser especí-
fica, conforme o entendimento do STJ no julgamento do HC 393.709/SP, julgado em 20/06/17.
Como bem sabemos, o crime de tráfico de drogas é uma conduta equiparada aos crimes
hediondos, certo?
E o tráfico privilegiado seria enquadrado como equiparado a hediondo?
Conforme o entendimento do Supremo, o tráfico de entorpecentes privilegiado não se
harmoniza com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do artigo 33
da Lei de Tóxicos.
No mesmo julgado o STF disse ainda que o tratamento penal dirigido ao delito cometido
sob o manto do privilégio apresenta contornos mais benignos, menos gravosos, notadamente
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porque são relevados o envolvimento ocasional do agente com o delito (…). Há um evidente
constrangimento ilegal ao se estipular ao tráfico de entorpecentes privilegiado os rigores da
Lei n. 8.072/1990. (HC 118533, de 16/09/2016)
Reforçando esse posicionamento, para não ficar somente como uma jurisprudência,
o legislador trouxe com a Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime), na LEP, a afirmação de não
ser considerado hediondo nem equiparado a hediondo o crime de tráfico privilegiado do § 4º
do art. 33.
Art. 112.
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de dro-
gas previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Lei de Execuções Penais).
Tráfico de Maquinário
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
dias-multa.
Meu(minha) querido(a), com a edição desse artigo, o legislador resolveu punir, de forma
excepcional, os atos preparatórios para o tráfico de drogas.
Digo que é de forma excepcional, porque, via de regra, os atos preparatórios de um crime
não são puníveis.
Outra informação importante que temos sobre esse artigo é que, se o agente praticar as
condutas previstas tanto no artigo 34 como no artigo 33, num mesmo contexto fático, respon-
derá somente pela conduta do artigo 33.
A maioria da doutrina entende que a prática dessa conduta (do artigo 34) se equipara aos cri-
mes hediondos.
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Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qual-
quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzen-
tos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
A associação para o tráfico pode ser considerada também a punição a um ato preparatório,
já que o fato de se associarem duas ou mais pessoas com o fim de praticar o tráfico já confi-
gura o crime, mesmo que o tráfico não ocorra.
Temos, então, uma conduta autônoma ao tráfico. O que quero dizer é que, se os agentes
se associarem e praticarem efetivamente o tráfico, responderão em concurso material pelos
crimes de tráfico e associação para o tráfico.
A jurisprudência do STJ entende que essa associação deverá se dar de forma estável e per-
manente, de modo que, se ocorrer de forma eventual, teremos um mero concurso de agentes.
O parágrafo único traz a conduta da associação com o fim de financiar o tráfico de drogas,
conduta prevista no artigo 36 da lei.
Nesse caso teremos as mesmas penas descritas no caput.
Financiamento do Tráfico
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º,
e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
(quatro mil) dias-multa.
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A doutrina afirma que a conduta descrita no artigo 36 não precisa da obtenção de lucro
por parte do agente, basta que ele financie a prática dos delitos previstos nos arts. 33, caput,
§ 1º, 34.
A título de curiosidade, repare que essa é a pena em abstrato mais severa da Lei
n. 11.343/2006.
Colaboração
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
dias-multa.
Essa é a conduta típica do “fogueteiro”, ou seja, aquele que colabora com o tráfico de
drogas, com o grupo ou organização criminosa.
O STF no julgamento do HC 106.155/RJ afirmou que a conduta do “fogueteiro” seria punida
por meio da conduta descrita no artigo 37.
Uma informação importante que devemos observar na colaboração é que, caso ela seja
permanente, o agente incorrerá no delito de associação para o tráfico, portanto, para que seja
tipificado no artigo 37, a colaboração deverá ser eventual.
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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a
que pertença o agente.
No início de nossa aula, eu afirmei que não existe o crime de tráfico de drogas na modali-
dade culposa, certo?
Pois é, no caso da prescrição culposa, como o próprio nome já diz, é decorrente de culpa.
Já que o artigo 38 é necessariamente culposo, caso o agente realize a conduta de forma
dolosa, ele responderá pelo artigo 33, caput.
Esse crime não admite tentativa e, como podemos observar na pena, trata-se de um crime
de menor potencial ofensivo.
Para que seja configurado esse delito, é necessário que o agente esteja sob o efeito de
drogas ilícitas, sendo que essa ingestão deverá ser comprovada.
Outro fator importante que o legislador trouxe foi que a informação de que deverá ser
exposto a um dano potencial a incolumidade de outrem, ou seja, deverá ser comprovada a
exposição da incolumidade a provável dano (temos um crime de perigo concreto).
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Meu(minha) querido(a), essas causas de aumento de pena costumam ser cobradas nas
provas e, por isso, eu recomendo que estejam na massa do sangue, certo?
Sobre a transnacionalidade, podemos afirmar que o STJ vinha com o entendimento firmado
de que não seria necessária a efetiva transposição da fronteira, bastando a intenção de fazê-lo.
E agora no dia 11 de abril de 2018 editou a Súmula n. 607, confirmando o seu entendimento.
Súmula n. 607/STJ
A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura
com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a trans-
posição de fronteiras.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018
A doutrina entende que o rol trazido pelo inciso III seria taxativo, já que não é possível uma
interpretação analógica in malam partem.
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9. Colaboração Premiada
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o pro-
cesso criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total
ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Esse é um instituto que vem sendo muito comentado atualmente, com o nosso cenário
político atual.
É importante que saibamos que a Lei n. 11.343/2006 possui a sua própria previsão de
colaboração premiada.
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Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita
por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-se
amostra necessária à realização do laudo definitivo.
Destruição de Drogas
Plantações ilícitas
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* Fique atento ao posicionamento do professor Renato Brasileiro, que afirma que é necessária
a autorização.
Os prazos para a conclusão do inquérito policial da Lei de Drogas são diferentes dos
trazidos pelo Código de Processo Penal.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso,
e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o
Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Como vimos em nosso estudo, alguns dos delitos previstos em nossa lei são classificados
como infração de menor potencial ofensivo e, portanto, seguem o rito sumaríssimo da Lei
n. 9.099/1995. É o que ocorre com o porte de substância entorpecente para consumo, previsto
no artigo 28.
Quando estudamos a Lei n. 9.099/1995, vimos que, caso o agente se recuse a assinar o
termo de compromisso de comparecimento do JECrim, poderá ser preso em flagrante.
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Ocorre que a Lei n. 11.343/2006, em seu artigo 48, § 2º, veda expressamente a prisão em
flagrante do autor do delito previsto no artigo 28.
Art. 48.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, deven-
do o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir
o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
requisições dos exames e perícias necessários.
Sobre a infiltração, temos uma cláusula de reserva de jurisdição, já que somente o juiz
poderá autorizar tal medida.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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A infiltração dos agentes é a possibilidade de que os agentes se façam passar por pessoas
voltadas para a realização da traficância, com a finalidade de colher informações necessárias
para o esclarecimento dos fatos.
Outra informação importante constante deste artigo é sobre o flagrante diferido, expressa-
mente autorizado pela lei.
A equipe policial pode deixar de dar voz de prisão a uma pessoa com uma menor participa-
ção no crime para prender outra que tem uma maior participação.
Veja que aquele que não foi preso num primeiro momento será preso assim que possível.
Não é que devemos “liberar um para pegar vários”, não é bem assim que funciona.
17. Providências do MP
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito
ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar
uma das seguintes providências:
I – requerer o arquivamento;
II – requisitar as diligências que entender necessárias;
III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender
pertinentes.
O que ocorre é que a autoridade policial enviará o inquérito policial para o magistrado, que
o remeterá ao MP (Promotor de Justiça ou Procurador da República).
A diferença entre um e outro é que, em regra, o tráfico de drogas será de competência da
justiça estadual, portanto será remetido ao Promotor de Justiça, porém, no caso da transna-
cionalidade, a competência será da Justiça Federal, então teremos a atuação do Procurador
da República.
Sobre o arquivamento requerido pelo MP, não custa lembrar que o delegado de polícia não
poderá requerer arquivamento, sendo essa competência do MP.
Tivemos mudanças também no artigo 60 da lei, que trata sobre as medidas assecuratórias
que devem ser decretadas pelo juiz em processos envolvendo os crimes da Lei de Drogas.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Ainda sobre essa temática, tivemos a edição da Lei n. 13.886/2019, que, entre outras
alterações, tratou também sobre as medidas assecuratórias.
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será deter-
minada, imediatamente, a sua conversão em moeda nacional.
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie deve ser encaminhada a instituição financeira, ou
equiparada, para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda es-
trangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino.
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso
seja verificada a inexistência de valor de mercado, seus espécimes poderão ser destruídos ou doa-
dos à representação diplomática do país de origem.
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida Provisó-
ria n. 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do Banco Central
do Brasil devem ser transferidos à Caixa Econômica Federal, no prazo de 360 (trezentos e sessenta)
dias, para que se proceda à alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei.
Tivemos ainda outras alterações promovidas pela Lei n. 13.840/2019, bem como pela
Medida Provisória n. 885/2019, que se converteu na Lei n. 13.886/2019.
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios
de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza
utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela
autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente. (Redação
dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
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§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser
cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regularização dos
bens. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão
congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído
pela Lei n. 13.886, de 2019)
Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata
o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua
responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido
o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a
existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve
receber o bem. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública
que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida.
(Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva
avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a
qualquer momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de conservação.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório
de registro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando
este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do
bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma
deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do tempo
e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação judicial
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Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação dada pela Lei n. 13.840,
de 2019)
I – o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto de medidas
assecuratórias; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a liberação dos bens
utilizados nos termos do art. 62. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta
Lei ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento em favor da União,
serão revertidos diretamente ao Funad. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos e valores
declarados perdidos, indicando o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. (Redação
dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores
declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encon-
tram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos
da legislação vigente.
§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor do Funad, o juiz deve: (Incluído pela
Lei n. 13.886, de 2019)
I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que efetuem as
averbações necessárias, caso não tenham sido realizadas quando da apreensão; e (Incluído
pela Lei n. 13.886, de 2019)
II – determinar, no caso de imóveis, o registro de propriedade em favor da União no cartório
de registro de imóveis competente, nos termos do caput e do parágrafo único do art. 243 da
Constituição Federal, afastada a responsabilidade de terceiros prevista no inciso VI do caput
do art. 134 da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), bem como
determinar à Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União a incorporação
e entrega do imóvel, tornando-o livre e desembaraçado de quaisquer ônus para sua destinação.
(Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
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lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento)
do valor da avaliação. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste artigo será amplamente divulgado em jor-
nais de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente no Município em que
será realizado, dispensada a publicação em diário oficial. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da administração pública,
a publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em jornais de gran-
de circulação. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre do pagamento de encargos e tributos
anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Lei
n. 13.886, de 2019)
§ 5º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves deverão ser observadas as
disposições dos § § 13 e 15 do art. 61 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a proibição relativa à cobrança de multas,
encargos ou tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pode celebrar convênios ou
instrumentos congêneres com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, bem como com comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar ime-
diato cumprimento ao estabelecido neste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 8º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica autorizada a contrata-
ção da iniciativa privada para a execução das ações de avaliação, de administração e de alie-
nação dos bens a que se refere esta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamentar os procedi-
mentos relativos à administração, à preservação e à destinação dos recursos provenientes de
delitos e atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destrui-
ção ou inutilização. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou confiscados será revertido
integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal,
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vedada a sub-rogação sobre o valor da arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou
tributos pendentes de pagamento. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica o ajuizamento de execu-
ção fiscal em relação aos antigos devedores. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei comine pena máxima
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito
do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e
aquele compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica condicionada à existência de
elementos probatórios que indiquem conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do
condenado ou sua vinculação a organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do con-
denado todos os bens: (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e benefício direto ou indireto, na
data da infração penal, ou recebidos posteriormente; e (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir
do início da atividade criminal. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência
lícita do patrimônio. (Incluído pela Lei n. 13.886, de 2019)
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com
o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas,
a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à pro-
dução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos
e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados
à questão das drogas.
Meu(minha) querido(a), terminamos aqui a nossa aula sobre a Lei n. 11.343/2006. Espero
que tenha gostado e aproveitado ao máximo.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Vimos em nossa aula os artigos mais cobrados em prova. Em seguida, teremos um resumo
e algumas questões para auxiliar na compreensão do assunto.
Mais uma vez me coloco à disposição por e-mail por meio do endereço profpericlesrezende@
gmail.com, bem como por meio do Instagram @vemserpolicial.
Um grande abraço.
Força e honra!
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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RESUMO
• O conceito de droga e o rol das substâncias enquadradas pela Lei n. 11.343/2006 foram
retirados da Portaria n. 344 da Anvisa.
• A regra é que as drogas sejam proibidas em todo o território nacional, porém existe
uma exceção: mediante autorização legal ou regulamentar, fundamentada também na
Convenção de Viena, para o uso estritamente ritualístico-religioso.
• Lembre-se de que o porte para uso não é o mesmo que o uso propriamente dito.
• As penas previstas para o delito do artigo 28 são:
− advertência: o magistrado faz um esclarecimento sobre os malefícios do uso da
droga;
− prestação de serviços à comunidade: tem a preferência que esse serviço seja pres-
tado em uma instituição que trabalhe com a prevenção do consumo de entorpecen-
tes e se dará num prazo máximo de 5 meses ou 10 meses, em caso de reincidência;
− medida socioeducativa: consiste no comparecimento a cursos ou programas edu-
cativos, não necessariamente voltados à temática das drogas; tem o mesmo prazo
da medida anterior.
• Essa reincidência que trata o parágrafo 4º, conforme a doutrina, é específica, ou seja,
deverá o autor ser reincidente na prática da conduta descrita no artigo 28 da lei.
• A prescrição se dá em dois anos.
O STJ tinha um entendimento até considerado recente, já que era de 2017, que considerava o
condenado pelo artigo 28 como reincidente, nas palavras do Min. Félix Fischer:
Porém, num entendimento mais atual, agora de 2018, a Min. Thereza de Assis Moura entendeu
que seria desproporcional considerar a reincidência para aqueles indivíduos condenados pelo
artigo 28 da Lei de Drogas. Nas palavras da Ministra:
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Se a contravenção penal, punível com pena de prisão simples, não configura reincidência, resta inequi-
vocamente desproporcional a consideração, para fins de reincidência, da posse de droga para consu-
mo próprio, que conquanto seja crime, é punida apenas com ‘advertência sobre os efeitos das drogas’,
‘prestação de serviços à comunidade’ e ‘medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo’, mormente se se considerar que em casos tais não há qualquer possibilidade de conversão
em pena privativa de liberdade pelo descumprimento, como no caso das penas substitutivas.
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• Vimos que, embora o texto da lei vede a concessão de liberdade provisória e conversão
da pena em restritiva de direitos, o STF tem o entendimento pacificado de que essa ve-
dação é inconstitucional.
• O inquérito policial do crime de tráfico de drogas tem os seguintes prazos:
− 30 dias se o indiciado estiver preso;
− 90 dias se o indiciado estiver solto;
− os prazos podem ser duplicados.
• Aplicamos a alguns crimes o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/1995, como é o caso do
artigo 28.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) A Lei de Drogas (Lei n.
11.343/2006) estabelece que a pena prevista no artigo 33 será aumentada de um sexto a dois
terços se caracterizado o tráfico entre Estados da Federação. De acordo com o entendimento
sumulado do Superior Tribunal de Justiça,
a) é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras, sendo suficiente a demonstração
inequívoca da intenção do agente de realizar o tráfico interestadual.
b) a quantidade de droga apreendida, bem como a forma do seu acondicionamento, é essen-
cial para a caracterização do tráfico interestadual.
c) o aumento da pena, no tráfico interestadual, exige a associação de quatro ou mais pessoas
estruturalmente ordenadas.
d) por abranger pluralidade de entes federativos, a ação penal será da competência da Justiça
Federal.
e) o aumento de dois terços da pena somente poderá ser aplicado quando o tráfico interesta-
dual ocorrer entre Estados não fronteiriços.
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a) o emprego de arma de fogo constitui causa de aumento da pena no crime de tráfico, não
configurando majorante, porém, o concurso de pessoas.
b) constitui crime a associação de três ou mais pessoas para o fim de, reiteradamente ou não,
financiar ou custear o tráfico de drogas.
c) a prescrição no crime de posse de droga para consumo pessoal ocorre no menor prazo
previsto no Código Penal para as penas privativas de liberdade.
d) é isento de pena o agente que, em razão de dependência, era, ao tempo da ação ou da omis-
são relacionada, com exclusividade, a crimes de drogas, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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b) A entrega vigiada prevista na Lei n. 11.343/2006 não se confunde com a “ação controlada”
prevista na Lei n. 12.850/2013, eis que não depende do envolvimento de organização criminosa.
c) A lei prevê que, em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes nela previstos,
são permitidas, como procedimentos investigatórios, a infiltração policial e a entrega vigiada.
d) O diploma prevê a delação premiada ao estabelecer que o indiciado ou acusado que cola-
borar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos
demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime,
no caso de condenação, poderá receber perdão judicial.
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c) se for para consumo pessoal, será submetido, dentre outras, à pena de prestação de servi-
ços à comunidade, pelo prazo máximo inicial de cinco meses.
d) de acordo com entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, se for adoles-
cente deverá obrigatoriamente receber medida socioeducativa de internação.
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As penas definidas pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) a serem
aplicadas ao indivíduo que adquire, guarda ou transporta drogas para consumo pessoal sem au-
torização incluem advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade,
liberdade assistida e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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de prisão em flagrante. Nessa situação, mesmo que não haja autorização judicial, a referida
plantação será destruída pelo delegado de polícia, que deverá recolher quantidade suficiente
para exame pericial.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Será isento de pena um namorado que ofereça droga a sua namorada, eventualmente e sem
objetivo de lucro, para juntos eles a consumirem.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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GABARITO
1. a 28. a 55. C
2. c 29. b 56. E
3. a 30. a 57. E
4. b 31. a 58. E
5. b 32. c 59. E
6. d 33. d 60. E
7. d 34. C 61. E
8. a 35. E 62. C
9. a 36. E 63. C
10. b 37. E 64. E
11. b 38. E 65. C
12. c 39. E
13. a 40. C
14. e 41. E
15. a 42. E
16. c 43. C
17. a 44. E
18. e 45. C
19. d 46. E
20. d 47. E
21. d 48. E
22. b 49. C
23. a 50. E
24. b 51. C
25. c 52. E
26. a 53. C
27. b 54. C
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) A Lei de Drogas (Lei
n. 11.343/2006) estabelece que a pena prevista no artigo 33 será aumentada de um sexto a
dois terços se caracterizado o tráfico entre Estados da Federação. De acordo com o entendi-
mento sumulado do Superior Tribunal de Justiça,
a) é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras, sendo suficiente a demonstração
inequívoca da intenção do agente de realizar o tráfico interestadual.
b) a quantidade de droga apreendida, bem como a forma do seu acondicionamento, é essen-
cial para a caracterização do tráfico interestadual.
c) o aumento da pena, no tráfico interestadual, exige a associação de quatro ou mais pessoas
estruturalmente ordenadas.
d) por abranger pluralidade de entes federativos, a ação penal será da competência da Justiça
Federal.
e) o aumento de dois terços da pena somente poderá ser aplicado quando o tráfico interesta-
dual ocorrer entre Estados não fronteiriços.
Letra a.
Vimos durante nossa aula o enunciado da Súmula n. 607 do STJ, que afirma que não é neces-
sária a efetiva transposição das fronteiras do Estado.
É um entendimento bem recente, portanto devemos ficar atentos.
Súmula n. 607/STJ
A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n. 11.343/2006) se con-
figura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a
transposição de fronteiras.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018
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Péricles Mendonça
Letra c.
Em seu edital também tem a previsão da lei de crimes hediondos certo? Aqui nessa aula, vimos
que a associação para o tráfico, crime que Mévio cometeu não é equiparado a hediondo e essa
informação vai ser muito importante para resolvermos a questão.
O livramento condicional se dará após o cumprimento de dois terços da pena conforme previs-
to no parágrafo único do artigo 44.
O crime de tráfico de drogas, que é equiparado a hediondo, segue as regras para progressão
desses crimes previstas na Lei de Execuções Penais, que inclusive sofreu uma grande altera-
ção com o Pacote Anticrime.
O mesmo se aplica ao crime de associação para o tráfico, que apesar de não ser equiparado a
hediondo, seguirá o regramento previsto no artigo 112 da LEP.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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d) porte de substância para uso pessoal, sem previsão de pena privativa de liberdade.
e) ter em depósito substância nociva à saúde pública.
Letra a.
Conforme o entendimento jurisprudencial do STJ, aquele que importa a matéria prima da droga
responderá pelo tráfico de drogas. Temos uma Jurisprudência das cortes superiores trazendo
essa conduta como atípica, porém, as cortes falam em “pequena quantidade” então temos que
tomar muito cuidado com esse tipo de questão.
Letra b.
a) Errada. Conforme entendimento das cortes superiores, é admitida a conversão em restritiva
de direitos.
b) Certa. Não admite suspensão condicional do processo, já que, para a aplicação da suspen-
são condicional do processo, é necessário que tenhamos a pena mínima de no máximo 1 ano
e, no “tráfico privilegiado”, mesmo com a aplicação da maior diminuição, teremos uma pena
mínima maior que um ano.
c) Errada. Não admite transação penal.
d) Errada. Como o tráfico privilegiado não é hediondo, não será considerado inafiançável.
e) Errada. Como vimos em nossa aula, o Supremo já se manifestou sobre esse assunto e não
é mais exigido o início do cumprimento da pena em regime fechado.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra b.
É muito comum as pessoas pensarem que o consumo da droga não é mais crime e que está
bem tranquilo o consumo de entorpecentes.
Como vimos em nossa aula, o que ocorreu foi a despenalização, ou melhor, o desencarcera-
mento do “usuário”, mas não deixou de ser crime.
Essa questão, por ser de 2017, segue o entendimento antigo do STJ, que defendia que o porte
de drogas para consumo pessoal seria considerado para fins de reincidência, porém, como
vimos em nossa aula, em 2018 a Corte alterou o seu posicionamento, não sendo mais consi-
derado como reincidência a condenação pelo artigo 28 da lei de drogas.
Vou manter o gabarito original da questão, mas aproveito para fazer essa ressalva.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra d.
a) Errada. Conforme o artigo 43, parágrafo único, as multas, que em caso de concurso de cri-
mes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em
virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas
no máximo;
b) Errada. Para a configuração da associação é necessária a estabilidade e permanência e
caso não exista será considerado o concurso de pessoas, que na lei de drogas não configura
uma causa de aumento de pena;
c) Errada. Realmente temos uma causa de aumento de pena prevista no artigo 40 que trata
sobre a comercialização nas proximidades de escolas, porém não tem expresso na lei o fato
da droga se destinar ou não aos alunos;
d) Correta. Conforme o entendimento do STF, como o tráfico privilegiado não é equiparado a
hediondo, a sua progressão se dará conforme prevista na LEP, ou seja, após o cumprimento de
1/6 da pena;
e) Errada. Não é permitido no ordenamento jurídico a combinação de leis para a formação de
uma terceira, se aplicarmos o tráfico privilegiado de forma retroativa teremos que aplica-lo por
inteiro.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra d.
I – Não houve a descriminalização, e sim a despenalização, ou seja, o crime do “usuário”
continua sendo tipificado como tal.
II – Conforme previsto no inciso IV do artigo 40, se o crime tiver sido praticado com violência
ou grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou
coletiva, teremos uma causa de aumento de pena.
III – Essa conduta não se equipara ao “usuário”, e sim à conduta prevista no artigo 33 (tráfico).
IV – Essa é a previsão do artigo 41 da Lei n. 11.343/2006.
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Letra a.
Para ocorrer essa redução, é necessário que o agente seja primário, de bons antecedentes, não
se dedique às atividades criminosas, nem integre organização criminosa.
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III – Conduzir embarcação ou aeronave, após o consumo de drogas, expondo a dano poten-
cial a incolumidade de outrem, constitui crime punível com pena de detenção e aplica-
ção de multa, sem prejuízo da aplicação de outras sanções.
Letra a.
I – Como vimos em nossa aula, o artigo 33 é que traz a figura típica do “traficante”, que comer-
cializa drogas. O § 1º traz as figuras equiparadas e, entre elas, temos a conduta de fabricar,
prevista no inciso I, e a de semear, cultivar ou fazer a colheita, no inciso II.
II – O item tentou comparar a figura do porte para consumo pessoal com o tráfico de drogas.
Como bem sabemos, as penas não são as mesmas.
III – Como vimos em nossa aula, essa é a previsão do artigo 39 da Lei n. 11.343/2006.
I – e III estão corretas.
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Letra b.
Não estudamos durante nossa aula o artigo 19, e essa é uma boa oportunidade para conhecê-lo.
Esse não é um artigo recorrente em provas sobre esse assunto, mas o examinador pode cobrar
a lei inteira, então mais uma vez reforço a necessidade da leitura da lei.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes prin-
cípios e diretrizes:
I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do
indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as
ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização
das pessoas e dos serviços que as atendam;
III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido
de drogas;
IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor
privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e res-
pectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades sociocultu-
rais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resul-
tados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem
alcançados;
VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em conside-
ração as suas necessidades específicas;
VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso
indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras,
como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido
de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas institui-
ções de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimen-
tos relacionados a drogas;
XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
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XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao ado-
lescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda.
Desse tipo de questão, eu particularmente não gosto muito, mas, como sempre digo, temos
que jogar conforme o jogo. O examinador colocou alguns incisos do artigo 19 e em um deles
trocou algumas palavras para se tornar um item incorreto.
Veja que o inciso II está diferente da letra b por algumas trocas de palavras.
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Letra b.
Esse assunto sobre a destruição das drogas apreendidas está tratado no artigo 50 da nossa lei.
Conforme a previsão do art. 50, § 4º, a destruição das drogas, no caso de flagrante, se dará no
prazo de 15 (quinze) dias, mediante autorização da autoridade judiciária, com a presença do
MP e da autoridade sanitária.
Art. 50.
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15
(quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.
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Letra c.
Vamos primeiro colocar os artigos a que o examinador se refere na nossa questão.
Art. 33.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
a) Errada. A causa especial de diminuição de pena prevista no § 4º do artigo 33 somente bene-
ficia as condutas descritas no caput e no § 1º.
b) Errada. As duas condutas são punidas com detenção, que é uma pena restritiva de liberdade.
c) Certa. Basta olharmos para as penas, que veremos que a primeira conduta realmente é mais
gravemente apenada.
d) Errada. Como vimos, as duas condutas são criminalmente tipificadas.
e) Errada. As condutas equiparadas ao tráfico estão previstas no § 1º do artigo 33.
Letra a.
a) Certa. Conforme o artigo 40, IV, o emprego de arma de fogo constitui causa de aumento
de pena, e realmente a Lei de Drogas não prevê o concurso de pessoas como majorante. Na
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b) Errada. A associação para o tráfico configura com a participação de duas ou mais pessoas.
c) Errada. O Código Penal traz como seu menor prazo 3 anos, já o crime de posse de drogas
prescreverá em 2 anos.
d) Errada. Conforme o artigo 45, para a isenção da pena, não se dá com exclusividade para os
crimes de drogas.
a alternativa que traz a disposição correta no que tange ao procedimento dos delitos da Lei de
a) Acusação e defesa podem arrolar, no máximo, 8 (oito) testemunhas cada (art. 54, III e 55, § 1º).
c) O inquérito policial será concluído no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso,
nicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao
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Letra e.
Essa questão demonstra uma característica da banca Vunesp, que é a utilização da letra da lei
para as questões de leis extravagantes, o que reforça ainda mais o que venho te dizendo: leia
a letra da lei.
Não temos nem muito o que comentar com esse item, já que ele traz uma afirmativa e ainda
coloca qual seria o artigo que estaria aquela informação.
A única informação correta que temos é sobre a prisão em flagrante, prevista no artigo 50
da lei.
Letra a.
Como vimos em nossa aula, o porte da droga para consumo pessoal não deixou de ser crime,
porém não traz nenhuma pena prevista.
Ao ser conduzido ao distrito policial, não será lavrado um auto de prisão em flagrante, mas,
sim, um termo circunstanciado, semelhante ao previsto na Lei n. 9.099/1995.
Portanto, o “usuário” não poderá ficar preso, livrando-se solto com a assinatura do termo de
comparecimento.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra c.
a) Errada. Como vimos em aula, a indução está prevista no § 2º do artigo 33, portanto é crime.
b) Errada. O financiamento está previsto no artigo 36, não correspondendo às mesmas penas
do artigo 33.
c) Certa. Esse é o crime previsto no § 3º do artigo 33, portanto é um crime autônomo.
d) Errada. O artigo 35 afirma que poderá a associação não ser reiterada.
e) Errada. Faltam alguns requisitos para a aplicação da causa de redução de pena, o agente
não poderá se dedicar às atividades criminosas nem integrar organização criminosa.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra a.
Como vimos em nossa aula, a pessoa que pratica a conduta prevista no artigo 28 da lei terá
como “pena” advertência sobre os efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade; e
medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Letra e.
a) Errada. Como bem sabemos, a conduta de quem é surpreendido usando drogas não deixou
de ser crime.
b) Errada. A associação para o tráfico exige a participação de pelo menos 2 agentes.
c) Errada. Essa é uma das condutas equiparadas ao crime de tráfico previsto no caput.
d) Errada. O agente que oferece drogas de forma gratuita para terceiro consumir pratica a
conduta prevista no § 3º do artigo 33, e não um crime ambiental.
e) Certa. Conforme o parágrafo 4º do artigo 33, a redução poderá ocorrer de 1/6 até 2/3.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra d.
Esse é o crime previsto no § 3º do artigo 33 e traz como pena a detenção de 6 meses a 1 ano;
portanto, estamos diante de uma infração de menor potencial ofensivo.
Letra d.
a) Certa. Exatamente conforme previsto no artigo 50, § 1º.
b) Certa. A entrega vigiada é um tipo de ação controlada e não exige a presença de organização
criminosa.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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d) Errada. Ao analisarmos o artigo 41, vemos que o legislador não trouxe o perdão judicial,
ta o atual posicionamento do Supremo Tribunal Federal com relação à posse de droga para
consumo pessoal, prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/2006, no qual, para a Corte Suprema, tal
conduta foi
a) Descriminalizada.
b) Transformada em contravenção penal.
d) Despenalizada.
e) Atenuada.
Letra d.
Como vimos em nossa aula o que ocorreu foi a “despenalização” da conduta, sendo ela ainda
miu droga sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Essa
conduta, segundo a Lei sobre Drogas (Lei n. 11.343/2006), pode submeter Roberval, entre
e) multa e reclusão.
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Letra b.
Estamos falando aqui da conduta prevista no artigo 28. Eu particularmente achei que o exami-
nador escreveu muito mal essa questão, já que o crime não trata do consumo, e sim do porte.
Deixando esse descuido de lado, como vimos, as “penas” previstas para o porte de drogas são
a advertência sobre os efeitos das drogas, a prestação de serviços à comunidade e medida
socioeducativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Letra a.
Conforme prevê o artigo 50 em seu § 1º:
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Letra b.
O examinador gosta bastante do artigo 28, né? Nós não vamos errar essa questão na nossa
prova.
Dessas penas trazidas pelo examinador, temos somente a pena de advertência prevista para o
agente que pratica a conduta prevista no artigo 28 da Lei de Drogas.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Letra c.
Em um concurso para Juiz, a banca cobrou também o conhecimento do artigo 28, só que de
uma forma “mais elaborada”.
Ele traz a afirmação no enunciado: “traz consigo”. Nesse momento já temos que ficar atentos ao
consumo pessoal e que ele será submetido, entre outras penas, à pena de prestação de serviços
à comunidade e que essa pena se dá pelo prazo máximo inicial de cinco meses (art. 28, § 3º).
Letra a.
Eu não sei se estou observando direito, mas a Vunesp gosta bastante do artigo 28 da lei. Fique
atento(a)!
Uma das penas previstas é o comparecimento a programa ou curso educativo pelo prazo
máximo de 5 meses.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Considerando as condutas acima descritas e tendo em vista o que dispõe a Lei de Drogas (Lei
n. 11.343/2006), assinale a alternativa que indica corretamente as penas legais a que Rufus e
Pomona, respectivamente, estão sujeitos, entre outras.
a) Detenção para ambos.
b) Detenção e prestação de serviços à comunidade.
c) Multa e detenção.
d) Reclusão e detenção.
e) Prestação de serviços à comunidade e reclusão.
Letra b.
A conduta de Rufus foi a de oferecer a droga para juntos consumirem, sem nenhum objetivo de
lucro, certo? Exatamente como o previsto no artigo 33, § 3º, da Lei de Drogas.
Essa conduta é punida com detenção de 6 meses a 1 ano. Já a conduta de Pomona é a descrita
no § 1º do artigo 28 da lei, que, entre outras penas, tem a prestação de serviços à comunidade
como uma delas.
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será submetido à seguinte pena: reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
d) Induzir, instigar ou auxiliar alguém a usar indevidamente droga não é considerado crime pela
legislação pátria.
e) A destruição das drogas apreendidas será executada pelo juiz competente no prazo de 10
(dez) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.
Letra a.
a) Certa. Exatamente conforme vimos em nossa aula, o IP deverá ser concluído em 30 dias se
o réu estiver preso e em 90 com réu solto.
b) Errada. Conforme previsão do artigo 3º da nossa lei, o Sisnad tem a finalidade de articular,
integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido,
a reinserção social dos usuários e dependentes, bem como a repressão da produção não auto-
rizada e do tráfico ilícito de drogas.
c) Errada. O examinador trouxe o delito do artigo 28 com a pena prevista para o artigo 33.
d) Errada. É, sim, crime, previsto no § 2º do artigo 33 do Codex.
e) Errada. Conforme prevê o artigo 50, § 4º, a destruição se dará no prazo de 15 dias e não 10.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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b) poderá ser aplicada a causa de diminuição do tráfico privilegiado, inclusive sendo possível a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
c) não poderá ser aplicada a causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado, já que incom-
patível com a causa de aumento do tráfico intermunicipal, que deve ser reconhecida.
d) não poderá ser reconhecida a causa de aumento do tráfico intermunicipal prevista na Lei n.
11.343/2006, pois não houve efetiva transposição da fronteira, mas poderá ser reconhecida a
causa de diminuição do tráfico privilegiado.
e) poderão ser reconhecidas a causa de aumento do tráfico intermunicipal, ainda que não te-
nha sido ultrapassada a fronteira do município, e a causa de diminuição do tráfico privilegiado.
Letra b.
a) Errada. Se esse motivo fosse uma inexigibilidade de conduta diversa, não teríamos pessoas
presas no país, já que todos teriam como explicar um “justo” motivo.
b) Certa. O examinador deixou bem claro que o agente possuía bons antecedentes e que era
primário. Quanto à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, como
vimos em nossa aula, será possível.
c) Errada. Não temos em nossa legislação a previsão do tráfico intermunicipal.
d) Errada. Mais uma vez, o examinador insistindo no tráfico intermunicipal.
e) Errada. Para terminar, ele colocou novamente a figura do tráfico intermunicipal.
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Letra a.
a) Certa. Esta é a previsão do artigo 1º da lei: “Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas – Sisnad”.
b) Errada. Ambos configuram crime.
c) Errada. O crime de tráfico de drogas previsto no artigo 33 admite a participação.
d) Errada. O objeto material do crime será a droga propriamente dita.
e) Errada. Nem todas as condutas são crimes permanentes, sendo que a maioria é um crime
instantâneo.
Letra a.
Conforme vimos em nossa aula, o agente que for flagrado com substância entorpecente
para consumo pessoal, assinará um Termo de Compromisso de comparecimento ao Juizado
Especial Criminal, conforme previsto na Lei n. 9.099/1995.
Vale lembrar que não deixou de ser crime essa conduta, porém não tem mais como pena a
restrição da liberdade.
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Letra c.
O § 1º do artigo 28 da lei tem a seguinte redação:
Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar depen-
dência física ou psíquica.
Essas medidas a que se refere o legislador são as definidas no artigo 28 (I – advertência sobre
os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – medida educativa de com-
parecimento a programa ou curso educativo). Portanto, temos como gabarito a letra c.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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d) O redutor de pena previsto no art. 46 da Lei n. 11.343/2006 não possui âmbito de incidência
restrito aos crimes previstos na lei antidrogas, podendo ser aplicado inclusive na hipótese de
roubo, desde que comprovada a semi-imputabilidade do agente.
Letra d.
a) Errada. Como vimos durante a nossa aula, a jurisprudência entende que o delito de associa-
ção para o tráfico não é equiparado a hediondo.
b) Errada. Conforme o entendimento jurisprudencial, deverá ocorrer uma estabilidade na asso-
ciação para que configure o delito previsto como associação para o tráfico.
c) Errada. O “colaborador” responderá pelo delito previsto no artigo 37 da lei, e não como
partícipe do crime de tráfico de drogas.
d) Certa. Exatamente. Esse redutor também tem previsão no Código Penal, portanto tem
abrangência para todos os delitos.
Certo.
Temos aqui duas condutas, né? A conduta prevista no artigo 33 da lei e ainda a conduta do
artigo 34, que trata sobre os maquinários, certo?
Então, teremos os dois crimes em concurso material? Não é esse o entendimento do Supre-
mo. Conforme o entendimento da Suprema Corte, se estiverem num mesmo contexto fático,
o crime previsto no artigo 34 poderá ser absorvido pelo crime do artigo 33, desde que não fique
caracterizada a existência de contextos autônomos e coexistentes, capazes de vulnerar o bem
jurídico tutelado de forma distinta.
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Errado.
Da mesma forma que não é necessária a efetiva transposição de barreiras para a configuração
da transnacionalidade (conforme Súmula n. 607 do STJ), também não é necessária a transpo-
sição da fronteira entre os estados para a configuração da causa de aumento de pena.
Súmula n. 587/STJ
Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei n. 11.343/2006, é desneces-
sária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a
demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.
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Errado.
Temos aqui dois crimes diferentes que se submetem a sanções penais diferentes. Vejamos as
penas daqueles que adquirem, transportam e guardam cocaína para consumo próprio e dos
que forneçam para parentes e amigos ainda que gratuitamente.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Art. 33.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Errado.
Meu(minha) querido(a), para respondermos essa questão, precisamos ter consolidado o estu-
do sobre a parte geral do Direito Penal.
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Para termos crime, é necessário que o fato seja típico, ilícito e culpável, certo? E quais são os
elementos da culpabilidade? A imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibi-
lidade de conduta diversa.
Bom, o examinador deixou bem claro na questão que Carlos a ameaçava dizendo que, se ela
não realizasse a missão, seu filho seria assassinado, demonstrando uma clara coação moral
irresistível, excluindo nesse caso a culpabilidade de Maria e consequentemente o crime.
Errado.
Ainda com relação ao texto da questão anterior, agora o examinador quer saber se Carlos será
punido ou não e se o crime se consumou ou não.
Vamos lá, o artigo 22 do Código Penal afirma que “se o fato é cometido sob coação irresistível
ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é pu-
nível o autor da coação ou da ordem”.
Nesse ponto já estamos certos de que Carlos será punido, certo? E o crime se consumou
ou não?
O crime de tráfico se consumou com a realização do tipo por Maria. Veja que ela foi flagrada car-
regando a encomenda. Portanto, o crime de tráfico já estava consumado e Carlos será punido.
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Errado.
Nessa questão, o examinador tentou induzir o candidato ao erro de que somente a ação de
vender seria tráfico, mas, como vimos em nossa aula, diversas são as condutas presentes no
artigo 33 que caracterizam o delito de tráfico de drogas.
Nesse caso, Mário estava transportando, portanto já estava consumado o delito de tráfico de
drogas.
Certo.
Esse é exatamente o entendimento do STJ.
O Informativo n. 547 do STJ dispõe que:
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atividades criminosas, conforme evidenciado por inquéritos e ações penais em curso nos quais
José figurava como indiciado ou réu. Assertiva: Nessa situação, de acordo com a jurisprudência
do STJ, o juiz feriu o princípio constitucional da presunção de inocência.
Errado.
Seria muito comum o candidato pensar que realmente o magistrado não poderá levar em con-
sideração inquéritos policiais ou ações penais em curso para afirmar que o réu se dedique a
atividades criminosas se baseando na presunção de inocência.
Porém, o STJ tem o entendimento de que o magistrado poderá, sim, levar em consideração
esses fatos.
Conforme a jurisprudência da corte superior, é possível a utilização de inquéritos policiais e/
ou ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades
criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006.
(STJ. 3ª Seção. REsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596)).
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Errado.
Vamos conferir novamente as penas previstas para o agente que pratica o ilícito previsto no
artigo 28 da Lei n. 11.343/2006.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
Perceba que não temos a pena de liberdade assistida, que o examinador misturou no meio das
outras penas, tornando a questão errada.
Certo.
Esse é um assunto muito cobrado pelas bancas, porque a afirmação de que é vedada a subs-
tituição da pena restritiva de liberdade por uma restritiva de direitos ainda está presente no
artigo 44 da Lei n. 11.343/2006, portanto poderá confundir o candidato que estudou somente
pela lei seca.
O Supremo tem o entendimento pacificado de que, caso sejam preenchidos os requisitos,
poderá, sim, o agente ter sua pena restritiva de liberdade convertida em restritiva de direitos.
Em um julgado recente, a Ministra Rosa Weber afirmou que, se o réu, não reincidente, for con-
denado, por tráfico de drogas, à pena de até 4 anos, e se as circunstâncias judiciais do artigo
59 do CP forem positivas, o juiz deverá fixar o regime aberto e deverá conceder a substituição
da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, preenchidos os requisitos do artigo 44
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do CP. A gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para justificar a fixa-
ção de um regime mais gravoso (STF. 1ª Turma. HC 130411/SP, rel. orig. Min. Rosa Weber, red.
p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 12/4/2016 (Info 821)).
Errado.
O STJ já havia firmado o entendimento de que não seria necessária a efetiva transposição
de fronteira para que se caracterizasse a transnacionalidade do crime de tráfico de drogas,
bastando a intenção de fazê-lo.
E agora em abril de 2018 esse entendimento foi sumulado por essa corte superior.
Portanto, o examinador está equivocado ao afirmar que se faz necessária a efetiva transposi-
ção de fronteiras.
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Certo.
Essa é uma daquelas questões polêmicas entre os candidatos. Sabe por quê? Porque o exami-
nador afirmou que não é estabelecida uma distinção entre a oferta ser dirigida a um imputável
ou a um inimputável.
Além de estudar toda a matéria para a nossa prova, devemos conhecer bem o nosso “inimigo”
(a banca examinadora, rsrsrs) e, para isso, devemos fazer diversas questões sobre o assunto
estudado para, além de fixar melhor o assunto, ir treinando para o nosso grande dia.
O examinador trouxe a conduta prevista no artigo 33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006, certo? Ele
falou em algum momento em causa de aumento de pena? Não falou. O que ele quer saber é se
a conduta continuará sendo prevista como crime, tanto a oferta se destinando a uma pessoa
imputável como inimputável.
Você que estudou muito vai saber que a conduta descrita é crime e que ainda incide sobre ela
uma causa de aumento de pena, prevista no artigo 40, VI, caso o alvo seja um inimputável.
Errado.
Como vimos em nossa aula, a autoridade policial (Delegado de Polícia) deverá comunicar ime-
diatamente a prisão ao juiz competente.
É o que prevê o artigo 50 da lei.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comu-
nicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão
do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
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Errado.
Vimos recentemente uma questão sobre esse assunto, né? O artigo 44 traz a previsão
conforme dito pelo examinador, o que poderia ser considerada uma certa maldade por parte
do examinador, já que em seu enunciado ele afirma “com base na Lei”.
O que devemos levar para a nossa prova é que, caso seja cobrado algum item sobre esse
assunto, o entendimento já está pacificado de que as penas podem, sim, ser convertidas em
restritivas de direitos, certo?
Errado.
Se o único fundamento para manutenção da prisão do acusado for a vedação da liberdade
provisória trazida pelo legislador, essa prisão não será legal, já que o Supremo entende que a
regra que proíbe a liberdade provisória a presos por tráfico de drogas é inconstitucional.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Considere que determinado cidadão esteja sendo processado e julgado por vender drogas em
desacordo com determinação legal. Nessa situação, se o réu for primário e tiver bons antece-
dentes, sua pena poderá ser reduzida, respeitados os limites estabelecidos na lei.
Certo.
Vamos lá! O examinador trouxe a figura do “tráfico privilegiado” na nossa questão.
Fique ligado(a), porque o examinador em momento algum afirmou que a questão trazia todos
os requisitos para a configuração do tráfico privilegiado. Ele trouxe alguns requisitos e disse
que nesse caso sua pena poderá ser reduzida.
Para a questão ficar mais completa, o examinador deveria afirmar que o réu também não se
dedica às atividades criminosas nem integra organização criminosa, conforme previsão do
§ 4º do artigo 33.
Errado.
Como sabemos, o tráfico de drogas é um crime equiparado a hediondo, certo? Porém, confor-
me entendimento das cortes superiores, o crime de associação para o tráfico não é considera-
do um crime equiparado a hediondo.
Veja o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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seu direito de locomoção (…). Busca a impetrante, (…), sob a assertiva basilar de que, con-
soante precedentes desta Corte Superior, “ao contrário do delito de tráfico de entorpecen-
tes […], a associação para o tráfico não possui natureza de crime hediondo/equiparado a
hediondo” (fl. 2), razão pela qual, o lapso temporal exigido para a concessão da referida
benesse é apenas o de 1/3 da pena imposta. Decido. O writ não merece processamento.
“O entendimento do Superior Tribunal de Justiça é firme de que, embora o delito de asso-
ciação ao tráfico de drogas não integre o rol dos delitos hediondos ou a ele equiparados,
persiste a necessidade de cumprimento de 2/3 da pena para a obtenção do livramento
condicional, a teor do disposto no parágrafo único do art. 44 da Lei n. 11.343/2006, por
se tratar de regra determinada pela lei especial, que se sobrepõe a regra geral (art. 83 do
CP)” (HC 381.202/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, DJe 04/05/2017).
[…] (AgRg no RHC n. 71.796/MG, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, 5ª T., DJe 25/8/2017).
No mesmo sentido, os seguintes julgados: […] O crime de associação para o tráfico não
é considerado hediondo ou equiparado. Contudo, o art. 44, parágrafo único, da Lei n.
11.343/2006 estabelece prazo mais rigoroso para a concessão de livramento condicio-
nal, qual seja, 2/3 do cumprimento da pena, vedando a sua concessão ao reincidente
específico. […] (AgRg no AREsp n. 532.666/MS, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, 6ª T., DJe
1º/8/2017) […] a despeito de não ser considerado hediondo, o crime de associação para
o tráfico, no que se refere à concessão do livramento condicional, deve, em razão do
princípio da especialidade, observar a regra estabelecida pelo art. 44, parágrafo único,
da Lei n. 11.343/2006, ou seja, exigir que o cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena,
vedada a sua concessão ao reincidente específico. […] (HC n. 394.327/SP, Rel. Ministro
Antonio Saldanha Palheiro, 6ª T., DJe 23/6/2017) Saliento, ainda, que o Supremo Tribunal
Federal também perfilha da mesma orientação, como se colhe do seguinte aresto: […] 1.
O requisito objetivo do livramento condicional (2/3) para o caso de condenação por asso-
ciação para o tráfico decorre de previsão expressa do art. 44, parágrafo único, da Lei n.
11.343/2006. Orientação que também foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal no jul-
gamento do HC 118.213, Rel. Min. Gilmar Mendes. 2. Ausência de ilegalidade flagrante ou
abuso de poder que justifique o provimento do recurso. 3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no RHC n. 133.938, Rel. Ministro Roberto Barroso, 1ª T., DJe 30/6/2017). À vista do
exposto, ausente teratologia ou ilegalidade no acórdão fustigado, indefiro liminarmente
o writ, nos termos do art. 210 do RISTJ. Publique-se e intimem-se. Brasília (DF), 12 de
setembro de 2017. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ
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(STJ – HC: 415335 RS 2017/0228570-0, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data
de Publicação: DJ 20/09/2017)
Certo.
O artigo 40 da lei traz as causas de aumento de pena e, entre elas, temos o inciso II, que afirma
que “o agente que praticar o crime prevalecendo-se de função pública”.
Nesse caso, teremos um aumento de um sexto a dois terços, conforme dito pelo examinador.
Errado.
Como eu disse anteriormente, o examinador gosta muito de cobrar questões sobre esse
assunto.
Reforçando o que foi dito até agora, apesar de o artigo 44 trazer essa previsão, o Supremo
entende como sendo inconstitucional tal previsão, permitindo, portanto, a conversão da pena
privativa de liberdade em restritiva de direitos.
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Lei n. 11.343/2006 - Lei de Drogas
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Certo.
Essa questão cobra a literalidade da lei. O artigo 33, § 3º, descreve a conduta de Carlo e traz
como pena a detenção, o pagamento de uma multa e no fim afirma que essas penas serão
cominadas sem prejuízo das penas previstas no artigo 28.
Certo.
Conforme estabelecido pela Lei n. 9.099/1995, em seu artigo 61, consideram-se infrações pe-
nais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta lei, as contravenções penais e os cri-
mes a que a lei comine, pena máxima não superior a dois anos, acumulada ou não com multa.
A conduta de Carlo traz como previsão a pena de detenção de 6 meses a 1 ano, portanto temos
uma infração de menor potencial ofensivo.
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Certo.
Conforme previsão legal, em seu artigo 32, o delegado de polícia destruirá a plantação, sem
necessidade de autorização judicial, vejamos:
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do
art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levanta-
mento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessá-
rias para a preservação da prova
Errado.
Conforme entendimento jurisprudencial do STJ, no caso de autofinanciamento para o tráfico
de drogas, o agente não responderá em concurso material pelos delitos de tráfico de drogas e
financiamento ao tráfico, devendo responder pelo tráfico de drogas com a incidência da causa
de aumento de pena prevista no artigo 40, VII. (REsp 1.290.296-PR, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 17/12/2013)
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Errado.
Não preciso nem comentar que devemos ficar atentos a essa questão, né? Veja que, em nossa
bateria de exercícios, ela apareceu muitas vezes, demonstrando que o examinador gosta muito
de cobrar esse assunto.
Como visto anteriormente, o Supremo entende pela inconstitucionalidade dessa previsão legal.
Errado.
Esse indivíduo incorrerá nas penas previstas no § 3º do artigo 33 da Lei n. 11.343/2006, e não
será simplesmente considerado usuário.
Mesmo que a pena prevista afirme que a sua aplicação se dará sem prejuízo das penas previs-
tas no artigo 28, esse indivíduo não será simplesmente considerado usuário, mas responderá
pelo art. 33, § 3º.
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Errado.
A conduta daquele que oferece droga, sem objetivo de lucro, à pessoa de seu relacionamento
para juntos consumirem está prevista no artigo 33, § 3º, constituindo um delito autônomo,
sendo considerado pela doutrina como sendo o “tráfico de menor potencial ofensivo”, e não
uma conduta equiparada.
Errado.
Como acabamos de ver nas questões anteriores, o namorado responderá pelo “tráfico de
menor potencial ofensivo”, previsto no § 3º do artigo 33, não ficando isento de pena.
Errado.
Fique atento(a) a esse tipo de questão. Como vimos em nossa aula, o uso não é crime, o cri-
me é o porte da substância para uso. Portanto, se os agentes não encontrarem a substância
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entorpecente em poder do abordado, ele não estará sujeito às penas previstas no artigo 28 da
Lei n. 11.343/2006.
Certo.
Esse é o atual entendimento do STJ, inclusive, como vimos anteriormente, recentemente foi
editada a Súmula n. 607 tratando sobre esse assunto.
Errado.
Conforme o artigo 32 da lei, as plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delega-
do de polícia, sem a necessidade de autorização judicial, tendo que recolher uma quantidade
suficiente para a realização do exame pericial.
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de entorpecente e disponibilizar veículo para o seu transporte, ainda que o agente não receba
a mercadoria, em decorrência de apreensão do material pela polícia, com o auxílio de intercep-
tação telefônica.
Certo.
É muito comum o CESPE realizar a cobrança de jurisprudência em suas provas e, por isso,
é importante o conhecimento de tais entendimentos.
A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibilizar
o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de
drogas em sua forma consumada (e não tentada), ainda que a polícia, com base em indícios
obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente
antes que o investigado efetivamente o recebesse.
Para que configure a conduta de “adquirir”, prevista no art. 33 da Lei n. 11.343/2006, não é
necessária a tradição do entorpecente e o pagamento do preço, bastando que tenha havido o
ajuste. Assim, não é indispensável que a droga tenha sido entregue ao comprador e o dinheiro
pago ao vendedor, bastando que tenha havido a combinação da venda. (STJ. 6ª Turma. HC
212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 1º/9/2015 (Info 569)).
Péricles Mendonça
Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no concurso
realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico aprovações em concursos como o do BRB, Serpro (Analista),
Secretaria de Educação (Analista de Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista), PMDF/2009 e
PCDF/2013 (Agente e Escrivão).
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