Sistema Tegumentar

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FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS - FAMETRO

BRUNA ALVES DE SOUZA

SISTEMA TEGUMENTAR DE ANIMAIS DOMÉSTICOS:

CÃES, GATOS, EQUINOS, BOVINOS, SUÍNOS E AVES

Manaus

2018
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BRUNA ALVES DE SOUZA

SISTEMA TEGUMENTAR DE ANIMAIS DOMÉSTICOS:

CÃES, GATOS, EQUINOS, BOVINOS, SUÍNOS E AVES

Trabalho solicitado pela Prof.ª Mayra Rabelo da


disciplina de Anatomia II do curso de Medicina
Veterinária.

Manaus

2017
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1. INTRODUÇÃO

O sistema tegumentar compreende o revestimento do corpo e as estruturas dele


derivadas, como pelos, unhas, penas, glândulas, entre outras. Este sistema é
extremamente adaptado ao tipo de ambiente no qual o organismo se encontra e serve
vários propósitos em diferentes animais, mas é uma linha vital de defesa contra
ameaças ambientais para todas as espécies. 
Segundo o site 365saúde a principal função do sistema tegumentar é manter a
homeostase, que é processo de regulação do organismo. Sistemas tegumentar em
diferentes animais têm algumas coisas em comum, em comparação com o sistema
tegumentar humano. Sendo o maior sistema de órgãos, o sistema tegumentar serve
uma variedade de vital funções. Ele protege outros órgãos do corpo e tecidos de
infecção, desidratação, queimaduras solares e mudanças bruscas de temperatura. A
pele contém receptores nervosos que captam sentidos do tato, dor e temperatura. Além
disso, qualquer distúrbio na homeostase e consequente dano ao sistema tegumentar
pode afetar diferentes órgãos e sistemas do corpo, principalmente através de
desidratação, mudanças bruscas de temperatura e deficiência de vitamina D. 
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2. SISTEMA TEGUMENTAR

O tegumento comum é a cobertura protetora do corpo, e é contínuo nas


aberturas naturais com membranas mucosas dos tratos digestivo, respiratório e
urogenital. Ele consiste em pele (cutis), juntamente com certos apêndices ou
modificações destes, como cabelo, chifres, penas e daí por diante. Contém
ramificações periféricas de nervos sensoriais e é um importante órgão sensorial. É o
principal fator da regulação da tempertaura corporal, e por intermédio de suas glândulas
desempanha um importante papel na secreção e excreção. Algumas das modificações
dos chifres ou apêndices são usadas como órgãos de preensão ou armas.
A espessura da pele varia nas diferentes espécies, em diferentes partes do corpo
de alguns animais e também com a procriação, sexo e idade. A cor também varia
muito, porém isto é mascarado na maioria dos lugares pela cobertura dos pêlos ou lã. A
pele é em geral, altamente elástica e resistente.

2.1 ESTRUTURA

A pele consiste em dois estratos distintos, uma lâmina epitelial superficial a


epiderme e uma lâmina profunda de tecido conjuntivo o cório. A epiderme é um epitélio
estratificado não - vascular de espessura variada. Apresenta aberturas das glândulas
subcutâneas e dos folículos pilosos e uma superficie profunda é adaptada ao cório. Ela
pode ser divida em uma parte seca, dura , superficial, o estrato córneo, e uma parte
profunda, úmida e macia, o estrato germinativo.
O cório consiste essencialmente em fibras brancas e elásticas de percepção de
tato. Ele é bem suprido por vasos e nervos e contém as glândulas cutâneas, os
folículos pilosos e músculo liso. A parte mais profunda do cório, a túnica própria,
consiste em uma rede relativamente frouxa de feixes, e na maioria dos locais não há
uma linha clara de demarcação entre ela e a subcútis. A parte superficial, o estrato
papilar, é de textura fina e não possui gordura. Sua face superficial é envolvida
densamente com proeminências cônicas em forma de agulha, as papilas, que estão
situadas nas depressões correspondentes da epiderme. Elas contêm novelos
vasculares e nervos ou , em certas situações, terminações nervosas especiais.
As glândulas sudoríparas merócrinas, são muito numerosas e encontradas em
toda a pele, excetuando-se em certas regiões, como a glande. Essas glândulas são
tubulosas simples enovelada, cujos ductos se abrem na superfície da pele. Os ductos
não se ramificam e têm menor diâmetro do que a porção secretora. A porção 4
secretora encontra-se na derme, as células secretoras são piramidais e entre elas e a
membrana basal estão localizadas as células mioepiteliais. Nessas glândulas existem
dois tipos de células secretoras, as células escuras e as células claras. As escuras são
adjacentes ao lúmem e as claras ficam entre as células escuras e as células
mioepiteliais, as células escuras apresentam muitos grânulos de secreção contendo
glicoproteínas. As células claras não contêm grânulos de secreção. O ducto da glândula
abre-se na superfície da pele e segue em direção a epiderme. Apresenta-se constituído
por epitélio cúbico estratificado, que repousa sobre a camada basal. O suor secretado
pelas glândulas é uma solução totalmente diluída, que contém pouca proteína.
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A localização das glândulas sebáceas é na derme e os seus ductos geralmente


desembocam nos folículos pilosos. A pele da palma das mãos e da sola dos pés não
tem glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas são alveolares, e os alvéolos
desembocam em um ducto curto, os alvéolos se apresentam por uma camada externa
de células epiteliais que repousam sobre uma membrana basal. Essas células
proliferam e diferenciam-se em células arredondadas, que vão acumulando no
citoplasma, o produto de secreção de natureza lipídica. A atividade dessa glândula é
muito pequena até a puberdade, quando é estimulada pelos hormônios sexuais, a
atividade dessa glândula é muito influenciada pelos hormônios sexuais.

3. ANEXOS

Os pêlos são estruturas delgadas e filamentosas queratinizadas, que se projetam


da superfície da epiderme da pele e crescem na maior parte do corpo. No corpo
humano, há dois tipos de pêlos, os pêlos macios, delicados curtos e claros,
denominados pêlos velos, os pêlos duros, grandes, grosseiros, longos e escuros,
denominados pêlos terminais. Os pêlos humanos não dão um isolamento térmico como
os pêlos dos animais, em vez disso, os pêlos funcionam recebendo sensações táteis.
Os folículos pilosos, os órgãos nos quais os pêlos se formam, também se
originam da epiderme que invade a derme, a hipoderme ou ambas, estão envolvidos 5
por acúmulos densos de tecido conjuntivo fibroso. O conjunto das células que
compõem a raiz do pêlo é denominado matriz, as camadas externas do epitélio do
folículo formam a bainha externa da raiz, ela envolve várias camadas de células
derivadas da epiderme, a bainha interna da raiz, constituída por três componentes, a
camada de Henle, a camada de Huxley, e a cutícula interna da raiz.
As unhas são placas de células queretinizadas localizadas na superfície dorsal
das falanges distal dos dedos e dos artelhos. As unhas originam-se de células da matriz
da unha. A lúnula, um crescente branco, é observada na extremidade proximal da unha.
A extremidade distal da placa ungueal não esta presa ao leito ungueal, perto desta
junção fica um acúmulo do estrato córneo denominado hiponíquio. A translucidez das
unhas constitui uma indicação rápida da saúde de uma pessoa; o rosa indica um
suprimento sanguíneo bem oxigenado.

4. TEGUMENTO - EQÜINO

A espessura da pele do eqüino varia de 1 a 5 mm em diferentes regiões, sendo


maior na inserção da crina e na superficie dorsal da cauda. As glândulas são
numerosas e maiores do que aquelas de outros animais domésticos. As glândulas
sebáceas são especialmente desenvolvidas nos lábios, prepúcio, glândulas mamárias,
períneo e nos lábios da vulva. As glândulas sudoríparas são de coloração amarela ou
marrom. Elas ocorrem em quase todas as partes da pele, porém são maiores e mais
numerosas na da asa lateral da narina, flanco, glândulas mamárias e na parte livre do
pênis.
Além de pêlos ordinários e tácteis, determinadas regiões apresentam pêlos
grosseiros, de grande comprimento. A crina surge da borda dorsal do pescoço e da
parte adjacente da cernelha; sua parte rostral, que cobre a testa em extensão variável,
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é denominada de topete, a cauda , com exceção de sua face ventral, sustenta pêlos
muito grandes e longos, o tufo de longos pêlos na face de flexão do boleto deu origem
ao nome popular desta região.
A úngula (Casco) – é a cobertura córnea da extremidade distal do dígito, divide-
se em três partes: a parede, a sola e a cunha da úngula. A úngula é avascular e recebe
sua nutrição do cório. Ela também está destituída de nervos.
Cório do Pé – ou pododerme é a parte especialmente modificada e altamente
vascular do cório do tegumento comum que proporciona nutrição ao casco, dividi-se em
cinco partes correspondentes do casco: o cório perióplico, cório coronal, cório laminar,
cório da cunha e pulvino digital. O cório é ricamente suprido de sangue pelas artérias
digitais. As veias não possuem válvulas e formam notáveis plexos, que se comunicam
livremente uns com os outros, drenados pelas veias digitais.
Tórulos – O esporão é uma pequena massa córnea situada no tufo de pêlos
existentes na superfície flexora do boleto. Ele é comumente considerado como o
vestigio do segundo e quarto dígitos dos extintos eqüídeos, pois está ausente nos
casos em que estes dedos são desenvolvidos.

5. TEGUMENTO - BOVINO

A espessura da pele do bovino é maior do que a de qualquer outro dos demais


animais domésticos; em geral ela tem de 3 a 4 mm de espessura; na raiz da cauda e na
ponta do jarrete ela tem cerca de 5mm de espessura e no peito, 6 a 7 mm de
espessura.
As glâdulas cutâneas são de menor número e menos desenvolvidas do que no
eqüino. Exceto ao redor das aberturas naturais, na ponta do jarrete e na superficie
flexionada do boleto, as glândulas sudoríferas não forman uma espiral, mas estão
aumentadas na extremidade profunda e são variavelmente flexuosas. As glândulas
sebáceas são mais desenvolvidas ao redor das aberturas naturais e no úbere, porém
não há nehuma nas tetas. As glândulas nasolabiais forman uma espessa camada sob a
pele nua do focinho. Elas são glândulas tubulosas compostas e estão revestidas por
epitelio cúbico.
Os pêlos são extremamente variáveis na cor e tamanho nas diferentes reças e
nos difrentes indivíduos .
As úngulas, em número de quatro em cada membro, cobrem as extremidades
dos dígitos. Os cascos dos dígitos principais acompanham, de modo geral, o formato
das falanges distais, e cada um pode ser considerado como possuidor de três
superfícies: a superfície abaxial é convexa transversalmentes e marcada por cristas
paralelas à borda coronal. Sua parte dorsal é côncova transversalmente.
Os chifres circundam os processos dos ossos frontais. Eles variam grandemente
no tamanho, forma a curvatura. A raiz ou base do chifre possui uma borda fina que é
contínua com a epiderme comum.
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6. TEGUMENTO – AVES

A pele das aves apresenta poucas glândulas; a glândula mais importante é a


glândula uropigial, presente na base da cauda, que secreta uma substância lipoproteica
que atua como repelente à água. 

Aves marinhas apresentam glândulas de sal na cabeça, responsáveis por


excretar e eliminar o excesso de sal proveniente da água do mar e dos alimentos
ingeridos. Estas glândulas são fundamentais na manutenção do equilíbrio osmótico, pois
os rins das aves não são muito eficientes na remoção de solutos, principalmente os íons
de sódio, cloreto e potássio (KARDONG, 2006).

Segundo Goslow Hildebrand, 2006, próximo aos folículos das penas, a derme é
rica em vasos sanguíneos, músculos lisos e terminações nervosas. Os bicos são
formados pela combinação de estruturas queratinizadas e dérmicas. Basicamente, há
um osso revestido por uma camada vascularizada dérmica, seguida por uma camada
epidérmica germinativa e As penas são trocadas periodicamente, uma a duas vezes por
ano, normalmente uma por vez. Caso curioso ocorre com os patos, que perdem a maior
parte de suas penas de uma vez só, ficando impossibilitado de voarem nesse período.
Vários tipos de penas podem estar presentes, inclusive com funções distintas. Entre
aquelas existentes podemos citar as penas de contorno, plúmulas, cerdas e
filoplúmulas após por uma camada epidérmica queratinizada. Sem dúvida, a principal
característica tegumentar das aves é a presença de penas, estruturas consideradas
escamas reptilianas elaboradas. Ainda em relação aos répteis, as aves também
compartilham escamas nas pernas e nos pés.
O tegumento das aves é delgado, pouco queratinizado e frouxamente unido aos
tecidos subjacentes. Associadas a este tegumento temos as penas que são estruturas
fortemente queratinizadas, com possível origem nas escamas dérmicas de ancestrais
répteis. As regiões nas quais as penas estão inseridas são conhecidas como pterilas, e
os locais em que estão ausentes,aptérias.

7. TEGUMENTO – CÃES E GATO

A pele varia grandemente de espessura em difrentes raças. Ela é notavelmente


solta no dorso do pescoço e do tronco, onde pode ser levantada em extenas pregas. A
camada também está sujeira a extrema variação no comprimento, espessura etc. Os
pêlos estão dispostos, em greal, em grupo de três. As glândulas sebáceas são mais
desenvolvidas nas raças de pêlos curtos e crespos. Elas são maiores e mais
numerosas nos lábios, ânus, face dorsal do tronco e região estrenal. As glândulas
sudoríparas são relativamente mais desenvolvidas nas de pêlos longos e finos. As
maiores são encontradas nas almofadas digitais.
As unhas correspondem em forma á parte ungueal das falanges distais, as quais
elas circundam. O chifre da unha consiste de um corpo ou parede e uma sola. A
primeira, fortemente curva em ambas as direções, está comprimida lateralmente. Sua
borda coronária encaixa-se dentro da depressão, sob o colarinho ósseo ou crista
ungueal da falange distal, e é cobereta por pele. As bordas laterais convergem e
cincurdam a sola cranialmente. O cório apresenta, uma parte coronal que sustenta
papilas apenas próximo à borda coronal. Na superficie dorsal ela está espessada
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formando uma crista, e a parte correspondente da cobertura córnea, espessa, mantém


o caráter afilado da unha.

8. TEGUMENTO – SUÍNO

De acordo com Montagna e Lobitz (1964) a cútis do suíno possui um notável


número de especializações locais, algumas delas estando associadas a ricos campos
glandulares. O mais significativo ocorreu no rinário, ou focinho. Caudalmente ao ângulo
de divergência das mandíbulas encontra-se uma estrutura redonda, e elevada, as
glândulas mentonianas, compostas de glândulas sebáceas e apócrinas, e com vibrissas
muito grosseiras.
A superficie da pele do suíno, marcada por delicados sulcos que se cruzam,
quando raspada, aparenta uma semelhança superficial com a pele do homem. A pele é
mais espessa, e coma subestrutura correspondentemente mais elaborada na superfície
glabra dos lábios, no focinho e entre os dígitos.
De acordo com Sisson (1921) as glâsndulas sebáceas são, em geral, pequenas
e muito menos numerosas do que nos outros animais. As glândulas sudoríferas, por
outro lado, são grandes, de coloração amarela ou marrom, e em muitos lugares visível
a olho nu. No lado palmar medial do carpo há pequenos divertículos cutâneos, as
glândulas espiraladas compostas abrem-se.
Os cascos ou unhas e seu cório assemenlham-se aos do bovino, porém os
bulbos são mais proeminentes e formam amaior parte da sua superfície da sola; eles
são também melhor definidos do que a sola, que é pequena. Os cascos dos digitos
acessórios são mais desenvolvidos e suas partes mais diferenciadas do que as do
bovino. (SISSON,1921).

9. CONCLUSÃO
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Grande parte das informações que vimos sobre o sistema tegumentar, bem
como os seus anexos, desempenham várias funções importantes muito delas
adaptativas aos hábitats ocupados por estes organismos, apresentando como função
universal proteger o organismo das agressões físicas e químicas do ambiente. Em
vertebrados, o tegumento é originado a partir de dois folhetos embrionários: o
ectoderma que origina a epiderme estratificada e o mesoderma, que origina a derme. A
epiderme, camada mais externa da pele, pode sofrer queratinização variada, a
depender do organismo e do meio em que ele vive. Além do estrato córneo do
tegumento, todas as estruturas queratinizadas, denominadas anexos, são de origem
ectodérmica, sendo elas: pelos, penas, cornos, unhas, garras, cascos, bicos, etc.
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REFERÊNCIAS

GETTY, Robert, 1916-1971, Sisson & Grossman: Anatomia dos animais domésticos /
Robert Getty; Rio de Janeiro: Guanaba Koogan, 2015. Volume 1
GETTY, Robert, 1916-1971, Sisson & Grossman: Anatomia dos animais domésticos /
Robert Getty; Rio de Janeiro: Guanaba Koogan, 2015. Volume 2
KÖNIG, Horst Erich; Anatomia dos animais domésticos: texto e atlas colorido /
Horst Erich König – Georg Liebich; 6 ed – Porto Alegre: Artmed 2016.
http://porteiras.s.unipampa.edu.br/biotech/files/2011/04/Tegumento-e-anexos.

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