Planejamento e manejo da criação

de frangos de corte e poedeiras

Elisanie Teixeira – Zootecnista CRMVZ ZP 0057
Dra em Nutrição e produção de aves UFPB
Cadeia de produção
Cadeia de produção
 Planejamento de uma empresa avícola
Introdução

• Antes é preciso definir a finalidade (segmento) da empresa:

– Criação para corte;
– Produção de ovos para o consumo;
– Produção de pintos de Um dia;
– Fábrica de ração;
– Abatedouro.

• Depois, a funcionalidade da empresa:

– Atuação independente;
– Integração; e/ou
– Cooperativa.
Fatores considerados na escolha do local
• Localização: Fora da perímetro urbano;
• Água (potável e em abundância);
– Fonte: poço artesiano ou rede hidráulica.
• Energia elétrica
– Será mais econômico se a granja for instalada à rede
elétrica rural ou urbana, PORÉM, em incubatório é
fundamental o uso de geradores.
• Mão-de-obra;
• Estradas e vias de acesso
– De preferência asfaltadas para que ocorra trafego ano
inteiro.
Escalonamento da produção de aves
 Escalonamento da produção:
Aves de corte

– Exemplo: o mercado absorva 500 aves de corte a cada 15 dias

(intervalo de abate), e que esse mercado tenha preferência por
aves com peso variando entre 1,90 a 2,0 kg.
– sistema semi-intensivo de criação, utilizando 8 aves/m² de área
construída e 2 m² de área de pastagem por ave. O abate das
aves será feito com 60 dias de idade.
 Escalonamento da produção: aves de corte

Área utilizada:
Numero de galpões = (numero de aves) / (densidade
aves/m²).
Pasto = numero de aves x 2 m²/ ave

Galpão – (500 aves) / (8 aves/m²) = 62,5 m².

Pasto – 500 aves x 2 m²/ ave = 1000m².
 Escalonamento da produção: aves de corte

Número de construções e fluxo de entrada e saída.

Período de ocupação (PO) = idade de abate + vazio

sanitário
Intervalo de abate (IA) = 15 dias.
Nº de galpões = (PO) / (IA)

Período de ocupação (PO) = 60 dias + 15 dias de vazio

sanitário = 75 dias.
Intervalo de abate (IA) = 15 dias.
Nº de galpões = (75 dias)/(15 dias) = 5 construções.
 Escalonamento da produção: aves de corte

Assim, o sistema de exploração adotado terá uma

construção composta de cinco divisões com 62,5 m²
cada uma, fazendo um total de 312,5 m² de área
construída.

Será composta, também, de cinco áreas de pastagens,

contendo cada uma 1.000 m², fazendo um total de
5.000m². Partindo desses dados, temos o fluxo de entrada
e saída dos lotes.
 Escalonamento da produção: aves de corte

Tabela – Fluxo de entrada e saída dos lotes

Lote 1 2 3 4 5
1 – 15 --- --- --- ---
16 – 30 1 – 15 --- --- ---
31 – 45 16 - 30 1 – 15 --- ---
46 – 60 31 - 45 16 - 30 1 – 15 ---
Período
VS 46 – 60 31 – 45 16 - 30 1 – 15
em dias
1 - 15 VS 46 – 60 31 – 45 16 - 30
16-30 1 – 15 VS 46 - 60 31 - 45
31 – 45 16 – 30 1 - 15 VS 46 – 60
46 - 60 16 - 30 16 – 30 1 - 15 VS
 Escalonamento da produção:
Aves de postura

– O início de postura ocorre semanas de idade. Para que a produção

não tenha grandes oscilações, deve-se, então, começar um segundo
lote 20 semanas após o início do primeiro, e um terceiro lote 20
semanas após o início do segundo e um quarto lote 20 semanas após
o início do terceiro
– Assim, teremos sempre um lote de aves em crescimento e três lotes
de aves em produção. Esse escalonamento é chamado de modulação
1:3 (1 lote em crescimento e 3 lotes em produção). Pode-se fazer
também a modulação 1:4, seguindo o mesmo raciocínio.
 Escalonamento da produção:
Aves de postura

– Exemplo: sistema adotado é o semi-intensivo, e a demanda

de ovos de galinha caipira pelo mercado consumidor, seja
de 300 ovos/dia. A ave a ser utilizada será uma linhagem
comercial, com uma postura de 8 ovos a cada 10 dias, ou
simplesmente 80% de taxa de produção. Vamos considerar
ainda que utilizem 4 aves/m² de galpão e 2m² de pasto por
ave.
 Escalonamento da produção:
Aves de postura

Nº de aves para produção 300 ovos/dia:

Nº de aves = ((Nº de ovos/dia) / (taxa de produção)) x 100.
Nº de aves = (300 / 80) x 100 = 375 aves.
Como a modulação é de 1:3 temos o número de aves de
cada lote, ou seja, a quantidade de aves que começarão a
ser criadas a cada 20 semanas (ver fluxo de entrada e
saída). Desta forma, teremos:
Nº de aves por lote = (375 aves) / 3 = 125 aves.
 Escalonamento da produção:
Aves de postura

Área utilizada:
Construção – (125 aves) / (4 aves/m²) = 31,25 m².
Pasto – 125 aves x 2 m² / ave = 250m².
Número de construções e fluxo de entrada e saída.
Como a modulação é 1:3, teremos quatro áreas de construção e
quatro áreas de pasto.
Intervalo ocupação da instalação = vazio sanitário + idade a
maturidade sexual.
Intervalo de ocupação = 2 semanas + 18 semanas = 20 semanas.
 Escalonamento da produção:
Aves de postura

Assim, o sistema de exploração adotado terá uma

construção composta de 4 divisões, com 31,25 m² cada
uma, dando um total de 125m² de área construída. Será
composta também de 4 áreas de pasto, contendo 250m²
cada uma, fazendo um total de 1.000 m².
 PRODUÇÃO

A produção poderá ser mensal, quinzenal ou

semanal.
 Sistema de registro
• Objetivo
• Proporcionar informações claras e completas, sob o desempenho
da atividade.
• Informações mínimas
• Consumo de ração;
• Peso final das aves;
• Ganho de peso;
• Idade da retirada do lote;
• Mortalidade;
• Vacinas e medicamentos administrados;
• Temperatura e URA;
• Mortalidade e qualidade de frangos no abatedouro.
 Sistemas de Criação
Extensivo

20
 Sistemas de Criação
Semi - intensivo
 Sistemas de Criação
Intensivo

22
 Sistemas de Criação
Orgânico

23
 Sistemas de produção

Integrado
Cooperativo

Independente
24
Integração
Vertical

25
 Integrado
Galpão

120 de comprimento x 12,5 de largura

Alojar 11,5 aves/m2

1 m2 ---- 11,5 aves

1.500 m2 ----- x
x= 17.250 aves no galpão
 Integrado

Preparo do galpão
Limpeza desinfeção (a cada novo lote) – sistema
all in all out
Vazio Sanitário
Cama – reutilizar ou nova cama
29
Investimento, custos de produção e remuneração

Galpão 120 x 12,5 alojar 11,5 aves por m2

R$ 250 mil reais

Investimento, custos de produção e remuneração
Criação Integrada

Fornece pintos, rações, vacinas, assistência técnica,

desinfetantes
Galpão com todos os equipamentos
Cama e aquecimento

Mão – de - obra
Remuneração do produtor integrado será de
acordo com seu Fator de produção

Empresa paga entre 0,35 a 0,75 centavos

cabeça/ave
 Fator de produção

MANEJO CORRETO
Fator de produção: índice de desempenho usado para
calcular a remuneração do integrado

FP= GMD x V x EA x 100

Ganho médio diário (GMD): expressa a velocidade de

crescimento

GMD: Peso total aves / n aves x dias de idade

Viabilidade: n aves entregues ao abatedouro x 100

n pintos de 1 dia alojados
35
1000 frangos aos 35 dias de idade com peso vivo de
1.800 kg, com consumo de ração de 3.200 kg e baixas
de 5% qual seu FP?

36
GMD: Peso total aves
n aves x dias de idade

GMD: 1800
1000 x 35

GMD: 0,0514

37
Viabilidade: n aves entregues ao abatedouro
n pintos de 1 dia alojados

Viabilidade: 100 – mortalidade ou baixas

Viabilidade: 100 – 5 = 95

38
Eficiência alimentar: peso final do plantel
total da ração consumida

Eficiencia Alimentar: 1800

3200

Eficiencia Alimentar: 0,5625

39
Fator de produção: GMD x V x EA x 100

Fator de produção: 0,0514 x 95 x 0,5625 x 100 = 276

40
O produtor que apresentar maior FP terá maior
remuneração. Os demais serão baseados nele

41
 Exemplo de um Integrado da Guaraves

Financiamento do galpão pelo Banco do Nordeste –

R$ 250 mil reais

Paga 4 boletos por ano de 3.000 reais

Despesas com 1 lote de 17.500 frangos
15 T de cama R$ 170,00 reais
Mão-de-obra com a Limpeza: R$ 1.000,00
Energia: R$ 2.500, reais
Mês que paga o boleto do financiamento; R$ 3.000,
reais
Despesas totais em um lote: R$ 6.670,00

42
 Renda com 1 lote de 17.500 frangos
15 T de cama no final rende 28 T de cama – vende de 1 T por R$
230,00 reais, assim 28 x 230 reais = R$ 6.440,00

Se FP for baixo Guaraves paga 0,35 centavos por ave

Assim: 17.500 – mortalidade (1%)
17.325 x 0,35 = R$ 6.063,75 reais + 6.440,00 = R$ 12.503,00
Lucro: 12.503 - 6.670,00 = R$ 5.833,00

Se FP for otimo Guaraves paga 0,75 centavos por ave

Assim: 17.500 – mortalidade (1%)
17.325 x 0,75 = R$ 12.993,75 reais + 6.440,00 = R$ 19.443,75
Lucro: 19.443,75 - 6.670,00 = R$ 12.773,75

43
Para um bom manejo das aves

44
Chegada dos pintinhos
49
REGULAGEM DOS COMEDOUROS
A cada 2 ou 3 dias – para
Acompanhar o desenvolvimento
das aves
Exaustores
Programas de luz

•Finalidade de estimular o consumo

•Melhorar o crescimento
•Adaptá-los ao ambiente do galpão
–Em função da linhagem
–Região
–Estação do ano
–Manejo pré-determinado pelo produtor
Programas

•18 h luz/dia – acender as 4 h e

apagar ao clarear e acender ao
entardecer – apagar 22h
•20h/luz/dia -22h e apaga ao
amanhecer
•Luz diária + controle
intermitente a noite – 1 h E e
3h L
•24 h luz
•Luz natural
 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO

• EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
• RAÇÃO BALANCEADA
• ALIMENTAÇÃO POR FASES
• ARMAZENAMENTO ADEQUADO
VACINAÇÃO SUBCUTÂNEA (MAREK, BOUBA
AVIÁRIA, GUMBORO) vídeo
Produção de Galinha Caipira como
Alternativa de Geração de Renda à
Agricultura Familiar
Elisanie Neiva Magalhães Teixeira
[email protected]
 Mercado dos produtos caipiras
• Ovos para o consumo humano
• Aves vivas e abatidas
• Reprodutores e matrizes
• Pintos de 1 dia
• Pinta-franga com 1 dia a 15 semanas
• Ovos para incubação
• Aves ornamentais
 Coloração da casca
– Vermelha
– Azul
– Branca

Ovos de casca azul.

Ovos de casca vermelha.

Coloração da Gema
 Pigmentação da Carcaça

É mais forte
na carcaça
da ave
caipira que
no frango de
granja.
 Diâmetro da canela

• Canelas Finas
Aves de
canelas
grossas não
são aceitas.
O mercado

• Forma de
comercialização:
aves vivas

• O preço justo

• Uma franga de 5-6

semanas (400-500
g PV) custa R$
6,00, preço igual a
2,4 kg de frango
abatido
Fatores que afetam as qualidades organolépticas da carne de aves tipo
“capoeira”

Carne mais firme

Idade x exercício
Ossos duros e bem
presentes
Mais colágeno

Cheiro agradável

Carne bem pigmentada

Sabor intenso
 Ovos caipiras
• 1. São mais saborosos, corados e têm mais Vitamina
A;
• 2. Ótimo preço de venda.

• Outras vantagens de criar galinhas:

• 1. Adubo para jardins, pomares e hortas;
• 2. Controle de pragas, insetos e larvas;
• 3. Maravilhosa companhia.
Críticas ao Sistema Industrial
 Sistema industrial
Canibalismo é um dos problemas mais comuns nestes sistemas

Densidade = 553 cm2

 Saúde Humana nos Sistemas intensivos

• Três horas diárias de exposição em • Carregadores de frangos

galpões com alto teor de amônia e pó para o abate geralmente
fecal no ar podem causar inflamações apresentam baixa
em vias respiratórias e infecções capacidade respiratória e
brônquio-pulmonares. asma crônica.
• (Larsson, 1999 - Am. J. Industrial Medicine) • (Morris & Lenhart, 1991 – Am. J. Industrial
Medicine).
Sistemas ao ar livre: Saúde de Seres Humanos e
Bem Estar das Aves
• Nos parques gramados ou
não as aves tem mais
espaço, menos estresse, e
ar limpo e fresco.

• Não existe canibalismo.

2 a 3 m2 para cada ave

Praticas inaceitáveis na Avicultura Alternativa

Muda forçada Descarte de pintos machos

•Jejum longo causa perda de peso •Todos os pintos machos das

superior a 20% e mortalidade linhagens de postura são
acima de 5%. eliminados após a eclosão.

Debicagem
Raças Puras
 Grupo Americano
• No final da década de 30, o governo importou e distribuiu
galinhas das raças RIR e NH para melhorar a postura das
galinhas caipiras.

• Em cruzamentos aleatórios com as raças européias trazidas

pelos colonizadores portugueses, a influência das raças
americanas é marcante para formação das aves caipiras
brasileiras.

• Principais raças americanas: Rodilan (Rodhes Island Red-RIR),

galinha vermelha (New Hampshire-NH); pedrês e carijó
(Plymouth Rock Barred) e galinha preta (Gigante negro).
 Rhode Island Red (rodilan)
• É uma raça de porte médio;

• Fêmeas com 2,7 a 3kg e os machos com 3,5

a 3,8kg;

• Produzem de 200-250 ovos

marrons/ave/ano. A postura pode se
estender até 5 anos, mas a maior produção
ocorre até 3 anos de idade.

• Apresenta corpo retangular, boa aptidão

poedeira, razoável revestimento de carne e
ovos de casca acastanhada.
 New Hampshire (vermelha)
• Apresenta penas castanha a vermelha com penas
pretas nas pontas de asas e cauda.

• Foi selecionada da RIR, mas é nitidamente melhor

poedeira e produtora de carne.

• Com seis meses, atinge 60 cm de altura e os machos

3,5 kg e as fêmeas 2,5 kg.

• As aves NH apresentam excelente adaptação as

condições de criação semi-confinada.
 Gigante negra
• Raça de grande porte, com penas pretas;
• Comercializada também como ave ornamental;
• Produzem ovos castanhos;
• Machos pesam 4,5 kg em seis meses e fêmeas 3,5 kg;
• Desvantagem: base escura da pena não é bem aceita pelo
consumidor.

X
 Plymouth Rock Barred (Pedrês)
• a Plymouth Rock, raça igualmente
boa poedeira e produtora de carne
(galinhas, 3kg a 3,3kg; galos,
4,5kg).
 Grupo europeu
• Raças ibéricas (espanholas e portuguesas) foram a base da formação das
caipiras brasileiras.

• Raça espanhola: ancona

• Raça inglesas (pouca contribuição): Galinha pintada (Light sussex), branca

(Cornish) e amarela (Orpington).

• Origem francesa: especialmente a Label Rouge (pescoço pelado e normal)

introduzida na década de oitenta no Brasil, hoje é bastante difundida no
País.

• Raças mediterrâneas: não tiveram influencia na formação das aves caipiras

brasileiras, em virtude da principal raça que representa este grupo ser a
Legorne, que produz de ovos brancos.
 Raças européias
• Light Sussex (inglesa), boa
poedeira, de crescimento
rápido e com carne de boa
qualidade, pesando a galinha
2,9kg e o galo 3,8kg;
• a Barnevelder (holandesa),
raça holandesa, apta tanto
para a produção de ovos como
carne, com 2,8kg na galinha e
3,5kg no galo;
 Grupo Asiático
• Menos presente no território brasileiro, não teve
influência na formação da galinha caipira, mas
com a importação recente tem sido acrescentada
aos plantéis, especialmente como ave ornamental
pela beleza da plumagem e pelo exotismo de
apresentar canelas e pés coberto com penas.
•Principais raças asiáticas: galinha prateada
(Brahma light); galinha Cochin(plumagem variada)
e garnizé (Galinha da Índia ou Bathan).
 Java
• As galinhas ornamentais de raças
anãs, conhecidas em Portugal pelo
nome vernáculo de cocós, vieram
para a Europa, da cidade marítima
de Bantam, em Java.

• O peso máximo das raças bantans

não ultrapassa, na Europa, 600g nos
galos e 500g nas galinhas.
 Japão
• Do Japão veio a raça
Fénix, em que o galo
tem cauda
extraordinariamente
comprida.

• A galinha Sedosa é um
exemplo de raça anã.
 Galinhas Híbridas
• Produzem bem em sistemas de pastejo.

• Em Zâmbia, a alimentação das aves com 70 g de milho

+ sobras de comida resultou em 150 ovos por ave/ano.
•
• Com 70 g milho + ração balanceada as aves produziram
até 180 ovos/ave/ano.

• Não devem ser usadas como reprodutores.

 Label Rouge (pescoço pelado)
• Origem: francesa

• Produz carne e ovos vermelhos

• Pele amarela

• Pescoço pelado e corpo com reduzida quantidade de penas

• Abate a partir dos 60 a 70 dias

• Fêmeas produzem de 160 a 180 ovos.

 FRANGO DE CORTE COLONIAL
Embrapa 041
Machos apresentam
plumagem
avermelhada, fêmeas
apresentam coloração
mais clara

Cruzamento entre
machos de raça
semipesada com
galinhas pesadas
RAÇAS PARA EMBELEZAMENTO OU
ORNAMENTAÇÃO
 Brahma
• Origem: Ásia
• Produz ovos vermelhos
• Machos adultos (3 meses) pesam mais de 4 kg de PV
• Fêmeas em torno de 2,5 kg
 Orpington Amarelo

Origem: Inglesa

Penas amarelo dourado

Ovos: vermelhos

Porte médio a grande

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Há 50 anos Hoje
INSTALAÇÕES
SISTEMAS DE CRIAÇÃO
Sistema confinado: No sistema confinado as aves são criadas em galpões por todo o seu ciclo de produção.
Os galpões tem paredes baixas, medindo de 30 a 50 cm de altura com telas e cortinas plásticas para um maior controle de
chuvas
e vento.
A lotação ideal de cada galpão varia conforme a construção e o clima, normalmente trabalha-se com 9 a 12 aves/m².
O comprimento destes galpões é variável, mas a largura não deve ultrapassar os 12 metros para uma melhor aeração.
Ciclo de produção médio .................................70-90 dias
Limpeza, desinfecção e descanso ..........................14 dias
Período gasto para criação de um lote ..............63-74 dias

Portanto cada galpão poderá ser utilizado para criação de 4 a 5 lotes/ano.

Sistema semi-confinado: Neste sistema as aves são criadas até 2 ou 3 semanas de vida em galpões fechados protegidos de
predadores, vento
s, frio e chuva, após este período as aves têm acesso a piquetes com área de 3 a 5 m² por ave.
Nestes piquetes as aves adquirem o hábito de ciscar, comer sementes de capim, insetos e ainda qualquer alimentação
alternativa.
Lembramos que as aves sempre deverão dormir em galpão coberto podendo contar com poleiros ou piso ripado suspenso,
maravalha ou
palha de arroz no chão.
O galpão além de ser fonte de água e comida das aves durante o dia, passa a ser durante a noite o refúgio contra
predadores.
 Aviários móveis
• Vantagens
• Melhor prevenção da coccidiose
• Melhor qualidade do pasto para as aves

• Desvantagens
• Mão de obra para remoção do aviário
• Necessidade de sombra nos parques
Aviários fixos
 Cobertura de palha
Vantagens
Barato
Fácil de obter
Bom isolante térmico

Desvantagens
Difícil higiene
Abrigo insetos
Riscos de incêndio
 Piso: chão batido
• Vantagens
• Barato
• Permeável

• Desvantagens
• Impossível limpar
(Coccidiose)
• Duro
 Paredes Laterais
Tela de arame Faxina Taipa
Ventilação Boa Boa Fraca
Limpeza Boa Boa Fraca
Preço Alto Baixo Baixo
Iluminação Boa Boa Fraca
Manejo
 Chegada dos pintos
• Manejo inicial
– Higiene
– Nutrição
– Temperatura
 Criadeira com piso suspenso
• Fácil de limpar;

• Os pintos não têm

contato com fezes;

• Os pintos ficam próximos

as fontes de calor e
alimentos;

• Reduz a mortalidade
inicial.
Produção de ovos em pequena escala
• Criações de fundo de quintal

• Abrigo com ninhos e piso suspenso

• Parque
EQUIPAMENTOS
 Aquecimento

Campânulas a Gás Lâmpadas

Comedouros para piquetes: ambiente ao ar
livre

Com protetores para sol e chuva

1 equipamento para 60 aves
Comedouros para ambientes internos

Capacidade: 16 aves adultas simultaneamente

1 equipamento para 40 aves
 Bebedouro alternativo
• É fácil de fazer

• Permite reciclar plásticos

• Atende critério de bem

estar

• Procurado pelas aves

• Não molha a cama

 Distribuição dos equipamentos
• Evitar que as
aves façam
exercício em
demasia para
comer e
beber no
interior das
instalações.
 Ninhos
• Introduzir no galpão as 14
semanas de vida das aves;

• Uma boca para 4 aves;

• Trocar a cama a cada 7

dias ou quando estiver
suja;

• Colher os ovos duas vezes

por dia
 Poleiros
• Melhoram o bem estar;

• Reduzem brigas;

• Na ausência, as aves
improvisam e usam
qualquer objeto
encontrado no quintal
ou no galpão como
poleiro.
PASTO PARA GALINHAS
 Sistema de alimentação
• Galinhas soltas apresentam baixo conteúdo de
proteína no conteúdo do papo (Huque, 1999);
 Local
• Área afastada de fontes de água potável

• Terrenos elevados e ligeiramente inclinados

• Solos férteis e permeáveis (areno-argiloso)

 Importância do pasto
• Recreação (espojo e passeio);
• Alimento (5%);
• Insetos e minhocas são fontes protéicas;
• Beta-caroteno (gema e gordura amarela);
• Fibra melhor motilidade intestinal;
 Formas de uso do capim
– Pastejo direto;
– Picado;
– Touceiras de capim
– Capim inteiro
 Manejo básico de um pasto para galinhas

• Pastejo

• Contínuo

• Rotativo

• Banco de proteína

Capim Estrela africana Banco de proteína

 Pastejo contínuo
• As aves permanecem num
mesmo parque
permanentemente;

• Causa degradação rápida da

pastagem que passa a ser
dominada por ervas
daninhas;

• Rápida disseminação de
doenças entre as aves.
 Pastejo rotacionado
• Maior capacidade de
suporte da
pastagem;

Setor de criação de aves caipiras - CFT-UFPB.

• Menor degradação;

• Maior controle de
doenças;
Parque para galinhas caipiras. CFT-UFPB.
 GRAMÍNEAS
• CARACTERÍSTICAS
DESEJÁVEIS
– Porte: na altura do bico;
– Alta qualidade;
– Alta palatabilidade;
– Tolerantes ao picoteio e
pisoteio (ciscar);
– Resistentes a seca;
• As aves podem alterar o
seu hábito alimentar e
ingerir plantas antes
rejeitadas.
Hábito alimentar das galinhas a pasto
 Comportamento da ave
• As imediações do
galpão é a
primeira parte a
ser degrada.

• As aves preferem
andar por
caminhos
abertos.
 BANCO DE PROTEÍNA
• RAMI
• CONFREI
• ALFAFA
• CUNHÃ (Fotos)
 Cerca
• Cerca elétrica
• Cerca de tela de arame
• Faxina (varas)
• Cerca viva
ALIMENTAÇÃO
 Alimentação por livre escolha
Alimento Consumo/ave/dia (g) %PB PB (g)
Milho 87 9 7,8
FCO 14 45 6,3
Farelo de arroz 18 13 2,3
Calcário 5,5 0 0
Total 124,5 13 16,4

As galinhas híbridas produziram cerca de 80% de ovo/ave/dia.

Consumo foi elevado das fontes energéticos, protéicas e de cálcio
Vantagem é baixa em virtude do alto consumo
 Farelo de urucum
É um subproduto da extração da bixina que deixa cerca de 96% de
resíduo.
Recomenda-se a inclusão de 12-15% na ração de aves, para pigmentar
a gema dos ovos.
 Semente de Jaca

A semente da jaqueira é usada na alimentação humana há bastante

tempo, sugerindo o seu uso também na alimentação das aves.
A inclusão de até 7% da
FSJ melhora a
pigmentação da gema
dos ovos de codornas.
 Semente de Cunhã
A cunhã (Clitorea ternatea L.) é uma leguminosa resistente à
seca, encontrada nas zonas tropicais do globo terrestre e pode
melhorar a dieta animal em regiões semi-áridas.
As sementes de cunhã são ricas em proteína (36%), extrato
etéreo (12%) e EMVn (3.521 kcal). Apresentam 0,02 de atividade
ureática e 87% de solubilidade em KOH.
A semente de cunhã tem 1,93% de Lys; 0,93 de Met+Cys; 0,87
de Thr; 1,42 de Val e 1,13 de Phe.
 Farelo de Algaroba
A produção anual de vagem de algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) D.C.), no Nordeste
brasileiro, pode variar de 0,6 a 1,1 milhão de toneladas.

O FALG é o beneficiamento pela

desidratação das vagens

Resultados de pesquisas com

codornas e galinhas poedeiras
indicaram que este produto poderia ser
incluído em 15% na ração destas aves.
 Caldo de Cana
O CC é rico em sacarose, um dissacarídeo prontamente disponível para as aves.
O CC apresenta 89% de umidade; 0,34% de MM; 10,68% de MO e 546 kcal de
EMAn.

Pode-se concluir ser

necessário cerca de 6 kg de caldo
para substituir 1 kg de milho, ou
seja, para cada 10 g de milho
retirada da ração requer em torno
de 60 g de CC.
 É viável criar galinhas caipiras?
• No semi-árido é possível fazer alguma coisa para
melhorar a renda e as condições de vida das famílias
rurais: e as galinhas caipiras são uma ótima
alternativa.
Depoimento de criadores e vendedores
 Lei da oferta e da procura
• “Não falta comprador
para galinha caipira, o
que falta é o produto,
daí a necessidade do
preço ser mais alto.”

• Seu Francisco Bezerra da Silva, morador da

Comunidade Tabuleiro em Bananeiras-PB.
 Sobre a qualidade dos produtos
“Não existe
• “A galinha de comparação para
capoeira por ser o ovo de
criada solta tem capoeira, é mais
corado, a casca é
mais saúde e é mais forte e tem
mais saborosa mais sabor que o
que o frango.” de granja.”

Seu Tota, vendedor de aves na feira de Solânea.

 Forma de comercialização
• A venda ambulante de aves,
de porta em porta, é uma das
principais formas de
comercialização de galinhas
caipiras nas pequenas cidades
do interior.
 Sugestões para melhorar o sistema
• Reduzir a mortalidade inicial das aves que pode atingir até 50% do plantel. Causas
principais doenças e predadores.

• Adotar prevenção contra as doenças de Newcastle, coccidiose e bouba aviária;

• Usar suplementos contendo cálcio, fósforo e baixo conteúdo de milho e FS;

• Usar aves híbridas em sistemas de maior escala de produção;

• Plantar gramíneas considerando a qualidade e a resistência ao pisoteio das aves;

• Vender aves abatidas

• Adotar um sistema de classificação de ovos por peso

 Algumas indagações
• Porque as famílias não adotam medidas para evitar a alta mortalidade?
•
• Será que acreditam que o custo e o gastos para adotá-las não será
compensado?

• Será que a morte das aves não é considerada uma perda econômica?

• Será que a alta mortalidade das aves não é causada pela falta de alimento
que não permite a criar muitas aves?
Obrigada!!!!