Leitura e Interpretação de Projetos
Leitura e Interpretação de Projetos
Leitura e Interpretação de Projetos
1 - Introdução .......................................................................................................... 05
2 - Escala ................................................................................................................ 06
Algumas pessoas nascem com o dom de desenhar, conseguem passar para o papel sem
grande esforço, tudo aquilo que vêem ou imaginam. Outras sentem dificuldades para fa-
zer um simples traço e evitam situações que exijam esse tipo de expressão. Entretanto,
em qualquer grupo em que você se enquadre, tenho certeza de que acompanhará, com
sucesso, este curso de Leitura e Interpretação de Projetos.
As aulas foram organizadas em uma seqüência, para que você comece o estudo por as-
suntos mais simples, e gradativamente vá adquirindo conhecimentos mais complexos.
Uma coisa muito importante que você deve ter percebido é que os projetos de arquitetura
estrutural e de instalações estão inteiramente ligados à vida cotidiana das pessoas, dire-
ta e indiretamente. Por isso, ao estudar outras disciplinas neste curso, terá a oportunida-
de de aplicar e de se aprofundar nos conhecimentos básicos dos projetos relacionados
à edificação em geral.
É importante saber que todas as lições e exercícios podem ser utilizados em qualquer
edificação, principalmente no edifício “Vale dos Coqueiros”, que é nosso modelo para
todos as outras disciplinas.
A partir de agora, conhecerá a escala numérica, sua utilização e seu emprego em todos
os desenhos que compõem os projetos de arquitetura estrutural e de instalação.
Você pode imaginar o tamanho do papel para desenhar o edifício “Vale dos Coqueiros”
em suas dimensões reais? E o Maracanã? Impossível!
É por essa razão que você vai fazer a comparação proporcional entre as dimensões da
realidade (edificações) e dos desenhos, podendo, assim, reproduzir proporcionalmente
sua casa, o Maracanã e outras construções em forma de desenhos em uma folha de
papel ou no computador.
Você está lendo, no desenho da (figura 1), a dimensão real do comprimento desta resi-
dência, que é 800 cm, e se você quiser saber a medida utilizada para representá-la no
desenho do projeto (figura 2), basta você dividir a dimensão real (800 cm) pela escala
de redução do desenho 1:50 (lê-se: “um para cinqüenta”), ou seja, houve uma redução
de 50 vezes.
Muito bom! Você quer saber o valor da largura dessa residência? Basta você medir no
desenho do projeto (figura 2) a medida que corresponde à largura e multiplicá-la pela
escala do desenho. Medida da largura = 12 cm. Então teremos 12 cm x 50 = 600 cm de
dimensão real de largura.
Agora você já sabe como ler e resolver problemas utilizando a escala de redução. As
escalas de redução mais comuns são 1:20; 1:25; 1:50; 1:100; 1:200; 1:500; 1:1000.
É importante salientar que utilizamos uma residência como exemplo, mas esse estudo e
colocações são necessários para qualquer edificação, inclusive para o edifício “Vale dos
Coqueiros”, a que faremos menção em nosso estudo.
Os planos PV1, PV2 e PH3 são projeções internas da edificação, sendo: PV1- vista do
corte transversal – sentido da largura; PV2 – vista do corte longitudinal, sentido do com-
primento; PH – vista de planta, de cima para baixo.
Você aprenderá primeiramente o projeto arquitetônico. Ele é formado por vários dese-
nhos: fachada, gradil, planta de locação, planta de cobertura, planta de situação, planta
baixa, cortes e perfis do terreno.
Simbologia e convenções
Você recebe de um amigo que chegou de viagem uma fruta, que, para você, é desco-
nhecida. Como vai saber se ela é saborosa? Terá de parti-la e comê-la. Assim fazendo,
conhecerá seu sabor, bem como sua aparência interna e sua estrutura.
1º Fachada (s)
Gradil - É o desenho que mostra o fechamento ao longo da(s) via(s) de acesso, podendo
ser muro, grade ou outros tipos.
Planta de locação
Agora, imagine que você tenha ganhado o poder de voar! Lá de cima, verá a edificação,
bem como todos seus afastamentos em relação aos muros ou divisas do lote. Automa-
Gostou de voar? Voe, portanto, mais alto e veja agora, lá de cima, a planta de situação,
a forma geométrica, as dimensões do lote em relação aos demais lotes que constituem
a quadra e as ruas que a limitam. Veja também que região (norte, sul, leste ou oeste)
estará à frente do lote.
As plantas de situação são desenhadas na escala de redução, geralmente 1:500 / 1:1000 / 1:200.
Para conhecer esses detalhes internos, você deve lembrar da fruta desconhecida que
ganhou do amigo. É preciso cortá-la para conhecer seu interior e suas características.
No 1º corte, você medirá verticalmente o piso da edificação 1,50m acima e fará horizon-
talmente em toda a edificação um corte imaginário. Admita e retire toda a parte acima do
corte.Olhando de cima verá:
Você está recebendo agora um projeto arquitetônico completo. Chegou a hora de o ler
e interpretá-lo.
É muito importante:
Projeto de Fôrma
Você já pode ler e interpretar o projeto arquitetônico. Podemos fazer uma comparação
do “Vale dos Coqueiros” com o corpo humano, ou seja, as paredes, rebocos, azulejos,
tintas e acabamentos em Geral estariam representando nossa pele e carne.
Imagine o que seria nossa pele e carne sem uma estrutura rígida que mantivesse a
forma do nosso corpo? Esta estrutura rígida do corpo é o esqueleto humano, nossos
ossos. No nosso edifício, o concreto armado é o responsável pela estrutura rígida, e está
representado pelos desenhos de fôrma e ferragem.
Os desenhos que compõem o projeto de fôrma são locação de tubulões, que mostra
as medidas entre os eixos dos tubulões, bem como os afastamentos desses eixos em
função das divisas do terreno.
Você pode saber, através dos desenhos de locação de tubulões e do cintamento, todos
os detalhes principais da fundação da edificação.
Observação: O desenho de vigamento mostra nove lajes, sendo que as lajes 1,2,3,5,6,7
e 8 terão espessuras de 8 cm. O pé direito (a medida entre o nível superior do cintamento
e o nível inferior da laje) será de 292 cm, e o nível superior da laje será + 312 cm acima
de 00.
A laje 4 terá espessura de 10 cm; pé direito, 290 cm; e nível superior da laje, + 312.
Faremos o mesmo com alguns desenhos do projeto de fôrma, para que possa ler, in-
terpretar e saber as alturas de: blocos, cintas, pilares, vigas, lajes, pé direito e outros
detalhes importantes da fôrma.
Imagine que você esteja com um grande equipamento de raio laser, capaz de cortar, ao
mesmo tempo e verticalmente, toda a edificação (os tubulões, blocos, cintas, pilares,
vigas e lajes), dividindo a edificação em duas partes e abandonando a metade cujos
detalhes não lhe interessa.
Todos os elementos que foram cortados pelo equipamento de raio laser serão mostra-
dos com linha mais espessa, e os elementos não cortados que aparecem no corte serão
mostrados com linha média. Para as linhas de cota e indicações de pisos, a representa-
ção será com linhas finas, conforme os desenhos abaixo.
Leitura e Interpretação de Projetos
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Ferragem
Nesta aula, você conhecerá o projeto que completa os elementos do concreto para tor-
ná-lo capaz de suportar os vários esforços da estrutura (compreensão, tração, torção,
cizalhamento e flexão), que são os aços C.A. 50 e C.A. 60:
Na página onde aparecem os detalhes dos tubulões - figura 30 -, você pode ler e inter-
pretar o desenho esquematizado de um tubulão, identificar todas as suas partes distintas
bem como os aços que serão utilizados neles, diâmetro do aço, comprimento para o
corte, dobras, quantidade e esquema para a montagem. Nessa montagem, é necessário
que cada aço seja identificado pelo seu diâmetro, comprimento e dobras (N), ao que
chamamos de posição. Tomemos por exemplo a primeira posição “N 1”.
Cintamento:
Vigas
No quadro “Resumo de aço”, você terá a quantidade de quilos de aço por seus diâme-
tros.
Lista de Ferragem
Projeto Elétrico
Mas o que você deve saber para ler e interpretar um projeto elétrico? Inicialmente deve
saber como esse projeto foi feito e, para isso, você precisa ter conhecimento de algumas
recomendações da NBR - 5410. Por exemplo, para determinar a carga de uma instala-
ção elétrica residencial, deve-se somar a carga prevista para as tomadas de corrente, a
potência das lâmpadas e dos equipamentos elétricos.
Ainda de acordo com a NBR - 5410, as tomadas de corrente deverão ser consideradas
como sendo de 100 watts, com exceção das tomadas ligadas a um circuito especial que
deverá atender cozinha, copa, área de serviço e lavanderia (com carga de 600 watts por
tomada, até 3 tomadas e 100 watts por tomadas para as excedentes).
A carga de iluminação deve ser calculada de acordo com o NBR - 5413 iluminação de
interiores, mas, a título de referência, serão utilizados os valores da tabela a seguir:
É muito importante numa edificação fazer os cálculos para divisão de circuitos e seção
mínima de condutores
A norma NBR - 5410 / Instalações Elétricas de baixa tensão determina que os circuitos
elétricos de tomada, iluminação e equipamentos de corrente nominal superiores a 10
Amperes, total de 1270 watts e na tensão de 127 volts, chuveiros elétricos, fornos entre
outros, devem ter seus circuitos elétricos independentes.
Você só poderá usar fios condutores de bitala inferior a 1,5 mm² em circuito de sinaliza-
ção do tipo campainha.
Segundo a NBR - 5410, cada cômodo de uma residência deverá ter tantas tomadas
quanto forem necessárias para ligar os aparelhos instalados dentro do mesmo. Por
exemplo, uma sala de estar deve ter tomadas para televisor, aparelho de som, vídeo,
abajures, enceradeiras, etc. Veja abaixo, de acordo com a NBR 5410, as quantidades
mínimas estabelecidas:
Símbolos e comunicações
A simbologia utilizada para projeto elétrico é normalizada pela NBR – 5444, mas existe
uma simbologia mais simplificada que utilizaremos nos nossos projetos, a qual é conhe-
cida como simbologia usual.
Pegamos uma planta baixa e, em função dessa planta, calculamos a área bem como o
perímetro dos cômodos, a iluminação e as tomadas.
*Eletroduto = Mangueiras ou tubo plástico utilizado para a passagem e proteção dos condutores
(fios).
- O circuito 5 – tomadas especiais: é ligado do QDC à área de serviço, que, por sua vez,
interliga a cozinha à área de serviço. Temos, no primeiro ambiente, 1 tomada de 600 w;
e, na cozinha, 2 tomadas de 600 w.
Em alguns locais, poderemos ter 220 entre fase e neutro. No nosso projeto, a carga ins-
talada é de 1248 w e está classificada, de acordo a CEMIG, como sendo do tipo B, ligada
com 2 fases e um neutro. Se houver 2 fases no padrão, ligaremos os chuveiros em 220v.
Isso facilitará muito, pois nos levará a condutores mais finos.
Projeto Hidráulico
Leitura e Interpretação de Projeto Hidráulico Básico
É muito bom, ao chegar em casa, depois de um dia de trabalho, tomar um bom banho e
depois ir para a cozinha e se alimentar. Nestas e em muitas outras necessidades físicas,
estamos dependendo sempre de água potável para nossa sobrevivência e bem estar
físico.
Para usufruir desse conforto, foi necessário fazer com que a maravilhosa água chegasse
a nossa casa, ao trabalho ou a qualquer outra dependência em que estejamos, através
das instalações hidráulicas. Estas, por sua vez, exigem projetos para ser instalada.
Você estará lendo e interpretando, nesta disciplina, somente as noções básicas deste
projeto, ficando para a disciplina Sistema de Instalação Predial de Água, Esgoto e Gás,
sua complementação e aprofundamento.