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1. Quem são os anjos.

A simplicidade das crianças muitas vezes ajuda a

perceber o que é verdade ou não.
E algo que atrai muito a atenção das crianças nos
relatos bíblicos é a ação dos anjos.
Parece que há uma sintonia natural entre as crianças e
os anjos.
Talvez isso seja como um sinal mais da realidade dos
anjos.
Mas quem são os anjos?
(Catecismo 328) <<A existência dos seres espirituais,
não-corporais, que Sagrada Escritura chama habitualmente de
anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a
respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição>>.
São criaturas não corporais.
São seres puramente espirituais (não têm corpo como
nós). Costumam ser representados parecidos com os seres
humanos, mas com asas, mas é apenas um modo de
representação (porque nós não conseguimos imaginar as
coisas puramente espirituais).
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E em alguns momentos da história humana eles se

apresentam em forma corpórea, mas apenas para que possa
haver um diálogo.
Na vida de Jesus Cristo eles se apresentam muitas
vezes.
(Catecismo 333) <<Desde a Encarnação até a
Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração
e do serviço dos anjos. O canto de louvor deles ao
nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da
Igreja: "Glória a Deus..." (Lc 2,14). Protegem a infância de
Jesus, servem a Jesus no deserto , reconfortam-no na agonia,
embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos
, como outrora fora Israel . São ainda os anjos que
"evangelizam ", anunciando a Boa Nova (...) da Ressurreição
de Cristo>>.
Mas isso não se deu apenas naquela época.
A atuação dos anjos continua presente nos dias de
hoje, e sempre estará presente.
Pode ser que o percebamos mais ou menos, mas é real
e eficaz.
Pela Escritura se sabe que há muitos anjos diferentes.
Em níveis muito diversos e com funções muito diferenciadas.
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Alguns que ficam só no Céu, outros que vêm auxiliar

os homens na terra.
Há diversas hierarquias entre eles: Principados,
Querubins, Serafins, Arcanjos...
E para nossa ajuda há Anjos da guarda. Destinados à
nossa proteção.
A comemoração do dia dos Anjos da guarda é o dia 2
de outubro. Que foi o dia que Deus escolheu para a fundação
do Opus Dei em 1928. São Josemaria via nisso não uma
coincidência, mas algo da providência divina.
Deus quis que o Opus Dei fosse fundado no dia dos
Santos Anjos.
O testemunho dos santos a respeito dos anjos (que
iremos vendo ao longo dessa meditação) é amplíssimo e
muito variado.

São Josemaria, p.ex., quando ia pela rua, caminhando

por uma calçada, procurava pôr-se um pouco mais perto do
meio-fio para deixar lugar ao seu Anjo da Guarda... Claro
que não era uma questão “material”, ou “corpórea”, mas um
simples modo de recordar da presença próxima do seu anjo
da guarda.
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Seria bom que cada um de nós recordasse que tem

bem perto essa criatura tão perfeita, posta à nossa disposição,
que é o anjo da guarda.
Saber que temos bem próximo de nós um anjo
especial, nos leva a ter um comportamento melhor.
<Sul> 694 <<As tuas comunhões eram muito frias:
prestavas pouca atenção ao Senhor; qualquer bagatela te
distraía... - Mas, desde que pensas - nesse teu íntimo
colóquio com Deus - que estão presentes os Anjos, a tua
atitude mudou...: "Que não me vejam assim!", dizes para ti
mesmo... - E olha como, com a força do "que vão dizer?" -
desta vez, para bem -, avançaste um pouquinho em direção
ao Amor>>.
Um bom fruto do “que vão dizer”! O que vai dizer o
meu anjo da guarda se me vê com essa preguiça...; se me vê
olhando para essa coisa apelativa na internet...; se me vê com
esses ímpetos de vaidade diante do espelho...

(São João Paulo II) "Tenho uma devoção particular

pelo Anjo da guarda. Desde menino, provavelmente como
todas as crianças, invoquei tantas vezes: 'Santo Anjo do
Senhor, meu zeloso guardador... hoje e sempre me rege,
guarda, governa, ilumina. Amém'. Meu anjo da guarda sabe o
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que estou fazendo. Minha confiança nele, na sua presença

protetora, vai constantemente se aprofundando" (Joao Paulo
II, Levantai-vos! Vamos!, p. 35)

2. Quem são os demônios.

Quem são os demônios?

O Catecismo fala da sua primeira aparição na Bíblia,
que aliás é logo no início.
(Catecismo 391) “Por trás da opção de desobediência
de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a
Deus e que, por inveja, os faz cair na morte . A Escritura e a
Tradição da Igreja veem neste ser um anjo destronado,
chamado Satanás ou Diabo . A Igreja ensina que ele tinha
sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus. - Com
efeito, o Diabo e outros demônios foram por Deus criados
bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua
própria iniciativa"
Os demônios eram anjos bons; foram criados bons por
Deus.
Mas eles livremente escolheram o caminho do mal
(triste mistério!).
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E influenciaram os homens desde o início da história

humana.

(Catecismo 394) “A Escritura atesta a influência

nefasta daquele que Jesus chama de "o homicida desde o
princípio" (Jo 8,44) e que até chegou a tentar desviar Jesus da
missão recebida do Pai. "Para isto é que o Filho de Deus se
manifestou: para destruir as obras do Diabo" (1Jo 3,9)”.
Até a Cristo o demônio chegou a tentar, mas sem
eficácia.
Pensar no demônio já nos dá um certo medo; porque é
uma figura terrível. Terrível pelo seu poder, porque tem a
inteligência e o poder angélico, e pela sua maldade, porque se
virou contra Deus.
(Catecismo 395) “Contudo, o poder de Satanás não é
infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de
ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir
a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no
mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e
embora a sua ação cause graves danos – de natureza
espiritual e, indiretamente, até de natureza física - para cada
homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina
Providência, que com vigor e doçura dirige a história do
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homem e do mundo. A permissão divina da atividade

diabólica é um grande mistério, mas "nós sabemos que Deus
coopera em tudo para o bem daqueles que o amam" (Rm
8,28)”.
Porque Deus permite a ação do demônio no mundo?
Não o sabemos. É um mistério. Mas sabemos que, no fim das
contas, Deus tirará bens disso.
De qualquer forma o poder do demônio é limitado
(por ser criatura), e mais ainda por não poder fazer nada sem
a permissão divina.
Mas é real. Houve uma corrente, há uns anos atrás,
que queria afirmar que os demônios eram seres míticos,
lendários, fruto da imaginação dos homens...
Naquela altura o então Papa Paulo VI saiu à luz para
dizer que o demônio é real (e isso criou uma grande
polêmica) (Paulo VI, alocução 15-11-72) “Sabemos que este
ser obscuro e perturbador existe de verdade. E com astúcia
enganadora atua ainda; ele é o inimigo oculto que semeia os
erros e desgraças da história humana. Devemos lembrar a
parábola reveladora da boa semente e da cizânia, síntese e
explicação da falta de lógica que parece presidir nossas
surpreendentes vicissitudes”.
Não podemos esquecer que há um poder do mal
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querendo que cresça o mal, que não vinguem as sementes do

bem...
Há um inimigo vivo e ativo.
Dizia S. Pedro aos cristãos da primeira hora: "Sede
sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor
de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar."(1
Pedro 5,8) (Naquela havia leões nas matas e que às vezes
invadiam as cidades e aldeias)

Diz S. João Crisóstomo com relação ao demônio que

“Nós não pensamos tanto em nossa salvação, quanto ele na
nossa perdição” ( Coment. Ao Ev. De S. João, 13,4)
É algo que deve nos fazer pensar. Se nós não
pensamos suficientemente no nosso bem, no bem da nossa
alma, na nossa melhoria, na salvação da nossa alma... há
quem pense ativamente para o mal...

Sta. Teresa em muitas ocasiões mostra como para ela

a realidade do demônio não era algo “teórico”, nem
“distante”, mas algo real e bem próximo... e que ao mesmo
tempo não a aterrorizava. Escrevendo ao seu irmão e falando
do demônio diz: "Tenha água benta junto de si: não há coisa
que mais o afugente”.
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Essa é uma das finalidades do uso da água-benta na

Igreja católica. Um bom costume de tantos cristãos é benzer-
se com a água-benta ao entrar numa igreja, ou oratório, e
antes de dormir.

3. Tentações do demônio e ajuda dos anjos

Vê-se, portanto, que Deus permite aos demônios que

nos tentem.
Em geral – por aí – quando se fala da ação do
demônio se faz referência às tentações diabólicas (das quais
os falsos pastores evangélicos fazem um uso
abundantíssimo). Mas o real perigo do demônio está em
coisas muito mais silenciosas e sutis.
(S. Tomás) O demônio “não propõe de entrada coisas
evidentemente más, mas algo que tenha aparência de bem,
com o fim de desviar o homem pelo menos de seus
propósitos fundamentais, porque depois, uma vez desviado
por pouco que seja, o arrasta com maior facilidade ao pecado:
‘O próprio Satanás se transforma em anjo de luz’ (2Cor
11,14). Depois, quando conseguiu que peque, o amarra de tal
forma que não deixa que se levante (...). Dois passos pois dá
o diabo: engana e depois de enganar retém no pecado” (
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Exposição da oração dominical ou Pai-nosso, 6ª petição; cit

em Sagrada Bíblia de Navarra, comentário a 2Cor 11,14)
Não à toa Cristo o chama “pai da mentira”. Sua tarefa
constante é enganar, mentir...
(Na Divina Comédia, Dante Alighieri é acompanhado
por Virgílio para visitar o Inferno e depois o purgatório e o
Céu. No Inferno há um momento em que eles são
acompanhados pelos demônios, para mostrar o caminhos.
Eles procuram logo se livrar daquela companhia, mas
recebem as indicações de como seguir o caminho. Quando
chegam mais para a frente vêm que os demônios mentiram.
Virgílio fica muito bravo e recorda que não poderia vir outra
coisa deles...

(S. João da Cruz) “Nenhum poder humano é

comparável ao demônio, logo, só o poder divino basta para
vencê-lo, e só a luz divina é capaz de entender os seus ardis.
Donde, a alma que quiser vencer a fortaleza de tal inimigo,
não o poderá sem oração; jamais conseguirá entender suas
ciladas, sem mortificação e humildade” ( Cântico espiritual,
III,10)
Não devemos querer enfrentá-lo com as nossas forças:
“eu não vou me deixar enganar”!; “eu não quero as coisas
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más, por isso comigo não há perigo...” Devemos rezar e

recorrer a Deus.

Diz Francisca Javiera del Valle que Satanás “tão logo

percebe que uma alma empreende o caminho que conduz à
santidade, já não a deixa; estuda-a detidamente em todas as
suas aspirações, em suas inclinações, em seus desejos, em
seus costumes, amizades, até em suas devoções, tudo... tudo,
com o único fim de seduzir-nos, enganar-nos, sem ter nisso
outro fim que o de levar-nos à hipocrisia e fingimento” (
Decenário del Espíritu Santo, Rialp, Madri 1961, p.98)
Quando notarmos que algo de fingimento, de mentira,
ou de hipocrisia está se insinuando na nossa vida, fiquemos
atentos... Peçamos humildemente ajuda a Deus e procuremos
ser profundamente sinceros, claros como a água clara,
simples como as crianças...

Por outro lado, podemos estar tranquilos porque

temos a proteção dos anjos.
(Catecismo 336) “Desde o início até a morte, a vida
humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão.
Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para
conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa
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na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens,

unidos em Deus”.
Que segurança nos dá saber-nos acompanhados e
protegidos por um anjo! 24 horas por dia!
<Cam> 567 <<Recorre ao teu Anjo da Guarda na
hora da provação, e ele te protegerá contra o demônio e te
dará santas inspirações>>.
Os anjos têm muito mais poder que os demônios
porque contam com a graça de Deus.

Falando um dia com o Papa Pio XI, o Cardeal que

seria João XXIII ouviu-o explicar um segredo: Quando me
acontece -confiou Pio XI- ter de falar com alguma pessoa,
com a qual sei que o argumento será difícil, e portanto a
linguagem deverá ser acentuada com especial forma de
persuasão, recomendo-me então ao meu anjo da guarda para
que do assunto trate com o anjo da guarda da pessoa que
devo encontrar: de modo que, uma vez estabelecido o
entendimento entre os dois elevados espíritos, o colóquio seja
mais facilitado e melhor realizado.(Os ensinamentos de João
XXIII; recolhidos e ordenados por Michael Chinigo, pág. 30)
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É um bom hábito pedir a ajuda do anjo da guarda

próprio e alheio quando o assunto é delicado, ou pode ser
difícil de aceitar.
Para chegar a ter essa intimidade com o próprio anjo
da guarda é bom ir ganhando alguns costumes que ajudem.
(Isidoro Zorzano , que era dirigido por São Josemaria,
escrevia-lhe em 1935)
“Seguindo seus conselhos, cada dia da semana dedico
a uma devoção; um destes dias correspondia ao meu Anjo da
Guarda, ia pensando pela rua (...) sobre os favores e mercês
recebidos pela mediação de tais anjos e na companhia que
nos prestam. Parecia-me que o levava à minha direita e que
conversava com ele” (J.M. Pero-Sanz, Isidoro Zorzano,
Palabra, Madri 1996, p.153)
Em geral S. Josemaria dedicava os dias da semana às
diversas devoções e entre elas a terça-feira aos anjos. Pode
ser bom ter um dia para recordar-se dele especialmente.
O Fundador do Opus Dei o chamava “pequeno
relojoeiro” porque consertava o seu relógio quando não tinha
dinheiro nem sequer para isso; e isso se deu durante um bom
tempo.
Em muitas ocasiões as ajudas do anjo eram discretas
mas evidentes.
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Na guerra civil quando o seu grupo não tinha

documentos e podia ser preso e fuzilado sem julgamento, os
guardas pediram documentos a todos menos ao grupo, porque
eles tinham pedido ajuda aos anjos da guarda.
E tantas coisas mais.

Aproveitemos a proximidade da festa dos Santos

Anjos para ter mais presentes essas realidade invisíveis.
Por um lado saber que existe um inimigo, que deseja
o nosso mal e quer que tropecemos.
Por outro, temos os anjos nos auxiliando a todo
instante. Quanto isso nos ajuda a ter serenidade, confiança e
sentir o Céu mais perto de nós.
Pode ser uma boa maneira de nos prepararmos para
mais esse aniversário da fundação do Opus Dei.

N. Sra. teve a graça de poder ver o Anjo Gabriel,

quando este veio lhe anunciar que ela seria a Mãe do
Salvador, Jesus Cristo.
Também por isso ela recebe o título de Rainha dos
anjos, e a ela nós pedimos ajuda para ter também muita
intimidade com o nosso anjo.
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Quando São Josemaria teve a iluminação de Deus

para fundar o Opus Dei, ele ouvia tocarem os sinos da Igreja
de Nossa Senhora dos Anjos em Madri. Ainda hoje essa
igrejá está em Madri e um dos sinos está num Santuário
mariano que cuidou de renovar São Josemaria em
Torreciudad.
Dia festivo que podemos comemorar próximos de São
Josemaria, dos Anjos e de Nossa Senhora.