Revisao Critica Das Teorias de Jornalismo
Revisao Critica Das Teorias de Jornalismo
Revisao Critica Das Teorias de Jornalismo
Revisão Crítica
das Teorias do Jornalismo
O jornalismo é, sem dúvida, uma das áreas do conhecimento mais fortemente pertur-
badas pelos avanços tecnológicos e pelos seus revolucionários efeitos culturais, que tão
intensamente interferem na vida de todos nos.
Urge, portanto, refletir e conversar sobre Teorias do Jornalismo. E começaremos por
tentar entender o correto significado desses dois termos: TEORIAS + JORNALISMO.
Com base nas ideias já abordadas em nossas aulas, arrisco sintetizar em quatro pa-
rágrafos um entendimento atualizado do que seja Jornalismo -este:
Jornalismo é uma linguagem eficaz, confiável, sedutora e extraordinaria-
mente criativa para o RELATO e o COMENTÁRIO dos acontecimentos da atu-
alidade. Como linguagem, o jornalismo tem uso social cada vez mais intenso,
para o DIZER e o AGIR dos sujeitos discursivos organizados – governos e
instituições governamentais; partidos e empresas; e uma infinidade de institui-
ções não governamentais (culturais, empresariais, profissionais, ambientais,
científicas, recreativas, religiosas, artísticas...), que têm o que dizer, querem
dizer e sabem dizer.
São sujeitos falantes, que agem quando dizem. E que dizem quando
agem. Sempre em função da defesa a afirmação de algum interesse, particular
ou público. Portanto, em cenários e lógicas de conflitos – políticos, econômicos,
financeiros, ideológicos, morais, éticos, jurídicos, religiosos etc.”.
Como linguagem e como espaço público dos mais relevantes conflitos
que movem o mundo, o jornalismo é, cada vez mais, parte essencial dos pro-
cessos políticos, sociais, econômicos, científicos e culturais que alteram, de-
sorganizam e/ou reorganizam continuamente as relações de poder e os orde-
namentos sociais nas comunidades humanas.
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E TEORIA, o que é?
Como poderemos conceituar e atribuir significados a esse termo tão importante para
a explicação e a compreensão das encrencas da vida?
Nos melhores dicionários, os significados atribuíveis à palavra teoria recheiam longos
verbetes construídos em torno de um eixo movido por três cilindros semânticos:
1) Teoria é um conjunto de regras ou leis aplicadas e/ou aplicáveis a uma ...área
específica (ex.: política, economia, comunicação...);
2) Teoria é um conhecimento especulativo metódico e organizado – e por especula-
tivo entenda-se um conhecimento caracterizado pela investigação teórica sem in-
cursões pela prática;
3) Teoria pode ser também uma opinião, uma doutrina, ou um conjunto sistemático
de opiniões.
Como o oceano em que navegamos tem águas da Ciência (afinal, este é um curso de
nível universitário), há que aprofundar um pouco mais as explicações. E teremos que dar um
passeio à velha Grécia, para apalpar intelectualmente a raiz do termo.
Pois bem, na velha Grécia, o termo Theoria foi criado para dar nome à fileira dos que
se dirigiam aos templos, e neles se reuniam, unidos pelo que chamavam de “festões de
flores”.1 Eram caminhadas e cerimônias adornadas por exuberantes guirlandas e coroas
de flores – belos conjuntos visuais formados por milhares de pequenas pétalas coloridas.
Por isso, o significado inicial da palavra acumulava as ideias de exame e visão. Por
decorrência, ganhou também o sentido de nexo, palavra que no uso científico, como no
senso comum, designa as lógicas e/ou as estruturas de ligação entre coisas.
1
Assim como os romanos, os gregos tinham paixão pelas flores. Mas, ao contrário dos egípcios, não usavam vasos. Pre-
feriam a arte de confeccionar guirlandas e coroas de flores, utilizadas como adornos festivos.
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Teoria do Espelho
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Por meio da Resolução no 1 de 27 de setembro de 2013, o Conselho Nacional de Educação instituiu oficialmente as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em jornalismo (bacharelado).
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desinteressado, marcado pela neutralidade da imparcialidade, para que os fatos fossem des-
critos objetivamente. O princípio básico seria a separação de fatos e opiniões, para que o
relato jornalístico refletisse a realidade, sem interpretações nem valorações. Como se fosse
uma descrição fotográfica.
CONTEXTO – A Teoria do Espelho surgiu quando no mundo ocidental o jorna-
lismo entrava no ciclo histórico da notícia. E três fatores contribuíram para a definição
e aceleração desse rumo:
1) O surgimento das tecnologias de comunicação à distância. O telégrafo havia
sido inventado por Samuel Morse em 1837, e seria utilizado pela primeira vez pelo seu
inventor em 1844.
2) O surgimento das agências noticiosas. Primeiro a Havas (Paris), criada em
Paris no ano de 1835 por Charles-Luis Havas, da qual a France Press é herdeira; em
seguida a Wolff, na cidade de Berlim, em 1849; dois anos depois, a Reuters, fundada
em Londres pelo imigrante alemão Paul Julius Reuters; e em 1848, a Associated Press,
com sede em Nova York.
Ao longo da segunda metade do século 19, as agências noticiosas utilizaram e
expandiram a Notícia como forma preponderante do relato jornalístico, principal-
mente depois de 1865, ano em que a Associated Press usou pioneiramente o telégrafo,
na cobertura da Guerra da Secessão. E até o final do século, a Notícia ultrapassaria o
Artigo, em espaço ocupado na mancha impressa dos jornais.
3) O revolucionário desenvolvimento da indústria gráfica. A invenção da im-
pressora rotativa, posta em operação em 1846, no Philadelphia Public Ledge; a zinco-
gravura, disponível a partir de 1852, graças à qual Roger Fenton3 pôde publicar, no The
Times, em 1855, as fotos que fez nas frentes de batalhas da Guerra da Criméia – e aí
nasceu o fotojornalismo; e o surgimento da linotype (linotipo), inventada em 1885 e
lançada no mercado em 1886. Com os novos equipamentos gráficos, a Notícia ganhou
3
ROGER FENTON (1819-1869), histórico fotógrafo britânico, pioneiro em coberturas fotográficas de guerras, foi um dos
criadores do fotojornalismo.
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ou mesmo desejável, a imparcialidade seria, sem dúvida, virtude essencial. A meu en-
tender, porém, a objetividade não faz parte do método jornalístico. O que integra o
método jornalístico é a precisão, tão importante no observar e no registrar da materi-
alidade dos fatos, quanto na escolha subjetiva de critérios e razões para as depurações
narrativas.
Teoria do Gatekeeper
Teoria Organizacional
Teoria do Newsmaking
Outras Teorias
A crítica às Teorias já produzidas cria uma demanda por novos entendimentos e novas
explicações do que seja jornalismo. E torna inevitável uma pergunta: - E a profissão de jorna-
lista, como ficará?
pela qual passa, a profissão será cada vez mais importante, não apenas como a atividade respon-
sável pela confiabilidade e eficácia da linguagem, mas também pela função civilizatória que lhe cabe.
A organização e a deontologia dos jornalistas terão de encontrar modelos e formas que privi-
legiem o zelo técnico e a responsabilidade ética dos profissionais, qualquer que seja o lugar em que
trabalhem, desde a origem e a socialização da Notícia ao trabalho intelectual de elucidar e debater
os seus significados e efeitos.
Para ajudar nessa reflexão, vocês, alunos e alunas deste curso, proponho que assumam
como tarefa obrigatória a leitura da Portaria n o 1 de 27 de setembro de 2013, por meio da qual o
Conselho Nacional de Educação instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de
Jornalismo.
Como aperitivo, transcrevo abaixo o Capitulo 4 do documento, que trata das Competências
exigidas para a profissão (Conhecimentos, Habilidades, Atitudes e Valores).
Competências gerais
Competência específicas