Filo - Racionalismo e Empirismo1
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1. O Que é Conhecimento?
É a relação que se estabelece entre um sujeito cognoscente (ou uma consciência) e
um objeto. O conhecimento pode ser definido como a apreensão do objeto pelo
sujeito. Todo conhecimento, portanto, pressupõe dois elementos - o sujeito que quer
conhecer e o objeto a ser conhecido - que se apresentam, dentro de uma relação.
SUJEITO = OBJETO
Isso equivale a dizer que o conhecimento é o ato, o processo pelo qual o
sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma ligação. Por outro lado o
conhecimento é possibilitado pela existência do que se oferece a um sujeito apto a
conhecê-lo. Só há saber para o sujeito cognoscente se houver um mundo a
conhecer, mundo este do qual ele é parte, uma vez que o próprio sujeito pode ser
objeto de conhecimento.
No decorrer da história, muitos filósofos deram primazia a um dos dois
pólos da relação de conhecimento - AO SUJEITO OU AO OBJETO -, originando
duas correntes: o idealismo e o realismo. No idealismo, vai-se do pensamento para
as coisas; no realismo, ao contrário, a coisa é o ponto de partida do ato de
conhecimento.
IDEALISMO: o idealismo, afirma que as coisas não existem por si
mesmas, mas na medida e enquanto são representadas ou pensadas, de maneira
que só se conhece aquilo que se insere no domínio de nosso espírito e não as
coisas como tais, ou seja, há uma tendência a subordinar tudo à formas espirituais
ou esquemas. No idealismo, que é a compreensão do real como idealidade (o que
equivale dizer a realidade como espírito), o homem cria um objeto com os
elementos de sua subjetividade, sem que algo preexista ao objeto.
REALISMO: Sabendo que a palavra realismo vem do latim res (coisa),
podemos conceituar essa corrente como a orientação ou atitude espiritual que
implica uma preeminência do objeto, dada a sua afirmação fundamental de que
nós conhecemos coisas. Em outras palavras, é a independência ontológica da
realidade, ou seja, o sujeito em função do objeto. O realismo é subdividido em três
espécies. O realismo ingênuo, o tradicional e o crítico.
Do ponto de vista do objeto a ser apreendido, o conhecimento pode ser
concreto, quando o sujeito estabelece uma relação com um objeto individual. Por
exemplo, o conhecimento que temos de um amigo determinado, com todas as
suas características individuais. E pode ser ABSTRATO1 quando estabelece uma
relação com um objeto geral, universal. Por exemplo, o conhecimento que temos
do ser humano, como gênero.
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No processo de abstração, o conceito torna-se mais extenso à medida que o conteúdo intuível (imediato) fica mais pobre. O conceito
de ser humano, por exemplo, é muito mais extenso que o de amigo, porque o primeiro recobre todo o gênero humano, incluindo homens
e mulheres jovens e velhos, amigos ou não.
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CONCRETO ABSTRATO
O Existente A existência
O homem A humanidade
O sábio A sabedoria
O branco A brancura
Modos de Conhecer
INTUIÇÃO: Por um lado, o conhecimento direto e autoevidente de um
conceito, proposição ou entidade, por outro, a capacidade que permite obter este
tipo de conhecimentos que não podem ser obtidos ou inferidos por intermédio da
experiência ou da razão. O conhecimento, por exemplo, de conceitos da ética, como o
de bem, da estética, como o de belo, de verdades necessárias, como os princípios da
lógica e da matemática, ou de entidades, como Deus, é por vezes explicado assim.
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É habitual chamar-se "intuicionistas" às teorias que defendem o
conhecimento de tais conceitos apenas através da intuição. Noutra acepção mais
fraca, fala-se das intuições como as crenças que, tudo o resto sendo igual, não
temos razões independentes para pensar que estão erradas. A intuição expressa-
se de diversas maneiras entre as quais destacamos a empírica, a inventiva e a
intelectual.
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Dogmático X Cético
É possível conhecer? Existe uma verdade? Não há verdades? Essas
questões foram tratadas por inúmeras escolas filosóficas que contribuíram para a
construção do conhecimento humano. Essa parte da teoria do conhecimento é
responsável por solucionar a seguinte questão: qual a possibilidade do
conhecimento? Para que seja possível respondê-la, muitos autores recorrem a
duas importantes posições: o dogmatismo e o ceticismo:
1. Dogmatismo
É a corrente que se julga em condições de afirmar a possibilidade de
conhecer verdades universais quanto ao ser, à existência e à conduta,
transcendendo o campo das puras relações fenomenais e sem limites impostos a
priori à razão. Existem duas espécies de dogmatismo: o total e o parcial.
TOTAL PARCIAL
O primeiro é aquele em que a afirmação da Adotado em maior extensão, tem um
possibilidade de se alcançar a verdade sentido mais atenuado, na intenção de
ultima é feita tanto no plano da afirmar-se a possibilidade de se atingir o
especulação, quanto no da vida pratica ou absoluto em dadas circunstâncias e modos
da Ética. Esse dogmatismo intransigente, quando não sob certo prisma. Ou seja, é a
quase não é adotado, devido à crença no poder da razão ou da intuição
rigorosidade de adequação do como instrumentos de acesso ao real em
pensamento. Porém, encontramos em si.Alguns dogmáticos parciais se julgam
Hegel a expressão máxima desse tipo de aptos para afirmar a verdade absoluta no
dogmatismo, pois, existe em suas obras plano da ação. Entretanto, outros somente
uma identificação absoluta entre admitem tais verdades no plano
pensamento e realidade. Como o próprio especulativo. Daí origina-se a distinção
autor diz “o pensamento, na medida em entre dogmatismo teórico e dogmatismo
que é, é a coisa em si, e a coisa em si, na ético.
medida em que é, é o pensamento puro”.
2. Ceticismo
Consiste numa atitude dubitativa ou uma provisoriedade constante,
mesmo a respeito de opiniões emitidas no âmbito das relações empíricas. Essa
atitude nunca é abandonada pelo ceticismo, mesmo quando são enunciados juízos
sobre algo de maneira provisória, sujeitos a refutação à luz de sucessivos testes.
Ou seja, o ceticismo se distingue das outras correntes por causa de sua posição de
reserva e de desconfiança em relação às coisas.
Há no ceticismo – assim como no dogmatismo – uma distinção entre
absoluto e parcial.
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Racionalismo X Empirismo
Desde as origens da filosofia o problema do conhecimento sempre ocupou
a maioria dos filósofos. O tema já era tratado pelos pensadores pré-socráticos, os
quais, dada a maneira como abordavam o assunto, se dividiam entre racionalistas
e empiristas. O racionalismo e o empirismo representam visões opostas na
maneira de explicar como o homem adquire conhecimentos. A classificação em
correntes de pensamento, evidentemente, foi realizada pelos pensadores
posteriores, já que nem os gregos ou os medievais tinham clara a separação entre
as duas tendências.
Parmênides (cerca de 530 a.C. -460 a.C.) e os pitagóricos (século VI a.C.)
concordam que além do conhecimento empírico existe também o racional, e é
somente este último que efetivamente tem valor absoluto. Por outro lado, os
sofistas Protágoras (480 a.C. -410 a.C.) e Górgias (480 a.C.375 a.C.) reconhecem
somente o conhecimento sensível. Assim, como sabiam que as experiências eram
falhas e que não eram as mesmas para todo e qualquer indivíduo, os sofistas
concluíram pela relatividade do conhecimento, o que os permitiu afirmar que “o
homem é a medida de todas as coisas”, negando qualquer conhecimento
necessário e universal.
RACIONALISMO EMPIRISMO
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TREINANDO PARA O ENEM
1. (Uel) No livro Através do espelho e o que Alice encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz
uma frase enigmática: “Pois aqui, como vê, você tem de correr o mais que pode para
continuar no mesmo lugar.”
(CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou por lá. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.186.)
Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara uma tese também enigmática, segundo
a qual o movimento é ilusório, pois “numa corrida, o corredor mais rápido jamais
consegue ultrapassar o mais lento, visto o perseguidor ter de primeiro atingir o ponto de
onde partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve manter sempre a dianteira.”
(ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os
Pré-socráticos. 4.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p.284.)
2. (Ufsj) A construção de uma cosmologia que desse uma explicação racional e sistemática
das características do universo, em substituição à cosmogonia, que tentava explicar a
origem do universo baseada nos mitos, foi uma preocupação da Filosofia
a) medieval.
b) antiga.
c) iluminista.
d) contemporânea.
3. (Ufmg) Em um trecho do diálogo Eutidemo, Sócrates conta a Críton como discutiu com
Clínias a possibilidade de haver uma arte ou ciência que leve os homens à felicidade.
Após descartar diversas artes, eles dedicaram-se a considerar a “arte política”,
identificada por eles com a “arte real”, ou seja, com a arte do governo do rei. Todavia,
o desdobramento do diálogo mostra que também essa “arte política” ou “real” não
pode exercer a função de levar os homens à felicidade, porque sua ação não torna os
homens melhores eticamente. Eles constatam, assim, que chegaram a um impasse na
argumentação, isto é, uma aporia. A esse respeito, leia o fragmento:
[SÓCRATES] Mas que ciência então? De que maneira a usaremos? Pois é preciso que ela não seja
artífice de nenhuma das obras que não são nem boas nem más, mas sim que transmita nenhuma
outra ciência a não ser ela própria. Devemos dizer então que <ciência> é esta afinal, e de que
maneira a usaremos? Queres que digamos, Críton: é aquela com a qual faremos bons os outros
homens?
[CRÍTON] Perfeitamente.
[SÓCRATES] Os quais serão bons em quê? e, em quê, úteis? Ou diremos que farão bons ainda
outros, e esses outros <farão bons> outros? Mas em quê, afinal, são bons, não nos é claro de
maneira nenhuma, já que precisamente desprezamos as obras que se diz serem da política [...]; e,
é exatamente o que eu dizia, estamos igualmente carentes, ou ainda mais, no que se refere ao
saber qual é afinal aquela ciência que nos fará felizes.
[CRÍTON] Por Zeus, Sócrates! Chegastes a uma grande aporia, segundo parece.
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(PLATÃO, Eutidemo, 292d-e)
EXPLIQUE por que, segundo Sócrates e Críton, a mesma arte não pode ser
responsável por governar os homens e, simultaneamente, torná-los bons.
6. (Unesp 2013) Do lado oposto da caverna, Platão situa uma fogueira – fonte da luz de onde
se projetam as sombras – e alguns homens que carregam objetos por cima de um muro,
como num teatro de fantoches, e são desses objetos as sombras que se projetam no fundo
da caverna e as vozes desses homens que os prisioneiros atribuem às sombras. Temos um
efeito como num cinema em que olhamos para a tela e não prestamos atenção ao projetor
nem às caixas de som, mas percebemos o som como proveniente das figuras na tela.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001.)
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7. (Ueg) A expressão “Tudo o que é bom, belo e justo anda junto” foi escrita por um dos
grandes filósofos da humanidade. Ela resume muito de sua perspectiva filosófica,
sendo uma das bases da escola de pensamento conhecida como
a) cartesianismo, estabelecida por Descartes, no qual se acredita que a essência
precede a existência.
b) estoicismo, que tem no imperador romano Marco Aurélio um de seus grandes
nomes, que pregava a serenidade diante das tragédias.
c) existencialismo, que tem em Sartre um de seus grandes nomes, para o qual a
existência precede a essência.
d) platonismo, estabelecida por Platão, no qual se entendia o mundo físico como uma
imitação imperfeita do mundo ideal.
8. (Uem) Na Metafísica, Aristóteles afirma: “O ser se diz de muitos modos, mas se diz em
relação a um termo único e única natureza e não de modo equívoco. [...] uns são ditos ser
porque são substâncias, outros porque são afecções de substâncias, outros porque são um
caminho para a substância, ou destruições, privações, qualidades, causas produtivas ou
geradoras para a substância ou do que é dito relativamente da substância, ou são negações
de uma delas ou da substância; por esta razão dizemos inclusive que o não ser é não ser”.
(ARISTÓTELES, Metafísica, livro IV, cap. 2. In: FIGUEIREDO, V. Filósofos na
sala de aula. Volume 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 33-34).
10. (Ueg) O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações,
nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor
por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático.
Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser
humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades,
questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas.
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Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração
dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar
nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época
específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a
mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que
nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano
como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que
validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da
verdade revelada pela codificação mítica.
11. (Ufsj) Segundo David Hume, “Todo raciocínio abstruso apresenta um mesmo
inconveniente”, porque
a) “pode silenciar o antagonista sem convencê-lo; e para nos darmos conta de sua
força, precisamos dedicar-lhe um estudo tão intenso quanto o que foi necessário
para sua invenção”.
b) “impregna a mente humana com conceitos do idealismo que o induzem ao holismo
moderno”.
c) “justifica a disposição que a mente humana tem para se inclinar ao silogismo
moderno”.
d) “convida o raciocínio a enigmáticas considerações, direcionando-o ao ceticismo
quinhentista”.
12. (Ufsj) Sobre “as qualidades úteis da mente”, descritas por David Hume, é CORRETO
afirmar que
a) “são aquilo que se pode primeiramente experimentar na arte de raciocinar”.
b) “elas são retratadas no sentido vulgar, pois são diametralmente opostas ao poder
e ao bom senso ou razão”.
c) “determinam que as virtudes, como a simpatia, por exemplo, tenham a força ideal
a posteriori para o bem-estar das sociedades humanas”.
d) “essas virtudes formam a principal parte da moral”.
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14. (Uem) O filósofo alemão Hegel (1770-1831) afirma que “É tarefa da filosofia
conceber o que é, pois, aquilo que é é a razão. No que concerne ao indivíduo, cada um é,
de todo modo, um filho de seu tempo; do mesmo modo que a filosofia é seu tempo
apreendido em pensamentos” (HEGEL, G. W. F. Excertos e parágrafos traduzidos.
In: Antologia de Textos Filosóficos. MARÇAL, J. (org.). Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 314).
15. (Uem) “Ao criticar o mito e exaltar a ciência, contraditoriamente o positivismo fez nascer o
mito do cientificismo, ou seja, a crença cega na ciência como única forma de saber possível.
Desse modo, o positivismo mostra-se reducionista, já que, bem sabemos, a ciência não é a
única interpretação válida do real. De fato, existem outros modos de compreensão, como o
senso comum, a filosofia, a arte, a religião, e nenhuma delas exclui o fato de o mito estar na
raiz da inteligibilidade. A função fabuladora persiste não só nos contos populares, no
folclore, mas também na vida diária, quando proferimos certas palavras ricas de
ressonâncias míticas – casa, lar, amor, pai, mãe, paz, liberdade, morte – cuja definição
objetiva não esgota os significados que ultrapassam os limites da própria subjetividade.”
(ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 4ª. ed. rev. São Paulo: Moderna, 2009, p. 32)
Com base no excerto citado e nos seus conhecimentos sobre o pragmatismo, assinale
o que for correto.
01) Segundo o pragmatismo, o concretamente experienciável é indispensável para
julgar a pertinência das ideias.
02) O pragmatismo requer o conhecimento de verdades inatas.
04) Princípios da teoria evolucionista, que considera a continuidade de um ser vivo
ligada à capacidade de adaptação ao mundo, estão em conformidade com o
pragmatismo.
08) Ao criticar o intelectualismo, o pragmatismo pretende liberar a metafísica de
conceitos vagos e dar lugar a uma filosofia purificada, científica e realista.
16) Segundo o pragmatismo, o significado de uma ideia não é dado por si mesmo, mas
em seu valor de uso e nas suas consequências.
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17. (Upe) Dentre os variados aspectos do pensamento humano, existe o pensamento
mítico. Sobre essa forma de pensar, leia o texto a seguir:
Um mito diz respeito, sempre, a acontecimentos passados: antes da criação do mundo, ou
durante os primeiros tempos, em todo o caso faz muito tempo. Mas o valor intrínseco
atribuído ao mito provém de que estes acontecimentos, que decorrem supostamente em um
momento do tempo, formam também uma estrutura permanente. Esta se relaciona
simultaneamente ao passado, ao presente e ao futuro.
Lévi-Strauss, C. Antropologia Estrutural. Rio, 1975, p. 241
18. (Uem) Um dos principais problemas de nosso tempo diz respeito à linguagem: seus
limites, suas vinculações, em suma, sua capacidade de traduzir em signos as coisas. A
esse respeito, o filósofo francês Merleau-Ponty afirma: “A palavra, longe de ser um
simples signo dos objetos e das significações, habita as coisas e veicula significações.
Naquele que fala, a palavra não traduz um pensamento já feito, mas o realiza. E aquele
que escuta recebe, pela palavra, o próprio pensamento”.
(In: CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 196).
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As redes sociais têm divulgado músicas de fácil memorização e com forte apelo à
cultura de massa. A respeito do tema da regressão da audição na Indústria Cultural e
da relação entre arte e sociedade em Adorno, assinale a alternativa correta.
a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de uma concentração atenta
relaciona-se ao fato de que a música tornou-se um produto de consumo,
encobrindo seu poder crítico.
b) A música representa um domínio particular, quase autônomo, das produções
sociais, pois se baseia no livre jogo da imaginação, o que impossibilita estabelecer
um vínculo entre arte e sociedade.
c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de manifestar criticamente
conteúdos racionais expressos no modo típico do comportamento perceptivo
inato às massas.
d) A tensão resultante da concentração requerida para a apreciação da música é
uma exigência extramusical, pois nossa sensibilidade é naturalmente mais
próxima da desconcentração.
e) Audição concentrada significa a capacidade de apreender e de repetir os
elementos que constituem a música, sendo a facilidade da repetição o que
concede poder crítico à música.
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Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
21. (Unesp) Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, em virtude da
transformação estética, representar, no destino exemplar dos indivíduos, a predominante
ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada e
abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a literatura não é revolucionária
por ser escrita para a classe trabalhadora ou para a “revolução”. O potencial político da arte
baseia-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua relação com a práxis (ação
política) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente política for a
obra de arte, mais reduzidos são seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse
sentido, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire e Rimbaud que nas
peças didáticas de Brecht.
(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.)
Gabarito
1.C 2.B 3.A 4.C 5. 6.D 7.D 8.27 9.30 10.D
11.A 12.D 13.14 14.23 15.24 16.29 17.B 18.21 19.A 20.B
21.C
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