Os Filmes de Terror Como Alegoria para Os Horrores Sociais: Jaime César Pacheco Alves Dos Santos 20563959
Os Filmes de Terror Como Alegoria para Os Horrores Sociais: Jaime César Pacheco Alves Dos Santos 20563959
Os Filmes de Terror Como Alegoria para Os Horrores Sociais: Jaime César Pacheco Alves Dos Santos 20563959
Banca Examinadora
_____________________________________
Prof. Maíra Carvalho
Orientadora
__________________________________
Prof. Luciano Mendes
Examinador
__________________________________
Prof. Sérgio Euclides
Examinador
Kenneth Patchen
RESUMO
1 Introdução ................................................................................................................... 13
2 Cinema como representação da realidade .................................................................. 16
2.1 A História e o Cinema ........................................................................................... 16
2.2 Cinema como Propaganda Política ...................................................................... 18
2.3 A Alegoria ............................................................................................................. 20
2.4 O Medo. ................................................................................................................ 22
3 Terror como gênero narrativo ...................................................................................... 25
3.1 Medo e Terror ....................................................................................................... 25
3.2 Terror boca-a-boca ............................................................................................... 26
3.3 Terror na Literatura ............................................................................................... 29
3.4 Terror no Cinema ................................................................................................. 32
4 Estados Unidos: As décadas de 1950, 1960 e 1970 ................................................... 35
4.1 Década de 1950: A onda vermelha ameaça a prosperidade americana .............. 35
4.1.1 Filmografia de terror da década de 1950 ....................................................... 37
4.2 Década de 1960: Hora de rever conceitos............................................................ 38
4.2.1 Filmografia de terror da década de 1960 ........................................................... 39
4.3 Década de 1970: Os caretas contra-atacam ........................................................ 41
4.3.1 Filmografia de terror da década de 1970 ....................................................... 43
5 Terror e Alegoria ......................................................................................................... 45
5.1 Vampiros de Almas (1956) ................................................................................... 45
5.1.1 Sinopse .......................................................................................................... 46
5.1.2 O Inferno são os outros .................................................................................. 48
5.2 A Noite dos Mortos-Vivos (1968) .......................................................................... 52
5.2.1 Sinopse .......................................................................................................... 53
5.2.2 Fora com o velho, viva o novo! ...................................................................... 54
5.3 O Exorcista (1973) ................................................................................................ 58
5.3.1 Sinopse .......................................................................................................... 59
5.3.2 O Exorcismo ................................................................................................... 61
6 Considerações Finais .................................................................................................. 66
Referências .................................................................................................................... 68
Filmografia...................................................................................................................... 70
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1 Introdução
No cinema, realidade e fantasia são pólos opostos que se complementam em
uma relação de dependência essencial para a difusão da sétima arte entre as
multidões. Desde sua primeira exibição, quando a realidade de um trem vindo em
direção à platéia atiçou o pânico entre os telespectadores desavisados à magia que se
desenrolava, ficou explícita a necessidade do cinema de se alimentar de fatos reais e
corriqueiros para atingir as grandes massas.
Essa forma diferente de retratar a realidade fez do cinema um espelho dos
acontecimentos desenvolvidos em cada década. Nesse contexto, os filmes dramáticos
aparecem ao longo da história do cinema como representações mais confiáveis da
realidade. A valorização dos filmes dramáticos se deu por conta da imediata
identificação do público com as histórias, que não precisavam se apoiar em
estereótipos, e se passavam em um mundo mais real e reconhecível.
Entre os gêneros cinematográficos, o terror é o mais subestimado. Visto muitas
vezes como território para mentes perturbadas, o terror se apropria de alegorias para,
com eficiência, retratar os acontecimentos de sua própria maneira. Usando o medo
como inesgotável fonte de idéias, o terror se fortaleceu como gênero narrativo ao
mesmo tempo envolvente e repulsivo, gerando histórias que se equilibravam na corda
bamba do socialmente aceito e do tabu.
Tendo isso em vista, o presente trabalho se dispõe a analisar como os filmes de
terror representaram os períodos em que foram produzidos – as décadas de 1950,
1960 e 1970. Para isso, um filme de terror representativo de cada década será
analisado e comparado aos acontecimentos mais marcantes da época em que foram
realizados. O foco do trabalho será a sociedade estadunidense, tendo em vista que os
filmes analisados foram produzidos em Hollywood.
Os filmes escolhidos para a análise se destacam entre as demais produções do
gênero pelo poder de manterem-se críveis e cultuados mesmo com o passar dos anos.
Ainda objetos de análise em todo o mundo, os filmes selecionados tiveram grande
impacto na cultura popular, alcançando grande sucesso na época em que foram
lançados e nos anos posteriores. O filme escolhido para representar a filmografia de
14
terror dos anos de 1950 foi Vampiros de Almas, 1956, de Don Siegel. Os anos de 1960
foram representados por A Noite dos Mortos-Vivos, 1968, de George A. Romero. O
Exorcista, 1973, de William Friedkin, representou os medos dos anos de 1970.
Com a análise dos filmes em questão, ficarão claros alguns temores da
sociedade estadunidense nas décadas correspondentes. Cada um desses filmes se
revelará um espelho da década em que foram produzidos. Reside aí o poder e sucesso
desses filmes, mesmo tantos anos depois de seu lançamento, eles não são sobre
monstros e assassinos, mas usam destes expedientes para revelar alguns dos temores
da sociedade estadunidense.
Partindo desse ponto, a questão que norteará esse trabalho é: Quais são as
alegorias usadas pelo cinema de terror e como elas representam os temores da
sociedade?
Para responder a questão levantada, o trabalho se apoiou em pesquisas
bibliográficas referentes ao cinema como meio de representação, a trajetória do terror
como gênero narrativo e sua relação com o medo. Estas pesquisas tiveram como
objetivo apresentar as formas com as quais o cinema reproduz a realidade nas salas de
exibição. No contexto dos filmes de terror, deu-se ênfase nas formas de representação
usadas pelos filmes para passar sua mensagem, ou seja, uma melhor compreensão do
texto e do subtexto dos filmes citados.
A contextualização das décadas escolhidas também fez parte da pesquisa
bibliográfica. Com o estudo dos acontecimentos mais importantes, tanto no âmbito
social, como financeiro e comportamental, foram identificados os fatos que
amedrontaram a sociedade estadunidense nas décadas já citadas e as alegorias
usadas nos filmes para representá-los.
A análise fílmica foi construída levando em conta os dados obtidos com a
pesquisa bibliográfica. Por meio dos estudos do gênero terror e das décadas já citadas,
os três filmes escolhidos foram analisados, sempre tendo como foco as alegorias
apresentadas pelas produções para representar os principais fatos de sua época.
O trabalho se apresenta em seis capítulos, sendo o primeiro destinado a
Introdução e o último às Considerações Finais. O segundo capítulo é destinado ao
referencial teórico. Este capítulo apresenta o cinema como representação da realidade,
15
sua importância como espelho de uma sociedade e de uma época, e sua força como
propaganda política. Os mecanismos do medo e o uso das alegorias também são
explorados no referido capítulo.
O terceiro capítulo traz um histórico do terror, sua história e relação com o medo,
assim como seu início como gênero narrativo. As características do terror como gênero
também são exploradas nesse capítulo, assim como parte de sua trajetória literária e
cinematográfica.
O quarto capítulo apresenta um resumo dos fatos mais importantes ocorridos nas
décadas de 1950, 1960 e 1970, assim como a filmografia de terror desses períodos. O
conhecimento das décadas citadas será imprescindível para contextualizar os filmes
escolhidos e, assim, reconhecer as alegorias usadas nos mesmos.
A análise dos filmes, em relação às suas respectivas décadas, será feita no
capítulo cinco. Neste, as alegorias usadas nos filmes serão apresentadas assim como
seu significado. É com essa análise que as alegorias usadas serão desconstruídas e o
subtexto revelado.
16
Essa mistura de real e imaginário é o que faz do cinema um terreno fértil para
pesquisas. Embora sejam construídos em cima de roteiros inventados, os filmes
apresentam em seus enredos um bom panorama do imaginário e dos costumes da
época em que foram produzidos.
A ficção pode, sobretudo, ir mais longe na análise do funcionamento
econômico e no estudo da mentalidade dos tempos passados. Será que
existe um testemunho mais autêntico sobre o casamento na antiga
Rússia do que as primeiras cenas do filme de Olga Preobrajenskaia,
Mulheres de Riazan? A escolha do esposo, as transações, o cálculo do
dote, a preparação da jovem, a cerimônia nupcial constituem um
extraordinário bocado de história social. (FERRO, 1992, p.118)
2.3 A Alegoria
Nas artes, as alegorias surgem como um conjunto de metáforas que criam
relações entre o discurso mostrado e os acontecimentos da sociedade vigente. Essas
relações podem ser mais explícitas ou mais cordatas. (XAVIER, 1993, p.11)
Para que as alegorias sejam efetivas, é necessário que as relações entre o que
está sendo mostrado e o que está acontecendo sejam feitas, para que assim o público
consiga extrair o verdadeiro significado daquele discurso.
Retoricamente, a alegoria diz b para significar a, como se escreveu,
observando-se que os dois níveis (designação concretizante b e a
significação abstrata a) são mantidos em correlação virtualmente
aberta, que admite a inclusão de novos significados.(HANSEN, 2006,
p.15)
2.4 O Medo
É interessante perceber como os filmes de terror são usados para doutrinar e, de
alguma forma, unir uma sociedade em defesa de um bem comum. Isso acontece, pois
através do medo se consegue um resultado diferente daqueles conseguidos pelas
comédias ou pelos dramas.
O medo é usado para alertar e ensinar desde que o terror se tornou uma
construção narrativa, seja através de lendas, seja através dos primeiros contos infantis.
Isso acontece pois o medo funciona como um alerta, uma chamada para o perigo e
para a necessidade de proteção.
Sentir medo em relação a um objeto ou a um evento significa ter
capacidade de avaliar sua periculosidade e, portanto, de pôr em prática
uma série de ações capazes de limitar sua força negativa e destrutiva,
transformando-a às vezes de modo construtivo. (CICERI, 2001, p.10)
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No decorrer das décadas o medo vivenciado pelas grandes massas foi mudando
de objeto, a Ira Divina, o Diabo, a violência urbana, a liberdade das mulheres, o
socialismo (para os capitalistas), o capitalismo (para os socialistas)... E cada feixe de
luz lançado em cada um desses temas, dissipava um pouco da ignorância fazendo os
anseios e preocupações se voltarem para outro assunto. Assim, como crianças
largadas em um quarto escuro, a humanidade foi tateando em busca do interruptor que
acenderia a luz, e a cada forma descoberta por tato, mesmo parcialmente, o medo se
voltava para o que viria a seguir.
Um dos últimos eventos que mobilizou multidões usando apenas efeitos sonoros
foi a narração de Orson Wells do livro A Guerra dos Mundos de H.G. Wells. Ainda que
no início da transmissão o público tenha sido informado que a atração a seguir seria
uma simulação, o pânico tomou conta dos Estados Unidos quando Wells anunciou a
invasão de discos voadores à Terra. Correria, tumulto e mortes se seguiram a
transmissão radiofônica, forçando Wells a ter que se desculpar formalmente pelo
ocorrido.
[...] Mamãe disse que uma de suas irmãs quase cortou os pulsos na
banheira durante a apresentação de Orson Wells de A Guerra dos
Mundos. [...] Eu imagino que você poderá dizer que minha tia
considerou a transmissão de Orson Wells demasiado assustadora...
(KING, 1989, p.127)
Embora existam várias obras primas e referenciais, é difícil definir a gênese dos
contos de horror. Características das histórias de terror estão presentes nos mais
diversos textos através dos séculos. Sejam em livros ou em inscrições em pedra, o
terror, sendo fruto do medo, sempre encontrou representação. O medo do
desconhecido, ou o terror cósmico, sempre permeou a imaginação de todos os povos,
30
histórias de terror, não é lá muito saudável”. O fascínio dos leitores pelos livros de terror
é comparável à curiosidade que nos toma ao passarmos por um acidente de carro.
O fato é – e a maior parte de nós sabe disso – que muito poucos entre
nós conseguem evitar uma espiada nervosa para a sucata cercada de
carros de policia e sinais luminosos na estrada, à noite. [...] Não é
preciso elaborar o óbvio; a vida está cheia de horrores pequenos e
grandes, mas pelo fato de os pequenos serem aqueles que
conseguimos compreender, são os que nos atingem com toda força da
mortalidade. (KING, 2008, p.16)
1896) como um dos primeiros filmes que assustando as platéias, abriu caminho para a
longa e tortuosa jornada das produções do gênero.
Os primeiros representantes do cinema de horror se esforçavam para imprimir
uma aura pesada e soturna nas histórias. De acordo com o site Horror Film History, no
mundo preto e branco do cinema em seu início, representar a luz e as sombras, efeitos
tão usados no cinema moderno para dosar o clima de suspense, eram difíceis de ser
alcançados por limitações técnicas. Por isso, os filmes carregavam na atmosfera
sombria que lembrava as pinturas expressionistas.
O cinema de horror, desde seu início, se ancorou na possibilidade de representar
em imagens os pesadelos das pessoas. O público dos filmes desse gênero vai ao
cinema procurando desconforto, e quanto mais incomodado se sente, mais gosta do
resultado. Isso se explica pelo fato da platéia não acreditar verdadeiramente em tudo o
que aparece nos filmes, ao contrário, como o terror é um gênero vindo da Fantasia,
permite ao espectador uma possibilidade de escapismo. (KING, 2008, p.19)
A possibilidade de escapar de uma realidade indesejável fez com que os filmes
de terror alcançassem grande popularidade nos anos de 1930. Com o mundo se
despedaçando em decorrência da quebra da bolsa, a realidade parecia mais cruel do
que a ficção e os cinemas se enchiam de pessoas que se refugiavam, de muito bom
grado, dos horrores reais. O estúdio Universal fez grande sucesso com as adaptações
de Drácula (Tod Browning,1931) e Frankenstein (James Whale, 1931), e com as
histórias do Lobisomem (George Waggner, 1941) e de A Múmia (Karl Freund,
1932).(KING, 1989, p.31)
Horror Film History aponta a chegada do som ao cinema como um grande
diferencial nos filmes de terror desse período, se tornando um atrativo a mais para a
audiência. Esse novo recurso possibilitou ao espectador uma experiência muito
diferente daquela obtida nos anos de 1920, que agora podia ouvir os gritos, o ranger
dos degraus anunciando a chegada do perigo, assim como os rugidos do monstro.
O escapismo que pode ser alcançado com os filmes de terror não configura a
única razão do sucesso e impacto dessas produções. Mesmo em um mundo fantasioso,
o cinema de terror, assim como os contos do século XVIII, mantêm um pé na realidade.
Como aconteceu nos anos de 1950, quando filmes como Vampiros de Almas (Don
34
Siegel, 1956) e A Invasão dos Discos Voadores (Fred F. Sears, 1956) expressavam o
temor das pessoas em relação à Guerra Fria e a Corrida Espacial.
Se o filme de horror tem o mérito de remissão social, é devido a sua
habilidade de formar elos entre o real e o irreal – de fornecer subtextos.
E em função de seu apelo às massas, esses subtextos assumem
freqüentemente uma dimensão cultural. (KING, 1989, p.141-142)
a tecnologia das bombas tinha sido entregue por espiões. A paranóia comunista, que
estava sendo ensaiada desde o fim da Segunda Guerra Mundial, atingiu os Estados
Unidos. (FERREIRA, 1989, p.77)
A cruzada americana contra os comunistas teve no senador Joseph Raymond
McCarthy sua figura mais emblemática, mas os esforços do governo estadunidense de
identificar e punir possíveis comunistas infiltrados já existiam antes da ascensão de
McCarthy. Em 1945, tiveram início as atividades da Comissão de Atividades
Antiamericanas (HUAC), responsável por identificar atividades subversivas. As
audiências da HUAC giravam em torno de alegadas infiltrações de comunistas em
sindicados e no cinema, e uma possível espionagem atômica. As audiências
continuaram ocorrendo mesmo após a morte de McCarthy em 1957. (FERREIRA, 1989,
p.14-22)
McCarthy gozou de grande popularidade no começo dos anos de 1950, usando o
medo dos americanos de uma possível invasão comunista para se promover. Em um
jantar oferecido por seu partido, ele alegou estar de posse de uma lista com mais de
duzentos nomes de comunistas infiltrados no Departamento de Estado, embora, hoje
em dia, pairem dúvidas sobre a veracidade das afirmações. As declarações de
McCarthy, falsas ou não, fizeram dele um astro ante a amedrontada sociedade
estadunidense.
Em tempos normais, acusações irresponsáveis de um senador obscuro
pouca atenção teriam merecido da imprensa e do país. Mas não eram
tempos normais. Naquele mês de fevereiro de 1950, a nação já estava
à beira da histeria, com uma substancial contribuição dos jornais.
(FERREIRA, 1989, p.99-100)
Ray, 1955), Steve McQueen enfrentava a má vontade dos adultos de uma pequena
cidade que se negavam a acreditar que uma bolha estava prestes a engolir todo o local
em A Bolha Assassina (Irving H. Millgateis,1958) e um adolescente atingia o grau
máximo da feiúra em I Was a Teenage Frankenstein (Herbert L. Strock, 1957) .(KING,
2008, p.19-20)
isso começava a se tornar uma preocupação familiar. Em 1978, 66% dos pais
entrevistados consideravam a maconha um problema nas escolas, e 35% tinham a
mesma opinião em relação a drogas mais pesadas. (ROBINSON, 2002)
A efervescência cultural e social dos anos de 1960 não se estendeu por muito
tempo. O festival de Altamont, em 1969, foi o último grande evento da sociedade paz e
amor, que viu um rapaz ser assassinado em frente às câmeras em uma confusão
iniciada pelos Hell´s Angels, grupo de motoqueiros delinqüentes contratado para fazer a
segurança do evento. Os anos de 1970 começaram com uma ressaca dos anos de
1960, com luto e apreensão. (Seven ages of Rock – The Birth of Rock, 2007)
O clima de otimismo e prosperidade das décadas anteriores haviam se dissipado
e os Estados Unidos encaravam com desânimo os anos por vir. Essa atmosfera era
extremamente favorável para o horror, e os filmes de terror voltaram chamar atenção
dos estúdios que destinavam a eles grandes orçamentos. O resultado das bilheterias
era proporcional e o público fazia dos filmes de terror grandes sucessos.
Os filmes de terror da década de 1970 se concentraram em explorar o
psicológico do público com um enfoque mais direto nos problemas sociais e nos medos
genuínos da sociedade. Nesse contexto, filmes de terror viraram verdadeiros
fenômenos sociais e culturais, sendo O Exorcista (William Friedkin,1974), o mais
conhecido deles.
Rodeado de lendas, e considerado o filme mais assustador de todos os tempos,
O Exorcista deixou os Estados Unidos em polvorosa ao narrar as tentativas de dois
padres para realizar um exorcismo numa criança de 12 anos de idade.
As filas davam voltas no quarteirão em todas as grandes cidades onde foi
exibido e, mesmo nas menores [...] foram realizadas sessões à meia-
noite. Grupos de Igreja fizeram piquetes; sociólogos com seus cachimbos
pontificaram-no; locutores leram segmentos da contracapa em seus
programas de fim de noite. (KING, 1989, p.184-185)
O Exorcista foi a apoteose dos filmes que falavam do medo interno, o medo tão
próximo que muitas vezes podia ser real apenas na mente do amedrontado. Esse foi o
caminho seguido pelos filmes de terror desse período. Se em 1968, O Bebê de
44
5 Terror e Alegoria
ser responsável pelo roteiro de Out of the Past (Jacques Tourneur, 1947) um dos
grandes filmes noir da história do cinema. (JUSTICE, 2005)
Vampiros de Almas é fiel ao livro de Finney, a exceção ao epílogo e o prólogo,
inexistentes no livro. São essas duas seqüências que mostram claramente a posição de
Siegel de fazer um filme sobre a ameaça comunista, e exatamente a únicas coisas que
desagradaram Finney. (KING, 1989, p.333) O prólogo mostra o protagonista da história,
Miles Bennell, vivido por Kevin MacCarthy, num hospital, tentando convencer as
autoridades de que o perigo se aproxima. No epílogo, tenta-se passar a idéia de que a
invasão pode ser controlada. Essas seqüências foram filmadas após o filme já estar
pronto à pedido dos realizadores que queriam algo próximo de um final feliz, diferente
do final original que mostra Bennell, após fugir de Santa Mira, gritar alucinado para os
carros que passam: Eles já estão aqui! Vocês serão os próximos!”(Vampiros de Almas,
01h18min)
The Body Snatchers foi adaptado outras três vezes para o cinema: Invasores de
Corpos, de 1978, com direção de Philip Kaufman, Invasores de Corpos, 1993, de Abel
Ferrara e Os Invasores de Oliver Hirschbiegel, em 2008. Essas três adaptações fogem
a idéia original de Finney e concentram a aventura não em uma cidade de interior, mas
em grandes centros urbanos.
5.1.1 Sinopse
Don Siegel, ainda que não explore demoradamente essa característica, não se
priva de mostrar Santa Mira como um lugar agradável. Ao buscar Bennell na estação de
trem, a enfermeira atualiza-o sobre os pacientes, com o tom de intimidade de quem
mantêm relações fora do consultório. A cidade se mostra prosaica e convidativa como
todas as cidades interioranas mostradas no cinema de Hollywood, um cenário que
identifica os Estados Unidos tanto quanto bandeira nacional e a Coca Cola.
Mas há uma agitação no ar que é perceptível. Siegel nunca deixa que o
ambiente calmo o iluda. Quando Bennell vê um garoto fugindo da própria mãe, o sinal
de alerta do público é ligado. Logo ali, no começo do filme, o espectador sabe que algo
está errado, embora não saiba exatamente o que é. Deixado no escuro, o espectador já
se arma contra a ameaça vindoura, sem nem saber do que se trata.
Quando Bennell sabe pela namorada Becky que, sua prima Wilma afirma que o
tio Ira não é a mesma pessoa, o cenário começa a se delinear. Bennell visita Wilma e
Ira, apenas para descobrir que o homem não está em nada diferente do que ele
lembrava. Wilma no entanto mantém sua posição e diz que tudo na aparência de Ira
está idêntico, mas tem algo nele que é diferente.
Com essa observação, Wilma mostra que a mudança de Ira não foi externa, mas
interna. Ele já não é o mesmo, pois já não pensa como pensava, não tem os mesmos
princípios, as mesmas idéias políticas. E isso é o pior, pois apesar de ainda ser
completamente identificável como Ira, ele já não pensa como ela, e é isso que
desencadeia a mudança.
50
O uso de seres do espaço foi uma constante nos filmes de terror dos anos de
1950. Com uma estrutura social e econômica firme e próspera, a sociedade
estadunidense não tinha o que temer, o Inferno eram sempre os outros. O terror que
vinha de fora era o que assustava, pois ameaçava o estilo de vida confortável que a
sociedade desfrutava. Os extraterrestres de Vampiros de Almas queriam exatamente
isso, uma sociedade igual, onde todos fizessem, sentissem e pensassem as mesmas
coisas. E é possível ler nas entrelinhas desse discurso uma palavra: comunismo.
A ascensão do Senador McCarthy ao poder foi acompanhada de uma boa dose
de paranóia, e o filme não abandona esse aspecto. Ao contrário, o abraça desde a
primeira cena que mostra o doutor Miles Bennell diante das autoridades tentando
explicar a trama dos invasores espaciais.
O conceito do inimigo sem rosto, e por isso mesmo difícil de ser combatido,
adiciona mais elementos paranóicos ao filme. Em nenhum momento a verdadeira
aparência dos invasores é mostrada. A imagem abaixo mostra o que Bennell e Jack
encontram ao abrir um dos casulos: uma forma disforme, indefinível. Ela só se define ao
assumir as características dos humanos que serão substituídos, e aí já é tarde demais.
Repetindo a idéia do período de caça as bruxas, todos eram culpados até que
provassem o contrário.
achava que podia confiar foram substituídas por réplicas em uma sucessão
desesperadora. Primeiro, sua enfermeira, que realiza em sua casa uma reunião com
outras réplicas, depois os atendentes de um posto de gasolina que colocam casulos no
porta-malas de seu carro, seu amigo Jack é o próximo e por fim sua namorada, Becky.
Tal como a imagem que McCarthy pintou de si mesmo, Bennell aparece como o herói
solitário que precisava alertar as pessoas sobre o perigo que as aguarda: o terror dos
comunistas do espaço.
Siegel declarou que em Vampiros de Almas fez um filme sobre a Ameaça
Vermelha. Uma das cenas que corroboram essa afirmação é uma das poucas que não
existem no livro de Finney. Após se livrar da perseguição dos alienígenas, Bennell grita
para os carros de uma auto-estrada: “Eles já estão aqui! Vocês serão os próximos!”
Aqui, Bennell berra o que muitos americanos queriam. Com a suspeita de espiões
comunistas infiltrados nos Estados Unidos, a idéia de que a União Soviética queria
espalhar o comunismo para todos os cantos do mundo e o medo de que conhecidos
estivessem aderindo àquela nova política, as afirmações de Bennell não soavam nada
absurdas.
Vampiros de Almas foi um filme que representou como poucos a atmosfera
alarmista de sua época, mas a alegoria usada no filme é maleável e adaptável. Prova
disso são as novas versões da história de Finney que chegaram ao cinema em épocas
distintas, mas sempre tiveram o poder de representar os medos daquele período.
Em Invasores de Corpos (1978), a alegoria de seres do espaço que tomavam o
lugar dos humanos, foi empregada para mostrar os conflitos e mudanças sociais da
década de 1970. Já a refilmagem homônima de 1990, usou como cenário uma base
militar para expor os perigos do terrorismo. A mais recente adaptação da obra de
Finney, Os Invasores (2008), abraça o medo dos Estados Unidos de um ataque
biológico terrorista em voga desde os atentados ao World Trade Center em 11 de
setembro de 2001. O filme transforma os invasores alienígenas em um vírus que se
espalha pelo mundo, mudando o comportamento das pessoas. (DIRKS, 2009)
52
5.2.1 Sinopse
1
Todas as informações sobre a produção do filme A Noite dos Mortos-Vivos foram encontradas no site IMDB.com
54
novamente. Ben atira em Cooper, quando ele tenta tomar sua arma. Cooper consegue
chegar ao porão, onde morre ao lado da filha.
Os mortos-vivos conseguem ultrapassar as barreiras criadas por Ben e agarram
a sra. Cooper. Bárbara consegue livrá-la dos zumbis, mas ao ver seu irmão John
transformado em um deles, se desespera e sucumbe aos monstros. A sra. Cooper corre
para o porão e encontra a filha devorando o sr. Cooper. Karen se volta contra a mãe e a
mata.
Derrotado, Ben se entrincheira no porão e espera o melhor momento para sair.
Por todo país, as autoridades exterminam os mortos vivos atirando em suas cabeças.
Eles chegam à casa onde Ben se esconde. Ele sai do porão e encontra a casa
destruída. Ao verem movimento na casa, as autoridades assassinam Ben com um tiro
na cabeça.
Vivos. A morte é um grande tabu, e falar sobre ela é considerado nefasto, um dos
motivos pelos quais os escritores de história de terror são olhados com desconfiança.
O primeiro exemplo, naturalmente, é A Noite dos Mortos-Vivos, em que
nosso horror à morte é explorado a um ponto em que muitas audiências
acharam o filme quase insuportável. [...] o filme circula em torno de seu
ponto de partida sempre e mais e a palavra-chave do título do filme não é
vivo e sim morto.(KING, 1989, p.145)
resistência como única forma de sobreviver aos valores antigos. Trancados na casa, os
sobreviventes procuram não só impedir a entrada dos mortos-vivos, mas achar um meio
de exterminá-los, pois essa é a única maneira de alcançar a segurança.
Visto por esse ponto, não chega a surpreender o momento em que Ben descobre
que os zumbis têm medo do fogo. Seja como uma representação da luz ou da paixão, o
fogo causa repulsa aos mortos-vivos, pois representa tudo o que os antigos querem
impedir que os jovens apreendam: o conhecimento e o engajamento.
Ao apresentar Ben como o grande protagonista da história, o filme se mostra
mais uma vez sintonizado com as agitações da época. A luta dos negros por direitos
iguais foi a grande luta social dos anos de 1960, e ao apresentar um negro como o líder
da resistência dos não-mortos, Romero não desmerece essa luta.
Ben é a personagem mais atuante do filme. Sua primeira aparição até carrega
um ar místico e reverencial: ele aparece, surgindo de uma luz ofuscante, que na
verdade são os faróis de seu carro, e salva Bárbara da morte certa. São deles as idéias
que mantém os resistentes seguros por mais tempo, é ele quem procura meios de se
manter a salvo e é ele quem morre com um tiro por lutar pelo que acredita. Não muito
diferente de Martin Luther King Jr.
As mulheres, outra minoria que lutou por igualdade nos anos de 1960, não são
representadas com essa reverência. Bárbara se mostra assustada e indecisa, assim
como as outras mulheres da casa, quase como se a situação não fosse com ela.
Embora todas as mulheres presentes no filme, eventualmente, exerçam papel ativo na
luta em momentos decisivos, elas são sempre derrotadas pela emoção, e a luta pela
causa perde espaço.
A cena da morte de Bárbara representa essa idéia da mulher como um ser
extremamente emocional e não racional. Ao ver a sra. Cooper ser agarrada pelos
mortos-vivos, Bárbara sai de seu estado catatônico para protegê-la, mas ao ver que seu
irmão se transformou em um morto-vivo, Bárbara se deixa levar, e ainda que lute no
final, se torna um deles.
Além de Ben e Bárbara, fazem parte da força de resistência dois casais, um de
jovens namorados e outro de adultos casados, com uma filha doente. A dinâmica do
filme muda no momento em que essas novas personagens se revelam. Descobrimos
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que elas estavam o tempo todo no porão, e embora ouvissem os gritos de desespero e
as lutas, não subiram para ajudar. Ben imediatamente entra em conflito com o sr.
Cooper, um homem tradicional e tacanho, e novamente o conflito de gerações e idéias
é escancarado.
Tanto Cooper quanto Ben desempenham papéis de liderança em seus
respectivos grupos, o que cria atritos quando os mesmos se juntam. Enquanto Cooper
mantêm uma postura acomodada, Ben apresenta uma postura progressista. A postura
de Ben é mais atraente para os jovens, e o casal de namorados logo se rende à ela.
Cooper, por outro lado, se mantém resistente e é morto por Ben. A militância vence o
comodismo.
Ainda falando de Cooper, ele e a família protagonizam a cena mais controversa e
forte do filme. Após levar um tiro de Ben, Cooper se arrasta até o porão onde é
devorado pela filha, que havia se transformado em uma morta-viva, como mostra a
figura abaixo. Quando a sra. Cooper também busca refúgio no porão é assassinada
pela filha. Nesse momento, a mãe volta a se harmonizar com a família, uma vez que
vinha sendo tomada pelas idéias progressistas de Ben. A emoção aparece novamente
como ponto fraco da mulher, quando a sra. Cooper se rende a filha sem lutar.
5.3.1 Sinopse
sentimento de culpa em relação a sua mãe, e os três empregados que auxiliam Chris
em casa: Karl, Willie e Sharon.
Quando vai trocar os arranjos de flores do altar dos santos, um padre se
escandaliza ao ver que a imagem da Virgem Maria foi violada Enquanto isso, Regan
passa a reclamar de barulhos que vem escutando e da instabilidade de sua cama, e
como Chris não acha motivos racionais para isso, leva a filha para uma série de
exames que não apontam nenhum problema.
Chris oferece uma festa em sua casa para a equipe do filme e pessoas
influentes. Ela conhece o Padre Dyer, amigo de Karras, e se mostra interessada no
padre psiquiatra. Dyer lhe conta sobre o trabalho de Karras e que sua mãe acaba de
falecer. Durante um momento de confraternização, Regan aparece na sala e anuncia a
morte de um dos convidados. Após dispensar os convidados e colocar Regan na cama,
Chris se prepara para se recolher, mas ao ouvir os gritos desesperados da filha, retorna
ao quarto de Reagan e fica horrorizada ao presenciar a cama da garota mexer
violentamente.
O comportamento de Regan muda drasticamente e ela passa a apresentar as
primeiras manifestações extremas da possessão alternando momentos de letargia e
agressividade, fortes espasmos e força anormal.
Chocada com o comportamento da filha, Chris a libera para mais exames, que
novamente não apontam nada anormal. Vencido, o médico aconselha um tratamento
psiquiátrico.
Chris esgota suas opções médicas e não consegue explicações convincentes
para o estado de sua filha. Os médicos, acreditando que o problema da garota é
psicossomático, sugerem um exorcismo como tratamento de choque. Chris, que não
tem crenças religiosas, aceita a sugestão após ser violentamente agredida pela filha,
que acabara de se masturbar com um crucifixo. Ela pede auxílio ao padre Karras.
Padre Karras tem seu primeiro contato com Regan, que afirma estar possuída
pelo Demônio. Em um dos encontros, Karras grava o que acha ser Regan falando em
uma língua desconhecida, mas uma investigação revela que a língua é o Inglês, mas
falado de trás para frente. Na gravação, Reagan diz o nome de padre Merrin.
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5.3.2 O Exorcismo
Fonte: O Exorcista: A versão que você nunca viu (William Friedkin, 2000, 00h23min02seg)
tirar o crucifixo de Regan, Chris tem a cabeça impelida para os órgãos genitais da filha,
que logo depois a golpeia com um soco. Esta cena, que chega em um momento do
filme em que o público já está pensando que as coisas não podiam piorar, mostra o
ataque às instituições mais caras da sociedade americana: a Família e a Igreja.
Fonte: O Exorcista: A versão que você nunca viu (William Friedkin, 2000, 01h19min21seg)
6 Considerações Finais
A reapresentação da realidade nos filmes é um fato discutido e analisado desde
as primeiras manifestações dessa arte. A bem da verdade, todo filme é, em algum
momento, um espelho de determinada realidade, mas nem todas essas representações
são facilmente identificadas.
Quando analisamos a filmografia de terror das décadas de 1950, 1960 e 1970, é
possível encontrar um padrão, um medo em comum que permeia a maioria das
produções de cada período. Nos anos de 1950, o medo do terror externo e o constante
clima de paranóia podiam ser vistos em filmes como Casei-me Com Um Monstro de
Outro Espaço (1958), Invaders From Mars (1953) e Guerra dos Mundos (1953). A
década de 1960 viu nascer os splatter movies, que mostravam a violência e o sexo sem
pudores para uma audiência que pedia mais contato com a realidade. O Bebê de
Rosemary, embora lançado em 1968, marcou o período – que se estenderia por toda a
década de 1970 - em que os filmes alertavam para o terror interno. O perigo próximo e
inesperado apareceu em filmes como A Cidade do Horror (1979), Halloween (1978) e O
Iluminado (1980).
A representação dos temores da sociedade nos filmes não são necessariamente
propositais. Jack Finney afirmou que seu livro The Body Snatchers (1955) nada tem a
ver com a caça às bruxas, e William Friedkin certamente não pretendeu fazer um filme
sobre o conflito entre pais e filhos, mas inconscientemente foi isso que eles fizeram,
influenciados pela época em que trabalharam.
Os três filmes analisados anteriormente ganharam versões atualizadas nos anos
2000 e em todos os casos, as alegorias se adaptaram para assustar um público
diferente das décadas de 1950, 1960 e 1970. A versão 2008 de Vampiros de Almas, Os
Invasores, esquece a paranóia e o medo dos comunistas para se concentrar no perigo
das guerras biológicas. O Exorcista: O início (2004) passa longe do terror que ocorre
dentro de casa e aposta na ameaça que vem de fora para dentro, muito conveniente
para a sociedade pós-11 de setembro de 2001. E, por fim, Madrugada dos Mortos
(2004), remake do segundo filme da chamada “Trilogia dos Mortos” de George A.
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Romero, troca os mortos-vivos lentos, apáticos e “velhos”, por uma horda de zumbis
rápidos, ágeis e violentos.
A falta de intenção de usar as alegorias para espelhar um determinado período,
não as tornam menos eficazes. A partir delas, é possível estreitar os laços entre o
cinema e a audiência, que interpreta os horrores cinematográficos de acordo com sua
própria bagagem cultural e emocional.
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FILMOGRAFIA