Resumo - Aula 04
Resumo - Aula 04
Resumo - Aula 04
Aula: 4
SUMÁRIO
1. CONCEITO DE CRIME
Formal:
Crime é a conduta que viola a lei penal. É uma definição que depende de um
conceito retirado da lei, formalmente constituída da lei em sentido estrito. É um conceito
que valoriza o Princípio da legalidade e todos os desdobramentos do próprio iluminismo
penal.
Beccaria, em “Dos delitos e das penas”, faz uma denuncia do direito penal
absolutista, que a partir daquele momento já era inaceitável.
Carrara, propõe que a autoridade não estava mais no Rei, vinha da lei produzida
pelo parlamento, feita de homens que produziam suas leis para os próprios homens
(jusnaturalismo antropológico).
Material:
Crime é a conduta que ofende, ou apresenta perigo de ofensa aos bens jurídico-
penais, sendo o bem jurídico o valor (interesse) tutelado pela norma incriminadora.
A espiritualização do bem jurídico: o bem jurídico fica cada vez mais abstrato,
muitas vezes se vê o crime e não se sabe qual o bem jurídico tutelado. Ex. crime de
lavagem de capitais, que possui 5 teorias acerca do bem jurídico tutelado (lei 9613/98).
Analítico/ dogmático:
É a definição científica do delito. Criado por Von Liszt, que divide o conceito
unitário em vários elementos/ substratos.
Observações gerais:
Fato típico:
Nexo causal: efeito e resultado. Art. 13, CP – Teoria da Conditio sine qua non.
Antijuridicidade:
Culpabilidade:
Críticas:
Parece ser um sistema incompatível com várias categorias jurídicas, como por
exemplo os crimes omissivos. Se a conduta é o movimento corporal que causa o
resultado, como punir o garantidor que não prestou socorro?
Esse conceito bastava, pois o sistema penal era pequeno. Existiam poucos tipos
penais, uma vez que o Estado só punia delitos comissivos de resultado naturalístico.
Frágil para os crimes não materiais e crimes tentados. A conduta era cega.
Tipo pena acromático, ou seja, avalorado. O tipo penal era simplesmente uma
moldura reitora com elementos subjetivos descritivos. Tipos penais não poderiam
Apregoa uma abertura valorativa. O jurista não observa a realidade para deduzir
leis naturais. Analisa interessadamente a realidade, para tentar encaixar (subsumir à
realidade) determinados modelos legais, criados a partir do aporte de diversos
pensamentos culturais e juízos de valor.
Por fim, dolo e culpa continuam como elementos da culpabilidade, mas não mais
como espécies.
Críticas:
Com o advento da Teoria Finalista, dolo e culpa passam a ser analisados dentro
do substrato do fato típico.
A culpabilidade passa a ser definida pela Teoria normativa pura, passa a ser
definida pelos elementos normativos que foram à elas acrescentados no período
neokantista (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta
diversa). Culpabilidade passa a ser um juízo de reprovação pessoal do injusto penal.
Principais características:
Críticas:
2 Quando surge a potencial consciência da ilicitude? Para a doutrina majoritária, surge com Mezger. Logica da
culpabilidade como estilo de vida.
Observações:
Erro enquanto ente desvinculado do fato e da lei: erro de tipo e erro de proibição.
Qual sistema jurídico penal seguido pelo Código Penal brasileiro? Sistema finalista,
a partir da reforma de 1984, redigida por Assis Toledo. A prova é o art. 20, CP – “o erro
acerca dos elementos constitutivos do tipo legal de crime exclui o dolo”. Sendo assim
conclui-se que o dolo está no elemento fato típico.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O dolo finalista é natural, isso porque, Welzel deslocou para o fato típico apenas
os elementos naturais, deixando o elemento normativo na culpabilidade (potencial
consciência da ilicitude), cuja ausência resulta erro de proibição.
Rogerio Greco entende que dolo e culpa passam a ser elementos da conduta
especificamente.
Para Roxin a conduta passa a ser definida pela Teoria Pessoa da Ação ou Teoria
Personalista. É o conjunto de dados fáticos e que são expressão da personalidade do
homem, isto é, que integram a arte anímico-espiritual do ser humano.