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CAPÍTULO

Marcos William Kaspchak Machado


(Organizador)

RESERVADO PARA TITULO

Engenharia de Produção:
What's Your Plan? 2

Atena Editora
2019

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 2


2019 by Atena Editora
Copyright da Atena Editora
Editora Chefe: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira
Diagramação e Edição de Arte: Natália Sandrini e Lorena Prestes
Revisão: Os autores

Conselho Editorial
Prof. Dr. Alan Mario Zuffo – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Prof. Dr. Álvaro Augusto de Borba Barreto – Universidade Federal de Pelotas
Prof. Dr. Antonio Carlos Frasson – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Prof. Dr. Antonio Isidro-Filho – Universidade de Brasília
Profª Drª Cristina Gaio – Universidade de Lisboa
Prof. Dr. Constantino Ribeiro de Oliveira Junior – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Daiane Garabeli Trojan – Universidade Norte do Paraná
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva – Universidade Estadual Paulista
Profª Drª Deusilene Souza Vieira Dall’Acqua – Universidade Federal de Rondônia
Prof. Dr. Eloi Rufato Junior – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Prof. Dr. Fábio Steiner – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Prof. Dr. Gianfábio Pimentel Franco – Universidade Federal de Santa Maria
Prof. Dr. Gilmei Fleck – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Profª Drª Girlene Santos de Souza – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Profª Drª Ivone Goulart Lopes – Istituto Internazionele delle Figlie de Maria Ausiliatrice
Profª Drª Juliane Sant’Ana Bento – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Prof. Dr. Julio Candido de Meirelles Junior – Universidade Federal Fluminense
Prof. Dr. Jorge González Aguilera – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Profª Drª Lina Maria Gonçalves – Universidade Federal do Tocantins
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Profª Drª Paola Andressa Scortegagna – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Raissa Rachel Salustriano da Silva Matos – Universidade Federal do Maranhão
Prof. Dr. Ronilson Freitas de Souza – Universidade do Estado do Pará
Prof. Dr. Takeshy Tachizawa – Faculdade de Campo Limpo Paulista
Prof. Dr. Urandi João Rodrigues Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará
Prof. Dr. Valdemar Antonio Paffaro Junior – Universidade Federal de Alfenas
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande
Profª Drª Vanessa Lima Gonçalves – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme – Universidade Federal do Tocantins
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
E57 Engenharia de produção: what's your plan? 2 [recurso eletrônico] /
Organizador Marcos William Kaspchak Machado. – Ponta
Grossa (PR): Atena Editora, 2019. – (Engenharia de Produção:
What's Your Plan?; v. 2)

Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-254-8
DOI 10.22533/at.ed.548191204

1. Engenharia de produção – Pesquisa – Brasil. 2. Indústria –


Administração. 3. Logística. I. Machado, Marcos William Kaspchak.
II. Série.
CDD 620.0072
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de
responsabilidade exclusiva dos autores.
2019
Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos
autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
www.atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO

A obra “Engenharia da Produção: What’s your plan?” é subdividida de 4 volumes.


O segundo volume, com 37 capítulos, é constituído com estudos contemporâneos
relacionados aos processos de gestão da produção, desenvolvimento de produtos,
gestão de suprimentos e logística, além de estudos direcionados à aplicação dos
conceitos da Industria 4.0.
A área temática de gestão da produção e processos aponta estudos relacionados
a gestão da demanda, dimensionamento da capacidade produtiva e aplicação de
ferramentas de otimização de processos, como o lean production e técnicas de
modelagem, além de estudos relacionados ao desenvolvimento de novos produtos.
Na segunda parte da obra, são apresentados estudos sobre a aplicação da a
gestão da cadeia de suprimentos, desde os processos de dimensionamento logístico,
gestão de estoque até soluções emergentes provenientes da indústria 4.0 para
otimização dos recursos fabris.
Aos autores dos capítulos, ficam registrados os agradecimentos do Organizador
e da Atena Editora, pela dedicação e empenho sem limites que tornaram realidade
esta obra que retrata os recentes avanços científicos do tema.
Por fim, espero que esta obra venha a corroborar no desenvolvimento de
conhecimentos e inovações, e auxilie os estudantes e pesquisadores na imersão em
novas reflexões acerca dos tópicos relevantes na área de engenharia de produção.
Boa leitura!

Marcos William Kaspchak Machado


SUMÁRIO

CAPÍTULO 1................................................................................................................. 1
ANÁLISE E PREVISÃO DE DEMANDA PARA VENDAS EM UMA EMPRESA DE EQUIPAMENTOS
AGRÍCOLAS
Loreine Gabriele Martins da Silva Oliveira
João Batista Sarmento dos Santos Neto
Giovanna Casamassa Tiago Quinteiri
Diego Rorato Fogaça
Francisco Bayardo Mayorquim Horta Barbosa
DOI 10.22533/at.ed.5481912041

CAPÍTULO 2............................................................................................................... 15
ENGENHARIA DE MÉTODOS: ESTUDO DOS TEMPOS E MOVIMENTOS NA MELHORIA DA
PREPARAÇÃO DE FOOD TRUCK NA CIDADE DE REDENÇÃO – PA
Nayane dos Santos de Santana
Ítalo Lopes da Silva
Adilson Sousa Miranda
Aline Oliveira Ferreira
Nayara Cristina Ramos
DOI 10.22533/at.ed.5481912042

CAPÍTULO 3............................................................................................................... 28
UTILIZAÇÃO DO MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR EM UMA PANIFICADORA EM UM DISTRITO
DO MUNICÍPIO DE SERTÂNIA/PE: UM ESTUDO DE CASO
Marcos Vinicius Leite da Silva
Fabiano Gonçalves dos Santos
Pedro Vinicius dos Santos Silva Lucena
Caio Anderson Cavalcante da Silva
Felipe Alves Mendes da Silva
Samuel Hesli de Almeida Nunes
DOI 10.22533/at.ed.5481912043

CAPÍTULO 4............................................................................................................... 39
O USO DE PRÁTICAS DE PRODUÇÃO ENXUTA PARA O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE EM UMA
INDÚSTRIA METALÚRGICA
Paulo Ellery Alves de Oliveira
William Pinheiro Silva
Hellany Cybelle Araujo de Lima
Arthur Arcelino de Brito
Rafael de Azevedo Palhares
Mariana Simião Brasil de Oliveira
Felipe Barros Dantas
Nathaly Silva de Santana
Pedro Osvaldo Alencar Regis
Eliari Rodrigues Silva
Railma Rochele Medeiros da Silva
DOI 10.22533/at.ed.5481912044

SUMÁRIO
CAPÍTULO 5............................................................................................................... 55
DEFINIÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA NO PROCESSO DE MONTAGEM DE BOBINAS:
ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DE FIOS E CABOS
Cryslaine Cinthia Carvalho Nascimento 
Aianna Rios Magalhães Veras e Silva
Francimara Carvalho da Silva
Danyella Gessyca Reinaldo Batista
Priscila Helena Antunes Ferreira Popineau
João Isaque Fortes Machado
Leandra Silvestre da Silva Lima
Paulo Ricardo Fernandes de Lima
Pedro Filipe Da Conceição Pereira
DOI 10.22533/at.ed.5481912045

CAPÍTULO 6............................................................................................................... 68
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE TEMPERATURA EM UMA UNIDADE DE FABRICAÇÃO DE
ARTEFATOS DE CIMENTO DA REGIÃO CENTRO-SUL DE MATO GROSSO
Eduardo José Oenning Soares
Elmo da Silva Neves
Alexandre Gonçalves Porto
Alexandre Volkmann Ultramari
Francisco Lledo dos Santos
DOI 10.22533/at.ed.5481912046

CAPÍTULO 7............................................................................................................... 81
UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA MUNDIAL SOBRE OHSAS 18001
PUBLICADA EM PERIÓDICOS INDEXADOS PELA SCOPUS E WEB OF SCIENCE
Thales Botelho de Sousa
Gustavo Ribeiro da Conceição
Franklin Santos Loiola
Larissa Roberta Jorge França
Wilson Juliano Lemes Sumida de Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.5481912047

CAPÍTULO 8............................................................................................................... 93
PROPOSTA DE MODELO DE GESTÃO DE ESTOQUE PARA UMA LOJA DE ROUPAS
Éder Wilian de Macedo Siqueira
DOI 10.22533/at.ed.5481912048

CAPÍTULO 9............................................................................................................. 105


MELHORIAS NO ARRANJO FÍSICO VISANDO O AUMENTO DA CAPACIDADE PRODUTIVA: UM
ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA MONTADORA DE VEÍCULOS
Jeferson Jonas Cardoso
Joanir Luís Kalnin
DOI 10.22533/at.ed.5481912049

SUMÁRIO
CAPÍTULO 10........................................................................................................... 116
A APLICABILIDADE DE FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS DO LEAN MANUFACTURING - UM
ESTUDO DE CASO DA INDÚSTRIA TÊXTIL DE CUIABÁ – MT
Andrey Sartori
Bruna Vanessa de Souza
Claudinilson Alves Luczkiewicz
Ederson Fernandes de Souza
Esdras Warley de Jesus
Fabrício César de Moraes
Moisés Phillip Botelho
Rosana Sifuentes Machado
Rosicley Nicolao de Siqueira
Rubens de Oliveira
William Jim Souza da Cunha
DOI 10.22533/at.ed.54819120410

CAPÍTULO 11........................................................................................................... 132


ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO WOOD FRAME E A ALVENARIA
CONVENCIONAL PARA UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR NA CIDADE DE DOURADOS - MS
Cíntia da Silva Silvestre
Filipe Bittencourt Figueiredo
DOI 10.22533/at.ed.54819120411

CAPÍTULO 12........................................................................................................... 150


APLICAÇÃO DO DMAIC E TÉCNICA DE MODELAGEM PARA MELHORIA DO PROCESSO DE
FABRICAÇÃO DE SAPATA
Taís Barros da Silva Soares
Camilla Campos Martins da Silva
Fredjoger Barbosa Mendes
Jarbas Dellazeri Pixiolini
Rodolfo Cardoso
DOI 10.22533/at.ed.54819120412

CAPÍTULO 13........................................................................................................... 166


APLICAÇÃO DO QUICK RESPONSE MANUFACTURING (QRM) PARA A REDUÇÃO DO TEMPO
DE MANUTENÇÕES PROGRAMADAS EM UMA SUBESTAÇÃO TRANSMISSORA DE ENERGIA
ELÉTRICA
Jader Alves de Oliveira
Fernando José Gómez Paredes
Tatiana Kimura Kodama
Moacir Godinho Filho
DOI 10.22533/at.ed.54819120413

CAPÍTULO 14........................................................................................................... 180


ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DA PRODUÇÃO DE CERVEJA ARTESANAL: ESTUDO DE UMA
MICROCERVEJARIA EM NOVA LIMA - MINAS GERAIS
João Marcelo Soares Bahia
Rafael Assunção Carvalho de Paula
Eduardo Romeiro Filho
DOI 10.22533/at.ed.54819120414

SUMÁRIO
CAPÍTULO 15........................................................................................................... 192
EFEITO DA APLICAÇÃO DO OEE EM UMA INDÚSTRIA LÁCTEA GOIANA
Darlan Marques da Silva
Angélica de Souza Marra
Jordania Louse Silva Alves
DOI 10.22533/at.ed.54819120415

CAPÍTULO 16........................................................................................................... 206


ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO LEAN MANUFACTURING EM
UMA EMPRESA FABRICANTE DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS: UM ESTUDO DE CASO
Bruno Henrique Phelipe
Walther Azzolini Júnior
DOI 10.22533/at.ed.54819120416

CAPÍTULO 17........................................................................................................... 218


AS ETAPAS CRÍTICAS PARA MELHORIA DOS PROCESSOS PRODUTIVOS INTERNOS DA
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO SERIADA
Manoel Gonçales Filho
Clóvis Delboni
Reinaldo Gomes da Silva
Sílvio Roberto Ignácio Pires
DOI 10.22533/at.ed.54819120417

CAPÍTULO 18........................................................................................................... 235


PROPOSTA DE REDUÇÃO DE LEAD TIME NA LINHA DE PRODUTOS TERMOELÉTRICOS DE UMA
PEQUENA EMPRESA FAMILIAR DO INTERIOR PAULISTA
Fernanda Veríssimo Soulé
Nayara Cristini Bessi
Luana Bonome Message Costa
Ana Beatriz Lopes Françoso
Tatiana Kimura Kodama
Luís Carlos de Marino Schiavon
Moacir Godinho Filho
DOI 10.22533/at.ed.54819120418

CAPÍTULO 19........................................................................................................... 253


CONSTRUÇÃO NAVAL BRASILEIRA: PERSPECTIVAS E OPORTUNIDADES A PARTIR DO
DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE OPERACIONAL
Maria de Lara Moutta Calado de Oliveira
Sergio Iaccarino
Elidiane Suane Dias de Melo Amaro
Daniela Didier Nunes Moser
Eduardo de Moraes Xavier de Abreu
DOI 10.22533/at.ed.54819120419

CAPÍTULO 20........................................................................................................... 266


AVALIAÇÃO DE UMA MARCA DE REMOVEDOR DE ESMALTE A BASE DE ACETONA BASEADA
EM QUATRO DIMENSÕES DO BRAND EQUITY
Felipe Zenith Fonseca
Flávia Gontijo Cunha
Gabriela Santos Medeiros Madeira
Valdilene Gonçalves Machado Silva
DOI 10.22533/at.ed.54819120420

SUMÁRIO
CAPÍTULO 21........................................................................................................... 277
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS FERRAMENTAS REVESTIDAS COM PVD NA USINAGEM
DO ALUMÍNIO 6351-T6
Rodrigo Santos Macedo
Marcio Alexandre Goncalves Machado
Vanessa Moraes Rocha de Munno
Ricardo Felix da Costa
DOI 10.22533/at.ed.54819120421

CAPÍTULO 22........................................................................................................... 291


MIX DO MARKETING EM DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: ESTUDO DE CASO EM EMPRESA
DE LATICÍNIOS
Rafael de Azevedo Palhares
Rogério da Fonsêca Cavalcante
Thyago de Melo Duarte Borges
Evaldo Soares de Azevedo Neto
Natalia Veloso caldas de Vasconcelos
Rodolfo de Azevedo Palhares
DOI 10.22533/at.ed.54819120422

CAPÍTULO 23........................................................................................................... 303


A RELAÇÃO ENTRE A GESTÃO DO CONHECIMENTO E A LOGÍSTICA: FATORES RELEVANTES E
NOVAS PERSPECTIVAS COM BASE NA LOGÍSTICA 4.0
Davidson de Almeida Santos
Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas
Carlos Francisco Simões Gomes
Sheila da Silva Carvalho Santos
Marcius Hollanda Pereira da Rocha
Rosley Anholon
DOI 10.22533/at.ed.54819120423

CAPÍTULO 24........................................................................................................... 318


ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS COM ESPECIFICIDADES DE TEMPERATURA
E UMIDADE: UM ESTUDO DE CASO
Clayton Gerber Mangini
Claudio Melim Doná
Julio Cesar Aparecido da Cruz
Wagner Delmo Abreu Croce
DOI 10.22533/at.ed.54819120424

CAPÍTULO 25........................................................................................................... 331


ESTUDO DO PROCESSO PRODUTIVO E COMERCIAL DO QUEIJO MINAS ARTESANAL CANASTRA
DE UMA FAZENDA EM MEDEIROS-MG
Rafael Izidoro Martins Neto
Humberto Elias Giannecchini Fernandes Rocha Souto
Bárbara Andrino Campos Silva
Marcelo Teotônio Nametala
DOI 10.22533/at.ed.54819120425

SUMÁRIO
CAPÍTULO 26........................................................................................................... 346
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS EM SERVIÇOS POR MEIO DO FLUXO DE INFORMAÇÕES:
CASO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
Manoel Carlos de Oliveira Junior
Sandro Breval Santiago
Saariane Arruda Bastos
DOI 10.22533/at.ed.54819120426

CAPÍTULO 27........................................................................................................... 358


GESTÃO DE RISCOS DE RUPTURAS E ESTRATÉGIAS DE RESILIÊNCIA EM CADEIAS DE
SUPRIMENTOS
Márcio Gonçalves dos Santos
Rosane Lúcia Chicarelli Alcântara
DOI 10.22533/at.ed.54819120427

CAPÍTULO 28........................................................................................................... 373


SELEÇÃO DE MODAL DE TRANSPORTE ATRAVÉS DE UM MÉTODO DE APOIO À DECISÃO
MULTICRITÉRIO
Myllena de Jesus Fróz da Silva
Mônica Frank Marsaro
Mirian Batista de Oliveira Bortoluzzi
DOI 10.22533/at.ed.54819120428

CAPÍTULO 29........................................................................................................... 385


AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE PRESTADORES DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS UTILIZANDO A
ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS
Isabella russo vanazzi
Luís Filipe Azevedo de Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.54819120429

CAPÍTULO 30........................................................................................................... 398


PROPOSTA DE MELHORIA COM ENFOQUE NA GESTÃO DE ESTOQUE EM UM SUPERMERCADO
Rafael de Azevedo Palhares
Evaldo Soares de Azevedo Neto
Samira Yusef Araujo de Falani Bezerra
Camila Favoretto
Laura Maria Rafael
Dellano Jatobá Bezerra Tinoco
Leila Araújo Falani
Lílian Salgueiro Azevedo
DOI 10.22533/at.ed.54819120430

CAPÍTULO 31........................................................................................................... 410


DESAFIOS DA SUPPLY CHAIN 4.0
Felipe de Campos Martins
Alexandre Tadeu Simon
Fernando Celso Campos
Renan Stenico de Campos
DOI 10.22533/at.ed.54819120431

SUMÁRIO
CAPÍTULO 32........................................................................................................... 423
CUSTOMCOLOR: UMA SIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO CUSTOMIZADA APLICANDO OS CONCEITOS
DA INDÚSTRIA 4.0
Nicole Sales Libório
Yrlanda de Oliveira dos Santos
Jorge Luis Abadias Barbosa
Vandermi João da Silva
DOI 10.22533/at.ed.54819120432

CAPÍTULO 33........................................................................................................... 433


IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 SOBRE O FUTURO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Caio Zago Cuenca
Caio Marcelo Lourenço
Raquel Lazzarini dos Santos Françoso
Fernando César Almada Santos
DOI 10.22533/at.ed.54819120433

CAPÍTULO 34........................................................................................................... 444


O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO NA INDÚSTRIA 4.0 E SEU ALINHAMENTO COM
OS PARADIGMAS ESTRATÉGICOS DE GESTÃO DA MANUFATURA
Paulo Eduardo Pissardini
José Benedito Sacomano
DOI 10.22533/at.ed.54819120434

CAPÍTULO 35........................................................................................................... 457


UM MODELO DE PROCESSOS DO PROJETO DE ADAPTAÇÃO EMPRESARIAL AO PARADIGMA
DAS INDÚSTRIAS 4.0
Thales Botelho de Sousa
Fábio Müller Guerrini
Carlos Eduardo Gurgel Paiola
Márcio Henrique Ventureli
DOI 10.22533/at.ed.54819120435

CAPÍTULO 36........................................................................................................... 469


ESTIMANDO A RECIPROCIDADE DO MODAL DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO
Ronan Silva Ferreira
Priscila Caroline Albuquerque da Silva
DOI 10.22533/at.ed.54819120436

CAPÍTULO 37........................................................................................................... 482


ESTUDO DE OPERAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO BAIRRO URCA, RIO DE JANEIRO
Frederico do Nascimento Barroso
Marcelle Candido Cordeiro Lino Marujo
Leornardo Mangia Rodrigues
Lino Guimarães Marujo
DOI 10.22533/at.ed.54819120437

SOBRE O ORGANIZADOR...................................................................................... 494

SUMÁRIO
CAPÍTULO 14

ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DA PRODUÇÃO


DE CERVEJA ARTESANAL: ESTUDO DE UMA
MICROCERVEJARIA EM NOVA LIMA - MINAS GERAIS

João Marcelo Soares Bahia foi possível, tendo em vista sua ausência na
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG base de dados, como o bagaço de malte, a
Rafael Assunção Carvalho de Paula purga e o trub. O processo de produção da
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG microcervejaria artesanal foi avaliado quanto
Eduardo Romeiro Filho aos impactos ambientais decorrentes da
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG produção de 1000 L de cerveja, considerada
como unidade funcional. Como resultado das
análises percebeu-se que os maiores efeitos
RESUMO: No Brasil, as cervejarias artesanais, no meio ambiente são decorrentes do malte,
com sabores e aromas personalizados, estão da levedura e, principalmente, da embalagem
conquistando novos mercados e se difundindo de vidro utilizada. Ademais, o estudo buscou
pelo território nacional. Minas Gerais é um dos alternativas, em literatura e no contato com a
estados com maior concentração de cervejarias fábrica, para diminuição do impacto ambiental
artesanais, grande parte delas instaladas em decorrente do processo de produção.
Nova Lima, cidade da região metropolitana de PALAVRAS-CHAVE: ACV, cerveja artesanal,
Belo Horizonte. Junto ao crescimento desse Produtos Mineiros, Impacto ambiental,
mercado, aumenta também a preocupação com Reaproveitamento
os impactos ambientais causados pelos insumos
utilizados e pelas saídas dessa produção
artesanal, em especial considerando-se que a 1 | INTRODUÇÃO
legislação local permite a produção de cerveja Desde 1999, com a consolidação e
em áreas residenciais. A partir deste cenário, fusão de grandes cervejarias no Brasil, o
este artigo apresenta uma avaliação do ciclo de
mercado desse produto alcançou números
vida ACV realizada em um pequeno processo
impressionantes, chegando a produção de 14
produtivo de cerveja artesanal em Nova Lima.
bilhões de litros em 2014. Essa alta produção
Para fazer a avaliação dos impactos ambientais
e o posto de 3º maior mercado de cerveja no
gerados utilizou-se, junto à metodologia de
mundo, depois dos Estados Unidos e China,
ACV, o software aberto OpenLCA. Foram
está apoiada na forte consolidação das
considerados também, por meio de revisão de
literatura, impactos relacionados a resíduos grandes cervejarias, responsáveis por 98,6%
do sistema cuja inserção no software não da produção nacional da bebida em 2013. A

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 180


cadeia produtiva impulsionada pelo setor cervejeiro, que engloba desde o agronegócio
ao pequeno varejo, mercado de embalagens, logística, maquinário e construção
civil, é responsável por 1,6% do PIB e 14% da indústria de transformação nacional
(CERVBRASIL, 2016; SEBRAE, 2015).
Contudo, não só de grandes empresas sobrevive o setor. As pequenas indústrias,
microcervejarias, também contribuem para a produção e para o consumo da bebida.
De acordo com a definição de Morado (2009, p. 264), as microcervejarias são aquelas
que têm o seu produto voltado para uma demanda regional, atendendo quesitos
tradicionais e com qualidade diferenciada, não trabalhando na alta escala industrial.
Com um valor menor de produção e com produtos mais personalizados, essas
empresas conseguiram atingir um novo mercado, não tão explorado pelas grandes
indústrias. Os consumidores buscam maiores experiência no consumo, apreciando
sabores e aromas característicos. Além disso, segundo Gadbem (2008), apud Matos
(2011), houve um aumento do poder de consumo da classe C, que se permitiu comprar
produtos de maior qualidade e, consequentemente, mais caros.
Tal crescimento do mercado para as microcervejarias, aumentou a participação
desse subsetor no mercado nacional da bebida, saindo dos 8% em 2012 para 11%
em 2014, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja. De acordo com
estudo realizado pelo Instituto da Cerveja Brasil (2016), entre 2014 e 2015 houve um
crescimento de 17% no número de cervejarias artesanais, fechando 2015 com 372
empresas (a expectativa era encerrar 2017 com mais de 500).
No estado de Minas Gerais, existem 41 cervejarias artesanais e, dessas, 15 estão
localizadas em Nova Lima (região metropolitana de Belo Horizonte, MG), segundo o
Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais
(SindBebidas), apud Noronha (2017). Números que aumentam quando se considera
a grande quantidade no estado de “cervejarias ciganas”, marcas que terceirizam a
produção de suas receitas, seja por ausência de uma estrutura tecnológica e territorial
ou mesmo por estratégia financeira.
Destaca-se o estímulo dado pela Câmara Municipal de Nova Lima ao aprovar,
em 2013, a lei nº 2292 que permite artesania em áreas residenciais. Assim, não era
mais necessário que o cervejeiro instalasse uma fábrica na área industrial da cidade
para obter um alvará de funcionamento. Isso estimulou e atraiu diversos produtores
para a região, assim como outros setores da cadeia produtiva movimentada pelas
novas cervejarias.
Outro incentivo governamental é o fato de que a partir de 2018, as microcervejarias
poderão optar pelo Simples Nacional, um regime tributário menos burocrático e mais
adequado à realidade de micro e pequenas empresas. Isso para microcervejarias com
faturamento de até 4,8 milhões de reais anuais. O fato é que, com esse incentivo, a
tendência é que o número de microcervejarias continue crescendo no país e na região
de Nova Lima, gerando diversos impactos de ordem econômica, social e ambiental.
Especificamente em termos de impacto ambiental, é importante sua avaliação, tendo
Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 181
em vista a progressiva concentração de empresas em áreas residenciais, conforme
permitido pela legislação local.
Esta pesquisa consiste em uma ACV – Avaliação do Ciclo de Vida envolvendo
uma microcervejaria artesanal localizada na cidade, buscando desenvolver estudos e
analisar processos de fabricação das cervejas artesanais. A empresa pesquisada que
apresenta potencial de crescimento no mercado de cervejas especiais, aproveitando-
se das características regionais já apresentadas. Como exemplo, o expressivo número
de microcervejarias estimula a presença de outros setores da cadeia produtiva da
cerveja, o que diminui consideravelmente os custos logísticos e de estoque.
Visou-se coletar os dados de entrada e saídas das matérias primas envolvidas
em cada processo e, assim, obter os impactos ambientais gerados, por meio da
metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) associada à utilização do software
OpenLCA. Com os resultados obtidos, procurou-se mapear os pontos críticos da
análise ambiental e as possíveis soluções para diminuir os impactos, sendo algumas
delas já implementadas pelas empresas do estudo de caso.

2 | REVISÃO DE LITERATURA:

A cerveja artesanal trata-se de uma bebida produzida com foco na variedade


de cores, aromas e gostos, utilizando técnicas e receitas tradicionais de fabricação
(PARANHOS, 2017). Dessa forma, utilizam-se ingredientes especiais selecionados
e receitas customizadas, em grande parte oriundas de forma empírica. As empresas
focadas nesse tipo de cerveja, muitas de origem familiar, se preocupam mais com a
qualidade do produto do que com a quantidade produzida em si, buscando agregar
valor a cada unidade.
Para revisão de literatura, foram levantadas ACV de cervejas em geral. Neste
caso, Cordella et. al. (2007) definem cinco principais análises a serem feitas:
• Produção e aquisição de matérias primas e produtos auxiliares;
• Produção da cerveja;
• Envase do produto;
• Sistemas de transporte;
• Energia envolvida;
• Tratamento de descartes.
Lalonde et al (2013) trazem em seus estudos a comparação de três fases distintas
entre 5 cervejarias: os insumos dos materiais para fabricação, as operações e o
consumo da bebida. Nos resultados obtidos, é possível perceber os principais impactos
ambientais pertencentes a cada etapa. Os insumos dos materiais são os principais
contribuintes para ecotoxicidade, depleção de ozônio, uso de água, eutrofização, uso
da terra e poluição atmosférica na maioria das cervejarias avaliadas. Já as operações

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 182


industriais são as grandes responsáveis pelas mudanças climáticas e acidificação, em
três das cinco empresas avaliadas. Por último, o consumo da bebida está relacionado
também à mudança climática, devido à alta liberação de CO².
Ao analisar a Avaliação do Ciclo de Vida da produção de cerveja na Grécia,
Koroneos et. al. (2005), pôde-se ampliar os conhecimentos acerca dos resultados
de ACVs de Cervejas. Para esse trabalho, a produção de garrafas, seguido da
embalagem e da produção da cerveja em si, são os grandes responsáveis pelos
impactos ambientais causados pelo produto.

3 | METODOLOGIA

Buscou-se conhecer, através de uma série de visitas técnicas, a dinâmica do


processo produtivo para cada diferente receita produzida pela microcervejaria. Por se
tratar de cerveja artesanal, é aceitável que os processos produtivos possuam pequenas
diferenças entre uma receita e outra. Com base nas observações realizadas, optou-
se por dirigir o presente estudo à produção da cerveja tipo Pilsen, visto que o volume
produzido dessa cerveja é elevado em comparação com os demais tipos, há uma
maior precisão em relação às quantidades de cada insumo utilizado e, além disso, a
escolha facilita eventuais comparações com outros estudos sobre cervejas artesanais,
visto que o tipo Pilsen é o mais popular no país.
Com um fluxograma de processo definido, reuniões foram realizadas para coletar
os principais dados de entrada e saída de cada etapa do processo produtivo. Ou seja,
os dados utilizados no presente estudo estão de acordo com as informações recebidas
e observadas em cada reunião realizada. Por fim, foram utilizados os princípios da
metodologia de ACV e aplicado o software livre OpenLCA para cálculo dos impactos
gerados.

3.1 Ferramentas utilizadas e método de Avaliação do ciclo de vida

Para auxiliar na avaliação do ciclo de vida, esses dados foram inseridos no


software OpenLCA versão 1.6.3. A escolha do software considerou o fato do mesmo ter
código aberto e gratuito, o que garante maior transparência e acessibilidade no caso
de eventuais reproduções do estudo. Além disso, o software permite a importação de
diferentes tipos de bases de dados, essenciais para ACVs mais profundas em que se
deseja considerar entradas muito específicas. Assim, para cada entrada específica do
sistema analisado, procurou-se entre as bases de dados a mais se aproximasse das
condições existentes no caso analisado. Além disso, para a avaliação dos impactos
dessa análise do sistema, utilizou-se da metodologia eco-indicator 99.

3.1.1 Objetivo e escopo

A primeira etapa de uma ACV consiste na definição dos objetivos do estudo


Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 183
bem como o escopo, ou sistema, que será analisado. Esse escopo deve estar em
concordância e ser suficiente para responder aos objetivos definidos (ABNT, 2009).
Considerando o fato da cervejaria analisada apresentar uma capacidade produtiva
em torno de 1.000L (litros) por produção, a unidade funcional foi definida nesse valor.
Neste estudo, serão considerados desde o processo de moagem do malte
até o momento em que a cerveja está pronta para ser distribuída. Dessa forma,
não fazem parte do escopo os processos envolvidos na produção e transporte das
matérias primas, assim como na distribuição do produto final, a cerveja. A maioria
das cervejarias, localizadas na região em estudo, utilizam-se dos mesmos insumos
e formas de obtenção para a produção da cerveja. Além disso, não há um padrão na
distribuição do produto final, o que dificulta a coleta de dados referentes ao transporte.
A figura 1 apresenta um fluxograma simplificado dos processos que serão analisados.

Figura 1 - Fluxograma de produção


Fonte: Autoria própria (2018)

3.1.2 Análise de inventário

Nessa etapa da ACV, os dados coletados devem ser quantificados e qualificados


de forma coerente com a unidade funcional definida no estudo (ABNT, 2009). Conforme
definido no escopo, os dados foram calculados em função de 1000L (litros) de cerveja
produzida.

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 184


Quantidades referentes à energia consumida foram obtidos através da potência e
do tempo de funcionamento dos equipamentos, para cada etapa do processo. Quanto
às emissões de CO2, a cervejaria analisada não possui mecanismos para quantificar
a quantidade emitida no processo produtivo. Porém, de acordo com Krämer (2010),
para cada hectolitro de cerveja produzida são necessários cerca de 1,8 a 2,0 kg de
CO2. Logo, na tentativa de aproximar o estudo à realidade, esse valor foi considerado
na análise.

3.1.3 Avaliação de impactos

A etapa de avaliação de impactos é o momento em que os dados inseridos no


software são avaliados conforme os impactos ambientais associados. Esses impactos
são apresentados em categorias específicas, de acordo com a metodologia utilizada
para o cálculo (ABNT, 2009).
Em diversos estudos, é comum a não inserção no software de um dado específico,
presente no escopo, devido a sua não disponibilidade no conjunto de bases de dados
utilizados. Nessa situação, a avaliação de impactos sobre esse dado é realizada com
o auxílio da literatura disponível. Neste estudo, não foi encontrado uma base de dados
correspondente ao lúpulo.
O método escolhido para o cálculo foi o eco-indicator 99. Nele, os impactos
ambientais são agrupados nas três seguintes categorias: saúde humana, recursos e
ecossistema. A avaliação desses impactantes foi realizada sob as três perspectivas
disponíveis no método escolhido: hierárquica, igualitária e individualista.

3.1.4 Interpretação

A última etapa da ACV corresponde à interpretação dos resultados obtidos nas


etapas anteriores, sendo confrontados com o objetivo e escopo definidos no início do
estudo. Nesse momento, são identificadas as etapas críticas do processo produtivo
analisado, pontos que mais impactam no meio ambiente.
Vale ressaltar que os resultados foram obtidos através de uma abordagem relativa,
apresentando efeitos ambientais potenciais e não, necessariamente, impactos reais.
Logo, é importante que a interpretação considere essa limitação (ABNT, 2009).
A partir disso, é possível analisar possíveis melhorias que visam à diminuição
dos impactos ambientais alavancados por esses pontos críticos. Novas tecnologias,
estratégias diferentes de produção, reutilização de materiais e novas formas de descarte
de resíduos são exemplos de soluções levantadas em muitos estudos presentes na
literatura.

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 185


4 | RESULTADOS

A utilização do método de Avaliação do Ciclo de Vida permitiu obter resultados


tanto quantitativos quanto qualitativos. A primeira categoria advém da utilização
do software aberto OpenLCA, no qual são criados fluxos de produtos e processos
de produção e, a partir de métodos pré-estabelecidos, são calculados os impactos
ambientais.
A segunda categoria, resultados qualitativos, são frutos da coleta de dados e da
conversa direta com os funcionários da cervejaria. Além disso, as conclusões dessa
etapa estão relacionadas com a revisão de literatura sobre os impactos ambientais na
produção de cerveja e a utilização dos resíduos em outros sistemas.

4.1 Resultados quantitativos

4.1.1 Resultados gerais:

De forma geral, pode-se analisar o impacto ambiental do processo produtivo


como um todo, desde a moagem do malte até a pasteurização da cerveja (última
etapa, conforme Fig. 1). Assim, cada categoria de impacto é o resultado da soma do
seu correspondente valor em cada processo de produção. Por exemplo, o impacto
ambiental gerado pelo consumo de energia final é a soma do impacto do consumo
desse fluxo em cada etapa do fluxograma.

Quadro 1: Perspectivas Eco-indicador 99


Fonte: Adaptado de Eco-indicador 99 - Manual for designers (2000)

Este trabalho buscou, entretanto, ampliar a análise dos impactos ambientais para
diferentes cenários temporais. Para tanto, utilizou-se das perspectivas disponíveis no
método de avaliação de impacto Eco-Indicador. Tais metodologias se dividem entre

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 186


Individualista, Hierárquica e Igualitária e suas diferenças podem ser vistas na tabela a
seguir:Cada realidade empregada no OpenLCA gerou resultados quantitativos para a
análise. Esses são divididos entre impactos à saúde humana, ao ecossistema e aos
recursos. Para que pudessem ser comparados, foram coletados os dados provenientes
da pontuação única, ou seja, informações com uma mesma unidade de medida. Na
tabela abaixo seguem os resultados de cada impacto em cada cenário:

Quadro 2: Valores dos impactos ambientais por perspectivas

Fonte: Autoria própria com valores obtidos no OpenLCA (2018)

A partir da observação da tabela, fica claro o alto impacto à Saúde Humana,


causado pelo processo produtivo da Cerveja Artesanal, quando comparado ao impacto
nos Recursos e no Ecossistema (independente da perspectiva). Para uma melhor
comparação entre as diferentes avaliações do Eco-Indicador, gerou-se um gráfico em
barras de 100% no qual se analisa cada impacto ambiental em diferentes avaliações.
Dessa forma, no gráfico abaixo, vemos que o maior impacto na saúde humana está
na perspectiva de curto prazo enquanto no Ecossistema as perturbações se dão no
longo prazo.

Figura 2: Comparação dos impactos ambientais em cada perspectiva


Fonte: Autoria própria com valores obtidos pelo OpenLCA

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 187


4.1.2 Resultados específicos:

A avaliação do impacto ambiental a partir do OpenLCA foi também realizada


para as entradas específicas da produção do produto estudado. Foram obtidos,
consequentemente, valores que representam o quanto um fluxo de entrada ou saída
impacta ambientalmente nas categorias observadas: Saúde Humana, Recursos e
Ecossistema. Com o propósito de se fazer uma análise relevante neste trabalho,
são apresentados somente os processos que causam alta consequência ambiental
quando comparado aos outros.
Assim, na tabela abaixo pode-se comparar o impacto ambiental dos processos
das três principais entradas da produção de cerveja artesanal: o Malte, a Levedura e
a Embalagem de vidro.

Quadro 1: Impacto ambiental das entradas do processo em cada categoria


Fonte: Autoria própria com valores obtidos pelo OpenLCA

Pela análise das informações, nota-se que o impacto da embalagem de vidro


utilizada pela cervejaria é (mesmo que igual a zero nos recursos) significativamente
maior quando consideramos a saúde humana e o ecossistema. O principal responsável
por esse fator é a forma de descarte da garrafa de vidro e a demora de sua decomposição
no meio ambiente. Esse produto está, contudo, dentro do escopo de atuação da
empresa, ou seja, a cervejaria possui o poder de escolha de embalagens diferentes
ou de adoção de políticas de reutilização. Observa-se que essa manipulação não é
tão aberta na utilização do malte e da levedura, pelo fato desses produtos serem
intrínsecos à produção de cerveja, estando, assim, fora do escopo de atuação.
A reutilização das garrafas de vidro é uma saída para a cervejaria. De acordo com
o estudo exploratório de Muraro (2010), o uso de embalagens retornáveis é visto como
vantajoso pelas empresas, levando em conta a economia financeira e a preservação do
meio ambiente. Como principal dificuldade para esse processo, o autor cita a questão
logística, principalmente os aspectos de transportes de retorno, a customização para
os clientes e as avarias ocasionadas durante estas movimentações.

4.2 Análise de dados qualitativos

Uma segunda análise que o estudo se propôs a fazer é a dos resíduos que
não puderam ser inseridos no software devido alguma limitação, principalmente pela
especificidade do material. Dentre eles, o bagaço de malte, a purga e o trub são os

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 188


mais significativos e, portanto, os de maior preocupação no descarte.
O bagaço de malte, produto da etapa de mosturação, é composto em grande
parte por fibras e proteínas. Essa característica viabiliza a sua utilização para nutrição
animal e humana, destino que já é empregado pela empresa estudada. Além disso, o
material pode ser utilizado para produção de energia por queima direta ou por produção
de biogás anaerobicamente; produção de carvão vegetal; material absorvente em
tratamentos químicos; dentre outras alternativas. (MATHIAS; MELLO; SERVULO,
2015)
Grande parte das cervejarias artesanais não possuem mecanismos para
reaproveitamento das leveduras presentes na purga, uma saída da etapa de maturação
(Fig. 1). Isso porque, apenas aquelas leveduras com células ativas podem ser
reutilizadas numa nova fermentação, e o processo de separá-las é o que desencoraja
muitos produtores. Porém, para reduzir os impactos ambientais decorrentes do
descarte desse resíduo, existem possibilidades de aplicações fora das cervejarias.
Mathias et al (2015) e Pinto et al (2013) destacam o elevado poder nutricional
presente nas leveduras descartadas na maturação, com destaque para a presença
de aminoácidos, vitaminas do complexo B e minerais. Apresentando uma grande
viabilidade de serem reaproveitadas para enriquecimento de ração animal e de
suplementos alimentares. Ademais, Paula e Faria (2017) demonstram que a utilização
dessas leveduras na produção de aguardente de liquor de laranja mantém a qualidade
química e sensorial da bebida.
O trub é um material coagulado resultante da decantação do mosto, contém
partículas de lúpulo e proteínas instáveis em sua composição. Assim como ocorre com
o bagaço de malte e com a purga, o trub é comumente empregado no enriquecimento
de alimentos para ruminantes, devido ao elevado valor proteico. Mas a reutilização do
trub no tanque de filtração, onde se mistura com o bagaço de malte, também é uma
alternativa ao descarte (TROMMER, 2014).

5 | LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Algumas limitações do estudo merecem ser pontuadas, considerando o software


utilizado e o sistema produtivo da empresa. Referente às bases de dados disponíveis
no OpenLCA, um dos materiais de entrada do processo, o lúpulo, não foi encontrado.
Além disso, informações referentes a outros fluxos, como o malte e a levedura, não
estão disponíveis em dados nacionais, como está a energia elétrica.
Considerando o modo de produção artesanal da cervejaria do estudo, algumas
informações não são possíveis de coletar, como a quantidade de CO2 utilizada no
processo de gaseificação e alguns tempos de etapas da produção. Esse entrave,
entretanto, já era esperado, pela especificidade do modo produtivo da empresa. Em
processos artesanais cada lote de produção varia em função de conhecimentos tácitos
dos cervejeiros, dificultando a mensuração de entradas e saídas de materiais.
Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 189
6 | CONCLUSÃO

O presente trabalho buscou fazer uma Avaliação do Ciclo de Vida da produção de


1.000 litros de cerveja artesanal de uma cervejaria localizada na região metropolitana
de Belo Horizonte. Utilizou-se, para tanto, uma análise quantitativa, auxiliada pelo
software aberto OpenLCA, e uma qualitativa, baseada em bibliografia relacionada ao
tema e em uma série de visitas à empresa.
A partir dos resultados numéricos, conclui-se que os maiores impactantes de
todo o processo são a embalagem de vidro, o malte e a levedura. Para cada um
desses materiais, foram encontradas alternativas que visam diminuir o impacto
ambiental gerado. Para as garrafas, a reutilização das mesmas foi vista como uma
possibilidade para a cervejaria, que ganharia tanto na questão ambiental quanto na
financeira. Para os resíduos atrelados ao malte e à levedura, o bagaço de malte e a
purga, viu-se que estes podem ser utilizados para alimentação animal ou humana,
para fontes geradoras de energia e até, no caso da purga, ser reutilizado no processo
de produção da cerveja.
Considerando os três materiais, embalagem, malte e levedura, como intrínsecos
à grande parte das cervejarias, conclui-se também que as soluções que visam diminuir
os impactos ambientais podem ser adaptadas a cada realidade. Essa conclusão se
fortalece quando levado em conta o modo artesanal de produção. Geralmente o produto
final dessas empresas possuem um maior valor agregado e, portanto, o bom controle
de resíduos e uma logística reversa que visam diminuir os impactos ambientais e os
gastos financeiros são pontos que merecem ser levados em consideração.

REFERÊNCIAS
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do ciclo de vida – Princípios e estrutura. Rio de Janeiro, 2009.

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Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Capítulo 14 191


SOBRE O ORGANIZADOR

MARCOS WILLIAM KASPCHAK MACHADO Professor na Unopar de Ponta Grossa


(Paraná). Graduado em Administração- Habilitação Comércio Exterior pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa. Especializado em Gestão industrial na linha de pesquisa em
Produção e Manutenção. Doutorando e Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, com linha de pesquisa em Redes de Empresas e Engenharia
Organizacional. Possui experiência na área de Administração de Projetos e análise de custos
em empresas da região de Ponta Grossa (Paraná). Fundador e consultor da MWM Soluções
3D, especializado na elaboração de estudos de viabilidade de projetos e inovação.

Engenharia de Produção: What's Your Plan? 2 Sobre o organizador 494


 

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