Manual Marketing de Produtos Agricolas 7598
Manual Marketing de Produtos Agricolas 7598
Manual Marketing de Produtos Agricolas 7598
agrinov.ajap.pt
Coordenação Técnica:
Coordenação Científica:
Distribuição Gratuita
Leonor Queiroz e Mello
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1
2. O MARKETING.......................................................................................... 3
2.1. O Marketing de produtos agrícolas........................................................ 3
2.2. Conceitos gerais ................................................................................... 5
2.3. Opções estratégicas: segmentação e diferenciação................................ 9
2.3.1. Segmentação .................................................................................. 10
2.3.2. Targeting ........................................................................................ 14
2.3.3. Posicionamento............................................................................... 15
2.3.4. Marca.............................................................................................. 16
2.4. Políticas de marketing ......................................................................... 22
2.4.1. Produto........................................................................................... 22
2.4.2. Preço .............................................................................................. 31
2.4.3. Comunicação .................................................................................. 36
2.4.4. Distribuição .................................................................................... 42
3. PLANO DE MARKETING........................................................................... 45
3.1. Análise da situação actual ................................................................... 45
3.1.1. Análise de mercado......................................................................... 46
3.1.2. Matrizes de caracterização .............................................................. 47
3.1.3. Análise do produto ......................................................................... 65
3.2. Análise SWOT ...................................................................................... 73
3.3. Missão e objectivos da empresa .......................................................... 75
3.3.1. Missão ............................................................................................ 76
3.3.2. Objectivos....................................................................................... 76
3.4. Estratégias .......................................................................................... 78
3.4.1. Produto........................................................................................... 79
3.4.2. Comunicação .................................................................................. 80
3.4.3. Preço .............................................................................................. 82
3.4.4. Distribuição .................................................................................... 84
3.5. Resumindo e concluindo...o plano....................................................... 85
3.6. Os do’s and don’ts do Marketing......................................................... 89
4. GLOSSÁRIO ............................................................................................ 91
i
5. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 96
Índice de Tabelas
Índice de Figuras
ii
Figura 16 – Construção de matriz de portfólio – pontos fortes...................... 72
Figura 17 – Construção de matriz de portfólio – o futuro .............................. 72
iii
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1. INTRODUÇÃO
Segundo Kotler, Marketing é o processo através do qual indivíduos e grupos
obtêm o que querem e precisam, criando e trocando produtos e valor com
outros. Nesta definição existe um grupo, os consumidores, que têm vontades e
necessidades que precisam de ser satisfeitas e pelas quais estão dispostos a
dar um determinado valor. Do outro lado está outro grupo, a produção, que
tem capacidade de produzir os produtos que satisfazem essas necessidades
pelo valor que os consumidores estão dispostos a dar.
Este manual pretende ajudar a produção a olhar para o que produz e como
produz, a identificar e caracterizar hipóteses alternativas, e perceber se e
como consegue dar resposta às necessidades dos seus consumidores. O
manual é assim composto por duas partes. A primeira, dedicada ao marketing,
pretende mostrar como se podem definir estratégias de marketing e quais são
as ferramentas disponíveis para as empresas elaborarem o seu plano de
marketing. A segunda fala da construção do plano de marketing e de como
avaliar oportunidades de mercado, apresentando ferramentas para recolha de
informação com vista à caracterização dos produtos do ponto de vista
agronómico, agro-industrial, de comercialização e financeiro.
Pretende-se que este manual seja, antes de tudo, uma ferramenta de trabalho
que poderá ser utilizada:
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No final espera-se que todos fiquem bem cientes de que o que interessa não é
vender o que se produz, mas sim produzir o que se vende e que o consigam
fazer da melhor maneira possível.
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2. O MARKETING
Nesta primeira parte do manual falamos das ferramentas indispensáveis para a
implementação do marketing nas empresas. Para isso introduzem-se aqui
noções de marketing estratégico e marketing operacional. O marketing
estratégico centra-se na segmentação do mercado, ou seja quais os segmentos
que vão ser escolhidos, nas questões da diferenciação dos produtos através
das marcas e de como vamos posicionar os produtos no mercado para atrair
os consumidores. O Marketing operacional utiliza depois as ferramentas do
Marketing Mix, produto, preço, comunicação e distribuição, para
operacionalizar essas estratégias.
Nesta parte do manual começa-se então por abordar alguns conceitos básicos
para entender o Marketing, depois falar levemente das opções estratégicas de
marketing e, por último com maior detalhe, por ver cada uma das ferramentas
do Marketing Mix.
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O mercado dos produtos agrícolas foi evoluindo de uma forma mais lenta do
que os restantes mercados. No entanto o marketing agrícola tem vindo a
ganhar importância devido a uma série de factores:
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2.3.1. Segmentação
Ter o tamanho adequado para dar à empresa o retorno justo pelo seu
esforço;
Ser descrito por critérios que são relevantes para o negócio em questão;
Ser alcançável, isto é, tem que haver uma forma de aceder a esse grupo.
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grande superfície e a Eng.ª Manuela. Como as saladas são para a família toda,
os restantes elementos também entram como influenciadores, uma vez que a
Eng.ª Manuela tenta sempre encontrar uma salada que agrade a todos. A
influência acontece em casa, quando cada um pede à Eng.ª Manuela a sua
salada preferida. O mapa deve ser tão completo quanto possível e não incluir
apenas as fases em que a empresa/produtor está envolvida.
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2.3.2. Targeting
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2.3.3. Posicionamento
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2.3.4. Marca
Mas uma marca é muito mais do que isso. Dar uma marca a um produto é
assumir um compromisso com os consumidores. É uma promessa sobre as
características e qualidade do produto e sobre a sua manutenção ao longo do
tempo. Todas as acções de marketing ao nível do produto, preço, distribuição
e comunicação devem contribuir para, e ser coerentes, com essa promessa. Se
por um lado a construção de uma marca requer um investimento em
publicidade, promoção e embalagem, por outro, ajuda a fidelizar os clientes
através da confiança que transmite o que ajuda a criar valor para a empresa e a
prever, com um grau de confiança elevado, a evolução das vendas. Ou seja, a
marca ao criar valor para o consumidor cria valor para a empresa.
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Identidade da marca
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fazer. O peso de cada dimensão e a forma como se relacionam, assim como o(s)
benefício(s) escolhido(s), devem ir no sentido de fortalecer a relação marca-
cliente. Uma vez estabelecido o sistema de identidade da marca pode então
passar-se à execução. A execução passa por comunicar efectivamente os
valores, benefícios e identidade da marca a um determinado público-alvo. Da
execução faz ainda parte o desenvolvimento da identidade física da marca, a
qual inclui decisões sobre o nome, a embalagem, o grafismo (tipografia, cores,
etc.) e emblemas da marca (slogan, símbolos, logótipo, etc.).
2.4.1. Produto
Theodore Levitt, um dos gurus do Marketing, disse um dia que as pessoas não
compram produtos, compram soluções para problemas. Quando pensamos
num produto como uma solução estamos a focar-nos num dos conceitos
centrais do marketing: as necessidades dos consumidores.
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Classificação do produto
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Os atributos são as características dos produtos que vão ser vistos pelo
consumidor como um benefício. As decisões sobre os atributos vão por isso
ser muito importantes uma vez que vão afectar a reacção do consumidor ao
produto.
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Embalagem
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sensíveis ao manuseamento.
Noutros casos, as bandejas rígidas, de cor preta, que são muito comuns, por
exemplo, nas carnes, conseguem fazer passar uma imagem de produtos
premium. Ainda no plástico há uma enorme variedade de embalagens que
garantem melhor qualidade e uma garantia de maior higiene, de conservação
do produto e facilidade de transporte. Hoje em dia é muito comum ver, por
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Não nos devemos esquecer que estamos a falar em embalar produtos vivos e
que por isso há que ter em consideração a respiração, assim como alterações
ao nível da água, dos pigmentos e do aparecimento de algumas pragas ou
doenças. Trata-se também de atrasar a degradação fisiológica, manter o
aspecto, a cor a firmeza, etc. Para controlar este aspecto tenta-se criar uma
atmosfera modificada que depende das características da caixa ou do tabuleiro
e dos filmes plásticos utilizados.
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Serviços de apoio
Elementos qualitativos:
Elementos quantitativos:
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2.4.2. Preço
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Todos os produtos têm um preço e um valor. No seu sentido mais estrito, o preço
é a quantidade de dinheiro cobrada por um produto ou serviço. Na sua versão mais
lata, o preço é a soma de todos os valores que o consumidor troca pelo benefício
de usar um produto ou um serviço. O preço distingue-se das restantes variáveis do
marketing mix por ser o único que gera receitas, todas as outras representam
custos. É também o único que pode ter efeitos imediatos. Não é possível
implementar uma campanha de comunicação de um dia para o outro, mas é
possível alterar o preço de um produto em dois minutos.
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Por fim, e ainda nos preços psicológicos, há os preços mágicos, aqueles que
terminam em 9, como se vê na figura seguinte. Ainda hoje é discutível a
influência destes preços mágicos nas decisões de compra dos consumidores.
No entanto, eles continuam a ser amplamente utilizados pelos retalhistas com
o objectivo de aumentar as vendas.
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2.4.3. Comunicação
Publicidade
Força de vendas
Promoção
Relações públicas
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Esta é uma actividade que pode ser bastante dispendiosa e cujo retorno, como
na maior parte das actividades de comunicação, não se observa no imediato.
No orçamento para uma presença numa feira, no mínimo, há que contar com a
inscrição, o aluguer do stand, a produção de material promocional, a presença
de uma ou duas pessoas no stand durante todos os dias de feira (com horas
extraordinárias, deslocações, ajudas de custo, etc.), a montagem e a
desmontagem. Dependendo do tipo de feira poderá ter alguns produtos a
vender que poderão pagar alguns custos. Outra hipótese de reduzir os custos
é a presença conjunta, aparecendo na feira com outros produtores congéneres
ou complementares. Os custos da presença em feiras, tal como quaisquer
custos de comunicação, não devem, no entanto, ser encarados como uma
despesa mas antes como um investimento.
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As Carnes Tia Ló, por exemplo, têm um sítio Web onde apresentam alguma
informação, mas a ferramenta privilegiada de contacto com os seus clientes é
através de um grupo no Facebook. Semanalmente é enviada aos membros do
grupo uma mensagem com a promoção da semana que contém para além da
informação relativa à promoção, informação sobre o produto, como cozinhá-lo,
como tirar maior partido dele.
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2.4.4. Distribuição
Canais de comercialização
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Logística
Para além da decisão de qual o canal de escoamento que mais lhe convém, é
preciso decidir como é que se vai fazer chegar o produto até ao elo seguinte
da cadeia de comercialização. Esta decisão depende muito do tipo de produto
e da sua perecibilidade, dos recursos disponíveis e da distância a percorrer.
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3. PLANO DE MARKETING
“Fail to plan? Plan to fail!” (Falhou a planear? Planeie falhar!)
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Para fazermos a melhor escolha possível dos produtos a produzir, das formas
de venda e do seu marketing em geral devemos então recolher e analisar
alguma informação sobre os mercados e a concorrência (também designada
por análise externa) e sobre a nossa empresa, os seus recursos, as suas
limitações e potencialidade (aquilo que se designa por análise interna).
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Outros factores de ordem geral, mas que podem afectar directamente a nossa
actividade, devem também ser avaliados, ainda que apenas nos seus traços
mais gerais. Para elaborarmos um bom plano de marketing devemos então ter
uma ideia da evolução e das tendências ao nível da economia, da política e das
leis, das tecnologias e da envolvente sócio-cultural e demográfica.
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Caracterização agronómica
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Caracterização pecuária
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Caracterização agro-industrial
Os produtos a caracterizar neste ponto podem vir das actividades anteriores, caso
o produtor pretenda também ter transformação. Os parâmetros a considerar são os
seguintes:
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Caracterização financeira
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Parte I – Preços
Tabela 5 – Preços
Item Unidade Custo unitário
Investimento
Máquina
Equipamento
Ferramentas
Factores de produção
Fertilizantes
Fitofármacos
Armadilhas
…
Preços
Classe I1
Classe II
Custos de transporte
1 Classe de qualidade
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Parte II – Quantidade
Tabela 6 – Quantidades
Anos
Item Unidade Total
0 0-1 1-2 2-3
Investimento
Máquina
Equipamento
Ferramentas
Trabalho Dias de
Preparação do terreno trabalho
Preparação sementeira
…
Colheita
Total
Quantidade de factores
Fertilizantes
Fitofármacos
Armadilhas
…
Total
Produções
Classe I 70%
Classe II 25%
Quebras 5%
Total 100%
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1) Investimento
Máquinas
Equipamentos
Ferramentas
2) Custos variáveis
a) Trabalho
b) Factores
Preparação do terreno
Preparação sementeira
…
Colheita
c) Transporte
Total
3) Custos fixos
Administração
Apoio técnico
Total
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Nesta fase, e com base nos valores encontrados nos quadros anteriores, vão-se
determinar uma série de parâmetros que permitem comparar os produtos do
ponto de vista financeiro.
Taxa de actualização
Para que os valores sejam comparáveis é preciso que estejam expressos na mesma
unidade e referidos ao mesmo momento, normalmente o momento presente.
Quando se toma como momento de referência o presente diz-se que se está
actualizar um valor, quando se toma como momento de referência o futuro diz-se
que se está a capitalizar o valor.
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A questão que se pretende salientar com este exemplo é que, não havendo
uma taxa de actualização definida para cada caso, a escolha da taxa a utilizar é
da maior importância. Para decidir sobre qual a melhor taxa de juro um bom
critério será pensar qual será a aplicação onde o produtor poderia pôr o seu
dinheiro com um risco semelhante à(s) actividade(s) em causa. É também de
considerar a taxa de actualização proposta para a apresentação de
candidaturas a financiamentos do PRODER, a REFI – taxa de refinanciamento do
Banco Central Europeu.
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0 R1 R1/(1+t)0
1 R2 R2/(1+t)1
2 R3 R3/(1+t)2
3 R4 R4/(1+t)3
4 R5 R5/(1+t)4
5 R6 R6/(1+t)5
6 R7 R7/(1+t)6
7 R8 R8/(1+t)7
8 R9 R9/(1+t)8
9 R10 R10/(1+t)9
VAL R1/(1+t)0+R2/(1+t)1+…R10/(1+t)9
0 < VAL < limite – Pesar bem os prós e os contras e ver se de facto vale a pena
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TIR
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Caracterização da comercialização
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À semelhança das outras matrizes, também esta deve ser olhada de forma
crítica e retirar parâmetros que não se justifiquem ou acrescentar outros que
sejam necessários. A informação para a preencher pode vir da experiência de
comercialização do utilizador da matriz, pode ser recolhida junto de potenciais
clientes, junto dos industriais do sector e de informação de mercado que é
disponibilizada na Internet e em publicações especializadas. Quanto maior o
investimento associado à introdução de um novo produto no portfólio da
empresa, maior o risco associado à decisão e por isso maior o cuidado que se
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Cada mercado/produto pode ser comparado com os outros com base em três
variáveis: a atractividade do mercado para a empresa, a importância relativa
dos pontos fortes da empresa em cada mercado e a importância relativa de
cada mercado. A matriz seguinte dá-nos uma ideia da possível posição relativa
de vários produtos no mercado, em que a última variável é medida pela
dimensão dos círculos.
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1 – Fazer uma lista dos segmentos de mercado e decidir quais os mais atractivos.
Para isso deve considerar o tamanho do mercado, o crescimento (actual ou
previsto), os preços que pode cobrar, a rentabilidade, a diversidade de
necessidades a que pode responder, a concorrência em termos de qualidade e
quantidade, o apoio da empresa, etc.
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Para cada produto/flor vamos ver quais e quantos são os pontos fortes e,
consoante o resultado, marcar uma linha na vertical mais para a esquerda ou
mais para a direita. Na intersecção das duas linhas vai então pôr um círculo,
que é proporcional às vendas desse segmento no total das suas vendas. Se as
vendas totais foram 1000€, as das rosas 500€, as dos cravos 250€ e as das
gerberas 250€, os círculos dos cravos e das gerberas são iguais e têm metade
do tamanho do das rosas.
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4 – O último passo é indicar onde é que os círculos estarão daqui a um ano (ou
para o período para que será feito o plano).
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Poderá fazer-se uma análise SWOT resumida para cada um dos produtos e
depois a partir delas uma análise SWOT para o(s) segmento(s) que é(são)
considerado(s) importante(s) para a empresa. Na construção desta análise deve
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Fazer uma análise deste tipo de forma regular irá permitir que, ao longo do
tempo, a empresa ou o produtor vão ganhando conhecimento sobre a
actividade em que trabalham, as tendências do mercado e onde é que a
concorrência está a acrescentar valor. Esta informação é depois usada na
definição dos objectivos e estratégias de marketing e permite ir tomando
decisões ao longo do período de implementação do plano de marketing. Para
isso, e à medida que se vai ganhando experiência, poderão aperfeiçoar-se as
matrizes de caracterização, tirando parâmetros que não façam sentido e
incluindo outros que sejam importantes para a análise. É importante que,
periodicamente, se vá olhando para esses parâmetros e fazendo as correcções
necessárias e que tudo isso fique documentado e escrito. Este registo é
importante para quem está a fazer a análise no momento, mas também para
quem venha de novo, para perceber o histórico das decisões tomadas.
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3.3.1. Missão
A missão não deve ultrapassar mais do que uma página e deve incluir a seguinte
informação:
3.3.2. Objectivos
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3.4. Estratégias
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dois tipos de estratégias, as mais gerais que são investir (quadrante 1), extrair
ganhos selectivamente (quadrante 3), colher (quadrante 2) e desinvestir
(quadrante 4), e as específicas relacionadas com cada um dos 4 P’s e que se
verão de seguida.
3.4.1. Produto
Seja qual for a estratégia de produto escolhida, ela terá que se reflectir no plano de
marketing através das decisões sobre o produto. Como já foi discutido
anteriormente, a definição do produto passa não apenas pela definição das suas
características intrínsecas, mas também pela definição dos níveis de qualidade, das
embalagens e rótulos e dos serviços adicionais.
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3.4.2. Comunicação
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Publicidade
Plano: quem é que vai fazer o quê e quando? O que é que vai ser gasto,
em quê e quando.
Falemos agora de alguns aspectos práticos que poderão ajudar na escolha dos
meios de publicidade. Quando se escolhe o meio de comunicação é importante
saber se estamos a chegar ao nosso público-alvo e a quantas pessoas. Muitas
publicações têm uma ficha técnica onde se pode ver quem é que os lê. Uma
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Promoções
3.4.3. Preço
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Concorrência potencial – Até que ponto é que o preço que estabelecem pode
atrair ou afastar concorrentes. Se os seus preços são altos e dão boas margens
não vai demorar muito para a concorrência aparecer.
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3.4.4. Distribuição
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O objectivo deste ponto é resumir o que foi dito anteriormente e assegurar que
os pontos que foram abordados sejam vistos no seu contexto, isto é, o
desenvolvimento do plano de marketing.
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Orçamento
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Responsável: D. Gabriela;
A análise SWOT deve estar apontada para segmentos que são críticos
para a empresa e concentrar-se apenas em questões chave que levam a
objectivos;
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Ter uma mailing list a quem pode enviar newsletters. Tire o maior
partido possível das redes sociais existentes;
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Explicar aos seus clientes porque é que devem comprar o seu produto;
Não passe por cima dos pontos fracos da sua empresa, tente antes
arranjar forma de os ultrapassar;
Não tente ser tudo para toda a gente, não é possível agradar a todos;
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4. GLOSSÁRIO
Ameaças – Ameaças são factores do ambiente externo que causam problemas
e que podem impedir que se atinjam os objectivos. Aquilo que é uma ameaça
para uma empresa pode ser uma oportunidade para outra.
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Necessidade – Uma diferença sentida entre o estado real (de facto) e o estado
desejado pelo consumidor.
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Plano táctico – Plano que cobre um período de tempo curto, em geral um ano,
e que inclui muitos detalhes sobre as actividades a serem implementadas.
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Receita – Valor monetário recebido pela empresa pelos seus bens e serviços. É
o preço menos os descontos.
Sensibilidade ao preço – O efeito que uma alteração no preço tem nos clientes.
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5. REFERÊNCIAS
Kotler, P., Armstrong, G., Saunders, J. e Wong, V. (1999) Principles of
Marketing. 2nd European Edition. Prentice Hall. Europe.
Lindon, D., Lendrevie, J., Rodrigues, J. V., Dionísio, P. (2004). Mercator XXI.
Teoria e prática do Marketing. 10ª Edição. Publicações D. Quixote, Lisboa.
Portugal.
Maia, P. Entrevistado por Soares, M. (2008). Frubaça – O Sucesso e a Excelência da
Maça de Alcobaça. Revista da APH, 93, Abril/Maio/Junho de 2008. Acedido a 25
de Junho de 2009, em:
http://www.aphorticultura.pt/PDF/revistas/93/revistaaph93_entrevista.pdf.
Marques, R. G. (2007). GL em parceria com Frubaça lança sumo natural.
Secção de Bebidas, Hipersuper. Acedido a 25 de Junho de 2009, em:
http://www.hipersuper.pt/2007/11/06/gl-em-parceria-com-frubaa-lana-sumo-
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