COOLBOX Jogos para A Não Violência e A Igualdade de Género
COOLBOX Jogos para A Não Violência e A Igualdade de Género
COOLBOX Jogos para A Não Violência e A Igualdade de Género
Jogos para A
Igualdade de
Género E A
NÃo-Violência
Edição
COOLABORA, CRL – Rua Combatentes Grande Guerra, 60-62, r/ch
6200-020 Covilhã PT (www.coolabora.pt)
Concepção
Rosa Carreira (Coord.) e Graça Rojão
Contributos
Adriana Pereira, Ana Godinho, Arci Strauss (org), Diana Silva,
Fabiana Lopes, Filomena Simões, Gabriela Martinho, Gracinda Pereira,
Graal (org), Jares Xusús, Katerina Matulikova, Marco Ferreira, Noélia
Rodriguez, PEL - Association for progress, education and lobbying
(org), Patrícia Lopes, Paula Rocha, Raquel Curto, Sónia Botelho, Sónia
Casimiro, Tatiana Nogueira
Design gráfico
Francisco Paiva
Ilustrações
João Correia
ISBN: 978-989-97709-8-0
Covilhã 2018
coolBOX
Jogos para A
Igualdade de
Género E A
NÃo-Violência
INTERVENÇÃO
SOCIAL
Agradecimentos
Graça Rojão
Rosa Carreira
(Direcção Executiva da CooLabora)
Índice
1. Enquadramento 8
2. Apresentação da Coolbox 10
2.1. O que é 11
2.2. Para quem é 11
2.3. Como é 11
2.4. Narrativa da experiência de concepção 12
A segunda foi a intensa procura do Coolkit que desde 2011 tem sido
usado em várias escolas de todo o país e mesmo no Brasil. Desde o seu
lançamento, o Coolkit serviu já para dinamizar centenas de sessões que
envolveram milhares de crianças e jovens dos 10 aos 18 anos.
A terceira foi a candidatura aprovada pelo POISE que veio dar continui-
dade ao trabalho do Gabinete de Apoio à Vítima de Violência Doméstica
que a CooLabora coordena e que inclui, além do apoio a pessoas vítimas
de violência doméstica, o trabalho de prevenção e sensibilização.
( 1 ) O UBICOOL foi criado em 2011 pela CooLabora e consiste numa iniciativa de pro-
moção da cidadania activa que desafia estudantes da Universidade da Beira Interior
(UBI) a realizar actividades de promoção da igualdade e de uma cultura de não-vio-
lência em contextos escolares. A actuação dos/as voluntários/as decorre nas escolas
do concelho da Covilhã e tem periodicidade semanal ou superior. Centra-se na dina-
mização de jogos pedagógicos nos recreios das escolas ou em salas de aula, tendo
em vista prevenir problemas como o bullying ou a violência no namoro e reforçar a
capacidade dos alunos e alunas de resolução não-violenta de conflitos.
2.3. Como é
Este recurso pedagógico é constituído por 36 jogos e dinâmicas de gru-
po que se dividem pelas 4 áreas temáticas referidas atrás. Estas activi-
dades de carácter lúdico-pedagógico podem ser usadas em contexto
escolar mas também em iniciativas que juntem jovens e crianças como
sejam intercâmbios, campos de férias, fóruns, acções de formação não
formal, etc.
3.1. TemA´tica:
resoluçÃo nÃo
violenta de
conflitos
Implementação passo-a-passo:
1. Colocar em cada uma das quatro paredes da sala os cartões com
as letras A, B, C e D em posição visível, de preferência acima do
nível dos olhos.
2. Pedir aos/às participantes para se dirigirem até ao centro da sala e
informá-los/as que lhes serão apresentados vários dilemas, cada
um com várias soluções possíveis e que terão de optar por uma
delas.
3. Explicar que a cada solução corresponde uma das letras afixadas
nas paredes da sala pelo que cada pessoa deverá ouvir o dilema,
escolher a solução com a qual mais se identifique e deslocar-se
para o canto da sala correspondente.
4. O/A dinamizador/a lê o primeiro dilema e cada participante deslo-
ca-se de acordo com as instruções no ponto anterior.
5. Pedir aos/às participantes para justificarem a sua escolha e com
isso tentarem convencer as pessoas que escolheram outras op-
ções a juntarem-se-lhes.
6. O processo repete-se sempre que um dilema é apresentado ao gru-
po.
7. No final, dinamizar um debate sobre as questões que o jogo levan-
tou.
Dilema 1
A Aléxia é uma rapariga cigana que anda no 6º ano. Na sua turma ela é
a única pessoa desta etnia.
Dilema 2
Dilema 3
Dilema 4
Dilema 5
Dilema 6
Humberto é novo na escola e não vai ter a vida nada fácil: tem um estilo
de roupa duvidoso e é muito envergonhado. Um dia, quando ele passa
em frente ao teu grupo de amigos tropeça revelando a sua falta de jeito
e à-vontade. Todos se riem. E tu?
Dilema 7
Numa conversa de café uma pessoa tua amiga refere que quer adoptar
uma criança dando preferência a uma negra por serem mais dóceis e
humildes e, por isso, pensa ir buscá-la a um país africano.
a) Achas que isso é uma atitude racista por criar etiquetas para se
referir a crianças mas não dizes nada para não arranjares uma
Dilema 8
Dilema 9
a) Fazes de conta que não ouves, pois a mulher é adulta e tem que se
defender.
Dilema 10
Estás no hospital a visitar o teu avô que partiu uma perna. No mes-
mo quarto está um senhor idoso que foi operado a um cancro e que
se queixa de dores a um enfermeiro que passa. Este, farto dos seus
queixumes desabafa: não sei para que gastam o dinheiro dos meus
impostos a operar estes velhos.
a) Ficas em choque e vais falar com o senhor dizendo para não dar i
mportância ao que ouviu, mas não vais denunciar com medo que
se vinguem no teu avô.
b) Ficas em choque e vais procurar alguém responsável e contas o su
cedido exigindo que a pessoa seja punida.
c) Na verdade concordas que face às dificuldades financeiras do país
há que pensar melhor as despesas públicas e calas-te.
d) Outra opção
Dilema 11
a) Achas que ela devia estar numa instituição especial para estes
Dilema 12
Implementação passo-a-passo:
1. Colocar no chão uma fila de arcos criando percurso não linear.
2. Criar grupos de oito pessoas.
3. Prender os tornozelos dos/as participantes uns aos outros, criando
uma fila indiana.
4. Cada grupo tem que percorrer todo o percurso sem se
desequilibrar e sem colocar os pés fora dos arcos.
5. Podem-se colocar duas equipas lado a lado para se comparar as
prestações ou pode contar-se o tempo que cada uma demora a
concretizar o objectivo.
Implementação passo-a-passo:
1. Atam-se firmemente as duas pontas da corda.
2. Pede-se ao grupo que faça um círculo e cada pessoa segura com as
duas mãos a corda ficando esta no interior do círculo.
3. Pede-se ao grupo que se sente em simultâneo no chão
apoiando-se na corda e mantendo-a tensa.
4. A seguir pede-se ao grupo que se levante da mesma forma:
dependendo da tensão criada na corda.
5. A seguir pede-se ao grupo que repita mas com apenas uma mão a
segurar a corda.
Implementação passo-a-passo:
1. Constituem-se equipas de 5 pessoas.
2. A primeira equipa a jogar deve ter os/as 5 jogadores/as em fila e a
cada um/a são entregues duas varas. Coloca-se o cesto no final da
fila.
3. O/A dinamizador/a coloca em cima das varas do/a primeiro/a parti-
cipante a bola e este/a tem que as manusear de modo a não deixar
cair a bola e a passá-la ao/à colega de equipa que está à sua frente
e assim sucessivamente até ao/à último/a que deve estar perto do
cesto. Ninguém pode mexer os pés mantendo-se no mesmo local
durante a prova.
4. Durante o percurso a equipa pode falar para que crie uma boa
estratégia de levar a bola até ao cesto. Se a bola cair volta ao início
da fila.
Implementação passo-a-passo:
1. No início o/a dinamizador/a solicita que 7 pessoas se voluntariem
para colaborar nesta actividade. As restantes são observadoras.
2. Seis dos/das voluntários/as saem da sala e aguardam que sejam
chamados/as pelo/a dinamizador/a.
3. O/A voluntário/a que fica na sala vai ler a história para o grupo e
de seguida, vai contá-la ao/à primeiro/a participante a entrar na
sala informando-o/a de que deve prestar atenção à história porque
de seguida vai ter que contá-la ao/à próximo/a voluntário/a. Este/a
ouve em silêncio e, no final, vai contar ao/à próximo/a voluntário/a
História de Geraldona
Era uma vez uma menina muito bonita. O nome dela era Geraldo-
na. Geraldona gostava muito de brincar. Morava muito perto de uma
floresta. O avô e a avó de Geraldona moravam mesmo na floresta. Um
dia Geraldona recebeu um lindo vestido oferecido pela avó e pelo avô.
A cor desse vestido era verde. Geraldona gostou muito mas o vestido
era apertado e ela resolveu ir trocá-lo. Quando chegou à loja viu mui-
tas cores: azul, verde, violeta, amarelo… Mas ela quis o vermelho. E
Geraldona usou tanto esse vestido, desta cor, que ficou com a alcunha
de Teimosa. E de tanto a chamarem teimosa ela acabou por se chatear
e queixou-se à mãe, que por sua vez foi reclamar com o Presidente da
Junta. Este publicou uma lei proibindo o povo de a chamar Teimosa.
Cresceu sem mais episódios de destaque. Casou, teve 2 filhos e 1 fi-
lha, mas há um mês foi raptada por extraterrestres juntamente com 6
vacas que tinha na quinta. Bonifácio, o seu marido ficou preocupado,
pois os seus filhos ficaram sem mãe e sem leite.
Implementação passo-a-passo:
1. Num círculo inicial explicar as posições para jogar: a CASA é cons-
tituída por duas pessoas frente-a-frente, formando as paredes com
os dois braços levantados juntando as palmas das mãos criando
uma figura semelhante a um telhado de uma casa. O espaço inte-
rior dessa casa, entre as duas pessoas/paredes, será ocupado por
um outro jogador/a formando a PESSOA. No início, um/a jogador/a
estará sempre fora para iniciar o jogo. O jogo inicia quando o/a
jogador/a de fora tenta ocupar o lugar de um/a outro/a jogador/a
nas respectivas posições CASA ou PESSOA. As palavras-chave
para jogar são CASA, PESSOA e TEMPESTADE.
2. Quando o/a dinamizador/a diz: CASA, todas/os os/as jogadores/
as que constituem uma CASA devem mudar de lugar, construindo
uma outra CASA com outros/as jogadores/as. Atenção! As PESSO-
Implementação passo-a-passo:
1. Neste jogo, pretende-se que cada participante interprete e reflicta
sobre a sua experiência de uma determinada emoção e o partilhe
de forma escrita e oral.
2. Disponibiliza-se ao grupo um conjunto de cartões. Em cada um de-
les consta uma emoção. Cada pessoa tira um cartão aleatoriamen-
te e escreve num post it uma experiência sobre a emoção que lhe
calhou no cartão ou então sobre o antónimo desta.
3. Quando todas as pessoas tiverem registado a sua experiência no
post it, dá-se início à partilha do que se escreveu e do que se sentiu
na experiência escolhida.
4. Os post it podem ter cores diferentes em função de um sentimento
mais ou menos bom, para o/a participante.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a marca ou indica um determinado percurso
que implique ida e volta.
2. A equipa posiciona-se em fila e de cócoras. O/A participante
detrás agarra na zona dos tornozelos do/a participante da fren-
te e assim sucessivamente até ao/à que está na frente da fila.
Quanto mais elementos, mais comprida é a lagarta e mais difícil
é mantê-la inteira. A equipa tem de percorrer o espaço sempre
na posição de cócoras.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a entrega a cada participante 5 pedrinhas ou
berlindes.
2. Pede aos/às participantes que circulem pela sala aleatoriamente
e que sempre que se cruzam com alguém devem colocar-se frente
a frente e olharem-se nos olhos tentando manter-se sérios/as até
que uma das pessoas se ria. A pessoa que ri entrega uma pedri-
nha/berlinde à pessoa que ficou séria.
3. Ambos procuram outra pessoa e voltam a fazer o mesmo. Esta di-
nâmica pode durar 5 ou 10 minutos, cabendo ao/à dinamizador/a
decidir quando deve terminar.
4. O/A dinamizador pede ao grupo que se reúna em círculo e
pergunta:
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a entrega a cada participante 1 folha de papel
com o desenho dos quadrados.
2. A seguir pede a cada participante que conte o número de quadra-
dos que observa na figura, em silêncio e sem comentar com os/
as restantes e que faça o registo do número a que chegou no can-
to superior direito da folha. À medida que os/as participantes vão
terminando a contagem devem voltar a folha de papel ficando o
desenho para baixo e esperar que todas as pessoas terminem.
3. O/A dinamizador pede a cada participante que refira quantos qua-
drados contou.
3.2. TemA´tica:
Igualdade
de
género /
Implementação passo-a-passo:
1. A actividade deve ser iniciada com a distribuição por todas/os as/
os participantes da Carta dos Direitos.
2. Pede-se que os vários direitos sejam lidos em voz alta pelas/os par-
ticipantes que se oferecerem para tal e no final, solicitam-se opini-
ões sobre os direitos lidos.
3. Num terceiro momento, pede-se a todos/as que amarrotem a Car-
ta dos Direitos o mais possível.
4. Quando todos/as tiverem as Cartas bem amarrotadas, solicita-se
que as desenrolem e tentem colocar no formato inicial. Com ques-
tões sobre o impacto biopsicofisiológico da violência das vítimas,
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a pede 4 voluntários. 2 dos/as participantes se-
rão as "marionetas" e ficarão no centro da sala, no centro da ac-
ção. Os/As outros/as 2 serão os/as manipuladores/as emotivos/
as das mesmas marionetas (cada um dos/das manipuladores/as é
associado a uma marioneta) e ficarão na zona da plateia.
2. O grupo propõe uma situação quotidiana, por ex., à espera de uma
consulta nas urgências. As duas marionetas iniciam a situação, im-
provisando. É obrigatório que interajam.
3. A um sinal do/a dinamizador/a, os/as manipuladores/as lançam
Implementação passo-a-passo:
1. Com o giz ou a fita-cola desenha-se uma linha que atravesse a sala,
simulando uma meta
2. Os/As participantes colocam-se lado a lado, paralelamente à linha
mas no lado oposto da sala.
3. O/A dinamizador/a lê as afirmações que se seguem começando
sempre com a expressão “Dê um passo em frente quem:” e sem-
pre que os/as participantes se identificam com as mesmas dão um
passo no sentido da linha. Os/As que não se identificam mantêm-
-se na mesma posição.
4. No final realiza-se um debate sobre as diferenças de género e so-
bre como isso afecta os percursos de rapazes e raparigas.
Implementação passo-a-passo:
1. Começa-se por dividir os/as participantes em grupos de 3 a 5 pes-
soas.
2. Faz-se a leitura da história que relata um caso de violência domés-
tica.
3. Entrega-se a cada grupo o extracto da história que foi lido e pede-
-se que a continuem para o que dispõem de 5 minutos.
4. Cada grupo apresenta aos restantes o desfecho da história que leu.
5. Promove-se o debate que será essencialmente centrado nas várias
formas de violência doméstica e nas dificuldades das vítimas em
libertarem-se.
6. Depois do debate lê-se o final da história como de facto aconteceu.
(O QUE ACONTECEU?)
Implementação passo-a-passo:
1. Primeiramente, mostra-se aos/as participantes as fotos do link aci-
ma até à foto 20 explicando-se que se trata de uma reportagem
real levada a cabo por uma fotógrafa premiada por retratar vidas
difíceis.
2. Após isso lê-se a história que retrata um caso de violência domésti-
ca até ao parágrafo em que se pergunta: o que aconteceu?
3. Com esta pergunta proporciona-se um debate que se focará essen-
cialmente nos problemas da mulher que sofre de violência domésti-
ca.
(O que aconteceu?)
Implementação passo-a-passo:
1. Desenhar um círculo no chão e pedir aos/às participantes para cria-
rem uma roda de mãos à volta desse círculo.
2. O/A dinamizador/a pede aos/às participantes que sigam instruções
que serão 4 e que ao mesmo tempo que as seguem devem repetir
o que ele/a diz:
— Salta dentro
— Salta fora
— Salta à esquerda
— Salta à direita
3. A seguir explica que vai dar as mesmas ordens mas que as pessoas
devem repetir o que ele/a diz mas fazer o contrário.
4. O/A dinamizador/a deve pedir aos/às participantes que se sentem
em círculo e s seguir deve promover um debate.
Implementação passo-a-passo:
1. Entregam-se os pedaços de papel aos/às participantes que se en-
contram dispostos/as em círculo, com a primeira frase para com-
pletar.
2. Pede-se a cada participante que de forma clara e concisa termine a
primeira frase sem comentar com colegas. À medida que vão com-
pletando a frase vão-se recolhendo as folhas.
3. Quando todos/as acabarem, afixam-se na parede as folhas rela-
Implementação passo-a-passo:
1. São apresentadas aos/às participantes imagens que traduzem este-
reótipos sobre os papéis de género:
— Menina a jogar futebol
— Menino a brincar com bonecas
— Menino no ballet
— Menino a chorar
— Menina no karaté
— Mulher com profissão associada tradicionalmente ao homem
— Homem com profissão associada tradicionalmente à mulher
— Homem a fazer tarefas domésticas
— Mulher praticante de culturismo
— Mulher sentada no sofá vs homem sentado no sofá enquanto o/a
companheiro/a arruma a casa
2. Os/as participantes devem escolher uma das imagens e comentá-la.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a inicia o jogo, no centro da sala, sozinho/a e co-
loca-se na posição de dar um cumprimento de mão. De seguida,
pede que alguém do grupo complete a imagem. A estátua deve
manter-se imóvel durante alguns segundos para dar oportunidade
ao resto dos elementos de a visualizarem e analisarem.
2. Ao sinal do/a dinamizador/a, o elemento mais antigo (neste caso
ele/a próprio/a) sai da estátua e dá lugar a que outra pessoa com-
plete ou altere a imagem. A estátua, em momento algum, deve
alterar-se ou mover-se. O/A dinamizador/a incita o grupo a, usando
Implementação passo-a-passo:
1. Um/a participante segura no telefone de cartão e, enquanto isso,
lê a frase que aparece no monitor do telemóvel. Se a considera cor-
recta coloca o símbolo V, se considera o contrário, coloca o símbolo
X. Depois explica a sua posição.
2. Em seguida, pergunta-se aos/às restantes participantes a sua opi-
nião e debatem-se as diferenças.
3. O telemóvel vai rodando entre todos/as os/as participantes.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a deve começar por auscultar os/as participantes
sobre a sua posição relativamente ao uso de linguagem inclusiva
de género;
2. De seguida organiza 4 grupos e entrega a cada um deles um exercí-
cio para resolverem, para o que dispõem de 15 minutos.
3. Grupo 1: entrega-se a definição de homem e pede-se-lhe que defi-
na mulher inspirando-se no texto de que dispõe.
4. Grupo 2: entrega-se a definição de mulher e pede-se-lhe que defi-
na homem inspirando-se no texto de que dispõe;
5. Grupo 3: não se entrega qualquer definição e pede-se-lhe que re-
dija a definição de homem e mulher para integrar um dicionário de
língua portuguesa;
(Doc. 1)
Homem, s. m. mamífero primata, bípede, sociável, que se distingue
de todos os outros animais pelo dom da palavra e desenvolvimento
intelectual; ser vivo composto de matéria e espírito; ser humano; pes-
soa adulta do sexo masculino; varão (fig.) humanidade (pop.) marido;
sujeito; indivíduo – de Deus: bom homem; – de bem: homem honrado.
Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, 6ª edição,
1992.
(Doc. 2)
Mulher, s. f. feminino de homem; pessoa adulta do sexo feminino; pes-
soa do sexo feminino pertencente à classe inferior; esposa; espécie de
jogo popular; (fig.) homem efeminado; - da vida: prostituta; rameira; -
de virtude: bruxa; feiticeira.
Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, 6ª edição,
1992.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a divide os/as participantes em dois grupos: um
de rapazes e outro de raparigas.
2. Cada grupo recebe duas folhas de papel para anotar as coisas de
que espontaneamente se lembram quando ouvem “como é que
são as raparigas” e “como é que são os rapazes”. Em cada folha de
papel apresenta-se um tópico.
3. Os grupos têm 15 minutos para esta tarefa e depois disso, o/a dina-
mizador pede aos grupos que apresentem as suas conclusões.
4. Depois de ambos os grupos terem apresentado as conclusões so-
bre rapazes e raparigas, o/a dinamizador/a estimula uma discus-
são perguntando aos/às participantes quais são as diferenças que
notam nos dois géneros.Com este exercício, os/as participantes
perceberão como são vistos/as pelo outro género e como se vêem
como género.
5. Para desconstruir os estereótipos que podem surgir com este exer-
Nota: O/A dinamizador/a pode terminar esta actividade com uma refle-
xão sobre preconceitos e estereótipos de género.
Implementação passo-a-passo:
1. Explicar ao grupo que, através desta dinâmica, se pretende apro-
fundar a reflexão sobre as consequências da violência no namoro.
2. Organizam-se os/as participantes em duplas. A cada dupla é entre-
gue um cartão onde está representada uma relação de namoro e
onde constam comportamentos de abuso e algumas consequên-
cias associadas aos mesmos (ver abaixo).
3. Pedir a cada elemento da dupla que assuma o papel de uma das
personagens presentes no cartão ou, em alternativa, represente o
papel de amigo/a de um dos elementos do casal de namorados.
Cartões
João + Marisa
- O João pressiona a namorada para actos sexuais que ela não deseja
- A Marisa sente-se como um objecto: sente que o seu corpo não lhe
pertence
Pedro + Rute
- O Pedro, quando se zanga, atemoriza a namorada, ameaça-a, empur-
ra-a, dá-lhe encontrões…
- A Rute vive com medo e tem marcas de violência no seu corpo; baixou
o seu rendimento escolar
Sofia + Miguel
- A Sofia controla o Facebook, o e-mail, os telefonemas e as mensa-
gens do namorado
- O Miguel é vigiado e perseguido e sente-se mal com a vida
Mariana + Daniel
- A Mariana fala com o namorado num tom agressivo e com desprezo
na voz
- O Daniel sente-se inferior e que não vale nada
Leonor + Martim
- A Leonor faz chantagem emocional quando o namorado quer sair
com o seu grupo de amigos/as
- O Martim sente-se culpado e sozinho
Maria + Rodrigo
- A Maria perde o controlo com os ciúmes e não admite que o namorado
tenha amigas
- O Rodrigo sente-se oprimido e desistiu de acreditar nas relações afec-
tivas
Afonso + Ana
- O Afonso ignora o que a namorada quer, o que ela pensa e sente. Ele
decide tudo sozinho
- A Ana convenceu-se que não tem direitos, que não merece nada, nem
o amor de ninguém
Rafael + Carla
- O Rafael controla o que a namorada come, critica o seu corpo e obriga-a
a trocar as roupas que revelam as suas formas
- A Carla está em guerra com o seu corpo
Implementação passo-a-passo:
1. Explicar ao grupo que esta dinâmica tem como objectivo promover
a auto-reflexão sobre as próprias reacções face a situações de vio-
lência no namoro e ajudar a encontrar alternativas de acção.
2. Dispõem-se os/as participantes nas cadeiras em dois círculos con-
cêntricos de 6 alunos/as cada (número máximo). Os/as participan-
tes que integram o círculo exterior ficam frente-a-frente com os/as
do círculo interior. Quando são mais do que 12 participantes faz-se
mais um ou dois círculos idênticos;
1. Questão do carrossel
Imagina que o teu namorado ou a tua namorada insiste que lhe dês as
palavras-passe do teu e-mail e do Facebook, para que tenha a certeza
que pode confiar em ti. Como reagirias a este comportamento?
2. Questão do carrossel
Se um amigo teu te dissesse que queria muito sair à noite no fim-de-
-semana, mas que a namorada precisa estudar e se ele sair só com os
amigos, ela entra em “parafuso”. O que lhe dirias?
3. Questão do carrossel
Imagina que um amigo teu te confessa que está muito decepcionado
porque a namorada não quer ter relações sexuais com ele, que passa a
vida a dizer que “não está preparada”. Diz-te que já tentou de tudo: já a
ameaçou que procurava outras raparigas, que acabava com a relação,
já “forçou” um bocadinho, já lhe deu presentes e implorou que ela lhe
desse essa prova de amor. O que lhe dirias?
4. Questão do carrossel
Imagina que assistes a uma discussão entre uma amiga tua e o seu
namorado que a insulta e a empurra com força contra um móvel. O que
farias?
5. Questão do carrossel
Imagina que uma amiga tua te conta que o namorado tem ataques de
fúria e lhe bate; e que te diz que não aguenta mais ser humilhada e
tratada assim, mas que não tem coragem para acabar a relação, por
ter medo que o namorado faça alguma coisa grave contra ela. Imagina
que tu a aconselhavas a romper o namoro, mas ela não o fazia. Como
reagirias a esta opção?
6. Questão do carrossel
Imagina que um amigo teu, desde que começou a namorar, vivia numa
enorme tensão e sempre a sentir-se culpado: a namorada era rude com
ele, criticava-o, ofendia-o e gritava-lhe constantemente e ele, parecia
ficar sem reacção. Imagina que esse teu amigo decidiu romper a rela-
ção, mas que pouco tempo depois te diz que está a pensar dar à ex-
-namorada uma nova oportunidade. O que lhe dirias?
Implementação passo-a-passo:
1. Explicar ao grupo que, através desta actividade, se pretende apro-
fundar a reflexão sobre o problema da violência no namoro: O que
é? Como se manifesta? Quais as suas consequências?
2. Propor a divisão do grande grupo em pequenos grupos de 4-5 ele-
mentos.
CASOS
Implementação passo-a-passo:
1. Explicar que esta actividade pretende, por um lado, aumentar a
compreensão sobre os factores que dificultam a ruptura de uma
relação de abuso e, por outro, pensar conjuntamente sobre como
lidar com situações desta natureza que possamos viver ou conhe-
cer.
2. Explicar que o vídeo de sensibilização que será projectado, dispo-
nível em www.youtube.com/watch?v=3GAl9IV7ktY, foi elaborado
A nossa experiência:
O filme produz, habitualmente, um impacto muito positivo nos grupos
e é um óptimo ponto de partida para se abordar um amplo leque de
questões relacionadas com a violência no namoro.
A caixa com o espelho no interior para além do efeito surpresa tem o
poder de passar, metaforicamente, a mensagem de que cada pessoa
pode comprometer-se com a causa da erradicação da violência no na-
moro.
Implementação passo-a-passo:
1. Divide-se o grupo grande em grupos mais pequenos.
2. Entrega-se a cada grupo um cubo em branco.
3. Propõe-se a cada grupo que, numa das faces, desenhe o que é
para eles/as um casal e nas restantes faces características associa-
das ao mesmo.
4. Depois o/a dinamizador/a vai pedir a cada grupo que desdobre o
cubo e irão descobrir um arco-íris. O/a dinamizador/a vai interpelar
os/as participantes sobre aquilo que estavam a observar. Que men-
sagem está associada ao arco-íris?
Implementação passo-a-passo:
1. O jogo pode ser utilizado recorrendo às questões (doc.1) projecta-
das em tela ou recorrendo à Plataforma Kahoot.
2. Os/As participantes encontram-se divididos/as em grupo (entre 2
e 5). Em cada grupo tem de haver, pelo menos, um smartphone (se
optarem por utilizar a Plataforma Kahoot).
3. O/A dinamizador/a entra na plataforma Kahoot através do link abai-
xo e os/as participantes entram na plataforma escrevendo apenas
o nome da mesma: Kahoot.
(Doc. 1)
Questionário:
1. O que é a violência no namoro?
a) Um mero desentendimento entre namorados/as
b) Um jogo para se divertirem
c) É um acto de violência, pontual ou contínua
d) Um acto de carinho entre namorados/as
Implementação passo-a-passo:
1. Começa-se pela divisão em grupos de 3/4 elementos.
2. A seguir o/a dinamizador/a faz a leitura do texto “História do Rodri-
go”.
3. Após a leitura é entregue a cada grupo o texto e é pedido que con-
tinuem a história.
4. Cada grupo lê para os/as outros/as colegas a sua versão do final
da história e dinamiza-se um debate sobre as consequências do
bulllying e o que cada um/a faria se tivesse passado por uma situa-
ção igual.
5. Por fim, relata-se a decisão do Rodrigo, perguntando aos/às parti-
cipantes se concordam ou não com ela.
Implementação passo-a-passo:
1. O número de cadeiras é sempre mais um do que o número de par-
ticipantes.
2. No início do jogo, cada pessoa tem de estar sentada numa cadeira,
sendo que fica sempre uma a mais; há um/a participante que tem
de ficar de pé. As cadeiras estão espalhadas aleatoriamente no es-
paço onde vai decorrer o jogo.
3. A pessoa que está fora do jogo tem como objectivo sentar-se na
cadeira vaga. Mas há regras:
i. Os/As participantes não podem deixar que a pessoa se sente em
nenhuma das cadeiras.
ii. Depois de se levantarem da cadeira em que estão sentados/as,
não podem voltar a sentar-se na mesma, até se sentarem noutra.
Implementação passo-a-passo:
1. Introduzir o tema com uma “chuva de ideias” em torno da identifi-
cação de actos de bullying.
2. Dividir os alunos e alunas em 4 grupos e entregar a cada grupo uma
das cenas sobre bullying
3. Cada grupo disporá de 15 minutos para analisar o texto e preparar
a representação da cena que lhe foi atribuída.
4. Após a apresentação das 4 dramatizações, deve promover-se o de-
bate.
Cena 1
Um grupo de alunas encontra-se na casa-de-banho da escola e uma
delas goza com uma colega que chega entretanto, por ser muito alta,
humilhando-a até a vítima fugir da casa-de-banho muito receosa. Per-
cebe-se pela forma como se dirige a ela que já é habitual este tipo de
comportamento da agressora e da vítima.
Cena 2
Vários alunos/as de 7º ano chegam à fila para almoço do refeitório da
escola e passam à frente de um aluno do 5º ano que estava no fim da
fila. Mesmo sem ter dito nada e ter-se afastado imediatamente, eles/
as fazem questão de o fazer sentir mal só porque é mais novo. Colegas
que estão também na fila assistem a esta situação sem nada dizerem,
apenas observando.
Cena 3
Um grupo de alunos e alunas tenta falar com o colega que está a prati-
car bullying sobre um colega mais novo.
Cena 4
Vários/as alunos/as reúnem-se para falar acerca de um amigo que está
a ser vítima de bullying por parte de um grupo da escola. Querem aju-
dar o seu amigo e tentam analisar as várias possibilidades.
Mais questões:
— Como é que as vítimas de bullying se sentem?
— A vítima de bullying é responsável pela violência de que está a ser
alvo?
— Os/as agressores/as de bullying estarão a tentar provar alguma coi-
sa?
— O bullying é uma questão de poder?
— O que é que um amigo ou amiga de uma vítima de bullying poderá
fazer?
— Quais são os preconceitos mais frequentes em relação às vítimas?
— Quem pode ser responsável por controlar um problema de bullying?
— De que forma é que cada um/a de nós pode contribuir para ajudar
a resolver este problema?
Implementação passo-a-passo:
1. Pedir aos/às participantes que se coloquem em círculo e que dêem
as mãos.
2. Colocar os 3 paus no centro do círculo em forma de tripé.
3. Perguntar quem é que no círculo acha que só faz o que quer e que
não se deixa pressionar pelo grupo de amigos/as e colegas.
4. Pedir aos/às jovens que se desloquem sempre de mãos dadas, ten-
tando que a pessoa que acha que não se deixa pressionar, derrube
(contra a sua vontade) os paus com os pés. O círculo deve manter
sempre a mesma forma ainda que se movimente no espaço. Ou
seja: para conseguir o objectivo, não se deve deformar o círculo.
Debate final:
O/A dinamizador/a deve reunir os/as participantes formando um
círculo e lançar as seguintes questões:
— O que acharam que foi representado com este jogo?
— Em que medida na vossa vida diária vocês sentem a pressão dos/as
outros/as para fazerem coisas que não querem?
— Na vida quotidiana esta pressão é menos divertida, certo?
Nota: estes são apenas alguns exemplos de perguntas que podem ser
feitas aos/às participantes para poderem reflectir acerca do jogo.
Situação A
1A. Tu és a Hannah, uma rapariga de 14 anos. Colocaste algumas fotos
no Facebook e recebeste comentários sarcásticos e insultos em rela-
ção ao teu peso e à cor da tua pele (a tua mãe vem da Índia).
A 1B. Tu és a Samantha, uma rapariga de 14 anos.
Colocaste comentários abusivos nas fotos de Hannah no Facebook por
causa do seu peso e da sua cor de pele (a mãe dela vem da Índia).
INSTRUÇÕES: tu és uma cyberbully. Tens que colocar os post-its com
teus comentários sobre tua vítima ou escrevê-los directamente na fo-
lha que ela tem na frente dela o mais rápido possível, para simular situ-
ações da vida real.
Situação B
2A. Tu és o Kenneth, um estudante do ensino secundário, gay. Foste
intimidado pelos teus colegas na escola e online, e recebeste ameaças
de morte por telefone. O bullying começou com um grupo anti-gay do
Facebook, criado pelos teus colegas de grupo.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a prepara previamente as perguntas sobre a vio-
lência que serão lidas ao grupo.
2. Os/As participantes têm folhas de papel de duas cores diferentes
em número igual ao número das perguntas. Com o verde, mostram
que concordam com a atitude da pergunta e, com o vermelho, mos-
tram que não concordam.
3. Depois de o/a dinamizador/a ler uma pergunta, os/as participantes
devem colocar um dos papéis coloridos na parede de acordo com a
sua opinião.
4. No final, a parede estará cheia de papéis coloridos. Se a maioria
deles for vermelha, isso significa que a violência no grupo se situa
Questões:
— Se eu assistir a um conflito entre 2 amigos/as meus ou minhas, in-
tervenho e tento que tudo se acalme, falando com eles/elas.
— Se eu for a passar com amigos/as num lugar da escola e vir alguém
a chorar sou incapaz de gozar com essa rapariga ou rapaz.
— Se eu vir rapazes a gozar com uma rapariga, peço-lhes para a deixa-
rem em paz.
— Se alguém me atacar, eu não ataco e apenas me defendo.
— Se eu e um/a amigo/a tivermos uma opinião diferente sobre algu-
ma coisa, isso não significa que só eu tenho razão.
— Se um/a amigo/a me convidar para alinhar numa cena de vingança
contra o/a seu/sua namorado/ por ter sido traído, eu recuso.
— Se alguém me disser que uma pessoa falou mal de mim, eu ignoro
essa informação e não quero nem saber quem é essa pessoa.
Debate:
O/A dinamizador deve promover um debate onde os/as participantes
irão partilhar as suas propostas sobre o que deve ser feito para prevenir
a violência em cada uma das situações apresentadas nas questões.
Implementação passo-a-passo:
1. O/A dinamizador/a deve começar por introduzir o tema da violên-
cia/bullying: O que é isso? Quais são as diferentes formas de vio-
lência? Por que é que as pessoas são agressoras (bullies)? Como é
que isso afecta a sociedade?
2. A seguir divide os/as participantes em grupos em número igual que
não deve exceder 5 pessoas.
3. Cada grupo recebe um conjunto de fotos, onde diferentes tipos de
violência são apresentados.
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