História e Geografia
História e Geografia
História e Geografia
3.
Se o Código de Hamurabi parece ter sido uma proclamação da justiça para servir
como exemplo e precedente, mas sem força de lei — como provam as numerosas
fontes judiciárias da época que sobreviveram, nas quais há uma única menção
conhecida a esse código —, pelo contrário, medidas decidas pelos monarcas que,
no vocabulário da época, “estabeleciam a justiça” (misharum), intervinham
esporadicamente no sentido de anular as dívidas de escravização (temporária) por
dívidas em que caíam pessoas nascidas livres.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Sete olhares sobre a antiguidade.
2ª ed. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1998. (adaptado)
5
A firmar um corpo de leis instituído por uma assembleia constituinte.
B unificar ordenamentos reais em um suporte físico para o povo babilônico.
C instaurar medidas legais elaboradas pela elite comerciante das capitais.
D estabelecer juridicamente a divisão administrativa do império persa.
E estruturar legalmente a manutenção de estamentos civis e da escravização.
4.
[...] os mestres gregos foram à escola com os egípcios, e todos nós somos
discípulos dos gregos. [...] Embora alguns [dos] templos [gregos] sejam vastos e
imponentes, não atingem as colossais dimensões das construções egípcias.
Sente-se que foram edificadas por seres humanos, para seres humanos. De fato,
não existia um governante divino imperando sobre os gregos que pudesse forçar —
ou tivesse forçado — todo um povo a trabalhar como escravos para ele. As tribos
gregas tinham-se instalado em várias cidades pequenas e em portos de abrigo ao
longo da costa. Havia muita rivalidade e atritos entre essas comunidades, mas
nenhuma delas conseguiu dominar todas as outras.
(Ernst H. Gombrich. A história da arte, 1993.)
5.
Entre as razões que levaram Clístenes a criar o ostracismo estaria o receio deAtenas
voltar a cair num regime tirano como o imposto por Pisístrato, “que tirou vantagem da
sua posição como líder popular e general para nomear-se tirano”. A primeira vítima do
ostracismo, em 488 [a.C.], foi precisamente Hiparco, filho de Carmo, personagem bem
próxima de Pisístrato, e arconte em 496/5 [a.C.].
A medida discutida no texto, estabelecida em Atenas, tinha o objetivo de
A fragilizar o governo da tirania vigente.
B desestabilizar o poder dos eupátridas.
C assegurar a organização democrática.
D barrar a atuação política dos metecos.
E ampliar a cidadania na pólis ateniense.
6.
A partir da segunda metade do século V a.C., o governo democrático ateniense
foi um dos mais radicais da História. Sob todos os aspectos, a democracia grega
colocava o poder diretamente nas mãos dos cidadãos, de uma maneira que nós,
que vivemos em democracias modernas, temos até dificuldade de imaginar.
LOPES, Reinaldo José. “Atenas: o berço do Ocidente”.
Disponível em: <https://aventurasnahistoria.uol.com.br>. Acesso em: 14 set. 2020. (Adaptado)
6
7.
Todo panteão, como o dos gregos, supõe deuses múltiplos; cada um tem suas
funções próprias, seus domínios reservados, seus modos particulares de ação, seus
tipos específicos de poder. Esses deuses que, em suas relações mútuas, compõem
uma sociedade do além hierarquizada, na qual as competências e os privilégios são
alvo de uma repartição bastante estrita, limitam-se necessariamente uns aos outros,
ao mesmo tempo que se completam [...]. Esses deuses múltiplos estão no mundo e
dele fazem parte. Há, portanto, algo de divino no mundo e algo de mundano nas
divindades. Assim, o culto não pode visar a um ser radicalmente extramundano, cuja
forma de existência não tenha relação com nada que seja de ordem natural, no
universo físico, na vida humana, na existência social.
VERNANT, J.-P. Mito e religião na Grécia Antiga. Tradução de Joana Angelica D’Avila Melo.
São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006. p. 4.
O texto indica que a condição das mulheres atenienses era caracterizada pelo(a)
A preocupação com a aprendizagem educacional dos jovens nas escolas.
B combate ao modelo aristocrático de governo nos espaços privados.
C conciliação da jornada de trabalho formal com a do ambiente familiar.
D importância do matrimônio para a formação do ideal democrático.
E presença do domínio patriarcal no modelo democrático da pólis.
9.
Aristóteles, ao descrever a democracia ateniense, afirmou:
“O fundamento do regime democrático é a liberdade (realmente, costuma-se
dizer que somente neste regime participa-se da liberdade, pois este é, segundo se
afirma, o fim de toda democracia). Uma característica da liberdade é ser governado
e governar por turno; com efeito, constituindo a justiça democrática em ter todos o
mesmo, numericamente e não segundo o merecimento, forçosamente tem que ser
soberana a multidão e aquilo que é aprovado pela maioria tem que ser o justo. Todos
os cidadãos devem ter o mesmo, de modo que, nas democracias, resulta que os
pobres têm mais poder que os ricos, posto que são mais numerosos e o que
prevalece é a opinião da maioria.”
(Aristóteles. Política. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de História Antiga. São Paulo: Global, 1983, p. 87).
7
A Era uma democracia direta ou participativa, e não uma democracia
representativa, como as atuais; em Atenas os cidadãos participam diretamente
das discussões e da tomada de decisões, pelo voto.
B Todos os indivíduos masculinos eram considerados cidadãos, indiferente da sua
origem e condição social.
C Fazia parte da política a ideia de competência ou de meritocracia, pois uns eram
mais sábios e competentes que outros, considerados cidadãos comuns; os
primeiros deveriam exercer o poder sobre os segundos.
D A cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de gênero, garantindo aos
cidadãos o pleno direito à participação, independente de sexo, impondo como
limite a idade de 21 anos e ser alfabetizado.
E O fato de não existirem escravos em Atenas fazia com que a quase totalidade da
população daquela Cidade-Estado tivesse participação no processo político.
10.
No Período Clássico, a expansão das fronteiras geográficas das cidades gregas foi
resultado de um processo histórico envolvendo as condições culturais, sociais, políticas
e do conhecimento.
Com base na figura e nos conhecimentos sobre o Período Clássico grego, é adequado
afirmar que
A No Período Clássico, a civilização grega teve seu domínio hegemônico da região
do Mediterrâneo e Mar Negro, após vencerem o Império Macedônico.
B A inauguração da democracia como regime político espartano, somada à escolha
do rei Péricles, fortificou a união dos gregos.
C Os socráticos criaram sua crença de domínio do mundo amparados no
pensamento mítico, legitimando a autoridade do narrador e seu poder religioso.
D Os gregos denominavam de bárbaros os habitantes das cidades-estados
situadas na Magna Grécia, por estarem distantes da Grécia Continental e
Peninsular.
E A criação da pólis ateniense propiciou aos cidadãos um espaço público para
defenderem, por meio do argumento oral, seus interesses, reforçando a gestão
de seus poderes.
8
Povos Nativos e o Sistema Colonial
11.
Por fim, na sexta-feira, primeiro dia de maio, procurou-se rio acima o melhor lugar
para arvorar uma cruz: que ela fosse vista de todos os lados. Feita a cruz e a divisa
da monarquia, o padre frei Henrique rezou a missa que foi seguida, ainda segundo
Caminha, por “cinquenta ou sessenta deles assentados todos de joelho” junto com
os demais membros da esquadra. Na hora do Evangelho, quando todos se ergueram
com as mãos levantadas, o escrivão anotou bem o mesmo gesto dos nativos.
Chegaram até a comungar, espantou-se: “Um deles, homem de cinquenta ou
55 anos, ficou ali com aqueles que ficaram [...]. E andando assim entre eles
falando-lhes acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou o dedo para o céu
como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim tomamos!”
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. 2. ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 29–30.
12.
Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal.
A higiene do corpo. O milho. O caju. O mingau. O brasileiro de hoje, amante do
banho e sempre de pente e espelho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo
de coco, reflete a influência de tão remotas avós.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & Senzala. São Paulo: Editora Global, 2006. p.163.
13.
No primeiro contato econômico, puramente predatório, não se ia além da
comercialização dos produtos naturais: o escambo do pau-brasil com os aborígenes.
Tal comércio foi desde logo considerado “estanco” da Coroa, que o arrendou ao
empresário cristão-novo Fernando de Loronha (ou Noronha). É, pois, um simples
desdobramento para a América do regime já aplicado nos comércios africano e
indiano.
NOVAIS, Fernando. Estrutura e dinâmica do antigo sistema colonial (séculos XVI–XVIII).
São Paulo: Brasiliense; Unicamp; IE, 2007. p. 35. (Adaptado)
9
O texto faz menção a uma atividade econômica
A produtiva e de caráter agroexportador.
B incentivadora de colonização territorial.
C extrativista e de perfil comercial mercantilista.
D predatória e voltada para o mercado interno.
E agrícola realizada por mercadores holandeses.
14.
Os donatários saíram em geral da pequena nobreza, entre pessoas práticas da
Índia, afeitas ao viver largo da conquista, porventura coactas nas malhas acochadas
da pragmática metropolitana. Os donatários seriam de juro e herdade senhores de
suas terras; teriam jurisdição civil e criminal, com alçada até cem mil réis na primeira.
Os donatários poderiam fundar vilas, com termo, jurisdição, insígnias, ao longo
das costas e rios navegáveis; seriam senhores das ilhas adjacentes até distância de
dez léguas da costa. Para os donatários poderem sustentar seu estado e a lei de
nobreza, eram-lhe concedidas dez léguas de terra ao longo da costa, de um a outro
extremo da capitania, livres e isentas de qualquer direito ou tributo exceto o dízimo,
distribuídas em quatro ou cinco lotes, de modo a intercalar-se entre um e outro pelo
menos a distância de duas léguas.
ABREU, C. Capitanias hereditárias. In: Capítulos da história colonial [online].
Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009. p. 32–39. [Fragmento adaptado]
10
A configuração política da América Portuguesa, mencionada no texto, decorreu da
A dificuldade de disputar com os poderes locais.
B capacidade de firmar o exclusivo metropolitano.
C sagacidade de sufocar as sublevações coloniais.
D agilidade de centralizar as relações ultramarinas.
E liberdade de chefiar dos chamados homens bons.
17.
A produção do açúcar diferia profundamente das demais culturas agrícolas do
período. Na época da colonização do Brasil, poucas atividades econômicas eram
tão complexas. As tarefas precisavam ser coordenadas e cronometradas. O sucesso
de uma etapa dependia da boa execução da outra. Cortar, carregar e moer a cana,
ferver o caldo no ponto certo, secar e encaixotar o açúcar, isso tudo exigia
planejamento e precisão.
GOMES, Laurentino. Escravidão vol.1 – do primeiro leilão de cativos em
Portugal até a morte de Zumbi do Palmares, Globo livros, 2019. p.327.
O texto indica que a produção açucareira no Brasil Colônia foi caracterizada pelo(a)
A insalubridade nas rotinas de trabalho dos engenhos açucareiros.
B alto custo da manutenção de equipamentos utilizados na produção do açúcar.
C adesão à economia de livre mercado em contraposição ao domínio português.
D utilização de escravizados indígenas como a principal mão de obra nos engenhos.
E aproximação com o modelo administrativo das unidades de produção fabris
primitivas.
18.
A rede tem uma importância muito grande em nossa vida colonial, não somente
do ponto de vista econômico, como também social. Ela não é apenas uma variedade
de nosso tecido, mas é igualmente um instrumento de enorme utilidade: serve de
leito nas cidades, é meio de transporte e acompanha os viajantes em suas incursões
pelo Sertão. [...] “Em contraste com a cama e mesmo com o simples catre de
madeira, trastes sedentários por natureza, e que simbolizam o repouso e a reclusão
doméstica, ela pertence tanto ao recesso do lar como ao tumulto da praça pública,
à moradia da vila como no Sertão remoto e rude”.
LIMA, H. F. História político-econômica e industrial do Brasil.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976. p. 50.
As variadas formas de utilização das redes no Brasil Colonial, sinalizadas no texto, estão
associadas, entre outros aspectos, ao(à)
A diversidade social da população colonial.
B elevado custo dos serviços de marcenaria.
C pobreza endêmica das regiões interioranas.
D carência de meios de transporte de tração animal.
E indolência dos grupos que compunham a elite colonial.
19.
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e
cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em
sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade
brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valori-
zando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros
brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Com a Lei 10.639/03 também foi instituído o dia Nacional da Consciência Negra em
homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares.
Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br. Acesso em: 25 nov. 2020.
11
O aparato legislativo indicado no texto contribui diretamente para
A difundir saberes desconhecidos pela população afro-brasileira.
B promover a valorização da pluralidade étnico-racial do povo brasileiro.
C fixar a importância da dominação colonial europeia para a cultura nacional.
D assegurar o acesso dos afrodescendentes a todos os níveis de ensino público.
E estabelecer o livre acesso da população negra às produções artísticas africanas.
20.
Observe o afresco de Cândido Portinari, pintado em 1938 para compor o mural do
Ministério da Educação no Rio de Janeiro sobre os ciclos econômicos do Brasil.
12
S E M A N A 2
O texto, de Tito Lívio, descreve algumas das indignações da plebe direcionadas aos
patrícios que se relacionam à
A representação política. D participação nas guerras.
B escravidão por dívidas. E eliminação das ditaduras.
C redistribuição das terras.
2.
Plebis scitum era como se chamava o novo princípio legal que os plebeus
acrescentaram ao Direito Romano e que estabelecia que as decisões dos plebeus
eram válidas não somente para eles, mas também para todo o povo de Roma, sem
obrigatoriedade do sufrágio dos senadores. Essa “lei imposta pelo povo” é o modelo
de todos os “plebiscitos”, ou seja, dos referendos populares, principal instrumento
de participação do cidadão nas decisões políticas da moderna democracia europeia.
HELLFELD, Matthias von. “‘Mãe de todas as Constituições’ promulgada em 287 a.C. em Roma”.
Disponível em: <https://p.dw.com>. Acesso em: 19 ago. 2020. (Adaptado)
O plebis scitum foi uma inovação jurídica que inaugurou um ciclo de relativa estabilidade
interna em Roma e
A marcou o auge das conquistas políticas plebeias.
B instaurou o sistema de governação comunista.
C obrigou os patrícios a pagarem mais impostos.
D criou os cargos de senador e tribuno da plebe.
E instituiu a monarquia como forma de governo.
3.
As Guerras Púnicas constituem um marco importantíssimo na história de Roma.
Se Cartago tivesse triunfado, a história de Roma teria sido completamente diferente,
e, muito provavelmente, a Europa em que hoje vivemos seria — ao nível da sua
cultura, da sua língua, da sua tradição jurídica ou mesmo da sua religião — bem
distinta. Afinal, os relatos que subsistiram até aos nossos dias são exclusivamente
gregos ou romanos, não havendo nenhuma narrativa que nos forneça o ponto de
vista cartaginês dos acontecimentos.
MONTEIRO, João Gouveia. As Guerras Púnicas. Coimbra:
Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015. p. 146. (Adaptado)
13
A os romanos lutaram com apoio dos macedônios.
B os gregos se tornaram aliados dos cartagineses.
C as disputas envolviam o domínio da região balcânica.
D a cidade-Estado de Cartago fortaleceu sua economia.
E a hegemonia romana prevaleceu sobre o Mediterrâneo.
4.
Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena
célula cristã, dividia-se a refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam
e liam cartas de correligionários residentes em locais diferentes do Império Romano
(século II da Era Cristã). Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às
experiências intensamente individuais que abrigava.
SENNET, R. Carne e Pedra. Rio de Janeiro: Record, 2008.
5.
O Império Romano, após a profunda crise do século III, tentou a sobrevivência
através do estabelecimento de novas estruturas, que não impediram (e algumas até
mesmo aceleraram) sua decadência, mas que permaneceriam vigentes por séculos.
Foi o caso, por exemplo, do caráter sagrado da monarquia, da aceitação de
germanos no exército imperial, da petrificação da hierarquia social, do crescente
fiscalismo sobre o campo, do desenvolvimento de uma nova espiritualidade.
(Hilário Franco Junior. A Idade Média: nascimento do Ocidente, 1988.)
O texto apresenta alguns elementos que se aprofundaram nos dois séculos seguintes e
caracterizaram a transição entre
A a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela
penetração de povos estrangeiros nos domínios do Império Romano e pela
militarização do cotidiano.
B a Idade Média e a Idade Moderna, marcada, entre outros elementos, pela
centralização do poder político nas mãos dos reis e as severas limitações na
mobilidade social.
C a Antiguidade e a Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela negação
do caráter divino do imperador e pela transformação do cristianismo em religião
do Estado.
D o Império Romano do Ocidente e o Islã, marcada, entre outros elementos, pela
feudalização e pelo aumento da tributação sobre a produção agrícola.
E o Mundo Antigo e o Mundo Moderno, marcada, entre outros elementos, pelo
desaparecimento dos grandes impérios e a consolidação dos Estados nacionais
europeus.
14
6.
Durante seis séculos (VII-XIII) os árabes estabeleceram um Império que, em seu
auge, se estendeu do continente asiático à Europa, passando pelo norte da África,
unindo diversos povos e religiões, os quais eram governados por uma estrutura política
que seguia os preceitos do Corão, o livro sagrado dos islâmicos. Durante esse tempo,
eles desenvolveram uma complexa infraestrutura administrativa e controlaram as
principais rotas comerciais, dominando o comércio no Mar Mediterrâneo.
Disponível em: <https://www.ie.ufrj.br>. Acesso em: 27 fev. 2021.
7.
No vazio deixado pela ausência do Estado durante a Idade Média, munida de sua
mensagem de salvação, de seu vigor econômico cada vez mais crescente, das
suplências sociopolíticas e culturais de que firmemente se investiu cada vez mais, a
Igreja foi uma presença viva, eficaz e abrangente, graças também a uma
organização paroquial bastante articulada e universalmente difundida.
GROSSI, Paolo. A ordem jurídica medieval. São Paulo: Martins Fontes, 2014, p. 135.
8.
[...] Desde a origem, o gênero humano se dividiu em três: as gentes de oração
(oratoribus), os agricultores (agricultoribus) e as gentes de guerra (pugnatoribus); o
que fornece evidente prova de que cada um é o objeto, por parte dos outros dois, de
um recíproco cuidado.
CAMBRAI, G. In: DUBY, G. As três ordens ou o imaginário do Feudalismo.
Lisboa: Editorial Estampa, 1994.
O texto do século XI, atribuído ao Bispo Gerardo de Cambrai, evidencia alguns aspectos
da sociedade medieval, que se baseava na
A interdependência dos grupos sociais.
B tripartição dos processos produtivos.
C flexibilidade da estrutura hierárquica.
D valorização social do trabalho manual.
E harmonia entre os diversos estamentos.
15
9.
10.
O aumento populacional tinha implicado a derrubada de grandes extensões
florestais. Dessa forma, comprometia-se o equilíbrio ecológico, provocando
mudanças no regime pluvial e, portanto, no clima, elemento fundamental para uma
sociedade agrária como aquela. Isso ajuda a explicar as chuvas torrenciais que, em
1315–1317, atingiram a maior parte da Europa ao norte dos Alpes. As chuvas
constantes e a queda de temperatura prejudicavam sobretudo a produção dos
cereais, cujos grãos não cresciam nem amadureciam.
FRANCO JÚNIOR, H. A Idade Média: nascimento do Ocidente.
São Paulo: Brasiliense, 2001. p. 35. [Fragmento adaptado]
11.
Houve a tentativa de retirar a dimensão religiosa justamente de uma temática
estritamente religiosa de início e com pretensões declaradas também totalmente
religiosas, conferindo-lhe outras razões de existir, que foram, por exemplo, políticas,
econômicas ou demográficas.
CHAVES, Thiago de Souza Ribeiro. “A primeira Cruzada e o Reino de Jerusalém: novas perspectivas
historiográficas”. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, jul. 2011. p. 4.
16
A falta de documentos históricos.
B hegemonia do saber teológico.
C contradiscurso de base islâmica.
D aceitação dos motivos missionários.
E revisão historiográfica dessas expedições.
12.
Os hábitos de consumo rural conformam um espaço contíguo à casa onde se
desenrola parte importante das atividades domésticas e econômicas. É no terreiro
ou no passal que se faz o preparo final dos alimentos tanto para o consumo imediato
— limpeza, descasque ou trituração — como para sua conservação — secagem,
salga ou defumação. São exatamente as atividades dessa fase final do consumo
que o morador da cidade, preso ainda a hábitos rurais, procura trazer para junto de
sua casa urbana.
PEREIRA, M. R. M. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/topoi/v6n10/
2237-101X- topoi-6-10-00099.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2021.
Expansão Colonial e
Crise do Sistema Colonial
13.
O estado de prostração e pobreza em que se encontravam a Metrópole e a
colônia explica a extraordinária rapidez com que se desenvolveu a economia do ouro
nos primeiros decênios do século XVIII. Do Nordeste se deslocaram grandes
recursos, principalmente sob a forma de mão de obra escravizada, e em Portugal se
formou pela primeira vez uma grande corrente migratória espontânea com o destino
ao Brasil. O facies da colônia iria modificar-se fundamentalmente.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p.118.
17
14.
Só há arraiais aonde há mineiros e lavras e, quanto mais ouro extraem, maior a
povoação e mais vantajoso o negócio que uma e outra dura enquanto as lavras têm
permanência, pois faltando estas, os mais populosos arraiais se despovoam, indo
os mineiros fazer outros, e os negociantes seguindo-os afim de haverem a si todo o
ouro que aqueles extraem, como sempre lhe sucede e, logo que se estabelecem
lavras em qualquer sertão que seja, está estabelecido arraial, com lojas de fazenda
seca e molhados, tavernas, e mais traficantes e comboieiros, com escravos que
trazem dos portos da Marinha, tudo à proporção do ouro que se extraí, ou a pinta
promete.
Arquivo Histórico Ultramarino (AHU) – Manuscritos Avulsos de Minas Gerais (MAMG).
Caixa 66; Doc. 74; Data 00/00/1754. Projeto Resgate de documentação histórica Barão do Rio Branco.
O trecho anterior é parte de uma representação feita ao rei de Portugal no ano de 1754
em relação à atividade mineradora e indica que
A a exploração aurífera dependeu da existência de núcleos urbanos consolidados.
B a efemeridade da atividade mineradora desfavoreceu a urbanização do interior
colonial.
C o esgotamento das jazidas provocou a dissolução dos núcleos urbanos na região
das Minas.
D o deslocamento de comerciantes orientou a busca por depósitos naturais de
metais preciosos.
E a mobilidade característica dos mineradores determinou uma ocupação espacial
desordenada.
15.
Os lugares distintos são disputados cada vez mais, no entanto, pela nova casta
de homens, formada geralmente de letrados e doutores. É a única, endinheirada ou
não, que se pode opor, fundada em títulos irrecusáveis, aos que baseiam toda a sua
força nos grandes cabedais acidentalmente ganhos em lavras e tratos. E é a que
procura, muitas vezes, suprir com seus pergaminhos ilustres a carência de fidalgos
e filhos de fidalgos.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da civilização brasileira: a época colonial.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. p. 335.
16.
Pelas notícias e informações de pessoas práticas que incessantemente tenho
ouvido desde que desembarquei, e por tudo o que tenho observado, considero hoje
o Rio de Janeiro a chave deste Brasil pela sua situação, pela sua capacidade, pela
vizinhança que tem com os domínios de Espanha e pela dependência que desta
cidade têm as Minas com o interior do país, ficando por este modo sendo [sic] uma
das pedras fundamentais em que se afirma a nossa Monarquia e em que [se] segura
uma parte muito principal de suas forças e das suas riquezas.
Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Rio de Janeiro, Documentos Avulsos, cx. 80, doc. 22.
Carta de D. Luiz Antonio de Souza ao Conde de Oeiras. Rio de Janeiro, 26 de junho de 1765.
18
Em carta enviada ao Conde de Oeiras, futuro Marquês de Pombal, em 1765, D. Luiz
Antônio de Souza, governador da Capitania de São Paulo, deixa transparecer sua
satisfação com a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, feita
com o principal objetivo de
A viabilizar o escoamento de matérias-primas para a Europa.
B estancar a perda de arrecadação na região das Minas Gerais.
C inibir a circulação de ouro em pó ao criar as casas de fundição.
D evitar o contrabando nas fronteiras com a América Espanhola.
E instituir novos impostos, como a finta, a capitação e a derrama.
17.
Esse cenário de certa anarquia sofreria uma modificação essencial com o
estabelecimento do Erário Régio, em 1761. Financeiramente dependentes de um
novo organismo, as repartições e tribunais da Coroa perderam não só influência
como também a razão para se envolverem em disputas entre si. Num certo sentido,
é legítimo referir que Carvalho e Melo disciplinou a generalidade do sistema político
português quando lhes retirou a administração de consignações particulares. Na
prática, o Erário Régio passava a controlar o funcionamento dos restantes órgãos
de governo, transferindo verbas para onde fosse necessário.
CRUZ, M. D. Pombal e o Império Atlântico: impactos políticos da criação
do Erário Régio. Revista Tempo, v. 20, p. 8-9, 2014. [Fragmento adaptado]
19
19.
Para o Reverendíssimo em Christo, Padre Prior dos Carmelitas Descalços, e para
o futuro geral em chefe da Igreja Bahinense; segundo a secção do Plebiscito de 19
do corrente, quer e manda o Povo que seja feita a sua revolução nesta cidade por
consequência de ser exaltada a bandeira da igualdade, liberdade e fraternidade
popular, portanto manda que todo o sacerdote regular e irregular assim o aprove e
o entenda aliás... Vive et vale. Bahia Republicana, 20 de agosto de 1789.
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Presença Francesa no Movimento Democrático
Baiano de 1798. Salvador: Itapuã, 1969. p. 158. (adaptado)
O bilhete dirigido ao prior dos Carmelitas Descalços indica que os princípios essenciais
da Conjuração Baiana são
A herdeiros do anticlericalismo jacobino.
B conectados ao monarquismo europeu.
C restritos à independência norte-americana.
D fundamentados no haitianismo escravista.
E embasados na herança revolucionária francesa.
20.
Atendendo a representação que fizestes subir a minha real presença sobre se
achar interrompido e suspenso o comércio desta capitania, com grave prejuízo dos
meus vassalos e da minha Real Fazenda, em razão das críticas e públicas
circunstâncias da Europa; e querendo dar sobre este importante objeto alguma
providência pronta e capaz de melhorar o progresso de tais danos, sou servido
ordenar interina e provisoriamente, enquanto não consolido um sistema geral que
efetivamente regule semelhantes matérias, o seguinte. Primeiro: que sejam
admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e
mercadorias transportadas, ou em navios estrangeiros das potências que se
conservam em paz e harmonia com a minha Real Coroa, ou em navios dos meus
vassalos pagando por entrada vinte e quatro por cento.
CARTA régia de 1808. Disponível em: <www2.camara.leg.br>. Acesso em: 9 jul. 2021.
A Carta Régia de 1808 contradiz qual dos princípios que orientaram a prática
mercantilista portuguesa?
A Metalismo. D Intervencionismo estatal.
B Pacto colonial. E Protecionismo alfandegário.
C Comercialismo.
21.
Entre 1807 e 1840, a Coroa britânica proibiu seus súditos de tomarem parte no
negócio negreiro por meio da via diplomática. Ocorre que, desde os primeiros
empecilhos impostos à navegação marítima de longa distância com o fito de traficar
escravos saídos da África, os homens engajados nessa prática vinham
apresentando uma incrível capacidade de se (re) organizarem. Por maior que fosse
a influência política e econômica da “poderosa rainha dos mares”, esta jamais teria
obtido sucesso em seu empreendimento abolicionista sem a ajuda das demais
nações marítimas com as quais compartilhava o “condomínio do Atlântico”. Dessas,
Portugal e Brasil tiveram que ser persuadidas pelo medo incutido através da
diplomacia das canhoneiras. Embora politicamente mais instáveis, economicamente
dependentes e militarmente mais frágeis, os diplomatas britânicos nunca se
depararam, na realidade, com um ambiente amplamente favorável à causa
abolicionista nas cortes de Lisboa e do Rio de Janeiro.
GUIZELIN, Gilberto da Silva. A abolição do tráfico de escravos no Atlântico Sul: Portugal, o Brasil e a
questão do contrabando de africanos. In: Almanack. Guarulhos, n. 5, p.123–144, 1o semestre de 2013.
Disponível em: https://www.scielo.br. Acesso em: 11 out. 2020. (adaptado)
20
O texto indica que as pressões da Grã-Bretanha durante o contexto de independência
do Brasil tiveram como consequência o(a)
A afirmação do pacto colonial estabelecido entre o Brasil e a Grã-Bretanha.
B acirramento das disputas entre Brasil e Portugal pelo interesse no contrabando.
C desencadeamento de um conflito entre as nações ibéricas pela atenção inglesa.
D disputa entre Portugal e Grã-Bretanha pela posse do território colonial brasileiro.
E aproximação entre Portugal e Brasil devido à defesa do escravagismo por parte
desses países.
22.
TEXTO I
Pedro, as Cortes Portuguesas ordenam vossa partida imediata, e o Conselho de
Estado aconselha-vos para ficar. [...] o Brasil será em vossas mãos um grande país.
O Brasil vos quer para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele
fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece. Ainda é
tempo de ouvirdes o conselho de um sábio que conheceu todas as Cortes da
Europa, que, além de vosso ministro fiel, é o maior de vossos amigos.
Trecho da carta de Leopoldina a Dom Pedro I. Disponível em: <https://www.xapuri.info>.
Acesso em: 12 jan. 2021. (Adaptado)
TEXTO II
21
23.
No próximo ano, o Brasil irá comemorar o bicentenário de sua Independência. Em 1822,
um autor anônimo escreveu a poesia “Independência ou morrer”, reproduzida abaixo.
Ouvi, ó Povos, o grito,
Que vamos livres erguer;
O Brasil sacode o jugo,
Independência ou Morrer.
Congresso opressor jurara
Nossos povos abater:
Em seu despeito amamos
Independência ou Morrer.
Depois de trezentos anos
Livre o Brasil vai viver:
Deve a Pedro a Liberdade,
Independência ou morrer.
Apud CARVALHO, José Murilo de, BASTOS, Lúcia; BASILE, Marcelo (Orgs.).
Guerra literária: panfletos da Independência (1820–1823).
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014, 257-258. 4 v.)
Considerando o cenário político em que a poesia foi escrita, é correto afirmar que:
A Os brasileiros de tendências absolutistas pretendiam derrubar D. Pedro e assumir
o poder.
B Os liberais portugueses pretendiam restaurar o absolutismo.
C Os escravistas brasileiros almejavam impedir que D. Pedro outorgasse uma
constituição absolutista.
D As cortes portuguesas desejavam recolonizar o Brasil, anulando as medidas
político-administrativas tomadas por D. João VI.
E Os absolutistas portugueses pretendiam auxiliar D. Pedro a consolidar a
Independência do Brasil.
24.
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro era um burgo colonial modesto.
O ambiente era descrito como acanhado e desprovido de recursos para os padrões
europeus. Mas a chegada da família Real portuguesa transformou a cidade, que em
poucos anos se tornou a capital do Império Português.
A respeito dessas transformações, é correto afirmar que
A a abertura dos portos às nações amigas incentivou o comércio de produtos
ingleses na cidade.
B os recursos financeiros trazidos pela família Real Portuguesa foram investidos na
urbanização da cidade.
C as missões científicas atraídas por D. João VI visavam industrializar o Rio de
Janeiro.
D o Horto Real, o Aqueduto da Lapa e a 1ª ferrovia do Brasil estão entre as
realizações de D. João VI.
E a chegada da família real provocou grandes reformas urbanas que não
importaram influências externas.
22
25.
Observe as obras que representaram, posteriormente aos fatos, os processos de
independência da Venezuela e do Brasil.
23
S E M A N A 3
Mundo Moderno e a
Crise do Antigo Regime
1.
A abertura de novas rotas, a fim de superar os entraves derivados do monopólio
das importações orientais pelos venezianos e muçulmanos, e a escassez do metal
nobre implicavam dificuldades técnicas (navegações do Mar Oceano) e econômicas
(alto custo dos investimentos), o que exigia larga mobilização de recursos em escala
nacional. A expansão marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de
centralização do poder para tornar-se realizável, constituiu-se em fator essencial do
poder do Estado metropolitano.
NOVAIS, F. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial.
In: MOTA, C. G. (Org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1982. [Fragmento adaptado]
Em sua análise, o autor indica que o projeto expansionista europeu, dos séculos XV e
XVI, tinha como objetivo
A fortalecer a economia dos Estados Nacionais europeus.
B eliminar as relações comerciais mediterrâneas com o Oriente.
C propagar a religião católica entre os povos considerados pagãos.
D buscar territórios para o escoamento do excedente populacional.
E assegurar os interesses políticos da burguesia comercial europeia.
2.
[Luís XIV] incentivou os produtores locais com isenção de impostos, ao mesmo
tempo que aumentou as taxas para os produtos vindos de outros países [...]. Talvez,
esse resultado só tenha sido alcançado porque, ao lado de uma política favorável,
estava o estilo de um rei que sabia se impor. Com roupas cobertas de diamantes,
usando sapatos de salto e vivendo em um dos castelos mais exuberantes da França,
Luís XIV sabia do poder de sua imagem. Também foi importante a própria atuação
da Corte que, concentrada em Versalhes, se tornou referência de estilo.
Disponível em: <https://www.ufjf.br>. Acesso em: 28 fev. 2020.
24
3.
O que o autor [Hobbes] quer asseverar é que o estado no qual o homem
naturalmente está embrenhado é de não segurança, de não paz, de iminência de
guerra e de morte cruel. Assim, o filósofo quer advertir todos que estejam nessa
condição para que venham às pressas ao Estado soberano e se submetam em
absoluto ao soberano, o detentor do poder, a fim de garantir segurança e uma vida
mais tranquila, saltando da condição de intranquilidade, instabilidade, do constante
e iminente medo da morte violenta, que urge a todo o momento no estado de
natureza. A melhor saída para tal fim trágico e, assim, garantir a paz e perspectiva
de vida mais tranquila e harmônica é conceder o poder ao Estado, de preferência a
um só homem, o soberano.
LOPES, J. G. Thomas Hobbes: a necessidade da criação do Estado.
Disponível em: <https://www3.ufrb.edu.br>. Acesso em: 12 jul. 2021 (Adaptação).
4.
Este fluxo de prata é despejado em um país protecionista, barricado de
alfândegas. Nada sai ou entra em Espanha sem o consentimento de um governo
desconfiado, tenaz em vigiar as entradas e as saídas de metais preciosos. Em
princípio, a enorme fortuna americana vem, portanto, terminar num vaso fechado.
BRAUDEL, F. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico à época de Felipe II.
Lisboa: Martins Fontes, 1983-1984. v. 1.
5.
Observe a imagem.
(https://pt.wikipedia.org)
25
A Pietà, escultura de Michelangelo Buonarotti, foi produzida nos últimos anos do século
XV e revela uma característica importante da arte renascentista:
A o delineamento preciso das formas do corpo humano, realizado a partir dos
estudos de anatomia pelo artista.
B o teocentrismo, explicitado na inexpressividade e no estatismo da representação
das figuras humanas.
C a desproporcionalidade entre os tamanhos dos corpos, para evidenciar a
grandiosidade da figura de Cristo.
D a influência da arte religiosa medieval, manifesta na tridimensionalidade e na
carência de perspectiva da peça.
E o prevalecimento de temática bíblica, com recriação precisa e fiel de um trecho
do Evangelho segundo Lucas.
6.
TEXTO I
TEXTO II
No início do século XVI, o sistema das indulgências tornara-se uma grande rede
de negócio, pois já envolvia vastas somas de dinheiro e de interesses financeiros
internacionais. Para Roma, a venda tornara-se uma fonte de rendimentos regulares
e extraordinários.
VIANNA, A. M. Religião e ligação entre súditos e soberanos(I): Martinho Lutero,
paradoxo humano e autoridade secular. In: Revista Espaço Acadêmico, 10(117), 62–82.
Disponível em: http://periodicos.uem.br. Acesso em: 1 dez. 2020.
26
7.
Era muito difícil, insisto neste ponto, para os homens e as mulheres da Idade
Média ter um contato direto com Deus, isto é, um contato sem a mediação da Igreja.
Portanto, através dela é que muitos cristãos e cristãs da Idade Média buscaram um
acesso a Deus que sentissem como contato verdadeiro e individual.
(Jacques Le Goff. O Deus da Idade Média, 2017.)
8.
TEXTO I
As Razões do Rei Para Declinar a Jurisdição da Suprema Corte de Justiça 21 de
janeiro de 1648:
“Agora estou muito confiante de que o procedimento desse dia não pode ser
garantido pelas leis de Deus. A autoridade de obediência aos Reis é claramente
garantida e estritamente ordenada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento,
o que, se negado, estou pronto para provar imediatamente”.
GARDINER, Samuel Rawson. The Constitutional Documents of the Puritan Revolution 1625–1660.
p. 339, 1906. Disponível em: https://oll.libertyfund.org. Acesso em: 28 nov. 2020.
TEXTO II
A sentença da Suprema Corte de Justiça sobre o rei 27 de janeiro de 1648:
O referido Carlos Stuart, sendo admitido rei da Inglaterra, e nele confiado com
um poder limitado de governar, [...] obrigado a usar o poder que lhe foi confiado para
o bem e o benefício do povo e para a preservação de seus direitos e liberdades [...],
manteve um desígnio perverso de erguer e manter em si mesmo um poder ilimitado
e tirânico para governar de acordo com sua vontade e para derrubar os direitos e
liberdades do povo.
GARDINER, Samuel Rawson. The Constitutional Documents of the Puritan Revolution 1625–1660.
p. 341, 1906. Disponível em: https://oll.libertyfund.org. Acesso em: 28 nov. 2020.
9.
Como ele próprio gostava de dizer, considerava-se o primeiro servidor do Estado,
seu valete, e não seu proprietário. [...] Uma das suas primeiras medidas foi a
supressão da tortura. Também aliviou as obrigações de servidão mais pesadas dos
camponeses para com seus senhores. Estava permanentemente empenhado em
que todos os habitantes de seu reino, tanto os mais pobres como os mais poderosos,
fossem tratados com equidade. Naquele tempo, isso não tinha nada de evidente.
GOMBRICH, Ernst. Breve história do mundo. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 257–8. (Adaptado)
27
A descrição das políticas implementadas por Frederico II da Prússia (1712–1786)
permite caracterizá-lo como um
A governante republicano.
B líder de caráter feudal.
C déspota esclarecido.
D rei constitucionalista.
E radical iluminista.
10.
Avançaria lentamente em sua jornada o viajante que fosse da Inglaterra a Paris no
outono do ano de 1792. [...] Em cada portão das cidades e coletarias das aldeias havia
bandos de patriotas-cidadãos, com seus mosquetes nacionais nos mais explosivos
estados de prontidão, que retinham todos os que chegavam e saíam,
interrogavam-nos, inspecionavam-lhes os documentos, procuravam-lhes os nomes
em listas, mandavam-nos de volta ou em frente ou prendiam-nos, de acordo com que
seus caprichos, julgamentos ou fantasias considerassem melhor para a nascente
República Una e Indivisível da Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou Morte.
DICKENS, C. Um conto de duas cidades. São Paulo: Nova Cultura, 2002. p. 289 (Adaptação).
11.
Jefferson entendia que o debate não poderia ser feito dentro das discussões das
leis consagradas e que o embate com o Parlamento seria infrutífero. Por outro lado,
como era de praxe nos julgamentos nos quais ele estava acostumado a participar,
quando as sentenças do juiz eram contrárias aos direitos naturais, dever-se-ia apelar
diretamente ao rei [...]. De tal maneira, tanto no primeiro como no segundo
Congresso Continental, as petições enviadas ao rei tornaram-se um expediente
constante.
PINHEIRO, M. S. O lado sombrio de Thomas Jefferson: formação jurídica, direitos naturais e
jus positivismo (1760–1779). Tempo, Niterói, v. 26, n. 2, 2020 (Adaptação).
28
12.
À medida que a burguesia consolidava cada vez mais seu poder econômico e
seus valores intelectuais, as instituições do Antigo Regime foram sendo superadas
e esses avanços levaram a burguesia a fazer a revolução para assegurar-lhe o poder
e assim dirigir o Estado no sentido de atender seus interesses.
FLORENZANO, M. As revoluções burguesas. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
13.
As condições adequadas estavam visivelmente presentes na Grã-Bretanha, onde
mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado
e executado pelo povo e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico
tinham sido aceitos como supremos objetivos da política governamental. A solução
britânica do problema agrário, singularmente revolucionária, já tinha sido encontrada
na prática. Uma relativa quantidade de proprietários com espírito comercial já quase
monopolizava a terra, que era cultivada por arrendatários empregando camponeses
sem terra ou pequenos agricultores. Um bocado de resquícios, verdadeiras relíquias
da antiga economia coletiva do interior, ainda estava para ser removido pelos Decretos
das Cercas (Enclosure Acts) e as transações particulares, mas quase praticamente
não se podia falar de um “campesinato britânico” da mesma maneira que um
campesinato russo, alemão, francês. As atividades agrícolas já estavam predominan-
temente dirigidas para o mercado; as manufaturas de há muito se tinham disseminado
por um interior não feudal.
HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções: 1789–1848.
São Paulo: Paz e Terra, 2011. p. 63. [Fragmento adaptado]
29
Estado Imperial Brasileiro
14.
“A nação”, disse Vergueiro a respeito da nova carta, “recebeu-a como uma
capitulação depois de uma derrota.” O Rio de Janeiro seria espelho expressivo: sua
famosa Câmara Municipal, irreconhecível, aliás, desde a pancada andradina de
outubro de 1822, inaugurou um espetáculo ao sabor dos regimes autoritários do
século XX: abriu dois livros destinados a receber as assinaturas pró e contra o
projeto da nova lei. O segundo ficou em branco. Quanto ao resto das províncias do
Sul, consigna-se a exceção de uma comunidade cuja consciência política era a mais
esclarecida em São Paulo, a câmara de Itu, sob inspiração de Feijó, ousou
apresentar emendas que dariam ao Legislativo prerrogativas aliás exageradas.
Sintoma da preservação generalizada contra a Coroa, mas que só da Bahia para o
Norte desafogou-se em expressões e atitudes violentas.
SILVA, F. A. O. “Deus guarde vossa excelência”... XXIX SIMPÓSIO DE HISTÓRIA NACIONAL.
Disponível em: <www.snh2017.anpuh.org>. Acesso em: 28 jul. 2021. [Fragmento adaptado]
15.
Depois da Independência, em 1822, o país enfrentaria problemas que com
frequência emergiram durante a formação dos Estados nacionais da América Latina.
Em muitas regiões do Brasil, essas divergências foram acompanhadas de revoltas,
inclusive contra o imperador D. Pedro I. Com a abdicação deste, em 1831, o país
atravessaria tempos ainda mais turbulentos sob o regime regencial.
REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês em 1835.
São Paulo: Cia. das Letras, 2003 (adaptado).
A instabilidade política no país, ao longo dos períodos mencionados, foi decorrente da(s)
A disputas entre as tendências unitarista e federalista.
B tensão entre as forças do Exército e Marinha nacional.
C dinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e platina.
D extensão do direito de voto aos estrangeiros e ex-escravos.
E reivindicações da ex-metrópole nas esferas comercial e diplomática.
30
16.
Em 1826, em troca do reconhecimento da independência pela Inglaterra,
D. Pedro assinou um tratado com o governo britânico que previa o fim do tráfico
negreiro. No Parlamento, a reação à assinatura do tratado foi estridente. Deputados
revezavam-se em discursos com duras críticas ao governo brasileiro. [...]
Questionavam o tratado por não ter sido o Parlamento consultado antes da sua
assinatura. Seu argumento era de que o tratado legislava sobre o tráfico e essa era
uma prerrogativa do Parlamento.
DOLHNIKOFF, M. História do Brasil Império. São Paulo: Contexto, 2017.
17.
Os cidadãos que presentemente empunham as armas não se propõem a outro
fim que restabelecer o império da lei e obrigar a um presidente inepto e faccioso a
entregar o manejo dos negócios públicos a um vice-presidente que goze da opinião
da grande maioria até a chegada de um outro presidente que nos envie o Governo
Central; a isto se limitam as exigências do partido nacional.
Bento Gonçalves, 1835. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 23 maio 2021.
31
19.
As Guardas Nacionais são criadas para defender a Constituição, a Liberdade,
Independência e Integridade do Império; manter a obediência às Leis, conservar ou
restabelecer a ordem e a tranquilidade pública; auxiliar o Exército de Linha na defesa
das fronteiras e Costas. Toda a deliberação tomada pelas Guardas Nacionais acerca
dos negócios públicos é um atentado contra a Liberdade, e um delito contra a
Constituição.
SALDANHA, F. H. D. Os oficiais do povo: a Guarda Nacional em Minas Gerais oitocentista, 1831–1850.
Annablume: São Paulo, 2006. p. 32 (Adaptação).
20.
Quando se sabe que muitas das antigas queixas das províncias se voltavam
contra a centralização monárquica, pode parecer estranho o surgimento de tantas
revoltas nesse período. Afinal de contas, a Regência procurou dar alguma autonomia
às Assembleias Provinciais e organizar a distribuição de rendas entre o governo
central e as províncias.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 165.
As razões pelas quais o período regencial foi crivado de revoltas estão relacionadas ao
fato de haver
A eleições internas em cada província.
B regências com alto grau de legitimidade.
C taxas crescentes de industrialização no país.
D disputas provinciais internas entre suas elites.
E centralizações políticas das províncias liberais.
21.
Para manter-se no governo, devia o gabinete, encarregado do Poder Executivo,
merecer, simultaneamente, a confiança da Câmara dos Deputados, órgão transitório
do Poder Legislativo, e do Imperador, titular do Poder Moderador. Quando o
ministério entrava em divergência com a maioria da Câmara, cabia ao monarca
decidir pela continuação daquele ou desta, dissolvendo-a ou não, ouvindo o
Conselho de Estado, e, no segundo caso, exonerando e substituindo o gabinete. Se
o imperador julgasse que a crise era apenas do gabinete, substituía-o por outro do
mesmo partido; se achasse que era ocasião de ser aplicado o programa do partido
então em oposição, chamava-o ao poder. Havendo dissolução da Câmara,
marcavam-se imediatamente novas eleições. O Senado, órgão permanente do
Poder Legislativo, não fazia política, isto é, não provocava a demissão dos
ministérios, pois nele poderia haver, em razão da vitaliciedade de seus membros,
maioria adversa ao partido então no poder, que não deveria ficar sujeito à sua
confiança.
VIANNA, H. História do Brasil. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1963. p. 105–106.
32
A proeminência do soberano como árbitro das divergências partidárias.
B vitaliciedade do Senado como órgão permanente do Poder Legislativo.
C transitoriedade dos representantes do povo na Câmara dos Deputados.
D fraqueza política dos gabinetes ministeriais escolhidos pelo voto popular.
E preponderância do Conselho de Estado nas decisões políticas do monarca.
22.
Os dois grandes partidos imperiais — o Conservador e o Liberal — completaram
sua formação em fins da década de 1830, como agremiações políticas opostas. Mas
havia mesmo diferenças ideológicas ou sociais entre eles? Ficou célebre uma frase
atribuída ao político pernambucano Holanda Cavalcanti: “Nada se assemelha mais
a um ‘Saquarema’, do que um ‘Luzia’ no poder”.
FAUSTO, Boris, História do Brasil. São Paulo: Edusp. 1995. p.180 (adaptado)
33
Nesse fragmento da “Lei do Ventre Livre”, ficou estabelecido que todos os escravizados
brasileiros
A poderiam reivindicar a alforria mediante pagamento.
B passariam a ser assalariados na área rural.
C seriam livres a partir de sua publicação.
D receberiam uma indenização de seus proprietários.
E teriam uma possibilidade remota de obter sua liberdade.
25.
[...] Com o fim da Guerra do Paraguai, os combatentes carregados de láureas, a
profissão de armas tornava-se uma forma de ascensão social e ganhava uma
representatividade social até ali desconhecida. Criou-se então uma elite dentro do
Exército, social e intelectualmente antagônica à elite civil, insatisfeita com a situação
do país e com sua própria posição na hierarquia de poder. Ao mesmo tempo,
acostumados a conviver lado a lado com soldados negros, os militares passaram a
negar-se a exercer a antiga função: perseguir escravos fugitivos.
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
34
S E M A N A 4
Mundo Contemporâneo I
1.
O objetivo da aliança concluída em Viena, a 25 de março de 1815, tendo sido
plenamente alcançado pelo restabelecimento, na França, da ordem das coisas que
o último atentado criminoso de Napoleão Bonaparte momentaneamente subverteu;
Suas Majestades o Rei do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda; o Imperador
da Áustria, Rei da Hungria e da Boêmia; o Imperador de todas as Rússias e o Rei
da Prússia, considerando que a paz na Europa é essencialmente relacionada com a
manutenção da ordem das coisas fundada na manutenção da Real Autoridade e da
Carta Constitucional, e desejando empregar todos os meios para impedir que a
tranquilidade geral [...] seja novamente perturbada; [...] resolvem [...] fixar
antecipadamente, através de um tratado solene, os princípios que se propõem a
seguir, a fim de resguardar a Europa dos perigos que ainda podem ameaçá-la.
Disponível em: <http://www.fafich.ufmg.br>. Acesso em: 30 abr. 2021 (Adaptação).
2.
Os negros estavam assumindo a sua parte na destruição do feudalismo europeu
iniciado com a Revolução. E liberdade e igualdade, as palavras de ordem da
Revolução, significavam bem mais para eles do que para qualquer francês. Esse é
o motivo pelo qual, na hora do perigo, Toussaint, apesar de inculto, encontrava a
linguagem e o tom de Diderot, Rousseau e Raynal, de Mirabeau, Robespierre e
Danton. E, de certa forma, superou a todos eles. Pois mesmo esses mestres da
palavra falada e escrita, por causa das complicações de classe da sua sociedade,
muitas vezes faziam pausas, hesitavam, avaliavam. Toussaint pôde defender a
liberdade dos negros sem reservas, e isso deu à sua declaração uma força e uma
determinação raras nos grandes documentos daquela época.
Disponível em: <https://contrapoder.net>. Acesso em: 20 maio 2021.
35
C estimulou outros movimentos separatistas ao demonstrar seu sucesso
revolucionário.
D inaugurou o ideário iluminista no continente americano ao propor a revolução dos
negros.
E contou com o apoio de nações rivais da França na condução do processo de
independência.
3.
DELACROIX, E. A liberdade guiando o povo. 1830. Óleo sobre tela, 2,6 × 3,25 m. Museu de Louvre.
4.
36
5.
Seria estranho pensar que uma nação fizera uma sangrenta guerra civil por causa
da escravidão trinta anos antes e, agora, aceitava a segregação e a violência racial.
Mas os pressupostos de supremacia branca eram reforçados pelo imperialismo
norte-americano na passagem do século, já que se acreditava que os negros eram
uma raça inferior de homem que precisava da mão firme e orientadora de uma nação
norte-americana branca superior.
KARNAL, Leandro et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI.
São Paulo: Contexto, 2007. p. 149.
6.
A classificação das raças em “superiores” e “inferiores”, recorrente desde o
século XVII, ganha uma falsa legitimidade baseada no mito iluminista do saber
científico, coincidindo com a necessária justificativa de que a dominação e a
exploração da África, mais do que “naturais” e inevitáveis, eram “necessárias” para
desenvolver os “selvagens” africanos, de acordo com as normas e os valores da
civilização ocidental.
(Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula: visita à história contemporânea, 2005.)
7.
A guerra! De repente a palavra ganhou prestígio. É uma palavra jovem, toda
nova, embonecada dessa sedução que faz reviver o coração dos homens. Os jovens
dão-lhe toda a beleza de que estão plenos e de que a vida cotidiana os priva.
A guerra é sobretudo para seus olhos a ocasião das mais belas virtudes humanas.
Leia-se esta passagem de uma carta que nos escreveu uma jovem estudante de
retórica de origem alsaciana: “A existência que aqui temos não nos satisfaz
completamente, porque, embora possuamos todos os elementos de uma bela vida,
não podemos organizá-los numa ação prática, imediata, que nos dominaria o corpo
e a alma e nos lançaria fora de nós mesmos. Só há um acontecimento que pode
permitir esta ação: a guerra. É por isso que a desejamos.”
BONNARD, A. Jornal Le Figaro, 1912. In: JUARÉS, J.
As causas da Primeira Guerra Mundial. Lisboa: Estampa, 1974. p. 63.
37
O trecho de um jornal francês, de 1912, expressa a ideia de que os franceses, após a
Guerra Franco-Prussiana,
A vivenciavam o desejo coletivo de revanche.
B exaltavam a atmosfera belicista dos aliados.
C questionavam a aliança militar dos alemães.
D reprovavam a política pacifista dos europeus.
E incentivavam a corrida imperialista do Estado.
8.
“Não nos iludimos sobre a dimensão da nossa derrota, sobre o grau da nossa
impotência. Conhecemos o ímpeto do ódio que se volta contra nós. Exigem de nós
que nos reconheçamos como os únicos culpados pela guerra; tal admissão, saída
da minha boca, seria uma mentira.”
MAREK, Michael. “1920: Entrava em vigor o Tratado de Versalhes”.
Disponível em: <https://www.dw.com>. Acesso em: 31 mar. 2021. (Adaptado)
9.
Camaradas marinheiros, eu vos saúdo sem saber ainda se vocês têm acreditado
ou não em todas as promessas do Governo Provisório. Porém estou certo de que,
quando eles lhe falam com palavras açucaradas, quando prometem mundos e
fundos, estão enganando vocês e todo o povo russo. O povo precisa de paz; o povo
precisa de pão; o povo precisa de terra. E eles lhes dão guerra, fome, nada de pão
— deixam os proprietários continuarem controlando a terra. Precisamos lutar pela
revolução social, lutar até o fim, até a vitória completa do proletariado. Viva a
Revolução Social Mundial!
LÊNIN. In: WILSON, E. Rumo à estação Finlândia. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 531.
38
10.
V. N. Deni, Camarada Lenin livra a Terra de todo lixo, 1920. In: GRECO, Patrícia. Arte e Revolução na
Rússia Bolchevique. Fonte: http://www.uff.br/revistacontracultura/Arte%20Revolucao%20Greco.pdf
TEXTO II
No final, apesar da inspiração positivista, as cores da bandeira monárquica foram
preservadas: o verde e o amarelo, a despeito de interpretações posteriores que
tentam ligá-los às riquezas naturais do país, remetem originalmente às casas
imperiais de Bragança e Habsburgo.
Disponível em: <https://veja.abril.com.br>. Acesso em: 09 mar. 2019. [Fragmento adaptado]
39
Os textos apresentam algumas das primeiras medidas adotadas pelo governo instalado
no Brasil a partir de novembro de 1889. A análise dessas ações sinaliza a
A facilidade de imposição dos princípios teóricos do novo regime político.
B valorização de figuras autoritárias presentes no ideário republicano nacional.
C proximidade ideológica entre os líderes republicanos e a família real brasileira.
D tentativa de legitimação do republicanismo sobre a persistente influência
monárquica.
E permanência de personalidades do governo imperial nos cargos políticos
republicanos.
12.
A República fundada em 1889 tinha como seu projeto político mais urgente e
importante a transformação do homem livre em trabalhador assalariado. Na verdade,
o regime republicano não é o detonador desse projeto de transformação do homem
livre em trabalhador assalariado, pois tal projeto já se desenha nitidamente desde
pelo menos meados do século XIX, quando a supressão definitiva do tráfico de
escravizados é acompanhada quase que simultaneamente por leis que regula-
mentam o acesso à propriedade da terra.
CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no
Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Editora da Unicamp, 2001. p. 46. (Adaptado)
13.
A “política dos governadores” é considerada a última etapa da montagem do
sistema oligárquico ou liberalismo oligárquico, que permitiu, de forma duradoura,
o controle do poder central pela oligarquia cafeeira.
(Carlos Alberto Ungaretti Dias. “Política dos governadores”. https://cpdoc.fgv.br.)
A afirmação do texto pode ser justificada pelo fato de que essa política
A fortaleceu a política econômica de caráter liberal, eliminando subsídios e
favorecimentos do Estado aos diversos setores da produção agrícola.
B implementou um sistema de compra, pelo Estado, do conjunto da produção
cafeeira, garantindo a estabilidade do preço mundial do café.
C ampliou os mecanismos de representação política dos estados no poder
legislativo, consolidando a isonomia entre os poderes.
D inaugurou um período de ampliação da influência dos setores rurais na política
nacional, neutralizando a força política do poder central.
E assegurou o compromisso de isenção da intervenção do Estado em assuntos
locais, estabelecendo um equilíbrio entre estes e o poder central.
40
14.
Nós marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar
a escravidão na Marinha brasileira, a proteção que a Pátria não nos dá, rompemos
o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo. Achando-se
todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os
quais têm sido os causadores da Marinha brasileira não ser tão grandiosa,
mandamos essa mensagem para V. Exa. Faça aos marinheiros brasileiros
possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilitam, retirar os
oficiais incompetentes, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos
semelhantes; aumentar o nosso soldo.
22 de novembro de 1910. Disponível em: <http://www.gptec.cfch.ufrj.br>.
Acesso em: 7 jul. 2021. [Fragmento]
15.
A forma de organização que surgiu foi a política dos governadores. Tratava-se
de entregar cada Estado federado, como fazenda particular, à oligarquia regional
que o dominasse, de forma a que esta, satisfeita em suas solicitações, ficasse com
a tarefa de solucionar os problemas desses Estados, inclusive pela dominação, com
a força, de quaisquer manifestações de resistência. O Brasil era dividido em tantos
feudos, reconhecidos no centro, quantos os seus Estados federados. Um acordo
entre as oligarquias e o centro permitia a este governar em paz, comprometendo-se
a não se imiscuir nos assuntos peculiares aos Estados, assuntos que seriam
resolvidos segundo o interesse de cada uma das oligarquias assim oficialmente
instaladas.
SODRÉ, N. W. Formação histórica do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976. p. 306.
16.
Pereira Passos aliou a reforma urbanística — que incluiria a construção de um
novo porto, a derrubada de casas e cortiços e o embelezamento de praças e jardins,
que deslocaram parte da população do centro para o subúrbio e contribuíram para
o surgimento de favelas — a uma nova política higienista. Para implementar medidas
sanitárias arrojadas e uma política de vacinação obrigatória, o jovem médico
Oswaldo Cruz foi nomeado para a direção geral de Saúde Pública.
AS DOENÇAS do Rio de Janeiro no início do século XX e a Revolta da Vacina em 1904.
Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br. Acesso em: 19 nov. 2020. (adaptado)
41
A burocratização do acesso popular aos serviços governamentais.
B divergência entre os governantes no atendimento às demandas populares.
C cobrança de impostos à população destinados às instituições de saúde.
D insatisfação da elite urbana com as condições insalubres das periferias.
E busca pela modernização da capital acompanhada da marginalização social.
17.
centrosabia.org.br
18.
Em função da busca de redefinição identitária capaz de contemplar a
multiplicidade cultural e da recorrência à auto-historicização, emergiram memórias
de grupos ditos populares, subalternos e revoltosos. [...] As ressignificações,
valorações e negociações dos conflitos da memória cangaceira são fortemente
manifestadas por uma premissa do início dos anos 1990 que vem se tornando cada
vez mais ordinária, categórica e até estratégica: a ideia de que “Lampião não é nem
bandido, nem herói; ele é história!”.
RAMOS FILHO, Vagner Silva. “Século Virgulino”: o cangaço nas (con)fusões da memória entre
comemorações de Lampião no tempo presente. 235 p. Dissertação (Mestrado em História) –
Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2016. p. 61–8. (Adaptado)
42
19.
Impossibilitados de manifestação política autônoma, [...] os segmentos urbanos,
ainda pouco diferenciados, mobilizar-se--iam e encontrariam canais de ressonância
nos momentos de cisão oligárquica, ou seja, nos momentos de reorganização das
alianças entre as frações da classe dominante.
MENDONÇA, Sônia Regina de. “Estado e sociedade: a consolidação da República oligárquica”.
In: LINHARES, Maria Yedda (Org.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. p. 321.
20.
O traço característico do governo surgido da vitória do movimento de 1930 foi a
tentativa de fazer frente às tendências espontâneas das corporações operárias.
O objetivo da Lei de Sindicalização, ou seja, do decreto no 19.770, é limitar a ação
direta do proletariado nas suas reivindicações, isto é, cercear a nossa defesa nas
lutas quotidianas contra o patronato pela interposição do aparelho burocrático do
Ministério do Trabalho. Ao mesmo tempo que amortece o espírito de luta da massa
operária, a lei de sindicalização organiza o controle do Estado sobre a vida das
organizações sindicais.
Trecho do jornal O trabalhador gráfico. In: MUNAKATA, Kazumi.
A Legislação trabalhista no Brasil. 2a ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. (adaptado)
21.
O Separatista. Jun. 1932. In: RODRIGUES, João Paulo. Tradição e retórica imagética: a construção
propaganda visual oposicionista no levante de 1932 em São Paulo. História. 2011, v. 30, n. 1, p. 375.
43
A apoiar os princípios federalistas do governo central vigente defendidos pelos
paulistas.
B convocar uma nova eleição presidencial para denunciar o longo governo de
Vargas.
C propor a unificação do país a partir de São Paulo, ressaltando as inspirações
liberais.
D demonstrar a insatisfação dos paulistas em relação ao governo varguista.
E anunciar uma nova Constituição que eliminaria a oligarquia defendida pela
presidência.
22.
TEXTO I
Constituição da República dos
Estados Unidos do Brasil de 1891
Art. 70 São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da
lei.
§ 1º Não podem alistar-se eleitores para as eleições federais ou para as dos
Estados:
I. os mendigos;
II. os analfabetos;
III. as praças de pré, excetuados os alunos das escolas militares de ensino
superior;
IV. os religiosos de ordens monásticas, companhias, congregações ou
comunidades de qualquer denominação, sujeitas a voto de obediência, regra
ou estatuto que importe a renúncia da liberdade individual.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891.
Disponível em www.planalto.gov.br. Acesso em: 19 set. 2020.
TEXTO II
Código eleitoral brasileiro de 1932
Art. 2º É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na
forma deste Código.
[...]
Art. 4º Não podem alistar-se eleitores:
I. os mendigos;
II. os analfabetos;
III. as praças de pré, excetuados os alunos das escolas militares de ensino
superior.
BRASIL. Código eleitoral de 1932. Disponível em: www.camara.leg.br. Acesso em: 19 set. 2020.
Até o surgimento da Justiça Eleitoral em 1932, o voto feminino estava A proibido apenas
para mulheres estrangeiras residentes no país.
B proibido pelo machismo característico da implantação da República.
C desregulado por uma definição de cidadania que gerava ambiguidade.
D regulado para legitimar a exclusão da participação feminina no processo eleitoral.
E proibido para as mulheres que não possuíssem a renda mínima exigida pelo voto
censitário.
44
23.
Não há muitos anos, o lar era a unidade produtora da sociedade. E, como única
operária, a mulher nele imperava. Mas, as condições de vida mudaram e a mulher
passou a colaborar na esfera econômica. E o resultado dessa mudança foi a
necessidade que ela sentiu de uma educação mais completa. Assim, as moças
passaram a estudar nas mesmas escolas que os rapazes para obter as mesmas
oportunidades na vida. O lugar que ocupo neste momento nada mais significa,
portanto, do que o fruto dessa evolução.
Discurso de posse de Carlota Pereira de Queirós no Congresso Nacional, 14 de março de 1934.
Disponível em: <https://www.tre-rs.jus.br>. Acesso em: 9 nov. 2020.
Em seu discurso, a primeira deputada federal da história do Brasil atribui sua eleição ao
contexto histórico de então, no qual se observavam mudanças no mundo do trabalho
devido ao(à)
A fortalecimento do liberalismo econômico.
B reconhecimento do trabalho doméstico.
C equiparação salarial entre os gêneros.
D viabilização do voto dos analfabetos.
E exigência de trabalho especializado.
24.
45
25.
Durante o Estado Novo, os encarregados da propaganda procuraram
aperfeiçoar-se na arte da empolgação e envolvimento das “multidões” através das
mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o significado das palavras importa
pouco, pois, como declarou Goebbels, “não falamos para dizer alguma coisa, mas
para obter determinado efeito”. Nesse tipo de discurso, o significado das palavras
importa pouco, pois, como declarou Goebbels, “não falamos para dizer alguma
coisa, mas para obter determinado efeito”.
CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação. In: PANDOLFI, D. (Org.).
Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.
46
S E M A N A 5
Mundo Contemporâneo II
1.
No decorrer da década de 1920, a produção por operário cresceu
substancialmente. Na indústria manufatureira, por exemplo, elevou-se cerca de
43%. No entanto, os preços, incluídos aí os salários, mantiveram-se estáveis. Nesse
contexto, a restrição do consumo da população passou a conflitar com a tendência
de a produção capitalista desenvolver de forma desmesurada suas forças
produtivas. Como o salário real do trabalhador médio sofreu significativa queda ao
longo do período considerado, a demanda foi pautada, majoritariamente, pelo
consumo de luxo e pelos investimentos, elementos significativamente mais voláteis
do que o consumo dos trabalhadores.
ROSSINI, G. A. A. Crise de 1929. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/>. Acesso em: 17 maio 2019.
De acordo com o texto, a Crise de 1929 resultou, entre outros aspectos, do(a)
A desconfiança em relação ao liberalismo econômico.
B crescimento das despesas para a produção industrial.
C desequilíbrio entre produção e capacidade de consumo.
D escassez de oferta de crédito pelos bancos estadunidenses.
E concorrência entre as potências pelo comércio internacional.
2.
CATELLI, R. O mundo contemporâneo: Novalgina 70 anos. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 1993. p. 41.
Com base na charge, que faz uma sátira de Adolf Hitler, e considerando as caracte-
rísticas do nazismo, um aspecto evidenciado a partir de sua análise está relacionado
A à valorização das atribuições físicas arianas consideradas superiores.
B à construção imagética do grande líder por meio da propaganda.
C ao enaltecimento dos grandes feitos da nação alemã na Guerra.
D ao desenvolvimento econômico da nação alemã nazista.
E à expansão militar imperialista da Alemanha de Hitler.
47
3.
4.
Reiko Hada tinha nove anos quando a bomba atômica foi lançada contra sua
cidade natal de Nagasaki. [...] “Não tive um único arranhão. Fui salvo pelo Monte
Konpira. Mas foi diferente para as pessoas do outro lado da montanha; elas sofreram
danos atrozes. Pessoas com os olhos saltados, os cabelos desgrenhados, quase
todas nuas, gravemente queimadas e com a pele solta”. “Eles pediram água. (...)
Depois de beberem um gole de água, eles morreram. As pessoas morreram uma
após a outra”. “Era verão. Por causa das larvas e do cheiro terrível, os corpos tiveram
que ser cremados imediatamente. Eles foram empilhados na piscina da faculdade e
cremados com restos de madeira”. “Era impossível saber quem eram essas
pessoas. Eles não morreram como seres humanos”. “Espero que as gerações
futuras nunca tenham que passar por uma experiência semelhante.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53670979
48
5.
TEXTO I
Parte de propaganda contra o perigo comunista nas escolas, publicado em um livreto nos EUA, em 1949.
TEXTO II
“Este livro é para lhe contar o que as mentes mestras por trás do comunismo têm
planejado fazer com seu filho em nome da ‘educação’. Elas querem levá-lo do
berçário, vestí-lo com um uniforme, colocar uma bandeira da foice e do martelo em
uma mão e uma arma na outra, e enviá-lo para conquistar o mundo”. Assim começa o
livreto 100 coisas que você deveria saber sobre o comunismo e a educação, editado
nos Estados Unidos, em 1948, pelo Comitê de Atividades Contra-Americanas, da U.S.
House of Representatives — a Câmara dos Deputados americana.
Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46502709
Os documentos históricos
A esclarecem os pais sobre as ameaças fascistas combatidas pelo Macarthismo.
B ironizam a exagerada repressão ao comunismo, com a participação direta do FBI.
C denunciam o uso ideológico e militar da educação nos países de orientação
socialista.
D defendem a educação familiar como proteção os jovens da doutrinação dos
professores.
E ilustra a paranoia do combate a um suposto comunismo infiltrado na arte e na
educação.
6.
A Conferência afro-asiática examinou ansiosamente a questão de paz mundial e
de cooperação. Tomou nota com profunda inquietação do estado de tensão
internacional e do perigo de guerra atômica [...] Em verdade, todas as Nações
deveriam ter o direito de escolher livremente seus próprios sistemas político e
econômico e seu próprio modo de vida, conforme os princípios e objetivos das
Nações Unidas.
MATTOSO, Kátia. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea.
São Paulo: Hucitec/Edusp, 1977, p. 200–202.
49
A luta anticolonial pacífica e negociada por medo de recolonização pelos países ricos.
B anticolonialismo “não alinhado” e a formulação do princípio “terceiro-mundista”.
C construção de um novo bloco militar para fazer frente à OTAN e ao Pacto de
Varsóvia.
D isenção desses países, alheios aos assuntos globais por incapacidade técnica e
cultural.
E negação do capitalismo e apoio ao socialismo, o que reforçava o conflito Sul-Norte.
7.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada em 10 de dezembro
de 1948, após a Segunda Guerra Mundial. Ela introduz a concepção contemporânea
de direitos humanos, caracterizada pela universalidade e pela indivisibilidade desses
direitos. Universalidade, porque clama pela extensão universal dos direitos
humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o requisito único para a
titularidade de direitos, considerando o ser humano como um ser essencialmente
moral, dotado de unicidade existencial e dignidade. Indivisibilidade, porque a
garantia dos direitos civis e políticos é condição para a observância dos direitos
sociais, econômicos e culturais — e vice-versa.
PIOVESAN, Flavia. Direitos sociais, econômicos e culturais e direitos civis e políticos.
In: Sur. Revista Internacional de Direitos Humanos. São Paulo, v. 1, n. 1, p. 20–47, 2004.
Disponível em: https://www.scielo.br. Acesso em: 22 set. 2020. (adaptado)
8.
Durante os anos 1950 e 1960, o movimento negro se articulou sob lideranças
como Martin Luther King Jr. e Malcolm X para lutar por bandeiras como os direitos
civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos. Mas, em abril de 1968, Luther
King foi assassinado com um tiro de fuzil no rosto pelo supremacista branco James
Earl Ray. O assassinato foi o estopim para manifestações em mais de cem cidades.
Assim como agora, os protestos de 1968 foram motivados pela desigualdade racial.
Em 1968, as pessoas sentiram que era hora de dar um basta, como vemos agora.
E, como em 1968, os protestos de 2020 vão aumentando de cidade em cidade e
parece que não há fim.
SANCHES, Mariana. MORTE de George Floyd: as semelhanças entre 2020 e o histórico
ano de 1968 nos EUA. Disponível em: https://www.bbc.com. Acesso em: 19 jan. 2021.
50
9.
Mas diferentemente de Fidel Castro, o presidente Allende chegara ao poder pelas
urnas, não pelas balas, e todo o seu “processo revolucionário” foi pacífico, um
consciente “caminho democrático para uma nova via”, realizado com liberdade de
expressão e de imprensa, e eleições multipartidárias regulares e competitivas. Na
verdade, a oposição controlava o Congresso, o judiciário e a maioria da imprensa.
Entretanto, apesar dessas especificidades democráticas, a revolução chilena de
Allende parecia quase tão transformadora durante o seu ano quanto a de Fidel
Castro em 1959.
WINN, Peter. A Revolução Chilena. Coleção Revoluções do Século 20.
São Paulo: Editora UNESP, 2010. (adaptado)
51
11.
“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se
novamente e se desencadeiam sobre mim. […] Precisam sufocar a minha voz e
impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi,
o povo e principalmente os humildes. […] Depois de decênios de domínio e
espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma
revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação”
Carta Testamento de Getúlio Vargas, retirada de BONAVIDES,
Paulo, AMARAL, Roberto. Textos políticos da História do Brasil. 3 ed.
Brasília: Senado Federal, Conselho editorial, 2002. v. 6, p. 699.
12.
52
13.
“Na época eu trabalhava no jornal de Carlos Lacerda, o inimigo mortal de Vargas (e
nunca esse adjetivo foi tão próprio). Diante daquele contexto histórico, muitos estudiosos
acreditam que, com o suicídio, Getúlio Vargas atingiu não apenas a si mesmo, mas o
coração de seus aliados e a mente de seus inimigos.
O suicídio de Getúlio Vargas em 1954 levou ao(à)
A avanço dos conservadores e à ação golpista dos militares que assumiram o poder.
B derrota da ditadura e dos aliados do presidente por uma democracia progressista.
C derrota definitiva dos grupos conservadores e militaristas que queriam o poder.
D caos político que exigiu a tomada de poder pelos militares para pacificar o país.
E recuo da ação de políticos conservadores devido ao impacto da reação popular.
14.
bernardoschmidt.blogspot.com.br
15.
53
O panfleto, elaborado para as eleições presidenciais de 1956, destaca características
de um projeto político ligado ao
A clientelismo, para lograr êxito nas eleições presidenciais da chapa JK–Jango.
B coronelismo, em memória do passado agrário a que Getúlio Vargas pertenceu.
C comunismo, pela instituição de políticas trabalhistas conduzidas por Vargas.
D liberalismo, projeto de Juscelino e João Goulart para a economia brasileira.
E populismo, que teve como sua principal figura política Getúlio Vargas.
16.
TEXTO I
A Passeata dos Cem Mil marcou o ápice da reação da sociedade contra o regime,
a censura, a violência e a repressão às liberdades. Mais uma vez, a ditadura iria
reagir endurecendo o regime, como se veria no final de 1968.
Disponível em: www.memorialdademocracia.com.br.Acesso em: 30 set. 2020.
TEXTO II
17.
Observe a charge de Ziraldo, originalmente publicada em 1968.
54
O diálogo entre o elefante e as cobras, associado à decretação do Ato Institucional
número 5, sugere
A a alienação de parte expressiva da sociedade ante o cenário político e a difusão
de notícias falsas.
B a solidez das instituições políticas republicanas e a disseminação do medo por
traidores dos interesses nacionais.
C o contraste entre o esforço militar de corrigir os rumos do país e a desconfiança
da sociedade civil.
D o poder dos grupos sociais e políticos fortes e consolidados e a incerteza entre
os setores populares.
E o distanciamento entre a sociedade e o regime político e a dissolução das
garantias e dos direitos democráticos.
18.
Depois de 20 anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca‐Cola.
Dado Villa‐Lobos e Renato Russo, Geração Coca‐Cola, 1984.
Esses versos
A remetem ao período da Campanha das Diretas Já e apresentam esperanças em
relação à implantação de um regime democrático no Brasil.
B revelam a indignação e rebeldia da juventude com os rumos da chamada Nova
República, especialmente contra o Colégio Eleitoral e o bipartidarismo.
C propõem um repúdio por parte da juventude brasileira em relação às questões
políticas e comportamentais durante a transição democrática.
D oferecem uma visão positiva acerca do período militar no Brasil e demonstram
ceticismo com respeito à transição democrática.
E reforçam a capacidade de mobilização e reivindicação da juventude pela
liberdade de expressão e criação de novas universidades públicas.
19.
Leia o texto abaixo.
Em seu discurso, Dr. Ulysses (presidente da Câmara dos Deputados], como era
chamado, sintetizou aquele que, a seu ver, era a principal contribuição do novo texto
constitucional: "Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a nação
mudou. A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos poderes,
mudou restaurando a Federação, mudou quando quer mudar o homem em cidadão,
e só é cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital
e remédio, lazer quando descansa.
(Disponível em www2.camara.leg.br. Acesso em 29/03/2020. 14:53)
55
A tomou o voto facultativo para maiores de 16 anos e obrigatório para analfabetos.
B instituiu a licença paternidade de cinco dias e a licença à gestante de cento e
oitenta dias.
C permitiu a possibilidade de decretação de um Ato Institucional nº 5 (AI-5) desde
que aprovado pelo Congresso Nacional.
D determinou que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de prisão.
E ao invocar a proteção de Deus, a Constituição Federal instituiu o Cristianismo
como religião oficial do Estado brasileiro.
20.
As Revoltas de Junho não têm lideranças, palanques nem discursos. As passeatas
se formam, se dividem e se reúnem sem roteiro estabelecido. É difícil até prever onde
vão surgir e ganhar corpo. Organizam-se a partir de catalisadores nas redes sociais e
no boca a boca das mensagens de texto. Tão importante quanto se sentir parte é fazer
a sua própria manifestação, é encenar a individualidade sem diluí-la no coletivo, sem
colá-la em uma liderança ou grupo.
(Marcos Nobre. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma, 2013.)
56
1.
O embaixador de Pequim em Londres acusou o Reino Unido de “grave
interferência nos assuntos internos da China” por sua resposta a uma polêmica Lei
de Segurança Nacional aplicada em Hong Kong, ex-colônia britânica devolvida em
1997. O governo Boris Johnson anunciou que oferecerá aos residentes de Hong
Kong um acesso mais fácil à cidadania britânica.
“China acusa Reino Unido de ‘grave interferência’ sobre Hong Kong”.
Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 6 jul. 2020.
2.
Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União
Soviética não foram um período homogêneo único na história do mundo. (...)
dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de
70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela
situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS.”
(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996).
O autor está se referindo ao período conhecido como Guerra Fria, cuja origem pode
ser atribuída à
A construção de um discurso inglês e norte-americano, que procurou mostrar os
perigos do expansionismo soviético.
B doutrina Trumam, que incentivou os soviéticos a ampliarem seu domínio político
nos países do Leste europeu.
C divisão do território alemão pelas potências vencedoras da II Guerra Mundial e
às divergências quanto à sovietização do Oriente Médio.
D assinatura do Pacto de Varsóvia, que proibiu a Iugoslávia de receber ajuda
econômica e militar dos Estados Unidos.
E declaração unilateral da URSS da "Detente", que exprimia o desejo de buscar a
coexistência pacífica entre os dois sistemas ideológicos.
3.
O Banco Central lançou um sistema de pagamentos e transferências
instantâneos que poderão ser feitos pelo usuário de forma rápida e segura, em
qualquer dia do ano, sem limite de horário, e com o dinheiro imediatamente
disponível ao recebedor. Batizado de PIX, será possível enviar e receber quantias
instantaneamente por diversos meios, inclusive aplicativos em smartphones. Ou
seja, ao efetuar um pagamento ou transferência, o dinheiro já entrará imediatamente
na conta do recebedor.
ALBUQUERQUE, Flávia. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br>.
Acesso em: 8 jul. 2020. (Adaptado)
59
A inovação mencionada no texto é uma consequência direta da
A aceleração dos fluxos de capital.
B elevação das taxas de operações.
C flexibilização dos postos de trabalho.
D diminuição dos estoques de produtos.
E privatização das instituições de crédito.
4.
O teor crítico presente na tirinha contempla qual aspecto cultural da Guerra Fria?
A O apoio global ao armamentismo nuclear.
B A proibição de os países possuírem armas nucleares.
C O medo do potencial destruidor de um conflito nuclear.
D A rejeição ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
E O desconforto intergeracional quanto ao tema das armas nucleares.
5.
TEXTO I
A crise na Síria continua a ser a maior crise de deslocamento do mundo. Existem
mais de 5,6 milhões de refugiados sírios registrados em outros países e mais de
6 milhões de pessoas vivem como deslocadas internas — elas tiveram que
abandonar seus lares, mas permaneceram dentro do território sírio.
Disponível em: <https://nacoesunidas.org>. Acesso em: 3 fev. 2020. (Adaptado)
TEXTO II
Em seu país adotivo, Mohammed Kassim, 30, está recebendo o treinamento que
nunca teve. E está sendo pago para isso, por uma empresa que lhe prometeu um
emprego que pode transformá-lo de refugiado empobrecido em membro da classe
média alemã.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 3 fev. 2020. (Adaptado)
60
A garantir sua integração socioeconômica.
B exigir que elas vivam sem a ajuda do Estado.
C limitar as vagas de trabalho para imigrantes.
D condicionar sua estada ao pagamento pelo asilo.
E impedir a entrada daquelas incapacitadas para o trabalho.
6.
Fim do suporte a dispositivos mais antigos.
Atualize para evitar interrupção do jogo
Saudações, jogador(a), A partir do dia 28 de junho, encerraremos o suporte a
sistemas operacionais anteriores ao iOS 10 e Android 6.0 e dispositivos que usam
CPUs X86. Você poderá continuar a jogar até o dia 28 de junho, mas terá problemas
de desempenho que não poderemos mais corrigir. Depois disso, os usuários com
esses sistemas operacionais não poderão mais baixar o jogo ou jogá-lo.
Disponível em: <https://kabam.com>. Acesso em: 24 set. 2020. (Adaptado)
7.
O Sudão do Sul conquistou sua independência em relação ao Sudão em julho de
2011, depois que um referendo realizado em janeiro daquele ano aprovou a
separação com 98,83% dos votos a favor. O referendo estava previsto em um acordo
de paz de 2005 que encerrou décadas de guerra civil.
Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 31 mar. 2020.
A guerra civil que levou à independência do Sudão do Sul teve como principal
causa a
A saída intensa de emigrantes.
B diferença religiosa entre etnias.
C permanência de políticas racistas.
D disputa por tecnologias sustentáveis.
E intervenção de coalizões internacionais.
8.
Deixando de lado pessoas explicitamente falsas, como Alexa, Cortana e Siri,
você talvez pense que nunca interagiu com uma pessoa falsa na internet, mas isso
certamente já aconteceu, e muitas vezes. Você decidiu comprar alguma coisa
porque havia um monte de críticas positivas, mas muitos desses comentários eram
de pessoas falsas. [...]
Você viu um vídeo ou leu uma matéria porque muitas outras pessoas haviam feito
o mesmo, mas a maioria delas era falsa. Você tomou conhecimento de tuítes porque
eles foram retuitados primeiro por exércitos de bots.
LANIER, Jaron. Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais.
Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018. p. 59-60. (Adaptado)
Com base no texto, os conceitos relacionados pelo autor em sua discussão sobre
redes sociais são
61
A relacionamentos interpessoais e consumo.
B falsidade de caráter e redes sociais.
C personalidades falsas e idolatria.
D liderança e ação coletiva.
E internet e alienação.
9.
Com a rápida expansão da industrialização para alguns países periféricos (alguns
denominados depois “semiperiféricos”), principalmente a partir dos anos 1950,
houve uma complexificação muito maior dos espaços produtivos. Dessa forma,
a Nova Divisão Internacional do Trabalho passou a ser baseada não estritamente
nos setores da economia por tipo de produto, mas nos níveis tecnológicos de
produção, nas formas de gestão e nas relações de trabalho dominantes, o que inclui,
é claro, o valor dos salários pagos aos trabalhadores.
COSTA, Rogério H.; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. “A des-ordem econômica mundial: a Nova
Divisão Internacional do Trabalho”. A nova desordem mundial. São Paulo: Unesp, 2006. p. 43.
10.
Com a rápida expansão da industrialização para alguns países periféricos (alguns
denominados depois “semiperiféricos”), principalmente a partir dos anos 1950,
houve uma complexificação muito maior dos espaços produtivos. Dessa forma,
a Nova Divisão Internacional do Trabalho passou a ser baseada não estritamente
nos setores da economia por tipo de produto, mas nos níveis tecnológicos de
produção, nas formas de gestão e nas relações de trabalho dominantes, o que inclui,
é claro, o valor dos salários pagos aos trabalhadores.
COSTA, Rogério H.; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. “A des-ordem econômica mundial: a Nova
Divisão Internacional do Trabalho”. A nova desordem mundial. São Paulo: Unesp, 2006. p. 43.
62
11.
Euforia com aplicativos de serviços dá lugar à frustração de trabalhadores
A explosão de aplicativos de delivery é provavelmente o caso mais representativo
das rupturas geradas no Brasil pelo avanço da gig economy — a economia dos
bicos. Até poucos anos atrás, os serviços de entrega eram pulverizados entre
empresas de pequeno porte [...], hoje, a atividade está ao alcance de qualquer um
que aceitar termos e condições das plataformas digitais. [...] Em vez de catalisar
trocas diretas de bens e serviços a partir da internet, a primavera de apps “acabou
se convertendo na oferta generalizada de trabalhos mal pagos e sem qualquer
segurança previdenciária”, escreve Ricardo Abramovay, economista e professor da
USP [...].
BARROS, C. J. Euforia com aplicativos de serviços dá lugar à frustração de trabalhadores.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 mar. 2019. Disponível em: bit.ly/2QeMxX3. Acesso em: 11 nov. 2019.
12.
Analise o texto a seguir:
O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo, senão como metáfora.
Todos os lugares são mundiais, mas não há um espaço mundial...
Milton Santos, 1993.
63
13.
Leia o texto publicado no jornal eletrônico Observador On Time, de Portugal, em 19
de janeiro de 2017, que apresenta as ideias de Helena Garrido.
“O mundo está mudando e não sabemos bem como. Enquanto a China se mostra
como uma grande defensora da globalização, os Estados Unidos e o Reino Unido
querem destruir esse processo.
O presidente chinês Xi Jinping defendeu explicitamente a globalização,
considerando que os problemas que o mundo hoje enfrenta são o resultado de má
governança e não da liberdade de circulação de pessoas, capital, mercadorias e
serviços.”
<http://tinyurl.com/hdkb5nu> Acesso em: 25.01.2017. Adaptado.
14.
Junho de 2015. Três meses antes de assumir o comando do Partido Trabalhista,
Jeremy Corbyn declarou: ”Uma Europa usurária que transforma as pequenas
nações em colônias subjugadas sob o fardo da dívida” não tem “nenhum futuro”.
A condenação não surpreende muito: em 1975, Corbyn tinha votado pela saída do
Reino Unido daquilo que então se chamava Comunidade Econômica Europeia; em
1993, ele havia rejeitado o Tratado de Maastricht. Reviravolta inesperada: em 2016,
ele apoia o voto remain (“ficar”) no referendo do dia 23 de junho.
LAMBERT, R. “Brexit” provoca mal-estar entre os trabalhistas.
Le Monde Diplomatique Brasil, Ano 9, n. 107, jun. 2016, p. 16. Adaptado.
64
15.
Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem
dos recursos enviados pelos imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte
dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas de seus
imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados pela
ONU revelaram que somente os indianos recebem 10 bilhões de dólares de seus
compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor
chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões.
HAESBAERT. R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006.
16.
Carta de princípios
As alternativas propostas no Fórum Social Mundial contrapõem-se a um processo
de globalização comandado pelas grandes multinacionais e pelos governos e
instituições internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de
governos nacionais.
Disponível em: http://fsmpoa.com.br. Acesso em: 16 ago. 2013.
17.
O BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — vem negociando
cuidadosamente o estabelecimento de mecanismos independentes de
financiamento e estabilização, como o Arranjo Contingente de Reservas (Contingent
Reserve Arrangement – CRA) e o Novo Banco de Desenvolvimento (New
Development Bank – NDB). O primeiro será um fundo de estabilização entre os cinco
países; o segundo, um banco para financiamento de projetos de investimento no
BRICS e outros países em desenvolvimento.
(www.cartamaior.com.br. Adaptado.)
65
D ao norte-americano Plano Marshall, elegendo com autonomia o destino da ajuda
econômica e os investimentos públicos em áreas estratégicas.
E à hegemonia do Banco Mundial, deslocando o centro do sistema capitalista e os
fluxos de informação para os países em desenvolvimento.
18.
Que significa o advento do século XVI? [...] Se essa passagem de século tem
hoje um sentido para nós, um sentido que talvez não tinha nos séculos anteriores,
é porque vemos que aí é que surgem as primícias da globalização. E essa
globalização é mais que um processo de expansão de origem ibérica, mesmo se o
papel da península foi dominante. [...] Em 1500, ainda estamos bem longe de uma
economia mundial. No limiar do século XVI, a globalização corresponde ao fato de
setores do mundo que se ignoravam ou não se frequentavam diretamente serem
postos em contato uns com os outros.
GRUZINSKI, Serge. A passagem do século: 1480–1520, 1999.
O texto
A defende a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha
provocado a globalização, pois tal expansão eliminou as fronteiras nacionais.
B rejeita a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado
a globalização, pois muitos povos do mundo se desconheciam.
C identifica a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de
globalização, destacando, em ambos, a completa internacionalização da
economia.
D compara a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de
globalização, demonstrando o papel central, em ambos, dos países ibéricos.
E relaciona a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de
globalização, ressalvando, porém, que são processos históricos distintos.
19.
Um Momento de Desordem Mundial
“Neste começo de século, assistimos a uma reformulação de fronteiras e
influências político-econômicas no mundo. Essa nova forma de organização
mundial, baseada na existência de redes, fluxos e conexões, exige mudanças no
método [...] de agrupar e separar territórios. [...]
Essa nova era é marcada pelo advento da globalização e da internet, que permitiu
maior integração internacional e criou um novo espaço [...], o “território-mundo”,
composto de uma sociedade mundial que compartilha os mesmos valores.
A integração cada vez maior dos Estados e a soberania de um país através de um
grupo [...] são demonstradas pela força dos blocos econômicos, que estabelecem
uma concorrência acirrada entre si para manter a influência sobre seus parceiros
comerciais. [...]
Identifica-se um novo movimento de regionalização do espaço contemporâneo a
partir de redes integradas ilegais de poder, como o tráfico de drogas e o terrorismo
globalizado [...] e a reconfiguração dos territórios devido a mudanças nas relações
de poder e ao hibridismo cultural”.
(Adaptado de Ciência Hoje On-line. In: http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/
um-momento-de-desordem-mundial. Acesso em: 23/08/14.)
66
A A criação do Estado de Israel, numa região onde as reservas de petróleo estão
praticamente esgotadas, explica o conflito entre árabes e libaneses.
B Os grandes lucros provenientes do petróleo beneficiam a sociedade como um
todo nos países árabes, justificam o conflito entre árabes e israelenses.
C A disputa de terras favoráveis ao cultivo, como as encontradas na planície da
Mesopotâmia, na área desértica da Síria e da Cisjordânia justifica o conflito entre
esses países.
D O emaranhado de culturas, religiões e interesses estrangeiros pelo controle das
reservas petrolíferas, explicam os conflitos por disputas territoriais entre árabes e
israelenses.
E A criação do Estado Palestino desencadeou o conflito entre árabes e israelenses,
devido à concentração de gás natural nessa região, riqueza essa que era
controlada por Israel.
20.
No século XX, as distâncias geográficas foram relativizadas e diminuídas por uma
revolução técnico-científica, que incorporou ao espaço geográfico um impres-
sionante sistema técnico de circulação de informações, permitindo que as diversas
sociedades nacionais intensificassem suas relações. Embora os benefícios da
globalização tecnológica não sejam igualmente acessíveis a toda população
mundial, vive-se, atualmente, em uma rede geográfica de diferentes dimensões.
Essas redes são responsáveis por estabelecer interconexões entre um ponto
geográfico e outro. Nesse contexto, a eficiência do sistema de comunicação global
é possibilitada pela invenção de tecnologias como os satélites e os cabos
submarinos, os quais proporcionam a comunicação que é essencial para a
instalação de indústrias em diferentes partes do mundo.
Rede de fibras ópticas submarinas
67
Refletindo sobre as consequências dessas inovações que mudaram a geografia
mundial e levando em consideração o mapa acima, assinale a alternativa correta.
A O mapa da rede de fibras ópticas submarinas ilustra maior intercâmbio de
informações entre as regiões do Hemisfério Sul.
B A relação entre a comunicação e o sistema econômico é uma falácia, pois o
segundo depende exclusivamente das forças produtivas: trabalho + matéria-prima.
C A multiplicação das redes de fibras ópticas submarinas e dos satélites se deve à
união do transporte de dados com o computador (telemática), o que possibilitou
o surgimento e a difusão da Internet.
D A evolução da globalização e a transformação na relação com o dinheiro tornaram
sem importância os sistemas tecnológicos de comunicação, uma vez que isso
não impacta no valor da mercadoria.
E As imensas possibilidades de circulação de informações que as inovações
técnicas propiciam significaram um aumento na regionalização das relações
comerciais.
21.
No centro da polêmica envolvendo a retirada do Reino Unido da União Europeia
cujo processo passou a ficar conhecido como “Brexit” e cujo prazo expirou em
março, esteve o “Backstop” que se refere à:
A realização de um novo referendo na tentativa de reverter o Brexit.
B manutenção do Reino Unido na União Europeia mesmo com o resultado do refe-
rendo que levou ao Brexit.
C sensível questão das fronteiras entre as Irlandas.
D padronização de pesos e medidas a qual sempre foi um fator de litígio entre Reino
Unido e demais países europeus.
E possibilidade de a Escócia permanecer na União Europeia mesmo com a saída
do Reino Unido.
68
1.
O advento da indústria de alta tecnologia, ou seja, a indústria com base na
microeletrônica e assistida por computadores, introduziu uma nova lógica de
localização industrial. Esse espaço caracteriza-se pela capacidade organizacional e
tecnológica de separar o processo produtivo em diferentes localizações, ao mesmo
tempo em que reintegra sua unidade por meio de conexões de telecomunicações e
da flexibilidade e precisão resultante da microeletrônica na fabricação de
componentes. Além disso, devido à singularidade da força de trabalho necessária
para cada estágio e às diferentes características sociais e ambientais próprias das
condições de vida de segmentos profundamente distintos dessa força de trabalho,
recomenda-se especificidade geográfica para cada fase do processo produtivo.
MENDES, A. A. Reestruturações produtivas e organizacionais na atividade industrial e gerenciamento
ambiental. In: ORTIGOZA, Sílvia Aparecida G.; CORTEZ, Ana Tereza C. Da produção ao consumo:
impactos socioambientais no espaço urbano. São Paulo: Editora da Unesp, 2009, p. 64–65.
De acordo com o texto, as novas tecnologias têm levado a uma reestruturação dos
processos produtivos, trazendo
como consequência o(a)
A marginalização crescente dos países atrasados.
B crescimento significativo do comércio mundial.
C segmentação espacial dos grupos empresariais.
D enfraquecimento político dos estados nacionais.
E decadência acelerada das economias tradicionais.
2.
Ficou decidido que, após a pandemia, nem todos os funcionários precisarão
comparecer diariamente ao antigo escritório. A Siemens deixa claro que o novo
conceito não se limita apenas a trabalhar em casa, algo que se tornou rotina para
até 300 mil funcionários da empresa durante a crise do coronavírus. Cada
funcionário deve, em consulta com seu chefe, escolher o local de trabalho onde ele
se sinta mais produtivo — o que também pode significar escritórios conjuntos fora
das unidades da Siemens, por exemplo, se a rota até lá for mais curta.
Deutsche Welle. Home office deve ser tendência mesmo após a pandemia.
Disponível em: www.dw.com. Acesso em: 22 set. 2020.
69
3.
4.
As estalagens eram grupos de minúsculas casas térreas enfileiradas — os
quartos ou casinhas —, de dimensões, compartimentos e demais elementos
reduzidos ao extremo, que surgiram por volta de 1850. [...] Uma relação entre as
habitações coletivas populares e a insalubridade da cidade foi rapidamente
detectada. As habitações coletivas passaram a ser consideradas como a causa da
insalubridade, e por este motivo foram condenadas a desaparecer, substituídas por
habitações higiênicas. Neste combate às moradias populares insalubres
destacaram-se certos agentes sociais: por um lado, o Estado, atuando por meio da
restrição à construção de novas moradias, da imposição de normas higiênicas e da
intervenção direta (fechamento de cortiços); por outro, os empresários do nascente
setor imobiliário, que introduziriam novo padrão de edificação no Rio de Janeiro.
VAZ, L. F. Dos cortiços às favelas e aos edifícios de apartamentos – a modernização da moradia do Rio
de Janeiro. Análise Social, v. XXIX,p. 581–597, 1994. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Disponível em: www.analisesocial.ics.ul.pt. Acesso em: 5 fev. 2020.
70
5.
Participação da indústria de transformação no PIB brasileiro, em %
IBGE, 2010. Disponível em: www.fiesp.com.br. Acesso em: 2 fev. 2020 (adaptado).
A queda ilustrada pelo gráfico, nas últimas décadas, possui como uma de suas
causas
A a grande instabilidade política e econômica vivida no fim da década de 2010,
acarretando menos investimentos externos.
B o maior investimento em indústrias tecnológicas, já que possui maior valor
agregado, gerando maiores ganhos econômicos.
C o crescimento econômico do setor primário, protagonizado por grandes projetos
agropecuários e de exportação de commodities.
D o aumento dos trabalhos informais, consideravelmente mais rentáveis que o piso
salarial de trabalhadores das indústrias de transformação.
E o processo de terceirização da produção, em que há um aumento considerável
de trabalhadores no setor terciário, em detrimento do primário e do secundário.
6.
Grande parte das cidades do Brasil, independentemente do seu tamanho, tem
uma favela - um bairro de barracas feitas de qualquer maneira, em terreno ocupado
ilegalmente. Nos últimos 40 anos, as dimensões das favelas têm aumentado
extraordinariamente, à semelhança do que acontece por toda a parte, na América
do Sul. As causas subjacentes da expansão das favelas estão relacionadas não só
com a migração das áreas rurais, mas também com o crescimento natural, dado que
as suas taxas de natalidade excedem as das áreas metropolitanas como um todo.
[...]. O emprego regular é exceção entre os habitantes da favela, vulgarmente
conhecidos por “favelados”. A maioria deles vive de uma combinação de trabalho
casual, serviços domésticos, produção de pequena escala, comércio e várias outras
atividades. [...]. Mas, apesar de sua aparência, as favelas não são desorganizadas
no sentido social, existindo estreitas relações de cooperação entre os diferentes
agregados domésticos. A ajuda prestada aos novos habitantes e a troca de
informações sobre ocupações profissionais, materiais de construção e outros
recursos constitui uma parte importante da vida da favela.
TORRES, M. R. Homem no mundo. São Paulo: Verbo, 1983. p. 189.
71
7.
72
9.
10.
73
11.
12.
[...] a situação de pobreza e subdesenvolvimento a que foram submetidos os
países subdesenvolvidos é a responsável pelo acelerado crescimento demográfico
e consequente estado de fome e miséria. [...] À medida que as famílias obtêm
condições dignas de vida, tendem a diminuir o número de filhos para não
comprometer o acesso de seus dependentes aos sistemas de educação e saúde.
COSTA, S. S. et al. “Teorias demográficas e o crescimento populacional no mundo”.
Caderno de Graduação – Ciências Humanas e Sociais, Aracaju, v. 2, n. 3, 2015. (Adaptado)
74
14.
Composição da população brasileira, por faixa de idade
15.
75
16.
O número de filhos por casal diminui rapidamente. Para a maioria dos economistas,
isso representa um alerta para o futuro.
17.
O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve
momentos de maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma
desaceleração do ritmo de crescimento populacional nos grandes centros urbanos.
BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos
regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).
76
18.
População residente, por situação do domicílio
Brasil – 1940/200
IBGE. Tendências demográficas: uma análise da sinopse preliminar do censo demográfico 2000.
Rio de janeiro: IBGE, 2001.
19.
Existe uma cultura política que domina o sistema e é fundamental para entender
o conservadorismo brasileiro. Há um argumento, partilhado pela direita e pela
esquerda, de que a sociedade brasileira é conservadora. Isso legitimou o
conservadorismo do sistema político: existiriam limites para transformar o país,
porque a sociedade é conservadora, não aceita mudanças bruscas. Isso justifica o
caráter vagaroso da redemocratização e da redistribuição da renda. Mas não é
assim. A sociedade é muito mais avançada que o sistema político. Ele se mantém
porque consegue convencer a sociedade de que é a expressão dela, de seu
conservadorismo.
NOBRE, M. Dois ismos que não rimam. Disponível em: www.unicamp.br.
Acesso em: 28 mar. 2014 (adaptado).
77
20.
No século XIX, o preço mais alto dos terrenos situados no centro das cidades é
causa da especialização dos bairros e de sua diferenciação social. Muitas pessoas,
que não têm meios de pagar os altos aluguéis dos bairros elegantes, são progressi-
vamente rejeitadas para a periferia, como os subúrbios e os bairros mais afastados.
RÉMOND, R. O século XIX. São Paulo: Cultrix, 1989 (adaptado).
21.
Escoamento das águas das chuvas
78
1.
TEXTO I
A cana-de-açúcar, introduzida no Brasil no século XVI, em São Vicente,
estendeu-se em direção ao Nordeste e ali experimentou um excelente desenvol-
vimento. Por todo o período colonial brasileiro a produção do açúcar modificou-se
algumas vezes, mantendo, porém, intactos os três traços característicos da
plantation: cultivo em latifúndios, atividade monocultora e uso de força de trabalho
compulsório.
PARANHOS, Paulo. “O açúcar no norte fluminense”. Revista Histórica, n. 8, mar. 2006. (Adaptado)
TEXTO II
Estrutura fundiária brasileira
Um dos traços característicos da plantation está presente nos dias atuais, como se
vê no infográfico. Essa herança colonial indica que, no campo brasileiro, há o(a)
A ausência de leis sobre heranças. D abandono de terras produtivas.
B necessidade de reforma agrária. E predomínio da usucapião.
C prevalência do patrimonialismo.
2.
De fato, com a extensão territorial de que o país dispõe, e com sua infinita
variedade de quadros climatobotânicos, seria possível produzir alimentos suficientes
para nutrir racionalmente uma população várias vezes igual ao seu atual efetivo
humano; e se nossos recursos alimentares são até certo ponto deficitários e nossos
hábitos alimentares defeituosos, é que nossa estrutura econômico-social tem agido
sempre num sentido desfavorável ao aproveitamento racional de nossas
possibilidades geográficas.
CASTRO, Josué de. Geografia da fome: o dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Edições Antares, 1984.
79
Segundo a teoria malthusiana, o crescimento populacional
A ultrapassa a capacidade de produção de alimentos.
B é uma consequência do subdesenvolvimento mundial.
C está ligado à crescente degradação do meio ambiente.
D deve ser controlado por meio de métodos contraceptivos.
E estimula o desenvolvimento de novas técnicas produtivas.
3.
O blecaute generalizado do Amapá já deixou mais de 750 mil pessoas no escuro
por quatro dias, paralisou indústrias e comércio, causou R$ 190 milhões de prejuízo,
impulsionou a violência e adiou as eleições em Macapá. O estado já está na terceira
semana de apagões intermitentes não solucionados e sofreu novo blecaute esta
semana.
AMARAL, Luciana; MILITÃO, Eduardo. “Amazônia às escuras”.
Disponível em: <https://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 21 nov. 2020.
4.
TEXTO I
Área agrícola, população urbana e PIB em países selecionados
VIEIRA, Pedro Abel et al. (org.). Geopolítica do alimento: o Brasil como fonte estratégica
de alimentos para a humanidade. Brasília. Embrapa, 2019. (adaptado)
80
TEXTO II
Principais exportadores mundiais de produtos
agrícolas nos anos de 2000, 2010 e 2017
VIEIRA, Pedro Abel et al. (org.). Geopolítica do alimento: o Brasil como fonte estratégica
de alimentos para a humanidade. Brasília. Embrapa, 2019. (adaptado)
81
7.
A demanda mundial para a produção de alimentos aumenta progressivamente a
taxas muito altas. Atualmente, na maioria dos países, continentes e regiões, a água
consumida na agricultura é de cerca de 70% da disponibilidade total.
TUNDISI, J. G. Recursos hídricos no futuro: problemas e soluções.
Estudos Avançados, n. 63, 2008 (adaptado).
8.
Um estudante leu em um site da internet que os povos antigos determinavam a
duração das estações do ano observando a variação do tamanho da sombra de uma
haste vertical projetada no solo. Isso ocorria porque, se registrarmos o tamanho da
menor sombra ao longo de um dia (ao meio-dia solar), esse valor varia ao longo do
ano, o que permitiu aos antigos usar esse instrumento rudimentar como um
calendário solar primitivo. O estudante também leu que, ao longo de um ano (sempre
ao meio-dia solar): (I) a sombra é máxima no solstício de inverno; e (II) a sombra é
mínima no solstício de verão.
O estudante, que morava em Macapá (na Linha do Equador), ficou intrigado com
essas afirmações e resolveu verificar se elas eram verdadeiras em diferentes regiões
do mundo. Contactou seus amigos virtuais em Salvador (Região Tropical) e Porto
Alegre (Região Temperada) e pediu que eles registrassem o tamanho da menor
sombra de uma haste vertical padronizada, ao longo do dia, durante um ano. Os
resultados encontrados estão mostrados esquematicamente no gráfico (SV:
Solstício de Verão; SI: Solstício de Inverno; E: Equinócio):
82
9.
Empreende-se um programa de investimentos em infraestrutura para oferecer as
condições materiais necessárias ao processo de transformação do território nacional
em um espaço da economia global. Nessa configuração territorial, destacam-se hoje
pontos de concentração de tecnologias de ponta. É o caso da chamada agricultura
de precisão. Nos pomares paulistas, começou a ser utilizada uma máquina, de
origem norte-americana, capaz de colher cem pés de laranja por hora, sob o controle
de computadores.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do séc. XXI.
Rio de Janeiro: Record, 2001.
10.
Os produtores de Nova Europa (SP) estão insatisfeitos com a proibição da
queima e do corte manual de cana, que começou no sábado (01/03/2014) em todo
o estado de São Paulo. Para eles, a produção se torna inviável, já que uma máquina
chega a custar R$ 800 mil e o preço do corte dobraria. Além disso, a mecanização
cortou milhares de postos de trabalho.
Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuárias e Agroindustrial
(SBERA). Com proibição da queima, produtores dizem que corte de cana fica inviável.
Disponível em: http://sbera.org.br. Acesso em: 25 mar. 2014.
11.
A característica fundamental é que ele não é mais somente um agricultor ou um
pecuarista: ele combina atividades agropecuárias com outras atividades não
agrícolas dentro ou fora de seu estabelecimento, tanto nos ramos tradicionais
urbano-industriais como nas novas atividades que vêm se desenvolvendo no meio
rural, como lazer, turismo, conservação da natureza, moradia e prestação de
serviços pessoais.
SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Revista Nova Economia, n. 1, maio 1997 (adaptado).
83
12.
Durante as três últimas décadas, algumas regiões do Centro-Sul do Brasil
mudaram do ponto de vista da organização humana, dos espaços herdados da
natureza, incorporando padrões que abafaram, por substituição parcial, anteriores
estruturas sociais e econômicas. Essas mudanças ocorreram, principalmente,
devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além da descoberta
de impensadas vocações dos solos regionais para atividades agrárias rentáveis.
AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2003 (adaptado).
13.
A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo. A figura que
ilustra o modelo dessa projeção é:
A D
B E
84
14.
A imagem apresenta um exemplo de croqui de síntese sobre o turismo na França:
Turismo na França
85
15.
16.
Sabe-se o que era a mata do Nordeste, antes da monocultura da cana: um
arvoredo tanto e tamanho e tão basto e de tantas prumagens que não podia homem
dar conta. O canavial desvirginou todo esse mato grosso do modo mais cru: pela
queimada. A fogo é que foram se abrindo no mato virgem os claros por onde se
estendeu o canavial civilizador, mas ao mesmo tempo devastador.
FREYRE, G. Nordeste. São Paulo: Global, 2004 (adaptado).
86
17.
87
19.
BRASIL. Atlas da energia elétrica do Brasil. Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica, 2008 (adaptado).
20.
A crescente conscientização sobre os efeitos do modelo intensivo de produção,
adotado de forma geral na agricultura, tem gerado também uma série de reações.
De fato, a agricultura está cada vez mais pressionada pelo conjunto de relações que
mantém com a sociedade em geral, sendo emergente o que comumente se deno-
mina “questão ambiental”. Essas relações, às que determinam uma chamada ampla
para mudanças orientadas à sustentabilidade, não só da atividade agrícola em si,
senão que afete de maneira geral a todo o entorno no qual a agricultura está inserida.
GOMES, J. C. C. Desenvolvimento rural, transição de formatos tecnológicos,
elaboração social da qualidade, interdisciplinaridade e participação.
In: PORTO, V. H.; WIZNIEWSKY, C. R. F.; SIMICH, T. (Org.).
Agricultor familiar: sujeito de um novo método de pesquisa, o participativo. Pelotas: Embrapa, 2004.
88
1.
As áreas semiáridas no Nordeste do Brasil têm uma vocação natural para
deserto. Na Paraíba, o processo de desertificação é considerado grave tanto pela
abrangência da área como pelos níveis de degradação. A manifestação do processo
de desertificação no município de Juazeirinho também é decorrente de sua posição
geográfica, pois este se encontra localizado no fim do percurso dos fluxos úmidos
que se direcionam para o semiárido nordestino e em situação de sota-vento, fazendo
parte da diagonal mais seca do Brasil.
FIGUEIREDO, Vânia Santos. Perspectivas de recuperação para áreas em processo de desertificação
no semiárido da Paraíba – Brasil. In: Revista Electrónica de Geografia y Ciencias Sociales da
Universitat de Barcelona. Disponível em: https://revistes.ub.edu. Acesso em: 21 jan. 2021. (adaptado)
Com base no texto, para além dos fatores antrópicos, o aspecto geográfico que
intensifica o processo dedesertificação no município da região indicada é a
A presença de correntes frias.
B proximidade de latitudes tropicais.
C ocorrência do efeito orográfico.
D extensão da superfície continental.
E propagação de anticiclones subtropicais.
2.
89
3.
Se o eixo da Terra não fosse inclinado, cada região do planeta receberia a mesma
quantidade de energia durante o ano todo, com as regiões equatoriais tendo mais
energia que as regiões intermediárias e as regiões polares recebendo menos
energia que o restante do planeta.
COUTINHO, Maria Júlia. Entrando no clima: chuva, chuvica, chuvarada e outras meteorologices.
São Paulo: Planeta, 2016. p. 40.
4.
Cuiabá figura no rol das dez cidades mais quentes do Brasil. O título — não muito
invejável — se deve a características naturais da capital mato-grossense
intensificadas por fenômenos que constituem o clima urbano. Diante do processo de
urbanização que substitui materiais naturais por materiais construtivos, retira
vegetação e aumenta a área de construções civis ao redor de determinadas regiões.
Essas construções também são responsáveis por formar espaços dentro das
cidades com temperaturas mais elevadas que o entorno.
Disponível em: https://www.sonoticias.com.br. Acesso em: 27 maio 2021. (adaptado)
5.
90
6.
Todos os anos, os produtores asiáticos esperam ansiosos pela precipitação
abundante do verão. O arroz e o chá, por exemplo, estão entre os principais cultivos
agrícolas que dependem fortemente da chuva. Contudo, chuvas torrenciais podem
ser fatais. Inundações severas e deslizamentos de terra são frequentemente
registrados durante a monção. Na segunda quinzena do mês passado, pelo menos
4 milhões de pessoas ficaram desabrigadas, e centenas morreram em inundações
entre Índia, Nepal e Bangladesh.
CAPUCIN, Bruno César. O Tempo, 2 ago. 2020. Disponível em: https://www.tempo.com.
Acesso em: 3 dez. 2020. (adaptado)
7.
No IBGE, em consequência das transformações ocorridas no espaço geográfico
brasileiro, nas décadas de 1950 e 1960, uma nova divisão em macrorregiões foi
elaborada em 1970. Essa divisão introduziu conceitos e métodos reveladores da
importância crescente da articulação econômica e da estrutura urbana na
compreensão do processo de organização do espaço brasileiro, do que resultaram
as seguintes denominações: Região Norte, Região Nordeste, Região Sudeste,
Região Sul e Região Centro-Oeste, que permanecem em vigor até o momento atual.
Divisão regional do Brasil: O que é? IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br.
Acesso em: 2 dez. 2020. (adaptado)
8.
Do casarão de sua família, o poeta, ainda menino, avistava o Pico do Cauê, serra
riquíssima em minério de ferro que foi reduzida a uma cratera após décadas de
exploração. A montanha de ferro era o orgulho dos itabiranos, sólida promessa de
prosperidade que o poeta sabia que jamais se cumpriria. GABRIEL, Ruan de Souza.
Drummond denunciou a mineração predatória e a Vale em versos e crônicas.
Época, 30 jan. 2019. Disponível em: https://epoca.globo.com. Acesso em: 1 dez. 2020.
91
9.
Estou a cerca de 6 000 quilômetros do Rio de Janeiro, do outro lado do oceano,
[na Namíbia], no topo de uma duna de100 metros de altura. À minha volta, apenas
matizes cinza e creme. Nada tem cor. A diferença radical entre as duas costas do
mesmo Atlântico é a melhor prova de como as correntes marítimas influenciam o
clima. A vegetação aqui é esparsa e cada planta conta uma história estoica de
sobrevivência.
Mas a beleza está presente nessa natureza quase morta. O vento constante cria
um fino lençol de areia em movimento. As dunas caminham e mudam de forma.
Variam de cor, seguindo o jogo do sol com as nuvens. Quem leva a culpa por esse
desafio climático é Benguela, uma corrente marítima gelada do Atlântico Sul. As
águas frias trazem nutrientes abundantes e, graças a eles, enorme quantidade de
peixes. Mas a falta de umidade também engendra um litoral com escassa vegetação.
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com>. Acesso em: 5 jul. 2021 (Adaptação).
10.
92
11.
O clima no Brasil, assim como praticamente em toda a América do Sul,
é fortemente influenciado pelas interações oceano atmosfera no Oceano Pacífico,
a maior extensão de água sobre o planeta (cerca de 1/3 da superfície da Terra).
Fenômenos cíclicos e as oscilações do Pacífico exercem forte influência na
variabilidade do clima regional, assim como no resto do planeta.
CAMPOS, E. O papel do oceano nas mudanças climáticas globais. Revista USP, n. 103,
São Paulo, 2014. Disponível em: <https://www.io.usp.br>. Acesso em: 6 jul. 2021 (Adaptação).
12.
Como “rios voadores” são popularmente conhecidos os fluxos aéreos de água
sob a forma de vapor que vêm de áreas tropicais do Oceano Atlântico e são
alimentados pela umidade que se evapora da Floresta Amazônica. Eles atravessam
a atmosfera rapidamente sobre a Amazônia até encontrar com os Andes e causam
chuvas a mais de 3 mil km de distância, no Sul do Brasil, no Uruguai, no Paraguai e
no norte da Argentina e são vitais para a produção agrícola e a vida de milhões de
pessoas na América Latina.
Disponível em: <www.bbc.com>. Acesso em: 9 jun. 2021 (Adaptação).
13.
Gifford Pinchot, engenheiro florestal treinado na Alemanha, criou o movimento de
conservação dos recursos, apregoando o seu uso racional. Na verdade, Pinchot agia
dentro de um contexto de transformação da natureza em mercadoria. Na sua
concepção, a natureza é frequentemente lenta e os processos de manejo podem
torná-la eficiente; acreditava que a conservação deveria basear-se em três
princípios: o uso dos recursos naturais pela geração presente, a prevenção de
desperdício e o uso dos recursos naturais para benefício da maioria dos cidadãos.
DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec; Edusp, 2000.
93
14.
15.
Quer um conselho? Vá conhecer alguma coisa da terra e deixe os homens em
paz... Os homens mudam, a terra é inalterável. Vá por aí dentro, embrenhe-se pelo
interior e observe alguma coisa de proveitoso. Aqui na capital só encontrará casas
mais altas, ruas mais cheias e coisas parecidas ao que de igual existe em todas as
cidades modernas. Mas ao contato com a terra você sentirá o que não pode sentir
nas avenidas asfaltadas.
LOBATO, M. Lobatiana: meio ambiente. São Paulo: Brasiliense, 1985.
16.
94
SALGADO-LABOURIAU, M. L. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blucher, 1994 (adaptado).
95
18.
19.
96
20.
Os dois principais rios que alimentavam o Mar de Aral, Amurdarya e Sydarya,
mantiveram o nível e o volume do mar por muitos séculos. Entretanto, o projeto de
estabelecer e expandir a produção de algodão irrigado aumentou a dependência de
várias repúblicas da Ásia Central da irrigação e monocultura. O aumento da
demanda resultou no desvio crescente de água para a irrigação, acarretando
redução drástica do volume de tributários do Mar de Aral. Foi criado na Ásia Central
um novo deserto, com mais de 5 milhões de hectares, como resultado da redução
em volume.
TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2003.
97
1.
O Círculo de Fogo, ou Anel de Fogo, compreende uma região ao redor do Oceano
Pacífico cujo comprimento aproximado é de 40 mil quilômetros, incluindo a Indonésia
e a região da Cordilheira dos Andes, na América do Sul.
O Círculo de Fogo é caracterizado pela presença de vulcões ativos e terremotos
frequentes. A região compreende cerca de 75% de todos os vulcões ativos e 90%
de todos os terremotos registrados no planeta.
MANENTE, Matheus. Vulcão causa erupção impressionante na Indonésia.
Disponível em: https://www.tempo.com. Acesso em: 5 mar. 2021.
2.
A espessura do solo vai depender das taxas da sua remoção e formação, ou seja,
naquelas áreas onde a remoção é mínima, solos profundos vão se desenvolver,
enquanto onde a ação erosiva for mais ativa os solos serão menos espessos.
Na Geomorfologia, isso pode ser bem compreendido como um balanço resultante
da ação de agentes naturais sobre o relevo. Por outro lado, os solos também podem
ser pouco profundos, onde a água não é retida, e, consequentemente, pouco
intemperismo ocorre.
VITTE, A. C.; GUERRA, A. J. T. “Geomorfologia do cotidiano: a degradação dos solos”.
Revista Geonorte, Manaus, v. 4, n. 4, 2012. p. 121. (Adaptado)
3.
98
Na imagem, observa-se a ocorrência do movimento
A divergente, que formou o Rift Valley.
B convergente, que formou os Alpes Suíços.
C convergente, que formou a Cadeia do Atlas.
D transformante, que formou o Planalto do Tibete.
E transformante, que formou a Falha de San Andreas.
4.
Círculo de Fogo do Pacífico
5.
TEXTO I
O projeto de lei — que libera tanto a exploração mineral como outras atividades
econômicas em terras indígenas — foi enviado ao Congresso nesta quinta-feira
[06/02/2020]. De acordo com a proposta, as comunidades receberiam 0,7% do valor
da energia produzida, no caso da exploração de potencial hídrico, e de 0,5% a 1%
do valor produzido no caso de petróleo, gás natural e seus derivados. No caso dos
garimpos, o pagamento seria de 50% do valor da compensação financeira pela
exploração de recursos minerais.
PARAGUASSU, Lisandra. “Projeto sobre terras indígenas prevê exploração econômica ampla”.
Disponível em: <https://economia.uol.com.br>. Acesso em: 24 mar. 2021. (Adaptado)
99
TEXTO II
TEXTO II
A Grande Muralha Verde da África
100
A Grande Muralha Verde da África tem como objetivo, para os países envolvidos, a
A distribuição de terras cultiváveis a refugiados.
B elevação da compra de créditos de carbono.
C contenção do avanço de áreas degradadas.
D unificação forçada de diferentes grupos étnicos.
E compensação de danos ambientais a particulares.
7.
8.
Se o eixo da Terra não fosse inclinado, cada região do planeta receberia a mesma
quantidade de energia durante o ano todo, com as regiões equatoriais tendo mais
energia que as regiões intermediárias e as regiões polares recebendo menos
energia que o restante do planeta.
COUTINHO, Maria Júlia. Entrando no clima: chuva, chuvica, chuvarada e outras meteorologices.
São Paulo: Planeta, 2016. p. 40.
101
9.
Todos os rios do Nordeste, em algum tempo do ano, chegam ao mar. Essa é uma
das maiores originalidades dos sistemas hidrográfico e hidrológico regionais.
Ao contrário de outras regiões semiáridas do mundo, em que rios e bacias
hidrográficas convergem para depressões fechadas, os cursos d'água nordestinos
chegam ao Atlântico pelas mais diversas trajetórias.
AB’SABER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. (adaptado)
10.
A área destacada no mapa do Brasil corresponde a um bioma que tem como uma
de suas características a
A ausência de vegetação de porte herbáceo-arbustivo.
B predominância de espécies vegetais aciculifoliadas.
C ocorrência de árvores de troncos retorcidos.
D inexistência de processos de devastação.
E presença de reduzida biodiversidade.
102
12.
O Taj Mahal, um dos edifícios mais icônicos do planeta, está a mudar, vítima da
poluição, da corrosão e da aparente falta de investimento na sua manutenção e
recuperação. Anteriormente era branco, como o seu mármore — há um ditado
famoso que diz que o Taj Mahal é rosado de manhã, branco leitoso à noite e dourado
quando a lua brilha e lhe bate nas paredes. Agora o monumento é amarelado, quase
acastanhado e em alguns pontos verde, devido à passagem do tempo e à extrema
poluição na Índia, que inclui episódios recorrentes de chuvas ácidas.
Disponível em: https://www.nit.pt. Acesso em: 20 out. 2020.
13.
O ritmo marcante do tropicalismo regional, com estações muito chuvosas
alternadas com estações secas que inclui um total de precipitações anuais de três a
quatro vezes aquele ocorrente no domínio das Caatingas, implica uma preservação
intensiva dos padrões dos cursos d’água regionais. Mesmo nos canais de
escoamento laterais aos chapadões e de reduzida extensão permanece uma linha
úmida d'água quase superficial, durante toda a estação seca no meio do ano.
AB'SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p.38. (adaptado)
103
15.
A exploração dos recursos madeireiros da Amazônia poderia ser realizada de
acordo com um conjunto relevante de conhecimentos sobre manejo florestal e
ecologia tropical. Nessa área, historicamente, há uma parceria acadêmica com
universidades estrangeiras, resultando em pesquisas e desenvolvimento de novas
técnicas dentro de uma relação bastante equilibrada. Seria possível investir em
estratégias de manejo florestal, já desenvolvidas e testadas no Brasil, criando
cadeias produtivas de produtos madeireiros mais sustentáveis.
(Nurit Bensusan. “A arquitetura da destruição: versão tropical”.
Le monde diplomatique Brasil, julho de 2019. Adaptado.)
16.
Analise as informações das afirmativas I e II.
I. Cobertura vegetal situada nas margens dos rios ou outros corpos hídricos.
Abriga uma diversidade de flora e fauna de vital importância para o equilíbrio
de uma região, além de evitar o assoreamento do leito dos rios. É protegida
pelo Código Florestal Brasileiro como Área de Preservação Permanente.
II. Trata-se de um ecossistema costeiro, de regiões alagadiças, característico de
regiões tropicais e subtropicais, formado por espécies arbustivas e arbóreas.
Constituem área de fonte de alimento para diversas espécies e sustento para
muitas famílias. A ocupação desordenada dessas áreas para exploração de
espécies, turismo, especulação imobiliária, é responsável por sua acelerada
devastação.
As formações vegetais apresentadas nas afirmativas I e II correspondem,
respectivamente, a
A mata ciliar, manguezais. D pantanal, mata ciliar.
B mata galeria, pradarias. E pradaria, várzea.
C manguezais, campos.
17.
Reconhecido como o segundo maior bioma da América do Sul e o segundo maior
bioma do Brasil, compreendendo cerca de 22% do território brasileiro, esta
vegetação caracteriza-se por ser uma região de savana, estendendo-se por cerca
de 200 milhões de quilômetros quadrados. Possui uma formação vegetal de grande
biodiversidade e grande potencial aquífero, no entanto, é considerado atualmente o
segundo bioma do Brasil mais ameaçado.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/cerrado.htm
104
18.
Antes dos portugueses, SP teve floresta tropical, cerrado e mini-pantanal
Morro onde a capital paulista surgiu tinha “uma das melhores vistas” do país;
a BBC Brasil elaborou um mapa inédito da flora paulistana original marcada
pela diversidade de biomas
Antes dos portugueses, quem caminhasse alguns quilômetros pelo território da
atual cidade de São Paulo poderia cruzar florestas tropicais com bromélias,
orquídeas e árvores de até 45 metros de altura, campos cerrados com espécies de
troncos grossos e galhos retorcidos, araucárias e arbustos típicos da região Sul e
várzeas de rios que lembravam o Pantanal.
A extraordinária variedade da flora nativa atraía para a região um conjunto
igualmente diverso de animais, entre os quais onças-pintadas, tucanos-de-bico-
-verde, micos-leões-pretos e veados-catingueiros.
A BBC Brasil produziu um mapa inédito [buscando] recriar a paisagem
contemplada [na época da] fundação da cidade.
Daquele morro, na confluência dos rios Tamanduateí e Anhangabaú, tinha-se
“uma das melhores vistas do Brasil”.
Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/antes-dos-portugueses-sp-teve-
floresta-tropical-cerrado-e-mini-pantanal,2ca9df61c85d58b11eb4aa2b2c07f06e3xowxu4u.html>.
Acesso em:19 out. 2018.
105