O Julgamento - Apontamentos
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FASE DE JULGAMENTO
Se no fim da fase de inquérito o arguido for acusado, ou se, tendo havido fase
de instrução, o juiz de instrução proferiu despacho de pronúncia, o processo
segue para o tribunal de julgamento.
O julgamento é uma audiência que tem lugar num tribunal. Cuja finalidade é
verificar se há provas suficientes que permitam condenar o arguido pelo crime
de que é acusado e, caso haja, aplicar-lhe uma pena. No julgamento é ainda
debatido e decidido se a vítima e, eventualmente, outras pessoas a quem o crime
tenha causado prejuízos e que tenham pedido uma indemnização, têm direito
a recebê-la.
MARCAÇÃO DE JULGAMENTO
SALA DE AUDIÊNCIAS
fazer alegações, isto é, dar a sua opinião sobre as provas apresentadas e sobre
se o arguido deve ser condenado.
Como parte civil, a vítima vai defender em julgamento o seu direito a
indemnização. Se tiver advogado, este poderá fazer perguntas ao arguido, às
testemunhas e aos peritos sobre aspetos relacionados com o pedido de
indemnização apresentado, nomeadamente sobre os danos que o crime causou
à vítima.
O INÍCIO DO JULGAMENTO
todas com o objetivo de o encontrar e faze-lo responder pelos factos dos quais
é suspeito.
AS PROVAS
Para que o contacto do juiz e dos restantes participantes com as provas seja o
mais direto possível, todas as provas são apresentadas na audiência de
julgamento, isto é, o arguido é interrogado e as testemunhas são inquiridas
mesmo que já o tenham sido durante a investigação, os peritos podem ser
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chamados para prestar esclarecimentos sobre os exames que hajam realizado
e os documentos, como por exemplo os relatórios médicos, são novamente
apreciados.
O primeiro a ser interrogado é o arguido. O arguido tem direito a recusar-se
a prestar declarações, uma vez que ninguém pode ser obrigado a testemunhar
contra si próprio. Contudo, as declarações por si prestadas em fases anteriores
do processo poderão ser utilizadas e valoradas pelo juiz. Se quiser prestar
declarações, por considerar que isso é positivo para a sua defesa, o juiz começa
por perguntar-lhe se o que está escrito na acusação é verdade, isto é, se
confessa ou não os factos. O arguido tem então a oportunidade de contar a sua
versão do que se passou, podendo o juiz interrompê-lo para fazer algumas
perguntas concretas. A seguir, o juiz passa a palavra, sucessivamente, ao
magistrado do Ministério Público e aos advogados para colocarem questões.
Se o arguido confessar os factos dos quais está acusado, o crime considera-
se provado pelo que, em princípio, já não é necessário serem apresentadas mais
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Quando houver lugar à audição de peritos, por tal ter sido requerido ou quando
o tribunal o julgar conveniente para esclarecer algum aspeto relativo aos exames
que hajam realizado, esta tem normalmente lugar a seguir à inquirição das
testemunhas.
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Para além destes testemunhos, podem ser relevantes outras provas, como
documentos, por exemplo, que para serem tidos em conta têm que estar no
processo.
O juiz pode também considerar importante uma ida ao local do crime, para
melhor conhecimento do mesmo e eventual reconstituição dos factos na
presença de todos os participantes no processo.
É natural que, durante o julgamento, sejam ditas algumas coisas pelo arguido
e/ou por algumas testemunhas que lhe possam causar algum incómodo ou
desagrado, sobretudo quando sabe que não correspondem à verdade.
Concluída a prova, o juiz faz algumas perguntas ao arguido sobre a sua situação
pessoal, familiar, profissional e económica.
As respostas a estas perguntas podem ser importantes para a decisão do
tribunal, nomeadamente quanto à pena aplicar: por exemplo, na determinação
do montante da pena de multa é tida em conta a situação económica do arguido.
Depois, o magistrado do Ministério Público, o advogado do assistente, o
advogado das partes civis e o defensor do arguido têm direito de fazer as suas
alegações, isto é, de dizer ao juiz o que é que consideram que ficou provado e
não provado e, caso achem que ficou provado que o arguido praticou o crime,
que pena lhe deve ser aplicada. Depois destas alegações, o arguido pode
ainda, se quiser, dizer algo mais que considere importante para a sua
defesa.
Se o processo for simples e a decisão for fácil de tomar, o juiz pode anunciá-la
de imediato. Mas o mais comum é o juiz marcar uma data, uns dias depois, para
ler a sua decisão.
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A SENTENÇA
Pode acontecer que o arguido seja condenado por algum ou alguns dos crimes
de que vinha acusado e absolvido de outros, ou até absolvido por todos os
crimes de que vinha acusado ou pronunciado.
O RECURSO
Caso não concordem com a sentença ou acórdão, o arguido, o assistente, a
parte civil – qualquer um deles obrigatoriamente através do respetivo advogado-
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e o Ministério Público podem apresentar recurso.
O recurso é apresentado no tribunal em que decorreu o julgamento, por
escrito, no prazo de 30 dias. Em casos de especial complexidade, o prazo para
apresentação do recurso pode ser prorrogado por mais 30 dias.
O recurso deve conter as razões pelas quais não se concorda com a
sentença, ao nível da apreciação da prova apresentada e/ou da aplicação das
normas legais.
Os participantes no processo afetados pela apresentação do recurso são
notificados para responderem no prazo de 30 dias.
O recurso e as respostas ao mesmo, bem como outros elementos do processo
que sejam relevantes, são então enviados pelo tribunal do julgamento para
o tribunal de recurso, denominado Tribunal da Relação. Em alguns casos, por
exemplo quando se impugna exclusivamente a matéria de direito, o recurso é
diretamente enviado para o Supremo Tribunal de Justiça.
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