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Direito Penal

Prof. Nidal Ahmad


Queridos alunos,

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Com carinho,
Equipe Ceisc ♥
Revisão Turbo TJ-SP
Direito Processual Civil

Direito de Processual Civil


Prof.ª Luciana Aranalde

Sumário
1. Do processo de conhecimento e do.................................................................................................. 3
1.1.Causas de impedimento e suspeição .................................................................................... 5
1.2. Dos atos processuais ............................................................................................................ 7
1.3. Tempo dos atos processuais ................................................................................................ 8
1.4. Das tutelas provisórias ........................................................................................................ 11
1.5. Contestação ........................................................................................................................ 13
1.6. Embargos à execução ........................................................................................................ 14
1.7. Reconvenção ...................................................................................................................... 14
1.8. Autonomia da reconvenção ................................................................................................ 15
1.9. Cumprimento de sentença .................................................................................................. 16
1.10. Títulos executivos extrajudiciais ........................................................................................ 16
1.11. Recursos ........................................................................................................................... 18
1.11.1. Regra geral dos recursos ............................................................................................... 18
1.12. Juizado especial cível ....................................................................................................... 19
1.12.1. Noções gerais ................................................................................................................ 19
1.13. Juizado especial federal.................................................................................................... 22
1.13.1. Matérias excluídas da competência do juizado federal .................................................. 22

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1. Do processo de conhecimento e do
procedimento comum

Existem, no direito brasileiro, basicamente 2 tipos de processo:


1. O processo de conhecimento, que tem por objetivo a obtenção de uma sentença
que reconheça um direito;
2. O processo de execução, que tem por finalidade a satisfação de um título
executivo.

O processo de conhecimento poderá ser conduzido por meio de 2 espécies de


procedimento: os procedimentos especiais ou o procedimento comum. O procedimento nada
mais é do que uma sucessão de atos que se desencadeiam ao longo do processo.
O art. 318 do CPC determina que o procedimento comum será aplicado a todas as causas,
salvo disposição em contrária prevista no próprio CPC ou em lei. Além disso, tem-se que o
procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao
processo de execução.
O procedimento comum observa as seguintes etapas:
• Petição inicial: deve observar os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC;
• Registro ou distribuição do processo ao juízo competente;
• Juízo de admissibilidade: nesse momento, o juiz poderá indeferir a petição inicial,
determinar sua emenda, decidir pela improcedência liminar do pedido ou aceitar a
petição inicial e determinar a citação do réu;
• Audiência de conciliação e mediação: o procedimento seguirá apenas se não
houver acordo, situação em que o réu sairá intimado para contestar ou reconvir;
• Contestação ou reconvenção: é nesse momento que se encerra a fase
postulatória, na qual os pedidos são realizados;

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• Réplica: ocorrerá somente se o réu apresentar defesa indireta ou juntar novos


documentos. A defesa indireta é a apresentação de elementos modificativos,
extintivos ou impeditivos do direito do autor. Exemplo disso é o réu que admite a
existência da dívida, mas alega que já a pagou;
• Julgamento antecipado do mérito: se dá em conformidade com o art. 355 do
CPP. Ocorre quando o juiz determina que há desnecessidade de produção de
novas provas, ou quando o réu for revel, com efeitos da revelia, e não houver
requerimento de provas.

Se o julgamento antecipado do mérito for parcial, haverá decisão interlocutória de mérito,


cabendo agravo de instrumento – nesse caso, admite o cumprimento provisório de sentença. Já
se o julgamento antecipado do mérito for total, haverá sentença, cabendo apelação – aqui,
admite-se o cumprimento definitivo de sentença.
• Saneamento do processo: é o fim da fase organizatória do processo;
• Audiência de instrução e julgamento: produção das provas;
• Sentença: pode se dar na audiência de instrução e julgamento ou depois;
• Fase recursal;
• Trânsito em julgado;
• Cumprimento de sentença; e
• Extinção do processo.

Resolva as questões a seguir:


1) VUNESP – 2023 – Câmara de Marília-SP – Procurador Jurídico
É correto afirmar que a fase ordinatória é uma fase do
A) procedimento que abrange as providências preliminares, o julgamento conforme o estado do processo e o
saneamento.
B) procedimento que abrange a produção das provas e deve estar presente em todos os tipos de procedimento.
C) processo, assim como a postulatória, instrutória e decisória.
D) processo que consiste nos atos de postulação das partes.
E) processo que, assim como a instrutória, não é obrigatória, a depender da situação no caso concreto.

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1.1. Causas de impedimento e suspeição


O juiz deve estar equidistante das partes: por ser o responsável por solucionar um
problema na relação entre duas pessoas, não pode estar mais próximo de uma delas. Nesse
caso sua decisão estaria viciada, configurando causa de impedimento. Caso haja qualquer
proximidade do juiz com alguma das partes, então, ele será afastado, e caberá a outro juiz o
julgamento do litígio. Conforme o inciso I do art. 144 do CPC, o juiz está impedido de atuar nos
processos em que:
1. Tenha atuado como mandatário da parte, ou seja, já tenha tido procuração para
agir no interesse de uma das partes;
2. Tenha atuado como perito em algum momento ou participado da formação da
prova;
3. Tenha atuado anteriormente como membro do Ministério Público;
4. Tenha prestado depoimento como testemunha.

Todos estes motivos arrolados pela lei são objetivos e, a eles, atribui-se presunção
absoluta, ou seja, não se permite prova em contrário.

Atenção!
Na ADI 5953, o STF entendeu pela inconstitucionalidade do inciso VIII do art. 144 do CPC.

Diferentemente do impedimento, que tem caráter objetivo, a suspeição


tem caráter subjetivo, ou seja, diz respeito aos sentimentos, relações interpessoais do juiz, não
sendo tão específico e direto quanto o impedimento.
Os casos de suspeição estão presentes no art. 145 do CPC que, já em seu inciso I,
apresenta a situação na qual o juiz é amigo íntimo ou inimigo declarado de alguma das
partes ou de seus advogados. Nesses casos, o julgamento poderá ser enviesado, colocando
em risco o julgamento imparcial da lide.
Conforme o inciso II, o juiz também será considerado suspeito quando, antes ou depois
do início do processo, receber presentes de pessoas que tenham algum interesse nessa
causa. Da mesma forma, caso o juiz venha a aconselhar alguma das partes no objeto da causa,
ele será suspeito. Ainda, o inciso considera suspeito o juiz que, de alguma forma, auxiliar as
partes com o pagamento de custas processuais.

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Já no inciso III, há previsão de suspeição quando o juiz for credor ou devedor de


algumas das partes. Essa suspeição abrange, também, os casos em que alguma das partes
é credora ou devedora de cônjuge/companheiro/parente em até 3º grau do juiz.
O inciso IV traz a hipótese de suspeição no caso de eventual interesse do juiz em julgar
a favor de qualquer das partes. Ademais, conforme o §1º, o juiz pode se dar por suspeito por
questão de foro íntimo (“razões pessoais”, “motivos que só interessam ao próprio juiz”), sem
expor sua motivação, protegendo, assim, a sua vida privada. Feito isso, o processo será dirigido
ao seu substituto direto. O motivo que levou o juiz a declarar-se suspeito somente será
informado sigilosamente, ou a órgão de controle de sua atividade funcional.
No entanto, o Código também trouxe que, caso a parte que alegou a suspeição
tenha criado essa situação, a alegação será considerada ilegítima. Ex: a parte dá um
presente para o juiz, tentando criar um caso de suspeição. Também configura ilegitimidade da
alegação quando a parte já vinha se manifestando no processo, e, em momento posterior,
alega a suspeição. A prática de atos processuais configura uma “aceitação tácita” da
atuação do juiz, não sendo possível a alegação posterior de suspeição.

Responda a questão a seguir:


2) VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário
Judiciário A empresa X, representada pelo escritório de advocacia Y, propôs ação de obrigação de fazer em face
do Município de Vila Verde. A ação foi distribuída por sorteio para a 5a Vara da Fazenda Pública da Comarca de
Vila Verde que tem como escrivão Eduardo. O Município foi devidamente citado e na contestação apresentou a
alegação de que, dez dias após a propositura da petição inicial, um primo distante de Eduardo foi contratado, como
advogado, pelo escritório de advocacia Y, fazendo com que Eduardo seja impedido de exercer suas funções no
processo. Diante da situação hipotética, é correto afirmar que a alegação apresentada em contestação está
Alternativas:
A) incorreta, uma vez que não se trata de impedimento e sim de suspeição.
B) correta, desde que o primo de Eduardo intervenha diretamente no processo.
C) incorreta, uma vez que não há qualquer tipo de impedimento na atuação de Eduardo como escrivão em um
processo no qual seu primo seja advogado.
D) incorreta, uma vez que os motivos de impedimento e suspeição se aplicam apenas aos Juízes, membros do
Ministério Público e demais sujeitos imparciais do processo.
E) incorreta, uma vez que o impedimento só se verificaria se o primo de Eduardo já integrasse o processo antes do
início da atividade de Eduardo.

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1.2. Dos atos processuais


Os atos processuais são os atos humanos adotados no processo. Dependem,
portanto, de condutas das partes, do juiz, de interessados, serventuários, entre outros. Dada esta
influência, os atos devem ser praticados conforme determina a lei, que prevê sua sequência,
forma, tempo, legitimados e demais requisitos. Eventualmente, a ausência do ato – a omissão –
também pode ter relevância processual, quando a lei determinar.
A forma dos atos processuais diz respeito ao aspecto exterior pelo qual se apresentam.
Em regra, impera o princípio da liberdade das formas, com ênfase na finalidade do ato. Isto é:
o importante é que o ato alcance sua finalidade essencial, mesmo que praticado por outra forma
que não a determinada em lei, uma vez que o processo e seus atos são instrumentos do direito
material. Esta é a regra do art. 188 do Código de Processo Civil.
A publicidade dos atos processuais é determinada pelo art. 5º, LX da Constituição
Federal – que prevê também a possibilidade do sigilo em casos excepcionais (para a defesa da
intimidade ou por interesse social).
A publicidade é essencial como mecanismo de controle das decisões judiciais. Há
casos, contudo, em que a proteção constitucional exige o sigilo para preservar a intimidade e o
interesse social. O Código de Processo Civil regulamenta estas hipóteses em seu art. 189.
Nos processos que correm sob sigilo (ex.: demandas de família ou que versem sobre
arbitragem), o acesso é garantido apenas às partes e seus advogados. Para além deles, também
se admite o acesso do Ministério Público, quando couber intervir e, ainda, podem ser fornecidas
informações ao terceiro que comprovar interesse jurídico na demanda. Assim, caso o credor de
uma das partes envolvidas em processo de divórcio litigioso com partilha demonstrar a
necessidade e interesse pela ciência de bens aptos à satisfação da dívida, o juiz pode fornecer
certidão do dispositivo da sentença, assim como da certidão de partilha.
Uma grande inovação do CPC foi permitir, em nome da dinamicidade e instrumentalidade
do processo, que as partes negociem mudanças no procedimento, no tocante aos seus ônus,
poderes, faculdades e deveres processuais. Este acordo pode ser feito antes ou durante o
processo, desde que as partes sejam capazes e negociem de forma paritária, conforme prevê o
artigo 190 do CPC.
As partes também podem, juntamente com o juiz, estabelecer um calendário para a prática
dos atos processuais. O CPC prevê para determinados atos prazos de realização por cada parte
– inclusive para decisões e sentenças judiciais. Contudo, eles podem ser negociados entre as
partes e o juiz.

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Uma vez praticado o ato processual, seus efeitos são imediatos. Há, contudo, uma
exceção: a manifestação de desistência da ação apenas produz efeito se homologada pelo
juiz, que em determinados casos deve ouvir a parte contrária antes, conforme artigo 200
do CPC.
Como garantia da prática dos atos, as partes podem requerer o recibo da entrega de
petições e demais documentos em cartório. Nos processos eletrônicos, também é gerado um
recibo de protocolo quando da juntada de documentos e petições.

1.3. Tempo dos atos processuais


Em geral, os atos processuais devem ser praticados em determinado momento, sob pena
de preclusão. Para tanto Código de Processo Civil determina o horário das 6:00 às 20:00
horas, em dias úteis. Admite-se, contudo, a prática de atos após as 20:00 horas quando
tenham se iniciado antes ou se for prejudicial ou danoso seu adiamento – a emergência,
portanto, autoriza a exceção à regra.
Há atos que também podem ser praticados em férias forenses, feriados ou fora do
horário estabelecido pelo CPC: citações, intimações e penhoras. Nesses casos não é
necessária autorização judicial, mas deve ser respeitada a inviolabilidade da residência e,
mesmo com autorização judicial, só se pode adentrar em domicílio durante o dia.
Para o protocolo de atos em processo físico, o horário disponível deverá ser o de
funcionamento do fórum ou tribunal, de acordo com a lei de organização judiciária local.
Assim, não é possível exigir que se aceite o protocolo de uma petição às 19:00, já encerrado o
expediente do Fórum, com base no art. 212 do CPC.
Por sua vez, os atos processuais em processo eletrônico não estão adstritos a
horários de funcionamento do fórum, e podem ser praticados até as 24:00 do último dia
do prazo estabelecido. Determina-se como parâmetro de horário o vigente na localidade do
juízo perante o qual o ato será realizado. Ou seja: por razões de fuso, considera-se o horário
conforme o local do juízo responsável pelo processo, e não o horário de Brasília.
O Código de Processo Civil, ou legislação específica, determinam prazo a ser obedecido
para a prática dos atos processuais. Quando a lei não determina, o juiz pode estipulá-
lo, conforme a complexidade do ato a ser praticado. Quando nem a lei nem o juiz estabelecem
o prazo, tem-se a determinação residual do CPC – considera-se o prazo de 5 (cinco) dias
para a prática do ato a cargo da parte. No caso de intimação para comparecimento em

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juízo, se não houver prazo legal ou determinado pelo juiz, a pessoa não é obrigada a
comparecer antes de decorridas 48 horas da intimação.
O CPC também traz uma inovação ao determinar a validade e tempestividade (considera-
se praticado no tempo correto) do ato praticado antes do início da contagem de prazo. Exemplo:
caso a parte seja citada para comparecimento à audiência de conciliação, a partir da qual flui o
prazo para contestação, mas, antes mesmo da audiência, junta a contestação aos autos,
considera-se que a contestação é tempestiva (praticada em tempo correto).
Outra novidade do CPC que ajuda a desafogar a prática dos atos processuais é a
determinação pela contagem de prazo apenas em dias úteis. Esta regra aplica-se apenas aos
atos processuais previstos em lei ou determinados pelo juiz.
Sobre a contagem dos prazos processuais: são contados excluindo-se o dia do começo
e incluindo o dia do vencimento. Caso o dia do início ou do vencimento coincidam com feriado
ou outro dia sem expediente forense, serão prorrogados para o primeiro dia útil seguinte.
Também há algumas regras específicas para o início da contagem de prazo: em caso de
publicação, o prazo começa a fluir a partir do primeiro dia útil seguinte ao dia da
publicação. Por sua vez, considera-se como dia de publicação o primeiro dia útil seguinte
à data de disponibilização no Diário de Justiça Eletrônico, conforme artigo 224 do CPC.
Em processos físicos com litisconsortes (mais de uma parte) patrocinados por
diferentes advogados, de escritórios de advocacia distintos, haverá prazos em dobro para
todas as manifestações, em qualquer instância, independentemente de requerimento.
Isto porque normalmente a manifestação depende da consulta aos autos físicos, que é
dificultada se há demanda de diversos envolvidos. Justamente por isso, esta disposição não
se aplica aos processos eletrônicos, uma vez que o acesso aos autos pode se dar de maneira
simultânea e a qualquer tempo pelas partes, sem qualquer prejuízo à manifestação de cada uma
(artigo 229 CPC).
Os prazos para a prática de atos processuais contam-se a partir de sua
comunicação. Isto vale para todos: partes, Procuradoria, Advocacia Pública, Defensoria Pública
e Ministério Público. Há, contudo, diversos modos de comunicação dos atos processuais: por
carta, por oficial de justiça, por meio eletrônico, por edital, entre outros. Considerando
todas estas possibilidades, para a o início da contagem de prazos, o Código de Processo
Civil prevê o termo inicial mais especificamente em seu art. 231.
Essas previsões, apesar de extensas, são lógicas: consideram a ciência do ato a ser
praticado pelo destinatário e, mais especificamente, a data do registro desta ciência nos autos.

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Assim, os prazos variam conforme o meio pelo qual se dá ciência do ato: por correios, por
mandado, por edital, pela via eletrônica, por carta (rogatória, precatória, ou de ordem), pelo Diário
de Justiça Eletrônico, ou pela retirada dos autos de secretaria.
O juiz também pode ser responsabilizado caso ultrapasse os prazos para o
cumprimento dos atos que lhe cabem. Neste caso, qualquer parte, o Ministério Público ou a
Defensoria Pública poderá representar, junto à Corregedoria ou ao Conselho Nacional de
Justiça, a falta do juiz. Instaurado o procedimento disciplinar, o juiz ou relator representado
pode apresentar justificativa em 15 dias. A partir disto, a Corregedoria ou o CNJ tem o prazo
de 48 horas para determinar que o juiz ou relator pratique, em 10 dias, o ato que deu causa
à representação.

Resolva as questões a seguir:

3) VUNESP – 2023 – Prefeitura de São José do Rio Preto – Escrevente


Vinícius, vizinho da sede da empresa Y, propôs contra ela ação de obrigação de fazer requerendo a construção de
um muro de concreto para diminuir os ruídos sonoros produzidos pelas máquinas. Acerca da citação da empresa Y
para que integre a relação processual, assinale a alternativa correta.
A) A empresa Y é obrigada a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de
recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio, no prazo de até
5 (cinco) dias úteis contado da decisão que a determinar.
B) O recebimento da citação eletrônica deverá ser confirmado em até 5 (cinco) dias úteis pela empresa Y, sob pena
da realização da citação pelo correio.
C) Cabe a Vinícius escolher a forma como a citação será feita, sendo, preferencialmente, pelo correio ou por oficial
de justiça.
D) Se a empresa Y deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento da citação recebida por meio
eletrônico, considerar-se-á ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cento) do
valor da causa.
E) A empresa Y, quando citada por oficial de justiça, poderá, a qualquer momento, apresentar justa causa para a
ausência de confirmação do recebimento da citação enviada eletronicamente.

4) VUNESP – 2023 – TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciario


No que diz respeito à verificação dos prazos e das penalidades relativos aos atos processuais, é correto afirmar
que:
A) qualquer pessoa poderá representar ao juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder os prazos
previstos em lei.
B) incumbe ao escrivão ou chefe de secretaria verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos
estabelecidos em lei.

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C) caso o advogado deixe de restituir os autos no prazo do ato a ser praticado, haverá multa correspondente ao
valor do salário-mínimo vigente.
D) se o advogado exceder o prazo legal, será intimado para devolver os autos no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena
de perder o direito à vista fora de cartório.
E) qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao
Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei,
regulamento ou regimento interno.

1.4. Das tutelas provisórias


Tutelas provisórias antecipada e cautelar:
A tutela provisória antecipada é satisfativa, pois antecipa aquilo que o autor pretendia ao
final do processo.
Dentro de uma demanda judicial, nem sempre a parte autora pode esperar o fim do
processo para ter acesso ao direito procurado. É o caso do autor que ingressa com uma ação
de medicamentos. A partir da tutela provisória antecipada, ele aufere os medicamentos no
momento em que precisa, sem ter que esperar o final do processo para que isso aconteça.
A tutela provisória cautelar, por sua vez, é conservativa, uma vez que garante que o direito
do autor continuará existindo ao final do processo. Exemplos possíveis de tutelas provisórias
cautelares são o arresto, o sequestro e o arrolamento de bens.

Tutelas provisórias de urgência e de evidência:


A tutela provisória de urgência exige a probabilidade do direito (“fumus boni iuris”) e o risco
de dano ou risco ao resultado útil do processo (“periculum in mora”).
Já a tutela provisória de evidência exige, para sua constituição, apenas a probabilidade
do direito (“fumus boni iuris”).

Tutelas provisórias antecedente e incidental:


A tutela provisória antecedente é requerida e concedida antes do início do processo
principal. Por outro lado, temos que a tutela provisória incidental é requerida e concedida no bojo
do próprio processo.
Espécies de tutelas provisórias:
As tutelas classificadas acima podem se combinar, conforme o interesse processual.
Dessa forma, temos:

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Tutela provisória de urgência:


A tutela provisória de urgência pode ser:
1. Tutela provisória de urgência antecipada: a tutela provisória de urgência
antecipada pode ser antecedente ou incidental;
2. Tutela provisória de urgência cautelar: a tutela provisória de urgência cautelar
pode ser antecedente ou incidental.

Tutela provisória de evidência:


A tutela provisória de evidência pode ser antecipada ou incidental.

Reversibilidade:
A reversibilidade é condição indispensável à tutela provisória de urgência. Assim, adianta-
se a medida de urgência, mas preserva-se o direito do réu à reversão do provimento, caso ao
final seja ele, e não o autor, o vitorioso no julgamento definitivo da lide.
Excepcionalmente, será concedida tutela provisória de urgência irreversível quando a
situação for extrema (como, por exemplo, a cirurgia urgente de pessoa hipossuficiente que não
conseguirá pagar posteriormente), ou quando a própria negativa também for irreversível (como,
por exemplo, o pedido de retirada do jornal do dia de circulação).
A tutela provisória não forma coisa julgada material. A tutela concedida se mantém até o
juiz tomar outra decisão, mesmo com o processo suspenso. Exceção a esta regra é que a
prescrição e a decadência formam coisa julgada material.
Além disso, tem-se que as espécies de tutelas provisórias podem ser recebidas umas
pelas outras e ainda admitem que o juiz exija caução.

Tutela de evidência:
Tutela da evidência é uma espécie do gênero tutela provisória. Obviamente, não se tutela
a evidência, mas sim o direito evidente, isto é, aquela situação jurídica que permite inferir um alto
grau de probabilidade do direito substancial afirmado. Ex.: busca e apreensão da alienação
fiduciária em garantia e liminar possessória.
A tutela de evidência pode ser concedida de forma liminar ou não.
Tem previsão no art. 311 do CPC e em procedimentos especiais.

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5) VUNESP – 2024 – TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário


Carmem, uma profissional autônoma que trabalha de casa, depende da internet para realizar suas atividades
profissionais. Em determinado dia, a empresa de telecomunicações X corta o serviço de internet de Carmem sem
prévio aviso, alegando inadimplência. Carmem busca atendimento com X afirmando que o débito cobrado pela
empresa é indevido e que o pagamento da fatura já havia sido realizado, mas, mesmo assim, o serviço de internet
não é religado. Inconformada, Carmem propõe uma ação judicial contra a empresa X, solicitando a tutela antecipada
antecedente para determinar a imediata restauração do serviço de internet e demonstrando o perigo de dano na
demora. O juiz concede a tutela antecipada, e a empresa X não apresenta recurso. Diante da situação hipotética, é
correto afirmar:
A) o direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada extingue-se após 2 (dois) anos, contados da data em
que a decisão que extinguiu o processo foi proferida
B) a tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito
proferida na ação proposta por qualquer das partes que tenha por intuito rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada estabilizada.
C) a decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada
após o trânsito em julgado de decisão que a revir, reformar ou invalidar.
D) ocorre o trânsito em julgado da decisão e a formação de coisa julgada material.
E) considerando a não interposição do recurso por parte da empresa X, apenas Carmem poderá requerer o
desarquivamento dos autos em que foi concedida a tutela antecipada antecedente, para instruir eventual petição
inicial.

1.5. Contestação
A contestação é uma maneira de o réu de um processo se defender do que foi alegado
no âmbito da petição inicial. É justamente no momento da contestação que o réu pode investir
contra as alegações da parte autora e rechaçar as afirmações e os argumentos do autor.
Tanto as preliminares (questões processuais) quanto o mérito serão apresentados na
mesma peça processual, denominada de contestação.
Caso na contestação haja a defesa indireta, o juiz deve abrir prazo para réplica. A defesa
indireta é aquela que apresenta fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do autor.
Também haverá réplica se o réu juntar documentos.
Na contestação, impera o princípio da eventualidade, segundo o qual o réu pode arguir
toda a defesa possível, caso uma ou outra delas seja rejeitada pelo magistrado. Tal princípio
encontra-se previsto no art. 336 do CPC.
O réu, assim, deve alegar toda a matéria de defesa possível, ainda que incompatíveis as
teses entre si, sob pena de preclusão. Ex.: em um acidente de carro, pode o réu alegar que não

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houve o acidente, que não causou o acidente e que o acidente ocorreu, mas que os danos foram
menores.
O art. 342 do CPC prevê um rol de matérias que, excepcionalmente, podem ser alegadas
após a contestação:
• Novas alegações relativas a direito ou a fato superveniente;
• Quando competir ao juiz conhecer das novas alegações de ofício;
• Quando, por expressa autorização legal, as novas alegações puderem ser
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.

Segundo o princípio da impugnação específica dos fatos, o réu deve se defender de todos
os fatos alegados na petição inicial, sob pena de presunção de veracidade do fato não
controvertido.
As exceções à impugnação específica estão dispostas no art. 341 do CPC. São situações
nas quais, ainda que não haja impugnação específica, não haverá presunção de veracidade:
1. Direitos que não admitem confissão. Ex.: o estado de paternidade não admite
confissão;
2. Petição inicial sem instrumento essencial do ato. Ex.: prova tarifada;
3. Fatos em contradição com o conjunto da defesa; e
4. No caso de curador especial.

1.6. Embargos à execução


Os embargos à execução são a defesa do réu na execução extrajudicial. Possuem
natureza jurídica de ação e, em regra, não têm efeito suspensivo.
Se o embargante alegar excesso de execução, deve apresentar o valor que entende
correto, acompanhado de memória de cálculo, sob pena dessa alegação não ser conhecida.

1.7. Reconvenção
A contestação gera ao réu o ônus de defender-se, mas é possível, por meio de
reconvenção, a apresentação de um “contra-ataque”. Na mesma peça processual, portanto,
apresenta-se a contestação e a reconvenção.
Na reconvenção é apresentado um novo pedido em face do autor. A reconvenção tem
natureza de verdadeira ação – deve existir valor da causa, custas e honorários.
Quando da apresentação da reconvenção, existirão 2 ações em um mesmo processo.

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A reconvenção é uma faculdade do réu. Ou seja, o réu pode não apresentar reconvenção,
mas propor uma nova demanda.
Requisitos para apresentação da reconvenção:
Devem ser observados os seguintes requisitos para apresentação da reconvenção:
• Conexão com a ação ou com o fundamento da defesa. Ex.: João processa Maria
dizendo ser ela a causadora de um acidente de carro. Maria apresenta reconvenção
dizendo que o culpado é João;
• Identidade das partes: nada impede a ampliação subjetiva da demanda. Ex.: João
processa Maria. Maria pode reconvir contra João e Antônio;
• Competência do juízo para apreciação de todos os pedidos; e
• Identidade procedimental.

1.8. Autonomia da reconvenção

A reconvenção é autônoma em relação à ação original. Se o autor desistir da ação, o


processo segue somente com a reconvenção.
Inclusive, a reconvenção da reconvenção é possível, exceto na ação monitória.
Finalmente, temos que as 2 ações serão julgadas conjuntamente, mas a sentença terá 2
dispositivos e contará com 2 sucumbências.

6) VUNESP – 2024 – TJ-SP – Titular de Serviços de Noatas e de Registros


Fúlvio ajuíza ação de cobrança em face de Otávio, que oferece contestação alegando que já pagou a dívida, mas a
tese defensiva é rejeitada, porque o réu não se desincumbiu do ônus de provar o fato extintivo do direito do autor,
de sorte que o pedido foi julgado procedente, tendo transitado em julgado a sentença em primeiro grau de jurisdição.
Um ano depois, Otávio dá-se conta de que a pretensão de Fúlvio estava prescrita, diante do que ajuíza, em face
dele, ação declaratória de prescrição.
Nesse caso, a tese de prescrição
a) pode ser conhecida, porque a matéria não foi suscitada na ação de cobrança, de modo que não está acobertada
pela coisa julgada material.
b) não pode ser conhecida, porque Otávio deveria ter ajuizado ação rescisória da sentença, que violou
manifestamente norma jurídica.
c) não pode ser conhecida, em face da eficácia preclusiva da coisa julgada material.
d) pode ser conhecida, seja por meio de ação de conhecimento autônoma, seja por meio de ação rescisória,
porquanto se trata de matéria de ordem pública.

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Direito Processual Civil

1.9. Cumprimento de sentença


O Novo Código de Processo Civil elenca, a partir do art. 513, as disposições pertencentes
ao cumprimento de sentença. No art. 515, temos um rol taxativo dos que são considerados títulos
executivos judiciais.

1.10. Títulos executivos extrajudiciais


São outro instrumento a que a lei atribui força executiva. Eles possuem mesma qualidade
vinculativa que os títulos executivos judiciais, mas se pode dizer que são “menos fortes” por
algumas necessidades a mais de procedimentos, o que veremos adiante.
Como diferença marcante entre os títulos judiciais e os extrajudiciais, o fato de que os
primeiros emanam do Estado (vêm de determinações eminentemente estatais), enquanto os
segundos emanam dos indivíduos, de instituições ou de terceiros não investidos do Poder
Público.
O CPC elenca, a partir do art. 783, os requisitos necessários para realizar execuções, que
não existirão sem um título executivo (judicial ou extrajudicial) que as determine (Nulla Executio
Sine Título).
Especificamente o art. 784 dispõe sobre os títulos executivos extrajudiciais.
O cumprimento de sentença trata-se da execução do título judicial obtido por meio da
decisão do juiz (aqueles elencados no art. 515 do CPC). Importante ressaltar que o cumprimento
de sentença nem sempre se dará por uma sentença terminativa resolutiva de mérito civil,
podendo dar-se também, por exemplo, por decisões oriundas de sentença penal condenatória,
como já visto.
Esses são os principais títulos judiciais do art. 515 do CPC:
• Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
• Decisão homologatória de autocomposição judicial ou extrajudicial;
• Sentença penal condenatória transitada em julgado;
• Sentença arbitral (não precisa de homologação judicial);
• Sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

O cumprimento de sentença poderá ser provisório: quando há recurso, interposto contra


a sentença, pendente de julgamento e sem efeito suspensivo, ou seja, quando a sentença ainda
não transitou em julgado, não podendo ser dada como definitiva, mas não se paralisou todo o

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Direito Processual Civil

processo por conta do recurso interposto, não se podendo barrar a execução sentencial, ou
definitivo: tido quando há trânsito em julgado da sentença, que se torna irrecorrível, perfeita,
configurando título executivo judicial.
O título executivo precisa estar dotado de certeza, liquidez e exigibilidade. Sem um
destes três requisitos, o título não poderá ser executado.
• Certeza: ausência de dúvidas quanto à existência, a materialidade do crédito. Não
se pode estar em discussão a existência, ou não, da obrigação, pois, neste caso,
teríamos a necessidade um processo de conhecimento a definir possivelmente o
título executivo.
• Liquidez: o valor deve ser certo, e não aproximado.
Não se pode requerer, na execução, a liquidação da obrigação em valor
aproximado ou indefinido. O que poderá ser discutido serão os juros e correção
monetária, mas não o valor do crédito em si. Esta necessidade de operações
aritméticas referentes aos juros e à correção monetária não retira a liquidez da
obrigação, conforme o disposto no art. 786, parágrafo único do CPC.
• Exigibilidade: inexistência de circunstâncias que obstem a cobrança do crédito, por
exemplo, a prescrição (perda do direito de agir) ocorrida quanto ao título ou a
pendência de condição ou termo ainda não observados.

A parte que tiver um título executivo extrajudicial pode optar pelo processo de
conhecimento para obter um título executivo judicial, supondo que o demandante ainda tenha
dúvidas quanto ao preenchimento dos requisitos do título executivo extrajudicial.
Quais são os principais títulos executivos extrajudiciais:
• Letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
• Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
• Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas;
• Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.

Outras leis esparsas podem constituir títulos executivos.


Nas execuções de títulos, tanto extrajudiciais quanto judiciais, o juiz dispõe de várias
medidas específicas coercitivas para fazer a execução alcançar seu resultado prático, ou seja,

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Direito Processual Civil

ter efetividade. São medidas deste porte a aplicação de multa em caso de resistência ao
cumprimento obrigacional, a busca e apreensão, o arresto etc.

1.11. Recursos
1.11.1. Regra geral dos recursos
É importante entender que existem critérios específicos estabelecidos em Lei para que os
recursos sejam admitidos. Entre eles, está o fato de que não se pode inovar em recurso, ou
seja, não se pode trazer novo pedido no recurso. Entretanto, para esta regra, o Código do
Processo Civil aponta:

Art. 493: Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração,
de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Art. 1.014: As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na
apelação se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

Questões de ordem pública: no âmbito do processo civil, as questões de ordem pública,


como a prescrição, são relacionadas às condições da ação - os pressupostos processuais e
requisitos processuais e materiais capazes de impedir o alcance de um pronunciamento de
mérito - e podem ser alegadas a qualquer momento.
Além da não inovação no recurso, outros requisitos que devem ser observados são os
denominados requisitos genéricos como legitimidade, interesse em
recorrer, cabimento, inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do poder de
recorrer, tempestividade, regularidade formal e preparo.
• Legitimidade: está prevista no art. 996 do CPC.
• Interesse em recorrer: para que o recurso seja admissível, é necessário que haja
utilidade, o que significa que o recorrente deve esperar, do julgamento do recurso,
uma situação mais vantajosa do que a obtida com a decisão recorrida. Deve
explicitar necessidade da sua interposição, demonstrando-se necessária a via
recursal para o atingimento do seu objetivo.
• Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do poder de recorrer: são
requisitos negativos de admissibilidade. Por exemplo, sentença que homologa a
desistência da demanda, a qual não pode ser impugnada pela parte que desistiu,
ou a renúncia ao direito de recorrer e a aceitação da decisão, que configuram fatos
extintivos do direito de recorrer.

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Direito Processual Civil

• Tempestividade: a tempestividade determina que o recurso seja interposto dentro


do prazo estabelecido pela lei. Em regra geral, este prazo é de 15 dias. Para
embargos de declaração, o prazo é de 05 dias. O Ministério Público, a Defensoria
Pública, a Fazenda Pública e a Advocacia Pública possuem o dobro do prazo da
regra geral.
• Regularidade formal: o recurso deve obedecer às regras formais de interposição
exigidas pela lei para seu tipo específico. Dependendo da espécie de recurso
utilizada, poderá a lei estabelecer requisitos específicos de regularidade formal.
• Preparo: o recorrente, ao interpor seu recurso, deverá comprovar o pagamento das
custas processuais respectivas, que são fixadas no âmbito da Justiça Federal por
lei federal, e no âmbito das Justiças estaduais por leis dos respectivos Estados.
Salvo nos casos expressamente previstos em lei, o preparo é obrigatório,
excetuando-se os beneficiários da justiça gratuita, a União, os Estados, Municípios
e suas autarquias, e os caso de embargos de declaração e de agravo retido. Este
requisito está previsto no art. 1.007 do CPC.

7) VUNESP – 2024 – TJ-SP – Escrevente Técnico - Questão Inédita 1º Simulado


Havendo sucumbência recíproca na sentença proferida pelo Juízo da 10º Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte,
o autor no prazo de 15 dias interpôs recurso de Apelação, sendo que o réu, deixou transcorrer o prazo sem
apresentação de recurso. Agora intimado para apresentar contrarrazões o réu decidiu apresentar recurso de
Apelação adesiva. Neste sentido, assinale a alternativa que indica apenas espécies recursais que admite a
interposição pela via adesiva:
A) Embargos de Declaração, Recurso Especial e Agravo de Instrumento
B) Agravo de Instrumento, Apelação e Embargos de Divergência
C) Recurso Especial, Recurso Extraordinário e Apelação
D) Agravo Retido, Embargos de Declaração e Recurso Ordinário
E) Reclamação, Agravo Interno e Apelação

1.12. Juizado especial cível


1.12.1. Noções gerais
Os Juizados Especiais foram criados com a inquestionável função de desafogar a Justiça
Comum, possibilitando uma tramitação mais célere a demandas judiciais mais simples.
Conforme dispõe o Art. 3º da Lei 9099/1995: “o Juizado Especial Cível tem competência
para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade.”

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Direito Processual Civil

Neste ponto, cumpre salientar que o juizado especial cível é competente não só
para processar e julgar as causas de menor complexidade, mas também para conciliar!
A meta do Juizado é ser uma adaptação do modelo da Justiça Comum, visto que possui
as mesmas competências desta no que tange a gestão do conflito, só que em tamanho e
estrutura mais simples; permitindo-se a resolução mais eficiente de causas que, muito
provavelmente, ficariam paradas por vários anos nas varas cíveis comuns.
Para não frustrar esse objetivo, porém, o legislador estabeleceu alguns critérios de
competência que, obrigatoriamente, devem ser observados pelo juiz antes de iniciar o
processamento e julgamento de um processo:
a) Causas de até 40 salários-mínimos: é importante ter em mente que a quantia de 40
salários-mínimos se refere ao valor da causa. Nesse sentido, é perfeitamente plausível que, no
decorrer do processo, o juiz verifique que o dano alegado, por exemplo, é muito maior. Em casos
como este, a sentença pode, sim, condenar para além do valor fixado em 40 salários-
mínimos sem que o Juizado perca a sua competência. Por esta mesma razão, é lícito que as
partes se conciliem baseadas em um valor maior do que o teto de acima mencionado, não se
operando também neste caso qualquer tipo de modificação de competência. Ou seja: o acordo
feito será homologado pelo juiz do Juizado Especial, independentemente do valor (Art. 57).
b) Ações de despejo para uso próprio: As ações de despejo cuja causa de pedir seja a
retomada do imóvel para uso próprio, também podem ser processadas e julgadas pelos Juizados
Especiais Cíveis, independentemente do valor da causa.
c) Ações possessórias sobre bens imóveis de até 40 salários-mínimos: o possuidor
pode propor, no Juizado Especial Cível, ação possessória com o objetivo de reaver a coisa para
si (reintegração de posse), proteger o bem contra a turbação (manutenção da posse) ou ainda
impedir que essa turbação ocorra (interdito proibitório), desde que o valor do bem imóvel não
ultrapasse o teto de 40 salários-mínimos.
d) Execução de títulos extrajudiciais de valor de até 40 salários-mínimos: o valor
constante dos títulos executivos extrajudiciais, tais como cheques, duplicatas e notas
promissórias, também podem ser executados mediante o procedimento dos juizados, desde que
(mais uma vez) não ultrapassem o teto de 40 salários-mínimos. O rol previsto no Art. 784 do
Código de Processo Civil fornece alguns exemplos de títulos executivos extrajudiciais.
e) Execução: é possível executar as próprias sentenças proferidas pelo
Juizado, independentemente do valor da condenação.

20
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Direito Processual Civil

Vedação legal:
Algumas espécies de ações estão excluídas da apreciação dos juizados especiais cíveis:
1. Ações de natureza alimentar: é o caso da pensão alimentícia.
2. Ações de natureza falimentar: são aquelas disciplinadas pela Lei 11.101/2005.
3. Causas Fiscais e de interesse da Fazenda Pública: as causas relacionadas a
cobrança de tributos ou outras que envolvam o interesse da Fazenda Pública, seja
ela municipal, estadual ou federal, não deverão ser objeto de julgamento pelo JEC.
4. Ações referentes a acidentes de trabalho: o procedimento das ações em que se
discute a ocorrência dos acidentes de trabalho devem observar o disposto na Lei
nº 8213/91.
5. Ações relacionadas ao estado e a capacidade das pessoas: as ações relacionadas
ao estado e a capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial, não
poderão ser processadas e julgada pelo JEC, independentemente do valor a elas
atribuído. Dentre elas encontram-se o divórcio, a interdição, a internação
compulsória, entre outras.

Resolva as questões a seguir:


8) VUNESP – 2024 – TJ-SP – Escrevente Técnico
Assinale a alternativa que corresponde a uma situação hipotética que é de competência do Juizado Especial Cível
A) Sr. Almeida e Carlos firmaram contrato de locação de imóvel pelo período de trinta meses, sendo o valor da
locação de dois salários-mínimos mensais. Após doze meses, Carlos deixou de pagar os valores devidos, razão
pela qual Sr. Almeida propôs ação de despejo por falta de pagamento, com valor da causa estabelecido em doze
meses de aluguel.
B) Renata estava dirigindo seu veículo quando colidiu com o carro de Regina. Regina propôs ação de indenização
em face de Renata no valor de cinquenta salários-mínimos. A audiência de conciliação restou frutífera, e Regina
deverá renunciar parte do valor para que seja de competência do juizado especial
C) Mariana prestou serviços para a empresa ABC no valor de dez salários-mínimos. A empresa ABC não pagou a
dívida e atualmente se encontra em processo de falência. Mariana tentou cobrar a dívida amigavelmente, mas a
empresa ABC não pagou, razão pela qual Mariana propôs ação de cobrança em face da massa falida da empresa
ABC.
D) Matheus comprou uma fazenda em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Dois meses depois de iniciar
uma reforma na casa sede, foi surpreendido ao encontrar Marcos residindo na fazenda e alegando ser o legítimo
inquilino do imóvel. Matheus propôs então uma ação de reintegração de posse em face de Marcos no valor de
quarenta salários-mínimos.
E) Pedro, menor de idade, representado por sua mãe, Carolina, propõe ação de alimentos em face de seu pai,
Lucas, requerendo o pagamento de trinta salários-mínimos.

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1.13. Juizado especial federal


Segundo o art. 3º da Lei do JEF, são aquelas causas da Justiça Federal cujo valor não
seja superior a 60 salários-mínimos. Portanto, salvo nas situações em que houver vedação, cabe
ao JEF julgar aqueles processos cíveis de competência Federal com este teto de valor (o Juizado
Especial Cível tem teto de 40 salários-mínimos).
Os Juizados somente julgam causas de baixa complexidade. Causas complexas abaixo
de 60 salários-mínimos serão processadas e julgadas pela Justiça Federal Comum.
Ao contrário do Juizado Especial Cível, a competência do Juizado Especial Federal é
absoluta, ou seja, não há opção ao jurisdicionado em ingressar no JEF ou na justiça comum –
se a causa preencher todos os requisitos, será necessariamente interposta perante o Juizado
Especial Federal. Se um indivíduo, em uma causa de 100 salários-mínimos, entra no JEF ou
JEFP, o que ocorre? O raciocínio é diferente do JEC – como é competência absoluta, não há
renúncia ao excedente (no JEC, causas com valor maior de 40 salários-mínimos subentendem
como renúncia ao que ultrapassa o teto). O juiz deverá declarar sua incompetência, extinguindo
o processo e remetendo o autor à Justiça Comum.

1.13.1. Matérias excluídas da competência do juizado federal


Conforme o art. 3º, § 1º, Lei 10.259/2001, algumas matérias são, por opção do legislador,
afastadas dos Juizados Especiais Federais. Primeiramente, os casos listados no art. 109, II, CF,
quais sejam, as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou
pessoa domiciliada no Brasil. Ainda, um processo sobre um tratado que a União firmou (art. 109,
III, CF). Da mesma maneira, questões atinentes aos direitos indígenas (art. 109, IX, CF).
A lei também apresenta mandado de segurança, desapropriação, ação de divisão e
demarcação, ação popular, execução fiscal, improbidade administrativa e direitos coletivos em
sentido amplo. Também não se admite processo no Juizado Especial Federal que verse sobre
imóvel da União, autarquias e fundações públicas federais, anulação de ato administrativo federal
(salvo previdenciário e lançamento fiscal), pena de demissão a servidor público civil e sanções
disciplinares militares.

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Direito Processual Civil

9) VUNESP – 2024 – TJ-SP – Escrevente Técnico


Considerando o disposto na lei do Juizado Especial da Fazenda Pública, assinale a alternativa correta.
A) Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito
público, exceto para a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada
com antecedência mínima de trinta dias.
B) Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar, transigir ou desistir nos processos
da competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da
Federação.
C) A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa,
apresentando-a no prazo de até dez dias antes da instalação da audiência de conciliação.
D) Haverá reexame necessário nas causas em que a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de
valor certo e líquido superior a 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal, e 30 (trinta)
salários mínimos, quanto aos Municípios.
E) Por ter o Juizado Especial da Fazenda Pública competência para conciliação, processo e julgamento das causas
de menor complexidade, não é possível a realização de exame técnico.

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Gabarito Comentado:

1) Gabarito: Letra A
O processo é o meio utilizado para a persecução do direito de ação, enquanto o
procedimento é o caminho que o processo irá percorrer para atingir sua finalidade (resolução do
mérito). Ou seja, o processo se forma pela prática de atos processuais, praticados pelas partes
(petição, contestação, recursos), pelos serventuários da justiça (mandados de citação), terceiros
(peritos) e juízes (despachos, sentenças, acórdãos).
Conforme o artigo 357 do Código de Processo Civil, no saneamento o magistrado resolve
eventuais pendências processuais que possam atrapalhar o trâmite do procedimento; delimita
as questões que serão objeto de prova, determinando quem deverá produzi-la; define as
questões de direito relevantes; e, designa audiência de instrução e julgamento, se for necessário.
Caso verifique-se que o processo não precisa de tais medidas poderá julgar conforme o
estado do processo de acordo com o artigo 355 do CPC.

2) Gabarito: Letra C
Art. 144, III, §2º, e art. 148, ambos do CPC

3) Gabarito: Letra D
a) Errada. Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de
até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos
indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do
Conselho Nacional de Justiça.
b) Errada. Art. 246: § 1º-A. A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados
do recebimento da citação eletrônica, implicará a realização da citação: I - pelo correio;
c) Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2
(dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos
indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do
Conselho Nacional de Justiça.
d) Art. 246, § 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa
de até 5% (cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa
causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico.

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e) Art. 246, § 1º-A: A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do
recebimento da citação eletrônica, implicará a realização da citação: II - por oficial de justiça; §
1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado nas formas previstas nos incisos
I, II, III e IV do § 1º-A deste artigo deverá apresentar justa causa para a ausência de confirmação
do recebimento da citação enviada eletronicamente.

4) Gabarito: Letra E
Errado. A) ̶q̶u̶a̶l̶q̶u̶e̶r̶ ̶p̶e̶s̶s̶o̶a̶s̶ poderá representar ao juiz contra o serventuário que
injustificadamente exceder os prazos previstos em lei. As partes. Art. 233, §2º, CPC.
Errado. B) ̶in
̶ ̶c̶u̶m̶b̶e̶ ̶a̶o̶ ̶e̶s̶c̶r̶i̶v̶ã̶o̶ ̶o̶u̶ ̶c̶h̶e̶f̶e̶ de secretaria verificar se o serventuário
excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabelecidos em lei. Ao juiz incumbirá. Art. 233, CPC.
Errado. C) caso o advogado deixe de restituir os autos no prazo do ato a ser praticado,
haverá multa correspondente ao valor ̶s̶a̶l̶á̶r̶i̶o̶-̶m̶í̶n̶i̶m̶o̶ ̶v̶i̶g̶e̶n̶t̶e̶. Metade do salário-mínimo. Art.
234, §2º, CPC.
Errado. D) se o advogado exceder o prazo legal, será intimado para devolver os autos no
prazo ̶d̶e̶ ̶5̶ ̶(̶c̶i̶n̶c̶o̶)̶ ̶d̶i̶a̶s̶, sob pena de perder o direito à vista fora de cartório. São 03 dias. Art.
234, §2º, CPC.
Correto. E) qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator
que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento
interno. Art. 235, CPC.

5) Gabarito: Letra B
Art. 304, §§2º e 3º, do CPC.

6) Gabarito: Letra C
A coisa julgada material impede a rediscussão de questões que poderiam ter sido
alegadas e decididas no processo anterior. Quando uma sentença transita em julgado, ela se
torna imutável e indiscutível, salvo em hipóteses excepcionais, como a ação rescisória, mas
dentro de um prazo específico e com base em causas determinadas.
Análise das demais alternativas:
Alternativa A: Errada. A prescrição é matéria de ordem pública e deveria ter sido alegada
na ação de cobrança. A ausência de sua alegação não permite sua rediscussão em nova

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ação, pois a sentença transitada em julgado já cobriu todas as questões que poderiam ter sido
discutidas, incluindo a prescrição.
Alternativa B: Errada. Embora a ação rescisória seja um meio para desconstituir uma
sentença transitada em julgado que violou manifestamente uma norma jurídica, a questão da
prescrição não pode ser rediscutida por meio de ação rescisória sem observar o prazo e as
condições específicas para tal.
Alternativa D: Errada. A matéria de ordem pública, como a prescrição, deve ser alegada
no processo original. Não pode ser rediscutida em nova ação autônoma após o trânsito em
julgado da sentença, devido à eficácia preclusiva da coisa julgada. A ação rescisória poderia ser
um caminho, mas apenas dentro das condições específicas e não simplesmente por ser matéria
de ordem pública.

7) Gabarito: Letra C
CPC, Art. 997. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-
lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no
tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão
perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para
responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III -
não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

8) Gabarito: Letra D
Art. 3º, IV, da lei 9.099/05.

9) Gabarito: Letra B
Art. 8º, da Lei 12.153/09
.

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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

2
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Direito Administrativo
Prof. Ariel Zvoziak

Sumário

1. Lei Nº 10.261 de 1968 – Estatuto dos Funcionários PúblicosCivis do Estado de São Paulo ................ 4
2. Lei nº 8.429/1992 – Lei de Improbidade administrativa ............................................................. 17

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1. Lei nº 10.261 de 1968 - Estatuto dos Funcionários Públicos


Civis do Estado de São Paulo

Prof. Ariel Zvoziak


@profarielz

1.1. Do direito de petição


• É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de paga-
mento, o direito de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de
direitos
• Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou conduta incompatí-
vel no serviço público.
• Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a protocolar, encaminhar
ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade do agente.
• Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, bem como, nos termos
desta lei complementar, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30
(trinta) dias,salvo previsão legal específica.

1.2. Dos deveres, das proibições e das responsabilidades


Deveres
• São deveres do funcionário:
• Ser assíduo e pontual;
• Cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;
• Desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;
• Guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, sobre despachos,
decisões ou providências;
• Representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver conhecimento
no exercício de suas funções;

4
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• Tratar com urbanidade as pessoas; (NR)


• Residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado;
• Providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, a sua
declaração de família;
• Zelar pela economia do material do estado e pela conservação do que for confiado à
sua guarda ou utilização;
• Apresentar -se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme determinado,
quando for o caso;
• Atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às requisições
de papéis, documentos, informações ou providências que lhe forem feitas pelas
autoridades ju- diciárias ou administrativas, para defesa do estado, em juízo;
• Cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho,
• Estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço
que digam respeito às suas funções; e
• Proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública.

Proibições
Ao funcionário é proibido:
• Retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou ob-
jeto existente na repartição;
• Entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades
estranhas ao serviço;
• Deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada;
• Tratar de interesses particulares na repartição;
• Promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se
solidário com elas;
• Exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou subscrever listas
de donativos dentro da repartição; e
• Empregar material do serviço público em serviço particular.

5
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Direito Administrativo

É proibido ainda, ao funcionário:


• Fazer contratos de natureza comercial e industrial com o governo, por si, ou como
representante de outrem;
• Participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de
sociedades comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com
o governo do estado, sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente
relacionadas com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado;
• Requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias de juros ou outros
favores semelhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto privilégio de invenção
própria;
• Exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, esta-
belecimentos ou instituições que tenham relações com o governo, em matéria que se
relacione com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado;
• Aceitar representação de estado estrangeiro, sem autorização do presidente da
república;
• Comerciar ou ter parte em sociedades comerciais nas condições mencionadas no
item II deste artigo, podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista ou
comanditário;
• Incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra o serviço público;
• Praticar a usura;
• Constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante qualquer repar-
tição pública, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo
grau;
• Receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas, no país, ou
no estrangeiro, mesmo quando estiver em missão referente à compra de material ou
fiscalização de qualquer natureza;
• Valer-se de sua qualidade de funcionário para desempenhar atividade estranha às
funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito; e
• Fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte.

Das responsabilidades

6
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O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Caracteriza-se especialmente a responsabilidade:
• Pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade, ou
por não prestar contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos nas
leis, regula- mentos, regimentos, instruções e ordens de serviço;
• Pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os
materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
• Pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias e
outros documentos da receita, ou que tenham com eles relação; e
• Por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.
• O funcionário que adquirir materiais em desacordo com disposições legais e regula-
mentares, será responsabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalidades
disciplina- res cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou
remuneração.
• Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor,
de uma só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque,
remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
• Fora dos casos já citados, a importância da indenização poderá ser descontada do
vencimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10%.
• No caso de qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual, não
tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de
suspensão.
• Será igualmente responsabilizado o funcionário que, fora dos casos expressamente
previstos nas leis, regulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às
repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus
subordinados.
• A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil
ou criminal que no caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar
obrigado.
• A responsabilidade administrativa é independente da civil e da criminal.
• Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com todos os direitos e
vantagens devidas, o servidor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação
do trânsito em julgado de decisão que negue a existência de sua autoria ou do fato
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que deu origem à sua demissão.


• O processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguardar decisão judicial
por despacho motivado da autoridade competente para aplicar a pena.

1.3. Das penalidades, da extinção da punibilidade, das providências pre-


liminares, das práticas autocompositivas, do termo de ajustamento de con- duta
e da suspensão condicional da sindicância

Por escrito
Repreensão
Indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres

Máximo de 90 dis

Falta grave ou reincidência


Suspensão
Perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do
exercício do cargo Trabalha
normalmente
Conversão em multa e desconta
50%
Na forma e nos casos expressamente previstos em lei $$$.
Multa
ou regulamento
disciplinares:

Procedimento irregular, de natureza grave


Penas

Ineficiência do serviço
Demissão
Aplicação indevida de dinheiros públicos

Inassiduidade

Demissão a
bem do serviço Artigo 257
público
Praticar, quando em atividade, falta grave que geraria
demissão

Cassação de Aceitr ilegalmente cargo ou função pública


aposentadoria
ou
Aceitar representção de estado estrangeiro sem prévia
disponibilidade
autorização do presidente da república

Praticar usura em qulquer das formas

Das penalidades e de sua aplicação


• Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade

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da infração e os danos que dela provierem para o serviço público.


• O ato que demitir o funcionário mencionará sempre a disposição legal em que se fun-
damenta.
• Considerar-se-á inassiduidade a ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais
de 15 dias consecutivos, ou por mais de 20 dias úteis intercalados, durante 1 ano.
• A pena de demissão por ineficiência no serviço, só será aplicada quando verificada a
impossibilidade de readaptação.
• Para configuração do ilícito administrativo de inassiduidade em razão da ausência ao
serviço por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, observar-se-á o seguinte: (NR)
1. serão computados os sábados, os domingos, os feriados e os pontos
facultativos subsequentes à primeira falta;
2. se o funcionário cumprir a jornada de trabalho sob regime de plantão, além dos
sábados, dos domingos, dos feriados e dos pontos facultativos, serão
computados os dias de folga subsequentes aos plantões a que tenha faltado

Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:


• for convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos proibidos;
• Praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé pública e a fa-
zenda estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à defesa nacional;
• Revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde que o faça
dolosamente e com prejuízo para o estado ou particulares;
• Praticar insubordinação grave;
• Praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em
legítima defesa;
• Lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
• Receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espé-
cie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções mas
em razão delas;
• Pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de inte-
resses ou o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização;
• Exercer advocacia administrativa; e
• Apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-família, sem prejuízo da
responsabilidade civil e de procedimento criminal, que no caso couber.
• Praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
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drogas afins e terrorismo;


• Praticar ato definido como crime contra o sistema financeiro, ou de lavagem ou ocul-
tação de bens, direitos ou valores;
• Praticar ato definido em lei como de improbidade.

O governador
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE PENALIDADES

Os secretários de estado, o
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE

procurador geral do estado e os


superintendentes de autarquia
PENALIDADES

Os chefes de gabinete Até a de suspensão

Até a de suspensão
OsCoordenadores limitada a 60 dias

Até a de suspensão
Os diretores de departaemnto e divisão
limitada a 30 dias

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1.4. Das práticas autocompositivas, do termo de ajustamento de con-duta


e da suspensão condicional da sindicância (NR)
• A autoridade competente para determinar a apuração de irregularidade e a instaura-
ção de sindicância ou processo administrativo e o Procurador do Estado responsável
por sua condução ficam autorizados, mediante despacho fundamentado, a propor as
práticas autocom- positivas, a celebração de termo de ajustamento de conduta, bem
como a suspensão condicional da sindicância, nos termos desta lei. (NR)
• As práticas autocompositivas, a serem regulamentadas por decreto, serão orientadas
pelos princípios da voluntariedade, corresponsabilidade, reparação do dano,
confidencialidade, informalidade, consensualidade e celeridade, observado o
seguinte: (NR)
• As sessões serão conduzidas por facilitador de justiça restaurativa ou mediador devi-
damente capacitado e realizadas em ambiente adequado que resguarde a
privacidade dos par- ticipantes e a confidencialidade de suas manifestações; (NR)
• A participação do funcionário será voluntária e a eventual recusa não poderá ser con-
siderada em seu desfavor. (NR)
• São práticas autocompositivas a mediação, a conciliação, os processos circulares e
outras técnicas de justiça restaurativa. (NR)
• Para aplicação das práticas autocompositivas, é necessário que as partes reconhe-
çam os fatos essenciais, sem que isso implique admissão de culpa em eventual
sindicância ou processo administrativo. (NR)
• O conteúdo das sessões restaurativas é sigiloso, não podendo ser utilizado como
prova em processo administrativo ou judicial. (NR)
• A autoridade competente para determinar a apuração de irregularidade e a instaura-
ção de sindicância ou processo administrativo e o Procurador do Estado responsável
por sua condução poderão, em qualquer fase, encaminhar o caso para as práticas
autocompositivas, mediante despacho fundamentado. (NR)
• O encaminhamento às práticas autocompositivas poderá ocorrer de forma alternativa
ou concorrente à sindicância ou ao processo administrativo. (NR)
• Se o encaminhamento às práticas autocompositivas se der de forma alternativa ao
procedimento disciplinar, o despacho fundamentado a que se refere este artigo
suspenderá o prazo prescricional, enquanto realizadas. (NR)

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• O acordo celebrado na sessão autocompositiva será homologado pela autoridade ad-


ministrativa competente para determinar a instauração da sindicância ou pelo
Procurador do Es- tado responsável por sua condução. (NR)

O cumprimento do acordo celebrado na sessão autocompositiva extingue a punibili- dade nos


casos em que, cumulativamente: (NR)
1. a conduta do funcionário não gerou prejuízo ao Erário ou este foi integralmente
reparado; (NR)
2. forem cabíveis, em tese, as penas de repreensão, suspensão e multa. (NR)

Nos casos em que o cumprimento do acordo restaurativo não ensejar a extinção da


punibilidade, tal acordo deverá ser considerado pela autoridade competente para mitigação da
sanção, objetivando sempre a melhor solução para o serviço público. (NR)
A extinção da punibilidade, nos termos do § 1º deste artigo, será declarada pelo Chefe de
Gabinete, que poderá delegar esta atribuição. (NR)

O Termo de Ajustamento de Conduta


O Termo de Ajustamento de Conduta é o instrumento mediante o qual o funcionário assume
a responsabilidade pela irregularidade a que deu causa e compromete-se a ajustar sua conduta, bem
como a observar os deveres e proibições previstos nas leis e regulamentos que regem suas
atividades e reparar o dano, se houver. (NR)
O Termo de Ajustamento de Conduta poderá ser adotado nos casos de extravio ou dano a
bem público que não tenham decorrido de conduta dolosa praticada pelo funcionário, e terá como
requisito obrigatório o integral ressarcimento do prejuízo.
A celebração do Termo de Ajustamento de Conduta poderá ser proposta pela autori- dade
competente para a instauração da apuração preliminar quando atendidos os seguintes re- quisitos
relativos ao funcionário interessado: (NR)
• Não ter agido com dolo ou má-fé; (NR)
• Ter mais de 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo ou função; (NR)
• Não ter sofrido punição de natureza disciplinar nos últimos 5 (cinco) anos; (NR)
• Não ter sindicância ou processo disciplinar em curso; (NR)

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• Não ter celebrado Termo de Ajustamento de Conduta nos últimos 3 (três) anos. (NR)
Artigo 267-G - O Termo de Ajustamento de Conduta será homologado pelo Chefe de
Gabinete, mediante prévia manifestação da Consultoria Jurídica da Procuradoria
Geral do Estado acerca dos termos e condições estabelecidos. (NR)
• O Chefe de Gabinete poderá delegar a atribuição prevista neste artigo. (NR)
• A proposta de celebração do termo de ajustamento de conduta poderá ser feita de
ofício ou a pedido do funcionário interessado. (NR)
• O pedido de celebração de termo de ajustamento de conduta feito pelo funcionário
interessado poderá ser indeferido com base em juízo de admissibilidade que conclua
pelo não cabimento da medida em relação à irregularidade a ser apurada.
• O prazo de cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta não poderá ser
inferior a 1 (um), nem superior a 2 (dois) anos. (NR)
• O cumprimento das condições do Termo de Ajustamento de Conduta implicará a ex-
tinção da punibilidade, que será declarada pelo Chefe de Gabinete. (NR)
• Parágrafo único - O Chefe de Gabinete poderá delegar a atribuição prevista neste
artigo. (NR)
• No caso de descumprimento do termo de ajustamento de conduta, ou cometimento
de nova falta funcional durante o prazo de cumprimento do ajuste, a autoridade
encarregada da fiscalização providenciará, se necessário, a conclusão da apuração
preliminar e a submeterá à autoridade competente para deliberação. (NR)
• Não corre a prescrição durante o prazo fixado para o cumprimento do Termo de Ajus-
tamento de Conduta. (NR)

Suspensão Condicional
• Após a edição da portaria de instauração da sindicância, o Procurador do Estado que
a presidir poderá propor sua suspensão pelo prazo de 1 (um) a 2 (dois) anos, desde
que o fun- cionário tenha mais de 5 (cinco) anos de exercício no cargo ou função e
não registre punição de natureza disciplinar nos últimos 5 (cinco) anos. (NR)
• O Procurador do Estado especificará as condições da suspensão, em especial, a
apresentação de relatórios trimestrais de atividades e a frequência regular sem faltas
injustifica- das. (NR)

13
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• A suspensão será revogada se o beneficiário vier a ser processado por outra falta
disciplinar ou se descumprir as condições estabelecidas no § 1º deste artigo,
prosseguindo, nes- tes casos, o procedimento disciplinar cabível. (NR)
• Expirado o prazo da suspensão e tendo sido cumpridas suas condições, o Procurador
do Estado encaminhará os autos à Secretaria de Estado ou Autarquia para a
declaração da extinção da punibilidade. (NR)
• Não será concedido novo benefício durante o dobro do prazo da anterior suspensão,
contado da declaração de extinção da punibilidade, na forma do § 3º deste artigo.
(NR)
• Durante o período da suspensão não correrá prazo prescricional, ficando vedado ao
beneficiário ocupar cargo em comissão ou exercer função de confiança. (NR)
• Alternativamente à suspensão condicional da sindicância prevista no artigo 267-N
desta lei, a sindicância também poderá ser suspensa caso os envolvidos,
voluntariamente, con- cordem com o encaminhamento para as práticas
autocompositivas. (NR)
• A sindicância ficará suspensa até o cumprimento do acordo restaurativo, decorrente
das práticas autocompositivas, respeitado o prazo máximo de 2 (dois) anos. (NR)
• As Secretarias de Estado, a Procuradoria Geral do Estado, a Controladoria Geral do
Estado e as Autarquias poderão estabelecer condições para a suspensão da
sindicância, obser- vadas as especificidades de sua estrutura ou de sua atividade.
(NR)

Sindicância
• São competentes para determinar a instauração de sindicância as autoridades enu-
meradas no artigo 260.
• Artigo 260 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são
competentes:
(NR)
• O governador; (NR)
• Os secretários de estado, o procurador geral do estado e os superintendentes de
autarquia (NR);

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• Os chefes de gabinete, até a de suspensão; (NR)


• Os coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; e (NR)
• Os Diretores de Departamento e Divisão, até a de suspensão limitada a 30 (trinta)
dias.

A autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três) testemunhas. A


sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) dias. Com o relatório, a sindicância
será enviada à autoridade competente para a decisão.

Do Processo por Inassiduidade


• Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem inassiduidade, o superior
imediato comunicará o fato à autoridade competente para determinar a instauração
de processodisciplinar, instruindo a representação com cópia da ficha funcional do
funcionário e atestados de frequência. (NR)
• Não será instaurado processo para apurar inassiduidade do funcionário que tiver pe-
dido exoneração.
• Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar inassiduidade se o
indiciado pedir exoneração até a data designada para o interrogatório, ou por ocasião
deste.
• A defesa somente poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou motivo legal-
mente justificável que impeça o comparecimento ao trabalho

Dos Recursos
• Caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar penalidade.
• O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados da publicação da decisão impug-
nada no Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do servidor, quando for o
caso. (NR)
• Do recurso deverá constar, além do nome e qualificação do recorrente, a exposição
das razões de inconformismo. (NR)
• O recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o prazo de 10
(dez) dias para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-la. (NR)

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• Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será imediatamente encaminhada a


reexame pelo superior hierárquico. (NR)
• O recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que incorretamente de-
nominado ou endereçado. (NR)
• Caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, de decisão tomada
pelo Governador do Estado em única instância, no prazo de 30 (trinta) dias.
• Os recursos de que trata esta lei complementar não têm efeito suspensivo; os que
forem providos darão lugar às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à
data do ato punitivo.

Da Revisão
• Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição disciplinar de que não caiba mais
recurso, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios
insanáveis de pro- cedimento, que possam justificar redução ou anulação da pena
aplicada. (NR)
• A simples alegação da injustiça da decisão não constitui fundamento do pedido. (NR)
• Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento. (NR)
• Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão indeferidos. (NR)
• O ônus da prova cabe ao requerente. (NR)
• A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. (NR)
• A instauração de processo revisional poderá ser requerida fundamentadamente pelo
interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro,
ascendente, descendente ou irmão, sempre por intermédio de advogado. (NR)
• O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou com indicação
daquelas que pretenda produzir. (NR)
• A autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver confirmado em grau de recurso,
será competente para o exame da admissibilidade do pedido de revisão, bem como,
caso defe- rido o processamento, para a sua decisão final. (NR)
• Deferido o processamento da revisão, será este realizado por Procurador de Estado
que não tenha funcionado no procedimento disciplinar de que resultou a punição do
requerente. (NR)

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2. Lei nº 8.429/1992 – Lei de Improbidade administrativa

2.1. Disposições Gerais


O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probi-dade
na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei.
Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.
Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.
O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprova-ção
de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade adminis-trativa.
Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucio- nais
do direito administrativo sancionador.
Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício desuas
funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.
Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimô-nio
de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes
públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções destaLei
os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o
ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos.

2.2. Sujeitos do Ato de Improbidade


Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público
e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,cargo, emprego
ou função nas entidades já referidas.
No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Leio

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particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo
equivalente.

Estaturários: Cargo
Servidores Públicos Público (adm. direta,
Agentes Políticos
em Estrito Senso autarquias e
fundações

CLT: Emprego
público (empresas
Agentes Administrativos Empregados Públicos
púb. e socie. de
(servidores públicos em economia mista)
sentido amplo)
Agentes Públicos Contrato por prazo
Servidores
determinado: função
temporários
Particulares em pública
colaboração (agentes
honoríficos) Ex: mesários,
tribunal do juri, etc.

Agentes Militares
(Estatuto ou Lei
Específica)

2.3. Dos atos de Improbidade Administrativa

Atos que importam Ideia de que o agente


enriquecimento ilícito se beneficiou

Ideia de que alguém se


Atos de Improbidade Atos que causam beneficiou
Administrativa prejuízo o erário Descumprimento das
formalidades legais

Atos que tentam contra


Ideias de
os princípios da
subsidiariedade
adminstração pública

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito


auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas
entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
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Direito Administrativo

ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;


II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no
art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de
servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer
declaração falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro
serviço ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou
bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de
função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos
no caput deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do
agente público, assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa
evolução; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no
art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte
delas, por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou
aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando

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perda patrimonial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)


IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº
11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014) (Vigência)
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das
prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015)
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar
perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade
administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de
chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto
ou indireto, ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das

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condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Vide Medida
Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade
que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover
inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de
obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.

2.4. Das Penas


Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das san-ções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação espe-cífica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato.

Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio

Perda da função pública


Enriquecimento Ilícito

Suspensão dos direitos políticos até 14 anos

Pagamento de multa civil equivalente ao valor do


acréscimo patrimonial

Proibição de contratar com o poder público ou de receber


benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direita ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoas
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
superior a 14 anos.

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Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio

Se concorrer esta circunstância, perda da função pública.


Lesão ao erário

Suspensão dos direitos políticos até 12 anos.

Pagamento de multa civil equivalente ao valor dano.

Proibição de contratar com o poder público ou de receber


benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritátios, pelo prazo não superior a 12 anos.
Atentado aos princípios da

Pagamento de multa civil de até 24 vezes p valor da remuneração


percebida pelo agente
administração

Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoas jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo não superior 4 anos

As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em
julgado da sentença condenatória.

Suspensão dos di- Multa Civil Proibição de contra-


reitos políticos tar ou receber in-
centivo público
Enriquecimento ilícito Até 14 anos Equivalente ao valor Até 14 anos
(artigo 9º) do acréscimo patri-
monial
Lesão ao Erário (ar- Até 12 anos Equivalente ao valor Até 12 anos
tigo10) dos danos

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Atenta contra princí- Não tem Até 24x o valor da re- Até 4 anos
pios (artigo 11) muneração do
agente

• Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento dos autos originais e


notificará o requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas,
ou requerer outras provas que pretenda produzir. (NR)
• No processamento da revisão serão observadas as normas previstas nesta lei com-
plementar para o processo administrativo. (NR)

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1) VUNESP – 2019 – MPE/SP – Auxiliar de Promotoria


Considerando o que prevê a Lei Estadual n° 10.261/1968, assinale a alternativa que indica corretamente uma exceção
das proibições ao funcionário público estadual.
A) Fundar sindicatos e incitar greves ou a elas aderir.
B) Fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como representante de outrem.
C) Exercer função de confiança e livre escolha, sob as ordens imediatas de parentes até segundo grau.
D) Exercer emprego ou função em empresas ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se
relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado.
E) Aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do Presidente da República.

2) VUNESP - 2019 – MPE/SP – Auxiliar de Promotoria


Nos termos da Lei Estadual n° 10.261/1968, ao funcionário público estadual é permitido:
A) constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante repartição pública quando se tratar de interesse
de cônjuge ou parente até segundo grau.
B) entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estranhas ao serviço.
C) retirar qualquer documento ou objeto existente na repartição, sem prévia permissão da autoridade competente.
D) Promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se solidário com elas.
E) exercer comércio entre os companheiros de serviço, ou ainda promover ou subscrever listas de doações dentro da
repartição.

3) VUNESP - 2019 – MPE/SP – Auxiliar de Promotoria


Segundo a Lei Estadual n° 10.261/1968, o funcionário público estadual tem como um dos seus deveres:
A) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado.
B) protelar o atendimento às requisições feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas.
C) proceder na vida pública e privada da maneira que julgar melhor.
D) tornar público os assuntos da repartição.
E) deixar de cumprir as ordens superiores, quando entender necessário.

4) VUNESP - 2023 – TJ/SP – Oficial de Justiça


A respeito da Declaração de Bens, de que trata a Lei no 8.429/92, é correto afirmar que:
A) caso fornecida anualmente, o servidor público estará isento de apresentá-la novamente quando deixar de exercer
ocargo.
B) a sua apresentação é condição para a posse e exercício de função pública.
C) corresponderá à declaração de imposto de renda e provento de qualquer natureza ou formulário aprovado pela
autoridade máxima do órgão a que esteja vinculado o servidor.
D) a recusa à apresentação sujeita o agente público a pena de suspensão.
E) a atualização anual será realizada caso assim determinado pela chefia imediata do servidor público.

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5) VUNESP - 2019 – TJ/SP – Contador Jurídico


Nos termos da Lei n° 10.261/68, constitui um dos deveres do funcionário, dentre vários outros,
A) residir no local onde exerce o cargo ou onde for autorizado.
B) abandonar o local de trabalho quando sofrer ofensas físicas ou morais.
C) participar de todas as reuniões convocadas pelo sindicato de classe.
D) omitir-se diante das irregularidades cometidas pelo seu chefe imediato.
E) retirar, ainda que com a anuência do seu superior imediato, qualquer objeto existente na repartição.

Gabarito das Questões:

1-C 2-A 3-A 4-B 5- A

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