Boletim Tecnico 184 Adubacao e Nutricao de Cebola
Boletim Tecnico 184 Adubacao e Nutricao de Cebola
Boletim Tecnico 184 Adubacao e Nutricao de Cebola
Março/2018
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N P K
B Mn Cu Fe Ca Mg S Mo Zn Ni
Governador do Estado
João Raimundo Colombo
Vice-Governador do Estado
Eduardo Pinho Moreira
Presidente da Epagri
Luiz Ademir Hessmann
Diretores
~~
~
Epagri
1~.Pmuia(lI~~
.~Almldt~rt,l(~~
BOLETIM TÉCNICO Nº 184 ISSN 0100-7416
Março/2018
Claudinei Kurtz
Francisco Olmar Gervini de Menezes Júnior
Fábio Satoshi Higashikawa
~~
~
Epagri
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
Florianópolis
2018
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Rodovia Admar Gonzaga, 1347, Itacorubi, Caixa Postal 502
88034-901 Florianópolis, SC, Brasil
Fone: (48) 3665-5000, fax: (48) 3665-5010
Site: www.epagri.sc.gov.br
Editoria técnica:
Paulo Sergio Tagliari
Revisão textual:
Laertes Rebelo
Coordenador:
Claudinei Kurtz
(Eng.-agr., Dr., Pesquisador Epagri/Estação Experimental de Ituporanga)
Primeira edição:
Março 2018
Tiragem:
700 exemplares
Impressão:
Triunfal Gráfica e Editora
É permitida a reprodução parcial deste trabalho desde que a fonte seja citada.
ISSN 0100-7416
AUTORES
Claudinei Kurtz
Engenheiro-agrônomo, Dr.
Epagri/Estação Experimental de Ituporanga
Estrada Geral Lageado Águas Negras, 453
Bairro Lageado Águas Negras
88400-000 Ituporanga, SC
Fone: (47) 3533 8822
E-mail: [email protected]
A Diretoria Executiva
SUMÁRIO
1 Introdução................................................................................... 11
2 Amostragem de solo e tecido vegetal........................................... 12
2.1 Coleta de amostra de solo................................................................ 13
2.2 Amostragem de tecido vegetal......................................................... 14
3 Calagem....................................................................................... 16
4 Princípios de manejo da adubação............................................... 18
5 Crescimento e acúmulo de massa seca pela cebola...................... 19
6 Função, absorção, manejo dos nutrientes e recomendações de adubação 21
6.1 Absorção de nutrientes.................................................................... 21
6.2 Nitrogênio (N)................................................................................... 24
6.2.1 Função.............................................................................................. 24
6.2.2 Absorção de N pela cebola............................................................... 25
6.2.3 Resposta da cebola à adição de N.................................................... 26
6.2.3.1 Sistema de transplante..................................................................... 28
6.2.3.2 Sistema de transplante fertirrigado.................................................. 30
6.2.3.3 Sistema de semeadura direta........................................................... 31
6.2.3.4 Perdas pós-colheita.......................................................................... 33
6.2.4 Recomendação de nitrogênio para a cebola..................................... 35
6.2.5 Diagnose do estado de N em tempo real (diagnose foliar indireta) 37
6.2.5.1 Nitrato na seiva.................................................................................. 39
6.2.5.2 Índice de clorofila (IC)....................................................................... 42
6.2.5.2.1 Sistema de semeadura direta........................................................... 44
6.2.5.2.2 Sistema de transplante fertirrigado................................................... 45
6.3 Fósforo (P)......................................................................................... 46
6.3.1 Função............................................................................................... 46
6.3.2 Absorção de P pela cebola................................................................ 47
6.3.3 Resposta da cebola à adição de P...................................................... 48
6.3.4 Recomendação de fósforo para a cebola.......................................... 52
6.3.5 Modo de aplicação de fósforo........................................................... 53
6.4 Potássio (K)....................................................................................... 54
6.4.1 Função.............................................................................................. 54
6.4.2 Absorção de K pela cebola................................................................ 55
6.4.3 Resposta da cebola à adição de K..................................................... 56
6.4.4 Recomendação de potássio para a cebola........................................ 59
6.4.5 Modo de aplicação de potássio......................................................... 60
6.5 Cálcio (Ca)......................................................................................... 60
6.5.1 Função............................................................................................... 60
9
6.5.2 Absorção de Ca pela cebola.............................................................. 61
6.5.3 Resposta da cebola à adição de Ca................................................... 62
6.5.4 Recomendação de cálcio para a cebola............................................ 63
6.6 Magnésio (Mg).................................................................................. 64
6.6.1 Função............................................................................................... 64
6.6.2 Absorção de Mg pela cebola............................................................. 64
6.6.3 Resposta e recomendação de magnésio para a cebola.................... 65
6.7 Enxofre (S)......................................................................................... 66
6.7.1 Função............................................................................................... 66
6.7.2 Absorção de S pela cebola................................................................. 66
6.7.3 Resposta da cebola à adição de S..................................................... 68
6.7.4 Recomendação de enxofre para a cebola......................................... 71
6.8 Manganês (Mn)................................................................................. 72
6.8.1 Função............................................................................................... 72
6.8.2 Absorção de Mn pela cebola............................................................. 72
6.8.3 Resposta da cebola à adição de Mn.................................................. 73
6.8.4 Recomendação de manganês para a cebola..................................... 74
6.9 Zinco (Zn).......................................................................................... 74
6.9.1 Função.............................................................................................. 74
6.9.2 Absorção de Zn pela cebola.............................................................. 75
6.9.3 Resposta da cebola à adição de Zn................................................... 76
6.9.4 Recomendação de zinco para a cebola............................................. 78
6.10 Boro (B)............................................................................................. 78
6.10.1 Função............................................................................................... 78
6.10.2 Absorção de boro pela cebola........................................................... 79
6.10.3 Resposta da cebola à adição de B..................................................... 80
6.10.4 Recomendação de boro para a cebola.............................................. 82
6.11 Cobre (Cu)......................................................................................... 83
6.11.1 Função............................................................................................... 83
6.11.2 Absorção de Cu pela cebola.............................................................. 83
6.11.3 Resposta da cebola à adição de Cobre.............................................. 84
6.11.4 Recomendação de cobre para a cebola............................................ 85
6.12 Molibdênio (Mo)............................................................................... 85
7 Matéria orgânica do solo.............................................................. 86
8 Adubação orgânica....................................................................... 87
9 Adubação verde e rotação de culturas.......................................... 89
10 Referências................................................................................... 91
10
1 Introdução
12
2.1 Coleta de amostra de solo
Exportação* 2,7 0,9 2,3 1,3 0,3 0,5 20,4 0,9 2,3 5,9
Exportação** 1,6 0,6 1,2 0,5 0,2 0,3 7,7 0,6 1,7 4,2
----------------------g kg-1------------------------ -------------mg kg-1-----------
Faixa
25-40 2-4 20-50 7-30 2-4 5-8 60-300 6-20 10-50 10-50
adequada***
*Quantidade de nutriente em toda a planta (exceto raízes) para cada tonelada produzida.
**Quantidade de nutriente nos bulbos para cada tonelada produzida.
OBS: Geralmente é retirada da lavoura na colheita a planta toda e não somente os bulbos, neste caso,
tudo que a planta extrai é exportado.
***Teor de nutriente na folha mais jovem totalmente desenvolvida na metade do ciclo (inicio bulbificação).
Coletar folhas de pelo menos 20 plantas para compor a amostra.
Fonte: Kurtz (2016)
15
Alguns cuidados na coleta, no manuseio e na armazenagem da amos-
tra de tecido vegetal são:
• escolher folhas sem doenças e que não tenham sido danificadas por
insetos ou por outro agente;
• limpar as folhas dos resíduos de pulverização e/ou poeira logo após a
coleta, por meio de lavagem com água limpa;
• evitar o contato das folhas coletadas com inseticidas, fungicidas e fer-
tilizantes;
• colocar a amostra em sacos novos de papel ou em embalagem forne-
cida pelos laboratórios de análise de tecido; se for solicitada a aná-
lise de boro, usar papel encerado, pois o papel comum contamina a
amostra com boro;
• identificar a amostra e preencher o formulário, indicando os elemen-
tos a serem determinados;
• elaborar um mapa de coleta que permita, pela identificação da amos-
tra, localizar a área em que foi feita a amostragem;
• enviar as amostras o mais breve possível ao laboratório; se o tem-
po previsto para a amostra chegar ao laboratório for superior a dois
dias, é recomendado secar o material ao sol, mantendo a embalagem
aberta.
3 Calagem
16
Alternativamente ao índice SMP, a dose de calcário poder ser estima-
da usando o método de saturação por bases. Embora ainda não tenha sido
calibrado o valor de saturação de bases das diferentes culturas para os solos
do RS e SC, segundo a CQFS – RS/SC (2016), assume-se uma provável corres-
pondência entre o valor do pH de referência das culturas com o valor V %,
sendo: pH 5,5 (V = 65 %); pH 6,0 (V = 75 %) e pH 6,5 (V = 85 %).
Para solos com baixo poder tampão (arenosos e/ou pobres em maté-
ria orgânica) o índice SMP pode subestimar a acidez potencial e indicar uma
dose de calcário insuficiente para elevar o pH até o valor desejado ou ainda
apresentar teores de Al prejudiciais ao desenvolvimento das plantas. Nesses
casos, recomenda-se utilizar equações polinomiais que consideram o teor de
matéria orgânica e de Al trocável para definir a dose de calcário, conforme
equações indicadas pela CQFS – RS/SC (2016).
Para a correção da acidez do solo, existem diversos tipos de correti-
vos, sendo os calcários mais comercializados em função do menor custo. Os
calcários podem ser classificados em função do teor de óxido de magnésio
(MgO) como calcíticos, magnesianos ou dolomíticos. Aqueles que apresen-
tam menos de 5 % de MgO são denominados calcíticos; de 5 a 12 % de MgO,
magnesianos; e acima de 12 % de MgO, dolomíticos. Para a escolha do tipo
de calcário a ser usado, deve-se levar em conta os teores de Ca e Mg, a rela-
ção de Ca/Mg ou a proporção desses cátions na CTC. Para os solos de SC, na
maioria dos casos pode ser usado o calcário dolomítico para a correção da
acidez. Embora não sejam comprovados prejuízos no rendimento e na quali-
dade da maioria das culturas quando a relação de Ca/Mg é igual ou maior a
1:1, a relação desses cátions considerada ideal situa-se entre 3:1 e 4:1. Para
hortaliças, que de maneira geral são mais exigentes em Ca, quando a relação
Ca/Mg estiver menor que 2:1 ou a saturação de Ca na CTC estiver menor que
50 %, pode ser indicado o uso de calcário calcítico.
A aplicação do calcário é recomendada com antecedência mínima de
60 a 90 dias antes do plantio para permitir a reação do corretivo no solo.
Para a incorporação do calcário, quando as doses forem maiores que
5 t ha , recomenda-se incorporar o corretivo a uma profundidade de apro-
-1
25 (A) (B)
20 0.3
15 0.2
10
0.1
5
0 0.0
20
A taxa máxima de crescimento absoluto (acúmulo diário de MS) para
a planta toda ocorreu aos 89 dias, quando atingiu 0,447 g planta-1 dia-1 de MS
(111,75 kg ha-1 dia-1), desacelerando nos 30 dias que antecederam a colheita
(Figura 1B) (KURTZ et al., 2016).
Neste mesmo estudo, o bulbo iniciou sua formação aos 60 DAT e a
taxa de crescimento máxima ocorreu aos 101 DAT com acúmulo de 0,46 g
planta-1 dia-1 (115 kg ha-1 dia-1 de MS). A partir dos 96 DAT até a colheita,
a taxa de crescimento absoluto da planta inteira foi menor que o alocado
no bulbo diariamente, indicando redistribuição de fotoassimilados, princi-
palmente das folhas para os bulbos. Esse comportamento também foi ob-
servado por Pôrto et al. (2006, 2007) e Vidigal et al. (2010a). De acordo com
Brewster (2008), por ocasião desenvolvimento dos bulbos, há redistribuição
de fotoassimilados e outros compostos das folhas para os bulbos, resultando
na redução da massa seca das folhas e aumento na massa seca dos bulbos.
Conforme o trabalho de Kurtz et al. (2016), da massa seca total acu-
mulada, 4,6 % foi composta por minerais dos dez nutrientes avaliados (N, P,
K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, B e Cu). Na parte aérea (9,26 g) o acúmulo dos dez
nutrientes foi de 5,4 % da MS, superior proporcionalmente ao acumulado
nos bulbos (15,33 g), que foi de 4,1 % da MS.
21
Tabela 2. Acúmulo de nutrientes na planta toda, no bulbo, por tonelada pro-
duzida, antes e após a bulbificação e período das taxas máximas de acúmulo
de nutrientes pelo cultivar de cebola Bola Precoce para uma produtividade
de 37,34 t ha-1.
Tx. máxima
----------------------Acúmulo nutrientes----------------------
--- acúmulo ---
Planta tonelada Antes Após- Planta
Nutriente Bulbo Bulbo
toda bulbo bulbif.2 Bulbif.3 toda
Macron. kg ha-1 kg ha-1 % kg t-1 % % DAT1
22
o Mg e o B. Na terceira fase do ciclo (61 - 90 DAT) observou-se um acúmulo
intenso de nutrientes e de MS, com acúmulo médio geral de 46 % e de 44 %
do total, respectivamente. O início da bulbificação nesta fase, por sua vez,
caracterizou-se como a fase de maior crescimento e absorção de nutrientes
com aproximando de 50 % do total acumulado de nutrientes e MS. Os nu-
trientes com maior acúmulo foram o K, Mg e Mn com 56, 54 e 52 % do total,
respectivamente. Na última fase (91 - 119 DAT), quando ocorre o pleno en-
chimento de bulbos, também se observou um importante acúmulo de MS e
nutrientes, totalizando em média, 31 e 40 %, respectivamente. Os nutrientes
com destaque em acúmulo nessa fase foram o B e o Fe com 47 e 44 %, res-
pectivamente.
100
40 21 35 27 26 31 44 26 21 34 47
90
Acúmulo de MS e nutrientes (%)
80
• 70
0-30 DAT
60 31-60 DAT
61-90 DAT
50
91-119 DAT
40 44 47 44 56 49 54 36 52 46 41 40
30
20
14 26 17 16 21 14 15 19 27 19 11
10
2 6 4 2 4 1 5 3 6 6 2
0
MS N P K Ca Mg Fe Mn Zn Cu B
MS e Nutrientes
Figura 2. Acúmulo proporcional (%) de MS e nutrientes durante quatro fases do ciclo do
cultivar de cebola Bola Precoce (0 a 30; 31 a 60; 61 a 90 e 91 a 119 DAT).
Fonte: Adaptado de kurtz et al. (2016).
23
6.2 Nitrogênio (N)
6.2.1 Função
O nitrogênio é componente estrutural de aminoácidos, proteínas,
pigmentos como a clorofila, enzimas, coenzimas, RNA, DNA e algumas vita-
minas (FAQUIN, 2005; MALAVOLTA, 2006). No metabolismo das plantas, os
compostos que contêm N são em grande parte ativadores enzimáticos, além
de participarem dos processos de absorção de íons, fotossíntese, respiração,
sínteses bioquímicas e crescimento vegetativo (TRANI et al., 2014).
Na cebola, os principais sintomas de deficiência de N constituem-se
na diminuição do ritmo de crescimento, as folhas mais velhas amarelecem
e secam. A planta diminui a emissão de novas folhas e aquelas emitidas são
finas e pequenas, bem como o tamanho dos bulbos é reduzido (Figura 3).
24
6.2.2 Absorção de N pela cebola
25
Tx absorção de N (mg planta-1 dia-1)
2
Y= 430,98/ 1 + exp (-(x - 72,75)/ 15,80) R = 0,99 10 Planta toda
Conteúdo de N (mg planta-1) 500 2
Y= 227,11/ 1 + exp (-(x - 55,83)/ 11,54) R = 0,88
2
Parte aérea
Y= 538,67/ 1 + exp (-(x - 121,99)/ 17,4) R = 0,98
8 Bulbo
400
(A) (B)
300 6
200 4
100 2
0 0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Dias após o transplante Dias após o transplante
Figura
Figura4.4.Acúmulo
Acúmulo(A)(A)
e taxa de de
e taxa absorção diária
absorção (B) de
diária (B)nitrogênio pela cultura
de nitrogênio da cebola
pela cultura da
(cultivar Bola Precoce)
cebola (cultivar Bola Precoce). Fonte: Kurtz et al. (2016).
Fonte: Kurtz et al. (2016).
26
após precipitações elevadas, quando as perdas por lixiviação do NO3- acon-
tecem com maior intensidade. O NH4+ por ser retido temporariamente nas
cargas negativas da superfície dos coloides do solo (partículas com diâmetro
entre um mícron e um nanômetro, compostos principalmente pelas argilas
do solo e pela fração mais reativa da matéria orgânica, os ácidos húmicos e
fúlvicos), é menos móvel do que o nitrato. Assim, a forma nítrica traz impor-
tantes implicações para o manejo da adubação e para o controle da poluição
local (VIDIGAL, 2000).
O fator agravante na determinação da disponibilidade de N é a limi-
tação das análises de solo. A análise de N no solo fornece poucos subsídios
para uma tomada de decisão sobre a necessidade ou não da adubação ni-
trogenada, uma vez que os valores podem mudar em poucos dias em função
principalmente das condições edafoclimáticas que influenciam a lixiviação e
a mineralização. A diagnose foliar, que consiste na avaliação do estado nutri-
cional das culturas por meio da análise de determinados órgãos das plantas
em períodos definidos, é uma alternativa importante pelo fato desses órgãos
responderem mais às variações no suprimento de nutrientes e proporcio-
narem maior correlação com a produção (VIDIGAL, 2000). Entretanto, esta
metodologia normalmente é onerosa, demorada e somente realizada por
pessoas qualificadas dificultando sua empregabilidade (FONTES, 2011).
A cultura da cebola normalmente responde à adição de fertilizantes
nitrogenados (MAY et al., 2007; KURTZ, et al., 2012, 2013; RESENDE & COS-
TA, 2014; MENEZES JÚNIOR & KURTZ, 2016). A dose de N que proporciona
a máxima produtividade depende do cultivar (MAY et al., 2007; RESENDE &
COSTA, 2014) e de atributos de solo, principalmente dos teores de argila e de
matéria orgânica (MAGALHÃES, 1988; VIDIGAL, 2000), além das condições
de cultivo (BATAL et al., 1994), e normalmente se situa entre 100 e 200 kg
ha-1 (MAY et al., 2007; KURTZ et al., 2012, 2013, RESENDE & COSTA, 2009).
No entanto, é evidente que a magnitude de resposta e a quantidade de N
a ser empregada na cultura da cebola dependem de fatores climáticos, da
população de plantas, do teor de água no solo, do parcelamento da dose e,
principalmente, do teor de matéria orgânica do solo e de sua taxa de decom-
posição (MAGALHÃES, 1988; MENEZES JÚNIOR & KURTZ, 2016).
27
6.2.3.1 Sistema de transplante
44
40
36
32
28
24
48 2007/08 Y = NS
2 2
2008/09 Y = 32,02 + 0,149x - 0,00055x ** R = 0,95
2 2
2010/11 Y = 39,78 + 0,061x - 0,00027x * R = 0,90
44
Rendimento (t ha-1)
40
36
32
28
24
29
6.2.3.2 Sistema de transplante fertirrigado
10
60
ro'. 50
..t:.
•
~
a..
C
u
«l
! 30
....
C
u 20 • 2011/2012 Y=33,132143+0,3120493x-0,00096757x'··R'=0,90
II:
• 2013/14 Y:32,S24321 +O,3492034x-O.00135316xl··Rt=O,98
10
0
0 50 100 150 200
Nitracinia (~ ha-1)
31
dimento médio das duas cultivares passou de 24,7 t ha-1 no tratamento sem
adição de N, para 29,0 t ha-1 na dose de máxima eficiência técnica (MET),
estimada com a adição de 157 kg ha-1 de N, o que representou um incre-
mento de 17,3 %. Nas safras seguintes de 2013/14 e 2014/15, o rendimento
total teve aumento mais expressivo, passando de 23,6 e 19,0 t ha-1 na teste-
munha sem N, para 43,5 e 35,0 t ha-1 na dose de MET que se situou em 192
e 200 kg ha-1, respectivamente, representando um incremento de 84 % no
rendimento em ambas as safras pela adição do nutriente. As quantidades
necessárias de N para o máximo rendimento neste estudo foram superiores
àquelas observadas por May et al. (2007) em trabalho realizado no estado
de São Paulo, onde os rendimentos máximos de 72,0 t ha-1 e 78,9 t ha-1 foram
obtidos com a adição de 125 e 120 kg ha-1 para os híbridos Optima e Superex,
respectivamente, em sistema de semeadura direta. Portanto, a necessidade
de adição de N deve considerar, entre outros fatores, a localidade, as condi-
ções de cultivo e o cultivar.
2014/15 - Crioula
40
35
30
25
2 2
2012/13: Y = 24,715 + 0,0543x - 0,000173x * R = 0,887
20
2 2
2013/14: Y = 23,611 + 0,2063x - 0,000536x ** R = 0,981
15 2014/15: Y = 18,954 + 0,1596x - 0,0003981x **
2 2
R = 0,993
0
0 50 100 150 200 250
Nitrogênio (kg ha-1)
Figura 8. Rendimento de bulbos dos cultivares de cebola Bola Precoce e Crioula nas
safras 2012/13, 2013/14 e 2014/15, em função da aplicação de doses crescentes de
nitrogênio. *, **: significativo a 5 e 1 %, respectivamente
Fonte: Kurtz et al. (2015).
32
Considerando a eficiência de uso do N pela cebola nas três safras es-
tudadas, verifica-se que na safra 2013/14 e 2014/15 a eficiência foi bem su-
perior com um incremento de 103,1 e 79,8 kg de bulbos para cada quilo de
N adicionado, respectivamente, em relação à safra anterior, quando houve
um aumento de apenas 27,3 kg de bulbos para cada quilo de N adicionado.
Comparando as diferenças entre as safras e considerando que o experimen-
to foi conduzido na mesma área experimental e com o emprego do mesmo
sistema tecnológico de cultivo, as diferenças de rendimento e eficiência de
uso de N, ocorreram em função das condições climáticas.
Vidigal (2000) observou que o incremento no rendimento variou de
39,4 a 96,3 kg para cada quilo de N aplicado, dependendo da fonte de N, do
sistema de parcelamento e do tipo de solo. Já Resende & Costa (2014) verifi-
caram valores superiores de eficiência de uso do N com um índice de 113,0 kg
de bulbos por quilo de N adicionado para o cv. Alfa São Francisco e 143,3 kg de
bulbo por quilo de N adicionado para o cv. Alfa Tropical.
400
350
e300
.5.250
o
1200
..
'"
~150
lloo
50
O~~~~r-~~~--~~~--~~~~~~,r
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
Meses
35
0 15 30 45 60 75 90 105 120
f
Aduba~~o
Plantlo
t
35 OAT
1" Cobertura
I
GODAr
2" Cobertura
t
85DAT
3D Cobertura
(15%) (25%) (35%) (25%)
Figura 10. Estádios fenológicos (dias após o transplante - DAT) para a cultura da ce-
bola (cultivares OP – cultivares de polinização aberta) em sistema de transplante e
a indicação do momento adequado para realização da adubação de cobertura com
nitrogênio.
r
Adub.
Semeadura
i
450AS
1" Cobertura
t
SODAS
2" Cobertura
i
110 DAS
33 Cobertura
i
135DAS
4'Cobertura
(t 10%) (20%) (25%) (25%) (20%)
Figura 11. Estádios fenológicos (dias após a semeadura – DAS) para a cultura da
cebola (cultivares OP – cultivares de polinização aberta) em sistema de semeadura
direta em campo definitivo e a indicação do momento adequado para realização da
adubação de cobertura com nitrogênio
36
No manejo do solo em sistema de plantio direto de hortaliças (na
palha) já consolidado ou no caso de armazenamento da produção por perí-
odo longo, sugere-se reduzir as doses em até 25 % em relação aos valores
indicados na Tabela 3. Preferencialmente usar parte da adubação de fontes
orgânicas.
Neste sistema de recomendação a adubação nitrogenada busca se-
guir a curva de absorção de N com parcelamento em maior número de vezes
e doses, conforme a demanda da cultura em cada época. O parcelamento do
N recomendado anteriormente para ambos os sistemas de cultivo indica um
número mínimo de aplicações do N em cobertura, se houver possibilidade
de parcelar estas adubações em maior número de vezes, pode ser vantajoso.
39
MELLIS, 2010; FONTES, 2011; KURTZ, 2015) e com a quantidade de N aplica-
da durante o ciclo da cultura (ALVA, 2007; KURTZ, 2015). O teste de N-NO3- na
seiva tem sido proposto como ferramenta auxiliar no manejo da fertilização
nitrogenada em hortaliças. O medidor de N-NO3-, além de propiciar rapidez
de análise, é utilizado no campo e determina com precisão a concentração
de N-NO3- na seiva no momento da medição.
Assim, a deficiência de N pode ser detectada antes de ocorrer perda
na cultura e pode assegurar que o suprimento de N está ótimo para o má-
ximo crescimento e produtividade das plantas (VIDIGAL & MOREIRA, 2009).
No entanto, o teor de N-NO3- na seiva pode ser usado como um critério no
diagnóstico do estado de N na planta para um determinado momento do
ciclo da cultura, pois o nitrato tende a diminuir ao longo do ciclo (ERREBHI
et al., 1998).
Nos estudos realizados por Kurtz (2015) em Ituporanga, SC, para a
cultura da cebola em sistema de semeadura direta, verificou-se que os te-
ores de NO3- na seiva apresentaram incremento expressivo em função do
acréscimo das doses de N e de maneira geral, não se observaram diferenças
entre os cultivares Bola Precoce e Crioula para os valores de nitrato na seiva
(Figura 13).
De maneira geral, também se observou que em todas as épocas hou-
ve grande amplitude (100 e 900 %) no incremento dos teores de NO3- com
o aumento das doses de N, passando de 222 para 495 mg L-1, de 353 para
1.920 mg L-1, de 173 para 713 mg L-1 e de 82 para 763 mg L- (cv. Crioula),
respectivamente, na sequência das quatro épocas avaliadas. Westerveld et
al. (2004), ao avaliarem a relação entre teores de NO3- na seiva da folha de
cebola e doses de N em solo do Canadá, observaram comportamento ge-
ralmente linear e os teores de NO3- na seiva variaram de 99 a 1.590 mg kg-1,
86 a 490 mg kg-1 e de 61 a 480 mg kg-1 na safra 2000 e de 140 a 840 mg kg-1,
430 a 960 mg kg-1e de 220 a 600 mg kg-1 na safra 2001, dependendo das
doses de N, respectivamente para os estágios de cinco folhas, bulbificação e
maturação. De maneira geral, os resultados de pesquisa de diversos autores
também demonstraram que os teores de NO3- na seiva decresceram com o
aumento da idade das plantas.
40
600 Bola Precoce 2500 Bola Precoce
Crioula Crioula
Y = 222,2143 - 0,5433x + 0,007x ** R2 = 0,986
2
Y = 353,4167 + 6,5285x ** R 2 = 0,984
500 85 DAS 108 DAS
2000
A B
400
1500
300
1000
200
500
100
0 0
600 600
400 400
200 200
0 0
0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 250
N adicionado (kg ha-1) N adicionado (kg ha-1)
Figura
Figura 13.
13. Nitrato na seiva
Nitrato na seiva deBola
500 de folhas
folhas de
de
Precoce: Y
cebola dos cultivares Bola Precoce e Crioula
= ns cebola das cultivares Bola Precoce e Crioula
em função da adição de doses crescentes
em função da adição de doses160crescentes
Crioula:
DAS dede N em
N+ 0,0069x
Y = 203,2143 - 0,8169x
em quatro
2 ** R2 = 0,947
quatro épocas
épocas (85, (85,
108, 108,
125 e125
145e
145 DAS) na safra 2013/14
400
DAS) na safra 2013/14. Fonte:E Kurtz et al. (2015).
a
NO3- na seiva (mg L-1)
41
40
-
1
(A)
(B)
_
cadacomcobertura realizada.
2 a 3 folhas Desse
(neste modo, ainda
momento seriamnãoaplicados 20kg haavaliar
seria possível -1 na semeadura,
o NO3- na
35kgseiva
ha-1 pelo
aos 45reduzido tamanho
DAS quando das folhas)
as plantas e as outras
estiverem com 2 coberturas nestamomento
a 3 folhas (neste mesma
quantidade seriam realizadas em até quatro vezes, conforme o
ainda não seria possível avaliar o NO3- na seiva pelo reduzido tamanho das folhas) e
diagnóstico
de cada época (85, 105, 125, e 145 DAS).
as outras coberturas nesta mesma
Se o diagnóstico quantidade
indicar seriamde
a necessidade realizadas
adubação emde atécobertura
quatro vezes,
em
todas oasdiagnóstico
conforme leituras (iguais ou época
de cada inferiores
(85, a105,
90 % doevalor
125, na área de referência),
145 DAS).
Se o diagnóstico indicar a necessidade de adubação N
teríamos ao final do ciclo um total de 195 kg ha de deadicionados,
cobertura emotodas
que
-1
A intensidade
6.2.5.2 Índice de clorofila do
(IC)verde das folhas também tem sido utilizada com
sucesso em diversos estudos como critério indireto para avaliar o estado de
nitrogênio na planta em tempo real, de maneira não destrutiva. Isso devido
A intensidade
ao fato do verde
de diferentes doses dasdefolhas também tem sido
N proporcionarem utilizada com
diferentes sucesso em
concentrações
de clorofila
diversos estudosecomo
de tons de indireto
critério verde na folha
para queo determinam
avaliar a intensidade
nível de nitrogênio na planta da
em
radiação
tempo real, deabsorvida e refletida
maneira não pelo
destrutiva. dossel
Isso devido(FONTES, 2011).
ao fato de Isso ocorre
diferentes doses pelo
de N
fato de que 70 % do N contido nas folhas está nos cloroplastos, participando
proporcionarem diferentes concentrações de clorofila e de tons de verde na folha que
da síntese e da estrutura das moléculas de clorofila (MARENCO & LOPES,
2005). Por
determinam essa razão, da
a intensidade o teor de clorofila
radiação na fase
absorvida vegetativa
e refletida pelo tem sido
dossel relacio-
(FONTES,
nado
2011). Issocom o estado
ocorre pelo fatonutricional
de que 70% dedoNNde diversas
contido culturas
nas folhas (ARGENTA
está et al.,
nos cloroplastos,
participando da síntese e da estrutura das moléculas de clorofila (MARENCO &
42
LOPES, 2005). Por essa razão, o teor de clorofila na fase vegetativa tem sido
40
2001). Esse método destaca-se recentemente como alternativa para avaliar
o estado de N da planta em tempo real pelo fato de haver correlação signifi-
cativa entre a intensidade da cor verde com o teor de clorofila e com a con-
centração de N na folha (KURTZ, 2015). Índices de clorofila obtidos em folhas
de diversas espécies apresentaram correlação positiva com a suficiência de
N, permitindo que a concentração de clorofila seja considerada um índice
apropriado para avaliar o estado de N das culturas (GIL et al., 2002; FONTES,
2011; PÔRTO et al., 2011; PÔRTO et al., 2014; KURTZ, 2015).
Tais testes são rápidos, podem ser feitos no campo, permitem o sen-
soriamento em tempo real do estado nutricional de nitrogênio na planta
(FONTES & ARAÚJO, 2007) e podem tornar-se uma alternativa viável para o
sistema de produção de cebola. Entretanto, trabalhos acerca do emprego do
IC e nitrato na seiva para diagnóstico do estado de N na cultura da cebola em
condições de campo são bastante escassos na literatura. Assim, o estabele-
cimento de um sistema de diagnose do estado do nitrogênio em tempo real
para cebola poderá contribuir para otimizar a fertilização nitrogenada para
os principais cultivares de cebola do Sul do Brasil.
O conteúdo de clorofila, estimado com o medidor portátil (Figura 15),
tem demonstrado correlação positiva com a concentração de N na planta
e também com o rendimento de diversas espécies (GIL et al., 2002; FON-
TES, 2011; PÔRTO et al., 2011; KURTZ, 2015). Desse modo, essa metodologia
mostra-se promissora para uso como ferramenta auxiliar para caracterizar
de forma indireta a necessidade de adubação nitrogenada. Em hortaliças,
o IC tem sido utilizado com sucesso para diagnosticar o estado nitrogenado
em alho (BACKES et al., 2008), batata (GIL et al., 2002) tomate (FERREIRA et
al., 2006), pimentão (MADEIRA et al., 2011) e pepino (PÔRTO et al., 2014),
dentre outras.
43
6.2.5.2.1 Sistema de semeadura direta
Índice de clorofila
65 65
60 60
55 55
50 50
0 0
65 65
60 60
55 55
50 50
0 0
0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 250
N adicionado (kg ha-1) N adicionado (kg ha-1)
Figura16.
Figura 16.Índice
Índicededeclorofila
clorofila
75 (IC)em
(IC) em folhas
folhas dede cebola
cebola dos
das cultivares
cultivares Bola
Bola Precoce
Precoce e e
Crioula em função da adição de doses crescentes de N em quatro épocas
Crioula em função da adição de doses crescentes de N em quatro épocas na safra na safra
70
2013/14Adaptado de Kurtz
2013/14. E(2015).
Índice de clorofila
60
Os valores correspondentes aos IC obtidos por Kurtz (2015) apresen-
tam uma baixa amplitude
55
e variabilidade entre anos e épocas de diagnose
Bola Precoce
Criuola
160 DAS
estado de N sem a necessidade
0
0 50
de100área150 de referência
200 250
com alta disponibilida-
de de N como foi indicado para a diagnose
N adicionado (kg ha ) através
-1 do NO3- na seiva.
Para recomendação de N no sistema de semeadura direta com base
no índice de clorofila, sugere-se adicionar N em cobertura quando os valores
44
das leituras do índice de clorofila forem inferiores a 72, usando as épocas
diagnósticas conforme recomendação para o nitrato na seiva. Desse modo,
seriam aplicados 20 kg ha-1 na semeadura, 35 kg ha-1 aos 45 DAS quando as
plantas estiverem com 2 a 3 folhas (neste momento ainda não seria possível
avaliar o IC pelo reduzido tamanho das folhas) e as outras coberturas nesta
mesma quantidade seriam realizadas em até quatro vezes, conforme o diag-
nóstico de cada época (85, 105, 125, e 145 DAS), adicionando N sempre que
os valores do IC estiverem inferiores a 72.
45
go y. 20~42 .. 1,2479x· 010063)(1 90 • V' 21,)52.1.0052 a- 0.0051.'
A ~·o,n B 11'.0,1.
_10
80
• SO 1
(j' 7G <
•
II Co
i&O IJ 60 •
e50
.a
~ SO ~
i40 +lOOmll
~ 40
",§ )0 • ..00"'"
.1130
120 Insuficiencia " 20 -
.! lnsurlclencta
10 10·
0 0
20 40 &0 80 \00 IIG 140 G 2G 40 6~ SO 100 120 140
Dios ap6s o transplant. (DAl) Oias apOs 0 tunspWlte (0Al)
1160
250 2 50-
-e-I 40 -s 40
-I
+SOOmll + 600 mil
.1150 .II SO,
120 1
Insuflciencia - 20 Insuflcl~ncla
10 10 ;
0
0 III 40 &0 80 100 120 140 20 40 &0 se 100 120 1<0
Dios ap6s otronsplaote (DAl) Db< ~ ot"."",L>nte {DAl}
Figura 17. Relação entre o índice de clorofila (IC) e ciclo de cultivo (dias após o
transplante) para as densidades populacionais de (A) 300 mil plantas ha-1, (B) 400
mil plantas ha-1, (C) 500 mil plantas ha-1 e (D) 600 mil plantas ha-1 relativas à produ-
tividade de 47 t ha-1 (Marco Referencial de Suficiência = 150 kg de N ha-1), para o
estabelecimento de níveis de suficiência de nitrogênio
Fonte: Menezes Júnior et al. (2015).
6.3.1 Função
COMPo
Figura 18. Plantas com solução nutritiva completa e ao lado plantas em solução
nutritiva na ausência de P
O fósforo pode ser absorvido pelas raízes nas formas iônicas H2PO4-
e HPO42-, mas nas faixas de pH que comumente ocorrem no solo, que vão
de 4 a 8, predominantemente como H2PO4-. Kurtz et al. (2016), ao avalia-
rem o acúmulo de P pela cebola, observaram que o P foi o quarto nutriente
mais acumulado pela planta de cebola depois de N, K e Ca com acúmulo de
140,13 mg planta-1, totalizando 34,9 kg ha-1 ou 80,3 kg ha-1 de P2O5 (Figura
19). Dentre os macronutrientes, o P foi o que proporcionalmente teve maior
acúmulo no bulbo com 69 % do total, enquanto a parte aérea contribuiu com
31 %. As taxas máximas de acúmulo, considerando a planta toda, ocorreram
aos 86 DAT e verificou-se uma taxa de alocação de P para o bulbo elevada no
período próximo aos 96 DAT, momento que ocorreu a taxa máxima de aloca-
ção do elemento (Figura 19B). Cerca de 83 % do total de P foi acumulado no
47
período de bulbificação (Tabela 2). Após o início da bulbificação ocorre o de-
créscimo rápido da taxa de alocação de P para a parte aérea, o que também
foi observado por Pôrto et al. (2007). Segundo Araújo & Machado (2006),
ocorre intenso processo de redistribuição de P dos tecidos vegetativos para
órgãos reprodutivos. Para esses autores, nas culturas de grãos, a proporção
entre a quantidade de nutrientes nos grãos e a quantidade de nutrientes na
biomassa também é maior para o P do que para os demais macronutrientes,
indicando uma redistribuição preferencial de P para os órgãos drenos.
200
•
o
5 78y1117,43)
Y 160 9-1 I +O:.,p(-(x·8,.
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54)' 1/.6 R' el),Y4
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-....,,- Bulbos
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o
e
..
."
""
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e
SO
0
./
~ /t'\ "o.i ..
.... 11' 0."0..o. 0."0"0"0
0 14 56 70 84 ~o 14 28 L2 56 70 84 98 112 126
Dias após o transplante Dias após o transplante
Figura 19. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de fósforo pela cultura da ce-
bola (cultivar Bola Precoce)
Fonte: Kurtz et al. (2016).
48
A disponibilidade de P no solo sofre influência de vários fatores como
a textura e a mineralogia, pH, dose do fertilizante fosfatado, tempo de con-
tato com o solo e competição com outros elementos (ERNANI, 2016). De
maneira geral, quanto maior o teor de argila, maior a adsorção do P e menor
a sua disponibilidade para as plantas e, quanto maior o tempo que o P per-
manecer no solo, menor será a sua disponibilidade (WEINGÄRTNER, 2016).
Para Resende et al. (2014), o P tem papel de grande importância na
produtividade da cebola: embora seja pequena a exigência da cultura na
quantidade absorvida, ela apresenta resposta elevada à adubação fosfatada.
Os autores citam, ainda, que entre 30 e 40 % da produtividade das culturas
é limitada pela deficiência do P.
Por ser um nutriente de pouca mobilidade no solo e considerando
que o sistema radicular da cebola é do tipo fasciculado, com raízes bastante
superficiais, raramente ramificadas e sem pelos radiculares, exige-se quan-
tidades P elevadas para compensar a baixa exploração do solo pelas raízes
(LEE, 2010). Segundo Costa et al. (2008), a cebola apresenta um sistema ra-
dicular limitado se comparado com outras plantas. As raízes de cebola po-
dem alcançar a profundidade de 60 cm e lateralmente até 65 cm. Porém isso
ocorre em solos bem estruturados, com boa aeração e onde não existem
impedimentos físicos, o que não condiz com a situação da maioria dos solos
sob cultivo de hortaliças nas regiões de cultivo de Santa Catarina (WEIN-
GÄRTNER, 2016).
O fósforo está diretamente relacionado ao tamanho dos bulbos e à
obtenção de bulbos maiores. Além de aumentar o rendimento, também au-
menta a lucratividade, pois bulbos com diâmetro inferior a 50 mm apresen-
tam menor valor de mercado. Os bulbos de massa média, ao redor de 150
g (Cx3, DT > 50 e < 70 mm), são os preferidos comercialmente. Bulbos de
tamanho muito grande devem ser evitados, pois, além de terem menor acei-
tação comercial, são mais suscetíveis ao apodrecimento (KURTZ et al., 2012;
MENEZES JÚNIOR & KURTZ, 2016).
Em experimentos conduzidos em Ituporanga em um solo Cambissolo
Húmico, verificou-se uma alta resposta da cebola para a adubação fosfata-
da (superfosfato triplo) em área com baixo teor de P (4 mg dm-3 - extrator
Mehlich-1). Na média de três safras, as respostas foram lineares com aumen-
to de 56 % na produtividade na maior dose avaliada de 400 kg ha-1 de P2O5
em relação à testemunha, sem adição de P (Figura 20).
49
/ Y = 26,24 + 74,16x - 0,107x2** R2 = 0,95
45,0
40,0
35,0
30,0
1a
s:
25,0
!
W
sc 20,0
Qj
.§
-g 15,0
s:
& 10,0
5,0
0,0 +-----------,.-----------.-----------.-----------.-------~----(~
o so 100 200 400
Dosesde P20S Adicionada (kg ha'l)
_&. __ .e-___
--e----."
.,......-
• Ap"~io em r itvJ
c Ap~.!.ant;o
50
Para teores altos de P no solo (20 e 32 mg dm-3 - extrator Mehlich-1)
não houve resposta para a adição de P em experimentos conduzidos por
duas safras em Ituporanga num solo Cambissolo Húmico (Figura 22). Des-
se modo, quando os teores de P no solo são altos ou muito altos, as doses
de P indicadas pelas tabelas de recomendação são relativamente baixas em
comparação aos solos pobres em P, mesmo para a obtenção de altos rendi-
mentos, pois elas visam atender à extração pela cultura somada às possíveis
perdas por fixação em argilominerais e outras reações no solo anteriormen-
te mencionadas.
50,0
Y = NS
45,0
40,0
35,0
1s
.c: 30,0
....
~
W
0
25,0
c:
20,0
E
:ac:
..
a:
15,0
10,0
5,0
0,0
so 100 200 400
°
Figura 22. Rendimento de bulbos de cebola em função da adição de doses cres-
centes de fósforo e solo com teor alto de P (20 e 32 mg dm-3 - extrator Mehlich-1).
Média de 2 safras (2009/10, 2011/12) – Ituporanga, SC
Fonte: Kurtz (2014 dados não publicados).
52
Para a expectativa de rendimento maior do que 30 t ha-1, acrescentar
aos valores da tabela acima, 3 kg de P2O5 por tonelada adicional de bulbos
a serem produzidos. Caso os teores de P no solo forem três vezes maiores
do que o teor crítico (nível superior da interpretação de teor médio), não se
recomenda adicionar fósforo.
53
alternativa de adubação de manutenção com fósforo a lanço sem incorpora-
ção em sua totalidade não pode ser expandida para solos com teores médios
ou baixos de fósforo, pois nesta condição há perda de rendimento.
6.4.1 Função
COMPo
Figura 23. A esquerda plantas com solução nutritiva completa e ao lado plantas
(direita) em solução nutritiva na ausência de K
54
6.4.2 Absorção de K pela cebola
350 Bulbos
-1
8
300 (A) (B)
250 6
200
4
150
100
2
50
0 0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Figura 24. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de potássio pela cultura da
Figura 24. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de potássio pela cultura da
cebola (cultivar Bola Precoce). Fonte: Kurtz et al. (2016).
cebola (cultivar Bola Precoce)
Fonte: Kurtz et al. (2016).
55
valor é semelhante ao do N, que demandou 1,71 kg ha-1 dia-1 no período de
maior demanda (73 DAT). Esses dados são importantes orientadores para
definição da época de aplicação desses nutrientes para a cebola, uma vez
que apresentam mobilidade, principalmente em solos arenosos ou de baixa
CTC (SANGOI et al., 2003; CANTARELLA, 2007; ERNANI et al., 2007) e, se
aplicados muito antes dessa data, podem não atender à demanda da planta.
Considerando o início da bulbificação aos 60 DAT, ou seja, 13 e 20 dias antes
da maior taxa de acúmulo de N (73 DAT) e K (80 DAT), respectivamente, essa
seria a fase (60 DAT) da cultura sugerida para aplicação de adubações de
cobertura com esses nutrientes.
50,0
40,0
;.
.c:;
l
W
30,0
..
2I:
.s~ 20,0
..
I:
II::
10,0
0,0
0 50 100 ZOO 400
Doses de I<:!O(kg ha-')
57
No experimento conduzido em Ituporanga em Cambissolo Húmico
(KURTZ, 2014, dados não publicados), a cebola não apresentou resposta
para a adição de K (Figura 26) em função do teor alto de K no solo (170 mg
dm-3). Desse modo, quando os teores de K no solo são altos ou muito altos,
as doses de K indicadas pelas tabelas de recomendação são relativamente
baixas, pois visam atender a extração da cultura somada às possíveis perdas,
mesmo para a obtenção de altas produtividades.
40,0 Y = NS
35,0
30,0
J 25,0
..
~
W
0
20,0
t::
41
.5 15,0
"~ t::
10,0
5,0
0,0
0 50 100 200 400
58
6.4.4 Recomendação de potássio para cebola
6.5.1 Função
60
COMPo -Ca
Figura 27. À esquerda plantas com solução nutritiva completa e à direita plantas
em solução nutritiva na ausência de Ca, apresentando deficiência com necrose das
folhas mais novas
O cálcio pode ser absorvido pelas raízes como íon Ca2+ ou, em menor
quantidade, na forma de cálcio quelatizado. Conforme trabalho realizado por
Kurtz et al. (2016), o Ca foi o terceiro nutriente mais absorvido pela cebola,
com uma quantidade acumulada de 186,5 mg planta-1 ou 46,6 kg ha-1 ao final
do ciclo (Figura 28 A). Verificou-se que o Ca se comportou de modo diferente
em relação aos demais macronutrientes por acumular 58 % do total na parte
aérea e apenas 42 % no bulbo (Tabela 2). Resultados semelhantes foram veri-
ficados por Vidigal et al. (2010a), que observaram o acúmulo de 55 % e 45 %
para parte aérea e bulbos, respectivamente. Esse comportamento é, portanto,
resultado da redistribuição praticamente nula do nutriente na planta (HAWKE-
SFORD et al., 2012).
Outro fator que pode ter contribuído para essa diferença nas quanti-
dades de Ca na parte aérea e bulbo é a competição com o K (ANDRIOLO et
61
al., 2010). O maior fluxo de potássio para o bulbo pode restringir a presença
de cálcio nesse órgão. Com relação à dinâmica de acúmulo, observou-se que
a taxa máxima foi aos 78 DAT para a planta toda e aos 116 DAT para o bulbo
(Figura 28 B). Assim, verifica-se maior demanda de Ca para o bulbo no fim
do ciclo, demonstrada pela absorção de 79,4 % do Ca total no período de
bulbificação.
250 2
Y= 200,06/ 1 + exp (-(x - 77,89)/ 19,65) R = 0,98 5 Planta toda
2
Y= 163,01/ 1 + exp (-(x - 115,92)/ 19,65) R = 0,99 Bulbos
-1
200 4
(D)(A) (B)
150 3
100 2
50 1
0 0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Figura 28.
Figura 28. Acúmulo
Acúmulo (A)
(A) ee taxa
taxa de
de absorção
absorçãodiária
diária(B)
(B)de
deCa
Capela
pelacultura
culturadadacebola
cebola
(cultivar Bola Precoce).
(cultivar Bola Precoce) Fonte: Kurtz et al. (2016).
Fonte: Kurtz et al. (2016).
62
(Tabela 9). Neste trabalho, no solo, foram adicionadas doses que variaram de
0 a 936 kg ha-1 de Ca na forma de gesso agrícola (sulfato de cálcio); via foliar,
foram feitas seis aplicações de cloreto de cálcio na concentração de 0,6 %,
e nenhuma dessas formas de aplicação aumentou o rendimento de bulbos
bem como a conservação pós-colheita. Uma das explicações para a ausência
de resposta à adição de Ca pode ser atribuída ao alto teor do nutriente ori-
ginalmente presente neste solo (6,7 cmolc dm-3). Desta forma, a hipótese de
que solos com elevados teores de K (240 mg dm-3 teor de K no solo avaliado),
como o do presente estudo, apresentariam resposta à aplicação de Ca, não
foi confirmada neste estudo.
63
6.6 Magnésio (Mg)
6.6.1 Função
Figura 29. À esquerda plantas com solução nutritiva completa e à direita plantas em
solução nutritiva na ausência de Mg
2
Y= 48,55/ 1 + exp (-(x - 113,68)/ 14,26) R = 0,99
-1
50 Bulbos
-1
(E)
(A) (B)
40 1.0
30
20 0.5
10
0 0.0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Figura 30. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de Mg pela cultura da cebola
Figura 30. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de Mg pela cultura da cebola
(cultivar Bola Precoce). Fonte: Kurtz et al. (2016).
(cultivar Bola Precoce)
Fonte: Kurtz et al. (2016).
65
6.7 Enxofre (S)
6.7.1 Função
Figura 31. Na primeira foto à esquerda, vaso com plantas apresentando nutrição
adequada de S; à direita, vaso com plantas apresentando deficiência de S, com clo-
rose das folhas mais novas. Na segunda foto, visão de plantas em lavoura com defi-
ciência de enxofre e progressão dos sintomas da esquerda para a direita.
66
observaram que o acúmulo de S foi maior no bulbo, cerca de 81 %, enquan-
to, na parte aérea, o acúmulo foi de aproximadamente 19 % do S total na
colheita. Resultados similares foram obtidos por Nasreen et al. (2005), que
verificaram maior acúmulo de enxofre no bulbo ao final do ciclo da cultura.
Segundo os autores, do total de enxofre acumulado na planta inteira aos 90
DAT (145 DAS), 12 % encontravam-se nas folhas e 82 % nos bulbos. Para es-
ses mesmos autores, o aumento do acúmulo de enxofre no bulbo, à medida
que a planta atingiu a fase de maior desenvolvimento fotossintético, foi devi-
do ao crescimento foliar adequado, o que permitiu uma ótima translocação
e partição de fotossintatos das folhas para os bulbos, que resultaram em
maior tamanho de bulbo e maior massa seca.
A cebola é uma planta exigente em S, e geralmente esse nutriente
é o terceiro ou quarto em ordem decrescente de acúmulo. A quantidade
de compostos à base de S é que determina a pungência da cebola, definida
como a quantidade de compostos voláteis que conferem odor e sabor à es-
pécie. Isso ocorre porque o S é constituinte dos aminoácidos cistina, cisteí-
na e metionina, precursores de compostos sulfurados voláteis responsáveis
pelo aroma característico da cebola (MALAVOLTA et al., 1997).
10
A PIanta inteira #I>
70 OParteama /
• Bulbo /
60
i.. SO
F I
I
I "
,.tI
.!
40
,
I
Jl0 )0
I
"t{
~ 20
" 0
,.,.~:,- •••• ,.' ''0'''' '0
10
0
...
)0 so 10 '0 110 130 ISO
Id.dc d. plante (d •• ap61 • 'em cadur.)
... Y=87,99/(1 +e·O,09(X-ln,rI)
o Y = 16,541(1 + e-o,1I(X-1»2)
• Y=67,76/(1 +e-0,09(x.12I,l$)
67
6.7.3 Resposta da cebola à adição de S
0,50
...
,.
~ 0,40
>
!
'"
0
.D. 0,30
:;
~
~
,,."....
0
0,20
::s
"&:
0
0,10
0,00
0 30 60 90 120
Doses de S (kg ha·1)
70
6.7.4 Recomendação de enxofre para cebola
71
ximadamente 50 dias para máxima disponibilidade de sulfato na solução do
solo (SOUSA, 2013). Portanto, essa fonte não é adequada quando há sinto-
mas de deficiência em lavouras e necessita-se da disponibilidade imediata
de S na forma de sulfato.
6.8.1 Função
Figura 34. Na primeira foto à esquerda plantas sadias e ao lado plantas (direita) com
deficiência de Mn; na segunda foto, visão geral de lavoura com manchas apresen-
tando deficiência de Mn
300 6
200 4
100 2
0 0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Figura
Figura35.
35.Acúmulo
Acúmulo (A)
(A) ee taxa
taxa de
de absorção
absorção diária
diária (B) de Mn pela cultura
Mn pela culturada
dacebola
cebola
(cultivar Bola Precoce).
(cultivar Bola Precoce) Fonte: Kurtz et al. (2016).
Fonte: Kurtz et al. (2016).
73
Segundo trabalhos realizados por Kurtz & Ernani (2010), em Ituporan-
ga, SC, em Cambissolo Háplico, a aplicação de Mn não alterou a produtivida-
de, o peso médio de bulbos e a perda no armazenamento em nenhuma das
três safras avaliadas, independentemente do método de aplicação (ao solo
ou via foliar). A ausência de resposta neste estudo para a aplicação de Mn
provavelmente se deve ao valor de pH relativamente baixo das áreas expe-
rimentais (5,6 a 5,9) e pelo adequado manejo do solo adotado na área com
adubação equilibrada, revolvimento mínimo do solo e rotação de culturas.
No entanto, Bührer et al. (1996) obtiveram aumentos na produtividade de
cebola com aplicação de sulfato de manganês tanto ao solo quanto por meio
de pulverizações foliares, em Ituporanga, SC. Os melhores resultados ocorre-
ram com pulverizações foliares nas concentrações de 1 e 0,5 % ou com 8 kg
ha-1 de sulfato de Mn adicionado ao solo. Resultados similares foram obtidos
em outras áreas da região que apresentavam sintomas de deficiência de Mn
(BOING et al., 1996).
6.9.1 Função
74
Figura 36. À esquerda plantas sadias (solução nutritiva completa) e ao lado plantas
com deficiência de Zn (solução nutritiva sem Zn)
75
450 2
Y= 357,56/ 1 + exp (-(x - 72,55)/ 15,86) R = 0,99 10 Planta toda
Figura 37. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de Zn pela cultura da cebola
Figura 37. Acúmulo (A) e taxa de absorção diária (B) de Zn pela cultura da cebola
(cultivar Bola Precoce). Fonte: Kurtz et al. (2016).
(cultivar Bola Precoce)
Fonte: Kurtz et al. (2016).
76
Segundo Kurtz & Ernani (2010) a adição de Zn ao solo aumenta line-
armente o teor do nutriente no solo extraído com HCl 0,1 mol L-1. Estes au-
tores observaram que para cada kg ha-1 de Zn adicionado, houve incremento
no Zn do solo de 0,37 e 0,56 mg kg-1, respectivamente nas safras 2006/07 e
2008/09. As tabelas oficiais de recomendação de adubação utilizadas nos
estados do RS e de SC mencionam que, a partir de 0,5 mg kg-1 de Zn no solo, é
baixa ou nula a possibilidade de resposta à aplicação desse nutriente aumen-
tar a produtividade das culturas (CQFS - RS/SC, 2016). Entretanto, mesmo
em solo que apresentava teor entre 2,2 e 3,2 mg kg-1 de Zn, a aplicação desse
nutriente incrementou o rendimento de bulbos de cebola (KURTZ & ERNANI,
2010). Isso pode ser explicado pela alta exigência da cebola por Zn e, tam-
bém, pelo seu pequeno sistema radicular, o que resulta na exploração de um
menor volume de solo em relação a outras culturas, requerendo, portanto,
maior concentração de Zn no solo.
Na safra 2010/11 foram conduzidos experimentos com Zn em três pro-
priedades de produtores de cebola em Santa Catarina nos municípios de Vidal
Ramos, Aurora e Atalanta. Das três áreas avaliadas, todas manejadas em siste-
ma convencional de manejo do solo, duas apresentaram resposta significativa
para rendimento pela adição de Zn via solo com incremento de 6 e 18 %, nas
áreas dos municípios de Atalanta e Vidal Ramos, respectivamente.
30,0
26,7 26,0
25,9
l'II 25,0
.I:
W
~
'"0
~:J 20,0
.Q
s
t::
GI
.5
'1:1
15,0
t::
:!
10,0
0 1 2 Foliar 16x)
Zineo (kgha"]
77
6.9.4 Recomendação de zinco para a cebola
6.10.1 Função
78
Figura 39. À esquerda planta com sintomas de deficiência de B e ao lado (direita) la-
voura com perda de stand pela ocorrência de deficiência de B logo após o transplante
2
-1
Bulbo
20
-1
800
(A) (B)
700
600 15
500
400 10
300
200 5
100
0 0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Figura
Figura40.
40.Acúmulo
Acúmulo (A)
(A) ee taxa
taxa de
de absorção
absorção diária (B) de
diária (B) de B
B pela
pela cultura da cebola
cultura da cebola
(cultivar
(cultivar Bola
Bola Precoce)
Precoce). Fonte: Kurtz et al. (2016).
Fonte: Kurtz et al. (2016).
79
6.10.3 Resposta da cebola à adição de B
81
B via solo Y = 23,11 + 9,91x - 2,257x2** R2 = 0,99
40,0
35,0
30,0
1.
~
25,0
~
lJ 20,0
iii
:::I
"g
.... 15,0
-g
0
~:::I 10,0
~ 5,0
0,0
0 0,83 1,65 3,3 Foliar (3x)
Doses de Bora (kg h.-il
82
6.11 Cobre (Cu)
6.11.1 Função
83
200 2
Y= 163,28/ 1 + exp (-(x - 85,98)/ 20,23) R = 0,98 4 Planta toda
-1
150 3
(A) (B)
100 2
50 1
0 0
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Figura
Figura 42.
42. Acúmulo (A) ee taxa
Acúmulo (A) taxa de
de absorção
absorção diária
diária(B)
(B)de
deCu
Cu pela
pela cultura
culturada
dacebola
cebola
(cultivar Bola Precoce).
(cultivar Bola Precoce) Fonte: Kurtz et al. (2016).
Fonte: Kurtz et al. (2016).
84
nificativamente a resistência da casca, reduziu a perda de peso dos bulbos,
incrementou a intensidade da cor e acentuou a coloração avermelhada dos
bulbos.
A ocorrência de deficiência do cobre não é muito comum em solos ma-
nejados adequadamente. A disponibilidade do cobre no solo para as plantas
pode ser baixa em condições de baixo teor do elemento no material de origem
do solo, alto pH, alto teor de matéria orgânica, excesso de N, P, Zn, K e Ca.
A demanda de cobre pelas plantas de cebola é maior durante a fase
de bulbificação. As taxas máximas de acúmulo de cobre para o cultivar Bola
Precoce foi observada aos 84 dias após o transplante (DAT) para a planta
toda e aos 104 DAT para o bulbo (KURTZ, 2015).
8 Adubação orgânica
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