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Língua Portuguesa para Receita Federal

Teoria e questões comentadas


Prof. Fabiano Sales - Aula 01

AULA 01

Olá, estimados alunos e futuros servidores públicos!

Hoje, na aula 01, do curso de teoria e de questões


comentadas, apresentarei um tema recorrente nas provas da ESAF:
PRONOMES.

Para refletir: "Se você quer ser bem-sucedido,


precisa ter dedicação total, buscar seu último limite
e dar o melhor de si mesmo."
(Ayrton Senna)

Venham comigo!

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PRONOMES

Entramos na aula 01 e nosso curso. A partir de agora, estudaremos os


pronomes.
Amigos, pronome é a classe de palavras que serve para representar
(pronome substantivo) ou acompanhar (pronome adjetivo) um substantivo,
determinando-lhe a extensão do significado.

Dica para memorização:

Pronome Adjetivo ^ A companha o substantivo

Pronome S ubstantivo ^ S ubstitui o substantivo

Exemplos:

Essa porta está trancada. ("Essa” é pronome adjetivo, pois acompanha o


substantivo "porta”)

Aquela porta, João tentou abri- la , mas não conseguiu. ("Aquela” é pronome adjetivo,
pois acompanha o substantivo "porta”; "la” é pronome substantivo, pois substitui o
substantivo "porta”: João tentou abrir a porta , mas não conseguiu.)

CLASSIFICAÇÃO

Segundo a tradição gramatical, os pronomes são classificados em pessoais


(em que se incluem os pronomes de tratamento), possessivos, demonstrativos,
indefinidos, interrogativos e relativos.
Para efeito de prova da ESAF, interessam-nos os pronomes pessoais, de
tratamento , possessivos, demonstrativos e relativos.

PRONOMES PESSOAIS

Indicam as pessoas do discurso. Dividem-se em retos e oblíquos .

> Retos - são as pessoas do discurso.

1â: eu (singular) / nós (plural)


2â: tu (singular) / vós (plural)
3â: ele (singular) / eles (plural)

Os pronomes pessoais retos funcionam, geralmente, como sujeito da oração.

Exemplos: Ontem eu estudei muito. (sujeito)


Tu serás aprovado no concurso. (sujeito)
Nós seremos aprovados nas provas. (sujeito)

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Dica estratégica!

Memorizem o seguinte: os pronomes EU e TU sempre exercerão a função de


sujeito .

Exemplos: Eu fui ao curso ontem.


Tu serás aprovado no concurso.

E por que eu disse que os pronomes pessoais geralmente desempenham a


função de sujeito? Porque os pronomes ELE(S)/ELA(S), NÓS, VÓS , além da
função de sujeito, podem desempenhar outras funções sintáticas.

Exemplos: Eles terminaram a prova há pouco. (sujeito)


É necessário entregar a prova a eles . (objeto indireto)

> Oblíquos - são pronomes que sempre desempenham o papel de


complemento (objeto direto, objeto indireto, complemento nominal etc).

Exemplos: Não o conheço. (objeto direto)


Aquela moça era essencial a ti . (complemento nominal)

Por sua vez, os pronomes oblíquos subdividem-se em:

Átonos - não possuem acento tônico e não são antecedidos por preposição:
me , te , se , o(s), a(s), lhe(s), nos , vos .

Exemplos: Entregue-me o documento.


Ao guarda, os cidadãos devem obedecer- lhe .

Importante para a ESAF!

Os pronomes oblíquos desempenham importante papel de coesão textual.

Exemplo: “ Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-Jhe dos


cabelos , colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente (...)”

(Machado de Assis. In: Dom Casmurro)


No excerto acima, verificamos que:

- o pronome oblíquo “ lhe” (“Peguei-lhe”) refere-se a “Capitu” , indicado uma ideia de


posse (Peguei os cabelos de Capitu = Peguei os cabelos dela .)
- o pronome oblíquo “ os” (“colhi-os”) refere-se a cabelos ;
- a forma pronominal “ los” (“alisá-los”) também se refere a cabelos .

Nas duas últimas análises, as formas pronominais “ os” e “ los” remetem


semanticamente ao mesmo referente no texto: “cabelos” . A ESAF chama esse
processo de “ cadeia de coesão textual”.

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Fiquem atentos à morfossintaxe:

- as formas pronominais o(s), a(s) somente desempenham a função de objeto


direto .

Exemplos: Não a conheço. (a = objeto direto)


Vi-os ontem. (os = objeto direto)

- as formas pronominais me , te , se , nos , vos podem ser usadas como objeto


direto ou objeto indireto. A função sintática, portanto, dependerá do contexto.

Exemplos: O dono da festa convidou- me . ("convidar” = verbo transitivo direto; " me”
= objeto direto)
O professor deu- me uma explicação. ("dar” = verbo transitivo direto e indireto; "uma
explicação = objeto direto; " me” = objeto indireto)

- as formas me , te , lhe , nos , vos podem ser usadas em lugar dos pronomes
possessivos (ideia de posse), desempenhando a função de adjunto adnominal.

Exemplos: Acariciava- lhe as mãos. (Acariciava suas mãos.)


Observou-nos a fisionomia. (Observou nossa fisionomia.)

- a forma pronominal lhe(s) representa substantivos regidos das preposições a ou


para .

Exemplos:
Emprestei o livro ao aluno . (= Emprestei-lhe o livro. "lhe” ^ objeto indireto)
Emprestei o livro para o aluno . (= Emprestei-lhe o livro. "lhe” ^ objeto indireto)
Manuela foi fiel a ele durante o namoro. (= Foi-lhe fiel durante o namoro ^
complemento nominal)

Tônicos - possuem acento tônico e são precedidos por preposição.


Sempre funcionam como complementos, sendo representados por mim , comigo , ti ,
contigo , ele , ela , si , consigo, nós , comosco, vós , convosco, eles , elas .

Exemplos: Entregue o documento a mim .


Ao guarda, os cidadãos devem obedecer a ele .

F IQ U E
atento!

As formas pronominais se , si e consigo são exclusivamente reflexivas , ou


seja, só podem ser usadas em relação ao próprio sujeito da oração.

Exemplos: João feriu- se .


Ele só pensa em si .
O advogado trouxe consigo um livro.

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Recapitulando...

Pronomes oblíquos
(sempre complementos)

Pessoas Pronomes retos Átonos Tônicos

sem preposição com


preposição

1- Eu (sempre sujeito) me mim, comigo


3
U) 2- Tu (sempre sujeito) te ti, contigo
'tfí
3- Ele/Ela o, a, lhe, se ele, ela
1- Nós nos nós, conosco
_3 2- Vós vos vós, convosco
3- Eles/Elas os, as, lhes, se eles, elas

EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS

Um assunto que é de extrema relevância nas provas é o emprego dos


pronomes pessoais.

> Eu e Tu X Mim e Ti

Os pronomes eu e tu , normalmente, não aparecem antecedidos por


preposição. Neste caso, em regra, deveremos empregar os pronomes oblíquos mim
e ti .

Exemplos: Deram o doce para mim .


Nada mais há entre mim e ti .
Todos ficaram contra o juiz e mim . (Todos ficarão contra o juiz e (contra) mim .)

Dica estratégica!

Normalmente, a frase se apresenta na seguinte progressão:

SUJEITO + VE RBO + COMPLEMENTO

Entretanto, a banca organizadora pode tentar confundi-los (isso não ocorrerá


com vocês!) .

Exemplos: Para eu , estudar isso é fácil. (errado)


Para mim , estudar isso é fácil. (correto)

Na ordem direta, teríamos "Estudar isso é fácil para mim”.

É impossível para eu ir à sua festa. (errado)


É impossível para mim ir à sua festa. (correto)

Na ordem direta, teríamos "Ir à sua festa é impossível para mim” .

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Entretanto, existem casos em que será admitido o emprego dos pronomes


EU e TU após preposições. Ainda assim, desempenharão a função de sujeito.

Exemplos: Deram o doce para eu comer. (eu = sujeito do verbo "comer”)


Entre eu pedir e você entender há uma grande diferença. (eu = sujeito do verbo
"pedir”)
Chegou uma ordem para tu viajares. (tu = sujeito do verbo "viajar”)
Trouxe um livro para tu leres. (tu = sujeito do verbo "ler”)

Aprendemos que os pronomes do caso reto "ele(s)/ela(s)”, em regra, não


funcionam como objeto.

Exemplos: Não vi ela . (errado) ^ é marca da linguagem coloquial, falada.


Não a vi. (correto) ^ em conformidade com o padrão culto escrito. O "a” é objeto
direto.

Entretanto, se esses pronomes ("ele” e "ela”) estiverem precedidos de TODO


e SÓ (= apenas), desempenharão a função de complemento.

Exemplos: Recomendei só (= apenas) ele .


Convocaram todas elas .

É preciso chamar a atenção de vocês para o seguinte: quando o pronome


ele(s)/ela(s) exercer a função de sujeito , não haverá a contração com a preposição
de . Isso aparece frequentemente em provas.

Exemplos: Chegou a hora dos senadores falarem a verdade. (errado)


Chegou a hora de os senadores falarem a verdade. (correto)

Entretanto, segundo as lições de Evanildo Bechara, na obra Moderna


Gramática Portuguesa, editora Lucerna, pág. 567, a frase

"Está na hora de a onça beber água (posição mais frequente).”

é um "meio de expressão que aproxima dois vocábulos (a preposição de e o artigo


a) que a tradição do idioma contrai em da, surgindo assim outro modo de dizer:

Está na hora da onça beber água.

Em consonância com as lições do eminente gramático, essa "construção não


tem repugnado os ouvidos dos que melhor conhecem e escrevem a língua

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Estratégia
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portuguesa. Alguns gramáticos viram aí, entretanto, um solecismo, pelo fato de se
reger de preposição um sujeito. Na realidade, não se trata de regência preposicional
do sujeito, mas do contato de dois vocábulos que, por hábito e por eufonia,
costumam vir incorporados na pronúncia. A lição dos bons autores nos manda
aceitar ambas as construções, de a onça beber água e da onça beber água’’.
(...)
“A não combinação da preposição com o sujeito garante o valor expressivo
da preposição e a ênfase posta no sujeito: É tempo de o povo querer melhores
escolas, diferente, sob o aspecto de expressividade, de É tempo do povo querer
melhores escolas’’.
O gramático encerra as considerações mencionando que “a simples - e
contrária à dupla possibilidade que a tradição literária registra - solução gramatical
de rejeitar uma forma com privilégio de outra empobrece os recursos estilísticos da
língua” .

1. (ESAF-2002/TCU-Adaptada) Analise o segmento abaixo quanto à ortografia


e morfologia.

I. O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do turismo não


abule o paradoxo de que nativos e visitantes se distanciam do fenômeno
cultural tanto quanto pessoas que, longe daquelas paragens, pouco valor
atribuem a heranças destituídas de familiaridade.

Comentário : O segmento acima apresenta alguns erros, a saber:

O primeiro e incontestável ocorreu no trecho “não abule o paradoxo” : a forma


em destaque nos remete ao verbo “abolir”. Lembram-se das lições sobre verbos
defectivos? Lá estava o verbo “abolir”.
Ah! Fabiano, não queremos decorar listas. Então, meus amigos, sempre que
houver dúvidas quanto à conjugação de uma forma verbal, recorram a um outro
verbo, tentando empregar o paradigma deste último. Por exemplo, o verbo “demolir”,
flexionado na 3â pessoa do singular do presente do indicativo, apresenta-se sob a
forma “dem ole” . Aplicando a dica do paradigma, percebemos que a flexão correta
do verbo “abolir” na 3a pessoa do singular é “ab ole” .
O outro pode (ou não) ser considerado um desvio gramatical, a depender do
ponto de vista. Primeiramente, segundo as lições de Evanildo Bechara, a contração
da preposição de com o artigo definido o no trecho “O fato do patrimônio gerar
empregos” também deve ser aceita (vejam os comentários teóricos acima). Esse é
o mesmo posicionamento de Domingos Paschoal Cegalla, na obra Novíssima
Gramática da Língua Portuguesa.
Entretanto, em conformidade com as lições de boa parte dos gramáticos, a
expressão “o patrimônio” exerce a função de sujeito do verbo “gerar” e, para que a

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ênfase seja mantida nesse sintagma, a preposição de não deve se fundir com o
artigo o: “O fato de o patrimônio gerar empregos (...)”.

Portanto, corrigindo o período, temos a dupla possibilidade de construção:

O fato de o patrimônio gerar empregos e receitas por meio do turismo não abole o
paradoxo de que nativos e visitantes se distanciam do fenômeno cultural tanto
quanto pessoas que, longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças
destituídas de familiaridade.

O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do turismo não abole o
paradoxo de que nativos e visitantes se distanciam do fenômeno cultural tanto
quanto pessoas que, longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças
destituídas de familiaridade. (tendência da ESAF)

Gabarito: Errado.

2. (ESAF-2010/ICMS-RJ-Adaptada ) Julgue a afirmativa a seguir, a respeito do


excerto abaixo.

Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas como um instrumento de


receita do Estado. Apesar desta missão ser, por si só, relevante, na medida em que
garante os recursos financeiros para que o Poder Público bem exerça seu mister, a
verdade é que, pouco a pouco, descobriu-se outra faceta não menos importante na
tributação. Atualmente, com a predominância do modelo do Estado Social, a
despeito dos fortes movimentos no sentido do ressurgimento do liberalismo, não se
pode abrir mão do uso dos tributos como eficazes instrumentos de política e de
atuação estatal, nas mais diversas áreas, sobretudo na social e na econômica. Deve
ser ressaltado que a política tributária, embora consista em instrumento de
arrecadação tributária, necessariamente não precisa resultar em imposição. O
governo pode fazer política tributária utilizando-se de mecanismos fiscais através de
incentivos fiscais, de isenções, entre outros mecanismos que devem ser
considerados com o objetivo de conter o aumento da arrecadação de tributos.

(Maria de Fátima Ribeiro & Natália Paludetto Gesteiro, A busca da cidadania fiscal no
desenvolvimento econômico: função social do tributo. http://www.diritto.it/archivio - acesso em
3/6/2010, com adaptações)

I. Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir desta


(l.2) por de esta.

Comentário: Ao mencionar que “preservam-se a coerência textual e a correção


gramatical” , o examinador da banca evidenciou que o trecho “Apesar desta missão
ser, por si só, relevante (...)” está correto . E por que isso? Ora, meus amigos, a
ESAF adota o posicionamento de Evanildo Bechara e de Domingos Paschoal
Cegalla, os quais consideram correta a contração da preposição de com o pronome
demonstrativo esta na frase “Apesar desta missão ser, por si só, relevante (...)”.

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Entretanto, há gramáticos que consideram tal contração um solecismo,


prescrevendo a construção em separado da preposição de com o termo posterior.
Com isso, primam pela ênfase no sintagma que desempenha a função de sujeito:
"Apesar de esta missão ser, por si só, relevante (...)” . Logo, a afirmativa da banca
está correta.

Gabarito: Correto.

VERBOS, PRONOMES E ADAPTAÇÕES

a) Se o verbo for finalizado em som nasal (- M , -ÃO ou - ÕE), os pronomes o(s), a(s)
serão transformados em no(s), na(s), respectivamente.

Exemplos:
Quando encontrarem o material, tragam- no até mim. (tragam + o = tragam-no)
Sempre que meus pais têm roupas velhas, dão- nas as pobres. (dão + as = dão-nas)
Aquele rapaz põe-nos em situações embaraçosas. (põe + os = põe-nos)

b) Se a forma verbal terminar em R, S ou Z , essas terminações deverão ser


retiradas, mudando os pronomes o(s), a(s) para - lo(s), - la(s), respectivamente.

Exemplos:
Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. (trazer + as = trazê-las)
As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. (seduz + as = sedu-las)
Os estudantes temiam o novo diretor e resolveram desafiá-lo. (desafiar + o = desafiá-lo)

c) Se a forma verbal terminar em - MOS (1â pessoa do plural), a terminação - s deve


ser retirada quando, na colocação enclítica (pronome átono após o verbo),
receberem pronomes átonos de mesma pessoa (nós).

Exemplos:
Encontramo-nos ontem à noite. (encontra mos + nos = encontramo-nos)
Recolhemo-nos cedo todos os dias. (recolhe mos + nos = recolhemo-nos)

Observação : Com o pronome lhe(s), o verbo não sofre alteração.

Exemplos:
"concedem às crônicas” - concedem-lhes
"faltar às crônicas” - faltar-lhes

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PRONOMES DE TRATAMENTO

São formas empregadas no trato com as pessoas, familiar ou


respeitosamente. Representam a 2- pessoa do discurso (com quem se fala),
porém toda a concordância deve ser feita com a 3- pessoa (singular ou plural).

Exemplos:

Vossa Excelência saiu com vossos assessores. (errado)

Vossa Excelência saiu com seus assessores. (correto)

Vossa Majestade e vossos súditos venceram a guerra. (errado)

Vossa Majestade e seus súditos venceram a guerra. (correto)

Tratamento Abreviatura Para

Vossa Excelência V. Exa- altas autoridades e oficiais-generais

Vossa reitores de universidades


V. Maga.
Magnificência

Vossa Alteza V. A. príncipes e duques

Vossa Majestade V. M. reis e imperadores

Vossa monsenhores, cônegos, superiores


V. Revma.
Reverendíssima religiosos e sacerdotes

Vossa Eminência V. Em-. cardeais

Vossa Santidade V. S. papa

Vossa Senhoria V. S-. demais autoridades e particulares

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Dica estratégica!

Os pronomes de tratamento devem ser precedidos de VOSSA (com quem


se fala) , quando nos dirigimos diretamente à pessoa, e de SUA (de quem se fala),
quando falamos sobre a pessoa .

Exemplos:
Vossa Excelência discursou bem. (com quem se fala )
Vossa Excelência, Senhor deputado, pode ajudar-me? (com quem se fala )
Sua Excelência, a presidente Dilma, discursou bem. (de quem se fala )
Sua Excelência, o deputado, viajou. (de quem se fala )

UNIFORMIDADE DE TRATAMENTO

O pronome você é de tratamento informal e designa a 2ã pessoa do


discurso (com quem se fala ), ainda que o verbo com ele concorde na forma de 3ã
pessoa . A falta de correlação dos respectivos pronomes possessivos e verbos é
considerada erro.
Quem não conhece a famosa propaganda da Caixa Econômica Federal ?

Vem para a Caixa você também.

Segundo o padrão culto escrito da língua, a propaganda acima está errada,


porque o verbo “vir” foi empregado na 2a pessoa do singular. Porém, o corret o seria
empregá-lo na 3â pessoa:

Venha para a Caixa você também. (correto)

Por sua vez, o pronome tu designa a 2ã pessoa (com quem se fala),


devendo seus verbos e pronomes possessivos ser empregados em 2ã pessoa.
Considera-se erro a falta de correlação entre os pronomes possessivos e os
pessoais e os respectivos verbos.

Exemplo: Venha para a Caixa tu também.

Segundo o padrão culto escrito da língua, a propaganda acima está errada,


porque o verbo “vir” foi empregado na 3â pessoa do singular. Porém, o correto seria
empregá-lo na 2â pessoa para concordar com a forma pronominal “tu” :

Vem para a Caixa tu também. (correto)

Dica estratégica!

Tenham cuidado com o sujeito elíptico ou desinencial.

Exemplo: Se vieres à festa, traz teu irmão. (sujeito elíptico = tu ^ Se tu vieres à


festa, traz(e) teu irmão.)

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3. (ESAF-2006/ENAP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a afirmação a


seguir.

Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.

(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)

I. O emprego de segunda pessoa em “teu” concorda com o emprego de “dizes”.

Comentário: No discurso, é importante manter a uniformidade de tratamento. Segundo o


contexto, a forma verbal "dizes” está flexionada na 2a pessoa do singular do presente do
indicativo. E como percebemos essa flexão? Por meio da desinência número-pessoal "-s”.
Portanto, o pronome possessivo "teu” foi corretamente empregado.

Gabarito: Certo.

PRONOMES POSSESSIVOS

Estritamente relacionados com os pronomes pessoais estão os pronomes


possessivos, pois estes indicam posse em relação às pessoas do discurso.

1â pessoa: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)


2â pessoa: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
3â pessoa: seu(s), sua(s)

Exemplos: Aqueles óculos são meus .


Os livros são seus ?

Em termos de prova, é importante que vocês saibam que o emprego dos


possessivos de terceira pessoa seu(s), sua(s) pode gerar ambiguidade na frase.

Exemplos: José, Pedro levou o seu chapéu. (frase ambígua)


João ficou com Maria em sua casa. (frase ambígua)

Nos exemplos acima, temos duas frases ambíguas, isto é, em "José, Pedro
levou o seu chapéu.” , não é possível identificar a quem pertence o "chapéu", ao
passo que em "João ficou com Maria em sua casa” ., a posse da "casa” pode ser
atribuída tanto a "João” quanto a "Maria”.

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Para evitar esse vício de linguagem (a ambiguidade), apresento a vocês duas


alternativas:

1â) acrescentar os termos reforçativos dele(s), dela(s), forma menos usual.

Exemplos: José, Pedro levou o seu chapéu dele. (o chapéu é de Pedro)

Com o acréscimo do termo reforçativo dele (contração da preposição "de” + o


pronome "ele”), eliminou-se a ambiguidade. Logo, o chapéu pertence a "Pedro” .

João ficou com Maria em sua casa dela. (A casa pertence a Maria)

Com o acréscimo do termo reforçativo dela (contração da preposição "de” + o


pronome "ela), eliminou-se a ambiguidade. Logo, a casa pertence a "Maria”.

Estranharam as construções acima? Pois é, mas ambas estão corretíssimas.

Há, ainda, uma outra opção (mais usual):

2â) trocar o pronome possessivo seu(s), sua(s) pelos elementos dele(s), dela(s).

Exemplos: José, Pedro levou o chapéu dele. (o chapéu é de Pedro)


João ficou com Maria na casa dela. (A casa pertence a Maria)

Nos exemplos acima, foram retirados os pronomes possessivos "seu” e "sua” ,


e foram acrescidos os elementos "dele” e "dela” , respectivamente. Assim, eliminou­
-se a ambiguidade das construções.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Os pronomes demonstrativos situam os seres no tempo e no espaço, em


relação às pessoas do discurso. São os pronomes isto , isso , aquilo , este(s),
esse(s), aquele(s), esta(s), essa(s), aquela(s).

Exemplos:
Esta caneta é do curso. (A caneta está próxima ao falante - quem fala)
Essa caneta é sua. (A caneta está próxima ao ouvinte - com quem se fala)
Aquela caneta é da Samara. (A caneta está distante do falante e do ouvinte - de
quem se fala)

EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS

É importante que vocês saibam empregar corretamente os pronomes


demonstrativos, pois eles desempenham papel importante de coesão textual.

- Esse, essa, isso (referência anafórica) - para situar o que já foi expresso.

Exemplos: Azul e verde, essas são as cores de que mais gosto.

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Na frase acima, o pronome demonstrativo "essas” retoma as cores "azul” e


"verde” . Por isso, dizemos que é um pronome anafórico , ou seja, resgata um
elemento que já havia sido mencionado na superfície textual.

Para memorizar: Referência Anafórica ^ retoma o que foi dito Antes.

- Este, esta, isto (referência catafórica) - para situar o que ainda será expresso.

Exemplos: As cores de que mais gosto são estas : azul e verde.

Na frase acima, o pronome demonstrativo "estas” introduz as cores "azul” e


"verde” , que ainda serão citadas. Por isso, dizemos que é um pronome catafórico,
ou seja, refere-se a elemento(s) que ainda não foi/foram mencionado(s) na
superfície textual.

- Este, esta , isto - em referência a um termo imediatamente anterior.

Exemplos: O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.

No período acima, o pronome demonstrativo "esta” retoma o substantivo


"saúde” , evitando sua repetição desnecessária no contexto.

- Este(s), esta(s) e isto - em relação ao que foi mencionado por último, e


aquele(s), aquela(s), aquilo , em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar,
diferenciando os elementos anteriormente citados na superfície textual.

Exemplo: José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores


brasileiros; este (Machado de Assis) escreveu Dom Casmurro; aquele (José de
Alencar), Iracema.

Os pronomes demonstrativos podem, ainda, indicar marcação temporal.

- Tempo presente em relação ao falante: empregam-se este , esta e isto .

Exemplo: Este ano pretendo passar no concurso.

- Tempo passado ou futuro próximos em relação ao falante: empregam-se esse ,


essa e isso .

Exemplo: Esses anos vindouros serão excepcionais em termos de concursos


públicos.

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- Tempos muito distantes em relação ao falante: empregam-se aquele(s), aquela(s)


e aquilo .

Exemplo: Naquela época eu estudava muito.

tome nota!
Os pronomes oblíquos o , a , os , as equivalerão a aquele(s), aquela(s),
aquilo quando estiverem apostos ao pronome relativo que e à preposição de .

Exemplos: Não concordo com o que ele falou. (= Não concordo com aquilo que ele
falou.)
Sua camisa é igual à da vitrine. (= Sua camisa é igual àquela da vitrine.)

No último exemplo acima, houve a fusão entre a preposição "a” e o "a” inicial
do pronome demonstrativo “ aquela”. Graficamente, esse fenômeno, conhecido
como crase , é representado por meio do emprego do acento grave . Veremos isso
mais detidamente na aula oportuna.

É importante chamar a atenção de vocês para a existência de dois tipos de


coesão referencial: a exofórica e a endofórica .

- Exofórica (ou dêitica) - ocorre quando o referente está fora da superfície textual,
ou seja, faz parte da situação comunicativa (extratextual).

Exemplos: Porque será que ele não chegou ainda?

O termo “ele”, sem uma referência específica, não possibilita que o leitor
faça a inferência sobre a pessoa de quem se fala. Por isso, o pronome ele , no
contexto em que se encontra, é dêitico.

Lá é muito quente.

O advérbio “ Lá” , sem demonstrar o lugar no texto, não situa o leitor acerca do
espaço a que se refere. Sendo assim, o advérbio lá , no contexto em que está
inserido, exerce função dêitica (ou díctica).

- Endofórica : ocorre quando o referente se encontra expresso no texto


(intratextual).

Exemplos:

João disse que estava a caminho. Por que será que ele não chegou ainda?
(ele refere-se a João)

Nas férias, viajei para Mato Grosso do Sul. Lá é muito quente.


(Lá refere-se a Mato Grosso do Sul)

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4. (ESAF-2009/SEFAZ-SP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a proposição.

É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é escandalosa para o
Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros que se
verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos
(redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor
procura por crédito. A discreta queda dos juros não deve aumentar a procura por crédito
pelas pessoas físicas que estão conscientes de que não é o momento de se endividar, nem
favorecerá uma redução da inadimplência. No máximo, interessará às pessoas jurídicas que
buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado. Sabe-se que
uma redução da taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos,
que, sob o pretexto da elevação da inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo está tentando obter uma redução
desse spread, até agora sem grande sucesso. Para uma redução sensível das taxas de
juros, duas medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos públicos (Caixa Econômica
e Banco do Brasil) e, especialmente, em função de uma taxa Selic menor, reduzir o
interesse dos bancos em aplicar seus excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)

I. Em “reduzi-las” (linha 14), o pronome “-las” retoma o antecedente “medidas”


(linha 14).

Comentário: Esse tipo de questão é muito recorrente nas provas da ESAF. Então, é
preciso ter bastante atenção.
Os pronomes oblíquos desempenham um importante papel na coesão textual. Isso
ocorre com forma pronominal “las”. Ela evita a repetição da expressão "taxas de juros”,
retomando-a por meio do processo anafórico:

“Para uma redução sensível das taxas de juros, duas medidas seriam necessárias: reduzir
as taxas de juros nos bancos públicos...”

“Para uma redução sensível das taxas de juros, duas medidas seriam necessárias: reduzi­
das nos bancos públicos...”

E por que o pronome oblíquo “a” se transformou em “las”? Devido à terminação “R”
do verbo “reproduzir”: reproduzir + as = reproduzi-las.

Gabarito: Errado.

5. (ESAF-2010/MTE-Adaptada) Em relação ao texto, analise a proposição a seguir.

Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti requisitou uma ação coletiva mundial, com
inúmeros atores envolvidos na ajuda humanitária - países, organizações não
governamentais, empresas e os milhares de anônimos e famosos -, a situação caótica do
país devastado impôs um desafio: a quem caberá a organização das próximas etapas de
reconstrução do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a ajuda que vem de todos
os cantos do planeta? Como estabelecer um plano viável de recuperação da infraestrutura e
das instituições haitianas? O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de extrema
miséria - 80% da sua população está abaixo da linha da pobreza e sobrevive com menos

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de US$ 2 diários (por volta de R$ 108 ao mês) - entrou em colapso. Como era de se
esperar, com porto, aeroporto e estradas arruinados ou semidestruídos, com a escassez de
água, alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques, e o próprio governo local
transferiu a administração da crise para outros países e instituições.

(Jornal do Brasil, Editorial, 18/01/2010)

I. A expressão “país mais pobre do Ocidente” (linha 5) é elemento de uma cadeia de


coesão textual, pois retoma os antecedentes “país devastado” (linha 4) e “Haiti”
(linha 1).

Comentário: A cadeia de coesão textual nada mais é do que um recurso utilizado no texto
para que elementos remetam semanticamente a outros componentes textuais. Analisando o
contexto, percebemos que a expressão "país mais pobre do Ocidente” faz referência
anafórica (ao que já foi citado) aos antecedentes "país devastado” e "Haiti”. Dessa forma,
fazemos referência a esses elementos, evitamos a repetição desnecessária de palavras na
superfície textual.

Gabarito: Certo.

6. (ESAF-2010/CVM) Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a opção


correta.

Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados
pelo consumo de energia e pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e
não se pode mantê-lo sem aumento do consumo global de energia. A principal fonte de
energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a emissão de CO2
na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua redução pela
adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia. Acabar drasticamente e
de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis fósseis não é
possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem ainda mais
o seu consumo, nem pensar. O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do
desenvolvimento mundial desde o final do século XIX até hoje, no começo do século XXI.
Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser aos poucos substituído por um
predomínio do gás natural, junto com, ou antecedendo, um período de aumento de
variedade das fontes de energias e ganho das energias naturais e renováveis (sempre
como complementares), do hidrogênio e figalmente da energia atômica.

(Pergentino Mendes de Almeida http://www.correiocidadania.com. br/content/view/4881/9/,


acesso em 29/10/2010)

a) Em "mantê-lo” (linha 3), o pronome "-lo” retoma o antecedente "consumo” (linha 2).
b) A expressão "dessa história” (linha 4) retoma o antecedente "consumo global de energia”
(linha 3).
c) Em "seu consumo” (linha 9) "seu” refere-se a "combustíveis fósseis” (linha 7).
d) Em "sua redução” (linha 5) "sua” refere-se a "industrialização ” (linha 2).
e) A expressão "Esse ciclo” (linha 11) retoma o antecedente "começo do século XXI”
(linha 10).

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Comentário: A referência correta encontra-se na opção (C). A expressão "seu consumo”


retoma o elemento textual “combustíveis fósseis”. Notem que o pronome possessivo "seu”

não gera ambiguidade no período, auxiliando no processo de referência anafórica


(referindo-se ao que já foi citado no texto).
Vejamos os erros das demais opções:

A) Errada. Segundo o contexto, percebemos que a forma pronominal “lo” refere-se ao


“desenvolvimento” (linha 2).
B) Errada. Nesta opção, a expressão “essa história” retoma o excerto “A principal fonte de
energia hoje são os combustíveis fósseis” (linhas 3 e 4).
D) Errada. O vocábulo “redução” refere-se à “emissão de CO2” (linha 4).
E) Errada. A expressão “Esse ciclo” retoma o segmento “Era do Petróleo” (linha 9).

Gabarito: C.

7. (ESAF-2012/CG U-Adaptada)

O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de
desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis causas é a redução do
crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população apta a trabalhar. Com
menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o
baixo crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o
número de desempregados e aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a
competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar as contas. É
uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade - para
manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.

(Adaptado de Ernesto Yoshida, Outro ângulo. Exame, ano 46, n. 7,18/4/2012)

I. Provoca-se erro gramatical, com consequente incoerência textual, ao alterar as


relações de coesão no texto, inserindo o termo desse desemprego depois de
“causas” (linha 2).

Comentário: A inserção do termo “desse desemprego” depois de “causas” (linha 2)


acarreta incoerência textual. Inicialmente, o autor transmitiu a informação de que “a taxa de
desemprego cai de forma consistente”. Por isso, incluir a expressão “desse desemprego”
seria contraditório, prejudicando as ideias ípo texto. Sendo assim, essa locução poderia ser
substituída, por exemplo, pelo termo “dessa queda”, referindo-se ao excerto “a taxa de
desemprego cai de forma consistente”, desempenhando, inclusive, um importante papel
coesivo na superfície textual.

Gabarito: Certo.

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mrnrnM C O N C U R S O S ^
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PRONOMES RELATIVOS

Os pronomes relativos referem-se a um termo anterior, chamado


antecedente, estabelecendo uma relação de subordinação entre as orações
(sempre iniciam orações subordinadas adjetivas).
Os pronomes relativos são:

Pronome Exemplos

QUE - empregado com o intuito de substituir Roubaram a peça que era rara no
um substantivo (pessoa ou coisa), evitando Brasil. (= a peça)
sua repetição na frase.
Observação: pode sempre ser substituído Roubaram a peça a qual era rara no
por o qual (e flexões). Brasil.

QUAL (e variações) - refere-se a coisas ou Os assuntos sobre os quais


pessoas, sendo sempre antecedido de conversamos estão resolvidos. (= os
artigo, que concorda em gênero e número assuntos)
com o elemento antecedente. Meu irmão comprou a lancha sobre a
qual eu falei a você. (= a lancha)

QUEM - refere-se a pessoas (ou coisas As pessoas, de quem falamos ontem,


personificadas) e geralmente aparece não vieram. (= as pessoas)
precedido de preposição, inclusive
quando funcionar como objeto direto. Nesse A garota, a quem conheci há duas
último caso, passará à condição de objeto semanas, está em minha sala. (= a
direto preposicionado. garota)

Observação: Quando o pronome QUEM Foi ele quem me disse a verdade.


exercer a função de sujeito, não virá (= Foi ele o que me disse a verdade.)
precedido de preposição. Isso só ocorrerá
quando o pronome “ quem” puder ser Quem com ferro fere com ferro será
substituído por pronome demonstrativo (o, a, ferido.
os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas), (= Aquele que com ferro fere com ferro
acrescido do pronome relativo que. Nesses será ferido.)
casos, o pronome "quem” será denominado de
pronome relativo indefinido.

ONDE - este pronome tem o mesmo valor Eu conheço a cidade em que sua
de em que ou no qual (e flexões). Se a sobrinha mora.
preposição “em” for substituída pela Eu conheço a cidade na qual sua
preposição “a” ou pela preposição “de”, sobrinha mora.
substituiremos, respectivamente, por aonde Eu conheço a cidade onde sua
e de onde (ou donde). sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua
O pronome onde só deve ser usado quando sobrinha foi.
houver referência a lugar. Eu conheço a cidade de onde (ou
donde) sua sobrinha veio.

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Pronome Exemplos

QUANTO - sempre antecedido de tanto, Fale tudo quanto quiser falar.


tudo, todos (e variações), concordando Traga todos quantos quiser trazer.
com esses elementos. Beba todas quantas quiser beber.

COMO - antecede as palavras maneira, Este é o modo como se deve estudar


modo e forma . para o concurso.
Aquela é a forma como se praticam
os exercícios.

CUJO - tal como os pronomes relativos, Antipatizei com o rapaz cuja


refere-se a um antecedente, mas concorda namorada você conhece.
(em gênero e número) com o consequente.
Esse pronome indica valor de posse (algo A árvore cujos frutos são venenosos
de alguém) e não aceita artigo anteposto ou foi derrubada.
posposto.

Importante!

Quando um elemento da oração (nome ou verbo) reger preposição, esta


antecederá os pronomes relativos.

Exemplos:
As condições básicas de saúde, de que a população se mostra carente, deveriam
ser oferecidas pelo governo.
Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua sobrinha foi.
O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.
As pessoas em cujas palavras a cre d ite i estão presas.

8. (ESAF-2005/STN-Adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do trecho abaixo,


analise a proposição a seguir.

Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência pode trabalhar até ao fim
inteiramente alheia aos graves problemas religiosos que confundem o pensador que os
quer resolver segundo a razão, se nenhum choque exterior veio perturbar para ela solução
recebida na infância. A dúvida não é sinal de que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é
às vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)

I. Os dois primeiros quês do texto, em “que a inteligência” (linha 1) e em “que


confundem” (linha 2) são ambos pronomes relativos.

Comentário: A questão exigiu a diferenciação dos "quês”. Na segunda ocorrência, há a


retomada da expressão "graves problemas religiosos”, evitando sua repetição no texto.

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Portanto, temos um pronome relativo. Conforme estudamos nas lições, toda oração iniciada
por um relativo é classificada como oração subordinada adjetiva (o assunto classificação
das orações será estudado em aula futura).
Na primeira ocorrência, porém, não há referência ao elemento anterior. O excerto
"que a inteligência pode trabalhar ...” é complemento do verbo “compreender”, sendo
classificado como uma oração subordinada substantiva objetiva direta, iniciada pela
conjunção integrante “que”. Para facilitar a visualização, o trecho iniciado por esse conectivo
pode ser substituído pelo pronome demonstrativo “isso”: “Só mais tarde alcancei
compreender que a inteligência pode trabalhar...” :: “Só mais tarde alcancei compreender
isso...”

Gabarito: Errado.

9. (ESAF-2006/TCU) Assinale a substituição necessária para que o texto fique


gramaticalmente correto.

A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra é


conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependem de
políticas públicas amplas e pautas muito além das formulações dos preconceitos ou das
discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa
aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do urbanismo, da
economia, da saúde, da cultura e da educação.

(Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros" in Política Democrática
- Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto
de 2005.)

a) em que (linha 1) > na qual


b) do qual (linha 2) > cujas
c) de um (linha 2) > do
d) têm sido (linha 4) > são
e) nas ( linha 5) > em

Comentário: A substituição necessária é encontrada na assertiva (B). Por meio do


contexto, percebe-se que há uma relação de posse entre o substantivo “mudanças” e a
expressão “um longo processo estrutural-histórico”. Sendo assim, devemos empregar o
pronome relativo “cujas”, o qual remeterá ao termo antecedente (um longo processo
estrutural-histórico), mas concordará em gênero (feminino) e número (plural) com o
consequente (mudanças).

Gabarito: B.

10. (ESAF-2008/STN) O texto abaixo serve de base para a questão 10.

Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que
defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma contextualizada
com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não significa, porém, que a busca da
solidariedade social prevalecerá sempre sobre todas as demais normas constitucionais,
pois sempre existirão situações em que restará configurada a supremacia de outros valores,
também positivados no texto constitucional.
A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a solidariedade genérica,
referente à sociedade como um todo, em oposição à solidariedade de grupos sociais

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Estratégia
r nO NNr Ci iURR« ;S nO<S;
C
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homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de um grupo social específico. Por força
da solidariedade genérica, é lógico concluir que cabe a cada cidadão brasileiro dar a sua
contribuição para o financiamento do "Estado Social e Tributário de Direito”.
Infelizmente, é um fato cultural e histórico o contribuinte ver na arrecadação dos tributos
uma "subtração”, em vez de uma contribuição a um Erário comum. Diante disso, o tema da
solidariedade é fundamental, porque leva a uma reflexão sobre as razões pelas quais se
pagam tributos, ou porque deva existir uma lealdade tributária.

(Daniel Prochalski, Solidariedade social e tributação. http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto,


acesso em 9/6/2010, com adaptações)

Com relação ao emprego do pronome relativo, mantêm-se a coerência entre os


argumentos e a correção gramatical do texto ao usar:

a) por que em lugar de "pelas quais”


b) na qual em lugar de "em que”
c) que em lugar de "de que”
d) a que em lugar de "a qual”
e) em que em lugar de "que”.

Comentário: O emprego dos pronomes relativos é importante não apenas no plano


gramatical, mas também no textual. Analisando as opções, chegamos à conclusão de que a
assertiva correta é a letra (a). Ao substituir a expressão "pelas quais” pela variante "por
que”, mantêm-se a correção e a coerência do texto: "leva a uma reflexão sobre as razões
pelas quais (por que) se pagam tributos (...)”.
Vejamos os erros das demais opções:

b) O correto seria substituir "em que” pela expressão "nas quais”, retomando o substantivo
"soluções”.
c) No contexto, a preposição "de”, constante da expressão "de que”, é exigida pelo verbo
"tratar”, acarretando erro gramatical suprimir esse elemento.
d) A expressão "a qual” desempenha a função de sujeito sintático do verbo "referir-se”, não
admitindo, portanto, o acréscimo da preposição "a” antes de "que”.
e) Por fim, a substituição proposta pela banca não é correta, pois não há elemento
contextual que exige a preposição "em” antes do relativo "que”.

Gabarito: A.

11. (ESAF-2008/STN) Assinale a opção em que a relação de referência está incorreta.

O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente democrático. Todas as experiências
anteriores ou foram autoritárias ou tinhas algumas características da democracia, mas não
a realizavam por completo. Boa parte desse resultado político se deve à Constituição em
1988, num sentido mais amplo que as regras por ela determinadas. Além do arcabouço
institucional original, o espírito que norteou a confecção do texto constitucional e o
aprendizado pôster têm produzido efeitos democratizantes na vida política brasileira. Ainda
há, no plano da cidadania, distância entre o Brasil legal e o Brasil real. As formas de
participação extra-eleitoral ainda são subaproveitadas. Grande parte da população não as
usa.

(Fernando Abrucio, Revista Época, 17 de setembro de 2008)

a) "seu” (linha 1) se refere a "Brasil” (linha 1)


b) "a” (linha 4) se refere a "democracia” (linha 4)
c) "desse resultado político” (linha 5) se refere a "foram autoritárias” (linha 3)

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d) "ela” (linha 7) se refere a “Constituição de 1988” (linhas 5 e 6)
e) “as” (linha 14) se refere a “formas de participação extra-eleitoral” (linhas 12 e 13)

Comentário:

Gabarito: Temos, aqui, uma questão sempre recorrente nas provas da ESAF. O
examinador exigiu que o candidato tivesse conhecimento da função referencial anafórica
dos pronomes, isto é, a retomada de algum vocábulo/expressão citado anteriormente por
meio de uma forma pronominal. A partir das ideias do texto, notamos que a assertiva
incorreta é a letra (C). Ao afirmar que o sintagma “desse resultado político” se refere ao
predicado “foram autoritárias”, houve equívoco. De acordo com a superfície textual, a
expressão “desse resultado político” se refere à era democrática, por meio do segmento
“primeiro momento plenamente democrático”, tendo como novo estágio a “Constituição de
1988”.

Gabarito: C.

COLOCAÇAO PRONOMINAL

Pessoal, há três casos para a colocação do pronome átono na oração, a


saber:

Próclise Exemplos

• Pronome antes do verbo. Ocorre:

a) com palavras de sentido negativo ; Ninguém me emprestou a matéria.

b) com advérbios sem pausa ; Ontem se fez de morto.

Observação!

Se houver pausa após os advérbios, a Ontem , fez-se de morto. (ênclise )


colocação deverá ser enclítica (após o verbo).

c) com pronomes indefinidos ; Tudo me alegrava.

d) com pronomes interrogativos ; Quem lhe disse isso?

e) com pronomes demonstrativos “ isto”, “ isso” e Isso se faz assim.


“aquilo ”;

f) com conjunções subordinativas e pronomes Quando me viu, o menino sorriu.


relativos ; A aula que me recomendou é ótima.

g) quando houver a preposição “em ” + gerúndio ; Em se tratando do concurso,


estudarei muito.
h) em orações exclamativas e optativas.
Que Deus o proteja!
Vou me vingar!

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Mesóclise Exemplos

• Pronome no meio do verbo. Ocorre com


verbo no:
Entregar-lhe-ei o documento.
a) futuro do presente;
Entregar-lhe-ia o documento.
b) futuro do pretérito.
Nunca te entregarei o documento.
Observações: Se ocorrer qualquer dos casos de (próclise)
próclise, ainda que o verbo esteia no futuro do presente Nunca te entregaria o documento.
ou no futuro do pretérito, a colocação deverá ser (próclise)
proclítica (antes do verbo).
Ambos se mudarão na semana que vem.
Com o numeral "ambos”, ainda que o verbo esteia no Ambos se mudariam na semana que
futuro do presente ou no futuro do pretérito, a colocação vem.
deverá ser proclítica (antes do verbo).

Ênclise Exemplos

• Pronome após o verbo. A ênclise é a regra Deu-me boas dicas. (início de oração)
geral de colocação pronominal. Sendo assim, o
pronome deverá ficar posposto ao verbo quando Traga-me o café. (verbo no imperativo
não ocorrer qualquer dos casos de próclise ou afirmativo)
mesóclise.

Cuidado!

1-) O particípio não admite ênclise.

Exemplos:
Fornecido-me o material, comecei a estudar. (errado)
Fornecido a mim o material, comecei a estudar. (correto)

2â) Não devemos usar a colocação pronominal enclítica (após o verbo) quando
houver forma verbal no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Nestes
casos, a colocação deve ser mesoclítica (no meio do verbo).

Exemplo: Entregar-te-ei o documento. (correto)


Entregar-te-ia o documento. (correto)

Entretanto, se houver obrigatoriedade de colocação proclítica, antes do


verbo, ocorrerá a próclise:

Nunca te entregarei o documento. (correto)


Nunca te entregaria o documento. (correto)

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3a) Nas formas infinitivas antecedidas pela preposição "a” , a colocação poderá ser
enclítica (após o verbo ) se o pronome oblíquo for "o” ou "a ”.

Exemplos:
Professor, estamos a admirá- lo .
Se soubermos que haverá muito mais faxina, não continuaremos a fazê- la .

Dica estratégica!

Se a forma verbal infinitiva for antecedida pela preposição "a” e o pronome


oblíquo for o " lhe”, admite-se tanto a próclise quanto a ênclise .

Exemplos:
Continuou a lhe fazer carinho. (correto)
Continuou a fazer-lhe carinho. (correto)

4â) Quando houver duas palavras que exigem a próclise, é permitido intercalar o
pronome oblíquo átono entre elas. A esse caso dá-se o nome de apossínclise .

Exemplo: Se não me falha a memória, já vi aquela moça em algum lugar. (a forma


pronominal "me” ficou antes do verbo "falhar” devido à presença da palavra negativa
"não”)

Se me não falha a memória, já vi aquela moça em algum lugar. (a forma pronominal


"me” ficou ente o conectivo "se” e a palavra negativa "não”, caracterizando um caso
de apossínclise)

COLOCAÇÃO EM LOCUÇÕES VERBAIS


(Formas possíveis e corretas)

• Auxiliar + Infinitivo

Próclise ao verbo auxiliar : Jamais lhe pretendo ensinar isso.

Ênclise ao verbo auxiliar: Eu pretendo-lhe ensinar isso.

Ênclise ao verbo principal: Eu pretendo ensinar-lhe isso.

Ênclise ao verbo principal: Jamais devo ensinar-lhe isso.

• Auxiliar + Gerúndio

Próclise ao verbo auxiliar : Não lhe começo ensinando.

Ênclise ao verbo auxiliar : Começo-lhe ensinando.

Ênclise ao verbo principal: Começo ensinando-lhe.

Ênclise ao verbo principal: Não começo ensinando-lhe.

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• Auxiliar + Particípio

Próclise ao verbo auxiliar : Eu lhe tinha ensinado a matéria.

Ênclise ao verbo auxiliar : Eu tinha-lhe ensinado a matéria.

Próclise ao verbo auxiliar : Não lhe tinha ensinado a matéria.

Dica estratégica!

Na estrutura “verbo auxiliar + particípio”, não se admite a colocação do


pronome oblíquo após o verbo principal.

Exemplos:
Tinha ensinado-lhe a matéria. (errado)
Não tinha ensinado-lhe a matéria. (errado)

12. (ESAF-2008/CG U-Adaptada)

O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$ 40 bilhões. Em vez
de buscar alternativas para compensar a morte anunciada, o Executivo contou com os
recursos como se fossem permanentes.________________a proposta orçamentária de
2008, em que consta a previsão de arrecadação do tributo que, segundo a lei, estaria
extinto.
(“Enterrar cadáveres", Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)

I. É correto afirmar que a forma “Prova-o” completa com correção gramatical e


propriedade vocabular a lacuna do trecho acima.

Comentário: Conforme estudamos nas lições, o período não deve ser iniciado por pronome
oblíquo átono. Sendo assim, a banca nos induz a aplicar a regra geral de colocação
pronominal: a ênclise. A colocação enclítica (após o verbo) sempre ocorrerá quando não
houver exigência de próclise ou mesóclise (vide tabela das páginas 70 e 71).

Gabarito: Certo.

13. (ESAF-2010/Ministério do Trabalho e Emprego) Assinale a opção que corresponde


a palavra ou expressão destacada no texto abaixo que foi empregada de acordo com
as regras de concordância.

Como nunca antes, a ordem e a cultura do capital mostram inequivocamente o seu


rosto inumano, revelam a lógica perversa que as(1) dominam(2) internamente e que,
antes, podiam ser escamoteadas(3) a pretexto do confronto com o socialismo: criam,
por um lado, grande riqueza e concentração de poder à custa da devastação da
natureza, da exaustão da força de trabalho e de uma estarrecedora pobreza. A
utilização crescente da informatização e da robotização criam(4), ao dispensar o
trabalho humano, os desempregados estruturais, hoje, totalmente descartáveis. E
soma-se(5) aos milhões só nos países do Primeiro Mundo.
(Adaptado de Leonardo Boff. Depois de 500 anos: que Brasil queremos? Petrópolis, RJ: Vozes, 2000,
p.41.)

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a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

Comentário: Vamos analisar as opções.

A) Esta é a resposta da questão. A forma pronominal "as” retoma a expressão "a ordem a
e a cultura do capital” cujos núcleo são os vocábulos "ordem” e "cultura”. Portanto, a flexão
no plural está correta.
B) Incorreta. No trecho, o pronome relativo "que” é sujeito sintático do verbo "dominar”.
Analisando o contexto, percebemos que essa forma pronominal representa semanticamente
a expressão "a lógica perversa”, cujo núcleo é "lógica”. Portanto, o correto é "que as domina
internamente”.
C) Incorreta. A locução "podiam ser escamoteadas” tem como sujeito a expressão "a lógica
perversa”, devendo, portanto, permanecer no singular: "A lógica perversa (...) podia ser
escamoteada”.
D) Incorreta. O verbo "criar” deve permanecer no singular para concordar com o núcleo do
sujeito "A utilização crescente da informatização e da robotização”.
E) Incorreta. O verbo "somar” deve permanecer na terceira pessoa do plural para
concordar com o sujeito "os desempregados culturais”, cujo núcleo é "desempregados”.

Gabarito: A.

Leia o texto abaixo para responder à questão 14.

Na teoria clássica, a finalidade do Estado é promover o bem comum da sociedade,


considerado como o conjunto de condições que permite aos indivíduos atingirem o
seu bem particular. Se o Estado propicia segurança, educação, saúde, trabalho,
previdência, moradia e transporte, o indivíduo tem as condições mínimas para atingir
a felicidade, a que todos os homens tendem. No entanto, é preciso fazer a distinção
entre fins e meios. O bem comum é a finalidade e os direitos sociais, os meios para
promovê-lo. Nesse diapasão, não se pode colocar a felicidade como direito a ser
garantido pelo Estado. O que é dever do Estado é assegurar os meios para que cada
um possa chegar à felicidade.

(Ives Gandra Martins Filho, A felicidade e a constituição. Correio Braziliense, 8 de


junho, 2010, com adaptações)

14. (ESAF-2010/ICMS-RJ) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a


seguinte substituição no texto:
a) "permite” por permitem.
b) "atingirem” por atingir.
c) a vírgula depois de "sociais” por são.
d) "a que” por a qual.
e) "promovê-lo” por o promover.

Comentário: Vamos analisar as opções.


A) No segmento "considerado como o conjunto de condições que permite aos indivíduos
atingirem seu bem particular”, o pronome relativo "que” é sujeito sintático do verbo
"permitir”. Entretanto, percebe-se uma ambiguidade estrutural, pois essa forma pronominal

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pode referir-se tanto ao vocábulo "conjunto” quanto à palavra "condições”. Portanto, nessa
última possibilidade, a forma verbal "permite” pode, sim, ser substituída por "permitem”.
B) No segmento "considerado como o conjunto de condições que permite aos indivíduos
atingirem seu bem particular”, o verbo "atingir” tem como sujeito o vocábulo "indivíduos”, o
que valida a flexão no plural: "atingirem”. Entretanto, também é lícita a concordância do
verbo "atingir” no singular, pois "indivíduos” não está explícito na oração "atingirem seu
bem-estar”. Portanto, é facultativa a flexão do verbo "atingir” .
C) A substituição proposta neste item denota que a vírgula, empregada após o vocábulo
"sociais”, denota a supressão da forma verbal "são”. Percebemos que o verbo "ser” da
segunda oração - "e os direitos sociais, os meios” - está oculto. Portanto, não há erro
gramatical ao fazer essa explicitação.
D) Para analisar este item, devemos ter por base o trecho "o indivíduo tem as condições
mínimas para atingir a felicidade, a que todos os homens tendem”. No aludido trecho, o
termo regente "tender” exige o emprego da preposição "a” (Todos os homens tendem A
alguma coisa). Por sua vez, na expressão "a que”, o pronome relativo "que” faz referência
ao substantivo "felicidade”. Ao fazermos a substituição por "a qual”, percebemos a ausência
da preposição "a”. O correto seria substituir "a que” por "à qual”, a fim de não acarretar erro
no emprego do acento grave indicativo de crase: "(...) felicidade, à qual todos os homens
tendem”.
E) Neste item, a substituição é facultativa. Segundo as lições de Evanildo Bechara e de
Rocha Lima, na presença da preposição "para” está correta a colocação proclítica "os meios
para o promover”. Vale frisar que também está em conformidade com o padrão culto escrito
a colocação enclítica "os meios para promovê-lo”.

Gabarito: D.

O texto abaixo serve de base para a questão 15.

Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que
defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma
contextualizada com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não significa,
porém, que a busca da solidariedade social prevalecerá sempre sobre todas as
demais normas constitucionais, pois sempre existirão situações em que restará
configurada a supremacia de outros valores, também positivados no texto
constitucional. A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a
solidariedade genérica, referente à sociedade como um todo, em oposição à
solidariedade de grupos sociais homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de
um grupo social específico. Por força ^ solidariedade genérica, é lógico concluir que
cabe a cada cidadão brasileiro dar a sua contribuição para o financiamento do
“Estado Social e Tributário de Direito”. Infelizmente, é um fato cultural e histórico o
contribuinte ver na arrecadação dos tributos uma “subtração”, em vez de uma
contribuição a um Erário comum. Diante disso, o tema da solidariedade é
fundamental, porque leva a uma reflexão sobre as razões pelas quais se pagam
tributos, ou porque deva existir uma lealdade tributária.

(Daniel Prochalski, Solidariedade social e tributação. http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto, acesso em


9/6/2010, com adaptações)

15. (ESAF-2009/Receita Federal)Assinale a opção correta a respeito das relações de


coesão no texto.

a) Por meio do pronome "Isso” retoma-se a ideia de "advento do Estado Social e


Democrático de Direito”.

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b) O substantivo "situações” resume e retoma as relações entre "o advento do Estado Social
e Democrático de Direito” e "o valor constitucional da solidariedade social”.
c) Por meio do pronome "a qual”, retoma-se "sociedade”.
d) A expressão "outros valores” refere-se a valores que constam do texto constitucional.
e) É classificado como "cultural e histórico” o fato de cada cidadão brasileiro dar sua
contribuição para o financiamento do Estado.

Comentário: A questão exigiu conhecimento dos recursos de coesão textual. A resposta


correta encontra-se na assertiva (D). No excerto "(...) configurada a supremacia de outros
valores, também positivados no texto constitucional”, a expressão "outros valores” remete a
valores que constam do texto constitucional.
E quais os erros das demais opções ? Vejamos.

A) O pronome "isso” faz coesão anafórica ao fortalecimento da tese expressa no texto:


defender "a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma contextualizada
com o valor constitucional da solidariedade social”.
B) No contexto, o substantivo "situações” tem função catafórica, antecipando a informação
presente no trecho "restará configurada a supremacia de outros valores, também
positivados no texto constitucional”.
C) No contexto, a expressão relativa "a qual” faz referência ao trecho "solidariedade de
grupos sociais homogêneos”.
E) Por fim, a referência a um fato "cultural e histórico” alude ao fato de o contribuinte "ver na
arrecadação dos tributos uma subtração”.

Gabarito: D.

16. (ESAF-2009/Receita Federal-Adaptada) Assinale a opção em que o trecho constitui


continuação coesa e coerente para o texto retirado do Editorial do jornal Zero Hora
(RS), de 28/8/2009.

Com a ajuda da tecnologia de comunicação e informação disponível, o Instituto


Nacional do Seguro Social (INSS) está desfazendo a imagem antiga de um órgão
público moroso e desorganizado, que cobra mal, fiscaliza mal e presta mau serviço
na hora em que o segurado a ele recorre para qualquer benefício. Conquistas
administrativas e gerenciais recentes - alicerçadas nos sistemas computadorizados
e, certamente, em reciclagens funcionais - permitem, por exemplo, que as
aposentadorias sejam deferidas em alffluns minutos, com dia e hora agendados, ou
que o próprio INSS alerte os trabalhadores quando sua aposentadoria já pode ser
solicitada. Neste sentido, o Instituto liberou nesta semana mais um lote de
correspondências avisando mais de 1,3 mil trabalhadores urbanos de que adquiriram
condições de pleitear esse benefício.

a) Trata-se de um avanço que engrandece o sistema de seguro social estabelecido no


Brasil, mesmo que tal eficiência não se verifique ainda em todas as áreas, nem abranja toda
a estrutura de um organismo que gerencia 11 distintos benefícios, que vão das
aposentadorias às pensões por morte, do salário-família ao auxílio-acidente e ao auxílio-
doença, entre outros.
b) Cada um deles exige uma estruturação administrativa complexa e uma fiscalização
adequada, tanto para que os cidadãos sejam atendidos com qualidade quanto para evitar
que aproveitadores fraudem o sistema e prejudiquem seus beneficiários.

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Comentário: Vamos analisar as assertivas.

A) Esta é a resposta da questão. As expressões "Trata-se de um avanço” e "tal eficiência”


desempenham um importante papel coesivo, referindo-se a todo o trecho inicial,
evidenciando as "Conquistas administrativas e gerenciais recentes”.
B) Nesta opção, o segmento "cada um deles” remeteria a "mais de 1,3 mil trabalhadores
urbanos”, excerto constante do primeiro trecho. Porém, há o complemento "exige uma
estruturação administrativa complexa e uma fiscalização adequada” deixa clara a falta de
sentido na mencionada relação.

Gabarito: A.

17. (ESAF-2009/Receita Federal) Assinale a opção em que o trecho constitui


continuação coesa e coerente para o texto abaixo, adaptado de Luiz Carlos Mendonça
de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009.

Quem acompanha o dia a dia dos mercados financeiros sabe que o pensamento
ultraliberal em relação à regulação dos mercados financeiros foi dominante desde a
década de 1980, mas especialmente a partir do governo Clinton. Bush deu
continuidade a essa visão. Os perigos associados a essa postura ficaram ainda
maiores em função do aparecimento de uma série de inovações financeiras que
criaram segmentos do mercado sem nenhum acompanhamento pelos órgãos
reguladores.

a) Essa era uma grande cooperativa de funcionários, de maneira que o pagamento de


bônus por performance a cada período não causava distorções em relação ao valor futuro
dos lucros dos acionistas. Esse sistema funcionou de forma correta por décadas no
mercado financeiro.
b) Nesse tipo de instituição, a maioria dos funcionários que recebe esses bônus participa
também no capital da empresa. Além disso, essas empresas não tinham ações colocadas
no mercado junto a investidores.
c) Além desses espaços sem lei, instrumentos legítimos de busca de eficiência das
instituições financeiras e que funcionaram adequadamente durante muito tempo foram
sendo desvirtuados.
d) Esse sistema de bônus é uma prática usada para estimular talentos, que nasceu em
instituições financeiras organizadas sob a forma de associação de sócios.
e) Mas a partir do momento em que se aprofundou a separação entre beneficiários desses
bônus e os detentores de ações, a racionalidade do sistema foi destruída e uma nova fonte
de risco criada. Neste momento, os mecanismos que criavam estímulos positivos se
tornaram instrumentos perigosos e destrutivos.

Comentário: Questão semelhante à anterior. A resposta é encontrada na assertiva (C). No


trecho "Além desses espaços sem lei”, a expressão "esses espaços sem lei”, por meio do
pronome demonstrativo "esses”, desempenha o papel coesivo de retomar o excerto
"segmentos do mercado sem nenhum acompanhamento pelos órgãos reguladores”.
Portanto, este é o gabarito da questão.
Nas demais opções, temos:

A) O excerto "essa era uma grande cooperativa de funcionários” não apresenta referência
no trecho anterior. Este, inclusive, não faz menção a "cooperativas”, mas sim a "mercados
financeiros”.
B) A ausência de referencial anterior para a expressão "esse tipo de instituição” tornou a
opção incorreta. Além disso, o trecho inicial não fez alusão a "instituições”.

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D) Novamente, o erro ocorreu devido à falta de referencial anterior para a expressão "esse
sistema de bônus”.
E) Por fim, houve falta de referencial anterior para o segmento "esses bônus”.

Gabarito: C.

18. (ESAF-2009/Receita Federal) Nas opções, são apresentadas propostas de


continuidade do parágrafo abaixo. Assinale aquela em que foram atendidos
plenamente os princípios de coesão e coerência textuais.

Duas ameaças simétricas rondam a determinação dos termos de troca entre presente
e futuro. A miopia temporal envolve a atribuição de um valor demasiado ao que está
próximo de nós no tempo, em detrimento do que se encontra mais afastado. A
hipermetropia é a atribuição de um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das
demandas e interesses correntes.

(Eduardo Giannetti. O valor do amanhã: ensaio sobre a natureza dos juros. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005)

a) Contudo, a miopia temporal nos leva a subestimar o futuro, e a hipermetropia a


supervalorizar o futuro, o que desfaz, em parte, a referida simetria.
b) Por serem ameaças cujo resultado é idêntico, tanto a miopia temporal quanto a
hipermetropia tornam irrelevante o fenômeno dos juros nas situações de troca entre
presente e futuro.
c) Apesar dessa simetria, não existe uma posição credora - pagar agora, viver depois -,
mesmo porque sempre abrimos mão de algo no presente sem a expectativa de recebermos
algo no futuro.
d) Diante dessas ameaças, cabe perguntar se existe um ponto certo - um equilíbrio estável
e exato - entre os extremos da fuga do futuro (miopia) e da fuga para o futuro
(hipermetropia).
e) Essa simetria conduz, portanto, à conclusão de que vale mais a pena subordinar o
presente ao futuro, e não, o contrário, o que nos fará atribuir valor excessivo ao futuro, sem
risco de incorrermos em hipermetropia temporal.

Comentário: Vamos analisar as opções.

A) O conectivo "contudo” apresenta valor semântico de oposição, mas relacionou,


equivocadamente, ideias de causa e consequência. Para corrigir o erro, o mencionado
conector pode ser substituído por outro de [/alor conclusivo ("portanto”, "assim” etc.).
B) A opção contradiz a informação acerca da miopia temporal e a hipermetropia. Por se
tratar de fenômenos antagônicos, não podem convergir para resultados iguais.
C) Uma vez que não há oposição entre a "simetria” e o restante do trecho, o conectivo de
concessão "apesar de” foi empregado incorretamente.
D) Esta é a resposta da questão. A expressão "essas ameaças” desempenha importante
papel coesivo, retomando a locução "duas ameaças”, no trecho anterior. Por fim, o que se
diz acerca da "miopia” e da "hipermetropia” resume corretamente a ideia abordada no texto.
E) Há contradição sobre o conceito de hipermetropia. Ademais, é incorreto inferir que a
"miopia” é melhor do que a "hipermetropia”, uma vez que não texto não fornece subsídios
para tal interpretação.

Gabarito: D.

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19. (ESAF-2009/Receita Federal) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O IDH é um índice que, pela simplicidade, se(1) disseminou mundialmente, tornando-


se(2) um parâmetro de avaliação de políticas públicas na área social, o que não é
pouco, levando-se em consideração que há respaldo científico. No entanto, para além
das filigranas metodológicas, é preciso não se perder(3) de vista o ponto fundamental
do IDH, que é medir a qualidade de vida para além de indicadores econômicos. Nesse
sentido, ele é uma bem-sucedida alternativa ideológica do indicador puro e simples
do Produto Interno Bruto, no qual(4) pode camuflar o real nível de bem-estar da
maioria da população. Com o IDH, medir desenvolvimento humano passou a ser tão
ou mais importante que aferir(5) o mero, e às vezes enganador, desenvolvimento
econômico.
(Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009, adaptado.)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

Comentário: Há erro gramatical na opção (D). A expressão relativa "no qual” remete ao
sintagma "Produto Interno Bruto”, o qual exerce a função de sujeito da oração adjetiva
"pode camuflar o nível (...) população”. Dessa forma, não pode ser preposicionado,
sobretudo porque não há, no contexto, elemento que exija a preposição "em”, o que torna
incorreto o emprego da expressão "no qual”. Assim, a reescrita correta é "Produto Interno
Bruto, o qual pode camuflar o real nível (...)”.

Gabarito: D.

Leia o texto abaixo para responder à questão 20.

A segunda metade dos anos 1990 foi caracterizada por crises nos países emergentes:
México, Rússia, Brasil e Argentina. Em todos os casos, os países recorreram ao
Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver seus problemas de endividamento
externo e tiveram que se submeter a rigorosos programas de ajuste fiscal (redução
de gastos públicos e aumento de impostos) e das contas externas exigidos pela
organização. Após o período de retração do nível de atividade e aumento do
desemprego, durante o qual a relação dívida/PIB e os déficits fiscais se acomodaram
em níveis compatíveis com a capacidade de financiamento, todos os países, à
exceção da Argentina, entraram em trljetória de crescimento, com estabilidade de
preços. Como os fundamentos fiscais e monetários destes países estavam fortes,
com equilíbrio fiscal, relação dívida/PIB e inflação sob controle, seus governos e
bancos centrais puderam adotar políticas fiscais, monetárias, de crédito mais
frouxas, que reverteram a trajetória de queda já no segundo trimestre de 2009.

(José Márcio Camargo, Tragédia grega. IstoÉ, 10/02/2010, com adaptações)

20. (ESAF-2010/SUSEP) Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão
textual, ao mesmo referente.
a) "países emergentes” - "os países” - "se”
b) "todos os casos” - "problemas de endividamento externo”- "seus”
c) "Fundo Monetário internacional” - "seus” - "organização”
d) "desemprego”- "o qual” - "se”
e) "equilíbrio fiscal” - "políticas ... de crédito” - "que”

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Comentário: Questão sobre elementos coesivos do texto. A resposta da questão é a letra
(A). A expressão "os países” encontra referencial anterior no termo "países emergentes”. O
mesmo ocorre com a forma pronominal oblíqua "se”, remetendo aos países submetidos ao
FMI.
As demais opções apresentam algumas referências incorretas.
B) A expressão "todos os casos” não se remete a "problemas de endividamento externo”,
mas sim às "crises nos países emergentes”.
C) O erro da assertiva refere-se ao pronome possessivo "seus”, pois essa forma pronominal
não se relaciona ao "FMI”, mas ao vocábulo "países”.
D) Nesta opção, a expressão relativa "o qual” não retoma o vocábulo "desemprego”, mas
sim o termo "período de retração”.
E) Por fim, o erro da opção em análise reside em apresentar conceitos semelhantes para os
termos "equilíbrio fiscal” e "políticas de crédito”, contrariando a ideia original do texto.

Gabarito: A.

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

1. (ESAF-2002/TCU-Adaptada) Analise o segmento abaixo quanto à ortografia e


morfologia.

I. O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do turismo não abule o
paradoxo de que nativos e visitantes se distanciam do fenômeno cultural tanto
quanto pessoas que, longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças
destituídas de familiaridade.

2. (ESAF-2010/ICMS-RJ-Adaptada) Julgue a afirmativa a seguir, a respeito do excerto


abaixo.

Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas como um instrumento de receita
do Estado. Apesar desta missão ser, por si só, relevante, na medida em que garante os
recursos financeiros para que o Poder Público bem exerça seu mister, a verdade é que,
pouco a pouco, descobriu-se outra faceta não menos importante na tributação. Atualmente,
com a predominância do modelo do Estado Social, a despeito dos fortes movimentos no
sentido do ressurgimento do liberalismo, não se pode abrir mão do uso dos tributos como
eficazes instrumentos de política e de atuação estatal, nas mais diversas áreas, sobretudo
na social e na econômica. Deve ser ressaltado que a política tributária, embora consista em
instrumento de arrecadação tributária, necessariamente não precisa resultar em imposição.
O governo pode fazer política tributária utilizando-se de mecanismos fiscais através de
incentivos fiscais, de isenções, entre outros mecanismos que devem ser considerados com
o objetivo de conter o aumento da arrecadação de tributos.

(Maria de Fátima Ribeiro & Natália Paludetto Gesteiro, A busca da cidadania fiscal no
desenvolvimento econômico: função social do tributo. http://www.diritto.it/archivio - acesso em
3/6/2010, com adaptações)

I. Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir desta


(l.2) por de esta.

3. (ESAF-2006/ENAP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a afirmação a


seguir.

Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.

(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)

I. O emprego de segunda pessoa em “teu” concorda com o emprego de “ dizes” .

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4. (ESAF-2009/SEFAZ-SP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a proposição.

É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é escandalosa para o
Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros que se
verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos
(redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor
procura por crédito. A discreta queda dos juros não deve aumentar a procura por crédito
pelas pessoas físicas que estão conscientes de que não é o momento de se endividar, nem
favorecerá uma redução da inadimplência. No máximo, interessará às pessoas jurídicas que
buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado. Sabe-se que
uma redução da taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos,
que, sob o pretexto da elevação da inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo está tentando obter uma redução
desse spread, até agora sem grande sucesso. Para uma redução sensível das taxas de
juros, duas medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos públicos (Caixa Econômica
e Banco do Brasil) e, especialmente, em função de uma taxa Selic menor, reduzir o
interesse dos bancos em aplicar seus excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)

I. Em “reduzi-las” (linha 14), o pronome “-las” retoma o antecedente “medidas”


(linha 14).

5. (ESAF-2010/MTE-Adaptada) Em relação ao texto, analise a proposição a seguir.

Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti requisitou uma ação coletiva mundial, com
inúmeros atores envolvidos na ajuda humanitária - países, organizações não
governamentais, empresas e os milhares de anônimos e famosos -, a situação caótica do
país devastado impôs um desafio: a quem caberá a organização das próximas etapas de
reconstrução do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a ajuda que vem de todos
os cantos do planeta? Como estabelecer um plano viável de recuperação da infraestrutura e
das instituições haitianas? O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de extrema
miséria - 80% da sua população está abaixo da linha da pobreza e sobrevive com menos

de US$ 2 diários (por volta de R$ 108 ao mês) - entrou em colapso. Como era de se
esperar, com porto, aeroporto e estradas arruinados ou semidestruídos, com a escassez de
água, alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques, e o próprio governo local
transferiu a administração da crise para outros países e instituições.

(Jornal do Brasil, Editorial, 18/01/2010)

I. A expressão “país mais pobre do Ocidente” (linha 5) é elemento de uma cadeia de


coesão textual, pois retoma os antecedentes “país devastado” (linha 4) e “Haiti”
(linha 1).

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6. (ESAF-2010/CVM) Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a opção


correta.

Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados
pelo consumo de energia e pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e
não se pode mantê-lo sem aumento do consumo global de energia. A principal fonte de
energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a emissão de CO2
na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua redução pela
adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia. Acabar drasticamente e
de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis fósseis não é
possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem ainda mais
o seu consumo, nem pensar. O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do
desenvolvimento mundial desde o final do século XIX até hoje, no começo do século XXI.
Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser aos poucos substituído por um
predomínio do gás natural, junto com, ou antecedendo, um período de aumento de
variedade das fontes de energias e ganho das energias naturais e renováveis (sempre
como complementares), do hidrogênio e finalmente da energia atômica.

(Pergentino Mendes de Almeida http://www.correiocidadania.com. br/content/view/4881/9/,


acesso em 29/10/2010)

a) Em "mantê-lo” (linha 3), o pronome "-lo” retoma o antecedente "consumo” (linha 2).
b) A expressão "dessa história” (linha 4) retoma o antecedente "consumo global de energia”
(linha 3).
c) Em "seu consumo” (linha 9) "seu” refere-se a "combustíveis fósseis” (linha 7).
d) Em "sua redução” (linha 5) "sua” refere-se a "industrialização ” (linha 2).
e) A expressão "Esse ciclo” (linha 11) retoma o antecedente "começo do século XXI”
(linha 10).

7. (ESAF-2012/CG U-Adaptada)

O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de
desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis causas é a redução do
crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população apta a trabalhar. Com
menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o
baixo crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o
número de desempregados e aumenta g renda. Por outro, eleva os custos e reduz a
competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar as contas. É
uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade - para
manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.

(Adaptado de Ernesto Yoshida, Outro ângulo. Exame, ano 46, n. 7,18/4/2012)

I. Provoca-se erro gramatical, com consequente incoerência textual, ao alterar as


relações de coesão no texto, inserindo o termo desse desemprego depois de
“causas” (linha 2).

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8. (ESAF-2005/STN-Adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do trecho abaixo,


analise a proposição a seguir.

Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência pode trabalhar até ao fim
inteiramente alheia aos graves problemas religiosos que confundem o pensador que os
quer resolver segundo a razão, se nenhum choque exterior veio perturbar para ela solução
recebida na infância. A dúvida não é sinal de que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é
às vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)

I. Os dois primeiros quês do texto, em “que a inteligência” (linha 1) e em “que


confundem” (linha 2) são ambos pronomes relativos.

9. (ESAF-2006/TCU) Assinale a substituição necessária para que o texto fique


gramaticalmente correto.

A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra é


conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependem de
políticas públicas amplas e pautas muito além das formulações dos preconceitos ou das
discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa
aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do urbanismo, da
economia, da saúde, da cultura e da educação.

(Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros" in Política Democrática
- Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto
de 2005.)

a) em que (linha 1) > na qual


b) do qual (linha 2) > cujas
c) de um (linha 2) > do
d) têm sido (linha 4) > são
e) nas ( linha 5) > em

10. (ESAF-2008/STN) O texto abaixo serve de base para a questão 10.

Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que
defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma contextualizada
com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não significa, porém, que a busca da
solidariedade social prevalecerá sempre sobre todas as demais normas constitucionais,
pois sempre existirão situações em que restará configurada a supremacia de outros valores,
também positivados no texto constitucional.
A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a solidariedade genérica,
referente à sociedade como um todo, em oposição à solidariedade de grupos sociais
homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de um grupo social específico. Por força
da solidariedade genérica, é lógico concluir que cabe a cada cidadão brasileiro dar a sua
contribuição para o financiamento do "Estado Social e Tributário de Direito”.
Infelizmente, é um fato cultural e histórico o contribuinte ver na arrecadação dos tributos
uma "subtração”, em vez de uma contribuição a um Erário comum. Diante disso, o tema da
solidariedade é fundamental, porque leva a uma reflexão sobre as razões pelas quais se
pagam tributos, ou porque deva existir uma lealdade tributária.

(Daniel Prochalski, Solidariedade social e tributação. http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto,


acesso em 9/6/2010, com adaptações)

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Com relação ao emprego do pronome relativo, mantêm-se a coerência entre os


argumentos e a correção gramatical do texto ao usar:

a) por que em lugar de "pelas quais”


b) na qual em lugar de "em que”
c) que em lugar de "de que”
d) a que em lugar de "a qual”
e) em que em lugar de "que”.

11. (ESAF-2008/STN) Assinale a opção em que a relação de referência está incorreta.

O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente democrático. Todas as experiências
anteriores ou foram autoritárias ou tinhas algumas características da democracia, mas não
a realizavam por completo. Boa parte desse resultado político se deve à Constituição em
1988, num sentido mais amplo que as regras por ela determinadas. Além do arcabouço
institucional original, o espírito que norteou a confecção do texto constitucional e o
aprendizado pôster têm produzido efeitos democratizantes na vida política brasileira. Ainda
há, no plano da cidadania, distância entre o Brasil legal e o Brasil real. As formas de
participação extra-eleitoral ainda são subaproveitadas. Grande parte da população não as
usa.
(Fernando Abrucio, Revista Época, 17 de setembro de 2008)

a) "seu” (linha 1) se refere a "Brasil” (linha 1)


b) "a” (linha 4) se refere a "democracia” (linha 4)
c) "desse resultado político” (linha 5) se refere a "foram autoritárias” (linha 3)
d) "ela” (linha 7) se refere a "Constituição de 1988” (linhas 5 e 6)
e) "as” (linha 14) se refere a "formas de participação extra-eleitoral” (linhas 12 e 13)

12. (ESAF-2008/CG U-Adaptada)

O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$ 40 bilhões. Em vez
de buscar alternativas para compensar a morte anunciada, o Executivo contou com os
recursos como se fossem permanentes.________________a proposta orçamentária de
2008, em que consta a previsão de arrecadação do tributo que, segundo a lei, estaria
extinto.
(“Enterrar cadáveres", Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)

I. É correto afirmar que a forma “Prova-o” completa com correção gramatical e


propriedade vocabular a lacuna do trecho acima.

13. (ESAF-2010/Ministério do Trabalho e Emprego) Assinale a opção que corresponde


a palavra ou expressão destacada no texto abaixo que foi empregada de acordo com
as regras de concordância.

Como nunca antes, a ordem e a cultura do capital mostram inequivocamente o seu


rosto inumano, revelam a lógica perversa que as(1) dominam(2) internamente e que,
antes, podiam ser escamoteadas(3) a pretexto do confronto com o socialismo: criam,
por um lado, grande riqueza e concentração de poder à custa da devastação da
natureza, da exaustão da força de trabalho e de uma estarrecedora pobreza. A
utilização crescente da informatização e da robotização criam(4), ao dispensar o
trabalho humano, os desempregados estruturais, hoje, totalmente descartáveis. E
soma-se(5) aos milhões só nos países do Primeiro Mundo.

(Adaptado de Leonardo Boff. Depois de500 anos: que Brasil queremos? Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p.41.)

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a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

Leia o texto abaixo para responder à questão 14.

Na teoria clássica, a finalidade do Estado é promover o bem comum da sociedade,


considerado como o conjunto de condições que permite aos indivíduos atingirem o
seu bem particular. Se o Estado propicia segurança, educação, saúde, trabalho,
previdência, moradia e transporte, o indivíduo tem as condições mínimas para atingir
a felicidade, a que todos os homens tendem. No entanto, é preciso fazer a distinção
entre fins e meios. O bem comum é a finalidade e os direitos sociais, os meios para
promovê-lo. Nesse diapasão, não se pode colocar a felicidade como direito a ser
garantido pelo Estado. O que é dever do Estado é assegurar os meios para que cada
um possa chegar à felicidade.

(Ives Gandra Martins Filho, A felicidade e a constituição. Correio Braziliense, 8 de


junho, 2010, com adaptações)

14. (ESAF-2010/ICMS-RJ) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a


seguinte substituição no texto:
a) "permite” por permitem.
b) "atingirem” por atingir.
c) a vírgula depois de "sociais” por são.
d) "a que” por a qual.
e) "promovê-lo” por o promover.

O texto abaixo serve de base para a questão 15.

Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que
defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma
contextualizada com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não significa,
porém, que a busca da solidariedade social prevalecerá sempre sobre todas as
demais normas constitucionais, pois sempre existirão situações em que restará
configurada a supremacia de outros valores, também positivados no texto
constitucional. A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a
solidariedade genérica, referente à sociedade como um todo, em oposição à
solidariedade de grupos sociais homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de
um grupo social específico. Por força da solidariedade genérica, é lógico concluir que
cabe a cada cidadão brasileiro dar a sua contribuição para o financiamento do
“Estado Social e Tributário de Direito”. Infelizmente, é um fato cultural e histórico o
contribuinte ver na arrecadação dos tributos uma “subtração”, em vez de uma
contribuição a um Erário comum. Diante disso, o tema da solidariedade é
fundamental, porque leva a uma reflexão sobre as razões pelas quais se pagam
tributos, ou porque deva existir uma lealdade tributária.

(Daniel Prochalski, Solidariedade social e tributação. http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto, acesso em


9/6/2010, com adaptações)

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15. (ESAF-2009/Receita Federal)Assinale a opção correta a respeito das relações de


coesão no texto.

a) Por meio do pronome "Isso” retoma-se a ideia de "advento do Estado Social e


Democrático de Direito”.
b) O substantivo "situações” resume e retoma as relações entre "o advento do Estado Social
e Democrático de Direito” e "o valor constitucional da solidariedade social”.
c) Por meio do pronome "a qual”, retoma-se "sociedade”.
d) A expressão "outros valores” refere-se a valores que constam do texto constitucional.
e) É classificado como "cultural e histórico” o fato de cada cidadão brasileiro dar sua
contribuição para o financiamento do Estado.

16. (ESAF-2009/Receita Federal-Adaptada) Assinale a opção em que o trecho constitui


continuação coesa e coerente para o texto retirado do Editorial do jornal Zero Hora
(RS), de 28/8/2009.

Com a ajuda da tecnologia de comunicação e informação disponível, o Instituto


Nacional do Seguro Social (INSS) está desfazendo a imagem antiga de um órgão
público moroso e desorganizado, que cobra mal, fiscaliza mal e presta mau serviço
na hora em que o segurado a ele recorre para qualquer benefício. Conquistas
administrativas e gerenciais recentes - alicerçadas nos sistemas computadorizados
e, certamente, em reciclagens funcionais - permitem, por exemplo, que as
aposentadorias sejam deferidas em alguns minutos, com dia e hora agendados, ou
que o próprio INSS alerte os trabalhadores quando sua aposentadoria já pode ser
solicitada. Neste sentido, o Instituto liberou nesta semana mais um lote de
correspondências avisando mais de 1,3 mil trabalhadores urbanos de que adquiriram
condições de pleitear esse benefício.

a) Trata-se de um avanço que engrandece o sistema de seguro social estabelecido no


Brasil, mesmo que tal eficiência não se verifique ainda em todas as áreas, nem abranja toda
a estrutura de um organismo que gerencia 11 distintos benefícios, que vão das
aposentadorias às pensões por morte, do salário-família ao auxílio-acidente e ao auxílio-
doença, entre outros.
b) Cada um deles exige uma estruturação administrativa complexa e uma fiscalização
adequada, tanto para que os cidadãos sejam atendidos com qualidade quanto para evitar
que aproveitadores fraudem o sistema e prejudiquem seus beneficiários.

17. (ESAF-2009/Receita Federal) Assinale a opção em que o trecho constitui


continuação coesa e coerente para o texto abaixo, adaptado de Luiz Carlos Mendonça
de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009.

Quem acompanha o dia a dia dos mercados financeiros sabe que o pensamento
ultraliberal em relação à regulação dos mercados financeiros foi dominante desde a
década de 1980, mas especialmente a partir do governo Clinton. Bush deu
continuidade a essa visão. Os perigos associados a essa postura ficaram ainda
maiores em função do aparecimento de uma série de inovações financeiras que
criaram segmentos do mercado sem nenhum acompanhamento pelos órgãos
reguladores.

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a) Essa era uma grande cooperativa de funcionários, de maneira que o pagamento de


bônus por performance a cada período não causava distorções em relação ao valor futuro
dos lucros dos acionistas. Esse sistema funcionou de forma correta por décadas no
mercado financeiro.
b) Nesse tipo de instituição, a maioria dos funcionários que recebe esses bônus participa
também no capital da empresa. Além disso, essas empresas não tinham ações colocadas
no mercado junto a investidores.
c) Além desses espaços sem lei, instrumentos legítimos de busca de eficiência das
instituições financeiras e que funcionaram adequadamente durante muito tempo foram
sendo desvirtuados.
d) Esse sistema de bônus é uma prática usada para estimular talentos, que nasceu em
instituições financeiras organizadas sob a forma de associação de sócios.
e) Mas a partir do momento em que se aprofundou a separação entre beneficiários desses
bônus e os detentores de ações, a racionalidade do sistema foi destruída e uma nova fonte
de risco criada. Neste momento, os mecanismos que criavam estímulos positivos se
tornaram instrumentos perigosos e destrutivos.

18. (ESAF-2009/Receita Federal) Nas opções, são apresentadas propostas de


continuidade do parágrafo abaixo. Assinale aquela em que foram atendidos
plenamente os princípios de coesão e coerência textuais.

Duas ameaças simétricas rondam a determinação dos termos de troca entre presente
e futuro. A miopia temporal envolve a atribuição de um valor demasiado ao que está
próximo de nós no tempo, em detrimento do que se encontra mais afastado. A
hipermetropia é a atribuição de um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das
demandas e interesses correntes.

(Eduardo Giannetti. O valor do amanhã: ensaio sobre a natureza dos juros. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005)

a) Contudo, a miopia temporal nos leva a subestimar o futuro, e a hipermetropia a


supervalorizar o futuro, o que desfaz, em parte, a referida simetria.
b) Por serem ameaças cujo resultado é idêntico, tanto a miopia temporal quanto a
hipermetropia tornam irrelevante o fenômeno dos juros nas situações de troca entre
presente e futuro.
c) Apesar dessa simetria, não existe uma posição credora - pagar agora, viver depois -,
mesmo porque sempre abrimos mão de algo no presente sem a expectativa de recebermos
algo no futuro.
d) Diante dessas ameaças, cabe perguntai se existe um ponto certo - um equilíbrio estável
e exato - entre os extremos da fuga do futuro (miopia) e da fuga para o futuro
(hipermetropia).
e) Essa simetria conduz, portanto, à conclusão de que vale mais a pena subordinar o
presente ao futuro, e não, o contrário, o que nos fará atribuir valor excessivo ao futuro, sem
risco de incorrermos em hipermetropia temporal.

19. (ESAF-2009/Receita Federa) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O IDH é um índice que, pela simplicidade, se(1) disseminou mundialmente, tornando-


se(2) um parâmetro de avaliação de políticas públicas na área social, o que não é
pouco, levando-se em consideração que há respaldo científico. No entanto, para além
das filigranas metodológicas, é preciso não se perder(3) de vista o ponto fundamental
do IDH, que é medir a qualidade de vida para além de indicadores econômicos. Nesse
sentido, ele é uma bem-sucedida alternativa ideológica do indicador puro e simples
do Produto Interno Bruto, no qual(4) pode camuflar o real nível de bem-estar da

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maioria da população. Com o IDH, medir desenvolvimento humano passou a ser tão
ou mais importante que aferir(5) o mero, e às vezes enganador, desenvolvimento
econômico.
(Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009, adaptado.)

a) (1) b) (2) c) (3) d) (4) e) (5)

Leia o texto abaixo para responder à questão 20.

(ESAF-2010/SUSEP) A segunda metade dos anos 1990 foi caracterizada por crises
nos países emergentes: México, Rússia, Brasil e Argentina. Em todos os casos, os
países recorreram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver seus
problemas de endividamento externo e tiveram que se submeter a rigorosos
programas de ajuste fiscal (redução de gastos públicos e aumento de impostos) e
das contas externas exigidos pela organização. Após o período de retração do nível
de atividade e aumento do desemprego, durante o qual a relação dívida/PIB e os
déficits fiscais se acomodaram em níveis compatíveis com a capacidade de
financiamento, todos os países, à exceção da Argentina, entraram em trajetória de
crescimento, com estabilidade de preços. Como os fundamentos fiscais e monetários
destes países estavam fortes, com equilíbrio fiscal, relação dívida/PIB e inflação sob
controle, seus governos e bancos centrais puderam adotar políticas fiscais,
monetárias, de crédito mais frouxas, que reverteram a trajetória de queda já no
segundo trimestre de 2009.

(José Márcio Camargo, Tragédia grega. IstoÉ, 10/02/2010, com adaptações)

20. Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual, ao mesmo
referente.

a) "países emergentes” - "os países” - "se”


b) "todos os casos” - "problemas de endividamento externo”- "seus”
c) "Fundo Monetário internacional” - "seus” - "organização”
d) "desemprego”- "o qual” - "se”
e) "equilíbrio fiscal” - "políticas ... de crédito” - "que”

GABARITO

01. ERRADO 11. C


02. CORRETO 12. CORRETO
03. CORRETO 13. A
04. ERRADO 14. D
05. CORRETO 15. D
06. C 16. A
07. CORRETO 17. C
08. ERRADO 18. D
09. B 19. D
10. A 20. A

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