Cuidados Paliativos e Obito No Domicilio
Cuidados Paliativos e Obito No Domicilio
Cuidados Paliativos e Obito No Domicilio
O cuidado paliativo está indicado para pessoas com doenças que ameaçam a vida e
que necessitem de controle de sintomas físicos e alívio dos sofrimentos psicossociais e
espirituais. Dentre esses agravos, encontram-se as neoplasias malignas, mas também,
doenças cardíacas, renais, pulmonares, hepáticas, neurológicas e infectocontagiosas
como HIV/AIDS. Assim, o cuidado paliativo deve atender à pessoas que vivenciam o
processo de terminalidade, mas também àquelas que apresentam possibilidades de se
beneficiarem com terapias modificadoras do curso da doença.
A dor é uma experiência individual, única e subjetiva. Devido a isso, encontra-se a
importância de avaliar adequadamente a dor por meio de escalas e de valorizar os
relatos de ocorrência e intensidade da dor expressa pela pessoa que a vivencia, pois a
dor é o que a pessoa descreve (CARDOSO, 2009, p. 86) e o primeiro passo para avaliá-
la é acreditar no que é referido (BRASIL, 2013).
É sempre a pessoa em sua totalidade que adoece. A rigor não existem funções
psíquicas isoladas e alterações psicopatológicas compartimentalizadas, é necessário
avaliar permanentemente funções psíquicas, emocionais e vitais, para que tenhamos
a oportunidade de entender o individuo no seu sentido mais integral.
As funções alteradas fazem pressentir distúrbios subjacentes, ligados à personalidade
inteira, atingida em sua estrutura e em seu modo de existir.
Com isso, de modo geral, o exame psíquico deve ser realizado e descrito na seguinte
ordem: Aspecto geral, nível de consciência, orientação, atenção, memória,
sensopercepção, pensamento, linguagem, juízo de realidade, vida afetiva, volição,
psicomotricidade, inteligência e personalidade.
Transtornos de Ansiedade
O Conselho Estadual de Medicina do Estado de São Paulo coloca algumas
características para o transtorno:
“O tratamento de manutenção deve ser mantido entre seis e doze meses após
melhora dos sintomas, porém em casos de evolução para terminalidade e piora
da imagem corporal e das atividades gerais a descontinuação pode não se
fazer necessário. Em fase intermediária, havendo resposta, a descontinuação
deve ser gradativa em quatro semanas para evitar efeitos colaterais e recidivas.
Psicoterapia deverá ser mantida” (GUIMARÃES, 2012, p.200).
No tratamento de pacientes com sintomas de depressão e ansiedade está indicado
terapias farmacológicas com uso de antidepressivos e ansiolíticos. Contudo medidas
não farmacológicas como a psicoterapia também são fundamentais. Ainda sobre
medidas não farmacologicas para complementar o tratamento é indicada a
psicoterapia, masoterapia, técnicas de relaxamento, musicoterapia e ações
relacionadas a terapia ocupacional. Destaca-se também a importância do controle
álgico e de outros sintomas físicos para o sucesso do tratamento de ansiedade e
depressão.
Tratamento para Ansiedade
Não-farmacológico: Empatia e Comunicação
“Em todo o caso, deve-se sempre privilegiar o princípio da melhor qualidade de vida
do paciente: se a causa biológica de uma depressão secundária não pode ser corrigida
ou quando, mesmo corrigida a causa, os efeitos depressivos permanecem, um
antidepressivo é indicado”.(FIGUEIREDO, 2008, p.506-507)
Exemplos de elementos essenciais para intervenção e plano de cuidados
“Preocupação física (identificação e manejo da dor e outros sintomas): criar e
disseminar os tratamentos farmacológico e não-farmacológico e medicação de
emergência em casa.
Preocupação psicossocial (identificação dos medos e das preocupações da criança e da
família) Converse de forma honesta; Assegure a família e a criança de que não serão
abandonados; Converse sobre as preocupações sobre os irmãos e o resto da família.
Preocupações espirituais( rever sonhos, esperanças e valores da vida, credo e fé)
Encaminhar para atendimento espiritual; Permitir tempo e espaço para que a criança e
a família reflitam sobre significados da vida e seus propósitos.”
Os profissionais ao realizar a avaliação das condições familiares, devem levar em
consideração: a trajetória da doença na vida da família, a opção/desejo da internação
domiciliar pelos familiares, a situação de moradia, renda e condições de cuidado a
criança. Além disso, a equipe através da psicóloga e assistente social, poderá avaliar
outros tipos de recursos e intervenções no apoio a família. A construção de um
Ecomapa amplia as possibilidades de encontrar redes de apoio com vínculo a este
grupo familiar. O retorno do P.P. ao serviço hospitalar, não irá oferecer o suporte que
esta família está necessitando, pois a rotina familiar no domicilio proporciona a criança
maior segurança, tranquilidade e possibilita a interação com outros membros da
família, sem inseri-los em um ambiente estranho e hostil.
A presença de uma criança ou adolescente com doença crônica ou incurável pode
levar a desajustamentos familiares, estudo realizado por Rabello e Rodrigues (2010)
com famílias de crianças dependentes de tecnologia, identificou os principais
sentimentos apontados pelas famílias, tais como: de perda diante da possibilidade da
morte e nas relações familiares; privações econômicas e da liberdade pessoal; e a
negação da incurabilidade da doença. Com relação aos conflitos familiares, os
entrevistados relacionaram às seguintes situações: dificuldades para estudar e
trabalhar; queda da renda familiar; alterações na saúde de outros membros da família,
sentimento de abandono e presença de desordens emocionais, principalmente pela
ruptura do cuidado com os demais filhos (nas internações prolongadas) e, problemas
de dimensão social, como dificuldades financeiras e de lazer.
As crianças estão se tornando um grupo que cada vez mais apresentam condições
crônicas de agravo à saúde, que recebem tratamento, tanto em domicilio como intra-
hospitalar. A colocação de um cateter venoso central de longa permanência
totalmente implantado modifica de maneira significativa a rotina diária de
procedimentos dolorosos na criança e família. O tratamento passa a ser, com o tempo,
melhor aceito pela criança e seus pais, em razão da ausência de diversas punções.
(TANNURI, 2004).
A filosofia dos cuidados paliativos definida pela Organização Mundial de Saúde inclui a
atenção a sofrimento espiritual apresentado pelo paciente e família. E para atingir
esse objetivo a equipe deve dialogar com o paciente suas necessidades espirituais, se
este tem alguma crença, fé ou busca sentido na vida. Informações sobre a religião
praticada devem ser identificadas, contudo a atenção espiritual não deve limitar-se a
esta questão. Pois a espiritualidade sobrepõe-se a religiosidade.
Os Cuidados Paliativos permeiam a preocupação com as necessidades espirituais dos
pacientes e seus familiares, ou seja, um cuidado de qualidade significa implementar
estratégias que evitem o sofrimento espiritual e a perda de sentido da vida, comum
em pacientes em estado de terminalidade. (KOVÁCS, 2007, p. 250)
Para iniciar esta abordagem pode-se recorrer a instrumentos como a Escala SPIRIT.
SPIRIT-Maugans
“Ao lidar com as questões espirituais de nossos pacientes devemos estar atentos às
diversas formas de violência espiritual que podem ser cometidas por profissionais,
familiares e sacerdotes”. Existem diferentes intensidades e formas de abuso espiritual.
“Impedir o paciente de expressar suas necessidades espirituais assim como o
proselitismo são formas comuns de violência contra o paciente terminal”. A equipe
deverá trabalhar com as crenças e a fé do paciente sem, em nenhum momento, pregar
a sua verdade. “Os cuidadores deverão ser orientados com relação ao respeito à
individualidade do paciente”. (SAPORETTI, 2008, p. 527-528)
1- pela boca;
2- pelo relógio;
3- pela escada;
4- para o indivíduo;
5- uso de adjuvantes;
6- atenção aos detalhes.
Pela boca: preferir esta via pelo maior conforto para o paciente, evitando a dor
causada pelo uso de injeções e relativa facilidade de administração, proporcionando
maior autonomia ao paciente.
Pelo relógio: deve ser empregada medicação em horários fixos quando a dor for de
moderada a intensa, garantindo que a próxima dose do medicamento seja
administrada antes do término do seu efeito. Assim, o paciente não fica vulnerável a
sofrimento desnecessário, o que poderia demandar doses crescentes dos analgésicos.
Pela escada: esta estratégia desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde
recomenda que o controle da dor em pacientes com câncer obedeça uma ordem
progressiva em três estágio (ou degraus), com associação de drogas de diferentes
grupos farmacológicos e aumento das dosagens empregada a medida que a dor se
intensifica.
Para o indivíduo: considerando que a resposta aos medicamentos pode variar a cada
indivíduo, preconiza-se que a dose seja individualizada caso a caso até que se obtenha
alívio da dor sem efeitos colaterais intoleráveis.
Uso de adjuvantes: estes medicamentos são utilizados para potencializar o efeito dos
analgésicos como, por exemplo, os corticosteroides e anticonvulsivantes, ou para
controlar os efeitos adversos dos opiáceos, como os antieméticos e laxativos. Os
adjuvantes podem ser empregados ainda para controle de outros sintomas e
condições que possam prejudicar o controle da dor (por exemplo: insônia ou
depressão).
Atenção aos detalhes: o regime de uso das medicações é estrito e o paciente e
cuidadores não devem ter dúvidas a respeito do tratamento. Para tal, as prescrições
devem ser orientadas verbalmente, além de ficarem escritas. As dosagens, intervalos
de uso, o propósito da medicação (manutenção do controle da dor ou dose de resgate)
e os possíveis efeitos colaterais devem ficar plenamente claras aos envolvidos na
administração das medicações.
A Escada Analgésica propõe que as medicações administradas para controle da dor
sejam empregadas de acordo com a intensidade da dor percebida pelo paciente.
Pressupõem-se a existência de três “degraus”, correspondendo a dor leve, moderada e
intensa e, de acordo com esta, são associadas medicações não opiáceas, adjuvantes,
opiáceos fracos e fortes.
O paciente com câncer deve receber cuidados paliativos em todas as estratégias de
saúde públicas e privadas. Cuidados totais prestados ao paciente e à sua família, os
quais se iniciam quando a terapêutica específica curativa deixa de ser o objetivo. A
terapêutica paliativa é voltada ao controle sintomático e preservação da qualidade de
vida para o paciente, sem função curativa, de prolongamento ou de abreviação da
sobrevida. A empatia, bom humor e compreensão são integrantes fundamentais da
terapêutica. A abordagem é multidisciplinar, contando com médicos, enfermeiros,
psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e voluntários.
Para garantir a continuidade dos cuidados em domicilio, a presença de um cuidador
principal faz-se necessária. É possível também identificar na rede familiar outros
possíveis cuidadores para contribuir com a esposa (cuidadora principal). Dificilmente
se consegue ajuda na comunidade e não é essencial que sejam profissionais técnicos
para o cuidado.
O paciente apresenta desejo de morrer e está deprimido torna-se necessário iniciar
psicoterapia associado a antidepressivo, uma vez que apresenta emagrecimento
acentuado pode ser usado um tricíclico como Amitriptilina 25mg 3 comprimidos a
noite que aumenta o apetite. Como apresenta ideia aberta de desejo de morrer não é
necessário aplicar instrumento para diagnosticar depressão, bem como encaminhar
para Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) porque o paciente se encontra acamado
no momento.
Os cuidados paliativos devem ser oferecidos o mais rápido possível no curso de
qualquer doença crônica potencialmente fatal. Os cuidados paliativos reafirmam e vida
e refletem sobre a morte como um processo natural, não com a intenção de antecipá-
la ou postergá-la. Assim, o sr I.M. está sob cuidados paliativos porque tem uma doença
sem cura, incapacitante e que ameaça a vida, além de sintomas refratários como dor e
sialorreia. Não é fator para inclusão nos cuidados paliativos a presença ou não de
cuidador formal.
Admissão em Cuidados Paliativos
A discussão acerca dos Cuidados Paliativos é relativamente recente, dessa forma, há
em torno do tema discussões sobre o momento quando devem ser instalados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Cuidados Paliativos podem e devem
ser oferecidos o mais cedo possível no curso de qualquer doença crônica
potencialmente fatal, é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes
e suas famílias na presença de problemas associados à doenças que ameaçam a vida,
mediante prevenção e alívio de sofrimento pela detecção precoce e por tratamento de
dor ou outros problemas físicos, psicológicos, sociais e espirituais, estendendo-se
inclusive à fase de luto. (BRASIL, [2015?]).
Por favor, responda as seguintes perguntas marcando um “x” no quadrado ao lado da resposta que for
mais verdadeira para você. Suas respostas nos ajudarão a melhorar o seu atendimento e de outras pessoas.
Obrigado.
Data:
Por favor, circule o número que melhor descreve a intensidade dos seguintes sintomas neste momento.
Também pode-se perguntar a média durante as últimas 24 horas.
A definição mais aceita para o termo sedação paliativa é: “O uso de medicações sedativas
com o objetivo de aliviar sintomas intoleráveis e refratários a outros tratamentos, pela
redução do nível de consciência.” (NOGUEIRA; SAKATA, 2012, p. 586 – 587). Nesse sentido,
as principais indicações para a sedação paliativa são sintomas intoleráveis e refratários
como dor, delírio, agitação, dispneia e convulsões. Sedação paliativa não é sinônimo de
eutanásia ou antecipação da morte, pois a morte do paciente “não é critério de sucesso.”
(NOGUEIRA; SAKATA, 2012, p. 587). O início deve considerar o oferecimento de conforto
para o paciente e não aliviar sofrimento psicológico dos familiares.
Sedação paliativa e eutanásia são termos com significados e ações distintos, enquanto no primeiro a
intenção principal é aliviar sintomas refratários através da diminuição da consciência, no segundo, o
objetivo é antecipar a morte do paciente.
A definição de boa morte ou morte digna não costuma ser a mesma para os pacientes, os cuidadores,
os familiares e os profissionais da área de Saúde. “A abreviação da morte, a aplicação de esforços
terapêuticos desproporcionais, como a obstinação, a futilidade e o encarniçamento terapêutico, ou a
instituição dos cuidados paliativos, que aliviam o sofrimento, constituem os extremos de tratamentos
que podem ser oferecidos ao indivíduo em estágio terminal. O que, realmente, deve ser realizado para
o paciente é um dilema ético de difícil decisão, porém que determinará, em última instância, todo o
processo de morte de um ser. Assim, é imprescindível a discussão sobre o impasse entre métodos
artificiais para prolongar a vida e a atitude de deixar a doença seguir sua história natural, com
destaque para a eutanásia, a distanásia e a ortotanásia” (FELIX et al., 2013).
No que diz respeito à eutanásia, é entendida como uma prática para abreviar a vida, a fim de aliviar ou
evitar sofrimento para os pacientes. No Brasil, a prática de eutanásia é proibida. Já a distanásia é um
termo pouco conhecido, porém, muitas vezes, praticada no campo da saúde. É conceituada como uma
morte difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo da morte, por meio de
tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de vida e sem dignidade.
Também pode ser chamada de obstinação terapêutica (FELIX et al., 2013).
A boa morte ou morte digna tem sido associada ao conceito de ortotanásia. Etimologicamente,
ortotanásia significa morte correta – orto: certo; thanatos: morte. Traduz a morte desejável, na qual
não ocorre o prolongamento da vida artificialmente, através de procedimentos que acarretam
aumento do sofrimento, o que altera o processo natural do morrer. Na ortotanásia, o indivíduo em
estágio terminal é direcionado pelos profissionais envolvidos em seu cuidado para uma morte sem
sofrimento, que dispensa a utilização de métodos desproporcionais de prolongamento da vida, tais
como ventilação artificial ou outros procedimentos invasivos. A finalidade primordial é não promover o
adiamento da morte, sem, entretanto, provocá-la; é evitar a utilização de procedimentos que aviltem a
dignidade humana na finitude da vida (FELIX et al., 2013).
O referido manual indica que a indução da sedação paliativa no domicílio pode ser feita com
midazolam 0,07 mg/kg em bolo por via venosa.
Medicações utilizadas
O midazolam é o sedativo mais frequentemente referido na literatura para indução de sedação
paliativa e, entre os benzodiazepínicos, o mais utilizado. É facilmente titulável, com rápido inicio de
ação (2 minutos após administração intravenosa - IV) e curta duração (1,5 a 2,5 horas). Pode ser
administrado por via subcutânea (SC) em bolus, em infusões continuas IV e SC, não se precipitando se
usado no mesmo soro com a morfina. A dose máxima recomendada é de 120-160 mg/dia, pois acima
desse nível não ocorre mais inibição dos receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA), havendo
então necessidade de associar outra droga. O uso concomitante com algumas medicações
(carbamazepina, fenitoína, rifampicina) pode resultar em rápida diminuição da ação do midazolam em
um curto período de tempo. Entretanto, a associação a outras drogas inibidoras do P-450 3A4
(cetoconazol, itraconazol, fluconazol, eritromicina, azitromicina, diltiazem, verapamil, saquinavir,
cimetidina, ranitidina) pode levar a sedação profunda, mesmo com uma dose relativamente baixa do
midazolam.
Para sedação paliativa em casa, pode ser seguido protocolo de indução e manutenção. A indução da
sedação pode ser feita com midazolam 0,07 mg/kg em bolo por via venosa. A manutenção é iniciada
com 1 mg/h de midazolam administrados por via subcutânea; em caso de falha, é aumentado para 2
mg/h. Se ainda houver falha, são adicionados 3 mg/h de clorpromazina, e 3 mg/h de prometazina; em
caso de falha, são administrados 2 mg/h de midazolam, 6 mg/h de clorpromazina, e 6 mg/h de
prometazina. Segundo alguns autores, o médico e a enfermeira devem acompanhar a indução da
sedação (CARVALHO; PARSONS, 2012, 590 p.). Deve ser feita hidratação do paciente, mas de forma
restritiva, em geral até 1.000 mL de solução fisiológica por dia, e inserir uma sonda vesical, para
controle da diurese e prevenção de retenção urinária. Durante a sedação, a equipe médica e de
enfermagem deve estar de plantão em caso de emergência. (NOGUEIRA; SAKATA, 2012, p. 586 - 592).
Após o início da sedação são recomendadas as ações (CARVALHO; PARSONS, 2012, p. 528):
O nível de sedação deve ser monitorado durante a indução e, após a estabilização, duas vezes ao dia
pela equipe utilizando a escala de sedação de Ramsay ou a escala de RASS. A escala de Framingham é
utilizada para avaliar o risco cardíaco e a escala de Edmonton trás os sintomas mais comuns em
pacientes com câncer. A escala de Karnofsky e a escala de Katz representam uma medida da
independência da pessoa em executar o autocuidado e suas atividades diárias. A escala de Braden
mede o risco da pessoa desenvolver úlcera por pressão, já a escala de Zubrod é utilizada para aferir a
progressão de uma doença e como essa afeta a vida da pessoa.
Acordado
1 Ansioso e/ou agitado.
3 Obedece a comandos.
Dormindo
0 Alerta, calmo
O protocolo CLASS inclui os seguintes passos para a relação profissional de saúde - paciente:
Protocolo CLASS
Hipodermóclise
“A infusão de fluidos isotônicos e/ou medicamentos por via subcutânea é denominada
hipodermóclise ou terapia subcutânea e tem como objetivo a reposição
hidroeletrolítica e/ou terapia medicamentosa”. (BRASIL, 2009, p. 11)
Ferida oncológica
São problemas levantados pela equipe, dor em ferida oncológica, desconforto devido
ao odor fétido e presença de secreção na ferida oncológica. Ansiedade, dispneia e
astenia em decorrência do câncer de mama avançado. Náusea e constipação
intestinal, provavelmente, pelo uso de opioides. Esses sintomas, também levam a
pessoa ao isolamento social e prejuízo emocional, desenvolvendo alterações
psicológicas, como a depressão (BRASIL, 2009, 44 p.).
O uso de opiácios pode levar a constipação, o que infelizmente é notório e inevitável.
Isso ocorre por uma ação no sistema nervoso central e local. A motilidade estomacal
e a secreção de ácido clorídrico pode estar diminuída, porém o tônus deve aumentar.
Já no no intestino delgado ocorre a diminuição do peristaltismo o que retarda a
passagem do bolo fecal. Este fato faz com que ocorra uma maior absorção de água,
levando a constipação. No paciente com câncer avançado além da motilidade
gastrointestinal anômala, desenvolvem falência autonômica, a qual está associada a
síndrome anorexia-caquexia.
Remédios
Para pacientes com dispneia grave e virgens de tratamento, as doses eficazes devem
ser individualizadas. Sugere-se: sulfato de morfina 5 mg VO de 4 em 4 horas, doses
baixas (10 a 30 mg) de morfina de liberação lenta 1x/dia ou até outros opioides como
o citrato de fentanila.
Obs.: Devem ser prescritas doses de resgate para os intervalos entre as tomadas
programadas e se devem titular as doses totais diárias cuidadosamente, conforme
necessidade pode ser aumentada a dose em 50% a cada 24 horas.
BENZODIAZEPÍNICOS
Nos pacientes em cuidados paliativos surge a dúvida se seria efetivo e até ético,
incluir a ventilação não invasiva como opção para um controle de uma eventual
agudização. A decisão de submeter o paciente ao procedimento deve ser muito
criteriosa e definitivamente não é fácil, por isso deve ser compartilhada sempre com o
paciente e com a família.
(CARVALHO, 2012, p. 161-162)
Além dos casos de dispneia por anemia que poderá ser corrigido com transfusão de
concentrado de hemácias, a transfusão de hemocomponentes poderá ser indicado
nos casos de hemorragias e astenia.