Histria Da Igreja A5
Histria Da Igreja A5
Histria Da Igreja A5
A PRÉ-REFORMA
1. Os Valdenses (1170)
História da Igreja A5 1
ensinamentos. Foi convencido a ir ao Concílio de Constança, com um salvo-conduto.
Porém, lá chegando foi traído, condenado e queimado em 1415.
1. Autoridade do papa.
• Exigências ao celibato;
• Obediência absoluta ao papa;
História da Igreja A5 2
• O cativeiro Babilônico (1309-1377);
• O grande Cisma (1054) e o cisma papal (1378- 1417);
• Os altíssimos impostos papais; e,
• Surgimento das nações-estado.
IMPOSTOS PAPAIS
Principalmente após o grande cisma, quando duas cortes papais eram sustentadas, os
nobres passaram a discordar dos inúmeros impostos dados aos sustentos dos clérigos.
Tal renda era obtida através de:
2. Cativeiro da Palavra
O não acesso do povo à Bíblia, principalmente devido ao idioma, tornava a Palavra de
Deus impopular, ou seja, não havia leitura ou ensino das Escrituras para a maioria do
povo.
História da Igreja A5 3
mas também com inúmeros outros santos, o acesso a Deus era cada vez mais distante
e difícil.
CONTEXTO HISTÓRICO
• Navegações
Com o investimento nas grandes navegações, deu-se Início à era dos descobrimentos.
As novas tecnologias para a busca por novas rotas comerciais e novas terras, levaram
à descoberta do Novo
Mundo.
• Renascimento
História da Igreja A5 4
O estudo e a ciência na Idade Média resumiam-se à fé. Todo o pensamento da época
era desenvolvido a partir da Igreja. Porém, houve um ressurgimento dos interesses
científicos, literários e artísticos das Antiguidades Clássicas, principalmente latim e
grego, através da renascença. Este foi um movimento de procedência leiga e não mais
religiosa. Seu surgimento deu-se na Itália. Após a queda de Constantinopla muitos
estudiosos orientais fugiram para a região, trazendo seus conhecimentos gregos e a
possibilidade de busca pelo saber. Foi tamanha a importância, que houve uma
avalanche do domínio do idioma grego entre os intelectuais europeus. A maior
expressão deste movimento se manifestou na arte literária, em pinturas e esculturas.
Esse “retorno às fontes”, apesar de substituir a Igreja pelo homem como o papel central
do mundo, levou, em alguns lugares, ao interesse pelas Escrituras, além de Roma,
principalmente pelo Novo
Testamento ser escrito em Grego. A consequência foi uma investigação aos
fundamentos da fé.
História da Igreja A5 5
- Nicolau Maquiavel (1469-1527): poeta e historiador italiano,
autor de “O Príncipe”;
• Florescimento urbano
Migração de volta às cidades. O campo (feudos) deixou de ser o
principal local da vida comum, com o surgimento de outras classes,
como a burguesia.
REFORMA EM SI
Alemanha
História da Igreja A5 6
https://www.luteranos.com.br/lutero/95_teses.html - LINK PARA LER TODAS AS
TESES DE LUTERO PARA QUEM QUISER, É SÓ CLICAR!
História da Igreja A5 7
O ambiente da época estava favorável à reforma. A aristocracia e os príncipes
cansados dos altos impostos cobrados pela igreja, a decadência moral dos papas e o
florescimento cada vez maior do
renascimento cultural e urbano fez com que as ideias de Lutero fossem acolhidas e
varresse a Alemanha. Muitos de seus seguidores e adeptos fizeram cópias de seus
livros que aos poucos chegariam a outras nações.
Mas em junho de 1520 Lutero foi excomungado por uma bula do papa Leão X. Em
dezembro do mesmo ano, o reformador põe fogo na bula e em documentos de leis
eclesiásticas romanos. Em 1521, Lutero é convocado para a Dieta de Worms onde foi
inquirido e ordenado a negar seus escritos. Sua resposta em Worms ficou conhecida:
“A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão mais
clara (porque não confio em Papas e Concílios sem tal testemunho, pois é bem sabido
que eles têm errado e se contradizem) estou atado pelas Escrituras que citei, e minha
consciência é cativa à Palavra de Deus. Não posso me retratar e nem o farei, pois não
é seguro nem direito ir contra a consciência. Aqui estou, que Deus me ajude!”
Logo após seu posicionamento firme diante das autoridades romanas, o reformador é
sequestrado por seus admiradores e permanece escondido no Castelo de Wartburg.
Em reclusão ele se dedica à tradução no Novo Testamento para o alemão. Em 1525 se
casa com Catarina Von Bora (ex-freira), com quem tem seis filhos. Diferente de muitos
dos pré-reformadores que foram mortos pela igreja, Lutero foi protegido pela nobreza
alemã, o que foi crucial para a vitória da reforma na Alemanha.
Suíça
História da Igreja A5 8
Basileia e Viena tornou-se mestre e, posteriormente, sacerdote católico. Conheceu o
filósofo humanista Erasmo de Roterdã e por causa da sua versão grega do Novo
Testamento passou a pregar contra diversas doutrinas católicas que considerava
antibíblicas. Zwínglio também foi contra práticas medievais, tais como: as
leis do jejum, da abstinência e do celibato. Antes mesmo de Lutero se posicionar contra
a venda de indulgências Zwínglio já contrariava tal prática na Suíça. Além disso, em
1517, contrariado
com a peregrinação de fiéis em busca de “remissão de pecados”.
Cinco anos depois rompeu de vez com a Igreja Católica e estabeleceu em Zurique a
reforma suíça, muito mais radical que a Luterana. Várias mudanças rapidamente
aconteceram: monges, freiras e padres começaram a casar, a ceia foi liberada e foi
estabelecido um ensino público para todas as classes. Outras regiões do país
começaram a aderir à reforma. A jornada espiritual de Zwínglio é algo que merece
atenção. Inicialmente era um católico comum, mas após sua amizade com Erasmo
de Roterdã desenvolve um cristianismo mais intelectual, racional e crítico, porém, com
poucos sinais de um verdadeiro cristão. Após cair em pecado de fornicação e quase
morrer de uma peste, o
reformador passa por uma conversão real com frutos de arrependimento.
História da Igreja A5 9
foi palco de um grande alvorecer da Reforma. Não mais em Zurique, mas em Genebra
(região suíça de fala francesa), onde Calvino sistematizou a teologia protestante, ao
mesmo tempo em que levou as verdades da reforma a transformar uma cidade.
INGLATERRA
O rompimento com o rei Henrique VIII com a igreja católica foi fundamental. A reforma
inglesa passou por vários processos até se tornar um movimento sólido, mas seu início
foi essencialmente político e não religioso. Diferente da reforma na Alemanha e Suíça,
a Inglaterra presenciou o rompimento com Roma a partir da família real e não da igreja
inglesa em si.
Tudo iniciou no reinado de Henrique VIII, que após casar-se com a viúva de seu irmão,
Catarina de Aragão, e após tentativa de ter um filho homem decide divorciar-se.
Henrique que estava enamorado pela irmã de uma de suas amantes, Ana Bolena, fica
impaciente e desejoso para entrar em um novo casamento. Tendo seus desejos de
anular o casamento negado pelo Papa, que sofria forte influência de Carlos V
(imperador espanhol e sobrinho de Catarina), o rei rompe com a Igreja Católica
Romana e funda uma nova igreja, na qual pode exercer plenamente suas vontades.
Em 1534, após autorização do parlamento, uma série de medidas foi tomada como a
criação da Igreja Anglicana, com o rei sendo chefe da igreja, e a invalidade do
casamento real, tirando o título de rainha de Catarina. Embora essa tenha sido uma
reforma meramente política, os ideais e doutrinas protestantes vindos de toda a Europa
começaram a entrar no país. Tomás Cranmer, um dos maiores reformadores ingleses,
foi nomeado arcebispo de Canterbury, adotando ideias de Lutero e Wycliffe. Cranmer
tentou trazer ares mais protestantes para a nova igreja inglesa que ainda permanecia
submersa à cultura religiosa medieval. Ele desenvolveu uma nova liturgia através da
criação do “Livro de Oração Comum”.
Mesmo rompendo com o catolicismo, durante o reinado de Henrique VIII houve grande
instabilidade na Igreja Anglicana, que hora se tornava mais conservadora (parecendo
uma igreja católica inglesa) e hora se abria para as ideias protestantes. Normalmente
História da Igreja A5 10
essas mudanças eram influenciadas pela posição das esposas que Henrique tivera ao
longo de seu reinado. Após a morte de Henrique, o partido reformador ganhou mais
força e adeptos por toda Inglaterra.
OS 5 SOLAS
1) SOLA SCRIPTURA
“Para que alguém possa chegar a Deus, o Criador, é necessário que tenha a Escritura
por guia e mestra.” (Calvino)
Para Roma a autoridade da igreja era constituída de:
• Escritura;
• Tradição;
• Magistério oficial (Papa).
Embora houvesse uma explicacão para que Escrituras, tradição e o Papa estivessem
ligados, dentre os três o último detinha maior poder sobre os outros. Por ser
considerado sucessor do apóstolo
Pedro, a igreja católica afirmava que a palavra do Papa era a Palavra do próprio Deus.
História da Igreja A5 11
tradição quando esta era contra as Escritura. É só observar que os reformadores
seguiam a autoridade dos credos mais tradicionais como o de Nicéia e Constantinopla,
por exemplo.
Sola Scriptura não quer dizer que os reformadores só liam as Escrituras e proibiam a
leitura de outros livros, mas que a Bíblia é a autoridade final da igreja e de seus
membros. Ela é a palavra objetiva de Deus e suas verdades são nosso árbitro. Esse
ponto retoma algumas características das Escrituras que já haviam sido observadas
pelos pais da igreja
• A Inerrância da Bíblia: A Bíblia não erra naquilo que fala. Isso significa que ela sempre
diz a verdade em tudo que afirma.
• A clareza da Bíblia: A Bíblia tem uma mensagem clara. Mesmo que algumas partes
sejam difíceis de entender, no geral ela possui uma mensagem simples e fácil -- a
mensagem da salvação.
• Este princípio não quer dizer que o cristão deva interpretar a Bíblia sozinho, ou de
qualquer maneira ou até mesmo de forma subjetiva.
• Os reformadores levavam em conta o testemunho dos pais da igreja e os credos
História da Igreja A5 12
históricos.
•O Espírito Santo é dado a todos para que os guie a toda verdade
2) SOLA GRATIA
“Ninguém possui coisa alguma, em seus próprios recursos, que o faça superior;
portanto, quem quer que se ponha num nível mais elevado não passa de imbecil e
impertinente. A genuína base da humildade cristã consiste, de um lado, em não se
presumido, porque sabemos que nada possuímos de bom em nós mesmos; e, de
outro, se Deus implantou algum bem em nós, que o mesmo seja, por esta razão,
totalmente debitado à conta da divina Graça”. (Calvino)
• Esse ponto é uma resposta à doutrina dos méritos humanos e das indulgências que a
Igreja Católica Romana pregava e que contradiziam a realidade do homem devido à
sua maldade.
3) SOLA FIDE
“As mentes humanas são cegas a essa luz, a qual resplandece em todas as coisas
criadas, até que sejam iluminadas pelo Espírito de Deus e comecem a compreender,
pela fé, que jamais poderão entendê-lo de outra forma.” (Calvino)
• Na Reforma uma das doutrinas mais centrais foi a da justificação pela fé.
• A Igreja Católica Romana rejeitou o sola fide no Concílio de Trento (1546-1562), após
a reforma:
“Se alguém disser que o pecador é justificado somente pela fé, ou seja, que não é
História da Igreja A5 13
necessária nenhuma outra forma de cooperação para que ele obtenha a graça da
justificação e que, em nenhum sentido, é necessário que ele faça a preparação e seja
eliminado por um movimento de sua própria vontade: seja anátema.”
• Essa é mais uma resposta contra a visão romana e fórmula de “fé e obras”
(pelagianismo) para a salvação, ou seja, as obras de Cristo eram misturadas com as
obras do crente, havendo uma divisão de responsabilidade e reconhecimento.
•“O único meio pelo qual a perfeita obra de Cristo é recebida é pela fé somente, sola
fide. Nós não temos outra embaixada de paz para encontrar abrigo da justa ira de
Deus, a não ser na perfeita
justiça e sofrimento de Cristo, e não há outra ponte entre o homem e Cristo, somente a
fé.”
4) SOLO CHRISTUS
“Cristo é o fim da lei e a suma do Evangelho” (Calvino)
• A força da fé não está nela mesma, mas está no fato de que ela aponta para Cristo.
Cristo é a força. A fé é confiança nEle e em sua obra!
História da Igreja A5 14
mediação única de Cristo. Ou
seja, o Filho de Deus é o único acesso do homem a Deus Pai. O único mediador.
• Os sacerdotes não são mediadores. Maria, nem nenhum outro santo católico são
mediadores entre nós e Deus, apenas Cristo.
“Para nós só a glória de Deus é legítima. Fora de Deus só há mera vaidade.” (Calvino)
• O quinto “sola” é uma espécie de resumo final de todos os outros.
• Pode-se dizer que toda a teologia da reforma remete a seguinte pergunta: “De quem é
a glória?”
• Se entendemos que Maria é nossa mediadora e intercessora, ela recebe a glória.
• Se os santos nos levam a Deus, eles merecem a glória.
• Se a salvação do homem foi conquistada pelas suas boas obras junto com a obra de
Cristo, então, uma parcela da glória é referida ao homem.
• Se o homem consegue se tornar mais piedoso devido às penitências, então, a glória é
sua, através dessas ações.
Mas, se entendermos que nenhum homem, nenhuma ação ou obra consegue fazer
nada para a salvação do homem, mas que Cristo, através da graça de Deus, é o único
que redime o homem, então, é Cristo que recebe toda a glória!
História da Igreja A5 15
de Deus. Soli deo Gloria é uma resposta a essas práticas e um chamado à adoração
única e exclusiva a Deus.
História da Igreja A5 16