Organiza o Adm Brasileira
Organiza o Adm Brasileira
Organiza o Adm Brasileira
FUNDAÇÃO TROMPOWSKY
DIREITO MILITAR
ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA BRASILEIRA
Rio de Janeiro
2010
Afranio Faustino de Paula Filho
Copyright © 2010 Fundação Trompowsky
ISBN 978-856141002-5
1.Direito Militar
Fundação Trompowsky
Av. Rio Branco, nº 45 – 23º andar- salas 2304/2305
Cep: 20090-003
Tel: 2519-5434
Sumário
Apresentação 5
Gabarito 145
Apresentação
Prezado Aluno.
Nesta disciplina vamos falar da Organização Administrativa
Brasileira, objetivando uma reflexão sobre alguns conceitos do Direito
Administrativo.
Como a Organização Administrativa nada mais é que a estruturação de
órgãos que desempenham funções por meio de agente públicos, pretendemos
considerar aqui, separadamente, cada uma dessas partes, definindo-as,
analisando-as e exemplificando alguns casos dignos de nota.
Esperamos contribuir para a ampliação do seu entendimento das divisões
e subdivisões da Organização Administrativa Brasileira e, com essa “re-visão”,
tornar o assunto mais “palatável” para todos os que se interessam pelas leis que
ordenam a sociedade brasileira.
O Autor
UNIDADE 1
Administração Pública
| Organização Administrativa Brasileira
I - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
de autores famosos, tais como Gerber (1865, apud Dallari, op. cit., p. 3) e
Georg Jellinek, o criador da TGE – Teoria Geral do Estado —, cuja obra data
de 1900, conforme informa Dallari (op. cit., p. 3). Lançadas as novas bases,
intensificam-se os estudos sobre o Estado.
O Estado de Direito transmitiu-se no tempo e até hoje tem sido
respeitado, inclusive no Brasil, onde a Constituição de 1988, em vigor, inicia
suas disposições (art. 1º) proclamando-o como o primeiro de seus princípios
fundamentais.
Assim, o Estado contemporâneo pode ser entendido, de acordo com a
visão de Marcelo Caetano (1977), “um povo fixado num território, de que é
senhor, e que dentro das fronteiras desse território institui, por autoridade
própria, órgãos que elaborem as leis necessárias à vida coletiva e que
imponham a respectiva execução”.
Nesse conceito podemos identificar, portanto, três elementos constitutivos
do Estado: o POVO, que é o elemento humano; o TERRITÓRIO, o elemento
geográfico onde se fixa o povo; e a SOBERANIA, que é o elemento político a
expressar-se na autoridade própria conferida pelo povo.
O objetivo do Estado é alcançar o bem-estar social e atender as
necessidades da coletividade; para tanto, precisa expressar-se por meio de
um grupo de pessoas, escolhido pelo POVO. A esse grupo que trabalha pela
consecução dos objetivos e princípios do Estado denomina-se GOVERNO.
À estrutura permanente representada pelo conjunto de poderes e órgãos
instituídos para que o governo possa realizar suas competências denomina-se
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Assim, aquele grupo de pessoas (GOVERNO) escolhido por nós (POVO)
necessita da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA para realizar os objetivos do
Estado.
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| Organização Administrativa Brasileira
3. DIREITO ADMINISTRATIVO:
Segundo Hely L. Meirelles (1991: p. 36), o Direito Administrativo
Brasileiro “é o conjunto harmônico de princípios jurídicos e normas que
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar,
concreta, direta e imediatamente, os fins desejados pelo Estado”.
São fontes do Direito Administrativo:
a) as Leis: aqui entendidas lato sensu1, como
• as normas contidas na Constituição Federal (CF), especialmente no
capítulo VII (artigos 37 a 43), do Título III, que trata da Organização do
Estado.
• as espécies mencionadas no art. 59, da Constituição Federal, que
enumera a variedade de diplomas elaborados pelo Poder Legislativo e,
portanto, sujeitos ao processo legislativo, quais sejam:
as emendas à Constituição,
as leis complementares,
as leis ordinárias,
as leis delegadas,
as medidas provisórias,
os decretos legislativos, e
as resoluções.
1
Lato Sensu é uma expressão latina que significa “em sentido amplo”, isto é, o termo a que se refere deve
ser entendido numa abrangência maior. Esta expressão opõe-se a outra: stricto sensu, isto é, “em sentido
estrito” ou “restrito”. A palavra “lei”, por exemplo, em sentido amplo vai significar todo o tipo de regra que
limite a nossa conduta individual dentro da sociedade, tal como o Decreto (que é editado pelo Presidente
da República), a Portaria Ministerial (privativa dos Ministros de Estado) e a Lei Ordinária (elaborada pelo
Poder Legislativo). Em sentido estrito, no entanto, só irá referir-se aos documentos editados pelo Poder
Legislativo, que é o Poder encarregado de fazer as leis em nosso país. Assim, dos exemplos citados, apenas
a lei ordinária será lei stricto sensu.
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Unidade 1- Administração Pública
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 1- Administração Pública
2
in Revista de Direito Administrativo 89:134
3
“Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.”
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 1- Administração Pública
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| Organização Administrativa Brasileira
b) Poder Discricionário
É aquele concedido à Administração Pública para a prática de
atos administrativos que exijam uma apreciação subjetiva por parte do
administrador público. Essa apreciação subjetiva diz respeito à oportunidade
e à conveniência da prática do ato administrativo, o que significa dizer
“quando” e “se”, respectivamente, o ato deve ser praticado.
Assim, a Administração Pública tem, nesse caso, liberdade de decisão
conferida pela lei que não pode ser extrapolada, extrapolação que significaria
a prática de uma ARBITRARIEDADE.
Há, portanto, evidente diferença entre ARBITRARIEDADE, que é
ação contrária à lei, e DISCRICIONARIEDADE, que é liberdade de ação
administrativa segundo os limites da lei.
Ex: Promoção por escolha.
c) Poder Hierárquico:
É aquele de que dispõe a Administração Pública para distribuir
e escalonar as funções de seus órgãos, estabelecendo uma relação de
subordinação, denominada hierarquia, entre os servidores do seu quadro de
pessoal. Significa que o subordinado deve cumprir as ordens do superior, desde
que não sejam manifestadamente ilegais.
O Poder Hierárquico tem por objetivos:
• ORDENAR as atividades da Administração Pública.
• COORDENAR as funções, para que haja funcionamento harmônico.
• CONTROLAR a atuação dos agentes públicos, para que haja
cumprimento das leis e para que se tenha um perfil profissional de cada
agente.
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| Organização Administrativa Brasileira
d) Poder Disciplinar
Corresponde à faculdade de punir internamente as infrações de todos
aqueles sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da Administração Pública.
Não se confunde com o poder punitivo do Estado, realizado através da
Justiça Penal.
Só abrange, portanto, infrações relacionadas com o serviço adminis-
trativo. A aplicação da pena disciplinar tem o caráter de DEVER, uma vez que
a condescendência é considerada crime contra a Administração Pública (art.
320 do Código Penal - CP).
A apuração regular da falta disciplinar é indispensável para a legalidade
da punição administrativa (princípio do devido processo legal – Constituição
Federal - 5º,LIX), assim como a motivação (exposição dos motivos da pena) é
imprescindível para a validade da pena.
e) Poder Regulamentar
É a faculdade de que dispõem os chefes de Poder Executivo para
explicitar a lei, visando à sua correta execução.
Ele a exerce através de Decretos, denominados DECRETOS REGULA-
MENTARES, em razão de, em nosso sistema jurídico, os Regulamentos não
terem autonomia, isto é, dependem de um ato normativo que os coloque
em vigor.
É essencial que o Poder Executivo, ao expedir regulamentos, não
invada as RESERVAS DA LEI, ou seja, aquelas matérias que só podem ser
disciplinadas por lei.
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Unidade 1- Administração Pública
Ex.:
• Decreto 3.474, de 19 de maio de 2000 = Regulamenta a lei nº 9.841,
de 5 de outubro de 1999, que institui o estatuto da microempresa e da empresa
de pequeno porte.
• Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 = Regulamenta o Imposto
de Renda.
• Regulamentos Militares (regulamentam o Estatuto dos Militares)
f) Poder de Polícia
É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e
restringir direitos e liberdades, em benefício do interesse da coletividade.
O Código Tributário Nacional (CTN) conceitua o poder de polícia, em
seu art. 78, da seguinte forma:
IV - ABUSO DE PODER
Abusar do poder administrativo – quer por excessos, quer pelo desvio
de finalidade - é empregá-lo em desacordo com a lei. Ocorre quando o
administrador público, embora competente para praticar um ato administrativo,
ultrapassa o limite legal das suas atribuições, exorbita no uso dos seus poderes
administrativos, praticando um EXCESSO DE PODER (i.é, extrapola sua
competência); ou se desvia da finalidade administrativa, que é o interesse
público, ocasionando um DESVIO DE FINALIDADE.
O ABUSO DE PODER, também denominado ABUSO DE AUTORI-
DADE, será em razão de:
• EXCESSO DE PODER – caracteriza-se tanto pelo descumprimento
frontal da lei, quando o agente público age claramente além da sua competência,
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Unidade 1- Administração Pública
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| Organização Administrativa Brasileira
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
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Unidade 1- Administração Pública
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| Organização Administrativa Brasileira
13. Princípio da Administração Pública que tem por objetivo tentar impor limites
ao exercício do poder discricionário:
a. Razoabilidade
b. Finalidade
c. Proporcionalidade
d. Motivação
14. Princípio da Administração Pública que tem por objetivo coibir excessos,
por meio da aferição da compatibilidade entre os meios e os fins da atuação
administrativa, para evitar restrições desnecessárias ou abusivas:
a. Razoabilidade
b. Finalidade
c. Proporcionalidade
d. Motivação
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Unidade 1- Administração Pública
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| Organização Administrativa Brasileira
b. II e V;
c. I, III e IV;
d. I, III e V.
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Unidade 1- Administração Pública
b) hierárquico;
c) vinculado;
d) de polícia.
28. Como pode ser o poder de polícia? Explique as suas diversas modalidades.
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UNIDADE 2
Organização da Administração
Pública
| Organização Administrativa Brasileira
De acordo com o art. 4º, incisos I e II, do Decreto-lei n.º 200, de 25/
02/67, que trata da Reforma Administrativa em nosso país, a Administração
Pública Federal está classificada em DIRETA e INDIRETA.
Segundo aqueles dispositivos legais, a ADMINISTRAÇÃO DIRETA
se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presi-
dência da República e dos Ministérios e está presente nos três Poderes do
Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). Esses três poderes exercem,
respectivamente as funções administrativa, legislativa e jurisdicional.
Já a ADMINISTRAÇÃO INDIRETA compreende as seguintes categorias
de entidades, cada uma delas dotada de personalidade jurídica própria:
a) AUTARQUIAS,
b) EMPRESAS PÚBLICAS,
c) SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
d) FUNDAÇÕES PÚBLICAS.
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Unidade 2 - Organização da Administração Pública
II - ÓRGÃOS PÚBLICOS:
São centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais, por meio de agentes cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que
pertencem.
A Administração Direta brasileira é constituída de órgãos públicos,
enquanto a Administração Indireta brasileira constitui-se de entidades
públicas, que também contam na sua estrutura com órgãos públicos.
O órgão público é um elemento juridicamente despersonalizado, ou
seja, sem personalidade jurídica própria. Ele integra a estrutura da União, dos
Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal, todos eles entes federativos,
ou seja, os entes públicos que integram a estrutura da Federação Brasileira,
mas que também integram a estrutura das entidades públicas.
Não tendo personalidade jurídica, os órgãos públicos são meros instru-
mentos de ação das pessoas jurídicas.
Cada órgão é investido de determinada competência atribuída pela lei,
esta exercida pelos agentes públicos, que têm a parcela de poder necessária ao
exercício dessas atribuições.
A manifestação da vontade do Estado por meio de órgãos públicos
decorre da vitória de uma teoria, denominada Teoria do Órgão, sobre duas
outras, denominadas Teoria do Mandato e Teoria da Representação.
Em resumo cada uma delas explica as relações do Estado, uma pessoa
jurídica, com seus agentes, da seguinte forma:
• Teoria do Mandato – o agente público é mandatário da pessoa jurídica.
Essa é uma teoria muito criticada, em razão de não explicar como o Estado,
uma ficção jurídica, sem vontade própria, pode outorgar o mandato.
• Teoria da Representação – o agente público é representante do Estado
por força da lei. É como se fosse um tutor ou curador. Sofre críticas porque
equipara o Estado a um incapaz, além de não explicar como o Estado confere
representantes a si mesmo.
• Teoria do Órgão – a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio
dos órgãos, de tal modo que, quando os agentes que o compõem manifestam
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| Organização Administrativa Brasileira
a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse. Esta teoria foi elaborada
na Alemanha por Otto Gierke, em 1887, conforme Hely L. Meirelles (1990,
nota 20 da p. 63) e recebeu a aprovação de vários administrativistas.
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Unidade 2 - Organização da Administração Pública
Ex.:
Ministérios, Secretarias de Estado e de Município, Consultoria-Geral da
República, Procuradorias-Gerais de Estado, dentre outros.
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| Organização Administrativa Brasileira
1
RR 625486/2000, 4ª turma, Rel. Min. MILTON DE MOURA FRANÇA
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| Organização Administrativa Brasileira
4 AGENTES PÚBLICOS
Vamos estudá-los.
1. Agentes Políticos
São os detentores dos cargos do governo do Estado. Situam-se,
portanto, no ápice dos Poderes do Estado. Exercem competências afetas
a órgãos independentes e autônomos. São regidos por normas específicas
consubstanciadas em regimes jurídicos próprios, inseridos na própria
Constituição, em Regimentos Internos, em leis orgânicas etc.
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| Organização Administrativa Brasileira
2. Agentes Temporários
Aqueles contratados por tempo determinado para que a Administração
Pública possa atender a necessidade temporária do interesse público. Têm
seu fundamento na Constituição Federal - 37(IX) e no RJSP-232 a 235,
cujos dispositivos hoje se encontram substituídos pela Lei n.º 8.745, de
09/12/93. O vínculo desses agentes é celetista (contratação por prazo certo:
art.479, da CLT).
Segundo essa legislação, são consideradas como de “excepcional
interesse público” as seguintes contratações, dentre outras:
• assistência a situações de calamidade pública (por seis meses)
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Unidade 2 - Organização da Administração Pública
3. Agentes de Colaboração
São as pessoas, físicas ou jurídicas, que prestem serviço à Administração
Pública. Podem ser:
a) Agentes de Colaboração por vontade própria (Voluntários ou
Servidores Públicos de Fato ou Agentes Putativos) - os que assumem a gestão
de negócios públicos em momentos de emergência.
Ex.: prisão de um criminoso; assunção de atividade pública em razão de
abandono por seu titular, em razão de guerra, calamidade pública, rebelião, etc.
4. Servidores Governamentais
São aqueles que, sob o regime de dependência, ligam-se às chamadas
empresas governamentais, ou seja, às sociedades de economia mista, empresas
públicas e fundações privadas mantidas pelo Poder Público.
Têm as mesmas características dos servidores públicos, exceto pelo
regime jurídico que é privado, ou seja, celetista.
5. Servidores Públicos
São aqueles que têm com o Poder Público uma relação de trabalho
remunerado, de natureza profissional e de caráter permanente, sob vínculo de
dependência.
Desse conceito podemos extrair as seguintes características dos
servidores públicos:
• profissionalidade;
• relação de trabalho remunerado (estatutário ou celetista);
• não-eventualidade (permanência);
• dependência do relacionamento (as entidades a que se vinculam
prescrevem-lhes o comportamento nos mínimos detalhes).
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Unidade 2 - Organização da Administração Pública
6. Militares
São todos aqueles que, permanente ou temporariamente, desempenham
atividade militar no âmbito federal ou estadual.
Até a promulgação da Emenda Constitucional n.º 18, de 5 de fevereiro
de 1998, eram considerados servidores públicos, visto que o servidor podia ser
civil ou militar. A partir da referida emenda, no entanto, os militares passaram
a ter um regime constitucional próprio.
Esses agentes públicos têm hoje suas prerrogativas e obrigações
definidas na Constituição Federal, principalmente pelos artigos 42 e 142. além
de estarem sujeitos também ao regime do Estatuto dos Militares, estabelecido
pela Lei Federal n.º 6.880, de 9 de dezembro de 1980, no caso dos militares
federais.
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| Organização Administrativa Brasileira
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
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Unidade 2 - Organização da Administração Pública
7. Garantia do agente público de que só será demitido do cargo que ocupa, após
dois anos de efetivo exercício, em razão de sentença judicial transitada em julgado
proferida em foro privilegiado:
a ( ) estabilidade;
b ( ) estágio probatório;
c ( ) vitaliciedade;
d ( ) inamovibilidade.
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| Organização Administrativa Brasileira
13. Quando o agente público, ocupante de cargo público efetivo, passa a ter
estabilidade ou vitaliciedade?
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Unidade 2 - Organização da Administração Pública
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UNIDADE 3
SOCIEDADE
EMPRESA FUNDAÇÃO
AUTARQUIA DE ECONOMIA
PÚBLICA PÚBLICA
MISTA
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| Organização Administrativa Brasileira
OBSERVAÇÕES:
(1) Sobre a personalidade jurídica das Fundações Públicas,
segundo a legislação vigente, é de direito privado. Não obstante,
a Doutrina e a Jurisprudência têm reconhecido, nos dias de hoje,
que, independentemente da personalidade jurídica, se a Fundação
tem contacto com verbas públicas, está sujeita ao controle público.
Assim, hoje podem ser identificadas três tipos de Fundações:
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
maioria das vezes, de doações privadas e/ou estatais. Nada impede, contudo,
que tenham fins econômicos ou atividades de cunho econômico, mas cumpre
saber distingui-las das sociedades comerciais, cuja característica é ter atividade
econômica, produzir lucro e dividi-lo entre os sócios.
Assim, as ONGs, em geral, são:
a) associações civis, b) sem fins lucrativos, c) de direito privado, d) de
interesse público.
• ORGANIZAÇÕES SOCIAIS:
São pessoas jurídicas de Direito Privado, sem fins lucrativos, instituídas
por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos
do Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo
jurídico instituído por meio de contrato de gestão.
O art. 5º da Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, definiu o contrato
de gestão como “um compromisso institucional, firmado entre o Estado,
por intermédio de seus ministérios, e uma entidade pública estatal, a
ser qualificada como agência executiva, ou uma entidade não-estatal,
qualificada como organização social”.
As Organizações Sociais (OS) integram a iniciativa privada, mas atuam
ao lado do Estado, cooperando com ele e estabelecendo parcerias com o poder
público.
Surgiram em 1998, por ocasião da reforma administrativa, promovida
pela Emenda à Constituição n.º 19/98, visando à ampliação da descentralização
na prestação de serviços públicos. Na oportunidade, o governo federal instituiu
o Programa Nacional de Publicização - PNP, por meio da já mencionada Lei
n.º 9.637, de 15 de maio de 1998, pela qual algumas atividades de caráter
social também poderiam ser absorvidas por pessoas jurídicas de direito
privado qualificadas como Organizações Sociais.
Segundo essa lei, o Poder Executivo poderá qualificar como organizações
sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
As organizações sociais são um modelo de parceria entre o Estado e a
sociedade. A organização social, entretanto, não é delegatária de serviço público,
ou seja, não estará exercendo atividades públicas em nome do Estado, mas
atividades privadas, em seu próprio nome, com incentivo do Estado, manifestado
na transferência de recursos públicos, permissão de uso de bens públicos etc.
As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas
“entidades de interesse social e utilidade pública”, para todos os efeitos legais.
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
• FUNDAÇÕES DE APOIO:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (1999, p. 401) define as fundações de
apoio, por ela denominadas “entidades de apoio”, como
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
Instituição Instituídos por lei Criada por Instituída por Não são
particulares. iniciativas de instituídas
particulares por iniciativa
Deve habilitar-
do Poder
se perante a Não possui fins
Público, mas
Administração lucrativos.
por servidores
Pública, Deve habilitar- públicos de
para obter a se perante o determinada
qualificação de MINISTÉRIO DA entidade estatal
Organização JUSTIÇA para
Social. obter a qualificação
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
CONTRATOS DE GESTÃO
Características:
a) contratos travados com sujeitos (pessoas jurídicas integrantes do
próprio aparelho administrativo do Estado
► concede à autarquia ou fundação maior autonomia gerencial/admi-
nistrativa e financeira ao contratado, bem como lhe assegura a regularidade das
transferências financeiras previstas em vista da obrigação, que este assume, de
cumprir metas expressivas de uma maior eficiência.
AMPLIAÇÃO DA AUTONOMIA DA ENTIDADE DA ADMINIS-
►
TRAÇÃO
► AGÊNCIAS REGULADORAS:
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
4)O Governo do Estado da Paraíba pretende criar a “Poupança Novo Lar”, empresa
destinada a administrar recursos obtidos com a privatização de outras empresas e
destinados ao financiamento de casas populares nos Municípios do Estado, inclusive em
Cajazeiras. Será criada por lei, terá patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado,
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| Organização Administrativa Brasileira
8) Identifique, nas opções abaixo, qual o lugar em que deve ser registrado o
decreto instituidor da sociedade de economia mista:
a) ( ) Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
b) ( ) Não precisa de registro;
c) ( ) Junta Comercial;
d) ( ) Registro civil e Mercantil das Sociedades.
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
9) Identifique, nas opções abaixo, qual o lugar em que deve ser registrado o
decreto instituidor da autarquia:
a) ( ) Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
b) ( ) Não precisa de registro;
c) ( ) Junta Comercial;
d) ( ) Registro civil e Mercantil das Sociedades.
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| Organização Administrativa Brasileira
c) ( ) Autarquias;
d) ( ) Serviços Sociais Autônomos.
17) Entidades de Cooperação que são instituídas por lei, com personalidade
jurídica de direito privado, com a finalidade de ministrar assistência ou ensino a
certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos:
a) ( ) Fundações de Apoio;
b) ( ) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público;
c) ( ) Organizações Sociais;
d) ( ) Serviços Sociais Autônomos.
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Unidade 3 - Administração Indireta Brasileira
22) Por que então fala-se das ONGs ao comentar-se as entidades de cooperação?
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UNIDADE 4
Serviço Público
| Organização Administrativa Brasileira
I - SERVIÇO PÚBLICO
1. GENERALIDADES:
Hoje em dia, o termo “serviço público” vem sendo empregado para
designar toda atividade desenvolvida pelo Estado, com a finalidade de atender
às necessidades sociais.
José dos Santos Carvalho Filho (2007, p. 280) conceitua-o como:
“todo aquele (serviço) prestado pela Administração Pública (AP),
ou por seus delegados, sob regime de direito público, para a
satisfação de interesses primários e secundários da coletividade”.
II - CLASSIFICAÇÃO:
Os serviços públicos podem ser classificados em razão dos seguintes
critérios:
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| Organização Administrativa Brasileira
1
Uti universi – locução latina que diz respeito a tudo aquilo que só pode ser examinado em conjunto.
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Unidade 4 - Serviço Público
OBSERVAÇÃO:
Não há direito subjetivo para obrigar o Poder Público a
executar serviços coletivos (Ex.: ninguém pode entrar na Justiça
para obrigar o prefeito a asfaltar uma rua. Ele vai dizer que tem
outras prioridades – Poder Discricionário). Já o serviço singular
gera direito subjetivo.
2
Uti singuli – locução latina que diz respeito a tudo aquilo que pode ser examinado em separado,
individualmente, independentemente de outras coisas.
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 4 - Serviço Público
Por esses conceitos podemos traçar pelo menos duas diferenças entre as
duas modalidades, como se vê no quadro a seguir:
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| Organização Administrativa Brasileira
É um CONTRATO ADMINISTRATIVO
por força do qual o poder público, chamado
CONCEDENTE, transfere a pessoa
privada, chamada CONCESSIONÁRIA, É aquela precedida da execução de obras
Conceito a EXECUÇÃO de um serviço público públicas pelo concessionário.
mediante REMUNERAÇÃO, denominada
TARIFA, fixada pelo poder público e paga
diretamente pelo usuário do serviço.
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Unidade 4 - Serviço Público
b) Extinção da Concessão:
De acordo com o art. 35, da lei 8.987/95, a extinção da concessão de
serviços públicos, pode ocorrer em razão de:
• ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL,
• ENCAMPAÇÃO,
• CADUCIDADE,
• RESCISÃO,
• DISTRATO
• ANULAÇÃO,
• FALÊNCIA OU EXTINÇÃO DA EMPRESA CONCESSIONÁRIA
• (FALECIMENTO OU INCAPACIDADE DO TITULAR NO CASO
DE EMPRESA INDIVIDUAL)
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| Organização Administrativa Brasileira
c) Reversão:
É a transferência dos bens do concessionário para o patrimônio do
concedente, em virtude de extinção da concessão.
Não enseja qualquer tipo de indenização, sendo que os bens de qualquer
natureza, até então empregados na execução do serviço, passam para o
patrimônio público. A reversão gratuita, portanto, é a regra por se presumir
que durante a exploração do serviço o concessionário retira o capital investido
no empreendimento.
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Unidade 4 - Serviço Público
b) Características:
Embora, em razão do conceito citado, sejamos levados a pensar que as
permissões de serviços públicos são precárias, o que ocorre, na verdade, é que
a UNILATERALIDADE e a PRECARIEDADE só se aplicam à permissão de
uso de bem público, visto que o art. 40, da referida Lei 8.987/95, prescreve
que a permissão de serviços públicos “será formulada por contrato de adesão
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Unidade 4 - Serviço Público
CONCESSÃO PERMISSÃO
TAXA TARIFA
1. Tributo 1. Preço Público
2. Fixada por lei 2. Fixada por ato administrativo (Decreto, Portaria etc.)
3. Compulsória 3. Voluntária
3
4. Potencial 4. Efetiva4
3
Potencial tem o significado de que a cobrança é devida, desde que colocada à disposição, ainda que o
serviço público não seja utilizado.
4
Efetiva tem o significado de que a cobrança só é devida quando o serviço público seja utilizado.
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Unidade 4 - Serviço Público
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| Organização Administrativa Brasileira
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Unidade 4 - Serviço Público
IV – CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS:
Como foi visto, quando do estudo das autarquias associativas, a
Lei n° 11.107/05 modificou a visão doutrinária tradicional sobre o tema
consórcios administrativos, ao criar esta nova modalidade de consórcios,
os CONSÓRCIOS PÚBLICOS, trazendo à baila uma série de condições
que tornam hoje o consórcio um instrumento bem peculiar. Dentre essas,
destacamos, além da necessidade de constituição de uma pessoa jurídica
própria:
• a existência de um protocolo de intenções bastante detalhado e
complexo (arts. 3º e 4º);
• a celebração do contrato de consórcio público, vinculando as entidades
consorciadas com força obrigacional (art. 5º)
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| Organização Administrativa Brasileira
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
90 |
Unidade 4 - Serviço Público
2) Tipo de serviço público que pode ser delegado pelo poder público:
a) ( ) Serviço Geral;
b) ( ) Serviço Próprio;
c) ( ) Serviço Impróprio;
d) ( ) Serviço Individual.
5) O serviço público pode ser remunerado por TARIFA, que é uma espécie de
preço público cujas principais características são as seguintes:
a) ( ) Fixada por lei – voluntária - potencial;
b) ( ) Fixada por lei – voluntária – efetiva;
c) ( ) Fixada por ato administrativo – voluntária - potencial;
d) ( ) Fixada por ato administrativo – voluntária - efetiva.
6) O serviço público poder remunerado por TAXA, que é uma espécie de tributo
cujas principais características são as seguintes:
a) ( ) Fixada por lei – compulsória - potencial;
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| Organização Administrativa Brasileira
12) Segundo a doutrina clássica, são acordos celebrados entre entidades públicas
da mesma espécie:
a) ( ) Consórcios Administrativos;
b) ( ) Contratos Administrativos;
c) ( ) Convênios Administrativos;
d) ( ) Autorização Administrativa.
13) Segundo a doutrina clássica, são acordos celebrados entre entidades públicas
de espécies diferentes:
a) ( ) Consórcios Administrativos;
92 |
Unidade 4 - Serviço Público
b) ( ) Contratos Administrativos;
c) ( ) Convênios Administrativos;
d) ( ) Autorização Administrativa.
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| Organização Administrativa Brasileira
94 |
Unidade 4 - Serviço Público
| 95
UNIDADE 5
Atos Administrativos
| Organização Administrativa Brasileira
I - ATOS ADMINISTRATIVOS:
1. CONCEITO:
Ato Administrativo (AA) é uma manifestação unilateral da vontade da
Administração Pública, por intermédio de seus agentes. Objetiva estabelecer,
declarar, confirmar, alterar ou desconstituir uma relação jurídica entre ela e os
seus administrados, ou entre os seus órgãos.
É uma espécie do ato jurídico; é uma manifestação voluntária, lícita,
unilateral de vontade, tendo por finalidade ADQUIRIR, RESGUARDAR,
TRANSFERIR, MODIFICAR, EXTINGUIR, DECLARAR OU IMPOR
OBRIGAÇÕES aos administrados e ao próprio Estado.
É uma declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes
– concessionário, por exemplo), no exercício de prerrogativas públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título
de lhe dar cumprimento. As declarações unilaterais sujeitam-se ao controle de
legitimidade por órgão jurisdicional.
Não devemos confundir ATO ADMINISTRATIVO e ATO DA
ADMINISTRAÇÃO, bem como ATO ADMINISTRATIVO e FATO
ADMINISTRATIVO. Eis as diferenças:
98 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
2.1. COMPETÊNCIA:
Diz respeito às atribuições do agente ou do órgão que expede o Ato
Administrativo.
Exemplificando, podemos lembrar que os chefes de Poder Executivo têm
a competência de expedir decretos, de modo que, se um Ministro de Estado é
quem edita um decreto, este é um ato administrativo inválido, porque tem um
defeito estrutural, um vício de competência.
Assim, para que o ato administrativo seja válido, tem que haver uma
correspondência entre quem o pratica e a competência estabelecida na lei para
a sua prática.
A competência tem os seguintes pressupostos:
• é limitada aos termos da lei que a institui;
• é própria do cargo e é indelegável;
• se for extrapolada, ocasiona abuso de poder.
2.2. FINALIDADE:
É sempre o interesse público o resultado que se deseja obter.
A prática de ato administrativo para satisfazer interesse pessoal constitui
DESVIO DE FINALIDADE e torna inválido o ato administrativo praticado,
que terá então uma falha estrutural ou vício de finalidade.
2.3. FORMA:
É o elemento exteriorizador do ato administrativo, o modo pelo qual ele
se apresenta. Em geral, é sempre a escrita e sempre prevista em lei.
No entanto, a prática de atos administrativos verbais pode ocorrer em
casos de urgência ou em algumas hipóteses, tais como:
- instruções de superior hierárquico a subordinado;
- determinações decorrentes do exercício do poder de polícia;
- sinalização de trânsito pelo seu agente.
| 99
| Organização Administrativa Brasileira
| 101
| Organização Administrativa Brasileira
3.2. IMPERATIVIDADE
3.3. AUTO-EXECUTORIEDADE
Como já tivemos a oportunidade de estudar, ao abordarmos o poder de
polícia, é o atributo do ato administrativo que possibilita ao administrador
público decidir e fazer cumprir (ou seja, executar direta e imediatamente) a
sua decisão, sem a interferência do Poder Judiciário, podendo, dessa forma,
aplicar sanções, tais como: multas, interdições etc. Isso traduz que a prática de
um ato não depende de ordem ou mandado judicial.
A auto-executoriedade não é a regra,; ela não existe, em relação a
todos os atos administrativos. Ela só é possível, quando ocorrem as seguintes
situações:
• se prevista em lei, como acontece em caso de exercício administrativo
fiscalizatório do poder de polícia;
• se constituir a condição indispensável à eficaz garantia do interesse
público confiado por lei à Administração Pública. É o caso de medidas
urgentes, que devem ser adotadas de imediato para não ocasionar prejuízo
maior para o interesse público, como acontece na demolição de um prédio que
ofereça perigo, na internação de uma pessoa com doença contagiosa etc.
102 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
Atente-se, porém, que, não ocorrendo perigo iminente para a AD, a CF,
pelo seu art. 5º., inciso LV, assegura aos administrados o contraditório e a
ampla defesa, inclusive em processo administrativo.
GERAIS INDIVIDUAIS
- revogável - revogável
| 103
| Organização Administrativa Brasileira
104 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
Quanto à eficácia:
a) Válidos – aqueles que possuem todos os requisitos necessários à sua
validade.
b) Nulos – aqueles que são afetados por vício estrutural. Não produzem
qualquer efeito válido, pela evidente razão de que não se podem adquirir
direitos contra a lei.
| 105
| Organização Administrativa Brasileira
Ordinatórios
Os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração Pública
e a conduta funcional de seus agentes. São os seguintes:
• PORTARIA – Ato Administrativo pelo qual as autoridades de
qualquer nível da Administração Pública, desde que inferior ao chefe
do Executivo,
► expedem orientações aos respectivos subordinados;
► designam servidores para o desempenho de certas funções;
► determinam a abertura de sindicância e inquérito administrativo.
Quando expedida por Ministro de Estado, é denominada PORTARIA
MINISTERIAL.
Enunciativos
Aqueles em que a Administração Pública enuncia uma situação existente,
de que tem conhecimento por meio dos seus agentes ou dos seus arquivos,
sobre um determinado assunto. Podem ser os seguintes:
• CERTIDÃO - cópia de atos ou fatos constantes em documentos em
poder da Administração Pública. Segundo o Código Civil brasileiro,
quando autenticada, tem o mesmo valor do original. O fornecimento
de certidões é obrigação constitucional das repartições públicas
(Constituição Federal - 5º, XXXIV, b).
• ATESTADO - Ato Administrativo pelo qual a Administração Pública
afirma a existência ou veracidade de um fato de que tenha conhecimento
por seus órgãos. A certidão comprova fatos permanentes; o atestado,
situações transitórias, passíveis de alteração.
• PARECER - consiste no pronunciamento de órgão técnico consultivo a
propósito de questão submetida à sua apreciação. Tem caráter opinativo
e não vincula a Administração Pública ao seu conteúdo, salvo se for
convertido em procedimento normativo (PARECER NORMATIVO),
quando, ao ser aprovado pela autoridade competente, é convertido em
| 107
| Organização Administrativa Brasileira
• Negociais
São aqueles que encerram um conteúdo tipicamente negocial, do interesse
da Administração Pública e do administrado. Podem ser os seguintes:
• LICENÇA - Ato Administrativo vinculado e definitivo pelo qual a
Administração Pública, diante de todas as exigências da lei, faculta ao
particular o desempenho de uma atividade. Ex.: licença para construir
uma casa.
• AUTORIZAÇÃO - Ato Administrativo discricionário e precário
(pode ser cassado a qualquer momento pela Administração Pública), em
que a Administração Pública faculta, ao particular que tenha interesse, a
utilização de certos bens ou o exercício de uma atividade. Ex.: porte de
arma, pesquisa e exploração de minerais etc.
• PERMISSÃO - Ato Administrativo discricionário e precário, pelo qual
a Administração Pública faculta ao particular a execução de serviços do
interesse da coletividade, nas condições por ela estabelecidas.
A Administração Pública defere a pretensão do interessado nesses
atos administrativos negociais por um instrumento que é, na verdade, um
outro tipo de ato administrativo a que se denomina ALVARÁ (que tivemos
oportunidade de estudar no item II desta classificação, referente aos atos
ordinatórios) ou TERMO.
Podemos sintetizar as diferenças que emanam dos conceitos referidos,
da seguinte forma:
108 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
Punitivos
Aqueles que objetivam materializar uma sanção imposta pela
Administração Pública. Podem ser, dentre outros, os seguintes:
• MULTA – toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado
como meio de compensar um dano presumido, decorrente da prática de
uma infração administrativa.
• INTERDIÇÃO DE ATIVIDADE – é o ato pelo qual a Administração
veda a alguém a prática de atos sujeitos ao seu controle, ou que incidam
sobre seus bens.
Deve ser precedida de processo regular e do respectivo auto de interdição,
que possibilite a defesa do interessado.
• DESTRUIÇÃO DE COISAS – é o ato pelo qual a Administração Pública
inutiliza, de modo sumário, alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos
imprestáveis, nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei.
| 109
| Organização Administrativa Brasileira
| 111
| Organização Administrativa Brasileira
112 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
| 113
| Organização Administrativa Brasileira
5) Enquanto não decretada a sua invalidade, o ato administrativo nulo pode ser
executado em virtude:
a) ( ) do atributo da imperatividade;
b) ( ) da presunção de legitimidade;
c) ( ) do atributo da auto-executoriedade;
d) ( ) da presunção de veracidade.
114 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
10) Quando um ato administrativo exige, para sua prática, a conjugação das
vontades de mais de um órgão administrativo, ele é considerado:
a) ( ) ato administrativo conjunto;
b) ( ) ato administrativo vinculado;
c) ( ) ato administrativo múltiplo;
d) ( ) ato administrativo complexo.
11) A propriedade que tem o ato administrativo de ser validamente executado pela
própria Administração Pública, independentemente de prévio pronunciamente
judicial sobre sua legalidade, chama-se:
a) ( ) perfeição;
b) ( ) auto-executoriedade;
c) ( ) eficácia;
d) ( ) convalidação.
| 115
| Organização Administrativa Brasileira
b) ( ) atos administrativos;
c) ( ) atos legítimos;
d) ( ) atos revogáveis.
13) Qual dos atributos do ato administrativo é qualidade de todo e qualquer ato
administrativo?
a) ( ) presunção de veracidade;
b) ( ) imperatividade;
c) ( ) auto-executoriedade;
d) ( ) presunção de legitimidade.
116 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
| 117
| Organização Administrativa Brasileira
118 |
Unidade 5 - Atos Administrativos
| 119
| Organização Administrativa Brasileira
120 |
UNIDADE 6
1. GENERALIDADES:
O controle dos atos administrativos é tema tão importante ao nosso
estudo que será visto em dois momentos neste curso, ainda que sob ângulos
diferentes e complementares: nesta disciplina, “Organização Administrativa
Brasileira”, e em uma das subseqüentes, que se intitula “Responsabilidade
Civil do Estado e Controle dos Atos da Administração Pública”.
O controle dos atos administrativos pode ser conceituado como a
atribuição de vigilância, orientação e correção:
• de certo órgão ou agente público sobre a atuação de outro;
• de sua própria atuação, visando confirmá-la ou desfazê-la, conforme
seja ou não legal, conveniente, oportuna e eficiente.
122 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
| 123
| Organização Administrativa Brasileira
124 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
AA, como acontece, por exemplo, com o veto presidencial a um projeto de lei;
126 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
Podem ser:
- de ofício (ex officio), quando efetivados espontaneamente pela própria
Administração Pública, ou
- voluntários, isto é, quando provocados pelo interessado.
| 127
| Organização Administrativa Brasileira
128 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
| 129
| Organização Administrativa Brasileira
3. Reformatio in pejus
A autoridade administrativa tem ampla liberdade de revisão do ato
130 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
| 131
| Organização Administrativa Brasileira
Sua interposição não suspende nem O ato impugnado fica com sua
interrompe o prazo prescricional. Quer eficácia suspensa até que a autoridade
dizer: a prescrição é contada a partir do competente decida o recurso.
ato que o recorrente está impugnando.
Pode-se dar:
• pelo percurso de todas as instâncias administrativas;
• pelo uso de somente uma delas, deixando transcorrer in albis o prazo
para recurso a outras;
• pela renúncia à interposição do recurso.
132 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
| 133
| Organização Administrativa Brasileira
134 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
| 135
| Organização Administrativa Brasileira
16) O ato administrativo, quando eivado de vicio insanável, que o torna ilegal:
a) deve ser revogado;
b) pode ser anulado pela própria administração;
c) só pode ser anulado mediante mandado de segurança;
d) é insuscetível de controle judicial.
136 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
| 137
| Organização Administrativa Brasileira
c) ( ) Direito de Representação;
d) ( ) Pedido de Reconsideração.
21) Tipo de recurso administrativo em que o recorrente pode ser qualquer pessoa,
mesmo que não afetado pela irregularidade administrativa.
a) ( ) Recurso Hierárquico;
b) ( ) Reclamação Administrativa;
c) ( ) Direito de Representação;
d) ( ) Pedido de Reconsideração.
25) Em relação aos efeitos dos recursos administrativos, podemos dizer que o
EFEITO DEVOLUTIVO:
a) ( ) Faz com que o ato impugnado fique com a sua eficácia suspensa até que a
autoridade competente decida o recurso;
b) ( ) Impede o interessado de recorrer desde logo ao Judiciário;
c) ( ) Só tem cabimento do recurso de revisão;
d) ( ) Faz com que a prescrição seja contada a partir do ato que o recorrente está
impugnando.
26) Em relação aos efeitos dos recursos administrativos, podemos dizer que o
EFEITO SUSPENSIVO:
a) ( ) Faz com que o ato impugnado fique com a sua eficácia suspensa até que a
autoridade competente decida o recurso;
138 |
Unidade 6 - Controle dos Atos da Administração Pública
| 139
Referências Bibliográficas
| Especialização em Direito em Administração Público
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
142 |
Referênica Bibliográfica
UNIDADE 4
UNIDADE 6
| 143
Gabarito
| Especialização em Direito em Administração Público
UNIDADE 1
6. Letra c.
7. Letra d.
8. Letra b.
9. Letra a.
12. Letra b.
13. Letra a.
14. Letra c.
146 |
Gabarito
15.
16. Letra c.
17. Letra c.
18. Letra d.
19. Letra b.
20. Letra b.
21. Letra d.
22. Letra a.
23. Letra c.
| 147
| Especialização em Direito em Administração Público
30. Letra a.
UNIDADE 2
3. Letra b.
4. Letra b.
5. Letra a.
6. Letra d.
7. Letra c.
8. Letra d.
9. Letra c.
10. Letra d.
11. Os cargos são ocupados pelo pessoal regido por estatutos que, hoje
em dia, podem ser também denominados de regimes jurídicos, tal como
o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das
Autarquias e das Fundações Públicas Federais (RJU) (Lei 8.112/
90). Os militares, que também exercem cargos públicos são, também,
estatutários, e mantiveram a denominação tradicional do seu estatuto,
| 149
| Especialização em Direito em Administração Público
150 |
Gabarito
19. Letra b.
20. Letra c.
21. Letra c.
22. Letra d.
| 151
| Especialização em Direito em Administração Público
23. Quando alguém ocupa um cargo público que não tem titular, o faz
interinamente. Se esta ocupação for por tempo determinado o exercício
será eventual, como acontece, por exemplo, quando o titular de um
cargo é substituído para que goze férias, por motivo de saúde ou outro
motivo que não implique no seu afastamento definitivo da titularidade
do cargo.
25. Letra b.
UNIDADE 3
1. Letra d.
2. Letra a.
3. Letra c.
4. Letra a.
5. Letra c.
6. Letra b.
7. Letra b.
152 |
Gabarito
8. Letra c.
9. Letra a.
10.
| 153
| Especialização em Direito em Administração Público
16. Letra c.
17. Letra d.
18. Letra c.
19. Letra a.
20. Letra b.
21. Porque não há no Brasil, uma espécie de sociedade chamada ONG, mas
um reconhecimento supralegal, de cunho cultural, político e
sociológico que está em vigor por todo o mundo. Podemos dizer que há
um entendimento social de que as ONG’s são entidades às quais
as pessoas se vinculam, por identificação pessoal com a causa que elas
promovem. Essas entidades, por natureza, não têm finalidade lucrativa,
mas uma finalidade maior, genericamente filantrópica, humanitária, de
defesa de interesses que costumam ser de toda a população.
UNIDADE 4
1. Letra b.
2. Letra c.
3. Letra c.
4. Letra b.
5. Letra d.
6. Letra a.
154 |
Gabarito
8. Reversão.
10. Letra c.
11. Letra a.
12. Letra a.
13. Letra c.
14. Letra b.
15. Letra d.
16. Letra b.
17. Letra a.
18. Letra d.
19. Letra d.
20. Letra a.
21. Deve ser observado sob dois ângulos: se o usuário deixa de observar
os requisitos técnicos para prestação, o Poder Público pode suspender
a prestação do serviço; se o usuário deixa de pagar pelo serviço, existem
duas alternativas: 1ª) se o serviço for FACULTATIVO, o Poder Público
pode suspender-lhe a prestação; 2ª) se o serviço for OBRIGATÓRIO,
não é permitida a suspensão.
| 155
| Especialização em Direito em Administração Público
156 |
Gabarito
UNIDADE 5
1. Letra d.
2. Letra b.
3. Letra c.
4. Letra a.
5. Letra b.
6. Letra b.
7. Letra b.
8. Letra a.
9. Letra a.
10. Letra d.
11. Letra b.
12. Letra b.
13. Letra d.
14. Letra c.
15. Letra a.
| 157
| Especialização em Direito em Administração Público
16. Letra a.
17. Letra ?.
18. Letra a.
19. Letra d.
20. Letra b.
21. Letra b.
23.
158 |
Gabarito
| 159
| Especialização em Direito em Administração Público
24. No visto, não há exame de mérito do seu conteúdo. O visto tem apenas
finalidade de conhecimento e controle, não equivale à concordância ou
deferimento do conteúdo do requerimento.
UNIDADE 6
1. Letra b.
2. Letra c.
3. Letra d.
4. Letra b.
5. Letra a.
6. Letra a.
160 |
Gabarito
9. Letra b.
10. Letra c.
11. Letra d.
12. Letra d.
13. Letra a.
14. a.(F)
b. (V)
c. (V)
d. (V)
15. Letra d.
16. Letra b.
17.
| 161
| Especialização em Direito em Administração Público
18. Letra b.
19. Letra d.
20. Letra a.
21. Letra c.
24. 1º.) o de impedir que use do poder de revogar seus próprios atos,
tornando definitiva a situação jurídica em favor do administrado.
2º.) o de não permitir que a Administração aplique punição a seus
servidores após o decurso de certo prazo.
25. Letra d.
26. Letra a.
162 |