Motor Sincrono

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Máquinas Síncronas

(Motores)

Prof. Isaac Sousa

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1- MÁQUINAS SÍNCRONAS FUNCIONANDO COMO MOTOR

Na aula anterior, realizamos uma introdução nas Máquinas síncronas.


Vimos que elas são máquinas de corrente alternada (CA) que podem
trabalhar como “gerador”, e nessa aula verificaremos a sua operação
como “motor”.
Neste modo de operação, a velocidade do rotor da máquina (nr) é
sincronizada com a velocidade do campo magnético girante (ns)
existente no seu interior, por isso o termo síncrono. Logo, nr = ns

Motor Síncrono

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A velocidade dos motores síncronos é fixa para máquina
trabalhando dentro de suas características nominais, ao contrário
dos motores de indução que podem variar um pouco a sua
velocidade a depender da carga acoplada da ponta do eixo, pois, a
velocidade do motor de indução trifásico (MIT) a vazio é diferente
do MIT com carga nominal.

Uma outra característica interessante dos


motores síncronos é que eles têm a maior
eficiência (relação de conversão de energia
elétrica para mecânica) entre os outros
tipos de motores elétricos. A eficiência
deles varia de 90 a 96%, enquanto o MIT
padrão (standard) tem eficiência variando
motor síncrono
de 80 a 90%.
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2- PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

De modo intuitivo, para entendermos o


princípio de funcionamento de um motor
síncrono, considere uma máquina elementar
constituída por três bobinas iguais e idênticas,
defasadas entre si de 120° mecânicos,
formando a armadura da máquina, semelhante
ao visto na aula anterior, e também por um
rotor que possui um enrolamento ou bobina, Funcionamento do
motor síncrono
como ilustrado na figura ao lado.
Inicialmente, deve-se realizar o fechamento dessas bobinas em estrela
(Y) ou triângulo (), a depender das características nominais do motor,
e em seguida alimentá-los por meio de um sistema de tensões
trifásicas (R, S, T) simétrico de correntes alternadas, e defasadas entre
si de 120° elétricos, idêntico ao realizado no MIT.
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R
S
T

Realizada essa primeira etapa, ao energizarmos a armadura desse motor


surgirá um campo magnético girante (CMG) de valor constante a
1,5*Hmáx e com velocidade (ns), da mesma forma que acontece no MIT,
onde:
120 * f f = frequência da tensão de alimentação
ns = p [rpm] p = nº de polos do motor

Em seguida, injeta-se corrente contínua (cc) no circuito do rotor, o que


faz surgir um eletroímã com campo magnético fixo e polaridades
definidas. Desse modo, o campo magnético produzido pelo enrolamento
rotórico procurará se alinhar com o CMG, para fazer o rotor girar na
mesma velocidade dele, ou seja, em sincronismo.
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No entanto, devido a inércia esse sincronismo entre as velocidades do
CMG e do rotor só é alcançada por meio de métodos de partida, ou
seja, meios criados para permitir o acoplamento magnético entre a
velocidade do CMG e do rotor.
Obs: As equações utilizados para o MIT valem para o Motor Síncrono.
Métodos de partida
Máquina motriz externa
Este método consiste em utilizar-se uma máquina primária para
elevar a velocidade do rotor até um valor próximo da velocidade
do CMG, em seguida, é alimentado o enrolamento do rotor e
feito então o acoplamento magnético entre eles.

Motor CC MS

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Utilização de um conversor de frequência
Este método consiste em alimentar a armadura do motor
síncrono por meio de um conversor de frequência (inversor), e
uma fonte CC externa alimenta o rotor, assim, o CMG parte
lentamente já acoplado com o rotor.

Partida utilizando enrolamento amortecedores (Método mais utilizado)


Este método consiste em utilizar um tipo de gaiola de esquilo na
estrutura do rotor da máquina síncrona, de modo similar ao que
ocorre no MIT.

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Principais características:
 Opera em Velocidade Constante (Síncrona);
 Necessita de CC e CA para funcionar (Estator =>CA e Rotor=>CC);
 Não possui torque de partida (Necessário usar um método de partida);
 Alto rendimento (90 a 96%);
 Mais caro que os motores de indução (Para mesma potência);

Motores síncronos com rotor de ímã permanente

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Principais características:
 Pode corrigir fator de potência (Fornece ou absorve energia reativa);
Essa é uma característica importante do motor síncrono, pois ele
pode solicitar da rede elétrica uma corrente em atraso ou em
avanço, dependendo do controle da corrente de campo. Assim, é
possível corrigir o fator de potência.

sen

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Curvas V para o motor síncrono

Um gráfico da corrente de armadura (Ia) versus a corrente de campo


ou de excitação (If) para um motor síncrono é mostrada na figura
abaixo. Esse gráfico é denominado curva V de um motor síncrono, pela
razão óbvia de que sua forma é como a letra V.
Há diversas curvas V desenhadas,
correspondendo a diferentes níveis de
potência ativa que podem ser
desenvolvidas pela máquina. Para cada
curva, a corrente de armadura mínima
ocorre com o fator de potência unitário,
quando somente potência ativa está
sendo fornecida ao motor. Em qualquer
outro ponto da curva, alguma potência
reativa também estará sendo fornecida
para ou pelo motor.
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3- APLICAÇÕES
Os motores síncronos são raramente usados com potência abaixo de
50 HP (37,3 kW), numa velocidade média, devido ao seu alto custo
inicial mais elevado, quando comparado com motores de indução.
Além disso necessitam de uma fonte de excitação CC e ou
dispositivos de partida e de controle.
Aplicações típicas:
- Ventiladores;
- Turbo compressores;
- Moinhos;
- Misturadores;
- Trituradores
- Geradores; motor síncrono

Obs: Motores síncronos trabalhando como compensadores de reativos


(corretor de fator de potência), funcionam com o eixo livre.
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Exercício de fixação:

Um motor síncrono trifásico de 230 V, 50 Hz e dois polos, usa 40 A da


linha, com fator de potência unitário e plena carga. Assumindo que o
motor não tenha perdas, respondas às seguintes perguntas:
(a) Qual é a velocidade do motor?
.
(b) Qual é a potência dessa máquina?
(c) Qual é o conjugado de saída do motor?
Solução:
120 * f 120 * f 120 * 50
a) ns = ns = nr nr = nr = nr = 3000 rpm
p p 2
b) PELÉTRICA = 3. VL .IL.cosϕ PELÉTRICA = 3. 230.40.1 = 15934,87 W
P
 = SAÍDA  = 100% ou  = 1 PENTRADA = PSAÍDA = 15934,87 W
PENTRADA
P . 60 15934,87 . 60
c)  =  =
3000 2  = 50,72 Nm
N 2
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OBRIGADO!

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