CEDERJ-Biologia Celular II - Aula

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13

AULA
A célula apoptóptica
objetivos

• Definir morte celular programada


• Diferenciar apoptose de necrose
• Listar e caracterizar as fases do processo de
apoptose e a sua base molecular
• Diferenciar as duas vias possíveis de morte por
apoptose
• Enumerar exemplos biológicos de ocorrência da
apoptose
• Enumerar exemplos de outros tipos de morte
celular programada

Pré-requisito
Para acompanhar melhor esta aula,
você deverá rever as Aulas 13 e 14
de Biologia Celular I (Receptores de
membrana e princípios de sinalização
celular I e II) e também a Aula 1 de
Biologia Celular II
(O ciclo celular).
Biologia Celular II | A célula apoptóptica

INTRODUÇÃO Em um organismo multicelular, as células possuem mecanismos finos de


controle para regular os processos de proliferação e sobrevivência, para crescer
MORTE CELULAR e dividir (Aulas 1 e 2). O número de células presentes em um organismo é
PROGRAMADA
muito bem regulado pela ação conjunta dos processos de proliferação e de
Processo celular ativo
que leva à morte
morte celular.
celular. Geralmente As células podem morrer de duas maneiras: acidental ou programada. Os
ocorre em resposta a
fatores ambientais ou processos de morte não-acidental são promovidos e finamente regulados por
a danos fisiológicos
detectados proteínas sintetizadas pela própria célula que irá morrer. Tal “suicídio celular”
pela célula. é chamado de MORTE CELULAR PROGRAMADA. Este processo pode ocorrer em
resposta a diversos sinais ambientais e é detectado, regulado e ativado por
APOPTOSE um complexo sistema molecular.
Tipo de morte
Existem diversos tipos de morte celular programada. O primeiro tipo, e
celular programada
caracterizada também o mais comumente observado, é a APOPTOSE, que apresenta um
por mudanças
morfológicas conjunto de características morfológicas e moleculares específicas a serem
específicas. O nome
vem do grego abordadas nesta aula. Também veremos como esse processo ocorre em
antigo e significa
queda de folhas ou diversas etapas de nosso desenvolvimento e como falhas nessa função estão
pétalas. A apoptose é relacionadas a algumas doenças.
observada em células
de metazoários,
incluindo plantas
e animais, com AS CÉLULAS NASCEM, CRESCEM, REPRODUZEM-SE E...
genes específicos
responsáveis pela
MORREM!
expressão de proteínas
essenciais para o Cada uma das células que convive em um organismo multicelular
processo.
é exposta a centenas de diferentes sinais ambientais. Receber e enviar
sinais é fundamental para a sobrevivência de qualquer célula (como foi
visto na Aula 13 de Biologia Celular I). A combinação destes sinais é
específica para cada tipo celular, e alguns deles levam a processos de
proliferação e diferenciação. Já a ausência de sinais (não apenas os de
proliferação) aciona uma maquinaria molecular que ativa um programa
de suicídio celular.
O nome morte celular programada deve-se ao fato de ser um
tipo de morte organizado e orquestrado pelo próprio genoma da célula.
Observa-se a ocorrência de morte celular programada mesmo em alguns
protozoários, e até acredita-se que nestes seres isto atue como um
mecanismo de controle populacional. Uma situação de superpovoamento
conduz à redução ambiental de nutrientes (ausência de sinais de
sobrevivência), e isso induziria uma diminuição populacional. Acredita-se
também que protozoários infectados por vírus podem suicidar-se para

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evitar que a infecção se alastre para o restante da população. De uma
maneira altruísta ou defensiva, os microorganismos foram os primeiros

AULA
a utilizar mecanismos de morte celular programada.
Historicamente, a morte celular programada foi descrita no século
XIX por CARL VOGT. Ele observou “destruição celular” no desaparecimento
da notocorda e no surgimento das vértebras em uma espécie de anuro.
Hoje sabemos que esta “destruição celular” é fruto de mecanismos de
morte celular programada. Em 1863, AUGUST WEISMANN, pesquisando CARL VOGT
o desenvolvimento embrionário de moscas, descreveu o processo de (1817-1895)

“histólise”: células mortas extremamente vacuolizadas, com núcleos Naturalista suíço,


árduo defensor das
condensados. Naquela época não se deu muita atenção a estas observações, idéias de Darwin,
foi o primeiro reitor
e o tempo passou. da Universidade
Em 1972, o patologista australiano A NDREW W YLLIE e seus de Genebra, onde
trabalhou com
colaboradores descreveram pela primeira vez um processo de morte histologia animal
comparada, geologia,
celular programada, que foi então chamado apoptose. Este tipo de entre outros assuntos.
Foi o primeiro
morte celular, por ser o mais importante e mais bem descrito, será o
a descrever os
objeto principal de estudo desta aula. Mas não sifonóforos. Saiba
mais sobre Vogt
podemos ter pressa! Antes disso, precisamos e sua obra no site
www.darse.org/
diferenciar a apoptose do principal tipo de images/ portrait_
morte acidental celular: a NECROSE. vogt.jpg

A DIFERENÇA ENTRE SUICÍDIO E


ASSASSINATO (APOPTOSE VERSUS ANDREW WYLLIE
NECROSE) Patologista
australiano,
chefe do
Didaticamente, consideramos a Departamento
existência de duas vias primárias que levam de Patologia da
Universidade AUGUST WEISMANN
células a morrer. O processo relacionado de Cambridge (1834-1914)
(Inglaterra), criador
à morte celular não programada mais do termo apoptose.
Biólogo alemão,
trabalhou
conhecido é a necrose. Este tipo de morte principalmente com
embriologia de
celular ocorre quando as células recebem algum insetos e crustáceos.
NECROSE Foi um dos
tipo de injúria, seja ela química ou física,
Também conhecida primeiros cientistas
causada sempre por agentes externos. Exemplos como morte celular a discordar das
acidental, é fruto idéias de Lamarck,
de necrose são observados quando células são mostrando que os
de um dano externo
expostas a condições extremas de temperatura, – lesão por agente caracteres adquiridos
químico ou físico – não são herdados.
falta de oxigênio (isquemia), traumas físicos, entre à célula. Não ocorre Saiba mais no site
a expressão de www.nceas.ucsb.edu/
outros. É importante lembrar que a necrose não é moléculas específicas ~alroy/lefa/
para este processo. Weismann.html

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

um processo mediado pela ativação de proteínas específicas, como


na apoptose. A morte necrótica é geralmente catalisada por enzimas
lisossomais e pelo rompimento das organelas celulares. Além disso, a
morte celular por necrose geralmente atinge várias células ao mesmo
tempo, em uma mesma região (diferentemente da apoptose), já que
os agentes causadores de necrose geralmente atingem grandes áreas
celulares.
A morte necrótica (Figura 13.1) caracteriza-se inicialmente pela
perda da integridade da membrana plasmática após o trauma. Este fato

a b

Figura 13.1: (a) Seqüência da morte celular por necrose.


(b) Seqüência da morte celular por apoptose.

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permite que ocorra uma abrupta e brutal entrada de água no interior
da célula, resultando em um inchaço da célula e de suas organelas. Com

AULA
a continuidade deste processo, as organelas rompem-se e extravasam
no interior do citoplasma seus constituintes. Como resultado, a célula
começa a sofrer um processo de autodigestão, no qual enzimas estocadas
em organelas específicas como endossomas e lisossomas começam a
degradar os constituintes citoplasmáticos. Esta degradação, somada
à contínua entrada de água, acarreta a ruptura total da membrana
plasmática e o posterior extravasamento dos constituintes citoplasmáticos
no meio extracelular (Figura 13.2). Estes conteúdos internos da célula
RESPOSTA
(que normalmente nunca estão no meio extracelular) induzem a invasão
INFLAMATÓRIA
de células fagocíticas (macrófagos) que irão ativar uma forte RESPOSTA
Resposta imune local de
INFLAMATÓRIA do organismo. um tecido a um dano
ou infecção, causada
Diferentemente da necrose, a apoptose é um tipo de morte geralmente por leucócitos
ou macrófagos, ao
celular altamente organizado, tanto no núcleo quanto no citoplasma. lançarem no local
É também uma morte silenciosa, já que não induz resposta mediadores (como a
histamina) que causam
inflamatória do organismo. Geralmente acomete células isoladas e dor no organismo.

é um processo catalisado por moléculas que possuem a função específica


de ativá-la.
A apoptose se caracteriza por uma seqüência de eventos (Figura 13.1)
BLEBBING DE
bem previsíveis. Inicialmente, as células apoptóticas sofrem um drástico MEMBRANA

murchamento de sua estrutura, bem ao contrário do que acontece na Também conhecido


como zeiose, é a intensa
necrose, em que as células incham. Em um epitélio, por exemplo, movimentação do
citoplasma, fruto de
uma célula que entrou em processo de apoptose começará a perder as
uma atividade ainda
suas microvilosidades e a desfazer as junções intercelulares. Um fato não muito conhecida
das proteínas do
importante, que chama muita atenção, é que a cromatina desta célula citoesqueleto. Em
videomicroscopia,
começa a condensar, concentrando-se na periferia do núcleo. Na etapa observa-se uma
seguinte, o citoplasma da célula apoptótica começa a sofrer violentas frenética formação de
bolhas na célula. Estas
movimentações, dando impressão de que a célula está borbulhando bolhas, por sua vez,
estarão carregadas de
(Figura 13.2). Este processo, conhecido por BLEBBING (borbulhamento), pedaços de organelas e
leva a célula apoptótica a fragmentar-se em diversos pedaços núcleo com cromatina
fragmentada. Este
completamente selados por membrana. Estes fragmentos são os corpos evento, mesmo sendo
violento, garante que
apoptóticos. As organelas também se fragmentam, mas sem nenhum não ocorra rompimento
das membranas da
tipo de extravasamento. Nesse ponto, já são observados fragmentos
célula. Para ver um
do núcleo carregando pedaços de cromatina hipercondensada que será interessante vídeo de
zeiose, viaje pela Internet
fragmentada nas etapas posteriores da apoptose. em www.cellsalive.com/
apop.htm

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

a b

Figura 13.2: A figura (a) é de um macrófago apaptótico: note a intensa


vacuolização e massas de cromatina condensada no núcleo. Compare com a
figura (b), de uma célula normal.

Estes corpos apoptóticos, contendo pedaços de organelas e do


núcleo, modificam drasticamente a composição da membrana plasmática,
expressando no folheto externo o fosfolipídio FOSFATIDILSERINA que,
em células viáveis de mamíferos, é encontrado somente no folheto interno
da membrana plasmática (Aula 7 de Biologia Celular I). Nos tecidos,
esses corpos apoptóticos são fagocitados por células da vizinhança (que
não são células fagocíticas profissionais) ou por macrófagos (Figura
13.3). Como os constituintes citoplasmáticos não foram extravasados, os
macrófagos não ativam a resposta inflamatória. Daí vem o termo morte
silenciosa, já que o organismo não sofrerá nenhum “efeito colateral”
com a morte de uma ou mais células por apoptose.

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Imagem: Fernando Real

Figura 13.3: Os corpos apoptóticos são compartimentos selados contendo fragmentos


do núcleo e de organelas que expõem na sua superfície fosfatidilserina. Na necrose
o conteúdo citoplasmático é extravasado.

Parece difícil? Não é não! Toda esta seqüência de eventos da


apoptose é mediada por um sistema molecular, ou seja, a apoptose
funciona tão maravilhosamente graças a uma base molecular de
sinalização. Certas moléculas especiais serão responsáveis por cada etapa
descrita anteriormente. Agora, prepare-se: vamos nos aprofundar nesse
mundo interessante e descobrir quem são os atores e atrizes responsáveis
por todo esse processo e como eles atuam.

!
O parasita esperto - a translocação de fosfatidilserina do folheto interno para o folheto
externo da membrana é um importante passo para a eliminação dos corpos apoptóticos,
já que este fosfolipídio no folheto externo “chama a atenção” de macrófagos, que logo
fagocitarão estes corpos. Parasitas do gênero Leishmania, que necessitam viver dentro
de macrófagos para sobreviver e dividir-se, expressam fosfatidilserina na sua superfície
para estimular a sua internalização pelos macrófagos.

BASES MOLECULARES DA APOPTOSE

A morte celular por apoptose é um evento extremamente


organizado. Toda a seqüência de alterações morfológicas descritas
anteriormente funciona graças a uma rede de sinalização celular ativada
pela célula que entra no processo de apoptose. Para facilitar o estudo,
dividiremos as bases moleculares da apoptose em seis etapas:

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

(1) Estímulo: qual é o tipo de estímulo que dispara a apoptose?


(2) Geração do sinal intracelular: em que o estímulo foi
transformado?
(3) Propagação intracelular do sinal
(4) Ativação dos efetores: atividade de enzimas (caspases) que
iniciam a conversão da célula ao fenótipo apoptótico
(5) Clivagem de proteínas celulares pelas caspases.
(6) Formação e eliminação dos corpos apoptóticos.
Muita calma, pessoal! Nós vamos montar, etapa por etapa, este
interessantíssimo quebra-cabeça.

A ATIVAÇÃO DA APOPTOSE: O ESTÍMULO

A indução da apoptose em células de mamíferos pode ocorrer de


duas maneiras distintas. A apoptose pode ser ativada por um estímulo
externo, que é geralmente fruto de uma interação receptor-ligante
(Aula 13 de Biologia Celular I). Neste caso particular, as proteínas
receptoras da superfície celular são chamadas receptores de morte. Estes
TNF
receptores de morte ligam-se a moléculas (ligantes) que se encontram
(Do inglês tumor
necrosis factor) – na superfície de outras células; e o resultado é a apoptose dessas células
família de receptores de
membrana relaciona- (Figura 13.4.a). O receptor de morte mais conhecido é o Fas (também
dos à indução de morte
chamado Apo1 ou CD95), um tipo de receptor da família TNF (do inglês
celular programada.
tumor necrosis factor).
O ligante deste receptor é chamado – muito logicamente, aliás –
LINFÓCITOS T
CITOTÓXICOS
Fas ligante, e é expresso principalmente por LINFÓCITOS T CITOTÓXICOS

São um tipo de (Figura 13.4.b). A apoptose induzida por estímulo externo ocorre
leucócito responsável principal-mente na interação destes linfócitos com células infectadas
pela resposta imune
adaptativa capaz por vírus. Estas células infectadas expressam em alta quantidade o
de interagir com
células infectadas receptor Fas e, ao serem reconhecidos pelo Fas ligante da superfície
por vírus,
dos linfócitos, entram em apoptose, o que bloqueia o prosseguimento
protozoários ou
bactérias, da infecção viral (Figura 13.4.b).
destruindo-as.
A apoptose também pode ser induzida por estímulos internos.
Nesta via de apoptose, a mitocôndria desempenha um papel essencial,
como veremos adiante. São estímulos internos, além de certas condições
de estresse e dano celular; aqueles que resultam do efeito de radiações,
toxinas e drogas.

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b
a

Ligante de Fas
Fas

Propagação

Modulação por
outros fatores

Ampliação

Divergência para
alvos múltiplos

Apoptose

Figura 13.4: (a) A ligação entre o receptor de morte


e seu ligante correspondente dispara a morte celular
por apoptose. (b) Células infectadas por vírus cometem
suicídio ao serem estimuladas pelo ligante de Fas.

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

CRIAÇÃO E PROPAGAÇÃO DO SINAL INTRACELULAR

O estímulo (interno ou externo) gera um sinal intracelular.


Isto é, algumas moléculas especiais (adaptadoras) irão relacionar o sinal
pró-apoptose (estímulo) a uma via de sinalização. E, finalmente, estes
adaptadores irão ativar os efetores, uma classe de enzimas responsáveis
pelo fenótipo de morte celular (Figura 13.4.a).
Na via externa de apoptose, após a ligação Fas/Fas ligante, uma
molécula adaptadora intracelular conhecida por FADD (do inglês, Fas-
associated protein with a death domain) irá se ligar à cauda citoplasmática
do receptor Fas em uma região conhecida por domínio de morte (ou DD),
presente no receptor Fas e no adaptador FADD. Por sua vez, FADD
também possui um outro domínio, conhecido por DED (do inglês death
effector domain), que irá se ligar a uma enzima da classe das caspases
(que possui este domínio DED) e continuará a via (Figura 13.5).
Ufa! Tanta informação deve ter deixado você cansado! Faça uma
pausa, relaxe por uns minutos antes de continuar com esta aula. Afinal,
você merece!

Figura 13.5: Na via externa, a proteína adaptadora FADD se liga, por um lado, à
proteína Fas; pelo outro, a uma pró-caspase.

REGULAÇÃO, ATIVAÇÃO E AÇÃO DOS EFETORES DA


APOPTOSE: AS CASPASES

A célula recebeu o estímulo para morrer, transformou este


estímulo molecularmente e agora ocorrerá a ativação de enzimas, que

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literalmente irão destruir a célula por dentro. Estas são as caspases,
CASPASES
uma classe de enzimas fundamentais para a apoptose. As caspases são

AULA
E eu tenho isso? Tem
proteases (mais de 12 já foram identificadas) que possuem duas formas: sim, e ao contrário do
que o nome sugere,
uma ativa (caspase) e uma inativa (procaspase). O que diferencia estas elas não são proteínas
“cabeludas”.
formas é a presença de uma região regulatória que precisa ser retirada
O nome caspase vem
para a enzima ficar ativa. Quem retira? Uma outra caspase ativa! Nesta de cysteine-protease
with aspartate
região regulatória estão contidos os domínios que vão se ligar às proteínas specificity, ou seja,
é uma protease que
adaptadoras, como o DED. Veja na Figura 13.6.a como as caspases se possui o aminoácido
ativam. Além de se ativarem umas as outras, as caspases são responsáveis cisteína em seu sítio
ativo, e apresenta a
pela clivagem das proteínas dos componentes do citoplasma e do núcleo capacidade de clivar
proteínas nas regiões
(Figura 13.6.b). que o aminoácido
ácido aspártico.
As caspases atuam
na degradação de
a proteínas, como as
laminas nucleares,
na ativação da
DNAse, (ativando
a degradação do
DNA), de proteínas
citoplasmáticas
e outros eventos
relacionados à morte
celular programada.

Figura 13.6: (a) Ativação das caspases: cada enzima é fabricada como uma proenzima inativa (procaspase) que
será ativada por clivagem feita por outra caspase. Uma caspase ativa é composta por dois fragmentos clivados
da procaspase. (b) Cascata das caspases: uma caspase ativa é capaz de ativar diversas outras caspases, que por
sua vez podem ativar muito mais caspases. Além disso, estas enzimas estarão degradando substratos celulares.

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

A VIA EXTERNA DE ESTIMULAÇÃO

Sabendo como as caspases se ativam, podemos agora continuar


a nossa história das vias de apoptose. Na via externa, a proteína
adaptadora FADD, que se conectou à cauda citoplasmática do receptor
Fas, está conectada também (via domínio DED) à procaspase-8, como
um sanduíche (Figura 13.5). Esta ligação libera caspase-8 no citoplasma.
A região regulatória (que ligava a enzima ao adaptador) permanece presa
ao adaptador, já sem função, e a caspase-8 irá ativar a procaspase-3,
clivando seu domínio regulador. A caspase-3 ativa é conhecida como
caspase efetora, porque será ela a responsável pela clivagem de diversas
proteínas celulares que resultarão no fenótipo clássico da célula
apoptótica, além de ativar outras caspases, criando a cascata das caspases
que levam à morte celular (Figura 13.7).

Figura 13.7: O estímulo externo ativa, via FADD, a caspase 8 que, por sua vez, ativará a caspase 3, ou caspase
efetora. A partir daí, cada caspase é capaz de ativar diversas outras, gerando uma reação em cascata que
se amplifica rapidamente. Além disso, estas enzimas estarão degradando substratos celulares.

A VIA EXTERNA DE ESTIMULAÇÃO: PAPEL DA


MITOCÔNDRIA NA APOPTOSE

Na apoptose ativada por estímulos internos (condições de


estresse), outros adaptadores serão utilizados. Estes estímulos ativarão

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moléculas pró-apoptose – como as proteínas Bax e Bid – que irão
ligar-se às mitocôndrias, inibindo especificamente a Bcl-2, uma

AULA
proteína antiapoptose. Este processo resulta na formação de um poro
na membrana mitocondrial, liberando, no citoplasma, citocromo c e
outras moléculas (Figura 13.8). O citocromo c, um dos transportadores
de elétrons da cadeia respiratória (Aula 27 de Biologia Celular I) irá
se associar a uma proteína adaptadora (Apaf-1) que permitirá sua
ligação a uma procaspase, formando um complexo molecular chamado
apoptossomo, que levará a célula ao fenótipo apoptótico.
Resumimos, em um esquema simplificado (Figura 13.9), as duas
vias possíveis de apoptose.

AS VIAS INTERNA E EXTERNA SE CONECTAM

Um fato muito curioso é que as duas vias de apoptose (a de estímulo


externo e interno) podem conectar-se. É isso mesmo! Caspase-8 ativa
(da via externa) pode ativar a proteína pró-apoptose Bid que ativa a via
mitocondrial de morte celular (Figura 13.10).

Figura 13.8: Ao se ligarem às mitocôndrias de uma célula pré-apoptótica, as proteínas


Bax ou Bid inativam a proteína mitocondrial Bcl-2, o que resulta no extravasamento
de citocromo c para o citoplasma. O complexo molecular formado pelo citocromo c,
ATP, Apaf-1 e mais uma procaspase é o apoptossomo.

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

a) Ativação da apoptose pela via externa

Linfócito assassino
Fas ligante
Agregação
Proteína e clivagem de Caspase-8
fas moléculas de ativada
procaspase-8
Proteína
adaptadora

Célula-alvo
Procaspase-8 Cascata de apoptótica
Célula-alvo inativa caspases

b) Ativação da apoptose a partir do meio intracelular

Citocromo c no
espaço intermembranas
Proteína
adaptadora (APaf-1)
Caspase-9
Agregação de Apaf-1 ativada
e ligação procaspase-9
Cascata de
caspases
Liberação de Ativação do
citocromo c procaspase-9
e ligação a
Apaf-1
Mitocôndria Procaspase-9
rompida inativa

Figura 13.9: Esquema simplificado das duas possíveis vias de apoptose.

UMA VEZ INICIADA, A CASCATA APOPTÓTICA É


IRREVERSÍVEL

Muito bem! A primeira caspase efetora está ativa. E agora?


A ativação em cascata das outras caspases resultará na clivagem de
várias proteínas. Que proteínas são estas? Muitas já estudamos em Biologia
Celular I: proteínas do citoesqueleto, proteínas relacionadas ao reparo e à
integridade do DNA, e outras (algumas destas proteínas estão relacionadas
no Boxe de atenção a seguir). A degradação enzimática dessas moléculas-alvo
é responsável pelas características típicas da apoptose, resumidas aqui:

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• fragmentação nuclear (devido à degradação das laminas

13
nucleares)

AULA
• degradação do DNA genômico (resultado da ação de
DNAase)
• fragmentação de pedaços celulares envoltos por membrana
(blebbing), devido à despolimerização de proteínas do
citoesqueleto
• externalização de fosfatidilserina na membrana plasmática
(pela inativação de enzimas que as mantém viradas para o
folheto interno da membrana).

Figura 13.10: A via externa de indução de apoptose converge para ativação da proteína Bid, um dos componentes
da via interna de estimulação.

!
Listamos abaixo algumas das proteínas clivadas na cascata apoptótica:
- GELSOLINA: proteína que se liga a microfilamentos, responsável pela estabilização
destes filamentos.
- FODRINA: proteína que também se liga a microfilamentos, responsável por manter
os feixes de actina paralelos entre si.
- PARP (Poli ADP Ribose Polimerase): enzima responsável por reparar danos causados
no DNA.
- ICAD (inibidor da DNAse ativada por caspases): proteína que inibe o funcionamento
de uma enzima que quebra DNA (a CAD). A fragmentação de DNA causada por esta
enzima é específica, fragmentando DNA em múltiplos de 200 pares de bases.

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

Bem, neste ponto a célula já morreu e a maquinaria molecular da


apoptose termina. Falta apenas o recolhimento dos corpos apoptóticos
pelas outras células.
Dê agora uma outra paradinha para respirar, esticar as pernas e
oxigenar os neurônios. Na volta, antes de prosseguir na aula, analise
atentamente as Figuras 13.8 e 13.9, que descrevem com maior detalhe
as bases moleculares das duas vias de apoptose. Tente identificar
os estimuladores, os adaptadores, as caspases relacionadas com os
adaptadores e as caspases efetoras.

FORMAÇÃO E ELIMINAÇÃO DOS CORPOS APOPTÓTICOS

Ao longo do processo de morte celular, alguns sinais moleculares


que indicam a eliminação dos corpos apoptóticos vão acontecendo.
Estes sinais estão relacionados à indução e facilitação da fagocitose
por parte dos fagócitos profissionais e/ou das células da vizinhança.
O principal sinal molecular relacionado à eliminação das células
apoptóticas é a translocação do fosfolipídio de membrana fosfatidilserina
do folheto interno para o folheto externo da membrana. Sabe-se que esta
externalização facilita a fagocitose dos corpos apoptóticos.
Além disso, também ocorre a liberação do fosfolipídio
fosfatidilcolina para o meio extracelular. Este fosfolipídio solto no meio
extracelular atrai fagócitos profissionais. Por último, uma proteína de
superfície celular chamada CD31 passa a apresentar uma conformação
molecular diferente das células normais, e esta conformação facilita a
fagocitose dos corpos apoptóticos.
Acabou! O ciclo se completou. Agora vamos dar uma olhada
nos exemplos fisiológicos da apoptose nos seres humanos e aí vamos ver
que este fenômeno não é tão abstrato assim. Aproveite este momento
para fazer mais uma pequena pausa e “refrescar” a cabeça para impedir
a “apoptose” de seus neurônios!

A IMPORTÂNCIA DA MORTE CELULAR PROGRAMADA NOS


PROCESSOS FISIOLÓGICOS

Os mecanismos de morte celular programada ocorrem em vários


tipos celulares e são observados ainda no desenvolvimento embrionário.

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No indivíduo adulto, uma grande variedade de tipos celulares sofre
processos de morte celular programada (Figura 13.11).

AULA
•Morte celular no desenvolvimento embrionário.
Dois eventos da vida embrionária estão claramente relacionados
à morte celular: a eliminação de tecidos e órgãos transitórios e o
remodelamento tecidual.
São exemplos clássicos de eliminação de tecidos transitórios por
apoptose a retração da cauda de girinos e a eliminação da membrana
interdigital das patas de mamíferos (Figura 13.11).
No desenvolvimento do sistema nervoso também ocorre morte
celular programada. No cérebro embrionário existe um número
desnecessariamente maior de neurônios. Este excesso é uma maneira
de garantir o sucesso das conexões neuronais. Logo, neurônios que não
se conectarem de maneira apropriada entrarão em apoptose e serão
eliminados. Em certas regiões do cérebro, mais de 80% dos neurônios
morrem desta maneira durante o desenvolvimento embrionário.
Um outro exemplo interessante ocorre nas células fibrosas,
que darão origem ao cristalino dos nossos olhos. Estas células sofrem
apoptose nuclear (apenas o núcleo é destruído), enquanto o citoplasma
permanece intacto. Estas células anucleadas (conhecidas por células
fantasmas) formam o cristalino.

• Morte celular programada na saúde e na doença


Na Aula 1 desta disciplina vimos que diversos tipos celulares – como
as células epiteliais, sanguíneas e os hepatócitos – possuem um
tempo de vida predeterminado, após o qual morrem por apoptose e
são substituídos por células diferenciadas a partir de células-tronco.
A apoptose garante que, no adulto saudável, o número de células se
mantenha constante.
Mecanismos de morte celular programada também atuam como
uma defesa do organismo a ataques causados por vírus, bactérias e
protozoários (Figura 13.4). Células infectadas geralmente apresentam
alta expressão de receptor Fas, sinalizando para o processo de apoptose
(o que é muito positivo para o indivíduo!).
Por outro lado, algumas vezes “o feitiço vira contra o feiticeiro”.
É o que acontece no caso de células infectadas pelo vírus da AIDS.
Este vírus infecta especificamente células do sistema imunológico,

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

os linfócitos T do hospedeiro. A morte induzida destes linfócitos


infectados reduz vertiginosamente o número de células do sistema
imunológico do paciente, comprometendo seu funcionamento em relação
a qualquer agente infeccioso.
Doenças neurológicas (como a esclerose lateral amiotrófica, mal
de Huntington, Parkinson e Alzheimer) estão fortemente relacionadas
à capacidade dos neurônios de entrar, de maneira exagerada, nas vias
de apoptose.
Na próxima aula, veremos que mecanismos de morte celular
programada estão diretamente relacionados à formação e à destruição
de células tumorais. Células tumorais, que crescem de maneira
descontrolada, perdem a capacidade de ativar apoptose. Alguns tipos
de câncer bloqueiam a morte celular graças à liberação de altos níveis
de Bcl-2 (proteína anti-apoptose). Melanomas, por sua vez, têm o gene
para a proteína Apaf-1 inativo, impedindo a formação do apoptossomo.
Cânceres de cólon e pulmão inibem a expressão do receptor Fas,
essencial para a apoptose mediada por linfócitos T. Sabendo que células
cancerosas inativam suas vias de morte celular, diversos tratamentos
de quimioterapia são baseados em drogas pró-apoptose (apesar de
existirem diversos efeitos colaterais, já que células não transformadas
poderão morrer).
Finalmente, não podemos esquecer o papel da morte celular
programada no envelhecimento celular. As células podem se dividir
por um número limitado de vezes, e este controle é feito pelas regiões
terminais dos cromossomos (os telômeros). A cada divisão, um pedaço
desta terminação cromossomal é retirado, até que, em um certo momento,
o cromossomo fica instável sem os telômeros. Assim a célula, ao se
dividir, não duplica seu material genético de maneira correta, ativando a
proteína p53 (da qual voltaremos a falar na próxima aula), que tentará
reparar o DNA mal duplicado. Caso a p53 não consiga fazer o reparo,
ela ativa a apoptose. Desta forma, células mais velhas estão potencialmente
predispostas a sofrerem apoptose.

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MÓDULO 3
Em alguns gânglios,
Células epiteliais cerca de 80% dos
precisam morrer para neurônios morrem

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que ocorra a fusão
do palato
Células morrendo

AULA
Mais de 95%
(sombra clara)o
das células
Ao fim da T imaturas
lactação, células morrem ainda
do epitélio no timo
mamário morrem
quando privadas
de hormônio
No homem,
células dos dutos
mullerianos
morrem
Células das
Quando privadas membranas
de hormônio, interdigitais
células da morrem por
próstata morrem apoptose

Figura 13.11: Tipos de células que podem sofrer processos de morte celular programada (à esquerda). Ao centro,
micrografias eletrônicas de varredura da formação dos dedos em uma pata de camundongo. À direita, microscopia
de fluorescência marcando as células apoptóticas.

OUTROS TIPOS DE MORTE CELULAR PROGRAMADA

Como já dissemos, a apoptose é apenas um dos diversos tipos de


morte celular programada existentes. Ela possui características moleculares
e morfológicas típicas, assim como os outros tipos de morte celular
programada existentes. E que tipos são estes? A parapoptose é uma forma
de morte celular já observada em Dyctiostelium, uma ameba de vida livre,
na qual ocorre pouca condensação de cromatina e um elevado grau de
vacuolização. Um outro tipo é a morte celular negra, que é um mecanismo
caspase independente caracterizado por uma profunda condensação
citoplasmática e por ondulações de membrana. Na doença de Huntington,
uma anomalia de natureza hereditária que afeta o sistema nervoso,
a degeneração neuronal segue esta via. A autofagia é um mecanismo
de morte celular programada caspase independente, caracterizado pela
presença de grandes vacúolos derivados dos lisossomas. Neste caso não
ocorre condensação de cromatina. Diversos outros mecanismos de morte
celular programada estão sendo descritos na literatura, e o conhecimento
vai crescendo de maneira galopante!

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Biologia Celular II | A célula apoptóptica

CONCLUSÃO: MORTE CELULAR É VIDA!

Para terminar, queremos deixar a idéia de que morte celular


programada não é um evento acidental que significa um problema para
o organismo. Na verdade, os mecanismos de morte celular programada
são muito bem regulados, o que pode ser uma excelente estrutura
defensiva contra outros organismos (vírus, parasitas), além de ter função
vital na criação dos organismos (no desenvolvimento embrionário),
em diversas doenças (como o mal de Alzheimer) e no envelhecimento.

RESUMO

- A morte celular programada é um processo organizado e orquestrado pelo


próprio genoma da célula que geralmente ocorre em resposta a fatores ambientais
ou a danos fisiológicos detectados pela célula.
- A morte celular programada é um processo que difere da morte por necrose
por não envolver extravasamento do conteúdo citoplasmático e não desencadear
uma resposta inflamatória local.
- Na seqüência de eventos da morte celular por apoptose, a célula inicialmente
murcha. A forma da célula muda e ela perde suas microvilosidades, se as tiver, e as
junções intercelulares se desfazem. A superfície da célula parece estar borbulhando.
A cromatina se condensa na periferia do envoltório nuclear. A célula termina por
fragmentar-se em corpos apoptóticos.
- Os corpos apoptóticos são totalmente selados por membrana, e seu interior
contém fragmentos das organelas e do núcleo, onde a cromatina também se
fragmenta. O fosfolipídeo fosfatidilserina é exposto no folheto externo da
membrana dos corpos apoptóticos. A exposição de fosfatidilserina é um dos sinais
para que estes corpos apoptóticos sejam fagocitados pelos macrófagos.
- A morte celular por apoptose pode ser disparada por um estímulo externo, via
receptor Fas, ou por um estímulo interno, como as moléculas Bax e Bid que inativam
a proteína Bcl-2 na mitocôndria e causam o extravasamento para o citoplasma do
citocromo c. A via externa e a via interna estão conectadas.

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MÓDULO 3
13
AULA
- As enzimas efetoras do fenótipo apoptótico pertencem à família das caspases.
- A renovação dos epitélios, o desaparecimento da cauda dos girinos, a morte
de neurônios que não se conectam corretamente e a eliminação de células
contaminadas por vírus ocorrem por apoptose.
- Outros tipos de morte celular programada são a autofagia, a parapoptose e a
morte celular negra.

EXERCÍCIOS

1. Defina morte celular programada.

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2. Qual(is) seria(m) a(s) função(ões) primordial(ais) da morte celular


programada?

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3. Diferencie apoptose de necrose.

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4. Quais são as etapas primordiais da biologia molecular da apoptose?

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5. Qual é o papel das caspases?

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6. Quais são as duas possíveis vias de apoptose?

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7. Qual é a diferença entre estas duas vias possíveis de apoptose?

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8. Qual é a importância das proteínas adaptadoras nas vias de apoptose?

AULA
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9. Comente a importância fisiológica dos mecanismos de morte celular


programada.

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10. Apoptose e morte celular programada são a mesma coisa?

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INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA

Nesta aula você viu o quanto é importante para o organismo a morte programada
de suas células. A célula cancerosa, assunto da próxima aula, é um tipo celular
que ignora as vias de morte celular programada. As conseqüências disso, você
bem sabe, são desastrosas.

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