HRSC Man Lab 001 Manual de Exames Laboratoriais 031220 VP
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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 4
2 CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES DOS RESULTADOS LABORATORIAIS 5
2.1 VARIAÇÃO CRONOBIOLÓGICA 5
2.2 GÊNERO 6
2.3 IDADE 6
2.4 POSIÇÃO 7
2.5 ATIVIDADE FÍSICA 8
2.6 JEJUM E DIETA 8
2.7 USO DE FÁRMACOS, DROGAS DE ABUSO E PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E 9
TERAPÊUTICOS
2.8 EFEITO TORNIQUETE 10
2.9 CONDIÇÕES DAS AMOSTRAS 11
3 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA MINIMIZAR A OCORRÊNCIA DE ERROS 12
3.1 SOLICITAÇÃO DO EXAME LABORATORIAL 12
3.2 RASTREABILIDADE DE INSUMOS 12
3.3 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE E DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS 12
3.4 CONDIÇÕES ADEQUADAS PARA A COLETA 13
3.5 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 14
3.6 ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS 15
4 PROCEDIMENTOS DE COLETA SANGUÍNEA 16
4.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO NECESSÁRIOS 17
4.1.1 Torniquete 17
4.1.2 Adaptador 17
4.1.3 Agulhas 18
4.1.4 Escalpe para coletas múltiplas 18
4.1.5 Estantes para tubos 19
4.1.6 Recipientes para descarte de perfurocortantes 20
4.1.7 Tubos e frascos de coleta 20
4.1.7.1 Tubos a vácuo com ou sem aditivo 20
4.1.7.2 Tubos com ativador de coagulação e gel separador 20
4.1.7.3 Tubos com heparina 21
4.1.7.4 Tubos com EDTA 21
4.1.7.5 Tubos com citrato de sódio 22
4.1.7.6 Microtubos 22
4.1.7.7 Frascos para coleta de hemoculturas 23
4.1.7.8 Seringas para gasometria 24
4.2 LOCAIS DE ESCOLHA PARA A VENOPUNÇÃO 24
4.3 ANTISSEPSIA DO LOCAL DA PUNÇÃO 25
4.4 SEQUÊNCIA DE COLETA DOS TUBOS/FRASCOS 26
4.5 PROCEDIMENTO DE COLETA DE SANGUE 27
4.5.1 Procedimento com sistema a vácuo 27
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1 APRESENTAÇÃO
Os exames laboratoriais são uma parte essencial da prática assistencial atual, tendo por finalidade reduzir as
dúvidas do solicitante, contribuindo, desta forma, para a tomada de decisão clínica no diagnóstico, tratamento,
prognóstico e cura do paciente, envolvendo toda a equipe multiprofissional (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
A Regulamentação vigente, no Brasil, para os laboratórios clínicos é promovida pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério da Saúde, através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº
302 de 13 de outubro de 2005. Esta documentação ressalta os processos operacionais do serviço divididos em
três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A primeira abrange processos operacionais como a
prescrição do exame laboratorial, a preparação do paciente, a técnica de coleta do material biológico, a
manipulação e o armazenamento deste, antes da determinação analítica, podendo ocorrer dentro ou fora das
dependências físicas do laboratório. Na fase analítica é dada continuidade aos processos iniciados na etapa
pré-analítica, seguindo critérios específicos e padronizados de análises automatizadas, semi-automatizadas ou
de forma manual. Já a fase pós-analítica abrange os procedimentos realizados após a realização do exame,
incluindo cálculos, análise de consistência de resultados, liberação dos laudos, armazenamento e
arquivamento de informações e resultados, além da interpretação dos exames laboratoriais pelo profissional
(BRASIL, 2005; XAVIER et al., 2010).
Erros em exames laboratoriais são uma ameça enorme à segurança do paciente, sendo estimado que 70% dos
erros em diagnóstico laboratorial ocorrem decorrente de problemas observados durante a fase pré-analítica,
destacando: identificação incorreta, preparo incorreto do paciente, coleta de amostras biológicas realizadas
erroneamente ou em volume insuficiente e condição de transporte ou conservação das amostras de forma
inadequada (ARAGÃO e ARAÚJO, 2019; OLIVEIRA, 2019).
Dessa forma a posse de informações técnicas específicas aliadas à educação continuada são necessários
para todos os profissionais que estão envolvidos dentro do processo de análises laboratoriais, a fim de garantir
um exame de qualidade, confiável e que sofra o mínimo de interferências externas possíveis. Este manual tem
por principal objetivo auxiliar a equipe multiprofissional, fornecendo informações técnicas atualizadas e
padronizadas para a instituição no âmbito das principais fontes de interferência, técnicas de coleta e
interpretação para exames laboratoriais.
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Existem etapas críticas dentro de todo o processo aqui exposto, que com muita frequência podem levar a erros
de análise e interpretação, não fazendo referência direta ao laboratório clínico, mas sim a fatores próprios e/ou
intrínsecos ao paciente, como a variabilidade cronobiológica, o gênero, a idade, o ciclo menstrual ou período
gestacional; além de outros fatores externos importantes como o posicionamento do paciente, realização de
atividade física, prática de jejum e tipo de dieta, além da utilização/infusão de medicamentos ou drogas de
abuso e efeito/utilização do torniquete (RAMOS, OLIVEIRA e SOUSA, 2020).
Há, ainda, variáveis pré-analíticas consideradas controláveis, onde o procedimento de coleta da amostra
laboratorial é a mais crucial. A maioria dos erros pré-analíticos consiste em coleta incorreta da amostra, seja
por identificação incorreta do paciente, volume insuficiente para a realização do exame, razão incorreta entre
sangue total e anticoagulante e qualidade da amostra (hemólise, coágulos, contaminação e coleta em
recipiente errado) (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
Muitos destes parâmetros, tais como cortisol, tireotropina (TSH), hormônio do crescimento (GH), potássio,
glicose, ferro e citocinas pró-inflamatórias, apresentam variação diurna; onde as coletas realizadas à tarde
fornecem resultados até 50% mais baixos do que os obtidos nas amostras coletadas pela manhã. Variações
sazonais também influenciam determinados analitos, como a vitamina D (mais elevada no verão), o colesterol e
os hormônios tireóideos (mais elevados no inverno). Existem alterações dos níveis de alguns componentes do
sangue quando a pessoa está ao nível do mar ou se encontra em grandes altitudes. Hematócrito, hemoglobina
e proteína C reativa (PCR) podem ser mais elevados em pessoas que residem em grandes altitudes. Os níveis
de renina plasmática, transferrina, creatinina urinária, depuração (clearance) de creatinina e estriol caem com o
aumento da altitude (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
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2.2 GÊNERO
Seguido das diferenças hormonais específicas e características de cada sexo, alguns outros parâmetros
sanguíneos e urinários se apresentam em concentrações significativamente distintas entre homens e mulheres,
em decorrência das diferenças metabólicas e da massa muscular, entre outros fatores. Até a puberdade, há
poucas diferenças nos dados laboratoriais entre meninos e meninas, já as concentrações plasmáticas de vários
elementos elevam-se nas mulheres após a menopausa (SZWARCWALD et al, 2019; ROSENFELD et al, 2019).
Além das alterações hormonais comumente conhecidas durante o ciclo menstrual, existe elevação pré-
ovulatória das concentrações de aldosterona e renina. Coincidindo com a ovulação, os níveis séricos de
colesterol são mais baixos do que em outras fases do ciclo menstrual. Na gravidez, existe um efeito dilucional
consequente ao aumento do volume plasmático médio (responsável pela hemodiluição). A gravidez normal
caracteriza-se por importantes adaptações fisiológicas que modificam os valores hematológicos e bioquímicos
do sangue materno (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
2.3 IDADE
As contagens de hemácias e as concentrações de hemoglobina são mais elevadas nos recém-nascidos do que
nos adultos por causa dos baixos níveis de oxigênio no útero. As contagens de hemácias e as concentrações
de hemoglobina caem progressivamente e alcançam os valores dos adultos até os 15 anos de idade. Os
valores dos adultos são, em geral, usados como referência ao serem avaliadas pessoas jovens e idosas. A
maioria dos elementos avaliados permanece constante entre a puberdade e a menopausa nas mulheres e
entre a puberdade e a meia idade nos homens (WILLIAMSON e SNYDER, 2016), conforme mostrato nas
tabelas 01, 02 e 03.
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Tabela 03 - Valores hematológicos de referência para série vermelha e plaquetas no hemograma para adultos
Homens Mulheres
Hemácias (x 10 /L) 12
5,00 ± 0,5 4,3 ± 0,5
Hemoglobina (g/dL) 15,0 ± 2,0 13,5 ± 1,5
Hematócrito (%) 45 ± 5 41 ± 5
Leucócitos (x 109 /L) 7,0 ± 3,0
VGM (fL) 92 ± 9
HGM (pg) 29,5 ± 2,5
CHGM (g/dL) 33 ± 1,5
12,8 ± 1,2 CV (%)
RDW
42,5 ± 3,5 SD (fL)
Plaquetas (x 10 /L) 9
150 - 400
2.4 POSIÇÃO
Segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (2014), a mudança rápida na postura corporal pode
causar variações na concentração de alguns componentes séricos. Quando o indivíduo se move da posição
supina (deitado de face para cima) para a posição ereta, por exemplo, ocorre um afluxo de água e substâncias
filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Substâncias não filtráveis, tais como proteínas de alto peso
molecular e os elementos celulares terão sua concentração relativamente elevada até que o equilíbrio hídrico
se restabeleça. Os volumes plasmático e extracelular diminuem alguns dias após o início do repouso no leito.
O repouso prolongado no leito resulta em retenção de líquido e os níveis plasmáticos de proteína e albumina
diminuem, respectivamente, 0.5 e 0.3 g/dL (em média). Como resultado, as concentrações de proteína ligada
também diminuem. Esses efeitos são acentuados nos pacientes com tendência a edema, como na insuficiência
cardiovascular e cirrose hepática (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
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A realização de atividades físicas simples, como subir e descer alguns lances de escadas, ou até exercícios
vigorosos, entre os quais, correr uma maratona ou exercícios aeróbicos, podem afetar os resultados obtidos
em exames laboratoriais. Na tentativa de minimização de erros por esse motivo, deve-se orientar os pacientes
a evitar atividades que causem fadiga física desde a noite anterior à coleta de exames complementares, assim
como não caminhar muito. Ressalta-se que a lesão muscular, mesmo leve, associada, ou não, ao traumatismo
de intervenções cirúrgicas elevará a atividade sérica de enzimas oriundas de músculos (TGO, CPK, CK-MB
e/ou Aldolase), podendo persistir durante vários dias. Outras alterações frequentemente observadas são a
hipoglicemia e elevação em até 10 vezes na concentração do ácido láctico (MACHADO et al., 2010; CHIELLE
e MAZIERO, 2018).
O efeito da dieta nos resultados dos exames laboratoriais é ainda um assunto complexo. Habitualmente, é
preconizado um período de jejum para a coleta de sangue. Os estados pós-prandiais, em geral, causam
turbidez do soro, o que pode interferir em algumas metodologias. Nas populações pediátricas e de idosos, o
tempo de jejum deve guardar relação com os intervalos de alimentação. Devem ser evitadas coletas de sangue
após períodos muito prolongados de jejum, acima de 14 horas. O período de jejum habitual para a coleta de
sangue é de 8 horas, podendo ser reduzido a 4 horas, para a maioria dos exames e, em situações especiais,
tratando-se de crianças na primeira infância ou lactentes, pode ser de 1 ou 2 horas apenas (Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica, 2014). Diferenças clinicamente significativas são observadas em 1 a 4 h dos
seguintes exames: albumina, ALT (TGP), cálcio, ferro, LDH, fósforo, magnésio, linfócitos, hemácias,
hemoglobina, hematócrito. A ingestão de água não interrompe o período de jejum, mas a administração de
nutrição, mesmo que parenteral, deve ser considerada como possível interferente (WILLIAMSON e SNYDER,
2016).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2017), no preparo do paciente para a realização de exames
laboratoriais para avaliação perfil lipídico, é recomendável manter o estado metabólico estável e a dieta
habitual. Em relação ao jejum, este não é necessário para realização do CT, HDL-c e Apolipoproteínas (ApoAI
e ApoB), pois o estado pós-prandial não interfere na concentração destas partículas. Verifica-se na literatura
que valores aumentados de triglicerídeos após alimentação representam um risco aumentado para doenças
cardiovasculares. O laboratório clínico deve adequar seus procedimentos, incluindo a flexibilização do tempo
de jejum para o perfil lipídico, respeitando sempre a orientação do profissional prescritor. O laudo laboratorial
deve informar as duas diferentes situações: sem jejum e jejum de 12 horas, de acordo com o critério do médico
solicitante, como mostra a tabela 04.
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Tabela 04 - Valores de referência do perfil lipídico para adultos com mais de 20 anos.
Lipídeos Com jejum (mg/dL) Sem jejum (mg/dL) Categoria referencial
Colesterol total < 190 < 190 Desejável
HDL-c > 40 > 40 Desejável
Triglicerídeos < 150 < 175 Desejável
Categoria de risco
< 130 < 130 Baixo
< 100 < 100 Intermediário
LDL-c
< 70 < 70 Alto
< 50 < 50 Muito alto
< 160 < 160 Baixo
< 130 < 130 Intermediário
Não HDL-c
< 100 < 100 Alto
< 80 < 80 Muito alto
O tipo de dieta (rica em gordura, hipolipídica, hiper/hipoproteica, vegetariana), o período de tempo desde a
última refeição e interferências nutricionais específicas, como a desnutrição, podem influenciar os resultados de
alguns tipos exames. Alterações bruscas na dieta, como ocorrem em geral nos primeiros dias de uma
internação hospitalar, exigem certo tempo para que alguns parâmetros retornem aos níveis basais (Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica, 2014). O consumo de cafeína, farelo, frutas e legumes podem induzir efeitos a
curto e longo prazos que modificam os resultados de vários analitos (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
O uso de medicamentos em análises clínicas assume papel importante devido à interferência nos ensaios e
modificação no diagnóstico clínico laboratorial. Quando há alterações inesperadas nos exames laboratoriais,
pode ser considerada a existência de uma interferência medicamentosa, pois um grande número de fármacos
terapêuticos pode influenciar os resultados (BEZERRA e MALTA, 2016).
Pode-se exemplificar com o aumento dos níveis das enzimas hepáticas com o uso de difenil-hidantoína e
barbitúricos, a elevação dos níveis de fibrinogênio, transferrina e amilase após a utilização de anovulatórios
orais e contrastes (gadolínio) e redução dos níveis totais de cálcio. Muitos medicamentos, tais como
anticoagulantes (heparina, varfarina e inibidores diretos da trombina), transfusão de hemoderivados e
componentes e reposição de fatores da coagulação, comprometem os resultados do coagulograma. Fármacos
de venda livre (p. ex., ácido acetilsalicílico, AAS etc.) exercem efeitos prolongados nas provas de função
plaquetária (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
Para que os resultados de alguns exames laboratoriais tenham valor clínico, deve ser registrado o horário de
coleta e referido o uso de determinados medicamentos, incluindo tempo de uso, horário de administração e
dosagem. Alguns exemplos de interferências estão listados na tabela 05.
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O consumo etanol pode causar alterações significativas na concentração plasmática de glicose, de ácido
láctico e de triglicérides, por exemplo. O uso crônico é responsável pela elevação da atividade da gama
glutamiltransferase (GGT), entre outras. O tabagismo é causa de elevação na concentração de hemoglobina,
no número de leucócitos e de hemácias e no volume corpuscular médio; redução na concentração de
Colesterol HDL (Lipoproteína de Alta Densidade) e elevação de outras substâncias como adrenalina,
aldosterona, Antígeno Carcinoembriogênico (CEA) e cortisol (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, 2014).
Outras causas de variações dos resultados são a realização de certos procedimentos diagnósticos cada vez
mais frequentes e realizados contemporaneamente à coleta de exames laboratoriais, como a administração de
contrastes para exames de imagem, a realização de toque retal, de eletromiografia e alguns procedimentos
terapêuticos, como hemodiálise, diálise peritoneal, cirurgias, transfusão sanguínea e infusão de fármacos. Em
relação à infusão de fármacos, é importante lembrar que a coleta de sangue deve ser realizada sempre em
local distante da instalação do cateter, preferencialmente no outro braço e, se possível, pelo menos uma hora
após o final da infusão. Já em relação à terapia antimicrobiana, orienta-se a coleta de material biológico antes
do início do tratamento ou imediatamente antes da próxima administração aprazada. Um intervalo de pelo
menos 8 h é essencial antes da coleta de sangue de um indivíduo que recebeu uma emulsão lipídica; de 4
horas após procedimento dialítico para exames de coagulação e hematológicos e 2 horas após transfusão
sanguínea para exames hematológicos. No caso de pacientes recebendo transfusão de sangue, a magnitude
da hemólise e a consequente elevação dos níveis de potássio, lactato desidrogenase (LDH) e hemoglobina
livre liberada estão relacionadas com a idade do sangue transfundido (Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica, 2014; WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
Entre as variáveis pré-analíticas controláveis, o processo de coleta da amostra é o ponto de maior criticidade.
Ao utilizar o torniquete para auxílio na evidência de vasos sanguíneos, com redução da pressão abaixo da
pressão sistólica, mantém-se a pressão efetiva nos capilares. Tal ação resulta na transferência de pequenas
moléculas e líquido do espaço instravascular para o interstício. Quando se utiliza o torniquete por mais de 1
(um) minuto pode ocasionar uma hemoconcentração relativa de grandes moléculas, as quais não conseguem
atravessar a parede do vaso capilar. A técnica ideal para evitar o chamado “efeito torniquete” é liberá-lo logo
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em seguida da agulha penetrar na veia e houver retorno de sangue, por menos de 1 minuto, além de evitar o
cerramento excessivo do punho durante a flebotomia.Se o torniquete permanecer por muito tempo, a estase
venosa ocasionará alterações metabólicas tais como glicólise anaeróbica que elevam a concentração de
lactato com redução de pH (WILLIAMSON e SNYDER, 2016).
A verificação da qualidade da amostra de acordo com o material e com os exames solicitados é de grande
importância, visto que as condições físicas das amostras coletadas também podem interferir significativamente
nos resultados das análises. Tais fatores interferentes podem ser decorrentes do procedimento de coleta
errôneo, ou mesmo de condições clínicas dos pacientes, sendo portanto necessário saber identificar a origem
dessas alterações para que haja a correta análise e posterior interpretação do resultado. As alterações de
condições físicas das amostras mais comuns são: hemólise, lipemia e hiperbilirrubinemia/icterícia.
A hemólise consiste na lise anormal de eritrócitos, ocasionando a liberação de substâncias que os constituem,
principalmente hemoglobina, ocasionando alteração da cor so soro/plasma para diferentes tonalidades de
vermelho, classificados por níveis de intensidade (leve a intenso). Esta alteração pode ser ocasionada, na
maioria dos casos, por erros durante a coleta da amostra sanguínea por parte do profissional. A lipemia é a
turvação causada por elevações nas concentrações de triglicerídeos, podendo ser ocasionadas por
dilipidemias ou jejum inadequado por parte do paciente, com a amostra de soro/plasma apresentando
coloração esbranquiçada. Já a amostra ictérica é identificada por meio da coloração alaranjada do soro e do
plasma, ocorrendo quando a concentração sérica de bilirrubina total encontra-se acima de 2,5 mg/dL. A tabela
06 mostra os principais analistos que sofrem interferência ocasionadas pelas alterações nas condições físicas
das amostras.
Tabela 06 - Principais analitos que sofrem infliência por hemólise, lipemia e hiperbilirrubinemia
Analito Hemólise Lipemia Hiperbilirrubinemia
Glicose, fosfatase ácida prostática, zinco,
magnésio, albumina, potássio, sódio, cálcio, ureia,
bilirrubinas, LDH, CK-MB, AST, ALT, hemoglobina,
↑
CHGM, plaquetas
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O início do processo do laboratório clínico inicia-se com a prescrição do exame laboratorial pelo profissonal
assistencial. Para que sejam realizados os procedimentos de forma mais segura e claras pelos profissionais do
laboratório, são necessárias informações importantes, além de identificação segura do paciente, como: letra
legível (se solicitação manual), indicação clínica ou suspeita diagnóstica e local de retirada do material (caso de
amostras não sanguíneas).
Para estabelecer uma ligação entre o material coletado e os lotes de material de laboratório (tubos e frascos de
coleta, seringas e agulhas) utilizados para os procedimentos de coleta sanguínea, é importante a realização de
uma adequada rastreabilidade de insumos. A correta rastreabilidade possibilita a investigação de falhas de
fabricação do insumo e, consequentemente, falha na qualidade da amostra coletada.
O suprimento de material de laboratório é controlado pelo setor do Laboratório de Análises Clínicas, sob
responsabilidade da gerência do laboratório, auxiliares administrativos e auxiliares de laboratório. O controle
deve ser realizado por meio de planilhas impressas e do sistema ALMOX, registrando: data de dispensação,
lote, validade, quantidade e a unidade para o qual o produto foi dispensado.
A identificação do paciente está prevista na RDC ANVISA nº 36, de 25 de julho de 2013, que institui ações para
a segurança do paciente em serviços de saúde e é considerada uma das premissas para uma assistência
segura. Para a coleta de exames laboratoriais, a identificação correta do paciente deve ser realizada antes da
realização do procedimento e a identificação da amostra obtida, na presença do paciente, acompanhante ou
profissional de saúde responsável porte, garantindo assim uma dupla checagem e seguindo o Protocolo de
Identificação Segura do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC).
Para pacientes ambulatoriais a identificação positiva deve ser a conduta adotada, utilizando-se de pulseira de
identificação legível, que deverá permanecer durante todo o tempo em que o paciente estiver submetido ao
cuidado, e posterior aplicação dos questionamentos referente a nome completo, nome da mãe e data de
nascimento. O profissional que realizará a coleta deve comparar as respostas do paciente com as informações
da pulseira de identificação e somente após confirmação das informações proceder com a coleta. Em casos de
coleta em pacientes internos em unidades assistenciais, quando a identificação positiva não for possível,
devem ser realizadas outras conferências, como confirmação com acompanhante ou profissionais de saúde
responsáveis por ele. Essas confirmações são essenciais à prevenção de erros para realização de exames
laboratoriais.
Todas as amostras sanguíneas e não sanguíneas coletadas para a realização de exames laboratoriais devem
ser identificadas com etiqueta padrão (Figuras 1 e 2) entregue pelo setor de laboratório, contendo pelo menos
as seguintes informações: nome completo, número do prontuário, data de nascimento, tipo de amostra
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coletada e nome do exame a ser realizado. Para exames mais específicos são exigidas informações adicionais
que estão inclusas, como FiO2 para gasometria, local da punção para hemoculturas, líquidos biológicos e peças
anatômicas.
É importante verificar se o paciente está em condições adequadas para a realização da coleta, especialmente
no que se refere ao jejum, procedimentos diagnósticos e ao uso de eventuais medicações. Essas informações
devem ser confirmadas junto à equipe de enfermagem e laboratório, a partir de informações contidas nas
prescrições médicas, aprazamentos e checagem de enfermagem, evoluções médicas e/ou multiprofissional e
manuais de coleta de laboratórios de apoio ou equipamentos utilizados.
Para a maioria dos exames de sangue, é necessário apenas um curto período de tempo em jejum, de 3 a 4
horas. Porém, não é considerado na maioria dos casos em urgências e emergências, uma vez que são
atendidos pacientes gravíssimos e os resultados dos exames devem ser obtidos o mais rápido possível,
cabendo ao médico a interpretação dos resultados.
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Alguns exames requerem cuidados específicos quanto a dietas especiais, enquanto outros exigem condições
peculiares, por exemplo, a necessidade de repouso antes da coleta de sangue, como exigido para a dosagem
de prolactina ou de catecolaminas plasmáticas. Nos exames de monitoração terapêutica, para permitir
adequada interpretação dos resultados, algumas informações mais específicas devem ser obtidas no momento
da coleta, como o horário da última medicação, bem como a dosagem e via de administração do medicamento.
Ressalta-se a importância de coleta de amostras para culturas microbiológicas antes da antibioticoterapia e
caso já tenha iniciado, realizar o procedimento imediatamente antes da próxima administração. Dessa forma, o
paciente não deve ser considerado um agente passivo do processo mas sim, um dos integrantes da equipe.
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A estabilidade pré-analítica depende de vários fatores, que incluem temperatura, carga mecânica e tempo,
sendo este o fator que causa maior impacto. O tempo máximo de estabilidade de uma amostra deveria ser o
que permite 95% de estabilidade dos seus componentes.
Em geral, os tempos referidos de armazenagem das amostras primárias consideram os seguintes limites para
a temperatura: ambiente de 18 a 25 ºC, refrigeradas, de 2 a 8 ºC, e congeladas, abaixo de 18 ºC negativos. As
informações específicas para cada tipo de amostra para realização de exames distintos estão me manuais de
coleta de laboratórios de apoio externo ou em manuais dos equipamentos automatizados. Quando não houver
especificação de tratamento especial para o acondicionamento ou transporte do material, este poderá ser
deslocado para outras unidades em caixa de isopor ou caixa de poliestireno com gelo reciclável, calçado por
flocos de isopor ou papel. Deve-se observar que as amostras não devem ficar em contato direto com gelo para
evitar hemólise.
Os tubos para coleta devem ser armazenados em temperatura de 4 a 25°C. Exceder a temperatura máxima de
armazenamento pode levar a diminuição da qualidade do tubo em relação a perda do vácuo, evaporação dos
aditivos líquidos. Os tubos de sorologia devem aguardar 30 minutos após a coleta de sangue para serem
centrifugados, para otimizar a formação de coágulo (evitando a formação de fibrina), o que levaria à
contaminação do analisador e a formação de resultados errados. Tubos com gel separador devem ser
centrifugados até duas horas após a coleta. O contato prolongado das células do sangue com o soro ou o
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plasma podem conduzir a análise errônea dos resultados, não sendo recomendado uma nova centrifugação da
amostra.
A tabela 07 resume o tempo e temperatura de armazenamento e transporte das amostras até análise
recomendável para conservação da estabilidade da amostra:
Tabela 07 – Tempo e temperatura de armazenamento para amostras biológicas de acordo com o exame
laboratorial
Amostra / Exame Laboratorial TEMPO E TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO
Sangue Total com EDTA 4 h – temperatura ambiente (18°C a 25°C);
Sangue Total e plasma com Citrato TTPA 4 h – temperatura ambiente (18°C a 25°C), sob refrigeração (2°C a
8°C);
(Exames de coagulação)
Se congelado: inferior a – 18°C por duas semanas, -70°C por 12 meses e
nitrogênio por 6 anos.
Sangue Total com Heparina Lítica 15 min – temperatura ambiente (18°C a 25°C);
É importante verificar se o paciente está em condições adequadas para a coleta, especialmente no que se
refere ao jejum e ao uso de eventuais medicações e realização de algum procedimento terapêutico prévio. A
punção de vasos sanguíneos, sejam veias ou artérias, por ser um procedimento complexo, exige conhecimento
e habilidade, podendo ser de responsabilidade dos seguintes profissionais: auxiliar de laboratório, técnico em
laboratório, técnico em enfermagem ou enfermeiro, sendo que apenas este último está habilitado para realizar
punções arteriais. O profissional que for realizar a coleta, deve atentar-se para os seguintes pontos:
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4.1.1 Torniquete
Confeccionado em borracha sintética, recomenda-se que seja isento de látex e descartável, para estase
venosa, auxiliando na visualização do acesso venoso. A figura 05 exemplifica um modelo de torniquete.
Figura 5. Torniquete.
4.1.2 Adaptador
Dispositivo para coleta em sistema fechado que, quando acoplados à agulha ou ao escalpe, auxiliam o
profissional de saúde em uma melhor segurança durante o procedimento da punção venosa e coleta de
materiais biológicos. A figura 06 exemplifica um modelo de adaptador.
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Figura 6. Adaptador.
4.1.3 Agulhas
As agulhas são materiais descartáveis com dimensões de 21 G x 1” 0.8 x 25 mm (utilizada em usuários que
possuem veias de grosso calibre, facilmente visual e bom acesso venoso); ou 22 G x 1” 0.7 x 25 mm (utilizada
em usuários que possuem veias de médio calibre, difícil acesso venoso). Recomenda-se que sejam utilizadas
agulhas siliconizadas, de aço inoxidável, com bisel trifacetado a laser, que proporciona melhor deslizamento da
agulha na veia, permitindo punção menos dolorosa. Os procedimentos de descarte seguro de agulhas devem
ser observados imediatamente após a coleta utilizando-se recipientes apropriados ao descarte de pérfuro-
cortantes. A figura 07 exemplifica modelos de agulhas.
As asas de fixação facilitam a manipulação do escalpe e sua introdução na veia do paciente. Recomenda-se
agulha siliconizada, de aço inoxidável, com bisel trifacetado com corte a laser, que proporciona melhor
deslizamento da agulha na veia, contém um acessório intermediário em forma de borboleta ou em forma de
plástico rígido e possui uma extensão de tubo de PVC incolor transparente e flexível, recomenda ser isenta de
látex. A parte distal da agulha é recoberta com uma borracha protetora que perfura a tampa do tubo permitindo
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coletas múltiplas (trocas de tubos) em punção única. O dispositivo de segurança poderá ter os seguintes
sistemas: trava deslizante que acionado ficará encapsulada; retração automática, que recolhe a agulha ainda
na veia para dentro da câmara de refluxo do escalpe.
O material não deve ser utilizado se a embalagem estiver danificada, se o rótulo que sela a embalagem estiver
rasgado, se houver material desconhecido na ponta da agulha ou se a extremidade distal da agulha estiver
sem a capa de borracha; Nunca retire a capa de borracha da extremidade distal da agulha; Nunca toque a
ponta da agulha com o dedo; Não use a agulha após o prazo de validade; Não reutilize a agulha, ela é de uso
único conforme à indicação da embalagem. A figura 08 exemplifica um modelo de escalpe.
Figura 8. Escalpe.
A estante para tubos de coleta é um objeto extremamente importante para os laboratórios, uma vez que estes
tubos não conseguem ser armazenados e transportados verticalmente sem o devido apoio — e, muitas vezes,
seu armazenamento horizontal pode interferir negativamente na observação das amostras e na realização dos
testes. As estantes para tubos podem ser de diferentes materiais (ferro, plástico, acrílico) e de diferentes
modelos, permitindo a adaptação a inúmeras necessidades. A figura 09 exemplifica um modelo de escalpe.
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De acordo com as recomendações sanitárias, este material deve estar disponível para descarte de agulhas,
scalpes, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros, além de ser rígido, impermeável, resistente a perfurações,
na cor amarela com o símbolo de material contaminado, não podendo ser preenchidos acima do limite de 2/3
de sua capacidade total, além de serem colocados próximos do local onde é realizado o procedimento (ou em
carrinhos de coleta ou em ambientes destinados para tal). A figura 10 exemplifica um modelo de recipiente
para descarte de perfurocortantes.
Esses materiais são utilizados para coleta de sangue em sistema fechado, estéril, de uso único, com vácuo
pré-definido e/ ou aspiração, possuindo marca de preenchimento (limite do volume), garantindo a exata
proporção sangue e aditivo. Os tubos que não contêm nenhum aditivo, sendo transparentes, incolores, estéreis,
são utilizados para obtenção de demais amostras biológicas (tubo de descarte, alíquotas de soro, líquor, urina
e secreções).
São indicados para armazenamento por tempo prolongado de soro para testes bioquímicos. A característica
especial da parede interna do tubo previne a troca de substâncias entre as células sanguíneas e o soro,
mantendo as características bioquímicas inalteradas por tempo prolongado. Recomenda-se inverter
gentilmente os tubos 5 a 8 vezes logo após à coleta sanguínea e aguardar um tempo mínimo de 15 minutos
para coagulação a temperatura ambiente (18 a 25º C). A figura 11 exemplifica um modelo de tubos com
ativador e gel de separação.
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São utilizados para testes bioquímicos e enzimáticos. A heparina ativa a antitrombina que bloqueia a ação da
trombina e a sua consequente ativação da reação de formação de fibrina a partir do fibrinogênio. O tempo de
armazenamento do material é de até 6h à temperatura ambiente (18 a 25º C) com garantia na estabilidade de
várias enzimas. Não há influência do anticoagulante na concentração de cálcio e nas atividades enzimáticas
desde que seja coletada a quantidade recomendada de sangue. Recomenda-se inverter gentilmente os tubos 5
a 8 vezes logo após à coleta sanguínea. A figura 12 exemplifica um modelo de tubos com heparina.
Os anticoagulantes presentes nos tubos são o EDTA K2 (líquido ou pó) ou o EDTA K3 (líquido) na
concentração de 2 mg/mL de sangue que não interferem no volume globular ou na forma das células
sanguíneas. Utilizados em hematologia com aplicação em diversos analisadores hematológicos. Protegem
naturalmente as células sanguíneas, principalmente as plaquetas. Impedem a agregação plaquetária.
Protegem o volume e a forma da célula sanguínea por tempo prolongado. Recomenda-se inverter gentilmente
os tubos de 5 a 8 vezes, logo após à coleta sanguínea. A figura 13 exemplifica um modelo de tubos com EDTA.
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O anticoagulante presente neste tubo é uma solução tampão estável de citrato de sódio a 3,2% (0,109 mol/L)
adicionada em volume que mantêm a relação de 1:9 entre o aditivo e o sangue, sendo utilizado para teste dos
mecanismos de coagulação sanguínea. O tratamento da superfície interna do tubo evita a ativação de
plaquetas e estabelece condições ideais para os testes de PT (tempo de protrombina) e TTPA (tempo de
tromboplastina parcial ativado). Recomenda-se inverter gentilmente os tubos 3 a 5 vezes logo após a coleta
sanguínea. A figura 14 exemplifica um modelo de tubos com citrato de sódio. tubos com citrato de sódio.
4.1.7.6 Microtubos
São tubos destinado a coleta de pequenos volumes em pediatria e neonatologia. A coleta de amostras por
tempo superior a 2 minutos pode resultar em amostras de baixa qualidade e alta incidência de
microcoagulação nos microtubos. As amostras coletadas em microtubos de EDTA para hematologia devem ser
utilizadas em até 4 h. Se houver quantidade insuficiente de amostra, causará uma relação incorreta entre o
sangue e o aditivo contido no microtubo e consequentemente um resultado errôneo. Não deve-se agitar o
microtubo para misturar a amostra e o aditivo. A figura 15 exemplifica um modelo de microtubos.
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Esses frascos contêm meio líquido e outros suplementos específicos para isolamento de microrganismo
conforme os tipos de frascos: frasco aeróbio - utilizado na detecção de bactérias aeróbias e leveduras; ou
frasco anaeróbio: utilizado na detecção de bactérias anaeróbia. A detecção ótima dos microrganismos será
obtida adicionando as quantidades máximas de sangue por frasco, sendo 10 mL para adultos e 1 mL para
recém-nascidos e crianças. A utilização de volumes inferiores pode afetar de forma adversa os períodos de
tempo de isolamento e/ou detecção. A figura 16 exemplifica um modelo de frascos para hemocultura.
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Essas seringas específicas são utilizadas para análise de gases sanguíneos. A Clinical and Laboratory
Standards Institute (CLSI), recomenda a utilização de seringas de plástico, heparina balanceada, liofilizada,
onde minimiza diluição e quelação de íons, sendo proporcional volume de sangue/ anticoagulante, com
preenchimento natural, por volume pré- determinado e/ou por aspiração, evitando a formação de
microcoágulos. Concentração do anticoagulante segue as recomendações do IFCC (International Federation of
Clinical Chemistry and Laboratory Medicine) o qual preconiza a concentração de 50 UI de heparina lítica
balanceada com cálcio por mL de sangue total. A figura 17 exemplifica um modelo de seringa para gasometria.
O braço deve ficar estendido de modo a formar uma linha reta entre o ombro e o punho. Todavia, a
hiperextensão deve ser evitada, e uma leve flexão do cotovelo será favorável a uma boa punção venosa. O
local mais indicado para a punção é a fossa antecubital onde os vasos são mais superficiais e apresentam
calibre adequado. Quando este sítio não for acessível, é aceitável que se utilize as veias localizadas nas costas
das mãos. A fossa antecubital apresenta dois formatos anatômicos mais comuns: o formato em H ou formato
em M. O formato em H apresenta de modo mais proeminente as veias cefálica, mediana cubital e basílica. O
formato em M exibe as veias cefálica, cefálica mediana, basílica mediana e basílica (Figura 18).
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Figura 18. Veias de acesso para a venopunção na fossa antecubital (A) e dorso da mão (B).
Na impossibilidade da coleta nas veias no membro superior, o (a) coletador (a) deve selecionar no dorso da
mão no arco venoso dorsal, por ser mais calibroso. O número de punções no mesmo sítio deve limitar-se ao
necessário, nos casos em que o paciente necessite de coletas repetidas deve usar o escalpe.
Não se deve realizar punção venosa em membros que estejam sendo utilizados para terapias intravenosas,
que possuem áreas extensas cicatriciais de queimadura, hematomas, fístulas intravenosas ou no mesmo lado
da região onde ocorreu mastectomia.
O (a) coletador (a) deve usar algodão com solução de álcool etílico ou isopropílico 70% e limpar o local com um
movimento circular do centro para a periferia conforme figura 19. Após esse procedimento deve-se aguardar a
secagem da área por 30 segundos, para evitar hemólise da amostra e a sensação de ardência quando o braço
do paciente for puncionado. Não é permitido assoprar, abanar e tocar novamente na região após a antissepsia,
caso seja necessário tocar a região da punção, realizar nova antissepsia.
Para coleta de hemocultura a região deve ser higienizada por cerca de 30 segundos abrangendo uma área
maior do que em coletas normais. Realizar também a Limpeza da tampa do vidro de cultura com solução
antisséptica, assegurando-se de que a tampa esteja seca antes de introduzir a agulha para transferir o material.
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A ordem dos tubos na coleta deve ter o propósito de evitar possível erro no resultado do exame devido à
contaminação cruzada entre os ativadores. Este procedimento deve ser seguido, tanto para coleta a vácuo,
como para coleta com seringas. Salienta-se a necessidade de homogeneização dos tubos logo após a coleta,
para evitar formação de coágulos ou outras situações que inviabilizem o uso das amostras. A tabela 08
demonstra a sequência correta de utilização dos tubos, bem como o aditivo presente nos mesmos, a
necessidade de homogeneização por inversão e a sua aplicação.
Bioquímica / Drogas
Ativador de coágulo + Gel
5 a 8 vezes terapêuticas / Imunologia /
separador
Sorologia
Hemoglobina Glicada /
EDTA 8 a 10 vezes
Hematologia
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A coleta de sangue a vácuo é a técnica mais recomendada e mais utilizada pelos laboratórios clínicos devido a
sua segurança e conforto tanto para obtenção de volume correto quando para pacientes e profissional
coletador. Pacientes com acessos venosos difí ceis, como crianças, pacientes em terapia medicamentosa,
quimioterápicos etc., também são benefi ciados, pois existem produtos que facilitam essas coletas (escalpes
para coleta múlti pla de sangue a vácuo em diversos calibres de agulha e tubos para coleta de sangue a vácuo
com menores volumes de aspiração).
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Fazer a punção (agulha com ângulo de 30°) com o bisel voltado para cima (Figura 21). Se necessário,
para melhor visualizar a veia, esticar a pele com a outra mão, sem tocar o local onde foi feita a antissepsia;
Caso haja outros exames além do hemograma, inserir tubo a tubo na sequência recomendada no tópico
4.3. Caso a coleta seja feita com agulha/seringa, aspirar lentamente o sangue para o interior da seringa e
seguir o preenchimento dos tubos, conforme a sequência indicada;
Retirar o garrote do braço do paciente;
Transferir o sangue tubo a tubo na sequência recomendada (sistema seringa/ agulha);
Para auxiliar a oclusão do local da venopunção, usar curativos ou adesivos hipoalergênicos, solicitar ao
paciente, acompanhante ou profissional que o acompanha, para manter o local pressionado por
aproximadamente 3 minutos e não colocar peso no braço onde foi realizada a punção;
Os tubos devidamente identificados (ideal que se faça na frente do paciente) devem ser enviados
acondicionados de forma correta e transportados do laboratório, sempre que possível no menor tempo. Os
tubos contendo aditivos devem ser homogeneizados imediatamente após a coleta, invertendo gentilmente por
5 a 10 vezes assegurando-se de realizar movimentos suaves para evitar a hemólise. A agulha deve ser
descartada em recipiente próprio para materiais perfurocortantes, nunca podendo ser reencapada.
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Para auxiliar a oclusão do local da venopunção, usar curativos ou adesivos hipoalergênicos, solicitar ao
paciente, acompanhante ou profissional que o acompanha, para manter o local pressionado por
aproximadamente 3 minutos e não colocar peso no braço onde foi realizada a punção;
Recomendar ao cliente para não dobrar o braço, não realizar esforço ou colocar peso no braço onde foi
realizada a punção e não massagear o local puncionado. Seguir com a separação do escalpe do adaptador ou
da seringa com cuidado. Se for utilizar sergingas, ter o cuidado de transferir o sangue para os tubos deixando
escorrer delicadamente a amostra pela parede do mesmo. Após a coleta, o material descartável deve ser
expurgado em coletores apropriados e com os devidos cuidados.
A coleta de sangue venoso de crianças menores de um ano pode ser muito difícil e potencialmente perigosa. A
coleta de grande quantidade de materail, principalmente em recém-nascidos ou prematuros pode resultar em
anemia e a punção de veias profundas em crianças pode causar: parada cardíaca, hemorragia, trombose
venosa, espasmo arterial e gangrena de extremidade, infecção etc.
Se for escolhida a técnica de coleta por ordenha manual, gota a gota, é necessário puncionar com a agulha e
dar continuidade com movimentos de ordenha na mão da criança, de maneira cuidadosa. Nesse caso atentar-
se para a contínua homogeneização do tubo, durante e após a coleta, além de evitar demora no processo,
assim como na passagem de gotas de sangue para o tubo. Os volumes devem ser pactuados com o
laboratório de análises clínicas.
Denomina-se sangue arterial o sangue oxigenado pelos pulmões, bombeado do coração para todos os órgãos
e tecidos. A composição do sangue arterial é essencialmente uniforme em todo o corpo e difere do sangue
venoso pela concentração de oxigênio, pH e concentração de CO2. O volume recomendado de sangue arterial
a ser retirado é variável, contudo quanto maior o volume de sangue coletado, menor será o efeito da diluição
da heparina. Recomenda-se que a solicitação do médico explicite a análise requerida, sangue arterial e quando
o paciente estiver em ventilação assistida, sejam fornecidos dados essenciais dessa condição. Os valores dos
gases irão temporariamente se alterar devido à hiperventilação ocasionada pela ansiedade, sendo assim é
necessário aguardar alguns minutos para se obter a condição estável.
Os principais critérios para seleção do local da punção arterial são: circulação colateral e acessibilidade e
tamanho da artéria. Não é recomendado colher em locais irritados, edematosos e próximos a fístula e feridas.
As artérias usadas com maior frequência são: artéria radial e braquial, não sendo possível, solicitar ao
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profissional médico que realize a punção da artéria femoral. O ângulo da agulha para punção da artéria radial e
pediosa é de 30º a 45º para artéria braquial o ângulo é de 60º e para femural 90º, conforme exemplificado na
figura 22. Indica-se alternar o local da punção após duas tentativas fracassadas.
A coleta de sangue para análise dos gases sanguíneos requer cuidados na escolha do material adequado a ser
utilizado na coleta, na conservação da amostra e no transporte imediato ao laboratório. A análise dos gases no
sangue arterial é fundamental no tratamento de pacientes críticos, sendo em geral necessária quando a
amostra venosa não permite a medição de todos os parâmetros requeridos pelo médico solicitante.
As condições de coleta devem ser verificadas e documentadas, tendo atenção especial com pacientes em
terapia com anticoagulantes; com o estado do paciente em relação à temperatura, ao padrão de respiração e a
concentração de oxigênio inalado. Ressalta-se que para garantir uma maior confiabilidade na análise da
amostra, o paciente deve estar numa condição ventilatória estável por aproximadamente 20 a 30 minutos antes
da coleta, quando em respiração espontânea. Os outros pacientes (por exemplo, em ventilação mecânica, em
uso de máscara de oxigênio etc.) necessitam de 30 minutos ou mais para alcançar o equilíbrio após alteração
nos padrões ventilatórios.
Os padrões de coleta a serem seguidos devem ser os mesmos para a punção venosa. Após a obtenção da
amostra, despreza-se a agulha, esgotando-se o ar residual, veda-se à ponta da seringa com o dispositivo
oclusor e homogeneiza-se suavemente, rolando-a entre as mãos. O material necessita ser encaminhado
imediatamente ao laboratório, o ideal é que não exceda o prazo de 15 minutos.
O teste de Allen (figura 23) é indicado para verificar a permeabilidade da artéria ulnar e poderá ser um
impeditivo para a coleta por punção arterial. O teste inicia-se com a realização de uma pressão no pulso radial
e ulnar com os dedos, bloqueando o fluxo arterial. Logo após, orienta-se o paciente a abrir e fechar a mão até
que a mesma fica pálida. Após liberar à pressão, observa-se o retorno da perfusão dentro de segundos, isso
indica que o fluxo colateral está preservado (teste Allen Positivo). Se não houver perfusão da artéria ulnar, à
artéria radial não poderá ser acessada, portanto a punção contraindicada. Outro motivo para contraindicação
de punção arterial é o paciente apresentar trombocitopenia intensa (contagem de plaquetas < 20.000/mm3).
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O laboratório clínico tem pepel importante no diagnóstico e manejo de Infecções da Corrente Sanguínea (ICS),
uma vez que a obtenção de uma hemocultura positiva para microrganismos patogênicos pode ser um indicativo
de infecção e além de identificar o agente causador, auxilia na orientação da terapia antimicrobiana. A
indicação para coleta de hemoculturas é que a punção deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia,
porém se o paciente já estiver em tratamento com antibióticos, o ideal é que a coleta seja realizada
imediatamente antes da próxima administração (ARAUJO, 2012).
É definido em literatura que cada coleta de hemocultura corresponde e uma punção, sendo que esta equivale a
dois frascos para adultos, de 5 a 10 mL cada, e um frasco para pacientes neonatais e pediátricos, com volume
de até 1mL; recomendando-se coletar no mínimo duas amostras, até quatro, para detecção de episódios
infecciosos. Salienta-se que vários frascos contengo sangue de uma mesmapunção são considerados uma
única amostra para cultura de sangue. A coleta das amstras em sítios diferentes podem ter intevervalos que
viaram em até 02 horas. Para a coleta de hemoculturas deve-se evitar a obtenção de amostras a partir de
cateteres, sendo que apenas nos casos de suspeita de infecção relacionada ao cateter de longa permanência
é recomendado, sempre acompanhadas por duas outras amostras de via periférica (ARAUJO, 2012).
Para a realização da técnica de coleta de amostras para hemocultura a antissepsia da pele é um ponto crítico
do processo, podendo determinar a probabilidade de obter-se um resultado positivo devido a infecção em si ou
contaminação. Os passos para coleta venosa também aplicam-se a este procedimento, acrescentando os
seguintes cuidados:
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Não assoprar, abanar ou tocar novamente o local da punção após antissepsia, se ocorrer, deve-se repetir
o procedimento.
O exame de urina inclui, além do exame físico, as análises químicas e microscópicas. O desenvolvimento de
técnicas analíticas mais práticas eficientes permitiu que o exame de urina de rotina se mantivesse como um
dos testes mais frequentemente solicitados, seja para pacientes com diferentes queixas clínicas, seja para
indivíduos saudáveis que se submetem a avaliação periódica. Por essa razão, o exame de urina de rotina deve
ser entendido como um teste de triagem, capaz de fornecer informações úteis que possibilitam o diagnóstico de
eventuais problemas nos rins e nas vias urinárias, como processos irritativos, inflamatórios ou infecciosos, além
de alguns distúrbios metabólicos, como diabete melito e insípido, e distúrbios do equilíbrio ácido básico.
Não há necessidade de nenhum preparo especial do paciente para a coleta de urina para exame de rotina,
mas deve-se ter em mente que algumas características da urina se modificam ao longo do dia, dependendo do
tempo de jejum, da composição da dieta, da atividade física e do uso de determinados medicamentos. Algumas
dessas modificações podem ter significado e devem ser consideradas quando da interpretação dos resultados.
De forma ideal, à urina deve ser coletada, no mínimo, duas horas após a última micção, sem que o indivíduo
tenha realizado atividade física intensa nas seis horas precedentes; esta recomendação engloba tanto exames
de rotina como culturas de urina.
Para que o exame de urina possa fornecer resultados representativos, é importante que a amostra seja
coletada seguindo um protocolo bem estabelecido, que deve ser claramente explicado ao paciente e controlado
pelo profissional assistencial orientado pelo laboratório. Os tipos de amostras mais frequentemente utilizados
para o exame de urina de rotina são: amostra aleatória, primeira urina da manhã e segunda urina da manhã.
A amostra aleatória é a mais comumente utilizada pela facilidade de coleta e comodidade para o paciente.
Pode ser coletada a qualquer momento, mas o horário da micção deve ser informado ao laboratório por registro
na etiqueta do frasco,essa amostra é útil para detectar anormalidades evidentes. Entretanto, resultados
anormais decorrentes da ingestão de alimentos ou da atividade física antes da coleta podem ser observados,
sendo necessária a coleta de nova amostra de urina em condições mais controladas.
A primeira amostra da manhã é a amostra ideal para o exame de urina de rotina, por ser mais concentrada,
garantindo, assim, a detecção de substâncias químicas e elementos formados que podem não ser observados
em uma amostra aleatória mais diluída. O paciente deve ser instruído a coletar a amostra imediatamente após
se levantar. A segunda amostra da manhã deve ser coletada com o paciente permanecendo em jejum após ter
desprezado a primeira micção. Essa coleta minimiza eventuais interferências dos metabólitos provenientes de
alimentos ingeridos na noite anterior. O volume ideal para análise de urina é de 10 mL, sendo que em casos
especiais o laboratório deve ser sempre comunicado.
Na coleta de urina para exame de rotina, é desejável que seja feita assepsia da região urogenital. Para tanto,
os pacientes devem ser orientados a lavar as mãos antes de iniciar a coleta e a estarem munidos de material
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de higiene adequado, um recipiente identificado com o nome e a data da coleta e instruções para a
higienização e coleta da urina. Ao receber a amostra, o profissional assistencial ou do laboratório deve se
certificar de que o paciente seguiu todos os procedimentos de higienização e de coleta prescritos e de que o
frasco está corretamente identificado e fechado. Os pacientes ambulatoriais realizam a coleta de urina em
domicílio e a encaminham para o laboratório, sendo nesse caso orientado a forma correta de coleta, assim
como o prazo máximo de entrega de 02 horas após a obtenção da amostra.
Identificar o frasco de coleta que deve ser fornecido pelo laboratório, colocando o nome do paciente, data
e horário de coleta.
Lavar as mãos com água e sabão.
Retrair o prepúcio para expor o meato uretral.
Lavar a glande com água e sabão, começando pelo meato uretral.
Enxugar, utilizando gaze ou toalha, a partir do meato uretral.
Com uma das mãos, manter o prepúcio retraído.
Com a outra mão, segurar o frasco de coleta de urina já destampado.
Iniciar a micção, desprezando o primeiro jato de urina no vaso sanitário.
Coletar urina do jato médio até cerca de 1/3 ou metade da capacidade do frasco.
Desprezar o restante de urina no vaso sanitário. Fechar o frasco de coleta.
Encaminhar o frasco para o laboratório no prazo máximo de duas horas, mantendo-o em local fresco e ao
abrigo da luz.
Identificar o frasco de coleta que deve ser fornecido pelo laboratório, colocando o nome da paciente, data
e horário de coleta.
Lavar as mãos com água e sabão.
Fazer higiene da região genital com água e sabão, sempre no sentido de frente para trás. É importante
que os resíduos de pomadas, pós e cremes vaginais, eventualmente utilizados, sejam totalmente
removidos.
Enxugar toda a região genital com gaze ou toalha, sempre no sentido de frente para trás.
Separar os grandes lábios, limpar o meato urinário e a região ao redor da uretra.
Com uma das mãos, manter os grandes lábios separados.
Com a outra mão, segurar o frasco de coleta já destampado.
Iniciar a micção, desprezando o primeiro jato de urina no vaso sanitário.
Coletar urina do jato médio até, mais ou menos, 1/3 ou metade da capacidade do frasco.
Desprezar o restante de urina no vaso sanitário. Fechar o frasco de coleta.
Encaminhar o frasco para o laboratório no prazo máximo de duas horas, mantendo-o em local fresco e ao
abrigo da luz. Na medida do possível, deve-se evitar a coleta de urina durante o período menstrual. Se
não for possível, avaliar a conveniência da utilização de um tampão vaginal. Para a coleta de urina de
pacientes que não têm controle da micção, pode ser utilizado o procedimento com saco coletor.
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A coleta de amostras de urinas de pacientes que não possuem controle esfincteriano, sejam crianças ou idosos,
é realizada em sacos plásticos transparentes, macios e com adesivo hipoalergênico para fixá-los a área genital,
devendo ser monitorados a cada 30 minutos e trocados, caso a amostra seja para cultura de urina.
A coleta de urina de paciente com sonda vesical de demora exige alguns cuidados específicos. Antes de se
coletar a urina, a sonda deve ser mantida fechada por um período entre 1 e 2 horas. Deve ser feita assepsia no
dispositivo da sonda com álcool a 70% e devem ser coletados de 30 a 60 mL de urina, com uso de agulha e
seringa estéreis. Não deve ser utilizada a urina contida na bolsa coletora.
Na maioria das vezes, não há necessidade de um preparo especial para o paciente colher urina de 24 horas,
porém é importante que a coleta seja feita dentro das condições mais habituais possíveis, especialmente em
relação à dieta e à atividade física.
Para a coleta de amostra de urina cronometrada, é recomendável começar e terminar o período de coleta com
a bexiga vazia, uma vez que a quantidade de uma substância eliminada na urina será calculada a partir do
volume urinário produzido durante esse tempo determinado. A presença de urina formada antes do início do
período da coleta, assim como a não inclusão de urina produzida no final do período de coleta, produzirá
resultados inexatos. Para minimizar a ocorrência desse tipo de erro, o laboratório deve fornecer ao paciente
instruções escritas, além de explicar detalhadamente o procedimento de coleta. É importante que o laboratório
informe sobre a eventual utilização de algum conservante, sua natureza e cuidados necessários. Cabe ao
laboratório, também, a responsabilidade em fornecer os frascos de coleta adequados.
Grande parte dos desvios observados nos resultados dos testes quantitativos em amostras de urina de 24
horas é causada por problemas relacionados à coleta e/ou à preservação da amostra, ou seja, da fase pré-
analítica. Dentre esses problemas, destacam-se a perda de volume de urina, a marcação incorreta do tempo
de coleta e a preservação inadequada da amostra, como exposição à luz intensa ou à temperatura elevada, a
adição incorreta, insuficiente ou mesmo excessiva de conservantes.
Primeiro dia: De preferência, às 7 horas da manhã, urine, procurando esvaziar ao máximo a bexiga;
despreze todo volume dessa amostra e inicie a coleta de todo o volume de todas as urinas das próximas
24 horas;
Segundo dia: também, exatamente às 7 horas da manhã, ou seja, na mesma hora do dia anterior em que
começou a coleta, urine, esforçando-se para esvaziar totalmente a bexiga. Acrescente todo o volume
desta micção à urina coletada anteriormente
Durante todo o período de coleta, manter dieta e atividades habituais;
Caso faça uso regular de alguma medicação, manter o esquema, não interrompendo ou alterando o uso
de nenhum medicamento sem supervisão médica. Se for necessário o uso excepcional de algum
medicamento durante o período de coleta de urina, informe ao laboratório;
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Durante a coleta, manter o frasco com as amostras já coletadas em local seguro, refrigerado e protegido
da luz;
Encaminhe todo o volume de urina coletado ao laboratório imediatamente após o período de coleta, com a
relação dos medicamentos utilizados, se for o caso.
Dependendo dos exames a serem realizados, pode haver a necessidade serem utilizadas substâncias
específicas para preservar as amostras de urina. Para que os conservantes atuem eficientemente, é importante
que sejam adicionados aos frascos antes de se iniciar a coleta de urina, agindo, desta forma, durante todo o
período de coleta e estabilizando o pH, de modo a prevenir à cristalização e a aderência de substâncias e
minimizar o crescimento bacteriano. Se o volume urinário for muito baixo, deve-se considerar a diluição
provocada pela adição do conservante. A tabela 09 mostra os conservantes e as condições de coleta de urina
de 24 horas para dosagens bioquímicas de algumas substâncias de interesse prático.
Tabela 09 - Principais exames bioquímicos em urina de 24 horas e seus respectivos conservantes e métodos
de conservação
Substância a ser dosada Refrigeração Conservante
Ácido úrico Não Carbonato de sódio
Aldosterona Sim Ácido bórico
AMP cíclico Não Ácido clorídrico
Cálcio Não Ácido clorídrico
O laboratório clínico possui parceria com laboratórios de apoio que realizam exames especializados para
microbiologia e citologia. Para estes exames são disponibilizados manuais de coleta específicos e atualizados
para a realização correta dos procedimentos, inclindo acondicionamento e transporte. Dessa forma, o
laboratório responsabiliza-se por repassar todos os materiais e informações específicas.
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7 LAUDOS LABORATORIAIS
Os pontos críticos para possíveis erros pós analíticos são dependentes do layout e da elaboração de
processos que assegurem a transcrição correta e oportuna dos resultados os exames laboratoriais para o
prontuário do paciente e o profissional assistencial, contendo toda a identificação segura do paciente, além da
faixa de referência correta para interpretação apropriada dos resultados. Dessa forma, deve-se haver a
minimização da ocorrência de laudos escritos, pois estes são sujeitos a erros com maior frequência, utilizados
pontualmente apenas em situações contingenciais e protocolos que necessitem maior urgência. A utilização do
sistema laboratorial vinculado ao sistema informatizado hospitalar para a entrega de exames elimina alguns
erros, porém necessita-se de cuidados para que não entregues resultados para o paciente errado.
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8 REFERÊNCIAS CONSULTADAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. Cartaz: Como fazer higiene das mãos com preparação
alcoólica e com sabonete líquido e água. Brasília. 2020.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. Manual de Referência Técnica para a Higiene das Mãos.
Brasília. 2009.
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