Equações IDF para Estado de Tocantins

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EQUAÇÕES DE INTENSIDADE-DURAÇÃO-FREQÜÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO

PLUVIAL PARA O ESTADO DE TOCANTINS


1 2 3
Demetrius David da Silva , Sílvio Bueno Pereira , Fernando Falco Pruski , Raimundo Rodrigues
4 5 6
Gomes Filho , Ângela M. Quintão Lana e Luiz Gustavo Nascentes Baena

RESUMO

Este estudo foi realizado, objetivando ajustar modelos teóricos de distribuição de probabilidade
aos dados de chuvas intensas e estabelecer a relação entre intensidade, duração e freqüência da
precipitação pluvial para 10 estações pluviográficas, localizadas no Estado de Tocantins,
pertencentes à rede hidrometeorológica da Agência Nacional de Águas (ANA). Para cada estação
pluviográfica, foram determinadas as séries de intensidades máximas anuais das precipitações com
durações de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 120, 180, 240, 360, 720 e 1440 minutos. Os modelos
probabilísticos testados foram os de Gumbel, Log-Normal a dois e três parâmetros, Pearson e Log-
Pearson III, sendo as equações de intensidade-duração-freqüência da precipitação pluvial ajustadas,
utilizando-se o método de regressão não-linear de Gauss-Newton. O teste de aderência de
Kolmogorov-Smirnov, utilizado para a verificação do ajuste dos modelos aos dados de chuvas
intensas, evidenciou que o modelo de Gumbel foi o que melhor se ajustou para a maior parte das
combinações entre estações pluviográficas e durações avaliadas. Verificou-se que as relações
obtidas, entre as diversas localidades, para os valores extremos de intensidade máxima média de
precipitação pluvial para cada duração revelam tendência de valores crescentes com o aumento da
duração da chuva, indicando que os erros advindos da estimativa da intensidade máxima média para
determinada localidade do Estado de Tocantins, considerando-se os dados pertinentes à outra
localidade tendem a crescer com o aumento na duração da precipitação pluvial.

Palavras-chave: chuvas intensas, hidrologia, modelos probabilísticos.

ABSTRACT

Intensity-Duration Frequency Equations of Rainfall for Tocantins State

This study was carried out to adjust some probabilistic models to rainfall storms data. The intensity-
duration-frequency equations were obtained for 10 locations in Tocantins State. Series with the annual
maximum rainfall intensities and durations of 10, 20, 30, 40, 50, 60, 120, 180, 240, 360, 720 and 1440
min were used. Significant differences were observed among the maximum values of rainfall intensity
in the stations under study. The following models were studied: Gumbel, Log-Normal (with two and
three parameters), Pearson; and Log-Pearson III. The Kolmogorov-Smirnov test was applied to
analyze the correlation between the models and rainfall data. The Gumbel model showed the best
performance for each duration. The intensity-duration-frequency equations were adjusted by using the
Gauss-Newton method. The rate obtained for maximum rainfall intensity in several locations increase
with the increase of the rainfall duration.

Keywords: intense rainfall, hydrology, probabilistic models.

1
D.S. Eng. Agrícola, Prof. Adjunto, DEA, UFV, bolsista do CNPq, Viçosa MG, [email protected], (31) 38991904
2
Doutorando, UFV-DEA, bolsista do CNPq, Viçosa MG, [email protected], (31) 38991925
3
D.S. Eng. Agrícola, Prof. Titular, DEA, UFV, bolsista do CNPq, Viçosa MG, [email protected], (31) 38991912
4
D.S. Eng. Agrícola, Técnico DNOCS, Fortaleza – CE, [email protected], (31) 3899 1925
5
D.S. Genética e Melhoramento, Prof. Adjunto, UFMG, Belo Horizonte MG, [email protected] (31) 34992202
6
Doutorando, UFV-DEA, bolsista da CNPq, Viçosa MG, [email protected], (31) 38991904

Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003 7


INTRODUÇÃO precipitação pluvial para 29 estações
pluviográficas do Estado de Minas Gerais,
com base em um período de 11 anos (1983-
Quando se realiza estudo climático de 1993), com exceção de três estações, para
uma região, uma das variáveis as quais foi empregado um período-base de
meteorológicas mais importantes é a oito anos.
precipitação, devido às conseqüências que o Silva et al. (1999) estimaram os
excesso de precipitação pode ocasionar, parâmetros da equação de intensidade-
principalmente, em eventos de chuva duração-frequência da precipitação pluvial,
intensa. A chuva intensa é aquela que para 13 localidades do Estado do Rio de
apresenta grande lâmina precipitada, Janeiro e nove do Espírito Santo. Baseando-
durante pequeno intervalo de tempo, sendo se em técnicas de interpolação disponíveis
que, freqüentemente, estas chuvas causam em Sistemas de Informações Geográficas
consideráveis prejuízos materiais e (SIG’s), realizaram a espacialização dos
humanos. A principal forma para parâmetros de ajuste da referida equação,
caracterização de chuvas intensas é através para qualquer localidade dos dois estados.
da equação de intensidade, duração e
freqüência da precipitação pluvial. Fendrich (1998) obteve as equações de
chuvas intensas e gerou os gráficos de
Schwab et al. (1966) e Villela e Mattos intensidade-duração-freqüência para 31
(1975) reportam que a equação mais estações pluviográficas, localizadas no
utilizada para expressar a relação Estado do Paraná. As séries históricas das
intensidade-duração-freqüência da estações utilizadas no estudo possuíam um
precipitação pluvial pode ser expressa da período de 10 a 37 anos, com exceção da
seguinte forma: estação de Curitiba–Prado Velho (PUC),
com apenas oito anos de dados.
k .T a Silva et al. (2002) obtiveram as equações
i= (1)
(t + b )c de intensidade-duração-freqüência
precipitação pluvial para 19 estações
da

pluviográficas do Estado da Bahia, com


em que: base em séries históricas de 10 a 24 anos
i = intensidade máxima média da chuva, de observações, abrangendo o período de
mm h-1; 1975 a 1999, verificando grande
variabilidade nos valores de intensidade
T = período de retorno, anos;
máxima média de precipitação pluvial, para
t = tempo de duração da chuva, min; e uma mesma duração, entre as diferentes
k, a, b, c = coeficientes de ajustamento localidades estudadas.
específicos para cada
localidade. Freitas et al. (2001) analisaram as séries
históricas de precipitação pluvial de 193
estações pluviográficas localizadas no
Denardin e Freitas (1982), utilizando Estado de Minas Gerais e nos limites dos
dados apresentados por Pfafstetter (1957), Estados da Bahia e Espírito Santo
ajustaram equações matemáticas que objetivando ajustar modelos teóricos de
possibilitassem o cálculo das alturas distribuição de probabilidade aos dados de
pluviométricas, em função da duração da chuvas intensas e estabelecer a relação
precipitação e do período de retorno, para entre intensidade, duração e freqüência da
80 estações pluviográficas distribuídas por precipitação para essas estações.
todo o Brasil, utilizando o método de
regressão linear múltipla, sendo que, para o A análise dos resultados permitiu verificar
atual Estado de Tocantins, não foi obtida a ocorrência de grande variabilidade das
nenhuma informação. intensidades máximas ao longo do tempo,
fato este comprovado pelos altos desvios-
Pinto et al. (1996) obtiveram as equações padrão das séries anuais de intensidades
de intensidade-duração-freqüência da máximas médias de precipitação

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encontrados para as diversas estações e pertencentes à rede hidrometeorológica da
durações estudadas. Verificaram, também, Agência Nacional de Água (ANA). Foram
que o modelo de Gumbel foi o que selecionadas 10 estações pluviográficas
apresentou melhor ajuste aos dados de (Quadro 1), com séries históricas de 9 a 11
intensidades máximas médias de anos de observações, abrangendo o período
precipitação, pelo teste de Kolmogorov- de 1989 a 1999. Ressalta-se que, no
Smirnov a 20% de probabilidade para todas presente trabalho, não foi adotado um
as durações estudadas. período-base de estudos para todas as
Osborn et al. (1980) utilizaram as estações, pois, ao analisar os dados
distribuições de Gumbel, Log-normal, disponíveis para as 10 estações
Pearson tipo III e Log-Pearson tipo III nas pluviográficas avaliadas, verificou-se que no
séries de valores máximos anuais de chuva caso de adotar um período comum de
e observaram que a distribuição que melhor observações, ter-se-ia que descartar
se ajustou aos dados foi a de Gumbel. Esta algumas estações da análise, visto que elas
distribuição é utilizada pelo Serviço Nacional não tinham períodos coincidentes, em
de Meteorologia dos Estados Unidos para função do que se adotou como critério o uso
ajustar os valores extremos de alturas de de todo o período de dados disponível para
chuvas a serem utilizados em mapas, que cada uma das estações, visando, desta
relacionam a variação da altura da chuva forma, aumentar o período de obtenção das
com a área atingida. informações sobre as chuvas intensas.
A Figura 1 apresenta o mapa do Estado
Devido à grande carência de informações
de Tocantins com a localização das
relativas às equações de chuvas intensas,
estações pluviográficas utilizadas no
para a maioria das localidades do Estado de
trabalho.
Tocantins, a alternativa para a realização de
projetos de obras hidráulicas tem sido A fase de aquisição dos dados de
utilizar informações de postos precipitação pluvial iniciou-se com a
meteorológicos mais próximos da localidade seleção, para cada estação pluviográfica,
na qual o projeto é realizado. Este dos pluviogramas que continham as
procedimento, entretanto, pode levar a chuvas mais intensas, observadas em
estimativas pouco confiáveis. cada ano do período de observações,
perfazendo um total de 289 pluviogramas.
Tendo em vista a importância que
As séries históricas foram utilizadas sem
representa o conhecimento da equação que
o preenchimento de falhas, devido ao fato
relaciona a intensidade, duração e
deste procedimento, realizado a partir do
freqüência da precipitação pluvial, o
uso de regressão linear, tanto simples
presente trabalho teve como objetivos:
como múltipla, não ter apresentado
ajustar modelos teóricos de distribuição de
resultados consistentes, tendo em vista
probabilidade aos dados de chuvas intensas
os baixos coeficientes de determinação
de 10 estações pluviográficas, localizadas
obtidos.
no Estado do Tocantins, e estabelecer a
relação entre intensidade, duração e Foi realizada a leitura dos
freqüência da precipitação pluvial, a partir pluviogramas selecionados, a fim de obter
dos registros pluviográficos das referidas as alturas precipitadas máximas anuais
estações. para a duração de 10, 20, 30, 40, 50, 60,
120, 180, 240, 360, 720 e 1440 minutos,
em cada uma das estações selecionadas.
MATERIAL E MÉTODOS Dividindo as alturas máximas precipitadas
pela duração correspondente, obteve-se a
Foram utilizados, os dados pluviográficos intensidade máxima média de
disponíveis para o Estado de Tocantins, precipitação.

Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003 9


Quadro 1. Caracterização das estações pluviográficas selecionadas para o Estado de
Tocantins

Período No de
Estação Município Código Latitude* Longitude*
analisado anos
Alvorada Alvorada 01249000 12o28’51” 49o07’27” 1989-1999 11

1990
Araguatins Araguatins 00548000 05o38’54” 48o12’28” 9
1992-1999

Dianópolis Dianópolis 01146000 11o37’31” 46o48’38” 1990-1999 10

Formoso do
Formosodo raguaia 01149001 11o48’06” 49o31’47” 1989-1999 11
Araguaia

Guaraí Guaraí 00848001 08o49’51” 48o31’01” 1990-1999 10


Miracema do
Miracema do Tocantins 00948000 09o33’51” 48o23’15” 1990-1999 10
Tocantins
o o
Natividade Natividade 01147001 11 41’49” 47 43’43” 1990-1998 9
Formoso do
Projeto Rio Formoso 01249002 12o00’17” 49o40’47” 1989-1999 11
Araguaia
1988
Tocantinópolis Tocantinópolis 00647000 06o17’14” 47o23’31” 11
1990-1999
Presidente o o
Tupiratins 00848003 08 23’53” 48 07’49” 1990-1999 10
Kennedy
* Dado disponibilizado no site da ANEEL (www.aneel.gov.br)

Figura 1. Mapa do Estado de Tocantins com a localização das estações pluviográficas


utilizadas no estudo.

10 Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003


As séries históricas de intensidades estação Projeto Rio Formoso (série com 11
máximas médias de precipitação pluvial, anos de dados).
correspondentes às diversas durações A análise das relações obtidas entre as
foram submetidas à análise estatística a fim diversas localidades, para os valores
de identificar o modelo probabilístico que extremos de intensidade máxima média de
apresentasse melhor ajuste aos dados. Os precipitação pluvial, para cada duração,
modelos de distribuição de eventos revela tendência de valores crescentes com
extremos máximos ajustados foram Gumbel, o aumento na duração de precipitação
Log-Normal a dois e três parâmetros, pluvial, embora a menor relação tenha sido
Pearson e Log-Pearson III, enquanto a para a duração de 20 minutos e a maior
seleção da distribuição de probabilidade que para a duração de 240 minutos. Esta
melhor se ajustou a cada série histórica foi tendência indica que os erros advindos da
efetuada, utilizando-se o teste de aderência estimativa da intensidade máxima média,
de Kolmogorov-Smirnov. para uma determinada localidade,
Utilizando o método de regressão não- considerando-se os dados pertinentes a
linear Gauss-Newton e baseando-se nos outra localidade, tendem a crescer com o
valores de intensidade de precipitação aumento na duração. Este fato também é
máxima, correspondentes aos períodos de evidenciado, a partir da análise dos
retorno de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 anos e coeficientes de variação, obtidos para as
duração de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 120, 240, diversas durações, por meio da qual
360, 720 e 1.440 minutos, foram obtidos os evidencia-se também uma tendência
parâmetros da equação de intensidade- definida enquanto à sua magnitude,
duração-freqüência de cada estação verificando-se um aumento do seu valor com
pluviográfica. o aumento da duração da precipitação
pluvial, sendo que para a duração de 1440
minutos verificou-se uma pequena queda no
RESULTADOS E DISCUSSÃO valor.
Face às grandes diferenças observadas
O Quadro 2 apresenta as médias e os entre as intensidades máximas médias de
desvios-padrão das séries anuais de precipitação pluvial, obtidas nas diferentes
intensidades máximas de precipitação localidades para cada duração, sobretudo as
pluvial, correspondentes às durações de 10 maiores, constata-se a necessidade de
a 1440 minutos, para cada uma das obtenção de equações, que representem as
estações do Estado de Tocantins. Neste condições das chuvas intensas para a
Quadro constam, também, para cada localidade de interesse. Assim, a melhor
duração, as relações máxima/mínima entre forma de minimizar as imprecisões, na
os valores extremos de intensidade de estimativa da intensidade máxima média de
precipitação máxima entre as diversas precipitação pluvial, é por intermédio da
localidades. ampliação de estudos como o proposto para
um número cada vez maior de localidades.
Dentre as estações pluviográficas
analisadas, Dianópolis (série com 10 anos Dos modelos teóricos de distribuição de
de dados) foi a que apresentou os menores probabilidade testados, os de Gumbel e Log-
valores de intensidade máxima média de Normal a dois parâmetros foram os que
precipitação pluvial, para todas as durações. melhor se ajustaram, pelo teste de
Quanto aos valores máximos de intensidade Kolmogorov-Smirnov ao nível de
de chuva, observa-se que, para a duração significância de 20%, às séries de
de 10 minutos, a estação Guaraí (série com intensidades máximas anuais, tendo o
10 anos de dados) apresentou o maior valor, modelo de Gumbel apresentado melhor
enquanto, para a duração de 20 minutos, foi comportamento em um número maior de
a estação Alvorada (série com 11 anos de ocorrências (considera-se como “ocorrência”
dados) e, para as demais durações, a cada combinação de estação pluviográfica e
duração da precipitação pluvial).

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Quadro 2. Médias ( × ) e desvios-padrão (s), em mm h-1, das séries anuais de intensidades máximas médias de precipitação pluvial com
12

duração de 10 a 1440 minutos, para as estações pluviográficas localizadas no Estado de Tocantins

Duração (min)
Estação 10 20 30 40 50 60 120 180 240 360 720 1440
× × × × × × × × × × × ×
Alvorada 114,5 101,1 83,7 72,4 63,3 56,4 31,9 23,1 18,3 13,2 7,3 3,8
1
(29,9) (34,8) (26,5) (27,8) (25,1) (23,0) (11,8) (8,2) (6,6) (4,9) (2,9) (1,6)
92,0 75,9 65,9 57,3 49,5 44,4 29,4 21,4 16,8 11,6 6,5 3,4
Araguatins
(32,2) (28,4) (23,6) (22,0) (20,2) (19,3) (12,7) (8,8) (6,8) (4,6) (2,4) (1,2)
88,1 74,8 62,5 53,1 45,5 39,7 22,3 16,0 12,5 8,8 4,8 2,6
Dianópolis
(20,3) (12,8) (12,1) (11,9) (11,1) (10,1) (4,8) (4,0) (3,3) (2,3) (1,4) (0,8)
Formoso do 109,1 90,7 77,8 68,2 60,5 54,1 31,9 24,0 18,7 13,0 7,1 3,9
Araguaia (23,4) (21,3) (21,1) (18,8) (16,6) (14,1) (9,0) (7,0) (5,6) (4,0) (1,8) (0,9)
122,9 99,7 85,9 75,8 65,9 57,7 32,4 23,5 18,4 12,7 6,7 3,4
Guaraí
(30,8) (24,8) (19,6) (20,6) (17,9) (15,8) (6,7) (5,2) (4,8) (3,8) (2,1) (1,1)
Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003

Miracema do 115,2 93,8 83,4 72,4 64,7 58,9 34,0 24,0 19,5 13,9 7,1 3,7
Tocantins (30,3) (23,7) (18,9) (15,0) (13,2) (13,1) (7,5) (4,8) (3,6) (2,4) (1,3) (0,7)
104,7 82,0 69,3 61,4 52,9 46,7 28,4 19,8 15,2 10,7 6,3 3,5
Natividade
(31,2) (18,9) (21,1) (20,5) (18,8) (18,0) (13,3) (9,2) (7,1) (4,8) (2,1) (1,3)
107,6 97,3 87,1 77,2 68,6 61,4 36,2 25,6 20,5 14,2 7,5 3,9
Projeto Rio Formoso
(25,5) (25,0) (24,7) (24,7) (22,4) (21,4) (13,7) (9,7) (7,8) (5,6) (3,1) (1,6)
93,7 84,5 76,0 71,8 65,7 60,6 36,3 26,1 20,0 13,9 7,7 4,1
Tocantinópolis
(25,0) (24,0) (18,7) (21,0) (17,7) (16,4) (9,4) (6,9) (5,1) (3,4) (2,0) (1,0)
102,2 80,0 66,9 58,9 52,3 47,6 29,0 20,6 16,5 11,7 6,2 3,3
Tupiratins
(20,4) (9,2) (13,2) (15,0) (13,9) (11,1) (8,0) (5,4) (4,0) (2,7) (1,7) (1,2)
105,0 88,0 75,8 66,9 58,9 52,8 31,2 22,4 17,6 12,4 6,7 3,6
Média
(26,9) (22,3) (20,0) (19,7) (17,7) (16,2) (9,7) (6,9) (5,5) (3,9) (2,1) (1,1)
Desvio 11,2 9,8 9,1 8,5 8,1 7,6 4,2 3,0 2,4 1,7 0,8 0,4
CV (%) 10,7 11,2 12,0 12,7 13,8 14,4 13,4 13,5 13,9 13,8 12,5 11,8
2
Relação máx./mín. 1,39 1,35 1,39 1,45 1,51 1,55 1,63 1,63 1,64 1,61 1,60 1,54
1
O valor entre parênteses significa desvio padrão (s).
2
. Relação entre os valores extremos de intensidade de precipitação pluvial máxima, entre as localidades, para cada duração

12 Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003


O modelo Pearson tipo III apresentou Natividade e Alvorada, respectivamente; o
também bom comportamento, mas em coeficiente a variou de 0,155 a 0,229,
número menor de ocorrências. O modelo relativos às estações de Tupiratins e
Log-Normal a três parâmetros apresentou Araguatins, respectivamente; o coeficiente b
ajuste adequado às séries de intensidades variou de 30,296 a 71,072, relativos às
máximas, embora em número ainda mais estações de Natividade e Projeto Rio
reduzido que o modelo Pearson tipo III, Formoso, respectivamente; e o coeficiente c
enquanto o modelo Log-Pearson tipo III variou de 0,845 a 1,098, para as estações
mostrou ajuste inadequado para a maioria de Natividade e Guaraí, respectivamente.
das séries de intensidades máximas Para a maioria das estações, os maiores
analisadas. valores do coeficiente b estão relacionados
O Quadro 3 apresenta as equações de aos maiores valores do coeficiente K. É
intensidade-duração-freqüência, obtidas importante ressaltar que outras
para as localidades estudadas, com seus combinações de coeficientes podem ser
respectivos coeficientes de determinação. O obtidas, para a relação entre intensidade,
valor do coeficiente K variou de 2113,850 a duração e freqüência, sem causar perda
9989,560, relativos às estações de significativa na precisão dos resultados.

Quadro 3. Equações de intensidade-duração-frequência, obtidas pelo método de regressão


não-linear Gauss-Newton, para as estações pluviográficas do Estado de
Tocantins

Estação Equação R2 Período


9989,560T 0,211
Alvorada i= 0,983 1989-1999
(t + 56,638 )1,087
4732,318T 0,229 1990
Araguatins i= 0.993
(t + 46,957 )0,995 1992-1999

4642,242T 0,162
Dianópolis i= 0,995 1990-1999
(t + 35,878 )1,051
8740,420T 0,176
Formoso do Araguaia i= 0,995 1989-1999
(t + 54,663 )1,078
8650,360T 0,178
Guaraí i= 0,993 1990-1999
(t + 41,365 )1,098
5958,095T 0,173
Miracema do Tocantins i= 0,996 1990-1999
(t + 35,298 )1,043
2113,850T 0,206
Natividade i= 0.983 1990-1998
(t + 30,296 )0,845
2300,090T 0,155
Tupiratins i= 0,976 1990-1999
(t + 31,686 )0,869
9862,000T 0,187 1988
Tocantinópolis i= 0,989 1990-1999
(t + 69,638 )1,072

8950 , 250 T 0 ,194


Projeto Rio Formoso i= 0,987 1989-1999
(t + 71,072 )1,027
-1
i = intensidade máxima média de precipitação pluvial, mm h ;
T = período de retorno, anos; e
t = duração da precipitação, minutos.

Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003 13


CONCLUSÕES L.G.N., MELLO, L.T.A., NOVAES, L.F.
Equações chuvas intensas no Estado de
Os resultados permitem as seguintes Minas Gerais. Belo Horizonte: Companhia
conclusões: de Saneamento de Minas Gerais; Viçosa:
• os erros advindos da estimativa da Universidade Federal de Viçosa, 2001. 65p.
intensidade máxima média, para
determinada localidade do Estado de OSBORN, H.B., LANE, L.J., MYERS, V.A.
Tocantins, considerando-se os dados Rainfall watershed relationships for
pertinentes à outra localidade, tendem a southewestern thunderstorms .
crescer com o aumento na duração da Transactions of the ASAE, Michigan, USA,
precipitação pluvial. v.23, n.1, p.82-87, 1980.

• existe grande variabilidade dos valores PFAFSTETTER, O. Chuvas intensas no


de intensidade máxima média de Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Viação
precipitação pluvial, para uma mesma e Obras Públicas; DNOS, 1957. 420p.
duração, entre as diferentes localidades
estudadas; PINTO, F.A., FERREIRA, P.A., PRUSKI,
• o modelo teórico de distribuição de F.F., ALVES, A.R., CECON, P.R. Estimativa
probabilidade de Gumbel foi o que de chuvas intensas no Estado de Minas
melhor se ajustou, pelo teste de Gerais utilizando registros diários. Revista
Kolmogorov-Smirnov, às séries de Engenharia Agrícola, v.16, n.2, p.8-21,
intensidades máximas médias anuais; 1996.
• os parâmetros das equações SCHWAB, G.O., FREVERT, R.K.,
intensidade-duração-freqüência, que EDMINSTER, T.W., BARNES, K.K. Soil and
foram ajustados para as 10 estações water conservation engineering. 2.ed.
pluviográficas localizadas no Estado do New York, john Wiley & Sons, 1966. 683p.
Tocantins, apresentaram alta
variabilidade, demonstrando, assim, a SILVA, D.D., GOMES FILHO, R.R.,
grande importância da obtenção da PRUSKI, F.F., PEREIRA, S.B., NOVAES,
equação intensidade-duração- L.F. Chuvas intensas para o Estado da
freqüência para cada local. Bahia. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola, v.6, n.2, p.362-367, 2002.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SILVA, D.D., PINTO, F.R.L.P., PRUSKI,
F.F., PINTO, F.A. Estimativa e
DENARDIN, J.L., FREITAS, P.L. espacialização dos parâmetros da equação
Características fundamentais da chuva no de intensidade-duração-freqüência da
Brasil, Pesquisa Agropecuária Brasileira, precipitação para os Estados do Rio de
Brasília, v.17, n.10, p.1409-1416, 1982. Janeiro e Espírito Santo. Revista
Engenharia Agrícola, v.18, n.3, p.11-21,
FENDRICH, R. Chuvas intensas para 1999.
obras de drenagem no Estado do Paraná.
Curitiba: Champangnat, 1998. 99p. VILLELA, S., MATTOS, A. Hidrologia
aplicada. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil.
FREITAS, A.J., SILVA, D.D., PRUSKI, F.F., 1975.
PINTO, F.A., PEREIRA, S.B., GOMES
FILHO, R.R., TEIXEIRA, A.F., BAENA,

14 Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, Jan./Dez., 2003

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