UFCD Manual - 7298
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Curso de Aprendizagem
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Turismo Inclusivo na Restauração
Índice
Objetivo Geral ………………………………………………….………………………………………………………………………4
Formação co-financiada pelo FSE e Estado Português
Introdução …………………………………………………………………………………………………………………………….4,5
Tema I – O cliente com deficiência motora numa unidade de restauração ..........................5 a 13
Objetivos específicos..............................................................................................................................5
Condições de acessibilidade e produtos de apoio.............................................................................6 a 9
Acessibilidade no exterior da unidade.............................................................................................6, 7, 8
Acessibilidade ao/no interior da unidade................................................................................................8
Características da casa de banho acessível..........................................................................................8,9
Produtos de apoio e verificação de requisitos........................................................................................9
Acolhimento do cliente.................................................................................................................10 e 11
O acolhimento e as suas regras.............................................................................................................10
Encaminhamento do cliente à mesa e apoio na locomoção...........................................................10, 11
Acomodação do cliente.........................................................................................................................11
Serviço de mesa, bar e cafetaria.....................................................................................................11, 12
Serviço de alimentos e bebidas nas modalidades de buffet, coffee-break e room-service....................12
Relacionamento interpessoal...............................................................................................................13
Empatia no serviço de restauração.......................................................................................................13
Fatores favorecedores da empatia........................................................................................................13
Fatores dificultadores da empatia.........................................................................................................13
Tema II – O cliente com deficiência visual numa unidade de restauração ..........................13 a 18
Objetivos específicos......................................................................................................................13, 14
Condições de acessibilidade e produtos de apoio.........................................................................14 a 15
Produtos de apoio e práticas de serviço................................................................................................15
Acolhimento do cliente.................................................................................................................15 a 16
Encaminhamento para a mesa e o Cão-guia.........................................................................................16
Serviço de mesa, bar e cafetaria.....................................................................................................16, 17
Serviço de alimentos e bebidas nas modalidades de buffet, coffee-break e room-service..............17, 18
Relacionamento interpessoal...............................................................................................................18
Direito à não-discriminação..................................................................................................................18
Tema III – O cliente com deficiência auditiva numa unidade de restauração .....................18 a 21
Objetivos específicos............................................................................................................................18
Acolhimento do cliente.................................................................................................................19 e 20
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Comunicação.........................................................................................................................................19
Língua Gestual Portuguesa....................................................................................................................20
Formação co-financiada pelo FSE e Estado Português
Cão para surdos.....................................................................................................................................20
Serviço de mesa, bar, cafetaria, buffet e room-service...................................................................20, 21
Relacionamento interpessoal...............................................................................................................21
Conhecimento e aceitação....................................................................................................................21
Tema IV – O cliente com deficiência intelectual e/ou multideficiência numa unidade de
restauração……..................................................................................................................21 a 26
Objetivos específicos......................................................................................................................21, 22
Condições de acessibilidade e produtos de apoio.........................................................................22 e 23
Verificação de requisitos.......................................................................................................................23
Acolhimento do cliente...................................................................................................................23, 24
Serviço de mesa, bar e cafetaria..........................................................................................................24
Serviço de buffet, coffee-break e room-service.....................................................................................25
Relacionamento interpessoal.......................................................................................................25 e 26
Estereótipos....................................................................................................................................25, 26
Tema V - O cliente sénior com limitações motoras, sensoriais e/ou intelectuais numa unidade
de restauração ……....…………………………………………………………………………………………………….. 26 a 29
Objetivos específicos............................................................................................................................26
Condições de acessibilidade e produtos de apoio...........................................................................27, 28
Acolhimento do cliente........................................................................................................................28
Serviço de mesa, bar e cafetaria..........................................................................................................28
Serviço de buffet, coffee-break e room-service...............................................................................28, 29
Relacionamento interpessoal...............................................................................................................29
Necessidades do cliente sénior em matéria de comunicação...............................................................29
Bibliografia ..............................................................................................................................30
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Objetivo Geral
No final do módulo, o formando deverá ser capaz de assegurar respostas adequadas às várias
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necessidades especiais de atendimento dos clientes com limitações motoras, visuais, auditivas
e/ou intelectuais, obtendo pelo menos 50% na qualificação final.
Introdução
O Turismo é um bem social, que deve estar ao alcance de todos os cidadãos, sem que
nenhum grupo da população seja excluído, independentemente das suas circunstâncias, sejam
elas pessoais, sociais, económicas ou de qualquer outra natureza. Contudo, atualmente, o
turismo ainda não é uma atividade acessível a todos os cidadãos, especialmente às pessoas com
mobilidade condicionada ou com outras limitações de natureza motora, visual, auditiva ou
intelectual.
Existem a nível nacional e internacional instrumentos que constituem referências
fundamentais no âmbito da temática da defesa dos direitos das pessoas com
deficiência/incapacidade ou com mobilidade condicionadas, destacando-se principalmente:
Imagem 1 - Políticas e estratégias no âmbito da defesa dos direitos das pessoas com
deficiência e mobilidade condicionada
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Objetivos específicos
Conteúdos programáticos
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A deficiência motora resulta de uma disfunção física ou motora, a qual poderá ser
congénita ou adquirida por doença ou acidente. Este tipo de deficiência poderá ser temporária ou
permanente, dependendo da respetiva causa e poderá assumir uma maior ou menor gravidade.
Pode, também, decorrer de lesões neurológicas, neuromusculares ou ortopédicas, afetando o
indivíduo no que diz respeito à sua mobilidade e coordenação motora.
Numa unidade de restauração são muitos os obstáculos que um cliente com deficiência
pode encontrar. No caso do cliente com deficiência motora, as características físicas da unidade
são os principais obstáculos. Porém, existem condições de acessibilidade e produtos de apoio que
permitem minimizar ou mesmo anular as dificuldades existentes.
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Certifique-se de que existe uma rampa de inclinação correta para acesso ao interior da
unidade e que, tanto as rampas como as escadas possuem corrimões adequados.
Os degraus acessíveis a pessoas com limitações na mobilidade devem obedecer aos
seguintes parâmetros:
• profundidade (cobertor) não inferior a 28 cm;
• altura (espelho) não superior a 15 cm;
• os degraus das escadas não devem possuir elementos salientes nos planos de
concordância entre o espelho e o cobertor;
• os elementos que constituem as escadas não devem apresentar arestas vistas ou
extremidades perigosas;
• as escadas que tiverem desníveis superiores a 40 cm devem possuir corrimões de
ambos os lados.
No que diz respeito às rampas, estas devem ter a menor inclinação possível, a largura deve
ser de, no mínimo 1,20 m (contudo, a largura ideal é de 1,5 m visto que permite uma mais fácil
circulação) e devem possuir corrimões de ambos os lados.
Os corrimões das rampas devem:
• prolongar-se pelo menos 30 cm na base e no topo da rampa;
• ser contínuos ao longo dos vários lanços e patamares de descanso;
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A casa de banho acessível pode estar integrada numa instalação sanitária conjunta para
pessoas com e sem limitações de mobilidade ou, constituir uma instalação sanitária específica
para pessoas com mobilidade condicionada. As características fundamentais das casas de banho
acessíveis são:
• altura da sanita, desde o piso até ao bordo superior do assento, de 45 cm;
• barras de apoio junto à sanita
• zona livre de aproximação frontal à sanita e ao lavatório;
• comando para acionamento da descarga de água a uma altura do piso de 1 m;
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Relativamente aos produtos de apoio, preste atenção ao facto de alguns clientes com
deficiência motora apresentarem limitações ao nível dos membros superiores sendo, nesse caso,
necessário providenciar produtos de apoio/utensílios que ajudem a compensar essas limitações.
Estamos a falar, entre outros, de talheres próprios e palhinhas, canecas e copos com bases lisas
para maior estabilidade, pratos com rebordo.
Conhecedor dos requisitos de acessibilidade e dos produtos de apoio a disponibilizar ao
cliente com mobilidade reduzida, é necessário, mediante lista de verificação adequada:
• verificar periodicamente os requisitos de acessibilidade e os produtos de apoio
disponíveis;
• verificar periodicamente as condições de operação, funcionalidade e utilização das
adaptações e dos produtos de apoio disponíveis;
• reportar as não conformidades detetadas ao(s) serviço(s) apropriado(s);
• verificar se as não conformidades detetadas são tratadas atempada e
adequadamente, insistindo nos casos em que a regularização tarde ou seja
deficiente.
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Quando falamos em clientes com mobilidade reduzida, não estamos a referir-nos apenas a
clientes em cadeira de rodas, mas também a clientes com outras limitações de mobilidade tais
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como deslocação com apoio de canadianas ou andarilho, dificuldades de coordenação motora ou
de equilíbrio, limitações ao nível dos membros superiores ou das mãos.
Numa unidade de restauração, o profissional que acolhe o cliente deve adotar regras
básicas de relacionamento. No caso do cliente com deficiência motora, pouco mais terá que
acrescentar ao conhecimento que detém sobre o acolhimento do cliente convencional.
No caso de ser reservada uma mesa, procure saber antecipadamente as necessidades de
acessibilidade do cliente, de modo a que lhe seja prestado o apoio conveniente à chegada.
Lembre-se que o primeiro contacto com o cliente é fundamental. Tenha por isso em
atenção a importância de estabelecer uma comunicação pessoal simpática e cativante com o
cliente e lembre-se que quanto melhor sucedido for o acolhimento, mais à vontade ficará o
cliente para solicitar ajuda caso dela precise.
Neste sentido, ao acolher o cliente com deficiência motora:
• receba-o com um sorriso sincero;
• caso o cliente lhe estenda a mão, retribua;
• olhe o cliente nos olhos;
• lembre-se que o cliente com deficiência motora não tem deficiência intelectual,
logo, interaja com ele como se fosse um cliente comum;
• indique-lhe a mesa mais acessível, no entanto, caso o cliente prefira outra, não
questione, acomode a mesa às necessidades do cliente sempre com simpatia e
cordialidade.
As pessoas com deficiência podem despertar sentimentos como curiosidade e pena, mas
não se esqueça que a pessoa com deficiência é, em primeiro lugar, uma pessoa com limitações
mas também com capacidades, com sucessos e insucessos tal como todos nós. Não permita que
os sentimentos em relação à deficiência se sobreponham ao respeito que qualquer indivíduo
merece.
O cliente com deficiência motora pode precisar de ajuda na sua locomoção dentro da
unidade de restauração. Ofereça-se sempre para ajudar e caso a ajuda seja aceite adapte uma
postura natural, sem alarmismos e siga permanentemente as instruções do cliente, lembrando
que o grau de autonomia determinará o grau de ajuda necessária.
Caso o cliente esteja acompanhado, permita com naturalidade que o(s) acompanhante(s)
ajudem o cliente, se assim o preferirem.
Na movimentação da cadeira de rodas tenha em conta que:
• não deve movimentar a cadeira de rodas sem pedir autorização;
• quando estiver a empurrar alguém sentado em cadeira de rodas e parar para
conversar com outra pessoa, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a
pessoa não fique excluída da comunicação;
• quando a cadeira de rodas tiver que descer uma rampa inclinada, é preferível usar
a marcha-atrás, para evitar que, pela excessiva inclinação, a pessoa se desequilibre
e caia de frente;
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• ao subir degraus, deve inclinar a cadeira para trás para levantar as rodas da frente
e apoiá-las sobre a elevação;
• para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha-atrás, apoiando sempre a
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cadeira para que a descida seja o mais confortável possível e sem solavancos;
• para subir ou descer mais do que um degrau em sequência, é adequada a
intervenção de duas pessoas. Caso não seja possível é desejável utilizar
equipamentos elevatórios;
• é necessário prestar atenção para não esbarrar com pessoas ou obstáculos.
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• preparar o peixe, cortar a carne, cortar os legumes, descascar a fruta, etc, de forma
a ultrapassar as eventuais dificuldades do cliente;
• estar especialmente atento às necessidades de reposição dos alimentos e bebidas.
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Quando as limitações do cliente se situam ao nível dos membros superiores (braços, mãos,
coordenação de movimentos), dê atenção às necessidades especiais que daí decorrem,
designadamente:
Ajustamento da mise-en-place: reposicionamento dos utensílios habituais de modo a
ficarem mais facilmente ao alcance do cliente, retirando alguns deles para que o espaço fique
mais desimpedido ou substituir alguns por outros que confiram maior estabilidade;
Mobilização de produtos de apoio: colocar à disposição do cliente outros utensílios de
que a unidade de restauração disponha para ajudar a ultrapassar as suas dificuldades.
Todos estes ajustamentos devem realizar-se na medida em que o cliente os solicitar, e
seguindo as suas instruções, de forma delicada, respeitosa e discreta, com bom senso e genuína
vontade e gosto de bem servir. Ainda mais do que para o cliente comum, adote uma postura
atenta e proactiva. Anteveja as necessidades do cliente e intervenha no momento certo.
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Nem sempre é fácil estabelecer empatia com uma pessoa. Em geral, temos mais facilidade
em compreender um problema ou situação que esteja próxima da nossa realidade
Contudo, a possibilidade de compreender o outro é maior quando existe uma
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predisposição favorável, uma postura aberta ao que é diferente daquilo que a nossa sociedade
considera "normal".
Objetivos específicos
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Conteúdos programáticos
Tanto as pessoas cegas como as que têm baixa visão confrontam-se com inúmeros
obstáculos em situações de mobilidade, orientação e comunicação.
No que diz respeito às condições de acessibilidade numa unidade de restauração, estes
são os principais pontos de acessibilidade física a ter em conta para um cliente com deficiência
visual:
• Porta de acesso do estabelecimento identificada com o símbolo de restaurante
e/ou número da porta em relevo e com largura não inferior a 80 cm;
• Escadas ou rampas, quando existam, delimitadas por corrimãos;
• Quando as portas e os painéis são em vidro, devem ser sinalizados com elementos
de cores fortes, por forma a evitar choques;
• Os dispositivos de informação (placares, preçário, ...), de decoração (vasos, …) ou
de mobiliário devem estar colocados de modo a não constituírem obstáculos
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• guie o cliente até à mesa, ajude-o a chegar perto da cadeira e coloque a mão dele
no braço ou no encosto da cadeira, deixando que a pessoa se sente sozinha. Se
notar alguma dificuldade, pergunte se precisa de ajuda e preste o apoio
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conveniente.
• se o cliente se deslocar com apoio do seu cão-guia (que é uma das categorias
abrangidas pelo conceito de cão de assistência), aceite com naturalidade a
situação, acolha-o e oriente o seu acesso à mesa, prestando-lhe apenas o apoio
complementar que se revele necessário e que o cliente pretenda. Não se esqueça
que deverá aceitar a entrada do cão-guia já que o Decreto-Lei nº 74/2007 de 27 de
março, determina o direito de acessibilidade das pessoas com deficiência serem
acompanhadas de cães de assistência.
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No serviço de buffet, os cuidados a ter em conta com este segmento de clientes são:
• acompanhe o cliente, ajudando-o a evitar os obstáculos e o choque com outras
pessoas, em redor da mesa de buffet,
• descreva os alimentos e bebidas expostos;
• coloque no prato os alimentos escolhidos, leve-os à mesa e prepare o prato em
condições semelhantes às descritas para o serviço de mesa;
• sirva, à mesa, as bebidas escolhidas;
• esteja atento às necessidades de reposição, quer dos alimentos quer das bebidas.
No caso do serviço de coffee-break, os cuidados são semelhantes aos do serviço de buffet,
nomeadamente no que diz respeito ao apoio que os clientes cegos ou com baixa visão precisem
para aceder aos alimentos, para aceder às bebidas, para acederem a produtos de apoio, etc.
Cabe ao funcionário estar especialmente atento, para ocorrer prontamente às
necessidades especiais de cada cliente em concreto.
Já no serviço de room-service:
• apoie o cliente na formulação do pedido, descrevendo-lhe, de forma detalhada, a
ementa disponível e procurando o maior ajustamento possível às suas
necessidades e gostos;
• acomode o espaço e o mobiliário no quarto, de modo a diminuir as possíveis
barreiras, e descreva as alterações realizadas;
• ponha a mesa, prepare os alimentos, disponha as bebidas, etc., de acordo com os
cuidados já referidos a propósito do serviço de mesa.
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Objetivos específicos
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A deficiência auditiva pode ocorrer em qualquer idade e pode estar relacionada com fatores
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de natureza hereditária ou congénita (malformações/alterações morfológicas), bem como na
sequência de alterações que se manifestam aquando do nascimento ou decorrentes de doenças
ou acidentes.
A consequência mais grave da deficiência auditiva é a dificuldade de comunicação relacionada
com o desenvolvimento da fala e da língua. Muitos dos que têm dificuldades auditivas podem,
igualmente, ter mais dificuldade na compreensão e na expressão oral.
Em alguns casos, as pessoas com deficiência auditiva podem aprender leitura labial, o que
lhes permite compreender a língua falada através da leitura dos movimentos dos lábios do seu
interlocutor.
3.1.1 - Comunicação
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• Enquanto estiver a falar, mantenha sempre contacto visual. Se desviar o olhar, a
pessoa pode pensar que a conversa terminou.
• A pessoa surda que aprendeu a falar, normalmente não tem muito boa dicção.
Peça-lhe que repita as vezes necessárias. Geralmente não se importam.
• Comunique através da escrita, caso necessário.
• Repita as vezes necessárias e certifique-se que o recetor compreendeu a
mensagem.
Embora não seja expectável que o profissional domine a língua gestual, é oportuno fazer
referência ao sistema de comunicação através da qual comunica grande parte da comunidade
surda.
A língua gestual é a forma pela qual comunicam pessoas que não conseguem verbalizar
sons e/ou não conseguem ouvir. Esta língua tem todas as características de qualquer outra:
vocabulário, alfabeto e gramática.
Antigamente, em Portugal, a comunicação através da língua gestual era proibida. Os
surdos falavam entre si, através da língua gestual, às escondidas, sendo que só em 1997 é que a
Língua Gestual passou a ser considerada como uma das nossas línguas oficiais.
Muitas pessoas não sabem da existência destes cães treinados para ajudarem surdos.
Eles alertam o dono para os sons de campainha, toques na porta, choro de bebé,
despertador, alarme de incêndio e até quando o seu nome é chamado. Estes cães são
especialmente treinados para alertar o dono através de contacto físico e levá-lo até a fonte do
som.
Após o cliente estar acomodado, é necessário compreender o que ele pretende consumir e
tomar nota do pedido.
Poderá revelar-se bastante útil dispor de uma ementa (comum ou especial) com descrição
escrita pormenorizada, apoiada em imagens, desenhos ou fotografias, expressando as
informações que de outra forma o cliente poderá ter dificuldade em perceber.
Desde o acolhimento e ao longo de todo o serviço, as competências específicas que precisará
de mobilizar são as que têm a ver com a comunicação, ou seja, compreender o que cliente
deseja e fazer-se compreender pelo cliente relativamente ao que tem para lhe oferecer.
Mantenha uma atitude pró-ativa e tome atenção redobrada ao cliente com limitações
auditivas pois ele terá maiores dificuldades em estabelecer contacto consigo.
Em caso de emergência, tenha especial atenção ao cliente surdo ou com audição reduzida.
Verifique se este se deu conta do ocorrido e preste-lhe o apoio necessário e conveniente.
Nos dias de hoje o cliente com necessidades especiais, ciente dos seus direitos, é mais
exigente. Por isso, muito mais difícil de manter quando insatisfeito com os serviços prestados.
Lembre-se que cada cliente que é mal atendido divulga a sua insatisfação a outros. A
informação de que prestou um mau serviço pode propagar-se de forma vertiginosa e
descontrolada.
3.3 - Relacionamento interpessoal
Objetivos específicos
Conteúdos programáticos
4.1 - Condições de acessibilidade e produtos de apoio
4.1.1 - Verificação de requisitos
4.2 - Acolhimento do cliente
4.3 - Serviço de mesa, bar e cafetaria
4.4 - Serviço de buffet, coffee-break e room-service
4.5 - Relacionamento interpessoal
4.5.1 - Estereótipos
Este segmento de clientes dos serviços de restauração é composto por dois subconjuntos
com necessidades especiais e correspondentes cuidados específicos de serviço bastante
diferentes.
Os clientes considerados no subconjunto A (clientes com deficiência intelectual ligeira ou
moderada) apresentam, na verdade, significativas limitações, nomeadamente no que diz respeito
à compreensão das situações, à comunicação, à utilização da linguagem oral, da escrita e do
cálculo, à orientação no espaço e no tempo e às tomadas de decisão, mas apresentam também
níveis de capacidades, em matéria de mobilidade, agilidade, visão, audição e de autonomia
pessoal e social, que fazem com que não se coloquem especiais necessidades relativamente às
questões de acessibilidades e produtos de apoio.
Bem pelo contrário, os clientes que considerámos no subconjunto B (clientes com
deficiência intelectual severa ou com outras deficiências de natureza física motora ou sensorial,
associadas à deficiência intelectual e um elevado grau de dependência) apresentam importantes
necessidades especiais em matéria de acessibilidades e produtos de apoio e requerem dos
serviços de restauração cuidados específicos, em grande parte mediados pelos acompanhantes.
Embora o serviço a prestar seja frequentemente intermediado pelo acompanhante
(familiar ou técnico), não deixa de haver lugar a serviços prestados diretamente ao cliente.
Interaja com ele, não finja que ele não existe, não presuma que ele não compreende ou
não sente nada.
Quando as deficiências associadas são de natureza motora, visual ou auditiva, mobilize as
competências que adquiriu relativamente ao apoio e à assistência pessoal aos clientes com esses
tipos de necessidades especiais.
As competências de apoio e assistência pessoal, assim como de mobilização e operação
dos produtos de apoio à mobilidade, que os profissionais precisam de ter, sendo embora
semelhantes às que foram tratadas no tema I (relativo à deficiência motora), refletem também
algum grau de ajustamento às circunstâncias concretas de cada um destes clientes.
4.5.1 - Estereótipos
Conteúdos programáticos
Os clientes seniores são, cada vez mais, um importante segmento da procura turística e da
utilização dos serviços da restauração. Mas, inevitavelmente, com o avançar da idade, vão
surgindo limitações de diversas ordens, nomeadamente:
• dificuldades de deslocação (uso de cadeira de rodas, de bengalas, de canadianas);
• dificuldades sensoriais (diminuição da audição e da visão);
• dificuldades intelectuais (falhas de memória, perturbações na orientação no
espaço e no tempo, menor facilidade de comunicação, etc.);
• problemas de saúde (por exemplo, diabetes onde, por esse motivo, existem outros
cuidados com a alimentação e as bebidas).
O aparecimento destas dificuldades pode levar o cliente sénior a evitar ou deixar mesmo
de viajar, de sair, de ir ao restaurante, ao bar, a menos que a oferta turística e a oferta de
restauração se consigam adaptar com naturalidade e eficiência a essas novas necessidades,
garantindo o bem-estar e a satisfação do cliente.
Quando o cliente da unidade de restauração possui limitações de ordem física ou sensorial
decorrentes do envelhecimento, os primeiros aspetos a observar são os que se relacionam com as
acessibilidades, mais concretamente o acesso ao edifício, à sala, à mesa, ao buffet, etc.
No que se refere ao acesso ao restaurante e à acessibilidade no seu interior, é de
relembrar, como debatido no tema I, a importância:
• das escadas de acesso e das rampas;
• de evitar obstáculos provenientes de objetos deixados ao acaso nos percursos/
locais de passagem;
• das distâncias entre os elementos do mobiliário e os equipamentos;
• do espaço de circulação da cadeira de rodas ou do espaço requerido pelo uso das
canadianas;
• dos pisos antiderrapantes;
• da sinalização de espaços acessíveis;
• da sinalização das casas de banho.
Outro aspeto a observar é a disponibilidade de produtos de apoio destinados a minorar as
dificuldades que o cliente possua. Relembrando alguns desses produtos de apoio, destaca-se:
• talheres próprios e palhinhas;
• canecas e copos com bases lisas para maior estabilidade;
• pratos com rebordo, para evitar que a comida entorne;
• talheres mais pesados e/ou com inscrições em Braille.
Quanto às práticas de serviço é de referir, uma vez mais:
• a utilização de cores contrastantes como é exemplo: pratos em cores suaves com
uma borda escura, taças coloridas, cor dos guardanapos e das toalhas de mesa
contrastantes com a loiça;
• evitar a utilização na mise-en-place de elementos de vidro transparente;
• assegurar uma boa e uniforme iluminação da sala.
Visando o conforto e a segurança do cliente sénior com limitações, importa referir que o
mobiliário de suporte do restaurante, bar ou cafetaria, deve ter as seguintes características:
• poltronas e sofás com altura de cerca de 50 cm e profundidade entre 70 a 80 cm,
com design que auxilie o sentar, não devendo os assentos ser muito macios;
• cadeiras com encosto alto e apoio lateral;
• mesas de apoio com altura média de 60 cm;
• mesa de refeições com altura de 75 cm e bordas arredondadas.
Bibliografia
Turismo de Portugal IP
http://www.turismodeportugal.pt