Datec Rossi

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Produto

Sistema Rossi de painéis


estruturais pré-moldados maciços
de concreto armado para execução
de paredes
Av. Prof. Almeida Prado, 532 Proponente
Cidade Universitária - Butantã ROSSI Residencial S.A.
CEP 05508-901
São Paulo - SP Av. Major Sylvio de Magalhães Padilha, nº 5200, Morumbi, São
Tel: (11) 3767-4164 Paulo/SP, CEP: 05693-000
Fax: (11) 3767-4961 Home page: http://www.rossiresidencial.com.br
[email protected] / www.ipt.br Telefone: 11 4058-2000
E-mail: [email protected]
Considerando a avaliação técnica coordenada pelo
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo, IPT, e a decisão do Comitê Técnico, de 24/10/11,
a Comissão Nacional, em sua reunião de 14/11/11,
Emissão
Novembro de 2011
resolveu conceder ao “Sistema ROSSI de painéis pré-
moldados maciços de concreto armado para paredes” o
DATec
Validade
Documento de Avaliação Técnica Nº 007. Esta decisão
é restrita às condições de uso definidas para o sistema, Nº 007
Outubro de 2013 destinado à construção de edifícios habitacionais de até
cinco pavimentos, e às condições expressas nesse
Documento de Avaliação Técnica.

Limites da avaliação técnica do “Sistema ROSSI de painéis estruturais pré-moldados maciços de


concreto armado para parede:
para a avaliação do sistema Rossi, considerou-se como elementos inovadores os painéis
pré-moldados de concreto armado e suas interfaces com piso, esquadrias e cobertura, as
juntas entre painéis e as juntas entre golas;
os componentes e elementos convencionais não estão contemplados nesta avaliação e
devem atender às normas técnicas correspondentes. As lajes de piso convencionais devem
atender às normas técnicas pertinentes, inclusive quanto ao requisito de isolação sonora e
redução de ruído de impacto.
a avaliação foi realizada considerando o emprego do sistema construtivo em edifícios
habitacionais de até cinco pavimentos;
o desempenho térmico foi avaliado para as oito zonas bioclimáticas, constantes da NBR
15.220-3:2005, considerando cobertura formada por laje de concreto e telhado de telhas
cerâmicas;
as avaliações de desempenho acústico limitaram-se à verificação das paredes cegas, por
isso as janelas devem apresentar isolação sonora adequada para garantir o desempenho
acústico das paredes de fachada;
a estanqueidade à água foi avaliada, por meio de análise de projeto e visita a obras em
execução e finalizadas, considerando os painéis, as juntas entre painéis e as juntas entre
painéis e esquadria; entretanto, a estanqueidade à água da janela não foi avaliada;
a avaliação da durabilidade das paredes de concreto foi feita considerando-se a classe de
concreto C25, para as classes I e II de agressividade ambiental, correspondentes às zonas
rural e urbana, respectivamente.
o comportamento das juntas entre painéis, das juntas entre painéis e laje de piso, e das
juntas entre lajes pré-moldadas na região da gola (junta entre golas) devem ser objeto de
monitoramento constante pelo Proponente da Tecnologia, em razão da limitação de se
avaliar tal comportamento ao longo do tempo.
1. Descrição do produto
O sistema ROSSI destina-se à construção de paredes para edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos. O sistema é constituído de painéis estruturais pré-moldados maciços de concreto e
pelas ligações entre eles. Estão sendo consideradas ainda as interfaces entre painel e janela, e
painel e instalações. A Figura 1 ilustra uma vista geral da montagem desses painéis em um
pavimento-tipo.
A fabricação dos painéis é feita em unidade de produção montada em canteiro-de-obras ou em
usina. A moldagem dos painéis é feita na posição vertical, com fôrmas de aço, do tipo bateria,
apoiadas sobre quadro metálico. As fôrmas são constituídas por chapas e perfis metálicos,
parafusos e ganchos de travamento (Figura 2); Tais fôrmas podem ser movimentadas permitindo
ajustes para fabricação de painéis de diferentes comprimentos. Empregam-se os seguintes
equipamentos no processo de fabricação e montagem dos painéis: ponte rolante, guindaste ou
grua.

Figura 1 - Vista geral da montagem dos painéis em um pavimento-tipo

Figura 2 – Vista geral das fôrmas de aço tipo bateria


1.1. Condições e limitações de uso
As paredes formadas por painéis estruturais não podem ser total ou parcialmente demolidas.
Qualquer modificação em paredes e lajes, como abertura de vãos de portas e rasgos para
instalações hidráulicas e elétricas, deve ser previamente acordada com a ROSSI, na fase de
projeto do edifício. O uso dos painéis está limitado a classe de agressividade I e II (atmosferas
rurais e urbanas). Os cuidados na utilização constam do Manual de Operação, Uso e Manutenção
(Manual do Proprietário), preparado pela ROSSI para cada empreendimento.

2. Diretriz para avaliação técnica


O IPT realizou a avaliação técnica de acordo com a DIRETRIZ SINAT Nº 002 – “Diretriz para
Avaliação Técnica de Sistemas construtivos integrados por painéis estruturais pré-moldados, para
emprego em casas térreas, sobrados e edifícios habitacionais de múltiplos pavimentos”, publicada
em novembro de 2009.

3. Informações e dados técnicos


3.1 Especificações técnicas e detalhes construtivos
a) Painéis de parede: painéis estruturais pré-moldados de concreto armado com espessura de
10cm, altura igual ao pé-direito do edifício e comprimento máximo de 4 metros, em função das
baterias de fôrmas e do equipamento de transporte vertical a ser utilizado. O concreto utilizado
na produção dos painéis é um concreto comum, com massa específica igual a 2250kg/m3 (±
50), resistência característica à compressão especificada de 25 MPa e consistência no mínimo
igual a 600mm. O concreto utilizado nos painéis tem adição de fibras de polipropileno. Os
painéis estruturais são constituídos por dois tipos de armadura: simples e centralizada, de
telas L113 (malha 10cm x 30cm e fios de 3,8mm de diâmetro) ou dupla e constituída de duas
telas Q61 (malha 15cm x 15cm e fios de 3,4mm de diâmetro), conforme projeto estrutural
elaborado pela ROSSI para cada empreendimento específico. O cobrimento de concreto das
armaduras é garantido pelo posicionamento de espaçadores plásticos nas telas, cinco
espaçadores por metro quadrado. No caso de painéis com duas telas, o espaçamento entre as
telas é garantido com o uso de separador tipo “caranguejo” em aço (Ø=4,2mm), com seis
espaçadores por painel. A resistência mínima do concreto na desenforma, é de 8MPa, o que é
obtido geralmente após 20 horas da concretagem. Após desenforma os painéis são
transportados e armazenados para serem curados (aspersão de água) por um período mínimo
de 48 horas; após esse prazo os painéis estão liberados para serem montados em seus locais
definitivos.
b) Painéis de laje: as lajes são pré-moldadas, maciças de concreto armado de 9 cm de
espessura total. Os painéis de laje incorporam um ressalto (“gola”) nas bordas externas junto à
fachada, o qual possui aproximadamente 7,5cm. A Figura 3 mostra um detalhe da armadura e
do espaçador da “gola” para garantir o cobrimento adequado, e a Figura 4 mostra um
esquema com as respectivas dimensões da gola. A resistência característica à compressão do
concreto especificada é de 25 MPa. As lajes são apoiadas sobre os painéis de parede e em
pontos localizados, sobre apoios de paredes internas, há rebaixos de 5 cm de espessura que
recebem a armadura negativa e um complemento de concreto (Figura 15 e 16).
Figura 3 – Armadura e espaçador plástico da “gola” Figura 4 - Detalhe da “gola” na extremidade da laje
(sem escala, dimensões em cm)
c) Ligações entre painéis: os painéis possuem rebaixos e armaduras de ligação nas bordas
laterais (04 barras de aço CA25 de 8,0mm de diâmetro em cada extremidade do painel), para
possibilitar a junção lateral entre dois painéis. As armaduras de ligação de cada painel são
soldadas às armaduras de ligação dos painéis adjacentes e às armaduras verticais de
arranque, ligadas à fundação (Figura 5). Essas armaduras de arranques são barra de aço
CA50 de 8mm de diâmetro. Os eletrodos utilizados na solda tem 3,25mm de diâmetro, sendo
que a área da solda deve ser no mínimo igual a área da seção das barras de aço soldadas.
Posteriormente, a interface entre os painéis é preenchida com graute, com auxílio de uma
fôrma metálica. A resistência à compressão especificada para o graute empregado no
preenchimento das juntas entre painéis é de 25 MPa. O tratamento das juntas entre os painéis
na face externa, após o grauteamento, é feito com emprego de fundo de junta e selante
flexível tipo poliuretano, como mostra a Figura 5. Após finalização da montagem dos painéis,
na fase de pintura, a região das juntas entre painéis (face interna) recebe tratamento com tela
poliéster e aplicação de emulsão acrílica.

Esquema em planta das juntas entre painéis – sem Detalhe 01 (planta) do tratamento da junta com
escala selante – sem escala
Figura 5 – Desenho esquemático do tratamento dado às juntas entre painéis

d) Ligações entre painéis de parede e laje: os painéis são assentados sobre as lajes com
argamassa, sendo as juntas horizontais entre painel e laje pré-moldada na região da gola
tratadas com emulsão acrílica e tela de poliéster (malha de 2x2mm e 40g/m2 de gramatura),
conforme Figura 6. Esse tratamento é feito também no pavimento térreo na região da junta
entre piso e painel.

Figura 6 – Desenho esquemático do tratamento dado às juntas entre painéis e gola

e) interface entre painéis e instalações: as instalações elétricas são embutidas nos painéis de
parede (eletrodutos posicionados na forma dos painéis antes da concretagem). As instalações
hidráulicas (tubulações de prumada) tanto de água fria quanto esgoto são posicionadas em
shafts; as tubulações de água fria de pequeno porte (até 40mm) são externas aos painéis
estruturais pré-moldados de concreto;
f) interface entre painéis e janelas: as janelas são posicionadas nos ressaltos (abas)
existentes nos painéis (Figura 14) e fixadas lateralmente aos painéis com parafusos.
Complementarmente, a vedação da junta entre painel e janela é feita com selante de
poliuretano.
g) Revestimento e acabamento do painel de parede: as faces dos painéis podem receber
pintura ou revestimento cerâmico, aplicados conforme normas técnicas pertinentes.

3.2 Procedimento de execução


A seqüência de atividades para fabricação e montagem dos painéis do sistema Rossi,
apresentada a seguir, pôde ser constatada nas visitas técnicas realizadas em obras (unidade de
produção em Sumaré/SP e obra em Campinas/SP).
a) Preparação das fôrmas: limpeza e aplicação de desmoldante;
b) Preparação da armadura de cada painel, introduzindo também os separadores “caranguejo”
entre telas, os espaçadores plásticos para garantir cobrimento das armaduras, e os
eletrodutos e caixas de elétrica. Para cada painel existe um desenho de armaduras específico.
A armadura dos painéis é preparada em local especifico (Figura 7) e depois, posicionada na
fôrma metálica (Figura 8).
Figura 7 - Pré-montagem da armadura Figura 8 - Montagem final da armadura na fôrma
com espaçadores

c) Verificação da conformidade das armaduras e seus cobrimentos com especificações de


projeto;
d) Fechamento e travamento das fôrmas metálicas de uma bateria;
e) Lançamento do concreto nas fôrmas de uma mesma bateria (Figura 9);
f) Desenforma (retirada das fôrmas), após 20 horas de concretagem e desde que o concreto dos
painéis tenham resistência à compressão mínima de 8MPa, e estocagem dos painéis (Figura
10);

Figura 9 – Concretagem dos painéis Figura 10 – Estocagem dos painéis

g) Verificação da qualidade do painel concretado, conforme procedimento de controle específico,


e execução de cura por aspersão de água por 48 horas;
h) Transporte e posicionamento do painel em local definitivo. Os painéis são transportados com
equipamento de transporte vertical, sendo posicionados e colocados no seu local definitivo
sobre uma camada de argamassa de assentamento. O posicionamento dos painéis é garantido
pelo auxílio de escoramentos (Figura 11);
i) Junção das armaduras de ligação de painéis-paredes adjacentes por meio de solda (na
execução dos painéis é passado desmoldante com retardador de pega na testeira da fôrma e,
após a desmoldagem é feito jateamento da testeira com água para expor o agregado e
melhorar a aderência, conforme Figura 12);
Figura 11 - Escoramento dos painéis e limitador de Figura 12– Testeira do painel com agregado
junta exposto após jateamento
j) Posicionamento de fundo de junta;
k) Colocação de fôrma metálica na região das juntas entre painéis, visando criar um
compartimento fechado para possibilitar preenchimento dessas juntas com graute;
l) Grauteamento das juntas entre painéis;
m) Após a montagem final dos painéis, o acabamento das juntas, na face externa dos painéis, é
feito com selante, conforme Figura 13;
n) As esquadrias (janelas) são encaixadas nos ressaltos dos painéis (Figura 14), após o que é
feito o acabamento dessa interface, colocando-se um selante na fresta entre a janela e o
painel;

Figura 13 - Aplicação de selante na face externa da Figura 14 - Ressalto no painel para encaixe da
junta entre painéis esquadria e acabamento

o) Posicionamento das lajes pré-moldadas sobre as paredes constituídas de painéis estruturais


pré-moldados de concreto armado, com auxílio de escoramentos na face inferior das lajes.
São feitos o posicionamento das armaduras negativas das lajes e a concretagem
complementar dos rebaixos das lajes, conforme indicado nos projetos (Figuras 15 e 16);
Figura 15 - Borda rebaixada da laje com armadura Figura 16 - Concretagem complementar do rebaixo
negativa posicionada da laje

A Figura 17 apresenta um edifício em execução com o “sistema ROSSI de painéis estruturais pré-
moldados maciços de concreto armado para paredes”.

Figura 17 – Edifício com emprego do sistema ROSSI de painéis pré-moldados de concreto

4. Avaliação técnica
A avaliação técnica de desempenho foi conduzida conforme a Diretriz SINAT 002, a partir da
análise de projetos, ensaios laboratoriais, verificações analiticas do comportamento estrutural,
vistorias em obras e demais avaliações que constam dos Relatórios Técnicos e de ensaios citados
no item 6.2.

4.1 Desempenho estrutural

A resistência característica especificada para o concreto empregado nos painéis pré-moldados é


igual ou maior que 25 MPa, conforme comprovado nos ensaios de caracterização do concreto
realizado em laboratório e nos ensaios de controle da qualidade realizados na obra auditada.
A configuração estrutural é dada pela composição das paredes estruturais que recebem as cargas
verticais das lajes e as transmitem às fundações. As lajes são maciças e recebem um
complemento de concreto sobre alguns apoios intermediários, o que confere a ligação com as
paredes. As cargas de vento são transmitidas a todas as paredes através dos diafragmas rígidos
compostos pelas lajes. A distribuição destas cargas horizontais, aliada à baixa altura da
edificação, fornece as condições para que os esforços devidos ao vento não sejam tão
significativos quanto ao dimensionamento dos elementos estruturais e das fundações.
Conforme as verificações analíticas, a estabilidade global do edifício é função das paredes
estruturais que funcionam como contraventamento, das lajes que funcionam como diafragmas
rígidos e da ligação entre painéis e entre painéis e lajes que monolitizam o conjunto, sendo
considerada satisfatória para as cargas atuantes consideradas.
Foram realizados ensaios para avaliar a resistência às cargas verticais, considerando o estado
limite último e o estado limite de utilização. Na Tabela 1, apresenta-se uma síntese dos resultados
dos ensaios de compressão excêntrica realizados em laboratório.
Tabela 1 - Síntese dos resultados dos ensaios de compressão excêntrica
Carga da primeira fissura Carga de ruptura (kN/m)*
Corpo-de-prova ensaiado
(kN/m)
CP 1 900** > 1166,7
CP 2 1100** > 1166,7
CP 3 1200** > 1166,7
Média 1066,7** > 1166,7
* Os corpos de prova não sofreram ruptura para a carga de 1166,7 kN/m, tendo sido a carga limite aplicada.
** Os painéis não sofreram fissuras, apenas danos na base do painel. Considerou-se essa respectiva carga
como carga de primeira fissura para a avaliação do estado limite de serviço.

Considerando a equação que dimensiona a resistência última (Rud)apresentada na NBR 15.575-2,


determina-se para compressão excêntrica Rud = 544,4 kN/m e considerando-se uma carga atuante
de Pmax= 63 kN/m, informada pela ROSSI para o projeto estrutural dos edifícios de até cinco
pavimentos, aplicando-se um acréscimo de 30% devido à carga de vento e efeitos de segunda
ordem, e utilizando-se um coeficiente de majoração de 1,4; tem-se que: Pmax Rud.. Assim, os
painéis de parede estruturais ensaiados atendem à solicitação de cargas verticais para o estado
limite último.
Conforme mostram os resultados apresentados na Tabela 1, embora os painéis ensaiados não
tenham sofrido fissuras, considerou-se, para efeito de avaliação do estado limite de serviço, as
cargas em que ocorreram danos na base dos painéis, obtendo-se Rsd = 525,0 kN/m. Verificou-se
que as cargas de serviço atuantes são inferiores aos valores de resistência de serviço e que não
foram observados deslocamentos horizontais maiores que os permitidos (h/500) nos painéis
durante o ensaio, concluindo-se que os painéis de parede ensaiados também atendem ao estado
limite de utilização.
Para cada empreendimento, a ROSSI deve elaborar projeto estrutural específico.
Conforme Diretriz SINAT 002, considera-se que as paredes maciças de concreto armado, com
emprego de concreto comum (caracterizado com massa específica seca não inferior a 2150kg/m3
e fck ≥ 20MPa) e espessura mínima de 10cm, atendem aos critérios relativos a impactos de corpo
mole e corpo duro, capacidade de fixação de peças suspensas e solicitações transmitidas por
portas.

4.2 Estanqueidade à água


Foram feitas análises de projeto para avaliar os aspectos que influenciam a estanqueidade à água
do sistema de paredes de fontes de umidade externas e internas.
Considera-se que o sistema de paredes satisfaz às condições de estanqueidade à água de chuva
pelas características construtivas (paredes de concreto armado, com f ck = 25Mpa, e posterior
aplicação de pintura) e pelas características do material de preenchimento das juntas entre
painéis (graute). Além disso, o detalhe construtivo do ressalto, de aproximadamente 7,5 cm, nas
extremidades das lajes pré-moldadas junto à fachada (gola) contribui para a obtenção da
estanqueidade da fachada. A junta entre o painel e a laje é preenchida com argamassa e tratada
com tela de poliéster e emulsão acrílica.
A forma de fixação das janelas (parafusos e vedação com selantes) satisfaz às condições de
estanqueidade à água de chuva na região de interface entre painel e janela. Nas interfaces entre
as paredes e as janelas prevê-se a colocação de materiais de vedação flexíveis que permitam a
acomodação de deformações térmicas e estruturais e garantam a estanqueidade. A ROSSI
especifica um ressalto na face interna do painel nos vãos de janelas, o que favorece a
estanqueidade.
A estanqueidade à água das paredes internas em contato com água de uso e lavagem é
considerada satisfatória, em razão, também, das características construtivas dessa parede
(paredes de concreto armado com fck = 25MPa e aplicação de pintura ou revestimento cerâmico).
Com relação à estanqueidade à água das juntas (interfaces) entre painéis de parede e pisos
internos e externos, os projetos de cada empreendimento devem prever caimentos do piso e
diferença de cotas entre o piso externo e interno, e entre o piso do banheiro e do corredor para
minimizar o contato da água do piso com a base da parede.

4.3 Desempenho térmico


Foram feitas simulações computacionais para avaliar o desempenho térmico de edifícios que
empregam o sistema objeto deste DATec. As simulações consideraram as oito zonas climáticas
brasileiras constantes da NBR 15.220.
Conclui-se que edifícios que sejam executados com o sistema Rossi de painéis para paredes têm
potencial para apresentarem desempenho térmico mínimo no período de verão, desde que
consideradas as condições da Tabela 2. No período do inverno, é atendido o desempenho térmico
mínimo em todas as situações consideradas.
Para a avaliação do desempenho térmico considerou-se os seguintes parâmetros: absortância à
radiação solar da superfície externa das paredes igual a: 0,3 (cores claras), 0,5 (cores médias) e
0,7 (cores escuras). Na Tabela 2 apresenta-se um resumo das cores possíveis de serem
utilizadas nas fachadas para as zonas bioclimáticas analisadas.

Tabela 2 – Condições necessárias para que os edifícios atendam às exigências da DIRETRIZ SINAT Nº 002
Cor do acabamento externo das paredes de fachada
Zonas
Bioclimáticas Condição Com Com Com sombreamento
(a) (b) (c)
padrão sombreamento ventilação e ventilação
(d)
1 Não atende Claras Claras Qualquer cor
(d) (d) (d)
2 Claras Qualquer cor Qualquer cor Qualquer cor
(d)
3 Não atende Claras Claras Qualquer cor
(d) (d) (d)
4 Claras ou médias Qualquer cor Qualquer cor Qualquer cor
(d)
5 Não atende Claras Claras ou médias Qualquer cor
(d)
6 Não atende Claras Claras Qualquer cor
(d) (d) (d)
7 Claras ou médias Qualquer cor Qualquer cor Qualquer cor

8 Não atende Não atende Não atende Clara


Notas:
(a)
condição padrão: ambientes com ventilação somente por infiltração através de frestas em janelas e portas, a
uma taxa de uma renovação do volume de ar do ambiente por hora (1,0 Ren/h) e janelas sem
sombreamento;
(b)
condição de sombreamento: proteção solar externa ou interna que impeça a entrada de radiação solar direta
ou reduza em 50% a incidência da radiação solar global no ambiente;
(c)
condição de ventilação: ambiente ventilado a uma taxa de cinco renovações do volume de ar do ambiente
por hora (5,0 Ren/h);
(d)
Recomenda-se não utilizar cores excessivamente escuras.
4.4 Desempenho acústico
Foi realizado ensaio em laboratório para verificar o índice de isolação sonora dos painéis de
parede com espessura de 10 cm, conforme síntese dos resultados apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 – Síntese dos critérios de desempenho e do resultado do ensaio de isolação sonora
Critério de desempenho: valor
Valor de Rw determinado em
Elemento mínimo (Rw em dB), exposto na
laboratório (dB)
DIRETRIZ SINAT 002
Parede entre unidades 45
46
Fachadas 30

Conclui-se que, respeitando-se os valores mínimos de Rw para as janelas no caso das fachadas, o
desempenho acústico do sistema de painéis maciços de concreto avaliado atende à DIRETRIZ
SINAT Nº002, para paredes de fachada e para paredes entre unidades habitacionais.

4.5 Durabilidade e Manutenibilidade


Foram feitas análises de projeto e ensaios para avaliar os requisitos considerados importantes
para a durabilidade do sistema de painéis em questão.
Verificou-se o consumo de cimento, a classe de agressividade ambiental, a resistência à
compressão do concreto e a relação àgua-cimento para garantir a qualidade mínima do concreto.
O sistema ROSSI de painéis emprega concreto com no mínimo 300kg/m3 de cimento, relação
água-cimento ≤0,60, enquadra na classe de concreto C25 e nas classes I e II de agressividade
ambiental.
O cobrimento nominal (cnom) para os painéis de parede é de 25mm, considerando Classe II de
agressividade ambiental, fck=25 MPa, relação água/cimento ≤ 0,60 e adotando-se Δc = 5 mm
(Δc = tolerância de execução para o cobrimento). Quando se supõe a existência de limites rígidos
de tolerância das dimensões durante a execução, como no caso da fabricação de elementos pré-
moldados pode-se, segundo normas técnicas pertinentes e DIRETRIZ SINAT Nº002 considerar
Δc = 5 mm. Nesse sentido, também para a classe I, com Δc = 5 mm, o cobrimento nominal (cnom) é
de 20mm. Assim, considerando-se a espessura dos painéis, a espessura das telas empregadas e
o uso dos espaçadores plásticos especificados, verifica-se que é adequado o cobrimento das
armaduras dos painéis estruturais, tanto com a utilização de tela simples quanto com tela dupla
(espaçadores de 25 mm), para as classes I e II de agressividade.
Do ponto de vista da durabilidade da estrutura de edifícios, particularizada para a resistência à
corrosão das armaduras, conclui-se que o sistema Rossi satisfaz a essas exigências
considerando que os painéis de concreto armado cumprem com a resistência característica de
concreto especificada, estão inseridos em regiões rurais e urbanas, Classes I e II de
agressividade ambiental, tem cobrimento das armaduras de 25mm e são previstas manutenções
periódicas da unidade habitacional feitas pelo usuário, particularmente quanto à pintura das
paredes.
Faz-se necessário a realização de ensaios de reatividade álcali-agregado (RAA) com os
agregados utilizados na produção do concreto empregado nos painéis, nos diferentes canteiros-
de-obras ou usinas.
Considera-se adequado o desempenho dos painéis de parede à ação de calor e choque térmico,
por serem elementos com características construtivas homogêneas: painel maciço de concreto.
A manutenibilidade foi avaliada considerando-se o conteúdo do Manual de Uso e Manutenção do
edifício, elaborado pelo proponente da tecnologia. Foram analisados, particularmente, os itens
relativos aos elementos construtivos que compõem ou têm interferência com o sistema de painéis
pré-moldados de concreto. No referido manual foram considerados períodos de vida útil de
projeto, VUP, conforme DIRETRIZ SINAT 002, também sendo especificados os cuidados para a
utilização e manutenção adequada do sistema de painéis para parede, incluindo a definição de
cronogramas para inspeção e a previsão de procedimentos e periodicidade de pintura dos painéis
e inspeção e substituição dos selantes. Portanto, considera-se que o conteúdo desse Manual
satisfaz às condições de manutenibilidade especificadas na DIRETRIZ SINAT 002. Para cada
empreendimento será elaborado Manual de Uso e Manutenção específico.
O proponente da tecnologia informou que a vida útil de projeto (VUP) do selante de poliuretano
empregado no tratamento das juntas entre painéis (lado externo) é de 10 (dez) anos. A cada dois
anos recomenda a realização de inspeções na fachada visando à identificação de eventuais falhas
e a necessidade de execução de reparos localizados. Cuidados devem ser tomados para não
ocasionar danos ao material empregado como fundo de junta. A cada 10 (dez) anos é
recomendada a substituição completa do selante, a ser feita por empresa especializada. Como o
proponente recomenda repintura da fachada a cada 5 (cinco) anos, a substituição do selante pode
ser programada periodicamente junto com a repintura da fachada.

4.6 Segurança ao fogo


As paredes de concreto são compostas por materiais incombustíveis, não se caracterizando como
propagadores de incêndio. Também apresentam características adequadas em termos de
desenvolvimento de fumaça, não agravando o risco de incêndio inerente a edifícios de até cinco
pavimentos.
Foi realizado ensaio laboratorial de resistência ao fogo, conforme DIRETRIZ SINAT 002, com
painel de parede com espessura de 10cm. Os resultados demonstraram que esse painel atende
aos requisitos de estanqueidade a chamas, isolamento térmico e estabilidade estrutural, durante
um período de 30 minutos.
As lajes especificadas no projeto (lajes maciças de concreto de 9 cm de espessura total e
complemento de 5 cm de espessura em pontos localizados ao longo das bordas sobre apoios de
paredes internas) têm potencial para atender ao critério de 30 minutos de resistência ao fogo, de
acordo com o método de dimensionamento tabular proposto na NBR 15.200:2004 e exigências da
DIRETRIZ SINAT Nº 002.
Conclui-se, portanto, que o sistema de painéis estruturais pré-moldados de concreto armado
atende às exigências da DIRETRIZ SINAT 002 quanto à segurança ao fogo.

5. Controle da qualidade
Foram feitas auditorias na unidade de produção e em obra executada com o sistema Rossi de
painéis para paredes, para verificar se o controle da qualidade do processo de produção estava
sendo aplicado conforme a DIRETRIZ SINAT 002. Na auditoria inicial realizada pelo IPT, os
aspectos de controle descritos a seguir foram verificados. Tais aspectos devem ser continuamente
controlados pelo proponente da tecnologia.
 Recebimento de materiais e componentes (armaduras e concretos – ensaios de verificação da
consistência e da resistência à compressão do concreto na idade de desenforma e aos 28 dias);
 Sequencias e qualidade das etapas de produção (limpeza e controle geométrico das fôrmas;
posicionamento e cobrimento das armaduras; lançamento do concreto; desenforma; cura;
transporte e armazenamento);
 Recebimento dos painéis após desenforma (identificação, tolerâncias dimensionais, aparência,
e eventual presença de falhas);
 Sequencia e qualidade da montagem dos painéis em canteiro de obras (por exemplo, ligação
com fundação, travamento e alinhamento dos painéis, soldas, tratamento das juntas,
acabamentos e interfaces com esquadrias e demais componentes).
Os controles são baseados em documentos técnicos que prevêem controle da qualidade dos
projetos, do recebimento de materiais, da fabricação e recebimento dos painéis pós fabricação e
da montagem dos painéis em local definitivo. A proponente da tecnologia é responsável pelo
desenvolvimento desses documentos técnicos de controle e pela sua aplicação durante a
execução das obras, o que foi constatado na obra auditada.
Foram analisados também os documentos que comprovam o controle tecnológico do concreto e
do graute e a rastreabilidade das informações. Cem por cento dos lotes de concreto entregues na
obra são verificados quanto à consistência e resistência à compressão, nas idades: 20 horas, 3
dias e 28 dias. Esse controle é feito por laboratório próprio (laboratório gerenciado pela
construtora montado na fábrica). O laboratório próprio da Rossi é dotado de prensa com
certificado de calibração do Inmetro e mensalmente são realizados ensaios comparativos de
ruptura de corpo de prova com laboratório externo credenciado. O controle do graute é feito em
laboratório próprio ou terceirizado com no mínimo um exemplar aos 28 dias por torre.
Durante o período de validade deste DATec serão realizadas auditorias técnicas a cada 6 (seis)
meses para verificação dos controles realizados pela ROSSI no processo de produção e no
produto final, incluindo análise dos resultados históricos do controle tecnológico do concreto e do
graute.

6. Fontes de informação
As principais fontes de informação são os documentos técnicos da empresa e os Relatórios
Técnicos emitidos pelo IPT.

6.1 Documentos da empresa


 Projetos e memoriais do empreendimento “Condomínio Águas Claras”, em Campinas-SP;
 Fichas do sistema de controle do processo produtivo do sistema de painéis;
 Relatórios de ensaios de controle da resistência do concreto das paredes e lajes;
 Procedimentos de execução do sistema construtivo;
 Procedimentos para recebimento, inspeção e armazenamento de materiais e ensaios de
materiais;
 Manual de uso e manutenção do sistema (Manual do proprietário), elaborado pela Proponente
da tecnologia para cada empreendimento.

6.2 Relatórios Técnicos e Relatórios de Ensaio


 Relatório Técnico IPT nº 118 159-205 – Avaliação técnica de sistema construtivo constituído de
paredes de painéis pré-moldados maciços de concreto armado para execução de edifícios
habitacionais de até cinco pavimentos – RTA (Setembro, 2010);
 Relatório Técnico IPT nº 121 495-205 – Auditoria técnica inicial na produção do sistema
construtivo constituído de painéis pré-moldados maciços de concreto armado para edifícios
habitacionais de até cinco pavimentos – Relatório de Auditoria (Abril, 2011);
 Relatório de Ensaio IPT nº 1009 048-203 – Medição de isolação sonora (Maio, 2010);
 Relatório de Ensaio IPT nº 1011 533-203 – Determinação da resistência ao fogo em parede
com função estrutural (Julho, 2010);
 Relatório Técnico IPT nº 116 354-205 – Avaliação de desempenho térmico de edificação
habitacional com cinco pavimentos, composta por sistema construtivo em concreto, nas oito
zonas bioclimáticas brasileiras (Março, 2010);
 Relatório Técnico IPT nº 116 945-205 – Ensaios de compressão excêntrica de painéis de
parede de concreto armado (Maio, 2010).
6.3 Referências normativas
ABNT NBR 15.200:2004 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.
ABNT NBR 15270-2:2005 - Componentes cerâmicos - Parte 2: Blocos cerâmicos para
alvenaria estrutural - Terminologia e requisitos.
ABNT NBR 15575-2:2008 - Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos - Desempenho
- Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
DIRETRIZ SINAT Nº 002 – “Diretriz para Avaliação Técnica de Sistemas construtivos
integrados por painéis estruturais pré-moldados, para emprego em casas térreas,
sobrados e edifícios habitacionais de múltiplos pavimentos”, publicada em novembro de
2009.

7. Condições de emissão do DATec


Este Documento de Avaliação Técnica, DATec, é emitido nas condições descritas a seguir.
A ROSSI Residencial S.A. compromete-se a:
a. manter o sistema de painéis e o processo de produção do sistema de painéis e lajes nas
condições gerais de qualidade em que foram avaliados neste DATec, elaborando projeto
especifico para cada edifício e cada empreendimento;
b. produzir o sistema de painéis de acordo com as especificações, normas técnicas e
regulamentos aplicáveis;
c. manter a capacitação da equipe de colaboradores envolvida no processo;
d. manter assistência técnica, por meio de serviço de atendimento ao cliente.
O produto deve ser utilizado de acordo com as instruções do produtor e recomendações deste
Documento de Avaliação Técnica.
O SINAT e a Instituição Técnica Avaliadora, no caso o IPT, não assumem qualquer
responsabilidade sobre perda ou dano advindos do resultado direto ou indireto deste produto.
__________________________________________________________
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat – PBQP-H
Sistema Nacional de Avaliações Técnicas – SINAT
Brasília, DF, 14 de novembro de 2011

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