Um Amor em Paris - BC
Um Amor em Paris - BC
Um Amor em Paris - BC
Temos por objetivo o sério vigor em incentivar que o leitor adquira as obras
originais posteriormente para que os autores tenham o reconhecimento que lhe é devido
por obras tão bem escritas e elaboradas.
Nunca mencione aos autores que leram o livro em inglês. E sempre que possível
comprem os oficiais, sejam físicos ou eletrônicos, pois tais livros são o trabalho e o
sustento dos autores.
Prólogo
Julianne Arabella Sanders percorreu as ruas da cidade que mais amava: Paris.
Sua família era dona de uma fábrica de vidro aqui e seu pai vinha com frequência. Às
vezes, ele os levava com ele. E toda vez que ela ia, ela se apaixonava pela cidade
repetidamente. Mas esta visita particular a Paris foi especial. Desta vez ela estava sozinha.
Ela estava livre para ser quem ela queria ser e fazer o que quisesse.
Ela só tinha mais duas semanas de vida, como ela conhecia. Ela poderia ter uma
aventura, assumir uma identidade diferente, cometer erros, se apaixonar e realizar seus
sonhos. Mas quando seu tempo acabasse, ela não seria mais livre para decidir seu próprio
destino. Ela comprometeria todos os seus dias, todos os seus amanhãs, seu presente e seu
futuro a um homem que ela só viu duas vezes, e realmente não gostava. Ela seguiria sua
estúpida tradição familiar de casamentos arranjados e seria miserável por toda a eternidade.
Ela tentou lutar contra seu destino, mas seu pai sempre foi conhecido por ser um
homem teimoso. Quando ele se decidia, era isso. Sem voltar atrás, sem raciocinar com ele,
sem mudar de ideia. Nem mesmo seu irmão gêmeo, Gian, herdeiro de seu império de
negócios e futuro chefe da família poderia fazer algo a respeito.
Essas férias eram o máximo que Gian podia fazer por ela. Ele teve uma longa
discussão com o pai e conseguiu barganhar pela liberdade temporária dela. Ela se lembrou
do dia antes de sair de férias. Ela recebeu um telefonema estranho e irritante de Patrick
McAllister, seu futuro noivo.
‣ Eu realmente não concordo com essa sua aventura. - Ele disse a ela.
‣ Bem, infelizmente, você não tem nada a dizer sobre o assunto. - Ela respondeu
secamente.
‣ Ainda. - Ele enfatizou.
- Esse cara tem coragem. - Ela pensou com raiva.
‣ Existe um propósito real para esta chamada? - Ela conseguiu manter a voz fria.
‣ Bem, sim. - Ele respondeu. — Liguei para dizer que, enquanto você está nesta pequena
aventura, você deve prestar atenção às suas atitudes.
‣ O que diabos você quer dizer?
‣ Quero dizer, que você sempre tem que lembrar que em breve será uma McAllister. O
que quer que você faça nesta pequena viagem pode te acompanhar no futuro. E tudo o
que acontece com você afeta a mim e meu nome. O que quer que afete meu nome, afeta
minha família. Acho que você sabe aonde quero chegar com isso.
‣ Eu acho que eu entendo. Felizmente, ainda sou minha própria pessoa. E farei o
que quiser. Porque, pelo que eu sei, ainda sou Julianne Sanders. Não Julianne
McAllister.
‣ Tanto faz. Apenas certifique-se de não arrastar meu nome pela lama se você fizer
alguma besteira. Ou melhor ainda, pense no nome de sua família também. Eu ordeno
que você use um nome diferente, assuma uma identidade diferente. Como qualquer
outra pessoa, você é livre para fazer o que quiser. Como Julianne Sanders e que logo se
tornará Julianne McAllister, você sabe que a sociedade tem regras, querida. Esteja
atenta a quem você é e com quem está prestes a se casar. Espero estar sendo claro.
‣ Bem, você não…
E ele desligou antes que ela pudesse terminar a frase.
— Que criatura desprezível! - Ela fumegou.
Ela não conseguia nem começar a imaginar como o resto de sua vida iria ser, casada
com aquele homem. Mas não importa o quanto ela odiasse que Patrick McAllister já fosse
impondo sua vida, ela ainda fez o que ele pediu. Quando ela viajou, ela usou um nome
diferente.
Arabella Adams.
De certa forma, usar um nome diferente e assumir uma identidade diferente era um
pouco atraente para ela. Pelos próximos três meses, ela poderia ser quem ela quisesse ser. Ela
estava realmente livre. Mas, infelizmente, todas as coisas boas têm um fim. Ela estava agora
no final de sua jornada e pretendia aproveitar ao máximo as duas últimas semanas de sua
liberdade. Ela caminhou pelas ruas de Paris sem um destino específico em mente. Ela
sorriu para as pessoas que passaram, dizendo 'Bom dia', que era uma das dez únicas frases
em francês que ela conhecia. As pessoas deviam pensar que ela era muito amigável ou
um pouco louca, mas ela não se importava. Ela passou por uma pequena loja que vendia
bugigangas e souvenires.
— Bon jour. - Ela cumprimentou a senhora no balcão, que olhou para ela da cabeça aos pés,
como se julgando se ela era um potencial ladra de lojas.
A caixa murmurou algo em francês, o que foi rápido demais para ela entender.
— Hum, eu só vou dar uma olhada. - Ela murmurou. Seus olhos vagaram para a prateleira
com frascos de perfume de vidro fundido com a boca. Eles eram feitos à mão, com excelente
acabamento.
— Puta merda! - Ela respirou de excitação.
Ela colecionava frascos de perfume de vidro feitos à mão desde o ensino médio. Ela
ficou tão fascinada com as complexidades de seu design, especialmente aqueles com fios e
pedras coloridas. Durante a viagem, ela havia conseguido pelo menos dois de cada cidade
que foi. Algum dia, cada um a lembraria de sua aventura. Ela encontrou garrafas de vidro de
porcelana, bem como as de miçangas. Também havia antiguidades. Ela reuniu oito frascos
com os melhores designs. Um era uma garrafa azul com fios de prata e cristais intrincados
em forma de crucifixo. Parecia antigo e especial e ela sabia exatamente onde colocá-lo na
prateleira da coleção. Quando ela foi ao balcão, a senhora começou a falar com ela em
francês.
— O que?
A senhora pegou o frasco com o desenho crucifixo e o colocou de lado.
— Com licença, eu vou querer isso. - Julianne protestou.
A senhora começou a murmurar algo. Ela ergueu a voz e parecia irritada, mas Julianne
não conseguia entender uma palavra que saía de sua boca.
— Eu sinto muito. Eu não. Compreendo. O que. Você. Quer dizer. - Julianne disse o mais
devagar possível. — Por favor. Fale em. Inglês.
A senhora gritou com ela, ou parecia isso. Sua expressão estava tão zangada que
parecia que ia chamar a polícia a qualquer momento.
— Ei, eu só quero comprar isso. Eu não consigo entender você.
A senhora estava acenando com a mão na frente dela agora. Julianne estava ficando
frustrada. Ela queria sair da loja agora, mas aquela garrafa de vidro em particular parecia
valer a pena. Nesse momento, outro cliente parou ao lado dela e começou a falar com a
senhora em francês. Ele parecia estar intervindo por ela. Eles discutiram por alguns minutos
e, finalmente, a senhora começou a se acalmar. Ela embalou as garrafas de vidro e o
crucifixo separadamente. Ela se virou para Julianne e falou em francês. Julianne ergueu
uma sobrancelha.
— Cento e vinte euros. - Disse o cara em inglês.
Julianne rapidamente lhe entregou as notas. A senhora levantou uma sobrancelha
para o cara ao lado dela. Ele disse algo a ela em francês antes que ela finalmente
entregasse as sacolas para Julianne. Ela se voltou para o estranho ao lado dela e se deu
conta de que não sabia sobre o que ele e a caixa conversaram e por que ela parecia
irritada, mas estava grata pela ajuda que recebeu.
— Obrigada. Eu. Não sei. O. Que teria. Acontecido. Se você. Não tivesse. Interferido. -
Ela não sabia o quanto de inglês esse cara sabia, mas ela precisava agradecê-lo.
Ele a encarou como se ela estivesse louca. Ele não falou a princípio e Julianne
temeu que seu inglês se limitasse a números e algumas frases. Então, de repente…
— Não se preocupe. - Ele disse rindo. — Meu inglês é ótimo, muito obrigado. - Ele falava
inglês com bastante fluência e Julianne percebeu que seu sotaque francês não era tão forte
quanto quando ele falou com ela pela primeira vez. Na verdade, parecia que ele falava inglês
com frequência.
— Ai meu Deus, muito obrigada. - Julianne respirou aliviada. — Eu não sei o que aconteceu
lá, mas estou feliz que você me ajudou. Não entendi nada do que ela disse, e tenho certeza
de que ela sentia o mesmo por mim.
— De nada. Ela não fala nada em inglês.
— Por que ela parecia com raiva?
— Bem, aquele frasco que você pegou não deveria estar lá. Eu acho que é um pouco raro…
Um pouco antigo.
— Oh… Quanto antigo?
— Realmente antigo. - O cara deu de ombros. — De qualquer forma, eu disse a ela que,
se não estava à venda, ela não deveria ter colocado lá. No final, ela decidiu deixar para
lá.
— Deve ser mais caro que os outros frascos. Quanto foi? — Tenho certeza de que seu
pagamento cobriu muito bem isso.
— Oh, você tem certeza? Posso dar a ela mais dinheiro por isso.
— Não. - O cara balançou a cabeça. — Ela já concordou, isso deve ser o suficiente.
— Oh, obrigada. - Ela se virou para a senhora no balcão. — Merci beaucoup.
Mas a senhora ergueu a sobrancelha e murmurou algo em francês de novo e depois
apontou os dedos para o cara ao lado dela.
— O que ela disse?
— Ah, ela disse… Você deveria, ah, me agradecer por ter dado um bom argumento. - O
cara se virou para a caixa e disse algo para ela. Então, para surpresa de Julianne, ele a
puxou pelo cotovelo com delicadeza e a conduziu até a saída. — Venha, antes que ela
mude de ideia.
Fora da loja, Julianne voltou-se para o rapaz mais uma vez e agradeceu a sua
intervenção. Só então ela foi capaz de dar uma boa olhada nele e perceber o quão lindo ele
era. Cabelos castanhos-avermelhados e olhos água-marinha marcantes, o que era muito raro.
Ele era mais de trinta centímetros mais alto que ela, talvez alguns centímetros mais alto que
seu irmão gêmeo. Ele tinha uma leve fenda no queixo e quando falava apareciam covinhas
nos dois lados dos lábios. Julianne demorou um pouco para perceber que ele também à estava
encarando, provavelmente fazendo a mesma coisa que ela fazia com ele, estudando suas
feições.
— Hum… - Ela se sacudiu de volta à realidade antes de babar. — De novo, obrigada. Foi
muito legal da sua parte ajudar.
— O prazer foi todo meu. - Disse ele, dando-lhe um sorriso torto.
— Ok, eu já vou. Obrigado novamente. - Ela deu a ele um último sorriso antes de se virar e
ir embora.
Ele não disse mais nada. E Julianne pensou que seria a última vez que o veria.
Ela passou o resto da tarde caminhando pela cidade. Ao anoitecer, ela passou pela ‘Pont des
Arts’ e deu uma olhada nos cadeados. Ela passou algum tempo lendo alguns nomes e a
romântica desesperada nela não pôde deixar de imaginar que se sua vida tivesse sido
diferente, se ela não tivesse sido Julianne Sanders, então talvez um dia, ela poderia estar
aqui, escrevendo seu nome em um desses cadeados com o homem por quem ela estaria
perdidamente apaixonada.
— Você está procurando o seu nome? - Alguém atrás dela perguntou.
Ela se afastou das fechaduras e se dirigiu a quem falava. Ela se viu cara a cara
com o cara que ela conheceu antes na loja de souvenires.
— Oh, oi. - Ela o cumprimentou com um sorriso tímido.
— Você estava procurando o seu? - Ele apontou para as fechaduras.
— Oh não, não. - Ela balançou a cabeça. — Eu não fiz isso antes. Mas estou feliz por
aqueles que o fizeram. E você? Quantos desses você colocou aqui?
— Nah. - Ele sorriu para ela. — Nenhum.
— Você parece que não acredita que isso possa imortalizar uma história de amor.
— Não acredito que o amor possa ser imortal. - Ele encolheu os ombros.
— Uau. Isso é muito cínico e… Muito honesto da sua parte. - Disse ela. — A maioria dos
caras faria qualquer coisa para dar a impressão de que terão um final feliz para sempre.
— Bem, eu não acredito em felizes para sempre. Ou não conheci ninguém que mudasse
minha opinião sobre isso. Você já?
— Não. - Ela balançou a cabeça. — E temo não ter o luxo de fazer isso.
— Por quê?
— Hmm… - Ela balançou a cabeça ligeiramente e olhou para os cadeados novamente. —
Acredito em aproveitar o dia e tirar o máximo proveito do presente, em vez de fazer
promessas para o futuro.
— Oh… - Ele a encarou por um momento. Então ele disse. — Isso é muito honesto da sua
parte. A maioria das garotas daria a impressão de que estão procurando um príncipe
encantado e que esperam um anel no dedo após o décimo encontro.
— A maioria das meninas. - Ela riu. — Mas talvez eu não tenha os dez encontros para
dar. - Era verdade. Ela disse isso, esperando que ele não detectasse a tristeza em sua voz.
— Bem, talvez eu ficasse feliz com apenas um. - Disse ele. Sua voz estava sóbria e quando
ela olhou para ele, percebeu que ele estava esperando seriamente por sua resposta.
— Você nem sabe meu nome. - Disse ela.
— Talvez eu não tenha merecido ainda. - Ele rebateu.
— De fato, você não o mereceu.
— Talvez depois do nosso primeiro encontro, eu o merecesse.
— Talvez. - Ela disse. — Se o destino permitir que tenhamos um primeiro encontro, em
primeiro lugar.
— Eu não acredito em destino.
— Talvez seja hora de você acreditar. - Ela encolheu os ombros. — Talvez eu seja a
garota enviada para mudar sua opinião sobre isso.
— Como você irá fazer isso?
— Amanhã. - Ela disse, seu coração batendo descontroladamente em sua caixa torácica. —
Ao pôr do sol, estarei sentada em uma cafeteria lendo um livro, esperando meu par chegar.
Supondo que o destino irá nos permitir ter esse encontro.
— O que você quer dizer?
— Eu não vou te dizer exatamente que horas ou onde. Mas estarei em uma cafeteria. E
se o destino concordar conosco, você estará nessa cafeteria também.
— Deve haver cerca de uma centena de cafeterias em Paris. - Protestou ele.
— Sim. Cem chances de errar. E apenas uma chance de acertar. - Ela sorriu para ele. —
Se, de todos os lugares errados que você poderia estar, você acabasse no mesmo lugar que
eu… Então esse é o destino sorrindo para você. E talvez você comece a acreditar.
Com isso, ela deu a ele um último sorriso e se virou para sair.
Capítulo 1
— Saia da minha frente! - Edward Sanders gritou. Sua voz vibrava em cada canto da sala de
chá onde ele se sentava com sua esposa, seu filho e sua filha. — Saia de nossas vidas!
Considere-se banida! Você não deve esperar nenhuma forma de apoio financeiro desta
família a partir de agora!
— Papai! - Julianne ouviu seu irmão gêmeo implorar. — Isso é um castigo muito severo!
Ela cometeu um erro, mas ainda é minha irmã, ela ainda é sua filha! E o bebê que ela
carrega na barriga é toda nossa carne e sangue! Você realmente quer que seu neto cresça
sem uma família?
— Que diferença isso faz? Vai crescer sem pai, certo? Será a pobre desculpa de um pai
que escolheu que ele se tornasse um bastardo! E sua mãe escolheu manchar o nome dessa
família! Gerações de boa reputação, riqueza e graça… Perdidas por causa da indiscrição
de sua irmã!
— Eu sei que ela te causou sofrimento. Mas garanto a você que quebraria seu coração ainda
mais se você decidisse bani-la desta família, pai. Por favor, não faça isso! - Gian tentou
desesperadamente defender sua irmã.
— Eu tomei minha decisão. Sua irmã fez a cama dela, ela tem que ir deitar nela!
Julianne ouviu em lágrimas enquanto seu pai e irmão falavam sobre ela como se ela
não estivesse na mesma sala. Sua mãe chorou silenciosamente ao lado de seu pai. Ela não
conseguia nem olhar para ela.
— Para onde ela irá? - Gian perguntou.
— Eu não me importo para onde ela vai, contanto que ela e seu bastardo fiquem longe desta
família!
O coração de Julianne se partiu ainda mais pelo bebê dentro de sua barriga.
Normalmente, a notícia da gravidez era comemorada, principalmente na família. O bebê dela
nem tinha nascido ainda e ele já era odiado, odiado e amaldiçoado por seu próprio avô.
— Estou dando a você três horas para fazer as malas. - Disse o pai a ela. — Quando eu voltar
do meu jogo de golfe, é melhor você ter ido embora.
— Você está expulsando ela de casa enquanto continua a se divertir com seus amigos do
golfe? Que tipo de pai você é? - Gian perguntou a seu pai com raiva.
— Não use esse tom comigo, Giancarlo Sanders! Ou você quer ser o próximo a ser
deserdado?
— Você está deserdando ela? - Gian repetiu.
— Depois do que ela fez para manchar o nome de nossa família? Depois que tive que
engolir todo o meu orgulho para dizer aos McAllister que não podíamos mais honrar
nosso acordo? Ela deveria estar grata por isso ser a única coisa que estou fazendo.
— Você é inacreditável. - Disse Gian, balançando a cabeça. Ele se virou para a irmã. —
Vamos, Ian. Podemos pensar em uma solução.
— Sinto muito, pai. - Julianne lançou ao pai um olhar suplicante. — Eu não queria quebrar
seu coração. Eu sinto muito.
Seu pai se afastou dela, sem dizer outra palavra. Gian rapidamente a arrastou para
fora da sala e a levou para seu quarto para que pudesse embalar seus pertences. Depois
que ela embalou algumas roupas, seus olhos vagaram para o armário em seu quarto. Estava
cheio de sua coleção de frascos de vidro. Ela caminhou em direção ao armário, com lágrimas
escorrendo pelo rosto.
— Você não pode levar isso, mana. - Gian disse a ela.
— Gian, eu coleciono isso desde que era adolescente!
— Eu sei. Eu os protegerei para você, não se preocupe. Para onde você está indo, não pode
levar um armário cheio de frágeis frascos de vidro.
Ela acenou com a cabeça e então tirou a mala da cama. Algumas horas depois,
Julianne se viu no aeroporto. Seu primo, Justin Adams, e sua esposa, Adrienne, estavam
esperando por eles.
— Ian! - Adrienne correu até ela e lhe deu um abraço. — Oh, querida, você está bem?
Julianne abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. Em vez disso, mais
lágrimas desceram por seu rosto.
— Vai ficar tudo bem. - Adrienne sussurrou. — Você não vai fazer isso sozinha. Eu
prometo, mesmo que seja contra a vontade de todos, não me importo. Eu vou estar lá por
você. - Ela falou enquanto Justin se aproximava por trás.
— Meu pai vai matar você por ir contra a vontade dele. - Disse ela à Justin. Lágrimas caiam
dos olhos de Julianne.
— Bem, esta não é a primeira vez que vou contra a vontade deles. Já fiz isso antes e até
agora, ninguém me baniu da família. - Disse Justin, confiante.
Julianne sabia o risco que Justin e Adrienne estavam correndo. Suas famílias eram
muito unidas, seus laços eram difíceis de romper. Todos pertenciam a famílias ricas e
importantes, cada um era dono de grandes negócios e conglomerados no país. A reputação
era de grande importância. E o respeito também. Quando um dos anciãos de seu clã tomava
uma grande decisão, os outros deveriam ficar calados, obedecer e concordar em respeito. Era
assim que eles mantiveram equilíbrio e harmonia.
Quando a notícia do banimento de Julianne chegou aos outros membros de seu clã,
esperava-se que todas as suas tias e tios respeitassem a decisão de seu pai, mesmo que
alguns deles não concordassem que fosse a punição adequada por seu erro. Discordar e fazer
algo a respeito podia gerar atritos e brigas desnecessárias entre as quatro famílias
poderosas. Mas, de alguma forma, lá estava ela, no aeroporto, prestes a embarcar no jatinho
particular dos Adams. Ela não sabia para onde o avião a estava levando, mas ela não se
importava, bem, ela não tinha muita escolha. Nesse momento, ela não tinha para onde ir.
— Justin, obrigada. - Sussurrou Julianne. — Eu sei os riscos que vocês estão correndo.
— Não me agradeça. - Disse Justin. — Agradeça a esta mulher, que torceu meu braço. -
Ele colocou um braço em volta dos ombros de sua esposa.
— Você sempre me apoiou. - Julianne sorriu para Adrienne. — Como eu poderia te
agradecer?
— Está tudo bem. Eu sei que você faria o mesmo por mim. - Adrienne disse, sorrindo
para ela encorajadoramente.
— Tudo pronto? - Gian perguntou atrás dela.
— Sim. - Respondeu Justin. — Mason e Abi vão buscá-la no aeroporto. Ian vai ficar com
eles. E aí, tio Edward não pode tocá-la. Ela será bem cuidada.
— Eu vou cuidar de cada coisa que você vai precisar. Eu vou te enviar dinheiro.
Certifique-se de cuidar de seu bebê. Você não precisa se preocupar com nada. Visitarei
sempre que puder. - Disse Gian, abraçando ela. — Você pode ter perdido nossos pais, mas
nunca pense que vai me perder também.
— Nós também. - Adrienne concordou. — Justin e eu vamos ficar te acompanhando.
Vamos visitar sempre que pudermos. Levaremos Jeffrey conosco para que você possa
ver seu sobrinho.
Julianne deu um suspiro. Ela percebeu o quanto sua vida mudaria agora e o quanto
ela deixaria para trás. Ela era a princesa, a única menina nascida na geração de sua família.
Ela tinha um irmão gêmeo e três primos. Sua família era proprietária da Sanders
Incorporated, que fabricava guindastes e equipamentos pesados. A família de Justin era dona
da maior siderúrgica e mineradora do país. A família de seu primo Jordan era dona de uma
das maiores cadeias de café. A família de seu primo Mason era proprietária de uma rede de
apartamentos de hotel. Ela sempre pensou que sendo a única garota, ela era a única livre
para escolher seu próprio destino. Gian assumiria os negócios da família, como Justin e
Jordan. Ela, por outro lado, poderia fazer o que quisesse com sua vida.
Mas a notícia do casamento arranjado de Justin, dois anos atrás, revelou que ela
também tinha sido arranjada com um dos solteiros mais cobiçados do país, Patrick
McAllister, que vinha de uma geração de políticos. Era uma ótima jogada e todos
concordaram, inclusive a família dela. Mas Julianne queria liberdade para explorar, cometer
erros e se apaixonar. Quando soube de seu casamento arranjado, ela lutou muito contra isso.
Ela só viu Patrick McAllister uma vez. Sim, ele era bonito e inteligente. Mas Julianne queria
paixão e emoção. Ela queria um amor que a consumisse, um homem que faria seus sentidos
ficarem entorpecidos e sua mente ficar em branco. E nessas duas últimas semanas em
Paris… Ela teve tudo o que sempre sonhou.
— Você não vai nos dizer quem ele é, não é? - Gian perguntou, sua voz fria e sua
expressão sombria.
Julianne piscou para o irmão, como se ela estivesse saindo de um transe.
— Sim, Ian. Ele colocou você em tantos problemas. Não é justo que você tenha que passar
por isso sozinha. - Disse Justin. Foi uma frase capciosa. Ela sabia o que Justin e Gian fariam
no minuto em que ela dissesse o nome dele, o cara por quem ela se apaixonou em Paris.
— Rapazes! - Adrienne sibilou. — Tenho certeza de que quando Ian estiver pronta, ela nos
contará exatamente o que aconteceu em sua viagem. Agora não é a hora de lidar com isso.
Ela é uma mulher adulta e tenho certeza de que ela não se arrepende de ter estado com esse
cara. - Adrienne olhou para ela com uma sobrancelha ligeiramente levantada, como se
implorando que ela concordasse com ela.
— Sim. - Julianne concordou com a cabeça. — Eu sei que isso é muito para suportar. Vocês
podem pensar que acabei de jogar fora meu futuro brilhante. Mas… Vou cuidar desse bebê.
Não importa o que papai ou mamãe digam, vou fazer isso.
— Esse filho da puta vai pagar por deixar você fazer isso sozinha! - Gian disse entre os dentes
cerrados. — Eu vou deixar ele todo roxo. Se ao menos você me dissesse o nome dele!
— Oh! - Julianne revirou os olhos. — Agora que você disse isso… Não há absolutamente
nenhuma maneira de você descobrir! - Ela olhou para eles suplicante. — Olhem, rapazes. Eu
sei você está louco e está colocando a culpa nele. Mas já ocorreu a você que conheci um cara
fantástico e tive uma semana maravilhosa em Paris? Nós nos apaixonamos e decidimos
nos separar… Droga de consequências? Quer dizer… E se eu sempre quis fazer isso
sozinha?
— Que mulher gostaria de criar um filho sozinha? - Gian sorriu.
— Desculpe! - Julianne ergueu uma sobrancelha para ele. — Mulheres não precisam de
homens para cuidar de seus bebês! Somos mais fortes do que você acredita, seu porco
machista!
— São os hormônios, Gian. Não leve para o lado pessoal. - Brincou Justin. — Quando
Adrienne estava grávida, eu era criticado e xingado a cada meia hora. E ela nunca
pareceu mais bonita e feroz aos meus olhos.
— Isso é porque você é a razão pela qual uma criança estava crescendo dentro dela. Mas, no
meu caso, há um bastardo em algum lugar da Europa que teve sorte por uma noite e deixou
minha irmã em ruínas para o resto da vida!
— Gian! - Julianne rebateu. — Mais uma palavra e juro que vou banir você da minha vida!
Eu sei que você está bravo. Mas o pai do meu bebê é uma pessoa maravilhosa.
— Oh, tenho certeza que ele é um sonho. Caso contrário, eu ficaria seriamente
desapontado. - Justin disse sarcasticamente.
— Parem com isso, meninos. Haverá um momento e um lugar para discutir isso. Agora,
vamos nos concentrar em tirar Ian daqui, antes que tio Edward suspeite de alguma coisa. -
Adrienne disse.
— Obrigada por fazer isso. - Julianne disse a Adrienne. — Eu vou te compensar algum dia,
eu prometo.
— Não se preocupe com isso. Vamos tirar você daqui.
— Obrigada. - Julianne abraçou Adrienne, Justin e seu irmão gêmeo. — Vou sentir saudades
de vocês, rapazes.
— Você não tem que sentir nossa falta, irmã. Faremos uma visita assim que as coisas se
acalmarem aqui. - Gian prometeu.
Poucos minutos depois, Julianne estava sentada sozinha nos assentos luxuosos do jato
particular das Indústrias Adams. Ela se sentia confortável, sim, mas no fundo, a dor ainda
parecia crua e fresca. Gian estava certo. Ela não precisava fazer isso sozinha. Em algum
lugar, em outra parte do mundo, havia um francês maravilhoso e bonito que a fez se apaixonar
perdidamente por ele nas duas semanas que passou em Paris. Ele era lindo como o inferno, e
ele era o homem mais doce que ela já conheceu.
Ela se lembrava de seu rosto como se fosse ontem. Ele não era apenas fofo, não
apenas gostoso… Ele era lindo. Ele era uma velha alma com mãos criativas e uma
imaginação profunda. Ela o conheceu por um breve momento. Quatorze dias, doze rosas de
caule longo, cem beijos e uma noite juntos foi tudo o que eles tiveram e foi o suficiente para
durar para sempre. Ela voltou para os Estados Unidos pensando que se ela iria ser
condenada a um casamento sem amor, um casamento para fins comerciais, então duas
semanas em Paris com aquele homem maravilhoso teriam sido suficientes para durar uma
vida inteira. Ela encontrou o amor que a consumiria. Uma noite foi o suficiente. Ela não se
importava se nunca experimentasse o amor novamente pelo resto de sua vida. Ela fechou
os olhos para imaginá-lo mais uma vez…
- Tu es ravissante… - Ela ainda podia se lembrar de sua voz baixa e gutural, cheia de
emoções, misturada com desejo. - Meu amor…
Lágrimas rolaram por suas bochechas. Toda sua família pensava que ele a havia
abandonado. Não era justo. A verdade é que ele nunca teve a chance de ir atrás dela. Mesmo
se ele quisesse encontrá-la, como poderia? Quando ela o conheceu, ela não pensou em ter um
futuro com ele. Ela estava noiva de outra pessoa.
- Arabella… - Ela se lembrou da primeira vez que o conheceu. - Meu nome é Arabella
Adams.
Quando ela deixou seu apartamento naquela manhã, antes de embarcar no avião de
volta para a América, ela não achou que era necessário dizer a ele seu verdadeiro nome.
Para que? Eles não tinham amanhã. Todos os seus amanhãs já haviam sido prometidos a
outro homem contra sua vontade. Então, não importava se ela não contasse a ele quem ela
realmente era… Não importava se ela não lhe desse seu nome verdadeiro. Ela podia nem
mesmo vê-lo novamente.
Quem saberia que ela se apaixonaria em duas semanas, se ela não se apaixonou
por ele à primeira vista?
E quem saberia que ela estava ovulando no dia em que finalmente decidiu perder a
virgindade com o primeiro cara que amou?
Quem saberia que ele não usaria proteção quando a conheceu há apenas duas
semanas?
Quem saberia que ela acabaria grávida depois de passar apenas uma noite com ele?
— Eu vou fazer isso. - Ela sussurrou. Julianne acariciou suavemente seu abdômen. — Eu
vou te amar. Eu vou cuidar de você. Nós vamos ficar bem. - Lágrimas rolaram por suas
bochechas.
Capítulo 2
- Tu es ravissante… J'adore… Je chérirai ce moment pour toujours… Restez avec
moi…¹
Julianne sentou-se na cama, acordando de um profundo sono. Ela olhou para o relógio
de cabeceira. Eram apenas quatro da manhã. Ela estendeu a mão para o tornozelo, para
esfregar a tatuagem que estava permanentemente gravada ali.
Sete anos atrás, em um pequeno apartamento em Paris, ela estava escapulindo
silenciosamente, tentando ao máximo não o acordar para que ele não pudesse impedi-la de
ir… Para que ela pudesse deixar essa vida de fantasia e enfrentar os pesadelos que
estavam esperando por ela em casa. Ela pensou que o esqueceria, o único homem por quem
ela já se apaixonou.
- Jas Mathieu. - Mas mesmo agora, ele ainda assombrava seus sonhos. E muitas
vezes, no meio da noite, ela ficava deitada na cama pensando nele.
Ela queria se apaixonar. E isso aconteceu. E ele era perfeito. Um aspirante a pintor
esperando sua hora de brilhar. Ele não era rico, mas era ambicioso. Ele tinha sonhos e
tinha o necessário para fazê-los acontecer. Essa era uma das coisas que ela admirava nele.
Ela desejou poder ficar com ele quando finalmente chegou a hora do adeus. Mas ela sabia
desde o início que seu tempo era limitado. Ela não podia ficar. Ela não podia nem dar a ele
seu nome verdadeiro.
Ela se lembrou do dia em que decidiu fazer uma tatuagem. Ela sempre quis ter uma,
mas ela conhecia seus pais e eles nunca concordariam.
— Bem, com que frequência eles olham em sua bunda, seu quadril ou a parte interna de seu
tornozelo? - Jas perguntou, sua voz cheia de travessura. — Você poderia fazer uma
tatuagem, em um lugar onde eles não se importariam em olhar, certo?
Ela decidiu que seu pai já havia entregado sua vida para os McAllister de qualquer
maneira. Fazer essa tatuagem era algo que ela faria por si mesma… Algo para lembrar
seus dias de liberdade em Paris.
— Ok, por que você não escolhe um modelo? - Ela perguntou a ele.
— Oh! - Jas desenhou uma tatuagem em forma de coração e asa de borboleta em um pedaço
de papel. Era um pouco abstrato, mas bem fofo e elegante. Ela gostou muito. — Tem certeza
de que confia em mim para ser o designer da provavelmente a única tatuagem que você
fará na sua vida? - Ele perguntou, seus olhos brilhando com malícia.
— Bem, eu tenho fé em você. - Ela respondeu, sorrindo para ele. — Algo para se lembrar de
Paris. Você e minha tatuagem.
Ele pediu ao tatuador para desenhar o desenho nela. Quando terminou, ela viu
distintamente a linha dentro do coração que involuntariamente parecia a letra J. Ao lado
dela, havia uma linha que formava o que parecia ser uma asa de borboleta.
— Você desenhou sua inicial no meu tornozelo? - Ela estreitou os olhos para ele.
— Como você disse, eu e sua tatuagem. - Ele riu.
¹ Você é linda… Meu amor… Vou guardar este momento para sempre… Fique comigo…
Ele estava certo. Ela nunca o esqueceu. A tatuagem sempre a lembrava de seu tempo
juntos. Mas quem teria pensado que ele mudaria sua vida para sempre? Aquela noite foi o
suficiente para prendê-lo a ela pelo resto de sua vida.
Jared Adrien Sanders.
Esse era o nome de seu filho. Seu nome do meio era em homenagem a sua madrinha,
Adrienne, que sempre estivera ao seu lado desde que ela foi banida por seus pais. Todos os
dias, Jared a lembrava de seu pai. Eles tinham o mesmo tom de cabelo castanho-avermelhado,
os mesmos olhos água-marinha, que eram sua característica mais atraente. Jared até tinha as
mesmas covinhas e queixo de seu pai. Como ela poderia esperar esquecer o lindo homem
por quem se apaixonou em Paris? Jared era a miniatura exata de Jas Mathieu. Desde cedo,
Jared exibiu criatividade e habilidade com as mãos. Julianne sabia que ele seria um artista
como seu pai. Cada dia que ela se apaixonava por seu filho era mais um dia em que ela
continuava apaixonada por seu pai.
Uma vez a cada três meses, Adrienne e Justin iam a Paris para visitar a família de
Adrienne. Eles levavam seus três filhos com eles, Jeffrey, que agora tinha sete anos, e os
gêmeos Jaeden e Jaelynn, que tinham três. No ano passado, desde que Julianne voltou para
os Estados Unidos de seu exílio na Itália, ela estava morando com Justin e Adrienne, junto
com seu filho. Justin ofereceu a ela um trabalho como vice-presidente de estratégia
corporativa da Adams Industries. O salário era bom e incluía uma estadia sem aluguel na
Mansão de Adams.
Julianne pensou em usar sua inteligência desta vez em vez de seu coração. Ela deixou
de lado os sentimentos de orgulho, remorso e medo e decidiu voltar para casa. Não importava
se seus pais a perdoariam ou aceitariam seu filho. O que importava era que Justin deu a ela a
chance de dar ao filho um futuro brilhante, mesmo que ele não tivesse um pai rico como o
resto de seus primos. Ela o sustentaria e jurou que Jared nunca sentiria que faltava algo em
sua vida.
Jared tinha se tornado próximo de seus primos no ano passado. A primeira vez que
Julianne permitiu que ele fosse com Justin e Adrienne a Paris, Jared quase não quis ir embora.
Era como se ele sentisse que uma parte dele pertencia ali. Afinal, ele era meio francês. Uma
semana atrás, Jared implorou que ela o deixasse ir a Paris mais uma vez. Ela estava no meio
de um projeto importante para as Indústrias Adams e não podia se dar ao luxo de tirar uma
folga. Relutantemente, ela deixou seu filho ir sem ela novamente. Ela prometeu que
estaria com ele na próxima vez.
Julianne pegou seu telefone para verificar suas mensagens. Paris estava sete horas
à frente. Era quase meio-dia lá. Ela esperava que Adrienne lhe enviasse atualizações
sobre seu filho. Ela viu uma mensagem de Adrienne. Tinha um vídeo do Jared.
‣ Tu… Es… Espere o que? - Jared estava dizendo na frente da câmera. Então ele falou com
alguém que Julianne não conseguiu ver no vídeo. — Tio Jin! Como é?
‣ Ravi… - Alguém estava dizendo no fundo, treinando Jared.
‣ Eu entendi. - Disse Jared. Então ele olhou para a câmera novamente. — Mamãe! Tu
es ravissante! - Ele sorriu amplamente, mostrando a covinha profunda em sua bochecha.
Então ele mandou um beijo para ela. — Je t'aime.
Julianne sorriu com a tentativa do filho de falar francês. De certa forma, ela sentiu
que ele deveria falar a língua. Era uma parte dele. Julianne discou o número de Adrienne.
‣ É muito cedo. Por que você está acordada? - Adrienne perguntou na outra linha.
‣ Não conseguia dormir. - Respondeu Julianne. — Eu vi o vídeo.
‣ Ele é tão adorável, não é?
‣ Ele é. É isso que ele tem feito ultimamente?
‣ Sim, meu irmão está tentando ensinar algumas palavras para ele. Talvez no final desta
viagem ele seja mais fluente do que eu. Ainda estou lutando e olha que sou parte
francesa.
- Jared também. - Ela pensou.
‣ Espero que sua família não se importe que você tenha levado um filho a mais. - Disse
Julianne.
‣ Você está brincando comigo? Meus pais amam Jared. - Respondeu Adrienne. — Até
meu irmão o adora e ele às vezes é meio monstro.
‣ Um monstro? Como qualquer monstro pode estar relacionado a você?
‣ Bem, muitos anos atrás, eu pensei que meu irmão era um dos caras mais adoráveis
e doces da terra. Então a história o mudou. Ele agora está impassível, distante e às
vezes um pouco rude. É por isso que ele não compareceu às nossas reuniões de
família. Você nem mesmo o verá em nossas fotos de família. Ele apenas… Não gosta
de se socializar muito. É uma história longa e complicada. Talvez você precise
conhecê-lo para entender o que quero dizer.
‣ Bem, eu também não me socializo com toda a nossa família e estou desaparecida
nas fotos de nossa família há anos. Mas eu tenho meus motivos.
‣ Ian… Não se preocupe. Eu sei que algum dia, o tio Edward vai mudar. Vocês vão
consertar as coisas. - Adrienne disse encorajadoramente.
‣ Já se passaram sete anos, Adrienne. Eu não estou mantendo minhas esperanças.
Nem você deveria.
‣ Bem, eu sei que há esperança. Ele nunca se opôs a Justin por ajudá-la há sete anos.
E ele nunca disse nada negativo quando descobriu que você trabalha para Justin e que
está morando com a gente.
‣ Não dizer nada não significa concordar, quando se trata do meu pai. Às vezes, significa
apenas que ele está ganhando tempo. Você deveria saber disso sobre ele. Além disso,
não é mais sobre mim, Adrienne. Eu esperava que ele tivesse coragem de olhar para o
neto.
‣ A hora certa vai chegar. O coração dele vai derreter quando vir seu filho. Ei, se Jared
conseguiu derreter o coração quase inexistente do meu irmão, tenho certeza que ele
pode suavizar o do seu pai. Jared é um menino naturalmente encantador. Ele deve ter
recebido isso de seu pai.
- Ele recebeu. Jas Mathieu foi uma das criaturas mais angelicais e charmosas que
conheci. Ele é uma bela alma velha. - Julianne afastou de sua mente as velhas lembranças
de Jas Mathieu, para não sentir o coração partido novamente.
‣ Espere, e seus pais? Espero não estar incomodando muito a eles. Eu nem os
conheci ainda.
‣ Eu te disse, seu filho é naturalmente encantador. Ele já roubou o coração dos meus
pais. Eles já consideram Jared como sua família. E eles mal podem esperar para
conhecê-la.
‣ Sim, eu prometo que irei na próxima vez.
‣ Bem, a próxima vez será em breve. - Adrienne disse.
‣ Por quê?
‣ Bem, minha mãe vai dar uma grande festa no mês que vem. E todos nós devemos
comparecer. - Adrienne respondeu. — Ela está comemorando o sucesso de um de seus
livros. Ela atingiu outro best-seller. Ela faz isso sempre que um de seus livros atinge o
primeiro lugar, o que é pelo menos uma vez por ano.
‣ Uau. Envie meus parabéns.
‣ Você mesma pode contar a ela quando chegar aqui. - Disse Adrienne. — Vai ser uma
celebração dupla. Meu irmão está prestes a ficar noivo.
‣ Esse noivado é por vontade própria ou é o tipo de noivado que nossas famílias gostam
de ter?
Sim, suas famílias eram bastante conhecidas por casamentos arranjados. A mãe e o
padrasto de Adrienne tiveram um casamento arranjado. Justin e Adrienne estavam arranjados
para se casar também. Ainda bem que eles já estavam apaixonados quando descobriram sobre
o acordo. O pai e a mãe de Justin também haviam se casado assim. Julianne também teria se
casado com o homem com quem a arranjaram, se não tivesse engravidado primeiro.
‣ Bem, ele está saindo com essa garota de vez em quando. Ela vem de uma boa família
que possui uma rede de hotéis que a Starck Corp. estava buscando adquirir. O
casamento entre ele e essa garota seria muito conveniente.
‣ Quer dizer que será mais fácil para o seu irmão adquirir esta rede de hotéis se ele se
casar com essa garota?
‣ De certa forma, sim.
‣ Quanto o seu irmão deseja expandir as propriedades dos hotéis da sua família?
‣ Meu irmão é um prodígio. Ele começou a trabalhar para o papai quando tinha apenas
dezesseis anos. Aos dezoito anos, ele já administrava metade da Starck Corp. e do
Spa e rede de relaxamento da minha mãe. É a missão de sua vida ver a Starck Corp.
no topo do mundo.
‣ E conseguir os hotéis da família dessa garota vai dar conta do recado?
‣ Isso dará à Starck Corp. uma vantagem muito grande e muito rara, aparentemente.
‣ É difícil adquirir essas propriedades?
‣ Difícil, pois é propriedade exclusivamente familiar.
‣ Se eu fosse sua vice-presidente de estratégia corporativa, eu o aconselharia a fazer
isso mesmo. Casar-se com ela. Isto é, se ele realmente não tiver um coração, como
você disse, e ele não estiver ansioso para se casar por amor de qualquer maneira.
‣ Infelizmente, nada é mais importante para meu irmão do que os negócios de nossa
família. Ele faria qualquer coisa e não pararia por nada.
‣ E esta festa vai ser uma festa de noivado?
‣ Bem, ainda não. Porque ele só deve propor a ela lá.
‣ No meio da festa? Na frente de todas as pessoas que ele mal conhece? Isso é muito
pouco romântico, você não acha?
‣ O que você esperava? Quase aconteceu comigo, lembra? Nossos pais esperavam que
Justin me pedisse em casamento da mesma forma, em uma das festas do livro da minha
mãe. Talvez mamãe estivesse tentando iniciar uma tradição.
‣ Sentirei para sempre por ter perdido aquela festa. Como eu gostaria de ter visto os
rostos de seus pais quando vocês não apareceram em sua própria festa de noivado.
‣ Lamento que você não tenha sido uma dama de honra no meu casamento também.
‣ Sim. Odiei Justin por semanas quando descobri que você estava se casando em um
casamento secreto na Itália! Seu tempo era impossível.
‣ Não se preocupe, você será a dama de honra quando eu me casar com ela
novamente, Ian. - Justin disse na outra linha. Julianne podia ouvir Adrienne protestando.
Justin deve ter tirado o telefone dela.
‣ Você vai se casar com ela de novo?
‣ Claro. Vou me casar com ela repetidas vezes se tiver chance. Mas pretendo me casar
novamente nos Estados Unidos. Vamos renovar nossos votos. E desta vez será
ótimo. Todos serão convidados.
‣ Acho bom, porque eu nunca mais vou falar com você se eu perder de novo.
‣ De qualquer forma, você leu o e-mail que enviei para você ontem? - Justin perguntou.
Seu tom ficou sério e profissional. Julianne teve que se lembrar que agora está conversando
com seu chefe.
‣ Sim. - Ela respondeu. — RJ Shipping parece promissor. Mas em termos de
experiência, eles estão no mercado há apenas dois anos. Não sei se eles são a empresa
certa para lidar com nossos embarques na Ásia.
‣ Eu confio no dono. Ele estará em Chicago nas próximas semanas. Você acha que pode
se encontrar com ele?
‣ Eu? Bem, eu te dei minha opinião. Você não acha que o setor de aquisições deveria ser
o responsável por essa reunião?
‣ Eu sei o que George vai dizer. - Disse Justin.
‣ Eu também.
‣ Eu sei. Só quero dar uma chance a River. E se você o conhecer, entenderá por que
estou inclinado a confiar nele. E talvez você dê uma opinião diferente antes de
enviarmos os lobos para vê-lo. E como minha vice-presidente de estratégia, tenho
certeza de que você fará algumas outras recomendações. Eu quero fazer uma
parceria acontecer. River é uma das pessoas em quem eu posso confiar minha vida.
‣ Tudo bem, vou encontra-lo.
‣ Obrigado, Ian. Agora, você quer falar com minha esposa de novo?
‣ Está bem. Eu ligo mais tarde. São apenas quatro da manhã aqui.
‣ Não se preocupe muito, Ian. Jared está em boas mãos. Eles o amam aqui.
‣ Obrigada por fazer isso, Justin. E agradeça a Adrienne e sua adorável família por
mim.
‣ Certo. Falo com você mais tarde. - E desligou
Julianne sorriu para si mesma. Ela sentia muito a falta do filho. Da próxima vez, ela
não iria estar muito ocupada para visitar e conhecer a família de Adrienne.
— Olha, mamãe! Veja meu novo caderno. - Jared tirou um caderno de desenho de sua
mochila. — Tio Jin me deu. - Disse ele com orgulho.
Julianne sorriu para ele e virou o caderno de desenho. Ele já havia pintado em
algumas de suas páginas. Julianne ficou maravilhada com o turbilhão de cores e detalhes de
seus desenhos.
— Seu filho tem talento. - Adrienne disse a ela. — Ele pode ser um artista famoso algum dia.
— Sim. - Justin concordou. — Veja esses detalhes e a mistura de cores. É bastante
avançado para uma criança de seis anos.
Julianne olhou para as páginas à sua frente. Até ela ficou impressionada com a
habilidade do filho. E ela sabia que ele ainda tinha muito caminho a percorrer. Ela tinha
certeza de que ele seria um grande artista algum dia. Estava em seu sangue. Outra
característica que Jas Mathieu passou para o filho.
— Minha família ficou tão impressionada com Jared, que meu irmão não pôde deixar de
comprar alguns materiais de arte para ele. - Disse Adrienne.
— Realmente, Adrienne, ele não precisava. Sua família é tão legal.
— Não se preocupe com isso, Ian. Eles se apaixonaram por seu filho.
— Você pode me desenhar, querido? - Julianne perguntou a Jared.
— Você está brincando, certo? - Ele riu.
— Claro que não. Eu sei que você consegue.
— Algum dia. Vou pedir ao tio Jin para me ensinar.
— Oh, ele desenha também?
— Sim! - Jared sorriu.
— Ele é muito, muito bom!
— Acredito que quando Deus espalhou talentos em nossa família, ele deu tudo para meu
irmão. - Adrienne deu uma risadinha.
— Com licença, eu insisto em discordar. - Justin interrompeu. — Você é igualmente
talentosa. Qual nome estava na lista dos mais vendidos do New York Times pelo menos cinco
vezes?
— Jamila McBride? - Adrienne brincou.
— Sim… - Justin sorriu para ela. — Eu me lembro de Jamila McBride. - Ele deu a Adrienne
um sorriso conhecedor que a fez corar violentamente.
Jamila McBride era o pseudônimo de Adrienne. Havia uma história para aquele nome
que apenas Justin e Adrienne conheciam e eles não queriam contar a ninguém.
— Bem, talvez você esteja certo. Jin é bom com linhas e cores. Eu sou boa com as
palavras. - Adrienne disse com orgulho.
— Onde estão todas as minhas tintas? - Jared foi até sua babá e pegou uma bolsa dela. Ele o
abriu para revelar uma caixa de designer com pelo menos oito camadas de lápis de cor, giz
de cera, pincéis e aquarelas.
— Olha mamãe! Eu tenho todas as cores!
— Oh meu Deus! Você deve ter pelo menos trezentas cores lá. São todos suas? - Julianne
inspecionou a caixa e leu a marca. Era de uma marca de grife também.
— Sim! Estou tão feliz! - Jared respondeu feliz.
— Adrienne, isso é demais. Eu procurei por essas coleções de lápis na Itália. Eles são
caros!
— Não sei o preço dessas coisas. E eu não os comprei. Jin quem comprou.
— Isso vale pelo menos três mil dólares!
Houve um tempo na vida de Julianne, há alguns anos atrás, quando ela escreveu isso
em sua lista de desejos para seu filho. Ela não tinha dinheiro suficiente e estava
desempregada. Mas ela prometeu a si mesma que algum dia, ela economizaria o suficiente
para dá-los a Jared. Agora, um homem que ela nem tinha conhecido a venceu.
— Três mil? - Adrienne repetiu, sua boca aberta. — Bem, meu irmão pode ser
extravagante. E eu disse a você, seu filho pode ser bastante persuasivo e charmoso.
— Tenho certeza de que nem mesmo deixou a carteira mais leve. - Disse Justin. — Jin
não se preocupa com dinheiro quando se trata de família.
— Mas Jared não é realmente…
— Absurdo. Ele é meu sobrinho. - Justin a interrompeu. — Se você se sentir mal com isso,
vou pagar Jin de volta.
— Tenho certeza de que meu irmão não aceitará isso. - Adrienne argumentou. — Eu te disse.
Jared é tão família quanto meus filhos. Não se preocupe muito com isso.
— Bem, então agradeça a seu irmão por mim. Nunca vi Jared tão feliz antes. - Julianne sentiu
um aperto no peito.
Jared não só foi privado de brinquedos e outras coisas materiais quando era mais
jovem, como também foi privado de uma figura paterna. Mason estava lá para eles desde que
Jared nasceu. Assim como Gian, Jordan e Justin. Mas Julianne sempre sentiu que Jared estava
procurando por algo mais permanente.
— Você não parece muito feliz com isso. - Justin comentou.
— Não. - Julianne percebeu que seus olhos pareciam um pouco marejados. — Estou feliz
com toda a atenção que Jared estava recebendo. Mas não posso deixar de sentir que ele
ainda está procurando por uma figura paterna.
— Bem, você sempre pode entrar em contato com seu pai biológico. Veja se ele amadureceu
nesses sete anos e se já está pronto para assumir o papel de pai. - Justin disse acidamente. —
Claro, você sabe que isso não vai impedir que eu ou Gian acabemos com ele, certo?
— Justin! - Adrienne beliscou ligeiramente o braço de seu marido. Então ela se virou para
Julianne. — Esqueça aquele idiota. Você não precisa de um homem que desenvolveu uma
coluna vertebral somente após sete anos. Ele está muito atrasado. Talvez o que Ian precise
seja voltar ao mercado e começar a namorar novamente.
— Oh! - Julianne quase engasgou ao ouvir a sugestão de Adrienne. — Não, Adrienne. Eu
não posso fazer isso. Mal tenho tempo para meu filho. Seu marido é um chefe muito
meticuloso.
— Desculpe. Sou orientado para os resultados. Contanto que você cumpra o que
prometeu, o que fará com o resto do seu tempo depende de você. - Disse Justin. — Não
é minha culpa se você continua aumentando o nível de minhas expectativas. Você é
muito boa no que faz.
— Você precisa de uma pausa às vezes, Ian. - Adrienne disse. — Vou te dizer uma coisa,
você realmente vai conosco para Paris. Limpe todos os seus horários. Eu não quero distração.
Vou apresentá-la a novos amigos e você terá o melhor momento de sua vida em Paris.
— Você já se esqueceu? A última vez que passei o melhor momento da minha vida em Paris,
acabei com um filho na barriga. - Brincou Julianne.
— Bem, talvez desta vez você possa acabar com um marido e um padrasto para Jared. -
Adrienne a provocou.
— Uau! Isso é muito cedo. Eu prometi a mim mesma que iria devagar da próxima vez. Quero
dizer, se houver uma próxima vez.
— Agora você se arrepende de ter se apaixonado pelo pai de Jared, hein? Quem saberia que
ele é um covarde pedaço de merda, certo? - Disse Justin.
— Justin! - Julianne sibilou. — Você não o conhece. Você não conhece nossa história. Você
não pode julgá-lo assim.
— Eu não preciso conhecer ele. Tudo o que sei é que ele a deixou sozinha para lidar com sua
gravidez. Ele nem mesmo veio te encontrar depois que Jared nasceu. Isso diz muito sobre
que tipo de homem ele é. Eu, por exemplo, nunca deixaria meu filho se tornar um bas… Ficar
órfão de pai.
Julianne percebeu que Justin ainda fervilhava de raiva. Depois de todos esses
anos, Justin, Gian, Jordan e Mason se tornavam assassinos ao pensar no pai de Jared. E
Julianne sabia que não era justo porque aquele belo homem, que lhe deu Jared, nem sabia
que a noite mágica que passaram juntos deram ao mundo um filho.
— Nós não precisamos dele. Estou trabalhando muito para que Jared tenha tudo o que
precisa. Ele pode não ter tanto quanto seus primos, mas vou garantir que ele terá o suficiente.
- Disse Julianne.
E ela sabia que quando disse essas palavras, ela estava fazendo uma promessa.
Julianne perdeu muitas coisas no dia em que seu pai a expulsou de casa. Ela perdeu seus
fundos fiduciários², suas contas bancárias, seus cartões de crédito, sua família. Desde
então, ela tinha vivido de forma simples. Ela deixou de lado todos os luxos a que estava
acostumada desde que nasceu. Ela comprou apenas o que ela e Jared precisavam. Todo
apoio financeiro que recebeu de seu irmão e primos, ela economizou para a educação de
Jared, para seu futuro. Algum dia, ela sabia que seria capaz de fornecer o suficiente para ele.
Eles teriam sua própria casa. Jared poderia ir para uma boa universidade para que pudesse
construir seu próprio futuro.
— Jared pode não ter um pai, mas ele tem todos nós. - Adrienne disse, colocando um braço
em volta da cintura do marido, como se tentasse acalmar seu mau humor. Então ela se virou
para Julianne. — Você nos tem. Você não precisa de mais ninguém.
— Bem, você está certa. - Justin suspirou e deu um beijo na testa de Adrienne. — Jared tem
toda a família de que precisa aqui.
— E ele é bem-vindo em minha família também. - Disse Adrienne. — Até Jin estava
completamente obcecado por ele e achei que ele tinha um coração de pedra.
— Por que você continua dizendo isso?
— Bem, quando Jin era mais jovem, ele era um playboy, mas também era muito charmoso e
doce. - Respondeu Adrienne. — Mas recentemente, ele se tornou descuidado. Ele
desconsiderou as emoções das pessoas. Com as mulheres, por exemplo, ele não tinha medo
de mostrar que não havia nada de futuro para eles. Que tudo era temporário. Que elas não
deviam esperar que ele se apaixonasse por elas.
— Bem, eu pensei que Justin era tão frio antes de conhecer você. E agora, olhe! Ele ainda
não consegue tirar as mãos de você! Vários anos e três filhos depois. - Brincou Julianne.
— Ei, eu tenho meus motivos. Durante toda a minha vida, fui criado sabendo que estava
arranjado para me casar com uma herdeira que não conhecia. Fui treinado para não me
apaixonar por nenhuma mulher porque não era livre para me comprometer com elas. - Justin
olhou para sua esposa com ternura. — Mas eu acreditava no amor. E acho que, no
momento em que conheci Adrienne, sempre soube que iria me apaixonar por ela e não
tinha esperança de lutar contra isso.
— Foi uma coisa boa eu ser a herdeira com a qual você se casou. Ou então, seus pais
poderiam ter banido você e nós dois estaríamos morando na Itália pelo resto de nossas vidas.
— Bem, isso também não é tão ruim. Mason está ostentando seu banimento perfeitamente.
— Verdade. - Adrienne concordou com Justin. — Mas voltando para Jin, ele é um caso mais
sério. Ele estava livre para se apaixonar e escolher uma esposa, mas não parece estar tirando
proveito de sua situação.
— Eu pensei que você disse que ele estava prestes a ficar noivo.
— Sim. Isso não é totalmente contra sua vontade. Ele vai propor porque é esperado dele e
porque é bom para os negócios. Ele está escolhendo esse caminho porque pesou todos os
prós e contras. E como eu disse, ele tem um coração de pedra. Ele é incapaz de se
apaixonar. Então, ele é poupado de todo o drama de escolher entre se casar por amor ou
por vantagens comerciais.
² Fundo fiduciário: é considerado como um salário para os filhos dos ricos. Também é um acordo legal criado
para gerenciar imóveis e bens de uma empresa, grupos ou de uma única pessoa.
— Ninguém é incapaz de se apaixonar. - Discordou Julianne.
— Bem, talvez Jin seja. - Disse Justin. — Ele é um caso sério. Desculpe, querida. - Ele sorriu
para sua esposa se desculpando.
— Ele tem idade suficiente para saber o que é certo e errado. Meu padrasto o pressionava por
um herdeiro também. Alguém para herdar todo aquele império. Então, acho que ele escolheu
a mulher perfeita para se casar. Alguém que tem belos genes para fazer bebês lindos e, ao
mesmo tempo, ele ganha a vantagem necessária para fazer da Starck Corp a rede de hotéis
número um sem precedentes no mundo.
— Bem, eu sinto pelo cara. - Disse Justin. — Se ele soubesse que não há sentimento mais
lindo do que ter filhos lindos com a mulher por quem você se apaixona continuamente todos
os dias. E os relatórios financeiros da Adams Industries estão em seu nível mais alto em
comparação com as gerações anteriores. O sucesso da minha empresa não é porque eu me
casei para fazer negócios. A inspiração pode lhe dar todas as vantagens de que você precisa.
— Eu tentei dissuadir Jin meses atrás. - Disse Adrienne. — Mas ele já se decidiu. Ele
vai pedir Vanessa em casamento, embora tenha deixado bem claro que não está
apaixonado por ela.
— Bem, boa sorte para Vanessa Bernard. - Julianne deu uma risadinha. — Tenho certeza
que, como uma herdeira, ela poderia se manter totalmente sozinha.
— Ou boa sorte para Jin. - Disse Justin, sua voz parecia um pouco preocupada. — Ouvi dizer
que ela pode ser muito difícil.
— Tenho certeza. Alguns disseram que ela é uma pirralha e tanto. Mas, novamente, quem
poderia culpá-la? Ela nasceu com tudo à sua disposição. - Adrienne suspirou profundamente.
— Ei, eu cresci pegando tudo com um estalar de dedos, mas nunca fui uma pirralha. - Disse
Julianne. — É uma coisa boa que eu estava equilibrada. Porque, olhe para mim agora, toda
banida e deserdada.
— Você está indo muito bem, prima. - Justin sorriu para Julianne com orgulho. — E um dia,
o tio Edward vai perceber isso.
— Você está mantendo essa esperança da mesma forma que espera que os pais de Mason o
aceitem de volta? - Julianne perguntou levantando uma sobrancelha.
— Mason nunca pediu perdão aos pais. - Respondeu Justin.
— Talvez eu também não peça mais. - Disse Julianne. — Eu fiz isso muitas vezes no passado.
Ele nunca ouviu. E agora, estou impressionada com o fato de que meu filho não pôde ser
aceito pelos próprios avós.
— Quando eles conhecerem Jared, eles vão se apaixonar por ele. - Disse Adrienne de
forma encorajadora.
— Se isso não acontecer? - Julianne balançou a cabeça. — E se eles não suportarem nem
olhar para ele? O que direi ao meu filho?
— Faremos isso devagar. Um passo de cada vez. - Disse Justin. — Eu também não quero
que Jared experimente rejeição.
— Vou pensar nisso. - Disse Julianne com firmeza. — De qualquer forma, e vocês dois?
Algum plano para mais crianças?
— Hmm… - Adrienne corou e Justin a abraçou, rindo.
— Pode ser mais cedo do que você pensa. - Disse Justin. — Espero que sejamos
abençoados com outro par.
— O que você quer dizer? - Os olhos de Adrienne se arregalaram enquanto ela olhava
fixamente para seu marido.
— Está família é tão abençoada com os gêmeos de qualquer maneira. - Justin encolheu
os ombros. — Espero ter sorte novamente e conseguir outro par de gêmeos. Eu quero
uma grande família. É solitário crescer sozinho.
— De que tamanho estamos falando exatamente? - Adrienne perguntou nervosa.
— Pelo menos cinco filhos. - Justin disse suplicante.
— Oh, gente! Vocês podem ter uma dúzia de filhos e ainda assim dar a eles o melhor da vida.
Não se preocupe muito com isso, Adrienne. Justin disse a você o tamanho de seu fundo
fiduciário?
— Que fundo fiduciário? - Justin riu. — Perdi todos os meus fundos no momento em que me
casei.
— O que diabos você quer dizer? - Julianne perguntou, bastante alarmada. - Justin não
poderia ter gasto tanto dinheiro!
— Eu quis dizer que entreguei a Adrienne para administrar. - Justin olhou para sua esposa
com amor. Ele parecia completamente exausto e por um momento Julianne não pôde deixar
de desejar que um homem a olhasse assim algum dia.
— Para sua informação, senhor Adams, mal tocamos nesse dinheiro. Eu estava impedindo
você de gastar tudo na sua coleção de carros de luxo.
— Esses carros vão todos para nossos filhos algum dia. Eu estava apenas fazendo um
teste para eles.
— Homens e seu amor por motores. - Julianne disse, balançando a cabeça. Ela observou
Jared, que estava esparramado no chão, explorando seu enorme conjunto de arte, todo feliz.
— Você deveria encorajar seu filho a pintar, Ian. Ele tem muito potencial. Poucas crianças
conseguem pintar tão bem quanto ele nessa idade. - Disse Justin, observando Jared também.
— Ele era um pintor, não é? - Adrienne perguntou a Julianne com uma voz fria e
cuidadosa.
— Hmm… Um francês que pinta para viver. - Disse Justin, pegando outra pista sobre a
identidade do pai de Jared.
— Dá um tempo, Justin. - Disse Julianne. — Eu não vou te dizer. Você vai acabar
matando-o de qualquer maneira. E eu não quero sangue em suas mãos.
— Eu estava pensando… - Justin balançou a cabeça enquanto observava seu sobrinho. —
Quem não gostaria de ser o pai desse garoto doce, inteligente, talentoso e lindo?
— Justin está certo. Até meu irmão estará pronto para adotá-lo. - Disse Adrienne.
Jeffrey espiou dentro da sala e chamou por Jared. Os dois meninos correram
para o jardim para brincar. Julianne sentiu um aperto no coração. Ela amava o homem que
lhe deu Jared. Ela ainda poderia estar apaixonada por ele. Talvez ela o ame para sempre. Foi
culpa dela que ele nunca conheceu seu filho. Ele não merecia ser julgado assim pela família
dela. Mas como ela poderia explicar isso a eles agora? Seus pensamentos foram
interrompidos por um telefone tocando. Era o de Jared. Ela deu a ele um celular para que
pudesse ligar para ele quando ele estivesse em Paris.
— Quem poderia estar ligando para ele além de mim? - Julianne perguntou a Adrienne, que
apenas deu de ombros em resposta. Ela atendeu o telefone.
‣ Ei garoto, como você está? - Um homem perguntou na outra linha.
‣ Desculpe, quem é?
‣ Ops. Você deve ser Ian, certo? - O homem disse.
‣ E você é?
‣ Jin Starck. - Ele respondeu. — Irmão de Adrienne.
‣ Oh. Sim. Oi. Sou a mãe de Jared. - Disse Julianne. — Estou olhando as coisas que
você comprou para o meu filho. Você não precisava ter comprado. Eu sei que é
caro. Eu pagarei você de volta.
‣ De jeito nenhum! Não é nada comparado à alegria que ele sentiu quando eu dei a ele.
Aquele momento não teve preço. - Disse Jin. — É absolutamente uma alegria ter seu
filho por perto.
‣ Ok. Bem, então, obrigada.
‣ Sem problemas.
Julianne tentou pintar uma imagem mental de Jin Starck. Adrienne disse que eles
se pareciam um pouco, mas com seus traços angelicais, Julianne não conseguia imaginar
uma versão masculina dela.
‣ Jared está no jardim brincando com seus primos. Vou dizer a ele que você ligou.
‣ Sim por favor. Eu prometi a ele que iria checá-lo como estou fazendo com Jerry e os
gêmeos.
‣ Isso é muito gentil da sua parte. - Julianne disse. — Obrigada.
‣ Não se preocupe. Foi bom conversar com você, Ian.
Julianne olhou fixamente para Adrienne depois de desligar o telefone.
— Era seu irmão ligando para meu filho.
— Antes de sairmos, Jared fez o Jin jurar que ligaria para ele. Jin geralmente liga para meus
filhos para ver como estão. Jared pediu para ele ligar para ele também.
— Seu irmão parecia doce… Ao contrário do homem sem coração de quem você estava
falando comigo.
— Bem, esse é um lado dele que ele só mostra para a família.
— Ele é como eu de certa forma. - Disse Justin. — Não há nada que não façamos pela
nossa família. - Ele olhou para sua esposa novamente. — Não há nada que eu não farei
por você e nossos filhos, querida.
— Eu sei. - Disse Adrienne. Ela se inclinou e beijou Justin nos lábios.
— Achei que seu irmão fosse francês. - Comentou Julianne.
— Três/quartos.
— Ele não tem sotaque francês.
— Às vezes ele tem. Na maioria das vezes ele perde. O inglês foi sua primeira língua de
qualquer maneira. Ele é multilíngue. Acho que é fácil perder o sotaque depois de morar em
muitas cidades diferentes.
— Eu gostaria de ter conhecido sua família da última vez que eles visitaram aqui.
— Você vai conhecê-los em breve. Eles já sabem sobre você. Seu filho não parava de falar
de você.
— Espero que ele tenha dito coisas boas sobre mim. - Julianne riu.
— Claro, ele disse. Ele tem dito a eles que você é a mulher mais bonita que ele já viu. -
Justin começou a rir.
— E você acha isso engraçado por quê? - Julianne perguntou, fingindo estar ofendida.
— Eu sinto muito. Não é isso. Acabei de me lembrar de uma vez em que Jeffrey disse a Jin
que você é mais bonita do que qualquer uma das garotas que ele o viu namorando. Jin não
sabia o que dizer sobre isso. Ele ficou tão envergonhado de ouvir isso de uma criança.
— Não, obrigada, Jeffrey. Acho que um herdeiro nunca se interessará por mim.
— Do que você está falando? - Justin ergueu uma sobrancelha para ela. — Você é
absolutamente linda, Ian. Não se menospreze tanto.
— Lembra quando eu te conheci, Ian? Quando eu pensei que você tinha passado a noite na
casa de Justin? - Adrienne perguntou.
— Como eu poderia esquecer isso? - Julianne deu uma risadinha.
Adrienne terminou com Justin, quando ela pensou que Julianne tinha dormido no
apartamento de Justin, sem saber que eles eram primos. Foi a primeira vez que Julianne
viu Justin berrar por causa de uma garota.
— Achei você muito bonita. - Disse Adrienne. — Você era como uma boneca Barbie em
carne e osso. Até sua voz estava em um tom perfeito. Achei que qualquer cara se apaixonaria
por você. E sabe de uma coisa? Você está ainda mais bonita agora.
— Por que você acha que nenhum herdeiro se apaixonaria por você? - Justin perguntou, um
pouco irritado.
— Eu ficaria feliz em arranjar você com meu irmão, se ele não fosse o canalha cruel e sem
coração que ele é agora. Você merece coisa melhor do que um homem que não acredita que
uma mulher poderia colocá-lo sob seu feitiço e ele voluntariamente a seguiria até os confins
da terra. Você é boa e pura demais para aquele demônio. Mas acredite em mim, no minuto
em que ele colocar os olhos em você, ele estará xingando o dia em que me casei com Justin,
porque isso o tornou tecnicamente parente e significa que ele não pode incluí-la na lista de
mulheres com quem ele pode jogar.
— Não é isso, Yen. - Disse Julianne. De repente, ela se sentiu desconfortável e um pouco
envergonhada. — Eu sou uma mãe solteira. Não tenho certeza se um cara bom e solteiro
aceitaria o filho de outro homem em sua casa. Eu vi isso acontecer na vida real. E não
sei se posso arriscar os sentimentos de Jared por isso. Nenhum homem vale a pena a
menos que ame meu filho da mesma forma que me ama. Agora somos um pacote.
— Tenho certeza de que algum dia você encontrará um bom homem. E ele amará não
apenas você, mas Jared também.
— Mesmo se eu não fizer, está tudo bem. Os sentimentos de Jared e seu bem-estar vêm em
primeiro lugar. Eu quero me concentrar em seu futuro. Isso é o que mais importa agora.
— Bem, não feche suas portas, Ian. Quem sabe? O homem de que você precisa pode
estar ao virar da esquina. E a hora em que você vai conhecê-lo é antes do que você pensa.
Julianne forçou um sorriso para Adrienne. Ela admirava sua positividade. Mas em
seus próprios pensamentos, ela duvidava seriamente que Adrienne estava certa.
Capítulo 3
Julianne saiu da limusine da Adams com pressa. Ela não se atrasava para uma reunião,
mas hoje, não conseguiu evitar. A casa inteira estava um caos. Quase todos na mansão Adams
se preparavam para viajar a Paris e ela não era exceção. Ela prometeu a Adrienne semanas
atrás que iria com eles desta vez e Jared já estava ansioso por isso. Ela não podia se dar ao
luxo de decepcionar o filho ou o primo.
No entanto, Justin tinha alguns pedidos de última hora aos quais ela também não
podia dizer não. Hoje, de todos os dias, era o único momento em que ela poderia se encontrar
com River Jefferson para avaliar a possibilidade de uma parceria com as Indústrias Adams.
Ela teve que remarcar todas as reuniões, pois Adrienne solicitou sua atenção integral por uma
semana inteira, enquanto eles estivessem em Paris. Ela teve que adiar a reunião com o Sr.
Jefferson para depois do horário de expediente. Justin informou a ela que o senhor Jefferson
só poderia estar disponível às sete da noite e, como cortesia por mudar o horário para tão
tarde, Justin providenciou para que fosse um jantar em vez disso.
— Reservas para o senhor Jefferson. - Disse ela à senhora na recepção.
— Certo. - A senhora sorriu brilhantemente para ela. — O senhor Jefferson já está aqui.
— Me mate… - Ela murmurou baixinho.
— Querida, você pode querer checar seu cabelo. - A senhora sussurrou para ela.
— Desculpe, está ventando lá fora. - Disse Julianne. — Obrigada.
Ela deu uma olhada rápida no espelho ao lado do balcão. Seu cabelo estava
desgrenhado, o que era muito diferente dela. Ela sempre foi organizada, sempre pontual. Ela
rapidamente penteou o cabelo com os dedos o melhor que pôde. Ela seguiu a senhora
enquanto a conduzia para a seção VIP do restaurante. Um cara de cabelo loiro escuro estava
sentado em uma das mesas, lendo algo em seu telefone.
— Senhor Jefferson?
O cara olhou para ela com seus lindos olhos verdes. Ele piscou por um momento,
como se não a esperasse. Quando ele se recuperou rapidamente, ele se levantou e estendeu
uma cadeira para ela.
— Desculpe. Você deve ser… Ian? Vice-presidente de estratégia corporativa de Justin?
— Sim. Julianne Sanders. - Respondeu ela.
— River Jefferson. - Ele estendeu a mão para ela e ela apertou a mão dele e se sentou na
cadeira em frente a ele. — Sinto muito, estava esperando ser outra pessoa. - Disse River se
desculpando.
— O que Justin disse a você?
— Ele não falou muito. Mas ele estava bastante convencido de que eu me encontraria
com seu chefe de estratégia corporativa esta noite.
— Eu sinto muito. Estou viajando para Paris amanhã. Este era o único horário que tenho
esta semana. Caso contrário, você teria que esperar até a próxima semana.
— Na próxima semana, estarei na Itália. E não voltarei até o final do mês. - Disse River.
— Bem, é por isso que Justin insistiu em nos vermos esta noite.
River olhou para Julianne por um momento e ele balançou a cabeça ligeiramente.
Havia diversão em seu rosto.
— Com licença, há algo errado? - A voz de Julianne estava fria. Ela sabia que seu cabelo não
estava em condições de uma vice-presidente de estratégia corporativa no momento, mas ela
estava aqui para que River Jefferson soubesse que ela se preocupava com os negócios.
— Nada realmente. - River balançou a cabeça.
— Não, sério, me diga. - Ela insistiu.
River sorriu brilhantemente para ela. Embora ela já parecesse irritada, ele não parecia
intimidado ou mesmo ligeiramente desanimado. Parecia que nada poderia abalar o espírito
desse cara.
— Julianne Sanders, você disse, certo? - Ele perguntou e Julianne assentiu. — Alguma
chance de você ser parente de Gian Sanders?
— Ele é meu irmão gêmeo.
— Então, você é parente do Justin.
— Sim. Somos primos.
— Hmm… - A diversão no rosto de River pareceu se espalhar ainda mais.
— Algo engraçado, senhor Jefferson?
— Eu ainda não tenho certeza. - Ele balançou sua cabeça. — Mas vamos descobrir isso
juntos. - Respondeu ele. Então ele abriu seu laptop para sua apresentação.
Embora Julianne estivesse ligeiramente irritada, ela era obrigada a ouvir. Ela não
estava acostumada com caras dizendo coisas enigmáticas para ela. A maioria dos caras
que ela conheceu recentemente eram bem diretos. E eles sempre deixaram seu interesse por
ela bastante óbvio. Mas River Jefferson não fez isso. Além disso, ele parecia estar
gostando de sua própria piada particular. Após a apresentação, Julianne ficou desapontada
ao saber que as operações da River Jefferson na Ásia só estariam em pleno funcionamento
no final do ano. Eles tinham um portfólio muito forte no negócio de transporte de
contêineres na Europa, mas ainda não na Ásia. - Como Justin não previu isso? Isso foi
apenas uma perda de tempo. - Demorou um pouco para perceber que River já havia
terminado sua apresentação. Ele estava olhando para ela pensativamente. Julianne voltou à
realidade.
— Justin sabe que seu negócio asiático ainda não está operacional?
— Sim, claro que sim. - Disse River, bastante divertido.
— Bem, fui enviada aqui para examinar seu portfólio de negócios de contêineres asiáticos.
— O que eu garanto a você, não existe. - River disse sorrindo para ela.
— Sinto muito… Não entendi. - Julianne disse, confusa. — Por que Justin insistiria que eu
considerasse sua empresa para algo que você… Bem, algo que você não faz?
— Talvez pelo mesmo motivo, dele me dizer que eu estava me encontrando com seu vice-
presidente de estratégia corporativa, chamado Ian Sanders. Eu disse que não era tão urgente
ou necessário, já que seu contrato com sua empresa de navegação na Europa expiraria
em apenas dois anos. Eu adoraria ter o seu contrato com a UE, mas sei que não sou nada
na Ásia no momento.
— Então, qual foi o objetivo desta reunião?
— Oh, a propósito… - River simplesmente deu de ombros. — Justin convenientemente
deixou de fora o fato de que Ian Sanders é uma mulher.
Julianne olhou para River Jefferson por um momento. Esse cara era apenas alguns
anos mais velho que ela, talvez da idade de Justin. Com seu cabelo loiro escuro, olhos verdes
e constituição forte, ele era realmente gostoso para o padrão de qualquer mulher. Ele era um
jovem empresário que obviamente teve uma origem decente. De repente, Julianne percebeu
que Justin não a mandou aqui para uma reunião de negócios.
— Filho da puta, vou matá-lo! - Ela não pôde evitar resmungar baixinho. River Jefferson
piscou de volta para ela e, de repente, ele começou a rir. Julianne ergueu uma sobrancelha
para ele. — E você acha isso divertido, por quê? - Ela perguntou irritada.
— Bem, na verdade estou lisonjeado. - River pigarreou. — Eu conheço Justin muito bem. Eu
sei o quão protetor ele é com sua família. Para me arranjar com sua própria carne e sangue,
na verdade, diz muito sobre o quanto ele confia em mim.
— Não quero ser rude, mas vou ter que ir. - Ela começou a recolher suas coisas, mas River
estendeu a mão para tocá-la suavemente.
— Vamos, Ian. Já estamos aqui. - Disse ele. — Tenho certeza de que você teve um longo
dia. Você pode muito bem me deixar convidá-lo para o jantar. Pelo seu incômodo.
— Hmm… - Julianne levantou uma sobrancelha para ele, pronta para recusar sua oferta.
— Podemos tramar o assassinato de Justin, se isso fizer você se sentir melhor. - River
encolheu os ombros.
Ela não estava interessada em ficar. Na verdade, ela geralmente recusava
automaticamente convites para encontros em potencial. Mas ela devia admitir que está
trabalhando sem parar há mais de doze horas. Além disso, River parecia um cara genuíno.
Ele deve ser confiável se Justin confia nele o suficiente para colocá-los em um encontro às
cegas. Além disso, ela estava bastante faminta.
— Tudo bem. Vamos pedir comida primeiro.
— Boa.
Julianne pediu filé com lagosta e salada de legumes. Ela encontrou River olhando
para ela quando ela terminou de ditar seu pedido ao garçom.
— Algum problema? - Ela perguntou.
— Não. - Ele balançou sua cabeça e se virou para o garçom e disse. — Vou querer
exatamente o mesmo que o pedido dela. - Então ele olhou para ela. — Sinto muito, eu
sei que seu tempo é precioso. Espero que a comida seja boa para que eu possa pelo menos
compensar a perda de tempo.
— Você não me fez perder tempo, senhor Jefferson. Justin fez. E tenho certeza de que
você também é um homem ocupado. Então, de certa forma, ele desperdiçou nosso tempo.
— Mas nós dois sabemos que o amamos demais para realmente matá-lo, certo?
— Vocês dois parecem muito próximos. - Julianne disse, observando River com curiosidade.
— Harvard. Fomos colegas de quarto por algum tempo. - Respondeu River. — Acho que
sim, éramos bem próximos.
— Justin não confia facilmente. Ele deve confiar muito em você para tramar isso.
— Bem… - River deu uma risadinha. — Talvez seja a primeira vez que ele tem um lapso de
julgamento. Eu tenho uma identidade secreta que ele não conhece. - Ele piscou para ela. —
Eu poderia ser um psicopata pelo que ele sabe. Ele acabou de colocar você em apuros.
— Ou… - Julianne estreitou os olhos para ele. — Ele está realmente enviando você para sua
perdição. Ele não te disse que acabei de escapar de uma instituição mental?
— Bem, nesse caso, ele não poderia ter escolhido uma mulher melhor para mim.
— Oh… - Julianne ergueu uma sobrancelha para River e olhou para ele com ceticismo. —
Você está brincando, não é? Justin não me mandaria para um psicopata.
— Claro. - River riu. — Estou brincando. - Disse ele. — Como se você realmente não fosse
ser uma fugitiva de um manicômio, não é?
— Oh, isso é verdade. - Ela deu de ombros e balançou a cabeça ligeiramente enquanto bebia
seu vinho. — Você já se perguntou por que Justin não falava de mim antes? Ou por que você
nunca me viu em nossas fotos de família ou festas de família?
— Oh! - River piscou para ela por um momento. Então ele perguntou. — Por quanto tempo
exatamente você ficou?
— Sete anos, pelo menos. - Ela manteve o rosto sério, ela nem piscou.
— Hmm… - River ficou pensativo por um tempo. Então ele se inclinou para frente e
sussurrou. — É verdade que eles torturam pacientes nesses asilos?
— Vamos apenas dizer que se você entrou lá com sua sanidade intacta, certamente sairá sem
ela. - Julianne estreitou os olhos para ele.
— Você parece ter sobrevivido a esse lugar muito bem.
— Sim. Embora… Às vezes, eu tenha… Episódios.
— O que acontece durante esses episódios?
— Eu não sei. - Julianne encolheu os ombros. — Eu normalmente… Desmaio. - Ela
conseguiu dar a ele um sorriso maldoso e uma piscadela.
— Para Ian Sanders. - Em vez de ficar perturbado, River ergueu a taça para ela. — Meu tipo
de mulher.
O jantar foi servido e por algum tempo os dois comeram em silêncio. Julianne ficou
feliz por finalmente ter uma refeição decente depois do dia mais longo de sua vida. Até que
seu celular tocou. Era de casa.
‣ Olá.
‣ Mamãe. Todas as minhas coisas estão na mala. - Jared disse a ela na outra linha.
‣ Isso é bom, querido. A babá colocou roupas suficientes? Ela embalou tudo o que
escrevi na lista?
‣ Hmm… - Jared falou com sua babá no fundo. — Sim. Ela disse que está tudo pronto.
E você, mamãe? Você ainda não fez as malas.
‣ Vou fazer as malas assim que chegar em casa, querido.
‣ Você vai levar um vestido bonito? Estamos dando uma festa! Eu estou levando um
terno.
‣ Sim docinho. Vou levar um vestido, não se preocupe.
‣ Que horas você vai chegar em casa? Podemos perder nosso voo.
‣ Ainda temos muito tempo. Não se preocupe.
‣ Venha para casa logo, mamãe!
‣ Mamãe acabou de jantar, querido. Vou estar em casa logo.
‣ Ok. Boa noite.
‣ Boa noite, querido.
Quando ela desligou, River estava olhando para ela pensativo.
— Seu filho?
— Sim. - Julianne assentiu. — O amor da minha vida.
— Quantos anos?
— Seis. Ele está garantindo que eu chegue a tempo para o nosso voo.
— Estou te segurando, eu acho.
— Não. Na verdade, estou aqui pela comida.
— Certo. Estou aqui pelo vinho. - Ele disse uniformemente. Ele tomou um gole de seu vinho.
Então olhou para ela pensativamente. — Estou assumindo que, uma vez que Justin está
tentando armar para você, você e o pai do seu filho não estão mais juntos?
— Unrun. - Julianne acenou com a cabeça e tomou outro gole de seu vinho. Ela se sentiu um
pouco tonta. O vinho era um pouco forte para ela e ela tinha uma tolerância ao álcool muito
baixa. — Isso seria correto. - Ela respondeu.
— Posso perguntar por quê?
— Posso perguntar por que você quer perguntar por quê? - Ela rebateu.
— Talvez eu só esteja entediado. - River encolheu os ombros. — Adoro conversar durante o
jantar.
— Eu realmente não conto detalhes da minha vida pessoal para estranhos, mas acho que não
vou ver você de novo depois desta noite, então que diabos, certo? - Ela tomou outro gole de
seu vinho.
— Tem certeza de que pode lidar com o vinho? - Havia preocupação genuína na voz de
River.
— Claro. Eu sou uma psicopata, lembra?
— Era disso que eu tinha medo. Você sabe… Os apagões. - River fingiu estar com medo.
— Você tem um senso de humor estranho, Senhor Jefferson. - Julianne riu.
— Você também. - Disse River, sorrindo para ela. — De qualquer forma, você ia me contar
sobre o pai do seu filho.
— Ele? Bem, ele se foi. Não sei onde ele está.
— Ele te abandonou?
— Não. - Julianne balançou a cabeça. — Eu tive um turbilhão, um romance de conto de fadas
em Paris. Eu assumi uma identidade diferente. Dei um nome falso a um cara. Me
apaixonei. Passamos uma noite mágica juntos e saí na manhã seguinte para voltar à realidade.
— Sério? - River a observou pensativo. — Você deu a ele um nome falso?
— Sim. - Julianne acenou com a cabeça e tomou outro gole de seu vinho.
— Deve ser o pior momento para falsificar o nome de alguém, hein.
— Nem me fale sobre isso. - Murmurou Julianne. — E Justin e meu irmão queriam caçá-lo
e fazê-lo pagar por me abandonar. Eles juraram realmente aleijá-lo. Durante anos, a missão
deles era descobrir quem é o pai de meu filho, para que eles pudessem fazê-lo pagar. Não
pude nem dizer a eles que ele não merecia o que quer que eles planejassem fazer com ele.
— Você não foi procurá-lo? Dizer a ele que uma noite com ele gerou um filho?
— Eu pensei sobre isso. - Julianne balançou a cabeça. — Mas eu sempre me acovardei.
Quer dizer, o que eu digo a ele? ‘Olá, meu nome verdadeiro é Julianne Sanders. Me desculpe,
eu te dei um nome falso. E, ah, caso você esteja interessado em saber, temos um filho juntos’?
— Sim, algo assim. - Disse River com naturalidade.
— Eu não poderia. Tive vergonha do que fiz, mas não tive escolha. Eu estava noiva de outra
pessoa, um casamento arranjado. Minha vida era complicada. Ele era apenas um cara simples,
fazendo algo de si mesmo.
— Se ele te amasse, ele entenderia.
— Ele estava lutando para realizar seus sonhos. Não queria sobrecarregá-lo com a
responsabilidade de um filho. Além disso, fui banida pela minha própria família. Não sabia
como reagiria se ele rejeitasse a mim e ao meu bebê também.
— Você não sabe disso.
— Acho que nunca vou. - Suspirou Julianne. — Eu tentei localizá-lo nas redes sociais depois
de alguns anos. Eu também não consegui encontrá-lo. Depois de um tempo, simplesmente
parei.
— Tenho certeza de que seu filho praticamente compensa a ausência do pai em sua vida.
— Verdade. Meu filho é o único homem de que preciso na minha vida.
— Mensagem recebida. - River deu uma risadinha. — Vou dizer a Justin para parar de
armar para nós.
Julianne sorriu para ele. Ela ficou surpresa porque se sentiu relaxada. River
Jefferson era muito fácil de conversar. Ela ficou surpresa com o quão bem ele administrou
seu encontro às cegas embaraçoso, quão suavemente ele a pediu para ficar para o jantar e
como ele facilitou para ela falar sobre o pai de Jared.
— Você deveria ser psiquiatra, sabe… - Julianne não pôde deixar de dizer.
— Eu queria isso. Mas temo que isso vá prejudicar ainda mais meu relacionamento com meu
pai.
— Por quê?
— Não sou exatamente o produto de uma configuração ideal. Eu nasci em pecado, por assim
dizer. Nunca conheci meu pai até o segundo grau. Naquela época, ele havia perdido a esposa
e o único filho em um acidente. Ele ficou sem um herdeiro legal. Depois de todos aqueles
anos, ele percebeu que me tinha.
— O que aconteceu depois?
— Ele me examinou. Descobriu que era inteligente. Ele pagou à minha mãe uma grande
quantia em dinheiro para que ela me deixasse viver com ele.
— Parece que você teve uma vida boa depois disso.
— Não muda o fato de que tive uma infância difícil antes dele prestar atenção em mim.
— Então, você ainda está bravo com ele? - Perguntou Julianne.
— Na verdade não. Ele sabe como ser um mentor, mas não sabe como ser um pai.
— Bem, eu não falo com meu pai há sete anos. Suas últimas palavras para mim foram
‘Quando eu voltar do meu jogo de golfe, é melhor você ter ido embora’! - Julianne sentiu um nó
no estômago e se lembrou da dor que pensava ter esquecido há muito tempo. Lágrimas
surgiram em seus olhos e ela tentou piscar para que River não notasse. Mas era tarde demais.
Ele estava olhando para ela com simpatia. — O que está fazendo comigo, senhor Jefferson?
Eu acabei de te conhecer. - Ela murmurou, abanando a mão na frente de seus olhos.
— Veja! - River simplesmente riu, como se não fosse a primeira vez que um completo
estranho abriu sua alma para ele. — Sinto que somos melhores amigos agora. - Ele sorriu
para ela de forma tranquilizadora.
Apesar de sua própria revelação sobre seu relacionamento rompido com seu pai, o
rosto de River permaneceu alegre e sua aura positivamente brilhante. De repente, Julianne
percebeu porque Justin estava tentando armar para eles. Ela precisava de uma pessoa
extremamente positiva e contagiosa para trazer de volta seu antigo temperamento ensolarado.
— Bem, certamente é uma surpresa, mas você não é tão ruim, Senhor Jefferson. Eu
poderia entender por que Justin consideraria você em alta confiança. - Julianne deu um
último gole em seu vinho. — Mas receio que tenha de ir. Um menino de seis anos está
esperando por mim em casa e ficará extremamente desapontado se eu me atrasar e cheirar
a álcool.
— Bem, a menos que ele próprio seja um alcoólatra, tenho certeza de que ele não saberia a
diferença.
— Eu espero. Mas ele é um menino extremamente inteligente. Não quero arriscar. - Julianne
fez um gesto para que o garçom trouxesse a conta.
— Eu cuido disso. - Disse River.
— De jeito nenhum. Você paga pelo seu e eu pago pelo meu. - Ela podia não ter muito
dinheiro sobrando, mas ela não era de se aproveitar.
— Um cavalheiro nunca deixa uma dama pagar.
— Isto não é um encontro, Senhor Jefferson.
— Provavelmente. Mas fui eu quem insistiu que você ficasse. - River foi bastante
persistente. — E eu nunca deixo uma senhora pagar quando janto na mesma mesa que
ela.
— Bem, certo. Se você insiste então. - Julianne disse derrotada.
— Eu insisto.
Depois de alguns minutos, River a acompanhou até o lobby.
— Posso te oferecer uma carona?
— Não, obrigado. Justin fez a limusine esperar por mim. Você sabe… Apenas no caso de eu
decidir sair antes do esperado.
— Tenho certeza que ele te conhece bem.
— Ele conhece. Eu quase corri mais cedo, se não estivesse morrendo de fome.
— Acho que devo agradecer a quem impediu você de almoçar. Foi um prazer ter sua
companhia, Julianne Sanders.
— Surpreendentemente, você também não é tão ruim, River Jefferson.
— Talvez, da próxima vez, possamos jantar novamente. - A limusine estacionou na frente
deles e River abriu a porta para ela. — Um que não tenha sido organizado sem nosso
conhecimento e consentimento do intrometido Justin Adams. - Disse River.
Julianne percebeu que ele estava dando uma indicação de que a convidaria para
sair novamente algum dia. E para sua surpresa, ela não achava isso completamente
repulsivo. No entanto, ela optou por não responder.
— Tenha uma boa noite, senhor Jefferson. - Ela disse e simplesmente sorriu.
Dentro da limusine, quando estava escondida atrás das janelas bem pintadas, ela deu
uma olhada rápida em River Jefferson. Ele era muito bonito. Seus traços eram aristocráticos,
mas suaves e angelicais. Ela geralmente gostava de caras com arestas. O primeiro rapaz por
quem ela se apaixonou, Jas Mathieu, era bonito como o diabo e quente como o inferno. Ele
era o oposto de River. Mas com todos os problemas que ela passou, toda a dor e todas as
dificuldades que seu primeiro amor lhe trouxe, talvez Justin estivesse certo afinal. Talvez um
cara de aparência mais suave, mais brilhante e menos perigoso como River Jefferson fosse o
que ela precisava. Mas mesmo que ela considerasse a possibilidade de um romance com
River, havia apenas um problema.
- Acho que ainda estou apaixonada pelo pai do meu filho. - Ela pensou.
Capítulo 4
Como era de se esperar, ela tinha que se vestir elegantemente. Fazia sete longos anos
que ela não se vestia para um baile tão grandioso como este. Ela estava usando um elegante
vestido rosa claro sem alças, adornado com apliques florais em seu corpete justo e cristais
Swarovski em sua calda assimétrica. Seu vestido exibia suas pernas longas e suas sandálias
de salto alto prata exibiam seus dedos perfeitamente pedicurados. Seu cabelo estava
cuidadosamente preso em um coque, com algumas mechas enroladas emoldurando seu lindo
rosto. Ela tinha certeza de que o vestido que estava usando era caro, especialmente porque
era um presente de Adrienne. Adrienne sabia que ela nunca gastaria dinheiro em um vestido
de grife.
Ela estava economizando tanto quanto podia para o futuro de Jared. Um vestido caro
que ela usaria apenas por uma noite estava definitivamente fora de questão. Na verdade,
muitas coisas estavam fora de questão para Julianne atualmente. Ela só tinha roupas
suficientes em seu armário. Muitos dos seus caros vieram de presente de Adrienne ou de
segunda mão da esposa de Mason, Abi. Ela era grata por eles e sempre cuidou bem de tudo
o que recebia deles. Qualquer dinheiro que ela pudesse economizar comprando coisas era
dinheiro extra que ela poderia economizar para o futuro de Jared.
— Uau! Você parece uma princesa, mamãe! - Jared estava com os olhos arregalados e
surpreso e Julianne não pôde deixar de rir.
— Obrigada, querido. - Ela se inclinou e beijou Jared na testa. — Vá para suas babás. Elas
vão cuidar de você e de seus primos.
— Talvez eu pareça bem. Crianças não mentem. - Ela disse para si mesma.
— Elas não mentem. - Gian disse, aparecendo atrás dela. — Você está incrível, irmã. Você
provavelmente vai ser a garota mais bonita da festa.
— Oh meu Deus! É a última coisa que quero que aconteça. - Disse Julianne. — Esta
noite deveria ser a noite de alguma herdeira, lembra?
— Qual herdeira?
— Aquela que o irmão de Adrienne irá propor em casamento. Não quero roubar os holofotes
dela. - Disse Julianne.
— Não se preocupe, você não vai roubar os holofotes dela. - Disse Adrienne, aparecendo na
sala, parecendo deslumbrante, em um vestido chiffon azul suave de linha A. — O anel que
Jin vai propor é uma relíquia de família com pelo menos um diamante de quatro quilates no
centro. Mamãe me mostrou e acho que fiquei cega. Aqui, tenho uma foto. Deixe-me te
mostrar. - Adrienne acenou com o telefone na frente de Julianne para mostrar a ela uma foto
do anel de noivado.
— Uau! Isso é espetacular! - Julianne respirou fundo, olhando para o anel de ouro rosa
vintage com um enorme diamante quadrado no centro e pequenas pedras esmeraldas ao
redor.
Julianne suspirou, admirando a beleza do anel, sem mencionar o fato de que ele foi
passado para as noivas Starck por pelo menos cinco gerações. Quando Julianne estava
crescendo, ela tinha muitas joias de diamantes. Mas todas elas foram deixadas em seu
quarto na casa de seus pais. E desde que a baniram, ela não possuía uma joia cara. Ela
não precisava delas de qualquer maneira. O futuro de Jared era muito mais precioso para
ela.
— A propósito, você pode pegar meus brincos emprestados. - Disse Adrienne, entregando-
lhe uma pequena caixa.
— Não, Adrienne. Eu vou ficar bem. Este vestido já está brilhando!
— Está tudo bem, você ficará mais linda com esses brincos de diamante. - Adrienne não deu
a Julianne muita escolha. Ela tirou os brincos de diamante de dois quilates pendurados e
começou a colocá-los nela.
— Ok, ótimo! - Julianne tirou os brincos dela e os colocou. — Vou devolver depois da festa.
— Não se preocupe.
— Então, seu irmão nem mesmo escolheu o anel com o qual ele iria propor? - Perguntou
Julianne. Ela não tinha nada contra relíquias de família, mas se fosse ficar noiva, ela preferiria
ter um anel que fosse originalmente dela, e escolhido especialmente pelo noivo, não importa
se fosse de plástico. Mas era só ela. E ela não achava que ficaria noiva, nunca. E, além disso,
o único homem para quem ela teria dito sim estava perdido para ela há muito tempo.
— Pertencia à avó de Jin. Ele deve propor com ele. - Adrienne explicou. — De qualquer
forma, Vanessa Bernard não vai dizer não a esse anel.
— Por quê? Seu irmão não tem nenhum outro caráter redentor? - Julianne brincou.
— Bem, ele tem. - Gian riu. — Se ele escolher ser legal, eu acho.
— Parem, gente. Já estou com medo de conhecer Jin. - Julianne riu. — Tenho certeza
que ele é bonito e será um ótimo marido. Vanessa Bernard vai tomar a decisão certa esta
noite.
— Não importa. Jin é um grande partido de qualquer maneira. Ele é um gênio nos negócios.
Ele administrou metade dos nossos hotéis antes de completar dezoito anos. Quando ele
assumiu o negócio, éramos o quinto lugar. Agora, somos o segundo. A família de Vanessa
não poderia concordar mais com esse noivado. - Disse Adrienne.
— E você, Adrienne? Você acha que vai gostar da sua futura cunhada? - Perguntou Julianne.
— Eu a encontrei algumas vezes. Ela é… Civilizada. Eu sei que ela não é uma
garimpeira. Ela será uma boa combinação para Jin. - Adrienne respondeu. Julianne
poderia dizer que ela estava usando a lógica sobre as emoções.
— Tenho certeza que seu irmão sabe o que está fazendo.
— Além disso, essa pode ser a única chance que Jin terá de se casar. Ele está fazendo isso
porque será vantajoso para seus planos para a Starck Corp. Mas se nenhum negócio estivesse
envolvido, eu sei que ele prefere ficar solteiro para sempre. - Adrienne revirou os olhos.
— Sim. Ele vai pular de uma cama para outra. Mudar de amantes tão rápido quanto ele mudou
de roupa. - Gian murmurou.
— Infelizmente, isso é verdade. Ele é um jogador sem esperança alguma de se apaixonar por
uma mulher. - Disse Adrienne com tristeza.
— Bem, nesse caso, espero que o anel de noivado de Vanessa Bernard valha a pena. -
Comentou Julianne, dando uma última olhada em si mesma no espelho.
— Devemos? - Gian veio até ela e ofereceu seu braço.
A festa estava sendo realizada no enorme salão de baile do hotel. Estava decorado
com elegância e todos os presentes usavam suas melhores roupas formais. Julianne mal podia
acreditar que aquela era apenas uma festa da vitória do livro. A família de Adrienne era
claramente tão influente quanto a de Justin. E como era esperado que Jin Starck pedisse
Vanessa Bernard em casamento esta noite, Julianne não tinha dúvidas de que todo o
impressionante clã de Vanessa também estivesse presente.
— Quão estranho é propor em público? - Julianne sussurrou para o irmão.
— Isso é esperado. Especialmente em compromissos pré-arranjados. Ou em compromissos
que foram construídos principalmente na conveniência de negócios. - Gian sussurrou de
volta para ela.
— Você quer dizer como esse aqui?
— Isso. - Gian acenou com a cabeça.
— Você também está arranjado para se casar algum dia, G?
— Pelo que eu sei, sou livre para escolher minha noiva. Mas com nossa família, você nunca
sabe, certo?
— E você simplesmente vai concordar com isso?
— Depende. - Gian encolheu os ombros.
— De que?
— Se minha noiva escolhida se parecer com um ogro, então eu expressaria minhas objeções
violentamente.
— Seu idiota superficial. - Julianne deu um tapa de brincadeira em seu braço. — Espero que
você não se encontre em uma situação desagradável como o Justin. A única coisa que o
salvou foi um milagre, se você me perguntasse.
— Isso e seu destino brincalhão.
— Bem, rezo para que o destino não toque em você, querido irmão. Que o seu compromisso
seja construído com base no amor e na liberdade de amar.
— Obrigada, irmã. - Gian sorriu para ela e estendeu a mão para beijar sua testa. — Eu sei
que você quis dizer isso com todo o seu coração.
— Eu quis.
— E espero que um dia você encontre o homem que defenderá você e Jared. - Disse Gian
sobriamente.
— Não se preocupe comigo, G. Estou feliz mesmo que nenhum homem apareça. O único
homem de que vou precisar está lá em cima desenhando com o lápis e brincando com os
primos.
— Certo. - Gian a levou para o canto da sala onde Adrienne estava com Justin.
— Você está linda. - Justin elogiou Julianne.
— Obrigado, Justin. - Disse Gian batendo os cílios para ele de brincadeira.
— Eu não estava falando com você, seu idiota. - Justin disse levantando uma sobrancelha
para Gian. Ele se virou para Julianne. — Nunca ouvi falar sobre seu encontro com River
Jefferson.
— E você nunca vai. - Disse Julianne.
— Por que não?
— Por que você está interessado em saber?
— Porque… Porque sou seu chefe e espero resultados nessas coisas.
— Não, não, não. - Disse Julianne. — Nós dois sabemos que você não me enviou lá para
uma reunião… Senhor!
— Do que ela está falando, querido? - Adrienne perguntou ao marido. A curiosidade estava
estampada em seu rosto. É claro que o incidente ‘casamenteiro’ foi puramente obra de
Justin.
— Nada. - Justin respondeu secamente.
— Isso não é nada. Ian parecia chateada. - Infelizmente para Justin, não parecia que Adrienne
ia desistir.
— Diga a ela, Justin. - Julianne o cutucou. — Diga a ela que você me enviou para
encontrar River Jefferson, mesmo sabendo muito bem que a empresa dele não está atendendo
ao requisito que estávamos procurando. E ainda assim, você insistiu que ele fizesse uma
proposta e insistiu que apenas eu deveria ir encontrá-lo.
— Oh… - Adrienne olhou para seu marido com descrença. — Você não…
— River Jefferson? - Gian perguntou, irritado. Julianne sabia que ele era apenas o mesmo
irmão protetor. Gian se sentiu um pouco responsável pelo que aconteceu com ela, pois
concordou com seu desejo de fazer aquela viagem sozinha.
— Vamos lá pessoal. Não foi nada. Apenas um encontro inocente de duas pessoas. - Justin
tentou minimizar o fato de que ele arranjou o encontro de Julianne e River.
— Arranjar duas pessoas solteiras para se encontrarem para jantar é chamado de encontro às
cegas, Justin. - Disse Adrienne, repreendendo levemente o marido.
— Tudo bem, tudo bem. - Justin finalmente admitiu para a esposa. — Podemos discutir
sobre isso mais tarde? Seus pais estão vindo.
É verdade que uma mulher mais velha que se parecia com Adrienne e um homem
mais velho e bonito se aproximaram deles.
— Como é que estão? - A mulher perguntou.
— Tudo magnífico, mamãe. - Respondeu Adrienne. — Você se lembra de Gian?
— Claro. Como você está, Gian?
— Absolutamente bem, senhora. - Gian apertou as mãos dos pais de Adrienne educadamente.
— E esta é Ian. - Adrienne finalmente a apresentou.
— Finalmente nos encontramos, minha querida! - Arianna Starck sorriu para Julianne. —
Seu filho é tão adorável! E ele está certo. Você é absolutamente deslumbrante.
— Obrigada por sua gentileza e generosidade para com meu filho. - Disse Julianne. — Ele
não tem nada além de coisas gentis a dizer sobre sua família.
— Oh, é uma alegria tê-lo conosco. - Disse Pierre Starck.
— Mamãe, os arranjos são absolutamente perfeitos! - Adrienne disse a sua mãe.
— É claro. - Disse Arianna. Ela se inclinou para sussurrar para eles. — Não queremos que
os Bernards fiquem desapontados. Vanessa é conhecida por ter padrões elevados.
— Onde está Jin?
— Ele deve chegar a qualquer minuto. - Respondeu Pierre. — Eu disse a ele para se
apressar porque Vanessa Bernard chegou há dez minutos. Ela pode não ficar satisfeita se seu
par estiver atrasado.
Julianne viu Adrienne revirar os olhos. Ela sorriu para ela como se dissesse ‘Sua
futura cunhada é uma cadela’! Adrienne franziu a testa como se dissesse ‘Eu sei, né’?
Adrienne e Justin pareciam conhecer bastante o círculo de amigos da família Starck. Julianne
não saiu do lado deles, com medo de se perder no mar de estranhos, que em sua maioria
falavam uma língua que ela não entendia. Julianne ficou impressionada por Adrienne ter
começado a entender o idioma. Justin falava francês fluentemente desde a adolescência.
Julianne achou que deveria enviar Jared para aprender o idioma no próximo ano. Afinal,
ele é parte francês. Julianne perdeu a conta de quantas pessoas ela conheceu. Ela estava
completamente inconsciente da atenção que estava recebendo dos homens mais jovens na
sala.
— Há muitos homens aqui que vão dar a River Jefferson uma corrida pelo seu dinheiro, se
ele não fizer um movimento logo. - Adrienne sussurrou para ela. Seu tom era leve e
provocador.
— O que você quer dizer?
— Houve pelo menos meia dúzia de homens que vieram até mim ou Justin, pedindo para
serem apresentados a você. - Adrienne respondeu. — E porque isso não aconteceria? Você
está absolutamente divina!
— Bem, antes de apresentar qualquer um deles para mim, gentilmente mencione que estou
criando um menino de seis anos sozinha, ok? Isso deve detê-los.
— Como se isso fosse funcionar! Isso não impediu River Jefferson de se interessar, não
é? - Adrienne perguntou, seus olhos piscando.
Julianne suspirou. Ela deve admitir que River a surpreendeu quando ele ainda
insinuou convidá-la para sair depois que ela lhe contou a história de como ela engravidou.
— Bem, se um cara quer namorar comigo, ele namora meu filho. Somos um pacote fechado.
Então, é bom dizer isso desde o início. Não quero perder meu tempo.
— Então, o que você achou de River? - Adrienne perguntou.
— Ele é… Legal. - Julianne encolheu os ombros.
— Legal? River é muito bonito. E ele é realmente charmoso. Você não o achou atraente?
— Ele é gostoso, eu concordo. Mas você sabe… Não sei se estou pronta para namorar
agora. Ele parece legal e eu gostei de sua companhia. Eu estaria disposta a sair com ele
como amigo, sim. Mas mais do que isso, eu esperaria um pouco mais.
— Não me diga que ainda está presa ao pai de Jared! - Adrienne disse acusadoramente.
— Ssshhh… - Julianne sibilou para ela. — Não diga isso a seu marido. Ele vai ficar
bravo. Você sabe que ele e Gian não querem nada mais do que assassiná-lo.
— Eu também, para ser honesta. Mas vendo que você ainda está apaixonada por ele, estou
ficando bastante curiosa. Ele provavelmente é um cara incrível para você não o esquecer
depois de todos esses anos.
— Ele é maravilhoso, Yen. E não é culpa dele, não estarmos mais juntos. Eu o deixei.
Talvez se dependesse dele, ainda estaríamos juntos. - Julianne suspirou tristemente.
Seu coração se partia um pouco mais a cada dia que ela pensava em Jas. Ela sabia
que mesmo que ele não tivesse muito, e que ele não existisse neste mundo glamoroso em
que ela vivia, mesmo que ele não fosse rico como seu irmão e primos, ele iria defender ela
e Jared. Ele faria funcionar. E ela não tinha dúvidas de que ela e Jared ainda viveriam uma
vida feliz. Não importa o quão simples fosse essa vida.
Julianne pediu licença para ir ao banheiro feminino. Ela mal percebeu que vários
pares de olhos a seguiam. Muitos até tentaram dizer 'oi' e chamar sua atenção. Mas ela não
estava interessada. A última coisa que ela precisava era outra viagem em Paris. - Todos nós
sabemos como a última acabou. - No entanto, ela duvidava que se apaixonaria por outro
francês. Jas Mathieu era único. E era isso que o tornava tão difícil de esquecer.
Enquanto secava as mãos, uma mulher de cabelos pretos, vestida com um vestido de
lantejoulas douradas, entrou no banheiro feminino. Julianne notou o profundo V de seu
decote, que mostrava um decote generoso. Seus olhos se encontraram no espelho e Julianne
sorriu para ela. Ela simplesmente levantou uma sobrancelha enquanto olhava para o rosto e
vestido de Julianne no espelho.
- Cadela! Qual é o problema dela?
Julianne parou de sorrir para ela e desviou o olhar. Ela parecia rica e bonita, com
certeza, mas Julianne achava que ela nem parecia ter metade da beleza de Adrienne.
Adrienne era uma das mulheres mais ricas que conhecia. Ela era rica por causa de sua
mãe biológica, e agora, por causa de seu casamento com Justin. Mas ela nunca deixou
isso subir à sua cabeça. Ela era muito gentil e generosa. Ela era linda por dentro e por
fora. Julianne dispensou a mulher e saiu do banheiro.
— Mademoiselle… - Um cara a emboscou assim que ela saiu do banheiro feminino. Ele
falou com ela em francês.
— Oh… - Ela sorriu para ele educadamente. — Eu sinto muito. Eu não falo francês. -
Então ela rapidamente girou nos calcanhares e meio que correu para onde Adrienne
estava.
— Oh, aí está você. - Adrienne disse. — Muitos caras aqui estão perguntando sobre você.
— Sério?
— Sério. Acho que Vanessa Bernard vai ficar com ciúme por não ser a estrela da noite. -
Justin sorriu. Ele não conseguia limpar o sorriso orgulhoso em seu rosto.
— Ela será a estrela quando ficar noiva esta noite. - Disse Julianne.
— Isto é, se meu irmão decidir aparecer. - Adrienne murmurou. Ela parecia irritada e
preocupada ao mesmo tempo.
— Talvez ele esteja com dúvidas. - Justin sugeriu.
— Eu conheço meu irmão. Se ele colocar seu coração em um objetivo, ele verá isso
acontecer. A menos que uma situação de vida ou morte apareça. - Disse Adrienne. — Ele
queria que essa vantagem corporativa fosse a número um do mercado, mais do que qualquer
outra coisa.
— Como vai o hotel da família de Vanessa Bernard no mercado? - Julianne perguntou a
Adrienne.
— Eles ficaram entre o sexto e o oitavo lugar. Quando combinarmos forças, seríamos o
número um sem precedentes. Jin sabia disso muito bem.
— Vanessa também. - Disse Justin. — Acho que ela está ficando impaciente porque seu
irmão ainda não está aqui.
O telefone de Julianne tocou.
— Com licença, pessoal. Isso pode ser importante. - Disse ela à Justin e Adrienne. Então ela
atendeu o número não registrado.
‣ Oi. - Disse uma voz masculina desconhecida na outra linha.
‣ Me desculpe, quem é?
‣ É River.
‣ Oh, olá. Como você conseguiu meu número?
‣ Você acreditaria em mim se eu dissesse que tive que implorar a Justin para me dar?
‣ Eu não acreditaria que você realmente teve que implorar a ele. Aposto que ele
entregou a você em uma bandeja de prata. - Julianne tentou soar irritada, mas ela
realmente achava difícil ficar brava com Justin ou River, por falar nisso.
‣ Vamos fingir que implorei a ele, ok? Dê um tempo para o cara.
‣ Bem. Vou pegar leve com ele. - Julianne concordou. — Então, por que você pediu
a ele meu número?
‣ Bem, então eu poderia ligar para você, é claro.
‣ Por que você gostaria de me ligar?
‣ Já somos melhores amigos, lembra? - O tom de River era leve e alegre. Foi difícil para
Julianne brigar com ele depois disso.
‣ Muito engraçado, senhor Jefferson. - Ela riu. — Sério, o que posso fazer por você? Ou
você colocou suas operações asiáticas em funcionamento durante a noite?
‣ Se isso fosse humanamente possível, eu já o teria feito.
‣ Tenho certeza que sim. Trabalhamos bem com nossos parceiros. Justin é um
cliente muito generoso.
‣ Eu sei que ele é. Enfim, estou incomodando você? Você parece estar no meio de uma
reunião.
‣ Na verdade estou em Paris. - Respondeu Julianne. — Participando de uma festa de
noivado.
‣ Verdade? De quem?
‣ Irmão de Adrienne. - Ela respondeu. — Mas ele não propôs ainda. Então, tecnicamente,
ainda não é uma festa de noivado até talvez depois de uma hora.
‣ Que estranho? Ele vai propor na frente de outras pessoas?
‣ De outras cem pessoas, na verdade. - Julianne respondeu. Ela tinha achado isso muito
pouco romântico.
‣ Uau. Fale sobre como remover o romance em um pedido de casamento. - River riu.
— De qualquer forma, não vou demorar muito.
‣ Obrigado pela sua ligação.
‣ A qualquer momento. Eu te disse. Eu sou seu melhor amigo. - Ela quase podia ouvir
o sorriso em sua voz.
‣ Tchau.
‣ Falo com você mais tarde.
Julianne olhou para o número dele por alguns segundos depois de desligar. Ela se viu
sorrindo. Foi difícil não fazer. Mesmo que ela sentisse que ele estava interessado nela e
provavelmente iria convida-la para sair em breve, ela achava difícil repeli-lo. Ele era uma
alma tão positiva e feliz. Mesmo que ela não acabasse namorando com ele, ela
definitivamente queria que ele fosse seu amigo. Talvez River Jefferson fosse o que ela
precisava para esquecer completamente o pai de seu filho, o amor que ela perdeu há muito
tempo. Talvez ele fosse o que ela precisava para começar a acreditar no amor e na felicidade
para sempre novamente.
Ela voltou para dentro do salão de baile. Ao se aproximar, viu que Adrienne estava
conversando com um cara alto vestido com um terno caro. Ele estava de costas para ela, então
ela não podia ver seu rosto.
— Oh, aí está ela. - Adrienne disse. — Ian, gostaria que conhecesse meu irmão. Jin
Starck.
Jin Starck se virou e Julianne ergueu os olhos para o homem que se erguia à sua
frente. Seus olhos se encontraram.
E de repente… O tempo parou. A respiração de Julianne ficou presa na garganta e
ela se esqueceu completamente de respirar. De repente, as memórias de seu passado vieram
correndo para ela de uma vez em uma velocidade que ela não podia controlar. Aquele rosto
diabolicamente bonito… Aqueles olhos raros e encantadores…
- Tu es ravissante… Meu amor… J'adore…
Jin Starck a encarou de volta com uma expressão confusa no rosto. O rosto de Julianne
ficou branco enquanto ela olhava de volta para aqueles olhos penetrantes de água-marinha,
que eram a réplica exata dos de seu filho. E antes que ela pudesse abrir a boca para dizer
algo, ela sentiu a escuridão lentamente tomar conta de seus sentidos. Os braços de Jin Starck
a envolveram antes que ela desabasse no poço da inconsciência.
Capítulo 5
- Tu es ravissante… J'adore… Je chérirai ce moment pour toujours… Restez avec
moi…
As palavras dele continuavam voltando para ela como se ela tivesse as escutadas
ontem. Julianne jamais esqueceria aquele rosto lindo, aquele cabelo castanho escuro com
mechas avermelhadas e aqueles olhos fascinantes. O olhar de devoção que ele costumava
dar a ela mudou para um olhar de confusão e, finalmente, para um olhar de raiva.
Julianne rapidamente se levantou do sofá, com medo de ver aquele olhar assassino no
rosto do homem que ela amou, o homem que ela ainda poderia amar até agora. Ela lutou para
recuperar o fôlego quando percebeu que estava cercada por Gian, Justin e Adrienne. Todos
tinham olhares de preocupação em seus rostos. Ela examinou o resto da sala e o alívio tomou
conta dela quando percebeu que ele não estava com eles.
— Você está bem, Ian? - Adrienne perguntou a ela com os olhos marejados.
— Sim, estou bem. Provavelmente é apenas cansaço. - Respondeu Julianne. — Onde
estamos?
— Estamos na sala de preparativos do salão de baile. Os organizadores usam está sala para
organizar o evento e vigiar a coisa toda de uma área elevada. - Respondeu Adrienne.
— Q-quem me trouxe aqui?
— Jin. Você desmaiou na frente dele. Ele te pegou e te trouxe aqui.
— Eu sei que Jin pode ser bastante assustador. Mas esta foi de longe a pior apresentação
que ele teve em sua vida. - Justin riu.
— Jin Starck. - Julianne sussurrou seu nome. Ela se virou para Adrienne. — Seu irmão?
— Em carne. - Adrienne sorriu para ela.
- Como isso poderia acontecer? Jin Starck se parece exatamente com Jas Mathieu! São
duas pessoas diferentes, certo? Não havia como eles serem a mesma pessoa! - Em um de seus
encontros, ele dirigiu um Peugeot. Ela viu a placa escrita J-A-S. Não J-I-N. - Como ele
poderia não ser Jas Mathieu? - Pensamentos correram pela mente de Julianne, o que a deixou
tonta novamente. Ela pegou a garrafa de água que Gian segurava.
— É bom que mamãe e papai não estivessem aqui. - Disse Gian em um tom que pretendia
melhorar o humor de sua irmã. — Eles provavelmente iam pensar que você estava grávida
de novo.
— Bem, a boa notícia é que eles já me deserdaram. Eles não podem fazer duas vezes. -
Julianne disse amargamente.
— Isso diz muito sobre mim como chefe, sabe. Seu trabalho está te deixando esgotada? -
Justin perguntou cansado.
— Sim, você dirige um navio apertado. Mas não, isso não era estresse relacionado ao
trabalho. - Julianne começou a se levantar. Ela percebeu que não estava mais usando as
sandálias.
— Quem tirou minhas sandálias?
— Jin tirou. - Respondeu Adrienne. — Eu disse a ele que não era necessário, mas ele insistiu
que o tecido do sofá era muito caro.
— O que eu achei bastante ofensivo, na verdade! - Justin respondeu.
— Eu disse a ele que seus sapatos eram provavelmente mais caros do que o próprio tecido,
mas o cara é teimoso. - Acrescentou Gian.
— Ele tirou minhas sandálias? - Julianne perguntou seu coração batendo forte no peito. —
Ele literalmente tirou minhas sandálias dos meus pés?
— Como se ele literalmente tocasse seus pés, sim. - Gian respondeu, revirando os olhos.
— Adrienne, o que… Qual é o nome completo do seu irmão? - Perguntou Julianne.
— Por quê?
— Apenas curiosidade, só isso. - Julianne tentou parecer calma e indiferente. Ela estava
preocupada que eles suspeitassem de algo.
— Jin Adrien Starck. - Respondeu Adrienne. — Oh, ele tem o mesmo nome do meio de
Jared! Eu só percebi isso agora. Sou uma tola.
- Oh meu Deus! - Julianne sabia exatamente por que Jin Starck tirou suas sandálias
apesar dos protestos de Justin e Gian. Não era porque o tecido do sofá era caro. Ele estava
procurando a tatuagem dela. Uma confirmação de sua identidade. O que só poderia significar
uma coisa…
- Merda! Eu não fui a única a usar um nome falso durante nossa estada em Paris. - Jas
Mathieu não existia assim como Arabella Adams. O homem por quem ela realmente se
apaixonou, o homem por quem ela pensou que ainda poderia estar apaixonada… O pai de
seu filho é na verdade… - Jin Adrien Starck. - Jas não era seu nome. Elas eram suas
iniciais.
— Você precisa se recompor. - Adrienne começou a arrumar o cabelo levemente desgrenhado
de Julianne. — Precisamos sair daqui. Minha mãe estava bastante preocupada. Tem certeza
que está bem agora?
— Hmm… - Julianne estava bem. Mas ela não tinha certeza se queria voltar e ver Jin
Starck cara a cara. — Eu… Eu tenho que voltar? - Ela perguntou.
— Claro. Muitos solteiros muito cobiçados estavam pedindo para serem apresentados a você.
Além disso, não queremos perder a proposta pública de meu irmão para Vanessa Bernard.
- Claro. Vanessa Bernard. - Julianne agora estava mais convencida de que não queria
testemunhar isso.
— Acho melhor eu ir para o quarto.
— Você tem certeza? - Adrienne perguntou cansada. — Então eu irei com você. Não posso
ter paz de espírito e curtir a festa sabendo que você não está bem. Fui eu que te arrastei até
Paris.
Julianne se sentiu culpada. Ela não podia negar a Adrienne a chance de ver seu irmão
ficar noivo. Menos de uma década atrás, Adrienne pensava que sua mãe era uma vadia
horrível casada com seu pai biológico. Agora que ela encontrou sua família verdadeira, que
era incrível e maravilhosa com ela, Julianne não podia deixá-la perder a chance de passar
momentos especiais com eles.
— Oh não, não. Está bem. Eu irei. Mas eu não quero ficar perto do palco, ok? Devo ter
causado uma grande comoção quando desmaiei. Eu realmente não quero mais me agitar lá
fora. É embaraçoso.
— Eu vou ficar com você. Podemos assistir a tudo da varanda. - Gian se ofereceu. — Eu não
encontrei nenhuma garota interessante aqui esta noite, também. Vamos descer e dar os
parabéns ao casal recém-noivos mais tarde.
- Merda! Como faço para sair disso? Eu sei! Desmaiar. Novamente.
Julianne achou que sua noite estava piorando lentamente. Depois de se certificar de
que seu cabelo estava arrumado, ela calçou as sandálias e se levantou do sofá. Gian a pegou
pelo braço e a guiou até as portas que davam para a varanda. De lá, ela podia ver o palco
claramente, assim como o salão de baile. Ela podia espionar os convidados sem ser notada.
Ela examinou a sala rapidamente em busca de qualquer sinal de Jin Starck. Ela o
encontrou perto do palco, bebendo champanhe. Seu rosto estava sombrio e ele parecia
perdido em seus pensamentos. Julianne tentou se lembrar do Jas Mathieu que ela conheceu
antes. Seus olhos estavam sempre brilhando e ele era muito charmoso. Mas Jin Starck…
Parecia que ele não tinha motivos para sorrir.
— Jin Starck sempre tem esse aspecto? - Julianne perguntou ao irmão.
— Como o quê? Como se ele estivesse sempre em pé de guerra?
— Sim. - Julianne assentiu.
— Basicamente. Só o conheci há alguns anos. E sim, ele não é um sujeito
particularmente alegre.
— Ele não parecia… Feliz.
— Ele está prestes a se voluntariar para uma vida de algemas, o que você espera? - Gian riu.
— Onde está Vanessa Bernard?
Gian observou a sala por um momento. Então ele apontou para uma mulher no centro,
cercada por três outras mulheres. Ela estava rindo e parecia que estava se divertindo. Julianne
percebeu que já a tinha visto antes, a vadia do banheiro que a media da cabeça aos pés.
- Ela ainda não me conhecia e já me odiava. E se ela descobrir sobre meu passado com
seu noivo? E quando descobrirem sobre a conexão de Jared com Jin? - Seus pensamentos foram
interrompidos quando a cantora da banda chamou a mãe de Adrienne. Arianna Starck estava
no meio do palco, segurando o microfone contra o peito. Então ela começou seu discurso.
— Esta noite é uma noite muito especial para mim. Na verdade, tive uma vida muito
colorida. Sou abençoada com uma família maravilhosa. Meu marido, Pierre… Você tem
sido meu melhor amigo desde o momento em que te conheci. Você me ajudou a superar
todos os meus obstáculos desde o primeiro dia. Tenho a sorte de estar apaixonada por
um homem que não é apenas meu parceiro na vida, mas também meu parceiro no crime.
Eu te amo muito. Para sempre meu amor… - Houve uma salva de palmas. — Para
Adrienne, minha adorável filha. Agradeço a Deus todos os dias por ter trazido você de volta
às nossas vidas. Eu aprecio cada momento que passamos juntas. Em você, eu me vejo muitos
anos atrás. E sou muito grata porque, como eu, você também é casada com um homem cujo
amor por você é incomensurável. Justin, você é como um filho para mim. Você sabe que eu
te escolhi para minha linda filha desde o momento em que ela nasceu. Eu não poderia ter
desejado um genro melhor. - Houve aplausos novamente. — Aos meus netos, que me mantêm
jovem e feliz todos os dias. Agradeço aos céus por me dar vocês. Jeffrey. Jaeden. Jaelynn…
- Jared. - Julianne pensou que seu coração se partiu instantaneamente naquele
momento.
Lágrimas surgiram em seus olhos ao perceber que aquela era a família de seu
filho também. Sua própria carne e sangue. Os pais de Julianne não podiam aceitar Jared.
E agora, seus avós do outro lado nem sabiam que ele existia. Julianne piscou para conter
as lágrimas e respirou fundo, tomando cuidado para não deixar que seu irmão
percebesse sua miséria.
— Finalmente, para meu filho, Jin Adrien. Você tem sido um homem muito responsável
desde o início. Em uma idade jovem, você assumiu as rédeas dos negócios de nossa família.
Você leva a vida muito a sério e quero que saiba que merece a felicidade mais do que
ninguém. Você estará embarcando em uma nova jornada e sabe que tem todo o apoio de sua
família. Estaremos sempre ao seu lado em todas as decisões que você tomar. Boa sorte esta
noite, meu amor. - Houve um aplauso mais alto. Parecia que todos no salão sabiam que esta
era a noite de Jin Starck para propor casamento a Vanessa Bernard. — Senhoras e senhores,
gostaria de dar a palavra ao meu filho, Jin Starck.
Todos aplaudiram enquanto Jin caminhava lentamente para o palco. Julianne o
observava nervosa, com o coração batendo forte no peito.
- É isso. Você vai assistir o homem que você amou propor a outra mulher. - Julianne
mordeu o lábio para evitar chorar. - Tenho certeza de que não deveria estar aqui.
Jin estava segurando o microfone com força. Ele estava examinando a sala, como se
estivesse procurando por alguém. Vanessa Bernard alisou seu vestido e cabelo, antecipando
a proposta de Jin. Todos esperaram que Jin dissesse algo. Mas quase um minuto se passou
e ele ainda não tinha dito uma palavra.
— Oh meu Deus, isso está ficando constrangedor. - Disse Gian, mas era óbvio que ele estava
prestes a rir. — Vamos, cara. Diga algo. - Outro minuto se passou e Jin ainda não havia dito
uma palavra. — Qualquer coisa! - Gian também estava ficando frustrado. Julianne agarrou o
braço do irmão enquanto se preparava para as palavras que Jin Starck estava prestes a
dizer.
— Hmm… - Finalmente, Jin respirou fundo e começou a falar. — Gostaria de parabenizar
minha mãe pelo lançamento de um livro de muito sucesso. Mais uma vez, ela está na lista
dos mais vendidos. Se não for ela, é a minha irmã. Acho que essa família sempre foi
inspirada pelo romance. Baseada no amor e no felizes para sempre. - Pessoas ao redor da
sala aplaudiram. Então Jin pigarreou e continuou. — Uma vez eu acreditei que romances de
contos de fadas e felizes para sempre existiam na vida real. Eu acreditava que existia um
amor que pode consumir você… Fazer seu coração bater forte em um segundo e haveria
apenas uma alma destinada a cada um de nós. E se você a encontrar, nunca a deixe ir.
Agarre-se a ela. Valorize-a. - Houve aplausos da multidão. Vanessa sorriu
descontroladamente.
- Para ser justo, essa não foi uma frase de abertura ruim para uma proposta. - E de
alguma forma, Julianne não pôde evitar a sensação de seu coração afundar.
— Eu também fui um tolo por amor. Eu acreditava em dar tudo de si para uma pessoa e
esperar que essa pessoa lhe retribuísse tudo de volta. E as coisas seriam construídas com
perfeição. - Jin Starck de repente olhou para a varanda. Julianne tinha certeza de que ele
estava olhando para ela. Ela deu um pequeno passo para trás, em uma tentativa de se
esconder atrás das costas do irmão. — Mas isso é apenas… Besteira, não é? - Jin
murmurou. Sua voz era baixa, mas séria e cheia de emoções.
A sala desapareceu de repente e Julianne sentiu que estavam sozinhos. As
palavras que ele falava eram dirigidas a ela.
— O amor não pode apenas consumir você. Pode quebrar você. Te rasgar. Pode corroer
todas as esperanças de felicidade que você possa ter. E no final, você não deve se confiar
a outro ser humano. Você está por sua conta. É melhor não colocar seu coração nas mãos
de ninguém, pois eles certamente podem esmagá-lo. - Sem aplausos da multidão. Todos
ficaram admirados com as palavras de Jin.
— Esse discurso não é exatamente ideal para uma proposta. - Gian sussurrou.
— Então… - Jin desviou o olhar dela. Ele se virou para a multidão. — Se você quiser
acreditar em romances de contos de fadas novamente, eles ainda existem. Nos livros. Na
ficção. Portanto, aqueles de vocês que ainda não pegaram uma cópia do livro da minha
mãe, Romancing Destiny, por favor, dirija-se às livrarias. - Ele então se virou para sua mãe,
que parecia bastante atordoada na lateral do palco. — Mãe, muito obrigado por todo o seu
amor e por tudo que você me ensinou. Você me criou bem. Pai, você me ensinou como lidar
com nossos negócios. Eu prometo a você, que a Starck Corp estará no topo deste jogo sob
meu reinado. Pode não acontecer hoje. Mas eu te prometo, isso vai acontecer no futuro. -
Pierre Starck ergueu o copo para o filho e Jin se virou para a multidão erguendo seu copo. —
Para o futuro!
— Para o futuro! - Disse a multidão e todos beberam seus champanhes. Todos, exceto
Vanessa Bernard, que parecia impaciente em seu assento.
Depois de terminar seu champanhe, Jin foi até os pais e os beijou. Então ele desceu
o palco em direção a Adrienne e Justin.
— Ok. O que acabou de acontecer? - Gian perguntou. Ele também ficou pasmo.
Havia uma grande comoção na sala agora. As pessoas estavam alvoroçadas.
Vanessa parecia chateada em seu assento. Arianna e Pierre Starck pareciam
horrorizados.
— Ele não propôs! Ele deveria propor, não era? - Gian perguntou. — O que aconteceu?
— Não sei, Gian. - Respondeu Julianne. — E eu não me importo, realmente. Acabei de
conhecer essas pessoas. Enquanto isso, meu filho está esperando por mim lá em cima. Você
pode me acompanhar até o meu quarto?
— Oh, claro. Tenho certeza de que Adrienne nos contará todos os detalhes.
- Eu preciso sair daqui. Não apenas deste hotel. Mas desta cidade!
Julianne estava desesperada agora. Ela precisava de tempo para descobrir as
coisas. Ela tinha certeza de que enfrentaria Jin Starck mais uma vez, mas primeiro
precisava se recompor. Ela precisava pensar com clareza e planejar com antecedência.
- Deus, e se ele perceber que Jared é seu filho? - Ela quase podia sentir o gosto do
pânico em sua boca. Jin já gostava bastante de Jared. Ele tem ligado para o menino quase
todos os dias. - E se ele perceber que sua semelhança com Jared não era coincidência?
Adrienne pintou Jin como um homem formidável, que sempre conseguia o que
queria. Ele estava sem coração. E esta noite, ele parecia que estava pronto para matá-la.
E se ele perceber que era o pai de Jared e levá-lo para longe dela? - Oh Deus! Por favor
não! - Julianne lutou contra a vontade de chorar só de pensar. Desesperada por uma fuga,
ela discou o número de River assim que entrou em seu quarto de hotel.
‣ Invente uma emergência e eu te devo um grande favor. - Disse ela. Ela não sabia por
que ligou para River para isso, mas era tarde demais para desligar o telefone agora.
‣ Hmm, q-que tipo de emergência? - River perguntou do outro lado da linha.
‣ Algo que faça Justin me mandar de volta para Chicago em uma hora. - Houve silêncio
na outra linha.
‣ Eu farei isso. - River disse. — Mas vou precisar de uma explicação mais tarde.
‣ Ok. - Julianne suspirou. — Combinado.
‣ Veja? Eu disse que sou seu melhor amigo. - River disse rindo. — Te vejo em breve.
Quinze minutos depois, Adrienne entrou no quarto de Julianne, com Justin em seu
encalço.
— Eu não sei o que aconteceu! - Adrienne disse. — Jin deve estar louco!
— Bem, é fácil mudar de ideia sobre algo que seu coração não gosta realmente. - Justin
apontou.
— Os Bernards ficaram muito chateados. Jin não faz isso. Eles já estavam esperando
uma proposta. Todos os presentes estavam!
— Bem, suponho que ele poderia simplesmente ter proposto e depois desistido mais tarde. -
Disse Justin, servindo-se de um pouco de vinho. — Pelo menos para salvar a garota do
constrangimento.
O telefone de Justin tocou. Ele se virou para pegá-lo. Julianne tirou as sandálias e
lentamente começou a embalar suas coisas importantes sem que Adrienne percebesse. Ela
já estava se preparando para sua fuga.
— Isso é embaraçoso. Como Jin de repente mudou de ideia sobre isso? Vanessa deve estar
arrasada.
— Bem, ele sempre foi bastante implacável. Ele não se preocupa muito com os sentimentos
das mulheres. Por que Vanessa Bernard seria diferente? - Gian perguntou.
— Eu sei. Mas até meus pais esperavam isso. Mamãe lhe deu o anel assim que ele entrou
no salão. Ele disse que já sabia o que fazer com isso e não tínhamos nada com que nos
preocupar. Então… Ele apenas… Desistiu?
— Eu também estava lá, Yen. Eu estava esperando por sua proposta no meio daquele discurso
ridiculamente amargo! - Gian concordou.
— Eu sei! E o que foi aquela merda que ele disse sobre acreditar em contos de fadas uma
vez e depois dizer que é tudo bobagem?
— Ele decidiu promover o livro da sua mãe em vez de propor casamento a Vanessa. Acho
que ele se saiu muito bem com aquele discurso. - Gian riu.
— Isso é loucura!
— Ele foi falar com você depois do discurso. O que ele disse? - Gian perguntou.
— Ele apenas beijou minha testa e disse que me ama e que está muito agradecido por eu ser
sua irmã. Então ele saiu da sala.
Julianne ouviu apenas pela metade a conversa. Por mais interessada que estivesse, sua
fuga eminente era mais importante. Justin, por outro lado, parecia chateado no canto da sala
e ela sabia que ele estava falando com River e ouvindo seu desastre inventado que logo
exigiria sua atenção. Justin terminou a ligação, parecendo frustrado.
— Ian, eu sinto muito. Temos um grande problema com nosso embarque na Itália. - Disse
ele.
— O que aconteceu?
— A alfândega apenas segurou, confundiu com uma remessa vinda do mercado negro. Os
papéis foram perdidos. - Respondeu Justin. — Isso deve ser fácil de consertar, mas não
podemos permitir um atraso no envio. Caso contrário, perderemos. Além disso, estar
vinculado a qualquer operação no mercado negro não será bom para nossa reputação. Mesmo
se formos provados inocentes no final.
— Eu… Eu vou voltar para Chicago. Vou resolver a documentação a partir daí.
— Será que outra pessoa não pode fazer isso por você? - Adrienne perguntou, bastante
irritada.
— Outra pessoa pode, mas também preciso controlar a crise. River já está falando com a
alfândega. Preciso de alguém para tranquilizar pessoalmente nossos clientes de que não será
um grande acidente de trem. - Disse Justin.
— Eu irei. Eu não me importo, Justin. Sério mesmo!
— Ian, você acabou de chegar! - Adrienne protestou.
— Meu trabalho é importante para mim também, Adrienne. Haverá outro momento.
— Você tem certeza? - Justin olhou para ela com incerteza. — Quero dizer, você já está
sobrecarregada do jeito que está. Eu não quero que você tenha outro desmaio.
— Tenho certeza. Não se preocupe, vou descansar no avião.
— Ok, vá. Jared vai voltar conosco no final da semana. - Justin falou.
Julianne não gostou de deixar Jared para trás. Agora não. Não quando Jin Starck
podia passar mais tempo com ele e examinar suas feições e somar dois mais dois.
— Hmm… Justin, você pode, por favor, pedir a Gian que o mande de volta amanhã?
Sinto falta de passar tempo com meu filho. Eu prometi que esta semana era para ele.
— Ok. Eu farei isso. - Justin assentiu. — Obrigado por fazer isso.
— Eu vou fazer as malas.
Meia hora depois, Julianne estava embarcando no jato particular da Adams no
caminho de volta para Chicago. Ela enviou uma mensagem para River.
‣ Obrigada. Eu te devo uma.
‣ Não. Você me deve uma história. - Ele respondeu.
‣ Ok. - Ela sorriu, muito grata pela ajuda que recebeu quando mais precisava.
Ela sabia que tinha um grande problema pela frente e que precisava enfrentá-lo. Ela
iria. Mas ela precisava de mais tempo, planejamento mais hábil, pensamento mais
estratégico. Mas, por enquanto, ela estava grata por ter sido capaz de conseguir um pouco
mais de tempo. Eventualmente, ela teria que enfrentar Jin Starck novamente. Quando isso
acontecer, ela queria ter certeza de estar armada com coragem e um plano sólido.
Capítulo 6
Paris. Sete anos atrás.
Era o último dia de Julianne em Paris. Ela estava se divertindo na cidade mais
romântica, com o cara mais romântico da face do planeta. Ela não conseguia se lembrar de
uma época em sua vida em que tivesse sido mais feliz.
Duas semanas atrás, ela escolheu aleatoriamente um café. Ela pediu uma xícara de
café e observou o pôr do sol. Seu coração batia forte dentro de sua caixa torácica e as
borboletas em seu estômago enlouqueciam a cada segundo que passava. Ela não sabia se ele
viria e orou de todo o coração para que ele viesse. Ele estava certo. Devia haver cem
cafeterias em Paris. E o pôr do sol geralmente dura apenas cerca de trinta minutos. E para
complicar ainda mais, ela escolheu uma cafeteria bem longe do centro da cidade, em uma
pequena área residencial, a poucas quadras da rua principal. Ela o escolheu porque era
pequeno, mas aconchegante e romântico, e tinha uma vista perfeita do pôr do sol. Quando
ela viu o nome, ela sabia que este era o café perfeito para seu teste.
A cafeteria era chamada ‘Destin Café’. Se ele aparecesse, ela saberia que era a
vontade do destino que eles ficassem juntos. Ele provavelmente era um presente do
destino para ela… Antes que ela vivesse na miséria para o resto de sua vida. Vinte e
cinco minutos depois, e ele ainda não tinha aparecido. Seu coração afundou. Ela sabia que
era um tiro no escuro. E ela se perguntou se havia cometido um erro ao jogar este jogo
perigoso. Ela podia ter perdido a chance de vê-lo, de conhecê-lo. Ele poderia ser sua alma
gêmea e estaria perdido para ela para sempre. Ela tomou o último gole de seu café enquanto
observava tristemente os últimos raios de sol descendo no horizonte. Só então, alguém
colocou uma rosa de haste longa na frente dela. Ela olhou para cima e o encontrou olhando
para ela. Ela sorriu para ele. Então ela pegou a rosa em sua mão e levou-a ao nariz. Ele se
sentou na frente dela e olhou para ela profundamente.
— Agora, você acredita em destino? - Ela perguntou.
— Eu acreditava na persistência e em resolver o problema por conta própria. - Respondeu
ele. — Eu estava determinado a encontrar você. Esta deve ter sido a vigésima cafeteria que
fui nas últimas duas horas. Sem contar o número de lojas de café que meus amigos foram na
última hora.
— Você está me dizendo que ainda não acredita no destino?
— Eu não. Eu teria contabilizado isso como persistência e determinação. Mas, novamente,
você escolheu esta cafeteria.
— Aleatoriamente. - Disse ela. — Por quê? E quanto a esta cafeteria? - Ele apenas
balançou a cabeça, mas não deu uma resposta. — O que?
— Vamos apenas dizer que… Sim. Acho que estou começando a acreditar no destino agora.
E eu acho que o destino quer que eu passe esta noite com você, chérie.
— Bem, acho que é seguro dizer isso.
— Posso ter o prazer de sua companhia para o jantar? - Ele perguntou, dando a ela um olhar
melancólico.
— Sim. - Ela assentiu.
Ele se levantou de seu assento e estendeu a mão para ela. Ela pegou. Cara a cara, ela
quase perdeu o fôlego enquanto olhava para seu rosto diabolicamente bonito. Ela cresceu
com homens bonitos. Todos eles eram sexys além dos padrões de qualquer mulher. Ela
deveria estar acostumada a ver caras gostosos, estar constantemente cercada por eles. Mas
como é que esse cara ainda conseguiu roubar seu fôlego?
— Jas Mathieu. - Ele disse. — Meu nome é Jas Mathieu.
— J… - Ela fez uma pausa e sorriu para ele. Ela lembrou que estava aqui para uma última
aventura. E se ela realmente queria estar livre para desfrutar disso, sem restrições, então ela
não poderia usar seu nome verdadeiro. Ela respirou fundo e disse. — Arabella. Meu nome é
Arabella Adams.
Aquela noite foi o início de um romance intenso. Jas Mathieu era um homem
maravilhoso. Ele era doce, engraçado, sensível e pé no chão. Ele não era tão rico quanto seus
primos, não vivia uma vida de luxo, mas era um perfeito cavalheiro com maneiras
impecáveis. Ela adorava como ele conseguia tirar o máximo proveito de coisas e
situações simples. Ele não a levou a restaurantes caros e cafés luxuosos. Em vez disso,
ele a levou a parques, museus e galerias de arte. Eles foram para lugares simples,
aconchegantes e românticos.
Em sua última noite em Paris, ela estava com o coração pesado. Ela odiava o fato
de ter mentido para ele. Ela nem mesmo disse a ele seu nome verdadeiro. E ela sabia que
ele gostava muito dela também. Ela odiava o fato de que iria quebrar seu coração quando lhe
contasse quem ela realmente era e por que eles não poderiam mais ficar juntos depois daquela
noite. Mesmo no último minuto, ela estava debatendo consigo mesma se seria honesta com
ele ou apenas deixaria tudo como estava. Ele a levou para seu apartamento. Estava em um
bairro silencioso, longe do centro da cidade. Enquanto caminhavam em direção ao prédio
dele, ela pensou que a rua parecia bastante familiar.
— Sinto que já estive nesta parte da cidade antes. - Disse ela.
— Você já esteve. - Ele riu.
— Quando?
— Eu vou te mostrar em um momento. - Ele respondeu, pegou a mão dela e entrelaçou os
dedos. Ele virou em uma esquina e uma cafeteria familiar surgiu.
— Destin Café. - Ela respirou.
— Sim. - Disse ele. — Lembra que eu te disse antes, mesmo quando te encontrei naquele
dia, ainda não acreditaria no destino?
— Você nunca me disse o que mudou sua mente.
— Fui a pelo menos vinte cafés, até pedi a alguns de meus amigos que participassem da
caçada e me ligassem assim que encontrassem uma linda loira sentada sozinha tomando café
em qualquer um dos lugares que foram.
— Algum deles ligou para você?
— Não. - Ele balançou sua cabeça. — Eu mesmo te encontrei. Mas foi porque encontrei você
nesta cafeteria que mudei de ideia sobre não acreditar no destino.
— Por quê?
— Se eu escolhesse apenas uma cafeteria para esperar, também esperaria aqui. -
Respondeu ele. — Todas as manhãs… Bem, pelo menos a cada chance que tenho eu
pego uma xícara de café daqui.
— Mesmo?
— Sim. - Eles passaram pela loja de café e ele a conduziu até a entrada lateral do prédio.
— Onde estamos indo? - Ela perguntou.
— Eu moro… Hmm… Meu apartamento é lá em cima.
— Só pode estar brincando comigo! - Seus olhos se arregalaram em descrença.
— Eu não estou brincando. - Ele passou seu cartão de acesso e a porta se abriu. Ele sorriu
para ela. — E você, ma belle, me fez acreditar no destino. - Disse ele. — Talvez
devêssemos ficar juntos, afinal.
Seu rosto desceu em direção ao dela e ele roçou suavemente os lábios nos dela. Ela o
beijou de volta. Suas últimas palavras ecoaram em sua mente enquanto a culpa e a felicidade
lutavam dentro dela. Seu apartamento não era pequeno nem grande. Era do tamanho certo
e era simples, limpo e minimalista, sem decorações e eletrodomésticos desnecessários. Só
tinha o que ele precisava.
— Você pinta para viver? - Ela perguntou quando viu o cavalete e o material de arte na
frente da janela.
— Quando eu tiver uma grande chance, provavelmente, pintar será o suficiente para me
ajudar. - Ele sorriu pensativo. — Nós, artistas, temos nosso tempo. - Ele suspirou. —
Tempo. Às vezes, gostaria de poder congelar o tempo para poder pintar o quanto quiser.
— Mas você é muito, muito bom. - Disse ela, estudando as pinturas que ele empilhava em
uma seção de seu apartamento. Todos eles tinham o nome ‘JAS’ assinado no canto inferior
direito. — Você deve entregar isso a um corretor ou agente.
— Algum dia. - Disse ele. — Só espero que minha folga não venha depois de estar quase
dois metros abaixo. Você sabe que isso acontece muito nesta… Profissão.
— Você é brilhante! - Ela deu uma risadinha. — Tenho certeza de que sua hora chegará
mais cedo do que você pensa. Consiga um bom corretor para divulgar seu trabalho e tenho
certeza que você ficará famoso em pouco tempo.
— A propósito, eu tenho uma coisa para você. - Disse ele. Ele foi até sua mesa e voltou com
um pergaminho amarrado com uma fita vermelha.
— O que é isso? - Ela olhou para ele.
— Merci… Por me deixar encontrar você. - Ele encolheu os ombros.
Ela desamarrou a fita e desenrolou o pergaminho. Sua respiração ficou presa na
garganta enquanto ela olhava para sua própria imagem no pergaminho. Era uma impressão
perfeita de seu rosto. Na parte inferior do pergaminho, ele escreveu ‘J'adore’ e assinou seu
nome, JAS. As lágrimas encheram seus olhos e ela perdeu a voz. Seu coração se partiu em
um milhão de pedaços e ela não queria nada mais do que ficar com ele para sempre, se o
destino permitisse. Como ela poderia machucar está pobre alma? Como ela poderia contar a
verdade e partir seu coração? Mais importante, como ela poderia escapar de seu próprio
destino e ficar com ele em vez disso?
— Ei… - Ele viu as lágrimas nos olhos dela. Ele a puxou para si e ergueu seu queixo. —
Porque você está chorando?
— Eu só estou… - Ela balançou a cabeça. — Estou emocionada. Sua pintura é linda.
— O tema é mais bonito. Capturar sua beleza está muito além do que minhas mãos
habilidosas poderiam fazer. - Ele enxugou as lágrimas de seu rosto. Então seu rosto desceu
em direção ao dela mais uma vez enquanto a beijava com paixão febril.
Ela não queria nada mais do que ficar em seu mundo para sempre. Mas ela sabia que
se lutasse por isso, sua família nunca aceitaria. Eles não o aceitariam. E que chance um
artista batalhador como ele teria contra sua família? Contra a família de seu noivo? Seu pai
era Edward Sanders, CEO e fundador de várias empresas. Seu noivo era Patrick McAllister,
do clã político McAllister.
- Como Jas poderia lutar por mim quando eles vêm para me levar embora? Eles o
destruirão e ele ficará impotente para combatê-los. - O mundo de onde ela veio tinha regras e
responsabilidades. Sua família tinha um império a ser governado e protegido. Sua própria
vida havia sido comprometida para promovê-la ambição de sua família. Mas ela não podia
evitar o que sentia por este homem agora. Ela nunca conheceu um homem que pudesse fazê-
la rir, fazer cócegas em seus sentidos e pudesse suportar um judô verbal com ela. Ninguém a
tratou como uma rainha antes, a fez se sentir poderosa e frágil ao mesmo tempo.
— Meu amor… - Ele sussurrou em seu ouvido.
Ela se afastou para que pudesse olhar para seu rosto bonito novamente. Ele parecia
diabolicamente bonito enquanto a olhava profundamente.
— J'adore… - Ele sussurrou.
Lentamente, ele a conduziu para sua cama. Ele acariciou seu pescoço e beijou a pele
sob suas orelhas. Ela gemeu. Ele acariciou sua pele, enviando eletricidade para seu núcleo.
Ele a fazia se sentir preciosa a cada toque e despertava cada nervo de seu corpo. Ela colocou
os braços em volta do pescoço e o beijou de volta com a mesma paixão que ele estava
mostrando a ela. Ela nunca havia se sentido assim antes. O desejo ultrapassou seu senso de
razão. Toda a lógica parecia voar pela janela conforme seus beijos se tornavam mais
exigentes. Antes que ela percebesse, os dois estavam nus na cama. Jas a estava beijando
lentamente, mordendo sua pele suavemente.
— Tu es ravissante, ma chérie… - Ele disse entre beijos.
Ele a fez perder todo o controle. Ela não havia sentido uma paixão tão forte quanto
está por qualquer outro homem antes. Então ele empurrou suavemente dentro dela. Por um
tempo, os dois ficaram com medo de se mover. Quando ele olhou para ela, seus olhos ficaram
mais verdes e mais escuros de desejo. Ainda assim, ela podia ver a gentileza em seu rosto.
Ele fez amor com ela muito lentamente, muito suavemente. Ela podia sentir a excitação
crescendo dentro dela, empurrando-a a um ponto sem volta.
— Jas… - Ela gemeu. — Oh meu Deus, Jas! - Ele a levou cada vez mais forte enquanto
se movia dentro dela… Cada vez mais rápido.
Sua sede queria ser saciada, seu pico precisava ser alcançado. Sua fome precisava
ser satisfeita. E então ela não conseguiu mais se conter. Ela se agarrou a ele e gritou seu
nome quando finalmente saltou do limite de sua sanidade. Ele a segurou com força,
enquanto cavalgava com ela em seu clímax. Ele se certificou de que ela estava completa
em seu prazer. Então ele empurrou suavemente uma e outra vez, um pouco mais rápido
do que antes, até que ela sentiu seu corpo balançar dentro dela.
— Ma chérie… Ma cher… - Ele sussurrou. Ele olhou para ela profundamente. — J'adore. -
Ela sorriu e estendeu a mão para beijá-lo nos lábios. — Eu te adoro, ma belle. - Ele sussurrou
novamente. — Je chérirai ce moment pour toujours… Restez avec moi…
Exaustos e consumidos, eles dormiram nos braços um do outro. Por toda a noite,
houve amor em sua vida. Havia calor. Houve um pouco de dor… Mas mais do que isso, havia
paixão… Havia prazer. Ela sabia que guardaria essa memória pelo resto de sua vida. Ela
estava apaixonada por este homem. Eles podem não ter um futuro, mas ela sabia que o amaria
para sempre.
Por volta das cinco da manhã, ela acordou, ainda envolta em seus braços. Partiu seu
coração deixá-lo. Mas ela tinha que voltar para seu mundo… Um mundo diferente do mundo
de Jas Mathieu. Um mundo para o qual ela não poderia levá-lo. Se ela insistisse nisso, se
lutasse por ele, as repercussões seriam grandes e os danos irreparáveis. A reputação de sua
família seria destruída. Quem sabia o que Patrick McAllister faria com eles? Além disso,
ela sabia que seu pai era um homem difícil e vingativo. Ele faria qualquer coisa para levá-la
de volta, levá-la para longe de Jas. Ele não iria parar por nada. E ele arruinaria a vida de
Jas. Ela amava Jas demais para colocar sua vida em perigo. Se não fosse o pai dela,
Patrick McAllister se certificaria de que Jas Mathieu pagaria o preço do noivado rompido.
Não. Ela não arruinaria a vida de Jas. Ele merecia coisa melhor. Ela o amava
o suficiente para protegê-lo. E então, ela saiu da cama dele. Ela vestiu quietamente, com
lágrimas nos olhos, tentando ao máximo não choramingar. Com o coração pesado e sem
coragem de partir seu coração cara a cara, ela deixou um bilhete na mesinha de cabeceira
dele.
J'adore… Mon amour… Mas me desculpe.
Ela nem tinha certeza se seu francês estava correto, mas ela sabia que ele
entenderia assim que descobrisse que ela havia partido pela manhã. Ela saiu do
apartamento dele e correu para o hotel. Em sua pressa, ela até deixou o pergaminho que ele
lhe deu. Ela fez as malas em menos de uma hora e fez o check-out. Ela foi para o aeroporto
onde o jato particular da Adams estava esperando por ela.
Ela o deixou. E ela nunca deu a ele a chance de correr atrás dela. Ela o deixou sem
número, sem informações reais sobre si mesma… Nem mesmo seu nome verdadeiro.
Capítulo 7
Quando Julianne chegou em Chicago, ela recebeu a notícia de que as coisas já
estavam sob controle. Ela sabia que, desde que River inventou o desastre, ele se encarregou
de consertar tudo antes que ela chegasse. Então, ela realmente não precisava fazer nada.
‣ Eu sei que você não me pediria isso se não fosse realmente tão importante. Você teve
um longo voo. Vá descansar. - Disse ele ao telefone. — Ligo para você depois de amanhã
e podemos jantar. Você vai ter que me contar tudo sobre isso.
Ela estava relutante em contar a River toda a história, mas devia a verdade a ele.
E ela sabia que ele não aceitaria nada menos dela. Além disso, seria bom tirar tudo isso de
seu peito. Fiel à sua palavra, dois dias depois, ela recebeu uma mensagem de texto dele
dizendo que a levaria para jantar. Já fazia muito tempo que ela não tinha um encontro. Ela
quase se esqueceu de como se vestir adequadamente. Finalmente, quando River
Jefferson a pegou na mansão Adams, Julianne estava linda e elegante, vestida com um
vestido branco sem mangas com um écharpe saia de altura de joelho. Que se ajustava em
seu corpo com perfeição e exibia suas longas pernas.
— Uau… - River respirou. — Você está maravilhosa.
— Obrigada. Você também não está mal.
Ele a levou a um restaurante italiano, pelo qual ela ficou grata. Morando na Itália por
muito tempo, ela havia se acostumado com a comida. Mas desde que ela voltou para Chicago,
ela quase não comeu comida italiana.
— Então, Justin está muito feliz que o chamado desastre tenha sido totalmente controlado. -
Disse Julianne depois que os dois fizeram seus pedidos. Ela tomou um gole de seu vinho.
— Tenho certeza que sim. - Disse River. — Ele ficou muito chateado quando falei com ele
ao telefone. Você o conhece. Ele não quer nenhum desastre associado à reputação da sua
empresa.
— Ele é bastante perfeccionista.
— Agora, você se importa em me dizer por que eu tive que orquestrar o caos e mentir
para a pessoa mais cínica que conheci na minha vida? Você sabe como é difícil mentir
para Justin Adams? Eu sei que você estava com problemas. Eu gostaria de saber qual foi
esse problema. E em que extensão.
Julianne suspirou. Ela sabia que não poderia escapar disso. Mas de alguma forma,
ela tinha a sensação de que podia confiar em River. E agora, era disso que ela precisava.
Uma pessoa em quem ela podia confiar.
— Eu já disse que tenho um filho, certo?
— Sim. Jared Sanders, de seis anos. - Respondeu River.
— Ok. - Julianne assentiu, servindo-se de outra taça de vinho. Ela realmente precisava de
coragem líquida. — Eu disse a você que engravidei dele quando fui para Paris.
— Sim. Você deu um nome falso para um cara. Mas você se apaixonou por ele. E aquele
romance de curta duração deu à luz um filho. Até hoje, ele não sabe quem você realmente é.
— Receio que não seja mais o caso. - Julianne balançou a cabeça com cansaço.
— O que você quer dizer?
— Eu o vi novamente. Em Paris.
— Ah, claro. Assim que você voltou lá, a primeira pessoa que conheceu foi o pai do seu
filho. O destino tem maneiras de fazer as coisas funcionarem, hein.
— Talvez. - Julianne balançou a cabeça novamente. — Mas desta vez, o destino decidiu
brincar com o meu destino.
River olhou para o rosto dela por um momento. Ele não disse nada. Ele apenas
esperou que ela continuasse sua história. As lágrimas começaram a brotar dos olhos de
Julianne enquanto ela se lembrava novamente da gravidade de sua situação.
— Eu… Dei a ele um nome falso. - Disse ela. — Acontece que ele também.
— Espere o que?
— O nome dele não era Jas Mathieu, como ele disse quando se apresentou. Ele pinta, mas
não é um pintor batalhador que está tentando sobreviver, esperando que chegue a sua
oportunidade. Ele não morava em um estúdio onde pintava e morava ao mesmo tempo. Ele
não era um cara forte armado apenas com princípios, valores e lições de vida.
— Ok. Então o que ele é?
— Hmm… - Julianne deu um suspiro muito profundo e frustrado. — Ele pinta, talvez apenas
para o lazer. Ele não precisava ganhar dinheiro com suas pinturas, não importava o quão
bom ele era. Na verdade, ele possuía várias propriedades e algumas dezenas de hotéis.
Ele não estava apenas armado com princípios e toda essa merda. Ele estava carregado…
Totalmente… Carregado. Ele é como um bilionário de última geração! - Lágrimas rolaram
por suas bochechas. — Eu o deixei, porque eu o estava protegendo do meu pai. Dos
McAllisters. Eu pensei… Que se eu ficasse com ele, eles arruinariam sua vida e ele
ficaria impotente para se defender. Acontece que… Ele provavelmente era mais rico do
que meu pai e Patrick McAllister, juntos!
River ergueu uma sobrancelha para ela, pedindo-lhe que continuasse.
— Deus, eu pensei que estava protegendo ele da minha família. Mas parecia que ele estava
se protegendo de mim. Ele deve ter pensado que eu estaria atrás de seu dinheiro. Ele não
confiava em mim o suficiente para me dizer quem ele realmente era.
— E você… Vai me dizer quem ele realmente é?
— O nome verdadeiro dele é… - Julianne suspirou. — Jin Adrien Starck.
River olhou para ela em choque. Pela expressão em seu rosto, Julianne percebeu
imediatamente que River sabia quem era Jin Starck.
- Claro! Quem não saberia? Jin Starck provavelmente era tão rico quanto Justin Adams!
— O que você fez? - River perguntou, obviamente preocupado.
— Desmaiei. - Respondeu Julianne.
— Isso é pensamento rápido.
— Exceto que eu não fingi isso. Realmente desmaiei. - Disse Julianne. — Durante anos, meu
irmão e meus primos assumiram como missão de vida caçar o pai de meu filho para fazê-lo
pagar pelo que fez comigo. Seria um banho de sangue se eles descobrissem que ele estava
bem debaixo de seus narizes o tempo todo.
— Então, você conheceu Jin Starck em Paris, percebeu que ele foi o cara que virou o seu
mundo de cabeça para baixo sete anos atrás… - Disse River. — Mas você não pode
contar a ninguém porque sua família vai matá-lo. E isso iniciaria uma guerra de clãs,
deixando Adrienne e Jared no meio.
— Bingo! - Julianne disse e bebeu seu vinho.
— Então, quando tudo se desenrolou diante de você, você decidiu fugir. Em vez de enfrentar
Jin Starck ou sua família.
— Você está certo de novo. - Ela tomou outro gole de seu vinho.
— Então, qual é o seu plano agora?
— Eu não sei. - Ela balançou a cabeça. — Eu realmente não sei. Ou talvez eu pudesse
continuar desmaiando toda vez que ele aparecer na mesma sala que eu!
— Você sabe que Jin Starck não é um homem muito gracioso e misericordioso, não é?
— Então, eu ouvi isso. Antes de descobrir que ele era Jas Mathieu, quase tive medo de
conhecê-lo. Aparentemente, ele pode ser um monstro e tanto.
— Mas seu filho merece conhecer o pai. Toda criança merece. Acredite em mim. Eu cresci
sem pai. Todos esses anos, eu não queria nada mais do que conhecê-lo. E para saber se
ele me aceitava. Eu ainda tenho esse desejo de vez em quando.
— Como vou fazer isso sem causar o caos em minha família? Não consigo controlar os
pensamentos do meu irmão. Ou de Justin. Ok, talvez Justin esteja disposto a ficar de fora por
causa de Adrienne. Mas e quanto a Gian? Pior, Jordan e Mason!
— Sim, o filho pródigo e Denis, a Ameaça. - River assentiu. Ian de repente percebeu o quão
bem ele conhecia a família dela.
— Além disso, não posso controlar a reação de Jin. Graças a Deus desmaiei ao vê-lo. Devo
ter feito uma cena e tanto quando desabei em seus braços. Mas com certeza isso não seria
nada comparado com a cena que teríamos criado se nos confrontássemos lá.
— Então, o que aconteceu depois?
— Acordei em um quarto com Adrienne, Justin e meu irmão. - Respondeu Julianne. —
Aquela noite deveria ser a festa de noivado de Jin. Ele deveria propor casamento a Vanessa
Bernard.
— Oh sim, você me contou sobre isso. A festa da proposta. O que aconteceu? Ele propôs?
— Não. - Julianne balançou a cabeça. — Ele não fez isso. Mas em seu discurso, ele estava
falando sobre o quão besteira era o romance e como você não deveria acreditar em felizes
para sempre. Ele até olhou para mim quando disse isso.
— Sério?
— Sim. - Ela assentiu.
— Hmm… - River olhou para ela pensativamente. — Você tem uma foto do seu filho no
seu telefone? Posso ver?
Julianne procurou em seu telefone uma boa foto de Jared. River olhou para a foto de
seu filho com uma expressão de choque no rosto.
— Bem, olá, pequeno Jin Starck. - Julianne gemeu. — O menino é a cara do pai. A única
razão pela qual ninguém suspeitou disso antes foi porque ninguém sabia de sua conexão em
Paris.
— Eu sei.
— Mas você sabe que há uma outra pessoa que sabe dessa conexão agora.
— Sim. Você! - Julianne bebeu outra taça de vinho.
— Não boba! Jin Starck, o próprio. Ele pode dar uma olhada no seu filho, lembrar daquela
noite que vocês passaram juntos e bum! Ele é inteligente o suficiente para montar isso.
— Eu sei. É por isso que fui embora. E Jared veio logo depois. Peguei o telefone do meu
filho. Quero ter certeza de que Jin Starck não pode contatá-lo. Não tenho certeza de como
sair desta situação com o mínimo de danos para Jared e minha família. - Lágrimas rolaram
pela bochecha de Julianne. River estendeu a mão e entregou-lhe um lenço de papel.
— Ssshhh… Tenho certeza de que há uma saída para isso.
— Como? Jin Starck é um homem poderoso. E se ele tirar meu filho de mim?
— Eu sei que ele pode ser implacável. Mas tenho certeza que ele não é um monstro. Ele não
deixará seu próprio filho órfão de mãe.
— Mas Jared é meu! Ele é meu! - Julianne sentiu o gosto do desespero na ponta da língua.
— Infelizmente, ele não é só seu, querida. - River balançou a cabeça. — Ele também é de
Jin Starck. E você percebe o tipo de vida que Starck pode oferecer a ele?
— Eu sei disso agora. Jared pode ficar com a lua e as estrelas se Jin o reconhecer. Mas… Ele
não precisa disso. Ele precisa de mim. Ele precisa de amor, de afeição. Ele precisa de família.
— Jared precisa de mãe e pai. - Disse River. — Só assim ele pode ser completo.
— O que você está dizendo?
— Estou dizendo que, quando chegar a hora certa, você terá que contar a verdade a Jin. E
você tem que deixá-lo entrar na vida do seu filho se ele quiser fazer parte dela.
— Você deveria estar do meu lado! - Julianne tomou outro gole de seu vinho.
— Eu estou. E você sabe que é a coisa certa a fazer.
— E quanto a Justin? Gian? Minha família? Eles querem matar Jin pelo que aconteceu
comigo em Paris!
— Bem… Você deixa Jin cuidar disso. Tenho certeza de que ele é forte o suficiente para se
manter firme e se defender.
— Nada disso foi culpa dele. Fui eu que escondi minha identidade dele. - Admitiu Julianne.
— Bem, querida, ele fez a mesma coisa com você também. E quem sabe qual foi o motivo
dele?
- Sim. Por que ele escondeu sua identidade em primeiro lugar?
— Puta merda! E se ele só quisesse entrar nas minhas calças e desaparecer depois daquela
noite sem deixar vestígios? Talvez seja por isso que ele me deu um nome falso.
— Eu não posso defender o cara. - River olhou para ela por um momento e depois
encolheu os ombros. — Eu não o conheço bem o suficiente. E eu certamente não o
encontrei na época em que você o conheceu, então eu realmente não poderia dizer com
certeza quais eram suas intenções. E quando o conheci… Bem, ele não era uma pessoa
muito alegre.
— Você quer dizer que, até onde você sabe, ele sempre foi um idiota?
— Você poderia ter feito isso com ele. - River deu de ombros novamente e tomou um gole
de seu vinho. — Talvez você tenha quebrado o coração dele.
— Ou talvez fosse o verdadeiro ele o tempo todo. A pessoa que conheci estava usando uma
máscara e fazendo um show para entrar nas minhas calças.
— Nenhum arrependimento?
— Não. Eu nunca vou me arrepender de ter Jared. Jin Starck pode fazer o que ele quiser e eu
não dou a mínima, desde que ele deixe seu filho sozinho comigo!
— Bem… - River ergueu o copo na direção dela. — Que as chances estejam sempre a seu
favor.
No final da noite, Julianne estava realmente feliz por ter contado tudo a River. Pela
primeira vez em anos, ela se sentiu um pouco mais leve. Foi bom finalmente poder falar com
alguém sobre seu passado, o que aconteceu em Paris e o pai do filho que ela tanto amava. Se
Jin Starck não estivesse interessado na paternidade de Jared, então tudo estaria perfeito.
Ela poderia continuar com sua vida e se concentrar em seu plano. Ela tinha um longo caminho
a percorrer para realizar seus sonhos com Jared. E Jin Starck bagunçar isso estava fora da
equação. River a deixou na mansão dos Adams por volta da meia-noite.
— Bem, foi ótimo. - Disse River.
— É mesmo. - Julianne concordou. — Obrigada. Eu me sinto… Realmente melhor. Tenho
guardado muitas coisas para mim mesma há pelo menos sete anos.
— Isso deve ter sido muito difícil. - Disse River, sorrindo se desculpando. — Bem, você
pode me ligar a qualquer hora se quiser falar com alguém. Somos melhores amigos, lembra?
— Bem, com certeza vou me lembrar disso. - Julianne riu.
De repente, River assobiou. Julianne se voltou para o que ele estava olhando. Ela
viu uma Ferrari verde nova estacionada na garagem.
— Achei que Justin não tinha mais permissão para comprar um carro novo. - Comentou
River.
Também foi a primeira vez que ela viu a Ferrari verde brilhante que River estava
admirando. Ela não ficou surpresa. Se não fosse por Adrienne controlando Justin, ele estaria
ostentando um novo carro esporte a cada semana. Era uma espécie de ‘vício’.
— Acabei de ver aquele carro em uma revista na semana passada. - Disse River. — Eu
me pergunto o que Justin fez para fazer Adrienne dizer sim para um carro novo.
— Adrienne tem impedido Justin de gastar muito com carros. Ela queria mostrar aos filhos
o valor do dinheiro.
— Isso é bom. Só porque você nasceu com o privilégio, não significa que não precisa
trabalhar muito para manter o que tem.
— Sim. Porque mesmo que você tenha nascido com privilégios, pode perder tudo isso.
Confie em mim, eu sei. Experiência em primeira mão.
— Seus pais levaram tudo quando descobriram que você estava grávida?
— Sim. - Julianne assentiu com tristeza. — Jóias. Fundo de Segurança. Cartão de crédito.
Conta poupança. Propriedades. Eu nem consegui dizer adeus à minha coleção de frascos de
vidro.
— Isso é drástico.
— Bem, eu trouxe vergonha para a família. E para meu pai… Nosso nome era tudo. Eu
estava noiva de Patrick McAllister e tivemos que romper o noivado por causa de minha
indiscrição em Paris. Meu pai nunca poderia me perdoar por isso.
— Mas você parece estar indo bem por conta própria. - Disse River, sorrindo para ela de
modo encorajador.
— Eu estou. Porque trabalho muito. - Disse Julianne. Ela não pôde deixar de se sentir
orgulhosa. Ela percorreu um longo caminho desde a garota sem-teto e sem esperança que
era na noite em que chegou à porta de seu primo Mason. — E eu não era extravagante como
meu irmão, para começar. E agora, eu exercito formas extremas de vida simples. Tenho
sonhos para Jared. Eu quero o melhor para ele.
— Bem… - River olhou para ela por um tempo e então com cuidado, disse. — Você sabe…
Se você quer a melhor vida que o dinheiro pode comprar para seu filho, tudo o que você
precisa fazer é… Contar ao pai dele sobre ele.
— Não. - Ela balançou a cabeça. — Eu não vou fazer isso.
— Por que não?
— Porque eu ouvi histórias sobre o homem real que Jin Starck é. Ele é implacável e sem
emoção. Não quero que meu filho seja assim. - Disse Julianne com tristeza. — Jin Starck me
mostrou o rosto de um homem maravilhoso, doce e romântico. Esse homem era Jas
Mathieu. Ele não era real. Ele não existia. Jin Starck o criou para que ele pudesse me
levar para a cama. E qualquer cara que fosse até esse ponto, não merece conhecer meu
filho.
— Bem, talvez ele tenha mudado. Você pode não querer ter nada a ver com ele agora, mas
seu filho merece conhecer o pai. E ele tem um direito de primogenitura que merece
reivindicar.
— A vida é mais do que dinheiro. Eu quero que Jared viva uma vida feliz. Não apenas uma
vida rica. - Disse Julianne. — Eu nasci uma herdeira. Eu vivi no luxo. Mas você sabe o que?
Aquelas últimas duas semanas em Paris, com Jas Mathieu, quando eu pensei que ele era
apenas um cara simples… Aqueles… Aqueles foram os melhores dias da minha vida. Eu era
a mais feliz então.
— Você não sabe disso. Jared nunca estará completo até conhecer seu pai. Confie em mim.
Eu sei.
Julianne estava ficando cada vez mais confusa. Assim que ela descobriu que Jas
e Jin são a mesma pessoa, ela decidiu não deixar Jin saber sobre Jared. Mas conversar
com River agora deu a ela uma perspectiva diferente. Especialmente porque River não
conheceu seu pai até ele entrar na faculdade.
— Te odeio. - Ela franziu a testa para ele.
— Bem, nunca é fácil ouvir as coisas que você precisava ouvir, se não fossem o que você
queria ouvir. - River riu.
— Eu sei. Mas talvez eu esteja pensando demais nisso agora. - Disse ela. — Talvez eu deva
apenas deixar as migalhas caírem onde podem. Quer dizer… Jin Starck me deu um nome
falso, certo? Isso significa que ele não estava interessado em me ter por muito tempo. Eu
era… Talvez o sabor do mês. Foi bom para ele. Foi ótimo para mim porque, mesmo tendo
perdido tudo, ganhei algo melhor em troca, meu filho.
— E então…?
— Então, eu não acho que ele virá atrás de mim tão cedo. Não acho que ele se interessará
pela paternidade de Jared. A menos que eu diga a ele que temos um filho juntos, duvido que
ele se importe em me perguntar se Jared era dele.
— E o que? Você simplesmente nunca vai dizer a ele?
— Eu vou. Quando Jared tiver idade suficiente para entender. - Ela respondeu. —
Esperançosamente, quando Jared tiver dezoito anos, Jin Starck não pode obrigá-lo a
escolher entre nós. - Quanto mais Julianne se ouvia falar, mais convencida ficava de que Jin
Starck nunca se importaria em incomodá-la e que havia uma grande chance dele nunca
perguntar sobre a paternidade de Jared.
— Eu não acho que Starck poderia tirar Jared de você.
— Quão certo você está?
— Porque não importa o que aconteceu entre vocês dois em Paris, ele ainda é irmão de
Adrienne. E você ainda é o sangue de Justin. Jared também. E se há alguém que pode
enfrentar Jin Starck, é Justin Adams. E não acho que Justin vai permitir que ele tire Jared
de você.
— Eu sei que você está certo. É só que… Não quero que nossas famílias sejam arrastadas
para isso. Eu já os causei tanta dor. E quando meu pai me baniu, Justin e Adrienne nunca
saíram do meu lado. - Julianne suspirou. — E a última coisa que quero é colocar uma barreira
entre eles, enquanto Adrienne fica ao lado de seu irmão e Justin defende a mim e Jared.
— Eu sei. - River avançou e apertou a mão dela. — Eu entendo você. E você está certa.
Isso vai ser gigantesco, principalmente porque eu acho que seus primos estavam todos
morrendo de vontade de colocar um olho roxo no cara que roubou seu coração em Paris.
— Sim. Não importa quantas vezes eu disse a eles que ele não precisava roubá-lo, eu o dei a
ele em uma bandeja de prata.
— Você não pode culpá-los. Não é apenas o seu coração que Jin Starck levou com ele. Ele
tirou seu futuro… Sua família… O amor de seus pais.
— Obrigada. - Julianne sorriu para River, mas aquele sorriso não alcançou seus olhos. — Foi
muito melhor poder falar com alguém sobre isso. Mas como eu disse, ninguém pode saber.
— Sim. - River concordou. — Até que Jared esteja pronto para saber a verdade.
— Vou tentar o meu melhor para evitar Jin Starck. O que aconteceu entre nós deve ficar no
passado. E tenho certeza… Que ele ficará feliz em fazê-lo. Ele não precisa desse tipo de
distração. Passamos bons momentos em Paris há sete anos. Ele não tem nenhuma
obrigação para comigo ou meu filho. A vida continua como deveria. Nada deve mudar.
— Boa sorte. - River assentiu novamente. — E você sabe que se precisar de alguém para
conversar ou ajudá-la a sair de um país novamente, estou aqui.
— Obrigada River. - Ela sorriu, apertando a mão de River. River saiu do carro ao mesmo
tempo que ela. — Eu te acompanho até lá dentro. - Ele disse.
— Vou ficar bem. - Mas de repente, ela se sentiu um pouco tonta. Boa coisa, River a pegou
pela mão para mantê-la firme. — Deve ser o vinho. - Ela riu.
— Vamos, vou te acompanhar.
River largou sua mão, mas caminhou ao lado dela para garantir que ela não caísse ou
tropeçasse novamente. Ela se despediu dele na porta.
— Obrigada novamente. Foi uma noite adorável. - Disse ela.
— O prazer foi todo meu. - River assentiu. — Até logo.
Julianne subiu as escadas lentamente para se certificar de que não caísse. A casa
estava silenciosa, o que significava que todos haviam adormecido. Ela checou o telefone para
saber a hora. Ela praguejou ao perceber que já era uma da manhã.
— River Jefferson pode muito bem ser um psiquiatra! - Ela murmurou baixinho.
Ela abriu a porta de seu quarto. Estava escuro e frio lá dentro. Ela devia ter deixado a
janela parcialmente aberta novamente. Ela gostava de abrir a janela às vezes, para deixar
a brisa natural entrar. Além disso, sua janela ampla geralmente tem uma visão perfeita da
noite estrelada e da lua cheia. Ela gostava de olhar o céu enquanto adormece. Ela se virou
na direção da janela quando percebeu que uma figura alta estava parada na frente dela, de
costas para ela. Sua mão foi para a boca enquanto evitava que um grito escapasse de seus
lábios.
— Caralho! - Ela murmurou baixinho.
A figura, vestida com calça preta e jaqueta de couro preta, finalmente se virou para
ela. Ela mal conseguia distinguir os contornos do rosto dele, iluminado pelo luar da janela.
Ele parecia tão frio, tão bonito, Julianne pensou que ele poderia muito bem ser o próprio
diabo.
— O que… O que você está fazendo aqui? - Ela lutou para encontrar sua voz.
— … - Ele a encarou por um longo momento e finalmente perguntou. — Você realmente
achou que poderia se esconder de mim pelo resto da vida?
A voz de Jin Starck era baixa, sóbria e revestida de fúria ártica. A expressão em seu
rosto era sombria e feroz, como uma besta indomada que finalmente encontrou a presa que
procurava todos esses anos. E de repente, Julianne desejou poder desmaiar novamente.
Capítulo 8
Julianne ficou congelada em pé enquanto observava a figura alta, iluminada se
aproximar dela lentamente. Seu coração parou de bater e ela se esqueceu de respirar pelo
momento mais longo de sua vida. Ela deu um passo para trás até que suas costas bateram na
porta. Ele continuou a caminhar em sua direção até que ele estava a apenas alguns metros de
distância e ela quase podia sentir o calor que emanava dele. Ela não conseguia olhar para ele.
Ela sentia mais medo dele agora do que quando estava prestes a contar ao pai que estava
grávida.
Jin colocou as mãos em cada lado do rosto dela, prendendo-a. Ela quase podia ouvi-
lo respirar enquanto a olhava fixamente.
— Olá de novo… Arabella.
Julianne fechou os olhos por um momento ao ouvi-lo chamá-la pelo nome falso que
ela lhe deu. Finalmente, ela reuniu coragem para olhar para o rosto dele.
— Você… Você também não é quem disse que era! - Ela fez o possível para manter a voz
firme enquanto olhava para ele com seriedade.
— Quem disse que eu não era quem disse que era?
— Você não é Jas Mathieu!
— Hmm… - Ele estreitou os olhos para ela. Mesmo no escuro, ela podia ver que seus olhos
estavam brilhando de raiva. — Eu sou Jas Mathieu! - Ele disse em voz baixa e rouca. —
JAS são minhas iniciais. Mathieu é o sobrenome de solteira da minha mãe. Jas Mathieu
é o nome que uso para assinar todas as minhas obras de arte. Minha família e meus
amigos mais próximos sabem que uso esse nome o tempo todo.
— Esse não é o seu nome real!
— É meu pseudônimo! Existo com esse nome, como minha mãe existe como Amanda Seville
e Adrienne é conhecida como Jamila McBride quando publicam seus trabalhos. - Ele respirou
fundo e ergueu uma sobrancelha interrogativa para ela. — Arabella Adams, por outro lado…
Você me deu um nome falso!
Ela olhou para seus pés. Ela não suportava olhar para o rosto dele e ver a ira fria em
seus olhos. Da última vez, ela olhou para eles, eles estavam brilhando de amor e admiração
por ela. Mas agora… Parecia que ele poderia matá-la com as próprias mãos.
— O que você quer agora?
Ela silenciosamente orou para que ele não perguntasse sobre Jared. Ela não estava
pronta para contar a ele ainda. Ela não estava pronta para Jared saber. Ela não estava
pronta para abrir a questão da paternidade de Jared e começar uma rixa entre sua família
e a de Adrienne. Ele não respondeu. Seu coração parou de bater enquanto ela esperava pelo
que pareceu uma eternidade antes que ele proferisse outra palavra. Mas ele apenas ficou lá,
a poucos metros dela, onde ela quase podia ouvir seu coração inexistente batendo.
Finalmente, ela se atreveu a olhar para ele. Pela pouca luz que vinha de sua janela, ela
podia ver seu rosto bonito. Suas sobrancelhas estavam franzidas e a expressão em seu
rosto era fria, escura e ilegível.
— Sinto muito. - Disse ela em uma voz fraca. — Eu estava na última aventura da minha vida
quando fui a Paris.
— Então, você pensou que dar um nome falso a um cara e fazer ele se apaixonar por você
daria um grande troféu no final?
— Se apaixonar por mim? - Ela repetiu. — Se você tivesse intenções honestas desde o início,
teria me dito seu nome real. Não é um nome inventado, que era tecnicamente seu, mas ainda
assim, mesmo assim não era.
— Você não tem ideia do que passei depois que percebi que você se foi! - Ele fumegou.
— Você não tem ideia do que aconteceu comigo depois que voltei de Paris! - Disse ela,
levantando a voz.
- Como ele poderia fazer isso apenas com ele? Tenho certeza de que o que ele passou
não foi nada comparado ao que eu passei!
— Você está certa. Não sei o que aconteceu com você. - Disse ele. — Eu não sei para
onde você foi. Não sei por que você desapareceu e foi para um lugar onde não pude encontrá-
la. Nem mesmo os melhores investigadores do mundo poderiam me dar uma pista sobre onde
você estava. Eu fui um idiota… Procurando uma mulher em pelo menos três continentes, e
eu nem tinha o nome certo!
O que ela o ouviu dizer quase a chocou. Ela olhou de volta para seu rosto bonito,
tentando ver se o que ele estava dizendo era verdade. Então, de repente, ela percebeu por que
ele estava olhando para ela com raiva desde a primeira vez que a viu novamente em Paris, na
festa de sua mãe.
— Você… Você procurou por mim?
Ele fechou os olhos brevemente. Quando ele os abriu novamente, ela viu sua
expressão suavizar ligeiramente.
— Cinco longos anos, Arabella. - Ele sussurrou. — Contratei os melhores detetives da
Europa e dos Estados Unidos para encontrar você… Para procurar qualquer vestígio seu, ou
onde você poderia ter ido. - Ele balançou a cabeça. — Mas eles não conseguiram encontrar
você. Ninguém poderia me dizer onde você estava. E o tempo todo… Você estava aqui, você
fazia parte da família da minha irmã. Você sabe… Eu ia te dizer no dia seguinte quem eu
realmente era. Eu estava acostumado com garotas caindo de pé só porque eu era Jin Starck,
herdeiro da Starck Corp. - Disse ele. — Decidi usar meu pseudônimo para me apresentar a
você porque queria saber se você se apaixonaria por mim… O verdadeiro eu. Sem importar
se eu era um artista batalhador.
— Isso é verdade? Você realmente ia me dizer? - Ela perguntou.
— Sim! - Ele respondeu sem hesitação. — No dia seguinte, eu tinha certeza disso. Eu estava
decidido. Eu ia te pedir para ficar em Paris… Comigo. E mesmo se você não estivesse
pronta, eu esperaria que você estivesse. Eu iria e voltaria para os EUA até eu convencê-
la a fazer uma vida comigo. - Ele suspirou e balançou a cabeça. — Mas quando eu acordei…
Você tinha ido embora e não sei o que fiz de errado.
— Sinto muito. - Ela sussurrou. — Eu sinto muito. - As lágrimas rolaram por suas bochechas
enquanto a culpa a consumia. — Você não fazia parte do plano. Você simplesmente
aconteceu. E eu não podia… Eu estava… Estava noiva quando nos conhecemos. Eu ia
me casar assim que voltasse para os Estados Unidos.
— Oh, uau! - Ele deu um passo para trás e deu a ela um olhar confuso. — Agora faz
sentido! Quantas outras mentiras você me contou, além do seu nome falso? Você estava
traindo seu noivo comigo, sua sedutora! É por isso que você fugiu!
— Não, não! Não foi nada disso!
— Oh! — Ele balançou a cabeça, olhando para ela com desprezo. — Você deve saber que é
extremamente gostosa. Você provavelmente se diverte quando os caras adoram cada passo
seu. E antes de se casar, você queria ter uma última oportunidade em fazer caras rastejarem
sobre você! - A voz de Jin estava ficando mais alta, Julianne estava com medo que ele
acordasse toda a casa. Era evidente que ele se sentiu insultado ao saber que ela estava noiva
quando eles ficaram em Paris. Ele levantou uma sobrancelha zangado para ela. — Quantas
aventuras você participou antes de sua última parada em Paris? Seu noivo deve ter ficado
muito chateado. Foi por isso que ele deixou você e seu filho?
Julianne não conseguia acreditar no que ele disse. Ele acabou de insinuar que ela
estava dormindo com alguém? Ele não percebeu que ela era virgem quando a levou
naquela noite?
- Porra! O primeiro cara com quem dormi nem percebeu que estava tirando minha
inocência! E como ele ousava falar sobre Jared assim… Como se ele fosse filho de
Patrick McAllister?
Tapa!
A mão dela estava voando no ar e batendo na bochecha dele com um grande tapa
antes que ela percebesse. Ele não segurou, nem mesmo se moveu. Ele a deixou dar um
tapa nele como se ele estivesse esperando por isso, como se ele estivesse pedindo por
isso.
— Sinto muito pelo seu problema, Senhor Starck! - Ela disse com uma voz irritada. — Vou
reembolsá-lo por todo o dinheiro que gastou contratando investigadores particulares para me
procurar. Mas não posso permitir que você me insulte ou a meu filho na casa da minha
família. Por favor! Saia do meu quarto! - Ela deu um passo para o lado para deixar seu
caminho livre em direção à porta.
Ele soltou um suspiro e olhou para ela como se ela fosse a pessoa mais inacreditável
e indigna de confiança na face do planeta. Ela se sentiu culpada por magoá-lo, mas depois de
tudo que ela passou, ela não merecia ser considerada uma vigarista ou uma vagabunda.
— Saia! - Ela repetiu.
Claro, ela deu a ele um nome falso, mas ele também deu. Ela já pediu desculpas por
magoá-lo, mas ele respondeu magoando seus sentimentos de volta. - Acho que estamos quites!
- Ele alcançou a maçaneta da porta. Julianne mal pôde conter as lágrimas em seus olhos
enquanto esperava que ele a deixasse em paz para que pudesse liberar suas emoções
livremente.
— Eu… - Ele abriu a porta, mas antes de sair disse em voz baixa e sóbria. — Eu não
pensei que fosse capaz de sentir emoções profundas por uma mulher. Mas eu fiz, quando te
conheci. Você foi a primeira mulher com quem realmente me importei. É uma pena porque
tudo que eu fui para você… Foi uma última aventura!
Então ele saiu da sala e fechou a porta atrás dele com um estrondo. Julianne foi até a
porta e fez questão de trancá-la com chave dupla. Então ela se encostou nela e caiu no chão,
finalmente deixando escapar todas as lágrimas que ela estava segurando. Ela deitou no chão,
choramingando. A dor dela era grande. Mas seu medo era maior. Sete anos atrás, ela estragou
sua vida. Durante todo o seu banimento de sua família e todas as coisas que ela suportou
criando um filho sozinha, a memória de seu toque, seus beijos e seu amor deram-lhe força e
fizeram tudo valer a pena.
Agora, ela percebeu que seu amor era a última corda de esperança que ela estava
segurando. Inconscientemente, ela estava esperando pelo dia em que finalmente o veria
novamente. E ela esperava que talvez quando esse dia chegasse, ele a perdoaria e entenderia
por que ela fez o que fez e eles poderiam ficar juntos novamente… Com Jared. Mas agora…
Ele nem mesmo mencionou Jared, ou mesmo perguntou sobre sua paternidade. Ela pensou
que ele seria capaz de somar dois mais dois e perceber que Jared era dele. Mas não. Ele
nem sabia que tinha sido o primeiro homem com quem ela ia para a cama. Ele pensava
que ela era sexualmente aventureira e Jared poderia ser filho de outra pessoa! Julianne
não conseguia conter as lágrimas que rolavam continuamente por seu rosto. Ela não
conseguia impedir que os gemidos escapassem de seus lábios. Ela estava chorando não
apenas porque perdeu todas as esperanças de se reconciliar com o único homem que amou.
Ela estava chorando porque sentia que havia falhado com o filho.
Jin Starck se sentou no chão, encostado na porta de Julianne. Ele podia ouvi-la
chorando do outro lado. Ele ouviu cada gemido, cada soluço… E cada um parecia uma faca
cortando seu coração… Um coração que ele esqueceu que tinha. Ele mal conseguia
respirar enquanto lutava contra cada impulso de abrir a porta novamente e apertá-la em seus
braços e confortá-la… Dizer a ela que tudo ficaria bem. Que eles iriam ficar bem.
Como ele pôde fazer isso? Por anos, ele nutriu essa raiva fria contra ela… A mulher
que partiu seu coração, o esmagou em um milhão de pedaços e o tornou incapaz de ser
corrigido por alguém. Ele se lembrou daqueles dias em Paris. Como ela parecia indefesa,
discutindo com aquela vendedora, tentando desesperadamente comprar o frasco de vidro
antigo que nem deveria estar à venda. Então como ele interveio para ajudá-la. No momento
em que ela olhou para ele, e ele viu seus olhos azuis cristalinos emoldurados por longos
cílios, suas bochechas coradas e seus lábios vermelhos feitos para beijar… Ele pensou que
tinha morrido e ido para o céu. Quando ela sorriu para ele em gratidão genuína e ele a ouviu
rir, ele viu que ela era a luz do sol… O paraíso… E ele soube que se apaixonou por ela
ali mesmo. E ele se considerava muito inteligente, muito inteligente para se apaixonar por
uma garota que talvez estivesse inventando uma maneira de prendê-lo em sua teia. O
frasco de vidro que ela queria não estava à venda. Mas ele disse à vendedora que pagaria por
isso, custasse o que custasse. Sabendo quem ele era, a caixa pediu cinco mil euros e uma
semana com todas as despesas pagas para ela e toda a sua família no resort parisiense mais
caro da Starck Corp. Ele viu o quanto ela queria aquele frasco de vidro, nem piscou ao dizer
sim para a vendedora.
Mesmo que seus sentimentos fossem genuínos, ele havia lhe dado um nome falso.
Não porque ele queria desaparecer depois de algumas noites desfrutando de seu corpo em
sua cama, mas porque ele queria que ela se apaixonasse por ele… O verdadeiro ele, sem
deixar rastro ou pista de quem ele realmente era, sem o crachá de um herdeiro.
Tudo o que ela mostrou a ele era real. Cada risada, cada sorriso. Ele tinha visto a luz
brilhar em seus olhos com a simples visão dele, independentemente do que ele estava
vestindo. Ele a havia levado a lanchonetes, cafés mais baratos. Ele nunca a levava a seus
clubes exclusivos, nem usava seus melhores e mais caros carros quando a buscava no hotel.
Ela riu e sorriu para ele com mais afeição genuína do que qualquer garota com quem ele tinha
estado no passado. Ela o fazia rir e o desafiava sempre que podia. Ela tinha falado o que
pensava e não se preocupava que ela pudesse dizer algo que pudesse não agrada-lo ou fazê-
lo ir embora. Ela era real. O que ela sentia por ele era real. E era para o verdadeiro ele.
Não para algum herdeiro de mina de ouro importante.
Quando ele a levou para seu apartamento, ela ficou encantada. Era um lar para
ele, exceto que era mais seu estúdio do que sua casa. Sua casa consistia em uma sala de
chá com o dobro do tamanho daquele estúdio e pelo menos dez quartos. E tinha mordomos,
criadas e uma garagem grande o suficiente para caber pelo menos dez carros de luxo. Seu
estúdio era onde ele ficava no próprio ‘eu’, onde expressava um outro lado dele… Aquele
que não tinha uma identificação facial de platina em todos os clubes, bares e restaurantes
exclusivos da cidade. Foi lá onde ele se viu quando sentiu que tudo estava ficando demais.
Foi onde ele se manteve firme, onde se lembrou de quem ele era e do que realmente queria
da vida.
Seu estúdio não era elegante, mas era aconchegante e confortável. Tinha um piso
enorme, uma cama grande no centro, uma pequena mesa de jantar, uma TV de plasma e um
sofá confortável. Todas as suas pinturas e telas estavam espalhadas ao seu redor. Quando ela
entrou naquele estúdio, parecia que ela o iluminou com sua mera presença. Era como se o
sol finalmente brilhasse no Oeste. E o deleite em seu rosto não era nada falso. Ela
realmente gostara de estar no lugar dele e ele estava feliz porque, finalmente, uma mulher
se contentava em estar ali com ele… Apenas ele… Independentemente das colchas
serem ou não da melhor seda.
Ele a levou naquela noite… Não porque ele queria alguma mulher em sua cama. Não.
Ele queria ela em sua cama… Para agradá-la, para amá-la. Ele não fez sexo naquela
noite… Ele fez amor com ela… Com seu coração. Ele adorava cada parte de seu corpo.
Ele a amava com cada toque, cada carícia. Cada beijo que eles trocaram cantou em seu
coração, e foi a primeira vez em sua vida que ele sentiu que queria ficar com alguém por
mais de uma noite, uma semana ou até mesmo um ano. - Inferno! - Naquela noite, ele sentiu
que queria ficar com ela para sempre!
Mas ela o deixou.
Por cinco longos anos ele a procurou. Ele contratou os melhores investigadores que
o dinheiro poderia pagar. Tudo o que ele tinha era seu nome falso e sua pintura de seu belo
rosto. Nenhuma dessas duas coisas ajudou a localizá-la. E dois anos atrás, seus investigadores
se recusaram a trabalhar para ele, dizendo que chegaram a um beco sem saída. Não havia
esperança. Nos últimos dois anos, ele se concentrou em seu trabalho. Ele trabalhou duro para
esquecê-la. Ele levou mulheres apenas para aquecer sua cama, satisfazer suas
necessidades e fazê-lo esquecer dela. Ele não conseguia amar nenhuma delas. Para ele
se apaixonar novamente, ele precisava ter um coração. Quando ela o deixou, ela deixou seu
coração danificado além do reparo.
Ele estava tendo sucesso. Porque ele não tinha um coração, ele só tinha que confiar
em sua inteligência para decidir sobre negócios. E para isso, ele tinha sido melhor
administrando a Starck Corp. do que seu pai ou avô jamais foram. Ele levou sua empresa ao
segundo lugar mundial. Ele estava a um passo de ser o número um. Tudo o que ele precisava
fazer era adquirir as propriedades do Bernard Hotel. Mas os Bernards eram um grupo
tradicional. Eles queriam manter as propriedades do hotel dentro da família. A única maneira
dele obter o controle da empresa era se fosse considerado um deles. Ele tinha que se casar
com sua herdeira, Vanessa. Não foi tão difícil. Vanessa era linda, e eles tinham namorado de
qualquer maneira. Ele não a amava. Ele não amou ninguém. Ele havia desistido de seus
sonhos de voltar para casa, para uma esposa que emocionava seus sentidos além da conta,
que poderia fazê-lo sentir paixão e amor.
Ele pensava que seu destino era levar a Starck Corp. ao topo, custasse o que
custasse. Ele não estava destinado a um casamento amoroso e feliz como seu pai ou
Justin. E nos últimos dois anos, ele aprendera a conviver com isso. Ele tinha sido muito
ambicioso. Vanessa estava muito disposta. Foi uma decisão fácil. Sem emoções envolvidas.
Ele nem se importou em escolher o anel com o qual iria pedir ela em casamento.
E então ela estava lá… A garota que ele foi para o inferno e por quem ele voltou.
A mulher que o tornou quem ele era agora, sem coração e cruel. Ele não sabia por que,
mas algo dentro dele havia despertado. Ele sentiu um vislumbre de uma emoção que não
conseguia nomear. E, de repente, ele não conseguiu levar a cabo seus planos, não conseguiu
se forçar a pedir Vanessa Bernard em casamento.
Jin ouviu Julianne soltar outro gemido do outro lado da porta. Ele encostou a cabeça
na porta e respirou fundo, o que pareceu cortar seu coração inexistente. Lágrimas rolaram
por seu rosto. Ele nunca tinha chorado por uma mulher antes. Mas, sete anos atrás, ele fez.
E ele não podia acreditar que ele estava chorando por ela novamente agora. Ele pensava
que ela era dele. E ela ficaria para sempre. Ele também era dela. Ele se compartilhou com
ela, sem pensar nas complicações ou consequências. Ele não se importou. Ele queria estar
ligado a ela pelo resto de sua vida.
Ele queria dizer a ela quem ele realmente era na manhã seguinte. Ele iria explicar
por que ele escondeu sua verdadeira identidade. Ele ia dizer a ela que a amava… De todo
o coração. Então ele iria pedir a ela para se mudar para Paris para sempre. Ela não
passaria por necessidades quando estivesse com ele. Ela sempre estaria bem cuidada. Se
ela queria trabalhar para se manter ocupada, ela poderia ter qualquer emprego que quisesse
em sua rede de hotéis. Ou se ela desejasse outra coisa, ela poderia começar sua própria
empresa, ele iria financiá-la. Ela poderia ter o que quisesse, desde que ficasse com ele…
Fizesse amor com ele todas as noites. E então, quando ela se sentisse confortável com sua
nova vida… Quando ele sentisse que ela estava pronta, ele faria a ela a pergunta que ele
nunca pensou que faria a qualquer mulher. E ele perguntaria de coração.
Mas quando ele acordou depois da noite em que fizeram amor, ela havia sumido. Ela
não deixou nenhum vestígio de si mesma… Apenas uma nota, dizendo que sentia muito.
Ele procurou por ela em toda a cidade. O hotel dela disse que ela saiu mais cedo. Ele verificou
todos os hotéis da cidade. Ele tinha verificado todos os manifestos de voo. Ele não encontrou
nada. Ele a procurou por anos. Ele mandou investigadores particulares procurarem por ela
em toda a Europa. Ele até pediu que seus contatos verificassem se ela estava nos Estados
Unidos. Eles encontraram muitas Arabella Adams, mas não a Arabella Adams que ele
procurava. Ele chorou por anos, como se seu melhor amigo de infância tivesse morrido.
Foi só mais tarde, quando ele desistiu, que ele percebeu que era por seu coração que ele
estava de luto. Seu coração morreu naquele dia em que ela partiu. Por causa dela, ele era
incapaz de amar… Ele estava morto por dentro.
E agora, ela está aqui. O tempo todo ela tinha sido parte de sua família e ele nem sabia
disso. Ele nunca a viu em nenhuma reunião de família e ele participou de muitas festas da
família de Justin ao longo desses anos. Havia uma rara menção à irmã gêmea de Gian,
mas ele não tinha ideia de que era a mesma Arabella Adams que ele procurava por mais
de meia década. E agora, ele entendeu por quê. Fazia sentido. Durante seu breve encontro
em Paris, ela já tinha prometido a outro homem que se casaria com ele. - Claro! - Ela estava
com vergonha do que aconteceu entre eles. Ela tinha vergonha dele. É por isso que ela
correu e se escondeu.
Existem dois tipos de mulher que Jin mais odiava e tentava ao máximo evitar. Aquelas
que eram garimpeiras, só atrás de um cara por seu dinheiro, fama e status na vida. O outro
tipo eram as trapaceiras. Uma mulher deve ser inteligente o suficiente para controlar suas
emoções, evitar tentações. E se ela não era confiável para compartilhar sua cama com
apenas um homem de cada vez, ela não era confiável para mais nada. Ele percebeu que tinha
sido um tolo romântico desesperado, prestes a desistir de todo o seu mundo por ela.
Durante todo o tempo, ela era uma trapaceira mentirosa e maquinadora, buscando apenas
uma última aventura nos braços de outro homem!
- Porra! Que idiota eu realmente fui!
Capítulo 9
Jin Starck estava na varanda do mezanino do elegante salão de baile da White Rock
Mansion, uma das propriedades da Starck Corp. em Illinois. Ele estava vestido com um
smoking preto e uma máscara de couro preta sobre os olhos. Seu cabelo castanho-
avermelhado estava penteado para trás com cuidado, sem uma mecha de fora do lugar. Como
tudo que ele fazia… Nada deve estar fora do lugar.
Os Morgan-Murphies, uma família política proeminente em Chicago, realizaram
uma festa de máscaras exclusiva em homenagem ao sexagésimo aniversário de sua
matriarca e a privacidade de sua propriedade no hotel era a mais adequada para o evento.
Ficava fora da cidade, grande o suficiente para abrigar seus duzentos convidados em
particular, mas não muito grande para ser compartilhada com outras pessoas. Alguns dos
hóspedes que não puderam viajar de volta à cidade optaram por se hospedar em um dos
quartos do hotel. A família anfitriã do evento era muito importante, com seu patriarca
aspirando à presidência, Jin não podia deixar nada ao acaso. Ele tinha que se certificar de
que tudo era tratado de maneira adequada, com estrita observância à qualidade Starck. Todos
os convidados presentes pertenciam a grandes corporações, à elite e a outras famílias
importantes do país. Ele mesmo recebeu um convite pessoal.
A festa estava a todo vapor e tudo ia bem. Ele assistia da varanda como um falcão,
garantindo que nada sairia fora de proporção. Ele nem sempre micro gerenciou, mas em
eventos como este, pequenos em tamanho, mas de grande impacto, exigiam sua total
atenção. E ele queria ter certeza de que ninguém poderia dizer nada negativo sobre sua
propriedade. Especialmente White Rock, que era um de seus favoritos, pessoalmente
falando.
Seu telefone tocou e ele o reconheceu como o número da recepção.
‣ Sim?
‣ Senhor, há um hóspede aqui, que está pedindo um quarto. - Disse a recepcionista. — E
já reservamos todos os nossos quartos disponíveis com antecedência.
‣ Diga a ele que estamos tendo um evento exclusivo.
‣ Sim senhor. Ela é uma das convidadas. Infelizmente, o carro dela quebrou no caminho
para cá, por isso ela estava atrasada. Ela não tem carro para levá-la de volta à cidade.
Ela precisava de um quarto para passar a noite.
Às vezes, situações como essa acontecem, quando eles estão com cem por cento
de ocupação. É por isso que ele fez acordos com uma pousada próxima. Ele pode enviar a
eles hóspedes que não poderia mais acomodar em sua propriedade.
‣ Você sabe o que fazer. - Ele disse em um tom irritado. — Você não precisava me ligar.
Fizemos acordos com o Brooklyn Inn para os hóspedes que não podíamos mais
acomodar.
‣ Hum, sim, senhor, eu sei. Mas achei que você gostaria de abrir uma exceção. -
Disse a recepcionista nervosamente.
‣ Porque eu faria isso?
‣ Porque ela veio em nome das Indústrias Adams. E eu sei que… O Senhor
Adams é seu cunhado. Queria perguntar se… De qualquer maneira, vou ligar para
o Brooklyn Inn imediatamente, senhor.
‣ Quem é esta convidada?
‣ Julianne Sanders, senhor.
A respiração de Jin ficou presa na garganta. Seu pulso disparou de repente por um
motivo que ele não conseguiu identificar. Nenhuma mulher o deixara nervoso antes. Bem…
Exceto uma. Mas isso foi há muito tempo atrás. Jin se recusou a admitir que ela ainda tinha
o mesmo efeito nele agora. Ele ficou em silêncio por um tempo.
‣ Senhor?
‣ Hmm… - Ele respirou fundo. Ele não sabia o que estava dizendo até que realmente se ouviu
dizer. — Dê a ela a suíte dos fundadores.
‣ Senhor? Mas isso é reservado para… Você.
‣ Sim, então acho que vou dormir no escritório esta noite! - Ele murmurou sem humor.
— Diga aos rapazes para tirarem minhas coisas de lá. Limpe o quarto. Quero que esteja
impecável.
‣ Senhor, sim senhor.
Jin deu um suspiro e tentou acalmar os nervos. Ele gesticulou para que o garçom lhe
desse um uísque. Ele precisava de álcool. Ele não estava pensando direito! Ele não tinha
descansado, monitorando este evento e ele apenas desistiu de seu acesso a uma bela cama
Califórnia king-size, que era seu refúgio após as longas horas de trabalho ininterrupto. Ele
não conseguia se lembrar por que de repente ele desistiu de sua suíte apenas para que ela
pudesse ter um lugar para passar a noite. Ele não sabia por que a ideia de mandá-la embora
para o Brooklyn Inn no meio da noite parecia inaceitável para ele.
Seus olhos de repente foram para a entrada do salão de baile, como se algo
repentinamente os magnetizasse para dar uma olhada lá. Ele a viu entrar na sala em um
vestido preto simples de seda sem alças. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo
atrás da cabeça. Ela estava usando uma máscara de renda na metade do rosto. Ele
imediatamente a reconheceu. Droga! Ele a reconheceria em todos os lugares, mesmo se ela
usasse uma máscara para os olhos. De repente, fez sentido por que ele desistiu de suas
acomodações luxuosas durante a noite por ela. Ele não suportaria que ela viajasse alguns
quilômetros até o Brooklyn Inn no carro do hotel. Ele não suportaria que ela não tivesse as
melhores acomodações que o dinheiro pudesse comprar. Para ele, ela ainda parecia a frágil
bola de cristal, que parecia muito delicada para não proteger e abrigar.
- Ela não é mais sua bola de cristal! Ela não é sua para proteger! Ela não é sua para se
abrigar!
No momento em que ela entrou no salão de baile, os olhos a seguiram. Os homens
levantaram os olhos de suas bebidas, mesmo longe de seus próprios encontros apenas
para ter um vislumbre da seria que tinha acabado de entrar na sala. Sua pele era de um branco
cremoso e impecável em contraste com a seda preta. Ela não usava joias brilhantes. Sem
brinco, sem colar. Nenhum diamante ou ouro cintilante. Naquela noite de sua suposta festa
de noivado, ela usava um colar de diamantes deslumbrante. Era uma peça muito cara que
pertencia a Adrienne. Ele sabia porque ajudou Justin a escolher um dia quando o homem
sentiu vontade de dar um presente para sua esposa.
- Ela não tem suas próprias joias? Ou ela não estava contente com suas próprias coisas,
ela teve que pegar emprestado de outra pessoa?
Ela se aproximou dos Morgan e dos Murphies. Imediatamente, a Senhorita Morgan,
a celebrante do aniversário, a abraçou como se a conhecesse há muito tempo. Claro. Julianne
Sanders também pertencia a uma família importante. Ela deve ter conhecido bem muitas das
pessoas presentes aqui esta noite. Jin observou cada movimento dela. Ele notou de quem ela
estava se aproximando, com quem estava falando. Ele percebeu que ela falava principalmente
com os idosos. Ela estava evitando sutilmente os convidados do sexo masculino, embora
muitos deles tentassem se aproximar dela.
- Ela está namorando alguém? Ela não parece interessada em nenhum dos homens que
está mexendo com ela.
Julianne Sanders não parecia chique ou luxuosa na maneira como se vestiu esta noite.
Ela era simples, mas elegante. Ela era intrigante e cativante. Jin não percebeu, mas passou
os últimos trinta minutos apenas olhando para ela como um falcão. Ele não admitia, mas
estava encantado por ela, como estava há sete anos. Ela ainda parecia a mesma mulher
bonita por quem ele se apaixonou. Mas algo nela parecia diferente. Ela parecia mais séria
agora e ria com menos frequência do que costumava fazer quando era mais jovem. Havia
uma grande fome nela, como se ela tivesse uma missão e ela faria qualquer coisa para cumpri-
la.
- Eu me pergunto o que mais ela iria querer na vida. Ela era uma herdeira, ela tinha tudo
o que precisava, ela poderia ter tudo o que quisesse.
Ela agora estava conversando com um cavalheiro alto e bonito. Ele a segurou por
mais de cinco minutos. Algo dentro de Jin se mexeu. Era uma emoção que ele não conseguia
identificar. Tudo o que ele sabia era que queria descer lá e varrer o chão do salão usando a
cara do cara. Finalmente, ela pediu licença ao cara que parecia relutante em deixá-la ir. Claro.
Ela nem mesmo cobriu o rosto inteiro, seria difícil não notar como ela era bonita. O cara
estava tentando ter sorte. Ela foi ao banheiro feminino. Jin contou os minutos. Ela estava lá
exatamente por cinco. Em seu caminho para o meio do chão, um homem parou na frente dela,
parando-a de repente. Jin viu a expressão em seu rosto. Ela parecia chocada e depois furiosa.
O cara estava conversando com ela e Julianne estava apenas olhando para ele com
uma expressão altiva no rosto, como se ela não pudesse esperar que ele terminasse seu
monólogo. Então, finalmente, ela falou com ele com uma sobrancelha erguida. O cara
respondeu com um gesto de mão. Parecia que eles estavam discutindo. Finalmente Julianne
se virou, mas ele rapidamente puxou-a pelo cotovelo. Julianne ergueu uma sobrancelha
zangada para ele e puxou o cotovelo. O cara foi persistente.
Jin se sentiu desconfortável de onde estava. Já passava da meia-noite e talvez o cara
já tivesse bebido muito. Julianne parecia querer ir embora, mas ele não estava deixando. De
alguma forma, ele sentiu que ela precisava ser resgatada. Ele não pensou por um segundo.
Ele quase correu para o salão de baile, esperando não chegar tarde demais para ajudá-la.
Quando ele chegou mais perto deles, ele pôde ouvir que eles estavam discutindo.
— Você poderia ter qualquer coisa que quisesse na vida, você nunca teria que trabalhar
por um dia! - Jin ouviu o cara dizendo.
— Estou bem, não preciso de você! - A voz de Julianne era baixa, mas firme. — Ou de
seu dinheiro!
— Você não sabe disso! Olhe para você agora! Batalhando. Recebendo amendoim e à mercê
de seu primo rico!
— Por favor! Não insulte a bondade de meu primo e de sua esposa! Eles são amáveis e gentis.
Diferente de você. E eu posso te dizer, meu destino agora é muito melhor do que o que
poderia ter sido se nosso casamento continuasse.
- Casamento? - Jin parou no meio do caminho. De repente, ocorreu-lhe que aquele
homem era o ex-noivo de Julianne. O homem que ela traiu com ele!
— Você não sabe disso, querida. Eu poderia ter dado a você a lua e as estrelas. Mas, em
vez disso, você optou por se deixar corromper por quem quer que tenha transado em suas
aventuras ilícitas na Europa!
Jin lançou um olhar de soslaio para eles. Ela não o notou, pois tinha toda sua atenção
voltada para o homem que estava tão empenhado em arruinar sua noite. Ele a viu respirar
fundo, como se estivesse fazendo o possível para não perder a calma. Era evidente que o cara
já havia bebido muito. Jin ficou atrás dele, de costas para eles, fingindo apenas beber seu
uísque.
— Com todo o respeito, Senhor McAllister, não precisava que você me levasse à lua e às
estrelas. Meus pés estavam bem plantados firmemente no chão. E para sua informação,
qualquer pessoa é muito melhor do que você! Agora, por favor, com licença!
— Continue. Eu sei que você está aqui para trabalhar, não para se socializar. Já passou da
hora de seu filho dormir e você deveria ter estado com ele. Mas, em vez disso, você está aqui,
ainda tentando sobreviver. Pobre criança. Acho que ele não terá o mesmo futuro brilhante
que o resto de seus primos, hein. Tudo por causa de seus erros estúpidos!
- Como ele se atreve a falar sobre Jared assim? Na verdade, como ele ousa falar sobre
Jared? - Jin não pôde evitar se virar. Levou toda a sua vontade para se impedir de arrastar o
homem para fora pela garganta. Jin viu Julianne morder os lábios. Ela olhou para o chão
e se recusou a responder a ele. - Por que ela deixa esse idiota falar mal dela assim? - Ele
decidiu que já teve o suficiente. Ele colocou um braço pesado no ombro do cara, o que o
assustou. O cara olhou para ele. Ele era alguns centímetros mais baixo que ele. Mas Jin o
reconheceu imediatamente. - Ela estava noiva de Patrick McAllister? Bem, não posso dizer que
não foi uma boa combinação. - Patrick McAllister era um dos solteiros mais cobiçados do
país. Ele pertencia a um clã político poderoso. Sua família estava na política há décadas e ele
estava de olho em uma cadeira no Senado. Ele era rico. Ele era poderoso. Ele era um cara
bonito. - E ainda assim ela escolheu traí-lo com um pintor de menor importância em Paris,
lutando para vender suas artes para viver? O que ela estava pensando?
— Desculpe? - Patrick McAllister levantou uma sobrancelha irritado para ele.
— Acho que você já bebeu demais, Senhor McAllister. - Disse Jin. — E é a minha vez
de convidar a senhora para dançar.
— Certo! - Patrick McAllister simplesmente riu. — Divirta-se. De qualquer forma, acho que
a Senhorita Sanders está procurando outro homem rico para restaurar seu status no ‘crème
de la crème’. - Outro casal foi para o lado deles e Jin os reconheceu como sendo parte da
família McAllister. Eles olharam para Julianne uma vez e sussurraram algo entre si,
obviamente falando sobre ela.
- Claro! A vergonha de romper um noivado! - Em sua mente, Jin não podia culpar
Patrick McAllister e sua família por serem tão vingativos com Julianne. Ela merecia por tê-
lo traído. Mas uma parte maior dele queria socar todos os dentes de Patrick McAllister
garganta abaixo por menosprezá-la e falar tão publicamente sobre ela. O mínimo que ele
poderia ter feito era evitá-la.
— Acho que a convidei para dançar. Com licença. - Disse Jin com firmeza e, sem lhe dar
chance de argumentar, pegou a mão de Julianne e puxou-a para a pista de dança.
Ela não resistiu a ele desta vez. Ela balançou em seus braços, enquanto olhava para
baixo, recusando-se a olhá-lo nos olhos. Olhando para ela, ele sentiu como se todas as feridas
em seu coração tivessem sido abertas. Ele sentiu o que foi há sete anos, quando ela o deixou
sem deixar vestígios de sua verdadeira identidade. Ele ainda estava com muita raiva dela.
Uma parte dele queria puni-la para que ela sentisse a mesma dor que ela havia causado a ele.
Talvez não fosse nada diferente do que Patrick McAllister se sentia agora, quando a viu
novamente. A dor que ela deixou quando traiu McAllister e rompeu o noivado ressurgiu,
como se tivesse acontecido ontem.
- O que há com essa mulher? Ela planeja criar uma trilha de corações partidos onde quer
que ela fosse? Será que isso lhe dá um impulso?
Finalmente, ela olhou para ele. Seus lindos olhos estavam desmascarados. Eles
eram azuis cristalinos, os mais bonitos que ele já viu. E agora, eles pareciam estar
brilhando com lágrimas que Jin sentiu seu coração inexistente quase se partindo por ela. Ele
sentiu o desejo de puxá-la para seus braços, sussurrar em seus ouvidos e assegurar-lhe
que tudo ficaria bem.
- Cuidado, Starck! Ela é uma feiticeira! E ela já partiu seu coração e seu espírito uma
vez.
— Seu ex-noivo não parece que ele já tenha seguido em frente. - Disse ele em voz baixa.
— … - Ela mordeu o lábio, mas não disse uma palavra.
- Isso é culpa?
— Você, por outro lado, parecia completamente não afetada por ele. - Ele continuou. —
Obviamente, ele sentiu emoções mais fortes por você durante o relacionamento.
— … - Mais uma vez, ela mordeu o lábio, mas ficou quieta.
- Droga! Quando vou conseguir que esta mulher me diga a verdade?
— Por que ele disse que você está procurando restaurar seu status de socialite? Ele acha que
sua família tem um status inferior ao dele?
— … - Ela deu um suspiro e desviou o olhar, mas mesmo assim não falou. Ela apenas
balançou junto com ele, parecendo aliviada por tê-la salvo do seu encontro embaraçoso com
seu ex-noivo.
- Merda! Quando vou fazer com que ela diga… Alguma coisa?
— Tudo bem, se você não quer conversar, vamos apenas dançar. - Sua voz era baixa e sóbria.
Ele não disfarçou a irritação de Patrick McAllister. Era óbvio, ela estava usando ele para se
afastar de Patrick McAllister. Talvez, deixando-o um pouco enciumado também, porque
Patrick McAllister ainda estava de pé na lateral do baile, observando-os com o assassinato
nos olhos.
- Eu também ficaria com ciúmes se a visse nos braços de outro homem! - Então ele
ouviu seus pensamentos. - Espere aí! Por que eu teria ciúmes se está feiticeira estivesse em os
braços de outro homem? Eu já a esqueci! Passei anos de luto porque ela partiu meu coração. E
esse coração já não existe mais!
Jin a puxou levemente para mais perto dele. Ela não ofereceu resistência. Ele
fechou os olhos e saboreou o cheiro dela contra seu peito. Quase podia sentir o coração dela
batendo descontroladamente.
- Ela ainda continua com a mesma sensação e cheiro… Como se tudo tivesse acontecido
ontem! - Mas ele se lembrou, que ela ainda quebrou seu coração, fez dele a besta que ele é
agora. E por isso, ela merecia ser punida. Julianne começou a se afastar dele.
— Obrigada. - Ela disse em uma voz fraca.
Ela não tinha a agressividade que demonstrou com Patrick McAllister um tempo
atrás. Ela até se recusou a olhar nos olhos dele. E Jin não sabia se se sentia bem ou mal
com isso. Enquanto ela discutia com McAllister, ela parecia calma, quase inexpressiva em
relação a ele.
- Não desperto nenhum sentimento dentro dela? Eu não mereço nem mesmo uma sugestão
de fortes emoções desta mulher? Ela era uma fraude total? Nosso passado foi uma mentira
total?
Jin tentou controlar seus sentimentos. Enquanto Julianne não era afetada por ele, ela
estava despertando emoções indesejadas dentro dele, deixando-o louco como nenhuma
mulher jamais fez nos últimos sete anos. Muitas mulheres tentaram chamar sua atenção,
fizeram todos os tipos de truques para obter sua afeição. Todas elas falharam. E, no entanto,
Julianne Sanders lentamente o empurrava para o limite de sua sanidade, sem fazer
absolutamente nada, nem mesmo proferir uma palavra!
— Está ficando tarde. Eu preciso voltar para o meu quarto agora. - Ela disse olhando
para o ombro dele, então sobre ele… Em qualquer lugar que não fosse seus olhos.
Jin olhou em volta e percebeu que mais da metade dos convidados já havia saído do
salão. Patrick McAllister, porém, ainda estava de pé na mesa perto da saída. Ele estava com
outros dois homens, mas Jin sabia que ele estava apenas ouvindo a conversa pela metade. Ele
continuou olhando na direção deles, observando cada movimento de Julianne.
— Vou acompanhá-la até o seu quarto. - Disse Jin.
— Não. - Ela balançou a cabeça. — Isso não é necessário. Eu vou…
— Vou acompanhá-la até o seu quarto. - Jin repetiu com firmeza. — Isso não é negociável.
Ela abriu a boca por um momento, como se fosse discutir. Jin esperou com uma
sobrancelha levantada. Finalmente, ele veria uma demonstração de emoção dela. Mas ela
mordeu o lábio e olhou para o chão novamente. Então ela assentiu levemente. Embora ele
estivesse feliz por ela ter concordado que ele a acompanhasse para fora do salão de baile,
ele estava frustrado porque sabia que ela só concordou porque não queria uma discussão
ou mais conversa com ele.
- Ela só queria fazer isso e acabar com isso!
Jin a pegou pelo cotovelo gentilmente e a levou para longe do salão. Ele
deliberadamente foi para o lado oposto de onde McAllister estava. Ele não gostou do jeito
que McAllister estava olhando para ela. O homem parecia querer machucá-la. Como se ele
ainda não tivesse terminado com ela. Ele não conseguia entender por quê, mas Jin de repente
sentiu que deveria protegê-la. Ele disse a si mesmo que não importa o que tenha acontecido
entre eles no passado, ela agora é parte de sua família. Ela era a carne e o sangue de Justin.
- Adrienne ficaria arrasada se algo acontecesse com ela.
Eles saíram do salão de baile e entraram nos elevadores em silêncio. Jin se
perguntou o que ela estava pensando. Ele queria ouvir seus pensamentos, decifrar suas
emoções. Engraçado porque com a maioria das mulheres com quem ele esteve, ele não
queria que elas conversassem. Ele mal podia esperar que elas se calassem. Mas com
Julianne, ele queria pegar seu cérebro, conhecer seus pensamentos. Ele queria saber tudo
o que ela estava pensando, ouvi-la pronunciar uma palavra, qualquer palavra!
Eles chegaram ao andar superior e Jin a conduziu até o último cômodo no final do
corredor. Um carregador estava esperando por eles. Ele os cumprimentou alegremente e
entregou a Jin dois cartões-chave antes de sair. Jin olhou para o lindo rosto de Julianne,
esperando que ela erguesse os olhos e o olhasse nos olhos. Ele esperou pelo que pareceu uma
eternidade para ela lentamente olhar para ele. Finalmente, seus olhos se encontraram.
- Droga! Por que ela tinha que ser tão linda? E por que ela tem que ser prima de Justin?
— Pode me dar os cartões-chave, por favor? - Ela perguntou.
— Hmm… - Ele entregou a ela, ainda observando sua expressão.
— Obrigada. - Ela disse em voz baixa, desprovida de emoções.
- Por que ela tem que ficar fria de repente? Esta mulher era calorosa e ensolarada quando
a conheci.
— Isso é tudo que você vai dizer? - Ele perguntou em uma voz que combinava com o
comportamento ártico dela.
— Não tenho mais nada a dizer. - Respondeu ela, desviando o olhar dele.
— Você tem muitas coisas a me dizer. - Disse ele. — Você me deve muitas explicações.
— Eu não devo nada a você. - Ela rebateu. Mesmo quando ela era provocada, não havia fogo
em sua voz. No máximo, ela parecia entediada e Jin não pôde deixar de se sentir ainda mais
frustrado.
— Era Patrick McAllister. Seu ex-noivo. O cara que você traiu comigo. - Ele disse, na
esperança de deixá-la brava o suficiente para que ela explodisse e mostrasse um pouco mais
de sentimentos. Mas ela ficou em silêncio novamente. — Ele parecia que ainda não te
esqueceu. Há quanto tempo vocês estavam juntos? Por que você o traiu? - Jin continuou a
provocá-la.
— É tarde, Senhor Starck. - Ela respirou fundo, mas em vez de responder, ela disse. —
Obrigada por sua gentileza em me acompanhar até meu quarto. Mas eu preciso me retirar
para dormir.
— Jin. - Disse ele.
— O que? - Ela olhou para ele. Seus lindos olhos azuis cristalinos podem ser claros, mas
eles ainda sombreiam qualquer emoção que ela possa estar sentindo.
- Ou talvez ela simplesmente não sinta nada por mim!
— Me chame de Jin. - Disse ele em voz baixa e séria. Ele estava lentamente perdendo o
controle de suas próprias emoções. — Ou talvez você deva me chamar de Jas, para que
se lembre do que costumávamos ter.
Ela não disse nada, mas sua pele cremosa e impecável instantaneamente ficou
vermelha. Jin não aguentou mais. Ele estava com raiva por ela não parecer tão afetada por
ele, enquanto de repente percebeu que ela era capaz de quebrar todo controle que ele tinha
sobre suas emoções simplesmente fazendo nada. Ele estava com raiva de si mesmo porque
pensava que aprendeu sozinho a superá-la e esquecê-la completamente. Mas aqui estava ele
de novo, sentindo como se ela o tivesse deixado ontem.
— Ou talvez eu deva apenas te lembrar… - Ele disse a ela.
E sem aviso, ele a segurou em cada lado do pescoço, gentilmente puxou-a para si e
esmagou seus lábios nos dela. O primeiro tiro de seus lábios contra seu tempo parado. Ele
ficou ali congelado, respirando o doce perfume dela, sentindo a suavidade de sua pele
aveludada. Foi um beijo, mas parecia que durou uma eternidade. E talvez ele estivesse
imaginando, mas sentiu os lábios dela se moverem contra os dele. Ela o estava beijando
de volta. Ele abandonou todo controle, todas as inibições. Ele aprofundou o beijo, como se
fosse sua única missão invadir sua alma, inflamar seus sentidos. Ele a puxou para mais
perto dele, com medo de quebrar a conexão, com medo de que essa falta de julgamento
temporária, esse lapso de sanidade não durasse muito. Suas mãos foram para o cabelo dela
e ele puxou suavemente a fita preta de seu rabo de cavalo, liberando suas ondas loiras suaves.
Ele sempre gostou do cabelo dela solto. Nenhuma outra mulher poderia acender sua paixão
assim. Ninguém poderia fazê-lo sentir medo de que isso não fosse real… Que não era para
durar.
Então, de repente, ele sentiu as mãos dela contra seu peito, e ela lhe deu um forte
empurrão para longe dela. Ele relutantemente a deixou ir. Ele olhou para seu lindo rosto.
Seus olhos eram de um tom mais escuro de azul e suas bochechas eram de um tom de
vermelho carmesim. Ela tentou recuperar o fôlego.
— Por favor pare! - Ela disse a ele.
— Parar o quê? De beijar você? Devastar seus lábios? - Ele perguntou. — Devo te lembrar
que você estava me beijando ardentemente de volta?
Ele viu os olhos dela brilharem. Ele estava tão distraído com isso, que não viu sua
mão voando. Atingiu sua bochecha esquerda com uma força que o fez virar o rosto. Jin não
se importou com a picada em sua bochecha. Em sua mente, ele finalmente viu aquele
fogo que ela estava tentando tanto esconder dele. Ele foi finalmente capaz de despertar
fortes emoções dela. E, além disso, ele ainda podia sentir o calor que os lábios dela
deixaram nos dele quando ela o beijou de volta.
- Ela não era totalmente indiferente a mim como ela queria que eu acreditasse!
— Por favor vá! - Ela disse, tentando controlar sua voz. — Seria uma pena para mim ter que
chamar a segurança do hotel para você… Aqui em sua propriedade.
- Chamar a segurança por mim? Sério? - Mas o olhar em seu rosto disse a ele que
ela estava falando sério. - A coragem dessa mulher! - Jin deu um passo para trás e se recompôs.
Ele controlou suas emoções antes de levá-la para dentro do quarto e terminar o que ele
começou.
— Tudo bem, Arabella. Como você deseja. - Ele respirou. — Eu irei embora. Mas,
primeiro, você deve entrar em seu quarto com segurança. E nunca abra para ninguém.
Não importa quem bata ou tente arrombá-la, você não o abre para ninguém. Você entendeu?
— Como você ousa me dizer… - Ela começou a protestar.
— Você entendeu? - Ele repetiu com mais firmeza. — Enquanto você estiver aqui em minha
propriedade, tenho o dever de protegê-la.
— Ninguém vai me visitar a esta hora. - Disse ela.
— Seu ex-noivo parecia ainda não ter terminado com você. - Ele murmurou baixinho. —
Não vou deixá-lo entrar neste andar. Eu estarei assistindo pelas câmeras. A menos que você
queira que ele…
— Termine essa frase, Senhor Starck. E você vai encontrar minha mão esquerda
impressa em sua bochecha direita desta vez!
— Jin. - Disse ele. — Eu disse para você me chamar de Jin. A menos que você queira que
eu termine o que comecei há apenas cinco minutos.
Ela estava furiosa, ele podia ver em seus olhos. Mas ela se recompôs rapidamente.
Então ela se virou, passou o cartão-chave e abriu a porta. Ela fechou atrás dela sem outra
palavra. Jin parou do lado de fora da porta dela, relembrando o beijo que eles acabaram de
compartilhar. Um beijo… Foi o suficiente para fazê-lo lembrar das feridas do passado. Foi o
suficiente para ele se lembrar de como se tornou um idiota egoísta e implacável. Foi o
suficiente para trazer de volta emoções que ele havia esquecido. Foi o suficiente para ele se
lembrar do coração que ele pensava que não tinha mais. Pela primeira vez em anos, ele
sentiu uma contorção no estômago e uma pontada dentro da caixa torácica. Um beijo. Não
foi suficiente. Em sua cabeça, ele fez uma promessa.
- Estou mais velho e mais sábio desta vez! Ela não será mais capaz de virar minha
cabeça com suas mentiras estúpidas e histórias falsas. Mas caramba! Um beijo nunca será
suficiente!
Capítulo 10
Julianne recolheu suas malas muito cedo pela manhã. Do lado de fora de sua janela,
vento, chuva, trovões e relâmpagos estavam se confrontando. Estava escuro como breu lá
fora, como se fosse apenas meia-noite. O sinal de seu telefone diminuiu lentamente devido à
tempestade. Se ela tivesse acordado mais cedo, ela poderia ter chegado em casa. Mas já era
tarde e a tempestade havia atingido a cidade. Se ela mandar buscar o carro, o motorista pode
ficar preso em algum lugar. Ela havia planejado sair mais cedo, antes que o sol nascesse.
Mas, como resultado, ela adormeceu e só acordou depois do meio-dia.
- Isso é tudo culpa de Jin Starck! Ele teve coragem de me beijar! Sabendo agora que eu
era quem eu era… Irmã gêmea de Gian Sanders, prima de Justin Adams… Prima-cunhada de
Adrienne. Ele ousou devastar meus lábios… - Julianne suspirou de frustração. - Como ouso
beijá-lo de volta? Merda! - Enquanto Jas Mathieu era tudo o que ela sonhava em um
homem, Jin Starck era uma pessoa completamente diferente. - E quem sabia o que estava
acontecendo em sua mente? - Pelo que ela ouviu sobre ele, ele era conhecido por ser
descuidado quando se tratava de mulheres. Ele estava atrás apenas de uma coisa. Prazer. Ele
era conhecido por possuir, por conquistar. Nunca por amar e proteger. Ele só conhecia as
vantagens de tempo de jogo ou negócios. Não compromissos ou relacionamentos. Ela sentiu
um aperto no estômago quando percebeu uma coisa.
- Meu Jas Mathieu nunca existiu na vida real. Ele só existia na imaginação criativa de
Jin Starck. E agora, em minhas memórias vívidas.
Julianne discou novamente o número do motorista. Desta vez ela conseguiu retorno.
‣ Olá, senhora. - Disse ele na outra linha. — Há uma tempestade de granizo agora. As
reportagens dizem que temos visibilidade quase zero nas ruas. E o pior ainda está para
chegar à noite. Vamos ficar presos na estrada se voltarmos.
‣ Oh meu Deus. Então, eu preciso ficar aqui até amanhã?
‣ Espero que esta tempestade só dure um dia - Ele disse e sua voz não soou tão
otimista, para a frustração de Ian.
‣ Tudo bem. Me mantenha informada. - Ela disse sombriamente.
‣ Farei isso, Senhorita Sanders. Fique segura. Informarei o senhor Adams sobre a
situação.
‣ Vou ligar para ele também. - Mas, em vez de ligar para Justin, Julianne decidiu ligar para
Adrienne.
‣ O tempo está terrível! - Adrienne reclamou. — Eles cancelaram todas as aulas. Jeffrey
foi mandado para casa assim que chegou à escola.
‣ Adrienne, odeio perguntar isso de novo. Já lhe pedi este favor centenas de vezes.
‣ Você não precisava me perguntar, Ian. - Adrienne disse suavemente. — Jared é
como um filho para mim também. Eu vou cuidar dele. Não se preocupe.
‣ Obrigada. Vou compensar você algum dia.
‣ Você está brincando comigo? Ter Jared para mim o dia todo? Você está realmente
fazendo mim e meus filhos um favor.
‣ Você é uma ótima mãe, Yen. - Julianne suspirou.
Embora ela fosse tão grata por Adrienne, ela também não podia deixar de sentir inveja
por poder ficar em casa o dia todo e cuidar dos filhos antes de fazer qualquer outra coisa.
Julianne teve que trabalhar duplamente duro para o futuro de Jared. Adrienne, por outro lado,
poderia dar a seus filhos tanto tempo e atenção quanto humanamente possível. Justin já
garantiu o futuro de seus filhos. Julianne queria fazer o mesmo por Jared. Mas ela teve que
admitir que ela tinha um caminho muito, muito longo para percorrer. Ela até perdeu todos os
seus fundos fiduciários, que ela poderia ter passado para Jared no futuro. Mas seu pai não era
um homem de perdoar.
‣ Você também é uma mãe maravilhosa, Ian. Não se sinta mal consigo mesmo.
Porque além de ser a melhor mãe para Jared, você está fazendo um ótimo trabalho
sendo um pai para ele também. - Adrienne disse encorajadoramente. - Tenho certeza
de que Jared está muito orgulhoso de você. E algum dia, quando tiver idade
suficiente para entender tudo isso… Ele saberá que mulher forte e maravilhosa sua
mãe era. E ele ficará ainda mais orgulhoso.
‣ Obrigada, Yen. - Ela disse em voz baixa e fraca. Uma lágrima correu pela bochecha de
Julianne, mas ela se recusou a deixar um gemido escapar de seus lábios, para que
Adrienne não percebesse que estava chorando.
‣ Vou contar a Justin o que aconteceu aí. E vou pedir a ele para garantir que ele trará
você de volta para casa assim que for seguro viajar.
‣ Tenho certeza que ele vai fazer isso sem você dizer a ele. Mas obrigada mesmo
assim.
‣ Vou dizer a Jin para garantir que sua equipe a trate bem, para que se sinta confortável
aí.
‣ Não! - Julianne quase chorou. Tarde demais, ela percebeu que parecia tão culpada e
defensiva. Ela rezou para que Adrienne não suspeitasse de nada.
‣ O que? Você não quer que eu diga ao meu irmão para lhe oferecer uma excelente
experiência de cliente durante a sua estadia em nosso hotel? Fazemos o mesmo para
todos os nossos clientes. Porque não com você?
‣ Não, boba. - Ela tentou disfarçar seu nervosismo com uma risada. — Não preciso de
tratamento especial. Estou bem. Vou ficar no meu quarto de hotel e trabalhar. Eu não
quero sair.
‣ Por quê? Esse hotel é luxuoso. Existem apenas alguns quartos sendo alugados para
proporcionar uma experiência acolhedora e familiar. É uma pena se você ficar apenas
no seu quarto de hotel. - Disse Adrienne. — Você deveria sair.
‣ Bem… Eu não quero encontrar algumas pessoas. - Murmurou Julianne.
- Merda! Por que disse isso? Ainda posso voltar atrás?
‣ Quem? - Adrienne perguntou.
- Muito tarde! Droga!
‣ Hmm… Pat-Patrick McAllister. - Ela respondeu.
- Boa! Pensamento rápido!
‣ Merda, ele está aí?
‣ Sim. Nós nos encontramos ontem à noite. Ele não parecia muito feliz em me ver.
‣ O que você esperava? Ele realmente estava ansioso pelo casamento.
‣ Eu quero saber porque. Foi arranjado. Não havia nada entre nós!
‣ Oh, minha querida Ian. Você não passou muito tempo olhando para os espelhos, não
é?
‣ Não. Todos os espelhos da nossa casa tinham o nome de Gian. Ele é um tipo de
narcisista.
‣ Bem, isso é verdade. - Adrienne riu. — Mas, falando sério, Ian, todos nós sabemos que
Patrick McAllister gosta de você. Ele não era totalmente contra o casamento arranjado.
E o boato era que ele não aceitou bem o seu noivado rompido. Justin e seu irmão não
eram os únicos que queriam saber a identidade do pai de Jared. Todos eles queriam um
pedaço daquele cara. Eu acho que você estava certa em manter a identidade dele em
segredo de todos.
‣ Hmm… - O coração de Julianne saltou novamente com a menção do pai de Jared. Ela se
perguntou como todos irão reagir quando descobrirem a verdade. — Acho que sim. - Disse
ela. — Eu não acho que ele estaria interessado em saber sobre Jared de qualquer
maneira.
- É verdade! Ele não perguntou sobre Jared, o que significava que ele não tinha ideia
sobre sua paternidade. Bem, eu não posso culpá-lo. Eu só o conhecia há duas semanas. Eu nem
dei meu verdadeiro nome a ele. Ele nem percebeu que eu era virgem quando me tocou. Ele pensou
que eu dei uma escapada sexual em minhas viagens pela Europa. E ele me tocou apenas uma
vez! Quais eram as chances dele ser o pai de Jared, certo? - E de alguma forma, embora ela
quisesse que fosse assim de qualquer maneira, Julianne ainda não conseguia deixar de se
sentir triste por seu filho. - A verdade merece ser revelada. Jared merece isso. Algum dia…
Quando eu estiver pronta… Quando Jared estiver pronto…
‣ Bem, se ele não estava interessado em Jared, então ele não o merecia. E Jared
merece coisa melhor. - Disse Adrienne.
‣ Jared merece o melhor. - Murmurou Julianne. — É por isso que estou trabalhando
muito. Vou dar a ele um futuro brilhante. Não preciso da ajuda do pai.
‣ Eu admiro sua força, Ian. E ainda espero que um dia, você encontre um homem digno
de seu coração… Um homem digno de ser o pai de Jared.
‣ Obrigada, Yen. - Disse Julianne. — Não se preocupe comigo. Não preciso de um homem
para fazer a mim ou a Jared felizes. Estaremos bem.
‣ Eu tenho certeza sobre isso.
‣ De qualquer maneira, cuide do Jared enquanto eu não estiver aí, ok? Certifique-se de
que ele não coma nada com nozes e que tenha sempre a EpiPen à mão. - Disse Julianne.
— Estarei em casa assim que puder.
Depois de desligar, Julianne ouviu uma batida na porta. Ela engoliu em seco. Quem
poderia ser? Ela não esperava nenhum visitante. Poderia ser a equipe do hotel?
- Merda! Espero que não seja Jin Starck!
Não havia nenhum orifício na porta, então ela não sabia quem era. Ela ouviu outra
batida, desta vez mais alta.
— Quem é? - Ela perguntou.
Não houve resposta e ela se perguntou se a pessoa do outro lado da porta a ouviu. -
Este quarto é à prova de som? - Ela respirou fundo e decidiu abrir a porta lentamente. Assim
que a porta foi discretamente aberta, ela deu uma olhada, mas a pessoa do outro lado a
empurrou, abrindo-a completamente e fazendo-a recuar. Ela olhou para o intruso e percebeu
que era Patrick McAllister.
— Que porra você está fazendo aqui? - Ela perguntou a ele com raiva.
— Você foi difícil de encontrar, ‘Julie Anne’. Pedi ao meu pessoal que verificasse todos os
quartos deste hotel. Este foi o último que verificamos e eu sabia que você estaria aqui. - Disse
ele. — Eu esperava que pudéssemos almoçar juntos.
— Quem disse que eu almoçaria com você?
— Você sempre foi rude comigo, mesmo antes. Tenho sido bastante tolerante. - Disse
Patrick, mas era óbvio que ele não seria tolerante com ela tão cedo.
— Por favor, Senhor McAllister. - Disse ela com firmeza. — Este é o meu quarto de hotel.
Você não deveria estar aqui.
— Uau. - Patrick olhou ao redor de seu enorme quarto luxuoso e sorriu. — Seu quarto é
muito maior que o meu. E eu disse ao pessoal do hotel que pagaria o melhor. - Comentou
Patrick. — Você está dormindo com Jin Starck? Talvez seja por isso que você tem a única
suíte na propriedade.
— Estou avisando, Senhor McAllister! Saia!
— Me avisando e depois? - Ele ergueu uma sobrancelha para ela. — Não é como se fosse
a primeira vez que você convida um homem para o seu quarto de hotel, certo? Foi assim
que você pegou aquele seu bastardo!
O sangue de Julianne ferveu imediatamente. Ela pode aceitar qualquer insulto
para si mesma. Mas ela não iria tolerar nada sobre seu filho!
— Seu filho da puta! - Julianne deu um passo à frente e deu um tapa forte nele.
Patrick cambaleou para trás com a força de seu tapa. Quando ele a olhou com fúria,
Julianne percebeu que tinha sido um erro esbofeteá-lo. Patrick caminhou em sua direção e
sem dar a ela a chance de correr, ele a atingiu no rosto e ela caiu no chão. Julianne sentiu o
gosto de sangue nos lábios. Ela sentiu como se o mundo estivesse girando. Mas Patrick ainda
não tinha terminado com ela. Ele a puxou pelo braço e segurou seu rosto com uma das mãos.
Ele estava quase apertando seu queixo, mas Julianne se recusou a choramingar e dar a ele a
satisfação de vê-la sofrendo.
— Você não sabe o constrangimento que causou a mim e à minha família! - Ele rosnou. —
Eu estava realmente ansioso para me casar com você! Eu mudaria meus caminhos por você.
Pensei que fosse você. A mulher que poderia me impedir de ser mulherengo! Eu pensei que
você fosse o verdadeiro negócio. Mas você realmente me enganou! Você é como o resto
delas! Você não é diferente da minha mãe! Você gosta da atenção dos homens! Você finge
ser recatada… Virtuosa! Mas bem no fundo… Você é exatamente como o resto das putas
sujas lá fora… Famintas por sexo e atenção!
Ele a empurrou para a cama com uma força que a fez perder o equilíbrio. Ela estava
machucada e sangrando. Patrick McAllister era realmente o monstro que ela pensava que
ele era quando ainda estavam noivos. Ela pensou em Jared. Ela não pode perder essa
luta.
- Deus! Por favor! Jared não pode me perder!
Ela lutou para ficar de pé e correu para a porta. Ela gritou por socorro, mas percebeu
que a sala provavelmente era à prova de som. Ninguém podia ouvi-la. Patrick foi rápido em
envolver o braço em volta da cintura dela e carregá-la de volta para a cama. Ela chutou e deu
um soco nele. Ela conseguiu acertá-lo algumas vezes com algumas técnicas de autodefesa
que conhecia. Mas ele era muito forte para ela e obviamente treinava artes marciais. Ela
também teve algum treinamento, mas ele era muito mais forte do que ela.
— Você é boa! - Ele disse enquanto torcia o braço dela para trás, prendendo-a. — Eu teria
gostado do nosso tempo juntos. Sempre quis uma mulher que pudesse lutar. - Obviamente,
Patrick não era um estranho à violência doméstica.
— O que você quer de mim, Patrick? Uma desculpa? - Ela perguntou. Ela estava ficando
desesperada agora. Ela não pode vencer lutando contra ele, punho a punho. Ele era muito
forte. Mas ela precisava sair disso viva. Por Jared.
— Quero ver você sofrer como eu sofri! Eu quero provar o que deveria ter sido meu! Eu
quero o que aquele cara, que te deu seu filho bastardo, tirou de mim! Eu quero…
Ele não terminou a frase. Ele foi puxado para trás e de repente, o aperto em seu braço
torcido afrouxou, dando a ela chance suficiente de escapar. Ela ouviu uma voz alta e
estrondosa atrás dela.
— Seu filho da puta!
Quando ela olhou para trás, viu Jin Starck segurando Patrick McAllister pelo pescoço.
Então ele o socou com força total no rosto.
Um. Dois. Três.
— Jin! - Julianne gritou. — Pare!
Patrick estava no chão, recuperando o fôlego. Ele podia saber legítima defesa, mas
Jin Starck era obviamente o melhor lutador. Jin olhou para ela, seus olhos brilhando de raiva.
— Eu disse para você não abrir a porta para ninguém! - Ele disse a ela com raiva.
— Eu sei! Eu sinto muito! - Ela soluçou.
Jin partiu para Patrick novamente, que estava cambaleando para ficar de pé.
— Jin, pare! - Julianne correu em direção a Jin para empurrá-lo de volta, para longe de
Patrick.
— Você está protegendo ele? - Jin perguntou com raiva. — Você está vendo o seu rosto
agora, Julianne?
— Não. - Julianne balançou a cabeça. — Você é capaz de machucá-lo seriamente. Mas ele
ainda é Patrick McAllister. Ele poderia processá-lo, caçá-lo, mandar te matar. Isto não vai
parar aqui! Você vai começar uma briga de família, até mesmo uma guerra! - Sua voz estava
baixa. Ela colocou suas mãos contra o peito de Jin para empurrá-lo de volta. — Por favor!
Pense em sua família, sua reputação. Pare enquanto você ainda pode. Eu sei que você está
apenas me defendendo. - Julianne balançou a cabeça. — Mas eu não valho a pena!
Jin olhou para ela com os olhos estreitos. Ele parecia incapaz de acreditar no que
estava ouvindo dela agora.
— Ela está certa! - Patrick riu atrás deles. — Ouça ela. Ela enlouquece os homens como
uma ninfa criada para nos tentar e enlouquecer. Então, mais tarde, você percebe que ela
não valia a pena lutar. Ela não valia o respeito, a honra… A alta consideração. Ela se
vendeu por um preço barato e ganhou um filho bastardo em troca!
Desta vez Julianne não foi capaz de impedir Jin. Ele a colocou de lado antes que
ela pudesse piscar e antes que ela percebesse, Patrick estava esparramado no chão
novamente.
— Jin! - Julianne correu. Ela se colocou entre Jin e Patrick novamente.
— Saia da frente, Arabella! - Jin trovejou. — Esse filho da puta merece! Ele não tem o direito
de falar assim de você! E ele não pode chamar Jared de bastardo e se safar! Saia do
caminho!
Julianne viu raiva no rosto de Jin. Pela primeira vez, ela acreditou no que os outros
diziam sobre Jin. Que ele era o próprio diabo. Seu rosto estava vermelho de raiva e seus olhos
escurecidos com o desejo de machucar Patrick McAllister. E tudo por causa dela. As
lágrimas correram pelo rosto de Julianne. Ela não sabia o que fazer. Ela sabia que, se
isso piorasse mais do que já estava, Patrick McAllister e sua família retaliariam. E tudo
o que ela amava poderia estar em perigo.
- Jin estaria em perigo.
Por causa dela. E ela não pode permitir isso. Ela não sabia mais o que fazer senão
implorar a Jin para parar. Ela deu um passo à frente e colocou os braços em volta da
cintura dele. Ela o abraçou e, ao mesmo tempo, empurrou-o para trás e para longe de
Patrick.
— Jas… Por favor, pare! - Ela implorou desesperadamente, chamando-o pelo nome que ela
conhecia melhor. Ela tinha que parar esse derramamento de sangue. Ela enterrou o rosto em
seu peito e chorou. — Ele pode dizer o que diabos ele quiser. Mas ele não tem o direito de
tirar você de nós. Não podemos perder você. Adrienne não pode perder você. Jared não
pode… Eu não posso… Por favor… - Ela devia estar balbuciando tolices. Ela não sabia se
Jin realmente a entendia. Mas ela esperava que ele se acalmasse o suficiente para pensar no
que está em jogo. — Por favor… Pense em quem pode perder você e o que isso fará com
eles… Por favor… Eu não valho a pena! Não faça isso por mim. Eu não estou… - De
repente, ela sentiu os braços dele em volta dela, prendendo-a em um abraço apertado.
— Ssshhh… - Ele sussurrou em seu ouvido. Ela o sentiu acariciar sua cabeça
suavemente. Nesse momento a porta se abriu e Julianne ouviu pessoas entrando na sala.
— Leve-o à polícia por entrada não autorizada e agressão a um hóspede do hotel. Eu darei
uma declaração a eles mais tarde. - Sem soltá-la, Jin disse em uma voz mais controlada.
— Sério, Starck? - Patrick perguntou com raiva. — Você realmente acha que pode me
prender?
— Oh! - Julianne se afastou de Jin e se virou para Patrick. — Posso ir à polícia e à mídia com
hematomas no rosto se isso não convencer você! - Ela não se importa com o que acontece
com ela. Mas ela não arrastará Jin Starck para isso. Ele não merece isso.
— Eu teria feito mais se o seu novo namorado não interferisse, você sabe!
— Ele não é meu… - Ela começou a dizer que Jin não era seu namorado.
— E eu teria matado você com minhas próprias mãos! - Jin disse com raiva, interrompendo-
a.
— Você mataria por ela? Mesmo? Quer dizer… Você sabe o que ela vale? Ela é inútil
agora! Ela só serve para uma trepada, mas depois disso, ela não é mais a esposa troféu
que era antes!
— Se você não calar a boca, McAllister, eu juro, vou matá-lo apenas por ser irritantemente
tagarela!
Por um tempo, Patrick ficou quieto. Todos sabiam que Jin Starck poderia cumprir
essa promessa. Os oficiais de segurança começaram a segurar Patrick.
— Não se atreva a me tocar! - Ele disse com raiva. — Eu irei com você, mas não me
toque!
— … - Com um aceno de Jin, eles não pegaram Patrick à força, mas ainda assim o
conduziram para fora da sala.
— Ah! - Quando ele estava na porta, Patrick disse a Jin. — Divirta-se com ela, Starck! Me
avise quando eu puder tentar!
— Seu filho da puta… - Jin começou a ir atrás de Patrick novamente, mas Julianne o puxou
de volta.
— Deixe ele ir! - Ela disse a ele com firmeza. — Por favor, tire ele rapidamente! - Ela
implorou aos oficiais de segurança. Os dois caras empurraram Patrick para fora da sala,
apesar de seus protestos, e então fecharam a porta atrás deles.
Jin olhou para Julianne. Suas sobrancelhas se uniram enquanto ele estudava seu rosto.
— Eu disse para você não abrir a porta para ninguém. - Havia um traço de raiva em sua voz.
— Já me desculpei por isso. - Disse ela.
— Hmm… - Ele olhou para o rosto dela por um tempo e então a puxou para a cama. —
Sente-se. - Ele ordenou.
— Por quê?
— Você nunca faz o que mandam?
— Sou uma cabeça dura. - Ela murmurou sob a respiração.
— Sente-se. - Ele balançou a cabeça e empurrou-a suavemente na cama. — E fique aí.
Espere por mim.
Julianne não protestou. Ela observou Jin ir ao frigobar e depois voltar com uma bolsa
de gelo. Ele se sentou ao lado dela e ergueu seu queixo. Ele gentilmente aplicou o gelo no
lado de seu lábio onde estava machucado. Por um longo momento, eles não disseram nada
um ao outro. Mas ela podia sentir a tensão ao redor deles. Parecia que o ar que respiravam
tinha uma carga emocional. E eram emoções ruins também. Raiva. Tristeza. Dor.
Finalmente, ela se atreveu a olhar para ele. Ele estava olhando para o rosto dela enquanto
aplicava gelo em seu lábio. Parecia que ele estava estudando suas feições por um tempo.
— Eu… Sinto muito, você teve que ser arrastado para isso. - Disse ela em voz baixa.
— Eu disse que iria mantê-la segura aqui. Eu falhei. - Disse ele.
— Não é o seu trabalho. - Ela podia ouvir honestamente a frustração em sua voz.
— É. - Ele insistiu. — Você está na minha propriedade.
— Como você sabia que ele estava aqui em primeiro lugar?
— Tenho observado as câmeras no meu escritório. Saí para fazer um café. Revi as filmagens
em seu andar pelos minutos que perdi quando voltei e o vi entrar.
— Como você sabia que eu não o deixei entrar? Que ele esteve aqui sem ser convidado? -
Ela perguntou uniformemente.
— … - Ele respirou fundo, mas não disse nada.
— Pelo que você sabe, eu pedi a ele que viesse aqui. E você poderia ter nos interrompido
tendo…
Ela não terminou a frase. A próxima coisa que ela soube foi que ele havia substituído
a bolsa de gelo pelos lábios. Ele a estava beijando completamente. Ela fechou os olhos e
saboreou aquele beijo. Ela perdeu o fôlego e pensou que seu coração tinha parado de bater
por completo.
- Ele teve esse efeito em mim antes. Não acredito que ele ainda tem esse efeito em mim
agora. Como se fosse ontem…
Seus lábios eram quentes e macios contra os dela. A eletricidade fluiu de sua pele
para a dela, carregando-a… Emocionalmente… Sexualmente. Ela não pôde deixar de beijá-
lo de volta. Ela sentiu um pequeno sorriso em seus lábios assim que o beijou de volta. Ela
sentiu as mãos dele em seu pescoço enquanto ele a puxava com firmeza, mas com
firmeza.
— Jin… - Ela sussurrou contra os lábios dele. Ele soltou seus lábios e fez uma trilha de
beijos do queixo em direção ao queixo e depois ao pescoço. — Jin… - Ela gemeu. Ela mal
conseguia reconhecer sua própria voz. - Oh meu Deus! Não posso cair nessa de novo… -
Com a pouca força que ela conseguiu reunir, ela conseguiu afastá-lo dela. — Jin… - Ela
respirou. A expressão de Jin estava muito mais suave e o olhar em seu rosto muito mais
gentil do que antes.
— Você não me beijaria assim e depois convidaria outro homem para vir para sua cama. -
Havia uma expressão presunçosa em seu rosto que trouxe Julianne de volta aos seus sentidos.
Ela se levantou da cama, colocando distância entre eles.
— Você está cheio de si, Senhor Starck. Você não o ouviu dizer? Eu sou uma ninfa que
atrai homens e os deixa loucos?
— Sim. - Ele franziu a testa. — Isso é verdade. Você deixa os homens loucos. Sei disso por
experiência em primeira mão. - Disse ele. Ele deu a ela um olhar profundo e significativo
que pretendia desequilibrar suas emoções mais uma vez. — Mas não é sua culpa que você
seja linda demais. - Julianne desviou o olhar. Ela sabia que estava corando. — Você
realmente partiu o coração de McAllister, não foi? Parecia que ele faria qualquer coisa para
punir você. - Ele comentou.
— No momento, estou feliz por termos rompido nosso noivado. - Disse Julianne. — Ele é
violento. Tenho certeza de que ele não hesitaria em bater em sua esposa.
— Eu posso dizer que sim. - Jin concordou. — Eu não acho que ele terminou com você
ainda. Você não deveria ter me impedido de bater nele!
— E o que? Eles não vão esquecer isso. Eles vão te caçar como um cachorro e ele vai
garantir que você pague caro pelo que fez a ele. Eu o conheço bem!
— Então por que você estava noiva dele se sabia que monstro ele era? - Jin perguntou. Sua
voz era uniforme, mas seus olhos exigiam respostas.
— Você não entenderia. - Ela disse suavemente e fechou os olhos por um momento para se
acalmar.
— Verdade? Experimente. - Disse ele. — O que foi? Eu sei que ele é um homem bonito. Mas
tenho certeza que você está acostumada a receber atenção de caras mais atraentes. Mas por
que ele? Por que você escolheu se casar com ele? Mesmo depois de me conhecer, você ainda
escolheu voltar para ele. O que há nele que você não pode simplesmente deixá-lo? Mesmo
depois da noite mágica que compartilhamos juntos, você ainda o escolheu. Por que você não
ficou comigo? É porque você pensou que eu era um cara pobre que não tinha nada para
mostrar? Que eu não poderia enfrentar Patrick McAllister? Que eu não conseguia
acompanhar sua família ou seu status na vida? Que eu não seria capaz de te dar uma vida
confortável?
A raiva brilhou nos olhos de Julianne.
- Como ele poderia me acusar dessas coisas? Ele não sabia o que eu passei! Ele não tinha
o direito de me acusar de escolher Patrick em vez dele porque ele não tinha dinheiro! - Sem
pensar, ela o acertou no rosto. Então ela bateu nele novamente. E de novo! E de novo!
— Sim! - Ela gritou com ele. — Saí porque pensei que você não tinha dinheiro… Que não
tinha chance contra Patrick McAllister… Ou meu pai! Eu simplesmente não poderia escolher
ficar com você! - Lágrimas correram pelo seu rosto, mas ela se recusou a recuar. Jin
segurou as duas mãos dela, impedindo-a de bater mais nele. Ela fechou os olhos e chorou
silenciosamente.
- Porque eu sei que se eu ficasse com você… Eles viriam atrás de mim. E eles fariam você
pagar por me levar embora. Saí porque estava com medo do que eles fariam com você! - Mas
ela não disse essas palavras em voz alta. Ela pensou que mesmo se o fizesse, não faria
diferença para ele. Nada que ela dissesse a ele agora poderia mudar o passado… Ou
afetar o futuro.
— Você estava errada. - Disse ele em voz baixa e sóbria. — Você deveria ter ficado comigo.
- Ele soltou suas mãos e se afastou dela e se dirigiu para a porta. As lágrimas continuaram
escorrendo pelo seu rosto. Ela olhou para o chão porque não suportava olhar para ele. Ela
sabia que ele estava furioso por causa do que ela disse. — Houve um tempo em que eu
pensava muito em você. - Disse ele. — Mas agora eu sei, eu estava errado sobre você.
— … - Ela mordeu o lábio.
— Por causa de suas decisões egoístas, sua ambição e sua teimosia, você… Tornou
várias vidas miseráveis.
Mais lágrimas correram por seu rosto. Ela queria gritar com ele, dizer que ele não
tinha o direito de dizer isso a ela, mas ela sabia que ele estava certo. Por causa de suas
decisões erradas, ela fez vidas miseráveis, incluindo a de seu filho. Jared poderia ser muito
melhor na vida. Mas por causa do que ela fez, seu pai nem mesmo o reconhece, e seu futuro
é questionável.
— Há consequências para suas ações, Arabella. Eu espero que você saiba disso. - Embora
sua voz estivesse um pouco mais gentil agora, suas palavras ainda carregavam uma grave
ameaça com elas.
— Eu sei. E estou pagando por isso todos os dias. - Ela conseguiu dizer.
— Hmm… - Ele ergueu uma sobrancelha para ela. — Você é uma tola se pensa que é a
única que sofre por isso. E você é ainda mais tola se acha que eu não vou fazer nada.
Seus olhos se arregalaram. Ela não sabia o que ele queria dizer com o que disse,
mas ele parecia muito sério. Além disso, ele é Jin Starck. Não parecia que ele tinha senso
de humor.
— O que diabos você quer dizer com isso? - Ela perguntou com raiva. — Eu te dei um nome
falso. Bem! Eu sinto muito! Posso te lembrar, seu nome falso também! Estamos quites!
— Haa! - Ele balançou a cabeça ligeiramente. — Estamos longe de estar quites, Arabella. E
pretendo consertar isso.
— O que? Você vai me punir? Por que você não pode simplesmente deixar pra lá? E me
deixar sozinha!
— Hmm… - Ele a encarou por um momento e então se virou para a porta. — Descanse. O
serviço de quarto enviará seu almoço em trinta minutos. - Ele disse em uma voz calma e
firme.
— O que? Não estou nem com fome! - Ela protestou.
— E ainda assim você precisa de sustento, não é? Você nem tomou café da manhã.
— Porque você se importa? - Ela murmurou.
— Quem disse que eu me importo? - Ele perguntou em um tom irritado. Ele tinha uma
expressão irritada no rosto e então se virou para abrir a porta. — Eu não acho que preciso
dizer a você de novo, para não abrir sua porta para ninguém. A recepção ligará para você
primeiro quando o serviço de quarto estiver à sua porta entregando sua comida.
Então ele saiu da sala, fechando a porta atrás de si, deixando-a se perguntando o que
diabos ele estava planejando fazer com ela no futuro.
Capítulo 11
Fiel à sua palavra, a recepção do hotel ligou para Julianne para lhe dizer que estava
livre para abrir a porta. O serviço de quarto estava do lado de fora com um carrinho contendo
sua comida.
— O Senhor Starck gostaria que você soubesse que o Senhor McAllister já havia deixado a
propriedade. - Informou a equipe do serviço de quarto.
Ela respirou aliviada. Era bom saber que ela não precisava ser uma prisioneira
neste quarto pelo resto de sua estadia. Só quando viu a comida generosa no carrinho é que
percebeu que estava faminta.
— Isso não é muito? Quem solicitou tanto? - Ela perguntou quando viu que eles tinham dado
a ela um pedaço de quase tudo no menu. Havia peixe, frango, carne, vegetais e muita
sobremesa. Havia pelo menos três opções de bebida, além de vinho.
— O Senhor Starck queria garantir que você recebesse as melhores opções da casa.
— Ok, obrigada.
Ela assistia ao noticiário enquanto comia. A notícia dizia que a tempestade havia
piorado. As previsões para o dia seguinte também não pareciam muito boas. Julianne estava
se sentindo frustrada porque não queria nada além de voltar para casa. Ela sentia muita
falta de Jared. E ela mal conseguia ficar na mesma vizinhança que Jin Starck. Ela estava
grata que Jin a salvou da agressão de Patrick. Mas ela também odiava o fato de que ele parecia
tão vingativo, como se ele fosse puni-la pelo que ela fez com ele.
- Como se eu fosse acreditar que ele realmente ficou arrasado com o que fiz com ele.
Ele era o herdeiro da Starck Corp. Ele dirigia um império. Ele faria o que fosse
necessário para ser o número um em seu jogo. Ele estava até disposto a se casar por
causa disso. Como ela podia acreditar que ele estava disposto a desistir de tudo apenas para
fazê-la ficar e construir uma vida com ele?
- Ele é o maldito Jin Starck! E eu não sou Vanessa Bernard! - Julianne era uma herdeira,
naquela época. Mas os negócios de sua família não tinham nada a ver com hotéis. Ela não
lhe ofereceria nenhuma vantagem. E agora… Ela não era mais uma. Ela não tinha uma
quantia significativa de dinheiro ou qualquer propriedade valiosa em seu nome. Talvez
Patrick estivesse certo. Talvez ela não valesse nada, afinal, pelo menos para homens ricos e
ambiciosos que procuram uma esposa para obter vantagens nos negócios. - Eu não me
importo! Eu não preciso de um homem em minha vida. Jared é mais do que suficiente. E Jin
Starck e Patrick McAllister podem ir para o inferno e me deixar em paz!
Julianne tirou um cochilo após a refeição e quando acordou era quase meia-noite.
Tinha parado de chover, mas ela suspeitava que o pior ainda não havia passado. Ela estava
morrendo de fome, mas não queria ligar para o serviço de quarto. Ela decidiu descer ao
restaurante para comer. Jin Starck não ousaria seduzi-la ou assediá-la na frente de seus
empregados. Ela devia estar a salvo dele.
Ela vestiu uma calça branca, um suéter de lã branca e um casaco. Ela amarrou o cabelo
em um rabo de cavalo e depois saiu de sua suíte. Ela esperava que o restaurante ainda
estivesse aberto para servir alguma comida. Adrienne estava certa. O hotel era muito
elegante. O rico interior cor de creme com acabamentos dourados gritou o luxo dez vezes.
Não era pequeno, mas também não era muito grande. É por isso que também parecia
aconchegante. Julianne sempre foi fascinada por móveis e decoração de interiores.
Antigamente, ela sempre pensou que faria seus próprios móveis e peças de decoração. Ela
era até obcecada por frascos de perfume feitos à mão, ornamentos e vasos. Mas, infelizmente,
ela não podia mais pagar aquela profissão. Para fabricar seus próprios móveis ou decoração
não seria muito lucrativo em pequena escala e exigiria muito capital. E capital, ela não tinha.
Ela preferia passar o tempo trabalhando em seu emprego atual, o que lhe dava dinheiro
suficiente para economizar para o futuro de Jared.
Depois de comer uma tigela de frutas e uma xícara de chá, ela decidiu explorar a
propriedade do hotel um pouco mais. Havia alguns convidados circulando. Alguns vinham
do pequeno bar. Alguns do café. Alguns conversavam no saguão, ouvindo o pianista. Todos
eles, tentando passar o tempo até que a tempestade passasse. Julianne aventurou-se nas outras
partes do hotel. Os corredores eram adornados com pinturas abstratas. Ela estava hipnotizada
só de olhar para o redemoinho de cores. Os golpes eram notáveis. Ela se sentiu atraída por
eles enquanto olhava para cada uma das peças penduradas na parede. As pinturas pareciam
familiares e ela não tinha dúvidas de quem as pintou.
- Jin Starck é um artista muito talentoso. - E no fundo, ela se perguntou se seu filho
seria tão bom quanto o pai.
Em frente à porta da varanda, ela encontrou uma pintura de um jardim, iluminado
pelo luar. Tinha flores brilhantes e uma estufa espetacular em forma de cúpula no centro.
Parecia tão real. Isso a deixou sem fôlego. Ela se aproximou da pintura e viu as iniciais no
lado direito inferior da pintura.
— Jas. - Disse.
Ela fechou os olhos por um momento e tentou se lembrar dele no seu passado.
- Jas Mathieu.
- Tu es ravissante… J'adore… Je chérirai ce moment pour toujours… Restez avec moi…
- Se ao menos eu pudesse voltar tudo atrás! Se ao menos eu pudesse tê-lo de novo… Jas…
Meu Jas… O único cara que me fazia sentir viva! - Lágrimas rolaram por suas bochechas.
Mas ela sabia… Não havia absolutamente nenhuma chance dela voltar àquela
época… Para aquele homem. Ele era uma pessoa completamente diferente agora. Ele não
era mais o homem doce e encantador por quem ela se apaixonou. Ele não era o cara com
sonhos simples e acreditava nas alegrias simples da vida. Ele era o bilionário que não
acreditava em se apaixonar… Cujos sonhos e felicidade estavam ligados a resultados de
negócios e estatísticas de classificação de hotéis!
Sentindo-se emocionada, ela se afastou da pintura. Ela se virou e encontrou a porta
que dava para a varanda externa. Cega pelas lágrimas, ela abriu a porta e saiu. Embora a
chuva tivesse parado e a lua cheia surgisse, raios de luz ainda apareciam no céu. Ela não
podia acreditar que tinha sido atacada por Patrick McAllister hoje. Ela esteve perto de ser
violada ou espancada. Se Jin Starck não estivesse lá para salvá-la… Este dia seria muito
diferente. E ela sabia que nenhuma tempestade poderia impedir Justin ou Gian de vir aqui
e tirar a vida de Patrick. Ela se lembrou do que Jin disse a ela.
- Você estava errada. Você deveria ter ficado comigo.
Ela o fez acreditar que ela não o escolheu porque ele não tinha dinheiro. De certa
forma, isso era verdade. Mas não pelos motivos que ele pensava. Ela o deixou porque o estava
protegendo. Ela não queria que ele fosse pego pela ira de sua família. Estar engajado contra
a vontade dela era a batalha dela, não dele. E naquela época, quando ela pensava que ele
era um artista pobre, ela o amava. Ela teria feito qualquer coisa para ficar. Mas ela foi
embora porque o amava o suficiente para não colocá-lo em perigo. Seu pai o teria destruído,
ela tinha certeza disso. Jin não sabia disso. Ele não sabia muitas coisas. Ele tinha a impressão
de que ela e Patrick McAllister eram namorados antes de ficarem noivos. Ele não sabia que
o noivado dela era contra sua vontade. Ele nem sabia que ela era virgem naquela noite em
que a levou para a cama.
- Ele não sabia que Jared era dele.
Agora, ele acreditava que ela cobiçava a atenção. Que ela era uma narcisista mimada
que sempre conseguia o que queria. Ele pensou que ela brincava com suas emoções. - Ele
estava errado. - Mas não importava que ele estivesse errado. Não importava o que ele
pensava dela agora. Não faria diferença. Ela não se importava com o que ele pensava
dela. Ele era uma pessoa diferente para ela agora. Ele não era mais o Jas Mathieu que ela
amou… Ainda amava. Ele era o formidável Jin Starck e estava em vários mundos além
dela.
Ela olhou para frente e viu à distância uma casa de vidro em forma de cúpula familiar.
Parecia muito com a encantadora casa de vidro da pintura de Jin. Ela notou a escada de
concreto que descia do hotel. O último degrau estava conectado a um caminho coberto e
iluminado que conduzia à estufa. Ela olhou para o céu mais uma vez. A lua estava brilhando
intensamente. O céu estava claro e ela podia até ver algumas estrelas. Ela pensou que não
choveria tão cedo. Então, ela decidiu ir até a estufa para dar uma olhada. Ela abraçou seu
casaco enquanto descia os degraus. Quanto mais perto ela chegava da estufa, mais intrigada
ela ficava. A estrutura em forma de cúpula foi cercada por pequenos arbustos com luzes
noturnas orbe. De fora, ela só conseguia ver o verde. Ela não conseguia ver o centro da casa.
Ela girou a maçaneta da porta, satisfeita por não estar trancada. E quando ela entrou, ela
ficou imediatamente encantada. O interior da cúpula era um enorme jardim interno. Havia
rosas em plena floração espalhadas pelo enorme espaço. Elas eram de diferentes tamanhos
e cores.
Quando ela entrou, ela descobriu que a temperatura estava um pouco mais quente do
que do lado de fora. O teto de vidro era adornado com luzes suspensas de vidro soprado à
mão, que pareciam grandes fogueiras iluminando todo o lugar. A estufa era um pouco maior
do que parecia de fora. Arbustos verdes e árvores baixas cercavam as paredes para obscurecer
a visão de fora, proporcionando total privacidade. Havia fontes de serenidade em cada canto,
emitindo um som agradável e pacífico e contribuindo para o ambiente relaxante. No meio
da casa havia um enorme sofá secional circular branco. Era grande o suficiente para ser
uma cama. E Julianne achou uma ideia brilhante deitar ali e olhar o céu através do telhado
de vidro. O sofá tinha dois lindos abajures de vidro soprado de cada lado. Julianne olhou em
volta e percebeu que havia decorações de vidro soprado à mão em cada canto da casa de
vidro. Todas eram peças únicas e deixavam o lugar ainda mais encantador.
Julianne lembrou-se de como adorava frascos de vidro soprados à mão quando estava
crescendo. Ela tinha uma coleção inteira deles em seu quarto na casa de seu pai. Ela os vinha
colecionando sempre que podia. Infelizmente, ela não podia se dar ao luxo de recolhê-los
agora. Eles serviam apenas como um lembrete da vida que ela costumava ter. Lágrimas
correram por suas bochechas. Embora ela não se arrependesse das decisões que tomou,
ela não podia deixar de sentir falta dessa parte de si mesma. Ela se virou para explorar
mais o jardim quando viu uma figura parada atrás dela.
— Doce Jesus! - Ela murmurou. — Você me assustou!
Jin Starck caminhou rápida, mas silenciosamente em sua direção. Ela não sabia
há quanto tempo ele estava parado atrás dela, olhando para ela.
— Há uma tempestade lá fora. Você não deve ficar vagando ao ar livre sozinha. - Disse ele.
— Como você sabia? Você estava me perseguindo pelas câmeras de novo? - Ele não
respondeu. — Eu considero isso um sim. - Ela murmurou baixinho.
— Como você encontrou o jardim de vidro? - Ele perguntou.
— É lindo. - Ela respondeu. — Todo esse lugar é… Fantástico!
— Obrigado. - Disse ele. — Você tem sorte de ter visto isso… Porque ia ser destruído.
— O que? Por quê? - Ela perguntou em um tom chocado. Ela ficou com o coração partido
ao saber que este lindo e encantador mini paraíso seria destruído. — É lindo! Você não pode
pensar seriamente em destruir isso.
— Peça por peça. - Disse ele com uma expressão sóbria no rosto. — A demolição está
programada para dentro de duas semanas.
— Por quê? Isso é espetacular!
— Você não é a primeira pessoa a dizer isso. - Disse ele. — Mas eu já me decidi.
— Eu simplesmente não vejo o ponto. Este é o jardim de vidro mais bonito que já vi.
Tenho certeza de que seus hóspedes do hotel concordariam.
— Eles concordam. Mas isso não importa. Construí este lugar por um motivo. E então
descobri que o motivo não era o que eu pensava. Então, tecnicamente, isso era inútil. - Havia
um travo em sua voz, e parecia haver um significado oculto no olhar que ele deu a ela.
— Tenho certeza que esta não foi a primeira coisa bonita que você destruiu. - Ela murmurou
baixinho e suspirou. Jin Starck parecia estar nutrindo muita dor e raiva. Mesmo este pobre
jardim não escaparia de sua amargura.
— E você, Arabella? Tenho certeza de que não fui o único cara a quem você deu um
nome falso.
— Você não vai deixar isso passar, vai? - Ela perguntou, dando um suspiro de frustração.
Ela manteve a voz firme, mas seus olhos ardiam de raiva, o que ele realmente viu quando
olhou para ela.
— Eu irei. - Ele respondeu. — Algum dia. - Para sua surpresa, ele realmente sorriu em vez
de parecer louco. — Eu gosto mais de você quando você mostra alguma emoção. Como você
costumava fazer. O que aconteceu com você?
— Oh… - Ela desviou o olhar dele, corando. — Não é da sua conta. - Ela tentou parecer
severa, escondendo suas verdadeiras emoções dele.
— Novamente você volta a ser a rainha do gelo! - Ele suspirou de frustração. — Você não
era assim quando nos conhecemos. Você era… Luz do sol e flores. Como este jardim.
Você estava cheia de vida.
— E se você? Você era um anjo quando nos conhecemos. Agora… Você é … Mau!
— Tenha cuidado com o que você diz. - Ele ergueu uma sobrancelha para ela. Parecia que
ele ficou profundamente ofendido com o que ela disse. — Eu posso aceitar esse desafio. Eu
poderia te mostrar como o mal realmente parece, ma belle.
— As pessoas ao seu redor parecem pintá-lo como se você fosse um demônio disfarçado. -
Ela ergueu o queixo para ele. — Como se você fosse o que seu nome soava, o ‘jinn’.
— E de quem você acha que foi a culpa? - Ele sorriu.
— Você me culpa demais pelo seu ego machucado, Senhor Starck. - Ela sorriu.
- Vamos! Ele poderia realmente estar tão inconsolável e arrasado quando eu parti? Ele
é Jin Starck! Ele afirma não ter coração! - Para sua surpresa, ele ficou quieto. Ele não refutou
o que ela disse. Talvez fosse verdade então. - Ele afirma estar com o coração partido, mas
foi tudo uma profunda marca de sua reputação, sua grande mente.
Por um momento, os dois ficaram em silêncio. Ela podia ouvir o barulho das fontes
de serenidade. Isso ajudou a acalmar seus nervos. Caso contrário, ela estaria ouvindo as
batidas fortes de seu coração dentro de sua caixa torácica.
- Eu com certeza não ouviria seu coração. Não iria bater se não existisse.
— Eu deveria subir agora. - Ela disse calmamente. Ele acenou com a cabeça.
Ela passou por ele e podia ouvir seus passos atrás dela. Ela poderia cortar a espessa
tensão emocional no ar com uma faca. Sua mera presença ao redor dela a fez entrar em
pânico. Não importa o quanto ela tentasse controlá-lo, ela não podia negar ou conter o efeito
que Jin Starck tinha sobre ela. Ele era o único homem que poderia afetá-la assim. Ela se
dirigiu para a porta. Jin havia deixado entreaberta quando entrou. Lá fora, o vento começou
a se mover rápido e o céu escureceu rapidamente. A tempestade violenta estava chegando.
De repente, um vento forte soprou de fora, fechando a porta de vidro com um estrondo. Em
seguida, a energia no jardim de vidro foi cortada, cobrindo-os na escuridão. Junto com ele,
veio o trovão e a queda de um raio. Julianne não pôde evitar o grito que escapou de sua
garganta.
— AH! - Julianne sentiu Jin puxá-la para seus braços.
— Você está bem? - Ele perguntou. Ela respirou fundo. Ela só podia distinguir os contornos
de seu rosto diabolicamente bonito com a pouca luz que vinha de fora. — Você está bem, ma
belle? - Ele perguntou novamente.
— Sim. - Ela assentiu.
— Ok. - Ele pegou a mão dela e gentilmente a guiou em direção à porta. Ela podia ver que
até mesmo a energia do hotel havia sido cortada. — Acabou a energia. - Disse ele. Ele
estendeu a mão para a maçaneta da porta, mas de repente, ela não se mexia. — Puta que
pariu! - Ele praguejou baixinho. Ele soltou a mão dela e deu um empurrão mais forte na
maçaneta. Nada aconteceu.
— Qual o problema?
— A maçaneta está presa. Não consigo abrir por dentro.
— Você está falando sério?
— Não. Porque gosto de brincar com essas coisas. - Disse ele sarcasticamente. Ele tirou
o telefone do bolso. — Porra!
— O que?
— Acho que toda a cidade está sem energia. Não consigo sinal. Verifique seu telefone. - Ele
disse a ela.
— Oh… - Ela balançou a cabeça. — Eu deixei o meu no quarto.
— Ótimo! - Ele murmurou. Ele pegou a mão dela novamente e a puxou gentilmente para um
canto da sala. Havia um telefone ali. Ele verificou se conseguia um tom de discagem. Mas
parecia que as linhas telefônicas também estavam desligadas.
— O que? - Ela olhou para ele. Sem noção do que fariam a seguir. Ele estava olhando
para ela da cabeça aos pés.
— Você está aquecida o suficiente? - Ele perguntou.
— Sim. Por quê?
— Porque parece que vamos ficar presos aqui por um tempo.
— Você está brincando comigo? - Ela perguntou em descrença.
— Sim, eu estou. Tenho um grande senso de humor. - Disse ele secamente. Ele suspirou
e checou seu telefone novamente. — Vamos esperar até que a energia volte.
— Vocês não têm geradores? - Ela perguntou. Assim que ela disse isso, ela viu a luz na
estrutura do hotel acima.
— Infelizmente, a conexão do gerador a este lugar foi removida na última semana.
— Por que você faria isso?
— Não sei. - Respondeu ele com uma expressão entediada. — Talvez porque eu estava
demolindo este jardim e eu não previ que você e eu ficaríamos presos aqui quando a energia
faltasse esta noite. Hmmm… Devia melhorar as minhas habilidades psíquicas enferrujadas.
— Quer parar com isso? - Ela perguntou.
— Parar o que?
— Pare de me irritar! - Ela girou nos calcanhares e foi para o sofá circular no meio do jardim.
Assim que se sentou nela, ela percebeu o quão fofa a espuma era. Era macio, firme…
Confortável.
— Está com fome? - Ele perguntou enquanto se aproximava dela.
— Não. - Ela balançou a cabeça. — Eu poderia tomar uma bebida, no entanto.
— Ahh… Alcoólica ou não alcoólica?
— Isso importa? - Ela perguntou.
— Há um bar na parte de trás. - Respondeu ele. — Eu tenho água… E vinho.
— Você vai ser legal comigo? - Ela se levantou do sofá e ergueu o queixo para ele.
— O que? Quando…
— Você vai ser legal comigo? Pelo menos enquanto estivermos presos aqui? - Perguntou ela
de novo, interrompendo-o no meio da frase.
— Senhora, sim, senhora. - Ele suspirou.
— E você promete não me beijar de novo? - Ela estreitou os olhos para ele.
— Haha! - Ele riu sarcasticamente. Ela ergueu uma sobrancelha para ele. — Oh, você
está falando sério?
— Inferno, sim? - Ela perguntou com naturalidade.
— Então… Inferno, não! - Ele respondeu.
— O que… - Ela começou a protestar, mas ele a interrompeu roçando seus lábios nos dela.
Jin Starck pode ser conhecido por ser rude, até malvado, mas os beijos que ele deu a
ela sempre foram suaves, gentis e… Celestiais. E quando ele se afastou dela, parecia que
ela havia esquecido onde estava e o que estava fazendo. Ele nunca falhou em fazê-la se
sentir atordoada.
— Inferno. Não… - Ele sussurrou contra seus lábios. Ele se afastou dela. Então ele
estendeu a mão para ela. — Me siga.
Ele a conduziu até o fim do jardim. Embora estivesse escuro, ela pôde ver um pequeno
balcão, com dois bancos de bar. Jin foi para o lado oposto do bar. Ele ligou as duas esferas
de vidro soprado à mão no balcão. Eles funcionavam com baterias. Iluminou um pouco os
arredores. Não era brilhante, mas foi o suficiente para que eles se vissem.
— Mademoiselle. - Ele disse após se servir com uísque e a ela o vinho.
— Merci. - Ela murmurou.
Eles beberam em silêncio. Raios de relâmpagos frequentavam os céus, seguidos por
raios que pareciam ficar cada vez mais altos.
— Quanto tempo você acha que isso vai durar?
— Algumas horas. - Respondeu ele.
— Será que nenhum membro da sua equipe vai procurar por você? Quero dizer… Eles devem
notar quando você não está por perto, certo?
— Talvez. - Ele disse. — Mas, na maioria das vezes, eu me mantenho reservado quando fico
em meu escritório. É privado e ninguém pode entrar, exceto eu. Ninguém entra. Eles
geralmente esperam que eu saia.
— Eles não vão verificar seu quarto?
— Não. - Ele balançou sua cabeça. — Eu dormi no meu escritório ontem à noite.
— Por quê? Você não tem uma suíte aqui?
— Sim. - Respondeu ele. — Mas estávamos lotados ontem à noite. Desisti de minhas
acomodações para o nosso último hóspede que chegou.
— Uau. Esse convidado deve ser muito especial. Quem foi? - Ela tomou um gole de seu
vinho.
— … - Ele deu a ela um longo e medido olhar antes de tomar um gole de seu uísque. Então
ele respondeu. — Você.
Ela foi pega de surpresa. Ela percebeu que na noite passada, ela não estava pensando
em ficar. Mas por causa da tempestade, ela foi forçada. Ela não tinha reservas prévias e a
recepcionista disse que estavam lotados. Ela se lembrou de Patrick reclamando de sua suíte
ser mais luxuosa que a dele. Agora, fazia sentido. - Dormi na cama de Jin ontem à noite.
— Você não precisava fazer isso. - Disse ela. — Eu poderia ter ido para a próxima
propriedade do hotel.
— Você achou que eu iria mandá-la embora no meio da noite? - Ele estreitou os olhos para
ela.
— Bem, eu era apenas mais uma cliente pagante. - Ela ressaltou.
— Justin me mataria se descobrisse que eu te mandei embora. - Ele tomou um gole de seu
uísque novamente.
- Certo! - Ela terminou seu vinho. Estava uma delícia. Doce. E isso a estava
aquecendo. - Merda! Devo estar bêbada agora, pensando que Jin cedeu seu quarto porque
estava procurando meu conforto ou segurança. Isso é louco.
— Você quer outro copo? - Ele perguntou.
— Por favor. - Ela assentiu. — Por que tem um bar aqui? - Ela perguntou enquanto ele enchia
seu copo.
— Houve um tempo em que eu vinha aqui muitas vezes para pintar. - Respondeu ele. — Eu
precisava me refrescar.
— E você não vem mais aqui para pintar? - Ela perguntou. — É por isso que essa estrutura
não tem mais propósito para você?
— Este foi o último hotel que construímos em Chicago. - Ele respondeu depois de um longo
momento. — Fui eu quem montei isso. Agora está feito. Vou pintar mais em Paris agora.
- Ele vai ficar menos em Chicago? - Havia uma dor torcida em seu estômago que não
escapou de sua atenção. - O que diabos está errado comigo? Ele mora em Paris de qualquer
maneira! Por que eu iria querer que ele ficasse em Chicago? Eu deveria estar feliz por ele
estar indo embora. Eu estaria vendo menos dele. Ele é complicado!
— Posso fazer as perguntas agora? - Ele perguntou.
— Ok. Mas não posso prometer responder a todas as perguntas.
— Por que você mora com Justin e Adrienne? - Ele perguntou.
— Já morei com eles no passado. - Respondeu ela. — Todos nós tínhamos quartos na
mansão dos Adams quando éramos pequenos. Tio Jac gostava de uma casa cheia e
barulhenta.
— E seus pais concordaram com isso?
Julianne mordeu o lábio. Ela sentiu aquela dor familiar em seu coração novamente
com a menção de seus pais. Passaram-se mais de seis anos desde que ela falou com eles
pela última vez.
— Arabella. - Ele chamou. Ela percebeu que ele lhe fez uma pergunta e ela ainda não tinha
respondido.
— Desculpe. - Ela respirou fundo, esperando que suas lágrimas escondidas não rolassem por
suas bochechas na frente de Jin Starck. — Meus pais estavam acostumados com isso.
— Mas isso não deveria ter mudado agora? Eles não gostariam que você morasse na casa
deles por causa de Jared?
- Jared… Como posso dizer a ele que meu pai nem mesmo reconhece o próprio neto?
— Meu pai… - Ela respirou fundo. — Estava muito ocupado dirigindo sua empresa. Duvido
que isso fizesse diferença.
- E como posso dizer a ele que fui deserdada? - Era algo que ela não podia contar a
ninguém.
— Jared não fala sobre seus pais. - Disse ele. — Eu posso dizer que ele é próximo dos pais
de Justin. Mas ele nunca mencionou os seus.
— Hmm… - Ela tomou um gole de seu vinho. Suas perguntas estavam ficando mais difíceis
de responder. Ela pigarreou. — Vivemos com o tio Jac e a tia Christine. Meus pais não
estavam por perto. É assim que acontece com as crianças. Eles falam mais sobre as
pessoas que costumam ver.
Ele bebeu seu uísque. Ele observou a expressão dela sem dizer uma palavra e
Julianne rezou para que ele não fizesse outra pergunta sobre seus pais.
— Você sempre trabalha até tarde? - Ele perguntou.
— Eu trabalho duro. - Ela encolheu os ombros.
— Ser a chefe de estratégia corporativa da Adams Industries é um trabalho muito desgastante.
- Disse ele. — Eu ouvi que você era muito boa.
— Sou muito dedicada. - Respondeu ela secamente.
— Era isso que você realmente queria fazer?
— O que você quer dizer?
— Você não estudou design? - Ele deu de ombros. — E uma vez você me disse que
queria projetar móveis e peças de decoração.
— Estudei principalmente Ciência Política e Gestão Empresarial. - Respondeu ela. — Eu só
fiz pequenos cursos de design.
— São três áreas de interesses diferentes que nem mesmo estavam conectadas entre si. -
Comentou.
— Me disseram que era inteligente. - Disse ela com ironia. — Eu gostava de me
matricular. Eu também era boa nisso.
— Hmmm… Você teria sido a esposa perfeita para Patrick McAllister. Não admira que ele
tenha ficado tão desapontado com o noivado rompido. - Ela mordeu o lábio para não ter que
responder. Ele percebeu o silêncio dela. — Ok, desculpe. Eu também não gostaria de falar
sobre um ex.
— Se você não fosse a chefe de estratégia corporativa de Justin, o que seria? - Ele perguntou
enquanto se servia de outro copo de uísque, ele serviu outra taça de vinho para ela, sem que
ela pedisse.
— Sim você está certo. Adoraria desenhar ornamentos e decorações. - Respondeu ela. —
Quando eu era adolescente, pensei que ia começar meu próprio império. A Casa de Arabella,
eu costumava chamá-la. Eu seria a designer de peças de móveis sob medida, como sofás,
lustres e luminárias. - Droga! Não penso na Casa de Arabella há mais de meia década!
— Uau. Isso está muito distante do que você está fazendo agora. - Disse Jin. — Por que você
não fez isso?
— Não posso pagar. - Ela esperava que ele não ouvisse a tristeza em sua voz. — Vai ser
preciso muito capital para financiar esse sonho. E muito tempo. E é muito arriscado. Não
posso correr riscos. Eu tenho um filho para criar. Seu futuro é minha prioridade. - Ela
suspirou e tomou outro gole de seu vinho. Estava começando a deixá-la tonta.
Jin concordou. Ele não falou por um longo tempo. Nem ela. Lá fora começou a
chover. O vento soprava em alta velocidade.
— Estamos seguros aqui? - Ela perguntou.
— Sim. - Ele a assegurou. — Este vidro foi feito para resistir a uma tempestade pior do que
está.
— Não destrua este lugar, Jin. - Ela olhou ao redor do lugar novamente. Ela suspirou
tristemente. — Qualquer que tenha sido sua razão, tenho certeza de que não é o suficiente.
Ela pousou o copo no balcão. Então ela se levantou do banco do bar e caminhou em
direção ao centro da casa. Lá fora ela podia ver a chuva caindo sem parar. As folhas e
árvores balançavam violentamente com a força dos ventos fortes. Mas por dentro, ela ainda
podia ouvir os sons pacíficos das fontes. Ela se sentia segura e protegida. E ela pensou
que isso poderia ser a sensação de estar dentro de um globo de neve. Mágico. Surreal. Não
afetado pelos problemas e tremores do mundo exterior.
— Você sabe que este lugar tem um nome. - Jin disse atrás dela. Ela podia sentir sua
presença atrás dela. Ele estava parado a menos de meio metro de distância. Ela quase
podia sentir o calor emanando de seu corpo.
— Que é? - Ela perguntou baixinho. - Ela ouviu sua inspiração profunda.
— A Arabella. - E então ele respondeu.
Ela fechou os olhos por um momento e repetiu a resposta dele várias vezes em sua
cabeça. E ela percebeu que assim como ela estava sofrendo por ele todos esses anos, Jin
Starck estava sofrendo por ela também. E ao contrário dela, não foi escolha dele que eles
se perderam. Foi ela quem saiu. Ele foi quem ela deixou para trás.
Capítulo 12
Julianne lentamente se virou para encarar Jin. Ele estava muito perto. Ela podia sentir
seu hálito quente contra seu rosto.
— Eu chamei este lugar de Arabella quando o estava construindo. - Ele continuou. — E é
também por isso que tenho que derrubá-lo.
Ela mordeu o lábio enquanto as lágrimas rolavam por suas bochechas. Ela sentiu
as mãos dele em ambos os lados de suas bochechas. Seu rosto desceu em direção ao dela
enquanto ele tomava seus lábios em um beijo casto.
— Jin… - Ela começou a dizer.
— Arabella… - Ele sussurrou contra seus lábios. Sua voz era baixa, mas cheia de
emoções. — Só desta vez. Por favor… Me escolha.
Ele parecia sincero… E desesperado. E isso partiu o coração de Julianne ainda
mais. Ela se lembrou do tempo em que daria tudo para ficar com aquele homem. Se ela tivesse
a liberdade então… Se ela não tivesse medo do que seu pai ou McAllister fariam com ele…
Ela o escolheria. Mais uma vez. E outra.
Ele ergueu o rosto dela em sua direção e então a beijou mais uma vez. Ela não
ofereceu resistência. Ela deixou beijá-la… Suavemente no início. E então, lentamente,
seus beijos se tornaram exigentes. Ele a beijou com uma paixão furiosa que combinava com
a fúria da tempestade fora da casa de vidro. Os braços dele envolveram sua cintura
enquanto ele a puxava para si, tentando chegar o mais perto possível dela. Ele continuou a
empurrá-la para o sofá. Ele nunca soltou sua boca. Ele a estava explorando, entrando em sua
alma. Ela estava hipnotizada, afogada na piscina de desejo que ele a empurrava. Estava
ficando mais quente dentro da estufa. Lá fora, a tempestade estava ficando mais forte. Seus
beijos estavam ficando mais exigentes. E ela estava lentamente se perdendo no abismo.
— Ma belle… - Ele sussurrou contra sua pele enquanto acariciava seu pescoço. — Você está
me deixando louco.
Ele gentilmente tirou o casaco dela. Ele tirou a jaqueta. Ele continuou a beijá-la
enquanto continuava a desabotoar seu suéter. Lentamente, ele a despiu, beijando cada
pedaço de pele que expôs. Peça por peça. Beijo após beijo. Respiração por respiração.
Gemido após gemido. - Oh meu Deus! Eu realmente vou cair nessa? - Sua mente estava
gritando sinais de perigo por toda parte. Ela conhecia Jas Mathieu. Ela confiava nele. Ela
sabia que ele cuidaria dela. Ele não quebraria seu coração. - Mas este é Jin Starck! - O lobo
em pele de ovelha. O diabo disfarçado de anjo. Jin a encarou de volta, seus olhos brilhando
de desejo.
— Tu es ravissante… Restez avec moi… Ma belle. - Seu rosto desceu em direção ao dela e ele
sussurrou.
No minuto em que seus lábios tocaram os dela novamente, todas as dúvidas, todos os
sinais de aviso voaram pela janela. Sua mente ficou em branco. Tudo em que ela podia
pensar era nele e sua boca devorando a dela… E a eletricidade irradiando de sua pele.
— Jin… - Ela gemeu em uma voz que ela não conseguia nem reconhecer.
— Arabella…
Ele deixou um rastro de beijos da base de seu pescoço, até a encosta de seus
ombros e então ele voltou aos lábios dela novamente, traçando-o com a língua,
suavemente indo até ela para abrir a boca, pedindo para entrar. Uma entrada que ela não
poderia deixar de conceder. Ele a empurrou gentilmente em direção ao sofá. Ela caiu sobre
as almofadas macias e ele pousou em cima dela, enjaulando-a, impedindo-a de escapar dele,
não que ela gostaria de escapar dele no momento. Ela não era mais ela mesma. Ela estava
perdida.
Ele afastou os joelhos dela enquanto se pressionava firmemente contra ela. Ela podia
senti-lo contra seu núcleo. Ele estava duro como uma rocha. Eles só estavam separados
agora pelo tecido fino de sua calcinha de algodão e sua cueca boxer. Ele acariciou seu
pescoço mais uma vez. Ela sentiu seus beijos quentes descerem por seu peito. Ele chupou
a pele de seu seio. Ela quase gritou quando sentiu sua boca em um de seus bicos, mordiscando
suavemente, depois sugando avidamente.
— Oh meu Deus, Jin! - Ela respirou.
— Você gosta disso, baby? - Ele perguntou em um sussurro rouco. Ele chupou seu mamilo
novamente.
— Oh Deus, sim! - Ela se ouviu dizer. Ela estava se rendendo completamente a isso. Ela
sentiu a mão dele entre suas coxas. Ele tocou sua parte mais íntima. — Porra! - Ela
amaldiçoou suavemente. Ele beijou seus lábios novamente. Seus beijos eram muito mais
invasores e exigentes do que os anteriores.
— Em breve, ma belle! - Ele sussurrou e puxou sua calcinha para o lado para que pudesse
tocá-la sem barreiras. Ela podia sentir sua própria umidade através dos dedos dele. — Porra!
Vai ser mais cedo do que eu pensava! Você está tão pronta para mim, baby! Mal posso
esperar para ter você de novo.
— Jin… Por favor. - Ela não conseguia suportar a sensação dos dedos dele. Era pura
tortura. Ele acariciou seu clitóris e ela sentiu o fogo queimar de seu núcleo. — Oh Deus! O
que você está fazendo comigo?
— Eu vou te fazer gritar, ma belle! - Ela o sentiu cutucar suas coxas para que ela pudesse
abri-las mais, dar a ele melhor acesso ao tesouro entre elas. Então ela sentiu um dedo
invadindo-a.
— Deus! - Ela gemeu. Ao mesmo tempo, ela sentiu o polegar dele em seu botão, esfregando-
a em círculos suaves enquanto ele tocava o sensível local de dentro. — Jin! - Ela podia sentir
mais umidade saindo dela, ela deve estar encharcando o tecido do sofá. — Por favor!
Já fazia muito tempo que ela não sentia um prazer assim. Ela não tinha feito sexo
novamente desde a primeira vez. E agora, ela não podia acreditar que ela estava prestes
a se entregar novamente ao mesmo homem a quem ela deu sua virgindade. Ele a beijou
selvagemente. Sua língua invadiu sua boca com tanta urgência quanto seus dedos estavam
invadindo seu doce centro.
— Você gosta disso, baby?
— Sim… - Ela respirou. Ela mal conseguia encontrar sua voz.
— Me dê isto, ma belle! - Ele comandou. — Goze para mim. Eu quero que você esteja pronta
para me levar.
— Jin, por favor…
— Goze para mim, querida. Eu mal consigo me controlar. - Ele disse, enquanto olhava para
ela com olhos que estavam bêbados de paixão, feridos de fome, escuros de desejo. Ele atingiu
aquele ponto doce dentro dela ao mesmo tempo em que pressionava seu clitóris, levando-a
para o precipício.
— Oh meu Deus, Jin! Jas! Oh meu Deus! - Ela gemeu alto, não se importando mais com
quem poderia ouvi-los.
Ele deu prazer a ela. Ele deu fogo a ela. Ele arrebatou sua alma. Ela quebrou bem
diante de seus olhos. E quando ela abriu o dela novamente, ela o encontrou olhando para ela,
o conteúdo era evidente em seu rosto. Ele puxou os dedos longe de seu núcleo e os levou à
boca, saboreando seu néctar, a evidência de sua rendição.
— Você tem um gosto tão bom quanto eu me lembro. Doce. Paraíso. - Então, seu rosto
desceu em direção ao dela enquanto a beijava suavemente. Ela quase podia sentir o gosto
em seus lábios. E então, em um movimento rápido e sem aviso prévio, ele a penetrou.
— Santa Mãe de… - Ela amaldiçoou. Ela tinha esquecido o quão grande ele era.
— Você está bem? - Ele não se moveu imediatamente, dando-lhe tempo para se ajustar ao
seu tamanho.
— Sim. - Ela assentiu. — É só que… Você é grande.
— E você é muito apertada, ma belle! Você está me sufocando. - Ele respirou. — Mas,
caramba, você é tão boa!
Lentamente, ele começou a se mover. Suavemente. Ele estava olhando para ela
intensamente. Logo, ela se adaptou totalmente a ele. Ela podia sentir o prazer crescendo
lentamente dentro dela novamente.
— Você se sente bem, amor. - Disse ele. — Deus! Você me serve como uma luva!
Cômoda… Apertada. Perfeita. Como se você fosse feita para mim. - Ele a beijou
novamente. Então suas estocadas se tornaram mais rápidas, mais urgentes do que antes. —
Oh Deus! Amor! - Ele gemeu. — Arabella…
Seu núcleo começou a inflamar mais uma vez. Ela ficou cada vez mais molhada a
cada segundo. Ele a preencheu perfeitamente, tocando-a em todos os lugares certos por
dentro. Cada impulso que ele fazia estimulava aquele ponto sensível que a deixava com fome
de mais.
— Jin… Por favor… - Ela sussurrou.
— O que você quer, baby?
— Me faça gozar de novo. - Ela o puxou para si, para que pudesse lhe dar beijos exigentes
desta vez. Ela o sentiu sorrir contra seus lábios.
— O prazer é meu, ma belle. - Ele sussurrou e se levantou. Então ele pegou as duas pernas
dela e as colocou sobre os ombros. Ele colocou as duas mãos nos quadris dela e então
começou a bater forte, dando-lhe estocadas fortes e poderosas. Julianne sentiu que seu
segundo êxtase era inevitável.
— Oh meu Deus!
Ele não era mais gentil. Ele era um homem com uma missão. Ele era uma besta
consumida pelo desejo. E Julianne sentiu que não podia mais receber o prazer que ele estava
dando a ela.
— Jin… - Ela podia ouvir o som de seu corpo batendo contra o dela. Ela podia ouvir o som
de sua própria umidade enquanto ele empurrava e puxava dela… Repetidamente.
— Deus, Arabella! - Disse ele em voz baixa e rouca. — Você está me deixando louco! Nunca
quis ninguém assim antes!
— Jin! Mais rápido! Oh Deus, estou tão perto! - Ela exigiu. Se ele parasse, isso a deixaria
louca. — Não pare, não pare! Por favor, não pare! - Ela não conseguia acreditar! Uma hora
atrás, ela o estava fazendo prometer não beijar ela novamente. Agora, ela estava exigindo
que ele não parasse de empurrar para dentro e para fora dela. — Jin… Por favor, não pare!
— Nunca, baby! - Ele respirou. — Eu não acho que seria capaz de parar de agora em diante!
- Ele deu um forte impulso que a atingiu bem no lugar e finalmente a empurrou para o clímax.
— Oh meu Deus, estou gozando! Estou gozando! - Ela gritou, sem se importar com quem a
ouvisse. Ele soltou suas pernas e se inclinou para beijar seus lábios, engolindo seus gritos e
ainda bombeando dentro dela para cavalgá-la até o êxtase. Então ela o ouviu gritar.
— Porra! Estou gozando também! Caralho!
Então ela o sentiu pulsando dentro dela. Ele a estava enchendo com seu líquido
quente. Ele se enterrou dentro dela ainda mais fundo e isso intensificou seu prazer ainda mais.
Ela não sabia quanto tempo durou, mas ela desejou que pudesse ter durado uma vida inteira.
Ambos estavam no Nirvana. Foi o orgasmo mais poderoso de sua vida, ainda melhor do que
o que ele deu a ela quando fizeram amor pela primeira vez e ela pensou que nada poderia
superar isso. Quando ela abriu os olhos novamente, ele estava olhando para ela com olhos
mais gentis. Ele sorriu e então se inclinou para lhe dar um beijo suave nos lábios. Ele ainda
estava nela, sem soltá-la, como se ele também estivesse com medo de quebrar a magia.
— Você é incrível! - Ele sussurrou e então deu um beijo em sua bochecha. Ele deixou um
rastro de beijos leves de sua orelha ao queixo. Então ele deu outro beijo em seus lábios. —
Você está bem?
— Sim. - Ela assentiu. — Por que eu não estaria?
— Fui um pouco bruto. - Respondeu ele. — Eu sinto muito. Acho que perdi o controle.
— Isso faz de nós dois. - Ela deu uma risada suave.
— Você estava linda demais… Eu não consegui conter nada.
— Foi bom que você não fez. - Ela estendeu a mão para tocar suavemente sua bochecha. —
Nunca me senti assim antes.
— Eu sim. - Ele sussurrou. — A primeira vez que fizemos amor.
— Você foi mais gentil nessa vez.
— Eu tinha que ser… - Ele começou a dizer e então desistiu.
Ela levantou um olhar para ele, esperando que ele continuasse. Mas ao invés disso,
ele beijou os lábios dela mais uma vez e então ele gentilmente puxou para fora dela. Ele se
abaixou e puxou algo de debaixo do sofá. Julianne percebeu que o sofá tinha uma gaveta
debaixo dele. Ele puxou um cobertor branco em forma de pelo da gaveta e depois ele o
arrumou sobre os dois. Ele a puxou para dentro de seus braços, fazendo-a descansar a cabeça
sobre seus ombros. Ela se sentia quente e confortável. Neste momento, ela percebeu que tinha
feito sexo em público… bem, quase em público.
— Aí meu Deus! Você acha que alguém poderia nos ver de fora?
— Claro que não. - Disse ele. — Os arbustos ao redor da casa foram perfeitamente
organizados para ocultar o que está dentro. Eu sou bastante exigente com minha privacidade.
— Hmmm… - Ela se apoiou no cotovelo e levantou uma sobrancelha para ele. Ele a olhou
ele. — Quantas mulheres você trouxe aqui?
Ele a olhou de volta com surpresa. Depois ele riu. Julianne estava quase chocada
porque ela não esperava isso. Jin Starck não ri. Pelo menos isso é como eles o descrevem.
— Eu sinto muito. - Ela percebeu o quão ridícula ela parecia. — Eu passei dos limites.
Eu não tinha o direito de perguntar isso.
— Hmm… - Ele estendeu a mão para afastar uma mecha de cabelo de seu rosto. — Não
sabia porque comprei um sofá tão grande como este e o coloquei aqui. É grande o suficiente
para ser uma cama de um dia. Mas agora… Estou grato por ter feito isso. - Disse ele. Ele
ergueu o queixo dela para que ela pudesse olhá-lo nos olhos. — É seguro dizer que a única
mulher que trouxe para dentro do Arabella… É a própria Arabella.
Ela sorriu para ele timidamente. Ele sorriu de volta. Então ele a puxou suavemente
em sua direção. Ela descansou a cabeça na curva do ombro dele. Lá fora, o tempo piorou.
Eles podiam ver o relâmpago nos céus acima deles. A chuva caía fortemente contra o telhado
de vidro.
— Esta casa de vidro é à prova de tempestades, não é? - Ela perguntou cansada.
— Claro que é. - Ele a assegurou. — Estamos seguros aqui até de manhã. - Ele acariciou
suavemente o braço dela. — Durma, Arabella. Eu vou te acordar quando chegar a hora
de ir.
— Hmm… - Ela murmurou enquanto fechava os olhos.
A tempestade pode estar forte lá fora, mas naquele momento Julianne se sentia
aquecida e segura. E, pela primeira vez em muitos anos, ela sentiu que não havia
problema em fazer uma pausa… Para escapar. E ela estava feliz por ter escolhido ficar
com ele desta vez.
Mesmo apenas esta última vez.
Capítulo 13
Julianne abriu os olhos lentamente. Ela podia ouvir as gotas da chuva contra o telhado
de vidro. Ainda não havia luz dentro da estufa. Estava iluminado apenas pela luz vinda do
hotel e pelos postes de luz do lado de fora. Apesar do tempo, ela estava aquecida e
confortável. Sua cabeça estava aninhada na curva do ombro firme de Jin. Seu braço estava
envolto em sua cintura. Seus corpos nus foram unidos para que se acomodassem no sofá.
Quando ela olhou para ele, ela descobriu que ele estava olhando para ela
preguiçosamente.
— Que horas são? - Ela perguntou.
— Quatro da manhã. - Respondeu ele.
Ela se apoiou no cotovelo para que pudesse olhar ao redor. Lá fora estava calmo.
Nenhum movimento, exceto pelas árvores balançando com o vento.
— Você já tem sinal? Não podemos pedir ajuda? - Ela olhou para ele. Ele não respondeu.
Ele estava olhando para ela com uma expressão séria no rosto.
— Ainda não. - Ele sussurrou e então ele a puxou para si e a beijou mais uma vez.
— Jin…
— Você me escolheu esta noite, ma belle. - Ele disse. — E a noite ainda não acabou.
Em um movimento rápido, ele estava em cima dela novamente. Ela podia sentir sua
masculinidade contra o ápice de suas coxas. Era duro como uma rocha, dizendo a ela que ele
estava desejando por ela novamente.
— Jin, não podemos… - Ela começou a protestar.
— Nós já fizemos. - Ele rebateu. Ele acariciou seu pescoço enquanto colocava pressão
em seu clitóris com seu pênis.
—Oh meu Deus… - Ela gemeu.
— E nada nos impede de fazer isso de novo, meu amor. - Ele disse com uma voz rouca.
Ela sentiu a mão dele em sua coxa. Ele levantou a mão mais alto até que ela sentiu na
polpa de sua bunda. Ele apertou e se posicionou na entrada dela.
— Jin… Não. - Ela tentou protestar. Mas ela sabia que estava falhando.
— Seu corpo está te traindo. - Ele a beijou, mordendo suavemente seu lábio inferior. Então
ele disse. — Você me quer tanto quanto eu quero você.
— Jin… - Ela deu um leve empurrão nele. Ele olhou para ela, levantando a sobrancelha. —
Me dê um momento para… Pensar… - Ela começou a dizer, mas ele a interrompeu
devastando seus lábios. No processo, ele deu a ela um toque suave, efetivamente esfregando
a parte inferior de sua masculinidade contra seu botão sensível, fazendo-a gemer. — Oh meu
Deus, Jin… Por favor, pare! - Ela sabia que não queria dizer essas palavras. Ela queria que
ele continuasse. Ela estava caindo de novo.
— Você sabe que eu não posso parar, ma belle. Eu quero você. Eu nunca vou parar de querer
você! - Ela o sentiu chupar a pele da nuca dela.
— Jin… Por favor…
— Por favor, o que? - Ele se apoiou nos cotovelos e olhou para ela. Seus olhos estavam
escuros de fome.
— Por favor… - Ela respirou fundo e disse. — Pare.
— … - Ele deu a ela um olhar diabólico. — Vou fazer um acordo com você. Se você
conseguir segurar por no máximo três minutos, eu paro. Vamos nos vestir e vou começar
a pedir ajuda.
— E se eu não… - Ela ergueu uma sobrancelha para ele.
— Se eu fizer você gozar em três minutos ou menos, então você, meu amor, terá que se
render a mim, da mesma forma que você se rendeu a mim na noite passada. - Disse ele.
O olhar em seu rosto estava cheio de promessas.
— Por que eu ainda tenho que concordar com seus termos? - Ela levantou uma sobrancelha.
— Você não precisa. - Ele deu uma risadinha. — E eu também não tive que lhe dar opções.
- Ele se inclinou para beijar seus lábios. Então ele disse. — Eu poderia simplesmente deixar
seu corpo decidir. Afinal, já estou na posição perfeita. E você está bem pronta para me
receber.
— Seu bastardo presunçoso! - Ela murmurou. Ela começou a empurrá-lo.
Ele pegou suas mãos. Rindo, ele se inclinou para frente e começou a beijá-la
novamente, silenciando seus protestos. Então ele olhou para ela e sorriu maliciosamente.
— Você tem três minutos para resistir a mim, amor.
— Jin, seu convencido… - Os protestos dela foram engolidos pelos beijos dele novamente.
Ele a beijou avidamente, completamente. Ao mesmo tempo, ele esfregou a parte
inferior de sua masculinidade contra seu núcleo novamente. O movimento para cima colocou
muita pressão em seu botão muito sensível.
— Oh meu Deus! - Ela gemeu.
Ele pegou as duas mãos dela e as prendeu acima da cabeça. Ele deixou um rastro de
beijos molhados de seu pescoço até seu seio, então ele chupou seu mamilo rosa. Ele
intensificou a fricção de sua masculinidade contra seu clitóris, tornando seu botão mais
inchado, mais sensível.
— Jin… Oh meu Deus! - Ela gemeu.
Ela podia sentir sua própria umidade. Ela tinha certeza de que estava
encharcando os lençóis. Ele era grande e duro como uma rocha. Ela estava molhada e
sensível. O prazer crescia entre suas pernas e ela não conseguia lutar contra ele. Ela sabia
que estava perdendo esta batalha. Era como se ele soubesse exatamente como desfazê-
la, como fazê-la perder o controle.
— Porra, Jin! - Ela amaldiçoou. Ela estava chegando perto.
— Nós vamos chegar lá, ma belle! Mas você tem que me dar o que eu quero primeiro. - Ele
sussurrou em seu ouvido.
Então ela o sentiu morder sua orelha. Ele começou a transar com ela com mais
intensidade do que antes, sem penetrá-la, apenas torturando implacavelmente seu botão
sensível.
— Oh Deus, oh Deus! - Ela disse, quase em um grito.
Ela estava caindo cada vez mais forte enquanto ele se movia em cima dela cada
vez mais rápido. Involuntariamente, ela abriu mais as pernas, dando a ele melhor acesso.
Suas mãos lutaram para se soltar, mas ele se recusou a deixá-la ir, não dando a ela uma chance
de resistir a ele.
— Pare de lutar comigo, ma belle! - Disse ele em voz baixa e rouca. — Ceda a mim, amor!
Ele a estava montando como se sua vida dependesse disso. Ela não conseguia
mais controlar os gemidos que escapavam de seus lábios. Ele a estava quebrando. Ela
estava tentando se segurar. Três minutos eram tudo de que ela precisava.
- Faz quanto tempo? - Deus, ela estava perdendo o controle.
— Jin… Oh meu Deus, Jin… Eu estou… - Ela respirou, olhando em seus olhos cheios
de desejo. — Eu estou… - Ele sorriu para ela. Ela sabia que ele já podia sentir o cheiro de
sua vitória.
— Não segure isso, meu amor! - Ele disse. — Goze para mim!
E assim, ele a empurrou em direção ao penhasco. Ela caiu no poço do êxtase. Ela
sentiu a umidade surgir entre suas pernas enquanto ele rompia a represa de seu rio de prazer.
— Oh, Deus, oh Deus, oh Deus! - Ela gritou. — Jin! Oh meu Deus! - Ela desmoronou. Ela
quebrou.
Ele continuou estimulando-a, intensificando seu orgasmo. Finalmente, ele soltou suas
mãos. Ela o viu fechar os olhos e ouvi-lo gritar, como se estivesse lutando para se controlar.
Finalmente acabou. Ela ficou deitada em silêncio sob ele, mal respirando. Ela podia ouvir
sua respiração profunda e rápida. Quando ela abriu os olhos, ela o viu olhando para ela
intensamente. Ele parecia estar tentando recuperar o fôlego também.
— Você está bem? - Ele perguntou a ela. Ela assentiu e ele olhou para o relógio de parede
à sua frente. — Dois minutos e dez segundos. - Disse ele. Mas, para sua surpresa, ele não
parecia nem um pouco convencido. Ele parecia satisfeito. Como se não fosse seu objetivo
ganhar a aposta. Ele estava atrás de seu prazer e satisfação.
— Tem certeza de que cronometrou corretamente? - Ela sorriu para ele fracamente.
— Fiquei muito tentado a trapacear. - Ele riu. Então ele se inclinou e beijou-a suavemente
nos lábios. — Mas que tipo de amante eu seria se não pudesse fazer você se render em
menos de três minutos?
— Muito paciente. - Ela sussurrou.
— Sempre. - Ele riu e se inclinou beijando seus lábios novamente. — Agora, ma belle. É
a sua vez de fazer de me fazer gritar. - Em um movimento rápido, ele estava de costas. Ele
a ergueu para que ela pudesse montá-lo.
— Jin… Eu não sei como…. - Ela se afastou. Ela estava prestes a mostrar a ele como
era inexperiente na cama e isso a apavorou.
— Não se preocupe. - Ele sorriu para ela encorajadoramente. Então ele puxou o rosto dela
para que pudesse beijá-la novamente nos lábios. — Não há nada que você poderia fazer que
não me agradaria. Você, meu amor, me deixa louco! - Ela sentiu as mãos dele nos quadris.
Ele se posicionou na entrada dela. — Você está pronta para mim, amor?
Ela respirou fundo e sorriu para ele timidamente e então deu um leve aceno de cabeça.
Gentilmente, ele empurrou seus quadris para cima enquanto a abaixava para ele. Ela
podia senti-lo alargando-a. Polegada por polegada.
— Oh Deus! - Ela respirou. E se agarrou a ele enquanto olhava profundamente em seus
olhos. Ela podia ver seu controle caindo aos poucos.
— Porra! - Ele gemeu quando atingiu o fundo dela. — Isso é tão bom!
Guiada por instintos, ela começou a se mover em cima dele. Ela começou a montá-
lo. Ele era grande. Mas ela estava muito molhada. Ele a estava preenchendo, acertando-a nos
lugares certos. Ele tinha as duas mãos nos quadris dela. Ele estava olhando para ela com os
olhos entreabertos. Ele estava gemendo baixinho enquanto apertava as bochechas de sua
bunda. Ele estava completamente consumido pelo prazer. Ele se sentou, colocou os braços
ao redor dela e devorou seus lábios. Ela colocou os braços em volta do pescoço dele enquanto
o segurava.
— Você é muito boa nisso. - Ele sussurrou. — Deus! Eu mal consigo segurar.
— Então não segure! - Ela sussurrou para ele.
— Ainda não. - Disse ele. — Eu quero sentir você quando você gozar. Foi tão bom da última
vez. Estar dentro de você… Ahhh!
Ela se inclinou para beijá-lo. Ele beliscou seu lábio inferior. Ela continuou montando
nele. Ele a segurou com força, tentando levá-la o mais perto possível de seu corpo. Ele lhe
deu um beijo profundo. E então ele gentilmente se afastou dela. Ele a ergueu de cima dele e
em um movimento rápido, ele a virou de bruços. Antes que ela pudesse respirar novamente.
Ele estava entrando nela por trás.
— Oh meu Deus, Jin! - Ela gemeu. Ele a puxou para si. Ela apoiou a cabeça em seu ombro.
Ele beliscou seu lóbulo da orelha enquanto apertava seus seios com as duas mãos.
— Você é tão quente! - Ele sussurrou em seu ouvido. — Eu quero ouvir você gritar meu
nome novamente.
Ela virou a cabeça de lado para que pudesse olhar para ele. Ele tomou seus lábios em
outro beijo alucinante. Então ela sentiu uma das mãos dele descendo por seu corpo. Cada
toque de sua pele era eletrizante. Ela sentiu os dedos dele em seu clitóris sensível novamente.
— Eu não durarei muito, ma belle. - Ele disse. — Mas eu preciso sentir você gozando de
novo… Enquanto estou em você.
— Então o que você está esperando? Me faça! - Ela o olhou fixamente.
Desafiando-o. Desafiando-o a fazê-la gritar de prazer mais uma vez. Ele olhou para
ela com os olhos estreitos enquanto seus lábios se curvavam em um sorriso torto.
— O prazer será todo meu, meu amor.
Ele começou a se mover dentro dela novamente, implacavelmente entrando e saindo
dela como um foguete. Ao mesmo tempo, seu dedo médio trabalhou em seu clitóris.
Esfregando em círculos, estimulando-a por dentro e por fora. Ela inclinou a cabeça ainda
mais para trás, enquanto levantava o braço sobre ela, colocando a mão sobre o pescoço dele,
rendendo-se completamente a ele.
— Jin… - Ela respirou, sentindo a onda de prazer tomando conta dela.
Ele foi impiedoso. Ele estava batendo forte e rápido. Ele estava esfregando seu botão
incansavelmente. Ele estava chupando sua pele com abandono completo. Ela gemia alto,
chamando seu nome repetidamente. Finalmente, ela sentiu. A onda de êxtase tomou conta
dela em ondas que ela não conseguia controlar. Foi o mais poderoso que ela teve a noite toda,
quando ela pensou que o último foi mais do que o suficiente para ela aguentar.
— Oh, porra, Jin! - Ela gritou. — Oh Deus!
Ela sentiu uma onda de líquido explodir de dentro dela, intensificando seu prazer
ainda mais. Ela podia sentir seus sucos escorrendo por suas coxas. Ela se recostou sem pensar
no corpo dele. Ele a puxou para mais perto, pegando-a, mas nunca parou de bombear.
— Porra! - Ele amaldiçoou. Ele a segurou pelos quadris e continuou batendo nela
implacavelmente. — Estou gozando, baby!
Ele gozou dentro dela. Ele passou os braços em volta dela enquanto ela deitava a
cabeça em seu ombro e segurava seu pescoço contra ela. Quando acabou, ela abriu os
olhos, ele estava olhando para trás preguiçosamente. Ele encostou a cabeça na dela enquanto
respirava fundo. Foi intenso. Para ambos. Ele se inclinou para frente e deu-lhe um beijo
firme.
— Isso foi incrível! - Ele respirou.
— Eu sei. - Ela sussurrou, ainda recuperando o fôlego.
Ele beijou seu ombro e então ele gentilmente se retirou dela. Uma poça de líquido
escorreu por suas coxas.
— Porra! - Ele sussurrou. — Isso é sexy!
— Oh! - Ela se levantou e olhou horrorizada para o sofá. — Deus, acho que fiz uma bagunça
molhada. - Disse ela. Suas bochechas queimaram de vergonha.
— Oh, ma belle. - Jin deu uma risadinha. — Nós fizemos uma bagunça molhada. - Ele se
levantou ao lado dela e a puxou para si, abraçando-a.
— Acho que seu sofá está arruinado.
— E valeu a pena! - Ele riu e beijou sua bochecha. — Você é incrível!
— Você tem banheiro aqui?
— Sim. Ao lado do bar. - Respondeu ele. — Venha. Eu vou te guiar. Está escuro. - Ele
segurou a mão dela e a guiou em direção ao bar. Ele acendeu outra lâmpada e abriu a
porta no canto direito da sala. Ele colocou a lâmpada em cima de um armário. O banheiro
era totalmente revestido de azulejos, totalmente privado. E era tudo branco e imaculadamente
limpo. — Este banheiro não é para uso dos hóspedes. Só eu, quando ficava aqui muitas
horas pintando. Está limpo. Existem algumas toalhas no armário. Sinta-se livre para usá-los.
— Obrigada. - Ela assentiu.
Assim que ficou sozinha, ela se olhou no espelho. A luz do abajur não era forte o
suficiente, mas ela podia ver claramente seu rosto corado e as marcas na base do pescoço e
ombros. Não havia dúvida, ela parecia uma mulher que era completamente… Sexualmente
satisfeita. Ela levou um momento para lavar o rosto e se limpar. Então ela percebeu que Jin
gozou dentro dela duas vezes. Ela não estava tomando pílula. Ela estava muito envolvida no
momento para dizer isso a ele.
Sua mente corria pelas datas. Ela sempre foi regular, então seus dias férteis sempre
foram determinados. Ela sabia que estava menstruada há uma semana. Ela respirou aliviada.
Ela ainda devia estar segura. Ela olhou de volta para seu reflexo no espelho. - O que acabou
de acontecer? - Ela se rendeu completamente ao homem a quem primeiro entregou seu
corpo. Havia apenas algo sobre seus toques e beijos que fez sua mente ficar em branco.
Ele a carregou sexualmente. E desta vez foi muito melhor do que a primeira vez que
estiveram na cama juntos. - Somos dois adultos consentidos. Ambos queríamos. - Ela era
madura o suficiente para reconhecer que também é uma mulher com necessidades. E esta
noite, Jin Starck acabou de preencher aquele vazio que ela teve por anos. Não havia nada
para se envergonhar. O sexo foi ótimo! E ela não pediria nada em troca. - Bem, talvez
apenas pelo seu silêncio!
Sua família não pode saber sobre isso. Isso é muito complicado! Como se ele ser o
pai biológico de Jared não fosse desconcertante o suficiente. - Nós dois sabemos que isso foi
apenas uma coisa de uma noite. Além disso… Haveria civilidade. Não seremos amigos. Não
seremos amantes. E um dia, quando Jared tiver idade suficiente, contarei a verdade. E ele pode
fazer parte da vida do filho se quiser. - Esta noite não mudaria nada. Ele ainda iria se casar
com aquela herdeira para obter vantagem comercial. - Eu não vou atrapalhar os planos
originais de Jin Starck.
Quando ela saiu do banheiro, ela descobriu que Jin havia limpado a bagunça que eles
fizeram no sofá. Ela viu que havia um novo lençol em cima do sofá e ele também encontrou
um novo cobertor.
— Onde você conseguiu esses lençóis?
— A equipe de limpeza os mantinha aqui para o caso de eu me cansar de pintar e querer
descansar. - Ele estava sorrindo para ela suavemente. Então ele beijou sua testa. — São
apenas cinco da manhã. - Disse ele. — Durma primeiro. Vou ligar para pedir ajuda no final
da manhã.
Julianne se deitou no sofá enquanto Jin foi ao banheiro. Ela se sentia confortável,
mas um pouco com frio. Logo, ele voltou para o sofá e se deitou ao lado dela. Ele a pegou
nos braços e colocou o cobertor em seu queixo. Ela descansou a cabeça em seu ombro.
— Você já tem sinal? - Ela perguntou.
— Não. - Respondeu ele. — Mesmo se eu tivesse, eu não pediria ajuda ainda.
— Por quê? - Ela olhou para cima para olhá-lo nos olhos.
— Porque eu quero saborear este momento que você escolheu ficar comigo. - Ele sorriu,
mas aquele sorriso não atingiu seus olhos.
— Jin. - Ela respirou fundo e balançou a cabeça. — Não posso desfazer o passado. O que
está feito está feito.
Ela estava arruinada. Ela foi deserdada. Ela não era casável pela definição de seu
pai. Ela pode não ser mais rica. Ela pode ter perdido toda a sua herança. Ela pode estar
lutando para sobreviver às vezes. Mas ela estava mais feliz. Ela tinha um filho
maravilhoso. E ela escapou de um casamento com um homem horrível. O que poderia ser
melhor que isso?
— E esta noite… - Ela suspirou. — Esta noite nunca deveria ter acontecido.
— Ssshhh… - Ele disse. — Não diga isso. Foi uma noite incrível.
— Eu sei, Jin. Mas isso… Ninguém pode saber sobre isso. - Disse ela. — Isso vai
complicar as coisas.
— Porque?
— Temos uma família em comum, Jin. - Disse ela. — Eu não quero complicar isso. Não
será bom para Adrienne e Justin. E Justin sempre foi muito protetor comigo. Às vezes, pior
do que Gian.
— Por quê? Você acha que eu não vou cumprir seus padrões?
— Não importa. - Ela encolheu os ombros. — Você ainda é Jin Starck. E você deveria
se casar com alguma herdeira de hotel, lembra? - Ele ficou em silêncio. E ela sabia que
ele estava percebendo as implicações do que acabara de acontecer entre eles. Ele estava
olhando para o teto, perdido em seus próprios pensamentos. — Tivemos uma noite de
imprudência. Ambos queríamos. Eu admito isso. Mas isso não pode acontecer
novamente. E ninguém pode saber sobre isso. Você concorda? - Ela perguntou a ele.
— … - Em vez de responder, ele respirou fundo e a puxou para si, beijando-a suavemente
na testa. — Durma agora, Arabella. Eu vou te acordar quando for hora de ir.
Ela suspirou profundamente. Ela sabia que ele percebeu o que ela queria dizer. E ela
não sabia se ficava feliz ou triste com isso. Ela não sabia o que se passava em sua mente.
Ele nem mesmo respondeu à sua pergunta. - Mas silêncio significa sim.
Capítulo 14
Naquela manhã, os sinais haviam sido restaurados quando acordaram. Depois de se
vestirem, Jin chamou a segurança para resgatá-los da casa de vidro. Ele a acompanhou de
volta ao seu quarto. Ambos estavam quietos, cada um perdido em seus próprios pensamentos.
Antes de ir entrar, ela agradeceu e ele apenas acenou com a cabeça para ela. O olhar em seu
rosto era sério, um tanto quanto sombrio e sem humor, e ela não tinha ideia do que se passava
em sua mente. Ele parecia diferente do homem com quem ela dormiu na noite passada. Ele
parecia frio e reservado agora, quando estivera tão desprotegido na noite anterior.
Assim que entrou em seu quarto, ela verificou se havia mensagens ou chamadas
perdidas no telefone. Não havia nenhum. Ela decidiu ligar para Adrienne.
‣ Jared está bem?
‣ Sim. E quanto a você? Tudo certo? O tempo está melhor aí?
‣ Sim. Estou voltando para casa. - Respondeu ela.
‣ Ok, não se preocupe. Tudo está sob controle aqui. Estamos bem. Jared está bem. -
Garantiu Adrienne.
‣ Obrigada, Yen. Às vezes, gostaria de não ter que trabalhar tantas horas. Mas eu sou
uma mãe solteira e tenho que trabalhar duplamente duro para o futuro de Jared.
‣ Não se sinta culpada por isso, Ian. - Adrienne disse a ela. — Você é uma supermulher.
Muitas mulheres não podem fazer o que você faz, sendo pai e mãe para seu filho ao
mesmo tempo.
‣ Farei qualquer coisa por Jared. - Disse Julianne com firmeza. — Ele merece o melhor.
Eu cresci tendo as melhores coisas da vida. Eu quero que para meu filho não falte nada.
‣ Você está fazendo um bom trabalho, Ian. Todos pensamos assim. - Disse Adrienne. —
De qualquer forma, eu preciso ir. Eu estou cozinhando. Justin está desejando um pouco
de strogonoff.
‣ Você não tem pelo menos dois cozinheiros? - Julianne brincou.
‣ Nós temos. Mas você sabe, eu sou a cozinheira de quem Justin mais gostou. Então, eu
tenho que terminar isso antes que ele volte para casa da reunião.
‣ Ok, vá. Vejo você mais tarde.
Após um longo banho, Julianne vestiu um suéter de manga comprida com gola alta.
Ela estava grata por tê-lo trazido porque precisava cobrir uma grande quantidade de pele ao
redor do pescoço e na área dos ombros. Eles estavam cheios de marcas de beijo, cortesia de
Jin Starck! Em seguida, ela pegou um corretivo e base para cobrir o hematoma perto do lábio,
o que Patrick deu a ela. Poucos minutos depois, ela ouviu uma batida na porta. Era o
serviço de quarto. Jin havia enviado o café da manhã para ela.
Depois de comer, ela fez todas as malas, pronta para ir. O tempo estava mais
calmo agora e a tempestade havia passado. As estradas estavam mais claras e ela chamou
o motorista de Justin para buscá-la. Quanto mais cedo ela saísse deste lugar, mais cedo ela
poderia limpar a cabeça. Ela ainda não conseguia entender o fato de que ela havia dormido
com Jin Starck, de novo. Ela decidiu ir até a recepção para pagar a conta. Ela esperou
enquanto eles examinavam seu quarto. A senhora da recepção parecia confusa quando olhou
para a tela. Então ela pegou o telefone para falar com a gerente.
— … - Depois de um minuto, ela se virou para ela e disse. — Você está liberada, Senhorita
Sanders.
— O que? Eu ainda não paguei.
— Bem, não há conta. - Disse ela. — O quarto em que você ficou não era para ser alugado.
Portanto, não podemos cobrar do sistema.
— O que você quer dizer com não deve ser alugado?
— Estou dizendo que aquele quarto pertence pessoalmente ao Senhor Starck. E você foi seu
convidado. Portanto, não podemos cobrar de você. Você pode conversar com ele, se desejar.
— Tudo bem. - Julianne disse, balançando levemente a cabeça.
— Esperamos que você tenha gostado de sua estadia conosco. - Ela sorriu brilhantemente
para ela.
Ela pegou sua bolsa e caminhou até a entrada da frente para esperar por seu motorista.
Ela encontraria uma maneira de agradecer a Jin mais tarde. Enquanto ela esperava pelo
carro, Jin apareceu de repente ao lado dela. Ele estava vestindo uma calça jeans e uma jaqueta
preta com capuz. Seu cabelo ainda parecia úmido do banho. Sem dizer uma palavra, ele
pegou a mala que ela carregava nas mãos.
— Espere, o que você está fazendo? - Ela perguntou.
— Entre. - Uma Ferrari verde parou na frente deles. Em vez de responder, Jin entregou a
mala dela ao manobrista e então ele abriu a porta do passageiro do carro.
— Não. Eu tenho minha própria carona, muito obrigada.
— Sim, você tem. Eu. - Disse ele. — Entre.
— Não. Estou esperando meu motorista chegar.
— E ele não vem. Eu disse a Adrienne que, como também estou aqui e a caminho da
casa deles, poderia levá-la para casa. Ela concordou. - Ele explicou. Então ele fez sinal
para ela entrar no carro. — Então, você vai entrar sozinha ou precisa que eu a carregue?
- Julianne gemeu ao entrar no carro. Quando Jin começou a dirigir, ela olhou pela janela e
se recusou a olhar para ele.
- Adrienne! - Ela não tinha dúvidas de que Adrienne estava em êxtase quando Jin se
ofereceu para levá-la para casa. Afinal, eles são como uma família. Bem, como Adrienne
poderia saber que o sobrinho que ela tanto adorava era na verdade parente dela, não apenas
por afinidade, mas por sangue? - Isso é uma bagunça! - Ela sentiu Jin tocar sua mão. Ele
apertou suavemente.
— Relaxa, Arabella. Eu não mordo. - Disse ele. — Bem… Exceto na cama. - Para sua
surpresa ele apenas riu. Ele puxou a mão dela em direção aos lábios e deu um beijo
suave. — Você cheira bem. - Ele sussurrou. — Como na noite passada.
— Jin… - Ela puxou a mão dele. — Podemos apenas…
— O que? Esquecer o que aconteceu ontem à noite? - Ele perguntou, interrompendo ela.
Ele ergueu uma sobrancelha para ela.
— Sim?
— Você está louca se acha que vou esquecer o que aconteceu entre nós ontem à noite, na
belle. - Ele disse.
— Mas não concordamos esta manhã que ninguém pode saber sobre isso? E que não pode
acontecer de novo? Para o bem de nossas famílias?
— Sim, eu ouvi você dizendo isso. - Ele ergueu uma sobrancelha para ela por um breve
momento e então olhou para a frente na estrada. — Mas eu não me lembro de concordar, ma
belle. - Ele disse.
— Jin Starck! - Ela levantou a voz enquanto o encarava.
— Vê? - Ele riu. — Agora mesmo, acho você a criatura mais feroz e bonita da terra. - Disse
ele. — Não. Desculpe. Não posso prometer o que você me pede.
— Isso é tão confuso. - Ela suspirou de frustração.
— Por quê?
— Você é irmão de Adrienne! Eu sou prima do Justin! Você é um magnata do hotel. Eu não
sou ninguém. Você deveria estar noivo de alguma herdeira de hotel! Estou criando um filho
sozinha. Isso é muito complicado. - Ela gemeu. — E você… Você é um… Monstro! Você
tem um coração de pedra, se é que tem um coração! Você não tem consideração pelas
emoções das outras pessoas, especialmente das mulheres. Você não tem relacionamentos.
Tudo é temporário com você. O que fizemos ontem à noite foi apenas um caso de uma noite.
Nada mais. Não temos futuro. Eu te conheço muito bem. - Ela fez uma pausa para respirar.
Então ela continuou. — É melhor parar com isso agora… Antes que acabemos nos
machucando. Antes de acabarmos machucando Justin e Adrienne. Adrienne te ama muito!
Ela passou por muita coisa com sua família anterior. Ela esperou tanto para ter uma família
como a sua. E Justin matará por Adrienne, você sabe disso. Mas meu irmão e meus primos
vão matar por mim também. - Ela balançou a cabeça. — Você decidiu se casar com Vanessa
Bernard para cumprir sua promessa aos seus pais. Escolha outra companheira, Jin. Se você
ama tanto sua irmã… Se você respeita Justin… Por favor. Não eu. - Ela mordeu o lábio
inferior para ajudar a conter as lágrimas de rolarem pelo seu rosto.
Ele ficou quieto durante todo o monólogo dela. Ele estava olhando para a frente na
estrada e Julianne não tinha certeza se ele já havia se afastado, ou se alguma coisa que ela
disse passou por sua cabeça.
— Acho que a noite passada é outro segredo que devemos enterrar conosco. Junto com nosso
passado. - Ele ainda não tinha dito nada, mas ela notou que ele segurava o volante com mais
força. Suas sobrancelhas estavam franzidas e a expressão em seu rosto era sombria. —
Jin…- Ela sussurrou. Ele não respondeu. — Jin… - Ela disse um pouco mais alto.
Finalmente, ele respirou fundo.
— Hmm… - Mas, em vez de responder ao pedido dela, ele disse. — Descanse um pouco,
Arabella. É uma longa viagem para casa.
- É só isso? Ele escutou alguma palavra do que eu disse?
Ela suspirou e recostou-se no banco. Ela decidiu deixar para lá. Ela disse sua parte.
Ele era um homem inteligente que já tinha seu futuro traçado. Ele sabia o que era melhor
para todos eles. Ele amava muito sua irmã. Ele sabia a coisa certa a fazer, para o bem de
todos. Para evitar mais discussões, ela fechou os olhos e fingiu dormir. Depois de um tempo,
ela não estava mais fingindo. A próxima coisa que ela soube foi que Jin estava batendo
levemente em sua bochecha. Quando ela se sentou corretamente, ele estava olhando para a
frente, evitando seus olhos.
— Estamos aqui. - Ele a informou. Eles chegaram a mansão dos Adams. Jin saiu do carro
e abriu a porta do passageiro para ela.
— Obrigada. - Ela murmurou.
— Vá em frente. - Disse ele. — Obviamente, não podemos andar até lá lado a lado e
parecer que gostamos desse passeio de carro juntos.
— Jin…
— Vai, ma belle. - Ele disse em um tom firme, mas gentil. — Vou subir em breve. - Ele
tirou a mala dela do porta-malas. Ela estendeu a mão para pegar sua bolsa e ele balançou sua
cabeça. — Vou passar isso para sua empregada.
— Eu posso carregar minha própria mala. - Ela argumentou.
— Eu sei. - Disse ele uniformemente. — Eu só não quero que você faça isso.
— Jin!
— Vai, ma belle! Tenho certeza de que Jared sentiu sua falta!
— Mamãe! - Ela ouviu seu filho gritar por ela. Ela se virou na direção de sua voz e Jared
estava descendo os degraus da frente. Ele estava vestindo uma calça jeans e uma camisa
preta com capuz. Ele correu para Julianne e ela o pegou nos braços. — Senti sua falta! -
Ele disse. — Você disse que ia ser rápido! Você não voltou para casa por dois dias!
— Eu sei, querido. Eu sinto muito. Eu estava trabalhando e então caiu uma tempestade
horrível. As estradas ficaram terríveis. - Explicou ela.
— Eu gostaria que você não tivesse que trabalhar o tempo todo, mamãe. - Disse ele, fazendo
beicinho. — Como é que a tia Adrienne não trabalha? Ela está sempre aqui conosco?
— Porquê… - Ela começou, mas se afastou, sem saber muito bem como explicar a uma
criança de seis anos o conceito de ser mãe solo.
— Porque o tio Justin tem que trabalhar para a família, garoto. - Jin falou atrás deles. — Sua
mãe tem que fazer o que o tio Justin e a tia Adrienne fazem ao mesmo tempo.
— Tio Jin! - Jared sorriu, finalmente notando a presença de Jin atrás deles. Jared soltou
Julianne e se jogou nos braços de Jin. Jin o segurou, levantando-o de seus pés.
— Você fica mais pesado a cada dia, querido! - Jin disse. Vê-los juntos estava dando dor de
cabeça a Julianne. Eles se pareciam tanto que era uma maravilha que ninguém nunca
mencionou sua semelhança misteriosa. Era um mistério ainda maior por que Jin nem
perguntou quem era o pai de Jared.
— Você vai ficar aqui? - Jared perguntou.
— Hmmm… Talvez. - Jin respondeu.
— Verdade? Você vai dormir no meu quarto de novo? Como da última vez?
- A última vez? Que diabos? - Julianne olhou para Jin sem acreditar. Ele olhou em
sua direção brevemente e ela aproveitou o momento para levantar uma sobrancelha
questionadora para ele. - Sobre o que Jared estava falando? - Em vez de explicar, Jin se
virou para Jared e riu.
— Achei que concordamos que esse seria o nosso segredo. - Ele disse enquanto fazia cócegas
nele.
— Ah não! - Os olhos de Jared se arregalaram. — Isso vai te causar problemas, tio Jin?
— Acho que sim. - Respondeu Jin. — Mas eu vou lidar com isso mais tarde. Venha! Você
prometeu me mostrar alguns desenhos quando eu voltasse, lembra?
— Sim! Desenhei tantas coisas! Eu usei as canetas que você me deu. - Jared disse
entusiasmado. — Vamos, vou te mostrar! - Jin o colocou no chão. Jared pegou sua mão e
começou a puxar em direção a casa. Ele se virou para Julianne e disse. — Mais tarde,
mãe!
— Jin! - Julianne sibilou para Jin quando Jared começou a arrastá-lo para longe.
— Mais tarde, mãe! - Jin se virou para ela e disse imitando Jared e evitando efetivamente
suas perguntas.
- Que diabos foi isso? - Julianne os observou subir as escadas e desaparecer dentro
de casa. Ela podia ouvir a voz animada de seu filho e a risada de Jin. Eles se pareciam
bastante. E até agora, Julianne não tinha percebido o quão próximos estavam. - Quando
Jin Starck dormiu no quarto do meu filho? Mais importante Porquê? - Ela subiu as escadas e
entrou na casa. Ela foi recebida por Viktor, o mordomo.
— Bom dia, Senhorita Julianne. Estou feliz por ter você de volta. - Ele cumprimentou.
— Obrigada, Viktor. - Disse Julianne. — Tudo bem enquanto estive fora?
— Sim. Enquanto você estava fora. - Viktor respondeu.
— E agora?
— … - Viktor encolheu os ombros.
— O que foi, Viktor?
— Não cabe a mim dizer. Mas… O Senhor Justin e o Senhor Jac têm um… Er…
Convidado importante na sala de chá agora.
— Quem? - Julianne estudou o rosto de Viktor. Ele parecia inseguro e ela ficou ainda mais
curiosa. Viktor hesitou em responder. — Quem? - Ela repetiu.
— Seu… - Finalmente, Viktor respirou fundo e respondeu. — Seu pai.
E assim, o coração de Julianne começou a bater mais rápido antes de cair em seus
pés, e ela sentiu outra vontade de desmaiar.
Capítulo 15
- O que está acontecendo? O que meu pai está fazendo aqui? - O coração de Julianne
disparou e ela podia sentir seu pulso martelando em suas veias.
— Meu irmão está aqui? - Ela perguntou a Viktor.
— Não faço ideia, Senhorita Sanders. - Viktor balançou a cabeça.
— Obrigada.
Ela subiu os degraus e caminhou em direção à sala de chá, onde Viktor disse que seu
pai estava. Desde que ela chegou nesta casa, seu pai nunca mais colocou os pés aqui. Ele
nunca compareceu a nenhum evento familiar desde que ela voltou para os Estados Unidos. -
Por que ele está aqui agora? Isso significa que ele mudou de ideia? Ele finalmente está aberto
para conhecer seu neto? Ele está pronto para me perdoar e podemos começar de novo? - A
porta da sala de chá estava entreaberta. Ela se aproximou, esperando ouvir um pouco da
conversa. Ela realmente não iria escutar. Ela só queria saber o clima. E ela queria ouvir
a voz de seu pai novamente. Fazia sete longos anos.
— Com todo o respeito, tio Edward. - Ela ouviu Justin dizer com uma voz firme. — Meus
pais não tiveram nada a ver com isso. Foi minha decisão.
— Você sempre se intromete nas decisões da família, Justin. De alguma forma, você se
designou como algum tipo de salvador. Algum dia, sua arrogância vai levar o melhor de você.
- Disse seu pai. Ele não parecia nem um pouco feliz.
— Edward, meu filho é dono de si. Ele quase nunca está errado com suas decisões. Eu
confio nele. Ele sabe o que está fazendo.
- Eles estão falando sobre negócios? Talvez eu não devesse estar ouvindo isso. - Ela
estava prestes a se afastar, quando…
— Você está interferindo nos assuntos da minha família! - Seu pai disse em voz alta e
potente.
— Tio Edward. - A voz de Justin era firme, mas controlada. — Você está esquecendo?
Ian não era mais sua família quando você a expulsou de casa no meio da gravidez? Na época
que ela mais precisava de você?
— Ela mereceu pela vergonha que trouxe para nossa família! - Seu pai disse com raiva.
— Bem, nem todos nós compartilhamos sua opinião. - Disse Justin. — Só você a deserdou.
Ela ainda é minha família. Ela tem todo o direito de morar nesta casa. E você não tem
nada a dizer sobre isso.
— Edward, o que você quer? - Jac Adams perguntou. Sua voz também soava estressada e
Julianne sabia que ele quase sempre estava calmo. — Esta não é sua casa. É minha. Meu
pai a construiu. E é do Justin também. Justin tem todo o direito de dizer quem entra e sai
daqui. Só ele e eu podemos decidir quem pode viver aqui ou não. Você está exigindo que
joguemos fora sua filha e o filho dela também? Quando você sabe muito bem que ela não
tem para onde ir?
— Ela estar aqui é um tapa na cara para mim. Você está desrespeitando a decisão da minha
família de renegá-la! Ela não tem mais direitos nesta família. Ela renunciou a tudo isso
quando gerou aquele bastardo dela!
Julianne ficou arrasada ao ouvir seu pai dizer essas palavras sobre ela. Ele não apenas
a deserdou. Ele quer que todos os outros que cuidaram dela também a rejeitem.
— Jared! - Justin disse, levantando a própria voz.
— O que? - Perguntou o senhor Sanders.
— Seu neto tem um nome. - Justin disse em um tom sério. — Jared Adrien Sanders. Esse é
o nome dele.
— Oh, então Julianne achou apropriado que o bastardo carregasse meu nome também?
— Seu filho da puta! - Jac xingou. — Você está bravo com sua filha, nós sabemos. Mas deixe
o pobre menino fora disso! Se você não tem um coração para eles, deixe-os conosco!
Cuidaremos de ambos. Não queremos nada de você.
— Julianne e Jared podem usar meu sobrenome de solteira. - Julianne reconheceu a voz de
sua tia Christine. Ela nem percebeu que ela também estava na sala. — Ela pode usar Smith.
Ela não deveria ter que carregar o seu sobrenome. Você não a merece!
— Diga o que quiser. Esta família tem regras. E você, Justin, a quebrou pela segunda
vez! - Edward disse com raiva. — Como você acha que o pai de Mason se sente agora?
Em vez de Mason implorar por perdão, você deu a ele a opção de desafiá-los ainda mais.
Sua cabeça ficou grande! Ele não precisa mais de seus pais pensando que ele se tornou
um jogador de sucesso.
— O sucesso de Mason vem de administrar um hotel de jogos de azar, não do jogo em si. Há
uma grande diferença. - Justin apontou.
— Um hotel que ele não poderia pagar sem a sua intromissão! - Edward disse com raiva. —
E agora, você está fazendo o mesmo com minha filha! Ela precisa sentir remorso por suas
ações! E ela não vai fazer isso, com vocês ajudando-a constantemente! Ela precisa se
arrepender pelo que fez ao meu nome!
— Você não queria que ela se arrependesse, tio. Você queria que ela sofresse. - Justin
argumentou. — E ela fez. Ela sofreu por anos. E ela sofreu mais do que o suficiente.
Estou dando a ela uma chance de viver sua vida e fazer algo fora de si, pelo bem de seu
filho.
— Perdi negócios e alianças por causa do que ela fez. Se ela não tivesse voltado grávida,
ela poderia ter sido a esposa de McAllister agora. E meus negócios não teriam tido azar. Perdi
alguns milhões de dólares por causa do que ela fez!
— Com todo o respeito, tio Edward, acho que sua filha e seu neto valem mais do que isso.
Você simplesmente não consegue perceber isso.
Cada palavra que saía da boca de seu pai era um martelo que esmagava ainda
mais os pedaços de seu coração já esmagado. E ela não podia deixar de se perguntar se
seu pai a amava. Ou ela não significava nada para ele, apenas um peão que ele poderia
oferecer a uma família mais rica em alianças? Houve mais discussões na sala. Ela tentou
entender as palavras que eles estavam dizendo.
— Estou avisando, Justin! - Seu pai estava quase gritando. — Pare de interferir nos assuntos
desta família! Respeite seus avós! Respeite a maneira como disciplinamos nossos filhos. Ou
você vai começar uma briga familiar com o que está fazendo!
A porta se abriu de repente e seu pai apareceu diante dela. Ele ficou surpreso ao vê-
la parada na porta. Ela ergueu o queixo para ele, olhando para ele, enquanto se esforçava para
conter as lágrimas.
— Você nunca vai aprender a me perdoar, pai? - Ela perguntou em uma voz quebrada.
— Se você sabe o que é bom para esta família, terá o bom senso de fazer o que é certo.
- Disse ele em voz baixa e severa. Então ele se afastou sem olhar para trás.
Julianne ficou pasma. Como seu pai podia sentir tanto ódio por ela? Ela sentiu braços
gentis envolvendo-a.
— Oh, minha pobre criança. - Christine sussurrou para ela. — Não ligue para ele. Ele sempre
foi teimoso.
— Você está bem, Ian? - Justin perguntou, sua voz estava cheia de preocupação por ela.
E o coração de Julianne se partiu ainda mais porque Justin estava mais preocupado com ela
do que com as graves ameaças que seu pai lhe tinha feito.
— Não ligue para ele, Ian. - Jac disse. — Ele está sendo irracional. Você sabe como ele
é.
— Minha irmã não tem voz no casamento deles. - Christine suspirou. — Mas isso não
significa que ela compartilhe da opinião de seu marido. Eu vou falar com ela quando eu tiver
uma chance.
— Não se preocupe, Ian. Muitos de nossos parentes não concordam com o que Edward
fez com você. - Disse Jac.
— Até os pais de Mason estão orgulhosos do que ele se tornou. Eles perdoariam Mason em
um piscar de olhos, se ele pedisse perdão. - Christine informou a ela.
— Obrigada… Obrigada. Amo todos vocês. - Disse Julianne com a voz quebrada. — Eu sei
que você se importa comigo e serei eternamente grata por isso. Mas agora, por favor… Eu
preciso de um momento para ficar sozinha.
Então ela foi embora para seu quarto. Ela mal conseguia se controlar. Seu peito estava
pesado. Mas ela não conseguia chorar. Ela não iria. Justin estava certo. Ela já havia
sofrido muito. Ela não queria nada de seu pai. Apenas seu perdão e sua aceitação sobre
Jared. Mas parecia impossível. Seu pai poderia ser cruel se quisesse.
Ela ficou em seu quarto pelo resto da tarde. Ela não queria enfrentar ninguém. Ela
estava perturbada, ela mal conseguia respirar. Mesmo Adrienne não conseguia falar com ela.
Ela pediu espaço e eles respeitaram isso. Ela precisava de tempo para pensar. À noite, ela
alimentou Jared em seu quarto. Então ela se certificou de que ele estava deitado na cama.
Ela tentou o seu melhor para parecer alegre na frente do filho. Mas no fundo, seu coração
estava sangrando por ele.
- Ele não merecia essa rejeição sendo tão novo! - Enquanto observava Jared dormir, ela
percebeu que um de seus avôs não sabia que ele existia. O outro se recusou a reconhecer
sua existência. Ela se inclinou para beijar Jared na testa. Ele era um garoto lindo. Ele
merecia muito melhor. E era por isso que ela estava trabalhando em dobro. Ela queria dar a
ele o melhor. Não faltaria nada em sua vida.
Quando ela voltou para seu quarto, já eram dez da noite. A casa estava silenciosa.
Todos se retiraram para seus aposentos ou para a sala de jogos, tomando um drinque e, sem
dúvida, discutindo sobre a improvável visita de seu pai e as ameaças que ele deixou para
trás. Na verdade, a riqueza de sua família era apenas cerca de um terço da de Justin. Seu pai
não teria chance se cumprisse essas ameaças. Mas Julianne não tinha certeza se queria ser o
motivo da rivalidade entre suas famílias. O pai dela pode não ser tão rico quanto Justin, mas
ele ainda vale pelo menos algumas centenas de milhões de dólares. Isso significava que ele
também poderia pagar fogo e um exército.
- Eu não valho essa luta! Não posso ser a razão pela qual está família vai desmoronar! -
Ela se sentia grata pelo amor e pelo apoio que recebia das pessoas ao seu redor. Ela sentiu o
coração partido pelo ódio que seu pai ainda sentia por ela. Ela sentia medo da rivalidade que
poderia provocar entre suas famílias. Justin estaria no centro de tudo e ela não poderia se dar
ao luxo de arruiná-lo depois de tudo o que ele fez por ela. - O que eu vou fazer? - Ela não
tinha para onde ir. E Jared não poderia ser pego no meio disso. Ele era muito jovem,
muito inocente.
Ao voltar para o quarto, ficou surpresa ao encontrar Jin sentado em sua cama. Ele
estava vestindo uma camisa branca e um par de calças pretas de cordão. Quando ele se
levantou, ela pôde distinguir os contornos de seu abdômen tonificado por baixo da camisa, o
que momentaneamente tirou sua mente de seus problemas. Então ela se sacudiu de volta à
realidade.
— O que você está fazendo aqui? - Ela exigiu. — Por favor! Tive um dia difícil. Não tenho
forças para discutir com você. Tente em qualquer outro dia.
— Não estou aqui para discutir com você, ma belle. - Em vez de brigar de volta, ele se
levantou da cama.
— Então por que você está aqui?
— Você não queria falar com ninguém. Nem mesmo Adrienne. - Sua voz estava séria e ela
percebeu que ele estava sendo cuidadoso com suas palavras.
— E o que te faz pensar que vou falar com você?
— Não vou pedir que fale comigo também. - Disse ele. Quando ele olhou para ela, sua
expressão era suave e gentil. Ela podia estar imaginando, porque ela pode ver a expressão de
preocupação em seu rosto. — Eu posso dizer que você mal consegue segurar, ma belle. - Ele
balançou sua cabeça. — Você não precisa dizer nada. - Ele abriu os braços para ela. — Venha
aqui.
Era como se ela estivesse sendo magnetizada. As pernas dela pareciam ter se movido
involuntariamente lentamente em direção a ele. Quando ela estava a poucos metros dele, ele
a pegou nos braços e deu-lhe um abraço caloroso e reconfortante. Julianne fechou os olhos e
deixou as lágrimas rolarem pelo rosto. Ela chorou. Finalmente! A última vez que ela chorou
por seus pais foi quando deu à luz Jared e percebeu que eles realmente não iriam mudar de
ideia sobre renegá-la. Ela era jovem e sozinha. Ela não tinha ideia sobre a maternidade. Ela
estava tendo um bebê sozinha. Ela precisava que pelo menos sua mãe estivesse lá para ajudá-
la, para ensinar a carregar e cuidar de seu bebê. Mas eles não vieram. Não para ela. Não para
seu filho.
E depois de todos esses anos, ela achava que havia aprendido a aceitar o fato de
que estava sozinha, de que não fazia mais parte de sua família. Ela sempre teria Gian,
mas ela perdeu seus pais. E se fosse uma escolha entre seus pais e seu filho… Bem, ela
tinha certeza de uma coisa. Ela nunca abandonaria seu filho da maneira como seus pais a
haviam abandonado. Você não desiste de seu filho. Não importa o que tenha acontecido.
Ela se lembrou das últimas palavras de seu pai para ela. - Se você sabe o que é bom para
esta família, terá o bom senso de fazer o que é certo. - E ela sabia exatamente do que
seu pai estava falando.
Justin e Adrienne nunca desistiriam dela e de Jared. Seu pai não tinha poder para
pedir que a mandassem embora. E enquanto ela estivesse nesta família, seus pais nunca
perdoariam Justin por ajudá-la. Se seu pai não pudesse puni-la, ele pressionaria Justin,
seu tio Jac e sua tia Christine. Ela se tornaria o motivo que separaria este clã. Jin estava
certo quando disse que ela havia cometido um erro, e esses erros têm consequências. Mas
agora, ela percebeu que ninguém mais tinha que sofrer por isso. Principalmente Justin e
Adrienne.
Ela sabia exatamente o que tinha que fazer. A questão é: ela teria coragem de fazer
isso? Seu pai foi específico sobre não querer que ela morasse aqui. Ele não disse nada
sobre não querer que ela trabalhasse para as Indústrias Adams. Ela poderia manter seu
emprego lá porque o dinheiro era bom e ela precisava para Jared. Mas ela não podia continuar
morando aqui. Ela não tornaria isso difícil para Justin e seus tios.
Ela sentiu Jin acariciar sua cabeça em seu ombro. Ele não disse uma palavra. Ele
apenas a abraçou, proporcionando-lhe o conforto de que ela precisava enquanto ela
chorava de todo coração. Durante anos, ela tentou ser forte. E agora, ela se permitiu ser
fraca. Ela desabou e Jin era a pessoa que a segurava. Lentamente, ele se abaixou, pegou-a
e carregou-a para a cama como se ela não pesasse nada. Ele se deitou ao lado dela e a tomou
em seus braços.
— Você não tem que falar, ma belle. - Ele disse. — Você pode chorar o quanto quiser. Você
merece deixar sair. Não vou fazer perguntas. Mas, por favor, deixe-me abraçá-la um pouco.
- Ela o sentiu beijar o topo de sua cabeça. Ele acariciou seu braço suavemente. — Você pode
ser fraca aqui em meus braços. Segure em mim. Eu estarei aqui enquanto você precisar de
mim.
Julianne ficou emocionada com as palavras que ele disse. Ao contrário do que todos
diziam sobre ele… Jin Starck tinha um coração afinal de contas. E agora, ele era muito
parecido com o Jas Mathieu que ela conheceu e se apaixonou. Que irônico, porque de certa
forma, ela estava nessa situação por causa dele… Porque ela o escolheu. Ela o deixou porque
estava com medo do que seu pai e Patrick McAllister fariam com ele. Ela o estava
protegendo. E agora, ela o estava protegendo novamente por não lhe dizer a verdade. Ela o
estava protegendo do drama familiar.
- E ele pensou que eu o deixei tantos anos atrás porque escolhi outro homem. Porque eu
traí outro homem com ele. Ele pensou que era apenas minha última aventura antes de me casar
com o homem dos meus sonhos. Ele não sabia que eu estava nessa situação porque escolhi amá-
lo. Porque mesmo que eu não fosse livre para prometer meu futuro a ele, eu dei a ele a única
coisa que eu estava livre para dar, meu coração.
Capítulo 16
Julianne adormeceu nos braços de Jin. Quando ela abriu os olhos, percebeu que já
eram cinco da manhã. Estava escuro em seu quarto. Sua cabeça ainda estava apoiada
confortavelmente no ombro largo de Jin. Ele estava dormindo silenciosamente ao lado dela.
Ela se apoiou no cotovelo. Assim que ela se moveu, ela sentiu os braços de Jin apertarem ao
redor dela e ele acordou instantaneamente. Ela piscou de volta para ele.
— Desculpe. - Ele sussurrou enquanto afrouxava seu controle sobre ela. — Você está
bem?
— Sim. Jin, você precisa ir. - Disse ela. — Em breve, toda a família estará de pé. Eles não
podem ver você saindo do meu quarto.
— Certo. Você vai ficar bem?
— Ficarei bem. - Disse ela. — Estou acostumada com isso.
— Acostumada a que?
— Você disse que não ia fazer perguntas. - Ela ergueu uma sobrancelha para ele.
— Sim. - Ele respirou fundo. — Certo. - Disse ele. — Eu vou. Tem certeza que está bem
agora? - Ele perguntou, sentando na cama e acendendo a lâmpada de cabeceira.
— Essa é outra questão. - Ela suspirou e ele ergueu uma sobrancelha para ela. — Sim.
Eu ficarei bem. - Ela parou por um momento e disse. — Ouça, Jin, obrigada. O que você
fez… Eu precisava disso.
— Seja o que for que você esteja passando, você triunfará contra isso. - Ele estendeu a mão
para tocar sua bochecha com os dedos suavemente. — Todos ao seu redor amam você. Essa
é toda a munição de que você precisa.
— Eu sei. - Disse ela. — Mas eu cansei de colocar as pessoas em problemas.
— Você não pode julgar isso. - Disse ele. — É a escolha das outras pessoas quando elas vão
parar de se meter em problemas por você.
— Não. - Disse ela com firmeza. — Eles têm feito muito por mim. Às vezes, acho que não
mereço sua bondade. Eu não valho a pena.
— Tem certeza de que vai ficar bem? - O rosto de Jin endureceu, mas ele não disse nada.
Ele se levantou da cama.
— Sim. - Ela assentiu.
— Ok, eu vou. - Ele se dirigiu para a porta.
— A propósito, Jin. - Ela chamou.
— Sim? - Ele se voltou para ela.
— Por que Jared disse que você dormiu no quarto dele antes? - Ela ergueu uma
sobrancelha para ele.
— Oh aquilo? - Ele perguntou, coçando a nuca. — Bem, eu passo a noite aqui de vez em
quando. Estou livre para usar qualquer um dos quartos.
— O quarto do meu filho não é um deles. - Ela o lembrou.
— Ele me viu andando no corredor uma vez. Era meia-noite.
— Por que ele estaria no corredor à meia-noite?
— Ele disse que queria leite. - Jin encolheu os ombros. — Fui com ele até a cozinha e nós
dois bebemos leite. Eu o acompanhei de volta ao seu quarto e o coloquei na cama. Ele me
pediu para ficar até ele adormecer. Acho que adormeci ao lado dele. Quando acordei, já era
de manhã.
— Ele estava andando pelo corredor no meio da noite? - Ela perguntou.
— Sim. - Jin concordou. — Da próxima vez, você deve colocar leite no quarto dele.
Apenas no caso dele querer. Ou ele não tem uma mini geladeira?
— Ele tem seis anos, Jin. Não vinte e seis.
— Certo. - Disse ele. — Bem, ele não deveria andar pelos corredores no meio da noite.
— Eu sei. Vou garantir que isso não aconteça novamente.
— Ok, eu já vou. - Ele assentiu. — Você vá descansar um pouco mais.
Jin abriu a porta. Ele fez uma verificação rápida nos corredores antes de sair
lentamente e fechar a porta atrás de si. Julianne recostou-se nos travesseiros. Seus lençóis
ainda cheiravam levemente a loção pós-barba de Jin. Ela teve que admitir, ela se sentiu
muito mais leve quando chorou. Ela vinha reprimindo tudo há muito tempo. Reconhecer sua
fraqueza não significa realmente que você é fraco. Significa apenas que você precisava de
uma pausa, para respirar. E então você estaria pronta para lutar novamente.
Julianne decidiu tirar o dia de folga do trabalho. Ela passou a manhã inteira com Jared.
Ele estava progredindo bem com seus desenhos. Ela estava muito orgulhosa.
— Olhe para isso, mamãe. - Disse ele, lhe entregando o desenho de uma árvore com fundo
azul e verde.
— Oh! - Julianne arregalou os olhos, o desenho tinha ficado muito, muito bom. — Você
fez isso?
— Sim. Tio Jin me ensinou. Ele estava me mostrando como colorir corretamente. - Disse
Jared. — Ele é tão bom, mãe! Eu quero ser como ele algum dia.
Julianne mordeu o lábio. Ela estendeu a mão para bagunçar o cabelo do filho. Haveria
grandes mudanças em sua vida e ela pretendia torná-lo o mais indolor possível para ele.
Depois do almoço, ela perguntou a Adrienne se ela poderia pegar seu carro emprestado.
— Por que não pedir ao motorista para levá-la a qualquer lugar? - Adrienne perguntou.
— Está tudo bem. Sinto falta de dirigir. - Disse ela.
— Ok. Onde você vai?
— Em volta da cidade. Só quero comprar algumas coisas. - Ela desviou o olhar de sua prima-
cunhada. Ela não queria mentir para ela. Adrienne era uma pessoa que confiava nas
pessoas. Ela era uma daquelas almas puras. E Julianne se sentiu culpada por mentir para
ela.
— Tudo bem. - Disse Adrienne. Ela foi ao balcão e pegou a chave de seu Mini Cooper. —
Cuide-se, ok?
— Ok. - Julianne assentiu.
Vestida com uma legging preta, um suéter de tricô branco e botas de cano alto, ela
agarrou o casaco e dirigiu até o centro da cidade. Ela planejava procurar uma casa para alugar.
Ela tinha algum dinheiro guardado. Ela poderia pagar o aluguel de uma casa de dois quartos.
Devia ser perto da escola de Jared e a apenas alguns minutos de carro de seu trabalho.
Enquanto ela estava dirigindo ao redor do quarteirão, ela recebeu um telefonema de River
Jefferson.
‣ Como está a minha querida amiga? - Ele perguntou.
‣ Bem. Pelo menos por enquanto, não há necessidade de inventar falsas emergências e
questões alfandegárias.
‣ É muito reconfortante ouvir isso. - Ele riu. — Onde você está?
‣ Dirigindo pelo Hyde Park.
‣ Você não está no trabalho?
‣ Não, fiquei presa em White Rock por duas noites. Eu tive que tirar o dia de hoje. - Ela
respondeu. Memórias do que aconteceu entre ela e Jin em White Rock surgiram rapidamente.
Levou um momento para perceber que River estava falando na outra linha e ela nem mesmo
ouviu o que ele disse.
‣ Ian?
‣ Sim. Tudo bem. - Ela disse sem pensar.
‣ Vou buscar você e Jared amanhã, então. Espero que ele goste de patinar no gelo.
‣ O que? - Ela piscou de volta.
‣ Ian, você está bem?
‣ Sim, estou bem.
‣ Não, você não está. Eu posso dizer. - Ele disse.
‣ Como? Você nem pode me ver.
‣ Eu sou seu melhor amigo, lembra? Eu posso dizer totalmente.
‣ Não, você não pode.
‣ Conte-me tudo sobre isso amanhã. Quatro da tarde tudo bem com você? É um sábado.
Jared deve ficar bem. Ele tem um par de patins de gelo?
‣ Ele tem. Jeffrey deu a ele os antigos quando não lhe serviram mais. - Sim. Jared
desfrutou de um monte de coisas que Jeffrey deu. Adrienne tomou bastante cuidado com as
roupas, sapatos e até mesmo brinquedos de seu filho para que Jared ainda pudesse usá-los.
‣ Perfeito! - River disse. — Eu tenho que ir. Te vejo amanhã.
Quando ela desligou o telefone, ela levou um momento para pensar. - Acabei de
concordar em sair com River Jefferson? - Ela se sentiu inquieta. O que Jin Starck diria sobre
isso? - Bem, eu não sou namorada dele. E concordamos que o que aconteceu entre nós nunca
mais acontecerá. Ele está prestes a ficar noivo de uma herdeira vadia para melhorar seu ranking
no ramo de hotelaria. Estou livre para sair com quem eu quiser. Além do mais, River é… Como
ele disse… Meu melhor amigo!
Julianne encontrou um bairro com casas sem elevador em estilo brownstone. Ela
parou em um que tinha uma placa ‘Aluga-se’ na frente. Ela ligou para o número da placa.
Uma senhora atendeu.
‣ Olá, estou querendo saber sobre a casa que você tem para alugar?
‣ O brownstone no Hyde Park?
‣ Sim.
‣ Oh, é a oitava vez que mostro para alguém hoje. Eu já sei o que você vai perguntar. -
A senhora disse alegremente. — Você está aí?
‣ Sim.
‣ Ok, espere por mim. Eu estarei aí em cinco minutos. - A senhora desligou, sem
esperar que Julianne discutisse.
Julianne estacionou o carro em frente à placa ‘Aluga-se’. Ela saiu do carro e olhou ao
redor da frente da casa. O lado da escada era adornado com arbustos com flores vermelhas.
A frente da casa parecia que estava mantido adequadamente. O bairro parecia tranquilo, com
algumas pequenas lojas e mercearias do outro lado da rua. Um carro BMW vermelho
estacionou atrás dela. Uma ruiva vestindo um casaco de pele sintética creme saiu dele.
Julianne presumiu que fosse a corretora.
— Oi. - Ela sorriu para Julianne. — Eu sou Janis. Conversamos ao telefone.
— Eu sou Ian. - Ela disse, apertando a mão da mulher.
— Esta propriedade é quente. Venha, vou te mostrar. - Janis conduziu Julianne escada
acima. Usando sua chave, ela abriu a porta da frente. — Este é um apartamento de dois
andares. Três quartos, três banheiros e um banheiro extra perto da entrada para os convidados.
- Disse Janis.
A casa era espaçosa, com um lindo piso de madeira. Era inundado com muita luz
natural proveniente das janelas de vidro. Tinha uma configuração de estilo aberto com a sala
de estar e a sala de jantar separadas por uma bancada de café da manhã. Havia uma bela
lareira de mármore. Havia um pequeno quarto no andar térreo. Janis abriu a porta nos fundos
e revelou um pátio privado. Estava protegido com uma cerca alta e grandes árvores do outro
lado da cerca.
— Veja, este pátio está vazio. O inquilino anterior não gostava de jardins. Você pode fazer
muita jardinagem aqui com seu marido. - Disse Janis.
— … - Julianne não disse nada.
— Desculpe, você é casado, certo? - Janis perguntou. Ela parecia relutante.
— Não. - Respondeu Julianne. Olhando ao redor do quintal espaçoso. — Eu tenho um filho.
E isso é o suficiente. - Ela sorriu brilhantemente para Janis.
— Oh, querida. Eu sinto muito. Às vezes sou indelicada. - Ela sorriu para Julianne se
desculpando. — Bem, você pode ter um pequeno playground aqui para o seu filho.
— É verdade. - Julianne sorriu para ela de forma tranquilizadora. — O que há do outro
lado?
— Nada. Apenas um lote privado. Vazio. O proprietário estava tentando vender aquele lote.
Mas o preço era exorbitante, especialmente porque não havia nada nele.
— Alguém mora lá? - Julianne percebeu o muro alto do lado direito, separando a casa da
vizinha.
— Sim. Seu dono. Ele possui duas unidades. Esta e aquela. Esse é um lote de esquina.
Três quartos mais um quarto de serviço. É muito maior do que esse. Não se preocupe. Ele
não é intrometido. Você pode fazer o que quiser em seu lugar, desde que o mantenha
conservado e não danifique sua propriedade permanentemente, ele ficará bem. - Respondeu
Janis. — Agora, vamos ver os quartos.
As escadas de madeira eram brancas. Os degraus foram cobertos com carpete cinza.
As paredes do segundo andar eram pintadas de bege escuro com enfeites brancos. As portas
e armários eram todos brancos. A casa já estava totalmente mobiliada. O quarto principal
tinha uma cama king-size Califórnia. Os outros dois quartos tinham camas queen-size. A
cozinha estava equipada com uma geladeira preta lado a lado, um forno, todos os outros
eletrodomésticos. A sala de estar tinha um sofá branco em forma de L com uma mesa de café
marrom escuro no centro.
— Esta casa está pronta para mudar para cá. A água está incluída na renda. O bairro é
conveniente e tranquilo. Muito espaço de estacionamento na frente, mas um é reservado para
o inquilino. - Disse Janis. — E como eu disse, você é a nona visitante hoje. E só foi divulgado
ontem. - Janis deu a ela o valor do aluguel mensal. — Eu sei que está acima da média de
aluguel no mercado de três quartos. Mas querida, este apartamento é o mais fofo! - A quantia
ainda era menos de vinte por cento do que Julianne ganha em um mês. Mas ela estava
realmente esperando por algo mais barato. — Além disso, se você tem um filho, esta parte
do bairro é ideal para famílias. A delegacia de polícia fica a apenas um quarteirão de
distância. É bastante seguro esta parte da cidade. - Disse Janis.
— … - Julianne acenou com a cabeça, olhando ao redor um pouco mais, mas calculando os
números em sua cabeça.
— Onde você mora agora? - Janis perguntou.
— Lincoln Park. - Respondeu ela.
— Lincoln Park? - Janis ecoou. Ela parecia chocada. — O que você está fazendo procurando
um lugar aqui?
— Não é minha casa. - Respondeu ela. — Eu moro com meus primos em uma mansão.
É hora de eu e meu filho ficarmos por conta própria.
— Bem, nesse caso, você veio ao lugar certo. Este bairro é bom para novos começos. Sem
mencionar que é muito mais acessível do que de onde você está vindo.
— Eu sei. Quero algo confortável, mas também acessível. Criar um filho sozinha não é
brincadeira. - Disse ela. — Eu tenho que começar a economizar para a faculdade dele
também.
— Eu sei. - Janis assentiu. — Eu também fui uma mãe solteira. Eu entendo você. Depois
do meu divórcio, precisava de toda a ajuda que pudesse conseguir. De qualquer forma,
posso reduzir o aluguel em cinco por cento. Mas é isso que posso fazer.
— É muito gentil de sua parte. - Julianne sorriu para ela. — Eu aceito.
Ela sabia que isso seria uma grande adaptação para Jared, mas acreditava que essa era
a coisa certa a fazer. Era hora de ser corajosa. Justin e sua família não poderiam ter problemas
por causa dela. Ela estava cansada de ter outras pessoas resolvendo seus problemas para ela.
Ela fez um cheque para Janis referente ao depósito e ela prometeu limpar o lugar e tê-lo
pronto em uma semana.
Julianne achou que precisaria de um carro. A Adams Industries tinha um plano de
carro para seus funcionários. Ela simplesmente nunca se aproveitou desse benefício antes
porque Justin designou um carro e um motorista para ela. Ela também cresceu sendo
conduzida, mas todo mundo tem que admitir que ela não faz mais parte daquela família agora.
Ela foi banida por seu pai, despojada de seu status de herdeira e todos os privilégios que
vieram com isso. - Bem, não vejo problema nisso! - Na verdade, uma parte dessa aventura a
entusiasmou. Ela só esperava que Jared não tivesse dificuldade em se ajustar a isso. Sem
babás, sem piscina, sem salas de jogos, sem coisas caras e desnecessárias.
Ao chegar em casa, foi direto para o quarto do filho. Ele estava pintando com
aquarela. Ele largou os pincéis e a abraçou com entusiasmo ao vê-la.
— Mamãe, olha! - Ele disse, apontando para um enorme cubo de Rubik ao lado de sua cama.
— Que diabo é isso? - Perguntou Julianne. Ela absolutamente não tinha ideia do que seu filho
estava apontando e como aquilo foi parar lá.
— É um cubo de Rubik, mãe! - Ele riu e revirou os olhos como se não conseguisse
acreditar que sua mãe não sabia o que era um cubo de Rubik. Ele correu para a cama e
pegou um cubo de Rubik, o verdadeiro que você brinca com as mãos. — Como esse! Você
joga para ter certeza de combinar as cores em todos os lados.
— Ok, este cubo, eu conheço. - Ela disse. — Mas como você vai resolver aquele grande?
— Não é um brinquedo, mãe. - Ele disse rindo novamente. Então ele foi até o cubo gigante
de Rubik. Ele puxou em um canto e abriu em uma pequena geladeira. — Eu tenho minha
própria geladeira! Olha, está cheio de leite e garrafas de água e alguns sucos. Posso te oferecer
uma bebida, mãe?
- Santa mãe da vaca!
— Está tudo bem, querido. - Julianne forçou um sorriso no rosto. — Estou bem. Não estou
com nenhuma sede. Mas preciso encontrar… O tio Jin.
— Ele está no gazebo com a tia Adrienne. - Jared sorriu com a menção do nome de Jin.
— Eu já volto, querido. - Julianne se inclinou e beijou seu filho. — E não aprecie muito a
geladeira de cubos de Rubik. Podemos precisar devolvê-lo.
— O que? Por quê? - Jared fez beicinho, claramente desapontado.
— Porque crianças normais não têm geladeiras de cubo de Rubik em seus quartos, Jared. -
Disse ela. — Eles vão para a cozinha quando querem beber alguma coisa. Como o resto das
pessoas fazem.
— Mas o tio Jin disse que não quer que eu vá para a cozinha no meio da noite. Não é seguro.
— Eu sei que não é seguro. Mas por que você precisa descer para a cozinha à noite? Por que
você não pode beber seu leite antes de ir para a cama?
— Sim. - Respondeu Jared. — Mas às vezes acordo com sede ou com fome. Por favor,
mamãe! Eu quero ficar com isso! É tão legal! Jeffrey também quer um! E o tio Jin prometeu
comprar um para ele também.
— Jared… - Ela suspirou. — Mamãe não pode pagar.
— Mas você não comprou. Tio Jin me deu.
— Deixe-me falar com ele.
— Ok. - Jared acenou com a cabeça, mas Julianne podia ver as lágrimas brotando em
seus olhos.
— Querido. - Disse ela. — Não podemos continuar aceitando presentes das pessoas.
Principalmente coisas caras. A mamãe está trabalhando muito para que você tenha o que
precisa. Mas precisamos economizar para as coisas mais importantes da vida.
— Como o que?
— Como a escola. E faculdade. E… Uma nova casa.
— Mas já temos uma casa.
— Esta é a casa do tio Justin. - Disse Julianne, com voz cautelosa. — Precisamos ter
uma para nós. Você vai adorar.
— Por que não podemos ficar aqui?
— Hmm… - Julianne respirou fundo, estava ficando cada vez mais difícil de explicar. — Se
lembra de que morávamos com o tio Mason e a tia Abi?
— Sim?
— Então nos mudamos para cá para morar com o tio Justin. - Disse ela. — Nós moramos
com seus tios porque eu não tinha dinheiro suficiente para comprar nossa própria casa. Eu
precisava economizar primeiro. Mas sempre fomos projetados para ter o nosso.
— E agora temos dinheiro suficiente?
— Sim. - Ela assentiu. — Vou deixar você escolher sua própria cama. Pode ser tão legal
quanto você quiser.
— Eu quero uma cama de cubo de Rubik! Por favor, mamãe!
— Ok. - Julianne suspirou. — Tenho certeza de que podemos encontrar uma.
— Agora, podemos ficar com a geladeira porque vai combinar com a minha cama! -
Jared sorriu e a abraçou.
- Meu filho acabou de me enganar? Caralho!
— Deixe-me falar com o tio Jin, ok? - Ela abraçou Jared e beijou sua testa.
Julianne ficou fora do quarto de Jared por um momento, respirando fundo para
acalmar seus nervos. Então ela desceu ao jardim para procurar Jin. Ela o encontrou sentado
no gazebo sozinho. Ele estava lendo algo em seu celular. Ela ficou na frente dele, os braços
cruzados sobre o peito. Ele olhou para cima e viu a expressão severa em seu rosto. Ele se
levantou de seu assento e ergueu as duas mãos no ar, como se estivesse se rendendo.
— Eu sei. Eu sei. - Disse ele. Ele nem mesmo a deixou falar. — Podemos não brigar por
causa disso? Ele amou! E você tem que admitir, é prático e mais seguro para ele. Não quero
arriscar que ele suba e desça as escadas no meio da noite só para pegar leite.
— Eu sei. Mas não quero que meu filho se acostume com esses luxos que não posso pagar!
- Ela disse.
— Eu posso pagar! - Ele rebateu.
— Eu sei que você é rico. Você é Jin Starck. - Ela disse, levantando levemente a voz. — Mas
pessoas normais como nós não têm geladeiras caras em nosso quarto! Ele tem seis anos, não
quero que ele pense que essas coisas são normais. Não quero que ele se acostume com os
luxos que as pessoas normais não podem pagar.
— Mas Jared está longe de ser normal! - Para sua surpresa, Jin parecia ofendido. Sua voz
estava ligeiramente elevada e ele tinha uma expressão irritada no rosto.
— O que? - Ela perguntou, piscando para ele.
— Jared é seu filho. - Ele respirou fundo e então deu as costas a ela. — Ele é sobrinho de
Justin e Adrienne. Ele pertence a esta família também. Você cresceu com esta vida. Por
que você não permite que ele tenha os mesmos luxos?
Julianne mordeu seu lábio. A culpa chegou até ela em ondas que ela não esperava.
Será que ela estava realmente privando seu filho das melhores coisas da vida?
— Ele adorou a geladeira de cubos de Rubik. E agora, agora ele está pedindo uma cama
de cubos de Rubik, graças a você. - Ela conseguiu dizer. — Mas esta é a última vez você
vai comprar para ele algo nas minhas costas, Jin. Estou falando sério! - Então ela se virou
e se foi embora.
De certa forma, ela sabia que ele estava certo. Ela cresceu até chegar a uma vida
luxuosa. Ela frequentou as melhores e mais caras escolas do país. Ela tinha uma babá,
um mordomo, um motorista. Mesmo na universidade, ela tinha um motorista. Mas não
mais. Ela faria tudo o que estivesse ao seu alcance para dar a Jared o que ele precisava. Ela
trabalharia dia e noite para lhe dar um futuro brilhante. Jared pode não ser um herdeiro, mas
ela faria de tudo para lhe dar uma vida confortável.
Capítulo 17
A pior parte do plano da Julianne para sair da Mansão Adams foi na verdade contar a
Justin e Adrienne sobre isso. Como era de se esperar, eles ofereceram grandes resistência e
uma série de protestos.
— Desnecessário! - Disse Justin.
— Ian, pense bem nisso. - Disse Adrienne. — Temos uma estrutura feliz aqui que funciona.
Por que você quer mudar isso?
— É hora de fazer isso sozinha. - Julianne argumentou. — Eu sempre serei grata a vocês.
Sem vocês, não teríamos sido nada. E é hora, de ficar de pé em meus próprios pés.
— Você está de pé agora. - Justin falou. — Mas quem disse que você precisa remover sua
rede de segurança? Você pode ser tão independente aqui quanto quiser. Mas não nos remova
da equação. Dê-nos a chance de estar lá para você.
— Você sempre estará. Só estarei a alguns minutos de distância.
— Trinta e cinco minutos, para ser exata! - Adrienne disse, franzindo a testa enquanto
olhava para o telefone. Obviamente, ela pesquisou a distância entre a mansão Adams e
o Hyde Park no Google.
— E quão seguro você estará lá? - Justin perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Muito segura. - Julianne respondeu. — Eu não sou mais quem eu costumava ser, Justin.
E meu pai se recusou a reconhecer meu filho. Não temos nenhum valor significativo para
sermos sequestrados. Não tenho nenhum bem valioso que faria as pessoas quererem nos
roubar. Não tenho nem joias ou quinquilharias caras. Não se preocupe muito por eu estar no
mundo real. Deixe-me brilhar sozinha.
— Isso é sobre a visita do seu pai aqui, não é? - Justin suspirou, dando a ela um olhar duro.
— Sim. - Julianne balançou a cabeça. — Justin, por favor. Deixe eu ir. Eu deveria ter feito
isso há muito tempo.
— Isso não é apenas sobre você, Ian. Isso também é sobre Jared.
— Eu sei. - Disse ela. — E quem disse que será ruim lá fora? Vivemos luxuosamente
todas as nossas vidas, Justin. Nós tivemos sorte. Mas quem disse que viver como uma pessoa
normal era ruim? Eu gostaria que meu filho também fosse esperto… Conhecesse o mundo
exterior e como sobreviver nele.
— Ele saberá disso também. Aqui. Vamos ensiná-lo como.
— Justin, por favor. - Ela implorou. — Me deixe fazer isso. Se… Se for demais para mim,
então… Voltarei para cá. Mas, por favor, deixe-me tentar. - Julianne olhou para Adrienne
com olhos suplicantes. Ela estava pedindo a Adrienne para ficar do seu lado.
— Justin, ela tem razão. - Adrienne suspirou e então estendeu a mão para o marido e apertou
suavemente. — Quero dizer, se Ian acha que ela deveria tentar, então vamos dar isso a ela.
Eu cresci no mundo comum. Realmente não é ruim. Quem sabe? Jared crescerá e se tornará
um homem melhor por causa das experiências que isso o ensinará.
— Jared está longe de ser mimado. - Argumentou Justin. — Ele é igual aos meus filhos. Ele
vai crescer bem aqui.
— Mas não é nossa decisão, lembra? - Adrienne estendeu a mão e colocou os braços em
volta da cintura de Justin. — Ian sabe o que é melhor para seu filho. Somos nós que sabemos
o que é melhor para os nossos filhos, certo?
— Não sou mais criança, Justin. - Disse Julianne. — Por favor, confie em mim. Deixe-me
tentar. Eu prometo, te pedir ajuda no primeiro minuto que as coisas saiam do meu controle.
— Hmm… - Justin suspirou em derrota. Ele passou os braços ao redor de Adrienne e beijou
o topo de sua cabeça. Então ele olhou para Julianne. Ainda havia incerteza em seus olhos.
Mas ele disse. — No primeiro minuto, ok?
— Ok. - Julianne sorriu para Justin e Adrienne. Lágrimas brotaram de seus olhos. Então ela
caminhou até eles e deu um abraço em ambos. — Obrigada, gente. Vocês fizeram muito por
mim e por Jared. Sempre estarei em dívida com vocês. - Disse ela.
— Nós te amamos. - Quando se separaram, Julianne viu que Adrienne também chorava. —
Você sabe disso. Você sempre pode voltar aqui. Esta casa nunca mais será a mesma sem
você.
— Sempre voltaremos. - Prometeu Julianne. — Vamos dormir juntos de vez em quando.
E vocês também são bem-vindos para visitar o nosso lugar. Deixe-me trabalhar nele
primeiro.
— Tenho certeza de que você usará sua mágica nisso. - Disse Justin finalmente. — Eu sei
que você gosta de projetar coisas.
— Sim. Se meu pai me permitisse seguir meus próprios sonhos, eu já estaria projetando
artigos de decoração para casa.
— Não posso dizer que não estou feliz com isso. Você é uma das minhas melhores
funcionárias. - Disse Justin, revirando a cabeça de Julianne como se ela ainda fosse uma
garotinha.
— Bem, algum dia, quando eu tiver economizado o suficiente para o futuro de Jared… -
Julianne disse pensativa. — Eu ainda gostaria de tentar perseguir esse sonho.
— Me deixe providenciar os serviços de mudança, pelo menos. - Disse Justin. — E eu sugiro
que levemos Jared somente depois que você consertar tudo em sua nova casa. Isso tornará a
transição muito mais fácil para ele.
— Obrigada, gente. - Julianne assentiu.
Julianne ficou aliviada por finalmente ter convencido Justin e Adrienne. Ela contaria
a Gian em breve. Ele poderia protestar, mas seria muito mais fácil de equilibrar. De qualquer
forma, não faria diferença para ele, já que não moravam juntos. Ele poderia passar por aqui
e visitá-los a qualquer hora.
Por volta das quatro da tarde, Julianne e Jared estavam esperando escada acima
para River buscá-los. Jared ficou em êxtase quando Julianne disse a ele que seu amigo,
River Jefferson, estava se oferecendo para ensiná-lo a patinar no gelo.
— Ele já está aqui? - Jared perguntou impaciente.
— Ainda não, querido. Ele disse quatro. São apenas três e quarenta cinco.
— Mal posso esperar para jogar hóquei!
— Você precisa aprender a patinar primeiro. O hóquei será para depois…
— Ok, mamãe. - Eles ouviram o som de um motor girando no portão.
— Talvez seja ele!
Os portões se abriram e uma familiar Ferrari verde dirigiu em direção à garagem. O
coração de Julianne bateu forte no peito. Isso sempre acontecia perto de Jin Starck e ela não
sabia como impedir. - Mantenha a calma. Mantenha a calma. - Ontem, eles não se
separaram bem. Ela disse a ele para parar de comprar coisas para Jared. - Ele tem o direito
de fazer isso! Ele pode dar a lua a Jared se quiser! - Mas Jin Starck ainda não sabia que Jared
é seu filho. Até onde ele sabia, eles não eram relacionados ao sangue. Ele não deveria
estar dando a Jared coisas caras e estragando-o com coisas que ele realmente não
precisava. Jin saiu do carro, vestindo jeans, camisa branca e uma jaqueta de couro.
— Tio Jin! - Jared falou.
— Ei! - Jin foi até ele e o pegou nos braços. Jared deu-lhe um grande abraço.
— Vou patinar no gelo! - Jared disse animadamente.
— Verdade?
— Sim! - Jared disse. — O amigo da mamãe vai me ensinar!
— Amigo da mamãe? - Jin repetiu.
— … - Julianne olhou para frente em direção aos portões, recusando-se a olhar Jin nos olhos.
— Quem é este amigo? - Jin perguntou, colocando Jared no chão.
Julianne sabia que a pergunta era dirigida a ela. - Ele não tem o direito de saber nada
sobre minha vida.
— O nome dele é Senhor River Jefferson. - Jared respondeu. — Estamos esperando por ele.
Ele vem às quatro. Que horas são, tio Jin?
Julianne podia sentir o peso do olhar de Jin sobre ela. Ela esperava que ele não
pudesse ver seu pulso martelando na base do pescoço. - Qual é o problema? Não temos
relacionamento. Não temos compromisso um com o outro. Gostamos da companhia um do outro
na outra noite e concordamos que seria uma coisa de uma noite. Mas por que eu sinto que
estou trapaceando?
— Tio Jin, que horas são? - Jared repetiu sua pergunta.
— Faltam cinco para as quatro, querido. - Jin respondeu. — Se você queria aprender a patinar,
deveria ter me contado. Eu poderia ter levado você.
— Oww. Eu não sabia. Você vai me levar da próxima vez?
— A qualquer hora, querido. - Jin respondeu. — Apenas me ligue. Eu venho imediatamente.
— Oh não, eu não posso fazer isso. - Jared disse.
— Por quê?
— Não sei o seu número. - Jared encolheu os ombros.
— Eu te dou mais tarde. - Jin deu uma risadinha.
— Eu só posso usar o telefone da mamãe para ligar para você. Você deve dizer à mamãe
seu número.
- Oh Deus, isso é constrangedor! - Felizmente, um Porsche SUV branco passou pelos
portões, chamando a atenção de Jared e Jin.
— Mamãe, essa é seu amigo agora?
— Ummm hmmm. - Ela disse, ainda se recusando a olhar na direção de Jin, com medo de
não poder suportar o peso de seu olhar e as perguntas que ele mantinha em seus olhos.
River estacionou atrás do carro de Jin e então ele caminhou até eles. Ele estava
vestindo uma calça jeans e um suéter de tricô branco.
— Olá Ian. - River cumprimentou. — Ei! - River se abaixou para olhar nos olhos de Jared.
— Você deve ser Jared.
— Olá, Senhor River Jefferson. - Jared o cumprimentou. Ele estendeu a mão para River. —
Meu nome é Jared Adrien Sanders.
— Prazer em conhecê-lo, Senhor Sanders. - River riu e apertou a mãozinha de Jared. Então
River se virou para Jin. — Oi, ainda não nos conhecemos. Sou River Jefferson. - River
estendeu a mão para Jin.
Jin tinha uma expressão séria no rosto enquanto observava Jared e River
apertarem as mãos um do outro. Julianne temia que ele explodisse a qualquer minuto e não
conseguia entender por que ele achava a cena à sua frente tão ofensiva.
— Jin Starck. - Jin deu a River um olhar severo e ponderado antes de apertar sua mão.
— Sei. - River concordou. — Você deve ser o cunhado de Justin. É um prazer finalmente
conhecê-lo. Adrienne fala de você o tempo todo.
— E Julianne nunca mencionou você. - Jin disse significativamente, olhando para Julianne.
— … - Mas Julianne se recusou a morder a isca. Jin não precisava saber sobre seus
problemas. — Vamos? - Julianne perguntou a River.
— Claro. - Disse River. — Prazer em conhecê-lo, Senhor Starck. Vamos.
— Onde vocês vão? - Jin perguntou friamente.
— Warren Park. - Respondeu River.
— Certifique-se de cuidar de Jared. Devolva-o para mim sem fugas. - Jin disse a River. Sua
voz estava firme. E havia uma sugestão de ameaça nisso.
Julianne ficou surpresa com o que Jin disse e como ele soou autoritário. Ela olhou
para ele, mas Jin apenas levantou uma sobrancelha desafiadora para ela. - Quem ele pensa que
é? - River pigarreou, felizmente, cortando a tensão. Julianne queria matar Jin Starck apenas
com sua aparência.
— Não se preocupe. Julianne e Jared estão seguros comigo. - Disse River. — Se você quiser
que meu histórico seja verificado, você deve apenas perguntar a Justin. - Havia um traço de
diversão na voz de River, como se ele gostasse de insultar Jin Starck.
— Eu não preciso da opinião obviamente tendenciosa de Justin sobre você, Senhor Jefferson.
Tenho assassinos à minha disposição. Posso desenterrar os esqueletos que você guarda no
armário em quinze minutos. - Era óbvio que Jin não recuaria.
— Oh, por favor. Faça seus assassinos limparem meu armário enquanto estão fazendo isso.
- Brincou River. — Alguns desses escândalos simplesmente não vão embora por conta
própria.
— Eu ficaria feliz em fazer isso. - Jin disse friamente. Então ele deu a River um sorriso
sério e acrescentou. — Mas de que outra forma eu poderia chantageá-lo para fazer coisas por
mim? Como ficar longe de coisas que considero serem minhas. - Ele ergueu uma sobrancelha
para ele.
— … - River abriu a boca para dizer algo, mas Julianne o interrompeu.
— Não! - Ela disse apontando o dedo para ele. Então ela se virou para Jin. — Vocês podem
se matar com seus comentários egoístas, quando meu filho não estiver por perto. - Ela se
virou para River e disse com voz firme. — Estamos indo.
River simplesmente assentiu. Ele acenou com a cabeça para Jin antes de se virar e
guiar Julianne e Jared em direção ao carro. River abriu a porta do carro para Jared. Julianne
certificou-se de que ele estava devidamente ajustado antes de entrar no banco da frente. Jared
colocou seus fones de ouvido e ouviu a música em seu MP3 player. Enquanto eles recuavam,
ela viu que Jin ainda estava parado nos degraus da frente da mansão Adams, observando-os
como um falcão. River estava olhando para Jin também quando ele recuou e virou o carro
em direção aos portões.
— Em cerca de quinze minutos, todos os meus segredos mais profundos e sombrios serão
expostos a Jin Starck. - Ele meditou.
— Você tem segredos profundos e obscuros? - Perguntou Julianne.
— Todo mundo tem um. - Ele respondeu com uma voz provocante.
— Eu cometi um erro ao entrar neste carro com meu filho?
— Você saberá quando ouvir as sirenes no Warren Park. Tenho certeza que Jin Starck não
hesitará em chamar a polícia no minuto em que ele achar algo estranho em meu arquivo.
— Você realmente acredita que ele irá procurá-lo?
— Não tenho dúvidas sobre isso. - Respondeu River. — Por falar nisso, você não me
disse que ele ainda não te superou.
— O que quer dizer com ‘ele ainda não me superou’?
— Vamos. - River ergueu uma sobrancelha para ela. — Você tem que saber. O cara ainda
está muito preso em você.
— Eu… Não sabia. - Julianne olhou pela janela para esconder suas bochechas coradas. —
Não me importo.
— Bem, você deveria. Além disso, ele te considera como sendo dele. - Disse River. Ele olhou
para Jared no espelho retrovisor. — Você tem certeza que ele não faz ideia?
— Sim. - Julianne balançou a cabeça. — Ele nem me perguntou sobre isso quando descobriu
ele. Ele presumiu que meu ex-noivo me deixou e a Jared porque descobriu que eu o estava
traindo. Ele pensou que eu tinha ido em muitas aventuras antes de minha última parada em
Paris. Ele ficou achando que me excito por atrair homens, fazendo-os cair sobre meus pés.
Talvez ele até pense que eu não tenho ideia de quem seja o pai do meu filho.
— Por que ele assumiria isso?
— Ele está tentando dar sentido à sua insensatez por se apaixonar por mim. Julianne
encolheu os ombros. — Se eu tivesse que adivinhar, eu acho que seu ego estava mais
ferido do que seu coração.
— E você não esclareceu o assunto?
— Não. - Julianne balançou a cabeça.
— E por que não porra? - Os olhos do River se alargaram. Ele parecia horrorizado.
— Você disse a palavra com ‘P’, Senhor Jefferson? - Jared perguntou de repente atrás
deles.
— Hmm… Sim. Eu disse.
— Por quê?
— Hmm… Porque pensei que você estava usando seus fones de ouvido e não conseguia me
ouvir? - River respondeu inocentemente.
— Você falava alto, desculpe. Eu não queria ouvir. A mamãe me disse para nunca ouvir
conversas de adultos. - Disse Jared.
— Ok, vou te dizer uma coisa. Eu te devo um sorvete. Cada vez que você me ouvir xingar,
devo a você uma bola. Combinado?
— Combinado. - Jared bateu palmas.
— Ok. - Julianne deu uma risadinha. — Agora, coloque seus fones de ouvido de volta,
querido.
— Ok, mamãe. Eu te amo.
— Também te amo.
River olhou para ela por um momento e só falou quando teve certeza de que Jared
estava com os fones de ouvido de volta.
— Ok, por que diabos você não corrigiu Jin Starck de seus pensamentos errados sobre você?
— Que diferença isso faria? - Julianne respirou. — Não é como se eu quisesse que ele
mudasse de ideia sobre mim para que pudéssemos voltar a ficar juntos. Não temos futuro
juntos. Então, por que eu deveria me preocupar em me explicar?
— As pessoas poderiam falar mal de você, pensar menos de você. Você está bem com
isso?
— As pessoas vão pensar o que quiserem de você. Apenas os pensamentos daqueles que são
importantes para você devem contar. Não quero desperdiçar minha energia convencendo as
pessoas a mudarem de opinião sobre mim.
— Querida, com todo o respeito, Jin Starck não é como as outras pessoas. - Disse River. —
Ele é… Bem, você sabe. E é importante que ele veja você como você realmente é! E você
não é uma puta como o fez acreditar.
— Por que ele precisa saber disso?
— Então, ele não vai usar essa informação falsa contra você quando… Você sabe…
Chegar a hora. - River respondeu, escolhendo cuidadosamente as palavras.
— Adrienne nunca deixaria ele fazer isso. - Disse Julianne. — Tenho certeza de que haveria
pessoas que me apoiariam se ele seguir por esse caminho.
— Mas ainda… Você está bem com alguém menosprezando você?
— Meus próprios pais não pensavam em mim. - Ela encolheu os ombros. — Por que a
opinião de outras pessoas é mais importante?
— Bem, agora eu sei de onde vem isso. - River suspirou. — Seu pai.
— Qual é! - Julianne encolheu os ombros. — Não vamos falar sobre Jin Starck ou meu
pai. Eu pretendo aproveitar este dia. Deixe meus problemas para trás.
— Certo. Mas o dia é longo. Vou fazer com que você fale sobre eles eventualmente. - River
sorriu para ela.
Ao olhar pela janela, ela não teve dúvidas sobre o que ele disse. River Jefferson
era um psiquiatra ou um psíquico. Ele a psicanalisaria antes que o dia acabasse.
Capítulo 18
Faziam anos desde que Julianne pisou pela última vez no gelo. Hoje, ela se sentiu
bem em colocar seus patins de gelo de volta. Ela cresceu jogando hóquei com seu irmão e
seus primos. Mas desde o dia fatídico em que seu pai a privou de seu direito de fazer parte
de sua família, ela não tinha espaço para diversão e jogos. River foi paciente com Jared
quando ele o ensinou a se equilibrar no gelo. Jared aprendia muito rápido. Apenas uma hora
havia se passado e ele já conseguia se equilibrar. Ele ainda caía de vez em quando, mas era
um garoto muito corajoso. Depois de uma hora e meia no gelo, eles fizeram uma pausa para
tomar um sorvete na barraca ao lado da pista.
— Então, o que mais há de novidades?
— Eu encontrei um… - Ela olhou para Jared e escolheu suas palavras com muito cuidado.
Jared estava devorando seu sorvete alegremente e não parecia interessado na conversa
deles. — Brownstone na Hyde.
— Para que você vai precisar disso?
— … - Julianne levantou uma sobrancelha para ele de forma significativa.
— Oh! - River respirou, bastante surpreso. — Por quê?
— Meu pai está pressionando Justin. - Julianne suspirou. — Disse que ele não deveria se
meter com os problemas de sua família.
— Bem, Justin gosta de meter o nariz nos problemas dos primos. Ele se preocupa com
vocês. Como um irmão mais velho.
— Eu sei. Mas meu pai é… Teimoso. E implacável. Ele disse que perdeu milhões por
causa da minha… Indiscrição em Paris.
— O que ele perdeu?
— Eu sei que ele estava negociando uma grande fusão naquele ano que fui para Paris. -
Julianne encolheu os ombros, pegando uma bola de seu sorvete. — Ele falava sobre isso
durante nossos jantares de família. Ele estava tão perto de assinar o acordo. E ele tinha
certeza de que seria ele quem faria isso. Uma das partes estava sendo difícil. Mas eles
confiaram em meu pai por causa de sua ligação com os McAllister.
— Oh, entendi. E já que você estragou tudo em Paris, seu casamento com Patrick McAllister
foi cancelado. E então seu negócio também estava…
— Cancelado, sim. Então, na verdade, ele também cancelou minha associação ao clã
Sanders. E ele está trabalhando para garantir que até mesmo o clã Smith me expulse
também.
— O que você quer dizer?
Julianne suspirou. Ela nem sabia como se sentia sobre isso agora. Ser deserdada e
rejeitada por sua família era tão confuso e doloroso que às vezes sua melhor defesa era ficar
entorpecida.
— Ele foi até Justin outro dia. Ele lhe deu um ultimato. Ele vai começar uma guerra dentro
das famílias, a menos que Justin me expulse.
— Bem, seu velho obviamente não conhece Justin Adams muito bem. - River bufou.
— Eu sei, não é? - Julianne sorriu, seu coração estava cheio de amor pelo primo. — Justin
não cedeu. Ele não se importou. Não se importaria. Eu não fui a primeira prima pela qual ele
arriscou a paz da família.
— Sim, Mason foi um verdadeiro criador de tendências, hein. - River deu uma risadinha.
— E Justin nunca desistiria de nós. - Disse Julianne. — Mas eu amo ele e Adrienne demais
para arriscar sua segurança, felicidade ou paz de espírito. Quero dizer… Por que você acha
que eu não poderia contar a eles a verdade sobre Paris?
— Unrun… - River concordou. — Então, o que você está planejando fazer?
— Estou saindo da mansão Adams. Já encontrei o apartamento. - Ela sorriu para ele. — É
meu próprio brownstone no Hyde Park!
— Você verificou a vizinhança? - Havia um toque de cansaço na voz de River.
— Sim eu fiz.
— O que Justin disse?
— Não, é claro. - Respondeu ela. — Mas, eventualmente, ele cedeu. Não sei se foi por causa
do meu discurso persuasivo ou porque os braços de Adrienne estavam ao redor dele enquanto
ela estava me ajudando a defender meu caso.
— Provavelmente o último. - River riu. — Nós dois sabemos que não há nada que Justin
não faça por Adrienne, certo? Esse homem simplesmente não pode dizer ‘não’ para sua
esposa.
— O amor deles é muito intenso, é ridículo! - Julianne revirou os olhos.
— Não achei que fosse possível duas pessoas se amarem tanto.
— Mas eles são a prova viva desse tipo de amor. - Disse Julianne.
Havia um traço de tristeza em sua voz. Antes, ela pensava, que ela teve o mesmo
tipo de amor. Ela amava Jas Mathieu de todo o coração e mesmo depois de todos esses anos,
ela acreditava que ainda o amava. Até… Até ela descobrir que ele não era quem dizia ser.
Quando ela olhou para River, ele estava olhando para ela pensativamente.
— O que?
— Eu sei em quem você está pensando. - Ele disse em um tom de provocação.
— Haha. Você não tem ideia! - Mas ela sabia que seu rosto tinha ficado vermelho, não havia
como negar. Como Jin Starck podia ter tanto efeito sobre ela?
— Você acha que se não tivesse partido, ainda estariam juntos?
— Não. - Julianne balançou a cabeça. — Eu duvido muito disso. - Ela respondeu. — Ele
tem responsabilidades. Sua ambição vem em primeiro lugar.
— Você não sabe disso. - Disse River em voz baixa. Então ele olhou para Jared. — Ele
é um menino adorável. Que pai não iria querer ele?
— Não tenho dúvidas de que ele amaria o filho. Na verdade, eu estava com medo de que
ele o amasse demais. Ele pode tirá-lo de mim. E essa é uma batalha que não posso vencer.
— Os tribunais vão favorecer você.
— Enquanto eu for capaz de dar a ele uma vida boa. Mas nós dois sabemos que há uma
grande diferença entre o tipo de vida que eu poderia dar a ele e o tipo de vida que seu pai
poderia oferecer. - Julianne suspirou. — E agora que estou saindo da mansão Adams, estou
finalmente aceitando o que realmente sou agora. Eu sou uma mãe solteira, tentando
sobreviver para dar a seu filho um futuro melhor… Sem o véu da caridade de Justin.
— E você não está bem com isso?
— Claro que estou. - Respondeu ela e ergueu uma sobrancelha para ele. — De certa
forma, estou animada. Estou desafiada. Eu sei que posso ter sucesso sozinha. Eu só me
sinto culpada porquê… - Ela olhou para Jared. — Eu sei que ele poderia ter muito mais.
Tudo que eu precisava fazer era contar a verdade ao pai dele.
— E ele enviaria Jared para Paris. Este homenzinho viveria em sua própria mansão.
— Sim. - Julianne assentiu. — E ele teria Vanessa Bernard como madrasta. Deus, ela é uma
vadia de primeira classe! - Ela sentiu um frio no estômago ao pensar em perder o filho ou
compartilhá-lo com Vanessa Bernard.
Era por isso que ela tinha certeza de que Jin Starck ainda não sabia sobre Jared.
Ela precisava de mais tempo. Ela precisava se recompor para que nenhum tribunal
pudesse negar que ela era capaz de sustentar seu filho sozinha. Além disso, ela precisava
preparar Jared também. Ele precisava ser forte e maduro o suficiente para que Vanessa
Bernard não fosse capaz de intimidá-lo ou machucá-lo de qualquer forma.
— Tem certeza de que ele não tem ideia sobre ele?
— Eu o conheço. - Julianne balançou a cabeça. — Ele é arrogante e pega o que quer. Ele
adora crianças e gosta de Jared. Se ele suspeitasse de alguma coisa, ele me perguntaria e
não pararia até obter suas respostas. E uma vez ele soubesse a verdade, eu contaria os dias
antes que ele fosse ao tribunal para custódia conjunta ou total.
— Você provavelmente está certa. Não seria fácil enfrentá-lo no tribunal.
— Sim. - Julianne assentiu com tristeza. — E eu, não tendo minha própria casa, e sempre
estando na caridade de Justin, não ajudaria em meu caso. Quanto mais cedo eu me mudar,
quanto mais cedo eu me recompusesse, melhores seriam as chances eu teria nessa batalha.
Enquanto eu for capaz e puder provar que ele está seguro comigo, eu vencerei.
— Bem, seja qual for a ajuda que você precisar, estou bem aqui. - River disse a ela,
estendendo a mão para ela e apertando-a.
— Vou me lembrar disso.
Julianne virou a mão e apertou a mão dele de volta. Ela não estava inteiramente
confiante no que estava prestes a fazer, mas o sorriso de River era tão contagiante que era
difícil não sorrir de volta para ele.
— Eu posso fazer isso! - Ela respirou.
— Claro que você pode. Você é uma supermulher. - Disse River, acenando para ela de modo
tranquilizador.
River os deixou na Mansão Adams depois do jantar. Jared estava em êxtase. Ele foi
capaz de se equilibrar e patinar por conta própria quando eles deixaram a pista de gelo.
— Você vai vir novamente para nos levar para patinar no gelo, Senhor Jefferson? - Jared
perguntou.
— Claro, garoto.
— Ótimo! Mal posso esperar para contar a Jeffie! - River ergueu uma sobrancelha para
Julianne.
— Jeffrey. O primeiro filho de Justin. - Explicou Julianne.
— Oh. Talvez da próxima vez possamos ir todos juntos. - Sugeriu River.
— Sim! Ele vai gostar disso! Podemos correr ao redor da pista.
— Oh não, homenzinho. Nada de correr na pista ainda. - Julianne disse, revirando a cabeça
do filho. — Agora, diga adeus ao Senhor Jefferson.
— Tchau, Senhor Jefferson. Obrigado por hoje. Te vejo em breve! - Para sua surpresa,
Jared estendeu a mão para River.
— O prazer foi todo meu, senhor. - River sorriu abertamente ao apertar a mão do menino e
então Jared se virou para a casa, deixando-os para trás.
— Bem, obrigada. - Julianne disse a River.
River assentiu, olhando nos olhos dela. Julianne olhou para o rosto bonito de River.
Ele parecia tão angelical e tão bom. Ele era o oposto de Jin Starck, que parecia diabólico e
perigoso. Agora, ela não conseguia decidir qual preferia. O bem ou o mal. Sua mente estava
lhe dizendo que ela precisava de calor, risadas e bondade em sua vida. Mas seu coração…
— Eu me diverti muito. - Disse ele. River estendeu a mão e afastou uma mecha de cabelo de
seu rosto.
— Eu também. E obrigada por fazer isso por meu filho. Ele precisava disso.
— Ele é um homenzinho adorável.
— Sim. - Ela assentiu. — Ele é.
Então, lentamente, River inclinou o rosto na direção dela. Julianne sabia que River
iria beijá-la. O coração dela… - Oh meu Deus! Isso estava indo tão bem! - O coração dela…
- Eu quero que ele me beije? Ele tem sido um grande aliado, um bom amigo, o melhor amigo
que tive em muitos anos. - Enquanto o rosto de River se aproximava do dela, ela fechou os
olhos e deixou seu coração decidir. Assim quando ele estava a apenas um suspiro de
distância, ela se lembrou do rosto do belo diabo cujos lábios pareciam aveludados contra o
dela. E, naquele último momento, ela abaixou a cabeça, desviando os lábios dos de River.
Ela ouviu River respirar fundo. Então ela sentiu as mãos dele em cada lado de seu rosto
antes que ele beijasse sua testa.
— Eu achei que sim. - Ele sussurrou.
Julianne finalmente olhou para ele. Ele estava sorrindo gentilmente para ela, dizendo
que estava tudo bem. Ele era… Tão bom para ela. Tão seguro! Mas seu coração… - Mas
meu coração estúpido gosta de perigo!
— Julianne, enquanto você está se organizando, não feche sua mente para outras
possibilidades.
— Que possibilidades?
— Que talvez você e Starck estejam destinados a ficarem juntos e você não precisa se
preocupar em perder seu filho para o pai dele. Porque o melhor futuro para Jared é se seus
pais estejam juntos.
— Não. - Julianne balançou a cabeça. — Jin Starck vai se casar com alguma herdeira de
hotel. Será bom para o império de sua família. Não tenho mais o mesmo status que costumava
ter. Não serei boa o suficiente para ele.
— É por isso que você está deixando ele acreditar que você era uma vadia traidora que
gostava da atenção dos homens? Que Jared não poderia ser dele porque você passou por
tantas aventuras antes dele?
— O que quer que ele pense de mim não muda o fato de que não temos futuro juntos.
— Jin Starck pode ter a reputação de ser implacável, até mesmo um monstro. - River deu um
passo para longe dela. — Mas eu sei que ele tem um coração. E acho que esse coração ainda
bate por você, Ian. Se tiver a chance, ele pode mudar de ideia sobre se casar com aquela
herdeira.
— Você não conhece Jin Starck. - Disse Julianne.
— Eu não conheço. Mas eu também sou um homem, Ian. - Ele rebateu. — Eu sei como
um homem reagiria quando entregasse seu coração e alma a uma mulher e descobrisse
que ela havia partido na manhã seguinte. E eu sei como um homem se sentiria quando,
depois de todos esses anos, ele ainda não pudesse deixá-la ir.
— Só espero que ele possa me deixar em paz. - Julianne balançou a cabeça. — Eu só
quero criar meu filho para ser um bom homem e dar a ele uma boa chance de um futuro
brilhante. Eu tenho um longo caminho a percorrer.
— Por que você quer que ele te deixe ir? Jin Starck sempre estará em sua vida. Você tem
um filho que faz parte de vocês dois. Bem, na verdade, talvez dez por cento você e noventa
por cento ele.
— Meu filho não é um monstro. - Ela murmurou.
— Jin Starck não é um monstro, Ian. Porque se fosse, não teria se apaixonado por você. Você
não acha que talvez seja a razão pela qual ele se tornou o homem cruel que é agora?
Julianne mordeu o lábio, considerando o que River disse. Ela sabia que havia uma
possibilidade disso. Ela se lembrou do homem maravilhoso que conheceu em Paris. Ele
estava cheio de charme e tinha roubado o seu coração em menos de vinte e quatro horas. Seu
romance em Paris parecia ter sido arrancado das páginas de um romance. Mas eles eram
jovens na época. Eles foram ferozes com sua paixão. E agora os dois tiveram que lidar
com a mudança repentina em seus destinos e viver com as consequências de suas ações.
E ela tinha que fazer isso com o mínimo de dor e dano para a pessoa que era o fruto
daquela noite apaixonada que compartilharam em Paris, Jared.
— Espero que você olhe atentamente para o seu coração, Ian. - Disse River. — Porque
até você tirar ele de lá, não tenho esperança de entrar.
Julianne sorriu para ele com tristeza. Ela queria negar o que ele disse, mas sabia que
ele estava certo. Em qualquer outro dia, ela teria ficado nas nuvens com sua confissão. Mas
agora, ela sabia que não podia retribuir seus sentimentos.
— Sinto muito, River. - Lágrimas rolaram por suas bochechas. — Você tem sido tão bom
para mim. E não quero mais ser assombrada por ele.
— Eu sei. - River concordou. Ele a puxou para si e deu-lhe um abraço. — Mas você
ainda é. E eu não vou negar isso. Se tentarmos forçar isso, podemos acabar machucando
um ao outro também. Gosto muito de você agora. Eu quero mantê-la para sempre… Mesmo
que isso signifique, eu vou te ter apenas como uma amiga.
— Oh, Deus, River. - Ela respirou fundo e abraçou River de volta. — No momento, não
quero nada mais do que retribuir seus sentimentos.
Mas como? Como ela pode se apaixonar por River quando depois de todos esses
anos, Jin Starck ainda a assombra? Ela ainda não conseguia tirá-lo de sua mente… E de
seu coração. Ela gentilmente se afastou de River. Ele olhou para ela e deu-lhe um sorriso
tranquilizador.
— Em outra vida, eu estaria correndo com você para o altar agora mesmo. - Disse ele, e então
balançou a cabeça. — Mas nesta vida, acho que você pertence a Jin Starck.
— É como se você estivesse me dizendo que estou condenada a ser miserável pelo resto
da minha vida. - Ela deu uma risadinha sem graça.
— Não. - Ele balançou sua cabeça. — As coisas vão se encaixar em seu devido tempo,
querida. E até lá, estarei aqui para segurar sua mão.
— Obrigada. - Julianne sorriu para ele. — Vou precisar disso.
— Me coloque em sua discagem rápida, ok? - River se inclinou para frente e beijou sua
testa novamente.
Ela assentiu. River abaixou a mão dela e entrelaçou seus dedos. Ela apertou
suavemente a mão dele.
— E serei eternamente grata por você. - Disse Julianne. Ela se inclinou e deu-lhe um beijo
na bochecha. — Você é um bom homem, River Jefferson.
— Angel é meu nome do meio. - Ele brincou.
— Pode ser verdade, na verdade. - Ela riu. Então ela soltou sua mão. — Até logo.
— Boa noite. - River se despediu.
Julianne entrou na casa. Ela se sentia bem e mal ao mesmo tempo. Bem porque ela
sabia que encontrou um verdadeiro amigo em River. Mal, porque ela sabia que seus
problemas com Jin Starck estavam longe de acabar.
Capítulo 19
Jin Starck estava no pior dos humores quando se sentou em uma das cadeiras no
gazebo da mansão Adams. Ele não esperava a mudança dos acontecimentos naquele dia.
Primeiro, ele não esperava ver Julianne naquela tarde, mais bonita do que da última vez que
a viu. Ela parecia fresca, sem um traço de maquiagem no rosto. Ele não esperava vê-la com
a criança adorável que não se parecia em nada com ela, como se ela não o tivesse dado à luz.
Mas o mais importante, ele não esperava ver aquele cavalheiro bonito pegando os dois para
um encontro à tarde. River Jefferson, ele disse que seu nome era. Quinze minutos depois
que Julianne saiu, seu telefone tocou. Um fluxo de e-mails inundou sua caixa de correio,
todos com informações sobre River Jefferson.
‣ Ele é o CEO da RJ Holdings. Filho do magnata da navegação Robert Jefferson.
Ele foi fruto do relacionamento de seu pai com a atriz Tiffany Ronson. Ele não foi
reconhecido por seu pai até que sua esposa e filho morreram em um trágico acidente
de carro. Depois disso, ele foi levado à custódia de seu pai e se tornou o herdeiro
legal de tudo. Ele foi para Harvard, foi assim que conheceu Justin. Sua empresa lidou
com várias remessas da Adams Industries em diferentes países.
Jin olhou a lista de ativos que River Jefferson herdou de seu pai, além dos ativos
que estava adquirindo por conta própria aos poucos. Seu patrimônio líquido pode não ser tão
grande quanto o dele ou o de Justin, mas os números que Jin viu ainda eram
impressionantes. River Jefferson também merecia um status de lista A.
‣ River teve apenas dois relacionamentos sérios. Um no colégio, que terminou porque
seu pai o levou para custódia. O outro foi depois da faculdade, que acabou porque a
mulher se mudou para a Europa. Ele não tinha ficha criminal, nenhum filho fora do
casamento, nenhum jogo ou qualquer forma de vício. A única vez que ele foi para um
psiquiatra foi antes da faculdade, depois que seu pai o acolheu e ele estava tendo
dificuldade em lidar com seu novo status na vida.
Jin concluiu que River Jefferson estava limpo. Ele tinha dinheiro. Ele era
inteligente e decente. E a pior parte era que ele parecia interessado em conquistar o coração
de Julianne, junto com o de seu filho. - Puta que pariu! - Jin disse a si mesmo que não
deveria se importar. Mas as emoções dentro de seu peito estavam ficando cada vez mais
difíceis de controlar. O coração que ele tinha esquecido que tinha pulado uma batida toda vez
que a via. - Maldita seja por me deixar tantos anos atrás! Maldita seja por trair seu noivo comigo!
Maldita seja por apresentar Jared a outro homem! - Ele esperava que ela não tivesse
namorado muitos homens a sério e os tivesse apresentado a Jared. O menino não merecia
ter falsas esperanças de finalmente ter uma família completa repetidas vezes. Mas, por outro
lado, se River Jefferson foi o primeiro homem que ela apresentou a Jared, então foi pior do
que Jin esperava. - O relacionamento deles pode estar ficando sério!
Jin deu um suspiro de frustração. Ele estendeu a mão para o maço de cigarros que
Justin deixou em cima da mesa e acendeu um. Ele soltou uma fumaça e olhou para o céu,
ainda perdido em seus pensamentos. Ele não sabia quanto tempo ficou sentado ali, parecendo
louco e prestes a bater em algo. Ele não se importou. Justin e sua irmã estavam acostumados
com ele sendo rude, implacável e esquecido de suas maneiras de vez em quando.
— Eu me pergunto quando Jin vai voltar para nós. - Ele ouviu sua irmã dizer ao marido. Ou
pelo menos foi o que ele pensou que ela disse.
— … - Ele inclinou a cabeça para o lado e levantou uma sobrancelha para ela.
— Oh! - Mas em vez de ficar intimidada, Adrienne apenas sorriu amplamente para ele. —
Você está aqui! - Ela sorriu para ele. — Eu não sabia que você fumava.
— Eu não fumo. - Ele murmurou.
— Verdade? O que você está fazendo agora parece fumar para mim. - Justin disse em
um tom de provocação.
— … - Jin soltou uma fumaça e olhou para o céu novamente. Ele ouviu Adrienne se levantar
e vir até ele.
— Querido, o que foi? - Ela colocou um braço carinhoso em volta dos ombros dele. — O
que está consumindo sua paciência inexistente?
— Eu te amo, Yen. - Ele continuou fumando o cigarro. Ele suspirou e disse. — Mas, por
favor, imploro que me deixe em paz.
— Eu também te amo, Jin. - Em vez de ficar ofendida, ele sentiu a irmã se inclinar e beijá-
lo na cabeça. — E você sabe que estamos aqui apenas para você. Sempre que você quiser
canalizar essa raiva para uma conversa mais aberta e saudável, estaremos lá. - Então ela
se recostou na cadeira ao lado do marido. Eles ficaram em silêncio por um tempo e Jin
continuou a fumar. — Estou tão feliz que River e Ian estão se dando bem. - Disse Adrienne,
finalmente cortando o silêncio denso.
— Sim. Faz muito tempo que não vejo Ian rir. E ela está sorrindo com mais frequência
atualmente. - Disse Justin. Era óbvio em sua voz que ele estava satisfeito.
Se Jin tivesse que adivinhar, tinha sido Justin quem armou River Jefferson com
Julianne. - Maldito seja!
— A que horas você acha que eles estarão em casa esta noite? - Adrienne perguntou. — Mal
posso esperar para falar com Ian.
— Se eu tivesse que adivinhar, quando o sol estivesse prestes a nascer. - Jin intrometeu-
se sarcasticamente.
— Eu não sabia que você estava interessado em fofoca, irmãozinho. - Ela brincou levemente,
olhando para seu irmão em choque. — Mas o que o levou a isso? Eles não se veem há tanto
tempo.
— Por quê? Algumas mulheres dormem com um cara no primeiro encontro. - Disse Jin
sarcasticamente.
— Oh… - Adrienne pigarreou e então deu a seu marido um olhar astuto.
— Por que, Jin? Você julga uma mulher dessa maneira? - Justin perguntou. Ele deu a Jin um
olhar de advertência e havia um tom áspero no tom que ele usou. Claramente, ele ficou
irritado com o comentário de Jin.
— Eu não conheço sua prima. - Jin suspirou. — Então, eu não posso julgá-la.
— Exatamente! - Justin murmurou. Seu tom era duro, mas quando olhou para Adrienne
novamente, havia apenas gentileza em seus olhos. — Você se importa de nos deixar por um
tempo, querida? - Ele perguntou a ela.
— Hmm… - Adrienne hesitou um pouco, mas então deu um selinho na boca do marido e
disse. — Vou dar uma olhada em nossos filhos. Ver o caos que eles criaram desta vez.
Quando ficaram sozinhos, Justin se levantou e se sentou ao lado de Jin. Ele tirou
um cigarro do maço e o acendeu.
— Qual é o problema, Jin? - Ele perguntou. — Claramente, algo está incomodando você e
você está descontando nas mulheres da minha vida.
Jin respirou fundo. Ele sabia que não podia contar a Justin o que estava acontecendo
com ele e Julianne. Com certeza, ela não tinha contado a eles como o conheceu sete anos
atrás. Até onde sua família sabia, eles não tinham nenhuma conexão um com o outro.
— Me desculpe se eu disse algo ofensivo. Estou tendo um dia muito… Muito ruim.
— Sem ofensa. Eu sei que você está passando por algumas coisas que não quer nos contar.
- Disse Justin. — Honestamente, eu nem te conheço mais, mano. Você costumava ser o cara
mais charmoso que conheci. Então algo deve ter acontecido com você que mudou você.
Amamos e respeitamos você e aprendemos a aceitar o novo você. Mas, ultimamente, você
tem agido de forma estranha. Bem… Estranha.
— … - Jin deu uma última tragada no cigarro e o apagou. Ele se levantou da cadeira e olhou
para o cunhado se desculpando. — Peço desculpas por minhas ações. Mas às vezes, algumas
coisas podem mantê-lo acorrentado por toda a vida, não importa o quanto você tenha tentado
escapar. Não sei se você entendeu.
— Aquela mulher… - Justin disse calmamente.
— O que?
— Aquela mulher que você passou anos perseguindo ao redor do mundo. Ainda é ela?
Jin desviou o olhar dele, mas não disse nada. Como ele poderia dizer a Justin que a
mulher de quem ele estava falando era sua prima?
— Pensei que você fosse se casar com Vanessa Bernard. - Disse Justin. — Algumas
semanas atrás, quando Adrienne estava tentando dissuadi-lo, você não estava ouvindo. Não
me intrometi porque poderia dizer quando você não vai mudar de ideia sobre uma coisa. E
eu sei que você estava decidido a passar por este casamento de conveniência. Mas
agora… Posso dizer… Algo mudou sua mente.
O homem estava certo novamente. Justin não era apenas inteligente. Ele também era
bom em ler as pessoas. E quanto mais Jin abrisse a boca, mais perto Justin estaria de
adivinhar o que ele estava passando.
— Os Bernards estão ficando impacientes. - Justin o informou. — Pierre estava no telefone
com Adrienne esta manhã. Ele estava se perguntando por que você estava prolongando sua
estadia aqui nos Estados Unidos. Os Bernards estão exigindo uma reunião com você e seu
pai para discutir o que aconteceu naquela festa de noivado fracassada. Eles estão dispostos a
lhe dar outra chance. Vanessa é persistente.
- Porra!
— Vou voltar para Paris hoje à noite. - Jin respondeu secamente.
— Bom. - Disse Justin. — Você quer que eu providencie para que o jato Adams leve você?
— Gatwick pode providenciar meu voo. Não se preocupe.
— Só estou oferecendo uma saída mais rápida. - Disse Justin. — Por que você não voltou
mais cedo? Você está evitando os Bernards?
— Você sabe que estava cuidando dos negócios em White Rock. - Respondeu Jin.
— E ainda assim você está aqui. - Justin rebateu. — Vamos, mano. Este sou eu. Você
costumava me contar tudo, pedir meu conselho sobre negócios. E seu noivado com Vanessa
Bernard não é uma questão de coração. É uma questão de negócios.
— Infelizmente, irmãozão, você não pode me ajudar neste momento. - Jin suspirou. —
Admito que o problema com os Bernards é algo que preciso enfrentar mais cedo ou mais
tarde. Mas agora, eu simplesmente não consigo entender ainda. Tenho coisas mais
importantes para fazer.
— Ok, eu respeito isso. - Disse Justin. — Mas você sabe, estamos aqui apenas para você,
certo?
— Eu sei. - Jin concordou. — E eu agradeço isso.
— Sei que houve uma mulher que fez um número em você. - Ele disse cuidadosamente. —
Talvez seja hora de você abrir seu coração. Talvez seu noivado com Vanessa Bernard não
precise ser sobre negócios.
— Alguns de nós podem ser capazes de amar apenas uma mulher em nossas vidas. - Jin deu
um suspiro. — Você tem sorte de ter conseguido manter a sua. - E então ele se levantou de
sua cadeira e foi embora.
Jin esperou mais três horas na mansão Adams. As cinco horas, ele precisava
embarcar no avião de volta para Paris. Seu pai ligava sem parar para falar dos Bernards.
Não era justo que ele estivesse deixando seu pai enfrentar os problemas que ele criou.
Ele precisava voltar. Mas caramba! Ele não podia ir sem ver Julianne mais uma vez.
Talvez falar com ela uma última vez. E se ele tiver sorte, talvez até roubar um ou dois
beijos.
Ele caminhava pela varanda, olhando para o relógio a cada cinco minutos. Pareceu o
dia mais longo de sua vida. Sua mente estava cambaleando com muitos pensamentos
indesejáveis. Pensar em River Jefferson segurando a mão de Jared, ensinando-o a patinar e
depois rir e beijar Julianne o estava deixando louco. - Porra! - Ele odiava os pensamentos
em sua cabeça. E ele não podia deixar de imaginar como seria a sensação de River
Jefferson agora. Ele não sabia o quanto queria esse sentimento. Não até agora!
Ele ouviu vozes abaixo dele. Ele olhou para baixo e viu River carregando Jared nas
costas, o menino estava gritando de tanto rir. Julianne estava atrás deles. Ela também estava
rindo, e uma lembrança passou pela mente de Jin.
Ela estava segurando sua mão. Eles estavam andando pelas ruas próximas ao Louvre.
— Você quer entrar? - Ele perguntou. Ela sorriu.
— Quem não gostaria de entrar depois de estar em Paris? - Ela olhou para a longa fila de pessoas
esperando para entrar. — Mas acho que vamos perder horas esperando na fila. Então, talvez
na minha próxima visita.
— Você está certo. - Ele sorriu e se inclinou para lhe dar um beijo nos lábios. — Espero que o
Louvre não seja a única razão pela qual você esteja voltando para a cidade.
Uma pitada de emoção cruzou seu rosto e ele não conseguiu entender o que era. Ela
desviou os olhos, tornando mais difícil para ele lê-la.
— Ei… - Ele tocou sua bochecha suavemente. — Eu espero… Isso que nós temos vai além das
suas férias.
— … - Ela respirou fundo. Então ela levantou uma sobrancelha para ele. — Nós só nos
conhecemos há quatro dias, Monsieur. O que te deu tanta certeza de que já capturou meu
coração?
— Hmm… - Ele sorriu para ela. — Se ainda não o fiz, tenho mais uma semana para trabalhar
em capturar seu coração, mademoiselle. Pois você certamente capturou o meu. - Ela corou em
um lindo tom de rosa. Ela estava ficando cada vez mais bonita para ele. — Viu? - Ele disse. —
Eu faço você corar. Isso significa que já estou perto de atingir meu objetivo. - Ele a sentiu
beliscá-lo em seu lado esquerdo.
— Você é fofo, Jas Mathieu. - Ela disse rindo. — Mas você é bem convencido, não é?
— Determinado é mais certo. - Respondeu ele.
E ele sabia que queria dizer essas palavras quando as disse. Por anos, ele teve seu jeito
com as mulheres. Nada era sério, tudo fazia parte da vida, do crescimento. Mas está… Está era
diferente. Ele nunca se apaixonou por nenhuma das mulheres com quem se envolveu. Mas está…
Ele se apaixonou por ela à primeira vista, e ele se apaixonou por ela mais e mais a cada dia que
passava com ela. Ele poderia se afogar no azul de seus olhos para sempre e viveria para ouvir
sua risada por toda a eternidade.
Jin se recuperou da realidade. Muitas coisas aconteceram depois desse dia. Ele era
mais jovem, ele era estúpido. Ele deu tudo de si para uma mulher nas duas semanas que
passou com ela. Ele não deixou nada para si mesmo. Ele se apaixonou por seus encantos sem
conhecê-la bem o suficiente. Ela era suave e inocente. Ela era tudo o que ele havia sonhado
em toda sua vida. Ela tinha tudo o que ele procurava em cada mulher que conheceu no
passado. - Mas ela não era real! - Ela nem mesmo compartilhou com ele seu nome verdadeiro
e quando ela o deixou, ela não tinha nenhuma intenção de ser encontrada. Se não fosse por
um acidente de sorte e uma reviravolta do destino que eles fossem relacionados pelo
casamento de Justin e Adrienne, ele não a teria encontrado, mesmo com os investigadores
bem pagos que ele contratou para procurá-la.
— Tio Jin? - Uma pequena voz chamou atrás dele, interrompendo seus pensamentos.
— Oh… - Ele se virou e imediatamente seu coração amoleceu ao ver o homenzinho à sua
frente.
— Você ainda está aqui? - Jared perguntou.
— Como foi hoje? - Jin se aproximou do menino e se ajoelhou na frente dele.
— Foi ótimo! Eu posso patinar agora! Eu queria que você me visse! Eu era bom! Mal posso
esperar para pedir meus próprios patins à mamãe. - Então o menino hesitou.
— Qual é o problema, querido? - Jin perguntou.
— Mamãe não pode comprar meus próprios patins. Mas sempre podemos alugar.
— Por que a mamãe não compra seus próprios patins?
— Eu acho que é caro. Mamãe trabalha muito. Não quero que ela trabalhe muito porque os
patins são caros.
Algo nas entranhas de Jin se retorceu. - A família de Arabella era rica. Ela é uma
herdeira dos negócios da família Sanders. Por que ela estava privando Jared das coisas que ela
cresceu tendo? Ela não estava exagerando em ensinar ao menino o valor do dinheiro?
— Não se preocupe. - Disse Jin. — Vou comprar seus próprios patins, para que não precise
se preocupar com sua mãe trabalhando muito para isso.
— Sério, Tio Jin? - Os olhos de Jared se arregalaram. — Mas a mamãe vai ficar brava
com você.
— Deixe-me cuidar disso, ok? - Ele sorriu brilhantemente para o menino. Ele não pôde evitar,
ele puxou Jared em seus braços e deu-lhe um abraço apertado, quando ele se afastou,
continuou falando. — Vou embora por um tempo.
— Vai para onde?
— De volta a Paris. - Jin respondeu. — Estarei de volta depois de uma semana. Quando eu
voltar, vou te levar ao shopping. Vamos pegar seus patins. E então vou te ensinar como jogar
hóquei.
— Mesmo?
— Sim. - Jin concordou. — Mas você não pode contar para a sua mamãe ainda, ok?
Vamos… Er… Surpreendê-la.
- Mais como chocá-la!
— Ok. - Jared sorriu entusiasmado.
— Enquanto isso, tenho algo para você. - Disse Jin. Ele alcançou o bolso e entregou a Jared
um celular fino azul.
— O que é isso?
— Seu novo celular.
— Mamãe me deu um celular para quando eu viajar. - Jared disse.
— Bem, este, você pode ter o tempo todo. Assim, posso ligar para seu número a qualquer
hora. Você pode me ligar a qualquer hora também. Pressione o número um e o botão de
chamada e ele irá conectar você diretamente a mim. - Disse ele. — Certifique-se de levar
sempre ele, especialmente se você sair.
— Ok, tio Jin. - Jared acenou com a cabeça. — Tem jogos?
— Alguns. - Jin deu uma risadinha. — Mas não muitos. Mamãe não vai gostar se você gastar
tanto tempo jogando no seu celular.
— Está bem. Você é o melhor, tio Jin! - Jared se atirou nos braços de Jin. Então ele se
levantou e levou ele para seu quarto. A babá de Jared estava lá esperando pelo menino.
— Você vai se preparar para dormir, ok? Vejo você quando voltar. - Prometeu ao garotinho.
— Ok. Tchau, tio Jin.
— Coloquei a caixa do telefone na mesinha de cabeceira dele. - Ele se virou e falou
diretamente com a babá de Jared. — Certifique-se de carregá-lo todas as noites e que ele o
leve com ele o tempo todo, especialmente quando ele estiver saindo.
— Sim Senhor. - A babá acenou com a cabeça.
Depois de dar um beijo de despedida em Jared, ele voltou para a varanda. Ele viu
River Jefferson entrando em seu carro e saindo em alta velocidade. Quando River estava
indo embora para seu carro esta tarde com Jared e Julianne, Jin usou toda a energia para
lutar contra a vontade de ir atrás deles, dizer ao cara para desaparecer, para que ele
pudesse tomar seu lugar apropriado ao lado dela, fazendo-a rir e compartilhando cada
momento de criação de Jared.
- Arabella pode parecer um anjo, mas ela faz joguinhos… Ela fez você se apaixonar
perdidamente por ela e então ela o deixa sozinho e sangrando. Ela voltou para o lugar de onde
veio, pensando que você nunca mais a encontraria. Você não foi o único a quebrar por dentro
ao ver esta mulher. McAllister estava quebrado e vingativo também. Esta mulher pode não
querer seu dinheiro. Ela também nasceu com isso. Mas ela é uma destruidora de corações e
parece orgulhosa disso. Você não quer uma mulher em quem não pode confiar. Você pode
acabar se machucando no final!
River Jefferson era um homem bonito, com certeza. E claramente, ele estava
encantado por Julianne. Ele se lembrou que era assim há sete anos, talvez ainda mais
apaixonado. E olhe para ele agora. Quando Julianne o deixou, ele perdeu a confiança em
todas as mulheres. Ele não confiava nelas muito bem para começar. Mas ela o fez piorar. Ela
lhe trouxe uma dor inconsolável e, no fundo, ele queria que ela soubesse e sentisse o quanto
ele tinha sofrido por causa do que ela fez.
Jin foi para o quarto de hóspedes que costumava ocupar sempre que visitava. Ele
precisava acalmar seus nervos. Ele estava cheio de emoções que mal conseguia controlar.
Ele estava orgulhoso de si mesmo por ter um controle emocional extremo. Ele havia
dominado bem a atitude do diabo-pode-cuidar todos esses anos. Às vezes, ele até chegava a
ser insensível ou rude com as pessoas porque não mostrava muito afeto ou compaixão por
outro ser humano. Mas agora…
- Agora, preciso de um banho frio! - Ele tomou banho com água gelada, na esperança
de que isso acalmasse seus nervos e o fizesse ganhar controle sobre os nós torcidos dentro de
seu peito. Depois de vestir uma calça jeans limpa e uma camisa de mangas compridas, ele
saiu do quarto. Ele precisava estar no aeroporto em menos de uma hora. Enquanto
caminhava pelo corredor silencioso e mal iluminado, passou pelo quarto de Julianne. A
essa altura, ela já devia estar de volta ao quarto, se preparando para dormir. Ele não a
veria até a próxima semana. Ele parou na frente do quarto dela, colocou as duas mãos no
batente da porta, decidindo o que fazer a seguir. - Vá embora, Starck! Vá para o aeroporto
agora!
Ele respirou fundo. A ideia de não a ver novamente parecia insuportável. Ele se
lembrou da facilidade com que ela derreteu em seus braços, como ela cedeu a seus beijos.
Seus corpos se fundiram como peças entrelaçadas de um quebra-cabeça. Ela se adaptou a ele
como nenhuma outra mulher antes, como se tivesse sido criada especificamente para ele. Não
havia dúvida em sua mente de que eles eram sexualmente compatíveis. Na cama, ele
compartilhava com ela uma paixão que nunca sentira por ninguém. Jin deve ter ficado
olhando para a porta de Julianne por cerca de cinco longos minutos.
- Você não precisa cair nisso de novo, Starck! Você tem responsabilidades para com sua
família. E ela é uma tentadora criada para desviar você de seus objetivos. - Um segundo, dois
segundos, três… - Puta que pariu! - Antes que ele percebesse, ele estava batendo na porta.
Seu coração batia forte dentro do peito enquanto ele esperava pelo que parecia uma
eternidade pela resposta dela. - Será que ela vai abrir a porta? - Então ele ouviu um som de
clique. Lentamente a porta se abriu e Julianne espiou para fora. Ela pareceu chocada no
minuto em que o viu parado do lado de fora de seu quarto.
— Posso entrar? - Ele perguntou em voz baixa e rouca. Ele estava tentando ao máximo
acalmar os nervos.
— Alguém vai ver…
— As crianças e as empregadas estão todas dormindo. Christine e Jac estão fora do país.
Justin e Adrienne ainda estão bebendo no gazebo. - Disse ele. — Não há câmeras no corredor.
Ela assentiu e abriu a porta para deixá-lo entrar. Ele entrou. O quarto era tão grande
quanto o de Jared. Obviamente, era um dos quartos, projetado para ocupação temporária.
Não havia nada de luxuoso no quarto também. Nada sofá com chaise longue luxuoso ou
cômoda dourada com espelho em tamanho real. Sem closet, apenas um pequeno guarda-
roupa branco. Seu quarto era menor que a metade do quarto de Adrienne em Paris. Jin
esperava mais de alguém da estatura de Julianne.
Ele virou para encará-la. Ela estava olhando para ele com olhos vazios. Ele parou um
momento para olhar o que ela estava vestindo. Era um robe de seda rosa sobre um top sem
mangas e shorts combinando. Seu cabelo estava amarrado descuidadamente em um coque e
ela parecia ter saído do banho. Seu sangue agitou e ele podia sentir o desejo rastejando em
suas veias. Um rubor apareceu em suas bochechas quando percebeu que ele a estava
estudando. Ela fechou o robe sobre o corpo.
— Bem, o que foi? - Ela perguntou.
- Sim? Por que estou aqui em primeiro lugar? O que era que eu queria além de vê-la uma
última vez antes de voltar para casa?
— Eu acabei de chegar a… - Ele começou a dizer, mas parou, completamente sem noção do
que diria a seguir. Nenhuma mulher o deixou com a língua presa antes. Ela ergueu uma
sobrancelha para ele.
- Merda! - E porque ele realmente não sabia o que dizer, ele seguiu seus instintos e
se aproximou dela. Em um movimento rápido, ele segurou seu rosto com as palmas das mãos
e a beijou profundamente. Eletricidade disparava de todas as partes de seu corpo e ele podia
sentir que ficava duro. Ela sempre teve esse efeito sobre ele. Ele a apoiou contra a porta e
prendeu seu corpo entre ela e seu corpo. Ele podia sentir sua resistência minguante. Seu
corpo estava respondendo a ele com total abandono, como sempre fez. Logo ela o estava
beijando de volta. Ela colocou os braços em volta do pescoço dele. Ele segurou a bunda dela
e a ergueu, fazendo-a envolver as duas pernas ao redor de seus quadris.
— Oh Deus! - Ela respirou. Ele sabia que ela podia senti-lo duro. E ele não queria nada mais
do que tomá-la, naquele momento e ali.
Ele acariciou seu pescoço, sugando sua pele. Ela gemeu enquanto o puxava para
mais perto. Ele respirou o cheiro dela. E ele percebeu o que o estava matando a tarde toda.
— Ele beijou você, Arabella? - Ele perguntou de repente.
— O que? - Ela piscou de volta para ele.
— River Jefferson. - Respondeu ele. — Ele beijou você? - A compreensão apareceu em seu
rosto e ele temeu que ela zombasse dele por estar com ciúmes. Porque ele estava insano com
o ciúme. Mas em vez disso, ela sorriu fracamente para ele. Então ela tocou sua bochecha com
a palma macia.
— Não. - Ela respondeu, enquanto balançava suavemente a cabeça. — Eu não o beijei.
Eu… Não pude.
O alívio o invadiu como um balde frio. E ele capturou seus lábios em outro beijo
ardente. Ele apertou sua bunda enquanto a puxava para mais perto dele, efetivamente
esfregando seu centro contra sua excitação novamente. Ela gemeu seu nome mais uma vez.
Ele poderia tê-la. Ali. Agora mesmo. E ele desejou não ter que sair tão rápido. Ela disse
a ele que eles não poderiam fazer amor novamente depois da última vez. Mas agora, os dois
sabiam que não podiam ficar longe um do outro. Ele diminuiu a velocidade de seus beijos.
Então, gentilmente, ele a colocou de pé. Quando ele se afastou dela, viu que seu rosto estava
corado e ela parecia desorientada. Ele sorriu gentilmente para ela.
— Tenho um voo de volta para Paris em duas horas. Eu preciso ir para o aeroporto agora.
- Disse ele. — Eu quero você tanto, mas prometi a mim mesmo que da próxima vez que
fizermos amor, será em uma cama adequada.
— … - Ela mordeu o lábio e ficou quieta.
— Tenho negócios a tratar em Paris. - Jin a puxou suavemente e beijou sua testa. Então ele
olhou nos olhos dela e disse. — Volto em uma semana.
— Certo. - Ela assentiu.
— Você vai esperar por mim, Arabella? - Ele sabia que não estava perguntando. Ele estava
implorando.
— Por quê? - Ela perguntou.
— Bem… Por um lado, não terminamos aqui ainda. - Ele respondeu em um tom de
provocação. — E eu quero ver você quando eu voltar.
— Jin… Estamos caminhando sobre gelo fino. - Disse ela. — Ninguém pode saber o que
está acontecendo entre nós.
- Merda! - Se dependesse dele, ele gritaria para o mundo inteiro que ela estava com
ele.
— Justin… Adrienne. Eu não posso machucá-los. Não podemos… - Ele a silenciou com
um beijo.
— Tudo bem. Eles não vão descobrir. Mas você não pode me pedir para ficar longe de
você, Arabella. Eu tentei isso antes. Não vai funcionar! E não lute contra isso. Não negue.
Você me quer também. Então, pare de me pedir para ficar longe de você. Eu não vou!
Ela fechou os olhos por um momento. Ela não disse mais nada. Ele sabia que a estava
conquistando. Ele a puxou novamente para lhe dar um abraço apertado. Ele respirou pelo
cabelo dela. Ela cheirava a morango e hortelã. Ele sabia que aquele cheiro iria permanecer
em seus pensamentos por muito tempo.
— Sete dias. - Ele disse novamente. Ele lentamente se afastou dela. — Ok?
— … - Ela não respondeu.
— Ok? - Ele repetiu novamente e ergueu uma sobrancelha para ela.
— Tudo bem. - Finalmente ela respondeu sorrindo.
Ele a beijou novamente. Então ele encostou a testa na dela e respirou fundo. Ele não
queria desistir. Mas ele estava a poucos minutos de perder o voo.
— Agora, eu gostaria de não ter que ir. - Ele sussurrou. Ele a ouviu respirar fundo e
pesadamente.
— Em outra vida, eu pediria para você ficar. - Ela sussurrou.
Ela disse isso suavemente, mas o golpe que ele sentiu foi forte e inexplicavelmente
doloroso. Tudo o que ele podia fazer era abraçá-la com mais força.
— Você é minha, ma belle. - Ele sussurrou.
— Só até você sair por essa porta. - Ela balançou a cabeça.
— Então… - Ele suspirou. — Deixe-me ficar um pouco mais. - Ele a sentiu assentir contra
seu peito.
Ele continuou segurando-a por mais cento e vinte preciosos segundos. Então, com o
coração pesado, ele se afastou. Ela deu um passo para longe dele. Ele sentiu como se seu
peito fosse explodir quando ele alcançou a maçaneta da porta. E sem outra palavra, ele saiu
da sala, desejando que eles vivessem em outra vida, onde suas vidas não tivessem
complicações, e ela fosse sua para sempre.
Capítulo 20
— Finalmente! O diabo voltou. - Jin ouviu Alexandre Martin dizer. Alexandre é primo em
segundo grau de seu pai e há muitos anos ele serve como braço direito de seu pai. Jin deu a
ele um olhar severo. Alexandre ergueu os olhos para o segundo andar por um momento e
disse. — Venha primeiro comigo à biblioteca. Devo informá-lo antes de enfrentar seu pai.
— Isso dificilmente será necessário. - Disse Jin.
— Ah não. Desta vez é. Confie em mim. - Alexandre se virou e caminhou em direção à
biblioteca, deixando-o sem escolha, Jin seguiu Alexandre até lá. Uma vez lá dentro, este
serviu um copo de uísque para os dois. — Primeiro, seu pai vai perguntar por que você teve
que ficar nos Estados Unidos por mais tempo do que deveria. Ele vai perguntar como foi o
White Rock e como foi o evento para os Morgan-Murphies. - Alexandre começou a informá-
lo. Jin abriu a boca para dizer algo, mas o homem mais velho o interrompeu. — Você não
tem que me dizer suas respostas. É para seu pai que você deve responder. - Jin assentiu,
bebendo seu uísque. — E ele também vai perguntar a você sobre Patrick McAllister.
- Como seu pai sabia sobre Patrick McAllister? - A sobrancelha de Jin se ergueu.
— Você está se perguntando como ele sabe? - Alexandre perguntou, porém Jin não
respondeu. — Porque Patrick McAllister é um bebê. Seu pai teve que consertar sua
bagunça para ele.
— O pai dele?
— Sim. Seu pai pediu a Pierre que retirasse as acusações que você moveu contra Patrick
em White Rock. - Explicou Alexandre. — Ele disse que essas acusações vão prejudicar
a reputação da família. Especialmente porque Patrick está de olho no Senado.
— Boa sorte com isso. - Jin sorriu antes de levar o copo à boca.
— Ele mencionou de passagem que seu filho foi espancado severamente, você tem sorte
que eles não estão processando por agressão física.
— Assassinato frustrado é mais provável. - Jin disse em um tom sem humor.
— Seu pai vai perguntar por que você bateu em Patrick McAllister até deixa-lo roxo.
Jin sabia que seu pai o conhecia bem. Não era típico dele sujar as mãos e se
envolver em uma briga aleatória. Ele sabia como manter a calma e poucas coisas neste mundo
poderiam fazê-lo perder o controle.
— Então ele vai exigir respostas sobre os Bernards. Vanessa estava ligando para cá sem
parar. Ela disse que não conseguiu ligar para você no seu número. Vejo que você não deu a
ela seu número pessoal.
— Eu não sou estúpido. - Jin murmurou.
— Eu sei. Você tem um número para negócios e um número que só sua família e pessoas
muito importantes na sua vida conhecem. - Disse Alexandre. — O senhor Bernard exige
saber por que até agora você não fez seu noivado com Vanessa oficial. Você sabe, o que quer
que a princesa queira, ela consegue. E agora, o brinquedo que a princesa mais quer, é você.
O aperto de Jin no vidro aumentou. Vanessa Bernard era bonita, ele admitia. Eles
namoraram no ano passado. Mas ele não estava falando sério sobre as mulheres então.
Ele estava apenas passando o tempo. Ele havia esquecido que tinha um coração. Mas ele
tinha necessidades e os sentimentos não importavam mais. Quando Arabella o deixou,
seu coração não parecia importante. Ele simplesmente não conseguia sentir nada por
nenhuma outra mulher depois dela. Vanessa era a única herdeira do império hoteleiro
Bernard. Jin estava se oferecendo para comprar a empresa, já que ela não parecia interessada
ou capaz de correr atrás de seu pai. Jin ofereceu a eles uma grande quantidade de dinheiro.
Mas Arthur Bernard não queria vender. Ele queria que Vanessa ainda o possuísse. Em vez
disso, ele fez uma proposta a Jin. Se ele e Vanessa se casassem, todo o império Bernard seria
dele. A Starck Corp. estava por trás do McKenzie Hotel Group em termos de participação de
mercado. Durante anos, Jin esteve obcecado em fazer da Starck Corp. a empresa hoteleira
número um do mundo.
Para superar seu coração partido, depois de não conseguir encontrar Arabella, ele
dedicou toda a sua atenção aos seus negócios. Ele estava tão perto do topo. Se ele se casasse
com Vanessa e adquirisse o Bernard Hotel Group, estaria muito à frente de seu concorrente
número um. Na época quando Arthur Bernard fez a proposta, nada mais importava para Jin.
- Mas agora…
— Antes de você aceitar a proposta de Arthur, seu pai lhe disse para pensar cem vezes. -
Alexandre lembrou. — Infelizmente, você nem pensou três vezes.
Jin olhou para seu uísque em silêncio. Ele se lembrou das palavras exatas de seu
pai para ele.
— Pense nisso. Cem vezes, se você precisar. - Disse Pierre. — Não temos divórcios na família há
mais de cinco gerações. Meu filho não vai quebrar isso. E você sabe… Eu te ensinei isso desde
que você era criança. Na família Starck, nossa palavra é ouro. É por isso que nunca damos
sem pensar.
— Eu não queria que você se casasse com Vanessa Bernard. - Disse Alexandre. — Igual
ao seu pai. Mas foi você que insistiu nisso, lembra?
— Sim. - Jin respirou fundo. — Eu me lembro. - Disse ele. — Agora, não consigo me lembrar
por que não ouvi você.
— Não é do seu feitio voltar atrás na sua palavra, filho. - Disse Alexandre. — E seu pai não
vai deixar você fazer isso. Nossa palavra é ouro, lembra?
Jin colocou o copo na mesa do bar com uma leve pancada. - Porra, seja essa merda
de nossa palavra é ouro!
— Pequena briga de bar. - Ele sentiu a mão de Alexandre em seu ombro. — Eu começaria
com isso, enquanto você ainda está descobrindo as coisas.
— O que? - Ele ergueu a sobrancelha para o homem mais velho.
— Seu pai vai perguntar por que você deu uma surra em Patrick McAllister. Se eu fosse
você, diria apenas que foi uma briga mesquinha. Patrick McAllister estava bêbado e causando
problemas. Você não precisa dizer mais nada. - Alexandre deu-lhe um olhar significativo.
— Hmm… - Jin assentiu e se serviu de outro copo de uísque. Então ele olhou para Alexandre
com os olhos estreitos. — Você sabe, não é?
— Eu sempre sei, filho. - Alexandre suspirou.
— … - Jin bebeu seu uísque. Ele balançou a cabeça e deu um suspiro de frustração. — Eu
não consigo me desligar dela. Não, desde então. É absolutamente impossível agora!
— Eu sei. - Ele disse e deu a Jin um olhar de avaliação antes de acrescentar. — E eu sei
que você nunca iria fazer… Er… A confirmação sozinho. Porque no seu coração, você já
sabe. Mas, como sou o administrador desta família, precisava ter certeza. Tive que proteger
está família de um futuro imprevisto.
Os olhos de Jin se arregalaram enquanto ele encarava seu tio, entendendo
instantaneamente o que o homem mais velho estava tentando dizer.
— Tio… Não me diga… - Ele sentiu uma onda repentina de raiva. Que bom, ele foi capaz
de se controlar rapidamente antes que seu punho pousasse no corpo do tio.
— Me perdoe, Jin. - Disse Alexandre. — Eu tinha que fazer. Eu precisava. Você sabe o que
está em jogo aqui. Ser um filho primogênito da família Starck tem um certo nível de
privilégio… E responsabilidade.
Jin sabia exatamente aonde Alexandre queria chegar. Ele era o único filho da família
Starck agora. Ele ficou para herdar todo o império Starck. E seu primeiro filho iria herdar
depois dele.
— Como você conseguiu fazer isso sem eu saber? - Jin perguntou a Alexandre.
— Você não é o único com ninjas à sua disposição, filho. - Ele piscou para ele.
— Na verdade, você deve ter aprendido essas táticas comigo.
— Oh… - Alexandre parou por um momento. Então ele perguntou. — Você quer saber o que
aprendi?
Jin bebeu seu uísque puro e baixou o copo com força. Ele queria rir. Ao contrário
de Alexandre, ele não precisava usar ciência. Quando se trata de assuntos familiares, ele
escuta seu coração, ele confia em seus instintos… Ele atende ao chamado do sangue. Na
verdade, muitos anos atrás, foi assim que ele encontrou sua irmã há muito perdida,
Adrienne. Ele sentiu sua conexão. Ele seguiu sua intuição.
— Não. - Ele grunhiu. — Você não tem que me dizer. Você sabe que eu já sei a verdade.
— Bem… - Alexandre acenou com a cabeça. — Então você vai precisar de muita sorte,
filho.
Jin se levantou de seu assento. Não era próprio dele confiar na sorte. Mas ele tinha a
sensação de que seu tio estava certo. Ele iria precisar nos próximos dias. Mesmo assim, com
sorte ou não, era hora de enfrentar o pai e limpar sua bagunça. - Porra, seja essa merda de
nossa palavra é ouro!
Pierre Starck estava falando com alguém ao telefone quando Jin entrou em seu
escritório. O homem mais velho ergueu a mão, dizendo a Jin para ficar onde estava. Jin foi
ao bar e serviu-se de outro copo de uísque, enquanto esperava que o pai terminasse o
telefonema.
— Jin Adrien Starck! - Ele ouviu a voz estrondosa de seu pai atrás dele.
Lentamente, ele se virou para encarar seu velho. Pierre Starck estava olhando para
ele com severidade, levantando uma sobrancelha questionadora.
— Ok, então por onde você quer começar? - Jin perguntou em voz baixa e controlada. —
Tenho certeza que você tem bastante perguntas.
— Ok, então que tal começarmos com ‘que porra você fez com meu filho’?
— … - Jin não respondeu de volta. Ele bebeu seu uísque lentamente. Ele sabia que era melhor
não contrariar seu pai quando ele estava tão louco.
— Primeiro, você precisa explicar o que aconteceu naquela festa. Você conhecia o programa!
Você concordou com a proposta de Arthur e deveria propor Vanessa naquele palco! Todo
mundo estava esperando por isso. Vanessa estava esperando por isso. Todo o clã Bernard
estava esperando por isso! - Pierre disse, tentando controlar sua raiva. — Mas você continuou
balbuciando algumas besteiras naquele palco. Aí você saiu correndo, andando por todo o
hotel, procurando Deus sabe o quê! Você disse a mim e à sua mãe que um dia explicaria suas
ações. Bem, estou cansado de esperar. Eu preciso de respostas agora!
Jin se serviu de outro copo de uísque enquanto seu pai esperava que ele
respondesse. Ele queria contar a verdade sobre tudo! Do começo. Mas ele sabia que ainda
não era hora. Ele não era o único que sofreria as consequências se não jogasse suas cartas
da maneira certa. Se fosse apenas ele, ele poderia levar toda a culpa, toda a dor. Mas
havia Justin e Adrienne. E o mais importante, havia Julianne e Jared.
— Eu… - Jin balançou a cabeça ligeiramente. — Não posso me casar com Vanessa.
— Jin… - Os olhos de Pierre se arregalaram para ele. — Eu não entendo. Você deu sua
palavra.
— Vou ter que quebrar. - Jin mordeu o lábio por um momento.
— Não é assim que os Starcks fazem. - Afirmou Pierre. — Você sabe disso!
— Eu nunca esqueci isso. - Jin suspirou. — Mas você tem que me dar isso para mim, pai.
Apenas uma vez. Deixe-me quebrar esse código Starck. Só desta vez.
— Está vez tem uma grande implicação, Jin. - Argumentou seu pai. — Em nossos negócios!
Sobre a reputação de nossa família. Não queremos fazer dos Bernards inimigos.
— Não vamos. - Jin assegurou-lhe. — Eu vou falar com Arthur pessoalmente. Eu assumirei
total responsabilidade. Eu sempre faço.
— Eu sei. Você é provavelmente a criança mais responsável que qualquer pai poderia
pedir. É por isso que não consigo entender por que você está fazendo isso.
— … - Jin olhou para o piso de parquete polido, tentando recompor seus pensamentos.
— Jin! - Pierre chamou com uma voz frustrada.
— Calculei mal algumas coisas. - Jin respirou fundo. — Existem coisas que estão além
do meu controle… Eventos que eu não esperava. Quando concordei com a proposta de
Arthur, tinha toda a intenção de me casar com Vanessa para adquirir o Bernard Hotel
Group e aumentar efetivamente nossa participação no mercado. Eu estava usando meu
cérebro então.
— Então o que aconteceu?
— Estou ouvindo meu coração agora. - Jin respirou frustrado.
— Seu coração? - Seu pai ecoou. — Você não me disse antes que não tinha coração? Eu te
avisei sobre isso. Eu disse para você pensar nisso cem vezes, pelo menos. Eu disse que você
deveria esperar um pouco, não estávamos com pressa para vencer os McKenzies. Na verdade,
era você quem queria isso. Estou feliz onde estamos. Administramos uma empresa sólida que
ainda pertence cem por cento à nossa família. Foi você quem insistiu em expandir. Arthur
Bernard subiu na sua cabeça, enquanto a filha tentava ir para a sua cama! Eu sempre confiei
em você. Eu sei que você sempre sabe o que estava fazendo. Você me disse que Vanessa não
ia chegar ao seu coração, que você não tinha um! Então, eu deveria apenas sentar e relaxar
porque você tinha tudo sob controle.
Jin se lembrou de cada palavra que disse ao pai naquele dia. Pierre queria que ele
recusasse a oferta de Arthur Bernard. Seu pai disse que ele não queria usar o filho como
moeda de troca. Mas Jin disse que não importava. Ele não se casaria por amor de qualquer
maneira, ele poderia muito bem se casar por negócios. Finalmente, Vanessa era uma herdeira
que o queria, não seu dinheiro. Naquela época, ele tinha tanta certeza. Sua decisão fez sentido.
— Arthur Bernard está ao telefone comigo quase todos os dias. - Pierre vociferou. — Ele
estava procurando por você, exigindo respostas. Vanessa estava perturbada e envergonhada.
Mas ela está disposta a lhe dar uma chance.
— Pai, eu não posso! - Jin balançou a cabeça.
— Jin Starck, você não vai arruinar a reputação desta família! - A voz berrante de Pierre
ecoou pelas paredes. — Você deu sua palavra… Apesar de seu melhor julgamento. Você
não ouviu meu conselho. Agora, você perdeu sua chance de desistir! Arthur ainda é um
homem influente. Podemos ser maiores do que eles, mas parte de nossa força é nossa
reputação impecável e nossas conexões comerciais. Também temos muita competição,
pronta para agarrar a chance de nos derrubar. Se Arthur se juntar a essas pessoas, você não
apenas dará um beijo de despedida em seus sonhos de ser o número um, mas a Starck Corp.
estará no fundo do poço sob seu reinado. É esse tipo de legado que você quer deixar para
trás? - Jin não respondeu e Pierre bebeu seu uísque, então ele suspirou de frustração. —
Arthur está ameaçando nos expulsar do Rodada Dez se você não se casar com Vanessa. - Seu
pai o informou. — Temos vinte e cinco por cento de participação em nossa cadeira no Rodada
Dez. Os McKenzies têm trinta. Os Bernards têm cinco. Mas Arthur é muito amigo dos outros
que compõem os quarenta restantes. Se ele os convencer a nos expulsar da Rodada,
perderemos nossos privilégios.
— Eu posso encontrar uma maneira. Sou inteligente e você me treinou bem. Eu conheço esse
negócio como a palma da minha mão. Arthur Bernard pode ir se foder se quiser. Eu posso
nos ajudar nisso! Não precisamos do Rodada Dez para fazer nosso negócio voar. Ainda
posso administrar este negócio sem eles. - Insistiu Jin.
Rodada Dez é uma organização muito exclusiva de ‘os principais grupos de hotéis do
mundo’. Foi criada há décadas para estabelecer regras e controle nos negócios e garantir que
cada integrante do grupo siga os padrões e a qualidade definidos pelo grupo. Possui suas
próprias certificações e classificações, que são consideradas uma das classificações globais
mais confiáveis do mundo hoje. Fazer parte dessa organização deu a eles certos privilégios e
status no setor. Ser expulso do grupo certamente prejudicaria sua empresa, mas não os tiraria
do negócio. No entanto, eles podem perder suas certificações e certas classificações
significativas. Seria necessário pelo menos 60% dos votos para expulsar uma empresa.
Para Arthur Bernard, significa convencer os McKenzies e apenas alguns outros a eliminar a
Starck Corp.
— Meu bisavô é um dos membros fundadores do Rodada Dez. - Pierre lembrou Jin. — Só
isso já é motivo suficiente para continuarmos no grupo. O Rodada Dez foi seu legado. Você
não vai desonrá-lo nos expulsando do grupo!
— Arthur vai precisar da ajuda dos McKenzies para nos expulsar. - Jin fechou os olhos
por um momento. Então ele suspirou e disse. — Caso contrário, ele não tem nada contra
nós.
— E Richard McKenzie vai votar. - Disse Pierre com certeza. — Estamos tão perto de
ultrapassá-los. Isso é tudo que ele precisava para nos tirar e garantir que eles permaneçam
líderes de mercado nos próximos anos.
— Então, vou ter que garantir que Arthur não receba mais votos do que isso. - Disse Jin com
os dentes cerrados. — Eu farei qualquer coisa para nos tirar disso. Mas não vou me casar
com uma mulher pela qual não estou apaixonado.
— Oh, me desculpe! Acho que esse pensamento poderia ter sido útil há dois meses, quando
Arthur Bernard o abordou pela primeira vez com a ideia ridícula de unir nossas famílias! -
Seu pai disse sarcasticamente.
— Sempre há outra maneira, pai.
— Ok! Você fez essa bagunça, conserte isso! E você não arraste o nome e a empresa do
meu bisavô para a lama, entendeu?
— Sim pai. - Jin concordou. — Eu te dou minha palavra.
— Não! Porque agora, não sei quanto vale a sua palavra! - Pierre rosnou. — Agora sai daqui.
Jin caminhou em direção à porta. Ele sabia melhor do que discutir com seu pai neste
momento. Mas isso não significava que ele estava admitindo a derrota. Ele tinha se decidido
sobre o que iria fazer. Quando ele encontrou Julianne Sanders novamente, ele estava cheio
de raiva dela. Uma parte dele queria que ela sofresse pelas mentiras que lhe contara e por
deixá-lo despedaçado em um milhão de pedaços. Ela fez dele um monstro sem coração e
ele queria que ela sofresse as consequências. Mas agora… Agora, ele não tinha mais
certeza. A única coisa de que tinha certeza era que se casar com Vanessa Bernard seria o
maior erro de sua vida.
— A propósito. - Pierre gritou quando Jin estava prestes a sair da sala, fazendo Jin se virar
para olhar para seu pai. — O que aconteceu entre você e McAllister?
Jin suspirou. Ele estava exausto com os pensamentos de como sair dessa situação.
Patrick McAllister era a última de suas preocupações. Então, ele seguiu o conselho de
Alexandre.
— Foi apenas uma briga mesquinha. Ele estava bêbado demais.
— Você sabia como lidar com isso. Até contratamos os melhores serviços de segurança para
evitar confusões e brigas de bar dentro das instalações do nosso hotel. - Pierre murmurou. —
Como diabos Patrick McAllister foi espancado em White Rock por você, por nada menos?
Você é um lutador treinado, Jin. Você poderia facilmente tê-lo incapacitado para o resto da
vida.
— Patrick McAllister bebeu muito. Ele estava assediando um dos convidados. Eu não
poderia deixar isso passar.
— Então, você resolveu o problema com suas próprias mãos?
— … - Jin soltou um suspiro de frustração. Porque ele não queria discutir ou dizer mais
nada, ele apenas balançou a cabeça.
— O Jin Starck que conheço conteria a situação, chamaria a segurança ou a polícia. Ele
lidaria com isso com elegância, sem derramamento de sangue ou danos à nossa propriedade
ou reputação. Ele sabia que era melhor não irritar alguém como Patrick McAllister.
Jin mordeu o lábio para não responder. Ele não se defenderia de seu pai. Ele não
podia… Não diria mais nada. Ele precisava proteger Julianne.
— Você mudou tanto nas últimas duas semanas, eu não pareço te conhecer mais. - A
decepção ficou evidente na voz de seu pai, mas Jin não cedeu.
- Então, os próximos dias serão ainda piores. - Mas ele sabia que a ira de seu pai era
apenas a ponta do iceberg. Há uma luta maior para a qual ele precisava se preparar. Aquela
envolveria Adrienne, Justin e todo o clã de Justin. - Então me ajude, Deus!
Capítulo 21
Julianne ficou de pé nos degraus do salão de baile do Mayfair Court. No último
minuto, Justin pediu-lhe que o substituísse e Adrienne para representar Adams Indústrias no
prestigioso evento do Rodada Dez. Este era um evento anual organizado pelos dez maiores
grupos hoteleiros do mundo. Era tão exclusivo quanto as empresas que a organizam. Julianne
não queria ir. Ela temia isso desde ontem, quando Justin implorou para que ela substituísse
eles. Pois Jeffrey tinha quebrado o braço na aula de artes marciais. Ele teve que ficar no
hospital para decidir se precisava de cirurgia, e Justin e Adrienne queriam ficar com ele.
Julianne praticamente não tinha escolha. Ela tinha coisas melhores para fazer. Ela estava
se preparando para sair da mansão Adams. E amanhã, ela passaria o fim de semana em
seu novo apartamento. Ela planejava pintar e fazer todos os reparos e decorações que
precisassem ser feitos na casa. Ela queria que estivesse perfeito quando Jared finalmente
fosse para casa. Ela queria que seu filho amasse tanto quanto ela.
Como este evento foi organizado pelas dez maiores empresas hoteleiras do mundo,
ela tinha cem por cento de chance de encontrar a pessoa que mais evitava… A pessoa que
ocupava todos os seus pensamentos ao acordar na semana anterior. Jin Starck pediu que ela
esperasse por ele. Ela não sabia para quê e por quê. Mas mesmo contra sua vontade e bom
senso, ela sabia que era o que estava fazendo. Ela estava esperando por ele.
A decisão de comparecer à festa foi tão precipitada que ela nem teve tempo de
comprar o vestido. Adrienne teve que emprestar a ela outro de seus vestidos novamente. O
que ela estava usando esta noite era um vestido de baile preto com top tomara que caia e
cristais cintilantes em todo o corpete e cintura. Quando as luzes brilhavam sobre ela, o corpete
brilhava. Antes dela sair, Jared disse que ela parecia uma princesa. Ela não tinha certeza
se isso era uma coisa boa porque agora, cabeças começaram a se virar para ela assim que
ela entrou no salão. Ela desejou ter chamado Gian para pelo menos acompanhá-la. Ela
se perguntou por que achava que poderia fazer isso sozinha. Ela foi saudada por uma
cerimonialista na entrada do salão.
— Posso pegar seu nome e o nome da sua empresa?
— Julianne Sanders. - Ela respondeu. — Pela Adams Indústrias.
A senhora teve a gentileza de acompanhá-la até sua mesa. Ela estava sentada com
dois casais mais velhos que vieram do Moonline Resorts. Uma das senhoras mais velhas, a
Senhorita Chapman era bastante tagarela. Ela estava felizmente dominando a conversa na
mesa e tudo que Julianne tinha que fazer era acenar e concordar. Ela também era fofoqueira
e, embora Julianne não estivesse interessada nos negócios de outras pessoas, estava feliz
por saber o nome das pessoas através da Senhorita Chapman.
— Você sabe que Rafael McKenzie terminou com Alexandra Bocelli? - Senhorita Chapman
perguntou ao grupo.
Julianne esquadrinhou seu cérebro em busca do nome. Os únicos McKenzie que ela
conhecia eram os proprietários do McKenzie Hotel Group.
— Sim. Está em todos os noticiários. - Senhorita Barton, a outra senhora respondeu. — Foi
um romance de muito alto perfil. Todo mundo achou que era uma combinação perfeita.
— Acontece que ele tem outra pessoa do lado. - Senhorita Chapman deu-lhes um sorriso
conhecedor. — Alexandra ficou arrasada.
— Quem era a garota?
— Eles estão tentando manter esse segredo por enquanto. Mas minhas fontes dizem que o
nome dela era alguma coisa Wright.
- Alguma coisa Wright? - Julianne lutou contra a vontade de rir.
— Ah não! - Os olhos da Senhorita Barton se arregalaram. — Espero que ela não esteja
ligada a Winston Wright.
— Ele não foi preso por dez acusações de fraude?
— Sim. E ele é um mulherengo sem esperança. Rumores dizem que ele tem um filho do
romance com a atriz Anabelle Smyth.
— Oh! - As duas mulheres se entreolharam com olhos arregalados e perplexos. — Minha
fonte disse que a outra mulher de Rafael era encantadora e linda. Ela poderia ser a filha do
amor de Winston Wright.
Julianne ouviu a conversa e sentiu pena das pessoas de quem fofocavam. Ela se
perguntou se pessoas como Senhorita Chapman e Senhorita Barton falavam sobre ela assim
quando a notícia de sua gravidez e do rompimento do noivado com Patrick McAllister
irrompeu no círculo social. Só então, as duas senhoras pararam de falar. Elas estavam olhando
além dela. Julianne lentamente se virou e encontrou um homem alto e bonito parado atrás
dela.
— Está tudo bem, senhoras. - Disse o River Jefferson às duas mulheres. — Não há
absolutamente nada de errado em ser um filho do amor. O pecado dos pais não precisa ser
das crianças. E eu tive a honra de conhecer Jasmine Wright. Ela é amiga de infância de
Rafael, não sua outra mulher. Mas eu definitivamente não culparia ele, se ele se apaixonasse
por ela. Ela é uma mulher requintada.
Julianne teve que morder o lábio inferior para não rir. Ela lentamente se levantou de
seu assento para olhar para River.
— Senhorita Sanders. - Disse ele, finalmente olhando para ela. — Nos encontramos
novamente.
— Senhor Jefferson, o prazer é todo meu. - Disse ela.
— Posso ter a honra de dançar com você?
- Graças a Deus!
— Sim, você pode. - Disse ela.
— Julianne Sanders? - Senhorita Chapman ecoou. — Você não foi noiva de Patrick
McAllister?
- Ah Merda!
— Tenho certeza de que foi em uma vida diferente. - Disse ela, colocando um sorriso
falso no rosto. — Desculpe, com licença. - Uma vez na pista de dança, os dois não puderam
deixar de rir.
— Agora, ela está falando de mim. Bem, é justo que sua atenção seja desviada para dar
um descanso à pobre Senhorita Wright, quem quer que ela seja.
— Essas pessoas julgam os outros como se suas próprias vidas fossem perfeitas. - Sibilou
River. — Eu conheço Rafael. Tenho certeza que a história da família da Senhorita Wright
nem mesmo importa para ele.
— Oh, então você os conhece?
— Eu preciso conhecer essas pessoas. - River encolheu os ombros. — Eles são bons para
os negócios.
— Os McKenzies o convidaram para vir aqui?
— Sim. - River concordou. — E você está representando a Adams Industries?
— Sim. Justin e Adrienne não puderam vir. Jeffrey quebrou o braço na aula de artes
marciais.
— Tenho certeza de que ele vai ficar bem. Perdi a conta de quantos ossos quebrei apenas
aprendendo a lutar.
— Eu sei. Tive algumas aulas quando criança também. E logo, preciso inscrever Jared.
Me preocupo, mas é necessário.
Nesse momento, sua atenção foi atraída para um casal caminhando em direção à pista
de dança. Ela reconheceu Vanessa Bernard em um vestido vermelho costas nuas. Ela estava
usando um colar de diamantes que parecia muito pesado e brincos de diamantes combinando
que pareciam estar puxando o lóbulo de suas orelhas para baixo. Como ela, ela estava
cintilando também. Mas não por causa dos cristais em seu vestido, mas por causa das joias
caras que ela usava. Ela estava puxando Jin Starck para a pista de dança. Ele estava lindo em
um terno preto e uma gravata preta. Ele parecia escuro e diabólico, mas sempre tão bonito.
Julianne sentiu um aperto no estômago.
- Espere por mim sua bunda, Jin Starck! - Ela estava cambaleando de raiva e lutou para
controlá-la na frente de River. - Como ele ousa? - Ele pediu que ela esperasse por ele e agora
ela o vê aqui? Com sua suposta noiva? Ele realmente a considera uma idiota?
— Acho que ela não poderia usar diamantes suficientes, hein? - Disse River, seguindo seu
olhar.
— Eu me sentiria nua ao lado dela. - Ela brincou e mudou seu foco de volta para River e
tentou colocar suas emoções sob controle.
— Você não está usando nenhuma joia, mas sabe que está cem vezes mais deslumbrante do
que ela. - Disse River. — Belo vestido. Você fica ainda mais cativante nele.
— Você me lisonjeia, Senhor Jefferson. - Ela conseguiu sorrir. — Mas obrigado.
— Acho que ela está tentando se ofuscar. - Disse River. — E a palavra ‘exagero’ é
obviamente estranha para ela.
— River Jefferson! - Julianne riu. — Não posso acreditar que você está julgando tanto quanto
as bruxas velhas.
— Você usa muitos enfeites, você se abre para as opiniões das outras pessoas. Além
disso, não estou dizendo que seja ruim. Só estou dizendo que é…
— Um exagero.
— Sim. - River sorriu. — Ok, então todos na sala agora sabem que ela é rica.
— Ela é uma herdeira.
— Você também. - Lembrou River.
— Não mais. - Julianne balançou a cabeça. — Lembra, meu pai revogou meu direito de
primogenitura? A razão pela qual eu não uso qualquer joia extravagante esta noite é porque
perdi todas as minhas quando ele me expulsou de sua casa. E sabe de uma coisa, existem
coisas mais importantes na vida do que joias. Como o futuro do meu filho.
— Belas palavras. - River sorriu. — Seu filho tem muita sorte de ter você. E eu sei que ele
te ama muito. Jared e eu não somos realmente diferentes. Quando eu estava crescendo,
minha mãe também era tudo que eu tinha. E isso foi mais do que suficiente.
O que River disse tocou Julianne de uma maneira que ela não esperava. Lágrimas
surgiram em seus olhos e ela abanou a mão na frente do rosto para evitar que rolassem por
suas bochechas.
— Desculpe, eu disse algo errado?
— Não, estou bem. - Julianne balançou a cabeça. — Só espero que você esteja certo. Algum
dia, espero que Jared compreenda as decisões que tomei por ele.
— Ele vai. - River garantiu a ela. Depois da música, River disse a ela que precisava se
encontrar brevemente com alguns sócios de negócios. — Eu vou te encontrar mais tarde.
Você pode precisar de outro resgate daquelas vira-latas de rumores com as quais você
infelizmente se sentou.
— Oh… - Julianne riu. — É por isso que vou primeiro tomar um pouco de ar na varanda.
Prefiro ficar sozinha do que sentar e ouvi-las assassinar a reputação de outra pobre alma.
A varanda com vista para o jardim do hotel estava mal iluminada, principalmente
naquela noite nublada. Havia apenas algumas estrelas no céu e a lua estava coberta por
nuvens. O céu refletia muito de como Julianne estava sentindo, escura e sombria. Longe do
barulho e da festa, Julianne conseguiu recompor seus pensamentos. Seu peito estava
pesado. Quando ela viu Vanessa Bernard com Jin Starck, ela percebeu que havia
cumprido sua promessa a ele. Ela estava esperando. - Merda, você é uma idiota!
Uma lágrima rolou por sua bochecha e ela não podia acreditar que estava chorando
por ele mais uma vez. Talvez ele não quisesse ficar com Vanessa, mas estava ligado a ela.
Ele decidiu se casar com ela para levar sua empresa ao topo. Como ela poderia competir com
isso? De repente, ela sentiu uma presença atrás dela. Seu coração batia forte em sua caixa
torácica enquanto ela sentia o cheiro familiar de sua loção pós-barba. Então ela sentiu o braço
dele envolver sua cintura e seu nariz respirar na base de seu pescoço.
— Arabella. - Ele sussurrou contra sua pele.
Ela sentiu seus joelhos começarem a dobrar enquanto a eletricidade disparava por
suas veias. Ela mordeu o lábio enquanto lutava para se controlar. Eu não posso mais cair
nisso!
— Jin… Pare. - Ela sussurrou enquanto se afastava dele. Ela se virou para olhar para ele,
esforçando-se ao máximo para parecer conformada, ou fria, na melhor das hipóteses.
— Eu não estou aqui com Vanessa. - Ele começou a explicar.
— Não me parece que seja assim.
— Ela me pediu para dançar na frente de seu pai e de alguns de nossos colegas. Eu não podia
dizer não. - Disse ele.
— Está tudo bem. Você não tem que explicar. - Disse ela, afastando-se dele e olhando para
o jardim na frente deles. — Eu pareço me importar? - Ela mentiu.
— … - Ele ficou em silêncio por um segundo. Então ele disse. — Tudo bem, talvez você
não se importe. Mas eu ainda quero que você saiba que eu não vim aqui com ela. E eu
certamente não vou sair com ela. Essa dança é o mais próximo que ela chegaria de mim,
e eu nem teria permitido isso se ela não tivesse me convidado para dançar tão
publicamente, na frente dos membros do Rodada Dez.
— Por que você está me contando tudo isso? - Ela ergueu uma sobrancelha para ele.
— Porque eu pedi para você esperar por mim, lembra? Eu quero que você saiba que eu
estava cumprindo essa promessa. Que eu viria atrás de você depois da festa.
— O que você quer Jin?
— Você sabe o que eu quero, Arabella. - Respondeu ele. Ele deu um passo em sua direção.
Então ele a puxou para si e se inclinou para beijar a base de seu pescoço. — Você. Eu
quero você.
Ele tomou seus lábios nos dele e deu-lhe um beijo quente e ardente. Ele passou os
braços em volta da cintura dela enquanto invadia sua alma com a língua. Ela parou de brigar
por um momento e o beijou de volta.
— Você é minha, Arabella. - Quando acabou, ele encostou a testa na dela e sussurrou.
— Somente para esse beijo. - Ela balançou a cabeça, respirando fundo.
— Seu corpo responde a mim como uma mariposa a uma chama, meu amor. Por que
você continua lutando contra isso?
— Porque isso não está certo. Isso é tão complicado.
— Eu sei que é. - Ele deu um sorriso gentil e disse. — Mas preciso que você tenha fé em
mim.
— Por que eu deveria confiar em você? Você tem a reputação de um monstro sem
coração… Você não tem consideração pelos sentimentos das outras pessoas. Tudo o que
importava para você era chegar ao topo do seu jogo…
— Chega, Arabella! - Ele disse com uma voz fria e severa. — Você não sabe o que eu passei.
Você não pode me julgar com base no que ouve os outros dizerem sobre mim. Não é justo.
— Por quê? Você não fez suas próprias suposições sobre mim quando me encontrou de
novo? Você presumiu que eu era uma trapaceira, uma narcisista. Que eu ficava excitada com
atenção dos homens.
— Eu estava com raiva de você! - Jin balançou a cabeça. — Fiquei perturbado quando você
me deixou.
— E você não está bravo comigo agora? Por deixar você? Por mentir para você?
— Não importa mais. - Ele balançou sua cabeça. — Eu quero você. Você me quer. Isso é
tudo que me importa agora. - Ele tentou puxá-la para si novamente, mas ela lhe deu um leve
empurrão.
— É importante para mim, Jin. - Ela murmurou. — Você está comprometido com outra
mulher. E você não me conhece. Você quer meu corpo. Mas em sua mente, você já me julgou.
O que tínhamos… Não era para durar. Não temos futuro juntos.
Ele suspirou e ela sentiu sua frustração. Ela percebeu que ele queria dizer algo,
mas optou por não fazê-lo. E quando ele olhou para ela novamente, sua voz estava mais
controlada.
— Adrienne me disse que você estava se mudando. - Ele disse, mudando de assunto.
— Sim. - Ela respondeu.
— Por quê?
— Eu preciso.
— Bem, com licença. Mas isso não é apenas sobre você, é? - Jin perguntou, levantando
levemente a voz.
— Eu sei. E nada vai mudar. Ainda vou dar a Jared a melhor vida possível.
— Ele está confortável onde está agora. - Jin argumentou. — E você fica mais segura com
Justin e Adrienne.
— Mas essa não é a vida que eu quero para meu filho. Não posso estar para sempre na
caridade de outras pessoas. Quero ensinar meu filho a se levantar com os próprios pés.
— Então por que você não volta para a mansão de seus pais? - Jin perguntou. — Trabalhe
para seu pai e Gian. Você merece fazer parte da empresa de sua família tanto quanto seu
irmão.
— Hmm… - Julianne balançou a cabeça. Como ela poderia contar a ele a verdade sobre seu
relacionamento com seu pai, e como seu pai detestava ver e pensar nela e em Jared? — Estou
feliz com meu trabalho nas Indústrias Adams. - Ela respondeu friamente. — Trabalhar para
meu pai está fora de questão.
— Você está feliz com seu trabalho, mas não com a casa? Você brigou com alguém na
mansão Adams?
— Não.
— Então por que você tem que se mudar e arrastar Jared para longe da vida que ele ama?
— É o melhor para todos. - Ela suspirou.
— E como você decidiu… Isso?
— Olha, Jin. - Ela olhou para ele severamente. — Eu não preciso que você discuta
comigo sobre isso. Estou exausta apenas discutindo isso com Justin, Adrienne e Gian!
Todos que eu conheço pensaram que eu não conseguiria sozinha! Eles acreditavam que
eu não era forte o suficiente ou boa o suficiente para criar um filho sozinha! Quero dizer…
Era pedir muito para ter a minha própria cozinha? Onde posso cozinhar, porque caramba! Eu
amo cozinhar e assar! Não posso ter meu próprio jardim onde eu mesma possa plantar flores
e não ter outra pessoa cultivando para mim? É demais criar meu filho para ser independente?
- Ela deu um suspiro exasperado. — Estou cansada das pessoas pensando que não vou
conseguir isso. Que eu sempre precisarei ter Justin ou Gian cuidando de mim e de Jared. Eu
posso fazer isso sozinha! Estou exausta apenas tentando provar isso para as pessoas ao meu
redor.
— Não se trata de sua capacidade de cuidar de si mesma ou de Jared. Não é sobre isso.
- Jin murmurou. — Isso é sobre sua segurança. É sobre a segurança de Jared.
— O bairro que escolhi é seguro. A delegacia de polícia fica a apenas um quarteirão de
distância. É um bairro familiar.
— Mas você ainda está mais segura na mansão Adams. Ou na casa dos seus pais! Onde há
guardas e câmeras.
— O que às vezes é demais. Quero que meu filho tenha uma vida normal.
— Jared está longe de ser normal, você sabe disso. E é melhor para ele ficar onde poderia
ter a melhor proteção!
— Com licença, Jin Starck! - Julianne juntou as sobrancelhas. — Eu decido o que é
melhor para meu filho! Você não! E já que estamos neste assunto, posso perguntar por que
você deu um celular a Jared?
— Oh! - Jin parou por um momento. Então, em uma voz mais calma, ele respondeu. —
Porque eu quero que ele possa me ligar a qualquer hora que precisar.
— Por que ele precisaria ligar para você?
— Jared é muito inteligente. - Jin encolheu os ombros. — Você está ocupada na maior parte
do tempo. Eu queria que ele sentisse que poderia contar com muitas pessoas em sua vida.
Incluindo eu.
— Ele sabe que muitas pessoas ao seu redor o amam. Ele não precisa de um novo celular
para isso. Vou devolver para você. - Disse ela com firmeza.
— Não! - A voz de Jin estava sóbria e a expressão em seu rosto era fria e séria. — Jared
deveria poder me ligar quando quisesse. - Disse ele. — Não tire isso dele.
Ela estava prestes a dizer algo quando foram interrompidos por alguém atrás deles.
Era uma das assessoras.
— Senhor Starck. - Ela disse. — É hora do brinde cerimonial. Sua presença é solicitada lá
dentro.
Jin respirou fundo. Ela poderia dizer que ele estava irritado com sua decisão de se
mudar da casa de Justin, bem como sua exigência de devolver o celular que ele deu a Jared.
Ela levantou uma sobrancelha desafiadora para ele. Ele não tinha voz na vida dela. Eles se
apaixonaram uma vez, quando eram mais jovens. Depois disso, eles compartilharam
momentos de paixão e alguns beijos. Mas ele ainda estava prometido a outra mulher e ela
havia deixado claro que eles não tinham futuro juntos. Eles podem ter um filho, mas ele não
tinha ideia nem interesse nisso. Ele nunca perguntou sobre o pai de Jared. Ele nem sabia que
era o primeiro homem com quem ela estado. Não. Jin Starck não podia dizer a ela o que fazer
da vida e como criaria seu filho.
— Eu preciso entrar. - Ele disse. — Espere por mim. Eu vou te levar para casa.
— Não. - Disse ela com firmeza. — Estou indo embora agora. Meu dia começa muito
cedo amanhã. Justin providenciou um carro para esperar por mim.
— Conversaremos amanhã, então. - Ele disse.
Ela mordeu o lábio. Ela estaria em sua nova casa durante todo o fim de semana. De
jeito nenhum Jin a veria até segunda-feira. Jin voltou para o salão de baile. Ela se virou para
encarar o jardim novamente. As coisas estavam ficando cada vez mais complicadas para os
dois. Ele a queria. Ele tinha falado muito sobre isso. Ela o queria também. Não havia sentido
negar isso agora. Mas ele estava empenhado em se casar com outra pessoa, que o mundo
inteiro, incluindo sua família, aprovasse. Ela, por outro lado, foi deserdada pela própria
família. Ele precisava de uma herdeira que pudesse lhe dar uma vantagem comercial. Ela
não tinha nada para oferecer a ele. Apenas ela… E o filho que ele não fazia ideia que era
dele.
Ela tinha um plano. Arrume um emprego. Compre uma nova casa. Economize para o
futuro de Jared. Era tão simples quanto isso. - Por que Jin Starck teve que tornar isso tão
complicado?
Capítulo 22
Julianne mal podia esperar para ir para sua nova casa. Ela planejava partir pouco
antes do amanhecer. Ela tinha muitas coisas planejadas para o dia. Ela tinha uma longa
lista de compras para sua nova casa. Ela planejou comprar novas decorações e novos tapetes
para sua sala de estar e quarto principal. Ela queria pintar partes da casa. Jared não conseguia
parar de falar sobre um quarto com o tema do cubo de Rubik, para combinar com a geladeira
de cubos de Rubik que Jin havia lhe dado. O menino também estava tão obcecado em resolver
um quebra-cabeça do cubo de Rubik desde então. Julianne pesquisou algumas fotos na
internet e apareceu com um quarto simples inspirado em um cubo de Rubik.
Adrienne tinha se oferecido para emprestar a ela um dos SUVs da família. Ela queria
vir e ajudá-la, mas com Jeffrey machucado, ela e Justin quase foram amarrados à cabeceira
da cama do filho. Julianne não se importou. Ela poderia fazer isso sozinha. Ela adorava
decorar casas de qualquer maneira. Não faz muito tempo, ela sonhava em ter sua própria
empresa de design de móveis de interiores. - A Casa de Arabella permanecerá como era, um
sonho. - Ela levou alguns minutos para verificar Jared antes de descer pela casa. Ainda
não eram seis horas. A mansão ainda parecia estar dormindo. Ela correu para Viktor pela
porta da frente.
— Bom dia, senhorita Ian. - Ele a cumprimentou calorosamente.
— Bom dia, Viktor. - Ela o cumprimentou alegremente. — Eu não vou acordar Adrienne ou
Justin. Apenas diga a eles que vou para meu novo apartamento durante o fim de semana.
— Eu farei isso, Senhorita Ian. Se cuide.
— Obrigada.
Assim que ela saiu de casa para entrar na garagem, ela viu um Maserati Levante
estacionado na garagem. A porta do motorista se abriu e seu coração batia forte no peito
quando viu Jin Starck descer do SUV e se aproximar dela. Ele estava vestindo uma calça
jeans e uma jaqueta cinza com capuz.
— Bom dia. - Ele a cumprimentou.
— São seis da manhã. - Disse ela. — O que você está fazendo aqui?
— Esperando por você. Você me disse que começava cedo, então garanti de alcançá-la
antes de ir. - Respondeu ele.
— Por quê?
— Eu te disse ontem à noite que precisávamos conversar, lembra?
— Estou ocupada. - Ela murmurou. — Eu preciso fazer algo durante o fim de semana
inteiro. - Sem aviso, ele pegou mala que ela estava carregando. — Ei! - Ela protestou. —
O que você está fazendo?
— Vou com você. - Respondeu ele.
— Não!
— Por que não? É um evento ‘apenas para convidados’?
— Não. Mas planejei fazer isso sozinha. E eu não preciso que você tente me persuadir
ou me convença a ficar aqui!
— Quem disse que eu faria isso?
— Você foi contra a minha mudança na noite passada!
— Sim. - Ele assentiu. — Mas mudei de ideia hoje. Se você quiser ter sua própria casa,
sua própria cozinha e jardim, tudo bem, eu vou te apoiar nisso. - Disse ele. — E estou
indo para poder ajudar.
— O que? - Ela estava chocada. — O que diabos você está fumando?
— Vamos, Arabella. - Ele pegou a mão dela e a puxou para o carro. — Você pode discutir
comigo no caminho. Não há nada como o som de sua voz para me manter acordado e alerta.
- Ele disse em um tom de provocação.
— Jin Starck! - Ela protestou, puxando sua mão da dele.
— Grite meu nome um pouco mais alto, amor, e Adrienne ou Justin podem vir aqui para
se juntar à nossa conversa. - Ele disse, levantando uma sobrancelha para ela. — Eu
realmente não me importo. Afinal de contas, estou ficando cansado de me esgueirar pelas
costas da minha irmã…
— Cala a boca! - Ela o repreendeu com raiva. — Eu deveria pegar emprestado o carro de
Adrienne. Ela definitivamente vai perguntar por que o carro ainda está aqui.
— Você pode apenas dizer que mudou de ideia, sabe. - Jin encolheu os ombros. — É
mais fácil conseguir um táxi.
— Há câmeras no portão, eles podem ver que saímos juntos.
— Fácil para mim dizer a eles que eu também estava de saída, e indo para White Rock. Hyde
está a caminho. Eu poderia ter deixado você lá.
— Isso é… Espere. Como você sabia que eu estava indo para Hyde?
— Hmm… - Ele encolheu os ombros. — Adrienne me disse ontem à noite, que eles
estavam ansiosos para passar este fim de semana com todas as crianças. Eu perguntei
onde você estaria e ela me disse que estava cuidando de Jared para você, porque você
tinha que ir para sua casa em Hyde para decorar.
— Estou realmente surpresa que sua irmã ainda não tenha percebido sua curiosidade estranha
sobre o meu paradeiro.
— Adrienne é muito confiante. E ela está acostumada com o fato de eu não estar interessado
na vida de outras pessoas, provavelmente isso não clicou em sua mente desavisada. - Ele
pegou a mão dela mais uma vez e a puxou para o carro. Ele abriu a porta do passageiro para
ela e ela rapidamente entrou antes que alguém pudesse ver. Ele colocou a mala dela no banco
de trás e então subiu no banco do motorista.
— Por que você não me deixa em paz? - Julianne perguntou enquanto ele se afastava da
mansão Adams.
— Porque eu não posso. - Ele olhou para ela por um momento. Então ele pegou a mão macia
dela e levou os dedos dela aos lábios. — Tão simples quanto isso.
— Você nem mesmo está tentando. - Ela acusou.
— Culpado pela acusação. - Ele riu e beijou os dedos dela novamente. — Agora, você precisa
me dar instruções sobre como chegar ao seu novo lar.
Julianne finalmente cedeu e começou a lhe dar instruções. Trinta minutos depois, Jin
estava estacionando na vaga reservada em frente ao apartamento de brownstone que ela
estava alugando. Ele deu a volta no carro rapidamente e abriu a porta para ela. Ele pegou a
mão dela e a guiou para descer o carro.
— É aqui?
— Sim. - Ela assentiu. — Por favor. Você não tem opinião sobre isso, ok? Já paguei o
depósito com três meses de antecedência. Não posso desistir agora e me apaixonei por este
lugar no momento em que coloquei os pés nele. Eu sei que você é Jin Starck, está acostumado
com coisas chiques e é dono de pelo menos uma dúzia de hotéis de luxo, mas isso é o que
meu salário poderia pagar no momento…
Antes que ela percebesse, ela estava sendo completamente beijada. Bem ali na
frente de sua nova casa. Quando ele se afastou dela, ela piscou surpresa, como se sua
mente de repente tivesse ficado em branco. Ele deu a ela um sorriso presunçoso,
satisfeito com a reação dela aos seus beijos. Ela estreitou os olhos para ele e deu-lhe um
soco no estômago.
— Owww!
— Convencido. - Ela murmurou. — Enfim, como estava dizendo… Não quero ouvir
nenhuma palavra negativa ou crítica sobre a minha nova casa. Ok?
— Senhora, sim, senhora. - Ele prometeu. Ele estendeu a mão em direção à casa. — Depois
de você.
Eles subiram os degraus e ela abriu a porta de sua casa. Como o que Janis prometeu,
toda a casa tinha sido limpa no dia anterior. Julianne ainda sentia o cheiro do desinfetante
que usavam no chão.
— Quantos quartos tem? - Jin perguntou atrás dela.
— Três.
— Dois andares?
— Sim.
Jin colocou a mala dela no chão. Ele foi até o centro da sala de estar, olhando ao
redor, inspecionando ainda mais a casa. E Julianne se perguntou o que se passava em sua
mente. - Eu amo essa casa ele não pode mudar minha opinião sobre isso. - Jin continuou
inspecionando a escada, a lareira e o balcão.
— O que? - Julianne perguntou quando ele se virou para ela.
— É boa. Eles usaram um bom material. - Comentou.
— Obrigada. - Disse ela. — Agora, só vou precisar decorá-la um pouco para ficar de acordo
com o meu gosto.
— Tudo isso é simples. Você precisa de uma parede de destaque. - Ele sugeriu enquanto
olhava para as paredes. — Talvez marrom, para combinar com seu piso de madeira. E
você pode comprar algumas decorações para adicionar mais cor.
— Você está me oferecendo sua experiência em design de interiores?
— Só se você quiser aceitar. - Ele encolheu os ombros. — Eu sei que você é formada em
design. Mas caso você esteja interessada em saber, tenho um PhD em Arquitetura e Design
de Interiores.
— Oh, eu não sabia disso, Doutor Starck. - Ela brincou.
Ele torceu o nariz por um segundo, como se se ressentisse do título. Sem dúvida, Jin
Starck era muito inteligente. E Julianne tinha certeza de que Arquitetura e Design de
Interiores não foram as únicas disciplinas que ele estudou, além de todas as línguas que ele
falava fluentemente. Julianne tirou o celular do bolso e começou a digitar as coisas que
precisaria comprar, desde cortinas até vasos, tapetes e molduras. Ela precisaria repintar uma
das paredes, provavelmente o lado onde ficava a lareira. E então o quarto de Jared precisava
ser pintado em cores diferentes combinando com o cubo de Rubik. - Muito obrigado Jin!
Em vez de contratar um pintor, ela pensou em fazer isso sozinha. Ela tinha o fim de
semana e poderia pedir a Justin um dia extra de folga na segunda-feira. Não seria difícil. Ela
podia terminar tudo isso. Jin caminhou em direção à porta dos fundos e foi para o quintal
dela. Ela sabia que o quintal daria algum trabalho. Ela poderia fazer isso depois. Por
enquanto, ela pode comprar alguns móveis para exteriores, um sistema de grelha e
algumas decorações para exteriores. Ela os adicionou à sua lista.
— Você pode adicionar alguns vasos de flores aqui. - Disse Jin. — Com uma parede,
você pode criar um jardim suspenso.
— É uma ótima ideia!
— Agora, você não está feliz por eu ter vindo junto? - Ele perguntou em um tom
presunçoso.
— … - Ela revirou os olhos e continuou digitando em seu telefone os itens adicionais que ela
precisaria comprar.
— São apenas sete horas. - Disse ele. — Podemos primeiro tomar café da manhã e depois ir
à loja de materiais.
— Você vai ficar? - Ela ergueu uma sobrancelha para ele.
— Claro. - Respondeu ele. — Por que mais estou aqui?
— Jin… Você não precisa.
— Eu quero. - Disse ele. — Eu disse que te apoiaria nisso. Isso inclui eu ajudando você
a decorar sua casa.
— Estou planejando fazer isso sozinha. Não vou contratar ajuda extra. Tem certeza de que
sabe como sujar as mãos?
— Oh, ma belle. - Ele riu. — Há muito que você precisa saber sobre mim. Não sou só cérebro,
você. Eu só posso te surpreender. - Ele pegou a mão dela e puxou-a para a porta da frente.
Ela tinha que admitir, seria mais rápido e fácil se houvesse músculos suficientes para
ajudá-la a fazer o trabalho pesado. Ela planejava pedir a ajuda de Gian, mas ele estava fora
do país por causa de alguns negócios.
— Eu não posso pagar por seus serviços, Senhor Starck. - Ela disse a ele.
— Pronto. - Ele sorriu para ela e então se inclinou e beijou-a suavemente nos lábios. — Você
já me deu um adiantamento.
— Adiantamento? - Ela repetiu. — Você quer dizer que tem mais beijos por vir?
— Eu não te disse antes? - Ele riu. — Eu nunca irei parar de beijar você.
— Jin… - Ela suspirou e ele deu um tapinha nela, efetivamente a silenciando.
— Podemos esquecer nossos problemas por um tempo? Mesmo só por este fim de semana.
Você está construindo um lar para si mesma e quero ajudá-la tanto quanto posso. Não quero
discutir sobre nós durante todo o fim de semana.
Ela percebeu que ele estava certo. Uma das razões pelas quais ela queria ter seu
próprio lugar era porque ela queria liberdade, sem que ninguém a visse ou a julgasse. Esta é
a casa dela agora. E ela pode beijar quem ela quiser e ninguém deve dar a mínima. Ela
suspirou e então assentiu. Ele a beijou novamente.
— Você é minha, ma belle. - Então ele encostou a testa na dela.
— Só por este momento roubado. - Ela se afastou dele e disse.
— Ok. - Ele deu a ela um sorriso melancólico e então assentiu. — Vamos tirar o máximo
proveito disso, então.
No dia seguinte, Jin levou Julianne ao trabalho. Em seguida, ele foi a um dos hotéis
deles para trabalhar e ligar para os pais. Ele se lembrou do último dia em que esteve em Paris.
Ele tinha acabado de voltar de uma conversa com Arthur Bernard e Vanessa. Ele
finalmente disse a eles que o negócio estava encerrado. Ele não poderia se casar com
Vanessa. O pai e filha ficaram muito chateados. Vanessa chorou como uma criança cujo
brinquedo favorito foi tirado dela. Arthur gritou todo tipo de palavrões contra ele,
prometendo expulsá-lo do Rodada Dez.
— Ela vale a pena? - Vanessa perguntou a ele, seu rímel manchado e base deixaram linhas
pretas de seus olhos até o queixo. Nesse ponto, era difícil levá-la a sério. De repente, Jin
percebeu que nunca tinha visto Vanessa sem maquiagem pesada. Ele se perguntou se a
reconheceria sem a base de pó, cílios postiços e lábios vermelho-rubi.
— Desculpe? - Ele perguntou.
— Julianne Sanders. - Disse Vanessa. — Ela vale a pena perder sua posição no Rodada
Dez?
— Vale a pena perder minha alma por ela. - Ele respondeu sem piscar. — Vale a pena jogar
fora toda a minha fortuna por ela. - Então ele se virou para sair.
Jin não tinha dúvidas de que Arthur Bernard teria sucesso em sua ameaça de expulsá-
lo do Rodada Dez. Todos os oito membros eram bons amigos de Arthur. E a organização
sempre teve o hábito de concordar com a maioria. Era sua maneira de manter o status.
Ele foi à biblioteca de seu pai para contar o que tinha feito. Ele estava se
preparando para a ira de seu pai. Ele receberia cada soco, cada golpe. - Ela vale a pena!
- Mas, para sua surpresa, seu pai colocou a mão firme em seu ombro e nem mesmo o deixou
falar.
— Você deveria ter me dito que havia uma mulher. - Disse Pierre em um tom muito calmo.
— Não achei que você consideraria esse motivo bom o suficiente.
— Vamos lá, o que você acha de mim? Sem coração? - Seu pai riu sem graça. — Passei as
últimas três décadas e meia perdidamente apaixonado por sua mãe. Ainda sinto o mesmo
amor, a mesma paixão por ela. Por que você não achou que eu entenderia?
— Porque eu pensei que nada poderia quebrar a palavra Starck. Você deu sua palavra de
se casar com a mamãe quando ela se casou com você. Você ainda se casou com ela,
mesmo quando ela disse que tinha estado com outro homem e tinha uma criança desse
relacionamento. Mesmo quando ela não quis você no início, você não quebrou sua
palavra de se casar com ela.
— Por quê? Você achou que foi por causa da palavra inquebrável dos Starck? - Seu pai
riu. — Eu sabia que ia me casar com Arianna desde que era adolescente. Eu estava
apaixonado por ela desde os quinze anos. Quando ela voltou a Paris e finalmente
concordou em honrar o casamento arranjado, não a forcei. Tornei-me o que ela mais
precisava, um amigo, um aliado. Fui aos Estados Unidos com ela para fazer acordos com
o ex-companheiro. E eu a ajudei a procurar Adrienne por anos. Eu fiz isso não porque estava
honrando minha palavra, mas porque a amava. Eu faria qualquer coisa por ela, seria tudo
o que ela precisava que eu fosse. - Seu pai suspirou e olhou para ele sobriamente. — Uma
mulher pode quebrar essa palavra. Se você realmente acha que vale a pena sacrificar tudo
isso.
— Ela vale. - Jin disse sem hesitação.
— Bem, eu confio em você. Você levou esta empresa a alturas que nem mesmo nossos
avós alcançaram. Eu sei que mesmo se fôssemos expulsos do Rodada Dez, você
encontraria uma maneira de nos manter à frente do jogo, mesmo sem essas vantagens.
— Eu vou. Eu prometo.
— Então, o que você está fazendo aqui? - Pierre perguntou. — Vá buscar sua mulher.
— Ok. - Jin concordou. Ele estava sem palavras. Ele não sabia o que dizer.
— Apenas me prometa uma coisa. - Disse Pierre.
— Qualquer coisa, pai.
— Só… - Pierre respirou fundo e com uma voz quase chorosa, ele disse. — Traga meu neto
para casa.
Jin mal podia acreditar no que seu pai acabara de dizer. Ele deu um passo à
frente e abraçou seu velho, contendo as lágrimas que ameaçavam espreitar por seus olhos.
Desde que ele chegou aos Estados Unidos, sua mãe não parava de importuná-lo
com mensagens, perguntando quando ele viria de volta a Paris com Julianne e Jared. Ele
planejava ir devagar. Ele não queria sobrecarregar Julianne com as mudanças que
aconteceriam em suas vidas. Ele queria que ela e Jared se ajustassem lentamente, em seu
próprio ritmo. Ele já tinha seu futuro planejado. Mas é claro, ele teria que discutir o assunto
com Julianne primeiro.
Ele sabia agora que, por anos, Julianne teve uma vida difícil. Ela foi banida do estilo
de vida luxuoso em que foi criada. Ela perdeu o amor e o apoio de seus pais. Ela teve que
voar para um país diferente, estar com pessoas que falavam uma língua diferente. Ela perdeu
acesso a seus fundos, suas joias e até mesmo suas roupas. Em muitas ocasiões, ele notou que
ela estava usando algumas das roupas de Adrienne, até mesmo joias emprestadas. Ela não
tinha carro e viveu os últimos sete anos na caridade de outras pessoas. Não, a vida não tinha
sido fácil para Julianne. Ela lutou. Ela sofreu. Por causa das escolhas que ela fez desde
que o conheceu… Porque ela escolheu amá-lo. E ela o amava o suficiente para deixá-lo
para que pudesse protegê-lo. E em troca, ela sofreu as circunstâncias infelizes por conta
própria.
Jin sentiu um aperto no estômago quando se lembrou de como ficou zangado com
ela, de como a tratou naquela noite em que foi ao quarto dela para confrontá-la. Ele a acusou
de muitas coisas, até mesmo a fez acreditar que ele não tinha ideia de que Jared era seu filho.
Ele a acusou de ter aventuras antes dele, embora ele sempre soubesse que ela era virgem
quando fez amor com ela na noite em que Jared foi concebido. Ele queria que ela sofresse
da mesma forma que ele. Mesmo que ele nunca tenha tido a coragem nem o coração para
machucá-la e, no final, seu amor por ela era mais forte do que qualquer vontade de vingança
que ele possa ter tido, ainda assim ele se sentia cheio de remorso por cada pensamento
ruim que tinha tido por dela. Ela nunca mereceu nada disso.
- Acabou. Seus dias de luta e tristeza acabaram. Eu prometo… A vida só será feliz e boa
para ela de agora em diante. - Ela pertencia a ele agora. E ele faria o que fosse necessário
para restaurar tudo o que ela havia perdido nos últimos sete anos. Ela pode ter sido banida
por seus pais, mas ele mais do que compensaria isso. Ele a amaria. Ele cuidaria dela. - Eu
vou dar a ela o mundo.
Capítulo 32
Jin participou de uma exposição exclusiva em um hotel próximo ao escritório de
Julianne. Uma pintura em particular chamou sua atenção. O fundo era um abstrato de
diferentes cores de azul, roxo, preto, amarelo e vermelho. O centro era o rosto de um homem.
Ele tinha uma expressão diabólica no rosto. Seu cabelo castanho caia sobre os olhos
vermelhos. Ele tinha presas e, embora parecesse mal, ele também parecia muito bonito.
Enquanto Jin olhava por mais tempo, ele podia ver as asas atrás do homem na pintura,
fazendo-o parecer um anjo caído. Jin deve admitir, o artista tinha alguma habilidade.
— Você gosta disso? - Ele ouviu uma voz feminina perguntar atrás dele.
Ele se virou e viu uma mulher com cabelo castanho escuro. Ela estava vestindo uma
calça preta, camisa de renda creme e uma jaqueta longa preta. Ele a tinha visto conversando
com outros telespectadores antes.
— Você poderia dizer? - Ele perguntou de volta.
— Bem, pelo jeito que você ficou olhando para ele por um longo tempo, você gosta ou odeia.
Eu gostaria de saber se seu feedback é positivo ou negativo. Particularmente neste.
Jin olhou para ela. Quando ela olhou para cima, ele viu que seus olhos eram de cores
diferentes. Um olho era âmbar e o outro azul. Ambos eram emoldurados por cílios grossos.
Ela tinha covinhas profundas em ambas as bochechas, que apareciam mesmo que ela
estivesse apenas falando. Ela também tinha uma covinha no queixo.
— Hmmm… Já ouvi falar de heterocromia, mas não tinha visto pessoalmente até agora. -
Ele não pôde deixar de comentar.
— Oh. Sim. Eu costumava usar lentes de contato para cobri-los. Até… Que alguém me disse
que eu não deveria ter vergonha deles.
— Quem quer que seja, estava certo. Você não deveria. - Jin voltou para a pintura. — Então,
quem é sua inspiração nesta pintura?
— Como você sabia que eu era a pintora?
— Você parecia ansiosa para saber o que todos pensavam sobre as pinturas aqui. - Ele
encolheu os ombros. — E este parecia ser mais pessoal para você.
Ela olhou para a pintura pensativamente. Jin foi treinado para ler as expressões
das pessoas. Ele poderia dizer que o cara que ela usou como inspiração para isso era
muito especial para ela.
— É. - Ela sussurrou.
— É hipnotizante. Seu anjo caído é bonito.
— Não diga isso. - Ela sorriu para ele. — Ele já tem um grande ego!
De repente, uma figura apareceu atrás dela. Ele tinha cabelo castanho claro e olhos
verdes penetrantes. Exceto pelos olhos verdes, Jin podia ver totalmente sua semelhança com
o cara da pintura. Ele colocou um braço em volta do ombro da mulher e puxou-a para si, de
uma forma meio possessiva e Jin não pôde deixar de sorrir para si mesmo. Ele quase
podia ver seu eu possessivo no cara.
— Kyle! - Ela sorriu.
— Sinto muito, estou atrasado. - O cara se inclinou e deu um beijo na testa dela.
— Está tudo bem. - Disse ela. — Eu estava conversando com… - Ela se virou para Jin.
— Jin Starck. - Jin estendeu a mão para o cara.
— Hmm… - O cara olhou para ele e o reconhecimento cruzou seu rosto. Ele apertou a mão
de Jin e disse. — Rafe Mckenzie.
Jin reconheceu imediatamente o nome. Rafe McKenzie pertencia à família
proprietária do Grupo McKenzie. Como se Jin fosse o prêmio da Starck Corp., Rafe
McKenzie era a joia do McKenzie Group.
— Eu sou Jasmine Wright, a propósito. - Disse a mulher ao lado dele.
— Prazer em conhecê-la, Senhorita Wright. - Jin deu a ela um leve aceno de cabeça. —
Como pintor, posso dizer que você tem um grande talento.
— Obrigada.
— Hmm, você poderia nos dar um momento, amor? - Rafe disse.
— Claro. - Jasmine se virou para Jin. — Obrigada por ter vindo, Senhor Starck. - Depois ela
se voltou para Rafe. — Te vejo mais tarde, Kyle.
- Kyle? Apelidos pessoais? - Jin notou que a mulher se dirigiu a Rafe McKenzie por um
nome diferente. Rafe se inclinou para frente e beijou sua bochecha. Ele parecia bastante
apaixonado com ela, e Jin se perguntava se ele tinha o mesmo olhar de amor sempre que olhava
em Julianne. Rafe ainda estava olhando para Jasmine mesmo quando ela saiu e se aproximou dos
outros visitantes. Então, finalmente, ele se voltou para ele.
— Ei. - Jin ergueu as mãos no ar. — Não se preocupe, cara. Não estou interessado na sua
garota. Eu estou comprometido.
— Achei que você não fosse pedir Vanessa Bernard em casamento. - Rafe ergueu uma
sobrancelha.
— Você ouviu sobre isso, hein? - Jin sorriu.
— Todo mundo ouviu. - Disse Rafe. — Na verdade, Arthur Bernard já formalizou sua
reclamação contra você e convocou uma votação ontem à noite para revogar sua participação
no círculo.
- É oficial então. Estamos fora! Porra! Mas ainda estou feliz, nada poderia amortecer
meu espirito.
— Não vou casar com Vanessa. Estou me casando com a mulher dos meus sonhos. -
Disse Jin.
— Bem, suponho que como vingança, Arthur conseguiu que todos os outros sete
membros do grupo concordassem com ele. E, claro, seu pai também votou a favor. -
Disse Jin secamente. — É uma regra não dita para concordar com a maioria.
— Ah, é? - Rafe perguntou, fingindo um olhar inocente em seu rosto. — Acho que ninguém
me contou.
— Pergunte ao seu pai.
— Isso é uma pena, porque meu pai não é mais o CEO do Grupo McKenzie. Eu sou.
— E Rick McKenzie concordou com isso? - Jin ficou um pouco surpreso. Rafe não era o
primeiro filho da família McKenzie.
— Meu irmão mais velho não quer o emprego. Ele é um cara de operações. Ele continua
sendo o COO.
— É bom saber. - Jin comentou.
— Arthur Bernard precisava do nosso voto para expulsá-lo, você sabe.
— Eu sei.
Os dois olharam para a pintura à sua frente por um momento.
— Como você acha que ela queria retratá-lo nesta pintura? Diabo ou anjo? - Jin perguntou.
— Ambos. - Rafe respondeu com um sorriso. Era óbvio em seu rosto que ele tinha muito
afeto por Jasmine. — E você, Jin Starck? O que você pensa que eu sou?
— Um homem de negócios. - Jin olhou para a pintura pensativamente.
— Suponho que sim. - Rafe disse pensativo. — E um empresário desonesto aproveitaria
qualquer oportunidade para tirar seus concorrentes do jogo. Mas tenho a sensação de que não
faria nenhuma diferença para você de qualquer maneira. Você é, afinal, o Jin Starck, que
começou a administrar metade de seus hotéis aos dezessete anos. No círculo do Rodada Dez,
havia apenas dois prodígios.
— Então, eu ouvi isso. - Jin sorriu. — E os dois estão parados aqui agora. - Ele se virou
para Rafe. — Então o que você está dizendo?
— Estou dizendo que Arthur Bernard falhou em sua campanha para expulsá-lo. - Rafe
respondeu. — É verdade, meu pai ou meu irmão teriam concordado com o resto. Infelizmente
para o Senhor Bernard, sou eu quem vota para o Grupo McKenzie agora. E eu votei não.
Os olhos de Jin se arregalaram para o outro homem. - Ele está fora de si?
— Porque você fez isso? Já estamos acirrados antes mesmo de qualquer um de nós nascer.
Esta foi a sua chance de me tirar das suas costas.
— Acredito que sim. Mas onde está a diversão quando você não tem um pouco de competição
acontecendo? Além disso, admiro você por defender sua mulher. Não posso dizer que não
estou em uma posição semelhante. Eu sei o que é ser forçado a um destino que seu coração
não pode aceitar.
— Você deveria ter me tirado quando teve a chance. - Disse Jin. Mas ele sorriu para Rafe,
quando toneladas de carga foram levantadas de seu peito.
— Ouvi dizer que você é ótimo, Jin Starck. - Disse Rafe. — E estou sempre pronto para um
bom desafio. Como poderia provar meu valor se saísse na frente neste jogo eliminando meu
concorrente só porque ele não escolheu se casar com uma herdeira malcriada?
Jin não disse nada. Rafe McKenzie estava ganhando seu respeito, e rápido. E
respeito não era algo que ele dava facilmente.
— Prefiro perder para o grande Jin Starck a me tornar o número um sem enfrentá-lo.
— O que posso dizer? - Jin se virou para Rafe e estendeu a mão para ele. — Obrigado. Vejo
você lá no campo de batalha.
— Faça essa chance valer a pena, ok? - Rafe disse, apertando sua mão. Então ele fez
uma leve saudação a Jin e se virou para sair.
— Ei, McKenzie! - Jin chamou. Rafe se virou para olhar para ele. — Um dia, você cometerá
um erro e não se esqueça, eu estou sempre respirando no seu pescoço. Então, tenha cuidado,
está bem?
— Sempre. - Rafe acenou com a cabeça. — E espero um convite para o seu casamento.
— Você e Jasmine já estão lá.
Jin voltou-se para a pintura à sua frente. Ele puxou o celular do bolso.
‣ Gatwick. - Disse ele ao assistente. — Gostaria que você fizesse uma oferta generosa em
uma pintura na exposição de Jasmine Wright aqui em Chicago. Além disso, ligue para
o agente dela e descubra se podemos encomendar suas obras para o hotel boutique que
estamos construindo em Roma.
Jin geralmente pintava para todos os hotéis. Mas ele está construindo pelo menos três
hotéis só neste ano. E com Julianne e Jared finalmente em sua vida, e seu casamento se
aproximando, ele tinha a sensação de que não teria tempo suficiente para pintar todos os
hotéis que a Starck Corp. abriria nos próximos seis meses. Ele poderia usar um pouco de
ajuda. E uma artista promissora como Jasmine Wright também precisa de um incentivo. É
também sua maneira muito sutil de agradecer a Rafe McKenzie pelo favor que fez à Starck
Corp.
Jin se virou em direção à saída, assobiando enquanto caminhava em direção ao prédio
das Indústrias Adams.
Naquela tarde, Jin caminhou com Julianne em direção ao gazebo na mansão Adams.
— Você está pronta? - Perguntou a Julianne.
— Você está? - Ela olhou para ele.
— Sim. - Ele acariciou o queixo com os dedos. — Eu acho que posso aguentar mais alguns
socos. Contanto que você cuide de mim esta noite. - Ele piscou para ela maliciosamente.
— Eu não acho que Justin vai bater em você na frente de Adrienne.
— Mesmo se ele fizer, eu não me importo. Agora mesmo, sou o rei do mundo! Eu tenho tudo
que sempre quis.
Eles chegaram ao gazebo onde Justin e Adrienne estavam, bebendo vinho. Justin
estava com os braços em volta da esposa e sussurrou algo em seu ouvido que fez Adrienne
rir e corar até a raiz dos cabelos. Jin pigarreou para que os notassem parados na frente deles.
— Oh meu Deus! Jin! Ian! - Adrienne exclamou surpresa. Jin viu lágrimas nos olhos de
Adrienne quando ela se afastou do marido e se aproximou deles. Ele viu o rosto de Justin
endurecer ao vê-lo.
— Vocês dois têm muito o que explicar! - Adrienne disse, em uma voz ligeiramente elevada.
O lábio de Jin ligeiramente curvado para cima. Ele conhecia bem sua irmã. Embora
ela estivesse se esforçando ao máximo para parecer zangada, ele sabia que ela estava em
êxtase com esse novo acontecimento em suas vidas. Ela amava Jared como se ele fosse
parente de sangue. Agora, ela sabia que ele realmente era.
— Sinto muito, Yen. Eu não poderia te dizer. Eu estava com medo de que isso pudesse
causar estragos em nossas famílias. - Julianne disse em lágrimas.
— Mas como isso aconteceu? - Adrienne perguntou. Ela se virou para Jin. — Você! Você
a engravidou e a deixou!
— Uau! Calma, mana! - Jin disse. — Sabe, eu procurei por ela em todo o mundo! Eu procurei
por ela. Eu não consegui encontrá-la.
— Era ela? - Justin perguntou, levantando uma sobrancelha cética. — A mulher que você
procurou por anos?
— Sim. - Jin concordou. — Tudo que eu tinha era um esboço de seu rosto.
— Você tinha o nome dela. - Justin ergueu uma sobrancelha para ele. — Tenho certeza
de que qualquer um poderia tê-la conectado a mim.
— Eu… Eu dei a ele um nome falso. - Julianne murmurou.
— Você o que? - Adrienne perguntou em descrença. — Mas, certamente, você deve ter
ouvido que sou parente dos Starcks.
— Eu… Não contei a ela meu nome verdadeiro. - Disse Jin.
Houve silêncio por alguns momentos.
— Então vocês dois estavam procurando se divertir. - Justin disse. — Tiveram um caso.
Deram nomes falsos. Boom! Nove meses depois, nasceu Jared.
— Não foi assim. - Disse Jin. — Eu a amava, você sabe disso.
— Você a amava, mas você não achava que ela era digna de saber que você era Jin
Starck? - Havia acusação na voz de Justin.
— Não, Justin! - Julianne disse. — Eu nunca dei a ele uma chance. Mal passamos duas
semanas juntos em Paris. Dei a ele um nome falso porquê… Esse era o meu acordo com
Gian e Patrick para que eu pudesse ir nas férias sozinha! Eu não sabia que iria me
apaixonar durante uma de minhas viagens. E de todos os lugares errados que eu poderia ter
estado… Acabei naquela loja de suvenires em Paris e conheci… O homem dos meus
sonhos. - Ela respirou fundo, se recompôs e continuou. — Mas você sabe que eu já tinha
sido prometida a outro homem. Bem, não a qualquer homem. Um homem com uma família
poderosa, que tinha a capacidade de acertar qualquer um que estivesse em seu caminho. Eu
fiquei assustada. Depois de passar uma noite com Jin, fugi. Eu estava com medo de que, se
eu ficasse, meu pai ou Patrick viriam me buscar, me trazer para casa, custasse o que custasse.
Achei que Jin fosse apenas um artista batalhador. Ele era um homem maravilhoso, com
grandes sonhos. Eu não poderia destruir sua vida.
— E quando você descobriu que estava grávida, por que não procurou por ele? - Justin
perguntou.
— Eu tentei. Mas eu nem tinha o nome certo.
— Você poderia ter vindo até a mim. - Justin repreendeu.
— Você ficava me dizendo que mataria quem quer que me engravidou em Paris. Por que eu
pediria sua ajuda para encontrá-lo?
— Ela está certa. - Adrienne falou e sorriu desculpando-se com o marido. — Eu continuei
dizendo para você não a assustar.
— Bem, sempre achei que aquele cara se divertiu com você. - Justin se virou para Jin. — Se
eu não visse como você estava com o coração partido e como você estava obcecado em
encontrar essa mulher, não acreditaria que você estava sendo sincero com suas intenções
agora.
— Vamos, mano. - Disse Jin, erguendo as mãos. — Estou pronto. Você pode socar o inferno
fora de mim. Apenas faça e acabe com isso.
Justin se aproximou dele. Jin prendeu a respiração enquanto olhava Justin nos olhos.
— Querido… - Adrienne murmurou atrás deles.
— Você ama ela? - Justin olhou para Jin sobriamente.
— Eu morreria por ela. Eu mataria por ela. Você sabe disso.
— Você vai fazer dela uma mulher respeitável?
— Basta dar uma olhada no dedo dela e você saberá. - Jin sorriu.
— Oh meu Deus! - Ele ouviu um suspiro de Adrienne. — Isso é… Além de lindo! Isso é
feito sob medida?
— Sim. - Jin respondeu.
— Mas por que você não usou o anel da sua avó?
— Julianne vai receber eventualmente. Eu só queria propor a ela com um anel que foi feito
especialmente para ela. Não é algum de segunda mão.
— Quando você propôs? - Justin perguntou.
— Ontem à noite. - Jin respondeu.
— Mamãe vai matar você! Você sabe que ela adora participar dessas coisas. - Disse
Adrienne.
— Não sou fã de propostas públicas. - Jin torceu o nariz. — Acho que a proposta deve ser
um momento íntimo e solene entre um homem e uma mulher.
— Eu não vou bater em você agora. - Justin acenou com a cabeça. — Mas eu vou… Se
você a machucar.
— Você é muito bem-vindo para me aleijar se eu fizer isso. - Jin ergueu a mão no ar.
— Temos um acordo? - Justin estendeu a mão para ele. — De um cavalheiro para outro?
— Acordado. - Jin apertou a mão de Justin e assentiu. — De um irmão para outro.
— Bom. Agora vá. É hora de Jared conhecer seu pai. - Adrienne foi até seu irmão e deu
um abraço. — Conte-me tudo sobre isso mais tarde. Adoraria ver a reação de Jared quando
você contar a ele. Mas você deve tornar esse momento privado.
— Obrigado, mana. - Jin concordou.
Então ele pegou a mão de Julianne e a conduziu escada acima. Eles pararam na
frente do quarto de Jared.
— Pronto? - Perguntou Julianne.
— Estou esperando por esse momento desde aquela noite em que te encontrei de novo. - Jin
respondeu.
Jared gritou quando viu os dois entrarem na sala. A babá dele os atualizou e depois
foi embora.
— O que devemos fazer, mamãe? Tio Jin?
Jin olhou para Julianne, seus olhos a pedindo para começar. Julianne respirou fundo
e puxou o filho para que sentasse em seu colo.
— Querido, lembra como eu já te disse um dia, que eu iria apresentá-la ao seu pai? Seu pai
verdadeiro?
— Sim. Mas talvez ele não me queira. - Jared murmurou tristemente.
— Claro, ele quer você. Ele só… Não sabia sobre você antes. Ele não sabia que a mamãe
engravidou de você. Nós… Perdemos o contato por um tempo. Ele estava procurando por
nós, mas não conseguiu encontrar a mamãe porquê… A mamãe usava um nome diferente
quando nos conhecemos.
— Por que você usou um nome diferente? - Jared juntou as sobrancelhas em confusão.
— Porque a mamãe era jovem na época. - Julianne suspirou. — E eu estava com medo
de que os bandidos me pegassem quando eu estivesse sozinha em Paris. Dei um nome
diferente para o papai. Então, quando mamãe saiu de Paris, seu papai não foi capaz de
nos seguir.
— Você se esqueceu de dizer a ele seu nome verdadeiro antes de sair?
Jin não pôde deixar de sorrir com isso.
— Sim. Algo assim. - Respondeu Julianne.
— Ele me quer agora? - Jared perguntou.
— Sim, querido. - Julianne assentiu. — Ele quer muito você.
— Onde ele está? - Jared perguntou animadamente.
As lágrimas de Julianne correram por seu rosto. Ela sorriu, mas não conseguia mais
falar.
— Estou bem aqui, querido. - Jin falou respirando fundo.
— Tio Jin? - Jared se virou para ele.
— Sim. - Jin concordou. — Só que você não vai mais me chamar de Tio Jin. Você vai me
chamar de papai.
— Você é realmente meu… Papai? - Jared olhou para ele com admiração.
— Sim, querido. Eu realmente sou seu pai. Sua mãe e eu nos separamos antes de você
nascer. Eu não sabia que ela tinha você até que a vi novamente.
— Eu vou ter uma mamãe e um papai agora? Como os de Jeffie?
— Sim. - Jin sorriu. — Mamãe e eu vamos nos casar em breve. E viveremos juntos de
agora em diante.
— As pessoas… As pessoas dizem que eu pareço com você, papai. - Jared chorou e
então se jogou nos braços de Jin.
— Sim, querido. - Jin abraçou seu filho com força. Ele fechou os olhos, saboreando o
momento em que foi reconhecido pelo próprio filho pela primeira vez. — Você se parece
muito comigo. E você sabe por que pode pintar muito bem? Você herdou isso de mim
também.
— Você não pode comer manteiga de amendoim também, papai? - Jared perguntou.
— O que? - Jin piscou para Julianne, levantando uma sobrancelha para ela.
— Ele é mais parecido com você e muito menos do que comigo, certo? - Ela deu uma
risadinha e enxugou as lágrimas em seu rosto.
— Sim, querido. - Jin beijou a testa de Jared. — Manteiga de amendoim vai fazer meu rosto
inchar. Vou parecer um ogro se comer isto.
— Como eu. - Jared riu. — Mamãe disse que isso aconteceria se eu comer nozes.
Jin não pôde evitar as lágrimas nos olhos enquanto abraçava Jared. Ele olhou para em
Julianne. Ela estava soluçando sem parar enquanto os observava. Ele se estendeu e a puxou
para ele. Ele abraçou os dois juntos e quando Julianne olhou para ele, ele se inclinou para
frente e a beijou suavemente nos lábios.
— Eu amo muito vocês dois. - Ele disse a eles. — Vocês me fizeram o homem mais feliz do
planeta.
— Venha. - Então ele beijou novamente o topo da cabeça de Jared. — Vamos para casa.
Epílogo
Julianne entrou no luxuoso salão de baile do Jardin Estates, um dos hotéis da Starck
Corp. em Paris. A mãe de Jin tinha outro livro best-seller e como parte da tradição, ela deu
uma festa para comemorar. Foi também uma chance para a Família Starck se reunir com
familiares, amigos e parceiros de negócios. Fazia uma semana desde que ela e Jared
chegaram a Paris. Embora ela já tivesse conhecido os pais de Jin antes, dessa vez foi um
encontro diferente.
Julianne ainda se lembrava de como Arianna Starck correu para cumprimentá-los e
como ela chorou muito ao abraçar Jared.
— Meu bebê. Você sabe quem eu sou? - Ela perguntou chorosa a Jared.
— Sim. Você é a avó de Jeffie. - Respondeu Jared.
— Sim. Mas você sabe que eu também sou sua avó. - Disse Arianna.
— Verdade?
— Sim. Porque eu sou a mãe do seu pai. Você pode me chamar de grand-mère.
— Grand-mère. - Jared sorriu e a abraçou.
— E você pode me chamar de Grand-père. - Pierre se ajoelhou na frente de Jared.
Jared abraçou seu avô também. Julianne viu as lágrimas nos olhos de Pierre.
Afinal, Jared era seu primeiro neto de sangue. Então Jin disse à babá de Jared para levá-
lo ao quintal. Arianna abraçou Julianne.
— Bem-vinda à família, Ian. - Disse Pierre.
— Muito obrigada. - Disse Julianne. — Estou muito feliz por estar aqui.
— Posso ver o seu anel, querida? - Arianna perguntou. Julianne timidamente ergueu a
mão para que sua futura sogra pudesse inspecionar seu anel.
— Uau, isso é lindo! - Arianna respirou. Ela olhou para Jin. — Frédéric certamente se
superou.
— Essa é uma peça linda. - Pierre concordou. — Mas você sabe que se sua avó estivesse
viva, ela iria repreendê-lo por propor um anel diferente.
— Bem, darei esse anel a Julianne depois. Ela pode usar se quiser. Mas, por enquanto, esse
é o anel que quero que ela use como símbolo do meu compromisso de me casar com ela.
— Nós vamos anunciar isso! Precisamos planejar uma festa de noivado!
— Mamãe! - Jin exclamou. — Não pedi casamento a ela em público, porque queria que fosse
algo privado. Algo que só nós dois compartilharíamos.
— Bem, eu não estava falando sobre uma festa de proposta. Eu estava falando sobre uma
festa de noivado.
— Mamãe! - Jin gemeu.
— Eu tenho uma festa do livro chegando. Podemos anunciá-lo lá.
— Isso é mesmo necessário? - Perguntou Julianne.
— Claro. Você é maravilhosa. É justo que anunciemos para o mundo a sorte do meu filho,
certo?
— Você já tomou uma decisão sobre o seu modo de vida? - Pierre perguntou.
Antes de partirem para Paris, Julianne pediu demissão de seu emprego nas Indústrias
Adams. Justin não queria deixá-la ir, mas ele não tinha escolha. O futuro de Jared estava
em jogo aqui. Jin queria se casar antes do final do ano. Julianne tinha apenas alguns meses
para planejar o casamento do ano com Arianna e Adrienne. Ela concordou que ela e Jared
precisavam se mudar para Paris, onde Jin administraria a Starck Corp. Jared amava sua
nova casa em Chicago e não estava totalmente feliz em deixá-la tão cedo. Mas Jin prometeu
que teria um maior playground em Paris, com uma cama elástica no quintal também.
Julianne garantiu que ainda podiam manter a casa e que visitariam Chicago com a maior
frequência possível.
— Sim. - Respondeu Julianne ao futuro sogro. — Acho que Jared e eu precisamos aprender
a falar francês em breve.
— Maravilhoso! Achei que teria que preparar um discurso para convencê-la a ficar aqui. -
Arianna estava obviamente encantada. — Você ficará no quarto de Jin, é claro. Já renovei
um dos quartos e o transformei no quarto de Jared.
— Temos outro apartamento na cobertura com vista para a Torre Eiffel. - Disse Jin. — É
mais perto da sede da Starck Corp. Eu moro lá. Em breve, você também irá. Mas na metade
do tempo, podemos ficar aqui. A mamãe e o papai podem ficar solitários.
— E eu espero que você não se importe, minha querida. Quero passar muito tempo com meu
neto. - Implorou Arianna.
— Claro. Família é importante. Tenho certeza de que Jared adoraria conhecer mais seus
avós.
— Obrigada. - Arianna sussurrou. Ela estendeu a mão e deu um abraço em Julianne.
Julianne estava maravilhada. Ela se sentiu bem-vinda e amada pelos pais de Jin,
que parecia quase o suficiente para compensar a maneira como seus próprios pais a
trataram e a Jared.
Sete dias depois, Arianna estava dando uma das maiores festas de Paris. Embora
ela disfarçasse novamente como uma festa de celebração de um livro, Jin e Julianne sabiam
que ela usaria esse momento para anunciar seu noivado. Julianne estava usando um vestido
de festa rosa vintage sem mangas que tinha um lindo trabalho de bordados no corpete. A saia
linha A terminava alguns centímetros acima dos joelhos, mostrando suas longas pernas. Ela
usava um par de sandálias de salto alto de cristal e uma trança cachoeira no cabelo e
maquiagem leve no rosto.
Justin, Adrienne e os pais de Justin voaram de Chicago para Paris. Mason e Abi,
assim como Jordan também estavam presentes. Gian disse que se atrasaria, mas prometeu
ir. Depois do jantar, a mãe e o pai de Jin subiram ao palco. Arianna agradeceu a todos que a
apoiaram pelo sucesso de seu novo livro best-seller.
— Espero compartilhar mais festas do livro best-seller com vocês. - Disse ela e todos
aplaudiram. Ela esperou que todos se acalmassem e acrescentou. — Mas, além do meu
sucesso, também gostaria de fazer um brinde por meu filho e sua linda noiva. A história de
amor deles é uma história de amor que nem eu poderia ter pensado em escrever. - Todos
ficaram em silêncio, ouvindo ansiosamente o discurso de Arianna. Julianne sentiu vários
pares de olhos nela e se escondeu atrás das costas de Jin, que deu uma risadinha
— Eu te amo. - Ele sussurrou e a puxou para seus braços e beijou sua testa.
— Ssshhh… Sua mãe está falando. - Ela sibilou para ele.
— Sete anos atrás, eles se conheceram. Eles se apaixonaram. O amor deles deu a mim e
a Pierre um neto. Mas por algumas razões inevitáveis, eles tiveram que se separar. Eles
não tinham se visto ou ouvido falar um do outro desde então. E então o destino desejou
que eles se encontrassem novamente. E meu filho não perdeu tempo em conquistá-la,
fazendo-a se apaixonar novamente.
— Julianne, minha querida. Você é linda além de qualquer comparação. Você é inteligente,
talentosa e requintada. Obrigada por amar nosso filho e por dar a ele a chance de uma vida
de casado feliz, cheia de amor e carinho. Obrigada por criar bem o nosso neto. Obrigada por
concordar em fazer parte desta família. E para meu filho, eu sei que você será um marido e
pai amoroso e responsável. Cuide de sua esposa, seu filho e seus futuros filhos. Deus
abençoe vocês dois. Nós te amamos. - Arianna tinha lágrimas nos olhos.
— Senhoras e senhores! - Pierre pegou o microfone dela. — Um brinde ao meu filho e sua
futura noiva.
Houve aplausos e todos que eles conheciam se aproximaram para dar eles
parabenizam apertos de mão, abraços e beijos. Em seguida, a música explodiu dos alto-
falantes e Jin pegou a mão de Julianne e a levou para a pista de dança. Mason e Abi
dançaram ao lado deles. Abi estava grávida de três meses e sua barriga começava a aparecer.
Julianne ficou em êxtase ao saber da notícia e ainda mais agradecida porque eles conseguiram
ir à festa, apesar da gravidez delicada de Abi.
— Obrigada por voarem para cá. - Julianne disse a eles.
— Starck, estou te dizendo. Se você machucar minha priminha, mato você. - Brincou Mason,
mas Julianne sabia que ele falava sério.
— Abi, eu adoraria que você fosse a organizadora de nosso casamento.
— Bem, se seu noivo pudesse esperar um ano, eu poderia fazer. Mas agora, não posso
lidar com grandes projetos ou voar para Paris para fazer os arranjos.
— Desculpe, Ab. - Jin balançou a cabeça. — Mas eu não posso mudar a data do casamento.
Quanto mais cedo ela se tornar minha esposa, mais relaxado ficarei. Você sabe que
existem muitos lobos à espreita, esperando que eu faça o movimento errado para que eles
possam correr.
— Bem, eu fiz algumas pesquisas. Você pode ligar para alguns planejadores de casamento
que irei recomendar. Mas há um que foi altamente recomendado em Nova York. Você deve
ligar para eles, ver se eles estão dispostos a fazer um trabalho no exterior. - Abi disse.
— Nós realmente precisamos voar para conseguir um planejador de casamento? - Perguntou
Julianne. — Pode haver muitos aqui em Paris.
— Bem, estou apenas sugerindo. Este aqui em Nova York vem com recomendações muito
altas. Eu vi seus trabalhos. Conceitos incríveis e grande decoração. Basta dar uma olhada, já
que você tem dinheiro para gastar no casamento do ano de qualquer maneira.
— Dinheiro não é um problema. Se eles forem tão bons quanto você diz, gostaria de dar
uma olhada. - Jin concordou.
— Quem são eles?
— Eles são chamados de ‘Ever After Weddings’, da Astrid Van Woodsen. Confira o site
deles. Você ficará surpreso.
— Ok, vou dar uma olhada. Mas se eles forem muito caros… - Jin a silenciou com um
beijo.
— Nada é muito caro. Eu estou me casando com você. Eu quero que esse casamento seja
incrível, de outro mundo. De qualquer forma, não se preocupe com isso. Estou pagando. E
já te disse, dinheiro não é problema.
— Ok, ótimo.
Eles foram interrompidos por uma figura ao lado.
— Posso interromper para uma dança? - River Jefferson perguntou a Jin.
— Falando em lobos espreitando por aí… - Jin murmurou.
— Jin! - Julianne sibilou e Mason e Abi não puderam deixar de rir.
— Relaxe, Starck. - River sorriu. — Eu não vou tirá-la de você… A menos que você
cometa um erro muito estúpido. - Ele piscou para ele.
— Não se preocupe. - Jin se afastou de Julianne, permitindo que River interferisse. —
Sou inteligente o suficiente para não cometer o erro que você espera. Você tem dois minutos
e eu a levarei de volta.
— Bem, você parece muito feliz. - Disse River, segurando Julianne. — E um anel muito
impressionante, a propósito. Quase fiquei cego.
— Eu sei. É fantástico! Ele mandou fazer sob medida.
— Legal. - River assentiu. — Então, está tudo bem com você?
— Sim. - Julianne assentiu. — Correu tudo muito bem. Eu estou tão feliz.
— Seus pais?
— Exceto essa parte. Eles não estão aqui. - Julianne balançou a cabeça. — Eu duvido que
eles viriam. Eu estava começando a pensar que… Meu pai nunca me amou de verdade.
Ele me viu como uma moeda de troca. Nada mais.
— Ouvi dizer que ele fez um ótimo negócio com sua fábrica de vidro.
— Sim. - Julianne assentiu. — Muito bom negócio. Gostaria que Jin não tivesse que comprar
isso apenas para calar meu pai.
— Tenho certeza que ele não comprou apenas para calar seu pai. Jin Starck é um empresário
brilhante. Quando ele toma decisões como essa, significa que viu uma oportunidade.
— Acredito que sim. Vinte e cinco milhões é muito dinheiro.
— Não para um homem como o seu noivo. - River assegurou. — Seja feliz, ok?
— Você sabe que eu serei.
— Bom. E você sabe que eu sempre estarei aqui para você.
— Claro, você é meu melhor amigo, lembra?
— Sempre.
Julianne ergueu os olhos e viu Gian parado ao lado deles, pedindo para interromper.
River se afastou dela.
— Vejo você mais tarde. Eu vejo uma senhora solitária no bar. Talvez ela precise de
companhia. - Com isso, River fez uma saudação e foi embora.
— Ele estava com o coração partido? - Gian perguntou, tomando-a nos braços para uma
dança.
— Não teria funcionado entre nós. - Julianne balançou a cabeça. — Tentamos sair uma vez.
Eu realmente queria focar meus sentimentos nele. Mas… Jin Starck era um homem
difícil de superar.
— Você está feliz, irmã?
— Agora eu estou. Finalmente, sinto que sou eu novamente. Minha vida voltou a ter um
rumo e aprendi que não precisava do amor e do carinho de papai, nem de sua aceitação para
ser completa. Estou lentamente encontrando meu equilíbrio sem a sombra dele ou a sombra
do meu medo dele. - Ela suspirou. — Como eles estão, por falar nisso?
— Papai ainda está ocupado contando o dinheiro que seu noivo pagou a ele pela fábrica
de vidro. - Gian encolheu os ombros. — Mamãe está, como sempre, ocupada fazendo as
unhas no salão. - Gian parecia entediado e desinteressado.
— Não somos os sortudos, hein?
— Conte-me sobre isso. - Gian suspirou profundamente. — Ele não está mais bravo com
você.
— Eu imagino. Mas conhecendo-o, se ele tem algum interesse em mim, não é porque ele
está realmente preocupado comigo. Pode significar que ele queria ter acesso ao meu noivo.
— Verdade. - Gian murmurou. — Olha, eu vou mudar a empresa. Farei o que puder para
colocar a empresa de volta ao verde novamente.
— Eu acredito que você pode fazer isso.
— Eu farei isso por nós dois. Porque eu não me importo com o que o pai diz. Ele pode me
dar toda a riqueza de nossa família. Mas seja o que for que ele me dê, metade é sua e
sempre será sua. Ele pode ter sido injusto, mas sou são o suficiente para saber o que é
certo e errado. E o que é certo é que dividimos tudo por cinquenta e cinquenta.
— Gian, eu não preciso…
— Eu sei. Mas, por favor… Me deixe consertar o que foi errado para você. Eu quero.
Isso me daria paz de espírito.
— Certo. - Julianne assentiu.
— Seja feliz, ok? - Gian se inclinou e beijou sua testa.
— Você sabe que eu sou. - Ela deu a ele um brilhante, reconfortante sorriso.
Jin ficou ao lado deles. Gian se virou para ele.
— Seu rosto ainda dói? - Gian perguntou com uma expressão sóbria no rosto.
— Não muito agora, muito obrigada. - Jin respondeu.
— Lembre-se, essa não será a última vez que vou bater em você, se você machucar minha
irmã.
— Você tem minha palavra. - Em vez de ser ofendido, Jin ofereceu a mão a ele. — E a
palavra de um Starck é como ouro. Apenas uma mulher me fez quebrar. Essa é sua irmã.
E essa é a última vez que farei isso.
— Bom. - Gian assentiu e apertou sua mão. — Vou acreditar na sua palavra. - Depois de
apertar as mãos um do outro, Gian saiu e Jin pegou Julianne de volta em seus braços.
— Você está bem? - Ela perguntou a ele.
— Sim. Esta noite foi perfeita, exceto pelos dois minutos em que Jefferson dançou com você
e os dois segundos em que seu primo e seu irmão ameaçaram acabar com minha vida se eu
te machucasse. Como se eu fosse fazer isso.
— Bem… - Ela entrelaçou os dedos na nuca dele. — Você deveria saber que eu tive um
pouco de treinamento em artes marciais também. Então, se você me machucar… Meu irmão
ou meus primos não iriam chegar até você rápido o suficiente. Vou acabar com você sozinha.
— Hmm… - Ele riu. — Eu não vi essas suas habilidades. Que artes marciais você treinou?
— Karatê. Um pouco de jiu jitsu. - Ela encolheu os ombros.
— Verdade? Jiu jitsu, hein? - Ele murmurou. — Eu gostaria de ver essas habilidades. Eu
também sei jiu jitsu. Talvez possamos lutar alguma hora… - Ele se inclinou para frente para
que pudesse sussurrar em seu ouvido. — Na cama.
— Alguém pode ouvir você. - Ela o bateu de brincadeira no ombro enquanto ria.
— Deixe eles ouvirem. Quero que o mundo saiba o quanto somos apaixonados e felizes.
— Eu acho que eles já sabem. - Ela sussurrou.
— Hmm bom… - Ele se inclinou e beijou seus lábios. — Venha. Eu tenho algo para te
mostrar.
Ele pegou a mão dela e a conduziu até a saída. Julianne olhou para a varanda e viu
Pierre e Arianna com um casal da idade deles e outro cara mais jovem. Eles estavam
conversando e rindo. O cara mais jovem olhou para eles e acenou com a cabeça para Jin. Jin
o saudou antes de sair do salão.
— Quem são essas pessoas?
— Richard McKenzie e sua esposa. O mais jovem era seu filho, Rafe McKenzie, CEO
do McKenzie Group.
— Mas… Eles não eram seus concorrentes?
— Sim. Mas agora, tudo é apenas uma competição amigável. - Jin respondeu. — Rafe
McKenzie foi a razão de não termos sido expulsos do Rodada Dez. Quando tudo o que
os Bernards precisavam era de seu voto, porque eles obtinham a maioria das ações, Rafe
se voltou contra eles e ficou do meu lado. Até eu fiquei chocado. E geralmente é preciso
muito para me chocar.
— Bem, é uma coisa honrosa a se fazer. - Comentou Julianne. — Arthur Bernard saiu da
linha quando misturou negócios com seus assuntos pessoais.
— Verdade. Mas, isso tudo ficou para trás agora, graças a Deus! - Eles chegaram à entrada
principal e esperaram pelo Bugatti de Jin. Quando o manobrista estacionou na frente deles,
Jin abriu a porta do carro para ela entrar.
— Onde estamos indo? - Ela perguntou assim que ele saiu.
— É uma surpresa. - Ele piscou para ela, pegou sua mão e a levou aos lábios para beijar
seus dedos.
Dez minutos depois, eles estacionaram em frente a uma fila de edifícios. As lojas ao
redor da área já estavam fechadas, exceto por alguns cafés e bares. A rua parecia familiar
para ela. Jin pegou a mão dela e eles atravessaram a rua.
— Esta área parece muito familiar.
— Sim. - Jin concordou. — Você não se lembra, meu amor? Foi aqui que nos conhecemos.
Ela olhou em volta e então seus olhos se arregalaram ao se lembrar da rua em que se
aventurou, procurando por souvenires e frascos de perfume de vidro.
— Sim, aquela loja estava bem… - Ela se virou e olhou para a loja do outro lado da rua. —
Ali.
Mas a loja não parecia mais uma loja de souvenires. Parecia maior, pelo menos
três vezes mais larga e com um andar mais alto. A fachada foi pintada de cinza escuro na
lateral e as janelas do andar superior e inferior eram totalmente feitas de vidro.
— Que pena que a loja de souvenires não está mais lá.
— Não se preocupe, tenho certeza de que os proprietários foram generosamente
recompensados.
— O que é esse prédio agora?
— Ouvi dizer que vai ser a mais recente casa de design de móveis e decoração, que
venderá as peças mais exclusivas, requintadas e personalizadas.
— Verdade? Isso é emocionante. Como vai ser chamado?
Jin sorriu para ela. E então ele tirou algo do bolso. Era um pequeno dispositivo
que parecia com um controle remoto. Ele apertou um botão e todo o lugar se iluminou. A
fachada frontal tinha uma sinalização de caixa de luz de LED que soletrava o nome da
loja.
A Casa de Arabella.
Os olhos de Julianne se encheram de lágrimas.
— Sei que você sempre sonhou em projetar suas próprias peças de mobiliário. Eu vi talento
em você e já que seu pai era estúpido o suficiente para não ver e apoiar você, pensei em fazer
isso acontecer para você.
— Oh meu Deus, Jin… - Sua mão foi para sua garganta enquanto as lágrimas brotaram
de seus olhos. — Isso é… Isso é real?
— Sim. - Jin concordou. — Agora, tudo o que você precisa fazer é projetar e fabricar essas
peças brilhantes.
— Mas quem vai fabricar para mim?
— Você tem uma fábrica de vidro que está totalmente operacional, não tem?
— Fábrica de Vidro Sanders? - Seus olhos se arregalaram de surpresa.
— Sim. Exceto que agora não estará fabricando exclusivamente garrafas de vidro de vinho.
Você se aventurará em decorações de vidro. E uma parte da fábrica pode ser transformada
em obras de madeira e metal para apoiar seu negócio
— Jin, isso é muito investimento! Eu nem sei exatamente onde eu vou conseguir que os
clientes confiem em mim o suficiente para fazer peças para eles.
— Você já tem. - Respondeu ele. — A Starck Corp. abrirá pelo menos oito hotéis na Europa
no próximo ano. Vou te dar o conceito e o tema dos hotéis. Você será minha fornecedora
exclusiva.
— Sério?
— Sim. - Ele assentiu. — Eu mencionei a mesma coisa para Rafe McKenzie. Ele também
parecia interessado.
— Eu pensei que ele fosse seu competidor.
— Competição amigável. - Ele a corrigiu. — Não se preocupe em receber pedidos. Suas
mãos estarão ocupadas demais apenas com os requisitos da Starck Corp.
— Isso é pra valer?
Ele a puxou para que ela pudesse ficar na frente dele, em seguida, ele passou os
braços em volta da cintura. Ela se apoiou nele enquanto eles olhavam para o prédio na
frente deles.
— Quando você começou a trabalhar nisso?
— Algum tempo atrás, quando eu estava procurando por você. - Ele respondeu, beijando sua
têmpora. — Uma vez você me contou sobre seu sonho de projetar móveis e decorações em
vidro. Comprei porquê… De todos os lugares errados em que poderia ter estado naquele
dia, fui levado para cá, ao mesmo tempo que você estava aqui. Eu mantive este lugar todos
esses anos. No fundo da minha mente, acho que sempre soube que você voltaria. E quando
fizess esta seria uma forma de convencê-la a ficar.
— Mas eu já disse que ficaria.
— Sim. Então considere este um presente de casamento antecipado. - Disse ele. — Um
hobby muito lucrativo.
— Obrigada. - Ela se virou para encará-lo. — Não sei como retribuir.
— Você sabe como eu quero ser reembolsado. Você pode fazer isso todas as noites pelo
resto de nossas vidas. Na verdade, você pode começar hoje à noite. - Ela o beliscou de
lado. — Awww! Eu quis dizer que quero que você me ame. O que você acha que eu quis
dizer?
— Não foi isso que você quis dizer, Jin Starck! - Ela acusou. — Eu te amo.
— Eu te amo também. - Ele riu e a abraçou novamente. — Você é minha, Arabella. - Ele
respirou fundo e sussurrou.
— Para sempre. - Ela sorriu enquanto olhava nos olhos dele.
Ele sorriu para ela triunfantemente como se estivesse esperando que ela dissesse isso
por muito tempo. Então ele se inclinou para frente e a beijou apaixonadamente,
amorosamente. Julianne derramou todo o seu amor por ele naquele beijo. Enquanto ela
enrolava seus braços ao redor de seu pescoço, ela percebeu que, de todos os lugares errados,
eles poderiam ter ido… Eles acabaram ali mesmo, onde se encontraram no início.
Fim