O Papel Da Familia Na Identidade Sexual

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Amélia Eduardo Vaz

Bebito João Mizé Victuar


Brain Arão Macha

O papel da família na identidade sexual

Universidade Púnguè
Manica
2021
Amélia Eduardo Vaz
Bebito João Mizé Victuar
Brain Arão Macha

O papel da família na identidade sexual

Trabalho de caracter avaliativo, a ser


entregue no departamento da ESTEC
referente ao curso de agropecuaria, 3º
Ano I semestre sob orientacao do
docente: Inacio Jala

Universidade Púnguè
Manica
2021
Índice
CAPITULO I .................................................................................................................... 1

1. Introdução.................................................................................................................. 1

2. Objetivos ................................................................................................................... 2

2.1. Gerais ................................................................................................................. 2

2.2. Específicos ......................................................................................................... 2

3. Metodologias ............................................................................................................. 2

CAPITULO II ................................................................................................................... 3

4. Fundamentação teórica .............................................................................................. 3

4.1. O papal da familia na identidade sexual ............................................................ 3

4.1.1. Definicao de identidade sexual ...................................................................... 3

4.2. Períodos da História da Humanidade e a Sexualidade ...................................... 3

4.2.1. Período antigo ............................................................................................. 3

4.2.2. A Idade Média ............................................................................................ 4

4.2.3. A Idade Contemporânea ............................................................................. 5

4.3. A família e educação da sexualidade: reflexos .............................................. 6

4.4. Freud: Identidade e Contribuições para Estudos da Sexualidade .................. 7

4.5. A Forma de Educar Meninos e Meninas ........................................................... 9

5. Conclusão ................................................................................................................ 11

6. Referencias bibliograficas ....................................................................................... 12


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CAPITULO I

1. Introdução
Ao buscarmos as razões em favor da educação em sexualidade, encontramos nos
documentos da UNESCO1 de 2010 que o objetivo primário dessa educação em
sexualidade é equipar crianças e jovens com os conhecimentos, habilidades e valores para
fazer escolhas responsáveis sobre seus relacionamentos sexuais e sociais num mundo
afetado pelas doenças sexualmente transmissíveis, entre outras questões de saúde do
indivíduo.
Os programas de educação em sexualidade em geral possuem vários objetivos que se
reforçam mutuamente no sentido de aumentar conhecimentos e compreensão sobre as
questões; explicar e esclarecer sentimentos, valores e atitudes; desenvolver ou fortalecer
habilidades a ela ligadas, promover e sustentar comportamentos de redução de risco por
meio da compreensão e consciência acerca dos mesmos.
Assim, num contexto em que o desconhecimento e ignorância, ou ainda, informações
errôneas podem ameaçar a vida, torna-se uma responsabilidade de autoridades e
instituições de educação e saúde, ações que contenham esse conhecimento e informações
capazes de preservar a saúde das pessoas. Ao referir-se a educação no sistema escolar,
essa interpretação remete ao professor em sala de aula e sua responsabilidade de agir em
parceria com pais e comunidades, a fim de garantir a proteção e o bem estar de crianças
e jovens.
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2. Objetivos
2.1.Gerais
 Conhecer o papel da família na identidade sexual
 Saber a influência da mesma família sobre a população alvo
2.2.Específicos
 Identificar o papel dos pais na identidade sexual dos adolescentes
 Saber o papel dos pais na educação sexual dos filhos
 Apontar os conhecimentos transmitidos por eles para as crianças no
desenvolvimento sexual
3. Metodologias
Este trabalho de caráter cientifico resultou da preparação, recolha de conteúdo pois leitura
e escolha, culminando com a compilação e organização de conteúdo de alta relevância.
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CAPITULO II

4. Fundamentação teórica
4.1.O papal da familia na identidade sexual
4.1.1. Conceito de identidade sexual

A sexualidade, sendo uma construção sociocultural, revela-se através da cultura e da


história, caracteriza o seu dinamismo e sua diversidade no tempo e espaço. Desta forma,
compreender a origem da sexualidade ou sua manifestação no âmbito social pode
favorecer o entendimento da mesma na atualidade. Portanto, abordaremos os períodos
históricos da humanidade, a educação, a família e a sexualidade, objetivando
proporcionar uma visão ampliada sobre a sexualidade humana.

4.2.Períodos da História da Humanidade e a Sexualidade


4.2.1. Período antigo
A Antiguidade é o período que vai do fim dos tempos pré-históricos até a queda do
Império Romano do Ocidente, período em que o sobrenatural está presente na realidade,
através dos deuses e dos mitos. A sociedade configura-se como tribal e comunitária,
sobrevivendo por meio da caça, pesca e coleta.
Neste período ocorre a divinização do feminino, porque os homens incompreendem a
fertilização da mulher no ato sexual, por terem pouca noção de tempo, comparando assim
as mulheres à Terra-Mãe, símbolo de fertilidade. Nunes (1987/2005) a fim de esclarecer
o 15 papel que a mulher exercia nesta época cita Reed3 que diz: “o poder e o prestígio
feminino que surgem das funções procriadoras alcançaram seu ponto máximo com a
primazia de suas atividades socialmente úteis.” (Nunes, 1987/2005, p.59)
Além de ser associada à terra, a mulher também era associada a outros seres fecundos
como a Lua. Esse período, entendido como período do matriarcado, no qual a mulher é a
base da família e exerce autoridade sobre a mesma.
Primeiro havia os casamentos grupais, onde existia o comércio sexual, nele, qualquer
mulher pertencia a qualquer homem e vice-versa. Esse tipo de casamento tornouse
inviável, pois as classes de irmãos e irmãs ficaram numerosas e a gens não permitiam o
casamento entre parentes consanguíneos. Com a exclusão de casamento com parentes
próximos, com parentes distantes e parentes por afinidades, torna-se impossível o
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casamento grupal, que segundo Engels resta apenas o casal, unido por vínculos ainda
frágeis, que geralmente acaba com o casamento.
Em seguida formou-se a família pré-monogâmica, onde o homem vive com uma mulher,
mas é permitida a poligamia e a infidelidade ocasional ao homem. À mulher se exige
fidelidade enquanto durar o casamento, este podendo ser abolido facilmente, tanto pelo
homem quanto pela mulher. Esse novo tipo de união trouxe um novo tipo de casamento,
como não era mais fácil encontrar mulher, iniciam-se os casamentos arranjados, o rapto
e a compra de mulheres. Esse tipo de família surgiu na barbárie, aqui o pai autêntico
ficava junto aos filhos, cabendo ao homem sustentar a família e, caso houvesse divórcio,
os filhos ficavam com o pai. O desmoronamento do direito materno foi a ruína do sexo
feminino, a mulher foi rebaixada na sua dignidade, tornou-se empregada, escrava sexual
e instrumento de reprodução.
Essa condição da mulher foi amenizada, mas permanecem os seus resquícios motivando
constantes movimentos e lutas nos dias atuais para assegurar direitos à mulher. Logo em
seguida, surge a família monogâmica na civilização, a qual se diferencia da família pré-
monogâmica. Nesta organização familiar, o casamento se torna mais sólido e a mulher
deixa de ter o direito de romper o casamento. Só o homem pode rompê-lo e rejeitar a
mulher.
Engels descreve a monogamia da seguinte forma: “A monogamia, portanto, não entra de
modo algum na história como uma reconciliação entre o homem e a mulher e, menos
ainda, como a forma mais elevada de casamento. Pelo contrário, surge sob a forma de
subjugação de um sexo pelo outro, como proclamação de um conflito entre os sexos,
ignorado, até então em toda a pré-história. ” (Engels,1884/s.d., p.75)
Podemos dizer que, apesar da monogamia ter sido um progresso histórico cultural, com
ela iniciou-se a oposição entre homem e mulher, como também regrediu a sociedade no
que se refere ao desenvolvimento e bem-estar, que visando alcançar objetivos pessoais,
não hesita em causar dor e repressão nos outros.
4.2.2. A Idade Média
O período intermediário entre a Idade Antiga e a Idade Moderna, compreende em torno
de 1000 anos, marcada pela forte influência da Igreja na sociedade que está dividida em
três classes: clero, nobreza e povo. É a fase da ascensão do cristianismo, a transição da
era pagã para a era cristã, o enraizamento dos principais dogmas religiosos. No que se
refere à sexualidade, houve grandes discussões sobre a restrição sexual, os jejuns, o
celibato e a virgindade. A virgindade considerada importante até o casamento, com o
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advento do cristianismo passou a ser almejada e a castidade era essencial tanto para o
homem como para a mulher. Já o casamento tornou-se sacramental e simbólico, nele a
relação sexual passou a ser consentida apenas para a procriação. A sexualidade, nesse
contexto, foi orientada pelos preceitos sexuais pregados por Paulo, destacando a castidade
cristã. Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 13 escreve o hino do amor
cristão, dom que supera todos os dons.
4.2.3. A Idade Contemporânea
Inicia - se com a Revolução Francesa e se estende até os dias atuais. Neste período, os
homens se dedicavam ao trabalho fabril e as mulheres ao lar, consequentemente à família,
afastou-se da sociedade e surgiu uma nova classe: a 20 burguesias, que trouxe novos
ideais como o amor materno, o sentimento de infância e o amor romântico. A burguesia
atingiu seu auge pela aparência, quanto mais bem vestido melhor, a burguesia acumulava
objetos de valor, pois o ter era expressão de status e poder, e a sociedade burguesa tinha
poder e influência. De acordo com Hobsbawm:
“Uma das características da burguesia como classe era que consistia num corpo de
pessoas com poder e influência, independentemente do poder e influência derivados de
nascimento ou status. Para pertencer a ela, um homem tinha que ser “alguém”, uma pessoa
que contasse como indivíduo, por causa da sua riqueza, capacidade de comandar outros
homens, ou de influenciá-los. ” (HOBSBAWM, 1996/2001, p.339)

As Mudanças Conceituais na Sociedade Capitalista O mundo capitalista encarregou-se


das mudanças econômicas, sociais, culturais e também sexuais. A Ciência colocou o sexo
como tema de estudo, fazendo com que o mundo pensasse a satisfação sexual como uma
atividade necessária, benéfica e prazerosa, vista até então como vergonhosa. Com a
segunda Guerra Mundial, o capitalismo acelerou o progresso das comunicações. O sexo
passa a ser consumido, vende-se pornografia, coisas, pessoas e, tudo entregue em casa.
Em Globalização: As Conseqüências Humanas, Zygmunt Bauman (1998/1999), diz que
nossa sociedade induz ao consumismo, sendo justificável afirmar que nossa sociedade é
uma sociedade de consumo. Para ele:
“O consumidor em uma sociedade de consumo é uma criatura acentuadamente
diferente dos consumidores de quaisquer outras sociedades até aqui. Se os nossos
ancestrais filósofos, poetas e pregadores morais refletiram se o homem trabalha para
viver ou vive para trabalhar, o dilema sobre o qual mais se cogita hoje em dia é se é
necessário consumir para viver ou se o homem vive para poder consumir. Isto é, se
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ainda somos capazes e sentimos a necessidade de distinguir aquele que vive daquele
que consome.” (BAUMAN, 1998/1999, p.88-89)

4.3.A família e educação da sexualidade: reflexos


A família e a educação numa relação direta ou indireta andam juntas. O estabelecimento
dessa relação ocorre quando se analisa a sociedade e seus eventos, ou seja, os níveis de
violência ou de desenvolvimento social. Pensar em como anda a sociedade vem junto
com o pensar como as famílias estão educando seus filhos.
No século XIII a escola tinha como objetivo auxiliar a educação dos jovens, ela servia
como alojamentos, somente no século XV a escola começou a dedicar-se aos estudos,
contemplando conteúdos de arte e literatura, privilegiando os nobres e burgueses. Com o
passar do tempo, o acesso à escola foi ampliado, atendendo assim a camada popular.
Essas mudanças na educação conforme Nunes (1997) desencadeou a separação social do
ensino, ou seja, há o ensino para a classe alta, o ensino para a classe média e o ensino para
classe baixa. Essa separação marcou o começo da educação moderna. Do mesmo modo
que a escola ao longo da história sofreu mudanças, a família também se modificou. Os
estudos sobre família geram inúmeras discussões, diferentes compreensões e importantes
contribuições acerca dessa instituição responsável pela educação elementar das crianças,
essa primeira educação de acordo com as crenças e valores da família.
Tanto a escola quanto a família possuem responsabilidades nesta educação, cada um com
suas especificidades. A família geralmente aborda a sexualidade de modo assistemático,
transmitindo valores; a escola ao abordar a sexualidade deve ampliar o conhecimento
acerca da sexualidade, da diversidade, desenvolvendo o senso crítico no aluno, além de
possibilitar a reflexão dessa orientação a fim de contribuir para a humanização da
sexualidade.
Em suma, faz-se necessárias algumas considerações preliminares sobre este panorama
histórico que delineamos até o presente momento. Percebemos que, no decorrer da
história, a manifestação da sexualidade está interligada as relações sociais, especialmente
no âmbito do gênero masculino e feminino, com seus conflitos e complexidades. Isto
requer que lancemos um olhar sensível a estas nuances tênues, implícitas nas relações
humanas, delineadas em seu tempo histórico e sociocultural, para que possamos
compreender as suas incidências sobre a orientação educativa da sexualidade.
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4.4.Freud: Identidade e Contribuições para Estudos da Sexualidade


Judeu habitante da região da Galícia e comerciante de lã, Freud nasceu em 1856 vivendo
parte de sua primeira infância em Viena. Excelente aluno, porém restrito as opções de
estudos por ser judeu, formou-se em Medicina em 1881. Registros de suas cartas e de
amigos da época indicam que Freud se dedicava mais à pesquisa científica que aos
estudos do curso. Inicialmente, pesquisava sobre os órgãos sexuais de enguias, uma
situação adversa, mas um interessante pré-anúncio das teorias psicanalíticas que se
estruturariam vinte anos depois.
Estes registros também apontam que Freud concluiu seus estudos de medicina
satisfatoriamente, sem uma distinção especial como era esperado inicialmente. Aos vinte
e um anos de idade, optou por abreviar seu nome para Sigmund Freud. Permaneceu em
Viena até 1938, período em que os nazistas chegaram à região, o que obrigou Freud a
refugiar-se na Inglaterra, tendo quatro das suas irmãs mortas nos campos de concentração.
Ainda em 1877, decide deixar suas pesquisas com enguias para atuar no laboratório com
Ernest Brucke, avançando para além da descoberta das estruturas de órgãos ou células,
pontuando as suas funções. Freud se dedicou neste período ao estudo da anatomia e da
histologia do cérebro humano, identificando algumas semelhanças entre a estrutura
cerebral humana e a de répteis.
Descoberta que o estimulou a aproximar-se das pesquisas de Charles Darwin. Aos trinta
anos, casou-se com Martha Bernays e tiveram seis filhos: em 1887 Mathilde; em 1889
Jean Martin; em 1891 Oliver; em 1892 Ernest; em 1893 Sophie, e, em 1895 Anna. Dentre
eles, Jean Martin Freud descreveu seu pai como um homem extremamente dedicado ao
trabalho e que nas férias de verão adorava estar com seus filhos. Esta descrição encontra-
se na obra (memória) escrita por Martin Freud, intitulada “Freud: Homem e Pai”.
Também Anna Freud se destacou entre os irmãos, optando pela área da psicanálise, em
especial no tratamento de crianças e do desenvolvimento psicológico.
Freud é criador do termo “psicanálise” que designa um método de investigação dos
processos inconscientes do psiquismo humano que traduzia como um iceberg, em que o
consciente encontra-se na superfície sendo a parte visível, o inconsciente encontra-se
submerso sendo a parte não visível e que entre o consciente e o inconsciente, encontra-se
o pré-consciente. Freud introduz os conceitos de Id (isso) que representa uma instância
psíquica inconsciente, Ego (eu) representa uma instância psíquica consciente e Superego
(supereu) representa uma instância psíquica com características tanto consciente quanto
inconsciente.
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O Id representa os processos primitivos do pensamento, é formado por instintos, impulsos


orgânicos e desejos inconscientes. Ele é a fonte de energia psíquica, de desejos
reprimidos, além de produzir imagens que direcionam estas energias.
Fases Do Desenvolvimento Psicossexual Segundo Freud A sexualidade na psicanálise
tem um sentido amplo, pois não se restringe apenas ao genital, mas a toda e qualquer
forma de satisfação, em busca do prazer. Sob esta perspectiva, a sexualidade existe no
homem desde o nascimento. De acordo com Freud, a sexualidade diz respeito tanto ao
prazer e às atividades que envolvem os genitais, como também a: “(...) toda uma série de
excitações e de atividades presentes desde a infância que proporcionaram um prazer
irredutível à satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental (respiração, fome,
função de excreção, etc.) e que se encontram a título de componentes na chamada forma
normal do amor sexual. ” (Laplanche J. & Pontalis J.,1967/1991, p.476) Freud foi
pioneiro na explicitação da concepção da sexualidade infantil.
Ele buscou compreender porque a maioria das pessoas se esquece da primeira infância.
Para ele: “(...) durante esses anos, dos quais só preservamos na memória algumas
lembranças incompreensíveis e fragmentadas, reagíamos com vivacidade frente às
impressões, sabíamos expressar dor e alegria de maneira humana, mostrávamos amor,
ciúme e outras paixões que então nos agitavam violentamente, e até formulávamos frases
que eram registradas pelos adultos como uma boa prova de discernimento e de uma
capacidade incipiente de julgamento.” (Freud, 1905/2006, p.164)
Para Freud a amnésia infantil esconde o início da nossa vida sexual, sendo fruto do
recalcamento, ou seja, o impedimento da consciência. Entretanto, a sexualidade se
desenvolve desde a mais tenra idade, podemos citar como exemplo o ato de chuchar9 ,
que se caracteriza em sugar com a boca repetidamente parte do corpo ou objeto, sem a
finalidade de nutrição visando o relaxamento, o prazer.
Este ato já demonstra uma manifestação da sexualidade infantil, pois este chuchar está
relacionado com uma experiência vivenciada que proporcionou ao bebê uma sensação
prazerosa, uma vez que suas necessidades foram atendidas.
A partir do chuchar Freud observa três características da sexualidade infantil que são:
a) Origina-se de uma função somática, ou seja, a satisfação já foi experiência;
b) É auto erótica, pois não conhece objeto sexual;
c) O alvo sexual está em uma zona erógena.
Entende-se por zona erógena “(...) uma parte da pele ou da mucosa em que certos tipos
de estimulação provocam uma sensação prazerosa de determinada qualidade.” (Freud,
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1905/2006, p.172). Desse modo, a zona erógena pode ser qualquer parte do corpo, desde
que o estímulo seja qualitativo. Segundo Freud, o desenvolvimento da sexualidade possui
três fases na infância, um período de latência e uma fase adulta. Sendo que a fase
caracteriza-se quando uma determinada região está erotizada com a energia sexual ou a
libido, e o período quando a região não é tão erotizada, canalizando a energia sexual para
o intelectual e o social, ocorrendo à sublimação, o mecanismo de defesa utilizado pelo
ego, citado anteriormente. Ele classificou as fases de acordo com a origem do prazer, as
zonas erógenas e os objetos que dão prazer. É necessário destacar que as idades de início
e fim de cada fase são aproximações e não fixas, devendo considerar a flexibilidade neste
quesito.
4.5.A Forma de Educar Meninos e Meninas

Apesar de a sociedade se relacionar em um ambiente de muita liberalidade social no que


diz respeito à questão da sexualidade, um elemento essencial não foi desenvolvido no
seio familiar que é o diálogo. Marido e esposa, pais e filhos ainda cultivam muita
dificuldade de desenvolver diálogos profundos e maduros. Assim, é comum se falar sobre
temas profundos de maneira superficial, como no caso do sexo (GRZYBOWSKI, 2005).

Embora a conversa sobre sexo com os filhos seja tradicionalmente considerada uma
“responsabilidade da mãe”, nas famílias onde há presença do pai, esta tarefa pode (e deve)
ser uma responsabilidade compartilhada pelo casal. Deixar a mãe educá-la sozinha serve
apenas para roubar aos pais e filhos a grande aventura e alegria do envolvimento de toda
família neste importante empreendimento (CALDERONE; RAMEY, 1986). As falas
também ressaltam a falta de liberdade que os filhos têm com os pais, talvez por medo ou
vergonha. Além disso, demonstram, também, a falta de conhecimento sobre como
abordar o assunto sexo de acordo com a faixa etária.
Conforme Ribeiro (1990) é importante entendermos que diferença não significa
desigualdade. E essa paridade de gênero pode e deve começar em casa e se estender por
todo ciclo escolar. Em casa, através de atitudes que mostrem que homens e mulheres são
iguais, com as mesmas potencialidades, incluindo aí, uma educação para a sexualidade
que passe pelo afetivo, respeito às diferenças de cada pessoa e um cuidado com si e com
o outro. E, nesse caso em específico, quer-se dizer: responsabilidade e prevenção, como
pode ser observado no seguinte relato:
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“Eu acho que tem que explicar igual para os dois. Porque ele é homem, mas vai
ter relação com quem? Com a mulher, né. Sabendo ele vai conscientizar a mulher.
Se falar diferente, ele vai pensar na parte dele e não vai pensar na parte dela”
(Participante do Programa, 25 anos).
Quanto à educação sexual dos filhos, os resultados dessa pesquisa evidenciaram que há
uma barreira dos pais em dialogar com seus filhos, principalmente no que diz respeito à
responsabilidade, prevenção e cuidado dos filhos com si e com o outro. Muitos ainda
delegam essa função a instituições, como é o caso das escolas, que na maioria das vezes
é falha quanto ao processo educativo neste aspecto.
É na infância que os alicerces da sexualidade começam a ser construídos, a criança
desenvolve a sua capacidade de se ligar afetivamente a alguém, descobre que situações a
excitam, constrói sua identidade sexual e autoconfiança (ALMEIDA et. Al., 2005). Nesse
sentido, cabe aos pais informar e esclarecer com naturalidade os questionamentos que
inevitavelmente possam surgir.
Outras famílias ainda não conseguem abordar esse assunto com os filhos, deixando para
a escola essa responsabilidade. Para Ferriani (1994), o desconforto em lidar abertamente
com a questão da sexualidade, faz com que a família empurre a “Educação Sexual” para
a escola.
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5. Conclusão
Quanto à educação sexual dos filhos, os resultados dessa pesquisa evidenciaram que há
uma barreira dos pais em dialogar com seus filhos, principalmente no que diz respeito à
responsabilidade, prevenção e cuidado dos filhos com si e com o outro. Muitos ainda
delegam essa função a instituições, como é o caso das escolas, que na maioria das vezes
é falha quanto ao processo educativo neste aspecto.
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6. Referencias bibliograficas
ALMEIDA, Djanira Soares O.; COSTA, Raphaela Leoni da; SILVA, Tais Mateus da.
Chega de Tabu! A Sexualidade Sem Medos e Sem Cortes, 2005. Disponível em:
<http://www.unesp.br> Acesso em: 31 mar. 2008.
CANO, Maria Aparecida Tedesch; FERRIANI; Maria das Graças Carvalho; GOMES,
Romeu. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. Rev. Latino-Americana
de Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 18-24. 2000.
CALDERONE, Mary S.; RAMEY, James W. Falando Com Seu Filho Sobre Sexo.
Editora Summus, 2ª edição. 1986.
COSTA, Ana Maria. PLANEJAMENTO FAMILIAR NO BRASIL. Disponível em:
<http://www.portalmedico.org.br/revista/bio2v4/planeja.html>. Acesso em: 29 mar.
2008.
DESSEN, M.; POLONIA, A. A família e a escola como contextos de desenvolvimento
humano. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 17, n. 36, Apr. 2007.

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