Potência de Ponto, Eixo Radical e Centro Radical

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Potência de Ponto, Eixo Radical e Centro Radical

Davi Lopes

1. Introdução:
Continuando nossa jornada pela Geometria Plana, voltaremos a falar sobre
quadriláteros inscritíveis, só que dessa vez olharemos tais quadriláteros sob uma nova
perspectiva: antes, olhávamos ângulos para decidir se um dado quadrilátero é inscritível.
Agora, vamos aprender a olhar apenas para as medidas dos lados para ver se ele é
inscritível. Vamos nessa?

2. Potência de Ponto
O lema a seguir nos mostra como usar medidas de segmentos para saber se um
quadrilátero é inscritível ou não, e servirá de base para a definição de potência de ponto,
conceito esse que usaremos para desenvolver inúmeros resultados e ferramentas novas.

Lema: Seja 𝐴𝐵𝐶𝐷 um quadrilátero convexo e seja 𝑃 a interseção de 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷, e 𝑄 a


interseção das diagonais 𝐴𝐶 e 𝐵𝐷. Então:

(1) 𝐴𝐵𝐶𝐷 é inscritível se, e somente se, 𝑃𝐴. 𝑃𝐵 = 𝑃𝐶. 𝑃𝐷;


(2) 𝐴𝐵𝐶𝐷 é inscritível se, e somente se, 𝑄𝐴. 𝑄𝐶 = 𝑄𝐵. 𝑄𝐷.

Prova: (1) Sabemos que 𝐴𝐵𝐶𝐷 é inscritível se, e somente se, ∠𝐴𝐶𝑃 = ∠𝐷𝐵𝑃 (ângulos
iguais subtendendo o mesmo lado). Porém, como ∠𝐴𝑃𝐶 = ∠𝐷𝑃𝐵 ocorre sempre, temos
que ∠𝐴𝐶𝑃 = ∠𝐷𝐵𝑃 se, e somente se, os triângulos 𝑃𝐶𝐴 e 𝑃𝐵𝐷 forem semelhantes. Essa
𝑃𝐵 𝑃𝐷
semelhança ocorre se, e somente se, 𝑃𝐶 = 𝑃𝐴 ⇔ 𝑃𝐴. 𝑃𝐵 = 𝑃𝐶. 𝑃𝐷.

(2) De modo análogo, temos que 𝐴𝐵𝐶𝐷 é inscritível se, e somente se, ∠𝐴𝐵𝑄 = ∠𝐷𝐶𝑄
(ângulos iguais subtendendo o mesmo lado). Porém, como ∠𝐴𝑄𝐵 = ∠𝐷𝑄𝐶 ocorre
sempre, temos que ∠𝐴𝐵𝑄 = ∠𝐷𝐶𝑄 se, e somente se, os triângulos 𝑄𝐴𝐵 e 𝑄𝐷𝐶 forem
𝑄𝐴 𝑄𝐵
semelhantes. Essa semelhança ocorre se, e somente se, 𝑄𝐷 = 𝑄𝐶 ⇔ 𝑄𝐴. 𝑄𝐶 = 𝑄𝐵. 𝑄𝐷 ∎
Uma consequência interessante desse lema é que, se tomarmos um ponto 𝑃 no exterior
de uma circunferência Γ, e 𝐴 um ponto sobre Γ, sendo 𝐴′ a segunda interseção de ⃡𝑃𝐴 e Γ,
ao variarmos 𝐴 sobre Γ, o produto 𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ não muda. E o valor de tal produto é o que
nos motiva a definir a definição a seguir.

Definição de Potência de Ponto: Dada uma circunferência Γ, de centro 𝑂 e raio 𝑅


(Representaremos isso como Γ(𝑂, 𝑅)), e um ponto 𝑃 qualquer, definimos potência do
ponto 𝑃 relativo a Γ como sendo a expressão:

Pot Γ 𝑃 = 𝑃𝑂² − 𝑅²

Uma coisa que é bem fácil de ser notada:

• P está do lado de fora de Γ se, e somente se, Pot Γ 𝑃 > 0 (pois 𝑃𝑂 > 𝑅);
• P está em Γ se, e somente se, Pot Γ 𝑃 = 0 (pois 𝑃𝑂 = 𝑅);
• P está do lado de dentro de Γ se, e somente se, Pot Γ 𝑃 < 0 (pois 𝑃𝑂 < 𝑅);

Mas como essa definição tem a ver com o lema que provamos anteriormente? A
proposição seguinte nos mostra.

Proposição: Seja Γ(𝑂, 𝑅) e seja 𝑃 um ponto qualquer, que não está sobre Γ. Se 𝐴 é um
⃡ com Γ, então:
ponto qualquer sobre Γ e se 𝐴′ é a segunda interseção de 𝑃𝐴

(1) Se 𝑃 está no exterior de Γ, então 𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ = Pot Γ 𝑃;


(2) Se 𝑃 está no interior de Γ, então 𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ = − Pot Γ 𝑃

Prova: A ideia é considerar um ponto 𝑋 sobre Γ tal que ⃡𝑃𝑋 passa pelo centro 𝑂, e sendo
⃡ com Γ, notar que 𝑋𝑂 = 𝑋 ′ 𝑂 = 𝑅. A diferença em cada
𝑋 ′ a segunda interseção de 𝑃𝑋
caso é a posição relativa de 𝑃, o que faz com que a mudança de sinal aconteça. Vejamos
cada caso.

No primeiro caso (𝐹𝑖𝑔. 1), temos que 𝐴𝐴′ 𝑋 ′ 𝑋 é cíclico, e


assim, pelo lema, temos:

𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ = 𝑃𝑋. 𝑃𝑋 ′ = (𝑃𝑂 − 𝑋𝑂)(𝑃𝑂 + 𝑋 ′ 𝑂) =

= (𝑃𝑂 − 𝑅)(𝑃𝑂 + 𝑅) = 𝑃𝑂2 − 𝑅 2 ⇒ 𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ = Pot Γ 𝑃

No segundo caso (𝐹𝑖𝑔. 2), temos que 𝐴𝑋 ′ 𝐴′ 𝑋 é cíclico, e assim,


pelo lema, temos:

𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ = 𝑃𝑋. 𝑃𝑋 ′ = (𝑋𝑂 − 𝑃𝑂)(𝑋 ′ 𝑂 + 𝑃𝑂) =

= (𝑅 − 𝑃𝑂)(𝑅 + 𝑃𝑂) = 𝑅 2 − 𝑃𝑂2 ⇒ 𝑃𝐴. 𝑃𝐴′ = − Pot Γ 𝑃 ∎


Observação: Como consequência dessa proposição,
temos que, na figura ao lado:

𝑃𝐴. 𝑃𝐵 = 𝑃𝐶. 𝑃𝐷 = 𝑃𝐸 2 = 𝑃𝐹 2 = Pot Γ 𝑃

No caso das tangentes, é só perceber que a segunda


interseção de ⃡𝑃𝐸 com Γ é o próprio 𝐸 , devido à
tangência, de modo que Pot Γ 𝑃 = 𝑃𝐸. 𝑃𝐸 = 𝑃𝐸 2 . De
modo similar, Pot Γ 𝑃 = 𝑃𝐹. 𝑃𝐹 = 𝑃𝐹 2 .

Como a potência de ponto relaciona medidas de segmentos, fica bem evidente que
podemos fazer uso delas para calcular certos comprimentos, e os exemplos a seguir nos
dão uma ideia de como fazer isso.

Exemplo 1: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo inscrito numa circunferência 𝜔, com 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶 e


𝐵𝐶 = 14. Seja 𝐷 um ponto na reta 𝐵𝐶, com 𝐶 entre 𝐵 e 𝐷, tal que 𝐶𝐷 = 6. Seja 𝐸 ≠ 𝐴
a interseção da reta 𝐴𝐷 com 𝜔. Dado que 𝐴𝐸 = 7, determine 𝐴𝐶 2 .

Solução: Considere a figura. Aplicando potência


de ponto, temos:

Pot ω 𝐷 = 𝐷𝐶. 𝐷𝐵 = 𝐷𝐸. 𝐷𝐴 ⇒

⇒ 6(6 + 14) = 𝑥(𝑥 + 7) ⇒ 𝑥 = 8

Se 𝑀 é o ponto médio de 𝐵𝐶, então 𝐴𝑀 é altura


do triângulo isósceles 𝐴𝐵𝐶, e por Pitágoras nos
triângulos 𝐴𝐷𝑀 e 𝐴𝐶𝑀, temos, respectivamente:

ℎ2 + 132 = (7 + 𝑥)2 = 152 ⇒ ℎ2 = 56

ℎ2 + 72 = 𝐴𝐶 2 ⇒ 𝐴𝐶 2 = 56 + 49 = 105 ∎

Exemplo 2: Seja 𝐷 um ponto no lado 𝐵𝐶 do triângulo 𝐴𝐵𝐶, onde 𝐵𝐶 = 11 e 𝐵𝐷 = 8.


Uma circunferência que passa pelos pontos 𝐶 e 𝐷 tangencia 𝐴𝐵 em 𝐸. Seja 𝑃 um ponto
na reta que passa por 𝐵 e é perpendicular a 𝐷𝐸. Se 𝑃𝐸 = 7, qual a medida de 𝑃𝐷?

Solução: Por potência de ponto, temos:

𝐵𝐸 2 = 𝐵𝐷. 𝐵𝐶 = 8.11 = 88

Além disso, se 𝑄 é o pé da perpendicular de 𝐵 a 𝐷𝐸,


então 𝐵, 𝑄, 𝑃 são colineares e, pelo lema de
perpendicularidade, temos:

𝑃𝐸 2 − 𝑃𝐷2 = 𝐵𝐸 2 − 𝐵𝐷 2

Logo, 72 − 𝑃𝐷2 = 88 − 82 = 24 ⇒ 𝑃𝐷 = √49 − 24 = 5 ∎


Exemplo 3 (OBM/1998): Sobre os lados AB e AC de um triângulo acutângulo ABC são
construídos, exteriormente ao triângulo, semicírculos tendo estes lados como diâmetros.
As retas contendo as alturas relativas aos lados AB e AC cortam esses semicírculos nos
pontos P e Q. Prove que AP = AQ.

Solução: Sejam 𝐷, 𝐸 os pés das alturas de 𝐵 e 𝐶


no triângulo 𝐴𝐵𝐶 , respectivamente. Veja que
∠𝐵𝑃𝐴 = ∠𝐴𝑄𝐶 = 90° , uma vez que 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶
são diâmetros dos semicírculos da figura. Note
também que, como ∠𝐵𝐸𝐶 = ∠𝐵𝐷𝐶 = 90°, então
𝐵𝐸𝐷𝐶 é inscritível. Assim, 𝐴𝐸. 𝐴𝐵 = 𝐴𝐷. 𝐴𝐶 (1)

Agora, olhando as relações métricas nos


triângulos retângulos 𝑃𝐴𝐵 e 𝐴𝑄𝐶 , temos que
𝐴𝑃² = 𝐴𝐸. 𝐴𝐵 (2) e 𝐴𝑄² = 𝐴𝐷. 𝐴𝐶 (3). Combinando (1), (2) e (3), concluímos que
𝐴𝑃² = 𝐴𝑄², donde 𝐴𝑃 = 𝐴𝑄 ∎

Exemplo 4: Dois círculos Γ1 e Γ2 intersectam-se um P e Q. Uma reta passando por P


intersecta Γ1 e Γ2 novamente em A e B, respectivamente. Se X é o ponto médio de AB e a
reta que passa por Q e X intersecta Γ1 e Γ2 novamente em Y e Z, respectivamente, prove
que X é o ponto médio de YZ.

Solução: A ideia é usar o fato de que 𝑋𝐴 = 𝑋𝐵 e as equações de potência de ponto para


relacionar 𝑋𝑌 e 𝑋𝑍. Veja que:

𝑋𝐴. 𝑋𝑃
Pot Γ1 𝑋 = −𝑋𝐴. 𝑋𝑃 = −𝑋𝑌. 𝑋𝑄 ⇒ 𝑋𝑌 = (1)
𝑋𝑄

𝑋𝐵. 𝑋𝑃
Pot Γ2 𝑋 = 𝑋𝑍. 𝑋𝑄 = 𝑋𝑃. 𝑋𝐵 ⇒ 𝑋𝑍 = (2)
𝑋𝑄
𝑋𝐴.𝑋𝑃 𝑋𝐵.𝑋𝑃
Como 𝑋𝐴 = 𝑋𝐵 ⇒ = , e de (1), (2) segue
𝑋𝑄 𝑋𝑄
que 𝑋𝑌 = 𝑋𝑍, isto é, 𝑋 é o ponto médio de ̅̅̅̅
𝑌𝑍, como queríamos provar ∎

Exemplo 5 (IMO/2006): Seja ABC um triângulo com incentro I. Um ponto P no interior


de ABC satisfaz ∠𝑃𝐵𝐴 + ∠𝑃𝐶𝐴 = ∠𝑃𝐵𝐶 + ∠𝑃𝐶𝐵 . Prove que 𝐴𝑃 ≥ 𝐴𝐼 , e que a
igualdade ocorre se, e somente se, 𝑃 = 𝐼.

Solução: A primeira coisa a ser feita é traduzir a equação


envolvendo ângulos para algo que seja geometricamente
mais evidente. Temos que , por ângulo externo nos
triângulos 𝐴𝑃𝐵 e 𝐴𝑃𝐶 e usando a igualdade do problema

∠𝐵𝑃𝐶 = (∠𝐴𝐵𝑃 + ∠𝑃𝐴𝐵) + (∠𝐴𝐶𝑃 + ∠𝐶𝐴𝑃) =


= (∠𝑃𝐴𝐵 + ∠𝐶𝐴𝑃) + (∠𝑃𝐵𝐴 + ∠𝑃𝐶𝐴) = ∠𝐵𝐴𝐶 + (∠𝑃𝐵𝐶 + ∠𝑃𝐶𝐵)

∠𝐴
= ∠𝐴 + (180° − ∠𝐵𝑃𝐶) ⇒ 2∠𝐵𝑃𝐶 = 180° + ∠𝐴 ∴ ∠𝐵𝑃𝐶 = 90° +
2
∠𝐴
Acontece que ∠𝐵𝐼𝐶 = 90° + (prove isso, é só um cálculo de ângulos!), de modo que
2
∠𝐵𝑃𝐶 = ∠𝐵𝐼𝐶, ou seja, 𝐵, 𝐼, 𝑃, 𝐶 são concíclicos.

Ótimo! Já sabemos que 𝑃 está no circuncírculo de 𝐵𝐼𝐶, mas será que podemos extrair
mais informações sobre essa circunferência? O lema a seguir será uma mão na roda nesse
sentido, pois nos informa quem é o centro de (𝐵𝐼𝐶) e seu raio.

Lema: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo com incentro 𝐼 e seja 𝐷 o ponto médio do arco 𝐵𝐶 ̂ que
não contém 𝐴. Então, 𝐷𝐵 = 𝐷𝐶 = 𝐷𝐼, isto é, 𝐷 é o circuncentro do triângulo 𝐵𝐼𝐶 e 𝐷𝐼 é
o raio de sua circunferência circunscrita.

Prova do Lema: Observe inicialmente que, como


̂ = 𝐷𝐶
𝐵𝐷 ̂ , então ∠𝐵𝐴𝐷 = ∠𝐶𝐴𝐷, isto é, 𝐷 está na
bissetriz interna de ∠𝐵𝐴𝐶 , o que implica 𝐴, 𝐼, 𝐷
colineares. Além disso:

∠𝐴
∠𝐷𝐵𝐶 = ∠𝐷𝐴𝐶 = = ∠𝐵𝐴𝐷 = ∠𝐷𝐶𝐵
2

O que implica 𝐷𝐵 = 𝐷𝐶 . Observe também que,


∠𝐶
como 𝐼 é incentro, ∠𝐼𝐶𝐴 = ∠𝐼𝐶𝐵 = , e daí:
2

∠𝐴 ∠𝐶
∠𝐷𝐼𝐶 = ∠𝐼𝐴𝐶 + ∠𝐼𝐶𝐴 = + = ∠𝐷𝐶𝐵 + ∠𝐵𝐶𝐼 = ∠𝐷𝐶𝐼
2 2

E isso implica 𝐷𝐼 = 𝐷𝐶. Portanto, 𝐷𝐵 = 𝐷𝐶 = 𝐷𝐼 e o lema está provado.

Para finalizar o problema, é só observar que a menor distância entre 𝐴


e um ponto qualquer de (𝐵𝐼𝐶) é obtido ao ligarmos 𝐴 a seu centro 𝐷,
isto é, tal distância mínima é 𝐴𝐼. Para provar isso, considere a figura
ao lado, e note que:

Pot (𝐵𝐼𝐶) 𝐴 = 𝐴𝐼. 𝐴𝐼 ′ = 𝐴𝑃. 𝐴𝑃′ ⇒ 𝐴𝐼(𝐴𝐼 + 𝐼𝐼 ′ ) = 𝐴𝑃(𝐴𝑃 + 𝑃𝑃′ )

Sendo 𝑟 o raio de (𝐵𝐼𝐶), temos 𝐼𝐼 ′ = 2𝑟 e 𝑃𝑃′ ≤ 2𝑟 (pois a maior


distância ligando dois pontos numa circunferência é o diâmetro). Assim:

𝐴𝐼(𝐴𝐼 + 2𝑟) = 𝐴𝑃(𝐴𝑃 + 𝑃𝑃′ ) ≤ 𝐴𝑃(𝐴𝑃 + 2𝑟) ⇒ 𝐴𝐼 2 + 2𝑟. 𝐴𝐼 ≤ 𝐴𝑃2 + 2𝑟. 𝐴𝑃

⇒ 𝐴𝐼 2 − 𝐴𝑃2 + 2𝑟(𝐴𝐼 − 𝐴𝑃) ≤ 0 ⇒ (𝐴𝐼 − 𝐴𝑃)(𝐴𝐼 + 𝐴𝑃 + 2𝑟) ≤ 0


Assim, como 𝐴𝐼 + 𝐴𝑃 + 2𝑟 > 0, só podemos ter 𝐴𝐼 − 𝐴𝑃 ≤ 0 , isto é, 𝐴𝐼 ≤ 𝐴𝑃 . A
igualdade ocorre se, e somente se, 𝑃𝑃′ = 2𝑟, isto é, a reta 𝐴𝑃 passa pelo centro 𝐷, e isso
significa que 𝑃 = 𝐼, como queríamos provar ∎

Outra aplicação bem interessante da potência de ponto e do lema que vimos, é a


demonstração de um dos mais famosos teoremas de Geometria Plana, que permite obter
a distância entre o circuncentro e o incentro de um triângulo, dados o raio das
circunferências circunscrita e inscrita.

Relação de Euler: Em todo triângulo ABC, de circuncentro O, incentro I, circunraio R e


inraio r é sempre válido que:

𝑂𝐼 = √𝑅² − 2𝑅𝑟

Prova: Considere a figura ao lado. Nela, observamos


facilmente que ∠𝐵𝐴𝐷 = ∠𝐵𝑃𝐷 , ∠𝐼𝐸𝐴 = 90° e
∠𝐷𝐵𝑃 = 90° (PD é diâmetro de Γ). Note ainda que,
pelo caso 𝐴𝐴 , os triângulos AIE e PDB são
semelhantes. Assim, temos que:

𝐴𝐼 𝑃𝐷
=
𝐼𝐸 𝐵𝐷
Mas 𝐼𝐸 = 𝑟 , 𝑃𝐷 = 2𝑅 e do lema que vimos no
exemplo 5, temos 𝐵𝐷 = 𝐼𝐷 . Substituindo esses
valores acima, temos:

𝐴𝐼 2𝑅
= ⇒ 𝐴𝐼. 𝐼𝐷 = 2𝑅𝑟 (∗)
𝑟 𝐼𝐷
Mas observe também que 𝐴𝐼. 𝐼𝐷 = −𝑃𝑜𝑡Γ (𝐼) = 𝑅² − 𝑂𝐼². Assim, (∗) fica:

𝑅² − 𝑂𝐼² = 2𝑅𝑟 ⇒ 𝑂𝐼² = 𝑅² − 2𝑅𝑟 ∎

Agora veja: 𝑂𝐼² ≥ 0 ⇒ 𝑅² − 2𝑅𝑟 ≥ 0 ⇒ 𝑅 ≥ 2𝑟 e assim obtemos um:

Corolário: Em todo triângulo, o circunraio é maior ou igual ao dobro do inraio, e a


igualdade ocorre se, e somente se 𝑂 = 𝐼, ou seja, o triângulo ABC é equilátero.

Fica como exercício para o leitor provar que 𝑂 = 𝐼 implica 𝐴𝐵𝐶 equilátero.

Que tal vermos um exemplo de como usamos a Relação de Euler em problemas de


olimpíada?

Exemplo 6 (Balcânica/1986): Uma reta passando pelo encentro I do triângulo ABC


intersecta a circunferência circunscrita Γ1 (𝑂, 𝑅) de ABC nos pontos F e G, e a
circunferência inscrita Γ2 (𝐼, 𝑟) de ABC nos pontos D e E, com D entre I e F. Prove que
𝐷𝐹. 𝐸𝐺 ≥ 𝑟² e determine quando ocorre a igualdade.
Solução: Considere a figura abaixo relativa ao problema. Temos que:

𝐷𝐹. 𝐸𝐺 = (𝐹𝐼 − 𝐷𝐼)(𝐼𝐺 − 𝐼𝐸) = (𝐹𝐼 − 𝑟)(𝐼𝐺 − 𝑟)

= 𝑟 2 − 𝑟(𝐹𝐼 + 𝐼𝐺) + 𝐹𝐼.


⏟ 𝐼𝐺 =
−𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐼)

= 𝑟 2 − 𝑟. 𝐹𝐺 − 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐼)

= 𝑟 2 − 𝑟. 𝐹𝐺 − (𝑂𝐼 2 − 𝑅 2 )

= 𝑟 2 − 𝑟. 𝐹𝐺 − (𝑅 2 − 2𝑅𝑟 − 𝑅 2 ) =

= 𝑟² + 𝑟(2𝑅 − 𝐹𝐺)

Onde na última passagem utilizamos a relação de Euler. Agora, note que, como 𝐹𝐺 ≤ 2𝑅
( 𝐹𝐺 é corda de Γ1 e a maior corda de uma circunferência é seu diâmetro), temos
𝑟(2𝑅 − 𝐹𝐺) ≥ 0 , donde 𝐷𝐹. 𝐸𝐺 = 𝑟² + 𝑟(2𝑅 − 𝐹𝐺) ≥ 𝑟² , como queríamos provar. A
igualdade só ocorre quando 𝑟(2𝑅 − 𝐹𝐺) = 0 ⇔ 𝐹𝐺 = 2𝑅 , ou seja, quando FG for
diâmetro de Γ1 ∎

3. Eixo Radical

Muitas vezes na Geometria Plana nos deparamos com problemas em que não temos
muitas informações a respeito de ângulos e comprimentos, de modo que soluções
analíticas se tornam praticamente inviáveis. Em alguns desses casos, a utilização de
ferramentas como o eixo radical, quando não resolve o problema, facilita e muito sua
resolução e compreensão, e a torna pequena e extremamente simples! A partir de agora,
o leitor pode se familiarizar com tal ferramenta, pois o eixo radical possui muitas
(repetimos: muitas!) utilidades.

Definição de Eixo Radical: Sejam Γ1 e Γ2 duas circunferências não concêntricas (Ou


seja, os centros delas são diferentes). Definimos o eixo radical de Γ1 e Γ2 como o lugar
geométrico dos pontos P tais que 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃).

Agora você vai ver porque esse lugar geométrico se chama “eixo” radical.

Proposição: O lugar geométrico dos pontos P tais que 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃) é uma reta
perpendicular à reta que liga os centros de Γ1 (𝑂1 , 𝑅1 ) e Γ2 (𝑂2 , 𝑅2 ), respectivamente. Ou
seja, o eixo radical é uma reta 𝑟 tal que 𝑟 ⊥ 𝑂1 𝑂2.

Prova: Primeiro, vamos provar que todos os pontos P do eixo radical estão alinhados.
Seja 𝑃′ a projeção de P sobre 𝑂1 𝑂2 . Se provarmos que o valor de 𝑂1 𝑃′ e 𝑂2 𝑃′ forem
constantes, conseguiremos que 𝑃′ é fixo, e assim todo ponto do eixo radical está na reta
perpendicular a 𝑂1 𝑂2 que passa por 𝑃′ , que é uma reta fixa. Temos que, pelo teorema de
Pitágoras, nos triângulos 𝑃𝑃’𝑂1 e 𝑃𝑃′ 𝑂2 , respectivamente:
𝑃𝑂12 = 𝑃′ 𝑃2 + 𝑃′ 𝑂12 e 𝑃𝑂22 = 𝑃′ 𝑃2 + 𝑃′ 𝑂22

Subtraindo cada equação membro a membro, vem:

𝑃𝑂12 − 𝑃𝑂22 = 𝑃′ 𝑂12 − 𝑃′ 𝑂22 ⇒ (𝑃𝑂12 − 𝑅12 ) − (𝑃𝑂22 − 𝑅22 ) = 𝑃′ 𝑂12 − 𝑃′ 𝑂22 + 𝑅22 − 𝑅12

⏟′ 𝑂1 + 𝑃′ 𝑂2 ) (𝑃′ 𝑂1 − 𝑃′ 𝑂2 ) + 𝑅22 − 𝑅12 ⇒


⏟ Γ1 (𝑃) − 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃) = (𝑃
⇒ 𝑃𝑜𝑡
0 𝑂1 𝑂2

′ ′
𝑅12 − 𝑅22 ′
𝑅12 − 𝑅22 + 𝑂1 𝑂2
⇒ 𝑃 𝑂1 − 𝑃⏟ 𝑂2 = ⇒ 𝑃 𝑂1 = (∗)
𝑂1 𝑂2 2𝑂1 𝑂2
𝑂1 𝑂2 −𝑃 ′ 𝑂1

Analogamente:

𝑅22 − 𝑅12 + 𝑂1 𝑂2
𝑃′ 𝑂2 = (∗∗)
2𝑂1 𝑂2

Portanto, de (∗) e (∗∗), concluímos que 𝑃′ 𝑂1 e 𝑃′ 𝑂2 são constantes, e com isso P está na
reta r, como queríamos provar. Mas... só isso é o bastante?

Infelizmente, a demonstração ainda não acabou, pois falta mostrar que todo ponto de 𝑟
satisfaz as propriedades do eixo radical (Provamos que, se um ponto está no eixo radical,
então ele está em 𝑟, mas ainda falta provar a recíproca – se um ponto está em 𝑟, então ele
está no eixo radical). Mas isso deve ser natural, se pensarmos em fazer as contas acima,
mas “ao contrário”. Sabemos que, se 𝑃′ é o encontro de 𝑟 com 𝑂1 𝑂2, então, da maneira
que definimos r, temos que:

𝑅12 − 𝑅22 + 𝑂1 𝑂2 𝑅22 − 𝑅12 + 𝑂1 𝑂2


𝑃′ 𝑂1 = e 𝑃′ 𝑂2 =
2𝑂1 𝑂2 2𝑂1 𝑂2

Subtraindo membro a membro, temos:


𝑅12 − 𝑅22
𝑃′ 𝑂1 − 𝑃′ 𝑂2 = ⇒ 𝑂
⏟1 𝑂2 ⋅ (𝑃′ 𝑂1 − 𝑃′ 𝑂2 ) = 𝑅12 − 𝑅22 ⇒
𝑂1 𝑂2
𝑃 ′ 𝑂1 +𝑃 ′ 𝑂2

⇒ (𝑃′ 𝑂1 + 𝑃′ 𝑂2 )(𝑃′ 𝑂1 − 𝑃′ 𝑂2 ) = 𝑃𝑂12 − 𝑃𝑂22 = 𝑅12 − 𝑅22 ⇒

⇒ 𝑃𝑂12 − 𝑅12 = 𝑃𝑂22 − 𝑅22 ⇒ 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃)

Assim, todo ponto 𝑃 de 𝑟 está no eixo radical e vice-versa. Com isso, concluímos que o
eixo radical é a própria reta 𝑟, como queríamos demonstrar ∎

Vimos aqui como achar o eixo radical de duas circunferências de modo analítico (ou seja,
em função dos raios das circunferências e das distâncias entre os centros), mas muitos
problemas de olimpíada simplesmente não disponibilizam tais dados. Então, como vamos
encontrar o eixo radical nesses casos? O corolário a seguir ajuda:

Corolário: Sejam Γ1 e Γ2 duas circunferências.

• Se Γ1 e Γ2 são tangentes entre si, então o eixo radical de Γ1 e Γ2 é a tangente


comum a essas duas circunferências.
• Se Γ1 e Γ2 se intersectam em dois pontos 𝐴 e 𝐵, então o eixo radical de Γ1 e Γ2 é a
reta 𝐴𝐵.

Prova: Para o primeiro caso, note que a tangente é perpendicular à reta que liga os centros
das circunferências, e se P é o ponto de tangência, temos que 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃) = 0,
uma vez que P está em Γ1 e Γ2 .

Para o segundo caso, note que 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐴) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝐴) = 0 e 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐵) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝐵) = 0,
pois A e B estão ambos em Γ1 e Γ2 . Assim, se r é o eixo radical, 𝐴 ∈ 𝑟 e 𝐵 ∈ 𝑟. Mas r é
⃡ ∎
uma reta, e toda reta fica determinada por dois pontos. Logo, 𝑟 = 𝐴𝐵
Agora, vejamos alguns exemplos de como usar o eixo radical para resolver questões.

Exemplo 7 (Banco Cone Sul/2002): Seja ABCD um quadrilátero inscritível e E a


interseção das diagonais AC e BD. Se F é um ponto qualquer e as circunferências 𝛤1 e 𝛤2
circunscritas a FAC e a FBD se intersectam novamente em G, mostre que E, F, G são
colineares.

Solução: Primeiro, note que FG é o eixo radical de


Γ1 e Γ2 . Dessa forma, temos que E, F, G são
colineares se, e só se, E estivar no eixo radical. Isso
só ocorre quando 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐸) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝐸) , então
vamos provar isso.

Como ABCD é inscritível, temos que:


𝐴𝐸. 𝐸𝐶 = ⏟
⏟ 𝐵𝐸. 𝐸𝐷 ⇒
−𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐸) −𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝐸)
⇒ 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐸) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝐸)
Como queríamos provar ∎

Outra definição útil para o eixo radical é baseada no seguinte fato: se tomarmos uma
circunferência Γ(𝑂, 𝑅) e um ponto A do lado de fora de Γ, seja P um ponto de Γ tal que
AP é tangente a Γ. Daí, 𝑃𝑜𝑡Γ (𝐴) = 𝑂𝐴² − 𝑅 2 = 𝑂𝐴2 − 𝑂𝑃2 = 𝐴𝑃², pelo teorema de
Pitágoras. Com isso, se tivermos duas circunferências Γ1 e Γ2 , e sendo A um ponto do eixo
radical de Γ1 e Γ2 , ao traçarmos as tangentes por A até Γ1 e Γ2 , elas possuem o mesmo
comprimento, uma vez que 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝐴) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝐴). Assim, temos a:

Definição Equivalente de Eixo Radical: Dadas duas circunferências não concêntricas, o


eixo radical é a reta tal que as tangentes de um ponto dessa reta às circunferências, caso
existam, possuem o mesmo comprimento.

O exemplo a seguir mostra uma aplicação da definição equivalente de eixo radical:


Exemplo 8: Se a distância entre os centros de duas circunferências Γ1 e Γ2 é maior do que
a soma de seus raios, as circunferências têm quatro tangentes em comum. Prove que os
pontos médios desses quatro segmentos são colineares.

Solução: Considere a figura abaixo, onde os pontos 𝐴1 , 𝐴2 , 𝐴3 , 𝐴4 , 𝐵1 , 𝐵2 , 𝐵3 , 𝐵4 são


pontos de tangência e os pontos 𝑀1 , 𝑀2 , 𝑀3 , 𝑀4 são pontos médios.

Como 𝐴1 𝑀1 = 𝑀1 𝐵1 , temos que, da definição equivalente de eixo radical, 𝑀1 está no


eixo radical das circunferências. Analogamente, 𝑀2 , 𝑀3 , 𝑀4 estão todos no mesmo eixo
radical. Com isso, os quatro pontos 𝑀1 , 𝑀2 , 𝑀3 , 𝑀4 são colineares ∎

Exemplo 9: Cinco pontos distintos 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷, 𝐸 estão sobre uma reta, com 𝐴𝐵 = 𝐵𝐶 =


𝐶𝐷 = 𝐷𝐸 . 𝐹 é um ponto fora dessa reta. Seja 𝐺 o circuncentro de 𝐴𝐷𝐹 e 𝐻 o
circuncentro de 𝐵𝐸𝐹. Mostre que as retas 𝐺𝐻 e 𝐹𝐶 são perpendiculares.

Solução: Primeiro, note que, como 𝐹 está em (𝐴𝐷𝐹)


e em (𝐵𝐸𝐹), então:

0 = Pot (𝐴𝐷𝐹) 𝐹 = Pot (𝐵𝐸𝐹) 𝐹

Além disso, como 𝐴𝐵 = 𝐵𝐶 = 𝐶𝐷 = 𝐷𝐸 , temos


𝐴𝐶 = 𝐶𝐸 e 𝐶𝐷 = 𝐵𝐶. Daí:

Pot (𝐴𝐷𝐹) 𝐶 = −𝐴𝐶. 𝐶𝐷 = −𝐶𝐸. 𝐶𝐵 = Pot (𝐵𝐸𝐹) 𝐶

Portanto, 𝐶 e 𝐹 estão no eixo radical de (𝐴𝐷𝐹) e (𝐵𝐸𝐹), e como o eixo radical é uma
reta, temos que tal eixo é na verdade a reta ⃡𝐶𝐹 . Como o eixo radical é perpendicular à
reta ̅̅̅̅
𝐺𝐻 que liga os centros de (𝐴𝐷𝐹) e (𝐵𝐸𝐹), temos que 𝐺𝐻 e 𝐹𝐶 são perpendiculares,
como queríamos demonstrar ∎

Exemplo 10 (USAJMO/2012): Dado um triângulo 𝐴𝐵𝐶 , sejam 𝑃 e 𝑄 pontos nos


segmentos 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶, respectivamente, tais que 𝐴𝑃 = 𝐴𝑄. Seja 𝑆 e 𝑅 pontos no segmento
𝐵𝐶 tais que 𝑆 está entre 𝐵 e 𝑅, ∠𝐵𝑃𝑆 = ∠𝑃𝑅𝑆 e ∠𝐶𝑄𝑅 = ∠𝑄𝑆𝑅. Prove que 𝑃, 𝑄, 𝑅, 𝑆
são concíclicos.
Solução: Suponha que 𝑃, 𝑄, 𝑅, 𝑆 não sejam
concíclicos. Isso significa que os circuncírculos
(𝑃𝑅𝑆) e (𝑄𝑅𝑆) são distintos, e como eles possuem a
corda ⃡𝑅𝑆 em comum, temos que ⃡𝑅𝑆 é o eixo radical
de (𝑃𝑅𝑆) e (𝑄𝑅𝑆). Além disso, a condição de que
∠𝐵𝑃𝑆 = ∠𝑃𝑅𝑆 implica que (𝑃𝑅𝑆) é tangente a ̅̅̅̅𝐴𝐵
em 𝑃, e a condição de que ∠𝐶𝑄𝑅 = ∠𝑄𝑆𝑅 implica
que (𝑄𝑅𝑆) é tangente a ̅̅̅̅
𝐴𝐶 em 𝑄. Portanto:

𝐴𝑃2 = Pot (𝑃𝑅𝑆) 𝐴 ; 𝐴𝑄 2 = Pot (𝑄𝑅𝑆) 𝐴

E como 𝐴𝑃 = 𝐴𝑄, segue que Pot (𝑃𝑅𝑆) 𝐴 = Pot (𝑄𝑅𝑆) 𝐴, ou seja, 𝐴 está no eixo radical ⃡𝑅𝑆,
o que é um absurdo, pois 𝐴, 𝐵, 𝐶 não são colineares. Portanto, 𝑃𝑄𝑅𝑆 é cíclico ∎

4. Centro Radical

O teorema que veremos a seguir é uma excelente ferramenta para provarmos que três
retas são concorrentes, principalmente quando aparecem muitas circunferências.
Considere três circunferências Γ1 , Γ2 , Γ3 , cujos centros não são colineares (Fig. 1). Se 𝑟1 é
o eixo radical de Γ2 e Γ3 , e 𝑟2 é o eixo radical de Γ3 e Γ1 , seja P o ponto de interseção de
𝑟1 e 𝑟2 . Daí, 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ3 (𝑃) (𝑃 ∈ 𝑟1) e 𝑃𝑜𝑡Γ3 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑃) (𝑃 ∈ 𝑟2). Com isso,
𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑃), o que implica 𝑃 ∈ 𝑟3 , onde 𝑟3 é o eixo radical de Γ1 e Γ2 . Com
isso, os três eixos radicais 𝑟1 , 𝑟2 e 𝑟3 são concorrentes em P e com isso obtemos a
definição de centro radical, que pode ser formalmente escrita como segue:

Definição de Centro Radical: Dadas três circunferências Γ1 , Γ2 , Γ3 , cujos centros não são
colineares, definimos o centro radical como sendo a interseção dos três eixos radicais
definidos por Γ1 , Γ2 , Γ3 .

Observação: Caso os centros de Γ1 , Γ2 , Γ3 sejam colineares (Fig. 2), temos que os eixos
radicais 𝑟1, 𝑟2 e 𝑟3 são paralelos, já que todos eles são perpendiculares à reta que une os
centros de Γ1 , Γ2 , Γ3 .
Acompanhe os exemplos a seguir, desta vez para ilustrar o uso do centro radical.

Exemplo 11 (USAMO/1997): Seja ABC um triângulo. Construa triângulos isósceles


BCD, CAE e ABF externamente a ABC de bases BC, CA e AB, respectivamente. Prove
que as retas que passam por A, B, C e são perpendiculares a EF, FD e DE,
respectivamente, são concorrentes.

Solução: Quando nos deparamos com problemas


cuja solução venha a usar eixo radical, pode ser
que seja preciso construirmos nossas
circunferências, a fim de conseguirmos nosso
objetivo.

Com isso em mente, sejam Γ𝐴 (𝐷, 𝐵𝐷) ,


Γ𝐵 (𝐸, 𝐶𝐸) e Γ𝐶 (𝐹, 𝐴𝐹) nossas três
circunferências, como mostrado na figura
(Podemos tomar essas três circunferências, pois
os triângulos BDC, CEA, AFB são isósceles).
Assim, as retas que passam por A, B, C e são
perpendiculares a EF, FD e DE, respectivamente, são as três cordas comuns definidas por
Γ𝐴 , Γ𝐵 , Γ𝐶 . Logo, tais retas concorrem no eixo radical O de Γ𝐴 , Γ𝐵 , Γ𝐶 ∎

Exemplo 12 (Ortocentro de um Triângulo): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo e sejam 𝐷, 𝐸, 𝐹 os


̅̅̅̅ , ̅̅̅̅
pés das perpendiculares de 𝐴, 𝐵, 𝐶 até 𝐵𝐶 𝐶𝐴, ̅̅̅̅
𝐴𝐵 , respectivamente. Prove, usando
⃡ , 𝐵𝐸
centro radical, que as alturas 𝐴𝐷 ⃡ , 𝐶𝐹
⃡ de 𝐴𝐵𝐶 são concorrentes num ponto 𝐻 ,
denominado ortocentro de 𝐴𝐵𝐶.

Solução: Sejam Γ𝐴 , Γ𝐵 , Γ𝐶 as circunferências


cujos diâmetros são os segmentos 𝐵𝐶 ̅̅̅̅ , 𝐶𝐴
̅̅̅̅, 𝐴𝐵
̅̅̅̅,
respectivamente. Note que seus centros são os
pontos médios dos lados de 𝐴𝐵𝐶, o que implica
que eles não são colineares. Além disso, como
𝐷, 𝐸, 𝐹 são os pés das alturas, temos:

∠𝐵𝐹𝐶 = ∠𝐵𝐸𝐶 = 90° ⇒ 𝐸, 𝐹 ∈ Γ𝐴

∠𝐶𝐷𝐴 = ∠𝐶𝐹𝐴 = 90° ⇒ 𝐹, 𝐷 ∈ Γ𝐵

∠𝐴𝐸𝐵 = ∠𝐴𝐷𝐵 = 90° ⇒ 𝐷, 𝐸 ∈ Γ𝐶

Assim, a altura ⃡𝐴𝐷 é o eixo radical de Γ𝐵 e Γ𝐶 ; a altura ⃡𝐵𝐸 é o eixo radical de Γ𝐶 e Γ𝐴 e a


altura ⃡𝐶𝐹 é o eixo radical de Γ𝐴 e Γ𝐵 . Portanto, as alturas ⃡𝐴𝐷, ⃡𝐵𝐸 , ⃡𝐶𝐹 concorrem num
ponto 𝐻, que é o centro radical de Γ𝐴 , Γ𝐵 e Γ𝐶 ∎
Às vezes, quando queremos mostrar que três retas são concorrentes e já sabemos que uma
delas é o eixo radical de duas circunferências Γ1 e Γ2 , basta acharmos outra circunferência
Γ3 tal que as outras duas retas são eixos radicais Γ1 e Γ3 e de Γ2 e Γ3 . Para acharmos Γ3 ,
geralmente devemos mostrar que algum quadrilátero é inscritível. Vamos ver como isso
funciona no exemplo a seguir.

Exemplo 13 (IMO 1995): Sejam A, B, C, D pontos distintos em uma reta, nesta ordem.
As circunferências Γ1 e Γ2 de diâmetros AC e BD se intersectam em X e Y. O é um ponto
arbitrário da reta XY, não situado em AD. CO intersecta Γ1 novamente em M, e BO
intersecta Γ2 novamente em N. Prove que AM, DN e XY são concorrentes.

Solução: Como queremos provar que


AM, DN e XY são concorrentes, devemos
achar outra circunferência tal que AM e
DN se tornem eixos radicais. Você já
deve estar suspeitando que essa
circunferência passa pelo quadrilátero
ANMD. Portanto, basta provarmos que
ANMD é inscritível.

Primeiro, observe que, como O está no


eixo radical de Γ1 e Γ2, então:

𝑃𝑜𝑡Γ2 (𝑂) = 𝑃𝑜𝑡Γ1 (𝑂) ⇒ 𝑂𝑁. 𝑂𝐵 = 𝑂𝑀. 𝑂𝐶

E com isso NBCM é inscritível. Daí, temos que ∠𝑀𝑁𝑂 = ∠𝑀𝐶𝐵. Assim:

∠𝐷𝑁𝑀 = ∠𝐷𝑁𝑂 − ∠𝑀𝑁𝑂 = 90° − ∠𝑀𝑁𝑂 = 90° − ∠𝑀𝐶𝐵 =

90° − ∠𝑀𝐶𝐴 = 90° − (90° − ∠𝑀𝐴𝐶) = ∠𝑀𝐴𝐶 ⇒ ∠𝑀𝑁𝐷 = ∠𝑀𝐴𝐷

E com isso 𝐴𝑁𝑀𝐷 é inscritível como queríamos provar. Com isso, seja Γ3 a
circunferência que passa por 𝐴𝑁𝑀𝐷. Para acabar, temos que 𝐴𝑀 é o eixo radical de Γ3 e
Γ1 , 𝐷𝑁 é o eixo radical de Γ3 e Γ2 , e 𝑋𝑌 é o eixo radical de Γ1 e Γ2 . Portanto, 𝐴𝑀, 𝐷𝑁 e
𝑋𝑌 concorrem em 𝑍, centro radical de Γ1 , Γ2 e Γ3 ∎

5. Circunferências de Raio Zero

E isso é possível? Claro que sim! Para cada ponto 𝑂 de plano, a circunferência de centro
𝑂 e raio zero é o lugar geométrico dos pontos 𝑃 tais que 𝑃𝑂 = 0. O único ponto com
distância zero de 𝑂 é o próprio 𝑂, de modo que tal circunferência é o próprio ponto 𝑂.

E a potência de ponto, eixos e centros radicais, como ficam? Bastante simples! Sendo
Γ(𝑂, 0) a circunferência de centro 𝑂 e raio zero, definimos, para cada ponto 𝑃 do plano:
Pot Γ 𝑃 = 𝑃𝑂2 − 02 = 𝑃𝑂2

Além disso, dadas duas circunferências Γ1 (𝑂1 , 0) e Γ2 (𝑂2 , 0), o


eixo radical de Γ1 e Γ2 é o lugar geométrico dos pontos 𝑃 tais que
Pot Γ1 𝑃 = Pot Γ2 𝑃, isto é, 𝑃𝑂12 = 𝑃𝑂22 , ou seja, 𝑃𝑂1 = 𝑃𝑂2, de
modo que o eixo radical nada mais é do que a mediatriz de 𝑂 ̅̅̅̅̅̅̅
1 𝑂2 .

Também, sendo Γ(𝑂, 𝑅) uma circunferência de raio 𝑅 > 0, e 𝑃


um ponto no exterior de Γ, sejam 𝐴, 𝐵 os pontos em
Γ onde as tangentes a Γ por 𝑃 tocam a
circunferência, temos que o eixo radical de Γ e a
circunferência de centro 𝑃 e raio zero é a reta
passando pelos pontos médios de 𝑃𝐴 ̅̅̅̅ e 𝑃𝐵
̅̅̅̅ . E note
que nem precisamos demostrar tais fatos, pois na
prova das proposições envolvendo eixo radical, o
valor dos raios das circunferências não é importante
nas contas, e tais valores podem ser até mesmo iguais
a zero!

Mas por que circunferências de raio zero são tão úteis? Veja os exemplos seguintes.

Exemplo 14 (Rússia/2011): Num triângulo escaleno 𝐴𝐵𝐶 de perímetro igual a 4, sabe-se


que os comprimentos dos lados 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶 são, respectivamente, menor que 1 e maior que
1. Sejam 𝑋 e 𝑌 pontos no prolongamento de 𝐴𝐵 e no segmento 𝐴𝐶, respectivamente, tais
que os comprimentos de 𝐴𝑋 e de 𝐴𝑌 são iguais a 1. Sendo 𝑀 o ponto de encontro de 𝐵𝐶
com 𝑋𝑌, prove que o perímetro do triângulo 𝐴𝐵𝑀 ou do triângulo 𝐴𝐶𝑀 é igual a 2.

Solução: Seja Γ o 𝐴 − excírculo do triângulo 𝐴𝐵𝐶. Suponha que Γ tangencia os lados


𝐵𝐶, 𝐶𝐴, 𝐴𝐵 em 𝐷, 𝐸, 𝐹 , respectivamente. Note que,
sendo 𝑝 o seu semiperímetro, temos que, ao analisarmos
comprimentos de tangentes:

𝐴𝐸 = 𝐴𝐹 ⇒ 2𝐴𝐸 = 𝐴𝐸 + 𝐴𝐹 =

= (𝐴𝐶 + 𝐶𝐸) + (𝐴𝐵 + 𝐵𝐷) =

= (𝐴𝐶 + 𝐶𝐷) + (𝐴𝐵 + 𝐵𝐷) =

= 𝐴𝐶 + 𝐴𝐵 + 𝐵𝐶 = 4 ⇒ 𝐴𝐸 = 𝐴𝐹 = 2

Como 𝐴𝑋 = 𝐴𝑌 = 1, temos que 𝑋, 𝑌 são os pontos médios de 𝐴𝐹, 𝐴𝐸, respectivamente.


Daí, a reta ⃡𝑋𝑌 é o eixo radical de Γ e 𝐴 (circunferência de centro 𝐴 e raio 0). Portanto,
como 𝑀 ∈ ⃡𝑋𝑌 , vem Pot Γ 𝑀 = Pot𝐴 𝑀 ⇒ 𝑀𝐷2 = 𝑀𝐴2 ⇒ 𝑀𝐷 = 𝑀𝐴. Daí, como 𝑀 ∈
̅̅̅̅ , temos que 𝑀 ∈ 𝐵𝐷
𝐵𝐶 ̅̅̅̅ (nesse caso, o perímetro de 𝐴𝑀𝐵 é igual a 𝐴𝐵 + 𝐵𝑀 + 𝐴𝑀 =
𝐴𝐵 + 𝐵𝑀 + 𝑀𝐷 = 𝐴𝐵 + 𝐵𝐷 = 𝐴𝐵 + 𝐵𝐹 = 𝐴𝐹 = 2 ), ou 𝑀 ∈ ̅̅̅̅ 𝐶𝐷 (nesse caso, o
perímetro de 𝐴𝑀𝐶 é, de modo análogo, igual a 2). Isso finaliza o problema ∎
Uma aplicação ainda mais incisiva é o problema a seguir da IMO Shortlist 2009, que usa
de uma maneira bem arrojada os valores dos comprimentos das tangentes do incírculo e
do excírculo nos lados de um triângulo, e centro radical de três circunferências, sendo
algumas delas de raio igual a zero.

Exemplo 15 (IMO Shortlist/2009): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo. O incírculo do 𝐴𝐵𝐶 toca os


lados 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶 nos pontos 𝑍 e 𝑌, respectivamente. Seja 𝐺 o ponto onde as linhas 𝐵𝑌 e
𝐶𝑍 se encontram, e seja 𝑅 e 𝑆 pontos de forma que os dois quadriláteros 𝐵𝐶𝑌𝑅 e 𝐵𝐶𝑆𝑍
sejam paralelogramos. Prove que 𝐺𝑅 = 𝐺𝑆.

Solução: Seja 𝑋 a interseção do incírculo de


𝐴𝐵𝐶 com o lado 𝐵𝐶 e sejam 𝐷, 𝐸, 𝐹 os pontos
de tangência do 𝐴 − excírculo de 𝐴𝐵𝐶 (que
chamaremos 𝜔 ) com os lados 𝐵𝐶, 𝐶𝐴, 𝐴𝐵 ,
respectivamente. Sendo 𝑎 = 𝐵𝐶, 𝑏 = 𝐶𝐴 ,
1
𝑐 = 𝐴𝐵 e 𝑝 = 2 (𝑎 + 𝑏 + 𝑐) o
semiperímetro, temos as medidas (verifique!)

𝐵𝐷 = 𝐵𝐹 = 𝐶𝑋 = 𝐶𝑌 = 𝑝 − 𝑐

𝐶𝐷 = 𝐶𝐸 = 𝐵𝑋 = 𝐵𝑍 = 𝑝 − 𝑏

𝐴𝑌 = 𝐴𝑍 = 𝑝 − 𝑎; 𝐴𝐹 = 𝐴𝐸 = 𝑝; 𝐵𝐶 = 𝑌𝐸 = 𝑍𝐹 = 𝑎

Dessa forma, temos que, de 𝐶𝑆 = 𝐵𝑍 = 𝑝 − 𝑏 e 𝑍𝑆 = 𝐵𝐶 = 𝑎 (𝐵𝐶𝑆𝑍 é paralelogramo):

Pot 𝜔 𝐶 = 𝐶𝐸 2 = (𝑝 − 𝑏)2 = 𝐶𝑆 2 = Pot𝑆 𝐶

Pot 𝜔 𝑍 = 𝑍𝐹 2 = 𝑎2 = 𝑍𝑆 2 = Pot𝑆 𝑍

⃡ é eixo radical de 𝜔 e 𝑆. De modo semelhante, como 𝑅𝐵 = 𝐶𝑌 = 𝑝 − 𝑐 e


Portanto, 𝐶𝑍
𝑅𝑌 = 𝐵𝐶 = 𝑎 (𝐵𝐶𝑌𝑅 é paralelogramo), temos:

Pot 𝜔 𝐵 = 𝐵𝐹 2 = (𝑝 − 𝑐)2 = 𝑅𝐵 2 = Pot 𝑅 𝐵

Pot 𝜔 𝑌 = 𝑌𝐸 2 = 𝑎2 = 𝑌𝑅 2 = Pot 𝑅 𝑌

Portanto, ⃡𝐵𝑌 é eixo radical de 𝜔 e 𝑅. Assim, 𝐺 é o centro radical de 𝜔, 𝑅 e 𝑆, donde


Pot R 𝐺 = Pot S 𝐺 ⇒ 𝐺𝑅 2 = 𝐺𝑆 2 , e assim concluímos que 𝐺𝑅 = 𝐺𝑆 ∎

E para ficar craque em potência de ponto, eixos e centros radicais, nada melhor do que
fazer exercícios e problemas. Divirtam-se!
6. Exercícios Básicos
Exercício 1: Em cada um dos itens a seguir, determine o valor da incógnita 𝑥. Quando
for o caso, considere 𝑂 como o centro da circunferência.

Exercício 2: Na figura a seguir, a circunferência que passa pelos


̅̅̅̅ do triângulo 𝐴𝐵𝐶 no ponto 𝑇,
pontos 𝐴, 𝑃, 𝑄 tangencia o lado 𝐵𝐶
de modo que 𝐵𝑇 = 𝐶𝑄. Sabendo que 𝐴𝐵 = 8 𝑐𝑚, 𝐴𝐶 = 9 𝑐𝑚 e
que 𝐵𝐶 = 10 𝑐𝑚, calcule

(a) 𝐵𝑇 (b) 𝐴𝑃.

Exercício 3 (AMC 10/2008): Os pontos 𝐴, 𝐵 estão numa circunferência de raio 5 e 𝐴𝐵 =


6. O ponto 𝐶 é o ponto médio do arco menor 𝐴𝐵. Qual é o comprimento de 𝐴𝐶̅̅̅̅ ?

Exercício 4 (AMC 10/2004): O quadrado 𝐴𝐵𝐶𝐷 tem comprimento 2. Um semicírculo


com diâmetro 𝐴𝐵 é construído dentro do quadrado e uma das tangentes ao semicírculo,
por 𝐶, intersecta o lado 𝐴𝐷 em 𝐸. Qual é a medida de 𝐶𝐸?

Exercício 5: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo de ortocentro 𝐻. Os pontos 𝐷 e 𝐸 estão sobre os


lados 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶, respectivamente. Prove que 𝐻 está no eixo radical das circunferências
com diâmetro ̅̅̅̅
𝐶𝐷 e diâmetro ̅̅̅̅
𝐵𝐸 .
Exercício 6: (a) Sejam 𝜔 e 𝛾 duas circunferências que se intersectam em 𝑃, 𝑄. Uma
tangente externa comum às circunferências toca 𝜔 em 𝐴 e 𝛾 em 𝐵. Prove que a reta 𝑃𝑄
passa pelo ponto médio de 𝐴𝐵.

(b) Duas circunferências são tangentes externamente em 𝐴 e uma tangente externa


comum toca a primeira circunferência em 𝐵 e a segunda em 𝐶. A reta 𝐵𝐴 corta a segunda
circunferência em 𝐷 ≠ 𝐴. Prove que 𝐶𝐷 é um diâmetro da segunda circunferência.

Exercício 7 (AMC 12/2020): Seja 𝐴𝐵𝐶𝐷 um quadrado unitário (isto é, de lado 1). A
̅̅̅̅ em 𝑀 e 𝐴𝑀
circunferência inscrita 𝜔 do quadrado intersecta 𝐶𝐷 ̅̅̅̅̅ intersecta 𝜔
novamente em 𝑃. Qual é a medida de 𝐴𝑃?

Exercício 8: Duas circunferências 𝐶1 e 𝐶2 possuem uma corda comum. Se 𝑃 é um ponto


na reta suporte dessa corda comum, no exterior de 𝐶1 e 𝐶2 , prove que as tangentes de 𝑃
a 𝐶1 e 𝐶2 possuem o mesmo comprimento.

Exercício 9: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo equilátero de lado 1 e seja 𝐷 um ponto sobre o


menor arco 𝐵𝐶 da circunferência circunscrita a 𝐴𝐵𝐶 satisfazendo ∠𝐵𝐴𝐷 = 45°. Calcule
a medida do segmento 𝐴𝐷.

Exercício 10: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo equilátero de lado 1 e circuncírculo 𝜔. Uma corda
̅̅̅̅ e 𝐴𝐶
de 𝜔 é trissectada por 𝐴𝐵 ̅̅̅̅ . Qual é o comprimento dessa corda?

Exercício 11: Dois círculos 𝑆1 e 𝑆2 se intersectam nos pontos 𝑀 e 𝑁. Dado um retângulo


𝐴𝐵𝐶𝐷, com seus vértices 𝐴, 𝐶 em 𝑆1 e seus vértices 𝐵, 𝐷 em 𝑆2 , prove que o ponto de
interseção das diagonais de 𝐴𝐵𝐶𝐷 pertence à reta 𝑀𝑁.

Exercício 12: Em um triângulo ABC, a bissetriz do ângulo ∠𝐴 e a mediana relativa a BC


intersectam este lado em pontos distintos O e M, respectivamente. O círculo circunscrito
ao triângulo AOM intersecta os lados AB e AC em E e F, respectivamente. Prove que
𝐵𝐸 = 𝐶𝐹.

Exercício 13: Seja P um ponto no interior de um círculo tal que existem três cordas que
passam por P e têm o mesmo comprimento. Prove que P é o centro do círculo.

Exercício 14: Um círculo passa pelo vértice 𝐶 de um triângulo equilátero 𝐴𝐵𝐶 e é


tangente ao lado 𝐴𝐵 em 𝑍 . Esse círculo intersecta 𝐴𝐶 e 𝐵𝐶 novamente em 𝑋, 𝑌 ,
𝐴𝑍 𝐴𝑋
respectivamente. Se 𝑍𝐵 = 𝑝, determine, em função de 𝑝, o valor de 𝐵𝑌 .

Exemplo 15 (Polônia/1997): As medianas AD, BE, CF do triângulo ABC se intersectam


em G. Os quadriláteros AFGE e BDGF são cíclicos. Prove que o triângulo ABC é
equilátero.
7. Problemas Propostos
Problema 1 (Romênia): Seja 𝐴 um ponto exterior ao círculo Γ. Duas retas por 𝐴 cortam
̅̅̅̅ por 𝐷 corta
o círculo Γ nos pontos 𝐵, 𝐶 e em 𝐷, 𝐸 (com 𝐷 entre 𝐴 e 𝐸). A paralela a 𝐵𝐶
novamente Γ em 𝐹. A reta 𝐴𝐹 corta Γ novamente em 𝐺, e as retas 𝐵𝐶 e 𝐸𝐺 se cortam
em 𝑀. Prove que:
1 1 1
= +
𝐴𝑀 𝐴𝐵 𝐴𝐶
Problema 2 (Ibero/1990): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo, 𝐼 seu incentro e suponha que o
incírculo tangencia os lados 𝐵𝐶, 𝐶𝐴, 𝐴𝐵 em 𝐷, 𝐸, 𝐹 , respectivamente. 𝑃 é o segundo
ponto de interseção da reta 𝐴𝐷 com o incírculo. Se 𝑀 é o ponto médio de 𝐸𝐹, mostre que
𝑃, 𝐼, 𝑀, 𝐷 são concíclicos.

Problema 3: Seja C um ponto sobre o semicírculo de diâmetro AB e seja D o ponto médio


do arco AC. Se E é a projeção de D sobre BC e F é a interseção de AE com o semicírculo,
prove que BF bissecta o segmento DE.

Problema 4 (IMO/2009): Seja ABC um triângulo com circuncentro O. Os pontos P e Q


estão nos lados CA e AB, respectivamente. Sejam K, L, M os pontos médios dos segmentos
BP, CQ, PQ, respectivamente, e seja Γ o círculo passando por K, L, M. Suponha que a
reta PQ é tangente a Γ. Prove que 𝑂𝑃 = 𝑂𝑄.

Problema 5 (IMO/2008): Seja ABC um triângulo acutângulo e seja H o seu ortocentro.


A circunferência de centro no ponto médio de BC e que passa por H intersecta a reta BC
nos pontos 𝐴1 e 𝐴2 . Analogamente, a circunferência de centro no ponto médio de CA e
que passa por H intersecta a reta CA nos pontos 𝐵1 e 𝐵2, e a circunferência de centro no
ponto médio de AB e que passa por H intersecta a reta AB nos pontos 𝐶1 e 𝐶2 . Mostre que
𝐴1 , 𝐴2 , 𝐵1 , 𝐵2 , 𝐶1 , 𝐶2 estão sobre uma mesma circunferência.

Problema 6: Sejam Γ1 e Γ2 círculos concêntricos, com Γ2 no interior de Γ1 . Partindo de


um ponto A pertencente a Γ1 , é desenhada uma tangente AB a Γ2 (𝐵 ∈ Γ2 ). Seja C o
segundo ponto de interseção de AB com Γ1 , e D o ponto médio de AB. Uma reta passando
por A intersecta Γ2 em E e F de tal maneira que as mediatrizes de DE e CF se intersectam
𝐴𝑀
em um ponto M sobre AC. Determine a razão 𝑀𝐶 .

Problema 7 (Teste Ibero/2002): Seja ABCD um quadrilátero inscrito em uma


circunferência 𝛤1, P o ponto de interseção das diagonais AC e BD e M o médio de CD. A
circunferência 𝛤2 que passa por P e é tangente a CD em M corta BD e AC nos pontos Q e
R, respectivamente. Seja S o ponto do segmento BD tal que 𝐵𝑆 = 𝐷𝑄. A paralela a AB
por S corta AC em T. Prove 𝐴𝑇 = 𝐶𝑅.

Problema 8 (Relação de Euler para Ex-Raios): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo de circuncentro


𝑂, ex-incentros 𝐼𝐴 , 𝐼𝐵 , 𝐼𝐶 , circunraio R e ex-raios 𝑟𝐴 , 𝑟𝐵 , 𝑟𝐶 . Demonstre que:

𝑂𝐼𝐴2 = 𝑅 2 + 2𝑅𝑟𝐴 , 𝑂𝐼𝐵2 = 𝑅 2 + 2𝑅𝑟𝐵 , 𝑂𝐼𝐶2 = 𝑅 2 + 2𝑅𝑟𝐶


Problema 9 (Cone Sul/2008): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo isósceles com base 𝐴𝐵 . Um
semicírculo Γ é construído com seu centro no segmento 𝐴𝐵 e tangente a 𝐴𝐶 e 𝐵𝐶 .
Considere uma reta tangente a Γ que intersecta os segmentos 𝐴𝐶 e 𝐵𝐶 em 𝐷 e 𝐸 ,
respectivamente. A perpendicular a 𝐴𝐶 por 𝐷 e a perpendicular a 𝐵𝐶 por 𝐸 se
𝑃𝑄 1 𝐴𝐵
intersectam em 𝑃. Seja 𝑄 o pé da perpendicular de 𝑃 a 𝐴𝐵. Prove que 𝐶𝑃 = 2 ⋅ 𝐴𝐶 .

Problema 10 (Índia): Seja ABCD um paralelogramo. Um círculo contido em ABCD


tangencia as retas AB e AD e intersecta BD em E e F. Mostre que existe um círculo
passando por E, F e tangente a BC e CD.

Problema 12: Sejam Γ1 (𝑂1 , 𝑅1 ) e Γ2 (𝑂2 , 𝑅2 ) duas circunferências não concêntricas.

(a) Mostre que, para cada constante 𝑐 ∈ ℝ, o lugar geométrico dos pontos P tais que
𝑃𝑜𝑡Γ1 𝑃 − 𝑃𝑜𝑡Γ2 𝑃 = 𝑐 é uma reta perpendicular a ̅̅̅̅̅̅̅
𝑂1 𝑂2.
(b) Mostre que o lugar geométrico dos pontos P tais que 𝑃𝑂12 + 𝑅12 = 𝑃𝑂22 + 𝑅22 é uma
̅̅̅̅̅̅̅
reta simétrica ao eixo radical de Γ1 e Γ2 em relação ao ponto médio de 𝑂 1 𝑂2.

Problema 11 (Ibero/1999): Dadas duas circunferências 𝑀 e 𝑁, dizemos que 𝑀 bissecta


𝑁 se a corda comum a 𝑀 e 𝑁 é um diâmetro de 𝑁. Considere duas circunferências fixas
𝐶1 e 𝐶2 não concêntricas.

(a) Prove que existem infinitas circunferências 𝐵 tais que 𝐵 bissecta 𝐶1 e 𝐶2 .


(b) Determine o lugar geométrico dos centros de 𝐵.

Problema 13 (Rioplatense/2002): Dado um quadrilátero ABCD, constroem-se triângulos


isósceles ABK, BCL, CDM e DAN, com bases sobre os lados AB, BC, CD e DA, tais que
K, L, M e N sejam pontos distintos, três a três não colineares. A perpendicular à reta KL
traçada por B intersecta a perpendicular à reta LM traçada por C no ponto P; a
perpendicular à reta MN traçada por D intersecta a perpendicular à reta NK traçada por A
no ponto Q. Demonstre que, se P e Q são distintos, então PQ é perpendicular a KM.

Problema 14 (USAMO/2009): Dados dois círculos 𝜔1 e 𝜔2 que se intersectam em X e Y,


seja 𝑙1 uma reta que passa pelo centro de 𝜔1, intersectando 𝜔2 nos pontos P e Q, e seja
𝑙2 uma reta que passa pelo centro de 𝜔2 intersectando 𝜔1 nos pontos R e S. Prove que se
os pontos P, Q, R, S estão numa circunferência, então o centro dessa circunferência está
na reta XY.

Problema 15 (USAMO/1990): Um triângulo acutângulo ABC é dado no plano. O círculo


com diâmetro AB intersecta a altura CC´ e seu prolongamento nos pontos M e N, e o
círculo com diâmetro AC intersecta a altura BB´ e seu prolongamento em P e Q. Mostre
que os pontos M, N, P, Q são concíclicos.
Problema 16: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo escaleno com incírculo 𝐼 e circuncírculo 𝜔. As
retas 𝐴𝐼, 𝐵𝐼, 𝐶𝐼 intersectam 𝜔 pela segunda vez nos pontos 𝐷, 𝐸, 𝐹, respectivamente. As
linhas paralelas por 𝐼 aos lados 𝐵𝐶, 𝐴𝐶, 𝐴𝐵 intersectam 𝐸𝐹, 𝐷𝐹, 𝐷𝐸 nos pontos 𝐾, 𝐿, 𝑀,
respectivamente. Prove que os pontos 𝐾, 𝐿, 𝑀 são colineares.

Problema 17: No triângulo acutângulo 𝐴𝐵𝐶, ∠𝐵 > ∠𝐶. Seja 𝑀 o ponto médio de 𝐵𝐶, e
sejam 𝐷 e 𝐸 os pés das alturas relativas a 𝐶 e a 𝐵, respectivamente. 𝐾 e 𝐿 são os pontos
médios de 𝑀𝐸 e 𝑀𝐷, respectivamente. Se 𝐾𝐿 intersecta a reta paralela a 𝐵𝐶 por 𝐴 em 𝑇,
prove que 𝑇𝐴 = 𝑇𝑀.

Problema 18: Sejam Γ1 e Γ2 dois círculos não sobrepostos. 𝐴, 𝐶 estão em Γ1 e 𝐵, 𝐷 estão


em Γ2 de tal forma que 𝐴𝐵 é tangente comum externa aos dois círculos, e 𝐶𝐷 é tangente
comum interna aos dois círculos. 𝐴𝐶 e 𝐵𝐷 se encontram em 𝐸. 𝐹 é um ponto em Γ1 , a
reta tangente a Γ1 em 𝐹 encontra a mediatriz de 𝐸𝐹 em 𝑀. 𝑀𝐺 é uma reta tangente a Γ2
em 𝐺. Prove que 𝑀𝐹 = 𝑀𝐺.

Problema 19 (IMO/2010): Seja 𝑃 um ponto no interior do triângulo 𝐴𝐵𝐶 (𝐶𝐴 ≠ 𝐶𝐵). As


retas 𝐴𝑃, 𝐵𝑃, 𝐶𝑃 intersectam novamente (𝐴𝐵𝐶) em 𝐾, 𝐿, 𝑀 , respectivamente. A
tangente a Γ por 𝐶 intersecta a reta 𝐴𝐵 em 𝑆. Mostre que 𝑆𝐶 = 𝑆𝑃 implica 𝑀𝐾 = 𝑀𝐿.

Problema 20 (IMO Shortlist/2015): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo acutângulo com ortocentro


𝐻. Seja 𝐺 o ponto tal que o quadrilátero 𝐴𝐵𝐺𝐻 é um paralelogramo. Seja 𝐼 o ponto na
reta 𝐺𝐻 tal que 𝐴𝐶 bissecta 𝐻𝐼 . Suponha que a reta 𝐴𝐶 intersecta (𝐺𝐶𝐼) em 𝐶 e 𝐽 .
Demonstre que 𝐼𝐽 = 𝐴𝐻.

Problema 21 (IMO Shortlist/2011): Seja 𝐴1 𝐴2 𝐴3 𝐴4 um quadrilátero não cíclico. Para


𝑖 = 1,2,3,4, sejam 𝑂𝑖 , 𝑟𝑖 o circuncentro e o circunraio de 𝐴𝑖+1 𝐴𝑖+2 𝐴𝑖+3 , onde 𝐴5 = 𝐴1 ,
𝐴6 = 𝐴2 e 𝐴7 = 𝐴3 . Prove que:

1 1 1 1
2+ 2+ 2+ =0
𝑂1 𝐴12− 𝑟1 𝑂2 𝐴2 − 𝑟2 𝑂3 𝐴3 − 𝑟3 𝑂4 𝐴4 − 𝑟42
2 2 2

Problema 22 (IMO/2013): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo acutângulo com ortocentro 𝐻 e seja


𝑊 um ponto sobre o lado 𝐵𝐶, estando entre 𝐵 e 𝐶. Os pontos 𝑀 e 𝑁 são os pés das
alturas de 𝐵 e 𝐶 no triângulo 𝐴𝐵𝐶, respectivamente. Considere 𝜔1 o circuncírculo de
𝐵𝑊𝑁 , e seja 𝑋 o ponto em 𝜔1 tal que 𝑊𝑋 é um diâmetro de 𝜔1 . Analogamente,
considere 𝜔2 o circuncírculo de 𝐶𝑊𝑀 , e seja 𝑌 o ponto em 𝜔2 tal que 𝑊𝑌 é um
diâmetro de 𝜔2 . Prove que 𝑋, 𝑌 e 𝐻 são colineares.

Problema 23 (IMO Shortlist/2014): Sejam Ω e 𝑂, respectivamente, o circuncírculo e o


circuncentro de um triângulo acutângulo 𝐴𝐵𝐶 , com 𝐴𝐵 > 𝐵𝐶 . A bissetriz de ∠𝐴𝐵𝐶
intersecta Ω novamente em 𝑀. Seja Γ a circunferência de diâmetro 𝐵𝑀. As bissetrizes de
∠𝐴𝑂𝐵 e ∠𝐵𝑂𝐶 intersectam Γ em 𝑃 e 𝑄, respectivamente. O ponto 𝑅 é escolhido na reta
𝑃𝑄 tal que 𝐵𝑅 = 𝑀𝑅. Prove que 𝐵𝑅 é paralelo a 𝐴𝐶.
Problema 24 (IMO Shortlist/1995): O incírculo do triângulo 𝐴𝐵𝐶 tangencia os lados
𝐵𝐶, 𝐶𝐴, 𝐴𝐵 em 𝐷, 𝐸, 𝐹, respectivamente. 𝑋 é um ponto dentro do triângulo 𝐴𝐵𝐶 tal que
o incírculo do triângulo 𝑋𝐵𝐶 tangencia 𝐵𝐶 em 𝐷 e tangencia 𝐶𝑋, 𝐵𝑋 em 𝑌, 𝑍 ,
respectivamente. Prove que 𝐸, 𝐹, 𝑍, 𝑌 são concíclicos.

Problema 25 (IMO/2000): Duas circunferências 𝐺1 e 𝐺2 se intersectam em dois pontos


𝑀 e 𝑁. Seja ̅̅̅̅
𝐴𝐵 uma reta tangente a 𝐺1 e 𝐺2 em 𝐴, 𝐵, respectivamente, tal que 𝑀 está
mais perto de ̅̅̅̅
𝐴𝐵 do que 𝑁. Seja ̅̅̅̅
𝐶𝐷 a reta paralela a ̅̅̅̅
𝐴𝐵 e passando pelo ponto 𝑀, com
𝐶 em 𝐺1 e 𝐷 em 𝐺2 . As retas 𝐴𝐶 e 𝐵𝐷 se intersectam em 𝐸 , as retas 𝐴𝑁 e 𝐶𝐷 se
intersectam em 𝑃 e as retas 𝐵𝑁 e 𝐶𝐷 se intersectam em 𝑄. Mostre que 𝐸𝑃 = 𝐸𝑄.

Problema 26: Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo, e sejam 𝐷, 𝐸, 𝐹 pontos sobre os lados 𝐵𝐶, 𝐶𝐴, 𝐴𝐵,
respectivamente, tais que 𝐸𝐹 ∥ 𝐵𝐶 . A reta 𝐷𝐸 intersecta o circuncírculo de 𝐴𝐷𝐶
novamente em 𝑋. Similarmente, a reta 𝐷𝐹 intersecta o circuncírculo de 𝐴𝐷𝐵 novamente
em 𝑌 ≠ 𝐷. Se 𝐷′ é o simétrico de 𝐷 relativo ao ponto médio de 𝐵𝐶, prove que 𝐷, 𝐷′ , 𝑋, 𝑌
estão numa mesma circunferência.

Problema 27 (OBM/2019): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo acutângulo inscrito numa


circunferência Γ de centro 𝑂. Seja 𝐷 o pé da altura do vértice 𝐴. Sejam 𝐸, 𝐹 pontos sobre
Γ tais que 𝐴𝐸 = 𝐴𝐷 = 𝐴𝐹. A reta 𝐸𝐹 intersecta 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶 em 𝑃 e 𝑄, respectivamente.
Seja 𝑋 a segunda interseção de Γ com o circuncírculo de 𝐴𝑃𝑄. Mostre que as retas 𝑋𝐷 e
𝐴𝑂 se intersectam em um ponto sobre Γ.

Problema 28 (EGMO/2019): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo com incentro 𝐼. A circunferência


passando por 𝐵 e tangente a 𝐴𝐼 em 𝐼 intersecta o lado 𝐴𝐵 novamente em 𝑃 . A
circunferência passando por 𝐶 e tangente a 𝐴𝐼 em 𝐼 intersecta o lado 𝐴𝐶 novamente em
𝑄. Prove que 𝑃𝑄 é tangente ao incírculo de 𝐴𝐵𝐶.

Problema 29 (OBM/2012): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo, 𝑀 o ponto médio do lado 𝐴𝐶 e 𝑁 o


ponto médio do lado 𝐴𝐵. Sejam 𝑟 e 𝑠 as reflexões das retas 𝐵𝑀 e 𝐶𝑁 sobre a reta 𝐵𝐶,
respectivamente. Defina também 𝐷 e 𝐸 como a interseção das retas 𝑟 e 𝑠 com a reta 𝑀𝑁,
respectivamente. Sejam 𝑋 e 𝑌 os pontos de interseção entre os circuncírculos dos
triângulos 𝐵𝐷𝑀 e 𝐶𝐸𝑁, 𝑍 a interseção das retas 𝐵𝐸 e 𝐶𝐷 e 𝑊 a interseção entre as retas
𝑟 e 𝑠. Prove que 𝑋𝑌, 𝑊𝑍 e 𝐵𝐶 são concorrentes.

Problema 30 (Cone Sul/2007): Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo acutângulo e sejam 𝐷, 𝐸, 𝐹 os pés


das alturas de 𝐴𝐵𝐶 sobre 𝐵𝐶, 𝐶𝐴, 𝐴𝐵, respectivamente. Seja 𝑀 o ponto médio de 𝐵𝐶. O
circuncírculo do triângulo 𝐴𝐸𝐹 intersecta a reta 𝐴𝑀 em 𝐴 e 𝑋. A reta 𝐴𝑀 intersecta a
reta 𝐶𝐹 em 𝑌. Seja 𝑍 a interseção de 𝐴𝐷 e 𝐵𝑋. Prove que 𝑌𝑍 e 𝐵𝐶 são paralelas.

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