Apostila Saúde Da Família e Comunidade II

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CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM- SAÚDE DA FAMÍLIA E NA COMUNIDADE II

Nada é impossível de mudar


Desconfiai do mais trivial, na aparência singela. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de
desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade
desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar. Bertold Brecht

Av. Amazonas, 164 - Centro/ Taiobeiras - MG

[email protected] ( 3845-1327 )
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SUMÁRIO

O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS? 3


PRINCÍPIOS QUE REGEM A ORGANIZAÇÃO DO SUS 4
PROGRAMAS DE SAÚDE 7
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 8
PROGRAMAS DE ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA 10
PSF- PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA 11
A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) 12
AS PRÁTICAS DE TRABALHO DA EQUIPE DO PSF 13
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 19
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA 24
EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA 31
NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA 38
PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA 37
PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE
DA ATENÇÃO BÁSICA – PMAQ AB 38
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER E DA
CRIANÇA – PAISMIC 42
TRO-TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL 42
IRA – INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA 42
PCCU- PROGRAMA DE CÂNCER DO COLO UTERINO 43
PROAME- PROGRAMA DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO 43
AIDP-ASSISTÊNCIA INTEGRAL AS DOENÇAS PREVALENTES 43
DST-AIDS - PROGRAMA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
E AIDS 43
PLANEJAMENTO FAMILIAR 43
PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL 43
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO O PROGRAMA NACIONAL
DE IMUNIZAÇÕES (PNI) 44
CADEIA DE FRIO 49
HISTÓRIA NATURL DAS DOENÇAS 51
PERÍODO DE PRÉ-PATOGÊNESE 51
PERÍODO DE PATOGÊNESE 52
TIPOS DE PREVENÇÃO 52
CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA 53
O PROCESSO DE TRANSMISSÃO E FONTES DE INFECÇÃO 56
DOENÇAS INFECCIOSAS 57
PARASITOSES INTESTINAIS 80
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 82
SINAN- SISTEMA NACIONAL DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO 93
BIBLIOGRAFIAS 96
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Apresentação

O presente trabalho, direcionado ao processo de qualificação de técnico de enfermagem,


abrange os conteúdos de enfermagem relacionados à saúde da família e comunidade.Uma reflexão
sobre a correlação entre prevenção de doenças, vigilância e promoção da saúde e integralidade do
cuidado, de forma a culminar no modelo de atenção da Estratégia Saúde da Família (ESF) e na sua
articulação com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Partiremos do pressuposto de que a
Atenção Básica constitui-se em um conjunto de ações que dão consistência prática ao conceito de
Vigilância em Saúde, referencial que articula conhecimentos e técnicas provindos da epidemiologia,
do planejamento e das ciências sociais em saúde, redefinindo as práticas em saúde, articulando as
bases de promoção, proteção e assistência, a fim de garantir a integralidade do cuidado (SANTANA;
CARMAGNANI, 2001). Concomitante, a ESF é um modelo que procura reorganizar a Atenção
Básica de acordo com os preceitos do SUS (BRASIL, 1997) e com o apoio do NASF, estrutura
vinculada à Atenção Básica de Saúde que busca ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na
ESF, privilegiando a construção de redes de atenção e cuidado, constituindo-se em apoio às equipes
de saúde da família e ampliando sua resolutividade e sua capacidade de compartilhar e fazer a
coordenação do cuidado (COSTA; CARBONE, 2009).

O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS?


É uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações
de saúde estabelecida pela Constituição de 1988. O SUS não é o sucessor do INAMPS e nem
tampouco do SUDS. O SUS é o novo sistema de saúde que está em construção.

POR QUE SISTEMA ÚNICO?


Porque ele segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o
território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo federal, estadual e
municipal. Assim, o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um Sistema que significa um
conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para um fim comum. Esses elementos
integrantes do sistema, referem-se ao mesmo tempo, às atividades de promoção, proteção e
recuperação da saúde.

QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO SUS?


Os objetivos do SUS estão descritos nos artigos 5° e 6° da Lei Orgânica da Saúde
(8.080/90). São:
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 Regulamentação, fiscalização e controle das ações de saúde;


 Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
 Formulação de políticas de saúde;
 Redução dos riscos de doenças e agravos;
 Acesso UNIVERSAL e IGUALITÁRIO;
 Promoção, proteção e recuperação;
 Assistência – ações integradas e atividades preventivas.

QUAL É A DOUTRINA DO SUS?
Baseado nos preceitos constitucionais a construção do SUS se norteia pelos seguintes
princípios doutrinários:

UNIVERSALIDADE – É a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer


cidadão. Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos
de saúde, assim como àqueles contratados pelo poder público. Saúde é direito de cidadania e dever
do Governo: municipal, estadual e federal.
EQÜIDADE – É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que
cada caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual
perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder
oferecer para todos.

INTEGRALIDADE - É o reconhecimento na prática dos serviços de que:


 Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade;
 As ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam também um todo indivisível
e não podem ser compartimentalizadas;
 As unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, formam
também um todo indivisível configurando um sistema capaz de prestar assistência integral.
Enfim:
“O homem é um ser integral, bio-psico-social, e deverá ser atendido com esta visão integral
por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde.”

QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A ORGANIZAÇÃO DO SUS?


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REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO - Os serviços devem ser organizados em níveis de


complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da
população a ser atendida. Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada
população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia
disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade (solução de seus problemas).
O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de atenção
que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os
serviços de saúde. Os demais deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade
tecnológica.
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um
conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de
vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de
atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.
 Nível Primário
A porta de entrada da população aos serviços de saúde, deve se dar, segundo a proposta da Lei
Orgânica da Saúde 8.080/90, pelo nível primário. As questões menos complexas, não menos
importantes, devem ser atendidas no nível primário. Um exemplo de atenção primária são as ações
desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), anteriormente chamadas de postos de saúde.
 Nível Secundário
Caso os problemas não sejam resolvidos a nível primário, o cidadão deve ser encaminhado
para os serviços de maior complexidade tecnológica. Seguindo o exemplo citado no nível anterior, se
uma pessoa não teve seu problema resolvido na atenção básica e necessite de um atendimento mais
especializado, deverá ser encaminhado para um centro de especialidades. Nesse nível de atenção é
que 15% dos casos sejam resolvidos.
No nível secundário, estão as ações desenvolvidas nos centros de especialidades, onde
atendem profissionais especialistas e também realizam ações de recuperação. Podemos citar como
exemplo as terapias psicológicas, fonoaudialógicas, fisioterapeutas e outras.
 Nível Terciário
No nível terciário, encontram-se os hospitais de ponta, com alta tecnologia, que devem
resolver 5% dos problemas de saúde. Nesses hospitais, são realizadas, por exemplo: as cirurgias de
transplante.
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Por isso é importante que o planejamento das ações considere as características


epidemiológicas, geográficas e culturais da população. Isso acarretará também maior racionalidade
de recursos.

RESOLUBILIDADE - É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando


surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado
para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência.

DESCENTRALIZAÇÃO - É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às


ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da idéia de que quanto mais perto
do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto.
Assim, o que é abrangência de um município deve ser de responsabilidade do governo
municipal; o que abrange um estado ou uma região estadual deve estar sob responsabilidade do
governo estadual, e, o que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal.
Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo com um
nítido reforço do poder municipal sobre a saúde – é o que se chama municipalização da saúde.
Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na promoção das ações de saúde
diretamente voltadas aos seus cidadãos.

PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS - É a garantia constitucional de que a população, através de


suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do
controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local.
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Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação paritária de
usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma de participação são as
conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde.
Deve ser também considerado como elemento do processo participativo o dever das
instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a população se
posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde.

COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO - A Constituição definiu que, quando por


insuficiência do setor público, for necessário a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob
três condições:
1ª - a celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público
prevalecendo sobre o particular;
2ª - a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS.
Prevalecem, assim, os princípios da universalidade, equidade, etc., como se o serviço privado
fosse público, uma vez que, quando contratado, atua em nome deste;
3ª - a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do SUS, em
termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada
região, deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados
contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar.
Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos, conforme
determina a Constituição.
Assim, cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e, na seqüência, complementar a
rede assistencial com o setor privado, com os mesmos concertos de regionalização, hierarquização e
universalização.
Torna-se fundamental o estabelecimento de normas e procedimentos a serem cumpridos pelos
conveniados e contratados, os quais devem constar, em anexo, dos convênios e contratos.

QUEM É O RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO AO DOENTE E PELA SAÚDE DA


POPULAÇÃO?
O principal responsável deve ser o município, através das suas instituições próprias ou de
instituições contratadas. Sempre que a complexidade do problema extrapolar a capacidade do
município resolvê-lo, o próprio serviço municipal de saúde deve enviar o paciente para outro
município mais próximo, capaz de fornecer a assistência adequada, ou encaminhar o problema para
suportes regionais e estaduais nas áreas de alimentação, saneamento básico, vigilância
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epidemiológica e vigilância sanitária. Deverá haver, sempre que possível, uma integração entre os
municípios de uma determinada região para que sejam resolvidos os problemas de saúde da
população.
Conforme o grau de complexidade do problema, entram em ação as secretarias estaduais de
saúde e/ou o próprio Ministério da Saúde.

PROGRAMAS DE SAÚDE

Existem grupos populacionais que estão mais expostos a riscos na sua saúde. Isto é
evidenciado pelos registros disponíveis de morbi-mortalidade, como por exemplo, menores de 01
ano, gestantes, idosos, trabalhadores urbanos e rurais sob certas condições de trabalho etc. A
intensidade e a peculiaridade dessa exposição variam bastante com os níveis sociais e características
epidemiológicas de cada região, e muitas vezes, da micro-região.
A exposição a riscos pode também ser vista e entendida em função de cada doença, como no
caso da Tuberculose, Câncer, Hanseníase, Doenças cardiovasculares, AIDS e outras. Portanto, no
planejamento da produção das ações de educação em saúde e de vigilância epidemiológica, vigilância
sanitária, controle de vetores e atendimento ambulatorial e hospitalar, devem ser normalizados alguns
procedimentos a serem dirigidos especialmente a situações de risco, com a finalidade de intensificar a
promoção, proteção e recuperação da saúde.
Daí vem o conceito e prática dos programas de saúde, que são parte da produção geral das
ações de saúde pelas instituições, unidades e profissionais da área. Como tal, os programas de Saúde
são eficientes para a população-alvo, somente quando as normas nacionais e estaduais respeitam as
condições sociais, epidemiológicas, institucionais e culturais existentes ao nível regional ou micro-
regional, passando por adaptações e até recriações nestes níveis.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Fundamentos da Assistência à Família em Saúde

A família como unidade de cuidado é a perspectiva que dá sentido ao processo de trabalho do


Programa de Saúde da Família (P.S.F.). Esta perspectiva tem as seguintes características:
- Requer que se defina família.
- A assistência está voltada à experiência da família ao longo do tempo, ou seja, considera a sua
história pregressa, atual e se preocupa com o futuro do agrupo familiar.
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- É dirigida à família, cujos membros encontram-se tanto sadios como doentes.


- O sistema familiar é influenciado por qualquer mudança de seus membros.
- Reconhece que a pessoa mais sintomática (doente) da família pode mudar com o tempo.
- Considera os relacionamentos entre os membros da família e reconhece que em algumas situações,
todos os indivíduos e o grupo familiar não atingirão o máximo de saúde simultaneamente.
- Busca focalizar as forças dos membros da família e do grupo familiar para promover o apoio mútuo
e o crescimento, quando possível.
- Considera os contextos cultural e da comunidade do grupo familiar, na facilitação das relações entre
a família e a comunidade.
- Implica no profissional interagir com a família.

O que é família?
É uma palavra que desperta diferentes imagens. Dependendo da área (Sociologia, Biologia,
Direito, por exemplo) e das variáveis selecionadas (ambiental, cultural, social ou religiosa, entre
outras) podem se focalizar aspectos específicos da família, o que resulta em uma gama muito ampla
de definições possíveis.
No entanto, para fins operacionais de processo de trabalho e de comunicação é fundamental
que uma definição seja adotada e partilhada pelos membros da equipe. Assim, pode-se considerar
a família como um sistema ou uma unidade cujos membros podem ou não estar relacionados ou viver
juntos, pode conter ou não crianças sendo elas de um único pai ou não. Nela existe um compromisso
e um vínculo entre os seus membros e as funções de cuidado da unidade consistem em proteção,
alimentação e socialização.
O aspecto relevante destes atributos é que eles permitem que sejam incluídas na definição as
várias formas de constituição familiar prevalentes na sociedade.
Ainda em relação ao aspecto operacional, a definição deve também considerar as crenças da
família sobre sua concepção de família. Assim, é fundamental perguntar, quem a família considera
ser "família", ainda que o P.S.F. só cadastre os componentes de famílias que residirem na área de
abrangência.
O que é saúde da família?
É imprescindível a compreensão de saúde da família como entidade distinta da saúde dos
indivíduos ou da soma da saúde dos indivíduos que compõem a família.
Saúde da família tem sido descrita como um estado ou processo da pessoa como um todo em
interação com o ambiente, sendo que a família representa um fator significativo no ambiente. A
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análise da saúde da família deve incluir simultaneamente saúde e doença além de indivíduo e
coletivo.
Algumas definições de saúde da família incluem a saúde individual dos membros da família e
o bom funcionamento da família na sociedade, que envolve muito mais do que saúde física. É por
isso que saúde da família também se refere ao funcionamento da família.
Assim, a definição deve compreender dois focos: o da saúde da família, relativo ao estado de
saúde dos indivíduos que a compõem, e o do funcionamento da família, como sendo uma descrição
avaliativa das funções e estruturas da família, compondo, portanto, um quadro onde o foco da
avaliação e da assistência está tanto na saúde de cada indivíduo corno na saúde da família como um
todo.

Família como unidade de saúde


É essencial a compreensão de família como a mais constante unidade de saúde para seus
membros. Seu funcionamento reflete a maneira como as necessidades de seus membros são
atendidas, pautada, em conhecimento e familiaridade com rotinas de cuidado e na capacidade para
detectar sinais de doença com base em evidências muitas vezes despercebidas aos outros. Devido às
suas características próprias de proximidade e convivência, a família tem melhores condições para
acompanhar os processos de saúde e de doença de seus membros.
Diante de tais considerações, a família não pode ser vista apenas como aquela que cumpre as
ações determinadas por profissionais de saúde. Ao reconhecer o papel da família em responder pela
saúde de seus membros, o profissional deve considerar as dúvidas, opiniões e a atuação da família na
proposição de suas ações.
Assim, a assistência à família como unidade de cuidado à saúde implica em conhecer como
cada família cuida e identifica suas forças, suas dificuldades e seus esforços para partilhar
responsabilidades. Com base nas informações obtidas, o profissional deve utilizar seu conhecimento
sobre cada uma delas, para, juntamente com ela, pensar e implementar a melhor assistência possível.

PROGRAMAS DE ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA

Apesar de o SUS existir desde 1988, seus princípios não foram imediatamente implantados
em função de uma estrutura política, econômica e dos serviços de saúde que desfavorecia o
atendimento das necessidades da população, uma vez que privilegiava a atenção à doença e a grupos
restritos.
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Com participação dos movimentos populares, as legislações elaboradas com o objetivo de


efetivar a implementação desses princípios apontaram a necessidade de organização de estratégias
que os consolidassem na prática dos serviços de saúde – o que ocorreu mediante a estruturação das
ações de vigilância da saúde, ampliando as responsabilidades do setor saúde e de outros setores
públicos sobre as condições de vida e saúde da população, reorganizando a assistência na perspectiva
da atenção básica.
Assim, chega-se ao entendimento de que a atenção básica, ao reunir elementos que permitem
a atuação relacionada à promoção da saúde e à prevenção de doenças, é capaz de responder às
necessidades básicas de saúde da população - a partir da identificação de seus determinantes.
Dessa forma, surgem os programas de atenção básica ampliada, como estratégia de
modificação da forma de organização da assistência prestada: o Programa de Agentes Comunitários
de Saúde (PACS), em 1991, e o Programa Saúde da Família (PSF), em 1994 - que ampliou as
atividades do PACS e incorporou os agentes comunitários de saúde e outros profissionais da área
(tais como o enfermeiro, o médico e o técnico de enfermagem) às suas atividades.
Embora seja denominado programa, o PSF é, antes de tudo, uma
estratégia cujo principal objetivo é reorientar as práticas de atenção à
saúde através da mudança do foco de atuação - do indivíduo para a
família e para o ambiente onde ela vive. Tal enfoque possibilita uma
visão ampliada do processo saúde-doença; além disso, permite
reorganizar a atenção básica “na lógica da vigilância à saúde,
representando uma concepção de saúde centrada na promoção da
qualidade de vida”.
O PSF busca integrar as ações voltadas para os vários aspectos da saúde dos indivíduos,
identificando junto aos mesmos suas necessidades e propondo soluções para os problemas. Age-se de
forma preventiva, contribuindo realmente para a reorganização da demanda através do conhecimento
da comunidade que se pretende assistir e do estabelecimento de prioridades junto a seus moradores.
As principais mudanças esperadas com a implantação da estratégia de Saúde da Família
presentes no modelo de assistência do PSF são:
 Mudança de enfoque – ao invés de dar atenção à doença, a preocupação estará centrada na
atenção à saúde;
 Atenção a todos os aspectos da saúde do indivíduo e de sua família - tanto os que merecem
ações preventivas (tabagistas) como os que necessitam de ações de promoção da saúde (gestantes) ou
curativas (pacientes em pós operatório), através de contato à unidade básica de saúde da família e
encaminhamento às unidades de referência, quando necessário;
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 Responsabilidade pela prestação de assistência por área territorial e população adstrita – tal
enfoque permite um planejamento mais adequado das atividades;
 Formação de equipe interdisciplinar adequada ao número de clientes
assistidos, com a incorporação do agente comunitário de saúde.

PSF- PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial,


operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de
saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias,
localizadas em uma área geográfica delimitada. Equipes atuam com ações de promoção da saúde,
prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da
saúde desta comunidade.

A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

Até o final do ano 2000, cerca de 3.100 municípios brasileiros tinham o PSF implantado, com
10.400 equipes atuando junto a aproximadamente 35 milhões de cidadãos.
Os governos e prefeituras recebem incentivos financeiros para o
desenvolvimento das atividades voltadas para a atenção básica e, de acordo com a legislação mais
recente, tornam-se os grandes responsáveis pelo desenvolvimento das mesmas.
As unidades de saúde da família devem caracterizar-se como porta de entrada dos usuários
para os serviços de saúde. Não devem servir apenas para a triagem e encaminhamento dos clientes,
mas sim desenvolver atividades de assistência que atendam aos problemas mais comuns da
população. Dessa forma, a unidade de saúde funcionaria como um “funil”, dando conta de
aproximadamente 85% da demanda exigida pela clientela.
Uma etapa importante, que deve ser realizada, consiste na
abertura de espaços de discussão e negociação entre gestores e
representantes da comunidade (Conselhos de Saúde, associações de
bairro, etc.) que se pretende assistir, ocasião em que se debaterá a
importância do programa, seus objetivos e propostas.
Além disso, a definição conjunta das prioridades reforça o
objetivo do PSF de promover o desenvolvimento integral da
comunidade que prevê a participação da comunidade no planejamento
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das ações de saúde para ela direcionadas. Tal estratégia torna mais fácil
o acertar, uma vez que a programação das ações elaboradas situa-se
cada vez mais próxima das necessidades da população. Dessa forma, o
mecanismo de controle social é fortalecido pela inserção dos
representantes da comunidade nos Conselhos de Saúde (municipais e
locais), estando em condições de contribuir mais efetivamente na
formulação de políticas nessa área.
Após implantada, a equipe do PSF inicia suas atividades com o cadastramento da clientela,
processo que permite a criação de vínculos entre as equipes e as famílias, a identificação dos fatores
relacionados às condições de saúde local e do âmbito onde as suas ações e de outros setores - como
habitação e saneamento - serão necessárias. Assim, faz-se necessário utilizar, para cada família, uma
ficha de cadastro contendo as seguintes informações:
 Dados demográficos – nome, data de nascimento, idade e sexo. No início da ficha encontram-
se os campos para preenchimento do endereço, fundamental para que a equipe se organize no
planejamento dos segmentos territoriais a assistir;
 Dados socioeconômicos - escolaridade, ocupação, meios de transporte utilizados;
 Dados socioculturais - religião, meios de comunicação utilizados, participação em grupos
comunitários;
 Dados sobre o meio ambiente - sistema de coleta de lixo, fonte de água para consumo, tipo de
casa, tratamento de água no domicílio, destino de dejetos;
 Dados de morbidade - presença de indivíduos portadores de doenças ou condições especiais,
serviços utilizados em caso de doença, aquisição de plano de saúde.
O resultado final das informações coletadas no período de cadastramento é denominado
diagnóstico de vida e saúde das comunidades, pois permite conhecer os problemas que serão
prioridades. Esse diagnóstico deve ser construído por toda a equipe, em conjunto com as famílias,
permitindo a detecção de fatores de risco que determinarão a prioridade de intervenção das equipes,
através da elaboração de um plano local para seu enfrentamento.
Diante desse plano, a equipe elabora seu processo de trabalho construído com objetivos
acordes com as necessidades da comunidade e as possibilidades da própria equipe.
O cadastramento possibilitará a alimentação do banco de dados criado exclusivamente para
armazenar informações sobre a atenção básica: o Sistema de Informações sobre Ações Básicas
(SIAB) – utilizado para avaliar os resultados obtidos com o desenvolvimento de atividades das
equipes do PSF e estudar as características das pessoas, dos domicílios e das condições de
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saneamento em que vivem as famílias sob responsabilidade das equipes (Ministério da Saúde, 2000).
A avaliação das atividades do programa considera, ainda, os indicadores de saúde produzidos, o
alcance das metas programadas, a satisfação da equipe de saúde da família e dos usuários e alterações
efetivas no modelo assistencial.

AS PRÁTICAS DE TRABALHO DA EQUIPE DO PSF

Dentro da proposta de reorganização das práticas de assistência


que orienta o PSF, novos e antigos instrumentos de trabalho foram
incorporados para proporcionar melhor execução das atividades e
facilitar o alcance dos objetivos de promoção da saúde. Além da
consulta médica e de enfermagem individual, também é comum a
realização de consultas conjuntas, com mais de um profissional
atendendo o cliente, visita domiciliar e formação de grupos.
Dessa maneira, a visita domiciliar garante o vínculo e o acesso
da equipe de saúde ao contexto familiar e social dos assistidos e destaca-se como uma atividade que
permite acompanhar regularmente a saúde da família, prestar ou supervisionar cuidados e identificar,
no domicílio e nas dinâmicas e relacionamentos do grupo familiar, os fatores que poderão auxiliar na
determinação do processo saúde-doença. A visita domiciliar reúne um conjunto de ações de saúde
voltadas para aspectos educativos e assistenciais, devendo ser planejada de acordo com as
necessidades de cada família.
Durante sua realização, a equipe do PSF consegue observar e identificar hábitos de vida que
devem ser discutidos, estimulados ou desaconselhados, favorecendo a manutenção da saúde dos
integrantes da família assistida.
Outra atividade da equipe de saúde de família é a internação domiciliar. A adoção desse
procedimento reduziu o número de internações hospitalares entre os habitantes de áreas assistidas
pelas equipes do PSF, embora não substitua a internação hospitalar.
Para que a internação domiciliar seja a atividade de escolha, faz-se necessário considerar as
condições clínicas dos clientes e a garantia da assistência pela equipe.
O principal objetivo dessa atividade é proporcionar a humanização do cuidado, a proximidade
com a família e garantir o conforto ao paciente, diante de uma condição que, adequadamente
monitorizada, pode ser perfeitamente acompanhada no ambiente do domicílio.
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Prática de grande impacto sobre a saúde da comunidade é a formação de grupos homogêneos,


reunidos nos espaços comunitários ou da própria unidade de saúde, de acordo com os recursos físicos
disponíveis.
Os grupos são excelentes oportunidades para que a equipe de saúde atue de forma
interdisciplinar, valorizando a participação de cada profissional na condução do processo de
discussão de determinada condição de saúde - como a gestação, por exemplo. Tal prática faz com que
a participação dos moradores cresça e que estes busquem, em conjunto, soluções para problemas
comuns, como a realização coletiva de exercícios por um grupo de idosos sedentários.
Consequentemente, promove-se o desenvolvimento comunitário.

O papel dos profissionais do PSF

Geralmente, as equipes de saúde da família são constituídas por, no mínimo, um médico, um


enfermeiro, um técnico em enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, sendo
formadas por meio de processo de seleção variável em cada município. Quando ampliada: cirurgião
dentista. Técnico de saúde bucal ( THD) e auxiliar de consultório dentário (ACD)
Na maioria das vezes, a capacitação é promovida pelos pólos de capacitação, criados com o
objetivo de preparar profissionais para trabalhar na perspectiva da promoção da saúde, em equipe e
com preocupações integrais, coletivas e sociais.
A capacitação dos mesmos é fundamental para que sejam desenvolvidas “ações humanizadas,
tecnicamente competentes e intersetorialmente articuladas”, viabilizadas através do preparo dos
profissionais em lidar com situações adversas presentes no cotidiano das ações das equipes de saúde
da família.
1- São Atribuições comuns a Todos os Profissionais:
I - participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe,
identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao trabalho,
e da atualização contínua dessas informações, priorizando as situações a serem acompanhadas no
planejamento local;
II - realizar o cuidado em saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de
saúde, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros), quando
necessário;
III - realizar ações de atenção integral conforme a necessidade de saúde da população local, bem
como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;
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IV - garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de promoção da saúde,


prevenção de agravos e curativas; e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização
das ações programáticas e de vigilância à saúde;
V - realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória e de outros
agravos e situações de importância local;
VI - realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações, proporcionando
atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
VII - responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando
esta necessita de atenção em outros serviços do sistema de saúde;
VIII - participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização
dos dados disponíveis;
IX - promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle social;
X - identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais com
a equipe, sob coordenação da SMS;
XI - garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais de informação na Atenção
Básica;
XII - participar das atividades de educação permanente; e
XIII - realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais.
O médico - é um profissional que se ocupa da saúde humana, promovendo saúde, prevenindo,
diagnosticando e tratando doenças, com competência e resolutividade, responsabilizando-se pelo
acompanhamento do plano terapêutico do usuário. Para que possa atender à demanda dos indivíduos
sob sua responsabilidade, deve realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea,
de forma compartilhada, consultas clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, quando indicado na
Unidade de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários, responsabilizando-se pela internação
hospitalar ou domiciliar e pelo acompanhamento do usuário. Além disso, o médico deve, em um
trabalho conjunto com o enfermeiro, realizar e fazer parte das atividades de educação permanente dos
membros da equipe e participar do gerenciamento dos insumos.

Enfermeiro - O profissional que exerce privativamente a direção dos órgãos de enfermagem e


integra a estrutura básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de
enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do técnico. Ao enfermeiro cabe atender a saúde
dos indivíduos e famílias cadastradas, realizando consulta de enfermagem, procedimentos, atividades
em grupo e, conforme protocolos, solicitar exames complementares, prescrever medicações e
gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros serviços. Cabem a ele também as atividades de
17

educação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e a avaliação das


atividades da equipe, de maneira particular do agente comunitário de saúde (ACS), que ocupa na ESF
papel fundamental para a manutenção do vínculo entre os usuários e a Unidade de Saúde.

Técnico de enfermagem - cabe, sob a supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos


regulamentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto em domicílio e
outros espaços da comunidade, educação em saúde e educação permanente.

 Participar do planejamento e organização das atividades a serem desenvolvidas e discutir a


forma como a equipe desenvolverá o trabalho;
 Desenvolver, com os agentes comunitários de saúde, atividades de identificação de famílias
cujos componentes estão expostos a riscos à saúde;
 Realizar visitas domiciliares, junto com o agente comunitário de saúde;
 Acompanhar a consulta de enfermagem dos indivíduos, auxiliando o enfermeiro na
identificação dos problemas, visando garantir o melhor monitoramento das condições do
cliente;
 Executar procedimentos de vigilância sanitária e epidemiológica nas áreas de atenção à saúde
dos indivíduos (crianças, mulheres, idosos, trabalhadores, adolescentes, portadores de
doenças transmissíveis ou crônico-degenerativas, etc.), de acordo com as prioridades
estabelecidas em conjunto pela equipe do PSF e comunidade.

O agente comunitário de saúde (ACS) - exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade,
devendo residir na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das
famílias/indivíduo/comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais.
capacitado para reunir informações de saúde sobre a comunidade e deve ter condição de dedicar oito
horas por dia ao seu trabalho. Realiza visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes
de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade. Estudos identificam que o
ACS, no seu dia a dia, apresenta dificuldade de lidar com o tempo, o excesso de trabalho, a
preservação do espaço familiar, o tempo de descanso, a desqualificação do seu trabalho e o cansaço
físico. A esses profissionais cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo esses cadastros
sempre atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis.
Devem acompanhá-las, por meio de visitas domiciliarias e ações educativas individuais e coletivas,
buscando sempre a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS. Devem
desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à
18

saúde, mantendo como referência a média de uma visita/família/mês ou, considerando os critérios de
risco e vulnerabilidade, em número maior. A eles cabe “o acompanhamento das condicionalidades do
Programa Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e
enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e municipal de acordo
com o planejamento da equipe”. O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da
população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de
Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe.

Do Cirurgião Dentista:
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a
programação em saúde bucal;
II - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das
urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais;
III - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as
famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com resolubilidade;
IV - encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo sua
responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento;
V - coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças
bucais;
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar.
VII - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF;
VIII - realizar supervisão técnica do THD e ACD; e
IX - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.

Do Técnico em Higiene Dental (THD):

I - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e reabilitação)


individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e
de acordo com suas competências técnicas e legais;
II - coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos;
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III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar.
IV - apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; e
V - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.

Do auxiliar de Consultório Dentário (ACD):

I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos,
mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
II - proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados;
III - preparar e organizar instrumental e materiais necessários;
IV - instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos;
V - cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;
VI - organizar a agenda clínica;
VII - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar; e
VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.

Atenção Primária de Saúde - Elenco de Ações Prioritárias

Atendimento Programado
• Vacinação de rotina, incluindo a vacina contra raiva animal;
• Controle das Doenças infectocontagiosas de notificação obrigatória;
• Controle de Diabetes e Hipertensão;
• Atenção ao adolescente e à mulher;
• Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, com atenção especial para os
grupos de risco, incluindo a recuperação dos desnutridos
• Controle das endemias;
• Atenção básica em saúde bucal;
• Vigilância Epidemiológica;
• Vigilância Sanitária;
• Assistência Farmacêutica
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Atendimento à Demanda Espontânea


• Clínica médica
• Pediatria;
• Ginecologia obstetrícia;
• Pequenas cirurgias que possam ser realizadas por médico generalista
• Urgência e emergência realizada por médico generalista
• Odontologia - Atendimento de urgência e emergência

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Conceito de Território
Território é um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. Ele pode ser
analisado sob três vertentes básicas:
Política ou jurídico-política: o território é visto como espaço delimitado e controlado,
através do qual se exerce um determinado poder.
Cultural ou simbólico-cultural: aquele que prioriza a dimensão simbólica e mais subjetiva, em que
o território é visto, sobretudo, como produto da apropriação/valorização de um grupo em relação ao
seu espaço vivido.
Econômica: enfatiza-se a dimensão espacial das relações econômicas; o território é visto como fonte
de recurso ou é incorporado no embate entre classes sociais ou na relação capital/trabalho,
como produto da divisão territorial do trabalho.

Cadastramento/Adscrição de Clientela
Um dos termos largamente empregados para descrever a relação serviço-território-população
é a adscrição, que diz respeito ao território sob responsabilidade da Equipe de Saúde
da Família. Esta relação é explicitada em documento anterior que trata da organização do programa,
segundo o qual cada equipe teria a responsabilidade pela cobertura de uma área geográfica que
contenha números estabelecidos de pessoas.

A Visita Domiciliar
21

Visita domiciliária – VD é um conjunto de ações de saúde voltadas para


o atendimento, tanto educativo como assistencial. Como é realizada no âmbito domiciliar,
proporciona uma dinâmica nos programas de atenção à saúde.

A VD tem uma importância de grande valia na área da saúde. É através dela que
podemos avaliar as condições ambientais e físicas em que vivem o indivíduo e sua
família, procurando pre star assistência, acompanhar o seu trabalho, levantar dados sobre
condições d e habitação e saneamento e aplicar medidas de controle, nas doenças
transmissíveis ou sanitárias, e principalmente educar.
A VD é um método de trabalho em enfermagem que tem como objetivo principal levar
ao indivíduo, no seu domicílio, cuidados (assistência) e orientação sobre saúde.
Este objetivo é atingido através de:
- supervisão de cuidados prestados pela família, ou por um de seus membros;
- prestação de cuidados de enfermagem no domicílio, quando necessário;
- levantar dados sobre as condições de saneamento em que vive a família, por meio de entrevistas e
observações;
- orientação sobre a prestação dos cuidados no domicílio, assuntos de higiene geral, etc.
A VD apresenta algumas vantagens na sua execução:
- o profissional de saúde leva os conhecimentos dentro do meio ambiente do grupo familiar,
caracterizado por condições peculiares de habitação e higiene. Torna mais fácil um planejamento de
ações de enfermagem de acordo com condições observadas no domicílio;
- um melhor relacionamento do grupo familiar com o profissional de saúde, por ser sigiloso e menos
forma;
- há uma maior liberdade para se expor os mais variados problemas, tendo-se um tempo maior, do
que nas dependências dos serviços de saúde.
As três principais desvantagens ou limitações são:
- uma série de problemas, como horário de trabalho e afazeres domésticos, pode impossibilitar ou
dificultar a sua realização;
- ocorre um gasto de tempo maior, tanto em locomoção como na execução da visita;
- é um método dispendioso, pois demanda custo de pessoal e de locomoção.
Critérios de prioridades da VD:
- Crianças:
- recém-nascidas de risco;
- ausências para convocações de vacinas (busca ativa).
22

- Adultos:
- que apresentam problemas de saúde e que necessitam de assistência de saúde no domicílio;
- faltosos, para determinar as reais causas da ausência (hipertensos, diabéticos, entre outros);
- portadores e comunicadores de doenças transmissíveis vigentes de notificação compulsória
(tuberculose, hansenianos, entre outros).
- Gestantes:
- gestantes consideradas de alto risco;
- gestantes faltosas e que não respondem à convocação (busca ativa).

Para o sucesso de uma VD é necessário, em primeiro lugar, termos uma sequencia bem
elaborada dos passos:
1 - Planejamento
2 - Execução
3 - Registro de dados
4 - Avaliação

PLANEJAMENTO: é a primeira fase do trabalho e irá mostrar o desenvolvimento da VD. Ao se


fazer o planejamento da VD levaremos em consideração: seleção das visitas, coleta de dados, plano
de VD e preparo do material.
 Seleção das visitas: como se faz várias visitas durante o período de trabalho, deve-se levar
em conta:
- o tempo disponível para visita;
- o horário de preferência designado pela família, que não atrapalhe os afazeres domésticos;
- os tipos de doenças com maior prioridade;
- o itinerário que facilite a locomoção.
 Plano da VD constitui-se de alguns critérios:
- Identificação do cliente/família – endereço completo, ponto de referência, telefone, número do
cadastro da família e/ou do prontuário do cliente.
- Objetivo geral – o que pretendemos alcançar na VD, qual nossa meta?
- Objetivos específicos – o que precisamos fazer, conhecer para alcançarmos nossa meta?
- Dados sobre as condições de saúde do cliente/família – diagnóstico médico, tratamento
medicamentoso, condições sanitárias, socioeconômicas.
23

- Material utilizado/necessário para VD – estetoscópio, esfigmomanômetro, pacote de curativo,


material impresso, pacote de curativo, entre outros. - Tempo de execução – estimar o tempo, em
média 30 - 45 minutos.
- Assistência de enfermagem – descrever os cuidados de enfermagem que serão orientados;

EXECUÇÃO: A VD é uma atividade profissional e não social. Na execução da visita, os objetivos


poderão ser alterados de acordo com as intercorrências. O profissional da área de saúde, ao fazer uma
visita domiciliária, deverá seguir na medida do possível algumas regras:
- atender na medida do possível as prioridades traçadas;
- usar linguagem clara, de acordo com o nível da família;
- não fornecer seus dados pessoais;
- permitir que as famílias falem claramente dos problemas que as afligem no seu viver diário;
- dar assistência de enfermagem, procurando usar meios adaptáveis, mas sem interferir nos princípios
científicos que norteiam as técnicas;
- observar o meio ambiente e as reações das pessoas frente aos problemas de saúde;
- manter contato discreto e amável e não interferir nos afazeres domésticos;
- evitar comer e beber alimentos oferecidos pela família, porque ocorre perda de tempo e a visita
pode fugir ao seu objetivo, além do que o visitador poderá se contaminar (em casos específicos) ou a
família oferecer o que tem somente;
- ao término da visita, deverá ser feita de maneira clara e global uma avaliação de como se deu a
visita, anotando-se os pontos negativos e positivos da mesma, para uma posterior modificação dos
objetivos a se alcançar.

REGISTROS DE DADOS: É através de anotações sucintas, legíveis e objetivas nos prontuários ou


relatórios que se poderá dar continuidade ao trabalho e uma dinâmica real ao programa de
atendimento; além disso, levar-se-á ao indivíduo, à família e à comunidade, uma melhor qualidade de
vida, no que diz respeito à saúde.

AVALIAÇÃO: O sistema de avaliação das VD deverá levar em consideração se, através do plano de
visita, da observação e das ações educativas ou curativas, os objetivos foram alcançados. Além disso,
deve-se também avaliar quais foram os pontos positivos e negativos, se as soluções das prioridades
foram realmente atingidas e se a família progrediu na resolução de seus problemas.
No processo de avaliação, é necessário que toda a equipe de saúde discuta os resultados e as
soluções da visita, conseguindo planejar e executar as demais atividades.
24

AÇÕES DE ENFERMAGEM:
A VD é uma atividade que poderá ser executada pelo enfermeiro, visitador domiciliar,
técnico em enfermagem, médico, agente de saúde, portanto toda a equipe. De acordo
com a problemática do cliente e/ou família, a enfermagem poderá solicitar auxílio dos
demais profissionais de saúde (por exemplo: assistente social, psicólogo).
Para desenvolvimento dessa atividade, é necessária o conhecimento adequado do
assunto, pois a família e o cliente possuem os mais variados diagnósticos, diferentes
necessidades e problemas:
Atenção domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à saúde, prevenção,
tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio.
Assistência domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e
continuadas desenvolvidas em domicílio.
Internação domiciliar: conjunto de atividades prestadas no domicílio, caracterizadas pela
atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico mais complexo e com necessidade de
tecnologia especializada.
Pacientes com problemas agudos ou egressos de hospitalização, que exijam uma atenção
mais intensa, mas que possam ser mantidos em casa, desde que disponham de equipamentos,
medicamentos e acompanhamento diário pela equipe da UBS e a família assuma parcela dos
cuidados.
Atendimento domiciliar: é o cuidado prestado no domicílio, para pessoas com problemas
agudos, e que em função disto estejam temporariamente impossibilitadas de comparecer à Unidade
Básica de Saúde (UBS).
Acompanhamento domiciliar: pessoas que necessitem contatos frequentes e programáveis
com os profissionais da Equipe: portador de doença crônica com dependência física, fase terminal,
idosos com dificuldade de locomoção ou sozinhos, egressos do hospital, que necessitem
acompanhamento por condição incapacitante, problemas de saúde, incluindo doença mental, o qual
determine dificuldades de locomoção ou adequação ao ambiente da Unidade de Saúde.
Vigilância domiciliar: é decorrente do comparecimento de um integrante da equipe até o
domicilio para realizar ações de promoção,prevenção, educação e busca ativa da população de sua
área de responsabilidade, geralmente vinculadas à vigilância da saúde que a Unidade desenvolve:
- Ações preventivas: visitas a puérperas, busca de recém-nascidos, busca ativa dos Programas de
Prioridades, abordagem familiar para diagnóstico e tratamento;
25

- Acompanhamento de Egressos Hospitalares: a assistência domiciliar pode ser importante


instrumento para prevenção de reinternações, bem como para abordagem de problemas recorrentes
de saúde.
Duas formas de visita:
 A visita domiciliar fim: com objetivos específicos de atuação,
 A visita domiciliar meio: na qual realiza-se a busca ativa promoção e prevenção da saúde.

A EXCELÊNCIA DO ATENDIMENTO
É fundamental entender que a Visita Domiciliar não é um trabalho de caridade, nem
tampouco uma Visita Social.
O profissional deve ter objetivos claros ao adentrar a casa do paciente.
A qualidade da avaliação não deve ser prejudicada pelas dificuldades inerentes ao
atendimento em domicílio.
As visitas devem ser realizadas inicialmente em equipe, o que possibilita um agendamento
de tarefas multiprofissionais em conformidade com um debate prévio. Neste momento o ACS deve
sempre encabeçar o grupo, procurando-se legitimar a sua representatividade.
Agendar a VD por vezes representa um dilema na equipe. Em alguns casos, há a necessidade
de conhecer a família na sua espontaneidade cotidiana, o que pode entretanto gerar problemas quanto
a invasão da privacidade desta.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

Dos Princípios e Diretrizes Gerais da Atenção Básica


A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e
coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de
desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos
determinantes e condicionantes de saúde das coletividades.
É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e
participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas
quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em
que vivem essas populações.
Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das
demandas e necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando
26

critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade
de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das
pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de
comunicação da Rede de Atenção à Saúde.
Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade
do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da
participação social. A atenção básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção
sociocultural, buscando produzir a atenção integral.

A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes:


I- Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, a programação
descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos
condicionantes e nos determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território,
sempre em consonância com o princípio da equidade;
II- Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos,
caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção, acolhendo os
usuários e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de
saúde.
O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe
uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do princípio de que a
unidade de saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo
universal e sem diferenciações excludentes.
O serviço de saúde deve se organizar para assumir sua função central de acolher, escutar e
oferecer uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da
população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se responsabilizar pela resposta, ainda
que esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede. A proximidade e a capacidade de
acolhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade são fundamentais para a efetivação da
atenção básica como contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção;
III- Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a
população adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A
adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a
profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.
27

O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o
usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização
pela saúde, construído ao longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico.
A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com construção
de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo
permanente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida dos
usuários, ajustando condutas quando necessário, evitando a perda de referências e diminuindo os
riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do
cuidado;
IV- Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando as ações programáticas e
demanda espontânea; articulando as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à
saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias
a estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma
multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do cuidado integral do usuário e
coordenando-o no conjunto da rede de atenção.
A presença de diferentes formações profissionais, assim como um alto grau de articulação
entre os profissionais, é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas também
tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência
profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de competências, ampliando, assim, a
capacidade de cuidado de toda a equipe.
Essa organização pressupõe o deslocamento do processo de trabalho centrado em
procedimentos, profissionais para um processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o
imperativo ético-político que organiza a intervenção técnico-científica; e
V- Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos
determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir
de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social.
A Política Nacional de Atenção Básica considera os ter- mos “atenção básica” e “Atenção
Primária à Saúde”, nas atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos: os princípios
e as diretrizes definidos neste documento. A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da
Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica.
A qualificação da Estratégia Saúde da Família e de outras estratégias de organização da
atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS, configurando um processo
progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais.
28

Das Funções na Rede de Atenção à Saúde


Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define a organização de Redes de
Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de
saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços
de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma
complementar e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a atenção básica
estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema, constituída de
equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e atendendo
às suas necessidades de saúde.
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que “o
acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada”. Nesse sentido, a atenção básica deve
cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde, são
elas:
I- Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de
descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária;
II- Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando
diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de
construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de
ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;
III- Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como
acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o
centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos
usuários por meio de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a
gestão compartilhada da atenção integral.
Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas,
comunitárias e sociais. Para isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do
cuidado, tais como: gestão das listas de espera (encaminhamentos para consultas especializadas,
procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de atenção organizados sob a
lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos-sentinela e incidentes
críticos, entre outros.
As práticas de regulação realizadas na atenção básica devem ser articuladas com os processos
regulatórios realizados em outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade
29

da microrregulação realizada pelos profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de


atenção nas condições e no tempo adequado, com equidade; e
IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade,
organizando-as em relação aos outros pontos de atenção, contribuindo para que a programação dos
serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários.

Das Responsabilidades

São Responsabilidades Comuns a Todas as Esferas de Governo:


I- Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com base nos fundamentos e
diretrizes assinalados;
II- Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família pelos serviços municipais de saúde
como tática prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica à Saúde;
III- Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, de acordo
com suas responsabilidades;
IV- Contribuir com o financiamento tripartite da atenção básica;
V- Estabelecer, nos respectivos planos de saúde, prioridades, estratégias e metas para a organização
da atenção básica;
VI- Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de
trabalho para gestão e atenção à saúde, valorizar os profissionais de saúde estimulando e viabilizando
a formação e educação permanente dos profissionais das equipes, a garantia de direitos trabalhistas e
previdenciários, a qualificação dos vínculos de trabalho e a implantação de carreiras que associem
desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados aos usuários;
VII- Desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informações da atenção básica de
acordo com suas responsabilidades;
VIII- Planejar, apoiar, monitorar e avaliar a atenção básica;
IX- Estabelecer mecanismos de controle, regulação e acompanhamento sistemático dos resultados
alcançados pelas ações da atenção básica, como parte do processo de planejamento e programação;
X- Divulgar as informações e os resultados alcançados pela atenção básica;
XI- Promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas
que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à atenção
básica;
30

XII- Viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organi- zações governamentais, não
governamentais e do setor privado, para fortalecimento da atenção básica e da Estratégia Saúde da
Família no País; e
XIII- Estimular a participação popular e o controle social.

Compete Ao Ministério Da Saúde:


I- Definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as
diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica;
II- Garantir fontes de recursos federais para compor o financia- mento da atenção básica;
III- Prestar apoio institucional aos gestores dos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios no
processo de qualificação e de consolidação da atenção básica;
IV- Definir, de forma tripartite, estratégias de articulação com as gestões estaduais e municipais do
SUS, com vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da atenção básica;
V- Estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos técnicos e
pedagógicos que facilitem o processo de gestão, formação e educação permanente dos gestores e
profissionais da atenção básica;
VI- Articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos
cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde visando à formação de profissionais e gestores
com perfil adequado à atenção básica; e
VII - Apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Estaduais,
Municipais e do Distrito Federal, para formação e garantia de educação permanente para os
profissionais de saúde da atenção básica.

Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal:


I- Pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), estratégias, diretrizes e normas de
implementação da atenção básica no Estado, de forma complementar às existentes, desde que não
haja restrições destas e que sejam respeitados as diretrizes e os princípios gerais regulamentados
nesta portaria;
II- Destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da atenção básica prevendo,
entre outras, formas de repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
III- Ser corresponsável pelo monitoramento da utilização dos recursos federais da atenção básica
transferidos aos municípios;
IV- Submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades constatadas na execução dos recursos
do Bloco de Atenção Básica, conforme regulamentação nacional, visando à (ao):
31

a) Aprazamento para que o gestor municipal corrija as irregularidades;


b) Comunicação ao Ministério da Saúde;
c) Bloqueio do repasse de recursos ou demais providências, conforme regulamentação nacional,
consideradas necessárias e devidamente oficializadas pela CIB;
V- Analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sistemas de informação, utilizá-los no
planejamento e divulgar os resulta- dos obtidos;
VI- Verificar a qualidade e a consistência dos dados enviados pelos municípios por meio dos
sistemas informatizados, retornando in- formações aos gestores municipais;
VII- Consolidar, analisar e transferir para o Ministério da Saúde os arquivos dos sistemas de
informação enviados pelos municípios de acordo com os fluxos e prazos estabelecidos para cada
sistema;
VIII- Prestar apoio institucional aos municípios no processo de implantação, acompanhamento e
qualificação da atenção básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família;
IX- Definir estratégias de articulação com as gestões municipais do SUS com vistas à
institucionalização da avaliação da atenção básica;
X- Disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de
formação e educação permanente dos membros das equipes de gestão e de atenção à saúde;
XI- Articular instituições, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e
garantia de educação permanente aos profissionais de saúde das equipes de atenção básica e das
equipes de Saúde da Família; e
XII- Promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios, para disseminar
tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da atenção básica.

Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal:


I- Pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, por meio do Cosems, estratégias, diretrizes e
normas de implementação da atenção básica no Estado, mantidas as diretrizes e os princípios gerais
regulamentados nesta portaria;
II- Destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite da atenção básica;
III- Ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, pelo
monitoramento da utilização dos recursos da atenção básica transferidos aos municípios;
IV- Inserir a Estratégia Saúde da Família em sua rede de serviços como tática prioritária de
organização da atenção básica;
V- Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de atenção básica, de forma universal, dentro
do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo Estado e pela União;
32

VI- Prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de implantação, acompanhamento e


qualificação da atenção básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família;
VII- Definir estratégias de institucionalização da avaliação da atenção básica;
VIII- Desenvolver ações e articular instituições para formação e garantia de educação permanente
aos profissionais de saúde das equipes de atenção básica e das equipes de Saúde da Família;
IX- Selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de
atenção básica, em conformidade com a legislação vigente;
X- Garantir a estrutura física necessária para o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e para
a execução do conjunto de ações propostas, podendo contar com apoio técnico e/ou financeiro das
Secretarias de Estado da Saúde e do Ministério da Saúde;
XI- Garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o funcionamento das
Unidades Básicas de Saúde e para a execução do conjunto de ações propostas;
XII- Programar as ações da atenção básica a partir de sua base territorial e de acordo com as
necessidades de saúde das pessoas, utilizando instrumento de programação nacional ou
correspondente local;
XIII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados alimentados nos sistemas
nacionais de informação a serem enviados às outras esferas de gestão, utilizá-los no planeja- mento e
divulgar os resultados obtidos;
XIV - Organizar o fluxo de usuários visando à garantia das referências a serviços e ações de saúde
fora do âmbito da atenção básica e de acordo com as necessidades de saúde dos usuários;
XV - Manter atualizado o cadastro no sistema de cadastro nacional vigente dos profissionais, de
serviços e de estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, sob sua gestão; e
XVI - Assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os profissionais que compõem as
equipes de atenção básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no SCNES e a
modalidade de atenção.

EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA

A consolidação e o aprimoramento da atenção básica como importante reorientadora do


modelo de atenção à saúde no Brasil requerem um saber e um fazer em educação permanente que
sejam encarnados na prática concreta dos serviços de saúde. A educação permanente deve ser
constitutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado, gestão e participação popular.
O redirecionamento do modelo de atenção impõe claramente a necessidade de transformação
permanente do funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das equipes, exigindo de seus
33

atores (trabalhadores, gestores e usuários) maior capacidade de análise, intervenção e autonomia para
o estabelecimento de práticas transformadoras, a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos
entre concepção e execução do trabalho.
Nesse sentido, a educação permanente, além da sua evidente dimensão pedagógica, deve ser
encarada também como uma importante “estratégia de gestão”, com grande potencial provocador de
mudanças no cotidiano dos serviços, em sua micropolítica, bastante próximo dos efeitos concretos
das práticas de saúde na vida dos usuários, e como um processo que se dá “no trabalho, pelo trabalho
e para o trabalho”.
A educação permanente deve embasar-se num processo pedagógico que contemple desde a
aquisição/atualização de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que parte dos problemas e
desafios enfrentados no processo de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas por
múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho
etc.) e que considerem elementos que façam sentido para os atores envolvidos (aprendizagem
significativa).

Do Processo de Trabalho das Equipes de Atenção Básica

São características do processo de trabalho das equipes de atenção básica:


I- Definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes;
II- Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades
de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de
saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o
planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e
recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida,
sexo e patologias, dificultando o acesso dos usuários;
III- Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-
comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a
persistência de doenças e danos evitáveis;
IV- Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade
de saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à
demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências;
V- Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita;
34

VI- Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território
(salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação
planejada;
VII- Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população,
no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos
usuários;
VIII- Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como a
participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento à autonomia e protagonismo
dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as
condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das
necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras;
IX- Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações
na sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do
planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;
X- Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o
desenvolvimento de uma atenção integral;
XI- Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e
XII- Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde
controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade
de saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de
saúde, e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos.

Equipes do Consultório na Rua


A responsabilidade pela atenção à saúde da população de rua, como de qualquer outro
cidadão, é de todo e qualquer profissional do Sistema Único de Saúde, com destaque especial para
a atenção básica. Em situações específicas, com o objetivo de ampliar o acesso desses usuários à rede
de atenção e ofertar de maneira mais oportuna atenção integral à saúde, pode-se lançar mão das
equipes dos Consultórios na Rua, que são equipes da atenção básica, compostas por profissionais de
saúde com responsabilidade exclusiva de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas em
situação de rua.
As equipes deverão realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua,
em instalações específicas, na unidade móvel e também nas instalações das Unidades Básicas de
Saúde do território onde está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as
demais equipes de atenção básica do território (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção
35

Psicossocial, da Rede de Urgência e dos serviços e instituições componentes do Sistema Único de


Assistência Social, entre outras instituições públicas e da sociedade civil.
As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir a carga horária mínima semanal de 30
horas. Porém seu horário de funcionamento deverá ser adequado às demandas das pessoas em
situação de rua, podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana.
As equipes dos Consultórios na Rua podem estar vinculadas aos Núcleos de Apoio à Saúde da
Família e, respeitando os limites para vinculação, cada equipe será considerada como uma equipe de
Saúde da Família para vinculação ao NASF.
Em municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua, o cuidado integral das pessoas
em situação de rua deve seguir sendo de responsabilidade das equipes de atenção básica, incluindo os
profissionais de saúde bucal e os NASF do território onde essas pessoas estão concentradas. Para
cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de cada município, serão tomados como base os
dados dos censos populacionais relacionados à população em situação de rua realizados por órgãos
oficiais e reconhecidos pelo Ministério da Saúde.
Caso seja necessário o transporte da equipe para a realização do cuidado, nos sítios de atenção
da população sem domicílio, o gestor poderá fazer a opção de agregar ao incentivo financeiro mensal
o componente de custeio da unidade móvel.

NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar a
abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.
São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de
conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes de
Saúde da Família, das equipes de atenção básica para populações específicas (Consultórios na Rua,
equipes Ribeirinhas e Fluviais etc.) e Academia da Saúde, compartilhando as práticas e saberes em
saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes, atuando diretamente no apoio matricial às
equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território dessas equipes.
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades
físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo
(estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir
das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou Academia da Saúde, atuar de
forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, Cerest, Ambulatórios
Especializados etc.), além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.
36

A responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as equipes de Saúde da


Família/equipes de atenção básica para populações específicas prevê a revisão da prática do
encaminhamento com base nos processos de referência e contrarreferência, ampliando-a para um
processo de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das
equipes de atenção básica, atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel de coordenação
do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde.
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS
principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de
análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto
sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: discussão
de casos, atendimento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos,
educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais e da
coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de
trabalho das equipes etc.
Todas as atividades podem se desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde, Academias da
Saúde ou em outros pontos do território. Os NASF devem utilizar as Academias da Saúde como
espaços que ampliam a capacidade de intervenção coletiva das equipes de atenção básica para as
ações de promoção de saúde, buscando fortalecer o protagonismo de grupos sociais em condições de
vulnerabilidade na superação de sua condição.
Poderão compor os NASF as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações (CBO):
médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física; farmacêutico;
fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista;
médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico
internista (clínica médica); médico do trabalho; médico veterinário; profissional com formação em
arte e educação (arte educador); e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na
área de saúde com pós graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma
dessas áreas.
A composição de um NASF será definida pelos gestores municipais, seguindo os critérios de
prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes
de saúde que serão apoiadas.
O NASF deve funcionar em horário de trabalho coincidente com o das equipes de Saúde da
Família e/ou equipes de atenção básica para populações específicas que apoiam.
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única unidade de saúde, localizada
preferencialmente dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
37

atenção básica para populações específicas, às quais estão vinculados, não recomendada a existência
de uma unidade de saúde ou serviço de saúde específicos para a equipe de NASF.

Cálculo do Teto das Equipes de Atenção Básica

Para o cálculo do teto máximo de equipes de Saúde da Família, de agentes comunitários de


saúde, de equipes de Saúde Bucal e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, a fonte de dados
populacionais utilizada será a mesma vigente para cálculo do recurso per capita definida pelo IBGE e
publicada pelo Ministério da Saúde.
Do Financiamento da Atenção Básica

O financiamento da atenção básica deve ser tripartite. No âmbito federal, o montante de


recursos financeiros destinados à viabilização de ações de atenção básica à saúde compõe o Bloco de
Financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do Bloco de Financiamento de Investimento.
Seus recursos deverão ser utilizados para financiamento das ações de atenção básica descritas na
RENASES e nos planos de saúde do município e do Distrito Federal.
Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios são efetuados em conta aberta
especificamente para esse fim, de acordo com a normatização geral de transferências de recursos
fundo a fundo do Ministério da Saúde, com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos
Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos Estados e do Distrito Federal.
O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamentos, assim como seus identificadores
literais, que constarão nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o objeto de cada
lançamento em conta. O aviso de crédito deverá ser enviado ao secretário de Saúde, ao Fundo de
Saúde, ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério Público dos respectivos níveis de
governo.
Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais mensais devidamente atualizados
relativos aos recursos repassados a essas contas ficarão, permanentemente, à disposição dos
conselhos responsáveis pelo acompanhamento, e a fiscalização, no âmbito dos municípios, dos
Estados, do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais, estaduais e municipais, de controle
interno e externo.
As Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as informações ao
DATASUS, observando cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde.
38

Da mesma forma, a prestação de contas dos valores recebidos e aplicados no período deve ser
aprovada no Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado ou
município e à Câmara Municipal.
A demonstração da movimentação dos recursos de cada conta deverá ser efetuada, seja na
prestação de contas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, mediante a apresentação de:
I- Relatórios mensais da origem e da aplicação dos recursos;
II- Demonstrativo sintético de execução orçamentária;
III- Demonstrativo detalhado das principais despesas; e
IV- Relatório de gestão.
O relatório de gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recursos financeiros resultou
em ações de saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de produção de
serviços de atenção básica.
Programa Nacional de Imunização O Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Visa contribuir para o controle ou erradicação das doenças infecto-contagiosas e imunopreviníveis,


tais como a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e
outras, mediante a imunização sistemática da população.
O Programa foi formulado em 1973, a partir de uma proposta básica elaborada por técnicos
do Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde e da Central de
Medicamentos CEME - Presidência da República) e renomados sanitaristas e infectologistas. O P.N.I
é parte integrante do Programa da Organização Mundial de Saúde, com o apoio técnico, operacional
e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary.
O objetivo fundamental do P.N.I é possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma
avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos
imunos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em
determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o
controle do estoque de imunos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar
sua aquisição e distribuição.

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de


dezembro de 2007, surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da
Educação, na perspectiva da atenção integral (promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação da
39

saúde e formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico, no âmbito das
escolas e Unidades Básicas de Saúde, realizada pelas equipes de saúde da atenção básica e educação
de forma integrada, por meio de ações de:
I- Avaliação clínica e psicossocial que objetivam identificar necessidades de saúde e garantir a
atenção integral a elas na Rede de Atenção à Saúde;
II- Promoção e prevenção que articulem práticas de formação, educativas e de saúde, visando à
promoção da alimentação saudável, à promoção de práticas corporais e atividades físicas nas escolas,
à educação para a saúde sexual e reprodutiva, à prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas, à
promoção da cultura de paz e prevenção das violências, à promoção da saúde ambiental e
desenvolvimento sustentável; e
III- Educação permanente para qualificação da atuação dos profissionais da educação e da saúde e
formação de jovens.
A gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas e corresponsáveis. A articulação
intersetorial das redes públicas de saúde, de educação e das demais redes sociais se dá por meio dos
Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI) – federal, estadual e municipal –, que são responsáveis pela
gestão do incentivo financeiro e material, pelo apoio institucional às equipes de saúde e educação na
implementação das ações, pelo planejamento, monitoramento e avaliação do programa.
Sobre o processo de implantação, credenciamento, cálculo dos tetos das equipes de atenção
básica, e do financiamento do Bloco de Atenção Básica:

PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA


ATENÇÃO BÁSICA – PMAQ AB

O PMAQ é um programa que tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a
melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável
nacional, regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações
governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.
Uma das principais diretrizes atuais do Ministério da Saúde é executar a gestão pública
com base na indução, monitoramento e avaliação de processos e resultados mensuráveis, garantindo
acesso e qualidade da atenção em saúde a toda a população.
Nesse sentido, diversificados esforços têm sido empreendidos no sentido de ajustar as
estratégias previstas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) na direção de reconhecer
a qualidade dos serviços de Atenção Básica (AB) ofertados à sociedade brasileira e
estimular a ampliação do acesso e da qualidade nos mais diversos contextos existentes no país.
40

Nos últimos anos, com o alcance de uma cobertura estimada de mais de metade da
população brasileira pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e uma cobertura populacional por
outros modelos de AB que pode variar entre 20% e 40%, a questão da qualidade da gestão e
das práticas das equipes de AB tem assumido maior relevância na agenda dos gestores do Sistema
Único de Saúde (SUS).

Nesse sentido, o Ministério da Saúde (MS) propõe várias iniciativas centradas na


qualificação da AB e, entre elas, destaca-se o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da
Qualidade da Atenção Básica (PMAQ).
O PMAQ foi instituído pela portaria de n º1.654 GM/MS do dia 19 de julho de 2011 e foi
produto de um importante processo de negociação e pactuação das três esferas de gestão do SUS
que contou com vários momentos nos quais, Ministério da Saúde e os gestores municipais e
estaduais, representados pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(CONASEMS) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), respectivamente,
debateram e formularam soluções para viabilizar um desenho do Programa que possa permitir
a ampliação do acesso e melhoria da qualidade da Atenção Básica em todo o Brasil.
O principal objetivo do Programa é induzir a ampliação do acesso e a melhoria da
qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional,
regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações
governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.
Entre os seus objetivos específicos, podemos destacar:
I - Ampliar o impacto da AB sobre as condições de saúde da população e sobre a
satisfação dos seus usuários, por meio de estratégias de facilitação do acesso e melhoria da
qualidade dos serviços e ações da AB;
II - Fornecer padrões de boas práticas e organização das UBS que norteiem a melhoria da
qualidade da AB;
III - Promover maior conformidade das UBS com os princípios da AB, aumentando a
efetividade na melhoria das condições de saúde, na satisfação dos usuários, na qualidade
das práticas de saúde e na eficiência e efetividade do sistema de saúde;
IV - Promover a qualidade e inovação na gestão da AB, fortalecendo os processos de
Auto avaliação, Monitoramento e Avaliação, Apoio Institucional e Educação Permanente nas
três esferas de governo;
V - Melhorar a qualidade da alimentação e uso dos Sistemas de Informação como
ferramenta de gestão da AB;
41

VI - Institucionalizar uma cultura de avaliação da AB no SUS e de gestão com base na indução e


acompanhamento de processos e resultados;
VI - Estimular o foco da AB no usuário, promovendo a transparência dos processos de gestão, a
participação e controle social e a responsabilidade sanitária dos profissionais e gestores de saúde
com a melhoria das condições de saúde e satisfação dos usuários.
Trata-se de um modelo de avaliação de desempenho dos sistemas de saúde, nos três níveis
de governo, que pretende mensurar os possíveis efeitos da política de saúde com vistas a subsidiar a
tomada de decisão, garantir a transparência dos processos de gestão do SUS e dar visibilidade aos
resultados alcançados, além de fortalecer o controle social e o foco do sistema de saúde nos usuários.
Dentre os desafios que o PMAQ pretende contribuir para a qualificação da AB, se destacam:
I - Precariedade da rede física, com parte expressiva de UBS em situação inadequada;
II - Ambiência pouco acolhedora das UBS, transmitindo aos usuários uma impressão de
que os serviços ofertados são de baixa qualidade e negativamente direcionados à
população pobre;
III - Inadequadas condições de trabalho para os profissionais, comprometendo sua capacidade
de intervenção e satisfação com o trabalho;
IV – Necessidade de qualificação dos processos de trabalho das equipes de AB,
caracterizados de maneira geral, pela sua baixa capacidade de realizar o acolhimento
dos problemas agudos de saúde; pela insuficiente integração dos membros das equipes;
e pela falta de orientação do trabalho em função de prioridades, metas e resultados,
definidos em comum acordo pela equipe, gestão municipal e comunidade;
V - Instabilidade das equipes e elevada rotatividade dos profissionais, comprometendo o
vínculo, a continuidade do cuidado e a integração da equipe;
VI - Incipiência dos processos de gestão centrados na indução e acompanhamento da
qualidade;
VII - Sobrecarga das equipes com número excessivo de pessoas sob sua responsabilidade,
comprometendo a cobertura e qualidade de suas ações;
VIII - Pouca integração das equipes de AB com a rede de apoio diagnóstico e
terapêutico e co m os outros pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS);
IX - Baixa integralidade e resolutividade da s práticas, com a persistência do modelo de
queixa-conduta, de atenção prescritiva, procedimento-médico-centrada, focada na dimensão
biomédica do processo saúde-doença-cuidado;
XI- Financiamento insuficiente e inadequado d a AB, vinculado ao credenciamento de equipes
independentemente dos resultados e da melhoria da qualidade.
42

Considerando todos esses desafios, assim como os avanços alcançados pela


Política Nacional de Atenção Básica nos últimos anos, o Ministério da Saúde, com a
contribuição e incorporação da perspectiva dos gestores estaduais e municipais, estruturou
o desenho do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica.

Fases de Implantação do PMAQ


O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
está organizado em quatro fases que se complementam e que conformam um ciclo
continuo de melhoria do acesso e da qualidade da AB, a saber:
1 – Adesão e Contratualização
2 – Desenvolvimento
3 – Avaliação Externa

Adesão e Contratualização - A primeira fase do PMAQ consiste na etapa formal de


adesão ao Programa, mediante a contratualização de compromissos e indicadores a serem
firmados entre as Equipes de Atenção Básica com os gestores municipais, e destes com
o Ministério da Saúde num processo que envolve pactuação regional e estadual e a participação do
controle social.
Adesão e Permanência no Programa - O Ministério da Saúde com o objetivo de
qualificar toda a Atenção Básica de todo o país, a partir de um processo pactuado de
forma tripartite, permite a adesão para o PMAQ das equipes de Saúde da Família,
estratégia prioritária para expansão e fortalecimento da AB no Brasil, e também de
Equipes de Atenção Básica organizadas em outras modalidades, contanto que cumpram os
pressupostos e exigências previstas no Programa.
Dessa maneira, todas as equipes de saúde da atenção básica, incluindo as
equipes de saúde bucal, em diferentes modalidades, poderão aderir ao PMAQ, desde
que se encontrem em conformidade com o s princípios da Atenção Básica. As adesões
serão voluntárias e pressupõem um processo inicial de pactuação entre Equipes de Atenção
Básica e gestores municipais, que devem anteceder a formalização de adesão dos
municípios com o Ministério da Saúde.
Desenvolvimento - A segunda fase do PMAQ consiste na etapa de desenvolvimento do
conjunto de ações que serão empreendidas pelas Equipes de Atenção Básica, pelas gestões
municipais e estaduais e pelo Ministério da Saúde, com o intuito de promover os
43

movimentos de mudança da gestão, do cuidado e da gestão do cuidado que produzirão


a melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica.
Avaliação Externa - A terceira fase do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e
Qualidade da Atenção Básica consiste na avaliação externa que será a fase e m que
se realizará um conjunto de ações que averiguará as condições de acesso e de
qualidade da totalidade de municípios e Equipes da Atenção Básica participantes do
Programa.

PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL A SAÚDE DAMULHER E DA CRIANÇA –


PAISMIC:
O objetivo maior do PAISM é atender a mulher em sua integralidade, em todas as fases da vida,
respeitando as necessidades e características de cada uma delas.
As áreas de atuação do PAISM são divididas em grupos baseados nas fases da vida da mulher, a
saber:
•Assistência ao ciclo gravídico puerperal: pré-natal (baixo e alto risco), parto e puerpério;
•Assistência ao abortamento;
•Assistência à concepção e anticoncepção-;
•Prevenção do câncer de colo uterino e detecção do câncer de mama; (Portaria 3040 de21 de junho de
1998 do Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Combate ao Câncer do Colo Uterino);
•Assistência ao climatério;
•Assistência às doenças ginecológicas prevalentes;
•Prevenção e tratamento das DST/AIDS;
•Assistência à mulher vítima de violência.

TRO-TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL


Este Programa tem por objetivo corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico pela(restabelecendo em
nível o mais próximo possível, a água e os eletrólitos reduzidos durante a diarréia), manter e
recuperar o estado nutricional.
IRA – INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA
Este Programa visa atender as crianças com IRA que é um conjunto de doenças, que acomete
principalmente crianças e que se espalha com facilidade, passando de uma pessoa para outra, dando
mais de uma vez na mesma criança. As infecções respiratórias agudas, principalmente a pneumonia,
podem trazer risco de vida quando não tratadas. Acriança é acompanhada por este Programa até a
melhora do Quadro patológico.
44

PCCU- PROGRAMA DE CÂNCER DO COLO UTERINO


Este Programa consiste no desenvolvimento e na prática de estratégias que reduzam a mortalidade e
as repercussões físicas, psíquicas e sociais do câncer do colo do útero e de mama. ( com a introdução
do programa viva mulher).
PROAME- PROGRAMA DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO
É um Programa de saúde pública, de atendimento ambulatorial, com atuação de uma equipe
multidisciplinar que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de crianças de 0 a 6 meses de
vida, orientando e incentivando as mães para que amamentem seus filhos exclusivamente ao seio
durante esse período.
AIDP-ASSISTÊNCIA INTEGRAL AS DOENÇAS PREVALENTES
O objetivo do Programa é reduzir a morbimortalidade de crianças de zero a cinco anos de idade. A
estratégia AIDPI incorporou as ações do Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança
(PAISC), porém introduzindo o conceito de integralidade. Propõe um novo modelo de abordagem à
saúde da criança no primeiro nível de atenção, sistematizando o atendimento clínico e integrando
ações curativas com medidas preventivas e de promoção da saúde.
DST-AIDS - PROGRAMA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS
A missão do Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/AIDS) é reduzir a incidência do HIV/aids
e melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/aids. Para isso, foram definidas
diretrizes de melhoria da qualidade dos serviços públicos oferecidos às pessoas portadoras de aids e
outras DST; de redução da transmissão vertical do HIV e da sífilis; de aumento da cobertura do
diagnóstico e do tratamento das DST e da infecção pelo HIV; de aumento da cobertura das ações de
prevenção em mulheres e populações com maior vulnerabilidade; da redução do estigma e da
discriminação; e da melhoria da gestão e da sustentabilidade.
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Programa que engloba a assistência ao planejamento familiar deve incluir acesso à informação e a
todos os métodos e técnicas para a concepção e anti-concepção cientificamente aceitos, e que não
coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas.
PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL
Programa de Saúde Mental busca reverter o atual modelo baseado na internação em hospitais
psiquiátricos por serviços que privilegiem o atendimento fora dos hospitais.

PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO O PROGRAMA NACIONAL DE


IMUNIZAÇÕES (PNI)
45

Visa contribuir para o controle ou erradicação das doenças infecto-contagiosas e imunopreviníveis,


tais como a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e
outras, mediante a imunização sistemática da população.
O Programa foi formulado em 1973, a partir de uma proposta básica elaborada por técnicos
do Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde e da Central de
Medicamentos CEME - Presidência da República) e renomados sanitaristas e infectologistas. O P.N.I
é parte integrante do Programa da Organização Mundial de Saúde, com o apoio técnico, operacional
e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary.
O objetivo fundamental do P.N.I é possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma
avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias,a partir do registro dos
imunos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em
determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o
controle do estoque de imunos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar
sua aquisição e distribuição.

3.3-Calendário de Imunização – 2019

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS


BCG 1 Dose Formas graves de tuberculose
Ao nascer
Hepatite B Hepatite B
Vacina 1ª dose Difteria, tétano, coqueluche,
pentavalente (DTP hepatite B meningite e outras
+ HB + Hib) infecções causadas pelo
Haemophilus influenzae tipo
b
VIP (vacina
2 meses inativada Poliomielite (paralisia
poliomielite) infantil)

VORH (Vacina
Diarreia por Rotavírus
Oral de Rotavírus
Humano)

Vacina Doenças invasivas e otite


pneumocócica 10 média aguda causadas por
(valente) Streptococcus pneumonia e
sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V,
46

14, 18C, 19F e 23F.

Vacina 1ª dose Doenças invasivas causadas


3 meses meningocócica C por Neisseria meningitidis do
(conjugada) sorogrupo C
Vacina Difteria, tétano, coqueluche,
pentavalente (DTP hepatite B, meningite e outras
+ HB + Hib) infecções causadas pelo
Haemophilus influenzaetipo
b
4 meses
VIP (vacina 2ª dose Poliomielite (paralisia
inativada infantil)
poliomielite)

VORH (Vacina Diarreia por Rotavírus


Oral de Rotavírus
Humano)
Doenças invasivas e otite
Vacina média aguda causadas por
pneumocócica 10 Streptococcus pneumonia e
valente sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V,
14, 18C, 19F e 23F.
5 meses Vacina 2ª dose Doenças invasivas causadas
meningocócica C por Neisseria meningitidis do
(conjugada) sorogrupo C.
Difteria, tétano, coqueluche,
6 meses Vacina 3ª dose hepatite B, meningite e outras
pentavalente (DTP infecções causadas pelo
+ HB + Hib) Haemophilus influenzae tipo
b

Poliomielite (paralisia
VIP (vacina infantil
inativada
poliomielite)
9 meses Vacina febre Dose Febre amarela
amarela única
SRC (tríplice 1ª dose Sarampo, caxumba e rubéola.
viral)
47

12 meses

Vacina Contra doenças invasivas e


pneumocócica 10 Reforço otite média aguda causadas
valente por Streptococcus pneumonia
e sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F,
9V, 14, 18C, 19F e 23F.

Vacina Reforço Doenças invasivas causadas


meningocócica C por Neisseria meningitidis do
(conjugada) sorogrupo C
VOP (vacina oral 1º Poliomielite (paralisia
poliomielite) reforço infantil)

Vacina hepatite A Dose Hepatite A


15 meses única

DTP (tríplice 1º Difteria, tétano e coqueluche


bacteriana). reforço

SCRV (tetra viral) Dose Sarampo, caxumba, rubéola e


única varicela.
DTP (tríplice 2º Difteria, tétano e coqueluche
bacteriana). reforço

4 anos
VOP (vacina oral 2º Poliomielite (paralisia
poliomielite) reforço infantil)

Vacina varicela 2ª dose Varicela (catapora)


9 anos* (meninas)*até HPV quadrivalente 2doses Infecções pelo Papilomavírus
14 anos, 11 meses e 29 Humano 6, 11, 16 e 18.
dias.

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS


48

Hepatite B –a 3 doses Hepatite B


depender da
situação vacinal
Dupla adulto (dT) Difteria e tétano
–a depender da 3 doses
situação vacinal ou
11 a 19 anos reforço
(SCR) Tríplice 2 doses Sarampo, caxumba e rubéola
viral– a depender
da situação vacinal

Dose Febre amarela


Febre amarela – a única
depender da
situação vacinal

HPV quadrivalente 2 doses Infecções pelo Papiloma


11 a 14 anos vírus Humano 6, 11, 16 e 18.
(meninos)

Vacina Reforço Doenças invasivas causadas


11 a 14 anos (meninos meningocócica C ou Dose por Neisseria meningitidis do
e meninas) (conjugada) única sorogrupo C

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS


Hepatite B – a 3 doses Hepatite B
depender da
situação vacinal
Dupla adulto (dT) Difteria e tétano
– a depender da 3 doses ou
situação vacinal reforço
20 a 59 anos
Dose única Febre amarela
Febre amarela – a
depender da
situação vacinal
49

20a 49 anos Tríplice viral 2 doses –até Sarampo, caxumba e


(SCR) –a depender 29 anos, 11 rubéola
da situação vacinal meses e 29
dias.

1 dose –a
partir dos 30
anos de
idade.

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA GESTANTE

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS


Hepatite B – a 3 doses Hepatite B
depender da
situação vacinal
Dupla adulto (dT) dT: difteria e tétano
Gestantes e/ou dTpa tipo doses ou dTpa: difteria, tétano e
adulto –a depender reforço
coqueluche
da situação vacinal

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO IDOSO

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS


Hepatite B – a 3 doses Hepatite B
depender da
situação vacinal
Dupla adulto (dT) dT: difteria e tétano
60 anos e mais
– a depender da doses ou
situação vacinal reforço

CADEIA DE FRIO:

Os procedimentos utilizados para garantir a qualidade dos imunobiológicos durante o


armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte - desde sua produção até o
momento em que serão administrados - formam o que denominamos cadeia ou rede de frio. Os
produtos imunológicos produzidos pelo laboratório produtor, constantes do Programa Nacional de
50

Imunizações, são distribuídos para as cadeias de frio de esfera estadual e municipal, e depois para os
centros de saúde e PSF.

Refrigeradores ou geladeiras

São equipamentos de uso doméstico que na Rede de Frio são destinados à estocagem de
imunobiológicos em temperaturas positivas a +2ºC, devendo para isto estar regulados para funcionar
nesta faixa de temperatura. A vacina pode, em algum momento, estar em uma temperatura entre +2o
e +8o C sem sofrer perda de potência (em armazenamento).
Geladeira doméstica As geladeiras, com capacidade a partir de 280 litros, utilizadas pelo
Programa Nacional de Imunizações, devem ser organizadas de acordo com as seguintes
recomendações:
• no evaporador (congelador) colocar gelo reciclável (gelox ou bobinas com água) na posição
vertical. Esta norma contribui para a elevação lenta da temperatura, oferecendo proteção aos
imunobiológicos na falta de energia elétrica ou defeito do equipamento;
• na primeira prateleira devem ser colocadas as vacinas que podem ser submetidas à
temperatura negativa (contra poliomielite, sarampo, febre amarela, rubéola, tríplice viral) dispostas
em bandejas perfuradas para permitir a circulação de ar;
• na segunda prateleira devem ser colocadas as vacinas que não podem ser submetidas à
temperatura negativa (dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, TT e BCG), também em bandejas
perfuradas ou nas próprias embalagens do laboratório produtor;
• na segunda prateleira, no centro, colocar termômetro de máxima e mínima na posição
vertical, em pé;
• na terceira prateleira pode-se colocar os diluentes, soros ou caixas com as vacinas
conservadas entre +2 e +8ºC, tendo o cuidado de permitir a circulação do ar entre as mesmas, e entre
as paredes da geladeira;
• retirar todas as gavetas plásticas e suportes que existam na parte interna da porta, e no lugar
da gaveta grande preencher toda parte inferior exclusivamente com 12 garrafas de água com corante,
que contribuem para a lenta elevação da temperatura interna da geladeira. Essa providência é de vital
importância para manter a temperatura da geladeira entre +2°C e +8°C quando ocorrer falta de
energia ou defeito no equipamento. A porta do evaporador (congelador) e a bandeja coletora sob este
deverão ser mantidas. Não devem ser usadas bobinas de gelo reciclável como substitutas das
garrafas.
51

• A geladeira que não possuir o quantitativo de 12 garrafas de água deverá ser abastecida com
o número necessário, colocando-se duas unidades por dia até atingir o número recomendado (12),
evitando-se, dessa forma, modificação abrupta de temperatura no interior da geladeira, levando as
vacinas a choque térmico. As unidades de saúde que dispuserem de geladeira para outro fim poderão
utilizá-la para refrigerar a água que será usada para abastecer as 12 garrafas e em seguida colocá-las
na geladeira da vacina de uma só vez. Essas garrafas devem ser tampadas para que a água não
evapore, pois a evaporação acelera a formação de gelo no evaporador.

Cuidados básicos

• Fazer a leitura da temperatura, diariamente, no início da jornada de trabalho e no final do dia e


anotar no formulário de controle diário de temperatura;
• manter afixado na porta aviso para que esta não seja aberta fora do horário de retirada e/ou guarda
das vacinas;
• usar tomada exclusiva para cada geladeira, se houver mais de uma;
• instalá-la em local arejado, distante de fonte de calor, sem incidência de luz solar direta, em
ambiente climatizado, bem nivelada e afastada 20 cm da parede;
• colocar na base da geladeira suporte com rodas;
• não permitir armazenar outros materiais (laboratório odontológico, alimentos, bebidas, etc.
• não armazenar absolutamente nada na porta;
• certificar-se de que a porta está vedando adequadamente;
• fazer o degelo a cada 15 dias ou quando a camada de gelo for superior a 0,5cm;
• não colocar qualquer elemento na geladeira que dificulte a circulação de ar.
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HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS

Definição: Dá-se o nome de História Natural das Doenças ao conjunto de processos interativos que
compreendem as relações existentes entre o hospedeiro, o agente e o meio ambiente que afetam o
organismo na produção de doenças.
A História Natural de uma doença têm início antes do envolvimento do indivíduo, isto é, antes
que ele receba o estímulo-doença.
A História Natural das Doenças é na realidade um quadro esquemático que descreve as
múltiplas e diferentes enfermidades, criando condições para a realização de diferentes métodos de
prevenção e controle das diversas doenças. Apresenta desenvolvimento em dois períodos
sequenciais:
 Período de pré-patogênese: enfoca as relações suscetível-ambiente.
 Período de pré-patogênese : abrange as modificações que se passam no organismo.
53

PERÍODO DE PRÉ-PATOGÊNESE
O primeiro período da história natural: é a própria evolução das inter-relações dinâmicas, que
envolvem, de um lado, os condicionantes sociais e ambientais e, do outro, os fatores próprios do
suscetível, até que se chegue a uma configuração favorável á instalação da doença. Envolve, como já
foi citado antes, as inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o suscetível e outros fatores
ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermidade e as condições sócio-econômico-
culturais que permitem a existência desses fatores.

PERÍODO DE PATOGÊNESE
A história natural da doença tem seguimento com a sua fundação e evolução no homem. É o período
da patogênese. Este período se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos
desempenham sobre o ser afetado. Seguem-se as reações bioquímicas em nível celular, prosseguindo
com as perturbações na forma e na função,evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte
ou cura.
Prevenção é o conjunto de medidas que visam evitar a doença na coletividade, utilizando medidas
que acabem com a patologia, ou a minimizem na população.

TIPOS DE PREVENÇÃO

Primária - quaisquer atos destinados a diminuir a incidência de uma doença numa população,
reduzindo o risco de surgimento de casos novos; São exemplos a vacinação, o tratamento da água
para consumo humano, de medidas de desinfecção e desinfestação ou de ações para prevenir a
infecção por HIV, e outras ações de educação e saúde ou distribuição gratuita de preservativos , ou de
seringas descartáveis aos toxicômanos .
Secundária - quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência de uma doença numa população
reduzindo sua evolução e duração; Um exemplo é o rastreio do câncer do colo uterino, causado pela
transmissão sexual do HPV. A prevenção secundária consiste em um diagnostico precoce e
tratamento imediato.
Terciária - quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas numa
população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença. Como exemplo,
podem-se citar ações de formação a nível de escolas ou locais de trabalho que visem anular atitudes
fóbicas em relação a um indivíduo infectado pelo HIV . Outro exemplo, a nível da saúde ocupacional
seria a reintegração daquele trabalhador na empresa, caso não pudesse continuar a exercer, por razões
médicas, o mesmo tipo de atividades.
54

CONCEITOS DE SAÚDE E DOENÇA

Saúde: “ um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de
doenças ou defeitos”. OMS.
Sintomas são os efeitos das alterações fisiológicas que são detectáveis somente pelo próprio
indivíduo. É uma manifestação subjetiva da doença. São exemplos de sintomas dor, vertigem,
náusea, etc.
Sinais (ou sinais clínicos): são os efeitos das alterações fisiológicas que podem ser
observadas ou medidas por outros indivíduos (ex: médicos, equipe de enfermagem, etc.). É uma
manifestação objetiva da doença, são exemplos: a febre, inapetência, o vômito, alteração da
locomoção etc. Outros sinais são mais obscuros e podem necessitar de instrumentos sofisticados
(alterações dos valores bioquímicos) ou períodos de observação longos (ex. fertilidade baixa, perda
de peso, perda de pelo).

Relação Hospedeiro, Agente e Ambiente

Considerações sobre o Hospedeiro


A suscetibilidade de um hospedeiro diante de um agente casual (agente causador de
determinada doença) é condicionada por várias características próprias do hospedeiro, que podem ser
classificadas em:
A- Refratário: O organismo não oferece condições para o surgimento do estímulo-doença.
B- Resistente: O organismo dispõe de defesa contra o estímulo-doença.
C- Suscetível: Apresenta fator de risco para o desenvolvimento do estímulo doença.
Este risco pode tornar-se maior ou menor pela influência de alguns fatores.
Fatores de risco de um hospedeiro são fatores responsáveis pela intensidade de adaptação às
agressões produzidas pelo agente. A resistência do hospedeiro é influenciada pela idade, sexo, raça,
estado nutricional, sistema imunológico e condições socioeconômicas.

Considerações sobre o Agente


O agente apresenta algumas características que influem na instalação ou transmissão de uma
doença, em maior ou menor escala de acordo com a espécie do agente.
Tipos de agentes:
 Agentes Biológicos: microorganismos infecciosos, alérgicos, vacinas, antibióticos, etc.
55

 Agentes Físicos: ferimentos por arma branca ou de fogo, traumatismos, acidentes


automobilísticos, etc.
 Agentes Químicos: substâncias tóxicas, poeiras, etc.
 Influências sociais e psicológicas: podem ser considerados agentes na produção de
problemas de saúde.
Características do Agente:
 Infectibilidade: capacidade de penetrar em um organismo, reproduzindo-se ou
desenvolvendo-se. É avaliada pela freqüência em que a infecção se manifesta na comunidade.
Ex.: Gripe.
 Patogenicidade: capacidade de um agente produzir alterações em um organismo. Ex.:
Tuberculose.
 Virulência: capacidade de um agente causar alterações graves no organismo. É avaliada pelo
número de seqüelas ou óbitos no portador do agente. Ex. Raiva.
 Imunogenicidade: capacidade de um agente induzir o organismo a uma resposta (resposta
imune). Ex.: catapora.
 Viabilidade: capacidade de um agente de sobreviver fora de um hospedeiro. Ex.: bacilo do
tétano.

Considerações sobre o Ambiente


Influencia a probabilidade e as circunstâncias para o contato entre o agente e o hospedeiro.
O meio ambiente pode atuar de algum modo na relação estímulo-doença, vem como na
qualidade de vida do indivíduo, principalmente em crianças. Os fatores ambientais que atuam na
relação hospedeiro – agente são agrupados em :
 Fatores Biológicos: vetores, reservatórios, etc.
 Fatores Físicos: enchentes, temperaturas altas, condições sanitárias precárias, etc.
 Fatores socioeconômicos: favelas, superlotação de escolas, falta de higiene, etc.

Os vetores
A História Natural de uma doença é normalmente descrita por três fatores: hospedeiro, agente
e meio ambiente. Porém, para algumas doenças é necessário acrescentar um quarto fator, o vetor.
Vetor é todo fator que transporta um agente de doença de um indivíduo para o outro.
Normalmente estudamos os vetores biológicos (insetos, moluscos, mamíferos, etc.), entretanto, em
56

um conceito mais amplo podemos incluir grupos de seres humanos (traficantes, viciados, etc.) ou
mesmo objetos (agulhas contaminadas, etc.) como vetores.

O que é prevenir doenças?


São ações desenvolvida a fim de evitar o surgimento de patologias ou minimizar os agravos á
saúde humana. Exige ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença para
tornar seu progresso improvável.

E o que é promoção da saúde?


A promoção da saúde consiste em medidas de ordem geral: moradia, escolas, áreas de lazer,
alimentação adequada e educação em todos os níveis.
São ações desenvolvidas de forma ampla, onde abrange os aspectos socioeconômicos,
culturais e espirituais como determinantes de saúde da população. A saúde e tida como produto de
amplos fatores relacionados a qualidade de vida, com ênfase em ações voltadas para o coletivo e o
ambiente (físico, social, político, econômico, cultural). Para se promover saúde se faz necessário um
trabalho multidisciplinar e ações intersetoriais.

MÉTODOS DE DESCRIÇÃO DA DOENÇA NO TEMPO E NO ESPAÇO

Doença esporádica: Ocorre raramente ou não é frequente.


Não tem regularidade, não é previsível e a ocorrência é localizada.
A ocorrência esporádica sugere que a agente, esporadicamente, infecta o hospedeiro, ou o
agente está sempre presente e a doença clínica resulta de outros fatores.
Doença endêmica: É constante, ocorre com regularidade previsível com apenas pequenos desvios na
freqüência esperada.
A freqüência média da doença endêmica pode ser baixa (hipoendêmica), moderada
(mesoendêmica) ou alta (hiperendêmica).
As doenças endêmicas são o resultado de equilíbrio, em longo prazo, entre agente e
hospedeiro.
Quanto mais baixo for o grau de endemicidade melhor é o equilíbrio entre ambos. No entanto
este equilíbrio pode ser perturbado por fatores ambientais e ligados ao hospedeiro.
Doença epidêmica: Abundante, mas não é frequente.
Excede a frequência normal esperada (mais de duas vezes o desvio padrão acima da
média) e este aumento não é predictível.
57

A doença ocorre num determinado momento e espaço.


Uma doença epidêmica sugere um desequilibro grande com o agente em vantagem.
Este desequilíbrio é comum quando uma nova estirpe do organismo aparece (mutação) ou
quando o hospedeiro é exposto pela primeira vez ao agente.
O termo pandemia é usado para exprimir uma epidemia de larga escala (países e continentes).
Ao longo do tempo a relação entre agente e hospedeiro tende a mudar de parasítica
(favorecendo o agente) para comensal (que não favorece nem um nem outro).
Com o tempo e um ambiente estável a ocorrência de doença passa de epidêmica para
endêmica e depois para esporádica.
No estado natural o hospedeiro mais resistente tem maior probabilidade de sobrevivência.
Do ponto de vista ecológico, a produção de doença e morte não favorece a perpetuação do
agente, portanto, a seleção natural favorece os microorganismos menos patogênicos.
A raiva e a peste bovina são exceções à regra.
O vírus da mixomatose intencionalmente introduzido na Austrália para controlar os oelhos
provocou uma mortalidade elevada (80% a 90%). Depois de alguns anos verificou-se que a taxa de
fatalidade inicial de 99% passou para 90% e o tempo entre a infecção e a morte aumentou. Em 15
anos a população de coelhos chegou aos 20%.

O PROCESSO DE TRANSMISSÃO E FONTES DE INFECÇÃO

Doenças Transmissíveis
São aquelas em que ocorre a transmissão de um hospedeiro para o outro, de um agente vivo
que, dentro do conceito de multicasualidade, figura como causa necessária da doença.
O processo de transmissão envolve 4 elementos básicos: agente casual, fonte, suscetível e ambiente.

Métodos de Transmissão da Infecção


Há três métodos comuns de transmissão:

A- Transmissão por contato


a- Direto: Contato físico com o animal infectado. É o caso das doenças venéreas e micoses;
b- Indireto: Contato com fezes frescas, urina, saliva ou membranas fetais incluindo objetos
recentemente contaminados como bebedouros e comedouros, por gotículas e microgotículas.
Gotículas emanadas a curta distância no espirro e na tosse diretamente para as membranas
mucosas de um animal são.
58

As microgotículas formam aerossóis de resíduos secos provenientes de animais infectados e


podem ser levadas a longas distancias no ar.
B- Transmissão por veículo.
Veículos: são objetos ou substâncias inanimadas nos quais o agente é transportado.
Ex. alimentos, água, ar, superfícies de caixas e sacos de alimentos e instrumentos cirúrgicos,
soro, sangue e outros produtos biológicos.
A transmissão veicular é a passagem dos agentes infecciosos entre animais através de
veículos.
Transmissão mecânica. O organismo infeccioso não se multiplica apenas sobrevive o intervalo de
transmissão. E o caso das leptospiras na água. Pode ser
(I) Propagativa: O agente infeccioso multiplica-se no veículo ex. Staphiloccus no leite.
(II) Com desenvolvimento: O organismo passa por um período de desenvolvimento dentro ou
fora do veículo. E o caso dos ovos de muitos nematódeos e larvas no solo.
(III) Ciclo propagativa: Neste caso há desenvolvimento e multiplicação do agente dentro ou
fora do veículo. E o caso de algumas espécies de estrongilóides e fungos.

C- Transmissão vetorial.
Vetores são transportadores vivos dos agentes. Os vetores mais importantes são artrópodes
(moscas, mosquitos, carrapatos) como também pequenos mamíferos (ratos) ou outros vertebrados
(peixes e pássaros).
Eles transportam o agente e garantem o contacto com hospedeiros específicos.
Esta transmissão pode-se fazer:
a) por via direta: O vetor transfere o agente infeccioso de um animal doente para um saudável.
b) por via indireta: O vetor transfere o agente infeccioso a partir das excreções de um animal
infectado para o animal são via alimento ou água.
b.1- Transmissão mecânica. O vetor atua como "agulha voadora”.
b.2 - Transmissão biológica. O vetor tem uma função biológica essencial na vida do agente. b
b.3- Transmissão biológica propagativa. O agente infeccioso multiplica-se no vetor.
b.4- Transmissão biológica com desenvolvimento. O agente infeccioso passa por uma fase essencial
do seu desenvolvimento no vetor.
b.5- Transmissão biológica ciclo propagativa. O agente multiplica-se e sofre um desenvolvimento. E
o caso de Babésias em algumas espécies de carraças.

DOENÇAS INFECCIOSAS
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A doença infecciosa ou doença transmissível é qualquer patologia causada por um agente


biológico por exemplo: vírus, bactéria, parasita , em contraste com causa física (por exemplo:
queimadura , intoxicação, etc.).

SARAMPO
É uma doença exantemática. trabalhos de assistência, e integração de Epidemiologia: É um
dos cinco exantemas da infância clássicos, com a varicela rubéola, eritema infeccioso e roséola. É
altamente infeccioso e transmitido por secreções respiratórias como espirro e tosse.
Sintomas: As manifestações iniciais são febre alta, tosse rouca e persistente, coriza, conjuntivite e
fotofobia (hipersensibilidade à luz). Surgem manchas brancas na mucosa da boca (que são
diagnósticas). Surgem ainda manchas maculo papulares avermelhadas na pele, inicialmente no rosto
e progredindo em direção aos pés, durando pelo menos três dias, e desaparecendo na mesma ordem
de aparecimento.
Diagnóstico e tratamento: O diagnóstico é clinico devido às características muito típicas,
especialmente as manchas de Koplik - manchas brancas na mucosa da boca-parte interna da
bochecha. Pode ser feita detecção de antígenos em amostra de soro.
A prevenção é por vacina Tríplice viral, feita com cepa de vírus vivo atenuado. O tratamento é
sintomático.
RUBÉLOLA
A Rubéola é uma doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por via respiratória. É
uma doença geralmente benigna, mas que pode causar malformações no embrião em infecções de
mulheres grávidas.
Epidemiologia A rubéola é um dos cinco exantemas (com marcas vermelhas na derme) da infância.
Os outros são o sarampo, a varicela, o eritema infeccioso e a roséola.
Progressão e sintomas: A transmissão é por contacto direto, secreções ou pelo ar. O vírus
multiplica-se na faringe e nos órgãos linfáticos e depois dissemina-se pelo sangue para a pele. A
infecção, geralmente, tem evolução benigna e em metadedos casos não produz qualquer manifestação
clínica. As manifestações mais comuns são febre baixa (até 38ºC), aumento dos gânglios linfáticos no
pescoço, hipertrofia ganglionar retro-ocular e suboccipital, manchas (máculas) cor-de-rosa
(exantemas) cutâneas, inicialmente no rosto e que evoluem rapidamente em direção aos pés e em
geral desaparecem em menos de 5 dias. Outros sintomas são a vermelhidão (inflamação) dos olhos
(sem perigo), dor muscular das articulações, de cabeça e dos testículos, pele seca e congestão nasal
com espirros.
60

Atenção: O vírus da rubéola só é verdadeiramente perigoso quando a infecção o corre durante a


gravidez, com colonização de vírus na placenta e infecção do embrião, notadamente durante os
primeiros três meses de gestação. Nestes casos a rubéola pode causar aborto, morte fetal, parto
prematuro e malformações congênitas (cataratas, glaucoma, surdez, cardiopatia congênita,
microcefalia com retardo mental ou espinha bífida). A infecção nos primeiros três meses da gravidez
pelo vírus da rubéola é suficiente para a indicação de aborto voluntário da gravidez.
Diagnóstico: O diagnóstico clínico é complexo por semelhança dos sintomas com os dos outros
exantemas. É mais frequentemente sorológico, com detecção de anticorpos específicos para o vírus,
ou por ELISA (teste imuno enzimático que permite a detecção de anticorpos específicos no soro).
Tratamento
•Não existe tratamento antiviral especifico
•Normalmente é sintomático (analgésicos como o paracetamol)
Vacina: A vacina utilizada na idade de 12 meses é a Tríplice viral, e mais tarde em mulheres em
idade fértil não grávidas Dupla Viral. A vacina é composta por vírus vivos atenuados, cultivados
em células de rim de coelho ou em células diplóides humanas. Pode ser produzida na forma
monovalente, associada com sarampo (dupla viral) ou com sarampo e caxumba (tríplice viral). A
vacina se apresenta de forma liofilizada, devendo ser reconstituída para o uso. Após sua
reconstituição, deve ser conservada à temperatura positiva de 2º a 8º C, nos níveis local e regional.
No nível central, a temperatura recomendada é de menos 20º C. Deve ser mantida protegida da luz,
para não perder atividade. A vacina é utilizada em dose única de 0,5 mL via subcutânea.

HEPATITES
Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples
alteração laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença
fulminante e fatal (mais frequente nas formas agudas). Existem várias causas de hepatite, sendo as
mais conhecidas as causadas por vírus das hepatite A, B, C, D, E, F,G, citomegalovírus, etc). Outras
causas: drogas (álcool, anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, sulfas, derivados imidazólicos,
hormônios tireoidianos, anticoncepcionais, etc), distúrbios metabólicos (doença de Wilson,
politransfundidos, hemossiderose, hemocromatose, etc), trans infecciosa, pós-choque. Em comum,
todas as hepatites têm algum grau de destruição das células hepáticas.
Sintomatologia: A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a sintomas
incaracterísticos como febre, mal estar, desânimo e dores musculares.Hepatites mais severas podem
levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia , conhecida popularmente
no Brasil por “trisa” ou "amarelão" e que caracteriza-se pela coloração amarelo-dourada da pele e
61

conjuntivas. Associado pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de
vidraceiro (acolia fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar
com a encefalopatia hepática e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses),
geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose.
Tipos de Hepatites:
Hepatite A: É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode
cursar de forma subclínica. Transmissão é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre contaminação direta de
pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam
em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico. A
falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas
contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada
a pessoa desenvolve imunidade permanente. A transmissão através de agulhas ou sangue é rara.
Prevenção vacina segura para hepatite A.
Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite,
sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarreia. A icterícia é mais
comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de duas a quatro
semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é
baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de
higiene para prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias
das condições sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante.
Hepatite B
Transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com
as tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença
sexualmente transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, no dentista e até em
sessões de depilação.
Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B pode cronificar
e provocar a cirrose hepática.
A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e não utilizando materiais
cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis
de uso único. Quanto mais cedo se adquire o vírus, maiores as chances de ter uma cirrose hepática.
Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses intramusculares e deve ser repetida a cada 10
anos.
Hepatite C
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Transmissão Hepatite que pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso
de drogas, piercings, no dentista e em manicure, e de grande preocupação para a Saúde Pública.
Sintomatologia: A grande maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da doença, mas
podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar
e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado. Prevenção é feita
evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas.
Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem como material próprio em manicures. A
esterilização destes materiais é possível, porém nãohá controle e as pessoas que ‘dizem’ que
esterilizam não têm o preparo necessário para fazer uma esterilização real. Não existe vacina para a
hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde
pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a
AIDS.
Hepatite D
Transmissão Causada por RNA-vírus (tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio
envelope protéico e de infectar uma pessoa), só tem importância quando associada à hepatite B, pois
a potencializa. Isoladamente parece não causar infecção. Geralmente encontrado em pacientes
portadores do vírus HIV e está mais relacionado à cronificação da hepatite e também à hepato
carcinoma.
Hepatite E É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que pode cursar
de forma subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água
contaminados, e os sintomas iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após
enchentes Não existe vacina para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa,
fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode
ocorrer diarréia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado para mulheres
grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir com hepatite
fulminante.
Tratamento: Não existe tratamento específico. O paciente deve receber medicamentos
sintomáticos e repousar. Pode ser prevenida através de medidas de higiene, devendo ser evitado
comprar alimentos e bebidas de vendedores ambulantes.
Hepatite F DNA-vírus, transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente,
através de extratos de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos.
Hepatite G A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo
vírus VHG (vírus mutante do vírus da hepatite C) que se estima ser responsável por 0,3 por cento de
todas as hepatites víricas. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se
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que a doença é transmitida, sobretudo, pelo contato sanguíneo (transmissão parenteral). Pode
evoluir para infecção persistente com prevalência de 2% entre doadores de sangues. Não foi ainda
possível determinar com exatidão – dado que a descoberta da doença e do vírus que a provoca foram
recentes – as consequências da infecção com o vírus da hepatite G. A infecção aguda é geralmente
«suave» e transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite fulminante (os
especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas hepatites
fulminantes).

POLIOMIELITE

O poliovírus é um enterovírus, com genoma de RNA simples. O vírus não tem envelope
bilipídico, é recoberto apenas pelo cápsideo e é extremamente resistente às condições externas.
Epidemiologia: É mais comum em crianças ("paralisia infantil"), mas também ocorre em adultos,
comoa transmissão do poliovírus "selvagem" pode se dar de pessoa a pessoa através de contato fecal
- oral, o que é crítico em situações onde as condições sanitárias e de higiene são inadequadas.
Crianças de baixa idade, ainda sem hábitos de higiene desenvolvidos, estão particularmente sob risco.
Transmissão: O poliovírus também pode ser disseminado por contaminação fecal de água e
alimentos. Todos os doentes, assintomáticos ou sintomáticos, expulsam grande quantidade de vírus
infecciosos nas fezes, até cerca de três semanas depois da infecção do individuo. Os seres humanos
são os únicos atingidos e os únicos reservatórios, daí a vacinação universal poder erradicar essa
doença completamente.
Progressão e Sintomas O período entre a infecção com o poliovírus e o início dos sintomas
(incubação) varia de 3 a 35 dias. A descrição seguinte refere-se à poliomielite maior, paralítica, mas
esta corresponde a uma minoria dos casos. Na maioria o sistema imunitário destrói o vírus em
alguma fase antes da paralisia.
Sintomas Podem ser semelhantes às infecções respiratórias (febre e dor de garganta, gripe) ou
gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal). Em seguida dissemina-se pela corrente
sanguínea e vai infectar por essa via os órgãos. Os mais atingidos são o sistema nervoso incluindo
cérebro, e o coração e o fígado. A multiplicação nas células do sistema nervoso (encefalite) pode
ocasionar a destruição de neurônios motores, o que resulta em paralisia flácida dos músculos por eles
inervados.
Diagnóstico é por detecção do seu DNA com PCR ou isolamento e observação com microscópio
eletrônico do vírus de fluídos corporais.
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Tratamento: a poliomielite não tem tratamento específico. No passado preservava-se a vida dos
doentes com poliomielite bulbar e paralisia do diafragma e outros músculos respiratórios com o
auxílio de máquinas que criavam as pressões positivas e negativas necessárias à respiração por eles
(respiração artificial ou pulmão de ferro). Antes dos programas de vacinação, os hospitais pediátricos
de todo o mundo estavam cheios de crianças perfeitamente lúcidas condenadas à prisão do seu
"pulmão de ferro".
Prevenção: Vacinação com vacina Sabin a criança. A única medida eficaz é a vacinação. Há dois
tipos de vacina: a Salk e a Sabin. A Salk consiste nos três sorotipos do vírus inativos com formalina
("mortos"), e foi introduzida em 1954 por Jonas Salk. Tem a vantagem de ser estável, mas é cara e
tem de ser injetada três vezes, sendo a proteção menor.

VARICELA (CATAPORA)
É uma patologia infecciosa aguda, com grande transmissibilidade, causada pelo vírus
varicela-zóster. A patologia é mais comum em crianças entre um e dez anos, porém pode ocorrer em
pessoas susceptíveis (não imunes) de qualquer faixa etária. Esta patologia em crianças pode evolui
sem consequências mais sérias.
Transmissão: O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus varicela-zóster. A infecção, em
geral, ocorre através da mucosa do trato respiratório superior (porta de entrada). A transmissão do
vírus acontece, principalmente, pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse) de um
indivíduo infectado ou pelo contato direto com o líquido das vesículas. É possível a transmissão da
varicela través da placenta.
Medidas de proteção: A doença pode ser evitada através da utilização da vacina contra a varicela.
Sintomatologia: Em crianças, em geral, as manifestações iniciais da varicela são as lesões de pele. É
comum em adultos ocorrer febre e prostração, um a dois dias antes do aparecimento das lesões
cutâneas. As lesões de pele surgem como pequenas máculo-pápulas ("pequenas manchas vermelhas
elevadas"), que em algumas horas tornam-sevesículas ("pequenas bolhas com conteúdo líquido
claro"), das quais algumas se rompem e outras evoluem para formação de pústulas ("bolhas com
pus") e posteriormente (em 1 a 3 dias) formam-se crostas, resultando em cerca de 200 a 500lesões,
que causam intenso prurido ("coceira"). As primeiras lesões comuns aparecem na cabeça ou pescoço,
mas a medida que estas evoluem, rapidamente vão surgindo novas lesões em tronco e membros e
também em mucosas (oral, genital,respiratória e conjuntival), sendo frequente que os diferentes
estágios evolutivos (pápulas, vesículas, pústulas e crostas) estejam presentes simultaneamente. A
evolução para a cura, comumente, ocorre em até uma semana, embora lesões crostosas residuais
possam persistir por 2 a 3 semanas e algumas pequenas cicatrizes permaneçam indefinidamente.
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Tratamento: Todas as pessoas que apresentam manifestações clínicas compatíveis com varicela
devem ser avaliadas por médico tão logo possível. Os antitérmicos (paracetamol, dipirona), caso
sejam necessários, podem ser utilizados para controlar a febre. Os medicamentos que contenham em
sua formulação o ácido acetil-salicílico (AAS, Aspirina, Doril, Melhoral, etc) não devem ser usados
em crianças com Varicela, pela possibilidade de Síndrome de Reye (doença rara, de alta letalidade,
caracterizada pelo comprometimento do sistema nervoso central e do fígado associado ao uso deste
medicamento durante infecções virais em crianças). O uso do ácido acetil-salicílico, por provocar
alterações na função das plaquetas, pode ainda aumentar o risco de episódios de sangramento em
pessoas de qualquer idade. O prurido pode ser atenuado com banhos ou compressas frias e com a
aplicação de soluções líquidas contendo cânfora ou mentol ou óxido de zinco. Quando muito intenso,
pode ser necessário utilizar medicamentos (como a dexclorfeniramina ou a cetirizina), ajustando-se a
dose pelo peso do doente, para evitar sonolência excessiva. Para reduzir o risco de infecção
bacteriana na pele, principalmente em crianças, as unhas devem ser cortadas para evitar traumatismo
durante o ato de coçar. A higiene corporal deve ser observada, bastando para isto a limpeza com água
e sabão. Não existe comprovação científica de benefício do uso de substâncias como o permanganato
de potássio e soluções iodadas para a higiene das lesões de pele. Esta prática, pode ainda resultar em
danos, incluindo queimaduras e reações alérgicas. Quando ocorrerem, as complicações bacterianas
(infecção secundária da pele, pneumonia e sepse) devem ser tratadas com antibióticos adequados,
receitados pelo médico.
FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela,
para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é transmitida por mosquitos e
ocorre exclusivamente na América Central, na América do Sul e na África. No Brasil, a febre
amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão
silvestre (regiões de cerrado, florestas).
Transmissão: A transmissão pode ocorrer em áreas urbanas, silvestres e rurais ("intermediária", em
fronteiras de desenvolvimento agrícola). As manifestações da febre amarela não dependem do local
onde ocorre a transmissão. O vírus e a evolução clínica são idênticos. A diferença está apenas nos
transmissores e no local geográfico de aquisição da infecção.
Medidas de proteção individual: Vacinação contra a febre amarela.
Manifestações: A maioria das pessoas infectadas com o vírus da febre amarela apresenta sintomas
discretos ou não apresenta manifestações da doença. Os sintomas da febre amarela, em geral
aparecem entre 3 e 6 dias (período de incubação) após a picada de um mosquito infectado. As
manifestações iniciais são febre de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça, dor muscular,
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cansaço e calafrios. Em algumas horas podem surgir náuseas, vômitos e, eventualmente, diarréia.
Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes (85%) recupera-se completamente e fica
permanentemente imunizado contra a doença.
Tratamento: não tem tratamento específico. As pessoas com suspeita desta, devem ser internadas
para investigação diagnostica e tratamento de suporte, que é feito basicamente com hidratação e
antitérmicos. Não deve ser utilizado remédio para dor ou febre, acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®,
Melhoral® etc.), que pode aumentar o risco de sangramentos. Pelo menos durante os cinco primeiros
dias de doença é imprescindível que estejam protegidas com mosquiteiros, uma vez que durante esse
período podem ser fontes de infecção para o Aëdes aegypti. As formas graves da doença necessitam
de tratamento intensivo e medidas terapêuticas adicionais como diálise peritonial e, eventualmente,
transfusões de sangue.

COQUELUCHE
É uma doença extremamente contagiosa provocada pelas bactérias Bordetella pertussis e
Bordetella para pertussis que ao entrar no organismo permanece incubada até 14 dias. Se
desenvolvem no nariz, boca e garganta e após tal período de incubação invade o aparelho respiratório
liberando nele suas toxinas produzidas que fazem com que haja superprodução do muco, impede a
fagocitose e desregula a ação das células que fazem a fagocitose (macrófagos). É transmitida duas
semanas antes até três semanas depois do início da tosse após uma pessoa doente espirrar, falar ou
tossir. Também pode se contrair a doença quando compartilha-se lençóis, copos e outros objetos
pessoais. Se manifesta em três fases: catarral que dura até 14 dias, paroxística que dura até 6semanas
e fase de convalescença que permanece por até 3 semanas.
Sintomas: Inflamação dos brônquios, febre baixa, tosse seca, coriza, espirros, vômito, sudorese,
expectoração e posteriormente com a agravação da doença manifesta perda de consciência,
convulsão, pneumonia, encefalite, lesões cerebrais, óbito.
Tratamento: O tratamento utiliza antibióticos para combater as bactérias, onde normalmente utiliza-
se a eritromicina já que é eficaz e pouco tóxica. Neste caso, o emprego de imunoglobulina humana
ainda não é comprovadamente eficaz. É importante descansar muito, ingerir bastante líquidos, utilizar
oxigênio e sedativos leves para controlar crises de tosse.
Prevenção: A doença pode ser prevenida através da vacina tríplice que é administrada na criança
com dois meses de vida com reforços subsequentes. Se uma pessoa sã for exposta a um doente deve
procurar auxílio médico para que este prescreva antibióticos para prevenir a doença.
ESQUITOSSOMOSE OU BILHARZIOSE:
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É a doença provocada por um parasita, o esquistossomo (gênero Schistosoma). São três as


espécies que atacam ohomem: S. haematobium, agente da esquistossomose vesical; S. mansoni,
responsável pela esquistossomose intestinal; e S. japonicum, encontrada no Extremo Oriente e
responsável por uma esquistossomose arteriovenosa, a mais grave delas. Várias outras espécies desse
gênero parasitam outros mamíferos e mesmo o homem.
Sintomas: 4 a 8 semanas após a contaminação começam a aparecer sintomas como,febre, dor de
cabeça, náuseas, calafrios, dores abdominais, inapetência, vômitos e tosse seca.Dependendo da
quantidade de vermes, a pessoa contaminada pode se tornar portadora do parasita sem nenhum
sintoma, ou ao longo do tempo apresentar os sintomas iniciais de forma mais crônica. Outros
sintomas são decorrentes da obstrução das veias do baço e do fígado com aumento dos mesmos e
desvio de sangue podem causar dores na parte superior esquerda do abdômen e vômitos com sangue
Tratamento: O tratamento é feito usando antiparasitários(substâncias químicas tóxicas ao parasita. O
medicamento mais indicado é o Prazinquantel, que vem na forma de comprimidos que normalmente
é ingerido via oral uma vez por dia, o que já basta para eliminar o parasita e a disseminação de ovos
ao meio ambiente. Nos casos de doença crônica um tratamento específico é necessário .
A prevenção da esquistossomose é na verdade muito simples, veja algumas maneiras de se
evita-la:
- Identificando as pessoas contaminadas e dando-lhes tratamento.
- Melhorias no sistema de saneamento básico das regiões de risco.
- Eliminação do hospedeiro intermediário (Caramujo).
- Distribuição de cartilhas sobre a doença à população.
Diagnóstico: de infecção de esquistossomose é importante saber se a pessoa esteve em alguma área
onde há registro de casos da doença, além dos sintomas apresentados desde então. Além disso,
exames de fezes e urinas são essenciais. Recentemente há exames que detectam no sangue a presença
de anticorpos que atuam contra o parasita.

MALÁRIA

A malária é uma das mais importantes doenças tropicais do mundo e apresenta-se bastante
difundida no mundo. Essa doença caracteriza-se por desencadear acessos periódicos de febres
intensas que debilitam profundamente o doente. A malária provoca lesões no fígado, no baço e em
outros órgãos, além de anemia profunda devido à destruição maciça dos glóbulos vermelhos que são
utilizados pelo Plasmodium para reproduzir-se.
Tipos de Plasmodium que são transmitidos por diferentes espécies de mosquito.
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Protozoário Tipo de malária Ciclo (duração)


Plasmodium vivax terça benigna 48 horas
Plasmodium malariae quartã 72 horas
Plasmodium falciparum terçã maligna (fatal) 24 a 48 horas

Profilaxia da Malária (Prevenção)

•Drenando-se valas e banhados, as fêmeas dos mosquitos nãoterão mais local apropriado para a
postura;
•A criação de peixes larvófagos, isto é, que se alimentam de larvas dos mosquitos, produz bons
resultados;
•O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas impedem que os mosquitos se aproximem do
homem;
•Evitar o acúmulo de pneus velhos, latas, vasos e outros recipientes que armazenam água,
possibilitando a reprodução do mosquito.
•Certas árvores, como o eucalipto podem ser usadas como plantas drenadoras, porque absorvem
muita água do solo. Não havendo água estagnada, as fêmeas dos mosquitos não terão local adequado
para a postura;
•Educação sanitária e o tratamento medicamentoso (alcalóides) dos enfermos são medidas
indispensáveis. Ainda não há vacina contra a malária.
Tratamento: visa principalmente a interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela
patogenia e manifestações clínicas da infecção. Entretanto, pela diversidade do seu ciclo biológico, é
também objetivo da terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do parasita no ciclo
tecidual (hipnozoítos) do P. vivax, evitando assim as recaídas tardias. Além disso, a abordagem
terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas, pode visar também à interrupção da
transmissão, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos. Para atingir esses
objetivos, diversas drogas com diferentes mecanismos de ação são utilizadas, tentando impedir o
desenvolvimento do parasito no hospedeiro. O Ministério da Saúde através de uma política nacional
de medicamentos para tratamento da malária, disponibiliza gratuitamente essas drogas em todo o
território nacional através das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

CAXUMBA
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É uma doença contagiosa ocasionada por vírus, estes são transmitidos por gotas de espirros, tosse ou
por contato direto.
Sintomas: Os sintomas são inchaço da glândula parótida em frente a orelha, dor na glândula inchada
com tato ou pressão, dor aumentada com a mastigação, febre acima de37ºC, dores de cabeça, e
garganta inflamada. É uma doença de transmissão respiratória e que ataca normalmente as crianças.
A caxumba é uma doença inofensiva, porém pode provocar complicações como inchaço nos
testículos e ovários, e em casos raros resultar em esterilidade. O coração e as articulações (juntas)
também podem ser acometidos. O diagnóstico é feito através de exame de sangue. A prevenção é
realizada devido a eficácia da vacina tríplice viral.

DOENÇA DE CHAGAS

Trata-se de uma infecção generalizada basicamente crônica, cujo agente etiológico é o


protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, habitualmente transmitido ao homem pelas fezes do inseto
hematófago conhecido popularmente como "bicho-barbeiro","procotó", "chupança", "percevejo-do-
mato", "gaudércio", etc. A transmissão pode ser feita também pela transfusão sanguínea, placenta e
pelo aleitamento materno. A disseminação da doença está profundamente relacionada com as
condições de vida da população, principalmente de habitação, e com as oportunidades econômicas e
sociais que lhe são oferecidas.
Modo de transmissão: O “barbeiro”, em qualquer estágio do seu ciclo de vida, ao picar uma
pessoa ou animal com tripanossomo, suga juntamente com o sangue formas de T.cruzi,
tornando-se um “ barbeiro" infectado. Os tripanossomos se multiplicam no intestino do "barbeiro",
sendo eliminados através das fezes.
A transmissão se dá pelas fezes que o "barbeiro"deposita sobre a pele da pessoa,enquanto suga o
sangue. Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo
pelo local da picada. O T.cruzi contido nas fezes do"barbeiro" pode penetrar no organismo humano,
também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na
pele.
Quadro clínico: Os sinais iniciais da doença se produzem no próprio local, onde se deu a
contaminação pelas fezes do inseto. Estes sinais, surgem mais ou menos de 4 a 6 dias, após o contato
do "barbeiro"com a sua vítima. Os sintomas variam de acordo com a fase da doença que pode ser
classificada em aguda e crônica. Fase aguda: Febre, mal estar, falta de apetite, edemas localizados na
pálpebra (sinal de Romanã) ou em outras partes do corpo (chagoma de inoculação), infartamento de
gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar
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e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação clínica a doença pode
passar despercebida. Fase crônica: Nesta fase, muitos pacientes podem passar um longo período, ou
mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores
do T.cruzi. Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo
comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.
Diagnóstico: O diagnóstico, compreende o exame clínico e laboratorial (pesquisa do parasito no
sangue), na fase aguda e exame clínico, sorológico, eletrocardiograma e raio X, na fase crônica. Nos
dois casos, deve-se levar em consideração a investigação epidemiológica. Tratamento: As drogas
hoje disponíveis, são eficazes, apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da descoberta
precoce da doença.
Vacinação: Ainda, não se dispõe de vacina para uso imediato.

TUBERCULOSE
A Tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo
de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Apesar
das inúmeras localizações possíveis da doença, em cerca de90%dos casos, inicia-se pelos pulmões.
Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre pela ingestão de leite de vaca contaminado, podendo
aparecer a tuberculose pulmonar, a renal, a óssea, na pele, etc.
Sintomatologia: Na tuberculose pulmonar, geralmente a primeira infecção por bacilos se estabelece
sem apresentar sintomas ou com sintomas discretos, como perda do apetite, fadiga, irritação. Muitas
vezes, os sintomas assemelham-se aos da gripe ou do resfriado comum. Podem surgir febre, tosse
seca, sudorese noturna e emagrecimento. Por outro lado, em alguns casos, a evolução origina
consequências graves. Ocorre a reativação dos focos primários, caseificação progressiva (necrose do
tecido) e cavernização, caracterizando a tuberculose crônica.
Profilaxia: Na prevenção, principalmente em crianças recém-nascidas, usa-se a vacina BCG (bacilo
de Calmet-Guérin). Evitar o convívio com tuberculoso contagiante e só consumir leite pasteurizado
ou fervido adequadamente. Talvez a prevenção mais eficaz seja melhorar o padrão de vida da
população, as condições de habitação, trabalho, alimentação. Também é importante a descoberta de
casos ocultos, através de radiografias (abreugrafia) e teste cutâneo (prova de tuberculina). O
tratamento, ao menos em seu início, é feito num hospital especializado (sanatório). Usa-se um
verdadeiro arsenal de antibióticos e, por vezes, métodos cirúrgicos.
HANSENÍASE
A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução prolongada causada pelo bacilo
denominado Mycobacterium lepra e ou bacilo de Hansen,
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Transmissão: Relativamente pouco contagiante, a forma de contágio mais comum é a direta (pessoa
a pessoa), entre outras vias, por descargas nasais infectadas. Existe maior predisposição na infância,
em condições sanitárias deficientes e de subnutrição.
Sintomatologia O período de incubação é de 3 a 5 anos. A classificação das formas clínicas da
hanseníase divide-se basicamente em quatro: indeterminada, tuberculóide, dimorfa evirchowiana. Os
dois tipos mais importantes são a tuberculóide e a virchowiana ou lepromatosa. A forma tuberculóide
é carcterizada por nódulos sob a pele e regiões de anestesia circunscrita, pelas lesões dos nervos
periféricos. A forma mais grave é a vichowiana ou lepromatosa que causa ulcerações e deformidades,
com mutilações demãos, nariz e orelhas.

MENINGITE
É uma inflamação das meninges e do interposto. O processo inflamatório estende-se por todo
o espaço sub-aracnoide em torno do encéfalo e da medula espinal e costuma envolver os ventrículos.

TIPOS DE MENINGITE MAIS COMUNS – Bacteriana ou piogénica meningococos( bactérias


formadoras de pûs ) bacilos influenza pneumococos
– Meningite Tuberculosa - bacilos da tuberculose
–Meningite Asséptica ou Viral – agentes virais
MENINGITE BACTERIANA É uma inflamação das membranas que cobrem o cérebro e a espinal
medula, causada por microorganismos piogênicos e caracterizada por turvo, com proteinorraquia
aumentada, glicorraquia diminuída e hipercitose á custa de leucócitos polimorfo nucleares alterados.
ETIOLOGIA Pode ser causada por bactérias patogênicas e não patogénicas. Todos osMo podem
causar meningite desde que consigam atravessar a barreira hematoencefalica. Agentes mais
frequentes:
- Neisséria meningitides (meningococos)
- Haemophilus influenza tipo 3
- Streptococus pneumoniae (pneumococo)

MANIFESTAÇÕES CLINICAS As manifestações clinicas, dependem em grande medida: - da


idade do doente; - da duração da doença; - da resposta á infecção. Na maioria dos casos, há um
período de 3 dias de doença antes do aparecimento incontestável de meningite.
Sinais meningeos:
- rigidez da nuca
- Brudzinski
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- Kernig
# Crianças com mais de 2 anos :
- mal estar geral; - febre (38-40ºc ); - calafrios; - cefaleia intensa; - vômitos; - dores generalizadas; -
convulsão ( ocasionalmente ) irritação; - sinais meníngeos presentes; - exantemas petequiais ou
purpúricos
Estes sintomas tendem a agravar-se, podendo mesmo originar um estado de coma.
# Lactentes e crianças pequenas: Raramente é observado o quadro clássico de meningite Os sinais
meningeos, não contribuem para o diagnóstico por serem de difícil avaliação.
Podem apresentar: - febre; vômitos; - irritabilidade; - convulsões; - choro; - rigidez da nuca.
- Período neonatal De diagnóstico difícil. Por vezes pode ser definido com um << acriança não está
bem.
Os sintomas mais frequentes são: - recusa alimentar; - escassa capacidade de sucção; - vômitos e/ou
diarreia; - tônus fraco; - choro débil; - hipotermia ou febre; - icterícia; - sonolência; - convulsões;

DIAGNOSTICO: Em alguns casos, as culturas de material colhido no nariz e garganta, podem


oferecer informações valiosas- exame físico
- Exame do Liquor (diag. Definitivo)
TERAPÊUTICA: A conduta terapêutica inicial compreende :
- isolamento;
- instituição de antibioterapia;
- manutenção de Hidratação;
- manutenção de ventilação;
- controle de convulsões;
- controle de temperatura;
- correção de anemia.
PREVENÇÃO: Nas meningites neonatais, a prevenção é feita com a melhoria da assistência
obstétrica. # Pode ser feita através da vacinação, com vacinas para meningococos tipo A e tipo C. #
Prevenção de infecções respiratórias e dos ouvidos.

MENINGITE NÃO BACTERIANA ( ASSÉPTICA )

É uma síndrome benigna causada, principalmente vírus, e está frequentemente associada a outras
doenças, comoo sarampo, parotidite e leucemia.
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TÉTANO
O tétano é uma doença infecciosa grave causada por uma neurotoxina produzida pelo
Clostridium tetani, uma bactéria encontrada comumente no solo sob a forma de esporos (formas de
resistência). O tétano, uma doença imuno prevenível, pode acometer indivíduos de qualquer idade e
não é transmissível de uma pessoa para outra. A ocorrência da doença é mais frequente em regiões
onde a cobertura vacinal da população é baixa e o acesso á assistência médica é limitado.
Transmissão: O tétano é uma doença infecciosa, não transmissível de um indivíduo para outro, que
pode ocorrer em pessoas não imunes ou seja, sem níveis adequados de anticorpos protetores. Os
anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela aplicação da vacina antitetânica, uma vez
que a neurotoxina, em razão de atuar em quantidades extremamente reduzidas, é capaz de produzir a
doença, mas não a imunidade. O tétano pode ser adquirido através da contaminação de
ferimentos (tétano acidental), inclusive os crônicos (como úlceras varicosas) ou do cordão
umbilical. Os esporos do Clostridium tetani são encontrados habitualmente no solo e,sem causar o
tétano, nos intestinos e fezes de animais (cavalos, bois, carneiros, porcos,galinhas etc). Também
podem ser encontrados, principalmente em áreas rurais, na pele (integra), no intestino e fezes de seres
humanos, sem causar a doença. Quando em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio), como
ocorre em ferimentos, os esporos germinam para a forma vegetativa do Clostridium tetani, que
multiplica-se e produz exotoxinas.

Tipos de tétano

Tétano acidental - (decorrente de acidentes) é, geralmente, é adquirido através da contaminação de


ferimentos (mesmo pequenos) com esporos do Clostridium tetani, que são encontrados no ambiente
(solo, poeira, esterco, superfície de objetos - principalmente quando metálicos e enferrujados). O
Clostridium tetani, quando contamina ferimentos, sob condições favoráveis (presença de tecidos
mortos, corpos estranhos e sujeira), torna-se capaz de multiplicar-se e produzir tetanospasmina, que
atua em terminais nervosos, induzindo contraturas musculares intensas.

Tétano Neonatal As gestantes que nunca foram vacinadas, além de estarem desprotegidas não
passam anticorpos protetores para o filho, o que acarreta risco de tétano neonatal para o recém-nato
(criança com até 28 dias de idade). Este tétano também chamado de mal de sete dias é adquirido
quando ocorre contaminação do cordão umbilical com esporos do Clostridium tetani. A
contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados ou pela
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utilização subsequente de substâncias contaminadas para realização de curativo no coto umbilical


(esterco, fumo, pó de café, teia de aranha etc).
Medidas de proteção individual: É uma doença imuno prevenível. Como não é possível eliminar os
esporos do Clostridium tetani do ambiente, para evitar a doença é essencial que todas as pessoas
estejam adequadamente vacinadas. A vacina está disponível nos Centros Municipais de Saúde e PSFs
para pessoas de qualquer idade. O esquema básico de vacinação na infância é feito com três doses da
vacina tetravalente (DTP + Hib), que confere imunidade contra difteria, tétano, coqueluche e
infecções graves pelo Haemophilus influenzae tipo b (inclusive meningite), aos dois, quatro e seis
meses, seguindo-se de um reforço com a DTP aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos de idade.
Em adolescentes e adultos não vacinados, o esquema vacinal completo é feito com três doses da dT
(vacina dupla), que confere proteção contra a difteria e o tétano.
O esquema padrão de vacinação (indicado para os maiores de sete anos) preconiza um intervalo
de um a dois meses entre a primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e a
terceira dose, no intuito de assegurar títulos elevados de anticorpos protetores por tempo mais
prolongado. Admite-se, entretanto, que a vacinação possa ser feita com intervalo mínimo de 30 dias
entre as doses. Para os que iniciaram o esquema e interromperam em qualquer época, basta completar
até a terceira dose, independente do tempo decorrido desde a última aplicação. Para assegurar
proteção permanente, além da série básica, é necessária a aplicação de uma dose de reforço a cada
dez anos, uma vez que os níveis de anticorpos contra o tétano (e contra a difteria) vão se reduzindo
com o passar do tempo. A dT pode ser administrada com segurança em gestantes e constitui a
principal medida de prevenção do tétano neonatal, não se eximindo a importância do parto em
condições higiênicas e do tratamento adequado do coto umbilical. Para garantir proteção adequada
para a criança contra o risco de tétano neonatal, a gestante que tem o esquema vacinal completo com
a última dose feita há mais de cinco anos deve receber um reforço no sétimo mês da gravidez.

LEPTOSPIROSE

Febre dos pântanos, doença dos porqueiros, tifo canino. É doença infecciosa, uma zoonose,
causada por uma série de bactérias de aspecto muito peculiar lembrando um saca – rolhas, chamada
leptospira. A forma mais grave da doença e com mais alta mortalidade é associada ao Leptospira
icterohaemorrhagiae, chamada, com mais propriedade, doença de Weil. O agente etiológico É uma
doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros
animais.
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Transmissão: Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e


bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama dos alagamentos. A pessoa que tem contato com água de
enchente ou lama pode se contaminar. As bactérias presentes na água penetram no corpo humano
pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. O contato com água ou lama de
esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios com a presença de ratos também podem
facilitar a transmissão da leptospirose. As pessoas que correm mais perigo são aquelas que vivem à
beira de córregos e em locais onde haja ratos contaminados, lixo e também, aquelas que trabalham na
coleta de lixo, em esgotos, plantações de cana-de-açúcar, de arroz, etc. Também é possível contrair a
doença por ingestão de alimentos contaminados ou pelo contato direto da boca em latas de
refrigerantes e cervejas. Lembre-se que com enorme freqüência as latas ficam estocadas em armazéns
infestados por roedores que podem urinar e contaminá-las. A mordida de ratos também pode
transmitir a leptospirose, pois os ratos têm o hábito de lamber a genitália e assim poderia inocular a
bactéria ao morder uma pessoa. A rede de esgoto precária, a falta de drenagem de águas pluviais, a
coleta de lixo inadequada e as consequentes inundações são condições favoráveis para o
aparecimento de epidemias. Assim, a doença atinge em maior número pessoas de baixo nível
socioeconômico, que vivem nas periferias das grandes cidades.
Quadro clínico: Os sinais e sintomas da leptospirose aparecem entre dois e trinta dias após a
infecção (período de incubação), sendo em média de dez dias. Os primeiros sinais e sintomas:
Fraqueza, dor no corpo, dor de cabeça e febre, sendo que, às vezes, a doença é confundida com gripe,
dengue ou algum outro tipo de virose. Com o aumento da febre podem ocorrer calafrios, mal-estar,
dor na batata das pernas(panturrilhas), fortes dores na barriga e também o aparecimento de cor
amarelada na pele (icterícia). Vômitos e diarréia podem levar à desidratação. É comum que os olhos
fiquem muito avermelhados. Em alguns pacientes os sinais e sintomas podem ressurgir após dois ou
três dias de aparente melhora. Nesse período, é comum aparecer manchas avermelhadas pelo corpo e
pode ocorrer meningite, que geralmente não é grave. O diagnóstico da doença é confirmado através
de exames de sangue (sorologia). Complicações Os pacientes que têm icterícia geralmente
desenvolvem uma forma mais grave, com manifestações hemorrágicas na pele, sangramentos pelo
nariz, gengivas e pulmões e pode ocorrer insuficiência dos rins, o que causa diminuição do volume
urinário. As formas graves podem levar ao coma e à morte em 10% dos casos.
Tratamento: O tratamento se baseia em hidratação, e o antibiótico deve ser dado até o4º dia de
doença, devendo ser receitado pelo médico. Podem ser dados analgésicos, porém, está contraindicado
o uso de ácido acetilsalicílico e de anti-inflamatórios, que podem aumentar o risco de sangramentos.
Os casos leves podem ser tratados em casa, após consulta médica. Os pacientes com as formas com
icterícia e hemorragias devem ser internados.
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Prevenção: Primeiramente não se deve entrar em contato com água e lama de enchentes, proibindo
as crianças de fazê-lo. Uso de EPIs para quem trabalha em contato com esgoto ou lixo deve usar
botas e luvas de borracha. Se o contato for inevitável, usaras proteções individuais citadas ou
improvisar sacos plásticos amarrados nos pés e mãos, ficando o menor tempo possível em contato
com as águas. Objetos que tiveram contato com águas de enchentes devem ser desinfetados com água
sanitária (4 xícaras de café diluídos em 20 litros de água) e os alimentos devem ser descartados. Água
de poço deve ser clorada ou fervida antes de beber. Se o contato com águas de enchente já ocorreu, o
risco de contaminação da pessoa será maior de acordo com:
•A concentração de bactérias na água, o tempo que a pessoa ficou em contato com as águas, contato
com mucosas, a presença de lesões de pele e a imunidade do indivíduo.
•Deve-se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, deve procurar o médico o mais breve
possível, contando sobre o risco de contágio de leptospirose. Como os ratos sãos os principais
transmissores da doença para o ser humano, diversos cuidados devem ser tomados para evitar a
proliferação destes roedores, tais como:
1.Manter os alimentos guardados em vasilhames tampados;
2.Colocar o lixo em sacos plásticos resistentes e em latões fechados;
3.Se tiver em casa cães, gatos ou outros animais de estimação, retirar e lavar os vasilhames de
alimento do animal todos os dias antes do anoitecer, para não atrair ratos;
4.Manter limpos e desmatados os terrenos baldios;
5.Não jogar lixo perto de córregos, para não atrair ratos e não dificultar oescoamento das águas,
agravando as enchentes;
6.Fechar buracos de telhas, paredes e rodapés; Manter as caixas d’água,ralos e vasos sanitários
fechados com tampas pesadas;
7.Outros animais domésticos também podem transmitir a Leptospira pelaurina se estiverem
infectados, portanto deve-se evitar contato com excreções de animais, limpar as áreas diariamente e
de preferência com a proteção de luvas e calçados emborrachados.
8.Cães, bovinos e suínos devem ser vacinados anualmente contraleptospirose.9.Deve-se evitar ingerir
bebidas diretamente de latas ou garrafas sem que essas sejam lavadas adequadamente.
Deve-se usar copo limpo ou descartável ou canudo plástico descartável.
-Obs: Não existe vacina disponível para seres humanos.
DENGUE
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é
transmitida através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é
considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.
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Tipos de Dengue - Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da
doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na
Costa Rica.
Formas de apresentação - A dengue pode se apresentar – clinicamente - de quatro formas diferentes
formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque
da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.
Infecção Inaparente A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. A
grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-seque de cada dez pessoas
infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
- Dengue Clássica - A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe.
Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta
(39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos,
vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros
sintomas. Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode
continuar sentindo cansaço e indisposição.
- Dengue Hemorrágica: A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações
da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas,
após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença surgem hemorragias em virtude do sangramento
de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias
nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Na Dengue Hemorrágica, assim que os
sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque.
Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
- Síndrome de Choque da Dengue: Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por
uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um
pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da
doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas
cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Entre as
principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma,
irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não
for tratada com rapidez, pode levar à morte.
Medidas gerais de prevenção: O melhor método para se combater a dengue é evitando a procriação
do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos em água parada, seja ela limpa ou suja.
A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de
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vidro etc.) que contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo que o
recipiente fique seco.
Importante que sejam adotadas as seguintes medidas:
- Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à chuva.
Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a
água, pois os ovos do mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes.
Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é:
• substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o com auxílio de
uma escova;
• utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias,
duas vezes por semana*. 40 gotas = 2ml;
• não deixar acumular água nas calhas do telhado;
• não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro)que possam
acumular água;
• acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;
• tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc.
Medidas do governo: Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação de inseticida
através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê"
não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é indesejável, para matar os
mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito
transmissor.

RAIVA

A raiva, também conhecida como hidrofobia (quando ocorre na forma virótica) é uma doença
causada por um vírus da família rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. O agente causador da raiva pode
infectar qualquer animal de sangue quente, porém só irá desencadear a doença em mamíferos, como
por exemplo cachorros, gatos, ruminantes e primatas (como o homem).
O vírus da Raiva é um Rhabdovirus com genoma de RNA simples de sentido negativo(a sua
cópia é que é lida como RNA na síntese protéica). O vírus tem envelope bilípidico, cerca de 100
nanômetros e forma de bala. Prevenção: A vacina contra a Raiva deve-se ao célebre
microbiologista francês Louis Pasteur, que a desenvolveu em 1886.
Sintomatologia: Na fase inicial há apenas dor ou comichão no local da mordidela, náuseas, vômitos
e mal estar moderado ("mau humor"). Na fase excitativa que se segue, surgem espasmos musculares
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intensos da faringe e laringe com dores excruciantes na deglutição, mesmo que de água. O indivíduo
ganha por essa razão um medo irracional e intenso ao líquido, chamado de hidrofobia (por isso
também conhecida por este nome). Logo que surge a hidrofobia a morte já é certa. Outros sintomas
são episódios de hostilidade violenta (raiva), tentativas de morder e bater nos outros e gritos,
alucinações,insônia, ansiedade extrema, provocados por estímulos aleatórios visuais ou acústicos.
O doente está plenamente consciente durante toda a progressão. A morte segue-se na maioria dos
casos após cerca de quatro dias.
Diagnóstico: É usada a imuno fluorescência para detectar antígenos o vírus em biópsias da córnea
ou pele. A observação microscópica óptica ou eletrônica de corpos neuronais permite observar os
patognómicos corpos de Negri inclusões citoplasmáticas escuras.
Tratamento: Não há cura e após surgirem os sintomas excitatórios (hidrofobia) a morte é certa e a
terapia consiste apenas em aliviar os sintomas e diminuir o sofrimento do doente.

TOXOPLASMOSE

Doença do gato. Trata-se de doença infecciosa causada por um protozoário chamado


Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em
grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo. Outro período particularmente de risco para
se adquirir a infecção é durante a vida intra-uterina, da gestante para o feto (transmissão vertical). O
feto pode ter afetada a sua formação quando contaminado.

Transmissão de quatro formas:

Por ingestão de cistos presentes em dejetos de animais contaminados, particularmente gatos,


que podem estar presentes em qualquer solo onde o animal transita. Mais comum no nosso meio.
Por ingestão de carne de animais infectados (carne crua ou mal-passada), mais comum na
Ásia.
Por transmissão intra-uterina da gestante contaminada para o feto(vertical).
Uma quarta forma de transmissão pode ocorrer através de órgãos contaminados que, ao serem
transplantados em pessoas que terão que utilizar medicações que diminuem a imunidade (para
combater a rejeição ao órgão recebido), causam a doença.
Sintomatologia: A apresentação mais comum decorre do comprometimento cerebral manifesta por
dores de cabeça, febre, sonolência, diminuição de força generalizada ou de parte do corpo (metade
direita ou esquerda) evoluindo para diminuição progressiva da lucidez até o estado de coma.
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Diagnóstico: Por se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas outras, o
diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na área. A confirmação do diagnóstico é
feito por diversos testes sanguíneos, Os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos
no sangue contra o Toxoplasma gondii.
Tratamento: A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais
de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente. São três as
situações: Imunocompetentes com infecção aguda: - Somente comprometimento gânglionar: em
geral não requer tratamento. - Infecções adquiridas por transfusão
com sangue contaminado ou acidentes com materiais contaminados, em geral são quadros severos e
devem ser tratados. - Infecção da retina (corioretinite): devem ser tratados. Infecções agudas em
gestantes: - Devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação
fetal - Com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de tratamento pode
ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido.Infecções em imuno
comprometidos: - Estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados
pelo vírus HIV-1,devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que usaram
para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se,neste último caso a possibilidade de
interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imunológica com
os chamados coquetéis contra a AIDS.
Prevenção: Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção
deve ser feita: Pela não ingestão de carnes cruas ou mal-cozidas. Comer apenas vegetais e frutas bem
lavados em água corrente. Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato
com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países
obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intra-uterina fazendo testes laboratoriais em todas
as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de
medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.

5.20-FEBRE TIFÓIDE
É uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Salmonella typhi.
Caracteriza-se por febre prolongada, alterações do trânsito intestinal, aumento de vísceras como o
fígado e o baço e, se não tratada, confusão mental progressiva, podendo levar ao óbito. A transmissão
ocorre principalmente através da ingestão de água e de alimentos contaminados. A doença tem
distribuição mundial, sendo mais frequente nos países em desenvolvimento, onde as condições de
saneamento básico são inexistentes ou inadequadas.Transmissão: A S. typhi causa infecção
exclusivamente nos seres humanos. A principal forma de transmissão é a ingestão de água ou de
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alimentos contaminados com fezes humanas ou, menos frequentemente, com urina contendo a S.
typhi. Mais raramente, pode ser transmitida pelo contato direto (mão-boca) com fezes, urina,
secreção respiratória, vômito ou pus proveniente de um indivíduo infectado.
Medidas de proteção individual: Os viajantes que se dirigem para uma área onde exista risco de
febre tifóide devem adotar as medidas de proteção para evitar doenças transmitidas através da
ingestão de água e alimentos. O consumo de água tratada e o preparo adequado dos alimentos são
medidas altamente eficazes. A seleção de alimentos seguros é crucial. Em geral, a aparência, o cheiro
e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com agentes infecciosos. O viajante
deve alimentar-se em locais que tenham condições adequadas ao preparo higiênico. A alimentação na
rua com vendedores ambulantes constitui um risco elevado. Os alimentos mais seguros são os
preparados na hora, por fervura, e servidos ainda quentes.
Manifestações Clínicas: As manifestações, especialmente na primeira semana de doença, podem ser
semelhantes à de outras doenças febris como a malária. Mesmo que tenham história de risco para
febre tifóide, pessoas que estiveram em uma área de transmissão de malária, e que apresentem febre,
durante ou após a viagem, devem ter essa doença investigada. À medida que a febre tifóide progride,
é mais facilmente confundível com infecções que podem ter evolução lenta como a endocardite
bacteriana, a tuberculose ou, ainda, com as doenças de natureza auto-imune, como o lupus
eritematoso sistêmico.
O tratamento: consiste basicamente em antibióticos e reidratação. Nos casos leves e moderados, o
médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, com antibióticos orais. Os casos mais
graves devem ser internados para hidratação e administração venosa de antibióticos. Sem
tratamento antibiótico adequado, a febre tifóide pode ser fatal em até 15% dos casos.

PARASITOSES INTESTINAIS

ASCARIDIASE
A ascaridíase é causada pelo Ascaris lumbricoides, vermenematelminte (asquelminte), vulgarmente
denominado lombriga, cujo corpo é alongado e cilíndrico, com as extremidades afiladas. O
comprimento varia entre 15e 35 centímetros. Os machos apresentam a cauda enrolada e são menores
que as fêmeas. A dimensão do corpo destes vermes varia de acordo com o seu número e intensidade
do parasitismo.
Sintomatologia: Na fase pulmonar, os principais sintomas são: dificuldade respiratória, tosse seca,
febre e irritação brônquica. Na fase digestiva, ocorrem desde flatulência, dor abdominal, cólica,
digestão difícil, náusea, vômito, diarréia e até presença de vermes nas fezes. Podem ocorrer sintomas
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alérgicos, como dermatoses, rinites e conjuntivites. Complicações mais graves podem ocorrer, como
a pneumonia, abscesso hepático e choque anafilático. Nas parasitoses maciças em crianças, pode
ocorrer a oclusão intestinal e até a morte. Há outras espécies de lombrigas, como a Ascaris suum, que
parasita o porco.
Profilaxia e Tratamento: As principais medidas profiláticas estão relacionadas à higiene, tanto
pessoal quanto dos alimentos e da água. No tratamento, o pamoato de pirantel e mebendazol são
muito eficazes e possuem os menores efeitos secundários. Como atuam apenas na luz intestinal, não
possuem efeitos sobre as larvas, podendo ser necessária a administração de corticosteróides.
GIARDÍASE:
A giardíase é uma parasitose intestinal, também denominada giardose ou lamblíase, causada pelo
protozoário flagelado Giardia lamblia, que se apresenta sob duas formas: a de trofozoíto, piriforme,
com disco suctorial, dois núcleos e oito flagelos, que vive no intestino delgado humano, e a de cisto,
ovóide, tetranucleado, eliminado aos milhões com as fezes, contaminando a água e os alimentos. É
cosmopolita, sendo uma doença características das regiões tropicais e subtropicais. Giardia lamblia é
o enteroparasita com maior número de cistos encontrados em águas de córregos usados na irrigação
de hortaliças, encontrando-se nas populações ribeirinhas frequência considerável da protozose.
Sintomatologia: O período de incubação varia entre uma (ou menos) e 4 semanas. A sintomatologia
costuma ocorrer em 50% ou mais dos parasitados, associando-se provavelmente a fatores, como
alteração da flora intestinal a óbito. Na maioria dos casos, costuma ser leve ou moderada, raramente
levando a óbito. O sintoma mais comum é a diarréia, com muco e não sanguinolenta; desconforto
abdominal, cólica, flatulência, náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor no epigástrio (acima do
estômago), simulando úlcera péptica. Esta protozoose é mais frequente em crianças com menos de
dez anos de idade,principalmente no grupo ao redor do cinco anos ou menos.Profilaxia e Tratamento
: A prevenção consiste na educação sanitária, higiene individual, proteção dos alimentos, tratamento
da água, combate aos insetos vetores mecânicos, como moscas, etc. O tratamento dos doentes
consiste no uso de nitroimidazóis (ormidazol).
AMEBÍASE
A amebíase se dá pela infecção de protozoário (Entamoeba histolytica), que pode se beneficiar de seu
hospedeiro sem causar benefício ou prejuízo, ou ainda, agir deforma invasora. Neste caso, a doença
pode se manifestar dentro do intestino ou fora dele.
Sintomas: Seus principais sintomas são desconforto abdominal, que pode variar de leve a moderado,
sangue nas fezes, forte diarréia acompanhada de sangue ou mucóide, além de febre e calafrios. Nos
casos mais graves, a forma trofozoítica do protozoário pode se espalhar pelo sistema circulatório e,
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com isso, afetar o fígado, pulmões ou cérebro. O diagnóstico breve nestes casos é muitíssimo
importante, uma vez que, este quadro clínico, pode levar o paciente a morte.
Transmissão: A amebíase é transmitida ao homem através do consumo de alimentos ou água
contaminados por fezes com cistos amebianos, falta de higiene domiciliar e,também, através da
manipulação de alimentos por portadores desse protozoário.
Diagnóstico: Seu diagnóstico mais comum se dá pela presença de trozoítos ou cistos do parasita nas
fezes, mas também pode ocorrer através de endoscopia ou proctoscopia, através da análise de
abcessos ou cortes de tecido, etc.
Prevenção: Como na maioria das doenças, a melhor medida ainda é a prevenção, neste caso, a
prevenção se dá através de medidas higiênicas mais rigorosas junto às pessoas que manipulam
alimentos, saneamento básico, não consumir água de fonte duvidosa, higienizar bem verduras, frutas
e legumes antes de consumi-los, lavar bem as mãos antes de manipular qualquer tipo de alimento, e,
principalmente após utilizar o banheiro.
TENÍASE
A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias (Taenia solium e Taeniasaginata,
principalmente), com sintomatologia mais simples.
As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas
um verme adulto. São altamente competitivas pelo habitat e, sendo hermafroditas com estruturas
fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos.
Sintomatologia: Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos
dispépticos, tais como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias
frequentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.
Profilaxia e Tratamento: A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinha bem as carnes e
na fiscalização da carne e seus derivados (linguiça, salame, chouriço, etc.) Tratamento, este consiste
na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como
diclorofeno, mebendazol, etc. O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por
muitos médicos, especialmente para crianças e gestantes.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Durante muitos séculos, vários países tiveram suas populações atingidas por doenças
transmissíveis que levavam à morte. A idéia sobre esse acontecimento baseava-se na teoria
miasmática, que entendia que as doenças eram causadas pela movimentação do ar, pois este
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carregaria gases pestilenciais originados da matéria orgânica apodrecida, resultado de águas


pantanosas, “contaminando” o meio ambiente.
Mesmo não tendo noção da existência de microrganismos patogênicos, nem tampouco de suas
formas de transmissão, os profissionais de saúde daquelas épocas implementavam medidas empíricas
de isolamento social e confinamento em instituições (as “Santas Casas”), bem como limpeza das ruas
e casas, aterro de águas paradas, controle das instalações de cemitérios e de estabelecimentos para
comércio do pão, vinho e carne e proibição da
entrada de indivíduos contaminados pela peste – particularmente pelos portos.
A partir da primeira metade do século XX, com o desenvolvimento de
métodos de combate - como as vacinas - e o surgimento da noção de agente infeccioso, iniciou-se
uma prática científica de controle das doenças dando-se maior importância ao indivíduo portador e ao
microrganismo. Anteriormente, acreditava-se que a doença era uma consequência natural da
interação agente infeccioso-hospedeiro; nesse contexto, as medidas de controle voltavam-se
prioritariamente para essa interação, ou seja, objetivavam exterminar o agente infeccioso e isolar o
hospedeiro, sem considerar qualquer outro fator que pudesse influenciar o processo.
A partir desse quadro, em que havia grave acometimento de grandes parcelas populacionais
por doenças transmissíveis, criou-se a necessidade de analisar as manifestações dessas doenças — o
que propiciou o surgimento e desenvolvimento da ciência epidemiológica, que possibilitou o estudo
da distribuição dos determinantes da frequência das doenças no homem. Tornou-se, então, possível
conhecer melhor as condições e fatores que favoreciam a ocorrência das moléstias — faixa etária
(infância, velhice), sexo, lugares (meio urbano, proximidade com florestas), épocas do ano (estações,
meses), ocupações (profissionais do sexo, operários da construção civil) e outras condições de
interesse.
Como saber então que tipos de enfermidades transmissíveis estavam surgindo e quantos eram os
casos? Que doenças estariam sendo controladas com os procedimentos adotados?
Para que as informações necessárias à adoção de medidas pertinentes relacionadas ao controle e
prevenção de doenças pudessem ser atualizadas constantemente, surgiram os serviços de vigilância
epidemiológica, cujo objetivo era desenvolver atividades de coleta e análise de dados, determinando,
assim, as medidas a serem aplicadas ao ambiente e aos doentes ou às pessoas em risco de adoecer.
As ações epidemiológicas direcionavam-se para o controle da transmissão do agente
infeccioso, centradas no isolamento do hospedeiro e no extermínio do agente do ambiente. Tais
medidas melhoraram a assistência à população, mas ainda relacionavam-se a uma visão restrita da
epidemiologia.
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Assim, tanto no Brasil como no mundo, a aplicação de medidas epidemiológicas viabiliza a


redução do número de casos de doenças transmissíveis, chegando-se mesmo a eliminar algumas,
como a poliomielite, e a erradicar outras, como a varíola - a partir do momento em que são
controladas, perdem um pouco de sua importância anterior.
A partir da obtenção de um controle relativo sobre as doenças transmissíveis, ocorreram
importantes mudanças sociais, geradas pelo processo de industrialização, êxodo rural e crescimento
das cidades.
Começaram, então, a aumentar o número de casos de doenças não-transmissíveis e de
indivíduos acometidos por agravos, fortemente influenciados por fatores externos relacionados a um
estilo de vida pouco saudável, tais como dieta inadequada, excesso de trabalho, vida sedentária,
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estresse, abuso de drogas, violência urbana e no trânsito,
dentre outros.
O aumento da ocorrência dessas disfunções e agravos passou a despertar a atenção das
autoridades sanitárias pelo impacto promovido na população economicamente ativa (PEA). O alto
índice de pessoas afastadas do trabalho por longos períodos, bem como a ocorrência de pedidos de
aposentadoria precoce por invalidez parcial ou total e aumento do número de óbitos a elas
relacionados fizeram com que os profissionais de saúde começassem a questionar se também não
seria necessária a elaboração de medidas de prevenção e controle das doenças não-transmissíveis e
agravos.
Como nessas situações não havia um agente etiológico (causador), iniciou-se a discussão e
valorização dos determinantes sociais como potenciais causadores de doenças não-transmissíveis e
agravos.
O estilo de vida e as condições sociais, influenciando a existência desses acometimentos
populacionais, levaram os profissionais de saúde a constatarem sua inter-relação com outros setores
públicos – o que fez com que o planejamento das ações na promoção de condições que favorecessem
a prevenção e o controle dessas doenças passasse a ser elaborado em conjunto com os órgãos
responsáveis pelo saneamento, transporte, segurança, trabalho, agricultura, habitação e educação.
Essa nova forma de encarar as doenças, a organização dos profissionais em torno da discussão
acerca desses temas e a emergência de uma reforma do setor saúde influenciam diretamente a
reformulação do conceito de epidemiologia – a qual não mais irá somente considerar a distribuição
das frequências das doenças, mas também incorporará a importância dos determinantes sociais no
processo saúde-doença, redirecionando as ações relacionadas à prevenção e ao controle das doenças
transmissíveis, bem como das doenças não-transmissíveis e agravos. A atuação isolada ou em
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conjunto de cada um desses determinantes pode gerar um estímulo responsável pela ocorrência das
doenças.
A partir daí, o Brasil passa a apresentar duas realidades de saúde que determinam seu perfil
epidemiológico: por um lado, o baixo investimento nas ações de prevenção e controle das doenças
transmissíveis permitiu que estas voltassem a se manifestar, mesmo onde parecia já estarem
eliminadas; por outro, a cada dia aumenta o número de pessoas afetadas por doenças não
transmissíveis e agravos – o que faz com que tenhamos o fenômeno da confluência de riscos, que
expõe a população a várias possibilidades de adoecimento. Dessa forma, para os setores de política
pública e serviços de saúde que desenvolvem ações considerando o perfil epidemiológico da
população assistida, surgem dois desafios:
 Voltar a intensificar ou até mesmo criar novas ações de vigilância epidemiológica que atinjam
as doenças transmissíveis; e
 Voltar a atenção da vigilância epidemiológica para as doenças não-transmissíveis (câncer,
diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e outras) e agravos (mortes no
trânsito, acidentes de trabalho, violência), cuja ocorrência aumenta diariamente,
principalmente nas grandes cidades.
E quanto aos profissionais de saúde envolvidos nesse processo de redirecionamento das
práticas assistenciais?
Cada vez mais lhes será requisitado que o desenvolvimento de suas atividades junto à
população assistida volte-se à identificação de grupos suscetíveis, expostos a sofrer alterações nas
suas condições de saúde. Dessa maneira, realça-se a importância de se estar atento aos determinantes
que atuam favorecendo o surgimento de doenças transmissíveis, não-transmissíveis e agravos.
Somente mediante a intervenção sobre os mesmos poderemos contribuir para a melhoria da qualidade
de vida da população, modificando seu perfil epidemiológico.
Por que estar atento às doenças e aos agravos? Que instrumentos possuímos para mantê-los
sob vigilância?
Quando estamos supostamente saudáveis, não temos o hábito de procurar assistência
objetivando prevenir alterações no organismo.
É bem mais frequente buscarmos atendimento apenas quando da existência de algum sintoma
ou sinal preocupante. E essa demanda serve como parâmetro aos serviços de saúde para a avaliação
do perfil epidemiológico da população, procurando, assim, manter uma vigilância constante.
Portanto, vigiar as doenças e agravos é importante para conhecermos o seu modo de manifestação,
que indivíduos têm maior facilidade para contraí-las, qual a faixa etária mais atingida, em que época
do ano ocorrem com mais frequência, que localidades apresentam maior número de casos de
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determinada doença e sobre quais determinantes faz-se necessário intervir para atender às
necessidades de saúde da população.
A vigilância epidemiológica (VE) é um serviço que reúne um conjunto de ações que permite
acompanhar a evolução das doenças na população. Funciona como um “termômetro”, um indicador
de que ações devem ser priorizadas no planejamento da assistência à saúde. Se, por exemplo, for
detectado o aparecimento de muitos casos de sífilis congênita em uma maternidade localizada na área
X, tal fato indica ser necessário que os gestores realizem maiores investimentos em assistência pré-
natal naquela área, visando controlar a incidência de casos.
Entretanto, para que a vigilância epidemiológica possa propor ações de prevenção e controle a
partir do estudo do comportamento das doenças e agravos à população, é importante seguir algumas
etapas:
 Coleta de dados – consiste em buscar junto às fontes de dados (população, imprensa,
serviços de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as informações relevantes que
possam colaborar na identificação de situações de risco. Os dados podem ser agrupados como
demográficos e ambientais, de morbidade e mortalidade. As informações obtidas sobre casos
de doenças, agravos e epidemias devem ser consideradas somente após prévia investigação
para confirmar ou descartar o caso, pois muitas vezes sua divulgação, além de assustar a
população, tem origem duvidosa;
 Processamento dos dados – significa reunir todos os dados coletados e agrupá-los de acordo
com seu grau de importância e relevância. As informações são organizadas em gráficos,
quadros e tabelas, para permitirem melhor visualização dos problemas e seus determinantes.
Geralmente, são ordenadas em ordem de ocorrência e separadas por mês, bairro de moradia
do doente, unidade que notificou a suspeita do caso e região do município, estado e país;
 Análise dos dados – busca interpretar as informações coletadas, procurando estabelecer as
relações causais. Sua realização permite que os responsáveis pela vigilância epidemiológica
relacionem os determinantes de doenças e agravos. Por exemplo, ao se estudar o período de
maior registro de doentes com câncer de pele, estabeleceu-se relação com o verão, época em
que as pessoas permanecem mais tempo expostas ao sol, e com as profissões que, para seu
desempenho, exigem exposição ao sol forte: lavradores e vendedores ambulantes na praia,
entre outras;
 Recomendação de medidas de controle e prevenção – aponta que precauções podem ser
recomendadas no controle e prevenção da ocorrência da doença. As campanhas de vacinação,
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as campanhas educativas disseminadas pela televisão e na escola, a campanha de controle do


diabetes são exemplos de medidas empregadas com esse fim;
 Promoção das ações de controle e prevenção – consiste em planejar e executar ações como
vacinações, tratamento dos doentes, controle do ambiente, divulgação de informações sobre
precauções para transmissão de doenças;
 Avaliação da eficácia das medidas – é a análise dos resultados das ações, visando identificar
se as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu impacto na saúde coletiva, por meio dos
indicadores de saúde. Por exemplo: o Programa Saúde da Família planeja atender um
quantitativo de famílias em determinado território e em um dado período. Ao final do prazo
estipulado, a equipe do PSF deve avaliar se conseguiu ou não atingir a meta proposta e que
fatores foram responsáveis pelo alcance ou não da meta;
 Divulgação das informações – objetiva mostrar os resultados alcançados de forma simples e
clara, de modo que todos os interessados possam compreendê-los. Após a realização de uma
campanha de vacinação, é comum que as secretarias de Saúde divulguem o número de doses
de vacinas aplicadas e de pessoas vacinadas, para que se tenha a noção do impacto das
medidas adotadas.
Os ambulatórios, unidades básicas de saúde e hospitais representam importantes fontes de
informação para a realização da vigilância epidemiológica, em virtude de prestarem assistência direta
à maioria da população.
Por esse motivo, realizam com maior freqüência a notificação, entendida como “a
comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por
profissionais de saúde ou qualquer cidadão (...)”.
A notificação é essencial para o efetivo conhecimento da realidade vivida pela população
assistida, bem como para a adoção de medidas de intervenção pertinentes, sendo importante seu
registro e divulgação. Apesar desse fato, muitos profissionais desprezam a importância dessa prática
na determinação das condições sanitárias populacionais, provocando, assim, uma subnotificação —
quando o número de registros de ocorrência de casos de doenças é menor do que o realmente
ocorrido —, o que impede o poder público atuar no atendimento às reais necessidades da população.
Visando acompanhar a notificação de doenças de grande impacto coletivo, foi criada uma
lista de doenças de notificação obrigatória em todo o território nacional, a qual deve ser
periodicamente atualizada. Denominada lista de doenças de notificação compulsória, é atualmente
constituída apenas por doenças transmissíveis, o que é bastante questionável, haja vista o crescente
aumento do número de pessoas acometidas por doenças crônicas não-transmissíveis e provocadas por
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causas externas, gerando doença e morte. No entanto, estados e municípios podem incluir novas
doenças na lista, desde que sejam claramente definidos o objetivo da notificação, os instrumentos e o
fluxo da informação.
Outras importantes fontes de dados e de notificação são os sistemas nacionais de informação.
Quando os profissionais ou a população não notificam as doenças ou agravos aos serviços de saúde
(centros ou postos de saúde), o banco de dados pode ser alimentado por outras fontes e documentos
como boletins de produção ambulatorial, atestados de óbito, declarações de nascidos vivos,
prontuários dos clientes ou autorizações para internação hospitalar, por exemplo. Tais documentos
irão contribuir para a avaliação de alguns indicadores de saúde da população, sendo fundamentais
para a determinação das prioridades assistenciais.
No Brasil, além do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) - que reúne todas
as informações relativas aos agravos de notificação, alimentado pelas notificações compulsórias -
existem outros sistemas de informações de interesse para a vigilância epidemiológica, dentre os quais
se destacam:
 Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) – reúne os dados relativos aos óbitos
ocorridos. Alimentado pelos atestados de óbito emitidos, possibilita o conhecimento da
distribuição dos óbitos por faixa etária, sexo, causa e outras informações – variáveis de
acordo com o interesse da consulta;
 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) – permite conhecer quantas
crianças nascem por ano e por região, bem como as características ligadas à saúde da mãe
(idade gestacional, por exemplo) e do recém-nascido (presença de malformações congênitas
ao nascer), apontando que necessidades assistenciais devem ser atendidas na região dos
nascimentos para melhorar a qualidade da assistência pré-natal e à criança;
 Sistema de Informações Hospitalares (SIH) – reúne informações sobre a assistência
prestada pelos hospitais. É alimentado principalmente pelos dados contidos nas autorizações
de internações hospitalares e pelos relatos contidos nos prontuários dos pacientes. É
importantíssimo para a definição do perfil epidemiológico da população assistida, pois muitos
doentes hospitalizados não chegam a ser assistidos nas unidades básicas de saúde, principal
fonte de notificação dos serviços de epidemiologia locais;
 Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) – reúne as informações obtidas com os
atendimentos ambulatoriais, seja em unidades básicas de saúde, seja em hospitais. Permite,
entre outros dados, verificar se todos os atendidos em um ambulatório são moradores da
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região, indicando a falta de serviços voltados para o atendimento das necessidades dos
moradores que se deslocam de muito longe para obter serviços de saúde;
 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) – permite conhecer o perfil das
condições nutricionais. As informações disponíveis possibilitam constatar a ocorrência de
desnutrição e sua distribuição, permitindo, assim, a determinação de medidas que controlem e
previnam sua ocorrência. Com o aumento dos casos de doenças não-transmissíveis, assume
importância na vigilância sobre a obesidade, fator determinante de risco cardiovascular;
 Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB) – criado mais recentemente, esse
sistema destina-se a reunir informações acerca das atividades desempenhadas em nível de
atenção básica. É utilizado para medir o impacto das ações básicas desenvolvidas, auxiliando
na determinação das prioridades e avaliação do que já foi feito pelas equipes dos Programas
Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde (PSF e PACS).

Medidas de controle e prevenção em vigilância epidemiológica

As ações de vigilância epidemiológica são hierarquizadas, ou seja,


cada nível assume responsabilidades para com o planejamento e execução
das medidas e ações a serem empreendidas.
O nível central (Governo Federal/Ministério da Saúde) é o grande
responsável pela determinação e regulamentação nacional das ações de vigilância
epidemiológica. Nele, as ações são discutidas para, somente após, serem recomendadas a todos os
estados da Federação. Detém as bases de dados dos sistemas de informação da vigilância
epidemiológica - que reúnem todas as informações referentes à saúde e às doenças no Brasil.
Ao plano regional, correspondente aos estados da Federação (Secretarias de Estado de
Saúde), cabe coordenar as ações de vigilância desenvolvidas pelos municípios, procurando
estabelecer prioridades de acordo com as informações obtidas, prestando consultoria.
As centrais estaduais de regulação de transplante de órgãos são exemplo de ação de vigilância
diretamente desenvolvida pelo nível de gestão regional. Por seu intermédio as secretarias estaduais de
Saúde controlam o número de doadores, os pacientes para os quais o transplante é prioritário, a
localização dos possíveis doadores e que hospitais dispõem de estrutura para realizar a intervenção
cirúrgica necessária. Assim, é possível conhecer as necessidades relacionadas a um problema de
saúde específico e intervir diretamente sobre ele, estabelecendo uma rede de comunicação entre as
unidades locais coordenadas pelas centrais.
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Ao nível local, traduzido na figura do município (Secretarias Municipais de Saúde) e sua


região administrativa (Distritos Sanitários), cabe executar as práticas de vigilância, desenvolvendo as
ações mais diretamente relacionadas aos indivíduos, por meio dos serviços assistenciais oferecidos.
Neste nível, principalmente, faz-se necessário que os serviços de saúde estejam informados da
ocorrência das doenças de notificação compulsória para que possam, assim, planejar e implementar
as medidas de promoção, prevenção e controle adequadas às necessidades da população local – o que
chamamos “informação para a ação”.
As ações de vigilância epidemiológica variarão de acordo com os objetivos pretendidos,
contribuindo para o controle e prevenção de determinada doença ou agravo - entretanto é sempre
importante considerar em seu planejamento e adoção que o sucesso dependerá diretamente da
proximidade com os determinantes causadores da doença ou agravo sobre os quais se pretende
intervir. Algumas medidas de vigilância epidemiológica são mais conhecidas pelos profissionais
devido à frequência com que são recomendadas e executadas, o que se explica pelo fato de,
atualmente, as ações de vigilância epidemiológica estarem centradas no controle e prevenção de
doenças transmissíveis. Dentre as mais frequentemente recomendadas, destacamos:
 A investigação epidemiológica – processo que permite acompanhar a ocorrência de uma
doença ou agravo nos indivíduos, operacionalizada mediante um inquérito epidemiológico,
ou seja, pelo preenchimento de ficha de investigação que reúne as informações sobre as
condições relacionadas ao adoecimento do indivíduo, com vistas a implementar o máximo de
medidas necessárias para garantir a prevenção e controle. Nessa ficha, o profissional de saúde
relata a conduta adotada em relação ao indivíduo acometido ou a seus comunicantes - em
muitas localidades, é comum o auxiliar de enfermagem também ajudar nesta investigação.
A investigação epidemiológica deve ocorrer sempre que for notificado um caso suspeito de
alguma doença. Significa que mesmo que o diagnóstico não esteja confirmado deve-se realizar a
investigação e executar as medidas de controle e prevenção da transmissão, recomendadas pelos
serviços de epidemiologia e padronizadas pelo nível central (Ministério da Saúde);
 A busca de casos e visita domiciliar – quando os serviços locais de epidemiologia, ao
receberem notificações de doenças de clientes atendidos, procuram localizá-los por meio de
aerograma, telefonema ou visita ao domicílio para realizar a investigação epidemiológica;
 O apoio a procedimentos diagnósticos – quando da definição de suspeita ou confirmação de
uma doença, a coleta de material biológico, realização de testes específicos e interpretação de
seus resultados são procedimentos frequentemente desenvolvidos pelo auxiliar de
enfermagem.
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Por sua vez, as medidas de precaução em relação à transmissão de doenças podem incluir:
 Vacinação de bloqueio - é a intensificação da administração de uma vacina, visando a
impedir a transmissão de uma doença de um indivíduo doente para aqueles que com ele
convivem em espaço restrito, como no trabalho, escola, creche ou quartéis. Essa medida é
usualmente utilizada quando há o acometimento por uma doença de transmissão fácil e contra
a qual se dispõe de vacina, como a coqueluche ou sarampo A febre amarela, por exemplo,
teve vacinação de bloqueio para evitar que novos casos atingissem outras regiões do país;
 Intensificação de vacina - é uma estratégia utilizada para aumentar o número de pessoas
protegidas contra uma doença. Para tanto, podem ser modificados os critérios normalmente
utilizados para a aplicação da vacina, aumentando-se o número de doses ou a faixa etária da
população-alvo;
 Indicação de restrição de circulação - o objetivo não é isolar o cliente, mas sim garantir que
outras pessoas de seu convívio não corram o risco de contrair a doença por ainda não estarem
protegidas;
 Quimioprofilaxia – algumas vezes, o uso de vacinas para prevenir a transmissão de
determinada doença não está disponível ou recomendado - casos em que são utilizados
medicamentos para diminuir o risco de transmissão. A adoção desta conduta é chamada
quimioprofilaxia, geralmente adotada para os comunicantes de casos suspeitos ou
confirmados de meningite meningocócica ou causada por hemófilos, tuberculose ou
leptospirose, e ainda frente à exposição acidental envolvendo objetos perfurocortantes
potencialmente contaminados com material biológico.

Principais indicadores de saúde coletiva

Para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças e agravos, é importante


conhecer o perfil dos problemas de saúde da população assistida e das doenças apresentadas -
Vigilância etimológica designa conjunto de atividades que permite combater a proliferação de
insetos vetores de doenças, como a fêmea do mosquito Aedes aegypti – vetor do vírus da
dengue. Os profissionais de saúde são vítimas frequentes de acidentes com material biológico.
Por isso, é muito importante que estejam vacinados contra a hepatite B e o tétano. Quais
mais acometem a população, quais mais matam e quantas pessoas morrem. Para o conhecimento
de aspectos de saúde não diretamente observáveis foram criados os indicadores de saúde, que
representam e tentam “medir” os aspectos normalmente não percebidos.
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Dentre outros importantes componentes da estrutura de assistência à população, esses


indicadores orientarão o processo de planejamento em saúde, a organização dos serviços de
atenção e a determinação do número de leitos hospitalares necessários para determinada região.
Como destaques, ressaltamos:

Morbidade
A morbidade refere-se ao comportamento das doenças numa população exposta ao
adoecimento. Seus índices permitem conhecer que doenças existem habitualmente na área, no
período e na população estudada (prevalência), e quais os novos casos das doenças na mesma área,
período e população (incidência). Dessa forma, a quantidade de casos de uma doença também
permite estimar sua importância para aquela população. Estão relacionados à morbidade os
termos: surto, endemia, epidemia e pandemia.

Surto é um aumento repentino do número de casos, dentro de limites muito restritos, como uma
série de casos de rubéola em uma creche, vários indivíduos com conjuntivite em um quartel ou
vários bebês com infecção respiratória em um berçário de hospital. Também pode ser assim
considerado o aumento do número de casos de uma doença em uma área específica, considerada
livre da mesma. Por exemplo, um único caso de poliomielite no Brasil seria suficiente para
configurar um surto;
- Endemia é a ocorrência de certo número de casos controlados em determinada região;
- Epidemia é o aumento do número de casos de determinada doença, muito acima do esperado e
não delimitado a uma região;
- Pandemia, por sua vez, compreende um número de casos de doença acima do esperado, sem
respeitar limites entre países ou continentes. Os exemplos mais atuais são a AIDS e a
tuberculose.

Mortalidade
A mortalidade é definida como a relação entre o número de óbitos e o número de pessoas
expostas ao risco de morrer. Dados esses que podem ser agrupados por características como
sexo, idade, estado civil, causa lugar, condição, dentre outras.
Os óbitos ocorridos podem estar classificados segundo a associação de duas ou mais
dessas características. Quando não há discriminação da causa relacionada aos óbitos ocorridos
numa região, período e população, o indicador é denominado mortalidade geral.
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Letalidade
Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-se seu maior ou menor poder
para causar a morte. A determinação da letalidade de certas doenças permite avaliar a eficácia de
estratégias e terapias implementadas. Por exemplo, espera-se que a vacina anti-sarampo reduza o
número de complicações e óbitos decorrentes da doença.
Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que as crianças não estão tendo
acesso à estratégia de vacinação ou que a vacina não está desempenhando adequadamente seu
papel na proteção à saúde.
Para que se possa avaliar o significado dos indicadores e compará-los frente a populações
diferentes sem que haja distorção das informações, esses indicadores são calculados por meio de
taxas, índices e coeficientes, e expressos em porcentagens. Traduzem, muitas vezes, as condições
socioeconômicas e sanitárias locais, pois estão intimamente relacionados com as condições de
vida e saúde da população.
Dessa forma, as ações de vigilância epidemiológica e os resultados obtidos com a sua
implementação e divulgados através de suas bases de dados constituem um elemento precursor
da elaboração e implementação de programas de saúde coletiva, ao permitirem a identificação de
fatores de risco para a determinação dos processos de morbidade que atingem os grupos
populacionais que recebem atenção específica dos serviços de saúde.

SINAN- SISTEMA NACIONAL DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) -É o sistema que reúne todas os dados
relativos aos agravos de notificação, alimentado pelas notificações compulsórias .

Lista de Doenças de Notificação Compulsória

Botulismo
Carbúnculo ou Antraz
Cólera
Coqueluche
Dengue
Difteria
Doença de Creutzfeldt - Jacob.
Doenças as (casos agudos)
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Doença Meningocócica e outras Meningites


Esquistossomose (em área não endêmica)
Eventos Adversos Pós-Vacinação
Febre Amarela
Febre do Nilo Ocidental
Febre Maculosa
Febre Tifóide
Hanseníase
Hantavirose
Hepatites Virais
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana - HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de
transmissão vertical
Influenza humana por novo subtipo (pandêmico)
Leishmaniose Tegumentar Americana
Leishmaniose Visceral
Leptospirose
Malária
Meningite por Haemophilus influenzae
Peste
Poliomielite
Paralisia Flácida Aguda
Raiva Humana
Rubéola
Síndrome da Rubéola Congênita
Sarampo
Sífilis Congênita
Sífilis em gestante
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS
Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
Síndrome Respiratória Aguda Grave
Tétano
Tularemia
Tuberculose
Varíola
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GABINETE DO MINISTRO - Portaria no 1.943, DE 18 DE OUTUBRO DE 2001


Define a relação de doenças d e notificação compulsória para tod o território nacional O
Ministro de Estado de Saúde, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto no
art. 8o, inciso I, do decreto no 78.231, de 12 de agosto de 1976, resolve:
Art. 1o. Os casos suspeitos ou confirmados das doenças a seguir relacionadas são de notificação
compulsória às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e à Fundação Nacional de Saúde.
Parágrafo único. A ocorrência de agravo inusitado á saúde, independentemente de constar
desta relação deverá também ser notificado imediatamente às autoridades sanitárias mencionadas
no caput deste artigo.
A entrada de dados d o SINAN, é feita mediante a utilização de alguns formulários
padronizados:
Ficha Individual de Notificação (FIN): é preenchida para cada paciente com suspeita de
uma doença de notificação compulsória, que também é o m esmo instrumento para a
notificação negativa.
Ficha Individual de Investigação (FII): configura-se, na maioria das vezes, como um
roteiro de investigação, distinto para cada tipo de agravo, que deve ser utilizado preferencialmente,
pelos serviços municipais de vigilância ou unidades de saúde capacitadas para realização da
investigação epidemiológica.
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BIBLIOGRAFIAS

https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade05/unidade05.pdf
file:///C:/Users/cliente/Documents/saude%20da%20fam%C3%ADlia/ESF.pdf

file:///C:/Users/cliente/Documents/Calendario%20Nacional%20de%20Vacinacao%20-%202019%20-
%20POP%202.pdf

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_rede_frio.pdf

Manual de rede de Frio

Manual de Vacinação – MINISTÉRIO DA SAÚDE

Manual de Imunos especiais - MINISTÉRIO DA SAÚDE

Manual de doenças infecciosas e Parasitárias- GUIA DE BOLSO-M.S

Manual de vacina –OMS/OPAS

Sites:http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/epilista.hthptt//saude.gov.br/editora/htm+manuais
http//www.wilkpedia.com.br
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