Apostila Saúde Da Família e Comunidade II
Apostila Saúde Da Família e Comunidade II
Apostila Saúde Da Família e Comunidade II
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SUMÁRIO
Apresentação
Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação paritária de
usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma de participação são as
conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde.
Deve ser também considerado como elemento do processo participativo o dever das
instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a população se
posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde.
epidemiológica e vigilância sanitária. Deverá haver, sempre que possível, uma integração entre os
municípios de uma determinada região para que sejam resolvidos os problemas de saúde da
população.
Conforme o grau de complexidade do problema, entram em ação as secretarias estaduais de
saúde e/ou o próprio Ministério da Saúde.
PROGRAMAS DE SAÚDE
Existem grupos populacionais que estão mais expostos a riscos na sua saúde. Isto é
evidenciado pelos registros disponíveis de morbi-mortalidade, como por exemplo, menores de 01
ano, gestantes, idosos, trabalhadores urbanos e rurais sob certas condições de trabalho etc. A
intensidade e a peculiaridade dessa exposição variam bastante com os níveis sociais e características
epidemiológicas de cada região, e muitas vezes, da micro-região.
A exposição a riscos pode também ser vista e entendida em função de cada doença, como no
caso da Tuberculose, Câncer, Hanseníase, Doenças cardiovasculares, AIDS e outras. Portanto, no
planejamento da produção das ações de educação em saúde e de vigilância epidemiológica, vigilância
sanitária, controle de vetores e atendimento ambulatorial e hospitalar, devem ser normalizados alguns
procedimentos a serem dirigidos especialmente a situações de risco, com a finalidade de intensificar a
promoção, proteção e recuperação da saúde.
Daí vem o conceito e prática dos programas de saúde, que são parte da produção geral das
ações de saúde pelas instituições, unidades e profissionais da área. Como tal, os programas de Saúde
são eficientes para a população-alvo, somente quando as normas nacionais e estaduais respeitam as
condições sociais, epidemiológicas, institucionais e culturais existentes ao nível regional ou micro-
regional, passando por adaptações e até recriações nestes níveis.
O que é família?
É uma palavra que desperta diferentes imagens. Dependendo da área (Sociologia, Biologia,
Direito, por exemplo) e das variáveis selecionadas (ambiental, cultural, social ou religiosa, entre
outras) podem se focalizar aspectos específicos da família, o que resulta em uma gama muito ampla
de definições possíveis.
No entanto, para fins operacionais de processo de trabalho e de comunicação é fundamental
que uma definição seja adotada e partilhada pelos membros da equipe. Assim, pode-se considerar
a família como um sistema ou uma unidade cujos membros podem ou não estar relacionados ou viver
juntos, pode conter ou não crianças sendo elas de um único pai ou não. Nela existe um compromisso
e um vínculo entre os seus membros e as funções de cuidado da unidade consistem em proteção,
alimentação e socialização.
O aspecto relevante destes atributos é que eles permitem que sejam incluídas na definição as
várias formas de constituição familiar prevalentes na sociedade.
Ainda em relação ao aspecto operacional, a definição deve também considerar as crenças da
família sobre sua concepção de família. Assim, é fundamental perguntar, quem a família considera
ser "família", ainda que o P.S.F. só cadastre os componentes de famílias que residirem na área de
abrangência.
O que é saúde da família?
É imprescindível a compreensão de saúde da família como entidade distinta da saúde dos
indivíduos ou da soma da saúde dos indivíduos que compõem a família.
Saúde da família tem sido descrita como um estado ou processo da pessoa como um todo em
interação com o ambiente, sendo que a família representa um fator significativo no ambiente. A
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análise da saúde da família deve incluir simultaneamente saúde e doença além de indivíduo e
coletivo.
Algumas definições de saúde da família incluem a saúde individual dos membros da família e
o bom funcionamento da família na sociedade, que envolve muito mais do que saúde física. É por
isso que saúde da família também se refere ao funcionamento da família.
Assim, a definição deve compreender dois focos: o da saúde da família, relativo ao estado de
saúde dos indivíduos que a compõem, e o do funcionamento da família, como sendo uma descrição
avaliativa das funções e estruturas da família, compondo, portanto, um quadro onde o foco da
avaliação e da assistência está tanto na saúde de cada indivíduo corno na saúde da família como um
todo.
Apesar de o SUS existir desde 1988, seus princípios não foram imediatamente implantados
em função de uma estrutura política, econômica e dos serviços de saúde que desfavorecia o
atendimento das necessidades da população, uma vez que privilegiava a atenção à doença e a grupos
restritos.
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Responsabilidade pela prestação de assistência por área territorial e população adstrita – tal
enfoque permite um planejamento mais adequado das atividades;
Formação de equipe interdisciplinar adequada ao número de clientes
assistidos, com a incorporação do agente comunitário de saúde.
Até o final do ano 2000, cerca de 3.100 municípios brasileiros tinham o PSF implantado, com
10.400 equipes atuando junto a aproximadamente 35 milhões de cidadãos.
Os governos e prefeituras recebem incentivos financeiros para o
desenvolvimento das atividades voltadas para a atenção básica e, de acordo com a legislação mais
recente, tornam-se os grandes responsáveis pelo desenvolvimento das mesmas.
As unidades de saúde da família devem caracterizar-se como porta de entrada dos usuários
para os serviços de saúde. Não devem servir apenas para a triagem e encaminhamento dos clientes,
mas sim desenvolver atividades de assistência que atendam aos problemas mais comuns da
população. Dessa forma, a unidade de saúde funcionaria como um “funil”, dando conta de
aproximadamente 85% da demanda exigida pela clientela.
Uma etapa importante, que deve ser realizada, consiste na
abertura de espaços de discussão e negociação entre gestores e
representantes da comunidade (Conselhos de Saúde, associações de
bairro, etc.) que se pretende assistir, ocasião em que se debaterá a
importância do programa, seus objetivos e propostas.
Além disso, a definição conjunta das prioridades reforça o
objetivo do PSF de promover o desenvolvimento integral da
comunidade que prevê a participação da comunidade no planejamento
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das ações de saúde para ela direcionadas. Tal estratégia torna mais fácil
o acertar, uma vez que a programação das ações elaboradas situa-se
cada vez mais próxima das necessidades da população. Dessa forma, o
mecanismo de controle social é fortalecido pela inserção dos
representantes da comunidade nos Conselhos de Saúde (municipais e
locais), estando em condições de contribuir mais efetivamente na
formulação de políticas nessa área.
Após implantada, a equipe do PSF inicia suas atividades com o cadastramento da clientela,
processo que permite a criação de vínculos entre as equipes e as famílias, a identificação dos fatores
relacionados às condições de saúde local e do âmbito onde as suas ações e de outros setores - como
habitação e saneamento - serão necessárias. Assim, faz-se necessário utilizar, para cada família, uma
ficha de cadastro contendo as seguintes informações:
Dados demográficos – nome, data de nascimento, idade e sexo. No início da ficha encontram-
se os campos para preenchimento do endereço, fundamental para que a equipe se organize no
planejamento dos segmentos territoriais a assistir;
Dados socioeconômicos - escolaridade, ocupação, meios de transporte utilizados;
Dados socioculturais - religião, meios de comunicação utilizados, participação em grupos
comunitários;
Dados sobre o meio ambiente - sistema de coleta de lixo, fonte de água para consumo, tipo de
casa, tratamento de água no domicílio, destino de dejetos;
Dados de morbidade - presença de indivíduos portadores de doenças ou condições especiais,
serviços utilizados em caso de doença, aquisição de plano de saúde.
O resultado final das informações coletadas no período de cadastramento é denominado
diagnóstico de vida e saúde das comunidades, pois permite conhecer os problemas que serão
prioridades. Esse diagnóstico deve ser construído por toda a equipe, em conjunto com as famílias,
permitindo a detecção de fatores de risco que determinarão a prioridade de intervenção das equipes,
através da elaboração de um plano local para seu enfrentamento.
Diante desse plano, a equipe elabora seu processo de trabalho construído com objetivos
acordes com as necessidades da comunidade e as possibilidades da própria equipe.
O cadastramento possibilitará a alimentação do banco de dados criado exclusivamente para
armazenar informações sobre a atenção básica: o Sistema de Informações sobre Ações Básicas
(SIAB) – utilizado para avaliar os resultados obtidos com o desenvolvimento de atividades das
equipes do PSF e estudar as características das pessoas, dos domicílios e das condições de
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saneamento em que vivem as famílias sob responsabilidade das equipes (Ministério da Saúde, 2000).
A avaliação das atividades do programa considera, ainda, os indicadores de saúde produzidos, o
alcance das metas programadas, a satisfação da equipe de saúde da família e dos usuários e alterações
efetivas no modelo assistencial.
O agente comunitário de saúde (ACS) - exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade,
devendo residir na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das
famílias/indivíduo/comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais.
capacitado para reunir informações de saúde sobre a comunidade e deve ter condição de dedicar oito
horas por dia ao seu trabalho. Realiza visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes
de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade. Estudos identificam que o
ACS, no seu dia a dia, apresenta dificuldade de lidar com o tempo, o excesso de trabalho, a
preservação do espaço familiar, o tempo de descanso, a desqualificação do seu trabalho e o cansaço
físico. A esses profissionais cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo esses cadastros
sempre atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis.
Devem acompanhá-las, por meio de visitas domiciliarias e ações educativas individuais e coletivas,
buscando sempre a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS. Devem
desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à
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saúde, mantendo como referência a média de uma visita/família/mês ou, considerando os critérios de
risco e vulnerabilidade, em número maior. A eles cabe “o acompanhamento das condicionalidades do
Programa Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e
enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e municipal de acordo
com o planejamento da equipe”. O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da
população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de
Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe.
Do Cirurgião Dentista:
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a
programação em saúde bucal;
II - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das
urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais;
III - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as
famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com resolubilidade;
IV - encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo sua
responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento;
V - coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças
bucais;
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar.
VII - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF;
VIII - realizar supervisão técnica do THD e ACD; e
IX - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar.
IV - apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; e
V - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos,
mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
II - proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados;
III - preparar e organizar instrumental e materiais necessários;
IV - instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos;
V - cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;
VI - organizar a agenda clínica;
VII - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar; e
VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
Atendimento Programado
• Vacinação de rotina, incluindo a vacina contra raiva animal;
• Controle das Doenças infectocontagiosas de notificação obrigatória;
• Controle de Diabetes e Hipertensão;
• Atenção ao adolescente e à mulher;
• Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, com atenção especial para os
grupos de risco, incluindo a recuperação dos desnutridos
• Controle das endemias;
• Atenção básica em saúde bucal;
• Vigilância Epidemiológica;
• Vigilância Sanitária;
• Assistência Farmacêutica
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Conceito de Território
Território é um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. Ele pode ser
analisado sob três vertentes básicas:
Política ou jurídico-política: o território é visto como espaço delimitado e controlado,
através do qual se exerce um determinado poder.
Cultural ou simbólico-cultural: aquele que prioriza a dimensão simbólica e mais subjetiva, em que
o território é visto, sobretudo, como produto da apropriação/valorização de um grupo em relação ao
seu espaço vivido.
Econômica: enfatiza-se a dimensão espacial das relações econômicas; o território é visto como fonte
de recurso ou é incorporado no embate entre classes sociais ou na relação capital/trabalho,
como produto da divisão territorial do trabalho.
Cadastramento/Adscrição de Clientela
Um dos termos largamente empregados para descrever a relação serviço-território-população
é a adscrição, que diz respeito ao território sob responsabilidade da Equipe de Saúde
da Família. Esta relação é explicitada em documento anterior que trata da organização do programa,
segundo o qual cada equipe teria a responsabilidade pela cobertura de uma área geográfica que
contenha números estabelecidos de pessoas.
A Visita Domiciliar
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A VD tem uma importância de grande valia na área da saúde. É através dela que
podemos avaliar as condições ambientais e físicas em que vivem o indivíduo e sua
família, procurando pre star assistência, acompanhar o seu trabalho, levantar dados sobre
condições d e habitação e saneamento e aplicar medidas de controle, nas doenças
transmissíveis ou sanitárias, e principalmente educar.
A VD é um método de trabalho em enfermagem que tem como objetivo principal levar
ao indivíduo, no seu domicílio, cuidados (assistência) e orientação sobre saúde.
Este objetivo é atingido através de:
- supervisão de cuidados prestados pela família, ou por um de seus membros;
- prestação de cuidados de enfermagem no domicílio, quando necessário;
- levantar dados sobre as condições de saneamento em que vive a família, por meio de entrevistas e
observações;
- orientação sobre a prestação dos cuidados no domicílio, assuntos de higiene geral, etc.
A VD apresenta algumas vantagens na sua execução:
- o profissional de saúde leva os conhecimentos dentro do meio ambiente do grupo familiar,
caracterizado por condições peculiares de habitação e higiene. Torna mais fácil um planejamento de
ações de enfermagem de acordo com condições observadas no domicílio;
- um melhor relacionamento do grupo familiar com o profissional de saúde, por ser sigiloso e menos
forma;
- há uma maior liberdade para se expor os mais variados problemas, tendo-se um tempo maior, do
que nas dependências dos serviços de saúde.
As três principais desvantagens ou limitações são:
- uma série de problemas, como horário de trabalho e afazeres domésticos, pode impossibilitar ou
dificultar a sua realização;
- ocorre um gasto de tempo maior, tanto em locomoção como na execução da visita;
- é um método dispendioso, pois demanda custo de pessoal e de locomoção.
Critérios de prioridades da VD:
- Crianças:
- recém-nascidas de risco;
- ausências para convocações de vacinas (busca ativa).
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- Adultos:
- que apresentam problemas de saúde e que necessitam de assistência de saúde no domicílio;
- faltosos, para determinar as reais causas da ausência (hipertensos, diabéticos, entre outros);
- portadores e comunicadores de doenças transmissíveis vigentes de notificação compulsória
(tuberculose, hansenianos, entre outros).
- Gestantes:
- gestantes consideradas de alto risco;
- gestantes faltosas e que não respondem à convocação (busca ativa).
Para o sucesso de uma VD é necessário, em primeiro lugar, termos uma sequencia bem
elaborada dos passos:
1 - Planejamento
2 - Execução
3 - Registro de dados
4 - Avaliação
AVALIAÇÃO: O sistema de avaliação das VD deverá levar em consideração se, através do plano de
visita, da observação e das ações educativas ou curativas, os objetivos foram alcançados. Além disso,
deve-se também avaliar quais foram os pontos positivos e negativos, se as soluções das prioridades
foram realmente atingidas e se a família progrediu na resolução de seus problemas.
No processo de avaliação, é necessário que toda a equipe de saúde discuta os resultados e as
soluções da visita, conseguindo planejar e executar as demais atividades.
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AÇÕES DE ENFERMAGEM:
A VD é uma atividade que poderá ser executada pelo enfermeiro, visitador domiciliar,
técnico em enfermagem, médico, agente de saúde, portanto toda a equipe. De acordo
com a problemática do cliente e/ou família, a enfermagem poderá solicitar auxílio dos
demais profissionais de saúde (por exemplo: assistente social, psicólogo).
Para desenvolvimento dessa atividade, é necessária o conhecimento adequado do
assunto, pois a família e o cliente possuem os mais variados diagnósticos, diferentes
necessidades e problemas:
Atenção domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à saúde, prevenção,
tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio.
Assistência domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e
continuadas desenvolvidas em domicílio.
Internação domiciliar: conjunto de atividades prestadas no domicílio, caracterizadas pela
atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico mais complexo e com necessidade de
tecnologia especializada.
Pacientes com problemas agudos ou egressos de hospitalização, que exijam uma atenção
mais intensa, mas que possam ser mantidos em casa, desde que disponham de equipamentos,
medicamentos e acompanhamento diário pela equipe da UBS e a família assuma parcela dos
cuidados.
Atendimento domiciliar: é o cuidado prestado no domicílio, para pessoas com problemas
agudos, e que em função disto estejam temporariamente impossibilitadas de comparecer à Unidade
Básica de Saúde (UBS).
Acompanhamento domiciliar: pessoas que necessitem contatos frequentes e programáveis
com os profissionais da Equipe: portador de doença crônica com dependência física, fase terminal,
idosos com dificuldade de locomoção ou sozinhos, egressos do hospital, que necessitem
acompanhamento por condição incapacitante, problemas de saúde, incluindo doença mental, o qual
determine dificuldades de locomoção ou adequação ao ambiente da Unidade de Saúde.
Vigilância domiciliar: é decorrente do comparecimento de um integrante da equipe até o
domicilio para realizar ações de promoção,prevenção, educação e busca ativa da população de sua
área de responsabilidade, geralmente vinculadas à vigilância da saúde que a Unidade desenvolve:
- Ações preventivas: visitas a puérperas, busca de recém-nascidos, busca ativa dos Programas de
Prioridades, abordagem familiar para diagnóstico e tratamento;
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A EXCELÊNCIA DO ATENDIMENTO
É fundamental entender que a Visita Domiciliar não é um trabalho de caridade, nem
tampouco uma Visita Social.
O profissional deve ter objetivos claros ao adentrar a casa do paciente.
A qualidade da avaliação não deve ser prejudicada pelas dificuldades inerentes ao
atendimento em domicílio.
As visitas devem ser realizadas inicialmente em equipe, o que possibilita um agendamento
de tarefas multiprofissionais em conformidade com um debate prévio. Neste momento o ACS deve
sempre encabeçar o grupo, procurando-se legitimar a sua representatividade.
Agendar a VD por vezes representa um dilema na equipe. Em alguns casos, há a necessidade
de conhecer a família na sua espontaneidade cotidiana, o que pode entretanto gerar problemas quanto
a invasão da privacidade desta.
critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade
de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das
pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de
comunicação da Rede de Atenção à Saúde.
Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade
do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da
participação social. A atenção básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção
sociocultural, buscando produzir a atenção integral.
O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o
usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização
pela saúde, construído ao longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico.
A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com construção
de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo
permanente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida dos
usuários, ajustando condutas quando necessário, evitando a perda de referências e diminuindo os
riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do
cuidado;
IV- Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando as ações programáticas e
demanda espontânea; articulando as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à
saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias
a estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma
multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do cuidado integral do usuário e
coordenando-o no conjunto da rede de atenção.
A presença de diferentes formações profissionais, assim como um alto grau de articulação
entre os profissionais, é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas também
tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência
profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de competências, ampliando, assim, a
capacidade de cuidado de toda a equipe.
Essa organização pressupõe o deslocamento do processo de trabalho centrado em
procedimentos, profissionais para um processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o
imperativo ético-político que organiza a intervenção técnico-científica; e
V- Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos
determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir
de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social.
A Política Nacional de Atenção Básica considera os ter- mos “atenção básica” e “Atenção
Primária à Saúde”, nas atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos: os princípios
e as diretrizes definidos neste documento. A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da
Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica.
A qualificação da Estratégia Saúde da Família e de outras estratégias de organização da
atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS, configurando um processo
progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais.
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Das Responsabilidades
XII- Viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organi- zações governamentais, não
governamentais e do setor privado, para fortalecimento da atenção básica e da Estratégia Saúde da
Família no País; e
XIII- Estimular a participação popular e o controle social.
atores (trabalhadores, gestores e usuários) maior capacidade de análise, intervenção e autonomia para
o estabelecimento de práticas transformadoras, a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos
entre concepção e execução do trabalho.
Nesse sentido, a educação permanente, além da sua evidente dimensão pedagógica, deve ser
encarada também como uma importante “estratégia de gestão”, com grande potencial provocador de
mudanças no cotidiano dos serviços, em sua micropolítica, bastante próximo dos efeitos concretos
das práticas de saúde na vida dos usuários, e como um processo que se dá “no trabalho, pelo trabalho
e para o trabalho”.
A educação permanente deve embasar-se num processo pedagógico que contemple desde a
aquisição/atualização de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que parte dos problemas e
desafios enfrentados no processo de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas por
múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho
etc.) e que considerem elementos que façam sentido para os atores envolvidos (aprendizagem
significativa).
VI- Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território
(salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação
planejada;
VII- Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população,
no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos
usuários;
VIII- Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como a
participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento à autonomia e protagonismo
dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as
condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das
necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras;
IX- Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações
na sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do
planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;
X- Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o
desenvolvimento de uma atenção integral;
XI- Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e
XII- Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde
controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade
de saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de
saúde, e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar a
abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.
São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de
conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes de
Saúde da Família, das equipes de atenção básica para populações específicas (Consultórios na Rua,
equipes Ribeirinhas e Fluviais etc.) e Academia da Saúde, compartilhando as práticas e saberes em
saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes, atuando diretamente no apoio matricial às
equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território dessas equipes.
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades
físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo
(estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir
das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou Academia da Saúde, atuar de
forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, Cerest, Ambulatórios
Especializados etc.), além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.
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atenção básica para populações específicas, às quais estão vinculados, não recomendada a existência
de uma unidade de saúde ou serviço de saúde específicos para a equipe de NASF.
Da mesma forma, a prestação de contas dos valores recebidos e aplicados no período deve ser
aprovada no Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado ou
município e à Câmara Municipal.
A demonstração da movimentação dos recursos de cada conta deverá ser efetuada, seja na
prestação de contas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, mediante a apresentação de:
I- Relatórios mensais da origem e da aplicação dos recursos;
II- Demonstrativo sintético de execução orçamentária;
III- Demonstrativo detalhado das principais despesas; e
IV- Relatório de gestão.
O relatório de gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recursos financeiros resultou
em ações de saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de produção de
serviços de atenção básica.
Programa Nacional de Imunização O Programa Nacional de Imunizações (PNI)
saúde e formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico, no âmbito das
escolas e Unidades Básicas de Saúde, realizada pelas equipes de saúde da atenção básica e educação
de forma integrada, por meio de ações de:
I- Avaliação clínica e psicossocial que objetivam identificar necessidades de saúde e garantir a
atenção integral a elas na Rede de Atenção à Saúde;
II- Promoção e prevenção que articulem práticas de formação, educativas e de saúde, visando à
promoção da alimentação saudável, à promoção de práticas corporais e atividades físicas nas escolas,
à educação para a saúde sexual e reprodutiva, à prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas, à
promoção da cultura de paz e prevenção das violências, à promoção da saúde ambiental e
desenvolvimento sustentável; e
III- Educação permanente para qualificação da atuação dos profissionais da educação e da saúde e
formação de jovens.
A gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas e corresponsáveis. A articulação
intersetorial das redes públicas de saúde, de educação e das demais redes sociais se dá por meio dos
Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI) – federal, estadual e municipal –, que são responsáveis pela
gestão do incentivo financeiro e material, pelo apoio institucional às equipes de saúde e educação na
implementação das ações, pelo planejamento, monitoramento e avaliação do programa.
Sobre o processo de implantação, credenciamento, cálculo dos tetos das equipes de atenção
básica, e do financiamento do Bloco de Atenção Básica:
O PMAQ é um programa que tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a
melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável
nacional, regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações
governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.
Uma das principais diretrizes atuais do Ministério da Saúde é executar a gestão pública
com base na indução, monitoramento e avaliação de processos e resultados mensuráveis, garantindo
acesso e qualidade da atenção em saúde a toda a população.
Nesse sentido, diversificados esforços têm sido empreendidos no sentido de ajustar as
estratégias previstas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) na direção de reconhecer
a qualidade dos serviços de Atenção Básica (AB) ofertados à sociedade brasileira e
estimular a ampliação do acesso e da qualidade nos mais diversos contextos existentes no país.
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Nos últimos anos, com o alcance de uma cobertura estimada de mais de metade da
população brasileira pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e uma cobertura populacional por
outros modelos de AB que pode variar entre 20% e 40%, a questão da qualidade da gestão e
das práticas das equipes de AB tem assumido maior relevância na agenda dos gestores do Sistema
Único de Saúde (SUS).
VORH (Vacina
Diarreia por Rotavírus
Oral de Rotavírus
Humano)
Poliomielite (paralisia
VIP (vacina infantil
inativada
poliomielite)
9 meses Vacina febre Dose Febre amarela
amarela única
SRC (tríplice 1ª dose Sarampo, caxumba e rubéola.
viral)
47
12 meses
4 anos
VOP (vacina oral 2º Poliomielite (paralisia
poliomielite) reforço infantil)
1 dose –a
partir dos 30
anos de
idade.
CADEIA DE FRIO:
Imunizações, são distribuídos para as cadeias de frio de esfera estadual e municipal, e depois para os
centros de saúde e PSF.
Refrigeradores ou geladeiras
São equipamentos de uso doméstico que na Rede de Frio são destinados à estocagem de
imunobiológicos em temperaturas positivas a +2ºC, devendo para isto estar regulados para funcionar
nesta faixa de temperatura. A vacina pode, em algum momento, estar em uma temperatura entre +2o
e +8o C sem sofrer perda de potência (em armazenamento).
Geladeira doméstica As geladeiras, com capacidade a partir de 280 litros, utilizadas pelo
Programa Nacional de Imunizações, devem ser organizadas de acordo com as seguintes
recomendações:
• no evaporador (congelador) colocar gelo reciclável (gelox ou bobinas com água) na posição
vertical. Esta norma contribui para a elevação lenta da temperatura, oferecendo proteção aos
imunobiológicos na falta de energia elétrica ou defeito do equipamento;
• na primeira prateleira devem ser colocadas as vacinas que podem ser submetidas à
temperatura negativa (contra poliomielite, sarampo, febre amarela, rubéola, tríplice viral) dispostas
em bandejas perfuradas para permitir a circulação de ar;
• na segunda prateleira devem ser colocadas as vacinas que não podem ser submetidas à
temperatura negativa (dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, TT e BCG), também em bandejas
perfuradas ou nas próprias embalagens do laboratório produtor;
• na segunda prateleira, no centro, colocar termômetro de máxima e mínima na posição
vertical, em pé;
• na terceira prateleira pode-se colocar os diluentes, soros ou caixas com as vacinas
conservadas entre +2 e +8ºC, tendo o cuidado de permitir a circulação do ar entre as mesmas, e entre
as paredes da geladeira;
• retirar todas as gavetas plásticas e suportes que existam na parte interna da porta, e no lugar
da gaveta grande preencher toda parte inferior exclusivamente com 12 garrafas de água com corante,
que contribuem para a lenta elevação da temperatura interna da geladeira. Essa providência é de vital
importância para manter a temperatura da geladeira entre +2°C e +8°C quando ocorrer falta de
energia ou defeito no equipamento. A porta do evaporador (congelador) e a bandeja coletora sob este
deverão ser mantidas. Não devem ser usadas bobinas de gelo reciclável como substitutas das
garrafas.
51
• A geladeira que não possuir o quantitativo de 12 garrafas de água deverá ser abastecida com
o número necessário, colocando-se duas unidades por dia até atingir o número recomendado (12),
evitando-se, dessa forma, modificação abrupta de temperatura no interior da geladeira, levando as
vacinas a choque térmico. As unidades de saúde que dispuserem de geladeira para outro fim poderão
utilizá-la para refrigerar a água que será usada para abastecer as 12 garrafas e em seguida colocá-las
na geladeira da vacina de uma só vez. Essas garrafas devem ser tampadas para que a água não
evapore, pois a evaporação acelera a formação de gelo no evaporador.
Cuidados básicos
Definição: Dá-se o nome de História Natural das Doenças ao conjunto de processos interativos que
compreendem as relações existentes entre o hospedeiro, o agente e o meio ambiente que afetam o
organismo na produção de doenças.
A História Natural de uma doença têm início antes do envolvimento do indivíduo, isto é, antes
que ele receba o estímulo-doença.
A História Natural das Doenças é na realidade um quadro esquemático que descreve as
múltiplas e diferentes enfermidades, criando condições para a realização de diferentes métodos de
prevenção e controle das diversas doenças. Apresenta desenvolvimento em dois períodos
sequenciais:
Período de pré-patogênese: enfoca as relações suscetível-ambiente.
Período de pré-patogênese : abrange as modificações que se passam no organismo.
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PERÍODO DE PRÉ-PATOGÊNESE
O primeiro período da história natural: é a própria evolução das inter-relações dinâmicas, que
envolvem, de um lado, os condicionantes sociais e ambientais e, do outro, os fatores próprios do
suscetível, até que se chegue a uma configuração favorável á instalação da doença. Envolve, como já
foi citado antes, as inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o suscetível e outros fatores
ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermidade e as condições sócio-econômico-
culturais que permitem a existência desses fatores.
PERÍODO DE PATOGÊNESE
A história natural da doença tem seguimento com a sua fundação e evolução no homem. É o período
da patogênese. Este período se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos
desempenham sobre o ser afetado. Seguem-se as reações bioquímicas em nível celular, prosseguindo
com as perturbações na forma e na função,evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte
ou cura.
Prevenção é o conjunto de medidas que visam evitar a doença na coletividade, utilizando medidas
que acabem com a patologia, ou a minimizem na população.
TIPOS DE PREVENÇÃO
Primária - quaisquer atos destinados a diminuir a incidência de uma doença numa população,
reduzindo o risco de surgimento de casos novos; São exemplos a vacinação, o tratamento da água
para consumo humano, de medidas de desinfecção e desinfestação ou de ações para prevenir a
infecção por HIV, e outras ações de educação e saúde ou distribuição gratuita de preservativos , ou de
seringas descartáveis aos toxicômanos .
Secundária - quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência de uma doença numa população
reduzindo sua evolução e duração; Um exemplo é o rastreio do câncer do colo uterino, causado pela
transmissão sexual do HPV. A prevenção secundária consiste em um diagnostico precoce e
tratamento imediato.
Terciária - quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas numa
população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença. Como exemplo,
podem-se citar ações de formação a nível de escolas ou locais de trabalho que visem anular atitudes
fóbicas em relação a um indivíduo infectado pelo HIV . Outro exemplo, a nível da saúde ocupacional
seria a reintegração daquele trabalhador na empresa, caso não pudesse continuar a exercer, por razões
médicas, o mesmo tipo de atividades.
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Saúde: “ um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de
doenças ou defeitos”. OMS.
Sintomas são os efeitos das alterações fisiológicas que são detectáveis somente pelo próprio
indivíduo. É uma manifestação subjetiva da doença. São exemplos de sintomas dor, vertigem,
náusea, etc.
Sinais (ou sinais clínicos): são os efeitos das alterações fisiológicas que podem ser
observadas ou medidas por outros indivíduos (ex: médicos, equipe de enfermagem, etc.). É uma
manifestação objetiva da doença, são exemplos: a febre, inapetência, o vômito, alteração da
locomoção etc. Outros sinais são mais obscuros e podem necessitar de instrumentos sofisticados
(alterações dos valores bioquímicos) ou períodos de observação longos (ex. fertilidade baixa, perda
de peso, perda de pelo).
Os vetores
A História Natural de uma doença é normalmente descrita por três fatores: hospedeiro, agente
e meio ambiente. Porém, para algumas doenças é necessário acrescentar um quarto fator, o vetor.
Vetor é todo fator que transporta um agente de doença de um indivíduo para o outro.
Normalmente estudamos os vetores biológicos (insetos, moluscos, mamíferos, etc.), entretanto, em
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um conceito mais amplo podemos incluir grupos de seres humanos (traficantes, viciados, etc.) ou
mesmo objetos (agulhas contaminadas, etc.) como vetores.
Doenças Transmissíveis
São aquelas em que ocorre a transmissão de um hospedeiro para o outro, de um agente vivo
que, dentro do conceito de multicasualidade, figura como causa necessária da doença.
O processo de transmissão envolve 4 elementos básicos: agente casual, fonte, suscetível e ambiente.
C- Transmissão vetorial.
Vetores são transportadores vivos dos agentes. Os vetores mais importantes são artrópodes
(moscas, mosquitos, carrapatos) como também pequenos mamíferos (ratos) ou outros vertebrados
(peixes e pássaros).
Eles transportam o agente e garantem o contacto com hospedeiros específicos.
Esta transmissão pode-se fazer:
a) por via direta: O vetor transfere o agente infeccioso de um animal doente para um saudável.
b) por via indireta: O vetor transfere o agente infeccioso a partir das excreções de um animal
infectado para o animal são via alimento ou água.
b.1- Transmissão mecânica. O vetor atua como "agulha voadora”.
b.2 - Transmissão biológica. O vetor tem uma função biológica essencial na vida do agente. b
b.3- Transmissão biológica propagativa. O agente infeccioso multiplica-se no vetor.
b.4- Transmissão biológica com desenvolvimento. O agente infeccioso passa por uma fase essencial
do seu desenvolvimento no vetor.
b.5- Transmissão biológica ciclo propagativa. O agente multiplica-se e sofre um desenvolvimento. E
o caso de Babésias em algumas espécies de carraças.
DOENÇAS INFECCIOSAS
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SARAMPO
É uma doença exantemática. trabalhos de assistência, e integração de Epidemiologia: É um
dos cinco exantemas da infância clássicos, com a varicela rubéola, eritema infeccioso e roséola. É
altamente infeccioso e transmitido por secreções respiratórias como espirro e tosse.
Sintomas: As manifestações iniciais são febre alta, tosse rouca e persistente, coriza, conjuntivite e
fotofobia (hipersensibilidade à luz). Surgem manchas brancas na mucosa da boca (que são
diagnósticas). Surgem ainda manchas maculo papulares avermelhadas na pele, inicialmente no rosto
e progredindo em direção aos pés, durando pelo menos três dias, e desaparecendo na mesma ordem
de aparecimento.
Diagnóstico e tratamento: O diagnóstico é clinico devido às características muito típicas,
especialmente as manchas de Koplik - manchas brancas na mucosa da boca-parte interna da
bochecha. Pode ser feita detecção de antígenos em amostra de soro.
A prevenção é por vacina Tríplice viral, feita com cepa de vírus vivo atenuado. O tratamento é
sintomático.
RUBÉLOLA
A Rubéola é uma doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por via respiratória. É
uma doença geralmente benigna, mas que pode causar malformações no embrião em infecções de
mulheres grávidas.
Epidemiologia A rubéola é um dos cinco exantemas (com marcas vermelhas na derme) da infância.
Os outros são o sarampo, a varicela, o eritema infeccioso e a roséola.
Progressão e sintomas: A transmissão é por contacto direto, secreções ou pelo ar. O vírus
multiplica-se na faringe e nos órgãos linfáticos e depois dissemina-se pelo sangue para a pele. A
infecção, geralmente, tem evolução benigna e em metadedos casos não produz qualquer manifestação
clínica. As manifestações mais comuns são febre baixa (até 38ºC), aumento dos gânglios linfáticos no
pescoço, hipertrofia ganglionar retro-ocular e suboccipital, manchas (máculas) cor-de-rosa
(exantemas) cutâneas, inicialmente no rosto e que evoluem rapidamente em direção aos pés e em
geral desaparecem em menos de 5 dias. Outros sintomas são a vermelhidão (inflamação) dos olhos
(sem perigo), dor muscular das articulações, de cabeça e dos testículos, pele seca e congestão nasal
com espirros.
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HEPATITES
Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples
alteração laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença
fulminante e fatal (mais frequente nas formas agudas). Existem várias causas de hepatite, sendo as
mais conhecidas as causadas por vírus das hepatite A, B, C, D, E, F,G, citomegalovírus, etc). Outras
causas: drogas (álcool, anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, sulfas, derivados imidazólicos,
hormônios tireoidianos, anticoncepcionais, etc), distúrbios metabólicos (doença de Wilson,
politransfundidos, hemossiderose, hemocromatose, etc), trans infecciosa, pós-choque. Em comum,
todas as hepatites têm algum grau de destruição das células hepáticas.
Sintomatologia: A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a sintomas
incaracterísticos como febre, mal estar, desânimo e dores musculares.Hepatites mais severas podem
levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia , conhecida popularmente
no Brasil por “trisa” ou "amarelão" e que caracteriza-se pela coloração amarelo-dourada da pele e
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conjuntivas. Associado pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de
vidraceiro (acolia fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar
com a encefalopatia hepática e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses),
geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose.
Tipos de Hepatites:
Hepatite A: É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode
cursar de forma subclínica. Transmissão é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre contaminação direta de
pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam
em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico. A
falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas
contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada
a pessoa desenvolve imunidade permanente. A transmissão através de agulhas ou sangue é rara.
Prevenção vacina segura para hepatite A.
Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite,
sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarreia. A icterícia é mais
comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de duas a quatro
semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é
baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de
higiene para prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias
das condições sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante.
Hepatite B
Transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com
as tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença
sexualmente transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, no dentista e até em
sessões de depilação.
Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B pode cronificar
e provocar a cirrose hepática.
A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e não utilizando materiais
cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis
de uso único. Quanto mais cedo se adquire o vírus, maiores as chances de ter uma cirrose hepática.
Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses intramusculares e deve ser repetida a cada 10
anos.
Hepatite C
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Transmissão Hepatite que pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso
de drogas, piercings, no dentista e em manicure, e de grande preocupação para a Saúde Pública.
Sintomatologia: A grande maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da doença, mas
podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar
e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado. Prevenção é feita
evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas.
Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem como material próprio em manicures. A
esterilização destes materiais é possível, porém nãohá controle e as pessoas que ‘dizem’ que
esterilizam não têm o preparo necessário para fazer uma esterilização real. Não existe vacina para a
hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde
pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a
AIDS.
Hepatite D
Transmissão Causada por RNA-vírus (tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio
envelope protéico e de infectar uma pessoa), só tem importância quando associada à hepatite B, pois
a potencializa. Isoladamente parece não causar infecção. Geralmente encontrado em pacientes
portadores do vírus HIV e está mais relacionado à cronificação da hepatite e também à hepato
carcinoma.
Hepatite E É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que pode cursar
de forma subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água
contaminados, e os sintomas iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após
enchentes Não existe vacina para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa,
fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode
ocorrer diarréia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado para mulheres
grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir com hepatite
fulminante.
Tratamento: Não existe tratamento específico. O paciente deve receber medicamentos
sintomáticos e repousar. Pode ser prevenida através de medidas de higiene, devendo ser evitado
comprar alimentos e bebidas de vendedores ambulantes.
Hepatite F DNA-vírus, transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente,
através de extratos de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos.
Hepatite G A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo
vírus VHG (vírus mutante do vírus da hepatite C) que se estima ser responsável por 0,3 por cento de
todas as hepatites víricas. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se
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que a doença é transmitida, sobretudo, pelo contato sanguíneo (transmissão parenteral). Pode
evoluir para infecção persistente com prevalência de 2% entre doadores de sangues. Não foi ainda
possível determinar com exatidão – dado que a descoberta da doença e do vírus que a provoca foram
recentes – as consequências da infecção com o vírus da hepatite G. A infecção aguda é geralmente
«suave» e transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite fulminante (os
especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas hepatites
fulminantes).
POLIOMIELITE
O poliovírus é um enterovírus, com genoma de RNA simples. O vírus não tem envelope
bilipídico, é recoberto apenas pelo cápsideo e é extremamente resistente às condições externas.
Epidemiologia: É mais comum em crianças ("paralisia infantil"), mas também ocorre em adultos,
comoa transmissão do poliovírus "selvagem" pode se dar de pessoa a pessoa através de contato fecal
- oral, o que é crítico em situações onde as condições sanitárias e de higiene são inadequadas.
Crianças de baixa idade, ainda sem hábitos de higiene desenvolvidos, estão particularmente sob risco.
Transmissão: O poliovírus também pode ser disseminado por contaminação fecal de água e
alimentos. Todos os doentes, assintomáticos ou sintomáticos, expulsam grande quantidade de vírus
infecciosos nas fezes, até cerca de três semanas depois da infecção do individuo. Os seres humanos
são os únicos atingidos e os únicos reservatórios, daí a vacinação universal poder erradicar essa
doença completamente.
Progressão e Sintomas O período entre a infecção com o poliovírus e o início dos sintomas
(incubação) varia de 3 a 35 dias. A descrição seguinte refere-se à poliomielite maior, paralítica, mas
esta corresponde a uma minoria dos casos. Na maioria o sistema imunitário destrói o vírus em
alguma fase antes da paralisia.
Sintomas Podem ser semelhantes às infecções respiratórias (febre e dor de garganta, gripe) ou
gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal). Em seguida dissemina-se pela corrente
sanguínea e vai infectar por essa via os órgãos. Os mais atingidos são o sistema nervoso incluindo
cérebro, e o coração e o fígado. A multiplicação nas células do sistema nervoso (encefalite) pode
ocasionar a destruição de neurônios motores, o que resulta em paralisia flácida dos músculos por eles
inervados.
Diagnóstico é por detecção do seu DNA com PCR ou isolamento e observação com microscópio
eletrônico do vírus de fluídos corporais.
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Tratamento: a poliomielite não tem tratamento específico. No passado preservava-se a vida dos
doentes com poliomielite bulbar e paralisia do diafragma e outros músculos respiratórios com o
auxílio de máquinas que criavam as pressões positivas e negativas necessárias à respiração por eles
(respiração artificial ou pulmão de ferro). Antes dos programas de vacinação, os hospitais pediátricos
de todo o mundo estavam cheios de crianças perfeitamente lúcidas condenadas à prisão do seu
"pulmão de ferro".
Prevenção: Vacinação com vacina Sabin a criança. A única medida eficaz é a vacinação. Há dois
tipos de vacina: a Salk e a Sabin. A Salk consiste nos três sorotipos do vírus inativos com formalina
("mortos"), e foi introduzida em 1954 por Jonas Salk. Tem a vantagem de ser estável, mas é cara e
tem de ser injetada três vezes, sendo a proteção menor.
VARICELA (CATAPORA)
É uma patologia infecciosa aguda, com grande transmissibilidade, causada pelo vírus
varicela-zóster. A patologia é mais comum em crianças entre um e dez anos, porém pode ocorrer em
pessoas susceptíveis (não imunes) de qualquer faixa etária. Esta patologia em crianças pode evolui
sem consequências mais sérias.
Transmissão: O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus varicela-zóster. A infecção, em
geral, ocorre através da mucosa do trato respiratório superior (porta de entrada). A transmissão do
vírus acontece, principalmente, pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse) de um
indivíduo infectado ou pelo contato direto com o líquido das vesículas. É possível a transmissão da
varicela través da placenta.
Medidas de proteção: A doença pode ser evitada através da utilização da vacina contra a varicela.
Sintomatologia: Em crianças, em geral, as manifestações iniciais da varicela são as lesões de pele. É
comum em adultos ocorrer febre e prostração, um a dois dias antes do aparecimento das lesões
cutâneas. As lesões de pele surgem como pequenas máculo-pápulas ("pequenas manchas vermelhas
elevadas"), que em algumas horas tornam-sevesículas ("pequenas bolhas com conteúdo líquido
claro"), das quais algumas se rompem e outras evoluem para formação de pústulas ("bolhas com
pus") e posteriormente (em 1 a 3 dias) formam-se crostas, resultando em cerca de 200 a 500lesões,
que causam intenso prurido ("coceira"). As primeiras lesões comuns aparecem na cabeça ou pescoço,
mas a medida que estas evoluem, rapidamente vão surgindo novas lesões em tronco e membros e
também em mucosas (oral, genital,respiratória e conjuntival), sendo frequente que os diferentes
estágios evolutivos (pápulas, vesículas, pústulas e crostas) estejam presentes simultaneamente. A
evolução para a cura, comumente, ocorre em até uma semana, embora lesões crostosas residuais
possam persistir por 2 a 3 semanas e algumas pequenas cicatrizes permaneçam indefinidamente.
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Tratamento: Todas as pessoas que apresentam manifestações clínicas compatíveis com varicela
devem ser avaliadas por médico tão logo possível. Os antitérmicos (paracetamol, dipirona), caso
sejam necessários, podem ser utilizados para controlar a febre. Os medicamentos que contenham em
sua formulação o ácido acetil-salicílico (AAS, Aspirina, Doril, Melhoral, etc) não devem ser usados
em crianças com Varicela, pela possibilidade de Síndrome de Reye (doença rara, de alta letalidade,
caracterizada pelo comprometimento do sistema nervoso central e do fígado associado ao uso deste
medicamento durante infecções virais em crianças). O uso do ácido acetil-salicílico, por provocar
alterações na função das plaquetas, pode ainda aumentar o risco de episódios de sangramento em
pessoas de qualquer idade. O prurido pode ser atenuado com banhos ou compressas frias e com a
aplicação de soluções líquidas contendo cânfora ou mentol ou óxido de zinco. Quando muito intenso,
pode ser necessário utilizar medicamentos (como a dexclorfeniramina ou a cetirizina), ajustando-se a
dose pelo peso do doente, para evitar sonolência excessiva. Para reduzir o risco de infecção
bacteriana na pele, principalmente em crianças, as unhas devem ser cortadas para evitar traumatismo
durante o ato de coçar. A higiene corporal deve ser observada, bastando para isto a limpeza com água
e sabão. Não existe comprovação científica de benefício do uso de substâncias como o permanganato
de potássio e soluções iodadas para a higiene das lesões de pele. Esta prática, pode ainda resultar em
danos, incluindo queimaduras e reações alérgicas. Quando ocorrerem, as complicações bacterianas
(infecção secundária da pele, pneumonia e sepse) devem ser tratadas com antibióticos adequados,
receitados pelo médico.
FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela,
para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é transmitida por mosquitos e
ocorre exclusivamente na América Central, na América do Sul e na África. No Brasil, a febre
amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão
silvestre (regiões de cerrado, florestas).
Transmissão: A transmissão pode ocorrer em áreas urbanas, silvestres e rurais ("intermediária", em
fronteiras de desenvolvimento agrícola). As manifestações da febre amarela não dependem do local
onde ocorre a transmissão. O vírus e a evolução clínica são idênticos. A diferença está apenas nos
transmissores e no local geográfico de aquisição da infecção.
Medidas de proteção individual: Vacinação contra a febre amarela.
Manifestações: A maioria das pessoas infectadas com o vírus da febre amarela apresenta sintomas
discretos ou não apresenta manifestações da doença. Os sintomas da febre amarela, em geral
aparecem entre 3 e 6 dias (período de incubação) após a picada de um mosquito infectado. As
manifestações iniciais são febre de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça, dor muscular,
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cansaço e calafrios. Em algumas horas podem surgir náuseas, vômitos e, eventualmente, diarréia.
Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes (85%) recupera-se completamente e fica
permanentemente imunizado contra a doença.
Tratamento: não tem tratamento específico. As pessoas com suspeita desta, devem ser internadas
para investigação diagnostica e tratamento de suporte, que é feito basicamente com hidratação e
antitérmicos. Não deve ser utilizado remédio para dor ou febre, acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®,
Melhoral® etc.), que pode aumentar o risco de sangramentos. Pelo menos durante os cinco primeiros
dias de doença é imprescindível que estejam protegidas com mosquiteiros, uma vez que durante esse
período podem ser fontes de infecção para o Aëdes aegypti. As formas graves da doença necessitam
de tratamento intensivo e medidas terapêuticas adicionais como diálise peritonial e, eventualmente,
transfusões de sangue.
COQUELUCHE
É uma doença extremamente contagiosa provocada pelas bactérias Bordetella pertussis e
Bordetella para pertussis que ao entrar no organismo permanece incubada até 14 dias. Se
desenvolvem no nariz, boca e garganta e após tal período de incubação invade o aparelho respiratório
liberando nele suas toxinas produzidas que fazem com que haja superprodução do muco, impede a
fagocitose e desregula a ação das células que fazem a fagocitose (macrófagos). É transmitida duas
semanas antes até três semanas depois do início da tosse após uma pessoa doente espirrar, falar ou
tossir. Também pode se contrair a doença quando compartilha-se lençóis, copos e outros objetos
pessoais. Se manifesta em três fases: catarral que dura até 14 dias, paroxística que dura até 6semanas
e fase de convalescença que permanece por até 3 semanas.
Sintomas: Inflamação dos brônquios, febre baixa, tosse seca, coriza, espirros, vômito, sudorese,
expectoração e posteriormente com a agravação da doença manifesta perda de consciência,
convulsão, pneumonia, encefalite, lesões cerebrais, óbito.
Tratamento: O tratamento utiliza antibióticos para combater as bactérias, onde normalmente utiliza-
se a eritromicina já que é eficaz e pouco tóxica. Neste caso, o emprego de imunoglobulina humana
ainda não é comprovadamente eficaz. É importante descansar muito, ingerir bastante líquidos, utilizar
oxigênio e sedativos leves para controlar crises de tosse.
Prevenção: A doença pode ser prevenida através da vacina tríplice que é administrada na criança
com dois meses de vida com reforços subsequentes. Se uma pessoa sã for exposta a um doente deve
procurar auxílio médico para que este prescreva antibióticos para prevenir a doença.
ESQUITOSSOMOSE OU BILHARZIOSE:
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MALÁRIA
A malária é uma das mais importantes doenças tropicais do mundo e apresenta-se bastante
difundida no mundo. Essa doença caracteriza-se por desencadear acessos periódicos de febres
intensas que debilitam profundamente o doente. A malária provoca lesões no fígado, no baço e em
outros órgãos, além de anemia profunda devido à destruição maciça dos glóbulos vermelhos que são
utilizados pelo Plasmodium para reproduzir-se.
Tipos de Plasmodium que são transmitidos por diferentes espécies de mosquito.
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•Drenando-se valas e banhados, as fêmeas dos mosquitos nãoterão mais local apropriado para a
postura;
•A criação de peixes larvófagos, isto é, que se alimentam de larvas dos mosquitos, produz bons
resultados;
•O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas impedem que os mosquitos se aproximem do
homem;
•Evitar o acúmulo de pneus velhos, latas, vasos e outros recipientes que armazenam água,
possibilitando a reprodução do mosquito.
•Certas árvores, como o eucalipto podem ser usadas como plantas drenadoras, porque absorvem
muita água do solo. Não havendo água estagnada, as fêmeas dos mosquitos não terão local adequado
para a postura;
•Educação sanitária e o tratamento medicamentoso (alcalóides) dos enfermos são medidas
indispensáveis. Ainda não há vacina contra a malária.
Tratamento: visa principalmente a interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela
patogenia e manifestações clínicas da infecção. Entretanto, pela diversidade do seu ciclo biológico, é
também objetivo da terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do parasita no ciclo
tecidual (hipnozoítos) do P. vivax, evitando assim as recaídas tardias. Além disso, a abordagem
terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas, pode visar também à interrupção da
transmissão, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos. Para atingir esses
objetivos, diversas drogas com diferentes mecanismos de ação são utilizadas, tentando impedir o
desenvolvimento do parasito no hospedeiro. O Ministério da Saúde através de uma política nacional
de medicamentos para tratamento da malária, disponibiliza gratuitamente essas drogas em todo o
território nacional através das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
CAXUMBA
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É uma doença contagiosa ocasionada por vírus, estes são transmitidos por gotas de espirros, tosse ou
por contato direto.
Sintomas: Os sintomas são inchaço da glândula parótida em frente a orelha, dor na glândula inchada
com tato ou pressão, dor aumentada com a mastigação, febre acima de37ºC, dores de cabeça, e
garganta inflamada. É uma doença de transmissão respiratória e que ataca normalmente as crianças.
A caxumba é uma doença inofensiva, porém pode provocar complicações como inchaço nos
testículos e ovários, e em casos raros resultar em esterilidade. O coração e as articulações (juntas)
também podem ser acometidos. O diagnóstico é feito através de exame de sangue. A prevenção é
realizada devido a eficácia da vacina tríplice viral.
DOENÇA DE CHAGAS
e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação clínica a doença pode
passar despercebida. Fase crônica: Nesta fase, muitos pacientes podem passar um longo período, ou
mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores
do T.cruzi. Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo
comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.
Diagnóstico: O diagnóstico, compreende o exame clínico e laboratorial (pesquisa do parasito no
sangue), na fase aguda e exame clínico, sorológico, eletrocardiograma e raio X, na fase crônica. Nos
dois casos, deve-se levar em consideração a investigação epidemiológica. Tratamento: As drogas
hoje disponíveis, são eficazes, apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da descoberta
precoce da doença.
Vacinação: Ainda, não se dispõe de vacina para uso imediato.
TUBERCULOSE
A Tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo
de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Apesar
das inúmeras localizações possíveis da doença, em cerca de90%dos casos, inicia-se pelos pulmões.
Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre pela ingestão de leite de vaca contaminado, podendo
aparecer a tuberculose pulmonar, a renal, a óssea, na pele, etc.
Sintomatologia: Na tuberculose pulmonar, geralmente a primeira infecção por bacilos se estabelece
sem apresentar sintomas ou com sintomas discretos, como perda do apetite, fadiga, irritação. Muitas
vezes, os sintomas assemelham-se aos da gripe ou do resfriado comum. Podem surgir febre, tosse
seca, sudorese noturna e emagrecimento. Por outro lado, em alguns casos, a evolução origina
consequências graves. Ocorre a reativação dos focos primários, caseificação progressiva (necrose do
tecido) e cavernização, caracterizando a tuberculose crônica.
Profilaxia: Na prevenção, principalmente em crianças recém-nascidas, usa-se a vacina BCG (bacilo
de Calmet-Guérin). Evitar o convívio com tuberculoso contagiante e só consumir leite pasteurizado
ou fervido adequadamente. Talvez a prevenção mais eficaz seja melhorar o padrão de vida da
população, as condições de habitação, trabalho, alimentação. Também é importante a descoberta de
casos ocultos, através de radiografias (abreugrafia) e teste cutâneo (prova de tuberculina). O
tratamento, ao menos em seu início, é feito num hospital especializado (sanatório). Usa-se um
verdadeiro arsenal de antibióticos e, por vezes, métodos cirúrgicos.
HANSENÍASE
A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução prolongada causada pelo bacilo
denominado Mycobacterium lepra e ou bacilo de Hansen,
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Transmissão: Relativamente pouco contagiante, a forma de contágio mais comum é a direta (pessoa
a pessoa), entre outras vias, por descargas nasais infectadas. Existe maior predisposição na infância,
em condições sanitárias deficientes e de subnutrição.
Sintomatologia O período de incubação é de 3 a 5 anos. A classificação das formas clínicas da
hanseníase divide-se basicamente em quatro: indeterminada, tuberculóide, dimorfa evirchowiana. Os
dois tipos mais importantes são a tuberculóide e a virchowiana ou lepromatosa. A forma tuberculóide
é carcterizada por nódulos sob a pele e regiões de anestesia circunscrita, pelas lesões dos nervos
periféricos. A forma mais grave é a vichowiana ou lepromatosa que causa ulcerações e deformidades,
com mutilações demãos, nariz e orelhas.
MENINGITE
É uma inflamação das meninges e do interposto. O processo inflamatório estende-se por todo
o espaço sub-aracnoide em torno do encéfalo e da medula espinal e costuma envolver os ventrículos.
- Kernig
# Crianças com mais de 2 anos :
- mal estar geral; - febre (38-40ºc ); - calafrios; - cefaleia intensa; - vômitos; - dores generalizadas; -
convulsão ( ocasionalmente ) irritação; - sinais meníngeos presentes; - exantemas petequiais ou
purpúricos
Estes sintomas tendem a agravar-se, podendo mesmo originar um estado de coma.
# Lactentes e crianças pequenas: Raramente é observado o quadro clássico de meningite Os sinais
meningeos, não contribuem para o diagnóstico por serem de difícil avaliação.
Podem apresentar: - febre; vômitos; - irritabilidade; - convulsões; - choro; - rigidez da nuca.
- Período neonatal De diagnóstico difícil. Por vezes pode ser definido com um << acriança não está
bem.
Os sintomas mais frequentes são: - recusa alimentar; - escassa capacidade de sucção; - vômitos e/ou
diarreia; - tônus fraco; - choro débil; - hipotermia ou febre; - icterícia; - sonolência; - convulsões;
É uma síndrome benigna causada, principalmente vírus, e está frequentemente associada a outras
doenças, comoo sarampo, parotidite e leucemia.
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TÉTANO
O tétano é uma doença infecciosa grave causada por uma neurotoxina produzida pelo
Clostridium tetani, uma bactéria encontrada comumente no solo sob a forma de esporos (formas de
resistência). O tétano, uma doença imuno prevenível, pode acometer indivíduos de qualquer idade e
não é transmissível de uma pessoa para outra. A ocorrência da doença é mais frequente em regiões
onde a cobertura vacinal da população é baixa e o acesso á assistência médica é limitado.
Transmissão: O tétano é uma doença infecciosa, não transmissível de um indivíduo para outro, que
pode ocorrer em pessoas não imunes ou seja, sem níveis adequados de anticorpos protetores. Os
anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela aplicação da vacina antitetânica, uma vez
que a neurotoxina, em razão de atuar em quantidades extremamente reduzidas, é capaz de produzir a
doença, mas não a imunidade. O tétano pode ser adquirido através da contaminação de
ferimentos (tétano acidental), inclusive os crônicos (como úlceras varicosas) ou do cordão
umbilical. Os esporos do Clostridium tetani são encontrados habitualmente no solo e,sem causar o
tétano, nos intestinos e fezes de animais (cavalos, bois, carneiros, porcos,galinhas etc). Também
podem ser encontrados, principalmente em áreas rurais, na pele (integra), no intestino e fezes de seres
humanos, sem causar a doença. Quando em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio), como
ocorre em ferimentos, os esporos germinam para a forma vegetativa do Clostridium tetani, que
multiplica-se e produz exotoxinas.
Tipos de tétano
Tétano Neonatal As gestantes que nunca foram vacinadas, além de estarem desprotegidas não
passam anticorpos protetores para o filho, o que acarreta risco de tétano neonatal para o recém-nato
(criança com até 28 dias de idade). Este tétano também chamado de mal de sete dias é adquirido
quando ocorre contaminação do cordão umbilical com esporos do Clostridium tetani. A
contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados ou pela
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LEPTOSPIROSE
Febre dos pântanos, doença dos porqueiros, tifo canino. É doença infecciosa, uma zoonose,
causada por uma série de bactérias de aspecto muito peculiar lembrando um saca – rolhas, chamada
leptospira. A forma mais grave da doença e com mais alta mortalidade é associada ao Leptospira
icterohaemorrhagiae, chamada, com mais propriedade, doença de Weil. O agente etiológico É uma
doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros
animais.
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Prevenção: Primeiramente não se deve entrar em contato com água e lama de enchentes, proibindo
as crianças de fazê-lo. Uso de EPIs para quem trabalha em contato com esgoto ou lixo deve usar
botas e luvas de borracha. Se o contato for inevitável, usaras proteções individuais citadas ou
improvisar sacos plásticos amarrados nos pés e mãos, ficando o menor tempo possível em contato
com as águas. Objetos que tiveram contato com águas de enchentes devem ser desinfetados com água
sanitária (4 xícaras de café diluídos em 20 litros de água) e os alimentos devem ser descartados. Água
de poço deve ser clorada ou fervida antes de beber. Se o contato com águas de enchente já ocorreu, o
risco de contaminação da pessoa será maior de acordo com:
•A concentração de bactérias na água, o tempo que a pessoa ficou em contato com as águas, contato
com mucosas, a presença de lesões de pele e a imunidade do indivíduo.
•Deve-se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, deve procurar o médico o mais breve
possível, contando sobre o risco de contágio de leptospirose. Como os ratos sãos os principais
transmissores da doença para o ser humano, diversos cuidados devem ser tomados para evitar a
proliferação destes roedores, tais como:
1.Manter os alimentos guardados em vasilhames tampados;
2.Colocar o lixo em sacos plásticos resistentes e em latões fechados;
3.Se tiver em casa cães, gatos ou outros animais de estimação, retirar e lavar os vasilhames de
alimento do animal todos os dias antes do anoitecer, para não atrair ratos;
4.Manter limpos e desmatados os terrenos baldios;
5.Não jogar lixo perto de córregos, para não atrair ratos e não dificultar oescoamento das águas,
agravando as enchentes;
6.Fechar buracos de telhas, paredes e rodapés; Manter as caixas d’água,ralos e vasos sanitários
fechados com tampas pesadas;
7.Outros animais domésticos também podem transmitir a Leptospira pelaurina se estiverem
infectados, portanto deve-se evitar contato com excreções de animais, limpar as áreas diariamente e
de preferência com a proteção de luvas e calçados emborrachados.
8.Cães, bovinos e suínos devem ser vacinados anualmente contraleptospirose.9.Deve-se evitar ingerir
bebidas diretamente de latas ou garrafas sem que essas sejam lavadas adequadamente.
Deve-se usar copo limpo ou descartável ou canudo plástico descartável.
-Obs: Não existe vacina disponível para seres humanos.
DENGUE
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é
transmitida através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é
considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.
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Tipos de Dengue - Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da
doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na
Costa Rica.
Formas de apresentação - A dengue pode se apresentar – clinicamente - de quatro formas diferentes
formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque
da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.
Infecção Inaparente A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. A
grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-seque de cada dez pessoas
infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
- Dengue Clássica - A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe.
Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta
(39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos,
vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros
sintomas. Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode
continuar sentindo cansaço e indisposição.
- Dengue Hemorrágica: A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações
da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas,
após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença surgem hemorragias em virtude do sangramento
de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias
nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Na Dengue Hemorrágica, assim que os
sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque.
Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
- Síndrome de Choque da Dengue: Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por
uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um
pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da
doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas
cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Entre as
principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma,
irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não
for tratada com rapidez, pode levar à morte.
Medidas gerais de prevenção: O melhor método para se combater a dengue é evitando a procriação
do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos em água parada, seja ela limpa ou suja.
A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de
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vidro etc.) que contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo que o
recipiente fique seco.
Importante que sejam adotadas as seguintes medidas:
- Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à chuva.
Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a
água, pois os ovos do mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes.
Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é:
• substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o com auxílio de
uma escova;
• utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias,
duas vezes por semana*. 40 gotas = 2ml;
• não deixar acumular água nas calhas do telhado;
• não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro)que possam
acumular água;
• acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;
• tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc.
Medidas do governo: Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação de inseticida
através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê"
não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é indesejável, para matar os
mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito
transmissor.
RAIVA
A raiva, também conhecida como hidrofobia (quando ocorre na forma virótica) é uma doença
causada por um vírus da família rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. O agente causador da raiva pode
infectar qualquer animal de sangue quente, porém só irá desencadear a doença em mamíferos, como
por exemplo cachorros, gatos, ruminantes e primatas (como o homem).
O vírus da Raiva é um Rhabdovirus com genoma de RNA simples de sentido negativo(a sua
cópia é que é lida como RNA na síntese protéica). O vírus tem envelope bilípidico, cerca de 100
nanômetros e forma de bala. Prevenção: A vacina contra a Raiva deve-se ao célebre
microbiologista francês Louis Pasteur, que a desenvolveu em 1886.
Sintomatologia: Na fase inicial há apenas dor ou comichão no local da mordidela, náuseas, vômitos
e mal estar moderado ("mau humor"). Na fase excitativa que se segue, surgem espasmos musculares
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intensos da faringe e laringe com dores excruciantes na deglutição, mesmo que de água. O indivíduo
ganha por essa razão um medo irracional e intenso ao líquido, chamado de hidrofobia (por isso
também conhecida por este nome). Logo que surge a hidrofobia a morte já é certa. Outros sintomas
são episódios de hostilidade violenta (raiva), tentativas de morder e bater nos outros e gritos,
alucinações,insônia, ansiedade extrema, provocados por estímulos aleatórios visuais ou acústicos.
O doente está plenamente consciente durante toda a progressão. A morte segue-se na maioria dos
casos após cerca de quatro dias.
Diagnóstico: É usada a imuno fluorescência para detectar antígenos o vírus em biópsias da córnea
ou pele. A observação microscópica óptica ou eletrônica de corpos neuronais permite observar os
patognómicos corpos de Negri inclusões citoplasmáticas escuras.
Tratamento: Não há cura e após surgirem os sintomas excitatórios (hidrofobia) a morte é certa e a
terapia consiste apenas em aliviar os sintomas e diminuir o sofrimento do doente.
TOXOPLASMOSE
Diagnóstico: Por se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas outras, o
diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na área. A confirmação do diagnóstico é
feito por diversos testes sanguíneos, Os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos
no sangue contra o Toxoplasma gondii.
Tratamento: A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais
de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente. São três as
situações: Imunocompetentes com infecção aguda: - Somente comprometimento gânglionar: em
geral não requer tratamento. - Infecções adquiridas por transfusão
com sangue contaminado ou acidentes com materiais contaminados, em geral são quadros severos e
devem ser tratados. - Infecção da retina (corioretinite): devem ser tratados. Infecções agudas em
gestantes: - Devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação
fetal - Com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de tratamento pode
ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido.Infecções em imuno
comprometidos: - Estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados
pelo vírus HIV-1,devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que usaram
para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se,neste último caso a possibilidade de
interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imunológica com
os chamados coquetéis contra a AIDS.
Prevenção: Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção
deve ser feita: Pela não ingestão de carnes cruas ou mal-cozidas. Comer apenas vegetais e frutas bem
lavados em água corrente. Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato
com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países
obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intra-uterina fazendo testes laboratoriais em todas
as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de
medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.
5.20-FEBRE TIFÓIDE
É uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Salmonella typhi.
Caracteriza-se por febre prolongada, alterações do trânsito intestinal, aumento de vísceras como o
fígado e o baço e, se não tratada, confusão mental progressiva, podendo levar ao óbito. A transmissão
ocorre principalmente através da ingestão de água e de alimentos contaminados. A doença tem
distribuição mundial, sendo mais frequente nos países em desenvolvimento, onde as condições de
saneamento básico são inexistentes ou inadequadas.Transmissão: A S. typhi causa infecção
exclusivamente nos seres humanos. A principal forma de transmissão é a ingestão de água ou de
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alimentos contaminados com fezes humanas ou, menos frequentemente, com urina contendo a S.
typhi. Mais raramente, pode ser transmitida pelo contato direto (mão-boca) com fezes, urina,
secreção respiratória, vômito ou pus proveniente de um indivíduo infectado.
Medidas de proteção individual: Os viajantes que se dirigem para uma área onde exista risco de
febre tifóide devem adotar as medidas de proteção para evitar doenças transmitidas através da
ingestão de água e alimentos. O consumo de água tratada e o preparo adequado dos alimentos são
medidas altamente eficazes. A seleção de alimentos seguros é crucial. Em geral, a aparência, o cheiro
e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com agentes infecciosos. O viajante
deve alimentar-se em locais que tenham condições adequadas ao preparo higiênico. A alimentação na
rua com vendedores ambulantes constitui um risco elevado. Os alimentos mais seguros são os
preparados na hora, por fervura, e servidos ainda quentes.
Manifestações Clínicas: As manifestações, especialmente na primeira semana de doença, podem ser
semelhantes à de outras doenças febris como a malária. Mesmo que tenham história de risco para
febre tifóide, pessoas que estiveram em uma área de transmissão de malária, e que apresentem febre,
durante ou após a viagem, devem ter essa doença investigada. À medida que a febre tifóide progride,
é mais facilmente confundível com infecções que podem ter evolução lenta como a endocardite
bacteriana, a tuberculose ou, ainda, com as doenças de natureza auto-imune, como o lupus
eritematoso sistêmico.
O tratamento: consiste basicamente em antibióticos e reidratação. Nos casos leves e moderados, o
médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, com antibióticos orais. Os casos mais
graves devem ser internados para hidratação e administração venosa de antibióticos. Sem
tratamento antibiótico adequado, a febre tifóide pode ser fatal em até 15% dos casos.
PARASITOSES INTESTINAIS
ASCARIDIASE
A ascaridíase é causada pelo Ascaris lumbricoides, vermenematelminte (asquelminte), vulgarmente
denominado lombriga, cujo corpo é alongado e cilíndrico, com as extremidades afiladas. O
comprimento varia entre 15e 35 centímetros. Os machos apresentam a cauda enrolada e são menores
que as fêmeas. A dimensão do corpo destes vermes varia de acordo com o seu número e intensidade
do parasitismo.
Sintomatologia: Na fase pulmonar, os principais sintomas são: dificuldade respiratória, tosse seca,
febre e irritação brônquica. Na fase digestiva, ocorrem desde flatulência, dor abdominal, cólica,
digestão difícil, náusea, vômito, diarréia e até presença de vermes nas fezes. Podem ocorrer sintomas
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alérgicos, como dermatoses, rinites e conjuntivites. Complicações mais graves podem ocorrer, como
a pneumonia, abscesso hepático e choque anafilático. Nas parasitoses maciças em crianças, pode
ocorrer a oclusão intestinal e até a morte. Há outras espécies de lombrigas, como a Ascaris suum, que
parasita o porco.
Profilaxia e Tratamento: As principais medidas profiláticas estão relacionadas à higiene, tanto
pessoal quanto dos alimentos e da água. No tratamento, o pamoato de pirantel e mebendazol são
muito eficazes e possuem os menores efeitos secundários. Como atuam apenas na luz intestinal, não
possuem efeitos sobre as larvas, podendo ser necessária a administração de corticosteróides.
GIARDÍASE:
A giardíase é uma parasitose intestinal, também denominada giardose ou lamblíase, causada pelo
protozoário flagelado Giardia lamblia, que se apresenta sob duas formas: a de trofozoíto, piriforme,
com disco suctorial, dois núcleos e oito flagelos, que vive no intestino delgado humano, e a de cisto,
ovóide, tetranucleado, eliminado aos milhões com as fezes, contaminando a água e os alimentos. É
cosmopolita, sendo uma doença características das regiões tropicais e subtropicais. Giardia lamblia é
o enteroparasita com maior número de cistos encontrados em águas de córregos usados na irrigação
de hortaliças, encontrando-se nas populações ribeirinhas frequência considerável da protozose.
Sintomatologia: O período de incubação varia entre uma (ou menos) e 4 semanas. A sintomatologia
costuma ocorrer em 50% ou mais dos parasitados, associando-se provavelmente a fatores, como
alteração da flora intestinal a óbito. Na maioria dos casos, costuma ser leve ou moderada, raramente
levando a óbito. O sintoma mais comum é a diarréia, com muco e não sanguinolenta; desconforto
abdominal, cólica, flatulência, náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor no epigástrio (acima do
estômago), simulando úlcera péptica. Esta protozoose é mais frequente em crianças com menos de
dez anos de idade,principalmente no grupo ao redor do cinco anos ou menos.Profilaxia e Tratamento
: A prevenção consiste na educação sanitária, higiene individual, proteção dos alimentos, tratamento
da água, combate aos insetos vetores mecânicos, como moscas, etc. O tratamento dos doentes
consiste no uso de nitroimidazóis (ormidazol).
AMEBÍASE
A amebíase se dá pela infecção de protozoário (Entamoeba histolytica), que pode se beneficiar de seu
hospedeiro sem causar benefício ou prejuízo, ou ainda, agir deforma invasora. Neste caso, a doença
pode se manifestar dentro do intestino ou fora dele.
Sintomas: Seus principais sintomas são desconforto abdominal, que pode variar de leve a moderado,
sangue nas fezes, forte diarréia acompanhada de sangue ou mucóide, além de febre e calafrios. Nos
casos mais graves, a forma trofozoítica do protozoário pode se espalhar pelo sistema circulatório e,
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com isso, afetar o fígado, pulmões ou cérebro. O diagnóstico breve nestes casos é muitíssimo
importante, uma vez que, este quadro clínico, pode levar o paciente a morte.
Transmissão: A amebíase é transmitida ao homem através do consumo de alimentos ou água
contaminados por fezes com cistos amebianos, falta de higiene domiciliar e,também, através da
manipulação de alimentos por portadores desse protozoário.
Diagnóstico: Seu diagnóstico mais comum se dá pela presença de trozoítos ou cistos do parasita nas
fezes, mas também pode ocorrer através de endoscopia ou proctoscopia, através da análise de
abcessos ou cortes de tecido, etc.
Prevenção: Como na maioria das doenças, a melhor medida ainda é a prevenção, neste caso, a
prevenção se dá através de medidas higiênicas mais rigorosas junto às pessoas que manipulam
alimentos, saneamento básico, não consumir água de fonte duvidosa, higienizar bem verduras, frutas
e legumes antes de consumi-los, lavar bem as mãos antes de manipular qualquer tipo de alimento, e,
principalmente após utilizar o banheiro.
TENÍASE
A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias (Taenia solium e Taeniasaginata,
principalmente), com sintomatologia mais simples.
As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas
um verme adulto. São altamente competitivas pelo habitat e, sendo hermafroditas com estruturas
fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos.
Sintomatologia: Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos
dispépticos, tais como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias
frequentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.
Profilaxia e Tratamento: A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinha bem as carnes e
na fiscalização da carne e seus derivados (linguiça, salame, chouriço, etc.) Tratamento, este consiste
na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como
diclorofeno, mebendazol, etc. O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por
muitos médicos, especialmente para crianças e gestantes.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Durante muitos séculos, vários países tiveram suas populações atingidas por doenças
transmissíveis que levavam à morte. A idéia sobre esse acontecimento baseava-se na teoria
miasmática, que entendia que as doenças eram causadas pela movimentação do ar, pois este
84
conjunto de cada um desses determinantes pode gerar um estímulo responsável pela ocorrência das
doenças.
A partir daí, o Brasil passa a apresentar duas realidades de saúde que determinam seu perfil
epidemiológico: por um lado, o baixo investimento nas ações de prevenção e controle das doenças
transmissíveis permitiu que estas voltassem a se manifestar, mesmo onde parecia já estarem
eliminadas; por outro, a cada dia aumenta o número de pessoas afetadas por doenças não
transmissíveis e agravos – o que faz com que tenhamos o fenômeno da confluência de riscos, que
expõe a população a várias possibilidades de adoecimento. Dessa forma, para os setores de política
pública e serviços de saúde que desenvolvem ações considerando o perfil epidemiológico da
população assistida, surgem dois desafios:
Voltar a intensificar ou até mesmo criar novas ações de vigilância epidemiológica que atinjam
as doenças transmissíveis; e
Voltar a atenção da vigilância epidemiológica para as doenças não-transmissíveis (câncer,
diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e outras) e agravos (mortes no
trânsito, acidentes de trabalho, violência), cuja ocorrência aumenta diariamente,
principalmente nas grandes cidades.
E quanto aos profissionais de saúde envolvidos nesse processo de redirecionamento das
práticas assistenciais?
Cada vez mais lhes será requisitado que o desenvolvimento de suas atividades junto à
população assistida volte-se à identificação de grupos suscetíveis, expostos a sofrer alterações nas
suas condições de saúde. Dessa maneira, realça-se a importância de se estar atento aos determinantes
que atuam favorecendo o surgimento de doenças transmissíveis, não-transmissíveis e agravos.
Somente mediante a intervenção sobre os mesmos poderemos contribuir para a melhoria da qualidade
de vida da população, modificando seu perfil epidemiológico.
Por que estar atento às doenças e aos agravos? Que instrumentos possuímos para mantê-los
sob vigilância?
Quando estamos supostamente saudáveis, não temos o hábito de procurar assistência
objetivando prevenir alterações no organismo.
É bem mais frequente buscarmos atendimento apenas quando da existência de algum sintoma
ou sinal preocupante. E essa demanda serve como parâmetro aos serviços de saúde para a avaliação
do perfil epidemiológico da população, procurando, assim, manter uma vigilância constante.
Portanto, vigiar as doenças e agravos é importante para conhecermos o seu modo de manifestação,
que indivíduos têm maior facilidade para contraí-las, qual a faixa etária mais atingida, em que época
do ano ocorrem com mais frequência, que localidades apresentam maior número de casos de
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determinada doença e sobre quais determinantes faz-se necessário intervir para atender às
necessidades de saúde da população.
A vigilância epidemiológica (VE) é um serviço que reúne um conjunto de ações que permite
acompanhar a evolução das doenças na população. Funciona como um “termômetro”, um indicador
de que ações devem ser priorizadas no planejamento da assistência à saúde. Se, por exemplo, for
detectado o aparecimento de muitos casos de sífilis congênita em uma maternidade localizada na área
X, tal fato indica ser necessário que os gestores realizem maiores investimentos em assistência pré-
natal naquela área, visando controlar a incidência de casos.
Entretanto, para que a vigilância epidemiológica possa propor ações de prevenção e controle a
partir do estudo do comportamento das doenças e agravos à população, é importante seguir algumas
etapas:
Coleta de dados – consiste em buscar junto às fontes de dados (população, imprensa,
serviços de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as informações relevantes que
possam colaborar na identificação de situações de risco. Os dados podem ser agrupados como
demográficos e ambientais, de morbidade e mortalidade. As informações obtidas sobre casos
de doenças, agravos e epidemias devem ser consideradas somente após prévia investigação
para confirmar ou descartar o caso, pois muitas vezes sua divulgação, além de assustar a
população, tem origem duvidosa;
Processamento dos dados – significa reunir todos os dados coletados e agrupá-los de acordo
com seu grau de importância e relevância. As informações são organizadas em gráficos,
quadros e tabelas, para permitirem melhor visualização dos problemas e seus determinantes.
Geralmente, são ordenadas em ordem de ocorrência e separadas por mês, bairro de moradia
do doente, unidade que notificou a suspeita do caso e região do município, estado e país;
Análise dos dados – busca interpretar as informações coletadas, procurando estabelecer as
relações causais. Sua realização permite que os responsáveis pela vigilância epidemiológica
relacionem os determinantes de doenças e agravos. Por exemplo, ao se estudar o período de
maior registro de doentes com câncer de pele, estabeleceu-se relação com o verão, época em
que as pessoas permanecem mais tempo expostas ao sol, e com as profissões que, para seu
desempenho, exigem exposição ao sol forte: lavradores e vendedores ambulantes na praia,
entre outras;
Recomendação de medidas de controle e prevenção – aponta que precauções podem ser
recomendadas no controle e prevenção da ocorrência da doença. As campanhas de vacinação,
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causas externas, gerando doença e morte. No entanto, estados e municípios podem incluir novas
doenças na lista, desde que sejam claramente definidos o objetivo da notificação, os instrumentos e o
fluxo da informação.
Outras importantes fontes de dados e de notificação são os sistemas nacionais de informação.
Quando os profissionais ou a população não notificam as doenças ou agravos aos serviços de saúde
(centros ou postos de saúde), o banco de dados pode ser alimentado por outras fontes e documentos
como boletins de produção ambulatorial, atestados de óbito, declarações de nascidos vivos,
prontuários dos clientes ou autorizações para internação hospitalar, por exemplo. Tais documentos
irão contribuir para a avaliação de alguns indicadores de saúde da população, sendo fundamentais
para a determinação das prioridades assistenciais.
No Brasil, além do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) - que reúne todas
as informações relativas aos agravos de notificação, alimentado pelas notificações compulsórias -
existem outros sistemas de informações de interesse para a vigilância epidemiológica, dentre os quais
se destacam:
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) – reúne os dados relativos aos óbitos
ocorridos. Alimentado pelos atestados de óbito emitidos, possibilita o conhecimento da
distribuição dos óbitos por faixa etária, sexo, causa e outras informações – variáveis de
acordo com o interesse da consulta;
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) – permite conhecer quantas
crianças nascem por ano e por região, bem como as características ligadas à saúde da mãe
(idade gestacional, por exemplo) e do recém-nascido (presença de malformações congênitas
ao nascer), apontando que necessidades assistenciais devem ser atendidas na região dos
nascimentos para melhorar a qualidade da assistência pré-natal e à criança;
Sistema de Informações Hospitalares (SIH) – reúne informações sobre a assistência
prestada pelos hospitais. É alimentado principalmente pelos dados contidos nas autorizações
de internações hospitalares e pelos relatos contidos nos prontuários dos pacientes. É
importantíssimo para a definição do perfil epidemiológico da população assistida, pois muitos
doentes hospitalizados não chegam a ser assistidos nas unidades básicas de saúde, principal
fonte de notificação dos serviços de epidemiologia locais;
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) – reúne as informações obtidas com os
atendimentos ambulatoriais, seja em unidades básicas de saúde, seja em hospitais. Permite,
entre outros dados, verificar se todos os atendidos em um ambulatório são moradores da
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região, indicando a falta de serviços voltados para o atendimento das necessidades dos
moradores que se deslocam de muito longe para obter serviços de saúde;
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) – permite conhecer o perfil das
condições nutricionais. As informações disponíveis possibilitam constatar a ocorrência de
desnutrição e sua distribuição, permitindo, assim, a determinação de medidas que controlem e
previnam sua ocorrência. Com o aumento dos casos de doenças não-transmissíveis, assume
importância na vigilância sobre a obesidade, fator determinante de risco cardiovascular;
Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB) – criado mais recentemente, esse
sistema destina-se a reunir informações acerca das atividades desempenhadas em nível de
atenção básica. É utilizado para medir o impacto das ações básicas desenvolvidas, auxiliando
na determinação das prioridades e avaliação do que já foi feito pelas equipes dos Programas
Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde (PSF e PACS).
Por sua vez, as medidas de precaução em relação à transmissão de doenças podem incluir:
Vacinação de bloqueio - é a intensificação da administração de uma vacina, visando a
impedir a transmissão de uma doença de um indivíduo doente para aqueles que com ele
convivem em espaço restrito, como no trabalho, escola, creche ou quartéis. Essa medida é
usualmente utilizada quando há o acometimento por uma doença de transmissão fácil e contra
a qual se dispõe de vacina, como a coqueluche ou sarampo A febre amarela, por exemplo,
teve vacinação de bloqueio para evitar que novos casos atingissem outras regiões do país;
Intensificação de vacina - é uma estratégia utilizada para aumentar o número de pessoas
protegidas contra uma doença. Para tanto, podem ser modificados os critérios normalmente
utilizados para a aplicação da vacina, aumentando-se o número de doses ou a faixa etária da
população-alvo;
Indicação de restrição de circulação - o objetivo não é isolar o cliente, mas sim garantir que
outras pessoas de seu convívio não corram o risco de contrair a doença por ainda não estarem
protegidas;
Quimioprofilaxia – algumas vezes, o uso de vacinas para prevenir a transmissão de
determinada doença não está disponível ou recomendado - casos em que são utilizados
medicamentos para diminuir o risco de transmissão. A adoção desta conduta é chamada
quimioprofilaxia, geralmente adotada para os comunicantes de casos suspeitos ou
confirmados de meningite meningocócica ou causada por hemófilos, tuberculose ou
leptospirose, e ainda frente à exposição acidental envolvendo objetos perfurocortantes
potencialmente contaminados com material biológico.
Morbidade
A morbidade refere-se ao comportamento das doenças numa população exposta ao
adoecimento. Seus índices permitem conhecer que doenças existem habitualmente na área, no
período e na população estudada (prevalência), e quais os novos casos das doenças na mesma área,
período e população (incidência). Dessa forma, a quantidade de casos de uma doença também
permite estimar sua importância para aquela população. Estão relacionados à morbidade os
termos: surto, endemia, epidemia e pandemia.
Surto é um aumento repentino do número de casos, dentro de limites muito restritos, como uma
série de casos de rubéola em uma creche, vários indivíduos com conjuntivite em um quartel ou
vários bebês com infecção respiratória em um berçário de hospital. Também pode ser assim
considerado o aumento do número de casos de uma doença em uma área específica, considerada
livre da mesma. Por exemplo, um único caso de poliomielite no Brasil seria suficiente para
configurar um surto;
- Endemia é a ocorrência de certo número de casos controlados em determinada região;
- Epidemia é o aumento do número de casos de determinada doença, muito acima do esperado e
não delimitado a uma região;
- Pandemia, por sua vez, compreende um número de casos de doença acima do esperado, sem
respeitar limites entre países ou continentes. Os exemplos mais atuais são a AIDS e a
tuberculose.
Mortalidade
A mortalidade é definida como a relação entre o número de óbitos e o número de pessoas
expostas ao risco de morrer. Dados esses que podem ser agrupados por características como
sexo, idade, estado civil, causa lugar, condição, dentre outras.
Os óbitos ocorridos podem estar classificados segundo a associação de duas ou mais
dessas características. Quando não há discriminação da causa relacionada aos óbitos ocorridos
numa região, período e população, o indicador é denominado mortalidade geral.
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Letalidade
Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-se seu maior ou menor poder
para causar a morte. A determinação da letalidade de certas doenças permite avaliar a eficácia de
estratégias e terapias implementadas. Por exemplo, espera-se que a vacina anti-sarampo reduza o
número de complicações e óbitos decorrentes da doença.
Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que as crianças não estão tendo
acesso à estratégia de vacinação ou que a vacina não está desempenhando adequadamente seu
papel na proteção à saúde.
Para que se possa avaliar o significado dos indicadores e compará-los frente a populações
diferentes sem que haja distorção das informações, esses indicadores são calculados por meio de
taxas, índices e coeficientes, e expressos em porcentagens. Traduzem, muitas vezes, as condições
socioeconômicas e sanitárias locais, pois estão intimamente relacionados com as condições de
vida e saúde da população.
Dessa forma, as ações de vigilância epidemiológica e os resultados obtidos com a sua
implementação e divulgados através de suas bases de dados constituem um elemento precursor
da elaboração e implementação de programas de saúde coletiva, ao permitirem a identificação de
fatores de risco para a determinação dos processos de morbidade que atingem os grupos
populacionais que recebem atenção específica dos serviços de saúde.
Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) -É o sistema que reúne todas os dados
relativos aos agravos de notificação, alimentado pelas notificações compulsórias .
Botulismo
Carbúnculo ou Antraz
Cólera
Coqueluche
Dengue
Difteria
Doença de Creutzfeldt - Jacob.
Doenças as (casos agudos)
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BIBLIOGRAFIAS
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade05/unidade05.pdf
file:///C:/Users/cliente/Documents/saude%20da%20fam%C3%ADlia/ESF.pdf
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_rede_frio.pdf
Sites:http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/epilista.hthptt//saude.gov.br/editora/htm+manuais
http//www.wilkpedia.com.br
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