Aula 4 - Regulação Reprodução Fêmea e Sazonalidade

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

Fisiologia da reprodução:

Regulação da reprodução na fêmea a sazonalidade

M.V, DSc. Leonardo de Rago Nery Alves


Introdução

• Na maior parte da vida reprodutiva de uma fêmea fértil, ela não se


apresenta em atividade cíclica regular (ou seja, apresenta-se em anestro).

• Quando somados, os períodos de inatividade durante a pré-puberdade,


gestação e lactação são muito maiores que os períodos relativamente
curtos de atividade cíclica.
Regulação reprodução fêmea

• Os princípios do mecanismo hormonal da reprodução são basicamente os


mesmos para todas as espécies de animais domesticadas, embora haja
algumas diferenças entre eles. Alguns animais são poli-éstricos como os
bovinos e os suínos, ciclando durante todo o ano, enquanto outros são poli-
éstricos estacionais, como os eqüinos, ovinos e felinos. Já a cadela é
monoéstrica.

• O que significa animal monoéstrico?


Regulação reprodução fêmea

• Exíste diferenças no mecanismo de ovulação!!!


• A maioriados animais ovula espontaneamente, mas na gata, coelha e
camela a ovulação é induzida pela estimulação de receptores sensoriais na
vagina e na cérvix durante o coito.
• Os aspectos reprodutivos específicos de cada espécie estão descritos nas
próximas aulas.

• Objetivo da aula:
- Discutira função e interação dos hormônios mais importantes envolvidos na
reprodução (e seus tecidos secretórios e tecidos alvos), utilizando o ciclo
estral da vaca como exemplo.
Regulação reprodução fêmea

• O processo reprodutivo dos mamíferos é regulado por uma complexa, e


apenas parcialmente entendida, cascata de atividades combinadas do
sistema nervoso central, tecidos secretórios, tecidos alvo e vários
hormônios.
• O SNC recebe informações do ambiente em que o animal se encontra
(estímulo visual olfatório, auditivo e tátil) e envia a informação relevante do
ponto de vista reprodutivo para as gônadas via eixo Hipotálamo-Hipófise-
Gonadal. O hipotálamo e a glândula Hipófise estão firmemente ligados à
parte ventral do cérebro.
• Hipotálamo e Hipófise não são apenas produtores de hormônios, mas
também órgãos alvo (de hormônios), formando um sistema homeostático
de feedback, por meio do qual regulam sua própria taxa de secreção.
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

• Como funciona o eixo Hipotálamo – Hipófise Gonadal?


1- A partir de um estímulo do SNC, os neurônios endócrinos no hipotálamo
produzem o Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH).
2- O GnRH é transportado pelo sistema porta hipotálamo hipofisário ao lobo
anterior da Hipófise, seu órgão alvo, estimulando as células da pituitária a
secretar o Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e o Hormônio Luteinizante (LH).
3- O GnRH, FSH e LH não são secretados em níveis constantes, mas em uma
série de pulsos. O FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos.
4- Na teca interna (camada interna) do folículo, o LH estimula a síntese de
androstenediona a partir do colesterol.
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

5- A androstenediona é convertida em testosterona, que é aromatizada em


estradiol-17β sob a influência do FSH, nas células da região granulosa do
folículo.

6- O estradiol exerce um feedback positivo no Hipotálamo e na Hipófise,


aumentando a freqüência dos pulsos de GnRH.

7- Quando o estradiol ultrapassa um certo nível, o hipotálamo responde com um


pico de GnRH que, por sua vez, induz um pico de LH que inicia a ovulação.
Logo: o FSH estimula o crescimento dos folículos ovarianos, enquanto o LH
estimula sua maturação, produção de estradiol e ovulação. O LH dá suporte à
formação e à função inicial do corpo lúteo.
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

• Um dos principais efeitos do estradiol é a indução dos sintomas de estro.

- O estro pode ser descrito como os sinais comportamentais e físicos que


indicam aos outros animais que a fêmea está na fase fértil de seu ciclo, e vai
permitir a cobertura pelo macho.

• CONTINUANDO...
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

8- As células da granulosa também produzem inibina. Nem todos os efeitos


deste hormônio são compreendidos, mas seu nome é derivado do feedback
negativo que provoca na liberação de FSH da Hipófise, controlando assim o
desenvolvimento dos folículos.

9- Depois da ovulação, forma-se uma estrutura conhecida como corpo


hemorrágico e os restos do folículo são remodelados, formando o corpo lúteo,
sob a influência do LH.

10- A cavidade folicular é preenchida com vasos sanguíneos, e as células da


granulosa aumentam de tamanho. O corpo lúteo é um órgão que produz
basicamente progesterona e ocitocina.
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

• A progesterona é essencial para o ciclo normal na vaca e, após a concepção, é


o principal hormônio responsável pela manutenção da prenhez. Ela provoca
redução da liberação dos pulsos de GnRH, e assim inibe novas ovulações. Além
disso, prepara o endométrio para a nidação do embrião em desenvolvimento,
e inibe as contrações da parede uterina que podem ser danosas para a
gestação.

11- Se o oócito liberado pelo folículo durante a ovulação não é fertilizado, não
são recebidos sinais de prenhez vindos do embrião. Por volta do dia 16 pós
ovulação, o endométrio do útero não gestante irá liberar o hormônio
prostaglandina F2α.
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

12- A PGF2α dá início à regressão do corpo lúteo, denominada luteólise.

- O mecanismo luteolítico da prostaglandina ainda não foi completamente


elucidado, mas envolve redução do suprimento sanguíneo para o corpo lúteo
via vasoconstrição, bem como um efeito direto nas células luteínicas
propriamente ditas.

- A OCITOCINA produzida no corpo lúteo também desempenha um papel


importante na luteólise.
Regulação reprodução fêmea – entendendo o eixo

13- Como resultado da regressão do corpo lúteo, as concentrações de


progesterona diminuem, removendo o bloqueio sobre a liberação de GnRH pelo
hipotálamo.
14- Uma nova fase folicular se inicia, com desenvolvimento de um folículo pré-
ovulatório.

Observação importante:
- A fase que envolve crescimento folicular, cio e ovulação é denominado fase
folicular do ciclo. A fase dominada pela progesterona, a partir da ovulação até a
luteólise, é chamada fase luteínica.
Elabore um texto completo
a partir dessa figura!!!!
Elabore um texto completo
a partir dessa figura!!!!
Regulação reprodução fêmea – sazonalidade

• Em latitudes temperadas, os animais se defrontam com alterações sazonais da


temperatura, clima e disponibilidade de alimento, que podem influenciar sua
atividade reprodutiva.
• Uma das características comuns entre a maioria dos animais selvagens e
alguns animais domesticados é a estacionalidade reprodutiva, favorecendo a
ocorrência dos nascimentos em um momento específico do ano, geralmente
na primavera, permitindo aos recém-nascidos crescer sob condições ótimas de
clima e disponibilidade de alimento, antes do próximo inverno.
• Isto significa que os períodos de atividade sexual (estação reprodutiva) devem
se alternar com períodos de inatividade sexual (estação de anestro).
Regulação reprodução fêmea – sazonalidade

• Dentre as espécies domesticadas, ovelhas, cabras e éguas mantiveram fortes


características sazonais em seu processo reprodutivo.

• Nas ovelhas, por exemplo, a atividade sexual se inicia quando a extensão dos
dias começa a se reduzir (reprodutores de dias curtos), e nas éguas a atividade
sexual se inicia quando a extensão do dia aumenta (reprodutores de dias
longos).

• O resultado é que as éguas e ovelhas irão parir na primavera, quando há


alimento suficiente para lhes proporcionar maiores chances de sobrevivência
em climas frios e temperados.
Regulação reprodução fêmea – sazonalidade

• Ovelhas e cabras:
- A glândula pineal produz indoleaminas, das quais a melatonina é a mais
importante. A melatonina é produzida e secretada durante a noite (escuro).
- Conforme os dias começam a ficar mais curtos, a exposição dos animais à
melatonina aumenta. Por alguns mecanismos não totalmente elucidados, isto
exerce um efeito estimulante na secreção de GnRH pelo hipotálamo nos
animais de dias curto, como é o caso dos ovinos.

• Em animais de dias longos, como os eqüinos, o aumento da exposição à


melatonina tem efeito oposto, inibindo a secreção de GnRH pelo hipotálamo.
Assim, diferenças na extensão do dia são reconhecidas e transformadas em
sinais capazes de ligar ou desligar a atividade sexual.
Ocitocina

 Como ela age na luteólise?

- Leitura complementar!!!

Você também pode gostar