Calculo Financeiro I
Calculo Financeiro I
Calculo Financeiro I
2014/2015
Volume I
Miguel Coelho
Miguel Coelho
Miguel Coelho 2
Programa da Cadeira
1. Regime de capitalização
1.1. Introdução
1.2. Regime de juro simples
1.3. Regime de juro composto
1.4. Relações entre taxas de juro
1.5. Taxa instantânea de capitalização
2. Equivalência de capitais
2.1. Introdução
2.2. Capitais equivalentes e equação do valor
2.3. Capital comum
2.4. Vencimento comum
2.5. Vencimento médio
2.6. Taxa interna de capitalização
2.7. Taxas médias
Miguel Coelho 3
Programa da Cadeira
3 Rendas
3.1. Introdução
3.2. Rendas imediatas de termos normais
3.3. Rendas de termos antecipados
3.4. Rendas diferidas
3.5. Rendas perpétuas
3.6. Rendas inteiras com termos variáveis
3.7. Rendas fraccionadas
4. Reembolso de empréstimos
4.1. Introdução
4.2. Modalidade 1: Capital e juros pagos de uma só vez no final
4.3. Modalidade 2: Capital de uma só vez e juros pagos no início
4.4. Modalidade 3: Juros pagos ao longo do empréstimo
4.5. Modalidade 4: Juros pagos no início e reembolsos ao longo do
prazo
4.6. Modalidade 5: Juros pagos no início e reembolsos ao longo do
prazo
4.7. Modalidade 6: Juros e reembolsos pagos ao longo do
empréstimo
Miguel Coelho 4
Programa da Cadeira
Miguel Coelho 5
Introdução
Miguel Coelho 6
Introdução
Miguel Coelho 7
Introdução – Conceitos
i*
L(i; y)
(M/P)* M/P
Miguel Coelho 9
Introdução – Conceitos
As taxas de juro podem ser:
Taxa de juro Nominal
Taxa de Juro Real
(1 i)
i (1 ireal )(1 ) 1 ireal 1
(1 )
A taxa de juro real numa situação em que a taxa de juro nominal é de 3% e a
taxa de inflação é de 2%:
(1 i) (1,03)
ireal 1 1 0,0098 1%
(1 ) (1,02)
Genericamente, os determinantes da taxa de juro real são:
Taxa de crescimento do PIB;
Nível de investimento;
Risco de crédito;
Eficiência do sistema bancário;
Preferência dos agentes económicos pela liquidez.
Miguel Coelho 10
Introdução – Conceitos
O cálculo rigoroso dos juros a pagar ou a receber obedece a
convenções de contagem de dias, que o cliente deve
conhecer previamente à contratação do crédito ou da
aplicação financeira. Para o cálculo do número de dias a que
se refere o juro corrido poderá considerar-se:
• O número de dias de calendário efectivamente decorridos (Actual) ou
admitir-se que os meses têm sempre 30 dias; e
• O número de dias que o ano tem efectivamente (Actual), admitir-se
que o ano tem sempre 365 dias ou que o ano tem 360 dias.
• Actual/Actual;
• Actual/365;
• Actual/360 (Depósitos DL 99/2008);
• 30/360 (Crédito habitação e Consumo DL 99/2008).
Miguel Coelho 11
Introdução – Conceitos
Para ilustrar as diferentes convenções considere-se o
seguinte exemplo:
Miguel Coelho 12
Introdução – Conceitos
Qualquer problema de cálculo financeiro tem 3 variáveis:
CAPITAL TEMPO
TAXA JURO
Miguel Coelho 13
Introdução – Conceitos
As regras consuetudinárias, ou princípios axiomáticos, do
calculo financeiro:
Todo o capital deve ter um titular (pessoa singular ou colectiva);
A função primária dum capital é produzir rendimento, cuja titularidade é
atribuída ao seu titular ou usufrutuário;
Em principio o rendimento o capital só pode ter rendimento nulo se o seu
próprio valor for zero ou o tempo de aplicação zero;
Em qualquer operação financeira de empréstimo, a primeira obrigação do
devedor (mutuário) é pagar ao credor (mutuante) os juros acordados. Só
depois de regularizar os juros é que o devedor é suposto efectuar a regular
amortização do capital até ficar completo o seu plano de reembolso;
Em todos os cálculos relativos a uma operação financeira, a taxa unitária
de juro e o prazo ou duração da operação devem estar sempre referidos à
mesma unidade de tempo: Ano ou um submúltiplo ou múltiplo do ano;
Quaisquer operações envolvendo vários capitais, e a própria comparação
dos seus valores entre si, requerem que todos eles estejam referidos ao
mesmo momento do tempo;
No desenrolar das operações financeira deve ser sempre respeitado o
principio da não-retroactividade de novas condições ou parâmetros
técnicos, salvo se tal for acordado.
Miguel Coelho 14
Regimes de Capitalização
Miguel Coelho 15
Regimes de Capitalização – Capitalização vs Actualização
A capitalização corresponde à acção de adicionar
cumulativamente a um capital os rendimentos líquidos
produzidos como resultado duma aplicação económica desse
capital:
Cn Co J
O processo inverso da capitalização é a actualização:
C0 Cn J
Capitalização
Actualização
Miguel Coelho 16
Regimes de Capitalização – Tipos de Juros
Juro
Não Capitalizado
Capitalizado
Miguel Coelho 17
Regimes de Capitalização – Tipos de Juros
As diferenças entre os dois regimes são as seguintes:
No regime dos juros simples, a taxa de juros é aplicada
sobre o principal (valor emprestado) de forma linear.
No regime de juros compostos, os juros de cada período
são somados ao capital para o cálculo de novos juros nos
períodos seguintes. Nesse caso, o valor da dívida é
sempre corrigido pelo valor dos juros e a taxa de juros é
calculada sobre esse valor.
Miguel Coelho 18
Regimes de Capitalização
Juros Simples
Miguel Coelho 19
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Capitalização
C0 C0 C0 C0
0 1 2 n
Sendo: Jn C0ni
Temos: Cn C0 J n Cn C0 C0 ni Cn C0 1 ni
Miguel Coelho 20
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Capitalização
Exemplo
100€ 100€
0 1
Miguel Coelho 21
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Capitalização
Exemplo
0 1 2
Miguel Coelho 22
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Actualização
Juro produzido por um dado capital actual (valor actual) durante o prazo que
falta para o seu vencimento.
Juro produzido por um dado capital acumulado durante o prazo que falta para
o seu vencimento (normalmente períodos curtos).
D f Cn ni
C0 Cn
Miguel Coelho Dd Cn C0 23
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Actualização
Sendo: Cn C0 C0 ni Cn C0 1 ni
Cn
Temos o valor actual dado por: C0
1 ni
O Desconto Por Cn C 1 ni Cn
Dentro é de: Dd Cn C0 Cn n
1 ni 1 ni
Cn 1 ni 1 Cn ni C0 1 ni ni
Dd Dd Dd Dd C0 ni
1 ni 1 ni 1 ni
Miguel Coelho 24
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Actualização
Exemplo
Admita que a Empresa ZZT tem uma divida para com o Banco XPTO com um valor na
maturidade de 1000€. Sabe-se que a Taxa de Juro é de 5%/ano. Admitindo que faltam
3 meses para o vencimento, calcule o desconto por dentro e o valor actual da dívida.
Cn = 1000€ Cn ni 1000€0,250,05
Dd 12,3456€
1 0,250,05
n = 3 meses
1 ni
i = 5%/ano
C0 Cn Dd 1000€ 12,34€
1000,00€
Dd 12,34€ C0 Cn Dd 987,66€
987,66€
n 25
Miguel Coelho
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Actualização
O Desconto Por D f Cn ni
Fora é dado por:
Onde: Df = Desconto por fora CoC = Valor actual numa perspectiva comercial
Exemplo
Admita que possui uma letra aceite pela Empresa ZZT com um valor de 1000€. Sabe-se
que a Taxa de Juro é de 5%/ano. Admitindo que faltam 3 meses para o vencimento e
que pretende descontar essa letra no Banco XPTO. Calcule o desconto por fora e o
valor actual da dívida.
Df 12,5€ Dd 12,34€
987,66€
987,5€
n 27
Miguel Coelho
Regimes de Capitalização – Juros Simples e Actualização
Exemplo
Admita que possui uma letra aceite pela Empresa ZZT com um valor de 1000€. Sabe-se
que a Taxa de Juro é de 25%/ano. Admitindo que faltam 5 anos para o vencimento e
que pretende descontar essa letra no Banco XPTO. Calcule o desconto por fora e o
valor actual da dívida.
C0 = 1000€
n = 5 anos D f Cn ni 1000€(5)(0,25) 1250€
i = 25%/ano
C0C Cn Df 1000€ 1250€ 250€
Miguel Coelho 28
Regimes de Capitalização
Juros Compostos
Miguel Coelho 29
Regimes de Capitalização – Juros Compostos e Capitalização
j1 j2 jn
C0 C1 C2 Cn
0 1 2 n
.......... ....
Cn C0 1 i 1 i ....... 1 i Cn C0 1 i
n
Temos:
Miguel Coelho 30
Regimes de Capitalização – Juros Compostos e Capitalização
Sendo: Jn Cn C0
Cn C0 1 i
n
Como:
Temos: Jn C0 1 i C0
n
Jn C0 1 i 1
n
Sendo: j x Cx Cx 1
Cx Cx 11 i Cx 1 C0 1 i
x 1
Como: e
j x C0 1 i i
x 1
Sendo: j x C x C x n
C x C x n 1 i C x n C0 1 i
n x n
Como: e
Temos: j x C x n (1 i )n C x n
j x C x n 1 i 1
n
Onde: jx = Juro produzido entre o momento x-n e o momento x
Exemplo
n = 3 anos
i = 10%/ano
Jn C0 1 i 1
n
J3 100€ 1 0,1 1 33,1€
3
j1 j2 j3
100€ 110€ 121€ 133,1€
0 1 2 3
Miguel Coelho 34
Regimes de Capitalização – Juros Compostos e Capitalização
Exemplo
C0 = 100€ j x Cx Cx 1
Juro2º Ano ?
j x Cx 1(1 i ) Cx 1 Cx 1(1 i 1) Cx 1(i )
i = 10%/ano
j x C0 1 i i
x 1
j2
100€ 110€ 121€ 133,1€
0 1 2 3
11€
Miguel Coelho 35
Regimes de Capitalização – Juros Compostos e Actualização
Cn C0 1 i
n
Sendo:
Cn
Temos: C0
1 i n
Como: vn
1
1 i n
v n
1 i n
Temos: C0 Cn v n
Miguel Coelho 36
Regimes de Capitalização – Juros Compostos e Actualização
Exemplo
Admita que possui uma aplicação que se vence daqui a 5 anos em regime de juros
compostos. Sabe-se que a Taxa de Juro é de 5%/ano e na maturidade o valor de
reembolso é de 1000€. Calcule o valor actual desta aplicação.
Cn = 1000€ Cn 1000€
C0 C0 620,92€
n = 5 anos 1 i n 1,105
i = 10%/ano
Miguel Coelho 37
Regimes de Capitalização
Miguel Coelho 38
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Miguel Coelho 39
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
i m
nº meses do periodo maior
Temos: ik = Taxa para um Com:
m período 1/m do ano nº meses do periodo menor
i
iS = Taxa semestral
2
i
iT = Taxa trimestral
4
i = Taxa mensal
iM
12
Miguel Coelho 40
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
8 i 4% 12%
i8 M 4% iT ? Com m iT 1,5%
3 m 8 8
1,5% 1,5% 1,5% 3
0 3 6 8 9
4%
Exemplo
i 5%
i 5% iS ? Com m2 iS 2,5%
m 2
2,5% 2,5%
0 6 12
Miguel Coelho
5% 41
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
1 i 1 ik 1 i ik 1 i
1 1
Temos:
m m 1 ik m 1
Miguel Coelho 42
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Regime de Juros
Compostos
Alternativamente:
1 i k m 1 i h d
Exemplo
iS 1 i 1 1,1 2 1 4,881%
1 1
i 10% iS ? Com m 2 m
4,881% 4,881%
0 6 12
10%
5% 5%
Caso aplicássemos as taxas proporcionais,
0 6 12
10,25%
Miguel Coelho 44
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
k 1 hs
i 10% iS ?
m 1 d 2
4,881% 4,881%
0 6 12
10%
Miguel Coelho 45
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
1 i8 M 1 iT
8
iT 4% i8 M ? Com m m
3
i8 M 1 iT 1 1,04 3 1 11,025%
m 8
4%
0 3 6 8
11,025%
1 iT 1 iM
m
iT 4% iM ? Com m3
iM 1 iT 1 1,04 3 1 1,316%
4% 1 1
m
0 1 2 3
1,316%
Miguel Coelho 46
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
h 8M 1 i k m 1 i h d
iT 4% k T i8 M ? 12
m4 d 1,04 1 i 8M 8
4 12
4%
8
i 8M 11,025%
0 3 6 8
11,025%
k T
iT 4% m 4 iM ? hM 1 i k m 1 i h d
4%
d 12 1,044 1 iM 12
i M 1,316%
0 1 2 3
1,316%
Miguel Coelho 47
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
i m
m
i m
m
1 i 1 i 1 1
m m
Miguel Coelho 48
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
i 4 4%
i 4 4% iT ? iT 1%
m 4
i ? 1 i 1 iT
m
iT 1%
i 1 iT 1 1,04 1 4,0604%
m 4
4%
1% 1% 1% 1%
0 3 6 9 12
4,0604%
Miguel Coelho 49
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
i (m)
Sendo: ik = Taxa efectiva de um período m do ano
m
1 i 1 i k
m
Com:
i m
1 i 1 i k i k 1 i 1 i m 1
1 1
1
1
Temos: m m
m
i m
m 1 i
1
m 1
i (m ) = Taxa Nominal Anual com pagamento de juros em m períodos
Miguel Coelho 50
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
1 1
i 4,0604% iT ? iT (1 i ) m
1 iT (1,040604) 4
1 1%
i (m)
iT 1% i (m) ? ik i ( 4 ) 1%4 i ( m ) 4%
m
i ( 365dias) ?
i m m 1 i
1
m
1
i m 365 1,040604
1
365
1 3,9803%
3,9803%
0 1 2 365 dias
4,0604%
4%
meses
0 3 6 9 12
4,0604% 51
Miguel Coelho
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Taxa Nominal
versus Efectiva
Miguel Coelho 52
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Sendo:
i m m 1 i
1
m 1
Com:
i (m ) = Taxa Nominal Anual com pagamento de juros em m períodos
e: m
Temos: lim i m
1 i 1
m 1
1 i 1
1
1 i 0
1 0
In det er minação
m 1 1 0 0
m
Miguel Coelho 53
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
1 i m .ln(1 i ). 1
1
1 i 1m . ln(1 i )
2
Temos: m Com: m
1
2
m
lim i m 1 i m .ln(1 i ) 1 i .ln(1 i ) ln(1 i )
1 1
Temos:
m
Genericamente, temos: C n C 0 e .n
Miguel Coelho 54
Regimes de Capitalização – Relação entre Taxas de Juro
Exemplo
Admita que possui uma aplicação que se vence daqui a 1 ano em regime de juros
compostos. Sabe-se que o capital inicial é de 1000€. Calcule o valor capitalizado desta
aplicação, considerando uma taxa de juro anual nominal de 4% (capitalizada
n = 1 anos
i = 4%/ano
Miguel Coelho 55
Anexos
Miguel Coelho 56
Anexos – Letra
Letra - Titulo de crédito que permite titularizar uma divida e
transferir essa divida para terceiros. Através de uma letra uma
dada entidade X (Sacador) credora de outra dá ordem a essa
outra entidade Y (Sacado) para pagar uma determinada quantia
(valor nominal da letra) ao fim de um determinado prazo a
quem seja possuidor dessa letra (Portador).
Miguel Coelho 57
Anexos – Formulas
Valor Futuro com Taxas de Juro Composta
Fórmula Descrição (Resultado)
+VFPLANO(1;{0,09;0,11;0,1}) Futuro valor de 1 com taxas de juro compostas de
0,09;0,11;0,1 (1,33089)
Taxa Efectiva
Miguel Coelho 58
Calculo Financeiro
2014/2015
Volume I
Miguel Coelho