Apostila Concurso Tecnico Inss 2021

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 389

teoria e

exercícios

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

conteúdo < Ética no Serviço Público


< Regime Jurídico Único

ON-LINE < Noções de Direito Constitucional


< Noções de Direito Administrativo
< Língua Portuguesa

Curso com < Raciocínio Lógico


< Noções de Informática
10 horas de < Conhecimentos Específicos: Seguridade

Videoaulas
Social
Instituto Nacional do Seguro Social

INSS
Técnico do Seguro Social

NV-008MR-21
Cód.: 7908428800307
Obra Produção Editorial

INSS-Instituto Nacional do
Carolina Gomes
Josiane Inácio

Seguro Social Karolaine Assis

Técnico do Seguro Social Organização

Roberth Kairo
Saula Isabela Diniz
Autores
Revisão de Conteúdo
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Xico Kraemer
Ana Cláudia Prado
REGIME JURÍDICO ÚNICO • Jonatas Albino e Nágila Vilela Fernanda Silva
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich Jaíne Martins
Maciel Rigoni
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Fernando Paternostro Nataly Ternero
Zantedeschi e Jonatas Albino

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares Análise de Conteúdo


e Giselli Neves Ana Beatriz Mamede
RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof.º Kaká) Arthur de Carvalho
João Augusto Borges
NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura, Hebert
Ferreira e Leonardo Vanconcelos
Diagramação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL • Ana Dayverson Ramon
Julia Kachan e Lilian Novakoski Higor Moreira
Lucas Gomes
Willian Lopes

Capa

Joel Ferreira dos Santos

Projeto Gráfico

Daniela Jardim & Rene Bueno

Edição:

Março/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. [email protected]
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento de seus estudos é determinante para
sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada apro-
vação em um cargo público. Por isso, pensando no máximo
aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado con-
siderando os itens relevantes do último edital para Técnico do
Seguro Social do Instituto Nacional de Seguridade Social – dida-
ticamente reunidos em um sumário planejado para otimizar o
seu tempo e o seu aprendizado.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra-
dos nas provas, além de Questões Comentadas das principais
bancas para complementar seus estudos. E para treinar seus
conhecimentos, a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios
gabaritados da banca organizadora do último certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-
do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-
ra é com você!

Intensifique ainda mais a sua preparação acessando o Bônus


disponível online para este livro em nossa plataforma: 10 horas
de videoaulas, conforme os assuntos cobrados na última prova.
Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página.
CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

• Curso On-line.
à Ética no Serviço Público - Código de Ética do Servidor Público do Poder Executivo

Federal: Decreto nº 6.029/2007
à Regime Jurídico Único - Lei n° 8.112/1990: Provimento

Noções de Direito Constitucional - Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Nacionalidade
à
à Noções de Direito Administrativo - Princípios da Administração e Agentes Públicos

à Língua Portuguesa - Pontuação

à Raciocínio Lógico - Tabelas Verdade; Diagrama de Venn

à Noções de Informática - Internet: Protocolos

à Conhecimentos Específicos - Direito Previdenciário: Seguridade Social, Conceito e

Princípios Constitucionais

COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE

Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.

Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter
acesso ao conteúdo on-line.

Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES


Código Bônus sac@no vaconcursos.com.br

NV-003MR-20 Código Bônus


Digite o código que se encontra atrás da NV-003MR-20
apostila (conforme foto ao lado)

Siga os passos para realizar um breve 9 088121 44215 3

cadastro e acessar seu conteúdo on-line


VERSO DA APOSTILA
SUMÁRIO

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO.......................................................................................11


CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO
FEDERAL.............................................................................................................................................. 11

DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007....................................................................................11

REGIME JURÍDICO ÚNICO..............................................................................................19


LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO........................ 19

O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL.................................... 32

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLICO................................................................... 32

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................37


DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS............................................................................................ 37

DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE....................................37

DIREITOS SOCIAIS.............................................................................................................................................46

NACIONALIDADE E CIDADANIA.......................................................................................................................47

DIREITOS POLÍTICOS........................................................................................................................................49

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................................... 50

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................61


ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................... 61

CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO................................................................................61

NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS.......................................................................................................................61

DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................... 61

CONCEITO E FONTES........................................................................................................................................61

PRINCÍPIOS........................................................................................................................................................62

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO................................................................................. 65

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA............................................................................................................65


AGENTES PÚBLICOS.......................................................................................................................... 71

ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO...........................................................................................................................71

PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS, CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA....................................72

REGIME JURÍDICO ÚNICO.................................................................................................................. 80

PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS E VANTAGENS,


REGIME DISCIPLINAR, RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA.................................80

PODERES ADMINISTRATIVOS........................................................................................................... 80

PODER HIERÁRQUICO.......................................................................................................................................80

PODER DISCIPLINAR.........................................................................................................................................81

PODER REGULAMENTAR..................................................................................................................................81

PODER DE POLÍCIA............................................................................................................................................81

USO E ABUSO DO PODER..................................................................................................................................82

ATO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................... 82

VALIDADE, EFICÁCIA ATRIBUTOS, EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA..........................................82

CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO, VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE.......................84

SERVIÇOS PÚBLICOS......................................................................................................................... 85

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE, FORMA, MEIOS E REQUISITOS............85

DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO.............................................................................87

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO.......................................................... 94

CONTROLE ADMINISTRATIVO.........................................................................................................................94

CONTROLE JUDICIAL........................................................................................................................................94

CONTROLE LEGISLATIVO.................................................................................................................................95

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.......................................................................................... 97

LEI Nº 8.429/1992.............................................................................................................................101

LEI N°9.784/1999..............................................................................................................................107

LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................. 117


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.........................................................................117

TIPOLOGIA TEXTUAL.......................................................................................................................120

ORTOGRAFIA OFICIAL......................................................................................................................126
ACENTUAÇÃO GRÁFICA..................................................................................................................127

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.......................................................................................128

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE................................................................................144

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.............................................................................................145

PONTUAÇÃO.....................................................................................................................................149

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL..........................................................................................151

REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL...................................................................................................152

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS......................................................................................................153

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS.............................................................................156

RACIOCÍNIO LÓGICO...................................................................................................... 185


CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO............................................................................185

PROPOSIÇÕES: VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES............................................................................185

SENTENÇAS ABERTAS....................................................................................................................................186

NÚMERO DE LINHAS DA TABELA VERDADE.................................................................................................187

CONECTIVOS...................................................................................................................................................188

PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES COMPOSTAS...........................................................................190

TAUTOLOGIA.....................................................................................................................................190

OPERAÇÃO COM CONJUNTOS.......................................................................................................191

CÁLCULOS COM PORCENTAGENS.................................................................................................196

NOÇÕES DE INFORMÁTICA........................................................................................ 201


CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET, CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO
DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA...201

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS,


PLANILHAS E APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE....216

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E 10.....249

NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO


ELETRÔNICO.....................................................................................................................................279

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E DERIVADOS..................287


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL............................ 309
SEGURIDADE SOCIAL.......................................................................................................................309

ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL.........................................................................................309

CONCEITUAÇÃO..............................................................................................................................................311

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA......................................................................................................316

CONTEÚDO, AUTONOMIA, FONTES E HIERARQUIA.....................................................................................316

APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS, INTEGRAÇÃO DA NORMA, VIGÊNCIA E


INTERPRETAÇÃO.............................................................................................................................................317

ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL...................................................................................................319

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.....................................................................................322

BENEFICIÁRIOS DO RGPS...............................................................................................................................322

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO,


CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRABALHADOR AVULSO E SEGURADO ESPECIAL.....................................322

SEGURADO FACULTATIVO..............................................................................................................................328

DEPENDENTES DO RGPS................................................................................................................................328

TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO RGPS......................................................................................................329

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DE SEGURADOS E DEPENDENTES.........................................................................329

DISPOSIÇÕES GERAIS DO RGPS PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS.......................................332

MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO......................................332

SALÁRIO DE BENEFÍCIO..................................................................................................................................336

RENDA MENSAL..............................................................................................................................................338

REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS..........................................................................................338

EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO...................................339

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL.................................................................................339

RECEITAS DA UNIÃO.......................................................................................................................................340

RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS SEGURADOS, DAS EMPRESAS,


DO CLUBE DE FUTEBOL PROFISSIONAL, DO EMPREGADOR DOMÉSTICO, DO PRODUTOR RURAL.........340

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.........................................................................................................................343

Conceito.......................................................................................................................................................... 343
Parcelas Integrantes e Parcelas não Integrantes......................................................................................... 343
Limites Mínimo e Máximo.............................................................................................................................. 345

COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL...........................................................345


INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA.............................................................................346

RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS.............................................................................348

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO..........................................................................................................349

LEI Nº 8.212/1991 E ALTERAÇÕES.................................................................................................350

SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS............................................................................351

LEI Nº 8.213/1991 E ALTERAÇÕES.................................................................................................356

DECRETO Nº 3.048/99 E ALTERAÇÕES..........................................................................................360

LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS).............................................................................................379

INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS DO SUAS.......................................................................................................383

DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.....384
O código inicia suas disposições estabelecendo
as regras deontológicas. As regras deontológicas são
normas de conduta de uma determinada profissão.
No caso do decreto 1.171/94, as regras de conduta se

ÉTICA NO SERVIÇO
aplicam aos servidores do poder executivo federal na
administração direta e indireta.

PÚBLICO Órgão e entidades da


Administração Pública
Federal

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO


Código de Ética
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER Profissional do
Administração Pública
EXECUTIVO FEDERAL Servidor Público Civil
Federal direta e indireta
do Poder Executivo
DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007 Federal

O decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 foi


sancionado pelo Presidente da República, tendo Destinatários da medida
por base o disposto no art. 37 da constituição. E em
leis esparsas (8.112/90 e 8429/92).
Com a aprovação do Código de Ética Profissional
Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
regras deontológicas que fazem parte do anexo, assim
ficam definidos os órgãos e entidades da Administra-
no capítulo I, seção I temos alguns incisos que mere-
ção Pública Federal direta e indireta como destinatá-
cem o devido comentário e os demais são de leitura
rios da medida. O prazo para implementação foi de 60
obrigatória, são eles:
(sessenta) dias, inclusive a Constituição da respectiva
Comissão de Ética que será integrada por três servi-
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a
dores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
consciência dos princípios morais são primados
emprego permanente. maiores que devem nortear o servidor público, seja
no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
CÓDIGO DE refletirá o exercício da vocação do próprio poder
ÉTICA estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
serão direcionados para a preservação da honra e
SERVIDORES
da tradição dos serviços públicos.
PÚBLICOS
FEDERAIS
As palavras destacadas são de suma importância
“direta e indireta“
para esta primeira parte e precisam ser sempre lem-
bradas. É interessante que você as decore!
Comissões formadas por 3
servidores ou empregados II - O servidor público não poderá jamais desprezar
“cargo efetivo ou emprego o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
permanente“ decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
O decreto é realmente muito curto, sendo assim,
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
precisa ser lido várias vezes:
Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994
Nesse ponto estamos tratando do bem comum.
Veja só: o servidor deverá decidir com base em diver-
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissio-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo sos valores, todavia seu eixo principal de orientação é
Federal, que com este baixa. o bem comum.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração
Pública Federal direta e indireta implementarão, III - A moralidade da Administração Pública não
em sessenta dias, as providências necessárias à ple- se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo
na vigência do Código de Ética, inclusive mediante ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida-
integrada por três servidores ou empregados titu- de, na conduta do servidor público, é que poderá
lares de cargo efetivo ou emprego permanente. consolidar a moralidade do ato administrativo.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Éti-
ca será comunicada à Secretaria da Administração Sempre que falamos de moralidade ou de moral
Federal da Presidência da República, com a indica- estamos nos referindo a normas de conduta ou con-
ção dos respectivos membros titulares e suplentes. junto de normas e esse conjunto de valores, necessa-
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua riamente, depende do equilíbrio entre a legalidade e
publicação. a finalidade. 11
Legalidade que paga seus tributos direta ou indiretamen-
te significa causar-lhe dano moral. Da mesma
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido
Finalidade ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas
a todos os homens de boa vontade que dedicaram
IV- A remuneração do servidor público é cus-
sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
teada pelos tributos pagos direta ou indireta-
esforços para construí-los.
mente por todos, até por ele próprio, e por isso se
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à
exige, como contrapartida, que a moralidade
espera de solução que compete ao setor em que
administrativa se integre no Direito, como ele-
exerça suas funções, permitindo a formação de
mento indissociável de sua aplicação e de sua fina-
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
lidade, erigindo-se, como consequência, em fator de
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
legalidade.
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos
Essa informação despenca nas provas de concur- serviços públicos.
so. Fique atento!
Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público
interesse pelo desempenho do serviço público. Desta
perante a comunidade deve ser entendido como acrés-
vez, apresentando condutas que demonstram falta de
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode
comprometimento.
ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercí- XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
cio profissional e, portanto, se integra na vida ordens legais de seus superiores, velando atenta-
particular de cada servidor público. Assim, os mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
fatos e atos verificados na conduta do dia-a- conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e
-dia em sua vida privada poderão acrescer ou o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de
Nesse ponto o código de ética afirma que a vida
seu local de trabalho é fator de desmoralização
privada do servidor é relevante para o desempenho
do serviço público, o que quase sempre conduz à
de sua profissão. Note que os atos do profissional em desordem nas relações humanas.
sua vida privada podem afetar diretamente sua car-
reira no serviço público. Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté-
ria e a expressão “injustificada” é retirada da questão,
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investi-
por isso fique atento!
gações policiais ou interesse superior do Estado e da
Administração Pública, a serem preservados em pro-
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com
cesso previamente declarado sigiloso, nos termos da
a estrutura organizacional, respeitando seus cole-
lei, a publicidade de qualquer ato administrati-
gas e cada concidadão, colabora e de todos pode
vo constitui requisito de eficácia e moralidade,
receber colaboração, pois sua atividade pública
ensejando sua omissão comprometimento ético con-
é a grande oportunidade para o crescimento e o
tra o bem comum, imputável a quem a negar.
engrandecimento da Nação.

Dica DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO


Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrati-
vo é toda manifestação unilateral de vontade da Nesse ponto, o código de ética foca nos deveres do
Administração Pública que, agindo nessa quali- servidor. Novamente vamos separar algumas expres-
dade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, sões que são essenciais para o estudo desse assunto.
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
ou impor obrigações aos administrados ou a si a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
própria”. função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei-
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi- ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio-
dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que ritariamente resolver situações procrastinatórias,
contrária aos interesses da própria pessoa interes- principalmente diante de filas ou de qualquer outra
sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor- setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men- evitar dano moral ao usuário;
tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando
humana quanto mais a de uma Nação. toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem-
pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor
O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda e a mais vantajosa para o bem comum;
que em prejuízo da administração ou do interessado. d) jamais retardar qualquer prestação de con-
tas, condição essencial da gestão dos bens,
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
po dedicados ao serviço público caracterizam o
12 esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- ção, poder ou autoridade com finalidade estranha
to com o público; ao interesse público, mesmo que observando as for-
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por malidades legais e não cometendo qualquer viola-
princípios éticos que se materializam na adequada ção expressa à lei;
prestação dos serviços públicos; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações mulando o seu integral cumprimento.
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
forma, de causar-lhes dano moral; XV - E vedado ao servidor público;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
nenhum temor de representar contra qual- tempo, posição e influências, para obter qualquer
quer comprometimento indevido da estrutura favorecimento, para si ou para outrem;
em que se funda o Poder Estatal; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
i) resistir a todas as pressões de superiores hierár- servidores ou de cidadãos que deles dependam;
quicos, de contratantes, interessados e outros que c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- conivente com erro ou infração a este Código de Éti-
gens indevidas em decorrência de ações imorais, ca ou ao Código de Ética de sua profissão;
ilegais ou aéticas e denunciá-las; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
Podemos separar algumas expressões chave do que causando-lhe dano moral ou material;
vimos até agora e que, se você as memorizar, serão um e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí-
grande diferencial para seu estudo dessa matéria. São ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e rendimento”, “ser atendimento do seu mister;
probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês, ter urbanidade”. f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas interfiram no trato com o público, com os jurisdi-
exigências específicas da defesa da vida e da cionados administrativos ou com colegas hierar-
segurança coletiva;
quicamente superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
A conduta de greve é mencionada e defendida pelo qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê-
código de ética. E não poderia ser diferente, o direi- mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
to constitucional da greve deve ser exercido, porém
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a
para o cumprimento da sua missão ou para influen-
manutenção de serviços de saúde e segurança.
ciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
deva encaminhar para providências;
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema;
site do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a inte-
Novamente o servidor é impelido a demonstrar
resse particular;
rendimento e presença no local de trabalho. O exercí-
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
cio desses valores termina por beneficiar o rendimen-
to e o ambiente de trabalho e sua ordem. te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
m) comunicar imediatamente a seus superiores
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
público, exigindo as providências cabíveis; prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua dele habitualmente;
organização e distribuição; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que
o) participar dos movimentos e estudos que se rela- atente contra a moral, a honestidade ou a dignida-
cionem com a melhoria do exercício de suas fun- de da pessoa humana;
ções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
quadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- DAS COMISSÕES DE ÉTICA
mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções;
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
tração Pública Federal direta, indireta autárquica e
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun-
ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. exerça atribuições delegadas pelo poder públi-
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços co, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
por quem de direito; encarregada de orientar e aconselhar sobre a
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas ética profissional do servidor, no tratamento
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de com as pessoas e com o patrimônio público,
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos competindo-lhe conhecer concretamente de
usuários do serviço público e dos jurisdicionados imputação ou de procedimento susceptível de
administrativos; censura. 13
Dica ( ) O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens
legais de seus superiores, velando atentamente por
Comissão de ética - Comissões formadas por seu cumprimento, evitando conduta imprudente.
três servidores ou empregados com “cargo efeti- A sequência está correta em:
vo ou emprego permanente”
a) F, F, F.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
organismos encarregados da execução do quadro b) V, F, F.
de carreira dos servidores, os registros sobre sua c) F, V, V.
conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen- d) V, V, V.
tar promoções e para todos os demais procedimen-
tos próprios da carreira do servidor público. Aqui podemos resolver a questão com uma atenta
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela leitura ao anexo do decreto 1.170/94, assim:
Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen-
A primeira afirmação é verdadeira, de acordo com
tação constará do respectivo parecer, assinado por
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. o inciso IX, vejamos: A cortesia, a boa vontade, o
cuidado e o tempo dedicados ao serviço público
Censura é a única penalidade imposta pelo código caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal
de ética. uma pessoa que paga seus tributos direta ou indire-
tamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
ético, entende-se por servidor público todo aquele patrimônio público, deteriorando-o, por descuido
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
jurídico, preste serviços de natureza permanente,
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
ção financeira, desde que ligado direta ou indire- a todos os homens de boa vontade que dedicaram
tamente a qualquer órgão do poder estatal, como sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
as autarquias, as fundações públicas, as entidades esforços para construí-los.
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades A segunda afirmação é falsa, conforme inciso XIV:
de economia mista, ou em qualquer setor onde pre- São deveres fundamentais do servidor público: n)
valeça o interesse do Estado.
manter limpo e em perfeita ordem o local de tra-
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua
A definição de servidor público feita no decreto
organização e distribuição;
1.171/94 só se aplica aos servidores do Poder Executi-
A terceira afirmação também é falsa, pois o texto
vo Federal na Administração Direta e Indireta. Isso se
deve ao fato de que o decreto é do Presidente da Repúbli- do decreto fala em “conduta negligente” e não “con-
ca. Caso fosse lei aprovada no Congresso Nacional, tería- duta imprudente”, assim: O servidor deve prestar
mos uma abrangência muito maior. Fique muito atento toda a sua atenção às ordens legais de seus supe-
ao fato de que o decreto não abrange os servidores do riores, velando atentamente por seu cumprimento,
judiciário ou do legislativo, nem mesmo os servidores e, assim, evitando a conduta negligente. Resposta:
dos estados, municípios ou do Distrito Federal. Letra B.

REFERÊNCIAS 2. (UFU – 2020) O Código de Ética do Servidor Público


(Decreto 1.171/94) estabelece deveres e vedações ao
Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o servidor público. Considerando-se esse decreto, é cor-
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil reto afirmar que:
do Poder Executivo Federal. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm a) as ações do servidor público, quando este não se
encontra no exercício da função, não poderão ter
Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Bra- impactos no bom conceito de sua vida profissional.
sileiro. 44. ed. São Paulo: Editora Juspodivm, 2020. b) a comunicação do servidor a seus superiores, de atos
e de fatos contrários ao interesse público, demandan-
do as providências cabíveis, deve ser feita quando for
EXERCÍCIOS COMENTADOS mais conveniente.
c) o exercício do poder ou da autoridade com finalidade
1. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2020) Considerando o estranha ao interesse público, sem qualquer violação
Decreto nº 1.171, de 22 de junho 1994 e seus anexos, expressa à lei, é uma das prerrogativas do servidor
marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as público.
falsas. d) a função pública deve ser tida como exercício profis-
sional, portanto se integra à vida particular de cada
( ) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi- servidor público.
cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga os seus O inciso VI traz exatamente o teor da alternativa: a
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe função pública deve ser tida como exercício profis-
dano moral.  sional e, portanto, se integra na vida particular de
( ) Constitui direito do servidor público ter limpo e em cada servidor público. Assim, os fatos e atos verifi-
perfeita ordem o local de trabalho, motivo pelo qual cados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
o serviço de limpeza deve ser instituído em todos os poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito
14 órgãos da Administração. na vida funcional. Resposta: Letra D.
DECRETO 6.029 DE 2007 Deverá ser protegida a honra e a imagem das pes-
soas investigadas, assim como a imagem do denun-
O decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, institui ciante deverá ser mantida em sigilo, se este for o seu
o sistema de gestão da ética do Poder Executivo Federal. desejo, e os membros da CEP deverão ter independên-
Como forma de organizar e padronizar os con- cia e imparcialidade para apurar os fatos, com todas
selhos de Ética, foi instituído o Sistema de Gestão da as garantidas presentes no decreto 6.029/2007.
Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de Possui legitimidade para provocar a atuação da
promover atividades que dispõem sobre a conduta CEP qualquer cidadão (servidor ou não), pessoa jurídi-
ética no âmbito do Executivo Federal. As competên- ca de direito privado, associação ou entidade de classe,
cias do sistema são as seguintes: visando a apuração de infração ética imputada a agente
público, órgão ou setor específico do ente estatal.
z Integrar os órgãos, programas e ações relaciona-
das com a ética pública; Dica
z Contribuir para a implementação de políticas
públicas tendo a transparência e o acesso à infor- Definição de agente público do Decreto 6.029/07
mação como instrumentos fundamentais para o Entende-se por agente público, todo aquele que,
exercício de gestão da ética pública; por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico,
z Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a preste serviços de natureza permanente, tem-
compatibilização e interação de normas, procedi- porária, excepcional ou eventual, ainda que sem
mentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; retribuição financeira, a órgão ou entidade da
z Articular ações com vistas a estabelecer e efeti- administração pública federal, direta e indireta. 
var procedimentos de incentivo e incremento ao
desempenho institucional na gestão da ética públi-
Da apuração dos atos
ca do Estado brasileiro. 
O Decreto organiza procedimento de apuração dos
O sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo
atos praticados em seu desacordo. Desta forma, privi-
Federal é composto por 3 grandes grupos:
legia o contraditório e a ampla defesa. As apurações
poderão ser praticadas de ofício (sem provocação)
z A Comissão de Ética Pública (CEP), instituída pelo
ou por meio de denúncia. É importante frisar que o
Decreto de 26 de maio de 1999;
processo inicia com um prazo de defesa prévia, fato
z As Comissões de Ética de que trata o Decreto no
importante, posto que, acusações com pouca funda-
1.171, de 22 de junho de 1994;
mentação poderão ser combatidas desde logo.
z As demais Comissões de Ética e equivalentes nas
Nos termos do Decreto “o processo de apuração de
entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.
prática de ato em desrespeito ao preceituado no Códi-
go de Conduta da Alta Administração Federal e no
Vamos dar especial destaque para a composição
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
das comissões, uma vez que tal assunto é muito cobra-
do Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício
do em concursos e deve ser, se possível, decorado:
ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando-
-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla
z CEP: 7 integrantes brasileiros com idoneidade moral,
defesa”.
reputação ilibada e notória experiência designados
As apurações serão feitas pela Comissão de Ética
pelo Presidente. O mandato será de três anos, não
coincidentes e com aceitação de uma recondução. Pública ou pelas demais Comissões de Ética. Em todos
os casos será notificado o investigado para manifes-
tar-se, por escrito, no prazo de dez dias. Além disso,
O trabalho desenvolvido na CEP não enseja remu-
neração, mas é considerado serviço público relevante. o investigado poderá produzir prova documental
necessária a sua defesa e as Comissões de Ética terão
o poder de requisitar os documentos que entenderem
A CEP apresenta diversas competências, todas lista-
necessários à instrução probatória e, também, promo-
das no artigo 4º do decreto 6.029/07, dentre elas a mais
importante é a seguinte: atuar como instância consul- ver diligências e solicitar parecer de especialista. 
tiva do Presidente da República e Ministros de Estado Após a conclusão do processo poderão ser adota-
em matéria de ética pública. Ou seja, a CEP deverá ser das as seguintes medidas:
capaz de dirimir dúvidas na área da gestão da Ética
no Executivo Federal, por isso a Comissão possui um z Encaminhamento de sugestão de exoneração de car-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

departamento Jurídico para prestar assessoria. Além go ou função de confiança à autoridade hierarqui-
disso, deverá apurar informações recebidas por meio camente superior ou devolução ao órgão de origem,
de denúncias ou de ofício, quando presentes condutas conforme o caso;
fiquem em desacordo com suas normas. Por fim, coor- z Encaminhamento, conforme o caso, para a Contro-
denará, avaliará e supervisionará o Sistema de Gestão ladoria-Geral da União ou unidade específica do
da Ética Pública do Poder Executivo Federal Sistema de Correição do Poder Executivo Federal
As instâncias superiores dos órgãos e entidades do de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de
Poder Executivo Federal, abrangendo a administração 2005, para exame de eventuais transgressões dis-
direta e indireta deverão observar as normas éticas e ciplinares; e
de disciplina, constituir as próprias comissões de ética z Recomendação de abertura de procedimento admi-
e atender com prioridade as solicitações da CEP. nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir. 
Considerando o alto impacto que as ações desen-
volvidas pela CEP podem causar nos servidores que Fica assegurado a todos os investigados, em respei-
forem investigados, algumas medidas rígidas foram to ao contraditório e ampla defesa, o conhecimento do
adotadas para preservar os investigados. teor das acusações e o acesso aos autos (ainda que no 15
recinto das Comissões de Ética). Por fim, fica garanti- 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No exercício do cargo, o
do o acesso a cópias integrais dos processos e de certi- servidor público, quando decide entre o honesto e o
dão do seu teor. desonesto, vincula sua decisão à
As comissões de ética têm por dever proferir deci-
são sobre os temas de sua competência, independen- a) ética.
temente de omissão do Código de Conduta da Alta b) impessoalidade.
Administração Pública. Eventuais omissões poderão c) conveniência.
ser supridas por uso da analogia ou dos princípios da d) eficiência.
e) legalidade.
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência.
4. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a
respeito da ética no serviço público.
O uso do cargo ou função pública para obter favore-
Importante! cimento, desde que não haja prejuízo a outrem, não
Art. 17 As Comissões de Ética, sempre que cons- constitui afronta à ética e à moral do serviço público.
tatarem a possível ocorrência de ilícitos penais,
civis, de improbidade administrativa ou de infra- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ção disciplinar, encaminharão cópia dos autos
às autoridades competentes para apuração de 5. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a
tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua respeito da ética no serviço público.
A ausência injustificada de um servidor público ao seu
competência.
local de trabalho constitui fator de desmoralização do
serviço público
O texto do artigo 17 do Decreto é tremendamente
importante, justamente pelo fato de lembrar às Comissões ( ) CERTO  ( ) ERRADO
de Ética que, além de realizarem seu dever, deverão estar
atentas aos possíveis desdobramentos que poderão ocor- 6. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Com base no disposto na
rer em função das condutas praticadas. legislação administrativa, julgue o item a seguir.
Os trabalhos nas Comissões de Ética que são dispos- A punição prevista para servidor por desvio de condu-
ta ética reconhecido por comissão de ética é a censu-
tas nos incisos II e III do art. 2º do Decreto 6.029/07 são
ra ética.
considerados relevantes e têm prioridade sobre as atri-
buições próprias dos cargos dos seus membros, quando
( ) CERTO  ( ) ERRADO
estes não atuarem com exclusividade na Comissão.
Chegamos ao final de mais um assunto com grande
chance de ser objeto de questões nas provas do CESPE. 7. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no Código de
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Lembre-se: o Código de Conduta da Alta Administração
Executivo Federal, julgue o item a seguir.
Federal, o Código de Ética Profissional do Servidor Públi-
A criação de comissão de ética com a finalidade de
co Civil do Poder Executivo Federal e o Código de Ética
orientar o servidor é facultativa às entidades que exer-
do órgão ou entidade serão aplicados ao servidor ainda
çam atribuições delegadas pelo poder público.
que essas autoridades e agentes públicos estejam em
gozo de licença.
( ) CERTO  ( ) ERRADO

8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte,


que versa sobre o disposto no Código de Ética Profis-
HORA DE PRATICAR! sional do Servidor Público e sobre gestão de pessoas
e de processos no serviço público.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no ser- Conforme o Decreto n.º 1.171/1994, é vedado ao servi-
viço público, julgue o item a seguir. dor público civil do Poder Executivo federal atrapalhar
No estrito exercício de sua função, o servidor públi- ou impedir o exercício regular de direito por qualquer
co deve nortear-se por primados maiores — como a pessoa.
consciência dos princípios morais, o zelo e a eficácia
—; fora dessa função, porém, por estar diante de situa- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ção particular, não está obrigado a agir conforme tais
primados. 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética
no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis-
( ) CERTO  ( ) ERRADO posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro-
fissional do Serviço Público).
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no ser- Não descumpre o dever de respeito à hierarquia o ser-
viço público, julgue o item a seguir. vidor que denunciar pressões de superiores hierárqui-
Servidor público que se apresenta habitualmente cos que visem obter vantagens indevidas.
embriagado no serviço ou até mesmo fora dele pode-
rá ser submetido à Comissão de Ética, a qual poderá ( ) CERTO  ( ) ERRADO
aplicar-lhe a pena de censura.
10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética
( ) CERTO  ( ) ERRADO no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis-
posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro-
fissional do Serviço Público).
16
Uma das regras deontológicas que regem a conduta dos b) o presidente da comissão tem voto de qualidade nas
servidores públicos federais é o espírito de solidariedade, deliberações da CEP.
conforme o qual se espera que o servidor seja compla- c) o mandato de seus integrantes é de três anos, sem
cente em caso de erro ou infração, pois a superação de direito à recondução.
falhas representa uma oportunidade para o engrandeci- d) seus integrantes são designados pelo chefe da Casa
mento profissional dos servidores públicos.
Civil da Presidência da República.
e) os mandatos de seus integrantes devem ser coincidentes.
( ) CERTO  ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere a ética 9 GABARITO


no serviço público, julgue o próximo item, com base no
Decreto n.º 1.171/1994 — Código de Ética Profissional
do Serviço Público. 1 ERRADO
Constitui dever fundamental do servidor público abs- 2 CERTO
ter-se de exercer sua função com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observadas as for- 3 A
malidades legais.
4 ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
5 CERTO
12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) À luz da Lei n.º 8.112/1990, 6 ERRADO
da Lei n.º 12.527/2011 e do Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, jul- 7 ERRADO
gue o item subsecutivo.
8 CERTO
Em regra, a publicidade do ato administrativo consti-
tui requisito de eficácia e moralidade; por isso, a sua 9 CERTO
omissão enseja comprometimento ético contra o bem
comum, imputável a quem a negar. 10 ERRADO

11 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
12 CERTO
13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Além da distinção entre
lícito e ilícito, a moralidade da administração pública 13 D
também abrange a ideia de que a finalidade dos seus
14 C
atos deve ser sempre o
15 B
a) justo.
b) equilíbrio.
c) honesto.
d) bem comum.
e) ético. ANOTAÇÕES
14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo conhecimento de
conduta que esteja em desacordo com as normas éti-
cas pertinentes e seja praticada por servidor do órgão
da administração federal, uma comissão de ética a ser
instalada deverá

a) informar, imediatamente, o fato à autoridade máxima


do respectivo órgão.
b) aplicar a penalidade prevista em lei logo após o devido
processo legal.
c) permitir vista dos autos ao investigado mesmo antes
de ele ser notificado da existência do procedimento
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

investigatório.
d) pedir autorização à autoridade máxima para requisitar
a outro órgão documentos necessários à apuração do
fato violador.
e) pedir autorização à autoridade máxima para apor aos
autos a chancela de “reservado” até emitir relatório de
conclusão.

15. (CESPE-CEBRASPE– 2018) A Comissão de Ética


Pública (CEP) integra o Sistema de Gestão da Ética
do Poder Executivo Federal e, segundo o Decreto n.º
6.029/2007,

a) ela é a instância deliberativa do presidente da Repúbli-


ca e dos ministros de Estado. 17
ANOTAÇÕES

18
políticas públicas e atuam diretamente na direção
da implementação.

Suas competências constam diretamente na CF/88

REGIME JURÍDICO ÚNICO


e possuem prerrogativas específicas. Como exemplo,
temos Deputado Federal, Ministro de Estado etc.

z Agentes honoríficos: não possuem vínculo e nor-


malmente atuam sem remuneração. Prestam ser-
viços específicos e temporários, como os mesários
LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, em eleições.
DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR z Agentes delegados: são particulares que exercem
atividades de interesse público em seu próprio
PÚBLICO nome, estando sujeitos à fiscalização do Estado. Os
tabeliães são exemplos.
CONCEITO z Agentes credenciados: têm por missão representar
a Administração Pública em um evento ou atividade
Dentre os vários conceitos de agente público, um específica. Um exemplo é um atleta em atividade ou
dos mais completos e esclarecedores é o constante da aposentado que representa o país em evento da FIFA
Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). ou outra organização de esporte.
Vejamos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos


desta lei, todo aquele que exerce, ainda que tran- EXERCÍCIOS COMENTADOS
sitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à admi-
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, nistração pública direta, à administração pública indireta
cargo, emprego ou função nas entidades menciona- e aos agentes públicos, julgue o item que se segue.
das no artigo anterior. Ministros e secretários estaduais e municipais são
agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm
Veja que, não por acaso, o conceito é o mais abran- natureza permanente, mas que, com base no seu
gente possível, visto que se trata de uma lei que tem poder político, traçam e implementam políticas públi-
o intuito de alcançar atos impróprios praticados por cas constitucionais e políticas públicas de governo.
pessoas que estejam agindo em nome da Administra-
ção Pública. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Espécies Agentes políticos podem ser conceituados como


participantes da cúpula da Administração Pública,
Conhecido o conceito de agente público da forma e os Ministros e Secretários de Estado certamente
mais ampla possível, passamos agora a dois tipos que fazem parte de tal categoria, uma vez que estão
são certamente os mais frequentes. abaixo apenas dos chefes do Poder Executivo e são
responsáveis pela definição de políticas públicas.
Resposta: Certo.
z Servidores Públicos
2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) No que concerne aos
„ Possuem regime próprio (estatuto) predomi- agentes públicos, julgue o próximo item.
nantemente de direito público, devido às fun- A definição de servidor público, em sentido amplo,
ções em que atuam. engloba os empregados públicos e servidores
„ Ocupam cargos públicos efetivos (por meio de temporários.
concurso público).
( ) CERTO  ( ) ERRADO
z Empregados Públicos
O conceito de servidor público em sentido amplo
„ Agentes públicos que têm seus vínculos basea- engloba servidor público em sentido estrito, emprega-
dos na CLT. O vínculo é chamado de celetista ou dos públicos e servidores temporários. Lembre-se de
contratual. que a afirmação incompleta para a banca CESPE-CE-
„ Há predominância do regime privado. BRASPE não torna errada a questão. Resposta: Certo.
REGIME JURÍDICO ÚNICO

Os conceitos acima são estritos. Em sentido amplo, CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA
o termo “servidores públicos” engloba os dois grupos
colocados acima e também os servidores temporá- Vamos conhecer mais três conceitos importantes
rios. Vamos agora conhecer outras espécies citadas no âmbito do estudo dos agentes públicos. Inicialmen-
pela doutrina, mas menos frequentes que as duas te, vejamos o conceito de cargo público, previsto no
anteriores. artigo 3º da Lei nº 8.122/90.

z Agentes administrativos: são aqueles remune- Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e
rados para exercer cargos, empregos e funções responsabilidades previstas na estrutura organiza-
públicas. São basicamente os dois tipos que vimos cional que devem ser cometidas a um servidor.
acima em apenas um grupo.
z Agentes políticos: que fazem parte da cúpu- Seus ocupantes são chamados servidores públicos
la da Administração Pública. Eles definem as e seu provimento poderá se dar em caráter efetivo 19
(em regra por meio de concurso público) ou comis- A função pública é um conjunto de atribuições que
sionado (ocupados provisoriamente por agentes pode ser atribuído tanto a um servidor efetivo quan-
nomeados e exonerados livremente pela autoridade to a um servidor temporário. Não há a vedação tra-
competente). zida pela questão. Há possibilidade de exercício de
Os empregos públicos são ocupados por empregados funções em caráter temporário, como vimos ante-
públicos, cujo vínculo tem por base a CLT, possuindo, riormente. Resposta: Errada.
portanto, natureza contratual e trabalhista. Em regra,
serão providos por meio de concurso público. Não LEI Nº 8.112/90
adquirem estabilidade, mas sua demissão deve se dar
mediante processo administrativo com ampla defesa e Compreendidos os conceitos iniciais anteriormen-
contraditório. te apresentados, estudaremos agora a Lei nº 8.112/90,
Por fim, temos a função pública. Inicialmente, que é o estatuto dos servidores civis da União, como
precisamos entender que todo cargo ou emprego está fica exposto já em seu artigo 1º.
associado a uma função. No entanto, nem toda função
está associado a um cargo ou emprego. O que estamos Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Ser-
abordando aqui é, logicamente, a existência da função vidores Públicos Civis da União, das autarquias,
de maneira isolada. Elas poderão ser classificadas em inclusive as em regime especial, e das fundações
temporárias ou permanentes. públicas federais.
As funções temporárias têm respaldo constitucional,
existindo por tempo determinado e com base em Vamos, então, conhecer os principais institutos e
excepcional interesse público. respectivos dispositivos constantes da lei.

CF/88 z Provimento
Art. 37 [...]
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por É a ocupação do cargo público por uma pessoa. O
tempo determinado para atender a necessidade artigo 5º traz os requisitos:
temporária de excepcional interesse público;
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em
A Lei nº 8.745/93 trata do assunto, sendo a assistência cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
a situações de calamidade pública uma dessas hipóteses.
II - o gozo dos direitos políticos;
Temos também as funções permanentes, que
III - a quitação com as obrigações militares e
serão exercidas juntamente com cargos públicos.
eleitorais;
Aqui, é preciso atenção. Não estamos falando em fun-
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
ção associada ao cargo público, e sim da possibilida- do cargo;
de de exercício simultâneo. V - a idade mínima de dezoito anos;
Exemplo: Você passa em um concurso e ocupa um VI - aptidão física e mental.
cargo em determinado setor. Depois de um tempo,
assume a função de chefia. Essa função existe perma- A investidura é o termo jurídico utilizado para
nentemente e não está associada ao cargo que você indicar o momento em que a pessoa toma posse do
ocupa, mas pode ser exercida juntamente com ele. cargo; o artigo 7º traz essa informação. Ele é impor-
tante e bastante cobrado em provas.

EXERCÍCIOS COMENTADOS Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá


com a posse.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Em relação aos serviços
públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o Em seguida, no artigo 8º, temos as formas de “ocu-
item seguinte. par” o cargo público. A lei chama-as de formas de
Os servidores contratados por tempo determinado provimento. São elas:
para atender à necessidade temporária de excepcio-
nal interesse público e os empregados públicos clas-
sificam-se, em virtude da ausência de estabilidade, Nomeação
como servidores temporários.
Promoção
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Formas de Provimento

Empregados públicos não possuem vínculo tempo- Readaptação


rários. Não adquirem estabilidade, mas a demissão
deve ocorrer mediante processo administrativo com
ampla defesa e contraditório, devendo o ato admi- Reversão
nistrativo ser motivado. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito dos cargos e Aproveitamento


funções públicas, julgue o item que se segue.
A função pública compreende o conjunto de atribui-
Reintegração
ções conferidas aos servidores ocupantes de cargo
efetivo, razão por que não é exercida por servidores
temporários. Recondução

20 ( ) CERTO  ( ) ERRADO


Não se preocupe com o significado de cada um dos
incisos, pois falaremos sobre eles mais à frente.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito da Lei n.º
z Nomeação
8.112/1990, o item apresenta uma situação hipotética,
A nomeação é o ato unilateral da administração seguida de uma assertiva a ser julgada.
para prover o cargo. Poderá se dar em caráter efetivo Alice, aprovada em concurso público para o cargo
ou em comissão, conforme a natureza do vínculo (efe- de técnico administrativo de um TRE, precisa acom-
tivo ou comissionado). Vejamos o artigo 9º: panhar uma cirurgia de um ente familiar que ocorrerá
no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa
Art. 9º A nomeação far-se-á: situação, Alice poderá nomear, por procuração especí-
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo iso- fica, alguém que a represente no ato da posse.
lado de provimento efetivo ou de carreira;
I - em comissão, inclusive na condição de interino, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
para cargos de confiança vagos.
O §3º do artigo 13 da Lei 8.112/90 dá o respaldo
A nomeação para cargo de carreira ou cargo isola- legal para que o servidor possa tomar posse por
do de provimento efetivo depende de prévia habili- meio de procuração específica. Resposta: Certo.
tação em concurso público de provas ou de provas e
títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo z Estágio Probatório e Estabilidade
de sua validade, conforme previsão do artigo 10.
Vejamos os artigos 20 e 21, que nos trazem os fato-
Art. 10 A nomeação para cargo de carreira ou car- res a serem observados por ocasião do estágio proba-
go isolado de provimento efetivo depende de prévia tório e o prazo para estabilidade.
habilitação em concurso público de provas ou de
provas e títulos, obedecidos a ordem de classifica- Art. 20 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado
ção e o prazo de sua validade. para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
estágio probatório por período de 24 (vinte e qua-
z Concurso Público tro) meses, durante o qual a sua aptidão e capaci-
dade serão objeto de avaliação para o desempenho
O concurso será de provas ou provas e títulos e do cargo, observados os seguintes fatores:
poderá ser realizado em duas etapas, conforme dis- I - assiduidade;
posição da lei e regulamento ligado à carreira. Terá II - disciplina;
validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma III - capacidade de iniciativa;
única vez, por igual período. IV - produtividade;
V- responsabilidade.
z Posse e Exercício Art. 21 O servidor habilitado em concurso público
e empossado em cargo de provimento efetivo adqui-
„ Posse: tratada nos artigos 13 e 14, ocorrerá rirá estabilidade no serviço público ao completar 2
pela assinatura do respectivo termo, no qual (dois) anos de efetivo exercício.
deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao É importante ressaltar que o prazo de 24 meses se
cargo ocupado, que não poderão ser alterados encontra em discordância com o artigo 41 da Consti-
unilateralmente, por qualquer das partes, res- tuição Federal, que traz o prazo de 36 meses. Portanto,
salvados os atos de ofício previstos em lei. fique atento para não se confundir.

A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados


da publicação do ato de provimento que, no caso do Importante
concurso, é a nomeação e poderá ocorrer mediante
Lei nº 8.112/90: O servidor estável só perderá o
procuração específica.
cargo em virtude de:
REGIME JURÍDICO ÚNICO

„ Exercício: é o efetivo desempenho das atri- � sentença judicial transitada em julgado; ou


buições do cargo público ou da função de con- � de processo administrativo disciplinar no qual
fiança, sendo de quinze dias o prazo para o lhe seja assegurada ampla defesa.
servidor empossado em cargo público entrar CF/88: O servidor público estável só perderá o
em exercício, contados da data da posse. cargo:
� em virtude de sentença judicial transitada em
O servidor será exonerado do cargo ou será tor- julgado;
nado sem efeito o ato de sua designação para função � mediante processo administrativo em que lhe
de confiança se não entrar em exercício no prazo. O seja assegurada ampla defesa;
início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer- � mediante procedimento de avaliação periódi-
cício serão registrados no assentamento individual do ca de desempenho, na forma de lei complemen-
servidor. tar, assegurada ampla defesa. 21
z Reintegração
EXERCÍCIO COMENTADO
Segundo o artigo 28, é a reinvestidura do servidor
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
relativo à administração de pessoal e a processos de
compras governamentais no âmbito do setor público. resultante de sua transformação, quando invalidada
A produtividade é um dos fatores utilizados para a ava- a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
liação de desempenho de servidores nomeados para com ressarcimento de todas as vantagens.
cargos efetivos em período de estágio probatório. Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o
( ) CERTO  ( ) ERRADO cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao
cargo de origem, sem direito à indenização, aprovei-
Conforme consta no IV do artigo 20 da Lei nº tado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibili-
8.112/90, a produtividade compõe os fatores de ava- dade. Entenderemos a recondução a seguir.
liação de desempenho. Vale acrescentar que o perío-
do de estágio probatório é de 24 meses, período em z Recondução
que ocorrerá essa avaliação. Resposta: Certo.
É o retorno do servidor estável ao cargo anterior-
z Readaptação
mente ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio
probatório relativo a outro cargo ou reintegração do
Segundo o artigo 24, é a investidura do servidor
anterior ocupante. Encontrando-se provido o cargo de
em cargo de atribuições e responsabilidades compatí-
veis com a limitação que tenha sofrido em sua capaci- origem, o servidor será aproveitado em outro.
dade física ou mental verificada em inspeção médica.
Se julgado incapaz para o serviço público, o readap-
tando será aposentado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Reversão
1. (FGV – 2018) Maria foi aprovada em concurso para
De acordo com o artigo 25, é o retorno à atividade o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional
de servidor aposentado: Federal da 2ª Região, mas, após ter adquirido a esta-
bilidade, foi demitida sem a observância das normas
„ Por invalidez, quando junta médica oficial decla- relativas ao processo administrativo disciplinar.
rar insubsistentes os motivos da aposentadoria; Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato
„ No interesse da administração. demissional, na qual obteve êxito por meio de decisão
jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno,
A segunda hipótese acima poderá ocorrer desde que: contudo, Alfredo, também regularmente aprovado em
concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o
z Tenha sido solicitada a reversão; cargo que era de Maria.
z A aposentadoria tenha sido voluntária;
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa
z O servidor era estável quando na atividade;
correta.
z A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação;
z Haja cargo vago. a) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá
importar na sua reintegração ao cargo anterior, consi-
Não poderá ser revertido o aposentado que já tiver derando que está ocupado por Alfredo.
completado 70 anos de idade. b) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, inde-
pendentemente da existência e necessidade do cargo
que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade.
EXERCÍCIO COMENTADO c) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que
ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi- demissional.
ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir. d) Em decorrência da invalidade do ato demissional,
É vedado ao servidor público aposentado o retorno ao Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava
serviço público a pedido, somente sendo possível a e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de
reversão por insubsistência dos motivos da aposenta- origem.
doria por invalidez.
Uma vez invalidada a demissão por meio de decisão
( ) CERTO  ( ) ERRADO
judicial transitada em julgado, teremos a aplicação
do instituto da reintegração, conforme expressa
Tal assertiva contradiz o que dispõe o artigo 25
sobre a reversão:“Art. 25. Reversão é o retorno à previsão legal: “Art. 28 A reintegração é a reinves-
atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, tidura do servidor estável no cargo anteriormente
quando junta médica oficial declarar insubsistentes ocupado, ou no cargo resultante de sua transforma-
os motivos da aposentadoria; ou II - no interesse ção, quando invalidada a sua demissão por decisão
da administração, desde que: a) tenha solicitado a administrativa ou judicial, com ressarcimento de
22 reversão.” Resposta: Errado todas as vantagens.” Resposta: Letra D.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi- A exoneração de cargo em comissão e a dispensa
ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir. de função de confiança dar-se-á a juízo da autoridade
A readequação consiste no retorno do servidor estável competente e a pedido do próprio servidor.
ao cargo anteriormente ocupado. Atenção! Muitas vezes, principalmente com base
em leitura de notícias ou noticiários televisivos, aca-
( ) CERTO  ( ) ERRADO bamos interpretando o termo exoneração como uma
punição ou sanção. Veja que a lei não prevê a exone-
O conceito trazido não está conforme o constante do ração dessa forma.
artigo 29 da lei: “Art. 29. Recondução é o retorno do As sanções estão previstas em outros dispositivos e
servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e serão oportunamente abordadas.
decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório
relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior
ocupante. Parágrafo único. Encontrando-se provi-
do o cargo de origem, o servidor será aproveitado
em outro, observado o disposto no art. 30.” Não há
EXERCÍCIO COMENTADO
readequação, porém temos a readaptação. Vejamos:
1. (FGV – 2016) Conforme prevê a Lei nº 8.112/90, que
“Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor
em cargo de atribuições e responsabilidades com- institui o regime jurídico dos servidores públicos civis
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua da União, das autarquias e das fundações públicas
capacidade física ou mental verificada em inspeção federais, a vacância do cargo público decorrerá, dentre
médica.” Resposta: Errado. outros, de:

z Disponibilidade e Aproveitamento a) exoneração, demissão e promoção;


b) falecimento, readaptação e nomeação;
Disponibilidade é a situação em que o servidor c) remoção, aposentadoria e reintegração;
fica afastado de suas atividades com remuneração d) permuta, reversão e disponibilidade;
proporcional ao tempo de serviço, aguardando o e) aproveitamento, recondução e transferência.
retorno às atividades, que é o aproveitamento.
Na lei, temos o artigo 30 como principal disposição Em conformidade com o que descreve o artigo 33,
a esse respeito. a exoneração, demissão e promoção são as opções
que ocasionam a vacância do cargo público. Respos-
Art. 30 O retorno à atividade de servidor em dis- ta: Letra A.
ponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
compatíveis com o anteriormente ocupado.
Remoção (segundo o artigo 36) é o deslocamento
z Vacância do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mes-
mo quadro, com ou sem mudança de sede. São moda-
É a ocorrência de algum evento que torna vago o lidades de remoção:
cargo. A lei enumera esses eventos no seu artigo 33.
z de ofício, no interesse da Administração;
z a pedido, a critério da Administração;
Exoneração
z a pedido, para outra localidade, independente-
mente do interesse da Administração:

Demissão „ para acompanhar cônjuge ou companheiro,


também servidor público civil ou militar, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Promoção Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslo-
cado no interesse da Administração;
vacância

„ por motivo de saúde do servidor, cônjuge,


Readaptação companheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento fun-
cional, condicionada à comprovação por junta
Aposentadoria médica oficial;
REGIME JURÍDICO ÚNICO

„ em virtude de processo seletivo promovido,


na hipótese em que o número de interessados
Posse em outro cargo for superior ao número de vagas, de acordo
inacumulável com normas preestabelecidas pelo órgão ou
entidade em que aqueles estejam lotados.

Recondução Vejamos agora a redistribuição que, ao contrário


da remoção, impõe dentre seus preceitos a necessária
existência de interesse público.
A exoneração de cargo efetivo ocorrerá a pedido
do servidor, ou de ofício. Quando de ofício, será por Art. 37 Redistribuição é o deslocamento de cargo
(1) não terem sido satisfeitas as condições do estágio de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbi-
probatório ou (2) quando o servidor, após tomar pos- to do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
se, não entrar em exercício no prazo estabelecido. entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação 23
do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
preceitos: Vencimentos
I - interesse da administração;
II - equivalência de vencimentos; Remuneração
III - manutenção da essência das atribuições do
cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e Vantagens
complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação profissional; O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e tagens de caráter permanente, é irredutível. Salvo por
as finalidades institucionais do órgão ou entidade. imposição legal ou mandado judicial, nenhum des-
conto incidirá sobre a remuneração ou provento.
Veja que, enquanto na remoção a lei fala em deslo-
VANTAGENS
camento do servidor, na redistribuição temos o des-
locamento do próprio cargo. Em outros termos, no As vantagens estão previstas no artigo 49 e porme-
primeiro caso, temos a mudança do servidor sem que norizadas na sequência. Vejamos quais são:
ocorra qualquer alteração nos quadros dos servidores
envolvidos. No segundo caso, temos uma mudança da Art. 49 Além do vencimento, poderão ser pagas ao
localização do cargo. servidor as seguintes vantagens:
I - indenizações;
II - gratificações;
III - adicionais.

EXERCÍCIO COMENTADO § 1º As indenizações não se incorporam ao


vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca das regras apli- ao vencimento ou provento, nos casos e condições
cáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e indicados em lei.
considerando o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990 e a Lei
n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir. As indenizações são reposições de gastos que o
A legislação que dispõe sobre o regime estatutário servidor realiza em razão do seu ofício. Elas podem
prevê a possibilidade de o servidor público, em deter- ser as seguintes:
minadas hipóteses, pedir remoção para outra localida-
z Ajuda de custo: Destina-se a compensar as despe-
de, independentemente do interesse da administração
sas de instalação do servidor que, no interesse do
pública.
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
mudança de domicílio em caráter permanente,
( ) CERTO  ( ) ERRADO vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro
A questão aborda as hipóteses de remoção. Nesse que detenha também a condição de servidor, vier
caso, temos especificamente o que consta no inciso a ter exercício na mesma sede;
III do artigo 36: “Art. 36 Remoção é o deslocamen- z Diária: Destinada a repor gastos com pousada, ali-
to do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mentação e locomoção para afastamento em cará-
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. III - a ter eventual e transitório a serviço.
pedido, para outra localidade, independentemente z Indenização de transporte: Concedida ao servi-
do interesse da Administração”. Resposta: Certo. dor que realizar despesas com a utilização de meio
próprio de locomoção para a execução de serviços
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO externos, por força das atribuições próprias do
cargo.
Vejamos o conceito de vencimento constante do
artigo 40 da lei:
Importante
Art. 40 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo As indenizações não se incorporam ao ven-
exercício de cargo público, com valor fixado em lei. cimento ou provento para qualquer efeito, ao
contrário do que poderá ocorrer com as gratifica-
Vencimento é uma parcela básica que compõe a ções e adicionais.
remuneração do agente público. Ela é fixada em lei,
não estando ligada a situações eventuais em que o
servidor possa se enquadrar. Ao nos aprofundarmos
no que pode integrar a remuneração, o conceito ficará EXERCÍCIO COMENTADO
mais claro.
Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, 1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com base nas disposi-
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes ções da Lei n.º 8.112/1990, que trata do regime jurí-
estabelecidas em lei. Veremos mais à frente as espé- dico dos servidores públicos federais, julgue o item a
24 cies de vantagens. seguir.
Além do vencimento, poderão ser pagos ao servidor Conforme comando do artigo 84, poderá ser con-
indenizações, gratificações e adicionais, vantagens cedida licença por motivo de afastamento do cônju-
que serão incorporadas ao seu vencimento. ge ou companheiro. A concessão poderá ocorrer em
caso de deslocamento para outro ponto do território
( ) CERTO  ( ) ERRADO nacional, para o exterior ou para o exercício de man-
dato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Gratificações e adicionais incorporarão sim os ven- A concessão ocorrerá por prazo indeterminado e
cimentos, entretanto, o erro está ao mencionar que sem remuneração.
as indenizações também seriam. Veja o que dispõe O estatuto também prevê a concessão de licença
a lei: “Art. 49 Além do vencimento, poderão ser para atividade política. Aqui, temos dois parâmetros
pagas ao servidor as seguintes vantagens: § 1º As diferentes, portanto, é necessário ter atenção.
indenizações não se incorporam ao vencimento ou A licença será sem remuneração entre o período
provento para qualquer efeito.” Resposta: Errado. que mediar entre a sua escolha em convenção parti-
dária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do
registro de sua candidatura perante à Justiça Eleitoral.
FÉRIAS
A partir do registro da candidatura e até o déci-
mo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo,
podem ser acumuladas até o máximo de dois perío-
somente pelo período de três meses. Após isso, tere-
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as mos o afastamento para exercício de mandato eletivo
hipóteses em que haja legislação específica (artigo 77). (veremos mais à frente).
Para o primeiro período aquisitivo de férias,
serão exigidos 12 meses de exercício; as férias pode-
rão ser parceladas em até três etapas, desde que Importante!
assim requeridas pelo servidor, e no interesse da
administração pública. Não confunda licença com afastamento!
É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
serviço. Temos também a licença para tratar de interesses
particulares. Ela será discricionária (escolha da Admi-
LICENÇAS nistração Pública) e poderá perdurar por até 3 anos, não
podendo ser concedida a servidor em estágio probatório
A partir do artigo 81, fala-se sobre as licenças. e podendo ser revogada a qualquer tempo.
Abordaremos as mais cobradas em concursos aqui.
Antes, vejamos a lista de todas elas:

Art. 81 Conceder-se-á ao servidor licença: EXERCÍCIO COMENTADO


I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou 1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca do regime jurídico
companheiro; dos servidores públicos civis da União, o próximo item
III - para o serviço militar; apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
IV - para atividade política; assertiva a ser julgada.
V - para capacitação; Caio, analista judiciário do TRE/GO, está em gozo de
VI - para tratar de interesses particulares; licença para tratar de interesses particulares. Nessa
VII - para desempenho de mandato classista. situação, a referida licença pode ser interrompida, a
qualquer tempo, se for de interesse do tribunal.
Primeiramente, temos a licença por motivo de
doença em pessoa da família. A lista do que o estatu- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
to considera família é a seguinte: cônjuge ou compa-
nheiro, pais, filhos, padrasto ou madrasta e enteado A licença para tratar interesses particulares é con-
ou dependente que viva a suas expensas e conste do cedida conforme discricionariedade da Adminis-
seu assentamento funcional. tração Pública, podendo ser revogada a qualquer
A licença poderá ser concedida da seguinte forma, tempo. Ou seja, o agente público responsável poderá
a cada período de 12 meses: concedê-la ou não, conforme o interesse do serviço.
REGIME JURÍDICO ÚNICO

Resposta: Certa.

A cada 12 meses, a licença AFASTAMENTOS


poderá ser concedida
São três os afastamentos previstos no artigo 93 e
seguintes:

z Servir a outro órgão ou entidade;


z Exercício de mandato eletivo;
Até 60 dias Até 90 dias z Afastamento para estudo ou missão no exterior.
(consecutivos ou não) (consecutivos ou não)

Mantida a remuneração Sem remuneração ao O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
do servidor servidor outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios. A 25
cessão ocorrerá mediante Portaria publicada no Diá- e) não se aplica a servidores que já fizeram jus a benefí-
rio Oficial da União e, mediante autorização expres- cio semelhante, como é o caso de Claudio.
sa do Presidente da República, o servidor do Poder
Executivo poderá ter exercício em outro órgão da A ausência não excederá a 4 anos, e finda a missão
Administração Federal direta que não tenha quadro ou estudo, somente decorrido igual período, será
próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo permitida nova ausência, conforme regramento
certo. legal. “Art. 95 O servidor não poderá ausentar-se do
No caso da segunda hipótese, o artigo 94 repete os País para estudo ou missão oficial, sem autorização
comandos constitucionais para cumulação do cargo do Presidente da República, Presidente dos Órgãos
com o mandato eletivo. do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tri-
bunal Federal. § 1º A ausência não excederá a 4
Art. 94 Ao servidor investido em mandato eletivo (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente
aplicam-se as seguintes disposições:
decorrido igual período, será permitida nova ausên-
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou dis-
cia.” Resposta: Letra C.
trital, ficará afastado do cargo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afasta-
do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua CONCESSÕES
remuneração;
III - investido no mandato de vereador: Vejamos as concessões previstas no estatuto. São
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá benesses que o estatuto traz ligadas a ocorrências na
as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remu- vida particular do servidor, e constam basicamente
neração do cargo eletivo; do artigo 97:
b) não havendo compatibilidade de horário, será
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
sua remuneração.
ausentar-se do serviço:
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
contribuirá para a seguridade social como se em
exercício estivesse. II - pelo período comprovadamente necessário para
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou alistamento ou recadastramento eleitoral, limita-
classista não poderá ser removido ou redistribuí- do, em qualquer caso, a 2 (dois) dias;
do de ofício para localidade diversa daquela onde III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
exerce o mandato. a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
Por fim, em relação ao último afastamento, o ser- madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
vidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou guarda ou tutela e irmãos.
missão oficial sem autorização do Presidente da Repú-
blica, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A ausência não excederá a 4 anos, e finda a mis- EXERCÍCIO COMENTADO
são ou estudo, somente será permitida nova ausência
decorrido igual período. 1. (FGV – 2016) Consoante ao que dispõe a Lei nº 8.112/90,
O afastamento de servidor para servir em orga- sem qualquer prejuízo, poderá um servidor civil de funda-
nismo internacional de que o Brasil participe ou ção pública federal ausentar-se do serviço:
com o qual coopere dar-se-á com perda total da
remuneração. a) por 3 (três) dias, para alistamento ou recadastramento
eleitoral fora da sede onde está lotado;
b) por 15 (quinze) dias, em razão de falecimento de
parente até o segundo grau;
EXERCÍCIO COMENTADO c) por 3 (três) dias, para manifestação sindical de greve;
d) por 5 (cinco) dias consecutivos, em razão de
1. (FCC – 2018) Claudio, servidor público do Tribunal Regio- casamento;
nal do Trabalho da 14ª Região, ausentou-se do País para
e) por 1 (um) dia, para doação de sangue.
missão oficial no exterior. O mencionado afastamento
observou todos os trâmites legais e perdurou por quatro
A questão nos cobra uma das concessões do artigo
anos, tendo Claudio regressado ao Brasil em 2012, assu-
97. Nesse caso, especificamente constante do inciso
mindo suas atividades. Em 2014, Claudio pleiteou novo
afastamento para estudo no exterior. Nos termos da Lei I. “Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
no 8.112/1990, o afastamento pleiteado: ausentar-se do serviço: I - por 1 (um) dia, para doa-
ção de sangue”. Resposta: Letra E.
a) não será possível, pois somente decorrido o período
de três anos contados do término do anterior afasta- DIREITO DE PETIÇÃO
mento é que se admite a nova ausência.
b) é possível. Vamos conhecer o direito de petição, que nada
c) não será possível, pois somente decorrido o período mais é do que o direito de solicitar informações e
de quatro anos contados do término do anterior afas- esclarecimentos para a defesa de um direito.
tamento é que se admite a nova ausência.
d) não é cabível, pois trata-se da mesma espécie de afas- Art. 104 É assegurado ao servidor o direito de
tamento concedido anteriormente, sendo necessário o requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
26 transcurso de dez anos para que o servidor tenha direito. ou interesse legítimo.
O requerimento (artigo 105) será dirigido à auto- b) à expedição de certidões requeridas para defesa
ridade competente para decidi-lo e ser encaminhado de direito ou esclarecimento de situações de inte-
por intermédio daquela a que estiver imediatamente resse pessoal;
subordinado o requerente. Cabe pedido de recon- c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
sideração à autoridade que houver expedido o ato VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
renovado. superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
O pedido de reconsideração é uma forma do mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
requerente argumentar à autoridade que proferiu a competente para apuração;
decisão de que ela decidiu incorretamente, antes de VII - zelar pela economia do material e a conserva-
ção do patrimônio público;
recorrer a outra autoridade.
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
O requerimento e o pedido de reconsideração
IX - manter conduta compatível com a moralidade
deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decidi-
administrativa;
dos dentro de 30 dias.
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
O artigo 107 traz as possibilidades de recurso: XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão
Art. 107 Caberá recurso: ou abuso de poder.
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; Parágrafo único. A representação de que trata o
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e
interpostos.
apreciada pela autoridade superior àquela contra a
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imedia-
qual é formulada, assegurando-se ao representan-
tamente superior à que tiver expedido o ato ou
do ampla defesa.
proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da Não acredito na necessidade de decorar os disposi-
autoridade a que estiver imediatamente subordina- tivos. Veja que todos são bem lógicos; talvez o menos
do o requerente. lógico seja o destacado – o parágrafo único refere-se
exclusivamente a ele.
Pelo próprio significado do termo, saberemos que Em seguida, temos as proibições, previstas no
o pedido de reconsideração é endereçado à própria artigo 117. Aqui, já há uma preocupação maior, pois,
autoridade que proferiu a decisão. O recurso será à de acordo com a gravidade da proibição ferida, tere-
autoridade superior. mos uma punição mais grave. Deixaremos, desde já,
O prazo para interposição de pedido de reconside- a distribuição de acordo com a penalidade eventual-
ração ou de recurso é de 30 dias, a contar da publi- mente aplicável.
cação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
recorrida. Proibições sujeitas à advertência
O direito de requerer prescreve:
z Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
z Em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cas- prévia autorização do chefe imediato;
sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que z Retirar, sem prévia anuência da autoridade
afetem interesse patrimonial e créditos resultan- competente, qualquer documento ou objeto da
tes das relações de trabalho; repartição;
z Em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro z Recusar fé a documentos públicos;
prazo for fixado em lei. z Opor resistência injustificada ao andamento de
documento e processo ou execução de serviço;
Dica z Promover manifestação de apreço ou desapreço
no recinto da repartição;
Prescrição é a impossibilidade de perseguir z Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
determinado direito. A sua ocorrência é uma das casos previstos em lei, o desempenho de atribui-
bases da segurança jurídica de um ordenamento. ção que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
REGIME DISCIPLINAR z Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia-
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a
Para a devida aplicação das penalidades, por meio partido político;
de um regime disciplinar, primeiramente é neces- z Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
REGIME JURÍDICO ÚNICO

sário estabelecer as bases por meio dos deveres e ção de confiança, cônjuge, companheiro ou paren-
proibições. te até o segundo grau civil;
Vejamos, inicialmente, os deveres: z Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
do solicitado.
Art. 116 São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
Proibições sujeitas à suspensão
cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares; z Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-
manifestamente ilegais; cia e transitórias;
V - atender com presteza: z Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
a) ao público em geral, prestando as informações tíveis com o exercício do cargo ou função e com o
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; horário de trabalho. 27
Proibições sujeitas à demissão No entanto, a literalidade do dispositivo é passível
de cobrança em provas, portanto, devemos estar aten-
z Participar de gerência ou administração de socie- tos. Vejamos o dispositivo em questão:
dade privada, personificada ou não personificada;
z Exercer o comércio, exceto na qualidade de acio- Art. 137 [...]
nista, cotista ou comanditário (tal proibição não se Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço
aplica na participação nos conselhos de adminis- público federal o servidor que for demitido ou desti-
tração e fiscal de empresas ou entidades em que a tuído do cargo em comissão por infringência do art.
132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
União detenha, direta ou indiretamente, participa-
ção no capital social ou em sociedade cooperativa
As hipóteses nele citadas são as seguintes:
constituída para prestar serviços a seus membros
nem no gozo de licença para o trato de interesses
Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes
particulares, observada a legislação sobre conflito casos:
de interesses); I - crime contra a administração pública;
z Receber propina, comissão, presente ou vantagem IV - improbidade administrativa;
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
z Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
estrangeiro; mônio nacional;
z Praticar usura sob qualquer de suas formas; XI - corrupção.
z Proceder de forma desidiosa;
z Utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
ção em serviços ou atividades particulares.
EXERCÍCIO COMENTADO
Proibições sujeitas à demissão que incompatibilizam
o ex-servidor para nova investidura em cargo público 1. (FCC – 2013) O Sr. Joaquim, servidor público federal
federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos junto ao TRT da 15ª Região, atuou como intermediá-
rio junto à repartição pública para tratar de benefício
z Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou previdenciário de um parente de segundo grau. Nos
de outrem, em detrimento da dignidade da função termos da Lei, essa conduta:
pública;
z Atuar, como procurador ou intermediário, jun- a) não configura infração.
to a repartições públicas, salvo quando se tratar b) está sujeita à pena de advertência.
c) está sujeita à pena de suspensão.
de benefícios previdenciários ou assistenciais
d) está sujeita à pena de demissão.
de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
e) está sujeita à pena de exoneração.
companheiro.
A própria lei traz a exceção à proibição. Portanto, a
Há casos em que a demissão ou a destituição de car-
situação trazida pela questão não configura infra-
go em comissão, de acordo com os atos praticados, terá
ção. “Art. 117 Ao servidor é proibido: XI - atuar,
outras consequências que visam resguardar o interesse como procurador ou intermediário, junto a repar-
público. Vejamos primeiramente o artigo 136: tições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o
Art. 136 A demissão ou a destituição de cargo em segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.” Res-
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
posta: Letra A.
art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
Penalidades
penal cabível.
Agora vamos conhecer o artigo 127. Vejamos:
Observemos as hipóteses em relação às quais
haverá a indisponibilidade de bens e ressarcimento
Art. 127 São penalidades disciplinares:
ao erário, nos termos do artigo 136. I - advertência;
II - suspensão;
Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes III - demissão;
casos: IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
IV - improbidade administrativa; V - destituição de cargo em comissão;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; VI - destituição de função comissionada.
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
mônio nacional; Na aplicação das penalidades, serão consideradas
XI - corrupção. a natureza e a gravidade da infração cometida, os
danos que dela provierem para o serviço público, as
Para facilitar sua memorização, perceba que as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os ante-
hipóteses trazidas são aquelas em que há prejuízo já cedentes funcionais.
causado ou potencial aos cofres públicos. Anteriormente, vimos a correlação das proibições
O parágrafo único do artigo 137 traz a impossibili- com as respectivas penalidades. No entanto, ainda há
dade do retorno ao serviço público federal em deter- algumas informações importantes sobre isso.
minadas hipóteses. O dispositivo é questionado junto O dispositivo referente à advertência traz-nos uma
ao STF por, em tese, configurar pena perpétua, o que possibilidade ampla de aplicação ao seu final. Portan-
28 é vedado pela CF/88. to, devemos ter em mente que, para a advertência,
podemos ter hipóteses que não constam da Lei nº O estatuto traz, assim como a Constituição Federal,
8.112/90, que estudamos neste momento. vedação a cumulação de cargos. Acompanhe o dispos-
to no artigo 118:
Art. 129 A advertência será aplicada por escrito,
nos casos de violação de proibição constante do Art. 118 Ressalvados os casos previstos na Cons-
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância tituição, é vedada a acumulação remunerada de
de dever funcional previsto em lei, regulamentação cargos públicos.
ou norma interna, que não justifique imposição de § 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
penalidade mais grave. empregos e funções em autarquias, fundações
públicas, empresas públicas, sociedades de econo-
mia mista da União, do Distrito Federal, dos Esta-
Temos também a possibilidade de aplicação da
dos, dos Territórios e dos Municípios.
suspensão em caso de reincidência em proibições § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
sujeitas à advertência. condicionada à comprovação da compatibilidade
de horários.
Art. 130 A suspensão será aplicada em caso de § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
reincidência das faltas punidas com advertência de vencimento de cargo ou emprego público efeti-
e de violação das demais proibições que não tipi- vo com proventos da inatividade, salvo quando os
fiquem infração sujeita a penalidade de demissão, cargos de que decorram essas remunerações forem
não podendo exceder de 90 (noventa) dias. acumuláveis na atividade.

Temos outras hipóteses de demissão além daque- O dispositivo acima traz uma regra geral e a res-
las que conhecemos quando estudamos as proibições. pectiva abrangência. Chamo atenção para o parágrafo
Elas constam do artigo 132: terceiro, que se refere à vedação da cumulação tam-
bém na inatividade. A regra é simples: se inacumulá-
Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes vel em atividade, inacumulável na aposentadoria.
casos: Em seguida, temos a vedação também para os car-
I - crime contra a administração pública; gos em comissão, constante do artigo 119. Vejamos
II - abandono de cargo; sua literalidade:
III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa; Art. 119 O servidor não poderá exercer mais de
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na um cargo em comissão, exceto no caso previsto no
repartição; parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado
VI - insubordinação grave em serviço; pela participação em órgão de deliberação coletiva.
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a par- Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
ticular, salvo em legítima defesa própria ou de aplica à remuneração devida pela participação
em conselhos de administração e fiscal das empre-
outrem;
sas públicas e sociedades de economia mista, suas
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
empresas ou entidades em que a União, direta ou
razão do cargo;
indiretamente, detenha participação no capital
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri- social, observado o que, a respeito, dispuser legis-
mônio nacional; lação específica.
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun-
O artigo 9º traz o exercício interino de outro car-
ções públicas;
go de confiança, caso em que deverá ser feita a opção
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
pela remuneração de um dos cargos.
Na sequência, o artigo 120 traz a possibilidade de
cumulação de um cargo efetivo com um cargo em
comissão, desde que haja compatibilidade de horários.
EXERCÍCIO COMENTADO
Art. 120 O servidor vinculado ao regime desta
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João, servidor público res- Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti-
ponsável pelo setor financeiro de uma autarquia federal, vos, quando investido em cargo de provimento em
sem observar as formalidades legais necessárias, facili- comissão, ficará afastado de ambos os cargos efeti-
tou a incorporação, ao patrimônio particular de entidade vos, salvo na hipótese em que houver compatibili-
REGIME JURÍDICO ÚNICO

privada sem fins lucrativos, de valores a ela repassados dade de horário e local com o exercício de um deles,
mediante a celebração de parceria. Nessa situação hipo- declarada pelas autoridades máximas dos órgãos
tética, conforme a legislação e a doutrina a respeito de ou entidades envolvidos.
improbidade administrativa e regime disciplinar do ser-
O estatuto traz um procedimento sumário para
vidor público federal, a pena disciplinar máxima a que
o caso de acumulação ilegal de cargos. Ele consta do
João estará sujeito é a suspensão por noventa dias.
artigo 133 e é recorrente em provas. Vejamos a lite-
ralidade do dispositivo, que é de fácil entendimento:
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Art. 133 Detectada a qualquer tempo a acumula-
Os casos de improbidade administrativa estão entre ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas,
as hipóteses sujeitas à demissão: “Art. 132 A demis- a autoridade a que se refere o art. 143 notificará
são será aplicada nos seguintes casos: IV - improbi- o servidor, por intermédio de sua chefia imediata,
dade administrativa”. Resposta: Errado. para apresentar opção no prazo improrrogável de 29
dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese z Pelas autoridades administrativas de hierarquia
de omissão, adotará procedimento sumário para a imediatamente inferior àquelas mencionadas no
sua apuração e regularização imediata, cujo pro- inciso anterior, quando se tratar de suspensão
cesso administrativo disciplinar se desenvolverá superior a 30 dias;
nas seguintes fases: z Pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
I - instauração, com a publicação do ato que consti- ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos
tuir a comissão, a ser composta por dois servidores casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias;
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a z Pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
materialidade da transgressão objeto da apuração; do se tratar de destituição de cargo em comissão.
II - instrução sumária, que compreende indiciação,
defesa e relatório;
Vejamos agora a sindicância e o processo admi-
III - julgamento.
§ 7º O prazo para a conclusão do processo adminis-
nistrativo disciplinar. Ambos podem resultar em
trativo disciplinar submetido ao rito sumário não aplicação de penalidades; no entanto, temos algumas
excederá trinta dias, contados da data de publica- diferenças importantes.
ção do ato que constituir a comissão, admitida a A autoridade que tiver ciência de irregularidade
sua prorrogação por até quinze dias, quando as cir- no serviço público é obrigada a promover a sua apu-
cunstâncias o exigirem. ração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado
Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade ampla defesa.
do inativo que houver praticado, na atividade, falta Da sindicância poderá resultar:
punível com a demissão.
Configura abandono de cargo a ausência inten- z Arquivamento do processo;
cional do servidor ao serviço por mais de trinta dias z Aplicação de penalidade de advertência ou sus-
consecutivos (artigo 138). pensão de até 30 dias;
Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao z Instauração de processo disciplinar.
serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, inter-
poladamente, durante o período de doze meses (artigo Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar
139). a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30
dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será
Dica obrigatória a instauração de processo disciplinar.
A inassiduidade não é contada dentro no ano O processo disciplinar é o instrumento destina-
civil, e sim em um período de 12 meses. do a apurar responsabilidade de servidor por infra-
ção praticada no exercício de suas atribuições, ou que
O artigo 140 impõe o procedimento do artigo 133, tenha relação com as atribuições do cargo em que se
visto acima, aos casos de abandono de cargo ou inas- encontre investido e será conduzido por comissão
siduidade habitual: composta de três servidores estáveis designados pela
autoridade competente.
Art. 140 Na apuração de abandono de cargo ou O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
inassiduidade habitual, também será adotado o fases:
procedimento sumário a que se refere o art. 133,
observando-se especialmente que: z Instauração, com a publicação do ato que consti-
I - a indicação da materialidade dar-se-á: tuir a comissão;
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indica- z Inquérito administrativo, que compreende ins-
ção precisa do período de ausência intencional do trução, defesa e relatório;
servidor ao serviço superior a trinta dias; z Julgamento.
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
por período igual ou superior a sessenta dias inter- excederá 60 dias, contados da data de publicação do ato
poladamente, durante o período de doze meses; que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação
II - após a apresentação da defesa a comissão ela- por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
borará relatório conclusivo quanto à inocência ou Feitas essas considerações gerais sobre o processo
à responsabilidade do servidor, em que resumirá as administrativo disciplinar, vamos a algumas informa-
peças principais dos autos, indicará o respectivo
ções pormenorizadas.
dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
Sobre o inquérito, a lei impõe que obedecerá ao
de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
princípio do contraditório, assegurada ao acusado
serviço superior a trinta dias e remeterá o processo
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos
à autoridade instauradora para julgamento.
admitidos em direito. Frente ao texto acima, seguem
as normas legais:
As penalidades disciplinares serão aplicadas, con-
forme o artigo 141:
Na fase do inquérito, a comissão promoverá a
tomada de depoimentos, acareações, investigações
z Pelo Presidente da República, Presidentes das e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Fede- recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos,
rais e Procurador-Geral da República, quando se de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório
disponibilidade de servidor vinculado ao respecti- minucioso, onde resumirá as peças principais dos
30 vo Poder, órgão, ou entidade; autos e mencionará as provas em que se baseou
para formar a sua convicção. O relatório será sem- § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado
pre conclusivo quanto à inocência ou à responsa- ao erário somente será liquidada na forma prevista
bilidade do servidor. no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
O processo disciplinar, com o relatório da comis- execução do débito pela via judicial.
são, será remetido à autoridade que determinou a § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,
sua instauração, para julgamento. responderá o servidor perante a Fazenda Pública,
Na fase do julgamento, no prazo de 20 dias, con- em ação regressiva.
tados do recebimento do processo, a autoridade jul- § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
gadora proferirá a sua decisão. Se a penalidade a sucessores e contra eles será executada, até o limite
ser aplicada exceder a alçada da autoridade instau- do valor da herança recebida.
radora do processo, este será encaminhado à auto-
ridade competente, que decidirá em igual prazo. O parágrafo segundo, acima, está em consonân-
O julgamento fora do prazo legal não implica nuli- cia com o disposto no parágrafo sexto do artigo 37 da
dade do processo. Constituição Federal, trazendo a possibilidade de ação
O processo disciplinar poderá ser revisto, a regressiva.
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se Relembrando: caso alguém sofra um dano causado
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis por agente público, deverá acionar o Estado, que, se
de justificar a inocência do punido ou a inadequa- for o caso, acionará o servidor para arcar com os cus-
ção da penalidade aplicada.
tos, por meio de ação regressiva.
A simples alegação de injustiça da penalidade não
A responsabilidade penal abrange os crimes e con-
constitui fundamento para a revisão, que requer
travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade,
elementos novos, ainda não apreciados no proces-
so originário.
conforme artigo 123. Ou seja, a ação ou omissão deve-
A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão rá ocorrer como servidor, não se confundindo com a
dos trabalhos. vida particular do servidor, em regra.
No mesmo sentido vai a lei ao se referir à respon-
sabilidade civil-administrativa, desta vez no seu arti-
go 124:
EXERCÍCIO COMENTADO
Art. 124 A responsabilidade civil-administrativa
1. (VUNESP - 2018) Para o servidor inativo que, na ativi- resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função.
dade, houver praticado falta punível com a demissão,
a Lei nº 8.112/90 – Regime Jurídico dos Servidores
É importantíssimo ressaltar a independência entre
Públicos Civis da União prevê:
as esferas de responsabilidade e sua possibilidade de
cumulação, conforme constante do artigo 125:
a) pagamento de indenização aos cofres públicos.
b) suspensão dos seus vencimentos.
Art. 125 As sanções civis, penais e administrativas
c) nenhuma penalidade.
poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
d) advertência por escrito.
e) a cassação da aposentadoria.
Há, no entanto, uma exceção de influência entre
as formas de responsabilização e o caso da absolvição
A alternativa correta é a letra E, de acordo com o
penal que negue o fato ou a autoria por parte do servi-
comando do artigo 134. “Art. 134 Será cassada a
dor. Vejamos, primeiramente, o dispositivo:
aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que
houver praticado, na atividade, falta punível com a Art. 126 A responsabilidade administrativa do ser-
demissão.” Resposta: Letra E. vidor será afastada no caso de absolvição criminal
que negue a existência do fato ou sua autoria.
O servidor poderá ser responsabilizado em dife-
rentes esferas de responsabilidade. A que vimos Veja que o dispositivo é bastante lógico, pois, se a
acima, com seus respectivos detalhes, é referente à Justiça Penal, que tem um rito bastante rigoroso, con-
reponsabilidade administrativa. No entanto, o servi- cluir que o fato não existiu ou que outra pessoa foi a
dor poderá ser responsabilizado nas esferas adminis- responsável, como poderia o servidor ainda assim ser
trativa, penal e cível, de maneira independente. responsabilizado?
Vejamos o comando do artigo 121, que traz essas Por fim, temos um dispositivo que traz proteção
REGIME JURÍDICO ÚNICO

esferas de responsabilidade. ao servidor que eventualmente queira dar ciência de


práticas ilícitas à autoridade superior, ainda que o
Art. 121 O servidor responde civil, penal e admi- fato seja levado à autoridade diferente da que deveria
nistrativamente pelo exercício irregular de suas ser cientificada de acordo com a posição funcional no
atribuições. servidor:

A responsabilidade cível poderá decorrer de ação Art. 126-A Nenhum servidor poderá ser responsa-
ou omissão e poderá ser apurada por dano causado à bilizado civil, penal ou administrativamente por
própria Administração Pública ou a terceiros, confor- dar ciência à autoridade superior ou, quando hou-
me comando do artigo 122. ver suspeita de envolvimento desta, a outra auto-
ridade competente para apuração de informação
Art. 122 A responsabilidade civil decorre de ato concernente à prática de crimes ou improbidade de
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que que tenha conhecimento, ainda que em decorrência
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. do exercício de cargo, emprego ou função pública. 31
Finalmente, no tange ao direito de punir da Admi- as organizações obtenham produtividade e qualidade
nistração Pública, o artigo 142 traz o prazo de prescri- em suas atividades, é preciso que os trabalhadores
ção para a ação disciplinar, que é a perda do direito estejam satisfeitos e motivados em seus cargos. Por
por parte do Estado de punir o servidor que cometeu isso, a competitividade das organizações necessaria-
a infração. mente depende da QVT.
A QVT é um conceito complexo e compreende
Art. 142 A ação disciplinar prescreverá: diversos fatores, conforme destacado por Chiavenato
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis (2014):
com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
ponibilidade e destituição de cargo em comissão;
z Satisfação com as atividades realizadas no cargo.
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à z Possibilidade de crescer e se desenvolver na
advertência. organização.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data z Ser reconhecido pelo trabalho realizado e as metas
em que o fato se tornou conhecido. atingidas.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal z Receber remuneração (incluindo salário, benefí-
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas cios e incentivos) adequada às atividades do cargo
também como crime. e ao desempenho obtido.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de z Ter bons relacionamentos com as chefias e os cole-
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
gas de trabalho.
decisão final proferida por autoridade competente.
z Trabalhar em ambientes agradáveis fisicamente e
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo
começará a correr a partir do dia em que cessar a psicologicamente.
interrupção. z Ter liberdade na execução das atividades do
trabalho.
Em relação ao parágrafo primeiro, acima, a ques- z Poder engajar-se nas atividades do trabalho e par-
tão em prova poderá trocar os termos, colocando ticipar ativamente nas decisões.
como termo inicial o momento da ocorrência do fato.
Portanto, atente-se a esse ponto. PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO
Em relação ao termo interrupção da prescrição TRABALHO
acima, fica o alerta para os que estão acostumados ao
termo no estudo do Direito. Aqui, ele está com sentido No intuito de oferecer maior bem-estar e satisfa-
diverso, não zerando o prazo em contagem mas, sim- ção aos trabalhadores, as organizações podem ado-
plesmente, parando sua contagem e retornando em tar alguns programas de QVT. Esses programas têm o
seguida, conforme parágrafos terceiro e quarto. objetivo de tornar a organização um local mais huma-
nizado. No entanto, antes de definir as melhores prá-
ticas de QVT, é preciso considerar os processos de GP,
a cultura da organização, seus objetivos, entre outros
O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE aspectos organizacionais. Esses programas podem
estar associados, por exemplo, à redução da rotativi-
DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E
dade e do absenteísmo, ou melhoria na saúde e segu-
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO rança dos trabalhadores.
SERVIÇO PÚBLICO Dentre os programas/modelos de QVT, destacam-se
os propostos por Walton (1973), Hackman e Oldham
De acordo com Limongi-França (2004), a qualidade (1975) e Nadler e Lawler (1983). Neste material é des-
de vida no trabalho (QVT) surge a partir das mudan- crito o modelo de Walton, composto por oito fatores,
ças ocorridas nas relações de trabalho. O termo surgiu mas os demais modelos podem ser visualizados no
por volta de 1970 e indica um cuidado com o bem-es- livro de Chiavenato (2014).
tar dos trabalhadores, o que não havia, por exem-
plo, na época do surgimento das teorias de Taylor e
Fayol. O desenvolvimento da QVT pode ser apresen- FATORES DE QVT DIMENSÕES
tado por duas perspectivas. De um lado, temos uma Remuneração adequada
maior reivindicação dos trabalhadores em busca de 1. Compensação justa e ao salário.
boas condições e saúde no trabalho. Do outro lado, adequada Equidade interna e
há interesses por parte da organização que os traba- externa.
lhadores tenham maior qualidade de vida e, assim,
aumentem a produtividade e qualidade das tarefas Jornada de trabalho.
2. Condições de trabalho
desempenhadas. seguras e saudáveis Ambiente físico seguro e
Albuquerque e Limongi-França (1998, p. 42) defi- saudável.
nem a qualidade de vida no trabalho como o “[...] 3. Oportunidades ime- Autonomia.
conjunto de ações de uma empresa que envolve diatas para desenvolver
diagnóstico e implantação de melhorias e inovações Significado da tarefa.
e usar as capacidades
gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do humanas Variedade de habilidades.
ambiente de trabalho, visando propiciar condições
plenas de desenvolvimento humano para e durante a 4. Oportunidades futu- Possibilidade de carreira.
realização do trabalho”. ras para o crescimento Crescimento profissional.
Chiavenato (2014) destaca que falar em QVT signi- contínuo e a garantia de
emprego Segurança no emprego.
32 fica falar em respeito com os trabalhadores. Para que
FATORES DE QVT DIMENSÕES da capacidade para o trabalho”. Os acidentes podem
ocorrer em consequência de agressão física, sabota-
Relacionamentos inter-
5. Integração social na gem ou terrorismo; ofensa física intencional; ato de
pessoais e intergrupais.
organização imprudência, negligência ou imperícia; desabamento,
Senso comunitário. inundação e incêndio; no trajeto da residência para o
Respeito às leis e direitos trabalho e vice-versa.
trabalhistas. Os acidentes de trabalho podem ocorrer, de acor-
Privacidade pessoal. do com Chiavenato (2014), em função de condições
6. Constitucionalismo na
inseguras ou atos inseguros.
organização Liberdade de expressão. Condições inseguras incluem, por exemplo, equi-
Normas e rotinas claras pamentos defeituosos, ventilação imprópria e tempe-
na organização. ratura elevada no ambiente de trabalho.
7. Trabalho e espaço total Equilíbrio entre trabalho e Atos inseguros envolvem, por exemplo, subir as esca-
na vida do indivíduo vida pessoal. das sem apoiar-se no corrimão, carregar caixas pesadas
de forma inadequada e não usar procedimentos seguros.
Imagem da empresa.
8. Relevância social do Por último, o estresse “é um conjunto de reações
trabalho Responsabilidade social físicas, químicas e mentais de uma pessoa decorrente
da instituição. de estímulos ou estressores que existem no ambiente”
(CHIAVENATO, 2014, p. 405). São duas as fontes princi-
Fonte: adaptado de Chiavenato (2014, p. 421-422). pais de estresse: ambientais e pessoais.
As causas ambientais de estresse estão fora do
PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR controle do indivíduo. Por exemplo, se um indivíduo
trabalha em uma empresa que realiza atividades de
As organizações devem se preocupar, além da QVT, demolição de materiais resistentes com britadeiras,
com a saúde dos trabalhadores. Um trabalhador sau- o ruído dessas máquinas podem gerar estresse. Um
dável é aquele que não possui doenças, sejam elas físi- outro exemplo de causa ambiental de estresse é o
cas ou psicológicas. Ações preventivas para promover cliente. O vendedor não tem controle sobre um cliente
a saúde dos empregados garantem que os trabalhado- que acordou em um mal dia porque teve uma discus-
res tenham um bom estado físico, mental e social. De são com a esposa e não conseguiu descansar durante
acordo com Chiavenato (2014), a saúde do trabalha- a noite e, ao acordar foi fazer compras.
dor pode ser prejudicada por doenças, acidentes ou
As causas pessoais, por outro lado, são característi-
estresse emocional.
cas individuais do trabalhador, como pessoas viciadas
As doenças que podem ser desenvolvidas em
em trabalho, falta de paciência e condições precárias
função do trabalho incluem, entre outras: câncer
de saúde. Considerando o exemplo do cliente mal-hu-
por radiação, lesão por esforço repetitivo, distúrbios
morado, ainda que o vendedor não tenha controle
osteomusculares, dermatite, reumatismo, intoxica-
sobre o estado de espírito do cliente, se o vendedor
ção, surdez, síndrome de burnout e síndrome do pâni-
não tem paciência, o estresse tende a piorar. No caso
co. As organizações podem prevenir essas doenças
do trabalhador da empresa com ruídos de britadeiras,
quando implementam o Programa de Controle Médi-
se ele for viciado em trabalho, isto é, se tiver o hábito
co e Saúde Ocupacional (PCMSO) que, segundo a Por-
de trabalhar por longas jornadas, o estresse também
taria nº 24/1994, é um programa obrigatório. Assim,
as organizações podem agir preventivamente ao rea- pode aumentar, pois terá que ouvir o barulho das
lizar exame médico pré-admissional, exames médicos máquinas por mais tempo.
periódicos, palestras etc. São responsabilidades das
organizações, de acordo com a Portaria: POLÍTICAS DE INCLUSÃO

z Garantir a elaboração e efetiva implementação do Muito se fala sobre diversidade nas organizações:
PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; diversidade de gênero, de raça, de idade, de origem,
z Custear, sem ônus para o empregado, todos os pro- deficiência física etc. No entanto, ainda que esses gru-
cedimentos relacionados ao PCMSO; pos minoritários tenham alcançado, nos últimos anos,
z Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especiali- maior representatividade nos ambientes de trabalho,
zados em Engenharia de Segurança e Medicina do a exclusão deles nos grupos de maior influência ainda
Trabalho (SESMT), da empresa, um coordenador pode ser considerado um obstáculo a vencer.
A inclusão, de acordo com Mor Barak (2015) reme-
REGIME JURÍDICO ÚNICO

responsável pela execução do PCMSO;


z No caso de a empresa estar desobrigada de manter te ao sentimento de pertença do indivíduo no sistema
médico do trabalho, de acordo com a NR-4, deverá organizacional tanto nos processos formais (acesso à
o empregador indicar médico do trabalho, empre- informação, por exemplo) quanto nos processos infor-
gado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; mais (como um happy hour após o trabalho).
z Inexistindo médico do trabalho na localidade, o Para que um indivíduo se sinta incluído em um
empregador poderá contratar médico de outra grupo de trabalho, duas necessidades devem ser aten-
especialidade para coordenar o PCMSO. didas: pertencimento e singularidade. Isto significa
que o trabalhador deve não apenar sentir-se parte do
O acidente no trabalho, conforme art. 2º da Lei grupo, mas também perceber que suas características
nº 6.367/1976 “é aquele que ocorrer pelo exercício e particularidades são valorizadas. Sendo assim, tra-
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão tar de políticas de inclusão indica criar ações para que
corporal ou perturbação funcional que cause a mor- os grupos minoritários sejam incluídos nas organiza-
te, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, ções formais e informais. 33
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item de
EXERCÍCIOS COMENTADOS acordo com as disposições constitucionais e legais
acerca dos agentes públicos.
1. (CESPE-CEBRASPE –2004) No que se refere ao com- A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável
portamento organizacional, julgue os itens a seguir. no cargo anteriormente ocupado, e ocorre quando é
Não existe relação entre o desempenho e a motiva- invalidada a demissão do servidor por decisão judicial
ção do indivíduo e o estabelecimento de metas nas ou administrativa. Nesse caso, o servidor deve ser res-
organizações. sarcido de todas as vantagens que deixou de perceber
durante o período demissório.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
O desempenho, a motivação e o estabelecimento de
metas pelo líder estão totalmente relacionados no 4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A investidura em cargo
ambiente organizacional. Resposta: Errado. público ocorrerá com o(a)

2. (FCC – 2009) A abordagem da Qualidade de Vida no a) nomeação.


Trabalho envolve duas dimensões potencialmente b) posse.
antagônicas. São elas: c) exercício.
d) provimento.
a) A melhoria contínua dos processos e a necessidade e) classificação em todas as etapas do concurso público.
de lazer dos trabalhadores.
b) A necessidade de aumentos constantes de produti- 5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a Lei n.º
vidade no trabalho e a luta dos trabalhadores pelas 8.112/1990, em caso de servidor público estável cuja
melhorias salariais. demissão tenha sido invalidada por decisão adminis-
c) O bem-estar e a satisfação dos funcionários no traba- trativa ou judicial, deverá ocorrer a
lho e a produtividade e a qualidade.
d) A preservação do meio ambiente e a expansão da pro-
a) recondução.
dução industrial.
b) reintegração.
e) O crescente uso de tecnologias poupadoras de mão
c) redistribuição.
de obra e a necessidade de elevar a qualificação dos
d) readaptação.
trabalhadores.
e) reversão.
De um lado, a QVT busca atender à reivindicação
6. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca de administração
dos trabalhadores a respeito de boas condições e
de cargos, carreiras e salários, julgue o item a seguir.
saúde no trabalho. Do outro lado, há interesses
Na administração pública, a remuneração abrange o
por parte da organização de que os trabalhadores
ressarcimento por dispêndios havidos pelo servidor
tenham maior qualidade de vida e, assim, aumen-
em razão da execução de atividades laborais.
tem a produtividade e qualidade das tarefas desem-
penhadas. Resposta: Letra C.
( ) CERTO  ( ) ERRADO

7. CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do regime jurídico


HORA DE PRATICAR! dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Se um servidor em dis- as seguintes vantagens: indenizações, gratificações e
ponibilidade reingressa no serviço público, em cargo adicionais, incorporando-se as duas últimas ao venci-
de natureza e padrão de vencimento correspondentes mento ou provento, nas condições indicadas em lei.
ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se
denomina ( ) CERTO  ( ) ERRADO

a) redistribuição. 8. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Com base nas disposi-


b) aproveitamento. ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.
c) readaptação. Nos casos de falecimento, exoneração, colocação de
d) recondução. imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisi-
e) remoção. ção de imóvel pelo servidor, o auxílio-moradia será
pago por ainda um mês.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do acesso à
informação, dos servidores públicos e do processo ( ) CERTO  ( ) ERRADO
administrativo no âmbito federal, julgue o item que se
segue. 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na
Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física, Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.
o servidor público federal poderá ser readaptado em O servidor em estágio probatório não poderá afastar-
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis -se para servir em organismo internacional de que o
com as suas limitações, ficando em disponibilidade Brasil participe ou com o qual coopere, ainda que com
até a vacância do cargo adequado. a perda total da remuneração.

34 ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO


10. CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na facilitou a incorporação, ao patrimônio particular de
legislação administrativa, julgue o item a seguir. entidade privada sem fins lucrativos, de valores a ela
Segundo a Lei n.º 8.112/1990, o servidor público que repassados mediante a celebração de parceria.
deseje candidatar-se a um cargo eletivo terá direito a Nessa situação hipotética, conforme a legislação e a
licença, com remuneração, durante o período entre a doutrina a respeito de improbidade administrativa e
sua escolha em convenção partidária como candidato regime disciplinar do servidor público federal, a pena
e a véspera do registro de sua candidatura perante a disciplinar máxima a que João estará sujeito é a sus-
justiça eleitoral. pensão por noventa dias.

( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considerando o disposto 17. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi-
no Decreto n.º 7.133/2010 e na Lei n.º 8.112/1990, além ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.
da avaliação de desempenho, julgue o item a seguir. A ação disciplinar contra servidor que cometa ato ilí-
De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, é dever do ser- cito punível com suspensão prescreverá em dois anos
vidor atender o público em geral com presteza, for- contados da data em que o fato se tornou conhecido;
necendo as informações requeridas, salvo aquelas todavia, se tal ato ilícito também configurar crime,
protegidas por sigilo. então se aplicará o prazo prescricional da lei penal
para a ação disciplinar.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na
Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte. 18. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do regime jurídico
dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Apesar de as instâncias administrativa e penal serem No caso de processo disciplinar, a autoridade julgado-
independentes entre si, a eventual responsabilidade ra deverá proferir sua decisão a respeito da responsa-
administrativa do servidor será afastada se, na esfera bilidade de servidor no prazo de vinte dias, contados
criminal, ele for beneficiado por absolvição que negue do recebimento do processo.
a existência do fato ou a sua autoria.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
19. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca da prescrição e
13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na da decadência em direito da seguridade social, julgue
Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte. o item a seguir.
Será cassada a aposentadoria voluntária do servi- Em se tratando de servidor público federal sob o regi-
dor inativo que for condenado pela prática de ato de me da Lei n.º 8.112/1990, a pensão por morte do
improbidade administrativa à época em que ainda segurado que falecer, aposentado ou não, será devida
estava na atividade.
a filho menor de dezesseis anos, a contar da data do
óbito, desde que requerida em até cento e oitenta dias
( ) CERTO  ( ) ERRADO após o óbito.
14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que concerne a direi-
( ) CERTO  ( ) ERRADO
tos, deveres e responsabilidades dos servidores públi-
cos, julgue o próximo item.
20. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a Lei n.º
Nos termos da Lei n.º 8.112/1990, os deveres do ser-
8.112/1990, a perícia médica com finalidade adminis-
vidor público incluem representar contra ilegalidade,
trativa demandará junta médica oficial quando a licen-
omissão ou abuso de poder e promover manifestação
ça para tratamento de saúde
de apreço no recinto da repartição.
a) exceder o prazo de cento e vinte dias no período de
( ) CERTO  ( ) ERRADO
doze meses.
b) exceder noventa dias consecutivos.
15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com o regi-
c) decorrer de causa que possa levar à interdição.
me jurídico dos servidores públicos civis da União, das
d) ocorrer a pedido da chefia imediata, contra a vontade
REGIME JURÍDICO ÚNICO

autarquias e das fundações públicas federais, caso seja


do servidor.
verificado que, reincidentemente, determinado servidor
e) ocorrer na vigência de processo administrativo
incumbia a outro atribuições estranhas ao cargo que
este último ocupava, a penalidade prevista é de disciplinar.

a) suspensão. 9 GABARITO
b) advertência.
c) demissão.
1 B
d) censura.
e) destituição do cargo. 2 ERRADO

16. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João, servidor público res- 3 ERRADO


ponsável pelo setor financeiro de uma autarquia fede-
4 B
ral, sem observar as formalidades legais necessárias, 35
5 B

6 ERRADO

7 CERTO

8 CERTO

9 ERRADO

10 ERRADO

11 CERTO

12 CERTO

13 CERTO

14 ERRADO

15 A

16 ERRADO

17 CERTO

18 CERTO

19 CERTO

20 A

ANOTAÇÕES

36
Subentende-se direito à saúde, na vedação à pena
de morte, proibição do aborto e, por fim, direito às
condições mínimas necessárias para uma existência
digna, conforme também prevê o princípio da digni-

NOÇÕES DE DIREITO dade da pessoa humana, apresentado no art. 1º, inciso


III da CF/88.

CONSTITUCIONAL Dica
Note que, a constituição ao determinar o direito à
vida, possui dois aspectos, direito à integridade
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS física e psíquica.

Os direitos fundamentais estão localizados no Importante mencionar que o STF já se posicionou


título II da CF/88, do art. 5º ao art. 17, os quais estão sobre gravidez de feto anencéfalo, decidindo, em
classificados em cinco grupos: direitos individuais e julgamento de grande repercussão, que não constitui
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, crime a interrupção da gravidez nestes casos. Ainda, o
direitos políticos e direitos relacionados à existência, julgamento somente autorizou a interrupção da gravi-
organização e participação em partidos políticos. dez de feto portador de anencefalia, não se estenden-
Também são classificados em três dimensões de do a nenhuma outra deficiência.1
direito, pois surgiram em épocas diferentes, tópico já
estudado neste material. Vamos relembrar:
É importante ressaltar também que o STF decidiu
pela legitimidade da realização de pesquisas com
DIREITOS DIREITOS DIREITOS a utilização de células-tronco2 embrionárias, obti-
FUNDAMEN- FUNDAMEN- FUNDAMEN-
das de embriões humanos produzidos por fertilização
TAIS DE 1º TAIS DE 2º TAIS DE 3º
in vitro e não utilizados no respectivo procedimento,
DIMENSÃO DIMENSÃO DIMENSÃO
atendidas as condições estipuladas no art. 5º da Lei
Direitos civis e Direitos sociais, Fraternidade. 11.105/2005, que estabelece as normas de segurança
políticos. econômicos e e maneiras de fiscalização das atividades que envol-
culturais. vam organismos geneticamente modificados. Nesse
sentido, o STF considerou que as mencionadas pesqui-
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS E sas não violam direito à vida, vejamos o dispositivo
COLETIVOS mencionado:

Conforme prevê o art. 5º da CF/88 todos são iguais Lei 11.105 de 25 de março de 2005
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia,
garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberdade, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
à igualdade, à segurança e à propriedade. de embriões humanos produzidos por fertilização
in vitro e não utilizados no respectivo procedimen-
DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À to, atendidas as seguintes condições:
SEGURANÇA E À PROPRIEDADE I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
Direito à vida mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já
congelados na data da publicação desta Lei, depois
A Constituição protege a vida, extrauterina e de completarem 3 (três) anos, contados a partir da
intrauterina – neste caso, com a proibição do aborto. data de congelamento.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Entretanto, o art. 128 do Código Penal prevê a autori- § 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento
zação do aborto como exceção em duas hipóteses, são dos genitores.
eles: como único meio para salvar a vida da mulher e § 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que
no caso de gravidez resultante de estupro. realizem pesquisa ou terapia com células-tronco
embrionárias humanas deverão submeter seus
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por projetos à apreciação e aprovação dos respectivos
médico: comitês de ética em pesquisa.
§ 3º É vedada a comercialização do material
Aborto necessário biológico a que se refere este artigo e sua prática
implica o crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434,
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; de 4 de fevereiro de 1997.

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


Importante!
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
precedido de consentimento da gestante ou, quando As decisões do STF também são objeto de ques-
incapaz, de seu representante legal tionamento em provas.
1 ADPF 54/DF Min Marco Aurélio, julgado em 11.04.2012, DJe 24.04.2013.
2 ADI 3.510/DF, rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 29.05.2008, DJe em 05.06.2008 37
Direito à liberdade Atualidade: Direito de ir e vir x Coronavírus
(Covid-19)
Trata-se de direito fundamental de primeira Aqui temos um tema muito comentado, o isola-
dimensão, ou seja, são os direitos fundamentais que mento, ou seja, a proibição das pessoas de abrirem
estão ligados ao valor liberdade, sendo eles: os direi- suas próprias empresas, proibição de permanecerem
tos civis e os direitos políticos. em praças, lugares públicos, isto é, seu direito de ir e
Legalidade, previsto no art. 5º, II da CF, traz con- vir limitado, entenda:
sigo uma regra interessante: define qual a única ação
que pode restringir a liberdade dentro do Brasil, ou
seja, todos têm liberdade de fazer ou deixar de fazer o Somente grupo de risco deve
que convém a cada um, entretanto essa liberdade está Vertical
ficar isolado em casa. (idosos
limitada na lei. e pessoas com problemas de
saúde)

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de Isolamento


fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Toda população deve ficar
Liberdade de pensamento, previsto no inciso IV Horizontal isolada em casa e empresas
fechadas
da CF, determina a livre manifestação do pensamento,
porém, é importante se atentar à parte final do inciso,
que veda o anonimato, por exemplo: um indivíduo vai Se o direito à liberdade de locomoção é um direito
até uma manifestação nas ruas com panos no rosto e fundamental de ir e vir, pode-se proibir que a pessoas
comete atos ilícitos (como furto). se locomovam? Mas e a constituição?
No caso do covid-19, em 18 de março de 2020, foi
Questão muito cobrada em provas. aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que colo-
ca o país em estado de calamidade pública, tendo em
Ainda sobre a liberdade de pensamento, é impor- vista a situação excepcional de emergência de saúde.
tante mencionar que no Brasil a denúncia anônima Para você entender melhor, vamos estudar por etapas.
é permitida. Contudo, o poder público não pode ini-
ciar o procedimento formal tendo como base única Mas o que é calamidade pública?
uma denúncia anônima.
O dicionário Aurélio define calamidade “desgra-
Dica ça pública; grande infortúnio; catástrofe”, ou seja,
é um estado anormal resultante de um desastre de
O STF considerou desnecessária a utilização natureza, pandemia ou até financeiro, situações em
de diploma de jornalismo e registro profissional que o Governo Federal deve intervir nos outros Entes
no Ministério do Trabalho como condição para o Federativos (entenda entes: Estados - DF e Municípios)
exercício da profissão de jornalista, pois tem na para auxiliar no combate a situação.
sua essência a manifestação do pensamento.3 Ainda, conforme o Governo Federal, o reconhe-
cimento do estado de calamidade pública é previsto
Liberdade de consciência e crença está localiza- para durar até 31 de dezembro de 2020, sendo que,
do no inciso VI, VII e VIII do art. 5º da CF. É importante é necessário “em virtude do monitoramento perma-
mencionar que o Brasil não tem religião oficial, sendo nente da pandemia Covid-19, da necessidade de ele-
considerado um Estado laico e tem como base o plu- vação dos gastos públicos para proteger a saúde e os
ralismo político. empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda
de arrecadação”4
Art. 5° [...]
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de Entenda a explicação sobre calamidade pública:
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote- 1º Decretado estado de Calamidade Pública, atra-
ção aos locais de culto e a suas liturgias; vés de aprovação das duas casas: Senado Federal e
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
Câmara dos Deputados. Permite que o Executivo gaste
assistência religiosa nas entidades civis e militares
mais do que o previsto e desobedeça às metas fiscais
de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por moti-
para custear ações de combate à pandemia.
vo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 2º O Governo Federal já pode determinar quais
política, salvo se as invocar para eximir-se de obri- medidas de apoio serão tomadas. Com base na lei
gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir complementar 101/2020.
prestação alternativa, fixada em lei; 3º Governo Federal poderá:
Liberar recursos; enviar defesa civil militar; enviar
Liberdade de locomoção, localizado no inciso XV kits emergenciais.
da CF, é um tópico muito importante e está ligado ao Estados podem:
direito de ir e vir, sendo que não é um direito abso- Parcelar dívidas; atrasar execução de gastos; não
luto, pois temos os casos de prisão previstos na lei, ou precisa fazer licitações.
seja, as diversas situações em que prisões são necessá- Agora que entendemos como funciona o estado
rias deixam claro que o direito a locomoção não é um de calamidade pública, vamos à análise do direito de
direito absoluto. locomoção que foi restringido.

3 STF RE/511961, Min. Gilmar Mendes, 17.06.2009.


4 Disponível em <https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/notas-oficiais/2020/copy_of_nota-a-imprensa> Acesso em: 10 out
38 2020.
Primeiramente, é importante mencionar que decisão judicial. Bem como, ninguém pode ser obriga-
nenhum direito fundamental pode ser considerado do a associar-se ou permanecer associado. Por fim, o
absoluto (quando dizemos isso, significa que esse texto constitucional autoriza desde que expressamen-
direito pode ser violado, desde que cumpra alguns te autorizado, a representação dos associados pelas
requisitos), e a proporcionalidade de cada situação entidades associativas.
deve ser observada.
O interesse da coletividade deve ser sempre Igualdade
observado e ter preferência em relação ao direito
do particular, com o objetivo de aplicar o denomina- Princípio da igualdade, previsto também no caput
do princípio da supremacia do interesse público do art. 5º da CF, é muito importante, e, deste princípio,
sobre o particular, que inclusive é um dos principais inúmeros outros decorrem diretamente, conforme
princípios do direito administrativo. veremos a seguir.
Aqui cabe mencionar também o art. 196 da CF, que
prevê o direito a saúde como sendo um dever do Esta- Igualdade na lei x igualdade perante a lei
do (no sentido de nação politicamente organizada, ou
seja, é um dever do País/Governo Federal). A igualdade na lei vincula o legislador a tratar
todos da mesma forma ao criar as normas, já a igual-
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta- dade perante a lei significa que quem administra o
do, garantido mediante políticas sociais e econômi- Estado também deve observar o princípio da igual-
cas que visem à redução do risco de doença e de dade, por exemplo, o poder executivo ao adminis-
outros agravos e ao acesso universal e igualitário
trar e o poder judiciário ao julgar. Importante frisar
às ações e serviços para sua promoção, proteção e
que o princípio da igualdade também tem efeitos aos
recuperação.
particulares.
Ainda, cabe mencionar o princípio da proporcio-
Igualdade formal x igualdade material
nalidade, o qual tem como finalidade equilibrar os
direitos individuais com os da sociedade, exatamente
como no caso que aqui estamos analisando. A igualdade formal, ou também chamada de
Ou seja, no caso em tela, pode-se proibir, confor- igualdade jurídica, significa que todos devem ser
me os requisitos demonstrados na situação atual para tratados da mesma forma. Já a igualdade material
provas: direito de ir e vir é um direito fundamen- significa tratar igual os iguais e os desiguais com desi-
tal, mas fique atento: direito fundamental de ir e gualdade, na medida de suas desigualdades, ou seja, é
vir não é um direito absoluto! No caso da violação uma forma de proteção a certos grupos sociais, certos
desse direito em face do covid-19, foi observado o grupos de pessoas que foram discriminadas ao longo
princípio da proporcionalidade e o princípio da da história do Brasil. Isso ocorre por meio das chama-
supremacia do interesse público sobre o particular. das ações afirmativas, que visam, por meio da políti-
Lembrando que o desrespeito a qualquer medida ca pública, reduzir os prejuízos. Por exemplo, temos o
imposta configura como crime contra a saúde públi- sistema de cotas para os afrodescendentes nas univer-
ca prevista no art. 268 do código penal, que pune cri- sidades públicas. Sobre o tema, o STF já se posicionou
minalmente a conduta de “infringir determinação do pela constitucionalidade, e a decisão foi tomada no
poder público, destinada a impedir introdução ou pro- julgamento do Recurso Extraordinário (RE 597285),
pagação de doença contagiosa”. com repercussão geral, em que um estudante questio-
A liberdade de reunião, prevista no inciso XVI nava os critérios adotados pela UFRGS para reserva
do art. 5º da CF, deve ser pacífica e sem armas, bem de vagas.5
como não deve frustrar outra reunião anteriormente
convocada para aquele local, tendo preferência quem Igualdade nos concursos públicos
avisar primeiro, chamado o aviso prévio a autorida-
de competente, sendo diferente de autorização, pois a Tem como base o também chamado princípio da
reunião não depende de autorização. isonomia, o qual deve ser rigorosamente observado

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Liberdade de associação tem previsão no inci- sob pena de nulidade da prova a ser realizada pelo
so XVII até o XXI do art. 5º da CF. É importante men- respectivo concurso público.
cionar que todos esses incisos já foram cobrados em Entretanto, alguns concursos exigem, por exem-
provas em geral. Cuidado com o texto constitucional, plo, idade, altura e etc. Note que todas as exigências
como por exemplo: contidas no edital que façam distinção entre as pes-
soas somente serão lícitas e constitucionais desde
Art. 5º [...] que preencham dois requisitos:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; a) Deve estar previsto em lei – igualdade formal;
b) Deve ser necessário ao cargo.
A expressão utilizada como “plena” no dispositivo
é no mesmo sentido de ser considerada livre a Como por exemplo, concurso para contratação de
liberdade de associação, desde que para fins lícitos. agente penitenciário para presídio feminino e o edi-
tal constar que é permitido somente mulheres para
Por conseguinte, o texto constitucional prevê a investidura do cargo.
possibilidade de criação de associações e cooperati- Exemplo muito comentado também é sobre a proi-
vas, independente de autorização. Ainda, só poderão bição de tatuagem contida nos editais de concurso
ser dissolvidas ou ter suspensas as atividades por público, sobre o tema o STF assim entendeu: “Editais
5 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012. 39
de concurso público não podem estabelecer restrição Inviolabilidade domiciliar tem previsão no inciso
a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcio- XI do art. 5º da CF:
nais, em razão de conteúdo que viole valores constitu-
cionais”, foi à tese de repercussão geral fixada.6 Art. 5º [...]
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
Entenda: tatuagem que viole os princípios cons- nela podendo penetrar sem consentimento do
titucionais e os princípios do Estado brasileiros. morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
Ex.: tatuagem de suástica nazista.
dia, por determinação judicial;
União estável homoafetiva
Importante!
Tema muito comentado e, em 2011, o STF se posi-
cionou sobre o reconhecimento da união estável para Memorize que como dia entende-se o período
casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argu- das 6h às 18h.
mento que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qual-
quer discriminação em virtude de sexo, raça, cor
e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuí- Note que existem exceções à inviolabilidade: fla-
do ou discriminado em função de sua orientação grante delito, desastre, prestação de socorro e deter-
sexual. “O sexo das pessoas, salvo disposição contrá- minação judicial. Convém lembrar também que, de
ria, não se presta para desigualação jurídica”, con- acordo com o magistério jurisprudencial do STF, o
clui-se, portanto, que qualquer depreciação da união conceito de “casa” é amplo, abarcando qualquer com-
estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV partimento habitado (casa, apartamento, trailer ou
do artigo 3º da CF.7 barraca); qualquer aposento ocupado de habitação
coletiva (hotel, apart-hotel ou pensão), bem como
Legalidade qualquer compartimento privado onde alguém exerça
profissão ou atividade, incluindo as pessoas jurídicas.
O STF, em relevante julgamento com repercussão
Princípio da legalidade está previsto no art. 5º,
geral (art. 102, § 3° da CF), firmou compreensão no
inciso II da CF, e preceitua que “ninguém será obriga-
sentido de que pode ocorrer a inviolabilidade mes-
do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
mo no período noturno – fundamentada e devi-
virtude de lei”. Note que, quando se fala em princípio
damente justificada, se indicado que no interior na
da legalidade, se está falando no âmbito particular e
casa se está praticando algum crime, ou seja, em esta-
não da administração pública.
do de flagrante delito.
No tocante aos particulares, o princípio da lega-
É importante frisar que, se o agente policial entrar
lidade quer dizer que apenas a lei tem legitimidade na residência e não constatar a ocorrência de crime
para criar obrigações de fazer, também chamadas de em flagrante, não haverá ilicitude na conduta dos
obrigações positivas, e também as chamadas obriga- agentes policiais se forem apresentadas fundadas
ções de não fazer, chamadas obrigações negativas, e, razões que os levaram a invadir aquela casa, o que,
nos casos em que a lei não dispuser obrigação algu- sem dúvida, deve ser objeto de controle – mesmo que
ma, é dado ao particular fazer o que bem entender, posterior – por parte da própria polícia e, claro, pelo
ou seja, não havendo qualquer proibição disposta em Ministério Público (a quem compete exercer o con-
lei, o particular está livre para agir, vigorando nesse trole externo da atividade policial, nos termos do art.
ponto o princípio da autonomia da vontade. 129, VII, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao analisar-
Referente ao poder público, o conteúdo do prin- -se a legitimidade de eventual prova colhida durante
cípio da legalidade é outro: esse tem a ideia de que essa entrada à residência.
o Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo de que
governar é atividade a qual a realização exige a edição Sobre a entrada forçada em domicílio, o STF assim
de leis, sendo que, o poder público não pode atuar, considerou:
nem contrário às leis, nem na ausência da lei. A entrada forçada em domicílio sem mandado
judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
Inviolabilidade quando amparada em fundadas razões, devida-
mente justificadas “a posteriori”, que indiquem
Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da que dentro da casa ocorre situação de flagrante
honra e da imagem das pessoas tem previsão no art. delito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
5º, inciso X da CF, vejamos: civil e penal do agente ou da autoridade, e de nuli-
dade dos atos praticados.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, Essa a orientação do Plenário, que reconheceu a
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o repercussão geral do tema e, por maioria, negou pro-
direito a indenização pelo dano material ou moral vimento ao recurso extraordinário em que se discutia,
decorrente de sua violação; à luz do art. 5º, XI, LV e LVI, da Constituição, a legalida-
de das provas obtidas mediante invasão de domicílio
Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurí- por autoridades policiais sem o devido mandado de
dicas, abrangendo inclusive a proteção necessária à busca e apreensão. O acórdão impugnado assentara
própria imagem frente aos meios de comunicação em o caráter permanente do delito de tráfico de drogas
massa (televisão, jornais etc.). e mantivera condenação criminal fundada em busca
6 Recurso Extraordinário 898450 Tema de Repercussão Geral. STF. Min. Luiz Fux, julgado em 17.08.2016.
40 7 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.
domiciliar sem a apresentação de mandado de busca Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à
e apreensão. A Corte asseverou que o texto constitu- interceptação do fluxo de comunicações em siste-
cional trata da inviolabilidade domiciliar e de suas mas de informática e telemática.
exceções no art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con- O segundo requisito necessário exige que a produção
sentimento do morador, salvo em caso de flagrante desse meio de prova seja dirigida para fins de investiga-
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran- ção criminal ou instrução processual penal, assim, não
te o dia, por determinação judicial”). Seriam estabele- é possível a autorização da interceptação telefônica em
cidas, portanto, quatro exceções à inviolabilidade: a) processos civis, administrativos, disciplinares e etc.
flagrante delito; b) desastre; c) prestação de socorro; Já o último requisito refere-se a uma lei que deve
e d) determinação judicial. A interpretação adotada prever as hipóteses e a forma em que pode ocorrer a
pelo STF seria no sentido de que, se dentro da casa interceptação telefônica, obrigatoriamente no âmbito
estivesse ocorrendo um crime permanente, seria viá- de investigação criminal ou instrução processual penal.
vel o ingresso forçado pelas forças policiais, indepen- A regulamentação deste dispositivo veio com a Lei
dentemente de determinação judicial. Isso se daria 9.296/1996, que legitimou a interceptação das comu-
porque, por definição, nos crimes permanentes, have- nicações como meio de prova, estendendo também
ria um interregno entre a consumação e o exaurimen- a sua regulamentação à interceptação de fluxo de
to. Nesse interregno, o crime estaria em curso. Assim, comunicações em sistemas de informática e telemáti-
se dentro do local protegido o crime permanente esti- ca (combinação de meios eletrônicos de comunicação
vesse ocorrendo, o perpetrador estaria cometendo com informática, e-mail e outros).
o delito. Caracterizada a situação de flagrante, seria
viável o ingresso forçado no domicílio. (RE 603616/RO, Direito de propriedade
rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5.11.2015 e DJe
13.11.2015) Está amparado junto ao caput e inciso XXII do art.
5º, bem como no inciso II do art. 170, ambos da CF.
A inviolabilidade das correspondências e comu-
nicações tem como previsão o inciso XII do art. 5º da Art. 5º, [...] XXII - é garantido o direito de
CF, vejamos. propriedade;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
comunicações telegráficas, de dados e das comuni- por fim assegurar a todos existência digna, con-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por forme os ditames da justiça social, observados os
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei seguintes princípios:
estabelecer para fins de investigação criminal ou II - propriedade privada;
instrução processual penal;
O direito de propriedade assegurado na constitui-
As correspondências são invioláveis, com exce-
ção como direito constitucional abrange tanto os bens
ção nos casos de decretação de estado de defesa
corpóreos quanto os incorpóreos.
e de sítio (arts. 136 e seguintes da CF). É importante
mencionar também que o STF já reconheceu a possi-
bilidade de interceptar carta de presidiário, pois a Dica
inviolabilidade de correspondência não pode ser usa- Bens corpóreos são os bens possuidores de
da como defesa para atividades ilícitas.8 existência física, são concretos e visíveis, como
Possibilidade de interceptação telefônica: inter-
por exemplo, uma casa, um automóvel etc. Já
ceptação telefônica é a captação e gravação de conver-
os bens incorpóreos, são bens abstratos que
sa telefônica, no momento em que ela se realiza, por
terceira pessoa sem o conhecimento de qualquer um não possuem existência física, ou seja, não são
dos interlocutores, conforme prevê exceção do inciso concretos, mas possuem um valor econômico,

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


XII do art. 5º da CF acima mencionado, que para ser como por exemplo, propriedade intelectual, direi-
lícita deve obedecer três requisitos: tos do autor e etc.

Em relação à propriedade de bens incorpóreos,


Ordem Judicial;
Para fins de investigação refere-se à específica proteção constitucional a deno-
Interceptação telefônica criminal; minada propriedade intelectual, a qual abrange os
Hipóteses e formas que a direitos de autor e os direitos relativos à propriedade
lei estabelecer. industrial, como a proteção de marcas e patentes.

Ainda, a interceptação telefônica dependerá de Desapropriação


ordem judicial, conforme art. 1º da Lei 9.926/96.
Como característica dos direitos fundamentais, o
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, direito de propriedade também não é um direito abso-
de qualquer natureza, para prova em investigação luto. Apesar da exigência de que a propriedade aten-
criminal e em instrução processual penal, observa- da uma função social, há outras hipóteses em que
rá o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz o interesse público pode justificar a imposição de
competente da ação principal, sob segredo de justiça. limitações.
8 STF. HC 70.814-5/SP, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 24.06.1994. 41
Ao elaborar a Constituição, o legislador se preo- O direito de certidão tem previsão no inciso XXXIV,
cupou em atribuir tratamento especial à política de “b” do art. 5º da CF, e assegura a todos, independente
desenvolvimento urbano. Referente à desapropria- do pagamento de taxas, o seguinte:
ção de imóvel rural, somente é lícita a desapropria-
ção para fins de interesse social, ou seja, imóvel XXXIV - são a todos assegurados, independente-
rural que não estiver cumprindo sua função social mente do pagamento de taxas:
é desapropriado. [...]
Nesse sentido, é importante verificar a importân- b) a obtenção de certidões em repartições públi-
cia do art. 5°, XXIV, que determina o poder geral de cas, para defesa de direitos e esclarecimento de
desapropriação por interesse social. Ora, desde que situações de interesse pessoal;
seja paga a indenização mencionada neste artigo,
qualquer imóvel poderá ser desapropriado por inte- Importante frisar aqui que, conforme entendi-
resse social para fins de reforma agrária. mento dos Tribunais, já se consolidou o entendimen-
to no sentido de que não se exige do administrado a
Defesa do consumidor demonstração da finalidade específica do pedido.

Conforme prevê o art. 5º, inciso XXXII da CF “o esta- Direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito
do promoverá, na forma da lei, a defesa do consumi-
dor”. Tema também mencionado no art. 170, inciso V Assim prevê o inciso XXXVI do art. 5º da CF: “a lei
da CF, o qual estabeleceu como princípio fundamental não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico per-
de nossa ordem econômica a “defesa do consumidor”. feito e a coisa julgada”. Entenda:
Direito adquirido é aquele direito que cumpriu
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza- todos os requisitos previstos em lei, como por exem-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem plo, o homem que cumpriu todos os requisitos exi-
por fim assegurar a todos existência digna, con- gidos para concessão da aposentadoria por idade,
forme os ditames da justiça social, observados os conforme determina o art. 201, § 7º, I da CF, tem o
seguintes princípios: direito adquirido para requerer seu benefício.
[...]
V - defesa do consumidor; § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
Ainda, assim que foi promulgada a Constituição as seguintes condições:
em 1988, o legislador se preocupou em estipular um I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser-
prazo de cento e vinte dias para que o legislador ela-
vado tempo mínimo de contribuição;
borasse o Código de Defesa do Consumidor, exigência
estipulada por meio do nº 48 da ADCT. (Ato das Dis-
Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, confor-
posições Constitucionais Transitórias. São regras que esta- me a lei vigente ao tempo que se realizou, pois nes-
belecem a harmonia da transição do regime constitucional te caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei
anterior – 1969, para o novo regime - 1988). vigente na época, tornando-se, portanto, completo.
Entretanto, o prazo exigido não foi observado e o Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judi-
Código de Defesa do Consumidor foi publicado ape- cial, decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tor-
nas dois anos após a publicação da Constituição – Lei nando-a imutável e indiscutível.
8.078/1990.
Júri popular
Direito de informação
A nossa carta magna reconhece no seu inciso XXX-
Instrumento de natureza administrativa, derivado VIII a instituição do júri, que é visto como uma prerro-
do princípio da publicidade da atuação da administra- gativa democrática do cidadão, e que exige que o réu
ção pública, o qual tem como objetivo a atuação trans- deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal
parente em decorrência da própria indisponibilidade é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados
que serão sorteados dentre os alistados.
do interesse público, disciplinado nos incisos XXXIII
e LXXII do art. 5º da CF e Lei 9507/1997 que regula o
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
direito de acesso a informações e disciplina o rito pro-
organização que lhe der a lei, assegurados:
cessual do habeas data.
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos c) a soberania dos veredictos;
públicos informações de seu interesse parti- d) a competência para o julgamento dos crimes
cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão dolosos contra a vida;
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi-
lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres-
Destarte, a competência mencionada na alínea “d”
cindível à segurança da sociedade e do Estado;
não é absoluta, pois não abrange os crimes pratica-
dos contra a vida perpetrados por detentores de foro
Direito de certidão
especial por prerrogativa de função, que deverão ser
julgados por tribunais específicos conforme previsto
O Estado é obrigado a fornecer as informações
na Constituição.
solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção
Ainda, o foro especial por prerrogativa de fun-
por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que
ção se refere ao órgão competente para julgar ações
é líquido e certo, o remédio constitucional cabível é o
penais contra certas autoridades públicas, levando-se
mandado de segurança, tema também abordados no
em conta o cargo ou a função que elas ocupam, de
42 título Garantias Constitucionais.
modo a proteger a função e a coisa pública, ou seja, afins, o terrorismo e os definidos como crimes
por ligar-se à função e não à pessoa, essa forma de hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
determinar o órgão julgador competente não acompa- executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
nha a pessoa após o fim do exercício do cargo.
Crimes hediondos são aqueles que a legislação
Princípio da legalidade penal e da retroatividade da lei entende que geram maior reprovação por parte da
sociedade, assim merecem uma rigidez maior. Não
são necessariamente crimes cometidos com alto grau
Princípio da legalidade penal, com previsão no
de violência ou crueldade, mas sim os crimes previs-
inciso XXXIX do art. 5º da CF, também chamado de
tos expressamente no art. 1º da Lei 8.072/90.
princípio da reserva legal, refere-se à aplicação do O homicídio qualificado é o primeiro mencionado
princípio da legalidade, de forma mais específica no na legislação, ou seja, quando praticado em circuns-
âmbito do direito penal. tância que revele perversidade – por exemplo, se o
Nesse sentido, crime será a conduta delituosa pre- crime é praticado por motivo fútil ou torpe.
vista exclusivamente em lei, da mesma forma que a Bem como, o homicídio praticado por grupo de
cominação da pena, a qual não é admissível à configu- extermínio também está no rol dos crimes hediondos,
ração de crime baseado nos costumes. mesmo que cometido por uma só pessoa do grupo.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, XLIV - constitui crime inafiançável e impre-
nem pena sem prévia cominação legal; scritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Princípio da retroatividade da lei tem previsão no Democrático;
inciso XL do art. 5º da CF, o qual consiste em analisar
um fato passado à luz de um direito presente, esta- Prescrição é a perda do direito de punir do
belece que os fatos sejam apreciados com base na lei Estado pelo seu não exercício em determinado
em vigor no tempo do crime. Assim, a lei aplicável é a lapso de tempo.
lei do tempo do crime, ou seja, na regra geral, as nor-
mas penais não retroagem, salvo se trouxerem algum Em 2015, duas leis incluíram, no rol de cri-
tipo de benefício para o réu. mes hediondos, o assassinato de policiais e o
feminicídio.
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi- Em 2019 houve alterações na legislação penal e
ciar o réu; processual diante da aprovação da Lei nº 13.964, tam-
bém chamada de Pacote Anticrime, nessa oportuni-
Dica dade houve a inclusão de crimes no rol dos crimes
hediondos.
Cuidado, aqui tem um exemplo de exceção da Veja quais foram os crimes incluídos:
exceção:
Crimes praticados durante a vigência de lei tem- II – roubo:
porária ou excepcional não podem ser benefi- a) circunstanciado pela restrição de liberdade
ciados pela retroatividade da lei mais benéfica. da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
Entenda: b) circunstanciado pelo emprego de arma de
Lei excepcional é a lei criada para regular fatos fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art.
ocorridos dentro de uma situação irregular, a
157, § 2º-B);
qual perde seus efeitos após findar situação irre- III – extorsão qualificada pela restrição da liber-
gular que a motivou. dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
Lei temporária vigorou até extinguir o prazo de morte (art. 158, § 3º);
duração fixado pelo legislador, por exemplo, IX – furto qualificado pelo emprego de explo-
uma lei que fixa a tabela de preços de artigos de sivo ou de artefato análogo que cause perigo
consumo. comum (art. 155, § 4º-A).

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


III – o crime de comércio ilegal de armas de
Crimes fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003;
IV – o crime de tráfico internacional de arma de
O legislador originário também se preocupou em
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18
mencionar e observar crimes de tortura, tráfico ilíci- da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
to de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados V – o crime de organização criminosa, quando
contra ordem constitucional. direcionado;

XLII - a prática do racismo constitui crime Fique atento com os artigos mencionados acima
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de e as novidades legislativas, são temas preferidos de
reclusão, nos termos da lei;
bancas examinadoras.
Entenda. A pena de reclusão é a pena prevista
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
para os casos mais graves, o qual o regime inicial será
fechado, em prisão de segurança máxima.
É importante não confundir direitos fundamentais
com garantias fundamentais. Os direitos fundamen-
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
tais são vantagens, proteção em favor das pessoas,
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas como por exemplo o direito de informação. Já as
garantias fundamentais são instrumentos processuais 43
para defesa daqueles direitos, conhecidos como ações
ou remédios constitucionais, como por exemplo: Importante!
habeas data, habeas corpus, Mandado de Segurança, A doutrina e jurisprudência admitem que cônju-
Mandado de Injunção e a Ação Popular, conforme
ge, ascendente, descendente ou irmão podem
veremos a seguir.
impetrar habeas data em favor de terceiro, caso
Habeas corpus este esteja incapacitado ou ausente.

Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir, ou


Mandado de Segurança
seja, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de loco-
moção, por ilegalidade ou abuso de poder, está funda- Agora passaremos a análise do mandado de segu-
mentado no art. 5º, LXVIII da CF e art. 647 a 667 do CPP, rança, sendo que este pode ser individual ou coletivo,
Pode ser habeas corpus preventivo para evitar vejamos:
uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus
repressivo, o qual busca o fim de uma coação já Mandado de Segurança Individual
cometida. Importante frisar também que não existe a
necessidade de um advogado para entrar com a ação. Previsto no art. 5º LXIX da CF e Lei 12.016/2009,
tem o objetivo de proteger direito líquido e certo
Sujeito ativo (impetrante): qualquer pessoa. (requerido no prazo de 120 dias do conhecimento da
Vítima (paciente): qualquer pessoa, brasileiro ou lesão), devidamente comprovado com provas docu-
estrangeiro. mentais, não há prova testemunhal nem pericial. Tem
Sujeito passivo (coator): autoridade ou agen-
caráter subsidiário, ou seja, quando não for caso de
te público que cometeu ilegalidade ou abuso de
poder contra particular. habeas corpus e nem habeas data.
Cabível quando existe abuso ou ilegalidade de
Habeas corpus também pode ser impetrado por autoridade pública. A súmula 625 do STF dispõe que,
estrangeiro (desde que na língua portuguesa) contra “Controvérsia sobre matéria de direito não impede con-
particular. cessão de mandado de segurança”, ou seja, caso houver
Não cabe habeas corpus contra punição disciplinar dúvida a respeito de interpretação da lei não impede
militar, salvo se imposta pela autoridade competente. o deferimento do mandado de segurança.
Não cabe Mandado de segurança nos seguintes
Destacamos a seguir algumas Súmulas importan- casos:
tes do STF sobre o tema:
z Atos meramente informativos;
Súmula 395: Não se conhece de recurso de habeas cor- z Atos que transitaram em julgado;
pus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por z Ato administrativo que comporte recurso com
não estar mais em causa à liberdade de locomoção. efeito suspensivo; e
Súmula 431: É nulo o julgamento de recurso criminal, z Ato judicial em fase recursal.
na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação
da pauta, salvo em habeas corpus. Cuidado! Referente aos atos que transitaram em
Súmula 692: Não se conhece de habeas corpus con- julgado hoje, a jurisprudência entende por uma possí-
tra omissão de relator de extradição, se fundado em fato vel mitigação da súmula 268 do STF. Vejamos:
ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, “No entanto, sendo a impetração do mandado
nem foi ele provocado a respeito. de segurança anterior ao trânsito em julgado da
Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra decisão decisão questionada, mesmo que venha a acontecer,
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em posteriormente, não poderá ser invocado o seu não
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a cabimento ou a sua perda de objeto, mas preenchi-
única cominada. das as demais exigências jurídico-processuais, deverá
Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a impo- ter seu mérito apreciado”. (EDcl no MS 22.157/DF, Rel.
sição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente Ministro Herman Benjamin, Rel. p/ Acórdão Minis-
ou de função pública. tro Luis Felipe Salomão, julgado em 14.03.2019, DJe
Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já extin- 11.06.2019)
ta a pena privativa de liberdade.
Agente ativo: Pessoa física ou jurídica. Agentes
Habeas data
políticos podem ser sujeitos ativo ou passivo.
Agente passivo: autoridade, pessoa física revesti-
Com previsão no art. 5º, LXXII da CF e Lei 9507/1997
da de poder público. União, Estados e DF ingres-
que regula o direito de acesso às informações, e disci-
plina o rito processual do habeas data, tem o objetivo sarão como litisconsortes necessários, por meio de
de acessar e retificar informações do impetrante que seus procuradores, no caso do município através
estão em um órgão público ou de caráter público9, de seu Prefeito.
como por exemplo: entidade privada de caráter públi- Liminar: cabimento conforme art. 7º, III da Lei
co = SPC/SERASA. 12.016/2009, o juiz poderá determinar a suspensão
Note que, neste caso, precisa ser demonstrado do ato (que causou a violação do direito), desde
que foram solicitadas as informações em um pri- que exista motivo relevante, vejamos:
meiro momento, ou seja, precisa-se esgotar a via
administrativa. Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

44 9 Caso a banca da sua prova for a FGV, esta entende que o habeas data é uma ação personalíssima.
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedi- Ação popular pode ter duas formas, a preventiva
do, quando houver fundamento relevante e do ato que é ajuizada antes da consumação dos efeitos do
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, ato, e repressiva, que visa corrigir os atos danosos
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir consumados.
do impetrante caução, fiança ou depósito, com o obje-
tivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este
abandonar ação, outro cidadão poderá assumir.
Mandado de Segurança Coletivo

Previsto no art. 5º, LXX da CF e no art. 21 da Lei Importante!


12.016/2009, tem o objetivo de proteger certo grupo de
pessoas (corporativo). Os requisitos e o prazo deca- O Ministério Público não pode propor, mas pode
dencial são os mesmos do Mandado de Segurança assumir andamento e dar execução a decisão
individual. da ação popular (legitimidade extraordinária ou
superveniente).
Agente ativo: Partido político com representação
no Congresso Nacional; ou organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente cons- Agente passivo: administrador da entidade que
tituída e em funcionamento há pelo menos um lesionou.
ano, em defesa de seus membros ou associados,
deve demonstrar pertinência temática. Lei 4.717/1965
Agente passivo: autoridade coatora. Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas
Liminar: cabimento conforme art. 7º, III e art. públicas ou privadas e as entidades referidas no
22§2º da Lei 12.016/2009. Basta representar os art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou
requisitos fumus boni iuris (fumaça do bom direi- administradores que houverem autorizado, apro-
to) e periculum in mora (perigo na demora). vado, ratificado ou praticado o ato impugnado,
ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à
Súmulas importantes do STF sobre o tema: lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
(grifo nosso)
Súmula 629 do STF: A impetração de mandado de
segurança coletivo por entidade de classe em favor Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear
dos associados independe da autorização destes. a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao
Súmula 630 do STF: A entidade de classe tem legi- patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
timação para o mandado de segurança ainda quando Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de
a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de socie-
da respectiva categoria. dades mútuas de seguro nas quais a União represente os
segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços
Mandado de Injunção sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja
criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou
Tem previsão no art. 5º, LXXI da CF e Lei 13.300/2016 concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio
(lei do MS), não tem lei específica própria, devem ser ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimô-
observadas as normas da lei do Mandado de Seguran- nio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Muni-
ça, conforme prevê o art. 24, parágrafo único da lei cípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
8.038/1990. subvencionadas pelos cofres públicos.

Art. 24 [...] Liminar: Basta representar os requisitos “fumus


Parágrafo único - No mandado de injunção e boni iuris” e “periculum in mora”.
no habeas data, serão observadas, no que couber,
as normas do mandado de segurança, enquanto
Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não
não editada legislação específica.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
substitui a ação popular.
Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem
Aplicabilidade: falta de uma norma regulamen- legitimidade para propor ação popular.
tadora de direito, liberdade constitucional e das
prerrogativas inerentes a nacionalidade, sobera-
nia e cidadania. Buscar o exercício do direito para Dica
uma pessoa ou certo grupo de pessoas. A Ação popular é isenta de custas judiciais e do
Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o ônus de sucumbência.
direito de greve.
Agente ativo: Qualquer pessoa. Sobre o tema, vejamos também art. 5º, §4º da Lei
Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar. 4.717/1965:
Ação Popular Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é
competente para conhecer da ação, processá-la e
É um direito fundamental e individual de todo julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
cidadão, fundamentada no art. 5º, LXXIII e regulado judiciária de cada Estado, o for para as causas que
pela lei 4.717/1965, e tem como objetivo a proteção interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
do patrimônio público (erário), histórico, cultural, do ou ao Município.
meio ambiente e da moralidade administrativa, como § 4º Na defesa do patrimônio público caberá à
é o caso das obras superfaturadas. suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 45
Ainda, é possível requerer a condenação por per- I - relação de emprego protegida contra despedida
das e danos dos responsáveis pela lesão. Sendo que arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
cabe a todos os cidadãos a fiscalização da vida públi- complementar, que preverá indenização compensa-
ca, auxiliando o Estado na boa gestão da vida pública. tória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário;
DIREITOS SOCIAIS
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
Os direitos sociais tem previsão no art. 6º ao 11º da unificado, capaz de atender a suas necessidades
Constituição, e também podem ser encontrados no título vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
VIII da Constituição Federal, que trata da ordem social. mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
São direitos que pertencem à segunda geração dos ne, transporte e previdência social, com reajustes
direitos fundamentais, ou seja, da dimensão que tra- periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
ta dos direitos da democracia e informação, e alguns sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
doutrinadores também os chamam de liberdades V - piso salarial proporcional à extensão e à com-
positivas, quando o Estado precisa deixar de ser omis- plexidade do trabalho;
so com o objetivo de assegurar uma compensação VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
resultante da desigualdade entre as pessoas. convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
Os direitos sociais exigem uma atuação do Estado
para os que percebem remuneração variável;
em face da desigualdade social e tem aplicabilidade VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
imediata. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a ração integral ou no valor da aposentadoria;
igualdade formal (ou também chamada de igualdade IX - remuneração do trabalho noturno superior à
jurídica, conforme prevê na CF/88, significa que todos do diurno;
devem ser tratados da mesma forma). X - proteção do salário na forma da lei, constituin-
Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em do crime sua retenção dolosa;
três espécies: XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincu-
lada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
a) Direitos sociais destinados a toda sociedade; (Art. ção na gestão da empresa, conforme definido em lei;
6º da CF) XII - salário-família pago em razão do dependente
b) Direitos sociais para os trabalhadores; (Art.7° da CF) do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a
c) Direitos sociais coletivos dos trabalhadores. (Art.
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
8º ao 11º da CF)
facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
Direitos sociais destinados a toda sociedade de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realiza-
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a do em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, negociação coletiva;
o lazer, a segurança, a previdência social, a prote- XV - repouso semanal remunerado, preferencial-
ção à maternidade e à infância, a assistência aos mente aos domingos;
desamparados, na forma desta Constituição. XVI - remuneração do serviço extraordinário supe-
rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
Direitos garantidos para toda sociedade brasileira, XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
com exceção, por exemplo, da previdência social, que menos, um terço a mais do que o salário normal;
neste caso só terá benefício quem for contribuinte e XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego
preencher todos os requisitos legais exigidos. e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
Importante! XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
Direito à propriedade x direito à moradia sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
Na sua prova, cuidado! Direito de propriedade é
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
um direito individual, conforme já estudado nes- XXIII - adicional de remuneração para as atividades
te material, já o direito à moradia é um direito penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
social, localizado no caput do art. 6º da CF/88. XXIV - aposentadoria;
Direito à segurança, localizado no art. 5º (direi- XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
to individual) e art. 6º (direito social), entenda a desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
diferença: creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
Segurança mencionada no art. 5º da CF se refere
coletivos de trabalho;
a segurança jurídica, já a segurança mencionada XXVII - proteção em face da automação, na forma
no art. 6º da CF, refere-se ao direito à segurança da lei;
pública. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Direitos sociais para os trabalhadores XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua até o limite de dois anos após a extinção do contra-
46 condição social: to de trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercí- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
cio de funções e de critério de admissão por motivo negociações coletivas de trabalho;
de sexo, idade, cor ou estado civil; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
XXXI - proibição de qualquer discriminação no votado nas organizações sindicais;
tocante a salário e critérios de admissão do traba- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindical-
lhador portador de deficiência; izado a partir do registro da candidatura a cargo
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, de direção ou representação sindical e, se eleito,
técnico e intelectual ou entre os profissionais ainda que suplente, até um ano após o final do man-
respectivos; dato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba- cam-se à organização de sindicatos rurais e de
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição colônias de pescadores, atendidas as condições que
de aprendiz, a partir de quatorze anos; a lei estabelecer.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
com vínculo empregatício permanente e o trabalha- aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
dor avulso exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos dele defender.
trabalhadores domésticos os direitos previstos § 1º A lei definirá os serviços ou atividades
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, essenciais e disporá sobre o atendimento das
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e necessidades inadiáveis da comunidade.
XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
lei e observada a simplificação do cumprimento às penas da lei.
das obrigações tributárias, principais e acessórias, Art. 10. É assegurada a participação dos tra-
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari- balhadores e empregadores nos colegiados dos
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV órgãos públicos em que seus interesses profission-
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência ais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
social. deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
O mencionado dispositivo aborda os direitos dos gados, é assegurada a eleição de um representante
trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes
tratados de forma especifica em legislação especial. o entendimento direto com os empregadores.
Cabe ressaltar aqui neste tópico que os examina-
dores das bancas gostam muito de perguntar datas e As garantias deste último grupo de direitos sociais
questões numéricas. Por exemplo, um tema sempre estão divididas em: direito de associação sindical,
muito cobrado em provas é sobre a prescrição traba- direito de greve e direito de representação.
lhista, ou seja, referente ao prazo máximo para entrar Direito de associação sindical tem relação com o
com a reclamação trabalhista após o termino do con- princípio da liberdade de associação. Direito de greve,
trato de trabalho para discutir os últimos cinco anos, citado no art. 9º, não é o mesmo direito de greve asse-
ou seja, os créditos trabalhistas prescrevem nos últi- gurado ao servidor público no art. 37 da CF, ou seja, a
mos cinco anos. greve mencionada no art. 9º é autoaplicável (norma
de eficácia contida), não preciosa de lei para regula-
mentar o direito de greve. Já o direito de representa-
Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2 anos. ção, fique atento com os números também, como por
Prescrição dos créditos: últimos 5 anos. exemplo, no art. 11º da CF.

DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS NACIONALIDADE E CIDADANIA


TRABALHADORES
Ligação que une um indivíduo a cada território.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, Grande parte dos países determina o modo de aqui-
observado o seguinte:
sição e perda da nacionalidade em suas respectivas
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
constituições.
para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Públi-
A nacionalidade é considerada pela CF/88 um
co a interferência e a intervenção na organização direito fundamental, e tem previsão no título II da CF.
sindical; O Brasil adota dois critérios para definir a aquisi-
II - é vedada a criação de mais de uma organização ção da nacionalidade brasileira:
sindical, em qualquer grau, representativa de cat-
egoria profissional ou econômica, na mesma base z jus solis: atribui nacionalidade ao território onde
territorial, que será definida pelos trabalhadores o indivíduo nasce.
ou empregadores interessados, não podendo ser z jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo
inferior à área de um Município; sanguíneo.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inter-
esses coletivos ou individuais da categoria, inclu- Brasileiro nato
sive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que,
Conforme prevê o art. 12, inciso I da CF, é conside-
em se tratando de categoria profissional, será des-
rado brasileiro nato:
contada em folha, para custeio do sistema con-
federativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei; z Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se desde que estes não estejam a serviço de seu
filiado a sindicato; país.
47
Atenção: No que diz respeito à necessidade de z Nacionalidade extraordinária: para os demais
ambos os genitores estrangeiros estarem a serviço do estrangeiros, deve-se ter 15 anos de residência
país, entende-se que deve haver a verificação do fato do ininterrupta e ausência de condenação penal.
deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter ocorrido
em virtude de interesse do seu país. Ainda que um deles O Supremo Tribunal Federal entende que a natu-
não exerça função governamental, por exemplo: ralização extraordinária é ato declaratório do Brasil.
Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse caso Estrangeiro que provar os requisitos necessários,
o filho nascido no Brasil não será brasileiro nato10. ou seja, possuir 15 anos de residência ininterrupta e
Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso o ausência de condenação penal, tem o direito subje-
filho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois os pais tivo11 à naturalização. Negado este pedido, caberá
não estão a serviço de seu país (no exemplo Argentina). Mandado de Segurança.
Importante mencionar também a leitura do Esta-
z Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, tuto do Estrangeiro, a Lei nº 6.815/1980.
desde que qualquer um deles esteja a serviço
do Brasil; Perda da nacionalidade

Conforme art. 14 §4º da CF/88, tanto o brasilei-


Neste caso o termo a “serviço da República Fede-
ro nato, quanto o naturalizado, poderá perder a sua
rativa do Brasil” engloba a serviço da administração
nacionalidade.
direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e Existem dois instrumentos que podem ser usados
Municípios. para decretar a perda da nacionalidade brasileira:

z Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe a) Sentença Judicial transitada em julgado: esta
brasileira, desde que sejam registrados em repar- alcança apenas o brasileiro naturalizado que feriu
tição brasileira competente (embaixada ou con- o interesse nacional. Neste caso, o indivíduo que
sulado) ou venham a residir no Brasil e optem, perdeu a nacionalidade poderá apenas readqui-
em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. ri-la por meio de uma ação, chamada de Ação
Rescisória.12
Atenção: O filho poderá optar pela nacionalidade b) Alcança brasileiro nato e naturalizado que
brasileira observando três requisitos cumulativos: adquire voluntariamente outra nacionalidade,
este ato engloba tanto a aceitação quanto o pedido
da naturalização oferecida por outro país. Neste
1. Idade mínima: 18 anos;
caso, existem duas exceções, ou seja, existem dois
2. Residência no Brasil;
casos em que é permitida a dupla cidadania:
3. Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-
b.1) Reconhecimento da nacionalidade pela lei
-se optar a qualquer tempo pela nacionalidade estrangeira;
brasileira. b.2) Imposição por outro país, como condição
de permanência em seu território ou para
A Constituição Federal em seu art. 12 §3º determi- exercício dos direitos civis. Exemplo: atletas/
na quais os cargos que são PRIVATIVOS para brasilei- jogadores de futebol quando são “vendidos” e
ro nato, vejamos: representam times estrangeiros.

z �Presidente e Vice-Presidente da República; Dica


z �Presidente da Câmara dos Deputados;
Atualmente compete ao Ministro da Justiça
z �Presidente do Senado Federal;
declarar a perda e a requisição da nacionalidade.
z �Ministro do STF;
z �Carreira Diplomática;
Ainda, o art. 5º, inciso LI da CF, dispõe que nenhum
z �Oficial das Forças Armadas;
brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
z �Ministro de Estado da Defesa. em caso de crime comum, praticado antes da natura-
lização, ou se comprovado envolvimento em tráfico
Naturalizados ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Importante frisar que o brasileiro nato não pode
Neste caso, o indivíduo não tem vínculo, nem de ser extraditado. Se for o caso, deve ser entregue ao
solo, nem de sangue, com o Brasil, mas quer tornar- TPI-Tribunal Penal Internacional, sendo que, podem
-se brasileiro, simplesmente por vontade, ou seja, é o ser entregues ao TPI os brasileiros natos, naturaliza-
estrangeiro que optou pela nacionalidade brasileira dos e estrangeiros.
(art. 12, inciso II da CF). Ainda, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Inter-
nacional, decreto lei nº 4388/2002, em seu art. 102, defi-
z Estrangeiros provenientes de países de língua ne a diferença entre a entrega e extradição, vejamos:
portuguesa devem ter um ano de residência no
Brasil e idoneidade moral. a) Por “entrega”, entende-se a entrega de uma pessoa
por um Estado ao Tribunal nos termos do presente
Ex.: Portugal, Angola, Cabo Verde e etc. Estatuto.
10 Observe nos exemplos como pode ser cobrada a matéria na prova.
11 O direito subjetivo se refere aos direitos que são efetivamente garantidos ao indivíduo pela lei.
48 12 Ação rescisória é um meio processual que tem o objetivo de desconstituir ou revogar acórdão ou sentença transitada em julgado.
b) Por “extradição”, entende-se a entrega de uma pessoa DIREITOS POLÍTICOS
por um Estado a outro Estado, conforme previsto em
um tratado, em uma convenção ou no direito interno. Tem regras fixadas pela constituição no Capítulo
IV referente à participação popular no processo polí-
Considerações referente à nacionalidade tico, Art. 14 e seguintes da Constituição.
Os direitos políticos conferidos à população brasi-
Extradição leira são o sufrágio universal, o voto direto e secreto
e a participação em plebiscitos, referendos ou inicia-
Entrega de um Estado (país) a outro Estado (país) tivas populares.
de pessoa acusada de delito ou já condenada. Note
que, conforme a súmula 421 do STF, não há impedi- Dica
mento à extradição o fato de o extraditado ser casado
com brasileira ou ter filho brasileiro. Sufrágio universal é o direito de homens e mulhe-
Conforme prevê o art. 22, inciso XV da CF, compete res naturalizados ou nascidos em um país de
à União legislar sobre extradição. participar das eleições, ou seja:
A constituição brasileira também dispõe que Capacidade eleitoral ativa: direito de votar;
“nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natura- Capacidade eleitoral passiva: direito de ser
lizado, em caso de crime comum, praticado antes da votado.
naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na for- Condições de elegibilidade
ma da lei.” Bem como, “não será concedida extradição
de estrangeiro por crime político ou de opinião” (art. Conforme art. 14, § 3º da CF, são condições de elegi-
5º, incisos LI e LII da CF). bilidade, na forma da lei:
Ainda, o art. 102, I, g da CF, dispõe que o Supremo
Tribunal Federal será o responsável por processar e
Nacionalidade brasileira;
julgar a extradição solicitada pelo Estado estrangeiro. Não ter direitos políticos cassados;
Alistamento eleitoral;
ELEGIBILIDADE
Expulsão Domicilio eleitoral na circunscrição
correspondente;
Modo de tirar o estrangeiro do Brasil de modo Filiação partidária.
coativo, por infração ou ato que o torne inconve-
niente à defesa e à conservação da ordem interna do A constituição também define a idade mínima que
Estado. cada candidato, correspondente a seu cargo deve ter:
Neste caso, a União é responsável para legislar
sobre expulsão, art. 22, inciso XV da CF. Deputado
Não ocorrerá a expulsão em duas hipóteses: dife- Governador Federal
Presidente
rente da extradição, a expulsão não será admitida + Vice Estadual e
+ Vice Vereador
quando o indivíduo tiver cônjuge brasileiro (desde dos Estados Distrital
Senador
que não esteja divorciado ou separado de fato) e o e DF Prefeito + Vice
Juiz de Paz
casamento tiver sido celebrado há mais de cinco anos,
ou que tenha filho brasileiro, desde que este esteja sob 35 anos 30 anos 21 anos 18 anos
sua guarda e dependência econômica.

Deportação Perda ou suspensão dos direitos políticos

Nesse caso se refere ao estrangeiro que ingressou A perda ou suspensão dos direitos políticos estão
ou permaneceu de forma irregular no território apresentadas no art. 15 da Constituição, vamos ao

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


nacional, ou seja, é a devolução do estrangeiro por estudo do mencionado dispositivo.
entrar no Brasil de forma irregular. Assim, não há Como o nome já diz, a suspensão é o cancelamento
deportação de brasileiros no Brasil (art. 5º, inciso XV por um tempo determinado, já a perda, o cancelamen-
da CF). to por prazo indeterminado. Vejamos em quais situa-
ções podem ocorrer perda ou suspensão, analisando o
XV - é livre a locomoção no território nacional em art. 15 da CF/88.
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos,
com seus bens; cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado; PERDA.
Note que a deportação não tem relação com a prá-
II - incapacidade civil absoluta; (grifo nosso)
tica do estrangeiro em território brasileiro, mas sim,
SUSPENSÃO
do não cumprimento dos requisitos legais para sua III - condenação criminal transitada em julgado,
entrada. enquanto durarem seus efeitos; SUSPENSÃO
Bem como, não existe mais o instituto do banimen- IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta
to, que era o envio compulsório de brasileiros para o ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
exterior. Observe também que há vedação constitu- PERDA.
cional de seu reestabelecimento no art. 5º, XLVII, d, V - improbidade administrativa, nos termos do art.
da CF. 37, § 4º. SUSPENSÃO 49
Dica 4. (FCC – 2019) Acerca do que dispõe a Constituição
Federal sobre nacionalidade,
Não existe a cassação dos direitos políticos.
a) são brasileiros natos os nascidos na República Fede-
rativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país.
EXERCÍCIOS COMENTADOS b) a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos em
1. (CESPE – 2018) Servidores públicos de determinado lei complementar.
estado da Federação iniciaram movimento grevista, c) é privativo de brasileiro nato o cargo de membro da
motivados pelo atraso no pagamento de seus venci- Câmara dos Deputados.
mentos, na tentativa de regularizar a situação salarial. d) será declarada a perda da nacionalidade do brasilei-
ro que tiver cancelada sua naturalização, por decisão
Inconformado com a paralisação de atividades que
administrativa, em virtude de atividade nociva ao inte-
julgava essenciais, o gestor público expediu ato admi-
resse nacional.
nistrativo determinando o desconto do salário dos e) é fator impeditivo de aquisição da nacionalidade bra-
servidores grevistas, bem como o processamento da sileira a condenação, por improbidade administrativa,
devida anotação funcional. de cidadão estrangeiro residente no Brasil por período
Nessa situação hipotética, o instrumento processual superior a quinze anos ininterruptos.
de controle judicial que o sindicato dos servidores
deverá invocar para suspender o ato administrativo de Sim, são brasileiros natos os nascidos na República
desconto e anotação dos dias não trabalhados é o Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país.
a) mandado de injunção. Tome cuidado, sempre que a questão mencionar que
b) recurso ordinário. os pais estão a serviço do seu país de origem: o filho
c) habeas corpus. nascido no Brasil não será brasileiro nato. Respos-
d) habeas data. ta: Letra A.
e) mandado de segurança.
5. (FGV – 2019) João, servidor público, preencheu todos
os requisitos exigidos para o recebimento de determi-
No caso em tela, houve uma violação de um direito
nado benefício pecuniário, mas decidiu que iria reque-
líquido e certo previsto na constituição, uma afron- rê-lo somente na semana seguinte. Ocorre que, no dia
ta a esse direito de greve dá causa ao Mandado de anterior àquele em que apresentaria o seu requerimen-
Segurança. Sobre o tema, o STF já se posicionou to, foi editada a Lei nº XX, que extinguiu o benefício.
sobre a ilegalidade do desconto, em virtude de greve À luz da sistemática constitucional, a edição da Lei nº
motivada por ilicitude do poder público – STF. RE n. XX:
693.456 - Tema 531. Resposta: Letra E.
a) impede que João receba o benefício;
2. (CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, relativo ao b) não impede que João receba o benefício, pois a lei
direito de nacionalidade. não pode prejudicar a coisa julgada;
Os indivíduos que possuem multinacionalidade vincu- c) não impede que João receba o benefício, pois a lei
lam-se a dois requisitos de aquisição de nacionalidade não pode prejudicar o direito adquirido;
primária: o direito de sangue e o direito de solo. d) não impede que João receba o benefício, pois a lei
não pode prejudicar o ato jurídico perfeito;
e) somente impedirá que João receba o benefício
( )CERTO  ( )ERRADO
caso não o requeira no dia imediato à promulga-
ção da lei.
O Brasil adota dois critérios para definir a aquisi-
ção da nacionalidade brasileira: direito de solo (na João deve receber o benefício, pois a lei, na data em
sua prova também pode ser chamada de jus solis), que foi editada, já garantia seu direito adquirido. Cui-
que atribui nacionalidade ao território onde o indi- dado para não confundir coisa julgada com direito
víduo nasce, e direito de sangue (também pode ser adquirido, sendo que na coisa julgada é conferida a
chamada de jus sanguinis), que atribui a naciona- sentença quando não cabem mais recursos e o direi-
lidade ao vínculo sanguíneo. Resposta: Certo. to adquirido se dá quando o indivíduo já preencheu
todos os requisitos exigidos por lei (no tempo em que
3. (CESPE – 2018) A respeito dos direitos e garantias fun- determinada lei era vigente) para se beneficiar de
damentais, julgue o item que se segue, tendo como refe- determinado direito. Resposta: Letra C.
rência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
É vedado ao legislador editar lei em que se exija o
pagamento de custas processuais para a impetração
de habeas corpus. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
( )CERTO  ( )ERRADO NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O habeas corpus não tem custas processuais, é gra- Segundo José Afonso da Silva (2017), adminis-
tuito e também não tem necessidade de advogado, tração pública é o conjunto de meios institucionais,
conforme prevê o art. 5º, inciso LXXVII da Constitui- financeiros e humanos destinados à execução das
ção. Resposta: Certo. decisões políticas13.
50 13  SILVA, op. cit, p. 665.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu regras motivo são as razões de fato e de direito que levaram
gerais e preceitos específicos no Título III, Capítulo a Administração Pública a praticar determinado ato,
VII. São normas que tratam da organização, diretrizes, por exemplo, é a infração de trânsito que deu origem
remuneração e atuação dos servidores, acesso aos car- a multa. A finalidade deve objetivar alcançar sempre
gos públicos etc. Assim, a seguir passaremos a estudar as o interesse público (definido em lei), é o resultado
regras e preceitos específicos da Administração Pública. que a Administração Pública pretende alcançar com
determinado ato, por exemplo, a desapropriação por
NATUREZA E ELEMENTOS utilidade pública. Por fim, a forma é manifestação do
ato, por exemplo, publicar no Diário Oficial da União
a nomeação do Servidor Público.
O Título III, da Constituição Federal refere-se a nor-
mas das orientações de atuação dos agentes administra-
tivos, empregos públicos, responsabilidade civil etc..., ou COMPETÊNCIA Atribuição legal para praticar o ato.
seja, trata-se da administração de bens e interesse públi-
co, assim, conclui-se que a administração pública tem OBJETO Resultado do ato, o que o ato decide.
natureza de “múnus público”. Por exemplo, os agentes
MOTIVO Razões fáticas e jurídicas.
públicos são obrigados a velar pela estrita observância
dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali- Resultado que o ato deseja (interesse
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são FINALIDADE
público).
afetos, caso contrário o agente estará cometendo ato de
improbidade administrativa sujeito as sanções e penali- FORMA Manifestação do ato.
dades previstas na Lei nº 8429/1992.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Dica
Os poderes que a Administração Pública possui são
A palavra múnus tem origem no latim e signifi- exercidos quando o Estado assume a sua função admi-
ca dever, obrigação etc. O múnus público é uma nistrativa. A função administrativa é exercida pelos
obrigação imposta por lei, em atendimento ao três poderes da República, de forma típica pelo exe-
poder público, que beneficia a coletividade e não cutivo e de forma atípica pelo legislativo e judiciário.
pode ser recusado, exceto nos casos previstos Ainda, a Administração Pública não pode renun-
ciar os poderes, sendo exercício obrigatório. Assim,
em lei. Por exemplo: dever de votar, depor como
agora vamos falar sobre cada um dos poderes atribuí-
testemunha, atuar como mesário eleitoral, servi-
dos à Administração Pública.
ço militar, entre outros.14 Temos a princípio o poder vinculado que é o
poder que a Administração Pública deve exercer nos
Toda vez que a administração pública pratica uma termos da lei.
ação que produz um efeito jurídico, chamamos de ato Quanto ao poder discricionário, a Administração
administrativo que produz efeitos que podem criar, possui uma margem de escolha entre as opções exis-
modificar ou extinguir direitos. tentes na lei.
Os elementos dos atos administrativos são com- Por sua vez, o poder normativo é aquele conferi-
petência, objeto, motivo, finalidade e forma. Toda do ao Poder Executivo para editar normas, por exem-
vez que um ato é praticado deve se observar qual é a plo, conforme art. 84 da CF/88, inciso IV, vejamos:
competência da pessoa que o praticou, ou seja, a com-
petência é a função atribuída a cada órgão ou autori- Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
dade por lei, tem como característica ser irrenunciável, República:
imprescritível, inderrogável e improrrogável. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
bem como expedir decretos e regulamentos para
O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 (Lei que regula o sua fiel execução;
processo administrativo no âmbito da administra-
ção pública), permite a delegação de competência, Por conseguinte, o poder disciplinar é o poder
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
vejamos: que fundamenta a Administração Pública a aplicar
sanção disciplinar e apurar possíveis infrações dos
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode- servidores públicos. Importante frisar que os parti-
rão, se não houver impedimento legal, delegar par- culares contratados pela administração pública tam-
te da sua competência a outros órgãos ou titulares, bém se sujeitam ao poder disciplinar, por exemplo,
ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente estão sujeitos às penalidades impostas no art. 87 da
subordinados, quando for conveniente, em razão de Lei 8.666/1993.
circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial. Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do con-
trato a Administração poderá, garantida a prévia
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
aplica-se à delegação de competência dos órgãos cole- I - advertência;
giados aos respectivos presidentes. II - multa, na forma prevista no instrumento convo-
catório ou no contrato;
O resultado do ato administrativo é o objeto, ou III - suspensão temporária de participação em lici-
seja, é aquilo que o ato decide, por exemplo, a puni- tação e impedimento de contratar com a Adminis-
ção decorrente de uma multa de trânsito. O elemento tração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

14 Disponível em <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/munus-publico.> Acesso


em: 12 out 2020. 51
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- Exemplo: São os também os chamados entes políti-
tar com a Administração Pública enquanto perdura- cos com autonomia para se organizar e editar suas
rem os motivos determinantes da punição ou até que normas.
seja promovida a reabilitação perante a própria auto- II - A Administração Indireta, que compreende
ridade que aplicou a penalidade, que será concedida as seguintes categorias de entidades, dotadas de
sempre que o contratado ressarcir a Administração personalidade jurídica própria:
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo a) Autarquias;
da sanção aplicada com base no inciso anterior. b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
O poder hierárquico atribui a distribuição de d) fundações públicas.
competências no âmbito da Administração Pública, Parágrafo único. As entidades compreendidas na
ou seja, é o escalonamento de competências e funções. Administração Indireta vinculam-se ao Ministério
Já o poder de polícia é quando o Estado coloca con- em cuja área de competência estiver enquadrada
dições (limites) ao exercício de direitos individuais, sua principal atividade.
para garantia da ordem pública, segurança pública,
interesse público e saúde pública. Por exemplo, a A Administração Pública direta é composta por
determinação pela autoridade competente de fecha- pessoas jurídicas de direito público regidas pelos
mento de um estabelecimento comercial por vender princípios da supremacia do interesse público sobre o
produtos com prazo de validade vencido. particular e da indisponibilidade do interesse público.
Ainda, tem autonomia política (para editar normas),
administrativa (organização) e financeira (podem
Importante! realizar auditoria das próprias contas, além da lei de
Cuidado para não confundir poder de polícia com responsabilidade fiscal), sendo que os Entes da Admi-
a prestação de serviço público que são ações nistração Pública direta não possuem hierarquia. O
positivas, fazeres do Estado. O art. 78 do Código texto constitucional no art. 18 dispõe da administra-
ção direta, vejamos:
Tributário Nacional traz o conceito do poder de
polícia, observe:
Art. 18. A organização político-administrativa da
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade República Federativa do Brasil compreende a União,
da administração pública que, limitando ou dis- os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula autônomos, nos termos desta Constituição.
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, A banca examinadora ao formular uma questão
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina também pode se referir aos entes da Administração
da produção e do mercado, ao exercício de ativi- Direta pelos seguintes nomes:
dades econômicas dependentes de concessão
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade z Entes Federados;
pública ou ao respeito à propriedade e aos direi- z Entes Políticos;
tos individuais ou coletivos.  z Pessoas Políticas;
Parágrafo único. Considera-se regular o exercí- z Administração Centralizada.
cio do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei apli- Já as entidades da Administração Pública indire-
cável, com observância do processo legal e, ta são entidades criadas pela administração pública
direta (por meio de lei, tendo uma finalidade espe-
tratando-se de atividade que a lei tenha como
cífica), que tem autonomia administrativa (para se
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
organizar), técnica (atribuições especificadas em lei)
e financeira, ou seja, a Administração Pública indireta
ORGANIZAÇÃO é quando o serviço público é prestado pelo estado de
forma descentralizada.
“A organização no Estado Federal é complexa, Fazem parte da Administração Pública indireta as
porque a função administrativa é institucionalmente Autarquias, Fundações Públicas, Sociedade de Econo-
imputada a diversas entidades governamentais autô- mia Mista e Empresas Públicas:
nomas, que, no caso brasileiro estão expressamente
referidas no próprio art. 37, de onde decorre a exis- a) Autarquias Federais são responsáveis pela fisca-
tência de várias Administrações Públicas: a federal lização e regulamentação de atividades ligadas à
(da União), a de cada Estado (Administração estadual), telecomunicação, energia elétrica e petróleo. Ex.:
a do Distrito Federal e a de cada Município (Adminis- ANATEL, ANEEL, ANP;
tração municipal ou local), cada qual submetida a um b) Fundações são entidades que executam ativida-
Poder político próprio, expresso por uma organização des sociais (pesquisa/saúde/ensino) sem fins lucra-
governamental autônoma.” (SILVA, 2017, p. 665). tivos. Ex.: FUNASA, FUNAI etc.;
Conforme o art. 4º do Decreto-Lei 200/1967 a Admi- c) Empresas Públicas são entidades em que 100%
nistração Pública no Brasil compreende em adminis- do capital é público, podendo ser tanto uma socie-
tração direta e administração indireta. dade anônima como uma sociedade limitada. Ex.:
Correios e Caixa Econômica Federal;
Art. 4º A Administração Federal compreende: d) Sociedade de Economia Mista deve ser criada
I - A Administração Direta, que se constitui dos necessariamente sobre a forma de uma sociedade
serviços integrados na estrutura administrativa da anônima (S.A). Seu capital é formado por dinheiro
52 Presidência da República e dos Ministérios. público e privado. Ex.: Banco do Brasil e Petrobras.
Dica No que tange ao princípio da publicidade, este exige
que a atuação do poder público seja transparente e com
A administração direta exerce o chamado con-
acesso à informação a toda população, sendo que as infor-
trole finalístico ou supervisão ministerial sobre a mações devem ser claras e publicadas no Diário Oficial, ou
administração indireta. em canais oficiais de publicidade (editais) conforme a lei
Ainda, a banca examinadora ao formular uma de acesso à informação, assim os cidadãos podem fiscali-
questão também pode se referir aos entes da zar os atos praticados pelos agentes públicos.
Administração Indireta com os seguintes nomes: No que concerne aos princípios, o princípio da efi-
� Entidade Administrativa; ciência, como o próprio nome já demonstra, refere-se
� Administração Pública Descentralizada; à atuação da administração pública com presteza e da
� A Empresa Pública e Sociedade de Economia maneira mais eficiente possível, por exemplo, a pres-
teza do agente público no atendimento em um hospi-
Mista na prova também podem ser chamadas
tal, objetivando garantir o atendimento mais rápido
de: Empresas Estatais. possível aos pacientes, garantindo a estes o acesso ao
médico e medicamentos de maneira eficiente.
ADM. PÚBLICA ADM. PÚBLICA
DIRETA INDIRETA � Princípios implícitos
FORMAÇÃO Entes políticos Entidade administra-
União - Estados - DF tiva. Ainda, além dos princípios expressos no art. 37 da
- Municípios Autarquias-fundações Constituição, a Administração Pública também deve
públicas-sociedade de
observar os da supremacia do interesse público,
economia mista – em-
princípio da razoabilidade, princípio da propor-
presas públicas.
cionalidade, princípio da autotutela e princípio da
NATUREZA Pessoas jurídicas Pessoas jurídicas de
segurança jurídica. Essas são as prerrogativas cha-
de direito público, direito público e pri-
com autonomia vado, com autonomia
madas de “princípios implícitos” que, apesar de não
política, adminis- administrativa, técnica estarem expressos na Constituição, também devem
trativa e financeira. e financeira. ser observados pela Administração Pública.
Entes políticos são Os princípios implícitos são obtidos por meio de
PJ de DP interno. uma construção lógica e doutrinária, ora, estão implí-
ESPECIFIDADES Não existe hie- Não tem subordinação citos no texto mesmo não aparecendo expressamente.
rarquia entre os entre elas. Por exemplo, o princípio da razoabilidade, não está
entes, esses têm escrito (expresso) na Constituição Federal, mas ele
autonomia. também pode ser observado a partir do que dispõe o
art. 5º, inciso LXXVIII da CF, vejamos:
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os
Os princípios específicos da Administração Pública meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
estão fundamentados no caput do art. 37 da Constitui-
ção, são os chamados princípios constitucionais explí- Referente ao princípio da razoabilidade e pro-
citos da administração pública, vejamos: porcionalidade o agente público quando vai agir
deve praticar os atos de forma proporcional, para
Art. 37. A administração pública direta e indireta evitar os excessos, serve de limite para os atos discri-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do cionários. Por exemplo, o art. 132, VII, da Lei nº Lei
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 8.112/90, prevê a demissão do servidor público em
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- caso de ofensa física, em serviço, entretanto no caso
de, publicidade e eficiência [...]. das carreiras policiais esse dispositivo deve ser anali-
sado com cautela, até pelo fato da necessidade do uso
de força física em alguns casos, sendo que esta não é
Vamos à análise de cada um dos princípios expres-
uma regra e deve ser analisada junto ao caso concreto.
sos no caput dispositivo em comento.
Já o princípio da supremacia do interesse público
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
No princípio da legalidade o agente público está
se refere ao interesse público, devendo este sempre
restringido ao que a lei o autoriza a fazer (compe- sobressair ao interesse particular, ou seja, interesse
tência de atuação), ou seja, deve atuar somente den- da sociedade prevalece sobre o interesse individual.
tro dos limites estabelecidos em lei, assim, quando o Por exemplo, como ocorreu no Brasil em março de
agente pratica um ato que não está previsto em lei, 2020 com a pandemia (Covid-19) e a determinação
este pratica um ato inválido. Por exemplo, o agente pelo poder público para que ocorresse o isolamento
público recebe vantagem econômica de qualquer (lockdown) horizontal, ou seja, a população teve seu
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração direito fundamental de ir e vir restrito, diante da cala-
ou a prática de jogos de azar. midade pública decretada, note que, o interesse da
No princípio da impessoalidade (ou princípio da coletividade deve ser sempre observado e ter prefe-
finalidade) o agente público sempre deve prezar pela rência em relação ao direito do particular.
defesa do interesse público, ainda objetiva a isonomia No que tange ao princípio da autotutela, esse se
(tratar a todos sem privilégio) no exercício das fun- refere ao poder que a Administração Pública tem para
ções públicas. anular seus próprios atos, ou seja, não depende do
Já o princípio da moralidade está relacionado à poder judiciário para dar eficácia às suas práticas. Por
ideia de boa fé e probidade, sendo que o agente deve exemplo, a Previdência Social defere a concessão de
atuar buscando o interesse público e evitar se valer do benefício previdenciário (por força de uma interpre-
cargo público e do poder incumbido para se promover tação errônea) a um determinado cidadão, entretanto
ou atender algum interesse individual. após identificar o erro à própria Previdência Social
pode cancelar esse benefício. 53
Por fim, o Princípio da segurança jurídica tem AGENTES PÚBLICOS
por objetivo proteger o cidadão, ou seja, é a garantia
de que o agente público irá desempenhar sua função PARTICULARES
AGENTE AGENTE
observando as diretrizes da Administração Pública. EM
POLÍTICO ADMINISTRATIVO
COLABORAÇÃO

PRINCÍPIOS DA � Servidores Públi- � Militares � Agentes


cos (estatutário) � Emenda Constitu- Honoríficos
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
� Empregados Pú- cional 18/1998 � Agente
EXPLÍCITOS IMPLÍCITOS blicos (celetista) Delegado
� Servidores � Agentes
Expressos art. 37 CF/88 Comissionados Credenciados
“L I M P E” � Servidores
Temporários
� Supremacia do Inte-
z Legalidade; resse Público;
z Impessoalidade; � Razoabilidade; � Servidores públicos estatutários:
z Moralidade; z Proporcionalidade;
z Publicidade; z Autotutela; Estão sujeitos ao regime jurídico de direito públi-
z Eficiência. z Segurança Jurídica. co, ingresso por meio de concurso público, titulares de
cargos efetivos. Ex.: Delegado e Analista.
O prazo de validade do concurso público será de
Dica até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período
O Agente público deve observar os princípios admi- (art. 37, III da CF). Bem como, durante o prazo impror-
nistrativos explícitos do art. 37 da CF e também os rogável previsto no edital de convocação, o candidato
aprovado em concurso público de provas ou de pro-
princípios implícitos da Administração Pública, sen-
vas e títulos será convocado com prioridade sobre
do que a não observância do mesmo resultará em
novos concursados para assumir cargo ou emprego.
responsabilização criminal, civil e administrativa.
(Art. 37, IV da CF).
Ainda, conforme art. 37, VI da CF é assegurado ao ser-
SERVIDORES PÚBLICOS E MILITARES vidor público civil o direito à livre associação sindical.
O art. 41 da CF consagra estabilidade para os ser-
vidores públicos após três anos de efetivo exercício
Importante! (estágio probatório), desde que cumpram os seguin-
Nesse tópico de estudo é importante não con- tes requisitos: a) aprovação em concurso público;
fundir agente público, agente político e agente b) nomeação; c) avaliação especial de desempenho.
administrativo, pois a troca de uma simples pala- Vejamos o § 4º do mencionado dispositivo que deter-
vra pode mudar todo contexto e definição. mina a obrigatoriedade de comissão com a finalidade
de avaliação para estabilidade:

A utilização da expressão agente público é um § 4º Como condição para a aquisição da estabilida-


termo genérico, pois abrange a todos que tem vínculo de, é obrigatória a avaliação especial de desempe-
com o Estado, inclusive aqueles que têm um vínculo nho por comissão instituída para essa finalidade. 
temporário e não remunerado.
Agentes políticos são os detentores de manda- Após o estágio probatório o servidor público só
to eletivo, chamados também de agentes de primei- perderá o cargo em virtude de sentença transitada em
ro escalão, cargos previstos na CF/88, por exemplo: julgado, mediante processo administrativo, assegura-
o Presidente da República, Senadores, Deputados, do a ampla defesa, ou mediante procedimento de ava-
Ministros do STJ, Membros do Ministério Público etc. liação periódica de desempenho, assegurada ampla
Bem como, os agentes administrativos são aque- defesa. Sobre esse tema, é importante a observância
les que exercem uma atividade sujeita a hierarquia do art. 41, § 2º da CF, sobre eventual invalidade da
funcional, ocupantes dos cargos públicos, empregos demissão do servidor estável:
públicos e funções públicas na administração direta
ou indireta da Federação. O acesso ao cargo ocorrerá § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
a partir de nomeação, concurso público ou designa- servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ção, cabendo exercer atividade de forma remunerada ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, aproveitado
e profissional.
em outro cargo ou posto em disponibilidade com
José Afonso da Silva (2017) preleciona que, confor-
remuneração proporcional ao tempo de serviço.   
me a Constituição Federal, os agentes administrativos
se repartem em dois grupos: servidores públicos e
z Empregados públicos: Os servidores investidos
militares.
em empregos têm regime jurídico de natureza
trabalhista, ou seja, são regidos pela CLT (Conso-
� Servidores públicos
lidação das Leis do Trabalho). O ingresso também
é por meio de concurso público, entretanto não
Os servidores públicos compreendem outras qua-
adquirem a estabilidade do art. 41 da CF. Ex.: Ban-
tro categorias: 1) Servidores investidos em cargos (esta-
cário da Caixa Econômica Federal.
tutário); 2) Servidores públicos investidos em empregos
z Servidores comissionados: Os servidores investi-
(empregados públicos); 3) Servidores admitidos em fun-
dos em funções públicas são os que ocupam car-
ções públicas (comissionados); 4) Servidores contrata-
go em comissão e são livremente nomeados ou
54 dos por tempo determinado (temporários).
exonerados por autoridade competente (art. 37, V de formação dos oficiais; enquanto o ingresso dos
da CF). Cabe ressaltar que os ocupantes de cargos servidores militares das polícias militares ocor-
comissionados têm caráter transitório, ou seja, não re somente por vontade própria do interessado,
gozam de estabilidade. que se submeterá a obrigatório concurso público.
z Servidores temporários: Os servidores temporá- (MORAES, 2011, p. 413)
rios são contratados por tempo determinado em
situações excepcionais de interesse público, exer- Entenda:
cem função pública remunerada de caráter tem-
porário, o vínculo com a administração pública MILITARES NA CF/88
é contratual (contrato de direito público – não de
natureza trabalhista). Ex.: Professores, conforme POLÍCIA MILITAR FORÇAS ARMADAS
a Lei nº 8745/1993 que dispõe sobre a contratação Art. 42 da CF Art. 142 e 143 da CF
por tempo determinado para atender à necessida-
de temporária de excepcional interesse público. Ingresso: Ingresso:

Já os particulares em colaboração são pessoas que z Voluntário: median- z Compulsório


transitoriamente prestam serviços para o Estado, te aprovação em – recrutamento;
vejamos: concurso público; z Voluntário – curso de
formação;
z Agentes Honoríficos: Solicitado para designar um
serviço específico, em função de sua honra para Conforme art. 42 da CF, com base na hierarquia e
colaborar com o Estado, sem remuneração e sem disciplina, os militares dos Estados, Distrito Federal e
vínculo. Ex.: Mesários eleitorais e Jurado. Territórios são compostos por membros das Polícias
z Agente Delegado: É um particular autorizado a Militares e Corpos de Bombeiros Militares.  Ainda, o
realizar um determinado serviço público, remune- mencionado dispositivo no § 1º dispõe que os milita-
rado pela atividade executada, sem vínculo com a res são alistáveis e elegíveis, devendo ser observadas
administração. Ex.: Leiloeiro. as regras do art. 14, § 8º da CF:
z Agentes Credenciados: Representam o Estado
com um objetivo específico, sendo remunerado § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
para executar a atividade determinada. Ex.: Pessoa seguintes condições:
competente para representar o Brasil em deter- I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
minado evento em função de seu conhecimento afastar-se da atividade;
sobre tema específico. II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas-
MILITARES sará automaticamente, no ato da diplomação, para
a inatividade.
A Emenda Constitucional n. 18/1998 modificou o
texto constitucional, que antes consagrava os milita- Conforme nova redação atribuída pela Emenda
res como servidores públicos e dispôs dos militares Constitucional nº 109/2019, para fins de aposentado-
como um grupo separado, ou seja, formalmente dei- ria será assegurada a contagem recíproca do tempo
xaram de ser tratados pela Constituição como servi- de contribuição entre o Regime Geral de Previdência
Social e os regimes próprios de previdência social, e
dores públicos.
destes entre si, observada a compensação financeira,
Entretanto, na prática não houve mudanças e con-
de acordo com os critérios estabelecidos em lei. Bem
tinuam sendo agentes públicos. Bem como, são remu- como, o tempo de serviço correspondente será conta-
nerados por subsídio, conforme art. 39, § 4º da CF. do para fins de disponibilidade (art. 40 § 9º da CF).
Ainda, terão contagem recíproca para fins de ina-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato tivação militar ou aposentadoria e a compensação
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários financeira será devida entre as receitas de contribuição
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu- referentes aos militares e as receitas de contribuição aos
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
sivamente por subsídio fixado em parcela única, demais regimes. Por exemplo, caso o militar tenha atua-
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- do nas forças armadas e posteriormente tomou posse
cional, abono, prêmio, verba de representação ou em cargo público poderá averbar esse tempo que atuou
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- como militar para fins de aposentadoria civil.
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. Por conseguinte, a Emenda Constitucional nº
101/2019 também incluiu o § 3º ao art. 42 da CF para
A seção III do título III da Constituição que trata dos vedar a acumulação remunerada de cargos públicos
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó- pelos militares, ou seja, determinou a aplicação do art.
rios tem apenas um artigo (art. 42), pois as forças arma- 37, XVI da CF para os militares dos Estados, DF e Ter-
das são tratadas em capítulo diverso (art. 142), ou seja, ritórios, vejamos.
após a EC 18/1998 a Constituição passou a tratar de for-
ma diversa os militares, dividindo em dois capítulos. XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
Conforme considerações de Alexandre de Moraes: públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o dispos-
A organização e o regime únicos dos servidores to no inciso XI:
públicos militares já diferiam entre si, até porque a) a de dois cargos de professor;
o ingresso nas Forças Armadas dá-se tanto pela via b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
compulsória do recrutamento oficial, quanto pela científico;
via voluntária do concurso de ingresso nos cursos c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
sionais de saúde, com profissões regulamentadas; 55
Dica Neste caso, é necessário o particular demonstrar
a ocorrência entre o dano e o fato ocorrido, ou seja, a
Cuidado ao responder questão de prova: confor-
ocorrência do nexo de causalidade, configurada esta-
me a Constituição Federal (EC nº18/19998), os rá à responsabilidade civil do Estado.
militares não são denominados como servidores Vejamos o exemplo a seguir:
públicos civis. Um determinado agente público no exercício de
suas funções colide com o veículo de um particular;
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA O particular move ação de indenização contra o Estado;
Posteriormente o estado é condenado a pagar o
Os atos de improbidade administrativa são os atos dano causado.
previsto na Lei nº 8429/1992 que violam os princípios O Estado verifica o dolo do agente, que estava sob
constitucionais e legais da administração pública, estan- efeito de álcool, então move ação de regresso para que
do sujeitos a sanções aplicáveis aos agentes públicos nos o causador ressarça ao Estado a indenização que foi
casos de enriquecimento ilícito no exercício de manda- paga ao particular;
to, cargo, emprego ou função na administração pública Obs.: Além das sanções administrativas que este
direta, indireta ou fundacional. Por exemplo, no caso de Agente está sujeito.
enriquecimento ilícito, o agente público poderá perder Seguindo este entendimento o Supremo Tribunal
os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Federal, em agosto de 2019, considerou que a pessoa
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierar- prejudicada deve mover ação somente contra Estado
quia são obrigados a velar pela estrita observância e este contra o particular, não sendo possível o parti-
dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali- cular mover a ação diretamente contra o Estado e o
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são Agente público. Vejamos:
afetos (art. 4º da Lei nº 8429/1992).
Vamos relembrar conforme estudamos no tópico RECURSO EXTRAORDINÁRIO – RESPONSABILIDA-
dos princípios administrativos: DE OBJETIVA DO ESTADO – ENQUADRAMENTO NO
PERMISSIVO CONSTITUCIONAL – AGRAVO PROVIDO.
z Princípio da legalidade: o agente público deve atuar 1. O Tribunal de origem reformou o entendimento adota-
somente dentro dos limites estabelecidos em lei, por do na sentença, afirmando caber à vítima escolher quem
exemplo, o agente público recebe vantagem econô- demandará: o agente público responsável pelo ato lesivo
mica de qualquer natureza, direta ou indireta, para ou o Estado. Consignou inexistirem motivos razoáveis para
tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar; proibir o acionamento direto do servidor cujos atos tenham,
z Princípio da impessoalidade: o agente público culposa ou dolosamente, prejudicado o indivíduo. Entendeu
sempre deve prezar pela defesa do interesse públi- estarem presentes os requisitos para responsabilização da
co, deve tratar a todos sem privilégio no exercício recorrida por danos materiais, tendo em vista a ilegalidade
das funções públicas; do ato de remoção do autor. (RE 1.027.633 SP, rel, Min. Mar-
z Princípio da moralidade: o agente deve atuar co Aurélio, julgado em 14.08.2019, Dje em 06.12.2019)
buscando o interesse público e evitar se valer do
cargo público e do poder incumbido para se pro- PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO,
mover ou atender algum interesse individual; DESCENTRALIZAÇÃO, DELEGAÇÃO DE
z Princípio da publicidade: este exige que a atua- COMPETÊNCIA E CONTROLE
ção do poder público seja transparente e com aces-
so à informação a toda população, por exemplo, O planejamento, coordenação, descentralização,
as informações devem ser claras e publicadas no delegação de competência e controle, são princípios
Diário Oficial, ou em canais oficiais de publicida- fundamentais que as atividades da administração
de (editais) conforme a lei de acesso à informação, federal devem obediência, estão consagrados no texto
assim os cidadãos podem fiscalizar os atos pratica- do Decreto-Lei nº 200/1967, decreto que estabeleceu a
dos pelos agentes públicos. reforma administrativa federal do regime militar.
z Princípio da eficiência: como o próprio nome já
demonstra, refere-se à atuação da administração Art. 6º As atividades da Administração Federal
pública com presteza e de maneira mais eficiente obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
possível, por exemplo, a presteza do agente públi- I - Planejamento.
co no atendimento em um hospital, objetivando II - Coordenação.
garantir o atendimento mais rápido possível aos III - Descentralização.
pacientes, garantindo a estes o acesso ao médico e IV - Delegação de Competência.
medicamentos de maneira eficiente. V - Controle.

Conforme art. 37, § 4º da CF os atos de improbi- 1. Planejamento


dade importarão na suspensão dos direitos políticos,
perda da função pública, indisponibilidade dos bens e O planejamento visa a segurança nacional e o
o ressarcimento ao erário. desenvolvimento econômico-social do Brasil que com-
Ainda, a Constituição no art. 37, § 6º prevê a res-
preenderá a elaboração e atualização do plano geral
ponsabilidade civil objetiva do Estado nos danos
de governo, dos programas gerais, setoriais e regio-
causados por seus agentes públicos, ou seja, as pes-
soas jurídicas de direito público e as de direito priva- nais, de duração plurianual, do orçamento-programa
do prestadoras de serviços públicos respondem pelos anual e da programação financeira de desembolso.
danos causados por seus agentes a terceiros. Ainda, conforme consagra o art. 15 do decreto-lei
Entretanto, é assegurado o direito de regresso 200/67, a ação administrativa do Poder Executivo obe-
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, ou decerá a programas gerais, setoriais e regionais de
seja, caso seja comprovada o dolo ou a culpa do agen- duração plurianual, elaborados pelos órgãos de plane-
te público pode a Administração pública ajuizar ação jamento, sob a orientação e a coordenação superiores
56 contra este agente que causou o dano. do Presidente da República.
Como exemplo, podemos citar o plano plurianual dos fatos, pessoas ou problemas a atender (art. 11
(PPA) modelo orçamentário de planejamento e gestão Decreto-lei 200/67), ou seja, um órgão administrati-
está previsto no art. 165 da Constituição, em que as vo poderá delegar parte de sua competência a outros
leis de iniciativa do poder executivo estabelecerão o órgãos, ainda que estes não sejam hierarquicamente
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os subordinados.
orçamentos anuais.
Ainda, o ato de delegação deverá indicar com pre-
O plano plurianual estabelece os programas de
duração continuada e despesas de capital da adminis- cisão a autoridade delegante, a autoridade delegada e
tração Pública, ou seja, é um planejamento de médio as atribuições objeto de delegação.
prazo que estabelece de forma regionalizada as metas Exemplo: em 1996 por meio da Lei nº 9.277/1996,
e diretrizes da administração pública. a União delegou aos Estados a administração de rodo-
Ainda, conforme consagra o art. 15, § 3º, a aprovação vias e exploração de trechos de rodovias, ou obras
dos planos e programas gerais, setoriais e regionais é rodoviárias federais.
da competência do Presidente da República, sendo que,
cada ano será elaborado um orçamento-programa, que
pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser
Dica
realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro São indelegáveis atos normativos, decisões em
à execução coordenada do programa anual. recursos administrativos e matérias de compe-
tência exclusiva.
2. Coordenação

A coordenação tem como objetivo a organização da 5. Controle


administração pública, ou seja, objetiva evitar a dupli-
cidade de atuação pelos órgãos da administração. O controle deve ser feito pela chefia por meio de
Diante disto, as atividades da Administração auditorias e também pelo sistema de controle interno.
Federal e, especialmente, a execução dos planos e Conforme consagra o art. 13 do mencionado decre-
programas de governo, serão objeto de permanente to, o controle das atividades da Administração Federal
coordenação (art. 8º Decreto-lei 200/67). deverá ser exercido em todos os níveis e em todos os
Bem como, a coordenação será exercida em todos órgãos, compreendendo, particularmente, o contro-
os níveis da administração, com a realização sistemáti- le da execução dos programas e da observância das
ca de reuniões e com a participação das chefias subor-
normas que governam a atividade específica do órgão
dinadas e a instituição e funcionamento de comissões
de coordenação em cada nível administrativo. controlado, o controle, pelos órgãos próprios de cada
Exemplo, O Ministério do Exército administra os sistema, da observância das normas gerais que regu-
negócios do Exército, o Ministério da Aeronáutica admi- lam o exercício das atividades auxiliares e o controle
nistra os negócios da Aeronáutica e o Ministério da da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos
Marinha administra os negócios da Marinha de Guerra. bens da União pelos órgãos próprios do sistema de
contabilidade e auditoria.
3. Descentralização Exemplo: o Tribunal de contas da União que tem
como função realizar inspeções e auditorias de natu-
A descentralização é a delegação de atividades, mas reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
sem o Estado deixar de fiscalizar, atuando indiretamente. patrimonial, nas unidades administrativas dos Pode-
O decreto em estudo prevê que a descentralização res Legislativo, Executivo e Judiciário.
deve ser posta em prática em três planos principais
(art. 10), quais sejam:

a) dentro dos quadros da Administração Federal,


distinguindo-se claramente o nível de direção do de
EXERCÍCIOS COMENTADOS
execução;
b) da Administração Federal para a das unidades 1. (CESPE-CEBRASPE - 2019) De acordo com os princí-
federadas, quando estejam devidamente aparelha- pios e valores que regem a administração pública, o

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


das e mediante convênio; servidor público.
c) da Administração Federal para a órbita privada,
mediante contratos ou concessões. a) deverá zelar pelo princípio da supremacia do interesse
público, que veda, ao servidor, o questionamento da
Sendo que a aplicação dessa possibilidade está con- validade do ato a ser praticado.
dicionada, em qualquer caso, aos ditames do interesse b) deverá impor a penalidade cabível àquele que deixar
público e às conveniências da segurança nacional.
de observar a legislação aplicável a um caso concreto,
Exemplo: as Autarquias Federais que são res-
sendo irrelevante a comprovada boa-fé demonstrada
ponsáveis pela fiscalização e regulamentação de ati-
vidades ligadas à telecomunicação, energia elétrica pelo particular.
e petróleo. (Ex.: ANATEL, ANEEL, ANP) e Fundações c) deverá zelar pelos princípios que regem a adminis-
que são entidades que executam atividades sociais tração pública e deles não poderá se afastar, sob
(pesquisa/saúde/ensino) sem fins lucrativos (Ex.: pena de eventual responsabilização criminal, civil e
FUNASA, FUNAI etc.); administrativa.
d) poderá afastar o comando da lei diante de uma
4. Delegação de competência injustiça.
e) poderá deixar de entregar documentos sigilosos soli-
É um instrumento de descentralização adminis- citados pelas autoridades competentes que possam
trativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e comprometer a administração pública e o interesse
objetividade às decisões, situando-as na proximidade público. 57
O agente público deve observar os princípios admi- de origem, sem direito a indenização, aproveitado
nistrativos explícitos do art. 37 da CF e também os em outro cargo ou posto em disponibilidade com
princípios implícitos da Administração Pública, sen- remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
do que a não observância do mesmo resultará em Resposta: Letra D.
responsabilização criminal, civil e administrativa.
Resposta: Letra C. 4. (FGV - 2018) A Constituição da República de 1988
estabelece que o servidor público estável só perderá
2. (FCC - 2020) De acordo com o artigo 37 da Constitui- o cargo nas hipóteses lá elencadas, dentre elas, em
ção Federal de 1988, os princípios da Administração virtude de:
pública da
a) sentença judicial recorrível, em que tenham sido asse-
a) moralidade e publicidade devem ser obedecidas por gurados o contraditório e a ampla defesa;
uma autarquia estadual. b) procedimento de avaliação periódica de desempenho,
b) legalidade e universalidade devem ser obedecidas por na forma de lei complementar, assegurada a ampla
uma assembleia legislativa estadual.
defesa;
c) eficiência e competência devem ser obedecidas por
c) sindicância sumária disciplinar, em que tenham sido
empresas públicas estaduais.
assegurados o contraditório e a ampla defesa;
d) exclusividade e impessoalidade devem ser obe-
d) processo administrativo de que tenha resultado con-
decidas por instituições sem fins lucrativos não
denação por ato de improbidade administrativa aplica-
governamentais.
e) prudência e eficiência devem ser obedecidas pelos da pelo chefe do Poder Executivo;
órgãos da administração direta estadual. e) inquérito policial do qual tenha resultado relatório final
assinado pelo Delegado de Polícia apontando prática
Conforme art. 37 da CF/88 a Administração pública indi- de crime.
reta também deve obediência aos princípios da mora-
lidade e publicidade conforme caput do art. 37 da CF. A alternativa (b) está em consonância com o art. 41,
Resposta: Letra A. § 1º, III da CF: O servidor público somente perde-
rá o cargo diante de três hipóteses, em virtude de
3. (VUNESP - 2018) Nos termos da Constituição Federal, sentença judicial transitada em julgado, mediante
invalidada por sentença judicial a demissão do servi- processo administrativo em que lhe seja assegu-
dor estável, rada ampla defesa ou mediante procedimento de
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
a) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão complementar, assegurada ampla defesa.  Resposta:
sobre as providências que serão adotadas em rela- Letra B.
ção ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará
ser dispensado após a conclusão do devido processo 5. (CESPE-CEBRASPE - 2018) Considerando a jurispru-
administrativo, assegurando-se a ampla defesa e o dência do STF a respeito do direito de greve dos servi-
contraditório. dores públicos, julgue o item seguinte.
b) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão Os servidores públicos, sejam eles civis ou militares,
sobre as providências que serão adotadas em relação possuem direito a greve.
ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará ser
exonerado, dispensando-se a instauração de processo ( ) CERTO  ( ) ERRADO
administrativo.
c) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se Aos militares é proibida a sindicalização e greve,
estável, reconduzido ao cargo de origem com direito conforme art. 142, §3º, IV da CF. Nesse sentido, o
à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto Supremo Tribunal Federal já se posicionou sobre
em disponibilidade com remuneração proporcional ao
o tema, vejamos: “O exercício do direito de greve,
tempo de serviço.
sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos
d) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
policiais civis e a todos os servidores públicos que
estável, reconduzido ao cargo de origem sem direito
atuem diretamente na área de segurança pública”
à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
(STF. ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de
em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-2018). Resposta:
e) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se Errado.
estável, não poderá ser reconduzido ao cargo de ori-
gem, devendo permanecer em situação de disponibili-
dade até o surgimento de novo cargo, assegurando-se
o direito à indenização. HORA DE PRATICAR!
Após o estágio probatório, o servidor público só per- 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com relação à aplica-
derá o cargo em virtude de sentença que, transitada bilidade das normas constitucionais e aos direitos e
em julgado, mediante processo administrativo em garantias fundamentais, julgue o item a seguir.
que lhe seja assegurado ampla defesa ou mediante Mais do que se prestarem à defesa do cidadão contra
procedimento de avaliação periódica de desempe- os poderes estatais, os direitos fundamentais impõem
nho, assegurada ampla defesa. Ainda, conforme art. uma atuação positiva do Estado no sentido de concre-
41, § 2º da CF, caso seja invalidada a decisão por tizar determinados direitos.
sentença judicial será ele reintegrado, e o eventual
58 ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo ( ) CERTO  ( ) ERRADO
2. (CEBRASPE/CESPE – 2020) Os direitos fundamentais São constitucionalmente assegurados ao preso o
são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de direito à identificação dos agentes estatais respon-
sua especial condição de pessoa humana, e as garan- sáveis pela sua prisão e o direito de permanecer em
tias fundamentais são os instrumentos e mecanismos silêncio.
necessários para a proteção, a salvaguarda ou o exer-
cício desses direitos. Com relação a esse assunto, jul- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
gue o item que se segue.
Direitos individuais implícitos estão subentendidos
8. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito das garantias
nas regras de garantias fundamentais, sendo exem-
constitucionais relativas a processo administrativo
plos os desdobramentos do direito à vida.
disciplinar, julgue o item a seguir.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Conforme jurisprudência do STJ, a instauração de pro-
cesso administrativo disciplinar com base unicamente
3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e em denúncia anônima é viável, desde que tenha sido
garantias fundamentais e de seus princípios fundamen- realizado previamente procedimento investigatório.
tais, julgue o item que se segue.
A revogação de norma que assegura direitos funda- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
mentais sociais, sem a implementação de medidas
alternativas que tenham a capacidade de compensar 9. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e
eventuais perdas já sedimentadas, contraria o princí- garantias fundamentais e de seus princípios funda-
pio da proibição do retrocesso social. mentais, julgue o item que se segue.
A previsão constitucional de que o preso deve ser
( ) CERTO  ( ) ERRADO informado de seu direito de permanecer calado apli-
ca-se não apenas a este, mas também a qualquer pes-
4. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e
soa na condição de testemunha, indiciado ou réu.
das garantias fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988, julgue o item a seguir.
Os direitos individuais, por estarem ligados ao concei- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
to de pessoa humana e de sua própria personalidade,
correspondem às chamadas liberdades negativas; os 10. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e das
direitos sociais, por sua vez, constituem as chamadas garantias fundamentais, julgue o item subsequente.
liberdades positivas, de observância obrigatória em Os direitos constitucionais da pessoa presa incluem o
um estado social de direito para a concretização de direito à identificação dos responsáveis pela prisão, o
um ideal de vida digna na sociedade. direito ao silêncio e o direito à assistência da família e
de advogado.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que se refere à teoria
geral dos direitos fundamentais e aos direitos e deve- 11. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A Constituição Federal de
res individuais e coletivos, é correto afirmar que 1988 (CF) prevê que, em caso de guerra declarada, pode-
rá haver pena
a) o chamado direito de resistência inclui-se entre os
direitos fundamentais de segunda dimensão.
a) de trabalhos forçados.
b) a igualdade formal é característica típica dos direitos
fundamentais de segunda dimensão. b) de banimento.
c) o direito de greve é classificado como direito funda- c) cruel.
mental de terceira dimensão. d) de morte.
d) a titularidade dos direitos fundamentais de terceira e) de caráter perpétuo.
dimensão é sempre individual.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
e) o direito à comunicação inclui-se entre os direitos fun- 12. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Considerando a jurispru-
damentais de terceira dimensão. dência majoritária do STF e o enunciado de suas súmu-
las, assinale a opção correta em relação ao mandado de
6. (CESPE-CEBRASPE – 2019) À luz da Constituição segurança.
Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito
de direitos e garantias fundamentais e da defesa do a) Compete ao STF conhecer originariamente de mandado
Estado e das instituições democráticas. de segurança interposto contra atos de outros tribunais.
Em caso de iminente perigo público, autoridade públi-
b) Eventual controvérsia sobre matéria de direito não
ca competente poderá usar a propriedade particular,
impede a concessão de mandado de segurança.
desde que assegure a consequente indenização, inde-
pendentemente da comprovação da existência de c) Compete ao STF conhecer originariamente do man-
dano, que, nesse caso, é presumido. dado interposto contra deliberação administrativa de
tribunal do qual tenha participado a maioria ou totali-
( ) CERTO  ( ) ERRADO dade de seus membros.
d) É inconstitucional a previsão, por norma infraconsti-
7. (CESPE-CEBRASPE – 2019) À luz da Constituição tucional, de prazo decadencial para a impetração de
Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito mandado de segurança.
de direitos e garantias fundamentais e da defesa do e) É, em regra, cabível a condenação em honorários
Estado e das instituições democráticas. advocatícios nesse tipo de ação. 59
13. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de mandado 18. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que concerne aos ser-
de injunção, assinale a opção correta. vidores públicos, julgue o item subsecutivo.
Funções de confiança e cargos em comissão des-
a) É cabível mandado de injunção para exigir do Poder tinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
Legislativo a edição de regulamentação dos direitos assessoramento.
do nascituro.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
b) Mandado de injunção é instrumento do sistema de con-
trole concreto e difuso da omissão inconstitucional.
19. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que concerne aos ser-
c) É cabível mandado de injunção para questionar a efetivi- vidores públicos, julgue o item subsecutivo.
dade de lei que regulamente disposição constitucional. Servidor público investido em mandato de vice-prefei-
d) Mandado de injunção não é o meio próprio para reque- to exercerá as funções e perceberá as vantagens de
rer a concessão de aposentadoria especial em função ambos os cargos, desde que haja compatibilidade de
do exercício de atividade insalubre. horários.
e) Sentença de mandado de injunção não tem o efeito de
estabelecer as condições em que se dará o exercício ( ) CERTO  ( ) ERRADO
do direito pleiteado.
20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com relação a déficit
14. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação à garantia público, reforma administrativa, reforma previdenciá-
ria, responsabilidade fiscal, regra de ouro e ordenação
constitucional de tratamento igualitário sem distinção
de despesa, julgue o item a seguir.
de qualquer natureza, a CF estabelece que
Com a reforma administrativa ocorrida em 1998, os
servidores públicos passaram a adquirir a estabilidade
a) homens e mulheres sejam iguais em direitos, ressalva- a partir da posse no cargo público.
das hipóteses de vulnerabilidade da mulher quanto às
obrigações. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
b) votos de analfabetos são facultativos e, em razão da
condição particular desse grupo, não têm o mesmo 9 GABARITO
caráter de sigilo dos votos dos demais cidadãos.
c) a igualdade perante a lei seja garantida aos estrangei-
ros residentes no Brasil, desde que naturalizados, e 1 CERTO
aos brasileiros. 2 CERTO
d) haja igualdade de direitos entre trabalhador com vín-
culo empregatício permanente e trabalhador avulso. 3 CERTO
e) sejam assegurados à categoria dos trabalhadores 4 CERTO
domésticos todos os direitos previstos para os traba-
lhadores urbanos e rurais. 5 E

6 ERRADO
15.
(CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de direitos e
garantias fundamentais, julgue o item a seguir. 7 CERTO
Brasileiro naturalizado pode ocupar o cargo de presi-
8 CERTO
dente da Câmara dos Deputados.
9 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
10 CERTO
16. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação à perda da 11 D
nacionalidade de brasileiro, julgue o item que se segue.
12 B
Brasileiro nato ou naturalizado residente em territó-
rio estrangeiro perderá a nacionalidade brasileira se 13 D
adquirir outra nacionalidade, exceto nas hipóteses
constitucionalmente estabelecidas. 14 D

15 ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
16 CERTO
17. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e 17 CERTO
das garantias fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988, julgue o item a seguir. 18 CERTO
Situação hipotética: Carlos requereu o registro de sua 19 ERRADO
candidatura para concorrer ao cargo de prefeito de muni-
cípio criado por desmembramento territorial de municí- 20 ERRADO
pio cujo Poder Executivo é chefiado pelo seu irmão.
Assertiva: Nesse caso, Carlos, por ser irmão do prefei-
to do município-mãe, é inelegível.

60 ( ) CERTO  ( ) ERRADO


interesse em não ter seu bem desapropriado, ou achar
o valor da indenização injusto, mas ele não pode ter
interesse em extinguir o instituto da expropriação
administrativa. Trata-se de um instituto que deve
existir, independentemente da sua vontade.
NOÇÕES DE DIREITO Mas se o Estado apenas tivesse prerrogativas, com
certeza ele agiria com abuso de autoridade. É por isso
ADMINISTRATIVO que ao Estado também lhe incumbe uma série de deve-
res, fundados pelo princípio da indisponibilidade
do interesse público. Tal princípio pressupõe que o
Poder Público não é dono do interesse público, ele deve
manuseá-lo segundo o que a norma lhe impõe. É por
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO isso que ele não pode se desfazer de patrimônio públi-
PÚBLICA co, contratar quem ele quiser, realizar gastos sem pres-
tar contas a seu superior, etc. Tais atos configuram em
CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E desvio de finalidade, uma vez que o objetivo principal
ORGANIZAÇÃO deles não é de interesse público, mas apenas do pró-
prio agente, ou de algum terceiro beneficiário.
A origem de um Estado pode se dar de forma
natural, religiosa (Estado criado por Deus), pela for-
ça e domínio dos mais fortes sobre os mais fracos,
pelo agrupamento de famílias, de forma contratual, DIREITO ADMINISTRATIVO
de forma derivada: por união, quando dois estados
soberanos se unem formando um só novo estado ou CONCEITOS E FONTES
fracionamento, quando um estado se divide em dois
novos estados independentes, ou de forma atípica, a Administração vem do latim administrare, que
exemplo do Vaticano e de Israel. significa direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e
São elementos constitutivos do Estado: a soberania, a recursos, tendo sempre como objetivo alcançar metas
finalidade, o povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu específicas. A noção de gestão de negócios está intima-
Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719) define Estado como “a mente ligada com o ramo de Direito Administrativo.
ordem jurídica soberana, que tem por fim o bem comum Com isso, é importante conhecer os fundamentos des-
de um povo situado em determinado território”. se ramo jurídico, os quais denominamos de “regime
Soberania é o poder político supremo e indepen- jurídico administrativo”.
dente que o Estado detém consistente na capacidade Podemos definir Direito Administrativo como o
para editar e reger suas próprias normas e seu orde- conjunto de princípios e regras que regulam o exercí-
namento jurídico. cio da função administrativa exercida pelos órgãos e
A finalidade consiste no objetivo maior do Esta- agentes estatais, bem como as relações jurídicas entre
do que é o bem comum, conjunto de condições para o eles e os demais cidadãos.
desenvolvimento integral da pessoa humana. Não devemos confundir Direito Administrativo
Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com com a Ciência da Administração. Apesar da nomen-
um objetivo comum, ligados a um determinado terri- clatura ser parecida, são dois campos bastante distin-
tório pelo vínculo da nacionalidade. tos. A administração, como ciência propriamente dita,
Território é o espaço físico dentro do qual o Esta- não é ramo jurídico. Consiste no estudo de técnicas e
do exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo se estratégias de controle da gestão governamental. Suas
estabelece e se organiza com ânimo de permanência. regras não são independentes, estão subordinadas às
A Constituição de 1988 adotou a forma republica- normas de Direito Administrativo.
na de governo, o sistema presidencialista de gover-
no e a forma federativa de Estado. Note tratar-se de
três definições distintas. Importante!
O Estado brasileiro adota o critério de separa- NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ção dos poderes estatais em Legislativo, Executivo e Os concursos públicos não costumam exigir
Judiciário, de forma que possam atuar em harmonia. que o candidato tenha conhecimentos de técni-
Todos os três Poderes, entretanto, exercem suas fun- cas administrativas para responder questões de
ções típicas e atípicas. direito administrativo, mas requerem que conhe-
çam a Administração como entidade governa-
NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS mental, com suas prerrogativas e prestando
serviços para a sociedade.
Os princípios gerais de Direito Administrativo são
os princípios basilares desse ramo jurídico, sendo
aplicáveis ante o fato de a Administração Pública ser As fontes do Direito são os elementos que dão ori-
considerada pessoa jurídica de direito público. gem ao próprio direito. O Direito Administrativo tem
O princípio da supremacia do interesse públi- algumas peculiaridades em relação a suas fontes que
co é o princípio que dá os poderes e prerrogativas à são importantes para nossos estudos.
Administração Pública. A supremacia do interesse Primeiramente, devemos salientar que o Direi-
público sobre o privado é um aspecto fundamental to Administrativo não é ramo jurídico codificado.
para o exercício da função administrativa. Podemos Isso quer dizer que não existe na legislação brasilei-
citar como exemplo a desapropriação de um imóvel ra um “Código de Direito Administrativo”. A maté-
pertencente a um particular: o particular pode ter ria encontra-se de um modo muito mais amplo. É 61
possível verificar normas administrativas presentes, direito. Por ser um ramo de direito público, o regime
por exemplo, na Constituição Federal de 1988, em seu administrativo apresenta alguns princípios especiais,
art. 37, que estabelece os membros da Administração que não se encontram na esfera privada.
Pública e seus princípios; na Lei nº 8.666/1993, que
dispõe sobre normas de licitações e contratos admi- PRINCÍPIOS
nistrativos; na Lei nº 8.987/1995, que regulamenta as
concessões e permissões de serviços públicos para Por motivos didáticos, costuma-se dividir as nor-
entidades privadas; entre outros. mas cogentes em regras e princípios. Regras são nor-
É costume dividir as fontes de Direito Administrati- mas cogentes que traduzem um comando direto, são
vo em fontes primárias e fontes secundárias. As fontes criadas pelo legislador (portanto, são positivadas)
primárias são aquelas de caráter principal, são capazes e são utilizadas para a solução de casos concretos e
de originar normas jurídicas por si só. Já as fontes secun- específicos. Os princípios, por sua vez, delimitam os
dárias são derivadas das primeiras, por isso possuem valores fundamentais de um ramo do direito, pos-
caráter acessório. Elas ajudam na compreensão, inter- suem conteúdo muito mais abrangente. São conside-
pretação e aplicação das fontes de direito primárias. rados mais importantes, dado o seu caráter geral e
São fontes de Direito Administrativo: abstrato. Os princípios são descobertos pela doutrina,
através da análise das regras, retirando os aspectos
z Legislação em sentido amplo, seja na Constituição, concretos desta. O legislador, dessa forma, tem um
seja nas Leis esparsas, nos Princípios, em qualquer papel indireto na criação dos princípios.
veículo normativo. Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível
z Doutrina, todo o trabalho científico realizado por que os princípios e as regras são normas que apresen-
um renomado autor, seja uma obra, ou um parecer tam força cogente máxima. Porém, como os princípios
jurídico, com o objetivo de divulgar conhecimento; possuem valores fundamentais de um ramo jurídico,
z Jurisprudência, o conjunto de diversos julgados são considerados hierarquicamente superiores. Vio-
num mesmo sentido; lar uma regra é um erro grave, mas violar um prin-
z Costumes jurídicos, tudo que for considerado cípio é erro gravíssimo: é cometer ofensa a todo um
uma conduta que se repete no tempo. ordenamento de comandos.
Os princípios que regem a atividade da Adminis-
Importante frisar que, das fontes mencionadas, tração Pública são vastos, podendo estar explícitos em
apenas a Lei é fonte primária do Direito Administra- norma positivada, ou até mesmo implícitos, que não
tivo, sendo o único veículo habilitado para criar dire-
aparecem por escrito, porém são denotados segundo
tamente obrigações de fazer e não fazer. A doutrina, a
a interpretação das normas jurídicas. Além disso, os
jurisprudência, e os costumes jurídicos são considera-
princípios administrativos podem ser gerais (ou basi-
das fontes secundárias.
lares), constitucionais ou infraconstitucionais.
A jurisprudência pode, excepcionalmente, apre-
sentar força cogente igual às leis quando versar sobre
Princípios Constitucionais da Administração Pública
matéria disposta em Súmula Vinculante do Supremo
Tribunal Federal. Trata-se de decisão colegiada de
São os princípios previstos no Texto Constitucional,
cumprimento obrigatório, conforme dispõe o art. 103-
mais especificamente no caput do artigo 37. Segundo
A da CF/1988.
No momento, estamos nos referindo ao Direi- o referido dispositivo: “A administração pública direta
to Administrativo, que é o ramo jurídico que regula e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
as relações entre a Administração Pública e os seus dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
cidadãos ou “administrados”. Administração Públi- princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
ca é uma noção totalmente distinta, podendo ter uma publicidade e eficiência [...]”. Assim, esquematicamen-
acepção subjetiva e orgânica, ou objetiva e material, e te, temos os princípios constitucionais da:
que merece nossa maior atenção. Legalidade: fruto da própria noção de Estado de
Na sua acepção subjetiva, orgânica e formal, Direito, as atividades do gestor público estão submis-
a Administração Pública confunde-se com a própria sas a forma da lei. A legalidade promove maior segu-
pessoa de seus agentes, órgãos e entidades públicas rança jurídica para os administrados, na medida em
que exercem a função administrativa, o que signifi- que proíbe que a Administração Pública pratique atos
ca que somente algumas pessoas e entes podem ser abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem
considerados como Administração Pública. É, por isso, fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administra-
uma acepção que tende a restringir sua definição. ção só pode realizar o que lhe é expressamente auto-
Já na sua acepção objetiva e material da palavra, rizado por lei.
podemos definir a administração pública (alguns dou- Impessoalidade: a atividade da Administração
trinadores preferem colocar a palavra em letras minús- Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado
culas para distinguir melhor suas concepções), como a haver qualquer forma de tratamento diferenciado
atividade estatal de promover concretamente o interes- entre os administrados. Há uma forte relação entre a
se público. O caráter subjetivo da administração é irre- impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age
levante, pois o que realmente importa não é a pessoa, e por interesse próprio não condiz com a finalidade do
sim a atividade que tal pessoa executa. É, por isso, uma interesse público.
acepção mais abrangente, pois qualquer pessoa que Moralidade: a Administração impõe a seus agen-
venha a exercer uma função típica da Administração tes o dever de zelar por uma “boa-administração”,
será considerada uma pessoa que integra a mesma. buscando atuar com base nos valores da moral
O estudo do regime jurídico administrativo envol- comum, isso é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A
ve, de modo geral, uma análise pormenorizada dos moralidade não é somente um princípio, mas também
62 princípios fundamentais que regem esse ramo do requisito de validade dos atos administrativos.
Publicidade: a publicação dos atos da Administra- A autotutela também tem previsão em duas súmu-
ção promove maior transparência e garante eficácia las do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346: “A
erga omnes. Além disso, também diz respeito ao direi- Administração Pública pode declarar a nulidade de
to fundamental que toda pessoa tem de obter acesso seus próprios atos”; e a Súmula nº 473: “A administra-
a informações de seu interesse pelos órgãos estatais, ção pode anular seus próprios atos, quando eivados de
salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco vícios que os tornam ilegais, porque deles não se origi-
a vida dos particulares ou o próprio Estado, ou ainda nam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniên-
que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos. cia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
Eficiência: implementado pela reforma adminis- e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
trativa promovida pela Emenda Constitucional nº 19
de 1988, a eficiência se traduz na tarefa da Adminis- Princípio da Motivação
tração de alcançar os seus resultados de uma forma
célere, promovendo melhor produtividade e rendi- Também pode constar em algumas questões como
mento, evitando gastos desnecessários no exercício “princípio da obrigatória motivação”. Trata-se de uma
de suas funções. A eficiência fez com que a Adminis- técnica de controle dos atos administrativos, o qual
tração brasileira adquirisse caráter gerencial, tendo impõe à Administração o dever de indicar os pres-
maior preocupação na execução de serviços com per- supostos de fato e de direito que justificam a prática
feição ao invés de se preocupar com procedimentos daquele ato. A fundamentação da prática dos atos
e outras burocracias. A adoção da eficiência, todavia, administrativos será sempre por escrito. Possui previ-
não permite à Administração agir fora da lei, ou seja, são no art. 50 da Lei nº 9.784/1999: “Os atos adminis-
não se sobrepõe ao princípio da legalidade. trativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos
Um método que facilita a memorização desses e dos fundamentos jurídicos, quando (...)”; e também
princípios é a palavra “limpe”, pois temos os princí- no art. 2º, par. único, VII, da mesma Lei: “Nos proces-
pios da: sos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de: VII - indicação dos pressupostos de fato e
Legalidade de direito que determinarem a decisão”. A motivação é
Impessoalidade uma decorrência natural do princípio da legalidade,
Moralidade pois a prática de um ato administrativo fundamentado,
Publicidade mas que não esteja previsto em lei, seria algo ilógico.
Eficiência Convém estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da
Princípios Infraconstitucionais medida administrativa, portanto, antecede o ato
administrativo. A motivação, por sua vez, é o funda-
Os princípios administrativos não se esgotam no mento escrito, de fato ou de direito, que justifica a
âmbito constitucional. Existem outros princípios cuja prática da referida medida. Exemplo: na hipótese de
previsão não está disposta na Carta Magna, e sim na alguém sofrer uma multa por ultrapassar limite de
legislação infraconstitucional. É o caso do disposto no velocidade, a infração é o motivo (ultrapassagem do
caput do artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administra- limite máximo de velocidade), já o documento de noti-
ção Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da ficação da multa é a motivação. A multa seria, então, o
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro- ato administrativo em questão.
porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó- Quanto ao momento correto para sua apresentação,
rio, segurança jurídica, interesse público e eficiência”. entende-se que a motivação pode ocorrer simultaneamen-
te ou em um instante posterior a prática do ato (em respei-
Princípio da Autotutela to ao princípio da eficiência). A motivação intempestiva,
isso é, aquela dada em um momento demasiadamente
A autotutela diz respeito ao controle interno que a posterior, é causa de nulidade do ato administrativo.
Administração Pública exerce sobre os seus próprios
atos. Isso significa que, havendo algum ato adminis- Princípio da Finalidade
trativo ilícito ou que seja inconveniente e contrário
ao interesse público, não é necessária a intervenção Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único, NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
judicial para que a própria Administração anule ou II, da Lei nº 9.784/1999: “Nos processos administrati-
revogue esses atos. vos serão observados, entre outros, os critérios de: II
Não havendo necessidade de recorrer ao Poder - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renún-
Judiciário, quis o legislador que a Administração cia total ou parcial de poderes ou competências, salvo
possa, dessa forma, promover maior celeridade na autorização em lei”.
recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilí- O princípio da finalidade muito se assemelha ao da
cito, e garantir maior proteção ao interesse público primazia do interesse público. O primeiro impõe que
contra os atos inconvenientes. o Administrador sempre aja em prol de uma finalida-
Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999: de específica, prevista em lei. Já o princípio da supre-
“A Administração deve anular seus próprios atos, macia do interesse público diz respeito à sobreposição
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá- do interesse da coletividade em relação ao interesse
-los por motivo de conveniência ou oportunidade, res- privado. A finalidade disposta em lei pode, por exem-
peitados os direitos adquiridos”. A distinção feita pelo plo, ser justamente a proteção ao interesse público.
legislador é bastante oportuna: ele enfatiza a nature- Com isso, fica bastante clara a ideia de que todo
za vinculada do ato anulatório e a discricionariedade ato, além de ser devidamente motivado, possui um
do ato revogatório. A Administração pode revogar os fim específico, com a devida previsão legal. O desvio
atos inconvenientes, mas tem o dever de anular os de finalidade, ou desvio de poder, são defeitos que tor-
atos ilegais. nam nulo o ato praticado pelo Poder Público. 63
Princípio da Razoabilidade c) considerando os aspectos de sua organização, é uma
comunidade de homens fixada sobre um território
Agir com razoabilidade é decorrência da própria com poder de mando, ação e coerção constituída de
noção de competência. Todo poder tem suas corres- Povo, Território e Governo.
pondentes limitações. O Estado deve realizar suas d) seus Poderes são constituídos pelo Legislativo, pelo Exe-
funções com coerência, equilíbrio e bom senso. Não cutivo e pelo Judiciário, independentes e harmônicos
basta apenas atender à finalidade prevista na lei, mas entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis
é de igual importância o como ela será atingida. É uma e) em seu sentido funcional, corresponde às pessoas jurí-
decorrência lógica do princípio da legalidade. dicas, aos órgãos e aos agentes públicos que execu-
Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracio- tam a atividade administrativa.
nais e incoerentes, são incompatíveis com o interesse
público, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário A questão é bem simples, pois ela exige que o can-
ou pela própria entidade administrativa que prati- didato conheça quais são as acepções diferentes
cou tal medida. Em termos práticos, a razoabilidade de administração pública. São duas: na sua acep-
(ou falta dela) é mais aparente quando tenta coibir o ção subjetiva, orgânica e formal, a Administração
excesso pelo exercício do poder disciplinar ou poder Pública confunde-se com a própria pessoa de seus
de polícia. Poder disciplinar traduz-se na prática de agentes, órgãos e entidades públicas que exercem a
atos de controle exercidos contra seus próprios agen- função administrativa. Já na sua acepção objetiva e
tes, isso é, de destinação interna. Poder de polícia é o material da palavra, podemos definir a administra-
conjunto de atos praticados pelo Estado que tem por ção pública (alguns doutrinadores preferem colo-
escopo limitar e condicionar o exercício de direitos car a palavra em letras minúsculas para distinguir
individuais e o direito à propriedade privada. melhor suas concepções) como a atividade estatal
de promover concretamente o interesse público. O
caráter subjetivo da administração é irrelevante,
Princípio da Proporcionalidade
pois o que realmente importa não é a pessoa, e sim a
atividade que tal pessoa executa. Resposta: Letra B.
O princípio da proporcionalidade tem similitudes
com o princípio da razoabilidade. Há muitos autores,
2. (FCC – 2020) Considerando os princípios que regem a
inclusive, que preferem unir os dois princípios em
Administração Pública, de acordo com o princípio da:
uma nomenclatura só. De fato, a Administração Públi-
I. Indisponibilidade do interesse público, os interesses
ca deve atentar-se a exageros no exercício de suas
públicos não se encontram à livre disposição do Admi-
funções. A proporcionalidade é um aspecto da razoa-
nistrador público.
bilidade voltado a controlar a justa medida na prática
II. Supremacia do interesse público, a Administração
de atos administrativos. Busca evitar extremos, exage-
Pública está sempre acima dos direitos e garantias
ros, pois podem ferir o interesse público. individuais.
Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº III. Segurança jurídica, deve ser prestada a assistência jurí-
9.784/1999, deve o Administrador agir com “adequa- dica integral e gratuita aos que comprovem insuficiên-
ção entre meios e fins, vedada a imposição de obriga- cia de recursos.
ções, restrições e sanções em medida superior àquelas IV. Continuidade do serviço público, o serviço público,
estritamente necessárias ao atendimento do interesse atendendo a necessidades essenciais da coletividade,
público”. Na prática, a proporcionalidade também como regra, não deve parar.
encontra sua aplicação no exercício do poder discipli-
nar e do poder de polícia. Está correto o que se afirma APENAS em:
Esses não são os únicos princípios que regem as
relações da Administração Pública. Porém, escolhe- a) II e III.
mos trazer com mais detalhes os princípios que jul- b) I e II.
gamos ser mais característicos da Administração. Isso c) III e IV.
não quer dizer que outros princípios não possam ser d) I e IV.
estudados ou aplicados a esse ramo jurídico. A Admi- e) II e IV.
nistração também deve atender aos princípios da res-
ponsabilidade, ao princípio da segurança jurídica, ao A frase II está errada, é verdade que a Administra-
princípio do contraditório e ampla defesa, ao princí- ção Pública se encontra em uma posição superior em
pio da isonomia, o princípio da transparência, o prin- relação aos particulares. Todavia, isso não significa
cípio da boa-fé, entre outros. que ela esteja, também, acima dos direitos e garan-
tias individuais. A frase III está errada, pois a segu-
rança jurídica é uma garantia concedida a todos os
cidadãos e impede que a Administração Pública ata-
EXERCÍCIOS COMENTADOS que situações jurídicas já resolvidas anteriormente.
A frase, na verdade, trata do benefício da assistência
1. (VUNESP – 2019) A respeito do conceito e da nature- judiciária gratuita. Resposta: Letra D.
za da Administração Pública, é correto afirmar que:
3. (VUNESP – 2020) Em Direito Administrativo, quando
a) no seu sentido orgânico, consiste na atividade adminis- se fala que nem tudo que é legal é honesto, estamos
trativa executada pelas entidades, órgãos e agentes nos referindo ao princípio constitucional
públicos que compõem a Administração.
b) sob o aspecto do gerenciamento de seus bens e inte- a) implícito da finalidade administrativa.
resses públicos, a natureza da Administração é de b) implícito da motivação administrativa.
64 “múnus” público para quem o exerce. c) explícito da moralidade administrativa.
d) explícito do poder-dever do administrador público. formas em que a população pode se engajar mais
e) explícito da publicidade. na vida pública, reunindo-se em assembleias, deba-
tendo questões orçamentárias, opinando sobre
A letra A está errada, o princípio da finalidade diz uma política a ser implementada, etc. O princípio
respeito aos atos administrativos, porque eles devem da transparência atua em conjunto com o princí-
sempre cumprir uma finalidade específica, que é o pio constitucional da publicidade, fazendo com que
interesse público. Todos os atos que acarretem em todos os atos administrativos sejam públicos, do
interesses pessoais, do administrador ou de direitos, conhecimento de todos e disponibilizados de forma
costuma-se dizer que possuem desvio de finalidade clara e de fácil compreensão. Ambos ajudam na fis-
e devem ser anulados. A letra B está errada, pois o calização dos atos do ente público, pelos adminis-
princípio da motivação também diz respeito aos atos trados. A frase, assim, mostra-se correta, pois tudo
administrativos, mas a diferença é que este impõe isso contribui para uma democratização da admi-
que os atos administrativos devem estar devidamen- nistração pública. Resposta: Certo.
te motivados, não existe ato administrativo sem uma
fundamentação, sem uma razão de ser. A letra D
está errada, pois não existe um princípio explícito do
poder-dever do administrador público. A letra E está
errada, pois o princípio da publicidade traduz-se na ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA
exigência de que todos os atos administrativos sejam UNIÃO
públicos. Isso garante maior transparência e fiscali-
zação por parte dos cidadãos. Resposta: Letra C. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

4. (FCC – 2019) O direito administrativo disciplina a Administração Direta ou Centralizada, é a parte


função administrativa dos entes federados, órgãos, da Administração Pública que compreende: as pes-
agentes e atividades desenvolvidas pela Administra- soas jurídicas de direito público interno (União, Esta-
ção Pública. Entre seus princípios está a legalidade, ou dos, Municípios e Distrito Federal), somados a todos
seja, cabe à Administração Pública: os seus ministérios, ouvidorias, secretarias e outros
tantos órgãos despersonalizados.
a) Apresentar resultados positivos para o serviço público, Já a Administração Indireta ou Descentraliza-
bem como o atendimento das necessidades públicas. da é a expressão utilizada para designar o conjunto
b) Promover a qualificação de agentes públicos que de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo próprio
apresentem comportamento de acordo com o interes- Estado para atingir determinada finalidade pública.
se público. Se as entidades são dotadas de personalidade jurídi-
c) Ser composta por agentes públicos que não usem a ca própria, elas têm patrimônio próprio, que não se
administração pública para a promoção pessoal. confunde com o patrimônio pessoal de seus agentes,
d) Ter credibilidade voltada para transparência na defesa
e também têm responsabilidade pelos danos e prejuí-
de direitos para a oferta de informações nos órgãos
zos causados por seus agentes públicos, podendo res-
públicos.
ponder judicialmente pela prática desses atos.
e) Atuar de acordo com a lei e finalidades expressas ou
implícitas previstas no Direito.
DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INDIRETA: AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
A questão é bem fácil, ela exige que o candidato
PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
conheça o princípio da legalidade, que é um dos
mais característicos desse ramo. O princípio da
legalidade se resume à vinculação das ações dos As entidades da Administração Indireta podem ter
administradores aos termos da Lei. Há pouca mar- personalidade jurídica de Direito Público ou de Direi-
gem de liberdade para o servidor atuar, uma vez que to Privado. Tal diferença é bastante relevante no que
se o fizer, estará cometendo uma ilegalidade e pode diz respeito ao procedimento de criação dessas enti-
ser punido por isso. Resposta: Letra E. dades autônomas.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


As pessoas jurídicas de direito público são criadas
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Quanto às transforma- por lei (art. 37, XIX, da CF/1988) e a sua personalida-
ções contemporâneas do direito administrativo, julgue de jurídica advém no momento em que tal legislação
o item subsequente. entra em vigor no âmbito jurídico, não havendo neces-
A processualização do direito administrativo, a parti- sidade de registro em cartório. As pessoas jurídicas de
cipação do cidadão na gestão pública e o princípio da direito privado, todavia, são autorizadas pela lei (art.
transparência são elementos que contribuem para a 37, XX, da CF/1988), ou seja, a legislação deve permitir
democratização da administração pública. que ela exista, para que o Poder Executivo regulamen-
te suas funções mediante a expedição de decretos. Sua
( ) CERTO  ( ) ERRADO personalidade jurídica, dessa forma, está condiciona-
da ao seu registro em cartório.
A questão trata de alguns temas bem atuais. Proces- São pessoas jurídicas de Direito Público, membros
sualização do direito administrativo significa a aten- da Administração Indireta: as autarquias, as funda-
ção aos princípios aplicáveis no processo judicial, ções públicas, agências reguladoras e associações
isto é, o respeito do contraditório e ampla defesa, o públicas. São pessoas jurídicas de Direito Privado: as
respeito ao trânsito em julgado, ao devido processo empresas públicas, as sociedades de economia mista,
legal, enfim, é o respeito a todos esses pontos den- as fundações governamentais com estrutura de pes-
tro do processo administrativo. A participação do soa jurídica de Direito Privado, as subsidiárias e os
cidadão na gestão pública diz respeito a diferentes consórcios públicos de Direito Privado. 65
Autarquias z Administrativas: são as autarquias comuns, apre-
sentam regime jurídico ordinário. Exemplo: Insti-
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito tuto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Público interno, criadas por legislação própria, que z Especiais: possuem maior autonomia em relação
tem por escopo exercer as funções típicas da Admi- as autarquias administrativas devido a presença
nistração Pública. As autarquias possuem um con- de certas características, como a presença de diri-
ceito definido em lei, mais especificamente no art. 5º, gentes com mandato fixo. Podem se subdividir em:
inciso I, do Dec-Lei nº 200/1967: para os fins desta lei, a.1) especiais stricto sensu (Banco Central); e
considera-se: a.2) agências reguladoras (Anatel, Anvisa).
z Corporativas: são as corporações profissionais,
“I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, que promovem o controle e a fiscalização de cate-
com personalidade jurídica, patrimônio e receita gorias profissionais. Exemplos: CREA, CRO, CRM.
próprios, para executar atividades típicas da Admi- z Fundacionais: são as fundações públicas, entidades
nistração Pública, que requeiram, para seu melhor que arrecadam patrimônio para o cumprimento de um
funcionamento, gestão administrativa e financeira
objetivo específico. Exemplos: Funai, Procon, Funasa.
descentralizada”.
z Territoriais: são as autarquias de controle da
União, também denominadas territórios federais
Podemos fazer alguns comentários sobre o concei-
(art. 33 da CF/1988). A atual Constituição aboliu os
to apresentado. Ao dizer que as autarquias são criadas
territórios federais remanescentes.
“para executar atividades típicas da Administração
z Associativas: são as autarquias criadas pelo
Pública”, o texto legal faz referência àquelas ativida-
resultado de uma celebração de consórcio públi-
des características do Poder Público, e que só podem
co, também denominadas associações públicas.
ser executadas pelo mesmo, em regra. São atividades
Se o contrato de consórcio público envolver múl-
em que deve haver a prevalência do interesse públi-
tiplos entes da Federação, tais autarquias podem
co sobre o privado e, por isso mesmo, as autarquias
ser transfederativas. Exemplo: associação criada
gozam de diversas prerrogativas para executar tais
entre União, Estados e Municípios para a constru-
tarefas. É por isso que as autarquias são pessoas jurí-
ção de um teatro.
dicas de direito público. Com isso, tais entidades são
proibidas de exercer qualquer atividade econômica,
o que lhes proporciona uma grande vantagem: não
pode ser decretada sua falência e também goza de
Importante!
imunidade tributária. Curioso é o caso da Ordem dos Advogados do
A sua criação depende de lei específica. Isso signi- Brasil. A OAB sempre foi considerada uma autar-
fica que a sua existência é condicionada apenas pelo quia de regime comum. Todavia, durante o jul-
trabalho realizado pelo legislador, não há outros atos gamento da ADI nº 3.026, o STF decidiu mudar
subsequentes que condicionam sua existência, como seu entendimento, ao decidir que que a OAB é
acontece com as pessoas jurídicas de direito privado. um serviço independente e de natureza especial
O regime de pessoal das autarquias é o estatu- e que, por isso mesmo, não pode sofrer contro-
tário. Significa que a autarquia não pode contratar
le específico das autarquias. Assim, a OAB seria
quem ela quiser, como se fosse um empregador: seus
considerada uma entidade própria sui generis, e
funcionários devem ser servidores públicos, pre-
viamente aprovados em prova de concurso público.
não é mais uma autarquia.
Assim, todas as questões referentes ao regime laboral
desses servidores devem ser resolvidas, tendo como Fundações Públicas
base a Lei nº 8.112/1990, conhecido também como
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. As fundações públicas são consideradas espécies
O patrimônio das autarquias consiste em bens de autarquias, possuindo diversas características
públicos, que gozam da garantia de serem inalie- similares. Fundação pública é, nos termos do art. 5º,
náveis e impenhoráveis. Se o patrimônio é público, IV, do Dec-Lei nº 200/1967:
significa que ele é utilizado, de forma a atender uma
finalidade pública. Logo, não pode a autarquia abrir “[...] a entidade dotada de personalidade jurídica
mão desses bens, e nem dá-los em garantia. de direito privado, sem fins lucrativos, criada em
As autarquias somente podem celebrar contratos virtude de autorização legislativa, para o desenvol-
públicos, isso é, são contratos típicos da Administra- vimento de atividades que não exijam execução por
ção Pública, que a colocam em posição mais vantajosa órgãos ou entidades de direito público, com auto-
em relação ao particular interessado. nomia administrativa, patrimônio próprio gerido
Pode-se afirmar que vigora o princípio da espe- pelos respectivos órgãos de direção, e funciona-
cialidade no regime das autarquias. Isso significa que mento custeado por recursos da União e de outras
cada entidade é criada para atender a uma finalidade fontes”.
individual e específica. Exemplificando: para tratar
de questões do regime de previdência social, temos o A Funai, Funasa, o IBGE, são alguns exemplos de
INSS, que é a única autarquia responsável pela con- fundações públicas.
cessão de benefícios previdenciários. É o próprio INSS Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se
que responde em juízo, havendo uma ação previden- que o referido Decreto-Lei dispõe serem as funda-
ciária pleiteada por particular, e não a União/Estado. ções entidades com personalidade jurídica de Direito
Devido à multiplicidade de assuntos temos, consequen- Privado. Tal conceituação não foi recepcionada pela
temente, uma multiplicidade de autarquias. A doutrina Constituição de 1988 que, em seu art. 37, XIX, decidiu
tende a classificar as autarquias nos seguintes grupos: não fazer tal distinção:
66
“[...] somente por lei específica poderá ser criada „ agências federais;
autarquia e autorizada a instituição de empresa „ estaduais;
pública, de sociedade de economia mista e de fun- „ municipais;
dação, cabendo à lei complementar, neste último „ distritais.
caso, definir as áreas de sua atuação”.
z Quanto à atividade preponderante:
Dessa forma, concluímos que as fundações podem
ser tanto de Direito Público como de Direito Priva- „ agências de serviço, que exercem as funções
do, dependendo do que a lei instituidora da funda- típicas;
ção delimitar quanto as suas competências. Todavia, „ agências de polícia, que exercem fiscalização
importante frisar que, mesmo as fundações de regime das atividades econômicas;
jurídico privado devem obediência às normas públi- „ agências de fomento, que ajudam a desenvol-
cas, e não à legislação civil. ver o setor privado;
As fundações de direito privado, para sua criação, „ agências de uso de bens públicos.
precisam de autorização por lei. É diferente de uma
autarquia, que é criada por lei. Aqui, a fundação já z Quanto à previsão constitucional:
existe, mas para atuar no mercado privado deve, além
de possuir autorização legislativa, obter registro em
„ agências com referência constitucional (a Ana-
cartório para adquirir sua personalidade jurídica,
tel tem previsão no art. 21, XI, da CF/1988);
como se fosse uma empresa.
„ agências sem referência constitucional, são a
Por conseguinte, seu patrimônio consiste em bens
grande maioria.
privados, que não gozam das garantias de inalie-
nabilidade e impenhorabilidade presente nos bens
z Quanto ao momento de sua criação:
públicos.
Importante, também, destacar que as fundações
„ agências de primeira geração (1996 a 1999) na
privadas podem celebrar contratos privados, os ins-
época das privatizações;
trumentos contratuais típicos da esfera privada como
„ de segunda geração, de 2000 a 2004;
compra e venda, locação de imóvel etc.
„ de terceira geração, que adveio com as agên-
Como o patrimônio se destaca do seu instituidor, o
cias pluripotenciárias (2005 em diante), exer-
controle desse referido patrimônio é feito por órgão
cendo múltiplas funções simultaneamente.
especial, denominado curadoria das fundações. No
caso das fundações de direito público, o controle fiscal
z Associações públicas: a criação de consórcio
é exercido pelo Ministério Público.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
z Agências reguladoras: características e classificação
pios são os entes responsáveis pela regulamentação dos
consórcios públicos e dos convênios de cooperação,
O surgimento das agências reguladoras possui for-
autorizando a gestão associada de serviços públicos,
tes relações com a época das privatizações na segunda
bem como a transferência total ou parcial de encargos,
metade dos anos 1990. Neste contexto, as agências regu-
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
ladoras foram introduzidas, sobretudo pelas ECs nos 8 e
serviços transferidos (art. 241 da CF/1988).
9, ambas de 1995, para atuar como órgãos reguladores,
Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos
fiscalizadores e controladores da iniciativa privada, que
entes federados, e que tem por objeto medidas de
passaram a desenvolver as tarefas originalmente atri-
mútua cooperação, denominam-se consórcio públi-
buídas ao Estado. Alguns exemplos de agências regula-
cos. Os consórcios públicos são disciplinados pela Lei
doras: Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre outros.
nº 11.107/2005. Uma das características mais distintas
As agências reguladoras também são autarquias
dos consórcios é a possibilidade de eles possuírem
sob um regime especial, diferenciando-se das autar-
natureza de Direito Público ou de Direito Privado.
quias comuns em dois aspectos:
Consórcios de Direito Privado obedecem às
normas da legislação civil. Possuem regime celetista,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
„ Estabilidade: os dirigentes das agências regula-
embora não possam ter fins lucrativos. Por isso, não
doras não podem ser exonerados por qualquer
integram a Administração Pública. Já os consórcios de
motivo, ao contrário das autarquias, em que seus
direito público são as associações públicas propria-
dirigentes atuam em cargos de comissão. Assim,
mente ditas, podendo ser inclusive transfederativas se
os dirigentes das agências têm maior proteção
integrarem todas as esferas das pessoas consorciadas
contra o desligamento forçado, promovendo
(federal, estadual, municipal).
maior estabilidade no exercício de seu cargo;
„ Mandato Fixo: os dirigentes não possuem car-
Empresas do Estado: as Empresas Públicas e
go vitalício. Mas a existência de mandato fixo
Sociedades de Economia Mista
garante também maior estabilidade no seu car-
go, visto que ele tem prazo determinado para se
Passemos a analisar o grupo de pessoas jurídicas
encerrar. A duração dos mandatos pode variar
denominado de Empresas do Estado (ou empresas
dependendo de cada agência, podendo ser de 3
estatais). São as pessoas jurídicas de Direito Privado
anos como na Anvisa, 4 anos como na Aneel, ou
pertencentes à Administração Indireta e comportam
até 5 anos como na Anatel.
duas espécies: as empresas públicas e as sociedades
de economia mista.
As agências reguladoras podem ser classificadas:

z Quanto à sua origem: 67


Muitas das características apresentadas pelas fun- (o Dec-Lei nº 200/1967 dispõe que seu capital deve advir
dações privadas aplicam-se às empresas estatais, isso totalmente “da União”, mas admite-se também o capi-
é, sua criação depende de autorização legislativa além tal de origem estadual e municipal), as sociedades de
do registro em cartório; seu patrimônio constitui em economia mista admitem a presença do capital de ori-
bens privados; sua atividade principal consiste em gem privada, mas pelo menos 50% mais uma de suas
exercer uma atividade econômica; e a aptidão para ações com direito a voto devem pertencer ao Estado.
celebrar contratos privados. Além disso, outra diferença relevante é em relação
As empresas públicas e as sociedades de economia à forma de sua organização: as sociedades de econo-
mista apresentam características em comum: mia mista devem obrigatoriamente ter a estrutura de
sociedade anônima, trata-se de disposição legal do
z Atuação na prestação de serviços públicos ou próprio Dec-Lei nº 200/1967. As empresas públicas,
no desenvolvimento de atividade econômica: por sua vez, não sofrem essa imposição, podendo ado-
as empresas exploradoras de atividade econômica tar a estrutura que desejar.
geralmente recebem menor controle pela Admi-
nistração, embora também apresentem certas des- DAS ENTIDADES DE COLABORAÇÃO E SEU REGIME
vantagens, como não ter imunidade a impostos, e JURÍDICO
seus bens não tem natureza pública, podendo ser
penhorados. Por fim, convém explanar sobre algumas pessoas
z Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da jurídicas que, apesar de não integrarem a Administra-
União: também podendo sofrer controle pelo ção Pública, seja Direta ou Indireta, ainda assim são a
Poder Judiciário, no que couber. elas aplicáveis as normas gerais de Direito Adminis-
z Contratação de bens e serviços mediante prévia trativo. Essas são as entidades paraestatais.
licitação: a licitação é processo utilizado a fim de As entidades paraestatais são entidades privadas
promover uma competição justa com as empre- que realizam atividades de interesse coletivo, sem
sas privadas do mesmo setor. Tal imposição não fins lucrativos que recebem incentivos de entidades
é exigida para as empresas públicas e sociedades públicas. Tais empresas privadas cujos objetivos são
de economia mista exploradoras de atividade a execução de serviços de relevante interesse público
econômica. são denominadas entidades do Terceiro Setor. Tradi-
z Obrigatoriedade de realização de concurso cionalmente considera-se “entidade paraestatal” sinô-
público: trata-se de uma forma de avaliar os nimo de entidades da Administração Indireta.
melhores funcionários dentro de um grupo seleto As entidades paraestatais, por serem regidas pelo
de candidatos. direito privado, não têm os privilégios concedidos
z Contratação de pessoal pelo regime celetista: constitucionalmente às entidades de direito público.
seus membros são denominados empregados públi- Essas entidades paraestatais podem se apresentar sob
cos, salvo as hipóteses de contratação para cargo as seguintes formas:
comissionado. Todas as controvérsias envolvendo o
regime laboral dos empregados públicos deve ser Organização Social
resolvida com base na CLT. Apesar disso, a vedação
de acumular dois cargos públicos também se esten- A organização social (OS) não é uma pessoa jurí-
de aos empregos públicos. dica especial, mas uma qualificação especial outor-
z Impossibilidade de decretar sua falência: no gada pelo governo federal a entidades da iniciativa
caso das estatais prestadoras de serviços públicos, privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a
nos termos do art. 2º, I, da Lei nº 11.101/2005. fruição de vantagens peculiares, como isenções fis-
cais, destinação de recursos orçamentários, repasse
As empresas públicas são pessoas jurídicas de de bens públicos, bem como empréstimo temporário
Direito Privado, cuja criação depende de autorização de servidores governamentais.
legal. Sua personalidade é concedida pelo registro de A Lei nº 9.637/1998 é a lei que regulamenta essa
seus atos constitutivos em cartório, com a totalidade qualificação das OS, e seu artigo 1º é bastante claro ao
de seu capital público e regime organizacional livre delimitar a área de atuação de tais entidades privadas:
(art. 5º, II, do Dec-Lei nº 200/1967), podendo ser orga- de modo geral, a OS será concedida a empresas cujas
nizadas como sociedade anônima, ou de responsabili- principais atividades sejam dirigidas ao ensino, à
dade limitada, ou ainda sociedade por comandita de pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológi-
ações. São empresas públicas: o Banco Nacional de co, à proteção e preservação do meio ambiente, à
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Cai- cultura e à saúde. Desempenham, portanto, ativida-
xa Econômica Federal (CEF) e a Empresa Brasileira de des de interesse público, mas que não se caracterizam
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). como serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é
As sociedades de economia mista têm seu concei- incorreto afirmar que as organizações sociais são con-
to legal previsto no art. 5º, III, do Dec-Lei nº 200/1967. cessionárias ou permissionárias.
São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação O artigo 2º da referida Lei dispõe sobre os requi-
também depende de autorização legal e registro em sitos para a outorga da qualificação como OS: São
cartório, possui a maioria de seu capital público e requisitos específicos para que as entidades privadas
devem ser obrigatoriamente organizadas como socie- referidas no artigo anterior habilitem-se à qualifica-
dades anônimas. São sociedades de economia mista: ção como organização social:
Petrobrás, Banco do Brasil, Eletrobrás.
Percebemos algumas diferenças entre as empresas z Comprovar o registro de seu ato constitutivo,
públicas e as sociedades de economia mista. A primeira incluindo a sua natureza social, seus objetivos,
diz respeito ao capital constitutivo: enquanto que nas suas finalidades devem ser não lucrativas, a com-
68 empresas públicas, todo o seu capital deve ser público posição dos membros de sua diretoria, etc; e
z Haver aprovação, quanto à conveniência e opor- XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos
tunidade de sua qualificação como organização humanos, da democracia e de outros valores universais;
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnolo-
ou regulador da área de atividade corresponden- gias alternativas, produção e divulgação de informa-
te ao seu objeto social e do Ministro de Estado ções e conhecimentos técnicos e científicos que digam
da Administração Federal e Reforma do Estado. respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Importante ressaltar que a concessão de tal qua- XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a
lificação é ato discricionário, ficando a cargo do disponibilização e a implementação de tecnologias
agente responsável (Ministro de Estado), conside- voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer
rando critérios de conveniência e oportunidade, meio de transporte. 
conceder ou não tal qualificação.
Como já mencionamos, o instrumento que regula
O instrumento de formalização da parceria entre a essa relação do Poder Público com a OSCIP é o termo
Administração e a organização social é o contrato de de parceria, que discriminará direitos, responsabili-
gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Minis-
dades e obrigações das partes signatárias, prevendo
tro de Estado ou outra autoridade supervisora da área
especialmente metas a serem alcançadas, prazo de
de atuação da entidade.
duração, direitos e obrigações das partes e formas de
As organizações sociais representam uma espécie
de parceria entre a Administração e a iniciativa priva- fiscalização. Além disso, outra diferença marcante
da, exercendo atividades que, antes da Emenda 19/98, entre a OSCIP da OS é que sua concessão é ato vincu-
eram desempenhadas por entidades públicas. Por lado (art. 1º, § 2º, Lei nº 9.790/1999), podendo-se falar
isso, seu surgimento no Direito Brasileiro está rela- em um “direito adquirido” da empresa privada em
cionado com um processo de privatização lato sensu obter a qualificação de OSCIP. O requerimento deve
realizado por meio da abertura de atividades públicas ser encaminhado ao Ministro da Justiça, na forma do
à iniciativa privada. artigo 5º da referida Lei.
Esquematicamente, podemos estabelecer as prin-
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público cipais diferenças entre a OS e a OSCIP:

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse


PRINCIPAIS
Público (OSCIPs) são também pessoas jurídicas de direi- OS OSCIP
DISTINÇÕES
to privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa
dos particulares e qualificadas pelo Estado, para desem- Lei nº
penhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscaliza- Quanto à Lei nº 9.790/1999
ção pelo Poder Público, formalizando a parceria com a legislação 9.637/1998 + Decreto nº
Administração Pública por meio de termo de parceria. 3.100/1999
A lei que disciplina as OSCIPs é a Lei nº 9.790/1999,
Atividades Atividades não
sendo regulamentada pelo Decreto nº 3.100/1999. Seu
de interesse exclusivas do
artigo 3º dá uma noção mais ampla e geral sobre as enti-
público ante- Estado, mas
dades que podem ser qualificadas como OSCIPs, in verbis: Quanto ao exercí-
riormente de- de relevante
cio de funções
sempenhadas interesse pú-
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, obser-
pelo Estado blico (mais
vado em qualquer caso, o princípio da universaliza-
(mais restrito) abrangente)
ção dos serviços, no respectivo âmbito de atuação
das Organizações, somente será conferida às pes- Quanto ao Instru-
soas jurídicas de direito privado, sem fins lucrati- Contrato de Termo de
mento que forma-
vos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma Gestão Parceria
liza a relação
das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social; Ato discricio-
Quanto à vin- Ato vinculado;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - promoção da cultura, defesa e conservação do nário; con-
culação da disposição
patrimônio histórico e artístico; veniência e
III - promoção gratuita da educação, observando-se
qualificação legal
oportunidade
a forma complementar de participação das organi-
zações de que trata esta Lei; Quanto ao
Ministro de Ministro da
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a ente público
Estado Justiça
forma complementar de participação das organiza- outorgante
ções de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; Quanto à possibi- Há direito ad-
Não há tal
VI - defesa, preservação e conservação do meio lidade de direito quirido sobre a
possibilidade
ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; adquirido outorga
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e
social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos mode-
los sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
EXERCÍCIOS COMENTADOS
produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Determinado governa-
de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de dor pretende que sejam criadas uma nova autarquia e
interesse suplementar; uma nova empresa pública em seu estado. 69
Nessa situação, serão necessárias No que concerne aos princípios do Direito Administrativo:

a) duas leis específicas: uma para a criação da autarquia a) todos os itens relacionam-se corretamente a princí-
e outra para a criação da empresa pública. pios do Direito Administrativo, quais sejam, princípios
b) uma lei específica para a criação da autarquia e outra da tutela, autotutela e presunção de legitimidade,
para a autorização da instituição da empresa pública. respectivamente.
c) uma lei específica para a criação da empresa pública e b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito
outra para a autorização da instituição da autarquia. Administrativo.
d) autorizações legais na norma geral acerca da nova c) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente
organização da administração pública estadual, não a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
havendo necessidade de a criação de nenhuma das princípios da tutela e da autotutela, respectivamente,
entidades ser feita por lei. estando o item III incorreto.
e) duas leis específicas: uma para a autorização da cria- d) apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio
ção da empresa pública e outra para a autorização da do Direito Administrativo, qual seja, o princípio da tute-
criação da autarquia. la, estando os itens I e III incorretos.
e) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a
A questão é bastante simples, pois exige que o can- princípios do Direito Administrativo, quais sejam, prin-
didato conheça uma diferença básica entre os entes cípios da especialidade e da tutela, respectivamente,
descentralizados da administração pública. As pes- estando o item III incorreto.
soas jurídicas de direito público, como as autarquias,
são criadas por lei. As pessoas jurídicas de direi-
A frase I diz respeito ao poder de tutela (fiscalização)
to privado, como empresas públicas e sociedades
que todo ente federativo integrante da Administração
de economia mista, já existem dentro da realidade
social. Precisam, porém, de autorização legislativa Direta possui em relação às entidades descentraliza-
para exercerem suas funções. Resposta: Letra B. das da Administração Indireta. A frase II correspon-
de ao poder de autotutela, uma vez que pode realizar
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos órgãos públi- atos, sempre em prol do interesse público, sem a
cos e dos institutos da centralização e da descentrali- necessidade de prévia manifestação do Poder Judi-
zação administrativa, assinale a opção correta. ciário. A frase III diz respeito ao princípio da presun-
ção de legitimidade dos atos administrativos, uma
a) Os entes criados por descentralização permanecem vez que a Administração Pública não pode agir como
hierarquicamente subordinados aos órgãos dos quais bem entender, deve sempre respeitar o princípio da
foram descentralizados. legalidade, bem como deve fundamentar todos os
b) A administração centralizada atua por meio de órgãos seus atos. Tal vinculação reveste os atos administra-
públicos, que são unidades dotadas de personalidade tivos de presunção juris tantum, o que significa que
jurídica e que expressam a vontade do Estado admite prova em contrário. Resposta: Letra A.
c) A descentralização administrativa caracteriza-se pela
retirada de atribuições da esfera do interesse público 4. (CONTEMAX – 2019) Complete a lacuna com a alter-
e sua transferência para o domínio privado. nativa CORRETA:
d) A criação e a extinção de órgãos públicos devem “A _____________é a entidade da administração públi-
observar a exigência de lei ou decreto específico.
ca indireta considerada um serviço autônomo, criado
e) A descentralização política ocorre quando o ente
por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e recei-
descentralizado exerce atribuições próprias que não
decorrem do ente central. ta própria para executar atividades típicas da Admi-
nistração Pública, que requeiram para seu melhor
A letra A está errada, pois os entes criados por descentra- funcionamento, gestão administrativa e financeira
lização não estão subordinados ao ente criador, uma vez descentralizada”.
que eles possuem autonomia para exercer suas funções
por conta própria e responder pela prática de atos dano- a) Empresa pública.
sos. A letra B está errada, pois os órgãos públicos são entes b) Autarquia.
despersonalizados, não podendo atuar por conta própria, c) Sociedade de economia mista.
possuindo certa subordinação hierárquica ao Estado. A d) Fundação.
letra C está errada, pois descentralização é o fenômeno e) Consórcio público.
em que há delegação de competências de um ente público
para outro ente distinto, com personalidade jurídica pró- As letras A e C estão erradas, porque as empresas
pria. A letra D está errada, pois a exigência de lei ou decre- públicas e sociedades de economia mista não são
to específico vale apenas para os entes descentralizados, criadas por lei, mas, para o seu devido funcionamen-
não para os órgãos públicos. Resposta: Letra E.
to, precisam ser autorizadas por lei. Além disso, tais
pessoas podem exercer alguma atividade econômica,
3. (FCC – 2016) Considere:
o que não caracteriza como atividade típica da admi-
nistração. A letra D está errada, pois uma fundação
I. Determinado Estado da Federação fiscaliza a ativida-
não é um serviço autônomo, mas a união do patri-
de de autarquia estadual, com o objetivo de garantir a
observância de suas finalidades institucionais. mônio de diversos entes distintos para atender a uma
II. A Administração pública pode, através dos meios finalidade específica, de relevante interesse público. A
legais cabíveis, impedir quaisquer atos que ponham letra E está errada, pois consórcio público caracteri-
em risco a conservação de seus bens. za-se pela união voluntária, entre dois ou mais entes
III. Os atos da Administração pública revestem-se de da federação, sem fins lucrativos, com o intuito de
presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção a prestar serviços e desenvolver ações conjuntas que
70 inversão do ônus da prova. promovam benefícios públicos. Resposta: Letra B.
5. (FCC – 2020) Acerca das fundações instituídas e man- Impossível dizer que não há relações de hierarquia
tidas pelo Poder Público, a Constituição Federal de e subordinação na organização administrativa. É
1988 dispõe: o caso dos órgãos públicos. Já os entes das Admi-
nistração Indireta possuem, sim, personalidade
a) Aplica-se a imunidade tributária, no que se refere ao jurídica própria, seus bens e patrimônio não se con-
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas fundem com os membros federativos. Porém, sofrem
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. controle de fiscalização pelo Poder Público que lhe
b) Somente por lei específica poderá ser criada autar- concedeu suas competências. Resposta: Letra B.
quia e fundação, e autorizada a instituição de empresa
pública e de sociedade de economia mista, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação.
c) A proibição de acumulação remunerada de cargos, AGENTES PÚBLICOS
empregos e funções públicas aplica-se apenas às fun-
dações de direito público e não às de direito privado. ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO
d) O afastamento eleitoral previsto no art. 38 da Consti-
tuição Federal de 1988 não se aplica aos servidores Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,
públicos da administração fundacional, apenas aos são agentes públicos as pessoas que exercem uma
que atuam na administração direta e autárquica. função pública, ainda que em caráter temporário ou
e) Compete ao Tribunal de Contas julgar as contas dos sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
administradores e demais responsáveis por dinheiros, e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,
bens e valores públicos da administração direta e indi- dentro da organização da Administração Pública,
reta, excluídas as fundações, que possuem conselho exercem determinada função pública.
fiscal para esse fim. Assim, podemos dizer que agente público é gênero,
o qual comporta diversas espécies, como os agentes
A letra B está errada, a Constituição dispõe que as políticos, os agentes militares, os servidores públi-
fundações não são criadas, mas autorizadas por cos estatutários, os empregados públicos, os agentes
lei (art. 37, XIX). A letra C está errada, a proibição honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar
de acumular estende-se a empregos e funções e cada um deles com maiores detalhes.
abrange autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, Agentes políticos
e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público. A letra D está errada, o caput
Os agentes políticos possuem como característica
do artigo 38 deixa claro que o afastamento eleitoral
aplica-se ao servidor público da administração dire- principal o fato de exercerem uma função pública de
ta, autárquica e fundacional. A letra E está errada, alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante
a Constituição no inciso II do artigo 71, não exclui eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o
as fundações do julgamento de contas exercido pelo poder de extinguir a relação destes com o Estado de
Tribunal de Contas da União. Resposta: Letra A. modo automático pelo simples decurso do tempo.
Percebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o
6. (FUNDATEC – 2019) As sociedades de economia mis- Estado não é profissional, mas estatutária ou institu-
ta somente podem ser constituídas na forma de: cional. São agentes políticos os parlamentares, o Pre-
sidente da República, os prefeitos, os governadores,
a) Sociedade anônima. bem como seus respectivos vices, ministros de Estado
b) Sociedade limitada. e secretários.
c) Sociedade por ações ou sociedade limitada.
d) Alguma das espécies previstas para as sociedades Agentes Militares
empresárias.
e) Sociedade simples. Os agentes militares constituem uma categoria a
parte dos demais agentes políticos, uma vez que as
A questão exigia um conhecimento específico que dife-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
instituições militares possuem fortes bases funda-
rencia as empresas públicas das sociedades de economia mentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de
mista. Quanto à sua forma, as sociedades de economia também apresentarem vinculação estatutária, seu
mista só podem ser constituídas na forma de socieda- regime jurídico é disciplinado por legislação especial,
de anônima, enquanto as empresas públicas podem se e não aquela aplicável aos servidores civis. São agen-
constituir na forma que preferirem. Resposta: Letra A. tes militares os membros das Polícias Militares e dos
Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito
7. (FCC – 2017) A organização administrativa brasileira Federal e Territórios, bem como os demais militares
tem como característica a: ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas
características que merecem destaque são: a proibi-
a) não previsão de estruturas descentralizadas. ção de sindicalização dos militares, a proibição do
b) personificação de entes integrantes da Administração direito de greve, e a proibição à filiação partidária.
indireta.
c) ausência de relações de hierarquia. Servidores Públicos
d) ausência de mecanismos de coordenação e de contro-
le finalístico.
De modo geral, podemos dizer que a Constituição
e) inexistência de entidades submetidas a certas regras
Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para
de direito privado.
os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos.
71
Os servidores públicos são contratados pelo regi- LEI Nº 8.112, DE 1990 E LEGISLAÇÃO PERTINENTE
me estatutário, enquanto os empregados públicos são
contratados pelo regime celetista, que muito se asse- O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Cons-
melha às regras contidas na CLT.
tituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a
Atente-se a esse conceito: Servidor público é o Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
agente contratado pela Administração Pública, direta Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurí-
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio- dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun-
nado mediante concurso público, para ocupar cargos dações, agências reguladoras e associações, todas em
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu- âmbito federal. Bastante exigida em concursos públi-
reza estatutária e não-contratual. cos, convém salientar as principais características a
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela respeito do regime dos servidores públicos:
Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como
Estatuto do Servidor Público. PODERES, DEVERES, PRERROGATIVAS, CARGO,
Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA
desse regime é o alcance da estabilidade mediante o
fim do período de estágio probatório. Tal alcance per- Para todos os efeitos legais, o servidor público está
mite que o servidor não seja desligado de suas funções, intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo
judicial transitada em julgado, processo administrativo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica previstas na estrutura organizacional que devem ser
de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988). cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi-
são vitalícios, que se apresentam de forma mais van- nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos,
tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
A criação, transformação, e extinção de cargos,
tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car-
empregos ou funções públicas depende sempre de uma
gos não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer
lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo
apenas mediante sentença condenatória transitada
um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar
em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura, mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo.
do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do Para ocupar um cargo público, é necessário haver
Ministério Público. o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato
Além da estabilidade, é também assegurado aos administrativo constitutivo e hábil para a investidu-
servidores estatutários alguns direitos trabalhistas, ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos
vejamos aqui os mais importantes: requisitos para a investidura em cargo público, dis-
põe o art. 5° da Lei n° 8.112/1990:
Art. 39 (...) São requisitos básicos para investidura em cargo
§ 3°, da CF/1988: a) salário mínimo, b) remune- público:
ração de trabalho noturno superior ao diurno, c)
repouso semanal remunerado, d) férias remunera- I - a nacionalidade brasileira;
das, e) licença à gestante etc. II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e
Empregado Público eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
De modo diferente da contratação dos servidores, os do cargo;
empregados públicos são contratados mediante regime V - a idade mínima de dezoito anos;
celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na VI - aptidão física e mental.
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de
uma vinculação contratual. A contratação de emprega- Há diversas formas de provimento dos cargos
dos públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de públicos, podendo ser classificados em dois grupos:
direito privado integrantes da Administração Indireta
(empresas públicas, sociedades de economia mista, con- z Quanto à durabilidade: O provimento pode ser de
caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e até
sórcios etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas tam-
mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comis-
bém depende da sua aprovação em concurso público.
são, quando o referido cargo não goza de estabilida-
O regime dos empregados públicos é menos prote-
de, podendo o servidor ser destituído ad nutum, isso
tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor.
que os empregados públicos não gozam da estabilida- z Quanto à preexistência de vínculo: temos o provi-
de que os servidores possuem. Ao serem empossados, mento originário, que não depende de vinculação
os empregados passam por um período de experiên- jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou deri-
cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os vado, se o referido servidor já possuía algum víncu-
empregados públicos podem ser dispensados. lo com o Estado (promoção, remoção, readaptação).
A diferença dos empregados públicos para com os
demais consiste no fato de que a sua demissão será sem- O art. 8° da Lei n° 8.112/1990 dispõe sobre as for-
pre motivada, após regular processo administrativo, mas de provimento em cargos públicos:
mediante contraditório e a ampla defesa. Importante
lembrar que, para a Administração Pública, a motivação z Nomeação: trata-se da única forma de provimen-
de seus atos, bem como o tratamento impessoal e a fina- to originário, uma vez que não exige uma relação
lidade pública, são princípios norteadores de sua atua- jurídica prévia do servidor para com o Estado. A
ção. Uma demissão imotivada de um empregado público nomeação depende sempre de prévia habilitação
72 seria absolutamente inadmissível nessas condições. em concurso público de provas, ou de provas e
títulos. Além disso, a nomeação poderá ser promo- foi injusta. Assim, a decisão judicial (pode ser a admi-
vida não somente em caráter efetivo, como tam- nistrativa também) determinou a invalidação de sua
bém para os cargos de confiança ou em comissão demissão. Com isso, ele pode ser reintegrado e voltar
(incisos I e II, do art. 9° e 10, da Lei n° 8.112/1990) a trabalhar para a sua repartição pública.
z Promoção: é uma forma de provimento derivado, Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
haja vista que ela beneficia somente os servidores pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
que já ingressaram em cargos públicos em caráter à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o da, posto em disponibilidade (art. 28, § 2°, idem).
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante Como estamos buscando salientar, a Administração
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as não pode ficar criando cargos públicos a esmo, ele tem
diretrizes do sistema de carreira na Administração um número certo de cargos e de servidores públicos
Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, pará- ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence origi-
grafo único, da Lei n° 8.112/1990). nalmente a Carlos. Assim, se por exemplo, durante o
z Readaptação: é, também, uma forma de provimen- período que esteve fora o servidor, Márcio estava ocu-
to derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição pando seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido para o
ao servidor para um cargo com funções e respon- seu cargo de origem, ou se isso não for possível (porque
sabilidades distintas e compatíveis com a limita- esse cargo foi extinto durante esse período), ele pode ser
ção que tenha sofrido em sua capacidade física ou aproveitado em outro cargo similar.
mental, verificada em inspeção médica. Assim, por Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos-
exemplo, um motorista de ônibus que sofre aciden- to em disponibilidade
te e acaba perdendo algum membro essencial para
dirigir poderá ser readaptado para executar uma z Recondução: por fim, a recondução é a forma
função similar, mas não idêntica à anterior. Na de provimento derivado consistente no retorno
hipótese do servidor readaptando se mostrar com- do servidor público estável ao cargo anteriormen-
pletamente inválido para exercer qualquer cargo, te ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio
ele será compulsoriamente aposentado. probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela
z Reversão: outra forma de provimento derivado,
reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da
em que temos o retorno à atividade de um servi-
Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a
dor aposentado por invalidez, ou por puro e sim-
ples interesse da Administração, desde que da extinção do cargo durante o período de estágio
probatório. Nessas condições, segundo a Súmula
a) tenha solicitado a reversão; n° 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o ser-
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; vidor será exonerado.
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos É o caso do servidor Márcio, já mencionado durante a
anteriores à solicitação; reintegração do servidor Carlos. A recondução tem priori-
e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servido- dade em relação a pôr o servidor em disponibilidade. Pôr
res Públicos). o servidor em disponibilidade é considerada uma última
medida, pois o correto é a Administração fazer com que
A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o todos os servidores que contratou trabalhem para ela,
cargo resultante de sua transformação. Em termos de ela deve evitar de ter um quadro cheio de servidores que
remuneração, o servidor que retornar à atividade por recebem remuneração e outros benefícios, mas que ficam
interesse da Administração perceberá a remuneração “parados” porque não possuem um cargo para ocupar.
do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo- Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das
sentadoria que recebia (art. 25, § 4°, idem). hipóteses de vacância, isso é, são casos em que temos
a extinção do cargo público:
z Aproveitamento: mais uma forma de provimen-
to derivado consistente no retorno de servidor em Art. 33. São formas de vacância dos cargos
disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para públicos:
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com I – exoneração;
os do anteriormente ocupados (art. 30 da Lei n° II - demissão;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveita- III - promoção;
mento e cassada a disponibilidade se o servidor não IV (REVOGADO);
V (REVOGADO);
entrar em exercício no prazo legal, salvo comprova-
VI - readaptação;
da doença por junta médica oficial (art. 32, idem).
VII - aposentadoria;
z Reintegração: é a forma de provimento derivado VIII - posse em outro cargo inacumulável;
que ocorre pela reinvestidura do servidor estável no IX - falecimento.
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultan-
te de sua transformação, na hipótese de sua demissão Observe que algumas das hipóteses de vacância são
ser invalidada por decisão judicial ou administrati- as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre
va, tendo direito também ao ressarcimento de todas porque, como mencionamos, o provimento derivado
as vantagens (art. 28, caput, Lei n° 8.112/1990). dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica
anterior entre o servidor e a Administração Pública.
Supondo que, em uma situação anterior, o servi- Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder
dor Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse Público necessita extinguir um cargo público (uma
motivo injusto pode advir de qualquer evento, como relação jurídica anterior) para criar um cargo novo.
ter sido erroneamente acusado de ter praticado Dessas hipóteses, a que merece maiores esclare-
uma transgressão (falaremos das transgressões em cimentos é a exoneração. Nas linhas do artigo 35, a
momento posterior). Carlos, então, resolveu ingressar exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servi-
em juízo e conseguiu comprovar que a sua demissão dor, ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será
73
realizada quando não satisfeitas as condições do está- Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são
gio probatório; ou ainda quando, tendo tomado posse, o aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. natureza política.
A substituição encontra-se disposta no artigo 38 No momento, é importante focar nas prerrogativas
do Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os ser- que se aplicam para todos os servidores públicos, que
vidores investidos em cargo ou função de direção ou ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande
chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial prerrogativa diz respeito à estabilidade.
terão substitutos indicados no regimento interno ou, no A estabilidade é a condição que o servidor público
caso de omissão, previamente designados pelo dirigen- atinge após completar alguns requisitos. O seu princi-
te máximo do órgão ou entidade. pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor
A substituição é uma troca de um servidor por outro, público não pode ser demitido por razões de conve-
aplicável somente para os cargos de comissão ou função niência ou oportunidade pela Administração. Ela não
de direção e chefia, bem como cargos de Natureza Espe- pode demitir o servidor estável “porque não quer
cial. O servidor substituto indicado assume, automatica- mais” trabalhar com ele.
mente, o exercício do cargo, nos casos de afastamentos, Segundo o artigo 21 do Estatuto dos Servidores
impedimentos legais ou regulamentares do titular, bem Públicos Civis da União, uma vez que o servidor seja
como na hipótese de vacância do cargo. habilitado em concurso público e empossado em cargo
Um direito muito importante do servidor substitu- de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço
to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição, Interessante observar que a Constituição Federal
de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°). Seria
de em seu artigo 41. Todavia, os requisitos são distin-
injusto o substituto ganhar menos do que recebia
tos: para o Texto Constitucional, o servidor público só
antes da substituição. adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de
efetivo exercício.
Acumulação de cargo, emprego, e função pública Isso não significa que, uma vez o servidor estando
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá
públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi- “carta branca” para agir como bem entender. Por isso
co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car- o conteúdo do artigo 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor
gos e empregos públicos. Tal proibição se estende, estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi-
inclusive, para as entidades da Administração Indi- cial transitada em julgado ou de processo administrati-
reta. O caput do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe vo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi-
cargos públicos. Apesar do referido texto legal dispor dor estável. São elas:
sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos
que também possa ser aplicado aos agentes públicos z Por sentença judicial transitada em julgado: é
a forma mais demorada para se demitir um servi-
dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis-
Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria
tente no processo judicial. O trânsito em julgado da
Constituição Federal dispõe de um rol de casos excep- sentença somente ocorre quando esgotados todos
cionais em que é permitida a acumulação dessas fun- os recursos cabíveis.
ções. Há entendimento praticamente unânime de que z Mediante processo administrativo em que lhe
se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas seja assegurada ampla defesa. As regras referentes
aquelas hipóteses de acumulação de cargos. ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD)
Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons- serão vistas mais adiante.
titucionalmente autorizadas são: z Mediante procedimento de avaliação periódica
de desempenho, na forma de lei complementar,
z Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a); assegurada ampla defesa: quem não for aprovado
z Um cargo de professor com outro técnico ou cien- na avaliação periódica de desempenho, pode ser
tífico (art. 37, XVI, b); exonerado de seu cargo público, independentemen-
z Dois cargos ou empregos privativos de profissio- te de ter completado o período de efetivo exercício.
nais na área da saúde (art. 37, XVI, c); z Por excesso de gasto com pessoal: as hipóte-
z Um cargo de vereador com outro cargo, emprego ses 1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41.
Todavia, essa última hipótese encontra-se disposta
ou função pública (art. 38, III);
no inciso II, do §3º, do artigo 169 da CF/1988. Sob
z Um cargo de magistrado e outro de magistério (art.
o aspecto orçamentário e financeiro, não pode a
95, par. único, I); Administração Pública realizar gastos superiores
z Um cargo de membro do Ministério Público e outro àqueles previstos em seu orçamento anual. Com
de magistério (art. 128, § 5°, II, d). isso, havendo a necessidade, é possível, sim, que
um servidor estável seja exonerado de seu car-
Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e go, apenas por motivos de “balancear” as contas
autorizações dos servidores públicos públicas.

Prerrogativa é qualquer situação de vantagem Outra prerrogativa que merece maior destaque é
obtida pela natureza de um cargo ou de uma função. a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com
No caso dos agentes públicos, existem algumas prer- a estabilidade, mas não pode ser confundida com a
rogativas que são comuns para todo e qualquer car- mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer
go público, e existem algumas prerrogativas que são servidor: ela é somente concedida para alguns cargos
mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos. públicos especiais.
74
São considerados cargos vitalícios, segundo a pró- „ Ajuda de custo por falecimento: devido à
pria Constituição Federal: os cargos de Magistratura família do servidor que vier a falecer na nova
(art. 95, I), os membros do Ministério Público (art. 128, sede, sendo devido para custear o transporte
§ 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros do Tribu- para a localidade de origem;
nal de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°). „ Diárias por deslocamento: devida ao servidor
A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que que se afastar, por motivos de serviço, da sede
a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses em caráter transitório, para outro local dentro ou
cargos vitalícios, ela somente pode ser exonerada median- fora do país, receberá tal indenização como for-
te sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única
ma de ajuda no custeio do processo de mudança;
hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante
„ Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento
uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade.
das despesas comprovadamente realizadas
Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um
aspecto relativo ao Regime de Previdência, é também pelo servidor com aluguel de moradia ou com
considerada como uma forma de exoneração a apo- hospedagem realizado por algum hotel, depen-
sentadoria compulsória, isso é, a concessão do referido dendo do preenchimento de alguns requisitos,
benefício previdenciário quando o servidor estável ou como não ter um imóvel funcional disponível
vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos de idade. para uso, seu cônjuge não ser ocupante de
A diferença é que, no caso da aposentadoria compul- imóvel funcional, ou que nenhuma outra pes-
sória, o servidor para de trabalhar, mas continua rece- soa que resida com o servidor receba a mesma
bendo uma “remuneração”, chamada de provento. indenização etc.
A Lei n° 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elen- „ Gratificações, Adicionais e Retribuições: O
ca diversos direitos e gratificações aos servidores art. 61 do Estatuto dos Servidores Públicos tam-
públicos, os quais são de grande importância conhe- bém prevê o pagamento das seguintes gratifi-
cer. Vejamos os principais direitos: cações: I - retribuição pelo exercício de função
de direção, chefia e assessoramento; II - gratifi-
z Vencimentos: vencimentos está para o servidor cação natalina; IV - adicional pelo exercício de
assim como o salário está para o empregado. Con- atividades insalubres, perigosas ou penosas; V
siste na retribuição pecuniária pelo exercício do - adicional pela prestação de serviço extraordi-
cargo público, cujo valor é previamente fixado nário; VI - adicional noturno; VII - adicional de
em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natu-
regra, irredutíveis. reza do trabalho; IX - gratificação por encargo
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen- de curso ou concurso.
to do cargo, somado a todas as outras vantagens
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor O servidor, em relação às férias, fará jus a trin-
pago ao servidor público, independentemente de ta dias de licença para cada 12 meses de serviço, que
sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen- podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío-
te (art. 39, § 3°, da CF/1988). dos, no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei n°
8.112/1990). Poderão ser parceladas em até três perío-
O artigo 39 da Constituição Federal apresenta dos, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
algumas regras gerais sobre o regime dos servi- interesse da administração pública, na forma do § 3°
dores públicos. Dentre as regras constitucionais, do mesmo dispositivo legal.
o §1° do referido dispositivo prevê que a fixação As licenças são uma espécie de afastamento com
dos padrões de vencimento e dos demais com- algumas características próprias. Estão dispostas nos
ponentes do sistema remuneratório observará artigos 81 e seguintes da Lei dos Servidores Públicos
três aspectos: a natureza, o grau de responsabili- Federais. Conceder-se-á licença ao servidor:
dade e a complexidade dos cargos componentes de
cada carreira; os requisitos para a investidura; e I - por motivo de doença em pessoa da família;
também as peculiaridades dos cargos. II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
companheiro;
z Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe- III - para o serviço militar;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


cial de remuneração, feita em uma única parcela. IV - para atividade política;
O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4°, da V - para capacitação;
CF/1988, foi introduzido com a finalidade de coibir VI - para tratar de interesses particulares;
os “supersalários” comumente existentes no regi- VII - para desempenho de mandato classista.
me de servidores públicos brasileiros. Importante
ressaltar que recebem por subsídios somente os Apesar de haver previsão para concessão de licen-
Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis- ça por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipóte-
trados, ministros de Estado, secretários estaduais, se acabou sendo revogada pela Lei n° 9.527/1997. As
membros do Ministério Público e da Advocacia licenças, como se depreende, são hipóteses de desli-
Pública, entre outros. gamento temporário do servidor com o seu respectivo
z Indenizações: as indenizações são valores pagos cargo, havendo uma expectativa para o seu retorno.
aos servidores, mas que não integram seus ven- As licenças poderão ser concedidas com ou sem remu-
cimentos. O Estatuto prevê algumas hipóteses de neração, a depender de cada situação.
recebimento de indenizações: Os afastamentos, que não se confundem com as
licenças, são hipóteses em que há um desligamento
„ Ajuda de custo por mudança, devida como permanente do servidor com o seu cargo, e, em regra,
forma de compensar as despesas de instalação o seu prazo para retorno é bem maior, o que torna
de servidor que tiver exercício em nova sede, menos provável a sua chance de retorno. Além disso,
ocorrendo mudança de seu domicílio; quem tem interesse no afastamento do servidor são
75
ambos o servidor e a própria Administração Pública. Mas o Regime de Previdência dos Servidores tam-
Estão previstos nos artigos 93 e seguintes da Lei n° bém possui dispositivos previstos em seu Estatuto.
8.666/1990. São quatro hipóteses: Segundo o artigo 184 da Lei n° 8.112/1990, o Plano
de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a
I – para servir a outro órgão ou entidade; que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreen-
II – para exercício de mandato eletivo; de um conjunto de benefícios e ações que atendam às
III – para estudos ou missões no exterior; seguintes finalidades:
IV – para participação em programa de pós-gra-
duação stricto sensu dentro do País. I - garantir meios de subsistência nos eventos de
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina-
Para compreender melhor a diferença entre licen- tividade, falecimento e reclusão;
ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa. II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
III - assistência à saúde.
LICENÇA AFASTAMENTO
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é
Finalidade é de interes- Finalidade é de interesse garantido os seguintes benefícios previdenciários:
se exclusivo do agente do agente e da Adminis-
público. tração Pública. z Aposentadoria: possui previsão tanto na Consti-
tuição Federal quanto na Lei n° 8.112/1990. O Regi-
Ex: doença do cônjuge/ Ex: realização de espe- me Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS)
membro da família; para cialização; realização de também sofreu alterações na chamada “reforma
exercer atividade política; missão no exterior; para da previdência”, promulgada pela Emenda Cons-
para tratar de interesses servir a outro órgão/ titucional n° 103/2019. Com isso, temos dois textos
particulares. entidade. normativos que, até o presente momento, dispõem
Possui prazos mais cur- Possui prazos mais lon- sobre a aposentadoria.
tos (dias, semanas). gos (meses, anos).
À luz da Constituição Federal (art. 40), o servidor
será aposentado:

Importante! z Por incapacidade permanente para o trabalho, no


Uma questão que costuma cair com bastante fre- cargo em que estiver investido, quando insuscetível
quência nas provas de concurso público é sobre a de readaptação. O Texto Constitucional explicita que
remuneração de servidor afastado para exercício será obrigatória a realização de avaliações periódi-
de mandato eletivo (artigo 94, Lei n° 8.112/1990). cas para verificação da continuidade das condições
A regra geral é que, para exercer um mandato ele- que ensejaram a concessão da aposentadoria, na for-
tivo, o servidor deve se afastar do cargo e deixar ma de lei do respectivo ente federativo.
de receber a remuneração do mesmo. Porém, z Compulsoriamente, com proventos proporcionais
tratando-se de exercício de mandato de Prefeito, ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
o servidor afastar poderá optar, dentre as duas idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
remunerações, por aquela que lhe for mais vanta- na forma de lei complementar n° 152/2015. Essa
josa (valores maiores, mais benefícios etc.). Lei complementar dispõe sobre a aposentadoria
compulsória com proventos proporcionais, sendo
aplicável aos servidores ocupantes de cargos públi-
Outro aspecto importante: no caso de mandato de cos da União, Estados, Municípios, Distrito Federal
Vereador, o servidor poderá exercer os dois car- e suas autarquias e fundações; aos membros do
gos e receber ambas as remunerações, desde que Poder Judiciário; aos membros do Ministério Públi-
comprovada a compatibilidade de horários (atua co; e aos membros da Defensoria Pública.
como Vereador de dia e como agente público de noite, z Voluntariamente, no âmbito da União, aos 62
e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos dois (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
cargos, o Vereador pode optar pela remuneração mais (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no
vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque, mui- âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
tas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereadores cípios, na idade mínima estabelecida mediante
de pequenos Municípios costuma ser menor do que emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ-
a remuneração do cargo público anterior, e ele pode nicas, observados o tempo de contribuição e os
facilmente se locomover de um ambiente de trabalho demais requisitos estabelecidos em lei comple-
para outro nesse Municípios de porte menor. mentar do respectivo ente federativo.     

Do Regime Previdenciário (RPPS) Com base na Lei n° 8.666/1990 (art. 186), ao servi-
dor federal poderá ser concedido aposentadoria:
Servidor público não é empregado. Por isso, não se
aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido
z Aposentadoria por invalidez permanente; sendo os
também como RGPS. Os servidores possui um regime
proventos integrais quando decorrente de acidente
próprio denominado Regime Próprio de Previdência
em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
dos Servidores (ou RPPS).
contagiosa ou incurável, especificada em lei, e propor-
Esse regime tem suas políticas elaboradas e executa-
das pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazen- cionais nos demais casos;
da. Neste Regime, é compulsório para o servidor público z Aposentadoria compulsória, aos setenta anos de
do ente federativo que o tenha instituído, com teto e subte- idade, com proventos proporcionais ao tempo de ser-
76 tos definidos pela Emenda Constitucional n° 41/2003. viço; ou ainda
z Aposentadoria voluntária, de acordo com os ou companheira que comprove união estável
seguintes critérios de idade e de contribuições: aos como entidade familiar; ou ainda ao filho de qual-
35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos quer condição, ou seja, todos os entes equipara-
30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; aos dos a filho (enteado, menor tutelado), desde que
30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções preencha as seguintes condições: a) seja menor de
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se 21 (vinte e um) anos; b) seja inválido; c) tenha defi-
professora, com proventos integrais; aos 30 (trinta) ciência grave; ou ainda d) tenha deficiência inte-
anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cin- lectual ou mental.
co) se mulher, com proventos proporcionais a esse z Auxílio-reclusão (art. 229): outro benefício tam-
tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se bém devido aos dependentes do servidor, cujo
homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro- valor poderá ser:
ventos proporcionais ao tempo de serviço.
I - dois terços da remuneração, quando afastado
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva,
n° 103/2019, as regras para a aposentadoria voluntá- determinada pela autoridade competente, enquan-
ria dos agentes públicos sofreram algumas alterações. to perdurar a prisão;
II - metade da remuneração, durante o afastamen-
As chances de uma questão sobre essas novas regras
to, em virtude de condenação, por sentença defini-
caírem em uma prova no momento são pequenas, mas
tiva, a pena que não determine a perda de cargo.
é importante se prevenir. Existem também regras de
transição mais específicas, as quais devem ser conhe-
Dos Deveres e Responsabilidades dos Servidores
cidas pelo candidato, ao menos um pouco. Por isso, Públicos
uma leitura da emenda constitucional 103/2019, na
íntegra, é altamente recomendada. Apesar da grande quantidade de direitos e vantagens,
o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui aos
z Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalida- mesmos diversos deveres, com base no regime disciplinar
de é devido à servidora por motivo de nascimento o qual, se não for atendido, enseja a instauração de pro-
de filho, em quantia equivalente ao menor ven- cesso disciplinar para a apuração de infrações funcionais.
cimento do serviço público, inclusive no caso de Nos termos do artigo 116 da Lei n° 8.112/1990:
natimorto.
z Salário-Família (art. 197): o salário-família é Art. 116 São deveres do servidor:
devido ao servidor segundo o número de depen- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
dentes econômicos deste. Para todos os efeitos, são cargo
considerados dependentes econômicos, na forma II - ser leal às instituições a que servir;
do artigo 197, parágrafo único: III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive manifestamente ilegais;
os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se V - atender com presteza;
estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli- a) ao público em geral, prestando as informações
do, de qualquer idade; requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median- b) à expedição de certidões requeridas para defesa
te autorização judicial, viver na companhia e às de direito ou esclarecimento de situações de inte-
expensas do servidor, ou do inativo; resse pessoal;
III - a mãe e o pai sem economia própria. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
z Licença para tratamento de saúde (art. 202),
superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
essa licença dependente de perícia médica, sem
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
prejuízo da remuneração a que fizer jus. O servi- competente para apuração;
dor precisa comprovar que realmente está doente VII - zelar pela economia do material e a conserva-
e não pode trabalhar. ção do patrimônio público;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
z Licença à gestante, à adotante e licença-pater- VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
nidade (art. 207): a licença à gestante/adotante/ IX - manter conduta compatível com a moralidade
paternidade será concedida por prazo não supe- administrativa;
rior a 120 dias, sem prejuízo da remuneração. X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar XI - tratar com urbanidade as pessoas;
esse prazo, desde que o requeira até o final do pri- XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
meiro mês após o parto, e terá duração de sessenta abuso de poder.
dias. Trata-se de uma inovação trazida pelo Decre-
to n° 6.690/2008 Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei
z Licença por acidente em serviço (art. 211): o impõe aos servidores públicos diversas proibições.
Estatuto considera como acidente em serviço o Trata-se de uma matéria que exige grande capacidade
dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se de memorização, ainda que não necessite de um alon-
relacione, mediata ou imediatamente, com as atri- gamento muito detalhado.
buições do cargo exercido.
z Pensão por morte (art. 215): esse é um dos raros Art. 117 Ao servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
benefícios que não é devido ao servidor (por
prévia autorização do chefe imediato;
motivos óbvios), mas a seus dependentes, incluin-
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com-
do nesse grupo o cônjuge, o cônjuge divorciado ou
petente, qualquer documento ou objeto da repartição;
separado judicialmente ou de fato; o companheiro III - recusar fé a documentos públicos; 77
IV - opor resistência injustificada ao andamento de administrativo, sendo assegurado ao acusado direito
documento e processo ou execução de serviço; ao contraditório e à ampla defesa, sendo obrigatória,
V - promover manifestação de apreço ou desapreço inclusive, a presença do advogado em todas as fases
no recinto da repartição; do referido processo (Súmula n° 343 do STJ).
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora Todavia, tal entendimento vem sofrendo alte-
dos casos previstos em lei, o desempenho de atri- rações, pois o STF já reconheceu em Súmula Vincu-
buição que seja de sua responsabilidade ou de seu lante n° 5 entendimento de que a falta de defesa
subordinado; técnica no processo administrativo disciplinar não é
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de inconstitucional.
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou Em relação às penalidades administrativas apli-
a partido político;
cáveis aos servidores públicos, a Lei n° 8.112/1990
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo
(art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções:
ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal z Advertência: é a sanção mais branda, aplicável
ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun- por escrito para o servidor que cometer atos como:
ção pública; ausentar-se do serviço injustificadamente; recusar
X - participar de gerência ou administração de fé a documento público; retirar qualquer docu-
sociedade privada, personificada ou não personifi- mento da repartição sem a devida autorização;
cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou
acionista, cotista ou comanditário; parente até o segundo grau; entre outros.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a z Suspensão: aplicável somente quando o servidor
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí- é reincidente nas faltas puníveis por advertên-
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o cia, desde que não tipifiquem infrações sujeitas a
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; demissão do cargo. A suspensão não poderá ser
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem aplicada por prazo maior a noventa dias.
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de esta- z Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri-
do estrangeiro; buída ao servidor público, uma vez que tem o con-
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será
XV - proceder de forma desidiosa; aplicada nos casos em que o servidor: cometer
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da crime contra a administração pública; abandonar
repartição em serviços ou atividades particulares; seu cargo; improbidade administrativa; praticar
XVII - cometer a outro servidor atribuições estra- conduta escandalosa na repartição; ofender fisica-
nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de mente, em serviço, outro servidor; revelar segre-
emergência e transitórias; do o qual obteve devido a sua função; corrupção;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam receber propina, comissão, ou outra vantagem de
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e qualquer espécie em razão de suas atribuições;
com o horário de trabalho; etc. Muitas dessas hipóteses impedem que o infra-
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais tor retorne ao serviço público federal, por isso tra-
quando solicitado. ta-se de uma das penalidades mais gravosas.
z Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi-
Por fim, em relação à responsabilidade dos ser- lidade: o servidor inativo que houver praticado
vidores públicos, o art. 121 da Lei n° 8.112/1990 é bas- falta punível com a demissão, terá a sua aposenta-
tante claro ao dispor que “O servidor responde civil, doria, ou sua disponibilidade cassada.
penal e administrativamente pelo exercício irregular
z Destituição de Cargo em Comissão ou Função
de suas atribuições”. Vemos, então, que uma única
Comissionada: caso o servidor ocupante de car-
conduta praticada pelo referido servidor pode ense- go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da
jar em responsabilização em três esferas distintas. A pena de suspensão e demissão, poderá perder o
responsabilidade civil do servidor público decorre seu cargo de confiança ou função comissionada.
da prática de atos comissivos ou omissivos, que sejam
capazes de causar danos materiais ao erário (patrimô- Por fim, é importante ressaltar que ao servidor é
nio público), ou a terceiros. conferido direito de petição, na forma do artigo 104 e
A responsabilidade penal do servidor tem seu seguintes da Lei n° 8.666/1990, para requerer direitos e
fundamento na apuração de uma conduta criminal, interesses próprios em face do Poder Público. O reque-
isso é, a hipótese em que o servidor público possa pra- rimento será dirigido à autoridade competente para
ticar um ilícito penal, ou crime. A responsabilidade decidi-lo e na sequência encaminhado por intermé-
penal é, definitivamente, a mais grave e perigosa, uma dio daquela a qual o servidor estiver imediatamente
vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto subordinado. Deve ser respeitado o princípio do con-
pela condenação do servidor condenado, como pela traditório e da ampla defesa, dando espaço para que
sua absolvição pela falta de provas materiais ou pela tanto o servidor público como o Estado possam impug-
negação de sua autoria, sendo essas últimas hipóteses nar todos os pontos do requerimento, apresentar sua
apenas exceções. defesa técnica escrita, e interpor recursos (art. 107, Lei
A responsabilidade administrativa, por outro n° 8.666/1990) das decisões que lhe prejudicarem.
lado, consiste na instauração de processo discipli- O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos,
nar (art. 116 e seguintes, Lei n° 8.112/1990), pelo qual quanto aos atos de demissão e de cassação de apo-
haverá a verificação da conduta delituosa do agen- sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interes-
te, bem como a aplicação da pena mais adequada. se patrimonial e créditos resultantes das relações de
Imprescindível reforçar que a aplicação de qualquer trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais
78 pena ao servidor público pressupõe um processo casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
Do Processo Administrativo Disciplinar: conceito, O inquérito administrativo é a fase em que temos a
princípios, fases e modalidades apuração da responsabilidade disciplinar do servidor
público. Ela compreende a fase instrutória (colheita
O processo administrativo é o instrumento desti- de provas), a citação e apresentação da defesa do ser-
nado a apurar as responsabilidades do servidor por
vidor que está sendo acusado, além da produção de
infração praticada no exercício de suas atribuições ou
um documento chamado relatório.
relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocor-
rer em procedimento ordinário ou em sindicância. Importante o conteúdo do artigo 156, ao dispor
A sindicância é definida como uma averiguação que:
sumária promovida no intuito de obter informações
ou esclarecimentos necessários à determinação do Art. 156 É assegurado ao servidor o direito de
verdadeiro significado dos fatos denunciados. Compa- acompanhar o processo pessoalmente ou por inter-
médio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-
rando com o processo penal, pode-se afirmar que a
nhas, produzir provas e contraprovas e formular
sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
o fim dela não resulta em uma sentença ou decisão:
ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,
Esse artigo 156 trata de um conteúdo muito impor-
e se é necessário instaurar o processo posteriormente.
tante, por ser a respeito do direito de defesa do servi-
Segundo o artigo 145, da sindicância poderá resul-
dor público. Não é porque não estamos num processo
tar: I - arquivamento do processo; II - aplicação de
judicial (com a figura de um membro do Poder Judi-
penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trin-
ciário) que não devem ser aplicados os princípios
ta) dias; III - instauração de processo disciplinar.
mais básicos e fundamentais do mesmo. É cabível no
Como forma de impedir que o servidor venha
processo administrativo o respeito ao contraditório e
interferir de forma negativa durante a investigação
ampla defesa, a disparidade de armas, o direito de ter
da apuração de sua conduta, estabelece o artigo 147 o
ciência e conhecimento do processo, o direito de ser
afastamento preventivo do mesmo:
representado por autoridade competente etc.
A seguir temos alguns meios de prova que são
Como medida cautelar e a fim de que o servidor
admitidos no processo administrativo. São muito
público não venha a influir na apuração da irre-
gularidade ao mesmo atribuída, a autoridade ins-
parecidos, praticamente os mesmos meios de prova
tauradora do processo administrativo-disciplinar, admitidos em processo judicial.
verificando a existência de veementes indícios de As testemunhas estão dispostas no artigo 157, e
responsabilidades, poderá ordenar o seu afasta- serão intimadas a depor mediante mandado expedido
mento do exercício do cargo. pelo presidente da comissão, devendo a segunda via,
com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
Uma vez encerrada a sindicância e, constatado uma Quem chama as testemunhas para colher seus respec-
conduta irregular, temos o início do processo admi- tivos depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos
nistrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segundo o os meios de prova, é a Comissão e não a autoridade
artigo 148, o processo administrativo ordinário é julgadora. Esta somente vai atuar no PAD quando
o instrumento destinado a apurar responsabilidade do todo o trabalho da Comissão tiver encerrado.
servidor público pela infração praticada no exercício de Se a testemunha for servidor público, a expedição
suas atribuições ou que tenha relação com as atribui- do mandado tem que ser imediatamente comunicada
ções do cargo em que se encontre investido. ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do
Segundo o artigo 149, o processo será conduzido dia e hora marcados para inquirição. (art. 157, parágra-
por Comissão composta de três servidores estáveis fo único). O servidor não pode se ausentar de seu servi-
designados pela autoridade competente, observado o ço sem apresentar uma justificativa válida para tanto.
disposto no § 3° do art. 143, que indicará, dentre eles, Concluída a inquirição das testemunhas, a comis-
o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo são promoverá o interrogatório do acusado, observa-
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de dos os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
escolaridade igual ou superior ao do indiciado.  No caso de mais de um acusado, cada um deles será
ouvido separadamente e, sempre que divergirem em
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Não temos a figura de um Juiz de Direito no proces-
so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”. suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será
promovida a acareação entre eles.
A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela
A citação do indiciado está disposta no artigo 161.
fica encarregada de realizar um relatório contendo
Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
todas as provas colhidas e todos os fatos devidamente
indiciação do servidor, com a especificação dos fatos
investigados.
a ele imputados e das respectivas provas.  O indiciado
Ao todo, são três as fases do processo adminis-
será citado por mandado expedido pelo presidente da
trativo disciplinar (art. 151):
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
10 (dez) dias, sendo assegurado dar vista do processo
I - instauração, com a publicação do ato que cons-
na repartição, isso é, olhar página por página, parágra-
tituir a comissão;
II - inquérito administrativo, que compreende ins- fo por parágrafo, tudo o que já foi produzido no PAD.
trução, defesa e relatório; Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-
III - julgamento. mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promo- A revelia será declarada, por termo, nos autos do pro-
verá a tomada de depoimentos, acareações, investi- cesso e devolverá o prazo para a defesa.
gações e diligências cabíveis, objetivando a coleta Uma vez apuradas todas as provas, a Comissão ela-
de prova, recorrendo, quando necessário, a técni- borará um relatório de tudo que foi constado no pro-
cos e peritos, de modo a permitir a completa eluci- cesso. Não é ainda uma decisão, pois o relatório será
dação dos fatos. encaminhado para a autoridade julgadora. 79
A fase do julgamento tem início com o recebimento
do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de 20 PODERES ADMINISTRATIVOS
dias (art. 167) para decidir se acata o relatório ou não.
O artigo 168, caput e Parágrafo Único, dispõe, de NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
modo geral, que a autoridade julgadora não está subor-
dinada ao que foi dito no relatório da Comissão. A Administração Pública tem vários objetivos a
cumprir, sempre buscando o interesse público, sob
O julgamento acatará o relatório da comissão, sal- diversas formas diferentes. Para o alcance desses
vo quando contrário às provas dos autos. Quando objetivos, lançará mão de instrumentos. Os atos admi-
o relatório da comissão contrariar as provas dos nistrativos são, sem dúvida, um desses instrumentos.
autos, a autoridade julgadora poderá, motivada- No assunto de hoje veremos uma outra forma
mente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la de entender como a Administração Pública causa
ou isentar o servidor de responsabilidade. mudanças no mundo real. Os poderes administrativos
instrumentos dotados de prerrogativas, para que a
Art. 172 O servidor que responder a processo Administração Pública possa executar determinadas
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou tarefas. Não são absolutos, pois encontram limitações
aposentado voluntariamente, após a conclusão nos direitos dos particulares. Por outro lado, são mar-
do processo e o cumprimento da penalidade, aca- cados pela irrenunciabilidade e pela obrigatorieda-
so aplicada. Ocorrida a exoneração de que trata o de de exercício.
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será con- Uma vez que eles são de exercício obrigatório, a
vertido em demissão, se for o caso. doutrina vê esse poder como um poder-dever. Pois,
ao mesmo tempo em que há neles possibilidades de
A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão imposição perante o particular, há também a impo-
do procedimento administrativo de que resultou sanção sição ao agente público competente do seu exercício
disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias para que seja alcançado o interesse público.
que possam justificar a inocência do requerente, men- Passemos agora a conhecer os diferentes poderes
cionados ou não no procedimento original (art. 174). administrativos.
A revisão é uma de defesa utilizada pelo acusado
ou seu representante, para que a autoridade possa PODER HIERÁRQUICO
realizar um novo julgamento do PAD, porque apare-
ceu um fato ou circunstância nova que comprovem a Por meio do poder hierárquico, a Administração
inocência do requerente. Pública se organiza, atribuindo as competências e
A revisão de que trata este artigo poderá ser requeri- responsabilidades a seus órgãos e agentes da melhor
da em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- maneira possível.
to do servidor público, por qualquer pessoa da família; Esse poder se manifesta não só na possibilidade de
ou ainda em caso de incapacidade mental do servidor organização, como também por meio da hierarquiza-
público, pelo respectivo curador (art. 174, §§ 1° e 2°). ção das estruturas, permitindo a imposição de diretri-
No processo revisional, o ônus da prova recai sem- zes, ordens e revisão de trabalhos dentro da cadeia de
pre ao requerente, correndo em apenso ao processo subordinação.
original (arts. 175 e 178). Devemos, no entanto, nos lembrar que esse poder
A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para não será absoluto, devendo o agente público que even-
a conclusão dos trabalhos de revisão. O prazo para tualmente receber ordem ilegal se recusar a cumpri-la.
julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do rece- No estatuto dos servidores civis federais temos, espe-
bimento do processo, no curso do qual a autoridade cificamente no artigo 116, a previsão da desnecessidade
julgadora poderá determinar diligências (art. 181, do cumprimento de ordem manifestamente ilegal.
parágrafo único).
Lembrando que, se da revisão do processo resultar Lei nº 8.112/90.
a inocência do servidor, ele tem direito de ser reinte- Art. 116. São deveres do servidor:
grado ao cargo que antigamente ocupava. IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
A revisão do processo não admite a reformatio in manifestamente ilegais;
pejus, o que significa que não poderá resultar agravamen-
to da penalidade já aplicada (art. 182, parágrafo único). Os superiores hierárquicos têm a possibilidade de
delegar determinadas atribuições aos subordinados,
quando assim julgar conveniente.
Nesse contexto, temos algumas atribuições que
não podem ser delegadas. São elas as seguintes:
REGIME JURÍDICO ÚNICO
z Atribuição de um Poder político para outro (salvo
PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, quando previsto na CF/88);
REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS z Atribuições previstas em lei como exclusivas;
E VANTAGENS, REGIME DISCIPLINAR, z Atribuições de natureza política.
RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E
ADMINISTRATIVA Especificamente na esfera federal, com base na Lei
nº 9.784/99, temos algumas outras limitações para a
Os referidos tópicos foram abordados em “Pode- possibilidade de delegação. Vejamos.
res, deveres, prerrogativas, cargo, emprego e função
80 pública”. z Atos de caráter normativo;
z Decisão de recurso administrativo; Por fim, teremos os regulamentos autorizados,
z Matéria de competência exclusiva. que são atos normativos expedidos com base em auto-
rização concedida pelo Poder Legislativo. Esse fenô-
Poderá ocorrer também a avocação, que é trazer meno é conhecido como deslegalização. Nele a lei
para si atribuições do subordinado, sempre em cará- autoriza que um tema que originariamente deveria
ter temporário. ser tratado por meio de uma lei seja definido por meio
de um decreto.
PODER DISCIPLINAR Aqui temos um ato normativo secundário que
poderá inovar por expressa previsão legal. Normal-
O poder disciplinar é a possibilidade que tem a mente acontece em matérias excessivamente técnicas.
Administração Pública de aplicar sanções àqueles que Há na doutrina uma interpretação segundo a qual
a ela estejam vinculados, ainda que temporariamen- o poder regulamentar é exercido apenas pelos Chefes
te. Aqui temos um ponto que merece atenção. Para de Poder Executivo. Enquanto que o poder norma-
que tenhamos a manifestação do poder disciplinar é tivo seria exercido pelas outras autoridades. Nesse
necessário que haja um vínculo. entendimento, o poder normativo é um conceito mais
Tal vínculo poderá ser contratual (particular que amplo, que engloba o conceito de poder regulamentar.
presta serviços à Administração Pública) ou funcional
(servidor público). Em que pese a natureza diferentes PODER DE POLÍCIA
desses vínculos, há um vínculo específico.
Por outro lado, aquele que sofre sanção por come- Poder de polícia pode ser entendido como a capa-
ter alguma irregularidade, por exemplo, no âmbito da cidade que tem o Estado de restringir liberdades indi-
legislação de trânsito, não será sancionado com base viduais, uso de bens, fruição de direitos em prol da
no poder disciplinar, mas baseado no poder de polícia coletividade.
(que conheceremos em breve). Temos aqui um poder essencialmente discricionário.
Por meio do seu exercício temos a possibilidade da
imposição do pagamento de taxas (espécie de tributo)
PODER REGULAMENTAR
por expressa previsão do Código Tributário Nacional.
Código Tributário Nacional
O poder regulamentar é aquele por meio do qual
as autoridades do Poder Executivo expedem regula-
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade
mentos para o cumprimento das leis. da administração pública que, limitando ou dis-
Esse poder regulamentar tem como objetivo dar ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula
maior concretude às normas constantes das leis, ema- a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
nando diretrizes específicas e detalhadas para seu de interesse público concernente à segurança, à
melhor cumprimento. higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
É importante ter em mente que não há, em regra, a produção e do mercado, ao exercício de atividades
possibilidade de inovação, mas apenas de pormenoriza- econômicas dependentes de concessão ou autoriza-
ção e detalhamento dos comandos constantes das leis. ção do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
Nesse contexto, é importante conhecermos três respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
tipos de regulamentos trazidos pela doutrina. coletivos.
O regulamento executivo (também chamados de
decretos regulamentares), que terá como finalidade o A doutrina classifica o poder de polícia em amplo e
cumprimento das leis, sendo atos normativos secundá- restrito. Isso porque, para que haja qualquer restrição
rios. Em que pese o dispositivo constitucional abaixo se a um direito individual é necessário que antes haja a
referir apenas ao Presidente da República, sua aplicação previsão legal. Ou seja, o poder de polícia nasce em
deve ser estendida a todos os Chefes de Poder Executivo. uma restrição trazida pela lei.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da z Poder de polícia em sentido amplo: atos normati-

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


República (...) vos do Poder Legislativo e Executivo;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, z Poder de polícia em sentido estrito: atos do
bem como expedir decretos e regulamentos para Poder Executivo que impliquem em limitações aos
sua fiel execução; administrados.

O regulamento autônomo terá a capacidade de Muita atenção para a diferença que será apresen-
inovar na ordem jurídica por expressa previsão cons- tada agora! Não se pode de forma alguma confundir a
titucional, sendo atos normativos primários. Ou seja, atuação da polícia judiciária com o poder de polícia da
ele não regulamenta uma lei, pois traz normas verda- Administração Pública.
deiramente novas. A polícia judiciária é aquela que atua junto ao
Poder Judiciário para a elucidação de crimes e contra-
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da venções penais. No âmbito estadual será a Polícia Civil
República:(...) e no âmbito federal a Polícia Federal.
VI – dispor, mediante decreto, sobre: Já o poder de polícia da administração se mani-
a) organização e funcionamento da administração festará na prevenção e repressão de ilícitos, pelo
federal, quando não implicar aumento de despesa menos inicialmente, de natureza administrativa. Por
nem criação ou extinção de órgãos públicos; exemplo, se você tem um restaurante, deve obedecer
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando à regulamentação da vigilância sanitária, sujeito a
vagos; sanções. 81
O poder de polícia atuará de três formas distintas: z Ato administrativo: manifestação unilateral da
preventiva (atos normativos), repressiva (apreensões, Administração Pública com objetivo de atingir o
multas) e fiscalizadora (vistorias). interesse público por meio de efeitos jurídicos.
O poder de polícia possui três atributos. Vejamos
cada um deles. Devemos ter em mente que esse conceito deve ser
Primeiramente, temos a discricionariedade. É da entendido como a atuação da Administração Públi-
própria essência do poder de polícia, estando a atua- ca, em regra, por meio de seu poder de império, se
ção da Administração Pública associada à conveniên- impondo perante o particular.
cia e oportunidade. Por outro lado, o termo atos da administração
Temos também a autoexecutoriedade, que permite será entendido quando a Administração Pública atua
à Administração Pública decidir e praticar seus atos desprovida de seu poder de império, portanto em
sem submeter-se a outro Poder. igualdade com o particular.
Aqui, assim como vimos por ocasião do estudo dos Não confunda atos administrativos com atos da
atos administrativos, teremos duas possibilidades: administração. Os atos administrativos são predomi-
nantemente regidos pelo direito público, enquanto os
z Previsão expressa em lei; atos da administração, predominantemente regidos
z Situação de urgência que requer imediata intervenção. pelo direito privado.

A autoexecutoriedade é desdobrada por alguns VALIDADE, EFICÁCIA, ATRIBUTOS, EXTINÇÃO,


autores em outros dois atributos: DESFAZIMENTO E SANATÓRIA

z Exigibilidade: capacidade de impor ao adminis- São cinco os requisitos ou elementos do ato admi-
trado suas próprias decisões, sem a necessidade de nistrativo: competência, finalidade, forma, motivo
autorização de outro Poder; e objeto. Quando temos a ausência ou algum tipo de
z Executoriedade: executar as ações próprias, vício sobre um deles, poderemos ter até mesmo a nuli-
inclusive, com uso de força física. dade total do ato. Vejamos cada um deles.

Por fim, temos a coercibilidade, que é a capacidade Competência


que tem a Administração Pública de impor sua vontade ao
administrado, independentemente da sua concordância. É o conjunto de atribuições de determinado agente
público, entidade ou órgão. Para que haja o respeito a
esse requisito, é necessário que autoridade que prati-
USO E ABUSO DO PODER
ca o ato esteja respaldada por atos normativos, ainda
que infralegais.
O abuso de poder mostra quando, de alguma for-
A competência é irrenunciável, intransferível
ma, o agente competente desrespeita os limites que a
e imprescritível (não se extingue com o decurso do
lei impõe a sua atuação.
tempo). No entanto, a lei permite a delegação e a avo-
Temos duas espécies. Vejamos quais são.
cação. Esta sempre ocorrerá no contexto hierárquico
entre os órgãos envolvidos, o que não se impõe ao ins-
z Excesso de poder (ou desvio de competência):
tituto da delegação, que poderá ocorrer entre órgãos
o agente competente extrapola os limites de sua
sem subordinação hierárquica.
competência, configurando vício do elemento
Vejamos agora alguns vícios que podem recair
competência;
sobre o requisito competência.
z Desvio de finalidade: o agente atua conforme a
Inicialmente temos o usurpador de função. Nesse
lei, mas busca fim diverso do previsto, configuran-
caso uma pessoa se passa por agente público, exer-
do vício do elemento finalidade.
cendo suas atribuições sem ter qualquer ligação com
a Administração Pública. Aqui não há possibilidade
Dica de convalidação do ato (conserto, correção), pois ele
Relembrando o que aprendemos quando do é inexistente. Tal conduta é crime previsto do artigo
estudo dos atos administrativos, é possível a 328 do Código Penal. Exemplo: pessoa se finge de fis-
cal para extorquir e aplica multa.
convalidação (correção) do vício que recai sobre
Em seguida, temos o excesso de poder, que ocorre
o elemento competência. No entanto, o vício que
quando a autoridade competente pratica um ato até
recai sobre o elemento finalidade é insanável.
previsto no ordenamento jurídico, mas fora de suas
atribuições. Tal ato é passível de convalidação, des-
de que seja realizada pela autoridade que teria com-
petência para praticar o ato inicialmente. Exemplo:
ATO ADMINISTRATIVO superior hierárquico aplica pena de suspensão de 20
dias, quando a lei permitiria apenas 15.
CONCEITO Finalmente temos a função de fato. Esse é o caso
em que o agente fora irregularmente investido pela
Podemos entender ato administrativo como uma Administração Pública nas funções que esteja exercen-
manifestação unilateral relevante para o mundo jurídi- do. Nesse caso os atos praticados deverão ser convali-
co. Por meio deles, a Administração Pública irá procurar dados desde que haja boa-fé dos terceiros envolvidos.
os efeitos jurídicos ligados aos diversos interesses públi- Exemplo: servidor empossado em cargo público sem
82 cos que estará buscando, de acordo com cada situação. ter a escolaridade mínima prevista em edital.
Finalidade Eles são como o corpo e a imagem. Para que o ato pos-
sa ser praticado, você deve ter tanto a ocorrência na
O ato administrativo sempre terá como finalida- realidade como a sua previsão abstrata em lei.
de atingir o interesse público. No entanto, de acordo Temos agora uma informação com a qual você
com o contexto aplicável, teremos uma finalidade deve ter muito cuidado: não confunda motivo com
específica àquele ato praticado. Diante disso temos motivação. O motivo fora devidamente abordado aci-
dois conceitos: finalidade geral (mediata) e finalidade ma. A motivação é a exposição dos motivos que o res-
específica (imediata). paldam quando for praticado o ato.
Vejamos agora o que traz a Lei nº 9.784/99 sobre a
z Finalidade geral (mediata): satisfação do interesse motivação de atos administrativos.
público.
z Finalidade específica (imediata): alcance do resul- Art. 50. Os atos administrativos deverão ser moti-
tado específico esperado para o ato. vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
O vício que recai sobre finalidade não poderá ser I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
convalidado. Aqui temos duas hipóteses, que vão seguir II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
a linha dos conceitos de finalidade colocados acima. sanções;
A finalidade geral poderá ser ferida quando o III - decidam processos administrativos de concur-
agente público pratica o ato em interesse próprio. so ou seleção pública;
Vejamos um exemplo. Caso um superior promova a IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
remoção de um servidor com base em divergências processo licitatório;
políticas, o ato foi praticado com o objetivo de atender V - decidam recursos administrativos;
a um interesse particular, não ao interesse público, VI - decorram de reexame de ofício;
portanto será viciado. VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
Já a finalidade específica, utilizando uma hipótese sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
parecida, será ferida quando a remoção de um servi- propostas e relatórios oficiais;
dor para um município diferente ocorrer com a fina- VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
lidade de punir o servidor por determinada conduta convalidação de ato administrativo.
irregular. Nesse caso, ainda que haja motivo para que
o servidor seja punido, a remoção não é prevista como Há a possibilidade da motivação de um ato admi-
punição, mas como instrumento de gestão de pessoal. nistrativo por meio da referência a outro ato ou
processo. É o que a doutrina chama de motivação
Forma aliunde, que significa “a outro lugar”.
Finalmente, importante que você saiba da Teoria
A forma é o modo pelo qual é exteriorizado o ato dos Motivos Determinantes, bastante cobrada em
administrativo. Nesse contexto, importante trazermos provas. Segundo ela, se os motivos apontados no ato
o artigo 22, da Lei nº 9.784/99, Lei do Processo Admi- administrativo forem inválidos, também o será o ato
nistrativo Federal. administrativo praticado.
Lei nº 9.784/99
Objeto
Art. 22. Os atos do processo administrativo não
dependem de forma determinada senão quando a Por fim, temos o objeto do ato administrativo, que
lei expressamente a exigir. será o próprio conteúdo do ato, seu efeito jurídico, a
alteração que ele causa.
Dica O vício no elemento objeto é insanável.
O motivo e o objeto são os elementos que cons-
No dispositivo podemos perceber o princípio da tituem o mérito administrativo, que é a margem de
informalidade, que não deve ser utilizada para escolha e valoração por parte do agente competente.
impedir ou retardar a prática dos atos pelos inte-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ressados no processo administrativo. ATRIBUTOS

Motivo Os atos administrativos possuem características


fundamentais para que possam atingir os fins a que
Agora vamos ao atributo motivo, que corresponde aos se propõem. Vejamos cada um dos atributos.
fundamentos de fato e de direito que respaldam a execu- Os atos administrativos gozam de presunção de
ção do ato administrativo. Vamos entender melhor isso. veracidade e de legitimidade. Em termos simples,
Aqui temos duas definições passíveis de serem significa que as informações trazidas pelos atos admi-
cobradas em prova. nistrativos deverão ser tidas como verdadeira (vera-
cidade) e conforme a lei (legitimidade) até que haja
z Motivo de direito: a previsão em lei de hipótese prova em contrário.
que irá permitir a execução do ato. Ou seja, uma vez praticado o ato administrativo
z Motivo de fato: a ocorrência da hipótese prevista ocorre a inversão do ônus da prova, cabendo ao parti-
em lei no mundo real. cular provar eventual impropriedade que ele contenha.
A presunção relativa, que estudamos neste momen-
Para o melhor entendimento, é interessante um to, é também conhecida como presunção juris tantum.
exercício de imaginação. Imagine-se diante do espe- Em sentido oposto, a presunção absoluta, não aplicável
lho. A sua imagem é uma projeção abstrata, enquanto neste tema, é também conhecida como presunção jure
você é real. Assim são os motivos de fato e de direito. et de jure. 83
Temos também a imperatividade, que é o poder Quanto aos efeitos produtivos
da Administração Pública de impor ao particular seus
atos administrativos. É decorrente do poder extrover- Os atos podem ser internos e externos.
so do Estado, que permitirá a imposição de deveres e
z Atos internos: produzem efeitos apenas dentro da
obrigações ao particular.
estrutura da administração pública.
Importante ressaltar que esse é um atributo que nem z Atos externos: impactam os administrados.
sempre estará presente nos atos administrativos, pois se
mostrará apenas quando impuser condições ao particular. Destacamos que, uma vez que os atos externos
A autoexecutoriedade é a característica dos atos recairão sobre o cidadão, deverão ser necessariamen-
administrativos que confere à Administração Pública te publicados, o que não se aplica aos atos internos.
a capacidade de executar diretamente seus atos inde-
pendentemente de recorrer a qualquer outro Poder. Quanto à manifestação de vontade
De forma similar à imperatividade, nem sempre
estará presente nos atos administrativos. Os atos podem ser simples, complexos ou compostos.
A autoexecutoriedade poderá se fazer presente em
duas hipóteses: z Atos simples: há uma única manifestação de von-
tade, ainda que de um órgão que seja composto
por mais de um agente público.
z Casos expressamente previstos em lei;
z Urgência da situação apresentada / grande possibi- z Atos complexos: manifestação de mais de uma
lidade de dano. vontade para que haja a produção de efeitos. Só se
aperfeiçoa com a manifestação de todos os agentes
Finalmente temos o atributo da tipicidade. Ele competentes.
impõe que os atos administrativos praticados devem z Atos compostos: manifestação de uma única von-
ser previamente definidos em lei, não cabendo ao tade. No entanto, há necessidade de manifestação
agente competente para a prática criar atos que não posterior para que haja produção de efeitos. Tal
sejam previamente constantes da lei. manifestação de vontade é definida pela doutrina
Nesse contexto, o avaliador poderá usar o termo como instrumental.
ato inominado para se referir a atos administrativos
sem prévia previsão em lei. Quanto ao objeto

CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO, Os atos poderão ser de império, de gestão ou de


VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE expediente.

Classificação z Atos de império: possuem em si o poder extrover-


so de Estado, impondo ao particular a vontade da
São várias as classificações dos atos administrati- Administração Pública.
vos. Destacaremos aqui algumas que estão entre as z Atos de gestão: praticados com intuito de gerir o
mais cobradas em concursos públicos. patrimônio público.
z Atos de expediente: são atos de mera rotina interna
Quantos aos destinatários das repartições, sem conteúdo decisório relevante.

Os atos podem ser gerais ou individuais. Também quanto ao objeto, teremos outra classifi-
cação. Poderão ser constitutivos, extintivos, modifica-
z Atos gerais: os destinatários são indeterminados. tivos ou declaratórios.
z Atos individuais: seus destinatários são determinados.
z Atos constitutivos: criam uma nova situação jurí-
A classificação não leva em conta o número de des- dica para os seus destinatários.
tinatários, mas se eles são determinados ou não. z Atos extintivos: extinguem um direito ou relação
jurídica.
Quanto ao grau de liberdade z Atos modificativos: modificam situações pré-exis-
tentes sem extinguir direitos ou obrigações.
Os atos podem ser discricionários ou vinculados.
z Atos declaratórios: declaram a existência ou situa-
ção jurídica.
z Atos discricionários: possuem margem de valora-
ção e escolha para o agente público que o pratica,
Espécies
conhecida como mérito administrativo.
z Atos vinculados: há pouca ou nenhuma margem
de escolha na prática dos atos administrativos. Vejamos agora algumas espécies importantes de
atos administrativos.
Lembrando os elementos dos atos administrati-
vos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), z Atos normativos: trazem comandos gerais e abs-
destacamos que a diferença nessa classificação que tratos baseados em leis ou mesmo em outras nor-
acabamos de colocar recai apenas sobre dois deles: mas que nelas tenham se baseado.
motivo e objeto. Ou seja, todos os demais termos são z Atos ordinatórios: têm como destinatários os servi-
vinculados, enquanto estes dois que citamos são dis- dores públicos, tendo como finalidade o bom anda-
84 cricionários, se assim for o ato. mento do serviço.
z Atos negociais: são atos em que o particular bus- Com o passar do tempo, surge uma nova corren-
ca a anuência (concordância) da Administração te doutrinária, que busca delimitar um pouco essa
Pública para a prática de determinada atividade. abrangência da noção de serviço público. Essa cor-
z Atos punitivos: impõe penalidade aos administra- rente é defendida pela grande maioria dos autores
dos ou aos servidores. da atualidade, como Hely Lopes Meirelles e Celso
Antônio Bandeira de Mello. Serviço público stricto
sensu, então, seria todo aquele prestado pela Admi-
nistração ou por seus delegados, sob regime de direito
SERVIÇOS PÚBLICOS público, e fruível individualmente por cada um dos
destinatários, para satisfazer necessidades essenciais
CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E ou secundárias da coletividade, ou simples conve-
CONTROLE, FORMA, MEIOS E REQUISITOS niências do Estado.
A grande diferença dessa nova noção de servi-
Conceito, Princípios e Elementos ço público diz respeito a sua abrangência. Somen-
te abrange as atividades da Administração Pública,
A atuação do Estado pode ser dividida em dois não se incluindo as funções legislativa e judiciária.
setores: o setor do domínio público e o setor dos servi- Também não deve ser considerado serviço público
ços públicos. O domínio econômico tem natureza emi- a exploração de atividade econômica, porque nesses
nentemente privada, é o campo de atuação primordial casos o Estado age em regime privado; bem como as
dos particulares e possui regulamentação nos artigos atividades de fomento, porque trata-se de um subsídio
170 e seguintes da Constituição Federal. Não é o ponto que se dá ao particular para que exerça certas ativida-
de enfoque, mas é importante ressaltar que o Estado des com interesse coletivo.
pode atuar no domínio econômico, seja como agente Outro traço característico dessa nova corrente
normativo e regulador, seja na exploração direta de sobre serviço público é a restrição da matéria para
atividades econômicas. apenas os serviços que possam ser fruídos singular-
O setor dos serviços públicos, por outro lado, é o mente por cada particular (uti singuli). Tais serviços
campo de atuação predominante do Estado. Este é são custeados pelos próprios usuários, mediante o
encarregado de, dentre outras funções, o exercício da pagamento de taxas.
função administrativa, que é a atividade concreta e Assim, para o serviço público stricto sensu, pode-
imediata desenvolvida sob regime de direito público, mos elencar, dentre todos os conceitos, alguns ele-
para a consecução dos interesses coletivos. Dentre as
mentos identificadores que estão presentes em todas
funções administrativas, temos a prestação de servi-
as definições. São eles:
ços públicos em sentido estrito.
Considerando o que foi exposto, cumpre esclare-
z Elemento Subjetivo: A titularidade do serviço
cer o que vem a ser serviço público e o que o diferen-
público é exclusiva do Estado.
cia das atividades de fomento, do exercício do poder
z Elemento Objetivo: A atividade caracterizada
de polícia e da intervenção no domínio econômico.
como serviço público (geralmente atendem a um
interesse público).
Conceito de serviço público, elementos constitutivos
z Elemento Formal: Qual o regime em que o serviço
é prestado. A maioria dos casos, trata-se do regime
A matéria dos serviços públicos está contida,
de Direito Público.
de modo geral, na Constituição Federal e na Lei nº
8.987/1995, que disciplina o regime de concessão e
permissão dos serviços públicos. O fenômeno conhecido como a “crise do serviço
O serviço público em sentido amplo (lato sensu) público” se deu com o advento do Estado Regulador,
tem sua origem com a denominada Escola do Serviço na primeira metade do século XX. Ele traz a ideia de
Público, uma corrente doutrinária do século XX. Na um Estado que procura regular as atividades consi-
época, a doutrina começava a analisar com detalhes deradas serviços públicos. Se antes a execução dessas

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


aquilo que ficou decidido no caso Agnes Blanco, na tarefa era exclusiva do regime público, atualmente
França. Esse foi o caso primordial para decretar, de a execução desses serviços pode ser feita sob regime
modo geral, que ao Estado era vedado a utilização do privado. O Estado carece de recursos para cuidar de
Código Civil para a apuração de sua responsabilidade, tantos setores, simultaneamente.
quando causava danos na execução de serviços com Por isso, houve a necessidade de delegar tais servi-
fundamento de direito público. Para Roger Bennard, ços, mediante concessão ou permissão, como também
serviço público seria “a atividade ou organização a criação de pessoas jurídicas próprias para controlar
que abrange todas as funções de Estado”. A noção de tais atividades. Há assim, uma mitigação dos elemen-
serviço público muito se confunde com a de Direito tos identificadores do serviço público. Atualmente,
Público. admite-se que a execução dos serviços públicos seja
A Escola do Serviço Público também influencia os realizada por particulares (elemento subjetivo). Há
autores brasileiros. Para José Cretella Junior, serviço uma delegação da execução do serviço, o qual poderá
público é “toda atividade que o Estado exerce, direta ou ocorrer mediante concessão ou permissão do serviço
indiretamente, para satisfação das necessidades públi- público, nos termos da Lei nº 8.987/1995.
cas, mediante procedimento típico de direito público”. Também temos certas atividades que, embora
Podemos observar o caráter amplo e abrangente do sejam consideradas de serviço público, há serviços
instituto, ao considerar também como serviço público que satisfazem interesses particulares (elemento
as atividades legislativa e judiciária, que possuem um objetivo), como no caso do serviço de distribuição de
rol difuso de destinatários (uti universe). alimentos em prisões. 85
Por fim, o regime do serviço público pode ser de ser o menor possível para, também, remunerar o
Direito Privado (elemento formal), seguindo as nor- prestador do serviço, com uma pequena margem
mas da CLT para o regime de contratação de funcio- de lucro. Com o objetivo de reduzir ao máximo
nários, e os bens podem ser alienados ou penhorados, o valor da tarifa cobrada, a legislação brasileira
pois não estão afetados a uma utilidade pública. prevê alguns mecanismos especiais, que se apre-
Assim, pode-se concluir que a noção de serviço sentam como fontes alternativas de remunera-
público está intrinsecamente ligada a forma de atua- ção do prestador do serviço público. É o caso, por
ção do Estado. Uma das principais dificuldades de exemplo, de espaços publicitários utilizados nos
buscar um conceito de serviço público reside justa-
arredores de uma rodovia. A menor tarifa é tam-
mente nesse fato: a depender do modelo de Estado,
bém critério essencial para avaliação de proposta
sua forma de atuação poderá ser mais liberal ou mais
intervencionista. Dessa forma, o conceito de serviço numa licitação do tipo concorrência pública.
público também poderá ser mais ou menos abrangen-
te para cada País. Da classificação dos serviços públicos
José dos Santos Carvalho Filho é o autor jurista que
apresenta muito bem essa dificuldade, ao definir ser- Os serviços públicos podem ser dos mais variados
viço público como “toda atividade prestada pelo Esta- tipos. É uma tarefa difícil de estabelecer uma classifi-
do ou por seus delegados, basicamente sob regime de cação dos serviços públicos. O professor Hely Lopes
direito público, com vistas à satisfação de necessidades Meirelles1 apresenta uma boa classificação para os
essenciais e secundárias da coletividade”. serviços públicos, que podem ser agrupados com base
nos seguintes critérios:
Os princípios aplicáveis aos servidores públicos
z Quanto à essencialidade
Por estar submetido a um regime especial, que
pode ser total ou parcialmente de direito público, „ Serviços públicos propriamente ditos: tam-
os princípios de direito administrativo, previstos no bém são denominados de serviços essenciais,
caput do art. 37 da CF/1988, são aplicáveis à prestação são aqueles imprescindíveis à sobrevivência da
dos serviços públicos. Porém, há ainda alguns princí- sociedade. Por isso, tais serviços não admitem
pios específicos aos serviços públicos, que devem ser delegação ou outorga. É o caso, por exemplo, do
melhor analisados. São eles: poder de polícia, da saúde, da defesa nacional
etc. Observe que não são somente as funções
z Princípio da continuidade do serviço público: é ligadas ao Poder de Império que caracterizam
o princípio que diz respeito a obrigação do Estado um serviço público essencial propriamente
de prestar o serviço público, que não pode parar, dito. O uso do poder de império é relevante
dada a sua relevante finalidade pública. É dizer para o critério da adequação.
que o Estado tem um poder-dever (obrigatorieda- „ Serviços de utilidade pública: são serviços
de) de prestar tal atividade. O serviço deve ser inin- úteis, mas não são considerados essenciais.
terrupto, porém, o art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/1995 Por isso, eles podem ser prestados pelo Estado,
admite que, nos casos de serviços concessionados ou por terceiros, mediante remuneração paga
a entidades privadas, não se caracteriza desconti-
pelos usuários e sob constante fiscalização. É
nuidade do serviço a paralização quando motiva-
o caso dos serviços de transporte coletivo, de
da por razões de ordem técnica ou de segurança
telefonia etc.
das instalações; e por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade. A juris-
z Quanto à adequação:
prudência apresenta diversos julgados que aca-
bam contestando referido legal, sobretudo no que
„ Serviços próprios do Estado: são os serviços
diz respeito aos serviços de fornecimento de água
e de energia elétrica. característicos do Estado brasileiro. Constituem
z Princípio da mutabilidade do regime jurídico: aqueles serviços que se relacionam intimamen-
o interesse público não é estanque, mas variável te com as atribuições do Poder Público, isso é,
ao longo do tempo. A instauração de serviço públi- que possuem alguma relação com o poder de
co mediante certo regime jurídico não gera um império, que é único do Estado. O Estado exer-
“direito adquirido” ao mesmo, o que significa que ce tais serviços em relação de supremacia,
o Poder Público pode alterar um estatuto ou con- sobrepondo a sua vontade a dos particulares.
trato administrativo para promover maior ade- É o caso dos serviços de segurança, saúde, do
quação na prestação do referido serviço. poder de polícia etc.
z Princípio da isonomia dos usuários: trata-se „ Serviços impróprios do Estado: são, como o
de uma decorrência direta do princípio constitu- nome sugere, aqueles serviços que o Estado, ao
cional da impessoalidade. O serviço público deve exercê-lo, não necessita do seu poder de império
atender a todos, geralmente de forma individuali- para se sobrepor. São os que não afetam substan-
zada, sem discriminações e privilégios. cialmente as necessidades da comunidade, mas
z Princípio da modicidade das tarifas: As tarifas satisfazem interesses comuns de seus membros,
não devem ser exorbitantes, pois o serviço deve e, por isso, a Administração os presta remunera-
ser aproveitado pelo maior número de usuários damente por seus órgãos ou entidades descentra-
possível, independentemente de sua classe eco- lizadas, ou até mesmo para particulares mediante
nômica. O valor a ser exigido dos usuários deve regime de concessão e permissão.
86 1 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 44ª Edição. Editora Malheiros. 2020
z Quanto à finalidade: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
instituições democráticas e conservar o patrimônio
„ Serviços administrativos: são os serviços público;
que a Administração executa para atender às II - cuidar da saúde e assistência pública, da prote-
suas necessidades internas ou preparar outros ção e garantia das pessoas portadoras de deficiên-
cia; e
serviços que serão prestados ao público. São,
III - proteger os documentos, as obras e outros bens
assim, os serviços característicos da Adminis-
de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
tração Pública. Um exemplo diferente e que mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
não mencionamos até agora é o caso do servi- arqueológicos; entre outros.
ço da imprensa oficial, que tem como função
divulgar todos os atos prestados pelo Poder Compete aos Municípios, na forma do art. 30 da
Público, promovendo maior transparência e CF/1988, a prestação de serviços públicos de interesse
fiscalização de seus atos. local, incluindo o serviço de transporte coletivo; bem
„ Serviços industriais: são os serviços que pro- como prestar serviços de atendimento à saúde da
duzem renda para quem os presta, mediante a população, em cooperação com os demais entes fede-
remuneração da utilidade usada ou consumida. rativos. Evidente que aos Municípios também se apli-
Essa remuneração se denomina tarifa ou preço cam as competências comuns previstas no artigo 23.
público e será fixada pelo Poder Público, quer Ao Distrito Federal compete, além das competên-
quando o serviço é prestado por seus órgãos ou cias comuns, a prestação de todos os serviços estaduais
entidades, quer quando por concessionários, e municipais, uma vez que tal ente possui as mesmas
permissionários ou autorizatários. Os serviços competências legislativas dos Estados e Municípios.
de energia elétrica, água, telefonia, são serviços Por fim, em relação aos particulares, os mes-
dessa modalidade. mos poderão prestar os serviços notariais e de regis-
tro, na forma do artigo 236 da CF/1988. Tais serviços
z Quanto aos destinatários: envolvem a organização técnica e administrativa
destinados a garantir a publicidade, autenticidade, a
„ Serviços gerais ou uti universi: já menciona- segurança e a eficácia dos atos jurídicos, nos termos
mos um pouco sobre essa classificação. São os do art. 1º da Lei nº 8.985/1994. Os serviços de notas e
serviços públicos que não possuem usuários ou registros é regulamentado pela referida lei.
destinatários específicos e são remunerados por
tributos. Os serviços de iluminação pública e cal- Dica
çamento são remunerados por essa maneira.
„ Serviços individuais ou uti singuli: são os As parcerias público-privadas (PPPs) são con-
que possuem de antemão usuários conhecidos tratos administrativos de concessão, podendo
e predeterminados, e o Estado já sabe, antes, apresentar-se na modalidade de concessão
quais são os beneficiados pela prestação do patrocinada ou concessão administrativa, na
referido serviço. Por isso, esses serviços são forma do caput do art. 2º da Lei nº 11079/2004.
remunerados por tarifa. É o caso do serviço É uma hipótese que apresenta-se muito mais
de água e esgoto, de iluminação domiciliar, de viável e atraente para o particular, uma vez que
telefonia etc. ele recebe uma contraprestação pecuniária do
ente público, o que diminui o valor a ser cobrado
Da competência para prestar serviços públicos como taxa para os usuários do serviço.

A atual Constituição Federal de 1988 atribuiu DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO,


AUTORIZAÇÃO
diversos serviços públicos aos entes da Federação.
Em relação a União, os serviços públicos federais
Formas de prestação do serviços públicos diz
estão inclusos nos incisos X a XII do art. 21 da CF/1988.
respeito ao titular do referido serviço público. Como
São, de modo geral: a) serviço postal e o correio aéreo
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
foi visto em competências, são várias as entidades
nacional; b) os serviços de telecomunicações; c) os ser-
que podem prestar serviços públicos. Essas formas de
viços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; d) prestação variam para cada tipo de serviço:
os serviços e instalações de energia elétrica e o apro-
veitamento energético dos cursos de água, em arti- z Serviços centralizados: são os serviços presta-
culação com os Estados onde se situam os potenciais dos diretamente pelo Poder Público, em seu pró-
hidroenergéticos; e) serviços de navegação aérea, prio nome e sob sua exclusiva responsabilidade. A
aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; f) ser- União, os Estados, os Municípios e o Distrito Fede-
viços de transporte ferroviário e aquaviário entre ral são os titulares desses serviços.
portos brasileiros e fronteiras nacionais; etc. z Serviços desconcentrados: são os serviços públi-
Aos Estados, por outro lado, a Constituição mencio- cos prestados pelo Estado, mas não por ele pró-
na que compete a eles explorar diretamente, ou median- prio, e sim por seus órgãos, mantendo para si
te concessão, os serviços locais de gás canalizado (art. 25, apenas a responsabilidade pela execução. Exem-
§ 2º, CF/1988). Isso não significa que os Estados somente plos: o Ministério da Saúde, o Ministério da Eco-
podem explorar serviços locais de gás canalizado, uma nomia, as Secretarias de Justiça, as Ouvidorias,
vez que existem as competências comuns a todos os as Auditorias, todas essas pessoas que não são o
entes da Federação, atribuídas de forma remanescente. Estado, mas que “fazem parte” dele e não possuem
Alguns exemplos de competências comuns estão dispos- personalidade jurídica própria, realizam serviços
tos no artigo 23 da CF/1988, como: desconcentrados. 87
z Serviços descentralizados: são os serviços públi- I - o regime das empresas concessionárias e permis-
cos que não são prestados pelo Estado, e sim por sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
terceiros, com personalidade jurídica própria, seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
podendo arcar com os riscos do negócio por con- condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
ta própria. Exemplos: o Procon, o Cadin, o INSS, concessão ou permissão;
o Detran etc. Aqui a titularidade do serviço não é
mais do Estado, e sim dessa entidade terceira. Com Lei nº 8.987/1995
isso, a responsabilidade pela execução do servi-
ço público recai primeiramente sobre o terceiro, Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
mas é possível que o Estado se responsabilize tam- (...)
bém, mas somente de forma subsidiária (se o ente II - concessão de serviço público: a delegação de sua
prestação, feita pelo poder concedente, mediante
demonstrar não haver patrimônio suficiente para
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
fins de indenização).
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e
As formas de execução, que não se confundem risco e por prazo determinado;
com as formas de prestação, são apenas duas: execu-
ção direta e execução indireta. Dessa forma, podemos concluir que a prestação do
A execução direta ocorre sempre que o Poder serviço público pode ocorrer diretamente pela Admi-
Público emprega meios próprios para a sua prestação. nistração Pública, ou indiretamente, mediante dele-
Aqui engloba tanto a Administração Direta como a gação do serviço a concessionários e permissionários
Administração Indireta, isso é, a execução por intermé- que, por expressa determinação legal, necessita de
dio de pessoas jurídicas de direito público ou de direito prévio procedimento de licitação.
privado que foram instituídas para tal fim. Relembran- A concessão de serviço público é contrato admi-
do que são pessoas jurídicas de direito público inte- nistrativo bilateral, o que significa que depende,
grantes da Administração Indireta: as autarquias e as para a sua formação, além dos requisitos essenciais a
fundações públicas. E são pessoas de direito privado todo negócio jurídico dispostos no art. 104 do Código
integrantes da Administração Indireta: as empresas Civil (agente capaz, objeto lícito, forma prescrita ou
públicas e as sociedades de economia mista. não defesa em lei), a convergência de vontades distin-
A execução indireta, por sua vez, ocorre sempre tas. Temos de um lado o poder concedente, que tem
que o Poder Público concede a pessoas jurídicas ou pes- por objetivo a execução do serviço público em prol
soas físicas estranhas à entidade estatal a possibilidade da coletividade; e do outro, a entidade concessionária
de virem a executar os serviços, mediante o regime de que deve executar o serviço, com o objetivo de lucrar
concessão e permissão. A execução indireta caracteri- mediante a arrecadação de tarifas dos usuários bene-
za-se pelo fato de que tais serviços são prestados pela ficiados com aquele serviço. O contrato deve ser obri-
esfera privada, isso é, são empresas que não possuem gatoriamente por escrito e rege-se pelas regras de
qualquer tipo de vínculo com a Administração Pública Direito Administrativo.
Ao mencionar a transferência para pessoa jurí-
(Direta ou Indireta), não fazem parte da mesma.
dica privada, quis o legislador que a delegação do
serviço não pudesse, em regra, ser feita a pessoas
Da delegação dos serviços públicos físicas, mas somente à empresa ou a um consórcio
de empresas. É o caso, por exemplo, da Sabesp, que é
Como vimos, os serviços públicos podem ser exe- sociedade de economia mista, na prestação do serviço
cutados diretamente pelo Poder Público, ou indireta- de abastecimento de água no Estado de São Paulo.
mente por terceiros, que podem ser pessoas jurídicas Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres-
de direito público ou de direito privado. Aqui há uma tação de serviço público. A delegação ocorre apenas
delegação da competência administrativa. Resta sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titulari-
saber quais são as principais formas de delegação dade, que continua sendo do poder concedente.
dos serviços públicos, são três: concessão, permissão Apesar da execução do serviço público não ser fei-
e autorização ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei
O termo “concessão” é empregado para designar a nº 8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado.
atividade da Administração Pública de delegar ao par- São deveres do poder concedente:
ticular a prestação de um serviço, ou a execução de
obra pública, ou ainda o uso de bem público. I - Regulamentar e fiscalizar a execução do serviço
concedido. A fiscalização é uma forma de exercício
Concessão de serviço público é o contrato pelo
de controle da execução do serviço público, pois por
qual a Administração promove a prestação indire-
mais que o Estado não esteja realizando a execução
ta de um serviço, delegando-o a particulares. Exem-
do serviço per si, nada impede que ele possa fiscalizar
plos: a construção de linha ferroviária ou metrô para se a execução está ocorrendo de forma correta. Ele
transporte de passageiros, transmissão áudio sonora pode mandar um agente vinculado à Administração,
(rádio) ou por imagens e sons (televisão), etc. Possui ou um terceiro contratado justamente para esse fim.
previsão legal na Lei nº 8.987/1995 (Lei de Concessões II - Intervir na execução do serviço, nos casos previstos
dos Serviços Públicos), bem como previsão constitu- em lei. A intervenção advém do próprio ato de fiscaliza-
cional no art. 175 da CF/1988: ção: se a execução do serviço não se mostrar adequada
ou estiver conforme o que foi explícito no contrato, o
Constituição Federal de 1988 poder concedente pode requisitar a paralisação da exe-
Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da cução, por exemplo.
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per- III - Aplicar as penalidades previstas na lei e/ou no
missão, sempre através de licitação, a prestação de contrato. As penalidades pela inexecução do ser-
serviços públicos. viço público estão previstas no artigo 87 da Lei
88 Parágrafo único. A lei disporá sobre: nº 8.666/1993, podendo variar de uma simples
advertência, multa, ou até mesmo uma declaração de V - Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros neces-
inidoneidade para licitar ou contratar com a Admi- sários à prestação do serviço. Todos os encargos do
nistração Pública enquanto perdurarem os motivos serviço público ficam a cargo do concessionário. Logo,
determinantes da punição ou até que seja promovida faz parte dessa lógica que ele deve ter poder de decisão
a reabilitação. sobre os recursos econômicos e financeiros relaciona-
IV - Possibilitar reajustes e a revisão das tarifas cobra- dos com a prestação do serviço público.
das. A revisão é uma ferramenta que pode ser utilizada
tanto na fase de estipulação do contrato, como na fase Por fim, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre
de execução do serviço público. Se restar comprovado as modalidades de extinção da concessão do serviço
que a tarifa de um serviço público se tornou demasiada- público. São seis ao todo:
mente alta, é possível realizar alguns ajustes. Contudo,
esses ajustes geralmente são muito pequenos, e geral-
z Advento do termo contratual: trata-se da extin-
mente costumam ser para elevar o preço da tarifa, e não
para diminuí-la. ção do contrato pelo encerramento de seu prazo
V - Atender as reclamações e outras queixas advindas de vigência. É a extinção natural do contrato, haja
dos usuários, zelando pela boa qualidade do serviço. vista que nosso direito não admite contrato de con-
Não faria muito sentido os usuários mandarem suas cessão por prazo indeterminado.
reclamações pela má qualidade do serviço prestado z Encampação ou resgate: nos termos do art. 37
para justamente a concessionária que está executan- da Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço
do o referido serviço. Tais reclamações são recebidas pelo poder concedente durante o prazo da conces-
pelo superior na linha hierárquica, para que ele possa são, por motivo de interesse público, mediante lei
tomar as medidas cabíveis. autorizativa específica e após prévio pagamento da
VI - Declarar os bens necessários à execução do servi- indenização (...)”. Aqui, não ocorreu nenhum tipo
ço de necessidade ou utilidade pública. Pode ocorrer de infração de algum termo do contrato, o conces-
que a concessionária, para equilibrar o seu patrimô- sionário simplesmente abandonou a execução do
nio, pretenda promover a alienação de um ou mais contrato (é muito comum algumas dessas empre-
bens. Porém, o poder concedente pode atribuir alguns
sas “desaparecerem” no meio da prestação do ser-
limites, declarando esses bens como de necessidade,
viço). Por isso, não é possível aplicar sanções ao
ou de utilidade pública. Dessa forma, esses bens tor-
nam-se inalienáveis, e também impenhoráveis, o que contratado.
significa que a concessionária não pode se dispor z Caducidade: é a modalidade em que a execução
deles livremente. do serviço não é realizada, no todo ou em parte,
ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à
Por outro lado, incumbe à concessionária do ser- concessionária. A caducidade deve ser declarada,
viço público as seguintes tarefas: (art. 31 da Lei nº havendo a ocorrência de um dos eventos descritos
8.987/1995): no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como:
a concessionária paralisar o serviço, descumprir
I - Prestar o serviço de maneira adequada, utilizan- cláusula contratual, não cumprir com as penalida-
do-se de técnicas específicas de seu conhecimento, des impostas, etc.
nos casos previstos na lei ou no contrato. Essa é a z Rescisão por culpa do poder concedente: Caso
tarefa primordial, óbvio, pois a concessionária é a o poder concedente descumpra com alguma regra
responsável pela execução do serviço público. estabelecida no instrumento contratual, a conces-
II - Prestar contas da gestão do serviço ao poder sionária tem direito a ingressar em juízo, objeti-
concedente e aos usuários. É formada uma relação vando à indenização dos danos decorrentes da
de hierarquia entre o poder concedente e o conces- extinção contratual. A indenização, neste caso,
sionário. Por isso, este deve prestar contas de seus abrange somente os danos emergentes (o que efe-
atos ao seu superior, devendo informar se a gestão tivamente perdeu), e não os lucros cessantes (o
do serviço público está ocorrendo corretamente, se
que ele poderia ter ganhado).
não há nenhuma falha ou defeito, etc.
z Anulação: é a modalidade de extinção em que
III - Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço
e as cláusulas contratuais, havendo possibilidade
consta vício de legalidade no contrato. O contrato
perde sua eficácia desde a sua concepção (ex tunc),
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de pedir indenização pela inexecução do contrato.
É tarefa do concessionário exigir que tudo aquilo o que significa que a concessionária não faz jus à
avençado no contrato se torne realidade. Assim, se indenização, exceto quanto a parte já executada
o poder concedente se recusar a lhe outorgar algo do contrato.
estabelecido em contrato, ou se o valor da remu- z Decretação de falência: como a concessão é con-
neração não for igual a aquele avençado, poderá o trato personalíssimo, ou seja, as partes contra-
concessionário pedir a rescisão do contrato, com tantes têm grande relevância para a execução do
pagamento de indenização pelo Poder Público. serviço, havendo o desaparecimento da empresa
IV - Promover desapropriações e construir servidões concessionária mediante falência, ou o falecimen-
administrativas, mediante autorização do poder to de empresário individual, o vínculo contratual
concedente. Essas são formas de intervenção do também desaparece.
Estado na propriedade privada. Pode ocorrer que o
concessionário, para a melhor execução de um ser-
A permissão é outra forma da Administração
viço, precise ocupar um espaço de propriedade de
um particular, seja para fins de desapropriação, ou
Pública de delegar a execução de serviço público para
uma outra forma de intervenção mais branda, como os particulares, também possui previsão no art. 175
construir uma servidão. Todas essas hipóteses são da CF/1988 e na Lei nº 8.987/1995. A permissão é uni-
possíveis, desde que mediante prévia autorização, e lateral, discricionária, precária e intuitu personae
também desde que haja uma indenização do parti- (personalíssima), promove a delegação do serviço
cular, que teve sua propriedade privada obstruída. público mediante prévia licitação para um particular
denominado permissionário. 89
Questão controvertida é a natureza jurídica da Importante destacar as diferenças entre permis-
permissão. Após a Constituição de 1988, o direito são e a concessão de serviço público, que podem ser
brasileiro passou a tratar a permissão como se fosse determinadas com base nos seguintes requisitos:
um contrato de adesão, como se depreende da leitura
do inciso I do parágrafo único do artigo 175 da Carta z Quanto à natureza jurídica: a permissão é uni-
Magna: lateral, enquanto a concessão é contrato bilateral.
z Quanto aos beneficiários: qualquer pessoa pode
“I - o regime das empresas concessionárias e per- ser permissionária, mas somente as pessoas jurídi-
missionárias de serviços públicos, o caráter espe-
cas (empresas) podem ser concessionárias.
cial de seu contrato e de sua prorrogação, bem
como as condições de caducidade, fiscalização e z Quanto ao aporte de capital: a concessão exige
rescisão da concessão ou permissão”. maior aporte de capital, a permissão admite inves-
timentos de pequeno ou médio porte.
Todavia, contrato de adesão é remetente aos con- z Quanto à licitação: a concessão deve ser prece-
tratos de Direito Privado, principalmente nas relações dida de licitação na modalidade de concorrência.
de consumo. Tal modalidade de contrato é elaborado Não há essa exigência para a permissão.
unilateralmente pelo fornecedor, obrigando a parte z Quanto à forma da outorga: a concessão se dá
aderente apenas a manifestar o seu aceite. Trata-se mediante promulgação de lei específica. A permis-
de uma característica presente também nos contra- são necessita apenas de autorização legislativa.
tos administrativos: as regras enclausuradas no con-
trato administrativo são unilateralmente elaboradas A autorização, por sua vez, é um ato administrativo
pelo poder concedente, antes mesmo do processo de por meio do qual a administração pública possibilita ao
licitação. particular a realização de alguma atividade de predomi-
A confusão se estende ainda mais no âmbito legis- nante interesse deste, ou a utilização de um bem público.
lativo, como ocorre no artigo 40 da Lei nº 8.987/1995, Assim como a permissão, a autorização é um ato
ao dispor que a permissão. unilateral, discricionário, precário e independente
de licitação. Todavia, se difere da permissão ante o
“será formalizada mediante contrato de adesão,
fato de que o interesse da autorização é predominan-
que observará os termos desta Lei, das demais nor-
mas pertinentes e do edital de licitação, inclusive
temente privado. Um exemplo disso é a autorização
quanto à precariedade e à revogabilidade unilate- para o porte de arma: apenas o particular tem interes-
ral do contrato pelo poder concedente”. se de ter em sua posse arma de fogo.
Parte da doutrina entende que é incabível a uti-
Esse dispositivo não faz o menor sentido, uma vez lização de autorização para a prestação de serviços
que dispõe que a permissão é uma espécie de “contra- públicos, por força do artigo 175 da CF/1988: “Incumbe
to precário”. ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
Não parece correto admitir que a permissão seja regime de concessão ou permissão, sempre através de
uma espécie de contrato regulado por normas de licitação, a prestação de serviços públicos”.
Direito Privado, com princípios completamente distin-
tos dos princípios administrativos. Todavia, há diver- PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO USUÁRIO
sos autores que admitem tal possibilidade, inclusive DOS SERVIÇOS PÚBLICOS (LEI Nº 13.460/2017)
o próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento
da ADI nº 1.491/1998 0. A ação de inconstitucionalida- A prestação de serviços públicos não pode alcan-
de foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista çar sua finalidade se ela não servir para o seu público
(PDT) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT) contra alvo, que são os seus próprios usuários. Assim, como
dispositivos da Lei 9.295/1996, que dispõe sobre os uma forma de promover maior excelência e qualidade
serviços de telecomunicações e sua organização. O na prestação dos serviços públicos, deve ser assegura-
relator à época, ministro Carlos Velloso, votou pelo do aos usuários a defesa de seus direitos, bem como
deferimento da liminar para suspender os efeitos do § permitir que eles tenham sua participação garantida.
2° do artigo 8°. Esse dispositivo determina que. Nesse sentido, a Lei Federal nº 13.460, de 26 de
junho de 2017, é a lei que dispõe sobre a participa-
“as entidades que, na data de vigência desta Lei, ção, a proteção e defesa dos direitos do usuário dos
estejam explorando o Serviço de Transporte de serviços públicos da administração pública. É impor-
Sinais de Telecomunicações por Satélite, median- tante analisar os principais dispositivos dessa lei, bem
te o uso de satélites que ocupem posições orbitais como as alterações mais recentes, introduzidas pela
notificadas pelo Brasil, têm assegurado o direito à Lei nº 14.015/2020.
concessão desta exploração”. Preliminarmente, cumpre ressaltar que os dispo-
sitivos apresentados pela referida Lei se aplicam à
O fundamento da ADI é que, no entendimento dos administração pública direta e indireta da União, dos
referidos Partidos Políticos, tal dispositivo viola a exi- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos ter-
gência constitucional de licitação prévia à realização mos do inciso I do § 3º do art. 37 da Constituição Fede-
da concessão ou permissão de serviços públicos e ao ral. Porém, não são somente as pessoas jurídicas de
princípio da livre concorrência e defesa do consumi- direito público: o § 3º do artigo 1º dispõe também que
dor. É um tanto surpreendente afirmar que a permis-
o regime dessa lei é aplicável, subsidiariamente, nos
são de serviço público deve seguir normas e regras de
serviços públicos prestados por particulares.
Direito do Consumidor (ramo de Direito Privado).
O artigo 2º da Lei Federal nº 13.460 traz alguns
Por isso, para todos os efeitos, vamos nos alinhar
conceitos iniciais que são importantes para o
com a posição da maioria das bancas costuma e defi-
entendimento da matéria. Para os efeitos dessa Lei,
nir a permissão como um contrato de adesão.
90 considera-se:
I - usuário - pessoa física ou jurídica que se benefi- XIV - utilização de linguagem simples e compreensível,
cia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de serviço evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e
público; XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já
II - serviço público - atividade administrativa ou comprovado em documentação válida apresentada.
de prestação direta ou indireta de bens ou serviços XVI - comunicação prévia ao consumidor de que
à população, exercida por órgão ou entidade da o serviço será desligado em virtude de inadimple-
administração pública; mento, bem como do dia a partir do qual será rea-
III - administração pública - órgão ou entidade lizado o desligamento, necessariamente durante
integrante da administração pública de qualquer horário comercial.  
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, a Advocacia Pública e a É o artigo 6º, todavia, que apresenta os direitos
Defensoria Pública; dos usuários do serviço público. São uma série de
IV - agente público - quem exerce cargo, empre- prerrogativas que devem ser respeitadas pelo Estado
go ou função pública, de natureza civil ou militar, ou daquele cujo serviço público foi outorgado. Assim,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração; e são direitos básicos dos usuários, in verbis:
V - manifestações - reclamações, denúncias, suges-
tões, elogios e demais pronunciamentos de usuários I - participação no acompanhamento da prestação
que tenham como objeto a prestação de serviços e na avaliação dos serviços;
públicos e a conduta de agentes públicos na prestação II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de
e fiscalização de tais serviços. escolha entre os meios oferecidos e sem discriminação;
III - acesso e obtenção de informações relativas à
Com periodicidade mínima anual,  cada Poder e sua pessoa constantes de registros ou bancos de
esfera de Governo publicará quadro geral dos servi- dados, observado o disposto no inciso X do caput do
ços públicos prestados, que especificará os órgãos ou art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de
entidades responsáveis por sua realização e a autori- 18 de novembro de 2011 ;
dade administrativa a quem estão subordinados ou IV - proteção de suas informações pessoais, nos ter-
vinculados (art. 3°) mos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;
V - atuação integrada e sistêmica na expedição de
Dos direitos básicos e deveres dos usuários atestados, certidões e documentos comprobatórios
de regularidade; e
O artigo 5º dispõe que o usuário de serviço público VI - obtenção de informações precisas e de fácil
tem direito à adequada prestação dos serviços. Para acesso nos locais de prestação do serviço, assim
que isso ocorra, é imputado aos prestadores do serviço como sua disponibilização na internet, especial-
público uma série de deveres e diretrizes que devem mente sobre:
ser seguidas para garantir essa prestação do serviço a) horário de funcionamento das unidades
público com excelência. Essas diretrizes são, in verbis: administrativas;
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua
I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no localização exata e a indicação do setor responsá-
atendimento aos usuários; vel pelo atendimento ao público;
II - presunção de boa-fé do usuário; c) acesso ao agente público ou ao órgão encarrega-
III - atendimento por ordem de chegada, ressal- do de receber manifestações;
vados casos de urgência e aqueles em que hou- d) situação da tramitação dos processos adminis-
ver possibilidade de agendamento, asseguradas trativos em que figure como interessado; e
as prioridades legais às pessoas com deficiência, e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação
aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas dos serviços, contendo informações para a com-
acompanhadas por crianças de colo; preensão exata da extensão do serviço prestado.
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- VII - comunicação prévia da suspensão da presta-
ção de exigências, obrigações, restrições e sanções ção de serviço. 
não previstas na legislação;
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado
qualquer tipo de discriminação; Importante!
VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - definição, publicidade e observância de horá- Pela leitura dos direitos básicos do usuário, per-
rios e normas compatíveis com o bom atendimento cebe-se que o serviço público pode ser suspen-
ao usuário; so quando o usuário deixa de pagar a respectiva
VIII - adoção de medidas visando a proteção à saú- tarifa. O que a lei protege é a comunicação prévia
de e a segurança dos usuários; dessa suspensão. Todavia, é vedada a suspen-
IX - autenticação de documentos pelo próprio agen-
te público, à vista dos originais apresentados pelo
são da prestação de serviço em virtude de ina-
usuário, vedada a exigência de reconhecimento de dimplemento por parte do usuário que se inicie
firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade; na sexta-feira, no sábado ou no domingo, bem
X - manutenção de instalações salubres, seguras, como em feriado ou no dia anterior a feriado.
sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço e ao Esse é uma exceção introduzida recentemente
atendimento; pela Lei nº 14.015/2020.
XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo cus-
to econômico ou social seja superior ao risco envolvido;
XII - observância dos códigos de ética ou de conduta O artigo 7º trata da Carta de Serviços ao Usuário,
aplicáveis às várias categorias de agentes públicos; que tem por objetivo informar o usuário sobre os ser-
XIII - aplicação de soluções tecnológicas que visem viços prestados pelo órgão ou entidade, as formas de
a simplificar processos e procedimentos de atendi- acesso a esses serviços e seus compromissos e padrões
mento ao usuário e a propiciar melhores condições de qualidade de atendimento ao público (art. 7º, § 1º).
para o compartilhamento das informações;
91
A Carta de Serviços ao Usuário deverá trazer infor- integralmente publicado no sítio do órgão ou entida-
mações claras e precisas em relação a cada um dos de, incluindo o ranking das entidades com maior inci-
serviços prestados, apresentando, no mínimo, infor- dência de reclamação dos usuários.
mações relacionadas a:

I - serviços oferecidos;
II - requisitos, documentos, formas e informações
necessárias para acessar o serviço;
EXERCÍCIOS COMENTADOS
III - principais etapas para processamento do serviço;
IV - previsão do prazo máximo para a prestação do 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca de atos adminis-
serviço; trativos, serviços públicos e intervenção do Estado na
V - forma de prestação do serviço; e propriedade, julgue o item seguinte.
VI - locais e formas para o usuário apresentar even- Cada Poder e cada esfera de governo devem estabe-
tual manifestação sobre a prestação do serviço lecer regulamento específico dispondo sobre a ava-
(art. 7º, § 2º).
liação da efetividade e dos níveis de satisfação dos
usuários dos serviços públicos por eles prestados,
Por fim, o artigo 8º apresenta os deveres dos usuá-
devendo a quantidade de manifestações dos usuários
rios, quando usufruem do serviço público. Assim, são
obrigações dos usuários: ser um dos parâmetros considerado nessa avaliação.

I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo ( ) CERTO  ( ) ERRADO


com urbanidade e boa-fé;
II - prestar as informações pertinentes ao serviço A Lei n. 13.460/2017, que estabelece normas básicas
prestado quando solicitadas; para participação, proteção e defesa dos direitos do
III - colaborar para a adequada prestação do serviço; e usuário dos serviços públicos e que se aplica à admi-
IV - preservar as condições dos bens públicos por nistração direta e indireta da União, dos estados, do
meio dos quais lhe são prestados os serviços de que
Distrito Federal e dos municípios, dispõe, no inciso
trata esta Lei.
IV do art. 23, que a quantidade de manifestações dos
Manifestação dos usuários usuários é um dos aspectos a ser considerado pelos
órgãos e pelas entidades públicas na avaliação de
A Lei nº 13.460/2017 permite que, para garantir seus seus serviços prestados. Resposta: Certo.
direitos, o usuário possa apresentar manifestações peran-
te a administração pública acerca da prestação de servi- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito do regime
ços públicos. A manifestação será dirigida à ouvidoria do de concessão e permissão da prestação de serviços
órgão ou entidade responsável e conterá a identificação do públicos, julgue o item subsecutivo.
requerente (art. 9º e 10). A transferência de concessão ou de controle societá-
A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou
rio da concessionária sem a prévia anuência do poder
correspondência convencional, ou verbalmente, hipótese
em que deverá ser reduzida a termo. Nesse caso, poderá a concedente implicará a caducidade da concessão.
administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de
certificação da identidade do usuário (art. 10, parágrafos). ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Os procedimentos administrativos relativos à aná-
lise das manifestações observarão os princípios da A questão exige do candidato conhecimento quanto
eficiência e da celeridade, visando a sua efetiva reso- as possibilidades de extinção da concessão do ser-
lução, que compreende: viço público. Uma delas é a caducidade, prevista no
artigo 27 da Lei nº 8.987/1995: “A transferência de
I - recepção da manifestação no canal de atendi-
concessão ou do controle societário da concessioná-
mento adequado;
II - emissão de comprovante de recebimento da ria sem prévia anuência do poder concedente impli-
manifestação; cará a caducidade da concessão”. Resposta: Certo.
III - análise e obtenção de informações, quando necessário;
IV - decisão administrativa final; e V - ciência ao usuário. 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se
segue, relativo a serviços públicos e aos direitos dos
Por fim, o artigo 23 dispõe sobre a avaliação dos usuários desses serviços.
serviços públicos, que deverá ser feita com base nos São exigências para apresentar manifestações à ouvi-
seguintes aspectos:
doria de órgãos públicos a utilização de meio eletrôni-
co e a indicação dos motivos determinantes.
I - satisfação do usuário com o serviço prestado;
II - qualidade do atendimento prestado ao usuário;
III - cumprimento dos compromissos e prazos defi- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
nidos para a prestação dos serviços;
IV - quantidade de manifestações de usuários; e Não é exigido que a manifestação seja feita por meio
V - medidas adotadas pela administração pública para eletrônico. A Lei nº 13.460/2017 dispõe que a manifes-
melhoria e aperfeiçoamento da prestação do serviço. tação poderá ser feita por meio eletrônico, ou corres-
pondência convencional, ou verbalmente, hipótese em
A avaliação será realizada por pesquisa de satis- que deverá ser reduzida a termo. Além disso, são veda-
fação feita, no mínimo, a cada um ano, ou por qual-
das quaisquer exigências relativas aos motivos deter-
quer outro meio que garanta significância estatística
minantes da apresentação de manifestações perante a
aos resultados. O resultado da avaliação deverá ser
92 ouvidoria (art. 10, § 2º, idem). Resposta: Errado.
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se atualidade, que exige que a Administração Pública
segue, relativo a serviços públicos e aos direitos dos utilize-se, sempre, da tecnologia mais moderna para
usuários desses serviços. a prestação de um serviço de qualidade para seus
De acordo com o STJ, o princípio da continuidade do usuários (não há mais espaço para os “servidores
serviço público autoriza que o poder público promova de máquina de escrever”). A segunda frase apre-
a retomada imediata da prestação do serviço no caso senta as palavras “tarifas baixas” e “cobradas dos
de extinção de contrato de concessão por decurso do usuários”, o que é uma clara alusão ao princípio da
prazo de vigência ou por declaração de nulidade, des- modicidade das tarifas. Resposta: Letra B
de que tal poder realize previamente o pagamento de
indenizações devidas. 7. (FGV – 2018) Serviço público é toda atividade executa-
da de forma direta ou indireta pelo Estado e usufruída
( ) CERTO  ( ) ERRADO pelos cidadãos, gozando de prerrogativas decorrentes
da supremacia do interesse público. Dentre os princí-
O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendi- pios específicos do serviço público, o ordenamento
mento de que, havendo a extinção de concessão de jurídico estabeleceu o da:
serviço público por decurso do prazo, cabe ao ente
concedente a retomada imediata da prestação do a) modicidade das tarifas, segundo o qual o serviço públi-
serviço público até a realização de nova licitação, co deve ser prestado aos hipossuficientes de forma
para garantir a continuidade do serviço público, gratuita e universal;
b) pessoalidade, segundo o qual o serviço público deve
não se condicionando o termo final do contrato ao
ser prestado em benefício a um círculo social previa-
pagamento prévio de eventual indenização (REsp
mente definido em lei;
1390911/SC). Resposta: Errado.
c) continuidade, segundo o qual o serviço público, em
regra, não deve sofrer interrupções e deve ser presta-
5. (VUNESP – 2018) Dentre os princípios regedores dos do de forma permanente;
serviços públicos, encontra-se o princípio pelo qual os d) isonomia formal, segundo o qual o preço público cobra-
serviços públicos devem ser prestados com a maior do para prestação do serviço deve ter valor progres-
amplitude possível, vale dizer, deve beneficiar o maior sivo, de acordo com a capacidade contributiva do
número possível de indivíduos. Trata-se do princípio da: usuário;
e) onerosidade, segundo o qual o serviço público é remu-
a) continuidade. nerado mediante tarifa e, em caso de inadimplemento
b) modicidade. do usuário, pode ser suspenso independentemente de
c) totalidade. aviso prévio.
d) generalidade.
e) universalidade. A letra A está errada, a modicidade das tarifas sig-
nifica que as tarifas cobradas pelo serviço público
A letra A está errada, o princípio da continuidade sig- devem ser baixas e módicas. A letra B está errada,
nifica que o serviço público não pode parar, salvo em não existe princípio da pessoalidade, pois os servi-
algumas hipóteses legalmente previstas. A letra B está ços públicos devem atender ao número máximo de
errada, o princípio da modicidade tem relação com usuários possível, sem a possibilidade de discrimi-
as tarifas a ser cobrada aos usuários. O preço dessas nação entre os usuários. A letra D está errada, pois
tarifas deve ser módicos. As letras C e E estão erradas a isonomia não tem relação com as tarifas cobra-
quanto ao nome, apesar de totalidade e universalidade das aos usuários. A letra E está errada na sua parte
final, pois é vedada a suspensão do serviço público
serem sinônimos, no caso dos serviços públicos, o nome
sem o devido aviso prévio. Resposta: Letra C.
correto do princípio é generalidade. Resposta: Letra D.
8. (VUNESP – 2020) A delegação, a título precário,
6. (FGV – 2019) O serviço público está submetido ao
mediante licitação, da prestação de serviços públicos,
regime de direito público, com aplicação de regras feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
específicas trazidas pela Lei nº 8.987/95. Assim, o que demonstre capacidade para seu desempenho, por
serviço público deve ser prestado: sua conta e risco.
1) com a modernidade das técnicas, do equipamento e É correto afirmar que o texto do enunciado trata da NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
das instalações e sua conservação; e
2) mediante tarifas mais baixas possíveis cobradas dos a) concessão de serviço público.
usuários, a fim de manter a prestação do serviço à b) licitação de serviço público.
maior parte possível da coletividade. c) autorização de serviço público.
As duas características acima descritas traduzem, d) regulamentação de serviço público.
respectivamente, os princípios do serviço público da: e) permissão de serviço público.

a) modicidade e continuidade; No enunciado da questão há algumas palavras-cha-


b) atualidade e modicidade; ve para identificar a forma de delegação do servi-
c) economicidade e continuidade; ço público que a questão pede. Essas palavras são:
d) universalidade e eficiência; “título precário”, “mediante licitação”, “pessoa físi-
e) generalidade e competitividade. ca” e “por sua conta e risco”. Se é a título precário,
significa que pode ser revogada a qualquer tem-
A questão é bastante simples, analisando cada uma po. Se a concessão é realizada mediante licitação,
das frases podemos destacar algumas palavras-cha- significa que o ente que recebeu a delegação o fez
ve para identificar os princípios. No caso da frase mediante contrato administrativo (e não ato). Além
1, as palavras “modernidade de técnicas” e “equi- disso, tal ente desempenha as funções do serviço
pamentos”, claramente trata-se do princípio da público por sua 93
CONTROLE JUDICIAL
CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA
Esse é o controle exercido pelo Poder Judiciário sobre
ADMINISTRAÇÃO os atos praticados pelos demais poderes e de seus pró-
prios atos quando do exercício da função administrativa.
A Administração Pública estará sujeita a vários meca- Importante lembrar que no Brasil aplica-se o prin-
nismos que irão verificar a regularidade da sua atuação. cípio da inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual
Por vezes, mecanismos internos, assim como externos, nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito poderá
sujeitam-se a controles exercidos por outros Poderes. ser afastada a apreciação do Poder Judiciário.
Essa possibilidade de um Poder limitar o outro Nesse contexto, importante lembrar que, em
você poderá encontrar referida como sistema de freios âmbito administrativo, teremos a ocorrência do con-
e contrapesos ou checks and balances. Nada mais é do tencioso administrativo nesses termos. Tribunais
administrativos especializados apreciarão a matéria
que a limitação mútua de um Poder para com outro,
de sua competência, o que não afasta a competência
de forma que o poder que emana do povo seja exerci- do Poder Judiciário de apreciar novamente a matéria.
do de forma equilibrada pelos representantes eleitos. No entanto, como já vimos anteriormente, essa
análise, em regra, não poderá adentrar ao mérito
CONTROLE ADMINISTRATIVO administrativo dos atos analisados, devendo se ater
aos aspectos vinculados.
O controle administrativo é o controle exercido Ainda, segundo o princípio da inércia que norteia
pela própria Administração Pública sobre seus atos. a atuação do Poder Judiciário, deverá ser sempre pro-
Uma importantíssima característica do controle inter- vocado por um dos interessados na sua manifestação.
no é a amplitude, pois recairá tanto sobre os aspectos
de legalidade como sobre os aspectos de mérito. Dica
Vejamos o artigo 70 da CF/88, que faz menção direta à O Poder Judiciário só poderá se manifestar sobre a
existência do sistema de controle interno de cada Poder. execução de políticas públicas diante de situações
extremas, quando o mínimo aceitável não tenha
Art. 70 A fiscalização contábil, financeira, orça- sido feito. Deverá, na análise, levar em conta o prin-
mentária, operacional e patrimonial da União e
cípio da reserva do possível, para que seja definido
das entidades da administração direta e indireta,
o mínimo aceitável na situação apresentada.
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
Veremos agora algumas ações por meio das quais
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante poderá ser provocado o Poder Judiciário para mani-
controle externo, e pelo sistema de controle inter- festação. As situações e que ensejam seus usos são
no de cada Poder. diferentes. Vejamos os pontos mais importantes.

Tal informação deve ser desde já trabalhada em Mandado de segurança


comparação ao controle externo exercido sobre outros
poderes sobre a Administração Pública. Nesses casos, O mandado de segurança tem seus pormenores
além de eles acontecerem nas hipóteses constitucio- constantes da Lei nº 12.016/09. Segundo a própria
nalmente previstas, em regra, deverão recair apenas Constituição Federal servirá para proteger direito
sobre os aspectos de legalidade do ato praticado. líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
A CF/88 fala mais uma vez sobre o controle interno habeas data. Outra condicionante é a ilegalidade ser
no seu artigo 74. praticada por autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público
Art. 74 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- (como concessionárias de serviço público).
rio manterão, de forma integrada, sistema de con- O conceito de autoridade aqui deverá ser inter-
pretado em sentido amplo, incluindo tanto servidores
trole interno com a finalidade de:
públicos, como agentes particulares de delegatários
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no de serviços públicos.
plano plurianual, a execução dos programas de O mandado de segurança poderá ser tanto repres-
governo e dos orçamentos da União; sivo, preventivo. Ou seja, pode ser anterior a uma
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, lesão ao direito.
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentá-
ria, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades Temos situações em que não será cabível o manda-
da administração federal, bem como da aplicação de do de segurança. Vejamos.
recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais z Contra ato do qual seja cabível recurso administrativo
com efeito suspensivo, sem necessidade de caução;
e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
z Contra decisão judicial transitada em julgado;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua z Contra lei em tese;
missão institucional. z Para assegurar liberdade de locomoção (aqui será
cabível o habeas corpus).
Temos também a possibilidade de reexame da
matéria por meio da interposição de recursos pelos Mandado de injunção
eventuais interessados. Em regra, esses recursos serão
analisados dentro da estrutura do próprio Poder, sen- Será cabível como remédio jurídico para garantir
do então classificados como recursos próprios. Quan- ao cidadão exercício de direito que dependa de norma
do a análise do recurso se der em outro Poder, será ainda não existente. Vejamos a literalidade do texto
94 classificado como recurso impróprio. constitucional para um melhor entendimento.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção II - autorizar o Presidente da República a declarar
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- estrangeiras transitem pelo território nacional
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, ou nele permaneçam temporariamente, ressalva-
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: dos os casos previstos em lei complementar;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem- III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente
pre que a falta de norma regulamentadora torne da República a se ausentarem do País, quando a
inviável o exercício dos direitos e liberdades consti- ausência exceder a quinze dias;
tucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali- IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção
dade, à soberania e à cidadania; federal, autorizar o estado de sítio, ou suspen-
der qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executi-
O mandado de injunção é regulamentado pela Lei
vo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
nº 13.300/2016. Vejamos seu artigo 2º.
limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sem- VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados
pre que a falta total ou parcial de norma regula- Federais e os Senadores;
mentadora torne inviável o exercício dos direitos e VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Pre-
liberdades constitucionais e das prerrogativas ine- sidente da República e dos Ministros de Estado;
rentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. IX - julgar anualmente as contas prestadas
pelo Presidente da República e apreciar os rela-
Habeas data tórios sobre a execução dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qual-
Este remédio constitucional tem como finalidade quer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
garantir o direito à informação. Ele consta expressa- incluídos os da administração indireta;
mente do artigo 5º da Constituição Federal. Vejamos a XI - zelar pela preservação de sua competência
legislativa em face da atribuição normativa dos
literalidade do dispositivo.
outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção concessão de emissoras de rádio e televisão;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- de Contas da União;
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo refe-
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: rentes a atividades nucleares;
LXXII - conceder-se-á habeas data: XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
a) para assegurar o conhecimento de informações XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e
relativas à pessoa do impetrante, constantes de o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa
registros ou bancos de dados de entidades governa- e lavra de riquezas minerais;
mentais ou de caráter público; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou conces-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira são de terras públicas com área superior a dois mil
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; e quinhentos hectares.

O habeas data será cabível para obtenção de infor- Vejamos agora as atribuições que competem pri-
mações pessoais. vativamente ao Senado Federal, art. 52 da CF/88.

CONTROLE LEGISLATIVO I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Pre-


sidente da República nos crimes de responsa-
O controle legislativo é o controle realizado pelo bilidade, bem como os Ministros de Estado e
Poder Legislativo sobre os demais poderes. O contro- os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza cone-
le poderá ser político ou financeiro, de acordo com a
xos com aqueles;
hipótese constitucionalmente prevista.
II - processar e julgar os Ministros do Supremo
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em regra, o aspecto financeiro será aquele fiscali- Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacio-
zado com o auxílio do TCU (ou Tribunal de Contas de nal de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
outra esfera, se for o caso), conforme previsto no arti- Público, o Procurador-Geral da República e o Advo-
go 70 da Constituição Federal (leia novamente, agora gado-Geral da União nos crimes de responsabilida-
nesse contexto). de; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Temos aqui uma importante exceção no funcio- 45, de 2004)
namento do controle legislativo. Veja que os termos III - aprovar previamente, por voto secreto,
“legitimidade, economicidade” constantes do disposi- após arguição pública, a escolha de:
tivo que você acabou de ler permitirão uma análise a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
que poderá, conforme o caso, adentrar em aspectos Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indi-
do mérito administrativo. Portanto, fique atento com
cados pelo Presidente da República;
termos extremos nos enunciados das questões quan- c) Governador de Território;
do estiverem abordando a presente temática. d) Presidente e diretores do banco central;
Vejamos as competências exclusivas do Congressos e) Procurador-Geral da República;
Nacional trazidas pelo artigo 49, da Constituição Federal. f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após
I - resolver definitivamente sobre tratados, acor- arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
dos ou atos internacionais que acarretem encargos missão diplomática de caráter permanente;
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 95
V - autorizar operações externas de natureza finan- As CPIs podem realizar diligências, convocar e tomar
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distri- depoimentos, requisitar informações e documentos de
to Federal, dos Territórios e dos Municípios; órgãos, requisitar auditorias e inspeções do TCU.
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, Segundo jurisprudência do STF, é vedado às CPIs
limites globais para o montante da dívida consoli- fazer buscas e apreensões domiciliares, determinar
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e interceptações telefônicas, dar ordem de prisão (exce-
dos Municípios;
to em flagrante).
VII - dispor sobre limites globais e condições para
as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, Tribunais de Contas
de suas autarquias e demais entidades controladas
pelo Poder Público federal; Como dito anteriormente, o Tribunal de Contas irá
VIII - dispor sobre limites e condições para a con- auxiliar o Poder Legislativo no exercício de suas atribui-
cessão de garantia da União em operações de crédi- ções constitucionais. Importante frisar que não estão a
to externo e interno; ele subordinados, nem fazem parte de sua estrutura.
IX - estabelecer limites globais e condições para o Ainda, em que pese o nome “tribunal”, suas
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis- decisões não fazem coisa julgada como as do Poder
trito Federal e dos Municípios; Judiciário. Em consequência, aquele que se julgar
X - suspender a execução, no todo ou em parte, prejudicado poderá recorrer ao Poder Judiciário para
de lei declarada inconstitucional por decisão apreciação da matéria.
definitiva do Supremo Tribunal Federal; Conforme artigo 71, da CF/88, o controle externo, a
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secre-
cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxí-
to, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
lio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamen- I - apreciar as contas prestadas anualmente
to, polícia, criação, transformação ou extinção dos pelo Presidente da República, mediante parecer
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a ini- prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias
ciativa de lei para fixação da respectiva remunera- a contar de seu recebimento;
ção, observados os parâmetros estabelecidos na lei II - julgar as contas dos administradores e
de diretrizes orçamentárias; demais responsáveis por dinheiros, bens e valo-
XIV - eleger membros do Conselho da República, res públicos da administração direta e indireta,
nos termos do art. 89, VII. incluídas as fundações e sociedades instituídas e man-
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do tidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e que derem causa a perda, extravio ou outra irregula-
seus componentes, e o desempenho das administra- ridade de que resulte prejuízo ao erário público;
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito III - apreciar, para fins de registro, a legalidade
Federal e dos Municípios. dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluí-
Finalmente, vejamos as atribuições que competem das as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de
privativamente à Câmara dos Deputados.
provimento em comissão, bem como a das conces-
sões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a ins-
vadas as melhorias posteriores que não alterem o
tauração de processo contra o Presidente e o Vice-
fundamento legal do ato concessório;
-Presidente da República e os Ministros de Estado;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara
II - proceder à tomada de contas do Presiden-
dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
te da República, quando não apresentadas ao
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
Congresso Nacional dentro de sessenta dias
natureza contábil, financeira, orçamentária, opera-
após a abertura da sessão legislativa;
cional e patrimonial, nas unidades administrativas
III - elaborar seu regimento interno;
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento,
polícia, criação, transformação ou extinção dos demais entidades referidas no inciso II;
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a ini- V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
ciativa de lei para fixação da respectiva remunera- supranacionais de cujo capital social a União par-
ção, observados os parâmetros estabelecidos na lei ticipe, de forma direta ou indireta, nos termos do
de diretrizes orçamentárias; tratado constitutivo;
V - eleger membros do Conselho da República, nos VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
termos do art. 89, VII. repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Esta-
do, ao Distrito Federal ou a Município;
Importa saber que quando a Constituição Federal
VII - prestar as informações solicitadas pelo
se refere ao “Congresso Nacional”, devemos entender
Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
Senado e Câmara reunidos em sessão conjunta para
ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
deliberação. a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de
Comissão Parlamentar de Inquérito auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilega-
São comissões que podem ser criadas pela Câmara ou lidade de despesa ou irregularidade de contas, as
pelo Senado, em conjunto ou separadamente, mediante sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
1/3 dos seus membros, com poderes de investigação, outras cominações, multa proporcional ao dano
96 para apuração de fato determinado e por prazo certo. causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade Teoria da Responsabilidade Subjetiva
adote as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, se verificada ilegalidade; Para facilitar o entendimento, é importante que se
X - sustar, se não atendido, a execução do ato reflita sobre a sua noção “normal” de culpa. Aquela em
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos que será apurada a sua culpa, por exemplo, em um pre-
Deputados e ao Senado Federal; juízo causado ao vizinho. Isso é o que o Direito chama
XI - representar ao Poder competente sobre irregu- de responsabilidade subjetiva. É aquela em que a con-
laridades ou abusos apurados. duta do sujeito é analisada para que se conclua sobre a
sua responsabilidade ou não. É a culpa trazida no Códi-
go Civil para situações gerais, digamos assim.
Reforçando, temos aqui a teoria responsabilidade
Importante! subjetiva, que também pode ser chamada de culpa
civil comum. Nela será importantíssimo o elemento
Cuidado com o termo! As contas do Presidente subjetivo da conduta do agente público.
da República são apreciadas pelo TCU, enquan- Diante disso, para que se configure a culpa do Esta-
to as dos demais administradores de dinheiro e do, deveremos estar diante dos seguintes requisitos.
bens públicos são julgadas.
z Dano: material, estético ou moral;
z Conduta oficial: agir de pessoa enquadrada como
agente público;
z Nexo causal: relação de causa e consequência
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO entre a conduta e o dano ocorrido;
z Dolo ou culpa: presença o elemento subjetivo.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO
Teoria da Culpa Administrativa
BRASILEIRO
Essa teoria também pode ser referenciada como
Neste ponto estudaremos a responsabilização do
culpa do serviço, teoria do acidente administrativo,
Estado e seus agentes quando da sua atuação. Inicial- ou culpa anônima do serviço público.
mente devemos raciocinar que a responsabilidade Segundo ela, para que se configure a responsabili-
poderá ser contratual ou aquiliana. Contratual será dade do Estado, basta que se comprove o mau funcio-
aquela que surge no bojo de uma relação contratual, namento do serviço público prestado.
o que pode acontecer em inúmeros contextos diferen- Veja que a evolução aqui recai sobre a desneces-
tes. Já a aquiliana será a responsabilidade extracon- sidade de apuração do aspecto subjetivo da conduta
tratual, aquela a que o Estado está sujeito quando da do agente, bastando verificar o proceder da própria
sua atuação no dia a dia, sem qualquer necessidade de Administração Pública.
existência de contrato para que ela se efetive.
Estudaremos a responsabilidade extracontratual
Teoria do Risco Administrativo
do Estado, conhecendo um pouco de sua evolução
até o ponto em que se encontra hoje no ordenamento
jurídico brasileiro. Perceba que a evolução das teorias Segundo a teoria do risco administrativo, a Admi-
entrega uma tentativa de proteger o indivíduo cada nistração Pública deverá ser responsabilizada sempre
vez mais da atuação do Estado. que sua conduta comissiva ou omissiva ensejar pre-
Antes de adentrarmos aos detalhes, importante juízos aos administrados. Tal responsabilização se
que você tenha em mente que o conceito de agente dará independentemente de dolo ou culpa.
público aqui será o mais amplo possível, engloban- Ou seja, aqui temos o primeiro momento em que
do tanto os servidores públicos, como particulares surge uma responsabilidade civil ao Estado de natu-
que estejam atuando em nome da Administração reza objetiva, pois não será analisado o aspecto subje-
Pública, ainda que por meio de concessionários ou tivo da conduta que causou o dano.
delegatários. Por outro lado, temos o surgimento, neste momen-
to, de causas atenuantes ou até mesmo excludentes
Teoria da Irresponsabilidade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da responsabilidade. Diante do caso concreto, o juiz
analisa a própria conduta do prejudicado, assim como
Adentrando à evolução da teoria, temos inicial- de outros envolvidos eventualmente, atenuando ou
mente a teoria da irresponsabilidade. Ela tem suas excluindo a culpa do Estado no caso, de acordo com as
origens no absolutismo, em que os reis não teriam, em condutas dos envolvidos.
tese, a capacidade de errar (“king can do no wrong”).
Como os monarcas se confundiam com o próprio Esta-
Teoria do Risco Integral
do, não haveria possiblidade de culpa.

Teoria dos atos de império x atos de gestão Entendida a teoria anterior, fica fácil entender
esta. Aqui os ditames são os mesmos, com exceção da
Nesse momento já temos uma primeira diferencia- existência de excludentes e atenuantes da responsa-
ção que permitirá a responsabilização do Estado por bilidade do Estado. Em outros termos, para que reste
parte dos seus atos. Os atos de império continuam não comprovada a responsabilidade do Estado se impõem
sendo passíveis de responsabilização. São aqueles em os seguintes fatores:
que o Estado atua em posição de superioridade em
relação ao administrado. z Dano: material, estético ou moral;
Já no caso dos atos de gestão, o Estado estaria z Conduta oficial: agir de pessoa enquadrada como
atuando em igualdade de condições com o adminis- agente público;
trado, sendo possível a responsabilização aqui.
97
z Nexo causal: relação de causa e consequência A excludente irá se mostrar de maneira ainda mais
entre a conduta e o dano ocorrido. fácil: ocorrerá quando o cidadão prejudicado, ou um
terceiro, tiver culpa exclusiva no evento danoso, de
RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO E forma que a Administração Pública não causou qual-
OMISSIVO DO ESTADO quer dano. Exemplo: cidadão avança o sinal e colide
com viatura oficial que estava respeitando todas as
Responsabilidade por ato comissivo do Estado regras de trânsito aplicáveis.

Depois de conhecer a evolução dos modelos de res- Dica


ponsabilidade do Estado, vamos conhecer como o tema
se encontra hoje no país. Temos a predominância da Veja esse entendimento do STF no caso de aci-
teoria do risco administrativo, ou seja, em regra, a res- dente em transporte de passageiros.
ponsabilidade civil do Estado Brasileiro será apurada Súmula 187, STF. A responsabilidade contratual
de forma objetiva, sendo possível a aplicação de causas do transportador, pelo acidente com o passagei-
atenuantes e excludentes diante do caso concreto. ro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o
Como vimos anteriormente, os danos podem ser qual tem ação regressiva.
material, moral ou estético, havendo, segundo juris-
prudência do STJ a possibilidade de cumulação. Outra situação que ensejará a exclusão da culpa
A principal norma sobre o tema se encontra no da Administração Pública será a ocorrência de fatos
texto constitucional. Vejamos. imprevisíveis e extraordinários, que são o caso for-
tuito e a força maior. Em termos simples, devemos
Art. 37 (...) entendê-los da seguinte maneira:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado prestadoras de serviços z Força maior: eventos da natureza causam prejuí-
públicos responderão pelos danos que seus agen- zo sem qualquer participação humana. Exemplo:
tes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu- furacão.
rado o direito de regresso contra o responsável z Caso fortuito: situação extraordinária causada
nos casos de dolo ou culpa.
por conduta humana. Exemplo: guerra.
Como dito anteriormente, as pessoas de direito
Responsabilidade por omissão do Estado
privado responderão quando estiverem atuando em
nome da Administração Pública, conforme vimos no
A discussão da responsabilidade civil do Estado
dispositivo acima.
no caso de atos omissivos é um pouco mais complexa,
Importante ressaltar que em consonância com a
dependendo do tema específico e do direcionamen-
jurisprudência pátria, não haverá distinção no caso de
to jurisprudencial. Por isso conheceremos o tema de
o terceiro prejudicado ser usuário ou não da prestadora
maneira geral, adentrando aos casos específicos mais
de serviço eventualmente envolvida em um incidente.
importantes e cobrados em provas.
Ao fim do dispositivo temos a possibilidade da ação
Como regra geral, aqui será aplicada a teoria da
regressiva. Essa ação regressiva não influencia de for-
culpa administrativa. Então teremos o seguinte, com-
ma alguma na reponsabilidade do Estado perante o
pilando com o que vimos no item anterior.
prejudicado. Será apenas um instrumento do Estado
para se ressarcir dos prejuízos causados pelos seus
z Responsabilidade por atos comissivos: respon-
agentes.
sabilidade objetiva / teoria do risco administrativo;
De acordo com a jurisprudência do STF, não é pos-
z Responsabilidade por atos omissivos: responsa-
sível ao prejudicado propor a ação contra o Estado e
bilidade subjetiva / teoria da culpa administrativa.
agente público simultaneamente. A responsabilida-
de deve recair sobre o Estado, que irá, se for o caso,
Portanto, já sabemos neste momento que para a
cobrar o agente público com meio de ação regressiva.
comprovação da culpa do Estado por ato omissivo
Importante diferenciar que aqui, nesse momento, a
será necessária a comprovação do elemento subjetivo:
responsabilidade será subjetiva (culpa civil comum).
dolo ou culpa. No caso do Brasil, é necessário apenas a
Devemos lembrar dos requisitos necessários à
comprovação da falta no serviço prestado. Diante dis-
caracterização da responsabilidade civil do Estado.
so, vamos abordar três exemplos para que possamos
melhor entender esse ponto específico do estudo.
z Dano: material, estético ou moral;
z Conduta oficial: agir de pessoa enquadrada como
z Atos omissivos: em regra ensejam a responsabili-
agente público;
dade subjetiva do Estado;
z Nexo causal: relação de causa e consequência
z Fenômenos da natureza: responde a Administra-
entre a conduta e o dano ocorrido.
ção Pública no caso de não ter cuidado devidamen-
te do sistema de esgoto, ou por outras omissões que
Temos também as excludentes e atenuantes, já
venham a agravar as consequências do fenômeno
abordadas anteriormente, mas que carecem de um
em questão;
detalhamento ainda.
z Atos de multidão: surge a culpa da Administração
A causa atenuante se dará quando existir culpa
Pública quando a atuação diante da multidão seja
concorrente da Administração Pública com o prejudi-
ineficiente, dando causa a dano maior do que ocor-
cado. Ou seja, o agente público de fato causou dano,
reria se a atuação da Administração Pública fosse
no entanto, o particular também teve parcela de cul-
apropriada.
pa. Exemplo: viatura oficial avança sinal e colide com
98 cidadão que também avança sinal de trânsito.
REQUISITOS E CAUSAS EXCLUDENTES E pois as galerias pluviais de seu bairro não eram
ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO suficientes para escoar toda a água, caracterizan-
do-se em falta no serviço público. Segundo voto do
Dentro do âmbito da teoria objetiva da responsa- relator, porém, não havia qualquer prova que defina
bilidade estatal, existem duas vertentes distintas. A a ocorrência de qualquer falta de serviço que pos-
primeira, denominada risco integral, dispõe que o sa ser atribuída ao Município e que tenha sido cau-
Estado possui o dever de indenizar todo e qualquer sa concorrente para o evento.
dano causado pela prática de seus atos, não admitindo
nenhuma excludente. Trata-se de uma variação radi- Todo aquele que se sentir prejudicado por con-
cal, em que a Administração se transforma em um duta comissiva ou omissiva de agente público pode
indenizador universal. Não é adotado em nenhum pleitear, pela via administrativa ou judicial, a devi-
país, sendo adotado no Brasil somente como exce- da reparação pelos danos causados. Na via adminis-
ção em alguns casos específicos, como nos acidentes trativa, basta que o prejudicado formule o pedido
de trabalho, na indenização coberta pelo seguro obri- a autoridade competente, que instaurará processo
gatório para automóveis (DPVAT) etc. administrativo para apurar a responsabilidade e o
A segunda vertente, denominada teoria do ris- pagamento de indenização.
co administrativo, é a adotada como regra geral no Porém, é preferível que a vítima utilize a via judi-
direito brasileiro. Tal teoria reconhece algumas exclu- cial, hipótese mais comum haja vista o direito de peti-
dentes da responsabilidade do Estado. Excludentes ção, que se caracteriza no dever do Poder Judiciário
são circunstâncias que, como o próprio nome diz, de atender todas as demandas feitas pelos cidadãos.
afastam o dever de indenizar durante a sua ocorrên- O direito à indenização da vítima se instrumentaliza
cia. São, ao todo, três modalidades: pela ação indenizatória. A ação indenizatória, dessa
forma, é aquela proposta pela vítima contra a pessoa
z Culpa exclusiva da vítima: são hipóteses em que o jurídica que o agente público causador do dano per-
prejuízo é consequência da intenção deliberada da tence. Conforme dispõe o art. 206, § 3º, V, do Código
própria vítima. O prejudicado, ao utilizar o referido Civil, o prazo prescricional para a propositura de ação
serviço público, acaba sofrendo danos por uma ação indenizatória é de três anos, contados da ocorrência
tomada por ela mesma, não havendo qualquer rela- do evento danoso.
ção com as condutas do Poder Público. É o caso, por Lembrando também que sempre há a possibilida-
exemplo, de pessoa que se joga na frente de viatura de de direito de regresso, por parte do ente público,
policial para ser atropelada. Não se confunde com a contra o agente que, de fato, praticou a conduta dano-
culpa concorrente, que se traduz no dano causado sa. Óbvio, quando a culpa recair totalmente sobre um
pela conduta recíproca do Estado e da própria víti- agente ou um pequeno grupo de agentes públicos, o
ma. Neste caso, há uma análise pericial para deter- Estado não pode ser o único a arcar com os prejuí-
minar os diferentes graus de culpa de cada agente, zos da reparação, ele possui direito de regresso. Ain-
ensejando reparação. da que os agentes não indenizem a vítima, sobre eles
z Força maior: é o evento imprevisível e involuntá- podem recair a ação regressiva com essa finalidade
rio que rompe o nexo de casualidade entre o ato específica. Significa dizer que os agentes públicos só
da Administração e o prejuízo sofrido pela vítima. podem responder de forma subjetiva, devendo inde-
Geralmente são causados pela força da natureza. nizar o Poder Público pela prática de seus atos.
É o caso, por exemplo, do desabamento de terras
que arruínam as casas de um bairro, devido às for- RESPONSABILIDADE DO ESTADO SEGUNDO
tes chuvas. Não se confunde com o caso fortuito, REITERADAS DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL
em que o dano decorre de ato humano, ou da pró- FEDERAL (STF)
pria Administração, como o desabamento de uma
estrada. O caso fortuito enseja o dever de respon-
É bem comum que algumas questões exijam do
sabilidade somente se tal evento for causado pelo
candidato conhecimentos sobre a jurisprudência de
agente público.
determinada matéria. De fato, a teoria da responsa-
z Culpa de terceiro: é a hipótese em que o prejuí-
bilidade extracontratual do Estado abrange diversas
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
zo é atribuído a pessoa estranha aos quadros da
casuísticas que podem gerar algumas dúvidas, sobre
Administração Pública. Dessa forma, não há como
as quais a doutrina faz pouca menção.
o Estado ser imputado responsável por atos pra-
Observe as seguintes ementas relacionadas com a
ticados por pessoas que não fazem parte de sua
referida matéria, todas extraídas do STF:
composição.
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPER-
Dica CUSSÃO GERAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
Curioso é o caso dos danos causados pelas ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º,
XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A
enchentes, sobretudo em cidades onde o escoa-
responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição
mento das águas é precário, como ocorre em algu-
Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à
mas regiões da cidade de São Paulo. Como regra
teoria do risco administrativo, tanto para as condutas
geral, o Estado não se responsabiliza por prejuízos estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto
causados pelas enchentes. A 3º Câmara de Direi- rejeitada a teoria do risco integral. 2. A omissão do
to Público do TJ/SP negou provimento à AC nº Estado reclama nexo de causalidade em relação ao
0170440220058260602 interposta por três pro- dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder
prietários de imóveis afetados pelas fortes chuvas Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade
do início do ano de 2012, que pleiteavam pedido de de agir para impedir o resultado danoso. 3. É dever
indenização pelos danos causados pelas chuvas, do Estado e direito subjetivo do preso que a execução 99
da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os de Justiça do Estado de São Paulo concluiu, pautado na
direitos fundamentais do detento, e o de ter preserva- doutrina da teoria do risco administrativo e com base na
da a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso legislação local, que não poderia ser atribuída ao Muni-
XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucio- cípio de São Paulo a responsabilidade civil pela explosão
nal de proteção ao detento somente se considera vio- ocorrida em loja de fogos de artifício. Entendeu-se que
lado quando possível a atuação estatal no sentido de não houve omissão estatal na fiscalização da atividade,
garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto uma vez que os proprietários do comércio desenvol-
inafastável para a configuração da responsabilidade viam a atividade de forma clandestina, pois ausente a
civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da autorização estatal para comercialização de fogos de
Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur, artifício. 4. Fixada a seguinte tese de Repercussão Geral:
por isso que nos casos em que não é possível ao Esta- “Para que fique caracterizada a responsabilidade civil
do agir para evitar a morte do detento (que ocorreria do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos
mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se de artifício, é necessário que exista a violação de um
o nexo de causalidade, afastando-se a responsabili- dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando
dade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra for concedida a licença para funcionamento sem as cau-
legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao telas legais ou quando for de conhecimento do poder
arrepio do texto constitucional. 6. A morte do detento público eventuais irregularidades praticadas pelo parti-
pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicí- cular”. 5. Recurso extraordinário desprovido.
dio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que
nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais (RE 136861, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão:
que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabili- ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2020,
dade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201
que o Poder Público comprova causa impeditiva da DIVULG 12-08-2020 PUBLIC 13-08-2020)
sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo
de causalidade da sua omissão com o resultado dano- Fogos de artifício são produtos altamente perigosos
so. 8. Repercussão geral constitucional que assenta a e que podem causar danos a diversas vítimas, seja ela
tese de que: em caso de inobservância do seu dever o adquirente do produto, ou ainda terceiros. Observe
específico de proteção previsto no artigo 5º, XLIX, da que, no caso mencionado, a vítima adquiriu fogos de
Constituição Federal, o Estado é responsável pela mor- artifícios de forma clandestina dos proprietários do
te do detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que comércio. Não houve, assim, a aquisição de licença
inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem para a venda desses produtos. Sendo assim, firmou-
outra causa capaz de romper o nexo de causalidade -se entendimento de que só caberá responsabilida-
da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escor- de civil do Estado quando restar comprovado que
reita a decisão impositiva de responsabilidade civil houve a violação de um dever jurídico específico
estatal. 10. Recurso extraordinário DESPROVIDO. de agir, como no caso de concessão de licença para
pessoa incapaz ou sem os cuidados específicos. Assim,
(RE 841526, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em é hipótese de responsabilidade subjetiva.
30/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-159 DIVULGAÇÃO 29-07-2016 PUBLICAÇÃO 01-08-
CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTA-
2016)
DO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDI-
CAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO
Um tema que costuma cair bastante em questões PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO
de prova diz respeito à morte do preso. Segundo enten- DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPON-
dimento do STF, o Estado tem o dever de garantir que SABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS
a pessoa do detento cumpra sua pena com dignidade, NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO.
respeitados os seus direitos humanos fundamentais.
Assim, quando um detento morre dentro da prisão, I- A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de
demonstra-se uma omissão do Estado de atuar em direito privado prestadoras de serviço público é
garantir seus direitos. Até mesmo em casos de suicí- objetiva relativamente a terceiros usuários e não-u-
dio é possível a responsabilização civil do Estado. suários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º,
da Constituição Federal.
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPER- II- A inequívoca presença do nexo de causalidade
CUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO CONSTITU- entre o ato administrativo e o dano causado ao
CIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE terceiro não-usuário do serviço público, é condição
CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO. ART. 37, § 6º, DA CONS- suficiente para estabelecer a responsabilidade obje-
TITUIÇÃO FEDERAL. FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO tiva da pessoa jurídica de direito privado.
DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. TEORIA DO RISCO ADMINIS- III- Recurso extraordinário desprovido.
TRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. NECESSIDA-
DE DE VIOLAÇÃO DO DEVER JURÍDICO ESPECÍFICO DE (RE 591874, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno,
julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-237
AGIR. 1. A Constituição Federal, no art. 37, § 6º, consagra
DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-
a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de 01820 RTJ VOL-00222-01 PP-00500)
direito público e das pessoas de direito privado presta-
doras de serviços públicos. Aplicação da teoria do risco
Outro caso que é bastante comum e costuma cair
administrativo. Precedentes da CORTE. 2. Para a caracte-
em questões de prova diz respeito ao serviço públi-
rização da responsabilidade civil estatal, há a necessida-
co de transporte coletivo. Indaga-se como recairia a
de da observância de requisitos mínimos para aplicação
responsabilidade do Estado quando, por exemplo, um
da responsabilidade objetiva, quais sejam: a) existência
motorista de ônibus atropela um civil andando na
de um dano; b) ação ou omissão administrativa; c) ocor-
rua, que é considerado um terceiro não-usuário do
rência de nexo causal entre o dano e a ação ou omis-
serviço. Segundo o entendimento do STF, as pessoas
são administrativa; e d) ausência de causa excludente
jurídicas concessionários do serviço de transporte
da responsabilidade estatal. 3. Na hipótese, o Tribunal
100 possuem responsabilidade civil objetiva quando
o dano for causado contra terceiros, sejam eles Segundo o art. 2º da Lei n° 8.429/92 reputa-se agen-
usuários do serviço ou não. A presença do nexo de te público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
casualidade é bastante evidente. exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune-
ração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
LEI Nº 8.429/1992 mencionadas no artigo anterior.
O disposto nesta lei é aplicável, no que couber,
A lei de improbidade administrativa dispõe sobre àquele que, mesmo não sendo agente público, indu-
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos za ou concorra para a prática do ato de improbida-
de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, de ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
cargo, emprego ou função na administração pública ou indireta. Estamos falando do particular! Esta-
direta, indireta ou fundacional e dá outras providên- mos falando da pessoa que não sendo funcionária
cias. Sendo assim, o grande foco desta atividade legis- pública induza ou concorra para a improbidade.
lativa é seguir os valores empregados de forma ilícita. Desta forma, os agentes públicos de qualquer nível
O administrador emprega esforços no controle das ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser-
verbas e no seu uso. É uma lei que visa, objetivamen- vância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
te, “moralizar” o serviço público. moralidade e publicidade no trato dos assuntos que
O estudo de leis esparsas precisa passar pela leitu- lhe são afetos.
ra do texto da lei, desta forma, vamos conciliar a lei- O Art. 6º define que no caso de enriquecimento
tura da lei com os esquemas para melhorar o seu ilícito perderá o agente público ou terceiro beneficiá-
entendimento sobre o conteúdo da lei 8429/92. rio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio,
No Art.1º os atos de improbidade praticados por nesse caso, haverá no mínimo uma “devolução” dos
qualquer agente público, servidor ou não, contra valores ilicitamente acrescidos.
a administração direta, indireta ou fundacional de Quando o ato de improbidade causa lesão ao
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- patrimônio público ou enseja enriquecimento ilícito,
trito Federal, dos Municípios, de Território, de empre- cabe a autoridade administrativa responsável pelo
sa incorporada ao patrimônio público ou de entidade inquérito representar ao Ministério Público, para a
para cuja criação ou custeio o erário haja concorri- indisponibilidade dos bens do indiciado. Essa indis-
do ou concorra com mais de cinquenta por cento do ponibilidade a que se refere o caput deste artigo
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na for- recairá sobre bens que assegurem o integral res-
ma desta lei. sarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patri-
Se liga na informação importante que a lei apresenta: monial resultante do enriquecimento ilícito.
O art. 8° aponta para os casos de sucessão em que o
valor ilícito torna-se parte de uma herança.
Agente público, servidor ou não.
“o sucessor daquele que causar lesão ao patrimô-
nio público ou se enriquecer ilicitamente está sujei-
to às cominações desta lei até o limite do valor da
herança”.
Adm Direta, Ind. Erário concorrido
e Fund Veja, a responsabilidade fica limitada ao valor da
com + de 50%
herança, tudo isso para que se respeite a intranscen-
De qualquer dos dência (a pena não pode passar da pessoa do infrator).
poderes da União, Os atos de improbidade administrativa se separam
dos estados do DF e em:
dos Municípios
z Atos que importam enriquecimento ilícito
z Atos que importam prejuízo ao erário
No parágrafo único desde artigo, está disposto, z Atos de Improbidade Administrativa decorrentes NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
também, que: estão sujeitos às penalidades desta lei de concessão ou aplicação indevida de benefício
os atos de improbidade praticados contra o patrimô- financeiro ou tributário
nio de entidade que receba subvenção, benefício ou z Atos que atentam contra os princípios da adminis-
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem tração pública
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, limitan- TOP
do-se, nestes casos, a sanção patrimonial à reper-
cussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos. 4
Dica
Também estão sujeitos às penalidades desta
lei os atos de improbidade praticados contra o 1. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
patrimônio – quando a subvenção for menor que 2. PREJUÍZO AO ERÁRIO
50% - nestes casos, a sanção patrimonial limita- 3. CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA
-se à repercussão do ilícito. 4. PRINCÍPIOS DA ADM. PÚB. 101
É necessário separar cada uma das espécies de Rol exemplificativo – sempre que tivermos situa-
atos para que o conteúdo tome uma dimensão mais ções que não puderem ser limitadas e citadas integral-
simples. Vejam só: mente, criaremos um rol exemplificativo de situações.
Enriquecimento ilícito é acréscimo de patrimônio Essa técnica de redação traz assertividade para a lei,
e só pode ocorrer de forma dolosa. evitando que o legislador diga menos do que pretendia.
Prejuízo ao erário é decorrência de um ato que Ou seja, sempre que encontrar um rol exemplificativo
diminuiu o patrimônio público, por exemplo, a des- em alguma redação use-o como vetor de interpretação.
truição de um equipamento público. Nestes casos, o
dano deve ser integralmente ressarcido, mesmo que As condutas previstas na lei (rol exemplificativo
o ato seja culposo. presente no art. 9°, incisos I ao XII) são as seguintes:
Concessão ou aplicação indevida de benefício tri-
butário ou creditício é um freio para os governantes
z receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
que desejam conquistar novas empresas para suas
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
administrações.
Atos de improbidade que atentam contra os princí- econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
pios da administração pública são a modalidade mais percentagem, gratificação ou presente de quem
branda de atos de improbidade. Um bom exemplo tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
seria: atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
rente das atribuições do agente público;
Dos Atos de Improbidade Administrativa que z perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
Importam Enriquecimento Ilícito para facilitar a aquisição, permuta ou locação de
bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
Constituem ato de improbidade administrativa pelas entidades referidas no art. 1° por preço supe-
importando enriquecimento ilícito obter qualquer rior ao valor de mercado;
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do z perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ati- para facilitar a alienação, permuta ou locação de
vidade nas entidades mencionadas no art. 1° da lei de bem público ou o fornecimento de serviço por ente
improbidade. Quais sejam: estatal por preço inferior ao valor de mercado;
z utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por máquinas, equipamentos ou material de qualquer
qualquer agente público, servidor ou não, contra natureza, de propriedade ou à disposição de qual-
a administração direta, indireta ou fundacional de
quer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de
empresa incorporada ao patrimônio público ou de gados ou terceiros contratados por essas entidades;
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja z receber vantagem econômica de qualquer natureza,
concorrido ou concorra com mais de cinquenta direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prá-
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão tica de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
punidos na forma desta lei. contrabando, de usura ou de qualquer outra ativida-
de ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Dica z receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa
Pessoal, quando a lei fala sobre enriquecimento sobre medição ou avaliação em obras públicas ou
ilícito, a referência que deve fazer parte do racio- qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
cínio do aluno é a seguinte: enriquecer importa, medida, qualidade ou característica de mercado-
sempre, em aumento de patrimônio e, dessa rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
forma, deve acontecer de forma dolosa, ou seja, mencionadas no art. 1º desta lei;
precisa de vontade e consciência do enriqueci- z adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
mento ilícito. mandato, cargo, emprego ou função pública, bens
de qualquer natureza cujo valor seja despropor-
Nesse ponto parece muito importante esclarecer cional à evolução do patrimônio ou à renda do
o significado de alguns termos que serão importantes agente público;
no decorrer do estudo. Para compreendermos melhor z aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
a lei de improbidade é necessário saber com alguma consultoria ou assessoramento para pessoa física
profundidade alguns pontos: ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser
Dolo – o dolo é a ação realizada com vontade e atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
consciência, voltada a um fim. rente das atribuições do agente público, durante a
Culpa – sem maiores aprofundamentos, quando
atividade;
realizamos alguma conduta de forma culposa não
z perceber vantagem econômica para intermediar a
temos a presença da vontade e da consciência, ou seja,
os atos de enriquecimento ilícito, não poderão ser liberação ou aplicação de verba pública de qual-
culposos. Entendeu? Esse é um detalhe absolutamente quer natureza;
relevante e pode rapidamente decidir uma questão. E z receber vantagem econômica de qualquer natu-
uma questão pode decidir uma prova inteira. reza, direta ou indiretamente, para omitir ato
Trânsito em julgado – As decisões transitam em de ofício, providência ou declaração a que esteja
julgado e ocorrido esse evento são definitivas e não obrigado;
se sujeitam a novas mudanças ou recursos. O trânsi- z incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimô-
to em julgado poderá ocorrer após o esgotamento de nio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
todas as instâncias judiciais ou quando publicada a acervo patrimonial das entidades mencionadas no
102 decisão as partes não impuserem recurso. art. 1° desta lei;
z usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas z Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
ou valores integrantes do acervo patrimonial das despersonalizado, ainda que de fins educativos
entidades mencionadas no art. 1° desta lei. ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam no art. 1º desta lei, sem observância das formalida-
Prejuízo ao Erário - (art. 10 da lei 8429/92) des legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
z Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou loca-
Os atos de improbidade que causam prejuízo ção de bem integrante do patrimônio de qualquer
ao erário são longamente listados no Art.10 da lei das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ain-
8429/92 - constituindo ato de improbidade adminis- da a prestação de serviço por parte delas, por pre-
trativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou ço inferior ao de mercado;
omissão (cuidado com as omissões – “não fazer”), z Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou loca-
ção de bem ou serviço por preço superior ao de
dolosa ou culposa (lembre-se que as condutas cul-
mercado;
posas são divididas em imperícia, imprudência e
z Realizar operação financeira sem observância das
negligência), que enseje perda patrimonial, desvio,
normas legais e regulamentares ou aceitar garan-
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
tia insuficiente ou inidônea;
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º z Conceder benefício administrativo ou fiscal sem
desta lei. Fique atento aos termos que a lei apresenta: a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie;
z perda patrimonial z Frustrar a licitude de processo licitatório ou de
z desvio processo seletivo para celebração de parcerias
z apropriação com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
z malbaratamento indevidamente
z dilapidação dos bens ou haveres z Ordenar ou permitir a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento;
Quando tratamos de atos que causam prejuízo ao z Agir negligentemente na arrecadação de tributo
erário temos que ficar bastante atentos, pois, neste ou renda, bem como no que diz respeito à conser-
caso a lei se apresenta com outra formatação. A pri- vação do patrimônio público;
meira situação que deve ser anotada é que diferente- z Liberar verba pública sem a estrita observância
mente dos atos que geram enriquecimento ilícito, aqui das normas pertinentes ou influir de qualquer for-
podemos responder por uma ação praticada de forma ma para a sua aplicação irregular;
culposa. Ou seja, em alguma das modalidades de cul- z Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro
pa incorremos e criamos um prejuízo para o erário. se enriqueça ilicitamente;
Por exemplo, quando um policial bate uma viatura ele z Permitir que se utilize, em obra ou serviço particu-
age de forma culposa, ocorre um acidente de trânsito, lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material
porém esse acidente trouxe prejuízo ao erário e deve- de qualquer natureza, de propriedade ou à dispo-
rá ser indenizado. Dessa forma, fica claro que um ato sição de qualquer das entidades mencionadas no
que gera prejuízo ao erário poderá ocorrer também art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
de forma culposa. público, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades.
z Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
Dica por objeto a prestação de serviços públicos por
Os atos culposos poderão ocorrer de três for- meio da gestão associada sem observar as formali-
mas, imprudência, imperícia e negligência. Não dades previstas na lei; celebrar contrato de rateio
de consórcio público sem suficiente e prévia dota-
é necessário, para a prova de improbidade admi-
ção orçamentária, ou sem observar as formalida-
nistrativa, aprofundar os conceitos de imprudên- des previstas na lei.
cia, imperícia e negligência. z Facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
a incorporação, ao patrimônio particular de pes-
Novamente a lei nos apresenta uma listagem de soa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
atos (art. 10, incisos I ao XXI) que, se praticados, valores públicos transferidos pela administração
serão considerados como atos de improbidade capa- pública a entidades privadas mediante celebração
zes de causar prejuízo ao erário. O termo erário, ou de parcerias, sem a observância das formalidades
erário público é o conjunto do patrimônio do Estado, legais ou regulamentares aplicáveis à espécie
sejam valores, sejam bens. z Permitir ou concorrer para que pessoa física ou
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
z Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a valores públicos transferidos pela administração
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa pública a entidade privada mediante celebração
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valo- de parcerias, sem a observância das formalidades
res integrantes do acervo patrimonial das entida- legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
des mencionadas no art. 1º desta lei; z Celebrar parcerias da administração pública com
z Permitir ou concorrer para que pessoa física ou entidades privadas sem a observância das formali-
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou dades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie
valores integrantes do acervo patrimonial das z Agir negligentemente na celebração, fiscalização e
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem análise das prestações de contas de parcerias fir-
a observância das formalidades legais ou regula- madas pela administração pública com entidades
mentares aplicáveis à espécie; privadas; 103
z Liberar recursos de parcerias firmadas pela adminis- E notadamente às seguintes condutas (art. 11, inci-
tração pública com entidades privadas sem a estrita sos I ao X):
observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular. I - Praticar ato visando fim proibido em lei ou regu-
lamento ou diverso daquele previsto, na regra de
A leitura do texto da lei é inevitável e a verdade é competência;
que tendo conhecimento da “letra da lei” o candidato II - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
já estaria apto a responder diversas questões. Sendo ato de ofício;
assim, deve existir um equilíbrio entre doutrina e III - Revelar fato ou circunstância de que tem ciên-
cia em razão das atribuições e que deva permane-
posições de tribunais ou questões e o estudo da lei.
cer em segredo;
Lembre-se que a prova cobrará em muito maior grau
IV - Negar publicidade aos atos oficiais;
o conhecimento da lei. V - Frustrar a licitude de concurso público;
VI - Deixar de prestar contas quando esteja obriga-
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes do a fazê-lo;
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício VII - Revelar ou permitir que chegue ao conheci-
Financeiro ou Tributário - (art. 10-A da lei 8.429/92) mento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz
Finalmente alcançamos o art. 10-A. O Art. 10-A é de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
o mais novo dos artigos da lei e acaba sendo menos VIII - Descumprir as normas relativas à celebração,
cobrado nas provas, porém devemos lembrar que fiscalização e aprovação de contas de parcerias fir-
uma das formas de cobrança desse ponto é a conces- madas pela administração pública com entidades
são de vantagens tributárias para a implementação de privadas.
empresas, sejam o seguinte exemplo: IX - Deixar de cumprir a exigência de requisitos de
acessibilidade previstos na legislação.
Dois municípios desejam atrair um polo de tecno-
X - Transferir recurso a entidade privada, em razão
logia, para isso começam uma guerra fiscal e acabam
da prestação de serviços na área de saúde sem a
oferecendo vantagens indevidas para as empresas prévia celebração de contrato, convênio ou instru-
que comporiam esse conglomerado. mento congênere, nos termos do parágrafo único
Muito bem, dito isso, passamos a tratar dos atos de do art. 24 da lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
improbidade administrativa decorrentes de conces-
são ou aplicação indevida de benefício financeiro
Dica
ou tributário;
Pessoal, atualmente o STJ tem aceitado a impo-
Benefício financeiro – desembolsos efetivos. sição de cautelares de indisponibilidade de bens
Exemplo – subvenções sociais (uma ajuda para a não só para os atos de enriquecimento ilícito ou
manutenção de instituições públicas ou privadas, de prejuízo ao erário, mas também para os atos
normalmente ligadas à arte, cultura ou assistência que atentem contra os princípios da administra-
– sem fins lucrativos). ção pública.
Benefício tributário – são vantagens tributárias.
Por exemplo, diminuição das alíquotas de ISSQN. Das Penas (art. 12 da lei 8.429/92)

Os atos de improbidade administrativa consistem Apresenta uma grande quantidade de condutas


em qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar separadas nos 4 tópicos que destacamos anteriormen-
ou manter benefício financeiro ou tributário contrá- te e é necessário tratar, finalmente, das sanções. A lei
rio ao que dispõem o caput e o parágrafo 1º do art. 8429/94, independentemente das sanções penais, civis
8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de e administrativas previstas na legislação específica,
2003. responsabilizará o autor do ato de improbidade às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isola-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que da ou cumulativamente, tudo de acordo com a gravi-
Atentam Contra os Princípios da Administração dade do fato:
Pública (art. 11 da lei 8.429/92)
1 - Na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores
A administração pública precisa defender seus acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarci-
princípios e valores, por isso, a necessidade de, através mento integral do dano, quando houver, perda da
dos servidores, normatizar condutas que devem ser função pública, suspensão dos direitos políticos de
evitadas. Nesse sentido, constituem atos de improbi- oito a dez anos, pagamento de multa civil de até
dade administrativa que atentam contra os princípios três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proi-
da administração pública qualquer ação ou omissão bição de contratar com o Poder Público ou receber
que viole os deveres de honestidade, imparciali- benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire-
dade, legalidade, e lealdade às instituições. Fique ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
atento ao comando geral dos atos de improbidade pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
que atentam contra os princípios da Administração prazo de dez anos;
Pública: 2 - Na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilici-
z Honestidade; tamente ao patrimônio, se concorrer esta circuns-
z Imparcialidade; tância, perda da função pública, suspensão dos
z Legalidade; direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
104 z Lealdade às instituições. de multa civil de até duas vezes o valor do dano
e proibição de contratar com o Poder Público ou a prestar falsa. O declarante, a seu critério, poderá
receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre- entregar cópia da declaração anual de bens apresen-
ditícios, direta ou indiretamente, ainda que por tada à Delegacia da Receita Federal na conformidade
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
majoritário, pelo prazo de cinco anos; qualquer natureza, com as necessárias atualizações,
3 - Na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do como forma de manter suas declarações atualizadas.
dano, se houver, perda da função pública, sus-
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos, Do Procedimento Administrativo e do Processo
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor Judicial - (arts. 14 a 22 da lei 8.429/92)
da remuneração percebida pelo agente e proibi-
ção de contratar com o Poder Público ou receber Fique atento, qualquer pessoa tem o poder de repre-
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire- sentar à autoridade administrativa competente para
ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de que seja instaurada investigação destinada a apurar a
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prática de ato de improbidade. Essa representação, que
prazo de três anos. será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá os
4 - Na hipótese prevista no art. 10-A, perda da fun- dados de qualificação do representante, as informações
sobre o fato e sua autoria e a apontará as provas de que
ção pública, suspensão dos direitos políticos de 5
tenha conhecimento. A autoridade administrativa pode-
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
rá rejeitar a representação, em despacho fundamen-
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
tado, se a representação não apresentar os requisitos
concedido.
mínimos elencados pela lei.
Vamos resumir estas informações com o seguinte Art. 14, § 1º - A representação, que será escrita ou
quadro: reduzida a termo e assinada, conterá a qualifica-
ção do representante, as informações sobre o fato e
SUSPENSÃO sua autoria e a indicação das provas de que tenha
PROIBIÇÃO DE
MODALIDADES DOS DIREITOS MULTA conhecimento.
CONTRATAR
POLÍTICOS
Todavia, a rejeição não impede a representação ao
Até 3x o Ministério Público!
Enriquecimento
8 a 10 anos valor do 10 anos
ilícito
dano Realizada a representação e atendidos os seus
requisitos, a autoridade determinará a imediata
Prejuízo ao
Até 2x o apuração dos fatos. No caso de servidores federais
5 a 8 anos valor do 5 anos será processada na forma da lei 8.112/90 e tratando-
erário
dano
-se de servidor militar, de acordo com os respectivos
Atentar contra Até 100x a regulamentos disciplinares. Estabelecida a comissão
os princípios da 3a5 remunera- 3 anos processante, está dará conhecimento ao Ministério
Adm. Púb. ção Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da exis-
tência de procedimento administrativo para apurar a
Concessão Até 3x o
de benefício 5a8 valor do prática de ato de improbidade. O Ministério Público
indevido dano ou Tribunal ou Conselho de Contas poderão, a reque-
rimento, designar representante para que acompa-
nhe o procedimento administrativo.
Declaração de Bens (art. 13 da lei 8.429/92)
Havendo indícios de responsabilidade fundados,
a comissão representará ao MP ou à procuradoria do
Atenção, sempre a posse e o exercício de agen- órgão para que requeira ao juízo competente a decre-
te público ficam condicionados à apresentação de tação do sequestro dos bens do agente ou de terceiro
declaração dos bens e valores que compõem o seu que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano
patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço ao patrimônio público.
de pessoal competente.  Isso servirá para analisar a
evolução patrimonial do agente público. Essa decla-
Pedido de
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ração compreenderá imóveis, móveis, semoventes Indícios Representação
fundados de sequestro
(animais como bovinos ou equinos), dinheiro, títu- MP ou
responsabilidade dos bens - tudo
Procuradoria
los, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores de forma cautelar.
patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patri-
moniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
em 30 dias deve
outras pessoas que vivam sob a dependência econô-
ser proposta a
mica do declarante, excluídos apenas os objetos e ação.
utensílios de uso doméstico.
Muitas instituições, sobretudo federais, aceitam que
seja utilizada cópia do imposto de renda do servidor. Dica
Dessa maneira se alcança o acompanhamento do desen-
volvimento patrimonial do servidor de forma simples. O Ministério Público, se não intervir no processo
A declaração de bens será anualmente atualizada como parte, atuará obrigatoriamente, como fis-
(e analisada) e na data em que o agente público dei- cal da lei, sob pena de nulidade.
xar o exercício do mandato, cargo, emprego ou fun-
ção. Será punido com a pena de demissão, a bem do É possível, quando necessário, que o pedido
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabí- inclua a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
veis, o agente público que se recusar a prestar decla- contas bancárias e aplicações financeiras do indi-
ração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados 105
internacionais. A ação principal, que terá o rito ordi- No que se refere as disposições penais, constitui
nário, será proposta pelo Ministério Público ou pela crime a representação por ato de improbidade con-
pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da tra agente público ou terceiro beneficiário, quando
efetivação da medida cautelar. Tais ações admitem a o autor da denúncia o sabe inocente. Nesse ponto,
celebração de acordo de não persecução cível, nos a pena imposta é de detenção de seis a dez meses e
termos da Lei de Improbidade Administrativa.     multa. Além da sanção penal, o denunciante está
Fiquem atentos ao uso das medidas cautelares! sujeito a indenizar o denunciado pelos danos mate-
Elas são adotadas para evitar um prejuízo irrecupe- riais, morais ou à imagem que houver provocado.
rável ou de difícil recuperação, por isso, sempre será Outro ponto das disposições penais que deve ser
necessário que estejam presentes para sua decretação reforçado é o seguinte:
dois elementos:
Dica
1. Fumus Boni Iuris – fumaça do bom direito
– Comprovado. A perda da função pública e a suspensão dos
2. Periculum In Mora – risco da demora – Presumido. direitos políticos só se efetivarão com o com a
decisão final irrecorrível – trânsito em julgado –
A Fazenda Pública, em determinados casos promo- da sentença condenatória.
verá as ações necessárias à complementação do res- Não esqueçam que jamais os direitos políti-
sarcimento ao erário. A propositura da ação enseja a
cos serão perdidos, podendo, somente, ser
prevenção da jurisdição do juízo para as ações pos-
suspensos.
teriormente promovidas, desde que, possuam a mes-
ma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
A ação deve ser instruída com documentos ou Como medida cautelar a autoridade judicial ou
justificações que contenham indícios suficientes administrativa poderá determinar o afastamento
da existência do ato de improbidade ou com razões do agente público do exercício do cargo, emprego
fundamentadas da impossibilidade de apresentação ou função. Esse afastamento se dará sem prejuízo da
de qualquer dessas provas, observada a legislação remuneração e somente ocorrerá quando a medida
vigente. se fizer necessária à instrução processual. (Art. 20,
parág. único da lei 8429/92).
As medidas cautelares são adotadas para evitar
PROPOSITURA DA AÇÃO

um prejuízo irrecuperável ou de difícil recuperação,


PROPOSITURA DA AÇÃO

por isso, sempre será necessário que estejam presen-


Documento ou Ou, com razões tes para sua decretação dois elementos:
justificação que fundamentadas da
contenham indícios impossibilidade de 1. Fumus Boni Iuris – indícios de ocorrência
suficientes da exis- apresentação de – Comprovado.
tência do ato de qualquer dessas 2. Periculum In Mora – risco da demora – Presumido.
improbidade. provas
A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

1 - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio públi-


Caso a inicial esteja em devida forma, o juiz man- co, salvo quanto à pena de ressarcimento;
dará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, 2 - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
para, por rescrito, oferecer manifestação. A manifes- controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
tação poderá ser instruída com documentos e justifi-
Contas.
cações, tudo no prazo de 15 dias.
Após o recebimento da manifestação, o juiz, em 30
Para apurar qualquer ilícito previsto na lei de
dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se
improbidade administrativa, o MP, de ofício, ou a
convencido da inexistência do ato de improbidade,
requerimento de autoridade administrativa, ou ain-
da improcedência da ação ou da inadequação da
da, mediante representação poderá requisitar a
via eleita.
instauração de inquérito policial ou procedimento
Recebida a petição inicial, o réu será citado para
apresentar a contestação. Ainda da decisão que rece- administrativo.
ber a petição inicial, cabe agravo de instrumento. Com a mudança ocorrida no Código de processo
Sempre que havendo a possibilidade de solução con- Penal a partir da nova redação do art. 339 do CP (Cri-
sensual, poderão as partes pedir ao juiz a interrupção me de Denunciação Caluniosa), a ação por improbida-
do prazo para a contestação. Essa interrupção será de administrativa ficou mais abrangente:
por prazo não superior a 90 dias. Todavia, em qual- Antes: as condutas falsamente imputadas podiam
quer fase do processo, reconhecida a inadequação da gerar denunciação caluniosa, desde que, tivessem
ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem como base um crime ou contravenção.
julgamento do mérito. Agora: a ação de improbidade administrativa ficou
Atente ao seguinte: a sentença que julga proce- mais abrangente. Podemos ter denunciação caluniosa
dente a ação civil de reparação do dano ou decreta dialogando com crime, contravenção, ação de impro-
a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o bidade, ação civil ou ato improbo.
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, Atenção! Essas mudanças apontam para uma
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. revogação tácita do art. 19 da lei de improbidade
106 (Art. 18 da lei 8429/92). administrativa.
Art. 19 Constitui crime a representação por ato de b) As disposições da lei em questão não são aplicáveis
improbidade contra agente público ou terceiro bene- àquele que não for agente público.
ficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. c) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patri-
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. mônio público, caberá à autoridade administrativa res-
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denun- ponsável pelo inquérito representar à Polícia Federal,
ciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
danos materiais, morais ou à imagem que houver d) Atos de improbidade administrativa são aqueles prati-
provocado. cados exclusivamente por servidores públicos.
e) A autoridade judicial ou administrativa competente
Da Prescrição - (art. 23 da lei 8.429/92) poderá determinar o afastamento do agente público
do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuí-
As ações destinadas a levar a efeitos as sanções zo da remuneração, quando a medida se fizer neces-
previstas nesta lei podem ser propostas: sária à instrução processual.

z Até cinco anos após o término do exercício de Da leitura do art. 20 concluímos que a perda da fun-
mandato, de cargo em comissão ou de função de ção pública e a suspensão dos direitos políticos só
confiança; se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.
z Dentro do prazo prescricional previsto em lei
Parágrafo único. A autoridade judicial ou adminis-
específica para faltas disciplinares puníveis com
trativa competente poderá determinar o afastamen-
demissão a bem do serviço público, nos casos de to do agente público do exercício do cargo, emprego
exercício de cargo efetivo ou emprego. ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a
z Até cinco anos da data da apresentação à adminis- medida se fizer necessária à instrução processual.
tração pública da prestação de contas final pelas Resposta: Letra E.
entidades referidas no parágrafo único do art. 1o
desta Lei. 3. (OBJETIVA – 2020) Considerando-se a Lei nº
8.429/1992 - Lei de Improbidade Administrativa, sobre
Fonte a declaração dos bens e valores que compõem o patri-
mônio privado do agente público, analisar os itens
Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Disponível abaixo:
em: <http://www.planalto.gov.br/> Acesso em: 10
de nov. 2020. I. A declaração de bens será anualmente atualizada e
na data em que o agente público deixar o exercício do
mandato, cargo, emprego ou função.
II. Será punido com a pena de demissão, a bem do ser-
viço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
EXERCÍCIOS COMENTADOS o agente público que se recusar a prestar declaração
dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a pres-
1. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2020) Nos termos da Lei tar falsa.
de Improbidade Administrativa, é correto afirmar que:
a) Os itens I e II estão corretos.
a) O ato de improbidade administrativa de enriquecimen- b) Somente o item I está correto.
to ilícito prevê pena de perda dos direitos políticos. c) Somente o item II está correto
b) A ação de improbidade movida contra o servidor públi- d) Os itens I e II estão incorretos.
co que causou prejuízo ao erário prescreve em três
anos. Cuida-se de assertiva que reproduz a literalidade do
art. 13, §2º, da Lei 8.429/92, abaixo transcrito:
c) O particular que tenha se beneficiado de ato de impro-
“Art. 13 (...)
bidade poderá sofrer as sanções previstas na Lei nº
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualiza-
8.429/92. da e na data em que o agente público deixar o exer-
d) A ausência de dano ao erário impede a aplicação cício do mandato, cargo, emprego ou função.»
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de penalidades pela prática de ato de improbidade Logo, em se tratando de simples reprodução do tex-
administrativa. to legal, não há equívocos a serem indicados.
II. Será punido com a pena de demissão, a bem do
Inteligência do art. 3º, da Lei n. 8.429/92: Art. 3° As serviço público, sem prejuízo de outras sanções
disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
àquele que, mesmo não sendo agente público, indu- declaração dos bens, dentro do prazo determinado,
za ou concorra para a prática do ato de improbida- ou que a prestar falsa. Resposta: Letra A.
de ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta. Resposta: Letra C.

2. (IDECAN – 2020) De acordo com as disposições da LEI N°9.784/1999


Lei 8.429/92, que trata dos atos de improbidade admi-
nistrativa, assinale a alternativa correta. A necessidade de se instaurar um processo, isso é,
uma sequência de atos para o exercício da jurisdição,
a) Quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento tem seu fundamento no princípio constitucional do
ilícito, caberá à autoridade administrativa representar devido processo legal. O devido processo legal pode
ao Tribunal de Contas, para a fiscalização das con- ser compreendido como o “escudo da humanidade”
tas e decretação da indisponibilidade dos bens do contra a prática de atos abusivos por parte do Esta-
indiciado. do. Seu fundamento legal está previsto no art. 5º, LIV, 107
da Constituição Federal, o qual assegura que ninguém Os preceitos desta Lei se aplicam também aos
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi- Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Públi-
do processo legal. co, à Defensoria Pública, e ao Tribunal de Contas da
A obrigatoriedade do devido processo legal não se União, quando no desempenho de função administra-
aplica somente à seara judicial, mas também vincula tiva (art. 1º, § 1º).
a Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no
moderno Estado de Direito, a validade das decisões Dos princípios do processo administrativo e os atos
praticadas por órgãos e agentes governamentais está do processo administrativo
condicionada ao cumprimento de um rito procedi-
mental previamente estabelecido. Por isso, é de gran- O caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 elenca os
de importância o estudo do processo administrativo, princípios pelos quais a Administração Pública tem o
que visa dar maior transparência e garantia do exer- dever de obedecer e que regem o processo adminis-
cício de uma boa Administração para os particulares. trativo. São eles:

Dica a) Legalidade: é o dever de atuação conforme a


lei e o direito positivado, fruto da própria noção de
Processo ou procedimento administrativo? Apesar Estado de Direito.
de não serem a mesma coisa, ambos possuem b) Impessoalidade: tem por objetivo vedar a pro-
uma forte relação intrínseca. “Processo” é o termo moção pessoal de agentes e autoridades
utilizado para designar a relação jurídica estabele- c) Moralidade: a atuação dos agentes públicos
deve seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé.
cida entre as partes e, por isso, denomina-se pro-
d) Publicidade: é o dever de publicar os atos admi-
cesso administrativo o vínculo estabelecido entre o nistrativos de relevante interesse para a população,
Poder Público e o particular para a tomada de uma gerando maior transparência.
decisão. “Procedimento”, por sua vez, refere-se a e) Eficiência: envolvem as ideias de profissiona-
uma sequência ordenada de atos que culminam na lismo e boa gestão, gerando resultados positivos e
tomada da decisão. Procedimento é o meio pelo cortando ao máximo os custos,
qual se atende aos fins do processo. f) Razoabilidade e proporcionalidade: exige
uma linha lógica e adequação entre o fim almejado
A LEI FEDERAL Nº 9.784/1999 e o meio utilizado para tal fim, abstendo-se de pra-
ticar exageros.
g) Obrigatória motivação: as decisões tomadas
Com o objetivo de regulamentar a disciplina
pelas autoridades devem conter pressupostos de
constitucional do processo administrativo, a Lei nº
fato e de direito que justifiquem as mesmas.
9.784/1999, denominada “Lei do Processo Adminis-
h) Duração razoável do processo: não signifi-
trativo”, dispõe sobre normas básicas sobre o refe-
ca que o processo administrativo deva ser célere e
rido processo no âmbito da Administração Federal
rápido, mas ele também não pode ser demasiada-
direta e indireta, visando a proteção dos direitos dos
mente longo. Existem processos na esfera judicial
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
que perduram por mais de cinco anos!
Administração Pública. Trata-se de lei federal, aplicá-
i) Segurança jurídica: exige que a interpretação
vel somente no âmbito da União, com incidência no
das normas administrativas seja sempre a que
Poder Executivo, e também nos Poderes Legislativo
melhor atenda aos interesses dos administrados,
e Judiciário, no exercício de suas funções atípicas.
sendo vedada sua aplicação retroativa, pois isso
Entretanto, o STJ pacificou entendimento de que a
feriria o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
referida Lei de Processo Administrativo pode ser apli-
a coisa julgada.
cável, subsidiariamente, às demais entidades federais
j) Contraditório e ampla defesa: para cada ato e
que não possuam lei própria versando sobre o tema.
cada alegação feita no processo em questão, é asse-
Com base nessas considerações, passemos a desta-
gurado o direito de manifestação da parte contrá-
car alguns pontos importantes da referida legislação.
ria, principalmente nos processos em que resultem
De início, o art. 1º, § 2º, da Lei nº 9.784/1999, procura
em sanções e nas situações de litígio.
delimitar três importantes conceitos. Órgão é a unida-
k) Supremacia e indisponibilidade do interes-
de de atuação integrante da estrutura da Administra-
se público: são os princípios únicos e basilares de
ção direta e da estrutura da Administração indireta.
Direito Administrativo, que fundamentam o fato
Entidade é a unidade de atuação dotada de personali-
desse ramo jurídico ser de Direito Público. O inte-
dade jurídica. Temos também autoridade, que é o ser-
resse público deve, sempre, se sobrepor aos inte-
vidor ou agente público dotado de poder de decisão.
resses particulares, o que garante à Administração
Preliminarmente, o artigo 1º atribui a principal
Pública uma série de prerrogativas para perseguir
finalidade da referida Lei. “Esta Lei estabelece normas
esse fim. Por outro lado, o interesse público é indis-
básicas sobre o processo administrativo, seus atos e
ponível, não pode o agente público praticar atos
procedimentos, no âmbito da Administração Públi-
com desvios de finalidade
ca Direta e Indireta da União, inclusive das pessoas
jurídicas controladas ou mantidas pelo Poder Execu-
tivo, visando, em especial, à proteção dos direitos dos Além da obediência desses princípios, o processo
administrados, atendimento do interesse público e administrativo também deve observar, alguns critérios
melhor cumprimento dos fins da Administração”. previstos nos incisos do parágrafo único do artigo 2º:
Pela leitura do caput do artigo 1º, percebe-se que
a referida Lei Federal estabelece normas básicas I - atuação conforme a lei e o Direito;
sobre o processo administrativo, com a finalidade II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a
de proteger os direitos dos administrados, promo- renúncia total ou parcial de poderes ou competên-
ver melhor atendimento do interesse público, e o cias, salvo autorização em lei;
melhor cumprimento dos fins da Administração. III - objetividade no atendimento do interesse público,
108 vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, Do início do processo: instauração, legitimidade,
decoro e boa-fé; impedimento e suspeição
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal-
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; A Administração Pública apresenta uma dinamici-
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- dade muito maior do que o Judiciário, uma vez que
ção de obrigações, restrições e sanções em medida pode agir de ofício, isso é, sem a provocação do inte-
superior àquelas estritamente necessárias ao aten- ressado (art. 5º).
dimento do interesse público; É possível, evidentemente, que o processo admi-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito nistrativo possa ser instaurado a requerimento, hipó-
que determinarem a decisão; tese em que deve ser formulado por escrito e conter
VIII - observância das formalidades essenciais à os seguintes dados:
garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para pro- I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
piciar adequado grau de certeza, segurança e res- II - identificação do interessado ou de quem o
peito aos direitos dos administrados; represente;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen- III - domicílio do requerente ou local para recebi-
tação de alegações finais, à produção de provas e mento de comunicações;
à interposição de recursos, nos processos de que IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos
possam resultar sanções e nas situações de litígio; e de seus fundamentos;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, V - data e assinatura do requerente ou de seu repre-
ressalvadas as previstas em lei; sentante (art. 6º).
XII - impulsão, de ofício, do processo administrati-
vo, sem prejuízo da atuação dos interessados; Quando os pedidos de uma pluralidade de inte-
XIII - interpretação da norma administrativa da for- ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
ma que melhor garanta o atendimento do fim público poderão ser formulados em um único requerimento
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova ou reunidos por decisão motivada da autoridade com-
interpretação. petente, salvo preceito legal em contrário (art. 8º).
Quanto à legitimidade para a instauração do
Dos direitos e deveres dos administrados processo, o artigo 9º elenca um rol taxativo de
interessados:
Apesar de não haver uma expressa menção, para
os efeitos da Lei, considera-se como “administrado” I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
todo aquele que não possui vínculo com a Administra- titulares de direitos ou interesses individuais ou no
ção Pública, é o cidadão particular, sujeito de direitos exercício do direito de representação;
e deveres exercidos pela Administração. II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
direitos ou interesses que possam ser afetados pela
Mesmo não estabelecendo uma definição de admi-
decisão a ser adotada;
nistrado, a Lei Federal busca proteger alguns direitos
III - as organizações e associações representativas,
do administrado. Os seus direitos estão dispostos no
no tocante a direitos e interesses coletivos;
artigo 3º, in verbis: IV - as pessoas ou as associações legalmente consti-
tuídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 3° O administrado tem os seguintes direitos perante
a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam Ainda sobre as pessoas dentro do processo admi-
assegurados: nistrativo, a referida Lei estabelece algumas hipóteses
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e ser- de suspeição e de impedimento.
vidores, que deverão facilitar o exercício de seus Impedimento é uma qualidade que uma pessoa
direitos e o cumprimento de suas obrigações; tem que, como o próprio nome diz, impede essa pessoa
II - ter ciência da tramitação dos processos admi- de participar do processo administrativo. As causas de
nistrativos em que tenha a condição de interessa- impedimento estão dispostas no artigo 18, in vebis:
do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
Art. 18 É impedido de atuar em processo adminis-
III - formular alegações e apresentar documentos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
trativo o servidor ou autoridade que:
antes da decisão, os quais serão objeto de conside-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
ração pelo órgão competente;
II - tenha participado ou venha a participar como
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga-
perito, testemunha ou representante, ou se tais
do, salvo quando obrigatória a representação, por
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei-
força de lei.
ro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativa-
Como se depreende da leitura do dispositivo, esse mente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo companheiro.
administrativo não precisa prever todos os direitos do
administrado para garantir sua proteção. A autoridade ou servidor que incorrer em impedi-
Por outro lado, o artigo 4º aponta os deveres do mento deve comunicar o fato à autoridade competen-
administrado perante o processo administrativo. te, abstendo-se de atuar. A omissão em comunicar tal
Sem prejuízo de outros deveres previstos em ato nor- impedimento é considerada uma falta grave.
mativo, o artigo apresenta cinco deveres: I - expor os Mas a Lei do Processo Administrativo também pre-
fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, vê algumas hipóteses de suspeição. São hipóteses em
urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; que a pessoa não está obrigada, mas é recomendável
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e que ela não participe do processo administrativo. As
colaborar para o esclarecimento dos fatos. causas de suspeição estão previstas no artigo 20, in
verbis: 109
Art. 20 Pode ser arguida a suspeição de autoridade Sobre a comunicação dos atos, é importante des-
ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade tacar o conteúdo do artigo 27, in verbis:
notória com algum dos interessados ou com os res-
pectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins Art. 27 O desatendimento da intimação não impor-
até o terceiro grau. ta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a
renúncia a direito pelo administrado.
Interessante observar que o próprio servidor ou Parágrafo único. No prosseguimento do proces-
autoridade julgadora do processo pode se autodecla- so, será garantido direito de ampla defesa ao
rar suspeita. interessado.
Qual seria a diferença de julgamento de impedi-
mento e uma suspeição? A resposta é bem simples: o O parágrafo único desse dispositivo trata de um
impedimento são ordens legais, o que significa que assunto bem simples: é assegurado no processo admi-
o seu julgamento está vinculado à palavra da lei. Já nistrativo o contraditório e a ampla defesa, igual a o
o julgamento da suspeição, como não há um manda- que acontece no processo judicial.
mento para se declarar a suspeição (é recomendado Porém, o caput do referido artigo traz uma novi-
que tais pessoas não participem do processo), há uma
dade: a falta de defesa técnica, pelo desatendimento
certa margem de liberdade no julgamento da suspei-
da intimação, não torna o réu revel. Isso porque a
ção, o que evidencia uma maior discricionariedade.
revelia não existe no processo administrativo. Os
efeitos da revelia (no processo judicial) importam no
Da competência, da forma, do tempo e do lugar
reconhecimento da verdade de todos os fatos alegados
e que não foram contestados pela outra parte.
Nos termos do artigo 20, a competência é irrenun-
ciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
foi atribuída como própria, salvo os casos de delega- Da instrução: produção de provas, testemunhas,
ção e avocação legalmente admitidos. depoimento, citação
A delegação é o fenômeno pelo qual uma autori-
dade distribui suas competências para uma entidade A fase de instrução é a etapa do processo admi-
ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha nistrativo em que temos a produção de provas. As
hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a com- atividades de instrução destinadas a averiguar e com-
petência poderá ser parcialmente delegada a outros provar os dados necessários à tomada de decisão se
órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierár- realizam de ofício, sem prejuízo do direito dos interes-
quica, em razão de fatores técnicos, sociais, econômi- sados de propor atuações probatórias. A atuação do
cos, jurídicos ou territoriais. interessado, quando exigida ou necessária na fase de
O artigo 22 apresenta, contudo, algumas maté- instrução, deve ser realizada de modo menos oneroso
rias que não podem ser objeto de delegação, sendo para ele (art. 29).
indelegáveis: Os atos de instrução podem ocorrer de forma
física ou por meio eletrônico. Nessa última hipótese,
I - a edição de atos de caráter normativo; tais atos serão documentados nos autos do respectivo
II - a decisão de recursos administrativos; processo.
III - as matérias de competência exclusiva do órgão, É absolutamente vedada a obtenção de provas por
entidade ou autoridade; meios ilícitos. Exemplo: a confissão de um servidor
IV - as atribuições recebidas por delegação, sal- policial sobre apuração de uma transgressão discipli-
vo autorização expressa e na forma por ela nar, mediante tortura.
determinada. Quando a matéria do processo envolver assunto de
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante
A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de despacho motivado, abrir período de consulta pública
competências, hipótese em que o órgão ou o titular para manifestação de terceiros, antes da decisão final,
chama para si atribuições de competência de órgão se não houver prejuízo para a parte interessada e ao
hierarquicamente inferior. É uma hipótese excepcio- eficaz andamento do processo (art. 31).
nal e temporária no processo administrativo, confor-
A consulta pública é um instrumento de comu-
me dispõe o artigo 24.
nicação entre a administração e a sociedade, pois
Em relação a forma, a lei citada não atribui
os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas
nenhum requisito solene para o processo adminis-
trativo, apenas exige que os atos processuais deverão e comentários acerca do objeto do processo, ainda
ser produzidos por escrito, em vernáculo, com data e que não sejam a parte diretamente interessada. Não
local de sua realização e assinatura da autoridade res- é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somen-
ponsável (art. 22, § 1º). Os atos são realizados em dias te será utilizada quando for conveniente e oportuno
úteis, no horário de funcionamento da repartição na para a Administração e para o processo em questão.
qual tramita o processo. Quando for necessária a prestação de informações
Sobre o tempo, dispõe o artigo 24 que, inexistindo ou a apresentação de provas pelos interessados ou
disposição legal específica, os atos do órgão ou autori- terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,
dade responsável pelo processo e dos administrados mencionando-se data, prazo, forma e condições de
que dele participem devem ser praticados no prazo de atendimento (art. 39). Essas intimações são indispen-
cinco dias úteis, salvo motivo de força maior. sáveis para que os interessados e terceiros tenham
Sobre o lugar, os atos do processo devem reali- conhecimento do processo que está correndo.
zar-se por meio eletrônico ou físico, neste último caso O artigo 42 dispõe sobre os pareceres, que podem
preferencialmente na sede do órgão (art. 25). Os atos ser obrigatórios ou facultativos, conforme sejam ou
praticados em processos eletrônicos não dispensam o não exigidos por lei. Os pareceres obrigatórios são
comparecimento do interessado quando necessário, vinculantes ou não vinculantes, quando suas conclu-
devendo observar as regras procedimentais do órgão sões devam ou não ser necessariamente observadas
ou entidade aos quais se destina. nas decisões proferidas por autoridade competente.
110
Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um O artigo 52, por sua vez, dispõe sobre outra hipó-
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no pra- tese de extinção do processo administrativo: quan-
zo máximo de quinze dias úteis, salvo norma especial do exaurida a sua finalidade ou o objeto da decisão
ou comprovada necessidade de maior prazo. Se um se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido superveniente.
no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a
respectiva apresentação, responsabilizando-se quem Da anulação, revogação e convalidação
der causa ao atraso. Se um parecer obrigatório e não
vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o O artigo 53 prevê o que a doutrina denomina de
processo poderá ter prosseguimento e ser decidido autotutela administrativa. A Administração deve anu-
com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade lar seus próprios atos, quando eivados de vício de
de quem se omitiu no atendimento (art. 42, §§ 1º e 2º). legalidade, e pode revogá-los, por motivo de conve-
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito niência ou oportunidade, em qualquer caso respeita-
de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo dos os direitos adquiridos, sem precisar de auxílio ou
se outro prazo for legalmente fixado (art. 44). intervenção do processo judiciário.
Quando um ato é considerado ilegal, significa que
Do dever de decidir: motivação e desistência houve um julgamento quanto à legalidade do ato. A
palavra da lei é o que importa: se o ato foi praticado
Segundo o caput do artigo 48, a Administração fora dos limites legais, deve ser anulado. É esse o ins-
tem o dever de expressamente se pronunciar e emitir tituto da vinculação. Porém, quando um ato é consi-
decisão sobre todos os assuntos da sua competência derado inconveniente e inoportuno (mas ainda assim
que lhes sejam apresentados, nos processos adminis- legal e legítimo), aqui o administrador tem a escolha de
trativos e sobre solicitações, petições, representações manter o ato, ou de extingui-lo mediante a revogação.
ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir Há um julgamento com base na discricionariedade.
da Administração tem por fundamento justamente o O direito da Administração de anular os atos admi-
direito de petição do administrado. nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
O artigo 50, por sua vez, dispõe sobre a motiva- destinatários decai em cinco anos, contados da data
ção das decisões do processo administrativo. Os atos em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
administrativos deverão ser motivados, com indica- No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
ção dos fatos, dos fundamentos jurídicos e atos proba- de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
tórios, especialmente quando: pagamento (art. 54, § 1º).
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
sanções; convalidados pela própria Administração (art. 56).
III - decidam processos administrativos de concur-
so ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
Dica
processo licitatório; Para saber quais atos podem ser sanáveis, é
V - decidam recursos administrativos; importante relembrar quais são os elementos
VI - decorram de reexame de ofício;
dos atos administrativos: competência, obje-
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
to, forma, motivo e finalidade. Os atos podem
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais; ser convalidados, se o seu vício recair sobre a
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou competência ou a forma do ato administrati-
convalidação de ato administrativo. vo. Contudo, se o vício recair no motivo, objeto
e a finalidade, por serem vícios insanáveis, não
A motivação deve ser explícita, clara e congruen- podem ser convalidados.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


te, podendo consistir em declaração de concordância
com fundamentos de anteriores pareceres, informa- Dos recursos administrativos
ções, decisões ou propostas, que, neste caso, serão
parte integrante do ato. Na solução de vários assuntos Todas as decisões adotadas em processo adminis-
da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecâni- trativo são passíveis de recurso, caso em que haverá
co que reproduza os fundamentos das decisões, desde um reexame quanto às questões de legalidade (vincu-
que não prejudique direito ou garantia dos interessa- lação) e de mérito (discricionariedade) dos atos admi-
dos (art. 50, §§ 1º e 2º). nistrativos objeto do litígio.
O artigo 51 apresenta a desistência, que é uma O recurso será dirigido à autoridade superior por
das formas de extinção do processo administrativo. intermédio da autoridade que proferiu o ato recorri-
O interessado poderá, mediante manifestação escrita, do, e esta poderá reconsiderar sua decisão no prazo
desistir total ou parcialmente do pedido formulado de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. Quando subir, devidamente informados (art. 56, § 1º). Salvo
múltiplos os interessados, a desistência de um não exigência legal, a interposição de recurso independe
afeta o prosseguimento do processo para os demais de caução.
(art. 51, § 1º). A desistência ou renúncia do interessa- Existem três instâncias administrativas pelas quais
do, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento os recursos podem tramitar (art. 57).
do processo, se a Administração considerar que o inte- Os legitimados para interpor recurso estão previs-
resse público assim o exige. tos no artigo 58. São eles: 111
I - os titulares de direitos e interesses que forem atos pela autoridade hierarquicamente superior
parte no processo; àquela que praticou o ato é uma de suas tarefas
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indire- inerentes. Vale ressaltar que o recurso hierárquico
tamente afetados pela decisão recorrida; independe de caução ou qualquer tipo de garantia
III - as organizações e associações representativas, em dinheiro, conforme dispõe a Súmula Vinculan-
no tocante a direitos e interesses coletivos; te nº 21 do STF.
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos z Recurso hierárquico impróprio: é aquele diri-
ou interesses difusos.
gido a autoridade que não ocupa posição de hie-
rarquia em relação ao ente que praticou o ato. É
O recurso é interposto por meio de requerimento o caso, por exemplo, de recurso interposto para o
no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do ente federativo membro da Administração Direta,
pedido de reexame, podendo juntar os documentos sobre alguma entidade da Administração Indireta.
que julgar convenientes. Esse tipo de recurso deve possuir previsão legal,
Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, uma vez que os poderes inerentes à tutela não se
salvo havendo relevante fundamento e justo receio presumem.
de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorren-
te da execução. Nesses casos, a autoridade recorrida
Atenção para o conteúdo do artigo 65: “O órgão
poderá decretar a suspensão do prazo recursal (art.
competente para decidir o recurso poderá confirmar,
61, parágrafo único).
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente,
Interposto o recurso, o órgão competente para dele
a decisão recorrida, se a matéria for de sua compe-
conhecer deverá intimar os demais interessados para
tência. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações.
decorrer gravame à situação do recorrente, este deve-
O recurso não será conhecido quando interposto:
rá ser cientificado para que, no prazo de dez dias úteis,
formule suas alegações antes da decisão”.
I - fora do prazo;
O referido dispositivo trata do que a doutrina deno-
II - perante órgão incompetente;
mina da “proibição da reformatio in pejus”. De modo
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa (art. 63). geral, a decisão proferida no recurso administrativo
não pode resultar em gravame, ou em prejuízo para o
administrado. Exemplo: se o servidor foi punido com
Os prazos contam-se em dias úteis e começam a
pena de suspensão por 10 dias e decide recorrer da
correr a partir da data da cientificação oficial, excluin-
decisão, a autoridade julgadora do recurso não pode
do-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do
simplesmente decidir que a pena foi muito branda, e
vencimento.
aumentá-la para 20 dias. Caso essa possibilidade ocor-
O órgão competente para decidir o recurso poderá
ra (o que não deveria), o recorrente precisa de um
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou par-
prazo para fazer suas alegações e se defender dessa
cialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
reforma prejudicial da decisão.
competência. Se da aplicação do disposto neste arti-
go puder decorrer gravame à situação do recorrente,
este deverá ser cientificado para que formule suas
alegações antes da decisão (art. 64, parágrafo único).
Uma vez vistos os aspectos gerais dos recursos EXERCÍCIOS COMENTADOS
administrativos, é importante, também, conhecer
cada um deles em espécie: 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de improbida-
de administrativa, processo administrativo e organiza-
z Representação: é uma denúncia formal de irregu- ção administrativa, julgue o item seguinte.
laridade, feita por qualquer indivíduo, com previsão
no art. 37, § 3º, III, da CF/1988, e que gera à Adminis- Caso o administrado não atenda a intimação em pro-
tração o dever-poder de apurar a irregularidade, se cesso administrativo, incidirá o ônus de reconheci-
houver. Trata-se, por isso, de ato vinculado. mento da verdade dos fatos alegados.
z Reclamação administrativa: É o ato pelo qual
o administrado, particular ou servidor público, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
deduz uma pretensão perante a administração
pública, visando obter o reconhecimento de um A questão faz referência ao instituto da revelia. Porém,
direito ou a correção de um ato que lhe cause ou por expressão previsão do art. 27 da Lei nº 9.784/1999,
na iminência de causar lesão. A interposição da o desatendimento da intimação não importa o reco-
reclamação não impede a apreciação do pleito nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
pelo Judiciário, mas a reclamação interposta den- direito pelo administrado. Assim, esses efeitos da reve-
tro do prazo de 1 ano, contado da ocorrência do lia, comuns na esfera do processo civil, não se aplicam
ato, suspende a prescrição quinquenal deste. no processo administrativo. Resposta: Errado.
z Pedido de reconsideração: é uma solicitação
feita à autoridade que expediu o ato, para que o 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Antônia, de sessenta
modifique ou o invalide, nos moldes do requeren- anos de idade, requereu a certo órgão público a emis-
te. A reconsideração não suspende a prescrição do são de documento de caráter pessoal. Em razão da
Judiciário. negativa do pedido, Antônia interpôs recurso admi-
z Recurso hierárquico próprio: é aquele endere- nistrativo dirigido a Carlos, autoridade competente do
çado a autoridade superior à que praticou o ato referido órgão para julgar o recurso. No entanto, por
recorrido. Pode ser interposto sem a necessida- ser amigo íntimo de Antônia, Carlos delegou sua atri-
de de previsão legal, uma vez que a revisão dos buição julgadora para Marcos, com o qual não possui
112 qualquer relação de subordinação hierárquica.
A partir da situação hipotética precedente, julgue o possibilidade do candidato ter de memorizar a nume-
item a seguir, considerando as disposições da Lei de ração correta da legislação sobre processo adminis-
Processo Administrativo (Lei nº 9.784/1999). trativo. No âmbito federal, o processo administrativo é
disciplinado pela Lei nº 9.784/1999. Resposta: Letra D.
Caso tenha sido interposto fora do prazo legal, o
recurso de Antônia não deverá ser conhecido, o que 5. (UFPB – 2019) São legitimados(as) como interessa-
não impede que a administração reveja de ofício o dos no processo administrativo:
ato ilegal, desde que não tenha ocorrido preclusão
administrativa. a) pessoas físicas ou jurídicas que iniciem no proces-
so administrativo sem a titularidade de direitos ou
( ) CERTO  ( ) ERRADO interesses individuais ou no exercício do direito de
representação.
Atenção com a questão: a delegação de decisão em b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direi-
recurso é vedada. Porém, tal fato não possui relação tos ou interesses que não possam ser afetados pela
com a frase mencionada. Em matéria de recursos decisão a ser adotada.
administrativos, o recurso interposto fora do prazo c) as organizações e associações representativas, no
não será conhecido (art. 63, I, Lei nº 9.784/1999). Toda- tocante a direitos e interesses individuais e coletivos.
via, considerando o poder de autotutela da Adminis- d) as pessoas ou as associações legalmente constituídas
tração Pública, nada impede que ela mesma, de ofício, quanto a direitos ou interesses difusos.
reconheça a ilegalidade daquele ato e conceda a Antô- e) as associações, no que se refere a direitos ou interes-
nia o documento requerido. Resposta: Certo. ses individuais.

3. (INSTITUTO AOCP – 2020) Nos processos administra- A letra A está errada, pois são legitimados as pes-
tivos, serão observados, entre outros, os critérios de: soas físicas ou jurídicas que iniciem o processo
administrativo e possuem a titularidade de direitos
a) atuação conforme a lei e o Direito; observância das ou interesses individuais ou no exercício do direito
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos de representação. A letra B está errada, é legitima-
administrados. do do processo administrativo aqueles que, mesmo
b) cobrança de despesas processuais; impulsão, somente sem terem iniciado o processo, têm direitos ou inte-
quando provocado, do processo administrativo, sem resses que podem, sim, ser afetados pela decisão a
prejuízo da atuação dos interessados. ser adotada. A letra C está errada, as organizações
c) divulgação oficial dos atos administrativos, sem ressal- e associações representativas somente defendem
vas; impessoalidade administrativa quando constata- direitos e interesses coletivos. A letra E está errada,
da conveniência. pois, novamente, as associações somente defendem
d) atuação quando e conforme conveniência administrati- direitos ou interesses coletivos no processo admi-
va; celeridade e objetividade. nistrativo. Resposta: Letra D.
e) interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que 6. (INSTITUTO AOCP – 2019) A Lei Federal nº 9.784/1999
se dirige, podendo aplicar de forma retroativa de nova estabelece normas básicas sobre o processo admi-
interpretação. nistrativo no âmbito da Administração Federal direta
e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi-
A letra B está errada, pois no processo administra- tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
tivo é vedada a cobrança de despesas processuais. fins da Administração. Sobre esse diploma normativo,
Além disso o processo administrativo pode ser assinale a alternativa correta relacionada ao tema
movido de ofício. A letra C está errada, pois no pro- “processo administrativo”.
cesso administrativo, há alguns atos considerados
sigilosos pela Constituição Federal, que não podem a) O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
ser divulgados para o público geral. A letra D está desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou,
errada, a atuação dentro do processo administrati- ainda, renunciar a direitos disponíveis.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
vo deve ser quando e conforme a lei e o Direito. A b) A competência é irrenunciável, indelegável e invocável,
letra E está errada na sua parte final, pois é vedada e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atri-
a aplicação/interpretação de norma administrativa buída como própria.
de forma retroativa, elas possuem eficácia ex nunc, c) Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servi-
e não ex tunc. Resposta: Letra A. dor que tenha amizade íntima ou inimizade notória
somente com algum dos interessados ou com os res-
4. (INSTITUTO AOCP – 2020) Qual é a lei que regula o pectivos cônjuges e companheiros.
processo administrativo no âmbito da Administração d) Concluída a instrução de processo administrativo, a
Pública Federal? Administração tem o prazo de até 30 (trinta) dias para
decidir, excluída a hipótese de prorrogação ainda que
a) Lei n° 7.784/88. expressamente motivada.
b) Lei n° 8.974/89.
c) Lei n° 9.784/99. A letra B está errada, a competência é irrenunciá-
d) Lei n° 9.503/97. vel, sim, mas ela pode ser delegada ou avocado, nas
e) Lei n° 9.605/99. hipóteses legalmente previstas. Os órgãos adminis-
trativos podem delegar parte da sua competência
Péssima questão, que não agrega em nada o conheci- a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
mento do candidato. O único motivo pelo qual coloca- lhe sejam hierarquicamente subordinados. A letra
mos a questão nesse material é para alertar sobre a C está errada, a arguição de suspeição estende-se 113
para os respectivos cônjuges, companheiros, paren- O tema do prazo para anular os atos ilegais é dis-
tes e afins até o terceiro grau do servidor ou autori- ciplinado pelo artigo 54 da Lei nº 9.784/1999. Esse
dade. A letra D está errada, é possível prorrogar o prazo é decadencial, uma vez que estamos falan-
prazo de decisão por mais 30 dias, desde que expres- do do direito de anular o ato, e não do prazo para
samente motivada. Resposta: Letra A. ingressar em juízo (prazo prescricional). Segundo
o dispositivo, o prazo para anular os atos ilegais é
7. (INSTITUTO AOCP – 2019) O devido processo legal de 5 (cinco) anos, contados da data da prática do
é uma garantia fundamental positivada no art. 5º da ato ilegal. Todavia, o processo administrativo não
Constituição Federal. No âmbito dos funcionários faz coisa julgada, nada impede que a Administra-
públicos, tem-se a Lei nº 9.784/99, que dispõe sobre o ção possa ingressar em juízo para que o Poder Judi-
tema. Com base no exposto, nos processos adminis- ciário possa exercer controle de legalidade sobre o
trativos, será observado(a) referido ato (forma de controle externo). O ato com
vício de legalidade, pela natureza do vício, não pode
a) o atendimento a fins de interesse privado, vedada a ser convalidado, sendo para todos os efeitos, consi-
renúncia total de poderes ou competências, salvo derado ato nulo. Resposta: Letra B.
autorização em lei.
b) a manutenção de sigilo absoluto dos atos administrati-
vos, mesmo sob ordem judicial, por se tratar de coisa
pública. HORA DE PRATICAR!
c) a proibição de cobrança de despesas processuais, res-
salvadas as previstas em lei. 1. (CESPE -CEBRASPE – 2020) O ato administrativo vin-
d) a interpretação da norma administrativa da forma que culado tem como característica
melhor garanta o atendimento do investigado, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação. a) a discricionariedade do administrador.
b) a escolha da forma a ser constituído, conforme critério
A letra A está errada, o processo administrativo do administrador.
deve atender aos fins de interesse público, e não pri- c) a avaliação da sua eficácia, a critério subjetivo do
vado. A letra B está errada, a regra nos processos administrador.
administrativos é a publicidade dos atos proces- d) a estrita observância da lei.
suais, exceto nos casos em que a Constituição Fede- e) a possibilidade de anulação apenas pela administração.
ral determine que os atos sigilosos, e que não podem
ser divulgados. A letra D está errada, a interpreta- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O atributo ou caracterís-
ção da norma administrativa deve melhor garantir tica do ato administrativo que assegura que o ato é
o atendimento do fim público a que se dirige (e não verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou defeitos,
do investigado). Resposta: Letra C. até que se prove o contrário, denomina- se

8. (INSTITUTO AOCP – 2019) No que se refere aos a) finalidade.


atos da Administração Pública, de acordo com a Lei b) exequibilidade.
n°9.784/99, o prazo a ser observado para anular os c) autoexecutoriedade.
atos ilegais dos quais decorram efeitos favoráveis d) coercibilidade.
para os destinatários: e) presunção de legitimidade.

a) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos 3. (CESPE - CEBRASPE – 2020) A propriedade da admi-
para a anulação, contados da data do conhecimento nistração de, por meios próprios, pôr em execução
da ilegalidade do ato praticado. Passado o referido suas decisões decorre do atributo denominado
prazo, o ato será convalidado.
b) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos a) exigibilidade.
para a anulação, contados da data da prática do ato b) autoexecutoriedade.
tido por ilegal. Passado o referido prazo, a Administra- c) vinculação.
ção Pública apenas pode anular o ato judicialmente, já d) discricionariedade.
que o ato nulo não admite convalidação. e) medidas preventivas.
c) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos
para a anulação, contados da data do processo judi- 4. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O item apresenta uma
cial para a anulação, já que o ato nulo não admite situação hipotética seguida de uma assertiva a ser jul-
convalidação. gada, acerca de atos administrativos.
d) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos Em um único ato administrativo, foram concedidas
para a anulação, contados da data em que foram prati- férias e licença a um servidor público da Secretaria de
cados os atos. Passado o referido prazo, a Administra- Estado de Economia do Distrito Federal. Na semana
ção Pública perde o direito de anular o ato, ocorrendo a seguinte, publicou-se outro ato, que ratificava as férias
coisa julgada administrativa, salvo comprovada má-fé. desse servidor e retirava-lhe a licença concedida, por
e) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos para ter sido constatado que ele não fazia jus à licença.
a anulação, contados da data de conhecimento da ile- Nessa situação, realizou-se-a convalidação do ato
galidade do ato praticado. Passado o referido prazo, o administrativo, por meio de reforma.
ato somente pode ser anulado via judicial, e a inércia da
114 Administração ensejará a convalidação do ato nulo. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
5. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O item a seguir apresenta 11. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à
uma situação hipotética seguida de uma assertiva a administração pública direta, à administração pública
ser julgada, acerca dos poderes administrativos. indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
Um tenente da Marinha do Brasil determinou que um segue.
grupo de soldados realizasse a limpeza de um navio, Ministros e secretários estaduais e municipais são
sob pena de sanção se descumprida a ordem. Nesse agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm
caso, o poder a ser exercido pelo tenente, em caso de natureza permanente, mas que, com base no seu
descumprimento de sua ordem, é disciplinar e deriva poder político, traçam e implementam políticas públi-
do poder hierárquico. cas constitucionais e políticas públicas de governo.

( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO

6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à 12. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de provimento e
administração pública direta, à administração pública
vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue
indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
o item seguinte.
segue.
A partir da promulgação da Constituição Federal de
A administração pública indireta é composta por
1988, o provimento de função pública ocorre somente
órgãos e agentes públicos que, no âmbito federal,
mediante aprovação em concurso público de provas e
constituem serviços integrados na estrutura adminis-
trativa da presidência da República e dos ministérios. títulos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE – 2020) As agências que atuam 13. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à
na provisão dos bens públicos e na proteção do inte- administração pública direta, à administração pública
resse público, estabelecendo parâmetros para saúde, indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
segurança e meio ambiente, bem como os mecanis- segue.
mos de oferta dos bens mencionados, executam o Cargos, empregos e funções públicas devem ser exer-
modelo de regulação cidos por brasileiros que preencham as condições
estabelecidas em lei, contudo, na forma da lei, há pos-
a) social. sibilidade de acesso para os estrangeiros.
b) gerencial.
c) financeiro. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
d) econômico.
e) administrativo. 14. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca da prescrição e
da decadência em direito da seguridade social, julgue
8. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca da responsabili- o item a seguir.
dade civil do Estado, julgue o item a seguir. Em se tratando de servidor público federal sob o regi-
O Estado é civilmente responsável por dano causado a me da Lei n.º 8.112/1990, a pensão por morte do
particular em decorrência de má conservação de rodo- segurado que falecer, aposentado ou não, será devida
via que se encontra sob responsabilidade pública. a filho menor de dezesseis anos, a contar da data do
óbito, desde que requerida em até cento e oitenta dias
( ) CERTO  ( ) ERRADO após o óbito.

9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito às


( ) CERTO  ( ) ERRADO
concessões e permissões de prestação de serviço
público, julgue o item a seguir.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de provimento e
O instrumento adequado para concessão ou delega-
vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue
ção de atividade pública, como o serviço de táxi, é a
o item seguinte.
autorização a pessoa física ou jurídica que demonstre
No provimento por reintegração, o servidor, quando
capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris-
co, mediante licitação, sob pena de infringência aos invalidada sua demissão por decisão administrativa
princípios da moralidade e igualdade. ou judicial, retorna ao cargo anteriormente ocupado,
com ressarcimento de todas as vantagens.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
10. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o item a seguir, a
respeito de governabilidade e governança e mudanças 16. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o item, relativo à
institucionais no âmbito do Estado. administração de pessoal e a processos de compras
A existência de consórcios intermunicipais de saúde governamentais no âmbito do setor público.
se estrutura como um processo vertical de coopera- A produtividade é um dos fatores utilizados para a ava-
ção, uma vez que envolve instituições que estão no liação de desempenho de servidores nomeados para
mesmo plano ou nível organizacional. cargos efetivos em período de estágio probatório.

( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO 115


17. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que se refere a ação
13 CERTO
de improbidade administrativa, julgue o item a seguir.
O presidente da República sujeita-se às mesmas san- 14 CERTO
ções aplicáveis aos agentes públicos previstas na Lei
de Improbidade Administrativa. 15 CERTO

16 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
17 ERRADO
18. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de atos de impro-
bidade administrativa, julgue o item que se segue. 18 ERRADO
O fato de um servidor público utilizar veículo da admi- 19 E
nistração pública para fins particulares em seu horário
de almoço não configura prática de ato de improbida- 20 ERRADO
de administrativa, desde que seu superior hierárqui-
co autorize tal uso, embora possa ser considerada
antiética.
ANOTAÇÕES
( ) CERTO  ( ) ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O processo administra-


tivo pode ser iniciado e impulsionado sem qualquer
provocação de particular. Além disso, adota formas
simples, suficientes para propiciar adequado grau
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados. Esses critérios, previstos na Lei n.º
9.784/1999, refletem observância, respectivamente,
aos princípios

a) da eficiência e da finalidade.
b) da verdade material e da segurança jurídica.
c) do interesse público e da verdade formal.
d) da finalidade e da instrumentalidade das formas.
e) da oficialidade e do informalismo procedimental.

20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Considerando as normas


de direito administrativo, as disposições normativas
relativas ao pregão e a Lei federal n.º 9.784/1999, acer-
ca de processo administrativo, julgue o item seguinte.
É impedido de atuar em processo administrativo o ser-
vidor que tenha amizade íntima com algum dos inte-
ressados no processo.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

9 GABARITO

1 D

2 E

3 B

4 CERTO

5 CERTO

6 ERRADO

7 A

8 CERTO

9 ERRADO

10 ERRADO

11 CERTO

12 ERRADO
116
Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sempre
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a
estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de pra-

LÍNGUA PORTUGUESA
ticar seus conhecimentos realizando os exercícios de
cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais,
selecionados especialmente para que este material
cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO


TEXTOS A inferência é uma relação de sentido conhecida
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
INTRODUÇÃO
interpretação de texto.
A interpretação e a compreensão textual são
Como já mencionamos, interpretar é buscar ideias,
aspectos essenciais a serem dominados por aqueles
candidatos que buscam a aprovação em seleções e pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas.
concursos públicos. Assunto que abrange questões
específicas e de conteúdo geral nas provas, conhecer Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase A primeira e mais importantes delas é identificar a
e a aprovação. Além disso, seja a compreensão ou a orientação do pensamento do autor do texto, que fica
interpretação textual, ambas guardam uma relação de perceptível quando identificamos como o raciocínio
proximidade com um assunto nem sempre explorado dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da
pelos cursos de português: a semântica, que incide análise de dados, informações com fontes confiáveis ou
suas relações de estudo sobre as relações de sentido se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das
que a forma linguística pode assumir. consequências, a fim de se identificar as causas.
Portanto, neste material você encontrará recursos Por isso, é preciso compreender como podemos
para solidificar seus conhecimentos em interpreta- interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
ção e compreensão textual, associando a essas temá- Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
ticas as relações semânticas que permeiam o sentido que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
precisa ser reconhecido por quem o lê. A partir disso, selecionamos estratégias de leitura que
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma foquem nas formas de inferência sobre um texto. Dessa
breve diferença entre os termos compreensão e forma, é fundamental identificar como ocorre o processo
interpretação textual.
de inferência, que se dá por dedução ou por indução.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo
Para entender melhor, veja esse exemplo:
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste
material, ainda que existam relações de sinonímia
O marido da minha chefe parou de beber.
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor
por um termo ao invés de outro reflete um sentido
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a Observe que é possível inferir várias informações. A
interpretação realiza ligações com o texto a partir primeira é que a chefe do enunciador é casada (infor-
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. mação comprovada pela expressão “marido”), a segun-
Já a compreensão busca a análise de algo exposto da é que o enunciador está trabalhando (informação
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas é que o marido da chefe do enunciador bebia (expres-
e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos são comprovada pela expressão “parou de beber”). Note
linguísticos essencialmente relacionados à significa- que há pistas contextuais do próprio texto que induzem
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação o leitor a interpretar essas informações.
com a semântica. Tratando-se de interpretação textual, os processos
Sabendo disso, é importante separarmos os con- de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
LÍNGUA PORTUGUESA

teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou com- tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
preensivo. Neste material, você encontrará um forte interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
conteúdo que relaciona semântica e interpretação, texto junto da articulação com as informações acessa-
contendo questões sobre os assuntos: inferência; das pelo leitor do texto.
figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex- A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na senta como ocorre a relação desses processos:
compreensão e semântica, os principais tópicos são:
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- INFERÊNCIA
guísticas e suas consequências para o sentido.
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
117
A partir desse esquema exclusivo, conseguimos Dica
visualizar melhor como o processo de interpretação
ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reco- Em questões de concurso, as bancas costumam
nhecendo as estratégias que compõem cada maneira procurar nos enunciados implícitos do texto aspec-
de inferir informações de um texto. Por isso, vamos tos para abordar em suas provas.
apresentar nos tópicos seguintes como usar estra-
tégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como No momento de ler um texto, o leitor articula seus
articular a isso o nosso conhecimento de mundo na conhecimentos a partir de uma informação que jul-
interpretação de textos. ga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre
o processo de interpretação por dedução. Conforme,
A INDUÇÃO Kleiman (2016, p. 47):

As estratégias de interpretação que observam Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto temas, e ao Testá-las ele estará depreendendo o
oferece e, posteriormente, reconhece alguma certeza tema; ele estará também postulando uma possí-
na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
uma ordem de eventos ou processos ocorridos no tex- vando seu conhecimento prévio, e na testagem
to e que variam conforme o tipo textual. ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos conhecimento.
identificar uma organização cronológica e espacial no
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, Fique atento a essa informação, pois é uma das
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação pretação textual: formular hipóteses, a partir da
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- macroestrutura textual, ou seja, antes da leitura ini-
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
ideia/ponto de vista.
No processamento interpretativo indutivo, as entre outras informações que podem vir como “aces-
ideias são organizadas a partir de uma especificação sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
para uma generalização, Vejamos um exemplo: leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
espécie de animal. O que observei neles, no tempo um objetivo mais definido.
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- O processo de interpretação por estratégias
te para não os amar, nem os imitar. São em geral de dedução envolve a articulação de três tipos de
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de conhecimento:
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
detalhados e impotentes para generalizar, cur- 1. Conhecimento Linguístico;
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, 2. Conhecimento Textual;
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- 3. Conhecimento de Mundo.
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza.
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
(BARRETO, 2010, p.21)
assunto mais abrangente, será abordado mais adiante,
Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
O trecho em destaque na citação do escritor Lima
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías
1. Conhecimento Linguístico
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento
indutivo compõe a interpretação e decodificação de
Esse é o conhecimento basilar para compreensão
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
gias usadas para identificar essa forma de interpretar,
das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
ção cronológica de um texto.
nhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhe-
A propriedade vocabular leva cimento sobre o funcionamento da língua não são,
o cérebro a aproximar as pa- necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso- que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
ciação com o tema do texto. tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência
Os conectivos (conjunções, -a, que a ordem de escrita respeita o sistema SUJEITO-
preposições, pronomes) -VERBO-OBJETO (SVO) etc.
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimen-
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e to linguístico é aquele que “abrange desde o conhe-
localizadores textuais. cimento sobre como pronunciar português, passando
pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua,
A DEDUÇÃO chegando até o conhecimento sobre o uso da língua”
(2016, p. 15).
A leitura de um texto envolve a análise de diversos Um exemplo em que a interpretação textual é pre-
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de judicada pelo conhecimento linguístico é o texto a
118 maneira implícita no enunciado. seguir:
disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam cor-
retamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).

Agora tente responder as seguintes perguntas


sobre o texto:

Quem é o herói de que trata o texto?


Quem são as três irmãs?
Qual é o planeta inexplorado?

Certamente, você não conseguiu responder nenhu-


ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des-
se texto, sua compreensão sobre essas perguntar será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e bus-
que responder às questões; Certamente você não terá
mais as mesmas dificuldades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao vol-
tar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo
do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento
prévio que é essencial na interpretação de questões.
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acessado em: 22/09/2020.

Como é possível notar, o texto é uma peça publici-


tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
EXERCÍCIOS COMENTADOS
e entender o que está escrito, assim, o conhecimento
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas 1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o
são algumas estratégias de interpretação em que necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-
-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Indu-
podemos usar métodos dedutivos.
ção é um processo lógico que parte do particular para
o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
2. Conhecimento Textual
a) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- também;
mento linguístico e se desenvolve pela experiência b) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de chovido durante toda a noite;
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- c) A torcida do Corinthians está presente em todos os
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque jogos; domingo não deve ser diferente;
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros;
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê o lucro desse restaurante deve ser alto;
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o
reportagem como se lê um poema. meu automóvel enguiçou ontem.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de Indução é um processo lógico que parte do particu-
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. lar para o geral. Se houver alguma dúvida na reso-
lução, é só ir por exclusão das alternativas
3. Conhecimento de Mundo a) Todos os dias.../ hoje...
b) as ruas/ toda a noite
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental c) em todos os jogos/ domingo...
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre d) Resposta certa
importante o candidato a cargos públicos manter um e) Os carros.../ meu automóvel...Resposta: Letra D.
tempo disponível para ampliar sua biblioteca e bus-
car fontes de informações fidedignas, para, dessa for- 2. (CESPE – 2014) Julgue o item, relativo à dedução e
ma, aumentar seu conhecimento de mundo. indução.
LÍNGUA PORTUGUESA

Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso A conclusão de um argumento dedutivo é uma
conhecimento de mundo que é relevante para a com- consequência necessária da verdade da conjunção
preensão textual é ativado, por isso, é natural ao nosso das premissas, o que significa que, sendo verda-
cérebro associar informações, a fim de compreender deiras as premissas, é impossível a conclusão ser
o novo texto que está em processo de interpretação. falsa.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
cício para atestarmos a importância da ativação do ( ) CERTO  ( ) ERRADO
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Pois o pensamento dedutivo parte do conheci-
mento geral, visando ao conhecimento particular,
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou assim, para a lógica dedutiva as premissas verda-
valentemente todos os risos desdenhosos que tenta- deiras não podem gerar enunciados falsos. Respos-
ram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” ta: Certo. 119
3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica, leia A partir desse esquema, podemos identificar que a
o texto a seguir sobre os tipos de inferência: orientação gramatical mantida pelas frases apresen-
A dedução e a indução são conhecidas com o nome tam marcas linguísticas, assinalando o tipo textual
de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir predominante que o texto deve manter, organizado
de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedução, pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence.
entende-se como inferências mediatas.
TIPO TEXTUAL
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)
Adaptado. Classifica-se conforme as marcas linguísticas
apresentadas no texto. Também é chamado de
A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de sequência textual.
inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,
observe a seguinte inferência: GÊNERO TEXTUAL
Sócrates é homem e mortal  Classifica-se conforme a função do texto, atri-
Platão é homem e mortal  buída socialmente.
Aristóteles é homem e mortal  
Logo, todos os homens são mortais.  
Uma última informação muito importante sobre
A inferência expressa o raciocínio: tipos textuais que devemos considerar é que nenhum
texto é composto apenas por um tipo textual, o que
a) Dialético. ocorre é a existência de predominância de algumas
b) Disjuntivo. sequências em detrimento de outras, de acordo com
c) Indutivo. o texto. Dito isso, vamos seguir nossos estudos apren-
d) Conjuntivo. dendo a diferenciar cada classe de tipos textuais, reco-
e) Argumentativo. nhecendo suas principais características e marcas
linguísticas.
Porque parte de premissas particulares para outras
mais genéricas. Resposta: Letra C. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Narrativo
TIPOLOGIA TEXTUAL Os textos compostos predominantemente por se-
quências narrativas cumprem o objetivo de contar
CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
uma história, narrar um fato, por isso precisam man-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
Tipos ou sequências textuais são unidades que
de algumas estratégias, como a organização dos fatos
estruturam o texto. Para Bronckart (1999 apud
a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão
CAVALCANTE, 2013), “são unidades estruturais, rela-
de um momento de tensão, chamado de clímax, e um
tivamente autônomas, organizadas em frases”. Os
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
tipos textuais marcam uma forma de organização da
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
estrutura do texto que se molda a depender do gênero
vo pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles:
discursivo e da necessidade comunicativa. Por exem-
plo, há gêneros que apresentam a predominância de
1. Situação inicial – envolve a “quebra” de um equi-
narrações – contos, fábulas, romances, história em
líbrio, o qual demanda uma situação conflituosa;
quadrinhos etc –, outros predominam a argumenta-
2. Complicação – desenvolvimento da tensão apre-
ção – redação do Enem, teses, dissertações, artigo de sentada inicialmente;
opinião etc. 3. Ações (para o clímax) – Acontecimentos que
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, ampliam a tensão;
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos 4. Resolução – Momento de solução da tensão;
essa figura que demonstra como podemos identifi- 5. Situação final – Retorno da situação equilibrada;
car os tipos textuais e suas principais características, 6. Avaliação – Apresentação de uma “opinião” sobre
tendo em vista que, cada sequência textual apresen- a resolução;
ta características próprias que, conforme menciona- 7. Moral – Apresentação de valores morais que a histó-
mos, pouco ou nada sofrem em alterações, mantendo ria possa ter apresentado.
uma estrutura linguística quase rígida que nos per-
mite classificar os tipos textuais em 5 categorias Esses sete passos podem ser encontrados no seguin-
(Narrativo; Descritivo; Expositivo; Instrucional; te exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...”
Argumentativo). Vamos ler e identificar essas características, bem
como aprender a identificar outros pontos do tipo tex-
GÊNERO TEXTUAL tual narrativo.

Era um garoto que como eu


1. Situação inicial:
Amava os Beatles e os Rolling Stones
predomínio de
FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO Girava o mundo sempre a cantar
equilíbrio;
120 As coisas lindas da América
Não era belo, mas mesmo assim Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
Havia uma garota afim
soa. O narrador participa dos fatos.
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane, Yesterday Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-
2. Complicação:
Cantava viva à liberdade
início da tensão soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou porém não participa das ações.
Fora chamado na América
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em
Stop! Com Rolling Stones
3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax;
não participa das ações, porém o fluxo de consciência
Lutar com vietcongs do narrador pode ser exposto, levando o texto para a
Era um garoto que como eu 1ª pessoa.
Amava os Beatles e os Rolling Stones 4. Resolução;
Girava o mundo, mas acabou
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
Fazendo a guerra no Vietnã predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá-
Cabelos longos não usa mais
rio, conto, fábula, entre outros. É importante reafir-
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente
6. Situação final; narrativos, não significa que não possam apresentar
A mesma nota,
7. Avaliação; outras sequências em sua composição.
ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
Só gente morta caindo ao chão classificação correta, é sempre essencial prestar aten-
Ao seu país não voltará ção nas marcas que predominam no texto.
Pois está morto no Vietnã Após demarcarmos as principais características do
Stop! Com Rolling Stones tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Stop! Com Beatles songs cas mais importantes da sequência textual classifica-
8. Moral.
Stop! Com Beatles songs da como descritiva.
No peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim Descritivo
Fonte: google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020.
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas
nominais que dominam o texto. Os gêneros que utili-
Essas sete marcas que definem o tipo textual nar- zam esse tipo textual, geralmente, utilizam a sequên-
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- cia descritiva como suporte para um propósito maior.
ção linguística que são caracterizadas por: Presença São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
de marcadores temporais e espaciais; verbos, pre- te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,
dominantemente, utilizados no passado; presença classificados, lista de compras etc. Veja um trecho da
de narrador e personagens. Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impres-
sões a respeito de alguns aspectos do território que
viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
Importante!
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
Os gêneros textuais que são, predominantemen- quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
te, narrativos, apresentam outras tipologias tex- que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
tuais em sua composição, tendo em vista que entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que
nenhum texto é composto exclusivamente por assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava
uma sequência textual. Por isso, devemos sem- uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a náde-
pre identificar as marcas linguísticas que são pre- ga, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto
dominantes em um texto, a fim de classificá-lo. da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos
com as curvas assim tintas, e também os colos dos
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocên-
Para sua compreensão, também é preciso saber o cia assim descobertas, que não havia nisso desver-
gonha nenhuma.
que são marcadores temporais e espaciais.
São formas linguísticas como advérbios, pronomes, (https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)
locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físi-
co ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, Note que apesar da presença pontual da sequência
esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio narrativa, há predominância da descrição do cenário
LÍNGUA PORTUGUESA

e a tensão da história, além de garantirem a coesão do e dos personagens, evidenciada pela presença de adje-
texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
Atualmente, naquele dia, nesse momento, aqui, ali, bertas etc). A carta de pero Vaz constitui uma espécie
então... de relato descritivo para manter a comunicação entre
Um outro indicador do texto narrativo é a pre- a Corte Portuguesa e os navegadores. Todavia, con-
sença do narrador da história. Por isso, é importante siderando as emergências comunicativas do mundo
aprendermos a identificar os principais tipos de nar- moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,
rador de um texto: aos poucos, substituído por outros gêneros como, por
exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar
Narrador: também conhecido como foco narrativo é o
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
responsável por contar os fatos que compõem o texto.
mos ver no cardápio abaixo: 121
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-
pai-a-vender-na-web.ghtml

Note que há presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de
adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma
esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedido, no
caso) do cliente.

122
Organização do texto descritivo: Assim como os tipos textuais apresentados ante-
riormente, os textos expositivos também apresentam
uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
outras sequências textuais, tendo em vista que, para
INTRODUÇÃO: DESENVOLVIMENTOS: apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
Apresentação do Apresentação vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
objeto/da detalhada do objeto/ É importante destacar que os textos expositivos
da situação. podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
situação descritos.
argumentativos, uma vez que existem textos argu-
mentativos que são classificados como expositivos,
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência
CONCLUSÃO: expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem
Encerramento dos
para a argumentação, uma vez que o fato exposto
fatos/ da situação
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento
descrita, busca-se sobre uma questão não é posto em debate.
uma retomada
com o início.
Importante!
Expositivo
Apresenta-se um conceito e expõem-se as
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias características desse conceito sem espaço para
a fim de deixar claro o tema principal do texto. Nes- opiniões.
se tipo textual, é muito comum a presença de dados,
informações científicas, citações diretas e indiretas,
Marcas linguísticas do texto expositivo:
que servem para embasar o assunto do qual o texto
trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a
z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
seguir:
sença de verbos de estado;
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
organizam a informação;
z Desenvolve-se mediante uso de recursos
enumerativos;
z Presença de figuras de linguagem como Metáfora
e Comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrativo ao
final do texto.

Os textos expositivos são comuns em gêneros cien-


tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi-
dade nos leitores, como o exemplo a seguir:

VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-


NARAM O MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43

Hedy Lamarr - conexão wireless

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”


(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde,
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
LÍNGUA PORTUGUESA

Wi-Fi e o Bluetooth.
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados- Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.
mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016
Instrucional ou Injuntivo
O infográfico acima apresenta as informações per-
tinentes sobre o panorama mundial da situação da O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri-
água no ano de 2016. O gênero foi construído com o zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL-
objetivo de deixar o leitor informado a respeito do CANTE, 2013, p.73) que busca convencer o leitor a
tema “tratado, e para isso,” o autor dispõe, além da realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante
linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na inter-
atingir esse objetivo. net, horóscopos e também nos manuais de instrução. 123
A principal marca linguística dessa tipologia é a A seguir, apresentamos um quadro sintético com
presença de verbos conjugados no modo imperati- algumas estruturas linguísticas que funcionam como
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e a leitura de textos argumentativos:
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Para que possamos identificar corretamente essa OPERADORES ARGUMENTATIVOS
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne-
É incontestável que...
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o
Tal atitude é louvável, repudiável, notável...
exemplo a seguir:
É mister, é fundamental, é essencial...

Como faço para criar uma conta do Instagram?


Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo: Essas estruturas utilizadas adequadamente no
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) texto argumentativo expõem a opinião do autor, aju-
ou Google Play Store (Android). dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone estrutura argumentativa desse tipo textual.
para abri-lo.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira Importante!
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi- O tipo textual argumentativo não pode ser
rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam- confundido com o gênero textual dissertativo-
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se -argumentativo. Esse gênero é composto por
cadastrar com sua conta do Facebook.
sequências argumentativas, mas também há
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
a apresentação, dissertação de ideias, a fim de
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
alcançar a persuasão do ouvinte/leitor. O Exame
as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na Nacional do Ensino Médio – Enem é um certame
conta do Facebook, caso tenha saído dela. que cobra esse gênero em sua prova de redação.

Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em:


07/09/2020. Agora que já conhecemos os cinco principais tipos
textuais, vamos exercitar nossos conhecimentos com
No exemplo acima, podemos destacar a presença de as seguintes questões de concurso:
verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,
toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como:
instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos
textos injuntivos é a enumeração de passos a serem EXERCÍCIOS COMENTADOS
cumpridos para a realização correta da tarefa ensinada
e também a fim de tornar a leitura mais didática. 1. (COMPERVE – 2017) A questão refere-se ao texto
É importante lembrar que a principal marca abaixo.
linguística dessa tipologia é a presença de verbos
conjugados no modo imperativo e em sua forma infi-
Há vida fora da Terra?
nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-
nadas pelo gênero. 1º Em 15 de agosto de 1977, um radiotelescópio do
Instituto Seti (“Busca por Inteligência Extraterrestre”,
Argumentativo na sigla em inglês), nos EUA, captou uma mensagem
estranha. Foi um sinal de rádio que durou apenas 72
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais segundos, só que muito mais intenso que os ruídos
complexo e, por vezes, pode apresentar um maior comuns vindos do Cosmo. Ao analisar as impressões
grau de dificuldade na identificação, bem como em em papel feitas pelo aparelho, o cientista Jerry Ehman
sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo tomou um susto. O sistema captara um sinal 30 vezes
a defesa de um ponto de vista, portanto, envolve a mais forte que o normal. Seria alguma civilização ten-
defesa de uma tese e a apresentação de argumen- tando fazer contato? Ehman ficou tão impressionado
tos que visam sustentar essa tese. que circulou os dados do computador e escreveu ao
Um exemplo típico desse tipo de texto argumentati- lado: “Wow!”. O caso ficou conhecido como Wow sig-
vo são as redações do Enem. Nesse tipo de texto, a intro- nal  (sinal “uau”!), e até hoje é o episódio mais mar-
dução apresenta o ponto de vista (tese) a ser defendido cante na busca por inteligência extraterrestre. O Seti
pelo autor de maneira contextualizada. No segundo e outras instituições tentaram detectar o sinal várias
e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar estratégias vezes depois, mas ele nunca foi encontrado.
argumentativas para sustentar o seu ponto de vista, 2º Mesmo assim, hoje, muitos cientistas acreditam
como dados estatísticos, definições, exemplificações,
que o contato com extraterrestres é mera questão
alusões históricas e filosóficas, referências a outras
de tempo. “Numa escala de 1 (pouco provável) a 10
áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o autor con-
clui ratificando seu ponto de vista e apresenta possíveis (muito provável), eu diria que nossa chance de fazer
soluções para o problema em questão. contato com ETs em meados deste século é 8”, acre-
Outro aspecto importante dos textos argumentati- dita o físico Michio Kaku, da City College de Nova York.
vos é que eles são compostos por estruturas linguísti- Esse otimismo tem justificativa. “Pelo menos 25% das
cas conhecidas como operadores argumentativos, que estrelas têm planetas. E, dessas estrelas, pelo menos
organizam as orações subordinadas, estruturas mais a metade tem planetas semelhantes à Terra”, explica
comuns nesse tipo textual. o físico Marcelo Gleiser. Isso significa que, na nossa
124
galáxia, podem existir até 10 bilhões de planetas pare- No primeiro parágrafo, há a narração de uma his-
cidos com o nosso. Uma quantidade imensa. Ou seja: tória sobre um contato de possíveis extraterrestres
pela lei das probabilidades, é muito possível que haja com a Terra, para contar essa história, o autor
civilizações alienígenas. O satélite Kepler, da Nasa, já utilizou muitos verbos no passado, predominando
catalogou 2740 planetas parecidos com a Terra, onde trechos como este: “o cientista Jerry Ehman tomou
água líquida e vida talvez possam existir. Um dos mais um susto”. Já o segundo parágrafo, apresenta a pre-
“próximos” é o Kepler 42d, a 126 anos -luz do Sol (um dominância de informações que visam a explicar o
ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros). fenômeno narrado anteriormente, o que fica claro
3º Kaku acredita que, para civilizações muito avan- por trechos assim: “Esse otimismo tem justificativa.
çadas, essa distância não seria um problema – pois Pelo menos 25% das estrelas têm planetas. E, dessas
elas poderiam manipular o espaço-tempo e utilizar estrelas, pelo menos a metade tem planetas seme-
portais no Cosmos, como nos filmes de ficção cientí- lhantes à Terra, explica o físico Marcelo Gleiser”.
fica. Ok, mas então por que até hoje esse pessoal não Resposta: Letra B.
veio aqui? “Se são mesmo tão avançados, talvez não
estejam interessados em nós”, opina Kaku. “É como a 2. (FUNDEP – 2019)
gente ir a um formigueiro e dizer às formigas: ‘Levem-
-nos a seu líder!’.” Para outros cientistas, contudo, a Circuito Fechado
existência de civilizações avançadas é mera especula- Ricardo Ramos
ção. E explicar por que elas não colonizaram a Terra já
é querer dar uma de psicólogo de aliens. Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova,
4º Tudo bem que existem bilhões de terras por aí. E creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
que a probabilidade de existir vida lá fora é muito gran- espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água
de. Mas não significa que seja vida inteligente. “Você quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, cami-
pode ter um planeta cheio de vida, mas formada por sa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó.
amebas e outros seres unicelulares”, acredita Glei- Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço.
ser. Afinal, com a Terra foi assim. A vida aqui existe Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jornal.
há cerca de 3,5 bilhões de anos. Mas durante quase Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guar-
todo esse tempo (3 bilhões de anos), só havia seres danapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e
unicelulares: as cianobactérias, também chamadas de poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo
algas verdes e azuis. com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas,
5º Além disso, não basta o tempo passar para que as caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros,
formas de vida se tornem complexas e inteligentes. A papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigar-
função essencial da vida é se adaptar bem ao ambiente ro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas,
onde ela está. A vida só muda – na esteira de alguma vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.
mutação genética – se uma mudança ambiental exigir Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de
que ela mude. Assim, se o ambiente não mudar e a vida anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta,
estiver bem adaptada, as mutações genéticas que, em projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo,
geral, aparecem ao longo de gerações não vão fazer dife- quadronegro, giz, papel. Mictório, pia. Água. Táxi, mesa,
rença. Tudo depende da história de cada planeta. Se o toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guarda-
asteroide que matou os dinossauros há 65 milhões de napo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova
anos não tivesse caído aqui na Terra, e os dinossauros de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone,
não tivessem sido extintos, não estaríamos aqui. revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno,
6º “Não temos nenhuma prova ou argumento forte externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, reló-
sobre a existência de vida inteligente fora da Terra”, gio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefo-
diz Gleiser. “Existe vida? Certamente. Mas como não ne, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal,
entendemos bem como a evolução varia de planeta cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros,
para planeta, é muito difícil prever ou responder se caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revis-
existe ou não vida inteligente fora daqui”, completa. ta. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos,
“Se existe, a vida inteligente fora da Terra é muito rara.” guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro.
Decepcionante. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo.
7º Mas antes de lamentar a solidão da humanidade Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pija-
no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia. ma, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
Porque, se aliens inteligentes realmente existirem, não Disponível em: <https://tinyurl.com/y4e7n4u7>.
serão necessariamente bondosos. “Se eles algum dia
nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que Acesso em: 17 jul. 2019.
quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi
LÍNGUA PORTUGUESA

bom para os índios nativos”, afirmou, certa vez, o físi- A respeito da tipologia desse texto, é correto afirmar
co Stephen Hawking. que ele é:
Disponível em:> http://super.abril.com.br/ciencia/ha-vida-fora-da-
terra-2/>. Acesso em: 7 jul. 2017. [Adaptado] a) dissertativo-argumentativo.
b) dissertativo-expositivo.
No primeiro e no segundo parágrafos, predominam, c) descritivo.
respectivamente: d) narrativo.

a) Narração e descrição. O texto descritivo é caracterizado pela forte presen-


b) Narração e explicação. ça de adjetivos, conforme o texto em debate. Respos-
c) Explicação e descrição. ta: Letra C.
d) Explicação e injunção.
125
3. (UFPR – 2017) O texto a seguir é referência para a Sentou pra descansar como se fosse sábado
questão. Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Desmarcar o encontro com o contatinho, cancelar Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
uma reunião de negócios ou sair mais cedo de um ani- Dançou e gargalhou como se ouvisse música
versário: suspender compromissos leva à sensação E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
de liberdade. E flutuou no ar como se fosse um pássaro
Amy Banks, neurobiologista, terapeuta especializada E se acabou no chão feito um pacote flácido
em relacionamentos e autora do livro  Wired to Con- Agonizou no meio do passeio público
nect (sem edição no Brasil), afirma que a explicação Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego [...]
para isso é simples. Algumas pessoas possuem a pro-
gramação tão cheia que eliminar uma atividade é uma (“Construção” – Chico Buarque)
forma de conseguir uma folga para si.
A pesquisadora afirma que as pessoas subestimam Quanto à relação entre o gênero desse texto e sua
o quanto conseguem dar conta das coisas. Por isso, tipologia, assinale a alternativa correta.
cancelar um compromisso é prazeroso, já que o tem-
po livre é realmente necessário. a) Trata-se de um poema que qualifica um evento, por-
Além disso, a satisfação pode estar relacionada com o tanto, é um texto de tipo descritivo.
que você pensa da outra pessoa. As relações em que b) O texto é uma crônica que apresenta um fato do coti-
não existem sentimentos mútuos e encontrar essas diano, o que qualifica a tipologia como dissertativa
pessoas pode ser estressante. Então, sentimos alívio expositiva.
ao cancelar o compromisso.  c) “Construção” é um conto, que brevemente analisa uma
(Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/ história em um contexto social, portanto, a tipologia é
noticia/2017/11/voce-se-sente-bem-ao-cancelar-um-compromisso- dissertativa argumentativa.
ciencia-explica.html>.Acesso em: 08/09/2020. d) Quanto ao gênero, trata-se de uma letra de música que
narra um evento ocorrido com um personagem, sendo,
Sobre o texto acima, considere as seguintes afirmativas: então, do tipo textual narrativo.

1. Trata-se de um texto narrativo, porque conta como se Temos um trecho narrativo em que há um espaço e
desenvolveu determinada pesquisa. um tempo, é contado algo, um acontecimento, um
2. Os termos usados para se referir a Amy Banks durante fato. Resposta: Letra D.
todo o texto foram: neurobiologista, terapeuta, pesqui-
sadora e autora. 5. (FADESP – 2019) O trecho “O que aconteceu de verda-
3. Segundo a autora da pesquisa, as pessoas acham de foi um pouco mais complicado: a onda que povoou
que não têm capacidade de cumprir todos os seus a América se dividiu dentro do próprio continente. Onde
compromissos, razão pela qual se sentem bem ao hoje estão os EUA, um grupo que ficou conhecido como
cancelá-los. ‘Cultura Clóvis’ prosperou e avançou em direção ao sul.
4. Os parênteses foram utilizados para inserir opinião do Quando chegou por aqui, deu origem a populações
autor. como a de Lagoa Santa (MG) – à qual pertence Luzia.
Luzia, então, é ‘neta’ de Clóvis”. é:
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
a) argumentativo.
c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b) descritivo.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
c) narrativo.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d) dissertativo
Afirmação 1- Falsa, o texto não apresenta elementos
Temos um trecho narrativo, em que há um espaço
linguísticos que fundamentam a tipologia narrativa.
e um tempo, é contado algo, um acontecimento, um
Afirmação 2 – Verdadeira, durante o texto, o autor
fato. Havendo uma apresentação e um desfecho, o
utilizou recursos de sinonímia para manter a coe-
qual demonstra que Luzia é “neta” de Clóvis. Res-
são e o tópico frasal do texto, diversificando o voca-
posta: Letra C.
bulário sem deixar o texto repetitivo.
Afirmação 3 – Verdadeira, realmente o texto afir-
ma que as pessoas sentem prazer em desmarcar
compromissos.
Afirmação 4 – Falsa, os parênteses foram utilizados ORTOGRAFIA OFICIAL
fora do texto para identificar a referência de onde o
texto foi retirado. Resposta: Letra B. A ortografia é o ramo que estuda a forma corre-
ta da escrita das palavras. Veja, por meio de algumas
4. (FUNDEP – 2019) Leia o texto a seguir. regras, como acabar com suas dúvidas e escrever
corretamente.
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última Emprego do X e do CH
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido O “X” é utilizado:
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas � Após os ditongos (encontro de duas vogais).
Tijolo com tijolo num desenho mágico Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo,
Seus olhos embotados de cimento e lágrima encaixe, paixão, rouxa, frouxo.
126 � Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho.
� Após as sílabas “en” e “me”. Bom, existem palavras que podem ser escritas tan-
Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxugar, to de uma forma, como de outra. Veja:
mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, enxovalho. Catorze/ quatorze; cociente / quociente; cotidiano /
quotidiano; cotizar / quotizar.
Algumas palavras formadas por prefixação (pre- Palavras que só podem ser escritas de uma forma:
fixo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente, Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona.
encharcar, etc.).
Emprego do K, W e Y
� Exceção: mecha (de cabelo);
� Em palavras de origem indígena e africana e pala-
Símbolos e siglas
vras inglesas aportuguesadas.
Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante.
� Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo, � Kg – quilograma;
caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixa- � Km – quilômetro;
ba, xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo, � k – potássio.
graxa, puxar, rixa.
Nomes próprios e seus derivados originados de
Algumas palavras com “CH”: chicória, ficha, chi- língua estrangeira.
marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto-
che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha, z Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo.
brecha, pechincha, inchar, flecha, chute, deboche,
mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão, Palavras estrangeiras não adaptadas para o
chuchu, charque, cochicho. português:

z Há ainda algumas palavras homófonas, que podem z Feedback, hardware, hobby.


ser escritas das duas formas, porém têm significa-
dos diferentes. Veja algumas: Emprego do G e do J

„ Brocha (pequeno prego); O “G” é utilizado em:


„ Broxa (pincel para caiação de paredes); Palavras terminadas em “–gio”:
„ Chá (planta para preparo de bebida);
„ Xá (título do antigo soberano do Irã); � Estágio, relógio, refúgio, presságio.
„ Chalé (casa campestre de estilo suíço);
„ Xale (cobertura para os ombros); Substantivos terminados em “-em”:
„ Chácara (propriedade rural);
„ Xácara (narrativa popular em versos); � ferrugem, carruagem, passagem, viagem.
„ Cheque (ordem de pagamento);
„ Xeque (jogada do xadrez). O “J” é utilizado:
Em palavras de origem indígena.
Emprego do C, Ç, S e SS
� Pajé, canjica, jerimum.
Por possuírem o mesmo som, o uso de C, Ç, S e SS
costuma causar bastante confusão. Porém, existem Em palavras de origem africana.
algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando
usar cada uma das letras. Veja: � Jiló, jagunço, jabá.

a) O “C” só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e “i”


Ex.: acém, ácido, aceso, macio. Importante!
Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç.
Ex.: açougue, açúcar, caçula. � A conjugação do verbo “viajar”, no Presente
b) Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados. do Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles (as)
O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer viajem;
uma das vogais. � Verbos no infinitivo escritos com “G” antes de
Ex.: sapato, segurança, solteiro, sucesso. “e” ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algu-
O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de mas flexões, para manter o mesmo som.
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”. Afligir – aflija, aflijo;
Ex.: cenoura, cela, cigarro, cinema. Agir – ajam, ajo;
LÍNGUA PORTUGUESA

c) O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre Eleger – elejam, elejo.
vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-
das de uma palavra com “S” no início passam a ser
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/.
Ex.: sala – antessala / sol – girassol / seguir
– prosseguir.
d) “SS” é utilizado somente entre vogais. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Ex.: passagem, pessoa, posse, possível.
NOTAÇÕES LÉXICAS: ACENTOS GRÁFICOS OU
Emprego do C e QU DIACRÍTICOS E OUTROS SINAIS

É comum encontrarmos algumas palavras que nos Os acentos gráficos da língua portuguesa são o
colocam na dúvida: usar C ou QU? agudo (´), grave/crase (`), circunflexo (^). 127
Vale ressaltar que a trema ( ¨ ) teve seu uso na lín- „ a(s): sofá, sofás;
gua portuguesa abolido após o Novo Acordo Ortográfi- „ e(s): jacaré, vocês;
co, então, muito cuidado para não se confundir e nem „ o(s): paletó, avôs;
se esquecer desse detalhe. „ em, ens: armazém, armazéns.
Estes sinais podem indicar a sílaba tônica das
palavras, isto é, a sílaba mais forte pronunciada com
maior intensidade. Veja:
Espírito, simpática, vovô. EMPREGO DAS CLASSES DE
� O acento agudo (´) nos indica uma sílaba tônica PALAVRAS
com som mais aberto, como na palavra simpática,
que vimos acima. Outro exemplo: sábio. INTRODUÇÃO
� O circunflexo (^), ao contrário, indica sílaba tôni-
ca mais fechada. Veja algumas palavras: câncer, A palavra morfologia refere-se ao estudo das
bambolê, lâmpada. formas, por isso, o termo é usado pelos linguistas e
� A crase (`), marcada pelo acento grave, de manei- também pelos médicos, que estudam as formas dos
ra geral, é utilizada para fazer a junção de duas órgãos e suas funções.
vogais “a”, quando em uma frase a preposição é Analogamente, para compreender bem as funções
contraída com o artigo. Veremos com mais profun- de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,
didade sua aplicação mais à frente. precisamos conhecer como essa forma se classifica
e como se organiza. Por isso, em língua portuguesa,
Além dos acentos gráficos, existem alguns outros estudamos as formas das palavras na morfologia, que
sinais muito utilizados na língua portuguesa, como os organiza as classes das palavras em dez categorias.
chamados de notações léxicas. São eles: A seguir, iremos estudar detalhadamente cada uma
delas e também acrescentamos um “bônus” para seus
� Til (~): é utilizado para deixar explícita a nasalidade estudos: as palavras denotativas, atualmente, muito
da vogal. Exemplo: cão, bastão, dragão, avião, gavião. cobradas por bancas exigentes, como FCC e Cebraspe/
� Cedilha (ç). CESPE.

Regras de Acentuação ARTIGOS

Há na língua portuguesa algumas regras de acen- Os artigos devem concordar em gênero e número
tuação das palavras segundo a sua classificação quan- com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
to à tonicidade, e é importante conhecê-las para não minantes dos substantivos.
cometer enganos na hora da escrita. São elas: Essa classe está dividida em artigos definidos e arti-
gos indefinidos: os primeiros funcionam como deter-
z Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica): minantes objetivos, individualizando a palavra, já os
z São sempre acentuadas graficamente. segundos funcionam como determinantes imprecisos.
Ex.: trágico, árvore, mármore.
z Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): São acen- z Artigos definidos: o, os; a, as.
tuadas quando terminam em: z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.

„ “L”: fácil, portátil; Os artigos podem ser combinados às preposições:


„ “N”: pólen, hífen; são as chamadas contrações. Algumas contrações
„ “R”: cadáver, poliéster; comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a =
„ “PS”: bíceps; à; de + a = da.
„ “X”: tórax; Toda palavra determinada por um artigo torna-se
„ “US”: vírus; um substantivo! Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
„ “I, IS”: júri, lápis;
„ “OM”, “ONS”: iândom, íons;
„ “UM”, “UNS”: álbum, álbuns;
„ “Ã(S)”, “ÃO(S)”: órfã, órfãs, órfão, órfãos; EXERCÍCIO COMENTADO
„ Ditongo oral: jóquei, túneis.
1. (SCT – 2020) Marque a alternativa cujo período apre-
senta apenas artigos indefinidos:
Importante!
Existem algumas observações/exceções a serem a) Uma das vantagens de ser garçonete é que acabo
feitas a respeito da acentuação das paroxítonas: conhecendo todas as pessoas.
a) Os prefixos terminados em “i” e “r” não são b) A garota prefere lutar por ele, pois o considera uma
acentuados (Ex.: semi, super, hiper); boa pessoa.
b) Paroxítonas terminadas em ditongos crescen- c) A família está em festa com a chegada do bebê.
tes (ea, oa, eo, ua, ia, eu, ie, uo, io) recebem acento. d) Poderia me passar a colher, por favor?
Ex.: mágoas, tênue, férias, ingênuo. e) Mariana é uma mulher com um coração de ouro.

Os artigos indefinidos são “um/uma” e suas flexões


z Oxítonas : São acentuadas as oxítonas terminadas de plural. A única opção que apresenta somente
128 em: artigos indefinidos é a Resposta: Letra E.
NUMERAIS Os numerais entre parênteses foram grafados correta-
mente, conforme apresentados em destaque, em:
Palavra que se relaciona diretamente ao substanti-
vo, inferindo ideia de quantidade ou posição. a) 1 e 2, apenas.
Os numerais podem ser: b) 2 e 3, apenas.
c) 1 e 3, apenas.
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois d) 1, 2, e 3.
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
Todas as frases colocam adequadamente os nume-
meninos eram bons em português.
rais nas frases, por extenso, e entre parênteses. Res-
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
posta: Letra D.
série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; che-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar. SUBSTANTIVOS
z Multiplicativos: indicam o aumento proporcio-
nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
novo emprego. característica básica dessa classe é admitir um deter-
z Fracionários: indicam a diminuição proporcio- minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço nam-se em gênero, número e grau.
de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu
metade do pagamento. Tipos de substantivos

Um numeral ou um artigo? A classificação dos substantivos admite nove tipos


diferentes de substantivos, São eles:
A forma um pode assumir na língua a função de
artigo indefinido ou de numeral cardinal, então como z Simples: Formados a partir de um único radical.
podemos reconhecer cada função? É preciso observar Ex.: vento, escola.
o contexto em uso, vejamos: z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
ção. Ex.: couve-flor, aguardente.
z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
z Durante a votação, houve um deputado que se substantivo. Ex.: pedra, dente.
posicionou contra o projeto. z Derivado: Formados a partir dos primitivos. Ex.:
z Durante a votação, apenas um deputado se posi- pedreiro, dentista.
cionou contra o projeto. z Concreto: Designam seres com independência
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
Na primeira frase, podemos substituir o termo um pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e Deus, fada, carro.
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen- z Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, quali-
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou dade. Ex.: coragem, Liberalismo.
contra o projeto é um deputado e não uma deputada, z Comum: Designam todos os seres de uma espécie.
por exemplo. Ex.: homem, cidade.
z Próprio: Designam determinados seres e lugares.
Já na segunda oração, a alteração do gênero não
Ex.: Maria, Fortaleza.
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
z Coletivo: Usados no singular, designam um con-
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM junto de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca,
deputado, marcando a quantidade. manada.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o É importante destacar que a classificação de um
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral. substantivo depende do contexto em que ele está inse-
Sobre o numeral milhão/milhares, é importante des- rido. Vejamos:
tacar que sua forma é masculina, logo, o artigo que o Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio).
precede será sempre no masculino. O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/
comum).
z Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
z Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje. Flexão de gênero

Os gêneros do substantivo são masculinos e femi-


Dica! ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma
LÍNGUA PORTUGUESA

A forma 14 por extenso apresenta duas formas para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni-
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. formes. Os substantivos uniformes podem ser:

z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma-


nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o
EXERCÍCIO COMENTADO pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente
/ a cliente; o líder / a líder.
z Epicenos: designam animais ou plantas que apre-
1. (CONSESP – 2018) Analise os itens a seguir: sentam distinção entre masculino e feminino; a
diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho
I. A quadragésima quinta Feira do Livro foi um sucesso (45ª). ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça
II. Pela milésima vez ele acenou positivamente (1000ª). macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
III. Há uma década que não o vejo (10 anos). girafa macho / girafa fêmea. 129
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne- z Ancião: anciãos, anciões, anciães.
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
Os substantivos biformes, como o nome indi- que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
ca, designam os substantivos que apresentam duas
órgãos; órfão / órfãos.
formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:
professor/professora.
Plural dos substantivos compostos
Destacamos que alguns substantivos, apresentam
formas diferentes nas terminações para designar for-
mas diferentes no masculino e no feminino: Os substantivos compostos são aqueles formados
por justaposição e o plural dessas formas obedece às
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré. seguintes regras:

Outros substantivos modificam o radical para z Variam os dois elementos:


designar formas diferentes no masculino e no femini-
no, estes são chamados de substantivos heteroformes: Substantivo + substantivo:
Ex.: mestre-sala / mestres-salas;
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Substantivo + adjetivo:
Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos;
Gênero e significação Adjetivo + substantivo:
Ex.: boas-vindas;
É importante salientar que alguns substantivos Numeral + substantivo:
uniformes podem aparecer com marcação de gênero
Ex.: terça-feira / terças - feiras.
diferente, ocasionando uma modificação no sentido,
veja, por exemplo:
z Varia apenas um elemento:
z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
z O testemunho: relato de experiência, associado a Substantivo + preposição + substantivo:
religiões. Ex.: canas-de-açúcar.
Substantivo + substantivo (com função adjetiva):
Algumas formas substantivas mantêm o radical e Ex.: navios-escola.
a pequena alteração o gênero interfere no significado: Palavra invariável + palavra invariável:
Ex.: abaixo-assinados.
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo; Verbo + substantivo:
z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Ex.: guarda-roupas.
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. Redução + substantivo:
Ex.: bel-prazeres.
Além disso, algumas palavras na língua apresen-
tam dificuldade quanto a identificação do gênero, pois
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
são usadas em contextos informais com gêneros dife-
formados por verbo + advérbio e verbo + substan-
rentes, é o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a
gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi- tivo plural ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os
cida; o telefonema; o trema. saca-rolha.
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no Variação de grau
masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox. A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma
Flexão de número diminuição.

Os substantivos flexionam-se em gênero, de manei- z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi-


ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas. xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
Porém, podem apresentar outras terminações: males, Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra,
reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acres-
fogaréu, boqueirão, poetastro.
centar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z,
z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi-
como: flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como
mal/males. xos aos substantivos indicar um grau diminutivo.
Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral pequenina, papelucho.
/ corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também
há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas O emprego do grau aumentativo ou diminutivo
aceitas meles e méis. dos substantivos pode alterar o sentido das palavras,
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem podendo assumir um valor:
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs- Afetivo: filhinha;
130 tantivos que admitem até três formas de plural: Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
O novo Acordo Ortográfico e o uso de maiúsculas Elas são formadas por preposição + substantivo,
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas
inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
letra maiúscula as inicias das palavras que designam: importantes para seu estudo:

z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; z Voo de águia / aquilino;


Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da z Poder de aluno / discente;
Vice-presidência. z Cor de chumbo / plúmbeo;
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás z Bodas de cobre / cúprico;
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um z Sangue de baço / esplênico;
z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;
nome próprio, este também deverá ser escrito com
z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
inicial maiúscula.
z Nomenclatura legislativa especificada deve ser
É importante destacar que mais do que “decorar”
escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretri- formas adjetivas e suas respectivas locuções, é funda-
zes e Bases da Educação (LDB). mental reconhecer as principais características de uma
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da locução adjetiva: caracterizar o substantivo e apresen-
Vacina; Guerra Fria. tar valor de posse. Ex.: Viu o crime pela abertura da
porta; A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Quando a locução adjetiva é composta pela pre-
Importante! posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan-
Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são acei- posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
tas as formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
vice-presidente, porém é preciso manter a mes- porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
ma forma em todo o texto. Já nomes próprios zando o substantivo “abertura”.
compostos por hífen devem ser escritos com as Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
iniciais maiúsculas: Grã-Bretanha, Timor-Leste. bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
demonstrando seu caráter adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham fun-
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
EXERCÍCIO COMENTADO numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café
com açúcar.
Já as locuções adverbiais desempenham função
1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Organiza-se o sen-
de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos,
tido, nos versos 1 e 3, por meio de sequências verbais,
orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de
das quais se destaca o uso recorrente do substantivo fome; agiu com rapidez.
“seco” devidamente flexionado.
Terra seca árvore seca Adjetivo de relação
E a bomba de gasolina
Casa seca paiol seco No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar
E a bomba de gasolina o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos,
sobretudo a FGV.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características:
A palavra “seco” no contexto mencionado não é
substantivo, funciona como adjetivo, portanto, está z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-
incorreta. Resposta: Errado. sentar meios de subjetividade. Ex.: Menino bonito
- o adjetivo é subjetivo, pois a beleza do menino
ADJETIVOS depende dos olhos de quem o descreve.
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan- relação sempre são posicionados após o substanti-
LÍNGUA PORTUGUESA

tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos vo. Ex.: casa paterna.
podem indicar: z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-
tivo por derivação prefixal ou sufixal.
z Qualidade: professor chato. z Não admitem variação de grau: os graus compa-
z Estado: aluno triste. rativo e superlativo não são admitidos.
z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
Locuções adjetivas te americano (não é subjetivo; posicionado após o
substantivo; derivado de substantivo; não existe a
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
dos adjetivos, indicando as mesmas características ma petrolífera; economia mundial; vinho francês;
deles. roteiro carnavalesco. 131
Variação de grau z Compostos: são formados a partir da união de
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
O adjetivo pode variar em dois graus: Compara- sileiro, amarelo-ouro etc.
tivo ou Superlativo. Cada um deles apresenta suas
respectivas categorias. O plural dos adjetivos simples é realizado da mes-
ma forma que o plural dos substantivos.
z Grau comparativo: exprime a característica de
um ser, comparando-o com outro da mesma classe Plural dos adjetivos compostos
nos seguintes sentidos:
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
„ Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão tes regras:
quanto;
„ Superioridade: mais do que; z Invariável: adjetivos compostos por azul-mari-
„ Inferioridade: menos do que. nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas
Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa,
(comparativo de igualdade); cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape-
O amor é mais suficiente do que o dinheiro tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
(comparativo de superioridade); z Varia o último elemento: 1º elemento é palavra
Homens são menos engajados do que mulhe- invariável, como em mal-educados, recém-forma-
res (comparativo de inferioridade). dos; adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-
-claros, cabelos castanho-escuros.
z Grau superlativo: em relação ao grau superlati-
vo, é importante considerar que o valor semântico Adjetivos pátrios
desse grau apresenta variações, podendo indicar:
Os adjetivos pátrios também são conhecidos como
„ Característica de um ser elevada ao último gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalida-
grau: Superlativo Absoluto, que pode ser analí- de dos seres.
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso- O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de
ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo); um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama-
„ Característica de um ser relacionada com zonense, fluminense, cearense.
outros indivíduos da mesma classe: Superla- Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz
tivo Relativo, que pode ser de superioridade (O respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo
mais) ou de inferioridade (O menos) -eiro, costumeiramente usado para designar profissões.
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
absoluto analítico). origem com as pessoas que comercializavam o pau-
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto -brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”,
sintético). termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
O candidato é o mais humilde dos concorren-
tes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os con- EXERCÍCIO COMENTADO
correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
inferioridade). 1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de
adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que pos-
suem marcas diferentes de outros adjetivos, como a
Importante! de não poder ser empregado antes do substantivo a
Ao compararmos duas qualidades de um mes- que se refere, nem receber grau superlativo. Assinale
a opção que indica o adjetivo do texto que não está
mo ser, devemos empregar a forma analítica
incluído nessa categoria:
(mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
Ex.: A modelo é mais alta que magra. a) Herói nacional.
Porém, se uma mesma característica se referir a b) Guerra mundial.
seres diferentes, empregamos a forma sintética c) Diferença social.
(melhor, pior, menor etc.). d) Povo cordial.
Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria. e) Traço cultural.

Como vimos, uma outra característica dos adjeti-


Formação dos adjetivos
vos de relação é a objetividade, Esses adjetivos não
denotam questões subjetivas, tal qual o adjetivo
Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
“cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de rela-
simples ou compostos.
ção. Resposta: Letra D
z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de
outras palavras e, a partir deles, é possível formar ADVÉRBIOS
novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.
z Derivados: são formados a partir dos adjetivos pri- Advérbios são palavras invariáveis que modificam
mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc. um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em
z Simples: Os adjetivos simples apresentam um alguns casos, os advérbios também podem modificar
132 único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc. uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua por- Com essa dica, esperamos que você seja capaz
tuguesa apresentam uma lista exaustiva com as fun- de diferenciar essas locuções em questões, ademais,
ções dos advérbios, porém, decorar as funções dos buscamos desenvolver seu aprendizado para que não
advérbios, além de desgastante, pode não ter o resul- seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas
tado esperado na resolução de questões de concurso. de locuções adverbiais, Lembrem-se: o sentido está no
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às texto.
principais funções designadas por um advérbio e, a
partir delas, consiga interpretar a função exercida nos Advérbios interrogativos
enunciados das questões que tratem dessa classe de
palavras. Os advérbios interrogativos são, muitas vezes,
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algu- confundidos com pronomes interrogativos. Para evi-
mas funções basilares exercidas pelo advérbio: tar essa confusão, devemos saber que os advérbios
interrogativos introduzem uma pergunta, exprimin-
z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc. do ideia de tempo, modo ou causa.
z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc. Exs.:
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc. Como foi a prova?
z Tempo: Jamais, nunca, agora etc. Quando será a prova?
z Modo: Assim, depressa, devagar etc. Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
Novamente, chamamos sua atenção para a função
De maneira geral as palavras como, onde, quando
que o advérbio deve exercer na oração. Como disse-
e por que são advérbios interrogativos pois não subs-
mos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo
tituem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia
ou um outro advérbio, por isso, para identificar com de modo, lugar, tempo e causa.
mais propriedade a função denotada pelos advérbios,
é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê? Grau do advérbio
As respostas sempre irão indicar circunstâncias
adverbiais expressas por advérbios, locuções adver- Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser
biais ou orações adverbiais. flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos como podemos identificar a classificação/ Vejamos as principais mudanças sofridas pelos
função adequada dos advérbios: advérbios quando flexionados em grau:

z O homem morreu... de fome (causa); com sua família


GRAU COMPARATIVO
(companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem Normal Superioridade Inferioridade Igualdade
(tempo); com garfo e faca (instrumento); às cla-
Melhor
ras (modo). Bem - Tão bem
(mais bem*)
Locuções adverbiais Pior (mais
Mal - Tão mal
mal*)
As locuções adverbiais, como já mostramos ante- Muito Mais - -
riormente, são bem semelhantes às locuções adjeti-
vas. É importante saber que as locuções adverbiais Pouco menos - -
apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso. Obs.: As formas mais bem e mais mal são aceitas
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução quando acompanham o particípio verbal.
adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se
invertermos a ordem e inserirmos um verbo na voz
GRAU SUPERLATIVO
passiva, a frase manterá seu sentido, Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e Absoluto Absoluto
Normal Relativo
apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução Sintético Analítico
destacada anteriormente é adverbial. Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locu-
Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
ções como esta: “Característica da nação”, o termo
destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não Superioridade: o
LÍNGUA PORTUGUESA

Muito Muitíssimo -
aceitará a inserção de um verbo com essa função: mais
Nação foi característica*: essa frase quebra a Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
estrutura gramatical da língua portuguesa, que não menos
admite voz passiva em termos com função de posse,
caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura Advérbios e adjetivos
agramatical, por isso, inserimos um asterisco (*) para
indicar essa característica. O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras
variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica
Dica invariável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da pala-
Locuções adverbiais apresentam valor passivo. vra, basta tentar colocá-a no feminino ou no plural,
Locuções adjetivas apresentam valor de posse. caso a palavra aceite uma dessas flexões será adjetivo. 133
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que PRONOMES
descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio. Pronomes são palavras que representam ou acom-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função
Palavras denotativas dos pronomes é substituir ou determinar uma pala-
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos-
São termos que apresentam semelhança aos se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no
espaço e no meio textual, entre tantas outras funções.
advérbios, em alguns casos são até classificados como
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel
tal, mas não exercem função modificadora de verbo,
importante na análise sintática e também na interpreta-
adjetivo ou advérbio.
ção textual, pois colaboram para a complementação de
Sobre as palavras denotativas é fundamental que
sentido de termos essenciais da oração, além de estrutu-
você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois,
rar a organização textual, contribuindo para a coesão e
geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram.
também para a coerência de um texto.
z Eis: sentido de designação;
Pronomes pessoais
z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis-
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
curso; algumas informações relevantes sobre esses
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.
pronomes são:
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas
expletivas ou de realce, geralmente formadas pela PRONOMES PRONOMES
forma ser + que (é que). A principal característica des- PESSOAS DO CASO DO CASO
sas palavras é que podem ser retiradas sem causar RETO OBLÍQUO
prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que
faço as regras / Eu faço as regras. 1º pessoa do Me, mim,
EU
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, singular comigo
não, é porque etc. 2º pessoa do
TU Te, ti, contigo
singular
Algumas observações interessantes
3º pessoa do Se, si, consigo,
ELE/ELA
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado singular o, a, lhe
após o verbo ou complemento verbal, caso venha des-
locado, em geral, separamos por vírgulas. 1ª pessoa do
NÓS Nos, conosco.
Em uma sequência de advérbios terminados com plural
o sufixo – mente, apenas o último elemento recebe a 2º pessoa do
terminação destacada. VÓS Vos, convosco
plural

3º pessoa do Se, si, consigo,


ELES/ELAS
plural os, as, lhes
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Os pronomes pessoais do caso reto costumam
1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
denotativas não foram bem classificadas: Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio-
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi
a) A palavra SE, por exemplo, pode ter muitas funções com o namorado; Maura saiu comigo.
(explicação).
b) Todos saíram exceto o vigia (exclusão). z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
aqui (de adição).
mei-o sobre todas as questões.
d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão).
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são:
e) Ele também participou da homenagem (inclusão).
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados
por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo
A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o
a ele).
item incorreto é a corresponde a alternativa c. Res-
posta: Letra C.
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais
2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: O antônimo de são pronomes substantivos, além disso, é importante
“bem-estar” se constrói com o adjetivo mau. saber que EU e TU não podem ser regidos por prepo-
sição e que os pronomes ELE(s), ELA (s), NÓS e VÓS
( ) CERTO  ( ) ERRADO podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função
que exercem.
O contrário de “bem-estar” é “mal-estar”, admitin- Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
do-se apenas a forma adverbial da palavra. Respos- com força e precedidos de preposição. Costumam ter
ta: Errado função de complemento:

z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco


134 (plural).
z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
(plural). dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s) Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
Importante lembrar que não devemos usar prono- acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.
mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
Cunha destaca que é possível usar os pronomes do Importante!
caso reto como complemento verbal, desde que ante-
cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
“numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon- tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presi-
trei apenas ela na festa. dente da República nunca deve ser abreviado.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reci-
procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tôni-
cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos. Pronomes indefinidos

Pronomes de tratamento Os pronomes indefinidos indicam quantidade de


maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
variar e podem ser invariáveis, vejamos:
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas;
apresentam algumas peculiaridades importantes:
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras;
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas;
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc.
do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
Constituição. Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que.
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo a
3ª sspessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do As palavras certo e bastante serão pronomes
Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
à noite. serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer-
to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o
Como mencionamos anteriormente, os pronomes modelo de carro certo (adjetivo).
de tratamento estabelecem uma hierarquia social na A palavra bastante é, geralmente, confundida com
linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode- advérbio ou adjetivo, por isso fique atento:
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder
instituídos pelos falantes. z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas.
de tratamento só devem ser utilizados em contextos z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen- ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não
te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre foram bastantes para a festa.
outras. Dessa forma, apresentamos o seguinte quadro z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban-
relacionando alguns pronomes de tratamento com as cos aumentaram os juros”
funções sociais que designam:
Pronomes demonstrativos
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
ques e seus respectivos femininos. Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais. apontam elementos a que se referem as pessoas do dis-
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo curso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
e das Forças Armadas membros do alto escalão. eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus
respectivos femininos. z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas.
z Vossa Reverendíssima (V.Rev.ma): Sacerdotes. z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas.
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra- z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas.
z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
LÍNGUA PORTUGUESA

cerimonioso a comerciantes importantes.


z Vossa Santidade (V. S.): Papa. Usamos este, esta, isto para indicar:
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
Bispos. z Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é
É importante mencionar que o quadro faz referên- minha; Entreguei-lhe isto como prova.
z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
cia a pronomes de tratamento e suas respectivas desig-
começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
nações sociais conforme indica o Manual de Redação
prestação da casa.
oficial da Presidência da República, portanto, essas z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
designações devem ser seguidas com atenção, quando e Carla no shopping, esta procurava um presente
o gênero textual abordado for um gênero oficial. para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- mo mencionado).
mento, é importante destacar: 135
Usamos esse, essa, isso para indicar: Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
ou a um pronome substantivo, mencionado anterior-
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata nado anteriormente) chamamos de antecedente.
combinou muito com você. São pronomes relativos:
z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
Não me fale mais nisso; A população não confia z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quan-
nesses políticos. tos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, quantas.
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana, z Invariáveis: Que, quem, onde, como.
eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo. z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso-
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter o homem que desapareceu; O cachorro que esta-
falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes- va doente morreu; A caneta que emprestei nunca
sa sua expressão. recebi de volta.
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- que dizer).
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele ali perto da porta?
z Emprego do relativo quem: seu antecedente deve
z Referência a um tempo muito remoto, um passado
ser uma pessoa ou objeto personificado. Ex.: Fomos
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor-
nós quem fizemos o bolo.
mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles!
z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não O pronome relativo quem pode fazer referência a algo
conheço aquela mulher. subentendido: Quem cala consente (aquele que cala).
z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro z Emprego do relativo quanto: seu antecedente
termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan- deve ser um pronome indefinido ou demonstra-
char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá, tivo, pode sofrer flexões. Ex.: Esqueci-me de tudo
aquela, refrigerante. quanto foi me ensinado; Perdi tudo quanto pou-
pei a vida inteira.
z Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
Dica para indicar posse e aparecer relacionando dois
O pronome “mesmo” não pode ser usado em termos que devem ser um possuidor e uma coisa
função demonstrativa referencial, veja: possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua
O candidato fez a prova, porém o mesmo esque- portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
ceu de preencher o gabarito. ERRADO. suidor) a matéria (coisa possuída).
O candidato fez a prova, porém esqueceu de
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
preencher o gabarito. CORRETO.
ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
cujo: Cujo o, cuja a
EXERCÍCIO COMENTADO Não podemos substituir cujo por outro pronome
relativo;
O pronome relativo cujo pode ser preposiciona-
1. (FCC – 2018) “Tratando do estado de solidão ou da do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de soli-
Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per-
dão uma contrapartida da necessidade de convívio,
gunta: “de quem/do que?” Ex.: Vi o filme cujo diretor
assim como vê na necessidade de convívio uma aber-
ganhou o Óscar (diretor do que? Do filme.); Vi o rapaz
tura para encontrar satisfação no estado de solidão.”
cujas pernas você se referiu (pernas de quem? Do rapaz.)
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima subs-
tituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por:
z Emprego do pronome relativo onde: empregado
a) naquele – desta – nesta – naquele. para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade
b) nisso – daquilo – naquela – deste. onde meu pai nasceu.
c) este – do outro – na primeira – no último. Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumin-
d) nisto – disso – naquela – desse. do as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for.
e) na primeira – do segundo – numa – noutra. O relativo onde pode ser empregado sem antece-
dente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
Devemos lembrar das regras de proximidade e dis- z Emprego de o qual: o pronome relativo o qual e
tância que organizam o uso dos pronomes demons- suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
trativos. Resposta: Letra A do em substituição a outros pronomes relativos,
sobretudo o que, a fim de evitar fenômenos lin-
Pronomes relativos guísticos, como queísmo. Ex.: O Brasil tem um pas-
sado do qual (que) ninguém se lembra.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os O pronome o qual pode auxiliar na compreensão
pronomes relativos têm função muito importante na textual, desfazendo estruturas ambíguas.
língua, refletida em assuntos de grande relevância
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
é essencial conhecer adequadamente a função desses
136 elementos a fim de saber utilizá-los corretamente.
Pronomes interrogativos z Ênclise: pronome posicionado após o verbo.

São utilizados para introduzir uma pergunta ao Casos que atraem o pronome para ênclise:
texto e se apresentam de formas variáveis (Que?
Quais? Quanto? Quantos) e invariáveis (Que? Quem?). „ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? to honrada com esse título.
Quantos anos tem seu pai? „ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
O ponto de exclamação só é usado nas interrogati- „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
vas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção quanto sou importante.
interrogativa, indicada por um verbo como: pergun-
tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. Dica
Os pronomes interrogativos que e quem são pro-
nomes substantivos. Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse
caderno! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo).
Pronomes possessivos Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do de nada (correto).
discurso e indicam posse: Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
1ª pessoa; Meu, minha, meus, minhas.
SINGULAR 2ª pessoa; Teu, tua, teus, tuas. VERBOS
3ª pessoa. Seu, sua, seus, suas.
Certamente, a classe de palavras mais complexa e
1ª pessoa; Nosso, nossa, nossos, nossas. importante dentre as palavras da língua portuguesa é
PLURAL 2ª pessoa; Vosso, vossa, vossos, vossas o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
3ª pessoa. Seu, sua, seus, suas. e os agentes desses atos, além de ser uma importante
classe sempre abordada nos editais de concursos; por
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, isso, fique atento às nossas dicas.
a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ain- em número, pessoa, modo e tempo, além da designa-
da que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um
relação do pronome é com o objeto da posse. fato. As flexões verbais são marcadas por desinências
Outras funções dos pronomes possessivos: que podem ser: número-pessoal, indicando se o verbo
está no singular ou plural, bem como em qual pessoa
z Delimitam o substantivo a que se referem; verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); modo-temporal,
z Concordam com o substantivo que vem depois dele; que indica em qual modo e tempo verbais a ação
z Não concordam com o referente; foi realizada. Iremos apresentar estas desinências a
z O pronome possessivo que acompanha o substan- seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinências
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. modo-temporais, precisamos explicar o que são o
modo e o tempo verbais:
Colocação pronominal
Modos
Estudo da posição dos pronomes na oração.
Indica a atitude da ação/sujeito frente a uma rela-
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. ção enunciada pelo verbo.

Casos que atraem o pronome para próclise: z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
certeza. Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
„ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude
de dúvida, desejo ou possibilidade. Ex.: Se eu estu-
Não me submeto a essas condições.
dasse, seria aprovado.
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
convite, conselho, súplica ou pedido. Ex.: Estuda!
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apre-
Assim, serás aprovado.
sente como um rico investidor, ele nada tem.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: Em
se tratando de futebol, Maradona foi um ídolo. Temposs
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.:


Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe O tempo designa o recorte temporal em que a ação
agradecemos. verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta- o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! Porém, existem ramificações específicas.

z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo. z Presente: pode expressar não apenas um fato
atual, como também uma ação habitual. Ex.:
Estudo todos os dias no mesmo horário.
Casos que atraem o pronome para mesóclise:
Uma ação passada.
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que
Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum
Uma ação futura.
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei-
Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)
jos agora...” 137
z Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no Flexões modo-temporais – tempos compostos
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado. (subjuntivo)
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
(presente o subjuntivo) + Verbo principal particí-
Ex.: Estudava todos os dias. pio. Ex.: (que eu) Tenha estudado.
Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ou- z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans- liar: TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
bordara da banheira. verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse
z Futuro (do presente): indica um fato que deve ser estudado
realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda- z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro sim-
rei bastante ano que vem. ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) tiver estudado.
z Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria
Formas nominais do verbo e locuções verbais
muito, se tivesse me planejado.
As formas nominais do verbo são as formas infi-
A partir dessas informações, podemos também iden- nitiva, particípio e gerúndio que eles assumem em
tificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos determinados contextos. São chamadas nominais pois
tempos compostos. Os tempos verbais simples são for- funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
madas por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são z Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu
formados por dois verbos, um auxiliar e um principal, valor indica duração de uma ação e, por vezes,
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais
compadeceu.
dos tempos simples e compostos, respectivamente: z Particípio: é marcado pelas terminações -ADO,
Flexões modo-temporais – tempos simples -IDO, -DO, -TO, -GO, -SO, corresponde nominal-
mente ao adjetivo, pode flexionar-se, em alguns
casos, em número e gênero.
MODO MODO
TEMPO Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
INDICATIVO SUBJUNTIVO
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
-e(1ªconjugação) do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
Presente * e -a ( 2ª e 3ª nado. Pode ser pessoal ou impessoal.
conjugações)
Pretérito -ra(3ª pessoa do „ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
* jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
perfeito plural)
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
-va (1ª conjuga-
Pretérito Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem
ção) -ia (2ª e 3ª -sse
imperfeito que ele ensina.
conjugações)
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
Pretérito do verbo, servindo para indicar apenas a con-
mais-que-per- -ra * jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª
feito conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Futuro -rá e -re -r
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou
Futuro do
-ria * orações reduzidas.
pretérito
„ Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
* Nem todas as formas verbais apresentam desi- bos que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de
nências modo-temporais. + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar
para pagar as contas; Haver de + verbo principal
Flexões modo-temporais – tempos compostos no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.
(indicativo)
Dica
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
(presente do indicativo) + verbo principal particí-
Não confunda locuções verbais com tempos
compostos. O particípio formador de tempo
pio. Ex.: Tenho estudado.
composto na voz ativa não se flexiona: O homem
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
teria realizado sua missão.
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver-
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado. Classificação dos verbos
z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do
indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.: Os verbos são classificados quanto a sua forma de con-
Terei saído. jugação e podem ser divididos em: regulares, irregulares,
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexi-
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no vos, impessoais e os auxiliares, além das formas nominais.
138 particípio. Ex.: Teria estudado. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis z Abundantes: São formas verbais abundantes os
de compreender, pois apresentam regularidade no verbos que apresentam mais de uma forma de
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- particípio aceitas pela norma culta gramatical.
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- Geralmente, apresentam uma forma de particípio
têm o paradigma morfológico com o radical, que regular e outra irregular; falaremos disso poste-
permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar. riormente, quando trataremos das formas nomi-
nais do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes:
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
Eu canto Cantei INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Tu cantas Cantaste
Acender Acendido Aceso
Ele/ você canta Cantou
Afligir Afligido Aflito
Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes Corrigir Corrigido Correto
Eles/ vocês cantam Cantaram Encher Enchido Cheio

z Irregulares: os verbos irregulares apresentam Fixar Fixado Fixo


alteração no radical e nas desinências verbais, por
isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor- � Defectivos: São verbos que não apresentam algu-
re irregularmente, seguindo um paradigma pró- mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre um defeito na conjugação, por isso o nome. São
uma sutil diferença na conjugação do verbo ESTAR defectivos os verbos colorir, precaver, reaver.
que utilizamos como exemplo, isso é importante Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa
para não confundir os verbos irregulares com os do singular do presente do indicativo. Bem como:
verbos anômalos. Ex.: Verbo estar. Aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-
PRETÉRITO PERFEITO rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
nos temporais também apresentam essa caracte-
Eu estou Estive rística, como latir, bramir, chover.
� Pronominais: Esses verbos apresentam um pro-
Tu estás Esteves
nome oblíquo átono integrando sua forma verbal,
Ele/ você está Esteve é importante lembrar que esses pronomes não
apresentam função sintática. Predominantemen-
Nós estamos Estivemos te, os verbos pronominas apresentam transitivida-
de indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Vós estais Estiveste

Eles/ vocês estão Estiveram PRETÉRITO PERFEITO


PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
alterações no radical e nas desinências verbais, Eu me sento Sentei-me
consideradas anomalias morfológicas, por isso,
recebem essa classificação. Um exemplo bem Tu te sentas Sentaste-te
usual de verbos dessa categoria é o verbo SER. Na Ele/ você se senta Sentou-se
língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
cados dessa forma, os verbos SER e IR, vejamos a Nós nos sentamos Sentamo-nos
conjugação o verbo SER:
Vós vos sentais Sentastes-vos
PRETÉRITO PERFEITO Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO

Eu sou Fui z Reflexivos: São os verbos que apresentam pro-


nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta-
Tu és Foste ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses
LÍNGUA PORTUGUESA

verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao


Ele/ você é Foi mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum-
primentamos friamente.
Nós somos Fomos
z Impessoais: São verbos que designam fenômenos
Vós sois Fostes da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.

Eles/ vocês são Foram O verbo haver com sentido de existir ou marcando
tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia
As bancas adoram usar essa classificação para con- muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui
fundir os candidatos. Os verbos SER e IR são irregulares, aprovado em concurso público.
porém, apresentam uma forma específica de irregulari- Os verbos ser e estar também são verbos impes-
dade, que ocasiona uma anomalia em sua conjugação, soais, quando designam fenômeno climático ou tempo.
por isso, são classificados como anômalos. Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos. 139
O verbo ser para indicar hora, distância ou data z Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal.
concorda com esses elementos. Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial – pas-
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quan- siva analítica; Detiveram-se os criminosos – pas-
do indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz siva sintética.
anos que estudo para concursos; Aqui faz muito calor. z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin- tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver-
taticamente, classificamos como sujeito inexistente. bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia.
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
tempo, porém percebemos que há uma ação com-
Dica partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos
O verbo SER será impessoal quando o espaço sin- se olharam antes do julgamento.
tático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido:
“Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo A voz passiva é realizada a partir da troca de
funções entre sujeito e objeto da voz ativa, falamos
FAZER, podendo ser impessoal também, o verbo
melhor desse processo no capítulo funções do SE em
IR: “vai uns bons anos que não vejo Mariana” verbos transitivos direto.
Só podemos transformar uma frase da voz ativa
z Verbos Auxiliares: Os verbos auxiliares são para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
empregados nas formas compostas dos verbos e transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva
também nas locuções verbais. Os principais verbos com a presença do objeto direto.
auxiliares dos tempos compostos são ter e haver. A voz reflexiva indica uma ação praticada e rece-
bida pelo sujeito ao mesmo tempo, essa relação pode
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a ser alcançada com apenas um indivíduo que pratica e
concordância verbal, porém, o verbo principal deter- sofre a ação. Ex.: O menino se agrediu.
mina a regência estabelecida na oração. Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou mais
Apresentam forte carga semântica que indica indivíduos que praticam e sofrem a ação. Ex.: Apesar do
modo e aspecto da oração; tratamos mais desse assun- ódio mútuo, os candidatos se cumprimentaram.
No último caso, a voz reflexiva é também chamada
to no tópico verbos auxiliares no final da gramática.
de recíproca, por isso, fique atento.
São importantes na formação da voz passiva
analítica.
Importante!
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos
três formas nominais dos verbos: Não confunda os verbos pronominais com as
vozes verbais. Os verbos pronominais que indicam
„ Gerúndio: terminação -NDO. Apresenta valor sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dig-
durativo da ação e equivale a um advérbio ou nar-se, entre outros acompanham um pronome
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando. que faz parte integrante do seu significado, dife-
rentemente, das vozes verbais que acompanham o
„ Particípio: terminações: -ADO, -IDO, -DO, -TO, pronome SE com função sintática própria.
-GO, -SO. Apresenta valor adjetivo e pode ser
classificado em particípio regular e irregular,
sendo as formas regulares finalizadas em -ADO Outras funções do “SE”
e -IDO.
Como vimos, o SE pode funcionar como item essen-
A norma culta gramatical recomenda o uso do par- cial na voz passiva; além dessa função, esse elemento
ticípio regular com os verbos ter e haver, já com os também acumula outras atribuições. Vejamos:
verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio
irregular. Ex.: Os policiais haviam expulsado os ban- z Partícula apassivadora: como será abordado poste-
didos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais. riormente, a voz passiva sintética é feita com verbos
transitivos direto (TD) ou transitivos direto indireto
(TDI). Nessa voz, incluímos o SE junto ao verbo, por
„ Infinitivo: marca as conjugações verbais. isso o elemento SE é designado partícula apassiva-
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR, dora, nesse contexto. Ex.: Busca-se a felicidade (voz
PasseAR); passiva sintética) – SE (partícula apassivadora)
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER, O SE exercerá essa função apenas: Com verbos
pÔR); cuja transitividade seja TD ou TDI; Verbos concor-
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Par- dam com o sujeito; Com a voz passiva sintética.
tIR, SaIR); Lembramos que na voz passiva nunca haverá
O verbo PÔR corresponde à segunda conjuga- objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
ção, pois origina-se do verbo poer, o mesmo to paciente.
acontece com verbos que deste derivam. z Índice de indeterminação do sujeito: o SE funcio-
nará nessa condição quando não for possível identi-
Vozes verbais ficar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso,
não podemos confundir essa função do SE com a de
apassivador, já que para ser índice de indetermina-
As vozes verbais definem o papel do sujeito na ção do sujeito a oração precisa estar na voz ativa.
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação Outra importante característica do SE como índi-
verbal ou se ele recebe a ação verbal. ce de indeterminação do sujeito ocorre em verbos
transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos
z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação ver- de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar
140 bal. Ex.: O policial deteve os bandidos. na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Conjugação de alguns verbos
xivo, a partícula SE indicará reflexão ou recipro-
cidade, auxiliando a construção dessas vozes Vamos agora conhecer algumas conjugações de
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin- verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
cipais características são: sujeito recebe e pratica to de questões em concursos.
a ação; funcionará, sintaticamente, como objeto Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo
direto ou indireto; o sujeito da frase poderá estar as mesmas desinências desse verbo, as formas
explícito ou implícito. Ex.: Ele se via no espelho /
Deu-se um presente de aniversário.
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será PRESENTE - INDICATIVO
parte integrante dos verbos pronominais, acompa-
nhando-o em todas as suas flexões. Quando o SE Eu Adiro
exerce essa função, jamais terá uma função sin- Tu Aderes
tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar
explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da Ele/Você Adere
mãe, quando olhou a filha.
z Partícula de realce: será partícula de realce o SE Nós Aderimos
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo no
sentido e na compreensão global do texto. A partícu- Vós Aderis
la de realce não exerce função sintática, pois é desne- Eles/Vocês Aderem
cessária. Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
z Conjunção: o SE será conjunção condicional, quan-
do sugerir a ideia de condição. A conjunção SE exer-
ce função de conjunção integrante, apenas ligando PRESENTE - INDICATIVO
as orações e poderá ser substituída pela conjunção
Eu Ponho
caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser aprovado.
Tu Pões
Conjugação de verbos derivados Ele/Você Põe
Nós Pomos
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com- Vós Pondes
preensão dessas conjugações verbais. Eles/Vocês Põem
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
que terminam em -IAR. Os verbos com essa termina- São conjugados da mesma forma os verbos: dispor,
ção são, predominantemente, regulares. interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, en-
trepor, supor.

PRESENTE - INDICATIVO

Eu Crio EXERCÍCIO COMENTADO


Tu Crias 1. (FCC – 2018) “Uma tendência que já coroava as edi-
ções anteriores do prêmio”.
Ele/Você Cria O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que
Nós Criamos se encontra acima está sublinhado em:

Vós Criais a) Por meio do qual definia uma suposta obra de arte.
b) O novo prêmio atenderia o mercado.
Eles/Vocês Criam c) Ou o que o contraria.
d) O leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas.
Os verbos terminados em -EAR, por sua vez, geral- e) Ele contempla os títulos com mais chance.
mente, são irregulares e apresentam alguma modifica-
ção no radical ou nas desinências. Assim como o verbo Coroava, assim como definia, está conjugado no pre-
passear, são derivados dessa terminação os verbos: térito imperfeito do indicativo. Resposta: Letra A.

PRESENTE - INDICATIVO PREPOSIÇÕES

Eu Passeio Conceito
LÍNGUA PORTUGUESA

Tu Passeias São palavras invariáveis que ligam orações ou


Ele/Você Passeia outras palavras. As preposições apresentam funções
importantes tanto no aspecto semântico quanto no
Nós Passeamos aspecto sintático, pois complementam o sentido de
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Vós Passeais sem a presença da preposição, modificando a transiti-
Eles/Vocês Passeiam vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
sentido de palavras deverbais1.
1  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: A filmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 141
As preposições essenciais são: A, ANTE, ATÉ, APÓS, z Preposição + pronomes pessoais:
COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PER, Em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas.
PERANTE, POR, SEM, SOB, TRÁS. De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
chamadas, pois pertencem a outras classes grama- z Preposição + pronome relativo:
ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre- A + onde: aonde.
posições. Eis algumas: afora, conforme (quando z Preposição + pronomes indefinido:
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, De + outro, outras: doutro, doutros, doutra, doutras.
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”). Algumas relações semânticas estabelecidas por
preposições
Locuções prepositivas
É importante ressaltar que as preposições podem
São grupos de palavras que equivalem a uma pre- apresentar valor relacional ou podem atribuir um
posição. Ex.: Falei sobre o tema da prova; Falei acerca valor nocional. As preposições que apresentam um
do tema da prova. valor relacional cumprem uma relação sintática
A locução prepositiva na segunda frase substitui com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são
perfeitamente a preposição sobre. As locuções pre- chamados deverbais, conforme já mencionamos ante-
positivas sempre terminam em uma preposição, e há riormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer
apenas uma exceção: a locução prepositiva com sen- com adjetivos e advérbios, os quais também apresen-
tido concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos tarão função deverbal.
alguns exemplos de locuções prepositivas: Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito pela regência do verbo concordar).
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; Tenho medo da queda (preposição exigida pelo
graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quan- complemento nominal).
to a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de. Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
gida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
Importante! advérbio).
Em todos esses casos, a preposição mantém uma
Algumas locuções prepositivas apresentam
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
semelhanças morfológicas, mas significados sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença.
completamente diferentes, como: De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane- nal é preponderante apresentam uma modificação
jamento inicial. / As decisões do público foram no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são
de encontro à proposta do programa. componentes obrigatórios na construção da senten-
Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru- ça, divergindo das preposições de valor relacional.
tas. / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo. As preposições de valor nocional estabelecem uma
Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessa- noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
do em: 19/11/2020. etc. Vejamos algumas:

Combinações e contrações VALOR NOCIONAL DAS


SENTIDO
PREPOSIÇÕES
As preposições podem ser contraídas com outras Posse Carro de Marcelo.
classes de palavras, veja:
O cachorro está sob a
z Preposição + artigo: Lugar
mesa.
A + a, as, o, os: à, às, ao, aos.
De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do, Votar em branco, chegar
Modo
dos, dum, duns, duma, dumas. aos gritos.
Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos.
Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no, Causa Preso por estupro.
nos, num, nuns, numa, numas.
Assunto Falar sobre política.
z Preposição + pronome demonstrativo:
A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àque- Descende de família
Origem
le, àqueles, àquela, àquelas, àquilo. simples.
Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
Olhe para frente! Iremos
essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqui- Destino
lo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nes- a Paris.
sa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, na-
queles, naquelas, naquilo.
De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es-
sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: EXERCÍCIO COMENTADO
deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa,
desses, dessas, disso, daquele, daquela, daque- 1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens:
les, daquelas, daquilo.
z Preposição + advérbio: I. Para o comitê, Brasília era um marco do desenvolvi-
142 De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém. mento moderno.
II. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, preci- z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim,
sava de leis... por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).
III. Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano... Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
IV. Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião.

Considerando-se o contexto, o vocábulo PARA expri- Importante!


me ideia de finalidade em:
As conjunções E, NEM não devem ser emprega-
a) I e III, apenas. das juntas (E NEM), tendo em vista que ambas
b) I, II e IV, apenas. indicam a mesma relação aditiva o uso concomi-
c) III e IV, apenas. tante acarreta em redundância.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
Conjunções subordinativas
A preposição PARA indicará finalidade quando Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
puder ser substituída pela locução “a fim de”, como dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
ocorre nos itens II e III, configurando como certa a apresentadas em um texto, porém, diferentemente
Resposta: Letra D. daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
CONJUNÇÕES para terem o sentido apreendido.

Assim como as preposições, as conjunções também z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
são invariáveis e também auxiliam na organização visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca fez dieta.
ções. Por manterem relação direta com a organização z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser: modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:
coordenativas ou subordinativas. Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
z Comparativa: Como, que nem, que (depois de
Conjunções coordenativas mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
como um touro.
As conjunções coordenativas são aquelas que z Conformativa: Conforme, como, segundo, de
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con-
fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas forme o planejado.
conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora- z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que
ção. As conjunções coordenadas podem ser:
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.
z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que,
z Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também, a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse
não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.: falar com você, teria respondido sua mensagem.
Não fiz os exercícios nem revisei. O gato era o pre- z Proporcional: À proporção que, à medida que,
ferido, não só da filha, senão de toda família. quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
z Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entre- Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.: aprovado.
Não tenho um filho, mas dois. A culpa não foi a popu- z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro-
lação, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”). fessora dá exemplos para que você aprenda!
z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que,
„ Importante: a conjunção E pode apresentar mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei
valor adversativo, mormente quando é antece- para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che-
dido por vírgula: Estava querendo dormir, e o guei à cidade, fui assaltado.
barulho não deixava.
Os valores semânticos das conjunções não se
z Alternativas: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, prendem às formas morfológicas desses elementos.
ora...ora, já...ja. Ex.: Estude ou vá para a festa. Seja O valor das conjunções é construído contextualmen-
por bem, seja por mal, vou convencê-la. te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos
estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você,
„ Importante: a palavra senão pode funcionar por que você não a procura? (SE = causal = já que);
como conjunção alternativa: Saia agora, senão Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar
LÍNGUA PORTUGUESA

chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou). puro no campo. (QUANDO = causal = já que).

z Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início Conjunções integrantes


da oração), porquanto. Estude, porque a caneta é
mais leve que a enxada! As conjunções integrantes fazem parte das orações
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram
uma oração principal à outra, subordinada. Existem
„ Importante: Pois com sentido explicativo ini-
apenas dois tipos de conjunções integrantes: QUE e SE.
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois
sinto saudades.
z Quando é possível substituir o QUE pelo pronome
ISSO, estamos diante de uma conjunção integrante.
Pois conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vír- Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = ISSO.
gulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois, a subir. 143
z Sempre haverá conjunção integrante em orações Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
substantivas e, consequentemente, em períodos papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Perguntei = ISSO. Ora bolas! Valha-me Deus!
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o
Brasil é um país desigual (certo).
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
CRASE
EXERCÍCIO COMENTADO A crase ( ` ), marcada pelo acento grave, costuma
trazer bastante confusão em seu uso (ou não) duran-
1. (CEBRASPE/CESPE – 2018) O uso da conjunção “embo- te a escrita de um texto, pois muitos não sabem exa-
ra” pela conjunção “conquanto” prejudicaria o sentido ori- tamente quando seu uso é obrigatório e quando não
ginal do texto: é. Por isso, veja algumas dicas e entenda melhor sua
aplicação:
( ) CERTO  ( ) ERRADO Ela é utilizada para fazer a junção de duas vogais
“a”, quando em uma frase a preposição é contraída
Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques- com o artigo. Ex.:
tão para sabermos que o item está correto, pois
conquanto, assim como embora, é uma conjunção Refiro-me às que amam.
concessiva. Resposta: Certo a + a
preposição artigo
INTERJEIÇÕES
Para esclarecer se deve ou não utilizar a crase, siga
As interjeições também fazem parte do grupo de
esta dica:
palavras invariáveis, tal como as preposições e as con-
“Troque a palavra feminina por outra que seja
junções. Sua função é expressar estado de espírito e
masculina.
emoções, por isso apresenta forte conotação semânti-
Se no masculino aparecer obrigatoriamente ao ou
ca, ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler
aos, no feminino haverá crase.
a uma frase, como será melhor exposto no capítulo
Se no masculino for facultativo a ou ao(s), a cra-
sobre frase, oração e período. Ex.: Tchau!
se poderá ser usada ou não” (Gramática Pela Prática,
As interjeições, como mencionamos, indicam rela-
2015).
ções de sentido diversas; a seguir, apresentamos um
quadro com os sentimentos e sensações mais expres-
Casos convencionados
sos pelo uso de interjeições:
1 - Em locuções:
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
z Prepositivas com palavras femininas: sempre ter-
Advertência Cuidado! Devagar! Calma! minam em preposições – à cata de, à moda de, à cus-
Alívio Arre! Ufa! Ah! ta de, à força de, à procura de, à guisa de, à beira de.
z Conjuntivas com palavras femininas: quase todas
Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva! terminadas em que – à medida que, à proporção que.
z Adverbiais com palavras femininas: às vezes,
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! às claras, às ocultas, às pressas, à toa, às fartas, às
Repulsa Irra! Fora! Abaixo! escondidas, à noite, à tarde, à vista, à esquerda, à
direita, às terças-feiras.
Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!
2 - Em lugares:
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!

Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau! Se venho de Paris, vou a Paris. – preposição, sem
crase;
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh! Se venho da Bahia, vou à Bahia. – preposição +
artigo = crase.
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- Dica
texto, por isso, em questões que abordem essa classe Faça uso desse macete:
de palavras, o candidato deve manter a calma e reler
“Se vou a e venho da”, crase há;
o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se cer-
“Se venho a e venho de”, crase para quê?
tificar do sentido expresso no texto.
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
3 - Com distância:
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio-
nar como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões,
z Determinada (se utiliza crase): Foi lançado à dis-
por exemplo, que são interjeições por excelência,
tância de 60 metros;
mas, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
144 alterado.
z Não definida (não se utiliza crase): O disco foi k) Antes de lugares que não admitem o artigo “a”:
lançado a distância. Fui a Brasília, a Belém, a Recife, a Paris e a Roma.

4 - Com horas: Casos facultativos

z Hora exata/relógio: Existem três casos em que o uso da crase é faculta-


A aula começa às oito horas. tivo, isso é, opcional. São eles:
Cheguei à uma hora da tarde.
a) Depois da preposição “até”:
z Hora aproximada (não se utiliza crase): Ex.: Eu irei até a faculdade esta noite. / Eu irei até à
Vou lanchar daqui a uma hora. faculdade esta noite.
Ficarei contigo até as 20h. / Ficarei contigo até às
5 - Com pronome relativos: 20h.
b) Antes de nomes próprios femininos:
z Se utiliza à qual, às quais quando se opõem a ao Ex.: Respeite a Maria! / Respeite à Maria!
qual, aos quais. Ele disse a Ana que não viria. / Ele disse à Ana que
Eis o rapaz ao qual me referi. não viria.
Eis a moça à qual me referi. c) Antes dos pronomes possessivos:
Eis as moças às quais me referi. Ex.: Não iremos a sua festa. / Não iremos à sua
festa.
Casos proibitivos Voltaremos a essa cidade sempre! / Voltaremos à
essa cidade sempre!
Para facilitar um pouco mais, existem ainda alguns
casos em que a crase não deve ser utilizada. São eles: Casos especiais

a) Antes de substantivos masculinos: Em expressões formadas por palavras femininas


Andar a pé; Dinheiro a rodo. locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas inicia-
das por “a” e formadas por palavras femininas, levam
Exceções – quando se subentende: à moda de, à
crase.
maneira de, faculdade, universidade, empresa,
À beira de, à tarde, à meia-noite, às vezes, à moda
companhia.
de etc.
Ex.: O motor do carro estragou, e voltamos a pé.
Quando se utilizam as palavras “casa” e “terra”,
b) Antes de verbo:
com sentido de “lar” e “chão firme”, respectivamente,
Condições a combinar; aprender a ler;
não se utiliza a crase
Ex.: Ainda temos muitos negócios a tratar.
Ex.: O pai voltou a casa.
c) Antes do artigo indefinido “uma” e dos pronomes
Os marinheiros chegaram a terra.
que não admitem o artigo “a” (pronomes pessoais,
indefinidos, demonstrativos, relativos):
a mim, a ela, a si; a nenhuma parte; a cada uma; a
Importante!
qualquer hora; a ninguém; a nada;
Ex.: Não me submeto a uma exigência dessas. Separamos aqui 5 macetes/regrinhas que resu-
d) Antes de numerais: mem o uso da crase e que podem servir de gran-
de 12 a 20; de ajuda para você. Dê uma olhada!
de 1990 a 2008. 1) A crase deve ser empregada somente com
Você é do tipo que vai de 8 a 80 num instante. palavras femininas;
Exceto para horários. 2) Utilize-a sempre em expressões que indiquem
Ex.: O avião sairá às 18h. horas (exceto se vier precedido da preposição
e) Entre substantivos idênticos: “até);
cara a cara; gota a gota; de parte a parte. 3) A crase não é utilizada antes de palavras mas-
Ao sair, fiquei cara a cara com a modelo. culinas (exceto com o uso da expressão “à moda
f) Quando se refere a palavras no plural: de”);
a obras; a pessoas ilustres; a conclusões favoráveis. 4) Deve ser usada sempre antes de locuções
Após duas horas de reunião, chegamos a conclu- adverbiais femininas, com ideia de tempo, modo
sões favoráveis. e lugar;
g) Depois de preposições 5) Atente-se aos casos em que o uso da crase é
após as aulas; ante a evidência; conforme a oca- opcional!
LÍNGUA PORTUGUESA

sião; contra a maré; desde a véspera; durante a


palestra; entre as palmeiras; mediante a força;
para a paz; perante a sociedade; sob a jurisprudên-
cia; sobre a questão do acordo; segundo a lei.
Não nos falamos desde o último encontro.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
h) Antes da palavra “casa”, quando se refere ao pró-
prio lar:
INTRODUÇÃO
Voltara a casa, pois esquecera o convite.
i) Antes da palavra “terra”, quando se opõe a bordo:
Sintaxe é o ramo da gramática que se encarrega
Assim que desembarcaram, desceram a terra.
de estudar a disposição das palavras nas frases e das
j) Quando antes do feminino, subentende-se o artigo
frases no discurso/texto, e a relação que estas frases
indefinido “uma”:
estabelecem entre si.
Encontrava-se presa a terrível melancolia. 145
É então, essencial para tornar a mensagem trans- Demos um prêmio ao vencedor.
mitida com sentido completo e compreensível.
Verbo transitivo objeto direto objeto indireto
direto e indireto
PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO Note a presença
de preposição
Só para relembrar, período é uma das unidades
sintáticas da gramática normativa, sendo um enun-
ciado com sentido completo, formado por uma ou z Objeto indireto: complementa a significação de
mais orações. um verbo transitivo indireto, com a necessidade
Período simples: é o período formado por apenas de se utilizar preposição.
uma oração, ou seja, um enunciado que possui apenas
um único verbo. A garota gosta de chocolate amargo.
Ex.: Os dias de verão são muito quentes. – um ver-
verbo transitivo objeto indireto
bo = uma oração.
direto
É importante também ressaltar quais são os ter-
Note a presença
mos essenciais, integrantes e acessórios que com-
de preposição
põem uma oração.

Termos essenciais � Complemento nominal: é o termo da oração que


está ligado ao sujeito, ao objeto direto, objeto indi-
Os termos essenciais da oração são: sujeito e reto, predicativo, vocativo, aposto, adjunto adno-
predicado. minal ou agente da passiva (veremos mais adiante
sobre eles).
Ana comprou uma sandália. Ex.: A mulher tinha necessidade de medicamentos.
Nome (substantivo): necessidade.
Sujeito Predicado
Complemento nominal: de medicamentos.
Ex.: Sua postura é prejudicial à saúde.
O que é o sujeito? Aquele que pratica a ação. Veja Nome (adjetivo): prejudicial.
quais são os principais tipos de sujeito: Complemento nominal: à saúde.
Ex.: Decidiu favoravelmente ao criminoso.
� Determinado simples: apenas um núcleo. Nome (advérbio): favoravelmente.
Ex.: Meu sobrinho nasceu ontem. Complemento nominal: ao criminoso.
� Determinado composto: com mais de um núcleo.
Ex.: Minha mãe e eu viemos discutindo pelo cami- Em geral, o complemento nominal é um substanti-
nho todo. vo ou outra palavra que exerça o papel de substantivo
� Determinado implícito: é possível identificar o dentro da oração. Veja o exemplo:
sujeito, porém ele não aparece na frase.
Ex.: Fui resgatar o animal da chuva. (sujeito implí- Andar a pé lhe era prazeroso.
cito: eu).
� Indeterminado: não é possível determinar o
Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função
sujeito.
de substantivo – complemento nominal.
Ex.: É essencial lutar contra o racismo.
� Inexistente: quando não há sujeito; em geral, são
fenômenos da natureza. z Agente da passiva: é o complemento, com pre-
Ex.: Ontem choveu demais! posição, que representa o ser/ coisa que pratica a
ação expressa na voz passiva.
E predicado? O que é? É o termo que indica o que o Ex.: A criança foi ensinada pelos pais.
sujeito faz, o que lhe acontece, e é formado, obrigato- Sujeito: A criança;
riamente, por um verbo ou locução verbal. Agente da passiva: pelos pais.
Ex.: João caiu da escada.
Bia, Larissa e Flávia são minhas primas. Termos acessórios

Termos integrantes Os termos acessórios da oração são: adjunto adno-


minal, adjunto adverbial e aposto.
Estudaremos agora os termos integrantes da ora-
ção, são eles: o objeto direto, objeto indireto, com- z Adjunto adnominal: também se refere ao substan-
plemento nominal e agente da passiva. tivo da oração, porém caracterizando-o. Ele pode
ser um artigo, um numeral, pronome adjetivo, um
z Objeto direto: complementa a significação de um adjetivo ou locução adjetiva.
verbo transitivo direto (confira nas seções anterio- Ex.: A criança adormeceu. (artigo);
res) sem precisar de preposições. As duas crianças adormeceram. (numeral);
As crianças bonitas adormeceram. (adjetivo);
A doceira fez um bolo. Aquelas crianças adormeceram. (pronome adjetivo);
Aquelas crianças adormeceram muito cedo. (locu-
Verbo transitivo objeto direto ção adjetiva).
direto
z Adjunto adverbial: é todo termo que aparece na
oração, como advérbios e locuções adverbiais,
Pode complementar também um verbo transitivo expressando tempo, modo, lugar, causa, afirma-
146 direto e indireto. ção, negação, dúvida, instrumento e etc.
Ex.: Moro em Minas Gerais. -> Lugar; Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém está chovendo
Voltei tarde. -> Tempo; muito. / Compramos uma bola de basquete, mas
Ele escreve bem. -> Modo; não sabemos jogar.
Come com o garfo. -> Instrumento; z Alternativas: ou, nem... nem..., ou... ou..., seja...
Falavam sobre a novela. -> Assunto; seja..., etc.
Morreu de pneumonia. -> Causa; Ex.: Fica de graça e não escolhe nem uma coisa
Se organizou para a festa. -> Finalidade. nem outra! / Ou você come ou você joga.
z Aposto: é o termo da oração que se liga a outro ter- z Conclusivas: por isso, logo, portanto, assim, então.
mo com a função de identificá-lo ou explicá-lo. Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando
Ex.: Clara, a moça mais linda da cidade, esteve mal.
por aqui hoje. z Explicativas: porque, pois, isto é, ou seja.
Levaram tudo: roupas, acessórios, móveis, eletrô- Ex.: É vegetariano, ou seja, não come carne. /
nicos ... Vamos comemorar, pois nossa filha foi aprovada
no exame.
Vocativo
Orações Subordinadas
Indica o nome a quem se dirige a oração. Através
dele, o falante chama a pessoa pelo nome, podendo Uma oração subordinada é aquela que dá sentido,
estar no início ou no final da frase. completa a oração principal, dando sentido para o
período. Veja o exemplo:
Ex.: Carol, preste atenção!
Não vá agora, Pedro! A menina gosta | de ter toda atenção para si.

PERÍODO COMPOSTO Oração principal: A menina gosta


[de quê?]
Um período composto é aquele formado por mais
de uma oração. O número de verbos indica o número Oração subordinada: de ter toda atenção para si.
de orações do período.
Ex.: Pedro pegou a chave, abriu o portão e foi cor- Orações Reduzidas
rendo ao encontro do amigo – Período composto, com
3 orações. São orações que não se introduzem por conjun-
ções e possuem verbos nas formas nominais (infiniti-
Orações Coordenadas vo, gerúndio e particípio).

Orações coordenadas são orações independentes, z Orações reduzidas no infinitivo:


isto é, que não estabelecem relação sintática entre si.
Veja: Podem aparecer no infinitivo pessoal, sofrendo fle-
xão de número e pessoa, podendo ser iniciadas por
O professor preparou a aula, aplicou as ativida- preposição, ou não.
des e avaliou os alunos.
Oração subordinada substantiva subjetiva
Perceba que todas as orações possuem sentido por
si só, sem dependerem uma da outra e sem estabele- Reduzida: É essencial comparecer no evento.
cerem uma ligação entre si, não precisando de uma Desenvolvida: É essencial que você compareça no
conjunção. Aí você pode se perguntar: mas o “e” não é evento.
conjunção? Sim, porém nesse caso ele atua como con-
junção coordenativa, utilizada para ligar palavras Oração subordinada substantiva objetiva
direta
ou orações que tenham a mesma função gramatical,
como é o caso do exemplo acima.
Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova.
Existem ainda dois tipos de orações coordenadas,
Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia
as assindéticas e as sindéticas.
de prova.
Assindéticas: orações sem conjunção coordenati-
Oração subordinada substantiva objetiva
va, ligadas por uma pausa, que geralmente se dá
LÍNGUA PORTUGUESA

indireta
pelo uso da vírgula.
Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma dieta.
Ex.: Ele viu, gostou, comprou. Desenvolvida: O médico insistiu em que nós fizés-
semos uma dieta.
Sindéticas: são orações ligadas por uma conjun-
ção coordenativa, e são classificadas em 5 tipos: Oração subordinada substantiva completiva
nominal
z Aditivas: e, nem, mas também.
Ex.: Não quero feijão nem batata. / Eu e meu amigo Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o
fomos à praia ontem. emprego.
z Adversativas: porém, mas, contudo, todavia, Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consi-
entretanto. gam o emprego. 147
Oração subordinada substantiva predicativa z Orações reduzidas de gerúndio:

Reduzida: O melhor é ser sempre feliz! No gerúndio, os verbos terminam em -ando (1ª con-
Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz! jugação), -endo (2ª conjugação) e -indo (3ª conjugação).

Oração subordinada substantiva apositiva Oração subordinada adverbial causal

Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou confusão.
meu próprio caminho. Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou
Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu confusão.
encontre o meu próprio caminho.
Oração subordinada adverbial condicional
Oração subordinada adverbial causal
Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.
Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.
atenção!
Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém Oração subordinada adverbial concessiva
dá atenção!
Reduzida: Respeitando o combinado, outros acor-
Oração subordinada adverbial condicional dos serão necessários.
Desenvolvida: Ainda que respeitem o combinado,
Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos outros acordos serão necessários.
ao cinema.
Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não Oração subordinada adverbial temporal
iremos ao cinema.
Reduzida: Chegando à entrada do prédio, ele
Oração subordinada adverbial concessiva
ligou-me.
Desenvolvida: Quando chegou à entrada do pré-
Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito dio, ele ligou-me.
na sua honestidade.
Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre
Oração subordinada adjetiva
você, eu acredito na sua honestidade.
Reduzida: Vi cinco atletas da seleção correndo no
Oração subordinada adverbial temporal
calçadão.
Desenvolvida: Vi cinco atletas da seleção que cor-
Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido
riam no calçadão.
assaltada.
Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha
sido assaltada. z Orações reduzidas de particípio:

Oração subordinada adverbial final No particípio regular, os verbos terminam em -ado


(1ª conjugação) e -ida (2ª e 3ª conjugação). No particí-
pio irregular, terminam em -to ou -do.
Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e
esquecer o assunto.
Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar, Oração subordinada adverbial causal
decidi ceder e esquecer o assunto.
Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação.
Oração subordinada adverbial consecutiva Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou
resolver a situação.
Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar
tudo. Oração subordinada adverbial condicional
Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que
vomitou tudo. Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer
como entender.
Oração subordinada adjetiva Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa,
poderá fazer como entender.
Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do
palco, era a minha filha. Oração subordinada adverbial concessiva
Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no
meio do palco, era a minha filha. Reduzida: Resolvido este problema, outras dificul-
dades virão.
REFERÊNCIA Desenvolvida: Mesmo que resolvam este proble-
ma, outras dificuldades virão.
Norma Culta. Disponível em: <https://www.nor-
maculta.com.br/oracoes-reduzidas/#:~:text=- Oração subordinada adverbial temporal
Ora%C3%A7%C3%B5es%20reduzidas%20
s%C3%A3o%20aquelas%20que,no%20indicati- Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.
vo%20ou%20no%20subjuntivo.>. Acesso em 31 de Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone
148 ago de 2020. tocou.
Oração subordinada adjetiva Ex.: Fernanda comprovou que a marca mais bara-
ta possuía pouquíssima qualidade.
Reduzida: Já foi usado o material comprado por 2. Substantiva objetiva indireta: complementam,
mim. exercendo a função de objeto indireto.
Desenvolvida: Já foi usado o material que eu Ex.: O menino tinha necessitava de que lhe dessem
comprei. o remédio todos os dias.
3. Substantivas predicativas: são o predicativo do
sujeito da oração principal. Ex.: O problema era que
Períodos Mistos
não tinha mais desejo algum.
4. Substantivas apositivas: têm a função de aposto
Tem-se um período misto quando, em um período, de algum substantivo da primeira oração.
aparecem orações que se relacionam, seja por coorde- Ex.: Uma só coisa é necessária: respeitar as esco-
nação, seja por subordinação. Ex.: lhas e opiniões do outro.
5. Substantivas subjetivas: são as orações subordi-
O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem nadas que exercem a função de sujeito.
Ex.: Foi necessário que ele sofresse.
oração coordenada oração oração subordinada 6. Substantivas completivas nominais: são o comple-
assindética coordenada subjuntiva objetiva mento nominal da primeira oração.
sindética direta Ex.: Seu problema é a fraqueza de ser muito
aditiva
inconstante diante das dificuldades.

Período composto por coordenação z Adjetivas: São as orações que se encaixam na ora-
ção principal como adjunto adnominal. Podem ser
A coordenação entre as orações é uma das formas divididas em:
em que se dá o período composto. Vamos entender
melhor. „ Restritivas: restringem o significado de seu
Os períodos podem ser compostos por coorde- antecedente e não são separadas por vírgula.
nação ou por subordinação (veremos no próximo Ex.: O penteado que fiz ontem ficou lindo.
tópico). „ Explicativas: acrescentam uma qualidade ao
Um período composto por coordenação trata antecedente e são separadas da oração princi-
de orações independentes, com sentido completo, pal por vírgula.
porém, que não estabelecem relação sintática, como Ex.: Os jogadores de futebol, que são inician-
tes, não recebem salários.
já vimos anteriormente ao tratar das orações coorde-
nadas. Porém, você pode se questionar: por que razão
z Adverbiais: Como os próprios advérbios, são as
se juntaria duas orações que não dependem uma da orações subordinadas que expressam causa, con-
outra? A resposta é: intenção do autor. sequência, tempo, condição, finalidade, compara-
Os períodos compostos por coordenação atuam ção e etc.
juntando, somando diferentes informações, de modo Ex.: Logo que ela apareceu, começaram as con-
a tornar o período mais preciso e de acordo com a sua fusões. / À medida que o tempo passava, ele se
intenção/propósito. afastava mais.
Veja abaixo:
Ex.: Os sócios discutiram o plano econômico,
votaram o orçamento e encerraram a reunião.
Perceba: o assunto é o mesmo, porém com infor- PONTUAÇÃO
mações diferentes, que agregam sentido e completude
ao período. Uso da vírgula

Período composto por subordinação A vírgula (,) é utilizada para:

O período composto por subordinação necessi- a) Isolar o vocativo na oração.


ta de, ao menos, uma oração principal e uma oração Ex.: Catarina, busque seu irmão!
subordinada. b) Separar palavras com a mesma função na oração.
A oração subordinada, como já visto anteriormen- Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois
te, tem a função de completar o sentido da oração dormiu.
principal, por isso exerce uma função sintática dentro c) Isolar o aposto na oração.
do período. Ex.: A Joana, filha do senhor José, ficou doente.
LÍNGUA PORTUGUESA

As orações subordinadas são divididas em seis tipos: d) Separar nomes dos locais e datas.
Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020.
z Substantivas: exercem funções de substantivo,
objeto e predicativo; em geral, iniciam-se com as Uso do ponto e vírgula (;)
conjunções “se” e “que”.
Ex.: É possível que esteja enganada. É utilizado para:

As orações subordinadas substantivas também são z Separar itens em enumeração


divididas em grupos: Ex.: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se
pelo disposto nesta Lei.
1. Substantivas objetivas diretas: complementam, Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código
exercendo a função de objeto direto. Civil e pelas leis especiais: 149
a) as locações: Uso das reticências (…)

„ 1. de imóveis de propriedade da União, dos Usadas quando um texto ou trecho dele é suspenso,
Estados dos Municípios, de suas autarquias e interrompido ou para deixar a ideia de continuidade.
fundações públicas; Ex.: Essa vista me traz uma paz, um bem-estar,
„ 2. de vagas autônomas de garagem ou de espa- uma tranquilidade... / Eu até achei a comida boa, mas
o ambiente...
ços para estacionamento de veículos;
„ 3. de espaços destinados à publicidade.
Uso do ponto de exclamação (!)
z Separar orações muito extensas ou que já possuam
Utilizado para:
vírgula
Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de
a) Frases que expressam sentimentos, emoção e
saber que alguma coisa que se disse por acaso
intensidade. Ex.: Que alegria você aqui! / Não pen-
ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou
se nisso! / Que absurdo!
com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma
b) Depois de vocativos ao final da frase e de interjei-
vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)
ções. Ex.: Ai! Que susto levei. (interjeição) / Longe
daqui, menina! (vocativo).
z Substituindo a vírgula
Ex.: Amanhã terei duas provas; porém ainda não Uso das aspas (“)
consegui estudar nada.
São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apro-
Uso dos dois-pontos (:) priar de gírias ou expressões estrangeiras.
Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo
Quando: mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos
do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor-
a) Vai se iniciar uma fala ou fazer citação. tunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). /
Ex.: Ela disse: hoje não posso, tenho compromisso. Ele está muito “zen” hoje.
b) Inicia-se uma enumeração.
Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não Uso dos colchetes ( [ ] )
estou de acordo e não mudo de ideia neste caso.
Possui a mesma função que os parênteses, porém é
Uso do travessão (–) utilizado em textos didáticos, científicos e filológicos.
Veja alguns de seus empregos:
Utilizado para indicar fala e mudança de interlo-
cutor dentro de um diálogo, ou para desempenhar o z Para intercalar palavras ou símbolos não perten-
papel de vírgula ao separar orações intercaladas. centes ao texto.
Ex.: Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holan-
dês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras
z Quais ideias você tem para revelar? de papiamento que você, com certeza, vai usar:
z Não sei se serão bem-vindas. 1- Bo ta bon? [Você está bem?]
z Não importa, o fato é que assim você estará contri- 2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
buindo para a elaboração deste projeto. � Para inserir comentários e observações em textos
z Não seja tão estúpido, – disse a professora – vou já publicados.
chamar sua mãe! Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a
Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay,
Uso dos parênteses ( ) autor de “Inocência”]
� Para indicar omissões de partes na transcrição de
um texto.
Utiliza-se os parênteses quando se quer explicar
Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo
melhor o que foi falado ou para indicar algo relacio-
antes cheio que magro, ameno e risonho” (Macha-
nado ao texto.
do de Assis)
Ex.: Hoje cresce em grande nível os problemas de
� Em definições do dicionário, para fazer referência
saúde da população (o que pode ser explicado pelo rit- à etimologia da palavra.
mo de vida da atualidade). Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que
predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de
Uso do ponto (.) alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio
artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)
É usado no final da frase, e indica pausa total.
Ex.: Não tenho nada a declarar. Uso do asterisco (*)

Uso do ponto de interrogação (?) Pode ser utilizado:


Em substituições de nomes próprios não
Em geral, utilizado ao final de perguntas. mencionados.
Ex.: Quer sair comigo esta noite? Ex.: O jornal *** não quis se pronunciar.
Em alguns casos, pode expressar espanto, por O Dr. * não se comportou de forma ética.
exemplo: “Como assim? Não acredito que mentiu para Em remissões a notas ou explicações contidas em
150 mim!” pé de páginas ou ao final de capítulos.
Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapata- Porque:
ria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o
morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos a) Conjunção causal;
à conclusão de que este afixo está ligado a estabeleci- b) Conjunção explicativa;
mento comercial. Em alguns contextos pode indicar c) Conjunção final (correspondente ao para que);
atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc. d) Pergunta com resposta implícita.
* É o morfema que não possui significação autôno- Ex.: Os servidores fizeram cursos de aperfeiçoa-
ma e sempre aparece ligado a outras palavras. mento porque a chefia os obrigou.
Você está feliz porque ele chegou.
Uso do parágrafo (§) Os jovens são os melhores empreendedores, até
porque aceitam riscos que os mais velhos não
Este símbolo equivale a dois “S” entrelaçados, sig- assumiriam.
nificando Signum sectionis (sinal de seção/corte). Seu
uso é comum nos códigos de leis. Agora ficou mais fácil, não é? Se ainda estiver com
Ex.: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais dificuldades, dê uma olhada nessa tabela.
a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Usado em respostas, para dar explicações.
PORQUE
Ex.: Não fui à praia porque estava doente.
Uso da barra (/)
Usado para fazer perguntas, no início da
Embora não exista muitas regras definidas a res- frase.
POR QUE
peito de seu uso, a barra inclinada aparece, quase Ex.: Por que não visitou sua irmã mais
sempre, com função de separar elementos que apre- cedo?
sentam alternativas. Usado para dar motivo, a razão de alguma
Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/ coisa, porém como substantivo.
preta. (azul ou preta), PORQUÊ
Ex.: Acho justo me dizer o porquê de estar
Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou agindo assim.
Nesse caso, ela está sendo usada para separar as
Usado ao final de perguntas, podendo ser
duas conjunções (e e ou). Veja;
Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou seguido por ponto final ou interrogação.
provas. Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por
POR QUÊ
Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser quê?
feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma Ele terminou comigo e não me disse por
separada, individual (trabalhos ou provas). quê.

USO DOS “PORQUÊS”

Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por quê, CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
“porque” ou “por que” é uma dúvida frequente e algo
que costuma “pegar” muita gente. Quando devo utili- CONCORDÂNCIA NOMINAL
zar cada um deles?
Diz respeito à concordância do sujeito com adjeti-
Por que: vos, por exemplo, ou com outras classes de palavras.
Veja o exemplo:
a) Quando se subentende como motivo, podendo
ocorrer em perguntas diretas ou indiretas. Amanhã compraremos roupas bonitas e baratas
Ex.: Por que não são tomadas as devidas providências? naquela loja.
b) Quando pode ser substituída pelo pronome pelo
qual e por suas flexões. Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam
Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual) em gênero e número com o substantivo “roupas”.
ele não compareceu.
PLURAL DE COMPOSTOS
Por quê:
Plural de substantivos compostos
Quando se subentende também como motivo e
está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / ! Se o substantivo composto é escrito sem hífen,
LÍNGUA PORTUGUESA

…-. para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra “s”.


Ex.: Acentua-se o conflito na fronteira, resta saber Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir algu-
por quê. mas regrinhas.
Houve nova desvalorização da moeda por quê? São elas:
Não sabia por quê, mas estava confiante.
a) Substantivo + substantivo que especifica o primeiro.
Porquê: Ex.: decreto-lei, decretos-lei.
b) Palavras unidas por preposição.
Utilizado quando corresponder a um substantivo. Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
Ex.: Explique-nos o porquê dessa atitude precipitada. c) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.
Porquês interessantes nos esperam. Ex.: arranha-céu, arranha-céus, alto-falante,
alto-falantes.
151
d) Palavras repetidas ou onomatopaicas. Tanto esse verbo quanto os seus correspondentes
Ex.: tico-tico, tico-ticos. regem complementos que são introduzidos pela pre-
e) Palavra variável + palavra variável. posição a.
Ex.: quinta-feira, quintas-feiras. Veja mais exemplos abaixo:
Plural de adjetivos compostos
SUBSTANTIVOS
Nos adjetivos compostos, somente o último termo Devoção a, para,
Medo de Bacharel em
sofrerá flexão de número. Veja: com, por
Dúvida acerca de,
Obediência a Admiração a, por
SINGULAR PLURAL em, sobre
Ojeriza a, por Doutor em Atentado a, contra
Anglo-germânico Anglo-germânicos
Capacidade de,
Castanho-escuro Castanho-escuros Proeminência sobre Impaciência com
para
Luso-brasileiro Luso-brasileiros Respeito a, com, Aversão a, para,
Horror a
Médico-dentário Médico-dentários para com, por por

Importante! ADJETIVO
Descontente com Idêntico a Insensível a
Assim como toda regra, o plural de compostos
Desejoso de Impróprio para Liberal com
tem suas exceções. São elas:
Diferente de Indeciso em Natural de
a) Os adjetivos azul-marinho e azul-celeste são
invariáveis. Contemporâneo
Semelhante a Relacionado com
(Uma blusa azul-marinho. / Duas blusas a, de
azul-marinho) Sensível a Contíguo a Relativo a
b) Em surdo-mudo, os dois radicais assumem Satisfeito com,
Sito em Contrário a
plural. de, em, por
(Garoto surdo-mudo. / Garotos surdos-mudos) Suspeito de Essencial a, para Hábil em
c) Os que fazem referência a cores também Vazio de Fácil de Habituado a
são invariáveis quando o último elemento é um Capaz de, para Fanático por Favorável a
substantivo. Compatível com Acessível a Generoso com
(O carro é amarelo-canário. / Os carros são Acostumado a,
Entendido em Grato a, por
amarelo-canário) com
Equivalente a Agradável a Necessário a
CONCORDÂNCIA VERBAL Escasso de Alheio a, de Nocivo a
Ansioso de, para,
Paralelo a Prestes a
Diz respeito à concordância entre sujeito e verbo por
em gênero, pessoa e número. Por exemplo, se o meu Passível de Apto a, para Propício a
sujeito é a 3ª pessoa do plural masculino (eles), o verbo Preferível a Ávido de Próximo a
precisa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja: Análogo a Benéfico a Prejudicial a

Eles viajarão juntos na próxima semana.


Sujeito “eles”, verbo “viajarão”. ADVÉRBIOS
Eu irei embora pela manhã. Perto de
“Eu” – 1ª pessoa do singular;
“irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular. Longe de
Nós buscamos compreender a todos.
“Nós” – 1ª pessoa do plural; REGÊNCIA VERBAL
“buscamos” – verbo conjugado na 3ª pessoa do
plural. Ocupa-se da relação entre os verbos e os termos
que o complementam e se seguem dentro da oração.
Os verbos são os termos regentes, e os objetos
(direto e indireto) e adjuntos adverbiais, os termos
REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL regidos.
Ex.: Ele mora em outra cidade.
REGÊNCIA NOMINAL
Mora – termo regente / verbo transitivo indireto;
Em outra cidade – termo regido.
É o nome que se dá a toda relação estabelecida
Ex.: Eles irão ao passeio.
entre um nome (substantivo, advérbio ou adjetivo) e
os termos regidos por esse nome, sendo sempre inter- Irão – termo regente / verbo transitivo indireto;
mediada por uma preposição. Ao passeio – termo regido.
Veja o exemplo do verbo obedecer: Ex.: Chegamos ao local indicado no mapa.
Obedecer a algo/ a alguém. Chegamos – Termo regente;
152 É obediente a algo/ a alguém. Ao local indicado no mapa – termo regido.
Dica
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
O emprego dos sinônimos é um importante recur-
DENOTAÇÃO
so para a coesão textual, uma vez que essa estra-
tégia revela, além do domínio do vocabulário do
falante, a capacidade que ele tem de realizar reto-
O sentido denotativo da linguagem compreende
madas coesivas, o que contribuiu para melhor flui-
o significado literal da palavra independente do seu
dez na leitura do texto.
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
objetivo e literal associado ao significado que aparece
ANTONÍMIA
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
ênfase à informação que se quer passar para o recep-
São palavras ou expressões que, empregadas em
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por um determinado contexto, têm significados opostos.
isso, é muito utilizada em textos informativos, como As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
ticos, entre outros. dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para
o corpo. (coração: parte do corpo)

CONOTAÇÃO

O sentido conotativo compreende o significado


figurado e depende do contexto em que está inserido.
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase
à expressividade da mensagem de maneira que ela
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
publicitários e outros.
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Você mora no meu coração. Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.

O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS A relação de sentido estabelecida na tirinha é


construída a partir dos sentidos opostos das palavras
Quando escolhemos determinadas palavras ou “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes-
expressões dentro de um conjunto de possibilidades se contexto.
de uso, estamos levando em conta o contexto que
influencia e permite o estabelecimento de diferentes HOMONÍMIA
relações de sentido. Essas relações podem se dar por
meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní- Homônimos são palavras que têm a mesma pro-
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia. núncia ou grafia, porém apresentam significados dife-
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a
seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô-
nimos importantes:
Importante!
Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres- acender (colocar fogo) ascender (subir)
sões de um idioma. acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
que cada falante seleciona do léxico para se
comunicar. apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
LÍNGUA PORTUGUESA

bucho (estômago) buxo (arbusto)


SINONÍMIA
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
São palavras ou expressões que, empregados em cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
um determinado contexto, têm significados seme- sela (forma do verbo selar;
lhantes. É importante entender que a identidade dos cela (pequeno quarto)
arreio)
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
o que pode não acontecer em outras situações. O céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti- cerrar (fechar) serrar (cortar)
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
cervo (veado) servo (criado)
de suas significações é diferente. 153
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã) Cumprimento/comprimento
xeque (lance no jogo de
cheque (ordem de pagamento) z O comprimento do tecido que eu comprei é de
xadrez)
3,50 metros. (tamanho, grandeza)
círio (vela) sírio (natural da Síria) z Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) Delatar/dilatar
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
z Um dos alunos da turma delatou o colega que chu-
coser (costurar) cozer (cozinhar) tou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
exotérico (que se expõe em z Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando
esotérico (secreto)
público) seu estômago. (alargar, estender)
espectador (aquele que expectador (aquele que tem
assiste) esperança, que espera) Dirigente/diligente
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
z O dirigente da empresa não quis prestar decla-
espiar (observar) expiar (pagar pena) rações sobre o funcionamento da mesma. (pessoa
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) que dirige, gere)
estático (imóvel) extático (admirado) z Minha funcionária é diligente na realização de
suas funções. (expedito, aplicado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
extrato (o que se extrai de Discriminar/descriminar
estrato (camada)
algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) z Ela se sentiu discriminada por não poder entrar
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido) naquele clube. (diferenciar, segregar)
z Em muitos países se discute sobre descriminar o
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
uso de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) REFERÊNCIA
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-par
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa) onimas/. Acessado em 17/10/2020.

Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6. POLISSEMIA (PLURISSIGNIFICAÇÃO)


php. Acessado em: 17/10/2020.
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-
PARÔNIMOS mas palavras, dependendo do contexto. As palavras
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre
Parônimos são palavras que apresentam sentido si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis-
diferente e forma semelhante, conforme demonstra- semia é encontrada no exemplo a seguir:
mos nos exemplos a seguir:

Absorver/absolver

z Tentaremos absorver toda esta água com espon-


jas. (sorver)
z Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de
seus pecados. (inocentar)
Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.

Aferir/auferir
HIPÔNIMO E HIPERÔNIMO
z Realizaremos uma prova para aferir seus conheci-
mentos. (avaliar, cotejar) Relação estabelecida entre termos que guardam
z O empresário consegue sempre auferir lucros em relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
seus investimentos. (obter) dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimo –
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
Cavaleiro/cavalheiro
EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO USO DE
RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM GÊNEROS
z Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria
DIFERENTES: GRÁFICOS E INFOGRÁFICOS
do rei participaram na batalha. (homem que anda
de cavalo)
z Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre A representação de sentido por meio de tabelas
as portas para eu passar. (homem educado e cortês) e gráficos está sempre presente em nosso cotidiano,
principalmente nos meios de comunicação, ainda
mais com as redes sociais. Isso está ligado a facilidade
com que podemos analisar e interpretar as informa-
ções que estão organizadas de forma clara e objetiva
154 e, além disso, não exigir o uso de cálculos complexos
para a sua análise. A análise de gráficos auxilia na resolução de questões não apenas de português, por isso,
requer atenção.

Gráfico: componentes de um gráfico


Título: na maioria dos casos possuem um título que indica a que informação ele se refere.
Fonte: a maioria dos gráficos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram, com o ano de
publicação.
Números: o mais importante, pois é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos gráficos.
Usados para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período).
Legendas: ajuda na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca dife-
rentes informações.
CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL

NÚMEROS DE HABITANTES
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
CIDADES

Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021.

Infográficos

Os infográficos são uma forma moderna de apresentar o sentido.


Essa palavra une os termos info (informação) e gráfico (desenho, imagem, representação visual), ou seja, um
desenho ou imagem que, com o apoio de um texto, informa sobre um assunto que não seria muito bem compreen-
dido somente com um texto, auxiliando a compreensão do leitor.
Para interpretar os dados informativos em um infográfico, é preciso boa leitura e esta requer atenção aos
detalhes. As representações neste formato aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo ao leitor ser
extremamente observador. Ter atenção ao título, ao tema e a fonte das informações é vital para uma boa análise
e interpretação.

LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm. 155


a) denotação e conotação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS b) norma culta e norma popular.
c) língua padrão e língua viciosa.
1. (FUNDATEC – 2019) Assinale a alternativa na qual não d) sinonímia e antonímia.
haja o emprego de linguagem figurada: e) homonímia e polissemia.

a) “ela estava por dentro de tudo”. A placa alerta aos fumantes sobre o risco de incên-
b) “logo se viu nadando em oportunidades”. dio, provocado por bitucas de cigarro, ou seja,
c) “a fez embarcar ‘numa viagem bonita e misteriosa’”. utiliza-se do sentido denotativo e conotativo da
d) “ganhava uma quantia realmente impressionante de expressão “segure as pontas”, causando o efeito
dinheiro”. “curioso” na placa. Resposta: Letra A.
e) “O mercado ficou saturado”.
REFERÊNCIAS
A linguagem figurada é também chamada lingua-
gem conotativa, e a única alternativa em que encon- ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e
tramos o oposto, ou seja, linguagem denotativa, é coerência. São Paulo: parábola, 2005.
na alternativa D. Resposta: Letra D.
CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do
2. (FUMARC – 2018) As palavras estão utilizadas em texto. São Paulo: contexto, 2013.
sentido conotativo em:
KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cogniti-
a) “Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo.” vos da leitura. 16.ed. Campinas: Pontes, 2016.
b) “Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera
pronto para amar.” KOCH , Ingedore Grunfed Villaça; EL IAS, Vanda
c) “Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe
Maria . Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
uma estátua.”
ed . São Paulo: Contexto, 2015.
d) “Sim, porque sobre o amor há várias frases inquietan-
tes por aí...”
SACCONI, L.A. Nossa Gramática Completa Sac-
coni – Teoria e Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova
“Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo.”
Geração, 2010.
- temos um sentido figurado, “faca no peito” dá sen-
tido de cobrança. Resposta: Letra A.
SCHLITTLER, J.M.M. Recursos de Estilo em Reda-
ção Profissional. Campinas/SP: Servanda, 2008.
3. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – 2016) Conside-
rando-se o conteúdo semântico dos trechos “o dia
nasce da noite escura” (linha 02) e “a esperança de
encontrar as saídas e soluções fáceis” (linha 05), as
palavras destacadas em cada trecho estabelecem, REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
respectivamente, entre si a relação de: OFICIAIS
a) sinonímia e antonímia.
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA
b) sinonímia e paronímia.
REPÚBLICA
c) antonímia e sinonímia.
d) antonímia e paronímia.
Veremos o manual de redação da presidência da
república da 3° edição, revista, atualizada e ampliada.
As palavras “dia”, “noite”, “saídas” e “soluções”
Sabe-se da importância de se trabalhar o conteúdo de
apresentam, respectivamente, uma relação de opo-
Redação Oficial, já que o tema está presente em mui-
sição (antonímia) e uma relação de semelhança
tos dos editais de concursos federais. A fonte de pes-
(sinonímia). Resposta: Letra C.
quisa básica é a 3ª edição de 29 de dezembro de 2018
revista, atualizada e ampliada do Manual de Redação
4. (FUNRIO – 2014)
Oficial da Presidência da República (MRPR).

RETROSPECTIVA HISTÓRICA

Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da Repú-


blica autorizou a criação de uma comissão, presidida
pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar
Ferreira Mendes, para rever, atualizar, uniformizar e
simplificar as normas de redação de atos e comuni-
cações oficiais. Depois de 9 meses, foi apresentada a
primeira edição do Manual de Redação Oficial da Pre-
sidência da República.
Esse Manual foi dividido em duas partes: a primei-
ra, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava
das comunicações oficiais, sistematizava seus aspectos
essenciais, padronizava a diagramação dos expedien-
Para se compreender a mensagem, é preciso reconhe- tes, exibia modelos, simplificava os fechos que vinham
156 cer que a placa retratada combina de maneira curiosa: sendo utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e
apresentava uma súmula gramatical aplicada à reda- Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas
ção oficial; a segunda parte, a cargo do Ministro Gil- e legislativas, bem como de maior fiscalização estatal,
mar Mendes, ocupava-se da elaboração e redação dos instaurou-se um novo método de se fazer administra-
atos normativos no âmbito do Executivo, da conceitua- ção pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a terceira
ção e exemplificação desses atos e do procedimento edição do Manual de Redação da Presidência Repúbli-
legislativo. ca possa refletir as evoluções ocorridas nas últimas
Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi duas décadas, repetindo o legado de êxito deixado
necessário fazer uma adequação das formas de comu- pelas edições anteriores na construção de uma cultu-
nicação usadas na administração aos avanços da infor- ra administrativa profissional e obediente às normas
mática. Outras alterações decorreram da necessidade da Constituição da República.
de adaptação do texto à evolução legislativa na matéria
Gilmar Ferreira Mendes
e às alterações constitucionais ocorridas no período.
Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro
Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú- z Panorama da comunicação oficial
blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso, A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,
esperava-se que esta nova edição do Manual contri- quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de necessários:
uma cultura administrativa de profissionalização
dos servidores públicos e de respeito aos princípios „ Alguém que comunique;
constitucionais da legalidade, impessoalidade, mora- „ Algo a ser comunicado;
lidade, publicidade e eficiência, com a consequente „ Alguém que receba essa comunicação.
melhoria dos serviços prestados à sociedade.
Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças No caso da redação oficial, quem comunica é
significativas, tanto na formatação dos documentos sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela
oficiais, quanto na formulação dos aspectos da lingua- Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi-
gem e das normas estruturais ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assun-
E o que é Redação Oficial na concepção dos organi- to relativo às atribuições do órgão que comunica; e o
zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada destinatário dessa comunicação é o público, uma
por eles a essa pergunta: instituição privada ou outro órgão ou entidade públi-
“Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
ca, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além
é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
disso, deve-se considerar a intenção do emissor e
normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do
ponto de vista do Poder Executivo.” a finalidade do documento, para que o texto esteja
Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para adequado à situação comunicativa.
concursos públicos, quais são as principais características A necessidade de empregar determinado nível de
normativas cobradas nas provas de concursos públicos? linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decor-
Percebam que os três motivos principais da preo- re, de um lado, do próprio caráter público desses
cupação da elaboração do Manual e de suas revisões atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.
são a modernização, a atualização e a eficiência. A Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de cará-
passagem do tempo por si só já pediria essas revisões, ter normativo, ou estabelecem regras para a condu-
haja vista a consequente evolução da linguagem e da ta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos
sociedade por que passamos. órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado
É justamente esse o ponto que originou a partici- se, em sua elaboração, for empregada a linguagem
pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal, adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais,
para quem vai trabalhar no setor público, é realmente cuja finalidade precípua é a de informar com clareza
importante saber comunicar-se com habilidade e usar e objetividade.
os meios adequados para isso, se o que se propõe é um
serviço eficiente para a sociedade.
Por isso, ao estudar redação oficial, lembrem-se z O que é redação oficial ?
de que vocês têm de saber as características da lin- Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é
guagem da redação oficial, a formatação e a estrutura a maneira pela qual o Poder Público redige comunica-
das redações, especialmente a do padrão ofício, quem ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes-
envia determinadas correspondências, quem as rece- sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.
be e qual é a finalidade de cada uma delas. A redação oficial não é necessariamente árida e
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
bem simples e objetivo a ser estudado. básica – comunicar com objetividade e máxima cla-
reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
texto jornalístico, da correspondência particular etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

Prefácio Apresentadas essas características fundamentais


É com grande entusiasmo que recebo a incumbên- da redação oficial, passemos à análise pormenorizada
cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda- de cada um de seus atributos.
ção da Presidência da República, vinte e sete anos A redação oficial deve caracterizar-se por:
após presidir a Comissão encarregada da primeira
edição desta obra.
„ Clareza e precisão;
(...)
„ Objetividade;
A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
pelas alterações tecnológicas e legislativas da época. „ Concisão;
(...) „ Coesão e coerência;
A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen- „ Impessoalidade;
das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos. „ Formalidade e padronização; e
(...) „ Uso da norma padrão da língua portuguesa. 157
CLAREZA E PRECISÃO A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são
elaboradas certas comunicações quase sempre compro-
z Clareza mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun-
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex- tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com
to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que sua indesejável repercussão no texto redigido.
possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se A clareza e a precisão não são atributos que se
concebe que um documento oficial ou um ato nor- atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
mativo de qualquer natureza seja redigido de forma demais características da redação oficial, apresen-
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen- tadas a seguir.
são. A transparência é requisito do próprio Estado
OBJETIVIDADE
de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um
ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
princípio constitucional da publicidade não se esgota
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à conseguir isso, é fundamental que o redator saiba
necessidade de que o texto seja claro. de antemão qual é a ideia principal e quais são as
Para a obtenção de clareza, sugere-se: secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que
„ Utilizar palavras e expressões simples, em seu existe em todo texto de alguma complexidade: as
sentido comum, salvo quando o texto versar fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
zará nomenclatura própria da área; cá-las; mas existem também ideias secundárias que
„ Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen- não acrescentam informação alguma ao texto, nem
tar as orações na ordem direta e evitar inter- têm maior relação com as fundamentais, podendo,
por isso, ser dispensadas, o que também proporciona-
calações excessivas. Em certas ocasiões, para
rá mais objetividade ao texto.
evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da A objetividade conduz o leitor ao contato mais
ordem inversa da oração; direto com o assunto e com as informações, sem sub-
„ Buscar a uniformidade do tempo verbal em terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra-
todo o texto; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
„ Não utilizar regionalismos e neologismos; expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
„ Pontuar adequadamente o texto;
„ Explicitar o significado da sigla na primeira CONCISÃO
referência a ela; e
„ Utilizar palavras e expressões em outro idioma A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
apenas quando indispensáveis, em razão de terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
serem designações ou expressões de uso já con- transmitir o máximo de informações com o mínimo de
sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como
caso, grafe-as em itálico, conforme orientações economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
do subitem 10.2 deste Manual. passagens substanciais do texto com o único objetivo
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
z Precisão nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
O atributo da precisão complementa a clareza e deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
caracteriza-se por: adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
„ Articulação da linguagem comum ou técnica construído, prolixo:
para a perfeita compreensão da ideia veiculada
no texto; “Apurado, com impressionante agilidade e precisão,
„ Manifestação do pensamento ou da ideia com as naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní- população acriana, verificou-se que a esmagado-
ra e ampla maioria da população daquele distante
mia com propósito meramente estilístico; e
estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejei-
„ Escolha de expressão ou palavra que não confi-
ção da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
ra duplo sentido ao texto. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a
nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maio-
É indispensável, também, a releitura de todo o tex- ria da população do Acre demonstrou que a ela seria
to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco
obscuros provém principalmente da falta da releitu- horas a menos que em Greenwich.”
ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá-
compreensão por seu destinatário. O que nos parece rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada),
que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên- o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre-
cia de nossa experiência profissional, muitas vezes, tudo em texto oficial, que deve primar pela impes-
faz com que os tomemos como de conhecimento geral, soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha
o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, concisão, harmonia e unidade:
esclareça, precise os termos técnicos, o significado das
siglas e das abreviações e os conceitos específicos que
158 não possam ser dispensados.
“Apurado o resultado da consulta à população ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre,
acreana, verificou-se que a maioria da população o interesse público; o segundo, a abstração da pessoa-
se manifestou pela rejeição da alteração realizada lidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação
pela Lei nº11.662/2008. Não satisfeita com a nova administrativa ser exercida por intermédio de seus ser-
hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria vidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
da população do Acre demonstrou que a ela seria A redação oficial é elaborada sempre em nome do
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco
serviço público e sempre em atendimento ao interes-
horas menos que em Greenwich.”
se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje-
tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de
COESÃO E COERÊNCIA
outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
É indispensável que o texto tenha coesão e coerên-
cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har- que deve ser dado aos assuntos que constam das
monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o comunicações oficiais decorre:
texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão „ Da ausência de impressões individuais de quem
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. comunica: embora se trate, por exemplo, de um
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a expediente assinado por Chefe de determinada
coerência de um texto são: referência, substituição, Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
elipse e uso de conjunção. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
padronização, que permite que as comunicações
z Referência elaboradas em diferentes setores da administra-
ção pública guardem entre si certa uniformidade;
Diz respeito aos termos que se relacionam a outros „ Da impessoalidade de quem recebe a comuni-
necessários a sua interpretação. Esse mecanismo cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sem-
pode dar-se por retomada de um termo, relação com pre concebido como público, ou a uma instituição
o que é precedente no texto, ou por antecipação de um privada, a outro órgão ou a outra entidade públi-
termo cuja interpretação dependa do que se segue. ca. Em todos os casos, temos um destinatário con-
Exemplos: cebido de forma homogênea e impessoal; e
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup- „ Do caráter impessoal do próprio assunto tra-
ção. Ele aguardou a decisão do Plenário. tado: se o universo temático das comunicações
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi- oficiais se restringe a questões que dizem res-
natura e de identificação no documento.
peito ao interesse público, é natural não caber
qualquer tom particular ou pessoal.
z Substituição
Não há lugar na redação oficial para impressões
É a colocação de um item lexical no lugar de
outro(s) ou no lugar de uma oração. pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
Exemplos: carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor-
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
Executivo federal propôs reduzir as alíquotas. deve ser isenta da interferência da individualidade de
O ofício está pronto. O documento trata da exone- quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade
ração do servidor. e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
seguida, os prefeitos fizeram o mesmo. alcançada a necessária impessoalidade.

z Elipse FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO

Consiste na omissão de um termo recuperável pelo As comunicações administrativas devem ser sem-
contexto. pre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
Exemplo: (BRASIL, 2015). Isso é válido tanto para as comunicações
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria,
feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail, o docu-
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão
mento gerado no SEI! — O Sistema Eletrônico de Infor-
do verbo “regulamenta”).
mações é uma ferramenta de gestão de documentos —,
o documento em html etc.), quanto para os eventuais
Dica documentos impressos.
Outra estratégia para proporcionar coesão e coe- É imperativa, ainda, certa formalidade de trata-
LÍNGUA PORTUGUESA

rência ao texto é utilizar conjunção para estabele- mento. Não se trata somente do correto emprego deste
cer ligação entre orações, períodos ou parágrafos. ou daquele pronome de tratamento para uma autori-
Exemplo: dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
O Embaixador compareceu à reunião, pois iden- diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao
tificou o interesse de seu Governo pelo assunto. assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
IMPESSOALIDADE necessária uniformidade das comunicações. Ora, se
a administração pública federal é una, é natural que as
A impessoalidade decorre de princípio constitucio- comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta-
nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual,
aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a admi- exige que se atente para todas as características da redação
nistração pública proceda de modo a não privilegiar oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. 159
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes z Emprego dos pronomes de tratamento
para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
necessária a impressão, e a correta diagramação do Modernamente, então, temos:
texto são indispensáveis para a padronização. Consul-
te o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito „ Você (s): para tratamento informal;
de normas específicas para cada tipo de expediente. „ Senhor (e flexões): para tratamento cerimo-
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, nioso formal.
os atos normativos e os expedientes oficiais requerem
o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei- Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de
tos da gramática formal e emprega um léxico compar- tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do maneira indireta, para referenciar atributos da pes-
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
oficial por estar definido como padrão para tal ativi- atenção para o uso dos pronomes de tratamento em
dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais, três momentos distintos: no endereçamento, no voca-
morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se
vocabulares e as particularidades linguísticas. ao destinatário no início do documento. No corpo do
Recomendações: A língua culta é contra a pobre- texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento
za de expressão e não contra a sua simplicidade; em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça-
O uso do padrão culto não significa empregar a lín- mento é o texto utilizado no envelope que contém a
gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de lingua- correspondência oficial.
gem próprias do estilo literário; A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-
A consulta ao dicionário e à gramática é imperati- mes de tratamento no texto oficial.
va na redação de um bom texto.
Pode-se concluir que não existe propriamente um AUTORIDADE Presidente da República
padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma
padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, Excelentíssimo Senhor Presi-
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas VOCATIVO
dente da República,
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
consagre a utilização de uma forma de linguagem buro- TRATAMENTO
crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser NO CORPO DO Vossa Excelência
evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. TEXTO

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS ABREVIATURA Não se usa

A redação das comunicações oficiais deve, antes Presidente do Congresso


AUTORIDADE
de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Nacional
“Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há carac-
terísticas específicas de cada tipo de expediente, que ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas-
Excelentíssimo Senhor Presi-
sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a VOCATIVO
dente do Congresso Nacional,
quase todas as modalidades de comunicação oficial.
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
z Pronomes de tratamento CORPO DO TEXTO

De acordo com a forma como queremos ou deve- ABREVIATURA Não se usa


mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou
informal, empregamos determinados pronomes cha- Presidente do Supremo Tribunal
mados de tratamento. Assim, originalmente, usamos: AUTORIDADE
Federal
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
„ Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;
„ Você (s): para tratamento cerimonioso formal. Excelentíssimo Senhor Pre-
VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca- Federal,
ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos
o “você” para qualquer pessoa, independentemente de TRATAMENTO NO Vossa Excelência
haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer CORPO DO TEXTO
dizer nada, afinal por que a língua teria os dois prono-
ABREVIATURA Não se usa
mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima.
Essa informação nos ajuda a entender por que os
AUTORIDADE Vice-Presidente da República
dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono- ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
mes que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao con-
Senhor Vice-Presidente da
trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias VOCATIVO
República,
são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento
entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân- TRATAMENTO NO Vossa Excelência
cias devem realmente ser em 3ª pessoa. CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA V. Exa.
160
AUTORIDADE Ministro de Estado TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO Senhor Ministro,
Ministro do Tribunal de Contas
TRATAMENTO NO Vossa Excelência AUTORIDADE
da União
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
Senhor Ministro do Tribunal de
VOCATIVO
Secretário-Executivo de Minis- Contas da União,
AUTORIDADE tério e demais ocupantes TRATAMENTO NO Vossa Excelência
de cargos de natureza especial CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo,
Ministro dos Tribunais
TRATAMENTO NO Vossa Excelência AUTORIDADE
Superiores
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO Senhor Ministro,
AUTORIDADE Embaixador TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO Senhor Embaixador,

TRATAMENTO NO Vossa Excelência A profusão de normas estabelecendo hipóteses de


CORPO DO TEXTO tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência”
para categorias específicas tornou inviável arrolar
ABREVIATURA V. Exa. todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns
exemplos mais recorrentes.
Oficial-General das Forças
AUTORIDADE Concordância com os pronomes de tratamento
Armadas

ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Os pronomes de tratamento apresentam certas


peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nomi-
VOCATIVO Senhor + Posto, nal e pronominal. Embora se refiram à segunda pes-
TRATAMENTO NO Vossa Excelência soa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a
CORPO DO TEXTO concordância para a terceira pessoa.
Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria
ABREVIATURA V. Exa. são utilizados para se comunicar diretamente com o
receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
AUTORIDADE Outros postos militares Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
ENDEREÇAMENTO Ao Senhor pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E
não “Vossa Senhoria designará vosso substituto.”)
VOCATIVO Senhor + Posto, Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono-
TRATAMENTO NO Vossa Excelência mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
CORPO DO TEXTO da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o
ABREVIATURA V. Exa. correto é: Vossa Excelência está atarefado.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer
referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.:
AUTORIDADE Senador da República A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente).
LÍNGUA PORTUGUESA

VOCATIVO Senhor Senador, z Signatário

TRATAMENTO NO Vossa Excelência „ Cargos interino e substituto: na identificação


CORPO DO TEXTO do signatário, depois do nome do cargo, é pos-
ABREVIATURA V. Exa. sível utilizar os termos interino e substituto,
conforme situações a seguir: interino é aquele
nomeado para ocupar transitoriamente cargo
AUTORIDADE Deputado Federal público durante a vacância; substituto é aque-
le designado para exercer as atribuições de
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor cargo público vago ou no caso de afastamen-
VOCATIVO Senhor Deputado, to e impedimentos legais ou regulamentares
161
do titular. Esses termos devem ser utilizados As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas
depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgu- por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou
la e em minúsculo. Senhora seguido do cargo respectivo.
Exemplos:
Exemplos: Diretor-Geral interino;
Secretário-Executivo substituto.
Senhora Beneficiária;
Senhor Contribuinte.
„ Signatárias do sexo feminino

Na identificação do signatário, o cargo ocupado Na hipótese de comunicação com particular,


por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a
gênero feminino. forma utilizada pela instituição para referir-se ao
Exemplos: Ministra de Estado; interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte,
Secretária-Executiva interina; eleitor etc.
Técnica Administrativa; Exemplos:
Coordenadora Administrativa.
Senhora Senadora;
„ Grafia de cargos compostos: escrevem-se com Senhor Juiz;
hífen.
Senhora Ministra.
Exemplos:
Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-ge- Ainda, quando o destinatário for um particular, no
ral, relator-geral, ouvidor-geral; vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido
Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secre- do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo
tário, segundo-secretário; “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.
Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, Exemplos:
capitão-tenente;
Senhora [Nome];
Prezado Senhor.
Importante!
Nomes compostos com elemento de ligação Em comunicações oficiais, está abolido o uso de
preposicionado ficam sem hífen: general de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
exército, general de brigada, tenente-brigadeiro Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O
do ar, capitão de mar e guerra. tratamento por meio de Senhor confere a formalidade
desejada.

Cargos que denotam hierarquia dentro de uma z O padrão ofício


empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
-chefe, sócio-gerente, diretor-executivo; Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
Cargos formados por numerais: primeiro-minis- de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
tro, primeira-dama;
dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:
do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar
ex-diretor, vice-coordenador.
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren- chamamos de padrão ofício.
cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem- A distinção básica anterior entre os três era:
plo: o Presidente francês ou o presidente francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso „ Aviso: era expedido exclusivamente por Minis-
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco- tros de Estado, para autoridades de mesma
lha para a grafia de todos os elementos hifenizados: hierarquia;
pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden- „ Ofício: era expedido para e pelas demais auto-
te”, mas não “Vice-presidente”. ridades; e
„ Memorando: era expedido entre unidades
z Vocativo administrativas de um mesmo órgão.

O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
de vírgula.
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, uti-
ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento
liza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentís-
sima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula. aparece no documento oficial.
Exemplos:
z Partes do documento no padrão ofício
Excelentíssimo Senhor Presidente da República;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso „ Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na
Nacional; primeira página do documento, centraliza-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tri- do na área determinada pela formatação (ver
162 bunal Federal. subitem “5.2 Formatação e apresentação”).
No cabeçalho, deverão constar os seguintes Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,
elementos: endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrô-
nico oficial da instituição, podem ser informados no
„ Brasão de Armas da República: no topo da rodapé do documento, centralizados.
página. Não há necessidade de ser aplicado em
z Identificação do expediente
cores. O uso de marca da instituição deve ser
evitado na correspondência oficial para não se Os documentos oficiais devem ser identificados da
sobrepor ao Brasão de Armas da República. seguinte maneira:

„ Nome do documento: tipo de expediente por


extenso, com todas as letras maiúsculas;
„ Indicação de numeração: abreviatura da
palavra “número”, padronizada como No;
„ Informações do documento: número, ano
(com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que
expede o documento, da menor para a maior
hierarquia, separados por barra (/); e
„ Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo: Ofício Nº 652/2018/SAA/SE/MT

z Local e data do documento

Na grafia de datas em um documento, o conteúdo


deve constar da seguinte forma:
O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas
da República pode ser localizado no sítio eletrôni- „ Composição: local e data do documento;
„ Informação de local: nome da cidade onde foi
co da Presidência da República, na seção Símbolos
expedido o documento, seguido de vírgula. Não
Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov. se deve utilizar a sigla da unidade da federação
br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/ depois do nome da cidade;
brasao/brasao-da-republica.jpg/view „ Dia do mês: em numeração ordinal se for o
No caso de documento a ser impresso, exclusiva- primeiro dia do mês e em numeração cardinal
mente quando o signatário for o Presidente da Repú- para os demais dias do mês. Não se deve uti-
lizar zero à esquerda do número que indica o
blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de
dia do mês;
autarquia, será utilizado timbre em relevo branco, „ Nome do mês: deve ser escrito com inicial
nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de minúscula;
novembro de 1977. „ Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
„ Alinhamento: o texto da data deve ser alinha-
„ Nome do órgão principal; do à margem direita da página.
„ Nomes dos órgãos secundários, quando neces-
Exemplo:
sários, da maior para a menor hierarquia; e
Brasília, 2 de fevereiro de 2018.
„ Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
z Endereçamento
Exemplo:
O endereçamento é a parte do documento que
informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:

„ Vocativo: na forma de tratamento adequada


para quem receberá o expediente (ver subitem
“4.1 Pronomes de tratamento”);
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Nome: nome do destinatário do expediente;


„ Cargo: cargo do destinatário do expediente;
„ Endereço: endereço postal de quem receberá o
expediente, dividido em duas linhas:

Primeira linha: informação de localidade/logra-


douro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo
órgão, informação do setor;
Segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
[Nome do órgão] ração, separados por espaço simples. Na separação
entre cidade e unidade da federação pode ser substi-
[Secretaria/Diretoria] tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso
[Departamento/Setor/Entidade] 163
de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a infor- Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado;
mação do CEP, podendo ficar apenas a informação da se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto,
cidade/unidade da federação; e elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que
confere maior clareza à exposição; e
„ Alinhamento: à margem esquerda da página. Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o
assunto.
O pronome de tratamento no endereçamento das
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por „ Quando forem usados para encaminhamento
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce- de documentos, a estrutura é modificada:
lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Introdução: deve iniciar com referência ao expe-
Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A com a informação do motivo da comunicação, que é
Sua Senhoria a Senhora”. encaminhar, indicando a seguir os dados completos
Exemplos: do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
A Sua Excelência o Senhor signatário e assunto de que se trata) e a razão pela
[Nome] qual está sendo encaminhado; e
Ministro de Estado da Justiça Exemplos:
Esplanada dos Ministérios Bloco T Em resposta ao Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de
70064-900 Brasília/DF 2018, encaminho cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de
2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que
À Senhora trata da requisição do servidor Fulano de Tal.
[Nome] Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia
Diretora de Gestão de Pessoas do Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presiden-
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I te da Confederação Nacional da Indústria, a respeito
70070-030 Brasília. DF de projeto de modernização de técnicas agrícolas na
região Nordeste.
z Assunto Desenvolvimento: se o autor da comunicação
desejar fazer algum comentário a respeito do docu-
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o mento que encaminha, poderá acrescentar pará-
documento, de forma sucinta. grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há
Ele deve ser grafado da seguinte maneira: parágrafos de desenvolvimento em expediente usado
para encaminhamento de documentos.
„ Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase
que define o conteúdo do documento, seguida de „ Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o tex-
dois-pontos; to do documento deve ser formatado da seguinte
„ Descrição do assunto: a frase que descreve o maneira:
conteúdo do documento deve ser escrita com
inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos Alinhamento: justificado;
e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; Espaçamento entre linhas: simples;
„ Destaque: todo o texto referente ao assun- Parágrafos:
to, inclusive o título, deve ser destacado em Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
negrito; cada parágrafo;
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois do Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
assunto; e gem esquerda;
„ Alinhamento: à margem esquerda da página. Numeração dos parágrafos: apenas quando o
documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-
Exemplos: meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão
julho/2018. Dica
Assunto: Aquisição de computadores.
Houve alteração das fontes e símbolos de Times
z Texto do documento New Roman para Calibri ou Carlito.

O texto do documento oficial deve seguir a seguin- z Fechos para comunicações


te padronização de estrutura:
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da
„ Nos casos em que não seja usado para enca- finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destina-
minhamento de documentos, o expediente tário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados
deve conter a seguinte estrutura: foram regulados pela Portaria nº 1, de 1937, do Ministé-
rio da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
Introdução: em que é apresentado o objetivo da Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, este Manual estabelece o emprego de somente dois
Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira fechos diferentes para todas as modalidades de comu-
empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico; nicação oficial:

164
Para autoridades de hierarquia superior à do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
tradição próprios.

„ O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:

Alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;


Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
Espaçamento entre linhas: simples;
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo e não deve ser numerado.

z Identificação do signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais
devem informar o signatário segundo o padrão:

„ Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha
acima do nome do signatário;
„ Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As pre-
posições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
„ Alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira
para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Exemplo:

(espaço para assinatura)


NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

z Numeração das páginas

A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser centrali-
zada na página e obedecer à seguinte formatação:

„ Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e


„ Fonte: Calibri ou Carlito.

z Formatação e apresentação

Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:

„ Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);


„ Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
„ Margem lateral direita: 1,5 cm;
„ Margens superior e inferior: 2 cm;
„ Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
„ Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
„ Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
„ Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão
LÍNGUA PORTUGUESA

colorida para gráficos e ilustrações;


„ Destaques: para destaques, deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico,
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que
afete a sobriedade e a padronização do documento;
„ Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
„ Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preserva-
do para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferen-
cialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no
serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
„ Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:

165
tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
Seguem exemplos de Ofício:

166
(29,7 cm x 21 cm)

LÍNGUA PORTUGUESA

167
168
TIPOS DE DOCUMENTOS

z Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:

„ [Nome do Expediente] + Circular: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
„ [Nome do Expediente] + Conjunto: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente
para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
„ [Nome do Expediente] + Conjunto Circular: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo
expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:
Ofício Circular Nº 652/2018/MEC
Ofício Conjunto Nº 368/2018/SECEX/SAJ
Ofício Conjunto Circular Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas
ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

z Exposição de Motivos

Exposição de Motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:


propor alguma medida; submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou informá-lo de determinado
assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.

z Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

„ Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
„ Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
„ Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:

„ Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


„ Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições
normativas no âmbito do Poder Executivo;
„ Conferir transparência aos atos propostos;
„ Resumir os principais aspectos da proposta; e
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos


ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.

z Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)


O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
169
Exemplo de exposição de motivos:

170
z Mensagem As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
A Mensagem é o instrumento de comunicação
oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notada- „ Encaminhamento de proposta de emenda
LÍNGUA PORTUGUESA

mente, as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder constitucional, de projeto de lei ordinária,
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre de projeto de lei complementar e os que
fato da administração pública; para expor o plano de compreendem plano plurianual, diretrizes
governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; orçamentárias, orçamentos anuais e crédi-
para submeter ao Congresso Nacional matérias que tos adicionais: os projetos de lei ordinária ou
dependem de deliberação de suas Casas; para apre- complementar são enviados em regime normal
sentar veto; enfim, fazer comunicações do que seja de (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constitui-
interesse dos Poderes Públicos e da Nação. ção, art. 64, §§ 1º a 4º). O projeto pode ser enca-
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos minhado sob o regime normal e, mais tarde, ser
ministérios à Presidência da República, a cujas asses- objeto de nova mensagem, com solicitação de
sorias caberá a redação final. urgência.
171
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para
membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada exame e parecer da Comissão Mista permanen-
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil te (Constituição, art. 166, § 1º), sob pena de a
da Presidência da República ao Primeiro-Secretário Câmara dos Deputados realizar a tomada de
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua contas (Constituição, art. 51, caput, inciso II) em
tramitação (Constituição, art. 64, caput). procedimento disciplinado no art. 215 do seu
Quanto aos projetos de lei que compreendem pla- Regimento Interno.
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos „ Mensagem de abertura da sessão legislati-
va: deve conter o plano de governo, exposição
anuais e créditos adicionais, as mensagens de enca-
sobre a situação do país e a solicitação de pro-
minhamento dirigem-se aos membros do Congresso
vidências que julgar necessárias (Constituição,
Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao art. 84, inciso XI). O portador da mensagem é o
Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão é que Chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-
o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congres- ca. Esta mensagem difere das demais, porque
sual em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma vai encadernada e é distribuída a todos os con-
do regimento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso gressistas em forma de livro.
Nacional, está o Presidente do Senado Federal (Consti- „ Comunicação de sanção (com restituição
tuição, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas. de autógrafos): esta mensagem é dirigida aos
Membros do Congresso Nacional, encaminhada
„ Encaminhamento de medida provisória: por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde
para dar cumprimento ao disposto no art. 62 se originaram os autógrafos. nela se informa
da Constituição, o Presidente da República o número que tomou a lei e se restituem dois
encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a exemplares dos três autógrafos recebidos, nos
seus Membros, com ofício para o Primeiro-Se- quais o Presidente da República terá aposto o
cretário do Senado Federal, juntando cópia da despacho de sanção.
„ Comunicação de veto: dirigida ao Presidente
medida provisória.
do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
„ Indicação de autoridades: nas mensagens que
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se
submetem ao Senado Federal a indicação de o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e
pessoas para ocuparem determinados cargos as razões do veto. Seu texto é publicado na ínte-
(magistrados dos tribunais superiores, ministros gra no Diário Oficial da União, ao contrário das
do Tribunal de Contas da União, presidentes e demais mensagens, cuja publicação se restrin-
diretores do Banco Central, Procurador-Geral da ge à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
República, chefes de missão diplomática, diretores „ Outras mensagens remetidas ao Legislativo:
e conselheiros de agências etc.) têm em vista que
a Constituição, incisos III e IV do caput do art. 52, Apreciação de intervenção federal (Constituição,
atribui àquela Casa do Congresso Nacional compe- art. 36, § 2º).
tência privativa para aprovar a indicação. Encaminhamento de atos internacionais que acar-
retam encargos ou compromissos gravosos (Constitui-
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a ção, art. 49, caput, inciso I);
informação do número de Cadastro de Pessoa Físi- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis
ca, acompanha a mensagem. às operações e prestações interestaduais e de exporta-
ção (Constituição, art. 155, § 2º, inciso IV);
Proposta de fixação de limites globais para o mon-
„ Pedido de autorização para o Presidente ou
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,
o Vice-Presidente da República se ausenta-
caput, inciso VI);
rem do país por mais de 15 dias: trata-se de Pedido de autorização para operações financeiras
exigência constitucional (Constituição, art. 49, externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da Convocação extraordinária do Congresso Nacional
competência privativa do Congresso Nacional. O (Constituição, art. 57, § 6º);
Presidente da República, tradicionalmente, por Pedido de autorização para exonerar o Procura-
cortesia, quando a ausência é por prazo inferior dor-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso
a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do XI, e art. 128, § 2º);
Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. Pedido de autorização para declarar guerra e decretar
„ Encaminhamento de atos de concessão e de mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
renovação de concessão de emissoras de rádio Pedido de autorização ou referendo para celebrar
e TV: a obrigação de submeter tais atos à aprecia- a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
ção do Congresso Nacional consta no inciso XII do Justificativa para decretação do estado de defesa
caput do art. 49 da Constituição. Somente produ- ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
zirão efeitos legais a outorga ou a renovação da Pedido de autorização para decretar o estado de
concessão após deliberação do Congresso Nacio- sítio (Constituição, art. 137);
nal (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na Relato das medidas praticadas na vigência do estado de
mensagem a urgência prevista na Constituição, sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
art. 64, uma vez que o § 1º do art. 223 já define Proposta de modificação de projetos de leis que
o prazo da tramitação. Além do ato de outorga compreendem plano plurianual, diretrizes orçamen-
ou renovação, acompanha a mensagem o corres- tárias, orçamentos anuais e créditos adicionais (Cons-
pondente processo administrativo. tituição, art. 166, § 5º);
„ Encaminhamento das contas referentes ao Pedido de autorização para utilizar recursos que
exercício anterior: o Presidente da República ficarem sem despesas correspondentes, em decorrên-
tem o prazo de 60 dias após a abertura da ses- cia de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça-
são legislativa para enviar ao Congresso Nacio- mentária anual (Constituição, art. 166, § 8º);
172 nal as contas referentes ao exercício anterior
Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição,
art. 188, § 1º).

z Forma e estrutura

As mensagens contêm:

„ Brasão: timbre em relevo branco


„ Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
„ Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário,
com o recuo de parágrafo dado ao texto;
„ Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
„ Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu
signatário.
Exemplo de mensagem:

LÍNGUA PORTUGUESA

173
z Correio eletrônico (e-mail) z Saudação inicial/vocativo

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
prática comum, não só em âmbito privado, mas tam- por uma saudação. Quando endereçado para outras
bém na administração pública. O termo e-mail pode ser instituições, para receptores desconhecidos ou para
empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou
sistema de transmissão de mensagem eletrônica. “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- Senhor”, “Prezada Senhora”.
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- Exemplos:
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível
com uma comunicação oficial. Senhor Coordenador,
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- Prezada Senhora,
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a
extensão “.gov.br”, por exemplo. z Fecho
Como sistema de transmissão de mensagens ele-
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
mou-se na principal forma de envio e recebimento de ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
documentos na administração pública. uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
z Valor documental
devem ser utilizados em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
documental, isto é, para que possa ser aceito como deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
documento original, é necessário existir certificação outro documento oficial.
digital que ateste a identidade do remetente, segundo
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- z Bloco de texto da assinatura
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra-
sileira – ICP-Brasil. Sugere-se que todas as instituições da administra-
O destinatário poderá reconhecer como válido ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
o e-mail sem certificação digital ou com certificação A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio Exemplo:
documento físico assinado ou por meio eletrônico
reconhecido pela ICP-Brasil. Maria da Silva
Salvo lei específica, não é dado ao ente público Assessora
impor a aceitação de documento eletrônico que não Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
atenda os parâmetros da ICP-Brasil. (61)XXXX-XXXX

z Forma e estrutura z Anexos

Um dos atrativos de comunicação por correio A possibilidade de anexar documentos, planilhas


eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
sa definir padronização da mensagem comunicada. do e-mail. A mensagem que encaminha algum arqui-
No entanto, devem-se observar algumas orientações vo deve trazer informações mínimas sobre o conteú-
quanto à sua estrutura. do do anexo.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele
z Campo “Assunto” é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo
no corpo do correio eletrônico.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami-
O assunto deve ser o mais claro e específico pos-
nhamento de anexos nas mensagens de resposta.
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
Os arquivos anexados devem estar em formatos
Assim, quem irá receber a mensagem identificará
usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, Quando se tratar de documento ainda em discussão,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
correio eletrônico. formato que possa ser editado.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen-
te o conteúdo completo da mensagem para que não z Recomendações
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um „ Sempre que necessário, deve-se utilizar recur-
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião so de confirmação de leitura. Caso não esteja
sobre a Reforma da Previdência”. disponível, deve constar da mensagem pedido
de confirmação de recebimento;
z Local e data „ Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos
computadores, mantêm-se a recomendação de
São desnecessários no corpo da mensagem, uma tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos ofi-
vez que o próprio sistema apresenta essa informação. ciais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
174
„ Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
„ A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros
documentos oficiais;
„ O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser utilizados;
„ Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das
conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
„ Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
agressividade de parte do emissor da comunicação.
„ Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de
logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
„ Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.

DOCUMENTOS OFICIAIS E COMERCIAIS

z Ata

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim.

z Normas

Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.

Comércio de Peças 24 horas Ltda.


DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº
280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando
mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,
secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande
circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -
tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo
qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.

Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal, Malandro de Tal, Enrolando


de Tal, Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal, Coriolano de Bial.

z Atestado
LÍNGUA PORTUGUESA

Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando, a verdade a respeito de determi-
nado fato.
As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios.

„ Como fazer:

O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado.
175
„ A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem:

Título, ou seja, a palavra atestado em maiúsculas;


Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e identi-
ficação da pessoa que solicitou;
Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta.

Secretaria de Segurança Pública


ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES
Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua Fagundes
Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos arqui-
vos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.

São Paulo, 9 de setembro de 2009.

Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP

z Circular

Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional, e o endereçamento vai no envelope.

CIRCULAR GERAL Nº 58, Porto Alegre, 17 de dezembro de 1998.

ASSUNTO: Obras no Estacionamento

Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
Atenciosamente,

Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios

z Declaração

Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de

„ Título: DECLARAÇÃO;
„ Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas0, residência, domicílio, finali-
dade e exposição de assunto;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

176
DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl,
trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.

Manaus, 20 de abril de 2007

ClarkKent
_____________________
Super Homem

z Requerimentos

Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:

„ Nome e qualificação do requerente;


„ Exposição e solicitação;
„ Pedido de deferimento;
„ Local e data;
„ Assinatura.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comercial,
vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de utili-
dade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.

Termos em que pede


deferimento.
Brasília, 25 de setembro de 2006.

João Paulo Silva


Gerente Comercial
Crotalo Nefasto
LÍNGUA PORTUGUESA

Importante!
Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
os seus prepostos desde que devidamente credenciados.

z Relatório

É a modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minucio-
sa, daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de

„ Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas); 177


„ Vocativo - relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);
„ Introdução - apresentação do observador e do fato observado;
„ Texto - exposição cronológica do fato observado;
„ Fecho;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO

Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Distrito Federal – SR/


DPF/DF,

No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Combate


ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacional de
Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP).
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação de
22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12) do Brasil.
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como:
o diretor de Inteligência Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da
Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO JACINTO CAETANO; o coordenador de Polícia
Criminal Internacional, DPF ALBERTO LASSERRE KRATZ FILHO; além desta signatária;
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do Mercosul,
Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos Gabriel Heredia,
da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez, do
Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do Ministério da Justiça do Brasil.
Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP, DPF Mirânjela
M. B. Leite, que destacou as atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do
Centro, Cel. Hugo Greca; o diretor da ANP; e o diretor de Inteligência Policial. Todos destacaram a
importância da integração entre as forças de segurança pública do MERCOSUL e países associados,
como fundamental para buscar a eficácia no combate a criminalidade em todos os países.
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate
ao Crime Organizado, Delegado de Polícia Federal, Getúlio Bezerra dos Santos,
proferiu palestra, de uma hora, abordando o tema: Crime Organizado no Mercosul.
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF
Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do Chile
Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária.
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de
Coordenação e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação
continuada das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada
de pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países.
Ao final foram entregues certificados a todos os participantes.

Brasília, 3 de janeiro de 2007.

Mariângela Margarida da Nata Leite


Mariângela Margarida da Nata Leite
Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC

z Parecer

Forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.

„ Vocativo;
„ Identificação do especialista;
„ Introdução - apresentação do assunto;
„ Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

178
Ref. Ação 001/1.01.0000000-0

Sr. Juiz,

Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil,
como Autor, e Réunaldo Culpaldo, como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em
questão, situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista.
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na
presença do Réu e dos procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no
terreno da matrícula MA 8875H (Anexo I) existe uma área construída de 137,60m2 composta
por duas casas, uma em madeira e outra em alvenaria (Fotografias 1 e 2, Tabela 1); e (b) o
valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).

Para apreciação de V. Exa.,


Respeitosamente,
Cidade, 7 de abril de 2008.

Eugênio Da Silva Civil


Profissional
Engenheiro Civil

É muito importante deixar claro que o Decreto Objeto e âmbito de aplicação


9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual
de Redação da Presidência da República. “O Decreto Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de trata-
dispõe sobre a forma de tratamento empregada na mento empregada na comunicação, oral ou escri-
comunicação, oral ou escrita, com agentes públicos ta, com agentes públicos da administração pública
da administração pública federal direta e indireta, federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder
e sobre a forma de endereçamento de comunicações Executivo Federal), e sobre a forma de endereça-
escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão mento de comunicações escritas a eles dirigidas.
novas regras aplicadas às redações oficiais realiza- § 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô-
nias das quais o agente público federal participe.
das a partir dessa data apenas entre os agentes do
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:
Poder Executivo Federal.
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo
Comunicações destinadas aos outros poderes
efetivo;
permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará 2. aos militares das Forças Armadas ou das forças
alteração em provas de concurso caso o edital traga auxiliares;
orientações que orientem sobre as mudanças per- 3. aos empregados públicos;
tinentes a esse decreto, indicando claramente que 4. ao pessoal temporário;
serão cobradas as legislações correlatas ou especifi- 5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e
cando o Decreto nº. 9.758, de 11 de abril de 2019. Do aos presidentes de empresas públicas e sociedades
contrário, valem unicamente as determinações que de economia mista;
estão no manual. 6. aos empregados terceirizados que exercem ativi-
Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si. dades diretamente para os entes da administração
LÍNGUA PORTUGUESA

Observa-se que as alterações se aplicam clara- pública federal;


mente às formas de emprego dos pronomes de 7. aos ocupantes de cargos em comissão e de fun-
tratamento. ções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierár-
DECRETO Nº. 9.758, DE 11 DE ABRIL DE 2019 quico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
§ 3º Este Decreto não se aplica:
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endere-
1. às comunicações entre agentes públicos federais
çamento nas comunicações com agentes públicos da e autoridades estrangeiras ou de organismos inter-
administração pública federal. nacionais; e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui- 2. às comunicações entre agentes públicos da admi-
ção que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea nistração pública federal e agentes públicos do
“a”, da Constituição, DECRETA: Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal 179
de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério o quarto da nova casa em que estava morando e não
Público ou de outros entes federativos, na hipótese conseguia me lembrar de como havia chegado até ali.
de exigência de tratamento especial pela outra par- E a insistente pergunta, martelando, martelando... De
te, com base em norma aplicável ao órgão, à entida- que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indaga-
de ou aos ocupantes dos cargos. ção havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre
um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor
Pronome de tratamento adequado seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio
tinha sido um mero pensamento interrogativo, naquela
noite se transformou em uma dolorosa pergunta car-
Art. 2º O único pronome de tratamento utiliza-
regada de um tom acusativo. Então, eu não sabia de
do na comunicação com agentes públicos federais é
que cor eram os olhos de minha mãe? [...]
“senhor”, independentemente do nível hierárquico,
da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Parágrafo único. O pronome de tratamento é fle- E quando, após longos dias de viagem para chegar à
xionado para o feminino e para o plural. minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de
minha mãe, sabem o que vi? Sabem o que vi?
Formas de tratamento vedadas
Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz.
Mas, eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes
minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a
públicos federais o uso das formas de tratamento,
face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, sere-
ainda que abreviadas:
namente em si, águas correntezas. Por isso, prantos
1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de
2. Vossa Senhoria;
minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe
3. Vossa Magnificência;
Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para
4. doutor;
quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim,
5. ilustre ou ilustríssimo;
águas de Mamãe Oxum.
6. digno ou digníssimo; e
7. respeitável.
Conceição Evaristo. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016,
§ 1º O agente público federal que exigir o uso p.15-9.
dos pronomes de tratamento de que trata o
caput, mediante invocação de normas espe-
No trecho “Atordoada, custei reconhecer o quarto da
ciais referentes ao cargo ou carreira, deverá
nova casa em que estava morando e não conseguia
tratar o interlocutor do mesmo modo.
me lembrar de como havia chegado até ali” , do texto
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo
CG3A2-I, a palavra “Atordoada” poderia ser substituí-
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente
da, sem alterar os sentidos do texto, pela palavra:
caso haja erro na forma de tratamento empregada.

a) Lúcida.
Endereçamento de comunicações
b) Veloz.
c) Sonolenta.
Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigi-
d) Atônita.
das a agentes públicos federais não conterá prono-
e) Tímida.
me de tratamento ou o nome do agente público.
Parágrafo único.  Poderão constar o pronome de
tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do 2. (CESPE-CEBRASPE – 2020)
destinatário nas hipóteses de: Ele entrou tarde no restaurante. Poderia ter uns ses-
1. a mera indicação do cargo ou da função e do senta anos, era alto, corpulento, de cabelos brancos,
setor da administração ser insuficiente para a iden- sobrancelhas espessas e mãos potentes. Num dedo o
tificação do destinatário; ou anel de sua força. Sentou-se amplo e sólido.
2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente Perdi-o de vista e enquanto comia observei de novo a
público específico. mulher magra de chapéu. Ela ria com a boca cheia e
rebrilhava os olhos escuros.
Vigência No momento em que eu levava o garfo à boca, olhei-o.
Ei-lo de olhos fechados mastigando pão com vigor e
Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio
mecanismo, os dois punhos cerrados sobre a mesa. Con-
de 2019. tinuei comendo e olhando. O garçom dispunha os pratos
Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência sobre a toalha. Mas o velho mantinha os olhos fecha-
e 131º da República. dos. A um gesto mais vivo do criado ele os abriu com tal
brusquidão que este mesmo movimento se comunicou
JAIR MESSIAS BOLSONARO às grandes mãos e um garfo caiu. O garçom sussurrou
palavras amáveis abaixando-se para apanhá-lo; ele não
respondia. Porque agora desperto, virava subitamente a
carne de um lado e de outro, examinava-a com veemên-
HORA DE PRATICAR! cia, a ponta da língua aparecendo — apalpava o bife com
as costas do garfo, quase o cheirava, mexendo a boca
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) de antemão. E começava a cortá-lo com um movimento
inútil de vigor de todo o corpo. Olhei para o meu prato.
Quando fitei-o de novo, ele estava em plena glória do jan-
Texto CG3A2-I
tar, mastigando de boca aberta, passando a língua pelos
dentes, com o olhar fixo na luz do teto.
Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estra-
nha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram
Clarice Lispector. O jantar. In: Laços de família: contos. Rio de
os olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer Janeiro: Rocco, 1998 (com adaptações).
180
Julgue o item que se segue, relativos às ideias e aos probabilidade de alcançar determinado resultado ou outro,
aspectos linguísticos do texto precedente. mas em geral não podemos prever qual deles acontecerá.
No trecho “Porque agora desperto, virava subitamente Essa quebra de rumo com relação a centenas de anos de
a carne de um lado e de outro”, no terceiro parágrafo, pensamento científico já é suficientemente chocante, mas
o vocábulo “porque”, introduz, no período em que se há outro aspecto da teoria quântica que nos confunde ain-
insere, uma ideia de finalidade. da mais, embora desperte menos atenção. Depois de anos
de criterioso estudo da mecânica quântica, e depois da acu-
( ) CERTO  ( ) ERRADO mulação de uma pletora de dados que confirmam suas pre-
visões probabilísticas, ninguém até hoje soube explicar por
3. (CESPE-CEBRASPE – 2020) que razão apenas uma das muitas resoluções possíveis
de qualquer situação que se estude torna-se real. Quando
Desde pequeno, tive tendência para personificar as fazemos experimentos, quando examinamos o mundo,
coisas. Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, todos estamos de acordo com o fato de que deparamos
sempre gritava: “Vem pra dentro, menino, olha o mor- com uma realidade única e definida. Contudo, mais de um
maço!” Mas eu ouvia o mormaço com M maiúsculo. século depois do início da revolução quântica, não há con-
Mormaço, para mim, era um velho que pegava crian- senso entre os físicos quanto à razão e à forma de compa-
ças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando leio que tibilizar esse fato básico com a expressão matemática da
alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo teoria.
com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arque-
jante, de preto, brandindo um guarda-chuva, com um Brian Greene. A realidade oculta: universos paralelos e as leis
gogó protuberante que se abaixa e levanta no excita- profundas do cosmo. José Viegas Jr. (Trad.) São Paulo: Cia das
mento da perseguição. E já estava devidamente gran- Letras, 2012, p. 15-16 (com adaptações).
dezinho, pois devia contar uns trinta anos, quando
me fui, com um grupo de colegas, a ver o lançamen- Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A-
to da pedra fundamental da ponte Uruguaiana-Libres, 1-I, julgue o item a seguir.
ocasião de grandes solenidades, com os presidentes Texto CG1A1-I No quinto período do texto, a forma ver-
Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que fomos bal “estude” expressa uma exigência.
alojados os do meu grupo num casarão que creio fos-
se a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Argentina. Era como um alojamento de quartel, com
breve espaço entre as camas e todas as portas e jane- 5. (CESPE-CEBRASPE – 2020)
las abertas, tudo com os alegres incômodos e duvido-
sos encantos de uma coletividade democrática. Pois Texto CG1A2-I
lá pelas tantas da noite, como eu pressentisse, em
meu entredormir, um vulto junto à minha cama, sen- A empatia é, em termos simples, a habilidade de se
tei-me estremunhado e olhei atônito para um tipo de colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, lei-
chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e tor, escuta uma história sobre uma criança que teve
chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda muitos problemas de saúde, que vem de uma família
interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de
calma: emoção: o dó, que é a simpatia; ou colocar-se no lugar
daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar
— Pois é! Não vê que eu sou o sereno... entender o que ela sentia, enxergar o panorama a
partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de com-
Mário Quintana. In: As cem melhores crônicas brasileiras. São Paulo: preender emoções e sentimentos de outras pessoas”,
Objetiva, 2007. explica Rodrigo Scaranari, da Sociedade Brasileira de
Inteligência Emocional.
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguís-
ticos do texto precedente, julgue o próximo item. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida
No texto, a letra maiúscula é empregada em todos os — ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício
substantivos que nomeiam aquilo que o autor personi- passa pelo autoconhecimento: para compreender
ficava, seja quando criança, seja já adulto, para indicar a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o
tratar- se de nome próprio. que se passa dentro da própria cabeça. “Assim como
podemos treinar os bíceps na academia, e ficar mais
( ) CERTO  ( ) ERRADO fortes, podemos ser cada vez mais empáticos com a
prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”,
4. (CESPE-CEBRASPE – 2020) explica a professora Anita Nowak, pesquisadora da
LÍNGUA PORTUGUESA

empatia e diretora da Área de Iniciativas Sociais e Eco-


Texto CG1A­1-I nômicas da Universidade McGill, em Montreal.

Algumas das primeiras incursões pelos mundos paralelos Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o
ocorreram na década de 50 do século passado, graças ao psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fanti-
ni, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a
trabalho de pesquisadores interessados em certos aspec-
empatia seria “uma forma de restabelecer um contato
tos da mecânica quântica — teoria desenvolvida para expli-
com um objeto de amor perdido, uma parte incom-
car os fenômenos que ocorrem no reino microscópico dos
preendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma
átomos e das partículas subatômicas. A mecânica quânti-
humanidade compartilhada, sentimentos que também
ca quebrou o molde da mecânica clássica, que a antece-
temos e que são aplicados em situações completa-
deu, ao firmar o conceito de que as previsões científicas
mente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no
são necessariamente probabilísticas. Podemos prever a
próximo, temos empatia. 181
Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não 7. (CESPE-CEBRASPE – 2020)
só quem o desenvolve, mas também o emissor. “A
empatia é, sem dúvida nenhuma, uma das habilidades Em qualquer tempo ou lugar, a vida social é sempre
mais importantes para que se tenha uma boa convivên- marcada por rituais. Essa afirmação pode ser inespera-
cia social, interferindo diretamente tanto no sucesso da para muitos, porque tendemos a negar tanto a exis-
pessoal como no profissional. Ao entender melhor as
tência quanto a importância dos rituais na nossa vida
emoções e as necessidades de cada um, temos menos
dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais cotidiana. Em geral, consideramos que rituais seriam
em qualquer ambiente ou situação”, afirma Rodrigo. eventos de sociedades históricas, da vida na corte euro-
peia, por exemplo, ou, em outro extremo, de sociedades
Juliana Contaifer e Renata Rusky. indígenas. Entre nós, a inclinação inicial é diminuir sua
relevância. Muitas vezes comentamos “Ah, foi apenas
Colocando-se no lugar do outro. In: Correio Braziliense, 1/1/2017. um ritual”, querendo enfatizar exatamente que o evento
Internet: <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações). em questão não teve maior significado e conteúdo. Por
exemplo, um discurso pode receber esse comentário
No texto CG1A2-I, o emprego da forma verbal “seria” se for considerado superficial em relação à expectativa
expressa de um importante comunicado. Ritual, nesse caso, é a
dimensão menos importante de um evento, sinal de uma
a) um fato que se passa no presente. forma vazia, algo pouco sério — e, portanto, “apenas um
b) uma concepção ou hipótese.
ritual”. Agimos como se desconhecêssemos que forma
c) um fato passado não habitual.
d) algo impossível de se realizar. e conteúdo estão sempre combinados e associamos
e) um fato ocorrido no passado e totalmente concluído. o ritual apenas à forma, isto é, à convencionalidade, à
rigidez, ao tradicionalismo. Tudo se passa como se nós,
6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) modernos, guiados pela livre vontade, estivéssemos libe-
rados desse fenômeno do passado. Em suma, usamos o
“Desprezo o que dizes, mas defenderei até a morte o termo ritual no dia a dia com uma conotação de fenôme-
teu direito a dizê-lo.” É com essa afirmação atribuída no formal e arcaico.
a Voltaire, filósofo do iluminismo francês, que Nigel
Warburton principia o seu ensaio sobre liberdade de Mariza Peirano. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
expressão. A liberdade de expressão — entendida em Editor, 2003, p. 7-8 (com adaptações).
sentido amplo, em que se incluem a palavra escrita, as
peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos
cartuns, as pinturas, entre outros — é um direito con- linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
sagrado no artigo 19.º da Declaração Universal dos A substituição da conjunção “porque” pela locução de
Direitos do Homem, de 1948. modo que preservaria os sentidos originais do texto.
A liberdade de expressão é particularmente valiosa em
( ) CERTO  ( ) ERRADO
uma sociedade democrática, ao ponto de haver quem
sustente que, na ausência de uma ampla liberdade de
expressão, nenhum governo seria de todo legítimo e não 8. (CESPE-CEBRASPE – 2020)
deveria ser denominado democrático. Essa é a perspec-
tiva defendida por Ronald Dworkin, para quem “A livre Entre todos os fatores técnicos da mobilidade, um papel
expressão é uma das condições de um governo legítimo. particularmente importante foi desempenhado pelo
As leis e políticas não são legítimas a menos que tenham transporte da informação — o tipo de comunicação que
sido adotadas por meio de um processo democrático, e não envolve o movimento de corpos físicos ou só o faz
um processo não é democrático se o governo impediu secundária e marginalmente. Desenvolveram-se, de
alguém de exprimir as suas convicções acerca de quais forma consistente, meios técnicos que também permi-
devem ser essas leis e políticas”.
tiram à informação viajar independentemente dos seus
portadores físicos — e independentemente também dos
Desde os alvores da democracia ateniense, são sobe-
objetos sobre os quais informava: meios que liberta-
jamente conhecidas as suas relações com a argu-
mentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a ram os “significantes” do controle dos “significados”. A
argumentação podem ser postas ao serviço da menti- separação dos movimentos da informação em relação
ra e da manipulação, também em relação à liberdade aos movimentos dos seus portadores e objetos permi-
de expressão se coloca a dos seus limites. tiu, por sua vez, a diferenciação de suas velocidades; o
movimento da informação ganhava velocidade num
Internet: <https://agora-m.blogs.sapo.pt> (com adaptações). ritmo muito mais rápido que a viagem dos corpos ou a
mudança da situação sobre a qual se informava. Afinal,
Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos lin- o aparecimento da rede mundial de computadores pôs
guísticos do texto precedente, julgue o item, seguinte. fim — no que diz respeito à informação — à própria noção
Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sen- de “viagem” (e de “distância” a ser percorrida), o que tor-
tidos originais do texto, o trecho “em que se incluem nou a informação instantaneamente disponível em todo
a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os o planeta, tanto na teoria como na prática.
vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas, entre
outros” poderia ser reescrito da seguinte forma: onde Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas.
se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os fil- Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1999 (com
mes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas adaptações).
e entre outros.
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos
182 ( ) CERTO  ( ) ERRADO do texto precedente, julgue o item a seguir.
A supressão do acento indicativo de crase em “à pró- específica do mundo. As pessoas de todas as cultu-
pria noção de ‘viagem’” manteria os sentidos e a corre- ras prezam por sua liberdade de escolha e sentem a
ção gramatical do texto. necessidade de ter direito de voz nas decisões que
afetam suas vidas.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Kofi Annan [secretário-geral das Nações Unidas], 10 dez. 2001.
9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Assinale a opção que In: Jerzy Szeremeta. Participação genuína na era da tecnologia
de informação e comunicação (TIC). Fundação Luís Eduardo
apresenta a frase correta do ponto de vista gramatical
Magalhães. Gestão pública e participação. Cadernos da FLEM. 20.ª
e ortográfico. ed. Salvador: FLEM, 2005, cap. III, p. 105-6 (com adaptações).

a) Há pessoas no mundo que precisa usar óculos para


De acordo com o texto CG3A1-I,
enxergar o amor-próprio.
b) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para
a) cabe exclusivamente ao Estado prover a cada cidadão
enxergar o amor-próprio.
a segurança necessária para ele viver em sociedade.
c) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para
b) em um Estado democrático, as preferências do povo
enchergar o amor-próprio.
d) Hão pessoas no mundo que precisam usar óculos devem ser ignoradas por seus representantes.
para enxergar o amor-próprio. c) é dispensável o envolvimento do cidadão nos assun-
e) Há pessoas no mundo que precizam usar óculos para tos públicos.
enxergar o amor-próprio. d) deve-se buscar garantir a participação de cada indiví-
duo e da sociedade em geral nas decisões políticas.
10. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Assinale a opção que e) é dever da ONU manter a paz e a segurança das pes-
apresenta a frase gramaticalmente correta. soas de todos os países do mundo.

a) Fazem dois anos que saí do emprego. 12. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,
b) Beatriz e eu gostamos de ir à praia. com base no Manual de Redação da Presidência da
c) Aconteceu muitas festas no ano passado. República (MRPR).
d) Os sapatos pretos que combinava com seus vestidos. Os assuntos objetos dos expedientes oficiais devem
e) Têm muito barulho nessa festa. ser tratados de forma estritamente impessoal, uma
vez que a redação oficial é elaborada sempre em
11. (CESPE-CEBRASPE – 2020) nome do serviço público e sempre em atendimento ao
interesse geral dos cidadãos.
Texto CG3A1-I
( ) CERTO  ( ) ERRADO
No século 21, eu acredito que a missão da Organização
das Nações Unidas (ONU) será definida por uma cons- 13. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de
ciência nova e mais profunda da santidade e da dignida- Redação da Presidência da República, julgue o próxi-
de de cada vida humana, independentemente de raça ou mo item.
religião. Isso irá requerer que levemos o nosso olhar para A formalidade e a precisão da redação oficial depen-
além da estrutura dos Estados, ou da simples superfície dem do uso correto da norma padrão da língua portu-
de nações ou comunidades. Devemos enfocar, como guesa, ainda que isso implique falta de clareza.
nunca, a melhoria das condições de vida de homens
e mulheres, individualmente, que dão ao Estado ou à ( ) CERTO  ( ) ERRADO
nação a sua riqueza e o seu caráter.
14. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de
Neste novo século, devemos começar pela compreen- Redação da Presidência da República, julgue o item
são de que a paz pertence não somente aos Estados ou que se segue, acerca de aspectos da redação oficial.
povos, mas também a cada um e a todos os membros
Em uma correspondência oficial destinada a um pro-
dessas comunidades. A soberania dos Estados não
curador-geral de estado, o vocativo a ser empregado é
mais deverá ser utilizada como um escudo contra gran-
Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral.
des violações aos direitos humanos. A paz deve ser real
e tangível no dia a dia de cada indivíduo que dela neces-
( ) CERTO  ( ) ERRADO
site. Devemos buscá-la, acima de tudo, pelo fato de ser
a condição para que cada membro da família humana
possa levar uma vida de dignidade e segurança. 15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,
com base no Manual de Redação da Presidência da
LÍNGUA PORTUGUESA

A lição do século passado nos fez entender que ameaçar República (MRPR).
ou atropelar a dignidade do indivíduo — como naqueles O MRPR prevê somente dois fechos diferentes para as
países onde o cidadão não desfruta do direito básico de modalidades de comunicação oficial entre autorida-
escolher o seu governo, ou do direito de o escolher regu- des da administração pública: Respeitosamente, caso
larmente — resultou em conflitos, perdas de civis inocen- o destinatário seja autoridade de hierarquia superior à
tes, vidas abreviadas e comunidades destruídas. do remetente; e Atenciosamente, caso o destinatário
seja autoridade de mesma hierarquia ou de hierarquia
Com efeito, os obstáculos à democracia têm mui- inferior à do remetente. Ficam excluídas dessa norma
to pouco a ver com cultura ou religião, e muito mais as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,
com o desejo daqueles que se encontram no poder e que atendem a rito e tradição próprios.
querem manter sua posição a qualquer custo. Não se
trata de um fenômeno novo nem restrito a uma parte ( ) CERTO  ( ) ERRADO 183
16. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de
16 CERTO
Redação da Presidência da República, julgue o item
que se segue, acerca de aspectos da redação oficial. 17 CERTO
O expediente denominado ofício é apropriado como
forma de comunicação entre unidades administrati- 18 CERTO
vas de um mesmo órgão. 19 ERRADO

( ) CERTO  ( ) ERRADO

17. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, julgue o item ANOTAÇÕES
que se segue, acerca de aspectos da redação oficial.
É adequado o uso da forma Fortaleza, 8 de março de
2020. alinhada à margem direita da página em um
documento no padrão ofício expedido na referida data
na cidade de Fortaleza – CE.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

18. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, julgue o próxi-
mo item.
O texto de um documento oficial deve seguir a estru-
tura padronizada de introdução, desenvolvimento e
conclusão, exceto em casos de encaminhamento de
documentos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, julgue o próxi-
mo item.
Entre os documentos oficiais, o email é o que apre-
senta maior flexibilidade formal, uma vez que, nesse
tipo de comunicação, se admite o uso de abreviações
como vc e pq.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

9 GABARITO

1 D

2 ERRADO

3 ERRADO

4 ERRADO

5 B

6 ERRADO

7 ERRADO

8 ERRADO

9 B

10 B

11 D

12 CERTO

13 ERRADO

14 ERRADO

15 CERTO
184
Verdadeira

Sentença Sentido
Declarativa OU Completo

RACIOCÍNIO LÓGICO Falsa

Obrigatório

CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO VERBO


LÓGICO
Toda proposição pode ser representada simbolica-
PROPOSIÇÕES: VALORES LÓGICOS DAS mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo:
PROPOSIÇÕES
p: Sabino é um pintor esperto.
Na lógica temos apenas dois valores lógicos – VER- r: Kate é uma mulher alta.
DADEIRO ou FALSO. Quando temos uma declaração
verdadeira, o seu valor lógico é Verdade (V) e quando Na situação temos duas proposições sendo repre-
é falsa, dizemos que seu valor lógico é Falso (F). sentadas pelas letras p e r.
Só existem dois valores lógicos VERDADEIRO ou Bom! Agora que já sabemos o que são proposições
FALSO. lógicas, fica tranquilo distinguir o que não são proposi-
ções. Isto é fundamental, pois várias questões de prova
PROPOSIÇÕES LÓGICAS SIMPLES perguntam exatamente isso – são apresentadas algumas
frases e você precisa identificar qual delas não é uma
Vamos começar nosso estudo falando sobre o que proposição. Vejamos os casos que mais aparecem:
é uma proposição lógica. Observe a frase abaixo:
� Perguntas: são as orações interrogativas.
EX.: Paula vai à praia. Exemplo: Que horas vamos ao cinema?
Essa pergunta não pode ser classificada como ver-
Para saber se temos ou não uma proposição, preci- dadeira ou falsa.
samos de três requisitos fundamentais: � Exclamações: são frases exclamativas.
Exemplo: Que lindo cabelo!
z Ser uma oração – ou seja, são frases com verbos. Essa exclamação não pode ser valorada, pois apre-
z Oração declarativa – a frase precisa estar apre- sentam percepções subjetivas.
sentando uma situação, um fato. � Ordens: são orações com verbo no imperativo.
z Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.
– ou seja, podemos atribuir o valor lógico verda-
deiro ou o valor lógico falso para a declaração. Uma ordem não pode ser classificada como verda-
deira ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração,
Tendo isso em vista, podemos afirmar claramen- pois pode ser facilmente confundida com uma propo-
te que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição sição lógica.
lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma
informação completa (temos o sujeito claro na oração) Não são proposições – perguntas, exclamações e
e podemos afirmar se é verdade ou falsa. ordens.

Temos um outro caso menos cobrado em provas,


Importante! mas que também não é proposição lógica – paradoxo.
Para ficar mais claro, veja o exemplo abaixo:
Proposição Lógica é uma oração declarativa que
Esta frase é uma mentira.
admite apenas um valor lógico – V ou F. Quando atribuímos um valor de verdade para
a frase, então na verdade ele mentiu, uma vez que
Ou então podemos também esquematizar o que é a própria frase já diz isso. E se atribuirmos o valor
uma proposição lógica assim: falso, então a frase é verdade, pois a frase diz ela é
Chama-se proposição toda sentença declarativa uma mentira e já sabemos que isso é falso. Perceba
que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só que sempre que valoramos a frase ela nos resulta um
RACIOCÍNIO LÓGICO

como falsa. A presença do verbo é obrigatória junta- valor contrário, ou seja, estamos diante de uma frase
mente com o sentido completo (caráter informativo). que é contraditória em si mesma. Isto é a definição de
um paradoxo.
Paradoxo – é uma frase que é contraditória em si
mesma.

SENTENÇAS ABERTAS

Dizemos que uma sentença é aberta quando não


conseguimos ter a informação completa que a oração
nos mostra. Veja o exemplo abaixo:
185
Ex.: Ele é o melhor cantor de rock. PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Perceba que há presença do verbo e que conse- Temos proposições compostas quando há duas ou
guimos parcialmente entender o que a frase quer mais proposições simples ligadas através dos conecti-
dizer. Mas logo surge a pergunta: Ele quem? Aqui vos lógicos. Veja o exemplo:
nossa informação não consegue ser completa e por Sabino corre e Marcos compra leite.
O gato é azul ou o pato é preto.
isso temos mais um caso que não é proposição lógica.
Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.
Observe mais alguns exemplos: Cada conectivo tem sua representação simbólica e
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos:
X + 5 = 10
Aquele carro é amarelo.
CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA
5+5
X – Y = 20 e Conjunção ^
ou Disjunção v
Todos os exemplos acima são sentenças abertas. ou...ou Disjunção Exclusiva v
Então podemos resumir da seguinte forma:
se...então Condicional →
As variáveis Ele, aquele ou variáveis matemáticas
(X ou Y) tornam a sentença aberta. se e somente se Bicondicional ⟷

Exemplos:
Importante! Na linguagem natural:

Sempre será uma proposição lógica na escrita z O macaco bebe leite e o gato come banana.
matemática e podemos notar que há verbos nos z Maria é bailarina ou Juliano é atleta.
casos a seguir: z Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.
= (é igual) z Se estudar, então vai passar.
z Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
≠ (é diferente)
dinheiro.
> (é maior)
< (é menor) Na linguagem simbólica:
≥ (é maior ou igual)
≤ (é menor ou igual) z p^q
z pvq
z pvq
Esquematizando o que não são proposições lógicas: z p→q
z p⟷q
SENTENÇAS INTERROGATIVAS(?)
Agora que já fomos apresentados aos conectivos
SENTENÇAS SEM VERBO lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera-
NÃO SÃO
PROPOSIÇÕES
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja:
SENTENÇAS COM VERBO NO
IMPERATIVO
� Conectivos “e” usando “mas”
SENTENÇAS ABERTAS
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor.
PARADOXO � Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
ambos”
PRINCÍPIOS DA LÓGICA PROPOSICIONAL Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas
não ambos.
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
É fundamental que você conheça três princípios
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
para deixarmos tudo alinhado com as proposições Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à
lógicas. Veja: praia.
Caso você estude, irá passar no concurso.
1. Princípio do terceiro excluído: Basta Ana comer massas, e engordará.
Quem joga bola é rápido.
Uma proposição deve ser Verdadeira ou Falsa, Todos os médicos sabem operar.
não havendo outra possibilidade. Não é possível que Qualquer criança anda de bicicleta.
uma proposição seja “quase verdadeira” ou “quase Toda vez que chove, não vou à praia.
falsa”.
Dica
2. Princípio da não-contradição: Na condicional a 1º proposição é o termo ante-
cedente e a 2º é o termo consequente.
Dizemos que uma mesma proposição não pode P→Q
ser, ao mesmo tempo, verdadeira e falsa. P = antecedente
Q = consequente
3. Princípio da Identidade:

Cada ser é igual a si mesmo, ou seja, uma proposição


186 não assume o significado de outra proposição lógica.
então”. Na letra A temos uma conjunção (conectivo
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) disfarçado pela “virgula + entretanto”, portanto
descartamos. Resposta: Letra D.
1. (CESPE – 2017) A respeito de proposições lógicas, jul-
gue o item a seguir: 5. (CESPE – 2018) Julgue o item que segue, a respeito
A sentença “Soldado, cumpra suas obrigações” é uma de lógica proposicional.
proposição simples. A sentença “No Livro dos Heróis da Pátria consta o
nome de Francisco José do Nascimento, o Dragão do
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Mar, por sua atuação como líder abolicionista no esta-
do do Ceará.” é uma proposição simples.
Perceba que a frase “Soldado, cumpra suas obriga-
ções” é, na verdade, uma ordem. Observe o verbo
conjugado “cumpra” (imperativo). Assim, sabemos ( ) CERTO  ( ) ERRADO
que estamos diante de uma frase que NÃO é uma
proposição. Resposta: Errado. “No Livro dos Heróis da Pátria consta o nome de
Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar,
2. (VUNESP – 2014) Das alternativas apresentadas, assi- por sua atuação como líder abolicionista no estado
nale a única que contém uma proposição lógica. do Ceará” é uma proposição simples. Se a propo-
sição possui uma única oração (único verbo) ela é
a) Ser um perito criminal ou não ser? Que dúvida! simples. Resposta: Certo.
b) Uma atribuição do perito criminal é analisar documen-
tos em locais de crime. NÚMERO DE LINHAS DA TABELA VERDADE
c) O perito criminal também atende ocorrências com víti-
mas de terrorismo! TABELA VERDADE
d) É verdade que o perito criminal realiza análises no
âmbito da criminalística?
Trata-se de uma tabela na qual conseguimos
e) Instruções especiais para perito criminal.
apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma
Veja que essa é uma boa questão para ficarmos de proposição.
olho no que é uma proposição lógica. Então vamos
analisar as alternativas: NUMEROS DE LINHAS DE TABELA VERDADE
a) e d) Erradas. As sentenças “a” e “d” contém uma
pergunta e uma exclamação, portanto não podem Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
ser proposições. las-verdade para proposições compostas.
c) Errada. A sentença “c” também não pode ser pro- 1º passo: Contar a quantidade de proposições
posição, pois é uma sentença exclamativa. envolvidas no enunciado.
e) Errada. Na letra “e” temos uma frase que não tem Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
verbo. Desta forma, também não é proposição. 2º passo: Calcular a quantidade de linhas da tabela
Resposta: Letra B. usando a fórmula 2n = 2proposições (onde “n” é o número
de proposições).
3. (CESPE – 2019) Acerca da lógica sentencial, julgue o
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.
item que segue.
A lógica bivalente não obedece ao princípio da não
contradição, segundo o qual uma proposição não P Q PVQ
assume simultaneamente valores lógicos distintos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O nome “bivalente” quer dizer que só há 2 resultados


para uma proposição: verdadeiro ou falso. Sabendo
disso, a lógica bivalente obedece ao princípio da não
contradição, segundo o qual uma proposição não
assume simultaneamente valores lógicos distintos. 3º passo: Dispor os valores “V” e “F” na primeira
Resposta: Errado. coluna fazendo o agrupamento pela metade do núme-
ro de linhas da tabela.
4. (FUNDATEC – 2019) A alternativa que apresenta uma Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
proposição composta com a presença do conectivo primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).
condicional é:
RACIOCÍNIO LÓGICO

P Q PVQ
a) Paulo não está com febre, entretanto está desidratado.
b) Algum paciente está com febre. V
c) Qual a temperatura do paciente do quarto? V
d) Se Mario tem febre, então deve permanecer internado
por 48 horas. F
e) Mário, você deve ser internado imediatamente! F

Lembrando das exceções de proposições lógicas,


percebemos que as letras B, C e E já podem ser des- 4º passo: Preencher as demais colunas com agru-
consideradas. Sobrando as letras A e D. A nomencla- pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela meta-
tura condicional refere-se ao conectivo lógico “se..., de do agrupamento anterior. 187
Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima Conectivo Disjunção Exclusiva “ou...ou” ( v )
será de 1 em 1).
Teremos resposta verdadeira quando os valores
P Q PVQ lógicos envolvidos forem diferentes.
V V
V F P Q PVQ

F V V V F

F F V F V
F V V
Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisa- F F F
mos aprender qual o resultado que teremos quando com-
binamos os valores lógicos usando os conectivos lógico. Conectivo Bicondicional “se e somente se” ()

Dica Teremos resposta verdadeira quando os valores


lógicos envolvidos forem iguais.
Número de linhas da tabela verdade:
2n = 2proposições (onde “n” é o número de proposições).
P Q PQ
Bom! Vamos caminhar mais um pouco e apren- V V V
der todas as combinações lógicas possíveis para cada
conectivo lógico. V F F
F V F
Negação (~P) F F V

Uma proposição quando negada, recebe valores


Conectivo Condicional “se...,então” (→)
lógicos opostos dos valores lógicos da proposição ori-
ginal. O símbolo que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.
Especialmente nesse caso, vamos aprender quan-
do teremos o resultado falso, pois o conectivo con-
P ~P
dicional só tem uma possibilidade de isso ocorrer.
V F Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico
F V do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.

Dupla Negação ~(~P)


P Q P→Q
A dupla negação nada mais é do que a própria pro- V V V
posição. Isto é, ~(~P) = P
V F F
F V V
P ~P ~(~P)
F F V
V F V
F V F
Dica
Conectivo Conjunção “e” (^) Condicional falsa:
Vai Ficar Falsa
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos VF=F
os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros.
CONECTIVOS
P Q P^Q
V V V 1. Conceito
V F F
F V F Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como
F F F também podem ser chamados, servem para ligar duas
ou mais proposições simples e formar, assim, propo-
Conectivo Disjunção “ou” (v) sições compostas.
Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
Teremos resposta verdadeira quando pelo menos um tem sua nomenclatura e representação simbólica.
um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro. Veja a tabela abaixo:

P Q PVQ 2. Tabela de conectivos


V V V
V F V CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA

F V V e Conjunção ^ peq

188 F F F ou Disjunção v p ou q
CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
A negação além da forma convencional, pode ser
escrita com as expressões abaixo:
Disjunção
ou...ou v Ou p ou q
exclusiva É falso que ...
Condicional Não é verdade que...
se...,então → Se p, então q
(implicação)
p se e Agora que já fomos apresentados aos conectivos
se e Bicondicional lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera-
somente
somente se (bi-implicação) dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja:
se q

z Conectivo “e” usando “mas”


z Conjunção (conectivo “e”)
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor.
Representação simbólica: ^
Exemplo: z Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o gato ambos”
come banana.
Na linguagem simbólica: p ^ q Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador,
mas não ambos.
z Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”)
z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Representação simbólica: v Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
Exemplo:
Na linguagem natural: Maria é bailarina ou Juliano Exemplos:
é atleta. Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia.
Caso você estude, irá passar no concurso.
Na linguagem simbólica: p v q
Basta Ana comer massas, e engordará.
Quem joga bola é rápido.
z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”)
Todos os médicos sabem operar.
Qualquer criança anda de bicicleta.
Representação simbólica: v Toda vez que chove, não vou à praia.
Exemplo:
Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápido
Dica
ou a raposa é lenta.
Na linguagem simbólica: p v q Na condicional a 1° proposição é o termo ante-
cedente e a 2° é o termo consequente.
z Condicional (conectivos “se, então”) PQ
P = antecedente
Representação simbólica: → Q = consequente
Exemplo:
Na linguagem natural: Se estudar, então vai pas-
sar.
Na linguagem simbólica: p → q
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE - 2018) As proposições P, Q e R a seguir refe-
z Bicondicional (conectivo “se e somente se”)
rem-se a um ilícito penal envolvendo João, Carlos,
Paulo e Maria:
Representação simbólica: P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é
Exemplo: mentiroso”. R: “Maria é inocente”.
Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e so- Considerando que ~X representa a negação da propo-
mente se ele receber dinheiro. sição X, julgue o item a seguir.
Na linguagem simbólica: pq A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é
culpada.” pode ser representada simbolicamente por
z Negação (~Q)↔(~R).
RACIOCÍNIO LÓGICO

Uma proposição quando negada, recebe valores ( ) CERTO  ( ) ERRADO


lógicos opostos dos valores lógicos da proposição ori-
ginal. O símbolo que iremos utilizar é ¬p ou ~p. Veja que temos uma proposição condicional (se
então) e a representação simbólica apresentada é de
Exemplos:
uma bicondional. Representação da condicional ().
p: O gato é amarelo.
Resposta: Errado.
~p: O gato não é amarelo.
q: Raciocínio Lógico é difícil. 2. (CESPE - 2018) Julgue o seguinte item, relativo à lógi-
~q: É falso que raciocínio lógico é difícil. ca proposicional e à lógica de argumentação.
r: Maria chegou tarde em casa ontem. A proposição “A construção de portos deveria ser
~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em casa uma prioridade de governo, dado que o transporte
ontem. de cargas por vias marítimas é uma forma bastante 189
econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser Para ser proposição composta, haveria mais de um
representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q VERBO na frase, por isso, a frase em questão é con-
são proposições simples adequadamente escolhidas.
siderada uma proposição SIMPLES. Procure o verbo
na oração.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
A fiscalização federal é imprescindível para manter
a qualidade tanto dos alimentos quanto dos medica-
A representação simbólica apresentada para julgar-
mos é de uma conjunção. E na questão foi apresen- mentos que a população consome. Resposta: Certo.
tada uma proposição composta pela condicional na
forma “camuflada” dentro de uma relação de causa PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES
e consequência “ Dado que...”. Resposta: Errado.
COMPOSTAS
3. (CESPE - 2018) Considere as seguintes proposições:
O referido assunto foi abordado em “das
P: O paciente receberá alta; Q: O paciente receberá
medicação; R: O paciente receberá visitas. proposições”.
Tendo como referência essas proposições, julgue o
item a seguir, considerando que a notação ~S significa
a negação da proposição S.
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se TAUTOLOGIA
o paciente receber alta, então ele não receberá medi-
cação ou não receberá visitas.
É uma proposição cujo valor lógico é sempre
verdadeiro.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautolo-
gia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a
P: O paciente receberá alta;
~P: O paciente não receberá alta; tabela-verdade.
Q: O paciente receberá medicação;
R: O paciente receberá visitas. P ~P P V ~P
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida:
Se o paciente NÃO receber alta, então ele receberá V F V
medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado. F V V

4. (CESPE - 2018) Julgue o item a seguir, a respeito de Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma
lógica proposicional. tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só
A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo possui V.
Estado é consequência da radicalização da socieda-
de civil em suas posições políticas.” pode ser corre-
tamente representada pela expressão lógica P→Q, P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ)
em que P e Q são proposições simples escolhidas V V V V V
adequadamente.
V F F F V
( ) CERTO  ( ) ERRADO F V F F V
F F F V V
A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é
(verbo de ligação) consequência da radicalização
CONTRADIÇÃO
da sociedade civil em suas posições políticas. Temos
apenas um verbo e por esse motivo é uma proposi-
ção simples. É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
Cuidado com o uso da palavra consequência em Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradi-
proposições como esta. Em determinadas situações, ção, pois o seu valor lógico é sempre F, conforme a
de fato, teremos uma proposição condicional, senão tabela-verdade.
vejamos:
Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estu-
P ~P P ^ (~P)
dar (verbo no infinitivo)
Nesse caso temos uma proposição composta pela V F F
condicional. Resposta: Errado. F V F

5. (CESPE - 2016) Considerando os símbolos normal- CONTINGÊNCIA


mente usados para representar os conectivos lógicos,
julgue o item seguinte, relativos a lógica proposicional
Sempre que uma proposição composta recebe
e à lógica de argumentação. Nesse sentido, conside-
re, ainda, que as proposições lógicas simples sejam valores lógicos falsos e verdadeiros, independente-
representadas por letras maiúsculas. mente dos valores lógicos das proposições simples
A sentença A fiscalização federal é imprescindível componentes, dizemos que a proposição em questão é
para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto uma contingência. Ou seja, quando a tabela-verdade
dos medicamentos que a população consome pode apresenta, ao mesmo tempo, alguns valores verdadei-
ser representada simbolicamente por P∧Q. ros e alguns falsos.
Exemplo: A proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma
190 ( ) CERTO  ( ) ERRADO contingência, conforme a tabela-verdade.
P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q) 4. (CESPE – 2018) Julgue o seguinte item, relativo à
lógica proposicional e à lógica de argumentação.
V V F F F
Se P e Q são proposições simples, então a proposição
V F V V V [P→Q]∧P é uma tautologia, isto é, independentemente
F V F V V dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor
lógico de [P→Q]∧P será sempre V.
F F F V V
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Dica
� Tautologia: uma proposição que é SEMPRE Basta perceber que o conectivo em questão é o “E”
verdadeira. (Conjunção), que só é verdadeiro quando as duas
� Contradição: uma proposição que é SEMPRE são verdadeiras, sendo assim se P for falso, já irá
falsa. invalidar o argumento. Resposta: Errado.
� Contingência: uma proposição que pode assu-
mir valores lógicos V e F, conforme o caso. 5. (VUNESP – 2018) Seja M a afirmação: “Marília gosta
de dançar”. Seja J a afirmação “Jean gosta de estu-
dar”. Considere a composição dessas duas afirma-
ções: “Ou Marília gosta de dançar ou Jean gosta de
EXERCÍCIOS COMENTADOS estudar”. A tabela-verdade que representa correta-
mente os valores lógicos envolvidos nessa situação é:
1. (CESPE – 2019) Acerca da lógica sentencial, julgue o
item que segue. TABELA - VERDADE
Se uma proposição na estrutura condicional — isto é, na
M J Ou M ou J
forma P→Q, em que P e Q são proposições simples — for
falsa, então o precedente será, necessariamente, falso. V V 1
V F 2
( ) CERTO  ( ) ERRADO F V 3
F F 4
Veja que P→Q foi considerado FALSO pelo enunciado
da questão. Assim na condicional para ser FALSO a Os valores 1, 2, 3 e 4 da coluna “Ou M ou J” devem ser
regra é que o Precedente (antecedente) seja VERDA- preenchidos, correta e respectivamente, por:
DEIRO o seguinte (consequente) FALSO. Lembre-se
da dica: Vai Ficar Falso = V  F. Resposta: Errado.
a) V, F, V e F.
2. (AOCP – 2019) Considere a proposição: “O contingen- b) F, V, V e F.
te de policiais aumenta ou o índice de criminalidade c) F, F, V e V.
irá aumentar”. Nesse caso, a quantidade de linhas da d) V, F, F e V.
tabela verdade é igual a e) V, V, V e F.

a) 2. Veja que precisamos saber quando o resultado


b) 4. das combinações lógicas do conectivo “ou...ou” dá
c) 8. verdade.
d) 16. Lembrando da nossa parte teórica, sempre que
e) 32. tivermos valores lógicos diferentes, o resultado será
verdadeiro. Sabendo disso,
O número de linhas da tabela-verdade depende do
número de proposições e é calculado pela fórmula:
2ⁿ. Assim, M J Ou M ou J
O contingente de policiais aumenta (1º proposição) V V F
O índice de criminalidade irá aumentar (2° V F V
proposição)
F V V
22 = 4 linhas. Resposta: Letra B.
F F F
3. (FUNDATEC – 2019) Trata-se de um exemplo de tauto-
logia a proposição: Resposta: Letra B.
a) Se dois é par então é verão em Gramado.
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) É verão em Gramado ou não é verão em Gramado.


c) Maria é alta ou Pedro é alto.
d) É verão em Gramado se e somente se Maria é alta. OPERAÇÃO COM CONJUNTOS
e) Maria não é alta e Pedro não é alto.
INTRODUÇÃO A TEORIA DE CONJUNTOS
Você precisa guardar essa dica: A proposição que
contiver uma afirmação com o conectivo ou mais Conjunto é uma reunião de elementos ou pessoas
a negação dessa mesma afirmação (ou vice-versa) que possuem a mesma característica, por exemplo,
será sempre uma tautologia. Então, numa festa pode haver o conjunto de pessoas que só
É verão em Gramado ou não é verão em Gramado. bebem cerveja ou o conjunto daquelas que só gostam
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu de músicas eletrônicas.
valor lógico é sempre “verdadeiro”. Resposta: Letra B. Representamos um conjunto da seguinte forma: 191
Conjunto X Já o elemento “d” não faz parte de nenhum dos
dois conjuntos. Logo, podemos dizer que “d” não per-
tence à União entre os conjuntos X e Y. A união é a jun-
y
ção das regiões dos dois conjuntos e é representada
simbolicamente por X ∪ Y. Assim,
x d ∉ (X ∪ Y) – o elemento “d” não pertence à união
entre os conjuntos X e Y.
Vamos analisar uma outra situação:

Podemos afirmar que no interior do círculo há


todos os elementos que pertencem (compõem) ao con-
X Y
junto X, já na parte externa do círculo, estão todos os
elementos que não fazem parte de X, ou seja, “y” não
pertence ao conjunto X.
X–Y X∩Y Y–X
Dica
No gráfico acima podemos dizer que o elemento
“x” pertence ao conjunto X e o elemento “y” não
pertence.
Nesta representação, podemos interpretar a
Matematicamente, usamos o símbolo Є para indi- região X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a
car essa relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o ele- região formada pelos elementos de X que não fazem
mento “y” não pertence ao conjunto X, onde usamos o parte do conjunto Y. Veja o exemplo:
símbolo ∉ para essa relação de não pertinência. Mate- X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
maticamente: y ∉ X. Y = {5, 6, 7, 9, 10}
X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele
Complemento de um conjunto e também em Y, ou seja,
X – Y = {2, 3, 4}
O complemento de X é o conjunto formado por Já no caso da região Y – X, temos:
todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
parte dele, claro que com exceção daqueles que estão Y = {5, 6, 7, 9, 10}
presentes em X. Representamos o complemento, ou Y – X = {9, 10}
complementar, pelo símbolo XC. Podemos afirmar Podemos falar, também, da região de interseção
que “y” não pertence a X, mas pertence ao conjunto dos conjuntos X ∩ Y.
complementar de X: matematicamente: y Є XC. X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Y = {5, 6, 7, 9, 10}
Interpretando regiões e conhecendo a Interseção e X ∩ Y = {5, 6, 7}
União de Conjuntos E por fim, vamos identificar a união entre os
conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os
Uma outra situação é quando temos dois conjuntos elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os ele-
(X e Y), podemos representar da seguinte forma, no mentos presentes na interseção. Veja:
geral: X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Y = {5, 6, 7, 9, 10}
X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
X Y
Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está
Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos

Em algumas situações, a intersecção entre os con-


juntos X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exemplo.
Isso acontece quando todos os elementos de B são tam-
a b c bém elementos de A. Veja isso no gráfico abaixo:

X
d

Interpretando os conjuntos acima, temos:


O elemento “a” pertence apenas ao conjunto X,
pois ele está numa região que não tem contato com Y
o conjunto Y, já o elemento “c” faz parte somente ao
conjunto Y.
Perceba que o elemento “b” pertence aos dois con-
juntos, ou seja, faz parte da interseção entre os con-
juntos X e Y. A representação simbólica é feita por X ∩
Y. Como o elemento “b” faz parte dessa região, temos: Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando
b Є (X ∩ Y) – o elemento “b” pertence à interseção temos a situação acima, podemos dizer que o con-
dos conjuntos X e Y. junto Y está contido no conjunto X, representado
192
matematicamente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer ain- Indica que um conjun-
da que o conjunto X contém o conjunto Y, representa- ⊄ não está contido to não está contido
do matematicamente por X ⊃ Y. em outro conjunto.
Indica que determina-
⊃ contém do conjunto contém
Importante! outro conjunto.
Entenda a diferença: Indica que determina-
⊅ não contém do conjunto não con-
● Falamos que um ELEMENTO pertence ou não tém outro conjunto.
pertence a um CONJUNTO;
Serve para fazer a li-
● Falamos que um CONJUNTO está contido ou gação entre a compo-
não está contido em outro CONJUNTO. | tal que sição de um conjunto
na “representação em
chaves”.
Representação de Conjunto usando Chaves
união de Lê-se como “X união
A ∪ B
conjuntos Y”.
Geralmente usamos letras maiúsculas para repre-
interseção de Lê-se como “X inter-
sentar os nomes de conjuntos, e minúsculas para A ∩ B
conjuntos secção Y”.
representar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b, c,
d} etc. Ainda podemos utilizar notações matemáticas diferença de Lê-se como “diferen-
A-B
para representar os conjuntos. Veja o exemplo abaixo: conjuntos ça de A com B”.
Refere-se ao comple-
XC complementar
A = {∀ x Є Z | x ≥ 0} mento do conjunto X.

Podemos entender e fazer a leitura do conjunto Diagrama de VENN


acima da seguinte maneira: o conjunto A é composto
por TODO x pertencente ao conjunto dos números intei- Vamos entender como se resolve questões que
ros, TAL QUE x é maior ou igual a zero. envolvem Operações com Conjuntos se relacionan-
Agora, veja um outro exemplo: do. Acompanhe os exemplos abaixo e a maneira como
desenvolvemos suas resoluções.
B = {∃ x Є Z | x > 5} Exemplo 1: Em uma sala de aula, 20 alunos gostam
de Matemática, 30 gostam de Português, e 10 gostam
Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto das duas matérias. Sabendo que 5 alunos não gostam
B EXISTE x pertencente ao conjunto dos números intei- de nenhuma dessas duas matérias, quantos alunos há
ros, TAL QUE x é maior do que 5. nessa sala de aula?
Agora vamos esquematizar todas as simbologias Siga os passos abaixo:
para que você possa gravar mais facilmente e aplicar na
hora de resolver as questões. Observe a tabela abaixo: 1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO interseção para as demais informações);
Ex: X = {a,b,c} repre- 4. Preencha as demais informações no diagrama;
{,} chaves senta o conjunto X 5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos
composto por a, b e c. envolvidos.
Significa que o conjun-
{ } ou  ∅ conjunto vazio to não tem elementos, Vamos a resolução:
é um conjunto vazio.
Significa “Para todo” 1. Identifique os conjuntos;
∀ para todo ou “Para qualquer que 2. Represente em forma de diagramas;
seja”.
Indica relação de per- Matemática Português
Є pertence
tinência de elementos.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Indica relação de
∉ não pertence não pertinência de
elementos.
Indica relação de
∃ existe
existência.
Indica que não há re-
∄ não existe
lação de existência.
Indica que um con-
⊂ está contido junto está contido em 3. Preencha as informações de dentro para fora (da
outro conjunto. interseção para as demais informações); 193
Matemática Português Temos 40 alunos que gostam de Matemática ou
Português (aqui já está incluso quem gostam das duas
matérias). Para finalizar a resolução, devemos apenas
somar os 5 alunos que não gostam das duas matérias.
Assim, 40 + 5 = 45 alunos no total dessa sala.
Exemplo 2:Assim como nos problemas com 2 con-
juntos, quando nós tivermos 3 conjuntos será possível
resolver o problema por meio de Diagramas de Venn
10
ou por meio de fórmula. Acompanhe a resolução do
exemplo:
André, Bernardo e Carol ouviram certa quantida-
de de músicas. Nenhum deles gostou de seis músicas
4. Preencha as demais informações no diagrama; e os três gostaram de dez músicas. Além disso, hou-
ve doze músicas que só André e Bernardo gostaram,
Matemática (20) Português (30) nove músicas que só André e Carol gostaram e quatro
músicas que só Bernardo e Carol gostaram. Não houve
música alguma que somente um deles tenha gostado.
O número de músicas que eles ouviram foi?
Siga os passos abaixo:

1. Identifique os conjuntos;
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20 2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama;
5 5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos
envolvidos.
Total = X
20 gostam de Matemática Vamos a resolução:
30 gostam de Português
10 gostam dos dois 1. Identifique os conjuntos;
10 gostam apenas de Matemática 2. Represente em forma de diagramas;
20 gostam apenas de Português
5 não gostam de nenhuma André Bernardo

5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos


envolvidos;

Matemática (20) Português (30)

20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
Carol

5
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
10+10+20+5 = X interseção para as demais informações);
X = 45 alunos é o total dessa sala.
Também seria possível resolver esse tipo de ques- André Bernardo
tão usando a seguinte fórmula:

n(X ∪ Y) = n(X) + n(Y) – n(X ∩ Y)

Esta fórmula nos diz que o número de elementos


da União entre os conjuntos X e Y (X ∪ Y) é dado pelo
número de elementos de X, somado ao número de ele- 10
mentos de Y, subtraído do número de elementos da
interseção (X ∩ Y). Aplicando no exemplo, temos:
Matemática (M)
Português (p)
n(M ∪ P) = n(M) + n(P) – n(M ∩ P) Carol
n(M ∪ P) = 20 + 30 – 10
194 n(M ∪ P) = 40
4. Preencha as demais informações no diagrama; 250 contêineres foram carregados somente com car-
ne suína.
André Bernardo
( ) CERTO  ( ) ERRADO

Vamos extrair as informações e colocar dentro dos


diagramas:
� 800 contêineres distribuição;
� 0 contêineres com os 3 produtos;
0 12 0 � 300 contêineres carne bovina;
� 450 contêineres carne suína;
10 � 100 contêineres com frango e carne bovina;
� 150 contêineres com carne suína e carne bovina;
9 4 � 100 contêineres com frango e carne suína.

0 Carol Frango
Bovina

6 X
50 100

Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabe- 0


mos que os três gostaram de dez músicas, depois 150 100
preenchemos com as demais informações:

12 músicas que SOMENTE André e Bernardo gosta-


ram (na interseção entre os 2 apenas); 200 Suína
9 que SOMENTE André e Carol gostaram;
4 que SOMENTE Bernardo e Carol gostaram;
6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três Veja que apenas 200 contêineres foram carregados
conjuntos). somente com carne suína. Resposta: Errado.

Os “zeros” representam o fato de que não houve 2. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um gran-
música que somente um deles tenha gostado. de carregamento de frango congelado, carne suína
Logo, vem a última etapa: congelada e carne bovina congelada, para exporta-
ção. Esses produtos foram distribuídos em 800 con-
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos têineres, da seguinte forma: nenhum contêiner foi
envolvidos; carregado com os três produtos; 300 contêineres
foram carregados com carne bovina; 450, com carne
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
Total = X
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
6+0+12+10+9+0+4+0=X
Nessa situação hipotética,
X = 41 músicas
50 contêineres foram carregados somente com carne
bovina.
Questões com três conjuntos podem ser resolvidos
usando a fórmula abaixo:
( ) CERTO  ( ) ERRADO
n(X ∪ Y ∪ Z) = n(X) + n(Y) + n(Z) – n(X ∩ Y) – n(X
Vamos extrair as informações e colocar dentro dos
∩ Z) – n(Y ∩ Z) + n(X ∩ Y ∩ Z)
diagramas:
� 800 contêineres distribuição;
Traduzindo a fórmula: � 0 contêineres com os 3 produtos;
� 300 contêineres carne bovina;
Total de elementos da união = soma dos conjuntos – � 450 contêineres carne suína;
interseções dois a dois + interseção dos três � 100 contêineres com frango e carne bovina;
Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que � 150 contêineres com carne suína e carne bovina;
aprendemos, não é mesmo? VAMOS PRATICAR! � 100 contêineres com frango e carne suína.

Bovina Frango

EXERCÍCIOS COMENTADOS
RACIOCÍNIO LÓGICO

100 X
50

1. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um gran-


de carregamento de frango congelado, carne suína 0
congelada e carne bovina congelada, para exporta- 150 100
ção. Esses produtos foram distribuídos em 800 con-
têineres, da seguinte forma: nenhum contêiner foi
carregado com os três produtos; 300 contêineres
200
foram carregados com carne bovina; 450, com carne
Suína
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética, Veja que exatamente 50 contêineres foram carrega-
dos somente com carne bovina. Resposta: Certo. 195
3. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um gran- Sabemos que o número de pessoas que estiveram em
de carregamento de frango congelado, carne suína B é dado pela soma 6 + (19 – X). Ou seja,
congelada e carne bovina congelada, para exporta- 11 = 6 + (19 – X)
ção. Esses produtos foram distribuídos em 800 con- 11 = 25 – X
têineres, da seguinte forma: nenhum contêiner foi X = 25 – 11
carregado com os três produtos; 300 contêineres X = 14
foram carregados com carne bovina; 450, com carne Logo, as pessoas que estiveram em A são X + 6 = 14
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne + 6 = 20. Resposta: Certo.
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética, 5. (CESPE – 2016) Situação hipotética: A ANVISA reali-
400 contêineres continham frango congelado. zará inspeções em estabelecimentos comerciais que
são classificados como Bar ou Restaurante e naqueles
( ) CERTO  ( ) ERRADO que são considerados ao mesmo tempo Bar e Restau-
rante. Sabe-se que, ao todo, são 96 estabelecimentos
a serem visitados, dos quais 49 são classificados
Com as informações colocadas nos diagramas na
como Bar e 60 são classificados como Restaurante.
questão anterior, podemos somar todas as informa- Assertiva: Nessa situação, há mais de 15 estabeleci-
ções que não possuem contato com o conjunto de mentos que são classificados como Bar e como Res-
frango e subtrair do total. Veja: taurante ao mesmo tempo.
� 50 (só bovinos);
� 150 (bovinos e suínos); ( ) CERTO  ( ) ERRADO
� 200 (só suínos).
Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com Extraindo os dados:
outras carnes, o que sobrou do total será a resposta TOTAL: 96;
para a questão. BAR: 49;
800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lem- RESTAURANTE: 60.
bre-se, a banca não perguntou SOMENTE frango). Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de
Logo, 400 contêineres continham frango congelado. 96, porque estamos contando 2x vezes os estabeleci-
Resposta: Certo. mentos que estão na interseção. Logo, descontamos
o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos
4. (CESPE – 2018) Em um aeroporto, 30 passageiros que que são classificados como Bar e como Restaurante
desembarcaram de determinado voo e que estiveram ao mesmo tempo. Resposta: Errado.
nos países A, B ou C, nos quais ocorre uma epidemia
infecciosa, foram selecionados para ser examinados.
Constatou-se que exatamente 25 dos passageiros
selecionados estiveram em A ou em B, nenhum des- CÁLCULOS COM PORCENTAGENS
ses 25 passageiros esteve em C e 6 desses 25 passa-
geiros estiveram em A e em B. PORCENTAGEM
Com referência a essa situação hipotética, julgue os
itens que se seguem A porcentagem é uma medida de razão com base
Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
estiveram em A. nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
como podemos representar um número porcentual.
( ) CERTO  ( ) ERRADO 30
30% = (forma de fração)
100
Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram APENAS 30
em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti- 30% = = 0,3 (forma decimal)
100
veram APENAS em C. Veja ainda que 6 passageiros 30 3
30% = = (forma de fração simplificada)
estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram 100 10
somente em um desses dois países. Logo, Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
várias maneiras:
A B
30 3
30% = = 0,3 =
100 10
X 6 25 – 6 – x = Também é possível fazer a conversão inversa, isto
19 – x é, transformar um número qualquer em porcentual.
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:

25 x 100 = 2500%
0,35 x 100 = 35%
0,586 x 100 = 58,6%
C
Número Relativo
5
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
que estamos especificando. Para descobrir a quanto
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
196
10% de 1000 =
10
x 1000 = 100 Como o resultado foi negativo, podemos afirmar
100 que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
parte que corresponde a 10% de 1000.

Quando o Todo varias, a Porcentagem também


varia! EXERCÍCIOS COMENTADOS
Veja um exemplo: 1. (CESPE - 2020) Em determinada loja, uma bicicleta é
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas vezes, com
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$ 920 com
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas vencimento para o mês seguinte. Caso queira ante-
por Roberto? cipar o crédito correspondente ao valor da parcela, a
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, lojista paga para a financeira uma taxa de antecipação
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. correspondente a 5% do valor da parcela.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
2
=
1 Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
8 4 ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
( ) CERTO  ( ) ERRADO
vamos multiplicar a fração por 100:

1 Valor da bicicleta =1720,00


x 100 = 25% Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
4
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
Soma e Subtração de Porcentagem (entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
As operações de soma e subtração de porcentagem 800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz (juros) e dividir por 800,00 resultado:
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- 120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou está errada. Resposta: Errado.
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
car pelo valor da grandeza. 2. (CESPE - 2019) Na assembleia legislativa de um esta-
Exemplo 1: do da Federação, há 50 parlamentares, entre homens
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. e mulheres. Em determinada sessão plenária estavam
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou presentes somente 20% das deputadas e 10% dos
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de deputados, perfazendo-se um total de 7 parlamenta-
horas-aula do curso ao final? res presentes à sessão.
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o bleia legislativa, havia
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +
15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total a) 10 deputadas.
de horas-aula do curso será: b) 14 deputadas.
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
Dica e) 25 deputadas.

A avaliação do crescimento ou da redução per- 50 parlamentares


centual deve ser feita sempre em relação ao Deputadas = X
valor inicial da grandeza. Deputados = 50-X
Final - Inicial Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
Variação percentual = parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de
Inicial
cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
Veja mais um exemplo para podermos fixar valor de X.
melhor.
RACIOCÍNIO LÓGICO

20% x + 10% (50-x) = 7


Exemplo 2: 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
Juliano percebeu que ele ainda não assistiu a 200 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de 2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se 2x + 50 - x = 70
Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá 2x - x = 70 - 50
caído 20%? x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis-
A variação percentual de uma grandeza corres- lativa. Resposta: Letra D.
ponde ao índice:
Final - Inicial 180 - 200 3. (VUNESP - 2016) Um concurso recebeu 1500 ins-
Variação percentual = =
Inicial 200 crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da
20
=– = - 0,10 prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram 197
200
mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o 480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
número de homens que fizeram a prova corresponde a O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-
uma porcentagem de
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
mês, durante 10 meses:
a) 45,2%.
b) 46,5%. 8.000,00 · 5% = 400,00
c) 47,8%. 400 · 10 meses= 4.000
d) 48,4%. Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -
e) 49,3%. 4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
Resposta: Letra C.
Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a
prova.
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar HORA DE PRATICAR!
o percentual dos homens pelo total:
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item seguinte,
0,55 x 0,88 = 0,484.
relativo a juros, taxas de juros e rendas uniformes e
Transformando em porcentagem
0,484 x 100 = 48,4%. Resposta: Letra D. variáveis.
Se o preço inicial de um produto for corrigido anual-
4. (FCC - 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevistados mente em 30% de seu valor vigente, então, após dois
preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. Se 15% anos, o preço do produto terá correção de 69% sobre o
dos entrevistados gostam dos dois sabores, então, seu valor inicial.
a porcentagem de entrevistados que não gostam de
nenhum dos dois é de ( ) CERTO  ( ) ERRADO

a) 80%. 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A tabela seguinte, com


b) 61%. alguns valores não- identificados, mostra os resulta-
c) 20%.
dos de uma inspeção visual no campo, relativos ao
d) 10%.
e) 5%. estado de conservação de 200 centros históricos de
determinada região.
Vamos dispor as informações em forma de conjun-
tos para facilitar nossa resolução:
PERCENTUAL
CATEGORIA FREQUÊNCIA
(%)
Graviola Açai
ruim 50 C

regular A 10
60% – 15% = 15% 50% – 15% =
bom 100 D
45% 35%
excelente B E
Nenhum = X
Acerca dessa tabela, julgue o item subsequente.
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que Na tabela, a letra C corresponde a 20%.
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%
95% + X = 100% ( ) CERTO  ( ) ERRADO
X = 5%. Resposta: Letra E.
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item, rela-
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ tivo à lógica proposicional e à lógica de argumentação.
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação A proposição “A construção de portos deveria ser
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez
uma prioridade de governo, dado que o transporte
meses. O restante foi investido em uma aplicação,
de cargas por vias marítimas é uma forma bastante
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser
no sistema de juros simples. representada simbolicamente por PΛQ, em que P e Q
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles são proposições simples adequadamente escolhidas.
tiveram:
( ) CERTO  ( ) ERRADO
a) prejuízo de R$2.800,00.
b) lucro de R$3.200,00. 4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se
c) lucro de R$2.800,00. segue, a respeito de lógica proposicional.
d) prejuízo de R$6.000,00 A sentença “É justo que toda a população do país seja
e) lucro de R$5.000,00.
penalizada pelos erros de seus dirigentes?” é uma pro-
posição lógica composta.
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00
12.000,00 · 4% = 480,00
198 ( ) CERTO  ( ) ERRADO
5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Se as três proposições P, Q e R forem falsas, então
pelo menos duas das pessoas envolvidas no ilícito
Texto 1A10-I penal serão culpadas.

No exercício de suas atribuições profissionais, auditores ( ) CERTO  ( ) ERRADO


fiscais sempre fazem afirmações verdadeiras, ao passo
que sonegadores sempre fazem proposições falsas. 9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Considere que as seguin-
Saulo, sonegador de impostos, fez a seguinte afirma- tes proposições sejam verdadeiras.
ção durante uma audiência para tratar de sua eventual P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então ele
autuação: “como sou um pequeno comerciante, se foi discutido em reunião”. Q: “Se o processo não foi
vendo mais a cada mês, pago meus impostos em dia”. relatado, então ele não foi assinado”.
Nessa situação hipotética, considerando as afirma- Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
ções estabelecidas no texto 1A10-I, assinale a opção O valor lógico da proposição Q→(P∨Q) é sempre
que apresenta uma afirmação verdadeira. verdadeiro.

a) “Saulo não é um pequeno comerciante”. ( ) CERTO  ( ) ERRADO


b) “Saulo vende mais a cada mês”.
c) “Saulo não vende mais a cada mês”. 10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considere as proposi-
d) “Saulo paga seus impostos em dia”. ções P e Q a seguir.
e) “Se Saulo vende mais em um mês, paga seus impos-
P: Todo processo que tramita no tribunal A ou é envia-
tos em dia”.
do para tramitar no tribunal B ou no tribunal C. Q: Todo
processo que tramita no tribunal C é enviado para tra-
6. (CCESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca da lógica sen-
mitar no tribunal B.
tencial, julgue o item que se segue.
A partir dessas proposições, julgue o item seguinte.
Se P, Q, R e S forem proposições simples, então a tabe-
A proposição ¬P → (P → Q), em que ¬P denota a nega-
la-verdade da proposição P ∧ Q → R ∨ S terá menos de
ção da proposição P, é uma tautologia, isto é, todos os
20 linhas.
elementos de sua tabela-verdade são V (verdadeiro).
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
7. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considerando-se que P e
Q sejam proposições simples, a tabela a seguir mostra 11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de lógica pro-
o início da construção da tabela verdade da proposi- posicional, julgue o item que se segue.
ção P ∨ [∼ (P ∧ Q)], em que ∼ X indica a negação da Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar
proposição X. a negação da proposição R, então, independentemen-
te dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P,
Q e R, a proposição P → Q ∨ (∼ R) será sempre V.
P Q P V [~(P˄Q)]

V V ( ) CERTO  ( ) ERRADO

V F 12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte,


F V relativo à lógica proposicional e de argumentação.
Se P e Q são proposições lógicas simples, então a propo-
F F sição composta S = [P→Q] ↔ [Qv(~P)] é uma tautologia,
isto é, independentemente dos valores lógicos V ou F
atribuídos a P e Q, o valor lógico de S será sempre V.
Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
que mostra, na ordem em que estão, os elementos da
coluna referente à proposição P ∨ [∼ (P ∧ Q)]. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

a) F/V/V/F 13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item, rela-


b) V/F/F/F tivo à lógica proposicional e à lógica de argumentação.
c) V/V/F/F Se P e Q são proposições simples, então a proposição
d) F/V/F/F [P→Q]ΛP é uma tautologia, isto é, independentemente
e) V/V/V/V dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor
lógico de [P→Q]ΛP será sempre V.
RACIOCÍNIO LÓGICO

8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) As proposições P, Q e R a


seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Carlos, Paulo e Maria:
14. (CESPE-CEBRASPE– 2018) As proposições P, Q e R a
P: “João e Carlos não são culpados”. seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João,
Carlos, Paulo e Maria:
Q: “Paulo não é mentiroso”.
P: “João e Carlos não são culpados”.
R: “Maria é inocente”.
Q: “Paulo não é mentiroso”.
Considerando que ~X representa a negação da propo-
sição X, julgue o item a seguir. R: “Maria é inocente”. 199
Considerando que ~X representa a negação da propo-
sição X, julgue o item a seguir.
Independentemente de quem seja culpado, a proposi-
ção {P → (¬Q)} → {Q ∨ [(¬Q) ∨ R]}será sempre verdadei-
ra, isto é, será uma tautologia.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se segue,


a respeito de lógica proposicional.
Se P e Q forem proposições simples, então a proposi-
ção ¬[P ∨ (¬Q)] ↔ [(¬P) ∧ Q] é uma tautologia.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

9 GABARITO

1 CERTO

2 ERRADO

3 ERRADO

4 ERRADO

5 B

6 CERTO

7 E

8 CERTO

9 CERTO

10 CERTO

11 ERRADO

12 CERTO

13 ERRADO

14 CERTO

15 CERTO

ANOTAÇÕES

200
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
Conhecido como nuvem, e
também como World Wide
Web, ou WWW, a Internet
NOÇÕES DE INFORMÁTICA Internet
Conexão entre é um ambiente inseguro,
computadores que utiliza o protocolo TCP
para conexão em conjunto
a outros para aplicações
específicas.
CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET,
Ambiente seguro que exige
CONCEITOS BÁSICOS E MODOS identificação, podendo es-
DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, tar restrito a um local, que
Conexão com poderá acessar a Internet
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E Intranet
autenticação ou não. A Intranet utiliza o
PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA mesmo protocolo da Inter-
net, o TCP, podendo usar o
A Internet é a rede mundial de computadores que UDP também.
surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, Conexão remota segura,
para proteger os sistemas de comunicação em caso de protegida com criptografia,
Conexão en-
ataque nuclear, durante a Guerra Fria. entre dois dispositivos, ou
Extranet tre dispositi-
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta- duas redes. O acesso re-
vos ou redes
dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que moto é geralmente supor-
procuravam proteger as informações secretas de tado por uma VPN.
ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
Research Projects Agency, era um modelo de troca e Importante!
compartilhamento de informações que permitisse a Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
descentralização das mesmas, sem um ‘nó central’, mas também questionam Extranet. A conexão
garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó remota segura que conecta Intranet’s através de
fosse desligado. um ambiente inseguro que é a Internet, é natural-
A troca de mensagens começou antes da própria mente um resultado das redes de computadores.
Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
a Internet como conhecemos e usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educa-
Internet, Intranet e Extranet
cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca-
Redes de
dêmica. No início dos anos 90 ela se tornou aberta e computadores
comercial, permitindo o acesso de todos.

Internet Intranet Extranet


Rede mundial de Rede local de Acesso remoto
computadores acesso restrito seguro

Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso Protocolos Utiliza os mesmos Protocolos
Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se TCP/IP protocolos da seguros
conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica Padrão de Internet Criptografia em
comunicação Família TCP/IP VPN

A navegação na Internet é possível através da com-


binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
A Internet é transparente para o usuário. Qual-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5 quer usuário poderá acessar a Internet sem ter conhe-
camadas ou 4 camadas). cimento técnico dos equipamentos que existem para
A Internet conecta diversos países e grandes cen- possibilitar a conexão.
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas
de backbones. São conexões de alta velocidade que NAVEGAÇÃO NA INTERNET
permitem a troca de dados entre as redes conectadas.
O usuário não consegue se conectar diretamente no Nos concursos públicos e no dia-a-dia, estes são os
itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou
teúdo disponível na Internet.
uma operadora de telefonia através de um modem, e
As informações armazenadas em servidores,
a empresa se conecta na ‘espinha dorsal’. sejam páginas web ou softwares como um serviço
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve (SaaS – camada mais alta da Computação na Nuvem),
utilizar programas específicos para realizar a navega- são acessadas por programas instalados em nossos
ção e acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. dispositivos. São eles: 201
z Navegadores de Internet ou browsers, para con-
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
teúdo em servidores web.
z Softwares de correio eletrônico, para mensa- Opera Navegador leve com
gens em servidores de e-mail. proteções extras
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados Opera contra rastreamento
por empresas e usuários. e mineração de
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Micro- moedas virtuais.
soft Bing, para encontrar informações na rede
mundial.
z Grupos de Discussão, tanto no contexto de What- Microsoft Edge
sApp e Telegram, como no formato clássico do
Facebook e Yahoo Grupos. Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o
Este tópico é muito prático, e nos concursos públi- kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma
cos são questionados os termos usados nos diferentes
série de itens semelhantes ao Google Chrome.
softwares, como ‘Histórico’, para nomear a lista de
informações acessadas por um navegador de Internet. Integrado com o filtro Microsoft Defender SmartS-
Ao navegar na Internet, comece a observar os creen, permite o bloqueio de sites que contenham
detalhes do seu navegador e as mensagens que são phishing (códigos maliciosos que procuram enganar
exibidas. Estes são os itens questionados em concur- o usuário, como páginas que pedem login/senha do
sos públicos. cartão de crédito).
Outro recurso de proteção é usado para combater
Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que
favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar-
As informações armazenadas em servidores web tilhar dados entre sites sem permissão do usuário.
são arquivos (recursos), identificados por um endere- Ele substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o
ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em visualizador padrão de arquivos PDFs no Windows
um browser ou navegador de Internet. 10. Foram adicionados recursos que permitem ‘Dese-
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet nhar’ sobre o conteúdo do PDF.
utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da Mantém as características dos outros navegado-
Internet. res de Internet, como a possibilidade de instalação de
Confira a seguir, os principais navegadores de extensões ou complementos, também chamados de
Internet disponíveis no mercado.
plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
específicos para a navegação em determinados sites.
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
Edge Navegador padrão sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
do Windows 10, consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
Microsoft que substituiu o como PDF no dispositivo do usuário.
Microsoft Internet Coleções no Microsoft Edge, é um recurso exclusi-
Explorer. vo para permitir que a navegação inicie em um dis-
positivo e continue em outro dispositivo logado na
Navegador padrão do
Internet Windows 7, um dos mesma conta Microsoft. Semelhante ao Google Con-
Explorer mais questionados tas, mas nomeado como Coleções no Edge, permite
Microsoft em concursos adicionar sugestões do Pinterest.
públicos, por ser Outro recurso específico do navegador é a repro-
integrante do sistema dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site
operacional Microsoft Bing (buscador da Microsoft).
Software livre e
Firefox Internet Explorer
multiplataforma
Mozilla que é leve, intuitivo
e altamente Foi o navegador padrão dos sistemas Windows,
expansível. e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o
questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no
Chrome Um dos mais popu- Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.
lares navegadores A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
Google do mercado, multi-
mento de substitutos para os programas, que deter-
plataforma e de fácil
mina que a nova versão ou novo produto, terá os
utilização.
recursos e irá operar como as versões anteriores ou
Desenvolvido produtos de origem.
Safari originalmente para O atalho de teclado para abrir uma nova janela de
aparelhos da Apple, navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.
Apple atualmente está As Opções de Internet, disponível no menu Fer-
disponível para ramentas, também poderá ser acessado pelo Painel
outros sistemas
de Controle do Windows, devido à alta integração do
operacionais.
202 navegador com o sistema operacional.
Mozilla Firefox z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet,
mas não acessa as informações da conta Google
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, registrada.
como os demais browsers, possibilita o acesso ao con- z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces-
teúdo armazenado em servidores remotos, tanto na sa a Internet e apaga os dados acessados quando a
Internet como na Intranet. janela é fechada.
É um navegador com código aberto, software livre,
que permite download para estudo e modificações.
Possui suporte ao uso de applets (complementos de Importante!
terceiros), que são instalados por outros programas
no computador do usuário, como o Java. A navegação anônima é um recurso que muitos
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização usuários utilizam para aumentar a sua privacida-
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con- de enquanto navega na Internet. Entretanto, ela
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- não te deixa anônimo. As informações acessa-
to, caso utilize o modo de navegação privativa, estes das serão registradas em dispositivos na rede e
dados não serão sincronizados. pelos servidores que foram acessados.
Assim como nos outros navegadores, é possível
definir uma página inicial padrão, uma página inicial
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar O navegador Google Chrome, quando conectado
a navegação das guias abertas na última sessão. em uma conta Google, permite que a exclusão do his-
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela tórico de navegação seja realizada em todos os dis-
permite copiar para a Área de Transferência do com- positivos conectados. Esta funcionalidade não estará
putador, parte da imagem da janela que está sendo disponível, caso não esteja conectado na conta Google.
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário Como já dito, um dos atalhos de teclado diferente
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta- no Google Chrome em comparação aos demais nave-
mente pelo navegador. gadores é F6. Para acessar a barra de endereços nos
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe- outros navegadores, pressione F4. No Google Chrome
recem pequenas dicas para que você possa aproveitar o atalho de teclado é F6.
ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades Para verificar a versão atualmente instalada do
sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla, Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois
notícias sobre integridade da internet e muito mais. “Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram
Google Chrome instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.
Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
O navegador mais utilizado pelos usuários da mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
Internet é oferecido pela Google, que mantém servi- com as mesmas credenciais de login.
ços como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), O Google Chrome permite a personalização com
entre muitos outros. temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
Uma das pequenas diferenças do navegador em das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
relação aos outros navegadores é a tecla de atalho
para acesso à Barra de Endereços, que nos demais é Conceitos e funções válidas para todos os
F4 e nele é F6. Outra diferença é o acesso ao site de navegadores
pesquisas Google, que oferece a pesquisa por voz se
você acessar pelo Google Chrome. z Modo normal de navegação – as informações
Outro recurso especialmente útil do Chrome é o serão registradas e mantidas pelo navegador. His-
Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla- tórico de Navegação, Cookies, Arquivos Temporá-
do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador rios, Formulários, Favoritos e Downloads.
não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas
poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
Alguns recursos do navegador são ‘emprestados’
do site de buscas, como a tradução automática de
páginas pelo Google Tradutor.
É possível compartilhar o uso do navegador com z Modo de navegação anônima – as informações
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que de navegação serão apagadas quando a janela for
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cada uma tenha suas próprias configurações e arqui- fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão
vos. O navegador Google Chrome possui níveis dife- mantidos.
rentes de acessos, que podem ser definidos quando o
usuário conecta ou não em sua conta Google.

z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-


gle, o navegador armazena localmente as informa-
ções da navegação para o perfil atual do sistema
operacional. Todos os usuários do perfil, poderão z Dados de formulários – informações preenchidas
consultar as informações armazenadas. em campos de formulários nos sites de Internet.
z Modo Normal conectado na conta Google: o z Favoritos – endereços URL salvos pelo usuário
navegador armazena localmente as informações para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá-
da navegação e sincroniza com outros dispositivos rio poderão ser exportados do navegador atual e
conectados na mesma conta Google. importados em outro navegador de Internet. 203
z Downloads – arquivos transferidos de um servi- z Para visualizar os downloads em andamento ou
dor remoto para o computador local. Os geren- concluídos – Ctrl+J.
ciadores de downloads permitem pausar uma z Localizar um texto no conteúdo textual da página
transferência ou buscar outras fontes caso o arqui-
– Ctrl+F.
vo não esteja mais disponível.
z Atualizar a página – F5
z Uploads – arquivos enviados do computador local
para um servidor remoto. z Recarregar a página – Ctrl+F5
z Histórico de navegação – são os endereços URL
acessados pelo navegador em modo normal de Nos navegadores de Internet, os links poderão ser
navegação. abertos de 4 formas diferentes.
z Cache ou arquivos temporários – cópia local dos
arquivos acessados durante a navegação. z clique - abre o link na guia atual
z Pop-up – janela exibida durante a navegação para z clique + CTRL - abre o link em uma nova guia
funcionalidades adicionais ou propaganda. z clique + SHIFT - abre o link em uma nova janela
z Atualizar página – acessar as informações arma- z clique + ALT - faz download do arquivo indicado
zenadas na cópia local (cache). pelo link.
z Recarregar página – acessar novamente as infor-
mações no servidor, ignorando as informações
armazenadas nos arquivos temporários. Importante!
z Formato PDF – os arquivos disponíveis na Inter-
net no formato PDF podem ser visualizados A Fundação VUNESP questiona regularmente as
diretamente no navegador de Internet, sem a teclas de atalhos, endereços URL e uso do site
necessidade de programas adicionais. de pesquisas Google. Para todos estes itens, a
dica é: pratique. Faça no seu computador, veja o
Recursos de sites, combinados com os navegadores resultado e será mais fácil a sua memorização.
de Internet

z Cookies – arquivos de texto transferidos do ser-


vidor para o navegador, com informações sobre
as preferências do usuário. Eles não são vírus de EXERCÍCIOS COMENTADOS
computador, pois códigos maliciosos não podem
infectar arquivos de texto sem formatação. 1. (VUNESP – 2020) Uma atividade muito comum a
z Feeds RSS – quando o site oferece o recurso RSS, usuários que navegam na internet é localizar textos
o navegador receberá atualizações para a página numa página. O atalho por teclado que permite loca-
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre lizar textos numa página sendo exibida por meio do
sites para troca de conteúdo. Google Chrome 67, em sua configuração padrão, é:
z Certificado digital – os navegadores podem utili-
zar chaves de criptografia com mais de 1024 bits, a) Ctrl + B
ou seja, aceitam certificados digitais para valida- b) Ctrl + P
ção de conexões e transferências com criptografia c) Ctrl + F
e segurança. d) Ctrl + H
e) Ctrl + J
z Corretor ortográfico – permite a correção dos
textos digitados em campos de formulários, a par-
Ctrl+F (Find) é para localizar uma ocorrência de
tir de dicionários on-line disponibilizados pelos
desenvolvedores dos navegadores. texto no conteúdo textual da página em exibição.
Ctrl+B é a Barra de Favoritos, com botões para os
links preferidos do usuário. Ctrl+P é para Imprimir.
Atalhos de teclado
Ctrl+H é o Histórico de navegação, como os endere-
ços dos sites visitados. Ctrl+J é para lista de Down-
z Para acessar a barra de endereços do navegador, loads, exibindo os arquivos que foram baixados da
pressione F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome é F6. Internet. Resposta: Letra C.
z Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N.
z Para abrir uma nova janela anônima no Microsoft 2. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa que correla-
Edge ou Google Chrome, pressione Ctrl+Shift+N. No ciona corretamente um atalho por teclado no Google
Internet Explorer e Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P. Chrome versão 78, em sua configuração padrão, com
z Para fechar uma janela, pressione Alt+F4. sua respectiva funcionalidade.
z Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T.
a) Ctrl + J: exibir o histórico de páginas acessadas.
z Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W. b) Ctrl + T: abrir nova aba de navegação.
z Para reabrir uma guia fechada, pressione c) Ctrl + P: abrir nova aba de navegação.
Ctrl+Shift+T. d) Ctrl + N: imprimir página.
z Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar e) Ctrl + F: exibir o histórico de páginas acessadas.
Ctrl + = (igual)
z Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar Ctrl + T: abrir nova aba (tab) de navegação.
Ctrl + - (menos) Ctrl + H: exibir o histórico (history) de páginas
acessadas.
z Definir zoom em 100% – Ctrl+0 (zero) Ctrl + J: exibir o histórico de arquivos transferidos
z Para acessar a página inicial do navegador para o computador (downloads).
204 – Alt+Home Ctrl + P: imprimir (print) página.
Ctrl + N: abrir uma nova (new) janela de navegação. CONCEITOS DE URL
Ctrl + F: localizar (find) uma ocorrência de texto no
conteúdo textual da página. Resposta: Letra B. Na Internet, as informações (dados) são arma-
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os
3. (VUNESP – 2020) No Internet Explorer 11, em sua servidores são computadores, que utilizam pastas ou
configuração padrão, o atalho por teclado usado para diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao
selecionar o endereço da barra de endereços é: acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Mas como é a identificação
a) f1 deste arquivo? Como acessamos estas informações?
b) f4 Através de um endereço URL.
c) f5
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que
d) f6
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra-
e) f9
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e
O Internet Explorer é o navegador padrão do Win- possui a seguinte sintaxe:
dows 7, e terminou na versão 11. No Windows 10
temos o navegador Microsoft Edge, e o Internet protocolo://máquina/caminho/recurso
Explorer se tornou apenas um app (usado para
acessar sites antigos, em modo de compatibilidade). z ‘protocolo’ é a especificação do padrão de comu-
O navegador Internet Explorer permite selecionar nicação que será usado na transferência de dados.
o endereço na Barra de Endereços com a tecla de Poderá ser http (Hyper Text Transfer Protocol –
atalho F4. protocolo de transferência de hipertexto), ou https
F1 é para Ajuda e F5 é para Atualizar. (Hyper Text Transfer Protocol Secure – protocolo
A tecla F6 seleciona o endereço da barra de endere- seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File
ços no navegador Google Chrome, não no Internet Transfer Protocolo – protocolo de transferência de
Explorer. Resposta: Letra B. arquivos), entre outros.
z ‘://’ faz parte do endereço URL, para identificar
4. (VUNESP – 2019) É cada vez mais comum o uso de
sistemas corporativos on-line, desse modo, o conjunto que é um endereço na rede, e não um endereço
de sites e sistemas acessados com frequência é cada local como ‘/’ no Linux ou ‘:\’ no Windows.
vez maior. O recurso do Google Chrome versão 67, em z ‘máquina’ é o nome do servidor que armazena a
sua configuração padrão, usado para cadastrar e orga- informação que desejamos acessar.
nizar sites visitados com frequência é z ‘caminho’ são as pastas e diretórios onde o arqui-
vo está armazenado.
a) Página Inicial. z ‘recurso’ é o nome do arquivo que desejamos
b) Favoritos. acessar.
c) Histórico.
d) Downloads. Vamos conferir os endereços URL a seguir, e suas
e) Conteúdo. características.

Favoritos são os links das páginas preferidas do


usuário. ENDEREÇO URL
CARACTERÍSTICAS
A página inicial do navegador Google Chrome infor- FICTÍCIO
ma os links das páginas mais acessadas, porém sem
Usando o protocolo http, aces-
possibilidade de organização. Histórico são os sites
visitados, ordenados cronologicamente. Downloads saremos o servidor abc, que
são os arquivos copiados de um servidor remoto é comercial (.com), no Brasil
para o computador local. Resposta: Letra B. (.br). Acessaremos a divisão
multimídia (www) com arqui-
http://www.abc.
5. (VUNESP – 2019) Um usuário da Internet acessou o vos textuais, vídeos, áudios e
com.br/
site da prefeitura de sua cidade para obter a segunda imagens. O recurso acessado
via do boleto do IPTU cujo pagamento estava atrasa- é o index.html, entendido auto-
do. Depois de obter a segunda via do boleto e realizar maticamente pelo navegador,
seu pagamento, o usuário retornou ao site da prefei- por não ter nenhuma especifi-
tura para entregar a cópia eletrônica do comprovante cação de recurso no fim.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

desse pagamento e regularizar sua situação. No âmbi-


Usando o protocolo https, aces-
to da Internet, as operações de obter a segunda via do
saremos o servidor abc, que é
boleto e de entregar a cópia eletrônica do comprovan-
comercial (.com) e pode estar
te de pagamento são chamadas, respectivamente, de https://mail.abc.
registrado nos Estados Unidos.
com/caixas/inbox/
Acessaremos o diretório caixas,
a) Attachment e Reply.
b) Download e Upload. subdiretório inbox. Acessare-
c) Download e Upgrade. mos o serviço mail no servidor.
d) Update e Backup. Usando o protocolo de transfe-
e) Reload e Settings. rência de arquivos ftp, acessare-
ftp://ftp.abc.gov.br/ mos o servidor ftp da instituição
Ao baixar um arquivo da Internet, fazemos um edital.pdf governamental (gov) brasileira
download (da segunda via do documento). Ao enviar (br) chamada abc, que disponi-
um documento (comprovante de pagamento), esta- biliza o recurso edital.pdf.
mos fazendo um upload. Resposta: Letra B. 205
Outra forma de analisar um endereço URL é na
sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites EXERCÍCIOS COMENTADOS
na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
1. (VUNESP – 2020) Ao clicar em um link de uma página
de símbolos que não parecem legíveis. Mas como tudo
da web, o usuário notou que o início da URL passou de
na Internet está padronizado, vamos ver as partes de
https:// para http://. Essa alteração indica que a cone-
um endereço URL ‘completão’.
xão com a página da web será
Confira:
a) criptografada.
esquema://domínio:porta/caminho/recurso?- b) disponibilizada por um servidor fora do país.
querystring#fragmento c) tarifada à parte do plano de dados disponível para
acesso à internet.
Onde ‘esquema’ é o protocolo que será usado na d) feita por um navegador de internet diferente.
transferência. e) realizada de forma não segura.

z ‘domínio’ é o nome da máquina, o nome do site. Quando um endereço de URL inicia com a identifi-
z ‘:’ e ‘porta’, indica qual, entre as 65536 portas TCP cação de esquema ou protocolo https://, indica que
será usada na transferência. é uma página segura e que as transferências serão
z ‘caminho’ indica as pastas no servidor, que é um criptografadas. Se o endereço tem esquema ou pro-
computador com muitos arquivos em pastas. tocolo http://, indica que a navegação está sendo
z ‘recurso’ é o nome do arquivo que está sendo realizada de forma não segura. Resposta: Letra E.
acessado.
z ‘?’ é para transferir um parâmetro de pesquisa, 2. (VUNESP – 2020) Considere o seguinte endereço:
usado especialmente em sites seguros.
z ‘#’ é para especificar qual é a localização da infor- https://www.camara.bragancapaulista.gov.br
mação dentro do recurso acessado (marcas)
Ao acessar esse endereço, um usuário estará aces-
sando uma página
Exemplo:
a) sem recurso de criptografia.
https://outlook.live.com:5012/owa/
b) que utiliza criptografia.
hotmail?path=/mail/inbox#open c) via correio eletrônico.
d) com padrão incorreto ao usar www junto com https.
esquema: https:// e) falsa, pois o navegador mostra isso ao colocar https
domínio: outlook.live.com antes de www.
porta: 5012
caminho: /owa/ Quando o endereço URL inicia com a identificação de
recurso: hotmail protocolo https, indica que estamos acessando uma
querystring: path=/mail/inbox informação com sistema de criptografia. A cripto-
fragmento: open grafia é uma técnica usada para proteger as infor-
mações que são enviadas do servidor para o cliente.
Quando o usuário digita um endereço URL no seu Caso a comunicação seja interceptada, o invasor que
navegador, um servidor DNS (Domain Name Server – não possua a chave de codificação, não conseguirá
servidor de nomes de domínios) será contactado para ler o que foi transmitido. Resposta: Letra B.
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
mação será localizada e transferida para o navegador 3. (VUNESP – 2019) Um usuário de internet clicou em
que solicitou o recurso. um link no navegador que o encaminhou ao seguinte
endereço:

https://google.com.busca.co/
search?q=quem+descobriu+o+brasil
Servidor DNS
Com base apenas nesse endereço, pode-se afirmar
que a página visitada
Internet
Endereço URL
Usuário a) não será acessada por meio de um canal de comuni-
cação seguro.
Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas b) somente pode ser acessada através de um smartphone.
os dados são armazenados em servidores web com números de c) requer autenticação para ser acessada.
IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
d) não está no domínio “google.com”.
navegação na Internet.
e) está hospedada em um servidor dentro do território
brasileiro.
Dica
Os endereços URLs apontam para recursos na A Internet é a rede mundial de computadores, que
armazena informações que são indexadas por
rede, que na verdade são arquivos. Os servidores
mecanismos de pesquisas, como o Google Buscas.
são computadores e todos os dados armazena- As informações armazenadas estão em servidores
dos neles são arquivos. As pastas são identifica- web, e o acesso se dá através de uma URL (Uniform
das no endereço URL como o caminho, dentro da Resource Locator - localizador padrão de recursos),
206 árvore de diretórios do servidor. que é um endereço web.
O endereço URL informado na questão é uma pági- A URL acessada ao clicar no local onde se vê o cursor
na segura (https), na máquina Busca.co (google. do mouse será:
com.busca.co), pesquisando (search) a sequência
(query quem+descobriu+o+brasil). Não é uma pági- a) https://www.vunesp.com.br/PMGR1805/Inscricao
na da Google. b) https://www.vunesp.com.br/PMGR1805
A letra A está errada, pois conforme observado, é c) INSCREVA-SE
um endereço iniciado em https. d) PMGR1805
A letra B está errada, pois as URLs podem ser acessa- e) RECURSOS
das por quaisquer dispositivos conectados à Internet.
A letra C está errada por indefinição. Somente com o
Ao clicar em “Inscreva-se”, o usuário acessará o ende-
endereço URL informado na questão não é possível
afirmar que seja uma página que exija autenticação reço URL https://www.vunesp.com.br/PMGR1805/
do usuário. Inscricao. Ao apontarmos para um hiperlink na pági-
A letra E está errada, pois o domínio de primeiro na, o verdadeiro endereço URL será exibido na barra
nível identificado com .co indica o país Colômbia. de status do navegador. Resposta: Letra A.
Resposta: Letra D.

4. (VUNESP – 2019) Considere o seguinte endereço em URL:

http://www.teste.com/aranha/pencil.html

Sendo http o protocolo utilizado, as demais partes


desse endereço URL significam:

a) www.teste.com é o documento buscado; aranha é o


nome do servidor e pencil.html é o diretório alvo do
endereço.
b) www.teste.com é o servidor; aranha é o diretório alvo
do endereço e pencil.html é o documento buscado.
c) www.teste.com é o programa fonte; aranha é o compi-
lador do programa fonte e pencil.html é o documento
a ser gerado.
d) www.teste.com é o tipo de conexão; aranha é a porta
de entrada do servidor e pencil.html é o domínio do LINKS
servidor.
e) www.teste.com é o recurso buscado; aranha é o docu- Transferência de Informação e Arquivos
mento a ser exibido e pencil.html é o tipo de conexão.
Cada sistema operacional tem o seu sistema de
Para o endereço URL http://www.teste.com/aranha/
pencil.html temos: arquivos, para endereçamento das informações arma-
http://www.teste.com/aranha/pencil.html (protocolo) zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente,
http://www.teste.com/aranha/pencil.html (máquina não é possível a comunicação ou leitura destes dados.
ou servidor) A família de protocolos TCP/IP procura normatizar
http://www.teste.com/aranha/pencil.html (caminho, o envio e recebimento das informações entre disposi-
pasta ou diretório no servidor) tivos conectados em rede, através dos protocolos de
http://www.teste.com/aranha/pencil.html (recurso transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
ou alvo) cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos
www.teste.com é o servidor; aranha é o diretório envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe-
alvo do endereço e pencil.html é o documento bus- rência de dados.
cado. Resposta: Letra B.
Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são:
5. (VUNESP – 2019) A imagem a seguir mostra uma
página aberta por meio do Google Chrome, versão 67,
em sua configuração padrão. z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo
de transferência de hipertextos.
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

protocolo seguro de transferência de hipertextos.


z FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans-
ferência de arquivos.
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protocolo
simples de transferência de e-mail.

Conhecer o funcionamento dos protocolos de


Internet auxilia na compreensão das tarefas cotidia-
nas que envolvem as redes de computadores. Mensa-
gens de erros, problemas de conexão, instabilidades
e problemas de segurança da informação se tornam
mais claros para quem conhece os protocolos e seu
funcionamento. 207
„ HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: proto- FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos
Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)
colo de transferência de hipertextos.
FTP – Comando OPEN (iniciar
Opera pela porta TCP 80 transferência)

Transfere arquivos HTML (Hyper Text Markup


FTP – Comando PUT (para upload,
Language – linguagem de marcação de hipertextos). adicionar arquivos)
Protocolo mais utilizado para navegação, tanto na
Internet como na Intranet. FTP – Comando GET (para download,
As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo baixar arquivos)

navegador de Internet, que exibe o conteúdo. Servidor


Cliente FTP – dados transferidos para a
Arquivos HTML podem ser produzidos em edito- solicitação GET Web
Web
res de textos sem formatação (como o Bloco de Notas)
ou em editores de textos completos (como o Microsoft FTP – comando CLOSE
Word). (finalizar transferência)

HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos


Porta TCP 80
„ SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – pro-
HTTP – request (requisição) tocolo simples de transferência de e-mail.

Cliente HTTP – response (resposta)


Servidor
Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou 2525.
Web Web A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é bloquea-
da pela maioria dos servidores, para evitar spam.
„ HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure: A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS
protocolo seguro de transferência de hipertextos. (camada adicional de segurança).
A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP sobre
Opera pela porta TCP 443 SSL), mas foi reatribuída e depreciada.
Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML, etc. A porta 2525 não é uma porta oficial, mas muito
Protocolo mais utilizado para navegação segura,
usada por provedores para substituir a porta 587,
tanto na Internet como na Intranet.
quando ela estiver bloqueada.
As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
suem comandos adicionais (scripts) que complemen- Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o
tam a exibição de conteúdo específico. servidor, e de um servidor para outro servidor.
Utiliza criptografia, acionando camadas adicionais
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência Simples de
como SSL e TLS na conexão. E-mail – Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525

HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro


de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443 SMTP – enviar SMTP – enviar
e-mail e-mail

Cliente
HTTPS – request (requisição) E-mail Servidor Servidor
Cliente E-mail E-mail
Web
HTTPS – certificado digital

Identidade confirmada
Dica
Servidor O protocolo https é o mais questionado em pro-
Web
HTTPS – response (resposta) vas de concursos públicos. Implementa seguran-
ça na conexão, possibilitando a troca de dados
O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro- segura entre o cliente e o servidor.
vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
como em Segurança da Informação.

„ FTP – File Transfer Protocol – protocolo de trans-


EXERCÍCIOS COMENTADOS
ferência de arquivos.
1. (VUNESP – 2019) Um usuário está navegando na Inter-
net por diferentes sites usando navegador Google Chro-
Opera com duas portas TCP, uma para dados (20) e
outra para comandos (21). me versão 76, em sua configuração original. Ao clicar
Transfere qualquer tipo de informação. com botão principal do mouse no ícone Home, o nave-
Pode transferir em modo byte a byte (arquivos de gador imediatamente abre ________ a página inicial con-
textos) ou bit a bit (arquivos executáveis). figurada e é _________ o histórico de navegação.
Os navegadores de Internet possuem suporte para Assinale a alternativa que preenche corretamente as
acesso aos servidores FTP. lacunas.
O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma mais a) em outra guia ... mantido
rápida que nos navegadores de Internet. b) na mesma guia ... apagado
Pode utilizar criptografia. c) na mesma guia ... mantido
O modo anônimo caiu em desuso, e poucos servi-
d) em uma nova janela do Google Chrome ... mantido
dores FTP ainda aceitam conexão anônima.
208 e) em outra guia ... apagado
Os navegadores de Internet possuem um endereço
URL definido como página inicial, ou Home. Se fosse de um arquivo PDF, o endereço URL infor-
Quando o usuário aciona o ícone Home ou pres- maria o nome do arquivo terminando com a exten-
siona o atalho de teclado Alt+Home, o navegador são PDF. Se o clique no link for realizado com a tecla
exibirá na mesma guia a página inicial definida no ALT pressionada, e o link ser um arquivo PDF, então
navegador. O histórico de navegação, registrado até será realizado o download dele para o computador
o momento, será mantido. Resposta: Letra C. do usuário. Resposta: Letra D.

2. (VUNESP – 2019) Um novo usuário da Internet notou 4. (VUNESP – 2018) Em uma determinada página na
que, clicando com o mouse sobre determinadas pala- web, encontra-se um link com o texto “https://portal.
vras do texto, seria direcionado a outras páginas Web. fazenda.sp.gov.br”. Ao clicar nesse link, o navegador
Assinale a alternativa contendo o nome do endereço
associado às palavras que permitem o direcionamen- a) irá abrir um site protegido por senha, porque utiliza o
to para outras páginas. protocolo HTTPS.
b) irá abrir um site seguro, porque utiliza o protocolo
a) Copyright HTTPS.
b) Download c) poderá abrir qualquer site, usando protocolos HTTP
c) Keyword ou HTTPS, pois o texto não reflete, necessariamente, a
d) Hashtag URL do link.
e) Hyperlink d) irá abrir um site com conteúdo seguro, porque o site é
do governo.
e) irá abrir um site do governo com conteúdo
Uma hiperligação, ou simplesmente uma ligação
criptografado.
(também conhecida em português pelos corres-
pondentes termos ingleses, hyperlink e link), é uma
O endereço URL “https://portal.fazenda.sp.gov.br”
referência num documento em hipertexto a outras
identifica um website no Brasil (br), do tipo governa-
partes deste documento ou a outro documento. A mental (gov), do Estado de São Paulo (sp), da Secre-
palavra inglesa link entrou na língua portuguesa taria da Fazenda e Planejamento (fazenda), página
por via de redes de computadores (em especial a inicial (portal), que está sendo acessado através de
Internet), servindo de forma curta para designar uma conexão segura com uso de criptografia (https).
as hiperligações do hipertexto. O seu significado é Entretanto este não é o endereço URL do link, é
“atalho”, “caminho” ou “ligação”. Através dos links apenas o texto do link. Por trás dele poderá existir
é possível produzir documentos não lineares inter- qualquer acesso a site, pois o texto não reflete neces-
conectados com outros documentos ou arquivos a sariamente a URL do link.
partir de palavras, imagens ou outros objetos. Res- O site é seguro, não por ser do governo, mas pelo
posta: Letra E. protocolo https (letra D). O site é do governo, mas o
conteúdo não é criptografado, apenas as transferên-
3. (VUNESP – 2019) Tem-se a imagem a seguir, extraí- cias dos dados são (letra E). Resposta: Letra C.
da parcialmente do site da Câmara Municipal de Tatuí,
com o ponteiro do mouse sobre o link de Regimento 5. (VUNESP – 2018) Na imagem a seguir, o usuário está
Interno. visualizando o resultado da pesquisa “prefeitura de
guararapes sp” realizada no buscador Google, utilizan-
do o Internet Explorer 11, em sua configuração padrão.

Assinale a alternativa que indica o resultado ao clicar


com o botão principal do mouse.

a) Será aberto o arquivo PDF do Regimento Interno.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

b) Será feito o download do Regimento Interno em forma-


to PDF.
c) Será aberta a janela do aplicativo de correio eletrônico
padrão para que seja enviada uma mensagem para a
Câmara Municipal de Tatuí, com o assunto Regimento Quando ele posicionar o mouse sobre um link, por
Interno. exemplo, “Prefeitura de Guararapes / SP”, pressionar
d) Será aberta uma página web regular. o botão secundário do mouse e clicar no item “Copiar
e) Será aberta uma janela perguntando ao usuário se ele atalho”, ele estará
deseja abrir ou fazer o download do PDF do Regimento
Interno. a) salvando os arquivos da página na Área de Transferência.
b) salvando o endereço do link na Área de Transferência.
Quando apontamos em um link no navegador, na c) salvando os arquivos da página na Área de Trabalho.
barra de status é exibido o endereço URL que será d) criando um atalho para a página na Área de Trabalho.
acessado. O endereço é de uma página web regular. e) criando um atalho para a página na pasta Documentos. 209
Ao pressionar o botão secundário do mouse, o menu Cada informação acessada será copiada para o
de contexto será exibido. computador local, e então exibida rapidamente em
Uma das opções disponíveis é “Copiar atalho”. caso de navegação entre páginas (Voltar ou Próximo),
Através desta opção, o endereço do link será arma- através das ferramentas de navegação de páginas do
zenado na Área de Transferência, podendo ser cola- navegador (ou teclas Alt+seta à esquerda para Voltar,
do em outro local. Resposta: Letra B. e Alt+seta à direita para Próximo).
Ao pressionar F5, o navegador recarrega a página
SITES armazenada localmente e exibe novamente na janela
do navegador. Os itens diferentes serão confirmados
Os sites, como observado no item Conceitos de na sequência.
URLs, são localizações na rede. Ao pressionar Ctrl+F5, toda a página é recarregada
Um site pode armazenar um conjunto de domí-
na origem, ignorando a cópia local.
nios, ou pastas, ou arquivos. A primeira página de um
Todos os dados acessados em modo ‘normal’ de
site é o seu índice (index.html, index.php, home.asp,
etc) e a partir dela poderemos acessar as outras infor- navegação serão copiados para o computador. Aces-
mações armazenadas. sando a pasta de arquivos temporários, é possível
É possível acessar diretamente uma informação, recuperar algum arquivo que foi acessado recente-
digitando o seu endereço na Barra de Endereços. mente e não está disponível no site de origem (como
Os recursos de sites acessados pelo usuário serão vídeos, por exemplo).
armazenados em uma lista, no computador local, Os arquivos temporários aceitam o sinal de inter-
chamada Histórico. Podemos excluir todo o histórico rogação no nome, porque na simbologia dos servi-
através das opções de Internet existentes no menu/ dores, o sinal de interrogação indica que é um item
função Ferramentas dos navegadores, ou evitar o seu temporário, que em breve será excluído.
registro, utilizando o modo anônimo de navegação
(Navegação InPrivate). Favoritos
Os nomes entre os navegadores mudam um pou-
co, mas o princípio de funcionamento é semelhan- São os links de páginas que o usuário adicionou
te. Outra diferença é o atalho de teclado associado.
em seu bookmarks, dentro de seu navegador web. As
Confira.
informações de favoritos produzem arquivos LNK
(links, atalhos), armazenados na pasta Favoritos, do
z Internet Explorer = Navegação InPrivate (Ctrl+Shift+P)
computador local, do usuário.
Os itens existentes em Favoritos não estão disponí-
Arquivo Editar Exibir FavoritosFerramentas Ajuda
Excluir Histórico de Navegação Ctrl+Shift+Del veis em modo off-line, somente quando conectados à
Navegação InPrivate Ctrl+Shift+P Internet, sujeito à disponibilidade do recurso no servi-
dor. Páginas dinâmicas (como o Mural de Recados do
Facebook), não serão adicionadas corretamente aos
z Mozilla Firefox = Nova janela privativa (Ctrl+Shift+P) Favoritos, gerando erro no acesso.
No menu Ferramentas, Opções de Internet, guia
Geral, Excluir Histórico de Navegação, o navegador
sugere manter os dados relacionados aos sites Favori-
tos, como cookies e arquivos temporários da Internet
que estejam associados, agilizando a navegação do
usuário nos sites
Para adicionar a página atual, teclar CTRL+D. Para
verificar os itens existentes, teclar CTRL+B.

z Google Chrome = Nova janela anônima (Ctrl+Shift+N)

Nova guia Ctrl+T


Nova janela Ctrl+N
Nova janela anônima Ctrl+Shift+N

z Microsoft Edge = Nova janela InPrivate (Ctrl+Shift+N)

Histórico de navegação

Os recursos de sites acessados pelo usuário serão


armazenados em uma lista, no computador local,
chamada Histórico. Podemos excluir todo o histórico
através das opções de Internet existentes no menu/
função Ferramentas dos navegadores, ou evitar o seu
registro, utilizando o modo anônimo de navegação
210 (incógnito).
Internet Explorer = Navegação InPrivate c) hyperlinks.
d) cookies.
Arquivo Editar Exibir FavoritosFerramentas Ajuda e) attachments.
Excluir Histórico de Navegação Ctrl+Shift+Del
Navegação InPrivate Ctrl+Shift+P
A Internet é a rede mundial de computadores, que
armazena arquivos (recursos) em servidores web,
Mozilla Firefox = Janela privativa (via menu) para serem acessados com navegadores de Internet
(browsers).
Arquivo Editar Exibir Histórico Favoritos Ferramentas Ajuda Um recurso (arquivo) no servidor é identificado por
Nova aba Ctrl+T um endereço localizador padrão, uma URL.
Nova janela Ctrl+N Quando um navegador de Internet (um cliente web)
Nova janela privativa Ctrl+Shift+P
acessa um servidor de Internet (site), algumas infor-
mações são transferidas do servidor para o cliente.
Google Chrome = Janela anônima Os arquivos das páginas, os códigos associados, as
imagens, áudios, etc. Uma das informações transfe-
ridas do servidor para o cliente é o cookie.
Cookies são arquivos de texto transferidos do ser-
Nova guia Ctrl+T
vidor para o cliente, contendo as preferências de
navegação.
Nova janela Ctrl+N
Spammers são usuários que enviam spam, mensa-
Nova janela anônima Ctrl+Shift+N gens de correio eletrônico para muitos destinatá-
rios, sem que tenham sido solicitadas.
Pointers se refere a ponteiros. Os ponteiros são usa-
Cada informação acessada será copiada para o dos em banco de dados, e no caso de sites de Inter-
computador local, e então exibida rapidamente em net poderá estar associado a consultas realizadas
caso de navegação entre páginas (Voltar ou Próximo), online em banco de dados na web.
através das ferramentas de navegação de páginas do Hyperlinks são ligações de hipertextos. Conhecidos
navegador (ou teclas Alt+seta à esquerda para Voltar, pela simplificação link, permitem ir para um local
e Alt+seta à direita para Próximo). da web a partir de um ponto de partida (clique).
Todos os dados acessados em modo ‘normal’ de
Attachments são anexos, e está relacionado ao con-
navegação serão copiados para o computador. Aces-
texto de correio eletrônico. Resposta: Letra D.
sando a pasta de arquivos temporários, é possível
recuperar algum arquivo que foi acessado recente-
mente e não está disponível no site de origem (como 3. (VUNESP – 2018) Ao navegar em um website de notí-
vídeos, por exemplo). cias, um usuário encontra em uma página web um link
com o seguinte texto:

https://www.servicos.gov.br
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Sobre o link, assinale a alternativa correta.
1. (VUNESP – 2020) Quando um usuário está utilizando
um browser para navegar pelas páginas da World Wide a) O link redireciona a navegação, necessariamente, para
Web, é comum que a página indicada por um hyperlink https://www.servicos.gov.br
não exista mais. b) O link redireciona a navegação, necessariamente, para
Nessa situação, é comum que o browser http://www.servicos.gov.br e imediatamente depois
para https://www.servicos.gov.br
a) seja fechado e impedido de ser reaberto por 5 minutos. c) O link pode redirecionar a navegação para qualquer site.
b) receba uma mensagem indicando que houve um erro. d) O conteúdo da página referente a https://www.servi-
c) seja fechado, e o computador do usuário seja reiniciado. cos.gov.br é seguro devido o protocolo HTTPS utiliza-
d) tente novos acessos à página em intervalos de 1 do na URL.
segundo. e) O website de notícias que o usuário está navegando
e) seja fechado, e o computador do usuário seja desligado. pertence, necessariamente, ao Governo do Brasil.

Ao acessar um link que aponta para um conteúdo O texto exibido em uma página de Internet pode-
que não existe mais, o navegador informará para rá conter um link para qualquer website. O texto
o usuário de que houve um erro. Geralmente é a “https://www.servicos.gov.br” poderá encaminhar o
mensagem de erro 404, de página (ou arquivo) não usuário para o site “https://www.fernandonishimura.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

encontrada. Resposta: Letra B. com.br”, se houver sido realizada a devida progra-


mação no código HTML da página. Portanto, antes
2. (VUNESP – 2020) Quando um usuário acessa um de clicar em qualquer link mostrado, deve conferir na
site da Internet, é comum que pequenos arquivos de barra de status o verdadeiro endereço para onde será
texto encaminhados pelo site fiquem gravados em direcionado após o clique. Resposta: Letra C.
seu computador. Cada vez que o usuário visita o site
novamente, o navegador envia de volta esses arquivos 4. (VUNESP – 2018) Quando se realiza uma navegação
para o servidor a fim de notificar as atividades prévias na Internet é necessário a digitação de um URL na Barra
ou preferências do usuário. Ainda que concebidos de endereço do navegador. Considerando que se esteja
para melhorar a navegação nos sites, esses arquivos realizando a navegação Internet para acessar uma pági-
podem representar riscos de segurança. Esses peque- na cujo domínio é de uma organização governamental
nos arquivos são conhecidos como brasileira, um exemplo correto de URL é:

a) spammers. a) ftp://receita.gov.br
b) pointers. b) https://bb.com.br 211
c) mailto://fazenda.gov.br Os sites de pesquisas incorporam recursos para ope-
d) http://www.ssp.sp.gov.br rações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens,
e) http://www.ong.org.br
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line,
efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idio-
Uma URL (Uniform Resource Locator) é utilizada
para indicar o endereço de um recurso disponível ma para outro, entre inúmeras funcionalidades. Além
em uma rede, seja na Internet ou uma rede local. A do mais, eles também ignoram pontuação, acentuação e
estrutura da URL é composta de protocolo, segui- não diferenciam letras maiúsculas de letras minúsculas,
do dos caracteres :// e do endereço da máquina. ftp mesmo que sejam digitadas entre aspas.
é para um link de upload/download e mailto é da E além de todas estas características, os sites de
linguagem de marcação de hipertexto, um coman- pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
do para acionar o cliente de e-mail e enviar uma bolos) para refinar os resultados e comandos para
mensagem de correio eletrônico para o endereço
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
especificado. O sufixo COM é comercial. Sufixo ORG
cursos públicos, estes são os itens mais questionados.
é de uma organização não governamental. GOV é de
uma instituição governamental. Resposta: Letra D. Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
de concursos públicos, esta parte você consegue pra-
5. (VUNESP – 2018) Na Internet, a função do ticar, até no seu smartphone. Comece a usar os sím-
_____________________ em uma URL é indicar que o site bolos e comandos nas suas pesquisas na Internet, e
é seguro para navegação, ou seja, que será acessado visualize os resultados obtidos.
utilizando um protocolo de transferência de hipertexto
considerado seguro.
Assinale a alternativa contendo a informação que SÍMBOLO USO EXEMPLO
preenche corretamente a lacuna do enunciado.
Pesquisa exata, na
Aspas mesma ordem que “Nova
a) prefixo http://
duplas forem digitados os Concursos”
b) prefixo https://
termos.
c) sufixo .edu.br
d) sufixo .com.br Menos ou Excluir termo da concursos
e) sufixo .org.br traço pesquisa. –militares

Na Internet, a função do prefixo https:// em uma Pesquisar concursos


Til (acento)
URL é indicar que o site é seguro para navegação, sinônimos. ~públicos
ou seja, que será acessado utilizando um protocolo Substituir termos
de transferência de hipertexto considerado seguro. na pesquisa, para
http indica um site com navegação normal, que pesquisar ‘inscri-
pode ser inseguro, por não trabalhar com cripto- Asterisco ções encerradas’, e inscrições *
grafia. O sufixo edu.br é para indicar um site do tipo ‘inscrições abertas’,
educacional. O sufixo .com.br é para indicar um site e ‘inscrições sus-
do tipo comercial. O sufixo .org.br é para indicar um pensas’, etc.
site do tipo organização não governamental. Res-
posta: Letra B. Pesquisar por
Cifrão celulares $1000
preço.
BUSCA
Dois Intervalo de datas campeão
pontos ou preço. 1980..1990
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesqui-
sa têm como finalidade apresentar os resultados de Pesquisar em redes @Instagram
endereços URLs com as informações solicitadas pelo Arroba
sociais. novaconursos
usuário.
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Pesquisar nas
Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes- Hashtags marcações de #informática
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê, postagens.
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a
acessibilidade das informações existentes na Internet,
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis. COMANDO USO EXEMPLO
Os sites de pesquisas foram incorporados aos nave-
gadores de Internet, e na configuração dos browsers Resultados de ape- livro site:www.uol.
site:
temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite nas um site. com.br
a busca dos termos digitados diretamente na barra de
Somente um tipo de apostila
endereços do cliente web. Esta funcionalidade trans- filetype:
arquivo. filetype:pdf
forma a nossa barra de endereços em uma omnibox
(caixa de pesquisa inteligente), que preenche com os Definição de um
termos pesquisados anteriormente e oferece suges- define: define:smtp
termo.
tões de termos para completar a pesquisa.
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como bus- intitle: No título da página. intitle:concursos
cador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome
No endereço URL da
têm o Google Buscas como buscador padrão. As confi- inurl: inurl:nova
página.
212 gurações podem ser personalizadas pelo usuário.
COMANDO USO EXEMPLO EXERCÍCIOS COMENTADOS
Pesquisa o horário
time: em determinado time:japan 1. (VUNESP – 2019) A Internet disponibiliza grande
local. quantidade de informações por meio de inúmeros
sites. Para encontrar uma informação de seu interes-
related: Sites relacionados. related:uol.com.br se, um usuário da Internet pode utilizar um Buscador
ou Site de Busca. Buscadores são sites que operam
Versão anterior do
cache: cache:uol.com.br programas de computador que procuram informa-
site.
ções contidas nas páginas de outros sites da Internet,
Páginas que con- baseando-se em palavras informadas pelo usuário.
link: tenham link para link:novaconcursos Assinale a alternativa que contém apenas sites de
outras. busca de informações em operação na Internet.

Informações de um location:méxico a) Achei e AltaLista.


location:
determinado local. terremoto b) Baidu e King.
c) DuckTale e Yuppie.
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos- d) Google e Yahoo.
suem espaço com a informação digitada na pesquisa. e) Ping e Bing.
O site de pesquisas Google também oferece respos-
São buscadores de Internet o site de pesquisas Goo-
tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
gle, o Yahoo, e o Microsoft Bing. Estes são os princi-
rece mecanismos similares. pais sites de pesquisas.
As possibilidades são quase infinitas, pois os assis- Achei foi um site de pesquisas, adquirido pelo Yahoo
tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana) no início dos anos 2000. Altalista não existe, mas
permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos existiu o AltaVista, da empresa Digital, que também
de pedidos de buscas nos sites de pesquisas. foi incorporado pelo Yahoo. Baidu é uma grande
empresa chinesa, mas o mecanismo de pesquisas
está restrito ao território da República Popular da
PEDIDO USO EXEMPLO China. Ping é um comando de redes para verificar a
conectividade e resposta de um dispositivo. Respos-
traduzir maçã
traduzir ... para Google Tradutor. ta: Letra D.
para japonês

lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni- 2. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa que apresen-
ca:número telefone. ca:99999-9999 ta a forma de pesquisa mais restritiva a ser feita no
site do Google.
Cotação da bol-
código da ação GOOG
sa de valores. a) prefeitura municipal da estância de Cananéia
Previsão do b) “prefeitura municipal da estância de Cananéia” site:w-
clima localidade clima são paulo ww.cananeia.sp.gov.br
tempo.
c) “prefeitura municipal da estância de Cananéia”
Status de um d) prefeitura municipal da *
código do voo ba247
voo (viagens). e) prefeitura Cananéia
Os resultados apresentados pelas pesquisas do
site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura Pesquisar entre aspas exige que todos os resultados
tenham as palavras informadas na mesma sequên-
filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando
cia em que foram digitadas. O comando site: é para
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de restringir as buscas somente a um endereço. Por-
conteúdo adulto serão exibidos normalmente. tanto, obtemos a pesquisa mais restrita, com ape-
No Microsoft Bing, na página do buscador www. nas 1.350 resultados, aproximadamente.
bing.com, acesse o menu no canto superior direito e A letra A apresentará resultados de páginas que
escolha o item Pesquisa Segura. contenham qualquer uma das palavras digitadas
No Google, na página do site do buscador www. (Aproximadamente 49.600 resultados).
A letra C exibe somente os resultados com todas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

google.com, acesse o menu Configurações no can-


as palavras na sequência informada entre aspas
to inferior direito e escolha o item Configurações de
(Aproximadamente 5.980 resultados).
Pesquisa.
A letra D exibe sites que contenham as palavras
“prefeitura”, e/ou “municipal”, e/ou “da”, e qual-
quer palavra a seguir. Portanto é a mais abrangen-
Importante! te de todas (com aproximadamente 421.000.000
As bancas costumam questionar funcionali- resultados).
A letra E pesquisa qualquer uma das duas palavras
dades do Microsoft Bing que são idênticas às (Aproximadamente 132.000 resultados). Resposta:
funcionalidades do Google Buscas. Ao inserir o Letra B.
nome do navegador da Microsoft na questão, a
banca procura desestabilizar o candidato com a 3. (VUNESP – 2019) Um usuário da Internet deseja uti-
dúvida acerca do recurso questionado. lizar um site de pesquisa, como o Google ou o Bing,
para realizar a busca dos sites que contenham a 213
palavra “Troia”. No entanto, deseja receber apenas os As aspas são usadas nas pesquisas do Google para
resultados que não contenham a palavra “guerra” e obtermos resultados de uma correspondência exa-
que contenham a expressão “software malicioso”. A ta. Para combinar pesquisas, pode usar o sinal de
expressão a ser digitada no local adequado do site é: mais. Para pesquisar em um site específico, coman-
do site:. Para pesquisar sites relacionados, comando
a) Troia #guerra #software malicioso# related:. Para pesquisar hashtags, que são marca-
b) Troia $guerra (software malicioso) dores de postagens em redes sociais, é só digitar a
c) Troia !guerra [software malicioso] hashtag desejada. Resposta: Letra A.
d) Troia %guerra {software malicioso}
e) Troia -guerra “software malicioso” IMPRESSÃO DE PÁGINAS

No site de pesquisas Google, entre aspas determina O navegador de Internet poderá imprimir a página
que a busca deverá ser com os termos exatamente que está sendo acessada, se for possível (existem pági-
na mesma sequência em que foram digitados. No nas com restrições impostas por scripts Java).
site de pesquisas, o traço junto a uma palavra exclui
No Internet Explorer, é possível escolher as opções
o item da pesquisa.
de configuração de página, disponíveis no menu
Troia -guerra “software malicioso”
Arquivo, Configurar página (imagem a seguir).
Pesquise Troia, com “software malicioso” mas sem
a palavra guerra. Resposta: Letra E.

4. (VUNESP – 2019) Um usuário fez uma pesquisa no


site Google e um dos resultados é apresentado na
imagem a seguir.

Assinale a alternativa com o termo de pesquisa que foi


utilizado.

a) prefeitura dois corregos


b) “prefeitura de dois corregos”
c) prefeitura de dois corregos -concurso
d) “municipio de dois corregos” Configurar página, do Internet Explorer
e) -prefeitura -dois -corregos
A configuração da página do Internet Explorer
No site de pesquisas Google, entre aspas determina
para impressão está dividida nas configurações para
que a busca deverá ser com os termos exatamente
Opções do papel, Margens, Cabeçalhos e Rodapé. Pos-
na mesma sequência em que foram digitados. Se
suem três partes (semelhante ao Microsoft Excel),
aspas, os termos serão pesquisados em qualquer
sendo esquerda, centro e direita. Em cada local é pos-
ordem. Resposta: Letra A.
sível incluir uma informação (e personalizar a fonte
a) prefeitura dois córregos (páginas que contenham
utilizada).
as 3 palavras, em qualquer ordem)
b) “prefeitura de dois corregos” (páginas que conte- O Mozilla Firefox não possui uma tela própria para
nham as 3 palavras, na ordem digitada) impressão, e utiliza a mesma janela do sistema opera-
c) prefeitura de dois corregos -concurso p á g i n a s cional instalado no computador.
sem a palavra concurso (sinal de menos exclui o item)
d) “municipio de dois corregos” (páginas que conte-
nham as 3 palavras, na ordem digitada)
e) -prefeitura -dois -corregos (páginas que não conte-
nham nenhuma das 3 palavras). Resposta: Letra A.

5. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que contém a


função das aspas duplas ao se realizar uma pesquisa
no site de pesquisa do Google, como em: “Câmara de
Vereadores de Piracicaba”.

a) Pesquisar uma correspondência exata.


b) Combinar pesquisas.
c) Pesquisar um site específico.
d) Combinar sites relacionados.
214 e) Pesquisar hashtags.
Imprimir, do Mozilla Firefox

a) –1–9
b) –1,–9
c) [1],2–8,[9]
d) 2–8
e) 2,8

Para especificar um intervalo de páginas para


serem impressas, usamos o traço, que significa ATÉ.
Para especificar página por página, separamos com
vírgulas. Resposta: Letra D.

3. (VUNESP – 2019) No Google Chrome, na sua configu-


Janela de impressão do Google Chrome ração padrão, para salvar em pdf uma página web que
está sendo visitada, é necessário alterar a seguinte
Caso seja selecionado o item “Gráficos de segun- opção da janela Imprimir:
do plano”, as imagens e propagandas serão impres-
sas também. Caso seja selecionado “Apenas seleção”, a) Páginas.
somente a região selecionada será impressa. b) Layout.
Opcionalmente é possível salvar a página como c) Arquivo.
PDF, muito útil para gravar as informações que seriam d) Salvar.
impressas em um arquivo PDF no computador. O e) Destino.
arquivo PDF, formato do Adobe Acrobat, reproduz
exatamente o que seria impresso no papel. Ao acessarmos um site na Internet, o navegador exi-
be para nós o conteúdo de uma página web.
Dica Uma página da web (Internet) é um arquivo HTML,
com códigos que permitem a exibição do conteúdo
Entre os tópicos do edital, este é um dos recur- de hipertexto em um navegador de Internet.
sos menos questionados. De acordo com a Podemos salvar como PDF, mas deveremos fazer
impressora que o usuário possui, alguns recur- através da opção Imprimir, Salvar como PDF.
sos adicionais poderão aparecer na caixa de O usuário precisa alterar o destino, para que possa
diálogo de impressão, acionada pelo atalho de salvar a página atual como PDF, através da janela
de impressão do Google Chrome. Resposta: Letra E.
teclado Ctrl+P.
4. (VUNESP – 2016) Observe os parâmetros de impres-
são utilizados pelo usuário para imprimir o conteúdo
EXERCÍCIOS COMENTADOS da página da Câmara de Itápolis, acessada por meio do
Google Chrome, apresentados parcialmente na figura.
1. (VUNESP – 2019) Um usuário navegando na internet
por meio do Internet Explorer 11, em sua configuração
padrão, encontrou uma foto de uma situação suspeita
que precisa ser verificada e deseja imprimir a página.
O atalho por teclado usado para imprimir a página é

a) Ctrl + I
b) Ctrl + M
c) Ctrl + P
d) Ctrl + J
e) Ctrl + N
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ctrl+P é para Imprimir. Ctrl+I é a lista de Favoritos,


Ctrl+J para Downloads e Ctrl+N para nova janela.
Resposta: Letra C.

2. (VUNESP – 2020) Ao visitar um web site usando o Sabendo-se que no total existem oito páginas, assi-
navegador Google Chrome, versão 78, em sua configu- nale a alternativa que contém as páginas que serão
ração original, o usuário pressionou as teclas CTRL+P impressas.
para imprimir o conteúdo. Na visualização da impres-
são, o usuário percebeu que há 9 páginas para se a) 2, 3, 5, 6, 7 e 8.
imprimir. Assinale a alternativa que indica como deve b) 2, 3, 4, 5, 6 e 7
ser preenchido o campo sublinhado, com a opção Per- c) 2, 4, 5, 6 e 7.
sonalizado selecionada, para que se imprima apenas d) 2, 3, 4 e 7.
as páginas 2 a 8. e) 2, 4 e 7. 215
Ao informar na caixa de impressão as páginas
PROGRAMAS MICROSOFT
“2-4,7”, estamos escolhendo as páginas 2 até 4 LIBREOFFICE
OFFICE
(incluindo a página 3), e a página 7. Na caixa de
impressão, o traço significa ATÉ (para intervalos) e LibreOffice
Editor de Textos Microsoft Word
a vírgula significa E (para páginas individuais). Res- Writer
posta: Letra D.
Planilhas de
Cálculos Microsoft Excel LibreOffice Calc
5. (FCC– 2019) Um usuário selecionou um trecho de
texto em um site usando o navegador Google Chrome Apresentações Microsoft LibreOffice
e, para acessar a janela onde será possível imprimir de Slides PowerPoint Impress
somente o trecho selecionado, ele deverá:

a) clicar com o botão direito do mouse sobre o trecho e As extensões dos arquivos editáveis produzidos
selecionar a opção Imprimir... . pelos pacotes de produtividade são apresentadas na
b) pressionar a combinação de teclas CTRL + ALT + P. tabela a seguir.
c) clicar no menu Imprimir e na opção Imprimir seleção.
d) clicar com o botão esquerdo do mouse sobre o trecho EXTENSÕES MICROSOFT
e selecionar a opção Enviar para Impressora. DE ARQUIVOS LIBREOFFICE
OFFICE
e) pressionar a combinação de teclas SHIFT + P.
Editor de Textos DOCX ODT
O navegador Google Chrome permite acesso às
Planilhas de
informações armazenadas em servidores remotos XLSX ODS
Cálculos
através da rede (local ou mundial). Permite a aber-
tura de arquivos armazenados localmente, como Apresentações
PPTX ODP
PDFs e HTML. de Slides
Um conteúdo exibido no navegador poderá ser
impresso através da caixa aberta ao acionar o ata- As extensões do Microsoft Office, para arquivos
lho de teclado Ctrl+P. editáveis, terminam em X, em referência ao conteúdo
A impressão permite enviar para a impressora, ou
formatado com XML, que foi introduzido na versão
salvar em arquivo PDF, toda a página, páginas espe-
2007. As extensões do LibreOffice iniciam com OD, em
cíficas ou textos selecionados.
referência ao Open Document, do Open Office.
Para impressão de um trecho selecionado, o usuá-
rio deve selecionar a região desejada, clicar com o
Microsoft Office
botão direito do mouse (botão secundário ou botão
invertido) e no menu de contexto exibido, escolher a
opção Imprimir. Resposta: Letra A. Office 2003 Office 2007 Office 365

Até a versão 2003, os arquivos produzidos pelo


Microsoft Office eram identificados com extensões
CONCEITOS E MODOS DE
de 3 letras, como DOC, XLS e PPT. Algumas questões
UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA de concursos ainda apresentam estas extensões nas
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E alternativas das questões.
APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A Na versão 2007, o padrão XML (eXtensible Markup
Language) foi implementado para oferecer portabili-
SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE dade aos documentos produzidos. As extensões dos
arquivos passaram a ser identificadas com 4 letras,
Um pacote de aplicativos para escritório é sem
como DOCX, XLSX e PPTX.
dúvida, um dos mais úteis aplicativos que um com-
Com o avanço dos recursos de computação na nuvem,
putador pode ter instalado. Independente do perfil de
o Office foi disponibilizado na versão on-line, que poste-
utilização do usuário, algum dos aplicativos disponí-
veis em um pacote como o Microsoft Office, atendem a riormente se chamou 365, e é a versão atual do pacote.
diferentes tarefas cotidianas. Das mais simples, até as Com um novo formato de licenciamento, com assinaturas
mais complexas. mensais e anuais, ao invés da venda de licenças de uso,
A Microsoft chama o pacote Office de ‘suíte de pro- a instalação do Office 365 no computador disponibiliza a
dutividade’, e tem como ‘concorrente’ o LibreOffice. última versão do pacote para escritórios.
O Microsoft Office possui alguns aplicativos que Do ponto de vista prático, qual versão do Microsoft
trocaram de nomes ao longo do tempo. Atualmente Office usar ou estudar?
está na versão Office 365, que disponibiliza recursos Para bancas CESPE/Cebraspe e Instituto Quadrix,
via Internet (computação nas nuvens), com armaze- você deve ter a última versão disponível. Elas ques-
namento de arquivos no Microsoft OneDrive. tionam as novidades das últimas versões disponíveis.
Serviços adicionais de comunicação, como o Micro- Já outras bancas organizadoras, a versão é indiferen-
soft Outlook e Microsoft Teams, fazem parte do pacote te. O mais importante será o conceito envolvido e sua
216 Microsoft Office 365. aplicação na formatação de arquivos.
LibreOffice
z Páginas – unidades de organização do texto, segun-
do a orientação, o tamanho do papel e margens. As
Open Office BrOffice LibreOffice principais definições estão na guia Layout, mas tam-
bém encontrará algumas definições na guia Design.
z Seção – divisão de formatação do documento,
O pacote Star Office, deu origem ao Open Offi- onde cada parte tem a sua configuração. Sempre
ce, com código aberto, livre e gratuito. O formato de que forem usadas configurações diferentes, como
arquivo (ODF – Open Document Format) é usado para
margens, colunas, tamanho da página, orientação,
os arquivos produzidos, como ODT (Text – documen-
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras,
to de texto), ODS (Sheet – planilha de cálculos) e ODP
as seções serão usadas.
(Presentation – apresentação de slides).
O projeto BrOffice.org desenvolveu e ofereceu o z Parágrafos – formado por palavras e marcas de
pacote com recursos especificamente úteis para os formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
brasileiros. É comum ver esta informação no conteúdo tação independente do parágrafo anterior e do
programático dos editais de concursos (BrOffice.org), parágrafo seguinte.
além das questões que já foram aplicadas pelas bancas. z Linhas – sequência de palavras que pode ser um
O LibreOffice é o pacote atual, disponível para parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
download e instalação em diversas plataformas. Está finalizado com Quebra de Linha, a configuração
na versão 7 (dezembro/2020), e possui recursos seme- atual permanece na próxima linha.
lhantes às versões anteriores, com uma interface z Palavras – formado por letras, números, símbolos,
redesenhada (clean), seguindo a tendência minimalis- caracteres de formatação, etc.
ta de outras aplicações (site Google, ícones do Micro-
soft Office, ícones de app’s no smartphone, etc). Os arquivos produzidos nas versões anteriores do
Do ponto de vista prático, qual versão do LibreOffi- Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
ce usar ou estudar? vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa-
Para concursos das bancas CESPE/Cebraspe e Ins- tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar
tituto Quadrix, você deverá ter a última versão dis- todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
ponível. No site do LibreOffice você poderá fazer o como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
download gratuito. Ao passo que para outras bancas
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão
organizadoras é recomendável verificar se o edital
ser editados pelas versões antigas do Office, desde que
pede uma versão específica (como LibreOffice 5) ou
instale um pacote de compatibilidade, disponível para
se pede várias versões (LibreOffice 5 ou superior). Se
download no site da Microsoft.
for uma versão específica, serão questionados ícones
e atalhos de teclado apenas dela. Se for uma versão Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
específica com o “ou superior” complementando, podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
então serão questionados os recursos válidos para Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
todas as versões, e você poderá usar a última versão PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
disponível para estudos. se um documento do Word.
Grande parte das questões de concursos públicos O Microsoft Word pode gravar o documento no for-
procuram questionar as diferenças entre os aplica- mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar
tivos. Questiona-se, por exemplo, a respeito de um documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
recurso que é acionado com um atalho de teclado no Durante a edição de um documento, o Microsoft
Microsoft Word, mas que no LibreOffice Writer tem Word:
um atalho de teclado diferente.
z Faz a gravação automática dos dados editados
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES enquanto o arquivo não tem um nome ou local
(AMBIENTES MICROSOFT E LIBREOFFICE) de armazenamento definidos. Depois, se necessá-
rio, o usuário poderá “Recuperar documentos não
MICROSOFT WORD salvos”.
z Faz a gravação automática de auto recuperação
Estrutura básica dos documentos dos arquivos em edição que tenham nome e local
definidos, permitindo recuperar as alterações que
Os documentos produzidos com o editor de textos não tenham sido salvas.
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-


vamento automático”, associado à conta Microsoft,
z Documentos – arquivos DOCX criados pelo Microsoft
para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha-
vamento será realizado.
dos com outros usuários para edição colaborativa.
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX, con-
tém formatações que serão aplicadas aos novos O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
documentos criados a partir dele. O modelo é usa- padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
do para a padronização de documentos. e por ser portável, também poderá ser editado pelo
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM Microsoft Word.
(Document Template Macros – modelo de docu- Em questões sobre pacotes de aplicativos nas
mento com macros). As macros são códigos desen- provas elaboradas pela banca organizadora CESPE/
volvidos em Visual Basic for Applications (VBA) Cebraspe, as extensões de arquivos são amplamente
para a automatização de tarefas. questionadas. 217
Ao iniciar a edição de um documento, o modo GUIA GRUPO ITEM ÍCONE
de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
Impressão”. O documento será mostrado na tela da Folha de
mesma forma que será impresso no papel.
Rosto
O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a Página
barra de título continua sendo exibida. Páginas em
O modo de exibição “Layout da Web” é usado para Branco
visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
vesse publicado na Internet como página web. Quebra de
Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Página
Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
dos blocos de conteúdo.
O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”, Inserir Tabelas Tabela
exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que Imagem
faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-
to da interface do Microsoft Office.
Imagens
Acesso Rápido Ilustrações Online
Guia Atual Guias ou Abas Item com Listagem

Formas

Importante!
Ícone com Opções
A banca organizadora de concursos CESPE/Cebras-
Caixa de Diálogo do Grupo Grupo pe não costuma utilizar imagens em suas provas.
Ela prioriza o conhecimento do candidato acerca
Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word dos conceitos dos softwares. Outras bancas orga-
nizadoras, como Fundação VUNESP e Fundação
Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata- Getúlio Vargas, priorizam o conhecimento do candi-
lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão dato acerca do uso dos recursos para a produção de
2007 ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmen- arquivos (parte prática dos programas).
te ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a
preferência do usuário.
A Faixa de Opções contém guias, que organizam os As guias possuem uma organização lógica, sequen-
ícones em grupos. cial, das tarefas que serão realizadas no documento,
desde o início até a visualização do resultado final.
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE
BOTÃO/GUIA DICA
Recortar Comandos para o documento
Arquivo atual. Salvar, salvar como, im-
primir, Salvar e enviar.
Copiar
Tarefas iniciais. O início do
Área de documento, acesso à Área de
Transferência Página Inicial Transferência, formatação de
Colar
fontes, parágrafos. Formata-
ção do conteúdo da página.
Pincel de
Formata- Tarefas secundárias. Adicio-
Página nar um objeto que ainda não
Inicial ção Inserir
existe no documento. Tabela,
Nome da Calibri (Corp Ilustrações, Instantâneos.
fonte
Configuração da página. For-
Tamanho Layout da Página matação global do documento,
da fonte formatação da página.
Fonte
Reúne formatação da página e
Aumentar Design
plano de fundo.
fonte
Índices e acessórios. Notas de
Diminuir
Referências rodapé, notas de fim, índices,
fonte
sumários, etc.
218
BOTÃO/GUIA DICA MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO
Mala direta. Cartas, envelopes, Seleciona
Selecionar
Correspondências etiquetas, e-mails e diretório - Shift+Home até o início
até o início
de contatos. da linha

Correção do documento. Ele Seleciona


Selecionar
está ficando pronto... Ortogra- - Shift+End até o final
até o final
Revisão fia e gramática, idioma, contro- da linha
le de alterações, comentários,
comparar, proteger, etc. Seleciona
Ctrl+Shif- Selecionar até o
-
Visualização. Podemos ver o t+Home até o início início do
Exibir resultado de nosso trabalho. documento
Será que ficou bom?
Seleciona
Ctrl+Shif- Selecionar até o
Edição e formatação de textos -
t+End até o final final do
documento
A edição e formatação de textos consiste em apli-
car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos Botão Seleção Palavra por
Ctrl
parágrafos e nas páginas. principal individual palavra
Os estilos fornecem configurações padronizadas
Seleção de
para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata- Botão Seleção um ponto
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos, Shift
principal bloco até outro
sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi- local
ção do documento. Os índices são gerenciados através
das opções da guia Referências. Botão prin-
Seleção Seleção
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Pági- cipal pres- Ctrl+Alt
bloco vertical
na Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no sionado
menu Estilos.
Seleção
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário
Botão prin- vertical,
poderá copiar a formatação de um local e aplicar em Seleção
cipal pres- Alt iniciando
outro local no mesmo documento, ou em outro arquivo bloco
sionado no local do
aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de cursor
formatação no texto’, clique no ícone da guia Página Ini-
cial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
O conteúdo não será copiado, somente a formatação. Teclas de atalhos e seleção com mouse são impor-
tantes, tanto nos concursos como no dia-a-dia. Expe-
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a
rimente praticar no computador. No Microsoft Word,
formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc
se você digitar =rand(10,30) no início de um documen-
ou iniciar uma digitação.
to em branco, ele criará um texto ‘aleatório’ com 10
parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode
Seleção
praticar à vontade.
Através do teclado e do mouse, como no sistema Edição e formatação de fontes
operacional, podemos selecionar palavras, linhas,
parágrafos e até o documento inteiro. As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO todos os programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do
Selecionar Seleciona o Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New,
- Ctrl+T
tudo documento Verdana, são os mais comuns. Atalho de teclado para
formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
Botão 1 clique na Posiciona
- A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acio-
principal palavra o cursor
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

nada com o atalho Ctrl+D.


Botão 2 cliques Seleciona a Ao lado, um número indica o tamanho da fonte:
- 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser,
principal na palavra palavra
digite o valor específico para o tamanho da letra.
Botão 3 cliques Seleciona Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para
-
principal na palavra o parágrafo mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente
pelo teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e
Botão 1 clique na Selecionar
- Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
principal margem a linha
Estilos são formatos que modificam a aparência do
Botão 2 cliques Seleciona texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctr-
-
principal na margem o parágrafo l+I) e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam
a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre
Botão 3 cliques Seleciona o
- as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl +
principal na margem documento
igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais) 219
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independente,
que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Edição e formatação de parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.


Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

z Marcadores – símbolos no início dos parágrafos.


z Numeração – números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos.
z Aumentar recuo – aumentar a distância do texto em relação à margem.
z Diminuir recuo – diminuir a distância do texto em relação à margem.
z Alinhamento – posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado.
z Espaçamento entre linhas – distância entre as linhas dentro do parágrafo.
z Espaçamento antes – distância do parágrafo em relação ao anterior.
z Espaçamento depois – distância do parágrafo em relação ao seguinte.
z Sombreamento – preenchimento atrás do parágrafo.
z Bordas – linhas ao redor do parágrafo.

Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)

Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia-a-dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:

z Recuo – distância do texto em relação à margem.


z Realce – marca-texto, preenchimento do fundo das palavras.
z Sombreamento – preenchimento do fundo dos parágrafos.
z Folha de Rosto – primeira página do documento, capa.
z SmartArt – diagramas, representação visual de dados textuais.
z Orientação – posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem.
z Quebras – são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas.
z Sumário – índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR


MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Quebra de Parágrafo – muda de pará-


Enter -
grafo e pode mudar a formatação.

Quebra de Linha – muda de linha e


Shift+Enter -
mantém a formatação atual.
220
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR
MICROSOFT WORD

Quebra de página – muda de página, no


local atual do cursor. Disponível na guia
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Inserir, grupo Páginas, ícone Quebra de Quebra de página
Página, e na guia Layout, grupo Configu-
rar Página, ícone Quebras.

Quebra de coluna – indica que o texto


continua na próxima coluna. Disponível
Ctrl+Shift+ Enter Quebra de coluna
na guia Layout, grupo Configurar Página,
ícone Quebras.

Separador de Estilo – usado para modi-


Ctrl+Alt+ Enter -
ficar o estilo no documento.

Insere uma marca de tabulação


TAB (1,25cm). Se estiver no início de um
texto, aumenta o recuo.

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

- -
Texto oculto (definido na caixa Fonte,
Ctrl+D) abc
- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Tabelas em várias outras), alinhamento do texto combinando


elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e
As tabelas são estruturas de organização muito direita) com verticais (topo, meio e base).
utilizadas para um layout adequado do texto, seme- O editor de textos Microsoft Word oferece ferramen-
tas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
lhante a colunas, com a vantagem que estas não criam
O usuário poderá organizar as células nas linhas e
seções exclusivas de formatação. colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar),
As tabelas seguem as mesmas definições de uma pla- visualizar as linhas de grade, ocultar as linhas de gra-
nilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por de, entre outras opções.
células, e estas poderão conter também fórmulas simples. E caso a tabela avance em várias páginas, temos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no
início da tabela da próxima página, a mesma linha de
um desenho livre, ou convertendo a partir de um
cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
texto, uma planilha de Excel, ou um dos modelos dis- As tabelas do Word possuem algumas características
poníveis, será apresentada a barra de ferramentas que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
adicional na Faixa de Opções. itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e vol- Por exemplo, no Word, quando o usuário está digi-
tar a ser um texto, se possuir os seguintes marcado- tando em uma célula, ocorrerá mudança automática
res de formatação: ponto e vírgula, tabulação, enter de linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o
conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará
(parágrafo) ou outro específico.
alterar as configurações na planilha ou a largura da
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como coluna manualmente.
Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma Confira na tabela a seguir algumas das diferenças
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células do Word para o Excel. 221
z Sumário – principal índice do documento.
WORD EXCEL
z Notas de Rodapé – inseridas no final de cada pági-
Somente o con- na, não formam um índice, mas ajudam na identi-
Tabela, Todos os conteú- teúdo da primei- ficação de citações e expressões.
Mesclar dos são mantidos. ra célula será z Notas de Fim – inseridas no final do documento,
mantido. semelhante a Notas de Rodapé.
z Citações e Bibliografia – permite a criação de
Em inglês, com Em português, índices com as citações encontradas no texto, além
Tabela, referências com referências das Referências Bibliográficas segundo os estilos
Fórmulas direcionais posicionais padronizados.
=SUM(ABOVE). =SOMA(A1:A5). z Legendas – inseridas após os objetos gráficos (ilus-
trações e tabelas), podem ser usadas para criação
Recalcula auto-
de um Índice de Ilustrações.
Tabelas, Não recalcula maticamente e
z Índice – para marcação manual das entradas do
Fórmulas automaticamente. manualmente
índice.
(F9).
z Índice de Autoridades – formato próprio de cita-
Tachado Não tem atalho de ção, disponível na guia Referências.
Atalho: Ctrl+5.
Texto teclado.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utili-
Quebra zados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim
de linha Shift+Enter. Alt+Enter. por diante. Se não forem usados, posteriormente o
manual usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal
(Sumário), Marcar Entrada (para inserir um índice) e
Copia apenas a pri- Copia várias
Pincel de até remover depois de inserido.
meira formatação formatações
Formatação Os índices suportam Referências Cruzadas, que
da origem. diferentes.
permitem o usuário navegar entre os links do docu-
Duplica a infor- mento de forma semelhante ao documento na web. Ao
Caixa de diálogo clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido.
Ctrl+D mação da célula
Fonte. Ao clicar no local, retorna para o local de origem.
acima.

Preenchimento
Ctrl+E Centralizar.
Relâmpago. Importante!
Alinhar à Direita A guia Referências é uma das opções mais
Ctrl+G Ir para...
(parágrafo). questionadas em concursos públicos por dois
Duplica a infor-
motivos: envolvem conceitos de formatação do
Repetir o último documento exclusivos do Microsoft Word e é
Ctrl+R mação da célula
comando. utilizado pelos estudantes na formatação de um
à esquerda.
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
Atualizar os cam- Atualizar o
F9 pos de uma mala resultado das
direta. fórmulas.

F11 - Inserir gráfico. EXERCÍCIOS COMENTADOS


Finaliza a entrada
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um documento em
Quebra de página na célula e man-
Ctrl+Enter edição no processador de textos Word do ambiente
manual. tém o cursor na
Microsoft Office 2010, um duplo clique sobre uma
célula atual.
palavra irá selecioná-la, e um clique triplo irá selecio-
Quebra de linha nar o parágrafo inteiro.
Alt+Enter Repetir digitação.
manual.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Finaliza a entrada
na célula e posi- Com o mouse, ao efetuar um clique na palavra, o
Quebra de linha
Shift+Enter ciona o cursor na cursor será posicionado no local. Duplo clique, e a
manual.
célula acima da palavra será selecionada. Triplo clique, e o parágra-
atual, se houver. fo será selecionado. Resposta: Certo.
Alternar entre
Shift+F3 maiúsculas e Inserir função. 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O Word 2013 permite fazer
minúsculas. referência cruzada de itens localizados em um mesmo
documento e também de itens localizados em documen-
tos separados.
Índices
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Os índices podem ser construídos a partir dos esti-
los usados na formatação do texto, ou posteriormente O Word permite fazer referência cruzada de itens
através da adição de itens manualmente. Basicamen- localizados em um mesmo documento e itens loca-
te, é todo o conjunto disponível na guia Referências. lizados em documentos separados. A referência
222
cruzada é uma ligação entre itens do documento, ou próxima linha dentro da própria célula. Como qual-
entre documentos diferentes. Quando se acessa uma quer outra configuração, esta poderá ser alterada
referência cruzada, ao terminar, volta para o ponto pelo usuário. Resposta: Certo.
de origem. O editor de textos Microsoft Word per-
mite que links sejam inseridos no documento. Estes MICROSOFT EXCEL
links podem apontar para itens externos ‘sem voltar
para o local de origem” ou para locais com possibi- As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas
lidade de referência de sua origem. Resposta: Certo. nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde
a criação de uma agenda de compromissos, passan-
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Ao editar um documento do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de
utilizando o Microsoft Word 2016, um usuário verifi- pagamento, ao controle de estoque de produtos e base
cou que estava gastando muito tempo para atualizar
de clientes. Diversas funções internas oferecem os
manualmente o índice, com títulos e subtítulos e os
recursos necessários para a operação.
respectivos números de páginas; isso porque, entre
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de
outros fatores, a inserção de novos textos ocorre ao
longo de todo o documento, e não apenas ao seu ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
final, o que muda os números das páginas em que se formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para
localizam os títulos a serem inseridos no índice. Nes- XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
sa situação, para resolver o problema, o usuário pode atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o
utilizar a ferramenta do Word que permite criar índi- Office 2007, e permanece até hoje.
ces automaticamente por meio do uso de estilos, tais As planilhas de cálculos não são banco de dados.
como título 1 e título 2. Muitos usuários armazenam informações (dados) em
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de
( ) CERTO  ( ) ERRADO dados, porém o Microsoft Access é o software do paco-
te Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um
O editor de textos possui recursos que permitem a banco de dados tem informações armazenadas em
construção de índices (Sumário, índice principal do registros, separados em tabelas, conectados por rela-
documento) e manutenção automática das informa- cionamentos, para a realização de consultas.
ções existentes neles.
Para inserir um índice no Word, você utiliza dos Conceitos básicos
Estilos disponíveis na guia Página Inicial, e depois
na guia Referências o ícone Sumário. Sumário é o Célula – unidade da planilha de cálculos, o encon-
índice principal do documento, e será criado a par- tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-
tir dos estilos de Títulos utilizados no documento. dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a
Qualquer alteração nas páginas onde se encontram tecla SHIFT (assim como no sistema operacional).
os Estilos usados, será refletida imediatamente no Coluna – células alinhadas verticalmente, nomea-
índice do documento. Resposta: Certo. das com uma letra.
Linha – células alinhadas horizontalmente, nume-
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Word 2010, por meio do radas com números.
botão Pincel de Formatação, é possível somente copiar a
formatação de texto selecionado, já que esse botão não
copia a formatação de estruturas como parágrafos, tabe-
las etc.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Nos aplicativos do Office existe o recurso Pincel,


que permite a cópia de formatos de um local para
outro. Enquanto as opções da área de transferência
(recortar e copiar) manipulam o conteúdo, o Pincel
manipula apenas o formato do conteúdo.
O Pincel de Formatação copia a formatação de um
local e aplica em outro local do documento atual
ou outro arquivo do Word aberto no momento. No
Word, o Pincel de Formatação copia uma forma- Planilha – o conjunto de células organizado
tação de cada vez. No Microsoft Excel pode copiar em uma folha de dados. Na versão atual são 65546
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

várias formatações simultaneamente. E no Power- colunas (nomeadas de A até XFD) e 1048576 linhas
Point pode copiar animações dos objetos com o Pin- (numeradas).
cel de Animação. Resposta: Errado. Pasta de Trabalho – arquivo do Excel (extensão
XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O Word 2013, por padrão, quantidade de memória RAM disponível, nomeadas
cria quebras de texto automaticamente nas células como Planilha1, Planilha2, Planilha3).
das tabelas, mas é possível alterar essa configuração.
Alça de preenchimento – no canto inferior direi-
to da célula, permite que um valor seja copiado na
( ) CERTO  ( ) ERRADO
direção em que for arrastado. No Excel, se houver 1
O Word 2013, por padrão, cria quebras de texto número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma
automaticamente nas células das tabelas, mas é sequência será criada. Se for um texto, é copiado. Mas
possível alterar essa configuração. Ao atingir o texto com números é incrementado. Dias da semana,
limite da largura de uma coluna, o texto de uma nome de mês e datas são sempre criadas as continua-
célula em uma tabela do Word, será dividido para a ções (sequências). 223
Mesclar – significa simplesmente “Juntar”. Haven- Moeda
do diversos valores para serem mesclados, o Excel R$4,00
manterá somente o primeiro destes valores, e centra-
Contábil
lizará horizontalmente na célula resultante. R$4,00

Mesclar e Centralizar Data Abreviada


Mesclar e Centralizar 04/01/1900

Mesclar através Data Completa


Mesclar Células
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
G H
Desfazer Mesclagem de Células Hora
00:00:00
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, Porcentagem
poderá juntar as informações das células. 400,00%
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar,
1 Fração
disponível na guia Página Inicial: 2 4
Científico
z Mesclar e Centralizar – Une as células seleciona- 102 4,00E+00
das a uma célula maior e centraliza o conteúdo da
Texto
nova célula. Este recurso é usado para criar rótu-
los (títulos) que ocupam várias colunas.
ab 4
z Mesclar através – Mesclar cada linha das células
selecionadas em uma célula maior. As informações existentes nas células poderão
z Mesclar células – Mesclar (unir) as células selecio- ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por
nadas em uma única célula, sem centralizar. exemplo, na verdade é um número formatado como
z Desfazer Mesclagem de Células – desfaz o procedi- data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre
mento realizado para a união de células. datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de
Elaboração de tabelas e gráficos
Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o sím-
bolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o ali-
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha
nhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posiciona na
de dados, é o conjunto de valores armazenados nas
esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
células. Estes dados poderão ser organizados (classi-
ficação), separados (filtro), manipulados (fórmulas
Moeda
e funções), além de apresentar em forma de gráfico
R$4,00
(uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta


iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido
na célula.
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór-
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas. Contábil
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado R$4,00
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel.
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma- O ícone % é para mostrar um valor com o forma-
tados, ou seja, continuam com o valor original (na to de porcentagem. Ou seja, o número é multiplica-
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma do por 100. Exibe o valor da célula como percentual
formatação específica. (Ctrl+Shift+%)
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células). FORMATO PORCENTAGEM
z Também na caixa de diálogo Formatar Células, VALOR PORCENTAGEM E 2 CASAS %
ß,0
encontraremos o item Personalizado, para criação % ,0 0
de máscaras de entrada de valores na célula.
1 100% 100,00%
Formatos de números, disponível na guia Página 0,5 50% 50,00%
Inicial
2 200% 200,00%
Geral
123 Sem formato especifico 100 10000% 10000,00%
Número
224 12 4,00
0,004 0% 0,40%
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o Ordem das operações matemáticas
valor da célula com um separador de milhar. Este
comando alterará o formato da célula para Contábil z ( ) – parênteses
sem um símbolo de moeda. z ^ – exponenciação (potência, um número elevado
a outro número)
FORMATO z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão
CONTÁBIL SEPARADOR z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração
VALOR CONTÁBIL DE MILHARES
R$4,00 000
Como resolver as questões de planilhas de cálculos?
1. Leitura atenta do enunciado (português e inter-
1500 R$1.500,00 1.500,00 pretação de textos)
16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00 2. Identificar a simbologia básica do Excel
(informática)
1 R$1,00 1,00
3. Respeitar as regras matemáticas básicas
400 R$400,00 400,00 (matemática)
4. Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso
27568 R$27.568,00 27.568,00
(raciocínio lógico)

ß,0 ,00
Os ícones ,00 à,0 são usados para Aumentar casas OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES
decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo Símbolo Significado Exemplo Comentários
mais casas decimais) ou Diminuir casas decimais
(Mostrar valores menos precisos exibindo menos Se o valor de A1
= SE (A1 > for maior que 5,
casas decimais). > (maior) Maior que
5 ; 15 ; 17 ) então mostre 15,
Quando um número na casa decimal possui valor abso- senão mostre 17
luto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas
Se o valor de A1
decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero. = SE (A1 < 3 for menor que 3,
Quando um número na casa decimal possui valor < (menor) Menor que
; 20 ; 40 ) então mostre 20,
absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda- senão mostre 40.
do para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas Se o valor de A1
decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da for maior ou igual
>= (maior Maior ou = SE (A1 >=
função ARRED, para arredondar. a 7, então mostre
ou igual) igual a 7;5;1)
5, senão
mostre 1.
Simbologia específica
Se o valor de A1
Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a for menor ou igual
<= (menor Menor ou = SE (A1 <=
a 5, então mostre
seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o signifi- ou igual) igual a 5 ; 11 ; 23 )
11, senão
cado e alguns exemplos de aplicação. mostre 23.

Se o valor de A1
OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS <> (menor = SE (A1 <> for diferente de 1,
Diferente
e maior) 1 ; 100 ; 8 ) então mostre 100,
Símbolo Significado Exemplo Comentários
senão mostre 8.
Faz a soma de
+ (mais) Adição = 18 + 2 Se o valor de
18 e 2
= SE (A1 = A1 for igual a 2,
= (igual) Igual a
Subtrai 5 do valor 2 ; 10 ; 50 ) então mostre 10,
- (menos) Subtração = 20 – 5 senão mostre 50.
20

Multiplica 5 (mul-
*
Multiplicação =5*4 tiplicando) por 4 Princípios dos operadores relacionais
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(asterisco)
(multiplicador)

Divide 25 por z Um valor jamais poderá ser menor e maior que


/ (barra) Divisão = 25 / 10 10, resultando outro valor ao mesmo tempo.
em 2,5
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não
Faz 20 por cento, é igual a zero, é vazio.
%
Percentual = 20% ou seja, 20 dividi-
(percentual) z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito
do por 100
diretamente na fórmula, use <>
Faz 3 elevado a z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito
Exponencia- 2, 3 ao quadrado
=3^2 diretamente na fórmula, use >=
^ (circun- ção =9
=8^(1
flexo) Cálculo de Faz 8 elevado a
/3)
raízes 1/3, ou seja, raiz O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito
cúbica de 8
diretamente na fórmula, use <= 225
OPERADORES DE REFERÊNCIA
Símbolo Significado Exemplo Comentários

Trava a célula
na coluna A
=$A1 Trava a célula
Travar
$ (cifrão) =A$1 na linha 1
uma célula
=$A$1 Trava a célula
A1, ela não
mudará

Obtém o valor
! (exclama- = de A3 que está
Planilha
ção) Planilha2!A3 na planilha
Planilha2.

Informa o nome
de outro ar-
[] Pasta de =[Pasta2]Pla-
quivo do Excel, a) –R$ 960,00
(colchetes) Trabalho nilha1!$A$2
onde deverá
buscar o valor. b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
Informa o
=’C:\Fernan- caminho de d) R$ 500,00
doNishimu- outro arquivo e) R$ 360,00
‘ ra\ do Excel, onde
Caminho
(apóstrofe) [pasta2. deverá encon-
xlsx]Plani- trar o arquivo A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2
lha1’!$A$2 para buscar o inserida na célula H2 possui referências mistas.
valor.
O símbolo de cifrão transforma uma referência
; (ponto e = SOMA (15 ;
Soma 15 e 4 e relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 )
Significa E 6, resultando
vírgula) 4;6) ou em referência absoluta ( $A$1 )
em 25.
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na
Soma de A1 até
: (dois Significa = SOMA B4, ou seja, A1,
referência (endereço da célula). A posição que ele esti-
pontos) ATÉ (A1:B4) A2, A3, A4, B1, ver acompanhando, não mudará.
B2, B3, B4. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma
Executa uma referência relativa. A1
=SOMA(- operação sobre
Intersecção Se temos um símbolo de $, temos uma referência
Espaço F4:H8 as células em
($) mista. $A1 ou A$1
H6:K10) comum nos
intervalos. E se temos dois símbolos de cifrão, temos uma
referência absoluta. $A$1
Princípios dos operadores de referência A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao
copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
z O símbolo de cifrão transforma uma referência Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque
$A1 ) ou em referência absoluta ( $A$1 ) mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6),
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra mas permanecemos na mesma coluna H (não preci-
planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro sando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
arquivo. Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2

O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes


na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos.
Todas as bancas organizadoras questionam fórmulas
com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências
mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o car-
go de Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na
célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas
células H3 até H9, assinale a alternativa com o valor
que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel
226 2010, em sua configuração original, exibida na figura: Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2
SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Faz a soma de 15 e 3.
Início de fórmu- = 15 + 3
Compara o valor de A1 com 5, e
= (igual) la, função ou = SOMA ( 15 ; 3 )
caso seja verdadeiro, mostra 10,
comparação. =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
caso seja falso, mostra 11.

Retorna a data atual do


Identifica uma fun-
= HOJE ( ) computador.
ção ou os valores
( ) parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1.
de uma operação
= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de
prioritária.
dividir por 2.

A função SE tem 3 partes, e es-


Separador de
; (ponto e vírgula) =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 ) tas estão separadas por ponto e
argumentos.
vírgula.

Executa uma operação sobre


Espaço Intersecção. =SOMA(F4:H8 H6:K10) as células em comum nos
intervalos.

Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Fernando.


“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”
Se usado em testes, é “igual a”.

Exibe os zeros não significa-


‘(apóstrofe) Número como texto. ‘0001 tivos, 0001 como texto (ex.:
placa de carro).

Exibe “Fernando Nishimura”


& (“E” comercial) Concatenar. = “Fernando ”&” Nishimura” (sem as aspas), o resultado da
junção dos textos individuais.

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7).

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3).

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3).


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4).

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3).

Converte em
“ (aspas) TEXTO =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144).
texto

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de
digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de
cálculos.
227
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Ras- Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência
trear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados
de Fórmulas. Com este recurso, muito questionado em e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os
concursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o usuário valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
poderá ver setas na planilha indicando a relação entre Se temos uma sequência de valores com quantida-
as células, e identificar a origem das mensagens de erros. de par, a mediana será a média dos valores que estão
A seguir, os erros mais comuns que podem ocor- no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1),
rer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel: ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A
média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando divi-
dir um valor por 0. z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células
z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto selecionadas.
que o Excel 2007 não reconhece.
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
duas áreas que não se interceptam. área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
z #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico nas um será mostrado.
inválido.
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de
para uma célula que não existe. uma série, segundo o argumento apresentado.
z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo
errado de argumento. Valores iguais ocupam posições diferentes.
z ##### – indica que o tamanho da coluna não é sufi-
ciente para exibir seu valor.
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
las A1 até D6.
Funções Básicas
z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu-
z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas
células selecionadas. las selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição =MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
dos valores numéricos informados em seus argumen- área de A1 até D6.
tos. Se existirem células com textos, elas serão ignora-
das. Células vazias não são somadas. z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis- uma série, segundo o argumento apresentado.
tentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis- Valores iguais ocupam posições diferentes.
tentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da =MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
célula A1, com 34 (valor literal) e B3. las A1 até D6.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, z SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
operando apenas áreas quadrangulares. na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 caso seja falso.
com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com
Esta função é muito solicitada em todas as bancas.
3 e o valor A1 duas vezes.
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na
z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
de soma nas células selecionadas, se uma condição
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais
for atendida.
serão realizadas as duas operações, somente uma
delas, segundo o resultado do teste.
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para
A função SE usa operadores relacionais (maior,
que seja somado)
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15 textos literais.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da
célula A1 não é 10”)
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
células selecionadas e exibe o valor médio encontrado. valor não é negativo”)
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples não é positivo”)
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma É possível encadear funções, ampliando as áreas
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
vazias não entram no cálculo da média. vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.

z MED(valores) : informa a mediana de uma série =SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é


228 de valores. negativo”;”Valor é positivo”))
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste), Efetua um teste nas células especificadas, e soma
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for as correspondentes nas células para somar.
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo Os intervalos de teste e de soma podem ser os
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer- mesmos.
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
usado somente no início da digitação da célula.
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
menores que 3.
As funções CONT são usadas para informar a quanti-
dade de células, que atendem às condições especificadas.
z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
células2; teste2)
- CONT.NÚM - para contar quantas células possuem
Verifica as células que atendem aos testes e soma
números.
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão as células correspondentes.
preenchidas. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não mesmos.
estão preenchidas.
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
uma condição específica. calcular a média)
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
várias condições simultaneamente. a média das células correspondentes.
Os intervalos de teste e de média podem ser os
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as mesmos.
células em um intervalo, exceto as células vazias.
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
contagem, informando quantas células estão preen- A função PROCV é utilizada para localizar o valor_pro-
chidas com valores, quaisquer valores. curado dentro da matriz_tabela, e quando encontrar,
retornar à enésima coluna informada em núm_índice_
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou FAL-
intervalo, exceto células vazias e células com texto. SO, é usada para identificar se precisa ser o valor exato (F)
ou pode ser valor aproximado (V).
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
Por exemplo:
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
z CONT.SE(células;condição): Esta função conta quan-
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
tas vezes aparece um determinado valor (número ou
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
indicar qual é o critério a ser contado) A função PROCV é um membro das funções de pes-
quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan- Use a função tirar ou a função arrumar para
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten- remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
do o valor 5.
z ESQUERDA(texto;quantidade)
z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi- Extrai de uma sequência de texto, uma quanti-
ção2): Esta função conta quantas vezes aparece dade de caracteres especificados, a partir do início
um determinado valor (número ou texto) em um (esquerda).
intervalo de células (o usuário tem que indicar
qual é o critério a ser contado), atendendo a todas =ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern
as condições especificadas. ando”

=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z DIREITA(texto;quantidade)
Efetua a contagem de quantas células existem no Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade
intervalo de A1 até A10 contendo o valor 5 e ao mes- de caracteres especificados, a partir do final.
mo tempo, quantas células existem no intervalo de B1
até B10 contendo o valor 7. =DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”.
z CONTAR.VAZIO (células) : conta as células vazias
z CONCATENAR(texto1;texto2; ... )
de um intervalo.
Junta os textos especificados em uma nova sequência.
=CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá-
vazias existem no intervalo A1 até A8.
rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”.
z SOMASE(células para testar;teste;células para
somar) z INT(valor)
Extrai a parte inteira de um número. 229
=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor Gráficos
3,14159 exibe 3.
Além da produção de planilhas de cálculos, o
z TRUNCAR(valor;casas decimais) Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos
Exibe um número com a quantidade de casas deci- com os dados existentes nas células.
mais, sem arredondar. Gráficos são a representação visual de dados
numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como
=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas gráficos ‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.
decimais – valor 3,14159 exibe 3,141. Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
micas, são construídos com dados existentes em uma
z ARRED(valor;casas decimais) ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
Exibe um número com a quantidade de casas deci- informações para a produção de relatórios completos.
mais, arredondando para cima ou para baixo.
z Os gráficos de Colunas representam valores em
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas:
decimais – valor 3,14159 exibe 3,142. Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agru-
pada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D.
z HOJE() – Exibe a data atual do computador.
z AGORA() – Exibe a data e hora atuais do computador.
z DIA(data) – Extrai o número do dia de uma data.
z MÊS(data) – Extrai o número do mês de uma data.
z ANO(data) – Extrai o número do ano de uma data.
z DIAS(data1;data2) - Informa a diferença em dias
entre duas datas.
z DIAS360(data1;data2) – Informa a diferença em
dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias)
z POTÊNCIA(base;expoente) z Os gráficos de Linhas representam valores com
Eleva um número (base) ao expoente informado. linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16 Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha-
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores,
z MULT(número;número;número; ... ) 100% Empilhada com Marcadores, e 3D.
Multiplica os números informados nos argumentos.

FUNÇÕES LÓGICAS

Retorna VERDADEIRO se
E (Função E) todos os seus argumentos
forem VERDADEIROS

Retorna VERDADEIRO se
OU (Função OU) um dos argumentos for
VERDADEIRO z Os gráficos de Pizza representam valores propor-
cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Inverte o valor lógico do Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza, e Rosca.
NÃO (Função NÃO)
argumento

Retorna o valor lógico


FALSO (Função FALSO)
FALSO

VERDADEIRO (Função Retorna o valor lógico


VERDADEIRO) VERDADEIRO z Os gráficos de Barras representam dados de forma
semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon-
Retornará um valor que tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas,
você especifica se uma fór- Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D
SEERRO (Função
mula for avaliada para um Empilhadas, e 3D 100% Empilhadas.
SEERRO)
erro; do contrário, retornará
o resultado da fórmula

Importante!
z Os gráficos de Área representam dados de forma seme-
Foram apresentadas muitas funções neste lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento
material, não é verdade? Existem milhares de até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área:
funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc. Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Em concursos públicos, estas são as mais Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.
questionadas. Em provas da banca organizado-
ra CESPE, raramente aparecem questões com
funções, e quando aparecem, são as básicas e
230 intermediárias.
z Os gráficos de Dispersão representam duas séries
de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.
z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao
gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
ro da série de dados.

z O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de z Os gráficos do tipo Histograma são usados para
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa
séries de valores com evolução, como idades da
Coroplético.
população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-
grama: Histograma e Pareto.

z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-


jam organizados em preço na alta, preço na baixa
e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para proje-
serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
ção de valores.
de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as varia-


ções dos valores ao longo do tempo.

z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos


de Linhas, e preenchem a superfície com cores. z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em
São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
ordem decrescente.
Delineada, Contorno e Contorno Delineado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a z Os gráficos do tipo Combinação permitem com-
evolução de itens. São exemplos de gráficos de binar dois tipos de gráficos para a exibição de
Radar: Radar, Radar com Marcadores, e Radar séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo
Preenchido. Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Colu-
na Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área
Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade
de criação de uma Combinação Personalizada.

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-


trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.
231
Classificação de dados
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
A classificação de dados é uma parte importante Se você tiver formatado manual
da análise de dados. ou condicionalmente um interva-
Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), lo de células ou uma coluna de
Classificar por
números (dos menores para os maiores ou dos maiores tabela, por cor de célula ou cor
cor de célula,
de fonte, poderá classificar por
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a cor de fonte ou
essas cores. Também será pos-
mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ícones
sível classificar por um conjunto
ou mais colunas. Você também poderá classificar por de ícones criados ao aplicar uma
uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) formatação condicional.
ou por formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte
Você pode usar uma lista perso-
ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de
nalizada para classificar em uma
classificação é identificada por coluna, mas você tam- Classificar ordem definida pelo usuário. Por
bém poderá identificar por linhas. por uma lista exemplo, uma coluna pode conter
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, personalizada valores pelos quais você deseja
a classificação poderá ser de texto, números, datas ou classificar, como Alta, Média e
horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por Baixa.
uma lista personalizada, linhas, por mais de uma colu- Na caixa de diálogo Opções de
na ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais. Classificação, em Orientação,
Classificar linhas clique em Classificar da esquerda
para a direita e, em seguida, cli-
que em OK.

Classificar por Na caixa de diálogo Classificar,


mais de uma adicione mais de um critério para
coluna ou linha ordenação.

Classificar uma
Basta selecionar a coluna deseja-
coluna em um
da, e na janela de diálogo, manter
intervalo de célu-
o item “Continuar com a seleção
las sem afetar as
atual”.
demais

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Microsoft Excel 2010,
é possível formatar células por meio das opções Ali-
nhamento, Borda e Fonte, desde que a formatação
seja realizada antes da inserção dos dados.

( ) CERTO  ( ) ERRADO


CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
Nas planilhas de cálculos como o Microsoft Excel
A classificação de dados alfanu- e o LibreOffice, as fórmulas e funções poderão ser
méricos poderá ser ‘Classificar de inseridas nas células para a obtenção de resultados
A a Z’ em ordem crescente, a partir dos valores armazenados nelas.
Classificar texto A formatação da célula poderá ser realizada antes
ou ‘Classificar de Z a A’ em ou depois da entrada de dados. Ao acionar Ctrl+1 o
ordem decrescente. É possível usuário pode formatar números, bordas, alinhamen-
diferenciar letras maiúsculas e
to, preenchimento, etc. O usuário poderá personali-
minúsculas.
zar a exibição ou usar uma das máscaras de exibição
Quando a coluna possui números, disponíveis no aplicativo. Resposta: Errado.
Classificar podemos ‘Classificar do menor para
números o maior’ ou ‘Classificar do maior 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A fórmula SOMA(B2:B6)/
para o menor’ CONT.NÚM(B2:B6) permite o cálculo da média aritmé-
tica dos preços cotados, em substituição à fórmula
Se houver datas ou horas, po- estatística padrão do Excel para esse cálculo.
demos ‘Classificar da mais
Classificar datas antiga para a mais nova’ ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ou horas ou ‘Classificar da mais nova
para a mais antiga’, resumindo,
A fórmula SOMA(B2:B6)/CONT.NÚM(B2:B6) contém
cronologicamente.
232 as funções SOMA e CONT.NÚM.
SOMA é uma função matemática, e CONT.NÚM é Apesar de ser um aplicativo com finalidade dife-
uma função estatística. rente do editor de textos, ele possui muitas semelhan-
A função SOMA somará os valores de B2 até B6, e a ças que acabam ajudando quem está iniciando nele.
função CONT.NÚM contará quantos números exis- Da mesma forma que o editor de textos, é possível tra-
tem de B2 até B6. balhar com seções (divisões), é possível inserir núme-
Dividindo a soma dos valores pela quantidade de ros de slides, é possível comparar apresentações, etc.
valores, estamos calculando a média aritmética
simples destes valores. TIPO DE CARACTERÍS-
É o mesmo que =MÉDIA(B2:B6). Resposta: Certo. EXTENSÃO
ARQUIVO TICAS

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A fórmula MENOR(B2:B6) Apresentação Versão 2003 ou


PPT
permite determinar o menor valor cotado entre as lojas editável. anterior.
pesquisadas.
Apresentação Versão 2003 ou
PPS
executável. anterior.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Modelo de Versão 2003 ou
A função MENOR possui a seguinte sintaxe: POT
apresentação. anterior.
=MENOR(células;posição).
Na fórmula apresentada na questão, não foi Apresentação Versão 2007 ou
PPTX
informada a posição desejada. Será apresentada editável. superior.
uma mensagem de erro, porque está faltando um
Versão 2007 ou
argumento. superior, que
O correto seria =MENOR(B2:B6;1) Apresentação não necessita
Outra forma de identificar o menor valor, é usando PPSX
executável. de progra-
=MÍNIMO(B2:B6). Resposta: Errado. mas para ser
visualizada.
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Devido à capacidade ili-
mitada de linhas de suas planilhas, o aplicativo Excel Recursos para
pode ser utilizado como um banco de dados para Modelo de padroniza-
POTX
tabelas com mais de um milhão de registros. apresentação. ção de novas
apresentações.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Recursos para
Modelo de apre- padronização
As planilhas de cálculos possuem células, que são
POTM sentação com e automatiza-
identificadas pelas linhas e colunas existentes.
macros. ção de novas
Não temos um local de armazenamento ilimitado,
apresentações.
pois são 16.384 colunas nomeadas de A até XFD, e
1.048.576 linhas numeradas. Resposta: Errado. Formato do
LibreOffice
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com o uso de uma pla- Impress, que
nilha no Microsoft Excel 2016, será realizada a soma ODP Open Document
pode ser edi-
de dois valores numéricos advindos de duas planilhas Presentation.
tado e salvo
diferentes, mas ambas constantes do mesmo arqui- pelo Microsoft
vo. A fórmula de soma será inserida na célula A1 da PowerPoint.
planilha Plan1, e os dados a serem somados estão
na célula A1 de Plan2 e na célula A2 de Plan1. Nessa Formato de do-
situação, a fórmula correta a ser inserida na célula A1 cumento portá-
da planilha Plan1 é =SOMA(Plan2!A1;A2). vel, sem alguns
Portable Docu-
PDF/XPS recursos multi-
( ) CERTO  ( ) ERRADO ment Format.
mídia inseridos
na apresenta-
As referências de uma planilha são indicadas nas ção de slide.
fórmulas sem símbolos especiais. As referências em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

outras planilhas da mesma Pasta de Trabalho, são


indicadas com o símbolo de exclamação. A fórmu-
la =SOMA(Plan2!A1;A2) somará o valor de A1 na Importante!
planilha Plan2, com o valor de A2 na planilha atual
(Plan1). Resposta: Certo. Apresentações de slides é um tópico pouco
questionado em provas de concursos. Conhe-
MICROSOFT POWERPOINT cendo os conceitos do Microsoft PowerPoint,
você poderá aproveitá-los quando estudar
As apresentações de slides criadas pelo Microsoft LibreOffice Impress.
PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de
extensão .PPTX. Caso contenham macros (comandos
para automatização de tarefas) será atribuída a exten- As apresentações de slides podem ser gravadas em
são .PPTM. E ainda podemos trabalhar com os mode- formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até
los (extensão .POTX e POTM). transformadas em vídeo (extensão MP4). 233
Os recursos do PowerPoint, como animações, tran- O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais
sições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá de slides,
ser reproduzido em outros dispositivos, como Smart
TV em totens de propagandas. z Slide (modo de exibição Normal) – cada slide é
mostrado para edição de seu conteúdo.
z Slide Mestre – para alterar o design e o layout dos
slides mestres, alterando toda a apresentação de
uma vez.
z Folhetos Mestre – para alterar o design e layout
dos folhetos que serão impressos.
z Anotações Mestras – para alterar o design e layout
das folhas de anotações.

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão


Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicati-


vo de edição de apresentações de slides.

z SLIDE – unidade de edição, como uma página da


apresentação.
z SLIDE MESTRE – slide com o modelo de formatação
que será usado pelos slides da apresentação atual.
z DESIGN – aparência do slide ou de toda a apresen-
tação. O design combina cores, estilos e padrões
para que a aparência tenha um visual harmoniza-
do. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada
objeto inserido no slide. Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de
slides
z LAYOUT – disposição dos elementos dentro do sli-
de. Quando a apresentação é iniciada, o slide de
Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu
slide de título é apresentado. O usuário poderá
alterar para outro layout. Cada slide da apresenta- uma pequena mudança em relação às versões ante-
ção poderá ter um layout diferente. riores, com a inclusão do item Modo de Exibição de
Estrutura de Tópicos:

z Normal – no modo de exibição Normal, minia-


Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação turas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado
Seção Conteúdo esquerdo, o slide atual aparecerá no centro (sendo
possível sua edição) e na área inferior da tela apa-
recerá a área de anotações. Ajustar à janela encai-
Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com xa o slide na área.
Legenda Legenda
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos –
para editar e alternar entre slides no painel de
Figura 2. Layout de slide estrutura de tópicos. Útil para a criação de uma
apresentação a partir dos tópicos de um documen-
z SEÇÃO – divisão de formatação dentro da apresen- to do Microsoft Word.
tação (usadas para Apresentações Personalizadas). z Classificação dos Slides – no modo de exibição
Poderá ter ‘duas apresentações’ dentro de uma, e no Classificação de Slides, apenas miniaturas dos slides
início, escolher qual delas será exibida para o público. serão mostradas. Estas miniaturas poderão ser orga-
z TRANSIÇÕES – animação entre os slides. Ao selecio- nizadas, arrastando-as. As operações de slides estão
nar algum efeito de animação entre os slides (guia disponíveis, como Excluir slide, Ocultar slide, etc.
Transições, grupo Transição para este slide), será dis- Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após
ponibilizada a opção para configuração do Intervalo. duplo clique será possível a edição do conteúdo.
z ANIMAÇÃO – animação dentro do slide, em um z Anotações – Exibir a página de anotações para
objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas ani- editar as anotações do orador da forma como fica-
mações simultaneamente, enquanto a transição do rão quando forem impressas.
slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saí- z Modo de Exibição de Leitura – Exibir a apresen-
da ou Trajetórias de Animação. tação como uma apresentação de slides que cabe
na janela. A barra de título do PowerPoint conti-
Conceito de slides nuará sendo exibida.

Conforme observado no item anterior, os slides são as Noções de edição e formatação de apresentações
unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as pági-
nas de um documento do Microsoft Word, os slides pos-
A preparação de uma apresentação de slides segue
suem configurações como margens, orientação, números
uma série de recomendações, quanto a quantidade de tex-
de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.
234 to, quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro.
Configurar Apresentação de Slides – Confi-
O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar, etc. gurar opções avançadas para a apresentação
Para entrar em modo de apresentação de slides do de slides, como o modo de quiosque (em que
começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone a apresentação reinicia após o último slide, e
‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar continua em loop até pressionar ESC), apre-
Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone correspon- sentação sem narração, vários monitores,
dente na barra de status, ao lado do zoom. avançar slides, etc.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exi-
bição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será Ocultar Slide – Ocultar o slide atual da apre-
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de sentação. Ele não será mostrado durante a
slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou apresentação de slides de tela inteira.
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção Testar Intervalos – Iniciar uma apresentação
permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para o de slides em tela inteira na qual você possa
próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides. testar sua apresentação. A quantidade de
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal tempo utilizada em cada slide é registrada e
(esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na apre- você pode salvar esses intervalos para exe-
sentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em cutar a apresentação automaticamente no
branco (clara). Pressionar E ou ponto final, deixa a tela pre- futuro.
ta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos seguem Gravar Apresentação de Slides – Gravar nar-
os princípios do editor de textos Word. E os comandos tam- rações de áudio, gestos do apontador laser ou
bém são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF. intervalos de slide e animação para reprodu-
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos ção durante a apresentação de slides.
poderão ser desabilitados.

FORMA- ANIMA- TRANSI- HIPER-


Álbum de Fotografias – criar ou editar uma
ÁUDIO VÍDEO apresentação com base em uma série de
TO ÇÕES ÇÕES LINKS
imagens. Cada imagem será colocada em
PPTX X X X X X um slide individual.
PPSX X X X X X
Ação – Adicionar uma ação ao objeto selecio-
PDF - - - - X nado para especificar o que deve acontecer
MP4 X X X X X
quando você clicar nele ou passar o mouse
sobre ele.
JPG/
- - - - -
PNG
Inserir número do slide - o número do slide
Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - ) reflete sua posição na apresentação.

O formato PDF é portável, e poderá ser usado em Inserir vídeo no slide - permite inserir um
qualquer plataforma. Praticamente todos os programas videoclipe no slide.
disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu- Inserir áudio no slide - permite inserir um
mam ser questionados em provas. clipe de áudio no slide.

Para entrar em modo de apresentação de sli- Gravação de tela – gravar o que está sendo
des do começo, devemos pressionar F5. exibido na tela e inserir no slide.

A outra forma de iniciar uma apresentação Formas – linhas, retângulos, formas básicas,
de slides é a partir do Slide Atual, pressio- setas largas, formas de equação, fluxogra-
nando Shift+F5 ou clicando no ícone da guia ma, estrelas e faixas, textos explicativos e
Apresentação de Slides. botões de ação.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Apresentar on-line – Transmitir a apresen-


tação de slides para visualizadores remotos
que possam assisti-la em um navegador da
Web.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (INSTITUTO QUADRIX – 2020) Quando o PowerPoint
Apresentação de Slides Personalizada – Criar 2013 é aberto (Apresentação em Branco), o slide exi-
ou executar uma apresentação de slides bido mostra dois espaços formatados, um para adicio-
personalizada. Uma apresentação de slides nar um título e o outro para adicionar um subtítulo.
personalizada exibirá somente os slides
selecionados. Este recurso permite que você ( ) CERTO  ( ) ERRADO
tenha vários conjuntos de slides diferentes
(por exemplo, uma sucessão de slides de 30 O Microsoft PowerPoint é o editor de apresenta-
minutos e outra de 60 minutos) na mesma ções de slides do pacote Microsoft Office. Quando
apresentação. ele é aberto ou uma nova apresentação em branco
235
é iniciada (atalho de teclado Ctrl+O), um slide com o layout “Slide de título” será exibido. Ele contém um espaço
formatado para o título e um espaço para um subtítulo. Resposta: Certo.

2. (INSTITUTO QUADRIX – 2020) Slides somente podem ser inseridos no PowerPoint 2013 com o mesmo layout do slide
anterior, já que não é permitido inserir um slide com outro layout em uma mesma apresentação.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O slide é como uma página da apresentação, e tem os objetos inseridos em regiões determinadas pelo layout. O
layout poderá ser usado em vários slides da mesma apresentação, sem qualquer problema. Disponível na guia
Página Inicial, o Layout poderá ser escolhido pelo usuário e alterado posteriormente se desejar. Resposta: Errado.

3. (INSTITUTO QUADRIX – 2020) Algumas informações são exibidas pela barra de status do PowerPoint 2013. Entre
elas, podem ser citados o número do slide ativo e o nível de zoom.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

No Microsoft PowerPoint, editor de apresentações de slides, o usuário encontrará na barra de status informações
sobre qual slide ativo, o idioma principal para correção ortográfica, expandir a área de Anotações, os modos de
visualização e qual está ativo, controle de zoom e encaixar o slide na área visível.

Total de Slides da
Apresentação Expandir a Área de Anotações Zoom

Slide Ativo Idioma Encaixar


Modos de Visualização

No Microsoft Word, as informações apresentadas na Uma apresentação de slides desenvolvida nas ver-
barra de status são: página atual, total de páginas, sões atuais dos programas do Microsoft Office,
autocorreção, idioma, gravação de macro (código compatíveis com o padrão XML implementado no
em Visual Basic for Applications para a automati- Office 2007, poderão ser gravadas no formato PPTX
zação de tarefas), modos de visualização e zoom. (atual) ou PPT (anterior). O formato PPTX é válido
No Microsoft Excel, as informações apresentadas para o PowerPoint 2007, 2010, 2012, 2013, 2016,
na barra de status são: status de entrada de dados, 2019 e 365. Resposta: Errado.
gravação de macro, resultados da seleção de célu-
las, modos de visualização e zoom. Resposta: Certo. LIBREOFFICE WRITER

4. (QUADRIX – 2019) O PowerPoint 2013 permite que A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interfa-
uma apresentação seja armazenada como um modelo.
ce da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um
Nesse caso, ao salvar uma apresentação como mode-
fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
lo, será gerado um arquivo com a extensão POTX.
mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O Microsoft PowerPoint é o editor de apresentações O LibreOffice Writer é integrado com os demais
de slides do pacote Microsoft Office. Ele permite a programas do pacote, permitindo a inserção de fór-
criação de apresentações de slides (extensão PPTX), mulas avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em
apresentações de slides executáveis (extensão uma tabela do documento de textos, por exemplo.
PPSX), modelos de apresentações de slides (exten- O LibreOffice Writer grava documentos com a
são POTX), salvar como imagens (BMP, GIF, JPG, extensão ODT, mas também poderá gravar em outros
PNG, TIF, WMF, EMF e SVG), entre vários outros formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos
formatos. Um modelo de apresentação contém as que são gravados pelo programa, também poderão
configurações que serão usadas para a criação de ser abertos por ele.
novas apresentações, como Temas, Animações,
Transições, Estilos e Formatos. Resposta: Certo.
Importante!
5. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Uma apresentação criada
no PowerPoint 2013 não poderá ser salva em uma ver- O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua-
são anterior a esta, visto que a versão de 2013 contém se tudo tem correspondente entre os aplicati-
elementos mais complexos que as anteriores. vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes,
alguns nomes de comandos são diferentes, mas
236 ( ) CERTO  ( ) ERRADO a maioria dos itens são iguais.
abc
O botão é usado para fazer a verificação ortográfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação ortográfi-
ca o atalho é Shift+F7. A auto verificação ortográfica é para correção automática de todos os erros do documento
segundo as configurações pré-determinadas pelo editor de textos Writer.
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma pala-
vra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado verde). Já
a autocorreção é um recurso diferente, que permite substituir erros comuns, como a ausência de maiúscula no
início de uma frase, corrigir o uso acidental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre maiúscula e minúscu-
la), acentuação na palavra não (quando digitamos naõ), e principalmente a substituição de símbolos por palavras,
definidos pelo usuário, no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.

Estrutura básica dos documentos

Os documentos do LibreOffice Writer possuem a seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos do Micro-
soft Word e conceitos:

z Documentos – arquivos ODT (Open Document Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo usuário. Os
Modelos, com extensão OTT (Open Template Text), contém formatações que serão aplicadas aos novos documen-
tos criados a partir dele.
z Páginas – unidades de organização do texto, segundo o tamanho do papel e margens. Definições estão no menu
Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.

A4

z Seção – divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem
usadas configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usadas. Disponível no
menu Inserir, item Seção...
z Parágrafos – formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação inde-
pendente do parágrafo anterior, e do parágrafo seguinte.
z Linhas – sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado
com Quebra de Linha, a configuração de formatação atual permanece na próxima linha.
z Palavras – formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação, etc. Podemos definir a formata-
ção do texto no menu Formatar, item Texto (nas versões anteriores era Caractere). E podemos escolher em Tex-
to. A novidade na versão 5 é que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos e efeitos disponíveis no editor.

Edição e formatação de textos

A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágra-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

fos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos estes recursos, como o Microsoft Word.
A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração
aplicada.

Edição e formatação de FONTES.

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New, Ver-
dana, são os mais comuns.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado. 237
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível

na barra de formatação de Caracteres.


E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico (atalho
de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado Ctrl+D – Doub-
le, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado
simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em km2 – atalho
de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de
palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Forma-
tar, Texto.
Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.

ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto

Sobrelinha - - - Exemplo de Texto

Sobrescrito Ctrl+Shift+mais Ctrl+Shift+P Exemplo de Texto

Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B Exemplo de Texto

Sombra - - Exemplo de Texto

Contorno - - Exemplo de Texto

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto

EXEMPLO DE
Maiúsculas
TEXTO

Minúsculas exemplo de texto

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto

Versalete - Ctrl+Shift+K - Exemplo de Texto

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto

238
ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Realce de Texto - - Exemplo de Texto

Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de teclado dos editores de textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.
Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está dispo-
nível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.

ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS


Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D1 Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G2 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico

Ctrl+J3 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J

Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador

Ctrl+L4 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L

Ctrl+M Aumentar recuo5 Limpar formatação direta Ctrl+\

Ctrl+N6 Negrito Novo documento (New) -

Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)

Ctrl+Q Alinhar texto à esquerda Sair do LibreOffice (Quit) -

Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)

Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando

Ctrl+igual7 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula

1 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
2 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
3 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e consultar os
arquivos que foram baixados (Downloads).
4 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
5 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do parágrafo.
6 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
7  O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página. 239
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação

Ctrl+Alt+Shift+V Colar sem formatação

Shift+F38 Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas -

Importante! Esta região aceitará qualquer elemento que seria


usado no documento, como textos, imagens, tabelas,
Um dos comandos que mais confunde candidatos campos, formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem
nenhuma relação com o browser de Internet e é usa-
do para navegar dentro do documento em edição. Inserir

No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navega-


dor, que permite a navegação para:

z Página
z Títulos
z Tabelas Cabeçalho e rodapé Cabeçalho

z Quadros
z Objetos OLE
z Marca-páginas
z Seções Diferentemente da interface do Microsoft Word,
z Hiperlinks
que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos
z Referências
e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em
z Índices
menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para
z Anotações
z Objetos de Desenho compreender a sequência de comandos e menus do
z Controle Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e
z Fórmula de tabela LibreOffice Impress.
z Fórmula de tabela incorreta
MENU SIGNIFICADO
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil dife-
Permitem acesso às configurações
rença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade
de arquivo sobre o documento
de uso de 4 cliques na seleção. Confira: Arquivo
atual (novo, abrir, fechar, salvar,
imprimir, propriedades).
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

Selecionar Seleciona o Permite acesso à Área de Trans-


- Ctrl+A
tudo documento ferência, além das opções tem-
Editar porárias (localizar, substituir,
Botão 1 clique na Posiciona selecionar) e área de transferência
-
principal palavra o cursor do Windows/Linux,
Botão 2 cliques Seleciona a
-
principal na palavra palavra Permite a configuração dos obje-
tos que serão exibidos na tela do
Botão 3 cliques Selecionar aplicativo. Modos de visualização,
- Exibir
principal na palavra a frase interface do usuário, elementos da
Botão 4 cliques Seleciona tela de edição, Marcas de Formata-
- ção, Barra Lateral e Zoom
principal na palavra o parágrafo
Permite adicionar um item que não
Cabeçalhos existe no documento atual. Adi-
cionar qualquer objeto no arquivo
Localizado na margem superior da página, poderá atualmente editado. Se este objeto
ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé. Inserir é atualizável, será um campo. Ele-
mentos da página, elementos gráfi-
Assim como no Word, é possível trabalhar com
cos, elementos visuais, referências
configurações diferentes dentro do mesmo documen-
e índices, elementos de mala direta
to. Para isto, use as seções para dividir a formatação
e cabeçalho e rodapé.
do documento.
240 8  O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.
MENU SIGNIFICADO Havendo a possibilidade disponível na impresso-
ra, serão impressas de um lado da página, ou frente e
Formatar significa dar um for- verso automático, ou manual. Ao contrário do Word,
mato a um objeto que já existe. que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o
Parágrafo, estilos, marcadores e Writer divide em guias as opções da impressão.
Formatar
numeração, tabulações, etc. Per-
mite alterar elementos editáveis do
documento.

Os estilos são formatações pré- EXERCÍCIOS COMENTADOS


-definidas para serem usadas no
Estilos 1. (CESPE-CEBRASPE – 2013) O aplicativo Writer, do
texto. Posteriormente poderão ser
organizadas em um índice. BrOffice, utilizado para a edição de textos, não permite
a realização de cálculos com valores numéricos, por
Disponibilizam ferramentas para o exemplo, cálculos com valores em uma tabela inserida
trabalho com tabelas, segundo as no documento em edição.
convenções próprias do recurso.
Tabelas
Ao incluir uma tabela no documen- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
to, a barra de ícones Tabela será
exibida. O LibreOffice Writer possui integração com os
demais programas do pacote, e permite a integra-
Permite a edição e programação ção dos recursos do LibreOffice Calc (planilhas de
de formulários diretamente no cálculos) em uma tabela do documento. O Microsoft
Formulários
documento aberto, para entrada de Office também é assim. Resposta: Errado.
dados padronizados.

Oferece comandos para o geren- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) No aplicativo Writer, para


ciamento do aplicativo, alterando alterar a cor da fonte de um caractere no documento
Ferramentas as configurações em todos os em edição, o usuário pode utilizar o menu Formatar e,
próximos arquivos editados pelo em seguida, escolher a opção Fonte.
aplicativo.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Oferece opções para organizar
Janela as janelas dos documentos em O LibreOffice Writer poderá produzir documentos
edição. como o Microsoft Word, pois além de serem compatí-
veis, compartilham funcionalidades. Porém, existem
itens que possuem nomes diferentes em cada editor
Impressão de textos. No Microsoft Word é Formatar, Fonte. No
LibreOffice Writer é Formatar, Texto. Resposta: Errado.
Disponível no menu Arquivo, e também pelo ata-
lho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar 3. (CESPE-CEBRASPE – 2015) Por meio de recursos dis-
poníveis no BrOffice Writer, é possível realizar cálculos
Impressão), a impressão permite o envio do arquivo
complexos utilizando-se funções que podem ser inse-
em edição para a impressora. A impressora listada ridas nos campos de uma tabela.
vem do Windows, do Painel de Controle (ou Configu-
rações, no caso do Windows 10). ( ) CERTO  ( )ERRADO
Podemos escolher a impressora, definir como será a
O Writer, integrante do pacote LibreOffice, é capaz
impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Páginas
de trabalhar com fórmulas complexas devido à natu-
específicas), quais serão as páginas (números separados reza do pacote de aplicativos. Quando executamos
com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas individuais, o BrOffice, ou LibreOffice, ou OpenOffice, todos os
separadas por traço uma sequência de páginas). aplicativos são carregados, tornando-se possível no
editor de textos acessar às fórmulas complexas de
planilha de cálculos, e vice versa. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Para se editar o cabeça-


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

lho de um documento no Writer, deve-se clicar o topo


da página para abrir o espaço para edição. Por limita-
ções técnicas desse editor de textos, não é possível
colar textos ou imagens nesse espaço.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O cabeçalho é uma região na margem superior


da página que poderá ser editado pelo usuário. O
conteúdo inserido neste local poderá ser exibido
em todas as páginas do documento. No cabeçalho
o usuário poderá inserir textos, imagens, tabelas,
campos, links e qualquer outro elemento de um
documento de texto. Resposta: Errado. 241
5. (INSTITUTO AOCP – 2018) Utilizando o LibreOffice Pasta de Trabalho – arquivo do Calc contendo
Writer, uma sentença de texto pode ser formatada as planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de
como Tachado usando a Guia: Formatar > opção Texto memória RAM disponível, nomeadas como Planilha 1,
> opção Tachado. Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS.
Alça de preenchimento – no canto inferior direito
( ) CERTO  ( ) ERRADO da célula, permite que um valor seja copiado na dire-
ção em que for arrastado. No Excel, se houver 1 núme-
O estilo Tachado aplicará uma linha sobre as letras ro, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência
do texto, como censura, igual ao Microsoft Word. será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência
No LibreOffice Writer está disponível em Formatar, com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos
opção Texto, opção Tachado. Este é um exemplo do
meses, estas opções criam listas pré-definidas.
efeito. Resposta: Certo.

LIBREOFFICE CALC

O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para cria-


ção de planilhas de cálculos. Opera de forma seme-
lhante ao Microsoft Excel, e possui apenas algumas
diferenças (que já foram questionadas em concursos
públicos).
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser
criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Goo-
gle Planilhas. O arquivo produzido em um aplicativo Mesclar células – significa simplesmente juntar. O
poderá ser editado por outro programa, pois são com- LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a forma
patíveis entre si. como as células serão mescladas. Ao clicar no ícone
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel na barra de ferramentas, a caixa de diálogo “Mesclar
em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir nor- células” será exibida.
malmente. O LibreOffice Calc reconhece o formato A célula pode receber diferentes formatações,
XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de arma- especialmente na exibição de valores numéricos. Para
zenamento não influencia nos recursos disponíveis a exibição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A
no aplicativo. formação de células, linhas e colunas possibilita defi-
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a nir bordas, sombreamento, e padrões que serão apli-
extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é cados a estas.
um componente do ODF (Open Document Format). O Uma opção muito utilizada no Calc, e também no
arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABA- Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande
LHO, e poderá ser gravado no formato do Microsoft (muitas células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e
Office, todas as versões. podemos marcar o intervalo (Definir) que será consi-
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc ini- derado na impressão.
cia com 1 planilha (folha de dados), identificada por A formatação Condicional permite exibir célu-
abas na parte inferior da tela de visualização. Cada las de diferentes cores e padrões, segundo condições
planilha é independente das demais, e usamos o estipuladas. Por exemplo, quando desejamos que os
sinal de ponto final para referenciar dados em outras números negativos sejam vermelhos e os positivos em
planilhas. azul, é um caso.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas
de A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que
possui 1024 colunas). As linhas são numeradas com Formatar

números, de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na


planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Micro-
soft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor
ou pior. Cuidado com as comparações. Quando a ban-
ca sugere uma comparação, menosprezando um dos
itens, geralmente está errado.

Conceitos básicos

Condiconal
Célula – unidade da planilha de cálculos, o encon-
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a
tecla SHIFT (assim como no sistema operacional).
Geranciar...
Coluna – células alinhadas verticalmente, nomea-
das com uma letra.
Linha – células alinhadas horizontalmente, nume-
radas com números.
Planilha – o conjunto de células organizado em uma
242 folha de dados. Writer representa com (ponto final).
A formatação condicional pode apresentar visual- z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes,
mente as diferenças existentes nos dados da planilha para comparação.
de cálculos. É um recurso útil e muito questionado em Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) –
provas. efetua um teste e exibe uma mensagem.

Simbologia específica z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes,


para comparação.
z Coluna+Linha formato de referência de cada célu- Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) –
la da planilha. Colunas com letras, linhas com efetua um teste e exibe uma mensagem.
números. O formato de referência é idêntico no
Excel e Calc. z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos,
Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1. sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes,
para comparação.
z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2
faz uma comparação dentro de um teste. é maior que A1”) – teste e exibe uma mensagem.
Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2. z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos,
=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um tes- sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes,
te e exibe uma mensagem. para comparação.
Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a
z + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/ A2”;”A2 é menor que A1”) – teste e exibe uma
função. mensagem.
Exemplo: +A1+A2 – efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2. z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti-
vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o
z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/ símbolo ≠ Usado em testes, para comparação.
função com inversão de resultado. Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
Exemplo: -A1+A2 – efetua a soma do valor em A1 iguais”) – teste e exibe uma mensagem.
com o valor em A2, invertendo o resultado.
z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores,
z * (asterisco) multiplicação. expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel
Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na
em A1 pelo valor em A2. matemática, apenas parênteses.

z / (barra ‘normal’) divisão. z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma


Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1 função ou separador de células em uma referência.
pelo valor em A2. Pode significar E em uma referência de valores.
Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
z ^ (acento circunflexo) Exponenciação. iguais”) – separando os três argumentos da função.
Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do =SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu-
valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2. mentos que serão somados.

z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de
valor em formato de porcentagem. Não faz o cálcu- faixa de células.
lo. Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo-
resultado (por cento, por 100). res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,
C1 e C2.
z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne
dois ou mais valores em uma única sequência. z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
Exemplo: Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
=”Fernando”&”Nishimura” iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.
=15&30
Fernando Nishimura z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
1530 formando a referência relativa em referência mista
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,


z . (ponto final) Significa Planilha. quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
=$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a
valor de A2 que está em Planilha2.
Planilha2.

z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,


Importante!
apenas um) Erro.
Uma das poucas diferenças existentes entre o
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma Mensagens de Erros
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final. Seguem abaixo os erros mais comuns que podem
ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc: 243
z ##### A célula não é larga o suficiente para mos- =MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6,
trar o conteúdo. 2 e 1? É o 2.
z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante =MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2
inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter- até C2? (6+2+1)/3 = 3.
valo de valores definido.
z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula z MÁXIMO (valores) : exibe o maior valor das célu-
resulta em um valor que não corresponde à sua las selecionadas.
definição; ou a célula que é referenciada na fórmu- =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
la contém um texto em vez de um número. área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma nas um será mostrado.
fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
lha que contém uma célula referenciada. z MAIOR (valores;posição) : exibe o maior valor de
z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi uma série, segundo o argumento apresentado.
possível avaliar um identificador, por exemplo, =MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
não foi possível encontrar uma referência válida,
las A1 até D6.
um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
z MÍNIMO (valores) : exibe o menor valor das célu-
reto, suplemento não encontrado.
las selecionadas.
z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
de divisão / quando o denominador é 0.
área de A1 até D6.
Funções Básicas
z MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de
z SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas uma série, segundo o argumento apresentado.
células selecionadas. =MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis- las A1 até D6.
tentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis- z SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
tentes nas células A1 até A5 na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da caso seja falso.
célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis- z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, as células em um intervalo, exceto as células vazias.
operando apenas áreas quadrangulares. =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores contagem, informando quantas células estão preen-
A1 com B1 e C1 até C3. chidas com valores, quaisquer valores.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2
com 3 e o valor A1 duas vezes. z CONT.NÚM (células) : conta todas as células em
um intervalo, exceto células vazias e células com
z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação texto.
de soma nas células selecionadas, se uma condição =CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
for atendida. intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15. z CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quan-
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo- tas vezes aparece um determinado valor (número ou
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sinta- texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
xe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja indicar qual é o critério a ser contado)
somado). =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
z MEDIA (valores) : realiza a operação de média do o valor 5.
nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado. z TEXTO (células;formato) : exibe um valor numéri-
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples co no formato especificado por uma máscara.
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma
portanto, 007
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células
vazias não entram no cálculo da média.
z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto) : per-
mite trocar no texto informado, iniciando na posi-
z MED (valores): obtém o valor da mediana. A
ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres.
mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores
=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o
ordenados informados
“José” por “João”

z PROCV (valor_procurado; matriz_tabela; núm_


índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
A função PROCV é utilizada para localizar o
valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quan-
do encontrar, retornar a enésima coluna informada
244 em núm_índice_coluna. A última opção, que será
VERDADEIRO ou FALSO, é usada para identificar se MENU SIGNIFICADO
precisa ser o valor exato (F) ou pode ser valor aproxi-
mado (V). Opções de controle da planilha de
Planilha
Por exemplo: dados no Calc.
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
Oferece comandos para o gerencia-
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
mento do aplicativo, alterando as
A função PROCV é um membro das funções de pes- Ferramentas
configurações em todos os próximos
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. arquivos editados pelo aplicativo.
Se PROCV não localizar valor_procurado, e pro-
curar_intervalo for VERDADEIRO, ela usará o maior Classificação, filtro, filtro avançado, e
valor que é menor do que o valor_procurado. Dados demais opções de organização dos
dados.
z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente )
Oferece opções para organizar as
: procura um valor na horizontal. Caso encontre, Janela
janelas dos documentos.
retorna a linha correspondente ao argumento infor-
mado. E a busca poderá ser exata ou aproximada.

Precedência dos operadores


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel,
usam precedência de operadores matemáticos para a 1. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Para se calcular o valor
resolução das fórmulas.
constante na célula E2, basta digitar nela o comando
A ordem de prioridade é parênteses, depois expo-
nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi- =C2*D2.
são, e por último, adição e subtração.
^ Exponenciação A primeira operação que deve
ser executada
* Multiplicação A próxima operação a ser executa-
da, assim como a Divisão.
/ Divisão
+ Adição Após realizar exponenciação, multiplica-
ção e divisão, faça a adição/subtração.
- Subtração.
- Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for ( ) CERTO  ( ) ERRADO
realizado, faça a inversão do sinal.
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera-
Será efetuada a multiplicação de C2 por D2, e o resul-
dores matemáticos.
P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multipli- tado será exibido em E2. Poderia ser escrita com a
cação, divisão, adição e subtração. função MULT, assim: =MULT(C2;D2). Resposta: Certo.
Diferentemente da interface do Microsoft Excel,
que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos
e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em
menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para
compreender a sequência de comandos e menus do
Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e
LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO
2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Para se digitar m3, con-
Oferece comandos para o gerencia-
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que forme consta nas unidades de medida de areia e brita,
está em primeiro plano. basta que se digitem nas respectivas células, simulta-
neamente, as teclas < M > < Ctrl > < Alt > < 3 >.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Acesso a recursos temporários (loca-


Editar lizar, substituir, selecionar) e área de
transferência do Windows/Linux.

Acesso aos controles sobre o que


Exibir será mostrado na tela de edição, e
como será exibido.

Adicionar qualquer objeto no arquivo


Inserir atualmente editado. Se este objeto é
atualizável, será um campo.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Mudar a aparência, mudar a configu-
Formatar ração, dar uma forma, alterar o que Ao teclar, dentro da célula, a sequência Ctrl+Alt+3,
está em edição.
exibirá o número 3 como em m³. Resposta: Certo. 245
3. (UFBA – 2014) Na planilha, para calcular o percentual Os softwares de edição de slides (Microsoft Power-
do item A com relação ao total dos itens de A a D, a fór- Point, LibreOffice Impress, Google Apresentações) per-
mula a ser escrita na célula C2, considerando-se que
mitem a criação de uma apresentação de slides para
ela será copiada com o mouse para as células C3, C4
exibição para um público.
e C5, é =B2/B6*100.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher
um modelo de apresentação para criação de um novo
arquivo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e
escolher um arquivo que está gravado em um local de
armazenamento permanente, para ser aberto e edita-
do naquela sessão de trabalho.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

A fórmula apresentada será atualizada quando for


copiada com o mouse para a nova posição. Assim, ela
vai exibir erro, porque a referência B6 virou B7, e estaria
dividindo por zero. Para evitar que isto aconteça, e a fór-
mula seja calculada corretamente, o símbolo de cifrão é
necessário, para travar a linha 6. Resposta: Errado.

Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffi-


ce Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress
(formato ODP – Open Document Presentation) podem
ser abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2015) No BrOffice Calc, a opção O LibreOffice Impress permite exportar uma
Atingir Metas do menu Ferramentas permite formatar apresentação ou desenho para diferentes formatos,
de maneira condicional a cor de uma célula (fundo e incluindo os citados no enunciado da questão.
fontes), ao se atingir determinado valor ou meta.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Para mudança de cores, é Formatação Condicional.


Tanto no LibreOffice Calc como no Microsoft Excel.
O comando é ‘Atingir Meta’ no singular, para deter-
minar um valor ou meta. Resposta: Errado.

Importante!
Extensões de arquivos estão entre os itens mais
questionados em provas de concursos organiza-
Atingir meta... dos pela banca CESPE/Cebraspe.

$B$43
Os modos de exibição permitem alternar entre
a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de
Tópicos), Notas (Anotações do apresentador) e Orga-
nizador de Slides (classificação de slides – miniaturas
para organização).

LIBREOFFICE IMPRESS

O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após


Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides
anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos
que estamos apresentando um PowerPoint, mesmo que
246 o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Documento – para algum local do docu-
mento atual, como uma Tabela, Seção ou
Quadro.

Novo Documento – para qualquer outro


arquivo editável do pacote LibreOffice.

Diferentemente da interface do Microsoft Power-


Point, que é baseada na Faixa de Opções com guias,
grupos e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada
em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas
LEIAUTE. Permite a escolha do tipo de conteúdo
para compreender a sequência de comandos e menus
que será inserido no slide. Para não esquecer: é o
esqueleto de cada slide da apresentação. O layout do do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice
slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos Writer e LibreOffice Calc.
objetos dentro de cada slide da apresentação.
MODELOS. Permite a escolha do projeto visual que MENU SIGNIFICADO
será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparên-
cia da apresentação. Oferece comandos para o gerencia-
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que
TRANSIÇÃO. Permite a escolha do efeito visual que
está em primeiro plano.
será utilizado na passagem de um slide para outro sli-
de. Para não esquecer: é a animação entre os slides da Acesso a recursos temporários (loca-
apresentação. Editar lizar, substituir, selecionar) e área de
MESTRE. Permite a escolha da posição de todos os transferência do Windows/Linux
elementos dentro de uma apresentação, assim como Acesso aos controles sobre o que
configurações específicas. Podemos configurar os será mostrado na tela de edição, e
Exibir
slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o como será exibido. Cor, preto e bran-
esqueleto de toda a apresentação. co, escala de cinza.

Exibir
Adicionar qualquer objeto na apre-
sentação atualmente editada. Se
Inserir
este objeto é atualizável, será um
campo.
Slide mestre Mudar a aparência, mudar a configu-
Formatar ração, dar uma forma, alterar o que
está em edição.

Oferece comandos para o gerencia-


mento do aplicativo, alterando as
Ferramentas
configurações em todos os próximos
arquivos editados pelo aplicativo.

Iniciar a apresentação, configurar


a apresentação, Cronometrar, In-
Elementos do slide mestre... Apresentação teração, Animação personalizada,
de slides Transição de slides, Exibir e Ocultar
slides, e criar uma apresentação
personalizada.

Oferece opções para organizar as


Janela
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Assim como nos demais aplicativos, o ícone janelas dos documentos.


permite transformar um objeto inserido em um
hyperlink. O ícone está disponível na Barra de Ferra- Menu Slide
mentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:
Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na ver-
são 6/7, que não existia nas versões anteriores. Pos-

Internet – endereço URL ou endereço FTP. sui opções similares à guia Apresentação de Slides do
Microsoft PowerPoint. Contém as opções para mani-
Correio – abre o aplicativo de e-mail pulação dos slides da apresentação, incluindo o item
padrão para o envio de uma mensagem Transição de Slides, para adicionar uma animação
eletrônica.
entre os slides. 247
Slide 3. (CESPE– 2013) No BrOffice Impress, caso se selecione
o modo de exibição de eslaides em estrutura de tópi-
cos, apenas os textos dos eslaides serão exibidos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

No modo de exibição Estrutura de tópicos, somente


os tópicos (textos) serão exibidos.

Exibir

Menu Apresentação de Slides Estrutura de tópicos

Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as


opções e comandos para controle da apresentação. Foi
mantido nas versões seguintes.
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresenta-
ção a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a par-
tir do slide atual. Esta é uma alteração importante,
pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual,
e agora é como no PowerPoint, com dois atalhos de Resposta: Correto.
teclado diferentes.
4. (CESPE-CEBRASPE – 2013) No eslaide mestre de
uma apresentação preparada no Impress, na opção
Cor/Escala de Cinza, é possível selecionar todas as
opções ou apenas as que serão utilizadas, como Cor,
Escala de Cinza e Preto e Branco.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Não é possível selecionar todas as opções. Somente


uma de cada vez. Cor, ou Escala de Cinza, ou Preto
e Branco.

Exibir

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2012) No aplicativo Impress do

pacote BrOffice, ao se clicar o botão será ativa-


do um cronômetro para controlar a duração da apre-
sentação. Essa função permite também a ativação de
um alarme que indicará o término do tempo de uma
apresentação. Cor/Escala de cinzas Cor
Escala de cinza

( ) CERTO  ( ) ERRADO Preto e branco

O ícone apresentado na questão é o navegador, que


possibilita buscar um slide na apresentação rapida-
mente. O atalho é Ctrl+Shift+F5. Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Ao clicar-se o botão
, será aberto o navegador configurado como padrão, o 5. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Durante a exibição de
que permite o acesso à Internet ao mesmo tempo em determinada apresentação, é possível circular, subli-
que se utiliza o Impress. nhar, desenhar setas ou fazer outras marcações para
enfatizar um ponto ou mostrar conexões importantes
( ) CERTO  ( ) ERRADO que não estavam originalmente no eslaide.

( ) CERTO  ( ) ERRADO


O botão é utilizado para adicionar um hyper-
link ao objeto selecionado, permitindo que o usuário Ao final da apresentação de slides, que teve anota-
acesse outro local da apresentação, outro arquivo, ções ou desenhos marcados durante a apresentação,
um site na rede e enviar uma mensagem de correio será perguntado se deseja salvar estas marcações
248 eletrônico. Resposta: Errado. no arquivo. Resposta: Certo.
z Kernel: Núcleo do sistema operacional. O Win-
CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO dows tem o núcleo fechado e inacessível para o
DE SISTEMAS OPERACIONAIS usuário. O Linux tem núcleo aberto e código fonte
WINDOWS 7 E 10 disponível para ser utilizado, copiado, estudado,
modificado e redistribuído sem restrição. O ker-
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS: nel do Linux está em constante desenvolvimento
WINDOWS 7 por uma comunidade de programadores e, para
garantir sua integridade e qualidade, as sugestões
O sistema operacional Windows foi desenvolvi- de melhorias são analisadas e aprovadas (ou não)
do pela Microsoft para computadores pessoais (PC) antes de serem disponibilizadas para download
em meados dos anos 80, oferecendo uma interface por todos;
gráfica baseada em janelas, com suporte para apon- z Gerenciador de boot: O Linux tem diferentes
tadores como mouses, touch pads (área de toque nos gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são
portáteis), canetas e mesas digitalizadoras. o LILO e o Grub;
O Windows da versão 7 foi substituído pelo Windo- z GUI (Graphics User Interface): Interface gráfica,
ws 8. Devido à ausência do botão Iniciar, não teve boa porque o sistema operacional oferece também a
aceitação pelos usuários e foi atualizado para o Win- interface de comandos (Prompt de Comandos ou
dows 8.1. Atualmente, está na versão 10, que combina Linha de Comandos).
os recursos do Windows 7 e 8.1.
O sistema operacional Windows é um software Após o carregamento do sistema operacional, o
proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) dispo- usuário poderá trabalhar na interface gráfica ou acio-
nível e o usuário precisa adquirir uma licença de uso nar a interface de comandos (Prompt de Comandos).
da Microsoft. Quando o edital apresenta os itens Windows e Linux,
encontraremos questões que comparam os comandos
Dica digitados no Prompt de Comandos do Windows com os
comandos digitados na linha de comandos do Linux.
A banca prioriza o conhecimento sobre itens
O Windows possui três níveis de acesso, que são as
do Painel de Controle, gerenciador de arquivos
credenciais:
e pastas (interface, teclas de atalhos, menu de
contexto e os modos de visualização) e permis-
z Administrador: Usuário que poderá instalar pro-
sões de acesso aos itens.
gramas e dispositivos, desinstalar ou alterar as
configurações. Os programas podem ser desinsta-
Funcionamento do sistema operacional
lados ou reparados pelo administrador;
z Administrador local: Configurado para o
Do momento em que ligamos o computador até o
dispositivo;
momento em que a interface gráfica está completa-
mente disponível para uso, uma série de ações e con- z Administrador domínio: Quando o dispositivo
figurações são realizadas, tanto nos componentes de está conectado em uma rede (domínio), o adminis-
hardware como nos aplicativos de software. Acompa- trador de redes também poderá acessar o disposi-
nhe a seguir essas etapas: tivo com credenciais globais;
z Usuário: Poderá executar os programas que foram
instalados pelo administrador, mas não poderá
HARDWARE SOFTWARE desinstalar ou alterar as configurações;
Energia elétrica - botão ON/OFF POST - Power On Self Test z Convidado ou Visitante: Poderá acessar apenas
os itens liberados previamente pelo administra-
BIOS - Carregado para
Equipamento OK memória Ram dor. Esta conta geralmente permanece desativada
nas configurações do Windows, por questões de
Disco de inicialização Gerenciador de boot
segurança.
Memória Ram Núcleo do sistema Operacional
O Controle de Contas de Usuário (UAC – User
Pereféricos de entrada e saída Drives Account Control) restringe a execução de programas e
códigos que não sejam verificados ou confiáveis. Sím-
Interface gráfica bolos e mensagens serão exibidos quando o Windows
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aplicativos
precisar de confirmações relacionadas às permissões
de uso (e alteração de dados das contas dos usuários).

z POST (Power On Self Test, autoteste da iniciali- z Mensagens com brasão do Windows: o Windows
zação): Instruções definidas pelo fabricante para precisa de sua permissão para continuar;
verificação dos componentes conectados;
z BIOS (Basic Input Output System): Sistema bási-
co de entrada e saída. Informações gravadas em
um chip CMOS (Complementary Metal Oxidy Semi-
conductor) que podem ser configuradas pelo usuá-
rio usando o programa SETUP, executado quando
pressionamos DEL ou outra tecla específica no
momento que ligamos o computador, na primeira
tela do autoteste – POST (Power On Self Test);
249
z Mensagens com um brasão amarelo + exclamação: um Lembre-se, portanto, que permissões são as carac-
programa precisa de sua permissão para continuar; terísticas do acesso e os atributos são as característi-
cas do item acessado.

CARACTERÍSTICAS, QUANDO
PERMISSÕES
PERMITIDAS

Poderá realizar todas as


Controle total
operações

Poderá visualizar os itens


Percorrer pasta
existentes na pasta

z Mensagens com um brasão amarelo + interroga- Poderá executar e editar o


Executar arquivo
ção: um programa não identificado deseja ter aces- arquivo
so ao seu computador;
Poderá visualizar as pastas
Listar pasta
existentes

Poderá acessar o conteúdo dos


Ler dados
arquivos

Poderá visualizar os atributos


Ler atributos
dos itens

Ler atributos Poderá visualizar os atributos


estendidos “extras” dos itens

z Mensagens com um brasão vermelho e X: apenas Poderá criar novos arquivos e


Criar arquivos/
informam que este programa foi bloqueado. gravar dados em arquivos já
Gravar dados
existentes

Criar pastas/ Poderá criar novas pastas e


Acrescentar dados gravar arquivos nelas

Gravar atributos Poderá alterar os atributos

Gravar atributos Poderá alterar os atributos


estendidos estendidos

Excluir Poderá excluir o item

No Windows, as permissões NTFS podem ser atri- Permissões de Poderá definir quem acessará o
buídas em Propriedades, guia Segurança. Por meio de leitura item para leitura
permissões como Controle Total, Modificar, Gravar, Poderá alterar as permissões
entre outras, o usuário poderá definir o que será aces- Alterar permissões
do item
sado e executado por outros usuários do sistema.
As permissões do sistema de arquivos NTFS não Poderá alterar o proprietário do
são compatíveis diretamente com o sistema operacio- Apropriar-se item, assumindo controle total
nal Linux e, caso tenhamos dois sistemas operacionais sobre ele
ou dois dispositivos na rede com sistemas diferentes,
um servidor Samba será necessário para realizar a O Windows oferece a interface gráfica (a mais usa-
“tradução” das configurações. da e questionada) e pode oferecer uma interface de
Ao pressionar Alt+Enter, será mostrada a caixa de linha de comandos para digitação. O Prompt de Coman-
diálogo de Propriedades, que também poderá ser aces- dos é a representação do sistema operacional MS-DOS
sada pelo menu de contexto (botão direito do mouse). (Microsoft Disk Operation System), que era a opção
Atributos são propriedades do item, e o Windo- padrão de interface para o usuário antes do Windows.
ws tem quatro propriedades (Hidden – oculto, Archi- O Windows 7 oferece o Prompt de Comandos “bási-
ve – arquivo, Read Only – somente leitura e System co” e tradicional, acionado pela digitação de CMD
– sistema), sendo todas elas manipuláveis. Uma pro- seguido de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta
priedade é interna e define se o item é um arquivo ou pelo atalho de teclado Windows+R = Run).
um diretório.
Na guia de Segurança, poderemos definir quem WINDOWS
AÇÃO EXEMPLO
pode acessar e como pode acessar. Podemos escolher 7
permissões para: todos, somente pessoas específicas,
Ajuda /? cls /?
grupos de usuários etc. E, para cada um deles, pode-
remos definir se terá Controle Total, se poderá fazer Data e Hora date e time date /t
a Leitura, se poderá fazer a Gravação, acessar as Per-
Espaço em disco
missões etc. Ou seja, podemos Permitir ou Negar cada dir dir
e listar arquivos
250 uma das permissões de acesso.
WINDOWS
AÇÃO EXEMPLO Menu
7
Mostrar área
Ícone
Qual o diretório
cd cd Papel de de trabalho
atual? parede
Subir um nível cd.. cd ..

Diretório raiz cd \ cd \

Copiar arquivos copy copy a.txt f:

Mover arquivos move move a.txt f:

Renomear ren ren a.txt b.txt

Apagar arquivos del del a.txt

Apagar diretórios deltree deltree pasta

Criar diretórios md md novapasta

Alterar atributos attrib attrib +h a.txt

Mostrar, visua- Barra de


type type a.txt
lizar Tarefas
Barra de Acesso Barra de
Pausa na exibi- Notificação
more type a.txt | more Rápido
ção de páginas

Interfaces de Elementos da área de trabalho do Windows 7


ipconfig ipconfig
rede

Listar todas as A Área de Trabalho, caracterizada pela ima-


conexões de arp -a arp -a gem do papel de parede personalizada pelo usuário,
redes poderá ter uma proteção de tela ativada. Após algum
tempo sem utilização dos periféricos de entrada (mou-
Apaga a tela cls cls se e teclado), uma imagem ou tela será exibida no lu-
gar da imagem padrão.
Concatenar co-
| -
mandos Na área de trabalho do Windows, o usuário pode-
rá armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos
Direcionar a
saída de um co- > - para itens no dispositivo, na rede ou na Internet.
mando
z Botão Iniciar: Permite acesso aos aplicativos ins-
Direcionar a talados no computador, com os itens recentes no
entrada para um < - início da lista e os demais itens classificados em
comando ordem alfabética;
Diretório raiz, z Microsoft Internet Explorer: Navegador de Inter-
usado nos net padrão do Windows 7;
\ (barra in- z Barra de Acesso Rápido: Ícones fixados de pro-
comandos de -
vertida)
manipulação de gramas para acessar rapidamente;
arquivos e pastas z Fixar itens: Em cada ícone, ao clicar com o botão
direito (secundário) do mouse, será mostrado o
Opção de um / (barra nor-
- menu rápido, que permite fixar arquivos abertos
comando mal)
recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
ra de acesso rápido;
Para conhecer as configurações do dispositivo, o z Área de Notificações: Centraliza as mensagens
usuário pode acessar as Propriedades do computador
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de segurança e manutenção do Windows, como as


no Windows Explorer, o item Sistema em Painel de Con- atualizações do sistema operacional;
trole, ou acionar o atalho de teclado Windows+Pause. z Mostrar área de trabalho: Visualizar rapidamen-
O Painel de Controle é o local onde o usuário pode- te a área de trabalho, ocultando as janelas que
rá configurar os softwares (Programas) e os hardwares estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
(Dispositivos). O Painel de Controle está no menu Ini- Windows+D (Desktop);
ciar e, no Windows 7, não possui um atalho de teclado z Bloquear o computador: Com o atalho de tecla-
definido. do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
A interface gráfica do Windows é caracterizada computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas, Ctrl+Alt+Del;
atalhos, Barra de Tarefas (com programas que podem z Gerenciador de Tarefas: Controla os aplicativos,
ser executados e programas que estão sendo executa- processos e serviços em execução. Atalho de tecla-
dos) e outros componentes do Windows. do: Ctrl+Shift+Esc; 251
z Minimizar todas as janelas: Com o atalho de z Estender: Ampliar a área de trabalho, usando dois
teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode ou mais monitores, iniciando em uma tela e “con-
minimizar todas as janelas abertas, visualizando tinuando” na outra tela;
a área de trabalho; z Duplicar: Exibir a mesma imagem nas duas telas;
z Criptografia com BitLocker: O Windows oferece z Somente projetor: Desativar a tela atual (no note-
o sistema de proteção BitLocker, que criptografa os book, por exemplo) e exibir somente no projetor
dados de uma unidade de disco, protegendo contra ou Datashow.
acessos indevidos. Para uso no computador, uma No Windows, algumas definições sobre o que está
chave será gravada em um pendrive, e, para aces- sendo executado podem variar segundo o tipo de exe-
sar o Windows, ele deverá estar conectado. cução. Confira:

Dica z Aplicativos: São os programas de primeiro plano


que o usuário executou;
A banca prioriza o conhecimento de recursos z Processos: São os programas de segundo plano
básicos do sistema operacional em três assun- carregados na inicialização do sistema operacional,
tos: Windows Explorer, Painel de Controle e componentes de programas instalados pelo usuário;
Teclas de Atalhos. z Serviços: São componentes do sistema operacional
carregados durante a inicialização para auxiliar
na execução de vários programas e processos.
4 - Maximizar
2 - Barra ou linha de título
3 - Minimizar 5 - Fechar No Windows, o atalho Ctrl+Shift+Esc abre o Geren-
1 - Barra de menus ciador de Tarefas, que permite consultar os Apli-
cativos, Processos e Serviços em execução, além de
visualizar o Desempenho (processador e memória), as
conexões de Rede e os Usuários conectados.
Area de trabalho do aplicativo

Gerenciador de tarefas do Windows

6 - Barra de Rolagem
Processos

Elementos de uma janela do Windows Os aplicativos em execução no Windows poderão


ser acessados de várias formas, alternando a exibição
z 1 - Barra de menus: Local em que os menus que de janelas, com o uso de atalhos de teclado. Confira:
podem ser executados no aplicativo são apresentados;
z 2 - Barra ou linha de título: Parte em que o nome z Alt + Tab: Alterna entre os aplicativos em execu-
do arquivo sendo executado é mostrado. Por meio ção, exibindo uma lista de miniaturas deles para
dessa barra, é possível mover a janela quando ela o usuário escolher. A cada toque em Alt+Tab, a
não está maximizada. Para isso, basta um clicar na seleção passa para o próximo item, retornando ao
barra de título, manter o clique, arrastar e soltar o começo quando passar por todos;
mouse. Assim, será possível mover a janela para a z Alt + Esc: Alterna diretamente para o próximo
posição desejada; aplicativo em execução, sem exibir nenhuma jane-
z 3 - Botão minimizar: Reduz uma janela de docu- la de seleção.
mento ou aplicativo para um ícone;
z 4 - Botão maximizar: Aumenta uma janela de Painel de Controle
documento ou aplicativo para preencher a tela.
Para restaurar a janela para seu tamanho e posi- O Painel de Controle é o local do Windows que
ção anteriores, clique nesse botão ou clique duas centraliza as configurações do sistema operacional,
vezes na barra de títulos; de alguns programas e do hardware conectado. O
z 5 - Botão fechar: Fecha o aplicativo ou o documen- Painel de Controle é exibido na forma de Categorias
to. Solicita que você salve quaisquer alterações ou Ícones Pequenos/Grandes. No formato de exibição
não salvas antes de fechar, no caso de arquivos de Categorias, os itens disponíveis estão agrupados. Os
edição de texto. Alguns aplicativos, como os nave- grupos do Painel de Controle são:
gadores de Internet, trabalham com guias ou abas,
que possuem seu próprio controle para fechamen-
to de guias ou abas. O atalho para fechar aplicati- ÍCONE CATEGORIA ITENS AGRUPADOS
vos no teclado é Alt+F4; Verificar o status do
z 6 - Barras de rolagem: São as barras sombreadas
Sistema e computador, fazer
ao longo do lado direito (e inferior) de uma janela
Segurança backup do computador
de documento. Para deslocar-se para outra parte
e encontrar e corrigir
do documento, arraste a caixa ou clique nas setas
problemas.
da barra de rolagem.
Exibir o status e as
A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou tarefas da rede, es-
duplicada com os recursos de projeção. Ao acionar o ata- Rede e
Internet colher opções de
lho de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá:
grupo doméstico e de
compartilhamento.
252 z Tela atual: Exibir somente na tela atual;
ÍCONE CATEGORIA ITENS AGRUPADOS ÍCONE ITEM DESCRIÇÃO
Exibir impressoras e
Configurações avan-
dispositivos, adicionar Ferramentas
çadas do sistema
Hardware e um dispositivo e ajustar Administrativas
operacional.
Sons as configurações de
mobilidade comumente Filtro de conexões de
usadas. Firewall do rede para evitar ata-
Windows ques e propagação de
códigos maliciosos.
Desinstalar um
Programas
programa. Configuração das fon-
tes de letras usadas
Fontes
por todos os progra-
mas no Windows.
Contas de Adicionar ou remover
Usuário contas de usuário. Consultar, alterar e
Gerenciador de atualizar configura-
Alterar o tema, alterar o Dispositivos ções dos componen-
Aparência e tes de hardware.
plano de fundo da área
Personaliza-
de trabalho e ajustar a Para conexão entre
ção
resolução de tela. os dispositivos den-
Grupo Doméstico
Alterar os teclados ou tro da mesma rede
Relógio, Idio- outros métodos de en- doméstica.
ma e Região trada e alterar idioma de
Configuração da
exibição. conexão “lógica”,
dados do servidor de
Permitir que o Windows Opções de Internet
Facilidade de proxy e opções do
Acesso sugira configurações e navegador Internet
otimizar exibição visual. Explorer.

Visualização dos
No formato de exibição Ícones, os itens disponíveis Opções de Pasta itens no Windows
estão agrupados. Os grupos do Painel de Controle são: Explorer.

ÍCONE ITEM DESCRIÇÃO Cores e elementos


Personalização
visuais do Windows.
Criar a cópia de se-
Backup gurança dos dados Adicionar recursos
e do usuário e res- Programas e do Windows e de-
Restauração taurar em caso de Recursos sinstalar programas
necessidade. instalados.
Para ajustar o equi- Associação entre ex-
Central de pamento e o sistema tensões de arquivos
Facilidade de operacional para as Programas Padrão
e programas para
Acesso necessidades do execução.
usuário.
O Windows efetua a
Configuração das leitura de unidades
Central de Redes e Reprodução
conexões e compar- removíveis e executa
Compartilhamento Automática
tilhamentos. o conteúdo automa-
ticamente.
Para que outro usuá-
Conexão de Área
rio possa acessar o Informações sobre
de Trabalho
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dispositivo do usuá- Sistema o computador e o


Remota
rio remotamente. Windows.
Adicionar, remover
e alterar senha dos Windows Defender Software anti mal-
Contas de Usuário ware do Windows.
usuários do Win-
dows.
Atualizações de
Ajustes de data, hora componentes do
Data e Hora Windows Update Windows, programas
e fuso horário.
Microsoft e dispositi-
vos periféricos.
Dispositivos
Configuração do
e
Hardware.
Impressoras
253
Conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos

No Windows, os diretórios são chamados de pastas. E algumas pastas são chamadas de Bibliotecas, por serem
coleções especiais de arquivos. São quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos.
O usuário poderá criar Bibliotecas para sua organização pessoal. Elas otimizam a organização dos arquivos e
pastas, inserindo apenas ligações para os itens em seus locais originais.
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações dos
discos de armazenamento. Os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes).
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.

Extensões de arquivos

O Windows apresenta ícones que representam arquivos de acordo com a sua extensão. A extensão caracteriza
o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para ele de
acordo com o programa que o criou. É possível alterar essa extensão, porém, corremos o risco de perder o acesso ao
arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas Padrão do Painel
de Controle.
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos:

EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos


pdf Office. Formato de documento portável (Portable Document
Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas.

Documento de textos do Microsoft Word. Textos com forma-


docx
tação que podem ser editados pelo LibreOffice Writer.

Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que


xlsx
podem ser editadas pelo LibreOffice calc.

Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que pode-


pptx
rá ser editada pelo LibreOffice Impress.

Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Blo-


txt co de Notas. Poderá ser aberto por vários programas do
computador.

Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessó-


rtf rio WordPad, este documento de texto possui alguma forma-
tação, como estilos de fontes.

Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do


conteúdo, exibe no ícone a miniatura do primeiro quadro. No
mp4, avi, mpg
Windows 7, o Windows Media Player reproduz os arquivos
de vídeo, áudio e streaming.

Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O


mp3
Windows Media Player pode reproduzir o áudio.

Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do


bmp, gif, jpg, pcx, png, conteúdo, exibe no ícone a miniatura da imagem. No Win-
tif dows, o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de
imagens.
254
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compacta-


zip dos. Não necessita de programas adicionais, como o forma-
to RAR, que exige o WinRAR.

Windows Explorer

O gerenciador de arquivos e pastas do Windows é o Windows Explorer, que pode ser acionado pelo ícone na
Barra de Tarefas, ou no menu Iniciar ou pelo atalho de teclado Windows+E.
Ele exibirá as unidades de disco de armazenamento em massa que estão conectadas no computador do usuá-
rio, sua árvore de diretórios e os conteúdos das pastas. A sua interface é exibida a seguir, com os elementos
identificados.

2 3 4 5 6 7 8

1 - Painel de navegação (unidades, pastas e Bibliote- Visualização do conteúdo


cas). Os Favoritos incluem os itens “Área de Tra- Ícones
do arquivo em uma miniatu-
balho”, “Downloads” e “Locais”. As Bibliotecas Médios
ra média.
incluem os itens “Documentos”, “Imagens”, “Músi-
cas” e “Vídeos”; Visualização dos ícones
2 - Botões de navegação (voltar e avançar) entre as Ícones dos itens, ordenados da es-
pastas acessadas; Pequenos querda para a direita, com a
3 - Barra de opções; maior densidade possível.
4 - Barra de endereços, que informa a localização
Visualização dos ícones
atual;
Lista dos itens, ordenados de
5 - Identificação da pasta atual;
cima para baixo.
6 - Colunas (a coluna Nome está classificada em ordem
alfabética, por causa do triângulo para cima inse- Informações de Nome,
rido nela); Tipo, Data de Modificação
7 - Conteúdo (exibe unidades, pastas, bibliotecas, Detalhes
e Tamanho, entre outras
arquivos e atalhos); configuráveis.
8 - Pesquisar (tecla F3 ou Win+F);
9 - Painel de detalhes (da unidade, pasta ou Biblioteca Ícones em tamanho
selecionada). Lado a lado médio, ordenados em duas
colunas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Modos de Visualização Informações como o Nome,


Tipo, Tamanho, Data de Mo-
Os ícones de unidades, pastas, arquivos e atalhos Conteúdo dificação e Autor, além de
são exibidos no Windows Explorer, de acordo com as linhas dividindo a exibição
opções do modo de visualização selecionado. dos itens.

Visualização do conteúdo
Ícones Extra Atalhos de teclado do Windows 7
do arquivo em uma miniatu-
Grandes
ra extra grande.
Confira na tabela a seguir os atalhos de teclado do
Visualização do conteúdo Windows 7. Em concursos públicos, as teclas de ata-
Ícones
do arquivo em uma miniatu- lhos associadas à Área de Transferência e ao Windows
Grandes
ra grande.
Explorer são as mais questionadas. 255
ATALHO AÇÃO LOCAL ATALHO AÇÃO LOCAL
Alterna para o Minimiza todas as
Em qualquer
Alt+Esc próximo aplicativo janelas e mostra a
aplicativo Em qualquer
em execução Win+M área de trabalho,
aplicativo
Exibe a lista dos retornando como
Em qualquer estavam antes.
Alt+Tab aplicativos em
aplicativo
execução Seleciona o mo-
Gerenciamento nitor/projetor que
Ctrl+A Seleciona tudo será usado para
de arquivos Em qualquer
Copia o item (os Win+P exibir a imagem,
Em qualquer aplicativo
Ctrl+C itens) para a Área podendo repe-
aplicativo tir, estender ou
de Transferência
escolher
Gerenciamento
Ctrl+F Pesquisa Exibe a lista dos
de arquivos Em qualquer
Win+Tab aplicativos em
Em qualquer aplicativo
Ctrl+Esc Botão Início execução em 3D
aplicativo
Gerenciador de Em qualquer
Ctrl+Shift+Esc Tarefas aplicativo Dica
Cola o item (os Vários recursos presentes no sistema operacional
itens) da Área de Em qualquer Windows podem auxiliar nas tarefas do dia a dia.
Ctrl+V
Transferência no aplicativo Procure praticar as combinações de atalhos de
local do cursor teclado, por dois motivos: elas agilizam o seu tra-
Move o item (os balho cotidiano e caem em provas de concursos.
Em qualquer
Ctrl+X itens) para a Área
aplicativo
de Transferência Área de Transferência
Gerenciamento
Ctrl+Y Refaz
de arquivos Um dos itens mais importantes do Windows não
Move o item é visível como um ícone ou programa. A Área de
Gerenciamento
Del para a Lixeira do Transferência é um espaço da memória RAM que
de arquivos
Windows armazena uma informação de cada vez. A informação
Gerenciamento armazenada poderá ser inserida em outro local; ela
F11 Tela Inteira acaba trabalhando em praticamente todas as opera-
de arquivos
Renomeia, troca o Gerenciamento ções de manipulação de pastas e arquivos.
F2 Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+X (Recortar),
nome de arquivos
estamos movendo o item selecionado para a memória
Gerenciamento
F3 Pesquisa RAM, para a Área de Transferência.
de arquivos
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),
Gerenciamento estamos copiando o item para a memória RAM, para
F5 Atualiza
de arquivos ser inserido em outro local, mantendo o original e
Exclui definitiva- criando uma cópia.
Gerenciamento
Shift+Del mente, sem arma- Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta-
de arquivos
zenar na Lixeira mos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área
Abre o menu Em qualquer de Transferência, para ser inserida em outro local,
Win como em um documento do Microsoft Word ou edição
Início aplicativo
Acessa o primeiro pelo acessório Microsoft Paint.
Em qualquer Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
Win+1 programa da barra
aplicativo estamos copiando uma “foto da janela atual” para a
de tarefas
Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
Acessa o segundo mentos da tela do Windows.
Em qualquer
Win+2 programa da barra Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o
aplicativo
de tarefas conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-
Acessa a Área de Em qualquer rência será inserido no local atual.
Win+B
Notificação aplicativo As ações realizadas no Windows, em sua quase
Mostra o desktop Em qualquer totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
Win+D teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
(área de trabalho) aplicativo
Abre o Windows Em qualquer Por exemplo, ao excluir um item por engano, pressio-
Win+E nando DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z
Explorer aplicativo
(Desfazer) para restaurá-lo, sem necessidade de aces-
Em qualquer sar a Lixeira do Windows.
Win+F Pesquisa
aplicativo Outras ações podem ser repetidas, acionando o
Bloqueia o Win- atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Em qualquer
Win+L dows 7 (Lock, Para obter uma imagem de alguma janela em
aplicativo
bloquear) exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instantâ-
neo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office. Outra
forma de realizar essa atividade é usar a Ferramenta de
Captura (Captura e Esboço), disponível no Windows.
256
Mas, se o usuário quiser apenas gravar a imagem OPERAÇÕES COM TECLADO
capturada, poderá fazê-lo com o atalho de teclado Win-
dows+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo ATALHOS DE
RESULTADO DA OPERAÇÃO
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens. TECLADO
A área de transferência é um dos principais recursos
Copiar e colar. O item será dupli-
do Windows, que permite o uso de comandos, a realiza- Ctrl+C e Ctrl+V na cado. A cópia receberá um sufixo
ção de ações e o controle das ações que serão desfeitas. mesma pasta (Cópia) para diferenciá-la do
original.
Operações de manipulação de arquivos e pastas
Ctrl+C e Ctr- Copiar (da origem) e colar (no
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- l+V em locais destino). O item será duplicado,
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- diferentes mantendo o nome e extensão.
zada com sucesso. Deletar, apagar, enviar para a Lixei-
Tecla Delete em ra do Windows, podendo recuperar
z O Windows não é case sensitive, ou seja, ele não faz um item do disco depois, se o item estiver em um
distinção entre letras minúsculas ou maiúsculas. rígido disco rígido local interno ou exter-
Um arquivo chamado documento.docx será consi- no conectado na CPU.
derado igual ao nome Documento.DOCX;
z O Windows não permite que dois itens tenham Será excluído definitivamen-
o mesmo nome e a mesma extensão quando Tecla Delete em te. A Lixeira do Windows não
estiverem armazenados no mesmo local; um item do disco armazena itens de unidades
removível removíveis (pendrive), ópticas ou
z O Windows não aceita determinados caracteres
unidades remotas.
nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
para outras operações, que são proibidos na Independentemente do local em
hora de nomear arquivos e pastas. Os nomes Shift+Delete que estiver o item, ele será excluí-
de arquivos e pastas podem ser compostos por do definitivamente.
qualquer caractere disponível no teclado, exceto
os caracteres * (asterisco, usado em buscas), ? Renomear. Trocar o nome e a
extensão do item. Se houver ou-
(interrogação, usado em buscas), / (barra normal,
tro item com o mesmo nome no
significa opção), | (barra vertical, significa conca-
mesmo local, um sufixo numérico
tenador de comandos), \ (barra invertida, indica F2
será adicionado para diferenciar
um caminho), “” (aspas, abrange textos literais), : os itens. Não é permitido reno-
(dois pontos, significa unidade de disco), < (sinal de mear um item que esteja aberto
menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal na memória do computador.
de maior, significa direcionador de saída).
z Existem termos que não podem ser usados, como
Lixeira
CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
Um dos itens mais questionados em concursos
referenciarem itens de hardware nos comandos digi-
tados no Prompt de Comandos (por exemplo, para públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena itens
enviar para a impressora um texto através da linha que foram excluídos de discos rígidos locais, internos
de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN). ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla
As ações realizadas pelos usuários em rela- DELETE (DEL), o item é removido do local original e
ção à manipulação de arquivos e pastas podem estar armazenado na Lixeira.
condicionadas ao local em que ela é efetuada ou ao Quando o item está na Lixeira, o usuário pode
local de origem e destino da ação. Portanto, é impor- escolher a opção Restaurar, para retorná-lo para o
tante verificar no enunciado da questão, geralmente local original. Se o local original não existir mais, por-
no texto associado, esses detalhes que determinarão o que suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixei-
resultado da operação. ra recupera o caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser
As operações podem ser realizadas com atalhos de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

excluídos definitivamente escolhendo a opção “Esva-


teclado, com o mouse ou com a combinação de ambos.
ziar Lixeira” no menu de contexto ou na faixa de
opções da Lixeira.
OPERAÇÕES COM TECLADO
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Dele-
ATALHOS DE te, o item será excluído definitivamente. Pelo Windo-
RESULTADO DA OPERAÇÃO
TECLADO ws, itens excluídos definitivamente ou apagados após
esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É
Não é possível recortar e colar na
Ctrl+X e Ctrl+V na possível recuperar com programas de terceiros, mas
mesma pasta. Será exibida uma
mesma pasta isso não é considerado no concurso, que segue a con-
mensagem de erro.
figuração padrão.
Ctrl+X e Ctr- Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
Recortar (da origem) e colar (no
l+V em locais
destino). O item será movido. com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
diferentes
local em que o usuário liberar o botão do mouse. 257
A Lixeira do Windows tem seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar
o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativá-la, excluindo os itens diretamente, e configurar
Lixeiras individuais para cada disco conectado.

OPERAÇÕES COM MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO

Clique simples no botão principal Selecionar o item.

Clique simples no botão secundário Exibir o menu de contexto do item.

Executar o item, se for executável. Abrir o item, se for editável,


com o programa padrão que está associado. Nos progra-
Duplo clique
mas do computador, poderá abrir um item através da opção
correspondente.

Renomear o item. Se o nome já existe em outro item, será


Duplo clique pausado
sugerido numerar o item renomeado com um sufixo.

Arrastar com botão principal pressionado e soltar na


O item será movido.
mesma unidade de disco

Arrastar com botão principal pressionado e soltar


O item será copiado.
em outra unidade de disco

Arrastar com botão secundário do mouse pressiona- Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
do e soltar na mesma unidade onde soltar).

Arrastar com botão secundário do mouse pressiona- Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
do e soltar em outra unidade de disco onde soltar) ou “Mover aqui”.

OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO

Arrastar com o botão principal pressionado um item O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, inde-
com a tecla CTRL pressionada pendente da origem ou do destino da ação.

Arrastar com o botão principal pressionado um item O item será movido quando a tecla SHIFT for liberada, inde-
com a tecla SHIFT pressionada pendente da origem ou do destino da ação.

Arrastar com o botão principal pressionado um item Será criado um atalho para o item, independente da origem
com a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT) ou do destino da ação.

Clicar em itens com o botão principal, enquanto man-


Seleção individual de itens.
tém a tecla CTRL pressionada
Clicar em itens com o botão principal, enquanto man- Seleção de vários itens. O primeiro item clicado será o início e
tém a tecla SHIFT pressionada o último item será o final de uma região contínua de seleção.

Arrastar Arrastar+ALT
Arrastar (esquerdo) Arrastar+ CTRL Arrastar+SHIFT
(direito) (ou Ctrl+Shift)

Mesma
Mover
Unidade
Menu de Contexto Copiar Criar Atalho Mover
Unidades
Copiar
diferentes

Dica
Quando a banca organizadora do concurso público questionou teclas de atalhos nas provas anteriores, é um
sinal de que o candidato deve conhecer as opções existentes, pois ela continuará questionando estes ata-
lhos. Uma forma de fixar melhor este assunto é praticando. Deixe o mouse de lado e comece a usar as teclas
de atalhos. Quando menos esperar, estará operando o computador de forma ágil e ainda estará estudando
258 para os concursos.
I – “Fazer backup do computador” é uma opção da
EXERCÍCIOS COMENTADOS categoria “Programas”.
II – “Adicionar um dispositivo” é uma opção da catego-
1. (FUMARC – 2016) Opção disponível no Windows ria “Hardware e Sons”.
Explorer do Microsoft Windows 7, versão português, III – “Alterar o tema” é uma opção da categoria “Apa-
para exibir o “Painel de Visualização”: rência e Personalização”.
Estão corretas as afirmativas:

a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
a) d) II e III, apenas.

No Painel de Controle, o item “Fazer backup do com-


putador” está na categoria “Sistema e Segurança”. O
backup é a cópia de segurança dos dados dos usuá-
b) rios. A cópia dos itens selecionados para o backup
poderá ser completa, incremental (novos itens), dife-
rencial (itens novos e alterados) ou de cópia (diária
ou manual). Em caso de perda do equipamento ou dos
arquivos, a cópia de segurança pode ser usada para
c) restaurar os itens. Resposta: Letra D.

4. (FUMARC – 2018) O ícone correspondente à opção


disponível no “Painel de Controle” do Microsoft Win-
dows 7, versão português, que permite personalizar a
d) exibição de arquivos e pastas, é:

Disponível no canto superior da tela do Windows


Explorer, indicado pelo número 2 na imagem a
seguir, o Painel de Navegação é exibido na tela do
programa para mostrar o conteúdo dos arquivos
sem a necessidade de abrir o programa correspon- a)
dente. Os demais ícones da questão são opções do
Modo de Visualização (indicado pelo número 1 na
imagem a seguir), na sequência Ícones Pequenos
(letra A), Detalhes (letra B) e Lado a lado (letra D).
Resposta: Letra C.
b)

c)

2. (FUMARC – 2016) A opção “Dispositivos e Impresso-


ras” pode ser encontrada no “Painel de Controle” do
d)
Microsoft Windows 7, versão português, dentro da
categoria: No Painel de Controle, em modo de exibição de ícones,
a opção para alterar a exibição de arquivos e pastas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a) Aparência e Personalização. é a mostrada na alternativa C. A letra A exibe o ícone


b) Hardware e Sons. do Firewall do Windows, um filtro de conexões para
c) Rede e Internet. impedir ataques e invasões pela rede. A letra B exibe o
d) Sistema e Segurança. Controle de Contas de Usuários, para adicionar novos
usuários, excluir usuários cadastrados e alterar a
Quando o Painel de Controle está sendo exibido no senha de acesso. A letra D é para Opções de Internet,
modo de Categorias, o item “Dispositivos e Impres- que são as configurações da conexão de rede e do
soras” estará disponível em “Hardware e Sons”. navegador Internet Explorer. Resposta: Letra C.
Resposta: Letra B. 5. (FUMARC – 2018) São exemplos de atalhos padrão
disponíveis na seção “Favoritos” do Windows Explorer
3. (FUMARC – 2016) Analise as seguintes afirmativas do Microsoft Windows 7, versão português, exceto:
sobre configurações disponíveis no “Painel de Contro-
le” do Microsoft Windows 7, versão português: a) Área de Trabalho.
b) Documentos. 259
c) Downloads. Em concursos públicos, as novas tecnologias e supor-
d) Locais. tes avançados são raramente questionados. As questões
aplicadas nas provas envolvem os conceitos básicos e o
O Windows Explorer é o gerenciador de arquivos e pas- modo de operação do sistema operacional em um dispo-
tas do Windows 7. No Windows 7, a seção “Favoritos” sitivo computacional padrão (ou tradicional).
contém os itens Área de Trabalho, Downloads e Locais O sistema operacional Windows é um software pro-
(Recentes). “Documentos” é uma das Bibliotecas do Win- prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o
dows 7 que, junto de Imagens, Músicas e Vídeos, pode usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft.
organizar os arquivos do usuário. Resposta: Letra B.

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL Importante!


A banca prioriza o conhecimento básico das
O sistema operacional proporciona a base para
execução de todos os demais softwares no computa-
configurações do sistema operacional. O usuário
dor. Ele é responsável por estabelecer o padrão para não encontrará muitas questões sobre a “parte
comunicação com o hardware (através dos drivers). prática”, como ocorrem com outras organiza-
Os computadores podem receber diferentes sistemas, doras de concursos. Em outras palavras, as pri-
segundo a sua arquitetura de construção. meiras páginas do material sobre Windows são
É possível termos dois ou mais sistemas operacionais as mais importantes para as provas da banca
instalados em um dispositivo. No caso dos computado- CESPE/Cebraspe.
res, o usuário pode criar partições (divisões lógicas) no
disco de armazenamento e instalar cada sistema (Win-
dows e Linux) em uma delas. O usuário também poderá
executar no formato de Máquina Virtual (Virtual Machi- Funcionamento do sistema operacional
ne), conforme detalhado no tópico Virtualização.
O que os sistemas operacionais têm em comum? Do momento em que ligamos o computador até o
momento em que a interface gráfica está completa-
z Plataforma para execução de programas – eles mente disponível para uso, uma série de ações e con-
oferecem recursos que são compartilhados pelos figurações são realizadas, tanto nos componentes de
programas executados, desenvolvidos para serem hardware como nos aplicativos de software. Acompa-
compatíveis com o sistema operacional. nhe a seguir estas etapas.
z Núcleo monolítico – arquitetura monobloco, onde
um único processo centraliza e executa as princi-
Hardware Software
pais funções. No Windows, é o explorer.exe.
z Interface gráfica – mesmo oferecendo uma inter- Energia elétrica - botão ON/OFF POST - Power On Self Test
face de linha de comandos, a interface gráfica é
a mais utilizada e questionada em provas, com Equipamento OK
BIOS - Carregado para a memória
RAM
ícones que representam os itens existentes no
dispositivo. Disco de Inicialização Gerenciador de Boot
z Multiusuário – os sistemas permitem que vários
usuários utilizem o dispositivo, cada um com sua Memória RAM Núcleo do Sistema Speracional
respectiva conta e credenciais de acesso.
z Multiprocessamento – os sistemas possibilitam Periféricos de Entrada Drivers
a execução de vários processos simultanea-
mente, gerenciando os recursos oferecidos pelo Interface Gráfica
processador.
z Preemptivo – o sistema operacional poderá inter- Aplicativos
romper processos durante a sua execução.
z Multitarefas – os sistemas operacionais possibilitam Todo dispositivo possui um sistema de inicializa-
a execução de várias tarefas de forma simultânea ção. Quando colocamos a chave no contato do carro
e concorrentes entre si, através do gerenciamento
e damos a primeira mexida, todas as luzes do painel
profundo da memória do dispositivo.
se acendem e somente aquelas que estiverem ativa-
z Interface com o hardware – o sistema operacio-
das permanecem. Quando ligamos o micro-ondas, ele
nal contém arquivos que atuam como tradutores,
acende todo o painel e faz um beep. Quando ligamos
possibilitando a comunicação do software com o
hardware. o nosso smartphone, ele acende a tela e faz um toque.
Estes procedimentos são úteis para identificar que os
WINDOWS 10 recursos do dispositivo estão disponíveis corretamen-
te para utilização.
O sistema operacional Windows foi desenvolvido POST – Power On Self Teste – autoteste da iniciali-
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em zação. Instruções definidas pelo fabricante para veri-
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- ficação dos componentes conectados.
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores BIOS – Basic Input Output System – sistema básico
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), de entrada e saída. Informações gravadas em um chip
canetas e mesas digitalizadoras. CMOS (Complementary Metal Oxidy Semiconductor)
Atualmente o Windows é oferecido na versão 10, que podem ser configuradas pelo usuário usando o
que possui suporte para os dispositivos apontadores programa SETUP (executado quando pressionamos
tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para DEL ou outra tecla específica no momento que liga-
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- mos o computador, na primeira tela do autoteste –
260 ma Kinect do videogame xBox). POST Power On Self Test).
KERNEL – Núcleo do sistema operacional. O No Windows, as permissões NTFS podem ser atri-
Windows tem o núcleo fechado e inacessível para buídas em Propriedades, guia Segurança. Através de
o usuário. O Linux tem núcleo aberto e código fon- permissões como Controle Total, Modificar, Gravar,
te disponível para ser utilizado, copiado, estudado, entre outras, o usuário poderá definir o que será aces-
modificado e redistribuído sem restrição. O kernel do sado e executado por outros usuários do sistema. As
Linux está em constante desenvolvimento por uma permissões do sistema de arquivos NTFS não são compatí-
comunidade de programadores, e para garantir sua veis diretamente com o sistema operacional Linux, e caso
integridade e qualidade, as sugestões de melhorias tenhamos dois sistemas operacionais ou dois dispositivos
são analisadas e aprovadas (ou não) antes de serem na rede com sistemas diferentes, um servidor Samba será
disponibilizadas para download por todos. necessário, para realizar a ‘tradução’ das configurações.
GERENCIADOR DE BOOT - O Linux tem diferentes O Windows oferece a interface gráfica (a mais usa-
gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são o da e questionada) e pode oferecer uma interface de
LILO e o Grub. linha de comandos para digitação. O Prompt de Coman-
GUI - Graphics User Interface. Interface gráfica, por- dos é a representação do sistema operacional MS-DOS
(Microsoft Disk Operation System), que era a opção
que o sistema operacional oferece também a interface de
padrão de interface para o usuário antes do Windows.
comandos (Prompt de Comandos ou Linha de Comandos)
O Windows 10 oferece o Prompt de Comandos ‘bási-
Quando o sistema Windows não consegue ini-
co’ e tradicional, acionado pela digitação de CMD segui-
ciar de forma correta, é possível recuperar o acesso
do de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta pelo
através de ferramentas de inicialização. Para acesso atalho de teclado Windows+R = Run). Além dele, existe
a estes recursos, pode ser necessária uma conta com o Windows Power Shell, que é a interface de comandos
credenciais de administrador. programável, acessível pelo menu do botão Iniciar.
Para conhecer as configurações do dispositivo, o
z Restauração do Sistema – a cada vez que o Win- usuário pode acessar as Propriedades do computa-
dows foi iniciado com sucesso, um ponto de res- dor no Explorador de Arquivos, ou o item Sistema em
tauração foi criado. A cada instalação de software Configurações (atalho de teclado Windows+I), ou pela
ou alterações significativas das configurações, um Central de Ações (atalho de teclado Windows+A), ou
ponto de restauração é criado. Em caso de instabi- acionar o atalho de teclado Windows+Pause.
lidade, o usuário pode retornar o Windows para A interface gráfica do Windows é caracterizada
um ponto de restauração previamente criado. pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do
z Reparação do Sistema – se arquivos do sistema foram Windows exibe ícones de pastas, arquivos, progra-
seriamente modificados ou se tornaram inacessíveis, mas, atalhos, Barra de Tarefas (com programas que
o Windows não iniciará e não conseguirá recuperar podem ser executados e programas que estão sendo
para um ponto de restauração. O Windows permite a executados) e outros componentes do Windows.
criação de um disco de recuperação do sistema, que
restaura o Windows para as configurações originais.
z Histórico de Arquivos – a cada alteração, o Windo- Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
Lixeira
ws armazena cópias dos arquivos originais e grava Edge Chrome Thunderbird secure Co

os novos dados no local. Depois, caso necessário, o


usuário poderá acessar o Histórico de Arquivos e W X

retornar para uma cópia anterior do mesmo item. Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
Anteriores Atalhos docx e-mails p... E-book cesp.txt
z Versões anteriores (ou Cópias de Sombra) – altera-
ções de conteúdos de pastas são monitorados pelo
Windows. O usuário poderá acessar no menu de Digite Aqui Para Pesquisar

contexto, item Propriedades, guia Versões anterio-


res, as cópias anteriores da mesma pasta, restau- Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.
rando e descartando as alterações posteriores.
Navegador padrão Windows 10 Atalhos
Itens Excluídos
O Windows possui 3 níveis de acesso, que são as
credenciais.
Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
z Administrador – usuário que poderá instalar pro- Lixeira
Edge Chrome Thunderbird secure Co
Arquivos
gramas e dispositivos, desinstalar ou alterar as Pasta de
Arquivos
configurações. Os programas podem ser desinsta- W X
lados ou reparados pelo administrador. Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
Anteriores Atalhos docx e-mails p... E-book cesp.txt
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Tarefas
„ Administrador local – configurado para o
dispositivo. Digite Aqui Para Pesquisar
„ Administrador domínio – quando o dispositivo
está conectado em uma rede (domínio), o admi- Cortana Área de Notificação
Botão Iniciar Visão de tarefas
nistrador de redes também poderá acessar o Central de Ações
dispositivo com credenciais globais. Barra de acesso rápido

z Usuário – poderá executar os programas que Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.
foram instalados pelo administrador, mas não
poderá desinstalar ou alterar as configurações. A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem do
z Convidado ou Visitante – poderá acessar apenas os papel de parede personalizada pelo usuário, poderá ter
itens liberados previamente pelo administrador. Esta uma proteção de tela ativada. Após algum tempo sem uti-
conta geralmente permanece desativada nas confi- lização dos periféricos de entrada (mouse e teclado), uma
gurações do Windows, por questões de segurança. imagem ou tela será exibida no lugar da imagem padrão. 261
Na área de trabalho do Windows, o usuário pode- z Criptografia com BitLocker – o Windows oferece o
rá armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
para itens no dispositivo, na rede ou na Internet. dados de uma unidade de disco, protegendo contra
A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou acessos indevidos. Para uso no computador, uma
duplicada, com os recursos de projeção. Ao acionar o ata- chave será gravada em um pendrive, e para aces-
lho de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá: sar o Windows, ele deverá estar conectado.
z Windows Hello – sistema de reconhecimento facial
z Tela atual – exibir somente na tela atual. ou biometria, para acesso ao computador sem a
z Estender – ampliar a área de trabalho, usando dois necessidade de uso de senha.
ou mais monitores, iniciando em uma tela e ‘conti- z Windows Defender – aplicação que integra recur-
nuando’ na outra tela. sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
z Duplicar – exibir a mesma imagem nas duas telas. e antispyware.
z Somente projetor – desativar a tela atual (no note-
book, por exemplo) e exibir somente no projetor
Atente-se:
ou Datashow.
A banca prioriza o conhecimento de novos recur-
sos dos softwares constantes do edital publicado.
O Windows 10 apresenta algumas novidades em
No Windows, algumas definições sobre o que está sen-
relação às versões anteriores. Assistente virtual, navega- do executado podem variar, segundo o tipo de execução.
dor de Internet, locais que centralizam informações, etc. Confira:
z Botão Iniciar – permite acesso aos aplicativos instala- z Aplicativos – são os programas de primeiro plano,
dos no computador, com os itens recentes no início da que o usuário executou.
lista e os demais itens classificados em ordem alfabé- z Processos – são os programas de segundo plano,
tica. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do Win- carregados na inicialização do sistema operacional,
dows 8 com a lista de programas do Windows 7. componentes de programas instalados pelo usuário.
z Pesquisar – com novo atalho de teclado, permite z Serviços – são componentes do sistema operacio-
localizar a partir da digitação de termos, itens no nal carregados durante a inicialização para auxi-
dispositivo, na rede local e na Internet. Atalho de liar na execução de vários programas e processos.
teclado: Windows+S (Search).
z Cortana – assistente virtual. Auxilia em pesquisas de Os aplicativos em execução no Windows poderão
informações no dispositivo, na rede local e na Internet. ser acessados de várias formas, alternando a exibição
z Visão de Tarefas – permite alternar entre os pro- de janelas, com o uso de atalhos de teclado. Confira:
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
lho. Atalho de teclado: Windows+TAB. z Alt + Tab – alterna entre os aplicativos em execu-
z Microsoft Edge – navegador de Internet padrão do ção, exibindo uma lista de miniaturas deles para
Windows 10. Ele está configurado com o buscador o usuário escolher. A cada toque em Alt+Tab, a
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado. seleção passa para o próximo item, retornando ao
z Microsoft Loja – loja de app’s para o usuário baixar começo quando passar por todos.
novos aplicativos para Windows. z Alt + Esc – alterna diretamente para o próximo
z Windows Mail – aplicativo para correio eletrônico, que aplicativo em execução, sem exibir nenhuma jane-
carrega as mensagens da conta Microsoft e pode se tor- la de seleção.
nar um hub de e-mails com adição de outras contas. z Ctrl + Alt + Tab – alterna entre os aplicativos em
z Barra de Acesso Rápido – ícones fixados de progra- execução como o Alt+Tab, mas a tela permanece
mas para acessar rapidamente. em exibição, podendo usar as setas de movimenta-
ção para escolha do programa.
Fixar itens – em cada ícone, ao clicar com o botão z Windows + Tab – mostra a Visão de Tarefas, para
direito (secundário) do mouse, será mostrado o menu escolher programas em execução ou outras áreas
rápido, que permite fixar arquivos abertos recentemen- de trabalho abertas.
te e fixar o ícone do programa na barra de acesso rápido.
Central de Ações – centraliza as mensagens de Vários recursos presentes no sistema operacional
segurança e manutenção do Windows, como as atua- Windows podem auxiliar nas tarefas do dia-a-dia. Pro-
lizações do sistema operacional. Atalho de teclado: cure praticar as combinações de atalhos de teclado, por
Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa dois motivos: elas agilizam o seu trabalho cotidiano e
ser carregada pelo usuário, ela é carregada automati- elas caem em provas de concursos.
camente quando o Windows é inicializado.
Mostrar área de trabalho – visualizar rapidamente a 4 - Maximizar
2 - Barra ou linha de título
área de trabalho, ocultando as janelas que estejam em 3 - Minimizar 5 Fechar
primeiro plano. Atalho de teclado: Windows+D (Desktop). 1 - Barra de Menus

z Bloquear o computador – com o atalho de teclado


Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o com-
putador. Poderá bloquear pelo menu de controle de
sessão, acionado pelo atalho de teclado Ctrl+Alt+Del.
z Gerenciador de Tarefas – para controlar os aplica-
tivos, processos e serviços em execução. Atalho de Área de trabalho
teclado: Ctrl+Shift+Esc.
z Minimizar todas as janelas – com o atalho de tecla-
do Windows+M (Minimize), o usuário pode mini-
mizar todas as janelas abertas, visualizando a área
262 de trabalho. Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10.
1 - Barra de menus: são apresentados os menus com TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO
os respectivos serviços que podem ser executados
no aplicativo. Unidades de armazenamento
Clusters no disco, identificado pela trilha
2 - Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui-
e setor onde se encontra.
vo e o nome do aplicativo que está sendo execu-
tado na janela. Através dessa barra, conseguimos Estrutura lógica do sistema de
mover a janela quando a mesma não está maximi- Pastas ou diretórios arquivos para organização dos
zada. Para isso, clique na barra de título, mante- dados na unidade de disco.
nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você Arquivos Dados. Podem ter extensões.
estará movendo a janela para a posição desejada.
Depois é só soltar o clique. Pode identificar o tipo de arquivo,
3 - Botão minimizar: reduz uma janela de documento associando com um software
Extensão que permita visualização e/ou
ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela
edição. As pastas podem ter
para seu tamanho e posição anteriores, clique neste extensões como parte do nome.
botão ou clique duas vezes na barra de títulos.
4 - Botão maximizar: aumenta uma janela de docu- Arquivos especiais, que apon-
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para tam para outros itens computa-
cionais, como unidades, pastas,
restaurar a janela para seu tamanho e posição
Atalhos arquivos, dispositivos, sites na
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes Internet, locais na rede, etc. Os
na barra de títulos. ícones possuem uma seta, para
5 - Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. diferenciar dos itens originais.
Solicita que você salve quaisquer alterações não
salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como
os navegadores de Internet, trabalham com guias O disco de armazenamento de dados tem o seu
ou abas, que possui o seu próprio controle para tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4. até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
6 - Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
lado direito (e inferior de uma janela de documento). listados na escala a seguir.
Para deslocar-se para outra parte do documento, arras-
te a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem.
Exabyte
Petabyte (EB)
Conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos (PB)
Terabyte
Gigabyte (TB)
No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas. Megabyte (GB) trilhão
E algumas pastas são especiais, coleções de arquivos, Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão
chamadas de Bibliotecas. São quatro Bibliotecas: Docu- Byte
mentos, Imagens, Músicas e Vídeos. O usuário poderá (B)
criar Bibliotecas, para sua organização pessoal. Elas oti-
mizam a organização dos arquivos e pastas, inserindo Ainda não temos discos com capacidade na ordem
apenas ligações para os itens em seus locais originais. de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File comercialmente, mas quem sabe um dia? Hoje estas
System) armazena os dados dos arquivos em localiza- medidas muito altas são usadas para identificar gran-
ções dos discos de armazenamento. Os arquivos pos- des volumes de dados na nuvem, em servidores de
suem nome, e podem ter extensões. redes, em empresas de dados, etc.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbo-
armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes) lo. Ele é formado por 8 bits, que são sinais elétricos (que
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB. vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam
o sistema binário para representação de informações.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO
da na memória.
Unidade de disco de armazena- A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mento permanente, que possui bits de informação.


Disco de armazenamento
um sistema de arquivos e man-
tém os dados gravados.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos
do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um
Estruturas lógicas que endereçam pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões
as partes físicas do disco de arma-
de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua
Sistema de Arquivos zenamento. NTFS, FAT32, FAT são
alguns exemplos de sistemas de residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits
arquivos do Windows. por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui-
vo com 75 MB de tamanho, levará 4 segundos para ser
Circunferência do disco físico
Trilhas (como um hard disk HD ou uni-
transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.
dades removíveis ópticas). Quando os computadores pessoais foram apresen-
tados para o público, a árvore foi usada como analo-
São ‘fatias’ do disco, que divi- gia para explicar o armazenamento de dados, criando
Setores
dem as trilhas.
o termo “árvore de diretórios”. 263
Extensão DLL e
outras, usadas
Arquivos de
DRIVERS para comunica-
configuração
ção do software
com o hardware

O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que


antes era Windows Explorer) para o gerenciamento
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de
manipulação de informações no computador, desde o
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan-
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado
para executar o Explorador de Arquivos.
Como o Windows 10 está associado a uma con-
Figura 4. Árvore de diretórios ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One-
No Windows 10, a organização segue a seguinte
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado
definição: direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive,
Arquivos de eles serão enviados para a nuvem e sincronizados
Programas com outros dispositivos que estejam conectados na
(Program Fi- mesma conta de usuário.
les), Usuários Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos
(Users), Windo- somente leitura... os atributos dos itens podem ser
Estruturas ws. A primeira definidos pelo item Propriedades no menu de contex-
do sistema pasta da undia- to. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que
operacional de é chamada tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu-
raiz (da árvore ração correspondente.
de diretórios),
representada Extensões de arquivos
pela barra
invertida. O Windows 10 apresenta ícones que representam
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
Documentos caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
(Meus Docu- zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
mentos), Ima- atribuída para ele, de acordo com o programa que o
gens (Minhas criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
Estruturas do Imagens), mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
PASTAS Usuário Vídeos (Meus será mais reconhecido diretamente pelas configura-
Vídeos), Mú- ções definidas em Programas Padrão do Windows.
sicas (Minhas Confira na tabela a seguir algumas das extensões e
Músicas) ícones mais comuns em provas de concursos.
– BIBLIOTECAS

Desktop, que EXTENSÃO ÍCONE FORMATO


permite acesso
Adobe Acrobat. Pode ser
a Lixeira, Barra
Área de criado e editado pelos
de Tarefas, pas-
Trabalho aplicativos Office. Forma-
tas, arquivos,
to de documento portá-
programas e PDF
vel (Portable Document
atalhos.
Format) que poderá ser
Armazena os visualizado em várias
arquivos de dis- plataformas.
cos rígidos que
Lixeira do Documento de textos do
foram excluí-
Windows Microsoft Word. Textos
dos, permitindo
DOCX com formatação que po-
a recuperação
dem ser editados pelo Li-
dos dados.
breOffice Writer.
Extensão LNK,
Pasta de trabalho do Mi-
podem ser cria-
Arquivos que crosoft Excel. Planilhas
dos arrastando
ATALHOS indicam outro XLSX de cálculos que podem
o item com ALT
local ser editadas pelo LibreOf-
ou CTRL+SHIFT
fice calc.
pressionado.
264
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho
de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.
Apresentação de slides Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e
do Microsoft PowerPoint, editado por outro programa de escolha do usuário.
PPTX que poderá ser editada No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle.
pelo LibreOffice Impress. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus-
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Texto sem formatação. Através deste item o usuário poderá instalar e
Formato padrão do aces- desinstalar programas e dispositivos, configurar o
sório Bloco de Notas. Windows, além de outros recursos administrativos.
TXT
Poderá ser aberto por Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
vários programas do acessado pela opção Configurações, localizada na lista
computador. exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
Rich Text Format – for- Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
mato de texto rico. da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Padrão do acessório Wor- Modo Avião é uma configuração comum em smar-
RTF dPad, este documento de tphones e tablets que permite desativar, de manei-
texto possui alguma for- ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que
matação, como estilos de inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
fontes. NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
Formato de vídeo. Quan- Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos.
Como resolver?
do o Windows efetua a
O Explorador de Arquivos possui diferentes modos
leitura do conteúdo, exi-
de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Con-
MP4, AVI, be no ícone a miniatura teúdo, entre outras. O usuário poderá ativar ou desati-
MPG do primeiro quadro. No var a exibição das extensões dos arquivos, facilitando
Windows 10, Filmes e TV a manipulação dos itens.
reproduzem os arquivos No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
de vídeo. exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
informações, como, por exemplo, a data de modifica-
ção e o tamanho de cada arquivo.

Modos de Exibição do Windows 10


Formato de áudio. O Gra-
vador de Som pode gra-
var o áudio. O Windows
MP3
Media Player e o Groove
Music, podem reproduzir
o som.

Formato de imagem.
Quando o Windows efe-
tua a leitura do conteúdo,
BMP, GIF,
exibe no ícone a miniatu-
JPG, PCX,
ra da imagem. No Windo-
PNG, TIF
ws 10, o acessório Paint Ícones Extra Grandes Ícones Extra Grandes com nome (e extensão)
visualiza e edita os arqui-
vos de imagens. Ícones Grandes
Ícones Grandes com nome (e extensão)

Formato ZIP, padrão do Ícones médios com nome (e extensão)


Ícones Médios
organizados da esquerda para a direita
Windows para arquivos
Ícones pequenos com nome (e extensão)
compactados. Não ne- Ícones Pequenos
ZIP organizados da esquerda para a direita
cessita de programas adi-
Ícones pequenos com nome (e extensão)
cionais, como o formato Lista
organizados de cima para baixo
RAR que exige o WinRAR.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ícones pequenos com nome, data de


Detalhes
modificaçã, tipo e tamanho.
Biblioteca de ligação
dinâmica do Windows. Lado a Lado
Ícones médios com nome, tipo e tamanho,
organizado da esquerda para a direita.
Arquivo que contém in-
Ícones médios com nome, autores, data de
DLL formações que podem Conteúdo
modificação, marcas e tamanho.
ser usadas por vários pro-
gramas, como uma caixa Área de Transferência
de diálogo.
Um dos itens mais importantes do Windows não é
Arquivos executáveis, visível como um ícone ou programa. A Área de Trans-
que não necessitam de ferência é um espaço da memória RAM, que armazena
EXE, COM, outros programas para uma informação de cada vez. A informação armaze-
BAT serem executados. nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
trabalhando em praticamente todas as operações de
manipulação de pastas e arquivos. 265
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+X (Recortar), caractere disponível no teclado, exceto os carac-
estamos movendo o item selecionado para a memória teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
RAM, para a Área de Transferência. ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo opção), | (barra vertical, significa concatenador de
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
Windows+V (View).
“ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),
estamos copiando o item para a memória RAM, para nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
ser inserido em outro local, mantendo o original e fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
criando uma cópia. significa direcionador de saída).
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta- z Existem termos que não podem ser usados, como
mos copiando uma ‘foto da tela inteira’ para a Área de CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
Transferência, para ser inserida em outro local, como nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
em um documento do Microsoft Word ou edição pelo referenciar itens de hardware nos comandos digi-
acessório Microsoft Paint. tados no Prompt de Comandos. (por exemplo, para
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
enviar para a impressora um texto através da linha
estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a
Área de Transferência, desconsiderando outros ele- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
mentos da tela do Windows.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o As ações realizadas pelos usuários em relação à
conteúdo que está armazenado na Área de Transfe- manipulação de arquivos e pastas, pode estar condi-
rência será inserido no local atual. cionada ao local onde ela é efetuada, ou ao local de
As ações realizadas no Windows, em sua quase origem e destino da ação. Portanto, é importante veri-
totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de ficar no enunciado da questão, geralmente no texto
teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. associado, estes detalhes que determinarão o resulta-
Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pres-
do da operação.
sionar DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z
As operações podem ser realizadas com atalhos
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
sidade de acessar a Lixeira do Windows. de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
E outras ações podem ser repetidas, acionando o ambos. A banca organizadora CESPE/Cebraspe não
atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível. costuma questionar ações práticas nas provas, e rara-
Para obter uma imagem de alguma janela em mente utiliza imagens nas questões.
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan- OPERAÇÕES COM TECLADO
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade, é usar a Atalhos de teclado Resultado da operação
Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível
no Windows. Não é possível recortar
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem cap- Ctrl+X e Ctrl+V na mesma e colar na mesma pasta.
turada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo- pasta Será exibida uma mensa-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo gem de erro.
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
Recortar (da origem) e
Ctrl+X e Ctrl+V em locais
colar (no destino). O item
diferentes
Importante! será movido

A área de transferência é um dos principais Copiar e colar. O item


recursos do Windows, que permite o uso de será duplicado. A cópia
Ctrl+C e Ctrl+V na mesma
comandos, realização de ações e controle das receberá um sufixo (Co-
pasta
pia) para diferenciar do
ações que serão desfeitas.
original.

Copiar (da origem) e co-


Operações de manipulação de arquivos e pastas Ctrl+C e Ctrl+V em locais lar (no destino). O item
diferentes será duplicado, mantendo
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- o nome e extensão.
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali-
zada com sucesso. Deletar, apagar, enviar
para a Lixeira do Windo-
z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- ws, podendo recuperar
Tecla Delete em um item
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. depois, se o item estiver
do disco rígido
Um arquivo chamado documento.docx será consi- em um disco rígido local
derado igual ao nome Documento.DOCX. interno ou externo conec-
z O Windows não permite que dois itens tenham o tado na CPU.
mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
Será excluído definitiva-
rem armazenados no mesmo local.
mente. A Lixeira do Win-
z O Windows não aceita determinados caracteres
Tecla Delete em um item dows não armazena itens
nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
do disco removível de unidades removíveis
para outras operações, que são proibidos na hora
(pendrive), ópticas ou
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
unidades remotas.
266 vos e pastas podem ser compostos por qualquer
OPERAÇÕES COM TECLADO OPERAÇÕES COM MOUSE

Independentemente Duplo clique pausado. Renomear o item. Se o


do local onde estiver o nome já existe em outro
Shift+Delete
item, ele será excluído item, será sugerido nu-
definitivamente merar o item renomeado
com um sufixo.
Renomear. Trocar o nome
e a extensão do item. Se Arrastar com botão prin- O item será movido.
houver outro item com o cipal pressionado, e sol-
mesmo nome no mesmo tar na mesma unidade de
local, um sufixo numéri- disco.
F2
co será adicionado para
diferenciar os itens. Não Arrastar com botão prin- O item será copiado.
é permitido renomear um cipal pressionado, e sol-
item que esteja aberto na tar em outra unidade de
memória do computador. disco.

Arrastar com botão se- Exibe o menu de contexto,


Lixeira cundário do mouse podendo “Copiar aqui” (no
pressionado, e soltar na local onde soltar).
Um dos itens mais questionados em concursos mesma unidade.
públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os Arrastar com botão se- Exibe o menu de contexto,
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, cundário do mouse pres- podendo “Copiar aqui” (no
internos ou externos conectados na CPU. sionado, e soltar em outra local onde soltar) ou “Mo-
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla unidade de disco. ver aqui”.
DELETE (DEL), o item é removido do local original e
armazenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode
OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
escolher a opção ‘Restaurar’, para retornar ele para o
local original. Se o local original não existe mais, pois Ação do usuário Resultado da operação
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira
recupera o caminho e restaura o item. O item será copiado,
Arrastar com o botão
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluí- quando a tecla CTRL for
principal pressionado um
dos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixei- liberada, independente da
item com a tecla CTRL
ra” no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira. origem ou do destino da
pressionada.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o ação.
item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens O item será movido,
excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a Arrastar com o botão
quando a tecla SHIFT for
Lixeira, não poderão ser recuperados. É possível recupe- principal pressionado um
liberada, independente da
rar com programas de terceiros, mas isto não é considera- item com a tecla SHIFT
origem ou do destino da
do no concurso, que segue a configuração padrão. pressionada.
ação.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
com o mouse para fora dela, restaurando o item para Arrastar com o botão
Será criado um atalho
o local onde o usuário liberar o botão do mouse. principal pressionado
para o item, independente
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido um item com a tecla
da origem ou do destino
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alte- ALT pressionada (ou
da ação.
rar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá CTRL+SHIFT).
desativar ela excluindo os itens diretamente, e configu-
Clique em itens com o
rar Lixeiras individuais para cada disco conectado.
botão principal, enquanto Seleção individual de
mantém a tecla CTRL itens.
OPERAÇÕES COM MOUSE pressionada.
Ação do usuário Resultado da operação Seleção de vários itens.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique em itens com o O primeiro item clicado


Clique simples no botão Selecionar o item.
botão principal, enquanto será o início, e o último
principal.
mantém a tecla SHIFT item será o final, de
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto pressionada. uma região contínua de
secundário. do item. seleção.

Duplo clique. Executar o item, se for


executável. Abrir o item, As ações envolvendo tela touchscreen foram ques-
se for editável, com o pro-
grama padrão que está tionadas quando o Windows 8 estava disponível. No
associado. Nos progra-
Windows 10, apesar de ter suporte para telas sensí-
mas do computador, po-
derá abrir um item através veis ao toque, não temos questões sobre as ações no
da opção correspondente.
sistema operacional com esta interface. 267
dos usuários. Na pasta Usuários (ou Documents and
EXERCÍCIOS COMENTADOS Settings), estão os arquivos dos usuários. No registro
do Windows, as hives (chaves) armazenam os parâ-
1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Foi solicitado a Paulo metros de configuração para acesso aos softwares
criptografar um pendrive, que contém arquivos sensí- e hardwares no computador. O registro do Windo-
veis no sistema operacional Windows 10, de modo a ws poderá ser consultado e editado com o Editor do
proteger os dados desse dispositivo contra ameaças Registro, através da caixa de diálogo Executar (ata-
de roubo. Nessa situação, uma das formas de atender
lho de teclado Windows+R = Run), regedit. Resposta:
a essa solicitação é, por exemplo, utilizar a criptografia
Errado.
de unidade de disco BitLocker, um recurso de proteção
de dados nesse sistema operacional.
4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Mateus tem em seu com-
putador o Windows 10 e um firewall pessoal instalado
( ) CERTO  ( ) ERRADO
que funciona corretamente. Nessa situação, embora
esteja funcionando corretamente, o firewall não é sufi-
O BitLocker é uma ferramenta de criptografia da
ciente para conter vírus e(ou) perdas de arquivos devi-
Microsoft, disponível no Windows Vista, Windows
das a eventual falta de becape.
7, Windows 8 e Windows 10. Com este recurso, o
usuário pode encriptar o disco rígido do computa-
( ) CERTO  ( ) ERRADO
dor, protegendo os documentos e arquivos contra o
acesso não autorizado. Ao ativar, o sistema codifi-
ca as informações e impede que hackers façam uso O firewall do Windows é um filtro de conexões que per-
delas sem inserir a chave definida pelo usuário. A mite ou bloqueia o tráfego nas portas TCP do dispositivo.
chave de descriptografia será gravada em um dis- Ele não analisa o conteúdo do tráfego de dados, portan-
co removível do tipo pendrive, e ele precisará estar to ele não é capaz de identificar se existe um vírus de
conectado para que o dispositivo seja reconhecido e computador anexo no correio eletrônico que o usuário
liberado para uso. A partir do Windows 7, a Micro- recebeu, por exemplo. Como o firewall atua na conexão
soft incluiu a funcionalidade BitLocker To Go, que de rede, filtrando o tráfego entre o dispositivo e as redes
é capaz de proteger unidades de dados externas, externas, sua função não abrange a detecção de códigos
como pendrives e HDs portáteis. Resposta: Certo. maliciosos e não está relacionada com as cópias de segu-
rança. A cópia de segurança (backup, ou becape) dos
2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Marta utiliza uma esta- dados do usuário é um recurso utilizado para garantir a
ção de trabalho que executa o sistema operacional integridade das informações, que procura recuperar os
Windows 10 e está conectada à rede local da empresa arquivos que forem danificados ou excluídos, proposital-
em que ela trabalha. Ela acessa usualmente os sítios mente ou acidentalmente. Se ocorrer falha na cópia de
da intranet da empresa e também sítios da Internet segurança, o firewall nada poderia fazer, por não ser o
pública. Após navegar por vários sítios, Marta verifi- seu escopo de atuação. Resposta: Certo.
cou o histórico de navegação e identificou que um dos
sítios acessados com sucesso por meio do protocolo 5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Cortana é um aplicativo
HTTP tinha o endereço 172.20.1.1. disponível no sistema operacional Windows desde
Tendo como referência essa situação hipotética, jul- a versão XP e que possibilita criar o efeito de dupla
gue o item a seguir. exposição, unindo vídeos ou fotos, ou esses dois ele-
O sistema operacional utilizado na estação de traba- mentos juntos.
lho de Marta inclui nativamente a plataforma Windo-
ws Defender, composta por ferramentas antivírus e de ( ) CERTO  ( ) ERRADO
firewall pessoal, entre outras.
A assistente virtual Cortana é um recurso disponível
( ) CERTO  ( ) ERRADO no Windows 10, que não estava disponível nas versões
anteriores do sistema operacional. Ela permite locali-
O dispositivo que possui o sistema operacional Windows zar informações armazenadas no dispositivo, na rede e
10, tem a ferramenta de segurança Windows Defender na Internet. Como um assistente, pode conversar com o
disponível nativamente. Incluir nativamente significa usuário e determinar sugestões baseadas nos hábitos do
que ela está disponível na versão original de instalação, usuário. No Windows, não há um recurso nativo que per-
não sendo necessário instalar separadamente o recurso. mita realizar edição de vídeos e fotos simultaneamente,
O Windows Defender é um software de segurança com com efeito de dupla exposição, como sugerido na questão.
recursos de firewall (filtro de conexões TCP), antivírus Para recursos avançados de editoração, o usuário deverá
(contra vírus de computador) e antimalware (contra utilizar softwares de terceiros. Resposta: Errado.
softwares maliciosos). Resposta: Certo.
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL GNU LINUX
3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O registro do Windows é – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA OPERACIONAL
um arquivo do sistema no qual são guardados todos GNU LINUX
os usuários dos aplicativos, para o controle do nível de
acesso aos respectivos dados. O sistema operacional Linux é uma opção ao sistema
operacional Windows, com outras características próprias.
( ) CERTO  ( ) ERRADO O sistema operacional Linux é mais utilizado em
sistemas de baixo custo, e possui diferentes distribui-
O sistema operacional Windows possui um local ções para diferentes modelos de computadores. Por
para armazenamento das configurações e parâme- ser um sistema de código aberto, deu origem a outros
268 tros, e outro local para armazenamento dos dados sistemas como o iOs (Apple) e o Android (Google).
Por ser um sistema operacional livre e licenciável, Kernel (núcleo)
possui a licença GNU GPL para distribuição. O projeto
GNU foi lançado no começo dos anos 80 e atualmente Shell (interpretador)
é patrocinado pela FSF (Free Software Foundation).
Muitos usuários descobrem que no contexto de soft- Terminal
wares livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao (linha de comandos)
contrário do termo freeware, que identifica uma cate-
goria de softwares gratuitos para utilização, o termo
Interface gráfica
free no Linux está relacionada às liberdades de uso.
A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberda-
des ‘essenciais’:

z A liberdade de executar o programa, para qualquer


propósito (liberdade nº 0)
z A liberdade de estudar como o programa funciona
e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade nº 1). O Figura 1. Assim como no Windows, o Linux tem camadas que
acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta separam os recursos.
liberdade.
z A liberdade de redistribuir cópias de modo que você Distribuições Linux
possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).
z A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os Distribuição é um conjunto de personalizações
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comu- que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas
nidade beneficie deles (liberdade nº 3). O acesso ao apresentável de forma diferenciada.
código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade. Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat,
SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são
Disponível em < https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html alguns exemplos de distribuições.
>. Acesso em: 27 nov. 2020. Ubuntu é a distribuição mais cobrada em con-
cursos públicos, baseada na distribuição Debian. O
Características básicas do sistema Linux Ubuntu é uma versátil distribuição Linux que pode
ser instalada em várias construções computacionais,
O Linux tem as seguintes características básicas: desde que adaptadas (drivers).

z Possui um kernel (núcleo) comum em todas as Big Linux Brasil


distribuições.
Gnoppix Alemanha
z FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de
Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas ImpiLinux África do Sul
as distribuições Linux devem seguir para organi- Kurumim Brasil
zar os seus diretórios. Mint Irlanda
z O código fonte está disponível para ser baixado,
estudado, modificado e distribuído gratuitamente. DeMuDi Europa
z As distribuições oferecem recursos específicos Finnix EUA
para cada proposta, mantendo o núcleo comum do Insigne GNU Brasil
sistema.
KeeP OS Brasil
z Cada distribuição poderá ter uma ou mais interfa-
ces de usuário, e elas podem ser usadas em outras Knoppix Alemanha
distribuições. Linspire EUA
z Possui modo gráfico e terminal de comandos. MeNTOPPIX Indonésia
z Existem distribuições gratuitas e pagas.
MEPIS EUA
z As modificações realizadas pelos usuários serão
submetidas para avaliação da comunidade de Rxart Argentina
desenvolvedores, que determinarão a importância Satux Brasil
e relevância delas, antes de tornar as modificações Symphony OS
oficiais para todo o mundo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Como todo sistema operacional, possui suporte


Figura 2. Distribuição Ubuntu, derivada do Debian, é a mais
para protocolos TCP, permitindo o acesso às redes
questionada.
de computadores com browsers ou navegadores.
z Geralmente instalado em dispositivos com Windo-
Diretórios Linux
ws, o Linux oferece gerenciador de boot (bootloa-
der) para gerenciar a inicialização, exibindo um
menu para o usuário escolher qual sistema opera- Os diretórios são pastas onde armazenamos e
cional será usado na sessão atual. organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A
z LILO e GRUB são os gerenciadores de boot mais representação dos diretórios segue o princípio lúdico
comuns nas distribuições Linux. de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree
z O Linux é um sistema operacional do tipo case é a forma como as pastas dos sistemas Linux estão
sensitive, ou seja, diferencia letras maiúsculas de organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar
letras minúsculas nos nomes de arquivos, diretó- a organização do sistema, seus arquivos, bibliotecas e
rios e comandos. inclusive para melhorar a segurança do sistema. 269
FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as dis-
tribuições Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.
A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança
entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.
Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o ‘caule’ da árvore
de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, o que representam os galhos de uma árvore. E dentro
dos diretórios, temos arquivos (documentos, comandos, temporários) igual a árvore, como flores, folhas e frutos.
Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.
Diretórios, pastas e Bibliotecas são ‘sinônimos’. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, provenien-
te do ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de
organização criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações
do usuário. Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de
serem apagados.

Importante!
Diretórios e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente. Conceitos e caracte-
rísticas do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.

Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.

NOME DESCRIÇÃO CONTEÚDO

/bin binary – binário = executável Contém os comandos (arquivos binários executáveis).

Contém os drivers dos dispositivos de hardware, para comunicação


/dev device – dispositivo = hardware
do sistema operacional com o equipamento.

/home home – início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.

Contém as bibliotecas do sistema Linux, compartilhadas por vários


/lib library – biblioteca
programas.

/usr user – usuário Contém as configurações dos usuários.

Tabela – diretórios Linux, exemplos básicos

Os comandos são grafados com letras minúsculas, assim como os nomes dos diretórios. Diretórios e comandos
são algumas letras do nome do conteúdo ou ação realizada, que é um termo em inglês.
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.

DIRETÓRIO DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS


/ raiz do sistema, o diretório que ‘’guarda’’ todos os outros diretórios.

arquivos/comandos utilizados durante a inicialização do sistema e por usuários (após a


/bin
inicialização). O termo BIN é referência ao tipo de informação, binário.

arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a


/boot
vários sistemas para indicar a inicialização.

/dev drivers de controle de dispositivos. DEV vem de device, dispositivo.

/etc arquivos de configurações do computador.

/etc/sysconfig arquivos de configuração do sistema para os dispositivos.

/etc/passwd dados dos usuários, senhas criptografadas... PASSWORD = senha.

sistemas de arquivos montados no sistema (file system table – tabela do sistema de


/etc/fstab
arquivos). O sistema de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.

/etc/group Grupos.

/etc/include header para programação em C, através do comando include.

/etc/inittab Arquivo (tabela) de configuração do init.

/etc/skel Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.

/home pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.

/lib bibliotecas compartilhadas. LIB vem de library, biblioteca.


270
DIRETÓRIO DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS
/lib/modules módulos externos do kernel usados para inicializar o sistema...

/misc arquivos variados (misc de miscelânea).

ponto de montagem de sistemas de arquivos (CD, floppy, partições...) MNT vem de


/mnt
mount, montagem.

/proc sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.

/root diretório pessoal do root. Equivalente a pasta raiz da unidade de inicialização C:

/sbin arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).

/tmp arquivos temporários.

Unix System Resources. Contém arquivos de todos os programas para o uso dos usuá-
/usr
rios de sistemas UNIX.

/usr/bin executáveis para todos os usuários.

/usr/sbin executáveis de administração do sistema.

/usr/lib bibliotecas dos executáveis encontrados no /usr/bin.

/usr/local arquivos de programas instalados localmente.

/usr/man manuais.

/usr/info informações.

/usr/X11R6 Arquivos do X Window System e seus aplicativos.

/var Contém arquivos que são modificados enquanto o sistema está rodando (variáveis).

/var/lib Bibliotecas.

Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas,


/var/log
relatórios diversos, entre outros tipos de logs.

Tabela – diretórios Linux

Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux, para treinamento. Acesse https://bellard.org/
jslinux/ para conhecer algumas opções.

Comandos Linux

Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela
a seguir:

NOME DESCRIÇÃO AÇÃO


cp copy – copiar Copiam os arquivos listados.

ls list – listar Lista os arquivos e diretório do local atual.

mv move – mover Pode mover ou renomear um arquivo ou diretório.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

rm remove – remover Apagar arquivos.

vi view – visualizar Permite visualizar e editar um arquivo.

Tabela – comandos Linux, exemplos básicos

A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras,
quando temos o item Linux no conteúdo programático.

271
COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO
O arq1.txt será concatena-
cat arq1.txt >> arq2.txt
Concatenar, juntar ou mostrar. Exibir do com arq2.txt
cat o conteúdo de arquivos ou direcio- cat arq1.txt arq2.txt >> arq3.txt Os arq1.txt e arq2.txt serão
ná-lo para outro. unidos em arq3.txt
cat arq1.txt
Exibirá arq1.txt

Muda para o diretório /


cd Mudar diretório. cd /home
home.

Copia o arquivo teste.txt


cp Copiar arquivos e diretórios. cp teste.txt /home
para o diretório /home.

O comando cut pode ser


Lê o conteúdo de um ou mais arqui- usado para mostrar apenas
cut vos e tem como saída uma coluna cut arq1.txt seções específicas de um
vertical. arquivo de texto ou da saí-
da de outros comandos.

Comparar e mostrar as diferenças Mostra a diferença entre os


diff diff arq1.txt arq2.txt
entre arquivos e diretórios. dois arquivos.

exit Sair do usuário atual. exit Sair do usuário atual.

Exibe o arq1.txt (comando


Seleciona uma linha de texto que cat no modo type), com
grep cat arq1.txt | grep Nishimura
contenha o texto pesquisado. destaque para as linhas
que contenham Nishimura.

id Informa o usuário atual. id Informa o usuário atual.

Listar todas as interfaces


Permite listar e configurar as in-
(all)
ifconfig terfaces de rede (placas de rede) ifconfig -a
No Windows, o comando é
conectadas no computador.
ipconfig.

init 0 Desligar
init Desligar ou reiniciar o computador.
init 6 Reiniciar

Cria um atalho para o arqui-


ln Criar links de arquivos. ln texto.txt
vo texto.txt.

Lista os arquivos e diretó-


ls Listar arquivos e diretórios. ls rios existentes no diretório
atual.

kill Eliminar um processo em execução. kill 998 Eliminar o processo 998.

Cria o diretório novo, dentro


mkdir Criar diretório. mkdir /home/novo
do diretório /home.

Move o arquivo texto.txt


Mover e renomear arquivos e mv texto.txt /home para o diretório /home.
mv
diretórios. mv texto.txt novo.txt Renomeia o arquivo texto.
txt para novo.txt.

passwd Mudar a senha do usuário. passwd Mudar a senha.

Listam os processos em execução,


Listar os processos em
ps e com o número poderá eliminar ele ps
execução.
com o comando kill.

pwd Exibe o diretório atual. pwd Mostra onde estou.

rm Deletar arquivos. rm teste.txt Apaga o arquivo teste.txt

Remove o diretório novo


rmdir Remover diretórios. rmdir novo
que está no local atual.

Ordena o conteúdo do ar-


sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt
quivo arq1.txt

272
COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO
Executar comandos como superu- Executa o comando ps
sudo sudo ps
suário. Válido por 10 min. como superusuário

shutdown -r +10 Reinicia em 10 minutos


shutdown Desligar ou reiniciar o computador.
shutdown -h +5 Desliga em 5 minutos

Exibir as últimas linhas de um Exibe as 10 últimas linhas


tail tail arq1.txt
arquivo. de arq1.txt

Cria um arquivo que


tar Empacotar arquivos. tar teste1.txt contém os outros, sem
compactar.

Criar e modificar data do arquivo.


Criar o arquivo vazio teste.
touch Se o arquivo não existe, ele é criado touch teste.txt
txt com a data atual.
vazio, com a data atual.

Cria um novo usuário ou atualiza as Criar o usuário fernando,


useradd informações padrão de um usuário useradd fernando com os arquivos definidos
no sistema Linux. em /etc/skel

Entra em modo de visuali-


vi Visualizar um arquivo no editor vi teste.txt zação e edição do arquivo
teste.txt

Tabela – comandos Linux

Todos os sistemas operacionais possuem recursos


para a realização das mesmas tarefas. Não é correto
afirmar que um sistema é melhor que outro, sendo
que eles são equivalentes em funcionalidades.

Prompt de Comandos (Windows) e Console de


Comandos (Linux) Voltar ao diretó-
cd –
rio anterior
A interface que não é gráfica, ou seja, de caracte-
res, sempre existiu nos computadores. Mas entre o Diretório
Windows e Linux existem diferenças, tanto operacio- cd ~
pessoal
nais como de comandos.
Copiar arquivos cp copy
Confira um comparativo de comandos entre o
Linux e o Windows. Mover arquivos mv move

Renomear mv ren

Listar arquivos ls dir

Apagar arquivos rm del

Apagar
man, help ou rm deltree
Ajuda /? diretórios
info
Criar diretórios mkdir md
date, cal ou
Data e Hora date e time Alterar atributos attrib
hwclock
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Espaço em
df dir Alterar
disco chmod
permissões
Processos em
ps
execução Alterar proprie-
chown
tário (dono)
Finalizar
kill
processo Alterar grupo chgrp

Qual o diretório Comparar arqui-


pwd cd diff comp
atual? vos e pastas
Subir um nível cd .. cd..
Empacotar
tar
Diretório raiz cd / cd \ arquivos
273
O Linux é um sistema operacional que possui código
aberto. Ele é formado pelo núcleo (kernel), shell (inter-
pretador de comandos) e terminal (linha de coman-
dos). Quando comandos são digitados no terminal,
eles são processados e executados pelo shell (interface
do núcleo com a interface do usuário). É o shell que
Compactar procura no núcleo do Linux as instruções que foram
gzip compact
arquivos solicitadas na linha de comandos. Resposta: Errado.
Alterar a senha passwd 2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O Linux é um sistema
operacional em que cada usuário consegue ter apenas
Concatenar, jun- um processo ativo por vez, processo esse que é inicia-
cat
tar e mostrar do automaticamente quando o sistema é carregado.
Mostrar, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
vi type
visualizar
O Linux é um sistema operacional multiusuário e
Pausa na exibi- multitarefas, como o Windows. Cada usuário, entre
more ou less more
ção de páginas os vários usuários cadastrados e habilitados no
Interfaces de sistema, poderá executar vários processos. Os pro-
ifconfig ipconfig cessos poderão ser carregados na inicialização do
rede
sistema, ou iniciados depois que o sistema estiver
Caminho dos em execução. Resposta: Errado.
tracert route
pacotes
3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Após verificar que o dire-
Listar todas as tório /var/bo no Linux está sem espaço para novos
netstat arp -a
conexões arquivos, Pedro resolveu mover todos os arquivos e
subdiretórios existentes nesse diretório para o diretório
Apagar a tela clear Cls /etc/backup/bo localizado em outro disco, também no
ambiente Linux.
Nessa situação, a partir do diretório raiz do sistema ope-
Concatenar
| | racional, o comando correto que Pedro deve usar para
comandos
executar essa tarefa é mv -Rf /var/bo > /etc/backup/bo.
Direcionar a
( ) CERTO  ( ) ERRADO
entrada para < <
um comando
O comando mv é usado para mover ou renomear itens
no Linux. A questão enumera as ações que o usuário
Direcionar a Pedro deve realizar para mover todos os arquivos e sub-
saída de um > > diretórios do diretório atual (/var/bo) para outro diretó-
comando rio (/etc/backup/bo), que está localizado em outro disco.
A linha de comando sugerida foi mv -Rf /var/bo > /
Localizar ocor- etc/backup/bo
rências dentro grep No Linux, o símbolo > é usado como direcionador de
do arquivo saída de comandos. Ou seja, o resultado que seria
exibido na tela pelo comando mv, foi direcionada
Exibir as últi- para um arquivo, um local.
mas linhas do tail Removendo o símbolo, temos: mv -Rf /var/bo /etc/
arquivo backup/bo
O comando mv é usado para mover itens, quando
especificamos origem e destino. No enunciado infor-
\ (barra ma que o diretório /etc/backup/bo está em outra
Diretório raiz / (barra normal)
invertida) unidade de disco, mas não vemos esta informação
na linha de comandos. Uma unidade de disco é iden-
tificada por um nome, como hd0 (hard disk 0), ou
Opção de um - (sinal de cd1 (compact disc 1), ou usb0 (unidade removível
/ (barra normal) conectada na porta USB número 0).
comando menos)
O comando deve informar a unidade de disco do des-
tino mv -Rf /var/bo /dev/usb1/etc/backup/bo
Tabela – comparação de comandos Linux com comandos Windows E as opções -Rf informadas no comando, são para tra-
balhar de forma recursiva (R – considerar o diretório
atual e todos os diretórios abaixo) e sem confirma-
ções (f – force, sem pedir confirmação, sobrescreve
itens com mesmo nome). Resposta: Errado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) No sistema operacional
1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O kernel do sistema ope- Linux, é possível utilizar duas extensões para nomear
racional Linux tem a função de interpretar os coman- os arquivos. Assim, nesse sistema, um arquivo pode-
ria ser nomeado, por exemplo, como contrato_BNB.tar.
dos executados em um terminal. gz.

274 ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO


No Linux, as extensões de arquivos são opcionais. Os Sistema operacional Android
arquivos podem não ter extensões, ter uma, duas, ou
várias extensões. Como o sistema operacional Linux Baseado no núcleo Linux e desenvolvido pela empre-
analisa o conteúdo do arquivo para decidir o que será sa de tecnologia Google, a interface de usuário é baseada
realizado (abrir, executar, editar, etc), as extensões na manipulação direta. É um sistema voltado para dispo-
são usadas para organização, sem utilidade específi- sitivos com tela sensível ao toque, como tablets e smart-
ca para o sistema. O nome contrato_BNB.tar.gz con- phones, porém pode ser encontrado em alguns aparelhos
tém as extensões TAR (arquivos empacotados) e GZ portáteis do tipo netbook, como o Chromebook (que utili-
(arquivos compactados). Para renomear um arquivo za o Chrome OS, uma variação do Android).
no Linux, use o comando mv, que é usado para mover A loja de aplicativos é a Google Play, que antes era
ou renomear itens. Resposta: Certo. conhecida como Android Market. É um serviço de dis-
tribuição digital de aplicativos, jogos, filmes, progra-
5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Há uma diversidade gran-
mas de televisão, livros e músicas, operado pela Google.
de de distribuições do sistema Linux, cada uma delas
com estrutura de diretórios e kernel diferentes.
Versões do Android
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Os nomes das versões Android se tornaram uma
O sistema operacional Linux possui um kernel tradição. No início (2008), o Android 1.0 – Astro, foi
(núcleo) comum para todas as distribuições. Distri- lançada junto ao aparelho HTC Dream.
buições são pacotes de programas e interfaces (shell Existiu a intenção de nomear as versões com
e terminais de comandos) que podem variar, serem nomes de robôs e androides, e o próximo seria chama-
personalizados, ampliados, reduzidos, mas que man- do de Bender (Futurama – Fox Channel), mas a emis-
tém o mesmo núcleo comum que caracteriza ela
sora não autorizou o uso.
como sendo uma versão do Linux. Resposta: Errado.
As diferentes versões de Android têm desde a ver-
são 1.5, nomes de sobremesas ou bolos (em inglês) e
NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS
seguem uma lógica de ordem alfabética:
EMBARCADOS/MÓVEIS: ANDROID E IOS
1.5: Cupcake
1.6: Donut
Os sistemas operacionais embarcados ganharam
2.0 - 2.1: Eclair
destaque após a popularização dos celulares, smart-
phones e tablets. 2.2: FroYo (Frozen Yogurt)
No início, os celulares possuíam um sistema operacio- 2.3: Gingerbread
nal dedicado, que não era atualizável e acompanhava o 3.0 - 3.2: Honeycomb
aparelho até o final de sua vida útil. As empresas fabrican- 4.0: Ice Cream Sandwich
tes de celulares desenvolviam algumas aplicações genéri- 4.1 - 4.2 - 4.3: Jelly Bean
cas e entregavam no aparelho o conjunto de ferramentas 4.4: KitKat (autorizado pela Nestlé, mudou o foco
básicas como agenda telefônica e alguns jogos simples. do sistema para o usuário, explorando a experiência
Com a era dos smartphones, iniciada com sistemas do usuário (User Experience) com elementos e fatores
operacionais da Microsoft (Windows Mobile), apare- que gerassem uma avaliação positiva).
lhos iPhone da Apple (com sistema iOs) e aparelhos 5.0(5.0.1 e 5.0.2) – Lollipop
HTC com sistema Google Android, tudo mudou em 6.0 (6.0.1)– Marshmallow
relação aos sistemas dos celulares. 7.0 (7.1, 7.1.1 e 7.1.2) – Nougat
Se antes eram sistemas embarcados legados (aban- 8.0 (8.1) – Oreo (utilizando uma nova arquitetura
donados), agora são sistemas móveis com atualizações de software)
regulares de seus recursos. O crescimento da veloci- 9.0 – Pie
dade e a expansão do acesso à Internet contribuíram 10 – Android 10 ou versão Q (recursos de biome-
para esta evolução. tria e imagens aprimorados)
A Apple lançou uma loja de aplicativos, onde os 11 – Android 11 ou versão R (última versão, lança-
desenvolvedores poderiam oferecer aplicações e os
da em fevereiro 2020)
usuários poderiam realizar o download e instalação
em seus aparelhos. Os sistemas operacionais embar-
cados deixariam de ser sistemas legados e se torna- Características do Android
riam sistemas móveis altamente personalizáveis.
Mantendo os princípios de funcionamento dos siste- Quando o usuário adquire um aparelho com o sistema
mas operacionais Windows e Linux, ou seja, oferecer uma operacional Android, ele precisará fazer login em uma
plataforma para instalação de aplicações e interface para conta Google para acesso aos recursos do dispositivo. A
conta de usuário poderá ter correio eletrônico gratuito,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o usuário interagir com o hardware, as características dos


sistemas móveis foram introduzidas nos sistemas ‘fixos’, dados de aplicações, financeiros, localização, navegação,
como a loja de aplicativos Microsoft Store, para Windows. privacidade, segurança, entre outras informações.
Após esta breve contextualização, vamos conhecer Possui código fonte aberto, disponível para ser bai-
os sistemas Google Android e Apple iOs. xado, estudado, modificado e distribuído. É um sistema
operacional muito popular e flexível, tanto quanto os sis-
temas embarcados Arduíno em aparelhos de automação.
Importante! O Android utiliza Java, mas contém vários módu-
los desenvolvidos em HTML5. O desenvolvedor de
Este é um tópico novo em concursos públicos, aplicativos Android pode usar o JME para desenvol-
que tem questionado sobre a estrutura e carac- vimento de recursos, que serão publicados e distri-
terísticas dos sistemas embarcados ou móveis. buídos na Google Play (loja de app’s). Ao contrário da
Com a aplicação de outras provas de concursos Apple, os desenvolvedores podem distribuir seu app
com este item, a tendência é que sejam questio- em outros locais fora da loja oficial, criando um pro-
nadas funcionalidades práticas dos aparelhos. blema de segurança para os usuários. 275
Os usuários podem, mas não devem, fazer download Core OS (núcleo)
de aplicativos para Android a partir de qualquer fonte,
porém o recomendado é que se utilize a loja virtual ofi- Core Services
cial. Apps baixados fora das lojas oficiais podem conter (Foundation)
malwares (como spywares, cavalos de Troia, adwares,
etc.) que comprometerão a privacidade do usuário. Media

Uma das principais características (e vantagens)


do Android é o acesso imediato aos recursos da Goo-
Cocoa Touch (UIKit)
gle, como Google Cloud Print (para imprimir remota-
mente), Google Fotos (para armazenamento de cópia
das imagens e vídeos do aparelho), Google Drive
(armazenamento de dados na nuvem), entre outros.
As configurações e preferências são armazenados na
Conta Google, podendo ser compartilhadas em outros
dispositivos que estejam conectados na mesma conta.
O Google Assistente é o assistente virtual para o siste- Camadas do sistema iOs
ma, que permite realizar tarefas com comandos de voz.
Camada Core OS – como o kernel/núcleo, encapsu-
Sistema operacional iOs la o ambiente e interfaces de baixo nível, e as aplica-
ções não têm acesso por questões de segurança.
Camada Core Services (Foundation) – fundação, ou
O iOS é um sistema operacional desenvolvido pela
base do sistema. Esta camada contém os recursos que
Apple que pode ser encontrado no iPhone, iPad e iPod Tou- serão usados pelos aplicativos nativos do sistema iOs,
ch da empresa, considerando que os notebooks da empre- como Safari, Casa, Saúde, Traduzir e iTunes.
sa utilizando o MacOS e os relógios inteligentes o watchOS. Camada Media – camada de mídia, que faz a ren-
iOS o “i” vem da expressão “internet”, enquanto o derização (transformação) de gráficos, áudio e vídeo.
OS significa “Operating System”, (“sistema operacio- Nesta camada estão os recursos de manipulação dos
nal”, em português). conteúdos da interface.
Diferentemente do Android, seu núcleo é fechado, Camada Cocoa Touch (UIKit – User Interface Kit)
apesar de ter sido desenvolvido a partir do Linux e – interface com o usuário, como multitarefa, notifica-
todos os controles são disponibilizados pela Apple. ções e acessibilidade.
A loja de aplicativos Apple Store (ou apenas App
Store) disponibiliza aplicações que foram verificadas Sistemas operacionais embarcados ou móveis
pela empresa antes de serem publicadas. Assim, é
considerada mais segura, por ter camadas extras de Os sistemas operacionais possuem características
validação antes da distribuição. específicas no âmbito de plataforma. Um aplicativo
desenvolvido para o sistema Android será executa-
Versões do iOs do no aparelho que possui esta plataforma, e o mes-
mo ocorrerá com sistemas desenvolvidos em iOs. Se
o usuário acessar a plataforma de aplicativos (Google
As versões de iOs são numeradas. Iniciou na ver-
Play ou Apple Store), encontrará aplicativos específicos
são 1 com o lançamento do iPhone, e na versão 2
para o seu sistema operacional, que às vezes não possui
introduziu o conceito da App Store.
correspondente na outra plataforma. Se o usuário pre-
A cada nova versão foram introduzidos novos recur- cisa de uma aplicação iOs no Android, caso não exista,
sos, e na versão 7 ocorreu uma mudança na interface, não poderá fazer a emulação de forma plena.
central de controle e introdução do recurso AirDrop (para O Android tem sua própria JVM que se chama Dal-
compartilhamento de arquivos entre aparelhos da Apple). vik (até Android 4.0) e ART (Android RunTime) na ver-
Com o lançamento de novos aparelhos iPhone, novos são 5 e superiores. A máquina virtual Dalvik permite
sistemas operacionais iOs foram disponibilizados, com a execução de códigos originalmente desenvolvidos
possibilidade de atualização de alguns modelos anterio- em Java dentro da plataforma Android. O XCode é o
res. Atualmente, estamos com o aparelho iPhone 12 à ambiente de desenvolvimento nativo do sistema iOS,
venda e o sistema iOs versão 14 disponível. que não utiliza máquina virtual.
Ao contrário do Android que é personalizável de A arquitetura do iOS é composta por camadas:
muitas formas, inclusive com relação às atualizações Cocoa Touch, Media, Core Services e Core OS. Os pro-
do sistema, o iOs pode ser considerado um sistema gramas desenvolvidos para iOS, utilizam a linguagem
muito mais fechado, com poucas personalizações e Swift e Object C (obsoleta).
atualizações mandatórias (que devem ser instaladas). Nos sistemas operacionais da Apple, estão incluí-
A principal característica do iOs não está na sua dos métodos para o gerenciamento de itens armaze-
nados no iCloud. O iCloud é a nuvem da Apple, que
interface ou em seus recursos acessíveis pelo usuário,
armazena em uma conta cloud (nuvem), arquivos,
mas naquilo que existe por trás de tudo: as camadas iOs.
fotos e configurações de um aparelho com iOS. Arqui-
vos e diretórios existentes na nuvem serão sincroniza-
Camadas iOs dos e poderão ser acessados por usuários do iOs, tanto
no iPhone, iPad como no iMac e PCs.
São quatro camadas, semelhante a outros sistemas O serviço iCloud está associado a equipamentos
operacionais, porém com nomes bem diferentes. Vou Apple (iPad, iMac, entre outros), e possuem limitação
usar aqui o diagrama usado no Linux, e poderá per- de espaço. Existem opções gratuitas de armazena-
ceber que essencialmente são os mesmos recursos, mento no iCloud, até outras pagas com mais espaço,
276 porém com novos nomes. mas nenhuma opção ilimitada.
O smartphone que executa Android possui um 2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Mesmo controlando o
sistema embarcado associado a um login de contas login e a senha do usuário via contas Google, um apli-
Google. O aplicativo instalado no aparelho não pre- cativo pode capturar e enviar arquivos armazenados
cisa utilizar a conta Google, que geralmente é usada no cartão SD do celular que utiliza o sistema Android.
apenas para acesso do usuário ao dispositivo e sincro-
nização de configurações. O aplicativo, caso possua ( ) CERTO  ( ) ERRADO
esta funcionalidade, poderá capturar e enviar arqui-
vos armazenados na memória interna, no cartão SD O smartphone que executa Android possui um sistema
(memória expandida) e nuvem (Google Drive), inde-
embarcado associado a um login de contas Google. O
pendentemente das permissões de contas Google.
Os aplicativos geralmente são disponibilizados com aplicativo instalado no aparelho não precisa utilizar
manifestos. Os manifestos são informações sobre o a conta Google, que geralmente é usada apenas para
desenvolvimento deles, que seguindo a ideia da licen- acesso do usuário ao dispositivo e sincronização de
ça GNU GPL (Linux) da origem do Android, informa as configurações. O aplicativo, caso possua esta funcio-
características do aplicativo, os recursos atualizados, e nalidade, poderá capturar e enviar arquivos armaze-
as transações que ele executa no aparelho do usuário. nados na memória interna, no cartão SD (memória
expandida) e nuvem (Google Drive), independentemen-
IOS ANDROID te das permissões de contas Google. Resposta: Certo.

Exclusivo para os Motorola, LG,


3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O Android disponibiliza
Hardware dispositivos da Samsung, Xiaomi,
um banco de dados público local, orientado a obje-
marca. entre outras.
tos, para o armazenamento de dados estruturados, o
Desde o iPhone Desde 2014, pos- que possibilita o gerenciamento das aplicações e dos
Tempo de 8, os carregado- sui gerenciadores dados de forma rápida e segura.
bateria res são de alta de bateria.
potência. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Os novos apa- A maioria dos O banco de dados para o armazenamento de dados


relhos já estão aparelhos usa a
estruturados não é público, pois caso fosse, seria
com o iOs 14, e versão 7 (Nougat),
Atualizações inseguro. Os provedores de conteúdo oferecem
os recentes são sendo a versão
armazenamento público e armazenamento restri-
atualizados. 9 (Pie) a mais
to, sendo uma opção segura, associada a login de
recente.
contas. Outro erro na assertiva é o banco de dados
Um aplicativo Um aplicativo ser orientado a objetos, sendo que o Android utiliza
para iPhone Android deve ser base de dados SQLite. Resposta: Errado.
Desenvolvi- utiliza-se da lin- desenvolvido em
mento guagem Swift e linguagens especí- 4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Quando a Internet está
Objective-C. ficas: Kotlin e Java. disponível, os aplicativos executados em segundo pla-
no podem efetuar requisições, que utilizam muita car-
ga da bateria e podem ocasionar erros nos aplicativos,
Integração Total entre apare- Baixa e complexa.
por isso, na versão 8.0 do sistema, os manifestos não
com outros lhos da Apple.
dispositivos podem ocorrer para transmissões implícitas.

Aplicativos Aplicativos ( ) CERTO  ( ) ERRADO


Segurança
fechados. personalizáveis.
Tabela comparativa de alguns itens do sistema iOs (Apple) e Android Os manifestos são as configurações de desenvolvi-
(Google) mento do aplicativo e as instruções para a sua exe-
cução. Alguns aplicativos são executados por todo
o tempo, desde o momento que ele for iniciado. A
finalização explícita do aplicativo não garante que
EXERCÍCIOS COMENTADOS ele tenha sido realmente desativado, pois poderão
ter transações descritas no manifesto que necessi-
1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) No desenvolvimento de tem de acesso em segundo plano.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

aplicativos para o iOS em que se faça a sincronização Ou seja, mesmo que o aplicativo seja finalizado,
de dados entre dispositivos, pode ser usada a classe ele poderá continuar em execução consumindo
FileManager, do framework Foundation, a qual tem recursos do aparelho, caso tenha sido declarado no
métodos para gerenciar itens armazenados no iCloud.
manifesto e o usuário autorizado nas permissões de
acesso quando ele foi instalado. Resposta: Correto.
( ) CERTO  ( ) ERRADO

Nos sistemas operacionais da Apple, estão incluídos 5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Ainda que o usuário de
métodos para o gerenciamento de itens armazenados dispositivo Android instale apps de lojas não oficiais
no iCloud. O iCloud é a nuvem da Apple, que arma- do Google, o dispositivo não será afetado por trojans,
zena em uma conta cloud (nuvem), arquivos, fotos e devido a sua arquitetura baseada em Unix, que são
configurações de um aparelho com iOS. Arquivos e códigos que abrem portas de manipulação remota do
diretórios existentes na nuvem serão sincronizados celular.
e poderão ser acessados por usuários do iOs, tanto
no iPhone, iPad como no iMac e PCs. Resposta: Certo. ( ) CERTO  ( ) ERRADO 277
O download de aplicativo para o aparelho deverá ser Outra forma é a virtualização.
realizado preferencialmente através da loja de apli-
cativos oficial (Google Play e Apple Store). Quando a As máquinas virtuais (VM – Virtual Machine),
instalação é realizada através de outras distribuições criam uma camada para compatibilizar diferentes pla-
de aplicativos, eles poderão conter trojans (cavalos de taformas. Esta camada é chamada de virtualização. Este
Troia) que executarão atividades maliciosas enquanto recurso é muito popular, devido às suas características
o app estiver sendo executado. Resposta: Errado. de implementação e utilização por qualquer usuário
com um pouco de conhecimento técnico de informática.
TECNOLOGIAS DE VIRTUALIZAÇÃO DE São softwares que podem ser utilizados para fazer os
PLATAFORMAS: EMULADORES, MÁQUINAS recursos parecerem diferentes do que realmente são. Será
VIRTUAIS, PARAVIRTUALIZAÇÃO uma duplicata eficiente e isolada de uma máquina real.
A IBM define uma máquina virtual como uma
Neste tópico, vamos conhecer as estratégias que os cópia totalmente protegida e isolada de um sistema
sistemas operacionais utilizam para ‘enganar’ o hard- físico. Na década de 60, era uma abstração de softwa-
ware ou o software. re que enxerga um sistema físico (máquina real).
Cada sistema operacional é desenvolvido seguindo Como a máquina virtual é separada por sandbox
uma arquitetura que o faz executar com uma deter- (caixa de areia, um espaço isolado que acessa de for-
minada combinação específica de hardware. É muito ma controlada os recursos disponíveis) do restante do
comum observar em notebooks o selo Windows, indi- sistema, o software dentro dela não pode adulterar o
cando que aquele hardware foi testado e é compatível computador host ou hospedeiro. As máquinas virtuais
com o sistema operacional da Microsoft. Apesar de também podem ser usadas para outras finalidades,
existirem muitos fabricantes de processadores (CPU), como a virtualização de servidores.
o sistema operacional Windows só poderá rodar em VMWare, Virtual Box, Microsoft Azure e Hyper-V
determinados modelos. Apesar de existirem muitos são alguns exemplos de máquinas virtuais disponí-
fabricantes de memórias, o sistema operacional Win- veis atualmente.
dows só poderá rodar com determinados modelos. Quando elas são executadas, o usuário tem acesso
Se o usuário precisa utilizar outro sistema opera- a ambos os sistemas simultaneamente. Portanto, ao
cional, ele deverá utilizar algum recurso que permita contrário do uso de múltiplos boots, o usuário pode-
alternar entre as suas necessidades. rá acessar dados dos dois sistemas ao mesmo tempo.
A primeira opção é o particionamento do disco Poderá acessar seus arquivos no Windows do compu-
rígido do dispositivo computacional e a instalação tador, e os arquivos do Linux que estiver sendo execu-
de um sistema operacional em cada partição. Em um tado em uma máquina virtual.
computador com Windows, o Linux poderá ser insta- Ao executar máquinas virtuais, é possível definir
lado. O gerenciador de boot ou inicialização permitirá a quantidade de recursos que serão ofertados para as
que no momento que ele for ligado, o usuário escolha aplicações, como memória e processadores. E servi-
um ou outro sistema para utilização. dores Microsoft Hyper-V, por exemplo, podemos dis-
Obviamente este método não permite a execução ponibilizar até 4 processadores para uma máquina
simultânea dos sistemas, e caso o usuário precise tro- virtual Linux.
car de sistema, precisará fechar todas as suas aplica- Os gerenciadores de virtualização procuram orga-
ções e reiniciar o computador. nizar o que será disponibilizado, e como será dispo-
As opções que conheceremos agora são os emula- nibilizado. Quando o hypervisors (gerenciadores de
dores, virtualização e paravirtualização de sistemas. virtualização) executam diretamente o hardware, são
conhecidos como nativos, ou baremetal. Quando o
A primeira forma de uso são os emuladores. hypervisors é uma aplicação como a máquina Virtual
Java (JVM), que está executando no hardware para
Eles são o oposto da máquina real. Eles simulam construir outro hardware virtualizado, dizemos que
um sistema que talvez nem exista mais. Implementam é do tipo hosted (hospedado).
todas as instruções realizadas pela máquina real em A paravirtualização é a máquina virtual de uma
um ambiente abstrato de software. Os emuladores de máquina virtual.
games arcade, são um exemplo de como eles podem Algumas vezes, a camada de virtualização não é
ser executados em uma plataforma atual de softwa- suficiente para a execução de uma aplicação especia-
re, apesar de terem sido desenvolvidos e escritos para lizada. Em um sistema Windows, podemos virtualizar
uma plataforma que não existe mais. uma máquina Linux e ainda continuar executando
Eles enganam, fazendo com que todas as operações emuladores na camada do Windows.
da máquina real sejam implementadas em um software. A paravirtualização acaba combinando os recur-
Interpreta um código que foi desenvolvido para outra sos de virtualização e emulação, para que todos os
plataforma. Os emuladores são restritos aos códigos que recursos estejam disponíveis.
forem escritos, logo sua aplicação é um pouco restrita. Em uma máquina virtual, todos os recursos esta-
Os emuladores de terminal Linux, que podem ser rão sob controle controlado da virtualização aplicada.
usados para estudos e treinamento, são opções on-line Em um emulador, todos os recursos estarão sob con-
que demonstram o uso e especialmente as limitações trole controlado da emulação aplicada.
deste tipo de utilização. O usuário que acessa o emu- Na paravirtualização, além do controle aplicado
lador on-line Linux tem acesso apenas aos comandos pela virtualização ou emulação, os recursos originais da
que foram previamente programados nele. Se o usuá- máquina real continuarão disponíveis, evitando assim
rio tentar executar comandos que o emulador não o processamento dedicado para um recurso, sendo que
278 conhece, não obterá resultado algum. outros poderão ser executados também pelo usuário.
Os gerenciadores de virtualização procuram orga-
EXERCÍCIOS COMENTADOS nizar o que será disponibilizado, e como será dispo-
nibilizado. Quando o hypervisors (gerenciadores de
1. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Na virtualização, o arma- virtualização) executam diretamente o hardware,
zenamento de dados é feito em servidores remotos são conhecidos como nativos ou baremetal. Quan-
com grande redundância, aumentando, assim, a dis- do o hypervisors é uma aplicação como a máquina
ponibilidade de recursos de armazenamento. Virtual Java (JVM), que está executando no hardware
( ) CERTO  ( ) ERRADO para construir outro hardware virtualizado, dizemos
que é do tipo hosted (hospedado). Resposta: Correto.
O armazenamento de dados é realizado no servidor
local, que está operando a virtualização. O servi-
dor remoto poderia ser usado para virtualização
no caso de plataforma Windows Azure na nuvem NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS
Microsoft. A redundância de dados, que geralmente
é implementada por sistemas RAID, tende a dimi- E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E
nuir a capacidade de armazenamento dos discos CORREIO ELETRÔNICO
empregados. Resposta: Errado.
O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma
2. (CEBRASPE-CESPE – 2010) A virtualização permite que forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo
um único computador hospede múltiplas máquinas vir- que o usuário não esteja on-line, a mensagem será
tuais, cada uma com o próprio sistema operacional. A
armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo
vantagem dessa abordagem é que a falha em uma das
disponível até ela ser acessada novamente.
máquinas virtuais não gera falha automática nas outras.
O correio eletrônico (popularmente conhecido
( ) CERTO  ( ) ERRADO como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,
A virtualização permite que um único computador e se mantém usual até os dias de hoje.
hospede múltiplas máquinas virtuais. Cada máqui-
na virtual poderá executar um sistema operacional
O Mozilla Thunderbird é um cliente
diferente e todos estariam compartilhando os recur-
de e-mail gratuito com código aberto
sos de modo protegido. A vantagem dessa aborda-
que poderá ser usado em diferentes
gem é que a falha em uma das máquinas virtuais
plataformas.
não gera falha automática nas outras. Como as
máquinas virtuais são executadas em modo protegi-
O eM Client é um cliente de e-mail gra-
do (sandbox), o que acontece em uma não interfere
tuito para uso pessoal no ambiente
na outra. Resposta: Certo.
Windows e Mac. Facilmente configu-
3. (CEBRASPE-CESPE – 2010) A ferramenta de virtua- rável. Tem a versão Pro, para clientes
lização Hyper-V da Microsoft permite a execução de corporativos.
servidores virtualizados com o sistema operacional
convidado Red Hat Linux, disponibilizando até oito O Microsoft Outlook, integrante do pa-
processadores virtuais para esse sistema operacional. cote Microsoft Office, é um cliente de
e-mail que permite a integração de vá-
( ) CERTO  ( ) ERRADO rias contas em uma caixa de entrada
combinada.
O Hyper-V suporta até 4 processadores para cada sis-
tema operacional. A capacidade de suporte para até O Microsoft Outlook Express foi o clien-
quatro processadores múltiplos no ambiente de uma te de e-mail padrão das antigas versões
máquina virtual possibilita o aproveitamento total do Windows. Ainda aparece listado nos
dos aplicativos multi-threaded. Resposta: Errado. editais de concursos, porém não pode
ser utilizado nas versões atuais do sis-
4. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Na paravirtualização, a tema operacional.
máquina virtual simula o hardware e possibilita que o
sistema convidado (guest) seja executado de maneira Webmail. Quando o usuário utiliza um
isolada. navegador de Internet qualquer para
acessar sua caixa de mensagens no
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

( ) CERTO  ( ) ERRADO servidor de e-mails, ele está acessando


pela modalidade webmail.
A virtualização (máquina virtual) é a técnica onde é
simulada o hardware (igual ou inferior ao existente no
hospedeiro) e o sistema é executado de maneira iso- vDica
lada. Na paravirtualização uma máquina virtual será
criada sobre a outra máquina virtual, possibilitando a Apesar de existirem diversas opções para com-
execução protegida e isolada. Resposta: Errado. posição, envio e recebimento de mensagens ele-
trônicas, as bancas preferem as questões sobre
5. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Para que a ferramenta de o cliente de e-mail Microsoft Outlook, integrante
virtualização se comunique diretamente com o hard- do pacote Microsoft Office.
ware, pode ser utilizado um hypervisor nativo, também
conhecido como baremetal. O Microsoft Outlook possui recursos que permi-
tem o acesso ao correio eletrônico (e-mail), orga-
( ) CERTO  ( ) ERRADO nização das mensagens em pastas, sinalizadores, 279
acompanhamento e também recursos relacionados a em concursos públicos o que vale é a configuração
reuniões e compromissos. padrão, apresentada neste material.
Os eventos adicionados ao calendário podem ser SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco-
enviados na forma de notificação por e-mail para os lo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo
participantes. cliente de e-mail para enviar para o servidor de men-
O Outlook possui o programa para instalação no sagens, e entre os servidores de mensagens do reme-
computador do usuário e a versão on-line. Essa versão tente e do destinatário.
pode ser gratuita (Outlook.com, antigo Hotmail) ou POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o
corporativa (Outlook Web Access – OWA, integrante Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de
do Microsoft Office 365). e-mail para receber as mensagens do servidor remoto,
removendo-as da caixa de entrada remota.
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é
Usuário
usado pelo navegador de Internet (sobre os protoco-
los HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail,
transferindo cópias das mensagens para a janela do
@ navegador e mantendo as originais na caixa de men-
sagens do servidor remoto.
Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor
de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
de Internet

Formas de acesso ao correio eletrônico Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail
SMTP

Podemos usar um programa instalado em nosso Enviar – SMTP


dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador
Enviar e Receber
de Internet para acessarmos as mensagens recebi- Receber – POP3
IMAP4
das. A escolha por uma ou por outra opção vai além
da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem
suas características e protocolos. Confira.
Remetente
Cliente
Destinatário
Webmail
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
Protocolo SMTP para enviar men- (Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,
sagens e POP3 para receber. As e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
Cliente de E-mail mensagens são transferidas do ser- os e-mails recebidos.
vidor para o cliente e são apagadas
da caixa de mensagens remota.

Protocolo IMAP4 para enviar e para EXERCÍCIOS COMENTADOS


receber mensagens. As mensagens
Webmail são copiadas do servidor para a ja- 1. (VUNESP – 2020) Um usuário enviou um e-mail por
nela do navegador e são mantidas meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração
na caixa de mensagens remota. padrão, cujos campos estavam como mostrados a
seguir.

De: [email protected]
Servidor de e-mails Para: [email protected]
Servidor de e-mails
Cc: [email protected]
Cco: [email protected]
Assunto: cadastrar [email protected]
Receber – POP3 Receber IMAP4
Considerando que a mensagem foi enviada e recebida
com sucesso, de acordo com os campos mostrados, a
quantidade de contas de e-mail que receberam a men-
Usuário Usuário sagem foi:

a) 1
Cliente de e-mail Navegador de Internet
b) 2
c) 3
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para d) 4
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando e) 5
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de
Internet e mantida no servidor de e-mails. O correio eletrônico permite a troca de mensagens e
arquivos entre os usuários cadastrados.
Os protocolos de e-mails são usados para a troca Os campos do e-mail permitem identificar cada um
de mensagens entre os envolvidos na comunicação. dos envolvidos na comunicação, além do título da
280 O usuário pode personalizar a sua configuração, mas mensagem, conteúdo e anexos.
O campo DE é para identificar o remetente da permite inserir um conteúdo no final da mensagem
mensagem. que estiver sendo redigida. Resposta: Letra A.
O campo PARA identifica o destinatário principal da
mensagem. 4. (VUNESP – 2019) Observe a seguir os campos de um
O campo CC identifica o destinatário com cópia da e-mail sendo preparado por meio do MS-Outlook 2010,
mensagem.
em sua configuração padrão.
O campo CCO é para o destinatário com cópia ocul-
ta, que receberá a mensagem, mas não terá o seu
endereço exibido para os outros destinatários.
O campo ASSUNTO é usado para identificar o títu-
lo da mensagem, e caso um endereço seja inserido
nele, não será considerado como um destinatário da
mensagem (na questão, o [email protected])
A mensagem foi enviada para três destinatários.
Para: [email protected], Cc: [email protected]. O usuário da [email protected], ao receber o e-mail,
br e Cco: [email protected]. Resposta: Letra C. observa que ele também foi enviado para quantos
outros destinatários?
2. (VUNESP – 2019) Um usuário do serviço de correio
eletrônico de uma empresa deseja que as mensagens a) 7
recebidas em sua conta sejam mantidas no servidor b) 6
mesmo depois de ter sido realizada a primeira leitu- c) 5
ra dessas mensagens. Para tanto, ele deverá confi-
d) 4
gurar o programa de correio eletrônico para utilizar o
e) 3
protocolo

a) http O usuário [email protected] está no campo CCO.


b) IMAP Logo, ele recebe o e-mail e o seu endereço não é
c) POP mostrado para os demais destinatários da mesma
d) SMTP mensagem.
e) V25 Quem está no campo CCO consegue ver...
remetente (campo DE) – [email protected]
Diferenças entre o acesso por um cliente de e-mail e destinatários principais (campo PARA) - conta2@
pelo webmail? Existem e são simples. ins.gov.br; [email protected]; [email protected]
� O cliente de e-mail permite múltiplas conexões destinatário em cópia (campo CC) – conta5@ins.
simultâneas, enquanto o webmail é individual. gov.br
� O cliente de e-mail (na configuração padrão, usan-
Mas não consegue ver quem também estiver no
do SMTP e POP3) copia as mensagens que estão no
campo CCO ([email protected])
servidor de e-mail para o computador local, remo-
vendo a mensagem do servidor. Portanto, ele consegue ver outros 4 destinatários no
� O cliente de e-mail (se usar IMAP4) copia as mensa- e-mail. Resposta: Letra D.
gens que estão no servidor de e-mail para o computador
local, mas mantém as mensagens originais no servidor.
� O webmail (usando IMAP4) acessa as mensagens
no servidor usando um navegador de Internet, mas
não remove estas mensagens.
� O webmail não necessita de nenhum aplicativo
específico (cliente de e-mail), bastando apenas um
navegador de Internet (Internet Explorer, Mozilla
Firefox, Google Chrome, Opera, Apple Safari, entre
outros).
� Na transferência IMAP4 operando via navegador USO DO CORREIO ELETRÔNICO
web pelo protocolo HTTP, acontece a sobreposição
dos protocolos, porque todos são da camada 7 do Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o
modelo OSI. Resposta: Letra B. usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
3. (VUNESP – 2019) Um atendente deseja enviar, por mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração zada na RFC5322.


padrão, um e-mail contendo um relatório escrito no
MS-Word 2010.
O relatório deverá ser inserido no e-mail por meio do Dica
recurso de RFC é Request for Comments, um documento
de texto colaborativo que descreve os padrões
a) anexo.
b) Cco.
de cada protocolo, linguagem e serviço para ser
c) Agenda. usado nas redes de computadores.
d) Cc.
e) Assinatura. De forma semelhante ao endereço URL para recur-
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
Anexos são arquivos enviados com a mensagem também possui o seu formato.
de e-mail. Os campos CC e CCO são para endereça- Existem bancas organizadoras que consideram o
mento de destinatários do e-mail. O item Assinatura formato reduzido usuário@provedor no enunciado 281
das questões, ao invés do formato detalhado usuá- letra C e a letra E estão com formatação incorreta.
[email protected]ínio.país. Ambos estão corretos. Resposta: Letra D.

2. (VUNESP – 2018) O sistema de e-mail da Internet


CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – utiliza um formato de endereço padrão definido pelo
USUÁ[email protected]ÍNIO.PAÍS consórcio que gerencia a Internet. Dentre os endere-
ços citados, o que segue o padrão de formato para um
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
endereço de e-mail é:
Antes do símbolo de @, identifica
usuário um único usuário no serviço de a) email.gmail.com@
e-mail. b) [email protected]
c) google.mail.com
Significa AT (lê-se ‘em’ ou ‘no’), e se- d) @meu_email.com
para a parte esquerda que identifi- e) www.gmail.com
@ ca o usuário, da parte à sua direita,
que identifica o provedor do serviço A alternativa B [email protected] é um endere-
de mensagens eletrônicas. ço que segue este padrão.
a) email.gmail.com@ - o símbolo de arroba no final,
Imediatamente após o símbolo de não tem função.
@, identifica a empresa ou provedor c) google.mail.com - endereço de um subdomínio
Nome do que armazena o serviço de e-mail (google) do site mail.com
domínio (o servidor de e-mail executa soft- d) @meu_email.com - o símbolo de arroba no início,
wares como o Microsoft Exchange indica um usuário de rede social.
Server, por exemplo). e) www.gmail.com - endereço URL de um site que
oferece acesso ao webmail da Google. Resposta:
Identifica o tipo de provedor, por Letra B.
exemplo, COM (comercial), .EDU
(educacional), REC (entretenimen- 3. (VUNESP – 2019) Correio Eletrônico ou E-Mail é um
Categoria do to), GOV (governo), ORG (organiza- dos serviços disponíveis na Internet que permite o
domínio ção não-governamental), etc., de envio e o recebimento de mensagens. Para utilizar
acordo com as definições de Do- esse serviço, um usuário necessita estar cadastrado
mínios de Primeiro Nível (DPN) na em um servidor e ter um endereço eletrônico.
Internet. Assinale a alternativa que contém um endereço eletrô-
nico com formato válido.
Informação que poderá ser omitida,
quando o serviço está registrado a) adalto$empresa.com.br
nos Estados Unidos. O país é in- b) bruna#escola.edu.mx
país
formado por duas letras, como: BR, c) celso&município.gov.br
Brasil, AR, Argentina, JP, Japão, CN, d) [email protected]
China, CO, Colômbia, etc. e) emília@[email protected]

O formato do endereço de e-mail é usuário@


Dica
provedor
Quando o símbolo @ é usado no início, antes O endereço [email protected] é um endereço
do nome do usuário, identifica uma conta em válido, segundo o padrão definido pelo documento
rede social. Para o endereço URL do Instagram RFC (Request for Comments) sobre correio eletrôni-
https://www.instagram.com/novaconcursos/, o co. Resposta: Letra D.
nome do usuário é @novaconcursos.
4. (VUNESP – 2018) Um usuário preparou a seguinte
mensagem de correio eletrônico, e clicou no ícone
indicado pela seta, com a intenção de enviá-la.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Sem título - Mensagem (HTML)
1. (VUNESP – 2020) Para o envio de mensagens de cor-
reio eletrônico, é um endereço válido:

a) cicrano.com.br
b) www.xpto.com.br [email protected]

c) [email protected]
Boa Tarde. Segue em anexo o arquivo solicitado.
d) [email protected]
e) beltrano@mail@com

O endereço de e-mail é formado por nome do usuá- No entanto, a mensagem nunca foi enviada. A mensa-
rio, o símbolo de arroba e a identificação do serviço. gem não foi enviada porque
Se o símbolo de arroba aparecer antes do nome do
usuário, então é a identificação de um usuário de a) o campo Para não contém nenhum destinatário.
rede social, como @novaconcursos. b) a mensagem não tem um assunto preenchido.
A letra A é um endereço URL, um site na Internet. A c) o usuário clicou no botão Salvar, em vez de clicar no
282 letra B também é um endereço de site na Internet. A botão Enviar.
d) o corpo da mensagem menciona que há um arquivo
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
em anexo, porém nada foi anexado na mensagem.
e) o formato do endereço de email está errado, sendo CAMPO CARACTERÍSTICAS
que o correto é @adalberto.empresa.com.br.
Identifica o usuário que está en-
Ao clicar no botão Salvar, a mensagem foi gravada viando a mensagem eletrônica, o
FROM (De)
na pasta Rascunho, e não foi enviada. remetente. É preenchido automati-
Um e-mail pode ser redigido sem endereços de des- camente pelo sistema.
tinatários no campo PARA ou no campo CCO. Para Identifica o (primeiro) destinatário
enviar uma mensagem, é necessário que tenha pelo da mensagem. Poderão ser es-
menos um destinatário, no campo PARA, ou CC, ou pecificados vários endereços de
CCO. Resposta: Letra C. destinatários neste campo, e serão
TO (Para) separados por vírgula ou ponto-e-
5. (VUNESP – 2020) Têm-se os seguintes parâmetros de -vírgula (segundo o serviço). Todos
uma mensagem de correio eletrônico a ser enviada no que receberem a mensagem, conhe-
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração original. cerão os outros destinatários infor-
mados neste campo.

De: Paulo Identifica os destinatários da men-


sagem que receberão uma cópia do
Para: Nilton CC e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
Cc: Antonio (com cópia ou Copy (cópia carbono).
Cco: cópia carbono) Todos que receberem a mensagem,
Gabriela
conhecerão os outros destinatários
Anexo: Arquivo1.pdf informados neste campo.
Assunto Ata de reunião
Identifica os destinatários da men-
BCC sagem que receberão uma cópia
Assinale a alternativa que indica qual(is) usuário(s) (CCO – com do e-mail. BCC é o acrônimo de
receberá(ão) o anexo Arquivo1.pdf, considerando que cópia oculta ou Blind Carbon Copy (cópia carbono
não haverá falhas no envio e no recebimento. cópia carbono oculta). Todos que receberem a
oculta) mensagem não conhecerão os des-
a) Nilton e Antonio, apenas. tinatários informados neste campo.
b) Gabriela, apenas. SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da
c) Nilton, Antonio e Gabriela, apenas. (assunto) mensagem. É um campo opcional.
d) Paulo, Nilton e Antonio, apenas.
e) Paulo, Nilton, Antonio e Gabriela. Anexar Arquivo: Identifica o(s) ar-
quivo(s) que estão sendo enviados
Um arquivo anexo enviado por e-mail, será entregue junto com a mensagem. Existem
ATTACH
para todos os destinatários. Os destinatários são restrições quanto ao tamanho do
(anexo)
informados nos campos PARA, CC e CCO. Resposta: anexo e tipo (executáveis são blo-
Letra C. queados pelos webmails). Não são
enviadas pastas.
Preparo e Envio de Mensagens O conteúdo da mensagem de e-mail,
Mensagem poderá ter uma assinatura associa-
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá da inserida no final.
preencher os campos disponíveis para destinatário(s),
título da mensagem, entre outros. As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
Para enviar a mensagem, é preciso que exista salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele-
um destinatário informado em um dos campos de trônico, nominadas como ‘caixas de mensagens’.
destinatários. A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens
Se um destinatário informado não existir no servi- recebidas, lidas e não lidas.
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida. A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- tivamente enviadas.


A pasta Itens Excluídos contém as mensagens
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se
apagadas.
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado, A pasta Rascunho contém as mensagens salvas e
a mensagem tentará ser entregue depois. não enviadas.
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que
Dica o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe-
ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
O e-mail pode ser enviado para vários destinatá- ocorre quando enviamos uma mensagem no app
rios, porém o remetente é somente um endereço, WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
o endereço do usuário que envio a mensagem de A mensagem permanece com um ícone de relógio,
correio eletrônico. enquanto não for enviada.

Conheça estes elementos na criação de uma nova


mensagem de e-mail. 283
Dica c) Acompanhamento.
d) Rascunho.
Quando estamos conectados em uma conexão e) Marcas.
de Internet do tipo banda larga, a velocidade de
acesso é tão rápida que nem vemos a mensa- O correio eletrônico é a forma mais antiga de tro-
gem passar pela Caixa de Saída. Porém, ao clicar ca de mensagens entre usuários de redes e surgiu
em Enviar, a mensagem vai primeiro para a Caixa antes da Internet. O software Microsoft Outlook é
de Saída, e depois de enviada, é armazenada na um cliente de e-mail do pacote Microsoft Office, que
pasta de Itens Enviados. permite acesso às mensagens armazenadas no ser-
vidor de e-mails.
Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde são Quando o usuário inicia a composição de uma nova
direcionadas as mensagens sinalizadas como lixo. mensagem, ele poderá:
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não - Enviar - transferindo a mensagem para a Caixa de
solicitados, que geralmente são enviados para um gran- Saída, e posteriormente para o servidor de e-mails.
de número de pessoas. Quando o conteúdo é exclusiva- - Descartar - apagar a mensagem, sem enviar.
mente comercial, esse tipo de mensagem é chamado de - Salvar - gravar a mensagem na pasta Rascunho.
UCE (do inglês Unsolicited Commercial E-mail – e-mail A pasta Rascunho é para guardar as mensagens que
foram salvas pelo usuário e ainda não foram envia-
comercial não solicitado). Estas mensagens são mar-
das. O usuário poderá abrir as mensagens arma-
cadas pelo filtro AntiSpam, e procuram identificar
zenadas nesta pasta, continuar a edição, e enviar
mensagens enviadas para muitos destinatários ou com
posteriormente. Resposta: Letra D.
conteúdo publicitário irrelevante para o usuário.
3. (VUNESP – 2020) Usando o Microsoft Outlook 2010,
em sua configuração original, um usuário redigiu
EXERCÍCIOS COMENTADOS uma mensagem de correio eletrônico e a salvou. Por
padrão, a mensagem foi armazenada na pasta Rascu-
nhos. No dia seguinte, o usuário abriu essa mensagem
1. (VUNESP – 2020) Considerando o uso do aplicativo
e, pronto para enviá-la, com todos os campos obriga-
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão,
tórios preenchidos, clicou no botão Enviar.
um usuário deseja enviar uma mensagem de correio
eletrônico para 30 destinatários, mas quer evitar que
Considerando que a operação ocorreu sem erros, a
qualquer um desses destinatários possa clicar em
mensagem ___________ na pasta Rascunhos e ________
Responder para todos e, com isso, enviar respostas
na pasta ____________.
dessa mensagem original para qualquer um dos 30
destinatários originais. Para isso, esse usuário inicial
precisa colocar todos os 30 destinatários Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti-
vamente, as lacunas do enunciado.
a) no campo Cc, apenas.
b) no campo Cco, apenas. a) permanece … foi copiada … Itens enviados
c) no campo Para, apenas, e escrever no campo Assunto b) não existe mais … foi gravada … Caixa de Saída
a palavra Oculto. c) permanece … não existe … Itens enviados
d) nos campos Para e Cco, ao mesmo tempo. d) permanece … não existe … Caixa de Saída
e) nos campos Cc e Cco, ao mesmo tempo. e) não existe mais … foi gravada … Itens enviados

Quando desejamos enviar uma mensagem de cor- Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configu-
reio eletrônico para 30 destinatários, mas queremos ração original, um usuário redigiu uma mensagem
evitar que qualquer um desses destinatários possa de correio eletrônico e a salvou. Por padrão, a men-
clicar em Responder para todos e, com isso, enviar sagem foi armazenada na pasta Rascunhos. No dia
respostas dessa mensagem original para qualquer seguinte, o usuário abriu essa mensagem e, pronto
um dos 30 destinatários originais, precisamos colo- para enviá-la, com todos os campos obrigatórios
car todos os 30 destinatários no campo CCO. preenchidos, clicou no botão Enviar. Considerando
Quem está no campo CCO não aparece para os que a operação ocorreu sem erros, a mensagem não
demais destinatários. existe mais na pasta Rascunhos e foi gravada na
Quando temos um destinatário no campo CCO e ele pasta Itens Enviados.
escolhe “Responder para todos”, sua resposta será Ao salvar uma mensagem, ela é gravada na pasta
enviada para o remetente, para quem estiver no de Rascunhos. Assim o usuário poderá continuar a
campo PARA e no campo CC, e acabará aparecendo sua edição.
para os outros destinatários do e-mail. Ao clicar em Enviar, a mensagem será armazenada
Se temos mais de um endereço no campo CCO, ao esco- na Caixa de Saída. A Caixa de Saída armazena os
lher “Responder para todos”, sua resposta será envia- itens que serão enviados para o servidor de e-mails.
da somente para o remetente. Resposta: Letra B. A cópia que estava na pasta de Rascunhos será apa-
gada. Após o envio efetivo para o servidor de e-mails,
2. (VUNESP – 2020) Um usuário, ao preparar um e-mail e a mensagem será transferida da Caixa de Saída para
não enviá-lo imediatamente, pode, para não perder o tra- a pasta de Itens Enviados. Resposta: Letra E.
balho feito, salvar o e-mail para envio posteriormente.
O recurso que permite salvar um e-mail ainda não 4. (VUNESP – 2020) Um assistente social, cuja conta de
enviado é e-mail é [email protected], utilizando o
MS-Outlook 2010, em sua configuração padrão, rece-
a) Favorito. beu um e-mail cujos campos estavam definidos, como
284 b) Lembrete. mostrado a seguir.
De: [email protected] Para enviar muitos arquivos como anexo, é possível
compactar os arquivos em uma pasta compactada. A
Para: [email protected]; [email protected] pasta compactada é um recurso do sistema operacional
Windows, para criação de um arquivo com extensão
Cc: [email protected]
ZIP, que pode conter arquivos e pastas. Ao compactar
Assunto: [email protected] arquivos, o tamanho de cada item costuma reduzir, e
o arquivo ZIP, compatível com o sistema operacional
Windows, poderá ser anexado de uma vez, sem preci-
Ao clicar em Responder, seu e-mail será enviado ape-
sar repetir o procedimento arquivo por arquivo.
nas para
Além da opção Anexar Arquivo, o cliente de e-mail
a) [email protected] oferece o recurso Anexar Item. Com o Anexar Item, o
b) [email protected] usuário poderá adicionar outra mensagem de e-mail
c) [email protected] que recebeu, cartões de visita, anexar contatos, com-
d) [email protected] e [email protected] promissos do calendário de reuniões, etc.
e) [email protected], [email protected]
e [email protected]

O correio eletrônico permite a troca de mensagens e


arquivos entre os usuários cadastrados no servidor Anexar Anexar Assinatura Atribuir
de e-mails. Arquivo Item ▾ Política
O assistente social que possui a conta de e-mail
[email protected] é um destinatário da Cartão de visita
mensagem enviada pelo [email protected] Calendário...
Se o [email protected], ou tecnico@avare.
gov.br, ou [email protected] escolherem a opção Item do Outlook
Responder, a mensagem de resposta será enviada ape-
nas para o remetente [email protected] Figura 6. Anexar Item permite a inserção de elementos do correio
O endereço de e-mail [email protected]. eletrônico.
br não é um destinatário válido, pois está inserido
no campo Assunto, que é o título da mensagem. Res- Anexar arquivos significa que o arquivo será
posta: Letra C. enviado junto com a mensagem de e-mail. O correio
eletrônico pode ter o conteúdo da mensagem formata-
5. (VUNESP – 2020) Ao receber uma mensagem de do (padrão HTML) ou texto sem formatação.
correio eletrônico, João notou que seu e-mail (joao@ No e-mail enviado como texto sem formatação,
empresa.com) e o de Maria ([email protected]) não é possível inserir imagens ou elementos gráficos
estavam listados no campo “Para”, e o de seu geren- no corpo da mensagem. Para enviar imagens em uma
te ([email protected]) estava listado no campo
mensagem que está como texto sem formatação, ape-
“CC” (com cópia).
nas se anexar o arquivo da imagem no e-mail.
Tal constatação indica que:
Quando o e-mail é enviado como texto formatado
a) somente [email protected] pode responder a (HTML), uma imagem poderá ser enviada como anexo
mensagem. ou inserida dentro do corpo do e-mail.
b) [email protected], [email protected] e geren-
[email protected] podem responder a mensagem. Outras operações com o correio eletrônico
c) somente [email protected] e [email protected]
podem responder a mensagem. O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as
d) somente [email protected] pode responder a mensagens recebidas como as mensagens enviadas.
mensagem. Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confir-
e) somente [email protected] e gerente@empresa. mação de leitura. A mensagem recebida poderá ser
com podem responder a mensagem. impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensa-
gens de um remetente.
Todos os destinatários da mensagem poderão res- Confira a seguir as operações ‘extras’ para o uso do
ponder ao remetente, independente de qual cam- correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
po esteja o seu endereço de e-mail na mensagem lismo, facilitando a organização do usuário.
original. Quem está no campo PARA ou no campo
CC, visualiza outros destinatários da mensagem e Ação e características
poderá “Responder” (para o remetente), Responder
a Todos (para o remetente e para os outros destina-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Marcar como não lida: Uma mensagem lida pode-


tários visíveis) ou Encaminhar (para outros destina- rá ser marcada como mensagem não lida.
tários, com os anexos, se houver). Resposta: Letra B. z Alta prioridade: Quando marca a mensagem
como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
Anexação de Arquivos.
to de exclamação vermelho no destaque do título.
Os anexos são arquivos enviados com as mensa- z Baixa prioridade: Quando o remetente marca a
gens de correio eletrônico. Vale lembrar que não é mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
possível enviar uma pasta de arquivos. verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
Cada serviço de e-mail possui um limite para o taque do título.
tamanho máximo dos anexos. Quando o usuário pre- z Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou
cisar transferir arquivos muito grandes, pode utili- navegador de Internet prepara a mensagem para
zar algum serviço de armazenamento de dados na ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
nuvem, como o Google Drive, o Microsoft OneDrive, ou ção do e-mail.
o WeTransfer (site para envio de arquivos com tama-
nho de até 2 GB). 285
z Ver código fonte da mensagem: As mensagens Dica
possuem um cabeçalho com informações técnicas
sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas. Ao “Responder”, a resposta será enviada para o
z Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em remetente do e-mail.
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as Ao “Encaminhar”, a resposta será enviada para
próximas mensagens recebidas do mesmo reme- outros destinatários, com os anexos.
tente serão excluídas imediatamente ao serem Ao “Responder para todos”, a resposta será
armazenadas na Caixa de Entrada. enviada para o remetente do e-mail e para outros
z Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensa- destinatários visíveis do e-mail.
gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
mensagens recebidas daquele remetente.
z Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a
mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o EXERCÍCIOS COMENTADOS
serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem
estar enviando links maliciosos que tentam captu- 1. (VUNESP – 2020) Um usuário do MS-Outlook 2010,
rar dados dos usuários. em sua configuração padrão, cuja conta é usuario2@
z Confirmação de Entrega: O servidor de e-mails ufu.br, recebeu um e-mail, enviado com sucesso, em
do destinatário envia uma confirmação de entre- que os campos na mensagem do remetente foram
ga, informando que a mensagem foi entregue na preenchidos da seguinte forma:
Caixa de Entrada dele com sucesso.
z Confirmação de Leitura: O destinatário pode
confirmar ou não a leitura da mensagem que foi De: [email protected]
enviada para ele.
Para: [email protected]

Dica Cc: [email protected]


Cco: [email protected]
A Confirmação de Entrega e a Confirmação de
Leitura são opções do correio eletrônico que são Assunto: [email protected]
muito usadas em ambientes corporativos, para
oficializar a comunicação entre os usuários.
Quando esse usuário clicar em Responder a todos, o
A confirmação de entrega é independente da con- e-mail será enviado apenas para
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo-
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar a) [email protected].
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções b) [email protected] e [email protected].
forem marcadas, o remetente poderá receber duas
c) [email protected] e [email protected].
confirmações para a mensagem que enviou, sendo
d) [email protected], [email protected] e [email protected].
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do
próprio destinatário. e) [email protected], [email protected] e [email protected].

A resposta criada pelo “Responder para todos”


escolhida pelo usuário2, será enviada para usuá-
Servidor Exchange
rio1 (remetente) e usuário3 (campo CC, com cópia).
Servidor Gmail
Enviar e-mail
Usuário4 não receberá a resposta, porque ele está
com confirmação O servidor confirma a no campo CCO (com cópia oculta) e seu endereço
de entrega entrega do e-mail na caixa
de entreda do destinatário não será mostrado para os outros destinatários
Recebendo a da mensagem. O usuário5 está listado no campo
confirmação de entrega Assunto, que é o título da mensagem, e não faz parte
dos destinatários do e-mail. Resposta: Letra B.
Destinatário
Webmail
Remetente
Cliente 2. (VUNESP – 2020) Ao tentar enviar um e-mail com
um documento do Microsoft Word em anexo para 5
Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de funcionários simultaneamente, um usuário notou que
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails excedeu o tamanho máximo de anexo permitido de 10
do destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na
Caixa de Entrada do e-mail do destinatário.
MB. Para ser capaz de enviar esse e-mail, é necessá-
rio, portanto,
Enviar e-mail
a) converter o documento do Microsoft Word em ima-
gens Bitmap.
Servidor Exchange Servidor Gmail
Enviar e-mail
b) incluir o e-mail do remetente como destinatário.
com confirmação O destinatário c) adicionar o e-mail dos destinatários ao campo “CCO”
de leitura confirma a leitura
da mensagem (cópia oculta).
Recebendo a
confirmação de leitura
d) reduzir o tamanho do arquivo anexo.
e) diminuir o número de destinatários do e-mail.
Remetente Destinatário
Cliente
Webmail Se o tamanho do anexo supera o limite permitido
Figura 8. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de para envio, o usuário deverá reduzir o tamanho
Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do dele. Para reduzir, uma forma é transformar em
286 conteúdo do e-mail. arquivo ZIP, através da opção disponível no menu
de contexto do Windows Explorer, Enviar para..., O arquivo existe no computador do remetente
Pasta Compactada. (Rafael), e nos computadores dos destinatários
Outra alternativa, que não figura nas opções da ques- (Viviane e Tiago). Ao enviar um arquivo anexo em
tão, é enviar através de um serviço de armazenamen- uma mensagem de correio eletrônico, além da cópia
to de dados na nuvem, como o Google Drive, Microsoft local que foi anexada, cada um dos destinatários
OneDrive ou WeTransfer. Resposta: Letra D.
receberá uma cópia do arquivo, estando no campo
3. (VUNESP – 2020) Considere os seguintes ícones PARA ou CC, assim como no CCO. Resposta: Letra B.
extraídos do software de envio e recebimento de
e-mails da Microsoft, o MS-Outlook.

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA


E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E
DERIVADOS
O QUE É SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO?
Observe que o título de cada ícone foi intencional-
mente omitido. O ícone de clip, destacado na imagem,
Uma pergunta curta, mas que tem muitas informa-
representa a funcionalidade de
ções relacionadas para elaboração de uma resposta
a) incluir. completa. As informações para responder esta per-
b) agrupar. gunta você encontrará nos tópicos deste material.
c) assinatura. As redes de computadores se tornaram cada vez
d) anexar item. mais interligadas e complexas. Elas integram atual-
e) anexar arquivo. mente muitos dispositivos, que talvez você não conhe-
ça, mas que estão ali promovendo a troca de dados
O ícone permite adicionar um arquivo para ser entre o seu equipamento e o servidor remoto que está
acessando. E claro, os criminosos virtuais podem aces-
enviado com a mensagem de e-mail. O ícone
é para anexar um item, como outra mensagem de sar redes de qualquer lugar do mundo.
e-mail, um contato, um compromisso do calendário Os profissionais de Segurança da Informação
procuram proteger os dados armazenados e trafega-
ou reunião. O ícone é para adicionar uma assi-
natura na mensagem, no final do corpo do e-mail. dos entre os dispositivos por meio de equipamentos,
Resposta: Letra E. programas e técnicas direcionadas. Treinamento dos
usuários também é importante, considerando que ele
4. (VUNESP – 2020) O secretário de uma escola deseja é o elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu-
enviar para o diretor da instituição, via e-mail, por meio rança da Informação.
do MS-Outlook 2010, em sua configuração padrão,
uma mensagem contendo alguns relatórios escritos
no MS-Word 2010 e gravados em seu computador.
Para incluir os arquivos na mensagem de e-mail em
preparação, o secretário deve usar

a) o campo de destino Para.


b) a funcionalidade de Cópia Oculta.
c) o campo Cc.
d) os rascunhos. Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada
e) o recurso de anexos. por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário
final.
Ao enviar arquivos por e-mail, eles devem ser adi-
cionados na mensagem, através da opção de Ane- Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor-
xos. Resposta: Letra E. mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

5. (VUNESP – 2019) Rafael tem em seu computador um bridges, gateways) antes de serem apresentadas no
arquivo chamado contrato.pdf, e o anexou em uma dispositivo do usuário.
mensagem de correio eletrônico do Microsoft Outlook
2010, em sua configuração original, que foi enviada
para Viviane, com cópia oculta para Tiago, e recebida Dica
em seus respectivos computadores, também com o
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão. Paradigma cliente-servidor. Nós somos clientes
Assinale a alternativa que indica em quais computado- e acessamos informações em servidores remo-
res existe o arquivo contrato.pdf. tos. As redes de computadores, em concursos
públicos, são abordadas seguindo este paradig-
a) Computadores de Rafael e Viviane, apenas. ma. Usamos cliente web (browser ou navegador)
b) Computadores de Rafael, Viviane e Tiago.
c) Computadores de Viviane e Tiago, apenas. para acessar um servidor web. Usamos cliente de
d) Computador de Rafael, apenas. e-mail para acessar um servidor de e-mail. Usamos
e) Computador de Viviane, apenas. um cliente FTP para acessar um servidor FTP. 287
Dica
Apesar de existirem soluções integradas e avan-
çadas para os problemas de Segurança da Infor-
mação, que até usamos em nossos dispositivos,
nos concursos públicos são questionadas as
definições oficiais e as configurações padrão
Figura 2. O tráfego de dados em uma conexão é um ativo dos programas.
interessante para invasores, vírus de computadores e softwares
maliciosos.
NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN)
Invasores tentarão acessar a conexão e capturar
os dados trafegados, vírus de computador procuram As redes privadas virtuais, popularmente identi-
infectar os arquivos e causar danos aos sistemas, ficadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Net-
softwares maliciosos podem infectar dispositivos e work), são criadas pelas empresas e usuários para
sequestrar arquivos. estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
Antes de estudarmos elas, vamos conhecer alguns dos
conceitos básicos das redes de computadores, de acordo
com as suas características de uso e nível de segurança.

REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Local Area Network é uma denomina-


LAN ção relacionada ao alcance de uma
rede, restrita a um prédio ou pequena
região.

Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma É uma rede local (pelo seu alcance é
conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas uma LAN), interna de uma organização,
e recebidas. Intranet
segura, com acesso restrito aos usuá-
rios cadastrados no servidor da rede.
O usuário deverá utilizar um protocolo seguro
para acessar os dados, manter o seu dispositivo atua- É o acesso remoto seguro, por meio
lizado e protegido, utilizar uma senha forte de acordo Extranet de um ambiente inseguro, à intranet
com as políticas de segurança e práticas recomenda- da organização.
das, entre outras ações.
O usuário deve utilizar conexões seguras (como Rede mundial de computadores, de
as VPN’s – Virtual Private Network) para acesso aos acesso público e considerada inse-
Internet
Serviços remotos (Computação na Nuvem); proteger- gura. A Internet é comumente repre-
-se das ameaças e ataques à Segurança da Informação sentada por uma nuvem.
utilizando medidas de proteção em seu dispositivo
(como antivírus, firewall e anti-spyware).
Iniciaremos os estudos de Segurança da Informa-
ção com o tópico VPN. Elas são muito importantes
para a comunicação segura, e foi destaque no ano
de 2020 por causa do trabalho remoto (home office).
Empresas e usuários que não utilizavam uma cone-
xão remota segura, precisaram se adaptar aos novos
tempos. Em concursos, a tendência é que aumente a Figura 4. A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente
frequência de questões, pois se tornou um tema popu- inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).
lar devido à pandemia.
A seguir, conheceremos como é a Computação na
Nuvem. Suas características, os tipos de nuvem, os Dica
serviços oferecidos e as vantagens e desvantagens.
Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é
Lembrando que este foi um tópico importante nos
concursos da Polícia Federal e Polícia Rodoviária uma Intranet.
Federal, em provas de todos os cargos.
Vírus de computador e softwares maliciosos. Por que usar uma VPN? Porque é importante e
Quem nunca foi vítima, não é mesmo? O terceiro tópi- necessário.
co de Segurança da Informação abordará os ataques A Internet é a rede mundial de computadores, que
e ameaças, com destaque para os principais e mais conecta diversos dispositivos entre si, utilizando uma
comuns em provas de concursos. Assim como Compu- estrutura pública e insegura, oferecida pelos governos
tação na nuvem, o tópico “noções de vírus, worms e e operadoras de telefonia. O acesso à Internet é ofereci-
pragas virtuais” também é muito questionado em con- do para todos, e usuários mal intencionados poderiam
cursos públicos.
interceptar a comunicação de outros usuários, monito-
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa-
ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa rando o tráfego de dados e roubando informações.
contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o ris-
de proteção, mas em concursos públicos são questio- co na transmissão é muito pequeno. Lembrando que nada
nados os “aplicativos para segurança (antivírus, fire- será 100% seguro em Informática, independentemente
288 wall, anti-spyware etc)”. da quantidade de sistemas e proteções implementadas.
Figura 5. Usuários mal intencionados procuram ‘escutar’ uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do
usuário ou empresa.

As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como: a Área de Trabalho Remota
(Windows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn
etc).
Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o
receptor, por meio de um ambiente vulnerável.
Os protocolos são padrões de comunicação e os protocolos seguros procuram encapsular os dados transmi-
tidos para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo se torne impossível, uma vez que os dados se
tornam criptografados.

Figura 6. Usuários mal intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA

Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente.
VPN de acesso remoto (VPN client to site) A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet.
Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões.

Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, um operando
como cliente VPN e o outro operando como servidor VPN. É o modelo mais usado no
âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede interna de uma filial com a
VPN site a site rede interna de uma matriz.
Serão várias conexões (filial) acessando um servidor remoto que aceita várias conexões
(matriz).
Também conhecida como VPN LAN to LAN.

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o cliente,
de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o cliente acessa
as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados utilizando-se de chaves e certificados digitais para garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?


GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não

SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim

TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim

Orientar o servidor para criação de uma conexão


SSH Secure Shell Sim
segura com o cliente

Extensão do protocolo IP para suprir a falta de


IPsec IP Security Protocol segurança de informações que trafegam em uma Sim
rede pública
289
PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?
Protocolo para facilitar a comunicação bidirecio-
Telnet nal, baseada em texto interativo (comandos), usan- Não
do uma conexão de terminal virtual.

Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de En-


L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol caminhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo Não
de Tunelamento Ponto-a-Ponto).

O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza


PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol um túnel GRE. Algumas questões o apresentam Sim
com a sigla PPP.

Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site


OpenVPN VPN de Código aberto a site (site to site), usando um protocolo personali- Sim
zado baseado no TLS e SSL.

Dica A utilização de um software de VPN, a fim de aces-


sar a rede interna de uma organização (no modelo
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S VPN client to site), implementa segurança aos dados
na sua sigla, como em HTTPS. trafegados na forma de criptografia, para garantir a
autenticidade e a integridade das conexões.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma
conexão segura entre os dispositivos, possibilitando Onde a VPN será ‘iniciada’?
a troca de informações. Antes do envio de dados, a
conexão segura será negociada entre os dispositivos Nas redes de computadores, o firewall é um item
e aprovada após a confirmação do certificado digital. especialmente importante em relação à segurança da
informação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite
ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma cone-
xão deseja enviar e receber dados, precisa ter a porta
correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no
cliente como no servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser ins-
talada (e configurada) no firewall (mais comum), em
Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a frente ao firewall (para autenticar o que está chegan-
integridade das conexões. do), atrás do firewall (para autenticar o que chegou),
paralelamente ao firewall (para acompanhar o envio
Importante! e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada
do firewall (na conexão VPN site to site, para atender a
A conexão remota poderá ser uma simples cone- vários dispositivos da rede).
xão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, No Windows 10, a definição da VPN poderá ser
túnel de conexão, sem criptografia dos dados realizada por meio da Central de Ações (atalho de
trafegados) ou uma conexão entre os dispositi- teclado Windows + A) ou em Configurações, Rede e
vos com segurança (utilizando protocolos segu- Internet, VPN.
ros para criptografar o conteúdo trafegado no
túnel de conexão).
Importante!
Programas O acesso Home Office é um tipo de conexão
externa que deverá utilizar uma VPN para prote-
Conhecendo as definições de uma VPN e os pro- ger os dados trafegados, com o uso de criptogra-
tocolos que podem ser utilizados, vem uma dúvida: fia, implementada por protocolos seguros.
quais são os programas que usamos para transformar
o nosso dispositivo em um cliente VPN? Depende.
Cada dispositivo tem um sistema operacional, e de
acordo com a origem (cliente) e o destino (servidor),
existem programas mais adequados para cada cenário. EXERCÍCIOS COMENTADOS
EXEMPLO DE 1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Uma SSL VPN provê
ORIGEM DESTINO
PROGRAMA acesso de rede virtual privada por meio das funções
(CLIENTE) (SERVIDOR)
PARA VPN de criptografia SSL embutidas em navegadores web
Área de Traba- padrão, sem exigir a instalação de software cliente
Windows Windows específico na estação de trabalho do usuário final.
lho Remota

Windows Linux PuTTy ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Linux Windows OpenVPN Para estabelecer uma conexão segura usando VPN,
Linux Linux Network-Manager. poderá ser usado o SSL ou o IPsec. SSL (Secure
290 Sockets Layer) é um protocolo seguro que oferece
uma camada adicional de segurança, usado para monitorar a conexão. Uma VPN é amplamente utili-
estabelecer uma VPN (rede privada virtual), que ao zada pelas empresas para a proteção dos dados tra-
contrário do IPsec (extensão do protocolo IP), não fegados em uma conexão privada através de uma
precisa de software específico no computador do rede pública. Resposta: Errado.
usuário. Resposta: Certo.
NOÇÕES DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM
2. (CEBRASPE-CESPE – 2019) VPN (virtual private net-
work) é uma tecnologia de segurança de redes de com- Computação em nuvem (em inglês, cloud compu-
putadores que pode ser usada para permitir o acesso ting) refere-se ao processamento de dados remotos. O
remoto de um usuário à intranet de uma empresa. usuário envia informações inseridas em seu dispositi-
vo local, os programas na nuvem executam as opera-
( ) CERTO  ( ) ERRADO ções solicitadas e devolvem para o periférico de saída
do dispositivo local do usuário os resultados obtidos.
Uma rede privada virtual, conhecida também como A expressão “nuvem” é usada para designar a Internet,
VPN (virtual private network), pode ser usada para mas na prática poderá estar referenciando um processa-
conectar um dispositivo a outro dispositivo, um mento remoto dentro da rede interna da empresa. Exis-
dispositivo a um site (local), ou uma rede local com tem nuvens privadas, públicas, híbridas e comunitárias.
outra rede local. A conexão segura permite o acesso A computação em nuvem é a evolução do princípio
de um usuário à rede interna da empresa, iniciando da computação em grade. Na computação em grade,
o acesso em sua residência, por exemplo. Resposta: grande quantidade de clusters computacionais (servi-
Certo. dores conectados entre si dentro de uma infraestrutu-
ra compartilhada), aliado a disseminação da conexão
3. (CEBRASPE-CESPE – 2019) As empresas utilizam de banda larga, facilitaram a adoção da Computação
redes privativas virtuais VPN (virtual private networks) nas Nuvens por diferentes empresas.
com o objetivo de criar intranets e extranets de manei-
ra mais segura e confiável, sem a necessidade do uso
de firewalls ou criptografia de dados.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

As redes virtuais permitem a conexão segura entre


redes locais das empresas (intranets), constituindo
um extranet (acesso remoto seguro). As redes vir-
tuais utilizarão criptografia de dados para proteção
do conteúdo trafegado e os dispositivos utilizarão
um firewall para impedir acesso não autoriza-
do através das portas de conexão TCP. Resposta:
Errado.
Figura 8. Os diferentes dispositivos acessarão os recursos
disponibilizados na nuvem (Internet)
4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) A utilização de VPN (do
inglês virtual private network) sob o protocolo GRE (do
inglês generic capsulating rotation) tem, entre outros, Computação na Nuvem pode ser vista como a evo-
o objetivo de interligar redes remotas de forma segura, lução e convergência das tecnologias de virtualização
a exemplo do que ocorre na interligação entre filiais e e das arquiteturas (como os clusters computacionais)
matrizes de uma empresa. orientadas a serviços.
Atualmente a Computação nas Nuvens é o ponto
( ) CERTO  ( ) ERRADO de partida para o desenvolvimento de soluções com-
putacionais que necessitem de rapidez, flexibilidade
Quando uma rede virtual privada é estabelecida, e acesso facilitado, oferecendo instantaneamente, a
protocolos como o SSL ou extensões como o IPsec, nível global, uma solução para problemas do dia-a-dia.
serão usados para garantir a segurança, criptogra- Quem nunca pediu uma refeição por um aplicati-
fando as informações enviadas pela VPN. O proto- vo, ou um meio de transporte? O sistema de proces-
colo GRE (Generic Routing Encapsulation) cria uma samento dos pedidos, distribuição das demandas,
conexão ponto-a-ponto privada entre roteadores localização dos prestadores de serviços e controle
remotos, entretanto ele não criptografa as informa- fiscal das vendas... Tudo foi realizado na nuvem, em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ções que são enviadas pelo túnel, necessitando uti- servidores que estão distribuídos ao redor do mundo,
lizar o protocolo IPsec para garantir a integridade conectados em tempo real para o atendimento das
das informações. Resposta: Errado. demandas.
A computação na nuvem oferecerá tudo como um
5. (INSTITUTO QUADRIX – 2018) A VPN, por ser consi- serviço. Armazenamento de dados, plataforma para
derada como o tipo de rede mais seguro, não permite execução de aplicações, infraestrutura para o desen-
criar conexões privadas com a rede pública. volvimento de sistemas, espaço para testes de aplicati-
vos etc. Webware, ou software baseado na Internet, é a
( ) CERTO  ( ) ERRADO denominação para estes programas que operam como
serviços na rede.
VPN é uma rede privada virtual, que permite aces-
so seguro de usuários através de uma rede pública Dica
(Internet), transmitindo os dados de forma cripto-
grafada, para impedir o monitoramento do con- Tudo que é oferecido pela nuvem é um Serviço,
teúdo por usuários mal intencionados que tentem escalável e personalizável. 291
Armazenamento em nuvem é uma opção de arma- Como é possível observar, a computação nas
zenamento remoto que usa o espaço em um provedor nuvens é uma forma de disponibilização de recursos
de data center e é acessível de qualquer computador equivalente à computação local, mas remotamente.
com acesso à Internet. Google Drive, Microsoft One- Na tabela a seguir, vamos comparar estes dois forma-
Drive, Apple iCloud e Dropbox são exemplos de servi- tos e suas responsabilidades.
ços de armazenamento em nuvem.
COMPUTAÇÃO COMPUTAÇÃO
Tecnologias de serviços na nuvem LOCAL NAS NUVENS

Entrada de Teclado, mouse, Enviado para um ser-


Existem várias opções que poderão ser contrata-
Dados scanner, monitor viço na rede.
das como serviços, sendo as principais em concursos touch screen.
públicos: IaaS, PaaS e SaaS.
Processamento Processador do Computadores re-
z Infrastructure as a Service (IaaS) fornece recursos de Dados computador. motos, distribuídos
de computação virtualizados pela Internet. O pro- na rede.
vedor hospeda o hardware, o software, os servido- Saída de Dados Monitor, impressora, Disponibilizado um
res e os componentes de armazenamento. placa de modem, link para download,
z Platform as a Service (PaaS) proporciona acesso placa de rede, USB, visualização ou
às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento HD etc. compartilhamento.
usados para entregar os aplicativos.
Programas Instalados no Disponíveis na
z Software as a Service (SaaS) permite aos usuários (softwares) computador. Internet.
ter acesso a bancos de dados e software de apli-
cativo. Os provedores de nuvem gerenciam a Serviços Responsabilidade Responsabilidade da
infraestrutura. Os usuários armazenam dados nos (backup) do usuário. empresa.
servidores do provedor de nuvem.
Serviços (des- Responsabilidade Responsabilidade da
fragmentador) do sistema opera- empresa.
Dica cional local.

Novas definições são criadas por empresas, Antivírus Responsabilidade Responsabilidade da


com propósitos de marketing. Em concursos do usuário. empresa.
públicos, as definições mais questionadas são Firewall Responsabilidade Responsabilidade da
SaaS, PaaS e IaaS. do usuário. empresa.

Um sistema de computação legado, ou dedicado, é Permissões de Responsabilidade Oferecido pela em-


aquele que a empresa é responsável por todos os itens acesso do usuário. presa, definido pelo
usuário.
do projeto, desde o fornecimento de energia para a
operação dos servidores adquiridos por ela, até a dis- Gerenciamento Responsabilidade Responsabilidade da
ponibilização das aplicações que licenças foram com- da estrutura do usuário. empresa.
pradas para utilização.
Na computação em nuvem, é possível contratar de
uma operadora de nuvem, datacenters, rede de dados, Benefícios dos serviços na nuvem
armazenamento, servidores e sistemas de virtualiza-
ção. Esta é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS). Ao contratar Infraestrutura como um Serviço
Desenvolvedores podem contratar de uma opera- (IaaS), o usuário obtém economia de custo (não há
dora de nuvem, datacenters, rede de dados, armazena- necessidade de comprar e manter hardwares), tempo
mento, servidores, sistemas de virtualização, sistema de colocação no mercado (poderá iniciar suas opera-
operacional, banco de dados e segurança digital. Esta ções imediatamente, sem esperar pela instalação de
é uma Plataforma como um Serviço (PaaS). um datacenter na empresa), disponibilidade em tem-
Usuários podem contratar de uma operadora de po integral e escalabilidade sob demanda (expansão
nuvem tudo, desde os datacenters até as aplicações. ou contração da empresa de acordo com o dia-a-dia
Este é um Software como um Serviço. da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o
usuário uma economia de gastos (novamente, rela-
cionada ao hardware que não precisa ser adquirido),
desenvolvimento simplificado de aplicativos (ambien-
tes de desenvolvimento para diferentes plataformas),
colaboração (on-line com outros desenvolvedores)
e ambiente integrado (para teste, implementação e
gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá econo-
mia de gastos (menor custo das licenças de softwares),
compartilhamento de arquivos (de forma fácil e rápi-
da), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais,
o acesso ao serviço não será impactado com novas
instalações e configurações) e independência do siste-
Figura 9. Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido ma operacional (a troca de dados será realizada pelo
pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas
292 de um acesso à rede. operacionais).
Elasticidade rápida, onde os recursos são provi-
sionados dinamicamente, atendendo as necessida-
des pontuais da operação do cliente (uma loja virtual
pode aumentar a quantidade de acessos simultâneos
ao site apenas na Black Friday, por exemplo). Esta é a
sua característica mais marcante.

Desvantagens da computação em nuvem

Quanto mais aplicações forem acessadas na


nuvem, mais velocidade de transferência de dados
será necessária. Portanto, a principal desvantagem da
nuvem é inerente ao propósito dela mesma.
Tempo de inatividade é outra desvantagem. Quan-
do todos os sistemas estão em uma plataforma, se
ela ficar indisponível, a empresa e os usuários não
Figura 10. Os provedores, desenvolvedores e usuários finais, terão acesso a nada. Felizmente isto tem mudado, e
fornecem, suportam ou consomem recursos da nuvem. atualmente as empresas fornecedoras de serviços na
nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso
Os softwares são desenvolvidos na Plataforma disponível) acima de 99,9999%.
(PaaS), utilizando os recursos da estrutura na Infraes- Dificuldade de migração, e esta é a principal des-
trutura (IaaS), para serem utilizados pelos usuários vantagem. Quanto mais utilizamos uma determinada
finais como um serviço (SaaS). empresa fornecedora, mais nos tornamos dependente
dela. Caso exista a necessidade de migração dos dados,
Na tabela a seguir vamos associar os itens da com-
ela poderá ser dificultada ou até impossibilitada. Para
putação local com os itens da computação na nuvem, minimizar esta desvantagem, a replicação de servido-
para entender que na Nuvem temos uma adaptação res é uma alternativa, quando os dados são replicados
do nosso computador de casa. entre um servidor local e um servidor na nuvem.

COMPUTAÇÃO COMPUTAÇÃO
LOCAL NA NUVEM

Microsoft Office Microsoft Office


SOFTWARE
(instalado) (on-line)

Microsoft Win- Microsoft Win-


PLATAFORMA
dows 10 dows Azure

Hardware e Hardware e
energia elétrica energia elétri-
INFRAESTRUTURA
do usuário ca da empresa
provedora
Figura 11. Diferentes apresentações para a nuvem

Vantagens da computação em nuvem


As principais características da computação em
nuvem
O usuário não precisará se preocupar com atuali-
zações de softwares e hardware, que serão realizadas
On Demand Self Service, ou auto atendimento
pela empresa contratada. Elas serão automáticas e sob demanda, significa que o usuário pode usar os
disponibilizadas em tempo real para todos. serviços, aumentar ou diminuir as capacidades com-
O compartilhamento de informações será faci- putacionais alocadas como: o tempo de servidor e
litado, bastando que outros usuários tenham aces- armazenamento de rede, sem a intervenção huma-
so à Internet para que possam acessar os dados na com o provedor de serviços. O limite de crédito
compartilhados. do seu cartão de crédito virtual é um exemplo desta
Os serviços serão disponibilizados 24 horas, 7 dias característica.
por semana, com sistemas de redundância e recu- Ubiquitous Network Access, ou amplo acesso à
peração de falhas sob responsabilidade da empresa rede, significa que os serviços são acessíveis a partir
contratada. de qualquer plataforma. O usuário poderá acessar
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Diminui a necessidade de manutenção da infraes- um sistema desenvolvido para Windows, armazena-


trutura física da rede local, bastando para o usuário do em um servidor Linux, a partir de seu smartphone
o fornecimento de energia elétrica e conexão de rede Apple. Quase todos os serviços disponíveis na nuvem
são assim.
para acesso aos serviços remotos.
Resource Pooling, ou pool de recursos, significa
Por ter menos equipamentos na infraestrutura
que os serviços são armazenados em servidores dis-
local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e tribuídos globalmente e seus recursos virtuais são
espaço físico serão reduzidos. Indiretamente con- dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo clien-
tribui para preservação e uso racional dos recursos te conforme sua demanda. É o modelo multi-inquili-
naturais. no (multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos
Flexibilidade no uso e na contratação de serviços. clientes sem detrimento da oferta para os clientes
O usuário poderá contratar um pacote básico de servi- atuais. Um usuário em São Paulo poderá contratar
ços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar e acessar um serviço ofertado por uma empresa em
parâmetros do contrato alterando de forma dinâmica Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma
os limites de utilização. cidade na Índia. 293
Rapid Elasticy, ou elasticidade rápida, significa que Os softwares disponibilizados na nuvem como um
a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocor- serviço (SaaS), estão armazenados em servidores
rerá com agilidade, provisionando e liberando elas- remotos conectados à Internet. Os usuários que
ticamente as demandas solicitadas pelo usuário. Ao necessite acessar eles poderão fazer de qualquer
contratar um armazenamento de dados na nuvem, o local usando qualquer dispositivo conectado à
espaço disponível para uso será imediatamente ajus- Internet, como os computadores. Devido à caracte-
tado após a confirmação do pagamento. rística Ubiquitous Network Access, ou amplo acesso
Measured Service, ou serviços mensuráveis, sig- à rede, a nuvem poderá ser acessada por qualquer
nifica que todos os serviços são controlados e moni- sistema operacional instalado no computador do
torados automaticamente pela nuvem, de maneira usuário. Resposta: Certo.
transparente para o usuário, sem a necessidade de
conhecimento técnico sobre a sua operação. 2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Na computação em
Transparência para o usuário, pois ele não precisa nuvem, elasticidade é a capacidade de um sistema de
conhecer onde estão alocados os recursos computa- se adaptar a uma variação na carga de trabalho quase
cionais contratados e acessa apenas a interface para instantaneamente e de forma automática.
acesso, tornando tudo transparente.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Tipos de nuvem

Podemos classificar as nuvens de acordo com a A computação na nuvem tem a Elasticidade como
infraestrutura ou seus usuários em: Privada, Pública, uma de suas características. É a capacidade de pro-
Híbrida ou Comunidade (comunitária). visionar mais ou menos recursos no momento em
No modelo de nuvem privada, a infraestrutura que for necessário, com agilidade na implementa-
é proprietária ou alugada por uma única organiza- ção. Os provedores de serviço na nuvem alocam
ção para ser operada exclusivamente por ela mesma. recursos para atendimento da demanda, tudo em
Poderá ser local ou remota, e a empresa aplica políti- tempo real. Resposta: Certo.
cas de acesso aos serviços (para os usuários cadastra-
dos e autorizados). 3. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Julgue o próximo item, a
A definição de nuvem pública indica que a respeito de arquitetura em nuvem e virtualização.
infraestrutura pertence a uma organização que vende A seguinte situação hipotética caracteriza um soft-
serviços para o público em geral e poderá ser acessa- ware como serviço: uma empresa disponibiliza aces-
da por qualquer usuário que conheça a localização do so via Internet para um editor de textos, por meio de
serviço, não sendo admitidas técnicas de restrição de navegador web; os usuários pagam pelo uso e não
acesso ou autenticação. possuem controle sobre a infraestrutura de nuvem
No formato de nuvem híbrida, que tem como que provê o editor de textos.
característica a infraestrutura ser composta por pelo
menos duas nuvens, que preservam as características ( ) CERTO  ( ) ERRADO
originais do seu modelo e estão interligadas por uma
tecnologia que possibilite a portabilidade de informa- Software como um Serviço (SaaS) é disponibilizado
ções e de aplicações, é o tipo mais comum encontrado para o usuário final e é a camada mais conhecida da
no mercado. nuvem. Nessa camada estão as aplicações acessa-
Na nuvem comunidade (comunitária), a infraes- das pelo usuário final, como editor de textos on-line
trutura é compartilhada por diversas organizações (Word Online, do pacote Microsoft Office 365) exe-
que normalmente possuem interesses comuns, como cutado na aba ou guia do seu navegador de Internet
requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibi- preferido. Resposta: Certo.
lidade e/ou compatibilidade.
4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Os gestores de determi-
nado órgão público decidiram adotar a computação
em nuvem como solução para algumas dificuldades
de gerenciamento dos recursos de tecnologia da infor-
mação. Assim, para cada contexto, análises devem
ser realizadas a fim de compatibilizar os recursos de
gerenciamento e segurança com os modelos técnicos
de contratação.
Considerando essas informações, julgue o seguinte
item.
Se, para enviar e receber e-mails sem precisar geren-
ciar recursos adicionais voltados ao software de
e-mail e sem precisar manter os servidores e sistemas
Figura 12. De acordo com a natureza do acesso e dos interesses operacionais nos quais o software de e-mail estiver
envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida
sendo executado, os gestores optarem por um servi-
ou Comunitária.
ço de e-mail em nuvem embasado em webmail, eles
deverão contratar, para esse serviço, um modelo de
computação em nuvem do tipo plataforma como um
EXERCÍCIOS COMENTADOS serviço (PaaS).

1. (CEBRASPE-CESPE – 2019) A computação em nuvem ( ) CERTO  ( ) ERRADO


do tipo Software as a Service (SaaS) possibilita que
o usuário acesse aplicativos e serviços de qualquer A infraestrutura como um serviço (IaaS) provê a
local usando um computador conectado à Internet. parte física que dá suporte para a operação, como
o hardware e o fornecimento de energia. A platafor-
294 ( ) CERTO  ( ) ERRADO ma como um serviço (PaaS) provê o ambiente para
o desenvolvimento e testes de soluções de software. Dica
O Software como um Serviço (SaaS) é a interface
que será acessada pelo usuário, como o serviço de
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT?
e-mail em nuvem embasado em webmail. O erro da Disponível gratuitamente na Internet, ela é a
questão está na última linha, pois o modelo de com- fonte oficial de informações sobre ameaças,
putação em nuvem que deve ser contratado é SaaS ataques, defesas e segurança digital. Disponível
ao invés de PaaS. Resposta: Errado. em: <https://cartilha.cert.br/>. Acesso em: 13
nov. 2020.
5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Julgue o próximo item
a respeito de redes de computadores e de cloud Ameaças
computing.
Conceitualmente, a computação em nuvem pode ser As ameaças são identificadas como aquelas que
implementada por meio da LAN (local area network) possuem potencial para comprometer a oferta ou
interna de uma organização. existência dos ativos computacionais, tais como:
informações, processos e sistemas.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Um ransomware, software que sequestra dados
utilizando-se de criptografia, e solicita o pagamento
A computação em nuvem, conceitualmente, é imple- de resgate para a liberação das informações seques-
mentada na Internet, para acesso via Internet. Uma tradas, é um exemplo de ameaça. Observe que a
LAN (Local Area Network) é uma rede local interna ameaça existe, entretanto, se não ocorrer uma ação
da organização, que poderá ter sua própria nuvem deliberada para execução ou se medidas de proteção
de serviços internos (Nuvem Privada), mas que não forem implementadas, a ameaça deixa de existir e
atende aos conceitos da Computação em Nuvem. não se torna um ataque.
Conceitualmente, a nuvem está distribuída em uma As ameaças à segurança da informação podem ser
área abrangente (todo o mundo), com acesso via classificadas como:
Internet para os Softwares como um Serviço (SaaS).
No enunciado da questão, a definição de LAN res- z Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão
tringiu a operação somente a um sistema legado. ou tecnologia, sem a devida atualização ou
O correto deveria ser WAN (Wide Area Network). upgrade.
Resposta: Errado. z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas.
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS z Naturais: não intencionais, relacionadas ao
ambiente, como as catástrofes naturais.
Ameaças e riscos de segurança estão presentes
no mundo virtual. Assim como existem pessoas boas As empresas precisam fazer uma avaliação das
e más no mundo real, existem usuários com boas ou ameaças que possam causar danos ao ambiente com-
más intenções no mundo virtual. putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco),
implementar sistemas de autenticação (Controlar o
Os criminosos virtuais são genericamente denomi-
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti-
nados como hackers, porém o termo mais adequado
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o
seria cracker. Um hacker é um usuário que possui rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de
muitos conhecimentos sobre tecnologia, e podem ser Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res-
nomeados como White Hat (hacker ético que usa suas tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade
habilidades com propósitos éticos e legais), Gray Hat de Negócios).
(cometem crimes, mas sem ganho pessoal, geralmen-
te para exposição de falhas nos sistemas) e Black Hat Falhas
(violam a segurança dos sistemas para obtenção de
ganhos pessoais). As falhas de segurança nos sistemas de informação
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe- poderão ser propositais ou involuntárias.
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes Se o programador insere no código do sistema uma
ao uso dos recursos computacionais. falha, que produza danos ou permita o acesso sem
São riscos de segurança digital: autenticação, temos um exemplo de falha proposital.
Se uma falha for descoberta após a implantação do
z Ameaças – vulnerabilidades que existem e podem sistema, sem que tenha sido uma falha proposital, e
ser exploradas por usuários. seja explorada por invasores, temos um exemplo de
z Falhas – vulnerabilidades existentes nos sistemas, falha involuntária, inerente ao sistema.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sejam propositais ou acidentais. Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas


z Ataques – ação que procura denegrir ou suspender empresas que desenvolveram o sistema por meio da
distribuição de notificações e correções de segurança.
a operação de sistemas.
O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-
zação do Windows, distribui mensalmente os patches
Devido à crescente integração entre as redes de (pacotes) de correções de falhas de segurança.
comunicação, conexão com novos e inusitados dis-
positivos (IoT – Internet das Coisas) e criminosos Ataques
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de
informações se tornaram particularmente difíceis de Sem dúvida, o que tem mais destaque, tanto em
se proteger. Profissionais altamente qualificados são concursos como no mundo real, são os ataques. Coor-
formados e contratados pelas empresas com a única denados ou isolados, os ataques procuram romper as
função de proteger os sistemas informatizados. barreiras de segurança definidas na Política de Segu-
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques rança, com o objetivo de anular o sistema ou capturar
são os itens mais questionados. dados. 295
Os ataques podem ser classificados como:

z Baixa complexidade: exploram falhas de segu-


rança de forma isolada e são facilmente identifica-
dos e anulados.
z Média complexidade: combinam duas ou mais
ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
como a indisponibilidade.
z Alta complexidade: refinados e avançados, os
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
novos códigos maliciosos desconhecidos, distribui-
ção do ataque com redes zumbis, tornando difícil
a resolução do problema.

Dica
Ameaças existem e podem afetar ou não os sis-
temas computacionais.
Falhas existem e podem ser exploradas ou não
pelos invasores.
Ataques são realizados todo o tempo contra O vírus de computador poderá entrar no disposi-
todos os tipos de sistemas. tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em

Vírus de computador uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos


existentes em uma mídia removível como o pen drive,
O vírus de computador é a ameaça digital mais
popular. Todos já ouviram falar dele e ele tem uma recebidos por alguma rede social, baixados de sites na
definição fácil de ser compreendida. Tem este nome Internet, entre outras formas de contaminação.
por se assemelhar a um vírus orgânico ou biológico.
O vírus biológico é um organismo que possui um
código viral que infecta uma célula de outro organismo. VÍRUS DE
Quando a célula infectada é acionada, o código viral é CARACTERÍSTICAS
COMPUTADOR
duplicado e se propaga para outras células saudáveis
do corpo. Quanto mais vírus existirem no organismo, Vírus de boot Infectam o setor de boot
menor será o seu desempenho e recursos vitais serão do disco de inicialização.
consumidos, podendo levar o hospedeiro à morte. Cada vez que o siste-
O vírus de computador é um código malicioso que ma é iniciado, o vírus é
infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo executado.
é executado, o código do vírus é duplicado e se propa-
ga para outros arquivos do computador. Quanto mais Vírus de script Armazenados em sites na
vírus existirem no dispositivo, menor será o seu desem- Internet, são carregados
penho e recursos computacionais serão consumidos, e executados quando o
podendo levar o hospedeiro a uma falha catastrófica. usuário acessa a página
usando um navegador de
Dica Internet.
Os vírus de computador infectam arquivos e se Vírus de macro As macros são desen-
propagam para outros arquivos. volvidas em linguagem
Visual Basic for Applica-
tions (VBA) nos arquivos
do Office, para a automati-
zação de tarefas. Quando
desenvolvido com propó-
sitos maliciosos, é um ví-
rus de macro.

Vírus do tipo mutante Vírus ‘mutantes’ ou ‘po-


limórficos’, a cada nova
multiplicação, o novo ví-
rus mantém traços do ori-
ginal, mas é diferente do
original.

Vírus time bomb São programados para


agir em uma determina-
da data, causando algum
tipo de dano no dia previa-
mente agendado.
296
Vírus stealth Um vírus stealth é um Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
código malicioso muito rio como os vírus de computador e a sua propagação
complexo, que se escon- será rápida, caso não existam barreiras de proteção
de depois de infectar um que os impeçam.
computador. Ele mantém
cópias dos arquivos que
foram infectados para si,
e quando um software an-
tivírus realiza a detecção,
o vírus stealth apresenta
o arquivo original, enga-
nando o mecanismo de
proteção.

Vírus Nimda O vírus Nimda explora as


falhas de segurança do
sistema operacional. Ele
se propaga pelo correio
eletrônico, e também pela
web, em diretórios com-
partilhados, pelas falhas
de servidor Microsoft IIS
e nas trocas de arquivos.

Todos os sistemas operacionais estão vulneráveis


aos vírus de computador. Quando um vírus de compu-
tador é desenvolvido por um hacker, ele procura fazer
para um software que tenha uma grande quantidade
de usuários iniciantes, o que aumenta as suas chances
de sucesso.
O Windows tem muitos usuários e a maioria deles
não tem preocupações com segurança. A maioria dos
vírus de computadores são desenvolvidos para ataca-
rem sistemas Windows.
O Linux tem poucos usuários (se comparado ao
Windows) e a maioria deles possuem muito conheci-
mento sobre Informática, tornando a ação de vírus no
Linux uma ocorrência rara.
O Android, software operacional dos smartphones
populares, é uma variação do sistema Linux origi-
nal, e apesar de possuir esta origem nobre, é alvo de
milhares de vírus por causa dos seus usuários, que na
maioria das vezes não tem rotinas de proteção e segu-
rança de seus aparelhos.
Um vírus de computador poderá ser recebido por
e-mail, transferido de sites na Internet, comparti-
lhado em arquivos, através do uso de mídias remo-
víveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens
instantâneas.
Um vírus necessita ser executado para que entre
em ação, pois ele tem um hospedeiro definido e um
alvo estabelecido.
Se propaga inserindo cópias de si em outros
arquivos.
Dica
E altera ou remove arquivos do dispositivo, para Os worms infectam dispositivos e se propagam
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

propagação e auto proteção (não ser detectado pelo para outros dispositivos de forma autônoma,
antivírus). sem interferência do usuário.
Worms
Os worms podem ser recebidos automaticamente
pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de
O worm é um verme, que explora de forma inde-
outro código malicioso. Assim como vírus, ele poderá
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
ser recebido por e-mail, transferido de sites na Inter-
vos. Geralmente eles deixam a comunicação na rede
lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem net, compartilhado em arquivos, por meio do uso de
cópias de seu código malicioso. mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por
Um verme biológico parasita um organismo con- mensagens instantâneas.
sumindo seus recursos, deixando o corpo debilitado. Ele é auto executável, e procura explorar as vulne-
Um verme tecnológico parasita um dispositivo consu- rabilidades dos dispositivos.
mindo seus recursos de memória e conexão de rede, Envia cópias de si mesmo para outros dispositivos
deixando o aparelho e a rede de dados lentos. e usuários conectados. 297
Por ser auto executável, costuma consumir gran-
de quantidade de recursos computacionais, promo-
ve a instalação de outros códigos maliciosos e inicia
ataques na Internet, tentando alcançar outras redes
remotas.

Pragas Virtuais

z Cavalo de Troia ou Trojan: É um código malicioso


que realiza operações mal-intencionadas, enquan-
to realiza uma operação desejada pelo usuário,
como um jogo on-line ou reprodução de um vídeo.

Ele é enviado com o conteúdo desejado e ao ser


executado, desativa as proteções do dispositivo para
z Spyware: é um programa malicioso que procu-
que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados. O
ra monitorar as atividades do sistema e enviar
nome está relacionado com a história do presente
os dados capturados durante a espionagem para
dado pelos gregos para os troianos, que era um cava-
terceiros. Existem software espiões considerados
lo de madeira, com soldados em seu interior. Após
legítimos (instalados com consentimento do usuá-
entrar nas fortificações de Troia, os gregos desativa-
rio) e maliciosos (que executa ações prejudiciais à
ram as defesas e permitiram o acesso do seu exército.
privacidade do usuário).

Dica Os softwares espiões podem ser especializados na


Existem muitas pragas virtuais, que generica- captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cliques
mente são chamadas de Malwares (software efetuados (screenlogger) ou para apresentação de propa-
malicioso), por apresentarem características gandas alinhadas com os hábitos do usuário (adware).
semelhantes: oferecem alguma vantagem para Eles geralmente são instalados por outros progra-
o usuário, mas realizam ações danosas que aca- mas maliciosos para aumentar a quantidade de dados
capturados.
barão prejudicando-o.
z Bot: é um programa malicioso que mantém conta-
A banca organizadora CESPE/Cebraspe considera
to com o invasor, permitindo que comandos sejam
o trojan ou cavalo de Troia como um tipo de vírus de
computador nos enunciados de suas questões. executados remotamente. O dispositivo controla-
do por um bot poderá integrar uma rede de dispo-
sitivos zumbis, a chamada botnet.

Quando o invasor deseja atacar sites para provo-


car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão
distribuídos nos dispositivos do usuário para que
façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da
identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão
continuar sua propagação através do envio de cópias
para outros contatos do usuário afetado.

z Backdoor: é um código malicioso semelhante ao


bot, mas que além de executar comandos recebi-
dos do invasor, ainda realiza ações para desativa-
ção de proteções e aberturas de portas de conexão.

O invasor, ciente das portas TCP que estão disponí-


veis, consegue acesso ao dispositivo para a instalação
de outros códigos maliciosos e roubo de informações.
Assim como os spywares, existem backdoors legí-
timos (adicionados pelo desenvolvedor do software
para funcionalidades administrativas) e ilegítimos
(para operarem independente do consentimento do
usuário).

z Rootkit: é um código malicioso especializado em


esconder e assegurar a presença de outros códigos
maliciosos para o invasor acessar o sistema. Estas
pragas virtuais podem ser incorporadas em outras
pragas, para que o código que camufla a presença,
seja executado escondendo os rastros do software
298 malicioso.
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não se recupera dos dados apagados, sendo necessário uma
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.

Dica
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit são as pragas digitais mais questionadas em concursos
públicos.

Confira na tabela a seguir outras pragas digitais que ameaçam a Segurança da Informação e a privacidade dos
usuários de sistemas computacionais.

CÓDIGO MALICIOSO CARACTERÍSTICAS

Bomba lógica Gatilho para a execução de outros códigos maliciosos que permanece inativa até que um even-
to acionador seja executado.

Ransomware Sequestrador de dados que criptografa pastas, arquivos e discos inteiros, solicitando o paga-
mento de resgate para liberação.

Scareware Simulam janelas do sistema operacional, induzindo o usuário para acionar um comando, fazen-
do a operação continuar normalmente. O comando iniciará a instalação de códigos maliciosos.

Phishing Fraude que engana o usuário, induzindo a informar seus dados pessoais em páginas de captura
de dados falsas.

Pharming Ataque aos servidores de DNS para alteração das tabelas de sites, direcionando a navegação
para sites falsos.

Negação de Serviço Ataques na rede que simulam tráfego acima do normal com pacotes de dados formatados
incorretamente, fazendo o servidor remoto se ocupar com os pedidos e erros, negando acesso
para outros usuários.

Sniffing Código que analisa ou modifica o tráfego de dados na rede, em busca de informações relevan-
tes como login e senha. Enquanto o spyware não modifica o conteúdo, o sniffing pode alterar.

Spoofing Falsificando dados de identificação, seja do remetente de um e-mail (e-mail Spoofing), do ende-
reço IP, dos serviços ARP e DNS. Desta forma, é escondida a real identidade do atacante.

Man-In-The-Midle Intercepta as comunicações da rede para roubar os dados que trafegam na conexão.

Man-In-The-Mobile Intercepta as comunicações do aparelho móvel, para roubar os dados que trafegam na conexão
do aparelho smartphone.

Ataque de dia zero Enquanto uma falha não é corrigida pelo desenvolvedor do software, invasores podem explorar
a vulnerabilidade identificada antes da implantação da proteção.

Defacement Modificam páginas na Internet, alterando a sua apresentação (face) para os usuários visitantes.

HiJacker Sequestrador de navegador que pode desde alterar a página inicial do browser, até mudanças
do mecanismo de pesquisas e direcionamento para servidores DNS falsos.

Uma das ações mais comuns que procuram com-


prometer a segurança da informação é o ataque
Phishing.
O usuário recebe uma mensagem (e-mail, ou rede
social, ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em
um link malicioso. O link acessa uma página que pode
ser semelhante ao site original, induzindo o usuário
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a fornecer dados pessoais como login e senha. Em


ataques mais elaborados, as páginas capturam dados
bancários e de cartões de crédito. O objetivo é simples:
roubar dinheiro das contas do usuário.

299
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Uma das partes de um
vírus de computador é o mecanismo de infecção, que
determina quando a carga útil do vírus será ativada no
dispositivo infectado.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Os vírus de computadores infectam arquivos, ane-


xando o seu código malicioso (carga útil) em outros
arquivos. Quando o arquivo infectado é executado,
o código é copiado para outros arquivos no disposi-
tivo, aumentando a infecção. O vírus de computador
Outra ação mais elaborada tecnicamente, é o
não infecta o dispositivo como um worm (verme).
Pharming.
Resposta: Errado.
O invasor ataca um servidor DNS, modifica as
tabelas que direcionam o tráfego de dados, e o usuá-
2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Situação hipotética: Ao
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o processar um código executável malicioso que havia
Phishing, este ataque procura capturar dados bancá- recebido como anexo de um e-mail, Mateus percebeu
rios do usuário e roubar o seu dinheiro. que um malware havia infectado seu aparelho e que,
automaticamente, havia sido enviada uma mensagem
idêntica, com um anexo malicioso idêntico, a todos
os contatos de sua lista de endereços, a partir do seu
aparelho.
Assertiva: Essa situação é um exemplo clássico de
infecção de vírus de computador.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Os vírus de computadores infectam arquivos e só


se propagam para outros arquivos quando o hos-
pedeiro (arquivo infectado) é executado. Na situa-
ção hipotética apresentada na questão, o usuário
Mateus recebeu o código malicioso por uma men-
sagem de correio eletrônico, que enviou cópias do
anexo malicioso para todos os contatos de sua lista
de endereços. Um vírus de computador poderá ser
recebido por e-mail, transferido de sites na Inter-
net, compartilhado em arquivos, através do uso de
mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e
por mensagens instantâneas. Resposta: Certo.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) A infecção de um siste-


ma por códigos maliciosos pode ocorrer por meio da
execução de arquivos infectados obtidos de anexos
de mensagens eletrônicas, de mídias removíveis, de
páginas web comprometidas, de redes sociais ou dire-
tamente de outros equipamentos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Os códigos maliciosos são desenvolvidos com obje-


tivos variados, porém com a intenção de compro-
meter arquivos e sistemas através da propagação
pelas redes de computadores. Um sistema poderá
ser comprometido com códigos maliciosos através
de anexos contaminados em mensagens eletrônicas,
arquivos infectados de mídias removíveis, páginas
web com códigos maliciosos, códigos e arquivos
recebidos por redes sociais ou conexão direta com
aparelhos contaminados ocorrerem. Resposta:
Certo.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2019) No acesso a uma página


web que contenha o código de um vírus de script, pode
ocorrer a execução automática desse vírus, conforme
as configurações do navegador.

300 ( ) CERTO  ( ) ERRADO


Os vírus de script são códigos maliciosos inseridos
em páginas de Internet. Quando o usuário acessa
a página com um navegador de Internet padrão,
o código da página será transferido para seu dis-
positivo. O código será carregado na memória e
executado, por fazer parte da página web que o
navegador precisa exibir. Mas o vírus de script exe-
cuta automaticamente? Na verdade, não. Ele foi
acionado quando o usuário acessou a página com
código malicioso. O navegador de Internet poderá
bloquear a execução automática de scripts das pági-
nas, questionando se deverá executar ou descartar
os comandos de script. Resposta: Certo.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Formatos comuns de


arquivos, como, por exemplo, .docx ou .xlsx, são uti-
lizados como vetor de infecção por ransomware, um
tipo de software malicioso que encripta os dados do
usuário e solicita resgate.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Um ataque ransomware criptografa os dados do


usuário e pede um resgate. A forma mais eficaz
de recuperação do controle é a restauração de
um backup do computador. Arquivos produzidos
pelo pacote Microsoft Office, como DOCX do Word
e XLSX do Excel, podem conter código malicioso
embutido, que será executado quando o arquivo for
aberto pelo usuário. Resposta: Certo.

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS,


FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)

Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes


ameaças e ataques que podem comprometer a segu-
rança da informação, expondo a privacidade do
usuário.
Para todas elas, existem mecanismos de proteção.
Softwares ou hardwares que detectam e removem os
códigos maliciosos, ou impedem a sua propagação.
Independentemente da quantidade de sistemas de
proteção, o comportamento do usuário poderá levar
à uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio-
ria deles necessita de acesso ao dispositivo do usuário Quando o antivírus encontra um código malicioso
mediante autorização, dada pelo próprio usuário. em algum arquivo, que tenha correspondência com a
A autorização de acesso poderá estar camuflada base de assinaturas de vírus, ele poderá:
em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia, ou em
mensagens falsas apresentadas em sites, como o ata- z Remover o vírus que infecta o arquivo.
que de Phishing. Portanto, a navegação segura começa z Criptografar o arquivo infectado e manter na pas-
com a atitude do usuário na rede.
ta Quarentena, isolado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Excluir o arquivo infectado.


Antivírus
O antivírus poderá proteger o dispositivo através
Os vírus de computadores, como conhecemos no
de três métodos de detecção: assinatura dos vírus
tópico anterior, infecta um arquivo e se propaga para
outros arquivos quando o hospedeiro é executado. conhecidos, verificação heurística e comportamento
O código que infecta o arquivo é chamado de assi- do código malicioso quando é executado.
natura do vírus. O que fazer quando o código malicioso do vírus
Os programas antivírus são desenvolvidos para não está na base de assinaturas? A base de assinatu-
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui- ras é atualizada pelo fabricante do antivírus, com as
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza- informações conhecidas dos vírus detectados. Entre-
do, com as últimas definições da base de assinaturas tanto, muitos novos vírus são criados diariamente.
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi- Para detecção destes novos códigos maliciosos, os pro-
gos maliciosos. gramas oferecem a Análise Heurística. 301
Análise heurística O sistema operacional disponibiliza um firewall
pré-configurado com regras úteis para a maioria dos
O software antivírus poderá analisar os arquivos usuários. A maioria das portas comuns estão liberadas
do dispositivo através de outros parâmetros, além da e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.
base de assinaturas de vírus conhecidos, para encon-
trar novos códigos maliciosos que ainda não foram
identificados.
Se o código enviado para análise for comprovada-
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na
base de vírus conhecidos, e na próxima atualização
do antivírus, todos poderão reconhecer e remover o
novo código recém descoberto.
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.

O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-


tanto ele permite que códigos maliciosos como os
vírus de computadores infectem o computador, quan-
do chegam como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.

Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, e mensagens


com anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o
usuário.

O firewall impede um ataque, seja de um hacker,


de um vírus, de um worm, ou qualquer outra praga
digital que procure acessar a rede ou o computador
por meio de suas portas de conexão. Apenas o conteú-
do liberado, como e-mails e páginas web, não serão
bloqueados pelo firewall.
Windows Defender

Em concursos públicos, as soluções de antivírus de


terceiros raramente são questionadas. Avast, AVG, Avi-
ra e Kaspersky são alguns exemplos. Usamos no nosso
dia a dia, mas em provas de concursos as bancas tra-
balham com as configurações padrões dos programas.
O Windows 10 possui uma solução integrada de
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
rus padrão do sistema operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
Defender, para detecção e remoção de outros códi- os ataques provenientes da rede.
gos maliciosos, como os worms e Cavalos de Troia. E
o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de O firewall não é um antivírus e não é um antispy-
conexões para impedir ataques oriundos das redes ware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas
conectadas. portas TCP do dispositivo.
No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- O uso do firewall não dispensa o uso de outras
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
ferramentas de segurança como o antivírus e o
opera o firewall do sistema operacional, impedindo
antispyware.
ataques e invasões.

Firewall
Importante!
O firewall é um filtro de conexões e poderá ser um O firewall não é um antivírus, mas ele impede um
software, instalado em cada dispositivo, ou um hard- ataque de vírus. Ele impedirá por ser um ataque,
ware, instalado na conexão da rede, protegendo todos não por ser um vírus.
302 os dispositivos da rede interna.
Antispyware Se o ataque chega disfarçado, medidas de preven-
ção devem ser adotadas, como nunca fornecer infor-
Da mesma forma que existe a solução antivírus mações confidenciais ou secretas por e-mail, resistir à
contra vírus de computadores, existe uma solução tentação de cliques em links das mensagens, observar
que procura detectar, impedir a propagação e remo- os downloads automáticos ou não iniciados, e dentro
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um das políticas de segurança para os funcionários, des-
hospedeiro. tacar que não se deve submeter à pressão de pessoas
Genericamente, malware é um software malicioso. desconhecidas.
Genericamente, spyware é um software espião. Quan- Quando os ataques procuram atingir um servidor
do os softwares maliciosos ganharam destaque e rele- da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
vância para os usuários dos sistemas operacionais, os DDos (ataque distribuído de negação de serviços)
spywares se destacavam, e comercialmente se tornou ou spoofing (fraude de identidade), uma das formas
interessante nomear a solução como antispyware. de proteção é o bloqueio de pacotes externos não
Na prática, um antispyware ou um antimalware, convencionais.
detecta e remove vários tipos de pragas digitais. Se o usuário está utilizando um dispositivo móvel
e sofre um ataque, deve aumentar o nível de proteção
do aparelho e as senhas precisam ser redefinidas o
mais breve possível.
E por fim, os ataques contra aplicativos poderão
ser minimizados ou anulados se o usuário manter
os programas atualizados em seu dispositivo, apli-
cando as correções de segurança tão logo elas sejam
disponibilizadas.

Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no Importante!


dispositivo do usuário.
Quando o usuário é envolvido na perpetração de
Para proteção, o usuário deverá: ataques digitais, ele é considerado o elo mais
fraco da corrente de segurança da informação,
z Manter o firewall ativado. por estar sujeito a enganos e trapaças dos ata-
z Manter o antivírus atualizado e ativado. cantes. Engenharia Social é o conjunto de téc-
z Manter o antispyware atualizado e ativado. nicas e atividades que procuram estabelecer
z Manter os programas atualizados com as corre- confiança mediante dados falsos, ameaças ou
ções de segurança. dissimulação.
z Usar uma senha forte para acesso aos sistemas, e
optar pela autenticação em dois fatores quando
disponível.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Entre as categorias de
antivírus disponíveis gratuitamente, a mais confiável e
eficiente é o scareware, pois os antivírus dessa cate-
goria fazem uma varredura nos arquivos e são capa-
zes de remover 99% dos vírus existentes.

( ) CERTO  ( ) ERRADO


Figura 17. Para proteção, firewall ativado, antivírus atualizado e
ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares Scareware é um software malicioso que faz com que
instaladas e uso de senha forte. os usuários de computadores acessem sites infesta-
dos por malware. Também conhecido como softwa-
UTM re de engano, software de verificação desonesto ou
fraudware, o scareware pode vir na forma de cai-
Unified Threat Management (UTM) ou “Gerencia- xas suspensas ou pop-ups durante a navegação na
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mento Unificado de Ameaças”, são soluções abrangen- Internet. Não é um antivírus, mas um código mali-
tes que integram diferentes mecanismos de proteção cioso. Resposta: Errado.
em apenas um programa.
Ele realiza em tempo real a filtragem de códigos 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Um firewall implemen-
acessados, otimiza o tráfego de dados nas conexões, ta uma política de controle de comportamento para
controla a execução das aplicações, protege o dispo- determinar que tipos de serviços de Internet podem
sitivo com um firewall, estabelece uma conexão VPN ser acessados na rede.
segura para navegação e entrega relatórios de fácil
compreensão para o usuário.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Defesa contra ataques
O firewall é um filtro de conexões, que permite ou
bloqueia o tráfego nas portas TCP do computador. O
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
firewall não analisa o conteúdo do tráfego, logo ele
gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti-
não pode implementar uma política de controle de
phishing atendem aos requisitos de proteção. 303
comportamento que selecione os tipos de serviços que poderão ser acessados. Esta tarefa poderia ser implemen-
tada através de um servidor proxy. O servidor proxy analisa os pedidos de acesso dos clientes para os serviços
remotos, registra, transfere o conteúdo para o cache (quando autorizado) ou bloqueia o acesso. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Marta utiliza uma estação de trabalho que executa o sistema operacional Windows 10 e
está conectada à rede local da empresa em que ela trabalha. Ela acessa usualmente os sítios da intranet da empresa
e também sítios da Internet pública. Após navegar por vários sítios, Marta verificou o histórico de navegação e identi-
ficou que um dos sítios acessados com sucesso por meio do protocolo HTTP tinha o endereço 172.20.1.1.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O sistema operacional utilizado na estação de trabalho de Marta inclui nativamente a plataforma Windows Defender,
composta por ferramentas antivírus e de firewall pessoal, entre outras.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O firewall é um filtro de conexões, que permite ou bloqueia o tráfego nas portas TCP do computador. O Windows
10 possui o Windows Defender, um software nativo do sistema operacional da Microsoft que é composto por
ferramentas de antivírus, antispyware e firewall pessoal. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2019) O firewall é um equipamento de segurança de redes que impede a passagem de vírus,
worms ou cookies oriundos da Internet e com potencial de infectar os computadores da intranet.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O firewall é um filtro de conexões, que permite ou bloqueia o tráfego nas portas TCP do computador, impedindo o
ataque de vírus e worms, protegendo o dispositivo das ações danosas provenientes da rede conectada. O firewall
não analisa o conteúdo do tráfego, logo um vírus de computador poderá entrar no dispositivo caso tenha sido
enviado como anexo em um e-mail. Os cookies são arquivos de texto enviados pelo servidor web para o nosso
navegador de Internet, com informações sobre as preferências do usuário. Um arquivo de texto não pode arma-
zenar código malicioso executável. Resposta: Errado.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Para a melhoria de desempenho, vários produtos de segurança (firewall e antispyware,
por exemplo) podem ser substituídos por um sistema de gerenciamento unificado de ameaça (UTM – unified threat
management).

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O sistema de gerenciamento unificado de ameaças procura substituir as soluções individuais de segurança ofe-
recidas em vários produtos por um produto completo. Um produto do tipo UTM oferecerá firewall, antivírus,
controle de acesso às redes, VPN, filtro de conteúdo, relatórios de acesso, balanceamento de carga dos links de
Internet, entre outras soluções. Resposta: Certo.

HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação a informática e processo digital, julgue o item que se segue.
O acesso aos arquivos e diretórios no ambiente Windows é possível tanto por meio do utilitário Windows Explorer
quanto pela opção Abrir Arquivo que é disponibilizada nas ferramentas de editores de textos e planilhas.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

2. (CESPE-CEBRASPE –2019) Com relação a sistemas operacionais e ferramentas de edição de texto e planilhas, julgue
o item a seguir.
Programas e arquivos que estejam abertos e em uso no ambiente Windows podem ser acessados pelo Painel de con-
trole, que é uma barra horizontal localizada na parte inferior da tela.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser
julgada, a respeito de sistemas operacionais, intranet e Internet.
Depois de fazer login em uma estação de trabalho com Windows 10, o usuário de nome delegado verificou que estava
sem acesso de escrita na pasta c:\temp\bo. Uma das possíveis causas seria o fato de o referido usuário não ser o
dono da pasta e(ou) não ter acesso específico a ela. Nessa situação, o administrador da máquina pode eliminar essa
restrição por meio do comando chown +w delegado c:\temp\bo, executado no power shell do sistema operacional,
que aceita tanto comandos DOS quanto alguns comandos Linux.

304 ( ) CERTO  ( ) ERRADO


4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item, relativo à versão mais atual do navegador Mozilla Firefox, à organização e
ao gerenciamento de arquivos e programas, e a vírus, worms e pragas virtuais.
Para liberar espaço em disco, o Windows 10 permite que arquivos temporários sejam excluídos pelo usuário.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

5. (CESPE-CEBRASPE – 2018)

Considerando a imagem precedente, que ilustra parte da janela de edição de um documento no LibreOffice Writer 5.3,
assinale a opção que apresenta procedimento correto para inserir uma nova linha na tabela, com duas colunas, a qual
terá a função de cabeçalho da tabela.

a) Posicionar o cursor do mouse imediatamente antes da palavra Arquitetura e pressionar a tecla .


b) Selecionar a primeira linha da tabela e pressionar a tecla .
c) Selecionar a primeira linha da tabela e pressionar as teclas + .
d) Clicar com o botão direito do mouse sobre a palavra Arquitetura; no menu disponibilizado, escolher opção que permite
inserir linhas acima.
e) Selecionar toda a tabela e pressionar a tecla .

6. (CESPE-CEBRASPE – 2018)

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na figura precedente, que ilustra parte da janela de edição de uma planilha no LibreOffice Calc 5.3, para que seja apu-
rada a relação CANDIDATO/VAGA, deve-se

a) inserir a fórmula =G8/F8 nas células de H8 a H13.


b) inserir a fórmula =F8+:F13/F8 nas células de H8 a H13.
c) digitar a fórmula =SOMA(F8:F13)/G8 na célula H8; teclar D ; selecionar a célula H8; com o mouse, arrastar para baixo
o canto inferior direito da borda realçada da célula até a célula H13; liberar o botão do mouse.
d) digitar a fórmula =G8/F8 na célula H8; teclar D ; selecionar a célula H8; com o mouse, arrastar para baixo o canto infe-
rior direito da borda realçada da célula até a célula H13; liberar o botão do mouse.
e) digitar a fórmula =$ G$ 8/$ F$ 8 na célula H8; teclar D ; selecionar a célula H8; com o mouse, arrastar para baixo o
canto inferior direito da borda realçada da célula até a célula H13; liberar o botão do mouse. 305
7. (CESPE-CEBRASPE – 2018)

Na situação da figura precedente, que ilustra parte da c) backdoor.


janela de edição de uma apresentação no LibreOffice d) trojan.
Impress 5.3, ao clicar com o mouse no botão e, em e) worm.
seguida, clicar em qualquer parte na área em branco
do eslaide atual, o usuário insere, nesse eslaide, 12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A seguir são apresenta-
a) uma caixa de texto. das três situações hipotéticas.
b) uma figura.
c) uma tabela. I. Um usuário, após sequestro de seus dados, recebeu
d) um link. a informação de que, para reavê-los, seria necessário
e) um gráfico. realizar um pagamento ao sequestrador.
II. Um usuário recebeu informação, por meio do setor de
8. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Uma rede de computadores segurança da informação do seu órgão, de que seu
apresenta as seguintes características: utiliza protocolo computador, sem seu conhecimento, havia sido usado
TCP/IP, é embasada no modelo web, oferece serviços em um ataque a uma rede de outro órgão.
de email, transferência de arquivos e acesso a páginas III. Em um dado momento do dia, um usuário notou que
HTTP a um conjunto restrito de usuários internos de uma
sua máquina estava consumindo mais recursos de
empresa, para troca de informações corporativas.
memória do que o habitual e, ao executar no computa-
As características dessa rede de computadores são
típicas de dor um programa de proteção, obteve a seguinte men-
sagem: “arquivo xpto infectado com o worm xyz”.
a) rede de correio eletrônico.
b) extranet. Com referência a essas situações hipotéticas e à
c) Internet. segurança da informação, julgue o item subsequente.
d) intranet.
e) World Wide Web (WWW). O ataque descrito na situação I é o ransomware, que,
geralmente usando criptografia, torna inacessíveis os
9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de protocolos dados armazenados em um equipamento.
que dão suporte ao funcionamento da Internet, de intra-
nets e de correio eletrônico, julgue o item subsecutivo. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
O uso de correio eletrônico na Internet não depende do
DNS, já que a caixa postal é universal na nuvem. 13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca de redes de com-
putadores e segurança, julgue o item que se segue.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Uma das partes de um vírus de computador é o meca-
nismo de infecção, que determina quando a carga útil
10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Outlook 2010, a ferra- do vírus será ativada no dispositivo infectado.
menta que permite ao usuário realizar importações de
contatos de arquivos do tipo CSV é conhecida como
( ) CERTO  ( ) ERRADO
a) Favoritos.
14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à segu-
b) Arquivos de Dados do Outlook.
c) Assistente para importação e exportação. rança de computadores, julgue o item subsecutivo.
d) Caixa de Entrada. Cavalos de Troia são exemplos de vírus contidos
e) Pasta de Pesquisa. em programas aparentemente inofensivos e sua
ação danosa é mascarada pelas funcionalidades do
11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Entre os vários tipos de hospedeiro.
programas utilizados para realizar ataques a computa-
dores, aquele capaz de se propagar automaticamente ( ) CERTO  ( ) ERRADO
pelas redes, enviando cópias de si mesmo entre com-
putadores, é conhecido como 15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item, relativo
à versão mais atual do navegador Mozilla Firefox, à
a) botnet. organização e ao gerenciamento de arquivos e progra-
306 b) spyware. mas, e a vírus, worms e pragas virtuais.
Spywares são programas instalados em computado-
res pessoais, capazes de identificar e remover deter-
minados vírus, como, por exemplo, Hoax e Trojan.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

9 GABARITO

1 CERTO

2 ERRADO

3 ERRADO

4 CERTO

5 D

6 D

7 A

8 D

9 ERRADO

10 C

11 E

12 CERTO

13 ERRADO

14 CERTO

15 ERRADO

ANOTAÇÕES

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

307
ANOTAÇÕES

308
Vamos estudar, agora, as principais datas aborda-
das em concursos públicos:

z O Brasil é “descoberto”, oficialmente, em 1500 e,


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: nos anos seguintes, povoado e estruturado. Em
1543, surgem as primeiras manifestações da Segu-
SEGURIDADE SOCIAL ridade Social, com a criação da primeira Santa
Casa de Misericórdia, por Brás Cubas, que fundou
a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos,
na atual cidade de Santos, sendo o primeiro hospi-
tal e instituição de assistência em nosso país.
SEGURIDADE SOCIAL
z No ano 1808, criou-se o Montepio para a guarda
pessoal de Dom João VI e a Mongeral, em 1835, que
Adentraremos no estudo de conhecimentos espe-
era o Montepio Geral da Economia dos Servidores
cíficos para o cargo técnico do Seguro Social tendo em
vista os aspectos que permeiam a Seguridade Social. do Estado.
Todos os itens do edital foram atualizados, planejados
e reorganizados, didaticamente, a fim de facilitar a Os montepios eram formas de seguros e estavam
assimilação dos conteúdos. organizados em um sistema de previdência privada
mutualista, ou seja, os indivíduos associavam-se e
ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL contribuíam para um fundo comum, o qual realiza-
va a cobertura de algumas situações, como morte e
Estudar a evolução histórica da seguridade social invalidez.
nos leva a compreender a importância da proteção
social, senso ela um direito de luta. Garantir a prote- z Em 1824, tivemos a Constituição do Império, pre-
ção social é garantir igualdade social. vendo socorros públicos.
No que tange a questão previdenciária, eventos z Em 1891, o termo aposentadoria passou a constar,
na vida, como a doença, a idade avançada, a prisão, a pela primeira vez, em Norma Constitucional, que
maternidade, o desemprego, a invalidez, entre outros, previa que “a aposentadoria só poderá ser dada
refletem, diretamente, na capacidade laborativa do aos funcionários públicos em caso de invalidez no
indivíduo. Eles alteram, principalmente, a sua vida serviço da Nação”.
financeira, devendo o Estado intervir e impor regras z Em 1919, tem-se a criação da Organização Inter-
para a garantia da subsistência destas pessoas. nacional do Trabalho – OIT, que traz reflexos para
Na nossa legislação, percebemos um Estado que o país, com o início da legislação acidentária e a
visa a proteção da população, ofertando serviços de criação do Seguro Acidente de Trabalho.
saúde gratuitamente (através, por exemplo, do SUS),
benefícios assistenciais para a população necessitada Marco inicial da Previdência Social
(como o Bolsa-Família, os Auxílios Emergenciais em
momentos de crise, entre outros), assegurando a dig- A partir da década de 1920, teve início uma cons-
nidade humana e as garantias fundamentais previs- trução efetiva de proteção previdenciária e também
tas em nossa carta magna. trabalhista. Em 1923, é publicada a Lei Eloy Chaves
Porém, nem sempre essa foi a realidade em nos-
(Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro), conhe-
so país ou, ainda, no mundo. Estamos em processo
cida dessa forma pelo nome do autor da proposta, o

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


de evolução, pois, por muito tempo, não se falava
Deputado Eloy Chaves, a qual determinou a criação
em Estado de direitos, muito menos em garantia de
das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) para os
proteção social. Um sistema de Seguridade Social,
empregados das empresas ferroviárias.
englobando as políticas de Saúde, Assistência Social
e Previdência Social, de forma articulada, como o que Essa Lei é considerada o marco da Previdência
temos hoje, é algo recente na história brasileira, tendo Social no Brasil, pois dela derivaram outras leis que
surgido com a Constituição Federal de 1988. ampliaram a proteção previdenciária para emprega-
Para se chegar a isso, um longo caminho foi per- dos de outros setores e não só o ferroviário.
corrido. Estudaremos, adiante, sobre essa questão his- O sistema previa uma CAP para cada empresa.
tórica do Brasil, em ordem cronológica, para facilitar Eram as empresas que organizavam e geriam suas
a sua compreensão. CAP’s com a participação dos seus empregados. Essa
forma de administração colegiada manteve-se até hoje.
O início de tudo
Dica
Com o surgimento de uma nova nação, surgem novas
demandas sociais. O Brasil é um país que sofre grande A Lei Eloy Chaves é o marco inicial, mas, caso
desigualdade social ainda hoje e isso é reflexo de toda a questão mencione essa Lei como a primeira a
uma construção histórica, na qual quem possuía rique- tratar de Previdência, está errado, pois tivemos
zas tinha direitos, aos demais, restavam os deveres. iniciativas anteriores.
Perceba que, em um primeiro momento, não nos
preocupamos com os Direitos do Trabalhador, por- Após a Lei Eloy Chaves até os dias atuais
que, como o país utilizava mão de obra escrava até o
ano de 1888, não havia necessidade. A partir da década de 30, tivemos grande expan-
Com o fim da escravidão, não ocorreu, todavia, o são dos direitos trabalhistas e previdenciários. Abor-
fim da exploração da mão de obra. Posteriormente, os daremos, a seguir, os principais eventos dessa época
imigrantes é que foram explorados. até os dias atuais: 309
z Década de 1930: foram criados diversos Institu- z Em 1988, é promulgada a atual Constituição Fede-
tos de Aposentadorias e Pensões (IAP), unificando ral (CF), na qual surge a Seguridade Social, prevista
as CAP (que eram por empresa) em um Instituto nos arts. 194 a 204, compreendendo um conjunto
o qual abrangia toda a categoria Profissional. Em integrado de prestação de serviços de Saúde, de
1933, houve a criação do Instituto de Aposentado- Previdência Social e de Assistência Social.
rias e Pensões dos Marítimos (IAPM) e, na sequên- z Em 1990, é publicada a Lei nº 8.029, de 12 de abril,
cia, tivemos o Instituto dos Comerciários, dos que determinou a criação do Instituto Nacional do
Bancários e assim por diante. Tais Institutos eram Seguro Social (INSS), resultado da fusão do Instituto
autarquias públicas em âmbito nacional.
Nacional de Previdência Social (INPS) e do Instituto
z Em 1934, é promulgada uma nova Constituição
de Administração Financeira da Previdência Social
Federal, que criou o Custeio Tripartite, determinan-
do a obrigatoriedade do custeio por parte do Estado. (IAPAS). O INSS tinha, naquele momento, as atribui-
Este sistema vigora até os dias atuais, devendo con- ções administrativas relacionadas à arrecadação
tribuir o Estado, o empregador e os trabalhadores. das contribuições sociais previdenciárias e a anali-
z Em 1946, novamente, temos uma Constituição, sar e conceder os benefícios devidos aos beneficiá-
após um governo autoritário que restringiu muitos rios do sistema. Na sequência, foi publicada a Lei
direitos fundamentais e uma grande guerra mun- nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, sobre a Saúde.
dial. Ela surge em um contexto de ampliação de z No ano de 1991, foram publicadas as Leis que tra-
direitos, trazendo a expressão Previdência Social, tam da Previdência. A Lei nº 8.212, de 24 de julho,
que cobriria eventos, como morte, invalidez, velhi- organiza a Seguridade Social e cria o seu Plano
ce, doença e maternidade. de Custeio, enquanto que a Lei nº 8.213, de 24 de
z Em 1960, é publicada a Lei nº 3.807, de 26 de agos- julho, criou o Plano de Benefícios do Regime Geral
to, chamada de Lei Orgânica da Previdência Social de Previdência Social (RGPS).
(LOPS), a qual promoveu a unificação legislativa z No ano de 1993, é publicada a Lei nº 8.742, de 07 de
das contribuições e dos critérios de concessão dos dezembro de 1993, que regulamenta a Assistência
benefícios por aqueles diversos IAP´s. Social.
Na sequência, no ano de 1966, com a publicação z Em 1998, é publicada a Emenda Constitucional de
do Decreto-Lei nº 72, de 21 de novembro é que ocorre nº 20, de 15 de dezembro, a qual produziu grandes
a unificação administrativa daqueles diversos Insti- mudanças no Regime Geral de Previdência Social
tutos – IAP´s, dando origem ao Instituto Nacional de (RGPS) e nos Regimes Próprios de Previdência Social
Previdência Social (INPS), que antecede ao atual Ins- (RPPS).
tituto Nacional do Seguro Social (INSS), entrando em
vigência no início de 1967. Quanto ao RGPS, temos como principais alterações:

z Em 1965, foi publicada a Emenda Constitucional nº „ Término da aposentadoria por tempo de servi-
11, a qual previu o princípio da preexistência do ço, criando, no seu lugar, a aposentadoria por
custeio. tempo de contribuição, que foi regulamentada
z Em 1963, iniciou-se a proteção do trabalhador no Decreto nº 3.048 de 1999;
rural (de uma forma muito mais assistencial) com „ Suspensão da aposentadoria com tempo de con-
a criação do FUNRURAL – Fundo de Assistência tribuição reduzido para professores de ensino
ao Trabalhador Rural por meio da Lei nº 4.214
superior, a qual, a partir desse momento, con-
de 1963. Além disso, houve, também, a criação do
tinua vigente somente para Educação Infantil,
Salário-Família.
z Em 1972, o empregado doméstico tornou-se segu- Fundamental e Ensino Médio;
rado obrigatório da Previdência. „ Inclusão dos aposentados na gestão da Segurida-
z No ano de 1977, surge o Sinpas (Sistema Nacional de Social, passando a ser a gestão quadripartite;
de Previdência e Assistência Social), criado e com- „ Determinação de que o Salário-família e o Auxílio
posto por seis órgãos: Reclusão são para beneficiários de baixa renda;
„ Determinação de obrigatoriedade de observân-
„ Inamps (responsável pela prestação de assis- cia, pela Previdência Social, de critérios que
tência médica); preservem o equilíbrio financeiro e atuarial;
„ Iapas (responsável pela administração previ-
denciária, tendo, como encargo, fiscalizar e z No ano de 1999, foi publicado o Decreto nº 3.048,
cobrar contribuições previdenciárias); em 6 de maio, o atual Regulamento da Previdência
„ INPS (responsável pelos benefícios previdenciários); Social, que reúne as normas sobre o custeio da Segu-
„ LBA (responsável pela assistência social); ridade Social e benefícios previdenciários do Regime
„ Funabem (responsável pela assistência ao menor); Geral de Previdência Social. Esse é um dispositivo
„ Dataprev (processamento de dados). ainda vigente e muito importante para o seu estudo.
z Em 2005, foi criada a Secretaria da Receita Previden-
Dica ciária, vinculada ao Ministério da Previdência Social
pela Lei nº 11.098, de 13 de janeiro, a qual passou a
Para não se esquecer dos órgãos, lembre-se da
exercer as funções de arrecadação, fiscalização, lan-
mnemônica DIFICIL: çamento e normatização das contribuições previ-
Dataprev denciárias, competência até então do INSS.
IAPAS z Em 2007, a função arrecadatória, antes perten-
FUNABEM cente à Secretaria da Receita Previdenciária, do
INPS Ministério da Previdência Social, passa, definitiva-
CEME mente, para a competência da Secretaria da Recei-
INAMPS ta Federal do Brasil, do Ministério de Estado da
310 LBA Fazenda por meio da Lei nº 11.457/07. Agora, todas
as contribuições sociais destinadas à Seguridade ( ) Vedou a filiação ao regime geral de previdência social,
Social, em âmbito federal (art. 11, da Lei nº 8.212, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa parti-
de 1991), são arrecadadas, fiscalizadas, lançadas e cipante de regime próprio de previdência.
normatizadas pela SRFB. ( ) Instituiu o abono permanência para o servidor que
z Em 2015, tivemos uma pequena reforma na Pre- completado as exigências para aposentadoria volun-
vidência Social que modificou, principalmente, os tária opte por permanecer em atividade.
benefícios devidos aos dependentes (pensão por
morte e, por consequência, o auxílio-reclusão) com a) 1, 3, 2, 1, 2
a publicação da Lei nº 13.135 de 17 de junho de b) 1, 2, 3, 1, 2
2015. c) 2, 1, 3, 1, 3
z Em 2019, é publicada a EC nº 103/2019, trazendo d) 2, 2, 1, 2, 3
uma Reforma Previdenciária que foi amplamente e) 1, 3, 2, 3, 1
discutida.
I. Foi na EC 20 que surge a aposentadoria por tempo
Seus principais reflexos no RGPS foram: de contribuição, extinguindo a por tempo de servi-
ço. II. O parágrafo primeiro do artigo 201 da CF, que
„ A extinção da aposentadoria por tempo de contribuição; prevê aposentadoria especial, foi acrescentado pela
„ A previsão da redução de valores na acumula- EC 47, com efeitos retroativos à data da vigência da
ção de aposentadoria com pensão; EC 41 de 2003. III. A EC 41 de 2003 trouxe alterações
„ A alteração nas regras para concessão de apo- no RPPS, prevendo a possibilidade de contribuição
sentadoria dos trabalhadores urbanos, man- sobre benefícios concedidos aos servidores filiados
tendo regras para os rurais; ao RPPS. IV. Vedação determinada pela EC 20 de
„ Alterou alíquotas para contribuição dos segu- 1998. V. A previsão do abono vem com a EC 41 de
rados do RGPS. 2003. Resposta: Letra: A.

CONCEITUAÇÃO

EXERCÍCIOS COMENTADOS A Seguridade Social surge, em 1988, com a promul-


gação da nossa atual Constituição, integrando as ações
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) A respeito do surgimento e de Previdência, Assistência e Saúde.
da evolução da seguridade social, julgue o item a seguir. No capítulo sobre a Ordem Social, está prevista a
No Brasil, iniciou-se o regime próprio de previdência Seguridade Social, conforme art. 194:
dos servidores públicos com o advento da Lei Eloy
Chaves, em 1923, que determinou a criação das cai- Art. 194 A seguridade social compreende um con-
xas de aposentadorias e pensões para os ferroviários. junto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
( ) CERTO  ( )ERRADO direitos relativos à saúde, à previdência e à assis-
tência social.
Os que mais se aproximam hoje do que era a Lei
Eloy Chaves são os regimes de previdência comple- Conforme Fábio Zambitte Ibrahim,
mentar, pois as caixas não eram geridas pelo poder

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


público e, sim, pelas empresas. Resposta: Errado. “[...] a seguridade social pode ser conceituada como
a rede protetiva formada pelo Estado e por particu-
2. (ESAF – 2012) Associe as mudanças realizadas na lares, com contribuições de todos, incluindo parte
previdência social às respectivas emendas constitu- dos beneficiários dos direitos, no sentido de esta-
cionais das reformas previdenciárias. Ao final assinale belecer ações para o sustento de pessoas carentes,
a opção correspondente. trabalhadores em geral e seus dependentes, provi-
denciando a manutenção de um padrão mínimo de
1. Emenda Constitucional n. 20/1998. vida digna.”
2. Emenda Constitucional n. 41/2003.
3. Emenda Constitucional n. 47/2005. A seguridade trata de uma rede protetiva para as
pessoas em momentos de maior vulnerabilidade e,
( ) O tempo de serviço passou a ser denominado tempo consequentemente, desamparadas financeiramente.
de contribuição, sendo de 35 (trinta e cinco) anos de Este conjunto de ações prevê uma ampla proteção
contribuição, se homem, e 30 (trinta anos) de contri- social, de forma geral, prestada gratuitamente. Cada
buição, se mulher. uma das políticas é destinada à prestação de serviços
( ) Vedou a adoção de requisitos e critérios diferencia- ou benefícios (que são prestações pecuniárias) para as
dos para a concessão de aposentadoria aos beneficiá- pessoas que delas necessitarem.
rios do regime geral de previdência social, ressalvados A Saúde será prestada a todos e de forma gratuita.
os casos de atividades exercidas sob condições espe- Já a Assistência é prestada àqueles que se encontram
ciais, nos termos definidos em lei complementar. em situação de miserabilidade. A Previdência, aos tra-
( ) Instituiu a contribuição sobre os proventos de apo- balhadores em geral e seus dependentes, sendo a úni-
sentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio ca, entre as três políticas, de natureza contributiva, ou
de previdência do servidores públicos que superem o seja, para ter acesso aos benefícios e aos serviços da Pre-
limite máximo estabelecido para os benefícios do regi- vidência Social, é necessário contribuir anteriormente.
me geral de previdência social. Portanto, lembre-se: 311
A Constituição também prevê, no art. 199 e pará-
Não
grafos seguintes, que a assistência à saúde é livre à
contributiva
iniciativa privada, o que possibilita os inúmeros pla-
Saúde
nos de saúde e clínicas particulares, possibilitando,
Todas as
também, a participação complementar ao SUS das
pessoas
instituições privadas, mediante contrato de direito
público ou convênio, tendo preferência as entidades
Não filantrópicas e as sem fins lucrativos.
contributiva É vedada a destinação de recursos públicos para
SEGURIDADE Assitência
SOCIAL Social auxílios ou subvenções às instituições privadas com
Pessoas fins lucrativos e a participação direta ou indireta de
Necessitadas empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
A Constituição estabelece que a lei irá determi-
Contributiva nar sobre as condições e os requisitos que facilitem
Previdência a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas
Social para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem
Segurados e
Dependentes como a coleta, o processamento e a transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.
AS POLÍTICAS DA SEGURIDADE SOCIAL: Por fim, cabe citar o art. 200 da CF, que trata de
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS outras atribuições:

Saúde Art. 200 Ao sistema único de saúde compete, além


de outras atribuições, nos termos da lei:
Sobre o tema, temos a previsão constitucional do I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
citado art. 196 até art. 200. substâncias de interesse para a saúde e participar
A Saúde é um “direito de todos e dever do Estado”. Sua da produção de medicamentos, equipamentos, imu-
política tem, como principais objetivos, medidas destina- nobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
das à redução do risco de doenças e de outros agravos e II - executar as ações de vigilância sanitária e epide-
de ações e serviços destinados à promoção, proteção e miológica, bem como as de saúde do trabalhador;
recuperação da saúde, devendo a sua execução ser feita III - ordenar a formação de recursos humanos na
diretamente pelo poder público ou através de terceiros e, área de saúde;
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. IV - participar da formulação da política e da exe-
cução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desen-
Art. 196 A saúde é direito de todos e dever do
volvimento científico e tecnológico e a inovação;       
Estado, garantido mediante políticas sociais e eco-
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreen-
nômicas que visem à redução do risco de doença e
dido o controle de seu teor nutricional, bem como
de outros agravos e ao acesso universal e igualitá-
bebidas e águas para consumo humano;
rio às ações e serviços para sua promoção, prote-
VII - participar do controle e fiscalização da produ-
ção e recuperação.
ção, transporte, guarda e utilização de substâncias
Art. 197 São de relevância pública as ações e ser-
e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
viços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fisca-
compreendido o do trabalho.
lização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado. Assistência Social

A Assistência Social é a política da Seguridade Social


Dica destinada aos necessitados, aqueles que se encontram
A Saúde é a única política que, efetivamente, em estado de miserabilidade, conforme critérios da Lei.
consegue atender a todas as pessoas. Para o atendimento dessas pessoas (e sua família)
são previstos benefícios e serviços que visam a garan-
As ações e os serviços de saúde pública estão pre- tia de condições mínimas de subsistência.
vistos na Lei nº 8.080/1990 e são organizados na forma A Assistência Social, está prevista nos arts. 203 e
de um Sistema Único de Saúde (SUS), com base nas 204 da CF.
seguintes diretrizes: Cabe, também, citar que uma importante fundamen-
tação se encontra na Lei nº 8.742/1993, conhecida como
Art. 198 (CF/88) [...] Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que disciplina
I - descentralização, com direção única em cada diversos benefícios e serviços da Assistência Social.
esfera de governo; Assim como ocorre na saúde, o direito às presta-
II - atendimento integral, com prioridade para as ções assistenciais também independe de contribuição
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços prévia, basta comprovar a necessidade.
assistenciais; As diversas prestações, pecuniárias ou não, estão
III - participação da comunidade. organizadas em um Sistema Único de Assistência
Social (SUAS).
Toda a população tem direito de acesso total às políti- A assistência social tem por objetivos fixados na
312 cas de saúde, independentemente de contribuição prévia. Constituição:
Art. 203 [...] financeiros para a Previdência devem ser suficientes
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à para a cobertura dos benefícios e serviços.
adolescência e à velhice; O art. 201 da CF trata da organização do Regime
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; Geral de Previdência Social (RGPS).
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; Cabe citar os dispositivos constitucionais (muitas
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas porta- vezes, abordados em prova pela literalidade da reda-
doras de deficiência e a promoção de sua integra- ção). Vejamos:
ção à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso diferenciados para concessão de benefícios, ressal-
que comprovem não possuir meios de prover à pró- vada, nos termos de lei complementar, a possibili-
pria manutenção ou de tê-la provida por sua família. dade de previsão de idade e tempo de contribuição
distintos da regra geral para concessão de aposen-
Dica tadoria exclusivamente em favor dos segurados:
I - com deficiência, previamente submetidos a ava-
A garantia constitucional de um salário mínimo liação biopsicossocial realizada por equipe multi-
para o deficiente e idoso, conhecido como BPC- profissional e interdisciplinar;
-LOAS, é operacionalizado e concedido pelo INSS II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva
– Instituto Nacional do Seguro Social, o que não exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
torna este um benefício previdenciário. prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
vedada a caracterização por categoria profissional
Previdência Social ou ocupação.
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de
contribuição ou o rendimento do trabalho do segu-
A Previdência Social é um seguro social (de natureza
rado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
compulsória) que prevê benefícios e serviços para bene- § 3º Todos os salários de contribuição considerados
ficiários (denominados de segurados e dependentes). para o cálculo de benefício serão devidamente atua-
Quando alguns beneficiários necessitam de ampa- lizados, na forma da lei.
ro por doença, invalidez, idade avançada, morte, § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios
entre outros eventos que prejudicam a “busca por para preservar-lhes, em caráter permanente, o
subsistência”, serão concedidos benefícios e serviços, valor real, conforme critérios definidos em lei.
conforme disciplinado em lei. § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previ-
A previdência social, de acordo com o art. 201 da dência social, na qualidade de segurado faculta-
CF, será organizada sob a forma de regime geral, tivo, de pessoa participante de regime próprio de
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, previdência.
observados critérios que preservem o equilíbrio § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pen-
financeiro e atuarial, atendendo: sionistas terá por base o valor dos proventos do
mês de dezembro de cada ano.
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
Art. 201 [...]
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária
as seguintes condições:
ou permanente para o trabalho e idade avançada;
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser-
III - proteção ao trabalhador em situação de desem-
vado tempo mínimo de contribuição;
prego involuntário;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cin-
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os depen-
quenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os
dentes dos segurados de baixa renda;
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher,
atividades em regime de economia familiar, nestes
ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pesca-
dor artesanal.
O desemprego involuntário é previsto como cober- § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso
to pela Previdência na CF, mas não existe nenhum I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o
benefício no RGPS (Regime Geral de Previdência professor que comprove tempo de efetivo exercí-
Social). cio das funções de magistério na educação infan-
A legislação ordinária prevê benefícios e serviços til e no ensino fundamental e médio fixado em lei
que assegurem a cobertura dos eventos citados (pre- complementar.
vistos no art. 201 da CF), trazendo essa proteção social, § 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a
mediante contribuição prévia. contagem recíproca do tempo de contribuição entre
Assim como um seguro de vida, casa ou carro, a o Regime Geral de Previdência Social e os regimes
Previdência, como seguro social, exige que haja con- próprios de previdência social, e destes entre si,
tribuição anterior ao evento para ter direitos aos observada a compensação financeira, de acordo
com os critérios estabelecidos em lei.
benefícios e serviços.
§ 9º-A O tempo de serviço militar exercido nas ati-
A filiação é obrigatória. Não é uma escolha estar
vidades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tem-
filiado ou não ao sistema previdenciário, é uma obri- po de contribuição ao Regime Geral de Previdência
gação por lei. Assim, quem trabalha e se enquadra no Social ou a regime próprio de previdência social
conceito de segurado, deverá contribuir para o Siste- terão contagem recíproca para fins de inativação
ma Previdenciário. militar ou aposentadoria, e a compensação finan-
O equilíbrio financeiro e atuarial é considerado um ceira será devida entre as receitas de contribuição
princípio, dada a importância de manter esse equilí- referentes aos militares e as receitas de contribui-
brio financeiro. Tal princípio justifica que os aportes ção aos demais regimes.   313
§ 10 Lei complementar poderá disciplinar a cober- Caso os sistemas complementares necessitem de
tura de benefícios não programados, inclusive os recursos, o Poder Público não poderá aportar. Porém,
decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida caso o RGPS esteja em déficit, a União deverá prover
concorrentemente pelo Regime Geral de Previdên-
recursos para que este cumpra com suas obrigações.
cia Social e pelo setor privado.
título, serão incorporados ao salário para efeito de
Cabe, agora, a leitura deste artigo:
contribuição previdenciária e conseqüente reper-
cussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. Art. 202 O regime de previdência privada, de cará-
§ 12 Lei instituirá sistema especial de inclusão ter complementar e organizado de forma autô-
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para noma em relação ao regime geral de previdência
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusi- social, será facultativo, baseado na constituição de
ve os que se encontram em situação de informali- reservas que garantam o benefício contratado, e
dade, e àqueles sem renda própria que se dediquem regulado por lei complementar.
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito § 1º A lei complementar de que trata este artigo
de sua residência, desde que pertencentes a famílias assegurará ao participante de planos de benefícios
de baixa renda. de entidades de previdência privada o pleno acesso
§ 13 A aposentadoria concedida ao segurado de que
às informações relativas à gestão de seus respecti-
trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo
vos planos.
§ 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios
fictício para efeito de concessão dos benefícios pre-
videnciários e de contagem recíproca. e as condições contratuais previstas nos estatutos,
§ 15 Lei complementar estabelecerá vedações, regulamentos e planos de benefícios das entidades
regras e condições para a acumulação de benefícios de previdência privada não integram o contrato de
previdenciários. trabalho dos participantes, assim como, à exceção
§ 16 Os empregados dos consórcios públicos, das dos benefícios concedidos, não integram a remune-
empresas públicas, das sociedades de economia ração dos participantes, nos termos da lei.
mista e das suas subsidiárias serão aposentados § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de
compulsoriamente, observado o cumprimento do previdência privada pela União, Estados, Distrito
tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,
máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, empresas públicas, sociedades de economia mista
na forma estabelecida em lei. e outras entidades públicas, salvo na qualidade de
patrocinador, situação na qual, em hipótese algu-
Todos os dispositivos citados serão exemplificados ma, sua contribuição normal poderá exceder a do
e trabalhados ao longo do seu estudo, mas é de suma segurado.
importância conhecer a redação constitucional. § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre
Um ponto importante: na ordem social, fica disci- a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
plinado o Regime Geral de Previdência Social, mas, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de
quando tratamos de Previdência Social de forma
economia mista e empresas controladas direta ou
ampla, falamos em Regimes Previdenciários Públicos.
indiretamente, enquanto patrocinadores de planos
Os regimes próprios, destinados apenas aos ser-
de benefícios previdenciários, e as entidades de pre-
vidores públicos que ocupam cargos de provimento
vidência complementar.
efetivo na Administração Pública direta e indireta na
§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º apli-
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, estão
car-se-á, no que couber, às empresas privadas
disciplinados na Constituição, no art. 40, o qual trata-
permissionárias ou concessionárias de prestação
-se da Administração Pública.
de serviços públicos, quando patrocinadoras de
Quem trabalha em nosso país, seja na Administra-
planos de benefícios em entidades de previdência
ção Pública ou na iniciativa privada, estará vinculado
a um dos regimes previdenciários públicos. complementar.
Assim, podemos diferenciar os regimes: § 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos
para a designação dos membros das diretorias das
entidades fechadas de previdência complementar
FILIADOS/
REGIME ADMINISTRAÇÃO instituídas pelos patrocinadores de que trata o §
SEGURADOS
4º e disciplinará a inserção dos participantes nos
Trabalhadores colegiados e instâncias de decisão em que seus
RGPS INSS em geral, especial interesses sejam objeto de discussão e deliberação.
iniciativa privada
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Servidores públicos
Regimes Administração
ocupantes de cargo
Próprios Pública Princípio é aquilo que fundamenta algo, a essência
provimento efetivo.
de determinada coisa.
A Seguridade Social possui princípios pelos quais
No art. 202 da CF, está disciplina a Previdência
as ações deverão ser norteadas, tanto de forma expres-
Complementar, que é de caráter facultativo, preven-
sa (no caso dos princípios previstos no art. 194 da CF)
do uma complementação de renda do trabalhador, ou
seja, não exime os segurados da obrigatoriedade de como implícitos, conforme aqueles que são previstos
contribuição previdenciária. no decorrer do texto constitucional.
Os regimes complementares exigem cotização, ou Iniciaremos, agora, o estudo dos princípios
seja, investimento de valores por um determinado expressos.
período, que serão realizados por administradores, São 7 os princípios previstos na CF, estabelecidos
314 para fazer jus aos benefícios do sistema. no parágrafo único do art. 194:
Art. 194 [...] contribuirão mais. Um exemplo disso é o fato de as
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos empresas contribuírem mais que os empregados.
termos da lei, organizar a seguridade social, com Diversidade da base de financiamento, identi-
base nos seguintes objetivos: ficando-se, em rubricas contábeis específicas para
I - universalidade da cobertura e do atendimento; cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e ações de saúde, previdência e assistência social, pre-
serviços às populações urbanas e rurais; servado o caráter contributivo da previdência social:
III - seletividade e distributividade na prestação dos as fontes de recursos devem ser variadas, para não pôr
benefícios e serviços; em risco a gestão do Sistema. O art. 195, da CF, proclama
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; que a Seguridade será financiada por toda a sociedade
V - eqüidade na forma de participação no custeio; e possibilita que novas fontes de custeio sejam criadas.
VI - diversidade da base de financiamento, identi- Ainda, determina quais os valores destinados. A parte
ficando-se, em rubricas contábeis específicas para final deixa claro a necessidade de justificar as contas de
cada área, as receitas e as despesas vinculadas a cada uma das políticas da Seguridade Social.
ações de saúde, previdência e assistência social, Caráter democrático e descentralizado da admi-
preservado o caráter contributivo da previdência nistração, mediante gestão quadripartite, com par-
social;   ticipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
VII - caráter democrático e descentralizado da
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados: é
administração, mediante gestão quadripartite,
a denominada gestão quadripartite do Sistema com
com participação dos trabalhadores, dos empre-
participação do Governo, empresas, trabalhadores e
gadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
aposentados em órgãos colegiados.
colegiados.
Além dos princípios expressos, no decorrer da
Constituição, existem os denominados princípios
Cabe uma breve explicação sobre cada um destes implícitos. São de igual importância, mas não estão
princípios: denominados de forma expressa como princípio.
Vejamos quais são eles:
z Universalidade da Cobertura e do Atendimento: Tríplice Custeio: A Seguridade será financiada
determina que as ações deverão atender a todas pelo Governo, trabalhadores e empregadores, sem
as pessoas (atendimento) e a todos os eventos que prejuízo da contribuição indireta de toda a sociedade.
merecem atenção, por colocar a pessoa em extre-
ma necessidade (cobertura).

Na saúde, visualizamos de forma plena a universa-


Importante!
lidade de atendimento, pois todos têm direito a ela. Já O custeio é tripartite e a gestão é quadripartite.
na Previdência essa universalidade é mitigada, já que As bancas gostam de confundir!
se exige a contribuição prévia.

z Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Contrapartida ou Preexistência do Custeio com


Serviços às populações urbanas e rurais: não relação aos serviços e aos benefícios: nenhum bene-
existem diferenças entre aqueles que vivem no fício poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
campo ou na cidade. Uniformidade exige que as fonte total de custeio prévio.
mesmas contingências devam ser cobertas e a Anterioridade Nonagesimal ou Noventena: As
equivalência determina que, no aspecto pecuniá- contribuições sociais poderão ser exigidas somente
rio ou na qualidade dos serviços prestados, deve
após o prazo de 90 dias da data da publicação da Lei
existir equivalência. Atente-se, pois equivalência

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


que as houver instituído, majorados ou modificado.
não quer dizer igualdade, uma vez que podemos
ter critérios de concessão diferentes, como a apo- Atente-se, pois não se aplica a noventena em mudan-
sentadoria para o trabalhador rural. ças de data para recolhimento de contribuição social.
z Seletividade e Distributividade na Prestação Solidariedade: a Seguridade é movida por esse
dos Benefícios: sabemos que os recursos finan- princípio. No caput do art. 195 da CF está expresso
ceiros são limitados, portanto esse princípio clama que toda a sociedade contribui para a Seguridade. Um
que as maiores urgências (tendo, por base, as pos- exemplo prático é o fato de o sujeito, já aposentado,
sibilidades econômicas financeiras do país) devem mas continua trabalhando, ter que contribuir para a
ser atendidas. Previdência. Mesmo não fazendo jus à nova aposenta-
doria, a conduta tem, por fundamento, tal princípio.
Quer um exemplo? A vacinação. Não sendo pos- Progressividade das contribuições sociais: As
sível disponibilizar para todos (o que seria o contex- contribuições sociais das empresas poderão ter alí-
to ideal e atenderia ao princípio da universalidade), quotas diferenciadas em razão da atividade econômi-
serão contemplados, ao menos, aqueles que se enqua- ca, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da
dram no grupo de risco. empresa ou da condição estrutural do mercado de tra-
Irredutibilidade no Valor dos Benefícios: garan- balho, sendo, também, autorizada a adoção de bases
te a irredutibilidade do valor dos benefícios. Aten- de cálculo diferenciadas apenas para contribuições
te-se, pois os benefícios da Seguridade Social devem
sobre receita/faturamento e lucro, no caso das alíneas
garantir a irredutibilidade nominal, ou seja, o valor
“b” e “c” do inciso I do caput.
inicialmente concedido. Além disso, os benefícios da
Previdência Social devem ser reais, devendo, os rea-
justes, preservar o poder aquisitivo. PRINCÍPIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Equidade na Forma de Participação do Cus-
teio: as contribuições devem ser instituídas confor- Tenha atenção para não confundir os princípios da
me a capacidade econômica do contribuinte. Assim seguridade e da previdência, que são semelhantes em
sendo, aqueles que possuem maior poder econômico alguns pontos. 315
São princípios da Previdência Social, de acordo e) seletividade da base de financiamento e caráter
com a Lei nº 8.2013/91: democrático e descentralizado da administração,
mediante gestão quadripartite, com participação dos
Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e
princípios e objetivos: do Governo nos órgãos colegiados.
I - universalidade de participação nos planos
previdenciários; Questão recorrente nos concursos, versando sobre
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e os princípios ou objetivos da Seguridade Social. A
serviços às populações urbanas e rurais;
alternativa que contempla aqueles previstos no
III - seletividade e distributividade na prestação dos
artigo 194 da CF é a letra “C”. Vamos analisar cada
benefícios;
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salá- alternativa:
rios-de-contribuição corrigidos monetariamente; A) Incorreta: o primeiro erro da alternativa está em
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de dizer que é princípio a irredutibilidade da base de
forma a preservar-lhes o poder aquisitivo; financiamento, sendo que o correto é diversidade.
VI - valor da renda mensal dos benefícios subs- Além disso, conforme o inciso VII do art. 194 da CF,
titutos do salário-de-contribuição ou do rendi- a Seguridade terá, como princípio, o caráter demo-
mento do trabalho do segurado não inferior crático e descentralizado e, não, centralizado, como
ao do salário mínimo;
afirma a alternativa.
VII - previdência complementar facultativa, cus-
B) Incorreta, pois não é uniformidade da base
teada por contribuição adicional;
VIII - caráter democrático e descentralizado da ges- de financiamento e, sim, diversidade da base de
tão administrativa, com a participação do governo financiamento.
e da comunidade, em especial de trabalhadores em C) Correta: a alternativa traz, na íntegra, o texto do
atividade, empregadores e aposentados. inciso VII do Art. 194 da CF.
Parágrafo único. A participação referida no inciso D) Incorreta: a seguridade social tem um custeio tri-
VIII deste artigo será efetivada a nível federal, esta- partite, por isso não se pode falar em equidade da
dual e municipal. base de financiamento, que seria a igualdade, mas,
sim, em diversidade, pois temos mais de uma base
de financiamento para esse sistema.
EXERCÍCIOS COMENTADOS E) Incorreta: como já visto nas outras alternativas,
o correto é a diversidade da base de financiamento.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Julgue o item seguinte, Resposta: Letra C.
relativos à seguridade social e ao regime geral de pre-
vidência social.
A saúde e a assistência social integram a seguridade
social e são prestadas, independentemente de contri- LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
buição, nos casos legais; já a previdência social apre-
senta caráter contributivo.
CONTEÚDO, AUTONOMIA, FONTES E HIERARQUIA
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Conteúdo
A Previdência é contributiva, diferenciando-se das
políticas de assistência e saúde que serão prestadas Antes de avançarmos no estudo do Direito Previden-
independente de contribuição prévia. Resposta: Certo. ciário, é importante conceituar e, também, entender
algumas regras gerais sobre legislação, com fundamen-
2. (FCC – 2013) Compete ao Poder Público, nos termos to na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro.
da lei, organizar a seguridade social, com base nos Quando se pensa em Previdência, é impossível não
seguintes objetivos: relacionar o termo com as situações de um idoso que
se aposenta, ou de uma pessoa doente que precisa de
a) irredutibilidade da base de financiamento e caráter auxílio. Pensar em Previdência é pensar no amparo
democrático e centralizado da administração, median-
do trabalhador e de seus dependentes que estão pas-
te gestão quadripartite, com participação dos traba-
lhadores, dos empregadores, dos aposentados e do sando por uma fase na qual não existe forma de bus-
Governo nos órgãos colegiados. car sustento pelo trabalho, seja por idade avançada,
b) uniformidade da base de financiamento e caráter doença, morte e outros.
democrático e centralizado da administração, median- Quando falamos sobre a legislação previdenciária,
te gestão quadripartite, com participação dos traba- falamos do conjunto de normas que disciplinam as
lhadores, dos empregadores, dos aposentados e do regras de proteção a essas pessoas. O estudo do Regi-
Governo nos órgãos colegiados. me Geral de Previdência Social tem, como principais
c) diversidade da base de financiamento e caráter normas:
democrático e descentralizado da administração,
mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e z a Constituição Federal;
do Governo nos órgãos colegiados. z a Lei nº 8.212/91 – Plano de Custeio da Seguridade
d) equidade da base de financiamento e caráter democrá- Social;
tico e descentralizado da administração, mediante ges- z a Lei nº 8.213/91 – Plano de Benefícios da Previdên-
tão tripartite, com participação dos trabalhadores, dos cia Social;
empregadores e do Governo nos órgãos colegiados. z o Decreto 3.048/99 – Regulamento da Previdência
316 Social.
A partir deste breve conceito, abordaremos a
Autonomia, as Fontes, a Hierarquia, a Interpretação,
a Aplicação e a Integração da norma, que se tratam de
regras gerais aplicadas ao direito.
1
Autonomia

O Direito Previdenciário é um ramo do Direito


Público, o que significa que predominam regras de 2
direito público sobre o particular.
Exemplificando: em um contrato de compra e
venda de um imóvel entre duas pessoas físicas, exis-
te a liberdade de negociar (dentro dos limites que a
lei impõe), podendo ajustar valores, entrega, entre
outros detalhes. Já quando se trata da aposentadoria, 3
no RGPS, não existe a possibilidade de negociação: a
pessoa deverá enquadrar-se nas regras impostas para
todos pela lei e o servidor deverá conceder benefícios,
caso a pessoa preencha os requisitos.
O Direito Previdenciário é um ramo dotado de
autonomia, o que significa, de forma didática, que este 4
possui um conjunto de regras e definições que permi-
tem sua plena aplicação sem necessidade de recorrer
a outros ramos do Direito.
1 - Normas Constitucionais (CF e Emendas Constitucionais);
Fontes
2 - Leis: Complementares, Ordinárias, Delegadas;
Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Reso-
Como bem explica Kertzman (2020), fonte do direi-
luções do Senado;
to é “todo fato social gerador de normas jurídicas pre-
3 - Decretos Regulamentares, Instruções Normati-
videnciárias. Dividem-se em materiais e formais.”
vas ministeriais, circulares, orientações, portarias;
Fonte material são fatos sociais que implicam em
4 - Normas Infralegais.
produção de leis para regulamentação ou atualização
do direito. Cito exemplos: com a população viven- Desta forma, se uma norma inferior for conflitante
do cada vez mais (ou seja, com expectativa de vida com a superior, aplica-se a norma superior. Já quando
aumentando), é necessário pensar em Reforma Pre- existe conflito de normas de mesma hierarquia, apli-
videnciária, tornando a previdência autossustentável. cam-se as seguintes regras:
Em uma época remota, era impensável a legaliza-
ção de casamento de casais do mesmo sexo, porém, z Norma específica sobre a geral;
hoje, isso é uma realidade e a legislação previdenciá- z In dubio pro misero: se existem dúvidas, aplica-se
ria deve acompanhar essas evoluções, prevendo, nas a lei que beneficia a parte mais fraca da relação.
normas, a possibilidade de pensão e, até mesmo, de

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Na relação previdenciária, o beneficiário é a parte
concessão de salário maternidade para estes casais. mais fraca com relação a Previdência.
A sociedade está em constante movimento e a
legislação deverá acompanhar. Quanto à competência para legislar, a CF determi-
Já as fontes formais são a lei, as normas já regula- na que esta é ação privativa da União, nos termos de
mentadas, escritas, que regem o Direito Previdenciário. seu art. 22, inciso XXIII, bem como, sobre o Regime
Doutrinariamente, dividem-se as fontes formais em: Geral de Previdência Social (RGPS). Porém, a União
poderá, através de Lei Complementar, autorizar os
z Fontes Estatais e Não Estatais: as primeiras deri- Estados a legislarem sobre a Seguridade.
vam da lei em sentido amplo e as segundas corres- No entanto, é competência comum dos entes
pondem à Doutrina (produção científica de estudioso federativos (União, Estados, Distrito Federal e Muni-
do Direito) e aos costumes (ações reiteradas que cípios) legislar sobre matérias relativas à saúde e à
parecem ser parte do ordenamento jurídico); assistência social (art. 23, II, da CF).
z Fontes Primárias e Secundárias: as primárias Será de competência concorrente, cabendo à
(como, por exemplo: Lei em sentido amplo, Medi- União estabelecer normas gerais e, aos Estados Mem-
da Provisória etc.) são as normas que originam bros, Distrito Federal e Municípios, caberá estabele-
o Direito e as secundárias (como, por exemplo: cer normas suplementares com relação à Previdência
decretos, pareceres, instrução normativa etc.) Social (art. 24, XII, parágrafo segundo, da CF).
regulamentam o Ordenamento Jurídico.
APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS,
Hierarquia INTEGRAÇÃO DA NORMA, VIGÊNCIA E
INTERPRETAÇÃO
A hierarquia nada mais é que a superioridade de
uma norma sobre a outra. Aqui, temos a famosa Pirâ- Aplicar a norma nada mais é que a técnica de apli-
mide de Kelsen: car a lei prevista para o fato concreto. 317
Se o sujeito possui 65 anos de idade e 25 anos de Antes de adentrarmos ao tema, veremos, a seguir,
contribuição e solicita aposentadoria na Previdência, o embasamento legal da LINDB:
cabe ao INSS analisar se este preenche os requisitos
que a lei prevê. Em caso positivo e existindo previsão Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a
para tal solicitação, conceder-se-á o benefício. vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois
A problemática ocorre quando a lei é omissa, ou de oficialmente publicada.
seja, o legislador não conseguiu prever todas as situa- § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade
da lei brasileira, quando admitida, se inicia três
ções que poderiam surgir na sociedade que está em
meses depois de oficialmente publicada.
constante modificação, não restando clareza para a § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova
aplicação ao caso concreto. publicação de seu texto, destinada a correção, o
Neste ponto é que entra nosso próximo tópico: prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
Integração da Norma. começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor conside-
Integração da Norma ram-se lei nova.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a
Quando a lei é omissa quanto ao fato concreto, lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
utiliza-se a integração da norma, que está prevista no § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expres-
samente o declare, quando seja com ela incompatí-
art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Bra-
vel ou quando regule inteiramente a matéria de que
sileiro (LINDB): tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o especiais a par das já existentes, não revoga nem
caso de acordo com a analogia, os costumes e os modifica a lei anterior.
princípios gerais de direito. § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
Vamos entender melhor esses institutos: vigência.
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegan-
z Analogia: aplicar, no caso concreto, a norma já do que não a conhece.
existente para caso distinto, mas semelhante.
Quando uma lei é publicada, ela passa a ter vigência,
sendo aplicada em um determinado território (espaço)
Ela se divide em:
e, em regra, por tempo indeterminado (tempo).
O início da vigência poderá ser de imediato ou
„ Legal: aplicação da norma jurídica próxima; após um prazo definido na própria lei. Ao final da lei,
„ Jurídica: aplicação de um conjunto de normas quando publicada, sempre aparece o momento que a
jurídicas semelhantes. lei entra em vigor. Vamos a alguns exemplos:

Por exemplo: imagine um divórcio entre um casal z Código Civil, previsão do art. 2.044:
que possui um cachorro. Ambos querem o cachorro,
pois o animal é como um filho para eles. Como não Art. 2.044 Este Código entrará em vigor 1 (um) ano
é possível vender o cão e dividir o dinheiro, frente a após a sua publicação.
todo apego emocional, o juiz pode aplicar as regras
sobre a guarda de filhos, determinando com quem z Lei do Macarrão (sim, existe o dia oficial do macar-
fica, dias e horários de visitas etc. rão, estipulado em lei):

z Costumes: é a prática constante e geral de um ato Conforme a Lei nº 13.050, de 8 de dezembro de


com a certeza de ser norma jurídica. Temos, como 2014, art. 2º:
exemplo, o cheque pré-datado, que não é previsto
legalmente, mas seu uso é respeitado e, inclusive, Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
tal prática é amparada pela Jurisprudência (que
compreende o entendimento dos nossos Tribunais Perceba que, quanto maior o impacto da lei no dia
sobre determinada matéria frente à legislação). a dia das pessoas, maior será o tempo da denominada
“vacatio legis”. E o que seria isso?
z Princípios gerais de direito: estão na norma de
No exemplo dado, vimos que o Código Civil entraria
forma implícita, orientando o Direito, como por
em vigor depois de um ano da sua publicação. Esse um
exemplo, a boa-fé.
ano é denominado vacatio legis. No período que aguar-
damos a lei entrar em vigência, as regras previstas não
A equidade é um ideal de justiça, não previsto
podem ser aplicadas, sendo aplicada lei anterior, se
expressamente na LINDB, tratado como um meio de houver.
auxiliar na missão de integrar a norma. A Lei de Introdução às normas do direito brasilei-
ro (Decreto – Lei nº4.657, de 1942) prevê que se uma
Vigência lei for publicada sem a informação da data que entra
em vigor, essa lei entrará em vigência após 45 dias da
Para uma lei ser aplicada, ela precisa ser válida no data da publicação (art. 1º da LINDB).
momento em que se concretiza o ato.
Em geral, as normas são vigentes por tempo inde- Dica
terminado, até que outra norma venha revogar. As
normas também poderão sofrer alterações (algo mui- Quando a lei instituir ou modificar de contribui-
318 to constante no Direito Previdenciário) ção social, a vacatio legis mínima é de 90 dias.
Finalmente, sobre a vigência da lei, é importante O CNPS é presidido pelo Ministro da Previdência
frisar que a Lei Nova respeita: Social e tem como membros:

z Ato Jurídico perfeito: aquele consumado, segun-


do a lei vigente, ao tempo em que se efetuou. CNPS
z Direito Adquirido: é aquele que se incorpora,
definitivamente, ao patrimônio, à personalidade
da pessoa, muito falado no direito previdenciário,
pois, se a pessoa preenche os requisitos legais para
a aposentadoria, este direito não será prejudicado 6 Representantes do 9 Representantes da
com lei nova. Governo Sociedade Civil
z Coisa Julgada: é a decisão judicial contra a qual
não cabem mais recursos, tornando-se definitiva.
Para a representação da sociedade civil, teremos,
Interpretação totalizando os nove membros: 3 representantes dos
aposentados e pensionistas; 3 dos trabalhadores em
Interpretar significa compreender o alcance da lei, atividade; e 3 dos empregadores.
atribuindo-lhe um significado, um sentido.
A doutrina prevê as seguintes formas de interpretação: Art. 295 [...]
§ 1º Os membros do Conselho Nacional de Previ-
dência Social e seus respectivos suplentes serão
z Gramatical ou literal: leva-se em conta o sentido
nomeados pelo Presidente da República, tendo os
literal expresso na norma. representantes titulares da sociedade civil man-
z Histórico ou evolutivo: leva-se em conta o con- dato de dois anos, podendo ser reconduzidos, de
texto cultural, social e político da época na qual a imediato, uma única vez.
lei foi criada. § 2º Os representantes dos trabalhadores em ati-
z Lógico: o intérprete busca encontrar a melhor vidade, dos aposentados, dos empregadores e seus
respectivos suplentes serão indicados pelas cen-
maneira de aplicar a norma no caso concreto.
trais sindicais e confederações nacionais.
z Teleológico: busca aplicar as normas de direito,
levando-se em conta sua finalidade, a qual, no As reuniões ordinárias serão mensais, não poden-
Direito Previdenciário, compreende a questão do adiar, por mais de quinze dias, se houver requeri-
social. mento nesse sentido da maioria dos conselheiros.
z Sistemático: é a utilização de todos os meios de As competências e obrigações do CNPS estão pre-
interpretação. vistas no art. 296 do Decreto 3.048/99):

ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 296 Compete ao Conselho Nacional de Previ-


dência Social:
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as deci-
Órgãos Colegiados da Previdência Social
sões de políticas aplicáveis à previdência social;
II - participar, acompanhar e avaliar, sistematica-
No art. 194, inciso VII do parágrafo único da CF, mente, a gestão previdenciária;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


está prevista a gestão quadripartite, com a participa- III - apreciar e aprovar os planos e programas da
ção dos empregadores, trabalhadores, aposentados e previdência social;
do Estado, em órgãos colegiados. IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias
Para que essa participação social seja efetivada, da previdência social, antes de sua consolidação na
proposta orçamentária da seguridade social;
temos os denominados órgãos colegiados no âmbito
V - acompanhar e apreciar, mediante relatórios
da Previdência Social, quais sejam: gerenciais por ele definidos, a execução dos planos,
programas e orçamentos no âmbito da previdência
z Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS); social;
z Conselhos de Previdência Social (CPS); VI - acompanhar a aplicação da legislação perti-
z Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS). nente à previdência social;
VII  -  apreciar a prestação de contas anual a ser
remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo,
No âmbito da Saúde e da Assistência também
se for necessário, contratar auditoria externa;
temos o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Conse- VIII  -  estabelecer os valores mínimos em litígio,
lho Nacional de Assistência Social (CNAS). acima dos quais será exigida a anuência prévia
Para o nosso estudo, é importante falarmos das do Procurador-Geral ou do Presidente do Instituto
funções e da organização dos conselhos no âmbito da Nacional do Seguro Social para formalização de
Previdência Social. A seguir, veremos cada um deles. desistência ou transigência judiciais, conforme o
disposto no art. 353;
IX - elaborar e aprovar seu regimento interno;
Conselho Nacional de Previdência Social X - aprovar os critérios de arrecadação e de paga-
mento dos benefícios por intermédio da rede bancá-
De acordo com o art. 295, este é um órgão superior ria ou por outras formas; e
de deliberação colegiada e tem, como finalidade, a deli- XI - acompanhar e avaliar os trabalhos de implan-
beração sobre a política de Previdência Social e sobre a tação e manutenção do Cadastro Nacional de Infor-
gestão do sistema previdenciário, em âmbito nacional. mações Sociais. 319
Conselho da Previdência Social II - encaminhar ao Conselho Nacional de Previdên-
cia Social, com antecedência mínima de dois meses
Com a finalidade de criar unidades descentraliza- do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta
das do CNPS, surgiu os CPS no âmbito das gerências orçamentária da previdência social, devidamente
executivas, as quais são responsáveis pela gestão de detalhada.
diversas agências da Previdência Social, previstos no Art. 298 As resoluções tomadas pelo Conselho
art. 296-A do Decreto 3.048/99: Nacional de Previdência Social deverão ser publica-
das no Diário Oficial da União.
Art. 299 As reuniões do Conselho Nacional de Pre-
vidência Social serão iniciadas com a presença da
CPS maioria absoluta de seus membros, sendo exigida
para deliberação a maioria simples de votos.
Art. 300 As ausências ao trabalho dos represen-
tantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes
das atividades do Conselho Nacional de Previdên-
cia Social, serão abonadas, computando-se como
4 Representantes do 6 Representantes da
jornada efetivamente trabalhada para todos os fins
Governo Sociedade Civil e efeitos legais.
Art. 301 Aos membros do Conselho Nacional de
Previdência Social, enquanto representantes dos
Dos 6 representantes da sociedade civil, teremos 2 trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é
dos empregadores, 2 dos empregados e 2 dos aposen- assegurada a estabilidade no emprego, da nomea-
tados e pensionistas. ção até um ano após o término do mandato de
O presidente do Conselho é o Gerente Executivo e representação, somente podendo ser demitidos por
ele designará os conselheiros. motivo de falta grave, regularmente comprovada
O Governo será presentado (art. 296-A, § 2º): mediante processo judicial.
Art. 302 Compete ao Ministério da Previdência e
I - nas cidades onde houver mais de uma Assistência Social proporcionar ao Conselho Nacio-
Gerência-Executiva: nal de Previdência Social os meios necessários ao
a) pelo Gerente-Executivo da Gerência-Executiva exercício de suas competências, para o que contará
b) outros Gerentes-Executivos; ou com uma Secretaria Executiva do Conselho Nacio-
c) servidores da Divisão ou do Serviço Benefícios nal de Previdência Social.
ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal
Especializada junto ao INSS de Gerência-Executiva Conselho de Recursos da Previdência Social
sediadas na cidade, ou de representante da Secreta-
ria da Receita Federal do Brasil, ou de representan- Este é um órgão de controle jurisdicional das deci-
te da DATAPREV. sões do INSS nos processos administrativos, vinculado
II - nas cidades onde houver apenas uma Gerência
ao Ministério da Economia.
Executiva:
São órgãos do CRPS:
a) pelo Gerente-Executivo;
b) servidores da Divisão ou do Serviço de Benefí-
cios ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal
Especializada junto ao INSS da Gerência-Executiva, Juntas de Recursos
ou de representante da Secretaria da Receita Fede-
ral do Brasil, ou de representante da DATAPREV.

CRPS Câmaras de Julgamento


As reuniões serão mensais ou bimensais e abertas
ao público.

§ 4º Os representantes dos trabalhadores, dos apo- Conselho Pleno


sentados e dos empregadores serão indicados pelas
respectivas entidades sindicais ou associações
representativas. Art. 303 [...]
§ 2º O CRPS é presidido por representante do Gover-
As funções dos conselheiros dos CPS não serão no, com notório conhecimento da legislação previ-
remuneradas e seu exercício será considerado serviço denciária, nomeado pelo Ministro de Estado da
público relevante, não sendo arcados, pela Previdên- Previdência Social, cabendo-lhe dirigir os serviços
cia, eventuais custos de deslocamento. administrativos do órgão.
Os CPS têm caráter consultivo e de assessoramen-
to, competindo, ao CNPS, regular seus procedimentos Quanto às juntas de recursos e às câmaras de jul-
para funcionamento, competências, critérios de sele- gamento, estas serão presididas por representante do
ção dos membros, prazo dos mandatos e estipular Governo Federal, sendo integradas por quatro conse-
resoluções e regimento do CPS. lheiros em cada turma, nomeados pelo Ministro de
Por fim, cabe citar o art. 297 ao 302 do Decreto Estado da Economia, com a seguinte composição:
3.048/99: De acordo com o inc. I do § 4º, para os órgãos com
competência para processar e julgar as contestações
Art. 297 Compete aos órgãos governamentais: ou os recursos referentes a decisões do INSS em pro-
I - prestar toda e qualquer informação necessária cessos de interesse dos beneficiários, contestações
ao adequado cumprimento das competências do sobre o FAP proferidas pelo INSS, relacionadas à com-
Conselho Nacional de Previdência Social, fornecen- provação de atividade rural de segurado especial e
320 do inclusive estudos técnicos; e aos vínculos e remunerações dos segurados, para fins
de cálculo do salário de benefício, comprovação de IV - as contestações relativas à atribuição do FAP
filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo aos estabelecimentos da empresa; e
de contribuição e relação de emprego: V - os recursos relacionados aos processos sobre
irregularidades verificadas em procedimento de
supervisão e de fiscalização nos regimes próprios
a) dois representantes do Governo federal;
de previdência social e aos processos sobre apura-
b) um representante das empresas; e ção de responsabilidade por infração às disposições
c) um representante dos trabalhadores. da Lei nº 9.717, de 1998 (dispõe sobre a organiza-
ção e funcionamento de Regimes Próprios).
Já de acordo com o inc. II do § 4º, para os órgãos
com competência para processar e julgar os recursos z Câmaras de Julgamento: Julgar recursos segunda
de que tratam sobre compensação financeira entre os instância.
regimes previdenciários públicos e infrações/irregu-
laridades com relação a Regimes Próprios:

a) dois representantes do Governo federal; EXERCÍCIOS COMENTADOS


b) um representante dos entes federativos; e
c) um representante dos servidores públicos. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com relação ao RGPS,
§ 5º O mandato dos conselheiros do CRPS é de três julgue o item que se segue.
anos, permitida a recondução, cumpridos os seguin- O RGPS constitui um gênero do qual são espécies a
tes requisitos: previdência dos servidores públicos, a dos trabalhado-
I - os representantes do Governo federal serão esco- res empregados da iniciativa privada e a dos trabalha-
lhidos entre servidores federais, preferencialmente dores autônomos.
do Ministério da Economia ou do INSS, ou de outro
órgão da administração pública federal, estadual, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
municipal ou distrital, com graduação em Direito,
os quais prestarão serviços exclusivos ao CRPS, O Regime Geral de Previdência Social trata somen-
sem prejuízo dos direitos e das vantagens percebi- te do sistema de previdência que se estende a todos
dos no cargo de origem; os trabalhadores da iniciativa privada e aos traba-
II - os representantes das empresas e dos trabalha- lhadores autônomos; os regimes de previdência dos
dores serão escolhidos entre os indicados em lista servidores públicos estão dispostos em outras leis.
tríplice pelas entidades de classe ou sindicais das Resposta: Errado.
respectivas jurisdições, com graduação em Direito,
e serão enquadrados como segurados obrigatórios 2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com relação ao conteú-
do RGPS na condição de contribuintes individuais; do e à autonomia da legislação previdenciária, julgue
III - os representantes dos entes federativos e dos o item abaixo.
servidores públicos serão escolhidos entre os indi- Lei complementar editada pela União poderá autorizar
cados em lista tríplice pelo Conselho Nacional dos os estados e o DF a legislar sobre questões específi-
Regimes Próprios de Previdência Social, observa- cas relacionadas à seguridade social.
das as respectivas representações, com graduação
em Direito, e manterão a qualidade de segurados ( ) CERTO  ( ) ERRADO
do regime próprio a que estejam vinculados; e
IV - os representantes não poderão incidir em situa- Legislar sobre seguridade social é competência pri-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


ções que caracterizem conflito de interesses, nos vativa da União, porém o parágrafo único do Art.
22 da CF prevê que, por meio de Lei Complementar,
termos do disposto no art. 10 da Lei nº 12.813, de
essa competência poderá ser delegada para os esta-
16 de maio de 2013.
dos. Veja como é tratado na Constituição Federal:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar
Assim, cada órgão, dentro do CRPS, tem por missão:
sobre:
XXIII - seguridade social;
z Conselho Pleno: uniformizar a jurisprudência Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
previdenciária; os Estados a legislar sobre questões específicas das
z Juntas de Recursos: julgar em primeira instância: matérias relacionadas neste artigo. Resposta: Certo.

Art. 305 [...] 3. (CESPE-CEBRASPE - 2016) Com base no disposto na


I - os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos Lei n.º 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios
processos de interesse de seus beneficiários;  da previdência social e dá outras providências, julgue
II - os recursos das decisões proferidas pelo INSS o item seguinte.
relacionados à comprovação de atividade rural Compõem o Conselho Nacional de Previdência Social
de segurado especial, ou às demais informações representantes do governo federal e da sociedade
relacionadas ao CNIS Sobre os vínculos e as remu- civil, a qual é representada por aposentados e pensio-
nerações dos segurados, para fins de cálculo do nistas, trabalhadores em atividade e empregadores.
salário-de-benefício, comprovação de filiação ao
Regime Geral de Previdência Social, tempo de con- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
tribuição e relação de emprego.
III - os recursos de decisões relacionadas à compen- O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é
sação financeira de que trata a Lei nº 9.796, de 5 composto por 6 representantes do Governo e por 9
de maio de 1999 (Emissões de CTC para contagem representantes da sociedade civil, sendo 3 aposenta-
recíproca de tempo de Contribuição) dos/pensionistas, 3 trabalhadores em atividade e 3 321
empregadores, conforme prevê o art. 296 do Decreto atendimento, dando a oportunidade para todos
3.048/99. Resposta: Certo. contribuírem e gozarem de benefícios quando for
necessário.
4. (FCC – 2012) A interpretação da legislação previden- Desta forma, podemos esquematizar:
ciária deve observar

a) o costume, quando mais favorável ao segurado.


b) a Jurisprudência do Juizado Especial Federal. Segurados
c) a analogia, quando mais favorável ao segurado.
d) os princípios gerais de direito, na omissão legislativa.
e) o princípio do in dúbio pro societate em qualquer
situação.
Obrigatórios Facultativos
Dentre as assertivas, está correta a D que trata de
uma forma de integração da norma quando a lei é
omissa. Veja que a questão não tratou das regras
doutrinarias de interpretação, trazendo no coman-
do a interpretação de forma ampla, cobrando sobre Quem não se
regras de aplicação e integração da norma. Respos- Contribuintes enquadra como
ta: Letra D. segurado obrigatório
e não participe de
5. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Mateus requereu ao RPPs
órgão regional do INSS a conversão de auxílio-doen-
ça em aposentadoria por invalidez. O INSS indeferiu o Fliliação
pedido de Mateus por considerar que a doença que o
Compulsória
acometera era curável, e que, por isso, ele era suscetí-
vel de reabilitação.
Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos
processos administrativos de competência do INSS, Na categoria de segurados obrigatórios, temos a
julgue o item que se segue. seguinte classificação:
Caso seja interposto recurso contra a decisão que
indeferiu o pedido de Mateus, o órgão regional do INSS z Contribuinte individual;
que proferiu a decisão não poderá reformá-la, devendo z Trabalhador Avulso;
encaminhar o recurso à instância competente. z Empregado Doméstico;
z Empregado;
( ) CERTO  (  ) ERRADO z Segurado Especial.

O INSS pode, sim, reformar sua decisão e não preci-


sará encaminhar o recurso à instancia competente
Dica
quando a reforma for favorável ao segurado. Veja o A fim de memorizar tal classificação facilmente,
que prevê o Decreto 3048/99: atente-se à mnemônica “CADEE”.
Art. 305 encaminhar, no caso de reforma favorável
ao interessado, a contestação ou o recurso à instân-
A partir de agora, estudaremos quem são os segu-
cia competente ou de rever o ato para o não prosse-
guimento da contestação ou do recurso. Resposta: rados e seus dependentes, tendo, com base legal, a Lei
Errado. nº 8.213/91 e, principalmente, o artigo 9º do Decreto
nº 3.048/99.

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA:


EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO,
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRABALHADOR
SOCIAL AVULSO E SEGURADO ESPECIAL

BENEFICIÁRIOS DO RGPS z Empregado

Conceitos Iniciais Conforme o Decreto nº 3.048/99, em seu art. 9º:

Denominamos beneficiários do RGPS – Regime I, a - aquele que presta serviço de natureza urbana
Geral de Previdência Social – os segurados e seus ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob
dependentes. sua subordinação e mediante remuneração, inclu-
Os segurados são aqueles que contribuem para o sive como diretor empregado;
Sistema e, em geral, são os trabalhadores. Os depen-
dentes são aqueles que dependem, economicamente, Encontramos esse conceito, também, na CLT – Con-
do segurado e recebem benefícios na falta daquele. solidação das Leis do Trabalho, a qual trata do empre-
A lei classifica os segurados em obrigatórios e gado como aquele que trabalha com carteira assinada
facultativos. O primeiro é obrigado, por lei, a estar e vínculo empregatício.
filiado ao sistema e, consequentemente, contribuir. Por serviço não eventual, entende-se aquele que
Já o segundo tem a opção de filiar-se ou não ao sis- está direcionado, direta ou indiretamente, com a ati-
tema, para fazer jus aos benefícios previdenciários. vidade fim (normal) da empresa e a subordinação
322 Essa é uma forma de atingir a universalidade de liga-se ao poder diretivo do empregador. Ou seja, o
empregado recebe ordens de seu empregador, carac- I, q - o empregado de organismo oficial internacio-
terística que o diferencia, por exemplo, do sujeito que nal ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,
trabalhada de forma autônoma. A remuneração é a salvo quando coberto por regime próprio de previ-
contraprestação pelo trabalho executado. dência social;

I, b - aquele que, contratado por empresa de traba- Esse segurado pode te levar a confundir com o que
lho temporário, na forma prevista em legislação está previsto no art. 9º, V, d, do Decreto nº 3.048/99, o
específica, por prazo não superior a cento e oiten- qual apresenta o segurado como contribuinte indivi-
ta dias, consecutivos ou não, prorrogável por até dual. Leia-o com atenção:
noventa dias, presta serviço para atender a neces-
sidade transitória de substituição de pessoal regu-
lar e permanente ou a acréscimo extraordinário de d - o brasileiro civil que trabalha no exterior para
serviço de outras empresas; organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contra-
São aqueles que substituem o pessoal permanente, tado, salvo quando coberto por regime próprio de
trabalham por curto espaço de tempo. previdência social;

I, c - o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- A diferença é a palavra UNIÃO. Se o sujeito traba-


tratado no Brasil para trabalhar como empregado lha para a União é empregado.
no exterior, em sucursal ou agência de empresa Vamos esquematizar? Siga as etapas ao analisar a
constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e questão, para não confundir o tipo de segurado:
administração no País;
I, d - o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con-
tratado no Brasil para trabalhar como empregado Para União:
empregado
em empresa domiciliada no exterior com maioria
do capital votante pertencente a empresa constituí- Sem amparo
da sob as leis brasileiras, que tenha sede e admi- previdenciário
Somente
nistração no País e cujo controle efetivo esteja em trabalha
caráter permanente sob a titularidade direta ou No exterior (sem ser para
União) e é
indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes Tem amparo
contribuinte
previdenciário:
no País ou de entidade de direito público interno; Brasileiro Civil
excluído do individual
que trabalha para
Organismos Oficiais RGPS
Esse texto da Lei, expostos nas alíneas “c” e “d”, Internacionais de
que o BR é membro
que acabamos de ver, causa muita confusão na hora
de resolver questões de prova. Tenha atenção aos pon- No Brasil Empregado
tos comuns:

z São brasileiros ou estrangeiros; I, g - o brasileiro civil que presta serviços à União


z Domiciliados e contratados no Brasil; no exterior, em repartições governamentais brasi-
z Vão trabalhar no exterior. leiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxi-
liar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei nº
No primeiro caso, trabalham em sucursal ou agên- 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que,
cia de empresa constituída sob as leis brasileiras e em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao
que tenha sede e administração no País. No segundo, sistema previdenciário local;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


trabalham em empresa domiciliada no exterior, com I, h - o bolsista e o estagiário que prestam serviços
a maioria do capital votante pertencente à empresa a empresa, em desacordo com a Lei nº 11.788, de
constituída sob as leis brasileiras. Ou seja, os segu- 25 de setembro de 2008;
rados trabalham no exterior, mas mantêm a filiação
com a previdência brasileira.
Dica
I, e - aquele que presta serviço no Brasil a missão Se o bolsista/estagiário presta serviços de acor-
diplomática ou a repartição consular de carreira
do com a lei, será segurado facultativo.
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
membros dessas missões e repartições, excluídos o
não-brasileiro sem residência permanente no Brasil I, i - o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
e o brasileiro amparado pela legislação previden- Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ciária do país da respectiva missão diplomática ou ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
repartição consular; declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

É a pessoa que trabalha, por exemplo, para o consula- Se o segurado ocupa, exclusivamente, cargo em
do de um país no território brasileiro, excluídos o não-bra- comissão, ou seja, sem vínculos como servidor na Admi-
sileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro nistração Pública, será empregado no RGPS. Porém, se
amparado pela legislação previdenciária do país da res- for servidor vinculado ao RPPS, ocupando cargo em
pectiva missão diplomática ou repartição consular. comissão, não será segurado obrigatório ao RGPS.

I, f - o brasileiro civil que trabalha para a União I, j - o servidor do Estado, Distrito Federal ou Muni-
no exterior, em organismos oficiais internacionais cípio, bem como o das respectivas autarquias e fun-
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá dações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa
domiciliado e contratado, salvo se amparado por qualidade, não esteja amparado por regime próprio
regime próprio de previdência social;
de previdência social; 323
O ocupante de cargo efetivo somente estará no Vamos trabalhar o que o texto do art. 9º, V, do
RGPS se já não for amparado pelo RPPS. Um exemplo Decreto:
disso é um servidor efetivo de um pequeno município
que não conte com Regime Próprio Previdenciário. Art. 9º [...]
V – como contribuinte individual:
I, l - o servidor contratado pela União, Estado, a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
Distrito Federal ou Município,  bem como pelas atividade agropecuária, a qualquer título, em cará-
respectivas autarquias e fundações, por tempo ter permanente ou temporário, em área, contínua
determinado, para atender a necessidade tempo- ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais;
rária de excepcional interesse público, nos termos ou, quando em área igual ou inferior a quatro
do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrati-
I, m - o servidor da União, Estado, Distrito Federal vista, com auxílio de empregados ou por intermé-
ou Município, incluídas suas autarquias e funda- dio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º
ções, ocupante de emprego público; e 23 deste artigo;
I, o - o escrevente e o auxiliar contratados por titu-
lar de serviços notariais e de registro a partir de 21 São os grandes produtores rurais ou, até mesmo,
de novembro de 1994, bem como aquele que optou um pequeno produtor, mas que possui empregados
pelo Regime Geral de Previdência Social, em con- de forma permanente (empregador rural). Cuidado
formidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro para não confundir com segurado especial, que estu-
de 1994; e daremos adiante.
I, p - aquele em exercício de mandato eletivo federal,
estadual, distrital ou municipal, desde que não seja a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
vinculado a regime próprio de previdência social; atividade de extração mineral - garimpo -, em cará-
ter permanente ou temporário, diretamente ou por
Atente-se às questões que abordam o servidor efe- intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
tivo que exerce mandato eletivo, como, por exemplo, empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
um técnico do INSS eleito deputado ou um delegado de forma não contínua; 
da PF eleito senador. O nosso ordenamento jurídico b) o ministro de confissão religiosa e o membro de
permite que ele mantenha a filiação com o regime instituto de vida consagrada, de congregação ou de
próprio quando licenciado para mandato eletivo. São ordem religiosa;
estas as situações que o excluem, conforme redação
da Lei citada:
São os padres, pastores, freis, entre outros, que
dedicam sua vida à religião.
I, r - o trabalhador rural contratado por produtor
rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei nº
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para
5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de
organismo oficial internacional do qual o Brasil é
atividades de natureza temporária por prazo não
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contra-
superior a dois meses dentro do período de um
tado, salvo quando coberto por regime próprio de
ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
previdência social;
Empregado Doméstico
Tratamos deste segurado quando falamos daque-
les que trabalham para organismos oficiais interna-
São trabalhadores em âmbito doméstico aqueles
contratados por família ou pessoa física para exerce- cionais, nos segurados empregados, recorda?
rem atividades sem fins lucrativos. Veja a redação do
Decreto nº 3.048/99: e) desde que receba remuneração decorrente de tra-
balho na empresa:
1. o empresário individual e o titular de empresa
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência
individual de responsabilidade limitada, urbana ou
social as seguintes pessoas físicas:
rural;
II - como empregado doméstico - aquele que presta
2. o diretor não empregado e o membro de conselho
serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e
de administração de sociedade anônima;
pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial
3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e
desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o
dois dias por semana;
administrador, quanto a este último, quando não for
empregado em sociedade limitada, urbana ou rural;
São as faxineiras, os caseiros de sitio de lazer, a
i) o associado eleito para cargo de direção em
babá, a cozinheira, o motorista particular, o cuidador
cooperativa, associação ou entidade de qualquer
de idoso, entre outros, os quais trabalham três vezes
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
na semana, ou seja, mais de dois dias por semana, o
administrador eleito para exercer atividade de dire-
que traz a ideia de um trabalho contínuo.
ção condominial, desde que recebam remuneração;
Contribuinte Individual

O contribuinte é o popular autônomo, profissional


Importante!
liberal, aquele que trabalha por conta própria e sem Atente-se ao “dirigente sindical”: a Lei prevê que
patrão. o dirigente sindical mantém, durante o exercício
Aqui, não se deve ater somente ao conceito popular. do mandato, o mesmo enquadramento no Regi-
É importante que você conheça quem são os denomina-
me Geral de Previdência Social (RGPS) de antes
dos segurados. Essa categoria foi criada em 1999, unindo
três categorias já existentes: autônomos, empresários da investidura (art. 11, parágrafo 4º da Lei 8.213
324 e equiparados a autônomos. de 1991).
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932,
em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem de 7 de julho de 1981. (Redação dada pelo Decreto
relação de emprego; nº 4.729, de 2003)
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, XI - o pescador que trabalha em regime de parce-
atividade econômica de natureza urbana, com fins ria, meação ou arrendamento, em embarcação de
lucrativos ou não; médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959,
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário de 2009;  (Redação dada pelo Decreto nº 8.424, de
nomeado magistrado classista temporário da Justi- 2015)
ça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do XII - o incorporador de que trata o  art. 29 da Lei
art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964.
do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exér-
magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos inci- cito contratado em conformidade com a Lei nº
sos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Cons- 6.855, de 18 de novembro de 1980; e (Incluído pelo
tituição Federal; Decreto nº 3.265, de 1999)
n) o cooperado de cooperativa de produção que, XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em con-
nesta condição, presta serviço à sociedade coope- formidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de
rativa mediante remuneração ajustada ao trabalho 1998. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
executado; e XV - o membro de conselho tutelar de que trata
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
q) o médico participante do Projeto Mais Médicos quando remunerado; (Incluído pelo Decreto nº
para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de 4.032, de 2001)
outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura XVI - o interventor, o liquidante, o administrador
securitária específica estabelecida por organismo especial e o diretor fiscal de instituição financeira,
internacional ou filiação a regime de seguridade empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201;
social em seu país de origem, com o qual a Repúbli- (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
ca Federativa do Brasil mantenha acordo de segu- XVII - o transportador autônomo de cargas e o
ridade social; transportador autônomo de cargas auxiliar, nos
r) ro médico em curso de formação no âmbito do termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro
Programa Médicos pelo Brasil que foi instituido de 2007; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
pela Lei 13.958/2019. XVIII - o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de
14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre
Equiparam-se, ainda, aos contribuintes indivi- na condição de empregado, prevista no inciso I do
duais, de acordo com o Decreto 3.048/99: caput, em relação à referida atividade; e (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alí- XIX - o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22
neas “j” e “l” do inciso V do caput, entre outros: de outubro de 2015, desde que não se enquadre em
I - aquele que trabalha como condutor autônomo de outras categorias de segurado obrigatório do RGPS
veículo rodoviário, inclusive como taxista ou moto- em relação à referida atividade. (Incluído pelo
rista de transporte remunerado privado individual Decreto nº 10.410, de 2020)
de passageiros, ou como operador de trator, máqui-
na de terraplenagem, colheitadeira e assemelha- Trabalhador Avulso
dos, sem vínculo empregatício; (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020). O Trabalhador avulso tem por características:
II - aquele que exerce atividade de auxiliar de con-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


dutor autônomo de veículo rodoviário, em automó- z presta serviços de natureza urbana ou rural;
vel cedido em regime de colaboração, nos termos
z sindicalizado ou não;
da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;
z sem vínculo empregatício;
III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e
a seu risco, exerce pequena atividade comercial em
z intermediação obrigatória de OGMO (Órgão Ges-
via pública ou de porta em porta, como comercian- tor de Mão de Obra) ou Sindicato.
te ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de
novembro de 1978; É fundamental que você conheça o texto da Lei:
IV - o trabalhador associado a cooperativa que,
nessa qualidade, presta serviços a terceiros; Art. 9º [...]
V - o membro de conselho fiscal de sociedade por VI - como trabalhador avulso - aquele que: (Reda-
ações; ção dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
VI - aquele que presta serviço de natureza não a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza
contínua, por conta própria, a pessoa ou família, urbana ou rural a diversas empresas, ou equipara-
no âmbito residencial desta, em atividade sem fins dos, sem vínculo empregatício, com intermediação
lucrativos, até dois dias por semana; (Redação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho
VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou de 2013, ou do sindicato da categoria, assim con-
registrador, titular de cartório, que detêm a delega- siderados: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
ção do exercício da atividade notarial e de registro, de 2020).
não remunerados pelos cofres públicos, admitidos 1. o trabalhador que exerça atividade portuária de
a partir de 21 de novembro de 1994; capatazia, estiva, conferência e conserto de carga
VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante, e vigilância de embarcação e bloco; (Incluído pelo
compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros Decreto nº 10.410, de 2020).
ou assemelhados; 2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qual-
IX - a pessoa física que edifica obra de construção quer natureza, inclusive carvão e minério; (Incluí-
civil; do pelo Decreto nº 10.410, de 2020). 325
3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para bem como da movimentação de mercadorias nos
carga e descarga de navios); (Incluído pelo Decreto portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e
nº 10.410, de 2020). em outros locais da embarcação; e
4. o amarrador de embarcação; (Incluído pelo VI – bloco - a atividade de limpeza e conserva-
Decreto nº 10.410, de 2020). ção de embarcações mercantes e de seus tanques,
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares; incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). de pequena monta e serviços correlatos.
6. o trabalhador na indústria de extração de sal;
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). Segurado Especial
7. o carregador de bagagem em porto; (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020). A legislação trouxe um regramento diferenciado
8. o prático de barra em porto; (Incluído pelo Decre- para o denominado segurado especial.
to nº 10.410, de 2020). Esse tipo de segurado possui forma de contribui-
9. o guindasteiro; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, ção diferenciada a qual, para ter acesso aos benefícios
de 2020). previdenciários, basta comprovar a carência exigida
10. o classificador, o movimentador e o empaco- em meses de efetivo exercício de atividade rural.
tador de mercadorias em portos; e (Incluído pelo Para que você compreenda melhor essa diferen-
Decreto nº 10.410, de 2020). ciação, vamos ao exemplo: José planta batata em seu
b) exerça atividade de movimentação de merca- pequeno sítio. Tem, na propriedade, alguns animais e
dorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº uma horta, local onde colhe hortaliças para sua sub-
12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas sistência. O José depende da batata “crescer”, para
ou rurais, sem vínculo empregatício, com interme- que possa vendê-la e obter uma renda. Seria inviável,
diação obrigatória do sindicato da categoria, por então, exigir que ele contribua todo mês. Neste senti-
meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, do, a Lei prevê que ele deve contribuir quando ven-
nas atividades de: (Redação dada pelo Decreto nº der suas batatas, contando os meses trabalhados para
10.410, de 2020). fazer jus aos benefícios previdenciários, pois, enquan-
1. cargas e descargas de mercadorias a granel e to esperava suas batatas crescerem, trabalhou no seu
ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlo- cultivo e posterior colheita.
namento, ensaque, arrasto, posicionamento, aco- O segurado especial, de acordo com o inc. VII do
modação, reordenamento, reparação de carga, art. 9º, é a pessoa física que reside em imóvel rural,
amostragem, arrumação, remoção, classificação, ou em aglomerado urbano ou rural próximo ao imó-
empilhamento, transporte com empilhadeiras, vel rural que, individualmente ou em regime de eco-
paletização, ova e desova de vagões, carga e des- nomia familiar, ainda que com o auxílio eventual de
carga em feiras livres e abastecimento de lenha terceiros, na condição de:
em secadores e caldeiras; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020). z Produtor;
2. operação de equipamentos de carga e descarga; e z Pescador artesanal ou assemelhado;
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). z Em atividade agropecuária em área contínua ou
3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às não, de até quatro Módulos Fiscais ou seringuei-
operações ou à sua continuidade; (Incluído pelo ro ou extrativista vegetal, na coleta e extração, de
Decreto nº 10.410, de 2020). modo sustentável, de recursos naturais renováveis,
§ 7º Para efeito do disposto na alínea “a” do inciso fazendo dessas atividades o principal meio de vida;
VI do caput, entende-se por: z Não utilize embarcação; ou utilize embarcação de
I - capatazia - a atividade de movimentação de mer- pequeno porte, nos termos da Lei nº 11.959/2009.
cadorias nas instalações dentro do porto, compreen-
didos o recebimento, a conferência, o transporte
Como produtor, poderá exercer atividades, sendo:
interno, a abertura de volumes para a conferência
aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entre-
z Proprietário: aquele que é dono e detém os pode-
ga e o carregamento e a descarga de embarcações,
res de usar, gozar, dispor e reaver, conforme pre-
quando efetuados por aparelhamento portuário;
visto na legislação cível;
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
z Possuidor: nessa atividade, o produtor não detém
II – estiva - a atividade de movimentação de mer-
os poderes que o proprietário possui;
cadorias nos conveses ou nos porões das embarca-
z Assentado: aquele que é beneficiário da reforma
ções principais ou auxiliares, incluindo transbordo,
agrária;
arrumação, peação e despeação, bem como o carre-
z Parceiro outorgado: possui contrato com o pro-
gamento e a descarga das mesmas, quando realiza-
prietário, para partilhar lucros e prejuízos;
dos com equipamentos de bordo;
z Meeiro: possui contrato com o proprietário, parti-
III - conferência de carga - a contagem de volumes,
lhando rendimentos e custos;
anotação de suas características, procedência ou
z Usufrutuário: é aquele que não possui a proprie-
destino, verificação do estado das mercadorias,
dade, mas tem direito de usar, gozar e perceber os
assistência à pesagem, conferência do manifesto e
frutos como se dono fosse;
demais serviços correlatos, nas operações de carre-
z Comodatário e Arrendatário: um explora a terra
gamento e descarga de embarcações;
por empréstimo gratuito (comodatário) e o outro
IV - conserto de carga - o reparo e a restauração
explora, pagando um aluguel (arrendatário).
das embalagens de mercadoria, nas operações de
carregamento e descarga de embarcações, reem-
balagem, marcação, remarcação, carimbagem, Ainda, o cônjuge ou companheiro, bem como
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a
posterior recomposição; este equiparado, do segurado produtor e pescador
V - vigilância de embarcações - a atividade de fis- artesanal que, comprovadamente, tenham participa-
calização da entrada e saída de pessoas a bordo ção ativa nas atividades rurais do grupo familiar (alí-
das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, nea “c”, VII do art. 9º).
326
O art. 11, § 1º, da Lei nº 8.213/1991 conceitua como z Exercício de mandato eletivo de dirigente sindi-
regime de economia familiar cal de organização da categoria de trabalhadores
rurais;
[...] a atividade em que o trabalho dos membros da z Exercício de mandato de vereador do município
família é indispensável à própria subsistência e ao onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente
desenvolvimento socioeconômico do núcleo fami- de cooperativa rural constituída exclusivamente
liar e é exercido em condições de mútua dependên- por segurados especiais;
cia e colaboração, sem a utilização de empregados z Atividade artesanal desenvolvida com matéria-
permanentes. -prima produzida pelo respectivo grupo familiar,
podendo ser utilizada matéria-prima de outra ori-
Portanto, para ser segurado especial: gem, desde que, nesse caso, a renda mensal obtida
na atividade não exceda ao menor benefício de
prestação continuada da Previdência Social;
z Produtor: para fins de seguridade especial, o pro-
z Atividade artística, desde que em valor mensal
dutor deverá explorar atividade agropecuária em inferior ao menor benefício de prestação conti-
área de até 4 módulos fiscais (a extensão é variável nuada da Previdência Social;
conforme a região do país, você só precisa saber z Participação do segurado especial em sociedade
dos 4 módulos), não possuir empregados perma- empresária ou em sociedade simples, ou a sua atua-
nentes, realizar as atividades só ou em regime de ção como empresário individual ou como titular
economia familiar. de empresa individual de responsabilidade limita-
z Pescador ou assemelhado: pesca sem embarca- da de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou
ção ou embarcação pequeno porte agroturístico, considerada microempresa nos ter-
mos do disposto na Lei Complementar nº 123, de
Mesmo não podendo contar com empregados per- 2006, desde que, mantido o exercício da sua ativi-
manentes, o grupo familiar pode se utilizar de empre- dade rural na forma prevista no inciso VII do caput
gados temporários ou de trabalhadores eventuais, em e no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas
épocas de safra ou defeso por no máximo 120 (cento e por segurados especiais e sediada no mesmo Muni-
vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corri- cípio ou em Município limítrofe àquele em que, ao
menos, um deles desenvolva as suas atividades.
dos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em
horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o
Nos casos em que o segurado especial exercer outra
período de afastamento em decorrência da percepção de
atividade ou ter outra fonte de renda, salvo situações
auxílio-doença” (art. 11, § 7º, da Lei nº 8.213/1991).
previstas na legislação, e, portanto, ficar excluído da
O segurado especial sobrevive da pesca ou ativida- categoria, devem ser observados os seguintes prazos,
de agropecuária. A regra é: se este possuir outra fonte de acordo com o § 23 do art. 9º do Dec. nº 3.048/99:
de renda ou outra atividade, estará excluído da condi-
ção de segurado especial.
Porém, o legislador determinou um rol taxativo Deixa de satisfazer as
de atividades e fontes de renda que são permitidas condições de segurado
ao segurado especial, de acordo com o § 8º do art. 11. especial
Vejamos:

z Outorga de imóvel rural: através de contrato escri- Exceder percentual de


to de parceria, meação ou comodato de até 50% do outorga imóvel
imóvel de até 4 módulos fiscais, que outorgante e

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Primeiro dia
outorgado continuem a exercer a atividade rural; do mês
z Turismo, podendo, inclusive, ser de hospedagem, Se enquadrar em
outra categoria de
na propriedade rural, por um período não supe-
segurado obrigatório
rior a 120 dias ao ano; RGPS ou RPPS
z Participação em plano de previdência complemen-
tar que seja instituído por entidade classista que EXCLUSÃO DA
CATEGORIA
seja associado e em regime familiar; DE SEGURADO
z Participar de programa assistencial oficial do ESPECIAL Sociedade empresária,
Governo como beneficiário ou fazer parte de grupo salvo na forma da lei
familiar em que algum membro seja beneficiário;
z Beneficiamento ou industrialização artesanal uti-
lizado pelo grupo familiar na exploração da ativi- Primeiro Exceder limite de
dade (aquele realizado diretamente pelo produtor dia do mês contratação, ativi-
rural, como pessoa física que não esteja sujeito ao subsequente dade remunerada e
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados); hospedagem
z Associar-se em cooperativa agropecuária ou de
crédito rural;
Finalmente, a inscrição do segurado especial será
z Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou
realizada de forma a vinculá-lo ao respectivo grupo
auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor
familiar e conterá, além das informações pessoais, a
benefício da Previdência Social;
identificação da propriedade em que desenvolve a
z Benefício concedido ao segurado qualificado como
atividade e a que título, se nela reside ou o Município
segurado especial, independentemente do valor;
no qual reside e, quando for o caso, a identificação e
z Exercício de atividade remunerada em período
inscrição da pessoa responsável pelo grupo familiar,
não superior a cento e vinte dias, corridos ou inter-
conforme determina o art. 17, parágrafo 4º da Lei nº
calados, no ano civil,
8.213 de 1991. 327
SEGURADO FACULTATIVO Significa que, com a falta de obrigatoriedade, não é
possível, por exemplo, recolher competências (meses)
O segurado facultativo é aquele que não se enqua- antes da inscrição, a fim de obter benefícios.
dra em nenhuma categoria de segurado obrigatório do
RGPS e não está vinculado obrigatoriamente ao RPPS. DEPENDENTES NO RGPS
Ele contribui, se desejar, com o Sistema Previden-
ciário, diferentemente dos segurados obrigatórios, os Os dependentes farão jus aos benefícios pre-
quais devem contribuir. videnciários, por estarem ligados aos segurados
O Decreto nº 3.048/99 traz um rol exemplificati- economicamente.
vo daqueles que podem ser considerados segurados Na falta do segurado, em razão de morte ou reclu-
facultativos. Vejamos: são, seus dependentes terão direito à pensão por
morte ou auxílio-reclusão, conforme fato gerador e
Art. 11 É segurado facultativo o maior de dezesseis cumpridos os requisitos legais.
anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previ- A Lei traz um rol taxativo, no art. 16, de quem são
dência Social, mediante contribuição, na forma do os dependentes, dividindo-os em classes:
art. 199, desde que não esteja exercendo atividade
remunerada que o enquadre como segurado obri- z Primeira Classe:
gatório da previdência social.
§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: „ Cônjuge;
I - aquele que se dedique exclusivamente ao traba- „ Companheira(o);
lho doméstico no âmbito de sua residência „ Filho não emancipado, de qualquer condição,
II - o síndico de condomínio, quando não menor de vinte e um anos de idade ou inválido
remunerado; ou que tenha deficiência intelectual, mental ou
III - o estudante; grave;
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta „ aos filhos: tutelado ou enteado, comprovando
serviço no exterior; dependência econômica.
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório
da previdência social; z Segunda Classe:
VI - o membro de conselho tutelar de que trata o
art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, „ Os pais.
quando não esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social; z Terceira Classe:
VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a
empresa de acordo com a Lei 11.788 de 2008; „ Os irmãos não emancipados, de qualquer con-
VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a dição, menor de vinte e um anos de idade ou
pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, inválido ou que tenha deficiência intelectual,
mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, mental ou grave.
desde que não esteja vinculado a qualquer regime
de previdência social; Como visto, existe dependência econômica entre
IX - o presidiário que não exerce atividade remu- os dependentes e o segurado, sendo esta:
nerada nem esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social; z Presumida: para os dependentes de primeira clas-
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, se, salvo os equiparados a filhos, que devem com-
salvo se filiado a regime previdenciário de país com provar a dependência econômica com o segurado;
o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e z Comprovada: pelos dependentes da segunda e
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fecha- terceira classe.
do ou semiaberto, que, nesta condição, preste servi-
ço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais Aqueles que vivem uma união estável – os com-
empresas, com ou sem intermediação da organiza- panheiros (as), devem comprovar essa união, para
ção carcerária ou entidade afim, ou que exerce ati- terem direito aos benefícios. Importante ressaltar,
vidade artesanal por conta própria. aqui, que não existe um tempo mínimo, na Lei, para
XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado caracterizar a união estável.
a regime próprio de previdência social ou não enqua- Atenção para não confundir com períodos conta-
drado em uma das hipóteses previstas no art. 9º. bilizados para duração de benefício, que são trabalha-
dos durante o estudo sobre pensão e auxílio-reclusão.
Aquele que participa de regime próprio ficará As provas de união estável e de dependência
proibido de se filiar ao Regime Geral de Previdência econômica exigem início de prova material contem-
Social, na qualidade de segurado facultativo, salvo na porânea dos fatos (devem existir documentos, como
hipótese de afastamento sem vencimento e desde que imposto de renda, certidão de união estável, entre
outros) produzido em período não superior aos vinte
não permitida, nesta condição, contribuição ao res-
e quatro meses anteriores à data do óbito ou do reco-
pectivo regime próprio (§ 2º, art. 11).
lhimento à prisão do segurado, não admitida a prova
A filiação, na qualidade de segurado facultativo, exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de
representa ato volitivo, gerando efeito somente a motivo de força maior ou caso fortuito.
partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não Outro ponto importante é que a existência de uma
podendo retroagir e não permitindo o pagamento de classe sempre excluirá as subsequentes. Se existir a
contribuições relativas a competências anteriores à esposa, mesmo que a questão aborde uma mãe depen-
data da inscrição, ressalvada a possibilidade de con- dente, economicamente, do segurado, somente a espo-
328 tribuição trimestral (§ 3º, art. 11). sa terá direito aos benefícios como dependente.
Se existir dependentes em uma mesma classe, II - certidão de casamento religioso;
estes concorrem em igualdade de condições, dividin- III - declaração do imposto de renda do segurado,
do o benefício que tenham direito na forma da Lei. em que conste o interessado como seu dependente;
Quanto à perda da qualidade de dependente, sem IV - disposições testamentárias;
direito aos benefícios previstos como tal, a legislação VI - declaração especial feita perante tabelião;
prevê: VII - prova de mesmo domicílio;
VIII - prova de encargos domésticos evidentes e
existência de sociedade ou comunhão nos atos da
Art. 17 A perda da qualidade de dependente ocorre:
vida civil;
I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação
IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
judicial ou de fato, enquanto não lhe for assegurada
X - conta bancária conjunta;
a prestação de alimentos, pela anulação do casa-
XI - registro em associação de qualquer natureza,
mento, pelo óbito ou por sentença judicial transita-
onde conste o interessado como dependente do
da em julgado;
segurado;
II - para a companheira ou companheiro, pela ces-
XII - anotação constante de ficha ou livro de regis-
sação da união estável com o segurado ou segura-
tro de empregados;
da, enquanto não lhe for garantida a prestação de
XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado
alimentos;
como instituidor do seguro e a pessoa interessada
III - ao completar vinte e um anos de idade, para o
como sua beneficiária;
filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, ou
XIV - ficha de tratamento em instituição de assis-
nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormen-
tência médica, da qual conste o segurado como
te a essa idade:
responsável;
a) casamento;
XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo
b) início do exercício de emprego público efetivo;
segurado em nome de dependente;
c) constituição de estabelecimento civil ou comer-
XVI - declaração de não emancipação do dependen-
cial ou pela existência de relação de emprego, desde
te menor de vinte e um anos; ou
que, em função deles, o menor com dezesseis anos
XVII - quaisquer outros que possam levar à convic-
completos tenha economia própria; ou
ção do fato a comprovar.
d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um
§ 4º O fato superveniente que importe em exclusão
deles na falta do outro, por meio de instrumento
ou inclusão de dependente deve ser comunicado ao
público, independentemente de homologação judi-
Instituto Nacional do Seguro Social, com as provas
cial, ou por sentença judicial, ouvido o tutor, se o
cabíveis.
menor tiver dezesseis anos completos; e
IV - para os dependentes em geral:
a) pela cessação da invalidez ou da deficiência inte- Dica
lectual, mental ou grave; ou
b) pelo falecimento. Uma pessoa poderá, ao mesmo tempo, ser segu-
rada e dependente. Quer um exemplo? Eu sou
Atenção: de acordo com o § 1º do art. 17, o filho, o empregada em uma empresa, contribuo para o
irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que com- sistema como empregada e, também, sou casa-
provada a dependência econômica dos três últimos, se da. Meu marido é contribuinte individual do RGPS.
inválidos ou se tiverem deficiência intelectual, mental Portanto, somos segurados do RGPS e dependen-
ou grave, não perderão a qualidade de dependentes, tes um do outro perante a Previdência Social.
desde que a invalidez ou a deficiência intelectual,
mental ou grave tenha ocorrido antes do casamento, TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO RGPS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


exercício de emprego público, constituição de esta-
belecimento civil ou comercial ou pela existência de Estão excluídos do RGPS, ou seja, não podem se
relação de emprego ou concessão de emancipação. filiar ao sistema.
Exemplo: Maria casou-se com José quando tinha Facilmente, identifica-se quem está excluído pelas
17 anos. Aos 18 fica inválida e, ao completar 19, seu seguintes características:
pai falece. Maria não terá direito à pensão por mor-
te do seu pai, pois, com o casamento, deixou de ser z vinculação a um regime próprio de previdência
dependente deste. social, seja a pública brasileira ou até de entidades/
Ficará excluído, definitivamente, da condição de organismos internacionais;
dependente aquele que tiver sido condenado crimi- z ser estrangeiro, sem residência permanente no
nalmente, por sentença transitada em julgado, como Brasil, que presta serviços em nosso país, repre-
autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou sentando país estrangeiro.
de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do
segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DE SEGURADOS E
os inimputáveis. DEPENDENTES
A título de conhecimento, são provas elencadas na
Lei (Decreto nº 3.048/99) como aceitas (rol não taxati- Em resumo, a filiação é o vínculo que surge entre
vo) para comprovar dependência e vínculo: segurado e Previdência Social e a inscrição é o ato de
formalização (apresentando dados) perante a Previ-
Art. 22 [...] dência (Art. 20).
§ 3º Para comprovação do vínculo e da dependên- A filiação à Previdência Social decorre, automatica-
cia econômica, conforme o caso, deverão ser apre- mente, do exercício de atividade remunerada para os
sentados, no mínimo, dois documentos, observado segurados obrigatórios e da inscrição formalizada com
o disposto nos § 6º-A e § 8º do art. 16, e poderão ser
o pagamento da primeira contribuição para o segurado
aceitos, dentre outros:
facultativo (§ 1º, art. 20). Já a filiação do trabalhador
I - certidão de nascimento de filho havido em comum; 329
rural contratado por produtor rural, pessoa física, por b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurí-
prazo de até dois meses no período de um ano, para o dica a quem preste serviço, no caso de cooperados
exercício de atividades de natureza temporária, decor- ou contratados, respectivamente, se ainda não ins-
re, automaticamente, de sua inclusão em declaração critos no RGPS; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
prevista em ato do Secretário Especial da Receita Fede- de 2020)
ral do Brasil do Ministério da Economia por meio de c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal
do Empreendedor; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
identificação específica (§ 2º, art. 20).
de 2020)
Todos os segurados, em qualquer categoria, a par- V - segurado especial - preferencialmente, pelo titu-
tir de 16 anos de idade, pode filiar-se à Previdência lar do grupo familiar que se enquadre em uma das
Social e pagar, mensalmente, a contribuição para condições previstas no inciso VII do caput do art. 9º,
assegurar os seus direitos e a proteção à sua famí- hipótese em que o INSS poderá solicitar a apresenta-
lia, salvo na condição de aprendiz, na qual a filiação ção de documento que comprove o exercício da ativi-
poderá ocorrer aos 14 anos de idade. dade declarada, observado o disposto no art. 19-D; e
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
Dica VI - segurado facultativo - por ato próprio, por meio
do cadastramento de informações pessoais que per-
Já foi questão de prova, na qual se mencionada mitam a sua identificação, desde que não exerça
que o segurado poderia se filiar como segura- atividade que o enquadre na categoria de segurado
do facultativo a partir de 14 anos. Tanto a ban- obrigatório. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020).
ca CESPE como a FUNRIO já abordaram desta
forma, pedindo o que estava expresso na Lei nº
No caso do segurado especial, é possível a inscrição
8.213/91. A mudança de idade para a filiação
post mortem quando este preencher todos os requisi-
ocorreu, em 1998, com alterações na legislação.
tos de filiação com o RGPS (pressupostos de filiação).
Logo, o texto da lei tornou-se incompatível com
o da CF. Portanto, tenha atenção se a banca soli- Art. 19-B Na hipótese de não constarem do CNIS
citar o que está expresso na Lei. as informações sobre atividade, vínculo, remunera-
ções ou contribuições, ou de haver dúvida sobre a
Todos que exercem mais de uma atividade remu- regularidade das informações existentes, o período
nerada, que se enquadre no Regime Geral de Previ- somente será confirmado por meio da apresenta-
dência Social serão, obrigatoriamente, inscritos em ção de documentos contemporâneos dos fatos a
ambas as atividades. serem comprovados, com menção às datas de iní-
Determina, quanto a inscrição, o art. 18 do Decreto cio e de término e, quando se tratar de trabalhador
3.048/99 avulso, à duração do trabalho e à condição em que
tiver sido prestada a atividade.
Art. 18 Considera-se inscrição de segurado para A legislação vem sendo alterada para melhor ana-
os efeitos da previdência social o ato pelo qual o lisar a inscrição do segurado especial e evitar fraudes.
segurado é cadastrado no RGPS, por meio da com- A ideia principal é não realizar análise de documen-
provação dos dados pessoais, da seguinte forma: tos somente quando da solicitação do benefício e, sim,
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). alimentar o cadastro do INSS com informações sobre
I - empregado - pelo empregador, por meio da for- estes segurados, assim como ocorre com os demais.
malização do contrato de trabalho e, a partir da Vale a leitura de alguns dispositivos referentes a
obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração esta análise, pois pode vir, em sua prova, o texto da Lei.
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Vejamos o que está previsto no Decreto nº 3.048/99:
Trabalhistas - eSocial, instituído pelo Decreto nº
8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema Art. 19-D O Ministério da Economia manterá sis-
que venha a substituí-lo, por meio do registro con- tema de cadastro dos segurados especiais no CNIS,
tratual eletrônico realizado nesse Sistema; (Reda- observado o disposto nos § 7º e § 8º do art. 18, e
ção dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). poderá firmar acordo de cooperação com o Minis-
II - trabalhador avulso - pelo cadastramento e pelo tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
registro no órgão gestor de mão de obra, no caso com outros órgãos da administração pública fede-
de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso ral, estadual, distrital e municipal para a manu-
de trabalhador não portuário, e a partir da obri- tenção e a gestão do sistema de cadastro. (Incluído
gatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema que pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e § 1º O sistema de que trata o caput preverá a manu-
do registro eletrônico realizado nesse Sistema;(Re- tenção e a atualização anual do cadastro e conte-
dação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). rá as informações necessárias à caracterização
III - empregado doméstico - pelo empregador, por da condição de segurado especial. (Incluído pelo
meio do registro contratual eletrônico realizado no Decreto nº 10.410, de 2020)
eSocial;(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de § 2º A manutenção e a atualização de que trata
2020). o § 1º ocorrerão por meio da apresentação, pelo
IV - contribuinte individual: (Redação dada pelo segurado especial, de declaração anual ou de docu-
Decreto nº 10.410, de 2020). mento equivalente, conforme definido em ato do
a) por ato próprio, por meio do cadastramento de Secretário Especial de Previdência e Trabalho do
informações para identificação e reconhecimento Ministério da Economia. (Incluído pelo Decreto nº
da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional 10.410, de 2020)
do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apre- § 3º A aplicação do disposto neste artigo não pode-
sentação de documento que comprove o exercício rá acarretar ônus para o segurado, sem prejuízo do
da atividade declarada;(Incluído pelo Decreto nº disposto no § 4º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
330 10.410, de 2020) de 2020)
§ 4º O INSS, no ato de habilitação ou de concessão III - bloco de notas do produtor rural; (Incluído pelo
de benefício, verificará a condição de segurado Decreto nº 10.410, de 2020)
especial e, se for o caso, o pagamento da contribui- IV - documentos fiscais de entrada de mercadorias
ção previdenciária, nos termos do disposto na Lei de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº  8.212, de
nº 8.212, de 24 de julho de 1991, de modo a conside- 1991, emitidos pela empresa adquirente da pro-
rar, dentre outras informações, aquelas constantes dução, com indicação do nome do segurado como
do CNIS. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) vendedor;(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 5º A atualização anual de que trata o § 1º será V - documentos fiscais relativos a entrega de produ-
feita pelo segurado especial até 30 de junho do ano ção rural a cooperativa agrícola, entreposto de pes-
subsequente. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de cado ou outros, com indicação do segurado como
2020) vendedor ou consignante; (Incluído pelo Decreto nº
§ 6º É vedada a atualização anual de que trata o 10.410, de 2020)
§ 1º decorrido o prazo de cinco anos, contado da VI - comprovantes de recolhimento de contribuição
data a que se refere o § 5º. (Incluído pelo Decreto nº à previdência social decorrentes da comercializa-
10.410, de 2020) ção de produção rural; (Incluído pelo Decreto nº
§ 7º Decorrido o prazo de cinco anos de que trata 10.410, de 2020)
o § 6º, o segurado especial somente poderá com- VII - cópia da declaração de imposto sobre a renda,
putar o período de trabalho rural se efetuados na com indicação de renda proveniente da comerciali-
época apropriada a comercialização da produção e zação de produção rural; ou (Incluído pelo Decreto
o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 nº 10.410, de 2020)
da Lei nº 8.212, de 1991. (Incluído pelo Decreto nº VIII - licença de ocupação ou permissão outorgada
10.410, de 2020) pelo  Instituto Nacional de Colonização e Reforma
§ 8º O INSS utilizará as informações constantes Agrária - Incra. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
do cadastro de que trata o caput para fins de com- 2020)
provação da condição e do exercício da atividade § 12. Sempre que o tipo de outorga informado na
rural do segurado especial e do seu grupo familiar. autodeclaração de que trata § 10 for de parceiro,
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) meeiro, arrendatário, comodatário ou de outra
§ 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprova- modalidade de outorgado, o documento deverá
ção da condição e do exercício da atividade rural identificar e qualificar o outorgante. (Incluído pelo
do segurado especial ocorrerá, exclusivamente, por Decreto nº 10.410, de 2020)
meio das informações constantes do cadastro a § 13. A condição de segurado especial dos índios
que se refere o caput, observado o disposto no § 18. será comprovada por meio de certidão forneci-
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) da pela Fundação Nacional do Índio - Funai que:
§ 10. Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023, (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
o segurado especial comprovará o exercício da ati- I - conterá a identificação da entidade e de seu emi-
vidade rural por meio de autodeclaração ratificada tente, com a indicação do mandato, se for o caso;
por entidades públicas credenciadas, nos termos do (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro II - será fornecida em duas vias, em papel timbra-
de 2010, e por outros órgãos públicos, observado o do, com numeração sequencial controlada e inin-
seguinte: (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) terrupta; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
I - a autodeclaração será feita por meio do preen- III - conterá a identificação, a qualificação pessoal
chimento de formulários que serão disponibiliza- do beneficiário e a categoria de produtor a que per-
dos pelo INSS; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de tença; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
2020) IV - consignará os documentos e as informações
II - a ratificação da autodeclaração será realiza- que tenham servido de base para a sua emissão

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


da por meio de informações obtidas das bases de e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de
dados da Secretaria de Agricultura Familiar e Coo- registros existentes na própria entidade declarante
perativismo do Ministério da Agricultura, Pecuá- ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que
ria e Abastecimento e de outras bases de dados a idôneos e acessíveis à previdência social; (Incluído
que o INSS tiver acesso; e (Incluído pelo Decreto nº pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
10.410, de 2020) V - não conterá informação referente a período
III - as informações obtidas por meio de consultas anterior ao início da atividade da entidade decla-
às bases de dados governamentais que forem con- rante, exceto se baseada em documento que cons-
sideradas insuficientes para o reconhecimento do titua prova material do exercício dessa atividade; e
exercício da atividade rural alegada poderão ser (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
complementadas por prova documental contempo- VI - consignará os dados relativos ao período e à
rânea ao período informado. (Incluído pelo Decreto forma de exercício da atividade rural nos termos
nº 10.410, de 2020) estabelecidos pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº
§ 11. Complementarmente à autodeclaração de que 10.410, de 2020)
trata o § 10 e ao cadastro de que trata o caput, a § 14.  A homologação a que se refere o § 13 se res-
comprovação do exercício de atividade do segura- tringirá às informações relativas à atividade rural
do especial será feita por meio dos seguintes docu- e deverá atender aos seguintes critérios: (Incluído
mentos, dentre outros: (Incluído pelo Decreto nº pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
10.410, de 2020) I - conterá a identificação do órgão e do emitente
I - contrato de arrendamento, de parceria ou de da declaração; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
comodato rural; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, 2020)
de 2020) II - conterá a identificação, a qualificação pessoal
II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional do beneficiário e a categoria de produtor a que per-
de Fortalecimento da Agricultura Familiar de que tença; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, III - consignará os documentos e as informações
de 2010, ou pelo documento que venha a substituí- que tenham servido de base para a sua emissão
-la; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de 331
registros existentes na própria entidade declarante d) trabalhador avulso, empregado doméstico e contri-
ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que buinte individual.
idôneos e acessíveis à previdência social; e (Incluí- e) empregado, trabalhador avulso, empregado domésti-
do pelo Decreto nº 10.410, de 2020) co e contribuinte individual.
IV - consignará dados relativos ao período e à
forma de exercício da atividade rural nos termos São segurados obrigatórios do Regime Geral de
estabelecidos pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº Previdência Social todos os trabalhadores, pessoas
10.410, de 2020) físicas com 16 anos ou mais, que exerçam atividade
§ 15. Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que remunerada e que não estejam vinculados a regime
trata o caput poderá ser efetuado, atualizado e cor- próprio. Esses segurados são divididos em catego-
rigido sem prejuízo do prazo de que trata o § 9º e rias, dentre elas o segurado empregado, o empre-
das regras permanentes estabelecidas nos § 5º e §
gado doméstico, o trabalhador avulso e o segurado
6º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
especial, todas previstas no art. 11 da Lei 8.213/91.
§ 16. Na hipótese de haver divergência de infor-
mações entre o cadastro de que trata o caput e as Resposta: Letra E.
demais bases de dados, para fins de reconhecimen-
to do direito ao benefício, o INSS poderá exigir a
apresentação dos documentos referidos no § 11.
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 17. As informações obtidas e acolhidas pelo INSS DISPOSIÇÕES GERAIS DO RGPS PARA
diretamente de bancos de dados disponibilizados CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS
por órgãos do Poder Público serão utilizadas para
validar ou invalidar informação para o cadastra- Os benefícios são pagos aos segurados e dependen-
mento do segurado especial e, quando for o caso, tes frente a alguns infortúnios, como doença, morte,
para deixar de reconhecer o segurado nessa condi- idade avançada, entre outros eventos, previstos em Lei,
ção. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
que prejudicam o sustento do segurado e sua família.
§ 18.  O prazo a que se refere o § 9º será prorrogado
Além dos benefícios, a previdência presta servi-
até que cinquenta por cento dos segurados espe-
ciais, apurados conforme quantitativo da Pesqui-
ços também. Portanto, ela prevê prestações aos seus
sa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, beneficiários.
estejam inseridos no sistema de cadastro dos segu- O RGPS é operacionalizado pelo INSS – Instituto
rados especiais de que trata o caput. (Incluído pelo Nacional do Seguro Social, autarquia federal cria-
Decreto nº 10.410, de 2020) da com tal finalidade. O INSS é o órgão responsável
§ 19. O fim da prorrogação a que se refere o § 18 por analisar se o beneficiário possui ou não direito a
será definido em ato do Secretário Especial de Pre- determinado benefício, avaliar necessidade de manu-
vidência e Trabalho do Ministério da Economia. tenção de benefícios, entre outras atividades que lhe
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) são designadas.
Por fim, a inscrição do dependente do segurado Em geral, para ter direito aos benefícios previden-
será promovida quando do requerimento do bene- ciários, devem ser observados os seguintes requisitos:
fício a que tiver direito.
z Se possui a qualidade de segurado ou dependente;
z Ocorrência do fato gerador;
z Carência;
EXERCÍCIOS COMENTADOS z Possibilidade de acumulação dos benefícios (se for
o caso de concessão de um segundo benefício).
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a legis-
lação tributária básica e suas atualizações, julgue o Portanto, em uma questão de prova que traba-
próximo item. lhe uma situação hipotética, analise, primeiramente,
O pescador artesanal que fizer da pesca profissão esses fatores para responder se o segurado/dependen-
habitual e que residir em imóvel rural poderá contribuir te possui direito ao benefício.
para a previdência social de forma facultativa, na qua- É essencial o entendimento destes conceitos para o
lidade de segurado especial. estudo dos benefícios previdenciários em espécie.
Vamos abordar cada ponto sobre as disposições
( ) CERTO  ( ) ERRADO gerais.

O segurado especial está enquadrado entre os segu- MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA


rados obrigatórios da Previdência, ou seja, tem o QUALIDADE DE SEGURADO
dever de contribuir para a Previdência Social. Por-
tanto, é incorreto afirmar que ele poderá contribuir O segurado possui tal qualidade enquanto filiado,
de forma facultativa. Resposta: Errado. contribuindo para o RGPS. Perceba que se trata de um
seguro, no qual se paga, previamente, para ter direitos.
2. (INSTITUTO AOCP – 2015) Em relação ao Instituto No entanto, a legislação previdenciária prevê
Nacional de Seguridade Social, o segurado obrigató- situações que o segurado poderá ficar sem contribuir
rio é a pessoa física que exerce atividade remunerada e gozar de benefícios se precisar, o que denominamos
abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social na Período de Graça.
qualidade de Funciona assim: imagine que você tenha um segu-
ro de vida, o qual exista a possibilidade de você ficar
a) empregado. um ano sem pagá-lo. Mesmo se você morrer, seus
b) trabalhador avulso e empregado doméstico. beneficiários receberão o valor estipulado na apólice.
332 c) empregado e contribuinte individual. É isso que ocorre no período de graça.
Dica Vamos analisar alguns exemplos?
O período de graça não gera benefícios auto-
Exemplo 01
maticamente. É um período que, ocorrendo fato
gerador do benefício, concede-se o benefício
Julia trabalhou como empregada na empresa A de
mesmo sem estar contribuindo.
março de 2012 até março de 2014 e ficou desemprega-
Assim, prevê o art. 13 do Decreto nº 3.048/99: da. Quanto tempo terá de período de graça?
Por 12 meses (art.13, II), podendo chegar ao total
Art. 13 Mantém a qualidade de segurado, indepen- de 24 meses se, ao final do período de 12 meses, esti-
dentemente de contribuições: ver desempregada (art. 13, § 2º).
I - sem limite de prazo, o segurado que esti- Cabe uma breve explicação sobre a situação do
ver em gozo de benefício, exceto na hipótese de desemprego: a Lei exige comprovação, por registro no
auxílio-acidente; órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego,
II - até doze meses após a cessação de benefício mas, na Jurisprudência, admitem-se outras formas
por incapacidade ou das contribuições, observado que demonstrem a situação de desemprego.
o disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E; (Redação
dada pelo Decreto nº 10.491, de 2020)1
Exemplo 02
III - até doze meses após cessar a segregação, o
segurado acometido de doença de segregação
compulsória; Andressa trabalhou como empregada na empresa
IV - até doze meses após o livramento, o segurado “A” de março de 2000 até março de 2010. Ficando desem-
detido ou recluso; pregada, voltou a trabalhar na empresa “B”, em janeiro
V - até três meses após o licenciamento, o segurado de 2011, na qual trabalhou como empregada até janeiro
incorporado às Forças Armadas para prestar ser- de 2019. Quanto tempo terá de período de graça?
viço militar; e Por 24 meses (art. 13 § 1º), podendo chegar ao total
VI - até seis meses após a cessação das contribui- de 36 meses se, ao final do período de 12 meses, esti-
ções, o segurado facultativo.
ver desempregada (art. 13, § 2º).
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vin-
te e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de
cento e vinte contribuições mensais sem interrupção Exemplo 03
que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º O prazo do inciso II ou do §  1º  será acresci- Maria contribui, como segurada facultativa, desde
do de doze meses para o segurado desempregado, janeiro de 2019 e cessou as contribuições em janeiro
desde que comprovada essa situação por regis- de 2020. Quanto tempo terá de período de graça?
tro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Por 6 meses (art. 13, VI), mantendo a qualidade de
Emprego. segurada.
§  3º Durante os prazos deste artigo, o segurado
conserva todos os seus direitos perante a previdên-
Perda da qualidade de segurado
cia social.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no
§ 1º ao segurado que se desvincular de regime pró- Percebemos, até aqui, de que forma o segurado
prio de previdência social. (Incluído pelo Decreto nº mantém tal qualidade. Mas, e quando ocorre a perda
3.265, de 1999) da qualidade de segurado? De acordo com o art. 14
§ 5º A perda da qualidade de segurado não será da Lei, ocorrerá, “no dia seguinte ao do vencimento da

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


considerada para a concessão das aposentadorias contribuição do contribuinte individual, relativa ao mês
por tempo de contribuição e especial. (Incluído pelo imediatamente posterior ao término daqueles prazos.”
Decreto nº 4.729, de 2003) Aplicando-se a regra geral (sem períodos de amplia-
§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por
ção previstos nos parágrafos do art. 13 do Decreto nº
idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o
número de contribuições mensais exigido para efeito 3.048/99) assim que cessar a contribuição do segurado
de carência na data do requerimento do benefício. obrigatório. Analisemos o exemplo a seguir:
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Maria realizou suas contribuições de modo individual
§ 7º Para o contribuinte individual, o período de de janeiro de 2017 até janeiro de 2019. Se ela não voltar
manutenção da qualidade de segurado inicia-se no a contribuir, quando perderá a qualidade de segurada?
primeiro dia do mês subsequente ao da última con- Pela regra geral (art. 13, II), a segurada terá tal qua-
tribuição com valor igual ou superior ao salário- lidade mantida de janeiro de 2019 até janeiro de 2020.
-mínimo.  (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) Ela deverá, então, voltar a contribuir em fevereiro de
§ 8º O segurado que receber remuneração inferior
2020. A Lei prevê que a data de vencimento das contri-
ao limite mínimo mensal do salário de contribui-
ção somente manterá a qualidade de segurado se
buições será no dia 15 do mês subsequente à compe-
efetuar os ajustes de complementação, utilização e tência que se refere. Portanto, se Maria não contribuir,
agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o perderá a qualidade de segurada no dia 16/03/2020,
§ 27-A do art. 216. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, pois deverá pagar a competência em fevereiro (mês
de 2020) que deve voltar a contribuir) até o dia 15/03/2020.
1 Atente-se ao que dispõe os artigos citados:
§ 7º Para o contribuinte individual, o período de manutenção da qualidade de segurado inicia-se no primeiro dia do mês subsequente ao da
última contribuição com valor igual ou superior ao salário-mínimo. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 8º O segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição somente manterá a qualidade de
segurado se efetuar os ajustes de complementação, utilização e agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art. 216.
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) 333
Com a perda da qualidade de segurado, ocorre a II - salário-maternidade, para as seguradas empre-
cessação de todos os direitos inerentes a essa condi- gada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa
ção. Porém, vale destacar que existem exceções a essa III - auxílio por incapacidade temporária e aposen-
regra. A Lei prevê que não será considerada a perda tadoria por incapacidade permanente nos casos de
da qualidade de segurado na concessão das aposenta- acidente de qualquer natureza ou causa e de doen-
dorias para as quais tenham sido preenchidos todos ça profissional ou do trabalho e nos casos de segu-
os requisitos, segundo a legislação em vigor à época rado que, após filiar-se ao RGPS, seja acometido
de alguma das doenças ou afecções especificadas
em que estes requisitos foram atendidos.
em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da
Nos casos do benefício de auxílio por incapacidade
Economia, atualizada a cada três anos, de acordo
temporária e salário-maternidade para segurados con- com os critérios de estigma, deformação, mutila-
tribuintes individuais, facultativos e segurados especiais, ção, deficiência ou outro fator que lhe confira espe-
faz-se necessário um mínimo de novas contribuições cificidade e gravidade que mereçam tratamento
após a perda da qualidade de segurado, a fim de fazer particularizado;
jus ao benefício. Vamos à redação da Lei nº 8.213/91: IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, auxí-
lio-doença, auxílio-reclusão ou pensão por morte
Art. 27-A No caso de perda da qualidade de segu- aos segurados especiais, desde que comprovem
rado, para efeito de carência para a concessão dos o exercício de atividade rural no período imedia-
benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá tamente anterior ao requerimento do benefício,
contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, ainda que de forma descontínua, igual ao número
com metade dos períodos previstos nos incisos I e III de meses correspondente à carência do benefício
do caput do art. 25 desta Lei. O dependente do segu- requerido; e
rado perderá a qualidade de segurado nas situações V - reabilitação profissional.
previstas no artigo 17 do Decreto 3.048/99.
Agora, analise a tabela, para melhor memorização
Este tema será melhor trabalhado no tópico dos prazos:
seguinte, sobre a carência.
z Exige carência:
Carência
„ Aposentadorias programadas, por idade e
Carência nada mais é que o número mínimo de especial (180);
contribuições exigidas para que o beneficiário tenha „ Auxílio por incapacidade temporária e aposen-
direito a um benefício. Vejamos o texto do art. 24 da tadoria por incapacidade permanente (12);
Lei nº 8.213/91: „ Salário maternidade para contribuinte indivi-
dual e facultativa (12);
Art. 24 Período de carência é o número mínimo de „ Auxílio-Reclusão (24).
contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a z Não exige carência:
partir do transcurso do primeiro dia dos meses de
suas competências.
„ Pensão por morte;
„ Auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria
Na sequência, a Lei disciplina quais benefícios pos- por incapacidade permanente com origem em aci-
suem carência e quais serão concedidos independente dente de qualquer natureza, doenças profissionais e
de carência. No Decreto nº 3.048/99, encontramos que: do trabalho e isentas legalmente;
„ Salário-Família;
Art. 29 A concessão das prestações pecuniárias do
„ Salário-maternidade para empregadas, empregadas
Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o
domésticas e trabalhadoras avulsas.
disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos
de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio Art. 30 (Decreto 3.048/99) [...]
por incapacidade temporária e aposentadoria por § 1º Entende-se como acidente de qualquer natu-
incapacidade permanente; reza ou causa aquele de origem traumática e por
II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou
de aposentadoria programada, por idade do traba- biológicos, que acarrete lesão corporal ou pertur-
lhador rural e especial; bação funcional que cause a morte ou a perda ou a
III - dez contribuições mensais, no caso de salário- redução permanente ou temporária da capacidade
-maternidade, para as seguradas contribuinte indi- laborativa.   
vidual, especial e facultativa, respeitado o disposto § 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou
no § 2º do art. 93 e no inciso II do art. 101.      afecções a que se refere o inciso III do caput, inde-
IV - vinte e quatro contribuições mensais, no caso penderá de carência a concessão de auxílio por
de auxílio-reclusão. incapacidade temporária e de aposentadoria por
Parágrafo único.    Em caso de parto antecipado, o incapacidade permanente ao segurado que, após
período de carência a que se refere o inciso III será filiar-se ao RGPS, seja acometido por alguma das
reduzido em número de contribuições equivalente seguintes doenças: 
ao número de meses em que o parto foi antecipado. I - tuberculose ativa;
Art. 30 Independe de carência a concessão das II - hanseníase; 
seguintes prestações: III - alienação mental; 
I - pensão por morte, salário-família e auxílio-aci- IV - esclerose múltipla; 
dente de qualquer natureza, observado, quanto à V - hepatopatia grave; 
pensão por morte, o disposto no inciso V do caput e VI - neoplasia maligna;      
nos § 3º e § 4º do art. 114; VII - cegueira;
334
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;       I -  aposentadoria com auxílio por incapacidade
IX - cardiopatia grave;       temporária;
X - doença de Parkinson;        II - mais de uma aposentadoria;
XI - espondiloartrose anquilosante; III - aposentadoria com abono de permanência em
XII - nefropatia grave;        serviço;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte IV - salário-maternidade com auxílio por incapaci-
deformante);      dade temporária;
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou    V - mais de um auxílio-acidente;
XV - contaminação por radiação, com base em con- VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge;
clusão da medicina especializada.    VII - mais de uma pensão deixada por companheiro
ou companheira;
O período de carência é contato a partir de momen- VIII  -  mais de uma pensão deixada por cônjuge e
tos diferentes para cada segurado, da seguinte maneira: companheiro ou companheira;

z Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Nessa hipótese, quando a pensão for deixada por
Avulso: data de filiação no RGPS; cônjuge e companheiro ou companheira, o pensio-
z Empregado doméstico, Contribuinte Individual, nista poderá optar pela pensão mais vantajosa, sendo
Segurado Especial que contribua, facultativamen- vedada a acumulação da mesma.
te (conforme previsto no art. 200 do Decreto nº A legislação não veda, expressamente, o recebi-
3.048/99), e facultativo: na data do efetivo recolhi- mento de mais de uma pensão deixada pelos pais.
mento da primeira contribuição sem atraso; Sendo assim, por falta de previsão legal, não é proibi-
z Segurado Especial, que não contribua facultativa- do fazer jus a mais de uma pensão (desde que cumpri-
mente: do efetivo exercício da atividade. dos os requisitos), quando deixada pelos pais.

Dica IX - auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.


§ 1º Nas hipóteses de que tratam os incisos VI, VII
Para o segurado especial, que contribuir somen- e VIII do caput, fica facultado ao dependente optar
te sobre comercialização da produção rural pela pensão mais vantajosa, observado o disposto
(forma obrigatória pela Lei) a carência será cor- no art. 167-A.
respondente ao número de meses efetivamen- § 2º É vedado o recebimento conjunto do seguro-
te trabalhados e os serviços serão concedidos -desemprego com qualquer benefício de prestação
independentemente de carência. continuada da previdência social, exceto pensão por
morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-su-
Na hipótese de perda da qualidade de segurado, plementar ou abono de permanência em serviço.
para fins da concessão dos benefícios de auxílio-doen- § 3º É permitida a acumulação dos benefícios previs-
tos neste Regulamento com o benefício de que trata
ça, de aposentadoria por incapacidade permanente,
a Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982, que não
de salário maternidade e de auxílio-reclusão, o segu-
poderá ser reduzido em razão de eventual aquisição
rado deverá contar, a partir da data da nova filiação
de capacidade laborativa ou de redução de incapaci-
à Previdência Social, com metade dos períodos de
dade para o trabalho ocorrida após a sua concessão.
carência previstos na Lei. Portanto, restabelecendo a § 4º O segurado recluso em regime fechado, durante a
qualidade de segurado, devem contar com, no míni- percepção, pelos dependentes, do benefício de auxílio-
mo, após nova filiação: -reclusão, não terá o direito aos benefícios de salário-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


-maternidade e de aposentadoria reconhecido, exceto
Salário- se manifestada a opção pelo benefício mais vantajoso
maternidade (CI, também pelos dependentes.
segurada especial
Metade da e facultativa): 05
Carência contribuições Com a Reforma Previdenciária de 2019, muito se
discutiu sobre a possibilidade de acumular pensão
Restabelecimento
da Qualidade de Auxílio-reclusão: por morte e aposentadoria e pensão do RGPS com a
Segurado 12 contribuições pensão do RPPS, algo que sempre foi possível. A fim de
manter a possibilidade de acumulação desses benefí-
Auxílio por cios, foram previstas regras de diminuição do benefí-
incapacidade e cio, conforme uma faixa salarial. Veja o que dispõe o
Aposentadoria art. 167-A do Decreto nº 3.048/99:
por incapacidade:
06 contribuições
Art. 167-A Será admitida a acumulação dos seguintes
benefícios: (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Acumulação de Benefícios e Riscos Sociais I - de pensão por morte deixada por cônjuge ou com-
panheiro do RGPS com pensão por morte concedida
Quando o segurado já recebe um benefício e soli- por outro regime de previdência social ou com pen-
cita outro, é necessário observar se é possível receber sões decorrentes das atividades militares de que tra-
os dois conjuntamente. Sobre isso, veja o que determi- tam o art. 42 e o art. 142 da Constituição;
na o Decreto nº 3.048/99: II - de pensão por morte deixada por cônjuge ou
companheiro do RGPS com aposentadoria do mes-
Art. 167 Exceto na hipótese de direito adquirido, mo regime e de regime próprio de previdência social
não é permitido o recebimento conjunto dos seguin- ou com proventos de inatividade decorrentes das ati-
tes benefícios do RGPS, inclusive quando decorren- vidades militares de que tratam o art. 42 e o art. 142
tes de acidente do trabalho: da Constituição; 335
III - de aposentadoria concedida no âmbito do SALÁRIO DE BENEFÍCIO
RGPS com pensão deixada por cônjuge ou compa-
nheiro de regime próprio de previdência social ou Conceito
com proventos de inatividade decorrentes das ativi-
dades militares de que tratam o art. 42 e o art. 142 Quando um beneficiário solicita um determinado
da Constituição. benefício, será necessário calcular o valor devido. A
§ 1º Nas hipóteses de acumulação previstas no caput, base de cálculo desse valor inicial (que denominamos
fica assegurada a percepção do valor integral do RMI – Renda Mensal Inicial) é o salário de benefício.
benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um De acordo com o art. 31 do Decreto nº 3.048, o salá-
dos demais benefícios, apurada cumulativamente de
rio de benefício (que é formado pelos salários de con-
acordo com as seguintes faixas:
tribuição do segurado) é o valor básico utilizado para
I - sessenta por cento do valor que exceder um salá-
rio-mínimo, até o limite de dois salários-mínimos; o cálculo da renda mensal dos benefícios de presta-
II - quarenta por cento do valor que exceder dois salá- ção continuada, inclusive aqueles regidos por normas
rios-mínimos, até o limite de três salários-mínimos; especiais, exceto:
III - vinte por cento do valor que exceder três salá-
rios-mínimos, até o limite de quatro salários-míni- I - o salário-família;
mos; e    II - a pensão por morte;
IV - dez por cento do valor que exceder quatro III - o salário-maternidade;
salários-mínimos. IV - o auxílio-reclusão;
§ 2º A aplicação do disposto no § 1º poderá ser V - os demais benefícios previstos em legislação
revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, especial.
em razão de alteração de algum dos benefícios.
§ 3º Na hipótese de recebimento de pensão desdobrada, O salário de benefício a ser utilizado para o cálculo
para fins de aplicação do disposto no § 1º, em relação dos benefícios, inclusive aqueles previstos em acor-
a esse benefício, será considerado o valor correspon- do internacional2, consiste no resultado da média
dente ao somatório da cota individual e da parcela da
aritmética simples dos salários de contribuição
cota familiar, devido ao pensionista, que será revisto
em razão do fim do desdobramento ou da alteração do considerados para a concessão do benefício, atua-
número de dependentes. lizados, monetariamente, correspondentes a cem
§ 4º As restrições previstas neste artigo não se apli- por cento do período contributivo, desde a compe-
cam caso o direito aos benefícios tenha sido adqui- tência de julho de 1994 ou desde o início da con-
rido até 13 de novembro de 2019. tribuição, se posterior a essa competência (art. 32).
§ 5º Para fins do disposto neste artigo, no ato de Isso significa que, um segurado, ao solicitar sua
habilitação ou concessão de benefício sujeito a acu- aposentaria, o cálculo desta será com base nas contri-
mulação, o INSS deverá: buições vertidas para o sistema durante toda sua vida
I - verificar a filiação do segurado ao RGPS ou
laborativa. Vejamos alguns exemplos:
a regime próprio de previdência social;        
II - solicitar ao segurado que manifeste expressa-
Exemplo 01.
mente a sua opção pelo benefício que lhe seja mais
vantajoso;
III - quando for o caso, verificar a condição do segu-
José, de 65 anos, deseja aposentar-se no ano de 2021.
rado ou pensionista, de modo a considerar, dentre Ele possui 25 anos de contribuição a qual foi iniciada
outras, as informações constantes do CNIS. em janeiro de 1995. Para a RMI (Renda Mensal Inicial)
§ 6º O Ministério da Economia manterá sistema de da sua aposentadoria, serão utilizadas todas as contri-
cadastro dos segurados do  RGPS e dos servidores buições devidamente recolhidas desde janeiro de 1995.
vinculados a regimes próprios de previdência social,
e poderá, para tanto, firmar acordo de cooperação Exemplo 02
com outros órgãos da administração pública fede-
ral, estadual, distrital ou municipal para a manuten- José, de 65 anos, deseja aposentar-se no ano de
ção e a gestão do referido sistema de cadastro. 2021. Ele possui 30 anos de contribuição a qual foi
§ 7º Até que o sistema de que trata o § 6º seja imple- iniciada em janeiro de 1993. Para a RMI da sua apo-
mentado, a comprovação de que o aposentado ou o
sentadoria, serão utilizadas todas as contribuições
pensionista cônjuge ou companheira ou companhei-
devidamente recolhidas desde julho de 1994.
ro do  RGPS não recebe aposentadoria ou pensão
de outro regime próprio de previdência social será Utiliza-se a competência julho de 1994, pois foi um
feita por meio de autodeclaração, a qual o sujeitará momento histórico, no qual a inflação, em nosso país,
às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis começou a melhorar, principalmente, por causa do
caso seja constatada a emissão de declaração falsa. Plano Real.
§ 8º Caberá ao aposentado ou pensionista do RGPS
informar ao INSS a obtenção de aposentadoria Art. 32 [...]
ou pensão de cônjuge ou companheira ou compa- § 22 Considera-se período contributivo:
nheiro de outro regime, sob pena de suspensão do I - para o empregado, inclusive o doméstico, e o tra-
benefício. balhador avulso - o conjunto de competências em
que houve ou deveria ter havido contribuição em
Assim, se uma pessoa recebe aposentadoria e pen- razão do exercício de atividade remunerada sujeita
são no RGPS, ela adquire, integralmente, o valor do à filiação obrigatória ao RGPS, desde que o salário
maior benefício (mais vantajoso) e parte do outro, res- de contribuição seja igual ou superior ao limite
peitada a faixa prevista na Lei. mínimo mensal do salário de contribuição.

2 O Brasil poderá firmar acordos previdenciários com outros países, permitindo que o segurado que, por exemplo, trabalhou e contribuiu em
336 previdência estrangeira, traga essas contribuições e tempo para concessão de aposentadoria no Brasil.
II - para os demais segurados, inclusive o facultati- Os salários de contribuição utilizados no cálculo do
vo: o conjunto de meses de efetiva contribuição ao valor do benefício serão, antes, corrigidos mês a mês,
regime de que trata este Regulamento. de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços
Ao segurado que, no somatório de remunerações ao Consumidor (INPC) apurado pelo IBGE. O valor aufe-
auferidas no período de um mês, receber remunera- rido pelo segurado, a título de auxílio-acidente, engloba
ção inferior ao limite mínimo mensal do salário de o valor do salário de benefício para concessão de apo-
contribuição será assegurado:  sentadoria, respeitando o teto (Art. 33).
Art. 19-E § 1º [...] O salário de benefício do segurado especial que
I - complementar a contribuição das competências, não contribuiu facultativamente consiste no valor de
de forma a alcançar o limite mínimo do salário de um salário mínimo (Art. 32, § 21).
contribuição exigido; Para fins do cálculo das aposentadorias programa-
II - utilizar o excedente do salário de contribuição das para as quais seja exigido tempo mínimo de con-
superior ao limite mínimo de uma competência
tribuição, poderão ser excluídas do cálculo da média
para completar o salário de contribuição de outra
competência até atingir o limite mínimo; ou      dos salários de contribuição utilizado para definição
III - agrupar os salários de contribuição inferiores do salário de benefício as contribuições que resultem
ao limite mínimo de diferentes competências para em redução do valor do benefício (Art. 32 § 24).
aproveitamento em uma ou mais competências até A exclusão será para aposentadorias programa-
que estas atinjam o limite mínimo.   das, especial e por idade do trabalhador rural. Já as
Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver aposentadorias transitórias, por idade e por tempo de
recebido benefícios por incapacidade, sua duração contribuição
será contada, considerando-se como salário de contri- A legislação, no art. 32, § 27, prevê que fica veda-
buição o salário de benefício que serviu de base para da a utilização das contribuições excluídas para qual-
o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas quer finalidade, inclusive para:
épocas e bases dos benefícios em geral, não poden-
do ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. Já
o auxílio por incapacidade temporária não poderá I - o acréscimo do percentual da renda mensal
exceder a média aritmética simples dos últimos 12 II - o somatório de pontos das aposentadorias por
(doze) salários de contribuição, inclusive em caso de tempo de contribuição e especial;
remuneração variável, ou se não alcançado o número III - o cumprimento de período adicional exigido
de 12 (doze) salários, a média aritmética simples dos para as aposentadorias por tempo de contribuição;
salários de contribuição existentes (Art. 32, § 6º). IV - a averbação em outro regime previdenciário;
Para fins de cômputo do salário de benefício de ou
qualquer aposentadoria antecedida de auxílio-aci- V - a obtenção dos proventos de inatividade de que
dente, o valor mensal desse benefício será somado ao
tratam os art. 42 e art. 142 da Constituição (Ativi-
salário de contribuição antes da aplicação da corre-
ção monetária prevista em Lei, não podendo o total dades Militares).
apurado ser superior ao limite máximo do salário de
contribuição (Art. 32 § 8º). Fator Previdenciário
Por falar em máximo do salário de contribuição,
algo fundamental quando tratamos do salário de Cabe uma breve explicação sobre o fator previ-
benefício é o respeito ao mínimo e máximo do salário

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


denciário, pois ele ainda se aplica às aposentadorias
de contribuição.
concedidas como direito adquirido – ou seja, a quem
O valor mínimo (também denominado de Piso Pre-
videnciário) será, em regra, o valor do salário mínimo preencheu os requisitos antes da Reforma – e na apo-
nacional, salvo os mínimos disciplinados por catego- sentadoria em conformidade com a regra de tran-
rias profissionais estabelecidos em Lei ou acordo/con- sição (regra do art. 17 da Emenda Constitucional nº
venções trabalhistas. Já o valor máximo (denominado 103/2019). Salvo nessas situações, hoje, já não se aplica
de Teto Previdenciário) é um valor designado por por- o fator previdenciário.
taria interministerial, anualmente, como um limite
Instituído pela Lei nº 9.876/1999, foi criado com o
para contribuições e RMI dos benefícios.
objetivo de estimular aposentadorias tardias e com
Dica um tempo maior de contribuição. Como se sabe, não
surtiu o efeito desejado, pois as pessoas não “tarda-
Mesmo estando disciplinado que os benefícios
vam” seus planos de aposentadoria.
e contribuições para o RGPS devem obedecer ao
O Fator Previdenciário era uma fórmula aplicada
Piso e ao Teto, existem benefícios que podem
ao cálculo das aposentadorias por idade e tempo de
ser concedidos abaixo do Piso ou acima do Teto.
contribuição, sendo que, nas aposentadorias por ida-
Vejamos:
� Abaixo do Piso de (caso se beneficiasse o segurado), era aplicado de
� Auxílio-Acidente; modo facultativo.
� Salário-Família. Tal fórmula considera os fatores idade, a expecta-
� Acima do Teto tiva de sobrevida e o tempo de contribuição previden-
� Salário-Maternidade; ciária do segurado ao se aposentar. Quanto menor a
� Aposentadoria por incapacidade permanente expectativa de vida (conforme dados do IBGE) e maior
quando acrescida de 25% por necessidade de tempo de contribuição, melhor ficaria o benefício.
auxílio de terceiro. Caso contrário, o valor seria reduzido. 337
RENDA MENSAL aplicação do disposto no § 1o, de acordo com nor-
mas a serem baixadas pelo Ministério da Previdên-
A Renda Mensal do benefício é o valor que, efeti- cia Social.
vamente, será pago ao segurado ou dependentes na
concessão do benefício com base no valor apurado no Lembrando que, em regra, nenhum benefício rea-
salário de benefício. justado poderá exceder o limite máximo do salário
A renda mensal inicial do benefício será calculada de benefício na data do reajustamento, respeitados
a partir da aplicação dos percentuais definidos para os direitos adquiridos, nem inferior ao valor de um
cada espécie. No estudo dos benefícios em espécie, salário mínimo, de acordo com o art. 42 desse Decreto.
verificaremos o percentual aplicado a cada um deles.
ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES NO REGIME GERAL DE
Art. 36 [...] PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 2º No caso de segurado empregado, inclusive o
doméstico, e de trabalhador avulso que tenham
Quando tratamos de prestações do RGPS, devemos
cumprido todas as condições para a concessão do
ter em mente que a Previdência tem, como prestações:
benefício pleiteado, mas não possam comprovar o
valor dos seus salários de contribuição no período
básico de cálculo, será considerado, para o cálculo z Benefícios (também denominados prestações
do benefício referente ao período sem comprova- pecuniárias);
ção do valor do salário de contribuição, o valor z Serviços. Estes são devidos:
do salário-mínimo e essa renda será recalculada
quando da apresentação de prova dos salários de
Segurados: aposen-
contribuição.  
tadorias, auxílio
acidente e por
De acordo com o art. 39, atente-se que: incapacidade e os
salários
z Para fins da aplicação dos percentuais, presume-
-se, como efetivado, o recolhimento correspon-
dente quando se tratar de segurado empregado, Benefícios
inclusive, o doméstico e de trabalhador avulso, Dependentes:
pois a responsabilidade de reter e recolher a con- pensão e auxílio
tribuição previdenciária é do empregador; reclusão
Prestações
z Para os segurados especiais, inclusive, aqueles com INSS
deficiência, é garantida a concessão, alternativa-
mente, de aposentadoria por idade do trabalhador Segurados e
rural ou por incapacidade permanente, de auxílio Serviços
Dependentes
por incapacidade temporária, de auxílio-reclusão
ou de pensão por morte, no valor de um salário
mínimo ou, se contribuir, facultativamente, os Art. 25 O Regime Geral de Previdência Social com-
benefícios em geral. preende as seguintes prestações, expressas em
benefícios e serviços:
REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS I – Quanto ao segurado:
a) aposentadoria por incapacidade permanente;   
Quando se trata de benefícios previdenciários, fica b) aposentadoria programada;       
c) aposentadoria por idade do trabalhador rural;        
assegurado o reajustamento dos benefícios, a fim de
d) aposentadoria especial;
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real
e) auxílio por incapacidade temporária;     
da data de sua concessão. É isso o que rege o art. 40.
f) salário-família;
Vejamos: g) salário-maternidade; e
h) auxílio-acidente;
Art. 40 É assegurado o reajustamento dos benefí- II – Quanto ao dependente:
cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o a) pensão por morte; e
valor real da data de sua concessão. b) auxílio-reclusão; e
III – quanto ao segurado e dependente: reabilitação
Significa que o que o segurado consegue “com- profissional.
prar” na data inicial do benefício, deve permanecer
com o passar dos anos, ou seja, deve garantir o poder Cada benefício possui suas particularidades e é
aquisitivo do beneficiário. fundamental ao seu estudo conhecer cada espécie de
benefícios, estudadas em capítulo próprio.
§ 1º Os valores dos benefícios em manutenção serão
reajustados, anualmente, na mesma data do reajus-
te do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas
respectivas datas de início ou do último reajusta-
mento, com base no Índice Nacional de Preços ao
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Consumidor  -  INPC, apurado pela Fundação Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.  1. (FCC – 2014) A qualidade de segurado da Previdência
[...] Social é mantida, independentemente de contribuições,
§ 6º Para os benefícios que tenham sido majorados
devido à elevação do salário mínimo, o referido I. até 6 meses após o licenciamento, o segurado incor-
338 aumento deverá ser compensado no momento da porado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
II. sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; z Contribuinte individual e a pessoa física na con-
III. até 12 meses após a cessação das contribuições, dição de proprietário ou dono de obra de constru-
segurado que deixar de exercer atividade remunerada ção civil em relação aos segurados que lhe prestam
abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso serviços. (Exemplo: dentista que contrata uma
ou licenciado sem remuneração;
secretária é equiparado a empresa, com relação a
IV. até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou
esta contratação, ou seja, precisa recolher contri-
recluso.
buição previdenciária como empresa);
z Cooperativa, que podem ser, por exemplo, coo-
Está correto o que consta APENAS em
perativas de produção, obrigadas as recolhimento
de contribuição previdenciária patronal de 20%
a) III e IV.
b) I e II. sobre a folha salarial;
c) I, II e III. z Associação ou entidade de qualquer natureza ou
d) I e IV. finalidade – as entidades beneficentes de assistên-
e) II, III e IV. cia social que atendam aos requisitos legais têm a
chamada imunidade tributária, ficando desobriga-
Conforme Dispõe a Lei 8.213/91, o segurado incor- das do recolhimento da contribuição previdenciá-
porado às Forças Armadas mantém a qualidade de ria patronal;
segurado por até 3 meses. Os outros itens da ques- z Missão diplomática (embaixadas);
tão trazem as previsões corretas. Resposta: Letra E. z Repartição consular de carreiras estrangeiras
(consulados).
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Hélio, filiado ao RGPS há
mais de dez anos, foi demitido do emprego em feverei-
ro de 2018, interrompendo o recolhimento das contri-
buições sociais. Nesse caso, Hélio EXERCÍCIO COMENTADO
a) manterá a qualidade de segurado até a readmissão 1. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Para fins previdenciários,
em novo emprego, desde que esta ocorra no prazo de a principal diferença entre empresa e empregador
quarenta e oito meses. doméstico é que a primeira se caracteriza por exer-
b) perderá a qualidade de segurado se não voltar a contri- cer atividade exclusivamente com fins lucrativos, e o
buir para o regime geral de previdência social, ainda que segundo, não.
como facultativo, em até sessenta dias após a demissão.
c) manterá a qualidade de segurado, sem limite de prazo, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
se estiver em gozo de benefício previdenciário.
d) perdeu a qualidade de segurado, automaticamente, na O trabalho doméstico, na forma da legislação, é
data da demissão, se esta ocorreu por justa causa. caracterizado essencialmente por atividade no âmbi-
e) manterá a qualidade de segurado por cento e vinte
to residencial, sem fins lucrativos. Resposta: Certo.
dias, a partir da homologação da demissão.

Hélio manterá a qualidade de segurado sem limite


de prazo se estiver em gozo de benefício, conforme
prevê a legislação. Resposta: Letra C. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Conforme dispõe o art. 195 da Constituição Fede-
EMPRESA E EMPREGADOR ral, atendendo ao princípio da diversidade na base de
DOMÉSTICO: CONCEITO financiamento, a Seguridade Social será financiada,
de forma direta (contribuições destinadas à previdên-
PREVIDENCIÁRIO cia social por exemplo) e indireta (contribuições ao
sistema como um todo), com a participação da socie-
As empresas são pessoas jurídicas que exercem
dade e do estado.
atividade econômica e assumem, como principal dife-
O orçamento da Seguridade Social está assim
rença em relação ao empregador doméstico, o risco
dividido:
dessa atividade.
Empresa: é considerada empresa a firma indivi-
dual ou sociedade que assume o risco de atividade Orçamento da
econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou Seguridade Social
não, bem como os órgãos e entidades da administra-
ção pública direta, indireta e fundacional. Exemplos:
bancos, empresas de transporte urbano, lojas etc. Receitas das
Empregador doméstico: é a pessoa ou família que Receitas da Receitas de
União Contribuições
admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empre- outras fontes
Sociais
gado doméstico. Exemplo: João admite Maria para
trabalhar em sua residência como babá de seu filho
Miguel. Neste caso, João é empregador doméstico. A contribuição para custeio do sistema tem natu-
São equiparados à empresa, para fins de contri- reza jurídica de tributo; o sujeito ativo é o credor, no
buição ao Regime Geral de Previdência Social, na for- caso, a União (ou melhor: a Receita Federal do Brasil)
ma de como dispõe o art. 15 da Lei 8.212/91: e o sujeito passivo é o devedor. 339
De acordo com o parágrafo 2º do art. 43 da Lei § 2º Os valores previstos no caput serão reajus-
8.212/91, inserido pela Lei 11.941/2009, artigo que tra- tados, a partir da data de entrada em vigor desta
ta das contribuições previdenciárias a serem arreca- Emenda Constitucional, na mesma data e com o
dadas na Justiça do Trabalho, considera-se ocorrido o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefí-
fato gerador das contribuições sociais na data da pres- cios do Regime Geral de Previdência Social, ressal-
vados aqueles vinculados ao salário-mínimo, aos
tação do serviço.
quais se aplica a legislação específica.

RECEITAS DA UNIÃO
Para o ano de 2021, a tabela progressiva de contri-
buições a ser utilizada para essas categorias de segu-
A contribuição da União, na forma de como dispõe rados (Portaria SEPRET-ME 477/21):
o art. 16 da Lei 8.212/91, será constituída de recursos
adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoria-
SALÁRIO DE ALÍQUOTA DE
mente na lei orçamentária anual.
CONTRIBUIÇÃO CONTRIBUIÇÃO
A União é responsável pela cobertura de eventuais
insuficiências financeiras da Seguridade Social, quan- Até R$1.100,00 7,5% 
do decorrentes do pagamento de benefícios de presta-
ção continuada da Previdência Social, na forma da Lei De R$1.100,01 a
9%
R$2.203,48
Orçamentária Anual.
De R$2.203,49 a
RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS 12%
R$3.305,22
SEGURADOS, DAS EMPRESAS, DO CLUBE DE
FUTEBOL PROFISSIONAL, DO EMPREGADOR De R$ 3.305,23 até
DOMÉSTICO E DO PRODUTOR RURAL R$6.433,57 (Limite
Máximo do Salário de 14%
Contribuição – Teto
Contribuições Dos Segurados
previdenciário)
As contribuições dos segurados, via de regra,
devem observar dois limites: piso máximo e piso Essa tabela é progressiva, de modo que serão utili-
mínimo. zadas as faixas contributivas, observando-se, sempre,
O piso máximo é definido pelo chamado teto pre- a diferença sobre o que já foi pago.
videnciário, que limita não só a contribuição para o Exemplo: Para um salário de contribuição de
sistema, por parte dos segurados, como também os R$1.300,00 (um mil e trezentos reais):
valores que lhe serão pagos a título de benefício previ-
denciário, escapando dessa regra apenas o acréscimo FAIXA 1 – ATÉ
7,5% (aplica integral) R$82,50
de 25% na aposentadoria por incapacidade perma- R$1.100,00
nente e o salário maternidade.
Já o piso mínimo será, em regra, de 1 salário míni- FAIXA 2 – DE 9% (aplica parcial)
R$1.100,01 A R$1.300,00 – R$18,00
mo, a não ser nas categorias específicas de empre-
R$2.203,48 R$1.100,00 (R$200,00)
gados domésticos e avulsos, para os quais deve ser
observado o piso normativo e para o menor aprendiz, CONTRIBUIÇÃO R$100,50
que também tem remuneração mínima fixada por
legislação específica.
O empregado, empregado doméstico e trabalhador Exemplo: Para salário de contribuição de
avulso contribuem mediante a aplicação de uma alí- R$6.433,57 (teto previdenciário):
quota sobre seu salário de contribuição.
Conforme dispõe o art. 28 da Emenda Constitucio- FAIXA 1 – ATÉ
7,5% (aplica integral) R$82,50
nal nº 103/19: R$1.100,00

9% (aplica na diferen-
até que lei altere as alíquotas da contribuição de FAIXA 2 – DE ça de faixa)
que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devi- R$1.100,01 A R$2.203,48 – R$99,31
das pelo segurado empregado, inclusive o domésti- R$2.203,48 R$1.100,00 =
co, e pelo trabalhador avulso, estas serão de: = R$1.103,48
I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e
cinco décimos por cento); 12% (aplica na dife-
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 FAIXA 3 – DE rença de faixa)
(dois mil reais), 9% (nove por cento); R$2.230,49 A R$3.305,22 – R$132,20
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.305,22 R$2.203,48 =
R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e R$1.101,74
IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até
o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze 14% (aplica na dife-
FAIXA 4 – DE
por cento). rença de faixa)
R$3.305,23 A
§ 1º As alíquotas previstas no caput serão aplica- R$6433,57 – R$437,96
R$6.433,57
das de forma progressiva sobre o salário de contri- R$3.305,22 =
(TETO)
buição do segurado, incidindo cada alíquota sobre R$3.128,35
a faixa de valores compreendida nos respectivos
CONTRIBUIÇÃO R$751,97
340 limites.
É obrigação do empregador descontar do traba- Como vimos anteriormente, o segurado facultati-
lhador e depois fazer o pagamento, juntamente com vo é aquele que, não sendo segurado obrigatório, vin-
sua cota previdenciária patronal, de modo que mili- cula-se ao sistema por ato de vontade própria, sendo
ta a favor do segurado a presunção de recolhimento. certo que não é obrigado a iniciar suas contribuições
Ou seja, para prova de tempo de contribuição, basta o e nem mesmo a permanecer contribuindo.
registro em CTPS, já que a obrigação é do empregador Recolhe pela alíquota de 20% aplicada sobre o salá-
quanto ao pagamento da contribuição. rio de contribuição, que, neste caso, será o valor por
Assim, o empregado, por exemplo, que tiver com- ele escolhido, observados os limites mínimos (salário
provação de que trabalhou com vínculo empregatício
mínimo) e máximo (teto previdenciário).
registrado em sua Carteira Profissional, não pode ser
Assim como o contribuinte individual, o segurado
prejudicado em relação ao sistema de previdência,
nas situações em que o empregador não fizer o reco- facultativo também poderá optar pela adesão ao pla-
lhimento da contribuição. no simplificado de Previdência, que será estudado em
É o que determina o parágrafo 5º do art. 33 da Lei capítulo próprio.
8.212/91, firme no sentido de que: Por fim, o segurado especial tem tratamento diferen-
ciado de acordo com a regra constitucional, recolhendo
O desconto de contribuição e de consignação legal- um percentual sobre a comercialização da sua produção.
mente autorizadas sempre se presume feito opor- A Lei 13.606/18, reduziu o percentual anteriormen-
tuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, te estabelecido (contribuição básica 2% + 0,1% para
não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir custeio dos benefícios por acidente do trabalho) para
do recolhimento, ficando diretamente responsável 1,2 % sobre a comercialização da produção, acresci-
pela importância que deixou de receber ou arreca- dos de 0,1 % para custeio das prestações decorrentes
dou em desacordo com o disposto neste Lei. de acidente do trabalho, totalizando uma contribui-
Esse é, inclusive, o entendimento consolidado pela ção de 1,3% sobre a produção.
Súmula 75 da Turma Nacional de Uniformização de O sujeito passivo será o adquirente pessoa jurídica,
Jurisprudência (TNU), que entende que a Carteira de que deve descontar do segurado e recolher até o dia 20
Trabalho, quando não contenha vício que comprome- do mês seguinte, assim como a pessoa física não produ-
ta sua fidedignidade tem presunção relativa de veraci- tor rural, que adquire a produção para vender no varejo
dade em relação ao vínculo de trabalho anotado. a consumidor pessoa física (são casos de sub-rogação)
Os contribuintes individuais, por sua vez, quan- O próprio segurado especial é o sujeito passivo da
do prestam serviços por conta própria, recolhem obrigação tributária quando comercializa direto no
mediante a aplicação de alíquota de 20% sobre o res- varejo a consumidor pessoa física, a outro segurado
pectivo salário de contribuição. especial ou a produtor rural pessoa física.
O salário de contribuição do contribuinte indivi- O exercício de atividade remunerada em período
dual corresponde ao total da remuneração auferida de entressafra ou do defeso (não superior a 120 dias
no mês, limitada ao teto previdenciário. Na hipótese no ano civil) de mandato de vereador do município
de prestar serviços à empresa, a obrigação de paga- onde desenvolve a atividade rural ou de dirigente
mento passa a ser desta, que retém da remuneração
de cooperativa rural constituída exclusivamente por
11% e repassa ao sistema de Previdência junto com a
segurados especiais não provoca a perda da qualida-
cota patronal de 20%.
Nesta situação, que foi introduzida pela Lei de de segurado especial (incisos III e V, parágrafo 1º
10.666/2003, há presunção de recolhimento, não do artigo 12 da Lei 8.212/91). Nesse caso, embora man-
podendo o segurado ser prejudicado pela ausência de tendo a qualidade de segurado especial, fica obrigado
pagamento pela empresa. a recolher as contribuições como empregado.
O contribuinte individual que prestar serviço a O segurado especial pode, ainda, optar por reco-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


outro contribuinte individual equiparado a empresa, lher facultativamente, situação que não o desobriga
a produtor rural pessoa física ou à missão diplomá- de sua contribuição obrigatória sobre a comercializa-
tica e repartição consular de carreira estrangeiras ção da sua produção. Isso com a finalidade de aposen-
poderá deduzir, da sua contribuição mensal, 45% da tar por tempo de contribuição, levar tempo para outro
contribuição patronal do contratante, efetivamente regime (contagem recíproca) e ter benefícios calcula-
recolhida ou declarada, incidente sobre a remune- dos pela média (a regra é 1 salário mínimo quando
ração que este lhe tenha pago ou creditado, no res- não complementa facultativamente).
pectivo mês, limitada a nove por cento do respectivo A Turma Nacional de Uniformização de Juris-
salário-de-contribuição. prudência (TNU) firmou entendimento, por meio da
O contribuinte individual pode, ainda, nos casos Súmula nº 5, no sentido de que o trabalho rural do
em que prestar serviços por conta própria, optar pela
menor entre 12 e 14 anos deve ser reconhecido para
contribuição pelo Plano Simplificado de Previdência,
fins previdenciários.
estudado em capítulo próprio.
Contribuições das empresas
20% do salário de contribuição,
quando trabalha por conta própria
Na forma de como dispõe o inciso I do art. 195 da
11% por retenção, quando presta Constituição Federal, as empresas contribuem sobre a
serviços a empresas (obrigação da folha salarial, inclusive de quem lhe presta serviços sem
CONTRIBUINTE empresa recolher) vínculo empregatício, receita ou faturamento e lucro.
INDIVIDUAL Desconto de 45%, quando há con- As contribuições sobre a folha salarial são aquelas
tribuição patronal sem retenção destinadas especificamente ao custeio dos benefícios
dos 11% previdenciários. São contribuições:

Opção pelo plano simplificado de z Contribuição básica de 20%;


previdência z Seguro de acidentes do trabalho; 341
z Contribuição para a aposentadoria especial; A Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) é
z Contribuição adicional das instituições financeiras. substituída por contribuição correspondente a 5% da
receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos
A contribuição de 20% sobre a folha salarial, tam- de que participem em todo território nacional em qual-
bém chamada de contribuição previdenciária patronal quer modalidade desportiva, inclusive jogos internacio-
(CPP), está prevista no inciso I do art. 22 da Lei 8.212/91 nais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento
que define que a mesma incide sobre o total das remu- de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda
nerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer e de transmissão de espetáculos esportivos.
título, durante o mês, aos segurados empregados e tra- Cabe à entidade promotora do evento a responsa-
balhadores avulsos que lhe prestarem serviços, desti- bilidade de efetuar o desconto de 5% da receita bruta
nadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua e o respectivo recolhimento ao INSS, no prazo de até 2
forma, (inclusive as gorjetas), os ganhos habituais sob a dias úteis da realização do evento.
forma de utilidades e os adiantamentos a título de rea- Nas situações em que a associação desportiva
juste salarial, quer pelos serviços prestados, quer pelo receba recursos de empresas ou entidades, a título de
tempo à disposição do trabalhador. patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbo-
A expressão “rendimento” afasta a noção de salário los, publicidade, propaganda e transmissão de espe-
do direito do trabalho para efeito de base da contribui- táculos, essa empresa fica obrigada a recolher 5% da
ção e inclui na folha salarial aqueles que não são empre- receita bruta do evento.
gados, mas recebem remuneração da empresa, no caso,
o contribuinte individual (inciso III do art. 22). Dica
A cota previdenciária patronal (contribuição pre-
videnciária) não está sujeita ao limite teto previden- Os valores antecipados pela empresa a título de
ciário, que é aplicado apenas à cota do segurado. salário família e salário maternidade devem ser
O primeiro adicional que é aplicado a esta con- compensados na folha, quando do recolhimento
tribuição de 20% sobre a folha é aquele destinado ao para a Previdência.
financiamento dos benefícios decorrentes de acidente
do trabalho, denominado Risco Ambiental do Traba- Contribuições do Empregador Doméstico
lho (RAT) ou Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT).
Incide apenas sobre a contribuição dos emprega- As contribuições do empregador doméstico estão
dos e trabalhadores avulsos nos percentuais de 1%, regulamentadas pela LC 150/15, que instituiu o sim-
2% ou 3% de acordo com o risco de acidentes do traba- ples doméstico, englobando também verbas de natu-
lho da atividade preponderante da empresa, respecti- reza trabalhista.
vamente, risco leve, médio e grave. Para fins previdenciários, conforme dispõe a Lei
Esse seguro (SAT) será reduzido ou majorado pelo 13.202/15, a cota patronal do empregador doméstico é
Fator Acidentário de Prevenção (FAP), calculado todos os de 8%, acrescida de 0,8%, para financiamento do segu-
anos com base no desempenho da empresa em relação à ro de acidentes do trabalho.
respectiva atividade econômica (multiplicador variável). Presentes os elementos da relação de emprego
O FAP é um multiplicador que varia de 0,5000 a doméstico, o empregador doméstico não poderá con-
2,000, ou seja, que pode bonificar ou aumentar o segu- tratar microempreendedor individual (MEI).
ro de acidentes do trabalho, com base na acidentabi-
lidade real da empresa, levando em conta índices de Contribuições Do Produtor Rural
custo, frequência e gravidade dos eventos.
As alíquotas do SAT serão acrescidas, ainda, de 6, 9 A contribuição do empregador rural pessoa físi-
ou 12%, conforme a atividade exercida pelo segurado ca e consórcio simplificado de produtores rurais, em
permita a concessão de aposentadoria especial, respec- substituição à contribuição sobre a folha e a do segu-
tivamente, após 25, 20 ou 15 anos de exposição a agente rado especial, é de 1,2 incidentes sobre a receita bru-
químico, físico ou biológico prejudicial à saúde. ta proveniente da comercialização da sua produção,
Esse adicional incide apenas sobre a parcela da acrescida de 0,1 para financiamento dos benefícios
folha relativa aos funcionários que efetivamente por acidente de trabalho.
exerçam atividade especial. Após a edição da Lei 13.606/18, o produtor rural
Por fim, as instituições financeiras recolhem um pessoa física poderá optar entre a contribuição substi-
adicional de 2,5 %, em razão da sua capacidade con- tutiva (receita bruta da comercialização da produção)
tributiva, devido por bancos comerciais, de investi- e a contribuição mensal sobre a folha salarial, opção
mentos e de desenvolvimento, caixas econômicas, irretratável feita quando do pagamento da contribui-
sociedades de crédito, financiamento e investimento, ção sobre a folha de janeiro de cada ano, ou na subse-
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corre- quente ao início da atividade rural.
toras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, O produtor rural pessoa jurídica, por sua vez,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de recolherá, a partir da vigência da Lei 13.606/2018, o
crédito, empresas de seguros privados e capitalização, percentual de 1,7% de contribuição básica sobre a
agentes autônomos de seguros privados e de crédito e comercialização da sua produção, acrescido de 0,1%
entidades de previdência privada abertas e fechadas. para financiamento do acidente de trabalho, totali-
zando uma contribuição de 1,8% sobre a comerciali-
Do clube de futebol profissional zação da produção.
Esse produtor rural pessoa jurídica exerce ape-
Há, ainda, a previsão legal da chamada contribui- nas a atividade de produção rural, o que o difere da
ção substitutiva, para as associações desportivas que agroindústria que, além da produção rural, desenvolve
mantêm equipe de futebol profissional. atividade de industrialização da sua produção ou da
342 própria produção somada a adquirida de terceiros. A
sua contribuição será de 2,6% sobre a comercialização De qualquer forma, o parágrafo 9º do art. 28 da
da produção (2,5% de contribuição básica, acrescida de Lei 8.212/91 trata de definir quais as parcelas que não
0,1% para financiamento do acidente do trabalho). integram o salário de contribuição. São elas:

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO a) os benefícios da previdência social, nos termos e


limites legais, salvo o salário-maternidade;
Conceito
É oportuno referir que o Supremo Tribunal Fede-
Salário de contribuição é a base de cálculo da contri- ral (STF), no julgamento do RE 576.967 considerou
buição previdenciária dos segurados, inclusive o domés- inconstitucional a incidência de cota previdenciária
tico, com exceção do segurado especial (esse recolhe patronal sobre o salário maternidade, já que o mesmo
sobre o resultado da comercialização da produção). não tem natureza remuneratória;
Isso significa dizer que é sobre o salário de contri-
buição que será aplicada a alíquota de contribuição b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos
previdenciária, fixada, como já visto, de acordo com a pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de
categoria de segurado. outubro de 1973;
Quando a admissão, dispensa, afastamento ou falta
ocorrer no curso do mês, o salário de contribuição será
Adicional mensal nunca inferior a 25% do salário
proporcional ao número de dias de trabalho efetivo.
em caso de transferência provisória e ajuda de custo
Se no Período Básico de Cálculo (PBC) o segurado
nunca inferior a 4 meses de trabalho em caso de trans-
tiver recebido benefício por incapacidade, sua dura-
ção será contada, considerando-se como salário de ferência permanente;
contribuição, no período, o salário de benefício que
serviu de base para o cálculo da renda mensal, regis- c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os
trado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em programas de alimentação aprovados pelo Ministé-
geral, não podendo ser inferior a 1 salário mínimo (§ rio do Trabalho e da Previdência Social, nos termos
5º do art. 29 da Lei 8.213/91). da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976;
A definição de salário de contribuição, portanto,
varia de acordo com a espécie de segurado: Vale refeição – se pago em pecúnia integra – Súmu-
la 67 TNU, para o STJ não integra em nenhuma hipóte-
z Segurado empregado e trabalhador avulso: A se RESP 1185685/SP;
remuneração auferida em uma ou mais empre-
sas, assim entendida a totalidade dos rendimen- d) as importâncias recebidas a título de férias
tos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, indenizadas e respectivo adicional constitucional,
durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, inclusive o valor correspondente à dobra da remu-
qualquer que seja a sua forma (inclusive as gorje- neração de férias de que trata o art. 137 da Consoli-
tas), os ganhos habituais sob a forma de utilidades dação das Leis do Trabalho-CLT;
e os adiantamentos decorrentes de reajuste sala-
rial, quer pelos serviços efetivamente prestados, A cada ano trabalhado, o empregado adquire
quer pelo tempo à disposição do empregador ou direito a 30 de férias remuneradas, acrescidas de 1/3
tomador de serviços, nos termos da lei ou do con- da sua remuneração. Nas situações em que o contra-
trato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo to é rescindido antes do gozo das férias ou quando é
de trabalho ou sentença normativa; ultrapassado o prazo legal de concessão – sendo pagas

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


z Segurado empregado doméstico: Remuneração em dobro – a verba é considerada indenizatória e,
registrada na Carteira de Trabalho e Previdência portanto, não sofre incidência de contribuição previ-
Social; denciária. Oportuno salientar que o Supremo Tribu-
z Contribuinte individual: Remuneração auferida
nal Federal, no julgamento do tema 985, entendeu que
em uma ou mais empresas ou pelo exercício de
incide contribuição sobre o terço constitucional das
sua atividade por conta própria durante o mês.
Exemplo: para médico com mais de um trabalho, férias gozadas;
é a somatória das rendas;
z Segurado facultativo: Valor por ele declarado; e) as importâncias:
z Segurado especial: Resultado da comercialização 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Dispo-
de sua produção. sições Constitucionais Transitórias

Parcelas Integrantes e Parcelas não Integrantes Multa rescisória do FGTS, no percentual de


40%, devida nos casos de rescisão por iniciativa do
Esse é um tema de extrema importância, pois reve- empregador;
la quais parcelas da remuneração serão consideradas
base de incidência da contribuição previdenciária. A 2. relativas à indenização por tempo de serviço,
regra geral pode ser assim definida: anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado
não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de
z Integrantes: Retribuição pelos serviços prestados Serviço-FGTS;
(artigo 457 da CLT);
z Não integrantes: Natureza de indenização (repa- Sistemática adotada anteriormente à Constituição
ração de danos causados a uma pessoa) ou res- Federal de 1988, quando o FGTS era optativo;
sarcimento (reembolso de despesas pagas pelo
trabalhador em decorrência da execução de algu- 3. recebidas a título da indenização de que trata o
ma atividade de interesse da empresa). art. 479 da CLT 343
Indenização de 50% da remuneração devida até o i) a importância recebida a título de bolsa de com-
final do contrato por prazo determinado, quando há plementação educacional de estagiário, quando
rescisão antecipada pelo empregador; paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro
de 1977;
4. recebidas a título da indenização de que trata o
art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; Faz-se oportuno ressaltar que o estagiário que,
como se vê, não é segurado obrigatório da previdência
Contrato de trabalho/safra; social, poderá filiar-se facultativamente ao sistema;

5. recebidas a título de incentivo à demissão; j) a participação nos lucros ou resultados da


empresa, quando paga ou creditada de acordo com
Programas de demissão voluntária instituído pelas lei específica;
empresas com vistas à apresentação do trabalhador
para rescisão contratual, mediante indenização); Lei 10.101/2000 – a distribuição não pode ocorrer
em mais de duas vezes no ano civil e em periodicidade
6. recebidas a título de abono de férias na forma inferior a 1 trimestre civil;
dos arts. 143 e 144 da CLT;
l) o abono do Programa de Integração Social – PIS
Quando o empregador converte 1/3 das férias em e do Programa de Assistência ao Servidor Público
dinheiro; – PASEP;

7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abo- É um abono pago ao trabalhador de baixa renda
nos expressamente desvinculados do salário; que preencha os requisitos legais, como pelo menos
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada; 30 dias de trabalho no ano anterior, limite de até 2
9. recebidas a título da indenização de que trata o salários mínimos de renda do trabalho e inscrição no
art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984. programa há pelo menos 5 anos;

Indenização do trabalhador dispensado 30 dias m) os valores correspondentes a transporte, ali-


antes da data que antecede a sua correção salarial). mentação e habitação fornecidos pela empresa ao
empregado contratado para trabalhar em locali-
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na dade distante da de sua residência, em canteiro de
forma da legislação própria; obras ou local que, por força da atividade, exija des-
locamento e estada, observadas as normas de pro-
Para o STF, mesmo que pago em dinheiro, não inte- teção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho;
gra – RE 478.410;
Essas verbas não tem natureza remuneratória;
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida
exclusivamente em decorrência de mudança de n) a importância paga ao empregado a título de
local de trabalho do empregado, na forma do art. complementação ao valor do auxílio-doença, des-
470 da CLT; de que este direito seja extensivo à totalidade dos
empregados da empresa;
Caso seja paga em mais de uma parcela, incidirá
contribuição previdenciária sobre todos os valores Atenção para a necessidade de a parcela ser exten-
pagos; sível a todos os empregados – se for restrita a alguns,
incide contribuição;

Importante! o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalha-


dor da agroindústria canavieira, de que trata o art.
Nova redação do art. 457 da Consolidação das
36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965;
Leis do Trabalho (CLT), pela reforma trabalhis-
ta (Lei 13.467/2017): As importâncias, ainda Parcela extinta;
que habituais, pagas a título de ajuda de custo,
auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em p) o valor das contribuições efetivamente pago pela
dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos pessoa jurídica relativo a programa de previdência
não integram a remuneração do empregado, complementar, aberto ou fechado, desde que dispo-
não se incorporam ao contrato de trabalho e nível à totalidade de seus empregados e dirigentes,
não constituem base de incidência de qualquer observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;
encargo trabalhista e previdenciário.
Contribuições da empresa para planos de pre-
vidência privada, desde que extensível a todos os
h) as diárias para viagens; funcionários;

Assim como o reembolso de despesas de viagens. q) o valor relativo à assistência prestada por ser-
Antes da alteração introduzida na lei previdenciária viço médico ou odontológico, próprio da empresa
pela reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), incidia con- ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de
tribuição previdenciária sobre as diárias que ultrapas- despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
savam 50% da remuneração do trabalhador. Após a ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-
344 mudança, não incidirá, independentemente do valor; -hospitalares e outras similares
Até a reforma trabalhista, Lei 13.467/17, era Essas verbas são consideradas indenizatórias.
necessário que o benefício fosse concedido a todos
os empregados e dirigentes da empresa. A reforma Exemplos de situações em que há incidência de
trabalhista retirou a necessidade de que a cobertura contribuição previdenciária:
abranja a totalidade dos empregados;
z Gorjetas (pagas por terceiros/clientes – espontâ-
r) o valor correspondente a vestuários, equipamen- neas ou compulsórias);
tos e outros acessórios fornecidos ao empregado e z Adicionais de periculosidade, insalubridade e
utilizados no local do trabalho para prestação dos noturno;
respectivos serviços; z Utilidades habituais (o salário não pode ser pago
apenas em utilidades, 30% devem ser pagos em
Verba que não tem natureza remuneratória; dinheiro);
z Décimo terceiro salário (Súmula 688 do STF consi-
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo derou a cobrança legítima). Observação: não inte-
do empregado e o reembolso creche pago em con- gra o cálculo do salário de benefício. Pago quando
formidade com a legislação trabalhista, observado do crédito da última parcela ou quando da resci-
são contratual;
o limite máximo de seis anos de idade, quando devi-
z Comissões (regra do art. 457 da CLT) – Súmula 458
damente comprovadas as despesas realizadas;
do STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a
comissão paga ao corretor de seguros;
Súmula 310 do Superior Tribunal de Justiça (STJ):
z Terço constitucional das férias (novo entendimen-
O auxílio-creche não integra o salário de contribuição; to STF – Tema 985);
z Horas extras;
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de
z Salário do aposentado.
estudo, que vise à educação básica de empregados e
seus dependentes e, desde que vinculada às ativida-
des desenvolvidas pela empresa, à educação profis- Dica
sional e tecnológica de empregados, nos termos da Pelo entendimento do Superior Tribunal de Jus-
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: tiça, não incide contribuição nas férias indeni-
1. não seja utilizado em substituição de parcela zadas, inclusive o valor correspondente a dobra
salarial; e das férias e aviso prévio indenizado (RESP
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de
1.230.957/RS).
estudo, considerado individualmente, não ultrapas-
se 5% (cinco por cento) da remuneração do segu-
Limites mínimo e máximo
rado a que se destina ou o valor correspondente a
uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do O salário de contribuição deve obedecer a limites
salário-de-contribuição, o que for maior; mínimo e máximo. O limite mínimo corresponde ao
u) a importância recebida a título de bolsa de piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, ine-
aprendizagem garantida ao adolescente até qua- xistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor
torze anos de idade, de acordo com o disposto no mensal, diário ou por hora, de acordo com o contra-
art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990; to e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Para
o menor aprendiz, o limite mínimo corresponde à
Norma em confronto com a Constituição, já que a remuneração mínima fixada em lei.
idade mínima para o aprendiz passou a ser de 14 anos O limite máximo é o teto previdenciário, fixado

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


com a EC 20/1998; por portaria, atualizado todos os anos pelos mesmos
índices que reajustam os benefícios previdenciários
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de em manutenção.
direitos autorais; A Reforma da Previdência (EC 103/19) estabelece,
no § 14 do art. 195 da Constituição Federal, que o segu-
Verba de natureza indenizatória; rado somente terá reconhecida como tempo de contri-
buição ao RGPS a competência cuja contribuição seja
x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da igual ou superior à contribuição mínima mensal exi-
CLT; gida para sua categoria, assegurada a complementa-
ção das contribuições, o agrupamento ou a utilização
Inobservância do prazo para pagamento das ver- do excedente de uma contribuição em outra.
bas indenizatórias;
COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA
y) o valor correspondente ao vale-cultura; RECEITA FEDERAL

Benefício oferecido pelas empresas participantes Na forma como dispõe o art. 2º da Lei 11.457/2007:
do Programa Cultura do Trabalhador;
cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil pla-
z) os prêmios e os abonos nejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades
relativas à tributação, fiscalização, arrecadação,
A reforma trabalhista, Lei 13.467/17, prevê que os cobrança e recolhimento das contribuições sociais.
abonos, mesmo habituais, não sofrerão incidência de
contribuição previdenciária; Desse modo, a competência tributária, ou seja,
relativa às contribuições previdenciárias, é da Receita
aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em Federal, cabendo ao INSS, autarquia pública federal,
conformidade com a Lei no 10.891, de 9 de julho de a gerência e gestão dos benefícios e serviços devidos
2004. pelo sistema. 345
Art. 282 A seguridade social, por meio de seus
EXERCÍCIOS COMENTADOS: órgãos competentes, promoverá a apreensão de
comprovantes de arrecadação e de pagamento de
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Julgue o próximo item, benefícios, bem como de quaisquer documentos
relativo ao custeio da seguridade social. A contri- pertinentes, inclusive contábeis, mediante lavratu-
buição do segurado empregado e a do trabalhador ra do competente termo, com a finalidade de apu-
doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de rar administrativamente a ocorrência dos crimes
contribuição, até um teto máximo fixado por lei. previstos em lei.
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro
( ) CERTO  ( ) ERRADO Social e a Secretaria da Receita Federal estabelece-
rão normas específicas para:
I – apreensão de comprovantes e demais documentos;
A base de incidência da contribuição dos emprega-
II – apuração administrativa da ocorrência de crimes;
dos e empregados domésticos, cuja alíquota é pro- III – devolução de comprovantes e demais documentos;
gressiva, de acordo com o valor da remuneração, é IV – instrução do processo administrativo de apuração;
o salário de contribuição. Resposta: Certo V – encaminhamento do resultado da apuração refe-
rida no inciso IV à autoridade competente; e
2. (NOVA CONCURSOS - 2021) A empresa Thera Yz Ltda VI – acompanhamento de processo judicial.
é obrigada, por norma coletiva, a complementar os
valores pagos pela Previdência Social a título de auxí- Com a Lei 11.457/2007, passa a ser da Secretaria da
lio por incapacidade temporária para os funcionários Receita Federal do Brasil a competência para planejar,
do setor de vendas. Nessa situação, não há incidência executar, acompanhar, arrecadar, fiscalizar e cobrar
de contribuição previdenciária sobre essas verbas. as contribuições previdenciárias.

( ) CERTO  ( ) ERRADO Art. 283 Por infração a qualquer dispositivo das
Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8
Para que não incida contribuição previdenciária na de maio de 2003, para a qual não haja penalidade
complementação do auxílio por incapacidade tem- expressamente cominada neste Regulamento, fica o
porária (antigo auxílio doença), esse benefício deve responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17
ser extensível a todos os funcionários e não apenas (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centa-
vos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e
a um setor específico. Resposta: Errado.
dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme
a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o dispos-
3. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Segundo a legislação to nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes
vigente, deve haver incidência de contribuição previ- valores:
denciária sobre importância recebida a título de incen- I – a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis
tivo a demissão voluntária e abono de férias. reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações:
a) deixar a empresa de preparar folha de pagamen-
( ) CERTO  ( ) ERRADO to das remunerações pagas, devidas ou creditadas
a todos os segurados a seu serviço, de acordo com
Não incide contribuição previdenciária sobre as este Regulamento e com os demais padrões e nor-
importâncias pagas a título de incentivo a demissão mas estabelecidos pelo Instituto Nacional do Segu-
ro Social;
voluntária. Resposta: Errado
b - deixar a empresa de se matricular no Institu-
to Nacional do Seguro Social, dentro de trinta dias
contados da data do início de suas atividades,
quando não sujeita a inscrição no Cadastro Nacio-
INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO nal da Pessoa Jurídica;
c - deixar a empresa de descontar da remunera-
PREVIDENCIÁRIA ção paga aos segurados a seu serviço importân-
cia proveniente de dívida ou responsabilidade por
Conforme dispõe o art. 92 da Lei 8.212/91, a infra- eles contraída junto à seguridade social, relativa a
ção a qualquer dispositivo desta lei, para o qual não benefícios pagos indevidamente;
exista penalidade expressamente determinada, sujei- d - deixar a empresa de matricular no Instituto
ta o responsável a multa, fixada conforme a gravida- Nacional do Seguro Social obra de construção civil
de da infração, variável entre Cr$100.000,00 (cem mil de sua propriedade ou executada sob sua respon-
cruzeiros) e Cr$10.000.000,00 (dez milhões de cruzei- sabilidade no prazo de trinta dias do início das res-
ros), conforme disposições do regulamento. Os referi- pectivas atividades;
dos valores são atualizados anualmente por portarias e - deixar o Titular de Cartório de Registro Civil de
do Ministério da Economia. Pessoas Naturais de comunicar ao Instituto Nacio-
Isso significa que, para as hipóteses de descumpri- nal do Seguro Social, até o dia dez de cada mês, a
ocorrência ou a não-ocorrência de óbitos, no mês
mento das obrigações estabelecidas na legislação que
imediatamente anterior, bem como enviar informa-
regulamenta o custeio da Previdência, serão estabele-
ções inexatas, conforme o disposto no art. 228;
cidas multas quando não houver penalidade já fixada. f - deixar o dirigente dos órgãos municipais compe-
Por exemplo: nos casos de pagamento em atraso tentes de prestar ao Instituto Nacional do Seguro
de contribuição previdenciária por iniciativa do deve- Social as informações concernentes aos alvarás,
dor, a multa e juros de mora estão fixados no art. 35 “habite-se” ou documento equivalente, relativos a
da Lei 8.212/91. construção civil, na forma do art. 226; e
O Regulamento (Decreto 3.048/99) estabelece, em g - deixar a empresa de efetuar os descontos das con-
346 seus arts. 282 a 289, o seguinte: tribuições devidas pelos segurados a seu serviço;
h - deixar a empresa de elaborar e manter atualiza- exibir os documentos e livros relacionados com as
do perfil profissiográfico abrangendo as atividades contribuições previstas neste Regulamento ou apre-
desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este, sentá-los sem atender às formalidades legais exigi-
quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia das ou contendo informação diversa da realidade
autêntica deste documento; e ou, ainda, com omissão de informação verdadeira;
II – a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos e l - deixar a entidade promotora do espetáculo des-
sessenta e um reais e setenta e três centavos) nas portivo de efetuar o desconto da contribuição pre-
seguintes infrações: vista no § 1º do art. 205;
a - deixar a empresa de lançar mensalmente, em m - deixar a empresa ou entidade de reter e recolher
títulos próprios de sua contabilidade, de forma dis- a contribuição prevista no § 3º do art. 205;
criminada, os fatos geradores de todas as contri- n - deixar a empresa de manter laudo técnico atua-
buições, o montante das quantias descontadas, as lizado com referência aos agentes nocivos existen-
contribuições da empresa e os totais recolhidos; tes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores
b - deixar a empresa de apresentar ao Instituto ou emitir documento de comprovação de efetiva
Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita exposição em desacordo com o respectivo laudo; e
Federal os documentos que contenham as informa- § 1º Considera-se dirigente, para os fins do dis-
ções cadastrais, financeiras e contábeis de interesse posto neste Capítulo, aquele que tem a competên-
dos mesmos, na forma por eles estabelecida, ou os cia funcional para decidir a prática ou não do ato
esclarecimentos necessários à fiscalização; que constitua infração à legislação da seguridade
c - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou social.
o titular de serventia extrajudicial de exigir docu- § 2º A falta de inscrição do segurado sujeita o res-
mento comprobatório de inexistência de débito, ponsável à multa de R$ 1.254,89 (mil, duzentos e
quando da contratação com o poder público ou no cinquenta e quatro reais e oitenta e nove centavos),
recebimento de benefício ou de incentivo fiscal ou por segurado não inscrito.
creditício; § 3º As demais infrações a dispositivos da legisla-
d - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o ção, para as quais não haja penalidade expressa-
titular de serventia extrajudicial de exigir o docu- mente cominada, sujeitam o infrator à multa de R$
mento comprobatório de inexistência de débito, 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete
quando da alienação ou oneração, a qualquer títu- centavos).
lo, de bem imóvel ou direito a ele relativo;
e - deixar o servidor, o serventuário da Justiça A obrigação principal da empresa é a de fazer
ou o titular de serventia extrajudicial de exigir a o pagamento da contribuição, da sua cota e da cota
apresentação do documento comprobatório de retida do trabalhador (art. 30 da Lei 8212/91). Mas
inexistência de débito na alienação ou oneração, a existem, ainda, as obrigações acessórias, relativas à
qualquer título, de bem móvel incorporado ao ati- documentação (art. 32 da Lei 8.212/91).
vo permanente da empresa, de valor superior a R$
15.904,18 (quinze mil novecentos e quatro reais e
Art. 284 A infração ao disposto no inciso IV do caput
dezoito centavos);
do art. 225 (obrigações acessórias) sujeitará o res-
f - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou
ponsável às seguintes penalidades administrativas:
o titular de serventia extrajudicial de exigir docu-
I – valor equivalente a um multiplicador sobre o
mento comprobatório de inexistência de débito no
valor mínimo previsto no caput do art. 283, em fun-
registro ou arquivamento, no órgão próprio, de
ção do número de segurados, pela não apresenta-
ato relativo a baixa ou redução de capital de firma
ção da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia
individual, redução de capital social, cisão total ou
do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
parcial, transformação ou extinção de entidade ou
Social, independentemente do recolhimento da con-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


sociedade comercial ou civil e transferência de con-
tribuição, conforme quadro abaixo:
trole de cotas de sociedades de responsabilidade
limitada;
g - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou 0 a 5 segurados ½ valor mínimo
o titular de serventia extrajudicial de exigir docu-
mento comprobatório de inexistência de débito do 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo
proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de
16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo
construção civil, quando da averbação de obra no
Registro de Imóveis; 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo
h - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou
o titular de serventia extrajudicial de exigir docu- 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo
mento comprobatório de inexistência de débito do
incorporador, quando da averbação de obra no 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo
Registro de Imóveis, independentemente do docu-
1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo
mento apresentado por ocasião da inscrição do
memorial de incorporação; acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo
i - deixar o dirigente da entidade da administração
pública direta ou indireta de consignar as dotações
necessárias ao pagamento das contribuições devi- II – cem por cento do valor devido relativo à con-
das à seguridade social, de modo a assegurar a sua tribuição não declarada, limitada aos valores pre-
regular liquidação dentro do exercício; vistos no inciso I, pela apresentação da Guia de
j - deixar a empresa, o servidor de órgão público Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
da administração direta e indireta, o segurado da Serviço e Informações à Previdência Social com
previdência social, o serventuário da Justiça ou o dados não correspondentes aos fatos geradores,
titular de serventia extrajudicial, o síndico ou seu seja em relação às bases de cálculo, seja em relação
representante, o comissário ou o liquidante de às informações que alterem o valor das contribui-
empresa em liquidação judicial ou extrajudicial, de ções, ou do valor que seria devido se não houvesse 347
isenção ou substituição, quando se tratar de infra- Art. 289 O dirigente de órgão ou entidade da admi-
ção cometida por pessoa jurídica de direito pri- nistração federal, estadual, do Distrito Federal
vado beneficente de assistência social em gozo de ou municipal responde pessoalmente pela multa
isenção das contribuições previdenciárias ou por aplicada por infração a dispositivos deste Regu-
empresa cujas contribuições incidentes sobre os lamento, sendo obrigatório o respectivo desconto
respectivos fatos geradores tenham sido substituí- em folha de pagamento, mediante requisição dos
das por outras; e órgãos competentes e a partir do primeiro paga-
III – cinco por cento do valor mínimo previsto no mento que se seguir à requisição.
caput do art. 283, por campo com informações ine- Parágrafo único. Ao disposto neste artigo não se
xatas, incompletas ou omissas, limitada aos valo- aplica a multa de que trata o inciso III do art. 239.
res previstos no inciso I, pela apresentação da Guia
de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social com
erro de preenchimento nos dados não relacionados
aos fatos geradores.
EXERCÍCIO COMENTADO
§ 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês
seguinte àquele em que o documento deveria ter 1. (NOVA CONCURSOS - 2021 – Adaptada) Nos termos
sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento do Regulamento da Previdência Social, no capítulo
por mês calendário ou fração. destinado a tratar das infrações à legislação, resta
§ 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será estabelecido que, em eventual omissão da empresa,
o vigente na data da lavratura do auto-de-infração. na ocorrência de acidente de trabalho, deixando de
Art. 285 A infração ao disposto no art. 280 sujeita emitir a correspondente CAT (Comunicação de Aciden-
o responsável à multa de cinqüenta por cento das te do Trabalho), a multa deve ser fixada, desde logo, no
quantias que tiverem sido pagas ou creditadas, a patamar máximo, dada a gravidade da situação.
partir da data do evento.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
A empresa em débito com o sistema não pode dis-
tribuir bonificação ou dividendo aos acionistas e nem Na primeira infração, por ausência de comunicação
atribuir cota ou participação nos lucros a sócios e ou comunicação fora do prazo, a multa será fixada
diretores (art. 280 do Decreto 3.048/99).
no patamar mínimo. Resposta: Errado.
Art. 286 A infração ao disposto no art. 336 (Omis-
são da empresa – deixa de emitir a cat/comunica-
ção de acidente do trabalho) sujeita o responsável
à multa variável entre os limites mínimo e máximo RECURSO DAS DECISÕES
do salário-de-contribuição, por acidente que tenha
deixado de comunicar nesse prazo.
ADMINISTRATIVAS
§ 1º Em caso de morte, a comunicação a que se
refere este artigo deverá ser efetuada de imediato à O processo administrativo é composto por um con-
autoridade competente. junto de atos emanados pela autarquia administrati-
§ 2º A multa será elevada em duas vezes o seu valor va a quem o pedido do segurado é submetido e, após
a cada reincidência. a necessária instrução probatória e recursos próprios,
§ 3º A multa será aplicada no seu grau mínimo na será proferida a decisão definitiva.
ocorrência da primeira comunicação feita fora do O processo, portanto, é iniciado com o pedido de
prazo estabelecido neste artigo, ou não comunica- benefício, passando pela fase de instrução, com a
da, observado o disposto nos arts. 290 a 292. apresentação de documentação, exigências, perícia
Art. 287 Pelo descumprimento das obrigações con- médica, perícia social, justificação administrativa etc.,
tidas nos incisos V e VI do caput do art. 225, e veri-
chegando à fase decisória.
ficado o disposto no inciso III do caput do art. 266,
Das decisões administrativas proferidas pela autar-
será aplicada multa de R$ 99,74 (noventa e nove
reais e setenta e quatro centavos) a R$ 9.974,34
quia previdenciária (INSS), que devem ser fundamen-
(nove mil, novecentos e setenta e quatro reais e tadas sob pena de nulidade, cabem recursos a serem
trinta e quatro centavos), para cada competência interpostos perante o CRPS (Conselho de Recursos da
em que tenha havido a irregularidade. Previdência Social).
Parágrafo único. O descumprimento das disposi-
ções constantes do art. 227 e dos incisos V e VI do FASE INICIAL E
caput do art. 257, sujeitará a instituição financeira 1ª instância INSS
PROBATÓRIA
à multa de:
I – R$ 22.165,20 (vinte e dois mil, cento e sessenta e Juntas de
RECURSO ORDINÁRIO 2ª instância
cinco reais e vinte centavos), no caso do art. 227; e Recurso
II – R$ 110.826,01 (cento e dez mil, oitocentos e vin-
te e seis reais e um centavo), no caso dos incisos V e Câmaras de
RECURSO ESPECIAL 3ª instância
VI do caput do art. 257. Julgamento
Art. 288 O descumprimento do disposto nos §§ 19 e
20 do art. 225 sujeitará o infrator à multa de:
I – R$ 173,00 (cento e setenta e três reais) a R$ O Conselho de Recursos da Previdência Social,
1.730,00 (um mil setecentos e trinta reais), no caso como vimos, compreende: 29 Juntas de Recursos (1ª
do § 19; e instância) e 4 Câmaras de Julgamento (2ª instância),
II – R$ 345,00 (trezentos e quarenta e cinco reais) as quais são responsáveis por julgar recursos, e o Con-
a R$ 3.450,00 (três mil quatrocentos e cinqüenta selho Pleno – responsável pela uniformização de juris-
348 reais), no caso do § 20. prudência, mediante emissão de Enunciados.
A alteração, introduzida pelos Decretos nº 10.410/2020 Os recursos interpostos, tempestivamente, contra
e nº 10.491/2020 no Regulamento da Previdência Social decisões das Juntas de Recursos e das Câmaras de
(Decreto nº 3.048/99), estabelece que a quantidade de Jun- Julgamento serão recebidos nos efeitos devolutivo e
tas e Câmaras de Julgamento será estabelecida no decre- suspensivo.
to que aprovar a estrutura do Ministério da Economia, o O INSS deverá cumprir todas as diligências deter-
que gerará alteração na atual previsão do Conselho de minadas pelo Conselho de Recursos da Previdência
Recursos. Social, bem como fica submetido a cumprir integral-
Conforme prevê o art. 126 da Lei nº 8.213/91, mente todas as decisões pelo Conselho proferidas.
compete ao Conselho de Recursos da Previdência As contestações do FAP – Fator Acidentário de Pre-
Social julgar, entre outras demandas, na forma do venção, apenas podem abranger divergências relati-
regulamento:    vas aos elementos de composição do cálculo (índices
de custo, frequência, gravidade, massa salarial etc.)
I - recursos das decisões do INSS nos processos de
interesse dos beneficiários;
II - contestações e recursos relativos à atribuição,
pelo Ministério da Economia, do Fator Acidentário EXERCÍCIOS COMENTADOS
de Prevenção aos estabelecimentos das empresas;
III - recursos das decisões do INSS relacionados à 1. (NOVA CONCURSOS — 2021 - Adaptada) Compete à
comprovação de atividade rural de segurado espe- Secretaria da Receita Federal do Brasil julgar as con-
cial de que tratam os arts. 38-A e 38-B, ou demais testações administrativas de FAP (Fator Acidentário
informações relacionadas ao CNIS de que trata o de Prevenção), por tratar-se de verba de natureza tri-
art. 29-A desta Lei. butária, portanto, ligada ao custeio do sistema de Pre-
IV - recursos de processos relacionados à compen- vidência Social.
sação financeira de que trata a Lei nº 9.796, de 5 de
maio de 1999, e à supervisão e à fiscalização dos ( ) CERTO  ( ) ERRADO
regimes próprios de previdência social de que trata
a Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998.
Ainda que o FAP esteja, de fato, associado ao custeio,
pois é aplicado no seguro de acidentes do trabalho, na
Os recursos das decisões proferidas pelo INSS devem
forma do art. 126 da Lei nº 8.213/91, a competência
ser interpostos no prazo de 30 (trinta) dias e dirigidos
para julgar as contestações é do Conselho de Recursos
às Juntas de Recursos do CRPS (recurso ordinário). Das
da Previdência Social. Resposta: Errado.
decisões proferidas pelas juntas, caberá, em determi-
nadas hipóteses, recurso especial, dirigido às Câmaras
2. (CESPE-CEBRASPE — 2016) Mateus requereu ao
de Julgamento do CRPS também no prazo de 30 (trinta) órgão regional do INSS a conversão de auxílio-doen-
dias. Esse prazo é computado da seguinte forma: ça em aposentadoria por invalidez. O INSS indeferiu o
pedido de Mateus por considerar que a doença que o
z nos casos de contestação do FAP, a partir da data acometera era curável, e que, por isso, ele era suscetí-
da publicação na Imprensa das informações para vel de reabilitação.
consulta; Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos
z nos casos de recursos, a partir da ciência da decisão; processos administrativos de competência do INSS,
z nas contrarrazões, a partir da interposição do recurso. julgue o item que se segue.
Caso seja interposto recurso contra a decisão que

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Os prazos de contrarrazões são de 30 (trinta) dias, indeferiu o pedido de Mateus, o órgão regional do INSS
sendo certo que, as razões de indeferimento e demais que proferiu a decisão não poderá reformá-la, devendo
elementos que compõem o processo administrativo encaminhar o recurso à instância competente.
previdenciário substituirão as contrarrazões apresen-
tadas pelo INSS, hipótese em que o processo previden- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ciário poderá ser remetido ao CRPS imediatamente
após a interposição de recurso pelo interessado. O INSS poderá reformar sua decisão, favoravelmen-
O INSS poderá deixar de encaminhar o recurso nas te ao segurado, e deixar de encaminhar o recurso.
hipóteses em que reconhecer o direito do segurado e Resposta: Errado.
reformar a sua decisão, inclusive na fase de instrução
do recurso interposto pelo segurado.
A competência do Conselho Pleno é de unifor-
mizar a jurisprudência administrativa, por meio de
enunciados com efeito vinculante dentro do Conselho
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
de Recursos da Previdência Social.
Do capítulo da Lei 8.213/91 destinado às dispo-
sições gerais e específicas, vamos destacar alguns
dos dispositivos, em razão da relevância dos temas
Importante!
abordados.
A propositura de ação que tenha, por objeto idên- Iniciamos tratando das regras dos arts. 103, 103-A
tico, pedido sobre o qual versa o processo admi- e 104, que tratam de prescrição e decadência.
nistrativo importa renúncia ao direito de recorrer A decadência é um prazo que atinge o próprio
na esfera administrativa e desistência do recurso direito, de modo que quando se verifica, não há a pos-
interposto (art. 307 do Decreto 3.048/99) sibilidade de propor demanda. Já a prescrição atinge
parcelas e não o direito em si. 349
A lei prescreve, para o segurado, no prazo de 10 d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
anos de decadência de todo e qualquer direito ou ação e) eqüidade na forma de participação no custeio;
para a revisão do ato de concessão do benefício (art. f) diversidade da base de financiamento;
103 da Lei 8.213/91). g) caráter democrático e descentralizado da gestão
A Lei 13.846/19, alterando este dispositivo, intro- administrativa com a participação da comunida-
duziu outras hipóteses de incidência da decadência, de, em especial de trabalhadores, empresários e
“a revisão do ato de concessão, indeferimento, can- aposentados.
Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Esta-
celamento ou cessação de benefício, do ato de deferi-
do, garantido mediante políticas sociais e econômi-
mento, indeferimento ou não concessão de revisão de
cas que visem à redução do risco de doença e de
benefício”.
outros agravos e ao acesso universal e igualitário
Todavia, o STF, no julgamento da ADI 6.096, reco- às ações e serviços para sua promoção, proteção e
nheceu a inconstitucionalidade do art. 24 da Lei recuperação.
13.846/19, de modo que volta a valer a redação ante- Parágrafo único. As atividades de saúde são de rele-
rior do art. 103: “É de dez anos o prazo de decadência vância pública e sua organização obedecerá aos
de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou bene- seguintes princípios e diretrizes: 
ficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a) acesso universal e igualitário;
a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebi- b) provimento das ações e serviços através de rede
mento da primeira prestação ou, quando for o caso, do regionalizada e hierarquizada, integrados em sis-
dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitó- tema único;
ria definitiva no âmbito administrativo”. c) descentralização, com direção única em cada
O prazo tem início: esfera de governo;
d) atendimento integral, com prioridade para as
I - do dia primeiro do mês subsequente ao do rece- atividades preventivas;
bimento da primeira prestação ou da data em que a e) participação da comunidade na gestão, fiscali-
prestação deveria ter sido paga com o valor revis- zação e acompanhamento das ações e serviços de
to; ou   saúde;
II - do dia em que o segurado tomar conhecimento f) participação da iniciativa privada na assistência
da decisão de indeferimento, cancelamento ou ces- à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais.
sação do seu pedido de benefício ou da decisão de Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegu-
deferimento ou indeferimento de revisão de benefí- rar aos seus beneficiários meios indispensáveis
cio, no âmbito administrativo.  de manutenção, por motivo de incapacidade, ida-
de avançada, tempo de serviço, desemprego invo-
Para a Previdência é de 10 anos o prazo de deca- luntário, encargos de família e reclusão ou morte
dência para revisar ou anular atos administrativos, daqueles de quem dependiam economicamente.
Parágrafo único. A organização da Previdên-
salvo nos casos de má-fé do segurado.
cia Social obedecerá aos seguintes princípios e
A prescrição ocorre no período de 5 (cinco anos),
diretrizes: 
a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda
a) universalidade de participação nos planos previ-
e qualquer ação para haver prestações vencidas ou denciários, mediante contribuição;
quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Pre- b) valor da renda mensal dos benefícios, substitu-
vidência Social, salvo direito de menores, incapazes e tos do salário-de-contribuição ou do rendimento
ausentes, na forma do Código Civil. do trabalho do segurado, não inferior ao do salário
mínimo;
c) cálculo dos benefícios considerando-se os salá-
rios-de-contribuição, corrigidos monetariamente;
LEI Nº 8.212/1991 E ALTERAÇÕES d) preservação do valor real dos benefícios;
e) previdência complementar facultativa, custeada
por contribuição adicional.
A Lei 8.212/91 trata da organização da Seguridade
Art. 4º A Assistência Social é a política social que
Social e da instituição do plano de custeio da Seguri- provê o atendimento das necessidades básicas, tra-
dade Social à luz das regras fixadas pela Constituição duzidas em proteção à família, à maternidade, à
Federal de 1.988. infância, à adolescência, à velhice e à pessoa porta-
Boa parte dos dispositivos dessa legislação já foi dora de deficiência, independentemente de contri-
abordada ao longo deste material, de modo que tratare- buição à Seguridade Social.
mos, aqui, apenas de alguns artigos, os mais relevantes Parágrafo único. A organização da Assistência
e ainda não estudados, sendo recomendada, de qual- Social obedecerá às seguintes diretrizes:
quer modo, a leitura integral da legislação atualizada. a) descentralização político-administrativa;
b) participação da população na formulação e con-
Art. 1º A Seguridade Social compreende um con- trole das ações em todos os níveis.
junto integrado de ações de iniciativa dos poderes Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência
públicos e da sociedade, destinado a assegurar o Social e Assistência Social, conforme o disposto no
direito relativo à saúde, à previdência e à assistên- Capítulo II do Título VIII da Constituição Federal,
cia social. serão organizadas em Sistema Nacional de Seguri-
Parágrafo único. A Seguridade Social obedecerá dade Social, na forma desta Lei.
aos seguintes princípios e diretrizes:  Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plu-
a) universalidade da cobertura e do atendimento; rianuais da Seguridade Social serão elaboradas por
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e ser- Comissão integrada por 3 (três) representantes,
viços às populações urbanas e rurais; sendo 1 (um) da área da saúde, 1 (um) da área da
c) seletividade e distributividade na prestação dos previdência social e 1 (um) da área de assistência
350 benefícios e serviços; social.
Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assis- § 14 Para efeito de interpretação do § 13 deste
tência Social são objeto de leis específicas, que regu- artigo:
lamentarão sua organização e funcionamento. I - os critérios informadores dos valores despen-
didos pelas entidades religiosas e instituições de
Os primeiros dispositivos tratam dos princípios, ensino vocacional aos ministros de confissão reli-
da organização e da composição da Seguridade Social, giosa, membros de vida consagrada, de congrega-
que, à luz do disposto no art. 194 da Constituição Fede- ção ou de ordem religiosa não são taxativos e sim
ral, engloba a saúde (sistema não contributivo e uni- exemplificativos;
versal), a assistência social (sistema não contributivo/ II - os valores despendidos, ainda que pagos de
prestação do Estado a quem, efetivamente, necessita) forma e montante diferenciados, em pecúnia ou
e previdência social (sistema contributivo de filiação a título de ajuda de custo de moradia, transporte,
obrigatória). formação educacional, vinculados exclusivamente
à atividade religiosa não configuram remuneração
Art. 10 A Seguridade Social será financiada por toda direta ou indireta.
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do § 15 Na contratação de serviços de transporte
art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante rodoviário de carga ou de passageiro, de serviços
recursos provenientes da União, dos Estados, do Dis- prestados com a utilização de trator, máquina de
trito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, a
base de cálculo da contribuição da empresa corres-
O financiamento da Seguridade Social é feito, con- ponde a 20% (vinte por cento) do valor da nota fis-
forme previsto no art. 195 da Constituição Federal, por cal, fatura ou recibo, quando esses serviços forem
toda a sociedade em razão do seu caráter solidário. prestados por condutor autônomo de veículo rodo-
viário, auxiliar de condutor autônomo de veículo
Art. 14 É segurado facultativo o maior de 14 (qua- rodoviário, bem como por operador de máquinas.
torze) anos de idade que se filiar ao Regime Geral
de Previdência Social, mediante contribuição, na Importante previsão a respeito do ministro de con-
forma do art. 21, desde que não incluído nas dispo- fissão religiosa e membro de instituto de vida consagra-
sições do art. 12. da é a de que não recolhem contribuições sobre valores
que são recebidos apenas para sua subsistência.
Há, ainda, a definição de que, no transporte, o salário
Importante! de contribuição será fixado em 20% do frete. Ou seja, a
Esta regra não foi recepcionada pela Emenda contribuição de 20%, que é a cota do contribuinte indivi-
20/98, de modo que a idade mínima de filiação dual, incidirá sobre 20% (vinte por cento) do frete.
como segurado facultativo, por conta da hierar-
quia legislativa, é de 16 (dezesseis) anos. SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE
PROGNÓSTICOS

Art. 16 A contribuição da União é constituída de Art. 26 Constitui receita da Seguridade Social a


recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados contribuição social sobre a receita de concursos de
obrigatoriamente na lei orçamentária anual. prognósticos a que se refere o inciso III do caput do
Parágrafo único. A União é responsável pela cober- art. 195 da Constituição Federal.
tura de eventuais insuficiências financeiras da Segu- § 4º O produto da arrecadação da contribuição será
ridade Social, quando decorrentes do pagamento de destinado ao financiamento da Seguridade Social.
benefícios de prestação continuada da Previdência § 5º A base de cálculo da contribuição equivale à

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Social, na forma da Lei Orçamentária Anual. receita auferida nos concursos de prognósticos,
Art. 17 Para pagamento dos encargos previdenciá- sorteios e loterias.
rios da União, poderão contribuir os recursos da § 6º A alíquota da contribuição corresponde ao
Seguridade Social referidos na alínea “d” do pará- percentual vinculado à Seguridade Social em cada
grafo único do art. 11 desta Lei, na forma da Lei modalidade lotérica, conforme previsto em lei.
Orçamentária anual, assegurada a destinação de Art. 27 Constituem outras receitas da Seguridade
recursos para as ações desta Lei de Saúde e Assis- Social:
tência Social I - as multas, a atualização monetária e os juros
moratórios;
A União, na forma da regra constitucional, deve II - a remuneração recebida por serviços de arre-
inserir, em seu orçamento anual, os recursos que cadação, fiscalização e cobrança prestados a
serão destinados ao custeio da Seguridade Social. terceiros;
Importante previsão é a que diz respeito à cober- III - as receitas provenientes de prestação de outros
tura de eventuais insuficiências de recursos nas áreas serviços e de fornecimento ou arrendamento de
de saúde, assistência e previdência social. bens;
IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e
Art. 22 § 13. Não se considera como remunera- financeiras;
ção direta ou indireta, para os efeitos desta Lei, os V - as doações, legados, subvenções e outras recei-
valores despendidos pelas entidades religiosas e tas eventuais;
instituições de ensino vocacional com ministro de VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e
confissão religiosa, membros de instituto de vida aplicados na forma do parágrafo único do art. 243
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa da Constituição Federal;
em face do seu mister religioso ou para sua subsis- VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos lei-
tência desde que fornecidos em condições que inde- lões dos bens apreendidos pelo Departamento da
pendam da natureza e da quantidade do trabalho Receita Federal;
executado. VIII - outras receitas previstas em legislação específica. 351
Parágrafo único. As companhias seguradoras que executor ou contratante da obra e admitida a reten-
mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais ção de importância a este devida para garantia do
causados por veículos automotores de vias terres- cumprimento dessas obrigações, não se aplicando,
tres, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de em qualquer hipótese, o benefício de ordem;
1974, deverão repassar à Seguridade Social 50% VII - exclui-se da responsabilidade solidária peran-
(cinqüenta por cento) do valor total do prêmio reco- te a Seguridade Social o adquirente de prédio ou
lhido e destinado ao Sistema Único de Saúde-SUS, unidade imobiliária que realizar a operação com
para custeio da assistência médico-hospitalar dos empresa de comercialização ou incorporador de
segurados vitimados em acidentes de trânsito. imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis
§ 11 Considera-se remuneração do contribuinte indi- com o construtor;
vidual que trabalha como condutor autônomo de VIII - nenhuma contribuição à Seguridade Social é
veículo rodoviário, como auxiliar de condutor autô- devida se a construção residencial unifamiliar, des-
nomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em tinada ao uso próprio, de tipo econômico, for execu-
regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, tada sem mão-de-obra assalariada, observadas as
de 30 de agosto de 1974, como operador de trator, exigências do regulamento;
máquina de terraplenagem, colheitadeira e asseme- IX - as empresas que integram grupo econômico de
lhados, o montante correspondente a 20% (vinte por qualquer natureza respondem entre si, solidaria-
cento) do valor bruto do frete, carreto, transporte de mente, pelas obrigações decorrentes desta Lei;
passageiros ou do serviço prestado, observado o limi- X - a pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso
te máximo a que se refere o § 5º. V do art. 12 e o segurado especial são obrigados a
Art. 30 A arrecadação e o recolhimento das contri- recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta
buições ou de outras importâncias devidas à Segu- Lei no prazo estabelecido no inciso III deste artigo,
ridade Social obedecem às seguintes normas: caso comercializem a sua produção:
I - a empresa é obrigada a: a - no exterior;
a - arrecadar as contribuições dos segurados empre- b - diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa
gados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descon- física;
tando-as da respectiva remuneração; c - à pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso
b - recolher os valores arrecadados na forma da alí- V do art. 12;
nea a deste inciso, a contribuição a que se refere o d) ao segurado especial;
inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as contri- XI - aplica-se o disposto nos incisos III e IV deste
buições a seu cargo incidentes sobre as remunera- artigo à pessoa física não produtor rural que adqui-
ções pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, re produção para venda no varejo a consumidor
aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e pessoa física.
contribuintes individuais a seu serviço até o dia 20 XII – sem prejuízo do disposto no inciso X do caput des-
(vinte) do mês subsequente ao da competência; te artigo, o produtor rural pessoa física e o segurado
c - recolher as contribuições de que tratam os inci- especial são obrigados a recolher, diretamente, a con-
sos I e II do art. 23, na forma e prazos definidos pela tribuição incidente sobre a receita bruta proveniente:
legislação tributária federal vigente; a - da comercialização de artigos de artesanato ela-
II - os segurados contribuinte individual e facultati- borados com matéria-prima produzida pelo respec-
vo estão obrigados a recolher sua contribuição por tivo grupo familiar;
iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte b - de comercialização de artesanato ou do exercí-
ao da competência; cio de atividade artística, observado o disposto nos
III - a empresa adquirente, consumidora ou consig- incisos VII e VIII do § 10 do art. 12 desta Lei; e
natária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a c - de serviços prestados, de equipamentos utiliza-
contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20 (vin- dos e de produtos comercializados no imóvel rural,
te) do mês subsequente ao da operação de venda ou desde que em atividades turística e de entreteni-
consignação da produção, independentemente de mento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive
essas operações terem sido realizadas diretamente hospedagem, alimentação, recepção, recreação e
com o produtor ou com intermediário pessoa física, atividades pedagógicas, bem como taxa de visita-
na forma estabelecida em regulamento; ção e serviços especiais;
IV - a empresa adquirente, consumidora ou consig- XIII – o segurado especial é obrigado a arrecadar
natária ou a cooperativa ficam sub-rogadas nas a contribuição de trabalhadores a seu serviço e a
obrigações da pessoa física de que trata a alínea recolhê-la no prazo referido na alínea b do inciso I
“a” do inciso V do art. 12 e do segurado especial do caput deste artigo.
pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta § 2 Se não houver expediente bancário nas datas
Lei, independentemente de as operações de venda indicadas:
ou consignação terem sido realizadas diretamente I - no inciso II do caput, o recolhimento deverá ser
com o produtor ou com intermediário pessoa física, efetuado até o dia útil imediatamente posterior; e
exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma II - na alínea b do inciso I e nos incisos III, V, X e
estabelecida em regulamento; XIII do caput, até o dia útil imediatamente anterior.
V - o empregador doméstico é obrigado a arrecadar § 3º Aplica-se à entidade sindical e à empresa de
e a recolher a contribuição do segurado empregado origem o disposto nas alíneas «a» e «b» do inciso I,
a seu serviço, assim como a parcela a seu cargo, até relativamente à remuneração do segurado referido
o dia 7 do mês seguinte ao da competência; no § 5º do art. 12.
VI - o proprietário, o incorporador definido na Lei § 4º Na hipótese de o contribuinte individual
nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da prestar serviço a uma ou mais empresas, poderá
obra ou condômino da unidade imobiliária, qual- deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e
quer que seja a forma de contratação da constru- cinco por cento da contribuição da empresa, efeti-
ção, reforma ou acréscimo, são solidários com o vamente recolhida ou declarada, incidente sobre a
construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cum- remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado,
primento das obrigações para com a Seguridade limitada a dedução a nove por cento do respectivo
352 Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o salário-de-contribuição.
§ 5º Aplica-se o disposto no § 4º ao cooperado que A empresa contratante de serviços executados
prestar serviço a empresa por intermédio de coope- mediante a cessão de mão de obra, inclusive em regi-
rativa de trabalho. me de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze
§ 7º A empresa ou cooperativa adquirente, consumi- por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de
dora ou consignatária da produção fica obrigada a
prestação de serviços e recolher, em nome da cedente
fornecer ao segurado especial cópia do documento
da mão de obra, a importância retida até o dia 20 do
fiscal de entrada da mercadoria, para fins de com-
provação da operação e da respectiva contribuição mês subsequente ao da emissão da nota ou fatura, ou
previdenciária. até o dia imediatamente anterior, se não houver expe-
§ 8o Quando o grupo familiar a que o segurado espe- diente bancário naquele dia.
cial estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por Esta contribuição será acrescida de 4, 3 ou 2% para
qualquer motivo, receita proveniente de comerciali- os casos em que os serviços permitam a concessão de
zação de produção deverá comunicar a ocorrência aposentadoria especial.
à Previdência Social, na forma do regulamento.
§ 9º Quando o segurado especial tiver comerciali-
zado sua produção do ano anterior exclusivamente Importante!
com empresa adquirente, consignatária ou coope-
rativa, tal fato deverá ser comunicado à Previdên- � O STF entendeu ser constitucional esta reten-
cia Social pelo respectivo grupo familiar.  ção na nota fiscal na contração de empresas de
cessão de mão de obra.
A contribuição sobre a receita de concursos de � Súmula 425 do STJ: “A retenção da contribui-
prognósticos (jogos, apostas, loterias) está prevista na ção para a seguridade social pelo tomador do
Constituição Federal, em seu art. 195, inciso III, e é regu-
serviço não se aplica às empresas optantes pelo
lamentada por legislação específica (Lei nº 13.756/2018).
simples”.
Art. 31 A empresa contratante de serviços executa-
dos mediante cessão de mão de obra, inclusive em
É uma arrecadação via substituição previdenciá-
regime de trabalho temporário, deverá reter 11%
ria, o que permite a compensação ou restituição.
(onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou
fatura de prestação de serviços e recolher, em nome
da empresa cedente da mão de obra, a importância Art. 43 Nas ações trabalhistas de que resultar o
retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao pagamento de direitos sujeitos à incidência de con-
da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou tribuição previdenciária, o juiz, sob pena de respon-
até o dia útil imediatamente anterior se não houver sabilidade, determinará o imediato recolhimento
expediente bancário naquele dia, observado o dis- das importâncias devidas à Seguridade Social.
posto no § 5º do art. 33 desta Lei. § 1º Nas sentenças judiciais ou nos acordos homo-
§ 1º O valor retido de que trata o caput deste artigo, logados em que não figurarem, discriminadamen-
que deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de te, as parcelas legais relativas às contribuições
prestação de serviços, poderá ser compensado por sociais, estas incidirão sobre o valor total apurado
qualquer estabelecimento da empresa cedente da em liquidação de sentença ou sobre o valor do acor-
mão de obra, por ocasião do recolhimento das con- do homologado. 
tribuições destinadas à Seguridade Social devidas § 2º Considera-se ocorrido o fato gerador das con-
sobre a folha de pagamento dos seus segurados. tribuições sociais na data da prestação do serviço. 
§ 2º Na impossibilidade de haver compensação § 3º As contribuições sociais serão apuradas mês

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


integral na forma do parágrafo anterior, o saldo a mês, com referência ao período da prestação de
remanescente será objeto de restituição.  serviços, mediante a aplicação de alíquotas, limi-
§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se como cessão tes máximos do salário-de-contribuição e acrés-
de mão-de-obra a colocação à disposição do con- cimos legais moratórios vigentes relativamente a
tratante, em suas dependências ou nas de tercei- cada uma das competências abrangidas, devendo o
ros, de segurados que realizem serviços contínuos, recolhimento ser efetuado no mesmo prazo em que
relacionados ou não com a atividade-fim da empre- devam ser pagos os créditos encontrados em liqui-
sa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de dação de sentença ou em acordo homologado, sen-
contratação.
do que nesse último caso o recolhimento será feito
§ 4º Enquadram-se na situação prevista no pará-
em tantas parcelas quantas as previstas no acordo,
grafo anterior, além de outros estabelecidos em
nas mesmas datas em que sejam exigíveis e propor-
regulamento, os seguintes serviços: 
cionalmente a cada uma delas.
I - limpeza, conservação e zeladoria;
§ 4º No caso de reconhecimento judicial da presta-
II - vigilância e segurança;
III - empreitada de mão-de-obra; ção de serviços em condições que permitam a apo-
IV - contratação de trabalho temporário na forma sentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou
da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974. 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, serão devi-
§ 5º O cedente da mão-de-obra deverá elaborar folhas dos os acréscimos de contribuição de que trata o §
de pagamento distintas para cada contratante.  6ºdo art. 57 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. 
§ 6º Em se tratando de retenção e recolhimento rea- § 5º Na hipótese de acordo celebrado após ter sido
lizados na forma do caput deste artigo, em nome proferida decisão de mérito, a contribuição será
de consórcio, de que tratam os arts. 278 e 279 da calculada com base no valor do acordo.
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, aplica-se § 6º Aplica-se o disposto neste artigo aos valores
o disposto em todo este artigo, observada a partici- devidos ou pagos nas Comissões de Conciliação
pação de cada uma das empresas consorciadas, na Prévia de que trata a Lei nº 9.958, de 12 de janeiro
forma do respectivo ato constitutivo de 2000. 353
A Justiça do trabalho tem competência para execu- e) a verbação da construção civil localizada em
tar as contribuições previdenciárias decorrentes das área objeto de regularização fundiária de interesse
sentenças que proferir. social, na forma da Lei nº 11.977, de 7 de julho de
2009.
Art. 47 É exigida Certidão Negativa de Débito-CND, § 7º O condômino adquirente de unidades imobiliá-
fornecida pelo órgão competente, nos seguintes rias de obra de construção civil não incorporada na
casos:  forma da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964,
I - da empresa: poderá obter documento comprobatório de inexis-
a) na contratação com o Poder Público e no recebi- tência de débito, desde que comprove o pagamento
mento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício das contribuições relativas à sua unidade, confor-
concedido por ele; me dispuser o regulamento.
b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de Art. 48 A prática de ato com inobservância do dis-
bem imóvel ou direito a ele relativo; posto no artigo anterior, ou o seu registro, acarre-
c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de tará a responsabilidade solidária dos contratantes
bem móvel de valor superior a Cr$ 2.500.000,00 e do oficial que lavrar ou registrar o instrumento,
(dois milhões e quinhentos mil cruzeiros) incorpo- sendo o ato nulo para todos os efeitos.
rado ao ativo permanente da empresa; § 1º Os órgãos competentes podem intervir em ins-
d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, trumento que depender de prova de inexistência de
de ato relativo a baixa ou redução de capital de fir- débito, a fim de autorizar sua lavratura, desde que
ma individual, redução de capital social, cisão total o débito seja pago no ato ou o seu pagamento fique
ou parcial, transformação ou extinção de entidade assegurado mediante confissão de dívida fiscal com
ou sociedade comercial ou civil e transferência de o oferecimento de garantias reais suficientes, na
controle de cotas de sociedades de responsabilida- forma estabelecida em regulamento.
de limitada;   § 2º Em se tratando de alienação de bens do ativo
II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, de de empresa em regime de liquidação extrajudicial,
obra de construção civil, quando de sua averbação visando à obtenção de recursos necessários ao
no registro de imóveis, salvo no caso do inciso VIII pagamento dos credores, independentemente do
do art. 30. pagamento ou da confissão de dívida fiscal, o Ins-
§ 1º A prova de inexistência de débito deve ser tituto Nacional do Seguro Social-INSS poderá auto-
exigida da empresa em relação a todas as suas rizar a lavratura do respectivo instrumento, desde
dependências, estabelecimentos e obras de cons- que o valor do crédito previdenciário conste, regu-
larmente, do quadro geral de credores, observada a
trução civil, independentemente do local onde se
ordem de preferência legal.
encontrem, ressalvado aos órgãos competentes o
§ 3º O servidor, o serventuário da Justiça, o titular
direito de cobrança de qualquer débito apurado
de serventia extrajudicial e a autoridade ou órgão
posteriormente.
que infringirem o disposto no artigo anterior incor-
§ 2º A prova de inexistência de débito, quando exi-
rerão em multa aplicada na forma estabelecida no
gível ao incorporador, independe da apresentada
art. 92, sem prejuízo da responsabilidade adminis-
no registro de imóveis por ocasião da inscrição do
trativa e penal cabível.
memorial de incorporação.
§ 3º Fica dispensada a transcrição, em instrumento
público ou particular, do inteiro teor do documento A CND (Certidão Negativa de Débito) é documento
comprobatório de inexistência de débito, bastando essencial para que a empresa aliene ou onere bens,
a referência ao seu número de série e data da emis- especialmente, para que possa contratar com o poder
são, bem como a guarda do documento comproba- público, participar de licitações e receber ou benefi-
tório à disposição dos órgãos competentes. ciar-se de incentivos fiscais.
§ 4º O documento comprobatório de inexistência de Durante o período de pandemia, a exigência da
débito poderá ser apresentado por cópia autentica- CND foi flexibilizada.
da, dispensada a indicação de sua finalidade, exce-
to no caso do inciso II deste artigo. Art. 68 O Titular do Cartório de Registro Civil de
§ 5º O prazo de validade da Certidão Negativa de Pessoas Naturais remeterá ao INSS, em até 1 (um)
Débito - CND é de sessenta dias, contados da sua dia útil, pelo Sistema Nacional de Informações de
emissão, podendo ser ampliado por regulamento Registro Civil (Sirc) ou por outro meio que venha
para até cento e oitenta dias.     a substituí-lo, a relação dos nascimentos, dos nati-
§ 6º Independe de prova de inexistência de débito:  mortos, dos casamentos, dos óbitos, das averba-
a) a lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou ções, das anotações e das retificações registradas
contrato que constitua retificação, ratificação ou na serventia.
efetivação de outro anterior para o qual já foi feita § 1º Para os Municípios que não dispõem de pro-
a prova; vedor de conexão à internet ou de qualquer meio
b) a constituição de garantia para concessão de de acesso à internet, fica autorizada a remessa da
crédito rural, em qualquer de suas modalidades, relação em até 5 (cinco) dias úteis. 
por instituição de crédito pública ou privada, desde § 2º Para os registros de nascimento e de natimor-
que o contribuinte referido no art. 25, não seja res- to, constarão das informações, obrigatoriamente, a
ponsável direto pelo recolhimento de contribuições inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o
sobre a sua produção para a Seguridade Social; sexo, a data e o local de nascimento do registrado,
c) a averbação prevista no inciso II deste artigo, bem como o nome completo, o sexo, a data e o local
relativa a imóvel cuja construção tenha sido con- de nascimento e a inscrição no CPF da filiação.
cluída antes de 22 de novembro de 1966. § 3º Para os registros de casamento e de óbito,
d) o recebimento pelos Municípios de transferên- constarão das informações, obrigatoriamente, a
cia de recursos destinados a ações de assistência inscrição no CPF, o sexo, a data e o local de nasci-
social, educação, saúde e em caso de calamidade mento do registrado, bem como, acaso disponíveis,
354 pública. os seguintes dados:
I - número do cadastro perante o Programa de Inte- § 7º Para fins do disposto no caput deste artigo,
gração Social (PIS) ou o Programa de Formação do o INSS poderá realizar recenseamento para atua-
Patrimônio do Servidor Público (Pasep);  lização do cadastro dos beneficiários, abrangidos
II - Número de Identificação do Trabalhador (NIT); os benefícios administrados pelo INSS, observado o
III - número de benefício previdenciário ou assis- disposto nos incisos III, IV e V do § 8º deste artigo.
tencial, se a pessoa falecida for titular de qualquer § 8º Aqueles que receberem benefícios realizarão
benefício pago pelo INSS; anualmente a comprovação de vida nas institui-
IV - número de registro da Carteira de Identidade e ções financeiras, por meio de atendimento eletrô-
respectivo órgão emissor; nico com uso de biometria ou por qualquer meio
V - número do título de eleitor; definido pelo INSS que assegure a identificação do
VI - número e série da Carteira de Trabalho e Previ- beneficiário, observadas as seguintes disposições:
dência Social (CTPS). I - a prova de vida e a renovação de senha serão efe-
§ 4º No caso de não haver sido registrado nenhum tuadas por aquele que receber o benefício, mediante
nascimento, natimorto, casamento, óbito ou aver- identificação por funcionário da instituição, quan-
bações, anotações e retificações no mês, deverá o do realizada nas instituições financeiras;
Titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas II - o representante legal ou o procurador do bene-
Naturais comunicar este fato ao INSS até o 5º ficiário, legalmente cadastrado no INSS, poderá
(quinto) dia útil do mês subsequente. realizar a prova de vida no INSS ou na instituição
§ 5º O descumprimento de qualquer obrigação financeira responsável pelo pagamento;
imposta neste artigo e o fornecimento de infor- III - a prova de vida de segurados com idade igual
mação inexata sujeitarão o Titular do Cartório de ou superior a 60 (sessenta) anos será disciplinada
Registro Civil de Pessoas Naturais, além de outras em ato do Presidente do INSS;
IV - o INSS disporá de meios, incluída a realização
penalidades previstas, à penalidade prevista no art.
de pesquisa externa, que garantam a identificação e
92 desta Lei e à ação regressiva proposta pelo INSS,
o processo de prova de vida para pessoas com difi-
em razão dos danos sofridos.    
culdades de locomoção e idosos acima de 80 (oiten-
Art. 69 O INSS manterá programa permanente de
ta) anos que recebam benefícios; e
revisão da concessão e da manutenção dos benefí-
V - o INSS poderá bloquear o pagamento do bene-
cios por ele administrados, a fim de apurar irregu-
fício encaminhado às instituições financeiras até
laridades ou erros materiais.
que o beneficiário atenda à convocação, permitida
§ 1º Na hipótese de haver indícios de irregularidade
a liberação do pagamento automaticamente pela
ou erros materiais na concessão, na manutenção instituição financeira.   
ou na revisão do benefício, o INSS notificará o bene- § 9º O recurso de que trata o § 5º deste artigo não
ficiário, o seu representante legal ou o seu procura- terá efeito suspensivo.
dor para apresentar defesa, provas ou documentos § 10 Apurada irregularidade recorrente ou fragi-
dos quais dispuser, no prazo de:    lidade nos procedimentos, reconhecida na forma
I - 30 (trinta) dias, no caso de trabalhador urbano;  prevista no caput deste artigo ou pelos órgãos de
II - 60 (sessenta) dias, no caso de trabalhador rural controle, os procedimentos de análise e concessão
individual e avulso, agricultor familiar ou segurado de benefícios serão revistos, de modo a reduzir o
especial. risco de fraude e concessão irregular.
§ 2º A notificação a que se refere o § 1º deste artigo § 11 Para fins do disposto no § 8º deste artigo, pre-
será feita:  servados a integridade dos dados e o sigilo even-
I - preferencialmente por rede bancária ou por meio tualmente existente, o INSS:
eletrônico, conforme previsto em regulamento;  I - terá acesso a todos os dados biométricos mantidos
II - por via postal, por carta simples, considerado o e administrados pelos órgãos públicos federais; e

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


endereço constante do cadastro do benefício, hipó- II - poderá ter, por meio de convênio, acesso aos
tese em que o aviso de recebimento será considera- dados biométricos:  
do prova suficiente da notificação;    a) da Justiça Eleitoral; e
III - pessoalmente, quando entregue ao interessado b) de outros entes federativos.
em mãos; ou   
IV - por edital, nos casos de retorno com a não loca- O convênio entre o INSS e os Cartórios de Registro
lização do segurado, referente à comunicação indi- de Pessoas Naturais é ferramenta extremamente eficaz
cada no inciso II deste parágrafo. para evitar que sejam perpetradas fraudes contra o sis-
§ 3º A defesa poderá ser apresentada pelo canal de tema e, consequentemente, recebimento indevido de
atendimento eletrônico do INSS ou na Agência da benefícios e prejuízo ao equilíbrio atuarial financeiro.
Previdência Social do domicílio do beneficiário, na Outra importante ferramenta é a manutenção de
forma do regulamento.   
programa contínuo de apuração de irregularidades, com
§ 4º O benefício será suspenso nas seguintes hipóteses:  
acesso a informações de outros órgãos públicos, mas
I - não apresentação da defesa no prazo estabeleci-
sempre mantendo inabalado o direito ao contraditório e
do no § 1º deste artigo;
à ampla defesa, que são, constitucionalmente, assegura-
II - defesa considerada insuficiente ou improceden-
te pelo INSS. dos aos beneficiários do sistema de Previdência.
§ 5º O INSS deverá notificar o beneficiário quanto
à suspensão do benefício de que trata o § 4º deste Art. 85-A Os tratados, convenções e outros acordos
artigo e conceder-lhe prazo de 30 (trinta) dias para internacionais de que Estado estrangeiro ou orga-
interposição de recurso.   nismo internacional e o Brasil sejam partes, e que
§ 6º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias após a versem sobre matéria previdenciária, serão inter-
pretados como lei especial
suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, sem
que o beneficiário, o seu representante legal ou o
seu procurador apresente recurso administrativo Regra importante, pois, na hierarquia, os tratados
aos canais de atendimento do INSS ou a outros internacionais são interpretados como lei especial e,
canais autorizados, o benefício será cessado.   portanto, sobrepõem-se a outros diplomas legislativos. 355
ao contribuinte individual e ao facultativo a opção de
EXERCÍCIOS COMENTADOS reduzir pela metade a alíquota de contribuição incidente
sobre o seu salário de contribuição.
1. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Tendo em vis-
ta que grande parte do custeio do RGPS decorre de con- ( )CERTO  ( )ERRADO
tribuições de empresas e trabalhadores, calculadas em
razão da remuneração ou do salário de contribuição, é O empregado não pode optar pelo Plano Simplifica-
correto afirmar que a contribuição do empregado ao do de Previdência. Resposta: Errado.
RGPS incide sobre o seu salário de contribuição.

( )CERTO  ( )ERRADO

Regra do art. 21 da Lei 8.212/91. Resposta: Certo.


LEI Nº 8.213/1991 E ALTERAÇÕES
A Lei nº 8.213/91 dispõe sobre o plano de benefí-
2. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Assinale certo
cios da Previdência Social, define quem são os sujeitos
ou errado no que se refere ao financiamento da seguri-
da relação previdenciária, quais requisitos específicos
dade social.
de cada benefício, cálculo dos benefícios, acumulação,
descontos e outras regras.
Em obediência ao princípio da isonomia, a CF veda Os dispositivos mais importantes dessa legislação já
a diferenciação entre alíquotas ou bases de cálcu- foram abordados ao longo deste material, de modo que
lo de contribuição social devida por empresas de trataremos, aqui, apenas de alguns artigos, mais relevan-
ramos distintos. tes e ainda não estudados, sendo recomendada, de qual-
quer modo, a leitura integral da legislação atualizada.
( )CERTO  ( )ERRADO
Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Pre-
Permite a diferenciação em razão do porte da vidência Social–CNPS, órgão superior de delibera-
empresa, atividade econômica desenvolvida, condi- ção colegiada, que terá como membros:
ção estrutural do mercado e utilização intensiva de I - seis representantes do Governo Federal;
mão-de-obra. Resposta: Errado. II - nove representantes da sociedade civil, sendo:
a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
3. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Não obstan- b) três representantes dos trabalhadores em
te a determinação constitucional de que a seguridade atividade;
c) três representantes dos empregadores.
social seja financiada por toda a sociedade, a União é
§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplen-
a responsável pela cobertura de eventuais insuficiên-
tes serão nomeados pelo Presidente da República,
cias financeiras decorrentes do pagamento de benefí- tendo os representantes titulares da sociedade civil
cios de prestação continuada da previdência social. mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos,
de imediato, uma única vez.
( )CERTO  ( )ERRADO § 2º Os representantes dos trabalhadores em ati-
vidade, dos aposentados, dos empregadores e seus
Regra do artigo 16, parágrafo único da Lei 8.212/91. respectivos suplentes serão indicados pelas cen-
Resposta: Certo. trais sindicais e confederações nacionais.
§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez
4. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) As contribui- por mês, por convocação de seu Presidente, não
ções sociais destinadas ao financiamento da segurida- podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quin-
ze) dias se houver requerimento nesse sentido da
de social não podem ser exigidas no mesmo exercício
maioria dos conselheiros.
financeiro em que tiver sido publicada a lei que as insti- § 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária
tuir, visto que a elas se aplica o princípio da anterioridade por seu Presidente ou a requerimento de um terço
constitucionalmente previsto para os tributos em geral. de seus membros, conforme dispuser o regimento
interno do CNPS.
( )CERTO  ( )ERRADO § 6º As ausências ao trabalho dos representantes
dos trabalhadores em atividade, decorrentes das
Regra da anterioridade nonagesimal, prevista no atividades do Conselho, serão abonadas, compu-
art. 195, § 6º da Constituição Federal. Resposta: tando-se como jornada efetivamente trabalhada
Errado. para todos os fins e efeitos legais.
§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto represen-
tantes dos trabalhadores em atividade, titulares e
5. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) As aposenta-
suplentes, é assegurada a estabilidade no empre-
dorias e o auxílio-doença concedidos pelo RGPS inte-
go, da nomeação até um ano após o término do
gram o salário de contribuição. mandato de representação, somente podendo ser
demitidos por motivo de falta grave, regularmente
( )CERTO  ( )ERRADO comprovada através de processo judicial.
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Pre-
Os benefícios previdenciários não sofrem incidência vidência Social proporcionar ao CNPS os meios
de contribuição previdenciária. Resposta: ERRADO. necessários ao exercício de suas competências,
para o que contará com uma Secretaria-Executiva
6. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Caso opte pela do Conselho Nacional de Previdência Social.
exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por § 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trin-
356 tempo de contribuição, é dado ao segurado empregado, ta) dias a contar da publicação desta Lei.
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdên- não superior a 24 (vinte e quatro meses), afastando
cia Social–CNPS: a possibilidade de produção de prova exclusivamente
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as deci- testemunhal, como admitia a jurisprudência.
sões de políticas aplicáveis à Previdência Social; Exige, ainda, a prova dos 2 (dois) anos de casamen-
II - participar, acompanhar e avaliar sistematica- to ou união estável, para fins de estabelecer o prazo de
mente a gestão previdenciária;
duração da pensão por morte.
III - apreciar e aprovar os planos e programas da
Previdência Social;
Afasta, por fim, o condenado criminalmente da
IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias condição de dependente para fins previdenciários.
da Previdência Social, antes de sua consolidação na
proposta orçamentária da Seguridade Social; Art. 19 Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
V - acompanhar e apreciar, através de relatórios exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
gerenciais por ele definidos, a execução dos planos, empregador doméstico ou pelo exercício do traba-
programas e orçamentos no âmbito da Previdência lho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11
Social; desta Lei, provocando lesão corporal ou pertur-
VI - acompanhar a aplicação da legislação perti- bação funcional que cause a morte ou a perda ou
nente à Previdência Social; redução, permanente ou temporária, da capacida-
VII - apreciar a prestação de contas anual a ser de para o trabalho.
remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das
se for necessário, contratar auditoria externa; medidas coletivas e individuais de proteção e segu-
VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, rança da saúde do trabalhador.
acima dos quais será exigida a anuência prévia do § 2º Constitui contravenção penal, punível com mul-
Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para ta, deixar a empresa de cumprir as normas de segu-
formalização de desistência ou transigência judi- rança e higiene do trabalho.
ciais, conforme o disposto no art. 132; § 3º É dever da empresa prestar informações por-
IX - elaborar e aprovar seu regimento interno. menorizadas sobre os riscos da operação a execu-
Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS tar e do produto a manipular.
deverão ser publicadas no Diário Oficial da União. § 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência
Art. 5º Compete aos órgãos governamentais: Social fiscalizará e os sindicatos e entidades repre-
I - prestar toda e qualquer informação necessária sentativas de classe acompanharão o fiel cum-
ao adequado cumprimento das competências do primento do disposto nos parágrafos anteriores,
CNPS, fornecendo inclusive estudos técnicos; conforme dispuser o Regulamento.
II - encaminhar ao CNPS, com antecedência míni- Art. 20 Consideram-se acidente do trabalho, nos
ma de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso termos do artigo anterior, as seguintes entidades
Nacional, a proposta orçamentária da Previdência
mórbidas:
Social, devidamente detalhada.
I - doença profissional, assim entendida a produ-
zida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
Este dispositivo trata da composição do Conselho peculiar a determinada atividade e constante da
Nacional de Previdência Social, pautado pela gestão respectiva relação elaborada pelo Ministério do
quadripartite prevista no art. 194 da Constituição Trabalho e da Previdência Social;
Federal, bem como de suas atribuições, com desta- II - doença do trabalho, assim entendida a adquiri-
que para a estabilidade no emprego dos membros da da ou desencadeada em função de condições espe-
sociedade convocados. ciais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação men-
Art. 16 § 5º As provas de união estável e de depen- cionada no inciso I.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


dência econômica exigem início de prova material § 1º  Não são consideradas como doença do
contemporânea dos fatos, produzido em período trabalho:
não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior a - a doença degenerativa;
à data do óbito ou do recolhimento à prisão do b - a inerente a grupo etário;
segurado, não admitida a prova exclusivamente c - a que não produza incapacidade laborativa;
testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de d - a doença endêmica adquirida por segurado
força maior ou caso fortuito, conforme disposto no habitante de região em que ela se desenvolva, sal-
regulamento. vo comprovação de que é resultante de exposição
§ 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do ou contato direto determinado pela natureza do
art. 77 desta Lei, a par da exigência do § 5º deste trabalho.
artigo, deverá ser apresentado, ainda, início de pro- § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a
va material que comprove união estável por pelo
doença não incluída na relação prevista nos incisos
menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado.
I e II deste artigo resultou das condições especiais
§ 7º Será excluído definitivamente da condição de
em que o trabalho é executado e com ele se relacio-
dependente quem tiver sido condenado criminal-
na diretamente, a Previdência Social deve conside-
mente por sentença com trânsito em julgado, como
rá-la acidente do trabalho.
autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou
Art. 21 Equiparam-se também ao acidente do tra-
de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do
balho, para efeitos desta Lei:
segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e
os inimputáveis. I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não
tenha sido a causa única, haja contribuído direta-
mente para a morte do segurado, para redução ou
O art. 16 da Lei nº 8.213/91, já estudado no capítulo
perda da sua capacidade para o trabalho, ou pro-
reservado aos dependentes do segurado da Previdên-
duzido lesão que exija atenção médica para a sua
cia Social, sofreu alteração pela Lei nº 13846/19, pas-
recuperação;
sando a exigir prova contemporânea da união estável II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no
e da dependência econômica, produzida em período horário do trabalho, em conseqüência de: 357
a - ato de agressão, sabotagem ou terrorismo prati- § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime
cado por terceiro ou companheiro de trabalho; a empresa de responsabilidade pela falta do cum-
b - ofensa física intencional, inclusive de terceiro, primento do disposto neste artigo
por motivo de disputa relacionada ao trabalho; § 4º Os sindicatos e entidades representativas de
c - ato de imprudência, de negligência ou de imperí- classe poderão acompanhar a cobrança, pela Pre-
cia de terceiro ou de companheiro de trabalho; vidência Social, das multas previstas neste artigo.
d - ato de pessoa privada do uso da razão; § 5o A multa de que trata este artigo não se aplica
e - desabamento, inundação, incêndio e outros casos na hipótese do caput do art. 21-A.
fortuitos ou decorrentes de força maior; Art. 23 Considera-se como dia do acidente, no caso
III - a doença proveniente de contaminação aciden- de doença profissional ou do trabalho, a data do iní-
tal do empregado no exercício de sua atividade; cio da incapacidade laborativa para o exercício da
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora atividade habitual, ou o dia da segregação compul-
do local e horário de trabalho: sória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico,
a - na execução de ordem ou na realização de servi- valendo para este efeito o que ocorrer primeiro”.
ço sob a autoridade da empresa;
b - na prestação espontânea de qualquer serviço à A Lei nº 8.213/91, nos arts. 19 a 23, trata especifica-
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar mente dos acidentes de trabalho, os quais têm prote-
proveito;
ção especial.
c - em viagem a serviço da empresa, inclusive para
Apenas têm direito aos benefícios acidentários os
estudo quando financiada por esta dentro de seus
segurados empregado, trabalhador avulso, segurado
planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
especial e empregado doméstico por força da Emenda
independentemente do meio de locomoção utiliza-
do, inclusive veículo de propriedade do segurado; Constitucional nº 72/2013 e Lei Complementar 150/2015.
d - no percurso da residência para o local de traba- Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, o aci-
lho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio dente de trabalho é conceituado como: aquele que
de locomoção, inclusive veículo de propriedade do ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empre-
segurado. sa ou de empregador doméstico, ou pelo exercício
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descan- do trabalho do segurado especial, provocando lesão
so, ou por ocasião da satisfação de outras necessi- corporal ou perturbação funcional, que cause a morte
dades fisiológicas, no local do trabalho ou durante ou perda ou redução, permanente ou temporária, da
este, o empregado é considerado no exercício do capacidade para o trabalho.
trabalho. Tem, como consequência, a lesão corporal (que dei-
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação xa sintomas externos – exemplo: amputação traumáti-
de acidente do trabalho a lesão que, resultante de ca em máquina) ou perturbação funcional (desordem
acidente de outra origem, se associe ou se superpo- orgânica que é imperceptível – exemplo: lombalgia de
nha às conseqüências do anterior. quem trabalha carregando e descarregando caminhão).
Art. 21-A A perícia médica do Instituto Nacional Consideram-se acidente do trabalho a doença pro-
do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada fissional e a doença do trabalho.
a natureza acidentária da incapacidade quando As doenças profissionais, também denominadas
constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológi- tecnopatias, estão conceituadas no art. 20, I, da Lei
co entre o trabalho e o agravo, decorrente da rela- nº 8.213/91 (listas A e B do Anexo II do Dec. 3048/99).
ção entre a atividade da empresa ou do empregado Tratam-se daquelas produzidas ou desencadeadas pelo
doméstico e a entidade mórbida motivadora da exercício do trabalho peculiar à determinada atividade
incapacidade elencada na Classificação Internacio- e não pelo ambiente de trabalho), ou seja, hipóteses em
nal de Doenças (CID), em conformidade com o que que há nexo presumido (Presunção Legal), como exem-
dispuser o regulamento.  
plos, as doenças LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar
DORT em montadores e a faringite em professores.
o disposto neste artigo quando demonstrada a ine-
Já as doenças do trabalho, mesopatias, são aque-
xistência do nexo de que trata o caput deste artigo. 
las adquiridas ou desencadeadas em função de condi-
§ 2º A empresa ou o empregador doméstico pode-
rão requerer a não aplicação do nexo técnico epi- ções especiais em que o trabalho é realizado e com ele
demiológico, de cuja decisão caberá recurso, com se relacione diretamente (art. 20, II, da Lei 8.213/91 e
efeito suspensivo, da empresa, do empregador Decreto 3.048/99 (Listas A e B). Como exemplo, cito a
doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos silicose e a asbestose.
da Previdência Social. Em caso excepcional, constatando-se que a doença
Art. 22 A empresa ou o empregador doméstico deve- não incluída na citada relação resultou das condições
rão comunicar o acidente do trabalho à Previdência especiais em que o trabalho é executado e com ele se
Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrên- relaciona diretamente, a Previdência Social deve con-
cia e, em caso de morte, de imediato, à autoridade siderá-la acidente do trabalho (art. 20, § 2º).
competente, sob pena de multa variável entre o limite Não são consideradas acidente de trabalho:
mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, doenças degenerativas; as inerentes ao grupo etário;
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplica- aquelas que não produzam incapacidade e doenças
da e cobrada pela Previdência Social. endêmicas, adquiridas por segurado habitante de
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo recebe- região em que ela se desenvolva, salvo comprovação
rão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem de que é resultante de exposição ou contato direto
como o sindicato a que corresponda a sua categoria. determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empre- Considera-se como dia do acidente, no caso de
sa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus doença profissional ou do trabalho, a data do início da
dependentes, a entidade sindical competente, o incapacidade laborativa para o exercício da atividade
médico que o assistiu ou qualquer autoridade públi- habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou, ain-
ca, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto da, o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo,
358 neste artigo. para este efeito, o que ocorrer primeiro.
Para os benefícios devidos em razão do acidente almoço, vai ao Banco pagar uma conta. Durante esse
de trabalho (auxílio-acidente, auxílio-doença, aposen- tempo, o Banco é assaltado e o funcionário feito refém.
tadoria por invalidez e pensão por morte), a Lei não Uma das formas de caracterizar o acidente de
exige o cumprimento do requisito carência (número trabalho está prevista no art. 21-A da Lei nº 8.213/91.
mínimo de contribuições). Vejamos:

z Equiparam-se ao acidente do trabalho (artigo 21 – A perícia médica do INSS considerará caracteriza-


ampla proteção): da a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorrência de nexo técnico epidemio-
I- Acidente que, embora não tenha sido causa única, lógico entre o trabalho e o agravo, decorrente da
tenha contribuído diretamente para a morte, redu- relação entre a atividade da empresa e a entidade
ção ou perda da capacidade de trabalho, ou produ- mórbida motivadora da incapacidade elencada na
zido lesão que exija atenção médica. Por exemplo: Classificação Internacional de Doenças – CID, em
a) diabetes (o trabalhador se corta e falece em conformidade com o que dispuser o regulamento.
decorrência de uma hemorragia); b) segurado sofre
infarto durante assalto às dependências da empre- O NTEP (nexo técnico epidemiológico) é, na verda-
sa; e c) acidentado, hospitalizado após acidente de, um casamento entre o CNAE (Classificação Nacio-
de trabalho, falece em decorrência de infecção nal de Atividades Econômicas) da empresa e o CID
hospitalar. (Classificação Internacional de Doenças), baseado em
II- Acidente sofrido no local e horário de trabalho levantamento estatístico realizado pela Previdência,
em consequência de: conforme lista C, do Anexo II, do Decreto 3048/99.
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo prati- Conforme disposto no § 2º do art. 21-A da Lei
cado por terceiro ou companheiro de trabalho; 8.213/91, a empresa poderá requerer a não aplicação
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá
por motivo de disputa relacionada ao trabalho, recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segu-
como, por exemplo, em razão de disputa por divi- rado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social,
são das tarefas, um funcionário é agredido fisica- no prazo de 15 dias. Por exemplo: categorias F-10 a F-19
mente por um colega; (transtornos mentais devido ao uso de álcool ou dro-
c) ato de imprudência, de negligência ou de impe- gas) – (CNAE) 4921 (transporte urbano) – 2543 (fabrica-
rícia de terceiro ou de companheiro de trabalho, ção de ferramenta) – 9420 (organização sindical).
como, por exemplo, um funcionário que fecha uma A CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho)
estufa a qual deveria permanecer aberta e causa deve ser expedida até o 1º dia útil seguinte ao da
uma explosão; ocorrência do acidente e imediatamente em caso
d) ato de pessoa privada do uso da razão; de morte pela empresa, sob pena de multa variável
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de
fortuitos ou decorrentes de força maior; contribuição, sucessivamente aumentada nas reinci-
III- doença proveniente de contaminação acidental dências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
do empregado no exercício de sua atividade; Receberão cópia fiel desta comunicação o acidentado
IV- acidente sofrido pelo empregado ainda que fora ou seus dependentes, bem como o Sindicato a que cor-
do local e horário de trabalho: responda a sua categoria (art. 22).
a) na execução de ordem ou na realização de ser- Na falta de comunicação por parte da empresa,
viço sob a autoridade da empresa. Por exemplo: podem formalizá-la o próprio acidentado, seus depen-
o chefe determina que o funcionário saia no meio dentes, a entidade sindical competente, o médico que
do expediente para buscar o seu almoço e, durante o assistiu ou qualquer autoridade pública, não preva-
esse percurso, o funcionário machuca a perna em lecendo, neste caso, o prazo previsto neste artigo.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


buraco na rua;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito. Por exemplo: José, que trabalha na pada-
ria do Sr. Joaquim, em seu dia de folga, compra
EXERCÍCIOS COMENTADOS
farinha em promoção, sem que o Sr. Joaquim saiba,
1. (CESPE-CEBRASPE — 2013) É permitido que o segu-
objetivando aumentar o lucro da padaria, mas, no
rado do RGPS receba conjuntamente os benefícios
trajeto, sofre acidente;
de aposentadoria por tempo de contribuição e auxí-
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo, quando financiada por esta dentro de seus lio-doença acidentário, desde que estes decorram de
planos para melhor capacitação da mão de obra, diferentes contingências.
independentemente do meio de locomoção utiliza-
do, podendo ser, por exemplo, o veículo de proprie- ( ) CERTO   ( ) ERRADO
dade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de traba- É expressamente vedado o recebimento conjunto de
lho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio aposentadoria com auxílio-doença, conforme art.
de locomoção, inclusive veículo de propriedade 124, I, da Lei nº 8.213/91. Resposta: Errado.
do segurado (observar nexo cronológico, topográ-
fico e intenção – pequenos desvios de trajeto não 2. (CESPE-CEBRASPE — 2013) O auxílio-acidente, que
descaracterizam) visa ressarcir o segurado em virtude de acidente que
lhe provoque a redução da capacidade laborativa, é o
Nos períodos destinados à refeição ou descanso, único benefício de natureza indenizatória previsto na
ou por ocasião da satisfação de outras necessidades legislação.
fisiológicas, no local de trabalho, ou durante este, o
empregado é considerado no exercício do trabalho.
( ) CERTO   ( ) ERRADO
Por exemplo: o empregado, durante o seu horário de
359
O auxílio-acidente é benefício indenizatório e, por- d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con-
tanto, pode ser acumulado com o salário e pode ter tratado no Brasil para trabalhar como empregado
valor inferior a um salário mínimo. Resposta: Certo. em empresa domiciliada no exterior com maioria
do capital votante pertencente a empresa constituí-
da sob as leis brasileiras, que tenha sede e admi-
3. (CESPE-CEBRASPE — 2013) A legislação previden-
nistração no País e cujo controle efetivo esteja em
ciária veda a concessão do auxílio-acidente quando o
caráter permanente sob a titularidade direta ou
segurado, mesmo sendo vítima de acidente de qual- indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes
quer natureza, apresentar danos funcionais ou redu- no País ou de entidade de direito público interno;
ção da capacidade funcional sem repercussão na e) aquele que presta serviço no Brasil a missão
capacidade laborativa. diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
( ) CERTO   ( ) ERRADO membros dessas missões e repartições, excluídos o
não-brasileiro sem residência permanente no Brasil
O auxílio acidente exige incapacidade parcial e per- e o brasileiro amparado pela legislação previden-
manente para o trabalho. Resposta: Certo. ciária do país da respectiva missão diplomática ou
repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no
4. (CESPE-CEBRASPE – 2013) A concessão do auxí-
exterior, em organismos oficiais internacionais dos
lio-acidente, restrita ao segurado empregado, ao tra- quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá
balhador avulso e ao segurado especial, depende da domiciliado e contratado, salvo se amparado por
ocorrência de acidente de qualquer natureza, com pro- regime próprio de previdência social;
dução de sequela definitiva e efetiva redução da capa- g) o brasileiro civil que presta serviços à União no
cidade de trabalho do segurado em decorrência dessa exterior, em repartições governamentais brasilei-
sequela. ras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxi-
liar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no
( ) CERTO   ( ) ERRADO 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que,
em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao
sistema previdenciário local;
O empregado doméstico, por força da Lei Comple-
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a
mentar 150/2015 e EC 72/2013, também faz jus às
empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25
prestações acidentárias. Resposta: Errado. de setembro de 2008;
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
DECRETO Nº 3.048/99 E ALTERAÇÕES j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Municí-
pio, bem como o das respectivas autarquias e fun-
O Decreto nº 3.048/99 é o Regulamento da Previ- dações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa
dência Social, que traz toda a regra regulamentar das qualidade, não esteja amparado por regime próprio
Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91. Recentemente, sofreu de previdência social;
alterações pelos Decretos nº 10.410/20 e nº 10.491/20, l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito
de modo que pudesse ser adaptado a algumas altera- Federal ou Município, bem como pelas respectivas
ções legislativas, especialmente aquelas advindas da autarquias e fundações, por tempo determinado,
Reforma da Previdência (EC 103/19). para atender a necessidade temporária de excep-
A leitura desse diploma legal é de suma importân- cional interesse público, nos termos do inciso IX do
art. 37 da Constituição Federal;
cia para o estudante, já que, em muitos momentos, as
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
Leis 8212/91 e 8213/91 estarão em desacordo com a
Município, incluídas suas autarquias e fundações,
Reforma (EC 103/19), o que não ocorre, via de regra, ocupante de emprego público;
com o Decreto, pois foi adaptado às mudanças. o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular
de serviços notariais e de registro a partir de 21
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência de novembro de 1994, bem como aquele que optou
social as seguintes pessoas físicas: pelo Regime Geral de Previdência Social, em con-
I - como empregado: formidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou de 1994; e
rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua p) aquele em exercício de mandato eletivo federal,
subordinação e mediante remuneração, inclusive estadual, distrital ou municipal, desde que não seja
como diretor empregado; vinculado a regime próprio de previdência social;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho q) o empregado de organismo oficial internacional
temporário, na forma prevista em legislação espe- ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo
cífica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, quando coberto por regime próprio de previdência
consecutivos ou não, prorrogável por até noventa social;
dias, presta serviço para atender a necessidade r) o trabalhador rural contratado por produtor
transitória de substituição de pessoal regular e per- rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei nº
manente ou a acréscimo extraordinário de serviço 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de
de outras empresas; atividades de natureza temporária por prazo não
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- superior a dois meses dentro do período de um ano;
tratado no Brasil para trabalhar como empregado s) aquele contratado como trabalhador intermiten-
no exterior, em sucursal ou agência de empresa te para a prestação de serviços, com subordinação,
constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e de forma não contínua, com alternância de perío-
360 administração no País; dos de prestação de serviços e de inatividade, em
conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da q) o médico participante do Projeto Mais Médicos
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943; outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura
II - como empregado doméstico - aquele que presta securitária específica estabelecida por organismo
serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e internacional ou filiação a regime de seguridade
pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial social em seu país de origem, com o qual a Repúbli-
desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de ca Federativa do Brasil mantenha acordo de segu-
dois dias por semana; ridade social;
V - como contribuinte individual: r) o médico em curso de formação no âmbito do
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei
atividade agropecuária, a qualquer título, em cará- nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019;
ter permanente ou temporário, em área, contínua VI - como trabalhador avulso - aquele que:
ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza
ou, quando em área igual ou inferior a quatro urbana ou rural a diversas empresas, ou equipa-
módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrati- rados, sem vínculo empregatício, com intermedia-
vista, com auxílio de empregados ou por intermé- ção obrigatória do órgão gestor de mão de obra,
dio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de
e 23 deste artigo; junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora considerados:
atividade de extração mineral - garimpo -, em cará- 1. o trabalhador que exerça atividade portuária de
ter permanente ou temporário, diretamente ou por capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e
intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de vigilância de embarcação e bloco;
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qual-
de forma não contínua;
quer natureza, inclusive carvão e minério;
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de
3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para
instituto de vida consagrada, de congregação ou de
carga e descarga de navios);
ordem religiosa;
4. o amarrador de embarcação;
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares;
organismo oficial internacional do qual o Brasil é
6. o trabalhador na indústria de extração de sal;
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contra-
7. o carregador de bagagem em porto;
tado, salvo quando coberto por regime próprio de
previdência social; 8. o prático de barra em porto;
e) desde que receba remuneração decorrente de tra- 9. o guindasteiro; e
balho na empresa: 10. o classificador, o movimentador e o empacota-
1. o empresário individual e o titular de empresa dor de mercadorias em portos; e
individual de responsabilidade limitada, urbana ou b) exerça atividade de movimentação de merca-
rural; dorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº
2. o diretor não empregado e o membro de conselho 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas
de administração de sociedade anônima; ou rurais, sem vínculo empregatício, com interme-
3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e diação obrigatória do sindicato da categoria, por
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho,
o administrador, quanto a este último, quando não nas atividades de:
for empregado em sociedade limitada, urbana ou 1. cargas e descargas de mercadorias a granel e
rural; ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlo-
i) o associado eleito para cargo de direção em namento, ensaque, arrasto, posicionamento, aco-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


cooperativa, associação ou entidade de qualquer modação, reordenamento, reparação de carga,
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou amostragem, arrumação, remoção, classificação,
administrador eleito para exercer atividade de dire- empilhamento, transporte com empilhadeiras,
ção condominial, desde que recebam remuneração; paletização, ova e desova de vagões, carga e des-
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, carga em feiras livres e abastecimento de lenha em
em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem secadores e caldeiras;
relação de emprego; 2. operação de equipamentos de carga e descarga; e
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, 3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às
atividade econômica de natureza urbana, com fins operações ou à sua continuidade;
lucrativos ou não; VII - como segurado especial: a pessoa física resi-
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário dente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou
nomeado magistrado classista temporário da Justi- rural próximo que, individualmente ou em regime
ça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do de economia familiar, ainda que com o auxílio even-
art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único tual de terceiros, na condição de:
do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário,
magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos inci- possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outor-
sos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Cons- gados, comodatário ou arrendatário rurais, que
tituição Federal; explore atividade:
n) o cooperado de cooperativa de produção que, 1. agropecuária em área contínua ou não de até
nesta condição, presta serviço à sociedade coope- quatro módulos fiscais; ou
rativa mediante remuneração ajustada ao trabalho 2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta
executado; e e extração, de modo sustentável, de recursos natu-
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que rais renováveis, e faça dessas atividades o principal
tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no meio de vida;
123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo reco- b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que
lhimento dos impostos e contribuições abrangidos faça da pesca profissão habitual ou principal meio
pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; de vida; e 361
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior § 8º Não é segurado especial o membro de grupo
de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do familiar que possuir outra fonte de rendimento,
segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste exceto se decorrente de:
inciso, que, comprovadamente, tenham participa- I - benefício de pensão por morte, auxílio-aciden-
ção ativa nas atividades rurais ou pesqueiras arte- te ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do
sanais, respectivamente, do grupo familiar. menor benefício da previdência social;
§ 1º O aposentado pelo Regime Geral de Previdên- I-A - benefício concedido ao segurado qualificado
cia Social que voltar a exercer atividade abrangida como segurado especial, independentemente do
por este regime é segurado obrigatório em relação valor;
a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de II - benefício previdenciário pela participação em
que trata este Regulamento. plano de previdência complementar instituído nos
§ 2º Considera-se diretor empregado aquele que, par- termos do inciso III do § 18 deste artigo;
ticipando ou não do risco econômico do empreendi- III - exercício de atividade remunerada em período
mento, seja contratado ou promovido para cargo não superior a cento e vinte dias, corridos ou inter-
de direção das sociedades anônimas, mantendo as calados, no ano civil, observado o disposto no § 22;
características inerentes à relação de emprego. IV - exercício de mandato eletivo de dirigente sindi-
§ 3º Considera-se diretor não empregado aquele cal de organização da categoria de trabalhadores
que, participando ou não do risco econômico do rurais;
empreendimento, seja eleito, por assembléia geral V - exercício de mandato de vereador do município
dos acionistas, para cargo de direção das socie- onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente
dades anônimas, não mantendo as características de cooperativa rural constituída exclusivamente
inerentes à relação de emprego. por segurados especiais, observado o disposto no
§ 4º Entende-se por serviço prestado em caráter
§ 22 deste artigo;
não eventual aquele relacionado direta ou indireta-
VI - parceria ou meação outorgada na forma e con-
mente com as atividades normais da empresa.
dições estabelecidas no inciso I do § 18 deste artigo;
§ 5º Entende-se como regime de economia familiar a
VII - atividade artesanal desenvolvida com maté-
atividade em que o trabalho dos membros da família é
ria-prima produzida pelo respectivo grupo fami-
indispensável à própria subsistência e ao desenvolvi-
liar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra
mento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido
origem, desde que, nesse caso, a renda mensal obti-
em condições de mútua dependência e colaboração,
da na atividade não exceda ao menor benefício de
sem a utilização de empregados permanentes.
§ 6º Entende-se como auxílio eventual de terceiros prestação continuada da previdência social; e
o que é exercido ocasionalmente, em condições de VIII - atividade artística, desde que em valor men-
mútua colaboração, não existindo subordinação sal inferior ao menor benefício de prestação conti-
nem remuneração. nuada da previdência social.
§ 7º Para efeito do disposto na alínea “a” do inciso § 9º Para os fins previstos nas alíneas “a” e “b” do
VI do caput, entende-se por: inciso V do  caput, entende-se que a pessoa física,
I - capatazia - a atividade de movimentação de mer- proprietária ou não, explora atividade através de
cadorias nas instalações dentro do porto, compreen- prepostos quando, na condição de parceiro outor-
didos o recebimento, a conferência, o transporte gante, desenvolve atividade agropecuária, pesquei-
interno, a abertura de volumes para a conferência ra ou de extração de minerais por intermédio de
aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entre- parceiros ou meeiros.
ga e o carregamento e a descarga de embarcações, § 10. O dirigente sindical mantém, durante o exer-
quando efetuados por aparelhamento portuário; cício do mandato, o mesmo enquadramento no
II – estiva - a atividade de movimentação de mer- Regime Geral de Previdência Social de antes da
cadorias nos conveses ou nos porões das embarca- investidura no cargo.
ções principais ou auxiliares, incluindo transbordo, § 11.O magistrado da Justiça Eleitoral, nomeado
arrumação, peação e despeação, bem como o carre- na forma do inciso II do art. 119 ou III do § 1º do
gamento e a descarga das mesmas, quando realiza- art. 120 da Constituição Federal, mantém o mesmo
dos com equipamentos de bordo; enquadramento no Regime Geral de Previdência
III - conferência de carga - a contagem de volumes, Social de antes da investidura no cargo.
anotação de suas características, procedência ou § 12. O exercício de atividade remunerada sujeita a
destino, verificação do estado das mercadorias, filiação obrigatória ao Regime Geral de Previdência
assistência à pesagem, conferência do manifesto e Social.
demais serviços correlatos, nas operações de carre- § 13. Aquele que exerce concomitantemente mais de
gamento e descarga de embarcações; uma atividade remunerada sujeita ao RGPS é obri-
IV - conserto de carga  -  o reparo e a restauração gatoriamente filiado no referido Regime em relação
das embalagens de mercadoria, nas operações de a cada uma dessas atividades, observado o dispos-
carregamento e descarga de embarcações, reem- to no inciso III do caput do art. 214.
balagem, marcação, remarcação, carimbagem, § 14. Considera-se pescador artesanal aquele que,
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e individualmente ou em regime de economia fami-
posterior recomposição; liar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio
V - vigilância de embarcações  -  a atividade de fis- principal de vida, desde que:
calização da entrada e saída de pessoas a bordo I - não utilize embarcação; ou
das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, II - utilize embarcação de pequeno porte, nos ter-
bem como da movimentação de mercadorias nos mos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009.
portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e § 14-A. Considera-se assemelhado ao pescador
em outros locais da embarcação; e artesanal aquele que realiza atividade de apoio à
VI – bloco - a atividade de limpeza e conserva- pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção
ção de embarcações mercantes e de seus tanques, e de reparos de artes e petrechos de pesca e de repa-
incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo ros em embarcações de pequeno porte ou atuando
362 de pequena monta e serviços correlatos. no processamento do produto da pesca artesanal.
§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alí- I - a outorga, por meio de contrato escrito de par-
neas “j” e “l” do inciso V do caput, entre outros: ceria, meação ou comodato, de até cinqüenta por
I - aquele que trabalha como condutor autônomo cento de imóvel rural cuja área total, contínua ou
de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou descontínua, não seja superior a quatro módulos
motorista de transporte remunerado privado indi- fiscais, desde que outorgante e outorgado conti-
vidual de passageiros, ou como operador de trator, nuem a exercer a respectiva atividade, individual-
máquina de terraplenagem, colheitadeira e asseme- mente ou em regime de economia familiar; 
lhados, sem vínculo empregatício; II - a exploração da atividade turística da proprie-
II - aquele que exerce atividade de auxiliar de con- dade rural, inclusive com hospedagem, por não
dutor autônomo de veículo rodoviário, em automó- mais de cento e vinte dias ao ano;
vel cedido em regime de colaboração, nos termos III - a participação em plano de previdência comple-
da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974; mentar instituído por entidade classista a que seja
III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e associado, em razão da condição de trabalhador
a seu risco, exerce pequena atividade comercial em rural ou de produtor rural em regime de economia
via pública ou de porta em porta, como comercian- familiar;
te ambulante, nos termos da  IV - a participação como beneficiário ou integrante
IV - o trabalhador associado a cooperativa que, nes- de grupo familiar que tem algum componente que
sa qualidade, presta serviços a terceiros; seja beneficiário de programa assistencial oficial de
V - o membro de conselho fiscal de sociedade por ações; governo;
VI - aquele que presta serviço de natureza não contí- V - a utilização pelo próprio grupo familiar de pro-
nua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbi- cesso de beneficiamento ou industrialização artesa-
to residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, nal, na exploração da atividade, de acordo com o
até dois dias por semana; disposto no § 25; e
VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou VI - a associação a cooperativa agropecuária ou de
registrador, titular de cartório, que detêm a delega- crédito rural;
ção do exercício da atividade notarial e de registro, VII - a incidência do Imposto sobre Produtos Indus-
não remunerados pelos cofres públicos, admitidos trializados - IPI sobre o produto das atividades
a partir de 21 de novembro de 1994; desenvolvidas nos termos do disposto no inciso VIII;
VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante, VIII - a participação do segurado especial em socie-
compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros dade empresária ou em sociedade simples ou a sua
atuação como empresário individual ou como titu-
ou assemelhados;
lar de empresa individual de responsabilidade limi-
IX - a pessoa física que edifica obra de construção
tada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial
civil;
ou agroturístico, considerada microempresa nos
X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de
termos do disposto na Lei Complementar nº 123, de
7 de julho de 1981.
2006, desde que, mantido o exercício da sua ativida-
XI - o pescador que trabalha em regime de parce-
de rural na forma prevista no inciso VII do caput e
ria, meação ou arrendamento, em embarcação de
no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas por
médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959,
segurados especiais e sediada no mesmo Município
de 2009;
ou em Município limítrofe àquele em que ao menos
XII - o incorporador de que trata o 
um deles desenvolva as suas atividades.
XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exér-
§ 19. Os segurados de que trata o art. 199-A terão
cito contratado em conformidade com a Lei nº
identificação específica nos registros da Previdên-
6.855, de 18 de novembro de 1980; e cia Social.
XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em con- § 20. Para os fins deste artigo, considera-se que o
formidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de segurado especial reside em aglomerado urbano

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


1998. ou rural próximo ao imóvel rural onde desenvol-
XV - o membro de conselho tutelar de que trata ve a atividade quando resida no mesmo município
o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, de situação do imóvel onde desenvolve a atividade
quando remunerado; rural, ou em município contíguo ao em que desen-
XVI - o interventor, o liquidante, o administrador volve a atividade rural. 
especial e o diretor fiscal de instituição financeira, § 21. O grupo familiar poderá utilizar-se de empre-
empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201; gado contratado por prazo determinado, inclusive
XVII - o transportador autônomo de cargas e o daquele referido na alínea “r” do inciso I do caput, ou
transportador autônomo de cargas auxiliar, nos de trabalhador de que trata a alínea “j” do inciso V
termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro do caput, à razão de, no máximo, cento e vinte pes-
de 2007; soas por dia no mesmo ano civil, em períodos corri-
XVIII - o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de dos ou intercalados, ou, ainda, por tempo equivalente
14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre em horas de trabalho, à razão de oito horas por dia
na condição de empregado, prevista no inciso I do e quarenta e quatro horas por semana, hipóteses em
caput, em relação à referida atividade; e que períodos de afastamento em decorrência de per-
XIX - o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22 cepção de auxílio por incapacidade temporária não
de outubro de 2015, desde que não se enquadre em serão computados.
outras categorias de segurado obrigatório do RGPS § 22. O disposto nos incisos III e V do § 8º e no inciso
em relação à referida atividade. VIII do § 18 não dispensará o recolhimento da con-
§ 16. Aplica-se o disposto na alínea “i” do inciso I tribuição devida em relação ao exercício das ativi-
do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Esta- dades de que tratam os referidos incisos.
do, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, § 23. O segurado especial fica excluído dessa categoria:
sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito I - a contar do primeiro dia do mês em que:
Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas
em regime especial, e fundações. no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do
§ 18. Não descaracteriza a condição de segurado disposto no art. 13, ou exceder qualquer dos limites
especial: estabelecidos no inciso I do § 18 deste artigo; 363
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de VI - o membro de conselho tutelar de que trata
segurado obrigatório do Regulamento da Previdên- o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
cia Social, exceto nas hipóteses previstas nos inci- quando não esteja vinculado a qualquer regime de
sos III, V, VII e VIII do § 8º e no inciso VIII do § 18, previdência social;
sem prejuízo do disposto no art. 13; VII - o estagiário que preste serviços a empresa nos
c) se tornar segurado obrigatório de outro regime termos do disposto na Lei nº 11.788, de 2008;
previdenciário; ou VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a
d) na hipótese de descumprimento do disposto no pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,
inciso VIII do § 18: mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior,
1. participar de sociedade empresária ou de socie- desde que não esteja vinculado a qualquer regime
dade simples; ou de previdência social;
2. atuar como empresário individual ou como titu- IX - o presidiário que não exerce atividade remu-
lar de empresa individual de responsabilidade limi- nerada nem esteja vinculado a qualquer regime de
tada; ou previdência social;
II - a contar do primeiro dia do mês subseqüente X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior;
ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fecha-
pertence exceder o limite de: do ou semi-aberto, que, nesta condição, preste servi-
a) utilização de trabalhadores nos termos do § 21 ço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais
deste artigo; empresas, com ou sem intermediação da organiza-
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no ção carcerária ou entidade afim, ou que exerce ativi-
inciso III do § 8º deste artigo; e dade artesanal por conta própria.
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado
§ 18 deste artigo. a regime próprio de previdência social ou não enqua-
§ 24. Aplica-se o disposto na alínea “a” do inciso V drado em uma das hipóteses previstas no art. 9º.
do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro § 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Pre-
do produtor que participe da atividade rural por vidência Social, na qualidade de segurado facul-
este explorada. tativo, de pessoa participante de regime próprio
§ 25. Considera-se processo de beneficiamento ou de previdência social, salvo na hipótese de afasta-
industrialização artesanal aquele realizado dire- mento sem vencimento e desde que não permitida,
tamente pelo próprio produtor rural pessoa física, nesta condição, contribuição ao respectivo regime
observado o disposto no § 5º do art. 200, desde que próprio.
não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre § 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo
Produtos Industrializados - IPI. representa ato volitivo, gerando efeito somente a
§ 26. É considerado MEI o empresário individual a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não
que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de podendo retroagir e não permitindo o pagamento
janeiro de 2002  - Código Civil, que tenha auferido de contribuições relativas a competências anterio-
receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ res à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.
36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Sim-
§ 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somen-
ples Nacional e que não esteja impedido de optar
te poderá recolher contribuições em atraso quando
pela sistemática de recolhimento mencionada na
não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado,
alínea “p” do inciso V do caput.
conforme o disposto no inciso VI do art. 13.
§ 26. É considerado microempreendedor individual
§ 5º O segurado poderá contribuir facultativamen-
- MEI o empresário individual a que se refere o art.
te durante os períodos de afastamento ou de inati-
966 da Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil, ou o
vidade, desde que não receba remuneração nesses
empreendedor que exerça as atividades de indus-
períodos e não exerça outra atividade que o vincule
trialização, comercialização e prestação de ser-
ao RGPS ou a regime próprio de previdência social.
viços no âmbito rural, que tenha auferido receita
bruta no ano-calendário imediatamente anterior
até o limite estabelecido no  art. 18-A da Lei Com- Apesar de termos abordado o tema relativo aos
plementar nº 123, de 2006, que tenha optado pelo segurados obrigatórios e facultativos no Regime Geral
Simples Nacional e não esteja impedido de optar de Previdência Social, a leitura e releitura desses dispo-
pela sistemática de recolhimento a que se refere a sitivos é ferramenta valiosa na preparação para a prova.
alínea “p” do inciso V do caput. A temática foi e será objeto de muitas questões em
§ 27. O vínculo empregatício mantido entre cônju- concurso e sua relevância é sentida pelo fato de que as
ges ou companheiros não impede o reconhecimento disposições sobre os segurados se repetem nas Leis nº
da qualidade de segurado do empregado, excluído o 8.212/91, nº 8213/91 e Decreto nº 3048/99.
doméstico, observado o disposto no art. 19-B. No Decreto nº 3048, destaca-se a figura do traba-
Art. 11 É segurado facultativo o maior de dezesseis lhador avulso, tratado de forma genérica nas legisla-
anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previ- ções, mas com toda regulamentação no Decreto. As
dência Social, mediante contribuição, na forma do definições das atividades desempenhadas são sempre
art. 199, desde que não esteja exercendo atividade ligadas ao labor rural quando a intermediação se dá
remunerada que o enquadre como segurado obri- pelo Sindicato ou ao trabalho portuário, intermediado
gatório da previdência social. pelo Órgão Gestor de Mão de Obra.
§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: Há referência expressa à figura do trabalhador
I - aquele que se dedique exclusivamente ao traba- intermitente, que presta serviços alternados, com
lho doméstico no âmbito de sua residência; remuneração e subordinação, modalidade trazida
II - o síndico de condomínio, quando não remunerado; pela Reforma Trabalhista e que caracteriza a filiação
III - o estudante; obrigatória na condição de empregado.
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta Ressaltada está a impossibilidade do segurado
serviço no exterior; obrigatório, seja em regime geral ou regime pró-
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório prio, vincular-se ao RGPS na condição de segurado
364 da previdência social; facultativo.
A vinculação obrigatória ao RGPS daquele que é I - empregado - pelo empregador, por meio da for-
servidor público, nas situações em que o ente federa- malização do contrato de trabalho e, a partir da
tivo não disponha de Regime Próprio de Previdência. obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração
A definição, para fins do segurado especial, do Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
que é “auxílio eventual de terceiros”, que não pode Trabalhistas – eSocial, instituído pelo Decreto nº
ser atividade remunerada, dentre tantas disposições 8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema
importantes. que venha a substituí-lo, por meio do registro con-
tratual eletrônico realizado nesse Sistema;
Art. 13 § 7º Para o contribuinte individual, o período de II - trabalhador avulso - pelo cadastramento e pelo
manutenção da qualidade de segurado inicia-se no pri- registro no órgão gestor de mão de obra, no caso
meiro dia do mês subsequente ao da última contribuição de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso
com valor igual ou superior ao salário-mínimo. de trabalhador não portuário, e a partir da obri-
§ 8º O segurado que receber remuneração inferior gatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema que
ao limite mínimo mensal do salário de contribui- venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e
ção somente manterá a qualidade de segurado se do registro eletrônico realizado nesse Sistema;
efetuar os ajustes de complementação, utilização e III - empregado doméstico - pelo empregador, por
agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e meio do registro contratual eletrônico realizado no
o § 27-A do art. 216. eSocial;
Art. 17 A perda da qualidade de dependente ocorre: IV - contribuinte individual:
I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação a) por ato próprio, por meio do cadastramento de
judicial ou de fato, enquanto não lhe for assegurada informações para identificação e reconhecimento
a prestação de alimentos, pela anulação do casa- da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional
mento, pelo óbito ou por sentença judicial transita- do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apresen-
da em julgado; tação de documento que comprove o exercício da
II - para a companheira ou companheiro, pela ces- atividade declarada;
sação da união estável com o segurado ou segura- b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurí-
da, enquanto não lhe for garantida a prestação de dica a quem preste serviço, no caso de cooperados
alimentos; ou contratados, respectivamente, se ainda não ins-
III - ao completar vinte e um anos de idade, para o critos no RGPS; e
filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, ou c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal
nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormen- do Empreendedor;
te a essa idade: V - segurado especial - preferencialmente, pelo titu-
a) casamento; lar do grupo familiar que se enquadre em uma das
b) início do exercício de emprego público efetivo; condições previstas no inciso VII do caput do art.
c) constituição de estabelecimento civil ou comer- 9º, hipótese em que o INSS poderá solicitar a apre-
cial ou pela existência de relação de emprego, desde sentação de documento que comprove o exercício
que, em função deles, o menor com dezesseis anos da atividade declarada, observado o disposto no
completos tenha economia própria; ou art. 19-D; e
d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um VI - segurado facultativo - por ato próprio, por meio
deles na falta do outro, por meio de instrumento do cadastramento de informações pessoais que per-
público, independentemente de homologação judi- mitam a sua identificação, desde que não exerça
cial, ou por sentença judicial, ouvido o tutor, se o atividade que o enquadre na categoria de segurado
menor tiver dezesseis anos completos; e obrigatório.
IV - para os dependentes em geral: § 2ºA inscrição do segurado em qualquer categoria
a) pela cessação da invalidez ou da deficiência inte-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


mencionada neste artigo exige a idade mínima de
lectual, mental ou grave; ou dezesseis anos.
b) pelo falecimento. § 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente,
§ 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regi-
desde que comprovada a dependência econômica
me Geral de Previdência Social será obrigatoria-
dos três últimos, se inválidos ou se tiverem defi-
mente inscrito em relação a cada uma delas.
ciência intelectual, mental ou grave, não perderão
§ 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite-
a qualidade de dependentes desde que a invalidez
-se a inscrição post mortem do segurado especial.
ou a deficiência intelectual, mental ou grave tenha
§ 5º-A  Na hipótese prevista no § 5º, caso não seja
ocorrido antes de uma das hipóteses previstas no
comprovada a condição de segurado especial, pode-
inciso III do caput.
rá ser atribuído Número de Inscrição do Trabalha-
§ 2º Para fins do disposto no § 1º, a data de início
dor - NIT especificamente para fins de requerimento
da invalidez ou da deficiência intelectual, mental
do benefício previdenciário.
ou grave será estabelecida pela Perícia Médica
Federal. § 5º-B Não será admitida a inscrição post mortem
de segurado contribuinte individual e nem de segu-
rado facultativo.
Destaque, nesse dispositivo, para as situações em
§ 6º A comprovação dos dados pessoais e de outros
que filho, equiparados e irmãos perdem a condição de
elementos necessários e úteis à caracterização do
dependentes para fins previdenciários, ou seja, quan- segurado poderá ser exigida pelo INSS, a qualquer
do completam 21 (vinte e um) anos de idade, quando tempo, para fins de atualização cadastral, inclusive
casam, quando ingressam no serviço público, quando para a concessão de benefício.
constituem empresa e quando emancipam. § 7º A inscrição do segurado especial será feita de
forma a vinculá-lo ao seu grupo familiar e conterá,
Art. 18 Considera-se inscrição de segurado para os além das informações pessoais:
efeitos da previdência social o ato pelo qual o segu- I - a identificação da propriedade em que é desen-
rado é cadastrado no RGPS, por meio da comprova- volvida a atividade e a informação de a que título
ção dos dados pessoais, da seguinte forma: ela é ocupada; 365
II - a informação sobre a residência ou não do segu- § 5º Ato do Secretário Especial de Previdência e
rado na propriedade em que é desenvolvida a ativi- Trabalho do Ministério da Economia poderá redu-
dade, e, em caso negativo, sobre o Município onde zir ou ampliar os prazos previstos nos § 3º e § 4º.
reside; e § 6º O INSS poderá definir critérios para a apura-
III - quando for o caso, a identificação e a inscrição ção das informações constantes da Guia de Recolhi-
da pessoa responsável pelo grupo familiar. mento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
§ 8º O segurado especial integrante de grupo fami- e Informações à Previdência Social – GFIP, ou do
liar que não seja proprietário do imóvel rural ou da instrumento que venha a substituí-la, que ainda
embarcação em que desenvolve sua atividade deve não tiver sido processada e para o recebimento de
informar, no ato da inscrição, conforme o caso, o informações relativas a situações cuja regularida-
nome e o CPF do parceiro ou meeiro outorgante, de dependa do cumprimento de critério estabeleci-
arrendador, comodante ou assemelhado. do em lei.
§ 9º A identificação do trabalhador no Cadastro § 7º Para os fins de que trata os §§ 2º a 6º, o INSS e
Nacional de Informações Sociais - CNIS poderá ser a DATAPREV adotarão as providências necessárias
feita: para que as informações constantes do CNIS sujei-
I - pelo NIT, único, pessoal e intransferível, indepen- tas à comprovação sejam identificadas e destaca-
das dos demais registros.
dentemente de alterações de categoria profissional;
§ 8º Para o exercício de suas competências, o INSS
ou
terá acesso às informações do segurado relativas
II - pelo Cadastro de Pessoas Físicas - CPF.
aos períodos em que tenha sido registrada defi-
§ 10. Ao segurado cadastrado no Programa de
ciência leve, moderada ou grave, identificada em
Integração Social - PIS, no Programa de Formação
decorrência de avaliação biopsicossocial realizada
do Patrimônio do Servidor Público - Pasep ou no
por equipe multiprofissional e interdisciplinar, para
Número de Identificação Social - NIS não caberá fins de reconhecimento e manutenção de direitos.
novo cadastramento. § 9º Constarão do CNIS as informações dos segura-
dos e beneficiários dos regimes próprios de previ-
A inscrição, como já vimos anteriormente, é a dência social para fins de verificação das situações
materialização da filiação. Ato formal pelo qual a vin- previstas neste Regulamento que impactem no
culação ao sistema de previdência se concretiza. Essa reconhecimento de direitos e na concessão e no
materialização se dá de acordo com as características pagamento de benefícios pelo RGPS.
do vínculo estabelecido por cada uma das categorias § 10. O empregado com contrato de trabalho inter-
de segurados. mitente terá identificação específica em instrumen-
to de prestação de informações à previdência social,
Art. 19 Os dados constantes do Cadastro Nacional de forma a permitir a identificação dos períodos de
de Informações Sociais – CNIS relativos a vínculos, prestação serviços e dos períodos de inatividade.
§ 11. A partir da obrigatoriedade do uso do eSocial,
remunerações e contribuições valem como prova
ou do sistema que venha a substituí-lo, será obser-
de filiação à previdência social, tempo de contribui-
vado, para o segurado:
ção e salários-de-contribuição.
I – empregado e empregado doméstico – os registros
§ 1º O segurado poderá solicitar, a qualquer tempo,
eletrônicos gerados pelo eSocial equivalerão às ano-
a inclusão, a exclusão, a ratificação ou a retifica-
tações relativas ao contrato de trabalho, definidas
ção de suas informações constantes do CNIS, com
pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
a apresentação de documentos comprobatórios pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, que serão incor-
dos dados divergentes, conforme critérios definidos porados ao CNIS e à Carteira de Trabalho Digital;
pelo INSS, independentemente de requerimento de II – trabalhador avulso – os registros eletrônicos
benefício, exceto na hipótese prevista no art. 142, gerados pelo eSocial substituirão as informações
observado o disposto nos art. 19-B e art. 19-C. relativas ao registro e às remunerações do traba-
§ 2º Informações inseridas extemporaneamente lhador avulso portuário previstas no inciso II do
no CNIS, independentemente de serem inéditas ou caput do art. 32 e no § 2º do art. 33 da Lei nº 12.815,
retificadoras de dados anteriormente informados, de 2013, e aquelas relativas ao trabalhador avulso
somente serão aceitas se corroboradas por docu- não portuário previstas no art. 4º da Lei nº 12.023,
mentos que comprovem a sua regularidade, na for- de 2009, que serão incorporados ao CNIS;
ma prevista no art. 19-B. III – contribuinte individual que preste serviços con-
§ 3º Respeitadas as definições vigentes sobre a pro- forme o disposto no § 20 do art. 216 – os registros
cedência e origem das informações, considera-se eletrônicos gerados pelo eSocial substituirão as
extemporânea a inserção de dados: informações prestadas sobre os valores da remu-
I – relativos à data de início de vínculo empregatí- neração na forma prevista no § 21 do art. 216, que
cio, após o último dia do quinto mês subsequente ao serão incorporados ao CNIS; e
mês da data da admissão do segurado; IV – contribuinte individual que preste serviços a
II – relativos à remuneração de trabalhador avul- empresa ou equiparado a partir de abril de 2003,
so ou contribuinte individual que preste serviços a conforme o disposto no art. 4º da Lei nº 10.666, de 8
empresa ou equiparado, após o último dia do quin- de maio de 2003 – os registros eletrônicos gerados
to mês subsequente ao mês da data da prestação de pelo eSocial substituirão as informações prestadas
serviço pelo segurado; ou  sobre os valores da remuneração e do desconto fei-
III – relativos à contribuição, sempre que o recolhi- to a título de contribuição previdenciária, confor-
mento tiver sido feito sem observância ao disposto me previsto no inciso XII do caput do art. 216, que
em lei. serão incorporados ao CNIS.
§ 4º A extemporaneidade de que trata o § 3º poderá § 12. Os recolhimentos efetuados na época apropriada
ser desconsiderada depois de decorrido o prazo de constantes do CNIS serão reconhecidos automaticamen-
um ano, contado da data de inserção das informa- te, observados a contribuição mínima mensal e o disposto
ções relativas a vínculos e remunerações, conforme no art. 19-E, dispensada a comprovação do exercício da
366 critérios definidos pelo INSS. atividade.
O CNIS é o documento que compreende o histórico XIII - extrato de recolhimento do FGTS; e
da ligação do segurado com o sistema de Previdência. XIV - recibos de pagamento.
Dele constam todas as informações relativas aos vín- § 2º Os documentos necessários à atualização do
culos, salários de contribuição, períodos de contribui- CNIS e à análise de requerimentos de benefícios e
ção, categoria na qual a contribuição foi realizada e serviços poderão ser apresentados em cópias sim-
datas das contribuições. É a partir desse documento – ples, em meio físico ou eletrônico, dispensada a sua
que pode ser retificado pelo segurado – que o sistema autenticação, exceto nas hipóteses em que haja
identificará o direito aos benefícios previdenciários. previsão legal expressa e de dúvida fundada quan-
to à autenticidade ou à integridade do documento,
Art. 19-A Para fins de benefícios de que trata este ressalvada a possibilidade de o INSS exigir, a qual-
Regulamento, os períodos de vínculos que corres- quer tempo, os documentos originais para fins do
ponderem a serviços prestados na condição de disposto no art. 179, situação em que o responsável
servidor estatutário somente serão considerados pela apresentação das cópias ficará sujeito às san-
mediante apresentação de Certidão de Tempo de ções administrativas, civis e penais aplicáveis.
Contribuição fornecida pelo órgão público compe- § 3º Caso os documentos apresentados não sejam
tente, salvo se o órgão de vinculação do servidor suficientes para a comprovação de atividade, vín-
não tiver instituído regime próprio de previdência culo ou remunerações, estes poderão ser corrobo-
social. rados por pesquisa, na forma prevista no § 5º, ou
justificação administrativa, conforme o caso.
Para o servidor estatutário, deve ser emitida a § 4º Na falta de documento contemporâneo, podem
CTC (Certidão de Tempo de Contribuição) para que o ser aceitos declaração do empregador ou de seu
período em referência produza efeitos junto ao Regi- preposto, atestado de empresa ainda existente ou
me Geral de Previdência Social – INSS. certificado ou certidão de entidade oficial dos quais
Vale ressaltar, como visto anteriormente, que é constem os dados previstos no  caput, desde que
sempre admitida a contagem recíproca entre regimes extraídos de registros existentes, que serão confir-
diversos de Previdência, com a necessária compensa- mados pelo INSS na forma prevista no § 5º, exceto
se fornecidas por órgão público.
ção financeira.
§ 5º A empresa disponibilizará a servidor desig-
nado por dirigente do INSS as informações e os
Art. 19-B Na hipótese de não constarem do CNIS
registros de que dispuser, relativamente a segurado
as informações sobre atividade, vínculo, remunera-
a seu serviço e previamente identificado, para fins
ções ou contribuições, ou de haver dúvida sobre a
regularidade das informações existentes, o período de instrução ou revisão de processo de reconheci-
somente será confirmado por meio da apresenta- mento de direitos e outorga de benefícios do RGPS
ção de documentos contemporâneos dos fatos a e para inclusão, exclusão, ratificação ou retificação
serem comprovados, com menção às datas de iní- das informações constantes do CNIS, conforme cri-
cio e de término e, quando se tratar de trabalhador térios definidos pelo INSS, independentemente de
avulso, à duração do trabalho e à condição em que requerimento de benefício.
tiver sido prestada a atividade. § 6º Somente serão exigidos certidões ou documen-
§ 1º Além dos dados constantes do CNIS a que se tos expedidos por órgãos públicos quando não for
refere o art. 19, observada a forma de filiação do tra- possível a sua obtenção diretamente do órgão ou da
balhador ao RGPS, os seguintes documentos serão entidade responsável pela base de dados oficial.
considerados para fins de comprovação do tempo § 7º Serão realizados exclusivamente pela Secretaria
de contribuição de que trata o caput, desde que con- Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério
temporâneos aos fatos a serem comprovados: da Economia os acertos de:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


I - carteira profissional ou Carteira de Trabalho e I - inclusão de recolhimento, alterações de valor
Previdência Social; autenticado ou data de pagamento da Guia da
II - contrato individual de trabalho; Previdência Social ou do documento que venha a
III - contrato de trabalho por pequeno prazo, na substituí-la;
forma prevista no § 3º do art. 14-A da Lei nº 5.889, II - transferência de contribuição com identificador
de 1973; de pessoa jurídica ou equiparada para o CNIS; e
IV - carteira de férias; III - inclusão da contribuição liquidada por meio de
V - carteira sanitária; parcelamento
VI - caderneta de matrícula;
VII - caderneta de contribuição dos extintos institu- Esse dispositivo traz a relação da documentação
tos de aposentadoria e pensões;
que deve ser apresentada pelo segurado, na hipóte-
VIII - caderneta de inscrição pessoal visada:
se de necessitar retificar o CNIS, seja para inclusão/
a) pela Capitania dos Portos;
b) pela Superintendência do Desenvolvimento da exclusão de vínculo, alteração de categoria, correção
Pesca; ou em datas etc.
c) pelo Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas; Art. 19-C Considera-se tempo de contribuição o
IX - declaração da Secretaria Especial da Receita tempo correspondente aos períodos para os quais
Federal do Brasil do Ministério da Economia; tenha havido contribuição obrigatória ou facultati-
X - certidão de inscrição em órgão de fiscalização va ao RGPS, dentre outros, o período:
profissional, acompanhada de documento que pro- I - de contribuição efetuada por segurado que tenha
ve o exercício da atividade; deixado de exercer atividade remunerada que o
XI - contrato social, acompanhado de seu distra- enquadrasse como segurado obrigatório da previ-
to, e, quando for o caso, ata de assembleia geral e dência social; 
registro de empresário; II - em que a segurada tenha recebido salário-maternidade;
XII - certificado de sindicato ou órgão gestor de III - de licença remunerada, desde que tenha havido
mão de obra que agrupe trabalhadores avulsos; desconto de contribuições; 367
V - em que o segurado tenha sido colocado em dis- § 2º A manutenção e a atualização de que trata o §
ponibilidade remunerada pela empresa, desde que 1º ocorrerão por meio da apresentação, pelo segu-
tenha havido desconto de contribuições;      rado especial, de declaração anual ou de documento
V - de atividade patronal ou autônoma, exercida equivalente, conforme definido em ato do Secretário
anteriormente à vigência da Lei nº 3.807, de 26 de Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
agosto de 1960, desde que tenha sido indenizado Economia.
conforme o disposto no art. 122; § 3º A aplicação do disposto neste artigo não pode-
VI - de atividade na condição de empregador rural, rá acarretar ônus para o segurado, sem prejuízo do
desde que tenha havido contribuição na forma pre- disposto no § 4º.
vista na Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, § 4º O INSS, no ato de habilitação ou de concessão
e indenização do período anterior, conforme o dis- de benefício, verificará a condição de segurado
posto no art. 122; especial e, se for o caso, o pagamento da contribui-
VII - de exercício de mandato eletivo federal, esta- ção previdenciária, nos termos do disposto na Lei
dual, distrital ou municipal, desde que tenha havido nº 8.212, de 24 de julho de 1991, de modo a conside-
contribuição na época apropriada e este não tenha rar, dentre outras informações, aquelas constantes
sido contado para fins de aposentadoria por outro do CNIS.
regime de previdência social;  § 5º A atualização anual de que trata o § 1º será
VIII - de licença, afastamento ou inatividade sem feita pelo segurado especial até 30 de junho do ano
remuneração do segurado empregado, inclusive o subsequente.
doméstico e o intermitente, desde que tenha havido § 6º É vedada a atualização anual de que trata o §
contribuição na forma prevista no § 5º do art. 11; e 1º decorrido o prazo de cinco anos, contado da data
IX - em que o segurado contribuinte individual e o segu- a que se refere o § 5º.
rado facultativo tenham contribuído na forma prevista § 7º Decorrido o prazo de cinco anos de que trata o
no art. 199-A, observado o disposto em seu § 2º. § 6º, o segurado especial somente poderá computar
§ 1º Será computado o tempo intercalado de recebimen- o período de trabalho rural se efetuados na épo-
to de benefício por incapacidade, na forma do disposto ca apropriada a comercialização da produção e o
no inciso II do caput do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da
julho de 1991, exceto para efeito de carência. Lei nº 8.212, de 1991.
§ 2º As competências em que o salário de contri- § 8º O INSS utilizará as informações constantes do
buição mensal tenha sido igual ou superior ao limi- cadastro de que trata o caput para fins de compro-
te mínimo serão computadas integralmente como vação da condição e do exercício da atividade rural
tempo de contribuição, independentemente da do segurado especial e do seu grupo familiar.
quantidade de dias trabalhados. § 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprova-
§ 3º Na hipótese de o débito ser objeto de parcela- ção da condição e do exercício da atividade rural
mento, o período correspondente ao parcelamento do segurado especial ocorrerá, exclusivamente, por
somente será computado para fins de concessão de meio das informações constantes do cadastro a que
benefício no RGPS e de emissão de certidão de tempo se refere o caput, observado o disposto no § 18.
de contribuição para fins de contagem recíproca após § 10. Para o período anterior a 1º de janeiro de
a comprovação da quitação dos valores devidos. 2023, o segurado especial comprovará o exercício
da atividade rural por meio de autodeclaração rati-
Este art. 19-C, § 1º do Decreto 3048/99, trata do ficada por entidades públicas credenciadas, nos ter-
período em que o segurado esteve recebendo auxí- mos do disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de 11
lio-doença ou aposentadoria por invalidez, entre de janeiro de 2010, e por outros órgãos públicos,
períodos de atividade, que contará como tempo de observado o seguinte:
contribuição mas não como carência, entendimento I - a autodeclaração será feita por meio do preen-
que contraria a jurisprudência sobre o tema (STJ REsp chimento de formulários que serão disponibiliza-
nº 1.414.439/RS) dos pelo INSS;
Outra importante alteração diz respeito à conta- II - a ratificação da autodeclaração será realiza-
gem do tempo de contribuição depois da reforma da da por meio de informações obtidas das bases de
Previdência. Até a Reforma, o tempo de contribui- dados da Secretaria de Agricultura Familiar e Coo-
ção era contado de data a data, em dias. Por exem- perativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária
plo: de 21/03/2020 a 31/03/2020 = 10 dias de tempo de e Abastecimento e de outras bases de dados a que o
contribuição. INSS tiver acesso; e
Pela nova sistemática, o tempo será computado III - as informações obtidas por meio de consultas
por mês, desde que a contribuição supere o mínimo às bases de dados governamentais que forem con-
legal. No mesmo exemplo, se a contribuição relativa a sideradas insuficientes para o reconhecimento do
esse período de 10 dias superar o limite mínimo, ele exercício da atividade rural alegada poderão ser
terá 1 mês de tempo de contribuição. Se não superar, complementadas por prova documental contempo-
nenhum dia de contribuição será computado. rânea ao período informado.
§ 11. Complementarmente à autodeclaração de que
Art. 19-D O Ministério da Economia manterá sis- trata o § 10 e ao cadastro de que trata o caput, a
tema de cadastro dos segurados especiais no CNIS, comprovação do exercício de atividade do segura-
observado o disposto nos § 7º e § 8º do art. 18, e do especial será feita por meio dos seguintes docu-
poderá firmar acordo de cooperação com o Minis- mentos, dentre outros:
tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e I - contrato de arrendamento, de parceria ou de
com outros órgãos da administração pública fede- comodato rural;
ral, estadual, distrital e municipal para a manuten- II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacio-
ção e a gestão do sistema de cadastro. nal de Fortalecimento da Agricultura Familiar de
§ 1º O sistema de que trata o caput preverá a manu- que trata o  inciso II do  caput  do art. 2º da Lei nº
tenção e a atualização anual do cadastro e conterá 12.188, de 2010, ou pelo documento que venha a
as informações necessárias à caracterização da substituí-la;
368 condição de segurado especial. III - bloco de notas do produtor rural;   
IV - documentos fiscais de entrada de mercadorias § 17. As informações obtidas e acolhidas pelo INSS
de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991, diretamente de bancos de dados disponibilizados por
emitidos pela empresa adquirente da produção, com órgãos do Poder Público serão utilizadas para vali-
indicação do nome do segurado como vendedor; dar ou invalidar informação para o cadastramento
V - documentos fiscais relativos a entrega de produ- do segurado especial e, quando for o caso, para deixar
ção rural a cooperativa agrícola, entreposto de pes- de reconhecer o segurado nessa condição.
cado ou outros, com indicação do segurado como § 18. O prazo a que se refere o § 9º será prorrogado até
vendedor ou consignante; que cinquenta por cento dos segurados especiais, apu-
VI - comprovantes de recolhimento de contribuição rados conforme quantitativo da Pesquisa Nacional por
à previdência social decorrentes da comercializa- Amostra de Domicílios Contínua, estejam inseridos no
ção de produção rural; sistema de cadastro dos segurados especiais de que
VII - cópia da declaração de imposto sobre a renda, trata o caput.
com indicação de renda proveniente da comerciali- § 19. O fim da prorrogação a que se refere o § 18 será
zação de produção rural; ou definido em ato do Secretário Especial de Previdência
VIII - licença de ocupação ou permissão outorgada e Trabalho do Ministério da Economia.
pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária – Incra. O INSS utilizará as informações constantes no
§ 12. Sempre que o tipo de outorga informado na Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)
autodeclaração de que trata § 10 for de parceiro, sobre os vínculos e as remunerações dos segurados,
meeiro, arrendatário, comodatário ou de outra para fins de cálculo do salário-de-benefício, compro-
modalidade de outorgado, o documento deverá vação de filiação ao Regime Geral de Previdência
identificar e qualificar o outorgante.
Social, tempo de contribuição e relação de empre-
§ 13. A condição de segurado especial dos índios
go também para o segurado especial. Este banco de
será comprovada por meio de certidão fornecida
pela Fundação Nacional do Índio - Funai que:  
dados, todavia, será implementado aos poucos, tendo
I - conterá a identificação da entidade e de seu emi- em vista a dificuldade que é própria da categoria dos
tente, com a indicação do mandato, se for o caso; segurados especiais.
II - será fornecida em duas vias, em papel tim-
brado, com numeração sequencial controlada e Art. 19-E A partir de 13 de novembro de 2019, para
ininterrupta; fins de aquisição e manutenção da qualidade de
III - conterá a identificação, a qualificação pessoal segurado, de carência, de tempo de contribuição e
do beneficiário e a categoria de produtor a que de cálculo do salário de benefício exigidos para o
pertença; reconhecimento do direito aos benefícios do RGPS
IV - consignará os documentos e as informações e para fins de contagem recíproca, somente serão
que tenham servido de base para a sua emissão consideradas as competências cujo salário de con-
e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de tribuição seja igual ou superior ao limite mínimo
registros existentes na própria entidade declarante mensal do salário de contribuição.
ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que § 1º Para fins do disposto no caput, ao segurado
idôneos e acessíveis à previdência social; que, no somatório de remunerações auferidas no
V - não conterá informação referente a período período de um mês, receber remuneração inferior
anterior ao início da atividade da entidade decla- ao limite mínimo mensal do salário de contribuição
rante, exceto se baseada em documento que cons- será assegurado:
titua prova material do exercício dessa atividade; e I - complementar a contribuição das competências,
I - consignará os dados relativos ao período e à for- de forma a alcançar o limite mínimo do salário de
ma de exercício da atividade rural nos termos esta- contribuição exigido;
II - utilizar o excedente do salário de contribuição

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


belecidos pelo INSS.
§ 14. A homologação a que se refere o § 13 se res- superior ao limite mínimo de uma competência
tringirá às informações relativas à atividade rural para completar o salário de contribuição de outra
e deverá atender aos seguintes critérios: competência até atingir o limite mínimo; ou
I - conterá a identificação do órgão e do emitente III - agrupar os salários de contribuição inferiores
da declaração; ao limite mínimo de diferentes competências para
I - conterá a identificação, a qualificação pessoal aproveitamento em uma ou mais competências até
do beneficiário e a categoria de produtor a que que estas atinjam o limite mínimo.
pertença; § 2º Os ajustes de complementação, utilização e
III - consignará os documentos e as informações agrupamento previstos no § 1º poderão ser efetiva-
que tenham servido de base para a sua emissão dos, a qualquer tempo, por iniciativa do segurado,
e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de hipótese em que se tornarão irreversíveis e irrenun-
registros existentes na própria entidade declarante ciáveis após processados.
ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que § 3º A complementação de que trata o inciso I do
idôneos e acessíveis à previdência social; e § 1º poderá ser recolhida até o dia quinze do mês
IV - consignará dados relativos ao período e à for- subsequente ao da prestação do serviço e, a partir
ma de exercício da atividade rural nos termos esta- dessa data, com os acréscimos previstos no art. 35
belecidos pelo INSS. da Lei nº 8.212, de 1991.
§ 15. Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que § 4º Os ajustes de que tratam os incisos II e III do
trata o caput poderá ser efetuado, atualizado e cor- § 1º serão efetuados na forma indicada ou autori-
rigido sem prejuízo do prazo de que trata o § 9º e zada pelo segurado, desde que utilizadas as compe-
das regras permanentes estabelecidas nos § 5º e § 6º. tências do mesmo ano civil definido no art. 181-E,
§ 16. Na hipótese de haver divergência de informa- em conformidade com o disposto nos § 27-A ao §
ções entre o cadastro de que trata o caput e as demais 27-D do art. 216.
bases de dados, para fins de reconhecimento do direi- § 5º A efetivação do ajuste previsto no inciso III
to ao benefício, o INSS poderá exigir a apresentação do § 1º não impede o recolhimento da contribui-
dos documentos referidos no § 11. ção referente à competência que tenha o salário
369
de contribuição transferido, em todo ou em parte, e pensão por morte, especialmente em tempos de sus-
para agrupamento com outra competência a fim pensão do contrato de trabalho e redução da jorna-
de atingir o limite mínimo mensal do salário de da (Lei nº 14.020/20) ou, ainda, no caso do trabalho
contribuição. intermitente.
§ 6º Para complementação ou recolhimento da compe- Do mesmo modo, o art. 26 do referido Decreto,
tência que tenha o salário de contribuição transferido, em estabelece, no que diz respeito à carência, que se trata
todo ou em parte, na forma prevista no § 5º, será observa- de período de
do o disposto no § 3º.
§ 7º Na hipótese de falecimento do segurado, os ajus- [...] tempo correspondente ao número mínimo de
tes previstos no § 1º poderão ser solicitados por seus contribuições mensais indispensáveis para que o
dependentes para fins de reconhecimento de direito beneficiário faça jus ao benefício” para o qual ape-
para benefício a eles devidos até o dia quinze do mês nas serão “consideradas as competências cujo salá-
de janeiro subsequente ao do ano civil correspondente, rio de contribuição seja igual ou superior ao seu
observado o disposto no § 4º. limite mínimo mensal.
Art. 19-F A obrigação do INSS de promover a ins-
trução de requerimentos e a comprovação de requi-
Extrai-se, da referida norma, que as contribuições
sitos legais para o reconhecimento de direitos não
abaixo do mínimo não serão computadas, também,
afasta a obrigação de o interessado ou o seu repre-
para fins de carência, requisito que, por exemplo, foi
sentante juntar ao requerimento toda a documenta-
mantido na aposentadoria programada pós reforma
ção útil à comprovação do direito, principalmente
em relação aos fatos que não constem da base de da Previdência Social.
dados da previdência social. Ainda no art. 19-E, § 1º, é estabelecido, como solu-
ção, que
A Reforma da Previdência Social, Emenda Consti-
[...] ao segurado que, no somatório de remune-
tucional nº 103/19, atribuiu nova redação ao § 14 do
rações auferidas no período de um mês, receber
art. 195 da Constituição Federal, que passou a vigorar
remuneração inferior ao limite mínimo mensal do
com a seguinte redação: salário de contribuição será assegurado:
I - complementar a contribuição das competên-
O segurado somente terá reconhecida como tempo cias, de forma a alcançar o limite mínimo do salá-
de contribuição ao Regime Geral de Previdência rio de contribuição exigido;
Social a competência cuja contribuição seja igual II - utilizar o excedente do salário de contribui-
ou superior à contribuição mínima mensal exigida ção superior ao limite mínimo de uma competência
para sua categoria, assegurado o agrupamento de para completar o salário de contribuição de outra
contribuições. competência até atingir o limite mínimo; ou
III - agrupar os salários de contribuição infe-
A consequência extraída da norma, para os segu- riores ao limite mínimo de diferentes competências
rados do Regime Geral (INSS), é no sentido de que a para aproveitamento em uma ou mais competên-
vedação ao cômputo das contribuições, cujo salário cias até que estas atinjam o limite mínimo.
de contribuição não atinge o mínimo legal, que antes
afetava apenas o contribuinte individual e o segura- O referido dispositivo, em seu § 2º, permite que
do facultativo, passou a atingir todas as categorias esses ajustes de complementação, utilização do exce-
de segurados. Isso significa dizer que, para qualquer dente e agrupamento sejam efetivados a qualquer
categoria contributiva, as competências, cuja contri- tempo por iniciativa do segurado, hipótese em que se
buição não atingir o mínimo legal, não serão compu- tornarão irreversíveis e irrenunciáveis após processa-
tadas, à luz da regra constitucional, como tempo de dos pelo sistema.
contribuição. A complementação poderá ser recolhida até o dia
O Decreto nº 10.410/20, que altera o Regulamento quinze do mês subsequente ao da prestação do servi-
da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99), em seu ço e, a partir dessa data, com os acréscimos de multa
art. 19-E, estabelece, por sua vez, que as contribuições de mora e juros de mora, previstos no art. 35 da Lei nº
abaixo do mínimo não serão computadas paras fins 8.212, de 1991.
de tempo de contribuição, carência e qualidade de Já a utilização do excedente e os agrupamentos
segurado em seu artigo 19-E. serão efetuados na forma indicada ou autorizada pelo
Ao tratar da qualidade de segurado – condição asse- segurado, desde que utilizadas as competências do
gurada quando se está vertendo contribuições para o mesmo ano civil, definido no art. 181-E, em conformi-
sistema ou, ainda, quando preenchidos os requisitos dade com o disposto nos § 27-A ao § 27-D do art. 216,
do “período de graça” (art. 15 da Lei nº 8.213/91), o ambos do Decreto nº 10.410/20.
art. 13 do Decreto nº 10.410/2020, em seu § 8º, deixa O agrupamento não impede o recolhimento da
assente que contribuição referente à competência que tenha o
salário de contribuição transferido, em todo ou em
parte, para agrupamento com outra competência, a
O segurado que receber remuneração inferior ao
limite mínimo mensal do salário de contribuição fim de atingir o limite mínimo mensal do salário de
somente manterá a qualidade de segurado se efe- contribuição.
tuar os ajustes de complementação, utilização e É oportuno referir que, independentemente da
agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e categoria contributiva do segurado, a norma o indica
o § 27-A do art. 216. como sujeito passivo da obrigação tributária principal
de pagamento.
Afastar a qualidade de segurado quando as contri- Admite-se, na hipótese de falecimento do segurado,
buições estão abaixo do mínimo legal afeta, diretamen- que a complementação, a utilização do excedente ou o
370 te, o direito à percepção de benefícios por incapacidade agrupamento sejam solicitados por seus dependentes,
para fins de reconhecimento de direito para benefício Parágrafo único. Poderá ser contado o tempo de
a eles devidos, desde que até o dia quinze do mês de contribuição na administração pública direta,
janeiro subsequente ao do ano civil correspondente. autárquica e fundacional dos Estados, do Distri-
A regularização das contribuições post mortem to Federal e dos Municípios, desde que estes asse-
não se confunde com a inscrição post mortem, que gurem aos seus servidores, mediante legislação
própria, a contagem de tempo de contribuição em
segue vedada pelo nosso ordenamento jurídico (Decre-
atividade vinculada ao Regime Geral de Previdên-
to nº 3048/99 com redação do Decreto nº 10.410/20 –
cia Social.
artigo 18, § 5º B e art. 17, § 7º da Lei nº 8.213/91). Art. 127 O tempo de contribuição de que trata este
Avançaremos na norma, em razão de já termos Capítulo será contado de acordo com a legislação
tratado dos dispositivos ao longo do material. pertinente, observadas as seguintes normas:
Passemos a contagem recíproca, que é, como I - não será admitida a contagem em dobro ou em
vimos, a possibilidade de levar tempo de um regime outras condições especiais;
de previdência a outro, com compensação financeira II - é vedada a contagem de tempo de contribuição
entre os sistemas. no serviço público com o de contribuição na ativi-
dade privada, quando concomitantes;
Art. 125 Para efeito de contagem recíproca, hipó- III - não será contado por um regime o tempo de
tese em que os diferentes sistemas de previdência contribuição utilizado para concessão de aposenta-
social ou proteção social se compensarão financei- doria por outro regime;
ramente, fica assegurado: IV - o tempo de contribuição anterior ou posterior
I - o cômputo do tempo de contribuição na adminis- à obrigatoriedade de filiação à previdência social
tração pública e de serviço militar exercido nas ati- só será contado por meio de indenização da contri-
vidades de que tratam os art. 42, art. 142 e art. 143 buição correspondente ao período respectivo, com
da Constituição, para fins de concessão de benefí- acréscimo de juros moratórios de cinco décimos
cios previstos no RGPS, inclusive de aposentadoria por cento ao mês, capitalizados anualmente, e mul-
em decorrência de tratado, convenção ou acordo ta de dez por cento, observado o disposto nos § 8º e
§ 8º-A do art. 239;
internacional; e
V - é vedada a emissão de certidão de tempo de
II - para fins de emissão de certidão de tempo de
contribuição com o registro exclusivo de tempo de
contribuição, pelo INSS, para utilização no serviço
serviço sem a comprovação de contribuição efeti-
público ou para inativação militar, o cômputo do
va, exceto para segurado empregado, empregado
tempo de contribuição na atividade privada, rural e
doméstico, trabalhador avulso e, a partir de 1º de
urbana, observado o disposto nos § 4º e § 4º-A deste
abril de 2003, para o contribuinte individual que
artigo, no art. 123, no § 13 do art. 216 e nos § 8º e §
preste serviço a empresa obrigada a arrecadar a
8º-A do art. 239. contribuição a seu cargo, observado o disposto no
§ 1º Para os fins deste artigo, é vedada: art. 5º da Lei nº 10.666, de 2003;
I - conversão do tempo de contribuição exercido em VI - para ex-servidor público, a certidão de tempo
atividade sujeita à condições especiais, nos termos de contribuição somente poderá ser emitida por
do disposto no art. 66; regime próprio de previdência social;
II - conversão do tempo cumprido pelo segurado VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de
com deficiência, reconhecida na forma do art. 70-D, contribuição do RGPS por regime próprio de previ-
em tempo de contribuição comum; e dência social sem a emissão da certidão de tempo de
III - a contagem de qualquer tempo de serviço contribuição correspondente, ainda que o tempo de
fictício. contribuição referente ao RGPS tenha sido prestado
§ 2º Admite-se a aplicação da contagem recíproca pelo servidor público ao próprio ente instituidor;
de tempo de contribuição no âmbito dos tratados,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


VIII - é vedada a desaverbação de tempo em regi-
convenções ou acordos internacionais de previdên- me próprio de previdência social quando o tempo
cia social. averbado tiver gerado a concessão de vantagens
§ 3º É permitida a emissão de certidão de tempo de remuneratórias ao servidor público em atividade; e
contribuição para períodos de contribuição poste- IX - para fins de elegibilidade às aposentadorias
riores à data da aposentadoria no RGPS, observado especiais referidas no § 4º do art. 40 e no § 1º do art.
o disposto no art. 19-E. 201 da Constituição, os períodos reconhecidos pelo
§ 4º Para efeito de contagem recíproca, o período em regime previdenciário de origem como de tempo
que os segurados contribuinte individual e faculta- especial sem conversão em tempo comum deverão
tivo tiverem contribuído na forma prevista no art. estar incluídos nos períodos de contribuição com-
199-A só será computado se forem complementadas preendidos na certidão de tempo de contribuição e
as contribuições na forma prevista no § 2º do referi- discriminados de data a data.
do artigo.       Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput
§ 4º-A Para efeito de contagem recíproca, a partir não se aplica ao tempo de serviço anterior à edição
de 14 de novembro de 2019, somente serão consi- da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro
deradas as competências cujos salários de contri- de 1998, que tenha sido equiparado por lei a tempo
buição tenham valor igual ou superior ao limite de contribuição.
mínimo mensal do salário de contribuição para o Art. 128 A certidão de tempo de contribuição
RGPS, observado o disposto no art. 19-E. anterior ou posterior à filiação obrigatória à pre-
§ 5º A certidão referente ao tempo de contribuição vidência social somente será expedida mediante a
com deficiência deverá identificar os períodos com observância do disposto nos arts. 122 e 124.
deficiência e seus graus. § 1° A certidão de tempo de contribuição, para
Art. 126 O segurado terá direito de computar, para fins de averbação do tempo em outros regimes de
fins de concessão dos benefícios do Regime Geral previdência, somente será expedida pelo Instituto
de Previdência Social, o tempo de contribuição na Nacional do Seguro Social após a comprovação da
administração pública federal direta, autárquica e quitação de todos os valores devidos, inclusive de
fundacional”. eventuais parcelamentos de débito. 371
§ 3º A certidão de tempo de contribuição referente a § 7º Quando solicitado pelo segurado que exerce car-
período de atividade rural anterior à competência gos constitucionalmente acumuláveis, é permitida a
novembro de 1991 somente será emitida por meio emissão de certidão única com destinação do tempo de
da comprovação do recolhimento das contribui- contribuição para, no máximo, dois órgãos distintos.
ções correspondentes ou da indenização, na forma § 8º Na situação do parágrafo anterior, a certidão
prevista nos § 13 e § 14 do art. 216, observado o de tempo de contribuição deverá ser expedida em
disposto nos § 8º e § 8º-A do art. 239. três vias, das quais a primeira e a segunda serão
Art. 129 O segurado em gozo de auxílio-acidente, fornecidas ao interessado, mediante recibo passado
auxílio-suplementar ou abono de permanência em na terceira via, implicando sua concordância quan-
serviço terá o benefício encerrado na data da emis- to ao tempo certificado.
são da certidão de tempo de contribuição. § 9º A certidão só poderá ser fornecida para os perío-
Art. 130. O tempo de contribuição para regime pró- dos de efetiva contribuição para o Regime Geral de
prio de previdência social ou para Regime Geral de Previdência Social, devendo ser excluídos aqueles
Previdência Social deve ser provado com certidão para os quais não tenha havido contribuição, salvo
fornecida: se recolhida na forma dos §§ 7º a 14 do art. 216.
I - pela unidade gestora do regime próprio de pre- § 10. Poderá ser emitida, por solicitação do segura-
vidência social ou pelo setor competente da admi- do, certidão de tempo de contribuição para período
nistração federal, estadual, do Distrito Federal e fracionado.
municipal, suas autarquias e fundações, desde que § 11. Na hipótese do parágrafo anterior, a certidão
devidamente homologada pela unidade gestora do conterá informação de todo o tempo de contribui-
regime próprio, relativamente ao tempo de contri- ção ao Regime Geral de Previdência Social e a indi-
buição para o respectivo regime próprio de previ- cação dos períodos a serem aproveitados no regime
dência social; ou próprio de previdência social.
II - pelo setor competente do Instituto Nacional do § 12. É vedada a contagem de tempo de contribui-
Seguro Social, relativamente ao tempo de contribui- ção de atividade privada com a do serviço público
ção para o Regime Geral de Previdência Social. ou de mais de uma atividade no serviço público,
§ 1º O setor competente do INSS promoverá o levan- quando concomitantes, ressalvados os casos de
tamento do tempo de contribuição ao RGPS, com acumulação de cargos ou empregos públicos admi-
base na documentação apresentada, observado o tidos pela Constituição.
disposto no art. 19. § 13. Em hipótese alguma será expedida certidão
§ 2º O setor competente do órgão federal, estadual, de tempo de contribuição para período que já tiver
do Distrito Federal ou municipal deverá promover sido utilizado para a concessão de aposentadoria,
o levantamento do tempo de contribuição para o em qualquer regime de previdência social.
respectivo regime próprio de previdência social à § 14. A certidão de que trata o § 3o deverá vir acom-
vista dos assentamentos funcionais. panhada de relação dos valores das remunerações,
§ 3º Após as providências de que tratam os §§ 1º e por competência, que serão utilizados para fins de
2º, e observado, quando for o caso, o disposto no cálculo dos proventos da aposentadoria.
§  9º, os setores competentes deverão emitir certi- § 15. O tempo de serviço considerado para efeito
dão de tempo de contribuição, sem rasuras, cons- de aposentadoria e cumprido até 15 de dezembro
tando, obrigatoriamente: de 1998 será contado como tempo de contribuição.
I - órgão expedidor; § 16. Caberá revisão da certidão de tempo de contri-
II - nome do servidor, seu número de matrícula, RG, buição, inclusive de ofício, quando constatado erro
CPF, sexo, data de nascimento, filiação, número do material, vedada à destinação da certidão a órgão
PIS ou PASEP, e, quando for o caso, cargo efetivo, diverso daquele a que se destinava originariamente.         
lotação, data de admissão e data de exoneração ou Art. 131 Concedido o benefício, caberá:
demissão; I - ao Instituto Nacional do Seguro Social comuni-
III - período de contribuição, de data a data, com- car o fato ao órgão público emitente da certidão,
preendido na certidão; para as anotações nos registros funcionais e/ou na
IV - fonte de informação;
segunda via da certidão de tempo de contribuição;
V - discriminação da freqüência durante o período
II - ao órgão público comunicar o fato ao Instituto
abrangido pela certidão, indicadas as várias altera-
Nacional do Seguro Social, para efetuar os regis-
ções, tais como faltas, licenças, suspensões e outras
tros cabíveis.
ocorrências;
Art. 132 O tempo de contribuição na administração
VI - soma do tempo líquido;
pública federal, estadual, distrital ou municipal de
VII  -  declaração expressa do servidor responsável
que trata este Capítulo será considerado para efei-
pela certidão, indicando o tempo líquido de efetiva
to do percentual de acréscimo previsto no inciso I
contribuição em dias, ou anos, meses e dias;
do caput do art. 44, no art. 53, no § 1º do art. 54, no
VIII - assinatura do responsável pela certidão e do
art. 67, no inciso II do caput do art. 70-J, no § 3º do
dirigente do órgão expedidor e, no caso de ser emi-
art. 188-H, no § 4º do art. 188-I, no § 3º do art. 188-J,
tida por outro órgão da administração do ente fede-
no § 4º do art. 188-M, no § 3º do art. 188-N e no §
rativo, homologação da unidade gestora do regime
3º do art. 188-P.   
próprio de previdência social;
Art. 133 O tempo de contribuição certificado na for-
IX - indicação da lei que assegure, aos servidores do
ma deste Capítulo produz, no Instituto Nacional do
Estado, do Distrito Federal ou do Município, aposen-
Seguro Social e nos órgãos ou autarquias federais,
tadorias por invalidez, idade, tempo de contribuição e
estaduais, do Distrito Federal ou municipais, todos os
compulsória, e pensão por morte, com aproveitamen-
efeitos previstos na respectiva legislação pertinente.
to de tempo de contribuição prestado em atividade
vinculada ao Regime Geral de Previdência Social. Art. 134 As aposentadorias e demais benefícios
§ 4 A certidão de tempo de contribuição deverá ser resultantes da contagem de tempo de contribuição
expedida em duas vias, das quais a primeira será na forma deste Capítulo serão concedidos e pagos
fornecida ao interessado, mediante recibo passa- pelo regime a que o interessado pertencer ao reque-
do na segunda via, implicando sua concordância rê-los e o seu valor será calculado na forma da
372 quanto ao tempo certificado. legislação pertinente.
É assegurada a contagem recíproca de tempo de I - sessenta por cento do valor que exceder um salá-
contribuição na administração pública e na atividade rio-mínimo, até o limite de dois salários-mínimos;
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos II - quarenta por cento do valor que exceder dois salá-
regimes de Previdência Social se compensarão finan- rios-mínimos, até o limite de três salários-mínimos;
ceiramente, conforme dispõe o art. 201, § 9º da Cons- III - vinte por cento do valor que exceder três salá-
tituição Federal. rios-mínimos, até o limite de quatro salários-míni-
Isso significa que, a qualquer tempo, é possível mos; e
levar tempo de contribuição de um regime para outro, IV - dez por cento do valor que exceder quatro
desde que os sistemas se compensem financeiramen- salários-mínimos.
te. É o caso, por exemplo, de quem ingressa na carrei- § 2º A aplicação do disposto no § 1º poderá ser
ra pública como servidor efetivo, vinculado a regime revista a qualquer tempo, a pedido do interessado,
próprio de previdência e já possuía tempo recolhido em razão de alteração de algum dos benefícios.
§ 3º Na hipótese de recebimento de pensão desdo-
ao INSS, que pode ser levado.
brada, para fins de aplicação do disposto no § 1º, em
A contagem recíproca dá-se mediante a expedi-
relação a esse benefício, será considerado o valor
ção de certidão (CTC – Certidão de Tempo de Contri-
correspondente ao somatório da cota individual e
buição), que não pode trazer qualquer tempo fictício,
da parcela da cota familiar, devido ao pensionista,
tempo convertido (especial ou deficiente) ou tempo
que será revisto em razão do fim do desdobramento
em que não houve recolhimento previdenciário. ou da alteração do número de dependentes.
O servidor público precisa desvincular-se do órgão § 4º As restrições previstas neste artigo não se apli-
para o qual irá requerer a emissão de Certidão de Tem- cam caso o direito aos benefícios tenha sido adqui-
po de Contribuição, que só é concedida a ex-servidor. rido até 13 de novembro de 2019.
§ 5º Para fins do disposto neste artigo, no ato de
Art. 153-A A concessão de aposentadoria requerida habilitação ou concessão de benefício sujeito a acu-
a partir de 14 de novembro de 2019 com utilização de mulação, o INSS deverá:
tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego I - verificar a filiação do segurado ao RGPS ou
ou função pública acarretará o rompimento do vín- a regime próprio de previdência social;
culo que gerou o referido tempo de contribuição. II - solicitar ao segurado que manifeste expressa-
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, mente a sua opção pelo benefício que lhe seja mais
após a consolidação da aposentadoria, nos termos vantajoso; e
do disposto no art. 181-B, o INSS notificará a empre- III - quando for o caso, verificar a condição do segu-
sa responsável sobre a aposentadoria do segurado rado ou pensionista, de modo a considerar, dentre
e constarão da notificação as datas de concessão e outras, as informações constantes do CNIS.
de início do benefício. § 6º O Ministério da Economia manterá sistema
de cadastro dos segurados do  RGPS e dos servi-
Essa é uma relevante e impactante alteração, tra- dores vinculados a regimes próprios de previdên-
zida pela Reforma da Previdência e já inserida no cia social, e poderá, para tanto, firmar acordo de
Regulamento, que diz respeito ao efeito de cessação cooperação com outros órgãos da administração
do vínculo do empregado ou servidor público, quando pública federal, estadual, distrital ou municipal
da concessão de aposentadoria no RGPS que tenha uti- para a manutenção e a gestão do referido sistema
lizado tempo de contribuição decorrente do vínculo. de cadastro.
Por exemplo, se um empregado público de uma Pre- § 7º Até que o sistema de que trata o § 6º seja imple-
mentado, a comprovação de que o aposentado ou
feitura utilizasse tempo do vínculo para fins de apo-
o pensionista cônjuge ou companheira ou compa-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


sentadoria, teria seu contrato encerrado.
nheiro do RGPS não recebe aposentadoria ou pen-
são de outro regime próprio de previdência social
Art. 167-A Será admitida a acumulação dos seguin-
será feita por meio de autodeclaração, a qual o
tes benefícios:
sujeitará às sanções administrativas, civis e penais
I - de pensão por morte deixada por cônjuge ou
aplicáveis caso seja constatada a emissão de decla-
companheiro do RGPS com pensão por morte con-
ração falsa.
cedida por outro regime de previdência social ou
§ 8º Caberá ao aposentado ou pensionista do RGPS
com pensões decorrentes das atividades militares informar ao INSS a obtenção de aposentadoria
de que tratam o art. 42 e o art. 142 da Constituição; ou pensão de cônjuge ou companheira ou compa-
II - de pensão por morte deixada por cônjuge ou nheiro de outro regime, sob pena de suspensão do
companheiro do RGPS com aposentadoria do benefício.
mesmo regime e de regime próprio de previdência
social ou com proventos de inatividade decorrentes
Além das hipóteses de impossibilidade de acumu-
das atividades militares de que tratam o art. 42 e o
lação de benefícios previdenciários, previstas no art.
art. 142 da Constituição; ou
124 da Lei nº 8.213/91 e estudadas em capítulo pró-
III - de aposentadoria concedida no âmbito do
RGPS com pensão deixada por cônjuge ou compa-
prio, a Reforma da Previdência traz outra vedação,
nheiro de regime próprio de previdência social ou envolvendo pensão, concedida em razão do óbito de
com proventos de inatividade decorrentes das ativi- cônjuge ou companheiro:-
dades militares de que tratam o art. 42 e o art. 142
da Constituição. z pensão por morte RGPS + pensão por morte RPPS
§ 1º Nas hipóteses de acumulação previstas no ou Militar;
caput, fica assegurada a percepção do valor inte- z pensão por morte RGPS + aposentadoria RGPS ou
gral do benefício mais vantajoso e de uma parte de RPPS;
cada um dos demais benefícios, apurada cumulati- z aposentadoria RGPS + pensão por morte RPPS ou
vamente de acordo com as seguintes faixas: proventos de inatividade. 373
Nesses casos, não há impossibilidade de acumula- Todo sistema operacional de requerimento de
ção, porém há restrição com relação aos valores. O côn- benefícios, recursos, acesso a dados e cadastro faz-se
juge ou companheiro recebe integralmente o melhor de forma eletrônica, por meio do portal “meu inss”,
benefício e um percentual do segundo, de acordo com mediante cadastro de senha pessoal do segurado.
as faixas, aplicadas pelo valor do benefício. O INSS é obrigado a conceder ao segurado o melhor
benefício, ainda que seja diverso do que requerido,
Art. 173 O segurado em gozo de aposentadoria que com notificação prévia do segurado para aceite.
voltar a exercer atividade abrangida pelo RGPS,
observados o disposto no art. 168 e, nos casos de Art. 181-B As aposentadorias concedidas pela pre-
aposentadoria especial, o disposto no parágrafo vidência social são irreversíveis e irrenunciáveis.
único do art. 69, fará jus: § 1º O disposto neste artigo não se aplica à conces-
I - ao salário-família e à reabilitação profissional, são de aposentadoria por incapacidade permanente.
quando empregado, inclusive o doméstico, ou tra- § 2º O segurado poderá desistir do seu pedido de
balhador avulso; e aposentadoria desde que manifeste essa intenção e
II - ao salário-maternidade. requeira o arquivamento definitivo do pedido antes
da ocorrência de um dos seguintes atos:
As contribuições do aposentado para o sistema são I - recebimento do primeiro pagamento do benefí-
obrigatórias, todavia tem direito, apenas, ao salário cio; ou
família e reabilitação profissional se é empregado, II - efetivação do saque do FGTS ou do PIS.
empregado doméstico ou trabalhador avulso e, ao § 3º O disposto no caput não impede a cessação dos
salário maternidade, este último, sem restrição da benefícios não acumuláveis por força de disposição
categoria de segurado. legal ou constitucional.
Art. 176-A O requerimento de benefícios e de servi-
ços administrados pelo INSS será formulado por meio As aposentadorias concedidas pelo INSS, à exceção
de canais de atendimento eletrônico, observados os da por incapacidade permanente, são irreversíveis e
procedimentos previstos em ato do INSS.
irrenunciáveis após o recebimento, pelo segurado, da
§ 1º O requerimento formulado será processado em
meio eletrônico em todas as fases do processo adminis- primeira parcela, ou da utilização para fins de saque
trativo, ressalvados os atos que exijam a presença do de FGTS ou PIS.
requerente.
§ 2º Excepcionalmente, caso o requerente não dispo- Art. 202-A As alíquotas a que se refere o caput do
nha de meios adequados para apresentação da solicitação art. 202 serão reduzidas em até cinquenta por cento
pelos canais de atendimento eletrônico, o requerimento e ou aumentadas em até cem por cento em razão do
o agendamento de serviços poderão ser feitos presencial- desempenho da empresa, individualizada pelo seu
mente nas Agências da Previdência Social. CNPJ em relação à sua atividade econômica, aferi-
do pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP.
Art. 176-B O INSS poderá firmar acordo de coopera- § 1º O FAP consiste em multiplicador variável em
ção técnica com entes públicos e demais entidades um intervalo contínuo de cinco décimos a dois intei-
para fins de geração e recebimento de requerimen- ros aplicado à respectiva alíquota, considerado o
tos de benefícios. critério de truncamento na quarta casa decimal.
Art. 176-C O requerente poderá, enquanto não pro- § 2º Para fins da redução ou da majoração a que
ferida a decisão do INSS e por meio de manifestação se refere o caput, o desempenho da empresa, indivi-
escrita, desistir do requerimento formulado, nos ter- dualizada pelo seu CNPJ será discriminado em rela-
mos do disposto no art. 51 da Lei nº 9.784, de 1999. ção à sua atividade econômica, a partir da criação
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência a de índice composto pelos índices de gravidade, de
que se refere o caput atinge somente quem a tenha frequência e de custo que pondera os respectivos
formulado. percentis.
§ 2º A desistência do requerimento não impede o § 4o Os índices de freqüência, gravidade e custo serão
INSS de analisar a matéria objeto do requerimen- calculados segundo metodologia aprovada pelo
to para fins de uniformização de entendimento, de Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se
forma geral e abstrata, ou para efeito de apuração em conta:
de irregularidade. I - para o índice de frequência, os registros de aci-
Art. 176-D Se, na data de entrada do requerimento dentes ou benefícios de natureza acidentária;
do benefício, o segurado não satisfizer os requisitos II - para o índice de gravidade, as hipóteses de auxí-
para o reconhecimento do direito, mas implemen- lio por incapacidade temporária, auxílio-acidente,
tá-los em momento posterior, antes da decisão do aposentadoria por incapacidade permanente, pen-
INSS, o requerimento poderá ser reafirmado para a são por morte e morte de natureza acidentária, aos
data em que satisfizer os requisitos, que será fixada quais são atribuídos pesos diferentes em razão da
como início do benefício, exigindo-se, para tanto, gravidade da ocorrência, da seguinte forma:
a concordância formal do interessado, admitida a a) pensão por morte e morte de natureza acidentá-
sua manifestação de vontade por meio eletrônico. ria - peso de cinquenta por cento;
Art. 176-E Caberá ao INSS conceder o benefício b) aposentadoria por incapacidade permanente -
mais vantajoso ao requerente ou benefício diverso peso de trinta por cento; e
do requerido, desde que os elementos constantes do c) auxílio por incapacidade temporária e auxílio-a-
processo administrativo assegurem o reconheci- cidente - peso de dez por cento para cada;
mento desse direito. III - para o índice de custo, os valores dos benefícios
Parágrafo único. Na hipótese de direito à conces- de natureza acidentária pagos ou devidos pela pre-
são de benefício diverso do requerido, caberá ao vidência social.
INSS notificar o segurado para que este manifeste § 5º O Ministério da Economia publicará, anual-
expressamente a sua opção pelo benefício, observa- mente, no Diário Oficial da União, portaria para dis-
374 do o disposto no art. 176-D. ponibilizar consulta ao FAP e aos róis dos percentis
de frequência, gravidade e custo por subclasse da Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Pre-
Classificação Nacional de Atividades Econômicas. vidência Social e Guia da Previdência Social, cujas
§ 6º O FAP produzirá efeitos tributários a partir do cópias deverão ser exigidas pela empresa contra-
primeiro dia do quarto mês subseqüente ao de sua tante quando da quitação da nota fiscal ou fatura,
divulgação. juntamente com o comprovante de entrega daquela
§ 7º Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados Guia.
os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até § 3º A responsabilidade solidária de que trata o
completar o período de dois anos, a partir do qual caput será elidida:
os dados do ano inicial serão substituídos pelos I - pela comprovação, na forma do parágrafo ante-
novos dados anuais incorporados. rior, do recolhimento das contribuições incidentes
§ 8º O FAP será calculado a partir de 1º  de janei- sobre a remuneração dos segurados, incluída em
ro do ano seguinte àquele ano em que o estabele- nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços
cimento completar dois anos de sua constituição.  executados, quando corroborada por escrituração
§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacio- contábil; e
nal de Previdência indicará a sistemática de cálculo e II - pela comprovação do recolhimento das contri-
a forma de aplicação de índices e critérios acessórios buições incidentes sobre a remuneração dos segu-
à composição do índice composto do FAP. rados, aferidas indiretamente nos termos, forma
Art. 203 A fim de estimular investimentos destina- e percentuais previstos pelo Instituto Nacional do
dos a diminuir os riscos ambientais no trabalho, Seguro Social.
o Ministério da Previdência e Assistência Social III - pela comprovação do recolhimento da retenção
poderá alterar o enquadramento de empresa que permitida no caput deste artigo, efetivada nos ter-
demonstre a melhoria das condições do trabalho, mos do art. 219.
com redução dos agravos à saúde do trabalhador,
§ 4º Considera-se construtor, para os efeitos deste
obtida através de investimentos em prevenção e em
Regulamento, a pessoa física ou jurídica que exe-
sistemas gerenciais de risco.
cuta obra sob sua responsabilidade, no todo ou em
§ 1º A alteração do enquadramento estará condi-
parte.
cionada à inexistência de débitos em relação às
Art. 221 Exclui-se da responsabilidade solidária
contribuições devidas ao Instituto Nacional do
perante a seguridade social o adquirente de prédio
Seguro Social e aos demais requisitos estabelecidos
ou unidade imobiliária que realize a operação com
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.
empresa de comercialização ou com incorporador
§ 2º O Instituto Nacional do Seguro Social, com
base principalmente na comunicação prevista no de imóveis definido na Lei nº 4.591, de 1964, ficando
art. 336, implementará sistema de controle e acom- estes solidariamente responsáveis com o constru-
panhamento de acidentes do trabalho. tor, na forma prevista no art. 220.
§ 3º Verificado o descumprimento por parte da Art. 221-A O instituto da responsabilidade soli-
empresa dos requisitos fixados pelo Ministério da dária não se aplica à administração pública dire-
Previdência e Assistência Social, para fins de enqua- ta, autárquica e fundacional, quando contratante
dramento de que trata o artigo anterior, o Instituto de serviços, inclusive de obra de construção civil,
Nacional do Seguro Social procederá à notificação reforma ou acréscimo, independentemente da for-
dos valores devidos. ma de contratação.
Parágrafo único. A administração pública con-
O FAP, Fator Acidentário de Prevenção, é aquele tratante de serviços, inclusive de construção civil
executados por meio de cessão de mão de obra ou
multiplicador, num intervalo de quatro casas deci-
empreitada parcial, efetuará a retenção prevista no
mais, entre 0,500 (meio) e 2,000 (dois inteiros), apli-
art. 219.
cado sobre o Seguro de Acidentes de Trabalho – SAT.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Art. 222 As empresas que integram grupo econômi-
O art. 202-A, regulamenta o critério de cálculo dos
co de qualquer natureza, bem como os produtores
índices de custo, frequência e gravidade, bem como a rurais integrantes do consórcio simplificado de que
disponibilização, anual, dos dados, pelo Ministério da trata o art. 200-A, respondem entre si, solidaria-
Economia. mente, pelas obrigações decorrentes do disposto
neste Regulamento.
Art. 220 O proprietário, o incorporador definido na Art. 222-A As empresas integrantes de consórcio
Lei nº 4.591, de 1964, o dono da obra ou condômino constituído nos termos do disposto nos art. 278 e
da unidade imobiliária cuja contratação da cons- art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
trução, reforma ou acréscimo não envolva cessão respondem pelas contribuições devidas, em relação
de mão-de-obra, são solidários com o construtor, às operações praticadas pelo consórcio, na propor-
e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cum- ção de sua participação no empreendimento.
primento das obrigações para com a seguridade § 1º O consórcio que realizar a contratação, em
social, ressalvado o seu direito regressivo contra o
nome próprio, de pessoas jurídicas e físicas, com ou
executor ou contratante da obra e admitida a reten-
sem vínculo empregatício, poderá efetuar a reten-
ção de importância a este devida para garantia do
ção das contribuições e cumprir as respectivas obri-
cumprimento dessas obrigações, não se aplicando,
gações acessórias, hipótese em que as empresas
em qualquer hipótese, o benefício de ordem.
consorciadas serão solidariamente responsáveis.
§1º Não se considera cessão de mão-de-obra, para
§ 2º Na hipótese de a retenção das contribuições ou
os fins deste artigo, a contratação de construção
o cumprimento das obrigações acessórias relativas
civil em que a empresa construtora assuma a res-
ao consórcio ser realizado por sua empresa líder,
ponsabilidade direta e total pela obra ou repasse o
as empresas consorciadas também serão solidaria-
contrato integralmente.
§ 2º O executor da obra deverá elaborar, distin- mente responsáveis.
tamente para cada estabelecimento ou obra de § 3º O disposto neste artigo abrange as contribui-
construção civil da empresa contratante, folha de ções destinadas a outras entidades e fundos, além
pagamento, Guia de Recolhimento do Fundo de da multa por atraso no cumprimento das obriga-
ções acessórias. 375
Art. 223 O operador portuário e o órgão gestor § 2º A entrega da Guia de Recolhimento do Fundo
de mão-de-obra são solidariamente responsáveis de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
pelo pagamento das contribuições previdenciárias Previdência Social deverá ser efetuada na rede ban-
e demais obrigações, inclusive acessórias, devidas cária, conforme estabelecido pelo Ministério da Pre-
à seguridade social, arrecadadas pelo Instituto vidência e Assistência Social, até o dia sete do mês
Nacional do Seguro Social, relativamente à requisi- seguinte àquele a que se referirem as informações.
ção de mão-de-obra de trabalhador avulso, vedada §3º A Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia
a invocação do benefício de ordem. do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
Social é exigida relativamente a fatos geradores
Aqui, estão tratados os casos de solidariedade, no ocorridos a partir de janeiro de 1999.
que diz respeito às contribuições previdenciárias. A res- § 4º O preenchimento, as informações prestadas
ponsabilidade solidária se dá nas situações em que mais e a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de
de uma figura serão sujeitos passivo da obrigação tribu- Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Pre-
tária de pagamento em razão da natureza do vínculo. vidência Social são de inteira responsabilidade da
Isto se dá, especialmente, na construção civil, com empresa.
exceção daquela relação em que o adquirente o faz § 5º A empresa manterá arquivados os documentos
por intermediação de empresa, como na aquisição de comprobatórios do cumprimento das obrigações de
imóvel na planta. que trata este artigo e os documentos comproba-
A solidariedade admite retenção, benefício de tórios do pagamento de benefícios previdenciários
ordem e ação de regresso. reembolsados até que ocorra a prescrição relativa
aos créditos decorrentes das operações a que os
Art. 225 A empresa é também obrigada a: documentos se refiram, observados o disposto no
I - preparar folha de pagamento da remuneração § 22 e nas normas estabelecidas pela Secretaria
paga, devida ou creditada a todos os segurados Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério
a seu serviço, devendo manter, em cada estabele- da Economia e pelo Conselho Curador do Fundo de
cimento, uma via da respectiva folha e recibos de Garantia do Tempo de Serviço.
pagamentos; § 6º O Instituto Nacional do Seguro Social e a Cai-
II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua xa Econômica Federal estabelecerão normas para
contabilidade, de forma discriminada, os fatos disciplinar a entrega da Guia de Recolhimento do
geradores de todas as contribuições, o montan- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Infor-
te das quantias descontadas, as contribuições da mações à Previdência Social, nos casos de rescisão
empresa e os totais recolhidos; contratual.
III - prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social § 8º O disposto neste artigo aplica-se, no que cou-
e à Secretaria da Receita Federal todas as informa- ber, aos demais contribuintes e ao adquirente, con-
ções cadastrais, financeiras e contábeis de interesse signatário ou cooperativa, sub-rogados na forma
dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem deste Regulamento.
como os esclarecimentos necessários à fiscalização; § 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I
IV - informar mensalmente ao Instituto Nacional do do caput, elaborada mensalmente, de forma cole-
Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhi- tiva por estabelecimento da empresa, por obra de
mento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço construção civil e por tomador de serviços, com a
e Informações à Previdência Social, na forma por correspondente totalização, deverá:
ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos I - discriminar o nome dos segurados, indicando
geradores de contribuição previdenciária e outras cargo, função ou serviço prestado;
informações de interesse daquele Instituto; II - agrupar os segurados por categoria, assim
VI - afixar cópia da Guia da Previdência Social, rela- entendido: segurado empregado, trabalhador avul-
tivamente à competência anterior, durante o perío- so, contribuinte individual;
do de um mês, no quadro de horário de que trata o III - destacar o nome das seguradas em gozo de
art. 74 da Consolidação das Leis do Trabalho. salário-maternidade;
VII - informar, anualmente, à Secretaria da Receita IV - destacar as parcelas integrantes e não inte-
Federal do Brasil, na forma por ela estabelecida, o grantes da remuneração e os descontos legais; e
nome, o número de inscrição na previdência social V - indicar o número de quotas de salário-família
e o endereço completo dos segurados de que trata atribuídas a cada segurado empregado ou traba-
o inciso III do § 15 do art. 9º, por ela utilizados no lhador avulso.
período, a qualquer título, para distribuição ou
§ 10. No que se refere ao trabalhador portuário
comercialização de seus produtos, sejam eles de
avulso, o órgão gestor de mão-de-obra elaborará a
fabricação própria ou de terceiros, sempre que se
folha de pagamento por navio, mantendo-a dispo-
tratar de empresa que realize vendas diretas.
nível para uso da fiscalização do Instituto Nacional
VIII - comunicar, mensalmente, os empregados a
do Seguro Social, indicando o operador portuário
respeito dos valores descontados de sua contribui-
e os trabalhadores que participaram da operação,
ção previdenciária e, quando for o caso, dos valores
detalhando, com relação aos últimos:
da contribuição do empregador incidentes sobre a
I - os correspondentes números de registro ou
remuneração do mês de competência por meio de
contracheque, recibo de pagamento ou documento cadastro no órgão gestor de mão-de-obra;
equivalente. II - o cargo, função ou serviço prestado;
§ 1º As informações prestadas na Guia de Recolhi- III - os turnos em que trabalharam; e
mento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço IV - as remunerações pagas, devidas ou creditadas
e Informações à Previdência Social servirão como a cada um dos trabalhadores e a correspondente
base de cálculo das contribuições arrecadadas pelo totalização.
Instituto Nacional do Seguro Social, comporão a § 11. No que se refere ao parágrafo anterior,
base de dados para fins de cálculo e concessão dos o órgão gestor de mão-de-obra consolidará as
benefícios previdenciários, bem como constituir-se- folhas de pagamento relativas às operações con-
-ão em termo de confissão de dívida, na hipótese do cluídas no mês anterior por operador portuário e
376 não-recolhimento. por trabalhador portuário avulso, indicando, com
relação a estes, os respectivos números de registro § 19. O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quan-
ou cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as do exigido pela fiscalização do Instituto Nacional
importâncias pagas e os valores das contribuições do Seguro Social, exibir as listas de escalação diá-
previdenciárias retidas. ria dos trabalhadores portuários avulsos, por ope-
§ 12. Para efeito de observância do limite máximo rador portuário e por navio.
da contribuição do segurado trabalhador avulso, § 20. Caberá exclusivamente ao órgão gestor de
de que trata o art. 198, o órgão gestor de mão-de-o- mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão dos
bra manterá resumo mensal e acumulado, por tra- dados lançados nas listas diárias referidas no pará-
balhador portuário avulso, dos valores totais das grafo anterior.
férias, do décimo terceiro salário e das contribui- § 21. Fica dispensado do cumprimento do disposto
ções previdenciárias retidas. nos incisos V e VI do caput o contribuinte indivi-
§ 13. Os lançamentos de que trata o inciso II do dual, em relação a segurado que lhe presta serviço.
caput, devidamente escriturados nos livros Diário e § 22. A empresa que utiliza sistema de processa-
Razão, serão exigidos pela fiscalização após noven- mento eletrônico de dados para o registro de negó-
ta dias contados da ocorrência dos fatos geradores cios e atividades econômicas, escrituração de livros
das contribuições, devendo, obrigatoriamente:
ou produção de documentos de natureza contábil,
I - atender ao princípio contábil do regime de com-
fiscal, trabalhista e previdenciária fica obrigada
petência; e
a arquivar e conservar, devidamente certificados,
II - registrar, em contas individualizadas, todos os
os sistemas e os arquivos, em meio eletrônico ou
fatos geradores de contribuições previdenciárias de
assemelhado, durante o prazo decadencial de que
forma a identificar, clara e precisamente, as rubri-
trata o art. 348, os quais ficarão à disposição da
cas integrantes e não integrantes do salário-de-con-
tribuição, bem como as contribuições descontadas fiscalização.
do segurado, as da empresa e os totais recolhidos, § 23. A cooperativa de trabalho e a pessoa jurídi-
por estabelecimento da empresa, por obra de cons- ca são obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto
trução civil e por tomador de serviços. Nacional do Seguro Social dos seus cooperados e
§ 14. A empresa deverá manter à disposição da contratados, respectivamente, como contribuintes
fiscalização os códigos ou abreviaturas que iden- individuais, se ainda não inscritos.
tifiquem as respectivas rubricas utilizadas na § 24. A empresa ou cooperativa adquirente, consu-
elaboração da folha de pagamento, bem como os midora ou consignatária da produção fica obrigada
utilizados na escrituração contábil. a fornecer ao segurado especial cópia do documen-
§ 15. A exigência prevista no inciso II do caput não to fiscal de entrada da mercadoria, onde conste,
desobriga a empresa do cumprimento das demais além do registro da operação realizada, o valor da
normas legais e regulamentares referentes à escri- respectiva contribuição previdenciária.
turação contábil. § 25. A contribuição do empregador de que trata o
§ 16. São desobrigadas de apresentação de escritu- inciso VIII do caput compreende aquela destinada
ração contábil: ao seguro de acidentes do trabalho e ao financia-
I - o pequeno comerciante, nas condições estabeleci- mento da aposentadoria especial, sem prejuízo de
das pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de março de 1969, outras contribuições incidentes sobre a remunera-
e seu Regulamento; ção do empregado.
II - a pessoa jurídica tributada com base no lucro Art. 226 O Município, por intermédio do órgão
presumido, de acordo com a legislação tributária competente, fornecerá ao Instituto Nacional do
federal, desde que mantenha a escrituração do Seguro Social, para fins de fiscalização, mensal-
Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário; e mente, relação de todos os alvarás para constru-
III - a pessoa jurídica que optar pela inscrição no ção civil e documentos de “habite-se” concedidos,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e de acordo com critérios estabelecidos pelo referido
Contribuições das Microempresas e Empresas de Instituto.
Pequeno Porte, desde que mantenha escrituração § 1º A relação a que se refere o caput será encami-
do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário. nhada ao INSS até o dia dez do mês seguinte àquele
§ 17. A empresa, agência ou sucursal estabeleci- a que se referirem os documentos.
da  no exterior deverá apresentar os documentos § 2º O encaminhamento da relação fora do prazo
comprobatórios do cumprimento das obrigações
ou a sua falta e a apresentação com incorreções ou
referidas neste artigo à sua congênere no Brasil,
omissões sujeitará o dirigente do órgão municipal
observada a solidariedade de que trata o art. 222.
à penalidade prevista na alínea “f” do inciso I do
§ 18. Para o cumprimento do disposto no inciso V
art. 283.
do caput serão observadas as seguintes situações:
I - caso a empresa possua mais de um estabeleci-
mento localizado em base geográfica diversa, a A obrigação tributária principal da empresa é a de
cópia da Guia da Previdência Social será encami- pagamento das contribuições. A Lei estabelece, ainda,
nhada ao sindicato representativo da categoria as obrigações acessórias, atreladas à documentação e às
profissional mais numerosa entre os empregados informações a serem prestadas para fins de fiscalização.
de cada estabelecimento;
II - a empresa que recolher suas contribuições em Art. 337 O acidente do trabalho será caracteriza-
mais de uma Guia da Previdência Social encami- do tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por
nhará cópia de todas as guias; meio da identificação do nexo entre o trabalho e o
III - a remessa poderá ser efetuada por qualquer agravo.
meio que garanta a reprodução integral do docu- § 1º O setor de benefícios do Instituto Nacional do
mento, cabendo à empresa manter, em seus arqui- Seguro Social reconhecerá o direito do segurado à
vos, prova do recebimento pelo sindicato; e habilitação do benefício acidentário.
IV - cabe à empresa a comprovação, perante a fisca- § 2º Será considerado agravamento do acidente
lização do Instituto Nacional do Seguro Social, do aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob a
cumprimento de sua obrigação frente ao sindicato. responsabilidade da reabilitação profissional. 377
§ 3º Considera-se estabelecido o nexo entre o tra- médico de saúde ocupacional e aqueles que digam
balho e o agravo quando se verificar nexo técnico respeito ao programa de prevenção de riscos ocu-
epidemiológico entre a atividade da empresa e a pacionais para verificar a eficácia das medidas
entidade mórbida motivadora da incapacidade, adotadas pela empresa para a prevenção e o con-
elencada na Classificação Internacional de Doen- trole das doenças ocupacionais.
ças - CID em conformidade com o disposto na Lista § 3º O INSS auditará a regularidade e a conformi-
C do Anexo II deste Regulamento. dade das demonstrações ambientais, incluindo-se
§ 4º Para os fins deste artigo, considera-se agravo as de monitoramento biológico, e dos controles
a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, internos da empresa relativos ao gerenciamento
disfunção ou síndrome de evolução aguda, suba- dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a
guda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, veracidade das informações prestadas pela empre-
inclusive morte, independentemente do tempo de sa e constantes do CNIS, bem como o cumprimento
latência. das obrigações relativas ao acidente de trabalho.
§ 5º Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a inca- § 4º Sempre que a Perícia Médica Federal constatar
pacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho o descumprimento do disposto neste artigo, esta
e o agravo, na forma prevista no § 3º, serão devidas comunicará formalmente aos demais órgãos inte-
as prestações acidentárias a que o beneficiário tiver ressados, inclusive para fins de aplicação e cobran-
direito. ça da multa devida.
§ 6º A Perícia Médica Federal deixará de aplicar o Art. 339 O Ministério do Trabalho e Emprego fis-
disposto no § 3º quando demonstrada a inexistên- calizará e os sindicatos e entidades representativas
cia de nexo entre o trabalho e o agravo, sem prejuí- de classe acompanharão o fiel cumprimento do dis-
zo do disposto no § 7º e no § 12. posto nos arts. 338 e 343.
§ 7º A empresa poderá requerer ao INSS a não apli- Art. 340 Por intermédio dos estabelecimentos de
cação do nexo técnico epidemiológico ao caso con- ensino, sindicatos, associações de classe, Fundação
creto mediante a demonstração de inexistência de Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
correspondente nexo entre o trabalho e o agravo. do Trabalho, órgãos públicos e outros meios, serão
§ 8ºO requerimento de que trata o § 7º poderá ser promovidas regularmente instrução e formação
apresentado no prazo de quinze dias da data para a com vistas a incrementar costumes e atitudes pre-
entrega, na forma do inciso IV do art. 225, da GFIP vencionistas em matéria de acidentes, especialmen-
que registre a movimentação do trabalhador, sob te daquele referido no art. 336.
pena de não conhecimento da alegação em instân- Art. 341 O INSS ajuizará ação regressiva contra os
cia administrativa. responsáveis nas hipóteses de:
§ 9º Caracterizada a impossibilidade de atendimen- I - negligência quanto às normas-padrão de segu-
to ao disposto no § 8º, motivada pelo não conhe- rança e higiene do trabalho indicadas para prote-
cimento tempestivo do diagnóstico do agravo, o ção individual e coletiva; e
requerimento de que trata o § 7º poderá ser apre- II - violência doméstica e familiar contra a mulher,
sentado no prazo de quinze dias, contado da data nos termos do disposto na Lei nº 11.340, de 7 de
em que a empresa tomar ciência da decisão a que agosto de 2006.
se refere o § 5º. § 1º Os órgãos de fiscalização das relações de traba-
§ 10. Juntamente com o requerimento de que tra- lho encaminharão à Procuradoria-Geral Federal os
tam os §§ 8º e 9º, a empresa formulará as alegações relatórios de análise de acidentes do trabalho com
que entender necessárias e apresentará as provas indícios de negligência quanto às normas-padrão de
que possuir demonstrando a inexistência de nexo segurança e higiene do trabalho indicadas para pro-
entre o trabalho e o agravo. teção individual e coletiva.
§ 11. A documentação probatória poderá trazer, § 2º O pagamento de prestações pela previdência
entre outros meios de prova, evidências  técnicas cir- social em decorrência das hipóteses previstas nos
cunstanciadas e tempestivas à exposição do segura- incisos I e II do caput não exclui a responsabilidade
do, podendo ser produzidas no âmbito de programas civil da empresa, na hipótese de que trata o inciso I
de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam do caput, ou do responsável pela violência domés-
responsável técnico legalmente habilitado. tica e familiar, na hipótese de que trata o inciso II
§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a con- do caput.
testação da empresa para que este, querendo, pos- Art. 342 O pagamento pela previdência social das
sa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de prestações decorrentes do acidente a que se refere
provas, ao disposto no § 10, sempre que a instrução o art. 336 não exclui a responsabilidade civil da
do pedido evidenciar a possibilidade de reconheci- empresa, do empregador doméstico ou de terceiros.
mento de inexistência do nexo entre o trabalho e o Art. 343 Constitui contravenção penal, punível com
agravo. multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
§ 13. Da decisão do requerimento de que trata o § segurança e saúde do trabalho.
7º cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte
da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao O Nexo Técnico Epidemiológico (NTPE) será carac-
Conselho de Recursos da Previdência Social, nos terizado pela perícia médica federal, com base na
termos dos arts. 305 a 310. relação entre o CID da doença e o CNAE da empresa.
Art. 338 A empresa é responsável pela adoção e Da decisão, cabe contestação no prazo de 15 (quinze)
uso de medidas coletivas e individuais de proteção dias, contados da data para entrega da GFIP.
à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos ris-
A contestação não tem efeito suspensivo, que ape-
cos ocupacionais por ela gerados.
nas é aplicado ao recurso interposto da decisão que
§ 1º É dever da empresa prestar informações por-
menorizadas sobre os riscos da operação a execu-
julga a contestação.
tar e do produto a manipular. A empresa tem a obrigação de manter saudável
§ 2º A Perícia Médica Federal terá acesso aos o ambiente de trabalho, adotando todas as medidas
ambientes de trabalho e a outros locais onde se protetivas, sendo certo que a perícia médica federal
encontrem os documentos referentes ao controle terá acesso à documentação e ao local de trabalho.
378
Vemos, na história, diversas ações assistenciais,
EXERCÍCIOS COMENTADOS mas, nos contornos atuais, a assistência social surgiu,
de fato, após a CF de 1988. Após a publicação da nossa
1. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Assinale a opção cor- atual constituição, no ano de 1993, tivemos a publica-
respondente a ocorrência que implica a perda, pelo ção da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS – Lei
contribuinte, da condição de segurado especial da pre- nº 8.742), estabelecendo normas e critérios para orga-
vidência social. Parte superior do formulário nizar a assistência em nosso país.
a) participar de plano de previdência complementar Primeiro, cabe estudar a assistência a partir da
b) explorar atividade turística na propriedade rural em Constituição Federal de 1988. Vejamos:
caráter permanente
c) ser beneficiário de programa assistencial oficial de Art. 203 A assistência social será prestada a quem
dela necessitar, independentemente de contribui-
governo
ção à seguridade social, e tem por objetivos:
d) outorgar a outrem até um terço da área do imóvel rural
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à
de sua propriedade
adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
A exploração turística é possível, apenas, por 120
III - a promoção da integração ao mercado de
(cento e vinte) dias no ano civil. Resposta: Letra B.
trabalho;
2. (ADAPTADA) Arthur, com 14 anos de idade, foi con- IV - a habilitação e reabilitação das pessoas porta-
tratado pela empresa Beta S/A para trabalhar como doras de deficiência e a promoção de sua integra-
ção à vida comunitária;
aprendiz. Ele estuda na parte da manhã e na parte
V - a garantia de um salário mínimo de benefício
tarde cumpre seu horário de trabalho. Neste caso, a
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao ido-
empresa Beta S/A deve recolher as contribuições rela-
so que comprovem não possuir meios de prover à
tivas ao vínculo, já que Arthur é segurado obrigatório própria manutenção ou de tê-la provida por sua
do RGPS na condição de empregado. família, conforme dispuser a lei.
Art. 204 As ações governamentais na área da
( ) CERTO  ( ) ERRADO
assistência social serão realizadas com recursos do
O menor aprendiz é segurado obrigatório como orçamento da seguridade social, previstos no art.
195, além de outras fontes, e organizadas com base
empregado. Resposta: Certo.
nas seguintes diretrizes:
3. (FCC — 2012 - Adaptada) No caso de opção pela I - descentralização político-administrativa, caben-
exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por do a coordenação e as normas gerais à esfera federal
e a coordenação e a execução dos respectivos pro-
tempo de contribuição, o segurado facultativo perten-
gramas às esferas estadual e municipal, bem como a
cente à família de baixa renda, que não possuir renda
entidades beneficentes e de assistência social;
própria e que se dedique exclusivamente ao trabalho
II - participação da população, por meio de orga-
doméstico no âmbito de sua residência, terá alíquota nizações representativas, na formulação das políti-
de contribuição incidente sobre o limite mínimo men- cas e no controle das ações em todos os níveis.
sal do salário de contribuição de 11% (onze por cento). Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Dis-
trito Federal vincular a programa de apoio à inclu-
( ) CERTO  ( ) ERRADO
são e promoção social até cinco décimos por cento
de sua receita tributária líquida, vedada a aplica-
Nesta situação, a alíquota de contribuição é de 5%.
ção desses recursos no pagamento de:
Resposta: Errado.
I - despesas com pessoal e encargos sociais;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


4. (CESPE-CEBRASPE — 2007) Célia é aposentada pelo II - serviço da dívida;
regime geral de previdência social e retornou à ativida- III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
de na qualidade de empregada, razão pela qual passou
a sujeitar-se novamente às contribuições previdenciá-
rias. Nessa situação, apesar de voltar a contribuir, Célia Perceba que a CF enumera a cobertura da assistên-
não terá direito a nova aposentadoria, mas terá direito cia social e estabelece as diretrizes no art. 204. Resu-
ao salário-maternidade. mindo, a Assistência Social:

( ) CERTO  ( ) ERRADO z Não exige contribuição prévia (não contributiva);


z Direciona ações de iniciativa social e pública;
O segurado aposentado que permanece ou retorna z Atende aos necessitados, provendo o mínimo social
ao mercado de trabalho é segurado obrigatório da e suas necessidades básicas.
previdência social, devendo contribuir. Todavia, tem
direito apenas a salário família, reabilitação profis- Definições e Objetivos
sional e salário maternidade. Resposta: Certo.
A Lei orgânica da assistência social, dispõe sobre a
organização da assistência social e traz relevante tex-
to no artigo primeiro. Vejamos:
LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS)
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e
A construção do direito de Assistência Social é algo dever do Estado, é Política de Seguridade Social não
extremamente recente em nosso país. A assistência contributiva, que provê os mínimos sociais, reali-
social constitui uma política pública, consagrada pela zada através de um conjunto integrado de ações de
iniciativa pública e da sociedade, para garantir
Constituição Federal de 1998, formando, junto com a
o atendimento às necessidades básicas.
saúde e a previdência social, a Seguridade Social. 379
Aqueles que necessitam, que se encontram em para o fortalecimento dos movimentos sociais e das
situação de vulnerabilidade e risco social, devem ser organizações de usuários, formação e capacitação de
acolhidos pelo Estado, através das medidas previstas lideranças, dirigidos ao público da política de assistên-
nas ações da assistência social. cia social, sempre respeitando as deliberações do CNAS
A assistência social é um direito do cidadão e dever – Conselho Nacional da Assistência Social. (§ 2º, art. 3º).
do Estado, tendo em vista que a Constituição Federal São entidades de defesa e garantia de direitos aque-
resguarda a prestação de serviços assistenciais a toda
las que, de forma continuada, permanente e planejada,
e qualquer pessoa que dela necessitar.
prestam serviços e executam programas e projetos vol-
O termo “não contributiva” reflete que a con-
cessão dos benefícios, previstos na assistência social, tados, prioritariamente, para a defesa e efetivação dos
diferentemente da previdência social, independe de direitos socioassistenciais, construção de novos direitos,
recolhimento de contribuições. promoção da cidadania, enfrentamento das desigualda-
Entende-se por “mínimos sociais” as necessidades des sociais, articulação com órgãos públicos de defesa
mínimas que o indivíduo necessita para manter sua de direitos, dirigidos ao público da política de assistência
subsistência com o mínimo de dignidade. social, respeitadas as deliberações do CNAS (§ 3º, art. 3º).
O art. 2º da LOAS estabelece os objetivos que devem
ser alcançados pela assistência social. Vejamos: Princípio e Diretrizes da Assistência Social

Art. 2º A assistência social tem por objetivos: O art. 4º da LOAS determina quais são os princí-
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à
pios da Assistência Social. Vejamos:
redução de danos e à prevenção da incidência de
riscos, especialmente: 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes
adolescência e à velhice;  princípios:
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;  I - supremacia do atendimento às necessida-
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;  des sociais sobre as exigências de rentabilidade
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com econômica;
deficiência e a promoção de sua integração à vida II - universalização dos direitos sociais, a fim de
comunitária; e  tornar o destinatário da ação assistencial alcançá-
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefí- vel pelas demais políticas públicas;
cio mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que III - respeito à dignidade do cidadão, à sua auto-
comprovem não possuir meios de prover a própria nomia e ao seu direito a benefícios e serviços de
manutenção ou de tê-la provida por sua família; 
qualidade, bem como à convivência familiar e
II - a vigilância socioassistencial, que visa a ana-
comunitária, vedando-se qualquer comprovação
lisar territorialmente a capacidade protetiva das
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de vexatória de necessidade;
ameaças, de vitimizações e danos;  IV - igualdade de direitos no acesso ao atendi-
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o ple- mento, sem discriminação de qualquer natureza,
no acesso aos direitos no conjunto das provisões garantindo-se equivalência às populações urbanas
socioassistenciais.  e rurais;
Parágrafo único.  Para o enfrentamento da pobreza, V - divulgação ampla dos benefícios, serviços,
a assistência social realiza-se de forma integrada programas e projetos assistenciais, bem como dos
às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais recursos oferecidos pelo Poder Público e dos crité-
e provimento de condições para atender contingên- rios para sua concessão.
cias sociais e promovendo a universalização dos
direitos sociais.
A organização da assistência social tem, como dire-
A Assistência Social concede diversos benefícios e trizes, de acordo com o art. 5º da LOAS, a:
coordena programas de inclusão social.
Na integração de políticas setoriais, cabe ressaltar I - descentralização político-administrativa para
que o Governo utiliza do CadÚnico – Cadastro Único os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e
para Programas Sociais do Governo Federal – como comando único das ações em cada esfera de governo;
instrumento para a integração de todos os programas II - participação da população, por meio de orga-
sociais promovidos por ele. nizações representativas, na formulação das políti-
De acordo com o art. 3º, para a promoção da assis- cas e no controle das ações em todos os níveis;
tência social em nosso país, temos entidades e orga- III - primazia da responsabilidade do Estado na
nizações de assistência social sem fins lucrativos que, condução da política de assistência social em cada
isoladas ou cumulativamente, prestam atendimento esfera de governo.
e assessoramento aos beneficiários da assistência e
atuam na defesa e garantia de direitos. Dica
Tais entidades são aquelas que, de forma continua-
da, permanente e planejada, prestam serviços, execu- Para a prova, atente-se em diferenciar os princí-
tam programas ou projetos e concedem benefícios de pios das diretrizes. Tal diferenciação pode ser
prestação social básica ou especial, dirigidos às famí- alvo de pegadinha do examinador. Vejamos:
lias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou Princípios = genéricos (respeito, igualdade, uni-
risco social e pessoal (§ 1º, art. 3º). Já as entidades de versalização, supremacia) + 1 concreto (divulga-
assessoramento são aquelas que, de forma continuada,
ção das prestações);
permanente e planejada, prestam serviços e executam
programas ou projetos voltados, prioritariamente, Diretrizes = concretos (descentralização, respon-
380 sabilidade do Estado, participação da população).
Organização e Gestão das potencialidades e aquisições e a proteção de
famílias e indivíduos para o enfrentamento das
Quanto à organização e gestão, primeiramente, situações de violação de direitos.
cabe ressaltar que todas as ações na área da assis-
tência social estão subordinadas e coordenadas pelo Atente-se às palavras chaves:
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a
Fome sendo a assistência social organizada sob forma
descentralizada e participativa denominada de SUAS Proteção social
básica Prevenção
– Sistema Único de Assistência Social, com os seguin-
tes objetivos: Proteção
Proteção
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinancia- social especial Reconstrução
mento e a cooperação técnica entre os entes federa-
tivos que, de modo articulado, operam a proteção
social não contributiva; A vigilância socioassistencial é um dos instru-
II - integrar a rede pública e privada de serviços, mentos de proteção da assistência social que identi-
programas, projetos e benefícios de assistência fica e previne as situações de risco e vulnerabilidade
social, na forma do art. 6o-C;  social e seus agravos no território, vinculada ao SUAS
III - estabelecer as responsabilidades dos entes (art. 6-A, parágrafo único). É destinada a apoiar as ati-
federativos na organização, regulação, manuten- vidades de planejamento, supervisão e execução dos
ção e expansão das ações de assistência social; serviços socioassistenciais.
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diver- As proteções básicas e especiais são ofertadas pelo
sidades regionais e municipais;
Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e
V - implementar a gestão do trabalho e a educação
Creas (Centro de Referência Especializado de Assistên-
permanente na assistência social;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e cia Social), respectivamente, que são unidades públi-
benefícios; cas estatais instituídas no âmbito do SUAS, os quais
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a possuem interface com as demais políticas públicas e
garantia de direitos. articulam, coordenam e ofertam os serviços, progra-
mas, projetos e benefícios da assistência social, além
As ações oferecidas pelo SUAS visam à proteção à de entidades sem fins lucrativos.
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à A legislação estrutura o Cras e Creas no art. 6º-C.
velhice e, como base de organização, o território, sen- Vejamos:
do o referido Sistema integrado pelos entes federati-
vos, pelos respectivos conselhos de assistência social § 1º O Cras é a unidade pública municipal, de
e pelas entidades e organizações de assistência social base territorial, localizada em áreas com maiores
abrangidas pela lei. (§§ 1º e 2º, art. 6º). índices de vulnerabilidade e risco social, destinada
Cabe à instância coordenadora da Política Nacio- à articulação dos serviços socioassistenciais no seu
nal de Assistência Social normatizar e padronizar o território de abrangência e à prestação de serviços,
emprego e a divulgação da identidade visual do SUAS programas e projetos socioassistenciais de prote-
e tal identidade deverá prevalecer na identificação de ção social básica às famílias.
unidades públicas estatais, entidades e organizações § 2º O Creas é a unidade pública de abrangên-
de assistência social, serviços, programas, projetos e cia e gestão municipal, estadual ou regional,
destinada à prestação de serviços a indivíduos e
benefícios vinculados ao Suas. (§§ 3º e 4º, art. 6º).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


famílias que se encontram em situação de risco pes-
soal ou social, por violação de direitos ou contin-
gência, que demandam intervenções especializadas
Importante! da proteção social especial.
Art. 6º, § 3º A instância coordenadora da Política
Nacional de Assistência Social é o Ministério do Veja o que dispõe a legislação:
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Art. 6oD As instalações dos Cras e dos Creas devem
ser compatíveis com os serviços neles ofertados,
Além disso, organiza-se em dois grupos de proteção: com espaços para trabalhos em grupo e ambientes
específicos para recepção e atendimento reservado
z Proteção Social Básica; das famílias e indivíduos, assegurada a acessibili-
z Proteção Social especial. dade às pessoas idosas e com deficiência.
Art. 6o E  Os recursos do cofinanciamento do Suas,
Art. 6o A A assistência social organiza-se pelos seguin- destinados à execução das ações continuadas de assis-
tes tipos de proteção: tência social, poderão ser aplicados no pagamento dos
I - proteção social básica: conjunto de serviços, profissionais que integrarem as equipes de referên-
programas, projetos e benefícios da assistência cia, responsáveis pela organização e oferta daquelas
social que visa a prevenir situações de vulnerabili- ações, conforme percentual apresentado pelo Minis-
dade e risco social por meio do desenvolvimento de tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e
potencialidades e aquisições e do fortalecimento de aprovado pelo CNAS.
vínculos familiares e comunitários;  Parágrafo único.  A formação das equipes de refe-
II - proteção social especial: conjunto de serviços, rência deverá considerar o número de famílias e
programas e projetos que tem por objetivo contri- indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de
buir para a reconstrução de vínculos familiares e atendimento e as aquisições que devem ser garanti-
comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das aos usuários, conforme deliberações do CNAS. 381
Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito Art. 12-A [...]
das entidades e organizações de assistência social, § 4º Para fins de fortalecimento dos Conselhos de
observarão as normas expedidas pelo Conselho Assistência Social dos Estados, Municípios e Dis-
Nacional de Assistência Social (CNAS), de que trata trito Federal, percentual dos recursos transferidos
o art. 17 desta lei. deverá ser gasto com atividades de apoio técnico
e operacional àqueles colegiados, na forma fixa-
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os da pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
Municípios, observados os princípios e diretrizes esta- Combate à Fome, sendo vedada a utilização dos
belecidos nesta lei, fixarão suas respectivas Políticas recursos para pagamento de pessoal efetivo e de
de Assistência Social. gratificações de qualquer natureza a servidor
público estadual, municipal ou do Distrito Federal.
Art. 9º O funcionamento das entidades e orga-
nizações de assistência social depende de prévia z Compete aos Estados:
inscrição no respectivo Conselho Municipal de
Assistência Social, ou no Conselho de Assistência Art. 13 [...]
Social do Distrito Federal, conforme o caso. I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a
§ 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios título de participação no custeio do pagamento dos
de inscrição e funcionamento das entidades com benefícios eventuais, mediante critérios estabeleci-
atuação em mais de um município no mesmo Esta- dos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social;
do, ou em mais de um Estado ou Distrito Federal. II - cofinanciar, por meio de transferência automá-
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência tica, o aprimoramento da gestão, os serviços, os
Social e ao Conselho de Assistência Social do Dis- programas e os projetos de assistência social em
trito Federal a fiscalização das entidades referidas âmbito regional ou local;
no caput na forma prevista em lei ou regulamento. III - atender, em conjunto com os Municípios, às
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) ações assistenciais de caráter de emergência;
§ 4º As entidades e organizações de assistência IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as
social podem, para defesa de seus direitos referen- associações e consórcios municipais na prestação
tes à inscrição e ao funcionamento, recorrer aos de serviços de assistência social;
Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e do V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou
Distrito Federal. ausência de demanda municipal justifiquem uma
rede regional de serviços, desconcentrada, no âmbi-
A LOAS prevê que a União, os Estados, os Muni- to do respectivo Estado.
cípios e o Distrito Federal podem celebrar convênios VI - realizar o monitoramento e a avaliação da
com entidades e organizações de assistência social, política de assistência social e assessorar os Muni-
em conformidade com os Planos aprovados pelos res- cípios para seu desenvolvimento.
pectivos Conselhos. (art. 10).
z Compete ao Distrito Federal:
Art. 11 As ações das três esferas de governo na área
de assistência social realizam-se de forma articula- Art. 14 [...]
da, cabendo a coordenação e as normas gerais à I - destinar recursos financeiros para custeio do
esfera federal e a coordenação e execução dos pro- pagamento dos benefícios eventuais, mediante cri-
gramas, em suas respectivas esferas, aos Estados, térios estabelecidos pelos Conselhos de Assistência
ao Distrito Federal e aos Municípios. Social do Distrito Federal;
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e
Analisaremos, a seguir, o que compete à cada ente. funeral;
III - executar os projetos de enfrentamento da
z Compete à União: pobreza, incluindo a parceria com organizações da
sociedade civil;
Art. 12 [...] IV - atender às ações assistenciais de caráter de
I - responder pela concessão e manutenção dos emergência;
benefícios de prestação continuada definidos no V - prestar os serviços socieassistenciais.
art. 203 da Constituição Federal; VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
II - cofinanciar, por meio de transferência automá- serviços, os programas e os projetos de assistência
tica, o aprimoramento da gestão, os serviços, os social em âmbito local;
programas e os projetos de assistência social em VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
âmbito nacional; política de assistência social em seu âmbito.
III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, às ações assistenciais de z Compete aos Municípios:
caráter de emergência.
IV - realizar o monitoramento e a avaliação da polí- Art. 15 [...]
tica de assistência social e assessorar Estados, Dis- I - destinar recursos financeiros para custeio do
trito Federal e Municípios para seu desenvolvimento. pagamento dos benefícios eventuais, mediante cri-
térios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de
Ainda, a União apoiará, financeiramente, o apri- Assistência Social;
moramento à gestão descentralizada dos serviços, II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e
programas, projetos e benefícios de assistência social, funeral;
por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) III - executar os projetos de enfrentamento da pobre-
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), para za, incluindo a parceria com organizações da socie-
a utilização, no âmbito dos Estados, dos Municípios e dade civil;
do Distrito Federal, destinado, sem prejuízo de outras IV - atender às ações assistenciais de caráter de
emergência;
382 ações a serem definidas (art. 12-A).
V - prestar os serviços socioassistenciais z Compete ao CNAS:
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas e os projetos de assistência Art. 18 Compete ao Conselho Nacional de Assistên-
social em âmbito local; cia Social:
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social;
política de assistência social em seu âmbito II - normatizar as ações e regular a prestação de
serviços de natureza pública e privada no campo
INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS DO SUAS da assistência social;
III - acompanhar e fiscalizar o processo de certifi-
O SUAS possui instâncias deliberativas, compos- cação das entidades e organizações de assistência
ta de membros do Governo e da sociedade civil, de social no Ministério do Desenvolvimento Social e
caráter permanente, atendendo ao princípio consti- Combate à Fome;
tucional da gestão administrativa através de órgãos IV - apreciar relatório anual que conterá a relação
colegiados (art. 194 da CF). de entidades e organizações de assistência social
São instâncias do SUAS (art. 16): certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para
conhecimento dos Conselhos de Assistência Social
z Conselho Nacional de Assistência Social; dos Estados, Municípios e do Distrito Federal;
z os Conselhos Estaduais de Assistência Social; V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado
z Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; e participativo de assistência social;
z os Conselhos Municipais de Assistência Social. VI - a partir da realização da II Conferência Nacio-
nal de Assistência Social em 1997, convocar ordi-
Art. 16 [...] nariamente a cada quatro anos a Conferência
Parágrafo único: Os Conselhos de Assistência Social Nacional de Assistência Social, que terá a atri-
estão vinculados ao órgão gestor de assistência buição de avaliar a situação da assistência social
social, que deve prover a infraestrutura necessária e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do
ao seu funcionamento, garantindo recursos mate- sistema;
riais, humanos e financeiros, inclusive com despe- VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária
sas referentes a passagens e diárias de conselheiros da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão
representantes do governo ou da sociedade civil, da Administração Pública Federal responsável pela
quando estiverem no exercício de suas atribuições.   coordenação da Política Nacional de Assistência
Social;
De acordo com o art. 17, o CNAS é o órgão supe- IX - aprovar critérios de transferência de recur-
rior de deliberação, vinculado à estrutura do órgão da sos para os Estados, Municípios e Distrito Fede-
Administração Pública Federal responsável pela coor- ral, considerando, para tanto, indicadores que
denação da Política Nacional de Assistência Social, informem sua regionalização mais eqüitativa, tais
cujos membros, nomeados pelo Presidente da Repú- como: população, renda per capita, mortalidade
blica, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma infantil e concentração de renda, além de discipli-
única recondução por igual período, composto por 18 nar os procedimentos de repasse de recursos para
membros e suplentes, cujos nomes são indicados ao as entidades e organizações de assistência social,
órgão da Administração Pública Federal responsável sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes
pela coordenação da Política Nacional de Assistência Orçamentárias;
Social, de acordo com os critérios seguintes: X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos,
bem como os ganhos sociais e o desempenho dos
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluin- programas e projetos aprovados;
do 1 (um) representante dos Estados e 1 (um) dos XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


Municípios; programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, den- de Assistência Social (FNAS);
tre representantes dos usuários ou de organizações XII - indicar o representante do Conselho Nacional
de usuários, das entidades e organizações de assis- de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho
tência social e dos trabalhadores do setor, escolhi- Nacional da Seguridade Social;
dos em foro próprio sob fiscalização do Ministério XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;
Público Federal. XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as
suas decisões, bem como as contas do Fundo Nacio-
O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) nal de Assistência Social (FNAS) e os respectivos
é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre pareceres emitidos.
seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permiti-
da uma única recondução por igual período. O Conse- Analisaremos, finalmente, o art. 19 da LOAS. Veja
lho Nacional de Assistência Social (CNAS) contará com a seguir:
uma Secretaria Executiva, a qual terá sua estrutura dis-
ciplinada em ato do Poder Executivo (§§ 2º e 3º, art. 17). Art. 19 Compete ao órgão da Administração Públi-
Os Conselhos Estaduais de Assistência Social, de ca Federal responsável pela coordenação da Políti-
Assistência Social do Distrito Federal e Conselhos ca Nacional de Assistência Social:
Municipais de Assistência Social possuem competência I - coordenar e articular as ações no campo da
para acompanhar a execução da política de assistên- assistência social;
cia social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social
em consonância com as diretrizes das conferências (CNAS) a Política Nacional de Assistência Social, suas
nacionais, estaduais, distrital e municipais, de acordo normas gerais, bem como os critérios de prioridade e
com seu âmbito de atuação e deverão ser instituídos, de elegibilidade, além de padrões de qualidade na pres-
respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e tação de benefícios, serviços, programas e projetos;
III - prover recursos para o pagamento dos bene-
pelos Municípios, mediante lei específica (§ 4º, art. 17).
fícios de prestação continuada definidos nesta lei; 383
IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamen- Analisaremos o benefício juntamente com o que pre-
tária da assistência social, em conjunto com as vê o Decreto nº 6.214/2007 que regulamenta o Benefício
demais da Seguridade Social; de Prestação Continuada, previsto no artigo 20 da LOAS.
V - propor os critérios de transferência dos recur- O Benefício de Prestação Continuada integra a proteção
sos de que trata esta lei; social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência
VI - proceder à transferência dos recursos destina- Social - SUAS, instituído pelo Ministério do Desenvolvimen-
dos à assistência social, na forma prevista nesta lei;
to Social e Agrário em consonância com o estabelecido pela
VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacio-
Política Nacional de Assistência Social - PNAS.
nal de Assistência Social (CNAS) relatórios tri-
mestrais e anuais de atividades e de realização O Benefício de Prestação Continuada da Assistên-
financeira dos recursos; cia Social (BPC-LOAS) é devido aos idosos e às pessoas
VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, com deficiência para que tenham condições mínimas
ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e de uma vida digna.
organizações de assistência social; Assim, é considerado pela Lei, de acordo com o art. 20:
IX - formular política para a qualificação sistemáti-
ca e continuada de recursos humanos no campo da IDOSO DEFICIENTE
assistência social;
X - desenvolver estudos e pesquisas para funda- Impedimento de longo prazo
mentar as análises de necessidades e formulação de natureza física, mental, inte-
de proposições para a área; lectual ou sensorial, que pode
XI - coordenar e manter atualizado o sistema de 65 anos ou mais obstruir sua participação plena
cadastro de entidades e organizações de assistên- e efetiva na sociedade em igual-
cia social, em articulação com os Estados, os Muni- dade de condições com as de-
cípios e o Distrito Federal; mais pessoas.
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas
políticas de saúde e previdência social, bem como Comprovem não possuir meios
com os demais responsáveis pelas políticas sócio-e- Comprovem não pos- de prover a própria manuten-
conômicas setoriais, visando à elevação do patamar suir meios de prover ção nem de tê-la provida por
mínimo de atendimento às necessidades básicas; sua família.
a própria manutenção
XIII - expedir os atos normativos necessários à
nem de tê-la provida Impedimento de longo prazo =
gestão do Fundo Nacional de Assistência Social
por sua família efeitos pelo prazo mínimo de 2
(FNAS), de acordo com as diretrizes estabeleci-
das pelo Conselho Nacional de Assistência Social anos.
(CNAS);
XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional
de Assistência Social (CNAS) os programas anuais
e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo Importante!
Nacional de Assistência Social (FNAS). Para o Estatuto do Idoso, a idade que se conside-
Parágrafo único.  A atenção integral à saúde, inclu-
ra idoso é 60 anos e, para o LOAS, 65 anos. Não
sive a dispensação de medicamentos e produtos
de interesse para a saúde, às famílias e indivíduos confunda!
em situações de vulnerabilidade ou risco social e
pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á indepen-
dentemente da apresentação de documentos que
De acordo com o § 3º, inciso I, do art. 20 da LOAS,
comprovem domicílio ou inscrição no cadastro no para que o idoso ou deficiênte faça jus ao benefício,
Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com deverá comprovar renda mensal familiar per capita
a diretriz de articulação das ações de assistência inferior a ¼ do salário mínimo vigente, demonstrando
social e de saúde a que se refere o inciso XII deste não possuir meios de manter-se.
artigo. A renda mensal bruta familiar é a soma dos rendi-
mentos brutos auferidos mensalmente pelos membros
DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS da família composta por salários, proventos, pen-
PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA sões, pensões alimentícias, benefícios de previdência
SOCIAL pública ou privada, seguro-desemprego, comissões,
pro-labore, outros rendimentos do trabalho não assa-
A Assistência Social prevê benefícios, os quais com- lariado, rendimentos do mercado informal ou autô-
preendem prestações pecuniárias relativas aos servi- nomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda
ços, programas e projetos na área da assistência social. Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada,
Abordaremos, a seguir, o que está previsto na LOAS salvo as seguintes verbas:
sobre cada área.
z Benefícios e auxílios assistenciais de natureza
Do Benefício de Prestação Continuada eventual e temporária;
z Valores oriundos de programas sociais de transfe-
O BPC LOAS – Benefício de Prestação Continuada, rência de renda;
também conhecido por “aposentadoria que não precisa z Bolsas de estágio supervisionado;
contribuir”, é, talvez, o mais importante dentre os quais z Pensão especial de natureza indenizatória e bene-
iremos estudar, pois ele é operacionalizado pelo INSS. fícios de assistência médica;
É costumeiro confundir esse benefício com o z Rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem
benefício previdenciário, mas, como você bem sabe, regulamentadas em ato conjunto do Ministério do
nenhum benefício previdenciário é concedido sem Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do INSS;
384 contribuição prévia. Atente-se a isso! z Rendimentos decorrentes de contrato de aprendizagem.
Para cálculo da renda familiar, é considerado o A contratação de pessoa com deficiência como
número de pessoas que vivem na mesma casa, com- aprendiz não acarreta a suspensão do benefício de
posto por: prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o rece-
bimento concomitante da remuneração e do benefí-
z Requerente; cio, conforme a LOAS (§ 2º, art. 21-A).
z Cônjuge, companheiro(a); São requisitos para a concessão, a manutenção e a
z Filhos e enteados solteiros e menores tutelados; revisão do benefício as inscrições no Cadastro de Pes-
z Pais e, na ausência destes, a madrasta ou o padrasto; soas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para Programas
z Irmãos solteiros. Sociais do Governo Federal – Cadastro Único, confor-
me dispõe o § 12 do art.20.
O benefício assistencial pode ser pago a mais de Por fim, de acordo com o art. 20-A, em razão do
um membro da família desde que comprovadas todas
estado de calamidade pública reconhecido pelo Decre-
a condições exigidas (§ 15, art. 20).
to Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emer-
O benefício de prestação continuada ou o benefício
gência de saúde pública de importância internacional
previdenciário no valor de até 1 (um) salário mínimo
decorrente do coronavírus (Covid-19), o critério de
concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos
de idade ou pessoa com deficiência não será compu- aferição da renda familiar mensal per capita poderá
tado, para fins de concessão do benefício de prestação ser ampliado para até 1/2 (meio) salário mínimo.
continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência
da mesma família no cálculo da renda (§ 14, art. 20). Dos Benefícios Eventuais
Ainda, não poderá receber o benefício conjuta-
mente com qualquer outro no âmbito da seguridade Art. 22 Entendem-se por benefícios eventuais as
social ou de outro regime (aposentadoria, pensão por provisões suplementares e provisórias que inte-
morte), salvo os da assistência médica e da pensão gram organicamente as garantias do Suas e são
especial de natureza indenizatória. prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de
Caso o beneficiário seja acolhido em instituições nascimento, morte, situações de vulnerabilidade
de longa permanências, como, por exemplo, em casas temporária e de calamidade pública.
de repouso, o benefício continuará sendo pago.
O benefício assistencial é intransferível e, portan- São benefícios eventuais as provisões suplemen-
to, não gera pensão aos dependentes. Também não tares e provisórias que integram organicamente as
gera abono anual ao beneficiário. garantias do SUAS e são prestadas aos cidadãos e às
Se cessar o benefício, por não preencher mais requisi- famílias em virtude de3:
tos, não impedirá uma nova concessão se for necessário.
A avaliação da deficiência e o grau de impedimen- z Nascimento: para atender às necessidades do bebê
to no casos dos deficientes será pela perícia do INSS. que vai nascer; apoiar a mãe nos casos em que o
Além disso, a renda da pessoa com deficiência, que bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento
trabalhar na condição de aprendiz, não será conside- e apoiar a família em caso de morte da mãe;
rada para fins do cálculo da renda per capita familiar. z Morte: para atender às necessidades urgentes da
O BPC – LOAS será revisto a cada dois anos, cessan- família após a morte de um de seus provedores ou
do no momento que forem superadas as condições de membros; atender às despesas de urna funerária,
miserabilidade, quando não existir mais a necessidade velório e sepultamento, desde que não haja, no
de manter este benefício, ou em caso de morte do bene- município, outro benefício que garanta o atendi-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


ficiário, sendo, também, cancelado se constar qualquer mento a essas despesas;
irregularidade na concessão ou utilização do benefício.
z Vulnerabilidade Temporária: para o enfrentamen-
Com relação aos deficientes, a Lei dita que “o
to de situações de riscos, perdas e danos à integrida-
desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras
de da pessoa e/ou de sua família e outras situações
ou educacionais e a realização de atividades não remu-
neradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não sociais que comprometam a sobrevivência;
constituem motivo de suspensão ou cessação do benefí- z Calamidade Pública: para garantir os meios neces-
cio da pessoa com deficiência”. sários à sobrevivência da família e do indivíduo, com
Para as pessoas com deficiência, a cessação do bene- o objetivo de assegurar a dignidade e a reconstrução
fício não impede nova concessão do benefício, desde da autonomia das pessoas e famílias atingidas.
que atendidos os requisitos definidos em regulamento.
O art. 21-A da LOAS determina que o BPC será sus- A concessão e o valor dos benefícios, de acordo com
penso pelo órgão concedente quando a pessoa com o § 1º do art. 22, serão definidos pelos Estados, Distrito
deficiência exercer atividade remunerada, inclusi- Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis orça-
ve na condição de microempreendedor individual, mentárias anuais, com base em critérios e prazos defini-
extinta esta situação (atividade empreendedora ou a dos pelos respectivos Conselhos de Assistência Social.
relação trabalhista) e, quando for o caso, encerrado
o prazo de pagamento do seguro-desemprego e, não § 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representações
tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer de Estados e Municípios dele participantes, poderá
benefício previdenciário, poderá ser requerida a con- propor, na medida das disponibilidades orçamentá-
tinuidade do pagamento do benefício suspenso, sem rias das 3 (três) esferas de governo, a instituição
necessidade de realização de perícia médica ou reava- de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vin-
liação da deficiência e do grau de incapacidade para te e cinco por cento) do salário-mínimo para cada
esse fim, respeitado o período de revisão de dois anos. criança de até 6 (seis) anos de idade.

3 Conceitos disponíveis em: http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/beneficios-assistenciais/beneficios-eventuais. 385


Por fim, de acordo com o § 3º, os benefícios even- Art. 24-C Fica instituído o Programa de Erradicação
tuais subsidiários não poderão ser cumulados com do Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial,
aqueles instituídos pelas Leis nº 10.954, de 29 de integrante da Política Nacional de Assistência Social,
setembro de 2004 (Auxílio Emergencial Financeiro, que, no âmbito do Suas, compreende transferências
destinado a socorrer e a assistir famílias com renda de renda, trabalho social com famílias e oferta de ser-
mensal média de até 2 (dois) salários mínimos, atingi- viços socioeducativos para crianças e adolescentes
das por desastres, no Distrito Federal e nos Municípios que se encontrem em situação de trabalho.
em estado de calamidade pública ou em situação de § 1º O Peti tem abrangência nacional e será desen-
emergência reconhecidos pelo Governo Federal) e nº volvido de forma articulada pelos entes federados,
10.458, de 14 de maio de 2002 (Programa Bolsa-Renda com a participação da sociedade civil, e tem como
para atendimento dos agricultores e familiares atingi- objetivo contribuir para a retirada de crianças e
dos pelos efeitos da estiagem). adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis)
anos em situação de trabalho, ressalvada a condi-
Dos Serviços ção de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos.
§ 2º As crianças e os adolescentes em situação de
Art. 23 Entendem-se por serviços socioassistenciais trabalho deverão ser identificados e ter os seus
as atividades continuadas que visem à melhoria de dados inseridos no Cadastro Único para Programas
vida da população e cujas ações, voltadas para as Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com a devi-
necessidades básicas, observem os objetivos, prin- da identificação das situações de trabalho infantil.
cípios e diretrizes estabelecidos nesta lei.
Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
De acordo com o § 2º deste artigo, na organização
dos serviços da assistência social serão criados pro- Conforme preveem os arts. 25 e 26 da Lei Orgânica
gramas de amparo, entre outros: da Assistência Social, os projetos de enfrentamento da
pobreza compreendem a instituição de investimen-
z Às crianças e adolescentes em situação de risco to econômico-social nos grupos populares, buscan-
pessoal e social, cumprindo com a CF e o ECA; do subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas
z Às pessoas que vivem em situação de rua. que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de
gestão para a melhoria das condições gerais de sub-
Dos Programas de Assistência Social sistência, a elevação do padrão da qualidade de vida,
a preservação do meio-ambiente e sua organização
De acordo com o art. 24, os programas de assistên- social, através de mecanismos de articulação com as
cia social compreendem ações integradas e comple- diferentes áreas do Governo e em sistema de coopera-
mentares com objetivos, tempo e área de abrangência ção entre organismos governamentais, não governa-
definidos para qualificar, incentivar e melhorar os mentais e da sociedade civil.
benefícios e os serviços assistenciais, definidos pelos
respectivos Conselhos de Assistência Social, com prio-
ridade para a inserção profissional e social.
Os programas voltados para o idoso e a integração da EXERCÍCIOS COMENTADOS
pessoa com deficiência serão devidamente articulados
com o benefício de prestação continuada (§ 2º, art. 24). 1. (FCC – 2013) Nos termos da Lei Orgânica da Assistên-
No art. 24-A e 24- B da LOAS, fica instituído Progra- cia Social - Lei nº 8.742/93, é correto afirmar que
mas, visando a proteção da Família. Vejamos:
a) é competência estadual a prestação dos serviços
Art. 24-A Fica instituído o Serviço de Proteção e assistenciais cujos custos ou ausência de demanda
Atendimento Integral à Família (Paif), que integra a municipal justifiquem uma rede regional de serviços,
proteção social básica e consiste na oferta de ações e desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado.
serviços socioassistenciais de prestação continuada, b) a promoção da integração ao mercado de trabalho
nos Cras, por meio do trabalho social com famílias não se constitui em objetivo da assistência social por
em situação de vulnerabilidade social, com o objeti- falta de previsão legal.
vo de prevenir o rompimento dos vínculos familiares c) é da competência concorrente dos Estados e dos
e a violência no âmbito de suas relações, garantindo Municípios responder pela concessão e manutenção
o direito à convivência familiar e comunitária. dos benefícios de prestação continuada definidos no
Parágrafo único.  Regulamento definirá as diretri- art. 203 da Constituição Federal.
zes e os procedimentos do Paif. d) o benefício de prestação continuada é a garantia de
Art. 24-B Fica instituído o Serviço de Proteção e
02 (dois) salários mínimos mensais à pessoa com
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais
(Paefi), que integra a proteção social especial e con-
siste no apoio, orientação e acompanhamento a que comprovem não possuir meios de prover a própria
famílias e indivíduos em situação de ameaça ou vio- manutenção nem de tê-la provida por sua família.
lação de direitos, articulando os serviços socioas- e) a organização da assistência social tem como base
sistenciais com as diversas políticas públicas e com a diretriz da centralização político-administrativa e o
órgãos do sistema de garantia de direitos. comando único das ações apenas pelos municípios,
Parágrafo único.  Regulamento definirá as diretri- onde estarão inseridas as políticas sociais próximas
zes e os procedimentos do Paefi. da população carente.

Também é previsto, no art. 24-C, o Peti (Programa Questão com “texto de lei”, ou seja, a questão é
de Erradicação do Trabalho Infantil), visando, como o resolvida por meio do conhecimento sobre o texto
próprio nome diz, a erradicação do trabalho infantil. da lei. Analisemos as alternativas: a) Certa: cópia do
386 Vejamos: artigo 13, V da LOAS – Lei Orgânica da Assistência
Social. b) Errada: é um dos objetivos previstos no 3. (CESPE-CEBRASPE —2019) A respeito de princípios
artigo 2º da LOAS. c) Errada: de acordo com o arti- constitucionais relativos à seguridade social, julgue o
go 12 da LOAS, é competência da União, sendo este item a seguir.
benefício operacionalizado pelo INSS – Instituto O princípio da diversidade da base de financiamento é
Nacional do Seguro Social. d) Errada: é apenas um imprescindível para a manutenção da saúde financeira
salário mínimo e para idosos com 65 anos ou mais, e atuarial do sistema de seguridade social, uma vez
conforme determina o artigo 20 da LOAS. e) Errada: que reduz o risco de desequilíbrio do orçamento direto
o artigo 5º da LOAS determina a descentralização e indireto desse sistema.
e, não, a centralização político-administrativa, con-
forme exposto na questão. Resposta: Letra A. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

2. (FCC – 2014) Fernanda, pessoa com deficiência de 4. (CESPE-CEBRASPE — 2019) À luz da Constituição
acordo com a legislação competente, necessita que o Federal de 1988 e das leis da seguridade social, julgue
o item a seguir.
Estado promova a sua reabilitação e integração à vida
A seguridade social é financiada por toda a socieda-
comunitária. Dessa forma, será a ela prestada a assis-
de mediante, entre outros recursos, as contribuições
tência social
sociais de empregadores e empregados e as receitas
de concursos de prognósticos.
a) desde que tenha sido primeiramente concedido o
auxílio-doença.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
b) independentemente de contribuição à seguridade social.
c) desde que tenha sido primeiramente concedida a apo-
5. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A respeito do RGPS, assi-
sentadoria por invalidez.
nale a opção correta.
d) desde que tenha sido respeitada a carência de 12
(doze) contribuições mensais.
a) O RGPS não prevê proteção ao trabalhador em situa-
e) desde que tenha sido respeitada a carência de 180
ção de desemprego involuntário.
(cento e oitenta) contribuições mensais.
b) O referido regime é de filiação facultativa.
c) O valor do benefício não tem vinculação com o salário
A assistência social é política da seguridade social,
mínimo.
devida aos necessitados e não exige contribuição d) O RGPS tem caráter contributivo.
das pessoas que fazem jus aos benefícios por ela e) Exige-se o cumprimento de carência para concessão
prestados. Veja o que prevê a Constituição Federal: de qualquer um dos benefícios.
“Art. 203. A assistência social será prestada a quem
dela necessitar, independentemente de contribuição 6. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Em relação à organiza-
à seguridade social”. Ainda, a Constituição Federal ção, à origem e ao custeio do sistema de seguridade
garante um salário mínimo às pessoas com defi- social, julgue o item a seguir.
ciência que não possuem meios de prover a própria A seguridade social nos moldes como é atualmente
manutenção, conforme prevê o inciso V do Art. 203: conhecida é fruto da evolução legislativa quanto à
“a garantia de um salário mínimo de benefício men- garantia dos direitos sociais no Brasil e foi introduzi-
sal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que da no ordenamento jurídico pátrio pela Constituição
comprovem não possuir meios de prover à própria Federal de 1988.
manutenção ou de tê-la provida por sua família,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL


conforme dispuser a lei”. Resposta: Letra B. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Tendo como referência a


doutrina e a jurisprudência a respeito da organização
HORA DE PRATICAR! e dos princípios do sistema de seguridade social bra-
sileiro, julgue o item a seguir.
1. (CESPE-CEBRASPE —2018) Acerca da Lei n.º O princípio do direito adquirido não se aplica à sea-
8.212/1991, que dispõe sobre a seguridade social, julgue ra previdenciária, pois, conforme o entendimento do
o item a seguir. Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido a
Os princípios e diretrizes da seguridade social incluem regime jurídico.
a participação da iniciativa privada na assistência à
área da saúde, desde que obedecidos os preceitos ( ) CERTO  ( ) ERRADO
constitucionais.
8. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Acerca do custeio da
( ) CERTO  ( ) ERRADO seguridade social, julgue o próximo item.
O salário-de- contribuição de segurado empregado
2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Com referência à organi- deverá corresponder à integralidade de uma remune-
zação e ao custeio da seguridade social, julgue o item ração auferida durante o mês de trabalho.
subsequente.
O sistema de seguridade social compreende um con- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
junto de ações de iniciativa exclusiva dos poderes
públicos, que se destinam à garantia de saúde, previ- 9. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Marcos, servidor público
dência e assistência à sociedade. efetivo desde 1.º/6/1990, trabalhou como emprega-
do celetista em empresa privada entre 10/01/1991 e
( ) CERTO  ( ) ERRADO 31/05/1995. 387
Com relação a essa situação hipotética, é correto afir- 15. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Sobre a atuação do assisten-
mar que Marcos te social na política de saúde, julgue o item que se segue.
A alta a pedido do usuário é atribuição do assistente
a) é segurado do regime geral de previdência social. social, já que esse procedimento, na maioria das vezes,
b) terá acréscimo no seu tempo de contribuição se aver- é motivado por determinantes sociais.
bar, junto ao tempo de contribuição no serviço público,
o período em que trabalhou para a empresa privada. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
c) terá direito a receber proventos integrais caso cum-
pra integralmente os requisitos de regra de transição
advinda de emenda constitucional.
9 GABARITO
d) não terá direito a proventos integrais porque ingres-
sou no serviço público em data posterior à promul- 1 CERTO
gação de emenda constitucional que extinguiu essa
possibilidade. 2 ERRADO
e) não poderá acumular aposentadoria do RGPS com
3 CERTO
benefício do regime próprio, caso venha a cumprir os
requisitos de ambos, isoladamente. 4 CERTO

10. (CESPE-CEBRASPE — – 2018) Considerando a legis- 5 D


lação nacional sobre doença e acidente de traba- 6 CERTO
lho no contexto da seguridade social, julgue o item
subsecutivo. 7 ERRADO
Litígios relativos a acidentes de trabalho serão apre-
8 ERRADO
ciados em âmbito judicial segundo o rito sumaríssimo.
9 C
( ) CERTO  ( ) ERRADO
10 CERTO
11. (CESPE-CEBRASPE — 2018) De acordo com a Políti- 11 CERTO
ca Nacional de Promoção da Saúde (PNaPS), julgue o
item que se segue. 12 CERTO
Os objetivos específicos da PNaPS incluem favorecer
13 ERRADO
a promoção de ambientes mais seguros e saudáveis
bem como a preservação do meio ambiente. 14 ERRADO

( ) CERTO  ( ) ERRADO 15 ERRADO

12. (CESPE-CEBRASPE — 2018) De acordo com a Políti-


ca Nacional de Promoção da Saúde (PNaPS), julgue o
item que se segue. ANOTAÇÕES
A promoção da saúde é uma estratégia de articulação
transversal.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

13.
(CESPE-CEBRASPE — 2018) Acerca dos direitos
sociais da pessoa com neoplasia maligna (câncer),
julgue o item subsequente.
É exigido o pagamento mínimo de doze contribuições
na qualidade de segurado para que a pessoa com cân-
cer possa requerer a aposentadoria por invalidez, cuja
concessão depende de a incapacidade para o traba-
lho ser considerada definitiva pela perícia médica do
INSS.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

14.
(CESPE-CEBRASPE — 2018) Sobre a atuação do
assistente social na política de saúde, julgue o item
que se segue.
A montagem de processo e o preenchimento de for-
mulários para a viabilização de Tratamento Fora do
Domicílio e de medicação de alto custo são atribui-
ções privativas do assistente social nos serviços de
saúde.

388 ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Você também pode gostar