Antropologia 1
Antropologia 1
Antropologia 1
Material Teórico
O Desenvolvimento da Antropologia e das Ciências Sociais
no Ocidente
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
O Desenvolvimento da Antropologia e
das Ciências Sociais no Ocidente
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· O objetivo desta unidade é apresentar os elementos-chave que
nos permitem entender o desenvolvimento da Antropologia e das
Ciências Sociais no Ocidente, tendo como foco a Antropologia. Para
tanto, faremos um resgate do contexto sócio histórico e também
das principais preocupações que fundamentaram as pesquisas
antropológicas. Assim, a ideia é introduzir você educando ao universo
de estudo científico dos grupos humanos e suas peculiaridades.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Desenvolvimento da Antropologia e das Ciências
Sociais no ocidente
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Estudo das relações interindivíduos conformando grupos sociais e instituições, bem como as
relações entre grupos e instituições entre si. Estudo da divisão da sociedade em segmentos: da
mobilidade social, dos processos de cooperação, competição e conflito, etc. É uma ciência que
pertence ao grupo das ciências sociais e humanas. Surgida no século XVIII como disciplina de
estudo sobre as consequências de dois grandes eventos, a revolução Industrial e a Revolução
Sociologia Francesa, tem por objeto de estudo a análise de fenômenos de interação dos indivíduos, as
formas internas de estrutura (as camadas sociais, a mobilidade social, os valores, as normas,
leis), conflitos e as formas de cooperação geradas através das relações sociais. O termo sociologia
só foi utilizado primeiramente com o filósofo francês Auguste Comte no seu Curso de Filosofia
Positiva, em 1838.
Economia é uma palavra que tem origem no grego oikonomos, onde oikos = casa e monos =
lei, regra, costume. Etimologicamente a palavra é associada à administração do lar ou da casa.
Atualmente, é uma ciência que estuda as relações interindivíduais, conformando grupos sociais
Economia e instituições, bem como as relações entre grupos e instituições entre si, divindo, para tanto, a
sociedade em segmentos, como:
mobilidade social, processos de cooperação, competição e conflito, além de muitos outros.
Estudo do Homem e suas obras, sendo assim, suas manifestações materiais e imateriais de
cultura. Estudo dos tipos de organização familiar, religiões, matrimônio e o que quer que se
refira a práticas culturais. É um termo de origem grega, formado por antropos (homem, ser
Antropologia humano) e logos (conhecimento). É uma ciência que se dedica ao estudo aprofundado do ser
humano. Somente no século XVII é que ela se desenvolveu como Ciência Social, graças ao
movimento iluminista.
O termo tem origem no grego politiká, uma derivação da polis que designa aquilo que é público.
Política E é justamente a coisa pública que permite essa ligação e interação do homem, estudo dessa
relação.
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O antropólogo se lança à pesquisa de campo no intuito de estudar o indivíduo e
seus diferentes grupos e organizações sociais, estando aí as principais colaborações
de antropólogos no estudo do Homem através do tempo. Aliás, nunca nenhuma
outra ciência teve um objetivo tão abrangente: compreender a humanidade como
um todo. Ou seja, toda a história do Homem, sua cultura, estrutura social e obras
são de interesse do antropólogo.
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O Homem como Objeto de Estudo
na Antropologia
O Homem é não só um ser vivo mas também um ser social; isto é, existe
não tão somente no ambiente físico, mas fundamentalmente no ambiente social,
cercado por outros indivíduos que, assim como ele, detêm não apenas necessidades
biológicas, mas necessidades sociais.
Relações Sociais:
- Econômicas
Ser vivo - Políticas
- Religiosas
- Educacionais
Sociedade - Familiares
Homem
Ser Social
Figura 3
Fonte: Adaptado de Istock/Getty Images
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Ciências Afins
Como vimos, o objeto de estudo da Antropologia assume a dimensão do Sujeito
em sua vida coletiva. Essa, por sua vez, subdivide-se em várias dimensões, isso
porque a vida social cotidiana é tanto política quanto econômica, religiosa, familiar
e educacional.
Atividade Atividade
Política Econômica
Família Educação
Atividade
Religiosa
Figura 4
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· Demais Ciências que contribuem à Antropologia:
Geologia, Zoologia, Botânica, Química, Física, Economia Política,
Geografia Humana e Direito.
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· Sistemática: observada sistematicamente em determinado espaço de
tempo. Divide-se em:
· Direta – pessoalmente no local de investigação;
· Indireta – por meio de outras pessoas.
· Participante: o antropólogo deve permanecer no local de investigação o
tempo necessário para a compreensão total da cultura sob estudo. Deve
utilizar um diário de campo e valer-se de todos os meios de registro das
informações coletadas (fotografias, vídeos, etc.);
O conceito de evolução, que já foi tomado como verdade absoluta até extremos
inimagináveis, também se insere nessa categoria. É largamente aplicado à
Antropologia e é produto do impacto da publicação das teses de Charles Darwin, em
especial, a da perpetuação dos mais aptos – amplamente difundida no séc. XIX e que
teve imensa influência nas ciências sociais durante todo o séc. XIX e início do XX.
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PITECANTROPOS ERECTO
(homem-macaco em pé) 6 milhões de anos
NEANDERTAL
CRO-MAGNON
HOMO SAPIENS SAPIENS
40 mil anos
Essas datações foram obtidas por meio de restos esqueletais localizados em sítios
arqueológicos e submetidos às técnicas de datação de fósseis por C14 (carbono
quatorze), cujo grau de confiabilidade oscila entre 5700 anos, e o processo de
datação com Argônio-Potássio, com precisão de até milhões de anos.
Ocorre que, desde o século XIX, quando a Antropologia foi sistematizada como
ciência; até hoje, diferentes nortes teóricos deram a essa ciência formas distintas
de ver o Homem e de fazer a própria Antropologia.
O séc. XIX, com a difusão da teoria darwinista de perpetuação dos mais aptos
na evolução das espécies, emprestou da Biologia à Antropologia, do darwinismo
biológico para o darwinismo social, a falsa convicção de que o Homem estaria
dividido em raças, o que permitiria dizer que, qualificando-as, seria possível dizer
de raças superiores e inferiores e, pior, dotar a medicina de meios seletivos para ou
aniquilar aqueles entendidos como inferiores ou inviabilizar sua reprodução.
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A Antropologia rácica está no contexto também do chamado darwinismo
social, que emprestou para regimes de terror como o nazismo, na primeira metade
do séc. XX, argumentos pseudocientíficos para os assassinatos em massa que
empreenderam de 1933 a 1945.
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Relativismo Cultural
A relatividade cultural ensina que o Ser Humano e sua cultura devem ser
estudados sob o aspecto de sua própria cultura; ou seja, que os padrões de bem e
de mal, moral e imoral, belo e feio, certo e errado, justo e injusto não devem ser
estudados sob o ponto de vista da cultura do antropólogo ou de qualquer outra
cultura dominante, mas sim do prisma daquela cultura que está sendo estudada.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Vídeo: História: História e Antropologia – Lilia Schwarcz
Trata-se de uma entrevista com a professora do Departamento de Antropologia da
USP Lilia Schwarcz, em que a autora expõe algumas ideias interessantes sobre as
fronteiras entre História e a Antropologia, apresentando ainda considerações sobre
Antropologia no Brasil:
https://youtu.be/r1HVy9XHxw0
Leitura
Resgate histórico das ideias que fomentaram os estudos de comunidade no País
OLIVEIRA, Nemuel da Silva; MAIO, Marcos Chor. Estudos de Comunidade e ciências
sociais no Brasil. Soc. estado., Brasília , v. 26, n. 3, p. 521-550, dez. 2011.
https://goo.gl/71c3XJ
Ótima resenha sobre o livro Antropologia Cultural, de autoria de Franz Boas
REIS, Nicole Isabel dos. Antropologia cultural. Horiz. antropol., Porto Alegre , v. 10,
n. 22, p. 355-357, dez. 2004.
https://goo.gl/ZYpg8f
O artigo trata de como as ideias rácicas ganharam repercussão no contexto da educação no Brasil
BOLSANELLO, Maria Augusta. Darwinismo social, eugenia e racismo “científico”:
sua repercussão na sociedade e na educação brasileira. Educ. rev., Curitiba, n. 12, p.
153-165, dez. 1996.
https://goo.gl/xrKLsN
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Sociais no ocidente
Referências
BOAS, Franz. Antropologia cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
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