OSTEOPOROSE

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OSTEOPOROSE

DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA FATORES DE RISCO PARA BAIXA DENSIDADE MINERAL


ÓSSEA E FRATURA:
→ A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica
caracterizada por uma massa óssea reduzida e → Antecedente de fratura prévia;
deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com → Antecedente de fratura em familiar de 1° grau;
um aumento na fragilidade óssea e suscetibilidade a → Sexo feminino;
fraturas. → Idade;
→ Mais comum em mulheres. → Etnias caucasiana e asiática;
→ Prevalência da osteoporose e fraturas aumenta com a → Hipogonadismo/menopausa precoce;
idade. Cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens → História de perda de peso;
com mais de 50 anos terão uma fratura por fragilidade → Baixa ingestão de cálcio;
em sua vida. Os homens tem uma maior taxa de → Tabagismo;
mortalidade por fraturas pelas comorbidades. → Etilismo;
→ A osteoporose é uma doença com origem na infância. → História de imobilização;
Embora fatores genéticos sejam responsáveis pelo pico
→ Risco de queda;
de massa óssea, fatores ambientais como nutrição e
→ Doença crônica, principalmente
exercício podem alterar o padrão geneticamente
reumatológica/inflamatória e disabsortiva;
determinado do crescimento esquelético.
→ Nefrolitíase/hipercalciúria idiopática;
→ As fraturas vertebrais são mais prevalentes entre todas
→ Uso de medicações: glicocorticoide, imunossupressores,
as fraturas por fragilidade, mas as fraturas de quadril
anticonvulsivantes.
contribuem mais significativamente para os gastos de
saúde e estão associadas a desfechos mais graves. FATORES DE RISCO QUE REDUZEM O PICO DE MASSA
ÓSSEA (ATINGIDA NA 3ª DÉCADA DE VIDA):
CLASSIFICAÇÃO
→ Baixa ingestão de cálcio;
→ Osteoporose primária – é a perda óssea associada
→ Baixa exposição solar;
processo normal de envelhecimento. Estrogênio –
vitamina D – PTH – remodelamento ósseo. → Pouca atividade física;
→ História de imobilização;
→ Osteoporose secundária – consequência de várias
doenças, condições ou medicamentos. → Puberdade de início tardio;
Hiperparatireoidismo secundário (deficiência vitamina → Doença durante infância/adolescência;
D). consumo álcool. Estados hipogonadais, → Uso de medicações.
anticonvulsivante. → Composição do osso
→ A OMS define osteoporose como uma doença METABOLISMO ÓSSEO
esquelética sistêmica com diminuição da massa óssea e
deterioração microarquitetura do tecido ósseo, tendo → A parte orgânica é formada por fibras colágenas que
como consequência a fragilidade óssea e risco de representam 95% de toda a matriz, sendo responsável
fratura. pela capacidade plástica do osso.
→ O envelhecimento do esqueleto está associado a fatores → A fração inorgânica representa 50% do peso da matriz
intrínsecos como genética, alterações hormonais, níveis óssea e é composta principalmente por íons de fosfato e
de estresse oxidativo, encurtamento dos telômeros, bem cálcio, considerada o fator mais importante que influencia
como fatores extrínsecos como estilo de vida e nutrição. as propriedades mecânicas do osso, uma vez que
proporciona rigidez e resistência.
→ Em constante metabolismo, o tecido ósseo é constituído
por células (osteócitos, osteoblastos e osteoclastos),
fibras colágenas e substancia fundamental. O processo
de destruição e remodelação óssea é garantido pelo
equilíbrio entre a atividades dessas células.
→ Crescimento e manutenção óssea – remodelação = METABOLISMO
osteoclastos e osteoblastos. Manter equilíbrio de cálcio e
→ O osso é um tecido vivo que sofre constantemente um
para reparar danos na matriz óssea.
processo de troca de tecido antigo por tecido novo. O
Ativação dos osteoclastos – precursores osteoclastos
mediador deste processo é o osteócito. De tempo em
são de linhagem hematopoiética e através da
tempos o osteócito entra em apoptose, isto é, morte
circulação chegam a medula óssea onde se
programada da célula. Na proximidade da apoptose ele
transformam em osteoclastos ativos. Para isso
produz sinalizadores para que células mesenquimais
precisam estimulo RANKL (fator nuclear ligante Kappa-
pluripotentes formem osteoblastos.
B) produzido pelos osteoblastos. Osteoclastos
→ Estimulo semelhante ocorre quando o osso é submetido
removem matriz óssea na superfície criando uma
a esforços físicos para os quais não está preparado. Seja
cavidade no osso trabecular e um túnel no osso
por pressões sobre as proteínas da membrana celular.
cortical.
Seja pela estimulação do cilio primário, organela do
Osteoblastos – produzem RANKL, e osteoprotegerina
osteócito que detecta estas tensões, há sinalização às
(OPG) que inibe a ligação RAKL-osteoclastos.
células mesenquimais para formar osteoblastos. O
OSTEÓCITOS osteoblasto produz o fator RANK que sinaliza para as
células hematopoiéticas formarem osteoclastos e
→ São células derivadas dos osteoblastos que, uma vez também ativa a borda em escova destes osteoclastos.
terminado o seu trabalho de síntese, se recobrem de um Em 20 dias os osteoclastos reabsorvem parte do tecido
conteúdo mineral e se situam em cavidades (lacunas), ósseo, formando as lacunas de Howship. Agora os
envolvidas nas funções de manutenção óssea. Foram osteoblastos irão preencher estas lacunas com matriz
apontados por Braun e Schatt como um importante fonte proteica e finalmente nela depositarão cristais de
de rank/rankl (receptores) que regulam o nascimento e a hidroxiapatita.
maturação de osteoclastos (destruição, reabsorção e
→ A manutenção dos níveis normais de cálcio sanguíneo
remodelação óssea) e a interleucina 33 como citocina
depende de ação do paratormônio, que provoca a
anti-osteolastogênica e a interleucina 34 e 17 como
mobilização do cálcio através de uma reabsorção óssea,
citocinas pró-osteoclastogênica.
enquanto que a calcitonina age suprimindo a mobilização
→ Os osteoblastos oriundos de uma célula mesenquimal do cálcio do osso. O hormônio folículo estimulante (FSH)
indiferenciada tem como função básica a formação do e a ocitocina estimulam a gênese de osteoclastos, que
tecido ósseo. Os osteoclastos são células originárias do são responsáveis pela remodelação óssea, porém outros
tecido hematopoiético e sua função básica é a de fatores reguladores determinam o equilíbrio entre a
reabsorção óssea. Para que haja integridade do tecido formação óssea e absorção, tais como: vitamina D, que
ósseo e necessário um equilíbrio dessa atividade aumenta a quantidade de cálcio no sangue, o hormônio
dinâmica. da paratireoide e a calcitonina, que são reguladores
→ As características da massa óssea são geneticamente hormonais do equilíbrio de cálcio, o estresse local, que
programadas, começam muito antes do nascimento e estimula a formação e a remodelação óssea, o aporte
são compostas por células básicas como osteoblastos, sanguíneo que estimula a osteogênese, e os fatores
osteócitos e osteoclastos. nutricionais como a suplementação de cálcio, vitamina D,
FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DE RISCO DE vitamina K, proteínas.
FRATURAS EM 10 ANOS → De acordo com OMS, a melhor forma de lidar com a
osteoporose é através da prevenção desde o nascimento
e ao longo da vida. Quanto mais precocemente se optar
por um estilo de vida saudável, maiores serão os ganhos
em densidade mineral óssea. A nutrição reduz o risco de
osteoporose e uma dieta baseada na ingestão de cálcio,
vitamina D e proteína possui um efeito benéfico na
aquisição de massa óssea, desde que monitoradas, pois
podem ter efeitos adversos.
CLÍNICA

→ A osteoporose não tem manifestação clínica.


→ Queixas após fraturas.
→ Fraturas vertebrais são as mais comuns, assintomáticas
em 2/3 dos casos, manifestando apenas por deformidade
coluna como cifose ou como acunhamento vertebra ao
RX. A presença dessas fraturas indica risco aumentado
de novos episódios (19% novo episodio em 1 ano). A
perda de altura resultante de fraturas de compressão
METABOLISMO CÁLCIO- VITAMINA D – PTH vertebral. Uma perda maior 3cm justifica uma
investigação melhor (altura máxima relatada paciente).
→ Fratura de quadril – 25% mortalidade ao ano. Sendo que
1/3 torna-se dependente dos cuidados de terceiros.
→ Achados físicos osteoporose secundária, medicamentos.

EXAMES

→ RX de tórax e ossos – perda óssea deve ser superior a


30% para ser detectada. Radio transparência,
afinamento cortical e fraturas ocultas. Pacientes em
tratamento antirreabsorção devem ser submetidos a RX
no local. Fraturas subtrocantericas atípicas e diáfise de
fêmur forma identificadas em idosos com uso prolongado
de bifosfonatos a longo prazo.
→ DMO á DEXA – coluna lombar, colo do fêmur (osso
trabecular) e antebraço distal (osso cortical) – padrão
ouro – sensível, seguro, rápido, preciso.
Valor absoluta em d/cm cubico. Desvio padrão em
relação a média de adultos JOVENS do mesmo sexo,
população com o pico de massa óssea. Mais 90% dos
adultos com fratura por fragilidade têm score T menor -
2,5 DP.
O score Z e o número em relação à média de indivíduos
na mesma faixa etária, sexo com parâmetro
interessante principalmente osteoporose secundária.
CLASSIFICAÇÃO REALIZAÇÃO DE SCREENING
→ Osteoporose de alta remodelação – reabsorção → Indivíduos com > 65 anos
predomina, é que ocorre na pós-menopausa onde ocorre → Histórico familiar de osteoporose/fratura
aumento de prostaglandina e citocinas como IL1, IL6 e → Fratura osteoporótica prévia (mínimo trauma)
TNF – com maior síntese RANKL e menos atividade → Menopausa precoce
OPG. A perda ocorre principalmente nos primeiros 10
→ Perda de estatura > 2,5cm
anos. Risco de fratura de punho aumento já a partir dos
→ Rarefação óssea ao exame radiológico
50 anos, fratura de vertebra (mais comum) eleva-se 15 a
→ Presença de condições associadas e osteoporose – uso
20 anos após e quadril após os 70 anos.
crônico de glicocorticoides, hormônio tireoidiano em
→ Osteoporose de baixa remodelação – a diminuição da
doses supressivas, anticonvulsivantes e
formação óssea. Osteoporose senil por diminuição da
quimioterápicos, hiperparatireodismo primário, síndrome
atividade osteoblástica. Diminuição da capacidade do rim
de Cushing, hipertireoidismo, hipogonadismo
ativar vitamina D – diminuição absorção de cálcio e
aumento PTH.
INDICAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DE DENSITOMETRIA
ÓSSEA

EXAMES LABORATORIAIS

→ Objetivo identificar causas secundárias e doenças


associadas
Hemograma
VHS
Cálcio e fosforo sérico
Função renal
Bioquímica hepática
Urina 1
Calciuria de 24h
TSH
→ Marcadores bioquímicos – podem ser útil no seguimento
dos pacientes monitoramento e adesão tto
Marcadores de formação óssea – fosfatase alcalina
especifica do osso, osteocalcina, proptídeo
procolágeno tipo I N, proptídeo procolágeno tipo 1C.
Marcadores de reabsorção – fosfatase ácido
específica, telopeptideos C terminais, telopeptídeoos
N-terminais.

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